UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado...

72
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6 SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL FORTALEZA 2019

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA

MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS

EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6

SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL

FORTALEZA

2019

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS

EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6

SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Farmacologia da Universidade

Federal do Ceará, como requisito à obtenção do

título de mestre em Farmacologia.

Área de Concentração: Neurofarmacologia

Orientador(a): Francisca Cléa Florenço de Sousa

FORTALEZA

2019

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,
Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

MANOELA DE OLIVEIRA REBOUÇAS

EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6

SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Farmacologia da Universidade

Federal do Ceará, como requisito à obtenção do

título de mestre em Farmacologia.

Área de Concentração: Neurofarmacologia

Aprovada em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. Dra. Francisca Cléa Florenço de Sousa

Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Profa. Dra. Alyne Mara Rodrigues de Carvalho

UNINASSAU

_________________________________________

Prof. Dra Roberta Jeane Bezerra Jorge

Universidade Federal do Ceará - UFC

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

À minha família,

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

AGRADECIMENTOS

Não dá para mensurar em palavras toda minha gratidão por tudo e por todos que

contribuíram para que este trabalho fosse possível. Agradeço primeiramente à Deus, por fazer

eu acreditar no meu potencial, e me dá forças para não desistir nos momentos mais difíceis

dessa caminhada, e acima de tudo, por ter colocado anjos em formas de pessoas na minha vida.

Agradeço aos meus pais, Didi e Norma, que apesar das dificuldades, sempre fizeram de

tudo para que meus sonhos fossem possíveis, obrigada por todo amor depositado, pela

dedicação, por compreender todas as minhas escolhas e apoiar todas elas mesmo sem entender,

vocês são minha maior inspiração e motivo pra estar aqui.

À minha irmã Rafaela, minha amiga para todas as horas, que acata todas minhas

decisões, que me ajuda em tudo e está sempre ao meu lado. À toda minha família, por confiarem

em mim e estarem sempre torcendo pelas minhas conquistas. Agradeço em especial à minha

tia/madrinha Socorro, que é meu maior exemplo de fé e superação, obrigada por tudo que faz

por mim. E à minha prima Hilda, pessoa que foi muito importante nesses dois anos. Obrigada

pelo apoio incondicional, por todos os conselhos e conversas diárias, e por me aguentar todos

os dias.

Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender

as minhas ausências, mudanças bruscas de humor, por acreditar no meu potencial, por escutar

os meus dramas e por ter feito às figuras dos blacks. Obrigada!

À minha orientadora maravilhosa, professora Cléa. À ela devo toda minha gratidão, por

ter me recebido de braços abertos sem hesitar, por ser essa pessoa iluminada que traz calmaria

na nossa vida e que faz a gente acreditar que tudo vai dar certo. Foi Deus quem colocou a

senhora na minha vida, obrigada por tudo.

À banca de defesa do exame de qualificação: Professoras Patrícia, Jamile e Renata, por

terem feito ótimas considerações para a melhora deste trabalho.

À banca de dissertação, professora Roberta e Alyne. Obrigada pela disponibilidade e

por gentilmente aceitarem o convite para participar deste momento tão importante.

À Evelline, minha amiga-irmã que está comigo desde criança, acompanhando todas

minhas conquistas e torcendo por elas. Obrigada pela presença constante, pelo apoio diário e

por está comigo sempre quando preciso.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

À Natália e ao Danúsio, que além de amigos da neuro, são também família. Me ajudaram

desde do início, obrigada por serem luz o tempo inteiro, pela disponibilidade desde sempre, por

serem meu exemplo de paz e positividade. Obrigada também por trazer a Júlia para minha vida,

ela com certeza é uma das pessoas que faz eu esquecer de todos os problemas.

Ao meu amigo Daniel, que hoje se tornou um irmão para mim, que possui um potencial

ansiogênico, mas me ajudou no momento em que eu mais precisei. Obrigada por compartilhar

comigo tanta sabedoria, pelas conversas de apoio e por me ajudar à amar a neuro.

À minha amiga Mirella, sempre doce e incentivadora. Obrigada por, mesmo com a

distância física, está sempre ao meu lado.

À Ingrid, que sempre escuta todos os meus dramas, que mesmo sem entender nada

sobre neuro, acha super legal tudo o que eu falo. Aos meus outros amigos de vida: Abdias,

Jovilma, Lorena, Sarah e Cintia, que sempre estão acompanhando e torcendo pelo meu sucesso.

À minha amiga Larice, que em tão pouco tempo tornou-se alguém tão especial.

Obrigada por estar comigo em todos os experimentos, pelas conversas de apoio, por

compartilhar comigo todos os problemas e por todas as vezes que eu precisei e você sempre

esteve presente.

Aos amigos que o estresse crônico imprevisível e o labneuro me deu: Tiago, Andressa,

Ingridy, Victor, Dilailson, Layla, Lorena, Bia e Bárbara, Auri, Dulce e Iardja. Obrigada por me

ajudarem a surtar menos, por fazer esse trabalho ser mais leve, pois sem vocês eu não

conseguiria executar esse trabalho tão árduo.

Às duas pós-docs e amigas, Alyne e Raquell por terem me ajudado no trabalho escrito

e por tentarem me manter calma. Sem vocês eu ainda estaria sofrendo com a discussão.

À Gabi e ao Augusto, dois anjos que o biotério me deu. Sem vocês eu não teria

conseguido vencer o medo de trabalhar com os animais. Obrigada por deixar essa caminhada

mais leve, obrigada por tantas conversas agradáveis e por me aguentarem por tanto tempo.

Aos camundongos blacks, que me ensinaram muito, e que doaram suas vidas para que

esse trabalho fosse possível.

Ao CNPq e à CAPES, pelo apoio financeiro e por viabilizar esse estudo.

A todos que me ajudaram de uma forma direta ou indireta, a minha gratidão.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

“Mantenha a fé na crença

Se a ciência não curar

Pois se não tem remédio

Então remediado está

Já é um vencedor

Quem sabe a dor de uma derrota enfrentar

E a quem Deus prometeu, nunca faltou

Na hora certa, o bom Deus dará.”

(Padre Fábio de Melo)

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

RESUMO

EFEITO ANTIDEPRESSIVO DO (-)-α-BISABOLOL EM CAMUNDONGOS C57BL/6

SUBMETIDOS A UM MODELO DE ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL

A depressão é uma doença incapacitante que acomete cerca de 300 milhões de pessoas no

mundo. É caracterizada por sintomas de humor deprimido, sentimento de isolamento e culpa, e

pode levar o indivíduo ao suicídio. A sua causa não está completamente elucidada, entretanto,

existem algumas hipóteses que justificam seus sintomas, como por exemplo a neuroendócrina

e a inflamatória. Existe um modelo, já caracterizado, denominado estresse crônico imprevisível

(ECI), que é utilizado para a indução ao comportamento depressivo, em animais, através de

estressores ambientais. O tratamento mais utilizado para a depressão consiste na farmacoterapia

com antidepressivos. Porém, ainda existe resistência a adesão devido aos efeitos adversos,

assim como o longo período de latência para o efeito terapêutico. Dessa forma, torna-se

interessante a investigação de novos compostos com potencial antidepressivo. O (-)-α-bisabolol

(BIS) é um álcool sesquiterpênico, que apresenta caráter lipofílico e atividades biológicas

elucidadas como anti-inflamatória, antiespasmódica e neuroprotetora. A fim de reduzir as

limitações da terapia convencional, busca-se verificar a atividade antidepressiva de muitos

compostos isolados, como o BIS. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito

antidepressivo do (-)-α-bisabolol em camundongos C57BL/6 submetidos a um modelo de

estresse crônico imprevisível (ECI). Para tanto, o modelo consistiu em um protocolo

experimental de 28 dias, no qual os animais (n=6-8), exceto grupo controle, foram submetidos

a estressores ambientais, de forma aleatória, para garantia da imprevisibilidade. A partir do 15º

dia, os grupos experimentais receberam por via oral: veículo (salina + Tween 80® a 3%), (-)-

α-bisabolol nas doses de 25 ou 50 mg/kg, ou Fluoxetina 10 mg/kg, como droga de referência.

