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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS
EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6
SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL
FORTALEZA
2019
MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS
EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6
SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Farmacologia da Universidade
Federal do Ceará, como requisito à obtenção do
título de mestre em Farmacologia.
Área de Concentração: Neurofarmacologia
Orientador(a): Francisca Cléa Florenço de Sousa
FORTALEZA
2019
MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS
EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6
SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Farmacologia da Universidade
Federal do Ceará, como requisito à obtenção do
título de mestre em Farmacologia.
Área de Concentração: Neurofarmacologia
Aprovada em: ___/___/______
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_________________________________________
Profa. Dra. Alyne Mara Rodrigues de Carvalho
UNINASSAU
_________________________________________
Prof. Dra Roberta Jeane Bezerra Jorge
Universidade Federal do Ceará - UFC
À minha família,
AGRADECIMENTOS
Não dá para mensurar em palavras toda minha gratidão por tudo e por todos que
contribuíram para que este trabalho fosse possível. Agradeço primeiramente à Deus, por fazer
eu acreditar no meu potencial, e me dá forças para não desistir nos momentos mais difíceis
dessa caminhada, e acima de tudo, por ter colocado anjos em formas de pessoas na minha vida.
Agradeço aos meus pais, Didi e Norma, que apesar das dificuldades, sempre fizeram de
tudo para que meus sonhos fossem possíveis, obrigada por todo amor depositado, pela
dedicação, por compreender todas as minhas escolhas e apoiar todas elas mesmo sem entender,
vocês são minha maior inspiração e motivo pra estar aqui.
À minha irmã Rafaela, minha amiga para todas as horas, que acata todas minhas
decisões, que me ajuda em tudo e está sempre ao meu lado. À toda minha família, por confiarem
em mim e estarem sempre torcendo pelas minhas conquistas. Agradeço em especial à minha
tia/madrinha Socorro, que é meu maior exemplo de fé e superação, obrigada por tudo que faz
por mim. E à minha prima Hilda, pessoa que foi muito importante nesses dois anos. Obrigada
pelo apoio incondicional, por todos os conselhos e conversas diárias, e por me aguentar todos
os dias.
Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender
as minhas ausências, mudanças bruscas de humor, por acreditar no meu potencial, por escutar
os meus dramas e por ter feito às figuras dos blacks. Obrigada!
À minha orientadora maravilhosa, professora Cléa. À ela devo toda minha gratidão, por
ter me recebido de braços abertos sem hesitar, por ser essa pessoa iluminada que traz calmaria
na nossa vida e que faz a gente acreditar que tudo vai dar certo. Foi Deus quem colocou a
senhora na minha vida, obrigada por tudo.
À banca de defesa do exame de qualificação: Professoras Patrícia, Jamile e Renata, por
terem feito ótimas considerações para a melhora deste trabalho.
À banca de dissertação, professora Roberta e Alyne. Obrigada pela disponibilidade e
por gentilmente aceitarem o convite para participar deste momento tão importante.
À Evelline, minha amiga-irmã que está comigo desde criança, acompanhando todas
minhas conquistas e torcendo por elas. Obrigada pela presença constante, pelo apoio diário e
por está comigo sempre quando preciso.
À Natália e ao Danúsio, que além de amigos da neuro, são também família. Me ajudaram
desde do início, obrigada por serem luz o tempo inteiro, pela disponibilidade desde sempre, por
serem meu exemplo de paz e positividade. Obrigada também por trazer a Júlia para minha vida,
ela com certeza é uma das pessoas que faz eu esquecer de todos os problemas.
Ao meu amigo Daniel, que hoje se tornou um irmão para mim, que possui um potencial
ansiogênico, mas me ajudou no momento em que eu mais precisei. Obrigada por compartilhar
comigo tanta sabedoria, pelas conversas de apoio e por me ajudar à amar a neuro.
À minha amiga Mirella, sempre doce e incentivadora. Obrigada por, mesmo com a
distância física, está sempre ao meu lado.
À Ingrid, que sempre escuta todos os meus dramas, que mesmo sem entender nada
sobre neuro, acha super legal tudo o que eu falo. Aos meus outros amigos de vida: Abdias,
Jovilma, Lorena, Sarah e Cintia, que sempre estão acompanhando e torcendo pelo meu sucesso.
À minha amiga Larice, que em tão pouco tempo tornou-se alguém tão especial.
Obrigada por estar comigo em todos os experimentos, pelas conversas de apoio, por
compartilhar comigo todos os problemas e por todas as vezes que eu precisei e você sempre
esteve presente.
Aos amigos que o estresse crônico imprevisível e o labneuro me deu: Tiago, Andressa,
Ingridy, Victor, Dilailson, Layla, Lorena, Bia e Bárbara, Auri, Dulce e Iardja. Obrigada por me
ajudarem a surtar menos, por fazer esse trabalho ser mais leve, pois sem vocês eu não
conseguiria executar esse trabalho tão árduo.
Às duas pós-docs e amigas, Alyne e Raquell por terem me ajudado no trabalho escrito
e por tentarem me manter calma. Sem vocês eu ainda estaria sofrendo com a discussão.
À Gabi e ao Augusto, dois anjos que o biotério me deu. Sem vocês eu não teria
conseguido vencer o medo de trabalhar com os animais. Obrigada por deixar essa caminhada
mais leve, obrigada por tantas conversas agradáveis e por me aguentarem por tanto tempo.
Aos camundongos blacks, que me ensinaram muito, e que doaram suas vidas para que
esse trabalho fosse possível.
Ao CNPq e à CAPES, pelo apoio financeiro e por viabilizar esse estudo.
A todos que me ajudaram de uma forma direta ou indireta, a minha gratidão.
“Mantenha a fé na crença
Se a ciência não curar
Pois se não tem remédio
Então remediado está
Já é um vencedor
Quem sabe a dor de uma derrota enfrentar
E a quem Deus prometeu, nunca faltou
Na hora certa, o bom Deus dará.”
(Padre Fábio de Melo)
RESUMO
EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6
SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL
A depressão é uma doença incapacitante que acomete cerca de 300 milhões de pessoas no
mundo. É caracterizada por sintomas de humor deprimido, sentimento de isolamento e culpa, e
pode levar o indivíduo ao suicídio. A sua causa não está completamente elucidada, entretanto,
existem algumas hipóteses que justificam seus sintomas, como por exemplo a neuroendócrina
e a inflamatória. Existe um modelo, já caracterizado, denominado estresse crônico imprevisível
(ECI), que é utilizado para a indução ao comportamento depressivo, em animais, através de
estressores ambientais. O tratamento mais utilizado para a depressão consiste na farmacoterapia
com antidepressivos. Porém, ainda existe resistência a adesão devido aos efeitos adversos,
assim como o longo período de latência para o efeito terapêutico. Dessa forma, torna-se
interessante a investigação de novos compostos com potencial antidepressivo. O (-)-α-bisabolol
(BIS) é um álcool sesquiterpênico, que apresenta caráter lipofílico e atividades biológicas
elucidadas como anti-inflamatória, antiespasmódica e neuroprotetora. A fim de reduzir as
limitações da terapia convencional, busca-se verificar a atividade antidepressiva de muitos
compostos isolados, como o BIS. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito
antidepressivo do (-)-α-bisabolol em camundongos C57BL/6 submetidos a um modelo de
estresse crônico imprevisível (ECI). Para tanto, o modelo consistiu em um protocolo
experimental de 28 dias, no qual os animais (n=6-8), exceto grupo controle, foram submetidos
a estressores ambientais, de forma aleatória, para garantia da imprevisibilidade. A partir do 15º
dia, os grupos experimentais receberam por via oral: veículo (salina + Tween 80® a 3%), (-)-
α-bisabolol nas doses de 25 ou 50 mg/kg, ou Fluoxetina 10 mg/kg, como droga de referência.
Ao término do protocolo de tratamento, os animais foram submetidos aos testes
comportamentais: para avaliar a atividade locomotora (Teste do Campo Aberto), para o efeito
antidepressivo (Teste do Nado Forçado – TNF), Teste da Suspensão da Cauda – TSC) e Teste
de preferência pela solução de sacarose), para verificar o efeito ansiolítico (Teste de Placa
Perfurada – PP), Teste do Labirinto em cruz elevado – LCE) e para avaliar a memória de curto
prazo (Teste do labirinto em Y). Após 60 minutos dos testes comportamentais, os animais foram
eutanasiados por decapitação, e as áreas cerebrais (hipocampo e córtex pré-frontal) foram
dissecadas e investigada a ação do BIS quanto ao estresse oxidativo, e quanto à parâmetros
inflamatórios. Os resultados mostraram que o BIS possui efeito antidepressivo, ansiolítico e na
memória de curto prazo nas doses de 25mg/kg e 50mg/kg, sem alterar a atividade locomotora,
portanto, nestas doses, não apresenta efeito relaxante nem psicoestimulante. Na dose de
50mg/kg, o BIS foi capaz de reduzir os níveis de malondialdeído (MDA) no hipocampo e
reduzir os níveis de nitrato/nitrito no córtex pré-frontal, demonstrando seu efeito antioxidante.
O modelo do ECI aumentou os níveis das citocinas inflamatórias testadas (IL-1β e TNF-α),
entretanto, o (-)-α-bisabolol não reduziu. Os resultados inéditos demonstram que o (-)-α-
bisabolol possui efeito antidepressivo, ansiolítico e de proteção à memória de curto prazo. É
interessante que posteriormente sejam investigados outros mecanismos de ação para o efeito
antidepressivo do (-)-α-bisabolol.
Palavras-chave: Estresse; Antidepressivos; (-)-α-bisabolol.
ABSTRACT
ANTIDEPRESSIVE EFFECT OF (-) - α-BISABOLOL IN C57BL/6 MICES SUBMITTED A
MODEL OF CHRONIC STRESS UNPREVISIBLE
Depression is a crippling disease that affects about 300 million people worldwide. It is
characterized by symptoms of depressed mood, guilt and guilt, and can lead the individual to
suicide. Its cause is not completely elucidated, however, there have been some hypotheses that
justify its symptoms, such as a neuroendocrine and an infliction. There is a model, already
characterized, called chronic unpredictable stress (CUS), which is used to induce depressive
behavior in animals through environmental stressors. The most used treatment for evolution
consists of pharmacotherapy with antidepressants. However, there is still resistance due to
adverse effects, as well as the long latency period for the therapeutic effect. Thus, it is
interesting to investigate new compounds with antidepressant potential. O (-)- α-bisabolol (BIS)
is a sesquiterpene alcohol, which presents lipophilic and bioactive to the activities elucidated
as anti-inflammatory, antispasmodic and neuroprotective. In order to reduce the pressure of
conventional therapy, an antidepressant activity such as resistance of therapy, such as BIS, is
sought. The objective of this work was to evaluate the antidepressant effect of (-)- α-bisabolol
in C57BL / 6 mice with an unpredictable chronic stress model (ECI). The standard consisted in
the experimental protocol of 28 days, for non-animals (n = 6-8), has been a rare environmental
form, and the random species, for Guarness of unpredictability. From the 15th day oral groups:
vehicle (saline + 3% Tween 80®), (-)-α-bisabolol at doses of 25 or 50 mg / kg, or Fluoxetine
10 mg / kg, as reference drug. To evaluate the locomotor activity, Forced Swim Test (TNF),
TSC Suspension Test and Precision Test for sucrose solution), to perform the performance
check anxiolytic (Labyrinth in Motion Test - LCE) and to evaluate pleasure memory (Y-
labyrinth test). After 60 minutes of behavioral tests, the animals were euthanized by
decapitation, and as brain areas (hippocampus and prefrontal cortex) were dissected and
investigated the action of BIS on oxidative stress, and on the inflammatory senses. The results
obtained with BIS have an antidepressant, anxiolytic and short-term effect in the dosages of
25mg / kg and 50mg / kg, and they weren’t submitted to locomotor activity, therefore, they
presented doses, but not having a relaxing effect nor psychostimulant. At 50 mg / kg, BIS was
able to reduce the levels of malondialdehyde (MDA) and hippocampus and reduce nitrate/nitrite
levels in the prefrontal cortex, demonstrating its antioxidant effect. The ECI model increased
the levels of the untested cytokines (IL-1β and TNF-α), however, (-) - α-bisabolol did not
reduce. The results show that (-) - α-bisabolol has an antidepressant, anxiolytic and short-term
memory protection effect. Other mechanisms of action for the antidepressant effect of (-) - α-
bisabolol are of interest.
