SOCIEDADE EVANGÉLICA BENEFICENTE DE CURITIBA … · presença em minha vida. Ao meu amados filhos,...
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SOCIEDADE EVANGÉLICA BENEFICENTE DE CURITIBA
FACULDADE EVANGÉLICA DO PARANÁ
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EVANGÉLICO DE CURITIBA
INSTITUTO DE PESQUISAS MÉDICAS
OCTAVIO ANTONIO AZEVEDO DA COSTA FILHO
EXPRESSÃO IMUNOHISTOQUÍMICA DA METALOPROTEINASE DA MATRIZ 9
(MMP-9), FATOR DE TRANSFORMAÇÃO DO CRESCIMENTO BETA (TGF- β) E
ALFA ACTINA DO MÚSCULO LISO (α-AML) NA CICATRIZAÇÃO DA
APONEUROSE DA PAREDE ABDOMINAL DE RATOS COM BISTURI DE
LÂMINA FRIA E COM BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO
Tese apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor, ao Programa de Pós-Graduação em Princípios da Cirurgia do Instituto de Pesquisas Médicas daFaculdade Evangélica do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Jurandir Marcondes Ribas Filho Co -orientador: Prof. Dr. Mario Augusto Cray da Costa Coordenador: Prof. Dr. Osvaldo Malafaia
CURITIBA
2015
Costa-Filho, Octavio Antonio Azevedo da c837e Expressão imuno-histoquímica da metaloproteinase da matriz 9
(mmp-9), fator de transformação beta (tgf- β) e alfa actina do músculo liso
(α-aml) na cicatrização da aponeurose da parede abdominal de ratos com
bisturi de lâmina fria e com bisturi harmônico ultrassônico / Octavio Antonio
Azevedo da Costa Filho – Curitiba, 2015.
96f. Orientador(a): Dr. Jurandir Marcondes Ribas Filho Coordenador : Dr. Osvaldo Malafaia
Tese (Doutorado) Faculdade Evangélica do Paraná. Ciências da Saúde, Programa de Pós Graduação em Princípios da Cirurgia.
1. Cicatrização. 2. Ultra-Som - Cirurgia. 3. Processo inflamatório. 4. Ratos Wistar 5 metaloproteinase da matriz 9 (mmp-9) 6. fator de transformação beta (tgf- β) 7 alfa actina do músculo liso (α-aml) . I. Ribas Filho, Jurandir Marcondes. II. Título.
CDD 617.14 CDU 617-073
À minha querida esposa, Silvana, pelo seu amor,
companheirismo, constante incentivo e indescritível
presença em minha vida.
Ao meu amados filhos, Thiago, Ana Carolina e Maria
Vitória presentes do Criador, símbolo da alegria e da
esperança, que com ternura souberam entender o
distanciamento do pai para elaboração deste trabalho.
Aos meus pais, Octavio e Vera, pelo amor e dedicação
que sempre me transmitiram, pelos olhares carinhosos
que continuam me acompanhando e me encorajando até
os dias de hoje.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. Jurandir Marcondes Ribas Filho, meu orientador,
pelos ensinamentos, paciência, incentivo e atenção dedicados a esta tese. Muito
Obrigado.
Ao Prof. Dr. Mario Augusto Cray da Costa, meu co-orientador, pelo
inestimável auxílio, no momento crucial deste trabalho. Muito Obrigado
Ao Prof. Dr. Osvaldo Malafaia, coordenador do Programa, pelo
acompanhamento e amizade.
À Prof. Dra. Carmen Austrália Paredes Marcondes Ribas, pela sua
cooperação.
Agradeço a Sras. Geovana Nunes de Lara e Roseni Coprolato Castanho
da Ethicon Endo-Surgery, que me cederam o Bisturi Harmônico Ultrassônico para
realização do trabalho.
Ao Instituto de Pesquisas Médicas (IPEM), especialmente ao Sr. João
Brito de Freitas, pela oportunidade de realização da etapa experimental desta
tese, por sua amizade e dedicação.
Agradeço aos funcionários do IPEM, Érika Gomes da Rosa e Bruno Luiz
Ariede, pela colaboração durante as diversas etapas deste trabalho.
Aos professores que lecionaram neste período, sem exclusões. Muito
Obrigado.
A Minha Amiga Vilma Malaquias por todos estes anos de incentivo nos
projetos da minha vida.
E principalmente, ao senhor Deus todo poderoso, criador do céu e da
terra. Por essa e todas as outras oportunidades que me propiciou ao longo da
minha vida. Muito obrigado.
E a todos que direta ou indiretamente participaram desta tese.
Por vezes sentimos que aquilo
que fazemos não é senão uma gota de água no mar
, mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota
Madre Teresa de Calcutá
RESUMO
Introdução: Com o avanço tecnológico, procedimentos de incisão e hemostasia são realizados com os mais diversos tipos de aparelhos, em um vasto número de operações, com o objetivo de proporcionar hemostasia eficiente bem como um reduzido tempo cirúrgico, sem prejuízo à cicatrização tecidual. Objetivo: Avaliar a evolução macro e microscópica do processo de cicatrização de feridas com o bisturi harmônico ultrassônico (BHU) na aponeurose média dos músculos reto abdominal de ratos e compará-la às feitas com bisturi de lâmina fria (BLF). Material e Método: Foram utilizados 80 ratos da linhagem Wistar, divididos em dois grupos, que sofreram incisões medianas em aponeurose na junção dos retos abdominais com BLF e BHU, respectivamente em cada grupo. As avaliações macro e microscópicas foram realizadas em subgrupos de 10 animais, nos 3º,7º,14º e 21º dias. Após a retirada da parede abdominal anterior de cada rato.Para análise macroscópica se utilizou a inspeção da ferida operatória antes e após a morte dos animais e a análise microscópica, utilizou-se o método imuno-histoquímico, metaloproteinase da matriz 9 (MMP-9), fator de transformação do crescimento beta (TGF- β) e alfa actina do músculo liso (α-AML) em ambas as incisões e sua evolução, nas amostras do 3º, 7º, 14º e 21º dias .E com a técnica de Sirius Red , a formação de colágeno Tipo I e III. Os dados foram submetidos a análise estatística com teste t de Student, para análise imuno-histoquímica, para o estudo de hematomas,infecções,deiscências e aderências foi realizado o teste Qui-quadrado. Para a análise da variância do tipo de colágeno e sua concentração foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney.Resultados: Á macroscopia, as complicações estudadas não apresentaram diferença estatística. A análise imuno-histoquímica pela MMP-9 , foi mais intensa no grupo BHU, aos 3º e 7º dias, sem diferença ao 14º dia, e menor ao 21º dia (p< 0,05). Em Relação a TGF β, teve sua expressão menor no grupo BHU aos 14º e 21º dias , sem diferença estatística aos 3º e 7º dias (p< 0,05). A expressão de α-AML se apresentou mais elevada, no grupo BHU ao 14º dia e se manteve semelhante ao 3º,7º e 21º dias (p< 0,05).Em relação à deposição de colágeno, não foi encontrada alteração quanto à deposição de colágeno tipo I, e uma deposição maior de colágeno tipo III nos animais submetidos ao corte com BHU, sendo esta maior ao 3°, 21° dias e no geral, ao 7º dia a deposição foi maior no grupo com BLF, ao 14° dia foi semelhante em ambos os grupos (p<0,001). Conclusões: A utilização do BHU comparado ao BLF apresenta uma maior área de lesão no momento da incisão; assim como levou ao atraso do processo de regeneração e maturação das cicatrizes.
Palavras-chave : 1. Cicatrização. 2. Ultra-Som - Cirurgia. 3. Processo inflamatório. 4. Ratos Wistar 5 metaloproteinase da matriz 9 (mmp-9) 6. fator de transformação beta (tgf- β) 7 alfa actina do músculo liso (α-aml) .
ABSTRACT
Introduction: With technological advancement, incision procedures and hemostasis are performed with various types of machinery, in a wide range of operations, in order to provide effective hemostasis and a reduced surgical time, without prejudice healing tissue. Objective: To assess macro and microscopic evolution of the wound healing process with ultrasonic harmonic scalpel (UHS) in the middle aponeurosis of the rectus abdominis muscle of rats and compare it to those made with cold scalpel blade (CSB). Material and Methods: 80 Wistar rats were divided into two groups, who suffered medial incisions in the aponeurosis at the junction of the rectus abdominis with the CBS and UHS, respectively in each group. The macro and microscopic ratings were performed in subgroups of 10 animals in the 3rd, 7th, 14th and 21st days. After removal of the anterior abdominal wall of each rat . For macroscopic analysis was used to inspect the wound before and after the death of animals and microscopic analysis, we used the immunohistochemical method, matrix metalloproteinase 9 (MMP-9), the beta transforming growth factor (TGF-β) and alpha smooth muscle actin (α-AML) in both incisions and its evolution in the samples 3, 7, 14 and 21 days and the Sirius Red technique, formation of collagen type I and III. Data were statistically analyzed with the Student t test for immunohistochemical analysis for the study of bruising, infection, dehiscence, and adhesions was performed chi-square test. For the analysis of variance on the type of collagen and its concentration was used the nonparametric Mann-Whitney. Results: Macroscopic, complications studied showed no statistical difference. Immunohistochemical analysis for MMP-9 was more intense in UHS group at 3 and 7 days, with no difference after 14 days, and less after 21 days (p <0.05). Toward the TGF β, had his lower expression in UHS group at 14 and 21 days, with no statistical difference at 3 and 7 days (p <0.05). The α-AML expression appeared higher in UHS group after 14 days and remained similar to 3, 7 and 21 days (p <0.05) .In relation to collagen deposition, there was no change as the deposition type I collagen, and increased deposition of type III collagen in the animals submitted to the court with UHS, which is higher by 3 °, 21 days and overall, the 7th day the deposition was higher in the group with the CSB, the 14 ° day was similar in both groups (p <0.001). Conclusions: The use of UHS compared to the CSB has a higher lesion area at the time of the incision; as well as it led to the delay of regeneration and scar maturation process Keywords: 1. Healing. 2. Ultrasound - Surgery. 3. inflammatory process. 4. Wistar 5. Matrix metallopeptidase 9 (MMP-9). 6. Transforming growth factor beta (TGF-β). 7. Alpha smooth muscle actin (α-AML).
