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QUESTÃO 1 Uma das hipóteses para explicar a extin- ção dos dinossauros, ocorrida há cerca de 60 milhões de anos, foi a colisão de um grande meteoro com a Terra. Estimativas indicam que o meteoro tinha massa igual a 10 16 kg e velocidade de 30 km/s, imediata- mente antes da colisão. Supondo que esse meteoro estivesse se aproximando da Terra, numa direção radial em relação à orbita des- se planeta em torno do Sol, para uma colisão frontal, determine a) a quantidade de movimento P i do meteo- ro imediatamente antes da colisão; b) a energia cinética E c do meteoro imedia- tamente antes da colisão; c) a componente radial da velocidade da Terra, V r , pouco depois da colisão; d) a energia E d , em megatons, dissipada na colisão. Note e adote: A órbita da Terra é circular. Massa da Terra: 6 × 10 24 kg. 1 megaton = 4 × 10 15 J é a energia li- berada pela explosão de um milhão de toneladas de trinitrotolueno. Resposta a) Da definição de quantidade de movimen- to, vem: P i = mv & P i = 10 16 30 10 3 & & P i = 3,0 10 20 kg m/s Assim, a quantidade de movimento () P i do meteoro é: , / : : P kg m s dire o radial em rela o rbita da Terra sentido aproximando se da Terra P 3 0 10 çã çã àó i i 20 $ = Z [ \ ] ] ] ] b) A energia cinética (E c ) do meteoro é dada por: ( ) E mv E 2 2 10 30 10 c c 2 16 32 & & $ $ = = & E c = 4,5 10 24 J c) Da conservação da quantidade de movi- mento para o sistema formado pela Terra e o meteoro, supondo que a colisão seja perfei- tamente inelástica, temos na direção radial: ( ) mv m MV Q Q r antes depois & & = = + ( )V 10 30 10 10 6 10 r 16 3 16 24 & & $ $ $ $ = + , V 6 10 3 0 10 r 24 20 & & $ $ = & V r = 5,0 10 –5 m/s d) A energia cinética (') E c remanescente da colisão no sistema, em megatons, é dada por: ' ( ) ' E m M V E 2 4 10 1 c r c 2 15 & $ $ $ = + = ( ) (, ) 2 10 6 10 50 10 4 10 1 16 24 52 15 & $ $ $ $ $ = + & E’ c = 1,875 megatons Assim, calculando a energia dissipada (E d ), temos: ' , , E E E E 4 10 4 10 4 5 10 1 875 d c c d 15 15 24 & & $ $ $ = = & E d = 1,125 10 9 – 1,875 & & E d = 1,125 10 9 megatons QUESTÃO 2 O telêmetro de superposição é um instru- mento ótico, de concepção simples, que no passado foi muito utilizado em câmeras fotográficas e em aparelhos de medição de distâncias. Uma representação esquemática de um desses instrumentos está na página de respostas. O espelho semitransparente E 1 está posicionado a 45 o em relação à linha de ETAPA Física FUVEST

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QUESTÃO 1

Uma das hipóteses para explicar a extin-ção dos dinossauros, ocorrida há cerca de 60 milhões de anos, foi a colisão de um grande meteoro com a Terra. Estimativas indicam que o meteoro tinha massa igual a 1016 kg e velocidade de 30 km/s, imediata-mente antes da colisão. Supondo que esse meteoro estivesse se aproximando da Terra, numa direção radial em relação à orbita des-se planeta em torno do Sol, para uma colisão frontal, determine a) a quantidade de movimento Pi do meteo-ro imediatamente antes da colisão; b) a energia cinética Ec do meteoro imedia-tamente antes da colisão; c) a componente radial da velocidade da Terra, Vr, pouco depois da colisão; d) a energia Ed, em megatons, dissipada na colisão.

Note e adote:A órbita da Terra é circular. Massa da Terra: 6 × 1024 kg.1 megaton = 4 × 1015 J é a energia li-berada pela explosão de um milhão de toneladas de trinitrotolueno.