Key-words: Stress; Antidepressants; (-)-α-bisabolol.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal e Feedback hormonal.......... 18
Figura 2: Estereoisômeros do (-)-α-bisabolol .......................................................................... 24
Figura 3: Grupos Experimentais .............................................................................................. 29
Figura 4: Fluxograma do protocolo experimental ................................................................... 31
Figura 5: Teste do Campo Aberto ........................................................................................... 32
Figura 6: Teste do nado forçado .............................................................................................. 32
Figura 7: Teste de Suspensão da Cauda .................................................................................. 33
Figura 8: Teste de preferência pela solução de sacarose ......................................................... 34
Figura 9: Teste do Labirinto em cruz elevado ......................................................................... 35
Figura 10: Teste da placa perfurada ........................................................................................ 36
Figura 11: Teste do labirinto em Y ou Y-maze ....................................................................... 37
Figura 12: Efeito do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) na atividade locomotora e exploratória de
camundongos submetidos ao modelo de ECI no teste do Campo Aberto. ............................... 40
Figura 13: Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível de 14 dias e 28 dias, sobre o
tempo de imobilidade no teste do Nado Forçado ..................................................................... 41
Figura 14: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de
imobilidade no teste do Nado Forçado. .................................................................................... 42
Figura 15: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de
imobilidade no teste da Suspensão da Cauda. .......................................................................... 43
Figura 16: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste da preferência
pela solução de sacarose. .......................................................................................................... 44
Figura 17: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste da Placa
Perfurada. .................................................................................................................................. 45
Figura 18: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a percentagem do
número de entradas nos Braços Abertos (A), e a percentagem do Tempo de Permanência nos
Braços Abertos (B), no teste do Labirinto de Cruz Elevado. ................................................... 46
Figura 19: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a memória de
trabalho em camundongos submetidos ao modelo de Estresse Crônico imprevisível. ............ 47
Figura 20: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de nitrito/nitrato (NO2/NO3) no
Hipocampo e no Córtex pré-frontal .......................................................................................... 48
Figura 21: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de malondialdeído (MDA) no
Hipocampo e no Córtex pré-frontal. ......................................................................................... 49
Figura 22: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de GSH no Hipocampo e no Córtex pré-
frontal. ...................................................................................................................................... 50
Figura 23: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de IL-1β no Hipocampo e no Córtex pré-
frontal. ...................................................................................................................................... 51
Figura 24: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de TNF-α no Hipocampo e no Córtex
pré-frontal ................................................................................................................................. 52
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Estímulos estressores para indução do comportamento depressivo por estresse
crônico imprevisível 29
Quadro 2 Cálculo dos parâmetros: Percentual de entrada os braços abertos (PEBA) e
Percentual do tempo de permanência nos braços abertos (PTBA) no teste do
Labirinto em cruz elevado (LCE) 36
Quadro 3 Resumo dos dados comportamentais, estresse oxidativo e parâmetros
inflamatórios após a administração crônica de (-)-α-bisabolol em animais
submetidos ao ECI. 59
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
µg Micrograma
µM Micromolar
ACTH Hormônio adrenocorticotrófico
BIS (-)-α-bisabolol
CPF Córtex pré-frontal
CRH Hormônio liberador de corticotrofina
DAMP Padrões moleculares associados a danos
ECI Estresse crônico imprevisível
ERN Espécie reativa de nitrogênio
ERO Espécies reativas de oxigênio
FLU Fluoxetina
g Grama
GSH Glutationa reduzida
HHA Hipotalâmico Hipofisário Adrenal
HP Hipocampo
IL-1β Interleucina-1β
IL-6 Interleucina-6
IMAO Inibidor da monoamina oxidase
ISRN Inibidor seletivo da receptação de serotonina
LCE Labirinto em cruz elevado
MDA Malondialdeído
nm Nanômetro
NO Óxido nítrico
OMS Organização Mundial da Saúde
PAMP Padrões moleculares associados à patógenos
PEBA Percentual de entrada nos braços abertos
pg Picograma
PTBA Percentual do tempo de permanência nos braços abertos
SNC Sistema Nervoso Central
TDM Transtorno depressivo maior
TNF Teste do Nado Forçado
TNF-α Fator de Necrose Tumoral
TPP Teste da Placa Perfurada
TSC Teste de Suspensão da Cauda
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 16
1.1 Considerações sobre a depressão .................................................................................... 16
1.2 Fisiopatologia da depressão ............................................................................................. 17
1.2.1 Hipótese do Estresse e ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal.............. 17
1.2.2 Estresses oxidativo e nitrosativo envolvidos na depressão ............................................ 19
1.2.3 A hipótese da inflamação como causa da depressão ..................................................... 20
1.3 Modelo de depressão induzida pelo Estresse Crônico imprevisível – ECI .................. 21
1.4 Tratamento da depressão ............................................................................................... 23
2 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA ................................................................................ 26
3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 27
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 27
3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 27
4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 28
4.1 Animais .............................................................................................................................. 28
4.2 Drogas ............................................................................................................................... 28
4.2.1 (-)-α-bisabolol ................................................................................................................. 28
4.2.2 Fluoxetina ....................................................................................................................... 28
4.3 Indução de depressão por estresse crônico imprevisível ............................................... 28
4.4 Desenho experimental ...................................................................................................... 29
4.5 Testes comportamentais ................................................................................................... 31
4.5.1 Avaliação da Atividade Exploratória e Locomoção ...................................................... 31
4.5.1.1 Teste do Campo Aberto ................................................................................................ 31
4.5.2 Avaliação do Fenótipo Depressivo ................................................................................. 32
4.5.2.1 Teste do Nado Forçado ................................................................................................ 32
4.5.2.2 Teste da Suspensão de Cauda ...................................................................................... 33
4.5.2.3 Teste de Preferência pela solução de sacarose ............................................................ 33
4.5.3 Avaliação da Atividade Ansiolítica ................................................................................ 34
4.5.3.1 Teste do Labirinto em Cruz Elevado ............................................................................ 34
4.5.3.2 Teste da Placa Perfurada ............................................................................................. 36
4.5.4 Avaliação da memória de curto prazo ........................................................................... 36
4.6 Testes Neuroquímicos ...................................................................................................... 37
4.6.1 Determinação de Parâmetros de Estresse Oxidativo ..................................................... 37
4.6.1.1 Avaliação do grau de lipoperoxidação ........................................................................ 37
4.6.1.2 Determinação das concentrações de Nitrito/Nitrato ................................................... 38
4.6.1.3 Determinação das concentrações de Glutationa Reduzida (GSH) .............................. 38
4.6.2 Mensuração das concentrações de IL-1β e TNF-α ....................................................... 38
4.7 Análise estatística .............................................................................................................. 39
5 RESULTADOS .................................................................................................................... 40
5.1 Avaliação Comportamental ............................................................................................. 40
5.1.1 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a atividade locomotora
e exploratória (Teste do Campo Aberto) em camundongos submetidos a um modelo de
ECI. .......................................................................................................................................... 40
5.1.2 Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível sobre o tempo de imobilidade (Teste
do Nado Forçado) .................................................................................................................... 41
5.1.3 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade
no teste do nado forçado em camundongos submetidos a um modelo de ECI. .................... 42
5.1.4 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade
no teste da suspensão da cauda em camundongos submetidos a um modelo de ECI. ......... 43
5.1.5 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento
anedônico em camundongos submetidos ao teste de preferência pela solução de sacarose 44
5.1.6 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento
ansioso em camundongos submetidos ao teste de placa perfurada ....................................... 45
5.1.7 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento
ansioso em camundongos submetidos ao teste do Labirinto em cruz elevado (LCE)........... 46
5.1.8 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o déficit de memória
no labirinto em Y em camundongos submetidos ao ECI ....................................................... 47
5.2 Avaliação Neuroquímica ................................................................................................. 48
5.2.1 Determinação dos parâmetros de estresse oxidativo ..................................................... 48
5.2.1.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
Malondialdeído (MDA) no hipocampo e córtex pré-frontal .................................................... 49
5.2.1.3 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
Glutationa reduzida (GSH) no hipocampo e córtex pré-frontal .............................................. 50
5.2.2 Determinação dos parâmetros inflamatórios ................................................................ 51
5.2.2.1 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
Interleucina 1β no hipocampo e córtex pré-frontal ................................................................. 51
5.2.2.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração TNFα
no hipocampo e córtex pré-frontal ........................................................................................... 52
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 53
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 58
8 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 60
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61
ANEXOS..................................................................................................................................69
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 Considerações sobre a depressão
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) define a depressão
como perda de interesse por inúmeras atividades, humor deprimido, alterações no sono e apetite,
sentimento de culpa e inutilidade, dificuldade para tomada de decisões pela dificuldade de
concentração, e em muitos casos, o pensamento sobre o suicídio. Para estabelecimento do
diagnóstico, é necessário que alguns desses sintomas estejam presentes de forma crônica e
persistente por, no mínimo, duas semanas (PEREZ-CABALLERO et al., 2019).
A depressão tem sido considerada como a principal causa de incapacidade em todo o
mundo (OPAS, 2018), pois afeta mais de 300 milhões de pessoas, sendo que 800.000 delas
morrem por suicídio. Esses dados demonstram a necessidade de se voltar a atenção para esta
doença, uma vez que a mesma está inserida como um dos grandes problemas de saúde pública
(LIM et al., 2018).
Inicialmente, os sintomas da depressão desenvolvem-se gradativamente, o que dificulta
o reconhecimento da doença, fazendo com que a busca por ajuda ocorra quando os sintomas já
estão avançados. Além disso, distúrbios depressivos ainda são bastante estigmatizados, e isso
causa uma relutância em procurar ajuda psiquiátrica, ou até mesmo a resistência ao tratamento.
Ademais, a demora para o diagnóstico pode acarretar no agravamento dos sintomas e impactos
negativos em outras doenças. (BARTKIENE et al., 2018; CRAVEN; BLAND, 2013; YOUNG
et al., 2016).
Foi evidenciado a coexistência da depressão com muitas outras doenças, entre elas, a
ansiedade. Esta, caracteriza-se como um distúrbio que apresenta alguns sintomas similares ao da
depressão. Na combinação das duas doenças, os sintomas são mais sérios, pois há uma maior
ocorrência de suicídio, torna-se maior a incapacidade nos pacientes, além de serem mais
resistentes ao tratamento e os aspectos de caráter psicológico, físicos e sociais tornam-se mais
agravados (TILLER, 2012).
Outra morbidade relacionada à depressão é o prejuízo à memória. Alguns estudos
mostraram a existência de anormalidades estruturais e funcionais em regiões cerebrais, como o
hipocampo, amígdala e o córtex pré-frontal, relacionadas com a memória emocional, além de
outro tipo de memória, denominada autobiográfica, foi demonstrada em pacientes com depressão
(XU et al., 2017).