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO ....................................... 31
FIGURA 2- SISTEMA BISTURI HARMÔNICO ULTRA CISION ......................... 31
FIGURA 3- INCISÂO COM BISTURI LÂMINA FRIA EM PELE EXPONDO A
APONEUROSE ................................................................................ 33
FIGURA 4- INCISÂO COM BISTURI LÂMINA FRIA NA APONEUROSE .......... 34
FIGURA 5- INCISÂO COM BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO À
APONEUROSE ................................................................................ 34
FIGURA 6 - SÍNTESE DA APONEUROSE .......................................................... 35
FIGURA 7- SÍNTESE DE PELE .......................................................................... 35
FIGURA 8- PEÇA DISSECADA .......................................................................... 37
FIGURA 9 - PINÇA BIÓPSIA DE PELE – PUNCH .............................................. 39
FIGURA 10 - BIÓPSIA COM PUNCH .................................................................... 39
FIGURA 11 - MATERIAL EM BLOCO DE PARAFINA .......................................... 40
FIGURA 12- BLOCO RECEPTOR ........................................................................ 40
FIGURA 13- BLOCO SUBGRUPO BHU14 .......................................................... 41
FIGURA 14- LEITURA IMUNO-HISTOQUÍMICA ................................................. .44
FIGURA 15- HEMATOMA DE PAREDE ............................................................... 49
FIGURA 16- DEISCÊNCIA DE SUTURA DE PAREDE ........................................ 49
FIGURA 17- ADERÊNCIA GRAU 1 ...................................................................... 50
FIGURA 18 - FOTOMICROGRAFIA DE AMOSTRAS HISTOLÓGICAS
IMUNOCORADAS COM MMP-9 ...................................................... 53
FIGURA 19 - FOTOMICROGRAFIA DE AMOSTRAS HISTOLÓGICAS
IMUNOCORADAS COM TGF-β ....................................................... 55
FIGURA 20 - FOTOMICROGRAFIA DE AMOSTRAS HISTOLÓGICAS
IMUNOCORADAS COM α-AML ....................................................... 57
FIGURA 21 - FOTOMIOGRAFIA MOSTRANDO FIBRAS COLÁGENAS ............. 58
FIGURA 22- FOTOMIOGRAFIA MOSTRANDO FIBRAS COLÁGENAS .............. 58
FIGURA 23- FOTOMIOGRAFIA DE FIBRAS COLÁGENAS ................................ 59
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - MÉDIA DE IMUNOEXPRESSÃO TECIDUAL (EM MICRÔMETROS
QUADRADOS POR CGA) DOMMP-9 EM RELAÇÃO AOS GRUPOS
DE BLF E BHU, NO 3º,7º.14º E 21º DIAS ......................................... 52
GRÁFICO 2 - MÉDIA DE IMUNOEXPRESSÃO TECIDUAL (EM MICRÔMETROS
QUADRADOS POR CGA) DO TGF-β EM RELAÇÃOAOS GRUPOS
DE BLF E BHU, NO 3º,7º.14º E 21º DIAS ......................................... 54
GRÁFICO 3 - MÉDIA DE IMUNOEXPRESSÃO TECIDUAL (EM MICRÔMETROS
QUADRADOS POR CGA) DO α-AML EM RELAÇÃOAOS GRUPOS
DE BLF E BHU, NO 3º,7º.14º E 21º DIAS ......................................... 56
GRÁFICO 4- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA QUANTIFICAÇÂO DE
COLÁGENOMADURO (TIPO I) E IMATURO (TIPO III) E ANÁLISE
ESTATÍSTICA NOS DOIS GRUPOS ................................................. 60
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÂO MACROSCÓPICA ......................... 38
QUADRO 2 - CLASSIFICAÇÂO DAS ADERÊNCIAS ABDOMINAIS ...................... 38
QUADRO 3 - ANTICORPOS PRIMÁRIOS UTILIZADOS ........................................ 43
QUADRO 4 - RESULTADO DA CLASSIFICAÇÃO DE ADERÊNCIAS ................... 50
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - RESULTADO DE ÁREA IMUNOPOSITIVA PELAS 4 IMAGENS DE
CADA AMOSTRA................................................................................. 45
TABELA 2 - ADERÊNCIAS E ANÁLISE ESTATÍSTICA DO GRUPO BLF .............. 51
TABELA 3 - ADERÊNCIAS E ANÁLISE ESTATÍSTICA DO GRUPO BHU ............. 51
TABELA 4 - MÉDIA , DESVIO PADRÃO, EM MICRÔMETROS QUADRADOS POR
CGA, E ANÁLISE ESTATÍSTICA NOS BISTURIS LÂMINA FRIA E
HARMÔNICO ULTRASSÔNICO MMP-9 ............................................. 52
TABELA 5 - MÉDIA , DESVIO PADRÃO, EM MICRÔMETROS QUADRADOS POR
CGA, E ANÁLISE ESTATÍSTICA NOS BISTURIS LÂMINA FRIA E
HARMÔNICO ULTRASSÔNICO TGF- BETA .................................... 54
TABELA 6 - MÉDIA,DESVIO PADRÃO, EM MICRÔMETROS QUADRADOS POR
CGA, E ANÁLISE ESTATÍSTICA NOS BISTURIS LÂMINA FRIA E
HARMÔNICO ULTRASSÔNICO ALFA-AML ..................................... 56
TABELA 7 - QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEPOSIÇÃO DE
COLÁGENO MADURO (TIPO I) NOS DOIS GRUPOS ....................... 59
TABELA 8 - QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEPOSIÇÃO DE
COLÁGENO IMATURO (TIPO III) NOS DOIS GRUPOS ..................... 60
TABELA 9 - ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEPOSIÇÃO DE COLÁGENO TIPO I
(MADURO) E TIPO III (IMATURO) ...................................................... 61
LISTA DE ABREVIATURAS
BLF - bisturi com lâmina fria
BHU - bisturi harmônico ultrassônico
CSB - cold scalple blade
UHS - ultrassonic harmonic scalple
SBCAL - Sociedade Brasileira de Ciências em Animais de Laboratório
MMPs - metaloproteinases
MMP-9 - metaloproteinase da matriz 9
TGF-β - fator de transformação do crescimento beta
α-AML - alfa actina do músculo liso
CGA - campo de grande aumento
Min - minutos
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 19
2.1 BISTUTI COM LÂMINA FRIA E BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO ... 19
2.2 METALOPROTEINASE DA MATRIZ 9 (MMP-9) ............................................ 23
2.3 FATOR DE TRANSFORMAÇÃO DO CRESCIMENTO BETA (TGF-β) ........... 24
2.4 MIOFIBROBLASTO E ALFA ACTINA DE MÚSCULO LISO (α-AML) ............. 25
3 MATERIAL E MÉTODO ..................................................................................... 29
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................... 29
3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ............................................................... 29
3.3 APARELHOS UTILIZADOS ............................................................................ 30
3.3.1 Bistuti com lâmina fria .................................................................................. 30
3.3.2 Bisturi harmônico ultrassônico ...................................................................... 30
3.4 PRÉ-OPERATÓRIO ........................................................................................ 32
3.5 ANESTESIA .................................................................................................... 32
3.6 ATO OPERATÓRIO ........................................................................................ 33
3.7 CIRURGIA ....................................................................................................... 33
3.8 PÓS-OPERATÓRIO ........................................................................................ 36
3.9 MORTE DOS ANIMAIS ................................................................................... 36
3.10 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS ..................................................................... 37
3.11 AVALIAÇÕES MACROSCÓPICAS DA CICATRIZAÇÃO ............................. 37
3.12 AVALIAÇÃO MICROSCÓPICA ..................................................................... 39
3.12.1 Preparo das Amostras Teciduais ............................................................... 39
3.12.2 Método imuno-histoquímico ....................................................................... 42
3.12.3 Leitura das lâminas de imuno-histoquímica ............................................... 44
3.12.4 Método picrosirius ...................................................................................... 45
3.13 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................... 46
4 RESULTADOS ................................................................................................... 49
4.1 AVALIAÇÂO MACROSCÓPICA ...................................................................... 49
4.2 ANÁLISES MICROSCÓPICAS ....................................................................... 51
4.2.1 Metaloproteinase da matriz 9 (mmp-9) ......................................................... 51
4.2.2 Fator de transformação do crescimento beta (tgf-β) .................................... 53
4.2.3 Alfa actina de músculo liso (α-aml) ............................................................... 55
4.2.4 Coloração picrosirius .................................................................................... 57
5 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 63
5.1 MODELO EXPERIMENTAL ............................................................................ 63
5.2 TÉCNICA ANESTÉSICA ................................................................................. 63
5.3 TÉCNICA OPERATÓRIA ................................................................................ 64
5.4 ANÁLISE MACROSCÓPICA ........................................................................... 68
5.5 ANÁLISE MICROSCÓPICA ............................................................................ 69
5.5.1 TÉCNICA DE MICROARRANJO TECIDUAL (TISSUE MICROARRAY- TMA)
.............................................................................................................................. 69
5.5.2 ANÁLISE MICROSCÓPICA ........................................................................ 70
5.6 NOVAS PERSPECTIVAS ............................................................................. 74
6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 78
ANEXO ................................................................................................................. 96
1 INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
15
No estudo de acessos a cavidade abdominal, para uma determinada
incisão cirúrgica, a mediana é na maioria das vezes a escolhida, seja pela
facilidade de acesso, pela ampla exposição de suas estruturas, bem como a
rapidez, fundamental, sobretudo em urgências.
Com o aumento no número de laparotomias, aumentam as
complicações como as hérnias incisionais, que possuem tanto fatores locais
quanto sistêmicos, em sua etiologia (VIEIRA et al., 2000).
Sabendo que o traumatismo indevido, bem como hematomas e
infecções são complicações locais muitas vezes dependentes da maneira como
a incisão ocorreu, ou seja, do tipo de trauma sofrido pelos tecidos a fim de ser
realizado o acesso cirúrgico, e que quanto maior a agressão e destruição
celular, mais deficiente se torna a cicatrização dos tecidos, com uma fase
inflamatória mais longa e retardo na deposição de colágeno, que é a estrutura
tecidual que possui a função de manter a mesma resistência que o tecido
possuía antes,daí a importância de se comparar os diversos tipos de energia
que produzem trauma danos e reparos teciduais.
Procedimentos de incisão e hemostasia são realizados com os mais
diversos tipos de equipamentos, com o objetivo de proporcionar hemostasia
eficiente bem como um reduzido tempo cirúrgico, sem prejuízo a cicatrização
tecidual.
O bisturi com lâmina fria (BLF) foi o instrumento mais largamente
utilizado para diérese nas operações, devido ao seu fácil uso e dano previsível
nos tecidos. Nas incisões feitas com BLF ocorrem sangramentos, o que dificulta
a visibilidade do campo operatório e exige hemostasia. Desde a introdução do
eletrocautério por Bovie, em 1929 (VORE et al., 2002), vários modelos desse
instrumento foram desenvolvidos, tanto para uso médico como odontológico.
O bisturi harmônico ultrassônico (BHU) foi inicialmente usado na
videocirurgia, em 1995. Apresentou características como: não produzir fumaça,
possuir bom corte, coagular como um bisturi monopolar, sem fulguração, sendo
usado para dissecção com lesão tecidual mínima e menos resíduos .Tem ainda
a vantagem de não carbonizar o tecido que será enviado para anatomia
patológica, não transmitir corrente elétrica através do corpo do paciente, e poder
ser utilizado tanto em cirurgias abertas quanto laparoscópicas (AMARAL, 1993 ;
INTRODUÇÃO
16
PAREDES, BORGES & COULSON, 1996; GERSTH et al., 2000; VIEIRA et al.,
2000; METTERNICH et al., 2002; METTERNICH et al. 2002; GAO et al., 2003).
O BHU efetua hemostasia pela combinação de dissecção com
coagulação sanguínea e consequente obstrução do vaso. O ultrassom atua
como fonte de energia, pois a ponta do instrumento (lâmina) provoca vibrações
unidirecionais, as quais levam à dissecção do tecido e, ao mesmo tempo, à
coagulação sanguínea. Quando a lâmina vibra em 55.500 Hz de freqüência, o
som é transformado em energia mecânica vibratória, e atua promovendo corte e
coagulação (RAMOS et al., 2004). Proporciona melhor coagulação em função de
sua lâmina apresentar ponta romba e, consequentemente, gerar um corte lento.
A quantidade de energia fornecida aos tecidos e os efeitos sobre eles dependem
de diferentes fatores, como: nível de potência, característica da lâmina, tensão
do tecido, tipo de tecido, doença e técnica cirúrgica (METTERNICH et al., 2003).
Utiliza tecnologia que permite cortar com hemostasia e coagular vasos dos
tecidos moles usando baixas temperaturas, diferente das temperaturas usadas
pelo laser ou eletrocautério. A energia ultrassônica permite ambos, cortar e
coagular no ponto preciso de impacto com mínimo dano térmico tecidual
adjacente (KOCH et al., 2003). Oferece também grande precisão em pequenos
espaços e boa visibilidade no campo cirúrgico devido a mínima produção de
fumaça. O BHU controla sangramento em temperaturas entre 80°C e 100° C. Os
vasos são coaptados e selados devido à desnaturação das proteínas que ocorre
quando a temperatura ultrapassa 63°C e logo sofre resfriamento do tecido. O
laser e o eletrocautério coagulam vasos devido às altas temperaturas geradas,
300°C e 800°C respectivamente, ocasionando a formação de crostas, as quais
podem se desprender do tecido e causar sangramento (METTERNICH et al.,
2002).
O aquecimento do tecido provocado pelo BHU apresenta grau mínimo
na profundidade em comparação ao laser,à radiofrequência e ao eletrocautério,
reduzindo o dano tecidual. A profundidade de aquecimento do tecido varia de
meio a um e meio milímetros, sendo recomendada uma margem de segurança
de três milímetros (METTERNICH et al., 2003).
Portanto este trabalho se objetiva no estudo comparativo de incisões
abdominais, realizadas por bisturi de lâmina fria e bisturi harmônico
INTRODUÇÃO
17
ultrassônico, com o objetivo principal de avaliar a evolução do processo de
cicatrização de feridas com o bisturi ultrassônico na aponeurose média dos
músculos reto abdominal de ratos e compará-la às com bisturi de lâmina fria,
através dos seguintes objetivos secundários:
1) Comparação de complicações macroscópicas: formação de
hematomas, infecção, deiscências de sutura e aderências.
2) Comparação da expressão imuno-histoquímica da metaloproteinase
da matriz 9 (MMP-9).
3) Comparação da expressão imuno-histoquímica do fator de
transformação do crescimento beta (TGF- β).
4) Comparação da expressão imuno-histoquímica alfa actina do músculo
liso (α-AML) .
5) Avaliar a resposta do colágeno maduro, Tipo I pós-agressão cirúrgica
e compará-lo nos dois grupos.
6) Avaliar a resposta do colágeno imaturo, Tipo III pós-agressão
cirúrgica e compará-lo nos dois grupos
2 REVISÃO DA LITERATURA
REVISÃO DE LITERATURA
19
2.1 BISTURI LÂMINA FRIA E BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO.
Hambley et al., (1988), avaliaram a lesão e a cicatrização dos tecidos em
pele de porcos, após incisões com BLF, BHU, CO2 Laser e eletrocautério, e
comparam os aspectos clínicos, histopatológicos e diferenças na força tensil das
feridas. De acordo com os resultados concluíram que o BLF produziu menos
lesão nos tecidos e cicatrização mais rápida, mas o BHU apresentou menor
lesão nos tecidos e cicatrização mais rápida que eletrocautérios e que laser.
Gertch et al., (2000) em estudo mostrando resultados de hepatectomia
usando o BHU, em 16 cirurgias consecutivas mostrou que o bisturi harmônico
promove dissecção eficiente do parênquima hepático, de estruturas intra-
hepáticas e boa hemostasia, diminuindo o tempo cirúrgico e a utilização de
outros tipos de ligadura.
Ziv et al., (2001) realizaram laparotomia mediana em 60 ratos,
randomicamente distribuídos em dois grupos (bisturi de lâmina fria e
eletrocautério). A incisão da fáscia e pele foram fechadas separadamente
usando sutura com nylon. Analisando as propriedades mecânicas dos
segmentos de fáscia seis dias após a cirurgia, não encontraram nenhuma
diferença significativa entre os dois grupos.
Metternich et al., (2001) constataram que na tonsilectomia há
hemostasia eficiente intra e pós-operatória de significado expressivo, com
combinação de dissecção e coagulação sanguínea do vaso promovido pelo
BHU, levando a uma mínima perda de sangue. Isso foi favorável para crianças e
pacientes anêmicos, abreviando a duração do tratamento, mas o tempo da
cicatrização não se alterou. em comparação com as tonsilectomias feitas pelo
método convencional.
Kearns et al., (2001) compararam os resultados da incisão, em
laparotomia mediana, realizada com eletrocautério ou bisturi a frio em 100
pacientes. Eles mostraram que pacientes que receberam incisão eletrocautério
tiveram uma cicatrização mais rápida, menos sangramento importante, e um
mínimo de dor no pós-operatório.
Sood et al., (2001) avaliaram a efetividade do BHU em 59 pacientes
submetidos à tonsilectomias. Foram acompanhados por duas semanas e no
REVISÃO DE LITERATURA
20
pós-operatório, avaliados quanto à dor e sangramento, após dez dias, em média,
retornaram as suas funções normais. Concluíram que o BHU foi um aparelho de
fácil uso, as operações foram mais curtas e o sangramento foi mínimo. Segundo
eles, os achados foram positivos, e por isso o BHU deveria ser incluído como
uma alternativa nas tonsilectomias.