Ao término do protocolo de tratamento, os animais foram submetidos aos testes

comportamentais: para avaliar a atividade locomotora (Teste do Campo Aberto), para o efeito

antidepressivo (Teste do Nado Forçado – TNF), Teste da Suspensão da Cauda – TSC) e Teste

de preferência pela solução de sacarose), para verificar o efeito ansiolítico (Teste de Placa

Perfurada – PP), Teste do Labirinto em cruz elevado – LCE) e para avaliar a memória de curto

prazo (Teste do labirinto em Y). Após 60 minutos dos testes comportamentais, os animais foram

eutanasiados por decapitação, e as áreas cerebrais (hipocampo e córtex pré-frontal) foram

dissecadas e investigada a ação do BIS quanto ao estresse oxidativo, e quanto à parâmetros

inflamatórios. Os resultados mostraram que o BIS possui efeito antidepressivo, ansiolítico e na

memória de curto prazo nas doses de 25mg/kg e 50mg/kg, sem alterar a atividade locomotora,

portanto, nestas doses, não apresenta efeito relaxante nem psicoestimulante. Na dose de

50mg/kg, o BIS foi capaz de reduzir os níveis de malondialdeído (MDA) no hipocampo e

reduzir os níveis de nitrato/nitrito no córtex pré-frontal, demonstrando seu efeito antioxidante.

O modelo do ECI aumentou os níveis das citocinas inflamatórias testadas (IL-1β e TNF-α),

entretanto, o (-)-α-bisabolol não reduziu. Os resultados inéditos demonstram que o (-)-α-

bisabolol possui efeito antidepressivo, ansiolítico e de proteção à memória de curto prazo. É

interessante que posteriormente sejam investigados outros mecanismos de ação para o efeito

antidepressivo do (-)-α-bisabolol.

Palavras-chave: Estresse; Antidepressivos; (-)-α-bisabolol.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

ABSTRACT

ANTIDEPRESSIVE EFFECT OF (-) - α-BISABOLOL IN C57BL/6 MICES SUBMITTED A

MODEL OF CHRONIC STRESS UNPREVISIBLE

Depression is a crippling disease that affects about 300 million people worldwide. It is

characterized by symptoms of depressed mood, guilt and guilt, and can lead the individual to

suicide. Its cause is not completely elucidated, however, there have been some hypotheses that

justify its symptoms, such as a neuroendocrine and an infliction. There is a model, already

characterized, called chronic unpredictable stress (CUS), which is used to induce depressive

behavior in animals through environmental stressors. The most used treatment for evolution

consists of pharmacotherapy with antidepressants. However, there is still resistance due to

adverse effects, as well as the long latency period for the therapeutic effect. Thus, it is

interesting to investigate new compounds with antidepressant potential. O (-)- α-bisabolol (BIS)

is a sesquiterpene alcohol, which presents lipophilic and bioactive to the activities elucidated

as anti-inflammatory, antispasmodic and neuroprotective. In order to reduce the pressure of

conventional therapy, an antidepressant activity such as resistance of therapy, such as BIS, is

sought. The objective of this work was to evaluate the antidepressant effect of (-)- α-bisabolol

in C57BL / 6 mice with an unpredictable chronic stress model (ECI). The standard consisted in

the experimental protocol of 28 days, for non-animals (n = 6-8), has been a rare environmental

form, and the random species, for Guarness of unpredictability. From the 15th day oral groups:

vehicle (saline + 3% Tween 80®), (-)-α-bisabolol at doses of 25 or 50 mg / kg, or Fluoxetine

10 mg / kg, as reference drug. To evaluate the locomotor activity, Forced Swim Test (TNF),

TSC Suspension Test and Precision Test for sucrose solution), to perform the performance

check anxiolytic (Labyrinth in Motion Test - LCE) and to evaluate pleasure memory (Y-

labyrinth test). After 60 minutes of behavioral tests, the animals were euthanized by

decapitation, and as brain areas (hippocampus and prefrontal cortex) were dissected and

investigated the action of BIS on oxidative stress, and on the inflammatory senses. The results

obtained with BIS have an antidepressant, anxiolytic and short-term effect in the dosages of

25mg / kg and 50mg / kg, and they weren’t submitted to locomotor activity, therefore, they

presented doses, but not having a relaxing effect nor psychostimulant. At 50 mg / kg, BIS was

able to reduce the levels of malondialdehyde (MDA) and hippocampus and reduce nitrate/nitrite

levels in the prefrontal cortex, demonstrating its antioxidant effect. The ECI model increased

the levels of the untested cytokines (IL-1β and TNF-α), however, (-) - α-bisabolol did not

reduce. The results show that (-) - α-bisabolol has an antidepressant, anxiolytic and short-term

memory protection effect. Other mechanisms of action for the antidepressant effect of (-) - α-

bisabolol are of interest.

Key-words: Stress; Antidepressants; (-)-α-bisabolol.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal e Feedback hormonal.......... 18

Figura 2: Estereoisômeros do (-)-α-bisabolol .......................................................................... 24

Figura 3: Grupos Experimentais .............................................................................................. 29

Figura 4: Fluxograma do protocolo experimental ................................................................... 31

Figura 5: Teste do Campo Aberto ........................................................................................... 32

Figura 6: Teste do nado forçado .............................................................................................. 32

Figura 7: Teste de Suspensão da Cauda .................................................................................. 33

Figura 8: Teste de preferência pela solução de sacarose ......................................................... 34

Figura 9: Teste do Labirinto em cruz elevado ......................................................................... 35

Figura 10: Teste da placa perfurada ........................................................................................ 36

Figura 11: Teste do labirinto em Y ou Y-maze ....................................................................... 37

Figura 12: Efeito do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) na atividade locomotora e exploratória de

camundongos submetidos ao modelo de ECI no teste do Campo Aberto. ............................... 40

Figura 13: Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível de 14 dias e 28 dias, sobre o

tempo de imobilidade no teste do Nado Forçado ..................................................................... 41

Figura 14: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de

imobilidade no teste do Nado Forçado. .................................................................................... 42

Figura 15: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de

imobilidade no teste da Suspensão da Cauda. .......................................................................... 43

Figura 16: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste da preferência

pela solução de sacarose. .......................................................................................................... 44

Figura 17: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste da Placa

Perfurada. .................................................................................................................................. 45

Figura 18: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a percentagem do

número de entradas nos Braços Abertos (A), e a percentagem do Tempo de Permanência nos

Braços Abertos (B), no teste do Labirinto de Cruz Elevado. ................................................... 46

Figura 19: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a memória de

trabalho em camundongos submetidos ao modelo de Estresse Crônico imprevisível. ............ 47

Figura 20: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de nitrito/nitrato (NO2/NO3) no

Hipocampo e no Córtex pré-frontal .......................................................................................... 48

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

Figura 21: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de malondialdeído (MDA) no

Hipocampo e no Córtex pré-frontal. ......................................................................................... 49

Figura 22: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de GSH no Hipocampo e no Córtex pré-

frontal. ...................................................................................................................................... 50

Figura 23: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de IL-1β no Hipocampo e no Córtex pré-

frontal. ...................................................................................................................................... 51