Além da ansiedade e prejuízos na memória, outras doenças podem estar relacionadas
com a depressão, como por exemplo, doenças cardíacas (SELIGMAN; NEMEROFF, 2015),
17
Diabetes mellitus tipo 2 (JOSEPH; GOLDEN, 2017), obesidade (JANTARATNOTAI et al.,
2017), dentre outras doenças crônicas, o que reforça a necessidade de compreender melhor a
fisiopatologia da depressão.
1.2 Fisiopatologia da depressão
Apesar de ser uma doença bastante disseminada, ainda é inexistente um mecanismo bem
estabelecido que possa explicar a causa da depressão. Entretanto, existem alguns fatores que, por
meio de hipóteses, buscam justificar a fisiopatologia da doença. Estes incluem: fatores genéticos
(GENOVESE et al., 2014; LIFELINES COHORT STUDY et al., 2016), ambientais, (LI;
D’ARCY; MENG, 2016), neuroendócrino, inflamatório, neuroplasticidade e monoaminérgicos
(MCKAY; ZAKZANIS, 2010; MOLENDIJK et al., 2014).
A teoria monoaminérgica, que relaciona a depleção das monoaminas (serotonina,
noradrenalina e dopamina) à causa da depressão, ainda é a teoria mais forte, visto que a
farmacoterapia existente volta-se para mecanismos de ação das monoaminas. Entretanto, WONG
& LICINIO (2001) demonstraram que o tratamento contínuo com essas drogas causavam
alterações na expressão gênica do cérebro, e isto poderia estar relacionado ao efeito terapêutico,
tornando a hipótese monoaminérgica simplista. Dessa forma, torna-se necessário aprofundar-se
nos estudos de outras hipóteses relacionadas à causa depressão, entre elas, a participação do eixo
Hipotalâmico Hipofisário Adrenal (HHA).
1.2.1 Hipótese do Estresse e ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal
O termo estresse pode ser definido como uma interrupção da homeostase fisiológica que
pode ser recorrente de situações adversas. Inúmeros eventos estressantes na vida de uma pessoa,
mostraram-se fortemente relacionados à depressão, como por exemplo: a perda de alguém da
família, o término de um relacionamento, situações envolvendo a saúde, o trabalho, dentre outros
acontecimentos que possam causar um transtorno cognitivo. A perda interpessoal e a rejeição
social são os estressores mais envolvidos com a depressão, pois estão fortemente associados ao
tipo de sofrimento emocional que é característico da doença (SLAVICH; IRWIN, 2014).
A resposta à traumas precoces ou situações de extremo estresse possui alguns efeitos, e
o principal deles é a ativação do eixo HHA (WONG; LICINIO, 2001). Essa ativação dá início à
uma cascata de eventos. Inicialmente ocorre a secreção do hormônio liberador de corticotrofina
(CRH), que estimula a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), pela hipófise. O
18
ACTH, por sua vez, induz a liberação do cortisol, hormônio glicocorticoide, que tem como
função manter o equilíbrio em resposta ao estresse (Figura 1). O cortisol liberado pelas glândulas
suprarrenais, liga-se a dois tipos de receptores no cérebro, os mineralocorticoides e os
glicocorticoides. Foi demonstrado, em alguns estudos, que a depressão pode ser reflexo da
desregulação desses receptores, causada pela hiperatividade do eixo HHA (JURUENA et al.,
2018; KELLER et al., 2017; MCKAY; ZAKZANIS, 2010).
Figura 1: Ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal e Feedback hormonal
Fonte: Mccarty (2016).
CRH: hormônio liberador de corticotrofina, ACTH: hormônio adrenocorticotrófico
Pacientes depressivos exibem um maior feedback negativo do eixo HHA, devido aos
níveis excessivos de cortisol. Além disso, notou-se que o número ou a função de receptores de
glicocorticoides são reduzidos em pacientes com depressão (MCKAY; ZAKZANIS, 2010).
Além disso, foi demonstrado que a hiperatividade do eixo HHA, poderia reduzir a síntese de
neurotransmissores monoaminérgicos como a serotonina e a noradrenalina, além de danificar
os neurônios do hipocampo, região cerebral com alta densidade de receptores de
glicocorticoides (ZHAO et al., 2018).
19
Os glicocorticoides são responsáveis por inúmeras atividades metabólicas, como por
exemplo, a regulação da gordura corporal. A exposição aguda ou crônica ao estresse pode gerar
obesidade ou anorexia, dependendo do ambiente alimentar e emocional. Estudos mostram que
esses distúrbios alimentares provocados pelo estresse e que causam desequilíbrio hormonal,
podem estar intrinsecamente ligados à depressão. Além do envolvimento dos glicocorticoides
no estresse, também é possível a liberação de radicais livres ocasionados pelo desequilíbrio dos
sistemas antioxidantes do corpo, devido à presença constante do fator estressante
(JANTARATNOTAI et al., 2017; ULRICH-LAI et al., 2015., CHAVES et al., 2019).
1.2.2 Estresses oxidativo e nitrosativo envolvidos na depressão
Radicais livres, também denominados espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies
reativas de nitrogênio (ERNs), são produzidos por um processo natural do metabolismo, e são
responsáveis pela sinalização celular e defesa contra patógenos. Entretanto, em níveis elevados,
causam danos aos lipídios, proteínas e DNA, ocasionando morte celular. O estresse oxidativo,
conceituado como um desequilíbrio entre as defesas antioxidantes e a produção de EROs e/ou
ERNs, é um mecanismo envolvido no envelhecimento e em algumas doenças, como as
neurodegenerativas. Além disso, nos últimos anos surgiram evidências de que o estresse
oxidativo pode estar ocasionando o aumento no número de doenças neuropsiquiátricas, como a
depressão (BLACK et al., 2015).
O estresse emocional, que está intrinsecamente relacionado à depressão, induz uma
resposta inflamatória juntamente com a síntese de citocinas pró-inflamatórias. Estas estimulam
a produção de espécies de oxigênio e nitrogênio reativos, e isso ocasiona a peroxidação lipídica
e a redução do sistema antioxidante (SIVOŇOVÁ et al., 2004).
O óxido nítrico (NO) é uma molécula importante que desempenha função na regulação
de muitos processos comportamentais, emocionais e cognitivos. Além disso, ele também é um
radical livre e, em níveis excessivos, contribui para o estresse oxidativo causado pela
neuroinflamação (GAŁECKI et al., 2011).
Durante os processos oxidativo e a redução do NO, formam-se espécies reativas de
nitrogênio, as quais são tóxicas e podem causar danos às células. Existem três isoformas
responsável pela síntese do NO, sendo a sintase induzida do óxido nítrico (iNOS) uma delas. A
expressão dessa enzima pode ser induzida por citocinas pró-inflamatórias, estresse crônico, e
fatores intrinsecamente relacionados ao transtorno depressivo maior. Além disso, a iNOS foi
20
relatada como um dos principais contribuintes para as condições inflamatórias e
neurodegenerativas (FRODL et al., 2002; GAŁECKI et al., 2010; OLIVENZA et al., 2001).
O malondialdeído (MDA), por sua vez, é produto da peroxidação lipídica e também
indica a danos à membrana celular, predizendo a eficácia do sistema de defesa antioxidante e
atuando como um biomarcador de danos oxidativo causados por EROs. Altos níveis de MDA
foram encontrados em alguns estudos com pacientes depressivos (BEHR; MOREIRA; FREY,
2012; TALAROWSKA et al., 2012; TEYSSIER et al., 2011).
Os prejuízos ocasionados pelo estresse oxidativo pode também ser devido à redução da
defesa antioxidante. A glutationa reduzida (GSH) atua como um dos principais sistemas
antioxidantes do cérebro, confere proteção contra a hidrólise de proteases celulares, protege as
células contra os danos oxidativo, é essencial para a proliferação celular, e mostra-se como um
marcador confiável do estresse oxidativo. Alguns estudos demonstram que a redução de GSH
pode estar relacionada à depressão (FREED et al., 2017; STEENKAMP et al., 2017). Como
dito anteriormente, a resposta inflamatória recorrente de um estresse emocional, associado à
elevação de vários indicadores biológicos derivados do dano oxidativo celular, como a
lipoperoxidação, direcionam muitos estudos a fim de avaliar o papel da inflamação no agravo
à depressão.
1.2.3 A hipótese da inflamação como causa da depressão
Entender como o Sistema Nervoso Central e o sistema imunológico comunicam-se, é
fundamental para entender as interações entre o cérebro, comportamento e imunidade (QUAN;
BANKS, 2007), pois a inflamação é um mecanismo responsável pela homeostase do corpo. A
resposta inflamatória pode ser favorável quando for na presença de uma infecção, dano celular
ou estresse, porém, quando age de forma desequilibrada a um determinado estímulo, torna-se
desfavorável (ROSENBLAT et al., 2014).
Em um estudo de 2018, foi demonstrado que, tanto o estresse físico quanto o
psicológico, aumentam a ocorrência de comportamentos depressivos, devido aos inúmeros
mecanismos hormonais e bioquímicos. Dessa forma, evidências crescentes indicam uma forte
relação entre depressão e inflamação (GAŁECKI; TALAROWSKA, 2018).
Uma típica resposta inflamatória consiste em quatro componentes principais: 1 -
indutores inflamatórios, representados pelos padrões moleculares associados a danos (DAMP)
ou associados à patógenos (PAMP), 2 – sensores que detectam os DAMPs ou PAMPs, 3 –
21
mediadores inflamatórios induzidos pelos sensores, como é o caso das citocinas, quimiocinas e
prostaglandinas, e 4 – tecido alvo afetado pelos mediadores inflamatórios. O fenômeno
inflamatório observado em doenças neuropsiquiátricas, como a depressão, é compatível com
uma inflamação estéril, ocasionada após estressores físicos ou psicológicos (BAUER;
TEIXEIRA, 2019).
As citocinas são moléculas capazes de modular uma resposta celular no
desencadeamento das respostas imunes. Por exemplo, a exposição a estressores repetidos ou a
estressores envolvendo conflito social, ameaça, rejeição e isolamento, aumentam os marcadores
inflamatórios (ASCHBACHER et al., 2012; DENSON; SPANOVIC; MILLER, 2009). Além
disso, as citocinas possuem algumas peculiaridades, dentre elas, sua natureza pleitrópica. Elas
desempenham um papel importante na formação da organização celular do SNC servindo como
fatores de crescimento para as células residentes no mesmo, e são capazes de desencadear
inúmeras respostas (DEVERMAN; PATTERSON, 2009).
Embora haja uma infinidade de citocinas existentes, tem-se visto que a interleucina 1β
(IL-1β) e o fator de necrose tumoral α (TNF-α), estão em níveis elevados em pacientes
depressivos, sendo vistos como biomarcadores confiáveis da inflamação relacionados com a
doença (CASSANO et al., 2017).
Em um estudo verificou-se que a presença das citocinas IL-1β e TNF-α,, foram
relacionadas a sintomas como anedonia, fadiga, comprometimento psicomotor e aumento da
sensibilidade à ameaça (ansiedade). Além disso, a inflamação tem sido associada à não
responsividade ao tratamento com antidepressivos, no qual 45% dos pacientes que não
respondiam aos antidepressivos apresentaram proteína C reativa acima dos níveis amplamente
aceitos (MILLER; RAISON, 2016; RAISON et al., 2013). Na tentativa de evidenciar os
mecanismos anteriormente descritos, propomos um modelo de depressão por estresse físico.
1.3 Modelo de depressão induzida pelo Estresse Crônico imprevisível – ECI
O estresse de forma crônica, e exagerada, é visto como um fator de risco para o
desenvolvimento de inúmeras psicopatologias. Viver o estresse de maneira repetitiva e intensa,
ocasiona a perturbação do funcionamento fisiológico e psicológico de um indivíduo e acaba por
afetar seu comportamentos nos papeis afetivos, sociais e cognitivos (FINSTERWALD;
ALBERINI, 2014; VAN BOXELAERE et al., 2017).
