ΟΙ ΦΥΛΑΚΕΣ ΤΟΥ ΧΡΟΝΟΥ - Η ΜΕΡΑ ΤΟΥ ΑΡΠΑΚΤΙΚΟΥ - ALEX SCARROW.pdf
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EFEITO DA ENZIMA β-LIASE Endozym Thiol® NA
LIBERTAÇÃO DE TIÓIS VOLÁTEIS EM VINHOS DE
CASTAS PORTUGUESAS
Alex Musialowski Chaves
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Viticultura e Enologia
Orientador: Doutor Jorge Manuel Rodrigues Ricardo da Silva
Coorientador: Engenheiro Ari De Mari
Júri:
Presidente: Doutora Maria Helena Mendes da Costa Ferreira Correia de Oliveira, Professora Associada do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.
Vogais: Doutor Jorge Manuel Rodrigues Ricardo da Silva, Professor Catedrático do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.
Licenciada Olga Maria Carrasqueira Laureano, Investigadora Coordenadora do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.
2014
I
AGRADECIMENTOS
Agradeço à AEB Group, representada pelo Engenheiro Ari de Mari, pela parceria na
realização desta investigação.
Ao Doutor Jorge Ricardo, pela orientação na realização desta tese.
Ao Senhor Antônio, pela vinificação dos vinhos testados neste experimento.
À Dona Julia, pelo auxilio na realização das análises laboratoriais.
Aos demais professores do ISA, pelas aulas ministradas.
Aos colegas, pelo convívio.
Em especial, aos meus pais, Miguel Angelo Chaves de Amorim e Celia Regina
Musialowski Chaves, pelo incentivo e apoio a realização deste mestrado.
A todos, obrigado!
II
RESUMO
A casta francesa Sauvignon Blanc, utilizada para a vinificação de vinhos brancos, possui
um aroma varietal muito apreciado pelos consumidores a nível mundial. Este aroma é
proveniente de seus compostos voláteis de enxofre, nominados tióis voláteis ou
mercaptanos e conferem aos vinhos aromas tropicais como buxo, toranja e maracujá.
Os tióis voláteis responsáveis por estes aromas são, principalmente: o 4-mercapto-4-
metilpentan-2-ona (4MMP), o 3-mercaptohexanol (3MH), o acetato de 3-mercaptohexilo
(A3MH) e o 4-mercapto-4-methyl-pentan-1-ol (4MMPOH), respectivamente (Darriet e
Tominaga, 1995).
Estes compostos são liberados durante a fermentação alcoólica pela ação das
leveduras que produzem a enzima β-liase que reage com os substratos não odorantes
presentes na uva, que são: os S-conjugados da cisteína, os S-conjugados da glutationa e o
E-hexen-2-al (Murat et al., 2001; Subileal et al., 2008). Estes compostos são os precursores
dos tióis.
Este experimento investiga a libertação destes tióis varietais nas castas brancas
portuguesas Viosinho, Arinto, Alvarinho e Encruzado e também nas castas tintas Touriga
Nacional e Syrah (esta última, francesa) através da utilização da enzima β-liase Endozym
Thiol® produzida pela AEB Group, com atividades secundárias específicas, que favorecem a
hidrólise dos precursores aromáticos tiolíticos da uva como o 4MMP, A3MH, 3MH e
4MMPOH.
Para a determinação das concentrações dos tióis nos vinhos estudados realizou-se a
Análise com Cromatografia em Fase Gasosa Acoplada à Espectrometria de Massa (GC-
MS), utilizando-se o método descrito por Mateo-Vivaracho et al. (2008).
Para a análise da efetividade da libertação dos aromas tiolados nos vinhos que
receberam a formulação enzimática Endozym Thiol® em comparação com os vinificados
sem a adição da enzima, realizou-se um Painel de Provas, contando com 8 provadores
treinados.
Verificou-se uma tendência no aumento das concentrações globais dos tióis nos vinhos
que receberam o Endozym Thiol® na vinificação, contudo, na Análise Sensorial este caráter
tiolado de frutas tropicais e tons vegetais não se mostrou acentuado nos vinhos que
receberam a enzima.
Palavras Chave: Castas portuguesas, 3MH, 3AMH, 4MMP, Cromatografia em fase
gasosa.
III
ABSTRACT
The French variety Sauvignon Blanc, used for the vinification of white wines, has a very
appreciated varietal aroma by worldwide consumers. This aroma comes from its volatile
sulfur compounds, denominated volatile thiols or mercaptans. It gives a tropical flavors as
boxwood, grapefruit and passion fruit. The volatile thiols responsible for such flavorings are
principally: 4-mercapto-4-methylpentan-2-one (4MMP), 3-mercaptohexanol (3MH), ethyl 3-
mercaptohexilo (A3MH) and 4-mercapto-4-methyl-pentan-1-ol (4MMPOH), respectively
(Darriet and Tominaga, 1995).
These compounds are released during the fermentation by the action of yeast which
produce the β-lyase enzyme that reacts with the substrate not odorants present in grape,
namely: S-cysteine conjugates, the conjugates of S-glutathione and E-hexen 2-al (Murat et
al. 2001; Subileal et al. 2008). These compounds are the precursors of thiols.
This experiment search the release of the varietal thiols in white portuguese varieties
Viosinho, Arinto, Alvarinho and Encruzado and also in red varieties Touriga Nacional and
Syrah (the latter, French) by using the enzyme β-lyase Endozym Thiol® produced by the
AEB Group, with specific secondary activities, which promote the hydrolysis of grape
aromatic tiols precursors as 4MMP, A3MH, 3MH and 4MMPOH.
For the determination of the concentrations of thiols in wines studied Analysis was
performed with Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry (CG-MS) using the
method described by Mateo-Vivaracho et al. (2008).
To analyze the effectiveness of the release of tiols aromas in wines that received the
enzyme formulation Endozym Thiol® compared with vinified without enzyme added, there
was a panel of tests , with 8 trained panelists .
As a conclusion, there was a trend in the increase of the global concentrations of thiols in
wines that received Endozym Thiol® in winemaking, however, in its thiolated character the
aroma tones of tropical fruits and vegetables was not pronounced in wines that received the
enzyme.
Keywords: Portuguese grape varieties, 3MH, 3MHA, 4MMP, Gas-chromatografy.
IV
EXTENDED ABSTRACT
The French variety Sauvignon Blanc, used for the vinification of white wines, has a very
appreciated varietal aroma by worldwide consumers. This aroma comes from its volatile
sulfur compounds, denominated volatile thiols or mercaptans. It gives a tropical flavors as
boxwood, grapefruit and passion fruit. The volatile thiols responsible for such flavorings are
principally: 4-mercapto-4-methylpentan-2-one (4MMP), 3-mercaptohexanol (3MH), ethyl 3-
mercaptohexilo (A3MH) and 4-mercapto-4-methyl-pentan-1-ol (4MMPOH), respectively
(Darriet and Tominaga, 1995).
These compounds are released during the fermentation by the action of yeast which
produce the β-lyase enzyme that reacts with the substrate not odorants present in grape,
namely: S-cysteine conjugates, the conjugates of S-glutathione and E-hexen-2-al (Murat et
al. 2001; Subileal et al. 2008). These compounds are the precursors of thiols.
This experiment search the release of the varietal thiols in white portuguese varieties
Viosinho, Arinto, Alvarinho and Encruzado and also in red varieties Touriga Nacional and
Syrah (the latter , French) by using the enzyme β-lyase Endozym Thiol® produced by the
AEB Group, with specific secondary activities, which promote the hydrolysis of grape
aromatic tiols precursors as 4MMP, A3MH, 3MH and 4MMPOH.
For the determination of the concentrations of thiols in wines studied Analysis was
performed with Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry (CG -MS) using the
method described by Mateo-Vivaracho et al. (2008).
To analyze the effectiveness of the release of tiols aromas in wines that received the
enzyme formulation Endozym Thiol® compared with vinified without enzyme added, there
was a panel of tests, with 8 trained panelists .
For the evaluation of the results of the sensory analysis Panel wines held the Tukey test
at 5 % variance on the following parameters: Tropical Notes, which includes the aromas of
grapefruit, passion fruit and also cat pee (aromas associated with volatile thiols); Balance
and Balance taste aromatic, related to the harmony of taste and aroma of wines and the
wine of the global Assessment, which evaluated the overall quality of wine. This analysis
was performed by comparing, within the same caste, the wines that received the enzyme
with the witnesses, who were vinified without added enzyme .
There was a trend in the increase of the global concentrations of thiols in wines that
received Endozym Thiol® in winemaking, however, in this character thiolated Sensory
Analysis of tropical fruits and vegetables tones was not pronounced in wines that received
the enzyme.
However, by analyzing the concentrations of thiols in wines, can be noted that in most
castes there was an increase in the concentration of thiols in wines enzimados regarding
V
your witness, except Viosinho where 3MH decreased their concentration; Alvarinho in the
4MMP and A3MH decreased their concentration, and Encruzado where there was a
decrease in the concentration of A3MH.
In all other cases there was an increase in the concentration of these three thiols
studied, especially in the 3MH Touriga Nacional , which increased its concentration of 293
ng/l to 410 ng/l.
Regarding the use of the enzyme β-lyase, it can be concluded that there is a trend in the
overall increase of the concentration of thiols in wines due facilitating the release of thiols
from their precursors.
Therefore, despite having obtained very similar results in sensory analysis comparing the
wines which we used the enzyme β-lyase and the control wine, chemical analysis
demonstrated the potential use of the enzyme Endozym Thiol® both in winemaking of white,
as of reds , regarding the release of volatile sulfur compounds .
Thus, the enzyme Endozym Thiol® could replace the use of yeast selected to optimize
the activity of β-lyase, since these still have a high cost.
However, this increased concentration of thiols above was not enough to increase the
thiolated tropical character and aroma of the wines studied. This may have been caused by
the fact microvinifications have been made in this experiment and using it is therefore small
amounts of the enzyme formulation. Thus, it may be that in winemaking industry there is a
greater effectiveness of the enzyme in the release of volatile sulfur compounds and also
increasing the tropical character of the wine by using larger quantities of enzyme during
vinification, even if the concentration is maintained.
Keywords: Portuguese grape varieties, 3MH, 3MHA, 4MMP, Gas-chromatografy.
