Figura Streptococcus 2013 AULA

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DR: joaquinadd

Prof: Gaston Simão1

Streptococcus• S.pyogenes• S.bovis• S.agalanctiae• S. viridans• -S. mutans• -S. anginosus• - S. salivarius• S. pneumoniae

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Características gerais do Streptococcus

• Tamanho: diâmetro de 0,75 a 1,25 μm• Forma: esférica (cocos)• Arranjo das células: - Podem ser em cadeia ou pares • São GRAM positivos• São Capsulados• Não esporulados• Não possuem flagelo sendo portanto, imóveis

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Características gerais do Streptococcus

• Crescimento em cadeia

• Anaeróbico facultativo

• Com parede celular espessa e membrana simples

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Características Bioquímicas• Catalase-negativos e Oxidase-negativos• São Fermentadores de açúcares• São HomofermentativasNecessidade nutricionais:- Necessitam do uso de sangue ou meio

enriquecido com soro para o seu isolamento- Os carboidratos são fermentados com a

produção de ácido láctico

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Classificação

• Os estreptococos são classificados de acordo com a sua capacidade de provocar lise (morte celular) em eritrócitos, em alfa (hemólise incompleta), beta (hemólise total) ou gama (nenhuma hemolise)-hemolítico.

• Em 1933, Rebecca Lancefield, trabalhando com o teste deprecipitação utilizou diferenças antigênicas para estabelecer 6 grupos (A até E e N).

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Classificação

• Os antígenos (polissacarídeo e carboidrato) utilizados no sistema de agrupamento de Lancefield estão localizados na parede celular (grupos: A, B, C, E, F, G, H e K).

• Nos grupos D e N estes antígenos são ácidos teicóicos, localizando-se entre a parede e a membrana celular.

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Características gerais do Streptococcus

• Classificação dos Streptococcus- Padrão hemolítico:

* α-Hemolítico

* β-Hemolítico

* γ - Não Hemolítico12

Classificação dos Streptococcus

• α-HemolíticoProvocam uma hidrólise parcial de cor esverdeada

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Classificação dos Streptococcus

• β-HemolíticoUma zona descorada devido a hemólise total

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Classificação dos Streptococcus

• γ (Não Hemolítico)• Não provoca lise dos eritrócitos

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Características gerais do Streptococcus

• Características antigênicas:

- Há alguns Streptococcus que possuem polissacarídeos e carboidratos na parede celular

- Outros possuem ácidos teicóicos na parede celular

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Epidemiologia

• Fazem parte da microbióta normal da boca, pele, intestino ou trato respiratório superior.

• Podem ser passados de pessoa por pessoa por contacto com pessoas ou com objeto.

• São destruídos por detergentes e sabão mas são resistentes à desidratação, podendo aguentar períodos muito longos.

• Outras formas de transmissão incluem espirros e tosse

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Características dos meios de cultura

• As cepas de estreptococos produzem colônias translúcidas, pequenas e com aproximadamente 1mm de diâmetro, em meio sólido. A superfície do crescimento é lisa, brilhante e com contorno circular.

• As colônias crescidas mais profundamente no agar são lenticulares.

• As colônias crescidas em meio fluido podem ser globulares e dificilmente visíveis a olho nu.

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Características dos meios de cultura

• A maioria dos estreptococos cresce bem em aerobiose e anaerobiose, porém há estirpes que cresem apenas em anaerobiose.

• A temperatura ideal de crescimento varia de -10 °C a 45 °C.

• São incapazes desintetizar compostos heme. Não possuem condições de sintetizar citocromo, sendo incapazes de produzir fosforilação oxidativa por meio da cadeia de transporte de elétrons por meio do sistema citocromo.

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Streptococcus pyogenes

• é uma espécie de bactérias Gram-positivas com morfologia de coco, pertencentes ao género Streptococcus, do grupo A de Lancefield.

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Caracteristicas Morfologicas

• São cocos, com cerca de 0,5-1 micrómetros, que coram de roxo com a técnica Gram (positivos).

• Têm portanto paredes celulares grossas e uma membrana simples.

• Eles formam linhas ou pares em cultura, são anaeróbios facultativos e catalase-negativos.

• Em cultura de sangue, causam beta-hemolise, ou seja um halo claro à volta das suas colónias de hemólise (destruição dos eritrócitos) total.

• Os S. pyogenes são imóveis e crescem otimamente a 37 °C. São inibidos por altas concentrações de glicose.

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Factores de virulência

• Cápsula, protege contra a fagocitose e reconhecimento pelo sistema imunitário.

• Proteína M: são importantes na aderência da bactéria ao meio, inibem a fagocitose e degradam o factor C3b do sistema do complemento.

• Proteínas tipo M: ligam-se a alguns tipos de anticorpos impedindo-os de actuar.

• Estreptolisinas S e O destroem as membranas de eritrócitos e outras células, matando-as.