Metternich et al., (2002), em mostraram os benefícios da utilização do
bisturi harmônico em cirurgias para tratamento de carcinoma de língua e de
palato mole. Foram avaliadas a necessidade de eletrocoagulação adjuvante e a
possibilidade do estudo das margens da peça cirúrgica enviada para
anatomopatológico, 82% dos pacientes com tumor de palato não necessitaram
eletrocoagulação ou ligadura de vasos, o mesmo ocorreu em 68% das cirurgias
de língua. A peça cirúrgica mostrou-se adequada para a avaliação pelo
anatomopatologista, principalmente no que se refere às margens cirúrgicas, que
não mostraram lesão tecidual por calor.
Haegner, Handrock & Schade (2002) confrontaram as vantagens e as
desvantagens da tonsilectomia com BHU em relação aos métodos tradicionais e
constataram cirurgias mais rápidas, com menor perda de sangue, menor número
de complicações intra-operatórias e menos dor no pós-operatório. A
desvantagem foi o retardo da cicatrização em relação à tonsilectomia tradicional.
Gao et al., (2003) mostraram a eficácia da secção de vasos em tumores
benignos de tireóide, abordados com o bisturi harmônico por via endoscópica.
Foram avaliados 170 pacientes submetidos a esse procedimento. Nenhum dos
pacientes apresentou sangramento ou hematoma importante no pós-operatório.
Ramos dos principais vasos podem ser satisfatoriamente seccionados com o
bisturi harmônico sem uso de ligadura ou hemo-clipe. O sangramento intra-
operatório foi satisfatoriamente controlado com a coagulação promovida pelo
bisturi harmônico. Os autores concluem que a utilização do bisturi harmônico
simplifica grandemente o manejo intraoperatório da tireóide.
Emann e Cushieri, (2003), em estudo realizado em porcos, avaliaram o
alto poder de dissecção do bisturi harmônico ultrassônico em cirurgias
laparoscópicas e em cirurgias convencionais. Realizaram o mapeamento dos
tecidos durante a dissecção utilizando câmera térmica infravermelha associada a
software. Fizeram estudo histológico e provaram que os níveis de potência
REVISÃO DE LITERATURA
21
influenciavam no dano térmico. No nível três de graduação do BHU o dano
térmico era menor, uma vez que nos níveis quatro e cinco a energia ultrassônica
causou dano tecidual quando permaneceu no mesmo espaço por mais de cinco
segundos.
Metternich et al., (2003) em estudo com 20 pacientes mostrou o
benefício do emprego do bisturi harmônico em pacientes submetidos à
parotidectomia. A hemostasia foi eficiente em 85% dos pacientes para os quais
não foi necessário o uso de ligaduras ou eletrocoagulação. Não houve dano a
tecidos vizinhos ou ao nervo facial.
Ishibashi & Takamatsu (2003) Relatou casos de pacientes com
telangectasia hemorrágica hereditária tratados com o uso de bisturi harmônico.
O uso desse equipamento evitou a carbonização e incrustação na mucosa nasal
que é comum com o uso do eletrocautério ou da cauterização a laser.
Sinha e Gallagher (2003) estudaram os efeitos do BLF, BHU, laser de
CO2 e eletrocautério monopolar e bipolar em cicatrização de feridas em mucosa
oral de Guinea pig. Foram feitas incisões na mucosa oral, avaliada a dor pela
medida de peso do animal, feitas análises histológicas e tensão nos dias 0, 7,
14, 21 e 28. Com a análise dos dados concluíram que o uso do BLF produziu
cicatrizes mais resistentes em todos os tempos estudados e no final da primeira
semana a epitelização era completa nas feridas feitas com BHU e BLF e
incompleta no laser e eletrocautério. A evolução do processo inflamatório foi
mais breve no BHU e BLF.
Ramos et al.(2004), afirmaram que o BHU é um excelente recurso para
a realização de operações mais longas e com maior risco de sangramento.
Relataram desvantagens como a perda da sensibilidade, alteração da
temperatura dos tecidos e ausência de direção de corte. Como vantagens
descreveram a simultaneidade do corte e coagulação, otimizando o tempo
cirúrgico, a não utilização de corrente elétrica, a mínima carbonização tecidual e
a fácil instalação e manipulação do aparelho.
Callejas et al. (2004), em relato de série de casos em que foi realizada
simpatectomia torácica em 100 pacientes utilizando o bisturi harmônico para
tratamento de rubor facial revelou que os pacientes estudados não
apresentaram complicações per ou pós-operatórias, não foi observada lesão de
REVISÃO DE LITERATURA
22
parênquima pulmonar por dispersão de calor como nos casos em que se utiliza
bisturi bipolar.
Blankenship et al. (2004), em estudo retrospectivo de 42 pacientes
submetidos à parotidectomia superficial por doença benigna de parótida, sendo
que 19 foram submetidos à cirurgia utilizando o bisturi harmônico (grupo A) e 21
submetidos à cirurgia com bisturi convencional (grupo controle). O uso do bisturi
harmônico mostrou diminuição significativa do tempo cirúrgico (grupo A- 167,5 ±
42,6min. vs 195,5 ± 37,4 min. para controle, p=0,03), e da perda sanguínea per
operatória (37,5 ±25,8 vs 60 ± 37,1 ml, p=0,03). Não houve diferença
significativa no pós-operatório quanto à função do nervo facial.
Westervelt et al. (2004), em relato de série de casos, com 100 pacientes
submetidos à colecistectomia laparoscópica utilizando o bisturi harmônico para
dissecção de ducto e artéria cística e dissecção do leito da vesícula, sem
utilização de clipe. Apenas dois pacientes com cístico maior que 5 mm
receberam ligadura adicional. Nenhum paciente apresentou sangramento no
pós-operatório ou extravasamento de bile.
Perko et al. (2006), em estudo usando BHU em parede lateral de
abdome de ratos, onde foram realizadas cauterizações por 5,10 segundos
ininterruptos e por duas sequências de aplicações de 5 segundos,demonstrando
que a lesão é maior quanto mais longo e mais sustentado o período de aplicação
Garcia et al. (2007), comparou a cicatrização da aponeurose da parede
abdominal de ratos após incisão com bisturi de lâmina fria e eletrocautério,
sendo sacrificados ao 10° dia , e concluíram que a cicatrização da parede
abdominal após a diérese com bisturi de lâmina fria e eletrocautério se
equivalem e não diferem.
Massi et al. (2009), comparando evolução macro e microscópica do
processo de cicatrização de feridas realizadas com o bisturi harmônico
ultrassônico na mucosa jugal de ratas e comparando às feitas com bisturi de
lâmina fria concluiu que a utilização do BHU proporciona hemostasia eficiente;
leva a uma maior área de lesão no momento da incisão; atrasa o processo de
regeneração; promove maior processo inflamatório; prolonga a fase inflamatória;
desenvolve maior atividade angiogênica; atrasa a fibroplasia e a maturação das
cicatrizes.
REVISÃO DE LITERATURA
23
Broek, Wibers & Goor (2011), em trabalho onde comparou a isquemia
tecidual do orifício de passagem de catéter de hemodiálise em ratos , quando
feita com eletrocautério e BHU, encontrou isquemia superior nos orifícios
realizados com eletrocautério.
2.2 METALOPROTEINASES E METALOPROTEINASE DA MATRIZ 9 (MMP-9).
O primeiro relato sobre as metaloproteinases foi publicado em 1962,
Gross e Lapiére encontraram uma enzima ativa em cultura de pele que
degradava colágeno tipo I.
As metaloproteinases (MMPs) são uma família de endopeptidases zinco
dependente, que promovem a degradação da matriz extracelular, podendo
também ser chamadas de matrixinas. Todos os membros dessa família são
secretados como proenzimas. Essas proenzimas são liberadas por neutrófilos,
monócitos, macrófagos, fibroblastos e, além disso, também podem ser
secretadas pelas células tumorais em resposta a uma variedade de estímulos
(WOESSNER et al .,1991).
A família das MMPs inclui cerca de 25 proteínas,as quais podem ser
divididas em: colagenases (MMP-1,8 e 13), gelatinases (MMP-2 e 9),
estromelisinas (MMP-3, 7 e 10), matrilisinas (MMP-7 e 26), MMPs tipo
membrana (MMP-14, 15, 16, 17 e 24) e outras MMPs ,que são classificadas pela
especificidade ao substrato e, principalmente, de acordo a sua estrutura, (VISSE
etal ., 2003).
Gelatinase B (MMP-9) e gelatinase A (MMP-2) são dois membros
intimamente relacionados da família MMP que degradam colágeno desnaturado
ou gelatinas, (VISSE et al ,.2003).
A participação das MMPs em diversos eventos biológicos deve-se ao fato
de que elas podem influenciar potencialmente o comportamento celular através
de algumas ações, como clivagem de proteínas que fazem a adesão célula–
célula, liberação de moléculas bioativas na superfície celular ou por clivagem de
moléculas presentes na superfície celular, as quais transmitem sinais no
ambiente extracelular. Sua importância no processo de cicatrização , deve-se a
sua degradação ao colágeno desnaturado, sendo maior sua concentração,
REVISÃO DE LITERATURA
24
quanto maior o estímulo para sua produção pelos neutrófagos, monócitos e
macrófagos. As colagenases na cicatrização possuem a função de degradar o
tecido lesado , para que a regeneração tecidual possa ocorrer. Sua aferição e
feita pela imuno-histoquimica.
Diversos processos biológicos ocorrem com a participação das
metaloproteinases, (YONG et al .,2007) como determinação da arquitetura da
matriz extracelular, (LEE et al .,2004),desenvolvimento embrionário (CHEN et
al.,2004), implantação do blastocisto, morfogênese dos órgãos, desenvolvimento
do sistema nervoso, ovulação, dilatação cervical, regressão uterina pós-parto
(NAGASE et al.,1999),desenvolvimento e remodelação do tecido oral,
cicatrização, angiogênese , (CHEN et al.,2004) e apoptose, (SOUZA et al.,
2002).
2.3 FATOR DE TRANSFORMAÇÃO DO CRESCIMENTO BETA (TGF-).
A superfamília dos TGF-inclui vários fatores de crescimento responsáveis
pela diferenciação e morfogênese celular em diferentes células e tecidos, tanto
em condições fisiológicas como patológicas, através de receptores de superfície
celular.
São representadas pelas seguintes subfamílias: TGF-(-1, -2, -3, -4 e -
5); activinas e proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs), (KINGSLEY.,1994 ;
REDDI.,1994).
O TGF-1 é um regulador multifuncional do crescimento e diferenciação
celular durante desenvolvimento e reparação, influenciando a síntese de
componentes da matriz extracelular, como colágenos, fibronectina, laminina e
glicosaminoglicanas, (IGNOTZ et al., 1987; BORDER e NOBLE, 1994). Além
disso, é um importante modulador da síntese de receptores de membrana, as
integrinas, aumentando assim a interação célula-célula e célula-matriz,
(ROBERTS et al., 1988; HEINO et al.,1989).
Sendo assim faz a quimiotaxia tecidual no processo de cicatrização,
induzindo a célula mesenquimal a se diferenciar em fibroblasto, e atuando na
REVISÃO DE LITERATURA
25
síntese da matriz celular, sua quantificação medida pela imuno-histoquímica, é
quanto maior a necessidade de composição tecidual , maior sua concentração.
O TGF-1 é provavelmente o fator de crescimento mais importante na
indução da α-AML (DESMOULIÉRE et al.,1993; DESMOULIÈRE.,1995
;GREGOIRE e LIEUBEAU.,1995 ; CHAPONNIER e GABBIANI.,2004).
Desmouliére et al. (1993) demonstraram que o TGF-apresenta um
importante papel na diferenciação miofibroblástica durante os fenômenos
fibrocontrativos e cicatriciais, por regular a expressão de α-AML nestas células.
Sabe-se que o TGF-1 induz a produção de colágeno tipo I, por regular
a diferenciação de células mesenquimais indiferenciadas. (NAKASHIMA, 1992;
TOYONO et al., 1997; HU et al., 1998; SHIBA et al., 1998; TZIAFAS et al., 1998;
SLOAN e SMITH, 1999; MELIN et al., 2000; ABOUT e MITSIADIS, 2001;
TZIAFAS, 2004).
2.4 MIOFIBROBLASTO E ALFA ACTINA DE MÚSCULO LISO (α-AML)
Durante muitos anos, propôs-se que o termo “miofibroblasto” se
empregava para nominar células fibroblásticas localizadas nos tecidos de
granulação que exibiam um importante aparato microfilamentoso citoplasmático
(GABBIANI et al., 1971; 1976).
Os miofibroblastos são componentes importantes durante a reparação do
tecido lesionado e aparecem após o término dos fenômenos inflamatórios
iniciais. Na maioria dos órgãos, a lesão tecidual ativa fibrócitos locais que na
presença dos fatores de crescimento derivados dos macrófagos se diferenciam
em miofibroblastos contráteis, que são caracterizados pela expressão da α-
actina de músculo liso. Portanto a sua produção é mediada pelo estimulo
tecidual pós agressão, no caso reação inflamatória, que ativa fibrócitos e estes
se diferenciam em miofibroblastos, sua quantificação pode ser feita pelo método
imuno-histoquímico.
Atualmente, sabe-se que estas células também se encontram em tecidos
normais especializados, onde possuem uma importante função constitutiva e
mecânica, bem como, estão presentes durante uma variedade de condições
patológicas (ROCHE, 1990; TOMASEK et al., 2002; EYDEN, 2004).
REVISÃO DE LITERATURA
26
Esta célula tem um papel fundamental no fenômeno de retração da ferida,
síntese e secreção de proteínas da matriz extracelular (EYDEN, 2001).
Os principais microfilamentos que compõem o citoplasma da célula
miofibroblástica contém actina e/ou desmina, e proteínas associadas a células
de músculo liso, sendo principalmente caracterizada pela presença da isoforma
α-actina de músculo liso, tipicamente localizada nas células musculares lisas da
parede de vasos sanguíneos (DARBY et al., 1990).
