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Carboidratos em
Bioquímica Clínica
Digestão e absorção de carboidratos
• principais carboidratos da alimentação são:
Amido, sacarose e lactose
• α-amilase salivar (ptialina): digestão do
amido inicia-se na mastigação
• α-amilase pancreática: amido e glicogênio
são hidrolisados no duodeno por ela,
produzindo maltose e dextrinas.
Enzimas da superfície intestinal
• Maltose + H2O 2-D-glicose
• Dextrina + H2O n D-glicose
• Isomaltose + H2O 2 D-glicose
• Sacarose + H2O D-frutose + D-glicose
• Lactose + H2O D-galactose + D-glicose
Dextrinase
Maltase
Isomaltase
Sacarase
Lactase
A Glicose
• é o principal combustível da maioria dos
organismos
• é o carboidrato mais importante, é degradada,
armazenada ou formada por diferentes vias:
1. Glicólise ( Quebra da molécula para obtenção de energia dentro
da célula na respiração celular)
2. Gliconeogênese (Jejum)
3. Glicogênese (alimentado)
4. Glicogenólise (jejum)
5. Via das Pentoses
Glicólise – quebra da glicose, na presença de
oxigênio para obtenção de energia (ATP)
água e liberação de gás carbônico. Dentro de
célula no citoplasma. Na fase da respiração
celular seguida do ciclo de Krebs e com o
término cadeia respiratória.
Respiração celular ( 3 fases)
Metabolismo de carboidratos
Gliconeogênese
É a formação de novas moléculas de glicose
a partir de precursores não carboidratos
Glicogênese - É a síntese intracelular de
glicogênio
Glicogenólise – é a quebra do glicogênio em
moléculas de glicose.
Valores normais de glicemia: 70 – 99 mg/dL
Intolerância à glicose – 100 – 125 mg/dL
Diabetes – acima de 126 mg/dL
- Acima dos valores de referência – hiperglicemia
- Abaixo dos valores de referência – hipoglicemia
Mecanismos de Regulação da
Glicemia
Insulina
Glucagon
Importantes sistemas
de controle por
feedback
Manter a
concentração normal
de glicose no sangue
Mecanismos de Ação da Insulina
• Insulina:
– Produzida pelas células beta das ilhotas de Langerhans
– Compreende cerca de 1% da massa celular do pâncreas
– Um dos mais importantes hormônios que coordenam autilização de combustíveis pelos tecidos
– Efeitos metabólicos anabólicos síntese deglicogênio, triacilgliceróis e proteínas
– Efeito sobre o metabolismo da glicose:
• Fígado inibe a gliconeogênese e glicogenólise
• Fígado e músculo aumenta a glicogênese
Glucagon
• Age nas mesmas células que a insulina;
• Mobiliza as reservas energéticas para a manutenção da
glicemia entre as refeições;
• No fígado estimula a glicogenólise;
• No tecido adiposo estimula a lipólise, liberando ácidos
graxos;
• Estimula a gliconeogênese e a cetogênese;
• Liga-se a um receptor específico de membrana.
Diabetes Melitus
Síndrome de comprometimento do metabolismo dos
carboidratos, das gorduras e das proteínas
Diabetes melitus tipo I
(DMID)
Falta de secreção de insulina
Diabetes melitus tipo II
(DMNID)
Resistência à insulina
Alteração do metabolismo de todos os principais alimentos
Ausência de insulina Resistência à insulina
Deficiência no metabolismo da
glicose
Impedir a sua captação eficiente pela
maioria das células do corpo
Menor utilização de glicose
pelas células
Aumento da utilização de
gorduras e proteínas
Fisiopatologia
Diabete Melito Tipo I (DMID)
• 10% a 20% dos diabéticos
• Diabetes melitus juvenil Observado em indivíduos
com menos de 20 anos de idade
Deficiência absoluta
de insulina
Relativa excreção
excessiva de glucagon
Lesão das células beta pancreáticas
Infecções virais ou
doenças auto-imunes
Tendência hereditária
à degeneração
Sintomatologia
80% a 90% das células
beta destruídas
Sintomas abruptos
Hiperglicemia Utilização aumentada de
gorduras para a
obtenção de energia
Cetoacidose
Depleção das proteínas
do organismo
Hiperglicemia
Gliconeogênese (aumento na
produção hepática de glicose)
Utilização periférica de
glicose diminuída
Glicosúria (excreção
de glicose em excesso
