Determinantes
description
Transcript of Determinantes
Jorge Orestes Cerdeira, Inst. Sup. Agronomia, 2005
Determinantes
Def. Uma permutacao dos elementos do conj. N = {1, 2, . . . , n} e
uma sequencia α1α2 . . . αn de n elementos distintos de N .
Ex. 123456 e 216354 sao duas permutacoes do conj. {1, 2, . . . , 6}.
Obs. O numero de permutacoes do conj. N = {1, 2, . . . , n} e n!.
As n! permutacoes podem ser obtidas a partir da permutacao
12 . . . n por sucessivas trocas de elementos adjacentes.
1
8>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>:
1 2
8>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>:
1 2 3
8>>>>>>><>>>>>>>:1 2 3 4
1 2 4 3
1 4 2 3
4 1 2 3
1 3 2
8>>>>>>><>>>>>>>:4 1 3 2
1 4 3 2
1 3 4 2
1 3 2 4
3 1 2
8>>>>>>><>>>>>>>:3 1 2 4
3 1 4 2
3 4 1 2
4 3 1 2
2 1
8>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>:
3 2 1
8>>>>>>><>>>>>>>:4 3 2 1
3 4 2 1
3 2 4 1
3 2 1 4
2 3 1
8>>>>>>><>>>>>>>:2 3 1 4
2 3 4 1
2 4 3 1
4 2 3 1
2 1 3
8>>>>>>><>>>>>>>:4 2 1 3
2 4 1 3
2 1 4 3
2 1 3 4
1
Def. Numa dada permutacao α1 . . . αi . . . αj . . . αn, os elementos
αi e αj fazem uma inversao se αi > αj.
Ex. Na permutacao 216354 os elementos 2 e 1 fazem uma inversao.
O elemento 6 faz inversao com 3, 5 e 4. O elemento 3 apenas faz
inversao com 6.
Obs. O numero de inversoes na permutacao α1α2 . . . αn e dado por
∑n−1i=1 no
¯ de elementos menores do que αi que estao a sua direita.
Ex. O no¯ de inversoes na permutacao 216354 e 5.
Def. Uma permutacao e par ou ımpar consoante e par ou ımpar
o no¯ de inversoes na permutacao.
Ex. A permutacao 216354 e ımpar.
Obs. Uma permutacao muda de paridade quando se troca um par
de elementos adjacentes.
Considere a permutacao P = α1 . . . αiαi+1 . . . αn.
Se αi < αi+1, o no¯ de inversoes em α1 . . . αi+1αi . . . αn e mais uma
do que em P .
Se αi > αi+1, o no¯ de inversoes em α1 . . . αi+1αi . . . αn e menos
uma do que em P .
Como as n! permutacoes de {1, 2, . . . , n} podem ser obtidas a
2
partir da permutacao 12 . . . n por trocas sucessivas de pares de ele-
mentos adjacentes, tem-se o seguinte resultado.
Lema Das n! permutacoes dos elementos do conj. {1, 2, . . . , n}
metade sao ımpares e metade sao pares.
Seja A = [aij] uma matriz quadrada de ordem n.
Def. Um termo da matriz A e o produto de n elementos de A em
que figura um representante de cada linha e coluna.
Ex. Se A =
a11 a12 a13
a21 a22 a23
a31 a32 a33
, a12a21a33, a11a23a32, a11a22a33 sao
termos da matriz A.
Def. O termo a1α1a2α2
. . . anαne par se a permutacao α1α2 . . . αn e
par. Caso contrario diz-se que o termo e ımpar.
Ex. Os termos a12a21a33 e a11a23a32 sao ımpares e o termo a11a22a33
e par.
A matriz A =
a11 a12
a21 a22
so tem um termo par: a11a22 e um
termo ımpar: a12a21.
Def. O determinante da matriz An×n e a soma dos n! termos de
3
A, figurando os ımpares com sinal “-”, i.e.,
det A = |A| =∑
α
δαa1α1a2α2
. . . anαn,
em que δα =
−1 se α = α1α2 . . . αn e ımpar
1 caso contrario.
