Bioq.Clinica - Aminoacidos e Proteinas(trabalho)

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   V A L T ER T . MO T T A Bi o qu í m icaCl í ni ca : Pri ncípi os eI nter pre ta ções  A minoácidose Proteínas Volume 8

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VALTER T. MOTTA

Bioquímica Clínica: Princípios e Interpretações

Aminoácidos eProteínas

Volume

8

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A MI NOÁ CIDOS E PROTEÍN AS

s proteínas são compostos de elevada massamolecular (5000 a vários milhões) produzi-

das pelas células vivas de todas as formas de vida.São polímeros complexos de α-aminoácidos, uni-dos entre s i por um t ipo específ ico de l igaçãocovalente – a l igação peptídica. As proteínas sãoconstituíd as por 20 aminoácidos di ferentes reuni-dos em combinações praticamente infinitas, possi-bilitando a formação de milhões de estruturasdiversas. Estas combinaçõ es permitem às células aprodução de proteínas com diferentes tamanhos,formas, estruturas, propriedades e funções.

A seqüência de aminoácidos, que define ascaracterísticas das proteínas, é determinada pelasinformações genéticas contidas no núcleo da cé-lula.

Por hidrólise, as proteínas fornecem somenteaminoácidos (proteínas simples) ou, além dosaminoácidos, outros compostos orgânicos ou inor-gânicos (proteínas conjugadas) . A porção não-protéica é denominada grupo prostét ico.

As funções biológicas atr ibuídas às proteínassão variadas e importantes. Atuam como:

Enzimas.  São proteínas altamente especializadascom atividade catalítica; praticamente todas asreações químicas celulares onde participam bio-moléculas orgânicas são catalisadas por enzimas.Existem milhares de enzimas, cada uma capaz decatalisar um tipo de reação química diferente.

Proteínas transportadoras.  São proteínas quese l igam a íons ou a moléculas específ icas, as

quais são transportadas de um órgão para outro.Transpor tam hormônio s, v itaminas, metais, drogase oxigênio (hemoglobina); solubilizam os lipídios(apoproteínas) . Muitas proteínas estão presentesnas membranas plasmáticas e nas membranas in-tracelulares de todos os organismos; elas t rans-

portam, por exemplo, a glicose, aminoácidos eoutras substâncias através dessas membranas.

Proteínas de armazenamento.  Atuam no ar-mazenamento de certas substâncias, ex.: ferritina,que armazena átomos de ferro.

Proteínas contráteis ou de motilidade.  Pro-teínas que modificam sua forma ou contra em-se,ex.: actina e miosina.

Proteínas estruturais.   São prote ínas que ser-vem como filament os de suporte, c abos ou lâmi-nas para fornecer proteção ou resis tência à estru-turas biológicas, ex.: queratinas, colágeno e elas-tina.

Proteínas de defesa.   Um grande número deproteínas defendem o organismo contra a invasãode outras espécies ou o protege nos ferimentos. Asimunoglobul inas ou anticorpos – proteínas especi-

alizadas sintetizadas pelos linfócitos – podemreconhecer e precipitar, ou neutralizar, invasorescomo bactér ias , vírus ou proteínas estranhasoriundas de outras espécies. O f ibrinogênio e atrombina são proteínas que participam da coagula-ção sangüínea que previnem a perda de sanguequando o sis tema vascular é lesado. Algumasdestas proteínas, incluindo o f ibr inogênio e atrombina, também são enzimas.

Proteínas reguladoras.  Várias proteínas atuamna regulação da atividade celular ou fisiológica,

ex.: hormônios e proteína G.

Outras proteínas.  Existem numerosas proteínascom funçõe s ditas exóticas ou de difícil classifi-cação.

A

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64 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

São milhares as funções das proteínas. Alémdas resumidas acima citam-se algumas de gran deimportância clínica: manutenção da distribuiçãode água entre o compartimento intersticial e o sis-tema vascular do organismo; participação da ho-

meostase e coagulação sangüínea; nutr ição detecidos; formam tampões para a manutenção dopH .

Bibliografia consultada

CAMPBELL, M. K. Biochemistry. 3 e d . Ph i l a d e lp h ia :Saunders , 1999. p . 76-95 .

LEHNINGER, A. L., NELSON, D. L., COX, M. M. Princípiosde bioquímica. São Pau lo : Sar v ier , 1 995. p. 9 9-117.

STRYER, L . Bioquímica. 4 ed . R io de Jane i ro :Guanabara-Koogan, 1995. p . 17-69 .  

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PR OT E ÍN A S T OT A I S  

número de proteínas dist intas dentro de uma

célula humana é estimado entre 3.000 a5.000. Mais de 300 proteínas diferentes foramidentif icadas soment e no plasma sangüíne o. Mui-tas delas apresen tam papéis bioquími cos específi-cos sendo que s uas concentrações podem ser afe-tadas por processos patológicos e , portanto, sãodeterminadas na invest igação de várias doenças.Apesar do grande número de proteínas presentesno plasma sangüíneo, somente algumas são medi-das rotineiramente. As mais medidas são as pre-sentes no sangue, urina, líquido cefalorraquidiano(LCR), líquido amniótico, peritonial ou pleural,saliva e fezes.

As funções das proteínas plasmáticas incluemtranspor te, manutenção da press ão oncótica, tam-ponamento d e alterações d o pH, imunida de humo-ral, atividade enzimática, coagulação e resposta defase aguda.

M E T A B O L I S M O D A S P R O T E Í N A S

P L A S M Á T I C A S  

A concentração das proteínas plasmáticas é de-terminada por três fatores principais: velocidade

de síntese, velocidade do catabolismo e o volumede líqui do no qual as p roteín as estão di stribuídas.

Síntese.  A maioria das proteínas plasmáticas sãosintet izadas no f ígado enquanto algumas são pro-duzidas em outros locais, por exemplo, imunoglo-bulinas pelos linfócito s, apoproteínas pelos ente-róci tos e β2 -microglobulina (proteína da superfíciecelular) amplamente distribuída no corpo. Apro-ximadamente 25 g das proteínas plasmáticas sãosintet izadas e secretadas cada dia, pois não háarmazenamento intracelular. 

Distribuição.   Normalmente, a concentração deproteínas totais no plasma está ao redor de 7,0g/dL e, aproximadamente, 250 g de proteínas sãoencontradas no compartimento vascular de umhomem adulto de 70 kg. A água atravessa maislivremente as paredes capilares que as proteínas e,

portanto, a concentração das proteínas no espaçovascular é afetada pela distribuição líquida. 

Catabolismo.  As proteínas plasmáticas são d e-gradadas através do corpo. Os aminoácidos libera-dos f icam disponíveis para a s íntese de proteínascelulares.

H I P E R P R O T E I N E M I A 

Desidratação. A desid ratação causa o aumento(relativo) de todas as frações protéicas na mesmaproporção. Pode ser promovida pela inadequadaingestão de l íquidos ou perda excessiva de água(vômito, diarréia intensa, enfermidad e de Addisonou acidose diabética).

Enfermidades monoclonais. Mieloma múlti-plo, macroglobulinemia de Waldenström e doençada cadeia pesada. Estas condições promovem aelevação de imunoglobulinas, causando o aumentonos níveis das proteínas totais sér icas. (v.adiante).

Enfermidades policlonais crônicas. Cirrosehepática, hepatite ativa crônica, sarcoidose, lupus

eritematoso sistêmico e infecção bacterianacrônica.

H I P O P R O T E Í N E M I A  

Aumento do volume plasmático. Hemodilui-ção por intoxicação hídrica, também como nacirrose quando a asci te está presente.

Perda renal proteínas.  Síndrome nefrótica e

glomerulonefrite crônica.

Perda de proteínas pela pele.  Queimadurasseveras .

Gota. Aumento da uricemia.

O

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66 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

Distúrbios da síntese protéica. A s ín tese ésensível a o suprimen to de amino ácidos e, as sim, adesnutr ição, má absorção, dietas pobres em pro-teínas, enfermidade hepática não-virótica severapromovem hipoproteínemia. A insuficiência da

função hepato celular reduz a sínte se na enfermi-dade hepática crônica.

Outras causas.   Analbuminemia, colite ulcera-tiva, dermatite esfoliativa, doença de Crohn, do-ença de Hodgkin, edema, enteropatia perdedora deproteínas, hemorragia grave, hepatite infecciosa,hipertensão essencial, hipertireoidismo, hipoga-maglobulinemia, insuficiência cardíaca conges-tiva, kwashiorkor, leucemia, má absorção e úlcerapéptica.

DETERMINAÇÃO DAS PROTEÍNAS TOTAIS

SÉRICAS  

Paciente.  Não deve ingerir dieta rica em gordu-ras durante 8 horas antes do teste . Suspender asmedicações que interferem nos níveis das prote í-nas sé r icas .

Amostra.   Soro sem hemólise e não lipêmico. Aamostra pode ser refrigerada por até uma semana.

Interferentes.   Resultados falsamente elevado s:

bromossulfal eína, clofibrato, contrastes radiológi-cos, corticoesteróides, corticotropina, dextrano,heparina, insulina, somatropina, tireotropina etolbutamida.  Resul tados falsamente reduzidos:

anticoncepcionais orais, dextrano, íon-amônio,líquidos intravenosos excessivos contendo glicose,pirazinamida e salicilatos.

Métodos.  Historicamente o método de referênciapara a determinação das proteínas totais no sorosangüíneo é o método de Kjeldahl . Este métodonão é empregado rotineiramente no laboratório

clínico devido a sua complexidade.

 Refractometria.   Os métodos que empregam amedida do índice de refração avaliam as proteínastotais no soro, plasma, urina e LCR . Estão basea-dos na determinação refratométrica dos sólidostotais nos l íquidos antes e depois da remoção das

proteínas. Estes métodos são influenciados porvariações da temperatura, relação albu-mina/globulinas, azotemia, hiperglicemia, hiper-bilirrubinemia e, particularmente, hiperl ipemia.

 Biureto. É o mais usado atualmente, pois alémde preciso e exato é de fácil execução, sendo,portanto, bastante empregado para a automação.Biureto é o nome dado ao produto de decomposi-ção da uréia pelo calor. Quando o biureto é tra-tado com íons cúpricos em solução alcal ina, des-envolve cor violeta . As proteínas são determina-das por reação idêntica ao do biureto. O complexocolorido é de composição desconhecida, sendoformado entre os íons cúpricos e duas ou maisl igações peptídicas. A intensidade do produtocolorido é proporcional ao número de ligaçõespeptídicas presentes nas proteínas. O reativo seco

 DT Vitro s baseia-se nesta reaç ão.

