CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR....

124
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM Acinetobacter sp.: ÊNFASE AOS β-LACTÂMICOS NATAL 2015

Transcript of CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR....

Page 1: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIEcircNCIAS PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM

CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS

CARACTERIZACcedilAtildeO FENOTIacutePICA E MOLECULAR DA RESISTEcircNCIA

ANTIMICROBIANA EM

Acinetobacter sp EcircNFASE AOS β-LACTAcircMICOS

NATAL 2015

MARIA CAROLINA SOARES LOPES

CARACTERIZACcedilAtildeO FENOTIacutePICA E MOLECULAR DA RESISTEcircNCIA

ANTIMICROBIANA EM

Acinetobacter sp EcircNFASE AOS β-LACTAcircMICOS

Trabalho apresentado ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte como requisito para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea

de concentraccedilatildeo Biologia Parasitaacuteria e

Microbioloacutegica

ProfaOrientadora Dra Maria Celeste Nunes Melo

Natal 2015

Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro de Biociecircncias

Lopes Maria Carolina Soares Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica e molecular da resistecircncia antimicrobiana em Acinetobacter sp ecircnfase aos β-

lactacircmicos Maria Carolina Soares Lopes

123 f il

Orientadora Profa Dra Maria Celeste Nunes Melo

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociecircncias Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas

1 Infecccedilatildeo hospitalar ndash Dissertaccedilatildeo 2 Acinetobacter ndash Dissertaccedilatildeo 3 Resistecircncia ndash Dissertaccedilatildeo I

Melo Maria Celeste Nunes II Universidade Federal do Rio Grande do Norte III Tiacutetulo

RNUFBSE-CB CDU 616-022361421

DEDICATOacuteRIA

Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo

seja melhor

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo

desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades

Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo

apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha

ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem

Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior

incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo

Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em

todos os momentos

Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza

Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila

nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas

Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos

por tudo o que fizeram por mim

Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha

vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos

Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do

Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu

sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava

Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que

me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia

aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo

Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos

momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada

sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter

sido o incentivador inicial

Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos

momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que

me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases

utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada

Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem

colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)

por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema

MALDI-TOFF

Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter

aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos

ajudar

Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino

Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda

Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um

agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna

Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do

laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se

esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com

sucesso

Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro

Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas

tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira

equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a

conclusatildeo do mestrado

A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me

cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram

a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento

Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre

dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas

Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo

e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do

mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e

empreacutestimos

Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o

melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos

Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar

tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros

professores do DMP

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 2: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

MARIA CAROLINA SOARES LOPES

CARACTERIZACcedilAtildeO FENOTIacutePICA E MOLECULAR DA RESISTEcircNCIA

ANTIMICROBIANA EM

Acinetobacter sp EcircNFASE AOS β-LACTAcircMICOS

Trabalho apresentado ao Programa de Poacutes-

Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte como requisito para a obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea

de concentraccedilatildeo Biologia Parasitaacuteria e

Microbioloacutegica

ProfaOrientadora Dra Maria Celeste Nunes Melo

Natal 2015

Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro de Biociecircncias

Lopes Maria Carolina Soares Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica e molecular da resistecircncia antimicrobiana em Acinetobacter sp ecircnfase aos β-

lactacircmicos Maria Carolina Soares Lopes

123 f il

Orientadora Profa Dra Maria Celeste Nunes Melo

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociecircncias Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas

1 Infecccedilatildeo hospitalar ndash Dissertaccedilatildeo 2 Acinetobacter ndash Dissertaccedilatildeo 3 Resistecircncia ndash Dissertaccedilatildeo I

Melo Maria Celeste Nunes II Universidade Federal do Rio Grande do Norte III Tiacutetulo

RNUFBSE-CB CDU 616-022361421

DEDICATOacuteRIA

Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo

seja melhor

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo

desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades

Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo

apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha

ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem

Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior

incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo

Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em

todos os momentos

Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza

Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila

nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas

Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos

por tudo o que fizeram por mim

Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha

vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos

Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do

Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu

sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava

Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que

me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia

aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo

Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos

momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada

sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter

sido o incentivador inicial

Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos

momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que

me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases

utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada

Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem

colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)

por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema

MALDI-TOFF

Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter

aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos

ajudar

Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino

Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda

Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um

agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna

Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do

laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se

esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com

sucesso

Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro

Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas

tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira

equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a

conclusatildeo do mestrado

A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me

cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram

a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento

Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre

dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas

Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo

e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do

mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e

empreacutestimos

Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o

melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos

Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar

tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros

professores do DMP

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 3: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro de Biociecircncias

Lopes Maria Carolina Soares Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica e molecular da resistecircncia antimicrobiana em Acinetobacter sp ecircnfase aos β-

lactacircmicos Maria Carolina Soares Lopes

123 f il

Orientadora Profa Dra Maria Celeste Nunes Melo

Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociecircncias Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas

1 Infecccedilatildeo hospitalar ndash Dissertaccedilatildeo 2 Acinetobacter ndash Dissertaccedilatildeo 3 Resistecircncia ndash Dissertaccedilatildeo I

Melo Maria Celeste Nunes II Universidade Federal do Rio Grande do Norte III Tiacutetulo

RNUFBSE-CB CDU 616-022361421

DEDICATOacuteRIA

Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo

seja melhor

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo

desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades

Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo

apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha

ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem

Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior

incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo

Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em

todos os momentos

Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza

Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila

nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas

Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos

por tudo o que fizeram por mim

Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha

vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos

Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do

Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu

sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava

Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que

me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia

aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo

Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos

momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada

sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter

sido o incentivador inicial

Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos

momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que

me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases

utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada

Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem

colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)

por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema

MALDI-TOFF

Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter

aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos

ajudar

Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino

Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda

Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um

agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna

Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do

laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se

esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com

sucesso

Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro

Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas

tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira

equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a

conclusatildeo do mestrado

A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me

cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram

a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento

Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre

dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas

Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo

e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do

mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e

empreacutestimos

Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o

melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos

Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar

tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros

professores do DMP

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 4: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