Ex. det
a11 a12
a21 a22
= a11a22 − a12a21.
det
1 2
−1 5
= 1× 5− 2× (−1) = 7.
det
a11 a12 a13
a21 a22 a23
a31 a32 a33
= a11a22a33 + a12a23a31 + a13a21a32
− a13a22a31 − a11a23a32 − a12a21a33
a11 a12 a13 a11 a12
a21 a22 a23 a21 a22
a31 a32 a33 a31 a32
− − − + + +
det
0 −1 2
3 1 −2
5 3 0
= 0× 1× 0 + (−1)× (−2)× 5 + 2× 3× 3
−2×1×5−0×(−2)×3−(−1)×3×0 = 18
4
Props. dos determinantes de An×n.
1. Se todos os elementos de uma fila sao nulos, o determinante e
zero.
2. Se multiplicar os elementos de uma fila por um escalar λ o
determinante vem multiplicado por λ. (... det λA = λn det A.)
3. Quando se troca duas filas paralelas o determinante muda de
sinal.
A =
1 2
3 2
B =
3 2
1 2
4. Se duas filas sao proporcionais o determinante e zero.
. Se ha filas iguais, o resultado anterior implica que o determi-
nante e zero.
. A =
...
ai1 ai2 . . . ain
...
λai1 λai2 . . . λain
...
, det A = λ det
...
ai1 ai2 . . . ain
...
ai1 ai2 . . . ain
...
︸ ︷︷ ︸0
5. O determinante de uma matriz 4lar e igual ao termo principal.
5
6. Se os elementos da linha i (coluna j) forem escritos na forma
aij = bij + cij, j = 1, . . . , n,
det A = det
a11 a12 . . . a1n
...
bi1 bi2 . . . bin
...
an1 an2 . . . ann
+ det
a11 a12 . . . a1n
...
ci1 ci2 . . . cin
...
an1 an2 . . . ann
det A =∑
α δαa1α1a2α2
. . . aiαi︸︷︷︸ . . . anαn=
=∑
α δαa1α1a2α2
. . . (biαi+ ciαi
) . . . anαn=
=∑
α(δαa1α1a2α2
. . . biαi. . . anαn
+δαa1α1a2α2
. . . ciαi. . . anαn
) =
=∑
α
δαa1α1a2α2
. . . biαi. . . anαn
︸ ︷︷ ︸+
∑α
δαa1α1a2α2
. . . ciαi. . . anαn
︸ ︷︷ ︸=
= det B + det C
det
1 −1 3
2 4 5
3 3 8
= det
1 −1 3
2 4 5
2 + 1 4− 1 5 + 3
= det
1 −1 3
2 4 5
2 4 5
+
det
1 −1 3
2 4 5
1 −1 3
= 0
6
7. Se a uma fila adicionarmos um multiplo de uma fila paralela,
o determinante nao se altera. (Este resultado decorre directa-
mente das propriedades 4 e 6.)
det
1 2 −2 0
2 3 −4 1
−1 −2 0 2
0 2 5 3
= det
1 2 −2 0
0 −1 0 1
0 0 −2 2
0 2 5 3
=
det
1 2 −2 0
0 −1 0 1
0 0 −2 2
0 0 5 5
= det
1 2 −2 0
0 −1 0 1
0 0 −2 2
0 0 0 10
= 20.
Tem-se pois o seguinte
Algoritmo para o calculo do determinante da matriz A
. Seja A′ a matriz em escada que se obtem aplicando o metodo
de Gauss (fase descendente) a A.
. det A = δ× termo principal de A′, em que
7
δ =
1 se e par o no de trocas de linhas
realizadas ao passar de A para A′,
−1 caso contrario.
8. det A = det A>.
9. det(AB) = det A det B.
Note que det(A + B) pode nao coincidir com det A + det B.
A =
1 1
0 1
, B =
1 0
1 1
.
10. A e invertıvel sse det A 6= 0, e det A−1 = 1detA .
det(AA−1) = 1 = det A det A−1 ⇒ det A−1 = 1det A .
Def. O menor complementar do elemento (i, j) da matriz A, que
se representa por Aij, e o determinante da submatriz que se obtem
eliminando a linha i e a coluna j de A.
Ex. A =
2 4 −2
1 3 0
−1 2 5
.
A11 = det
3 0
2 5
= 15, A21 = det
4 −2
2 5
= 24.
