Opioides: conceitos básicos - anestesiologiausp.com.br · Conceitos da farmacologia opióide...
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Conceitos da farmacologia opióide
• Receptores μ : – Analgesia – Depressão respiratória – Inibição trânsito GI – Dependência e tolerância – Efeitos endócrinos e imunológicos
• Efeitos dissociados por antagonistas diversos em laboratório
• Subtipos de receptores μ • Velho conceito μ1 μ2
• Clínicos – Diferenças sutis entre indivíduos – Um medicamento eficaz para um paciente não produz efeito em
outro e vice-versa – Tolerância incompleta
• Modelos animais – diferenças genéticas – Morfina induz analgesia em 90% BALB e 0% em CXBK – M6G, heroína e 6-acetil morfina = analgesia nas duas espécies
Tolerância incompleta cruzada
• Tolerância à morfina = tolerância a outros agonistas opióides – Incompleta
• Doses equianalgésicas de duas medicações que foram estabelecidas em pacientes “virgens” de opióides não são as mesmas em usuários crônicos de uma delas – Morfina x metadona
– Diferentes subtipos de receptores μ
Diferenças sutis entre indivíduos
• MOR-1 – quatro exons
– Três primeiros: 90% da estrutura do receptor
– Quarto exon: 12 aminoácidos C terminais
• Vários subtipos de receptores tem esses 12 aminoácidos modificados
• Estrutura de ligação do agonista idêntica
– Afinidade de agonistas mantida
• Efeitos distintos
Da clínica para o laboratório
• Diferenças individuais
– Medicamento excelente para alguns, não outros
– Um medicamento excelente para determinado paciente, outro medicamento da mesma classe não é tão eficaz
– Doses variam
– Efeitos colaterais variam
– Escolha empírica
– Pessoas ruivas (alteração gene melanocortina):
• Tolerância à dor, resposta aumentada a opióides
• Permanência de dor na vigência de
• Não opióides + adjuvantes
• Codeína 360 mg/dia ou
• Tramadol 400 mg/dia
– Passar ao próximo degrau
• Prescrever Opióide potente
• Biodisponibilidade 35 a 75% (passagem hepática)
• Metabolizados pelo fígado e eliminados pelo rim
• Morfina – acúmulo M6G durante insuficiência renal
– Morfina Tempo para conc sérica máxima (Cmax)
• Via oral = 60 min
• Via subcutânea = 30 min
• Via EV = 6 min
• Meia-vida aproximadamente 4 horas
• Tempo de equilíbrio 16 a 20 h
• Efeito bolus
• Infusão contínua ou liberação controlada evitam tal efeito
• Alta disponibilidade, rápida passagem BHE
• Fentanil transdérmico = 12 a 16 h para níveis clinicamente significativos
• Medicação liberação rápida como resgate
• Fentanil transmucoso= início de ação em 5 a 10 minutos
• Duração 1 a 3 h
• Desconhecidos metabólitos ativos
• Metadona
• Meia vida de 8 a 72 h
• Tempo de equilíbrio 1 a 15 dias
• Grande interação medicamentosa
• Conversão para morfina depende da dose de morfina
• Tolerância incompleta
• Efeitos adversos de difícil controle
• Iniciar com 50 a 75% da dose equianalgésica calculada
– Mais se dor não controlada
– Menos se dor bem controlada
• Conversão para metadona depende da dose de morfina usada
• 50% melhora da dor com a instituição inicial da terapia: agendar consultas com 1 semana
• Aumento da dose: 30% da dose anterior • Rotação de opioides: 80% dos pacientes necessitarão
pelo menos 1 troca de opioide • Principais motivos: neurotoxicidade, perda da eficácia
– Sedação – Mioclonia – Hiperalgesia – Alucinações – Agitação psicomotora – Confusão mental
Am Soc Clin Oncol Educ Book. 2015;35:e593-9
• Pontos chave:
– Titulação da dose
– Conhecer a farmacologia do fármaco usado
– Prevenir e tratar efeitos colaterais
– Cuidado com o uso dos opioides para outros sintomas que não dor (dispnéia, ansiedade, distúrbio do sono, etc)
– Avaliar risco de abuso e vício
– Precauções gerais, incluindo adesão ao tratamento e estoque dos medicamentos
Am Soc Clin Oncol Educ Book. 2015;35:e593-9
Conclusões
• Optar pela melhor relação custo/benefício
• Menor incidência de efeitos colaterais
• Melhor posologia (ação prolongada, ou liberação prolongada)
• Testar a dose adequada para os pacientes
• Observar as diferenças individuais