Figura 24: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de TNF-α no Hipocampo e no Córtex

pré-frontal ................................................................................................................................. 52

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Estímulos estressores para indução do comportamento depressivo por estresse

crônico imprevisível 29

Quadro 2 Cálculo dos parâmetros: Percentual de entrada os braços abertos (PEBA) e

Percentual do tempo de permanência nos braços abertos (PTBA) no teste do

Labirinto em cruz elevado (LCE) 36

Quadro 3 Resumo dos dados comportamentais, estresse oxidativo e parâmetros

inflamatórios após a administração crônica de (-)-α-bisabolol em animais

submetidos ao ECI. 59

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

µg Micrograma

µM Micromolar

ACTH Hormônio adrenocorticotrófico

BIS (-)-α-bisabolol

CPF Córtex pré-frontal

CRH Hormônio liberador de corticotrofina

DAMP Padrões moleculares associados a danos

ECI Estresse crônico imprevisível

ERN Espécie reativa de nitrogênio

ERO Espécies reativas de oxigênio

FLU Fluoxetina

g Grama

GSH Glutationa reduzida

HHA Hipotalâmico Hipofisário Adrenal

HP Hipocampo

IL-1β Interleucina-1β

IL-6 Interleucina-6

IMAO Inibidor da monoamina oxidase

ISRN Inibidor seletivo da receptação de serotonina

LCE Labirinto em cruz elevado

MDA Malondialdeído

nm Nanômetro

NO Óxido nítrico

OMS Organização Mundial da Saúde

PAMP Padrões moleculares associados à patógenos

PEBA Percentual de entrada nos braços abertos

pg Picograma

PTBA Percentual do tempo de permanência nos braços abertos

SNC Sistema Nervoso Central

TDM Transtorno depressivo maior

TNF Teste do Nado Forçado

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

TNF-α Fator de Necrose Tumoral

TPP Teste da Placa Perfurada

TSC Teste de Suspensão da Cauda

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 16

1.1 Considerações sobre a depressão .................................................................................... 16

1.2 Fisiopatologia da depressão ............................................................................................. 17

1.2.1 Hipótese do Estresse e ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal.............. 17

1.2.2 Estresses oxidativo e nitrosativo envolvidos na depressão ............................................ 19

1.2.3 A hipótese da inflamação como causa da depressão ..................................................... 20

1.3 Modelo de depressão induzida pelo Estresse Crônico imprevisível – ECI .................. 21

1.4 Tratamento da depressão ............................................................................................... 23

2 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA ................................................................................ 26

3 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 27

3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 27

3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 27

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 28

4.1 Animais .............................................................................................................................. 28

4.2 Drogas ............................................................................................................................... 28

4.2.1 (-)-α-bisabolol ................................................................................................................. 28

4.2.2 Fluoxetina ....................................................................................................................... 28

4.3 Indução de depressão por estresse crônico imprevisível ............................................... 28

4.4 Desenho experimental ...................................................................................................... 29

4.5 Testes comportamentais ................................................................................................... 31

4.5.1 Avaliação da Atividade Exploratória e Locomoção ...................................................... 31

4.5.1.1 Teste do Campo Aberto ................................................................................................ 31

4.5.2 Avaliação do Fenótipo Depressivo ................................................................................. 32

4.5.2.1 Teste do Nado Forçado ................................................................................................ 32

4.5.2.2 Teste da Suspensão de Cauda ...................................................................................... 33

4.5.2.3 Teste de Preferência pela solução de sacarose ............................................................ 33

4.5.3 Avaliação da Atividade Ansiolítica ................................................................................ 34

4.5.3.1 Teste do Labirinto em Cruz Elevado ............................................................................ 34

4.5.3.2 Teste da Placa Perfurada ............................................................................................. 36

4.5.4 Avaliação da memória de curto prazo ........................................................................... 36

4.6 Testes Neuroquímicos ...................................................................................................... 37

4.6.1 Determinação de Parâmetros de Estresse Oxidativo ..................................................... 37

4.6.1.1 Avaliação do grau de lipoperoxidação ........................................................................ 37

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

4.6.1.2 Determinação das concentrações de Nitrito/Nitrato ................................................... 38

4.6.1.3 Determinação das concentrações de Glutationa Reduzida (GSH) .............................. 38

4.6.2 Mensuração das concentrações de IL-1β e TNF-α ....................................................... 38

4.7 Análise estatística .............................................................................................................. 39

5 RESULTADOS .................................................................................................................... 40

5.1 Avaliação Comportamental ............................................................................................. 40

5.1.1 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a atividade locomotora

e exploratória (Teste do Campo Aberto) em camundongos submetidos a um modelo de

ECI. .......................................................................................................................................... 40

5.1.2 Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível sobre o tempo de imobilidade (Teste

do Nado Forçado) .................................................................................................................... 41

5.1.3 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade

no teste do nado forçado em camundongos submetidos a um modelo de ECI. .................... 42

5.1.4 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade

no teste da suspensão da cauda em camundongos submetidos a um modelo de ECI. ......... 43

5.1.5 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento

anedônico em camundongos submetidos ao teste de preferência pela solução de sacarose 44

5.1.6 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento

ansioso em camundongos submetidos ao teste de placa perfurada ....................................... 45

5.1.7 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento

ansioso em camundongos submetidos ao teste do Labirinto em cruz elevado (LCE)........... 46

5.1.8 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o déficit de memória

no labirinto em Y em camundongos submetidos ao ECI ....................................................... 47

5.2 Avaliação Neuroquímica ................................................................................................. 48

5.2.1 Determinação dos parâmetros de estresse oxidativo ..................................................... 48

5.2.1.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

Malondialdeído (MDA) no hipocampo e córtex pré-frontal .................................................... 49

5.2.1.3 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

Glutationa reduzida (GSH) no hipocampo e córtex pré-frontal .............................................. 50

5.2.2 Determinação dos parâmetros inflamatórios ................................................................ 51

5.2.2.1 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

Interleucina 1β no hipocampo e córtex pré-frontal ................................................................. 51

5.2.2.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração TNFα

no hipocampo e córtex pré-frontal ........................................................................................... 52

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 53

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 58

8 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 61

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

ANEXOS..................................................................................................................................69

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

16

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações sobre a depressão

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) define a depressão

como perda de interesse por inúmeras atividades, humor deprimido, alterações no sono e apetite,

sentimento de culpa e inutilidade, dificuldade para tomada de decisões pela dificuldade de

concentração, e em muitos casos, o pensamento sobre o suicídio. Para estabelecimento do

diagnóstico, é necessário que alguns desses sintomas estejam presentes de forma crônica e

persistente por, no mínimo, duas semanas (PEREZ-CABALLERO et al., 2019).

A depressão tem sido considerada como a principal causa de incapacidade em todo o

mundo (OPAS, 2018), pois afeta mais de 300 milhões de pessoas, sendo que 800.000 delas

morrem por suicídio. Esses dados demonstram a necessidade de se voltar a atenção para esta

doença, uma vez que a mesma está inserida como um dos grandes problemas de saúde pública

(LIM et al., 2018).

Inicialmente, os sintomas da depressão desenvolvem-se gradativamente, o que dificulta

o reconhecimento da doença, fazendo com que a busca por ajuda ocorra quando os sintomas já

estão avançados. Além disso, distúrbios depressivos ainda são bastante estigmatizados, e isso

causa uma relutância em procurar ajuda psiquiátrica, ou até mesmo a resistência ao tratamento.

Ademais, a demora para o diagnóstico pode acarretar no agravamento dos sintomas e impactos

negativos em outras doenças. (BARTKIENE et al., 2018; CRAVEN; BLAND, 2013; YOUNG

et al., 2016).

