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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
MARIA LEONORA DE CASTRO
COPOLÍMEROS ESTATÍSTICOS BIODEGRADÁVEIS DE
ε-CAPROLACTONA E L,L-DILACTÍDEO – SÍNTESE,
CARACTERIZAÇÃO E PROPRIEDADES
Tese de Doutorado apresentada ao Departamento
de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
para a obtenção do título de Doutor em
Engenharia.
São Paulo
2006
MARIA LEONORA DE CASTRO
COPOLÍMEROS ESTATÍSTICOS BIODEGRADÁVEIS DE
ε-CAPROLACTONA E L,L-DILACTÍDEO – SÍNTESE,
CARACTERIZAÇÃO E PROPRIEDADES
Tese de Doutorado apresentada ao Departamento
de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
para a obtenção do título de Doutor em
Engenharia.
Área de concentração: Engenharia de Materiais
Orientadora: Profa Dra. Wang Shu Hui.
São Paulo
2006
Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob responsabilidade
única do autor e com anuência de seu orientador.
São Paulo, 08 de maio de 2006 Assinatura do autor Assinatura do orientador
Castro, Maria Leonora de Copolímeros Estatísticos Biodegradáveis de ε-Caprolactona e L,L-Dilactídeo – Síntese, Caracterização e Propriedades. São Paulo, 2006. 134 p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. 1. Copolímeros de ε-Caprolactona e L,L-Dilactídeo. 2. Copolímeros estatísticos. 3. Polímeros biodegradáveis. I. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. II.
i
AGRADECIMENTOS
O autor expressa a sua gratidão à Profa Dra Wang Shu Hui pela orientação, paciência
e dedicação.
À minha grande família que está sempre presente em todas as minhas realizações e
aflições, em especial à minha irmã Rosa e aos meus adorados sobrinhos.
Às amigas e colaboradoras na revisão desta tese Ana Magda e Ângela, pelo carinho e
dedicação.
Aos amigos e companheiros de jornada Flávia, Telma, Walker, Shirley, José Carlos,
Lili, Isabel, Márcia, Márcio, Tunísia.
Aos amigos Marta, Moacir, Maria Helena e Kazu, pelo carinho e apoio, tão
importantes nestes momentos finais.
Aos professores e amigos Jefferson e Paulo do Departamento de Engenharia de
Materiais da Faculdade de Engenharia Química de Lorena – FAENQUIL, pela realização das
análises de difração de raios-X.
Ao Flávio, do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, pela realização
de algumas análises de difração de raios-X.
À Dra Carmen e ao técnico Djalma, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
(IPEN), pelo auxílio na realização das análises e uso do calorímetro diferencial de varredura
deste instituto; e também à Lili pela realização das análises de DSC.
ii
À Profa Débora, do Laboratório de Polímeros “Prof. Bernhard Gross” do Instituto de
Física da USP de São Carlos, pela realização das análises de cromatografia de permeação em
gel.
Ao Prof. Pedro, do Departamento de Engenharia Química da FAENQUIL, pela
realização de algumas cromatografias de permeação em gel.
À Profa Luiziana e ao Prof. Gregório, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT),
pela orientação e permissão para a realização dos estudos de degradação dos materiais objetos
de estudo desta tese; e ao estagiário Jonas pela realização dos ensaios de degradação dos
polímeros.
Aos funcionários e amigos Lívio, Danilo, Clélia e aos demais funcionários do
Departamento de Metalurgia e de Materiais da USP, que direta ou indiretamente contribuíram
para a realização deste trabalho.
A CAPES pelo apoio financeiro.
iii
O estudo desenvolvido gerou as seguintes publicações:
PUBLICAÇÃO EM REVISTA � CASTRO, M, L.; WANG, S., H. Statistical copolymers of 1,1-lactide and ε-caprolactone.
Polymer Bulletin, Berlin, v.51, n.2, p. 151-158, 2003.
PUBLICAÇÕES EM EVENTOS INTERNACIONAIS � CASTRO, M. L.; WANG, S. H. Statistical Copolymers of L,L-Lactide and εεεε-
Caprolactone: Morphology and DynamicMechanical Behavior. In: 40th International
symposium on macromolecules, 2004, Paris. Proceedings of 40th International
symposium on macromolecules. Paris : IUPAC, 2004. v. 1551. p. 1-2.
� ZHAO, L.; CASTRO, M. L.; YUNG, D.; WANG, S. H. Synthesis and characterization
of biodegradable triblock copolymers of Poly(lactide-co-caprolactone)-PEG-
Poly(lactide-co-caprolactone). in: pps 2004 Americas Regional Meeting, 2004,
Florianópolis. pps 2004 Americas Regional Meeting Proceedings. São Carlos : ABPOL,
2004. v. 1, p. 533-534.
� CASTRO, M. L.; WANG, S. H. Synthesis of copolymers of l,l-lactide and e-
caprolactone. In: BIOMAT'03 - 3rd International Congress on Biomaterials, 2003,
Havana. Proceedings of the 3rd International Congress on Biomaterials. Havana:
Universidade de Habana/centro de Biomateriales, 2003. v. 1. p.29.
iv
� CASTRO, M.L.; WANG, S. H. Synthesis of biodegradable polymers and copolymers
of l-lactide and εεεε-caprolactone. In: I SBPMAT - 1st Brazil-MRS Meeting, 2002, Rio de
Janeiro. 1st Brazil-MRS Meeting. Rio de Janeiro : SBPMAT, 2002. v. 1. p. 114.
� DRUMOND, W. S.; BRAGATO, M. ; CASTRO, M. L.; WANG, S. H. Synthesis of
poly(L-lactic acid) (PLLA) from L-lactide. In: ISNAPOL - International symposium on
natural polymers and composites, 2002, São Pedro. 4th ISNAPOL - International
symposium on natural polymers and composites, 2002. v. 1. p. 289-294.
PUBLICAÇÕES EM EVENTOS NACIONAIS
� SILVA, L.F. ; CASTRO, M. L.; GOMEZ, J. G., C.; ALENCAR, J. N.; WANG, S. H..
Avaliação da biodegradabilidade de copolímeros estatísticos de l,l-lactideo e e-
caprolactona pelo teste de Sturm. In: 8o Congresso Brasileiro de Polímeros, 2005,
Águas de Lindoia. Anais do 8o Congresso Brasileiro de Polímeros. São Carlos :
ABPOL, 2005. v. 1. p. 1-2.
� CASTRO, M. L.; WANG, S. H.. Synthesis and microstructure characterization of
copolymers of l,l-lactide and e-caprolactone. In: 7º Congresso Brasileiro de
polímeros, 2003, Belo Horizonte. Anais do 7º Congresso Brasileiro de polímeros. São
Carlos: Associação Brasileira de Polímeros, 2003. v. 1. p. 236-237.
v
RESUMO
Copolímeros de ε-caprolactona e l,l-dilactídeo têm sido investigados com a finalidade
de desenvolver materiais biodegradáveis para aplicações médicas. As sínteses dos
homopolímeros e copolímeros de ε-caprolactona e l,l-dilactídeo por abertura de anel e
polimerização em massa transcorreram a 120oC sob atmosfera de nitrogênio, usando o
octanoato de estanho como iniciador. A composição dos copolímeros variou de 5,90% a
97,30% em massa de l,l-dilactídeo. As massas molares dos polímeros sintetizados foram
determinadas por viscosimetria capilar e cromatografia de permeação em gel (GPC). A
composição dos copolímeros foi determinada por RMN de 13C. As propriedades térmicas e
mecânicas foram avaliadas por DSC e DMTA. O grau de cristalinidade e as fases cristalinas
dos copolímeros foram determinados por difração de raios X (WAXS). Foram observadas
altas taxas de conversão de monômeros para os homopolímeros e para os copolímeros Co60
ao Co90 (taxas de 70-80%). Os homopolímeros e copolímeros sintetizados apresentaram
altas massas molares ( M w até 106.500 g/mol para os copolímeros) e moderada
polidispersidade (1,50). As análises de RMN de 13C demonstraram a predominância da
formação de copolímeros estatísticos e a ausência da transesterificação durante a
polimerização em massa. As propriedades dinâmico-mecânicas foram fortemente
dependentes da estrutura cristalina e do grau de cristalinidade dos copolímeros. Os
copolímeros sintetizados apresentaram propriedades mecânicas variando do flexível ao rígido
termoplástico. Os copolímeros com composição próxima a equimolar (Co30 ao Co40)
apresentaram os mais baixos graus de cristalinidade (13 a 15%) e, por conseqüência,
apresentaram maior taxa de degradação (20% em 408 horas para o Co40), em comparação
com os demais copolímeros.
vi
ABSTRACT
Copolymers of ε-caprolactone with l,l-lactide have been investigated in order to
develop biodegradable materials for medical applications. The synthesis of homopolymers
and copolymers of ε-caprolactone with l,l-lactide by ring-opening bulk polymerization was
performed using stannous octoate as initiator at 120 ºC under nitrogen atmosphere. The
copolymers composition was varied from 5.90 to 97.30 % in mass of l,l-lactide. The
molecular weight of synthesized polymers were determined by viscometry and GPC. The
copolymers composition was determined by 13C NMR. Thermal and mechanical properties
have been evaluated by DSC and DMTA. The degree of crystallinity and the crystalline
phase of copolymers were determined by WAXS. High conversion was observed for
homopolymers and copolymers Co60 to Co90 of l,l-lactide (70-80%). The homopolymers
and copolymers presented hight molecular weight ( M w up to 106,500 g/mol for copolymers)
and low polydispersivity (1,50). The analyses by 13C- NMR spectroscopy have shown the
predominance of statistical copolymers formation and the transesterification reaction did not
occur during the bulk polymerization. Thermal and mechanical properties were dependent on
the crystalline phase and of the degree of crystallinity. The synthesized copolymers presented
mechanical properties from rubbery to stiff thermoplastics. The copolymers with equimolar
composition presented low degree of crystallinity (13 – 15%) and higher degradation (20%
during 408 hours for Co40).
vii
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ..............................................................................................................i
PUBLICAÇÃO EM REVISTA ................................................................................................iii
PUBLICAÇÕES EM EVENTOS INTERNACIONAIS ..........................................................iii
PUBLICAÇÕES EM EVENTOS NACIONAIS ......................................................................iv
RESUMO....................................................................................................................................v
ABSTRACT ..............................................................................................................................vi
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................x
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................xiv
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................xv
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................1
OBJETIVOS ...................................................................................................................... 3 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................4
2.1 Métodos e mecanismos de polimerização e copolimerização.....................................5
2.2 Polimerização do l,l-dilactídeo...................................................................................6
2.3 Polimerização da ε-caprolactona.................................................................................9
2.4 Características da copolimerização...........................................................................11
2.5 Propriedades de biomateriais para a aplicação médica.............................................14
2.6 Degradação dos poliésteres poli(l,l-dilactídeo), poli(ε-caprolactona) e
copolímeros...............................................................................................................17
2.7 Propriedades dos poliésteres poli(l,l-dilactídeo), poli(ε-caprolactona) e
copolímeros...............................................................................................................24
viii
2.8 Aplicações dos poliésteres poli(l,l-dilactídeo), poli(ε-caprolactona) e
copolímeros...............................................................................................................27
3 MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E MÉTODOS.............................................................32
3.1 Materiais....................................................................................................................32
3.2 Equipamentos............................................................................................................33
3.3 Métodos e Procedimentos.........................................................................................34
3.3.1 Procedimentos experimentais para a síntese dos homopolímeros e
copolímeros de ε-caprolactona (CL) e l,l-dilactídeo (LL)..............................34
3.3.1.1 Polimerização do ε-caprolactona (CL)...................................................35
3.3.1.2 Polimerização do l,l-dilactídeo (LL)......................................................36
3.3.1.3 Síntese dos copolímeros poli(l,l-dilactídeo-co-ε-caprolactona).............37
3.3.1.4 Cálculo dos rendimentos das reações de polimerização........................37
3.3.2 Métodos para a caracterização dos homopolímeros e copolímeros
sintetizados......................................................................................................38
3.3.2.1 Determinação da massa molar pelo método de viscosidade capilar......38
3.3.2.2 Cromatografia de permeação em gel (GPC)..........................................44
3.3.2.3 Ressonância magnética nuclear de 13C (RMN de 13C)...........................44
3.3.2.4 Difração de raios-X em altos ângulos (WAXS).....................................45
3.3.2.5 Análise térmica dinâmico-mecânica (DMTA).......................................46
3.3.2.6 Calorimetria exploratória diferencial (DSC)..........................................47
3.3.2.7 Avaliação da biodegradação dos copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50,
Co60 e Co90, segundo teste de Sturm.....................................................48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................................50
4.1 Condições de reação: concentração do iniciador octanoato de estanho (SnOct2),
temperatura e tempo de reação..................................................................................50
ix
4.1.1 Efeito da variação da concentração do iniciador (SnOct2) no rendimento das
reações de polimerização do ε-caprolactona e do l,l-dilactídeo......................50
4.1.2 Valores das viscosidades intrínsecas e massas molares dos poli(ε-
caprolactona) (PCL) e dos poli(l,l-dilactídeo) (PLL) obtidos pelo método de
viscosimetria...................................................................................................53
4.1.3 Influência do tempo de reação na polimerização por ciclo adição do l,l-
dilactídeo (LL) e da ε-caprolactona (CL)........................................................54
4.2 Efeito da composição na reação de copolimerização................................................58
4.3 Análise da microestrutura dos copolímeros de LL e CL...........................................60
4.3.1 Espectroscopia de ressonância magnética nuclear de 13C (RMN de 13C).......60
4.3.2 Análise das massas molares dos copolímeros obtidos por cromatografia de
permeação em gel (GPC) e viscosidade de soluções diluídas.........................83
4.3.3 Resultados das análises por difratometria de raios-X (WAXS)......................84
4.3.4 Resultados das análises térmicas dinâmico-mecânicas (DMTA)..................91
4.3.5 Resultados das análises por calorimetria exploratória diferencial (DSC).....103
4.3.6 Avaliação da biodegradabilidade dos copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50,
Co60 e Co90..................................................................................................107
5 CONCLUSÕES.............................................................................................................112
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. .................................115
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 Fórmula geral do poli(l,l-dilactídeo-co-ε-caprolactona)............................... 2
Figura 2.1 Polimerização catiônica do l,l-dilactídeo....................................................... 7
Figura 2.2 Polimerização aniônica do l,l-dilactídeo........................................................ 8
Figura 2.3 Desprotonação do l,l lactídeo formando íon planar....................................... 9
Figura 2.4 Polimerização catiônica da ε-caprolactona.................................................... 10
Figura 2.5 Polimerização aniônica da ε-caprolactona..................................................... 10
Figura 2.6 Polimerização por inserção por coordenação da ε-caprolactona.................... 10
Figura 2.7 Micrografias da degradação do copolímero contendo 50% de dilactídeo (85% L-dilactídeo e 15% D-dilactídeo) e 50% de ε-caprolactona, in vivo,
após 3 meses (A) e 4 meses (C). ϕ representa o biomaterial e FB representa fragmentos do biomaterial.............................................................
16
Figura 2.8 Variação do volume (µL) de um copolímero (PLL85CL50) com o tempo e variação da massa molar com o tempo (in vivo)........................................... 23
Figura 2.9 Variação da massa molar (Mw) durante a degradação do copolímero (PLL85CL50) na forma de barras em vivo e na forma de guias de nervos in vitro........................................................................................................................
23
Figura 2.10 Ilustração esquemática do dispositivo para teste de fadiga do fio de blenda PLL-PCL e do fio de aço inox, simulando a fixação de ossos....................... 25
Figura 3.1 Esquema do viscosímetro capilar tipo Ubbelohde 108.................................. ................................................
42
Figura 3.2 Viscosidade inerente e viscosidade específica reduzida em função da concentração da solução de PCL em acetato de etila, para o PCL sintetizado com 0,70%m de SnOct2...............................................................
43
Figura 3.3 Sistema para os ensaios de biodegradabilidade pela medida do dióxido de carbono desprendido em sistema aberto........................................................ 49
Figura 4.1 Rendimento da polimerização do CL x % mássica do SnOct2..................... 52
Figura 4.2 Rendimento da polimerização do LL x % mássica do SnOct2..................... 52
Figura 4.3 Efeito da temperatura e tempo de reação no rendimento da polimerização do l,l-dilactídeo.............................................................................................. ..........................................................................................................
56
xi
Figura 4.4 Massa molar em função do tempo de reação de polimerização do l,l-dilactídeo........................................................................................................ 56
Figura 4.5 Composição do copolímero obtido em função da composição da mistura de mistura de monômeros na alimentação........................................................ 59
Figura 4.6 Influência da composição na alimentação dos monômeros no rendimento do copolímero................................................................................................ 60
Figura 4.7 Espectro de RMN de 13C do homopolímero PCL......................................... 61
Figura 4.8 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co05............................................. 62
Figura 4.9 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co10.............................................. 63
Figura 4.10 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co15.............................................. 64
Figura 4.11 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co20.............................................. 65
Figura 4.12 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co25.............................................. 66
Figura 4.13 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co30.............................................. 67
Figura 4.14 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co35.............................................. 68
Figura 4.15 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co40.............................................. 69
Figura 4.16 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co50.............................................. 70
Figura 4.17 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co60.............................................. 71
Figura 4.18 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co70.............................................. 72
Figura 4.19 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co80.............................................. 73
Figura 4.20 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co90.............................................. 74
Figura 4.21 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co30.............................................. 76
Figura 4.22 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co60.............................................. 76
Figura 4.23 Espectros de RMN de 13C do copolímero Co05, Co10, Co15, Co20, Co25, Co30, Co35, na região da carbonila (169-174 ppm)...................................... 78
Figura 4.24 Espectros de RMN de 13C dos copolímeros Co40 Co50, Co60, Co70, Co80 e Co90, na região da carbonila (169-174 ppm).............................................. 79
Figura 4.25 Influência da composição do copolímero no comprimento de segmento das unidades de lactidila (♦) (a) e caproíla (g) (b), e distribuição de Bernoulli (����)................................................................................................................
82
Figura 4.26 Curvas de difração de raios X dos homopolímeros e copolímeros Co 10 ao Co40................................................................................................................ 85
Figura 4.27 Curvas de difração de raios X dos homopolímeros e copolímeros Co 50 ao Co90................................................................................................................ 86
Figura 4.28 Decomposição dos picos de difração de raios X........................................... 88
xii
Figura 4.29 Curvas de difração de raios X dos copolímeros Co30 e Co40............................................................................................................... 90
Figura 4.30 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co05..................................................
92
Figura 4.31 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co10..................................................
92
Figura 4.32 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co15..................................................
93
Figura 4.33 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co20..................................................
93
Figura 4.34 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co25..................................................
94
Figura 4.35 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co30..................................................
94
Figura 4.36 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co35..................................................
95
Figura 4.37 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co40..................................................
95
Figura 4.38 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co50..................................................
96
Figura 4.39 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co60...................................................
96
Figura 4.40 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co70..................................................
97
Figura 4.41 Módulo de armazenamento (E’), módulo de perda (E”) e tangente de δ em função da temperatura do copolímero Co80..................................................
97
Figura 4.42 Tangente δ em função da temperatura dos copolímeros Co05 ao Co25........ 99
Figura 4.43 Tangente δ em função da temperatura dos copolímeros Co30 ao Co70........ 99
Figura 4.44 Módulo de armazenamento (E’) em função da temperatura do copolímero Co05 ao Co25................................................................................................
100
Figura 4.45 Módulo de armazenamento (E’) em função da temperatura do copolímero Co30 ao Co70................................................................................................
100
Figura 4.46 Módulo de perda (E”) em função da temperatura do copolímero Co05 ao Co25.....................................................................................................................
101
Figura 4.47 Módulo de perda (E”) em função da temperatura do copolímero Co30 ao Co70......................................................................................................................
101
Figura 4.48 Curvas DSC do homopolímero PCL e dos copolímeros Co05 ao Co35........ 103
Figura 4.49 Curvas DSC dos homopolímeros PCL, PLL e dos copolímeros Co40 ao Co90................................................................................................................ 104
xiii
Figura 4.50 Degradação dos copolímeros Co10, Co50, Co90 e padrão de glicose (%CO2 desprendido)......................................................................................