Respostaa) Da definição de quantidade de movimen-to, vem:Pi = mv & Pi = 1016 ⋅ 30 ⋅ 103 &

& Pi = 3,0 ⋅ 1020 kg m/s

Assim, a quantidade de movimento ( )Pi do meteoro é:

, /:

:

P kg m sdire o radial em rela o rbitadaTerrasentido aproximando se daTerra

P

3 0 10çã çã à ó

i

i20

$

=Z

[

\

]]]

]]

b) A energia cinética (Ec) do meteoro é dada por:

( )E mv E2 2

10 30 10c c

2 16 3 2& &

$ $= =

& Ec = 4,5 ⋅ 1024 J

c) Da conservação da quantidade de movi-mento para o sistema formado pela Terra e o meteoro, supondo que a colisão seja perfei-tamente inelástica, temos na direção radial:

( )mv m M VQ Q rantes depois & &= = +

( ) V10 30 10 10 6 10 r16 3 16 24& &$ $ $ $= +

,V6 10

3 0 10r 24

20& &

$

$=

& Vr = 5,0 ⋅ 10–5 m/s

d) A energia cinética ( ' )E c remanescente da colisão no sistema, em megatons, é dada por:

' ( ) 'E m M V E2 4 10

1c

rc

2

15&

$$

$

= + =

( ) ( , )2

10 6 10 5 0 104 10

116 245 2

15&

$$ $ $

$

= + −

& E’c = 1,875 megatonsAssim, calculando a energia dissipada (Ed), temos:

' , ,E E E E4 10 4 10

4 5 10 1 875dc

c d15 15

24& &

$ $

$= − = −

& Ed = 1,125 ⋅ 109 – 1,875 &

& Ed = 1,125 ⋅ 109 megatons

QUESTÃO 2

O telêmetro de superposição é um instru-mento ótico, de concepção simples, que no passado foi muito utilizado em câmeras fotográficas e em aparelhos de medição de distâncias. Uma representação esquemática de um desses instrumentos está na página de respostas. O espelho semitransparente E1 está posicionado a 45o em relação à linha de

ETAPAFísica FUVEST

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Fuvest ETAPA2

visão, horizontal, AB. O espelho E2 pode ser girado, com precisão, em torno de um eixo perpendicular à figura, passando por C, va-riando-se assim o ângulo β entre o plano de E2 e a linha horizontal. Deseja-se determinar a distância AB do objeto que está no ponto B ao instrumento.a) Desenhe na figura da página de respos-tas, com linhas cheias, os raios de luz que, partindo do objeto que está em B, atingem o olho do observador - um atravessa o espe-lho E1 e o outro é refletido por E2 no ponto C. Suponha que ambos cheguem ao olho do observador paralelos e superpostos. b) Desenhe, com linhas tracejadas, o traje-to aproximado de um raio de luz que parte do objeto em B’, incide em C e é refletido por E2.

Com o objeto em um ponto B específico, o ângulo β foi ajustado em 44º, para que os raios cheguem ao olho do observador para-lelos e superpostos. Nessa condição, c) determine o valor do ângulo γ entre as li-nhas AB e BC; d) com AC = 10 cm, determine o valor de AB.

Note e adote: sen(22o) = 0,37; cos(22o) = 0,93 sen(44o) = 0,70; cos(44o) = 0,72 sen(88o) = 0,99; cos(88o) = 0,03As direções AB e AC são perpendiculares entre si.

Respostaa) Os raios de luz, em linhas cheias, partindo do objeto em B, estão representados na fi-gura:

b) Os raios de luz, em linhas tracejadas, par-tindo do objeto em B’, estão representados na figura:

c) Da figura do item a, temos:

Da figura anterior, vem:

90 1802 46 180

90 88 180o o

o oo o o& &

$

α γα

γ+ + =+ =

+ + =

& γ = 2o

d) Do triângulo ABC da figura do item c e sendo α = 88o, temos:

tgα = ACAB &

cos

sen AB

88

8810o

o&=

,, AB AB cm

0 030 99

10330& &= =

QUESTÃO 3

Um DJ, ao preparar seu equipamento, es-quece uma caixa de fósforos sobre o disco de vinil, em um toca-discos desligado. A caixa se encontra a 10 cm do centro do disco.