VI
ÍNDICE
RESUMO ........................................................................................................................................ II
ABSTRACT .................................................................................................................................... III
EXTENDED ABSTRACT ............................................................................................................. IV
ABREVIATURAS .......................................................................................................................... IX
LISTA DE QUADROS E FIGURAS ............................................................................................ X
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 2
2.1 Os Aromas dos Vinhos: ............................................................................................... 2
2.1.1 Análise Sensorial ...................................................................................................... 3
2.2 Análises Químicas........................................................................................................ 4
2.3 Aromas Varietais .......................................................................................................... 4
2.3.1 Compostos Terpênicos............................................................................................ 4
2.3.2 Norisoprenóides em C13 ........................................................................................ 5
2.3.3 Metoxipirazinas ......................................................................................................... 6
2.3.4 Compostos Voláteis de Enxofre ............................................................................. 7
2.3.4.1 Compostos de Enxofre Como Defeitos de Aroma ....................................... 7
2.3.4.2 Compostos de Enxofre Varietais ..................................................................... 8
2.3.4.3 Principais Tióis Varietais .................................................................................. 8
VII
2.3.4.4 Localização dos Precursores dos Tióis Varietais nos Bagos de Uva ....... 9
2.3.4.5 Presença de Tióis Varietais em Outras Castas .......................................... 10
2.3.4.6 Formação dos Tióis Voláteis ......................................................................... 10
2.3.4.7 Influência das Práticas Vitícolas na Obtenção dos S-Conjugados da
Cisteína nas Uvas .................................................................................................................. 11
2.3.4.8 Evolução dos Tióis Após a Vindima ............................................................. 12
2.3.4.9 Efeito das Leveduras na Libertação dos Tióis ............................................ 12
2.3.4.10 Influência da Vinificação na Libertação dos Tióis .................................... 13
2.3.4.11 Influência do Envelhecimento nos Tióis Voláteis ..................................... 13
2.4 Terroir ........................................................................................................................... 14
2.5 Castas .......................................................................................................................... 15
2.5.1 Alvarinho .................................................................................................................. 15
2.5.2 Arinto ........................................................................................................................ 15
2.5.3 Encruzado ............................................................................................................... 16
2.5.4 Sauvignon Blanc ..................................................................................................... 17
2.5.5 Viosinho ................................................................................................................... 17
2.5.6 Touriga Nacional .................................................................................................... 18
2.5.7 Syrah ........................................................................................................................ 18
3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................. 19
3.1 Fabrico dos Vinhos .................................................................................................... 19
3.1.1 Vinhos Brancos ....................................................................................................... 20
3.1.2 Vinhos Tintos .......................................................................................................... 20
VIII
3.2 Duração da Fermentação Alcoólica ........................................................................ 21
3.3 Análise Sensorial dos Vinhos ................................................................................... 22
3.3.1 Tratamento Estatístico da Análise Sensorial ..................................................... 25
3.4 Análise da Concentração dos Tióis nos Vinhos .................................................... 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 26
4.1 Análise Sumária dos Vinhos ..................................................................................... 26
4.2 Concentração dos Tióis Voláteis ............................................................................. 28
4.3 Análise Sensorial dos Vinhos ................................................................................... 29
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 30
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ................................................................................ 32
ANEXO 1 ....................................................................................................................................... 36
ANEXO 2 ....................................................................................................................................... 37
IX
ABREVIATURAS
3MH: 3-mercaptohexanol.
4MMP: 4-mercapto-4-metilpentan-2-ona.
4MMPOH: 4-mercapto-4-metilpentan-2-ol.
A3MH: Acetato de 3-mercaptohexilo.
ANOVA: Análise da variância.
Cys-3MH: S-(3-hexanol)-L-cisteína.
Cys-4MMP: S-4 -(4-mercapto-2 pentanona)-L-cisteína.
DAP: Fosfato de diamónio.
GC: Cromatografia em Fase Gasosa.
GC-FPD: Cromatografia em Fase Gasosa com Detector fotométrico.
GC-MS: Cromatografia em Fase Gasosa com espectrometria de Massa.
GC-O: Cromatografia em Fase Gasosa com olfactometria.
GRP: Acido 2-S-glutathionylcaftarico.
GSH: Glutationa.
H2S: Acido sulfídrico.
HPLC: Cromatografia em fase liquida de alta eficiência.
IBMP: 2-methoxy-3-isobutylpirazyna.
INE: Instituto Nacional de Estatística.
ISA: Instituto Superior de Agronomia.
IVV: Instituto da Vinha e do Vinho.
LAAE: Laboratorio de Analisis del Aroma y Enologia.
NMR: Ressonância Magnética Nuclear.
OIV: Organização Internacional da Vinha e do Vinho.
TDN: 1,1,6-trimethyl-1,2-dihydronaphtaleno.
TLC: Cromatografia em Camada Fina.
X
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1: Características dos Principais Álcoois Monoterpênicos.
Quadro 2: Características dos Norisoprenóides em C13.
Quadro 3: Características da Metoxipirazinas.
Quadro 4: Descritores Organolépticos e Limiares de Detecção dos Tióis Voláteis
Identificados nos Vinhos Sauvignon Blanc.
Quadro 5: Densidade e Temperatura Inicial e Final do Mosto na Fermentação.
Quadro 6: Ficha de Prova Sensorial dos Vinhos Brancos.
Quadro 7: Ficha de Prova Sensorial dos Vinhos Tintos.
Quadro 8: Parâmetros de Análise da qualidade dos Vinhos ao Fim da Fermentação.
Quadro 9: Antocianas e Fenóis Totais dos Vinhos Tintos.
Quadro 10: Intensidade de Cor dos Vinhos tintos Método Rápido OIV.
Quadro 11: Concentração dos Principais Tióis nos Vinhos Brancos e Tintos Com e Sem
Aplicação da Enzima Endozym Thiol®.
Quadro 12: Ensaio relacionando a concentração de tióis voláteis em vinhos Sauvignon
Blanc da mesma propriedade de Bordéus e a presença ou ausencia de tipicidade aromática
de cada safra (Tominaga et al., 1998b).
Quadro 13: Análise da Variância dos Resultados da Análise Sensorial dos Vinhos.
Figura 1: Circuitos das Substâncias Voláteis em Direção à Zona Olfativa.
Figura 2: 4MMP.
Figura 3: A3MH.
Figura 4: 3MH.
1
1 INTRODUÇÃO
A atividade vitivinícola tem grande relevância na cultura e economia portuguesa, sendo
realizada por esta nação desde tempos imemoriais e cujo consumo do seu produto, o vinho,
é bastante presente no cotidiano dos portugueses.
Portugal produziu na campanha 2010/11 o equivalente a 7,1 milhões de hectolitros
(IVV), seu consumo per capta é, segundo o INE, igual a 44,2 litros por habitante, seu
consumo interno em 2010/11 foi 4,7 milhões de hectolitros (IVV). As exportações em
2010/11 foram de 1,8 milhões de hectolitros, somando um montante de 324 milhões de
euros. O preço médio do litro de vinho foi de 1,76 euros por litro.
Os principais países importadores de vinhos portugueses são respectivamente Angola,
França, Alemanha, Reino Unido e Brasil (Anuário IVV 2010).
Buscar formas de suprir as necessidades e preferências de consumo dos países
importadores é uma forma de aumentar a demanda por estes produtos e também sua
valorização frente a estes mercados.
A casta francesa Sauvignon Blanc, utilizada para a vinificação de vinhos brancos, possui
um aroma varietal muito apreciado pelos consumidores a nível mundial. Este aroma é
proveniente de seus compostos voláteis de enxofre, nominados tióis voláteis ou
mercaptanos e conferem aos vinhos aromas tropicais como buxo, toranja e maracujá.
Os tióis voláteis responsáveis por estes aromas são, principalmente: o 4-mercapto-4-
metilpentan-2-ona (4MMP), o 3-mercaptohexanol (3MH) e o acetato de 3-mercaptohexilo
(A3MH), respectivamente (Darriet e Tominaga, 1995).
Estes compostos são libertados durante a fermentação alcoólica pela ação das
leveduras que produzem a enzima β-liase que reage com os substratos não odorantes
presentes na uva, que são: os S-conjugados da cisteína, os S-conjugados da glutationa e o
E-hexen-2-al (Murat et al., 2001; Subileal et al., 2008). Estes compostos são os precursores
dos tióis.
Estudos visando à busca destas notas tropicais e destes compostos de enxofre em
castas portuguesas já foram realizados no Instituto Superior de Agronomia, Lisboa, de
colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto e com a Escola
Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, onde se estudou as castas
Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Verdelho e Viosinho, tendo o Sauvignon Blanc como
2
testemunha. Neste estudo, através de cromatografia por fase gasosa, verificou-se a
presença de tióis voláteis nos vinhos oriundos destas castas, assim como o perfil tropical
em detrimento ao floral na casta Antão Vaz (Ferreira, D. 2011).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Os Aromas dos Vinhos:
O vinho é uma bebida muito apreciada, principalmente pela sua componente aromática,
que em muitos vinhos é densa e complexa. São inúmeras as sensações olfativas que os
diferentes vinhos produzem nos consumidores, expressando tanto tons frutados, sabendo a
diferentes frutas, quanto a tons florais, lembrando diferentes flores.
Os aromas são produzidos por substância voláteis e identificados pelo homem pelo seu
receptor olfativo por duas formas: Pela via nasal, quando estas substâncias atingem a zona
olfativa penetrando diretamente pelas narinas; e pela via retro nasal, que ocorre após a
deglutição, onde, sob o efeito do aumento da temperatura, dá-se a liberação interna de
aromas que sobem pela rinofaringe até a zona olfativa.
Figura 1: Circuitos das Substâncias Voláteis em Direção à Zona Olfativa (Cardoso
2007).
3
A sensibilidade olfativa do ser humano pode detectar sensações de substâncias em
concentrações muito baixas. Contudo a concentração dessas moléculas não é o único fator
de detecção, sendo esta influenciada também pela sua volatilidade, pressão de vapor e
limiar de detecção olfativo (Meilgaard et al., 1999).