As actinas são proteínas presentes somente nas células eucarióticas
envolvidas em diversas funções celulares incluindo contração muscular,
motilidade ,adesão e divisão celulares, bem como, manutenção da morfologia da
célula,(CHAPONNIER e GABBIANI, 2004) Em vertebrados, constitui uma família
de seis proteínas, expressa em padrões específicos no desenvolvimento de
cada tecido (MCHUGH et al., 1991).
Existem quatro isoformas restritas a tipos teciduais, como, α-actina
esqueletal, α-actina cardíaca, α-actina de músculo liso e γ-actina de músculo
liso,expressas respectivamente em músculos esquelético, estriado cardíaco,
musculatura lisa vascular e entérica, (CHAPONNIER e GABBIANI, 2004).
A α-actina de músculo liso é um microfilamento (5-8 nm de diâmetro) que
compõe o citoesqueleto de todas as células musculares lisas de mamíferos,
células mioepiteliais, e particularmente abundante em células musculares lisas
de paredes de vasos, (DARBY et al., 1990; MCHUGH et al., 1991), tendo uma
importante função contrátil nestas células (CASELITZ et al., 1981), sendo
considerada um marcador do fenótipo miofibroblástico, (VAUGHAN et al., 2000;
HINZ et al., 2007) . Está também presente em células conjuntivas como
fibroblastos (DESMOULIÈRE et al., 1993; ARORA e McCULLOCH, 1999;
PREMDAS et al., 2001; KINNER et al., 2002) e miofibroblastos (DARBY et al.,
1990; HINZ et al., 2003, 2007).
Ultra-estruturalmente, estas células apresentam retículo endoplasmático
rugoso e complexo de Golgi bastante desenvolvidos, vesículas de pinocitose,
junções do tipo “gap”, e uma disposição organizada de feixes de miofilamentos
de actina localizados focalmente ao longo eixo da célula (fibras de “stress”) ou
se ligando a domínios de fibronectina extracelular através de proteínas
especializadas de membrana (integrinas), caracterizando especializações da
REVISÃO DE LITERATURA
27
membrana chamadas de fibronexos (SCHÜRCH et al., 1998; EYDEN, 2001,
2004) Funcionalmente, este sistema mecano-transdutor é capaz de transmitir as
forças geradas na matriz extracelular (DUGINA et al., 2001), sendo importante
no processo de reparação tecidual.
Ainda que controversa, a hipótese mais amplamente aceita na literatura
sobre a origem dos miofibroblastos é a partir de fibroblastos quiescentes, que
uma vez ativados, sintetizam abundante quantidade de cisternas de retículo
endoplasmático rugoso para produção de matriz, e transdução de genes que
codificam a transcrição de miofilamentos de actina de músculo liso, importantes
na contratilidade celular (WELCH et al., 1990).
Alliot-Licht et al. (2001) demonstraram a presença de células positivas para
-AML em cultura mineralizada de polpas dentárias humanas. Estas células
apresentavam, ultra-estruturalmente, numerosas fibras e fibronexos bem
desenvolvidos, bem como núcleo edentado e conexões intercelulares do tipo
“gap”,caracterizando-as de miofibroblastos. Sugeriram que alguns fatores de
crescimento presentes no meio de cultivo celular, combinados ou não a
proteínas da matriz extracelular, seriam responsáveis pela diferenciação de
células pulpares em miofibroblastos.
Para que ocorra a diferenciação de fibroblastos em miofibroblastos é
essencial a ação de citocinas e fatores de crescimento, representados pela
família dos TGF (fatores de transformação de crescimento), particularmente do
TGF-, (DESMOULIÈRE et al., 1993; DESMOULIÈRE, 1995; CHAPONNIER e
GABBIANI, 2004).
3 MATERIAL E MÉTODOS
MATERIAL E MÉTODO
29
Este estudo foi realizado no Instituto de Pesquisas Médicas (IPEM) do
Programa de Pós-Graduação em Princípios da Cirurgia da Faculdade
Evangélica do Paraná – Níveis Mestrado e Doutorado.
Neste trabalho, aplicaram-se as Normas para Apresentação de
Documentos Científicos da Universidade Federal do Paraná (2007), baseados
na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); utilizou-se a Nomina
Anatômica Veterinária (1997) e os princípios éticos em experimentação animal
preconizados pela Sociedade Brasileira de Ciências em Animais de Laboratório
(SBCAL).
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Sociedade
Evangélica Beneficente de Curitiba (anexo 1).
3.1 CARACTERIZAÇÂO DA AMOSTRA
Foram utilizados 80 ratos (Rattus norvergicus albinus, Rodentia
mammalia), da linhagem Wistar, machos, adultos jovens, com três meses de
idade com peso variando de 250 a 300 gramas, procedentes do biotério do
Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR).
3.2 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Os animais foram distribuídos em dois grupos de 40 ratos. O primeiro
submetido à incisão cutânea inicial com bisturi de lâmina fria e abertura da
aponeurose da linha média com a mesma. O segundo grupo foi submetido à
mesma incisão cutânea, porém a aponeurose foi aberta com bisturi harmônico
ultrassônico.
Cada grupo animal foi subdividido em 4 subgrupos de 10 ratos. Os
submetidos a incisões aponeuróticas com bisturi de lâmina fria (BLF) e morte no
3º, 7º, 14° e 21º dias, foram denominados BLF 3, BLF 7, BLF 14 e BLF 21. Já os
MATERIAL E MÉTODO
30
submetidos à incisão aponeurótica com bisturi harmônico ultrassônico; e morte
nos 3º, 7º, 14º e 21º dias, foram denominados BHU 3 BHU 7, BHU 14 e BHU
21, respectivamente. Os animais de cada subgrupo foram identificados pelos
números 1 a 10 com caneta marcadora em cauda.
3.3 APARELHOS UTILIZADOS
3.3.1 Bisturi com Lâmina Fria
Utilizou-se um bisturi de lâmina móvel, cabo número três e lâmina número
quinze.
3.3.2 Bisturi Harmônico Ultrassônico
Foi utilizado bisturi harmônico ultrassônico produzido pela Ethicon Endo
Surgery®, Inc (Figura 1), modelo Gerador 300 GEN04, ano de fabricação 2001.
O aparelho consiste de um móvel com um gerador, com altura de 13 cm,
largura de 37 cm, profundidade 39 cm e peso de 7,48 Kg, sistema de lâmina e
de pedal. O gerador é um microprocessador controlado, com um interruptor de
alta frequência que abastece a potência a qual dirige o sistema acústico. A
potência possui cinco níveis.
MATERIAL E MÉTODO
31
FIGURA 1- BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO FONTE: O autor .
Como instrumento de mão foi utilizado o Bisturi Harmônico (UltraCision®
-ETHICON) (Figura 2) , que consiste em uma Lâmina Tipo Tesoura Curva
(modelo CS-14C), que é utilizada tanto para corte quanto para dissecção dos
tecidos.
FIGURA 2 - BISTURI HARMÔNICO ULTRA CISION
NOTA: Bisturi Harmônico UltraCision ® – ETHICON
FONTE: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/obesidade/obesidade-morbida-9.php
MATERIAL E MÉTODO
32
3.4 PRÉ-OPERATÓRIO
Os animais permaneceram albergados no biotério do IPEM e mantidos
sob condições constantes de luz e temperatura, com doze horas de claridade e
doze horas de escuridão, em sala isenta de ruídos e iluminada com lâmpadas
fluorescentes.
Foram acondicionados em gaiolas-padrão, forradas com serragem,
sendo alimentados com ração comercial (Nuvilab CR-1 ® -Nuvital Nutrientes
S/A), com acesso para água tratada.
Os ratos foram submetidos a um jejum pré-operatório de doze horas,
com oferta de água.
3.5 ANESTESIA
Num frasco estéril foi adicionado 3,75 ml de cloridrato de ketamina 10%
(Ketalar® Aché) - 100mg/ml + 0,5 ml de cloridrato de xilazina 2% (Vibaxyl 2% ®
Virbac) -100mg/ml + 5,75 ml de água destilada estéril.
A anestesia foi realizada com aplicação de sulfato de atropina 0,25
mg/ml (Atropion® Ariston) (0,05 mg/kg de peso) intraperitoneal, e após 10
minutos, a aplicação da mistura de Vibaxyl 2%® (10mg/kg de peso corporal) e
de Ketalar® (25mg/kg de peso corporal), ou seja, foi administrado 0,2 ml/100g
de peso da solução, via intraperitoneal. Quando necessário, repetida metade da
dose após 20 a 30 minutos. (MEZADRI, TOMÁZ & AMARAL, 2004).
MATERIAL E MÉTODO
33
3.6 ATO OPERATÓRIO
As cirurgias foram realizadas no laboratório do IPEM pelo autor e dois
auxiliares.
Após a anestesia os animais foram posicionados em decúbito dorsal
sendo fixados pelas extremidades na mesa cirúrgica. A tricotomia abdominal na
parede ventral foi realizada com a utilização de aparelho de barbear, lâmina de
aço (Gillette® Gillette do Brasil Ltda.) com auxílio de sabão líquido.
Foi realizada antissepsia com iodopolipovidona a 10% (Pvpi ® Geyer)
seguida da colocação de campo estéril delimitando a área cirúrgica.
3.7 CIRURGIA
Realizou-se, incisão cirúrgica abdominal mediana, em pele, com bisturi
lâmina nº 15 (Solidor), com 7 cm de comprimento, longitudinal e retilínea, sendo
a hemostasia realizada por compressão digital, assim expondo a linha média da
aponeurose da parede abdominal (Figura 3).
FIGURA 3 - INCISÃO COM BISTURI DE LÂMINA FRIA EM PELE EXPONDO A APONEUROSE FONTE: O autor.
MATERIAL E MÉTODO
34
Feito isso, no primeiro grupo foi realizada secção da aponeurose, até
atingir o peritônio com bisturi lâmina fria, no comprimento de 6 cm, e no segundo
grupo o mesmo acesso utilizando o bisturi harmônico ultrassônico, gerador 300,
no nível 3 de uso (Figuras 4 e 5).
FIGURA 4 – INCISÃO COM BISTURI DE LÂMINA FRIA NA APONEUROSE FONTE: O autor.
FIGURA 5 - INCISÃO COM BISTURI HARMÔNICO ULTRASSÔNICO À APONEUROSE FONTE: O autor.
A síntese da aponeurose foi realizada com fio de polipropileno (Prolene®
5-0 Ethicon) em pontos contínuos nos dois grupos sem nenhuma diferenciação
(Figura 6).
MATERIAL E MÉTODO
35
FIGURA 6 - SÍNTESE DA APONEUROSE FONTE: O autor.
Após a correção da parede abdominal, revisou-se a hemostasia e
realizou-se síntese da pele com fio mononylon 5-0, com pontos em sutura
contínua (Figura 7).
FIGURA 7 - SÍNTESE DA PELE FONTE: O autor.
MATERIAL E MÉTODO
36
3.8 PÓS-OPERATÓRIO
Os animais foram mantidos em gaiolas individuais, aquecidos com luz
artificial até a completa recuperação da anestesia, quando puderam deambular e
se alimentar.
Após a recuperação os animais foram transferidos para gaiolas
identificadas conforme o grupo e subgrupo, onde estavam anotadas a data do
procedimento e o bisturi utilizado na cirurgia (BLF ou BHU), sendo colocados no
máximo quatro ratos por gaiola.
Os animais foram identificados, com numeração na cauda, realizada
com caneta retroprojetor.
Foram submetidos à analgesia pós-operatória com paracetamol
200mg/ml (Tylenol® Janssen-Cilag) via oral na dose de 40 gotas para cada 50
ml de água ofertada, nos primeiros dois dias.
A avaliação macroscópica de cada animal no pós-operatório foi diária,
com observação da ferida operatória, presença ou não de infecção, hematoma,
deiscência ou hérnia incisional.
3.9 MORTE DOS ANIMAIS
Conforme o cronograma estabelecido os ratos foram mortos por injeção
de anestésico intraperitoneal, Ketalar® associado à Vibaxyl 2% ® em dose
anestésica letal, o dobro da dose convencional, sendo, mistura de Vibaxyl 2% ®
(20 mg/kg de peso corporal) e de Ketalar® (50mg/kg de peso corporal), nos dois
grupos de 40 animais, nos subgrupos de 10 ratos de ambos os grupos, aos 3°,
7°, 14°e 21° dias de pós-operatório.
MATERIAL E MÉTODO
37
3.10 OBTENÇÂO DAS AMOSTRAS
Após a morte de cada animal foi analisada a parede abdominal,
observando na cicatriz, a presença ou não de hematoma, infecção, deiscência
de sutura, hérnia incisional.
Realizou-se a incisão na pele e tecido celular subcutâneo, no sentido
craniocaudal, e feita a secção da totalidade da parede ventral (Figura 8).
FIGURA 8 – PEÇA DISSECADA – CORTE DA PAREDE ABDOMINAL NOTA: Segmento de 8 cm de comprimento com 6 cm de largura englobando toda incisão. FONTE: O autor.
Com a remoção da parede abdominal, a cavidade peritoneal foi
analisada quanto à presença ou não de hematoma, abscessos, fístulas,
deiscências e aderências.
3.11 AVALIAÇÕES MACROSCÓPICAS DA CICATRIZAÇÃO
Realizou-se avaliação macroscópica das feridas, observando os
seguintes critérios (Quadro 1):
MATERIAL E MÉTODO
38
Hematoma
Ausente
Presente
Infecção
Ausente
Presente
Deiscência de sutura
Ausente
Presente
Fístula
Ausente
Presente
Aderências
Ausente
Presente
QUADRO 1 – CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÂO MACROSCÓPICA FONTE: O autor.
Em relação às aderências, utilizou-se os parâmetros de Gonçalves et al.,
2000, que classifica estas em relação a sua intensidade, (Quadro 2).