108
Figura 4.51 Degradação (%CO2) dos copolímeros em função do tempo ......................... 109
Figura 4.52 Correlação entre a cristalinidade dos copolímeros e biodegradabilidade....... 110
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 Rendimentos dos poli(ε-caprolactona) (PCL) e poli(l,l-dilactídeo) (PLL) sintetizados com o iniciador SnOct2 nas concentrações: 1,30%; 1,00%; 0,70%;0,50% e 0,30%, temperatura de reação de 120 ± 2oC, tempo de reação de 2 horas e 45 minutos.................................................
51
Tabela 4.2 Valores das viscosidades intrínsecas e das massas molares dos PCL e PLL sintetizados com o iniciador SnOct2 nas concentrações: 1,30%; 1,00%; 0,70%; 0,50% e 0,30%, temperatura de reação de 120 ± 2oC, tempo de reação de 2 horas e 45 minutos.................................................
53
Tabela 4.3 Massas e rendimentos obtidos nas reações de polimerização dos monômeros LL e CL em função do tempo de reação............................
55
Tabela 4.4 Composições mássicas na alimentação e nos copolímeros e rendimentos das reações .................................................................................................
58
Tabela 4.5 Sinais de ressonância da carbonila por RMN de 13C - em ppm................ 77
Tabela 4.6 Ressonância da carbonila nos diferentes tríades do copolímero.............. 80
Tabela 4.7 Massas molares GPC (g/mol) e índice de polidispersidade..................... 84
Tabela 4.8 Valores de cristalinidade dos homopolímeros e copolímeros sintetizados................................................................................................
89
Tabela 4.9 Temperaturas dos picos tangente δ das análises de DMTA..................... 98
Tabela 4.10 Valores de Tg Tm, ∆Hm, Tc e cristalinidade dos homopolímeros PCL e
PLL e dos seus copolímeros.....................................................................
105
Tabela 4.11 Resultados do Teste de Sturm, segundo a norma IBAMA E.1.1.2-1988, dos copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50, Co60, Co90 e padrão de glicose..................................................................................................
109
xv
LISTA DE ABREVIATURAS
a Constante de Mark-Houwink para um determinado sistema polímero / solvente /
temperatura
CDCl3 Clorofórmio deuterado CL ε-caprolactona -CL Caproíla [CL] Concentração da unidade caproíla Co Copolímero Co05 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 5% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co10 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 10% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co15 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 15% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co20 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 20% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co25 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 25% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co30 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 30% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co35 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 35% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
xvi
Co40 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 40% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co50 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 50% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co60 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 60% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co70 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 70% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co80 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 80% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
Co90 Copolímero de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona contendo 90% em massa de l,l-
dilactídeo na alimentação
-CO- Carbonila c Concentração da solução do polímero para o ensaio de viscosimetria concm PCL Concentração mássica do PCL no copolímero em porcentagem concm PLL Concentração mássica do PLL no copolímero em porcentagem DMTA Análise térmica dinâmico-mecânica DSC Calorimetria exploratória diferencial E’ Módulo de armazenamento E” Módulo de perda GPC Cromatografia de permeação em gel h Hora K Constante de Mark-Houwink para um determinado sistema
polímero/solvente/temperatura
xvii
LL l,l-dilactídeo -LL Lactidila [LL] Concentração da unidade lactidila LCL Comprimento médio da seqüência CL LLL Comprimento médio da seqüência LL
LCLB Comprimento médio da seqüência CL calculado por distribuição estatística de Bernoulli LLLB Comprimento médio da seqüência LL calculado por distribuição estatística de Bernoulli M v Massa viscosimétrica média
min Minuto M n Massa molar média numérica M w Massa molar média ponderal MWD Distribuição de massa molar ou polidispersidade PLL Poli(l,l-dilactídeo) PCL Poli(ε-caprolactona) PET Poli(tereftalato de etileno) RMN de 13C Espectroscopia de ressonância magnética nuclear de Carbono 13 SEC Cromatografia de exclusão por tamanho SnOct2 Octanoato de estanho II t Tempo de escoamento da solução no viscosímetro to Tempo de escoamento do solvente no viscosímetro Tc Temperatura de cristalização Tg Temperatura de transição vítrea THF Tetra-hidrofurano Tm Temperatura de fusão cristalina
xviii
TMS Tetrametilsilano tan_delta = tan δ tangente de delta, amortecimento, tan_delta = E” / E’ WAXS Difração de raios-X de alto ângulo ∆∆∆∆Hm Entalpia de fusão %CO2 Quantidade mássica de dióxido de carbono desprendido %LL Quantidade em massa do l-l-dilactídeo %mol Composição do copolímero em porcentagem molar oC Graus Celsius [ηηηη] Viscosidade intrínseca ηηηηiner Viscosidade inerente ηηηηesp red Viscosidade específica reduzida θθθθ Ângulo de difração de raios-X
1
1 INTRODUÇÃO
Os poliésteres degradáveis em processos hidrolíticos e/ou enzimáticos a hidroxiácidos
não tóxicos, são usados em medicina como reposição temporária de ossos e/ou elementos de
fixação, como fios de suturas e matrizes de encapsulação de drogas de liberação controlada.
Os homopolímeros e copolímeros de lactídeos e de ε-caprolactona pertencem a este grupo. As
principais vantagens desses poliésteres alifáticos são biocompatibilidade e
biodegradabilidade. Os copolímeros de l,l-dilactídeo (LL) e ε-caprolactona (CL) têm sido
pesquisados com a finalidade de desenvolver valiosos materiais biodegradáveis para
aplicações médicas. Existe também um interesse em poliésteres que possam ser usados em
embalagens propensas à desintegração em curto espaço de tempo, após serem depositadas em
aterros apropriados.
O poli(ε-caprolactona) (PCL) e o poli(l,l dilactídeo) (PLL) são usualmente sintetizados
por polimerização de abertura de anel em massa ou em solução. A síntese de poliésteres por
condensação a partir dos correspondentes hidroxiácidos também é possível, mas é muito
difícil obter polímeros com alta massa molar e livre de mistura de cíclicos. 1, 2
As características mecânicas de um copolímero não dependem somente da
concentração relativa e das propriedades mecânicas dos monômeros constituintes, mas
também da microestrutura. O conhecimento e o entendimento da dependência do
comportamento mecânico do polímero em função da microestrutura e a atuação dos
constituintes tornarão possível o planejamento de materiais com combinações de
propriedades, especificamente materiais biodegradáveis elastoméricos ou materiais
termoplásticos flexíveis com alta rigidez e resistência à ruptura.
2
No presente trabalho de doutorado foram preparados copolímeros estatísticos (Figura
1.1) usando uma extensa faixa de composição na alimentação (5% a 90% de LL), utilizando o
octanoato de estanho II (SnOct2) como iniciador, polimerização em massa à temperatura
moderada (120 oC) e tempo de reação também moderado (3 horas), a fim de evitar reações de
transesterificação.
Figura 1.1 Fórmula geral do poli(l,l-dilactídeo-co- ε - caprolactona)
Os homopolímeros e os copolímeros estudados neste trabalho foram sintetizados após
a definição das melhores condições de reação de polimerização da ε-caprolactona (CL) e do
l,l-dilactídeo (LL), e caracterizados por meio das seguintes técnicas: viscosimetria capilar,
cromatografia de permeação em gel (GPC), espectroscopia de ressonância magnética nuclear
de Carbono 13 (RMN de 13C), difração de raios X em altos ângulos (WAXS), análise térmica
dinâmico-mecânica (DMTA) e calorimetria exploratória diferencial (DSC).
m ) C
O
O O C
O
( C ) (
O
O n
3
OBJETIVOS
Tem sido cada vez mais crescente o interesse e a busca por materiais biodegradáveis,
biocompatíveis e que ofereçam propriedades mecânicas e térmicas apropriadas para diversas
aplicações, seja como embalagem biodegradável ou nos vastos usos para medicina e
engenharia de tecidos. Os copolímeros de ε-caprolactona (CL) e l,l-dilactídeo (LL) têm sido
pesquisados para essas finalidades. Porém, não existem na literatura estudos com extensa
faixa de composições dos copolímeros de CL e LL (5,90% a 97,30% de LL), correlacionando
as propriedades mecânicas, térmicas e a degradação em função da cristalinidade, os quais
podem determinar as possibilidades de aplicação desses biomateriais.
Em função da necessidade desse tipo de material, os objetivos do presente trabalho
são:
(1) preparar copolímeros de ε-caprolactona (CL) e l,l-dilactídeo (LL) com
extensa faixa de propriedades mecânicas,
(2) estudar as suas microestruturas e suas propriedades térmicas e mecânicas,
e
(3) avaliar a influência da microestrutura na biodegradabilidade.
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os poliésteres biodegradáveis sintéticos, como poli (ácido láctico), poli (ácido
glicólico), poli(ε-caprolactona) e os seus copolímeros, têm sido sintetizados devido a sua
biodegradabilidade desde a década de 70. Os biomateriais derivados do poli (ácido láctico)
têm conquistado atenção clínica nos últimos anos devido à sua aceitação em organismos vivos
e têm sido usados como elementos de fixação, em materiais para reposição de ossos, como
fios de suturas e matrizes de encapsulação de drogas em sistemas de liberação
controlada.1,3,4,5, 6, 7, 8
Um exemplo de aplicabilidade consagrada destes poliésteres derivados do poli (ácido
láctico) é o poli(dilactídeo), que é um material para fios de sutura utilizado há três décadas,
tanto por sua biocompatibilidade como pelas propriedades não imunogênica e não tóxica. A
utilização do monômero l,l-dilactídeo tem despertado o interesse da comunidade médica, não
só por razões técnicas mas também pela comercial: o monômero tem grande disponibilidade
comercial e de fácil síntese em homopolímeros e copolímeros derivados biodegradáveis que,
ao se decomporem, geram o ácido láctico presente em todos os animais e microorganismos.3, 9
Existe também um crescente interesse na obtenção de materiais menos agressivos ao
meio ambiente 1,10,11,12. Por exemplo, poliésteres que possam ser usados em embalagens
propensas à decomposição em curto espaço de tempo, após serem depositadas em aterros
apropriados 1; ou até mesmo que possam ser usados como materiais de pesca biodegradáveis,
resolvendo assim os problemas causados pela perda desses materiais, responsáveis por mortes
de numerosos animais marinhos.12 A Sociedade de Plásticos Biodegradáveis do Japão estima
5
que a produção de polímeros biodegradáveis será de 10% do total de plásticos a partir de
2010, comparado ao 0,01% produzido em 1996.11
O poli(l,l-dilactídeo) sofre rápida hidrólise mas tem baixa permeabilidade, por outro
lado o poli(ε-caprolactona) mostra boa permeabilidade, mas degrada muito lentamente.
As técnicas de copolimerização e blendas têm sido utilizadas com o intuito de combinar a boa
permeabilidade do poli(ε-caprolactona) com a rápida biodegradação do poli(l,l-dilactídeo),
para o controle da taxa de degradação e conseqüente liberação da droga, em sistemas de
liberação controlada.13, 14, 15, 16
2.1 Métodos e mecanismos de polimerização e copolimerização
Os polímeros poli(ε-caprolactona) (PCL) e poli(l,l-dilactídeo) (PLL) têm sido
usualmente sintetizados por polimerização em massa, solução ou suspensão 17. Em qualquer
destas técnicas é utilizado um iniciador organometálico na presença ou ausência de um co-
iniciador contendo hidrogênio ativo.
Os compostos orgânicos de metais como estanho18, 19,20,21, alumínio17,18, 22, 23, 24, 25,26,
ítrio 27,28, zinco18, 19, 25, 29, 30, 31 , lítio 32 e ferro 33 são catalisadores de metal ativo de baixa
toxicidade. Esses catalisadores têm sido incluídos na polimerização e copolimerização do
l,l-dilactídeo (LL) e ε-caprolactona (CL) com a finalidade de controlar a microestrutura do
polímero, a qual afeta as suas propriedades mecânicas e a taxa de biodegradabilidade. Dentre
estes compostos orgânicos, dois sais de estanho, cloreto de estanho e o 2-etil-hexanoato de
estanho, são usados na síntese de polímeros para aplicações biomédicas e são aprovados pelo
pelo Food and Drug Administration (FDA) como suplementos alimentares. O mais utilizado é
6
o 2-etil-hexanoato de estanho, conhecido como octanoato de estanho, SnOct2 9, 34, 35, que,
além de ser aceito pelo FDA para fins alimentícios e médicos, apresenta solubilidade em
solventes orgânicos e monômeros de ésteres cíclicos, facilitando a reação de síntese. 36
Os mecanismos envolvidos na iniciação da reação têm sido sistematicamente
estudados e revisados por Kowalski et al. (2000).37 A etapa de propagação de polimerização
dos sistemas lactídeo/lactona-octanoato de estanho II tem sido atribuída ao mecanismo de
inserção por coordenação com abertura de anel. 38, 39, 9, 36
Também é possível a realização de sínteses por condensação dos hidroxiácidos
correspondentes. No entanto, é muito difícil obter polímeros com alta massa molar e livre de
misturas de cíclicos. 1,2
Uma comparação entre as polimerizações em solução e por suspensão foi realizada por
Slomkowski et al. (1998)1. Os autores encontraram muitas vantagens na polimerização por
suspensão aniônica em relação a em solução. Dentre estas: as taxas de conversão dos
monômeros CL e LL na polimerização em suspensão são de 10 a 20 vezes maior do que para
polimerização em solução; a viscosidade é menor e obtêm-se produtos na forma de partículas
de tamanhos micrométricos; a distribuição estatística das massas molares é mais estreita e os
polímeros obtidos são livres de oligômeros cíclicos.
2.2 Polimerização do l,l-dilactídeo
A ciclo-adição do l,l-dilactídeo pode ser induzida por três tipos de mecanismo de
reação: catiônico, aniônico e inserção por coordenação. Os dois primeiros são considerados
7
alternativos, sendo a inserção por coordenação o método industrial usado para a obtenção do
poli(l,l-dilactídeo).
A polimerização catiônica é menos atrativa, do ponto de vista industrial ou acadêmico,
pois somente ácidos extremamente fortes são capazes de iniciar a polimerização catiônica do
l,l-dilactídeo.9 A reação envolve a substituição nucleofílica em carbono quiral com alto risco
de racemização do produto. A obtenção de polímeros de alta massa molar é difícil e a
polimerização é facilmente terminada por água. 40
O mecanismo de polimerização catiônica, representado na Figura 2.1 9, consiste
numa primeira etapa na protonação do oxigênio exocíclico (-C=O). Como conseqüência, a
ligação Me-C-O-CH adjacente se torna ativada eletrofílicamente. Em uma segunda etapa
(propagação) esta ligação é rompida pelo ataque nucleofílico de um outro monômero
l,l-dilactídeo. Este processo se repete durante toda a etapa de propagação até que um
nucleófilo monofuncional, por exemplo a água, provoque a terminação da cadeia em
crescimento.9, 37, 40
Figura 2.1 Polimerização catiônica do l,l-dilactídeo 9
8
A polimerização aniônica, representada na Figura 2.2 9, é iniciada por alcóxidos de
metais alcalinos (metóxido de potássio).9, 40 Ambas as etapas de iniciação e propagação
consistem em um ataque nucleofílico de um ânion ao carbono da carbonila (C=O) do
l,l-dilactídeo, seguido pela clivagem da ligação CO-O do anel. 41 A polimerização aniônica
não apresenta uma etapa inerente de término; em condições ideais chega-se a polímeros vivos
e à formação de copolímeros em bloco.
CH3
CH3O
O
O O + O OR O CH
O
C
CH3 CH3
C
O
CHO R
Figura 2.2 Polimerização aniônica do l,l- lactídeo 9
Uma das desvantagens da técnica é a possibilidade de ocorrência da desprotonação do
monômero l,l-dilactídeo, gerando um ânion lactídeo planar (Figura 2.3). Devido à planaridade
do ânion, as reações de protonação/desprotonação podem levar também a produto racêmico.
O ânion lactídeo pode também iniciar uma nova cadeia (transferência) gerando como
conseqüência massas molares moderadas ou baixas no produto.
CH3
H3C
O
O
O O
H
RO+ HO R +
CH3
H3C
O
O
O O
Figura 2.3 Desprotonação do l,l- lactídeo formando íon planar 9
9
A polimerização por inserção por coordenação, utilizando como catalisador o 2-etil-
hexanoato de estanho (Sn(Oct)2), é considerada de particular importância por diversos
motivos: (a) permite a união do bloco poli(l,l-dilactídeo) a estruturas pré formadas como, por
exemplo, drogas, sorbitol e manitol, formando copolímeros com diferentes estruturas, (b)
apresenta alta eficiência: quase total conversão do monômero l,l-dilactídeo é alcançada até
mesmo quando a razão monômero/catalisador é alta 104:1, (c) o catalisador Sn(Oct)2 é aceito
pela FDA para fins alimentícios e médicos em muitos países, 35, 36, 42 sendo usado em escala
industrial (ex. Cargill/ DOW e Purac) para a síntese do poli(l,l-dilactídeo) usado para
fabricação de fios de suturas. Além disso, o Sn(Oct)2 apresenta solubilidade em solventes
orgânicos e monômeros de ésteres cíclicos, facilitando a reação36, e apresenta baixo custo
relativo se comparado com outros catalisadores. 35, 37
2.3 Polimerização da εεεε-caprolactona
Os estudos sobre a polimerização por abertura de anel (ciclo-adição) da ε-caprolactona
(CL) foram concentrados principalmente na determinação de estruturas de centros ativos e nas
relações entre as cinéticas de propagação e reações secundárias (como transesterificação inter
ou intramolecular). 1
Assim como o l,l-dilactídeo, a ε-caprolactona pode ser polimerizada por processo
catiônico, aniônico e inserção por coordenação, também chamado de pseudoaniônico. As
estruturas químicas dos centros ativos estão representadas nas Figuras 2.4, 2.5 e 2.6.1
10
-OCCH 2 CH 2 CH 2 CH 2 CH 2 -O O +
O O II
II
O
Figura 2.4 Polimerização catiônica da εεεε-caprolactona 1
O
O II O
- -CCH 2 CH 2 CH 2 CH 2 CH 2 -O
II
Figura 2.5 Polimerização aniônica εεεε-caprolactona 1
O
O
Sn
Oct
Oct
-CCH 2 CH 2 CH 2 CH 2 CH 2 -O
O II
_
II
Figura 2.6 Polimerização por inserção por coordenação da εεεε-caprolactona 1
A etapa inicial da polimerização do ε-caprolactona ocorre mais comumente por
inserção por coordenação, assim como a polimerização do l,l-dilactídeo.43
11
2.4 Características da copolimerização
A síntese de copolímeros é mais favorável do que as misturas mecânicas conhecidas
como blendas, pois além de combinar as propriedades individuais dos polímeros constituintes,
propicia propriedades adicionais ao material por efeito sinergético. A copolimerização gera
macromoléculas capazes de se auto-organizar em geometrias periódicas de longa ordem. A
ligação covalente entre os blocos pode promover a miscibilidade entre as partes não similares,
limitando a separação de fase a dimensões da ordem de 100-400 Angstrons. Essa
característica é muito importante para os materiais usados em engenharia de tecidos chamados
de “scaffolds” (tablados ou suportes). 44
A copolimerização representa uma valiosa estratégia para preparar materiais
poliméricos com propriedades mecânicas e biodegradabilidades finamente ajustadas com a
composição química e cristalinidade. A habilidade de cristalizar dos copolímeros resulta da
preservação da simetria, da tacticidade e do comprimento dos segmentos homogêneos
formados pelas unidades constituintes.
A microestrutura e arquitetura dos copolímeros sintetizados por polimerização por
abertura de anel de ésteres cíclicos resultam de cinéticas e termodinâmica dos sistemas de
polimerização, e estão relacionadas com o meio de reação, catalisador, natureza do co-
iniciador e temperatura, entre os parâmetros mais importantes da polimerização.8, 19, 22, 23, 29, 45,
46, 47, 48, 49, 50
As características mecânicas de um copolímero dependem não só da concentração
relativa e propriedades das unidades repetitivas, mas também da microestrutura. O
conhecimento e o entendimento da dependência do comportamento mecânico do polímero na
12
microestrutura e a influência dos constituintes tornarão possíveis o planejamento de materiais
com combinações de propriedades, especificamente materiais biodegradáveis elastoméricos
ou materiais termoplásticos flexíveis com alta rigidez e resistência à ruptura.