Dentre outros, os distúrbios sociais e cognitivos são os principais contribuintes para as
doenças neuropsiquiátricas em pacientes que sofrem de distúrbios relacionados ao estresse,
22
como a depressão, a ansiedade, o transtorno pós traumático, memória e aprendizagem e insônia
(MEHTA; PARASHAR; UDAYABANU, 2017; NORMANDEAU et al., 2018).
Diferentes modelos animais foram estabelecidos e utilizados para investigar os
distúrbios neuropsiquiátricos, como a depressão, induzida pelo estresse. Buscando mimetizar
uma situação semelhante ao que ocorre no ser humano, na década de 80, foi proposto um
modelo para verificar o comportamento dos animais submetidos a diversos estressores físicos,
e verificaram que o período de estresse prolongado gera a redução do consumo de líquidos
doces, característica de um comportamento anedônico (WILLNER 2016).
Willner (2017) propôs avaliar a validade, confiabilidade e utilidade do modelo de
depressão induzida pelo estresse crônico imprevisível – (ECI). Tal modelo constitui-se em
simular a anedonia, caracterizada perda da capacidade de prazer ou de responder a eventos
agradáveis, que é um dos sintomas característicos da depressão em humanos.
No modelo não existe uma padronização, entretanto, todos os protocolos consistem em
submeter os animais à inúmeros fatores estressantes, de forma aleatória e imprevisível, durante
várias semanas, a fim de induzir o comportamento depressivo símile, verificar a anedonia,
reduzindo as chances de habituação e observar as alterações bioquímicas e morfológicas do
cérebro (WILLNER, 2017).
Já foi demonstrado em diversos estudos, que a aplicação deste modelo pode gerar
alteração no tempo de imobilidade no Teste do Nado Forçado – TNF (DING et al., 2014),
redução da preferência pelo consumo da solução de sacarose (HE et al., 2016), aumentar a
atividade das enzimas catalase e superóxido dismutase – SOD (FARIA et al., 2014), diminuição
do peso corporal (GUPTA; RADHAKRISHNAN; KURHE, 2014), aumento da peroxidação
lipídica (RINWA; KUMAR, 2012) representada pelo aumento da concentração de
malondialdeído, aumento de nitrito e aumento da concentração de corticosterona sérica (XU et
al., 2017). Desta forma, foi utilizado este modelo para investigar o potencial terapêutico de
compostos isolados, sobre a depressão.
23
1.4 Tratamento da depressão
A terapia farmacológica atualmente utilizada para o tratamento da depressão é por meio
de antidepressivos. Estes são divididos em inúmeras classes, como: Antidepressivos Tricíclicos
(ATC), Inibidores de monoaminoxidase (IMAO), Inibidores seletivos da recaptação de
serotonina (ISRS) e Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), e os
antidepressivos atípicos (KATZUNG, 2010).
O mecanismo de ação dos fármacos atualmente utilizados, baseia-se no aumento da
disponibilidade de monoaminas. Essa regulação pode ocorrer através de três mecanismos de
ação: (1) bloqueio de proteínas pré-sinápticas transportadoras de monoaminas, que removem
os transmissores liberados no espaço extracelular, (2) inibição da enzima monoamina oxidase,
que degrada os neurotransmissores monoaminas ou (3) interação com receptores pré ou pós-
sinápticos que regulam a liberação das monoaminas e/ou a taxa de disparo neuronal
(NEMEROFF; OWENS, 2002).
A terapêutica baseada em antidepressivos, apesar de amenizar os sintomas da depressão,
possui algumas limitações. Dentre estas, destaca-se a resistência por parte dos pacientes devido
a muitos efeitos adversos como sedação, incapacidade física para determinadas atividades,
náusea, insônia e perda de peso. Outra restrição quanto ao uso dos antidepressivos, refere-se ao
longo período de latência, ou seja, o efeito clínico que o fármaco irá proporcionar ao organismo
demora entre duas a quatro semanas. Deste modo, há a necessidade da busca por alternativas
para o tratamento da depressão de forma mais rápida e seletiva (CIPRIANI et al., 2009; OTTE
et al., 2016).
Nesse intuito, nosso grupo de pesquisa busca evidências de possíveis benefícios
terapêuticos de substâncias químicas isoladas, como o (-)-α-bisabolol.
24
1.5 (-)-α-bisabolol
O (-)-α-bisabolol, também chamado de levomenol, é um álcool sesquiterpênico
monocíclico, que foi isolado pela primeira vez em 1951, das flores de Matricaria chamomilla
asteraceae, conhecida popularmente como camomila alemã. Desde então, tem-se estabelecido
que esta substância possui quatro isômeros, como demonstrado na (Figura 2) (KAMATOU;
VILJOEN, 2010).
Figura 2: Estereoisômeros do α-bisabolol
Fonte: Kamatou; Viljoen (2010)
Além da Matricaria chamomilla, o (-)-α-bisabolol pode ser isolado, por hidrodestilação,
a partir de outras plantas, como Salvia runcinata, uma planta presente no sul da África, a Salvia
stenophylla, Vanillosmopsis sp e Myoporum grassifolium. Outra fonte menos explorada, mas
que contém cerca de 85% da substância, é a Eremanthus erythropappus (DE SOUZA et al.,
2008).
O (-)-α-bisabolol, o isômero que possui mais atividade biológica, é uma substância de
baixo peso molecular, bastante lipofílica e propenso à oxidação, sendo seus produtos de
oxidação: o bisabolol óxido A e óxido B (WALECZEK et al., 2003). Devido a sua baixa
toxicidade, a Food and Drug Administration (FDA) concedeu segurança a esse composto,
promovendo sua utilização como ingrediente ativo em vários produtos (KAMATOU;
VILJOEN, 2010).
A utilização do (-)-α-bisabolol é bastante explorada na indústria de cosméticos, como
princípio ativo em loções de corpo, desodorantes, produtos para bebês e outros produtos de
higiene pessoal. As principais aplicações no setor farmacêutico têm sido relacionada às suas
propriedades anti-inflamatórias, não alergênicas, antibacterianas e anti-irritantes (KAMATOU;
VILJOEN, 2010; SEKI et al., 2011).
Por ser um composto lipofílico, o (-)-α-bisabolol é pouco solúvel nos fluidos biológicos,
entretanto, possui potencial de atravessar a barreira hematoencefálica (BHE), (PIOCHON et
25
al., 2009) o que justifica o trabalho de Tabahari e Tehrani (2017), no qual estudaram o potencial
ansiolítico do (-)-α-bisabolol em um modelo agudo com camundongos Swiss.
Em seu estudo de 2019, Fernandes et al., utilizaram um modelo de isquemia cerebral
em camundongos Swiss, e verificou que o (-)-α-bisabolol possui ação neuroprotetora,
diminuindo a degeneração neuronal e melhorando os déficits de memória, além de ter evitado
também astrogliose nas áreas do córtex temporal e no estriado.
Nosso grupo mostrou que o (-)-α-bisabolol foi capaz de reduzir lesões associadas à
administração de etanol, demonstrando uma gastroproteção. Além disso, verificou-se que a
substância foi capaz de diminuir o estresse oxidativo e o evento inflamatório causado pelo
etanol (ROCHA et al., 2011).
Até o momento, nenhum trabalho foi realizado associando a atividade do (-)-α-bisabolol
com o Sistema Nervoso Central em um modelo de Estresse Crônico Imprevisível, sendo o nosso
estudo pioneiro nessa investigação.
26
2 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA
A depressão é uma doença que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo e é
uma das principais causas de incapacitação devido aos seus sintomas físicos e emocionais (LIM
et al., 2018). Fatores genéticos, ambientais, hipóteses neuroendócrina e inflamatória, buscam
justificar a causa para a depressão a fim de elucidar alternativas terapêuticas para o tratamento,
melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Uma das hipóteses relacionados aos transtornos de ansiedade e depressão é o estresse,
em que a perda de pessoas importantes, conflitos sociais, problemas de saúde e/ou no trabalho,
contribuem para o estresse crônico e o desenvolvimento dessas doenças (NORMANDEAU et
al., 2018). Além disso, foi evidenciado que pacientes com depressão apresentavam níveis
elevados de citocinas pró-inflamatórias nos fluidos séricos e cerebrais, demonstrando uma
possível relação entre depressão, estresse e inflamação (BAUER; TEIXEIRA, 2019).
A utilização de modelos animais para indução ao comportamento depressivo é uma
forma de explorar as causas da depressão, e o modelo do estresse crônico imprevisível (ECI)
possibilita investigar se o estresse ambiental é capaz de desenvolver o comportamento da
doença, assim como mimetizar o que ocorre com o ser humano.
A investigação de novos alvos farmacológicos para o tratamento da depressão baseia na
visão simplista da hipótese monoaminérgica, visto que já foram demonstrados que os
antidepressivos utilizados causam alto período de latência e efeitos adversos, gerando
resistência ao tratamento. Assim, torna-se necessário explorar o potencial de novos compostos
que apresentem outras atividades biológicas e possuam potencial para serem elencados como
antidepressivos.
O (-)-α-bisabolol surge nesse cenário como um potencial composto para ser estudado
no SNC, devido à sua alta natureza lipofílica e possibilidade de atravessar a BHE, por possuir
propriedades farmacológicas antioxidante e anti-inflamatória, justificando o interesse na
investigação da atividade antidepressiva (KAMATOU; VILJOEN, 2010). Dessa forma, as
evidências cada vez mais fortes sobre o papel da inflamação na depressão sugerem a relevância
do estudo de substâncias que atuem além do aumento dos níveis de monoaminas e possam
apresentar efeito neuroprotetor. Assim, o presente trabalho é inédito quanto à avaliação do (-)-
α-bisabolol como uma alternativa promissora para o tratamento de distúrbios depressivos.
27
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Avaliar o efeito antidepressivo do (-)-α-bisabolol em camundongos C57BL/6
submetidos a um modelo de estresse crônico imprevisível.
3.2 Objetivos Específicos
Avaliar o efeito do (-)-α-bisabolol em camundongos submetidos ao estresse crônico
imprevisível, nos seguintes parâmetros:
Efeito antidepressivo, por meio dos testes do nado forçado, suspensão da cauda e
preferência pela solução de sacarose;
Efeito ansiolítico, por meio dos testes do Labirinto em cruz elevado e placa perfurada;
Efeito na memória de trabalho, por meio do teste do labirinto em Y ou Y-maze;
Atividade exploratória e locomotora por meio do teste do campo aberto;
Efeito antioxidante, por meio da mensuração de parâmetros do estresse oxidativo
(malondialdeído, glutationa reduzida e nitrito/nitrato) no hipocampo e córtex pré-frontal;
Efeito anti-inflamatório, por meio da determinação dos níveis de IL-1β e TNF-α no
hipocampo e córtex pré-frontal pelo método de ELISA.
28
4 METODOLOGIA
4.1 Animais
Foram utilizados camundongos C57BL/6 machos, com peso entre 20-25g, provenientes
do Biotério do Departamento de Fisiologia e Farmacologia (DFF) da Universidade Federal do
Ceará (UFC). Os mesmos foram mantidos em ambiente com temperatura controlada (22±1°C),
com ciclo claro/escuro de doze horas e recebendo água e comida à vontade, exceto nos períodos
de estresse para indução de comportamento depressivo.
Ao que se refere aos cuidados com os animais, todos os procedimentos realizados
seguiram os princípios éticos de experimentação animal. Este trabalho foi aprovado pelo
Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal do Ceará, sob o número
de registro: 9361/15022018.
