Psicologia da Velhice - 1

60
Acção: Geriatria UFCD 8 - Psicologia da Velhice 01 Formadora: Dra. Andrea Colôa Centro de Formação Profissional de Castelo Branco Local: Proença-a-Nova 16 Fevereiro a 18 de Março

Transcript of Psicologia da Velhice - 1

Page 1: Psicologia da Velhice - 1

Acção: Geriatria UFCD 8 - Psicologia da Velhice 01

Formadora: Dra. Andrea Colôa

Centro de Formação Profissional de Castelo Branco

Local: Proença-a-Nova

16 Fevereiro a 18 de Março

Page 2: Psicologia da Velhice - 1

1. Conteúdos Teórico/Práticos

Gerontopsicologia

Ψ Aspectos biológicos e psicológicos no envelhecer:

- emoções e velhice

- motivação

- personalidade: tipologias

Page 3: Psicologia da Velhice - 1

1. Conteúdos Teórico/Práticos

Gerontopsicologia

Ψ Tarefas evolutivas da velhice:

- Ajustamentos psicossociais da velhice

- Fase final da vida / reflexão sobre a morte e o luto

Page 4: Psicologia da Velhice - 1

1. Conteúdos Teórico/Práticos

Gerontopsicologia

Ψ Aspectos cognitivos do envelhecimento:

- Velhice e aprendizagem

- Avaliação das funções cognitivas

- Modificações nas funções cognitivas:

Ҩ Inteligência, memória e aprendizagem

Ҩ Resolução de problemas e criatividade

Page 5: Psicologia da Velhice - 1

Ψ Factores que influenciam a mudança de

comportamento sexual na velhice:

- Crise da menopausa

- Sexualidade depois do 60 anos

- Amor e sexualidade na pessoa idosa

2. Conteúdos Teórico/Práticos

A Sexualidade na Velhice

Page 6: Psicologia da Velhice - 1

Ψ Enunciar a importância da Gerontopsicologia no

reconhecimento dos problemas que se colocam no

idoso.

Ψ Reconhecer a importância da sexualidade na velhice.

Ψ Reconhecer genericamente alguns problemas que se

colocam ao idoso e à sua problemática na actualidade.

Objectivos:

Page 7: Psicologia da Velhice - 1

COMPETÊNCIAS PROFISSIONAISTipologia de Competências:

Saber saber

Conhecimento

Teórico

Saber fazer

Competências

Técnicas e

profissionais

Saber ser

Competências

Sociais e

relacionais

Saber aprender

AGIR – INTERVIR

Page 8: Psicologia da Velhice - 1
Page 9: Psicologia da Velhice - 1

(…)para o Homem que envelhece é um dever e uma

necessidade dedicar atenção séria ao seu próprio si-

mesmo.

Depois de haver esbanjado luz e calor sobre o mundo, o

Sol recolhe os seus raios para iluminar-se a si mesmo.

C. G. Jung

Page 10: Psicologia da Velhice - 1

Crescer,… adquirir experiências, conquistar pessoas e

coisas e tantas outras aquisições no decorrer da vida é,

em geral, sem sombra de dúvida, desejado por todos.

Envelhecer,… entretanto, para muitos, não o é. Mesmo

assim, todos sabem que, independentemente da

vontade de cada um, chegarão ao envelhecimento…

Page 11: Psicologia da Velhice - 1

Envelhecer representa ameaçadoramente para

o individuo um desgaste das suas

capacidades fisiológicas globais, seja de um

modo progressivo, discreto ou grave.

Page 12: Psicologia da Velhice - 1

Esta ameaça implica…

-Modificações somáticas (físicas)

-Mudanças psicossociais:

Ҩ memória

Ҩ inteligência

Ҩ comportamento

Ҩ personalidade

Ҩ relações socio-familiares

Ҩ económicas

Page 13: Psicologia da Velhice - 1

Sabe-se que a velhice patológica não representa

regra única para todos, o medo e o preconceito

existem, e isso dificulta a aceitação do

envelhecimento como processo natural da vida.

Page 14: Psicologia da Velhice - 1

Ҩ FACTORES GENÉTICOS

Ҩ FACTORES ADQUIRIDOS

Page 15: Psicologia da Velhice - 1

Um individuo não envelhece biologicamente da

mesma forma que outro, pois uma série de

particularidades diferenciam o envelhecimento neste

ou naquele aspecto.