Kloss et al. (2002)51 e Wang et al. (2003) 52 mostraram a correlação entre composição,
microestrutura e biodegradabilidade para uma série de poli(éster-uretano) contendo diferentes
segmentos de poli(ε-caprolactona). Em relação ao comportamento térmico, foi observado que
o aumento na proporção do segmento rígido (poliuretano) acarretou o aumento nos valores da
temperatura de transição vítrea (Tg) dos polímeros devido ao aumento nas interações
hidrogênio. Esse efeito foi mais pronunciado na série de poli(éster-uretano) linear, sendo esse
fato atribuído ao maior empacotamento das cadeias lineares em relação às reticuladas, com
extensores de cadeia cíclicos, os quais introduzem maior volume livre.
A diversidade de monômeros ésteres cíclicos existentes, (d,l e l,l-dilactídeo,
glicolídeo, tetra metil glicolídeo, ε-caprolactona, δ-valerolactona, γ- valerolactona,
γ-butirolactona, etc), permite a obtenção de uma grande diversidade de homopolímeros e
copolímeros de poliésteres com propriedades versáteis. 3, 53, 54
Os monômeros ésteres cíclicos podem ser combinados entre si formando uma grande
diversidade de poliésteres com as mais variadas estruturas (bloco, alternado, estatístico) e
propriedades, de acordo com as condições reacionais utilizadas (temperatura, tipo de
catalisador etc) e/ou com a proporção entre estes monômeros. Duda et al. 50 prepararam
copolímeros em bloco usando os monômeros lactídeo e ε-caprolactona através da
polimerização aniônica, utilizando o catalisador Al(oiPr)3, e Castro e Wang 55, utilizando os
13
mesmos monômeros e o iniciador SnOct2, sintetizaram copolímeros através da polimerização
por inserção por coordenação.
Monômeros com grande diferença de reatividade entre si tendem a resultar em
estruturas em bloco e, monômeros com reatividades próximas tendem a resultar em estruturas
estatísticas. É importante destacar que a reatividade relativa entre os monômeros é diferente
da velocidade de homopolimerização. 3
Bero et al. 18 (1993) estudaram a copolimerização do l,l-dilactídeo e ε-caprolactona na
presença de iniciadores contendo zinco e alumínio (dietil zinco, trietil alumínio, isopropóxido
de alumínio, acetil acetato de alumínio), em solução de clorobenzeno e temperaturas entre 50
a 150oC. Os copolímeros obtidos foram precipitados em hexano e secos a vácuo a 50 oC. As
probabilidades de adição do monômero na cadeia polimérica são muito similares utilizando
como iniciador o isopropanoato de alumínio (temperatura de reação=150 oC) ou o octanoato
de estanho (temperaturas de reação=110 oC e 130 oC). Porém, experimentalmente foi
observado que a probabilidade de adição do ε-caprolactona no final da cadeia lactidila (-LL) é
mais baixa do que a probabilidade de adição do dilactídeo ao final da cadeia caproíla (-Cap).
Se o final da cadeia polimérica for –LL, a probabilidade de adição do ε-caprolactona é de 2%
e a probabilidade de adição do dilactídeo é de 98%. Se o final da cadeia polimérica for –Cap,
a probabilidade de adição do ε-caprolactona é de 26% e a probabilidade de adição do
dilactídeo é de 74% (com o Sn(Oct)2 como iniciador e temperatura de reação igual a
110 oC).18 Os blocos longos na copolimerização do dilactídeo com o ε-caprolactona são
observadas somente em baixas temperaturas (< 70 oC). Os copolímeros com blocos pequenos
são formados em altas temperaturas como resultado de processos de trans-esterificação.18
14
Essa preferência de inserção do –LL na cadeia do copolímero de l,l-dilactídeo e ε-
caprolactona foi observada também por Choi et al. 46
2.5 Propriedades de biomateriais para aplicação médica
As propriedades requeridas aos biomateriais poliméricos para aplicações médicas são
similares àquelas requeridas aos outros tipos de biomateriais, ou seja, biocompatibilidade,
esterilizabilidade, propriedades físicas e mecânicas adequadas e manufaturabilidade.56
A biocompatibilidade é a aceitação de um implante pelos tecidos vizinhos e pelo
organismo de modo geral. O implante deve ser compatível com o tecido em relação à
mecânica, química, superfície e propriedades farmacológicas. Os fluídos do corpo podem
atuar como solvente para as impurezas da matriz de polímero. Os compostos envolvidos na
polimerização e nos estágios de processamento, chamados de monômeros, oligômeros,
iniciadores e solventes, podem gerar características morfológicas particulares como
cristalinidade ou porosidade, causando toxicidade indesejável devido à baixa liberação ou
baixa captação de compostos de baixa massa molar pelo organismo.57
De acordo com Vert et al.58 as reações ao corpo estranho são brandas para os
biomateriais que degradam lentamente, e severas para os biomateriais que degradam mais
rapidamente. Den Dunnen et al. 59,60,61,62 estudaram o comportamento de três tipos de
biomateriais in vivo (ratos): um copolímero semicristalino de l,l-dilactídeo e ε-caprolactona
(50%:50%), que se degrada lentamente, um copolímero amorfo contendo 50% de dilactídeo
(85% l-dilactídeo e 15% d-dilactídeo) e 50% de ε-caprolactona (PLA85CL50), que se degrada
mais rapidamente, e um biomaterial não degradável, o polietileno de ultra alta massa molar.
15
Após 18 meses de implantação o copolímero semicristalino estava totalmente fragmentado, e
após esse período foram observadas muitas células de reações ao corpo estranho (fagócitos) e
grande número de nucleação ao redor dos fragmentos do biomaterial. Os fragmentos eram
angulares e poligonais, com bordas pontiagudas. Após 24 meses os fragmentos se tornaram
menores e arredondados, e as reações ao corpo estranho se tornaram mais brandas.
O copolímero amorfo já se encontrava totalmente fragmentado após 4 meses de implantação
(Figura 2.7). Durante a degradação a maior parte da massa do biomaterial diminuiu e os
fragmentos se tornaram menores. Após 6 meses de implantação foram observados pequenos
fragmentos do biomaterial rodeados por células multinucleadas de reações ao corpo estranho.
Após 7 meses, os fragmentos e as células multinucleadas desapareceram. No biomaterial não
degradável, até 5 meses de implantação as reações ao corpo estranho foram brandas. Após
esse período o número de fibroblastos e a quantidade de colágeno na cápsula fibrosa (formada
ao redor do biomaterial) aumentaram. Após todos os períodos de implantação (até 8 meses)
foram observadas células multinucleadas de reações aos corpos estranhos na interface. Foram
observadas células de reações aos corpos estranhos nos copolímeros de degradação rápida e
lenta em diferentes períodos de implantação, respectivamente 6 e 18 meses. Segundo os
pesquisadores, este fato foi causado não somente pelas propriedades químicas dos
biomateriais, mas também pelas propriedades físicas dos fragmentos, como tamanho e
formato.
A esterilizabilidade deve ser considerada antes do desenvolvimento de novos
dispositivos de biomateriais.56 Os métodos convencionais, como a esterilização por
aquecimento a seco ou úmido, freqüentemente iniciam a degradação e hidrólise dos
dispositivos; enquanto que com o óxido de etileno ocorreram problemas com a toxicidade de
resíduos. Desta forma, a esterilização por irradiação tem se tornado usual. Porém a radiação
16
causa alterações nas estruturas moleculares dos polímeros, as quais aparecem como alterações
nas propriedades físicas e químicas.63
Figura 2.7 Micrografias da degradação do copolímero contendo 50% de dilactídeo (85%
L-dilactídeo e 15% D-dilactídeo) e 50% de εεεε-caprolactona, in vivo, após 3 meses (A)
e 4 meses (C). ϕϕϕϕ representa o biomaterial e FB representa fragmentos do
biomaterial.64
170 µµµµm
170 µµµµm
17 µµµµm
17 µµµµm
17
A maioria dos tecidos vivos estruturais, como ossos, ligamentos, tecidos de ligação,
são compósitos macromoleculares. Por isso os compósitos poliméricos sintéticos são atrativos
materiais para o desenvolvimento de novos e apropriados biomateriais para reposição, suporte
e crescimento ou fixação de tecidos vivos.
2.6 Degradação dos poliésteres poli(l,l-dilactídeo),poli(εεεε-caprolactona) e copolímeros
A condição mais importante para a biodegradação dos sistemas poliméricos é a
presença de ligações hidrolisáveis e/ou oxidáveis ao longo da cadeia principal.65
Alguns poliésteres são degradáveis em processos hidrolíticos e/ou enzimáticos a
hidroxiácidos não tóxicos. 1 As taxas de hidrólise e biodegradação são dependentes da
composição e comprimento de seqüência. Uma complexa combinação desses fatores
estruturais determina a morfologia dos compostos poliméricos, com cristalinidade e
orientação geralmente retardando a taxa de degradação.65 Marten et al. 66 demonstraram que
o efeito dominante controlador da biodegradabilidade de poliésteres alifáticos é a mobilidade
das cadeias do polímero, que está correlacionada com a diferença de temperatura de fusão da
fração cristalina do poliéster e a temperatura na qual a degradação ocorre.
Os tipos de microorganismos que degradam o poli(l,l-dilactídeo) (PLL) é limitada no
ambiente natural, quando comparado com os microorganismos capazes de degradar outros
poliésteres como o poli(ε-caprolactona) (PCL) e o poli(β-hidroxibutirato) (PHB). Dos
microorganismos capazes de degradar o PLL foram isolados quatro acnomicetes e quatro
bactérias, um dos acnomicetes foi identificado como sendo o Amicolatopsis sp (classe 41). 11
O PLL pode também sofrer degradação enzimática com Proteinase-K, Bromelain e Pronase.
18
67 Entre essas enzimas a Proteinase-K é mais efetiva e, por isso, é freqüentemente utilizada
nos estudos de degradabilidade do PLL e copolímeros.67, 68
Segundo Karjomaa et al. 69, os oligômeros de poli(l-ácido láctico) solúveis em água,
com massas molares entre 220 e 550 g.mol-1, biodegradaram numa mistura microbiológica
preparada do húmus, a 25 oC e 58 oC, pH 7,5. Enquanto que, os oligômeros cristalinos e
hidrofóbicos, com massas molares entre 550 e 2880 g.mol-1, biodegradaram somente a 58 oC.
As massas molares médias dos oligômeros decresceram durante a degradação biótica e
abiótica, sendo que esse decréscimo de massa molar foi ligeiramente maior na degradação
biótica.
Hakkarainem et al. 70 também observou que a presença de microorganismos acelera a
taxa de degradação do poli (l,l-dilactídeo), e que o efeito sinergético de uma mistura de várias
culturas de microorganismos aumenta a taxa de degradação, comparado à degradação em
culturas puras.
Para Lunt 38 a degradação do poli(ácido láctico) é primeiramente hidrolítica e
dependente da temperatura e umidade. Quando a massa molar média do poliéster atinge
aproximadamente 10.000 g/mol os microorganismos do solo começam a digerir os
oligômeros de ácido láctico, produzindo dióxido de carbono e água. Mas os microorganismos
não são eficientes na assimilação do lactídeo cíclico70.
Kasuya et al. 12 estudaram a biodegradabilidade de vários poliésteres alifáticos, dentre
eles o poli(ε-caprolactona), em água natural. Neste estudo foram utilizadas quatro diferentes
amostras de água natural, sendo duas marinhas, da Baía de Tókio e do oceano Pacífico
19
(Ibaragi, Japão), e duas de água doce, do rio Arakawa (Saitama, Japão) e do lago
Kasumigaura (Ibaragi, Japão). A biodegradabilidade foi avaliada pela alteração da Demanda
Bioquímica de Oxigênio (BDO) no decorrer do tempo de exposição, e por perda de massa.
As amostras dos poliésteres foram imersas em 200 mL de água natural acrescido de 0,2 mL de
uma solução de sais minerais, a 25 oC, por 28 dias. O grau de biodegradação BDO dos filmes
de PCL aumentou com o tempo, até cerca de 80 %, com 28 dias de exposição nas amostras de
água doce e na água da Baía de Tókio; e a biodegradabilidade por perda de massa nessas
águas foi de 100%. Nas águas do oceano Pacífico a biodegradação BDO foi cerca de 60 % e
a perda de massa foi de 67 % em 28 dias. Com isso, os autores concluem que os
microorganismos capazes de degradar o PCL estão largamente distribuídos em águas doces e
águas marinhas.
Alguns tipos de fungos possuem diferentes efeitos na degradação de polímeros,
entretanto, existe pouca informação sobre quais tipos de fungos podem acelerar
significativamente a degradação de poliésteres alifáticos. Cai et al. 71 estudaram a influência
de dez tipos de fungos na degradação in vitro do PLL e PCL, avaliados pela variação da
viscosidade inerente desses polímeros, antes e após a degradação por 30 dias, na temperatura
de 26 ± 1 oC. O Fusarium L023 foi o mais efetivo na degradação do PLL, dentre os fungos
avaliados (Fusarium L023, Geastrum Triples 2167, Polyporous, Fusarium 2138, Stereum
2039 Fusarium L017, Fusarium L037, Fusarium L025, Fusarium L021, Frameters hirsuta
2108). Os fungos não apresentaram o mesmo efeito na degradação do PCL. O Fusarium 2138
mostrou maior atividade na degradação do PCL.
Lostocco et al. 65 estudaram a degradação hidrolítica e a biodegradação de
copoliésteres em bloco de poli(ε-caprolactona) ( M w = 43000 g/mol) e l,l-dilactídeo
(PLL/PCL) por fungos Fusarium solani f. sp. pisi das classes 77-2-3 e 77-102 e Fusarium
20
moniliforme, cujas culturas foram mantidas em dextrose de batata ou em suco de 8 vegetais -
V8 juice agar- (suco V8, CaCO3 e agar). O copoliéster em bloco de poli(ε-caprolactona)
( M w = 43000 g/mol) e l,l-dilactídeo, contendo 65% em peso de PCL, apresentou perda de
massa de 13%, após 35 dias de exposição hidrolítica, em solução de 0,1 N NaOH, 37oC. Os
autores observaram que a degradação hidrolítica do copoliéster em bloco PLL/PCL foi
controlada pela cristalinidade inicial do CL e a composição total, após 5 semanas; e a fase
PLL é mais susceptível à cisão da cadeia de forma aleatória. Com relação à biodegradação, o
Fusarium solani (77-2-3) e o Fusarium moniliforme degradaram os copoliésteres com grandes
comprimentos de seqüência de CL (43000), enquanto que com o Fusarium solani (77-102)
não ocorreu degradação. A degradação foi atribuída à atividade cutinase, presente no
Fusarium solani (77-2-3). Entretanto, o Fusarium solani (77-2-3) e o Fusarium moniliforme
não foram capazes de degradar o copoliéster de menor comprimento de seqüência de CL
(2000). Os sistemas com tamanhos limitados de domínios de PCL parecem inibir a atividade
de degradação do Fusarium.
Alguns pesquisadores observaram que a hidrólise do copolímero em bloco de
ε-caprolactona e d,l,dilactídeo, a 50 oC durante 70 dias, é mais rápida do que a do PCL. O
aumento da lactidila acelera a hidrólise. 14, 72 Enquanto que, a perda de massa do copolímero
estatístico de ε-caprolactona e l,l,dilactídeo (CL/L=8/92), em solução tampão de fosfato a
37oC, foi mais rápida quando comparada ao PLL, apesar de nenhuma alteração da resistência
a tração ter sido observada antes e após a hidrólise. 73
Durante o metabolismo in vivo, o poli-dilactídeo é degradado por hidrólise em ácido
láctico, 74, 75 o qual sob condições aeróbicas é metabolizado em água e dióxido de carbono e,
finalmente excretado pelo organismo.76
21
Os poli(lactídeo) industriais são encontrados em duas formas: o poli(l,l-dilactídeo)
(PLL) semicristalino e o poli(d,l-dilactídeo) (PDL) amorfo. Recentemente, alguns estudos têm
demonstrado que materiais desenvolvidos a partir de polímeros biodegradáveis semicristalino,
tais como poli(l,l-dilactídeo) e poli(ε-caprolactona), são vagarosamente absorvidos e podem
levar muitos anos para serem completamente absorvidos pelos tecidos, e por isso podem
conferir potencial de carcinogenicidade em longo prazo, devido à exposição do entorno do
tecido a uma combinação de efeitos químicos dos produtos primários de hidrólise, de efeitos
mecânicos e da reação de imunização devido aos fragmentos poliméricos sólidos. 64, 77, 78 Em
contrapartida o poli(l,d-dilactídeo) (PDL) amorfo é prontamente degradado em curto tempo e
seus produtos desaparecem em duas semanas.78 Porém, algumas complicações, como
inchamento e inflamação no tecido, podem ser prevenidos pela incorporação de um anti-
inflamatório como o salicilato nas cadeias poli(l-dilactídeo). É possível polimerizar o
l-dilactídeo com o di e tri-salicídeo e usar o ácido salicílico como iniciador da polimerização
do l-dilactídeo ou da copolimerização do l-dilactídeo e ε-caprolactona. 79
Den Dunnen et al.80 investigaram a degradação em longo prazo de implantes
subcutâneos em ratos, de um copolímero contendo 50% de dilactídeo (85% L-dilactídeo e
15% D-dilactídeo) e 50% de ε-caprolactona (PLL85CL50), e as decorrentes reações estranhas
ao corpo. Não foram observados fragmentos de biomaterial remanescentes após 12 meses de
implantação do biomaterial. Os pesquisadores observaram que a degradação do PLL85CL50 é
caracterizada pelo inchamento do polímero em degradação até 3 meses; após esse período
ocorreu um decréscimo de volume desse polímero. O inchaço é causado pela absorção de
água pelo polímero em degradação, se tornando opaco. O polímero se torna novamente
transparente depois de seco. In vitro, após 60 dias, foi observada a perda de 7% da massa
inicial seca. Isto significa que numa primeira fase de degradação (3 meses), a degradação é
22
relativamente lenta, embora o volume do biomaterial aumente para um máximo depois do
tempo de implantação de 3 meses. Após esse período o biomaterial permanece inchado e
opaco (ainda contém água), mas o volume decresce rapidamente. Numa segunda fase
(6 meses) a degradação é relativamente rápida e caracterizada por fagocitose e/ou reabsorção
do copolímero degradado pelas cápsulas fibrosas (formadas ao redor do implante). A massa
molar ( M w) permanece igual à massa inicial, 1.106 g/mol, até o período de 3 meses de
implantação. Após esse período a degradação aumenta (segunda fase) e, após 4 meses de
implantação a M w decresce para 8000 g/mol. Esse rápido decréscimo na M w corresponde
ao rápido decréscimo de volume após 3 meses de implantação. Em todo o período de
investigação (12 meses) não foram observados fragmentos do biomaterial. O procedimento de
degradação do copolímero PLL85CL50, observado por den Dunnen et al. 80 e descrito acima,
está representado na Figura 2.8. Nesse estudo foi observado que a maior parte do biomaterial
degradou após 6 meses de implantação; menos de 5% do volume do biomaterial implantado
não degradou após esse período. Não foi observada cristalização dos copolímeros amorfos
durante a degradação. Após 8 meses foram observados os primeiros monômeros e dímeros do
processo de degradação.
As reações ao corpo estranho devido ao biomaterial (PLL85CL50) foram relativamente
brandas. A degradação não depende somente do tipo de polímero ou da massa molar inicial
( M w), mas também da quantidade e forma (superfície efetiva) do biomaterial. 80
23
Vo
lum
e ( µµ µµ
L)
�
Mas
sa m
ola
r (g
/mo
l) �
Fase 1
Fase 2
Fase 3
tempo (meses)
Figura 2.8 Variação do volume (µµµµL) de um copolímero (PLA85CL50) com o tempo, e
variação da massa molar com o tempo (in vivo). 80
Ao contrário do que acontece com o material in vivo, a perda de massa e o decréscimo
da massa molar ( M w) ocorreram de modo constante durante a degradação do material in
vitro, como mostrado na Figura 2.9.