Valores de referência para proteínas totais no

soro sangüíneo

Adultos ambulatoriais 6 a 7,8 g/dL

P R OT E Í N A S T O T A I S N A U R I N A  

Como resultado da pressão hidrostática, as proteí-

nas de baixa massa molecular rotineiramente sãofiltradas através da membrana basal glomerular.Esta membrana atua c omo uma barreira à filtraçãograças ao tamanho dos poros e a carga negativa.As proteínas de pequeno tamanho molecular sãoconduzidas para dentro do túbulo renal onde sãoquase totalmente reabsorvidas; no entanto, umapequena fração é conduzida através dos túbulos eaparece na urina. Entre 20-50% da proteína uriná-ria é albumina. O restante consiste de uromucói de,mucoproteína de Tamm-Horsfall provenientes dascélulas tubu lares renai s, pequenas quantidades demicroglobulinas séricas e tubulares e proteínas desecreções vaginais, prostática e seminal.

A proteinúria anormal é classificada como:

Benigna. A forma benigna é provocada por alte-rações hemodinâmicas ou clínicas não associadascom morbidez ou mortalidade e são de causa des -

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conhecida. Este tipo de proteinúria (em geral <1g/d) é a razão mais fr eqüente de result ados positi-vos na pesquisa de proteínas na urina. Três cate-gorias gerais de proteinúria benigna são descritas:

§ Proteinúria funcional , secundária à doençasfebris, após exercícios vigorosos, insuficiênciacardíaca congest iva e hipertensão essencial .

§ Prote inúr ia id iopát ica , relativamente comumem crianças assintomáticas e adultos jovenssadios .

§ Proteinúria ortostát ica  ou postural , ocorrequando a pessoa fica em pé por muito tempo edesaparece quando ela se deita por algumas h o-ras. Ocasionada, provavelmente, pela grande

pressão sobre a veia renal quando o indivíduofica em posição vertical.

Sobrecarga. Proteínas de baixa massa molecularaumentadas no plasma são filtradas pelo glomé-rulo em grandes quantidades, ul trapassando acapacidade de reabsorção do túbulo.

Tubular. É devida a incapacidade dos túbulosrenais realizarem a absorção, provocada por umadisfunção ou quando o excesso de proteínas nolíquido tubular ultrapassa a capacidade reabsortiva

dos mesmos. Na proteinúria tubular , pequenasmoléculas que em condições normais ultrapas sama membrana glomerular e são absorvidas, apare-cem na urina final em razão da reabsorção tubularincompleta. A presença de proteinúria é um dosprincipais sinais de enfermidade renal. A β2 -mi-croglobulina (v. adiante) serve como um marcadorda disfunção tubular em condições como: envene-namento por metais pesados, síndrome de Fanconie hipocalemia crônica. Em doenças tubulares aexcreção urinária diária é inferior a 3,5 g de pro-te ínas .

Glomerular. A proteinúria glomerular é umaconseqüência da perda de integridade da mem-brana do glomérulo que, em condições normais,não permite a passagem de proteínas de elevadamassa molecular para a urina. Nestes casos en-contram-se valores maiores que 1,0 g/d. Esta

forma de proteinúria está associada com a sín-

drome nefrót ica, hipertensão ou glomerulonefrite

rapidamente progressiva . Nestas condições, oglomérulo torna-se progressivamente permeável àproteínas, partic ularmente, à albumina. Quantida-

des entre 3 a 6 g/d, podem ser perdidas nestascondições. Este tipo de proteinúria também ocorrecomo conseqüência secundária de outras enfermi-dades, tais como: amiloidose, lupu s eritematoso ediabetes mellitus (ao redor de 30 a 40% dos paci-entes com diabetes t ipo 1 desenvolvem nefropatia

d iabé t ica que se manifesta clinicamente 8 a 10anos após aquisição da doença) . No curso tardiodo diabetes esta e levação dos teores de proteínasna urina se torna persis tente, dando lugar a umainsuficiência renal.

Proteínas não-plasmáticas. Proteínas deTamm-Harsfall (urumucóid e), um constituinte doscilindros urinários e provavelmente secretadaspelos túbulos distais .

DETERMINAÇÃO DAS PROTEÍNAS TOTAIS

NA URINA 

Amostra.   São utilizadas amostras de 24 h ou 12h sem preservativos e mantidas em refrigerador.Não sendo possível a determinação nas primeiras

48 h após a coleta, deve-se misturar bem e separaruma al íquota. Amostras congeladas são estáv eispor um ano.

Métodos.   A determinação quanti tat iva das pro-teínas na urina é real izada por um dos seguintesmétodos :

Turbidimetria.  Os métodos turbidimétricos

são tecnicamente simples, rápidos e suficiente-mente exatos. Os reagentes comumente usadossão: ácido tr icloroacét ico, ácido sulfossalicílico  ou cloreto de benzetônio (BZC) em meio alcalino.

Nestes métodos, o reagente precipi tante é adicio-nado à urina e a proteína desnaturada precipi ta emuma susp ensão f ina que é qu antificada turbidime-tricamente. Nesta categoria, o método mais em-pregado é o do cloreto de benzetônio por ser omais sensível dos métodos turbidimétr icos.

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Corantes.   Estas técnicas es tão baseadas no

desvio da absorvância máxima do corante quandoligado à proteínas. Os corantes freqüentementeempregados são: azul bri lhante de Comassie (G-250) que liga-se aos res íduo s NH 3 das proteínas; e

o molibdato vermelho de pirogallol que reage comgrupos amino básicos tanto da albumina como dasγ -globulinas para formar um complexo azul.

 Biureto.  Os métodos que empregam o rea-gente do biureto são pouco ut i l izados por seremmais complexos e sofrerem a interferência decertos metabólitos como a bilirrubina. As proteí-nas são concentradas pela precipitação com ácidotricloroacético ou ácido fosfotúngstico-HCl-eta-nólico (reagente de Tsuchya) e redissolvido noreagente do biureto onde o Cu 2 + forma um com-plexo colorido com as ligações peptídicas. O pre-cipitante de Tsuchya melhora a sensibi lidade e alinearidade do método.

  Indicador de pH. É um método semi-qu anti-tativo onde a proteína (principalmente a albumina)liga-se ao indicad or pr ovocand o al terações na cor.Aprese nta fals o-positivos em urinas pH>8,0.

Valores de referência para as proteínas na urina

Adul tos 40 a 100 mg/dMulheres grávidas Até 150 mg/dApós exercíc ios (adultos ) Até 300 mg/d

P R O T E Í N A S M A R C A D O R A S D A

D I S F U N Ç Ã O R E N A L  

Pode-se, também, classificar as proteínas como proteínas marcadoras da dis função renal . Destemodo, três grupos são identi ficados, os quais cor-respondem a três t ipos de defei tos renais:

Proteínas com massa molecular de≥≥ 100.000 Dáltons.  Aparecem na urina somente

quando hou ver um a vançado com prometimento damembrana, envol vendo a perda da função de per-meabilidade glomerular, a proteinúria é  não-sele-t iva. Uma proteína t ípica deste grupo é a  IgG. 

Proteínas com massa molecular entre50.000 e 80.000 Dáltons.  O aumento da secre-

ção urinária destas proteínas em razão da baixafiltragem de íons, representa um possível defeitoreversível no glomérulo, sendo uma proteinúriaglomérulo selet iva. Proteínas t ípicas deste gruposão a albumina e a transferrina. 

Proteínas com massa molecular <50.000Dáltons. Estas proteínas de baixa massa mole-cular estão normalmente presentes na urina noscasos de um defeito renal intersticial. Assim, afunção de reabsorção fica diminuída resultandonuma proteinúria tubular. As proteínas marcadorasdeste grupo são: α1 -microglobulina, β2 -microglo-

bul ina e  proteína l igado ra de ret inol .  

P R O T E I N Ú R I A P R É -R E N A L , P Ó S -RENAL E

N Ã O-R E N A I S  

Além das causas renais existem condições pré-renais, pós-renaise não-renais que também acar-retam aumentos da proteinú ria.

A  proteinúria pré-renal é causada por umapermeabilidade excessiva de proteínas de baixamassa molecular. Este filtrado contém altos teoresde proteínas na primeira urina . Isto se deve a umainterrupção da reabsorção tubular por sobrecargano sis tema. As proteínas t ípicas de uma proteinú-ria pré-renal são: a mioglobina, imunoglobulinasde cadeias leves kappa e lambda (gamopatias mo-

noclonais) e proteínas de Bence Jones.A  proteinú ria pós-renal ocorre pela adição deproteínas à urina na bexiga ou nos ureteres e as-semelha-se a uma doença renal . As proteínas adi-cionadas na urina são linfáticas ou plasmáticas.Entram na urina pela bexiga por exsudação outransudação do epitél io do ureter . Is to acontecepela al ta densidade das proteínas envolvidas quenão conseguem atra vessar a membrana do glomé-rulo. Sua passagem para a urina se deve a umasobrecarga plasmáti ca pós-renal. A α2 -macroglo-

bul ina é um excelente marcador protéico da pro-teinúria pós -renal.

Como proteinúri a não -renais têm-se: anemiagrave, ascite, cardiopatia, distúrbios convulsivos,endocardite bacteriana subaguda, febre, hepatopa-tia, hipertireoidismo, idade avançada, infecçãoaguda, ingestão ou superexposição a certas sub-stâncias (ácido sulfossalicílico, arsênico, chumbo,

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  Aminoác idos e pro te ínas 69

éter, fenol, mercúrio, mostarda, opiáceos, propile-noglicol, turpentina), obstrução intestinal, reaçãode hipersensibilidade, toxemia, toxinas bacteria-nas (difteria, escarlatina, estreptocócica aguda,febre tifóide e pneumonia), traumatismo e tumor

abdominal.

Bibliografia consultada

ANGELETTI , R. H. Proteins: analysis and design. NewYork, Academic Press, 1998. 550 p.