• Exotoxinas pirogénicas: são superantígenos e activam os linfócitos de forma não especifica, provocando uma resposta imunitária desapropriada, com febre, e até choque e insuficiência de órgãos.

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Factores de virulência

• DNAses: destroem o DNA, um componente importante no pus, tornando-o mais líquido. Por esta razão o pus dos estreptococos costuma ser mais líquido, e o dos estafilococos, mais pastoso e granuloso.

• Proteína F: dá aderência ao meio, impedindo-a de ser arrastada facilmente.

• Hialuronidase: permitem degradar o meio extracelular, composto de ácido hialurónico e mais rápida invasão dos tecidos.

• Peptidade do C5a: destroem o componente do complemento C5a.

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Epidemiologia• É frequente colonizarem assintomaticamente

a laringe (fazem-no em 10-20% da população). Não infectam mais nenhum animal.

• Por vezes podem colonizar as tonsilas e soltarem-se às vezes colónias de mau cheiro.

• A transmissão de pessoa a pessoa é por contacto directo ou via secreções (espirros, tosse).

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Diagnóstico

• É com cultura de amostras retiradas do doente, e observação microscópica com técnica de Gram. A sorologia (análise de anticorpos) também é útil. Deve-se seguir a linha de raciocínio:

• Gram Positivo dispostos em cadeias ou pares esféricos ou ovóides;

• Catalase Negativo; Oxidase Negativo;• Presença de Beta hemólise em cultura de ágar sangue;• Por fim antibiograma para identificação de sensibilidade a

Bacitracina fechando o diagnóstico laboratorial.

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pyogene

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Streptococcus pyogene

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Doenças causadas

• Faringite: A maioria dos casos é causada por vírus porém dos casos ocasionados por bactérias, 90% são devido às da espécie Streptococcus pyogenes. Após 2-4 dias de incubação, aparece subitamente febre, dores de garganta, mal-estar e dores de cabeça (cefaléia). É frequente a inflamação vermelha e edematosa da faringe ser visivel, observando através da boca.

• Escarlatina é uma complicação da faringite. Após 1-2 dias do aparecimento da faringite surgem eritemas (vermelhidão) no peito que se espalha mas não afecta a boca e as palmas das mãos. A língua é inicialmente amarela e depois vermelha-viva.

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Doenças causadas

• Fasciite necrosante: mais conhecida coloquialmente como doença da "bactéria devoradora de carne" ("flesh eating bacteria"). Uma infecção profunda espalha-se a nível das fascias dos músculos esquelécticos.

• O tratamento não pode depender do antibiótico e é de emergência com cirurgia.

• A mortalidade ainda é de 50%.

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Doenças causadas• Celulite]: infecção do tecido conjuntivo frouxo, profundamente ao tecido

subcutâneo, com inflamação. • Erisipelas: infecção da pele com bolhas, vermelhidão e calor (eritema). • Impetigo ou pioderma: é uma inflamação supurativa (com pus). Há

formação de pústulas que se rompem deixando exposto a tela infradérmica, assim fazendo da região um sítio quente para infecções secundárias.

• Síndrome de choque tóxico: devida à disseminação no sangue. Há febre, mal-estar e outros sintomas inespecíficos seguidos de hipotensão, choque séptico e insuficiência de múltiplos órgãos. A taxa de mortalidade é alta (chegando a até 50%).

• Também causa Psoríase Gutata - um raro tipo de psoríase (2% dos casos)

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Doenças causadas

• Síndrome de choque tóxico: devida à disseminação no sangue.

• Há febre, mal-estar e outros sintomas inespecíficos seguidos de hipotensão, choque séptico e insuficiência de múltiplos órgãos.

• A taxa de mortalidade é alta (chegando a até 50%).

• Também causa Psoríase Gutata - um raro tipo de psoríase (2% dos casos)

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Complicações de doença estreptocócica

• Febre reumática: é uma doença autoimune desencadeada em raros casos de infecção por S.pyogenes.

• Após resolução da doença infecciosa, há inflamação asséptica (sem microorganismos) do coração (pancardite), articulações (artrite).

• Julga-se que a causa é a semelhança de alguns antigénios do S.pyogenes com moléculas presentes no coração e articulações.

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Complicações de doença estreptocócica

• Após a resposta vigorosa contra a infecção pelo microorganismo, o sistema imunitário ataca as próprias estruturas similares do individuo. Se forem usados antibióticos para resolver a situação inicial, não é necessária uma resposta imune tão vigorosa e o risco de a febre reumática surgir é quase nulo.

• Glomerulonefrite pós-estreptocócica: danos renais causados pelos complexos de antigenios do S.pyogenes com anticorpos. Há hipertensão arterial, hematúria (sangue na urina) e proteínuria (perda de proteínas do sangue na urina). Em adultos pode haver perda progressiva da função e insuficiência renal crónica, mas em crianças não é comum

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Streptococcus pneumoniae

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Classificação Cientifica

Streptococcus pneumoniae

• Streptococcus pneumoniae ou Pneumococo é uma espécie de bactérias Gram-positivas, pertencentes ao género Streptococcus, com forma de cocos que são uma das principais causas de pneumonia e meningite em adultos, e causam outras doenças no ser humano.