Mw
(g
/mo
l)
t (meses)
� in vivo
���� in vitro
Figura 2.9 Variação da massa molar ( M w) durante a degradação do copolímero
(PLL85CL50) na forma de barras in vivo e na forma de guias de nervos in
vitro.64
24
Jeong et al. 81 também compararam a degradação in vitro e in vivo do copoliester poli
(l,l-dilactídeo-co-ε-caprolactona), na proporção molar 50:50. As amostras tubulares e porosas
(90% de porosidade) impregnadas com células de músculo liso foram implantadas sub-
cutâneamente em ratos por 15 dias, para o monitoramento da degradação in vivo. O mesmo
copoliéster foi degradado in vitro em solução de fosfato. Todas as amostras tubulares
(scaffolds) degradaram lentamente in vivo e in vitro, mesmo em membranas finas e altamente
porosas. Porém, a degradação in vivo foi mais rápida do que a degradação in vitro, fato este
atribuído à atuação das enzimas.
Vandamme et al. 82 demonstraram que a degradação do poli(ε-caprolactona) in vivo foi
mais rápida do que a degradação in vitro, em animais ruminantes. A rápida degradação foi
atribuída à presença de ácidos e bactérias nos estômagos desses tipos de animais.
2.7 Propriedades dos poliésteres poli(l,l-dilactídeo), poli(εεεε-caprolactona) e copolímeros
Em muitos aspectos as propriedades básicas do poli-dilactídeo (PLL) encontram-se
entre as do poliestireno (PS) e as do poli(tereftalato de etileno) (PET). O PLL apresenta as
seguintes propriedades: módulo de flexão maior que o do PS; resistência a alimentos
gordurosos e produtos de lacticínios equivalente ao do PET; é excelente barreira de aroma e
sabor; pode ser facilmente lacrado por aquecimento; para filmes amorfos a claridade e o
brilho excedem o PET, OPP e OPET; a alta energia de superfície permite facilidade de
impressão. 38
Viljanmaa et al.83 observaram boas propriedades adesivas em baixa temperatura
(-18 oC) de copolímeros de poli(l,l-dilactídeo) e poli (ε-caprolactona) (PLL/PCL), na razão
25
molar 81/19, comparado ao convencional não biodegradável poli(etileno-co-vinilacetato)
(EVA). A adesão inicial com os materiais testados foi excelente e devido à baixa temperatura
vítrea (Tg), o comportamento em baixa temperatura, especialmente com materiais de
embalagem não porosos, é melhor do que com o EVA. A baixa temperatura retarda a
indesejável degradação durante o tempo de estocagem de embalagens de alimentos
congelados. Entretanto, a estabilidade pode ser aumentada por tratamento com peróxido ou
anidrido acético. 84
Hattori et al. 85 observaram que a resistência à fadiga de fios de blenda de poli(l-ácido
láctico) e poli(ε-caprolactona), usados para fixação de fraturas ósseas, foram maiores do que a
de fio de aço inoxidável. O teste de resistência à fadiga consistiu em amarrar as amostras num
dispositivo e aplicar sucessivamente uma carga de 200 g na ponta das amostras amarradas
com o fio de blenda PLL e PCL e com o fio de aço inoxidável, como mostra a Figura 2.10. O
fio de PLL também foi testado.
Figura 2.10 Ilustração esquemática do dispositivo para teste de fadiga do fio de blenda
PLL-PCL e do fio de aço inox, simulando a fixação de ossos. 85
BLENDA PLL-PCL
FIO AÇO INOX
AMOSTRA SOLUÇÃO SALINA
CARGA 200g
26
As pontas do fio de aço inox foram torcidas para a fixação da amostra no dispositivo e
o fio da blenda de PLL e PCL foi amarrado e o nó foi fundido, para evitar que o nó se
desfizesse. O fio de PLL foi somente amarrado sem a fusão do nó, devido à alta temperatura
de fusão do poli (ácido láctico). O fio de aço inox rompeu antes de 25.000 ciclos de ensaio,
enquanto que o fio da blenda de PLL e PCL não rompeu e mostrou ligeira perda do nó mesmo
depois de 50.000 ciclos. O fio de PLL desamarrou imediatamente após iniciar o teste. 85
A resistência à tração de um copolímero contendo 50% de dilactídeo (85% l,l-dilactídeo
e 15% D-dilactídeo) e 50% de ε-caprolactona foi avaliada após diferentes períodos de
degradação, após implante subcutâneo em ratos. A resistência à tração decresceu de 2,5 MPa
(tempo 0) para 0 MPa após o período de degradação de 2 meses. 80
Rich 86 observou que a adição de compostos com pequena massa molar não afeta a
cristalinidade do copolímero, exceto no copolímero P(CL95/LA5), onde a entalpia de fusão
aumentou em 9%. Alguns compostos como lidocaina adicionada ao copolímero
P(CL10/LA90) abaixa significantemente a temperatura de transição vítrea do copolímero (Tg),
atuando como um plastificante da matriz. Enquanto outros compostos, como hidrocloreto de
propanolol e teofilina, não alteram a Tg do copolímero. 86,87
Tylor et al. 88 estudaram a toxicidade dos produtos acumulados de degradação de
alguns polímeros bioabsorvíveis in vitro, como o PLL, o PCL, o poli (ácido glicólico), dentre
outros. As soluções de incubação do PLL de baixa massa molar em solução tampão não foram
tóxicas, mas foram tóxicas em água deionizada e esterilizada por quatro semanas de
exposição. Os outros materiais não produziram respostas tóxicas durante 16 (dezesseis)
semanas de exposição.
27
2.8 Aplicações dos poliésteres poli(l,l-dilactídeo), poli(εεεε-caprolactona) e copolímeros
Os materiais biodegradáveis têm vastas aplicações em embalagens, adesivos a quente,
em sistemas de liberação controlada de drogas, na regeneração e/ou substituição de tecidos
(na chamada engenharia de tecidos), na fixação óssea em fraturas e até mesmo no tratamento
de lipodistrofia facial associado ao HIV e preenchimento de rugas e cicatrizes.
Segundo Lunt 38, em breve, produtos de poli(l,l-dilactídeo), tais como filmes flexíveis
para usos em cozinha e biosacolas de lixo, revestimentos de latas e aplicações em gramado,
estarão disponíveis no mercado. Muitos outros produtos estão em desenvolvimento, incluindo
recipientes termicamente conformados, papéis recobertos e artigos moldados por injeção.
Tártaro et al. 89 investigaram o uso de placas e parafusos de poli (ácido láctico) na
fixação óssea em fraturas de mandíbulas, não sendo observado nenhuma complicação nos
pacientes.
Recentemente, em agosto de 2004, a FDA (U.S.Food and Drug Administration)
aprovou uma forma injetável de implante contendo micropartículas de poli(l-ácido láctico)
(PLL) para o tratamento da lipodistrofia facial, causada pelas drogas antiretrovirais contra o
vírus HIV. Entre as complicações da terapia retroviral, a lipodistrofia facial é a mais difícil de
corrigir. Esta distrofia tem sido a maior preocupação entre os pacientes infectados com HIV,
porque isto os tornam estigmatizados psicologicamente e socialmente. A composição final do
injetável, denominado de SculptraTM (Dermik Laboratories/Aventis), consiste de PLL,
carboximetilcelulose de sódio, manitol não pirogênico e água esterilizada. Essas injeções
gradualmente melhoram a aparência das dobras na pele e áreas afundadas pelo aumento
28
significativo na espessura da pele (até 10 mm). Este produto foi aprovado inicialmente na
Europa com o nome de New-FillR e tem sido utilizado na correção de rugas e cicatrizes. 90
Darney et al.91 investigaram o uso de cápsulas de caprolactona contendo
levonorgestrel em implantes contraceptivo subcutâneo.
A engenharia de tecidos, ou medicina regenerativa, tem sido o foco do
desenvolvimento dos biomateriais, justificado pela necessidade clínica de terapias alternativas
para o tratamento de perdas de tecidos ou falência de órgãos. Os biomateriais convencionais
têm sido muito usados como próteses e melhorado a qualidade de vida de muitos pacientes,
porém ainda não existem materiais adequados que possam substituir muitos tecidos
funcionais, como ossos, cartilagens, ou grandes segmentos de ossos, sem falar nos órgãos
complexos. 92 A engenharia de tecidos oferece a possibilidade de auxiliar na regeneração de
tecidos danificados por doenças ou traumas e, em alguns casos, cria novo tecido e substitui
órgãos deficientes ou com mau funcionamento. Isto é feito através do uso de biomateriais
degradáveis que induz o crescimento de tecidos e células no entorno destes, ou servem como
suportes temporários de células transplantadas. 93, 94, 95, 96, 97 Existem muitos materiais
biocompatíveis disponíveis, como metais, cerâmicos e polímeros, mas no critério de
biodegradabilidade e não fragilidade (especialmente para tecidos que exigem propriedades
mecânicas), o uso de todos os metais e a maioria dos cerâmicos são excluídos como materiais
suportes, e os polímeros biodegradáveis têm a preferência na maioria das aplicações com
engenharia de tecidos.93, 98 Além das propriedades químicas do material, as propriedades
físicas como área superficial para a ligação das células são essenciais. Quanto maior o
tamanho dos poros no biomaterial maior a taxa de crescimento celular. Isto se deve à
facilidade de difusão dos nutrientes dos fluídos orgânicos locais. 99 No desenvolvimento e na
29
seleção desses biomateriais, o tempo de degradação é fundamental para o sucesso do
implante.
Den Dunnen et al. 80 investigaram o uso de copolímero de L-dilactídeo, D-dilactídeo e
ε-caprolactona (50% de dilactídeo e 50% de ε-caprolactona - 85% L-dilactídeo e 15%
d-dilactídeo) como biomaterial para reconstituição de nervos periféricos. A reconstrução de
nervos periféricos pode ser conseguida com o uso de um guia para a regeneração de nervos.
Os biomateriais utilizados para guia de nervos, além de biocompatíveis, devem ser flexíveis,
semi-permeáveis, e de fácil aplicação em microcirurgia. Um guia de nervos deve também ser
transparente, para permitir a observação precisa do local do nervo em regeneração, por meio
de telescopia. A semi-permeabilidade das paredes do guia de nervos tem efeito positivo na
regeneração do nervo. Após cumprir as suas funções, os guias de nervo devem degradar. O
copolímero [50/50 (85/15 L/D)LA/ε-CL] degradou completamente em 1 ano sem a formação
de fração cristalina de baixa degradação. O copolímero [50/50 (85/15 L/D)LA/ε-CL]
entumece durante a degradação, aumentando de volume, especialmente durante os primeiros
3 meses. Isto pode ter uma influência negativa na regeneração do nervo, fazendo com que o
copolímero [50/50 (85/15 L/D)LA/ε-CL] possa ser usado somente em situações clínicas para
regeneração de pequenas fissuras (alguns mm) em nervos pequenos, como, por exemplo
nervos digitais.
Kellomaki et al. 100 estudaram o uso de membranas de compósitos bioabsorvíveis do
copolímero de ε-caprolactona e l-ácido láctico (50/50) e malhas de poli (96% l-, 4%
d-dilactídeo), com esferas cerâmicas bioativas (osteocondutividade), como materiais
adequados para guias de regeneração de ossos em áreas com defeitos de cavidades, como
fendas no palato.
30
Hattori et al. 85 desenvolveram uma nova técnica para fixação de ossos, utilizando fios
de blenda de poli (l-ácido láctico) e poli (ε-caprolactona) com as pontas fixadas por
fusão do nó.
Outro tipo de aplicação do copolímero poli(l-dilactídeo-co-ε-caprolactona) foi
observada quando o copolímero, na razão molar de 50/50, foi utilizado para aumentar a
compatibilidade de blendas de poli(l-dilactídeo) (PLL) e poli(-ε-caprolactona) (PCL),
aumentando assim a compatibilidade entre esses dois polímeros semi-cristalinos. A adição do
copolímero poli(l-dilactídeo-co-ε-caprolactona) suprimiu a cristalização do PLL na sua
temperatura de cristalização (Tc) e induziu a cristalização concorrente entre o PLL e o PCL.101
Lemmouchi et al. 102 investigaram o uso de copolímeros de ε-caprolactona e
d,l-dilactídeo nas proporções molares CL/DLLL 80/20, 85/15 e 90/10, em liberação
controlada de medicamentos para tripanosomíase, uma doença que acomete freqüentemente
animais domésticos africanos. Em prévios experimentos in vivo (coelhos e gado), usando
bastões de copolímero com a droga, foi observada reação inflamatória no local do implante
devido à rápida liberação da droga na primeira semana após a implantação. Para evitar essa
explosão inicial de liberação da droga os bastões com a droga foram recobertos com
copolímero e as reações do tecido foram significantemente reduzidas após a implantação.
Foram investigados os efeitos da composição do copolímero, massa molar, polímero de
recobrimento dos bastões dos copolímeros e da espessura do recobrimento dos bastões na
liberação das drogas: brometo de etídio (EtBr) e cloreto de isometamídio (IMM). A liberação
do IMM in vitro dos copolímeros biodegradáveis poli(ε-caprolactona-co-d,l-dilactídeo) é
rápida e não é muito dependente da composição do copolímero. A pressão osmótica induzida
pelo IMM é a influência predominante para a liberação da droga; mais de 50% do IMM é
31
liberado em 10 dias. A taxa de liberação do IMM depende da espessura de recobrimento dos
bastões, da concentração da solução tampão utilizada e da força iônica dessa solução. Em
todas as situações a liberação do IMM foi mais rápida do que a liberação do EtBr. No caso do
EtBr a taxa e duração de liberação da droga podem ser ajustadas pela composição do
copolímero, do polímero de recobrimento, a massa molar do copolímero, a espessura de
recobrimento e a geometria. A liberação do EtBr é mais rápida em copolímero de menor
massa molar: a permeabilidade da droga é maior e a degradação da matriz polimérica é mais
rápida, resultando em rápida liberação da droga. A liberação do EtBr é governada por difusão,
nos primeiros estágios, e por perda de massa da matriz nos últimos estágios do processo de
liberação.
Pignatello et al. 103 investigaram o uso de nanosuspensão de um polímero
biodegradável em liberação controlada de medicamento oftálmico e observaram muitas
vantagens. Os autores utilizaram um polímero comercial, a base de metacrilato de metila,
(Eudragit RS 100R) para a liberação controlada do medicamento oftálmico ibuprofen (IBU). A
nanosuspensão contendo 0,1% de IBU mostrou boa tolerabilidade ocular e alta capacidade de
inibir a miose induzida por trauma cirúrgico. Comparado com a solução aquosa de sal IBU
lisine, no sistema de nanopartícula ocorre a gradual e prolongada liberação de droga,
associado ao aumento da retenção na superfície corneal, resultando em alto nível de droga no
humor aquoso. Não foi observada nenhuma irritação no tecido ocular (em coelho). O grande
interesse na aplicação oftálmica de poliméricos está na impregnação positiva na superfície,
que ajuda na adesão corneal e apresenta boa estabilidade no armazenamento em baixas
temperaturas (24 meses em 4oC, para a nanosuspensão de IBU com Eudragit RS 100R).
32
3 MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E MÉTODOS
A seguir são descritos os materiais e equipamentos empregados, o procedimento
experimental das reações de polimerização e os métodos para a caracterização dos
homopolímeros e copolímeros sintetizados.
3.1 Materiais
Os materiais utilizados no presente trabalho não sofreram nenhum tipo de tratamento
ou purificação prévia. Os reagentes e solventes utilizados eram de grau puramente analítico
(PA). A parte experimental desta tese foi realizada com a utilização dos seguintes reagentes e
solventes:
- Acetato de etila; grau analítico; Procedência: Synth
- Acetona (propanona); grau analítico; Procedência: Synth
- ε-caprolactona (oxi-1oxo-hexametileno); Procedência: Aldrich; grau de pureza 99%;
densidade = 1,030 g/cm3.
- Clorofórmio (triclorometano); grau analítico; Procedência: Synth
- Hexano; grau analítico; Procedência: Synth
- l,l-Dilactídeo (3,6 dimetil-1,4 dioxano- 2,5 diona); Procedência: Aldrich; ponto de
fusão 116-119 °C; grau de pureza 98%, densidade = 1,251 g/cm3.
- Metanol; grau analítico; Procedência: Synth
- Octanoato de estanho (2-etil-hexanoato de estanho) (SnOct2) - Procedência: Aldrich
- Tolueno; grau analítico; Procedência: Synth
33
3.2 Equipamentos
Além dos equipamentos comuns usados nos laboratórios de pesquisa, foram utilizados
os seguintes equipamentos:
- Câmara “glove-box” (uma câmara de acrílico com luvas de borracha totalmente
vedada à entrada de ar externo, com entrada para gases inertes), projetada e fabricada
para a execução deste trabalho.
- Calorímetro exploratório diferencial - DSC 50 da Shimadzu, pertencente ao Instituto
de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN – CNEN/SP.
- Cromatógrafo Líquido Agilient 1100, pertencente ao Instituto de Física da USP de São
Carlos.
- Difratômetro de Raios X ISO-DEBYEFLEX 1001 da Seifert & Co (40 kV, 30 mA),
pertencente ao Departamento de Engenharia de Materiais da Faculdade de Engenharia
Química de Lorena – FAENQUIL.
- Difratômetro de Raios X da SIEMENS D 5000 (20 kV, 5 mA), pertencente ao
Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo.
- Analisador térmico dinâmico-mecânica - DMTA-VI da Rheometrics Scientific
- Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear Bruker de 200 MHz, pertencente à
Central Analítica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
- Viscosímetro Capilar do Tipo Ubbelohde – FGG –PB-0080-Tam OC – no 108
34
3.3 Métodos e Procedimentos
3.3.1 Procedimentos experimentais para a síntese dos homopolímeros e copolímeros de
εεεε-caprolactona (CL) e l,l-dilactídeo (LL)
A síntese dos homopolímeros poli(ε-caprolactona) (PCL) e poli(l-l, dilactídeo) (PLL)
e dos copolímeros de CL e LL (Co05 ao Co90) foi preparada (adição dos reagentes nos tubos
de ensaio) dentro da câmara “glove-box”, em atmosfera de nitrogênio, com a finalidade de
evitar a presença de umidade e/ou oxigênio no meio reativo. Estas duas substâncias reagem,
preferencialmente, com o iniciador octanoato de estanho (SnOct2). Os tubos de ensaio
contendo os reagentes foram homogeneizados por agitação manual, vedados com “parafilm”,
retirados da câmara “glove box” e aquecidos em banho de óleo de silicone à temperatura e
tempo otimizados para as sínteses.
Inicialmente foram realizados ensaios para a determinação das condições de reação de
polimerização por ciclo-adição da ε-caprolactona (CL) e do l,l-dilactídeo (LL) que
resultassem em melhores rendimentos e maiores massas molares dos produtos, variando
concomitantemente a concentração do iniciador octanoato de estanho (SnOct2) e a
temperatura de reação. Foram realizadas reações de polimerização da ε-caprolactona e do
l,l-dilactídeo com as seguintes proporções mássicas do iniciador SnOct2 sobre a massa dos
monômeros: 1,30%, 1%, 0,70 %, 0,50 % e 0,30 %; e nas seguintes temperaturas: 25oC, 60oC
e 120oC.
Após a realização dos ensaios preliminares de otimização de temperatura e variação da
concentração mássica do iniciador SnOct2, o tempo de reação, para as condições ótimas
35
encontradas, foi variado em 1h; 1,5h; 2h; 2,5h e 3h para cada um dos homopolímeros
sintetizados.
Os homopolímeros e os copolímeros estudados neste trabalho foram sintetizados após
a definição das melhores condições de reação de polimerização da ε-caprolactona (CL) e do
l,l-dilactídeo (LL).