2.1.1 Análise Sensorial
Em análise sensorial distinguem-se os seguintes limites (Cardoso, 2007):
Limite de Detecção: Concentração a partir da qual se detecta uma sensação, não
necessariamente identificável, em 50% dos provadores de uma prova triangular;
Limite de Identificação: Concentração a partir da qual se consegue identificar a
substância;
Limite Diferencial: Diferença de concentração mínima susceptível de ser detectada.
Limite de Preferência: Concentração máxima de um composto odorífero a partir do qual
se julga negativamente o odor.
As componentes aromáticas do vinho podem ser divididas em 3 classes (Peynaud,
1980):
Aroma Varietal ou primário: Tem origem na própria uva e se transmite ao vinho;
Aroma de Fermentação ou secundário: Derivado da fermentação alcoólica;
Aroma de Evolução, terciário ou bouquet: Surge dos processos físico-químicos que
ocorrem durante a guarda e envelhecimento do vinho.
O Aroma Pré-fermentativo é uma classificação posteriormente introduzida por Bayonove
et al., 1998, este desenvolve-se no decurso dos tratamentos submetidos à uva durante a
vindima, o transporte, o esmagamento e a prensagem, bem como num eventual
aquecimento ou maceração pelicular e/ou carbónica. Os efeitos mecânicos destes
tratamentos vão permitir que os sistemas enzimáticos presentes nos bagos entrem em
contato com os substratos de maneira a liberar moléculas odoríferas.
O estudo e identificação das moléculas responsáveis pelos aromas, seus precursores e
mecanismos, é uma ferramenta importante no aperfeiçoamento da produção de vinho e
pode melhorar o processo de vinificação no sentido de aperfeiçoar a extração de
componentes aromáticos ou sua liberação a partir de seus precursores.
4
2.2 Análises Químicas
Além da análise sensorial, que possui a limitação do Limite de Detecção humano,
podem ser empregadas análises químicas para o estudo das componentes do vinho. Dentre
elas pode-se citar a cromatografia em fase gasosa (GC) que pode ser realizada juntamente
à espectrometria de massa (GC-MS), à cromatografia em camada fina (TLC), à
cromatografia líquida de alta performance (HPLC), à espectroscopia de infra vermelho de
Fourier (FTIR) e à ressonância magnética nuclear (NMR), as quais permitiram a
identificação e quantificação de mais de 500 compostos em diferentes tipos de vinhos.
Muitos destes compostos ocorrem nos vinhos a concentrações residuais, compreendidas
entre 10-4 e 10-9 g/L, sendo que muito deles estão muito abaixo dos limiares de percepção
humana.
O vinho é composto principalmente por água, álcool, ácidos voláteis e fixos e
substâncias fenólicas. Também possui em sua composição aldeídos, ésteres, vitaminas,
aminoácidos, sais minerais e anidrido sulfuroso.
2.3 Aromas Varietais
Os aromas chamados varietais, têm sua origem na própria uva e se transmitem ao
vinho. É o caso dos vinhos da casta Moscatel, Sauvignon Blanc e Riesling. Estes aromas
são gerados por moléculas voláteis. As principais serão descritas a baixo, com ênfase nos
tióis voláteis.
2.3.1 Compostos Terpênicos
Existem cerca de 4.000 compostos terpênicos e estes são sintetizados por várias
espécies vegetais.
Os compostos terpênicos odoríferos são os monoterpenos, compostos por 10 átomos
de carbono e duas unidades de isopreno e os sesquiterpenos, com 15 átomos de carbono e
três unidades de isopreno.
Os monoterpenos ocorrem na forma de hidrocarbonetos (limonene, myrcene, etc.),
aldeídos (linalal, geranial, etc.), álcoois (linalol, geraniol, etc.), ácidos (linálico, gerânico, etc.)
e também ésteres (acetato de linalol, etc.).
Os álcoois terpenicos como o linalol, α-terpeniol, citronelol, nerol, geraniol e o ho-trienol,
são extremamente odoríferos e conferem bons perfis aromáticos aos vinhos. O limiar de
5
percepção olfativa destes álcoois varia de dezenas a centenas de microgramas por litro
(Quadro 1) e seu impacto olfativo é sinérgico, ou seja, há redução deste limiar para
concentrações abaixo do limite de seu composto mais odorífero.
Os aldeídos terpênicos são reduzidos a álcoois durante a fermentação. São bastante
odoríferos, porém mais agressivos que seus álcoois correspondentes (Oliveira 2000).
Existem também terpenos voláteis glicosilados. Estes estão ligados a açúcares como a
glucose, arabinose, raminose e apiose, o que os torna não odoríferos. As uvas contêm
enzimas β-glicosidases, porém, estas enzimas têm sua atividade ótima a um pH 5, assim
sua capacidade de libertar os terpenos glicosilados presentes no mosto é muito reduzida,
pois esta enzima tem sua atividade ótima a um pH 5 e os vinhos e mostos têm seu pH
variando entre 2,8 e 4,0.
Quadro 1: Características dos Principais Álcoois Monoterpênicos.
Álcool Monoterpênico Descrição Aromática Limiar de Detecção (µg/l)
Linalol Rosa 50
α-Terpeniol Lírio 400
Citronelol Citronela 18
Nerol Rosa 400
Geraniol Rosa 130
Ho-trienol Tília 110
2.3.2 Norisoprenóides em C13
Os norisoprenóides de C13 são formados através da degradação oxidativa dos
carotenoides, que são terpenos com 40 átomos de carbono (Enzel, 1985). Esta degradação
produz derivados com 9, 10, 11 ou 13 átomos de carbono, possuindo este último,
propriedades odoríferas interessantes.
Estes norisoprenóides estão divididos em duas formas: megastimanes (β-damascenona,
β-ionona, 3-oxo-α-ionol, hydroxi-β-damascona) e não-megastimanes (1,1,6-trimethyl-1,2-
dihydronaphtaleno ou TDN). O esqueleto megastigmano é caracterizado por um anel
ciclohexano substituído nos carbonos 1, 5 e 6, e uma cadeia alifática insaturada com 4
átomos de carbono ligados a C6. O esqueleto pode ser oxigenado no carbono 7 (série
damascenona) ou no carbono 9 (série ionona).
Contudo, os norisoprenóides em C13 estão presentes nas uvas em formas não
odoríferas, como carotenoides ou glicosidados, mas os precursores são susceptíveis de
6
sofrer hidrólise ácida e enzimática. As agliconas, na maioria compostos polihidroxilados não
odoríferos, podem depois sofrer rearranjos originando compostos com propriedades
olfactivas interessantes (Quadro 2).
Quadro 2: Características dos Norisoprenóides em C13.
Composto Descrição Aromática
β-damascenona Flores, Frutas Tropicais
β-ionona Violeta
3-oxo-α-ionol Tabaco
hydroxi- β-damascona Chá e Tabaco
TDN Querosene
2.3.3 Metoxipirazinas
As metoxipirazinas são compostos heterocíclicos nitrogenados produzidos através do
metabolismo dos aminoácidos. Foi identificada a pirazina 2-methoxy-3-isobutylpirazyna
(IBMP) nas uvas Cabernet Sauvignon por Bayonove et al. (1975) e relacionadas ao aroma
varietal de pimento verde à herbáceo, característico deste vinho tinto de Bordeaux.
Posteriormente as pirazinas 2-methoxy-3-isopropil, 2-methoxy-3-sec-butyl e 2-methoxy-
3-ethyl foram identificadas nas castas Sauvignon Blanc, Cabernet Franc, Merlot, Pinot Noir,
Gewürztraminer, Chardonnay, Riesling, etc.
Contudo, a concentração destes compostos esta acima do limiar de detecção (Quadro
3) somente nas castas e vinhos de Sauvignon Blanc, Cabernet Sauvignon e Cabernet
Franc, conferindo a estes vinhos aromas de pimento verde e, às vezes, herbáceos e não
tão atrativos.
Quadro 3: Características da Metoxipirazinas.
Pirazina Descrição Aromática Limiar de Detecção (ng/l)
2-methoxy-3-isobutyl Pimento Verde 2
2-methoxy-3-isopropil Pimento Verde, Terroso 2
2-methoxy-3-sec-butyl Pimento Verde 1
2-methoxy-3-ethyl Pimento Verde, Terroso 400
7
2.3.4 Compostos Voláteis de Enxofre
Tiol é um composto organossulfurado que contém um grupo -SH, designado por grupo
tiol, grupo mercaptano ou grupo sulfidrilo ou sufidrila, ligado a um átomo de carbono (–C–
SH ou R–SH, onde R representa um alcano, alceno, ou outro grupo de átomos contendo
carbono). Tióis são os análogos do enxofre de álcoois (ou seja, o enxofre toma o lugar do
oxigênio no grupo hidroxila de um álcool), e a palavra é uma amálgama de "tio" + "álcool,"
com a primeira palavra derivando do grego "thion" = "enxofre". Tióis são frequentemente
referidos como mercaptanos. O termo mercaptano é derivado do latim mercurium captans
(capturando mercúrio) porque o grupo tiolato liga-se muito fortemente com os compostos de
mercúrio.
2.3.4.1 Compostos de Enxofre Como Defeitos de Aroma
Os compostos de enxofre da família tiol (ou mercaptanos) são geralmente responsáveis
por defeitos olfativos. Muitos destes compostos conferem aromas desagradáveis aos
vinhos, como por exemplo, cheiro a ovos podres, couve, cebola e aroma a reduzido.
As condições que induzem a maior presença destes compostos de enxofre que
conferem defeitos aromáticos são as de redução intensa, presença de resíduos de
fitofármacos, fermentação alcoólica onde o mosto apresenta carência de azoto,
armazenagem das garrafas expostas à luz solar.
Os compostos de enxofre podem ser classificados em função de sua temperatura de
ebulição, fator que indica seu nível de volatilidade. Os compostos com temperatura de
ebulição menor que 90º C são altamente voláteis e denominados “leves”, os com
temperatura de ebulição maior que 90ºC, menos voláteis, são considerados “pesados”.
(Moreira 2009).
Muitos dos compostos de enxofre que conferem aromas desagradáveis, por exemplo, o
ácido sulfídrico, o metanetiol e o etanetiol, descritos como aroma a couve, alho, borracha
queimada e cebola, são compostos leves e bastante voláteis, assim, sua remoção é
facilitada, podendo-se recorrer a arejamento do vinho para a sua retirada da solução.