Page 16: Psicologia da Velhice - 1

Ҩ podem ter força força muscular e rapidez de

movimentos até aos 70/80 anos, enquanto outros,

em maior número, cedo sentirão o cansaço, a fadiga,

a diminuição da força muscular.

Alguns, por exemplo:

Ҩ podem ter o embranquecimento dos cabelos até

antes da terceira idade, enquanto outros, mais

raramente, só irão começar a te-lo dos 50/55 anos.

Page 17: Psicologia da Velhice - 1

Os factores que provocam tais diferenças estão

condicionados particularmente a dois grupos:

Ҩ genéticos

Ҩ adquiridos

Page 18: Psicologia da Velhice - 1

Ҩ FACTORES GENÉTICOS

- Constituição física

- Temperamento

- Carácter

Page 19: Psicologia da Velhice - 1

Ҩ FACTORES ADQUIRIDOS

Page 20: Psicologia da Velhice - 1

- Stress

- Nicotina

- Álcool

- Café e chás com cafeína

- Actividade sexual

- Nutrição excessiva ou insuficiente

- Vida intelectual, criativa ou artística

Page 21: Psicologia da Velhice - 1

- Influência etnológica

- Influência climática

- Condições socioculturais e económicas

- Maior valorização do seu mundo interno

Page 22: Psicologia da Velhice - 1
Page 23: Psicologia da Velhice - 1

- Tendência à obesidade

- Perda da elasticidade e hidratação da pele

- Embranquecimento, queda ou adelgaçamento dos

cabelos

- Esmorecimento do brilho dos olhos

- Surgimento de bolsas sobre os olhos e

espessamento das pálpebras superiores

- Alongamento do nariz e dos lóbulos das orelhas

Page 24: Psicologia da Velhice - 1

- Adelgaçamento do lábio superior

- Desgaste ou perda dos dentes

- Diminuição ou apagamento da força tónica e da

sonoridade da voz

- Diminuição ou perda da audição e da acuidade

visual

- Diminuição do paladar, do olfacto e do tacto

- Diminuição do crescimento das unhas

Page 25: Psicologia da Velhice - 1

- Diminuição da força e do tonús muscular,

possibilitando um maior número de quedas

- Maior dificuldade nas cicatrizações das feridas

- Aparecimento de varizes

- Redução do busto

- Perturbações do sono

- Maior propensão ás doenças orgânicas crónicas,

por exemplo: infecções

Page 26: Psicologia da Velhice - 1

- Redução da largura dos ombros e aumento na da

bacia

- Perda de peso de quase todos os órgãos internos

- Interrupção na mulher da função reprodutora

Page 27: Psicologia da Velhice - 1
Page 28: Psicologia da Velhice - 1

- Surgimento de cataratas

- Diminuição da sensibilidade: visual, auditiva,

térmica e dolorosa

- Modificações do apetite sexual

- Diabetes

- Hipertensão arterial

- Arteriosclerose

- Bronquite

Page 29: Psicologia da Velhice - 1

- Insuficiência renal aguda

- Deformações torácicas

- Reumatismo

- Aparecimento de cancro nos mais variados

órgãos

Page 30: Psicologia da Velhice - 1
Page 31: Psicologia da Velhice - 1

O idoso não comprometido psicologicamente é

aquele que ainda “vive” e quer continuar a viver

a vida na sua plenitude, usufruíndo daquilo que

ela ainda lhe pode oferecer e para a qual ele

pode responder.

Page 32: Psicologia da Velhice - 1

O idoso que não vive à sombra das perdas ou á

sombra do que não pode atingir, ainda tem,

mesmo com medo, desejos de realização pessoal.

Page 33: Psicologia da Velhice - 1

“Muitos problemas psicológicos dos anciãos…

provêm de conflitos afectivos e frustrações

correspondentes a épocas da sua vida. As

dificuldades psicológicas que se acumulam na

velhice das pessoas não satisfeitas e inadaptadas.

Uma vida adequadamente vivida constituí, pelo

contrário, um magnífico escudo contra os riscos

psicológicos que a velhice comporta.”

Alonzo-Fernandes

Page 34: Psicologia da Velhice - 1

Gaiarsa defende a ideia de que a manutenção da

jovialidade na velhice depende básicamente da

rigidez de carácter.