3.3.1.1 Polimerização da εεεε-caprolactona (CL)
A polimerização da ε-caprolactona foi realizada a partir da variação das temperaturas
de síntese (25oC, 60oC e 120oC), em banhos de óleo de silicone termostatizados, e da
variação das concentrações mássicas do iniciador SnOct2 (1,30 %, 1 %, 0,70 %, 0,50 % e
0,30 % sobre a massa do CL), a fim de ser verificada a melhor condição de síntese. Em tubos
de ensaio foram colocadas conhecidas massas do monômero ε-caprolactona e as massas
equivalentes do iniciador SnOct2.
Para a primeira condição de temperatura, 25oC (temperatura ambiente), os tubos com
os reagentes foram deixados dentro da câmara “glove-box” durante 72 horas. A ocorrência ou
não de polimerização das amostras, após 72 horas, foi constatada por teste de precipitação de
gotículas da mistura reagente em hexano a – 5 oC.
Na segunda condição de temperatura, os tubos com os reagentes permaneceram a 60oC
por 21 horas. Ao término desse período, as amostras foram submetidas ao teste de
precipitação em hexano a – 5 oC.
Na terceira condição de temperatura, 120oC ± 2oC, as amostras permaneceram no
banho de óleo de silicone por 2 horas e 45 minutos. Após este período foi constatado que as
36
amostras tornaram-se extremamente viscosas, denotando a ocorrência de polimerização. Os
homopolímeros sintetizados dentro dos tubos foram resfriados em água corrente, à
temperatura ambiente, solidificando-se dentro dos tubos.
Os homopolímeros poli(ε-caprolactona) (PCL) foram purificados pela dissolução em
tolueno e posterior precipitação em hexano a –5o C, gotejando-se a solução polimérica no
meio precipitante. Em seqüência os homopolímeros foram filtrados e submetidos à exaustão
em capela por aproximadamente 14 horas, para a evaporação do hexano contido no
precipitado. O arraste do hexano residual foi obtido a vácuo, num dessecador acoplado a uma
bomba de vácuo, durante 2 horas, em temperatura ambiente. Completando esse procedimento,
os produtos (PCL) foram secados em estufa a vácuo a 40oC por 2 horas, resfriados em
dessecadores e pesados. Os rendimentos das reações foram calculados e as massas molares
foram determinadas por viscosimetria capilar.
3.3.1.2 Polimerização do l,l-dilactídeo (LL)
A polimerização do l,l-dilactídeo com as concentrações mássicas de 1,30 %, 1 %,
0,70 %, 0,50 % e 0,30 % do iniciador SnOct2 foi realizada através do mesmo procedimento
adotado para a polimerização da ε-caprolactona com concentrações mássicas iguais do
iniciador SnOct2, em banho de óleo de silicone à temperatura média de 120oC, durante 2 horas
e 45 minutos. Porém, a purificação do PLL foi realizada pela dissolução do produto em
clorofórmio e posterior precipitação em metanol a –5 oC.
A precipitação do PLL em metanol mostrou-se mais eficiente do que a precipitação
em hexano, meio precipitante utilizado nos ensaios preliminares. No metanol a –5 oC os
37
precipitados dos polímeros sintetizados não turvaram a solução precipitante, mostrando-se
mais insolúvel nesse meio, facilitando assim a separação do precipitado do filtrado.
3.3.1.3 Síntese dos copolímeros poli(l,l-dilactídeo-co-εεεε-caprolactona)
O procedimento para a síntese dos copolímeros foi semelhante ao utilizado para as
sínteses dos homopolímeros PLL e PCL, descritos anteriormente, utilizando-se as melhores
condições de reação observadas: 0,70 % de iniciador SnOct2, temperatura média de 120oC e
3 horas de reação.
Os copolímeros poli(l,l-dilactídeo-co-ε-caprolactona) foram sintetizados com
composições variando de 5 a 90 % em massa de LL na alimentação. A denominação dos
copolímeros tomou como base a porcentagem de l,l-dilactídeo para a composição dos
copolímeros na alimentação. Por exemplo, o copolímero contendo na sua composição,
durante a alimentação, 5% do monômero l,l-dilactídeo e 95% do monômero ε-caprolactona é
denominado de Co05; o copolímero contendo na sua composição, na alimentação, 10% do
monômero l,l-dilactídeo e 90% do monômero ε-caprolactona é denominado de Co10. Assim,
os copolímeros sintetizados foram denominados de: Co05, Co10, Co15, Co20, Co25, Co30,
Co35, Co40, Co50, Co60, Co70, Co80 e Co90. Os copolímeros Co05, Co15, Co25 e Co35
foram sintetizados posteriormente aos demais copolímeros com a finalidade de obtenção de
composições próximas a 50% CL e 50% LL, e composições intermediárias às obtidas
anteriormente no copolímero.
38
3.3.1.4 Cálculo dos rendimentos das reações de polimerização
Os homopolímeros e copolímeros obtidos foram pesados após secagem para a
determinação das massas reais dos produtos das reações de polimerização. As massas obtidas
foram comparadas com as massas que, teoricamente, seriam obtidas para um rendimento de
100% (massa total dos reagentes). Assim, o rendimento das reações foi calculado através da
expressão abaixo:
Rendimento(%) = (massa do produto obtido (g) / massa total dos reagentes (g)) x 100
3.3.2 Métodos para a caracterização dos homopolímeros e copolímeros sintetizados
As massas molares e as viscosidades intrínsecas dos homopolímeros e copolímeros
sintetizados foram investigadas por viscosimetria capilar e cromatografia de permeação em
gel (GPC). O grau de cristalinidade dos homopolímeros e copolímeros foi determinado por
difração de raios X em altos ângulos (5o a 70o). As composições mássicas reais dos
copolímeros foram determinadas por ressonância magnética nuclear de Carbono 13 (RMN de
13C). As propriedades térmicas e mecânicas dos homopolímeros e copolímeros foram
avaliadas por análise térmica dinâmico-mecânica (DMTA) e calorimetria exploratória
diferencial (DSC).
3.3.2.1 Determinação da massa molar pelo método de viscosimetria capilar
Nos ensaios preliminares, o método de viscosimetria capilar foi utilizado para a
determinação das massas molares dos homopolímeros sintetizados, PCL e PLL.
39
A viscosidade intrínseca [η] de uma solução polimérica está relacionada com a massa
viscosimétrica média, através da equação de Mark-Houwink, aplicada a um polímero não
fracionado, segundo a equação:
[ηηηη] = K (M) a
onde K e a são constantes que dependem do polímero, do solvente e da temperatura do ensaio
de viscosimetria.104 Estas constantes são tabeladas em manuais técnicos.105
O ensaio de viscosimetria capilar do PCL foi realizado a 25o C, utilizando-se o acetato
de etila como solvente. As constantes K e a para o PCL nesse tipo de solvente e temperatura
são: 105
K x 103 = 180 (mL/g) e a = 0,52
O ensaio de viscosimetria capilar do PLL foi realizado na temperatura de 30o C,
utilizando-se o clorofórmio como solvente. As constantes K e a para o PLL nesse tipo de
solvente e temperatura são: 105
K x 103 = 54,5 (mL/g) e a = 0,73
A viscosidade intrínseca [η] é obtida pela extrapolação das viscosidades inerente
(ηiner) e específica reduzida (ηesp red) de soluções diluídas para a concentração zero 106, 107, 108.
A partir da viscosidade intrínseca de um polímero, a massa molar pode ser calculada
aplicando-se a equação de Mark-Houwink.
40
Os valores de viscosidade específica reduzida (ηesp red ) e viscosidade inerente (ηine)
são plotados num gráfico em função da concentração do polímero no solvente (c).
Extrapolando-se a reta para uma concentração tendendo a zero, obtém-se nesse ponto o valor
da viscosidade intrínseca [η].
Viscosidade intrínseca: [ ]
00
)lim()lim(
→→
==
cc
redespiner ηηη
Os valores de viscosidade relativa, viscosidade específica, viscosidade específica
reduzida e viscosidade inerente são obtidos pelas seguintes equações:
Viscosidade relativa: )dim( ensionalat
t
o
rel =η
t = tempo de escoamento da solução
to = tempo de escoamento do solvente puro
Viscosidade específica: )(1o
o
relespt
tt −=−= ηη
Viscosidade específica reduzida: c
esp
redesp
ηη =
c = concentração da solução
Viscosidade inerente: c
rel
iner
)ln(ηη =
41
As amostras a serem ensaiadas, no viscosímetro tipo Ubbelohde 108, foram
preparadas a partir de 10 mL de solução a 1% em massa de PCL em acetato de etila e 10 mL
de solução a 1% em massa de PLL em clorofórmio. O banho termostático foi ajustado para
25°C para os ensaios com o PCL e 30oC para os ensaios com o PLL.
O ensaio iniciou com o carregamento do bulbo D com 10 mL do solvente puro
(acetato de etila para os ensaios do PCL e clorofórmio para os ensaios do PLL) pelo tubo A
do viscosímetro, Figura 3.1. Após o período de 5 minutos, para a estabilização da
temperatura, o solvente foi sugado por intermédio de uma seringa para dentro do bulbo do
viscosímetro com as marcações x e y. O tempo que o solvente levou para escoar no bulbo, da
marcação x para y (Figura 3.1) foi cronometrado (to). O procedimento para a cronometragem
do tempo de escoamento do solvente no bulbo foi realizado no mínimo três vezes, até que a
diferença entre uma medida e outra não ultrapassasse um (1) segundo. Os tempos de
escoamento dos solventes (to) no bulbo foram: 174 segundos para o acetato de etila e
122,50 segundos para o clorofórmio, nas respectivas temperaturas de ensaio.
O procedimento descrito anteriormente para os solventes puros foi seguido para a
determinação dos tempos de escoamento (t) das soluções poliméricas em diversas
concentrações no bulbo do viscosímetro.
42
Figura 3.1 Esquema do viscosímetro capilar tipo Ubbelohde 108 104
As viscosidades: relativa, específica, específica reduzida e inerente de cada solução
polimérica foram calculadas a partir das concentrações (g/mL) das soluções poliméricas e os
tempos médios de escoamento das soluções dos homopolímeros. Os valores das viscosidades
específicas reduzidas, viscosidades inerentes e das concentrações das soluções poliméricas
foram representados nos gráficos redespη e ciner ×η , exemplificado na Figura 3.2.
A – entrada da amostra
B – encaixe da sucção (seringa)
C – respiro
D – reservatório da amostra
x - início da cronometragem
y – fim da cronometragem
43
0,000 0,001 0,002 0,003 0,004 0,005 0,006 0,007 0,008
66
68
70
72
74
76
78
80
82
84
86
ηiner
Y = 75,16733 + 1265,65071 * X ------------------------------------------------------------ R SD N P ------------------------------------------------------------ 0,96106 1,05229 6 0,00225 ------------------------------------------------------------ ηesp red
Y = 74,95189 -1290,96706 * X ------------------------------------------------------------ R SD N P ------------------------------------------------------------ -0,97812 0,79394 6 7,12922E-4 ------------------------------------------------------------
ηη ηη
iner
ηη ηη
esp
red
Concentração do polímero (g/ml)
ηηηηiner
ηηηηesp red
Figura 3.2 Viscosidade inerente e Viscosidade específica reduzida em função da
concentração da solução de PCL em acetato de etila, para o PCL sintetizado com
0,70%m de SnOct2.
As viscosidades intrínsecas foram obtidas pelas extrapolações das viscosidades
inerente e específica reduzida das soluções poliméricas para a concentração zero (interseção
das duas retas), e as massas molares de cada amostra foram determinadas usando equação de
Mark-Houwink.
Para a amostra PCL com 0,70%m de SnOct2 a [η] é igual a 75,0596 mL/g (obtida no
gráfico da Figura 3.2, interseção das duas retas), portanto, a massa molar calculada por
viscosimetria capilar será:
M =( [η] / K ) 1/a
M = (75,0596/ 180. 10-3) 1/0,52 = 109.325 g/mol
44
3.3.2.2 Cromatografia de permeação em gel (GPC)
A Cromatografia de Permeação em Gel (GPC), também chamada de Cromatografia de
Exclusão por Tamanho (SEC), é uma técnica de fracionamento das cadeias poliméricas de um
polímero, com relação ao volume hidrodinâmico que cada uma delas ocupa em solução.
O princípio de fracionamento da GPC envolve a separação do polímero a ser analisado em um
número muito grande de frações com diferentes massas molares. Essa separação ocorre
quando uma solução do polímero é bombeada de uma coluna recheada com um gel poroso.
Este gel, normalmente esferas de poliestireno tendo o divinil-benzeno como ligações
cruzadas, possui uma porosidade de dimensões conhecidas, permitindo às cadeias poliméricas
entrarem nos poros, excluindo as cadeias maiores que então contornam as partículas. Ao
penetrarem nestes poros, as cadeias menores percorrem um caminho maior que as cadeias
maiores atrasando-se em relação a estas. Ao final da coluna de separação, cadeias de massa
molecular maior serão eluídas primeiro, sendo seguidas pelas cadeias menores.109
As massas molares dos homopolímeros e copolímeros sintetizados e sua dispersão
foram determinadas utilizando-se um cromatógrafo líquido Agilent 1100 equipado com
colunas de Plgel Mixed C + Mixed B (em série) e detector de índice de refração diferencial,
usando o THF como eluente, temperatura de 40oC, com fluxo de 1 mL/min e o volume
injetado foi de 50 µL. O poliestireno com distribuição de massa molecular uniforme foi
usado como padrão de referência para os valores das massas molares obtidos.
3.3.2.3 Ressonância magnética nuclear (RMN de 13C)
"A técnica RMN aproveita a propriedade de alguns núcleos apresentarem momentos
magnéticos não nulos. Se um núcleo é submetido a um forte campo magnético, o seu
45
momento magnético, µ, tende a se alinhar com o campo, o que é acompanhado de mudanças
energéticas. Para detectar o desdobramento de energia, deve ser aplicada uma radiação
eletromagnética de freqüência νo, ocorrendo assim uma absorção de energia que é o fenômeno
de ressonância. Fazendo uma varredura na freqüência da radiação eletromagnética, aparecerão
transições em freqüências definidas (ressonâncias).” 110
A técnica de ressonância magnética nuclear 13C-RMN foi utilizada para caracterização
qualitativa do copolímero (composição monomérica). Por meio da técnica 13C-RMN foi
possível confirmar a estrutura do copolímero e o tipo de copolímero formado. Os espectros
13C NMR foram obtidos usando um espectrômetro de ressonância magnética nuclear Bruker
AC 200 a 50MHz. O clorofórmio deuterado foi utilizado como solvente e o tetrametilsilano
(TMS) como referência de deslocamento químico.
3.3.2.4 Difração de raios X em altos ângulos (WAXS)
As análises de difratometria de raios X dos homopolímeros PLL e PCL e dos
copolímeros Co10 ao Co90 sintetizados foram realizadas no difratômetro de Raios X Iso-
Debyeflex 1001 da Seifert & Co (40 Kv, 30 mA), enquanto as dos copolímeros Co05, Co15 e
Co25 foram realizadas no difratômetro de Raios X da SIEMENS D 5000 (20 kV, 5 mA), por
questão de disponibilidade de equipamento. Foi utilizada radiação Cu Kα (1,542 Ângstrons),
filtro de Ni, ângulos de difração (2θ) variando de 5o a 70o, taxa de varredura de 1,5 o / min.
Os graus de cristalinidade dos homo e copolímeros sintetizados foram calculados do
ajuste de curvas dos picos das curvas de difração de raios X. As áreas dos picos de difração
foram integradas.
46
3.3.2.5 Análise térmica dinâmico-mecânica (DMTA)
Na análise térmica dinâmico-mecânica (DMTA), a amostra é submetida a uma
deformação mecânica senoidal de freqüência f, e os correspondentes módulos de
armazenamento (proporcional à energia estocada elasticamente - reversível) e de perda
(proporcional à energia perdida na forma de calor - irreversível) são monitorados em função
da temperatura.111 Assim, são obtidas informações importantes a respeito do comportamento
viscoelástico do material, um fator crucial para determinação de sua aplicabilidade.
Variações no material em função da temperatura, como transição vítrea, Tg, fusão
cristalina, Tm, e cristalização, Tc, bem como variações químicas (cura do material) podem ser
também monitoradas por DMTA. As temperaturas de transições vítreas e fusões cristalinas
são geralmente caracterizadas por uma redução brusca no módulo de armazenamento do
material enquanto a cristalização é caracterizada por aumento no módulo de armazenamento.
As análises térmicas dinâmico-mecânicas (DMTA) das amostras foram realizadas em
um equipamento DMTA, modelo VI da Rheometric Scientific, e os módulos de
armazenamento e de perda foram monitorados em função da temperatura.
As amostras, em formato de barras retangulares de 23 mm x 8 mm e 2 mm de
espessura, foram cortadas de corpos sólidos obtidos da prensagem dos homopolímeros e
copolímeros sintetizados ou da fusão destes em estufa. A faixa de temperatura de ensaio
variou conforme a composição do copolímero: de -100°C a +150°C para os copolímeros com
50 a 90% em massa de LL na alimentação, de –100°C a +100°C para os copolímeros com 30
a 40% em massa de LL e –100°C a +50°C para os copolímeros com 05 a 25% em massa de
LL; à taxa de aquecimento de 2 ºC/min, limite de deformação de 0,1% e freqüência de 1 Hz.
47
3.3.2.6 Calorimetria exploratória diferencial (DSC)
A técnica de Calorimetria exploratória diferencial (DSC) mede a variação de fluxo
calor entre uma amostra e o material de referência, enquanto ambos são submetidos a uma
programação controlada de temperatura. A amostra e a referência são colocadas em cápsulas
idênticas, posicionadas sobre um disco termoelétrico e aquecidas por uma única fonte de
calor. O calor é transferido para as cápsulas por meio do disco, com o fluxo de calor
diferencial entre ambas sendo controlado por meio de termopares conectados ao disco. A
variação da temperatura (∆T), em um dado momento, é proporcional à variação de entalpia, à
capacidade calorífica e à resistência térmica total ao fluxo calórico.112 Assim, variações físicas
como transições de capacidade calorífica (transição vítrea; Tg) e transições de fase (fusão
cristalina, Tm, e cristalização, Tc ) podem ser observadas.
As medidas de Calorimetria exploratória diferencial (DSC) foram realizadas no
aparelho DSC 50 da Shimadzu, calibrado com índio (Tm=156,6oC). As amostras com
aproximadamente 05 (cinco) miligramas de massa, foram seladas em cadinhos de alumínio.
As análises foram realizadas sob fluxo de nitrogênio de 50 mL/min, à razão de aquecimento
de 10°C/min. Duas faixas de temperatura foram aplicadas, conforme as composições dos
copolímeros. Para o homopolímero PCL e os copolímeros contendo de 05 a 35 % de LL na
alimentação (Co05 a Co30) foi aplicada uma faixa de temperatura entre –80°C e 100°C,
suficiente para detectar os picos de fusão; para o homopolímero PLL e os copolímeros
contendo de 40 a 90 % de LL (Co40 a Co90) foi aplicada uma faixa de temperatura de –80°C
a 250°C, devido aos picos de fusão que ocorrem em temperaturas mais elevadas.
48
3.3.2.7 Avaliação da biodegradação dos copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50, Co60 e
Co90, segundo teste de Sturm
O teste de Sturm consiste na análise quantitativa de dióxido de carbono(CO2)
desprendido resultante da biodegradação de compostos químicos orgânicos113, como os
polímeros. Os copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50, Co60 e Co90 foram submetidos ao teste
de Sturm de acordo com a norma IBAMA E.1.1.2-1988 114. Segundo esta norma,
biodegradação é definida como a porcentagem de CO2 desprendido, pela ação microbiológica
em um determinado tempo, em relação ao total de CO2 teoricamente esperado para a oxidação
completa da quantidade de substância ensaiada.