4.2 Drogas
4.2.1 (-)-α-bisabolol
A droga teste foi o (-)-α-bisabolol (BIS) (Sigma®, St. Louis, USA), sendo diluída em
3% de Tween® 80 com solução salina 0,9% e administrada por via oral, durante 14 dias
consecutivos. A escolha das doses de BIS, 25mg/kg e 50 mg/kg, foram baseadas em trabalhos
científicos anteriores em outros modelos (FERNANDES, 2015; BARRETO et al., 2016).
4.2.2 Fluoxetina
A droga de referência utilizada foi a Fluoxetina (FLU) (Sandoz®), sendo diluída em
solução salina 0,9% e administrada por via oral, durante 14 dias consecutivos, na dose de
10mg/kg.
4.3 Indução de depressão por estresse crônico imprevisível
Os camundongos foram submetidos a fatores estressores como descrito por (HE et al.,
2016) com adaptações. Cada fator estressante foi aplicado de forma aleatória a cada semana,
durante 28 dias, para que o procedimento fosse de forma imprevisível. Os fatores estressores
foram aplicados conforme o cronograma abaixo:
29
Quadro 1. Estímulos estressores para indução do comportamento depressivo por estresse
crônico imprevisível (HE et al., 2016) com adaptações
Fonte: Autoria própria.
4.4 Desenho experimental
Para estes experimentos os grupos, contendo em média 8 animais, foram divididos
conforme abaixo:
Figura 3: Grupos Experimentais
Fonte: Autoria própria.
- Grupo saudável com veículo: animais foram mantidos na caixa sem nenhum fator estressante
durante 4 semanas e administração de solução salina 0,9% com 3% de Tween 80 por via oral
(v.o.) através de gavagem entre o 15º ao 28º dia.
- Grupo saudável com Fluoxetina os animais foram mantidos na caixa sem nenhum fator
estressante durante 4 semanas e administração de Fluoxetina (10mg/kg), por via oral (v.o.),
através de gavagem, entre o 15º ao 28º dia.
ESTIMULO ESTRESSOR Tempo
Ciclo intermitente entre luzes acesas e apagadas 18 horas
Presença de maravalha molhada 18 horas
Ciclo escuro 24 horas
Ciclo claro 24 horas
Restrição do animal em tubo plástico 2 horas
Exposição do camundongo a um predador (rato) separando-os por uma
grade de ferro. 8 minutos
Pequeno choque nas patas (1miliampere) 2 segundos
30
- Grupo saudável com alfa-bisabolol: os animais foram mantidos na caixa sem nenhum fator
estressante durante 4 semanas e administração de (-)-α-bisabolol 50mg/kg, por via oral (v.o.)
através de gavagem entre o 15º ao 28º dia.
- Grupo estresse crônico imprevisível: animais foram submetidos a fatores estressores durante
28 dias e administração de solução salina 0,9% com 3% de Tween® 80 por via oral através de
gavagem (v.o.) entre o 15º ao 28º dia.
- Grupos tratados com (-)-α-bisabolol: animais foram submetidos a fatores estressores
durante 28 dias e administração de (-)-α-bisabolol (25 ou 50mg/kg) por via oral (v.o.) através
de gavagem entre o 15º ao 28º dia.
- Grupo tratado com Fluoxetina: animais foram submetidos a fatores estressores durante 28
dias e a uma administração diária de Fluoxetina (10mg/kg) por via oral (v.o.) através de
gavagem entre o 15º ao 28º dia.
O protocolo experimental iniciou após 7 dias de adaptação dos animais ao ambiente do
biotério. Em seguida, durante 28 dias os animais foram submetidos a diferentes estressores, de
forma aleatória e imprevisível. No 14º dia, antes de iniciar a etapa de tratamento, os animais
foram submetidos ao Teste do Nado Forçado (TNF), visto que é um teste preditivo para avaliar
o comportamento depressivo nos animais, para verificar a eficácia do protocolo. No 15º dia,
iniciou-se o tratamento de todos os grupos experimentais. No último dia (28º) os animais foram
submetidos novamente ao TNF para verificar a reversão do comportamento após o tratamento,
e 24h após o teste do nado forçado, os animais foram submetidos aos demais testes
comportamentais (Figura 4).
Posteriormente, os animais foram eutanasiados por decapitação e tiveram os encéfalos
rapidamente retirados e colocados sobre papel alumínio numa placa de Petri com gelo para
dissecação do hipocampo (HP) e córtex pré-frontal (CPF). Ao final da dissecação, as áreas
foram colocadas em microtubos de plásticos devidamente identificados, pesados e conservados
a -80°C para o uso posterior. Os detalhes do delineamento experimental estão representados
no fluxograma a seguir:
31
Figura 4: Fluxograma do protocolo experimental
Fonte: Autoria própria.
4.5 Testes comportamentais
4.5.1 Avaliação da Atividade Exploratória e Locomoção
4.5.1.1 Teste do Campo Aberto
O campo aberto para camundongos é feito de acrílico (paredes transparentes e piso
preto, 30 x 30 x 15 cm) dividido em 9 quadrantes iguais (Figura 5). Nesse teste é avaliado a
atividade exploratória do animal registrado durante um tempo de 5 minutos, após 1 minuto de
habituação. Foram avaliados os seguintes parâmetros: número de cruzamentos (crossing) e
número de levantamentos verticais (rearings). O teste foi realizado em uma sala com som
atenuado, temperatura e iluminação adequada (ARCHER, 1973).
32
Figura 5: Teste do Campo Aberto
Fonte: Autoria própria.
4.5.2 Avaliação do Fenótipo Depressivo
4.5.2.1 Teste do Nado Forçado
O procedimento experimental consiste em colocar os animais individualmente em
cilindros de acrílico (altura: 35 cm; diâmetro: 24 cm), contendo 13,5 cm de água, por um
período de 5 min (Figura 6). O teste do nado forçado avalia o tempo de imobilidade do animal,
considerando este parâmetro quando o animal faz apenas os movimentos mínimos para manter
a cabeça fora da água (PORSOLT; BERTIN; JALFRE, 1977).
Figura 6: Teste do nado forçado – TNF
Fonte: Autoria própria.
33
4.5.2.2 Teste da Suspensão de Cauda
O teste da Suspensão pela cauda (TSC) avalia o tempo de imobilidade do animal durante
uma sessão de 5 minutos. Nesse teste os camundongos ficam suspensos a 50 cm do chão por
uma fita fixada a 1 cm a partir da ponta da cauda (Figura 7) (STERU, 1985).
Figura 7: Teste de Suspensão da Cauda
Fonte: Autoria própria.
4.5.2.3 Teste de Preferência pela solução de sacarose
Para a avaliação do comportamento do tipo anedonia, foi realizado o teste de
preferência por sacarose (NI et al., 2018). Os camundongos passaram inicialmente por uma fase
de adaptação, que consistiu em submeter os animais à duas garrafas de solução de sacarose a
2% durante 24h, seguido pela substituição de uma das garrafas por água por mais 24h. Após a
adaptação, todos os animais foram privados de água e comida por 18h. Após o período de jejum,
os animais foram inseridos em gaiolas individuais e expostos à duas garrafas, uma contendo
2% de solução de sacarose e água na outra (o volume previamente mensurado). O teste durou
3h, e após esse tempo, os volumes de solução de sacarose e água consumida foram registrados
(Figura 8). A preferência pela sacarose foi calculada como a quantidade de solução de sacarose
consumida como uma porcentagem da quantidade total de ingestão de líquido, seguindo a
seguinte fórmula:
34
Figura 8: Teste de preferência pela solução de sacarose
Fonte: Autoria própria.
4.5.3 Avaliação da Atividade Ansiolítica
4.5.3.1 Teste do Labirinto em Cruz Elevado
O Labirinto em Cruz Elevado (LCE) consiste em um aparato de madeira elevado a uma
altura de 45 cm do nível do chão composto de dois braços abertos e fechados (30 x 5 x 25 cm)
opostos entre si, em forma de cruz (Figura 9). Os braços abertos e fechados estão conectados
por uma plataforma central (5 x 5 cm). A plataforma e as paredes laterais dos braços fechados
são confeccionadas em acrílico transparente e o chão em acrílico preto. Neste teste os
35
camundongos foram colocados no centro do aparato com a cabeça voltada para um dos braços
fechados e o seu comportamento observado por 5 min (LISTER, 1987).
As medidas comportamentais registradas no LCE foram: número de entradas nos braços
abertos (NEBA), tempo de permanência nos braços abertos (TPBA), número de entradas nos
braços fechados (NEBF) e tempo de permanência nos braços fechados (TPBF), e a partir dessas
informações, são medidos os percentuais do tempo de permanência nos braços abertos (PTBA)
e do número de entradas nos braços abertos (PEBA), entretanto, o intuito é verificar os registros
nos braços abertos, visto que está relacionado com o comportamento do tipo ansioso.
Os parâmetros de PTBA e PEBA foram analisados no teste estatístico a partir da fórmula
expressa no Quadro 2. A premissa destes parâmetros demonstra que os animais que possuem
comportamento do tipo ansioso irão passar menos tempo nos braços abertos, assim como haverá
menos números de entrada.
Quadro 2. Cálculo dos parâmetros PEBA e PTBA no LCE
Cálculo do PEBA e PTBA
% número de entradas nos braços
abertos (PEBA)
% tempo de permanência nos braços
abertos (PTBA)
𝑷𝑬𝑩𝑨 =𝑵𝑬𝑩𝑨 𝒙 𝟏𝟎𝟎
(𝑵𝑬𝑩𝑨 + 𝑵𝑬𝑩𝑭) 𝑃𝑇𝐵𝐴 =
𝑇𝑃𝐵𝐴 𝑥 100
(𝑇𝑃𝐵𝐴 + 𝑇𝑃𝐵𝐹)
Fonte: Autoria própria
Figura 9: Teste do Labirinto em cruz elevado (LCE)
Fonte: Autoria própria.
36
4.5.3.2 Teste da Placa Perfurada
O teste da placa perfurada, utilizado para avaliar o comportamento exploratório em
camundongos foi o proposto por File e Wardill (1975). O aparato utilizado foi um Ugo Basile®
de 20 x 20 cm com 16 orifícios espaçados uniformemente (Figura 10). O parâmetro analisado
foi o número de vezes que o animal colocou a cabeça nos orifícios (head dips) durante o período
de 5 minutos. Os animais, um por vez, são colocados na plataforma. A contagem do número de
head dips foi realizada por observação comportamental.
Figura 10: Teste da placa perfurada
Fonte: Autoria própria.
4.5.4 Avaliação da memória de curto prazo
4.5.4.1 Teste do labirinto em Y
Este teste avalia a memória a curto prazo, também denominada de memória de trabalho.
O labirinto em Y é composto por 3 braços de madeira com 16 cm de altura, 5 cm de largura e
40 cm de comprimento (Figura 11). Neste teste, o animal foi colocado em um dos braços e foi
feito a contagem de alternâncias corretas, ao entrar nos braços, durante 8 (oito) minutos
(LALONDE, 2002).
Neste teste, o animal foi colocado em um dos braço e foram registradas todas as
entradas. O intuito do teste é verificar se o animal, ao entrar em um dos braços, relembrar-se-á
do braço previamente explorado. Os dados foram expressos como a razão entre as alternâncias
37
corretas e o número de visitas realizadas durante o período de observação, sendo o resultado
multiplicado por 100.
Figura 11: Teste do labirinto em Y ou Y-maze
Fonte: Autoria própria
4.6 Testes Neuroquímicos
Após os testes comportamentais, os animais foram eutanasiados por guilhotina, e o
cérebro foi retirado para a dissecação das áreas cerebrais, hipocampo e córtex pré-frontal, para
realizar os testes neuroquímicos.