BEETHAM, R . , CATTEL, W. R . Pro te inur ia :pat hop hys iol ogy, signif icance and recommendations formeasurement in c l in ica l p rac t ice . Ann. Clin. Biochem.,3 0 :425-34 , 1993.

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DRICKMAN, A. , McKEON, F. A. Determinat ion of tota lserum protein by means of the refractive inde x of serum.Am. J. Cl in. Path. 38:392-6 , 1962.

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A L B U M I N A  

albumina compreende ao redor de 60% das

proteínas presentes no plasma humano. Ésintet izada no f ígado em velocidade dependenteda ingestão protéica, mas sujeit a a regulação porretroalimentação pelo teor de albumina circulante.Tem meia vida de 15-19 dias. A albumina exerceimportantes funçõ es:

§ Contribui com 75-80% do efeito osmótic o doplasma, um dos fat ores que regulam a di stri-buição apropriada de água entre os compart i-mentos intra- e extracelulares. Em certas en-fermidades, os teores de albumina anorma l-mente baixas, movem a água do leito vascularpara os tecidos (edema).

§ Transporte e armaze namento de vários com-postos muito dos quais pouco solúveis emágua. Por exemplo, a albumina liga (e solubi-liza) vá rios c omposto s não-polares como a bi-lirrubina não-conjugad a transpor tando -a até ofígado; ácidos graxos de cadeia longa que seligam fortemente à albumina, sendo assimtrans portados do fígado para os tecidos perifé-r icos. A concentração plasmática de diversassub stâncias, ta is como cálcio, alguns hor-

mônios (tiroxina, triiodotironina, cortisol, al-dostero na) e triptof ano, são reguladas, de certomodo, pela sua ligação à albumina. Várias dro -gas, por exemplo, salicilatos, fenilbutazona,clofibrato, dicumarol, penicilina G e warfarin,também se ligam fortemente à albumina.

H I P E R A L B U M I N E M I A  

É encontrada raramente como nos casos de carci-nomatose metastát ica, desidratação aguda, dia r-

réia, esclerodermia, esteatorréia, estresse, febrereumática, gravidez, intoxicação hídrica, lúpuseritematoso sistêmico, meningite, miastenia, mie-loma múltiplo, nefrose, neoplasias, o steomielite,pneumonia, poliartrite nodosa, sarcoidose, trau-

matismo, tuberculose, úlcera péptica, uremia,

vômito e hemoconcentração.

H I P O A L B U M I N E M I A  

Esta condição pode ser fisiológica oupatológica.

Redução da síntese

§   Enfermidade hepática severa, como hepatitecrônica e cirrose, resul ta na incapacidade dos

hepatócitos em sintetizar albumina.

§  Desnutrição ou diminuição da inges tão pro -

téica .

§ Síndromes de má absorção , redução da absor-ção de aminoácidos.

Aumento do catabolismo protéico.  Comoresultado de lesões (cirurgia de grande porte outrauma), infecção ou malignidade.

Perda de proteínas.   Urina: é a forma maissevera desta anormalidade com concentrações dealbumina de até < 2 g/L, geralmente com presençade edema. As principais causas são: s índromenefrótico, glomerulonefrite crônica, diabetes oulupus eritematoso sistêmico. Fezes: enteropatiaperdedora de proteínas aumentada por enfermi-dade neoplástica ou inflamatória. Pele: queimadu-ras .

Distribuição alterada. Seqüestro de grandesquantidades de albumina do compartimento extra-celular, por exemplo, na ascite, quando a elevada

pressão na circulação portal dirige a albuminapara o líquido peritonial.

Outras anormalidades. A analbuminemia , umarara doença caracterizada pela ausência congênitade albumina, e bisalbuminemia , detectada na ele-troforese pelo aparecimento de duas bandas ou

A

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  Aminoác idos e pro te ínas 71

uma banda mais larga no lugar da banda normal dealbumina. Nenhum sintoma clínico está associadoa bisalbuminemia.

O termo “microalbuminemia” é empregado

para descrever aumentos na excreção de albuminasem evidências ou enfermidade renal. Esta condi-ção é encontrada em certas p opulações de diabéti-cos que desenvolvem enfermidade renal. Entre-tanto, a presença de albumina na urina é umachad o não -específico. A hipertensão, infecção dotrato urinário, exercício e enfermidade cardíacacongestiva também podem aumentar a excreção daalbumina na urina.

C O N S E Q Ü Ê N C I A S D A H I P O A L B U M I N E M I A 

A hipoalbuminemia afeta a distribuição líquida docorpo e as concentrações plasmáticas de substân-cias transportadas li gadas à albumina.

§  Distr ibuição dos l íquidos corporais . A albu-mina é o mais importante contribuinte da p res -são oncótica do plasma e sua redução resultaem edema.

§ Função transportadora. Os níveis d e const i-tuintes normalmente t ransportados pela alb u-mina estão diminuido s. Por exemplo, calcemia,

drogas e bilirrubina transportada por proteínas.A ligação da bilirru bina à albumina impe de quea bilirrubina “livre” atrave sse a barr eira san-gue/cérebro e, portanto, a sua deposiçã o nostecidos cerebrais (kernictericus na icterícia ne-onatal). 

DETERMINAÇÃO DA ALBUMINA SÉRICA 

Paciente. Não deve consumir dieta rica em gor-dura por 48 h antes da prova.

Amostra. Soro . Evitar estase prolongada na co -leta de sangue, pois a hemoconcentração aumenta

os níveis de proteínas plasmáticas; além disso, apostura do paciente deve ser observada já que oteor de albumina é, aproximadamente, 0,3 g/dLmaior em pacientes ambulatoriais quando rela-cionados aos hospitalizados. Em frascos bem fe-

chados, o soro l ímpido é estável por uma semanaem temperatura ambiente ou um mês no refri-gerador.

Interferências.   Resultados falsamente elevados:

agentes ci totóxicos, ant iconcepcionais orais ebromossulfaleína.  Resul tados falsamente reduzi-

dos: paracetamol, aspirina, estrogênios, anticon-cepcionais orais, ampicilina, asparaginase e fluo-rouracil.

Métodos.  Os primeiros métodos para a separaçãoda albumina das globulin as empregavam o fracio-namento salino. Os mais popu lares usavam o sul-fato de sódio com a medida da albumina pelométodo de Kjeldahl ou pelo desenvolvimento decor pela reação do biureto.

Verde de bromocresol . Atualmente, os métodosmais amplamente empregados para a análise daalbumina são os de fixação de corantes. A albu-mina tem a capacidade de fixar seletivamentevários aníons orgânicos, entre os quais, moléculasde corantes complexos como o verde de bromo -cresol (BCG), azul de bromofenol (BPB) ou púr-pura de bromocresol (BCP). Ao ligarem-se à al-bumina estes corantes sofrem um desvio nas suasabsorções máximas. A quantidade de albuminaligada ao corante é proporcional ao teor de albu-mina na amostra. O métod o do BCG é o recomen-

dado por apresentar boa especif icidade e não so-frer interferências da bilirrubina, salicilatos, he-moglobina ou lipemia quando em níveis modera-dos. Este princípio é empregado para a químicaseca no  DT Vitros. 

 Eletroforese. O emprego da eletroforese dasproteínas para a separação da albumina fornecetambém informações adici onais sobre as globuli-na s .

Outros métodos.  A albumina também pode ser

avaliada pela determinação das globulinas baseada

no conteúdo de tr iptofano das globulinas. Váriosmétodos tais como: eletroimunoensaio, imuno-químico, nefelométrico, imunodifusão radial, ele-troimunodifusão, turbidimetria, radioimunoensaioe enzimaimunoensaio são também empregadospara a determinação da albumina sérica.

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72 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

Valores de referência para a albumina sérica

Homens adultos 3,5 a 5,0 g/dLMulheres adultas 3,7 a 5,3 g/dLRecém-nasci dos 2,8 a 5,0 g/dLAcima de 60 anos 3,4 a 4,8 g/dL

Bibliografia consultada

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  Aminoác idos e pro te ínas 73

PROTEÍNA S PLASMÁ TI CAS ESPECÍF I CAS  

s proteínas nos líquidos biológico s são molé-

culas anfóteras que podem ser separadas emfraçõe s quando aplicadas sobre um suporte porosoe submetidas a um campo elétrico em processodenominado eletroforese. A migração ocorre deacordo com o grau de ionização, tamanho e formada molécula protéica, também como, das caracte-r ís t icas da solução tampão (pH, composição qua-litativa, força iônica) do meio onde se realiza oprocesso; da força do campo elétr ico; da porosi-dade, viscosidade e temperatura do suporte .

A separação das proteínas é real izada em soropara evitar interferências da banda do fibrinogê-nio.

Em pH 8,6, empregando os métodos eletrofo-rét icos correntes, as proteínas no soro sangüíneosão divididas nas seguintes frações principais:pré-albumina, albumina, frações α1 , α2 , β1 , β2 e γ .A migração destas macromoléculas é realizada emsuportes como o acetato de celulose, gel de aga-rose, gel de poliacrilamida e gel de amido, emresposta a um campo elétrico.

As frações obtidas no soro por eletroforese temos seguintes valores de referência:

Proteínas Valores de referência (g/dL)

Pré-alb umina 0,020 a 0,040Albu mina 3,50 a 5,00Região α1 0,10 a 0,40Região α2 0,50 a 1,00Região β1 0,32 a 0,66Região β2 0,27 a 0,55Região γ  0,59 a 2,35

Cada fração protéica obtida por eletroforese éconstituída de proteínas individuais que podem serdeterminadas por vários métodos, como nefelo-metria, imunodifusão radial, imunoeletroforese,

etc.

P RÉ-A L B U M I N A  

Nesta fração, junto a pré-albumina também migraa  proteína l igad ora de ret inol (RBP). Ambas sãosintetizadas no fígado e tem uma meia-vida menorque 12 h, consequentemente, estas aval iaçõesfornecem indicadores s imples e sensíveis de des -nutr ição ou disfunção hepática. Os níveis caemrapidamente nas reduções calóricas e protéicas nadieta.

A pré-albumina transporta a tiroxina (T4 ) e a

triiodotironina (T3 ). Os níveis séricos da pré-al-bumina dim inuem na inf lamaçã o, doença s mali-gnas, cirrose hepática e enferm idades renais per-dedoras de proteínas. Na doença de Hodgkin osníveis aumentam.