Uma amostra de copolímero, correspondente a 20 mg de carbono por litro, foi
adicionada como única fonte de carbono a um frasco estéril contendo solução de nutrientes
inorgânicos. Microorganismos provenientes de solo e água de lago, com concentração na
ordem de 105 UFC/mL, foram utilizados como inóculo. O fluxo de ar foi controlado e filtrado
antes da entrada nos frascos de biodegradação, através de lã de vidro e solução de NaOH
10 M, para a retirada do CO2. A degradação do copolímero foi quantificada pelo
desprendimento de CO2 resultante da atividade microbiana. O CO2 desprendido foi coletado
em solução de Ba(OH)2 a 0,0125 M, contida em 03 (três) frascos lavadores, e em seguida foi
determinado quantitativamente por titulação com HCl 0,050 N. Na mesma bateria de testes
foram conectados mais 03 (três) frascos, um contendo somente a solução nutriente (branco),
um contendo uma solução biodegradável de glicose (padrão) e outro com a solução teste de
inibição (com amostras do padrão de biodegradação e do copolímero testado). Este último,
solução para o teste de inibição, é um ensaio de controle para detecção de possíveis efeitos
tóxicos da substância-teste sobre os microorganismos do inóculo.
49
Na Figura 3.3 é apresentado um desenho esquemático da montagem dos frascos, com
as soluções para os testes de biodegradação ligados em paralelo.
Figura 3.3 Sistema para os ensaios de biodegradabilidade pela medida do dióxido de
carbono desprendido em sistema aberto 114
Nos testes preliminares os copolímeros Co10, Co50 e Co90 foram incubados por 28
dias em temperatura ambiente (25 ± 2oC). Posteriormente, os copolímeros Co10, Co20,
Co40, Co50, Co60 e Co90 foram submetidos ao teste de Sturm para efeitos de comparação
entre diferentes composições no copolímero com tempo de incubação de 17 dias, em
temperatura ambiente (25 ± 2oC).
50
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Condições de reação: concentração do iniciador octanoato de estanho (SnOct2),
temperatura e tempo de reação.
Seguindo os procedimentos descritos na literatura 18,19,21,22,115 foram pesquisadas as
seguintes condições de reação: (a) banho termostatizado a 60oC ± 2oC por 21 horas; (b)
temperatura ambiente (aproximadamente 25oC) dentro da “glove-box” por 72 horas e (c)
banho com óleo de silicone a120oC ± 2oC, por 2 horas e 45 minutos. Juntamente com a
temperatura foi pesquisada também a concentração de iniciador SnOct2 necessária para a
polimerização do ε-caprolactona (CL): 1,30 %, 1,00 %; 0,70 %; 0,50 % e 0,30 % sobre a
massa do monômero CL.
Somente com a terceira condição de temperatura de reação, banho com óleo de
silicone em temperatura média de 120oC por 2 horas e 45 minutos, ocorreu a polimerização
do ε-caprolactona (CL), formando o poli-ε-caprolactona (PCL) com rendimentos acima de
61%.
4.1.1 Efeito da variação da concentração do iniciador SnOct2 no rendimento das
reações de polimerização do εεεε-caprolactona e do l,l-dilactídeo
Na Tabela 4.1 são apresentados os rendimentos das reações de polimerização do
ε-caprolactona e do l,l-dilactídeo, para o tempo de reação de 2 horas e 45 minutos a 120 oC.
51
Tabela 4.1 Rendimentos dos poli-εεεε-caprolactona (PCL) e poli-l,l-dilactídeo (PLL) sintetizados
com o iniciador SnOct2 nas concentrações: 1,30%; 1,00%; 0,70%; 0,50% e 0,30%,
temperatura de reação de 120 ± 2oC, tempo de reação de 2 horas e 45 minutos.
% mássica do SnOct2 1,30 1,00 0,70 0,50 0,30
RENDIMENTO PCL (%mássica) 88 97 95 75 62
RENDIMENTO PLL (% mássica) 94 89 92 85 81
Observa-se que, à medida que a concentração do iniciador aumenta o rendimento da
reação também aumenta. Acredita-se que ao aumentar a quantidade de iniciador, aumenta-se
o número de sítios de iniciação da reação de polimerização, aumentando assim o rendimento
para o mesmo tempo de reação. Na polimerização do LL foram observados rendimentos
acima de 80% até mesmo com 0,30 % de iniciador SnOct2. Em contrapartida, para a
polimerização do CL foram conseguidos rendimentos acima de 80% somente a partir do uso
de 0,70 % de iniciador SnOct2.
O efeito da variação da concentração do iniciador SnOct2 no rendimento das reações
de polimerização do ε-caprolactona e do l,l-dilactídeo podem ser melhor observados nos
gráficos das Figuras 4.1 e 4.2, a seguir.
52
R2 = 0,9652
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4
% mássica do SnOct2
Ren
dim
ento
do
PC
L (
%)
Figura 4.1 Rendimento da polimerização do CL x % mássica do SnOct2
R2 = 0,8514
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4
% mássica do SnOct2
Ren
dim
ento
do
PL
L (
%)
Figura 4.2 Rendimento da polimerização do LL x % mássica do SnOct2
53
4.1.2 Valores das viscosidades intrínsecas e massas molares dos poli-εεεε-caprolactona
(PCL) e dos poli-l,l-dilactídeo (PLL) obtidos pelo método de viscosimetria
Os valores das viscosidades intrínsecas e das massas molares dos PCL e PLL
sintetizados com o iniciador SnOct2 nas concentrações: 1,30%; 1,00%; 0,70%; 0,50% e
0,30%, na temperatura de reação de 120oC, com ± 2oC de variação, e tempo de reação de
2 horas e 45 minutos, obtidos pelo método de viscosimetria estão apresentados na Tabela 4.2,
a seguir.
Tabela 4.2 Valores das viscosidades intrínsecas e das massas molares dos PCL e PLL
sintetizados com o iniciador SnOct2 nas concentrações: 1,30%; 1,00%; 0,70%; 0,50% e
0,30%, temperatura de reação de 120 ± 2oC, tempo de reação de 2 horas e 45 minutos.
Conc. SnOct2
(%m)
[ηηηη]
(g/mL)-1
Massa Molar
g/mol
Rendimento
PCL (%)
0,30 54,57 59.200 62
0,50 74,50 107.800 75
0,70 75,06 109.300 95
1,00 75,066 109.300 97
PCL
1,30 28,22 16.700 88
0,30 118,50 37.300 81
0,50 121,49 38.600 85
0,70 143,28 48.400 92
1,00 116,85 36.600 89
PLL
1,30 141,65 47.600 94
Observa-se que o rendimento da polimerização do CL aumenta consideravelmente na
medida em que aumenta a concentração do iniciador SnOct2 de 0,30% até 1,00%, e volta a
diminuir com a concentração de 1,30% do iniciador. O comportamento da massa molar (MM)
deveria ser o inverso, ou seja, quando a concentração de iniciador aumenta, a massa molar do
54
PCL deve diminuir, pois, aumentando o número de sítios de iniciação da reação de
polimerização, aumenta-se o número de cadeias moleculares e, conseqüentemente, as massas
molares diminuem. Mas, aumentando a concentração do SnOct2 para 0,70% e 1,0% a massa
molar do PCL também aumentou. A massa molar diminuiu com a concentração de 1,30% do
iniciador. Entretanto, na polimerização do LL foram obtidos rendimentos acima de 80 %
mesmo em baixas concentrações do iniciador SnOct2, 0,30% e 0,50%. A variação da massa
molar do PLL não apresentou um comportamento regular, apresentando os maiores valores de
rendimento e massa molar nas reações com concentrações de 0,70% e 1,30% do iniciador.
Na polimerização por ciclo-adição da ε-caprolactona (CL) com as concentrações de
0,70% e 1,00% em massa do iniciador SnOct2 foram obtidos os melhores resultados de
rendimento e massa molar. Enquanto que, na polimerização do l,l-dilactídeo os melhores
resultados foram alcançados nas reações com as concentrações de 0,70% e 1,30% do
iniciador. Assim, optou-se pelo uso da concentração de 0,70% em massa do iniciador SnOct2
nas reações de síntese dos homopolímeros e copolímeros, por apresentar os melhores
resultados nas reações dos dois monômeros, o CL e o LL.
4.1.3 Influência do tempo de reação na polimerização por ciclo-adição do l,l-dilactídeo
(LL) e da εεεε-caprolactona (CL)
A influência do tempo de reação na polimerização por ciclo-adição do l,l-dilactídeo
(LL) e da ε-caprolactona (CL) foi pesquisada antes da síntese dos homopolímeros e
copolímeros. Os experimentos foram realizados em temperatura média de 120oC nos
seguintes tempos de reação: 1,0 h; 1,5 h; 2,0 h; 2,5 h e 3,0 h.
55
Os rendimentos das reações de polimerização dos monômeros LL e CL, obtidos em
diferentes tempos de reação, são apresentados na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 Massas e rendimentos obtidos nas reações de polimerização dos monômeros LL e CL
em função do tempo de reação.
Polímero e tempo de
reação
Massa inicial do
monômero (g)
Massa Final do
polímero (g)
RENDIMENTO
(%)
PLL 1h 1,1158 0,7761 70
PLL 1,5 h 1,0975 0,8164 74
PLL 2 h 0,8968 0,6932 77
PLL 2,5 h 1,1986 1,0414 87
PLL 3 h 1,0823 0,8974 83
PCL 1 h 4,0532 1,3068 34
PCL 1,5 h 4,0532 1,1907 29
PCL 2 h 4,0532 1,9365 48
PCL 2,5 h 4,0532 2,1642 53
PCL 3 h 4,0532 3,3498 83
Os rendimentos obtidos nas reações de polimerização da CL foram menores que os
obtidos nas reações de polimerização do LL, para os tempos de reação abaixo de 3 horas. Por
outro lado, os rendimentos das reações de polimerização da CL e do LL foram iguais para o
tempo de 3 horas de reação (83 %). O monômero CL foi menos reativo do que o LL na
síntese dos homopolímeros para os tempos de reação abaixo de 3 horas.
Em um trabalho anterior116 foi observado que os rendimentos das reações e as massas
molares dos homopolímeros do l,l-dilactídeo diminuem em temperaturas e tempos de reação
elevados (150oC e 180oC, e tempos acima de 3 horas), como pode ser observado a seguir.
56
A Figura 4.3 mostra a variação do rendimento das reações de polimerização do
l,l-dilactídeo em função do tempo e temperatura de reação, e a Figura 4.4 mostra a variação da
massa molar em função do tempo e temperatura de reação.
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0
20
40
60
80
100
120 o C
150 o C
180 o C
yield (%)
reaction time (min)
Rendim
ento
(%
)
Tempo de reação (min)
Figura 4.3 Efeito da temperatura e tempo de reação no rendimento da polimerização do l,l-
dilactídeo 116
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0
10
20
30
150 o C 180 o C
Ma
ssa
mo
lar
(10
3
g/m
ol)
Tempo de reação (min)
Figura 4.4 Massa molar em função do tempo de reação de polimerização do l,l-dilactídeo116
57
Na temperatura de 180oC o rendimento da reação foi reduzido drasticamente de mais
de 90 % com 1,5 hora de reação para 40% com 3 horas de reação (Figura 4.3) e, os produtos
formados, em tempos de reação superiores a 3 h, apresentaram-se pastosos e escurecidos
(amarelado a marrom) com rendimentos desprezíveis, indicando degradação do
homopolímero. Na reação a 150oC a massa molar e o rendimento do polímero foram maiores
do que a 180oC. O rendimento permaneceu praticamente o mesmo para os tempos de reação
de 225 min e 350 min (~80%) para a reação a 150oC. Porém, a massa molar reduziu
sensivelmente nos tempos de reação acima de 2 h (130 min) (Figura 4.4). Essa redução na
massa molar em tempos de reação mais elevados confirma a ocorrência de degradação do
homopolímero, como foi observado visualmente no produto da reação à 180oC. O melhor
rendimento e maior massa molar da reação a 150oC foi obtido com o tempo de reação menor
do que 3 h (130 minutos).
A reação de polimerização do l,l-dilactídeo, provavelmente, ocorre por meio de um
equilíbrio entre a formação e a estabilidade do anel do monômero e a formação da cadeia
polimérica, com a formação de cadeias moleculares sendo favorecida em baixas
temperaturas117 e tempos de reação moderados. Pode-se considerar, então, que a formação do
PLL ocorre em condições termodinamicamente favoráveis. Em temperaturas moderadas
(< 180 oC) a energia é suficiente para a ativação da reação de polimerização sem promover o
rompimento subseqüente dessas ligações. Enquanto que, em temperaturas mais elevadas e/ou
com tempos de reação maiores, a energia promove a reação intramolecular da cadeia
polimérica, resultando na formação do dilactídeo. Por essas razões, e pelos resultados obtidos
nos estudos preliminares, os homopolímeros e copolímeros sintetizados e estudados no
presente trabalho foram sintetizados a120 oC e tempo de reação igual a 3 horas.
58
4.2 Efeito da composição na reação de copolimerização
As composições mássicas na alimentação, as composições mássicas reais nos
copolímeros poli(l,l-dilactídeo-co-ε-caprolactona), investigados por ressonância magnética
nuclear de 13C (RMN de 13C), e os rendimentos das reações de polimerização dos
homopolímeros e copolímeros, sintetizados em temperatura média de 120oC e 3 horas de
reação, estão apresentados na Tabela 4.4.
Tabela 4.4 Composições mássicas na alimentação e nos copolímeros e rendimentos das reações.
Copolímero %LL
Alimentação % LL
Copolímero Rendimento
(%) PCL 0 0 83 Co05 05 5,90 58
Co10 10 6,50 74
Co15 15 21,90 45
Co20 20 31,40 60
Co25 25 35,70 63
Co30 30 38,50 62
Co35 35 57,00 48
Co40 40 62,70 59
Co50 50 75,60 57
Co60 60 85,70 67
Co70 70 90,80 73
Co80 80 97,30 73
Co90 90 100 84
PLL 100 100 83
A Figura 4.5 mostra a variação entre a concentração molar (%) de LL na alimentação
dos monômeros e na composição real nos copolímeros.
59
0
20
40
60
80
100
0 20 40 60 80 100
LL na alimentação (%molar)
LL
no
co
po
límer
o (
%m
ola
r)
y = -0,013x2 + 2,2905x R2 = 0,9935
Figura 4.5 Composição do copolímero obtido em função da composição da mistura de
monômeros na alimentação.
A predominância de incorporação do LL no copolímero foi observada em todas as
reações (Tabela 4.4 e Figura 4.5), indicando que a probabilidade de adição da CL no final da
cadeia lactidila é baixa e, a probabilidade de adição do LL no final da cadeia caproíla é alta.
Esta observação está de acordo com os resultados previamente relatados por Bero et al.
(1993)18.
A Figura 4.6 mostra a influência da composição de alimentação dos monômeros no
rendimento do copolímero.
60
R2 = 0,5675
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
LL na alimentação (%)
ren
dim
ento
(%
)
Figura 4.6 Influência da composição na alimentação dos monômeros no rendimento do
copolímero.
Na Figura 4.6 observa-se a redução da conversão em composições próximas a
equimolar, o que pode ser atribuído à baixa taxa de ciclo-adição do co-monômero CL no final
da cadeia lactidila.
4.3 Análise da microestrutura dos copolímeros de LL e CL
4.3.1 Espectroscopia de ressonância magnética nuclear de 13C (RMN de 13C)
As Figuras de 4.7 a 4.20 mostram os espectros de RMN de 13C do homopolímero PCL
e dos copolímeros Co05 ao Co90 sintetizados.
61
19
9.9
61
8
17
3.5
03
5
12
8.5
37
51
27
.81
62
12
6.2
42
5
11
3.7
83
8
87
.12
88
87
.09
60
77
.75
20
77
.21
10
77
.11
26
76
.48
97
64
.14
58
34
.16
30
28
.40
91
25
.57
31
25
.36
00
24
.62
23
-0.0
00
0
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150160170180190200210220230240
Figura 4.7 Espectro de RMN de 13C do homopolímero PCL
62
002 52 55 05 07 57 51 0 01 0 01 2 51 2 51 5 01 5 01 7 51 7 52 0 02 0 02 2 52 2 52 5 02 5 0
1 7 3 ,4 5 6
1 7 2 ,7 9 6
1 7 0 ,2 2 0
1 2 8 ,4 9 8
1 2 7 ,7 7 7
1 2 6 ,2 2 0
7 7 ,7 7 1
7 7 ,1 3 2
7 6 .4 9 2
6 9 , 1 3 3
6 8 , 4 9 4
6 8 , 2 3 2
6 5 ,2 3 2
6 4 ,1 1 8 3 4 ,1 4 0
3 3 ,7 1 4
2 8 ,3 8 8
2 8 ,2 2 4
2 5 ,5 5 2
2 4 ,6 0 1
2 4 ,4 0 5
1 6 ,9 6 4
1 6 ,8 4 91 6 ,7 8 3 0 ,0 0 0
Figura 4.8 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co05
63
237.9592
185.0101
173.5023172.8466170.2565169.5844
77.767977.308977.128576.489269.145268.997768.882968.489568.260065.260165.079864.1454
34.146433.736628.392528.245025.572925.458225.376225.245124.605724.523824.425418.245316.983016.868316.802716.67160.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.9 E
spectro Espectro de R
MN
de 13C do copolím
ero Co10
64
173.4859172.8466172.7810170.8467170.3385170.2401170.0926169.5844
128.5202126.2416
77.735177.112176.4728
69.309169.128869.046868.866568.243665.243764.1454
34.146433.720228.392525.556525.441824.605716.786316.6716
-0.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.10 E
spectro Espectro de R
MN
de 13C do copolím
ero Co15
65
173.4859173.4040172.8302172.7646170.3221170.2401170.0762169.7156169.5680
128.5202127.7990126.2252
113.7666
77.784377.341677.144976.505669.309169.128869.046868.866568.489568.2436
65.292965.243765.079864.1290
34.146434.080833.802133.720228.392528.228625.556525.441825.359825.228724.605724.507424.409024.327116.966616.868316.786316.65520.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.11 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o20
66
173.5023173.4203172.8466172.7810170.8467170.3385170.2729170.2401170.0926169.7319169.5844
128.5202127.7989126.4219126.2252
117.9140
113.7830
77.751577.112176.636776.472869.309169.128869.046868.866568.505968.243665.292965.243765.079864.391364.276564.1454
34.146433.720228.392528.228625.802425.556525.441825.359824.605724.409016.786316.655216.4093-0.0000
(pp
m)
02
04
06
08
01
00
12
01
40
16
01
80
20
02
20
24
0
Figura 4.12 E
spectro Espectro de R
MN
de 13C do copolím
ero Co25
67
173.5187173.4367172.8630172.7974170.3385170.2565170.0926169.7483169.5844
77.735177.308977.112176.472869.309169.128869.046868.882968.505968.243665.309365.260165.079864.1454
34.146434.080833.802133.720233.654628.392528.228625.556525.441825.359825.212324.605724.507424.409024.327016.966616.868316.786316.6552-0.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.13 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o30
68
173.5702173.4882172.9146172.8326170.3741170.3085170.2594170.0955169.7677169.6038
77.705077.065876.4266
69.264269.100369.001968.838068.215265.297865.248664.1505
34.1076
28.3383
25.519224.5686
16.6359
0.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
0
Figura 4.14 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o35
69
173.5187173.4531172.8794172.7974170.3549170.2565170.0926169.7483169.5844
77.718777.292577.095776.456469.325569.145269.046868.882968.260065.309365.260164.1618
34.146434.080833.736633.671028.392528.228625.572925.441825.359825.212324.605724.507424.409024.327016.868316.786316.6552-0.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.15 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o40
70
173.5351173.4531172.8793172.8138170.3548170.2729170.1089169.7483169.6008
77.735077.095776.456469.325569.145269.046868.882968.259965.309264.1617
34.146334.080833.736533.670928.392428.359628.228528.195725.572925.441725.359725.228624.605724.507324.425424.327016.786316.6551-0.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
0
Figura 4.16 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o50
71
173.5351173.4531172.8794172.8138170.3549170.2893170.1090169.7484169.5844
77.751577.128576.489269.341969.063268.899368.260065.309364.1618
34.146434.080833.736633.671029.703928.392528.228628.195825.572925.441825.359825.228724.605724.507424.409024.327120.491116.819116.786316.65520.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.17 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o60
72
172.8138170.3549170.1090169.7483169.6008
77.735177.095776.456469.325569.063268.899368.260066.768265.309364.1618
34.146434.080833.720233.671028.343328.195825.572925.441825.359825.228724.605724.507424.327020.491116.786316.6552-0.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
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09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.18 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o70
73
172.7974170.3385170.1090169.7484169.5844
128.5366126.2580
77.751577.308977.112176.472869.341969.063268.899368.260066.751865.309364.1782
34.146434.097233.671028.359728.195825.572925.441825.376225.228724.605724.343420.491116.65520.0000
(pp
m)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
01
00
11
01
20
13
01
40
15
01
60
17
01
80
19
02
00
21
02
20
23
02
40
Figura 4.19 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o80
74
16
9.6
00
8
77
.71
87
77
.27
61
77
.07
94
76
.44
00
69
.06
32
16
.67
16
-0.0
00
0
(ppm)
0102030405060708090100110120130140150160170180190200210220230240
Figura 4.20 Espectro de RMN de 13C do copolímero Co90
75
Os espectros de RMN de 13C apresentam picos de deslocamentos químicos em regiões
específicas para cada espécie química. Por exemplo, para as espécies como os átomos de
carbono metilenos β, γ e δ da unidade caproíla do copolímero, os picos dos deslocamentos
químicos aparecem próximos das regiões 25,5 ppm; 24,5 ppm e 28,5 ppm, respectivamente,
concordando com o que foi observado por Kasperczyk e Bero25 .