Foi evidenciado a coexistência da depressão com muitas outras doenças, entre elas, a

ansiedade. Esta, caracteriza-se como um distúrbio que apresenta alguns sintomas similares ao da

depressão. Na combinação das duas doenças, os sintomas são mais sérios, pois há uma maior

ocorrência de suicídio, torna-se maior a incapacidade nos pacientes, além de serem mais

resistentes ao tratamento e os aspectos de caráter psicológico, físicos e sociais tornam-se mais

agravados (TILLER, 2012).

Outra morbidade relacionada à depressão é o prejuízo à memória. Alguns estudos

mostraram a existência de anormalidades estruturais e funcionais em regiões cerebrais, como o

hipocampo, amígdala e o córtex pré-frontal, relacionadas com a memória emocional, além de

outro tipo de memória, denominada autobiográfica, foi demonstrada em pacientes com depressão

(XU et al., 2017).

Além da ansiedade e prejuízos na memória, outras doenças podem estar relacionadas

com a depressão, como por exemplo, doenças cardíacas (SELIGMAN; NEMEROFF, 2015),

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

17

Diabetes mellitus tipo 2 (JOSEPH; GOLDEN, 2017), obesidade (JANTARATNOTAI et al.,

2017), dentre outras doenças crônicas, o que reforça a necessidade de compreender melhor a

fisiopatologia da depressão.

1.2 Fisiopatologia da depressão

Apesar de ser uma doença bastante disseminada, ainda é inexistente um mecanismo bem

estabelecido que possa explicar a causa da depressão. Entretanto, existem alguns fatores que, por

meio de hipóteses, buscam justificar a fisiopatologia da doença. Estes incluem: fatores genéticos

(GENOVESE et al., 2014; LIFELINES COHORT STUDY et al., 2016), ambientais, (LI;

D’ARCY; MENG, 2016), neuroendócrino, inflamatório, neuroplasticidade e monoaminérgicos

(MCKAY; ZAKZANIS, 2010; MOLENDIJK et al., 2014).

A teoria monoaminérgica, que relaciona a depleção das monoaminas (serotonina,

noradrenalina e dopamina) à causa da depressão, ainda é a teoria mais forte, visto que a

farmacoterapia existente volta-se para mecanismos de ação das monoaminas. Entretanto, WONG

& LICINIO (2001) demonstraram que o tratamento contínuo com essas drogas causavam

alterações na expressão gênica do cérebro, e isto poderia estar relacionado ao efeito terapêutico,

tornando a hipótese monoaminérgica simplista. Dessa forma, torna-se necessário aprofundar-se

nos estudos de outras hipóteses relacionadas à causa depressão, entre elas, a participação do eixo

Hipotalâmico Hipofisário Adrenal (HHA).

1.2.1 Hipótese do Estresse e ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal

O termo estresse pode ser definido como uma interrupção da homeostase fisiológica que

pode ser recorrente de situações adversas. Inúmeros eventos estressantes na vida de uma pessoa,

mostraram-se fortemente relacionados à depressão, como por exemplo: a perda de alguém da

família, o término de um relacionamento, situações envolvendo a saúde, o trabalho, dentre outros

acontecimentos que possam causar um transtorno cognitivo. A perda interpessoal e a rejeição

social são os estressores mais envolvidos com a depressão, pois estão fortemente associados ao

tipo de sofrimento emocional que é característico da doença (SLAVICH; IRWIN, 2014).

A resposta à traumas precoces ou situações de extremo estresse possui alguns efeitos, e

o principal deles é a ativação do eixo HHA (WONG; LICINIO, 2001). Essa ativação dá início à

uma cascata de eventos. Inicialmente ocorre a secreção do hormônio liberador de corticotrofina

(CRH), que estimula a liberação do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), pela hipófise. O

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

18

ACTH, por sua vez, induz a liberação do cortisol, hormônio glicocorticoide, que tem como

função manter o equilíbrio em resposta ao estresse (Figura 1). O cortisol liberado pelas glândulas

suprarrenais, liga-se a dois tipos de receptores no cérebro, os mineralocorticoides e os

glicocorticoides. Foi demonstrado, em alguns estudos, que a depressão pode ser reflexo da

desregulação desses receptores, causada pela hiperatividade do eixo HHA (JURUENA et al.,

2018; KELLER et al., 2017; MCKAY; ZAKZANIS, 2010).

Figura 1: Ativação do Eixo Hipotalâmico-Hipofisário-Adrenal e Feedback hormonal

Fonte: Mccarty (2016).

CRH: hormônio liberador de corticotrofina, ACTH: hormônio adrenocorticotrófico

Pacientes depressivos exibem um maior feedback negativo do eixo HHA, devido aos

níveis excessivos de cortisol. Além disso, notou-se que o número ou a função de receptores de

glicocorticoides são reduzidos em pacientes com depressão (MCKAY; ZAKZANIS, 2010).

Além disso, foi demonstrado que a hiperatividade do eixo HHA, poderia reduzir a síntese de

neurotransmissores monoaminérgicos como a serotonina e a noradrenalina, além de danificar

os neurônios do hipocampo, região cerebral com alta densidade de receptores de

glicocorticoides (ZHAO et al., 2018).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

19

Os glicocorticoides são responsáveis por inúmeras atividades metabólicas, como por

exemplo, a regulação da gordura corporal. A exposição aguda ou crônica ao estresse pode gerar

obesidade ou anorexia, dependendo do ambiente alimentar e emocional. Estudos mostram que

esses distúrbios alimentares provocados pelo estresse e que causam desequilíbrio hormonal,

podem estar intrinsecamente ligados à depressão. Além do envolvimento dos glicocorticoides

no estresse, também é possível a liberação de radicais livres ocasionados pelo desequilíbrio dos

sistemas antioxidantes do corpo, devido à presença constante do fator estressante

(JANTARATNOTAI et al., 2017; ULRICH-LAI et al., 2015., CHAVES et al., 2019).

1.2.2 Estresses oxidativo e nitrosativo envolvidos na depressão

Radicais livres, também denominados espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies

reativas de nitrogênio (ERNs), são produzidos por um processo natural do metabolismo, e são

responsáveis pela sinalização celular e defesa contra patógenos. Entretanto, em níveis elevados,

causam danos aos lipídios, proteínas e DNA, ocasionando morte celular. O estresse oxidativo,

conceituado como um desequilíbrio entre as defesas antioxidantes e a produção de EROs e/ou

ERNs, é um mecanismo envolvido no envelhecimento e em algumas doenças, como as

neurodegenerativas. Além disso, nos últimos anos surgiram evidências de que o estresse

oxidativo pode estar ocasionando o aumento no número de doenças neuropsiquiátricas, como a

depressão (BLACK et al., 2015).

O estresse emocional, que está intrinsecamente relacionado à depressão, induz uma

resposta inflamatória juntamente com a síntese de citocinas pró-inflamatórias. Estas estimulam

a produção de espécies de oxigênio e nitrogênio reativos, e isso ocasiona a peroxidação lipídica

e a redução do sistema antioxidante (SIVOŇOVÁ et al., 2004).

O óxido nítrico (NO) é uma molécula importante que desempenha função na regulação

de muitos processos comportamentais, emocionais e cognitivos. Além disso, ele também é um

radical livre e, em níveis excessivos, contribui para o estresse oxidativo causado pela

neuroinflamação (GAŁECKI et al., 2011).