Intensidade Parâmetros
0 Ausência completa de aderências
1 Aderência do omento maior à ferida cirúrgica
2 Aderências do omento maior e do intestino delgado à ferida
cirúrgica
3 Aderências múltiplas intracavitárias
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS ADERÊNCIAS ABDOMINAIS FONTE: Gonçalves et al., 2000
MATERIAL E MÉTODO
39
3.12 AVALIAÇÂO MICROSCÓPICA
3.12.1 Preparo das amostras teciduais
A técnica de micro arranjo tecidual (tissue microarray-TMA) foi utilizada,
inicialmente nos blocos de parafina arquivados (bloco doador), selecionou-se a
área de interesse,no caso o centro da cicatriz na linha média das aponeuroses
do músculo reto abdominal. Com uma pinça para biópsia de pele - Punch (
Figura 9 e 10 ), pressionado sobre a marcação feita, retirada a amostra em toda
a sua profundidade (figura 11), um cilindro de tecido de 4 mm de comprimento
foi retirado das amostras.
FIGURA 9 – PINÇA DE BIÓPSIA DE PELE. FONTE: o autor
FIGURA 10 – BIÓPSIA COM PUNCH. NOTA: Retirada de tecido cilíndrico, pós secção com Punch. FONTE: `` Withrow e MacEwen´s Smal Animal Oncology´´, 4th Ed.,Esevier, 2007.
MATERIAL E MÉTODO
40
FIGURA 11 - MATERIAL EM BLOCO DE PARAFINA ANTES E APÓS PUNÇÃO FONTE : o autor
Este cilindro foi então introduzido em um novo bloco (bloco receptor)
,previamente preparado com orifícios cilíndricos vazios (Figura 12). Os cilindros
dos vários casos são sucessivamente adicionados ao bloco receptor, e a
posição de cada amostra foi identificada em uma planilha com referências de
coluna e linha (eixos X e Y). Ao fim, um bloco receptor com 10 amostras
diferentes foi conseguido. Deste bloco foram obtidos cortes histológicos
seqüenciais numerados em lâminas tratadas com adesivo que permitiram a
realização de múltiplas reações (TROTER, DEMETRICK & CIEZAR.,2002).
FIGURA 12 – BLOCO RECEPTOR.
NOTA : Montado conforme o mapa com as identificações FONTE: Protocolo de TMA da UFPR PR.
MATERIAL E MÉTODO
41
Neste trabalho, cada bloco correspondeu a um subgrupo com 10
amostras cada, uma de cada rato, sendo identificados como: BLF 3, BLF 7, BLF
14 e BLF 21, que foram submetidos a incisões aponeuróticas com bisturi de
lâmina fria (BLF), e numeradas com 3, 7,14 e 21, que correspondem ao dia da
morte dos animais , com a mesma metodologia ,BHU 3 BHU 7, BHU 14 e BHU
21, submetidos à incisão com bisturi harmônico ultrassônico (Figura 13).
FIGURA 13 – BLOCO DO SUBGRUPO BHU 14 FONTE: O autor .
As amostras ficaram dispostas por número do animal do subgrupo, na
primeira linha os animais números 1,2,3 e 4 na segunda linha os 5, 6,7 e 8, na
terceira os números 9 e 10, e na última linha a amostra sinalizadora. Exemplo:
subgrupo BHU 14, primeira linha BHU 14 1, BHU 14 2, BHU 14 3 e BHU 14 4 na
segunda linha BHU 14 5, BHU 14 6, BHU 14 7 e BHU 14 8 , na terceira linha as
amostras BHU 14 9 e BHU 14 10 (Figura 13).
A coloração realizou-se pelo método imuno-histoquímico de
metaloproteinase da matriz 9 (MMP-9), fator de transformação beta (TGF- β) e
alfa actina do músculo liso (α-AML) . O patologista não teve conhecimento do
grupo animal em estudo. Na análise dos resultados o patologista selecionou as
lâminas para documentação fotomicrográfica.
MATERIAL E MÉTODO
42
3.12.2 Método Imuno-histoquímico
Para realização da técnica de imuno-histoquímica, os blocos de
parafina foram cortados em micrótomo com espessura de três micrometros (μm)
e distendidos em lâminas histológicas previamente preparadas com
Organosilano (Sigma-Aldrich A3648) com o intuito de promover maior aderência
dos cortes às lâminas, evitando a perda do material durante o procedimento
imuno-histoquímico. As lâminas foram estocadas em estufa com temperatura
entre 55 e 58ºC por 24 horas, e transferidas para cubas de vidro vertical para
iniciar a técnica de imuno-histoquímica.
A desparafinização foi realizada com dois banhos em xilol de 30
minutos cada em temperatura ambiente. O processo de desidratação foi
realizado com passagens em álcool 95º, em álcool absoluto (três vezes de três
minutos), álcool 95º e álcool 85º.
O bloqueio da peroxidase endógena (bloqueio dos radicais livres
provenientes do fixador) foi realizado com solução de peróxido de hidrogênio e
metanol 5% (para diluir o peróxido em metanol) e lavado com água destilada.
A recuperação antigênica pelo calor é a etapa que tem como objetivo a
liberação dos epítopos antigênicos do tecido. As lâminas foram mergulhadas no
recuperador Imuno Retriver (Dako®) à cuba de banho-maria à 99º C por 40 min.
, deixado esfriar à temperatura ambiente.
Realizada lavagem em água destilada, marcou-se lâmina por lâmina
com caneta hidrofóbica Dako pen (Dako®), delimitando a área do corte ,antes de
pingar as alíquotas de anticorpos, foi deixado em tampão TBS tris pH 7.3,
evitando que o corte secasse .
Na seqüência, pingou-se as alíquotas de anticorpos primários
monoclonais MMP-9, TGF- β e α-AML (Quadro 3) e levou-se para câmara
úmida por 18 hs à 4ºC (''overnight'').
MATERIAL E MÉTODO
43
QUADRO 3 - ANTICORPOS PRIMÁRIOS UTILIZADOS FONTE: O autor.
Foram lavadas as lâminas em tampão TBS tris pH 7.3 e deixado por 15
min. Novamente lavado em tampão, quando seco e pingou-se Advance link
(Dako®) e aguardou-se por 30 min. Nova lavagem em tampão e pingou-se
Advance enzyme (Dako®), ligante secundário (marcador) e deixado por 30
minutos.
O Advance link e o Advanced Enzyme fazem parte de uma solução que
se chama polímero secundário ou de revelação e eles são responsáveis pela
ligação entre o anticorpo primário e o cromógeno. O cromógeno é a solução
responsável por dar cor à reação.
Lavado em tampão, após secar foi adicionado o cromógeno DAB (1:1) ,
marcador, até a visualização da cor castanha e lavou-se rápido em água
destilada.
Contracorado com Hematoxilina de Harris por 5 min, para fundo de
imagem. Lavou-se em água de torneira e aguardados 5 min. Desidratado com
álcool etílico absoluto (3 x 1 min.), diafanizou-se com xilol (3 x 5 min). Realizou-
se a montagem.
Anticorpo
primário
Tipo
de marcação
Clone Marca Diluição
Padronizada
MMP-9
Citoplasma
15W2
Novocastra
Laboratories
Ltd.™
1: 50
TGF- β1
Citoplasma
2C5
Santacruz
Biotechnology ®
1: 50
α-AML
Citoplasma
1A4
Dako ®
1:400
MATERIAL E MÉTODO
44
312.3 Leitura das lâminas de Imuno-histoquímica
As lâminas imunomarcadas foram submetidas à leitura, através de
microscópio óptico Olympus® BX50 (Tóquio, Japão), acoplado a câmera de
vídeo Dinoeye e a computador com software de análise de imagem Image Pro
Plus™ (Maryland, USA). Foram capturadas quatro imagens em campo de
grande aumento (CGA = 400 vezes), cuja área total de 115226,1µm2 com
resolução de 1024x 768 pixels para cada caso do estudo.
O controle positivo da reação foi digitalizado e uma imagem em CGA
foi escolhida como máscara, contendo a positividade adequada para o
biomarcador escolhido (Figura 14 A).
A máscara foi então sobreposta às imagens digitais dos casos.
Baseado na imunopositividade ideal da máscara, o software de análise Image
Pro Plus (TM) encontra as áreas imunopositivas nas amostras do estudo e
transforma este dado em área imunopositiva por micrômetro quadrado (µm2)
(Figura 14 B).
FIGURA 14 - LEITURA DE IMUNO-HISTOQUÍMICA
LEGENDA: imuno-histoquímica pelo tgf- β subgrupo BLF 3 .
NOTA: A- lâmina submetida a método imuno-histoquímico B - área imunopositiva marcada em
vermelho pós análise pelo software.
FONTE: O autor.
3.1.1.1.1.1.1
3.1.1.1.1.1.2
MATERIAL E MÉTODO
45
A área em µm2 gerada por este método foi então dividida pela constante
115.226,1 µm2 que é a área total do campo avaliado, gerando uma
porcentagem de área imunopositiva por CGA. Uma porcentagem média de área
em 4 CGA foi calculada para cada caso , como no exemplo abaixo (Tabela 1).
TABELA 1 - RESULTADO DE ÁREA IMUNOPOSITIVA PELAS 4 IMAGENS DE CADA
AMOSTA
LEGENDA : animal do subgrupo BLF 3
NOTA: média de área de cada animal e média de área total .
FONTE: O autor.
MMP 9
TMA FOTO1 FOTO2 FOTO3 FOTO4 media do
animal % área positiva
BLF 3
1A 2398,8635 1634,8127 5156,5708 3829,6743 3254,980325 3,32%
1B 7868,6494 6753,7031 4863,9614 4415,334 5975,411975 5,18%
1C 8057,3438 7038,5112 2989,8218 5314,2085 5849,971325 5,07%
1D 4967,1401 1939,3439 1648,2068 897,99158 2363,170595 2,05%
2A 2074,0205 1570,3446 4280,2153 1444,4991 2342,269875 2,01%
2B 6438,1328 8201,7354 4433,7324 7151,4043 6556,251225 5,68%
2C 5418,123 6656,7065 5387,8022 6749,729 6053,090175 5,25%
2D 9160,8096 3207,6594 7015,8442 6408,4014 6448,17865 5,59%
3A 3446,9866 4144,0669 4818,0391 2552,969 3740,51540 3,24%
3B 4081,9539 2637,6018 6509,9604 6032,9258 4815,610475 4,17%
media geral 4739,945002 4,11%
3.12.4 Método picrosirius
Fez-se a análise do colágeno corando-se os cortes histológicos pela
técnica do Sirius Red e examinando-os sob luz polarizada. As fibras colágenas
tipo III, mais finas e dispersas, sob luz polarizada são fracamente birrefringentes
e adquirem tonalidades que variam do amarelo ao verde, enquanto as do tipo I,
mais espessas e fortemente birrefringentes, tonalidades que variam do laranja
ao vermelho.
Examinaram-se as lâminas sem o conhecimento da identificação
estabelecida, em microscópio óptico da marca Olympus®, modelo BX40, com
MATERIAL E MÉTODO
46
objetiva de 20x, acoplado a uma câmera DinoEye ® e a um computador.
Utilizou- se o software Image Pró-Plus ® for Windows.
Inicialmente capturava-se a imagem da lâmina para o computador e,
com o auxílio do programa Image Pro-Plus foi selecionada uma fotomicrografia
que seriou como máscara para as medidas das áreas de interesse.
Com a ferramenta conta-gotas, na fotomicrografia identificada como
máscara, selecionavam-se as cores de interesse (tonalidades que variam do
amarelo ao verde para colágeno tipo III e tonalidades que variam do laranja ao
vermelho para colágeno tipo I) e o programa automaticamente identificava os
colágenos I e III pela sua coloração á luz polarizada, destacando-os da
fotomicrografia. Esta máscara contendo a seleção de cores era sobreposta em
todas as outras fotomicrografias do estudo, identificando automaticamente as
áreas de colágeno I e III. Uma vez que a área total de exame era constante, o
programa fornecia a área e o percentual da área ocupada pelo objeto de
estudo, ou seja, o colágeno tipo I e o tipo III. Mediram-se três fotomicrografias
(objetiva de 20x) por corte histológico em cada lâmina, obtendo-se, então, uma
média da leitura daquele corte (JUNQUEIRA, CORSSEMELLI & BRENTANI,
1979).
3.13 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As variáveis quantitativas foram descritas através das estatísticas de
média e desvio padrão. Para comparação dos tipos de bisturi, em cada um dos
momentos de avaliação, foi considerado o teste t de Student para amostras
independentes. Em cada tipo de bisturi, para comparação dos momentos dois a
dois, foi considerado o teste t de Student para amostras independentes,
considerando-se o modelo de análise de variância com uma fonte de variação
para estimação da variância dentro dos momentos de avaliação. Para
manutenção do nível de significância global foi considerado o procedimento de
Bonferroni. Para avaliação da condição de normalidade das variáveis, dentro de
cada tipo de bisturi e em cada momento de avaliação foi considerado o teste de
Jarque-Bera. No caso de rejeição da hipótese de normalidade foi investigada
uma transformação nos dados que permitisse atender a referida condição. Para
MATERIAL E MÉTODO
47
a comparação dos momentos de avaliação, dentro de cada grupo, em relação à
classificação de hematoma, deiscência e aderência, foi considerado o teste de
Qui-quadrado. Para a comparação dos grupos em cada momento de avaliação,
em relação à classificação de aderência, foi usado o teste exato de Fisher. Para
a análise da variância do tipo de colágeno e sua concentração foi utilizado o
teste não paramétrico de Mann-Whitney. Valores de p menores do que 0,05
indicaram significância estatística. Os dados foram analisados com o programa
computacional IBM SPSS Statistics v.20.
4 RESULTADOS
RESULTADOS
49
4.1 AVALIAÇÂO MACROSCÓPICA
Não foram registrados óbitos; um animal do subgrupo BLF 3, número 5:
apresentou hematoma (Figura 15), sem significância estatística , p = 1 .
FIGURA 15 - HEMATOMA DE PAREDE FONTE: O autor. LEGENDA: animal do subgrupo BLF 3, nº 5.
Dois animais do subgrupo BHU 3 números 1 e 7: apresentaram infecção e
deiscência parcial de sutura da parede, observadas após a morte dos dois animais
(Figura 16), sem significância estatística, p = 1 .