Já compostos como o sulfureto de dietil, disulfureto de dietilo e o disulfureto de dimetilo,
que dão origem a defeitos aromáticos como vegetais cozidos, cebola e borracha, são
considerados pesados e sua remoção é mais difícil devido ao seu maior ponto de ebulição e
também pela sua grande reatividade com cobre. Estes possuem o limite de percepção
olfativa a baixas concentrações (Mestres et al., 2000).
8
2.3.4.2 Compostos de Enxofre Varietais
No entanto, foi claramente estabelecida à relação dos tióis com aromas de certas frutas
e plantas aromáticas. Assim, tióis específicos estão envolvidos nas características
aromáticas de frutas como groselha (Rigaud et al., 1986), toranja (Demole et al., 1982),
maracujá (Engel e Tressel, 1991) e goiaba (Idstein e Schreier, 1985; Bassols e Demole,
1994). Dois mercaptanos, o etil-3-mercaptopropionato e etil-2-mercaptopropionato, foram
identificados como componentes no aroma de uvas Vitis labrusca (variedade Concord)
(Kolor, 1983; Winter et al., 1990).
Os tióis foram identificados em vinhos Sauvignon Blanc e relacionados com suas notas
aromáticas por Darriet et al. (1991). Estes vinhos são marcados com aromas
característicos, como vários herbáceos, frutado e nuances empireumáticos (termo que
descreve as notas aromáticas que advém da ação do fogo utilizado no interior das barricas
de carvalho, como por exemplo: tostados, café, chocolate, baunilha e caramelo). Suas notas
aromáticas são descritas como: pimenta verde, buxo, giesta, eucalipto, rebento de cassis,
ruibarbo, folhas de tomate, urtigas, uva, maracujá, pêssegos brancos, groselhas e caldo de
aspargos, bem como madeira de acácia e flores. Após alguns anos de envelhecimento em
garrafa, alguns vinhos vêm a desenvolver aromas de fumaça, carnes assadas, e até mesmo
trufas.
2.3.4.3 Principais Tióis Varietais
O 4-mercapto-4-metilpentan-2- ona (4MMP) (Darriet et al, 1993,. Darriet, 1993; Darriet et
al., 1995). Esta é uma mercaptopentanona extremamente odorífera, apresenta um odor
acentuado de buxo e vassoura. O limiar de percepção numa uma solução do modelo é de
0,8 ng/l. A 4MMP tem um inegável impacto organoléptico, sua concentração podem até
exceder 100 mg/l nos vinhos Sauvignon Blanc com forte caráter varietal (Bouchilloux et al.,
1996, Tominaga et al. (1998b)).
Figura 2: 4MMP
O 4-mercapto-4-metilpentan- 1-ol (4MMPOH), que tem cheiro de casca de frutas
cítricas, tem um papel organoléptico mais limitado. As concentrações no vinho raramente
estão acima do limiar de percepção (55 ng/l), mas esse valor pode ser alcançado em alguns
vinhos.
9
O acetato de 3-mercapto-hexilo (A3MH), apresenta odores que vão de buxo, raspas de
toranja até maracujá. O A3MH foi anteriormente identificado na fruta maracujá por outros
autores (Engel e Tressel, 1991). Seu limiar de percepção é 4 ng/l e em alguns vinhos
Sauvignon Blanc podem conter várias centenas de ng/l. As concentrações diminuem à
medida que o vinho envelhece e o 3-mercaptohexanol (3MH) é formado.
Figura 3: A3MH
O 3-mercaptohexan-1-ol (3MH) confere aroma a uva e maracujá, fruta onde também foi
identificado o composto. O limiar de percepção é da ordem de 60 ng/l. Está sempre
presente no Sauvignon Blanc (Quadro 4), em concentrações que variam de centenas ng/l, a
alguns µg/l.
Figura 4: 3MH
Quadro 4: Descritores Organolépticos e Limiares de Detecção dos Tióis Voláteis
Identificados nos Vinhos Sauvignon Blanc.
2.3.4.4 Localização dos Precursores dos Tióis Varietais nos Bagos de Uva
A diferença nas concentrações do 4MMP e do 3MH nos vinhos pode ser explicada pelo
conhecimento da localização dos seus precursores, os S-conjugados da cisteína, nos bagos
das uvas. A investigação de Peyrot des Gachons et al. (2002) demonstrou que o conteúdo
de S-4-(4-metil-2-pentanol) precursor de 4MMP é muito superior na polpa do que na
película, enquanto que a concentração de S-3-(3-hexan-1-ol) precursor de 3MH foi quase
dez vezes maior na película. Comparando-se a vinificação “bica aberta” com a vinificação
com maceração, observou-se que o contato da película só permitiu um ligeiro aumento na
Composto Descrição Aromática Limiar de
Detecção (ng/l)
4-mercapto-4-metilpentan-2- ona (4MMP) Buxo, Giesta 0.8
Acetato de 3-mercapto-hexilo (A3MH) Buxo, Maracujá 4
3-mercaptohexan-1-ol (3MH) Maracujá, Raspas de Toranja 60
4-mercapto-4-metilpentan- 1-ol (4MMPOH) Raspa de Citros 55
10
concentração do precursor de 4MMP, mas enriqueceu o mosto consideravelmente com
precursores de 3MH.
2.3.4.5 Presença de Tióis Varietais em Outras Castas
Estes tióis voláteis foram também identificados em vinhos brancos feitos a partir de
outras castas e contribuem aos seus aromas varietais (Tominaga et al., 2000).
Ferreira D. (2011), em sua investigação realizada no Instituto Superior de Agronomia,
Lisboa, Portugal, conclui, com alguma segurança, que há a presença dos tióis 4MMP e 3MH
nas castas portuguesas Antão Vaz, Arinto, Fernão Pires, Verdelho e Viosinho.
2.3.4.6 Formação dos Tióis Voláteis
Os tióis voláteis não estão presentes nas uvas. Sua libertação ocorre durante a
fermentação alcoólica a partir de precursores presentes nas uvas. A investigação de Peyrot
des Gachons et al. (2002) demonstra que a liberação dos tióis ocorre através da ação da
enzima β-liase, produzida pelas leveduras durante a fermentação, sobre os conjugados da
S-cisteína. Em sua investigação demonstra que o 4MMP é libertado do precursor S-4-(4-
metil-2-pentanona)-L-cisteína e o 3MH, a partir do S-3-hexanol-L-cisteína.
Dois conjugados não voláteis do 3MH foram identificados: S-3-(hexan-1-ol)-L-cisteína
(Cis-3MH) (Tominaga et al., 1998b) e S-3-(hexan-1-ol)-glutationa (GSH-3MH) (Peyrot des
Gachons et al., 2002).
Peyrot des Gachons et al. (2002) levanta a hipótese dos conjugados da S-glutationa
serem produzidos pelas uvas como forma de desintoxicação de tecidos da planta, que
ocorre através da inativação de compostos xenobióticos pela glutationa.
Os conjugados da S-cisteína são intermediários da quebra de ligações dos conjugados
da S-glutationa, através de uma degradação proteolítica (Subileau, 2008).
Maeva Subileau (2008) afirma em sua investigação que o Cis-3MH é efetivamente um
precursor do 3MH, porém, não seu principal, uma vez que de 3 a 7% da produção total de
3MH se originam deste precursor. Este autor levanta também a hipótese de o sulfeto de
hidrogênio (H2S) ser um doador de enxofre na formação dos tióis.
Além disso, uma via biogenética alternativa onde o (E)- hex-2-enal liberta 3MH foi
demonstrada (Schneider et al., 2006).
Subileau et al. (2008a) descobriu que a maioria dos 3MH e 3MHA livres detectados nos
vinhos não são derivados do (E)-hex-2-enal e do Cis-3MH.
11
Os mesmos autores descobriram que a deleção do gene OPT1 que codifica o principal
transportador de glutationa resultou em menor formação de 3MH, sugerindo que o GSH-
3MH pode ser o principal precursor de 3MH.
Em particular, enquanto a capacidade das leveduras para gerar 3MH a partir de GSH-
3MH foi recentemente demostrada (Grant-Preece et al., 2010; Roland et al., 2010), a
importância deste precursor para a formação do poderoso odorante 3MHA permanece por
ser estabelecida.
Uma comparação direta da capacidade dos dois precursores, isto é, o Cys-3MH e o
GSH-3MH, para liberar 3MH e A3MH foi realizada por Winter et al. (2011),onde houve a
confirmação que a conversão metabólica realizada pela levedura no GSH-3MH pode gerar
3MH, demonstrando também a formação de A3MH a partir do mesmo precursor.
Descobriram também que o processo de conversão do GSH-3MH é significativamente
menos eficaz do que o do Cis-3MH. No entanto, durante a fermentação do vinho, esta
relativa baixa eficiência de conversão do GSH-3MH pode ser compensada pela sua
abundância, uma vez que em alguns mostos avaliados foram até 35 vezes maiores que a
concentração de Cis-3MH (Capone et al., 2010).
Michael Harsch (2013) registra a primeira evidência experimental do H2S como um
precursor de tióis, em seu ensaio, a adição de 100mg/l de NaSH hidratado aumentou a
síntese de tiól total em 135 vezes, levando a uma quantidade sem precedentes de 3MH
(257 µg/l) e de 3MHA (35 µg/l). Vinhos Sauvignon Blanc com altos teores de tióis
apresentam concentrações de 3MH entre 7 e 18 µg/l e de A3MH de 0,6 a 2,5 µg/l. Afirma
também que os compostos insaturados de 6 carbonos, especificamente o (E)-Hexenal e o
(E)-Hexen-1-ol, exibem um grande potencial de formação de tióis no mosto de uvas, uma
vez que, em condições de vinificação em escala industrial, estes foram quase
completamente metabolizados pelas leveduras na 24 primeiras horas após a inoculação.
2.3.4.7 Influência das Práticas Vitícolas na Obtenção dos S-Conjugados da
Cisteína nas Uvas
Há influência do solo e clima, assim como das praticas vitícolas como porta-enxertos
utilizados, adubação e tratamentos fitossanitários na produção dos S conjugados da
cisteína nas uvas e consequentemente na concentração dos tióis nos vinhos (Shinkaruk et
al., 2008).