8
Def. Chama-se complemento algebrico ou co-factor do elemento
(i, j) da matriz A a ∆ij = (−1)i+jAij.
Ex. ∆11 = (−1)2A11 = 15, ∆21 = (−1)3A21 = −24.
Teor. (de Laplace)
det A = ai1∆i1 + ai2∆i2 + · · ·+ ain∆in
= a1j∆1j + a2j∆2j + · · ·+ anj∆nj.
Ex. det
2 3 −1
4 5 7
0 −2 1
= 2 det
5 7
−2 1
− 3 det
4 7
0 1
−
1 det
4 5
0 −2
= 2× 19− 3× 4− (−8) = 34.
Este processo e particularmente util quando a matriz tem muitos
zeros.
det
0 5 3 2
1 4 0 0
2 3 1 0
0 0 2 0
= −2 det
0 5 2
1 4 0
2 3 0
= −2× 2 det
1 4
2 3
=
−2× 2× (−5) = 20.
Def. Chama-se adjunta da matriz A a matriz transposta dos
9
co-factores, i.e., adjA = [∆ij]>.
Ex. A =
2 0 3
0 3 2
−2 0 −4
, det A = −6.
∆11 = −12 ∆12 = −4 ∆13 = 6
∆21 = 0 ∆22 = −2 ∆23 = 0
∆31 = −9 ∆32 = −4 ∆33 = 6
adjA =
−12 0 −9
−4 −2 −4
6 0 6
.
A adjA =
2 0 3
0 3 2
−2 0 −4
−12 0 −9
−4 −2 −4
6 0 6
=
−6 0 0
0 −6 0
0 0 −6
︸ ︷︷ ︸||
det A I.
Teor. A adjA = adjA A = det A I.
Se A e invertıvel, A−1 = 1det A adjA.
10
Ex.
2 0 3
0 3 2
−2 0 −4
−1
= 1−6
−12 0 −9
−4 −2 −4
6 0 6
=
2 0 32
23
13
23
−1 0 −1
.
Sejam x = (x1, x2, x3) e y = (y1, y2, y3) vectores de R3.
Def. O produto externo de x e y e o vector de R3
x× y = (x2y3 − x3y2,−x1y3 + x3y1, x1y2 − x2y1)
= “ det
e1 e2 e3
x1 x2 x3
y1 y2 y3
”, i.e.,
det
x2 x3
y2 y3
1
0
0
−det
x1 x3
y1 y3
0
1
0
+det
x1 x2
y1 y2
0
0
1
.
Ex. (1,−2, 0)× (1, 0, 1) = “ det
e1 e2 e3
1 −2 0
1 0 1
” = (−2,−1, 2).
Props.
· y × x = −(x× y).
· x× (y + z) = (x× y) + (x× z).
11
· λ(x× y) = λx× y = x× λy.
· x× y = ~0 sse x = λy, para algum escalar λ.
Def. O produto misto
z|x× y = z1 det
x2 x3
y2 y3
− z2 det
x1 x3
y1 y3
+ z3 det
x1 x2
y1 y2
= det
z1 z2 z3
x1 x2 x3
y1 y2 y3
.
Prop. x|x × y = y|x × y = 0, i.e., x × y e ortogonal a x e y.
Assim, se {x, y} e linearmente independente, x × y e ortogonal ao
plano gerado por x e y.
V ⊥
x
x× y
y
V
‖x × y‖2 = ‖x‖2‖y‖2 − (x|y)2 = ‖x‖2‖y‖2 − ‖x‖2‖y‖2 cos2 θ =
‖x‖2‖y‖2(1− cos2 θ) = ‖x‖2‖y‖2sin2θ.
... ‖x× y‖ = ‖x‖‖y‖|sinθ|.
12
x
y
hθ
‖x× y‖ = ‖x‖ ‖y‖|sinθ|︸ ︷︷ ︸h
, i.e.,
‖x× y‖ = area do paralelogramo de lados x e y.
x× y
z
y
x
projx×yz
‖x× y‖
|x× y|z| = ‖x× y‖ ‖z‖| cos θ|︸ ︷︷ ︸‖projx×yz‖
, i.e.,
|x× y|z| = volume do paralelipıpedo definido por x, y e z.
|x× y|z| = 0 sse x, y, z sao complanares.
13