“As pessoas muito contidas e controladas são

velhas desde o começo.”

Page 35: Psicologia da Velhice - 1

Perturbações Emocionais do

Envelhecimento

Page 36: Psicologia da Velhice - 1

O relacionamento do idoso com o mundo caracteriza-se

por:

Ҩ dificuldades adaptativas, tanto emocionais quanto

fisiológicas;

Ҩ performance ocupacional e social,

Ҩ pragmatismo,

Ҩ dificuldade para aceitação do novo,

Ҩ alterações na escala de valores

Ҩ disposição geral para as relações interpessoais.

Page 37: Psicologia da Velhice - 1

Freud afirmava, com notável sabedoria, que os

determinantes de uma patologia podem ser divididos

em duas partes:

1- aqueles que a pessoa traz consigo para a vida

2- aqueles que a vida lhe traz .

Page 38: Psicologia da Velhice - 1

Factores trazidos ao indivíduo pelo

seu destino

Factores que o indivíduo traz consigo na sua

constituição

O equilíbrio psíquico do idoso depende da sua capacidade

de adaptação à sua existência presente e passada e das

condições da realidade que o cercam...

Na senilidade isso fica mais evidente ainda

Page 39: Psicologia da Velhice - 1

Funcionamento Patológico

Funcionamento Normal

NEURÓTICO ESTADO-LIMITE PSICOSE

Page 40: Psicologia da Velhice - 1

AFECTIVIDADE

É a capacidade de experimentar sentimentos e

emoções, como um estado de ânimo que proporciona

a tonalidade do relacionamento do indivíduo com o

mundo e consigo próprio.

Page 41: Psicologia da Velhice - 1

ALTERAÇÕES AFECTIVAS:

- Incontinência Emocional

Trata-se de uma forma de alteração da afectividade peculiar à

velhice que se caracteriza pela grande facilidade em produzir intensas

reacções afectivas e uma subsequente incapacidade para controlá-las

- Labilidade Afectiva

Demonstrada por mudanças rápidas das emoções. Não se

consegue reagir adequadamente. Pode haver hipomania, acompanhada

de explosões do humor ou manifestações de cólera diante de estímulos

insignificantes.

Page 42: Psicologia da Velhice - 1

"envelhece-se como se viveu:

Os traços pessoais da nossa constituição ficam

mais marcantes com o envelhecimento.

Os indivíduos portadores de dificuldades

adaptativas em idade anterior, envelhecem com maiores

dificuldades.

Page 43: Psicologia da Velhice - 1

Se os acontecimentos existenciais eram sentidos com

alguma dificuldade ou sofrimento na idade adulta ou

jovem, quando a própria fisiologia era mais favorável e as

condições de vida mais satisfatórias e atraentes, no

envelhecimento, então, quando as circunstâncias

concorrem naturalmente para um decréscimo na qualidade

geral de vida, a adaptação será muito mais problemática.

Page 44: Psicologia da Velhice - 1

Um ambiente pleno de carinho e atenção em torno do

idoso, juntamente com uma serenidade afectiva própria da

evolução favoreceriam o acomodamento emocional com o

envelhecimento.

Page 45: Psicologia da Velhice - 1

Esta "serenidade afectiva", necessária à acalmia de

algumas neuroses no envelhecimento, seria uma

circunstância emocional mais tranquila, possivelmente

ausente em épocas anteriores e, cuja falta, poderia

contribuir para a manutenção de um antigo quadro

neurótico.

Page 46: Psicologia da Velhice - 1

Tais alterações estruturais benéficas são mais observáveis

em alguns casos de:

- perturbações obsessivas

- perturbações histéricos

- perturbações fóbicas

Porém, não devem ser

entendidos como via de regra.

Page 47: Psicologia da Velhice - 1

Mais comum na senilidade é o agravamento e não a

melhora das alterações psíquicas anteriormente

constatadas.

No caso das neuroses do idoso, assim como nas demais

idades, a perturbação decorre do grande esforço interno

em conseguir uma satisfação existencial e uma

adaptação à realidade.

Page 48: Psicologia da Velhice - 1

Assim sendo, mesmo diante de circunstâncias existenciais

favoráveis para alguns idosos, a tal satisfação adaptativa

não seria conseguida devido à fragilidade emocional

própria de seus traços afectivos.