4.6.1 Determinação de Parâmetros de Estresse Oxidativo
4.6.1.1 Avaliação do grau de lipoperoxidação
O grau de lipoperoxidação nas áreas cerebrais foi medido através da determinação
dos níveis de malonldialdeído (MDA) (DRAPER, 1990) seguindo o protocolo a seguir. Foram
preparados os homogenatos das áreas cerebrais a 10% em tampão fosfato de potássio
monobásico, 50 mM, pH 7,4 e 63μL destes foram adicionados a 100 μL de ácido perclórico
35% em tubos eppendorf, que foram centrifugados a 10000 rpm por 10 minutos a 4ºC. Em
seguida 150 μL do sobrenadante foram adicionados a 50 μL de ácido tiobarbitúrico 1,2%, que
38
ficaram em banho-maria a 95ºC por 30 minutos. Por fim, 150 μL da mistura foram adicionados
aos poços da placa de ELISA e, posteriormente, foi feita a leitura a 535nm. Os resultados foram
expressos em μg de MDA/g de tecido.
4.6.1.2 Determinação das concentrações de Nitrito/Nitrato
Para a dosagem dos níveis de nitrito/nitrato, 100 μL do Reagente de Griess (ácido
fosfórico 5%, sulfonilamida 1% em ácido fosfórico 5%, NEED 0,1% e água destilada) foram
adicionados a 100 μL do sobrenadante do homogenato e incubados a temperatura ambiente por
10 min (GREEN et al., 1982) A curva padrão foi elaborada com várias concentrações de NaNO2
(variando de 0,75 a 100 mM) sob as mesmas condições. Os brancos foram preparados pela
adição de 100 μL do Reagente de Griess a 100 μL do tampão usado para o homogenato (fosfato
de potássio monobásico 50 mM, pH 7,4). A absorbância foi medida em leitor de microplacas
em 540 nm, e o resultado expresso em μmol de nitrito/g de tecido.
4.6.1.3 Determinação das concentrações de Glutationa Reduzida (GSH)
Os níveis de GSH foram avaliados para estimar defesas endógenas contra o estresse
oxidativo. O método é baseado na reação de reagente de Ellman (DTNB), com grupos tiol
livres. As áreas do cérebro foram diluídas em tampão de 0,02 M de EDTA (10% p/v) e
adicionadas a uma solução de ácido tricloroacético a 50%. Após centrifugação (3000 rpm/15
min), o sobrenadante foi recolhido. As amostras foram misturadas com 0,4 M de tampão tris-
HCl, pH 8,9 e 0,01 M de DTNB. Níveis de GSH foram determinados por espectrofotometria a
412 nm, calculada com base numa curva padrão de glutationa e expressos como µg de GSH/g
de tecido úmido (SEDLAK; LINDSAY, 1968).
4.6.2 Mensuração das concentrações de IL-1β e TNF-α
As áreas cerebrais dissecadas foram homogeneizadas em 8 volumes de tampão PBS
com protease (EMD Biosciences®), fosfatase (Sigma®-Aldrich), para posteriormente serem
centrifugadas (10000 rpm, 5 min) e utilizando sobrenadante da diluição. A concentração das
citocinas, em 50 μL de amostras, foi determinada por ELISA (R&D® Systems, Minneapolis,
MN, EUA) de acordo com o protocolo do fabricante e expressa em pg/g de tecido.
39
4.7 Análise estatística
A análise estatística dos dados foi realizada através do software GraphPad Prism versão
6.0 para Windows (GraphPad Software®, San Diego Califórnia EUA). Inicialmente, os
resultados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk, para verificar a normalidade da amostra.
Para a comparação entre duas variáveis, foi utilizado o teste T de Student (resultados
paramétricos) ou teste de Mann-Whitney (não paramétricos). Para os testes com mais de três
grupos, foi utilizado o teste de análise de variância (ANOVA) seguido do teste de Tukey (post
hoc) para resultados paramétricos ou Kruskall-Walis seguido do teste de Dunn’s (post hoc) para
os não paramétricos.
Em todas as análises estatísticas, os valores foram representados pela Média ± Erro
Padrão da Média (EPM) com valores significativos quando p<0,05.
40
5 RESULTADOS
5.1 Avaliação Comportamental
5.1.1 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a atividade locomotora
e exploratória (Teste do Campo Aberto) em camundongos submetidos a um modelo de ECI.
Os resultados obtidos no teste do campo aberto, mostraram que não houve nenhuma
diferença significativa entre os grupos tratados com BIS 25, BIS 50 ou FLU, nem no grupo ECI
quando comparados ao grupo controle nos parâmetros avaliados: número de cruzamentos ou
crossing (CONTROLE: 52,63 ± 6,279; ECI: 59,00 ± 7,119; ECI + BIS25: 60,50 ± 6,092; ECI
+ BIS50: 67,75 ± 5,845; ECI + FLU: 59,75 ± 4,589, P<0,05) (Figura 12A) e número de rearings
(CONTROLE: 8,857 ± 1,682. ECI: 3,750 ± 0,7962; ECI + BIS25: 3,500 ± 0,9820; ECI +
BIS50: 6,50 ± 1,899; ECI + FLU: 4,00 ± 0,9636) (Figura 12B).
Figura 12: Efeito do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) na atividade locomotora e exploratória de
camundongos submetidos ao modelo de ECI no teste do Campo Aberto.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados com (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) ou Fluoxetina
(10mg/kg) durante 14 dias, sendo o número de cruzamentos (A), e rearings (B) avaliados por 5 minutos,
28 dias dias após o modelo de Estresse Crônico Imprevisível. Os valores estão representados como
média ± EPM. O teste utilizado foi o Kruskal-Wallis, seguido do teste post hoc de Dunn’s para
comparações múltiplas. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-
)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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41
5.1.2 Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível sobre o tempo de imobilidade (Teste
do Nado Forçado)
Para verificar o tempo de imobilidade dos animais submetidos ao modelo de ECI, foi
realizado o teste do nado forçado no 14º e no 28º dia, para comprovação do modelo quanto à
indução do comportamento depressivo-símile. No 14º dia, como demonstrado na Figura 13A o
grupo ECI apresentou um aumento significativo no tempo de imobilidade em relação ao
controle. (ECI: 71,67 ± 13,25; CONTROLE: 14,00 ± 7,759, P<0,05). E no 28º dia, o grupo ECI
também apresentou um aumento significativo em relação ao controle (ECI: 130,4 ± 12,06;
CONTROLE: 48,88 ± 12,15, P < 0,05) (Figura 13).
Figura 13: Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível de 14 dias e 28 dias, sobre o
tempo de imobilidade no teste do Nado Forçado
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram submetidos a diversos estressores imprevisíveis durante 14
dias (A), e 28 dias (B). No 14º e 28º dias foram submetidos ao teste do Nado Forçado para verificar o
tempo de imobilidade (s) durante 5 minutos. Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05 vs CONTROLE (Teste Mann-Whitney). ###p<0,001 vs CONTROLE (Teste T). Abreviações:
CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-
bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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42
5.1.3 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade
no teste do nado forçado em camundongos submetidos a um modelo de ECI.
O teste do nado forçado foi utilizado para avaliar o efeito da administração de (-)-α-
bisabolol na reversão do comportamento depressivo-símile dos animais expostos ao ECI. Como
demonstrado na Figura 14, o grupo ECI apresentou um aumento significativo no tempo de
imobilidade quando comparado ao controle (ECI: 130,4 ± 12,06; CONTROLE: 48,88 ± 12,15,
P<0,05). O grupo tratado com o (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg, reduziu tempo de
imobilidade em relação ao grupo do ECI (ECI: 130,4 ± 12,06; ECI + BIS25: 43,25 ± 5,119;
ECI + BIS50: 19,88 ± 6,501, P<0,05).
Figura 14: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de
imobilidade no teste do Nado Forçado.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 28º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste do
Nado Forçado para verificar o tempo de imobilidade (s) durante 5 minutos. Os valores estão
representados como média ± EPM. #p<0,05 vs CONTROLE; **p<0,01 vs ECI. Teste Kruskal-Wallis,
seguido de Dunn´s (post hoc). CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-
bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina 10mg/kg.
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43
5.1.4 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade
no teste da suspensão da cauda em camundongos submetidos a um modelo de ECI.
O ECI foi capaz de aumentar o tempo de imobilidade no teste da Suspensão da cauda
frente ao grupo controle [F(6,43) = 6,725; ECI: 175,0 ± 7,416; CONTROLE: 131,8 ± 5,369
P<0,05] (Figura 15). Os grupos tratados com (-)-α-bisabolol, nas doses de 25 e 50mg/kg,
apresentaram redução de tal parâmetro quando comparados ao grupo ECI. (ECI: 175,0 ± 7,416,
ECI + BIS25: 115,4 ± 10,53; ECI+BIS50: 103,5 ± 7,028, P<0,05), assim como a droga de
referência, Fluoxetina (ECI: 175,0 ± 7,416; ECI + FLU: 114,9 ± 8,499, P<0,05).
Figura 15: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de
imobilidade no teste da Suspensão da Cauda.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste da
Suspensão da Cauda para verificar o tempo de imobilidade (s) durante 5 minutos. Os valores estão
representados como média ± EPM. #p<0,05 vs CONTROLE. **p<0,01; ***p<0,001; ****p<0,0001 vs ECI.
Teste ANOVA, seguido de Tukey (post hoc). CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível,
BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina 10mg/kg.
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44
5.1.5 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento
anedônico em camundongos submetidos ao teste de preferência pela solução de sacarose
O grupo ECI apresentou uma redução significativa de preferência pela solução de
sacarose, quando comparado ao grupo controle [F(6,5) = 8,004; CONTROLE: 81,38 ± 2,211;
ECI: 55,04 ± 5,253, P< 0,05] (Figura 16). Os grupos tratados com (-)-α-bisabolol, em ambas as
doses, assim como a fluoxetina apresentaram um aumento significativo do consumo da solução
adocicada quando comparados ao grupo ECI (ECI: 55,04 ± 5,253; ECI + BIS25: 78,16 ± 2,523;
ECI + BIS50: 78,28 ± 3.164; ECI + FLU: 84,85 ± 3,680, P<0,05).
Figura 16: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste da preferência
pela solução de sacarose.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste de
preferência pela solução de sacarose. Os valores estão representados como média ± EPM. ####p<0,0001
vs CONTROLE; ***p<0,001; ****p<0,0001 vs ECI. Teste ANOVA, seguido do post hoc Teste de Tukey.
Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg,
BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina 10mg/kg.
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45
5.1.6 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento
ansioso em camundongos submetidos ao teste de placa perfurada
No teste da placa perfurada (Figura 17), o grupo ECI mostrou redução do número de
mergulhos (head dips) (CONTROLE: 56,75 ± 5,972; ECI: 24,00 ± 2,00, P<0,05). O tratamento
com o (-)-α-bisabolol nas duas doses reverteu este parâmetro em relação ao ECI, enquanto a
fluoxetina não causou nenhuma alteração (ECI: 24,00 ± 2,00; ECI + BIS25: 50,38 ± 2,952; ECI
+ BIS50: 51,38 ± 4,504; ECI + FLU: 45,75 ± 1,998 P<0,05).
Figura 17: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste de Placa
Perfurada.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste de
Placa Perfurada para verificar o número de “head dips” durante 5 minutos. Os valores estão
representados como média ± EPM. ###p<0,001 vs CONTROLE. *p<0,05 vs ECI. Teste Kruskal-Wallis,
seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico
Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina
10mg/kg.