12
Tratamentos fitossanitários a base de cobre, como a pulverização da Calda Bordalesa,
podem diminuir a formação de tióis devido à reatividade do cobre com o enxofre
(Dubourdieu et al., 1996).
A adubação nitrogenada durante a fase de vingamento dos frutos aumenta o potencial
aromático das uvas e também a produção dos S-conjugados da cisteína (Chone et al.,
2006).
O stress hídrico moderado pode aumentar a acumulação dos precursores de tióis
(Peyrot des Gachons et al., 2002). Contudo, o stress hídrico severo é um fator limitante na
obtenção de uvas ricas em S-conjugados da cisteína e também negativo no rendimento e
perenidade das videiras.
2.3.4.8 Evolução dos Tióis Após a Vindima
Dimitra Capone (2012) investiga como variam as concentrações dos principais
precursores de tióis durante o armazenamento das uvas após vindima mecânica em escala
industrial. A concentração do precursor cisteína para 3MH dobrou em 8 horas e triplicou
após 30 horas de armazenamento após vindima mecânica, enquanto que os precursores de
GSH e cysteinylglycina aumentaram sua concentração em cerca de 1,5 vezes. Os níveis de
(E)-2-hexenal e GSH diminuiram como precursores de tióis, enquanto o GRP e os álcoois
C6 aumentaram durante o armazenamento. Este estudo fornece um panorama detalhado
das interações relacionadas com a formação dos precursores de tióis a uma escala
comercial e realça a capacidade de manipular as concentrações dos precursores antes do
esmagamento das uvas.
2.3.4.9 Efeito das Leveduras na Libertação dos Tióis
A estirpe da levedura influencia a concentração de tióis no mosto. A estirpe
Saccharomyces cerevisiae ssp. bayanus tem uma maior capacidade de libertar 4MMP a
partir de seus precursores que outras estirpes. A formação do A3MH ocorre através da
esterificação do 3MH pelas leveduras durante a fermentação alcoólica e também é
influenciada pela estirpe da levedura (Tominaga et al., 2006).
Dubourdieu (2000) selecionou fermentos comerciais em relação à libertação de tióis na
casta Sauvignon Blanc, encontrando diferenças significativas entre os resultados das
leveduras na libertação de 4MMP ou 3MH. Existem assim leveduras indicadas para priorizar
a libertação de um ou outro tiol.
13
Na Australia investigou-se o efeito da adição na S. cerevisiae do gene da E. coli,
responsável pela síntese da enzima triptofanase, a qual imprime maior eficiência na
atividade da β-liase, tendo como resultado um aumento de 25 vezes da libertação de 4MMP
e 3MH (King et al., 2008).
Michael Harsch (2013) estuda o efeito da deleção unitária de genes da Saccharomyces
cerevisiae na produção de tióis após a fermentação de uvas da casta Sauvignon Blanc. Dos
67 genes selecionados para o estudo, 17 mostraram-se relacionados com o metabolismo do
enxofre e do nitrogênio nas leveduras, alterando a produção de tióis ou o fornecimento de
substratos.
2.3.4.10 Influência da Vinificação na Libertação dos Tióis
O tipo de vinificação, no que tange a maceração e a temperatura de fermentação,
influencia a libertação dos tióis, assim como possibilita ao enólogo prever o perfil aromático
ao privilegiar a libertação do 4MMP ou do 3MH. Isso porque há uma maior proporção do
precursor do 3MH nas películas das uvas e do 4MMH na polpa (Peyrot des Gachons et al.,
2002). Desta maneira a maior ou menor maceração pode contribuir para notas aromáticas
mais tropicais oriundas do 3MH ou vegetais no caso de se privilegiar a concentração do
4MMH.
A utilização de enzimas pectolíticas também pode aumentar o perfil tropical do
Sauvignon Blanc, pelo aumento da disponibilidade do S-3-hexanol-L-cisteína e
consequentemente a libertação de 3MH. Porém não há prova de uma correlação direta
entre a extração de polifenóis e o S-conjugados da cisteína durante a maceração
enzimática (Howell et al., 2003).
As investigações supracitadas são de suma importância na geração de conhecimentos
no sentido de aumentar a capacidade do enólogo em prever a quantidade de tióis desejada
em sua vinificação, através do conhecimento do comportamento dos precursores dos tióis e
também das especificidades da levedura a ser utilizada, de maneira a condizerem com a
casta, às operações de vindima e o método de vinificação, para que se possam antever na
qualidade do vinho as características almejadas.
2.3.4.11 Influência do Envelhecimento nos Tióis Voláteis
O teor de 3MH vinhos tintos de Bordeaux diminui consideravelmente durante
envelhecimento, especialmente em barricas, caindo de vários µg/l no final da fermentação
alcoólica para 300-600 ng/l depois de 12 meses em barrica. As condições de oxidação
controlada durante o envelhecimento em barrica são, sem dúvida, responsáveis por esta
14
redução da concentração do 3MH, que é altamente oxidável e extremamente reativo com as
quinonas produzidas pela oxidação dos compostos fenólicos.
2.4 Terroir
As castas brancas utilizadas neste experimento estão plantadas na Vinha Nova do
Pavilhão, as tintas, na Vinha do Almotivo, ambas situam-se na Tapada da Ajuda, Lisboa,
Portugal, dentro do campus do Instituto Superior de Agronomia, plantadas com a orientação
Norte-Sul e com exposição Este.
O solo da Tapada da Ajuda enquadra-se na família dos barros castanho-avermelhados
de textura franco-argilosa. Caracterizam-se por possuir um perfil do tipo Ap(B)C. São solos
evoluídos, com apreciável percentagem de colóides minerais do grupo de montmorilonites,
o que lhes imprime características especiais, tais como elevadas plasticidade e rijeza,
estrutura anisoforme no horizonte A e prismática no B, com presença de superfícies polidas,
pronunciando fendilhamento nas épocas secas. O teor de matéria orgânica é baixo sendo a
meteorização dos minerais bastante intensa. A expansibilidade é elevada, assim como a
capacidade de campo. Têm uma alta capacidade utilizável nos primeiros 50 cm; a
porosidade da terra fina é apreciável e a permeabilidade do solo moderada a rápida.
(Azevedo, 2002).
Segundo a caracterização de Thornthwaite, o clima da Tapada da Ajuda é mesotérmico,
com nula ou pequena eficácia térmica no Verão, sub- húmido e seco, com excesso
moderado de água no Inverno e défice moderado no Verão (Reis e Gonçalves,1981).
De acordo com as Normais Climáticas da Tapada da Ajuda de 1971/2000 os valores
médios de temperatura anual foram de 16,4ºC com um valor médio de mínima de 11,8ºC
registados no Inverno e um valor médio de máximas de 21ºC obtidos nos meses de Verão.
Com base nos valores apresentados, pode-se afirmar que de acordo com a
classificação climática de Köppen a Tapada da Ajuda enquadra-se como clima temperado
com verão seco e pouco quente. Em que a proximidade às grandes massas de água, como
o rio Tejo e o Oceano Atlântico, assim como o facto de a encosta se encontrar virada para
estas, leva a que as tradicionais características climáticas sejam suavizadas.
15
2.5 Castas
2.5.1 Alvarinho
A casta Alvarinho é uma das mais notáveis castas brancas portuguesas. É uma casta
muito antiga e de baixa produção que é, sobretudo, plantada na zona de Monção e Melgaço
(região dos Vinhos Verdes). Pode adquirir duas formas distintas: cacho pequeno, pouco
compacto e bagos pequenos e dourados ou cacho médio e de bagos maiores que
permanecem esverdeados quando maduros. Esta casta é responsável pelo sucesso dos
primeiros vinhos portugueses "monovarietais" (uma só casta), pois em Portugal os vinhos
de lote (mistura de várias castas) são mais comuns. A casta Alvarinho produz vinhos
bastante aromáticos e que atingem graduações alcoólicas elevadas conservando uma
acidez muito equilibrada.
Sua superfície vitícola atual são 1.800 ha e sua utilização a nível nacional é 1,35%.
2.5.2 Arinto
16
A Arinto é uma casta muito versátil, por isso é cultivada em quase todas as regiões
vinícolas. Na região dos Vinhos Verdes é conhecida por Pedernã. Contudo, é na região de
Bucelas que esta casta ganha notoriedade, sendo considerada a casta "rainha" da região.
O cacho da casta Arinto é grande, compacto e composto por bagos pequenos ou
médios de cor amarelada. Esta casta é frequentemente utilizada na produção de vinhos de
lote (mais do que uma casta) e também de vinho espumante. Na região de Bucelas, produz
vinhos monovarietais (uma só casta) de elevada acidez, cor citrina e marcadamente florais
e frutados (quando jovens).
Superfície vitícola atual: 5.900 ha, utilização a nível nacional: 1,6%
2.5.3 Encruzado
O cultivo da casta Encruzado é praticamente exclusivo da zona do Dão, sendo
provavelmente a melhor casta branca plantada na região. É utilizada na produção da
maioria dos vinhos brancos através de vinhos de lote ou de vinhos monovarietais. A casta
Encruzado tem uma boa produção e é bastante equilibrada em açúcar e acidez. Por outro
lado, é muito sensível à podridão e a condições climatéricas desfavoráveis (chuva e vento).
Os vinhos compostos por esta casta são muito aromáticos e de sabor acentuado.
Apresentam uma longevidade fora do comum, uma vez que podem conservar-se em garrafa
durante muitos anos.
Superfície vitícola atual: 300 ha, utilização a nível nacional: menor que 0,1%.
17
2.5.4 Sauvignon Blanc
De película verde, a uva Sauvignon é originária da região de Bordeaux, em França. É
hoje plantada em muitas das regiões vinícolas mundiais, produzindo vinhos monovarietais
com notas tropicais e boa acidez. Esta casta é também muito utilizada em vinhos de
sobremesa como os Sauternes. Dependendo do clima, o sabor pode variar de um vegetal
agressivo a um tropical adocicado. Juntamente com os vinhos da casta Riesling, os vinhos
monovarietais Sauvignon Blanc foram dos primeiros vinhos serem engarrafados com o tipo
de vedação "screwcap" em quantidades comerciais, especialmente pelos produtores da
Nova Zelândia e também em Bordéus.
