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Teofrasto

Teofrasto

Filosofia antiga

Escola/Tradição: Escola peripatética

Data de nascimento: 372 a.C.

* Local: Eresos

Data de falecimento 287 a.C. (85 anos)

* Local: Atenas

Principais interesses: Botânica, ética, gramática, história, lógica, metafísica, história natural, física

Portal Filosofia

Teofrasto (em grego: Θεόφραστος; Eresos, 372 a.C. — 287 a.C.) foi um filósofo da Grécia Antiga, sucessor deAristóteles na escola peripatética. Era oriundo de Eressos, em Lesbos, seu nome original era Tirtamo, mas ficouconhecido pela alcunha de 'Teofrasto', que lhe foi dada por Aristóteles, segundo se diz, para indicar as qualidades deorador.Depois de ter recebido uma primeira introdução à filosofia em Lesbos, de parte de um Leucipo ou Alcipo, foi paraAtenas e conseguiu integrar-se como membro do círculo platónico. Depois da morte de Platão, ligou-se a Aristótelese provavelmente acompanhou-o a Estagira: a amizade íntima de Teofrasto com Calistenes, o aluno e companheiro deAlexandre Magno, a menção no testamento a uma quinta em Estagira e os repetidos apontamentos sobre a cidade eos museus na História das Plantas são fatos que levam a esta conclusão.Aristóteles, no testamento, nomeou-o como tutor dos filhos, legando-lhe a biblioteca e os originais dos trabalhos edesignando-o como sucesor no Liceu, quando se mudou para Calcis. Eudemo de Rodes também alude a esta situaçãoe diz-se que Aristóxeno ficou ressentido com esta decisão de Aristóteles.

LiceuTeofrasto presidiu à escola peripatética durante trinta e cinco anos e morreu em 287 a.C.. Sob a direcção, a escolafloresceu admiravelmente — chegando a ter em torno de 2000 estudantes[1] — e quando Aristóteles morreu,Teofrastos adquiriu um jardim próprio, com a ajuda de seu amigo íntimo Demétrio de Faleros[1].Menandro, o poeta cômico, foi um dos alunos[1]. A popularidade manifestou-se no respeito que lhe tinham Filipe IIda Macedónia, Cassandro e Ptolomeu I e pela improcedência de uma acusação de irreligiosidade que fora interpostacontra ele. Foi honrado com um funeral público, e "a totalidade da população de Atenas honrou-o grandemente,seguindo o cortejo até à sepultura", segundo relata Diógenes Laércio.Pelas listas dos antigos se conclui que as atividades se estenderam a todos os campos do conhecimento contemporâneo. Os escritos diferem provavelmente pouco do tratamento aristotélico dos mesmos temas, embora

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com detalhes suplementares. Influenciou o tempo como um grande divulgador da ciência. Os escritos maisimportantes são dois volumosos tratados botânicos:

Historia plantarum [História das plantas], em nove livros (originalmente dez).De causis plantarum [Sobre as causas das plantas], em seis livros (originalmente oito).

Estes tratados constituem a mais importante contribuição à ciência botânica de toda a antiguidade até aoRenascimento.Também nos chegaram fragmentos de outra parte da obra, como uma História da física, um tratado Sobre as pedras,um trabalho Sobre as sensações [De sensibus] e um sobre Metafísica Airoptai, que provavelmente era parte de umtratado sistemático. Alguns fragmentos científicos menores foram compilados nas edições de J. G. Schneider(1818-21) e F. Wimmer (1842-62) e na edição de bolso Analecta Theophrastea.A obra O carácter merece uma menção à parte. O trabalho consiste num panorama breve, vigoroso e mordaz dostipos morais, que contém uma valiosa descrição da vida da época. Trata-se, definitivamente, da primeira tentativa deescrever uma sistematização dos escritos de uma sistemática do carácter. O livro foi considerado por algunsespecialistas como um trabalho independente; outros inclinam-se para o ponto de vista de que Teofrasto só teráescrito um rascunho, que foi recompilado e editado depois da morte; outros são da opinião que O carácter fazia partede um trabalho sistemático mais amplo; mas o estilo do livro contradiz esta opinião. Teofrasto teve muitosimitadores nesta maneira de escrever, notavelmente Hall (1608), Sir Thomas Overbury (1614-16), o bispo John Earle(1628) e Jean de La Bruyère (1688), que chegou a traduzir O carácter.Diógenes Laércio cita entre as frases de Teofrasto esta: "Se és ignorante, comportas-te prudentemente, mas se tenseducação, comporta-te estultamente"[1]. Também cita que aos discípulos, que lhe perguntaram qual era a sua últimamensagem, respondeu antes de morrer:

"Nada tenho a declarar em particular, a não ser que, como a vida demonstra, muitos prazeres são meraaparência. Com efeito, mal começamos a viver e logo morremos. Nada é mais nocivo que a ambiçãodesmedida. Desejo-vos boa sorte, e renunciai à minha doutrina, que custa muitas fadigas, ou dedicai-vos a eladenodadamente, porquanto a glória é grande. A vida proporciona mais decepções que vantagens. Mas, agoraque já não é possível deliberarmos sobre a conduta reta, escolheis vós mesmos o que deveis fazer[1]".

Referência aos judeusEm um dos fragmentos da obra de Teofrasto, De Pietate (Perì Eusebeías), encontramos a seguinte referência aosjudeus, que ele entende constituirem uma parte do povo sírio [2]:

"Os sírios, de quem os judeus constituem uma parte, até hoje sacrificam vítimas vivas, segundo o seu antigomodo de sacrificar; se alguém nos mandasse sacrificar do mesmo modo, nós nos recusaríamos. Pois eles nãocomem as vítimas, mas queimam-nas totalmente de noite e, derramando sobre elas mel e vinho, elesrapidamente destroem a oferenda, para que o sol que tudo vê não possa olhar para a coisa terrível. E elesfazem isto jejuando em dias intercalados. Durante todo o tempo, sendo filósofos por raça, eles conversamentre si sobre a divindade e à noite eles observam as estrelas, contemplando-as e rezando para Deus. Elesforam os primeiros a instituir sacrifícios de seres vivos e de si mesmos; mas eles fazem isso por necessidade enão porque gostam".

Plantas, animais e mesmo seres humanos eram oferecidos à divindade, sendo completamente queimados durante oholocausto (i.e. "cremação"), sacrifício ritualístico praticado no Templo de IHVH, em Jerusalém.

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ObrasSegundo Diógenes Laércio, algumas de suas obras foram[3]:• Primeiros Analíticos, em três livros;• Analíticos Posteriores, em sete livros;• Da Análise dos Silogismos, em um livro;• Epítome dos Analíticos, em um livro;• Deduções Lógicas, em dois livros;• Discussões sobre a Teoria dos Argumentos Erísticos;• Da sensação, em um livro;• Dos escritos de Anaxágoras, em um livro;• Dos escritos de Anaxímenes, em um livro;• Dos escritos de Arquelaos, em um livro;• Do Sal, do Salitre e do Alume, em um livro;• Da Petrificação, em dois livros;• Das Linhas Indivisíveis, em um livro;• Lições, em dois livros;• Dos Ventos, em um livro;• Diferenças das Formas de Excelência, em um livro;• Da Realeza, em um livro;• Da Educação dos Reis, em um livro;• Dos Modos de Vida, em três livros;• Da Velhice, em um livro;• Da Astronomia de Demócrito, em um livro;• Meteorologia, em um livro;• Das Imagens Visuais, em um livro;• Dos Sabores, das Cores e das Carnes, em um livro;• Da Ordem Cósmica, em um livro;• Dos Homens, em um livro;• Coleção das Sentenças de Diógenes, em um livro;• Definições, em três livros;• Do Amor, em um livro;• Da Felicidade. em um livro;• Das Espécies ou Formas, em dois livros;• Da Epilepsia, em um livro;• Do Entusiasmo, em um livro;• Sobre Empédocles, em um livro;• Argumentações Dialéticas, em dezoito livros;• Objeções, em três livros;• Do Voluntário, em um livro;• Epítome da República de Platão, em dois livros;• Da Diversidade dos Sons Emitidos por Animais da mesma Espécie, em um livro;• Do que Aparece em Massa Compacta, em um livro;• Dos Animais que Mordem ou Chifram, em um livro;• Dos Animais considerados Invejosos, em um livro;• Dos Animais que Permanecem em Terra Seca, em um livro;• Dos Animais que Mudam de Cor, em um livro;• Dos Animais que Vivem em Esconderijos, em um livro;