DEDICATOacuteRIA

Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo

seja melhor

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo

desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades

Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo

apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha

ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem

Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior

incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo

Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em

todos os momentos

Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza

Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila

nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas

Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos

por tudo o que fizeram por mim

Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha

vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos

Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do

Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu

sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava

Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que

me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia

aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo

Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos

momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada

sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter

sido o incentivador inicial

Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos

momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que

me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases

utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada

Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem

colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)

por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema

MALDI-TOFF

Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter

aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos

ajudar

Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino

Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda

Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um

agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna

Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do

laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se

esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com

sucesso

Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro

Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas

tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira

equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a

conclusatildeo do mestrado

A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me

cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram

a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento

Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre

dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas

Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo

e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do

mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e

empreacutestimos

Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o

melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos

Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar

tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros

professores do DMP

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 5: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo

desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades

Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo

apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha

ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem

Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior

incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo

Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em

todos os momentos

Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza

Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila

nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas

Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos

por tudo o que fizeram por mim

Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha

vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos

Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do

Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu

sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava

Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que

me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia

aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo

Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos

momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada

sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter

sido o incentivador inicial

Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos

momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que

me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases

utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada

Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem

colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)

por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema

MALDI-TOFF

Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter

aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos

ajudar

Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino

Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda

Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um

agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna

Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do

laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se

esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com

sucesso

Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro

Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas

tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira

equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a

conclusatildeo do mestrado

A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me

cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram

a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento

Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre

dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas

Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo

e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do

mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e

empreacutestimos

Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o

melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos

Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar

tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros

professores do DMP

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 6: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem

colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)

por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema

MALDI-TOFF

Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter

aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos

ajudar

Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino

Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda

Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um

agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna

Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do

laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se

esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com

sucesso

Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro

Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas

tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira

equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a

conclusatildeo do mestrado

A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me

cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram

a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento

Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre

dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas

Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo

e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do

mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e

empreacutestimos

Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o

melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos

Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar

tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros

professores do DMP

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 7: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto

por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos

Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao

longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas

Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o

Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo

Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me

acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que

cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional

Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as

oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional

Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa

Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para

que essa pesquisa fosse realizada

Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 8: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A

existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute

missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 9: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

RESUMO

As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade

em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter

multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados

bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse

estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de

Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos

β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp

foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo

de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada

atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela

pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada

pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo

inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram

realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e

pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2

OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da

Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem

foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e

87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter

sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras

das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria

foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras

(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos

testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene

blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das

cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de

antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58

no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase

foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais

encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos

(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em

UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 10: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p

fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O

oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees

por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos

antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies

inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os

tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de

controle de infecccedilatildeo hospitalar

PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF

PCR

ABSTRACT

The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized

patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical

specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent

Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from

Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams

Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in

four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The

identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the

MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility

was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore

screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases

and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-

23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)

Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242

samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital

surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was

76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites

most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two

hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were

identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and

the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141

(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more

classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58

in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test

No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the

blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount

of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a

public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the

acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical

outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of

multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially

of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both

the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control

strategies

KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39

Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter

sp Paacuteg53

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de

AcinetobacterPaacuteg55

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de

Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de

Ampicilinase -AmpCPaacuteg57

Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase

MBLPaacuteg58

Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPCPaacuteg58

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43

Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44

Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45

Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46

Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamentoPaacuteg49

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e

percentuaisPaacuteg51

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistentePaacuteg52

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras

cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de

Acinetobacter spPaacuteg64

Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo

agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter

sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65

LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS

ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii

AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo

AMC- Amoxacilina + Clavulanato

AMI- Amicacina

AMK- Aacutegar Mac Conkey

AMPC- Ampicilinase

ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria

APS- Ampicilina+Sulbactam

AS- Aacutegar Sangue

ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo

BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo

BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo

CAZ- Ceftazidina

CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo

CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema

CIP- Ciprofloxacino

CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo

CPM- Cefepime

CRO- Ceftriaxona

CTX ou CFA- Cefotaxima

DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo

DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico

DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados

EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico

EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido

ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter

EUA- Estados Unidos das Ameacutericas

FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo

GEN- Gentamicina

GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo

IH- Infecccedilotildees Hospitalares

IMP- Imipenemase

IPM- Imipenem

IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede

KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo

KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase

LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica

MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo

MBL- Metallo_β_lactamases

MDR- Multi Droga Resistente

MMR- Multiresistente

MER- Meropenem

NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo

OXA- Oxacilinase

PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia

pH- Potencial de Hidrogecircnio

PIT- Piperacilina + tazobactam

R- Ribossomal

RN-Rio grande do Norte

RNA- Aacutecido ribonucleico

S- Subunidade

SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme

SIM- ―Seul imipenemaserdquo

SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase

SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim

TBE- Tris-Borato-EDTA

TET- Tetraciclina

TGC- Tigeciclina

TU- Trato urinaacuterio

TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos

TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo

UFC- Unidade Formadora de Colocircnia

UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UK- ldquoUnited Kingdomrdquo

UTI- Unidade de Terapia Intensiva

VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo

LISTA DE SIacuteMBOLOS

microg-Microgramas

mL-Mililitro

mm- Miliacutemetro

dL-Decilitro

ordmC-Grau Celsius

-Porcentagem

sp-Espeacutecie

spp-Espeacutecies

ge- Maior ou Igual a

gt - Maior

lt- Menor

β- Beta

L-Litro

h-Hora

V-Volts

X-Vezes

pb- Pares de bases

rpm- Rotaccedilotildees por minuto

Min-Minuto

n- Nuacutemero de isolados

p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de

significacircncia de 5

RP- Razatildeo de prevalecircncia

dp- Desvio-padratildeo

IC- Intervalo de Confianccedila

SUMAacuteRIO

1 Introduccedilatildeo Paacuteg19

2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20

21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20

22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23

2211 A baumannii Paacuteg23

2212 ApittiiPaacuteg24

2213 A nosocomialis Paacuteg25

2214 A calcoaceticus Paacuteg25

2215 AradioresistentsPaacuteg26

2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26

23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27

241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29

242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30

2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32

2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33

2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33

2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34

2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35

3 Objetivos Paacuteg36

31 Objetivo geral Paacuteg36

32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36

4 Metodologia Paacuteg37

41 Tipo de estudo Paacuteg37

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37

44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies

hospitalares Paacuteg37

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38

46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobiano Paacuteg40

461 Kirby-Bauer Paacuteg40

462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40

4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41

4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41

47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41

471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42

472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42

473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave

internaccedilatildeo Paacuteg44

49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44

410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46

5 Resultados Paacuteg48

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os

isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1

KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-

143) Paacuteg59

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes

envolvidas no estudo Paacuteg61

6 Discussatildeo Paacuteg66

7 Conclusotildees Paacuteg75

8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77

9 Apecircndices Paacuteg105

91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no

estudoPaacuteg117

19

1 Introduccedilatildeo

O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves

pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert

Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp

Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas

por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria

das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede

Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter

satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente

encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a

codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos

antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero

Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa

bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos

nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de

infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de

morbidade e mortalidade

Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos

hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados

relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como

os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte

esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas

fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter

bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por

esse microrganismo

20

2 Referencial Teoacuterico

21 Infecccedilotildees hospitalares

As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave

assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e

mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave

comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)

A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia

agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos

de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente

hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem

podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)

Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que

cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma

infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes

com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de

todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva

(MagillEdwardsBamberg 2014)

No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um

estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios

das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155

(PradeOliveiraRodrigues1995)

De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC

2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos

multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses

MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois

tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium

Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii

Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias

possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio

ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia

21

Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares

destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter

baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos

Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas

isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al

2008 Simor et al 2002)

Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero

Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em

pacientes infectados (Chen et al 2005)

22 O gecircnero Acinetobacter

O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de

cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente

aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour

2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas

(Kim et al 2014 Tabela 1)

Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo

microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp

Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu

modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem

Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)

A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa

dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era

realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e

caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de

alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia

cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual

precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero

Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos

meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria

(Nemed et al 2011)

22

Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)

Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri

O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo

sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como

colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos

(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola

amp Raoult 2004)

Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente

como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila

grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009

PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram

relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical

(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm

sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em

pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e

infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio

meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As

infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie

Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro

mais estudado atualmente

23

221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica

2211 Acinetobacter baumannii

A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente

nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes

hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de

sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute

tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que

este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa

espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez

et al 2007)

Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a

de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg

Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras

espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A

calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies

genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii

Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos

epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner

2011)

Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente

enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008

Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido

como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel

mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente

hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e

toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que

favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos

prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de

desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma

das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem

como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al

2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner

24

2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo

(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes

o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os

fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)

A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade

pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para

o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)

Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram

relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da

cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de

succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes

maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros

(Lu et al 2009)

Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A

baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto

prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho

do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa

permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres

urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos

realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-

Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer

1995)

Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos

demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC

Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido

(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)

Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (

Perez et al 2010)

2212 Acinetobacter pittii

Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente

com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda

espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al

25

2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido

agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do

complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno

(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em

indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et

al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii

acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na

dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011

Chuang et al 2011)

Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander

2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40

e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse

grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al

2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa

espeacutecie no contexto das IHs

2213 Acinetobacter nosocomialis

Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por

ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria

foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB

(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies

de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no

contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de

determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)

Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa

espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)

2214 Acinetobacter calcoaceticus

A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo

estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com

bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves

infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser

26

reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos

carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)

2215 Acinetobacter radioresistents

Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da

pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)

Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e

colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave

radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute

distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos

geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de

Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para

uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos

carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o

presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie

adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)

2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter

Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais

como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A

johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas

com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos

(Wisplinghoff et al 2004)

23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp

Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram

geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em

pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero

Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de

terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse

27

gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de

surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat

Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em

diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha

Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011

Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande

porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria

ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)

A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para

outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo

de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo

realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por

A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram

adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e

infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das

infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )

A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo

retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila

Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)

seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio

(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na

ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente

maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato

eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012

McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns

estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da

infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma

doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)

24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp

A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores

desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada

28

vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e

exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a

morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves

consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec

Seifert 2007)

Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com

ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e

carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al

2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado

resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas

cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos

cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga

resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de

antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos

mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os

antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por

Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram

resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas

Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas

(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de

antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli

2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas

de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso

cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a

tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec

Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)

A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de

inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-

lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010

Figura 1)

29

Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp

Weinstein 2008)

241 Antimicrobianos β-lactacircmicos

Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas

que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular

bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander

Fleming

Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica

sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por

antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade

de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes

dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste

em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e

um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa

famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura

quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos

30

Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-

lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)

Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em

quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma

das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees

bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem

meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana

Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina

um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e

satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas

aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves

cefaslosporinas

Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)

242 A produccedilatildeo de β-lactamases

A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em

Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais

estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma

espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis

31

Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos

40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra

o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na

formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano

(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos

distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas

funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A

ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III

carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e

cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela

2)

A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a

hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009

Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-

ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia

aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos

carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela

combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de

resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e

a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)

Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino

carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae

Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter

produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)

32

Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby

2010)

2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)

As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo

clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as

cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e

monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado

cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha

em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria

das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas

(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos

tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de

33

ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente

o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla

distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)

Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter

(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os

relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco

frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos

(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado

de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada

pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo

das drogas (Pitout amp Laupland 2008)

2422 AmpC (Ampicilinase C)

Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa

penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais

como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby

Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo

da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se

poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de

efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp

Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves

Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa

cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo

por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp

Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de

AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)

2423 MBL (Metallo-β-lactamases)

As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados

microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham

1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os

antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os

34

betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o

monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por

necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica

(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido

etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro

relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma

nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram

descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo

Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona

imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany

imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)

KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-

lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al

2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No

Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em

isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio

Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo

realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no

Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-

1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et

al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos

produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O

gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae

Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para

MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al

2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)

2424 OXA (Oxacilinases)

As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais

rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas

claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)

e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo

consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos

35

possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA

Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de

aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos

de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas

hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos

envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de

diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)

Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem

enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp

Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste

Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo

descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-

23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A

radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene

blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de

Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)

2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)

KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar

todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina

benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um

isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se

difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo

(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa

carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K

pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um

hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)

Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de

ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras

de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)

36

3 Objetivos

31 Objetivo geral

Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto

agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos

32 Objetivos especiacuteficos

Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie

oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de

testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix

Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da

pesquisa do gene bla-OXA51

Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de

susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das

espeacutecies de Acinetobacter isoladas

Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-

lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases

Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos

atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1

VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143

atraveacutes da teacutecnica de PCR

Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados

Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de

antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as

variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de

espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares

37

4 Metodologia

41 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a

amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter

dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies

hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico

(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte

42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013

43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes

O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de

Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo

de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes

de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em

tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais

envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a

notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa

teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas

nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos

os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais

com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva

44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares

Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram

coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento

38

pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do

periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de

sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com

intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma

hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas

em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram

semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey

(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas

colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades

amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose

negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo

fermentadores de carboidratos

45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter

As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente

hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como

Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple

Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade

e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que

obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter

foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por

Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As

cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle

em todas as etapas da identificaccedilatildeo

Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram

previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua

identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima

Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos

convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao

Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de

Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem

39

submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)

sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)

O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma

colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que

haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e

ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a

um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of

flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para

cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados

computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF

Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)

Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)

A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a

identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item

48

40

45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos

antimicrobianos

451 Kirby-Bauer

O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and

Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes

discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)

Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +

Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +

Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)

Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram

adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-

Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited

Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi

realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as

recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas

de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853

foram utilizadas como controle

452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia

4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas

do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes

da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma

peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute

visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os

discos

4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC

Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as

cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de

41

discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do

halo entre essas drogas

4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase

As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e

aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico

testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de

Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia

Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA

(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e

na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de

carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi

adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela

accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O

aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo

4624 Teste de Hodge Modificado

As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que

apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado

(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge

Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a

partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio

de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute

considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento

bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo

47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase

A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a

confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada

pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que

codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24

42

OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do

gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo

471 Extraccedilatildeo do DNA

Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras

se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo

contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um

microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o

sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de

nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o

conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que

fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute

o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e

centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do

sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso

Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA

472 Amplificaccedilatildeo do DNA

As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro

de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de

cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR

foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-

23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o

gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas

aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-

27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle

negativo para as PCRs

As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir

43

Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo

473 Eletroforese em gel de agarose

Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose

a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com

agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X

A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma

corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com

brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta

Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho

do

Amplicon

Referecircncia

blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al

(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo

blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O

et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo

blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb

Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo

blaNDM-

1

Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb

Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo

blaOXA

51

Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et

al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo

blaOXA

58

Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb

Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo

blaOXA

23

Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb

Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo

blaOXA

24

Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb

Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo

blaOXA

143

Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb

Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo

44

48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos

agrave internaccedilatildeo

Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o

caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente

organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em

UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou

privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-

infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a

sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados

previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia

ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise

Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada

o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados

Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as

caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas

49 Elenco de variaacuteveis

As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas

respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo

Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes

0 a 7

Presenccedila de multirresistecircncia

bacteriana

Presenccedila

Ausecircncia

45

Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Sexo Masculino

Feminino

Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina

Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis

Ponta cateter Fragmento ciruacutergico

Uso de dispositivos intrainvasivos Sim

Natildeo

Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim

Natildeo

Desfecho cliacutenico Oacutebito

Natildeo Oacutebito

Internaccedilatildeo em UTI Sim

Natildeo

Tipo de Hospital Puacuteblico

Privado

Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por

Acinetobacter

Sim

Natildeo

Setor do Hospital UTI

ApartamentoEnfermaria

Siacutetio da Coleta Maca

Piso

Bancada

Maccedilaneta

Outros

46

Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015

Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo

Idade 17 a 99 anos

Quantidade de antimicrobianos

utilizados previamente

0 a 15

Quantidade de comorbidades 0 a 7

Quantidade de dispositivos

intrainvasivos

0 a 8

Histoacuterico de trauma cirurgia eou

queimadura

0 a 3

410 Anaacutelise estatiacutestica

Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel

dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo

presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de

hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem

foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis

quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade

de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)

em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de

Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes

e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de

antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos

intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a

associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis

independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram

categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A

magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia

47

(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um

niacutevel de significacircncia de 5

48

5 Resultados

51 Caracterizaccedilatildeo da amostra

Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes

155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de

hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37

(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do

hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de

Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares

Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano

de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para

o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e

foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos

A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo

Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo

mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no

hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia

de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda

que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes

(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado

com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de

19 (122 Tabela 7)

49

Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo

com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015

Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas

considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies

hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos

e percentuais

Mecircs da coleta n

Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14

50

Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015

Variaacuteveis qualitativas

n

Hospital A 72 465

B 37 239 C 20 129 D 26 168

Espeacutecimes Ciacutenicos

Hemocultura 38 247

Urocultura 12 84

Secreccedilatildeo traqueal 45 292

Secreccedilatildeo ferida 34 221

Liacutequidos esteacutereis 7 45

Ponta cateter 7 45

Fragmento ciruacutergico 10 65

Co-infecccedilatildeo bacteriana

Sim 39 255 Natildeo 114 745

Sexo

Masculino 87 561 Feminino 67 432

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582

Natildeo 64 418

Colonizaccedilatildeo preacutevia

Sim 9 62 Natildeo 137 938

Desfecho Oacutebito 64 427

Natildeo oacutebito 86 573

Uso dispositivo Intrainvasivo

Sim 107 69 Natildeo 48 31

Tipo de Hospital

Puacuteblico 26 168 Privado 129 832

Presenccedila de Multirresistecircncia

Sim 106 684 Natildeo 49 316

51

Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as

amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais

Natal-RN 2015

Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria

das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos

materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de

hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso

de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e

apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados

Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico

estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de

Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria

foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda

que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores

analisados

Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas

para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os

isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada

como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais

Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam

Variaacuteveis qualitativas n

Tipo de Hospital

A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402

Siacutetio de coleta

Piso 40 460 Bancada 22 253

Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241

Outros 1 11 Setor do hospital

UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402

52

fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda

meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes

Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as

variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de

antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou

queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano

resistente Natal-RN 2015

Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75

Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4

Antimicrobianos utilizados previamente

347 348 2 1-5

Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos

invasivos 204 201 1 1-4

Resistecircncia a classes de antimicrobianos

330 199 4 2-5

52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp

Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos

convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados

cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes

convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou

seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante

das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a

espeacutecie A baumannii (Figura 4)

53

Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp

A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-

Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC

Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas

134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies

identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)

Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo

foram identificadas por esse meacutetodo

Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a

pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi

identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF

Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para

Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a

44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a

espeacutecie A baumannii

Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o

sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)

A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1

(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema

CBA

(+) (-)

D (-) (+) E

(+) (-)

54

Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente

hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram

identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e

2 natildeo foram identificadas por esse sistema

De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema

MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente

hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter

baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A

radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas

em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica

53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos

para os isolados de Acinetobacter sp

Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de

Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se

diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os

antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a

tigeciclina (Figura 5)

Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos

pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)

Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram

caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3

A B

55

ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR

(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os

antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando

sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave

maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das

superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de

resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52

(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A

porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)

foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas

as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de

susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7

para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente

A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma

das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30

mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de

corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos

testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina

Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

00

200

400

600

800

1000

GEN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

297

316

684

923

923

755

729

710

639

490

632

645

06

497

Resistente

Sensiacutevel

56

Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina

Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas

as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC

Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou

produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4

amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a

produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo

(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents

2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram

resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas

00

200

400

600

800

1000G

EN

AM

I

CIP

CTX

CR

O

CA

Z

CPM PIT

SUT

AP

S

IPM

MER

TGC

TET

287

425

471

770

793

506

460

477

517

448

425

437

00

379

Resistente

Sensiacutevel

57

Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -

AmpC

Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes

agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram

analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC

Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87

(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)

positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado

indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as

duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii

Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares

26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)

para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas

enzimas

Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies

hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a

enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas

enzimas

58

Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL

positiva B MBL negativa

Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase

KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo

B A

59

54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1

NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)

Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam

carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares

positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica

da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas

2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15

(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e

bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie

Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene

blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas

Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes

a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF

Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se

mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para

KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4

(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras

positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A

baumannii pelo MALDI-TOF

Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51

como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas

para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo

sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene

Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do

meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do

ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24

blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos

carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A

radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a

presenccedila do blaOXA-23

Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4

(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do

60

ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-

143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi

identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129

(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente

hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo

foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie

Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas

com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista

foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)

Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que

codificam para as oxacilinases foram os mais comuns

Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os

genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2

Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para

blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9

Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12

Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para

blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17

Controle+ para blaKPC-2

61

55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis

independentes analisadas no estudo

Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis

independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma

diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de

antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos

(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico

(p=0002)

62

Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas

de Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes

qualitativas n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Sexo

Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026

Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo

Sim

107 (6903) 356 183 0027 010 156

Natildeo 48 (3097) 273 224

Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189

0677 -089 058

Natildeo 114

(7451) 325 205

Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16

0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215

Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185

0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215

Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186

lt0001 071 234

Privado 129

(8323) 305 193

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169

0677 -105 162

Natildeo 137

(9384) 339 198

63

Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de

classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade

quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de

dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo

estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais

antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior

quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-

246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos

(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre

quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)

Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a

presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o

tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a

internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois

ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a

presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12

64

Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de

Acinetobacter sp Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

P

RP

n() n() (IC 95)

Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)

005 13

Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)

Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)

0001 153

Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)

Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)

0165 118

Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)

Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)

lt0001 151

Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)

Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)

100 095

Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)

Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)

0008 136

Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)

Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)

0646 095

Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)

Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025

114

lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)

Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001

132

lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)

Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002

129

lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)

Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009

071

lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)

Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009

083

Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)

Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital

coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das

superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado

estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas

multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que

tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de

multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)

65

Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos

resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de

Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

n ()

Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes

meacutedia dp p IC 95

Setor da coleta

UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340

EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250

0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255

0467 -151

070 Outros 47 (5402) 253 263

Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264

0499 -151

340 Privado 52 (5977) 250 256

Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves

variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp

isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015

Variaacuteveis independentes qualitativas

Presenccedila de multiresistecircncia

Ausecircncia de multiresistecircncia

p

RP

n() n() (IC

95)

Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)

035

077

Privado 23 (442) 29 (558)

(045-134)

Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)

lt0001 404

Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)

(174-939)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)

Piso maccedilaneta e outros

14 (318) 30 (682) 011

0652

Bancada e maca 21 (488) 22 (512)

(038-111)

Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)

Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036

078

Outros 21 (447) 26 (553)

(046-133)

66

6 Discussatildeo

A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que

ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos

para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)

Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da

morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006

Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos

mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente

para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da

disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com

antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares

de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas

em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram

isolados do ambiente hospitalar

A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi

elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa

bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores

em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno

de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de

126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste

brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute

de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o

Brasil

Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado

corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004

que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a

secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas

A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada

claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas

recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito

em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald

BanerjeeJarvis1999)

67

O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o

Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses

locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos

testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da

bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam

seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os

enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em

consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente

(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte

significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um

dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas

representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em

que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter

multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave

contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou

Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a

alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo

Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo

encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em

Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos

sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e

sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)

A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria

dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com

meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo

pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como

debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas

tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra

Almeida e colaboradores em 2014

Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave

niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas

bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo

Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014

68

Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute

sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente

para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse

estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como

A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica

para discriminar outras espeacutecies diferentes

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a

espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na

identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo

foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo

foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas

principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo

sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode

demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do

complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema

Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da

espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies

Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi

identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem

observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al

2013)

O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito

eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras

teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das

amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras

identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo

sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A

baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa

espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do

gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al

2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene

blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se

fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute

mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o

69

blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave

outras espeacutecies do gecircnero

Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o

qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos

bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de

alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica

que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos

genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de

Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006

Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )

Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-

TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees

como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando

bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1

relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em

2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo

De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de

Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade

do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa

principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz

primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a

identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar

teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria

a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta

O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco

disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos

carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas

resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo

disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al

2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme

2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter

superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e

ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais

recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52

70

para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O

tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse

padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As

opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande

problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes

potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos

recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute

padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as

uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste

estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia

intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa

resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com

uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)

Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das

cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam

sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido

movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o

melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado

atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia

combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme

demonstram Fishbain e Peleg em 2010

Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas

cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC

natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para

ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo

de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que

expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um

desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das

amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2

cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a

resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC

Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de

triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das

cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como

71

no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados

atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter

natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram

que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo

MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-

mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)

Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico

para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em

geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade

vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas

oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa

carbapenemase

Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a

produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia

encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato

(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em

896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros

2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em

Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a

disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores

em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute

uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito

nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio

amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil

e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale

salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram

amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo

raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo

realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a

presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa

principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51

(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter

resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de

acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo

72

para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente

as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos

moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos

carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas

tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias

de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012

Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e

ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo

identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo

continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute

diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente

entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et

al 2008 Turton et al 2006)

Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2

Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais

frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em

Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp

Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A

cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado

diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa

carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores

em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o

gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos

demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo

ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado

ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve

ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia

por carbapenemases em amostras de Acinetobacter

Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1

esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo

sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem

estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por

cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A

Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de

73

nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por

enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os

casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do

Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas

para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (

Manual de orientaccedilatildeo 2007)

Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter

multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute

diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de

colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de

Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos

meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan

2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores

demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio

inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas

Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente

maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter

Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior

quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido

observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do

ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem

recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados

e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no

Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem

em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso

indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o

aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os

microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma

observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente

fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR

Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior

prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem

infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem

estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007

74

(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados

porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes

mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente

significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de

se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados

observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver

o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e

antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por

Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a

oacutebito

A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves

e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de

disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado

do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo

que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies

hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser

utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR

especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em

estado grave

75

7 Conclusotildees

-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes

bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene

blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de

Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie

-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se

mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na

praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica

as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as

cepas ambientais

-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases

utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de

Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da

triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia

pode ser detectado em cepas desse gecircnero

-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os

codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo

de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado

sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia

-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio

Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano

estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp

tambeacutem foi demonstrada

- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de

cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a

quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico

Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos

casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas

- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares

coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com

a presenccedila de multirresistecircncia

-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp

sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos

76

antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de

pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo

hospitalar

77

8 Referecircncias Bibliograacuteficas

Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy

penicillin Nature v146 p837

Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence

and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp

and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern

Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p

328

Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter

baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in

patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5

AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter

species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good

alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9

Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc

Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31

ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de

infecccedilotildees por enterobacteacuterias

Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H

GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-

producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin

Microbiol 3840-43

Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal

(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de

78

infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital

puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453

Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic

susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol

45493-496

Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for

the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424

Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of

Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin

MicrobiolInfect Dis 18179ndash83

Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)

Evaluation of the ability of a commercial system to

identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect

Dis15303-308

Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R

Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased

Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents

and Chemotherapy 45 2269-2275

Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(

2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical

isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196

Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23

carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish

Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102

79

Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of

carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University

Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med

Microbiol 58 209ndash216

Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and

Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter

baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32

Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical

isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78

Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic

relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as

revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst

Bacteriol 47837-841

Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella

pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations

for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20

Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in

Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6

Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27

suppl 1 p S48-S53

Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases

and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother

v 39 n 6 p 1211-33

80

Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification

scheme for β-lactamases and its correlation with molecular

structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233

Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-

lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976

Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes

de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em

diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia

(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1

Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying

metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin

American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial

Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153

Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase

gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob

Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61

Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)

Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology

of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and

Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88

Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em

httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em

05052013

Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-

resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase

81

in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep

61(24)

Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY

(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J

Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36

Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho

WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene

with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to

beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob

Agents Chemother 54(8)3107-12

Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of

Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967

Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang

SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex

on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect

Dis 52352ndash360

CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24

Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth

Informational Supplement

Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no

municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em

httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073

16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015

82

Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp

isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-

526

Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud

A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter

baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash

635

Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling

out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p

1427-431

Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier

C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-

Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in

Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406

Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to

molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867

Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant

Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis

11(8)1218-24

Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in

hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev

Microbiol 5 939ndash951

Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization

of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control

40(9)854-859

83

Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant

microbiological process Clin Infect Dis331387-1392

Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue

PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of

acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-

85

Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)

Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter

baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin

Microbiol 442921ndash32

Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of

extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin

Microbiol 35(8) 2061-7

Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein

RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of

multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge

UK J Hosp Infect70 (2)109-18

Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and

accurate identification of genomic species from the Acinetobacter

baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)

84

Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic

context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J

Antimicrob Chemother 651586ndash1588

Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a

growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019

FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em

httpwwwfdagov Acesso em 10022015

Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M

Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)

Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes

among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals

Japanese journal of infectious diseases 61 274-278

Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea

EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production

outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the

activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574

Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB

Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of

clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto

Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop

44(6)725-730

Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S

S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras

85

hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J

Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444

Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-

Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of

the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de

Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370

Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin

Infect Dis 151(1)79-84

Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special

reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of

Experimental Pathology v10 p 226-36

Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the

antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of

Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance

programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official

publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious

Diseases 12 315-321

Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C

(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-

resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev

Epidemiol Control Infect 3(2)45-49

Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-

Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors

for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill

patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946

86

Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C

Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms

involved in the response to desiccation stress and persistence in

Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec

Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter

baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents

32(2)106-19

Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by

mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32

Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ

Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence

and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A

challenge to hospital leadership JAMA 275234-40

Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford

Oxford University Press

Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study

of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic

disease v 6 5

Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance

to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in

southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)

Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J

L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of

carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from

Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335

87

Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of

acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202

Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P

(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of

Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-

4179

Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-

143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038

Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and

infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin

Microbiol 39 228ndash234

Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da

resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de

Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de

hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG

Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of

clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from

public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J

Hosp Infect 78143-148

Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-

spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer

Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and

susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878

88

Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity

of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73

Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv

Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio

Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte

Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin

Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35

Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A

Samuelsen O (2011) Species identification and molecular

characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from

Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744

Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S

(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene

in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother

56(8) 4548ndash4549

Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using

molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews

Genetics 4 1001-1008

Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)

Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-

resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44

89

Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin

cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7

Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico

microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara

Koogan1760p

Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from

antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36

Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana

orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo

pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400

La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of

the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification

of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832

La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body

louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673

Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em

httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015

Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new

integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas

aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p

1584-90

Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a

class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from

Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91

90

Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the

Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for

Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates

of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical

Microbiology 41(10) 4623ndash4629

Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii

Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520

Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-

Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-

Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and

Chemotherapy 56(2)1124-1127

Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in

bacteria Drugs 64(2)159ndash204

Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter

baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814

Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in

Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in

Microbiology p 413-420

Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter

baumanniiNew Microbiologica 37 119-127

Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant

Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer

91

interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates

Infectious Diseases 9164

Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-

Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J

Med 3701198-208

Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic

resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54

Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp

resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)

Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS

Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology

antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash

1263

Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular

heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n

15 p 4611-7

McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal

spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish

teaching hospital J Chemother 11338ndash344

McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of

Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance

System Clin Infect Dis 291133-7

Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and

therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases

92

(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J

Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405

Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter

baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass

resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215

Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann

T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li

J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is

mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob

Agents Chemother 54(12)4971-7

Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B

(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii

Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in

Medical Sciences 16 (11) 20-23

Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S

J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-

72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society

for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998

MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug

Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25

Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella

pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1

p 333-4

93

Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of

the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg

Infect Dis 16(1) 35ndash40

Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New

England journal of medicine 358 1271-1281

Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired

metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob

Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7

Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU

Crit Care Clin 24(2)237-48

Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed

WashingtonASM Press

Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance

in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob

Chemother 59772-774

Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et

al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter

baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of

Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species

genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly

Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404

Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-

producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8

94

Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen

H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in

intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern

Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394

Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp

nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp

28(2) 209

Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-

236

Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar

como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev

Esc Enferm 44(4)1118-23

Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection

description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83

Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase

gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a

unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14

from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54

Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)

OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America

Journal of infection in developing countries 6 311-316

Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial

metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that

95

shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-

8

Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic

pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21

Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological

Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in

Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182

Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a

Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686

Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain

E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter

baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary

report J Antimicrob Chemother 59128-131

Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii

emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582

Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de

Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4

Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute

care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818

Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471

96

Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves

cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas

aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p

Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-

producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern

Lancet Infect 288 Dis 8159-166

Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)

Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem

Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)

1252ndash1256

Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C

Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain

of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob

Chemother 43 157ndash158

Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and

genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and

chemotherapy 54 24-38

Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et

al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug

resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284

Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features

and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol

Infect Dis 16737-40

Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da

Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont

Inf Hosp v2 p11-24

97

Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance

to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za

Zhi 94(46)3661-5

Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-

lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458

Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al

(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-

beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant

Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7

Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-

lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32

Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron

structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas

aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from

different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-

10

Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance

in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81

Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated

infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40

Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C

FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto

Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357

Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter

baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-

Resistant Menace Front Microbiol 3 148

98

Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)

Clinical features and epidemiology of Acinetobacter

baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control

Hosp Epidemiol 25819-24

Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P

Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase

in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash

3488

Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y

meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de

Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556

Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter

infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and

Antimicrobial Agents 22(2) 77-92

Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase

from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c

Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS

profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter

calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied

Microbiology v 36(8) 572-578

Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due

to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and

predictors of mortality Medicine 74340-9

99

Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu

H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant

Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy

v67 Issue 10 p2533

Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de

Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB

Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)

Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal

de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de

JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro

Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et

al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a

burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control

Hosp Epidemiol 23(5)261-7

Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso

em 10022015

Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A

Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-

Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of

Iran Microb Drug Resist 18 385-389

Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz

4319-20

Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and

chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-

Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical

Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677

100

Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho

NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory

identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative

bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53

Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou

W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of

NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9

(9)

Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X

Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-

resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of

Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103

Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e

quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79

Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ

Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a

novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the

SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother

v50 n p673-679

Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment

to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii

involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system

Microbiology 149 3473ndash3484

101

Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century

of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash

7

Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii

Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19

Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758

Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D

Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase

in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3

Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of

Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United

States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J

Clin Microbiol 44(7)2630-4

Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of

Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of

Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-

1449

Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt

TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the

blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin

Microbiol 44(8)2974-6

TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections

pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50

102

Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter

AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter

species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47

3593ndash3599

Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA

Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a

susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and

Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash

95

Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter

baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)

Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A

Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens

Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5

Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an

emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54

Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New

Engl J Med 340556-7

Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J

Antimicrob Agents 12 3-7

Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond

MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis

103

of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin

Infect Dis 39309-17

Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown

S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob

Agents 27(4)351-3

Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic

structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences

comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst

Bacteriol 4987-95

Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)

Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter

pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-

13

Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle

JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel

carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-

resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents

Chemother 45(4)1151-61

Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization

of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii

Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708

Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-

resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii

104

resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti

Infect Ther 8(1)71-93

Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of

NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the

Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)

Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in

Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising

nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital

infection 78(2)113ndash7

Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den

Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in

veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754

105

9 Apecircndice

Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo

106

92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 SLH 1562 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

2 SLH 5476 + Ara

diore

siste

ns

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect

3 SLH 5575 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

4 SLH 5351 + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

5 SLH 5367 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

6 SLH 5376 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

7 SLH 5948 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

8 SLU 6454

(SVD)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

9 SLU 6506 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

10 SLU 6571 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

107

11 SLU 6580 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

12 SLU 6813 + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In

d

- - + - + + - - +

13 SLS 143 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

14 SLS 150 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

15 SLS 1919 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

16 SLS 1933 + Ano

soco

miali

s

S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

17 SLS 1945 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

18 SLS 1949 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

19 SLS 1951 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 SLS 1939 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

21 SLS 4415 + Natildeo

reali

zada

id

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 SLS 4477 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 SLS 4445 + Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

24 SLS 4742 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + - - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

108

25 SLS 4706 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

26 SLS 4711 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

27 SLS 4753 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +

+ - - - - + - - - +

28 SLS 4756 1 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

29 SLS 4757 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

30 SLS 4842 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + - - -

31 SLS 5020 + Aba

uma

nnii

S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

32 SLS 5030 2 + Sma

ltoph

ilia

R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

33 SLS 4846 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

34 SLS 4915 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

35 SLS 4917 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

36 SLS 5106 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

37 SLS 5097 2 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

38 SLS 5111 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

39 SLS 5126 + Sma

ltoph

ilia

R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

+ - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

109

40 SLH

VAL6078

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 SLS VAL

5194

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

42 SLH

Altamira

6104

+ Natildeo

reali

zada

id

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

43 SLU 6852 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

44 SLS 5281 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 SLH 6190 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

46 SLH 6530 2 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

47 SLS

Terezinha

5323

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

48 SLS 5383 + Apit

tii

S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

49 SLH Luiz + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

50 SLS Luiz

5627

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In

d

+ - - - + - - - -

51 SLS 5601 + Aba

uma

nnii

S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

52 SLS 5595 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

53 SLS 5544 + Aba

uma

nnii

R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

110

54 SLS 5562 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ + sect sect sect + + - - -

55 SLS 5433 2 + Aba

uma

nnii

S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect

56 SLS 28 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

57 SLS 47 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 SLS 94 - Apit

tii

S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + sect sect sect sect

59 SLS 530

+ Natildeo

reali

zada

id

S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

60 SLH 75 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - +

61 SLS 307 2 + Aba

uma

nnii

I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +

62 SLS 333 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

63 SLS 241 + Apit

tii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 SLS 236 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- - - - + + - - +

65 SLS 228 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

66 SLU 236 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

67 SLH 63 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In

d

- - + + + - - +

68 SLH 42 + Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

111

69 SLS 246 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

70 SLS 270 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +

71 SLH 103 + Natildeo

reali

zada

id

S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + - - - +

72 SLS 248 2 + Aba

uma

nnii

R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

73 HCH 7641 + Aba

uma

nnii

S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 HCH 7687 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 HCH 7688 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

76 HCH 7716 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 HCH 7717 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

78 HCH 7761 + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 HCH 7775 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

80 HCH 7751 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 HCH 7755 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 HCH 138 + Apit

tii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 HCH 383 + Apit

tii

S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - +

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

112

84 HCH 511 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

85 HCU

6058(SA)

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +

86 HCU 6093 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +

87 HCS 189 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

88 HCS 219 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - + -

89 HCS 8479 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

90 HCS 8522 + Aba

uma

nnii

S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

91 HCS 482 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

92 HCS 139 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

93 HCS 107 1 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

94 HCS 363 + Aba

uma

nnii

S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

95 HCU 191 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

96 HCS 400 + Aba

uma

nnii

S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

97 HCS 360 + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

98 HCS 559 + Natildeo

reali

zada

R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - + + + + - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

113

id

99 HCS 215 + S

malt

ophil

ia

R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

100 HCS

113

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

101 HCS

418

+ Aba

uma

nnii

S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

102 HCU

06

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

103 HCH

750

+ Apit

tii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

104 HCS

548

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

105 HCH

599 2

+ Apit

tii

S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

106 HCH

561

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

107 HCH

565

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

108 HCS

437

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

109 HCH

544

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -

110 HM

59

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

111 HM

84

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

112 HM

25

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

114

113 HM

92

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + - - - -

114 HM

128

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -

115 HM

161

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

116 HM

152 2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

117 HM

228

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect

+

sect sect sect sect

118 HM

242

+ Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

119 HM

243

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

120 HM

236 2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

121 HM

301 1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -

122 HM

494

+ Aba

uma

nnii

R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

123 HM

551

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

124 HM

316

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

125 HM

487

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - - - - + + - - -

126 HM

204

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

127 HM

205

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

115

128 HM

206

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

129 HM

128 2

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + - - - -

130 S92 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

131 U123

1

+ Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -

132 S347 + Apit

tii

R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -

133 S377 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

134 S124 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - + + + - - -

135 L118 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

136 H251 + Aba

uma

nnii

S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

137 S412 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

138 H626 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

139 S196 + Aba

uma

nnii

R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

140 S325 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

141 S41 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

142 S44 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In

d

- - - - + + - - -

Apecircndice B- Continuaccedilatildeo

116

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo

143 S55 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

144 S77 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

145 S91 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

146 S695 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - +

147 S715 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

148 S140 + Aba

uma

nnii

R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

149 S160 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

150 L30 + Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

151 H256 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

152 S205 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

153 S117 + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -

154 S210 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

155 S59 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

117

1

93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2

AmostraAntibioacutetico

44degC

MA

LD

I-

TO

F

GE

N

AM

I

CIP

CT

X

CR

O

CA

Z

CP

M

PIT

SU

T

AP

S

IPM

ME

R

TG

C

TE

T

ES

BL

AM

PC

MB

L

TM

H

KP

C-2

VIM

-1

IMP

-1

ND

M-1

Oxa-5

1

Oxa-2

3

Oxa-5

8

Oxa-2

4

Oxa-1

43

1 N Sr

Faacutetima

Chatildeo

+ ID

natildeo

reali

zada

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

2 Satildeo Judas

chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

3 Satildeo Judas

Maca

- Ano

soco

miali

s

S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

4 Uti 1 ndash L4B + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

5 Uti 1 ndash

L5c1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

6 Uti 1- L5c2 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -

7 Uti 1-

L9B1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -

8 Uti 1-

L9B2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

9 Uti 1-

L10c1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

10 Uti 1-

L10c2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

118

uma

nnii

12 Uti 2 L4c1 + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

13 Uti 2 L5B1 + Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

14 Uti 2 L6B + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

15 Uti 2 L8B + Aba

uma

nnii

S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +

- + - - + + - - -

16 Uti 2 L10c + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

17 02 Chatildeo 2 + Lecle

rcia

adec

arbo

xylat

a

S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

18 UTI 19

Maca

+ Ara

diore

siste

ns

S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

19 04 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

20 UTI 18

Maca 2

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

21 UTI 17

Chatildeo

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

22 15 Maca 2 + Aba

uma

nnii

S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

23 15

Maccedilaneta 2

+ Acin

etob

acter

sp

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

119

24 18 Maca 1 + Ano

soco

miali

s

S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

25 108 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

26 15 Chatildeo + Aba

uma

nnii

S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

27 UTI 17

Maca

+ Ano

soco

miali

s

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

28 UTI

Antessala

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

29 04 Chatildeo 2 + Ano

soco

miali

s

S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

30 10 Chatildeo + Ochr

obac

trum

inter

medi

um

S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

31 103 Chatildeo + Eclo

acae

S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

32 105 Maca 3 + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

33 HMUTI

BB

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -

34 HMUTI B

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

35 HMUTI 1

E B2

+ Aba

uma

nnii

I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

36 HMUTI 2

6C1

+ Aba

uma

nnii

R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

120

37 2- 1 L8c + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

38 2-MT 220 + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

39 2- MT 215

2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

40 CUTI1

11B

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

41 CUTI1

11B2

+ Aba

uma

nnii

S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

42 CUTI1

11MC2

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - +

43 CUTI1

11C2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

44 CUTI1

10B

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

45 CUTI1 10

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

46 CUTI1 09

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

47 CUTI2 05

B

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

+ - sect sect sect + + - - -

48 CUTI2 06

MC1

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -

49 CUTI2 02

MC2

- A

pittii

S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

50 CUTI2 01

MC

+ Aba

uma

nnii

S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

121

51 CL 102 B + Ano

soco

miali

s

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

52 CUTI 1 05

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

53 H01UTI

B1

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

54 H01UTI

B2

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

55 H04 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

56 H04 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -

57 H04 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

58 H05 UTI

MC1

+ Aba

uma

nnii

I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -

59 H05 UTI

MC2

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde

o

- - - - + + - - -

60 H06 UTI

MC

+ Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

61 H07 UTI C + Aba

uma

nnii

R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

62 H09 UTI

C1

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

63 H09 UTI

C2

+ Aba

uma

nnii

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

64 HENF 1A

C2

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

122

65 HENF 3C

B1

+ Acin

etob

acter

sp

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

66 HENF 5

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde

o

In

d

- sect sect sect + + - - -

67 HENF 7C + Natildeo

reali

zada

ID

S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + + - +

68 HENF 9C

B

+ Aba

uma

nnii

R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde

o

Natilde

o

sect sect sect sect + + - - -

69 HENF 10

B

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

70 HENF 10

C B

+ Aba

uma

nnii

S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

71 HUTI 6B + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde

o

sect - - - + + - - -

72 HUTI 6C + Aba

uma

nnii

S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +

73 H2401c B + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

74 H2401c C + Aba

uma

nnii

S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

75 H2402 B

MC1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

76 H2403a

MC

+ Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

77 H2406b

C1

+ Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

Apecircndice C-Continuaccedilatildeo

123

Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3

sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4

78 H2406c C - Ano

soco

miali

s

S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

79 H2407b

MC

+ Ano

soco

miali

s

R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

80 H2408 A + Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

81 H2410a B - Aba

uma

nnii

S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

82 H2410b C + Aba

uma

nnii

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

83 H2UTI 7

MC

- Natildeo

reali

zada

ID

S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect

84 H2UTI2

6C

+ Aba

uma

nnii

S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

85 H2UTI 3

C2

+ Aba

uma

nnii

S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

86 H2UTI 4 C + Aba

uma

nnii

S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect

87 H2UTI 1

6C

+ Aba

uma

nnii

I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -

Page 11: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 12: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 13: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 14: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 15: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 16: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 17: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 18: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 19: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 20: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 21: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 22: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 23: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 24: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 25: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 26: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 27: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 28: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 29: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 30: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 31: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 32: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 33: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 34: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 35: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 36: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 37: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 38: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 39: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 40: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 41: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 42: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 43: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 44: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 45: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 46: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 47: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 48: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 49: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 50: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 51: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 52: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 53: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 54: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 55: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 56: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 57: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 58: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 59: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 60: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 61: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 62: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 63: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 64: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 65: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 66: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 67: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 68: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 69: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 70: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 71: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 72: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 73: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 74: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 75: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 76: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 77: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 78: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 79: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 80: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 81: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 82: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 83: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 84: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 85: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 86: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 87: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 88: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 89: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 90: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 91: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 92: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 93: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 94: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 95: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 96: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 97: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 98: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 99: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 100: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 101: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 102: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 103: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 104: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 105: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 106: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 107: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 108: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 109: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 110: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 111: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 112: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 113: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 114: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 115: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 116: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 117: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 118: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 119: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 120: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 121: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 122: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 123: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p
Page 124: CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR. Death was the most frequent clinical outcome (p