A proteína ligadora de retinol (RBP) transportaa vitamina A (retinol). A RBP sérica eleva emenfermidades renais crônicas, especialmente empacientes com proteinúria tubular. A redução estáassociada com enfermidade hepática e má nutriçãoprotéica. Como o zinco é necessário para a síntesede RBP, os estados de deficiê ncia deste metal sãocaracterizados por baixos níveis de RBP e vita-mina A. A RBP é quantificada por nefelometria.

A L B U M I N A  

Variações na concentração de albumina sérica emvários estados foram descri tas na seção 3.2.

RE G I Ã O α 1  

A L FA 1 -A N T I T R I P S I N A ( A A T )

As proteínas como a tripsina, quimiotripsina,elastase e t rombina são continuamente l iberadaspara o sangue em pequenas quantidades a partir de

A

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74 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

várias fontes, incluindo o pâncreas, leucócitos ebactér ias intest inais . A AAT é uma das váriasproteínas que inibem a atividade destas proteases,particularmente, a elastase dos neutrófilos, e podeatuar na limitação da atividade proteolítica nos

sítios de inflamação . O interesse na AAT é a ass o-ciação entre certas doenças do pulmão e f ígadocom a sua deficiência devida ao polimorfismogenético.

Foram identificados vários fenótipos da defici-ência de AAT. O fenótipo MM (alelo Pi M, inibidorda protease) está associado com a at ividade nor-mal da AAT. Indivíduos homozigóticos com ofenótipo ZZ produzem somente pequenas quanti-dades de AAT plasmático. Estas pessoas estãopropensas as seguin tes desordens :

§  Enfisema pulmona r. Ao redor de 1% dos paci-entes com enfisema apresentam dificiências deAAT, s endo es ta perc entagem mais elevada em jovens. Quando associado com deficiência deAAT, o enfisema tende a se manifest ar em gru-pos com idade entre 20-40 anos. O fumo pareceser um importante fator que predispõe ao des-envolvime nto da doença nestes paciente s, pro-vavelmente pelo estímulo da atividade fagoci-tária com a liberação local de proteases. Partí-culas e bactér ias inaladas são continuamenteremovidas dos pulmões no processo de fago-

citose. Quando a AAT é deficiente, a enzimanão é inibida e ataca a elastina da parede alv e-olar. A perda de elasticidad e do tecido pulmo-nar provoca enfisema com redução da ventila-ção e aumento na vulnerabilidade para infec-ções respiratórias .

§   Desordens hepáticas. A icter ícia neonatal g e-ralmente se apresenta como um quadro coles-tátic o, s endo comum em indivíduos com o tipoZZ. Apesar da resolução da icter ícia , podeocorrer o desenvolvimento de cirrose. Ao redor

de 20% das crianças com cirrose, a desordemhepática pode ser atribuída a deficiência deAAT. Em adultos a cirrose e o hepatoma estãoassociados com o fenótipo Pi z .

Valores de referência

Recém nascidos 145 a 270 g/dLAdul tos 78 a 200 g/dLAcima de 60 anos 115 a 200 g/dL

Valores aumentados.   Doença pulmonar crô-nica, doenças do f ígado, diabetes mell i tus, doen-ças reumátic as, doenças gástricas, doenças renais,pancreatite, carcinoma, edema angioneurótico,cirrose, hepatoma, gravidez, terapia com estrogê-nios e esteróides. 

Valores reduzidos.   Deficiência congênita eperdas severas de pro te ínas .

A L FA 1 -G L I C O P RO T E Í N A Á C I D A ( A A G )

É composta por 45% de carboidratos, com hexose,hexosamina e ácido siálico em iguais proporções.Sua função primária é inativar a progesterona,mas também ligar e afetar a fármaco-cinética dealgumas drogas. Apesar do papel exato da AAGser desconhecido ela está aumentada na ar tr i tereumatóide, lupus eritematoso sistêmico, neo-plasma maligno, queimaduras e infarto do mio-cárdio. A redução ocorre na má n utrição, enfermi-dade hepática severa, síndrome nefrótica, anticon-cepcionais orais e gastroenteri tes perdedoras deproteínas. Os valores de referência para a AAGsão: 50-150 mg/dL.

A determinação de AAG substitui com vanta-gens o teste de mucoproteínas (seromucóides) ,descrito adiante.

A L FA 1 -F E T O P R O T E Í N A ( A F P )

É uma glicoproteína sintetizada no fígado fetal,sistema digestório e saco vitelino humano. O nívelmáximo é atingido na 30 a semana de gestação eno câncer hepático primário. Em obstetrícia a

determinação de AFP é realizada no líquido am-niót ico ou soro materno para detectar defei to do

tubo neura l (anencefalia, espinha bífida) do feto.A dosagem simultânea da AFP, β-HCG (hor-

mônio coriônico gonadotrófico fração beta) e es -triol livre é utilizada como avaliaçã o do risco fetalem mulheres no segundo trimestre de gravidez

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  Aminoác idos e pro te ínas 75

(entre 14 e 20 semanas) na detectação de 70% dasíndrome de Down (Trissomia do cromossomo 21)e de 95% dos casos de defei tos do tubo neuralaberto. A avaliação do risco fetal não é um testediagnóstico, mas sim uma oportunidade de r astre-

amento, que informa o risco da paciente para asaneuploidias mais freqüentes e para defei tos defechamento do tubo neural .

A freqüência da síndrome de Down é de 1/800nascimentos. A doença não é hereditária, mas há 5a 10% de cas os com “história familiar”. O risco denascimento de uma criança com síndrome deDown cresce com o aumento da idade materna(com 45 anos o risco chega a 1/30).

A elevação da AFP não é específ ica de ma-lignidade. Es tá presente em 15 a 75% das hep ato-pat ias benignas com at ividade regenerat iva do

hepatócito como a cirrose, hepatite alcoólica,hepatite crônica ativa, em doenças inflamatóriasintestinais e colite ulcerativa.

A AFP é marcador tumoral para carcinoma he-pato cecular e de células germinativas (não semi-nomas). Embora seja útil no diagnóstico, sua prin -cipal aplicação é na monitorização da eficácia dotratamento cirúrgico ou quimioterápico e no ras-treamento dessas neoplasias . Os níveis caem avalores normais ao redor de 4 a 6 semanas apóstratamento. Aumento nos teores após remissãoindicam a recorrência do tumor na maioria dos

ca sos .

Valores de referência para a AFP

Líquido amniótico (20 ª sema na) 5 a 25 mg/dLSoro materno (20 ª sema na) 20 a 100 µg/LRecém-nasci dos 5 mg/dL

A L FA 1 -L I P O P R O T E Í N A  

Transportadora de lipídios (v. adiante).

RE G I Ã O α 2  

H A P T O G L O B I N A ( H A P )

É uma glicoproteína sintetizada nos hepatócitos e,em pequenas quantidades, nas células do sis temaret ículo endotel ial dest inada ao transporte da he-moglobina livre no plasma para o sistema retículoendotelial onde é degradada . A hemoglobina não-ligada à haptoglob ina é filtrada pelos glomérul os eprecipita nos túbulos causando enfermidade renalsev era. Isto normalmente não ocorre com o com-plexo haptoglobina-hemoglobina que é muitogrande para ser filtrado, prevenindo, assim, lesõesrenais e a perda de ferro. O complexo é degradado

no f ígado ou sis tema ret ículo endotel ial , o queexplica o teor reduzido de haptoglobi na após epi-sódios he molíticos. Determinações isoladas destafração é de pouca utilidade; determinações seria-das, entretanto, são empregadas para monitorarestados hemolí t icos.

Valores de referência: recém nascidos 5-48mg/dL; adultos: 34-215 mg/dL.

Valores aumentados. Queimaduras, infecçõesagudas, terapia com corticóide, and rogêni os, do-

enças do colágeno, neoplasias e s índromenefrót ica – onde grande quantida de de proteínasde baixa massa molecular são perdidas.

Valores reduzidos. Hemólise intravascular,doenças severas do f ígad o, estrogênio s, anemiamegaloblásti ca, hematomas, gravidez, mononucle-ose infecciosa, reações de transfusão e malária.Nestes dois úl t i mos casos, são frequentes as so li-citações de haptoglobina acompanhada de lactatodesidrogenase e hemoglobina.

A L FA 2 -M A C R O G L O B U L I N A ( A M G )

É inibidora das proteases de modo dife rente que odescrito para a AAT. Inibe a atividade da tripsina,quimiotripsina, trombina, elastase, calicreína eplasmina. Está diminuída em pacientes com artritereumatóide, mieloma múltiplo e submetidos a

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76 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

terapia com estreptoquinase. Pode estar elevadadurante a gravidez, terapia com estrogênios, al-gumas doenças hepáticas, diabetes mell i tus esindrome nefrótica. A avaliação da AMG rara-mente tem valor clínico.

Valores de referência:  Homens: 150 a 350mg/dL; mulheres: 175 a 420 mg/dL.

Valores aumentados. Síndrome nefrótica, gra-videz, hemólise, infância, diabetes mellitus, in-flamações agudas e crônicas, neoplasias, cirrose,deficiência de α1 -antitripsina e terapia com estro-gênio.

Valores reduzidos.   Pancreat i te aguda grave eúlcera péptica.

C E R U L O P L A S M I N A (CER)

É sintetizada no fígado e transporta 90% do co breno plasma. Os 10% restantes são transportadospela albumina. Se is átomos de cobre estão ligadosem cada molécula de ceruloplasmina. Está au-mentada em infecções, doenças malignas etrauma. Os aumentos são particularmente notáveisem enfermidades do sistema retículoendotelialcomo a doença de Hodgkin. O nível está tambémelevado nas i nfecções ou obstrução do trato biliar.

A a plicação mais importante da avaliação da ce-ruloplasmina é no diagnóst ico da doença deWilson (defeito autossômico recessivo raro comincidência 1:50.000 a 1:100.000). As anormalida-des neste distúrbio são: diminuição da CER comredução da incorporação do cobre na apoproteínae redução drástica da excreção biliar do cobre. Ocobre deposi ta nos r ins, no f ígado onde causacirrose e no cérebro onde lesa a ganglia basal .Esta enfermidade também é chamada de degene-

ração hepatolent icular. Os teores de CER sãoafetados pela idade, exercício, gravidez e admi-

nistr ação de es trogê nios. Na ausência de enfermi-dade hepática severa, níveis abaixo de 10 mg/dLsão su gest i vos de enfermidade de Wilson.

