Cópia de cbp 17 taxonomias
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Filosofia,
Luiz Salvador de Miranda-Sá Jr.
Filosofias
Taxonomia e Classificação
Taxonomia (do grego ou τασσεῖνtassein = "para classificar" e νόμος
ou nomos = lei, ordem, a palavra foi aplicada em um sentido mais
abrangente, podendo aplicar-se à classificação de objetos materiais ou
conceituais (construtos).
Classificar é um meio do método analítico para ampliar o
conhecimento sobre um conjunto de objetos. Mas esse objetivo só
será um instrumento da metodologia científica, se a classificação for natural.
As taxonomias ou classificações são empregadas na medicina desde a
Antiguidade e continuam usadas como instrumentos epistêmicos e recursos úteis
para satisfazer necessidades da vida prática de pessoas ou comunidades. No entanto, poucos cursos de formação ou
pós graduação médica programam as classificações como objeto de estudo e isso faz falta na formação dos médicos.
Especialmente de psiquiatras.
A reunião de objetos em classes seguindo um critério ordenador — a classificação — é ato intelectual que, na maioria das
vezes, se pratica automaticamente. A construção dos conceitos e o exercício da linguagem resultam de procedimentos
classificatórios.
As classes obtidas nesse processo são taxa (plural de táxon).
Para Platão, classificar é distribuir as qualidades de uma totalidade por uma hierarquia de classes, formando uma
espécie de “rede” de conhecimentos, à semelhança de uma árvore que, através de seus galhos, fosse se
desdobrando e se simplificando à medida em que passasse de um nível
para outro.
Caio Prado Jr., expõe as duas maneiras opostas de conhecer a realidade. A primeira, inicia na identificação dos
indivíduos isolados, caminhando para saber que seria possível formar grupos
homogêneos com estes elementos. Destarte, estes devem ser reunidos,
depois, para fazer aparecer suas relações com os demais e, assim, conhecer a
constituição da totalidade e conhecê-la melhor.
A classificação é extensamente usada na ciência para dividir uma categoria
conceitual ampla em outras, menos abrangentes, indivíduos, grupos ou séries,
de acordo com algum critério preestabelecido. Mas, cada uma delas, uma unidade conceitual por si mesma. Resulta
na divisão de categorias lógicas ou conceitos mais complexos, em seus
componentes mais simples.
Essa é maneira analítica, indutiva que configura a busca do conhecimento do todo a partir do que se sabe sobre seus componentes particulares e sobre seus elementos, suas partes individuais, aos
indivíduos. Na segunda maneira, a dedutiva, de buscar o conhecimento da realidade, a maneira
sintética, é oposta à primeira.
Na verdade, a análise a síntese, a indução e a dedução são usados
simultaneamente pela mente humana em sua atividade cognitiva.
Parece equívoco cognitivo usar uma destas abordagens parciais e só
aparentemente antinômicas, quando se pode empregar ambas.
Linneu cujo Sistema Classificatório deu rumo científico à
Biologia moderna.
Mendeleiv Tabela de Elementos que deu rumo
científico à Química.
As únicas classificações sistêmicas, aquelas que poderiam legitimamente ser
denominadas sistemas classificatórios, são as classificações naturais estruturadas de
acordo com um mínimo de rigor metodológico em sua construção que,
como se verá adiante, o que não acontece com os catálogos de sintomas e síndromes
denominados inadequadamente como classificações de transtornos psiquiátricos.
As Classificações Naturais empregam como critérios
propriedades essenciais dos objetos classificados, como fizeram
Linneu e Mendeleiev. As artificiais, ou utilitárias, empregam como critério alguma propriedade
accessória dos objetos classificados.
A classificação é extensamente usada na ciência para dividir uma categoria
conceitual ampla em outras, menos abrangentes, indivíduos, grupos ou séries,
de acordo com algum critério preestabelecido. Mas, cada uma delas, uma unidade conceitual por si mesma. Resulta
na divisão de categorias lógicas ou conceitos mais complexos, em seus
componentes mais simples.
Essa é maneira analítica, indutiva que configura a busca do conhecimento do todo a partir do que se sabe sobre seus componentes particulares e sobre seus elementos, suas partes individuais, aos
indivíduos. Na segunda maneira, a dedutiva, de buscar o conhecimento da realidade, a maneira
sintética, é oposta à primeira.