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46
5.1.7 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento
ansioso em camundongos submetidos ao teste do Labirinto em cruz elevado (LCE)
Houve uma redução significativa no PEBA (Figura 18A) do grupo ECI quando
comparado ao controle (CONTROLE: 40,53 ± 2,208; ECI 16,85 ± 4,694, P< 0,05). O
tratamento com (-)-α-bisabolol nas doses de 25 e 50mg/kg aumentou significativamente o
parâmetro analisado (ECI 16,85 ± 4,69; ECI + BIS25: 32,56 ± 3,13; ECI + BIS50: 32,13 ±
2,993, CONT + BIS50: 37,11 ± 2,285, P < 0,05), bem como a fluoxetina (ECI 16,85 ± 4,694;
ECI + FLU: 27,89 ± 3,074; CONT+FLU: 30,74 ± 2,109, P < 0,05).
Os animais submetidos ao ECI apresentaram uma redução no PTBA (Figura 18B) em
relação ao grupo controle (CONTROLE: 21,57 ± 3,298; ECI: 2,757 ± 0,9519). Os grupos que
receberam tratamento com o (-)-α-bisabolol nas doses de 25 e 50mg/kg apresentaram um
aumento significativo no parâmetro avaliado, quando comparados ao grupo ECI (ECI: 2,757 ±
0,951; ECI + BIS25: 25,33 ± 4,688; ECI + BIS50: 27,05 ± 3,420; ECI + FLU: 22,03 ± 3,195;
CONT + BIS50: 30,48 ± 6,571; CONT + FLU: 22,03 ± 3,195, P < 0,05).
Figura 18: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a percentagem do
número de entradas nos Braços Abertos (A), e a percentagem do Tempo de Permanência nos
Braços Abertos (B), no teste do Labirinto de Cruz Elevada.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol ou fluoxetina. No
29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste Labirinto em cruz elevado, verificando os
parâmetros de Percentagem no número de Entradas nos Braços abertos (A) e Percentagem no Tempo de
Permanência nos Braços Abertos (B). Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05; ####p<0,0001 vs CONTROLE; *p<0,05 **p<0,01 ***p<0,001 vs ECI. Teste ANOVA, seguido do Tukey
como post hoc. CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg,
BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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5.1.8 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o déficit de memória
no labirinto em Y em camundongos submetidos ao ECI
O grupo ECI apresentou uma redução do número de alternâncias corretas quando
comparado ao grupo controle [F(6,43) = 6,349)] (CONTROLE: 76,17 ± 2,013; ECI: 59,11 ±
1,718, P < 0,05), e tal parâmetro foi revertido após o tratamento com o (-)-α-bisabolol (25 mg
e 50mg) e com a droga de referência, a Fluoxetina, quando comparados ao grupo ECI (ECI:
59,11 ± 1,718; ECI + BIS 25: 71,76 ± 4,157; ECI + BIS50: 74,21 ± 1,535; ECI + FLU: 76,25
± 1,815, P < 0,05)( Figura 19).
Figura 19: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a memória de
trabalho em camundongos submetidos ao modelo de Estresse Crônico imprevisível.
Os animais (n=8-10 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste
labirinto em Y, verificando o número de alternâncias nos braços. Os valores estão representados como
média ± EPM. ###p<0,001 vs CONTROLE; *p<0,05 **p<0,01 ***p<0,001 vs ECI. Teste ANOVA,
seguido do post hoc Teste de Tukey. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico
Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina
10mg/kg.
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5.2 Avaliação Neuroquímica
5.2.1 Determinação dos parâmetros de estresse oxidativo
5.2.1.1 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
nitrito/nitrato no hipocampo e córtex pré-frontal
Na avaliação da dosagem de nitrito/nitrato (Figura 20B), o (-)-α-bisabolol, na dose de
50mg/kg, apresentou uma redução significativa da concentração de nitrito/nitrato no córtex pré-
frontal quando comparado ao grupo ECI (ECI: 26,11 ± 4,06; ECI + BIS50: 5,65 ± 3,57, P
<0,05).
Figura 20: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de nitrito/nitrato (NO2/NO3) no
Hipocampo e no Córtex pré-frontal
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas
para avaliar a dosagem de nitrito/nitrato. Os valores estão representados como média ± EPM. *p<0,05
vs ECI. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle,
ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg,
FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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5.2.1.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
Malondialdeído (MDA) no hipocampo e córtex pré-frontal
Foi observado um aumento significativo nos níveis de MDA no grupo ECI, comparado
com o controle, no hipocampo (CONTROLE: 96,26 ± 32,29; ECI: 259,5 ± 20,01, P < 0,05)
(Figura 21A) e no córtex pré-frontal (CONTROLE: 25,94 ± 4,231; ECI: 69,14 ± 10,89, P <
0,05) (Figura 21B). O tratamento com o (-)-α-bisabolol, na dose de 50mg/kg, reverteu as
concentrações de MDA apenas no hipocampo (ECI: 259,5 ± 20,01, ECI + BIS50: 19,05 ±
4,117).
Figura 21: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de malondialdeído (MDA) no
Hipocampo e no Córtex pré-frontal.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas
para avaliar a dosagem de malondialdeído (MDA). Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05; ##p<0,01 vs CONTROLE. ****p<0,0001 vs ECI. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc
Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-
bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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5.2.1.3 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
Glutationa reduzida (GSH) no hipocampo e córtex pré-frontal
O grupo ECI apresentou uma redução nos níveis de GSH quando comparado ao grupo
controle, apenas no hipocampo. O tratamento com o (-)-α-bisabolol não foi capaz de reverter
os valores do grupo ECI, em nenhuma das áreas (CONTROLE: 1369 ± 226; ECI: 493,7 ± 89,57;
ECI + BIS25: 885,9 ± 163,6; ECI + BIS 50: 880,1 ± 191,3; ECI + FLU: 568,2 ± 43,56, P<0,05)
(Figura 22).
Figura 22: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de GSH no Hipocampo e no Córtex pré-
frontal.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol ou fluoxetina. No
29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas para avaliar a dosagem de GSH no
hipocampo (A) e no córtex pré-frontal (B). Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05
vs o CONTROLE. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT:
Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol
50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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5.2.2 Determinação dos parâmetros inflamatórios
5.2.2.1 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de
Interleucina 1β no hipocampo e córtex pré-frontal
O modelo de estresse crônico imprevisível foi capaz de aumentar os níveis interleucina-
1β no tanto no hipocampo, como no córtex pré-frontal dos animais (Figura 23B). O tratamento
com o (-)-α-bisabolol e com a Fluoxetina não reverteu os níveis desta citocina (Hipocampo:
CONTROLE: 2047 ± 177,2; ECI: 8381 ± 717,4; ECI + BIS25: 5181 ± 1726; ECI + BIS 50:
6582 ± 530,4; ECI + FLU: 5731 ± 407,8; córtex pré-frontal: ECI: 7383 ± 1388; CONTROLE:
2966 ± 455,1; ECI + BIS25: 5132 ± 1841; ECI + BIS50: 6739 ± 949,8; ECI + FLU: 6865 ±
709,8, P < 0,05).
Figura 23: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de IL1-β no Hipocampo e no Córtex pré-
frontal.
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou
50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas
para avaliar a dosagem de IL1-β. Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05 vs
CONTROLE. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT:
Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol
50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.
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5.2.2.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração TNFα
no hipocampo e córtex pré-frontal
O modelo do estresse crônico imprevisível realizado durante 28 dias foi capaz de causar
aumento nos níveis de TNF-α no córtex pré-frontal (CONTROLE: 1087 ± 220,6; ECI: 3743 ±
738,5; ECI + BIS25: 3387 ± 979; ECI + BIS 50: 3495 ± 464,5; ECI + FLU: 3917 ± 596,8, P <
0,05), (Figura 24B).
Figura 24: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de TNFα no Hipocampo e no Córtex
pré-frontal
Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol ou fluoxetina. No
29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas para avaliar a dosagem de TNFα no
hipocampo (A) e no córtex pré-frontal (B). Os valores estão representados como média ± EPM.. #p<0,05.
Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle, ECI:
Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:
Fluoxetina 10mg/kg.
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6 DISCUSSÃO
O presente estudo demostrou que o tratamento com o (-)-α-bisabolol apresentou
alterações comportamentais e neuroquímicas em animais submetidos ao modelo de Estresse
Crônico Imprevisível – ECI. Além disso, foi possível comprovar a eficácia desse modelo na
indução de comportamento depressivo-símile, fundamentando a relação entre o estresse e a
depressão.
Os resultados deste estudo mostraram que nem o ECI, nem o tratamento crônico com o
(-)-α-bisabolol, produzem alteração locomotora horizontal (crossing), ou vertical (rearing)
avaliada no teste do campo aberto, demonstrando que os testes posteriores não foram
comprometidos por efeito relaxante, nem psicoestimulante. Bezerra (2019), em seu estudo com
o modelo de Alzheimer, verificou que o (-)-α-bisabolol, nas doses de 50, 100 e 200mg/kg
também não apresentaram efeito relaxante, corroborando os dados com o presente estudo.
O modelo de Estresse Crônico Imprevisível possui confiabilidade e eficácia, pois
ocasiona consequências comportamentais e bioquímicas semelhantes aquelas relatadas em
pacientes com depressão (AYUOB et al., 2017). Willner, (2017) trouxe evidências de que o
ECI está relacionado com a regulação do eixo HHA, mostrando um fenótipo depressivo
(diminuição pela preferência da solução de sacarose) ao impor os animais ao modelo. Além
disso, foi visto que esse sintoma preditivo foi bloqueado por antagonistas do receptor de
glicocorticoide e por inibidores da síntese de corticosterona, demonstrando que a atividade
elevada do eixo HHA dar-se por meio do estresse (KALLARACKAL et al., 2013; WU et al.,
2007).
Para a descoberta de novas drogas com potencial antidepressivo, os testes mais
utilizados são o nado forçado (TNF) e suspensão da cauda (TSC), pois a imobilidade e a
diminuição do comportamento ativo, são indicativos de sintomas depressivos. Além disso,
todas as formas terapêuticas para humanos, como os antidepressivos, assim como a terapia do
eletrochoque são eficazes na redução do tempo de imobilidade nesses testes. (ABELAIRA;
REUS; QUEVEDO, 2013; YRONDI et al., 2018).
Os resultados do presente trabalho demonstraram que o ECI produz um comportamento
do tipo depressivo, através do teste do nado forçado e da suspensão da cauda. Esses testes
baseiam-se na observação de que ao submeter os animais a uma situação sem possibilidade de
escape, após um tempo de agitação, os mesmos tendem a ficar imóveis. (ABELAIRA; REUS;
QUEVEDO, 2013; YRONDI et al., 2018). Assim, o ECI aplicado foi eficaz em induzir estado
de comportamento depressivo nos animais.
54
O tratamento com o (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg foi capaz de reduzir o tempo de
imobilidade no teste do nado forçado, o que não visto no tratamento com a Fluoxetina,
demonstrando a relevância do composto estudado. No teste da suspensão pela cauda, o
tratamento com o BIS nas duas doses reduziu o tempo de imobilidade. Estudos com outros
terpenoides: Timol, Geraniol e Bilobalide apresentaram efeitos semelhantes no mesmo modelo
(DENG et al., 2015a, 2015b; JIANG et al., 2018; WU et al., 2016)
Um dos sintomas mais evidentes na depressão é a anedonia, caracterizada pela perda de
prazer ou interesse na realização de atividades diárias. Este sintoma, além de humor deprimido,
fazem parte do critério de diagnóstico do transtorno depressivo maior (TDM), segundo o
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5. Além disso, a anedonia
indica o início de um processo de desvalorização das recompensas (WINER et al., 2017).