Nestes casos não é a vida ou as circunstâncias

ambientais que poderiam originar as perturbações

patológicas da senilidade mas sim, as condições de

personalidade prévia do paciente (aquilo que já faz parte

de nós).

Page 49: Psicologia da Velhice - 1

Outros idosos, possuidores de melhores condições de

adaptação (personalidade), não manifestariam transtornos

emocionais diante de iguais condições de vida.

É por causa disso que se envelhece como se viveu.

Page 50: Psicologia da Velhice - 1

Assim sendo, a pessoa traz para a vida não apenas a

parte de sua personalidade visivelmente conhecida mas,

sobretudo, certas peculiaridades genéticas ocultas e

capazes de aumentar a probabilidade do desenvolvimento

das doenças próprias do envelhecimento.

Page 51: Psicologia da Velhice - 1

Diz um provérbio que "teme mais a morte aquele que mais

temeu a vida".

Page 52: Psicologia da Velhice - 1

(Des)Motivação na velhice…

Page 53: Psicologia da Velhice - 1

Os efeitos associados à inactividade são sérios, pois

podem acarretar uma redução no desempenho físico, na

capacidade motora, na capacidade de concentração, de

reacção e de coordenação, gerando processos de

desmotivação, baixa auto-estima, insegurança,

isolamento social e de solidão.

Estes efeitos podem ser atenuados com programas de exercício

físico, actividades recreativas, culturais e de formação.

Page 54: Psicologia da Velhice - 1

Deve

considerar-se o equilíbrio entre as limitações e as

potencialidades da pessoa idosa, pois

este ajuda-a a lidar com as inevitáveis perdas

decorrentes do envelhecimento

Page 55: Psicologia da Velhice - 1

Durante a vida activa, trabalha-se e, aquando

da aposentação, há um vazio.

No entanto, há poucos espaços que tenham por

objectivo

oferecer actividades que resultem na combinação de

aprendizagem e de crescimento.

Page 56: Psicologia da Velhice - 1

QUANDO VERDADEIRAMENTE MOTIVADOS:

descobrem a oportunidade de refazer a sua vida pela

ocupação do tempo livre de que dispõem, realizando

actividades que lhes dão prazer, inclusivamente as que

sempre quiseram fazer e não tiveram oportunidade, sem

se sentirem pressionados. Aprendem sem limites, sem

prazos, em liberdade.

Page 57: Psicologia da Velhice - 1

Esta combinação harmoniosa de educação,

de actividade e de tempo livre conduz ao bem-estar

subjectivo, à satisfação com a vida

e constitui uma estratégia de confronto com a solidão.

Page 58: Psicologia da Velhice - 1

o paradigma da motivação de Maslow, pode-se inferir que a realização

pessoal serve de impulso, levando estas pessoas a agir, para a

satisfação dessa necessidade. A realização pessoal contribui para a

satisfação com a vida, evitando desta forma que o indivíduo se sinta

só. O convívio, a aprendizagem, o prazer, a ocupação do tempo livre,

sair de casa, estar activa/o, sentir-se útil, fazer amizades, ter saúde, ser

útil também são estratégias para não estar só, para lidar com a solidão

e constituem princípios orientadores para um envelhecimento bem

sucedido e em que o indivíduo se sente satisfeito com a sua vida.

Page 59: Psicologia da Velhice - 1

As suas redes de amizade não são estáticas. As amizades continuam a

ser mantidas, perdidas, ganhas, e até substituídas por

uma possível motivação.

Page 60: Psicologia da Velhice - 1

As relações interpessoais na vida diária dos idosos com indivíduos que constituem

o sistema de apoio informal: familiares, amigos e vizinhos e constatou que nas

mulheres predominavam as trocas instrumentais (oferecer/receber transporte, ajuda

financeira, compras, vida de casa, cuidar de doentes, partilhar alimentos, cuidar da

casa) e nos homens as trocas afectivas (dar/receber conforto, ajuda na tomada de

decisão, fazer visitas, partilha de problemas).

Relativamente a actividades, como: ir ao café, jogar golfe, ir à igreja parecem não

haver diferenças. As mulheres mais velhas relativamente aos homens apresentam

uma maior variedade no envolvimento com os amigos e mais profundo permitindo a

satisfação das necessidades instrumentais e afectivas.