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Fuvest ETAPA3

Quando o toca-discos é ligado, no instante t = 0, ele passa a girar com aceleração angu-lar constante α = 1,1 rad/s2, até que o dis-co atinja a frequência final f = 33 rpm que permanece constante. O coeficiente de atrito estático entre a caixa de fósforos e o disco é μe = 0,09. Determinea) a velocidade angular final do disco, ωf, em rad/s; b) o instante tf em que o disco atinge a velo-cidade angular ωf ;c) a velocidade angular ωc do disco no ins-tante tc em que a caixa de fósforos passa a se deslocar em relação ao mesmo; d) o ângulo total Δθ percorrido pela caixa de fósforos desde o instante t = 0 até o instante t = tc.

Note e adote: Aceleração da gravidade local g = 10 m/s2. π = 3

Respostaa) Como após atingir a frequência f = 33 rpm =

= 6033 Hz a velocidade angular permanece

constante, temos:

ωf = 2 ⋅ π ⋅ f = 2 ⋅ 3 ⋅ 6033 & ωf = 3,3 rad/s

b) Da equação horária da velocidade angular de um MUV, vem: 0

ωf = ω0 + α ⋅ tf & 3,3 = 1,1 ⋅ tf &

& tf = 3,0 s

c) A caixa de fósforos passa a se deslocar em relação ao disco após o instante em que a força de atrito estático atinge o seu valor máximo. Considerando que essa força atua como resultante centrípeta, temos:

R f

R m R

f m g

m R m g

.

.

cp atm x

cp c

atm x

e

c e2 2

á

á

e

e

& &$ $

$ $

$ $ $ $ω

μ

ω μ

=

=

=

=

,10 10 0 09 10c2 2–& &$ $ $ω =

& ωc = 3,0 rad/s

d) Como entre os instantes t = 0 e t = tc temos um MUV, da Equação de Torricelli, vem: 0

c2

02ω ω= + 2α ⋅ Δθ & 32 = 2 ⋅ 1,1 ⋅ Δθ &

& Δθ = 4,1 rad

QUESTÃO 4

Em uma aula de laboratório, os alunos determinaram a força eletromotriz ε e a resistência interna r de uma bateria. Para realizar a tarefa, montaram o circuito re-presentado na figura abaixo e, utilizando o voltímetro, mediram a diferença de poten-cial V para diferentes valores da resistên-cia R do reostato. A partir dos resultados obtidos, calcularam a corrente I no reostato e construíram a tabela apresentada na pági-na de respostas.

a) Complete a tabela, na página de respos-tas, com os valores da corrente I.

V(V) R(Ω) I(A)

1,14 7,55 0,15

1,10 4,40

1,05 2,62 0,40

0,96 1,60

0,85 0,94 0,90

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Fuvest ETAPA4

b) Utilizando os eixos da página de respos-tas, faça o gráfico de V em função de I.

c) Determine a força eletromotriz ε e a resis-tência interna r da bateria.

Note e adote: Um reostato é um resistor de resistência variável. Ignore efeitos resistivos dos fios de liga-ção do circuito.