FIGURA 16 - DEISCÊNCIA DE SUTURA DE PAREDE FONTE: O autor . LEGENDA: animal do subgrupo BHU 3, nº 1.
RESULTADOS
50
Em relação às aderências foram observadas, somente as de intensidade
1 (Figura 17): em um animal dos subgrupos BLF 3 (nº2), BHU 3 (nº 5), BLF 7
(nº4), BLF14 (nº2) e BHU 21 (nº9), em dois animais do subgrupo BHU14 (nº 3 e
6) e em três animais do subgrupo BHU 7 (nº 2, 7,10). (Quadro 4).
FIGURA 17 – ADERÊNCIA GRAU 1 LEGENDA: animal do subgrupo BLF 14 n°2. NOTA: Seta indica aderência. FONTE: O autor .
Aderência BLF3 BHU3 BLF7 BHU7 BLF14 BHU14 BLF21 BHU21
Grau 0 9 9 9 7 9 8 10 9
Grau 1 1 1 1 3 1 2 0 1
Grau 2 0 0 0 0 0 0 0 0
Grau 3 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 10 10 10 10 10 10 10 10
QUADRO 4 - RESULTADOS DA CLASSIFICAÇÃO DE ADERÊNCIAS. NOTA: classificação em tipo e momento. FONTE: O autor.
A análise estatística, das aderências, nos grupos BLF e BHU, como resultados,
respectivamente p = 1 e p = 0, 595 e, portanto sem significância estatística (Tabelas
2 e 3).
RESULTADOS
51
TABELA 2- ADERÊNCIAS E ANÁLISE ESTATÍSTICA DO GRUPO BLF
Grupo: BLF
Aderência BLF3 BLF7 BLF14 BLF21
Grau 0 9 (90%) 9 (90%) 9 (90%) 10(100%)
Grau 1 1 (10%) 1 (10%) 1 (10%) 0 (0%)
Total 10 10 10 10
Valor de p = 1
FONTE: O autor.
TABELA 3 - ADERÊNCIAS E ANÁLISE ESTATÍSTICA DO GRUPO BHU
Grupo: BHU
Aderência BHU3 BHU7 BHU14 BHU21
Grau 0 9 (90%) 7 (70%) 8 (80%) 9(90%)
Grau 1 1 (10%) 3 (30%) 2 (20%) 1(10%)
Total 10 10 10 10
Valor de p = 0,592
FONTE: O autor.
Não foram observadas fístulas no presente trabalho.
4.2 ANÁLISES MICROSCÓPICAS
4.2.1 metaloproteinase da matriz 9 (MMP-9)
A expressão da MMP-9, no acompanhamento evolutivo dos casos onde foi
realizada incisão com lâmina fria, ocorreu aumento progressivo de sua
concentração, mais evidente do 7º ao 14º dia, com menor progressão até o 21º dia.
Na série onde foi utilizado o BHU, ao 3º dia, já apresentava níveis elevados, com
aumento até o 7º dia e diminuição ao 14º dia e o nível se manteve até o 21º dia.
A análise estatística da expressão da MMP-9 encontrada na comparação dos
dois tipos de bisturi, apresentou significância estatística aos 3º, 7º e 21º dia (Tabela
4 e Gráfico 1).
RESULTADOS
52
TABELA 4 : MÉDIA , DESVIO PADRÃO, EM MICRÔMETROS QUADRADOS POR CGA, E ANÁLISE
ESTATÍSTICA NOS BISTURIS LÂMINA FRIA E HARMÔNICO ULTRASSÔNICO MMP-9.
Bisturi Subgrupos
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias
Lâmina Fria
4.739,95+1.676,9 6.633,82+1.867,31 10.560,1+1.653,4 11.533,89+1.161,7
Harmônico Ultrassônico
9.185,9+1.502,61 12.036,44+1.216,7 9.104,05+2.201,6 9.171,86+1.785,63
Valor de p* < 0,001 < 0,001 0,099 0,001
(*) Teste t de Student para amostras independentes; p<0,05
FONTE: O autor.
No gráfico abaixo podem ser visualizados os resultados obtidos no estudo:
GRÁFICO 1 : Média de imunoexpressão tecidual (em micrômetros quadrados por CGA) do
MMP-9 ,em relação aos grupos de BLF e BHU, no 3º,7º.14º e 21º dias.
FONTE : O autor .
A expressão de MMP-9 foi observada em todos os casos das amostras (Figura
18) variando a sua imunoexpressão tecidual entre 2,65% e 11,50% .
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias
BLF
BHU
MMP-9
p < 0,001
P < 0,001
P= 0,001
p = 0,099
RESULTADOS
53
FIGURA 18- FOTOMICROGRAFIAS DE AMOSTRAS HISTOLÓGICAS IMUNOCORADAS COM MMP-9 . LEGENDA : Imuno-histoquímica MMP-9 200x. NOTA : A - Demonstra caso com 2,65 % de área de imunoexpressão tecidual média BLF3 .B - Demonstra caso com 4,20 % de área de imunoexpressão tecidual média BHU14. C - Demonstra caso com 8,84 % de área de imunoexpressão tecidual média BHU21. D - Demonstra um caso com 11,50 % de área de imunoexpressão tecidual média BHU7. FONTE : O autor
4.2.2 - fator de transformação crescimento beta (TGF- β).
Em relação ao TGF- β, sua expressão nos casos onde se realizou incisão com
lâmina fria, encontrou-se um nível alto ao 3º dia , que cai ao 7º dia , voltando a subir
ao 14º, com pequena queda ao 21º dia. Já na série onde foi realizada a incisão com
BHU, o nível encontrado foi maior ao 3º dia, com queda progressiva, nos 7º,14º e
21º dias. A concentração ao 3º dia foi mais elevada nos casos onde se usou a
lâmina fria, que na série comparada, sendo a maior concentração encontrada no
presente estudo.
A análise estatística da expressão da TGF- β encontrada na comparação dos
dois tipos de bisturi, apresentou significância estatística aos 14º e 21º dias ( Tabela 5
e Gráfico 2 ) .
RESULTADOS
54
TABELA 5: MÉDIA E DESVIO PADRÃO, EM EM MICRÔMETROS QUADRADOS POR CGA NOS
BISTURIS LÂMINA FRIA E HARMÔNICO ULTRASSÔNICO TGF- β.
(*) Teste t de Student para amostras independentes; p<0,05.
FONTE: O autor.
No gráfico abaixo podem ser visualizados os resultados obtidos no estudo.
GRÁFICO 2 : Média de imunoexpressão tecidual (em micrômetros quadrados por CGA) do TGF- β
em relação aos grupos de BLF e BHU, no 3º,7º.14º e 21º dias.
FONTE : O autor .
A expressão de TGF- β foi observada em todos os casos das amostras
variando a sua imunoexpressão tecidual entre 0,03% e 2,92% (Figura 19) .
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias
BLF
BHU
TGF-β
p =0,081
p = 0,826
p = 0,010
p < 0,001
Bisturi Subgrupos
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias
Lâmina Fria
1.878,74+1.496,4 636,02 + 879,69 1.172,74 +633,35 1.078,6 + 556,78
Harmônico Ultrassônico 946,69 + 638,38 744,66 + 1.099,5 547,56 +1.006,31 195,11 + 157,31
Valor de p* 0,081 0,826 0,010 < 0,001
RESULTADOS
55
FIGURA 19 - FOTOMICROGRAFIAS DE AMOSTRAS HISTOLÓGICAS IMUNOCORADAS COM . TGF β. LEGENDA: Imunohistoquímica TGF- β 200x. NOTA - Demonstra caso com 0,08 % de área de imunoexpressão tecidual média BLF14 B - Demonstra caso com 0,64 % de área de imunoexpressão tecidual média BHU7. C - Demonstra caso com 1,85 % de área de imunoexpressão tecidual média BLF3 D - Demonstra um caso com 2,92 % de área de imunoexpressão tecidual média BLF3. FONTE: O autor.
4.2.3 - Alfa Actina do músculo liso (α-AML) .
Como resultado a expressão de α-AML apresentou níveis pouco variáveis na
série onde foi realizada incisão com lâmina fria, com discreto aumento do 3º para o
7º dia, discreto decréscimo do 7º ao 14º dia e ligeiro aumento até o 21º dia, porém
se mantendo constante. A séria onde utilizamos o bisturi harmônico ultrassônico,
ocorreu elevação dos níveis do 3º ao 7º dias, padrão que se repetiu do 7º ao 14º dia,
ocorrendo ligeiro decréscimo ao 21º dia.
A análise estatística da expressão da α-AML encontrada na
comparação dos dois tipos de bisturi, considerando p < 0,05, apresentou
significância estatística ao 14º dia. (Tabela 6 e Gráfico 3).
RESULTADOS
56
TABELA 6 : MÉDIA , DESVIO PADRÃO, EM EM MICRÔMETROS QUADRADOS POR CGA E
ANÁLISE ESTATÍSTICA NOS BISTURIS LÂMINA FRIA E HARMÔNICO ULTRASSÔNICO α-AML
Bisturi Subgrupo
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias
Lâmina Fria
1.836,81 +724,47 2.011,21 + 516,91 1.879,22 +721,32 2.022,17+1.007,34
Harmônico Ultrassônico
1.975,41 +653,38 2.450,35 + 773,47 2.832,99 +893,45 2.741,54 + 699,27
Valor de p* 0,665 0,140 0,011 0,091
(*) Teste t de Student para amostras independentes; p<0,05
FONTE : O autor
No gráfico abaixo podem ser visualizados os resultados obtidos no estudo.
GRÁFICO 3 : Média de imunoexpressão tecidual (em micrômetros quadrados por CGA) do α-AML
em relação aos grupos de BLF e BHU, no 3º,7º.14º e 21º dias.
FONTE: O autor .
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias
BLF
BHU
α-AML
p = 0,665
p =0,140
p = 0,011 p = 0,091
RESULTADOS
57
A expressão de α-AML foi observada em todos os casos das amostras (Figura
20) variando a sua imunoexpressão tecidual entre 0,88 % e 3,23 % .
FIGURA 20 - FOTOMICROGRAFIAS DE AMOSTRAS HISTOLÓGICAS IMUNOCORADAS COM α -AML. LEGENDA : Imunohistoquímica α -AML 200x. NOTA - Demonstra caso com 1,39% % de área de imunoexpressão tecidual média BLF21 B - caso com 1,45 % de área de imunoexpressão tecidual média BLF7. C - Demonstra caso com 2,04 % de área de imunoexpressão tecidual média BLF14. D- Demonstra um caso com 3,23 % de área de imunoexpressão tecidual média BHU3. FONTE : O autor .
4.2.4 Coloração picrosirius
No método picrosirius (Figura 21 e 22) , a análise de dosagem de colágeno
demonstrou que o colágeno maduro Tipo I, não apresentou significância estatística
nas amostras estudadas (Tabela 7).
RESULTADOS
58
FIGURA 21 – FOTOMICROGRAFIA MOSTRANDO FIBRAS COLÁGENAS. LEGENDA: Coloração Picrosirius, aumento 20x, rato nº 1 subgrupo BLF 7. NOTA: Predomínio misto de Fibras Tipo I (VERMELHO) e III (VERDE), setas indicando fibras. FONTE: O autor .
FIGURA 22 – FOTOMICROGRAFIA MOSTRANDO FIBRAS COLÁGENAS LEGENDA: Coloração Picrosirius, aumento 20x, rato nº 8 subgrupo BLF 21. NOTA: Predomínio misto de Fibras Tipo I (VERMELHO) e III (VERDE), setas indicando fibras. FONTE: O autor .
RESULTADOS
59
TABELA 7 : QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEPOSIÇÃO DE COLÁGENO
MADURO (TIPO I) NOS DOIS GRUPOS.
Bisturi Subgrupo
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias Geral
Lâmina Fria 0,38 0,38 0,43 0,39 0,40
Harmônico Ultrassônico 0,43 0,38 0,41 0,38 0,40
Valor de p* 0,153 0,622 0,761 0,603 0,906
(*) Teste Mann-Whitney para amostras independentes; p<0,001
FONTE : O autor
Quanto ao colágeno imaturo Tipo III ( Figura 23 ), no 3º dia ocorreu uma
deposição maior no grupo BHU; ao 7º dia a formação foi maior no grupo BLF, ao 14º
foi equivalente nos dois grupos e ao 21º dia o depósito foi maior no grupo BHU.
Como escore geral, ocorreu deposição maior de colágeno Tipo III no grupo
submetido à cirurgia com BHU, do que no grupo operado com BLF apresentando
resultados de p < 0,001 ou 0,01 %, com significância estatística (Tabela 8).
FIGURA 23 – FOTOMICROGRAFIA DE FIBRAS COLÁGENAS. LEGENDA: Coloração Picrosirius, aumento 20 x, rato nº 2 subgrupo BHU 21. NOTA: Predomínio de fibras tipo III (VERDE) no pós-operatório tardio, setas indicando fibras. FONTE: O autor.
RESULTADOS
60
TABELA 8 : QUANTIFICAÇÃO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEPOSIÇÃO DE COLÁGENO
MADURO (TIPO III) NOS DOIS GRUPOS.
Bisturi Subgrupo
3 dias 7 dias 14 dias 21 dias Geral
Lâmina Fria 0,88 0,93 0,94 0,93 0,92
Harmônico Ultrassônico 0,90 0,91 0,94 0,94 0,93
Valor de p* < 0,001 < 0,001 0,832 < 0,001 < 0,001
(*) Teste Mann-Whitney para amostras independentes; p<0,001
FONTE: O autor
No gráfico e tabela abaixo podem ser visualizados os resultados obtidos no
estudo (Grafico 4 e Tabela 9).
GRÁFICO 4 – Representação gráfica da quantificação de colágeno maduro (tipo I) e imaturo (tipo III) e análise estatística nos dois grupos. FONTE: O autor.
