Desenvolvimento - Métodos Matemáticos - UFF€¦ · · 2011-03-14... ( l + 1 ) ( l =...
Transcript of Desenvolvimento - Métodos Matemáticos - UFF€¦ · · 2011-03-14... ( l + 1 ) ( l =...
1
Desenvolvimento
Para que possamos resolver a equação da onda em coordenadas esféricas, antes é
necessária a dedução do operador Laplaciano nessas coordenadas, portanto temos:
Em coordenadas esféricas:
2
3
4
Somando:
Obtém-se:
Em coordenadas esféricas.
5
Solução da Equação da Onda em Coordenadas Esféricas
Usando o método da separação de variáveis:
Dividindo toda a equação por temos:
6
Como esperamos que a solução varie harmonicamente com o tempo, fazemos:
Multiplicando a equação por :
Multiplicando a equação por :
Multiplicando a equação por :
7
Como é periódica de período
Multiplicando a equação por :
Dividindo a equação por :
Fazendo uma mudança de variável
Substituindo em
8
Sob esta forma, esta equação lembra a equação de Legendre:
Para explorar esta semelhança, faremos uma segunda mudança de variável.
9
Substituindo em :
Portanto, se fizermos esta equação será satisfeita pelas
→ -ésima
derivada de
→ voltando à equação em R.
10
Fazendo x=mr e R(r) → Y(x)
Substituindo na equação
11
Comparando com a equação de Bessel modificada:
Como → inteiro inteiro
A solução é do tipo:
12
(*) Agora consideremos uma função já conhecida denominada Harmônica
esférica e seja:
O autovalor λ será determinado pela segunda equação *Y( ) deve ser finito para 0 ≤ ϕ ≤ π e para 0 ≤ θ ≤ 2π+, e teremos funções características Y λ(ϕ,θ) correspondentes a estes auto autovalores. Então, toda a função ψk poderá ser descrita por uma superposição do tipo
ψk (r) = C λRλ(r)Yλ(ϕ,θ).
Observação: A “soma” em relação a λ deve ser considerada simbólica, pois ainda não exploramos a natureza do espectro de λ: se é continuo ou discreto, se há ou não degenerescências.
Para determinarmos os valores permissíveis de λ, completamos a separeção de variáveis, fazendo Y( ϕ, θ) = Θ(ϕ)Φ(θ). Isso conduz às equações
,
13
Que já resolvemos. Sabemos que o espectro de λ 1 é discreto, e consta de λ 1 = -m²(m = 0,1,2,...), e as funções características podem ser definidas como segue.
Para m=0,
Φ0(θ) = 1,
e para m ≠0
cos mθ
Φm(θ) = ou
sen mθ
Estas funções são ortogonais entre si e suas integrais de normalização são
É conveniente agora termos estas funções características normalizadas de modo a terem norma 1, multiplicando-as por constantes apropriadas de maneira que todas as integrais de normalização sejam iguais à unidade. Esta condição define as funções normalizadas
Φ0(θ) =
(m =0),
Φm(+)(θ) =
(m ≠0),
Φm(-)(θ) =
onde os símbolos (+) e (-) nos lembram que estas funções são pares ou ímpares com relação à mudança θ ↔ - θ. No que concerne às funções Θ, sabemos que o espectro de λ é também discreto, com:
λ = - l ( l + 1 ) ( l = 0,1,2,3,...)
14
Mas para que um m dado, devemos ter l ≥m. As soluções da equação em Θ são as funções de Legrendre associadas Pl
m(cos ϕ). É conveniente normalizá-las para também terem norma um, definindo
Θlm(cos ϕ) =
Pl
m(cos ϕ),
de maneira que
ϕ
=
Deveria agora estar claro que a equação dos autovalores
Possui os autovalores
λ = - l (l + 1) (l = 0,1,2,...),
Que são, contudo, degenerados (exceto se l=0), pois para cada valor fixo de l temos
várias funções características, ou seja
E assim, sucessivamente, até
Assim, cada valor de l corresponde a (2l+1) funções características distintas, e assim
exibe uma degenerescência de ordem (2l+1).
15
Definimos agora as soluções fundamentais da EDP( satisfeitas as condições de
contorno apropriadas)
Por meio das fórmulas
(m≠0)
Estas soluções podem ser chamadas de harmônicas esféricas (na definição clássica).
Segue-se que a série de Ψk(r) do tipo
]
Deveria, em realidade, ser da forma
Suponha que r seja fixo; então torna-se uma função somente de e
estamos lidando com uma expressão do tipo
16
Este desenvolvimento em série é válido para uma função arbitrária sujeita a
condições usuais semelhantes ás exigidas para as séries de Fourier, séries de Fourier-
Legendre, séries de Fourier-Bessel e outras. Os coeficientes do desenvolvimento são
obtidos multiplicando pela harmônica esférica correspondente e pelo fator
, e integrando em relação aos ângulos:
Portanto verificamos a solução formal de (†):
17
Conclusão
Podemos concluir que as soluções satisfazem a equação da onda e podemos resolver
inúmeros problemas com combinações de condição de contorno diferentes. Estes
resultados nos permitem presumir o comportamento de uma onda esférica no espaço-
tempo.
Referências:
Notas de aula, solução da equação da onda esférica – A. S. De Assis
Teoria do Eletromagnetismo – Vol 1, Kleber Daum Machado, editora UEPG, Ponta
Grossa, 2000.
Mathematical Physics – Eugene Butkov, Addison-Wesley, New York, 1968.