Na verdade, a análise a síntese, a indução e a dedução são usados
simultaneamente pela mente humana em sua atividade cognitiva.
Parece equívoco cognitivo usar uma destas abordagens parciais e só
aparentemente antinômicas, quando se pode empregar ambas.
Classificação das ClassificaçõesAs classificações podem ser simples ou
complexas, homogêneas ou heterogêneas, naturais ou artificiais.
Úteis ou inúteis para algum fim; eficazes ou ineficazes, frutíferas ou estéreis para
elaborar conhecimento científico (no caso das classificações heurísticas) ou outra finalidade (nas classificações utilitárias, como as listas e os róis ou catálogos).
As classificações podem ser úteis ou inúteis para algum fim determinado.
Úteis ou inúteis para quê e para quem a executa ou encomenda..
Uma classificação pode ser bem construída ou uma tolice taxonômica, mesmo que seja de grande utilidade
para quem a elaborou.
As únicas modalidades de classificação utilizáveis produtivamente na elaboração e
no desenvolvimento do conhecimento científico são as naturais.
Mas muitas outras também são denominadas classificações ou taxonomias.
Muito provavelmente por desconhecimento ou em busca da
respeitabilidade que os artefatos tidos como científicos desfrutam na população.
Para Bunge, toda classificação deve obedecer a alguns princípios:
1.cada membro da conjunto original é atribuído a alguma classe;
há dois tipos de classes – simples (espécies) e compostas (por exemplo, gênero - união de duas ou
mais espécies);
2. cada classe simples é composta por alguns membros (ou espécimes) da
coleção original;
3. cada classe é um conjunto cuja condição de pertinência ou de ser membro é determinado por um predicado ou uma conjunção de
predicados (um Critério)
4. cada classe é definida, não deve haver casos limítrofes;
5 duas classes quaisquer são mutuamente disjuntas, ou uma delas está contida na
outra, se for o primeiro caso, diz, se que elas pertencem à mesma ordem, do
contrário a ordens diferentes;
=6. somente duas relações lógicas estão
envolvidas em uma classificação – a relação de ser membro (ou de
pertinência) valendo entre o indivíduo e a classe e a relação de inclusão , que
relaciona classes de diferentes ordens;
7. toda classe composta é igual à união de suas subclasses de ordem imediatamente
precedente;
8. todas as classes de uma determinada ordem são aos pares disjuntas e(não)
possuem intersecção;
9. toda partição de uma dada ordem é exaustiva, a união de todas as classes de
uma determinada ordem é igual à coleção original;
Caso a condição 9 não for atendida, não há uma classificação, mas uma tipologia,
As "classificações" psiquiátricas atuais misturam síndromes e
sintomas como se integrassem a mesma classe, fossem
espécimes idênticos. Não são. Violam o princípio científico da
exatidão.
Para atingir esse objetivo, apesar de constar em uma classificação de doenças e
outros problemas de saúde - inventaram o conceito de
transtorno (do inglês, disorder ) misturando sintomas e
síndromes.
Por isso não tem nem gerou uma semiologia, mas uma lista para servir para comparar com o caso clínico
avaliado.
Há muitas “classificações”
por aí.
(Classificação dos Animais(a) pertencentes ao Imperador(b) embalsamados(c) amestrados(d) leitões(e) sereias(f) fabulosos(g) cães viralatas(h) os que estão incluídos nesta classificação(i) os que se agitam feito loucos
(j) inumeráveis(k) desenhados com um pincel finíssimo de pêlo de camelo(l) et cetera(m) os que acabaram de quebrar o vaso(n) os que de longe parecem moscas.
Outras inquisições, Jorge Luis Borges, trad. Davi Arrigucci Jr., São Paulo: Companhia das Letras,
2007
Uma classificação psiquiátrica pode classificar sintomas, síndromes ou doenças. O apodo transtorno (em inglês disorder) é
recurso eufêmico talvez para manter vivo o dualismo cartesiano idealista que defendia o soma e o psiquê (corpo e mente) como entidades substancialmente distintas. Os positivistas fenomenistas e os idealistas
sustentam que só o corpo pode enfermar, que tal coisa é impossível para a mente
(que identificam com a alma).