2.5.5 Viosinho
A casta Viosinho é apenas cultivada nas regiões do Douro e de Trás-os-Montes, onde já
é utilizada desde o século XIX. É uma casta de boa qualidade e indicada para a produção
de vinho tranquilo e de vinho do Porto, todavia apresenta baixo rendimento e por isso é
pouco cultivada. A Viosinho apresenta cachos e bagos pequenos de maturação precoce e
bastante sensíveis à podridão. Esta casta desenvolve-se melhor em solos pouco secos. A
casta produz vinhos bem estruturados, frescos e de aromas florais complexos.
Normalmente são também alcoólicos e capazes de permanecer em garrafa durante alguns
anos.
18
Superfície vitícola atual 100 ha, utilização a nível nacional abaixo de 0,2%, mas com
tendência crescente.
2.5.6 Touriga Nacional
A casta Touriga Nacional tem origem no norte de Portugal e é cultivada em todas as
regiões do país. Casta de máximo valor enológico (casta piloto), indicada para a produção
de vinho de qualidade, vinho do porto, espumante e vinho rosado. Seus tintos têm aromas a
frutos silvestres, vermelho-escuros e maduros, com alguns tons florais de predominância a
violeta, boa adstringência e aptidão a evoluir em garrafa. Superfície vitícola atual estimada
em 6.700 ha, utilização a nível nacional em 10,35%.
2.5.7 Syrah
A casta Syrah tem origem na França, produz vinhos muito corados, de um vermelho
intenso com nuances violetas durante a juventude. A intensidade corante é sempre muito
persistente. O potencial aromático é muito complexo, com compostos florais, frutados,
especiarias e animais. Origina vinhos muito ricos em taninos. Sua riqueza em taninos,
pujança e a amplitude os tornam vinhos de guarda.
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Fabrico dos Vinhos
Neste ensaio de vinificação para o teste da enzima Endozym Thiol®, foram utilizadas as
castas de uvas brancas Alvarinho, Arinto, Encruzado e Viosinho e as castas de uvas tintas
Syrah e Touriga Nacional, vinificadas separadamente.
A enzima Endozym Thiol® é uma preparação pectolítica líquida produzida pela AEB
Group, com atividades secundárias específicas, que favorecem a hidrólise dos precursores
aromáticos tiolíticos da uva como o 4MMP, A3MH, 3MH e 4MMPOH.
Foram utilizados também os suplementos energéticos Fermoplus Energy® e Enovit®,
ambas da AEB Group.
A utilização do Fermoplus Energy® fornece diretamente aminoácidos e vitaminas
fazendo com que as leveduras não necessitem sintetizá-los e economizando, desta forma, a
energia que será necessária para a sua multiplicação desde o início da sua reativação,
acelerando sua multiplicação e favorecendo o seu predomínio sobre as estirpes indígenas.
O uso do nutriente Enovit® visa controlar as fermentações e as refermentações de
mostos e vinhos, estimulando a ativação e a multiplicação das leveduras. Isto permite obter
uma concentração adequada em azoto amoniacal cedendo vitaminas e micro elementos
que suportam a atividade metabólica da microflora levuriforme, não só no caso de carências
nutritivas, como se verificam habitualmente no início dos processos fermentativos, mas
também devido às características das castas, uvas sobre maduras ou botritizadas ou ainda
mostos clarificados. Com a aplicação de Enovit® evita-se a formação de H2S e as leveduras
são auxiliadas no seu correto metabolismo sem desvios, sem degradar as proteínas dos
mostos para obter o azoto assimilável necessário para o seu crescimento e multiplicação.
Assim obtêm-se vinhos, potencialmente muito menos oxidáveis, com uma concentração
indicada de ácidos cetónicos e, consequentemente, com uma diminuição da necessidade
de SO2. As quantidades de Azoto Prontamente Assimilável (APA) cedidas por Enovit®
estimulam a produção de compostos voláteis aromáticos e o fornecimento de tiamina
inibindo a produção de álcoois superiores que confere rusticidade sensorial. Na
fermentação dos bagaços virgens ou semi-fermentados, este coadjuvante permite a total
transformação dos açúcares em álcool e gás carbônico.
20
3.1.1 Vinhos Brancos
No caso das castas brancas houve a vindima seguida de prensagem sem desengaço e
adição de metabissulfito de potássio (K2S2O5) na dosagem de 100 mg/kg de uva, que
equivalem à 50 mg de SO2 por quilo de uva. Na prensagem utilizou-se uma esmagadora de
rolos e o mosto resultante foi armazenado em uma cuba de inox de 50 litros, onde foi
adicionada a enzima de clarificação Endozym Muscat® na proporção de 2g/100 litros de
mosto, dissolvida em água destilada.
Inoculou-se a levedura Fermol Charmat®, enzima considerada neutra na liberação de
compostos voláteis, utilizando 20g/100 litros de mosto e na preparação do inoculo
adicionou-se o nutriente FERMOPLUS Energy®, na proporção de 25% do peso da levedura.
Também se utilizou 25g/hl do nutriente ENOVIT® á entrada do mosto e também à
densidade de 1030.
Após 24 horas na cuba de inox, onde ocorreu a decantação do mosto, recolheu-se 17
litros de mosto, acondicionando-o em garrafões de 20 litros, onde ocorreu a fermentação
alcóolica. Dois garrafões para cada casta, servindo um como testemunha e o outro
recebendo a enzima.
A aplicação da enzima Endozym Thiol® ocorreu no segundo dia a partir do começo da
fermentação alcóolica na concentração de 4 ml/100 litros de mosto. Não foi aplicada nos
garrafões Testemunha.
Acompanhou-se a fermentação alcóolica através da medição diária da temperatura e
densidade do mosto.
Ao fim da fermentação alcóolica, corrigiu-se a concentração de SO2 no mosto com o
produto Aromax®, utilizando-se 20g/100 litros de mosto, o que equivale a 54 mg de SO2 por
litro de mosto.
3.1.2 Vinhos Tintos
Na vinificação dos tintos houve a vindima seguida de desengaço, adição de
metabissulfito de potássio (K2S2O5) na dosagem de 100 mg/kg de uva, que equivalem à 50
mg de SO2 por quilo de uva. Foram alocados os mostos em cubas de inox de 50 litros.
Inoculou-se a levedura Fermol Charmat®, enzima considerada neutra na liberação de
compostos voláteis, utilizando 20g/100 litros de mosto e na preparação do inoculo
21
adicionou-se o nutriente FERMOPLUS Energy®, na proporção de 25% do peso da levedura.
Também se utilizou 25g/hl do nutriente ENOVIT® á entrada do mosto e também à
densidade de 1030.
O mosto permaneceu na cuba de inox, com contato pelicular para haver a maceração,
por 15 dias. Duas vezes por dia houve a remontagem utilizando-se o “macaco”, instrumento
com o qual se afunda a massa de películas no mosto.
A aplicação da enzima Endozym Thiol® ocorreu no segundo dia a partir do começo da
fermentação alcóolica na concentração de 4 ml/100 quilos de uvas. Não foi aplicada cubas
de inox Testemunha.
Acompanhou-se a fermentação alcóolica através da medição diária da temperatura e
densidade do mosto. Passados 15 dias, a fermentação tumultuosa havia terminado e
transferiu-se o mosto das cubas de inox para garrafões de 20 litros, onde decorreu a
fermentação malolática.
Ao fim da fermentação malolática, corrigiu-se a concentração de SO2 no mosto com o
produto Aromax®, utilizando-se 20g/100 litros de mosto, o que equivale a 54 mg de SO2 por
litro de mosto.
3.2 Duração da Fermentação Alcoólica
Viosinho: Começo em 21 de agosto de 2012 e fim em 30 de agosto de 2012. Duração
de 10 dias para o ensaio e a testemunha.
Arinto: Começo em 7 de setembro de 2012 e fim em 17 de setembro de 2012. Duração
de 10 dias para o ensaio e a testemunha.
Alvarinho: Começo em 22 de agosto de 2012 e fim em 3 de setembro de 2012. Duração
de 13 dias para o ensaio e a testemunha.
Encruzado: Começo em 6 de setembro de 2012 e fim em 24 de setembro de 2012.
Duração de 18 dias para o ensaio e a testemunha.
Syrah: Começo em 10 de setembro de 2012 e fim em 21 de setembro de 2012. Duração
de 11 dias para o ensaio e a testemunha.
Touriga Nacional: Começo em 10 de setembro de 2012 e fim em 1 de outubro de 2012.
Duração de 21 dias para o ensaio e a testemunha.
22
As densidades iniciais e finais, assim como a temperatura de fermentação, estão
listadas no Quadro 5.
Quadro 5: Densidade e Temperatura Inicial e Final do Mosto na Fermentação.
Castas Densidade (g/l a 20°C) Temperatura (°C)
Inicial Final Inicial Final
Viosinho Testemunha 1099 992 24 24
Viosinho Enzimado 1099 992 24 24
Arinto Testemunha 1103 993 25 25
Arinto Enzimado 1103 993 25 25
Alvarinho Testemunha 1101 992 24 24
Alvarinho Enzimado 1101 992 24 24
Encruzado Testemunha 1104 992 25 25
Encruzado Enzimado 1104 992 25 25
Syrah Testemunha 1107 993 26 25
Syrah Enzimado 1107 994 26 25
Touriga Testemunha 1111 996 26 24
Touriga Enzimado 1111 996 26 24
3.3 Análise Sensorial dos Vinhos
A prova sensorial dos vinhos foi realizada na sala de provas do Instituto Superior de
Agronomia por um painel composto por 8 provadores treinados.
Os vinhos foram servidos de forma aleatória e identificados por códigos inscritos nas
taças.
Foram disponibilizadas fichas de provas aos provadores, uma para os vinhos brancos e
outra para os tintos. As fichas de prova foram divididas nos tópicos Cor, Aroma e Gosto.
Cada tópico dividido em sub-tópicos de interesse a este estudo, destacando-se em
importância a este trabalho o sub-tópico “Notas Tropicais” dentro do Aroma, onde se
agrupou os aromas Maracujá, Toranja e Xixi de gato, típicos da casta Sauvignon Blanc e
oriundo dos tióis voláteis (Quadros 6 e 7).