Durante os processos oxidativo e a redução do NO, formam-se espécies reativas de

nitrogênio, as quais são tóxicas e podem causar danos às células. Existem três isoformas

responsável pela síntese do NO, sendo a sintase induzida do óxido nítrico (iNOS) uma delas. A

expressão dessa enzima pode ser induzida por citocinas pró-inflamatórias, estresse crônico, e

fatores intrinsecamente relacionados ao transtorno depressivo maior. Além disso, a iNOS foi

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

20

relatada como um dos principais contribuintes para as condições inflamatórias e

neurodegenerativas (FRODL et al., 2002; GAŁECKI et al., 2010; OLIVENZA et al., 2001).

O malondialdeído (MDA), por sua vez, é produto da peroxidação lipídica e também

indica a danos à membrana celular, predizendo a eficácia do sistema de defesa antioxidante e

atuando como um biomarcador de danos oxidativo causados por EROs. Altos níveis de MDA

foram encontrados em alguns estudos com pacientes depressivos (BEHR; MOREIRA; FREY,

2012; TALAROWSKA et al., 2012; TEYSSIER et al., 2011).

Os prejuízos ocasionados pelo estresse oxidativo pode também ser devido à redução da

defesa antioxidante. A glutationa reduzida (GSH) atua como um dos principais sistemas

antioxidantes do cérebro, confere proteção contra a hidrólise de proteases celulares, protege as

células contra os danos oxidativo, é essencial para a proliferação celular, e mostra-se como um

marcador confiável do estresse oxidativo. Alguns estudos demonstram que a redução de GSH

pode estar relacionada à depressão (FREED et al., 2017; STEENKAMP et al., 2017). Como

dito anteriormente, a resposta inflamatória recorrente de um estresse emocional, associado à

elevação de vários indicadores biológicos derivados do dano oxidativo celular, como a

lipoperoxidação, direcionam muitos estudos a fim de avaliar o papel da inflamação no agravo

à depressão.

1.2.3 A hipótese da inflamação como causa da depressão

Entender como o Sistema Nervoso Central e o sistema imunológico comunicam-se, é

fundamental para entender as interações entre o cérebro, comportamento e imunidade (QUAN;

BANKS, 2007), pois a inflamação é um mecanismo responsável pela homeostase do corpo. A

resposta inflamatória pode ser favorável quando for na presença de uma infecção, dano celular

ou estresse, porém, quando age de forma desequilibrada a um determinado estímulo, torna-se

desfavorável (ROSENBLAT et al., 2014).

Em um estudo de 2018, foi demonstrado que, tanto o estresse físico quanto o

psicológico, aumentam a ocorrência de comportamentos depressivos, devido aos inúmeros

mecanismos hormonais e bioquímicos. Dessa forma, evidências crescentes indicam uma forte

relação entre depressão e inflamação (GAŁECKI; TALAROWSKA, 2018).

Uma típica resposta inflamatória consiste em quatro componentes principais: 1 -

indutores inflamatórios, representados pelos padrões moleculares associados a danos (DAMP)

ou associados à patógenos (PAMP), 2 – sensores que detectam os DAMPs ou PAMPs, 3 –

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

21

mediadores inflamatórios induzidos pelos sensores, como é o caso das citocinas, quimiocinas e

prostaglandinas, e 4 – tecido alvo afetado pelos mediadores inflamatórios. O fenômeno

inflamatório observado em doenças neuropsiquiátricas, como a depressão, é compatível com

uma inflamação estéril, ocasionada após estressores físicos ou psicológicos (BAUER;

TEIXEIRA, 2019).

As citocinas são moléculas capazes de modular uma resposta celular no

desencadeamento das respostas imunes. Por exemplo, a exposição a estressores repetidos ou a

estressores envolvendo conflito social, ameaça, rejeição e isolamento, aumentam os marcadores

inflamatórios (ASCHBACHER et al., 2012; DENSON; SPANOVIC; MILLER, 2009). Além

disso, as citocinas possuem algumas peculiaridades, dentre elas, sua natureza pleitrópica. Elas

desempenham um papel importante na formação da organização celular do SNC servindo como

fatores de crescimento para as células residentes no mesmo, e são capazes de desencadear

inúmeras respostas (DEVERMAN; PATTERSON, 2009).

Embora haja uma infinidade de citocinas existentes, tem-se visto que a interleucina 1β

(IL-1β) e o fator de necrose tumoral α (TNF-α), estão em níveis elevados em pacientes

depressivos, sendo vistos como biomarcadores confiáveis da inflamação relacionados com a

doença (CASSANO et al., 2017).

Em um estudo verificou-se que a presença das citocinas IL-1β e TNF-α,, foram

relacionadas a sintomas como anedonia, fadiga, comprometimento psicomotor e aumento da

sensibilidade à ameaça (ansiedade). Além disso, a inflamação tem sido associada à não

responsividade ao tratamento com antidepressivos, no qual 45% dos pacientes que não

respondiam aos antidepressivos apresentaram proteína C reativa acima dos níveis amplamente

aceitos (MILLER; RAISON, 2016; RAISON et al., 2013). Na tentativa de evidenciar os

mecanismos anteriormente descritos, propomos um modelo de depressão por estresse físico.

1.3 Modelo de depressão induzida pelo Estresse Crônico imprevisível – ECI

O estresse de forma crônica, e exagerada, é visto como um fator de risco para o

desenvolvimento de inúmeras psicopatologias. Viver o estresse de maneira repetitiva e intensa,

ocasiona a perturbação do funcionamento fisiológico e psicológico de um indivíduo e acaba por

afetar seu comportamentos nos papeis afetivos, sociais e cognitivos (FINSTERWALD;

ALBERINI, 2014; VAN BOXELAERE et al., 2017).

Dentre outros, os distúrbios sociais e cognitivos são os principais contribuintes para as

doenças neuropsiquiátricas em pacientes que sofrem de distúrbios relacionados ao estresse,

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

22

como a depressão, a ansiedade, o transtorno pós traumático, memória e aprendizagem e insônia

(MEHTA; PARASHAR; UDAYABANU, 2017; NORMANDEAU et al., 2018).

Diferentes modelos animais foram estabelecidos e utilizados para investigar os

distúrbios neuropsiquiátricos, como a depressão, induzida pelo estresse. Buscando mimetizar

uma situação semelhante ao que ocorre no ser humano, na década de 80, foi proposto um

modelo para verificar o comportamento dos animais submetidos a diversos estressores físicos,

e verificaram que o período de estresse prolongado gera a redução do consumo de líquidos

doces, característica de um comportamento anedônico (WILLNER 2016).

Willner (2017) propôs avaliar a validade, confiabilidade e utilidade do modelo de

depressão induzida pelo estresse crônico imprevisível – (ECI). Tal modelo constitui-se em

simular a anedonia, caracterizada perda da capacidade de prazer ou de responder a eventos

agradáveis, que é um dos sintomas característicos da depressão em humanos.

No modelo não existe uma padronização, entretanto, todos os protocolos consistem em

submeter os animais à inúmeros fatores estressantes, de forma aleatória e imprevisível, durante

várias semanas, a fim de induzir o comportamento depressivo símile, verificar a anedonia,

reduzindo as chances de habituação e observar as alterações bioquímicas e morfológicas do

cérebro (WILLNER, 2017).

Já foi demonstrado em diversos estudos, que a aplicação deste modelo pode gerar

alteração no tempo de imobilidade no Teste do Nado Forçado – TNF (DING et al., 2014),

redução da preferência pelo consumo da solução de sacarose (HE et al., 2016), aumentar a

atividade das enzimas catalase e superóxido dismutase – SOD (FARIA et al., 2014), diminuição

do peso corporal (GUPTA; RADHAKRISHNAN; KURHE, 2014), aumento da peroxidação

lipídica (RINWA; KUMAR, 2012) representada pelo aumento da concentração de

malondialdeído, aumento de nitrito e aumento da concentração de corticosterona sérica (XU et

al., 2017). Desta forma, foi utilizado este modelo para investigar o potencial terapêutico de

compostos isolados, sobre a depressão.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

23

1.4 Tratamento da depressão

A terapia farmacológica atualmente utilizada para o tratamento da depressão é por meio

de antidepressivos. Estes são divididos em inúmeras classes, como: Antidepressivos Tricíclicos

(ATC), Inibidores de monoaminoxidase (IMAO), Inibidores seletivos da recaptação de

serotonina (ISRS) e Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), e os

antidepressivos atípicos (KATZUNG, 2010).