Uma enfermidade é um estado danoso provocado por uma noxa que afeta um ente vivo e ele não
sente nem sabe que isso acontece. No caso da
enfermidade humana, um estado danoso que afeta uma pessoa nas
mesmas circunstâncias.
As ciências médicas incumbem-se do estudo e da intervenção nos fatos relacionados com as
doenças e o adoecimento humano.
Não existe uma só resposta com apro-vação unânime acerca dos problemas
sobre o conhecimento humano.
Deixando de lado as concepções supers-ticiosas que situam-na em alguma entidade
sobrenatural ou divindade, é possível identificar diversas posições naturais e
contraditórias acerca do tema.
Disciplinas Filosóficas que influem em toda atividade científica:
1. Ontologia, 2. Gnosiologia,
3. Lógica, 4. Metodologia e
5. Ética.
As duas posições opostas sobre a Ontologia Médica são
:1. Idealista e 2. Materialista
O materialismo ontológico sustenta que tudo o que existe
na realidade é material.
Gnosiologia.
Existem duas doutrinas básicas
Realismoe
Fenomenismo.
O pragmatismo (ou utilitarismo) supõe que o conhecimento só
deva ser tido como verdadeiro se for útil aos propósitos para os
quais estiver sendo elaborado. É a utilidade (ou pragmaticidade) que sustenta a validade de qualquer
conhecimento.
A Metodologia filosófica está dividida por 3 grandes tendências
doutrinárias:
√ os positivismos, √ os antipositivismos e
√ os ecletismos metodológicos.
Os positivismos caracterizam-se por: 1) objetivismo;
2) negam influência à subjetividade; 3) o conhecimento resume-se à descrição
generalizadora de fatos; 4) emprega só a investigação quantitativa e
(a observação e o experimento); 5) expressam posição cientificista (centrada
no método científico quantificado), são agnósticos ou idealistas subjetivos; e
6) recusam a explicacão e a previsão.
•Os antipositivismos caracterizam-se por: •1) recusam o positivismo;
•2) julgam o conhecimento baseado na inter-pretação dos fatos pelo sujeito (individual
ou/e social); •3) negam o conhecimento - reflexo ou
cópia da realidade objetiva, mas uma construção;
•4) pretendem que só a elaboraçao teórica ou interpretação dos fatos lhes dá sentido; •4) preferem a investigação qualitativa, mas
alguns combinam-na com a quantitativa;
• 5) os antipositivistas, em geral, expressam as posições do humanismo idealista ou verbalista, centrados na problemática subjetiva ou social do ser humano.
•6) na sociologia são principalmente os construtivistas e na psicologia, os
psicoanalistas.
Ética
A Ética pode ser
Materilistaou
idealista
Os materialismos e o humanismo científico se
caracterizam pela harmonia e integração do humanismo (seja
realista, materialista emergentista e humanista em Bunge ou dialético em Marx).
O “materialismo” ético sustenta que todo comportamento dessa qualidade origina-se ou objetiva
valores materiais.
O humanismo científico, sintetizador ou materialista tem as seguintes características: 1) o C está baseado na unidade da teoria e
da prática, da reflexão racional com a observação dos fatos, da elaboração racional do investigador com a verificação empírica;
2) o conhecimento é objetivo, reflejo, imagem ou síntese da realidade objetiva que
existe fora da consciência; 3) valoriza tanto a elaboração teórica quanto
a verificação empírica;
Enquanto os positivistas (empiristas, prag-matistas, fenomenistas) dirigem sua
atenção para os objetos materiais, o pensamento dialético se dirige para as
relações entre eles.
E mais, os positivistas só admitem que o conhecimento provenha dos sentidos.
Denomina-se fenômeno à maneira pela qual uma coisa se apresenta aos
sentidos (sua aparência, as informações sensoriais que comunica ao
observador), enquanto a essência se refere às sua propriedades e relações
mais importantes daquela coisa (objeto ou processo).
A fenomenologia (emprego deste conceito na elaboração do conhecimento) deve ser
diferenciada do fenomenismo (exagero, superestimação ou
exclusividade dos procedimentos fenomenológicos para conhecer).
Para os materialistas existem três critérios de verdade:
•critério ideal (coerência das proposições),
•o critério fático (compatibilidade com a realidade) e o
•o critério convencionado.
Muito obrigado, até a próxima.