na urina) Desidratação celular
Diurese osmótica
Poliúria (excreção
excessiva de urina)
Polidipsia (sede
excessiva)
Lesão tecidual
Glicosilação
de proteínas
Cetoacidose
Aumento da lipólise para produzir
energia (através da oxidação de
ácidos graxos)
Cetogênese acelerada
(síntese hepática de
corpos cetônicos)
Desidratação celular
Hálito cetônico
(eliminação de corpos
cetônicos no ar expirado)
Acidose grave
Cetonúria
(excreção de
corpos cetônicos
na urina)
+
Morte
Perda de peso,
fadiga e
fraqueza
Polifagia
(fome intensa)
Muitos ácidos graxos
Fígado
Triacilgliceróis
Lipoproteínas plasmáticas
(VLDL)
Sangue
Aumento do
colesterol
Arteriosclerose e outras
lesões vasculares
Glucagon – aumenta
a lipólise
Depleção de proteínas do
organismo
Incapacidade de utilizar glicose
como fonte de energia
Maior utilização e armazenamento
diminuído de proteínas
Morte
Diabetes Melitus Tipo II (DMNID)
• 80% a 90% dos diabéticos
• Diabetes melitus de início adulto Ocorre depois
dos 40 anos de idade, freqüentemente entre 50 e 60 anos
• Desenvolve-se de modo gradual, sem sintomas óbvios
Redução da sensibilidade dos
tecidos-alvo aos efeitos
metabólicos da insulina
Resistência à insulina
Fatores
Genéticos
=
Secundária à
obesidade
Diminuição da utilização e
armazenamento de carboidratos
Hiperglicemia
Aumento da concentração
plasmática de insulina
Diabético não-insulino-
dependente
Células beta
funcionalmente ativas
Secreção de insulina
Regulação normal
da glicose
Diabetes melitus tipo II
Secundária à obesidade
Menor número de
receptores de insulina
Anormalidades das vias
de sinalização
Pessoas
Obesas
Resistência à insulina
Sintomatologia
Ingestão de carboidratos
Hiperglicemia leve
Estágios avançados
Células beta disfuncionais
Hiperglicemia acentuada
Mesmos efeitos observados no diabetes melitus tipo I
• Poliúria e polidipsia (durante várias semanas), e polifagia
(menos comum)
Diagnóstico
• O diagnóstico de diabetes baseiam-se em diversos testes
químicos da urina e do sangue:
– Glicose urinária
– Níveis de glicemia 80 a 90 mg/100 ml
Acima de 110 mg/100 ml
normal
anormal
Níveis plasmáticos
de insulina
Muito baixos ou
indetectáveis
Muito altos
ou normal
Diabete melito
tipo I
Diabete melito
tipo II
Exames Laboratoriais
Testes que servem para o diagnóstico e acompanhamento
do diabetes.
GLICEMIA DE JEJUM
• Após 8 horas de jejum;
• Glicemia plasmática (mg/dl)
Normal até 99mg/dl
Pré-diabete 100 a 125mg/dl
Diabete 126mg/dl e acima, deve ser confirmado com novo
teste em outro dia.
• A amostra usada para o exame é plasma ou soro, mas
também pode ser feita com LCR e urina;
GLICEMIA PÓS-PRANDIAL
• Teste controle;
• Concentração da glicemia 2h após ingestão de 75g de
glicose em solução aquosa a 25%;
• Concentração da glicose tende a retornar ao normal após
2h;
• Valor desejado para glicemia capilar até 180 mg/dl.
Exames Laboratoriais
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE
(TOTG)
• Teste diagnóstico para diabetes;
• Medidas seriadas de glicose nos tempos 0, 30, 60, 90, 120
min após ingestão de 75 g glicose anidra em 300 ml de
água;
• Teste realizado pela manhã, jejum de 8-10h;
• Teste mais sensível que a glicemia de jejum, mas é afetadopor vários fatores.
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG)
Indicações:
• Diagnóstico DM Gestacional;
• Diagnóstico tolerância à glicose diminuída;
• Avaliação de pacientes com nefropatia, neuropatia, ouretinopatia não explicada e com glicemia em jejum abaixode 126 mg/dl.
Cuidados antes do teste:
• Ingestão de pelo menos 150 g de carboidratos, nos 3 diasanteriores;
TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE (TOTG)
• Atividades físicas, hábitos alimentares normais;
• Durante o teste, não fumar e permanecer em repouso;
• Não usar medicação que interfira no metabolismo doscarboidratos.
Valores:
• Normal - 139 mg/dl e abaixo;
• Pré-diabetes - 140 a 199 mg/dl
• Diabetes – 200 mg/dl e acima.