As notas de foram dadas em uma escala de 1 a 5, onde o 1 significa inexistente; 2,
pouco intenso; 3, medianamente intenso; 4, intenso e 5, muito intenso. Para as notas
Equilíbrio Aromático, Equilíbrio Gustativo e Apreciação Global 1 significa medíocre; 2,
satisfatório; 3, bom; 4, muito bom e 5, excelente.
23
Quadro 6: Ficha de Prova dos Vinhos Brancos
Instituto Superior
de Agronomia
Ficha de Prova de
Vinhos Brancos
Nome:
Data: 10/06/2013 Prove os vinhos em ordem aleatória e classifique os diferentes atributos utilizando as seguintes escalas:
Para Cor, Aroma e Gosto: 1. Inexistente 2. Pouco Intenso(a) 3. Medianamente Intenso(a) 4. Intenso(a) 5. Muito Intenso(a)
Para Equilíbrio (Aroma e Gosto) e Apreciação Global: 1. Medíocre 2. Satisfatório 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente
Vinhos / Códigos
121 360 145 476 810 160 190 730
Côr
Limpidez
Amarelo
Verde
Aroma
Frutado
Floral
Notas Tropicais*
Vegetal
Equilíbrio
Gosto
Corpo
Amargo
Acidez
Persistência
Equilíbrio
Apreciação Global
*Notas Tropicais: Leia-se, Maracujá, Toranja, Xixi de Gato. Observações:
24
Quadro 7: Ficha de Prova dos Vinhos Tintos
Instituto Superior
de Agronomia
Ficha de Prova de
Vinhos Tintos
Nome:
Data: 10/06/2013 Prove os vinhosem ordem aleatória e classifique os diferentes atributos utilizando as seguintes escalas:
Para Cor, Aroma e Gosto: 1. Inexistente 2. Pouco Intenso(a) 3. Medianamente Intenso(a) 4. Intenso(a) 5. Muito Intenso(a)
Para Equilíbrio (Aroma e Gosto) e Apreciação Global: 1. Medíocre 2. Satisfatório 3. Bom 4. Muito Bom 5. Excelente
Vinhos / Códigos
273 220 171 589
Côr
Limpidez
Vermelho
Violeta
Aroma
Frutado
Floral
Notas Tropicais
Vegetal
Equilíbrio
Gosto
Corpo
Amargo
Adstringência
Acidez
Persistência
Equilíbrio
Apreciação Global
*Notas Tropicais: Leia-se, Maracujá, Toranja, Xixi de Gato.
Observações:
25
3.3.1 Tratamento Estatístico da Análise Sensorial
Os dados da análise sensorial foram tratados estatisticamente utilizando-se o programa
Excel 2010 com uma macro disponibilizada pela Universidade Federal de São Carlos,
Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia
Rural. Esta macro realizou a análise de variância (ANOVA) com o teste de separação de
Tukey a 5% de significância.
3.4 Análise da Concentração dos Tióis nos Vinhos
Para a determinação das concentrações dos tióis nos vinhos estudados realizou-se a
Análise com Cromatografia em Fase Gasosa Acoplada à Espectrometria de Massa (GC-
MS), utilizando-se o método descrito por Mateo-Vivaracho et al. (2008).
Estas análises foram realizadas pelo Laboratorio de Analisis del Aroma y Enologia
(LAAE), situado em Zaragoza, Espanha.
A Cromatografia Gasosa (CG) é uma técnica para separação e análise de misturas de
substâncias voláteis. A amostra é vaporizada e introduzida em um fluxo de um gás
adequado denominado de fase móvel (FM) ou gás de arraste – específico para cada
detector. Este fluxo de gás com a amostra vaporizada passa por um tubo contendo a fase
estacionária FE (coluna cromatográfica), onde ocorre a separação da mistura.
Em um sistema cromatografia gasosa acoplada ao espectro de massas (GC-MS) as
amostras provenientes do cromatógrafo a gás, no estado gasoso, são bombardeadas por
elétrons e são quebradas gerando íons positivos, negativos e radicais e a partir da diferença
entre massa/carga dos íons gerados irá separá-los.
Simplificadamente, o espectro de massa funciona da seguinte maneira: Um feixe de
elétrons de alta energia bombardeia a amostra, em fase gasosa, e o aparelho detecta e
registra os fragmentos gerados pelo impacto dos elétrons. A partir do valor da massa
molecular de cada um dos fragmentos, monta-se a molécula, como um “quebra-cabeça”. Os
fragmentos gerados podem ser íons, radicais ou moléculas neutras.
Num gráfico de espectro de massa aparecem picos de intensidades variáveis, cada pico
correspondendo a íons com uma razão massa/carga (m/z). A intensidade do pico sugere a
abundância relativa de cada íon molecular. Frequentemente aparecem no gráfico vários
picos, de intensidade muito baixa. A grande maioria deles não deve ser considerada na
análise do espectro, pois correspondem a fragmentos de difícil identificação. Consideram-se
picos de intensidade relativamente alta. O pico de maior massa molecular frequentemente
26
corresponde à própria molécula, porém, sem um elétron - esse pico é chamado pico base. A
intensidade do pico depende da estabilidade do íon molecular. São mais estáveis aqueles
íons que apresentarem um sistema de ressonância em sua estrutura.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise Sumária dos Vinhos
As primeiras análises laboratoriais realizadas nos vinhos foram feitas ao fim da
fermentação alcóolica para se conhecer a concentração de sulfuroso livre, sulfuroso total
acidez total, acidez volátil, pH, concentração de açúcares, e porcentagem de álcool em
volume. Através dessas análises se pode corrigir a concentração de anidrido sulfuroso livre
no vinho, neste caso foi corrigido para uma concentração de 30 mg por litro de vinho nos
tintos e 35 mg/l nos vinhos brancos. Também se certificar que a concentração de sulfuroso
total esta dentro dos limites legais.
A concentração de SO2 Total tem o limite de 150 mg/l nos vinhos tintos e 200 mg/l nos
vinhos brancos.
O pH deve variar entre 2,8 a 4,0.
A acidez total deve ser maior que 3,5 g/l expresso em ácido tartártico.
A acidez volátil tem o limite técnico estipulado em g/l expresso em ácido acético e seu
limite legal foi determinado em 1,2 g/l expresso em ácido acético.
A intensidade da cor, medida em unidade de absorvância a 420 nm (ua), deve variar
entre 5 a 24 ua nos vinhos tintos e serem menores ou iguais a 0,1 ua nos brancos.
O limite técnico da concentração dos açúcares redutores é igual ou menor a 2 g/l.
O teor alcóolico deve variar entre 9 a 15 % em volume.
27
Quadro 8: Análise Físico-química dos Vinhos.
Análises Realizadas ao Fim da Fermentação
SO2 Livre
(mg/l)
SO2 Total (mg/l)
Acidez Total
(g/l em ác. tartárico)
Acidez Volátil
(g/l em ác. acético)
pH Açúcares
(g/l) Álcool
(% em vol.)
Viosinho Testemunha
10 44 6,8 0,25 3,21 0,82 14,3
Viosinho Enzimado
10 44 6,9 0,18 3,21 1,6 14,3
Arinto Testemunha
22 86 8,2 0,21 3,02 2,0 14.2
Arinto Enzimado
19 74 8,2 0,21 3,01 2,3 14.2
Alvarinho Testemunha
20 61 8,6 0,44 3,03 1,6 14,5
Alvarinho Enzimado
20 58 9,0 0,36 3,04 2,0 14,5
Encruzado Testemunha
10 35 6,2 0,48 3,20 2,9 15,2
Encruzado Enzimado
16 45 6,2 0,47 3,20 3,6 15,2
Syrah Testemunha
19 64 6,3 0,43 3,26 1,0 14,2
Syrah Enzimado
16 51 6,8 0,40 3,23 1,4 14,7
Touriga Testemunha
16 57 5,2 0,69 3,82 1,9 16,3
Touriga Enzimado
13 45 5,2 0,67 3,82 2,0 16,0
Todos os vinhos deste ensaio estão dentro dos parâmetros legais e técnicos segundo a
OIV (Quadros 8, 9 e 10).
Quadro 9: Antocianas e Fenóis Totais dos Vinhos Tintos.
Castas Antocianas Totais (mg/l) Fenóis Totais (IPT)
Syrah Testemunha 504,6 49,0
Syrah Enzimado 482,3 53,7
Touriga Testemunha 439,2 65,0
Touriga Enzimado 433,9 70,0
28
Quadro 10: Intensidade de Cor dos Vinhos tintos Método Rápido OIV.
Castas Intensidade de Cor (ua)
Viosinho Testemunha 0,101
Viosinho Enzimado 0,104
Arinto Testemunha 0,182
Arinto Enzimado 0,188
Alvarinho Testemunha 0,160
Alvarinho Enzimado 0,169
Encruzado Testemunha 0,094
Encruzado Enzimado 0,097
Syrah Testemunha 10,9
Syrah Enzimado 13,2
Touriga Testemunha 14,7
Touriga Enzimado 15,5
4.2 Concentração dos Tióis Voláteis
Analisando-se as concentrações de tióis dos vinhos (Quadro 11), pode se notar que na
maioria das castas houve um aumento na concentração dos tióis nos vinhos enzimados em
relação a sua testemunha, exceto no Viosinho, onde o 3MH diminuiu sua concentração, no
Alvarinho o 4MMP e o A3MH diminuíram sua concentração.
Em todos os outros casos houve um aumento na concentração destes 3 tióis estudados,
com destaque para o 3MH na Touriga Nacional, que aumentou sua concentração de 293
ng/l para 410 ng/l.
Nota-se, por tanto, que o uso da β-liase nestas microvinificações tende a aumentar as
concentrações globais de tióis nos vinhos.
Contudo, comparando-se as concentrações dos tióis dos vinhos deste ensaio com as de
vinhos Sauvignon Blanc da região de Bordéus, nota-se que as concentrações do 4MMP e
do A3MH são semelhantes entre o Sauvignon Blanc e as castas estudadas (Quadro 12),
porém, as concentrações do 3MH, composto que confere aroma a maracujá e raspas de
toranja, são bem mais baixas nas castas portuguesas investigadas que no Sauvignon
Blanc.
29
Quadro 11: Concentração dos Principais Tióis nos Vinhos Brancos e Tintos Com e Sem
Aplicação da Enzima Endozym Thiol®.