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• Dos Animais, em sete livros;• Do Prazer segundo Aristóteles, em um livro;• Do Prazer, em um livro;• Teses, em vinte e quatro livros;• Do Calor e do Frio, em um livro;• Da Vertigem e do Desmaio, em um livro;• Dos Suores, em um livro;• Da Afirmação e da Negação, em um livro;• Calistenes ou Do Pranto, em um livro;• Das Fadigas, em um livro;• Do Movimento, em três livros;• Das Pedras, em um livro;• Das Pestilências, em um livro;• Do Desfalecimento, em um livro;• Megárico, em um livro;• Da Melancolia, em um livro;• Das Minas, em dois livros;• Do Mel, em um livro;• Compêndio das Doutrinas de Metrodoro, em um livro;• Dos Fenômenos Atmosféricos, em dois livros;• Da Embriaguez, em um livro;• Leis, em Ordem Alfabética, em vinte e dois livros;• Epítome das Leis, em dez livros;• Das Definições, em um livro;• Dos Odores, em um livro;• Do Vinho e do Azeite, em um livro;• As Primeiras Premissas, em dezoito livros;• Dos Legisladores, em três livros;• Da Política, em seis livros;• Da Política Adaptada às Circunstâncias, em quatro livros;• Dos Costumes Políticos, em quatro livros;• Da Melhor Constituição, em um livro;• Coleção de Problemas, em cinco livros;• Dos Provérbios, em um livro;• Da Coagulação e da Liquefação, em um livro;• Do Fogo, em dois livros;• Dos Ventos, em um livro;• Da Paralisia, em um livro;• Da Asfixia, em um livro;• Das Desordens Mentais, em um livro;• Das Paixões, em um livro;• Dos Sintomas, em um livro;• Sofismas, em dois livros;• Soluções de Silogismos, em um livro;• Tópicos, em dois livros;• Da Punição, em dois livros;• Dos Cabelos, em um livro;

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• Da Tirania, em dois livros;• Da Água, em três livros;• Do Sono e dos Sonhos, em um livro;• Da Amizade, em três livros;• Da Ambição, em três livros;• Da Natureza, em três livros;• Física, em dezoito livros;• Epítome da Física, em dois livros;• Contra os Filósofos Naturalistas, em um livro;• Pesquisas Botânicas, em dez livros;• Das Causas das Plantas, em oito livros;• Dos Sucos, em cinco livros;• Do falso Prazer, em um livro;• Da Alma, uma tese;• Das Provas Não-Científicas, em um livro;• Teoria da Harmonia, em um livro;• Da Excelência, em um livro;• Aversões ou Contradições, em um livro;• Da Negação, em um livro;• Da Inteligência, em um livro;• Do Ridículo, em um livro;• Conversas Vespertinas, em dois livros;• Divisões, em dois livros;• Das Diferenças, em um livro;• Dos Crimes, em um livro;• Da Calúnia, em um livro;• Do Louvor, em um livro;• Da Experiência, em um livro;• Cartas, em três livros;• Dos Animais Gerados Espontaneamente, em um livro;• Da Secreção, em um livro;• Panegíricos aos Deuses, em um livro;• Das Festas, em um livro;• Da Boa Sorte, em um livro;• Dos Entimemas, em um livro;• Das Descobertas, em dois livros;• Lições de Ética, em um livro;• Caracteres Éticos, em um livro;• Do Tumulto, em um livro;• Da Pesquisa Histórica, em um livro;• Da Apreciação dos Silogismos, em um livro;• Da Adulação, em um livro;• Do Mar, em um livro;• A Cassandros, sobre a Realeza, em um livro;• Da Comédia, em um livro;• Do Estilo, em um livro;• Coleção de Preposições, em um livro;