Resposta

a) As correntes elétricas i1 e i2 correspon-dentes aos valores solicitados são dadas pela expressão V = Ri, logo substituindo os valores, temos:

, ,, ,

,

,6

ii

i A

i A

1 10 4 400 96 1 60

0 25

0 0

1

2

1

2

&$

$

==

=

=

b) Substituindo os valores da tabela, obte-mos o gráfico a seguir:

c) Substituindo os valores de i1 e i2 na equa-ção de um gerador real (V = ε – ri), temos:

, ,, ,

,

,

rr

V

r

1 10 0 250 96 0 60

1 2

0 4

––

&$

$

εε

εΩ

==

=

=

QUESTÃO 5

Um equipamento, como o esquemati-zado na figura abaixo, foi utilizado por J.J.Thomson, no final do século XIX, para o estudo de raios catódicos em vácuo. Um fei-xe fino de elétrons (cada elétron tem massa m e carga e) com velocidade de módulo v0, na direção horizontal x, atravessa a região entre um par de placas paralelas, horizon-tais, de comprimento L. Entre as placas, há um campo elétrico de módulo constante E na direção vertical y. Após saírem da região entre as placas, os elétrons descrevem uma trajetória retilínea até a tela fluorescente T.

Determine a) o módulo a da aceleração dos elétrons en-quanto estão entre as placas; b) o intervalo de tempo Δt que os elétrons permanecem entre as placas; c) o desvio Δy na trajetória dos elétrons, na direção vertical, ao final de seu movimento entre as placas; d) a componente vertical vy da velocidade dos elétrons ao saírem da região entre as placas.

Note e adote: Ignore os efeitos de borda no campo elé-trico. Ignore efeitos gravitacionais.

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Fuvest ETAPA5

Respostaa) Sendo a força elétrica (Fel . ) a resultante das forças enquanto os elétrons estão entre as placas, temos:

F e ER m a

e E m a am

e E.el & &$

$

$ $$=

== =

b) Da definição de velocidade média e con-siderando que em x o movimento dos elé-trons é uniforme, o intervalo de tempo Δt em que permanecem entre as placas será:

vtS t

vL0

&ΔΔ Δ= =

c) Devido à ação da força elétrica constan-te que atua na direção y, o movimento dos elétrons nessa direção é uniformemente va-riado. Assim, da equação horária da posição aplicada na vertical, vem: 0

y y v t a t20 02

y &$ $= + +

y ymeE v

L

ym v

e E L2 2

00

2

02

2& &$

$ $

$ $Δ − = =d n

d) Da equação horária da velocidade, temos: 0

v v a t vm v

e E Ly y0

0y &$

$

$ $= + =

QUESTÃO 6

A potência elétrica instalada no Brasil é 100 GW. Considerando que o equiva-lente energético do petróleo seja igual a 4 × 107 J/L, que a potência média de radia-ção solar por unidade de área incidente na superfície terrestre seja igual a 250 W/m2 e que a relação de equivalência entre massa m e energia E é expressa por E = mc2, determi-ne

a) a área A de superfície terrestre, na qual incide uma potência média de radiação so-lar equivalente à potência elétrica instalada no Brasil; b) a energia elétrica EB consumida no Brasil em um ano, supondo que, em média, 80% da potência instalada seja utilizada; c) o volume V de petróleo equivalente à energia elétrica consumida no Brasil em um ano; d) a massa m equivalente à energia elétrica consumida no Brasil em um ano.

Note e adote: 1 GW = 109 W c = 3 × 108 m/s 1 ano = 3 ×107 s

Respostaa) Da definição de intensidade de radiação, com 100 GW = 100 ⋅ 109 W, temos:

IAP

A250 100 109

& &$= =

& A = 4,00 ⋅ 108 m2

b) Da definição de potência, vem:

, ,Pt

E E0 8 0 8 100 103 10

B B97

& &$ $ $

$T= =

& EB = 2,4 ⋅ 1018 J

c) O volume de petróleo é dado por:

Energia (J) Volume (L)

4 ⋅ 107 1 &

2,4 ⋅ 1018 V

& 4 ⋅ 107 ⋅ V = 1 ⋅ 2,4 ⋅ 1018 & V = 6 ⋅ 1010 L

d) Da relação entre massa e energia, vem:

EB = mc2 & 2,4 ⋅ 1018 = m ⋅ (3 ⋅ 108)2 &

& m = 26,7 kg

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