Valores de referência para a

ceruloplasmina (mg/dL) 

1 a 2 meses 05 a 186 a 12 meses 33 a 4313 a 36 meses 26 a 554 a 5 anos 27 a 556 a 7 anos 24 a 54Acima de 7 anos 20 a 54Adul tos 18 a 45

Valores aumentados.   Artrite, doença deHodgkin, estados neoplásicos e inflamatórios,gravidez, emprego de estrogênios, antiepilépticose contraceptivos orais .

Valores reduzidos. Má nutrição, má absorção,doença de Wilson, perda de proteínas, s índrome

nefrótica, e enfermidade hepática severa, particu -larmente a cirrose biliar primária.

RE G I Ã O β 1

T R A N S F E R R I N A ( T R F , S I D E R O F I L I N A )

É a principal proteína plasmática transportadorade ferro. Os íons férr icos provenientes da degra-

dação do heme no f ígado e aqueles absor vidos apartir da dieta, são transportados pela transferrinapara os locais de produção dos er i t róci tos na me-dula óssea. Sua concentração está relacionada coma capacidade total de ligação de ferro (TIBC). Aavaliação da TRF é útil no diagnóstico diferencialda anemia ferropênica e no acompanhamento doseu tratamento. Na deficiência de ferro ou anemiahipocrômica, o teor de TRF está elevado em vir-tude do aumento da síntese, entretanto, a proteínaestá menos saturada com o ferro pois os níveis deferro plasmático estão baixos. Po r outro lado, se a

anemia é causada por impedime nto da incorpora-ção do ferro nos er i t róci tos, a concentração deTRF está normal ou baixa, mas saturada de ferro.Na sobrecarga de ferro, a TRF está normal en-quanto a saturação (normalmente 30-38%) excede55% e pode chegar até a 90%.

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  Aminoác idos e pro te ínas 77

Valores de referência: recém nascido s 130-275mg/dL; adultos: 220-400 mg/d/L e acima de 60anos 180-380 mg/dL.  Valores aumentados. Anemias por deficiência

de ferro, gravidez e durante a terapia com estro-gênio.

Valores reduzidos. Ocorrem, juntamente com baixosteores de albumina, pré-albumina e β-lipoproteína, eminflamações e doenças malignas. A causa da redução nasíntese ainda é desconhecida. Outras causas de diminui-ção da TRF são: enfermidade hepática (redução da sín-tese), má nutrição, síndrome nefrótico, neoplasias, he-mólise, enteropatias perdedoras de proteínas, a transfer-rinemia hereditária onde os níveis bastante reduzidos deTRF são acompanhados de sobrecarga de ferro e anemia

hipocrômica resistente à terapia pelo ferro.

H E M O P E X I N A (H X , H P X )

Atua no transporte do heme livre após catabolismoda hemoglobina em seus componentes. O com-plexo heme-hemopexina atinge o fígado onde aporção heme é convertida em bilirrubina. Estafração dificilmente é quantificada no laboratórioclínico. 

B E T A -L I P O P R O T E Í N A  

Transportadora de lipídios (v. adiante).  

C O M P L E M E N T O F R A Ç Ã O C4

A fração C4 participa da via clássica de ativaçãodo complemento e atua na resposta imunológicahumoral. Sua deficiência tem caráter autossômicorecessivo e resulta em redução da resposta à in-feccões.

Valores de referência: 15 a 45 mg/dL.

RE G I Ã O β 2

F I B R I N O G Ê N I O  

O fibrinogênio é uma glicoproteína sintetizadapelo f ígado. Atua como substrato para a ação daenzima trombina. É composta por três diferentespares de cadeias polipeptídicas ligadas por pontesdissulfeto, que sob a ação da trombina formamfibrinopeptídios A e B. A deficiência de fibrino-gênio pode resultar da fal ta de produção da molé-cula normal (afibrinogenia ou hipofibrogenia) ouda produção de uma proteína estruturalmenteanormal (disfibrinogenia).

Valores de referência: 200 a 450 mg/dL.

Valores aumentados.   Doenças inflamatóriasagudas e crônicas, s índrome nefrót ica, doençashepáticas/cirrose, gravidez, estrogênio terapia ecoagulação intravascular compensada.

Valores reduzidos.   Coagulação intravascularaguda ou descompensada, doença hepática avan-çada, terapia com L-asparaginase, terapia comagentes fibrinolíticos (estreptoquinase, uroquinasee ativadores de plasminogênio tis sular), disfibri-

nogenemia congênita – onde os indivíduo s afeta-dos podem ser assintomáticos ou apresentar epi-sódios esporádicos de sangramento.

C O M P L E M E N T O F R A Ç Ã O C3

A fração C3 é um dos nove componentes princi-pais do complemento total ; a tua na respostaimunológica humoral.

Valores de referência: 80 a 170 mg/dL.

B E T A 2 -M I C R O G L O B U L I N A ( B M G )

É uma proteína de baixa massa molecular (11.800)facilmente filtrada pelo glomérulo e quase total-mente reabsorvida pelos túbulos renais . Níveiselevados no plasma ocorrem na insuficiência re-

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78 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

nal, inflamação e neoplasma, especialmenteaqueles associados com os linfócitos B. O princi-pal valor da determinação da BMG é testar a fun-ção tubular renal, particularmente nos receptoresde transplantes renais onde a rejeição se manifesta

pela redução da função tubular .

Valores de referência

Soro 0,10 a 0,26 mg/dLUrina 0,03 a 0,37 mg/dLCR 0,30 mg/L

RE G I Ã O γ  

P R O T E Í N A C R E A T I V A (PCR)

É sintet izada no f ígado – presente no plasma depacientes com doenças agudas – e capaz de seligar ao polissacarídio-C da parede celular doStreptococcus pneumoniae. A PCR é um marcadornão-específico que eleva durante a resposta imunepara a infecção, lesão tecidual ou necrose celularassociada com infarto ou malignidade. Medidasrepetidas são úteis no estudo do curso de doenças(como acompanhar terapia durante a inflamaçãoou processo necrótico). A PCR está envolvida com

o sistem a auto-imune e atua na ati vação do com-plemento, fagocitose e liberação das linfocinas.

Valores de referência: 80-800 µg/dL.

Valores aumentados.   Infarto do miocárdio,estresse, trauma, infecções (ex.: recorrentes nolupus eritematoso sistêmico), inflamação (ex.:fase aguda da artrite r eumatóide), cirurgia ou pro-liferação neoplástica, espodilite anquilosante enecrose tecidual. O aumento pode chegar até 2000vezes o valor de referência. Entretanto, como o

aumento é ine specífico, e le não pode ser i nterpre-tado sem uma história clínica completa e tambémcom a comparação com outros exames.

I M U N O G L O B U L I N A S ( A N T I C O R P O S

H U M O R A I S)

As imunoglobul inas são proteínas especializadassintetizadas pelos linfócitos em resposta a um

antígeno; podem reconhecer e precipi tar , ou neu-tralizar invas ores como bact érias, vírus o u proteí-nas estranhas oriundas de outras espécies, ou ou-tras substânci as. Cada p roteína estranha estimula aformação de um conjunto de diferentes anticorpos,os quais podem combinar com o antígeno paraformar um complexo antígeno-anticorpo. A pro-dução de anticorpos é parte de um mecanismogeral de defesa denominado resposta imunitária  ou imunológica.

Os anticorpos são proteínas com moléculas emforma de Y, consistindo de quatro cadeias poli-

peptídicas: duas cadeias pesadas (H) e duas ca-deias leves (L). As seqüências de aminoácidos dasregiões variáveis das quatro cadeias determinam aespecificidade antigênica de um anticorpo emparticular, cujos sítios de ligação, que são com-plementares a carac terísticas estru turais específi-cas da molécula de antígeno, tornam possível aformação do complexo antígeno-anticorpo. IgG.  Corresponde a 70-75% das imunoglobulinastotais. A IgG difunde para o espaço extra -vascular(65% da IgG) devido ao seu pequeno tamanho,

sendo também capaz de atravessar a placenta. Suaprincipal função parece ser a neutralização detoxi nas nos espaços teciduais . Anticorpos daclas se IgG são produzidos em resposta à maioriadas bactér ias e vírus; agregam e envolvem peque-nas proteínas estranhas como as toxinas bacter ia-nas. Informações mais precisas sobre as imunida-des sã o obt idas p ela a valiaç ão das quatro subclas-ses da IgG: IgG1 , IgG2 , IgG3 e IgG4 . IgA.  Aproximadamente 10-15% das imunoglobu-linas séricas são IgA. Existe outra forma de IgA,provavelmente mais importante, chamada  IgA

secretora. É encon trada n as lág rimas , suor, saliva,leite, colostro, secreções gastrointestinais e brôn-quicas. A IgA fornece proteção da área externacontra microorganismos.

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  Aminoác idos e pro te ínas 79

Figura 8.1. Representação de uma molécula deimunoglobulina. A molécula consiste de duas cadeias

pesadas e duas cadeias leves ligadas por ligações

dissulfeto (-S-S-). Tanto a cadeia pesada, como a

cadeia leve, apresenta uma região variável e uma

região constante. IgM.   É um pentâmero produzido como primeiraresposta imune ao estímulo antigênico. É a pri-meira imunoglobulina produzida pelo feto duranteo desenvolvimento. Ela está confinada ao sangueem razão de sua elevada massa molecular que

impede a passagem para o espaço extravascular. AIgM não atravessa a barreira placentária, níveiselevados em recém-nascidos durante a primeirasemana de vida sugerem infecção pré-natal (rubé-ola, citomegalovírus, toxoplasmose etc.). O au-mento policlonal é encontrado na cirrose, esclero-derma, endocardite bacteriana, tripanosomíase,malária, mononucleose i nfecciosa, actinomicose eleucemia monocítica. Também é empregada naavaliação da imunidade humoral, diagnóstico emonitoramento da terapia da macroglobulinemiade Waldenström (aumento monoclonal da classe

IgM). No adulto compreende 5-10% das imuno-globulinas circulantes totais .

IgD.   Constitui menos que 1% das imunoglobuli-nas totais. Sua estrutura é similar a IgG. Muitasvezes estão presentes associadas ao monômero

IgM, na superfície dos linfócitos B. Sua função édesconhecida.