As unidades caproíla (CL) e lactidila (LL) podem ser estruturalmente representadas
por25:
εεεε δδδδ γγγγ ββββ αααα
--O—CH2—CH2—CH2—CH2—CH2—CO-- (unidade caproíla - CL)
--O—CH(CH3)—CO—O—CH(CH3)—CO-- (unidade lactidila - LL)
No espectro do homopolímero PCL os picos correspondentes aos átomos de carbono
metilenos β, γ e δ, da unidade caproíla, aparecem com intensidade alta. Na medida em que a
quantidade da unidade lactidila aumenta e, conseqüentemente, a quantidade da unidade
caproíla diminui, a intensidade desses picos característicos da caproíla também diminui. Isto
pode ser melhor observado nas Figuras 4.21 e 4.22, a seguir.
76
69.3091 69.1288 69.0468 68.8829 68.5059 68.2436 65.3093 65.2601 65.0798 64.1454
34.1464 34.0808 33.8021 33.7202 33.6546
28.3925 28.2286 25.5565 25.4418 25.3598 25.2123 24.6057 24.5074 24.4090 24.3270 16.9666 16.8683 16.7863 16.6552
(pp
m)
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
δδδ δ βββ β γγγ γ
Figura 4.21 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o30
69.3419 69.0632 68.8993 68.2600 65.3093 64.1618
34.1464 34.0808 33.7366 33.6710 29.7039 28.3925 28.2286 28.1958 25.5729 25.4418 25.3598 25.2287 24.6057 24.5074 24.4090 24.3271 20.4911 16.8191 16.7863 16.6552
(pp
m)
16
18
20
22
24
26
28
30
32
34
36
38
40
42
44
46
48
50
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
72
γγγ γ βββ β
δδδ δ
Figura 4.22 E
spectro de RM
N de 13C
do copolímero C
o60
77
Foram usados como referência interna de deslocamento químico os picos de
ressonância do tetrametilsilano (TMS) e o triplete observado na região de 77 ppm, cujos picos
são correspondentes ao CDCl3.
Na região da carbonila (-CO-) são observados os picos correspondentes às duas
unidades caproíla e lactidila dos copolímeros sintetizados. Os sinais de ressonância da
carbonila se encontram de 169 ppm a 174 ppm.
Na Tabela 4.5 são apresentados os valores dos picos de ressonância das carbonilas.
Tabela 4.5 Sinais de ressonância da carbonila por RMN de 13C - em ppm.
Co90 Co80 Co70 Co60 Co50 Co40 Co35 Co30 Co25 Co20 Co15 Co10 Co05 PCL
a 170,3385 170,3549 170,3549 170,3548 170,3549 170,3741 170,3385 170,3385 170,3221 170,3385 a a a PLL
a a a 170,2893b 170,2729 b 170,3085 b 170,2729 b b a a a PLL
a a a b 170,2565b 170,2594
170,2565b 170,2401
170,2401b
170,2401b 170,2565 170,220 a PLL
a 170,1090 170,1090 170,1090 170,1089 170,0926 170,0955 170,0926 170,0926 170,0762 170,0926 a a a PLL
a 169,7484 169,7483 169,7484 169,7483 169,7483 169,7677 169,7483 169,7319 169,7156 169,7319 a a a PLL
169,6008 169,5844 169,6008 169,5844 169,6008 169,5844 169,6038 169,5844 169,5844 169,5680 169,5844 a a a PLL
a a a 173,5351 173,5351 173,5187 173,5702 173,5187 173,5023 173,4859 173,4859 173,5023 173,45 173,5035 PCL
a a a 173,4531 173,4531 173,4531 173,4882 173,4367 173,4203 173,4040 173,4203 a a a PCL
a a a 172,8794 172,8793 172,8794 172,9146 172,8630 172,8466 172,8302 172,8466 172,8466 172,796 a PCL
a 172,7974 172,8138 172,8138 172,8138 172,7974 172,8326 172,7974 172,7810 172,7646 172,7810 a a a PCL
a ausente ou se confunde com o ruído , b dublete, pico largo
As Figuras 4.23 e 4.24 apresentam os espectros de ressonância magnética de 13C
(RMN de 13C) obtidos para os copolímeros Co05 a Co90, na região da carbonila (169 ppm –
174 ppm).
78
Figura 4.23 Espectros de RMN- 13C dos copolímeros Co05, Co10, Co15, Co20, Co25,
Co30 e Co35, na região da carbonila (169 - 174 ppm).
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
Co05
Co10
Co15
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
Co20
Co25
Co30
Co35
79
Figura 4.24 Espectros de RMN- 13C dos copolímeros Co40, Co50, Co60, Co70, Co80 e
Co90, na região da carbonila (169 - 174 ppm).
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
Co40
Co50
Co60
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
168.5169.0169.5170.0170.5171.0171.5172.0172.5173.0173.5174.0174.5
Co90
Co80
Co70
80
Na medida em que aumenta o LL na composição monomérica do copolímero, os picos
de ressonância correspondentes à carbonila do PLL aumentam de intensidade (170,5 ppm–
169 ppm). No copolímero Co30 observa-se que os picos correspondentes à carbonila do PLL
e os picos correspondentes à carbonila do PCL (173,5-172 ppm) estão com intensidades quase
idênticas, denotando proximidade da composição monomérica de 50% de LL e 50% de CL no
copolímero.
Os deslocamentos químicos ou ressonância da carbonila dos relevantes tríades estão
mostrados na Tabela 4.6, e estão de acordo com os previamente reportados na
literatura.22,25,29,48,55
Tabela 4.6 Ressonância da carbonila nos diferentes tríades do copolímero
Sequênciaa Tríade Ressonância da carbonila, ppm
CL-CLb-CL 173,504 ± 0,026 LL-CL-CL 173,434 ± 0,020
CL-CL-LL 172,852 ± 0,028
LL-CL-LL 172,796 ± 0,017
LL-LLc-CL 170,344 ± 0,012
CL-LL-CL 170,244 ± 0,013
CL-LL-LL 170,098 ± 0,012
LL-LL-CL 169,741 ± 0,012
LL-LL-LL 169,588 ± 0,010 a a carbonila correspondente está sublinhada, b CL – caproíla, c LL– lactidila
Os comprimentos das seqüências microestruturais dos copolímeros foram
determinados pela análise dos sinais da carbonila nos espectros de RMN de 13C na região de
169 –174 ppm (Figura 4.23 e 4.24). As médias experimentais dos comprimentos das
81
seqüências de PCL (LCL) e PLL (LLL) foram calculadas da integração dos valores das tríades
pelas equações (1) e (2) 118
])[]([2
1][
][][][][
CLLLLLLLLLCLCLLLCL
CLLLCLLLLLCLCLLLLLLLLLLLLLL
−−+−−+−−
−−+−−+−−+−−=
(1)
])[]([2
1][
][][][][
CLCLLLLLCLCLLLCLLL
LLCLLLLLCLCLCLCLLLCLCLCLLCL
−−+−−+−−
−−+−−+−−+−−=
(2)
Os comprimentos das seqüências da microestrutura dos copolímeros estão
apresentados nas Figuras 4.25a e 4.25b. Estes são comparados com os comprimentos médios
das seqüências LL e CL (LLLB and LCLB) esperados pela composição dos copolímeros
observados, em termos de concentração da unidade lactidila, [-LL], e concentração da unidade
caproíla, [-CL], por distribuição estatística de Bernoulli. De acordo com a estatística de
Bernoulli, que considera uma distribuição estatística de ambas as unidades -LL e -CL no
copolímero, os comprimentos médios das seqüências são calculados pelas equações (3) e
(4)118 :
][
][][
][1
LL
CL
LL
CL
L BLL
+
=
(3)
][
][1
LL
CLL BCL +=
(4)
82
Na Figura 4.25 são apresentados os gráficos com os resultados experimentais e a
distribuição estatística de Bernoulli, mostrando a influência da composição do copolímero no
comprimento de segmento das unidades de lactidila e caproíla.
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120
% molar lactidila
co
mp
rim
ento
da
seq
uên
cia LL experimental
Bernoulli
(a)
0
5
10
15
20
25
30
35
0 20 40 60 80 100 120
% molar lactidila
com
pri
men
to d
a se
qu
ênci
a CL experimental
Bernoulli
(b)
Figura 4.25 Influência da composição do copolímero no comprimento de segmento das
unidades de lactidila (♦♦♦♦) (a) e caproíla (gggg) (b), e distribuição de Bernoulli (����)
83
Os comportamentos dos comprimentos das seqüências dos copolímeros, valores
experimentais e valores calculados, são muito similares, indicando a predominância na
formação estatística dos copolímeros.
Os comprimentos experimentais de LCL e LLL são mais longos que os valores
calculados baseados na assunção de que as unidades lactidila e caproíla têm distribuição
completamente estatística.
Acredita-se que as reações de polimerização ocorram sem transesterificação, pois
nenhum pico de carbonila do lactato isolado (CL-L-CL) a 170,9 ppm foi observado nos
espectros de RMN de 13C, concordando com Kasperczyk25 e Youqing Shen48.
As microestruturas dos copolímeros foram predominantemente estatísticas.
A integração de cada sinal da carbonila. no espectro de RMN de 13C foi considerada
quantitativamente proporcional à concentração relativa das unidades caproíla (-CL) e a
unidade lactidila (-LL), assim como a quantidade relativa de -CL e -LL em cada tipo de tríade
formado. A predominância da incorporação do LL nos copolímeros foi observada em todas as
reações, novamente indicando que a probabilidade de adição da caprolactona ao final da
cadeia lactidila é muito baixa, enquanto a probabilidade de adição do l,l-dilactídeo ao final da
cadeia caproíla é alta, concordando com os resultados previamente reportados na literatura. 18
4.3.2 Análise das massas molares dos copolímeros obtidos por cromatografia de
permeação em gel (GPC) e viscosidade de soluções diluídas
Na Tabela 4.7 são apresentados os resultados de massa molar e índice de
polidispersidade dos copolímeros sintetizados neste trabalho.
84
Tabela 4.7 Massas molares GPC (g/mol) e índice de polidispersidade
Copolímero Massa Molar
M n a
Massa Molar, M w a MWDc
PCL 69.100 103.000 1,49 Co05 62.000 106500 1,70
Co10 34.100 52.400 1,54
Co15 46.500 76.400 1,64
Co 20 21.200 32.000 1,51
Co25 21.600 31.500 1,46
Co 30 15.200 21.800 1,43
Co35 43800 48200 1,10
Co 40 17.800 24.700 1,39
Co 50 18.000 25.800 1,43
Co 60 14.800 22.100 1,49
Co 70 13.000 19.800 1,52
Co 80 14.200 21.400 1,51
Co 90 15.700 23.700 1,51
PLL - 21.700b - aGPC em THF, usando como padrão o poliestireno monodisperso; bViscosimetria em CHCl3; cMWD índice de polidispersidade
Pôde ser observado que as massas molares variaram de 20.000 a 100.000 g/mol e que
o índice de polidispersidade manteve-se próximo de 1,5. Estes resultados demonstram maior
reatividade da mistura monomérica em composições mais elevadas de CL, levando a massas
molares mais elevadas nas reações com 95 e 85% de CL na alimentação (Co05 e Co15,
respectivamente). Adicionalmente, o índice de polidispersidade com valores igual ou
inferiores a 1,5 indica uma natureza “quase viva” para esta reação.
4.3.3 Resultados da análise por difratometria de raios X (WAXS)
As cristalinidades dos copolímeros foram determinadas por difração de raios X,
usando radiação Cu Kα e filtro de Ni, a 40 kV e 30 mA, com incremento de 1,5o por min.
85
Nas Figuras 4.26 e 4.27 são apresentadas as curvas de difração de raios X dos
homopolímeros e copolímeros sintetizados.
Figura 4.26 Curvas de difração de raios X dos homopolímeros e copolímeros Co10 ao
Co40
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co10
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co20
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co30
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co40
86
Figura 4.27 Curvas de difração de raios X dos homopolímeros e copolímeros Co50 ao
Co90
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co50
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co60
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co70
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co80
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
0
1000
2000
3000
4000
Inte
nsi
dad
e (c
ps)
2 Teta ( o
)
PCL PLL Co90
87
Os picos de difração observados nos copolímeros se devem às estruturas cristalinas do
PCL e do PLL. 119, 120, 121, 51 A estrutura cristalina do PCL é atribuída a uma célula unitária
ortorrômbica, com os picos principais de difração localizados nos ângulos (2θ) 21,35o, 21,90o
e 23,75o, os quais correspondem aos planos (1 1 0), (2 0 0) e (0 2 0), respectivamente. A
estrutura cristalina do PLL é atribuída à estrutura pseudoortorrômbica α, com uma
conformação de cadeia helicoidal 121, com os picos principais de difração localizados nos
ângulos (2θ) 16,5o e 18,9o, os quais correspondem aos planos (0 0 10) e (1 0 10),
respectivamente. Nos copolímeros Co10 ao Co30 o grau de cristalinidade deve-se
principalmente à estrutura do PCL, pois os picos principais de difração estão localizados nos
ângulos 2θ correspondentes ao PCL; enquanto que, nos copolímeros Co40 ao Co90 os picos
principais de difração estão localizados nos ângulos 2θ correspondentes ao PLL.
Com exceção dos copolímeros Co30 e Co40, os demais copolímeros apresentaram picos de
difração de raios X com intensidades altas, portanto, demonstrando graus de cristalinidade
moderados (25% a 37%), quando comparados aos picos de difração dos homopolímeros PCL
e PLL.
Os graus de cristalinidade dos homopolímeros e copolímeros sintetizados foram
calculados da decomposição dos picos difração de raios X, por meio de um programa de
ajuste de curvas. As áreas sob os picos de difração de raios X foram integradas e as áreas dos
picos mais estreitos e de intensidades mais altas foram consideradas como áreas de
cristalinidade.
Na Figura 4.28 é apresentado um exemplo da determinação do grau de cristalinidade
de um polímero.
88
10 15 20 25 30
0
1000
2000
3000
4000
A3
A2
A1
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 θ (ο
)
PCL
Figura 4.28 Decomposição dos picos de difração de raios X
A soma das áreas A1 e A2 foi considerada como área da parte cristalina dos
homopolímeros e copolímeros, e a área A3 foi considerada como a área da parte amorfa.
O grau de cristalinidade é o percentual que representa a soma das áreas da parte cristalina
(A1 + A2), áreas dos picos de difração mais estreitos e de intensidades mais altas, do total das
áreas consideradas (A1 + A2 + A3).
Os resultados dos cálculos dos graus de cristalinidade dos homopolímeros e
copolímeros estão apresentados na Tabela 4.8.
89
Tabela 4.8 Valores de cristalinidade dos homopolímeros e copolímeros sintetizados
Copolímero Cristalinidade (%)
PCL 39
Co05 35
Co10 33
Co15 22
Co20 25
Co25 11
Co30 13
Co35 15
Co40 15
Co50 28
Co60 33
Co70 37
Co80 29
Co90 37
PLL 37
O grau de cristalinidade dos copolímeros reduziu na medida em que a quantidade de
LL na alimentação aumentou de 05% até 40% (Co05 ao Co40), apresentando graus de
cristalinidade menores em composições próximas a equimolar no copolímero (Co30 ao
Co40). Os comprimentos das seqüências LL (LLL) nos copolímeros até o Co40 são menores,
conforme observado anteriormente na Figura 4.25. Esses comprimentos de seqüências
menores de LL impedem ou diminuem a cristalização da parte correspondente ao PCL no
copolímero, reduzindo o grau de cristalinidade. A partir do copolímero Co40 o grau de
cristalinidade volta a aumentar devido ao aumento do comprimento das seqüências LL (LLL)
nesses copolímeros, e a cristalinidade agora é devida à parte LL do copolímero, como pôde
ser observado nas curvas de difração de raios X.
90
Embora os copolímeros Co30 e Co40 tenham apresentado similarmente baixos graus
de cristalinidade, as curvas de difração de raios X permitiram a observação de tipos distintos
de cristalitos. No copolímero Co30 o grau de cristalinidade é devido em maior parte à
cristalinidade do PCL, enquanto que no Co40 o grau de cristalinidade é devido, em maior
parte, à cristalinidade do PLL, como pode ser observado na Figura 4.29.
Figura 4.29 Curvas de difração de raios X dos copolímeros Co30 e Co40
10 15 20 25 30 35 40
200
400
600
800
1000
1200
Inte
nsid
ade
(cp
s)
2 θ ( ο
)
Co30
10 15 20 25 30 35 40
200
400
600
800
1000
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 θ ( ο
)
Co40
10 15 20 25
0
200
400
600LL
LL
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 θ ( ο
)
Co40
10 15 20 25
0
200
400
600
800
CL
CL
LL
Inte
nsid
ad
e (
cp
s)
2 θ ( ο
)
Co30
91
As estruturas cristalinas desses copolímeros desempenham importante função no
comportamento térmico dinâmico-mecânico dos mesmos.
4.3.4 Resultados das análises térmicas dinâmico-mecânicas (DMTA)
As análises térmicas dinâmico-mecânica (DMTA) foram realizadas em amostras com
formato de barras retangulares cortadas de corpos sólidos. Estes corpos sólidos foram obtidos
da prensagem dos homopolímeros e copolímeros sintetizados ou, pela fusão destes em estufa
em temperaturas apropriadas a cada copolímero.
Os resultados das análises DMTA dos copolímeros sintetizados neste trabalho são
apresentados nas Figuras 4.30 a 4.41.
92
Figura 4.30 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co05.
Figura 4.31 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co10.
-100.0-50.0 0.0 50.0
100.0
104
105
106
107
108
109
1010
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Temp [°C]
E
' ()
[P
a]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co05 (2)
-100.0-47.5 5.0 57.5
110.0
104
105
106
107
108
109
1010
-0.4
-0.3
-0.2
-0.1
0.0
0.1
0.2
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co10-90
93
Figura 4.32 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co15.
Figura 4.33 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co20.
-100.0-50.0 0.0 50.0
100.0
106
107
108
109
1010
-0.1
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Temp [°C]
E
' ()
[P
a]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co15
-100.0-50.0 0.0
50.0
107
108
109
1010
0.0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co20b
94
Figura 4.34 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co25.
Figura 4.35 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co30.
-100.0-50.0 0.0 50.0
100.0
103
104
105
106
107
108
109
1010
-0.1
0.01818
0.1364
0.2545
0.3727
0.4909
0.6091
0.7273
0.8455
0.9636
1.0818
1.2
Temp [°C]
E
' ()
[P
a]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co25
-100.0-50.0 0.0 50.0
100.0
105
106
107
108
109
1010
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co30
95
-100.0-26.667 46.667
120.0
104
105
10 6
107
108
109
1010
10-2
10-1
100
101
102
103
104
105
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co-35
Figura 4.36 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co35.