O mecanismo de ação dos fármacos atualmente utilizados, baseia-se no aumento da

disponibilidade de monoaminas. Essa regulação pode ocorrer através de três mecanismos de

ação: (1) bloqueio de proteínas pré-sinápticas transportadoras de monoaminas, que removem

os transmissores liberados no espaço extracelular, (2) inibição da enzima monoamina oxidase,

que degrada os neurotransmissores monoaminas ou (3) interação com receptores pré ou pós-

sinápticos que regulam a liberação das monoaminas e/ou a taxa de disparo neuronal

(NEMEROFF; OWENS, 2002).

A terapêutica baseada em antidepressivos, apesar de amenizar os sintomas da depressão,

possui algumas limitações. Dentre estas, destaca-se a resistência por parte dos pacientes devido

a muitos efeitos adversos como sedação, incapacidade física para determinadas atividades,

náusea, insônia e perda de peso. Outra restrição quanto ao uso dos antidepressivos, refere-se ao

longo período de latência, ou seja, o efeito clínico que o fármaco irá proporcionar ao organismo

demora entre duas a quatro semanas. Deste modo, há a necessidade da busca por alternativas

para o tratamento da depressão de forma mais rápida e seletiva (CIPRIANI et al., 2009; OTTE

et al., 2016).

Nesse intuito, nosso grupo de pesquisa busca evidências de possíveis benefícios

terapêuticos de substâncias químicas isoladas, como o (-)-α-bisabolol.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

24

1.5 (-)-α-bisabolol

O (-)-α-bisabolol, também chamado de levomenol, é um álcool sesquiterpênico

monocíclico, que foi isolado pela primeira vez em 1951, das flores de Matricaria chamomilla

asteraceae, conhecida popularmente como camomila alemã. Desde então, tem-se estabelecido

que esta substância possui quatro isômeros, como demonstrado na (Figura 2) (KAMATOU;

VILJOEN, 2010).

Figura 2: Estereoisômeros do α-bisabolol

Fonte: Kamatou; Viljoen (2010)

Além da Matricaria chamomilla, o (-)-α-bisabolol pode ser isolado, por hidrodestilação,

a partir de outras plantas, como Salvia runcinata, uma planta presente no sul da África, a Salvia

stenophylla, Vanillosmopsis sp e Myoporum grassifolium. Outra fonte menos explorada, mas

que contém cerca de 85% da substância, é a Eremanthus erythropappus (DE SOUZA et al.,

2008).

O (-)-α-bisabolol, o isômero que possui mais atividade biológica, é uma substância de

baixo peso molecular, bastante lipofílica e propenso à oxidação, sendo seus produtos de

oxidação: o bisabolol óxido A e óxido B (WALECZEK et al., 2003). Devido a sua baixa

toxicidade, a Food and Drug Administration (FDA) concedeu segurança a esse composto,

promovendo sua utilização como ingrediente ativo em vários produtos (KAMATOU;

VILJOEN, 2010).

A utilização do (-)-α-bisabolol é bastante explorada na indústria de cosméticos, como

princípio ativo em loções de corpo, desodorantes, produtos para bebês e outros produtos de

higiene pessoal. As principais aplicações no setor farmacêutico têm sido relacionada às suas

propriedades anti-inflamatórias, não alergênicas, antibacterianas e anti-irritantes (KAMATOU;

VILJOEN, 2010; SEKI et al., 2011).

Por ser um composto lipofílico, o (-)-α-bisabolol é pouco solúvel nos fluidos biológicos,

entretanto, possui potencial de atravessar a barreira hematoencefálica (BHE), (PIOCHON et

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

25

al., 2009) o que justifica o trabalho de Tabahari e Tehrani (2017), no qual estudaram o potencial

ansiolítico do (-)-α-bisabolol em um modelo agudo com camundongos Swiss.

Em seu estudo de 2019, Fernandes et al., utilizaram um modelo de isquemia cerebral

em camundongos Swiss, e verificou que o (-)-α-bisabolol possui ação neuroprotetora,

diminuindo a degeneração neuronal e melhorando os déficits de memória, além de ter evitado

também astrogliose nas áreas do córtex temporal e no estriado.

Nosso grupo mostrou que o (-)-α-bisabolol foi capaz de reduzir lesões associadas à

administração de etanol, demonstrando uma gastroproteção. Além disso, verificou-se que a

substância foi capaz de diminuir o estresse oxidativo e o evento inflamatório causado pelo

etanol (ROCHA et al., 2011).

Até o momento, nenhum trabalho foi realizado associando a atividade do (-)-α-bisabolol

com o Sistema Nervoso Central em um modelo de Estresse Crônico Imprevisível, sendo o nosso

estudo pioneiro nessa investigação.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

26

2 RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA

A depressão é uma doença que atinge mais de 300 milhões de pessoas no mundo e é

uma das principais causas de incapacitação devido aos seus sintomas físicos e emocionais (LIM

et al., 2018). Fatores genéticos, ambientais, hipóteses neuroendócrina e inflamatória, buscam

justificar a causa para a depressão a fim de elucidar alternativas terapêuticas para o tratamento,

melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Uma das hipóteses relacionados aos transtornos de ansiedade e depressão é o estresse,

em que a perda de pessoas importantes, conflitos sociais, problemas de saúde e/ou no trabalho,

contribuem para o estresse crônico e o desenvolvimento dessas doenças (NORMANDEAU et

al., 2018). Além disso, foi evidenciado que pacientes com depressão apresentavam níveis

elevados de citocinas pró-inflamatórias nos fluidos séricos e cerebrais, demonstrando uma

possível relação entre depressão, estresse e inflamação (BAUER; TEIXEIRA, 2019).

A utilização de modelos animais para indução ao comportamento depressivo é uma

forma de explorar as causas da depressão, e o modelo do estresse crônico imprevisível (ECI)

possibilita investigar se o estresse ambiental é capaz de desenvolver o comportamento da

doença, assim como mimetizar o que ocorre com o ser humano.

A investigação de novos alvos farmacológicos para o tratamento da depressão baseia na

visão simplista da hipótese monoaminérgica, visto que já foram demonstrados que os

antidepressivos utilizados causam alto período de latência e efeitos adversos, gerando

resistência ao tratamento. Assim, torna-se necessário explorar o potencial de novos compostos

que apresentem outras atividades biológicas e possuam potencial para serem elencados como

antidepressivos.

O (-)-α-bisabolol surge nesse cenário como um potencial composto para ser estudado

no SNC, devido à sua alta natureza lipofílica e possibilidade de atravessar a BHE, por possuir

propriedades farmacológicas antioxidante e anti-inflamatória, justificando o interesse na

investigação da atividade antidepressiva (KAMATOU; VILJOEN, 2010). Dessa forma, as

evidências cada vez mais fortes sobre o papel da inflamação na depressão sugerem a relevância

do estudo de substâncias que atuem além do aumento dos níveis de monoaminas e possam

apresentar efeito neuroprotetor. Assim, o presente trabalho é inédito quanto à avaliação do (-)-

α-bisabolol como uma alternativa promissora para o tratamento de distúrbios depressivos.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

27

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Avaliar o efeito antidepressivo do (-)-α-bisabolol em camundongos C57BL/6

submetidos a um modelo de estresse crônico imprevisível.