IgE.  Encontrada no plasma somente em pequenasquantidades. Inclu em as reaginas que se ligam às

células. Em presença de antígeno (alérgeno), ecomo um dos resultados da reação antígeno-anti-corpo, ocorre a liberação de histamina e outrasaminas e polipeptídios da células, produzindo umareação de hipersensibilidade local.

Valores de referência (por nefelometria) 

  Idade IgG I gA IgM IgD

Soro mg/dL mg/dL mg/dL mg/dL UI/mL

Neonatos 700-1480 0-2 ,2 5 -30 (DIR) (RIE)

16 -60 anos 650-1500 76-390 40-345 0 -8 0 -3 8 0

>60 anos 600-1560 90-410 30-360 - -

LCR 0-5 ,5 0 -0 ,6 0 -1 ,3 - -

Sal iva - ~11 - - -

DE F I C I Ê N CI A D A S I M U N O G L O B U L I N A S  

A defesa imunológica depende de quatro sistemasinterat ivos:

§ Anticorpos humorais (imunoglobulinas) dasérie de linfócitos B.

§ Imunidade celular-mediada dos linfó citos T.

§ O sistema fagocitário.

§ Sistema do complemento.

Os dois últimos sistemas são não específicos enão tem memória imunológica para o antígeno. O

primeiro e o quarto são proteínas pla smáticas.As principais causas de deficiência das imuno-globulinas são:

Causas secundárias. (Comuns):

§  Defeito na síntes e (a IgM cai primeiro, a seguira IgA e, finalmente, a IgG)

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80 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

− Neoplasia linfóide (leucemia linfocíticacrônica, doença de Hodgkin e mielomamúltiplo).

− Reação tóxica, insuficiência renal (perde-

dora de proteínas) e diabetes mell i tus.

− Drogas: fenitoína, penicilina e imunossu-pressores .

− Neonatal: prematuridade e atraso passageiroda s ín tese .

§ Perda anormal de proteínas 

− Síndrome nefrótica, queimaduras, lesõesexudativas e enteropatias perdedoras de

pro te ínas .

Causas primárias ou inerentes.  (Raros).

§  Insuf iciência na produção de ant icorpos.  

− Generalizada (infecções piogênicas seve-ras).

− Deficiência seletiva das seguintes imuno-globulinas.

− IgA: a mais comum (1:700), sem sinto-mas, mas as pessoas afetadas tendem asofrer doenças alérgicas ou autoimuno-nes .

− IgG e IgA (IgM aumentada): infecçõespiogênicas recorrentes.

− IgA e IgM: comum na giardíase.

− IgG: infecções piogênicas recorrentes.

− IgM: susceptibilidade à enfermidade

auto -imune e a septicemia após esple-noctomia.

§  Insuficiência co mbinada de anticorpo e imu ni-

dade célula-mediada. 

H I P E R G A M A G L O B U L I N E M I A

P O L I C L O N A L  

A hipergamaglobulinemia policlonal é caracteri-

zada por aumentos difusos das gamaglobuline-mias. É provocada pelo estímulo imun e de muitosclones celulares produzindo vári as imunoglobuli-nas. Representa a resposta das células β ao es t í -mulo antigênico e indica a presença de infecçãocrônica ou processo auto-imune. As principaiscausas são :

Infecções crônicas.   Brucelose, tuberculose,parasitoses (malária), lepra, bronquiectasia. Nes -tes casos, as est imativas das imunoglobulinasespecíficas raramente fornecem mais in formações

que a eletroforese protéica. No entanto, as suasdeterminações são de grande valor em alguns dia-gnóst icos diferenciais .

Doença hepática.   Cirrose biliar primária, cir-rose portal e hepatite crônica ativa.

Infecções intrauterinas.  A produção de IgMno feto aumenta e , ao nascer , o teor de IgM nosangue do cordão es tá e levado.

Doença inflamatória intestinal.   Doença deCrohn e colite ulcerativa.

Desordens auto-imunes.  Artrite reumatóide elúpus eritematoso sistêmico.

Granulomas.  Sarcoidose.

Em algun s casos, as class es imunoglobulínicasfornecem a indicação da etiologia:

§ Predomínio de IgG: hepatite crônica ativa elúpus eritematoso sistêmico.

§ Predomínio de IgA: cirrose criptogência, d o-ença de Crohn, tuberculose e sarcoidose.

§ Predomínio de IgM: cirrose biliar primária edoenças parasi tár ias .

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  Aminoác idos e pro te ínas 81

§  Aumentos equivalentes das IgA, IgG e IgM:  infecções crônicas prolongadas.

H I P E R G A M A G L O B U L I N E M I A

M O N O C L O N A L (PAR APR O TEIN EM IA )

As bandas de imunoglobulinas monoclonais vis í-veis na eletroforese do soro sangüíneo, como p i-cos estrei tos e pontiagudos, são denominadas pa-

raproteínas ou componentes monoclonais. Podemser polímeros, monômeros ou fragmentos de mo-léculas de imunoglobulinas, como cadeias leves(proteínas de Bence Jo nes) ou, raramente, cadeiaspesadas ou meias moléculas; tanto os monômeroscomo os fragmentos podem ser polimerizados. Adetecção de uma paraproteína no sangue ou urinanecessita outras investigações para determinar sea mesma é benigna ou maligna. Paraproteínemiasmalignas ocorrem n o mieloma múltiplo (e plasma-citoma), macroglobulinemia e outros tumoreslinfóides. A prevalência de paraproteínemia au-menta com a idade e está ao redor de 3% da po-pulação geriátrica.

Mieloma múltiplo.  Cerca de 60% das parapro-te ínas são devidas ao mieloma múlt iplo (doençamaligna de plasmócitos basicamente na medulaóssea) que está associado com várias classes deimunoglobulinas, principalmente, a IgG. A maio-ria dos mielomas produzem moléculas de Ig com-pletas – geralmente IgA ou IgG – sendo a quanti-dade produzida muitas vezes proporcional a massado tumor. Quantidades excessivas de fragmentosde Ig (cadeias leves ou partes de cadeias pesadas)são também produzid as em 85% dos casos, apro-ximadamente. Dímeros de cadeias leves (44kDa)estão, muitas vezes, presentes na urina sendo d e-nominados proteínas de Bence Jones . No mielomamúlt iplo são encontrados:

§ Sinais clínicos: dor óssea, fatiga, anemia leve,infecção, insuficiência renal, hiperviscosidadee u ma velocidade de hemosse dimentação ele-vada.

§ Diagnóstico: banda de paraproteínas na eletro-forese no soro e urina; lesões l í t icas difusas

no raio X ósseo; biópsia da medula óss ea compresença de células plasmáticas anormais.

§ Acompanhamento: hipercalcemia (envolvi-mento ósseo); creatinina e uréia elevadas 

(disfunção tubular e glomerular); β2 -micro-g lobul ina (níveis elevados indicam um mauprognóst ico – depende da renovação das cé-lulas tumorais e da função renal); hemoglo-

b ina reduz ida (depressão da medula); redução

das imunoglobulinas “normais” – nã o-para-proteína – o que predispõe à infecção.

Macroglobulinemia de Waldenström.  É umadoença clonal de linfócitos plasmocitóides secre-tores de IgM. Geralmente apresenta um curso maisprolongado que o mieloma múltiplo. Há uma pro-

liferação de células que lembram os linfócitos emlugar de células plasmáticas. Elas produzem molé-culas completas de IgM e, muitas vezes, excessode cadeias leves. A elevação do teor de IgM pro-move o aumento da viscosidade plasmática comtend ência à trombose. Epistaxe, hemorragias reti-nianas, confusão mental e insuficiência cardíacacon ge stiva são manifestações típicas da síndromede hiperviscosidade. O diagnóst ico e o acompa-nhamento da macroglobulinemia são realizadospe los seguin tes tes te s :

§ Eletroferese das proteínas no soro e urina.Devem ser usadas amostras recém-colhidaspara evitar erros resultantes da deterioração.Uma urina ao acaso é adequada para a de-monstração da proteinúria de Bence-Jones.

§  Determinação quantitativa das paraproteínas

e outras imunoglobulinas no soro. A análisedestes resultados permite a diferenciação entrea hipergamaglobulinemia benigna e maligna.

§  Imunoeletroforese ou imunofixação de prote í-

nas séricas e urinárias, pa ra determinar o tipode paraproteína.

§ β2 -Microglobulina sérica. Para monitorar oprogresso da doença ; n íve is e levados des tasproteínas indicam um mau prognóstico.

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82 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

§ Uréia e creat inina séricas, para avaliar a fun-ção renal.

§ Cálcio, fosfatase alcal ina e ácido úrico no

soro, medidos como índices da extensão do

envolvimento ósseo e renovação celular , res -pectivamente.

Doença da cadeia pesada (doença de

Franklin).   Compreende um grupo de condiçõesraras nas quais os fragmentos de cadeia pesadacorrespondentem a porção Fc das imunoglobulinasque são sintet izadas e excretadas na urina. A pro-dução anormal de cadeias pesadas α e γ é a des or-dem mais comum.

Paraproteinemia benigna. Pode ser transitória

ou persistente. As paraproteínas ocorrem transit ó-r iamente durante infecções agudas em doençaauto-imune devido a estimulação de antígeno.Paraproteinemia benigna estável ou persis tentepode ocorrer em tumores benignos das célul as B.São encontradas no diabetes melli tus, infecçõescrônicas, cirrose e desordens do tecido conjuntivo.São caracter ís t icas desta condição:

§ Concentração de paraproteínas abaixo de 2,0g/dL (<1,0 g/dL se a paraproteína for IgA).

§

Teores normais de albumina sérica e outrasimunoglobulinas.

§ Período maior que cinco anos sem elevaçãonas concent rações das parapro te ínas .

§ Mais comum em idades avançadas , isto é, aprevalência é 2% entre 60-80 anos, 10% entre80-90 anos e 20% para >90 anos.

RESPOSTA DE FASE AGUDA  

É uma al teração não específ ica da síntese e nosníveis plasmáticos de várias proteínas derivadasdo f ígado após danos teciduais ( t rauma, infar to,malignidade) e infecções. É uma resposta à infla-mação que promove o aumento nas concentraçõesde algumas proteínas sangüíneas ou teciduais .