-100.0-50.0 0.0 50.0
100.0
105
106
107
108
109
1010
0.0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co40
Figura 4.37 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co40.
96
-100.0-50.0 0.0 50.0 100.0
150.0
104
105
106
107
108
109
1010
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co50 (2)
Figura 4.38 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co50.
Figura 4.39 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co60.
-100.0-50.0 0.0 50.0 100.0
150.0
105
106
107
108
109
1010
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co60
97
-100.0-50.0 0.0 50.0 100.0
150.0
104
105
106
107
108
109
1010
-0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
Temp [°C]
E
' ()
[
Pa
]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co70
Figura 4.40 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co70.
Figura 4.41 Módulo de armazenamento (E’), Módulo de perda (E”) e Tangente δ em
função da temperatura do copolímero Co80.
-50.00.0 50.0 100.0 150.0
200.0
102
103
104
105
106
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
1.7
1.8
1.9
2.0
Temp [°C]
E
' ()
[P
a]
E
" (
)
[
Pa
]
tan
_d
elta
()
[ ]
co80 (3)
98
Na Tabela 4.9 são apresentadas as temperatura dos principais picos em tangente de δ, no
Módulo de Perda (E”) e a Energia de Dissipação.
Tabela 4.9 Temperaturas dos picos tangente δ das análises de DMTA
Copolímero
%LL
Alimentação
%m LLa
Copolímero
Tg (oC)
Picos em tg δ
T (oC)
Picos em E”
Energia Dissipação
GPa.K PCL 0 0 -44,8 - -
Co-05 5 5,90 -50; -37,8 -54,0 0,7
Co-10 10 6,50 -27,0; -11 -35,2 3,4
Co-15 15 21,90 -22,9; -15,1 -25,9 2,9
Co-20 20 31,40 -13,6 -18,5 4,3
Co-25 25 35,70 -8,9 -13,5 2,3
Co-30 30 38,50 -10,5 -21,1 6,0
Co-35 35 57,00 -15,7 -23,0 3,2
Co-40 40 62,70 2,2; 44,4 -13,0 6,0
Co-50 50 75,60 21,6 -1,0 0,2
Co-60 60 85,70 59,5 -39,1 8,7
Co-70 70 90,80 63,1 52,8 3,3
Co-80 80 97,30 63,3 - -
Co-90/PLL 100 100 63,5 - - a % em massa de l,l-dilactídeo nos copolímeros calculados dos espectros de 13C-RMN
Nas Figuras 4.42 a 4.47 são apresentadas as curvas de DMTA agrupadas dos
copolímeros Co05 a Co70 para comparação desses.
99
-80 .0 -60 .0 -40.0 -20.0 0.0 10.0 30.0 50.0 70.0
0.0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
0.45
Co05 Co15 Co25 Co20 C o10
tan
δ
Tem peratura (
o C )
Figura 4.42 Tangente δ em função da temperatura dos copolímeros Co05 ao Co25
-60.0 -40.0 -20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 -0.2
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
tan δ
Temperatura ( o C)
Co50 Co60 Co70 Co40 Co30
Figura 4.43 Tangente δ em função da temperatura dos copolímeros Co30 ao Co70
100
- 75 - 55 - 35 - 15 5 25 45 65 10 7
10 8
10 9
10 10
Temperatura (oC)
Mó
du
lo d
e a
rma
zen
am
ento
E' (
Pa
) Co05 Co15 Co25 Co20 Co10
Figura 4.44 Módulo de armazenamento (E’) em função da temperatura dos copolímeros
Co05 ao Co25
- 60.0 - 40.0 - 20.0 0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 10 5
10 6
10 7
10 8
10 9
10 10
Módu
lo d
e a
rma
zen
am
en
to E
' (P
a)
Temperatura( (
o C)
Co50 Co60 Co70 Co40 Co30
Figura 4.45 Módulo de armazenamento (E’) em função da temperatura dos copolímeros
Co30 ao Co70
101
-80.0 -70.0 -60.0 -50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0 20.0 30.0 0.0
1x10 8
2x10 8
3x10 8
4x10 8
5x10 8
Mó
dulo
de p
erd
a
E"
(Pa)
Temperatura ( o C)
Co05 Co15 Co25 Co20 Co10
Figura 4.46 Módulo de perda (E”) em função da temperatura dos copolímeros Co05 ao
Co25
-100.0 -50.0 0.0 50.0 100.0 0.0
1x10 8
2x10 8
3x10 8
4x10 8
Mód
ulo
de p
erd
a E
" (P
a)
Temperatura ( 0 C)
Co50 Co60 Co70 Co40 Co30
Figura 4.47 Módulo de perda (E”) em função da temperatura dos copolímeros Co30 ao
Co70
102
As transições vítreas dos copolímeros foram facilmente observadas como picos de
tangente δ. Os picos de tangente δ dos copolímeros observados foram extensos e as
temperaturas dos picos aumentaram com o aumento da quantidade de unidades de lactidila,
como era esperado. O segundo pico observado na amostra Co70, na temperatura 82,6oC,
deve-se à cristalização durante o teste, o qual pode ser observado como aumento no módulo
de armazenamento E’ (Figura 4.45).
Dos gráficos de módulo de armazenamento dinâmico (E’) em função da temperatura,
Figuras 4.44 e 4.45, observa-se que os copolímeros apresentaram extensa faixa de
comportamento mecânico, de plásticos rígidos a comportamentos elastoméricos. Observa-se
que a transição vítrea-elastomérica dos copolímeros Co10 e Co70 encontra-se a –30 ºC e
60 ºC, respectivamente. Um platô de comportamento elastomérico é observado para os
copolímeros Co10 a Co70.
O módulo de armazenamento é fortemente dependente do grau de cristalinidade e da
estrutura cristalina, o copolímero com composição próxima da equimolar (Co30) apresentou a
mais baixa cristalinidade e a faixa de temperatura mais estreita para o platô elastomérico no
módulo de armazenamento.
O módulo de armazenamento E’ em função da temperatura é fortemente dependente
da composição do copolímero e da microestrutura, o que afeta a habilidade de cristalização.
Os copolímeros com alta quantidade de PCL se mostraram plásticos rígidos à temperatura
ambiente, mas devido à baixa temperatura de fusão (Tm) dos cristalitos de PCL, dificilmente
suportaram deformação a temperaturas maiores que 40 ºC.
103
4.3.5 Resultados da análise por calorimetria exploratória diferencial (DSC)
As Figuras 4.48 e 4.49 apresentam as curvas DSC dos homopolímeros e copolímeros
sintetizados; e a Tabela 4.10 apresenta os valores da temperatura de transição vítrea (Tg),
temperatura de fusão cristalina (Tm), entalpia de fusão (∆Hm), temperatura de cristalização
(Tc) e cristalinidade dos homopolímeros PCL e PLL e dos seus copolímeros sintetizados.
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
Temperatura (oC)
Co15
exo
Flu
xo d
e ca
lor
(mW
/mg
)
Co10
Co05
PCL
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
Temperatura (oC)
Co35
exo
Flu
xo d
e ca
lor
(mW
/mg
)
Co30
Co25
Co20
Figura 4.48 Curvas DSC do homopolímero PCL e dos copolímeros Co05 ao Co35
104
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
Temperatura (oC)
Co60
Co50
exo
Flu
xo d
e ca
lor
(mW
/mg
) Co40
PCL
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
Temperatura (oC)
PLL
exo
Flu
xo d
e ca
lor
(mW
/mg
)
Co90
Co80
Co70
Figura 4.49 Curvas DSC dos homopolímeros PCL, PLL e dos copolímeros Co40 ao
Co90
105
Tabela 4.10 Valores de Tg Tm, ∆∆∆∆Hm, Tc e cristalinidade dos homopolímeros PCL e PLL e
dos seus copolímeros.
a cristalinidade determinada por DSC b cristalinidade determinada por difração raios X
A cristalinidade dos homopolímeros e copolímeros foi determinada através da
equação:
% cristalinidade = (100 * ∆∆∆∆Hm) / [(93 * concm PLL) + (142 * concm PCL)] 122
onde, ∆∆∆∆Hm é a entalpia de fusão dos homopolímeros e seus copolímeros (J/g); 93 é a entalpia
de fusão (J/g) do PLL 100% cristalino (FICHER et al. apud TSUJI,1998 122) 1, 142 é a
1 FISCHER E.W.; STERZEL, H.J.; WERNER, G. Investigation of the Strusture of Solution Grown Crystals of Lactide Copolymers by Means Chemicals Reactions. KOLLOID-Z.u.Z Polymere, 251, p.980-990, 1973.
Amostras
Tg
(°C)
Tm / Tc
(ºC)
∆∆∆∆Hm
(J/g)
Cristalinidade
% (DSC)a
Cristalinidade
% (R-X)b
PCL - 65,5 102,40 72 39
Co-05 - 59,70 87,50 63 35
Co-10 - 55,40 83,40 60 33
Co-15 - 52,70 56,10 43 22
Co-20 -33,00 46,00 46,30 37 25
Co-25 -29,60 39,60 25,00 20 11
Co-30 -30,70 38,00 23,50 19 13
Co-35 -29,40 35,40 15,60 14 15
Co-40 -28,10 102,60 13,50 12 15
Co-50 -12,90 130,80 27,00 26 28
Co-60 -10,70 141,60 23,00 23 33
Co-70 43,50 150,30 / 88,60 20,70 21 37
Co-80 58,80 156,50 / 97,40 37,30 40 29
Co-90 52,20 164,00 / 103,10 44,60 48 37
PLL 62,60 166,90 /107,20 50,20 54 37
106
entalpia de fusão (J/g) do PCL 100% cristalino (CRESCENZI et al. apud TSUJI,1998 122) 2 ,
e concm PLL e concm PCL são, respectivamente, as concentrações mássicas (%) do PLL e do
PCL no copolímero.
A morfologia dos copolímeros se altera gradualmente com o aumento da concentração
de PLL na composição do copolímero. O PLL é rígido e frágil e o PCL é mais dúctil.
Os copolímeros possuem propriedades mecânicas intermediárias às propriedades do PLL e
PCL.
Os graus de cristalinidade dos copolímeros, determinado por DSC, apresentaram a
mesma tendência observada para os graus de cristalinidade determinados por difração de raios
X. O grau de cristalinidade dos copolímeros diminuiu na medida em que a quantidade de LL
no copolímero aumentou. Nos copolímeros com baixa concentração de PLL, as cadeias de
PLL são muito pequenas para cristalizar e impedem a cristalização do PCL. Essa redução de
cristalinidade ocorreu até as composições próximas a equimolar no copolímero (Co30 ao
Co40), voltando a aumentar nos copolímeros com concentrações mais altas de PLL.
Devido à alta cristalinidade do PCL, as Tg dos copolímeros com concentrações mais
altas de PCL (PCL, Co05, Co10, Co15) não foram observadas. Somente para as amostras a
partir do Co20 as Tg dos copolímeros foram detectadas e as Tm foram deslocadas para
temperaturas menores. Os valores de ∆Hm também foram menores nos copolímeros com
concentração de até 40% de l,l-dilactídeo (Co40). Provavelmente, a introdução do bloco PLL
no copolímero interferiu negativamente nas condições para a cristalização do PCL, resultando
2 CRESCENZI, V.; MANZINI, G.; GALZOLARI, G.; BORRI, C. European Polymer Journal, 8, p.449, 1972.
107
na redução da entalpia de fusão. Mas com o aumento da adição de PLL este deslocamento foi
invertido para altas temperaturas, como podem ser observadas nas amostras Co50 a Co90.
Os copolímeros adquirem mais características do PLL nas amostras Co40 a Co90,
cujas concentrações mássicas no copolímero são maiores do que 60 % de PLL. Anteriormente
foi observado que os copolímeros Co40 ao Co90 apresentaram maiores graus de cristalinidade
devido ao aumento do comprimento das seqüências LL (Figura 4.25) justificando assim a
similaridade das características desses copolímeros com o PLL. Nesses copolímeros a matriz
PCL se torna amorfa em relação à fase dominante do PLL, pois os comprimentos de
seqüências CL diminuem sensivelmente. Portanto, a composição influencia diretamente na
cristalinidade e na temperatura de fusão dos copolímeros.
4.3.6 Avaliação da biodegradabilidade dos copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50, Co60
e Co90
O teste de Sturm de biodegradabilidade foi realizado de acordo com a norma IBAMA
E.1.1.2-1988110. Nos primeiros testes para os copolímeros Co10, Co50 e Co90 foram
observadas baixas porcentagens de degradação em 28 dias, respectivamente, 3,10%, 2,8% e
2,50% de degradação, em relação à quantidade de CO2 desprendido.
Na Figura 4.50 é apresentada uma comparação da degradação dos copolímeros Co10,
Co50 e Co90 em relação ao padrão de glicose utilizado.
108
0 100 200 300 400 500 600 700
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Deg
rad
ação
(%
CO
2)
tempo (h)
Padrão
Co10
Co50
Co90
Figura 4.50 Degradação dos copolímeros Co10, Co50, Co90 e padrão de glicose (% CO2
desprendido)
No teste comparativo de biodegradação entre os copolímeros selecionados, Co10,
Co20, Co40, Co50, Co60 e Co90, foi observada uma variação na porcentagem de degradação
de 4,1% (Co90) a 20,10% (Co40) em 17 dias, em relação à quantidade de CO2 desprendido.
Na Tabela 4.11 são apresentados os resultados do Teste de Sturm, segundo a norma
IBAMA E.1.1.2-1988, dos copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50, Co60, Co90 e do padrão
de glicose.
109
Tabela 4.11 Resultados do Teste de Sturm, segundo a norma IBAMA E.1.1.2-1988, dos
copolímeros Co10, Co20, Co40, Co50, Co60, Co90 e padrão de glicose
Tempo (h)
Padrão % CO2
Co10 % CO2
Co20 % CO2
C040 % CO2
C050 % CO2
Co60 % CO2
Co90 % CO2
24 0 0,3 1 3,8 1,2 0 0
48 23,8 0,3 1,9 7,7 1,2 0 0
72 52,7 2,9 2,8 11 1,2 0 0
144 58,6 2,9 4,9 13,3 1,5 1,1 0,3
168 63,3 4,4 4,9 13,3 1,5 1,9 2,2
264 67,9 9,6 4,9 14,9 2,5 5,1 2,4
408 80,7 14,7 9 20,1 6 7,3 4,1
Na Figura 4.51 pode ser observada a degradação dos copolímeros em função do
tempo; e na Figura 4.52, a correlação entre a cristalinidade do copolímero e a
biodegradabilidade.
0 50 100 150 200 250 300 350 400
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Deg
rad
ação
(%
CO
2)
tempo (h)
Padrão
Co10
Co20
Co40
Co50
Co60
Co90
Figura 4.51 Degradação (%CO2) dos copolímeros em função do tempo
110
10 15 20 25 30 35 40
0
5
10
15
20
25
30
Co90Co50
Co20
Co40
Co60
Co10
Deg
rad
ação
(%
CO
2)
Cristalinidade (%)
Figura 4.52 Correlação entre a cristalinidade dos copolímeros e biodegradabilidade
Os resultados não mostraram correlação direta do grau de degradação dos copolímeros
com a composição dos mesmos, mas observa-se que o copolímero mais próximo da
composição equimolar (Co40) apresentou maior percentual de degradação em relação aos
demais copolímeros avaliados. O copolímero mais próximo da composição equimolar é o que
tem menor grau de cristalinidade dentre os demais copolímeros testados. A degradação nos
primeiros 03 (três) dias também foi mais acelerada para o copolímero de menor grau de
cristalinidade. Estes resultados são compatíveis com o fato de que, quanto maior a
cristalinidade do material menos acessível este se torna às enzimas microbianas que realizam
a sua depolimerização.
A disponibilidade de polímeros com diferentes graus de degradação é desejável e
importante, pois nem sempre a degradação mais rápida é a mais adequada para determinados
tipos de aplicação do material. Para a aplicação do polímero em embalagens é desejável uma
111
degradação mais rápida quando disposto em solo, após o seu uso; enquanto que para a
aplicação médica a degradação tem que ser controlada de acordo com os propósitos.
Degradações mais rápidas podem ser conseguidas com os copolímeros com composições
aproximadas da equimolar. As propriedades térmicas e mecânicas do polímero, aliadas à
propriedade de degradação, devem ser controladas tanto para aplicações em embalagens como
para aplicações médicas.
112
5 CONCLUSÕES
� Na síntese dos homopolímeros, a ε-caprolactona (CL) foi menos reativa do que o
l,l-dilactídeo (LL) em concentrações mais baixas do iniciador octanoato de estanho
(0,30% e 0,50%) e em tempos de reação menores que 3 horas. Os melhores rendimentos
da reação e as maiores massas molares em ambos homopolímeros, PLL e PCL, foram
alcançadas com o uso de 0,70% de iniciador SnOct2 e 3 horas de reação a 120 oC ± 2 oC.
� Copolímeros do l,l-dilactídeo (LL) e da ε-caprolactona com uma extensa faixa de
composição podem ser sintetizados por polimerização em massa sob condições brandas,
temperatura de 120 oC ± 2 oC e 03 (três) horas de reação, usando o octanoato de estanho
como iniciador.
� A conversão dos monômeros diminuiu com o aumento do LL até a proporção de 50% na
alimentação, e então aumentou. Para os homopolímeros e copolímeros contendo de 60 a
90% de LL foram obtidas taxas de conversão entre 70 e 80%.
� A predominância de incorporação da lactidila (-LL) no copolímero foi observada em todas
as reações, indicando que a probabilidade de adição da caproíla (-CL) no final da cadeia
lactidila é baixa e, a probabilidade de adição do LL no final da cadeia caproíla é alta,
concordando com Bero et al 18.
� Ausência de transesterificação e a natureza estatística dos copolímeros foram observadas
pelas análises dos comprimentos dos segmentos usando espectroscopia 13C-RMN.
� Os homopolímeros e copolímeros sintetizados apresentaram moderada dispersividade
(1,50) e massas molares ( M w) de 19.800 a 106.500 g/mol para os copolímeros, de
113
103.000 g/mol para o PCL e 21.700 g/mol para o PLL (o último foi determinado por
viscosimetria capilar em clorofórmio).
� Os copolímeros apresentaram propriedades mecânicas variando do flexível ao rígido
termoplástico.
� As propriedades dinâmico-mecânicas são fortemente dependentes da estrutura cristalina e
do grau de cristalinidade, enquanto a estabilidade térmica aumenta com a quantidade do
segmento PLL no copolímero.
� As temperaturas de fusão cristalina (Tm) dos copolímeros Co05 ao Co35 diminuíram com
o aumento da quantidade de LL, enquanto as Tm do Co40 ao Co90 foram intermediárias às
Tm do PLL e PCL.
� Os copolímeros com composição molar acima de 50% de PLL (Co 40 a Co90)
apresentaram características mais acentuadas do PLL, com comprimentos de seqüências
LL e graus de cristalinidade maiores.
� Os copolímeros com composição próxima a equimolar (Co30 ao Co40) apresentaram
cristalinidade baixa e, conseqüentemente, maior taxa de degradação, 20% em 408 h para
o Co40.
� Além dos usos nobres que estão sendo pesquisados no campo da medicina e engenharia de
tecidos, os materiais sintetizados neste trabalho podem ser utilizados para fabricação de
embalagens biodegradáveis flexíveis e rígidas.
114
SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
1. Verificar e viabilizar a possibilidade de uso dos copolímeros sintetizados neste
trabalho em embalagens flexíveis e rígidas, fazendo uso das suas propriedades de
barreira ao aroma, sabor, gases e biodegradabilidade.
2. Estudar detalhadamente a degradação e estabilização dos polímeros sintetizados.
3. Estudar as demais propriedades mecânicas aplicáveis a esses polímeros.
4. Verificar a aplicabilidade desses polímeros no campo médico e odontológico, como
matrizes de encapsulação de drogas, como reposição temporária de ossos e/ou
elementos de fixação.
5. Estudar a resistência dos polímeros sintetizados à radiação ou a outras formas de
esterilização.
6. Estudar o uso da radiação para modificar as propriedades térmicas e mecânicas dos
polímeros sintetizados.
115
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