3.2 Objetivos Específicos

Avaliar o efeito do (-)-α-bisabolol em camundongos submetidos ao estresse crônico

imprevisível, nos seguintes parâmetros:

Efeito antidepressivo, por meio dos testes do nado forçado, suspensão da cauda e

preferência pela solução de sacarose;

Efeito ansiolítico, por meio dos testes do Labirinto em cruz elevado e placa perfurada;

Efeito na memória de trabalho, por meio do teste do labirinto em Y ou Y-maze;

Atividade exploratória e locomotora por meio do teste do campo aberto;

Efeito antioxidante, por meio da mensuração de parâmetros do estresse oxidativo

(malondialdeído, glutationa reduzida e nitrito/nitrato) no hipocampo e córtex pré-frontal;

Efeito anti-inflamatório, por meio da determinação dos níveis de IL-1β e TNF-α no

hipocampo e córtex pré-frontal pelo método de ELISA.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

28

4 METODOLOGIA

4.1 Animais

Foram utilizados camundongos C57BL/6 machos, com peso entre 20-25g, provenientes

do Biotério do Departamento de Fisiologia e Farmacologia (DFF) da Universidade Federal do

Ceará (UFC). Os mesmos foram mantidos em ambiente com temperatura controlada (22±1°C),

com ciclo claro/escuro de doze horas e recebendo água e comida à vontade, exceto nos períodos

de estresse para indução de comportamento depressivo.

Ao que se refere aos cuidados com os animais, todos os procedimentos realizados

seguiram os princípios éticos de experimentação animal. Este trabalho foi aprovado pelo

Comitê de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Universidade Federal do Ceará, sob o número

de registro: 9361/15022018.

4.2 Drogas

4.2.1 (-)-α-bisabolol

A droga teste foi o (-)-α-bisabolol (BIS) (Sigma®, St. Louis, USA), sendo diluída em

3% de Tween® 80 com solução salina 0,9% e administrada por via oral, durante 14 dias

consecutivos. A escolha das doses de BIS, 25mg/kg e 50 mg/kg, foram baseadas em trabalhos

científicos anteriores em outros modelos (FERNANDES, 2015; BARRETO et al., 2016).

4.2.2 Fluoxetina

A droga de referência utilizada foi a Fluoxetina (FLU) (Sandoz®), sendo diluída em

solução salina 0,9% e administrada por via oral, durante 14 dias consecutivos, na dose de

10mg/kg.

4.3 Indução de depressão por estresse crônico imprevisível

Os camundongos foram submetidos a fatores estressores como descrito por (HE et al.,

2016) com adaptações. Cada fator estressante foi aplicado de forma aleatória a cada semana,

durante 28 dias, para que o procedimento fosse de forma imprevisível. Os fatores estressores

foram aplicados conforme o cronograma abaixo:

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

29

Quadro 1. Estímulos estressores para indução do comportamento depressivo por estresse

crônico imprevisível (HE et al., 2016) com adaptações

Fonte: Autoria própria.

4.4 Desenho experimental

Para estes experimentos os grupos, contendo em média 8 animais, foram divididos

conforme abaixo:

Figura 3: Grupos Experimentais

Fonte: Autoria própria.

- Grupo saudável com veículo: animais foram mantidos na caixa sem nenhum fator estressante

durante 4 semanas e administração de solução salina 0,9% com 3% de Tween 80 por via oral

(v.o.) através de gavagem entre o 15º ao 28º dia.

- Grupo saudável com Fluoxetina os animais foram mantidos na caixa sem nenhum fator

estressante durante 4 semanas e administração de Fluoxetina (10mg/kg), por via oral (v.o.),

através de gavagem, entre o 15º ao 28º dia.

ESTIMULO ESTRESSOR Tempo

Ciclo intermitente entre luzes acesas e apagadas 18 horas

Presença de maravalha molhada 18 horas

Ciclo escuro 24 horas

Ciclo claro 24 horas

Restrição do animal em tubo plástico 2 horas

Exposição do camundongo a um predador (rato) separando-os por uma

grade de ferro. 8 minutos

Pequeno choque nas patas (1miliampere) 2 segundos

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

30

- Grupo saudável com alfa-bisabolol: os animais foram mantidos na caixa sem nenhum fator

estressante durante 4 semanas e administração de (-)-α-bisabolol 50mg/kg, por via oral (v.o.)

através de gavagem entre o 15º ao 28º dia.

- Grupo estresse crônico imprevisível: animais foram submetidos a fatores estressores durante

28 dias e administração de solução salina 0,9% com 3% de Tween® 80 por via oral através de

gavagem (v.o.) entre o 15º ao 28º dia.

- Grupos tratados com (-)-α-bisabolol: animais foram submetidos a fatores estressores

durante 28 dias e administração de (-)-α-bisabolol (25 ou 50mg/kg) por via oral (v.o.) através

de gavagem entre o 15º ao 28º dia.

- Grupo tratado com Fluoxetina: animais foram submetidos a fatores estressores durante 28

dias e a uma administração diária de Fluoxetina (10mg/kg) por via oral (v.o.) através de

gavagem entre o 15º ao 28º dia.

O protocolo experimental iniciou após 7 dias de adaptação dos animais ao ambiente do

biotério. Em seguida, durante 28 dias os animais foram submetidos a diferentes estressores, de

forma aleatória e imprevisível. No 14º dia, antes de iniciar a etapa de tratamento, os animais

foram submetidos ao Teste do Nado Forçado (TNF), visto que é um teste preditivo para avaliar

o comportamento depressivo nos animais, para verificar a eficácia do protocolo. No 15º dia,

iniciou-se o tratamento de todos os grupos experimentais. No último dia (28º) os animais foram

submetidos novamente ao TNF para verificar a reversão do comportamento após o tratamento,

e 24h após o teste do nado forçado, os animais foram submetidos aos demais testes

comportamentais (Figura 4).

Posteriormente, os animais foram eutanasiados por decapitação e tiveram os encéfalos

rapidamente retirados e colocados sobre papel alumínio numa placa de Petri com gelo para

dissecação do hipocampo (HP) e córtex pré-frontal (CPF). Ao final da dissecação, as áreas

foram colocadas em microtubos de plásticos devidamente identificados, pesados e conservados

a -80°C para o uso posterior. Os detalhes do delineamento experimental estão representados

no fluxograma a seguir:

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

31

Figura 4: Fluxograma do protocolo experimental

Fonte: Autoria própria.

4.5 Testes comportamentais

4.5.1 Avaliação da Atividade Exploratória e Locomoção

4.5.1.1 Teste do Campo Aberto

O campo aberto para camundongos é feito de acrílico (paredes transparentes e piso

preto, 30 x 30 x 15 cm) dividido em 9 quadrantes iguais (Figura 5). Nesse teste é avaliado a

atividade exploratória do animal registrado durante um tempo de 5 minutos, após 1 minuto de

habituação. Foram avaliados os seguintes parâmetros: número de cruzamentos (crossing) e

número de levantamentos verticais (rearings). O teste foi realizado em uma sala com som

atenuado, temperatura e iluminação adequada (ARCHER, 1973).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

32

Figura 5: Teste do Campo Aberto

Fonte: Autoria própria.

4.5.2 Avaliação do Fenótipo Depressivo

4.5.2.1 Teste do Nado Forçado

O procedimento experimental consiste em colocar os animais individualmente em

cilindros de acrílico (altura: 35 cm; diâmetro: 24 cm), contendo 13,5 cm de água, por um

período de 5 min (Figura 6). O teste do nado forçado avalia o tempo de imobilidade do animal,

considerando este parâmetro quando o animal faz apenas os movimentos mínimos para manter

a cabeça fora da água (PORSOLT; BERTIN; JALFRE, 1977).