A resposta de fase aguda é mediada pela l ibe-ração de ci toquinas pelos macrófagos at ivados.Em infecções bacterianas isto é induzido pelasendoxinas das bactérias. Vários efeitos sistêmicosacompanham a inflamação como febre, leucoci-

tose, al terações endócrinas, modif icações noequilíbrio líquido e eletrolítico e proteólise mus-cular.

Proteínas de fase aguda.  Este termo é usadopara denotar todas as proteínas que al teram a suaconcentração em 25% ou mais no períod o de umasemana após dano tecidual . Entre elas estão: pro-teína C reativa, α1 -antiquimiotripsina, haptoglo-bina, fatores do complemento e fibrinogênio. Al-gumas destas proteín as são descritas acima. Duasoutras medidas são empregadas para aval iar oes tado de fase aguda:

§ Velocidade de sedimentação globular. Modi-ficações na VSG abrangem alterações em vá-rias proteínas (fibrin ogênio, α2 -macroglobulinas, imunoglobulinas e albumina)também, como o número e as característicasdas membranas dos er i t róci tos.

§  Medidas das c i toquinas. Com o estabeleci-mento do papel das citoquinas, interleucina 1,interleucina 6 e o fator de necrose tumoral,pelo est ímulo da resposta de fase aguda, foisugerido as suas aval iações em condições in -

flamatórias . Ainda persistem vários problemastécnicos na determinação rot ineira destescomponentes.

Bibliografia consultada

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84 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

DESORDENS NO META BOLI SMO DOS AM IN OÁCIDOS  

s erros inatos do metabolismo envolvem

defeitos enzimáticos que interrompem viasfisiológicas. Estes impedimentos podem promo-ver:

§ Excesso de precursores tóxicos.

§ Excesso de metabólitos tóxicos.

§ Deficiência de metabólitos essenciais.

Em condições normais, o rim reabsorve maisde 95% dos aminoácidos filtrados, mas algumamodificação do transportador ou saturação dosmecanismos de reabsorção por elevados níveisplasmáticos podem provocar aminoacidúrias.Muitos distúrbios do metabolis mo dos aminoáci-dos são benignos, en quanto outros estão as socia-dos ao retardo mental, retardo do crescimento,convulsões, nefropat ia, cirrose hepática e disfun-ção de outros órgãos. As aminoacidúrias são dedois ti pos princ ipais – excesso de fluxo e renal.

 Excesso de fluxo . São as que acompanham osteores plasmáticos elevados de aminoácidosquando os túbulos renais são incapazes de reab-sorver as concentrações elevadas dos aminoácidos

no filtrado glomerular – ou seja, a capacida de dereabsorção máxima tubular renal é excedida.

 Renais. São condições associadas à excreçãourinária aumentada de um ou mais aminoácidos,enquanto a concentração dos aminoácidos plas-mático dos mesmos são normais. Estas condiçõestem em comum um defeito no mecanismo detransporte tubular renal de um ou mais aminoáci-dos .

H I P E R F E N I L A L A N I N E M I A S  

As hiperfenilalanine mias são um grupo de desor-dens resultantes do impedimento da conversão defenilalanina à tirosina. Esta via é catalisada pelaenzima  feni lalanina hidr oxi lase, encontrada emquantidades apreciáveis somente no fígado e rim.

A feni lcetonúria (PKU) é um erro inato do

metabolismo causado pela ausência (PKU clás-sica, tipo I) ou deficiência parcial (tipo II) daenzima fenilalanina hidroxilase, que converte afenilalanina em tirosina. Na falta desta enzima, afenilalanina acumula no sangue, sendo metaboli-zada por outra via produzindo catabólitos alterna-tivos, tais como, ácido fenilpirúvico, ácido feni-lláctico, ácido fenilacético e o seu conjugado coma glutamina, a fenacetilglutamina. Estes metabó-litos são rapidamente excre tados na urina, resul-tando em fenilcetonúria. Este distúrbio ocorre comuma freqüência de 1 para 10.000 nascimentos,apresentando sinais cl ínicos nas primeiras sema-nas de vida; cr ianças não-tratadas podem desen-volver retardo mental e redução na expectativa devida.

Crianças afetadas apresentam-se normais aonascimento e os primeiros sintomas são geral-mente inespecíficos – desenvolvimento retardado,dificuldades na alimentação e vômitos, as vezessuficientemente severo para sugerir estenose piló-rica. Os pacientes também tendem a demonstraruma hipopigmentação. Isto ocorre porqu e a feni-lalanina é um inibidor competitivo da tirosinase, aenzima que inicia a via de produção da melanina.

Níveis aumentados de fenilalanina também redu-zem os teores de noradrenalina, mielina e seroto-nina. Esta condição pode contribuir para os sinto-mas neurológicos.

A pesquisa desta enfermidade é, geralmente,realizada na segunda semana de vida do paciente,quando os níveis de fenilalanina estão aumenta-dos, mas ainda não iniciou o processo de retardomental. O aumento do ácido fenilacético encon-trado no suor e urina causa um odor murídio (se-melhante ao d o rato).

Outra forma de hiperfenilalaninemia é conhe-

cida como hiperfeni lalan inemia neonatal transi-ente . Esta desordem é causada pelo retardo namaturação hepática do sistema enzimático da fe-nilalanina hidroxilase. Esta condição não é umdefeito inerente; os níveis de fenilalanina podematingir 12 mg/dL inicialmente mas, progressiva-

O

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  Aminoác idos e pro te ínas 85

mente, vão decl inando até alcançar os valoresnormais.

T IR O SIN EM IA E D ESO RD EN S

R E L A C I O N A D A S 

A tirosinemia tem várias formas, todas acompa-nhadas por tirosinúria e acidúria fenólica. A tiro-sina é essencial para a s íntese protéica e servecomo precursora da tiroxina, melanina e cateco-laminas. A tirosina é proveniente da dieta protéicacomo também da hidroxilação da fenilalanina.

T I R O S I N E M I A I ( T I R O S I N O S E)

A tirosinemia I (tirosinose, tirosinemia hepatorre-nal) é uma desordem rara (1 para 100.000 nasci-mentos) caracterizada pela excreção do ácido  p -hidroxifenilpirúvico, quando o paciente está sobdieta normal e excreção de metabólitos da tirosinae pequenas quantidades de ácido

 p -hidróxifenilacético, quando a dieta inclui ex-cesso de t i rosina. Acredita-se ser causada pelaatividade reduzida da enzima ácido fumari laceto-

acetato hidroxi lase como também da ácido p -h i -

droxi feni lpirúvico oxidase (PHPPA oxidase) . Aperda da atividade enzimática provoca níve is ele-

vados de tirosina no sangue e urina e da metioninano sangue . Aumentos nos n íve is sé r icos deα-fetoproteín a estão també m associado s com estadesordem. O dano hepático resulta em insuficiên -cia aguda e, em alguns casos mais graves, emcirrose. A lesão re nal leva à síndrome de Fanconi.

T I R O S I N E M I A I I

É uma deficiência da enzima hepática t irosina

aminotransferase que catalisa o primeiro estágiodo catabolismo da tiro sina. As carecterist icas clí-nicas são: lesões oculares (erosão da córnea) ,lesões da pele, das palmas das mãos e solas dospés. Estas lesões oculares e na pele são provavel-mente secundária s a formação intracelular decristais de tirosina, que induz à inflamação. Ob-serva-se, ocasionalmente, retardo mental.

Elevados níveis de t i rosina são encontrados nosangue e urina, também como valores aumentadosde ácidos fenólicos e tiramina na urina. Diferenteda ti rosinemia I, a metionina plasmática não estáelevada. No sedimento urinário são encontr ados

cristais em forma de agulha.

T I R O SI N E M I A N E O N A T A L T R A N S I E N T E  

Neste distúrbio os teores de t i rosinemia estãoelevados em crianças prematuras e nascituras de atermo mas com baixo peso; apresentam imaturi-dade hepática e limitada capacidade de sintetizaras enzimas apropriadas. Com o fígado maduro, atirosina acumulada volta ao normal em 48 sema-nas .

C I S T I N Ú R I A  

Esta desordem não é do metabolismo dos aminoá-cidos, mas de defei to no transporte de cis t inapelas células dos túbulos renais e intestino, sendotransmitida como uma característica autossômicarecessiva. Nesta desordem também são excretadosoutros aminoácidos como a lisina, arginina e o r-nitina, mas o único que cristaliza é a cistina. Aincidência deste destúrbio está entre 1 para 10.000

(homozigóticos ) e 1 para 20.000 (heterozigótico s)nascimentos.A única manifestação cl ínica da doença – a

formação de cálculo urinário – inicia quando asconcentrações urinárias de cistina excedem 30mg/dL, o que ocorre durante a infância com inci-dência máxima na terceira década de vida. Fre-qüen temente são formados cálculos múltiplos quetendem a recorrência depois de removidos.

Os cálc ulos d e cist ina sã o branc o-amarelados emuitas vezes são moles mas podem também serdensamente granulares . A detectação de cristais decistina (hexagonais) no sedimento urinário podeser indicativo de formação de cál culo de cistina.

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86 Bioqu ím ica C l ín ica : P r inc íp ios e In te rp re tações  

C I S T I N O S E 

É uma doença de causa desconhecida caracter i-zada por defeito no processo de transporte atravésdas membranas l isossomais com deposição decristais de cistina. Manifestações sistêmicas sériasresulta m d esta deposição. Os cristais se acumulamno f ígado, r ins, baço, medula óssea, nódulos l in-fát icos e córnea do olho. A cist inose ocorre emcerca de 1 para 40.000 nascimentos.

O tipo nefropático da cistinose surge durante ainfância. Estas crianças demonstram deficiênciano crescimento, raquitismo, acidose e aumento daexcreção renal de potássio, gl icose, fosfato e ami-noácidos. Esta aminoacidúria renal é, muitas ve-zes, designada como aminoacidúria generalizadaem razão da perda paralela de outros aminoáci dos

na urina. Quando existir defeit o nos túbulos pro-ximais renais com glicosúria, aminoacidúria, fos-fatúria, proteinúria e, as vezes, acidose, a cisti-nose é conhecida como síndrome de Fanconi . Naforma grave há fotofobia e pode resultar em mortecomo resul tado da insuficiência renal.