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
3 7 14 21
Observação (em dias)
Colágeno Maduro - BLF
Colágeno Maduro - BHU
Colágeno Imaturo - BLF
Colágeno Imaturo - BHU
p < 0,001
p < 0,001 p < 0,001p =0,832
p=0,622 p=0,603
p=0,153
p =0, 761
RESULTADOS
61
TABELA 9 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DA DEPOSIÇÃO DE COLÁGENO TIPO I (MADURO) E III (IMATURO) FONTE: O autor.
Observação (em dias) Colágeno Maduro Colágeno Imaturo
Lâmina Fria x Ultrassom Lâmina Fria x Ultrassom
_________________________________________________________________________________
3 US = LF (p=0,153) US > LF (p<0,001)
7 US = LF (p=0,622) LF > US (p<0,001)
14 US = LF (p=0,761) US =LF (p=0,832)
21 US = LF (p=0,603) US > LF (p<0,001)
Geral US = LF (p=0,906) US > LF (p< 0,001)
_________________________________________________________________________________
5 DISCUSSÃO
DISCUSSÂO
63
5.1 MODELO EXPERIMENTAL
O Rato Wistar foi o animal escolhido para a pesquisa por ser um animal
resistente e amplamente utilizado nas pesquisas da parede abdominal, de fácil
manuseio e fácil aquisição conforme referido por Souza e Merrusse,(1996).
Além disso, resistem bem às infecções, têm anatomia conhecida e
podem ficar albergados em biotério. Por ser a espécie convencional de
laboratório, têm técnica anestésica específica e segura. A obtenção fácil destes
animais permite a formação de grupos padronizados e com número adequado
para o estudo. Suas dimensões não interferem nas análises das características
macroscópicas e microscópicas. De acordo com Rocha (1986), a utilização de
pequenos roedores permite a avaliação comparativa de grupos com grande
número de animais, padronizados e da mesma espécie, o que facilita a análise
estatística.
Além de ratos, outros animais podem ser utilizados, como no estudo
comparativo da cicatrização de tecidos com BLF e BHU realizado por, Hambley
et al. (1988); o qual utilizou porcos, na análise de cicatrização de pele com BLF,
BHU, CO2 Laser e eletrocautério. Emann e Cushieri, (2003), também utilizaram
porcos em trabalho onde foi avaliado o poder de dissecção do BHU em cirurgias
laparoscópicas.
5.2 TÉCNICA ANESTÉSICA
A escolha do Cloridrato de Ketamina considerou o conhecimento
registrado na literatura de alguns de seus efeitos. A capacidade dissociativa que
possui bem descrita por Cunningham e Mckinney (1983), trouxe a vantagem da
dissociação entre o animal e o meio, com sedação, imobilização e marcada
analgesia. Sua importância em evitar o choque foi descrita por Atalay (2003).
Tudo isso fez do Cloridrato de Ketamina, com ou sem adjuvante, o anestésico de
primeira escolha nesta pesquisa. Esta técnica anestésica mostrou-se eficiente
DISCUSSÂO
64
em todos os ratos. Não houve necessidade de doses complementares, conforme
preconizado por Geise (1998), Bacelar-Jr. (1999) e Atalay (2003).
A Ketamina usada sozinha em pequenos mamíferos produz imobilização de
curto prazo com pouco relaxamento muscular. Normalmente são necessárias
grandes doses para produzir imobilidade prolongada e anestesia cirúrgica, conforme
Quesenberry & Carpenter (2003).
A Ketamina é um anestésico dissociativo, termo usado para descrever a
dissociação funcional entre o córtex e o sistema nervoso periférico. Quando
combinada com a Xilazina normalmente produz uma anestesia cirúrgica mais eficaz
que misturada com outros agentes. A Xilazina tem propriedades analgésicas e
sedativas e têm a vantagem adicional de poderem ser revertidas por administração
de antagonistas específicos. A combinação Ketamina /Xilazina produz planos
médios de anestesia cirúrgica na maioria dos animais conforme relato de Flecknel, et
al.,(1996)
A Atropina é usada para reduzir as secreções respiratórias e salivação,
evitando assim obstrução respiratória. Contudo tem sido discutido que podem
fomentar esta ao fazer com que as secreções fiquem mais espessas. Também pode
melhorar ou prevenir bradiarritmias de origem vagal como descrito por Quesenberry
& Carpenter (2003).
5.3 TÉCNICA OPERATÓRIA
Diérese e síntese são procedimentos cirúrgicos de rotina e a
compreensão correta do processo de cura é de grande importância, uma vez
que distúrbios na evolução normal da cicatrização podem representar um
problema clínico severo com morbidade e mortalidade conforme referido por
Phillips et al., (2003). O foco principal do presente estudo foi comparar o
processo de cicatrização após o uso, quer diatermia ou bisturi convencional para
abrir a aponeurose abdominal.
DISCUSSÂO
65
O presente trabalho realizou a incisão mediana de abdome, utilizando o
BLF, bem como o BHU. Foi usado o bisturi harmônico, pois é um instrumento
onde uma menor quantidade de energia é transferida ao tecido em comparação
a métodos de frequência de alta corrente (eletrocautério) ou laser, propiciando
assim menor possibilidade de dano térmico ou lesão tissular profunda pois este
bisturi trabalha em baixas temperaturas, com corte gerado em apenas 50-100 ºC
(SIETSES et al., 2001). O uso do bisturi harmônico tem o adicional de não
passar toda a energia elétrica através do corpo, com o benefício de redução do
dano térmico, com menor estresse cirúrgico associado ao bisturi harmônico . O
nível de coagulação no BHU utilizado foi o nível três, pois é o nível normalmente
utilizado em seres humanos, conforme Broek et al., (2011). A potência do BHU
varia do nível de um a cinco no marcador do aparelho. Na menor potência, ou
seja, nível um, a coagulação é maior; enquanto no nível cinco, é o corte que é
maior. Nas cirurgias da cavidade abdominal utiliza-se o nível três, porque corta e
coagula de forma homogênea; outra vantagem do BHU é que não há passagem
de corrente elétrica pelo paciente como no eletrocautério, não se fazendo
necessária a utilização de placas de fio-terra conforme estudado por Mettemich
et al., (2003) e Masi et al., (2009).
O objetivo de aumentar a segurança e a qualidade de um procedimento
cirúrgico, visando possibilitar a diminuição do tempo e complicações trans e pós-
operatórias, tem levado a estudos constantes no sentido de se buscar novas
ferramentas que venham a substituir e/ou complementar, com vantagens, o
bisturi convencional. Como exemplos o bisturi elétrico, radiação laser de alta
potência com diferentes comprimentos de onda, criocirurgia e, atualmente, o
bisturi harmônico. Todos eles apresentam vantagens e desvantagens, que
devem ser levadas em consideração quando do planejamento cirúrgico.
Quanto ao BHU, tem sido utilizado há pouco mais de 15 anos em
diversas especialidades da medicina, tais como: cirurgia geral, ginecologia,
gastroenterologia e otorrinolaringologia conforme relatado por (MATTHEWS., et
al, 2008; ALI et al., 2011 e DEAN et al, 2014), demonstrando algumas
vantagens, quando corretamente indicado.
O BLF é o instrumento mais utilizado em incisões cirúrgicas apesar das
desvantagens, tais como: episódios hemorrágicos, necessidade de sutura entre
DISCUSSÂO
66
outras, mesmo assim, é ainda o que promove o mínimo trauma aos tecidos
adjacentes e tempo de reparo menor, conforme relatado por Arashiro et al,
(1996) e Morosolli et al, (2010). Esta afirmação também foi confirmada por esse
estudo. Outros autores discutem que o bisturi convencional não provoca o dano
térmico aos tecidos adjacentes, mas, no momento em que a ferida é realizada,
há um extravasamento de sangue e linfa que provocam maior edema e
formação de cicatrizes, como relatam Fisher et al, (1983) e Wilder-smith et al,
(1995).
Alexiou (2011) não encontrou diferenças em relação a hemorragia trans
e pós-operatória e dor, quando comparou com o uso de bisturi harmônico,
eletocautério e lâmina fria, em tonsilectomias, resultado divergente ao de Walker
(2001), que constatou que pacientes submetidos à tonsilectomias com o bisturi
harmônico retornaram à dieta e atividades habituais mais rapidamente, além de
apresentarem menor taxa de hemorragia tardia.
Outro benefício a ser atribuído ao BHU é a diminuição das doses de
analgésicos administrados no período pós operatório conforme descrito por
Danic et al,(2012) e Ali et al, (2001), quando compararam o bisturi harmônico e o
bisturi elétrico em tonsilectomias, notaram que os pacientes operados com
bisturi harmônico tinham dor menos intensa nas primeiras 72 horas. Os mesmos
autores não encontraram diferença significativa no tempo de cirurgia, mas
atribuíram tal fator à falta de prática com o instrumento.
Estudos permitem enumerar outras vantagens do bisturi harmônico, tais
como: a não transmissão de eletricidade, diminuindo os riscos ao paciente e a
equipe cirúrgica; a adesão insignificante de tecido na ponta ativa do instrumento,
que poderia interferir na diminuição da potência (SHERMAN & DAVIS., 2000;
BARRETT & GARBER., 2003 ; DEAN et al, 2014). Além disso, uma vez que o
bisturi harmônico serve tanto para a dissecção como para a coagulação, há
menos substituições de instrumentos, conforme estudos de Ali et al, (2001);
Matthews et al, (2008) e Mantke et al, (2011), ainda acrescentam que o bisturi
harmônico pode ser utilizado em pacientes portadores de marcapasso, condição
esta que não permite o uso do bisturi elétrico.
Mantke et al (2011) explicam que a seleção do instrumento deve ser feita
conforme a necessidade e o planejamento do cirurgião, pois não há um
DISCUSSÂO
67
equipamento ideal para as diversas situações cirúrgicas. Há situações em que
os danos térmicos e elétricos são mais relevantes que o selamento de vasos,
como, por exemplo, na proximidade de um nervo ou tecido cartilaginoso.
A respeito das margens cirúrgicas, estudos não indicam o bisturi elétrico e
bisturi harmônico quando é necessário avaliar com precisão as margens de uma
lesão, pois provocam fragmentações, artefatos e contração do tecido biopsiado,
como constatado por Kakarala et al, (2011) e George et al, (2013). O dispositivo
utilizado numa biópsia deve ser de conhecimento do patologista que realiza a
análise das margens de um tumor, somente dessa forma é possível diminuir os
resultados falso positivos ou falso-negativos e assim permitir, com cautela, o uso
do laser de CO2 ou do bisturi harmônico para exérese de tumores.
Exemplificando com casos de câncer em laringe, um resultado falso-positivo
pode levar a uma cirurgia revisional ou uma radioterapia pós-operatória, sendo
assim, autores defendem o uso do bisturi de lâmina fria nestes casos Manelli et
al.,(2014).
Uma das maiores desvantagens atribuídas ao BHU é o alto custo do
equipamento, porém vários autores refutam este argumento como Tirelli et al,
(2014), os quais demonstraram que há uma redução no custo das cirurgias de
exérese de câncer bucal e orofaríngeo, quando utiliza-se o bisturi harmônico,
correlacionando o custo do equipamento com o tempo em centro cirúrgico. Irfan
et al., (2011) acreditam que todas as vantagens citadas a respeito do bisturi
harmônico justificam os custos, desde o investimento inicial aos gastos com
manutenções. Ainda assim, para as cirurgias bucais menores realizadas em
ambulatório, o custo do equipamento utilizado pode representar uma
desvantagem considerável em relação ao bisturi de lâmina fria, fato que outros
autores estão de acordo com Michelsen et al, (2011). O confronto dessas
opiniões divergentes chama atenção para um aspecto importante na relação
custo/benefício: o grau de habilidade do cirurgião para manipular o equipamento,
pois quanto mais evoluída a habilidade menor é o tempo da cirurgia, o que
diminuiria os custos hospitalares.
Para a síntese foi escolhido o fio de polipropileno monofilamentar, que é
considerado bastante inerte, causa pouca reação tecidual e, portanto, tem
influência mínima no processo de avaliação da cicatrização. Em relação ao tipo
DISCUSSÂO
68
de sutura, foi escolhida a sutura contínua por ser eficaz, assegurando que a
força seja distribuída uniformemente ao longo de todo comprimento da incisão e
não se concentrando em pontos específicos da sutura; oferecendo maior
repouso à ferida, facilitando reparação e cicatrização conforme analisado por
Perko et al., (2006).
5.4 ANÁLISE MACROSCÓPICA
Na avaliação macroscópica, foram analisadas, a presença ou ausência
de hematomas, infecção (abscessos), deiscência, aderências e fístula;
comprovando que o BHU é um instrumento de corte e hemostasia simultânea
eficiente, sendo utilizado largamente em vídeo-cirurgia e em cirurgias abertas;
que suas propriedades são defendidas por vários autores, como Sherman e
Davis (2000) e Emam e Cuschieri (2003); no presente estudo, apenas 1 caso,
apresentou hematoma, confirmando a propriedade hemostática do BHU, embora
Emam e Cuschieri (2003) tenham chamado a atenção para a produção de
fumaça com partículas em suspensão as quais podem comprometer a
visibilidade, dificultando o ato operatório, porém as facilidades no uso do BHU
são consideráveis.
O presente trabalho apresentou 2 casos com infecção e deiscência
parcial de aponeurose, ambos no grupo operado com BHU no 3º dia,
confirmando a maior resposta inflamatória, necrose tecidual e presença de
colônias bacterianas, o que posteriormente se confirmou na avaliação
microscópica.