• Na amostra de 120 min, valor acima de 200 mg/dl éindicativo de diabetes, mesmo que os níveis de glicose dejejum estejam normais.
– Teste de tolerância à glicose:
HEMOGLOBINA GLICADA
• Teste controle;
• A hemoglobina liga-se à glicose, quanto maior for a taxa
de glicemia, maior a síntese de hemoglobina glicada;
• Indica o controle metabólico nas 8 a 10 semanas
precedentes ao teste, é o tempo médio de vida dos glóbulos
vermelhos;
• Não é indicado para pacientes com hemoglobinopatias,
pois há redução na meia-vida das hemácias e da exposição
da hemoglobina às variações da glicose;
• Diabéticos estáveis 3 a 4 meses;
• Diabéticos sem controle glicêmico 1 a 2 meses;
• Valores estão entre 5 a 8% da HbA total em indivíduos
normais e 8 a 30% em pacientes diabéticos;
• O valor mantido abaixo de 7% promove proteção contra o
surgimento e a progressão das complicações
microvasculares do diabetes.
Hipoglicemia
• Diminuição da taxa de glicose no sangue;
Causas são:
• Consumo de álcool (mais freqüente);
• Jejum: alimentação insuficiente ou que não fornece
carboidratos em quantidades suficientes;
• Esforço físico: o funcionamento dos músculos pode ter
consumido a glicose disponível no sangue e o corpo pode
não ter tido tempo de liberar suas reservas, é temporário
em indivíduos saudáveis;
• Consumo de medicamentos: como o caso de medicamentos
antidiabéticos. Também pode ser causada por aspirina,
AINEs, beta-bloqueadores não-cardiosseletivos.
Sinais da hipoglicemia:
• Tremor, ansiedade, nervosismo, palpitações, taquicardia,
sudorese, calor, palidez, frio, pupilas dilatadas;
• Fome, borborigma (“ronco” na barriga), náusea, vômito,
desconforto abdominal.
Sinais da hipoglicemia produzidos no cérebro:
• prejuízo de suas funções (neuroglicopenia), causando
enxaqueca, confusão, letargia, perda da consciência e
vários outros sintomas. Esses desajustes podem ir desde
um mal estar até um coma.
• Glicemia abaixo de 65 mg/dl - eficiência mental diminui;
• Glicemia abaixo de 40 mg/dl - limitação de ações ejulgamento;
• Glicemia mais baixa podem ocorrer convulsões;
• Glicemia próxima ou abaixo de 10 mg/dl - neurônios ficameletricamente desligados, resultando no coma.
• Nem todas manifestações ocorrem, nem há uma ordem deocorrência;
• Manifestações específicas variam de acordo com a idade ea severidade da hipoglicemia;
• Hipoglicemia severa pode resultar em morte ou danocerebral;
• Muitas pessoas podem eventualmente ter níveis
gllicêmicos na faixa de hipoglicemia sem ter sintomas ou
distúrbios, entretanto níveis de glicose plasmática abaixo
de 70 mg/dl são considerados hipoglicêmicos;
• A hipoglicemia é a complicação mais comum do diabetes,
que ocorre quando há rompimento entre a dose de insulina,
o suprimento de glicose e as refeições e atividade física.
Tratamento
• Diabete melito tipo I: Administração de insulina
Metabolismo dos carboidratos, das gorduras e
das proteínas mais normal possível
Insulina
Regular Ação de 3
a 8 horas
Precipitada com zinco ou
com derivados protéicosAção de 10
a 48 horas
Dose única
Doses adicionais
(refeições)
• Diabete melito tipo II:
Dietas e prática de
exercícios físicosPerda de peso Diminuir a resistência
à insulina
Fármacos
Tiazolidinedionas
e a metformina
Aumentar a sensibilidade
à insulina
SulfoniluréiasEstimular a produção
aumentada de insulina
pelo pâncreas
Estágios mais tardios Administração de insulina
Questões:
1) Quais são as principais classes de carboidratos?
2) Quais são os valores de referência de glicemia?
3) Quais são os principais mecanismos de regulação de
glicemia no organismo humano?
4) A doença na qual o indivíduo apresenta deficiência de
insulina é chamada ................
5) Quais são os tipos de Diabetes e qual a diferença entre eles?
6) Como a deficiência de insulina pode levar ao coma?
7) O que significa polidipsia, polifagia e poliúria?
8) Quais são os testes usados para diagnóstico e
acompanhamento do diabetes?
9) Para que serve o teste da Hemoglobina Glicada?
10) O que significa hipoglicemia e quais são seus sintomas?