Lotan et al. (2018) observaram que após longa exposição a uma série de estressores
imprevisíveis, os animais desenvolveram um estado de recompensa prejudicada, semelhante à
anedonia observada na depressão. No presente estudo, pode-se observar que o modelo de ECI
induz, além do comportamento depressivo, um comportamento anedônico quando comparado
ao grupo controle. O tratamento com o (-)-α-bisabolol apresentou reversão da anedonia, tão
bem quanto à droga de referência (fluoxetina), demonstrando a relevância desse composto, pois
em outros estudos foi demonstrado que nem todos os antidepressivos e ansiolíticos são capazes
de reverter esse sintoma. (CHAVES et al., 2019; LOPES et al., 2018; PATEL, [s.d.];
TREADWAY; ZALD, 2011; VASCONCELOS et al., 2015)
Estudos sugerem que o distúrbio da ansiedade é uma comorbidade da depressão, por
isso é comum a utilização de antidepressivos no seu tratamento (OLFSON et al., 2017). A
exposição crônica ao estresse físico ou psicológico, em modelos animais, está associada aos
comportamentos do tipo depressivo e ansioso, podendo ser observado através dos testes
comportamentais do Labirinto em cruz elevado e da placa perfurada (CAPIBARIBE, 2018;
CHAVES et al., 2019; OLIVEIRA, 2012; VASCONCELOS et al., 2015). O teste do Labirinto
em cruz elevado é o teste mais utilizado na investigação para o efeito ansiolítico de substâncias.
Seu princípio baseia-se na repulsa que o animais têm a locais elevados e abertos, que
representem perigo. Portanto, a tendência de permanecer mais tempo nos braços abertos,
significa menor comportamento de ansiedade. Já o teste da placa perfurada mensura o número
de imersões (head dips) nos orifícios, no qual quanto maior a exploração, menor é o nível de
ansiedade (OLIVEIRA, 2012; TREIT; MENARD; ROYAN, 1993).
Os animais do grupo ECI, submetidos aos testes de LCE e PP no presente trabalho,
apresentaram comportamento ansiogênico, corroborando com outros trabalhos, que utilizaram
55
o mesmo modelo (AZARFARIN et al., 2018; HUANG et al., 2017). O tratamento com o (-)-α-
bisabolol demonstrou um efeito ansiolítico em ambos os testes, demonstrando maior potencial
do que a fluoxetina. Um estudo agudo utilizando o (-)-α-bisabolol relatou efeito
comportamental semelhante, envolvendo seu efeito ao sistema Gabaérgico (TABARI;
TEHRANI, 2017).
Xu et al. (2017) mostraram que pacientes com depressão apresentam características de
danos cognitivos e da memória relacionados com anormalidades estruturais e funcionais em
regiões cerebrais como a amígdala, hipocampo e córtex pré-frontal. Dessa forma, é importante
verificar o potencial mnemônico de possíveis drogas antidepressivas.
O teste labirinto em Y tem sido classicamente utilizado para avaliar a memória espacial
de trabalho em curto prazo, baseado na tendência em que os animais tem de explorar novos
ambientes. A premissa do teste baseia-se na ideia de que, os animais lembrarão dos braços
previamente explorados, ao entrarem em um novo braço, denominado de “alternância
espontânea” (HÖLTER et al., 2015; WAHL et al., 2017).
O tratamento com o BIS mostrou aumento no número de alternâncias corretas, o que
demonstra seu potencial efeito benéfico no prejuízo à memória de curto prazo, causado pelo
modelo de estresse crônico imprevisível. Resultados semelhantes foram encontrados em um
estudo com modelo de Alzheimer esporádica, e em outro com o modelo de isquemia cerebral,
no qual o (-)-α-bisabolol reduziu os efeitos prejudiciais à memória de curto prazo (BEZERRA,
2019; FERNANDES et al., 2019).
O estresse oxidativo refere-se aos efeitos prejudiciais causados pelos radicais livres, pois
estes, em excesso, são fatores causais no desenvolvimento de distúrbios neurocomportamentais
como a depressão (BLACK et al., 2015). O cérebro é o principal órgão alvo do estresse
oxidativo, pois, ao possuir alto conteúdo ácidos graxos poli-insaturados e de ferro, torna-se
responsável pela formação excessiva de radicais livres e pelo aumento do processo de
peroxidação lipídica, manifestado pela formação de malondialdeído (MDA). Além disso, o
aumento de espécies reativas pode anular o efeito dos agentes antioxidantes endógenos, tais
como a glutationa reduzida (GSH) (PALTA et al., 2014; SIWEK et al., 2013).
No presente estudo, o tratamento com o (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg foi capaz
de reduzir os níveis de nitrato/nitrito, no córtex pré-frontal (CPF). Esta área cerebral é
importante para a memória de curto prazo, e tal efeito pode estar relacionado à proteção contra
os danos causados pelo estresse oxidativo (FAMITAFRESHI; KARIMIAN, 2018).
Os níveis de MDA no grupo ECI, no presente estudo, apresentou altas concentrações no
hipocampo e córtex pré-frontal. Outros estudos com modelos de estresse crônico para induzir
56
a depressão, corroboraram com o presente trabalho (LOPES et al., 2018; THAKARE et al.,
2018).
O tratamento com o BIS, na dose de 50mg/kg foi capaz de reduzir os níveis de MDA no
hipocampo. Bezerra, (2019) verificou que o (-)-α-bisabolol, nas doses de 100 e 200mg/kg foi
capaz de reduzir o MDA apenas no córtex pré-frontal. Estudo realizado anteriormente em nosso
grupo de estudo demonstrou que o (-)-α-bisabolol apresentou diminuição da peroxidação
lipídica no tecido gástrico em animais submetidos a aplicação do etanol absoluto (OLIVEIRA,
2011).
O grupo ECI apresentou redução nos níveis de GSH no hipocampo. O efeito da
exposição do hipocampo ao modelo de ECI envolve ativação microglial, uma característica
intrinsecamente relacionada à depressão (WALKER; NILSSON; JONES, 2013). O tratamento
com o (-)-α-bisabolol não apresentou diferença estatística em ambas as áreas cerebrais. Os
resultados demonstram que o (-)-α-bisabolol possui efeito antioxidante no modelo de ECI, por
reduzir os níveis de MDA e nitrito/nitrato.
Uma das hipóteses que parece estar relacionada com a depressão são os processos
inflamatórios (AVITSUR; PADGETT; SHERIDAN, 2006). Pacientes com a doença podem
apresentar altos níveis de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral (TNF-
α) e Interleucina 1β (IL-1β), e a redução de citocinas anti-inflamatórias como Interleucina 10
(IL-10). Importante ressaltar que, muitas vezes, os sintomas estão relacionados com o aumento
dos níveis de citocinas pró-inflamatórias, e que os antidepressivos com propriedades anti-
inflamatórias, podem atenuar os sintomas (DOWLATI et al., 2010; LISBOA et al., 2016).
O grupo submetido ao modelo de estresse crônico imprevisível apresentou um aumento
significativo de interleucina 1β no hipocampo e no córtex pré-frontal, e o aumento dos níveis
de TNF-α no córtex pré-frontal, e isto foi corroborado com outros trabalhos de em que se
verificou o aumento de citocinas pró-inflamatórias no modelo de ECI (MEHTA; PARASHAR;
UDAYABANU, 2017).
Foi visto que a exposição crônica à diversos estressores ambientais afetam a plasticidade
do hipocampo, visto que esta área cerebral é uma das mais relacionadas aos sintomas
depressivos (HUANG et al., 2017; LIU et al., 2018). Barreto et al., (2016) verificou o efeito do
BIS (25 e 50mg/kg), em um modelo de dor e inflamação, e verificou que não houve redução
nos níveis de IL-1β, corroborando com o presente trabalho.
O (-)-α-bisabolol mostrou possuir atividade antidepressiva, ansiolítica e na memória de
curto prazo e esses efeitos parecem estar envolvidos a um possível efeito antioxidante.
Entretanto, a hipótese da participação inflamatória no modelo de ECI ainda precisa de um maior
57
aprofundamento, mas a ação do (-)-α-bisabolol provavelmente não se dá sobre a redução das
citocinas pró-inflamatórias IL-1β e TNF-α, sendo necessário estudar outras citocinas, e outros
mecanismos para elucidar a atividade dessa substância.
58
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados do presente trabalho indicam que o (-)-α-bisabolol possui atividade
antidepressiva, ansiolítica e na memória de curto prazo. O mecanismo de ação parece não está
relacionado às citocinas inflamatórias testadas, sendo necessários estudos posteriores para
elucidação do mecanismo pelo qual o composto age.
59
8 CONCLUSÃO
O (-)-α-bisabolol foi testado em relação a atividade antidepressiva, ansiolítica e na
memória de curto prazo, em um modelo de Estresse Crônico Imprevisível. Os resultados
obtidos nos permite levantar as seguintes considerações:
O modelo de estresse crônico imprevisível, durante duas ou quatro semanas, é capaz de
induzir comportamento depressivo-símile, evidenciado pelo teste do Nado Forçado.
O (-)-α-bisabolol apresentou atividade antidepressiva, evidenciada nos testes de Nado
forçado e Suspensão pela cauda.
O (-)-α-bisabolol reverteu o sintoma de anedonia, evidenciado no teste de preferência
pela solução de sacarose;
O (-)-α-bisabolol apresentou atividade ansiolítica, evidenciada nos testes de Labirinto
em cruz elevado e Placa Perfurada;
O (-)-α-bisabolol apresentou efeitos benéficos na memória de trabalho, evidenciado no
teste de Labirinto em Y;
O (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg apresentou redução nos níveis de malondialdeído
(MDA) no hipocampo, indicativo de uma ação antioxidante;
O (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg apresentou redução nos níveis de nitrito/nitrato
no córtex pré-frontal.
A atividade antidepressiva do (-)-α-bisabolol parece não está relacionada diretamente
com a hipótese inflamatória da depressão, pelo menos no que se refere as citocinas IL-
1beta e TNF alfa;
Os principais resultados estão resumidos para melhor visualização no quadro 3.
60
Quadro 3: Resumo dos dados comportamentais, estresse oxidativo e parâmetros inflamatórios
após a administração crônica de (-)-α-bisabolol em animais submetidos ao ECI.
Fonte: autoria própria
Legenda: ↑ - Aumento significativo vs ECI (p<0,05);
↓ - Diminuição significativa vs ECI (p<0,05);
Ɵ – Sem alteração significativa vs ECI.
BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg; BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg; PEBA: percentual do número de
entradas nos braços abertos. PTBA: percentual do tempo de permanência nos braços abertos; HP:
hipocampo; CPF: córtex pré-frontal.
Testes Comportamentais Parâmetro BIS 25 BIS 50
Campo aberto Crossing Ɵ Ɵ
Rearings Ɵ Ɵ
Nado forçado Tempo de imobilidade (s) Ɵ ↓
Suspensão da Cauda Tempo de imobilidade (s) ↓ ↓
Preferência pela solução de
sacarose
% Consumo da solução de
sacarose ↑ ↑
Labirinto em cruz elevado % NEBA (PEBA) ↑ ↑
% TPBA (PTBA) ↑ ↑
Placa perfurada Número de imersões ↑ ↑
Labirinto em Y % Número de alternâncias
corretas ↑ ↑
Testes neuroquímicos BIS 25 BIS 50
HIP CPF HIP CPF
Nitrito/Nitrato Ɵ Ɵ Ɵ ↓
Malondialdeído (MDA) Ɵ Ɵ ↓ Ɵ
Glutationa reduzida (GSH) Ɵ Ɵ Ɵ Ɵ
Interleucina 1β (IL-1β) Ɵ Ɵ Ɵ Ɵ
Fator de necrose tumoral α
(TNF-α)
Ɵ Ɵ Ɵ Ɵ
61
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ANEXO A