Em relação às aderências, o presente estudo a constatou em 10 ratos
dos 80 operados, com distribuição uniforme ao 3º dia (1 de cada subgrupo BFL e
BHU), ao 7º e 14º dias um número maior nos subgrupos operados com BHU
(1BLF/3BHU no 7º dia e 1BLF/2BHU no 14º dia) e um caso isolado no 21º dia do
subgrupo com BHU. Pelo fato, que a incisão com BHU causou maior reação
inflamatória, com maior necrose tecidual e entendendo que as aderências são
maiores onde o trauma é mais intenso, foi encontrado um maior número de
aderências nas cirurgias com BHU (3 casos BLF para 7 casos com BHU). Em
DISCUSSÂO
69
relação ao tipo de aderência, somente foi encontrada a do tipo 1, fato que pode
ser entendido pela não manipulação visceral, durante a cirurgia. À semelhança
de Viana et al. (2008), que fazendo estudo comparativo de sutura ou não do
peritônio parietal nas laparotomias medianas em ratos encontrou após
laparotomia uma taxa de 17 casos de aderências em 40 ratos estudados, com
incisão similar a deste estudo com BLF; ao contrário de Gonçalves et al., (2000),
que em seu trabalho, analisando 20 ratos submetidos à laparotomia no grupo 1
que se assemelha aos grupos com BLF, não encontrou aderências na amostra
estudada.
O presente estudo não encontrou fístulas nos grupos estudados, fato
explicado pela não intervenção na cavidade abdominal.
5.5 ANÁLISE MICROSCÓPICA
5.5.1 TÉCNICA DE MICROARRANJO TECIDUAL (TISSUE MICROARRAY-TMA)
Como o método tradicional de análise de amostras uma a uma é
relativamente dispendioso, a técnica de microarranjo tecidual (Tissue microarray-
TMA) tem sido utilizada para reduzir custos, principalmente em pesquisas.
Esta é baseada na construção de um bloco de parafina com fragmentos
cilíndricos de amostras teciduais obtidas de dezenas ou centenas de blocos de
parafina originais.
Dessa forma, o uso da imuno-histoquímica para conhecer a expressão de
um determinado marcador pode ocorrer em uma lâmina de TMA com centenas de
amostras ao custo de uma única reação, corroborando com Andrade et al, (2007).
O TMA em relação aos cortes convencionais apresenta: áreas satisfatórias
de análise em distintos níveis de corte, possibilidade de repetição dos experimentos
,estudo de grande número de amostras simultaneamente, grande economia de
tempo , custos menores e uniformização das reações Andrade et al, (2007) .
A maior preocupação dos críticos na utilização do TMA é a representação da
lesão, considerando a pequena amostra estudada. A fidelidade dos resultados em
DISCUSSÂO
70
relação ao uso dos cortes convencionais foi objeto de estudo por ocasião da
validação do método e está demonstrada em vários trabalhos da literatura (CAMP et
al .,2000; ENGELLAU et al., 2001; HOOS et al., 2001; HENDRIKS et al.,2003;
ROCHA et al., 2006; SAPINO et al., 2006).
5.5.2 ANÁLISE MICROSCÓPICA
Costa Filho (2012) em procedimento idêntico revelou que, análise
microscópica pela Hematoxilina – Eosina e Tricômio de Gomori revelou que o
corte com BHU atrasa o processo de regeneração; com um processo
inflamatório mais prolongado, maior necrose tecidual e atraso do início do
processo de fibrogênese, com significância estatística. Nesta avaliação
microscópica revelou-se uma fase inflamatória mais intensa nas incisões
realizadas com BHU, quando comparadas com BLF; essa diferença ficou mais
evidente nos grupos do 3º e 7º dias, sendo que ao 14º dia os parâmetros ficaram
semelhantes e ao 21º , já apresentando fase de cicatrização avançada,a
semelhança de Hambley et al. (1988), que realizando incisão na pele de porcos
encontrou resultados semelhantes, onde ocorre uma fase inflamatória menos
prolongada em incisões com BLF que BHU.
Masi et al. (2009) fizeram experimento semelhante em mucosa oral de
ratas, com cicatrização mais prolongada na série feita com BHU, apresentando
uma fase inflamatória mais intensa e demorada, corroborando com SINHA et al
(2003) que demonstrou em mucosa oral de Guinea pig, que o BHU promovia um
processo inflamatório mais prolongado e intenso.
Garcia et al. (2007) e Ziv et al. (2001), realizando experimento
semelhante, porém usando eletrocautério, não encontrou alterações
significativas nas amostras, tendo mesma cicatrização em ambos os grupos.
A expressão da MMP-9, no acompanhamento evolutivo dos casos onde
foi realizada incisão com BLF, apresentou aumento progressivo de sua
concentração, mais evidente do 7º ao 14º dia, com menor progressão até o 21º
dia. No grupo onde foi utilizado o BHU, ao 3º dia, apresentava níveis elevados
DISCUSSÂO
71
de MMP-9, com aumento até o 7º dia e diminuição ao 14º dia, que se manteve
até o 21º dia, conforme esperado. Porém a análise estatística se mostrou
positiva na comparação dos dois grupos aos 3º, 7º e 21 dias. A presença da
MMP-9 em todo o período estudado e níveis mais elevados no grupo BHU, pela
elevada destruição celular apresentada na fase inflamatória, levou a um
processo de remodelação dos tecidos mais intenso e prolongado de acordo com
a análise de Costa Filho, (2012).
Navarro et.al. (2006), relatam que a MMP-9, participa de um grande
número de processos fisiológicos, como os processos de mineralização, erupção
dental e remodelação do colágeno, entre outros, que no metabolismo humano,
participa também de processos patológicos como a destruição tecidual , lesões
de cárie radicular, desordens da articulação temporomandibular e metástases
em tumores, corroborando com achados neste trabalho , de elevação de níveis
teciduais em ambos os grupos.
Perches et.al.(2012), relata em revisão literária que as MMPs podem ser
observadas em qualquer tecido inflamado e culturas celulares e que os tipos e
quantidades expressadas dessas enzimas variam de acordo com as doenças,
neoplasias, inflamações e tipos celulares, já que todo tecido possui matriz
extracelular, que necessita das MMPs frente a um processo fisiológico ou
patológico de remodelação tecidual, e que são sintetizadas até que seja
necessário, e que uma série de citocinas e fatores de crescimento podem induzir
ou inibir, como fator betatransformador do crescimento (TGF β), o que fica de
acordo com o encontrado no presente estudo, nível elevado de TGF- β , na série
BLF 3 , com nível baixo de MMP-9 no mesmo período, e com a diminuição dos
níveis de TGF β nos períodos posteriores a elevação da MMP-9 .
A expressão do TGF- β nos casos onde se realizou incisão com lâmina
fria, foi elevada ao 3º dia, diminuindo ao 7º dia, voltando a subir ao 14º, com
pequena queda ao 21º dia. Já na série onde foi realizada incisão com BHU, o
nível encontrado foi maior ao 3º dia, com queda progressiva, nos 7º, 14º e 21º
dias. A significância estatística ocorreu aos 14º e 21º dias. Como eram
esperadas, ondas de remodelação no 3º e 14º dias, com conseqüente aumento
da TGF- β, ocorreu no grupo onde a incisão foi feita com o BLF, já no grupo
onde a incisão, foi feita com o BHU, apresentou nível inicial mais baixo ao
DISCUSSÂO
72
terceiro dia, se comparado com o grupo BLF; e decréscimo progressivo até o 21º
dia, pela fase inflamatória mais prolongada, com a possibilidade de um 2º pico
ocorrer após o 21º dia, conseqüência de um processo cicatricial mais lento.
Oliveira (2009), em estudo em fibrose hepática, demonstrou a importância
da TGF- β,no processo de fibrogênese na cicatrização hepática, em associação
de seus níveis com a formação de colágeno tipo I.
Martinez (2008) , em estudo em células de polpa dentária e gengiva humana
obteve resultados demonstrando que o TGF-1 induz a expressão de -AML,
sugerindo a indução do fenótipo miofibroblástico, o que não se confirmou no
presente estudo.
A expressão de α-AML apresentou níveis pouco variáveis na série onde
foi realizada incisão com lâmina fria , com discreto aumento do 3º para o 7º dia,
discreto decréscimo do 7º ao 14º dia e ligeiro aumento até o 21º dia, porém se
tendendo constante. Na série onde utilizamos o bisturi harmônico ultrassônico,
ocorreu elevação dos níveis do 3º ao 7º dias, padrão que se repetiu do 7º ao 14º
dia, ocorrendo ligeiro decréscimo ao 21º dia, porém a comparação dos dois só
apresentou significância estatística ao 14º dia, concluindo assim que a
remodelação da ferida é mais intensa, neste grupo .
O método mais simples de manusear, e de fácil interpretação para a
quantificação de colágeno, é a utilização do corante Picrosirius Red F3BA
(CONSTANTINE E MOWRY, 1968). Ele deriva do ácido pícrico, princípio que
fundamentou a realização do exame para este estudo.
A coloração de picrosirius foi descrita em 1979 por Junqueira, Bignolas e
Brentani, que realizaram análise da presença de colágeno, quanto ao
aparecimento das formas jovens (tipo III) e madura (tipo I), através desta
coloração. O estudo das lâminas foi do tipo fechado, duplo cego e sua leitura foi
realizada por microscopia de luz polarizada. As imagens foram analisadas pelo
Software Image Pro-Plus para quantificação de colágeno jovem e maduro.
Considerando a hipótese nula de que a quantidade de colágeno jovem e de
colágeno maduro é igual nos grupos estudados, versus a hipótese alternativa de
resultados diferentes. Utilizaram o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, cujo
nível mínimo de significância era 0,05. e desde então vem sendo usada para a
quantificação de colágeno tipo I e III.
DISCUSSÂO
73
O colágeno dos tipos I, II, III revela diversas cores e intensidades de
birrefringência no mesmo corte histológico Junqueira, Bignolas e Brentani,
(1979). Isto se deve ao fato de que os diferentes colágenos intersticiais
demonstram padrões diferentes de agregação física (MINOR, 1980; MONTES,
1996). O colágeno do tipo I constitui fibras colágenas grossas, compostas por
fibrilas grossas densamente agrupadas e, portanto, expõem ativa birrefringência
com coloração amarela ou avermelhada. O colágeno do tipo III compõe fibras
reticulares finas, compostas por fibrilas finas, frouxamente dispostas que
apresenta fraca birrefringência de coloração esverdeada Karasick e Schweitzer,
(1993). As fibras com coloração verde, compatíveis com colágeno tipo III,
predominam no período inicial com declínio nos períodos mais tardios. Já as
fibras espessas e avermelhadas, compatíveis com colágeno tipo I apresentam
comportamento inverso.
Nesta tese houve predomínio de fibras colágenas tipo III, nos 3º e 21º
dias, nos cortes por BHU quando comparadas com BLF, ao 7º dia a deposição
foi maior no grupo BLF e ao 14º dia ocorreu igualdade nos grupos; o colágeno
tipo I se manteve constante em todos os períodos estudados. Este estudo
corrobora com o de Masi et al. (2009) que fazendo estudo na mucosa oral de
ratas, utilizou esta coloração para comparar a deposição de colágeno nas
cicatrizes da mucosa oral, em estudo comparativo com BLF e BHU tendo
encontrado maior densidade de colágeno Tipo III, no 14° dia de operação,
configurando atraso na maturação das cicatrizes e da fibroplasia, demonstrada
pela menor densidade de colágeno do tipo I e III no 7º dia de evolução.
A coloração pelo método do picrosírius red, estimula grande quantidade
de moléculas do Sirius Red, alongadas e de natureza ácida, que se colocam
paralelamente às moléculas do colágeno. Isto provoca aumento da
birrefringência das fibras que conservam colágeno ao serem observadas à luz
polarizada. O método da coloração com picrosírius, unido com a microscopia de
polarização, constitui um método histoquímico específico para a percepção de
estruturas compostas de moléculas de colágeno orientadas (MONTES E
JUNQUEIRA, 1991; MONTES, 1996), sendo utilizada a mesma técnica neste
estudo.
DISCUSSÂO
74
5.6 NOVAS PERSPECTIVAS
Embora as incisões realizadas com o BHU produzam um atraso no
processo cicatricial em relação às produzidas com BLF comparações estas
confirmadas neste estudo pelas avaliações macroscópicas e microscópicas, o
BHU é um instrumento de corte e coagulação simultânea de baixa produção de
energia térmica nos tecidos, proporcionando uma cirurgia limpa, com ausência
de sangramento e mais rápida.
O BHU é amplamente usado em cirurgias videolaparoscópicas por não
produzir fumaça, promover hemostasia eficiente, e trabalhar a temperatura mais
baixa que os eletrocautérios, e mais recentemente sendo utilizado em
procedimentos abertos, como o que motivou este estudo.
Estudos ulteriores devem ser feitos, comparando resultados das incisões
com BLF e BHU com os de laser e eletrocautérios, bem como novas análises
utilizando marcadores imunohistoquímicos a fim de esclarecer, detalhes do
processo de inflamação e cicatrização.
6 CONCLUSÃO
CONCLUSÕES
76
A análise dos resultados do presente estudo permite concluir que:
A comparação entre os grupos estudados a resposta inflamatória foi
aumentada no grupo BHU em relação ao BLF, e que:
1) Na comparação das complicações macroscópicas : formação de
hematomas, infecção, deiscências de sutura e aderências, não houve diferença
estatística entre os dois grupos.
2) A expressão da MMP-9, foi mais intensa no grupo BHU, aos 3º e 7º dias,
sem diferença ao 14º dia, e menor ao 21º dia, pela fase inflamatória, mais
prolongada;
3) O TGF- β, teve sua expressão menor no grupo BHU aos 14º e 21º dias , sem
diferença estatística aos 3º e 7º dias. O aumento da TGF- β ao 14º e 21º dias,no
grupo BLF, conseqüência de um processo cicatricial mais acelerado neste grupo
que no BHU;
4) A expressão de α-AML foi mais elevada, no grupo BHU ao 14º dia e se
manteve semelhante ao 3º,7º e 21º dias. Levando a uma miocontração maior em
decorrência de uma maior agressão sofrida por este grupo;
5) A aferição do colágeno demonstrou que o maturo (tipo I), não apresentou
alteração estatística nos grupos estudados;
6) O colágeno imaturo (tipo III), com significância estatística, se elevou ao 3°e
21° dias e no cômputo geral, no grupo com BHU, sem diferença ao 14°dia e
elevado ao 7º dia, no grupo BLF; demonstrando uma fase proliferativa mais
longa.
7. REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS
78
REFERÊNCIAS
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ANEXO
ANEXO
96
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA