CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR....
Transcript of CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E MOLECULAR DA … · acquisition of Acinetobacter sp. strains MDR....
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE BIOCIEcircNCIAS PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM
CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS
CARACTERIZACcedilAtildeO FENOTIacutePICA E MOLECULAR DA RESISTEcircNCIA
ANTIMICROBIANA EM
Acinetobacter sp EcircNFASE AOS β-LACTAcircMICOS
NATAL 2015
MARIA CAROLINA SOARES LOPES
CARACTERIZACcedilAtildeO FENOTIacutePICA E MOLECULAR DA RESISTEcircNCIA
ANTIMICROBIANA EM
Acinetobacter sp EcircNFASE AOS β-LACTAcircMICOS
Trabalho apresentado ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea
de concentraccedilatildeo Biologia Parasitaacuteria e
Microbioloacutegica
ProfaOrientadora Dra Maria Celeste Nunes Melo
Natal 2015
Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro de Biociecircncias
Lopes Maria Carolina Soares Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica e molecular da resistecircncia antimicrobiana em Acinetobacter sp ecircnfase aos β-
lactacircmicos Maria Carolina Soares Lopes
123 f il
Orientadora Profa Dra Maria Celeste Nunes Melo
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociecircncias Programa
de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas
1 Infecccedilatildeo hospitalar ndash Dissertaccedilatildeo 2 Acinetobacter ndash Dissertaccedilatildeo 3 Resistecircncia ndash Dissertaccedilatildeo I
Melo Maria Celeste Nunes II Universidade Federal do Rio Grande do Norte III Tiacutetulo
RNUFBSE-CB CDU 616-022361421
DEDICATOacuteRIA
Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo
seja melhor
AGRADECIMENTOS
Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo
desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades
Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo
apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha
ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem
Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior
incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo
Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em
todos os momentos
Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza
Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila
nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas
Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos
por tudo o que fizeram por mim
Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha
vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos
Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do
Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu
sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava
Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que
me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia
aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo
Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos
momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada
sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter
sido o incentivador inicial
Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos
momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que
me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases
utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada
Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem
colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)
por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema
MALDI-TOFF
Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter
aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos
ajudar
Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino
Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda
Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um
agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna
Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do
laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se
esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com
sucesso
Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro
Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas
tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira
equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a
conclusatildeo do mestrado
A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me
cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram
a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento
Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre
dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas
Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo
e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do
mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e
empreacutestimos
Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o
melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos
Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar
tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros
professores do DMP
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
MARIA CAROLINA SOARES LOPES
CARACTERIZACcedilAtildeO FENOTIacutePICA E MOLECULAR DA RESISTEcircNCIA
ANTIMICROBIANA EM
Acinetobacter sp EcircNFASE AOS β-LACTAcircMICOS
Trabalho apresentado ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito para a obtenccedilatildeo do
tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea
de concentraccedilatildeo Biologia Parasitaacuteria e
Microbioloacutegica
ProfaOrientadora Dra Maria Celeste Nunes Melo
Natal 2015
Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro de Biociecircncias
Lopes Maria Carolina Soares Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica e molecular da resistecircncia antimicrobiana em Acinetobacter sp ecircnfase aos β-
lactacircmicos Maria Carolina Soares Lopes
123 f il
Orientadora Profa Dra Maria Celeste Nunes Melo
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociecircncias Programa
de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas
1 Infecccedilatildeo hospitalar ndash Dissertaccedilatildeo 2 Acinetobacter ndash Dissertaccedilatildeo 3 Resistecircncia ndash Dissertaccedilatildeo I
Melo Maria Celeste Nunes II Universidade Federal do Rio Grande do Norte III Tiacutetulo
RNUFBSE-CB CDU 616-022361421
DEDICATOacuteRIA
Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo
seja melhor
AGRADECIMENTOS
Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo
desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades
Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo
apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha
ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem
Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior
incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo
Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em
todos os momentos
Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza
Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila
nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas
Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos
por tudo o que fizeram por mim
Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha
vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos
Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do
Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu
sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava
Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que
me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia
aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo
Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos
momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada
sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter
sido o incentivador inicial
Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos
momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que
me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases
utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada
Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem
colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)
por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema
MALDI-TOFF
Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter
aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos
ajudar
Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino
Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda
Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um
agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna
Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do
laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se
esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com
sucesso
Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro
Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas
tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira
equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a
conclusatildeo do mestrado
A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me
cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram
a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento
Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre
dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas
Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo
e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do
mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e
empreacutestimos
Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o
melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos
Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar
tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros
professores do DMP
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Catalogaccedilatildeo da Publicaccedilatildeo na Fonte UFRN Biblioteca Setorial do Centro de Biociecircncias
Lopes Maria Carolina Soares Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica e molecular da resistecircncia antimicrobiana em Acinetobacter sp ecircnfase aos β-
lactacircmicos Maria Carolina Soares Lopes
123 f il
Orientadora Profa Dra Maria Celeste Nunes Melo
Dissertaccedilatildeo (Mestrado) ndash Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Biociecircncias Programa
de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas
1 Infecccedilatildeo hospitalar ndash Dissertaccedilatildeo 2 Acinetobacter ndash Dissertaccedilatildeo 3 Resistecircncia ndash Dissertaccedilatildeo I
Melo Maria Celeste Nunes II Universidade Federal do Rio Grande do Norte III Tiacutetulo
RNUFBSE-CB CDU 616-022361421
DEDICATOacuteRIA
Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo
seja melhor
AGRADECIMENTOS
Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo
desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades
Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo
apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha
ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem
Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior
incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo
Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em
todos os momentos
Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza
Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila
nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas
Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos
por tudo o que fizeram por mim
Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha
vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos
Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do
Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu
sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava
Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que
me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia
aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo
Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos
momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada
sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter
sido o incentivador inicial
Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos
momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que
me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases
utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada
Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem
colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)
por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema
MALDI-TOFF
Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter
aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos
ajudar
Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino
Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda
Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um
agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna
Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do
laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se
esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com
sucesso
Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro
Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas
tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira
equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a
conclusatildeo do mestrado
A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me
cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram
a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento
Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre
dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas
Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo
e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do
mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e
empreacutestimos
Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o
melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos
Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar
tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros
professores do DMP
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
DEDICATOacuteRIA
Dedico aos meus pais esposo filhos e a todos que fazem algo para que o mundo
seja melhor
AGRADECIMENTOS
Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo
desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades
Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo
apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha
ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem
Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior
incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo
Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em
todos os momentos
Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza
Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila
nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas
Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos
por tudo o que fizeram por mim
Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha
vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos
Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do
Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu
sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava
Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que
me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia
aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo
Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos
momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada
sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter
sido o incentivador inicial
Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos
momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que
me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases
utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada
Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem
colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)
por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema
MALDI-TOFF
Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter
aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos
ajudar
Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino
Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda
Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um
agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna
Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do
laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se
esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com
sucesso
Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro
Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas
tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira
equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a
conclusatildeo do mestrado
A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me
cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram
a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento
Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre
dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas
Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo
e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do
mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e
empreacutestimos
Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o
melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos
Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar
tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros
professores do DMP
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
AGRADECIMENTOS
Meus mais sinceros agradecimentos Agrave Deus nosso Pai Maior pelo dom da vida e por ter me guiado ao longo
desta me enchendo de becircnccedilatildeos e oportunidades
Aos meus pais Rosineide e Luiz que me ensinaram tudo o que sei hoje pelo
apoio constante pelo amor recebido por ter cuidado dos meus filhos na minha
ausecircncia por terem aguentado esses anos de luta junto sem nunca desanimarem
Ao meu grande amor Ramon companheiro de todas as horas e maior
incentivador pela paciecircncia ensinamentos compreensatildeo e atenccedilatildeo
Aos meus filhos minha maior inspiraccedilatildeo minha forccedila amparo e alegria em
todos os momentos
Aos meus irmatildeos Daniele Rodrigo Rodolfo Daniel Joatildeo Maria Luiza
Leonardo e Lula Neto por terem sido um exemplo para mim de uniatildeo pela forccedila
nos momentos que precisei e tambeacutem pelo apoio com as crianccedilas
Aos meus cunhados e cunhadas que tecircm tanto meacuterito quanto meus irmatildeos
por tudo o que fizeram por mim
Agrave grande famiacutelia Lopes e Rocha Soares por serem tatildeo especiais na minha
vida por terem me dado exemplos ldquoempurrotildeesrdquo e amor por todos esses anos
Aos meus amigos e irmatildeos em Cristo da Sociedade Espiacuterita Casa do
Caminho e do Nuacutecleo de estudos espiacuteritas Sementeira de Luz que foram o meu
sustentaacuteculo quando caiacutea a forccedila que me erguia quando eu mais precisava
Agrave professora Maria Celeste minha orientadora e exemplo por tudo o que
me proporcionou ao longo desses dois anos Pelo tempo de convivecircncia
aprendizado incentivo paciecircncia e carinho Serei eternamente grata por tudo
Ao professor Ermeton Duarte pela amizade respeito e simplicidade Pelos
momentos de descontraccedilatildeo por ter sido um grande companheiro nessa jornada
sempre retirando minhas duacutevidas e me direcionando Agradeccedilo tambeacutem por ter
sido o incentivador inicial
Ao professor Renato Motta e Alunos do LABMIC pelo apoio Pelos
momentos de trabalho pelos momentos de alegria e tambeacutem pelos momentos que
me auxiliaram Agradeccedilo por ter cedido os primers das Metallobetalactamases
utilizadas nesse trabalho O meu muito obrigada
Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem
colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)
por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema
MALDI-TOFF
Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter
aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos
ajudar
Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino
Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda
Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um
agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna
Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do
laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se
esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com
sucesso
Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro
Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas
tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira
equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a
conclusatildeo do mestrado
A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me
cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram
a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento
Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre
dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas
Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo
e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do
mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e
empreacutestimos
Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o
melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos
Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar
tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros
professores do DMP
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Agraves professoras Clauacutedia Souza (UFF) e Renata Picatildeo (UFRJ) por terem
colaborado cedendo algumas cepas padrotildees e a professora Beatriz Meurer (UFRJ)
por ter colaborado na identificaccedilatildeo das amostras de Acinetobacter sp pelo sistema
MALDI-TOFF
Agrave professora Gilmara Celli pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e por ter
aceitado o meu convite tatildeo repentinamente Por ser sempre tatildeo soliacutecita a nos
ajudar
Aos amigos e companheiros do Labmed Tiago Cidral Sabina Paulino
Bruna Costa Juliette Oliveira Cristiano de Saacute Harrysson Deyse Feacutelix Amanda
Ingrid Goes Felipe Heloiacuteza pelo amparo em todos os momentos Um
agradecimento especial agrave Ana Paula Emiacutelia Sousa Rafindrade Ganilson e Bruna
Eacutevora alunos de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica que trabalharam ao meu lado saiacuteram tarde do
laboratoacuterio ouviram minhas lamentaccedilotildees trabalharam fim de semana e se
esforccedilaram ao maacuteximo para que meu trabalho de dissertaccedilatildeo fosse finalizado com
sucesso
Ao Dr Jesaiacuteas Rodrigues pela oportunidade de trabalhar no Centro
Integrado de Microbiologia (CIM) e assim natildeo soacute aperfeiccediloar o que eu sabia mas
tambeacutem me deu a chance de conhecer vaacuterias pessoas especiais uma verdadeira
equipe Pela compreensatildeo dos meus momentos de ausecircncia e auxiacutelio para a
conclusatildeo do mestrado
A todos os funcionaacuterios e estagiaacuterios do CIM que tanto me apoiaram me
cobriram quando natildeo pude ir trabalhar coletaram as amostras para mim me deram
a oportunidade de compartilhar de grandes momentos o meu agradecimento
Aos funcionaacuterios dos Hospitais onde foram coletadas as amostras sempre
dispostos a auxiliarem e a tirarem as minhas duacutevidas
Agraves Meninas do Laboratoacuterio de Aulas Praacuteticas de Microbiologia Eacuterika Galvatildeo
e Alessandra Marinho por tudo tudo mesmo que fizeram por mim ao longo do
mestrado Pelos ouvidos sempre dispostos a me escutarem pelos conselhos e
empreacutestimos
Aos funcionaacuterios da UFRN em especial agrave Lindaci do qual eu recebia o
melhor estiacutemulo para comeccedilar um novo dia de experimentos
Ao professor Joseacute Veriacutessimo Fernandes por sempre estar disposto a auxiliar
tirar duacutevidas Por sempre lutar e acreditar nos alunos A todos os outros
professores do DMP
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Aos colegas da poacutes-graduaccedilatildeo que tanto se importaram com meu projeto
por terem compartilhado comigo esses dois anos maravilhosos
Agrave Louise da Mata secretaacuteria do PPgCB por todo auxiacutelio prestado a mim ao
longo desses anos por ter respondido pacientemente todas as minhas duacutevidas
Ao professor Humberto Fulco por tudo o que fez para mim e para o
Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo
Agradeccedilo ao programa de poacutes-graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas por ter me
acolhido tatildeo bem Agradeccedilo especialmente aos professores das disciplinas que
cursei que auxiliaram no meu crescimento profissional
Agradeccedilo a Universidade Federal do Rio Grande do Norte por todas as
oportunidades fornecidas a mim de caraacuteter educacional e profissional
Agradeccedilo a Capes pela concessatildeo da bolsa
Por fim agradeccedilo agravequeles que direta ou indiretamente me auxiliaram para
que essa pesquisa fosse realizada
Essa vitoacuteria eacute tambeacutem de cada um de vocecircs
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
ldquoO mundo eacute a oficina O corpo eacute a ferramenta A
existecircncia eacute a oportunidade O dever a executar eacute
missatildeo a cumprirrdquo (Emmanuel)
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
RESUMO
As Infecccedilotildees Hospitalares constituem a principal causa de morbidade e mortalidade
em pacientes hospitalizados Relatos de isolamentos de Acinetobacter
multirresistentes a partir de espeacutecimes cliacutenicos obtidos de pacientes internados
bem como do ambiente hospitalar satildeo cada vez mais frequentes Assim esse
estudo teve como objetivo caracterizar fenotipica e molecularmente isolados de
Acinetobacter sp quanto agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase nos
β-lactacircmicos Isolados cliacutenicos e de superfiacutecies hospitalares de Acinetobacter sp
foram coletados em quatro hospitais localizados na cidade do Natal-RN no periacuteodo
de marccedilo de 2013 a marccedilo de 2014 A identificaccedilatildeo dos isolados foi realizada
atraveacutes de provas laboratoriais convencionais pelo sistema MALDI-TOF e pela
pesquisa do gene blaOXA-51 A susceptibilidade aos antimicrobianos foi avaliada
pela metodologia de disco-difusatildeo Para a droga tigeciclina a concentraccedilatildeo
inibitoacuteria miacutenima (CIM) foi determinada atraveacutes do E-test Aleacutem disso foram
realizados testes de triagem para as enzimas AmpC ESBL e Carbapanemases e
pesquisa dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2
OXA-23OXA-24OXA-58OXA-143) atraveacutes da teacutecnica da Reaccedilatildeo em Cadeia da
Polimerase (PCR) Fatores associados agrave presenccedila de multirresistecircncia tambeacutem
foram estudados Foram estudadas 242 amostras sendo 155 amostras cliacutenicas e
87 amostras das superfiacutecies hospitalares A meacutedia da ocorrecircncia de Acinetobacter
sp nos hospitais estudados foi de 76 em amostra cliacutenicas e 128 nas amostras
das superfiacutecies hospitalares Neste os locais mais contaminados por essa bacteacuteria
foi a bancada de procedimentos e o piso Duzentos e trinta e sete amostras
(979) e 198(818) das amostras foram identificadas como Abaumannii pelos
testes convencionais e MALDI-TOF respectivamente e a positividade do gene
blaOXA-51 ocorreu em 235(971) das amostras A maioria 141(582) das
cepas de Acinetobacter sp apresentaram resistecircncia a trecircs ou mais classes de
antibioacuteticos A positividade para o teste de detecccedilatildeo da enzima AmpC foi de 58
no Teste de Hodge foi de 611 e para o teste de detecccedilatildeo de Metallo β-lactamase
foi de 785 Nenhuma amostra se mostrou produtora de ESBL Os genes mais
encontrados foram o blaOXA-23 e blaOXA-143 O uso de dispositivos invasivos
(p=0001) a quantidade de antimicrobianos utilizados (p=001) a internaccedilatildeo em
UTI (p=0008) e internaccedilatildeo em hospital puacuteblico (p=005) apresentaram-se como
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
fatores associados agrave aquisiccedilatildeo de cepas de Acinetobacter sp multirresistente O
oacutebito foi o desfecho cliacutenico mais frequente(plt0001) nos pacientes com infecccedilotildees
por essas cepas O elevado nuacutemero de Acinetobacter multirresistente aos
antimicrobianos isolados a partir de pacientes e sobretudo das superfiacutecies
inanimadas dos hospitais eacute preocupante Esse cenaacuterio pode comprometer tanto os
tratamentos empiacutericos de pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de
controle de infecccedilatildeo hospitalar
PALAVRAS-CHAVE Infecccedilatildeo Hospitalar Acinetobacter Resistecircncia MALDI-TOF
PCR
ABSTRACT
The Hospital Infections are the main cause of morbidity and mortality in hospitalized
patients Isolations reports of multidrug-resistant Acinetobacter from clinical
specimens obtained from hospitalized patients and the hospital are more frequent
Thus this study aimed to characterize molecular and phenotypic isolated from
Acinetobacter sp for susceptibility to antimicrobials with emphasis on β-lactams
Clinical isolates and hospital surfaces isolates of Acinetobacter sp were collected in
four hospitals located in the city of Natal-RN from March 2013 to March 2014 The
identification of the isolates was carried out by standard laboratory tests the
MALDI-TOF system and research blaOXA-51 gene The antimicrobial susceptibility
was evaluated by disk diffusion method For tigecycline drug the minimum
inhibitory concentration (MIC) was determined by the E-test Furthermore
screening tests were performed for AmpC enzymes and ESBL Carbapanemases
and research of genes for carbapenemases (IMP-1 VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-
23 OXA-24 OXA- 58 OXA-143) by technique of polymerase chain reaction (PCR)
Factors associated with the presence of multidrug resistance were also studied 242
samples were studied with 155 clinical samples and 87 samples of hospital
surfaces The mean occurrence of Acinetobacter sp in the hospitals studied was
76 in clinical sample and 128 in samples of hospital surfaces In this the sites
most contaminated by this bacterium was the bench procedures and the floor Two
hundred and thirty seven samples (979) and 198 (818) of the samples were
identified as Abaumannii by conventional tests and MALDI-TOF respectively and
the positivity of blaOXA-51 gene occurred in 235( 971) samples Most 141
(582) of the strains of Acinetobacter sp They were resistant to three or more
classes of antibiotics A positive test for the detection of enzyme AmpC were 58
in Test Hodge was 611 and the β-lactamase Metallo was 785 detection test
No samples proved producing ESBL The genes most commonly found were the
blaOXA-23 and blaOXA-143 The use of invasive devices (p = 0001) the amount
of antimicrobials used (p = 001) the ICU stay (p = 0008) and hospitalization in a
public hospital (p = 005) presented themselves as factors associated with the
acquisition of Acinetobacter sp strains MDR Death was the most frequent clinical
outcome (p lt0001) in patients with infection by these strains The high number of
multidrug-resistant Acinetobacter antimicrobial isolated from patients and especially
of inanimate surfaces in hospitals is disturbing This scenario may compromise both
the empirical treatment of seriously ill patients as the hospital infection control
strategies
KEYWORDS Hospital infection Acinetobacter Resistance MALDI-TOF PCR
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mecanismos de Resistecircncia em AcinetobacterPaacuteg29
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicosPaacuteg30
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOFPaacuteg39
Figura 4-Testes bioquiacutemicos utilizados para a identificaccedilatildeo de Acinetobacter
sp Paacuteg53
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeoPaacuteg54
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de
AcinetobacterPaacuteg55
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de
Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg56
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de
Ampicilinase -AmpCPaacuteg57
Figura 9- Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase
MBLPaacuteg58
Figura 10- Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPCPaacuteg58
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemasesPaacuteg60
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritasPaacuteg22
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das Beta-LactamasesPaacuteg32
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudoPaacuteg43
Tabela 4-Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoPaacuteg44
Tabela 5-Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoPaacuteg45
Tabela 6-Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoPaacuteg46
Tabela 7- Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamentoPaacuteg49
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuaisPaacuteg50
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e
percentuaisPaacuteg51
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistentePaacuteg52
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras
cliacutenicas de Acinetobacter spPaacuteg62
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas de
Acinetobacter spPaacuteg64
Tabela 13 - Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo
agraves variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter
sp isoladas das superfiacutecies hospitalaresPaacuteg65
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS
ACB- Complexo Calcoaceticus-Baumannii
AIM- ldquoAustralian imipenemaserdquo
AMC- Amoxacilina + Clavulanato
AMI- Amicacina
AMK- Aacutegar Mac Conkey
AMPC- Ampicilinase
ANVISA- Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria
APS- Ampicilina+Sulbactam
AS- Aacutegar Sangue
ATCC- ldquoAmerican Type Culture Collectionrdquo
BD- ldquoBecton Dickinson and Companyrdquo
BHI- ldquoBrain- Hearth Infusion Aacutegarrdquo
CAZ- Ceftazidina
CDC- ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo
CIM- Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miniacutema
CIP- Ciprofloxacino
CLSI- ldquoClinical Laboratory Standart Instituterdquo
CPM- Cefepime
CRO- Ceftriaxona
CTX ou CFA- Cefotaxima
DIM- ―Deutschland imipenemaserdquo
DNA- Aacutecido desoxirribonucleacuteico
DME- Diagnoacutesticos Meacutedicos Especializados
EDTA- Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico
EPA- Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental
ESBL- Beta-Lactamase de Espectro Estendido
ESKAPE- Grupo formado por Ecoli Saureus Kpneumoniae Abaumannii Providencia e Enterobacter
EUA- Estados Unidos das Ameacutericas
FDA- ldquoFood and Drug Administrationrdquo
GEN- Gentamicina
GIM- ldquoGermany imipenemaserdquo
IH- Infecccedilotildees Hospitalares
IMP- Imipenemase
IPM- Imipenem
IRAS- Infecccedilotildees Relacionais agrave Assistecircncia a Sauacutede
KHM- ―Kyorin Hospital metallo-β-lactamaserdquo
KPC- Klebsiella pneumoniae carbapenemase
LABMED- Laboratoacuterio de Microbiologia Meacutedica
MALDI-TOF- ldquoMatrix Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flightrdquo
MBL- Metallo_β_lactamases
MDR- Multi Droga Resistente
MMR- Multiresistente
MER- Meropenem
NDM- ldquoNew Delhi metallo-β-lactamaserdquo
OXA- Oxacilinase
PCR- Reaccedilatildeo da Polimerase em Cadeia
pH- Potencial de Hidrogecircnio
PIT- Piperacilina + tazobactam
R- Ribossomal
RN-Rio grande do Norte
RNA- Aacutecido ribonucleico
S- Subunidade
SENTRY- Antimicrobial Surveillance Programme
SIM- ―Seul imipenemaserdquo
SPM- Satildeo Paulo metallo-β-lactamase
SUT- Sulfametoxazol+ Trimetropim
TBE- Tris-Borato-EDTA
TET- Tetraciclina
TGC- Tigeciclina
TU- Trato urinaacuterio
TSA- Teste de Susceptibilidade aos Antimicrobianos
TSI- ldquoTriple Sugar Ironrdquo
UFC- Unidade Formadora de Colocircnia
UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UK- ldquoUnited Kingdomrdquo
UTI- Unidade de Terapia Intensiva
VIM- ldquoVerona imipinemaserdquo
LISTA DE SIacuteMBOLOS
microg-Microgramas
mL-Mililitro
mm- Miliacutemetro
dL-Decilitro
ordmC-Grau Celsius
-Porcentagem
sp-Espeacutecie
spp-Espeacutecies
ge- Maior ou Igual a
gt - Maior
lt- Menor
β- Beta
L-Litro
h-Hora
V-Volts
X-Vezes
pb- Pares de bases
rpm- Rotaccedilotildees por minuto
Min-Minuto
n- Nuacutemero de isolados
p- Probabilidade de aceitar hipoacutetese de nulidade utilizando niacutevel de
significacircncia de 5
RP- Razatildeo de prevalecircncia
dp- Desvio-padratildeo
IC- Intervalo de Confianccedila
SUMAacuteRIO
1 Introduccedilatildeo Paacuteg19
2 Referencial Teoacuterico Paacuteg20
21 Infecccedilotildees Hospitalares Paacuteg20
22 O gecircnero Acinetobacter Paacuteg21
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica Paacuteg23
2211 A baumannii Paacuteg23
2212 ApittiiPaacuteg24
2213 A nosocomialis Paacuteg25
2214 A calcoaceticus Paacuteg25
2215 AradioresistentsPaacuteg26
2216 Outras espeacutecies de AcinetobacterPaacuteg26
23 Epidemiologia e prevalecircncia por AcinetobacterPaacuteg26
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter spPaacuteg27
241 Antimicrobianos β-lactacircmicosPaacuteg29
242 A Produccedilatildeo de β-lactamasesPaacuteg30
2421 ESBL(Beta-Lactamase de Expectro Estendido)Paacuteg32
2422 AmpC ( Ampicilinase) Paacuteg33
2423 MBL( Metallo-β-Lactamase) Paacuteg33
2424 OXA( Oxacilinase) Paacuteg34
2425 KPC(Klebsiella pneumoniae carbapenemase)Paacuteg35
3 Objetivos Paacuteg36
31 Objetivo geral Paacuteg36
32 Objetivos especiacuteficos Paacuteg36
4 Metodologia Paacuteg37
41 Tipo de estudo Paacuteg37
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa Paacuteg37
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes Paacuteg37
44 Coleta e Isolamento das amostras das superfiacutecies
hospitalares Paacuteg37
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter Paacuteg38
46 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobiano Paacuteg40
461 Kirby-Bauer Paacuteg40
462 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia Paacuteg40
4621 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL Paacuteg40
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC Paacuteg40
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase Paacuteg41
4624 Teste de Hodge Modificado Paacuteg41
47 Reaccedilatildeo em Cadeia da Polimerase Paacuteg41
471 Extraccedilatildeo do DNA Paacuteg42
472 Amplificaccedilatildeo do DNA Paacuteg42
473 Eletroforese em gel de agarose Paacuteg43
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos agrave
internaccedilatildeo Paacuteg44
49 Elenco das variaacuteveis Paacuteg44
410 Anaacutelise estatiacutestica Paacuteg46
5 Resultados Paacuteg48
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra Paacuteg48
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp Paacuteg52
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos para os
isolados de Acinetobacter sp Paacuteg54
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1
KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-
143) Paacuteg59
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis independentes
envolvidas no estudo Paacuteg61
6 Discussatildeo Paacuteg66
7 Conclusotildees Paacuteg75
8 Referecircncias Bibliograacuteficas Paacuteg77
9 Apecircndices Paacuteg105
91 Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudoPaacuteg105
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudoPaacuteg106
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no
estudoPaacuteg117
19
1 Introduccedilatildeo
O gecircnero Acinetobacter vecircm emergindo no contexto das doenccedilas graves
pela sua alta capacidade de permanecer no ambiente (Peleg Seifert
Paterson2008) e pela resistecircncia agraves drogas antimicrobianas ( Maragakis amp
Perl 2008) existindo cada vez mais relatos de surtos e infecccedilotildees causadas
por esse gecircnero bacteriano ( van der Irfan et al 2011) associadas na maioria
das vezes com a mortalidade dentro dos locais de assistecircncia agrave sauacutede
Os mecanismos de resistecircncia aos antimicrobianos em Acinetobacter
satildeo diversos poreacutem a produccedilatildeo de betalactamases eacute o mais comumente
encontrado (Zavascki et al 2010) Vaacuterios genes estatildeo envolvidos com a
codificaccedilatildeo de enzimas que degradam os antibioacuteticos betalactacircmicos
antimicrobianos mais utilizados para tratar as infecccedilotildees por esse gecircnero
Determinar o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos para essa
bacteacuteria bem como pesquisar quais mecanismos moleculares estatildeo envolvidos
nessa resistecircncia se torna primordial para auxiliar nas accedilotildees de controle de
infecccedilotildees e tratamento adequado consequentemente diminuindo os iacutendices de
morbidade e mortalidade
Baseado na elevada ocorrecircncia do gecircnero bacteriano Acinetobacter nos
hospitais da cidade do Natal e considerando que natildeo foram encontrados
relatos de estudos que abordem a resistecircncia aos antimicrobianos assim como
os aspectos moleculares dessa resistecircncia no estado do Rio Grande do Norte
esse estudo visa contribuir para um melhor entendimento das caracteriacutesticas
fenotiacutepicas moleculares e epidemioloacutegicas da resistecircncia em Acinetobacter
bem como auxiliar nas accedilotildees dirigidas agrave reduccedilatildeo das infecccedilotildees causadas por
esse microrganismo
20
2 Referencial Teoacuterico
21 Infecccedilotildees hospitalares
As Infecccedilotildees Hospitalares (IH) satildeo complicaccedilotildees relacionadas agrave
assistecircncia agrave sauacutede e se constituem na principal causa de morbidade e
mortalidade no ambiente hospitalar gerando prejuiacutezos aos usuaacuterios agrave
comunidade e ao Estado (Oliveira amp Maruyama 2008)
A disseminaccedilatildeo de infecccedilotildees hospitalares ou relacionadas agrave assistecircncia
agrave sauacutede frequentemente ocorre pela transferecircncia de patoacutegenos entre as matildeos
de profissionais de sauacutede e pacientes poreacutem as condiccedilotildees do ambiente
hospitalar e caracteriacutesticas da microbiota endoacutegena do paciente tambeacutem
podem contribuir para disseminaccedilatildeo de patoacutegenos (Drees et al 2008)
Uma pesquisa recente realizada nos Estados Unidos constatou que
cerca de 1 em cada 25 pacientes internados em hospitais tecircm pelo menos uma
infecccedilatildeo relacionada agrave assistecircncia agrave sauacutede (IRAS) e cerca de 75 mil pacientes
com IRAS morreram durante a hospitalizaccedilatildeo sendo que mais da metade de
todas as infecccedilotildees hospitalares ocorreu fora da unidade de terapia intensiva
(MagillEdwardsBamberg 2014)
No Brasil existem poucos estudos acerca da magnitude das IRAS Um
estudo nacional avaliou a prevalecircncia destas infecccedilotildees em hospitais terciaacuterios
das cinco regiotildees do paiacutes relatando uma taxa de IH de 155
(PradeOliveiraRodrigues1995)
De acordo com o ldquoCenter for Disease Control and Prevetionrdquo (CDC
2013) em 2013 cerca de 16 das IHs foram causadas por microrganismos
multirresistentes (MMR) Em 2008 uma denominaccedilatildeo foi criada para esses
MMR causadores de IHs sendo entatildeo chamados de ldquoESKAPE bugsrdquo pois
tinha como representantes as seguintes bacteacuterias Enterococcus faecium
Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Acinetobacter baumannii
Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter (Rice2008) Estas bacteacuterias
possuem caracteriacutesticas peculiares como capacidade de persistecircncia no meio
ambiente em condiccedilotildees adversas e poucas opccedilotildees para a antibioticoterapia
21
Alguns estudos observaram tambeacutem que em surtos hospitalares
destacaram-se as bacteacuterias natildeo fermentadoras de carboidratos Acinetobacter
baumannii e Pseudomonas aeruginosa resistentes aos carbapenecircmicos
Observou-se similaridade entre as cepas encontradas em pacientes e aquelas
isoladas das superfiacutecies ambientais (Oliveira amp Damasceno2010 Enoch et al
2008 Simor et al 2002)
Dentre os dois gecircneros de bacteacuterias citados acima se destaca o gecircnero
Acinetobacter por estar associado com alta morbidade e mortalidade em
pacientes infectados (Chen et al 2005)
22 O gecircnero Acinetobacter
O gecircnero Acinetobacter compreende um grupo heterogecircneo de
cocobacilos Gram-negativos natildeo fermentadores de carboidratos estritamente
aeroacutebios ubiquitaacuterios imoacuteveis catalase positiva e oxidase negativa (Montefour
2008 PelegSeifertPaterson2008) com 34 espeacutecies validamente nomeadas
(Kim et al 2014 Tabela 1)
Acinetobacter sp foi descrito pela primeira vez em 1911 pelo
microbiologista holandecircs Beijerinck (PelegSeifertPaterson2008 Murray amp
Hospenthal2008) e ao longo dos uacuteltimos 30 anos esse gecircnero sofreu
modificaccedilatildeo taxonocircmica significativa Atualmente eacute classificado na ordem
Pseudomonadales e famiacutelia Moraxellaceae (ViscaSeifertTowner 2011)
A identificaccedilatildeo das vaacuterias espeacutecies do gecircnero Acinetobacter eacute complexa
dada a proximidade das caracteriacutesticas A distinccedilatildeo entre as espeacutecies era
realizada atraveacutes de meacutetodos de susceptibilidade aos antimicrobianos e
caracteriacutesticas fenotiacutepicas e bioquiacutemicas cuja complexidade e morosidade de
alguns os tornava impraticaacutevel na rotina dos laboratoacuterios de microbiologia
cliacutenica (Montefour 2008) Devido essa dificuldade na identificaccedilatildeo manual
precisa de todos os membros ao niacutevel de espeacutecie a taxonomia do gecircnero
Acinetobacter tem sido continuamente revisto com o desenvolvimento dos
meacutetodos moleculares e de outros meacutetodos baseados na espectrofotometria
(Nemed et al 2011)
22
Tabela 1- Espeacutecies de Acinetobacter descritas (adaptado de Kim et al 2014)
Acinetobacter spp comumente isolados de infecccedilotildees humanas A baumannii (genoespeacutecie 2) A nosocomialis (genoespeacutecie 13TU) A pittii (genoespeacutecie 3) A calcoaceticus (genoespeacutecie 1) Acinetobacter spp incomuns em infecccedilotildees humanas A baylyi A guillouiae A lwoffii A soli A beijerinckii A gyllenbergii A nectaris A tandoii A bereziniae A haemolyticus A parvus A tjernbergiae A boissieri A harbinensis A puyangensis A towneri A bouvetii A indicus A qingfengensis A ursingii A brisouii A johnsonnii A radioresistens A venetianus A gerneri A junii A rudis A grimontii A kookii A schindleri
O gecircnero Acinetobacter estaacute amplamente distribuiacutedo na natureza tendo
sido encontrado em aacutegua solo lama organismos vegetais fezes urina e como
colonizador provisoacuterio da pele de seres humanos e animais aleacutem de piolhos
(Zordan et al 2011 Turton et al 2010 PelegSeifertPaterson2008 La Scola
amp Raoult 2004)
Esses microrganismos se tornaram alvo de uma atenccedilatildeo crescente
como importante patoacutegeno oportunista usualmente no contexto de doenccedila
grave subjacente (ViscaSeifertTowner 2011 Figueiredo et al 2009
PelegSeifertPaterson2008) Infecccedilotildees adquiridas na comunidade foram
relatadas principalmente do sudeste da Aacutesia e Austraacutelia tropical
(ViscaSeifertTowner 2011) No ambiente hospitalar o Acinetobacter sp tecircm
sido implicado numa grande variedade de infecccedilotildees especialmente em
pacientes graves e imunodeprimidos Estas infecccedilotildees incluem pneumonia e
infecccedilotildees de tecidos moles infecccedilotildees de feridas infecccedilotildees do trato urinaacuterio
meningite e infecccedilotildees da corrente sanguiacutenea (PelegSeifertPaterson2008) As
infecccedilotildees e surtos hospitalares tecircm sido atribuiacutedos principalmente a espeacutecie
Acinetobacter baumannii (A baumannii) principal espeacutecie do gecircnero e membro
mais estudado atualmente
23
221 Espeacutecies de Acinetobacter de importacircncia cliacutenica
2211 Acinetobacter baumannii
A espeacutecie Acinetobacter baumannii eacute um patoacutegeno tipicamente
nosocomial identificado como frequente colonizador humano em pacientes
hospitalizados e nos ambientes onde eacute realizada a prestaccedilatildeo de cuidados de
sauacutede (DijkshoornNemec Seifert 2007) O habitat do A baumannii natildeo eacute
tiacutepico das outras espeacutecies de Acinetobacter havendo pouca evidecircncia que
este seja residente no solo segundo Torres e colaboradores (2010) Essa
espeacutecie eacute pouco frequente no meio ambiente e tem prevalecircncia sazonal (Perez
et al 2007)
Entre as diferentes espeacutecies existentes o Acinetobacter baumannii eacute a
de maior importacircncia no que concerne agrave patologia humana Refere Peleg
Seifert e Paterson em 2008 que Acinetobacter baumannii bem como as outras
espeacutecies semelhantes fenotipicamente fazem parte do complexo A
calcoaceticusndashA baumannii (ACB) o qual integra quatro diferentes espeacutecies
genocircmicas Acinetobacter calcoaceticus Acinetobacter baumannii
Acinetobacter pittii e Acinetobacter nosocomialis todos associados a surtos
epidecircmicos de infecccedilatildeo (PelegSeifertPaterson2008 ViscaSeifertTowner
2011)
Esse microrganismo afeta principalmente pacientes gravemente
enfermos em unidades de terapia intensiva-UTI (PelegSeifertPaterson2008
Figueiredo et al 2009) Desde a deacutecada de 1980 essa bacteacuteria tem emergido
como um patoacutegeno altamente problemaacutetico para muitas instituiccedilotildees a niacutevel
mundial devido agrave sua extraordinaacuteria capacidade de se adaptar ao ambiente
hospitalar A baumannii apresenta necessidades nutricionais miacutenimas e
toleracircncia a condiccedilotildees fiacutesicas variadas (umidade temperatura pH) o que
favorece sua sobrevivecircncia em superfiacutecies uacutemidas e secas por periacuteodos
prolongados (Turton et al 2010) Isso implica na sua grande capacidade de
desenvolver resistecircncia aos faacutermacos antimicrobianos sendo considerada uma
das bacteacuterias mais difiacuteceis para tratamento (Maragakis amp Perl 2008) bem
como de escapar dos mecanismos de defesa do hospedeiro (Figueiredo et al
2009 PelegSeifertPaterson2008 DijkshoornNemec Seifert 2007 Towner
24
2006) e adquirir resistecircncia agrave dessecaccedilatildeo e desinfecccedilatildeo
(PelegSeifertPaterson2008) Aleacutem disso A baumannii pode formar biofilmes
o que confere a esse microrganismo uma proteccedilatildeo a mais contra todos os
fatores jaacute descritos anteriormente (Roca et al 2012 Davey amp OacuteToole 2000)
A identificaccedilatildeo dos fatores de virulecircncia e dos mecanismos de patogenicidade
pode contribuir para o desenvolvimento de novas alternativas terapecircuticas para
o controle das infecccedilotildees por esse microrganismo (Tomaras et al 2003)
Vaacuterias superfiacutecies inanimadas dentro do ambiente hospitalar foram
relatadas por estarem colonizadas por Abaumannii por exemplo os trilhos da
cama mesas de cabeceira superfiacutecies de ventiladores pias equipamentos de
succcedilatildeo colchotildees equipamentos de ressuscitaccedilatildeo cortinas baldes
maccedilanetas estetoscoacutepios incubadoras e teclados de computador entre outros
(Lu et al 2009)
Vaacuterios satildeo os fatores de risco para colonizaccedilatildeo e infecccedilatildeo por A
baumannii cirurgias de grande extensatildeo traumas queimaduras parto
prematuro internaccedilotildees repetitivas tempo de permanecircncia em UTI tamanho
do hospital ou UTI uso de ventilaccedilatildeo mecacircnica dispositivos de longa
permanecircncia no exterior (por exemplo cateteres intravasculares cateteres
urinaacuterios e tubos de drenagem) o nuacutemero de procedimentos invasivos
realizados e terapia antimicrobiana anterior satildeo os mais relatados (Garciacutea-
Garmendia et al 2001 Poutanen Louie Simor 1997 Seifert Strate Pulverer
1995)
Vaacuterios genes de resistecircncia jaacute foram descritos nessa espeacutecie Estudos
demonstram a presenccedila de genes que codificam para Ampicilinases (AmpC
Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010) Betalactamases de Espectro Extendido
(ESBL Mohajeri 2013) Metallobetalactamases (MBL Zhang et al 2013)
Oxacilinases (OXA Feizabadi et al 2008) e Serino carbapenemases ou KPC (
Perez et al 2010)
2212 Acinetobacter pittii
Acinetobacter pittii foi descrito pela primeira vez em 2011 juntamente
com o Anosocomialis (Nemec et al 2011) e eacute relatada como a segunda
espeacutecie de Acinetobacter mais comumente isoladas em humanos (Turton et al
25
2010) Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo3rdquo devido
agrave dificuldade de ser diferenciada fenotipicamente das outras espeacutecies do
complexo ACB cada vez mais eacute reconhecida como um importante patoacutegeno
(Boo Walsh Crowley 2009) Eacute encontrada em alimentos no solo e em
indiviacuteduos doentes e saudaacuteveis (Yang et al 2012 Houang et al 2001 Chu et
al1999 ) Apesar de sua incidecircncia ser bem mais baixa que de A baumannii
acredita-se que esse percentual seja maior e que esse fato esteja baseado na
dificuldade na identificaccedilatildeo da espeacutecies do complexo ACB (Karah et al 2011
Chuang et al 2011)
Geralmente essa espeacutecie eacute suscetiacutevel aos carbapenecircmicos (Zander
2014) poreacutem genes de resistecircncia como o blaNDM-1 blaOXA-23 blaOXA-40
e blaOXA-58 tecircm sido relatados em amostras de Apitti resistentes a esse
grupo de drogas (Bonnin et al 2014 Yang et al 2012 Montealegre et al
2012 Evans et al 2010 Boo et al 2006 ) o que reforccedila a importacircncia dessa
espeacutecie no contexto das IHs
2213 Acinetobacter nosocomialis
Chamada anteriormente de Acinetobacter espeacutecie genocircmica ldquo13TUrdquo por
ter sido encontrada pela primeira vez infectando o trato urinaacuterio essa bacteacuteria
foi descrita em 2011 Tambeacutem compotildee o complexo ACB
(PelegSeifertPaterson2008) Seu habitat eacute semelhante ao de outras espeacutecies
de Acinetobacter notadamente a espeacutecie A nosocomialis Apittii emergiu no
contexto dos cuidados com a sauacutede e pode servir como um reservatoacuterio de
determinantes de resistecircncia (Van et al 2002 McDonald Amyes Paton1999)
Jaacute foram relatadas as presenccedilas dos genes blaOXA-58 e blaOXA-23 nessa
espeacutecie (Kim et al 2012 Chen et al 2010)
2214 Acinetobacter calcoaceticus
A primeira espeacutecie de Acinetobacter a ser descrita Este microrganismo
estaacute presente na pele e na garganta dos seres humanos juntamente com
bacteacuterias saproacutefitas (Pal amp Kale 1981) Geralmente natildeo estaacute associado agraves
infecccedilotildees hospitalares poreacutem recentemente se descobriu que pode ser
26
reservatoacuterio de genes de resistecircncia que conferem resistecircncia aos
carbapenecircmicos como o blaNDM-1(Sun et al 2014)
2215 Acinetobacter radioresistents
Acinetobacter radioresistens constitui parte da microbiota normal da
pele e raramente estaacute associado agrave infecccedilotildees humanas (Berlau et al 1999)
Essa espeacutecie foi descrita pela primeira vez em 1988 por Nishimura e
colaboradores e eacute proposto para trecircs estirpes de Acinetobacter resistentes agrave
radiaccedilatildeo que foram isolados a partir de amostras de solo e de algodatildeo Eacute
distinta de outras espeacutecies de Acinetobacter nos aspectos fenotiacutepicos
geneacuteticos e enzimaacuteticos (Nishimura InoIizuka1988) Essa espeacutecie de
Acinetobacter eacute mais conhecida e estudada pelo fato de abrigar o gene para
uma enzima oxacillinase blaOXA-23 responsaacutevel pela resistecircncia aos
carbapenecircmicos (Mugnier Poirel Nordmann2010 Poirel 2008) Ateacute o
presente momento apenas um caso de bacteremia causada por essa espeacutecie
adquirida na comunidade foi descrito (Visca et al 2001)
2216 Outras espeacutecies de Acinetobacter
Mais recentemente outras espeacutecies menos conhecidas tais
como A lwoffii A soli A bereziniae A guillouiae A haemolyticus A
johnsonii A junii A parvus A schindleri e A ursingii tecircm sido associadas
com infecccedilotildees graves e estatildeo sendo consideradas novos agentes patogecircnicos
(Wisplinghoff et al 2004)
23 Epidemiologia e prevalecircncia de infecccedilotildees por Acinetobacter sp
Antes da deacutecada de 1970 as infecccedilotildees por Acinetobacter eram
geralmente infecccedilotildees do trato urinaacuterio em sua maioria poacutes-ciruacutergicas em
pacientes internados em unidades ciruacutergicas A partir de 1980 o gecircnero
Acinetobacter se difundiu rapidamente entre os pacientes em unidades de
terapia intensiva (Joly-Guillou 2005) Poreacutem a preocupaccedilatildeo real com esse
27
gecircnero apenas comeccedilou em 1991 quando se observou o primeiro relato de
surto em hospitais na cidade de Nova York (RungruanghiranyaCharurat
Termkiat 2005) Desde essa eacutepoca vaacuterios surtos foram descritos em
diferentes paiacuteses como EUA Inglaterra Franccedila Iacutendia Itaacutelia Espanha
Holanda Brasil entre outros (van den Irfan et al 2011 Ferreira et al 2011
Broek et al 2009) Pelo fato dessa bacteacuteria ter sido implicada em uma grande
porcentagem de infecccedilotildees em soldados que lutaram no Iraque essa bacteacuteria
ganhou o apelido de ldquoIraquebacterrdquo (Turton et al2006 Davis et al 2005)
A distribuiccedilatildeo dos diferentes tipos de infecccedilotildees varia de um hospital para
outro e estaacute provavelmente relacionado com a populaccedilatildeo do hospital e o tipo
de procedimentos e intervenccedilotildees realizadas Um estudo regional prospectivo
realizado na Espanha mostrou que mais de 90 das infecccedilotildees por
A baumannii foram adquiridas no hospital e que apenas 4 delas foram
adquiridas na comunidade Nesse estudo as infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
foram as mais comuns (39) seguido de infecccedilotildees de feridas (24) e
infecccedilotildees do trato urinaacuterio (23) A bacteremia soacute representava 3 das
infecccedilotildees (Rodiguez-Bano et al2004 )
A distribuiccedilatildeo de infecccedilotildees foi tambeacutem observada em um estudo
retrospectivo realizado em um Hospital de ensino em Marselha na Franccedila
Neste estudo infecccedilotildees de feridas foram as infecccedilotildees mais comuns (32)
seguidas por infecccedilotildees do trato urinaacuterio (25) infecccedilotildees do trato respiratoacuterio
(20) e bacteremia (12) Este estudo tambeacutem mostrou sazonalidade na
ocorrecircncia de infecccedilatildeo por A baumannii com um nuacutemero significativamente
maior de infecccedilotildees nos periacuteodos quentes comparado ao periacuteodo frio Esse fato
eacute observado tambeacutem por outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012
McDonald BanerjeeJarvis1999) Outra evidecircncia observada em alguns
estudos eacute que a gravidade da infecccedilatildeo por Acinetobacter depende do local da
infecccedilatildeo e da susceptibilidade do paciente agrave infecccedilatildeo como resultado de uma
doenccedila subjacente (PelegSeifertPaterson2008 Joly-Guillou2005)
24 Resistecircncia a antibioacuteticos em Acinetobacter sp
A resistecircncia bacteriana a antibioacuteticos eacute atualmente um dos maiores
desafios na aacuterea da sauacutede O crescente nuacutemero de cepas bacterianas cada
28
vez mais resistentes agrave terapia disponiacutevel aumenta o tempo de internaccedilatildeo e
exige medicamentos de custo alto e de difiacutecil acesso Tambeacutem aumenta a
morbidade e mortalidade na UTI e nos serviccedilos de sauacutede em geral com graves
consequecircncias sociais e econocircmicas para cada paiacutes (DijkshoornNemec
Seifert 2007)
Infecccedilotildees causadas por Acinetobacter geralmente satildeo tratadas com
ampicilina ndash sulbactam fluoroquinolonas cefalosporinas de amplo espectro e
carbapenecircmicos combinado ou natildeo com um aminoglicosiacutedeo (Moffatt et al
2010) Desde 1970 isolados cliacutenicos de Acinetobacter tecircm apresentado
resistecircncia a antibioacuteticos Inicialmente adquiriram resistecircncia a penicilinas
cefalosporinas de primeira e segunda geraccedilatildeo cefamicinas aminoglicosiacutedeos
cloranfenicol e tetraciclinas as quais foram denominadas de cepas multi-droga
resistentes (MDR) ou seja apresentam resistecircncia a 3 ou mais classes de
antimicrobianos (Vila amp Pachoacuten2012) Poreacutem com a aquisiccedilatildeo de diversos
mecanismos de resistecircncia ao final dos anos 90 os carbapenecircmicos eram os
antimicrobianos de escolha para tratamento de infecccedilotildees graves por
Acinetobacter (Vila amp Pachoacuten2012) Cepas multiresistentes que adquiriram
resistecircncia tambeacutem aos carbapenecircmicos estatildeo sendo cada vez mais descritas
Essas cepas foram denominadas de extensivamente resistente a drogas
(XDR) ou seja resistentes aos carbapenecircmicos e todas as outras classes de
antibioacuteticos exceto colistina ou tigeciclina (Navon-Venezia Leavitt Carmeli
2007) Esse perfil de Acinetobacter eacute o mais isolado atualmente Poreacutem cepas
de A baumannii que satildeo resistentes a todos os compostos antibioacuteticos em uso
cliacutenico incluindo medicamentos recentemente aprovados tais como a
tigeciclina e colistina jaacute foram relatadas (Mak et al 2009 DijkshoornNemec
Seifert 2007Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007 Peleg et al 2007)
A resistecircncia em Acinetobacter pode ser intriacutenseca ou pela aquisiccedilatildeo de
inuacutemeros mecanismos dentre eles a perda de porinas a produccedilatildeo de β-
lactamases e a superexpressatildeo de bombas de efluxo (Zavascki et al 2010
Figura 1)
29
Figura 1 ndash Mecanismos de resistecircncia em Acinetobacter (Munoz-Price amp
Weinstein 2008)
241 Antimicrobianos β-lactacircmicos
Os β-lactacircmicos satildeo antimicrobianos que agem interferindo nas enzimas
que realizam a siacutentese da camada de peptideoglicano da parede celular
bacteriana e foram os primeiros a serem descritos em 1929 por Alexander
Fleming
Esse eacute o maior grupo de antimicrobianos utilizados na praacutetica cliacutenica
sendo que mais da metade das infecccedilotildees bacterianas satildeo tratadas por
antibioacuteticos dessa famiacutelia O seu uso eacute extenso haja vista a grande variedade
de formas farmacecircuticas disponiacuteveis e sua baixa toxicidade Os representantes
dessa famiacutelia possuem um anel beta-lactacircmico cuja estrutura quiacutemica consiste
em uma amida ciacuteclica heteroatocircmica formada por trecircs aacutetomos de carbono e
um aacutetomo de nitrogecircnio (Junior 2014 Thomas et al 2007) As drogas dessa
famiacutelia de antimicrobianos satildeo classificadas de acordo com sua estrutura
quiacutemica em penicilinas cefalosporinas carbapenecircmicos e monobactacircmicos
30
Algumas penicilinas foram tambeacutem associadas com inibidores de beta-
lactamases (Figura 2 Kong Schneper Mathee 2010)
Dentre essas classes de drogas as cefalosporinas distribuiacutedas em
quatro geraccedilotildees com espectro de atividade caracteriacutestico representam uma
das principais classes utilizadas na cliacutenica para tratamento de infecccedilotildees
bacterianas (Greenwood 2000) Jaacute os carbapenecircmicos (imipenem
meropenem) satildeo os β-lactacircmicos com o maior espectro de accedilatildeo antibacteriana
Estes antibioacuteticos foram originalmente desenvolvidos a partir da tienamicina
um produto natural derivado de Streptomyces cattleya (Kahan et al 1983) e
satildeo frequentemente utilizados para o tratamento de isolados de Pseudomonas
aeruginosa e Acinetobacter baumannii (Livermore et al 2006) resistentes agraves
cefaslosporinas
Figura 2- Estrutura dos antibioacuteticos β-lactacircmicos (Adaptado de Williams1999)
242 A produccedilatildeo de β-lactamases
A produccedilatildeo de β-lactamases eacute o principal mecanismo de resistecircncia em
Acinetobacter (Rasmussen amp Bush 1997) e tambeacutem eacute o mecanismo mais
estudado pois pode ser transferido facilmente entre bacteacuterias da mesma
espeacutecie e para outras espeacutecies atraveacutes dos elementos geneacuteticos moacuteveis
31
Inuacutemeras β-lactamases desde a primeira descrita em meados dos anos
40 estatildeo sendo caracterizadas (Abraham amp Chain 1940) Essa enzima quebra
o anel β-lactacircmico dos diferentes faacutermacos dessa classe resultando na
formaccedilatildeo do aacutecido peniciloacuteico substacircncia que natildeo tem efeito antimicrobiano
(Tavares 2001) As β_lactamases podem ser classificadas de 2 modos
distintos segundo a estrutura primaacuteria (classe A agrave D) e as caracteriacutesticas
funcionais e bioquiacutemicas (grupo I agrave IV) Enzimas classificadas como classe A
ou grupo II hidrolisam penicilinas e cefalosporinas classe B ou grupo III
carbapenecircmicos classe C ou grupo I cefalosporinas classe D penicilinas e
cloxacilina e grupo IV penicilinas (Bush amp Jacoby 2010 Ambler 1980 Tabela
2)
A produccedilatildeo de β-lactamases cromossomais ou plasmidiais tais como a
hiper-expressatildeo da enzima ampicilinase do tipo C-AmpC (Gusatti et al 2009
Heacuteritier et al 2005) e a produccedilatildeo de Beta-Lactamase de Espectro Extendido-
ESBL (Brown amp Amyes 2006) geralmente estaacute associada com a resistecircncia
aos β-lactacircmicos em bacteacuterias Gram-negativas Jaacute a resistecircncia aos
carbapenecircmicos (β-lactacircmicos de amplo espectro de accedilatildeo) pode ocorrer pela
combinaccedilatildeo de diferentes mecanismos sendo que as principais formas de
resistecircncia a essas drogas satildeo a expressatildeo de metallo-β-lactamases (MBLs) e
a expressatildeo de oxacilinases-OXA (Gusatti et al 2009 Walsh et al 2005)
Outra carbapenemase bastante estudada em enterobacteacuterias eacute a serino
carbapenemase tambeacutem denominada de Klebsiella Pneumoniae
Carbapenemase (KPC) poreacutem relatos de espeacutecies de Acinetobacter
produtoras dessa enzima ainda satildeo raros (Robledo et al 2010)
32
Tabela 2- Classificaccedilatildeo das β -lactamases (Adaptado de Bush amp Jacoby
2010)
2421 ESBL (Beta-Lactamase de Espectro Estendido)
As Betas Lactamases de Espectro Estendido (ESBL) satildeo um grupo
clinicamente importante de Beta-lactamases capazes de hidrolisar as
cefalosporinas de amplo espectro (ceftazidima cefotaxima ceftriaxona) e
monobactans (Aztreonam Emery amp Weymouth 1997) O primeiro isolado
cliacutenico expressando essa enzima foi identificado por Knothe na Alemanha
em 1983 em uma cepa de Klebsiella ozanae (Knothe et al 1983) A maioria
das ESBLs evoluiu a partir de mutaccedilotildees geneacuteticas em β-lactamases claacutessicas
(TEM-1 TEM-2 e SHV-1) originando principalmente variedades de ESBLs dos
tipos TEM e SHV (Paterson amp Bonomo 2005) Contudo uma nova famiacutelia de
33
ESBLs a CTX-M emergiu nos uacuteltimos anos (Bonnet et al 2001) Atualmente
o nuacutemero de ESBLs jaacute ultrapassa 500 e essas enzimas possuem uma ampla
distribuiccedilatildeo ao longo do mundo (Gniadkowski 2008)
Alguns estudos tecircm relatado a presenccedila da ESBL em Acinetobacter
(Poirel et al 1999 Emery amp Weymouth 1997) poreacutem ainda satildeo raros os
relatos nesse gecircnero bacteriano (Mohajeri et al 2013) Embora pouco
frequente alguns autores ressaltam que a resistecircncia aos carbapenecircmicos
(principal resistecircncia vista em Acinetobacter atualmente) pode ser o resultado
de combinaccedilotildees de uma beta-lactamase geralmente uma ESBL codificada
pelo gene blaCTX-M associada a impermeabilidade eou aumento de efluxo
das drogas (Pitout amp Laupland 2008)
2422 AmpC (Ampicilinase C)
Esta enzima expressa constitutivamente por Acinetobacter hidrolisa
penicilinas cefamicinas e em menor escala oxyiminocefalosporinas tais
como a ceftazidima cefotaxima ceftriaxona e aztreonam (Bush Jacoby
Medeiros 1995) Ateacute o momento natildeo haacute informaccedilotildees sobre a regulamentaccedilatildeo
da expressatildeo de AmpC por Acinetobacter (Corvec et al 2003) Sabe-se
poreacutem que uma hiperproduccedilatildeo dessa enzima associada a um aumento de
efluxo das drogas estaacute implicado na resistecircncia aos carbapenecircmicos (Pitout amp
Laupland 2008) Acreditava-se que a AmpC estava mais relacionada agraves
Enterobacteacuterias poreacutem uma nova enzima AmpC foi descrita em uma cepa
cliacutenica de A baumannii multirresistente isolada durante um surto de infecccedilatildeo
por essa bacteacuteria na Espanha (Rodriacuteguez-Martiacutenez et al 2010 Bou amp
Martiacutenez-Beltraacuten 2000) No Brasil alguns estudos apontam a presenccedila de
AmpC em cepas de Acinetobacter (Gusatti et al 2009)
2423 MBL (Metallo-β-lactamases)
As MBLs satildeo produzidas intrinsecamente por determinados
microrganismos (Riccio et al 2005 Massidda et al 1991 Sabath amp Abraham
1966) e utilizam iacuteons zinco para romper o anel beta-lactacircmico e inativar os
antibioacuteticos (Bush Jacoby Medeiros 1995) Hidrolisam todos os
34
betalactacircmicos comercialmente disponiacuteveis sendo a uacutenica exceccedilatildeo o
monobactam aztreonam (Bush 1998) Essas enzimas caracterizam-se por
necessitarem de dois iacuteons divalentes como co-fatores para atividade cataliacutetica
(Murphy et al 2003) Aleacutem disso essas enzimas satildeo inibidas pelo aacutecido
etilenodiaminotetraceacutetico (EDTA Bush Jacoby Medeiros 1995) O primeiro
relato de MBL ocorreu em 1994 (Osano et al 1994) quando foi descrita uma
nova subclasse denominada IMP-1 Desde laacute vaacuterias subclasses jaacute foram
descobertas e se tornaram uma grande preocupaccedilatildeo ao redor do mundo
Atualmente 9 subclasses satildeo descritas IMP-1(Imipemenase) VIM-1 (Verona
imipenemase) SPM-1 (Satildeo Paulo metalo-β-lactamase) GIM-1 (Germany
imipenemase) SIM-1 (Seul imipenemase) AIM-1 (Australian imipenemase)
KHM-1 (Kyorin Hospital metalo-β-lactamase) NDM-1 (New Delhi metalo-β-
lactamase) DIM-1 (Deutschland imipenemase Ong et al 2009 Lee et al
2005 Castanheira et al 2004 Toleman et al 2002 Lauretti et al 1999 ) No
Brasil o primeiro relato de cepas produtoras de MBL ocorreu em 2002 em
isolados de Pseudomonas aeruginosa obtidos do Hospital Universitaacuterio
Clementino Fraga Filho no Rio de Janeiro (Pellegrino et al 2002) Um estudo
realizado em amostras bacterianas isoladas de pacientes internados no
Hospital Satildeo Paulo durante os anos de 2002 e 2003 detectou o gene blaIMP-
1 blaIMP-16 e blaVIM-2 em amostras de Acinetobacter spp (Castanheira et
al 2003) Recentemente foram detectados casos de microrganismos
produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do Sul (ANVISA 2013) O
gene blaNDM-1 foi identificado em Providencia rettgeri e Enterobacter cloacae
Em Acinetobacter praticamente todos os genes que codificam para
MBLs satildeo descritos poreacutem os mais comuns satildeo blaVIM-1(Tsakris et al
2006) blaNDM-1(Zhang et al 2013) e blaIMP-1(Shiro et al 2012)
2424 OXA (Oxacilinases)
As oxacilinases (OXA) satildeo betalactamases capazes de hidrolisar mais
rapidamente a oxacilina cloxacilina e a meticilina do que as penicilinas
claacutessicas Natildeo satildeo inibidas por EDTA (Opazo et al 2012 Heritier et al 2005)
e fracamente inibidas por aacutecido clavulacircnico (Pournaras et al 2006) Satildeo
consideradas enzimas residentes pois muitas espeacutecies de Gram-negativos
35
possuem naturalmente em seus genomas os genes que codificam as OXA
Essas enzimas satildeo organizadas pela identidade de suas sequecircncias de
aminoaacutecidos (Poirel Naas Nordmann 2010) No presente momento 443 tipos
de OXA satildeo descritos (Lahey 2015) e elas apresentam caracteriacutesticas
hidroliacuteticas distintas (Picatildeo 2009) Poreacutem entre os diferentes mecanismos
envolvidos na resistecircncia aos antibioacuteticos carbapenecircmicos a produccedilatildeo de
diferentes β-lactamases do tipo OXA eacute a mais prevalente (Sohrabi et al 2012)
Surtos nosocomiais com isolados de Acinetobacter que produzem
enzimas de resistecircncia OXA tecircm sido relatados no Brasil (Medeiros amp
Licopan2013) Polineacutesia Francesa (Falagas et al 2008) Espanha Sudeste
Europeu Coreacuteia e Argentina (Feizabadi et al 2008) Vaacuterios tipos de OXA satildeo
descritas em Acinetobacter as duas mais importantes satildeo a OXA-51 e a OXA-
23 ambas localizadas cromossomicamente em Abaumannii e A
radioresistents respectivamente (Poirel et al 2008) A pesquisa do gene
blaOXA-51 vecircm sendo utilizada para a identificaccedilatildeo de espeacutecies de
Acinetobacter baumannii (Turton et al 2006)
2425 KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase)
KPC satildeo um grupo de carbapenemases potentes capazes de hidrolisar
todos β-lactacircmicos apresentando maior potencial de hidroacutelise para cefalotina
benzilpenicilina amipicilina e piperacilina Inicialmente foi identificada em um
isolado de Klebsiella pneumoniae nos Estados Unidos em 1996 e que se
difundiu para outros membros da famiacutelia Enterobacteriaceae em todo o mundo
(Nordmann Cuzon Naas 2009 Queenan amp Bush 2007) No Brasil essa
carbapenemase foi descrita primeiramente em 2009 em quatro cepas de K
pneumoniae isoladas de urina e sangue de pacientes internados na UTI de um
hospital do Recife em 2006 (Monteiro et al 2009)
Atualmente 11 variantes satildeo descritas (Tsakris et al 2006) e apesar de
ser mais comuns nas enterobacteacuterias amostras de Acinetobacter produtoras
de KPC tecircm sido isoladas (Robledo et al 2010 Perez et al 2010)
36
3 Objetivos
31 Objetivo geral
Avaliar fenotiacutepica e geneticamente isolados de Acinetobacter sp quanto
agrave susceptibilidade aos antimicrobianos com ecircnfase aos beta-lactacircmicos
32 Objetivos especiacuteficos
Isolar e identificar amostras de Acinetobacter sp ao niacutevel de espeacutecie
oriundas de espeacutecimes cliacutenicos e das superfiacutecies hospitalares atraveacutes de
testes bioquiacutemicos convencionais pelo sistema MALDI-TOF (Matrix
Associated Laser Desorption-Ionization - Time of Flight) e atraveacutes da
pesquisa do gene bla-OXA51
Determinar atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo o perfil de
susceptibilidade aos antimicrobianos utilizados na rotina hospitalar das
espeacutecies de Acinetobacter isoladas
Determinar atraveacutes de testes de triagem fenotiacutepica a produccedilatildeo de beta-
lactamases dos tipos AmpC ESBL e Carbapenemases
Caracterizar genotipicamente as cepas resistentes aos carbapenecircmicos
atraveacutes da pesquisa dos genes que codificam beta-lactamases IMP-1
VIM-1 NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51OXA-58 OXA-143
atraveacutes da teacutecnica de PCR
Determinar a ocorrecircncia de Acinetobacter sp nos hospitais estudados
Relacionar as variaacuteveis dependentes quantidade de classes de
antimicrobianos resistentes e multirresistecircncia bacteriana com as
variaacuteveis independentes do estudo para os Acinetobacter isolados de
espeacutecimes cliacutenicos e para os provenientes de superfiacutecies hospitalares
37
4 Metodologia
41 Tipo de estudo
Trata-se de um estudo transversal descritivo e inferencial no qual a
amostra foi composta por 242 espeacutecimes bacterianos do gecircnero Acinetobacter
dos quais 155 foram provenientes de isolados cliacutenicos e 87 de superfiacutecies
hospitalares Participaram do estudo 3 hospitais privados (A B e C) e 1 puacuteblico
(D) localizados no municiacutepio de Natal Rio Grande do Norte
42 Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
O estudo foi submetido e aprovado pelo Comitecirc de Eacutetica em Pesquisa
da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob o protocolo 0172013
43 Periacuteodo local de estudo e recrutamento dos espeacutecimes
O processamento e anaacutelise das amostras foi realizado no Laboratoacuterio de
Bacteriologia Meacutedica (LABMED) localizado na Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN) A coleta dos espeacutecimes ocorreu durante o periacuteodo
de marccedilo 2013 a marccedilo de 2014 As amostras cliacutenicas foram recolhidas atraveacutes
de demanda espontacircnea a partir de repique em Aacutegar nutriente (HIMEDIA) em
tubo realizado pelos microbiologistas dos laboratoacuterios localizados nos hospitais
envolvidos no estudo A medida que as cepas eram cultivadas ocorria a
notificaccedilatildeo para o recolhimento dos cultivos Esse era realizado em caixa
teacutermica apropriada As amostras das superfiacutecies hospitalares foram coletadas
nos mesmos hospitais e periacuteodo do recrutamento das amostras cliacutenicas Todos
os hospitais envolvidos nesse estudo satildeo classificados como Hospitais Gerais
com leitos cliacutenicos ciruacutergicos e unidades de terapia intensiva
44 Coleta e isolamento das amostras das superfiacutecies hospitalares
Com o auxiacutelio de um swab umedecido em salina esteacuteril (085) foram
coletadas amostras do piso maccedilanetas de portas bancadas de procedimento
38
pias e trilhos das camas dos diversos leitos de cada hospital ao longo do
periacuteodo do estudo Os leitos foram escolhidos de forma aleatoacuteria atraveacutes de
sorteio A coleta foi realizada em dois momentos em cada hospital com
intervalo de 3 meses entre as coletas Estas eram realizadas pelo menos uma
hora antes da uacuteltima limpeza Os swabs foram incubados a 36degC por 24 horas
em Caldo BHI (Brain Hearth Infusion-HIMEDIA) esteacuteril Os crescimentos foram
semeados em Aacutegar Sangue de Carneiro (AS HIMEDIA) e Aacutegar MacConkey
(AMC HIMEDIA) pelo meacutetodo de esgotamento para que fossem observadas
colocircnias tiacutepicas de Acinetobacter No AS observa-se colocircnias com tonalidades
amareladas a transparentes e no AMC o crescimento de colocircnias lactose
negativas ndash incolores indicativas de crescimento de Gram-negativos natildeo
fermentadores de carboidratos
45 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter
As colocircnias sugestivas de Acinetobacter isoladas a partir do ambiente
hospitalar foram submetidas a testes fenotiacutepicos de identificaccedilatildeo como
Coloraccedilatildeo de Gram prova para fermentaccedilatildeo de accediluacutecares nos meios TSI (Triple
Sugar Iron - HIMEDIA) ou OF-Glicose prova da citocromo oxidase motilidade
e por fim a prova da catalase (Koneman et al 2008) As amostras que
obtiveram resultados nos testes acima compatiacutevel com o gecircnero Acinetobacter
foram submetidas agrave prova do crescimento em AMC a 44oC recomendado por
Bouvet amp Grimont (1987) para a identificaccedilatildeo sugestiva de A baumanni As
cepas de Escherichia coli ATCC-25922 Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 e Staphylococcus aureus ATCC-25923 foram utilizadas como controle
em todas as etapas da identificaccedilatildeo
Os isolados cliacutenicos recebidos a partir dos hospitais estudados vieram
previamente identificados como Acinetobacter mas no LABMED tiveram sua
identificaccedilatildeo confirmada com os mesmos testes citados acima
Finalmente todas as amostras identificadas pelos meacutetodos
convencionais como pertencentes ao gecircnero Acinetobacter foram enviadas ao
Laboratoacuterio da professora Beatriz Meurer Moreira no Departamento de
Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro-UFRJ para serem
39
submetidas a identificaccedilatildeo pelo sistema MALDI-TOF (BD- Bruker Biotyper)
sistema baseado na espectrofotometria de massa (Benagli et al 2011)
O MALDI-TOF consiste em um sistema no qual o material bioloacutegico (uma
colocircnia ou um concentrado de hemocultura) eacute colocado em uma placa em que
haacute a matriz polimeacuterica Esta eacute irradiada com um laser que vaporiza a amostra e
ioniza as vaacuterias moleacuteculas que satildeo aspiradas num tubo de vaacutecuo e levadas a
um detector conforme a moleacutecula o tempo de chegada ao detector (time of
flight) eacute diferente Isso eacute plotado em um graacutefico atraveacutes de vaacuterios picos e para
cada espeacutecie bacteriana obteacutem-se um graacutefico especiacutefico Uma base de dados
computadorizada interpreta e fornece o resultado (Sistema MALDI-TOF
Bruker2015 Benagli et al 2011 Figura 3)
Figura 3- Mecanismo de Accedilatildeo do Sistema MALDI-TOF (Kim et al 2003)
A pesquisa do gene blaOXA-51 tambeacutem foi realizada para a
identificaccedilatildeo da espeacutecie Acinetobacter baumannii conforme descrito no item
48
40
45 Teacutecnicas utilizadas para os testes de susceptibilidade aos
antimicrobianos
451 Kirby-Bauer
O meacutetodo do disco-difusatildeo (KirbyndashBauer) recomendado pelo Clinical and
Laboratory Standards Institute (CLSI2014) foi utilizado para testar os seguintes
discos de antimicrobianos Ciprofloxacina(CIP) Amicacina(AMI)
Gentamicina(GEN) Ampicilina + Sulbactam(APS) Piperacilina +
Tazobactam(PIT) Meropenem(MER) Imipenem(IPM) Sulfametoxazol +
Trimetropim(SUT) Ceftriaxona (CRO) Cefotaxima(CTX) Ceftazidina(CAZ)
Cefepime(CPM) Tetraciclina (TET) e Tigeciclina (TGC) Todos os discos foram
adquiridos do fabricante DME- Diagnoacutesticos Microbioloacutegicos Especializados-
Rio de Janeiro Brasil exceto a tigeciclina adquirida da Oxoid Limited
Inglaterra UK A determinaccedilatildeo da Concentraccedilatildeo Inibitoacuteria Miacutenima (CIM) foi
realizada para o antimicrobiano tigeclina atraveacutes do E-Teste seguindo as
recomendaccedilotildees do Food and Drug Administration-FDA (FDA 2015) As cepas
de Escherichia coli ATCC-25922 e Pseudomonas aeruginosa ATCC-27853
foram utilizadas como controle
452 Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica dos mecanismos de resistecircncia
4521 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para ESBL
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de ESBL em todas as cepas
do estudo segundo recomendaccedilotildees de Jarlier e colaboradores (1988) atraveacutes
da aproximaccedilatildeo de discos de cefalosporinas (CTX CRO CAZ CPM) com uma
peniclina associada a um inibidor de betalactamase (AMC) O teste positivo eacute
visualizado pela formaccedilatildeo de uma zona chamada ldquozona fantasmardquo entre os
discos
4622 Teacutecnica de disco-aproximaccedilatildeo para AmpC
Foi realizado teste fenotiacutepico para detecccedilatildeo de AmpC em todas as
cepas do estudo de acordo com Rojas (2009) atraveacutes da aproximaccedilatildeo de
41
discos de betalactacircmicos O teste positivo eacute visualizado pelo achatamento do
halo entre essas drogas
4623 Teste de detecccedilatildeo de Metallo-β-lactamase
As cepas foram selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e
aquelas que apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico
testado (Meropenem ou Imipenem) foram submetidas ao teste de detecccedilatildeo de
Metallo-β-lactamase segundo a norma teacutecnica 012013 da ANVISA (Agecircncia
Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria 2013) Essa teacutecnica consiste no uso do EDTA
(Aacutecido etilenodiaminotetraceacutetico) impregnado em um disco de carbapenecircmico e
na posterior comparaccedilatildeo entre o halo formado apenas pelo disco de
carbapenecircmico com o halo formado pelo disco de carbapenecircmico no qual foi
adicionado o EDTA O cofator da Metallo-β-lactamase zinco eacute quelado pela
accedilatildeo do EDTA impedindo entatildeo que essa enzima exerccedila sua atividade O
aumento de cerca de 5 mm no tamanho do halo eacute indicativo de teste positivo
4624 Teste de Hodge Modificado
As cepas selecionadas a partir do meacutetodo do disco-difusatildeo e que
apresentaram resistecircncia a pelo menos um carbapenecircmico testado
(Meropenem ou Imipenem) tambeacutem foram submetidas ao teste de Hodge
Modificado realizado de acordo com o CLSI (2014) Esse teste eacute realizado a
partir do preparo de um inoacuteculo da cepa E coli ATCC 25922 e posterior semeio
de colocircnias controles ( positivo e negativo) e da colocircnia teste Esse teste eacute
considerado positivo quando ocorrer um alargamento da aacuterea de crescimento
bacteriano na inserccedilatildeo com o limite externo do halo de inibiccedilatildeo
47 Reaccedilatildeo em cadeia da polimerase
A reaccedilatildeo em cadeia da polimerase (PCR) foi realizada para a
confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia aos carbapenecircmicos apresentada
pelos testes fenotiacutepicos utilizando primers especiacuteficos para os genes que
codificam carbapenemases (IMP-1 VIM-1NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24
42
OXA-58 OXA-143) Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do
gene blaOXA-51 Esse meacutetodo envolveu 3 etapas conforme segue abaixo
471 Extraccedilatildeo do DNA
Para a extraccedilatildeo do DNA bacteriano apoacutes isolamento de colocircnias puras
se fez uma suspensatildeo bacteriana densa de cada amostra em um tubo
contendo Caldo BHI (HIMEDIA) O conteuacutedo desse tubo foi transferido para um
microtubo e centrifugada a 3000 rpm durante 15 min descartando o
sobrenadante O pellet obtido foi ressuspenso em 500 microl de aacutegua livre de
nuclease e incubou-se por 15 min a 100ordmC em banho-maria Apoacutes incubaccedilatildeo o
conteuacutedo foi transferido imediatamente para um freezer a -20 degC para que
fosse permitido um choque teacutermico As amostras entatildeo ficaram em freezer ateacute
o total congelamento Apoacutes esse periacuteodo elas foram descongeladas e
centrifugadas por 30 segundos a 14000 rpm Uma aliacutequota (200 microL) do
sobrenadante eacute removida para tubos de eppendorf e estocada a 4degC ateacute o uso
Foram utilizados 5 microL do sobrenadante para a amplificaccedilatildeo do DNA
472 Amplificaccedilatildeo do DNA
As reaccedilotildees de PCR foram realizadas em volumes de 25microl contendo 5micro
de DNA extraiacutedo 125 microl de GreenTaqMaster Mix (Promega Brasil) e 1 microl de
cada iniciador (correspondente a 125 pmol) Para o controle positivo nas PCR
foram utilizadas amostras de Acinetobacter sp positivas para os genes OXA-
23 24 51 58 143 e IMP-1 A Klebsiella pneumoniae ATCC BAA-2146 para o
gene NDM-1 e ATCC BAA-1705 para o gene KPC-2 e a Pseudomonas
aeruginosa controle positivo de VIM-1 A Pseudomonas aeruginosa ATCC-
27853 foi utilizada como controle de extraccedilatildeo e tambeacutem como controle
negativo para as PCRs
As sequecircncias utilizadas satildeo descritas a seguir
43
Tabela 3- Iniciadores utilizados no estudo
473 Eletroforese em gel de agarose
Os produtos da PCR foram submetidos agrave eletroforese em gel de agarose
a 1 para visualizaccedilatildeo das bandas correspondentes O gel foi preparado com
agarose em tampatildeo TBE ( Tris-Borato-EDTA) 1X
A eletroforese foi realizada em tampatildeo de corrida TBE 1X sob uma
corrente de 100 V no periacuteodo de 1h Apoacutes a corrida o gel foi corado com
brometo de etiacutedio e observado sob a luz ultravioleta
Gene Iniciadores Sequecircncia Nucleotiacutedica Tamanho
do
Amplicon
Referecircncia
blaKPC Foward 5rsquo TGTCACTGTATCGCCGTC 3rsquo 1011 pb Ygiti et al
(2001) Reverse 5rsquo CTCAGTGCTCTACAGAAAAACC 3rsquo
blaVIM-1 Foward 5rsquoATGTTAAAAGTTATTAGTAGTTTATTG-3rsquo 801 pb Gutieacuterrez O
et al (2007) Reverse 5rsquo- CTA CTC GGC GAC TGA GC -3rsquo
blaIMP-1 Foward 5rsquo-TGAGCAAGTTATCTGTATTC-3rsquo 740 pb
Reverse 5rsquo-TTAGTTGCTTGGTTTTGATG-3rsquo
blaNDM-
1
Foward 5rsquo-GGGCAGTCGCTTCCAACGGT-3rsquo 475 pb
Reverse 5rsquo-GTAGTGCTCAGTGTCGGCAT-3rsquo
blaOXA
51
Foward 5rsquo-TAATGCTTTGATCGGCCTTG-3rsquo 353 pb Woodford et
al (2006) Reverse 5rsquo-TGGATTGCACTTCATCTTGG-3rsquo
blaOXA
58
Forward 5rsquo-AAGTATTGGGGCTTGTGCTG-3rsquo 599 pb
Reverse 5rsquo-CCCCTCTGCGCTCTACATAC-3rsquo
blaOXA
23
Forward 5rsquo-GAT CGG ATT GGA GAA CCA GA-3rsquo 501 pb
Reverse 5rsquo-ATT TCT GAC CGC ATT TCC AT-3rsquo
blaOXA
24
Foward 5rsquo-GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA-3rsquo 246 pb
Reverse 5rsquo-AGTTGAGCGAAAAGGGGATT-3rsquo
blaOXA
143
Foward 5rsquo-TGGCACTTTCAGCAGTTCCT-3rsquo 149 pb
Reverse 5rsquo-TAATCTTGAGGGGGCCAACC-3rsquo
44
48 Coleta de dados soacutecio-demograacuteficos comorbidades e relativos
agrave internaccedilatildeo
Os dados referentes aos isolados cliacutenicos de Acinetobacter e para o
caacutelculo da ocorrecircncia foram colhidos junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais envolvidos no estudo em questionaacuterio previamente
organizado (Apecircndice A) Dados como Sexo idade tempo de internaccedilatildeo em
UTI quantidade de dispositivos invasivos utilizados tipo de hospital (puacuteblico ou
privado) relato de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter desfecho cliacutenico co-
infecccedilatildeo no mesmo siacutetio por outras bacteacuterias mecircs da coleta (para avaliar a
sazonalidade) siacutetio de infecccedilatildeo quantidade de antimicrobianos utilizados
previamente comorbidades e se os pacientes passaram por traumas cirurgia
ou queimaduras foram considerados para essa anaacutelise
Dados das amostras do ambiente hospitalar como a superfiacutecie coletada
o setor do hospital e a natureza (tipo) do hospital tambeacutem foram coletados
Todos os dados foram processados estatisticamente para avaliar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de resistecircncia aos antimicrobianos e as
caracteriacutesticas dos isolados bacterianos recolhidas
49 Elenco de variaacuteveis
As variaacuteveis dependentes e independentes envolvidas no estudo e suas
respectivas classificaccedilotildees encontram-se descritas na tabela abaixo
Tabela 4- Variaacuteveis dependentes analisadas no estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes
0 a 7
Presenccedila de multirresistecircncia
bacteriana
Presenccedila
Ausecircncia
45
Tabela 5- Variaacuteveis independentes qualitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Sexo Masculino
Feminino
Espeacutecimes Cliacutenicos Sangue Urina
Secreccedilatildeo traqueal Secreccedilatildeo de ferida Liacutequidos esteacutereis
Ponta cateter Fragmento ciruacutergico
Uso de dispositivos intrainvasivos Sim
Natildeo
Presenccedila de coinfecccedilatildeo bacteriana Sim
Natildeo
Desfecho cliacutenico Oacutebito
Natildeo Oacutebito
Internaccedilatildeo em UTI Sim
Natildeo
Tipo de Hospital Puacuteblico
Privado
Presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por
Acinetobacter
Sim
Natildeo
Setor do Hospital UTI
ApartamentoEnfermaria
Siacutetio da Coleta Maca
Piso
Bancada
Maccedilaneta
Outros
46
Tabela 6- Variaacuteveis independentes quantitativas do estudoNatal-RN 2015
Nome da variaacutevel Classificaccedilatildeo
Idade 17 a 99 anos
Quantidade de antimicrobianos
utilizados previamente
0 a 15
Quantidade de comorbidades 0 a 7
Quantidade de dispositivos
intrainvasivos
0 a 8
Histoacuterico de trauma cirurgia eou
queimadura
0 a 3
410 Anaacutelise estatiacutestica
Para verificar se houve diferenccedila significativa entre as meacutedias da variaacutevel
dependente quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes em relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas (sexo uso de dispositivo intrainvasivo
presenccedila de coinfecccedilatildeo desfecho cliacutenico internaccedilatildeo em UTI tipo de
hospitalsetor do hospital presenccedila de colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
siacutetio da coleta) foi utilizado o Teste t de Student O teste t de Student tambeacutem
foi utilizado para verificar se houve diferenccedila significativa entre as variaacuteveis
quantitativas (idade uso preacutevio de antimicrobianos comorbidades quantidade
de dispositivos intrainvasivos e histoacuterico de trauma cirurgia eou queimadura)
em relaccedilatildeo agrave presenccedila de multiresistecircncia bacteriana A Correlaccedilatildeo de
Pearson foi realizada entre a quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes
e as variaacuteveis independentes quantitativas (idade quantidade de
antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de dispositivos
intrainvasivos) Aleacutem disso o teste do Qui-quadrado foi utilizado para analisar a
associaccedilatildeo entre a presenccedila de linhagem multiresistente e as variaacuteveis
independentes qualitativas do estudo As variaacuteveis quantitativas foram
categorizadas pela mediana para serem utilizadas no teste do Qui-quadrado A
magnitude da associaccedilatildeo foi apresentada atraveacutes da razatildeo de prevalecircncia
47
(RP) O programa Spss 170 foi utilizado para essas anaacutelises Foi utilizado um
niacutevel de significacircncia de 5
48
5 Resultados
51 Caracterizaccedilatildeo da amostra
Um total de 242 isolados de Acinetobacter sp foram analisados Destes
155 satildeo amostras cliacutenicas das quais 129 (832) foram provenientes de
hospitais privados assim distribuiacutedos hospital A 72 (464) hospital B 37
(239) e hospital C 20 (129) Os 26 (168) restantes foram oriundos do
hospital puacuteblico D Aleacutem dos isolados cliacutenicos foram incluiacutedas cepas de
Acinetobacter sp coletadas a partir de diferentes superfiacutecies hospitalares
Essas uacuteltimas foram obtidas a partir de 680 swabs coletados ao longo do ano
de estudo Dos 680 swabs 87 (128) apresentaram colocircnias sugestivas para
o gecircnero Acinetobacter no meio de cultivo MacConkey e no Aacutegar sangue e
foram confirmadas posteriormente pelos testes fenotiacutepicos
A partir dos dados coletados junto ao serviccedilo de Controle de Infecccedilatildeo
Hospitalar dos hospitais observou-se que este gecircnero foi o 4o microrganismo
mais isolado em todos os hospitais A ocorrecircncia no hospital A foi de 126 no
hospital B 43 no hospital C 97 e no hospital D foi de 41 com uma meacutedia
de isolamento ao longo do periacuteodo estudado de 76(plusmn 2) Observou-se ainda
que a maioria dos isolados de Acinetobacter ocorreram nos meses quentes
(Fevereiro Marccedilo e Abril) correspondendo a 72(464) quando comparado
com o percentual para os meses frios (Julho Agosto Setembro) o qual foi de
19 (122 Tabela 7)
49
Tabela 7 ndash Valor absoluto e percentual de Acinetobacter isolados de acordo
com o mecircs do isolamento Natal-RN 2015
Na tabela 8 e 9 verifica-se a distribuiccedilatildeo dos dados das variaacuteveis qualitativas
considerando as amostras cliacutenicas e as provenientes das superfiacutecies
hospitalares respectivamente Os dados encontram-se em nuacutemeros absolutos
e percentuais
Mecircs da coleta n
Jan 13 91 Fev 19 133 Mar 37 259 Abr 16 112 Mai 9 63 Jun 13 91 Jul 7 49 Ago 5 35 Set 7 49 Out 11 77 Nov 4 28 Dez 2 14
50
Tabela 8- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras cliacutenicas em nuacutemeros absolutos e percentuais Natal-RN 2015
Variaacuteveis qualitativas
n
Hospital A 72 465
B 37 239 C 20 129 D 26 168
Espeacutecimes Ciacutenicos
Hemocultura 38 247
Urocultura 12 84
Secreccedilatildeo traqueal 45 292
Secreccedilatildeo ferida 34 221
Liacutequidos esteacutereis 7 45
Ponta cateter 7 45
Fragmento ciruacutergico 10 65
Co-infecccedilatildeo bacteriana
Sim 39 255 Natildeo 114 745
Sexo
Masculino 87 561 Feminino 67 432
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 582
Natildeo 64 418
Colonizaccedilatildeo preacutevia
Sim 9 62 Natildeo 137 938
Desfecho Oacutebito 64 427
Natildeo oacutebito 86 573
Uso dispositivo Intrainvasivo
Sim 107 69 Natildeo 48 31
Tipo de Hospital
Puacuteblico 26 168 Privado 129 832
Presenccedila de Multirresistecircncia
Sim 106 684 Natildeo 49 316
51
Tabela 9- Anaacutelise descritiva das variaacuteveis qualitativas considerando as
amostras das superfiacutecies hospitalares em nuacutemeros absolutos e percentuais
Natal-RN 2015
Observando a tabela 8 verifica-se alguns paracircmetros como a maioria
das amostras foi proveniente de indiviacuteduos do sexo masculino obtidas dos
materiais cliacutenicos secreccedilatildeo traqueal e sangue provenientes de pacientes de
hospitais privados internados em UTI sem coinfeccedilatildeo bacteriana fazendo uso
de dispositivos intrainvasivos sem colonizaccedilatildeo preacutevia por Acinetobacter e
apresentando multirresistecircncia aos antimicrobianos testados
Com relaccedilatildeo a tabela 9 observa-se que no uacutenico hospital puacuteblico
estudado (35) 402 dos swabs foram positivos para a presenccedila de
Acinetobacter e que as superfiacutecies mais contaminadas com essa bacteacuteria
foram o piso as bancadas de procedimentos e as macas Observa-se ainda
que a UTI foi o setor mais contaminado com relaccedilatildeo aos outros setores
analisados
Na Tabela 10 encontra-se a anaacutelise descritiva das variaacuteveis quantitativas
para as amostras cliacutenicas de Acinetobacter Nessa tabela observa-se que os
isolados de Acinetobacter foram provenientes de uma populaccedilatildeo classificada
como idosa onde pelo menos 75 dos pacientes tinham 63 anos ou mais
Apresentaram uma meacutedia de 3 antimicrobianos usados previamente estavam
Variaacuteveis qualitativas n
Tipo de Hospital
A 16 184 B 16 184 C 20 230 D 35 402
Siacutetio de coleta
Piso 40 460 Bancada 22 253
Maccedilaneta 3 34 Maca 21 241
Outros 1 11 Setor do hospital
UTI 52 598 Enfermariaapartamento 35 402
52
fazendo uso de uma meacutedia de 2 dispositivos intrainvasivos e observa-se ainda
meacutedias de 2 comorbidades e 3 classes de antimicrobianos resistentes
Tabela 10- Meacutedias desvios padrotildees medianas e quartis 25 e 75 para as
variaacuteveis quantitativas idade nuacutemero de comorbidades nuacutemero de
antimicrobianos utilizados previamente histoacuterico de trauma cirurgia ou
queimadura quantidade de dispositivos invasivos nuacutemero de antimicrobiano
resistente Natal-RN 2015
Variaacuteveis Quantitativas meacutedia dp mediana Q25-Q75
Idade 6963 1887 75 63-83 Comorbidades 224 185 2 1-4
Antimicrobianos utilizados previamente
347 348 2 1-5
Traumacirurgiaqueimadura 068 071 1 1-1 Quantidade de dispositivos
invasivos 204 201 1 1-4
Resistecircncia a classes de antimicrobianos
330 199 4 2-5
52 Identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter sp
Todos os isolados cliacutenicos foram compatiacuteveis com os testes bioquiacutemicos
convencionais Gram catalase oxidase e utilizaccedilatildeo de accediluacutecares Dos isolados
cliacutenicos de Acinetobacter sp obtidos apenas 2 natildeo apresentaram testes
convencionais compatiacuteveis para a identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumannii ou
seja foram negativas para a prova de crescimento a 44ordmC Poreacutem o restante
das 153 (987) amostras foram compatiacuteveis com todas as provas para a
espeacutecie A baumannii (Figura 4)
53
Figura 4- Testes bioquiacutemicos utilizados para identificaccedilatildeo de Acinetobacter sp
A-Coloraccedilatildeo de Gram B-Utilizaccedilatildeo de Accediluacutecares C- Prova da Catalase D-
Prova da citocromo oxidase E- Crescimento agrave 44degC
Quando submetidas ao sistema MALDI-TOF dos 155 isolados apenas
134 (876) foram compatiacuteveis com essa espeacutecie As outras espeacutecies
identificadas foram 8 (52) Apitti 2 (13) Anosocomialis 1 (06)
Aradioresistents 4 (26) pertencentes a outros gecircneros e 6 (39) natildeo
foram identificadas por esse meacutetodo
Quase todas as amostras cliacutenicas 154 (993) foram positivas para a
pesquisa do gene bla-OXA51 com exceccedilatildeo de 1 (07) amostra Essa foi
identificada como Apittii pelo sistema MALDI-TOF
Dos 87 isolados das superfiacutecies ambientais sugestivos para
Acinetobacter sp trecircs se mostraram negativos para a prova do crescimento a
44ordmC assim 84 (965) apresentaram testes convencionais compatiacuteveis para a
espeacutecie A baumannii
Quando estes 87 isolados foram submetidos ao sistema MALDI-TOF o
sistema detectou 64 (736) Abaumannii 10 (114) Anosocomialis 1(11)
A pittii 1(11) Aradioresistents 3 (34) pertencentes a outros gecircneros 1
(11) Acinetobacter sp e 7 (80) natildeo foram identificadas por esse sistema
CBA
(+) (-)
D (-) (+) E
(+) (-)
54
Na pesquisa do gene bla-OXA51 81 (931) amostras do ambiente
hospitalar foram positivas e 6 (68) foram negativas Destas uacuteltimas 3 foram
identificadas como A nosocomialis pelo sistema MALDI-TOF 1 como Apittii e
2 natildeo foram identificadas por esse sistema
De um total de 242 isolados de Acinetobacter analisados pelo sistema
MALDI-TOF incluindo os obtidos de pacientes e os das superfiacutecies do ambiente
hospitalar 818 (n=198) foram identificadas como a espeacutecie Acinetobacter
baumannii 50 (n=12) Anosocomialis 37 (n=9) A pittii 08 (n=2) A
radioresistents 04 (n=1) Acinetobacter sp 29 (n=7) foram classificadas
em outros gecircneros e 54 (13) natildeo foram identificados atraveacutes desta teacutecnica
53 Caracterizaccedilatildeo fenotiacutepica da resistecircncia aos antimicrobianos
para os isolados de Acinetobacter sp
Quanto agrave susceptibilidade antimicrobiana dos 242 isolados de
Acinetobacter avaliados atraveacutes do meacutetodo de disco-difusatildeo observou-se
diferentes graus de sensibilidade variando desde cepas sensiacuteveis a todos os
antimicrobianos testados ateacute cepas que apresentaram sensibilidade apenas a
tigeciclina (Figura 5)
Figura 5- Teste de susceptibilidade a diferentes classes de antimicrobianos
pela teacutecnica de disco-difusatildeo A cepa sensiacutevel B cepa multirresistente (B)
Das 155 amostras isoladas de pacientes 106 (684) foram
caracterizadas como MDR (Multi-Droga Resistentes) ou seja resistentes a 3
A B
55
ou mais classes de antimicrobianos Destas 22 (142) eram XDR
(Extensivamente Resistente a Drogas) ou seja resistente a quase todos os
antimicrobianos utilizados inclusive aos carbapenecircmicos apresentando
sensibilidade apenas agrave tigeciclina e 49 (316) apresentaram sensibilidade agrave
maioria dos antimicrobianos testados Das 87 amostras isoladas das
superfiacutecies do ambiente hospitalar 35 (402) apresentaram um perfil de
resistecircncia de cepas MDR Dessas 18 (207) se mostraram como XDR e 52
(598) apresentaram sensibilidade agrave maioria dos antimicrobianos testados A
porcentagem total de amostras MDR foi de 582 Destas a maioria (981)
foi identificada como Abaumannii 12 Apittii e 07 Anosocomialis Todas
as cepas com perfil XDR pertencem a espeacutecie Abaumannii Os perfis de
susceptibilidade aos antimicrobianos estatildeo demonstrados nas Figuras 6 e 7
para as amostras cliacutenicas e das superfiacutecies hospitalares respectivamente
A CIM da tigeciclina variou desde o valor de 0125 ateacute 30 mgdL Em uma
das amostras identificadas como Abaumannii observou-se uma CIM de 30
mgdL sendo considerada uma resistecircncia intermediaacuteria segundo o ponto de
corte do FDA Essa amostra foi resistente a todos os outros antimicrobianos
testados O restante das outras amostras foi sensiacutevel a tigeciclina
Figura 6- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
00
200
400
600
800
1000
GEN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
297
316
684
923
923
755
729
710
639
490
632
645
06
497
Resistente
Sensiacutevel
56
Figura 7- Perfil de resistecircncia aos antimicrobianos dos isolados de Acinetobacter provenientes das superfiacutecies hospitalares GEN gentamicina AMI amicacina CIP ciprofloxacino CTX cefotaxima CRO Ceftriaxona CAZ ceftazidima CPM cefepime PIT piperacilina + tazobactam SUT sulfametoxazol+trimetropim APS ampicilina + sulbactam IPM imipenem MPM meropenem TGC tigeciclina TET Tetraciclina
Quanto a anaacutelise fenotiacutepica para a presenccedila de beta-lactamases todas
as amostras foram submetidas ao teste para as enzimas ESBL e AmpC
Nenhuma amostra cliacutenica ou das superfiacutecies hospitalares se mostrou
produtora da enzima ESBL pelo meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo Poreacutem 4
amostras cliacutenicas e 10 do ambiente hospitalar se mostraram positivas para a
produccedilatildeo de Ampicilinase-AmpC atraveacutes do meacutetodo do disco aproximaccedilatildeo
(Figura 8) Dessas 10 (714) foram Abaumannii 1(72) A radioresistents
2 (142) Anosocomialis e 1(72) Apittii Dessas amostras 642 eram
resistentes a pelo menos 2 cefalosporinas de 3ordf geraccedilatildeo testadas
00
200
400
600
800
1000G
EN
AM
I
CIP
CTX
CR
O
CA
Z
CPM PIT
SUT
AP
S
IPM
MER
TGC
TET
287
425
471
770
793
506
460
477
517
448
425
437
00
379
Resistente
Sensiacutevel
57
Figura 8- Teste de disco-aproximaccedilatildeo positivo para detecccedilatildeo de Ampicilinase -
AmpC
Do total de amostras analisadas 144 (595) se mostraram resistentes
agrave pelo menos um dos carbapenecircmicos testados (MER ou IMP) as quais foram
analisadas quanto agrave produccedilatildeo das enzimas carbapenemases MBL e KPC
Das 112 amostras cliacutenicas testadas para as carbapenemases 87
(777) foram positivas para o teste da enzima MBL (Figura 9) 59 (527)
positivas para a enzima KPC (Figura 10) 26 (232) mostraram resultado
indeterminado enquanto que 46 (411) apresentaram-se positivas para as
duas enzimas Das amostras testadas 991 eram Abaumannii e 09 Apittii
Das 32 amostras de Abaumannii isoladas das superfiacutecies hospitalares
26 (813) se mostraram positivas para o teste da enzima MBL 29 (906)
para o teste da enzima KPC e 23 (718) foram positivas para as duas
enzimas
Considerando todas as amostras cliacutenicas e provenientes das superfiacutecies
hospitalares 785 destas foram positivas para a enzima MBL 611 para a
enzima KPC e 479 foram positivas para os testes de triagem das duas
enzimas
58
Figura 9 - Teste do EDTA para detecccedilatildeo da carbapenemase MBL A MBL
positiva B MBL negativa
Figura 10 - Teste de Hodge modificado para detecccedilatildeo da carbepenemase
KPC (-) Controle Negativo (+) Controle positivo (T) Teste positivo
B A
59
54 Presenccedila dos genes para as carbapenemases (IMP-1 VIM-1
NDM-1 KPC-2 OXA-23 OXA-24 OXA-51 OXA-58 OXA-143)
Quanto agrave pesquisa para a presenccedila dos genes que codificam
carbapenemases 87 amostras cliacutenicas e 26 das superfiacutecies hospitalares
positivas para essas enzimas no teste de triagem foram submetidas agrave teacutecnica
da PCR para a pesquisa dos genes blaIMP-1 blaVIM-1 e blaNDM-1 Dessas
2 (18) amplificaram o gene bla-IMP-1 1 (09) o gene blaVIM-1 e 15
(133) o gene blaNDM-1 As cepas que amplificaram os genes blaIMP-1 e
bla-VIM-1 satildeo provenientes de amostras cliacutenicas e pertencem a espeacutecie
Abaumannii pelo sistema MALDI-TOF As cepas que portavam o gene
blaNDM-1 2 eram amostras de superfiacutecies hospitalares e 13 eram cliacutenicas
Destas apenas 2 amostras cliacutenicas foram identificadas como natildeo pertencentes
a espeacutecie A baumannii pelo MALDI-TOF
Das 85 amostras cliacutenicas e 29 amostras do ambiente hospitalar que se
mostraram com resultado positivo ou indeterminado no teste fenotiacutepico para
KPC tambeacutem foram submetidas a PCR para o gene blaKPC-2 Destas 4
(35) foram positivas para a presenccedila desse gene Todas as amostras
positivas para KPC-2 eram cliacutenicas e apenas uma natildeo foi identificada como A
baumannii pelo MALDI-TOF
Todas as amostras foram testadas para a presenccedila do gene blaOXA-51
como descrito no item 52 Do total de amostras 235 (971) foram positivas
para esse gene sugerindo a espeacutecie A baumanni inclusive amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumanni pelo
sistema MALDI-TOF abrigavam esse gene
Todas as 144 amostras resistentes aos carbapenecircmicos atraveacutes do
meacutetodo disco difusatildeo sendo 112 amostras cliacutenicas e 32 provenienentes do
ambiente foram testadas para a presenccedila das oxacilinases blaOXA-24
blaOXA-58 e blaOXA-143 Aleacutem das 144 amostras resistentes aos
carbapenecircmicos duas amostras adicionais identificadas como A
radioresistents (1 cliacutenica e 1 do ambiente hospitalar) foram testadas para a
presenccedila do blaOXA-23
Dessas 1 amostra cliacutenica se mostrou positiva para o blaOXA-24 4
(28) se mostraram positivas para o blaOXA-58 (1 amostra cliacutenica e 3 do
60
ambiente hospitalar) Trinta e seis (250) amostras portavam o gene blaOXA-
143 (32 amostras cliacutenicas e 4 do ambiente hospitalar) Destas apenas 1 natildeo foi
identificada como Abaumannii pelo MALDI-TOF Para o gene blaOXA-23 129
(896) amostras sendo 97 amostras cliacutenicas e 32 amostras do ambiente
hospitalar foram positivas para esse gene Apenas 5 amostras positivas natildeo
foram identificadas como Abaumannii sendo que dessas 2 eram da espeacutecie
Aradioresistents a qual possui esse gene cromossomal intriacutenseco Cepas
com mais de um gene positivo foram encontradas A principal associaccedilatildeo vista
foi entre o OXA-23 51 e 143 (Apecircndice B e C)
Todos os genes foram detectados (Figura 11) sendo que os genes que
codificam para as oxacilinases foram os mais comuns
Figura 11- Eletroforese em gel de agarose dos produtos da PCR para os
genes que codificam carbapenemases 1 e 20 Marcador de Peso Molecular 2
Amostra blaOXA-23+ 3 Controle+ para blaOXA-23 4 Amostra blaOxa-24+ 5 Controle+ para
blaOXA-24 6 Amostra blaOXA-51+ 7 Controle+ para blaOXA-51 8 Amostra blaOXA-58+ 9
Controle+ para blaOXA-58 10 Amostra blaOXA-143+ 11 Controle+ para blaOXA-143 12
Amostra blaVIM-1+ 13 Controle+ para blaVIM-1 14 Amostra blaIMP-1+ 15 Controle+ para
blaIMP-1 16 Amostra blaNDM-1+ 17 Controle+ para blaNDM-1 18 Amostra blaKPC-2+ 17
Controle+ para blaKPC-2
61
55 Relaccedilatildeo entre as variaacuteveis dependentes e as variaacuteveis
independentes analisadas no estudo
Na tabela 11 encontra-se a anaacutelise da relaccedilatildeo entre as variaacuteveis
independentes qualitativas em relaccedilatildeo agraves meacutedias da variaacutevel dependente
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes Os dados mostram uma
diferenccedila estatisticamente significativa entre a quantidade de classes de
antibioacuteticos resistentes com o maior uso de dispositivos intrainvasivos
(p=0027) com relaccedilatildeo ao tipo de hospital (p=lt0001) e ao desfecho cliacutenico
(p=0002)
62
Tabela 11- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para amostras cliacutenicas
de Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes
qualitativas n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Sexo
Masculino 87 (5649) 313 196 0242 -102 026
Feminino 67 (4351) 351 205 Uso de dispositivo intrainvasivo
Sim
107 (6903) 356 183 0027 010 156
Natildeo 48 (3097) 273 224
Coinfecccedilatildeo Sim 39 (2549) 341 189
0677 -089 058
Natildeo 114
(7451) 325 205
Desfecho Cliacutenico Oacutebito 64 (4267) 383 16
0002 034 155 Natildeo oacutebito 86 (5733) 288 215
Internaccedilatildeo em UTI Sim 89 (5855) 357 185
0066 -128 042 Natildeo 63 (4145) 295 215
Tipo de Hospital Puacuteblico 26 (1677) 458 186
lt0001 071 234
Privado 129
(8323) 305 193
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 9 (616) 311 169
0677 -105 162
Natildeo 137
(9384) 339 198
63
Ao avaliar a correlaccedilatildeo entre resistecircncia aos antibioacuteticos (quantidade de
classes de antibioacuteticos resistentes) com as variaacuteveis quantitativas (idade
quantidade de antimicrobianos utilizados anteriormente e quantidade de
dispositivos intrainvasivos) verificou-se que houve uma associaccedilatildeo
estatisticamente significativa entre a presenccedila de cepas resistentes a 3 ou mais
antimicrobianos e as amostras provenientes de pacientes com maior
quantidade de antimicrobianos utilizados previamente (p=0007 IC 95 041-
246) e naqueles com uso de maior quantidade de dispositivos invasivos
(p=0001 IC 95 046 ndash 170) Natildeo houve correlaccedilatildeo significativa entre
quantidade de classes de antibioacuteticos resistentes e a variaacutevel idade (p=074)
Atraveacutes da anaacutelise entre as variaacuteveis independentes qualitativas e a
presenccedila ou ausecircncia de multirresistecircncia verificou-se que qualitativamente o
tipo de hospital o uso de dispositivos intrainvasivos o desfecho cliacutenico a
internaccedilatildeo em UTI o uso preacutevio de 3 ou mais antimicrobianos e o uso de dois
ou mais dispositivos intrainvasivos satildeo estatisticamente significativos para a
presenccedila de multirresistecircncia conforme tabela 12
64
Tabela 12- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras cliacutenicas de
Acinetobacter sp Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
P
RP
n() n() (IC 95)
Hospital Puacuteblico 22 (846) 4 (154)
005 13
Privado 84 (651) 45 (349) (106-160)
Dispositivos intrainvasivos Sim 82 (766) 25 (234)
0001 153
Natildeo 24 (500) 24 (500) (113-207)
Coinfecccedilatildeo Sim 30 (769) 9 (231)
0165 118
Natildeo 74 (649) 40 (351) (095-147)
Desfecho Oacutebito 54 (844) 10 (156)
lt0001 151
Natildeo oacutebito 48 (558) 38 (442) (122-188)
Colonizaccedilatildeo preacutevia Sim 6 (667) 3 (333)
100 095
Natildeo 96 (701) 41 (299) (059-153)
Internaccedilatildeo UTI Sim 68 (764) 21 (236)
0008 136
Natildeo 563 (360) 28 (438) (106-173)
Sexo Masculino 58 (667) 29 (333)
0646 095
Feminino 47 (701) 20 (299) (077-118)
Comorbidades ge3 45 (738) 16 (262) 025
114
lt3 61 (649) 33 (351) (092-140)
Antimicrobiano preacutevio ge3 60 (779) 17 (221) 001
132
lt3 46 (590) 32 (410) (106-165)
Qtde dispositivos invasivos ge2 58 (773) 17 (227) 002
129
lt2 48 (600) 32 (400) (104-160)
Traumacirurgiaqueimaduras ge2 8 (500) 8 (500) 009
071
lt2 98 (705) 41 (295) (043-117)
Traumacirurgiaqueimaduras Sim 54(628) 32 (372) 009
083
Natildeo 52 (754) 17(246) (067-103)
Em relaccedilatildeo agraves variaacuteveis independentes qualitativas (setor do hospital
coletado siacutetio da coleta e tipo do hospital) para as amostras obtidas das
superfiacutecies hospitalares o setor de coleta da amostra foi o uacutenico dado
estatisticamente significante (p=0001) para a presenccedila de cepas
multirresistentes Conforme demonstra a tabela abaixo (Tabela 13) o que
tambeacutem foi corroborado com a categorizaccedilatildeo da variaacutevel presenccedila de
multirresistecircncia bacteriana (Tabela 14)
65
Tabela 13- Relaccedilatildeo entre a meacutedia da quantidade de classes de antibioacuteticos
resistentes com as variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de
Acinetobacter sp das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
n ()
Quantidade de Classes de Antibioacuteticos Resistentes
meacutedia dp p IC 95
Setor da coleta
UTI 52 (5977) 335 265 lt0001 158 340
EnfermariaApartamentos 35 (4023) 086 161
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1) Piso maccedilaneta e outros 44 (5057) 195 250
0156 -189 031 Bancada e maca 43 (4943) 274 265
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2) Piso 40 (4598) 212 255
0467 -151
070 Outros 47 (5402) 253 263
Tipo de hospital Puacuteblico 35 (4023) 211 264
0499 -151
340 Privado 52 (5977) 250 256
Tabela 14- Anaacutelise da presenccedila e ausecircncia de multirresistecircncia com relaccedilatildeo agraves
variaacuteveis independentes qualitativas para as amostras de Acinetobacter sp
isoladas das superfiacutecies hospitalares Natal-RN 2015
Variaacuteveis independentes qualitativas
Presenccedila de multiresistecircncia
Ausecircncia de multiresistecircncia
p
RP
n() n() (IC
95)
Tipo de hospital Puacuteblico 12 (343) 23 (657)
035
077
Privado 23 (442) 29 (558)
(045-134)
Setor da coleta UTI 30 (577) 22 (423)
lt0001 404
Enfermariaaptos 5 (143) 30 (857)
(174-939)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 1)
Piso maccedilaneta e outros
14 (318) 30 (682) 011
0652
Bancada e maca 21 (488) 22 (512)
(038-111)
Siacutetio da coleta (opccedilatildeo 2)
Chatildeo 14 (350) 26 (650) 036
078
Outros 21 (447) 26 (553)
(046-133)
66
6 Discussatildeo
A Resistecircncia bacteriana eacute um problema de sauacutede puacuteblica mundial que
ameaccedila agrave eficaacutecia da terapia antibacteriana e tambeacutem desafia os esforccedilos
para o desenvolvimento de novos agentes terapecircuticos (Li amp Nikaldo 2004)
Organismos multirresistentes estatildeo cada vez mais envolvidos no aumento da
morbidade e mortalidade em pacientes com infecccedilotildees (Paterson 2006
Waldvoge 1999 Solomkin 1996 Goldmann et al 1996) A compreensatildeo dos
mecanismos de resistecircncia utilizados pelos patoacutegenos MDRs especialmente
para Acinetobacter satildeo de fundamental importacircncia para o controle da
disseminaccedilatildeo de genes de resistecircncia e para o tratamento adequado com
antimicrobianos (Lin amp Lan 2014) As caracteriacutesticas fenotiacutepicas e moleculares
de resistecircncia em Acinetobacter foram estudadas em 242 amostras recolhidas
em 4 hospitais gerais das quais 155 foram isolados cliacutenicos e 87 foram
isolados do ambiente hospitalar
A frequecircncia de isolamento de Acinetobacter observada nesse estudo foi
elevada Natildeo existem muitos estudos que demonstrem a prevalecircncia dessa
bacteacuteria no nosso paiacutes poreacutem um estudo realizado por Garcia e colaboradores
em 2013 revelou que a prevalecircncia do Acinetobacter no Brasil ficava em torno
de 213 Jaacute Barros e colaboradores em 2012 relatam uma percentual de
126 de prevalecircncia para essa bacteacuteria em um hospital puacuteblico no Nordeste
brasileiro Esses dados demonstram que o percentual visto neste estudo estaacute
de acordo com a meacutedia relatada para o Nordeste e abaixo dos relatados para o
Brasil
Os siacutetios onde Acinetobacter foi mais frequentemente isolado
corroboram com aqueles obtidos por Rodriguez-Bano e colaboradores em 2004
que relatam como as principais localizaccedilotildees de infecccedilatildeo por Acinetobacter a
secreccedilatildeo traqueal o sangue e as feridas
A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter foi demonstrada
claramente agrave medida que houve uma quantidade bem maior de cepas
recolhidas nos meses quentes do que nos meses frios esse fato foi descrito
em outros estudos (Castelo et al 2014 Richet 2012 McDonald
BanerjeeJarvis1999)
67
O piso e as bancadas de procedimentos foram os locais onde o
Acinetobacter foi mais isolado no ambiente hospitalar Cepas isoladas nesses
locais apresentaram um perfil de multirresistecircncia aos antimicrobianos
testados Isso eacute muito preocupante principalmente quando se trata da
bancadas de procedimentos pois eacute nesses locais que os meacutedicos colocam
seus equipamentos (estetoscoacutepio termocircmetro etc) Eacute tambeacutem o local onde os
enfermeiros colocam todo o material para a troca de curativos Levando em
consideraccedilatildeo que essa bacteacuteria pode permanecer por horas no ambiente
(Donnell 1999 Musa Desai Casewell 1990) essa pode ser uma fonte
significativa de transmissatildeo dessa bacteacuteria e consequentemente de IH Um
dado que fortalece isso nesse estudo eacute que as infecccedilotildees de feridas
representaram 221 das amostras e foi o terceiro maior espeacutecime cliacutenico em
que Acinetobacter foi isolado As disseminaccedilotildees de cepas de Acinetobacter
multirresistentes aos antimicrobianos vecircm sendo continuamente associadas agrave
contaminaccedilatildeo de equipamentos hospitalares (Correa et al 2012 Giamarellou
Antoniadou Kanellakopoulou 2008) Esse fato se daacute principalmente devido a
alta capacidade de formaccedilatildeo de biofilme por espeacutecies de Acinetobacter (Longo
Vuotto Donelli 2014) e pela formaccedilatildeo das chamadas ceacutelulas ldquodormentesrdquo
encontradas em raras bacteacuterias Gram-negativas mas observado em
Acinetobacter que promove a capacidade de alguns isolados cliacutenicos
sobreviverem durante um longo periacuteodo de tempo sobre superfiacutecies abioacuteticas e
sob condiccedilotildees extremas (Gayoso et al 2013)
A anaacutelise descritiva dos dados dessa pesquisa mostraram que a maioria
dos isolados cliacutenicos de Acinetobacter foram oriundos de pacientes idosos com
meacutedia de idade de 6993 Os idosos satildeo os mais susceptiacuteveis agrave infecccedilatildeo
pois o idoso em geral apresenta fatores que predispotildeem agrave infecccedilatildeo como
debilidade imunoloacutegica presenccedila de comorbidades eou doenccedilas crocircnicas
tempo de internaccedilatildeo prolongado entre outros fatores conforme demonstra
Almeida e colaboradores em 2014
Os resultados quanto a identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter agrave
niacutevel de espeacutecie mostraram que as trecircs metodologias utilizadas (provas
bioquiacutemicas espectrometria de massa- MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51) apresentaram limitaccedilotildees na identificaccedilatildeo desse microrganismo
Outros autores tambeacutem visualizaram essas limitaccedilotildees(Souza et al 2014
68
Alvarez Culebras Picazo 2012 Murray et al 2007 Bernards et al 1996) Eacute
sabido que a identificaccedilatildeo manual atraveacutes de provas bioquiacutemicas eacute insuficiente
para a identificaccedilatildeo desse gecircnero bacteriano (Ecker et al 2006) Nesse
estudo observou-se que quase a totalidade das amostras foi identificada como
A baumanni atraveacutes do meacutetodo manual mostrando uma deficiecircncia na teacutecnica
para discriminar outras espeacutecies diferentes
Com relaccedilatildeo ao meacutetodo mais moderno MALDI-TOF que utiliza a
espectrometria de massa como princiacutepio tambeacutem natildeo foi eficiente na
identificaccedilatildeo dos isolados de Acinetobacter uma vez que 13 amostras natildeo
foram identificadas a niacutevel de espeacutecie utilizando esse meacutetodo e outras 17 natildeo
foram totalmente compatiacuteveis com as provas convencionais utilizadas
principalmente quanto ao crescimento a 44ordmC Os scores apresentados pelo
sistema MALDI-TOF foram altos para as espeacutecies identificadas o que pode
demonstrar falha na identificaccedilatildeo manual Poreacutem algumas espeacutecies do
complexo ACB podem ter sido identificadas erroneamente por esse sistema
Um estudo realizado por Espinal e colaboradores em 2011 avaliando o uso da
espectrometria de massa (MALDI-TOF) para diferenciar as espeacutecies
Abaumannii Anosocomialis e Apittii mostrou que A nosocomialis foi
identificado erroneamente como A baumannii Outros estudos tambeacutem
observam falha nessa teacutecnica de identificaccedilatildeo (Sousa et al 2014 Sedo et al
2013)
O meacutetodo que utiliza a pesquisa do gene blaOXA-51 se mostrou muito
eficiente na identificaccedilatildeo da espeacutecie A baumanni comparado agraves outras
teacutecnicas utilizadas nesses estudo Esse gene foi detectado em 971 das
amostras estudadas Poreacutem foi detectado tambeacutem em 26 amostras
identificadas como pertencentes a outras espeacutecies que natildeo A baumannii pelo
sistema MALDI-TOF indicando que esse gene natildeo eacute exclusivo da espeacutecie A
baumanni e dessa forma natildeo se mostrou adequado para a identificaccedilatildeo dessa
espeacutecie nesse estudo Outros estudos tambeacutem observaram a presenccedila do
gene blaOXA-51 em amostras de Acinetobacter ldquonatildeo baumanniirdquo (Lee et al
2012 Lee et al 2009 ) Isso demonstra que considerar a presenccedila do gene
blaOXA-51 para identificar geneticamente a espeacutecie de A baumannii como se
fazia ateacute pouco tempo atraacutes (Alsultan et al 2009 Turton et al 2006) natildeo eacute
mais segura visto que de acordo com Lee e colaboradores em 2011 e 2009 o
69
blaOXA-51 vecircm sendo transferido atraveacutes de elementos geneacuteticos moacuteveis agrave
outras espeacutecies do gecircnero
Apesar da recente introduccedilatildeo do sistema de identificaccedilatildeo MALDI-TOF o
qual sinalizava revolucionar os meacutetodos de identificaccedilatildeo de patoacutegenos
bacterianos o mesmo natildeo tem se mostrado muito eficaz na identificaccedilatildeo de
alguns patoacutegenos (Guo et al 2014 Espinal et al 2011) A teacutecnica geneacutetica
que utiliza o sequenciamento do RNAr 16S de Acinetobacter associado aos
genes rpoB ou gyrB parece ser a mais especiacutefica para a identificaccedilatildeo de
Acinetobacter a niacutevel de espeacutecie (Silva amp Corccedilatildeo 2013 La Scola et al 2006
Yamamoto 1999 Brahim Gerner-Smidt Liesack 1997 )
Dentre as teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo o MALDI-
TOF foi a uacutenica que identificou espeacutecies pouco comuns associadas a infecccedilotildees
como por exemplo A radioresistens Essa cepa foi encontrada causando
bacteremia em um paciente idoso com Parkinson e Alzheimer Soacute existe 1
relato na literatura associando essa espeacutecie agrave bacteremia e foi descrita em
2001 por Visca e colaboradores em um paciente HIV positivo
De acordo com Silva em 2010 ldquoA identificaccedilatildeo correta das amostras de
Acinetobacter em niacutevel de espeacutecie permite o conhecimento da patogenicidade
do perfil de resistecircncia e dados epidemioloacutegicos necessaacuterios a pesquisa
principalmente sobre as espeacutecies menos comunsrdquo por essa razatildeo se faz
primordial o estudo de metodologias mais acessiacuteveis e especiacuteficas para a
identificaccedilatildeo de espeacutecies de Acinetobacter e na natildeo possibilidade de realizar
teacutecnicas geneacuteticas como o sequenciamento a associaccedilatildeo entre meacutetodos seria
a melhor opccedilatildeo para a identificaccedilatildeo correta
O perfil de resistecircncia aos antimicrobianos atraveacutes da teacutecnica do disco
disfusatildeo mostrou uma baixa sensibilidade agraves cefalosporinas e aos
carbapenecircmicos com uma meacutedia de 692 e 595 de percentual de cepas
resistentes respectivamente Cepas resistentes aos carbapenecircmicos estatildeo
disseminadas em todo o mundo (Kim et al 2014 Nhu et al 2014 Park et al
2013) Dados mundiais do SENTRY (Antimicrobial Surveillance Programme
2001-2004 ) relatam taxas de resistecircncia em isolados de Acinetobacter
superiores a 25 para imipenem e meropenem 40 para cefepima e
ceftazidima conforme relatam Gales Jones e Sader em 2006 Dados mais
recentes obtidos nos EUA mostram um perfil de resistecircncia de cerca de 52
70
para aos carbapenecircmicos e 75 para as cefalosporinas ( Mera et al2010) O
tratamento de infecccedilotildees causadas por cepas de Acinetobacter com esse
padratildeo de resistecircncia eacute um grande desafio para os sistemas de sauacutede As
opccedilotildees de tratamento estatildeo cada vez mais limitadas o que gera um grande
problema para o tratamento das infecccedilotildees por essas cepas Agentes
potencialmente mais toacutexicos tais como as polimixinas e medicamentos
recentemente aprovados tais como a tigeciclina que ainda natildeo estaacute
padronizada para uso em infecccedilotildees por Acinetobacter acabam sendo as
uacutenicas opccedilotildees terapecircuticas disponiacuteveis (Fernandes-Cuenca et al 2003) Neste
estudo detectou-se uma cepa de A baumannii apresentando resistecircncia
intermediaacuteria agrave Tigeciclina (CIM 30 microgmL) Este eacute o primeiro relato dessa
resistecircncia descrita no Brasil a qual eacute descrita apenas em outros paiacuteses com
uma frequecircncia baixa (Qu et al 2014 Navon-Venezia Leavitt Carmeli 2007)
Apesar da sensibilidade in vitro demonstrada agrave tigeciclina para a maioria das
cepas desse estudo dados sobre a eficaacutecia cliacutenica dessa droga continuam
sendo limitados (Poulakou et al2009) No entanto por causa do raacutepido
movimento da tigeciclina nos tecidos apoacutes a administraccedilatildeo intravenosa o
melhor tratamento para Acinetobacter multirresistente deve ser verificado
atraveacutes dos testes de susceptibilidade aos antimicrobianos e a terapia
combinada seria uma opccedilatildeo para o tratamento dessas cepas conforme
demonstram Fishbain e Peleg em 2010
Nos testes fenotiacutepicos para as betalactamases apesar de algumas
cepas terem apresentado prova positiva para a enzima ampicilinase-AmpC
natildeo houve uma resposta muito satisfatoacuteria no teste do disco-aproximaccedilatildeo para
ESBL e AmpC Esse resultado pode ser explicado pelo fato de que o meacutetodo
de disco-aproximaccedilatildeo ser padronizado apenas para patoacutegenos bacterianos que
expressam a enzima AmpC de forma induziacutevel e Acinetobacter natildeo eacute um
desses microrganismos (Corvec et al 2003) Apesar disso 642 das
amostras AmpC positivas apresentaram resistecircncia a pelo menos 2
cefalosporinas testadas o que demonstra claramente a associaccedilatildeo entre a
resistecircncia a essas drogas e a presenccedila da enzima AmpC
Tambeacutem podemos notar uma falta de especificidade para o meacutetodo de
triagem para as carbapenemases em Acinetobacter visto que 479 das
cepas apresentaram-se positivas tanto no Teste de Hodge Modificado como
71
no teste da adiccedilatildeo do EDTA Esse dado indica que os meacutetodos utilizados
atualmente para a triagem fenotiacutepica de carbapenemases em Acinetobacter
natildeo satildeo tatildeo especiacuteficos para esse gecircnero bacteriano Estudos demonstram
que os melhores meacutetodos fenotiacutepicos para detecccedilatildeo da carbapenemase do tipo
MBL em Acinetobacter satildeo o uso do disco de Ceftazidima associada ao aacutecido-
mercaptopropiocircnico ou ao aacutecido tioglicoacutelico de soacutedio (Lee et al 2003)
Tambeacutem pode-se otimizar o Teste de Hodge Modificado que natildeo eacute especiacutefico
para a carbapenemase KPC e sim para a pesquisa de carbapenemases em
geral acrescentando sulfato de zinco (Arakawa et al 2000) A positividade
vista em ambos os testes possivelmente indicam para a presenccedila das enzimas
oxacilinases Natildeo existem testes fenotiacutepicos especiacuteficos para a detecccedilatildeo dessa
carbapenemase
Com relaccedilatildeo agrave pesquisa de genes de resistecircncia observa-se que a
produccedilatildeo de oxacilinases eacute o mecanismo mais comum de resistecircncia
encontrada em Acinetobacter Outros autores tambeacutem descrevem esse fato
(Shiro et al 2012 Carvalho et al 2011) O gene blaOXA-23 foi encontrado em
896 das amostras essa oxacilinase eacute a mais difundida no Brasil (Barros
2012 Carvalho et al 2009 Dallas-Costa 2003) e eacute a uacutenica descrita no RN em
Acinetobacter ateacute o presente momento de acordo com uma revisatildeo sobre a
disseminaccedilatildeo desse gene no Brasil organizada por Carvalho e colaboradores
em 2011 O blaOXA-143 encontrada em 250 das amostras desse estudo eacute
uma oxacilinase descoberta recentemente e vecircm sendo cada vez mais descrito
nesse gecircnero bacteriano (Higgins et al 182) Os relatos de blaOXA-24 (Inaacutecio
amp Santos 2012) e blaOXA-58 (Figueiredo et al 2011) ainda satildeo raros no Brasil
e foram encontrados em 07 e 28 desse estudo respectivamente Vale
salientar que algumas amostras positivas para os genes de resistecircncia foram
amostras coletadas nas superfiacutecies hospitalares relatos como esse ainda satildeo
raros conforme afirma Martins e colaboradores em 2009 apoacutes um estudo
realizado no Brasil Um fato interessante observado neste estudo foi a
presenccedila de mais de um gene de resistecircncia em uma mesma cepa
principalmente em amostras de Acinetobacter baumannii com blaOXA-51
(intriacutenseco) carreando blaOXA23 e blaOXA143 Relatos de Acinetobacter
resistente aos carbapenecircmicos carreando mais de um gene satildeo raros de
acordo com Heacuteiritier e colaboradores em 2005 Poreacutem isso chama a atenccedilatildeo
72
para a alta taxa de transferecircncia de elementos geneacuteticos moacuteveis principalmente
as sequecircncias de inserccedilatildeo menores do que os outros elementos geneacuteticos
moacuteveis e que desempenham papel importante na resistecircncia aos
carbapenecircmicos por possuiacuterem promotores que natildeo soacute promovem mas
tambeacutem aumentam a expressatildeo do gene de resistecircncia Diferentes sequecircncias
de inserccedilatildeo tecircm sido descritas em Acinetobacter (Sohrabi et al 2012
Feizabadi et al 2008) as mais conhecidas satildeo ISAba1 ISAba2 ISAba3 e
ISAba4 (Peleg et al 2008) A ISAba1 eacute uma sequecircncia de inserccedilatildeo
identificada em A baumannii (Sohrabi et al 2012) e que vecircm sendo
continuamente associada com a transferecircncia do blaOXA-23 e estaacute
diretamente relacionada com a associaccedilatildeo entre os genes principalmente
entre os genes oxacilinases (Sohrabi et al 2012 Bogaerts et al 2008 Peleg et
al 2008 Turton et al 2006)
Neste estudo 35 das amostras foram positivas para o gene blaKPC-2
Os relatos da literatura descrevem a presenccedila desse gene mais
frequentemente em Enterobacteacuterias (Cury et al 2012 Yigit et al 2001) Em
Acinetobacter os relatos ainda satildeo raros (Robledo et al 2010 Queenan amp
Bush 2007) Natildeo existem relatos dessa enzima em Acinetobacter no Brasil A
cidade de Nova York nos Estados Unidos desde o ano 2000 tem apresentado
diversos surtos e atualmente eacute considerada endecircmica em relaccedilatildeo a essa
carbapenemase (Bratu et al 2005) no Brasil dados de Cury e colaboradores
em 2012 demonstraram a prevalecircncia de 30 de amostras positivas para o
gene blaKPC-2 encontrado em enterobacteacuterias em Satildeo Paulo esses estudos
demonstram a importacircncia de se pesquisar esse gene que vem se difundindo
ao redor do mundo Apesar do teste de triagem fenotiacutepica Hodge Modificado
ter sido inespeciacutefico para grande parte das amostras a sua utilizaccedilatildeo natildeo deve
ser desestimulada uma vez que pode ser usada como indicativo de resistecircncia
por carbapenemases em amostras de Acinetobacter
Para as enzimas MBLs detectadas a grande maioria produziu NDM-1
esse dado eacute muito preocupante visto que estrateacutegias ao redor do mundo estatildeo
sendo estudadas para tentar impedir a disseminaccedilatildeo desse gene que tanto tem
estado relacionado ao aumento da mortalidade em pacientes infectados por
cepas portadoras desse gene (Rahman et al 2014 CDC 2012) No Brasil A
Agecircncia Nacional de Vigilacircncia Sanitaacuteria (ANVISA) emitiu uma Nota-teacutecnica de
73
nuacutemero 012013 adotando medidas de prevenccedilatildeo e controle de infecccedilotildees por
enterobacteacuterias focando nas enterobacteacuterias produtoras de NDM-1 apoacutes os
casos de microrganismos produtores de NDM- 1 no estado do Rio Grande do
Sul (ANVISA 2013) Jaacute em Porto Alegre em 2007 medidas foram adotadas
para evitar a disseminaccedilatildeo de Acinetobacter resistente aos carbapenecircmicos (
Manual de orientaccedilatildeo 2007)
Um importante fator associado agrave presenccedila de Acinetobacter
multirresistente foi o uso de dispositivos intrainvasivos Esse fato tambeacutem estaacute
diretamente relacionado agrave capacidade de Acinetobacter formar biofilmes e de
colonizar equipamentos hospitalares Estudos demonstram a presenccedila de
Acinetobacter em cateteres urinaacuterios tubos endotraqueais e equipamentos
meacutedicos em geral (Djeribi et al 2012 Trautner amp Darouiche 2004 Donlan
2001) Um estudo brasileiro realizado em 2012 por Kusahara e colaboradores
demonstrou claramente o acesso dos microrganismos ao trato respiratoacuterio
inferior atraveacutes da terapia de ventilaccedilatildeo mecacircnica em crianccedilas hospitalizadas
Portanto quanto mais dispositivos intrainvasivos foram usados no paciente
maior seraacute a chance de se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter
Em relaccedilatildeo ao tipo de hospital o puacuteblico se mostrou com maior
quantidade de cepas resistentes do que o privado Esse fato pode ter sido
observado por vaacuterios motivos como falhas na higienizaccedilatildeo adequada do
ambiente como um todo pois sabemos que muitas vezes o governo natildeo tem
recursos para arcar com a compra de desinfetantes e antisseacutepticos adequados
e em outras vezes os leitos de hospitais puacuteblicos no Brasil e principalmente no
Nordeste Brasileiro ficam superlotados obrigando os pacientes a se alojarem
em locais improacuteprios (como o piso dos corredores) Outro motivo seria o uso
indiscriminado de antimicrobianos nesses locais jaacute que se conhece que o
aumento da utilizaccedilatildeo de antimicrobianos de amplo espectro seleciona os
microrganismos multirresistentes (Nordman Nass Poirel 2011) Uma
observaccedilatildeo feita nesse estudo foi que quanto mais antimicrobianos o paciente
fizer uso maior eacute a associaccedilatildeo com a presenccedila de Acinetobacter MDR
Quanto ao desfecho cliacutenico esse estudo demonstrou uma maior
prevalecircncia de oacutebito como desfecho cliacutenico em pacientes que adquirem
infecccedilotildees por Acinetobacter multirresistente Esse fato foi confirmado tambeacutem
estatisticamente por um estudo retrospectivo realizado nos EUA em 2007
74
(Sunenshine et al 2007) que demonstra que estes resultados satildeo esperados
porque as infecccedilotildees por Acinetobacter MDR geralmente ocorrem em pacientes
mais debilitados Se relacionarmos esse dado a outro estatisticamente
significante encontrado nesse estudo que eacute A UTI como local mais provaacutevel de
se adquirir infecccedilatildeo por Acinetobacter MDR Assim com base nos resultados
observados nesse estudo podemos afirmar que quanto mais debilitado estiver
o paciente com maior quantidade de dispositivos intrainvasivos e
antimicrobianos utilizados maior eacute a frequecircncia de adquirir infecccedilatildeo por
Acinetobacter MDR e consequentemente maior seraacute a frequecircncia de vir a
oacutebito
A alta ocorrecircncia de cepas de Acinetobacter causando infecccedilotildees graves
e o perfil de resistecircncia aos antimicrobianos demonstra a realidade de
disseminaccedilatildeo dessas cepas multirresistentes ao redor do mundo e no estado
do Rio Grande do Norte Novas estrateacutegias e poliacuteticas de sauacutede puacuteblicas teratildeo
que ser definidas para a desinfecccedilatildeo e esterilizaccedilatildeo das superfiacutecies
hospitalares bem como na busca de novos faacutermacos que possam ser
utilizados para o tratamento de infecccedilotildees por Acinetobacter MDR
especificamente no que concerne aos tratamentos empiacutericos de pacientes em
estado grave
75
7 Conclusotildees
-As teacutecnicas de identificaccedilatildeo utilizadas nesse estudo testes
bioquiacutemicos espectrometria de massa-MALDI-TOF e pesquisa do gene
blaOXA51 natildeo se mostraram 100 eficientes para a identificaccedilatildeo das cepas de
Acinetobacter no niacutevel de espeacutecie
-Atraveacutes da teacutecnica de disco-difusatildeo a maioria dos isolados se
mostrou resistente a grande parte dos antimicrobianos utilizados atualmente na
praacutetica cliacutenica principalmente aos antibioacuteticos β-lactacircmicos Por essa teacutecnica
as cepas cliacutenicas se mostraram mais resistentes aos antimicrobianos do que as
cepas ambientais
-Os testes fenotiacutepicos disponiacuteveis para a detecccedilatildeo de beta lactamases
utilizados nesse estudo natildeo se mostraram tatildeo especiacuteficos para as amostras de
Acinetobacter Assim a confirmaccedilatildeo do mecanismo de resistecircncia atraveacutes da
triagem molecular se faz imprescindiacutevel jaacute que mais de um gene de resistecircncia
pode ser detectado em cepas desse gecircnero
-Os genes de resistecircncia mais encontrados neste estudo foram os
codificadores de Oxacilinases demonstrando que esse deve ser o mecanismo
de resistecircncia mais prevalente entre as bacteacuterias isoladas no nosso estado
sendo blaOXA23 o que teve a maior prevalecircncia
-Com relaccedilatildeo agrave frequecircncia de Acinetobacter sp no estado do Rio
Grande do Norte observou-se uma meacutedia de isolamento ao longo do ano
estudado de 76 A sazonalidade das infecccedilotildees por Acinetobacter sp
tambeacutem foi demonstrada
- Os fatores que foram estatisticamente relevantes para a aquisiccedilatildeo de
cepas de Acinetobacter MDR foram o uso de equipamentos intrainvasivos a
quantidade de antimicrobianos utilizados e a internaccedilatildeo em hospital puacuteblico
Sendo o oacutebito como desfecho cliacutenico mais frequente em mais de 50 dos
casos de pacientes que adquirem infecccedilotildees por essas cepas
- Os Acinetobacter sp provenientes das superfiacutecies hospitalares
coletadas na UTI apresentaram uma relaccedilatildeo estatisticamente significante com
a presenccedila de multirresistecircncia
-Foi encontrado um elevado nuacutemero de isolados de Acinetobacter sp
sobretudo os provenientes de superfiacutecies hospitalares multirresistentes aos
76
antimicrobianos o que pode comprometer tanto os tratamentos empiacutericos de
pacientes em estado grave quanto agraves estrateacutegias de controle de infecccedilatildeo
hospitalar
77
8 Referecircncias Bibliograacuteficas
Abraham E P et al (1940) An enzyme from bacteria able to destroy
penicillin Nature v146 p837
Almeida G C M Santos M M Lima N G M et al (2014) Prevalence
and factors associated with wound colonization by Staphylococcus spp
and Staphylococcus aureus in hospitalized patients in inland northeastern
Brazil a cross-sectional study BMC Infectious Diseases (Online) v 14 p
328
Alsultan AA Hamouda A Evans BA Amyes SG (2009) Acinetobacter
baumannii emergence of four strains with novel bla(OXA-51-like) genes in
patients with diabetes mellitus J Chemother 21(3)290-5
AlvarezBA Culebras E Picazo JJ(2012) Identification of Acinetobacter
species is Bruker biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good
alternative to molecular techniques Infect Genet Evol12(2)345-9
Ambler RP (1980) The structure of beta-lactamases Philos Trans R Soc
Lond B Biol Sci 16289(1036)321-31
ANVISA - Nota teacutecnica nordm 012013 Medidas de prevenccedilatildeo e controle de
infecccedilotildees por enterobacteacuterias
Arakawa Y Shibata N Shibayama K Kurokawa H Yagi T Fujiwara H
GotoM (2000) Convenient test for screening metallo-β-lactamase-
producing gram-negative bacteria by using thiol compounds J Clin
Microbiol 3840-43
Barros LM Bento JNC Caetano JA Moreira RAN Pereira FGF etal
(2012)Prevalecircncia de micro-organismo e sensibilidade antimicrobiana de
78
infecccedilotildees hospitalares em unidade de terapia intensiva de hospital
puacuteblico no Brasil Rev Ciecircnc Farm Baacutesica Apl33(3)429-435 ISSN 1808-453
Bauer AW Kirby WMM Sherris JC Turck M (1996) Antibiotic
susceptibility testing by standardized single method Am J Clin Pathol
45493-496
Benagli C Rossi V Dolina M Tonolla M Petrini O (2011) Matrix-
assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry for
the identification of clinically relevant bacteria PLoS One 6(1)e16424
Berlau J Aucken H Malnick H Pitt TL(1999) Distribution of
Acinetobacter species on skin of healthy humans Eur J Clin
MicrobiolInfect Dis 18179ndash83
Bernards A T J van der Toorn C P van Boven and L Dijkshoorn (1996)
Evaluation of the ability of a commercial system to
identify Acinetobacter genomic species Eur J Clin Microbiol Infect
Dis15303-308
Bonnet R Dutour C Sampaio JLM Chanal C Sirot D Labia R
Champs C Sirot J (2001) Novel Cefotaximase (CTX-M-16) with Increased
Catalytic Efficiency Due to Substitution Asp-240rarrGly Antimicrobial Agents
and Chemotherapy 45 2269-2275
Bonnin RA Docobo-Peacuterez F Poirel L Villegas M-V Nordmann P(
2014) Emergence of OXA-72-producing Acinetobacter pittii clinical
isolates Int J Antimicrob Agents 43195ndash196
Boo TW Walsh F Crowley B (2006) First report of OXA-23
carbapenemase in clinical isolates of Acinetobacter species in the Irish
Republic J Antimicrob Chemother 581101ndash1102
79
Boo TW Walsh F Crowley B (2009) Molecular characterization of
carbapenem-resistant Acinetobacter species in an Irish University
Hospital predominance of Acinetobacter genomic species 3 J Med
Microbiol 58 209ndash216
Bou G Martiacutenez-Beltraacuten J (2000) Cloning Nucleotide Sequencing and
Analysis of the Gene Encoding an AmpC β-Lactamase in Acinetobacter
baumannii Antimicrob Agents Chemother 44 (2)428-32
Bouvet PJ Grimont PA (1987)Identification and biotyping of clinical
isolates of AcinetobacterInst Pasteur Microbiol 138(5)569-78
Brahim A Gerner-Smidt P and LiesackW (1997) Phylogenetic
relationship of the twenty-one DNA groups of the genus Acinetobacter as
revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis Int J Syst
Bacteriol 47837-841
Bratu S et al (2005) Emergence of KPC-possessing Klebsiella
pneumoniae in Brooklyn New York epidemiology and recommendations
for detection Antimicrobial Agents and Chemotherapy v 49 n 7 p 3018-20
Bogaerts P et al (2008) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii
isolates expressing the blaOXA-23 gene associated with ISAba4 in
Belgium Antimicrob Agents Chemother v 52 n11 p 4205-6
Bush K (1998) Metallo-β-lactamases a class apart Clin Infect Dis v 27
suppl 1 p S48-S53
Bush K et al (1995) A functional classification scheme for β-lactamases
and its correlation with molecular structure Antimicrob Agents Chemother
v 39 n 6 p 1211-33
80
Bush K G A Jacoby A A Medeiros (1995) A functional classification
scheme for β-lactamases and its correlation with molecular
structure Antimicrob Agents Chemother 391211-1233
Bush K Jacoby GA (2010) Updated functional classification of β-
lactamases Antimicrobial agents and chemotherapy 54(3) 969-976
Carvalho KP et al (2011) Disseminaccedilatildeo de genoacutetipos multirressistentes
de Acinetobacter baumannii produtores de carbapenemase OXA-23 em
diferentes estados do Brasil In 26deg Congresso Brasileiro de Microbiologia
(CBM) Foz do Iguaccedilu Paranaacute Brasil n962-1
Castanheira M et al (2003) Characterisation of mobile elements carrying
metallo-β-lactamase genes blaIMP-1blaIMP-16 blaSPM-1 blaVIM-2 from Latin
American Medical Centres report from the SENTRY Antimicrobial
Surveillance Program 43rd Annual Interscience Conference on Antimicrobial
Agents and Chemotherapy n C2-2023 p 153
Castanheira M et al (2004) Molecular characterization of a beta-lactamase
gene blaGIM-1 encoding a new subclass of metallo-β-lactamase Antimicrob
Agents Chemother v 48 n 12 p 4654-61
Castelo CM Caldeira SM Moreira RG Akazawa RT et al(2014)
Tropical Healthcare Epidemiology Weather Determinants of the Etiology
of Bloodstream Infections in a Brazilian Hospital Infection Control and
Hospital Epidemiology 35 (1) 85-88
Centers for Disease Control and Prevention CDC (2013) disponiacutevel em
httpwwwcdcgovHAIorganismsacinetobacterhtml Acesso em
05052013
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) (2012)Carbapenem-
resistant Enterobacteriaceae containing New Delhi metallo-beta-lactamase
81
in two patients - Rhode Island March 2012 MMWR Morb Mortal Wkly Rep
61(24)
Chen HP Chen TL Lai CH Fung CP Wong WW Yu KW Liu CY
(2005) Predictors of mortality in Acinetobacter baumannii bacteremia J
Microbiol Immunol Infect 38 (2) 127ndash36
Chen TL Chang WC Kuo SC Lee YT Chen CP Siu LK Cho
WL Fung CP (2010) Contribution of a plasmid-borne blaOXA-58 gene
with its hybrid promoter provided by IS1006 and an ISAba3-like element to
beta-lactam resistance in acinetobacter genomic species 13TU Antimicrob
Agents Chemother 54(8)3107-12
Chu YW Leung CM Houang ET et al (1999) Skin carriage of
Acinetobacters in Hong Kong J Clin Microbiol37 2962ndash2967
Chuang YC Sheng WH Li SY Lin YC Wang JT Chen YC Chang
SC (2011) Influence of genospecies of Acinetobacter baumannii complex
on clinical outcomes of patients with acinetobacter bacteremia Clin Infect
Dis 52352ndash360
CLSI (2014)Clinical and Laboratory Standards Institute ndashM100S24
Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing Twenty-Fourth
Informational Supplement
Controle da disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp resistente a carbapenecircmicos no
municiacutepio de Porto Alegre 2007 Disponiacutevel em
httpwwwsaudersgovbrdados1250702904136125070258875712073
16429256MANUAL20ACINETOBACTERpdf Acesso em 20022015
82
Correa LL et al (2012) Detection of blaOXA-23 in Acinetobacter spp
isolated from patients of a university hospital Braz J Infect Dis 16(6) 521-
526
Corvec S Caroff N Espaze E Giraudeau C Drugeon H Reynaud
A(2003) AmpC cephalosporinase hyperproduction in Acinetobacter
baumannii clinical strains Journal of Antimicrobial Chemotherapy 52 629ndash
635
Cury A P et al (2012)The modified Hodge test is a useful tool for ruling
out Klebsiella penumoniae carbapenemase Clinical Science v 67 n12 p
1427-431
Dalla-Costa L M Coelho J M Souza H A P H M Castro M E S Stier
C J N Bragagnolo K LWoodford N (2003) Outbreak of Carbapenem-
Resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 Enzyme in
Curitiba Brazil Journal of Clinical Microbiology 41(7) 3403ndash3406
Davey ME OToole GA (2000) Microbial biofilms from ecology to
molecular genetics Microbiol Mol Biol Rev 64847ndash867
Davis KA Moran KA McAllister CK et al (2005) Multidrugresistant
Acinetobacter extremity infections in soldiers Emerg Infect Dis
11(8)1218-24
Dijkshoorn LNemec A Seifert H ( 2007) An increasing threat in
hospitals multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Nat Rev
Microbiol 5 939ndash951
Djeribi R Bouchloukh W Jouenne T Menaa B (2012) Characterization
of bacterial biofilms formed on urinary catheters Am J Infect Control
40(9)854-859
83
Donlan R M (2001) Biofilm formation a clinically relevant
microbiological process Clin Infect Dis331387-1392
Drees M Snydman DR Schmid CH Barefoot L Hansjosten KVue
PM et al (2008) Prior environmental contamination increases the risk of
acquisition of vancomycin-resistant enterococci Clin Infect Dis 46(5)678-
85
Ecker JA Massire C Hall TA Ranken R Pennella TT et al (2006)
Identification of Acinetobacter species and genotyping of Acinetobacter
baumannii by multilocus PCR and mass spectrometry J Clin
Microbiol 442921ndash32
Emery CL Weymouth LA (1997) Detection and clinical significance of
extended-spectrum β-lactamases in a tertiary-care medical center J Clin
Microbiol 35(8) 2061-7
Enoch DA Summers C Brown NM Moore L Gillham MI Burnstein
RM et al (2008) Investigation and management of an outbreak of
multidrug-carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in Cambridge
UK J Hosp Infect70 (2)109-18
Espinal P Seifert H Dijkshoorn L Vila J Roca I (2011) Rapid and
accurate identification of genomic species from the Acinetobacter
baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS Clin Microbiol Infect (in press)
84
Evans BA Hamouda A Towner KJ Amyes SG (2010) Novel genetic
context of multiple blaOXA-58genes in Acinetobacter genospecies 3 J
Antimicrob Chemother 651586ndash1588
Falagas ME Karveli EA et al (2008) Acinetobacter infections a
growing threat for critically ill patients Epidemiol Infect 136 1009-1019
FDA (2015) Food and drug Administration ndash Disponiacutevel em
httpwwwfdagov Acesso em 10022015
Feizabadi MM Fathollahzadeh B Taherikalani M Rasoolinejad M
Sadeghifard N Aligholi M Soroush S Mohammadi-Yegane S (2008)
Antimicrobial susceptibility patterns and distribution of blaOXA genes
among Acinetobacter spp Isolated from patients at Tehran hospitals
Japanese journal of infectious diseases 61 274-278
Fernandez-Cuenca F Martinez-Martinez L Conejo MC Ayala JA Perea
EJ Pascual A (2003) Relationship between beta-lactamase production
outer membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the
activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter
baumannii The Journal of antimicrobial chemotherapy 51 565-574
Ferreira EA Marchettii DP Cunha GR Oliveira LM Fuentefria DB
Bello AGDBarth AL Corccedilatildeo G (2011) Molecular characterization of
clinical multiresistant isolates of Acinetobacter sp from hospitals in Porto
Alegre State of Rio Grande do Sul Brazil Rev Soc Bras Med Trop
44(6)725-730
Figueiredo D Q Castro L F S Santos K R N Teixeira L M Mondino S
S B (2009) Detecccedilatildeo de metalo-beta-lactamases em amostras
85
hospitalares de Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii J
Bras Patol Med Lab 453 ISSN 1676-2444
Figueiredo DQ SantosPereira EM KRN Schuenck RPM Mendonccedila-
Souza CRV Teixeira LM Mondina SSB (2011)First report of
the blaOXA-58 gene in a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de
Janeiro BrazilMemInstOswaldo Cruz106(3)368-370
Fishbain J amp Peleg AY (2010) Treatment of Acinetobacter infections Clin
Infect Dis 151(1)79-84
Fleming A (1929) On the antibacterial action of Penicillium with special
reference to their use in the isolation of B influenza British Journal of
Experimental Pathology v10 p 226-36
Gales AC Jones RN Sader HS (2006) Global assessment of the
antimicrobial activity of polymyxin B against 54 731 clinical isolates of
Gram-negative bacilli report from the SENTRY antimicrobial surveillance
programme (2001-2004) Clinical microbiology and infection the official
publication of the European Society of Clinical Microbiology and Infectious
Diseases 12 315-321
Garcia L M Ceacutesar I C O Braga C A Souza G A A D Mota Eacute C
(2013) Epidemiological profile of hospital infections by multidrug-
resistant bacteria in a hospital of northern Minas Gerais (Brazil)Rev
Epidemiol Control Infect 3(2)45-49
Garciacutea-Garmendia J LOrtiz-Leyba CGarnacho-Montero JJimeacutenez-
Jimeacutenez F JPeacuterez-Paredes C et al ( 2001) Risk factors
for Acinetobacter baumannii nosocomial bacteremia in critically ill
patients a cohort study Clin Infect Dis 33 939ndash946
86
Gayoso CM Mateos JM Meacutendez JA Fernaacutendez-Puente P Rumbo C
Tomaacutes M Martiacutenez de Ilarduya O Bou G (2013) Molecular mechanisms
involved in the response to desiccation stress and persistence in
Acinetobacter baumannii J Proteome Res Dec
Giamarellou H Antoniadou A Kanellakopoulou K (2008) Acinetobacter
baumannii a universal threat to public health Int J Antimicrob Agents
32(2)106-19
Gniadkowski M (2008) Evolution of extended-spectrum β-lactamases by
mutation Clinical Microbiology and Infection v 14 Suppl 1 p 11-32
Goldmann DA Weinstein RA Wenzel RP Tablan OC Duma RJ
Gaynes RP et al (1996) Strategies to prevent and control the emergence
and spread of antimicrobial-resistant microorganisms in hospitals A
challenge to hospital leadership JAMA 275234-40
Greenwood D (2000) Antimicrobial and Chemotherapy 5ed Oxford
Oxford University Press
Guo L Ye L Zhao Q Ma Y Yang J Luo Y (2014) Comparative study
of MALDI-TOF MS and VITEK 2 in bacteria identification Journal of thoracic
disease v 6 5
Gusatti CS Ferreira A E Fuentefria D B Corccedilatildeo G (2009) Resistance
to β-lactams among Acinetobacter spp isolated from hospital sewage in
southern Brazil Rev Soc Bras Med Trop42 (2)
Gutierrez OJuan C Cercenado E Navarro F Bouza E Coll P Perez J
L OliverA (2007) Molecular epidemiology and mechanisms of
carbapenem resistance in Pseudomonas aeruginosa isolates from
Spanish hospitals Antimicrob Agents Chemother 514329ndash4335
87
Heacuteritier C L Poirel T Lambert and P Nordmann(2005) Contribution of
acquired carbapenem-hydrolyzing oxacillinases to carbapenem resistance
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 493198-3202
Heritier C Poirel L Fournier PE Claverie JM Raoult D Nordmann P
(2005) Characterization of the naturally occurring oxacillinase of
Acinetobacter baumannii Antimicrobial agents and chemotherapy 49 4174-
4179
Higgins P Poirel L Lehmann M Nordmann P Seiftert H (2009) OXA-
143 a novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 53 5035-5038
Houang ET Chu YW Leung CM et al( 2001) Epidemiology and
infection control implications of Acinetobacter spp in Hong Kong J Clin
Microbiol 39 228ndash234
Inaacutecio H S M Santos SG(2012) Avaliaccedilatildeo fenotiacutepica e genotiacutepica da
resistecircncia a antimicrobianos e diversidade clonal de amostras de
Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa recuperadas de
hemoculturas em hospitais de Belo Horizonte Minas Gerais Tese- UFMG
Irfan et al (2011) Molecular and epidemiological characterisation of
clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii from
public and private sector intensive care units in Karachi Pakistan J
Hosp Infect 78143-148
Jarlier V Nicolas M H Fournier G Philippon A (1988) Extended broad-
spectrum Beta-lactamases confering transferable resistance to newer
Beta-lactam agents in Enterobacteriaceae hospital prevalence and
susceptibility patterns Reviews of Infectious Diseases 10 867-878
88
Joly-Guillou M L (2005) Clinical impact and pathogenicity
of Acinetobacter Clin Microbiol Infect 11(11)868-73
Junior MAA (2014) Frequecircncia de Β-lactamases dos grupos Tem Shv
Ctx-m e Kpc produzidas por enterobacteacuterias isoladas no estado do Rio
Grande do Norte Dissertaccedilatildeo de Mestrado Natal Rio Grande do Norte
Kahan F M et al (1983)Thienamycin development of imipenen-cilastatin
Journal of Antimicrobial Chemotherapy v 12 p 1-35
Karah N Haldorsen B Hegstad K Simonsen GS Sundsfjord A
Samuelsen O (2011) Species identification and molecular
characterization of Acinetobacter spp blood culture isolates from
Norway J Antimicrob Chemother 66738ndash744
Kim D H Choi J Y Jung SI Thamlikitku V l Song JH Ko K S
(2012) AbaR4-Type Resistance Island Including the blaOXA-23 Gene
in Acinetobacter nosocomialis Isolates Antimicrob Agents Chemother
56(8) 4548ndash4549
Kim S Ruparel H D Conrad G T Ju J (2003) Digital genotyping using
molecular affinity and mass spectrometry Nature Reviews
Genetics 4 1001-1008
Kim U J Kim H K An J H Cho S K Park KHJang HC (2014)
Update on the Epidemiology Treatment and Outcomes of Carbapenem-
resistant Acinetobacter infections Chonnam Medical Journal50(2) 37ndash44
89
Knothe H et al (1983) Transferable resistance to cefotaxime cefoxitin
cefamandole and cefuroxime in clinical isolates of Klebsiella
pneumoniae and Serratia marcescens Infection v 11 n 6 p 315-7
Koneman EW Allen SD Janda WM et al (2008) Diagnoacutestico
microbioloacutegico-texto e atlas colorido 6ed Rio de Janeiro Guanabara
Koogan1760p
Kong K F Schneper L Mathee K (2010) Beta-lactam antibiotics from
antibiosis to resistance and bacteriology APMIS v 118 n 1 p 1-36
Kusahara D M et al (2012) Colonizaccedilatildeo e translocaccedilatildeo bacteriana
orofariacutengea gaacutestrica e traqueal em crianccedilas submetidas agrave ventilaccedilatildeo
pulmonar mecacircnica Acta paul enferm vol25 no3 p393-400
La Scola B Gundi V A Khamis A and Raoult D (2006) Sequencing of
the rpoB gene and flanking spacers for molecular identification
of Acinetobacter species J Clin Microbiol 44827-832
La Scola B Raoult D (2004) Acinetobacter baumannii in the human body
louse Emerg Infect Dis 10 1671-1673
Lahey- OXACILINASES (2015) disponiacutevel em
httpwwwlaheyorgStudiesotherasptable1 Acesso em 05022015
Lauretti L et al (1999) Cloning and characterization of blaVIM a new
integron-borne metallo-β-lactamase gene from a Pseudomonas
aeruginosa clinical isolate Antimicrob Agents Chemother v 43 n 7 p
1584-90
Lee K et al (2005) Novel acquired metallo-β-lactamase gene blaSIM-1 in a
class 1 integron from Acinetobacter baumannii clinical isolates from
Korea Antimicrob Agents Chemother v 49 n 11 p 4485-91
90
Lee K Lim Y S Yong D Yum J H Chong Y (2003) Evaluation of the
Hodge Test and the Imipenem-EDTA Double-Disk Synergy Test for
Differentiating Metallo-β-Lactamase-Producing Isolates
of Pseudomonas spp and Acinetobacter spp Journal of Clinical
Microbiology 41(10) 4623ndash4629
Lee YT et al (2009) First identification of blaOXA-51-like in non-baumannii
Acinetobacter spp J Chemother 21514ndash520
Lee YT Kuo SC Chiang MC et al (2012) Emergence of Carbapenem-
Resistant Non-baumannii Species of Acinetobacter Harboring a blaOXA-51-
Like Gene That Is Intrinsic to A baumannii Antimicrobial Agents and
Chemotherapy 56(2)1124-1127
Li XZ Nikaido H (2004) Efflux-mediated drug resistance in
bacteria Drugs 64(2)159ndash204
Lin MF Lan CY (2014) Antimicrobial resistance in Acinetobacter
baumannii From bench to bedside World J Clin Cases 16 2(12) 787ndash814
Livermore DM Woodford N (2006) The β-lactamase threat in
Enterobacteriaceae Pseudomonas and Acinetobacter Trends in
Microbiology p 413-420
Longo F Vuotto C Donelli G(2014) Biofilm formation in Acinetobacter
baumanniiNew Microbiologica 37 119-127
Lu P Siu LK Chen TC Ma Ling et al (2009)Methicillin-resistant
Staphylococcus aureus and Acinetobacter baumannii on computer
91
interface surfaces of hospital wards and association with clinical isolates
Infectious Diseases 9164
Magill SS Edwards JR Bamberg W et al (2014) Multistate Point-
Prevalence Survey of Health Care-Associated Infections N Engl J
Med 3701198-208
Mak JK Kim M Pham J Tapsall J White PA (2009) Antibiotic
resistance determinants in nosocomial strains of multidrug-
resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob Chemother 63 47ndash54
Manual de orientaccedilatildeo para controle de disseminaccedilatildeo de Acinetobacter sp
resistente aos carbapenecircmicos no Municiacutepio de Porto Alegre ( 2007)
Coordenadoria Geral de Vigilacircncia em Sauacutede Porto Alegre- RS
Maragakis LL Perl TM (2008) Acinetobacter baumannii epidemiology
antimicrobial resistance and treatment options Clin Infect Dis 461254ndash
1263
Massidda O et al(1991)The Aeromonas hydrophila cphA gene molecular
heterogeneity among class B metallo-β-lactamases J Bacteriol v 173 n
15 p 4611-7
McDonald A Amyes SG Paton R (1999) The persistence and clonal
spread of a single strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish
teaching hospital J Chemother 11338ndash344
McDonald LC Banerjee SN Jarvis WR (1999) Seasonal variation of
Acinetobacter infections 1987-1996 Nosocomial Infections Surveillance
System Clin Infect Dis 291133-7
Medeiros M Lincopan N (2013) Oxacillinase (OXA)-producing
Acinetobacter baumannii in Brazil clinical and environmental impact and
therapeutic options Acinetobacter baumannii produtor de oxacilinases
92
(OXA) no Brasil impacto cliacutenico epidemioloacutegico e opccedilotildees terapecircuticas J
Bras Patol Med Lab v 49 n 6 p 391-405
Mera RM Miller LA AmrineM H Sahm DF(2010) Acinetobacter
baumannii 2002-2008 increase of carbapenem-associated multiclass
resistance in the United States Microb Drug Resist 16209ndash215
Moffatt JH Harper M Harrison P Hale JD Vinogradov E Seemann
T Henry R Crane B St Michael F Cox AD Adler B Nation RL Li
J Boyce JD (2010) Colistin resistance in Acinetobacter baumannii is
mediated by complete loss of lipopolysaccharide production Antimicrob
Agents Chemother 54(12)4971-7
Mohajeri P Farahani A Feizabadi M M Davoodabadi A Noroozi B
(2013) The Prevalence of ESBL Isolates of Acinetobacter baumannii
Using Pulsed Field Gel Electrophoresis Zahedan Journal of Research in
Medical Sciences 16 (11) 20-23
Montealegre M C Maya JJ Correa A Espinal P Mojica M F Ruiz S
J Rosso F Vila J Quinn JP Villegas MV (2012) Identification of OXA-
72 Carbapenemase from Acinetobacter pittii in ColombiaAmerican Society
for Microbiology Antimicrob Agents Chemother 56(7) 3996ndash3998
MontefourK (2008) Acinetobacter baumannii An emerging Multi-drug
Resistant Pathogen in Critical Care Care Nurse 2815-25
Monteiro J et al (2009) First report of KPC-2-producing Klebsiella
pneumoniae strains in Brazil Antimicrobial Agents Chemotherapy v 53 n 1
p 333-4
93
Mugnier PD Poirel L Nordmann P (2010) Worldwide Dissemination of
the blaOXA-23 Carbapenemase Gene of Acinetobacter baumannii Emerg
Infect Dis 16(1) 35ndash40
Munoz-Price LS Weinstein RA (2008) Acinetobacter infection The New
England journal of medicine 358 1271-1281
Murphy T A et al (2003) Biochemical characterization of the acquired
metallo-β-lactamase SPM-1 from Pseudomonas aeruginosa Antimicrob
Agents Chemother v 47 n 2 p 582-7
Murray CK Hospenthal DR (2008) Acinetobacter infection in the ICU
Crit Care Clin 24(2)237-48
Murray PR et al (2007)Manual of Clinical Microbiology 9 ed
WashingtonASM Press
Navon-Venezia S A Leavitt Y Carmeli (2007) High tigecycline resistance
in multidrug-resistant Acinetobacter baumannii J Antimicrob
Chemother 59772-774
Nemec A Krizova L Maixnerova M van der Reijden TJ Deschaght P et
al (2011)Genotypic and phenotypic characterization of Acinetobacter
baumannii Acinetobacter calcoaceticus-complex with the proposal of
Acinetobacter sp pittii November (formerly Acinetobacter species
genomic 3) and Acinetobacter sp nosocomialis November (Formerly
Acinetobacter species genomic 13TU)Res Microbiol 162 393-404
Nordmann P Naas T Poirel L (2011) Global spread of Carbapenemase-
producing Enterobacteriaceae Emerg Infect Dis17(10)1791-8
94
Nhu N T K Lan N P H Campbell J I Parry C M Thompson C Tuyen
H T et al (2014) Emergence of carbapenem-resistant Acinetobacter
baumannii as the major cause of ventilator-associated pneumonia in
intensive care unit patients at an infectious disease hospital in southern
Vietnam Journal of Medical Microbiology 63(Pt 10) 1386ndash1394
Nishimura Y Ino T Iizuka H (1988) Acinetobacter radioresistens sp
nov Isolated from Cotton and Soil Int Joun of Systematic Bacteriologyp
28(2) 209
Nordmann P Cuzon G and Naas T(2009) The real threat of Klebsiella
pneumoniae carbapenemase-producing bacteria Lancet Infect Dis 9228-
236
Oliveira ACDamasceno Q S (2010)Superfiacutecies do ambiente hospitalar
como possiacuteveis reservatoacuterios de bacteacuterias resistentes uma revisatildeo Rev
Esc Enferm 44(4)1118-23
Oliveira RMaruyama SAT (2008) Control of hospital infection
description and paper of the state Rev Eletr Enf 10(3)775-83
Ong D et al (2009)Characterization of a new metallo-beta-lactamase
gene bla(NDM-1) and a novel erythromycin esterase gene carried on a
unique genetic structure in Klebsiella 21 pneumoniae sequence type 14
from India Antimicrob Agents Chemother v 53 n 12 p 5046-54
Opazo A Dominguez M Bello H Amyes SG Gonzalez-Rocha G (2012)
OXA-type carbapenemases in Acinetobacter baumannii in South America
Journal of infection in developing countries 6 311-316
Osano E et al (1994) Molecular characterization of an enterobacterial
metallo-β-lactamase found in a clinical isolate of Serratia marcescens that
95
shows imipenem resistance Antimicrob Agents Chemother v 38 n 1 p 71-
8
Pal RB Kale VV (1981) Acinetobacter calcoaceticus-an opportunistic
pathogen J Postgrad Med 27(4)218-21
Park S Kim HS Lee KM et al (2013) Molecular and Epidemiological
Characterization of Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii in
Non-Tertiary Korean Hospitals Yonsei Medical Journal 54(1)177-182
Paterson DL Bonomo RA (2005) Extended-Spectrum β-Lactamases a
Clinical Update Clinical Microbiology Reviews 18 657-686
Peleg A Y B A Potoski R Rea J Adams J Sethi B Capitano S Husain
E J Kwak S V Bhat and D L Paterson (2007) Acinetobacter
baumannii bloodstream infection while receiving tigecycline a cautionary
report J Antimicrob Chemother 59128-131
Peleg AYSeifert H Paterson D L (2008) Acinetobacter baumannii
emergence of a successful pathogen Clin Microbiol Rev 21 538ndash582
Pellegrino F L et al (2002) Occurrence of a multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa clone in different hospitals in Rio de
Janeiro Brazil J Clin Microbiol v 40 n 7 p 2420-4
Perez F et al (2010) Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and
Klebsiella pneumoniae across a hospital system impact of post-acute
care facilities on dissemination J Antimicrob Chemother 651807ndash1818
Perez F Hujer AM et al (2007) Global challenge of multidrug-resistant
Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 51(10)3471
96
Picatildeo RC (2009) Estudo das β-lactamases envolvidas na resistecircncia agraves
cefalosporinas de amplo espectro em isolados cliacutenicos de Pseudomonas
aeruginosa Tese Universidade Federal de Satildeo Paulo Satildeo Paulo 122 p
Pitout JDD Laupland KB (2008) Extended-spectrum β-lactamase-
producing 287 Enterobacteriaceae an emerging public-health concern
Lancet Infect 288 Dis 8159-166
Poirel L Figueiredo S Cattoir V Carattoli A Nordmann P (2008)
Acinetobacter radioresistents as a Silent Source of Carbapenem
Resistance for Acinetobacter sppAntimicrob Agents Chemother 52(4)
1252ndash1256
Poirel L Karim A Mercat A Thomas IL Vahaboglu H Richard C
Nordmann P (1999) Extended-spectrum β-lactamase-producing strain
of Acinetobacter baumannii isolated from a patient in France J Antimicrob
Chemother 43 157ndash158
Poirel L Naas T Nordmann P (2010) Diversity epidemiology and
genetics of class D beta-lactamases Antimicrobial agents and
chemotherapy 54 24-38
Poulakou G Kontopidou FV Paramythiotou E Kompoti M Katsiari M et
al (2009) Tigecycline in the treatment of infections from multi-drug
resistant gram-negative pathogens J Infect 58273ndash284
Poutanen SM Louie M Simor AE(1997) Risk factors clinical features
and outcome of Acinetobacter bacteremia in adults Eur J Clin Microbiol
Infect Dis 16737-40
Prade SS Oliveira ST Rodrigues R (1995) Estudo Brasileiro da
Magnitude das Infecccedilotildees hospitalares em hospitais terciaacuterios Rev Cont
Inf Hosp v2 p11-24
97
Qu J Ye HYu RLuuml X (2014) Role of efflux pumps in resistance
to tigecycline in Acinetobacter baumannii Zhonghua Yi Xue Za
Zhi 94(46)3661-5
Queenan A M and K Bush (2007) Carbapenemases the versatile beta-
lactamases Clin Microbiol Rev 20440-458
Rahman M Shukla SK Prasad KN Ovejero CM Pati BK et al
(2014) Prevalence and molecular characterisation of New Delhi metallo-
beta-lactamases NDM-1 NDM-5 NDM-6 and NDM-7 in multidrug-resistant
Enterobacteriaceae from India Int J Antimicrob Agents 30ndash7
Rasmussen BA Bush K (1997) Carbapenem-hydrolyzing beta-
lactamasesAntimicrob Agents Chemother 41(2)223-32
Riccio M L et al( 2005)Clonal relatedness and conserved integron
structures in epidemiologically unrelatedPseudomonas
aeruginosa strains producing the VIM-1 metallo-β-lactamase from
different Italian hospitalsAntimicrob Agents Chemother v 49 n 1 p 104-
10
Rice LB (2008) Federal funding for the study of antimicrobial resistance
in nosocomial pathogens no ESKAPE Infect Dis 15 197(8)1079-81
Richet H (2012) Seasonality in Gram-negative and healthcare-associated
infections Clin Microbiol Infect18(10)934-40
Robledo I E Aquino E E Santeacute M I Santana J L Otero D M Leoacuten C
FVaacutezquez G J (2010) Detection of KPC in Acinetobacter spp in Puerto
Rico Antimicrobial Agents and Chemotherapy 54(3) 1354ndash1357
Roca I Espinal P Vila-Farreacutes X Vila J (2012) The Acinetobacter
baumannii Oxymoron Commensal Hospital Dweller Turned Pan-Drug-
Resistant Menace Front Microbiol 3 148
98
Rodriguez-Bano J Cisneros JM Fernandez-Cuenca F et al (2004)
Clinical features and epidemiology of Acinetobacter
baumannii colonization and infection in Spanish hospitals Infect Control
Hosp Epidemiol 25819-24
Rodriacuteguez-Martiacutenez JM ~456=70p0N000000000000000000000ordmann P
Ronco Esthel Poirel L (2010) Extended-Spectrum Cephalosporinase
in Acinetobacter baumannii Antimicrob Agents Chemother 54(8) 3484ndash
3488
Rojas DDV (2009) Betalactamases tipo AmpC Generalidades y
meacutetodos para deteccioacuten fenotiacutepicaRevista de la Sociedad Venezolana de
Microbiologiacuteav29(2) 1315-2556
Rungruanghiranya S Charurat S Termkiat K (2005) Acinetobacter
infection in the intensive care unit Journal of Infectious Diseases and
Antimicrobial Agents 22(2) 77-92
Sabath LD Abraham EP (1966) Zinc as a cofactor for cephalosporinase
from Bacillus cereus 569 Biochem J 98 11c-13c
Sedo O Nemec A Křiacutežovaacute L ( 2013) Improvement of MALDI-TOF MS
profiling for the differentiation of species within the Acinetobacter
calcoaceticusmdashAcinetobacter baumannii complex Systematic and Applied
Microbiology v 36(8) 572-578
Seifert H Strate A Pulverer G(1995) Nosocomial bacteremia due
to Acinetobacter baumannii clinical features epidemiology and
predictors of mortality Medicine 74340-9
99
Shiro E Mina S Hisakazu Y Shinya I Noriomi I Tetsuji A Masumitsu
H Yoshiaki G et al (2012) IMP-1-producing carbapenem-resistant
Acinetobacter ursingii from Japan Journal of Antimicrobial Chemotherapy
v67 Issue 10 p2533
Silva JDCorccedilatildeoG (2013) Identificaccedilatildeo molecular de espeacutecies de
Acinetobacter atraveacutes do sequenciamento do gene 16S rRNA e rpoB
Resumo-Salatildeo de Iniciaccedilatildeo Cientiacutefica (252013)
Silva lRC (2010) Identificaccedilatildeo perfil fenotiacutepico e disseminaccedilatildeo clonal
de cepas de Acinetobacter spp em hospitais do estado do Rio de
JaneiroTese- Universidade Federal do rio de Janeiro
Simor AE Lee M Vearncombe M Jones-Paul L Barry C Gomez M et
al (2002) An outbreak due to multirresistant Acinetobacter baumannii in a
burn unit risk factors for acquisition and management Infect Control
Hosp Epidemiol 23(5)261-7
Sistema MALDI-TOF (2015) Disponiacutevel em httpwwwbrukercom-Acesso
em 10022015
Sohrabi N Farajnia S Akhi MT Nahaei MR Naghili B Peymani A
Amiri Z Rezaee MA Saeedi N (2012) Prevalence of OXA-Type beta-
Lactamases Among Acinetobacter baumannii Isolates from Northwest of
Iran Microb Drug Resist 18 385-389
Solomkin JS (1996) Antimicrobial resistance an overview New Horiz
4319-20
Sousa C Botelho J Silva L et al(2014) MALDI-TOF MS and
chemometric based identification of the Acinetobacter calcoaceticus-
Acinetobacter baumannii complex species International Journal of Medical
Microbiology v 304 (5ndash6) 669ndash677
100
Souza H M HA Costa D LM Vicenzi FJ Souza CD Riedi CA Filho
NA PilonettoM(2014)MALDI-TOF a useful tool for laboratory
identification of uncommon glucose non-fermenting Gram-negative
bacteria associated with cystic fibrosis J Med Microbiol 63(Pt 9)1148-53
Sun Y Liu K Chen S Song Y Liu J Guo X Zhu L Ji X Xu L Zhou
W Qian J Feng S (2014) Characterization and Plasmid Elimination of
NDM-1-Producing Acinetobacter calcoaceticus from China PLoS One 9
(9)
Sunenshine R H Wright M-O Maragakis L L Harris A D Song X
Hebden J Srinivasan A (2007) Multidrug-
resistant AcinetobacterInfection Mortality Rate and Length of
Hospitalization Emerging Infectious Diseases 13(1) 97ndash103
Tavares W Resistecircncia bacteriana (2001) In Manual de antibioacuteticos e
quimioteraacutepicos antiinfecciosos 3ordf ed Atheneu Satildeo Paulo p 79
Toleman MA Simm AM Murphy TA Gales AC Biedenbach DJ
Jones RN Walsh TR (2002) Molecular characterization of SPM-1 a
novel metallo-β-lactamase isolated in latin America report from the
SENTRY antimicrobial surveillance programme J Antimicrob Chemother
v50 n p673-679
Tomaras AP Dorsey CW Edelmann RE Actis LA (2003) Attachment
to and biofilm formation on abiotic surfaces by Acinetobacter baumannii
involvement of a novel chaperone-usher pili assembly system
Microbiology 149 3473ndash3484
101
Thomas TT (2007) HUGO (Ugo) Schiff Schiff Bases and a Century
of β-lactam Synthesis Angewandte Chemie International Edition v 46 p 2ndash
7
Torres A et al (2010) Multidrug resistant Acinetobacter baumannii
Clinical update and new highlights Rev Esp Quimioter 2312-19
Towner KJ (2006) The genus Acinetobacter Prokaryotes 6746ndash758
Tsakris A Ikonomidis APournaras STzouvelekis LS Sofianou D
Legakis NJManiatis AN (2006) VIM-1 Metallo-β-lactamase
in Acinetobacter baumannii Emerg Infect Dis Jun12(6)981-3
Turton JF Kaufmann ME Gill MJ et al (2006) Comparison of
Acinetobacter baumannii isolates from the United Kingdom and the United
States that were associated with repatriated casualties of the Iraq conflict J
Clin Microbiol 44(7)2630-4
Turton JF Shah J Ozongwu C Pike R (2010) Incidence of
Acinetobacter except the Abaumannii species among clinical isolates of
Acinetobacter evidence for emerging species J Clin Microbiol 48 1445-
1449
Turton JF Woodford N Glover J Yarde S Kaufmann ME Pitt
TL(2006) Identification of Acinetobacter baumannii by detection of the
blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this species J Clin
Microbiol 44(8)2974-6
TrautnerBW Darouiche RO (2004) Catheter-associated infections
pathogenesis affects prevention Arch Intern Med 26164(8)842-50
102
Van den Broek PJ van der Reijden TJ van Strijen E Helmig-Schurter
AV Bernards AT et al (2009)Endemic and epidemic acinetobacter
species in a university hospital an 8-year survey J Clin Microbiol 47
3593ndash3599
Van D H Kamp-Hopmans TEM Fluit AC Brisse S de Smet AMGA
Dijkshoorn L Troelstra A Verhoef J Mascini EM (2002) Outbreak of a
susceptible strain of Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and
Ursing) in an adult neurosurgical intensive care unit J Hosp Infect 5189ndash
95
Vila J Pachoacuten J (2012) Therapeutic options for Acinetobacter
baumannii infections an update Expert Opinion on Pharmacotherapy 1(18)
Visca P Petrucca A De Mori P Festa A Boumis E Antinori A
Petrosillo N (2001) Community-Acquired Acinetobacter radioresistens
Bacteremia in an HIV-Positive Patient Emerg Infect Dis 7(6)1032-5
Visca P Seifert H Towner KJ (2011) Acinetobacter infection-an
emerging threat to human health Life IUBMB 63(12)1048-54
Waldvogel FA (1999) New resistance in Staphylococcus aureus New
Engl J Med 340556-7
Williams JD (1999) β-lactamases and β-lactamase inhibitors Inter J
Antimicrob Agents 12 3-7
Wisplinghoff H Bischoff T Tallent SM Seifert H Wenzel RP Edmond
MB (2004) Nosocomial bloodstream infections in US hospitals analysis
103
of 24179 cases from a prospective nationwide surveillance study Clin
Infect Dis 39309-17
Woodford N Ellington MJ Coelho JM Turton JF Ward ME Brown
S Amyes SG Livermore DM (2006) Multiplex PCR for genes encoding
prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp Int J Antimicrob
Agents 27(4)351-3
Yamamoto S Bouvet P J and Harayama S (1999) Phylogenetic
structures of the genus Acinetobacter based on gyrB sequences
comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization Int J Syst
Bacteriol 4987-95
Yang J Chen Y Jia X Luo Y Song Q Zhao W et al (2012)
Dissemination and characterization of NDM-1-producing Acinetobacter
pittii in an intensive care unit in China Clin Microbiol Infect 18(12)E506-
13
Yigit H Queenan AM Anderson GJ Domenech-Sanchez A Biddle
JW Steward CD Alberti S Bush K Tenover FC (2001) Novel
carbapenem-hydrolyzing beta-lactamase KPC-1 from a carbapenem-
resistant strain of Klebsiella pneumoniae Antimicrob Agents
Chemother 45(4)1151-61
Zander E Bonnin R ASeifert H Higgin PG ( 2014) Characterization
of blaOXA-143 Variants in Acinetobacter baumannii and Acinetobacter pittii
Antimicrob Agents Chemother 58(5) 2704ndash2708
Zavascki AP Carvalhaes CG Picatildeo RC Gales AC (2010) Multidrug-
resistant Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii
104
resistance mechanisms and implications for therapy Expert Rev Anti
Infect Ther 8(1)71-93
Zhang C Qiu S Wang Y Qi L Hao R et al (2013) Higher Isolation of
NDM-1 Producing Acinetobacter baumannii from the Sewage of the
Hospitals in Beijing PLoS ONE 8(6)
Zhang M et al (2011) Prevalence of antiseptic-resistance genes in
Staphylococcus aureus and coagulase-negative staphylococci colonising
nurses and the general population in Hong Kong The Journal of hospital
infection 78(2)113ndash7
Zordan S Prenger-Berninghoff E Weiss R van der Reijden T van den
Broek P et al (2011) Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in
veterinary clinics Germany Emerg Infect Dis 17 1751-1754
105
9 Apecircndice
Apecircndice A- Questionaacuterio utilizado no estudo
106
92 Apecircndice B- Amostras cliacutenicas utilizadas no estudo
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 SLH 1562 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
2 SLH 5476 + Ara
diore
siste
ns
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + + sect sect sect
3 SLH 5575 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
4 SLH 5351 + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R R S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
5 SLH 5367 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
6 SLH 5376 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
7 SLH 5948 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
8 SLU 6454
(SVD)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
9 SLU 6506 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
10 SLU 6571 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
107
11 SLU 6580 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
12 SLU 6813 + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S R R R S S I Natildeo Natildeo + In
d
- - + - + + - - +
13 SLS 143 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
14 SLS 150 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
15 SLS 1919 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
16 SLS 1933 + Ano
soco
miali
s
S S S S I S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
17 SLS 1945 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
18 SLS 1949 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
19 SLS 1951 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 SLS 1939 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
21 SLS 4415 + Natildeo
reali
zada
id
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 SLS 4477 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 SLS 4445 + Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
24 SLS 4742 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + - - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
108
25 SLS 4706 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S S R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
26 SLS 4711 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
27 SLS 4753 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S R R S I Natildeo + +
+ - - - - + - - - +
28 SLS 4756 1 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S I R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
29 SLS 4757 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R I S R S S R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
30 SLS 4842 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + - - -
31 SLS 5020 + Aba
uma
nnii
S S R R R I I R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
32 SLS 5030 2 + Sma
ltoph
ilia
R R R R R R R R R S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
33 SLS 4846 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S + Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
34 SLS 4915 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
35 SLS 4917 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R S S I R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
36 SLS 5106 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
37 SLS 5097 2 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
38 SLS 5111 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
39 SLS 5126 + Sma
ltoph
ilia
R S S R R R S S R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
+ - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
109
40 SLH
VAL6078
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 SLS VAL
5194
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
42 SLH
Altamira
6104
+ Natildeo
reali
zada
id
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
43 SLU 6852 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
44 SLS 5281 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 SLH 6190 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
46 SLH 6530 2 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
47 SLS
Terezinha
5323
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
48 SLS 5383 + Apit
tii
S S S R R I R I R R R S S I Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
49 SLH Luiz + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
50 SLS Luiz
5627
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + In
d
+ - - - + - - - -
51 SLS 5601 + Aba
uma
nnii
S S S I I S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
52 SLS 5595 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
53 SLS 5544 + Aba
uma
nnii
R S R R R R I R R S S I S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
110
54 SLS 5562 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ + sect sect sect + + - - -
55 SLS 5433 2 + Aba
uma
nnii
S S S I S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect - sect sect sect + sect sect sect sect
56 SLS 28 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
57 SLS 47 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 SLS 94 - Apit
tii
S S S R R S R R S S S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + sect sect sect sect
59 SLS 530
+ Natildeo
reali
zada
id
S S S R R S R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
60 SLH 75 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - +
61 SLS 307 2 + Aba
uma
nnii
I S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + + - - - + + - - +
62 SLS 333 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
63 SLS 241 + Apit
tii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 SLS 236 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- - - - + + - - +
65 SLS 228 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
66 SLU 236 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
67 SLH 63 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R S S S S Natildeo Natildeo + In
d
- - + + + - - +
68 SLH 42 + Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
111
69 SLS 246 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
70 SLS 270 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - +
71 SLH 103 + Natildeo
reali
zada
id
S S S R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + - - - +
72 SLS 248 2 + Aba
uma
nnii
R R R R R R I S S S S S S R Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
73 HCH 7641 + Aba
uma
nnii
S S S S S R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 HCH 7687 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 HCH 7688 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
76 HCH 7716 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 HCH 7717 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
78 HCH 7761 + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 HCH 7775 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S I R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
80 HCH 7751 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 HCH 7755 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 HCH 138 + Apit
tii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 HCH 383 + Apit
tii
S I R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - +
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
112
84 HCH 511 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R R S R R R Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
85 HCU
6058(SA)
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R S R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - + - +
86 HCU 6093 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - +
87 HCS 189 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
88 HCS 219 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - + -
89 HCS 8479 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
90 HCS 8522 + Aba
uma
nnii
S S R R R R I R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
91 HCS 482 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
92 HCS 139 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S S R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
93 HCS 107 1 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
94 HCS 363 + Aba
uma
nnii
S I R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
95 HCU 191 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S R R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
96 HCS 400 + Aba
uma
nnii
S S R I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
97 HCS 360 + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
98 HCS 559 + Natildeo
reali
zada
R R S R R S S S S R R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - + + + + - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
113
id
99 HCS 215 + S
malt
ophil
ia
R S R R R R R R R S R R S R Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
100 HCS
113
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
101 HCS
418
+ Aba
uma
nnii
S S S 20 17 S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
102 HCU
06
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
103 HCH
750
+ Apit
tii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
104 HCS
548
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
105 HCH
599 2
+ Apit
tii
S S R R I S S S R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
106 HCH
561
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
107 HCH
565
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
108 HCS
437
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
109 HCH
544
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + - - -
110 HM
59
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R I S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
111 HM
84
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
112 HM
25
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
114
113 HM
92
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + - - - -
114 HM
128
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + - - - -
115 HM
161
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
116 HM
152 2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
117 HM
228
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect
+
sect sect sect sect
118 HM
242
+ Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
119 HM
243
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
120 HM
236 2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
121 HM
301 1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R S S R S S S S R Natildeo Natildeo sect sect - - - - + - - - -
122 HM
494
+ Aba
uma
nnii
R S I R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
123 HM
551
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
124 HM
316
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
125 HM
487
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - - - - + + - - -
126 HM
204
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
127 HM
205
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
115
128 HM
206
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
129 HM
128 2
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + - - - -
130 S92 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
131 U123
1
+ Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S R S S S S I Natildeo Sim sect sect sect sect sect sect + + - - -
132 S347 + Apit
tii
R S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + - - - - -
133 S377 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
134 S124 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - + + + - - -
135 L118 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R I R R I R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
136 H251 + Aba
uma
nnii
S S S R R I S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
137 S412 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
138 H626 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
139 S196 + Aba
uma
nnii
R I R R R R R R R S S R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
140 S325 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
141 S41 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
142 S44 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + In
d
- - - - + + - - -
Apecircndice B- Continuaccedilatildeo
116
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo
143 S55 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
144 S77 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
145 S91 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
146 S695 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - +
147 S715 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
148 S140 + Aba
uma
nnii
R R S R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
149 S160 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
150 L30 + Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
151 H256 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
152 S205 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S S S R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
153 S117 + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - + - + + - - -
154 S210 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
155 S59 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
117
1
93 Apecircndice C- Amostras das superfiacutecies hospitalares utilizadas no estudo 2
AmostraAntibioacutetico
44degC
MA
LD
I-
TO
F
GE
N
AM
I
CIP
CT
X
CR
O
CA
Z
CP
M
PIT
SU
T
AP
S
IPM
ME
R
TG
C
TE
T
ES
BL
AM
PC
MB
L
TM
H
KP
C-2
VIM
-1
IMP
-1
ND
M-1
Oxa-5
1
Oxa-2
3
Oxa-5
8
Oxa-2
4
Oxa-1
43
1 N Sr
Faacutetima
Chatildeo
+ ID
natildeo
reali
zada
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
2 Satildeo Judas
chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
3 Satildeo Judas
Maca
- Ano
soco
miali
s
S S S R R R S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
4 Uti 1 ndash L4B + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
5 Uti 1 ndash
L5c1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
6 Uti 1- L5c2 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - + + - - - -
7 Uti 1-
L9B1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + + - - -
8 Uti 1-
L9B2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
9 Uti 1-
L10c1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
10 Uti 1-
L10c2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
11 Uti 2 L1c + Aba S R S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
118
uma
nnii
12 Uti 2 L4c1 + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
13 Uti 2 L5B1 + Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
14 Uti 2 L6B + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
15 Uti 2 L8B + Aba
uma
nnii
S S R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + +
- + - - + + - - -
16 Uti 2 L10c + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
17 02 Chatildeo 2 + Lecle
rcia
adec
arbo
xylat
a
S I S S S S S S S S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
18 UTI 19
Maca
+ Ara
diore
siste
ns
S S I I S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
19 04 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
20 UTI 18
Maca 2
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
21 UTI 17
Chatildeo
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
22 15 Maca 2 + Aba
uma
nnii
S S R R R R R I R S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
23 15
Maccedilaneta 2
+ Acin
etob
acter
sp
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
119
24 18 Maca 1 + Ano
soco
miali
s
S S S S R S S S R S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
25 108 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S S S I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
26 15 Chatildeo + Aba
uma
nnii
S S R R R R R S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
27 UTI 17
Maca
+ Ano
soco
miali
s
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
28 UTI
Antessala
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
29 04 Chatildeo 2 + Ano
soco
miali
s
S S S S S S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
30 10 Chatildeo + Ochr
obac
trum
inter
medi
um
S S S R R R R I S R S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
31 103 Chatildeo + Eclo
acae
S S S S S S S S S I S S S I Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
32 105 Maca 3 + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S I S S S S I Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
33 HMUTI
BB
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - -
34 HMUTI B
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R R S I I S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
35 HMUTI 1
E B2
+ Aba
uma
nnii
I S I R R R S R S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
36 HMUTI 2
6C1
+ Aba
uma
nnii
R S R R R R R R R S R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
120
37 2- 1 L8c + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
38 2-MT 220 + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
39 2- MT 215
2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
40 CUTI1
11B
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
41 CUTI1
11B2
+ Aba
uma
nnii
S I R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
42 CUTI1
11MC2
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - +
43 CUTI1
11C2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
44 CUTI1
10B
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S I I R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
45 CUTI1 10
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
46 CUTI1 09
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
47 CUTI2 05
B
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R I R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
+ - sect sect sect + + - - -
48 CUTI2 06
MC1
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R I R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + + - -
49 CUTI2 02
MC2
- A
pittii
S S S R R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
50 CUTI2 01
MC
+ Aba
uma
nnii
S S R R R R R R S R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
121
51 CL 102 B + Ano
soco
miali
s
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
52 CUTI 1 05
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
53 H01UTI
B1
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
54 H01UTI
B2
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
55 H04 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
56 H04 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + - - - - - + + - - -
57 H04 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
58 H05 UTI
MC1
+ Aba
uma
nnii
I R R R R R R R R R R R S R Natildeo Natildeo + + - - - + + - -
59 H05 UTI
MC2
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + Natilde
o
- - - - + + - - -
60 H06 UTI
MC
+ Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
61 H07 UTI C + Aba
uma
nnii
R R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -
62 H09 UTI
C1
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S I R S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
63 H09 UTI
C2
+ Aba
uma
nnii
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
64 HENF 1A
C2
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
122
65 HENF 3C
B1
+ Acin
etob
acter
sp
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
66 HENF 5
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S R R R R R R R R R R R S I Natildeo Natildeo Natilde
o
In
d
- sect sect sect + + - - -
67 HENF 7C + Natildeo
reali
zada
ID
S S R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + + - +
68 HENF 9C
B
+ Aba
uma
nnii
R R R R R R I R R R S R S R Natildeo Natildeo Natilde
o
Natilde
o
sect sect sect sect + + - - -
69 HENF 10
B
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
70 HENF 10
C B
+ Aba
uma
nnii
S S S I R S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
71 HUTI 6B + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R I R R S S Natildeo Natildeo + Natilde
o
sect - - - + + - - -
72 HUTI 6C + Aba
uma
nnii
S R R R R R R R R R R R S S Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - +
73 H2401c B + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
74 H2401c C + Aba
uma
nnii
S S R R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
75 H2402 B
MC1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S I I S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
76 H2403a
MC
+ Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
77 H2406b
C1
+ Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
Apecircndice C-Continuaccedilatildeo
123
Legenda S- Sensiacutevel I-Intermediaacuterio R-Resistente Ind-Indeterminado sect- Natildeo realizado devido agrave negatividade nos testes fenotiacutepicos ou 3
sensibilidade aos carbapenecircmicos no meacutetodo de disco-difusatildeo 4
78 H2406c C - Ano
soco
miali
s
S S S R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
79 H2407b
MC
+ Ano
soco
miali
s
R S I R R I S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
80 H2408 A + Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
81 H2410a B - Aba
uma
nnii
S S S R S S S S S S S S S S sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
82 H2410b C + Aba
uma
nnii
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
83 H2UTI 7
MC
- Natildeo
reali
zada
ID
S S S S S S S S S S S S S S Natildeo + sect sect sect sect sect sect - sect sect sect sect
84 H2UTI2
6C
+ Aba
uma
nnii
S S S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
85 H2UTI 3
C2
+ Aba
uma
nnii
S R S R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
86 H2UTI 4 C + Aba
uma
nnii
S S R R R S S S S S S S S S Natildeo Natildeo sect sect sect sect sect sect + sect sect sect sect
87 H2UTI 1
6C
+ Aba
uma
nnii
I I R R R R R R I I I I S R Natildeo Natildeo + + - - - - + + - - -