Castas 4MMP (ng/l)
A3MH (ng/l)
3MH (ng/l)
Viosinho Testemunha 18,88 6,87 21,38
Viosinho Enzimado 20,99 12,24 15,96
Arinto Testemunha 23,88 6,68 55,34
Arinto Enzimado 33,62 11,32 84,22
Alvarinho Testemunha 39,99 7,30 32,14
Alvarinho Enzimado 35,17 6,97 33,66
Encruzado Testemunha 10,73 8,25 15,76
Encruzado Enzimado 10,75 6,70 35,27
Syrah Testemunha 7,94 5,25 52,67
Syrah Enzimado 18,28 6,92 68,67
Touriga Testemunha 6,50 < LD 292,64
Touriga Enzimado 13,18 3,51 409,58
Realização das Análises: LAAE- Laboratorio de Analisis del Aroma y Enologia.
Quadro 12: Ensaio relacionando a concentração de tióis voláteis em vinhos Sauvignon
Blanc da mesma propriedade de Bordéus e a presença ou ausencia de tipicidade aromática
de cada safra (Tominaga et al., 1998b).
Safra 4MMP (ng/l) A3MH (ng/l) 3MH (ng/l)
1992 7 0 871
1993* 45 0 1178
1994 10 0,4 600
1995* 44 2,8 1686
* Vinhos Sauvignon Blanc de Bordéus que apresentaram tipicidade aromática.
4.3 Análise Sensorial dos Vinhos
Para a avaliação dos resultados do Painel da análise sensorial dos vinhos realizou-se o
Teste de Tukey a 5% de variância nos seguintes parâmetros: Notas Tropicais, na qual se
incluem os aromas a toranja, maracujá e também xixi de gato (aromas associados aos tióis
voláteis); Equilíbrio Aromático e Equilíbrio Gustativo, relacionados à harmonia de gosto e
aroma dos vinhos e a Apreciação Global do vinho, onde se avaliou a qualidade global do
30
vinho. Esta análise foi realizada comparando-se, dentro da mesma casta, os vinhos que
receberam a enzima com as testemunhas, que foram vinificados sem a adição da enzima.
Em nenhum destes parâmetros houve diferença significativa dentro da mesma casta
entre os vinhos enzimados e os vinhos testemunha (Quadro 13).
Ao avaliar comparativamente as médias de todas as castas no parâmetro Notas
Tropicais, notam-se também resultados muito semelhantes.
Esta semelhança pode ser explicada pelo fato destas castas, a pesar de conterem tióis
voláteis em sua composição, não apresentarem naturalmente o caráter tropical como é
típico dos vinhos feitos da casta Sauvignon Blanc e esta casta não estar elencada nas
comparações realizadas.
Quadro 13: Análise da Variância dos Resultados da Análise Sensorial dos Vinhos.
5 CONCLUSÃO
Deste ensaio pode-se concluir que há tióis voláteis nos vinhos produzidos com as
castas estudadas, com destaque para a casta Touriga Nacional que apresentou a maior
concentração do tiol 3MH em comparação com as outras castas.
Teste De Tukey a 5% Notas Tropicais
Equilíbrio Aromático
Equilíbrio Gustativo
Apreciação Global
Viosinho Testemunha 2,38 a 2,75 a 2,75 a 2,75 a
Viosinho Enzimado 2,25 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a
Arinto Testemunha 2,38 a 2,13 a 2,50 a 2,25 a
Arinto Enzimado 2,25 a 2,25 a 2,38 a 2,50 a
Alvarinho Testemunha 2,63 a 2,75 a 2,88 a 2,88 a
Alvarinho Enzimado 2,50 a 2,88 a 2,63 a 2,75 a
Encruzado Testemunha 2,50 a 3,38 a 2,88 a 3,00 a
Encruzado Enzimado 2,50 a 3,13 a 3,00 a 2,88 a
Syrah Testemunha 2,75 a 3,13 a 3,25 a 3,25 a
Syrah Enzimado 2,50 a 3,00 a 3,13 a 3,13 a
Touriga Testemunha 2,13 a 3,13 a 3,25 a 3,13 a
Touriga Enzimado 2,50 a 2,88 a 3,13 a 3,00 a
31
Em relação ao uso da enzima β-liase, conclui-se que há uma tendência no aumento
global da concentração dos tióis nos vinhos devido da facilitação da libertação dos tióis a
partir de seus precursores.
No perfil aromático dos vinhos nota-se uma homogeneidade no perfil tropical e tiolado
entre eles, ou seja, não houve mudança significativa do perfil aromático entre o vinho com
adição da enzima e o testemunha. Isto se deve também as relações de antagonismos e
sinergias com os outros compostos voláteis dos vinhos, também pela hipótese da haver
uma concentração menor dos precursores dos tióis voláteis nas castas estudadas se
comparadas à casta Sauvignon Blanc.
Desta forma conclui-se que este aumento da concentração dos tióis supracitado não foi
suficiente para aumentar o caráter tropical e tiolado no aroma dos vinhos vinificados com a
adição da enzima β-liase. Ou também que este resultado pode ser decorrente do fato de os
vinhos vinificados com a adição da enzima terem atingido concentrações do composto 3MH
inferiores à dos típicos Sauvignon Blanc da região de Bordéus. Fatos que não se
relacionam com a efetividade da enzima β-liase na libertação dos tióis, sim com a
concentração dos precursores dos tióis nas uvas utilizadas neste ensaio.
32
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36
ANEXO 1
Códigos dos Vinhos na Análise sensorial.
Castas Código
Viosinho Testemunha 121
Viosinho Enzimado 360
Arinto Testemunha 145
Arinto Enzimado 476
Alvarinho Testemunha 810
Alvarinho Enzimado 160
Encruzado Testemunha 190
Encruzado Enzimado 730
Syrah Testemunha 273
Syrah Enzimado 220
Touriga Testemunha 171
Touriga Enzimado 589
37
ANEXO 2
Quadros da Análise de Variância (ANOVA) com separação de Tukey a 5% de Significância: Anexo 4.1: Quadro do Viosinho.
Análise de variância Notas Tropicais Equilibrio Aroma Equilibrio Gosto Apreciação
Global
GL resíduo 14
14
14
14
F tratamentos 0,08
1,00
0,00
0,00
Média geral 2,31
2,88
2,75
2,63
Desvio-padrão 0,90
0,50
0,60
0,52
DMS (5%) 0,97
0,54
0,64
0,55
CV (%) 38,98 17,39 21,73 19,72
Teste de Tukey a 5%:
Viosinho Testemunha 2,38 a 2,75 a 2,75 a 2,75 a
Viosinho Enzimado 2,25 a 3,00 a 3,00 a 3,00 a
GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação.
Anexo 4.2: Quadro do Arinto.
Análise de variância Notas Tropicais Equilibrio Aroma Equilibrio Gosto Apreciação
Global
GL resíduo 14
14
14
14
F tratamentos 0,05
0,06
0,11
0,26
Média geral 2,31
2,19
2,44
2,38
Desvio-padrão 1,18
1,01
0,75
0,98
DMS (5%) 1,26
1,09
0,80
1,05
CV (%) 50,87 46,32 30,77 41,35
Teste de Tukey a 5%:
Arinto Testemunha 2,38 a 2,13 a 2,50 a 2,25 a
Arinto Enzimado 2,25 a 2,25 a 2,38 a 2,50 a
GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação.
Anexo 4.3: Quadro do Alvarinho.
Análise de variância Notas Tropicais Equilibrio Aroma Equilibrio Gosto Apreciação
Global
GL resíduo 14
14
14
14
F tratamentos 0,04
0,05
0,40
0,04
Média geral 2,56
2,81
2,75
2,81
Desvio-padrão 1,25
1,08
0,79
1,21
DMS (5%) 1,34
1,16
0,85
1,29
CV (%) 48,78 38,45 28,75 42,89
Teste de Tukey a 5%:
Avarinho Testemunha 2,63 a 2,75 a 2,88 a 2,88 a
Alvarinho Enzimado 2,50 a 2,88 a 2,63 a 2,75 a
GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação.
38
Anexo 4.4: Quadro do Encruzado.
Análise de variância Notas Tropicais Equilibrio Aroma Equilibrio Gosto Apreciação
Global
GL resíduo 14
14
14
14
F tratamentos 0,00
0,74
0,30
0,18
Média geral 2,50
3,25
2,94
2,94
Desvio-padrão 1,00
0,58
0,45
0,59
DMS (5%) 1,07
0,62
0,49
0,63
CV (%) 40,00 17,92 15,43 20,09
Teste de Tukey a 5%:
Encruzado
Testemunha 2,50 a 3,38 a 2,88 a 3,00 a
Encruzado Enzimado 2,50 a 3,13 a 3,00 a 2,88 a
GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação.
Anexo 4.5: Quadro da Syrah.
Análise de variância Notas Tropicais Equilibrio Aroma Equilibrio Gosto Apreciação
Global
GL resíduo 14
14
14
14
F tratamentos 0,18
0,18
0,37
0,00
Média geral 2,63
3,06
3,19
3,00
Desvio-padrão 1,18
0,59
0,41
0,65
DMS (5%) 1,27
0,63
0,44
0,70
CV (%) 44,96 19,27 12,92 21,82
Teste de Tukey a 5%:
Syrah Testemunha 2,75 a 3,13 a 3,25 a 3,25 a
Syrah Enzimado 2,50 a 3,00 a 3,13 a 3,13 a
GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação.
Anexo 4.6: Quadro da Touriga Nacional.
Análise de variância Notas Tropicais Equilibrio Aroma Equilibrio Gosto Apreciação
Global
GL resíduo 14
14
14
14
F tratamentos 0,32
0,25
0,05
0,05
Média geral 2,31
3,00
3,19
3,06
Desvio-padrão 1,33
0,99
1,15
1,10
DMS (5%) 1,43
1,06
1,23
1,18
CV (%) 57,64 33,03 35,94 35,85
Teste de Tukey a 5%:
Touriga Testemunha 2,13 a 3,13 a 3,25 a 3,13 a
Touriga Enzimado 2,50 a 2,88 a 3,13 a 3,00 a
GL: graus de liberdade; DMS: diferença mínima significativa; CV: coeficiente de variação.