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• Soluções, em um livro;• Da Música, em três livros;• Dos Metros, em um livro;• Megaclés, em um livro;• Das Leis, em um livro;• Da Ilegalidade, em um livro;• Compêndio da Doutrina de Xenocrates, em um livro;• Da Conversação, em um livro;• Do Juramento, em um livro;• Preceitos Retóricos, em um livro;• Da Riqueza, em um livro;• Da Arte Poética, em um livro;• Contra os Acadêmicos, em um livro;• Exortação à Filosofia, em um livro;• Da Erupção Vulcânica na Sicília, em um livro;• Do Sofisma 'O Mentiroso', em três livros;• Sobre Ésquilo, em um livro;• Dos Discursos Forenses, em um livro.[1] Diôgenes Laêrtios (ou Diógenes Laércio), Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres (Trad. Mário da Gama Kury). Brasília: UnB, 1987, p. 138[2] Fragmento citado por Porfírio, em De Abstinentia II,26:[5][3] Diôgenes Laêrtios (ou Diógenes Laércio), Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres (Trad. Mário da Gama Kury). Brasília: UnB, 1987, p.

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Bibliografia• Encyclopædia Britannica Encyclopædia Britannica (http:/ / www. 1911encyclopedia. org)• Bréhier, E.- História da filosofia I/1- São Paulo, Ed. Mestre Jou, 1977.

Ligações externas• Theophrastus "On Stones" (http:/ / www. farlang. com/ gemstones/ theophrastus-on-stones/ page_002) (em inglês)• Trechos do Livro Os Fragmentos Lógicos de Teofrasto - Andreas Graeser (edit.) (http:/ / books. google. de/

books?id=IGTxo05upA0C& printsec=frontcover& dq=theophrast& source=bl& ots=7o6TQ-FwvR&sig=9Ujkpl1XXnqECQbU1cjECXUgXh8& hl=de#v=onepage& q=theophrast& f=false) (em alemão)

• Fragmentos do Tratado Sobre as Leis de Teofrasto - numerados por Marc Szwajcer (http:/ / remacle. org/bloodwolf/ erudits/ theophraste/ lois. htm) (em francês)

• Sobre os Caracteres - Trad. Marie-Paule LOICQ-BERGER (http:/ / bcs. fltr. ucl. ac. be/ Theo/ limin. html) (emfrancês)

• Trechos do Livro Metafísica de Teofrasto - Edit. Felix Meiner (http:/ / books. google. de/books?id=Vm8Ej3YXnloC& printsec=frontcover& dq=theophrast& source=bl& ots=TvQAfSXTZ4&sig=NIGNwupAGfHMc7u1kJRd6AUsk_M& hl=de#v=onepage& q=theophrast& f=false) (em alemão)

• International Vegetarian Union: Theophrastus (http:/ / www. ivu. org/ history/ greece_rome/ theophrastus. html)

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Fontes e Editores da Página 7

Fontes e Editores da PáginaTeofrasto  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=35344204  Contribuidores: Alvaro Rodrigues, Chico, Contagemwiki, Eonzoikos, JLCA, Jbribeiro1, Jonas Mur, Jpsousadias, KaktusKid, Leonidas Metello, Outis, RafaAzevedo, Rei-artur, Roberto Cruz, Yone Fernandes, 5 edições anónimas

Fontes, Licenças e Editores da ImagemFicheiro:Theophrastus.jpg  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ficheiro:Theophrastus.jpg  Licença: Public Domain  Contribuidores: Bibi Saint-Pol, Carlomorino, Tomisti

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