Outra forma de cistinose – de início tardio,intermediária ou adolescente – não manif esta sin-tomas até a idade de 18 meses a 17 anos. A lesão émenos severa e os pacientes não apresent am sín-drome de Fanco ni. O progres so do dano glomeru-lar é mais lento que os casos típicos nefropáticos.

Existe também uma forma benigna ou adulta decistinose, onde se encontram cristais de cistina nacórnea, leucócitos e medula óssea. Estas pessoasnão apresentam disfunção renal ou retinopatia.

S ÍN D R O M E DE H A R T N U P 

Nesta condição há aumento na excreção urináriade alanina, treonina, glutamina, serina, aspara-gina, valina, leucina, isoleucina, fenilalanina,tirosina, triptofano, histidina e citrulina, resul-

tando em aminoacidúria renal. A incidência é de 1para 18.000 nascimentos.

Muitos pacientes com síndrome de Hartnupapresentam deficiência de nicotinamida, pois otriptofano é convertido em ácido nicotínico e n i-cotinamida em humanos. O triptofano é pobre-mente absorvido nestes pacientes e , devido a má

absorção, a deficiência de nicotinamida torna-semanifesta pelo exantema da pelagra que apareceno primeira década de vida. Existem manifesta-ções neurológicas, dor de cabeça, dificuldades emconcen trar-se, fraqueza dos membros e ataxia.

A cistinúria e síndrome de Hartnup produzemaminoacidúria por defeitos no transporte tubularrenal e , portanto, são as vezes designadas comoaminoacidúrias secundárias. Estas aminoacidúriastambém podem ser devidas a doenças dos r ins(cist inose) onde há disfunção tubular renal gene-ralizada, doença hepática ou desnutrição. Se, poroutro lado, as aminoacidúrias são resultantes dedefeitos enzimáticos das vias onde os aminoácidossão metabolizados, elas são designadas como ami-

noacidúrias primárias.  

A L C A P T O N Ú R I A (A C I D Ú R I A

H O M O G EN TÍS IC A )

É caracterizada pela excreção urinária do ácidohomogentísico (ácido diidroxifenilacético) pordeficiência da enzima homogentisato dioxidase,  que catali sa a transformaçã o do ácido homogentí-sico em ácido maleil acetoacético. É uma desor-dem rara com incid ência de 1 para 25 0.000 nasci-mentos.

Em crianças encontram-se o escureciment o daurina após expos ição ao ar ou à luz do sol ou pelaadição de álcali. Ela persiste durante a vida ge-ralmente sem consequências graves e pode não serdiagnosticada até a idade madura. O acúm ulo depolímeros de ácido homogentís ico nas célulascausam pigmentação escura nas cart i lagens e notecido conjuntivo além de alterações artríticas.

DO EN Ç A U R IN Á R IA EM XA R OPE DE

BO R D O  

É assim chamada devido ao odor caracter ís t icocomunicado à urina dessas pessoas pelos α-cetoá-cidos. Está associada com anormalidades no me -tabolismo de aminoácidos de cadeias ramificadascomo a leucina, isoleucina e valina nos líquidosbiológicos. É uma desordem hereditária autoss ô-

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  Aminoác idos e pro te ínas 87

mica recessiva que envolve defeito da enzimal ipoato-oxidorredutase dos α-ce toác idos de ca-

deia ramif icada que catalisa a descaboxilaçãooxidativa de cada um dos três α-cetoácidos, libe -rando o grupo carboxila como CO2 produzindo o

derivado acil-CoA. A incidência desta desordem éde 1 para 200.000 nascimentos.

A doença é t ratada por dieta . Quando não d e-tectada ou não tratada rapidamente, a desordemresulta em lesão cerebral severa e morte, queocorre em geral no primeiro ano de vida. Os sin-tomas incluem vômitos, convulsões, letargia, aci-dose, falta de apetite e hipoglicemia.

H O M O C I S T I N Ú R I A  

As homocist inúrias são desordens caracter izadaspela aumento na concentração da homocisteínanos tecidos do corpo. A incidência é de 1 para200.000 nascimentos.

A homocist inúria clássica é a deficiência ouausência da enzima hepática de c is ta t ion ina β-

s intase , que catalisa a formaçã o de cistationina apartir da homocistina e serina no metabolismo dametionina. O bloqueio causa o acúmulo sangüíneoe urinário de metionina, homocisteína e homocis-tina. Além da metionina, a urina pode conter ní-veis aumentados de outros aminoácidos contendo

enxofre.Os sintomas não se manifestam logo após o

nascimento, mas se desenvolvem com a idade.Uma das manifestações mais comuns é o ectopiado cristalino. Ocorrem também anormalidadesesquelét icas como a osteoporose intensa. O re-tardo mental não é um achado consistente. Ascomplicaçõe s que podem lev ar a morte são c ardi-ovascu lares. Estes pacientes tem al terações nasplaquetas e tendência para eventos a t romboem-bólicos.

A L B I N I S M O  

O albinismo é o resultado da ausência ou defic i-ência da enzima t irosinase que converte a tirosinaem melanina. Foram identificados dois tipos dealbinismo (defeitos genéticos autossômicos reces-sivos) dependendo da quantidade de melaninaproduzida. O albinismo do tipo I ocorre com afreqüência de 1 para 10.000 nascimentos. Ne-nhu ma melanina é produzida nestes pacientes e osolhos, cabelos e pele são afetados. A visão f icabastante comprometida.

No tipo II uma pequena quantidade de mela-nina é produzida e a visão não é tão afetadaquanto no t ipo I . O t ipo I e o t ipo II são defei tosgenéticos recessivos diferentes. A freqüência deocorrência do tipo II é de 1 para 60.000 nasci-

mentos.

Bibliografia consultada

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5/10/2018 Bioq.Clinica - Aminoacidos e Proteinas(trabalho) - slidepdf.com

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88 Bioqu ím i ca C l ín ica : P r inc íp ios e In terp re tações 

M UCOPROTEÍNAS (SEROMUCOIDES)

s proteínas plasmáticas, à exceção dasimunoglobulinas e hormônios protéicos, sãosintetizadas no fígado, e chegam à corrente san-güínea, circulando entre o sangue e os espaçosextracelulares. Este movimento ocorre não apenaspela difusão pass iva por meio das inter faces e ntrecélulas endoteliais, mas também por causa dosmecanismos ativos de transporte. Em face dessemovimento, a maioria dos fluidos extravascular esnormalmente contêm pequenas quantidades deproteínas plasmáticas que se ligam a carboidratos.

Compostos formados por prote ínas e carboi-

dratos são classif icados em dois grupos: gl ico-proteínas e mucoproteínas. Estão presentes nosseguintes compostos: hexoses (galactose ou ma-nose); hexosaminas (glicosamina ou galactosa-mina); metilpentose (fucose) e ácido siálico(Ácido N-acetilneuramínico). A fração protéica écomposta de transferrina, ceruloplasmina e hapto-globina.

As glicoproteínas são aquelas proteínas unidasa carboidratos com menos de 4% de hexosamina(e até 15% de carboidratos).

As mucopr oteínas, po r sua vez, contêm maisque 4% de hexosamina (e 10 a 75% de carboidra-tos) .

Em quantidades variáveis; as mucoproteínasestão presentes em todas as frações globulínicas,sendo de interesse cl ínico a α1 -glicoproteínaácida. As mucoproteínas do soro normal migram,principalmente, junto àα1 -globulina, enquanto asde um soro patológico correm com a fração α2 -globulina.

S I G N I F I C A Ç Ã O C L Í N I C A D A S

M U C O P R O T E Í N A S  

Apesar do papel exato das mucoproteín as ser des-conhecido, elas estão associadas com a inf lama-ção; níveis elevados são encontrados após episó-dios de inflamação aguda.

Valores aumentados (em geral 8 a 12 mg/dLem tirosina) são encontrados na febre reumática,

onde além de orientarem o diagnóstico, permitem

a avaliação da atividade inflamatória pois perma-necem al teradas enquanto persis t i r o surto.Na fase aguda da artrite reumatóide infanto-

 juvenil , as mucoproteínas apresentam os teoresmais elevados, enquanto no adulto aumentam s o-mente em 40% dos casos sem apr esentar correla-ção com a duração, grau de atividade e tratamentoda doença.

As mucoproteínas estão também elevadas nolupus eritematoso disseminado, dermatomiosite,neoplasmas malignos (especialmente aqueles commetástases e grande massa tumoral), infarto domiocárdio, esclerodermia, reumatismos metabóli-cos ou infecciosos.

Redução das mucoproteínas ocorre na desnutri-ção, enfermidade hepática severa e gastroentero-pat ias perdedoras de proteínas.

Atualmente, o teste de mucoproteínas estásendo subst i tuído com vantagens pela determin a-ção da α1 -gl icoproteína ácida (AAG). Esta av ali-ação apresenta melhor especificidade, sensibili-dade e adequação ao laboratório por ser menostrabalhosa.

DETERMINAÇÃO DAS MUCOPROTEÍNAS  

Paciente. Não é necessário jejum para a coletade sangue .

Amostra. Soro ou  p lasma hepariniza do . Separara amostra logo que possível. Armazenado em re-frigerador, o soro mantém-se inalterado por umasemana.

Métodos. Em anos recentes, a utilidade clínicada avaliação das mucoproteínas foi suplantada

pela determinação da α1 -glicoproteína ácida. Con-sequentem ente, existe pouco incenti vo em desen-volver e aperfeiçoar este ensaio. Como em nossomeio este teste ainda é utilizado, faz-se a seguiralgumas considerações quanto a sua determinação.

Vários métodos foram descritos para a deter-minação das proteínas p resentes nas mucoproteí-

A

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  Aminoác idos e pro te ínas 89

nas, tais como, químicos, eletroforéticos ou porimunodifusão. O mais popular utiliza métodosquímicos.

 Método químico. É o método mais usado. Ba -

seia-se na propriedade das mucoproteínas seremso lúveis em ácido perclórico diluído, mas preci-pitar com ácido fosfotúngstico. Este último é la-vado e a quantidade de mucoproteínas é determi-nada colorimetricamente através do reagente deFolin-Ciocalteau. Estes métodos pecam pela faltade exatidão.

Valores de referência para as mucoproteínas

Adul tos 2 a 4,5 mg/dL (em tirosina)

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