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Caracteristicas morfologicas• Como todos os estreptococos, são cocos com cerca de 1

micrómetro, anaeróbios facultativos.

• Agrupam-se sempre aos pares (diplococos) ou em curtas cadeias, e

as estirpes patogénicas possuem cápsula.

• Eles são alfa-hemolíticos, ou seja em cultura de sangue produzem

um halo mucoide esverdeado de destruição parcial de eritrócitos.

• Os pneumococos são exigentes no meio de cultura, necessitando

de vários nutrientes normalmente fornecidos em cultura de sangue

(de vaca ou outro animal).

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Caracteristicas morfologicas• Os pneumococos são sensiveis à optoquina ou bílis,

detergentes fracos, ao contrário de outros estreptococos, e

esta característica é útil para os distinguir.

• São bacterias que são transmitidas facilmente de pessoa para

pessoa por meio de espirros, objetos infectados, etc, sendo as

causadoras da pneumonia.

• Ao contrário dos estafilococos, a resistência à penicilina é

devida não à penicilinase mas a proteínas que se ligam ao

antibiótico inibindo a sua ação sem o destruir.57

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Factores de virulência Cápsula protege da fagocitose e do reconhecimento pelo sistema

imunitário.

• Adesinas que permitem a adesão às células da faringe e epitélio

respiratório.

• Pneumolisinas: são proteínas secretadas que desestabilizam as

membranas da células humanas, destruindo-as.

• Activam o complemento, usando-o contra as células do hóspede.

• Protease de IgA: inactiva este tipo de anticorpos presentes nas

mucosas. 60

Factores de virulência

• Ácido teicóico: activa o complemento, gastando-o e

direccionando-o para o hóspede.

• Produz peróxido de hidrogénio que causa danos nas células.

• Fosforilcolina: liga-se a recpetores das células do hospede,

permitindo ao pneumococo entrar nelas e escapar ao sistema

imune.

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Epidemiologia

• Estão presentes em 40-70% do tracto respiratório dos adultos, sem sintomas. Tendem a causar doenças nestes individuos quando eles estão fragilizados, por exemplo podem causar pneumonias em doentes com gripe.

• O seu reservatório são os próprios humanos

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Doenças causadas• O diagnóstico é por recolha de amostras e cultura, serologia

(detecção de anticorpos específicos). • O sistema imune produz anticorpos anti-capsulares efectivos,

mas demora algum tempo (variável), podendo os danos já ser sérios nessa altura.

• A imunidade a uma estirpe não confere protecção contra outras.

• A pneumonia e a meningite são as manifestações mais frequentes, e ambas são perigosas.

• Pneumonia: pneumonia lobar e broncopneumonia. • Febres altas (39-41 °C), com tosse e expectoração amarela

purulenta.

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Doenças causadas• Ocorre frequentemente após doença respiratória viral (e.g.

gripe), que destroi os cílios do epitélio respiratório permitindo à bactéria instalar-se e multiplicar-se sem ser expulsa pela acção mecânica dos cílios. A mortalidade é de 5%.

• Meningite: infecção das meninges do cérebro que é uma emergência potencialmente fatal. O pneumococo é a principal causa de meningite em adultos. Inicio súbito de dores de cabeça, vómitos. A mortalidade é de 5%.

• Meningite: infecção das meninges do cérebro que é uma emergência potencialmente fatal. O pneumococo é a principal causa de meningite em adultos. Inicio súbito de dores de cabeça, vómitos, sensibilidade à l

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Doenças causadas• O tratamento com antibióticos tem de ser instituido pouco

depois do inicio dos sintomas ou a morte torna-se inevitável. • Septicémia: invasão e multiplicação no sangue. • Mortalidade muito elevada. Normalmente ocorre após

multiplicação num órgão específico sem limitação efectiva. • Sinusite• Otite media • Osteomielite • Úlcera corneal • Artrite séptica • Endocardite • Abcessos cerebrais • Celulite

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Diagnóstico Laboratorial• Cultura com presença de Alfa Hemólise,

Catalase Negativo, Antibiograma com identificação de sensibilidade à Optoquina, Bilesolubilidade Positiva.

• Catalase

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Tratamento• A penicilina ou ampicilina ainda são a primeira escolha apesar

do aumento das cepas resistentes. Caso exista resistência, usam-se macrolídeos, cloranfenicol, vancomicina e cefalosporinas.

• Existem vacinas contendo derivados imunogênicos (estimuladores do sistema imunitário) da cápsula do pneumococo.

• Protegem contra doenças causadas por pneumococos em 85% dos casos.

• Não protege contra todas as cepas, apenas 23 (existem muitas mais).

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Prof. GastonFIM