Figura 6: Teste do nado forçado – TNF

Fonte: Autoria própria.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

33

4.5.2.2 Teste da Suspensão de Cauda

O teste da Suspensão pela cauda (TSC) avalia o tempo de imobilidade do animal durante

uma sessão de 5 minutos. Nesse teste os camundongos ficam suspensos a 50 cm do chão por

uma fita fixada a 1 cm a partir da ponta da cauda (Figura 7) (STERU, 1985).

Figura 7: Teste de Suspensão da Cauda

Fonte: Autoria própria.

4.5.2.3 Teste de Preferência pela solução de sacarose

Para a avaliação do comportamento do tipo anedonia, foi realizado o teste de

preferência por sacarose (NI et al., 2018). Os camundongos passaram inicialmente por uma fase

de adaptação, que consistiu em submeter os animais à duas garrafas de solução de sacarose a

2% durante 24h, seguido pela substituição de uma das garrafas por água por mais 24h. Após a

adaptação, todos os animais foram privados de água e comida por 18h. Após o período de jejum,

os animais foram inseridos em gaiolas individuais e expostos à duas garrafas, uma contendo

2% de solução de sacarose e água na outra (o volume previamente mensurado). O teste durou

3h, e após esse tempo, os volumes de solução de sacarose e água consumida foram registrados

(Figura 8). A preferência pela sacarose foi calculada como a quantidade de solução de sacarose

consumida como uma porcentagem da quantidade total de ingestão de líquido, seguindo a

seguinte fórmula:

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

34

Figura 8: Teste de preferência pela solução de sacarose

Fonte: Autoria própria.

4.5.3 Avaliação da Atividade Ansiolítica

4.5.3.1 Teste do Labirinto em Cruz Elevado

O Labirinto em Cruz Elevado (LCE) consiste em um aparato de madeira elevado a uma

altura de 45 cm do nível do chão composto de dois braços abertos e fechados (30 x 5 x 25 cm)

opostos entre si, em forma de cruz (Figura 9). Os braços abertos e fechados estão conectados

por uma plataforma central (5 x 5 cm). A plataforma e as paredes laterais dos braços fechados

são confeccionadas em acrílico transparente e o chão em acrílico preto. Neste teste os

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

35

camundongos foram colocados no centro do aparato com a cabeça voltada para um dos braços

fechados e o seu comportamento observado por 5 min (LISTER, 1987).

As medidas comportamentais registradas no LCE foram: número de entradas nos braços

abertos (NEBA), tempo de permanência nos braços abertos (TPBA), número de entradas nos

braços fechados (NEBF) e tempo de permanência nos braços fechados (TPBF), e a partir dessas

informações, são medidos os percentuais do tempo de permanência nos braços abertos (PTBA)

e do número de entradas nos braços abertos (PEBA), entretanto, o intuito é verificar os registros

nos braços abertos, visto que está relacionado com o comportamento do tipo ansioso.

Os parâmetros de PTBA e PEBA foram analisados no teste estatístico a partir da fórmula

expressa no Quadro 2. A premissa destes parâmetros demonstra que os animais que possuem

comportamento do tipo ansioso irão passar menos tempo nos braços abertos, assim como haverá

menos números de entrada.

Quadro 2. Cálculo dos parâmetros PEBA e PTBA no LCE

Cálculo do PEBA e PTBA

% número de entradas nos braços

abertos (PEBA)

% tempo de permanência nos braços

abertos (PTBA)

𝑷𝑬𝑩𝑨 =𝑵𝑬𝑩𝑨 𝒙 𝟏𝟎𝟎

(𝑵𝑬𝑩𝑨 + 𝑵𝑬𝑩𝑭) 𝑃𝑇𝐵𝐴 =

𝑇𝑃𝐵𝐴 𝑥 100

(𝑇𝑃𝐵𝐴 + 𝑇𝑃𝐵𝐹)

Fonte: Autoria própria

Figura 9: Teste do Labirinto em cruz elevado (LCE)

Fonte: Autoria própria.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

36

4.5.3.2 Teste da Placa Perfurada

O teste da placa perfurada, utilizado para avaliar o comportamento exploratório em

camundongos foi o proposto por File e Wardill (1975). O aparato utilizado foi um Ugo Basile®

de 20 x 20 cm com 16 orifícios espaçados uniformemente (Figura 10). O parâmetro analisado

foi o número de vezes que o animal colocou a cabeça nos orifícios (head dips) durante o período

de 5 minutos. Os animais, um por vez, são colocados na plataforma. A contagem do número de

head dips foi realizada por observação comportamental.

Figura 10: Teste da placa perfurada

Fonte: Autoria própria.

4.5.4 Avaliação da memória de curto prazo

4.5.4.1 Teste do labirinto em Y

Este teste avalia a memória a curto prazo, também denominada de memória de trabalho.

O labirinto em Y é composto por 3 braços de madeira com 16 cm de altura, 5 cm de largura e

40 cm de comprimento (Figura 11). Neste teste, o animal foi colocado em um dos braços e foi

feito a contagem de alternâncias corretas, ao entrar nos braços, durante 8 (oito) minutos

(LALONDE, 2002).

Neste teste, o animal foi colocado em um dos braço e foram registradas todas as

entradas. O intuito do teste é verificar se o animal, ao entrar em um dos braços, relembrar-se-á

do braço previamente explorado. Os dados foram expressos como a razão entre as alternâncias

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

37

corretas e o número de visitas realizadas durante o período de observação, sendo o resultado

multiplicado por 100.

Figura 11: Teste do labirinto em Y ou Y-maze

Fonte: Autoria própria

4.6 Testes Neuroquímicos

Após os testes comportamentais, os animais foram eutanasiados por guilhotina, e o

cérebro foi retirado para a dissecação das áreas cerebrais, hipocampo e córtex pré-frontal, para

realizar os testes neuroquímicos.

4.6.1 Determinação de Parâmetros de Estresse Oxidativo

4.6.1.1 Avaliação do grau de lipoperoxidação

O grau de lipoperoxidação nas áreas cerebrais foi medido através da determinação

dos níveis de malonldialdeído (MDA) (DRAPER, 1990) seguindo o protocolo a seguir. Foram

preparados os homogenatos das áreas cerebrais a 10% em tampão fosfato de potássio

monobásico, 50 mM, pH 7,4 e 63μL destes foram adicionados a 100 μL de ácido perclórico

35% em tubos eppendorf, que foram centrifugados a 10000 rpm por 10 minutos a 4ºC. Em

seguida 150 μL do sobrenadante foram adicionados a 50 μL de ácido tiobarbitúrico 1,2%, que

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

38

ficaram em banho-maria a 95ºC por 30 minutos. Por fim, 150 μL da mistura foram adicionados

aos poços da placa de ELISA e, posteriormente, foi feita a leitura a 535nm. Os resultados foram

expressos em μg de MDA/g de tecido.

4.6.1.2 Determinação das concentrações de Nitrito/Nitrato

Para a dosagem dos níveis de nitrito/nitrato, 100 μL do Reagente de Griess (ácido

fosfórico 5%, sulfonilamida 1% em ácido fosfórico 5%, NEED 0,1% e água destilada) foram

adicionados a 100 μL do sobrenadante do homogenato e incubados a temperatura ambiente por

10 min (GREEN et al., 1982) A curva padrão foi elaborada com várias concentrações de NaNO2

(variando de 0,75 a 100 mM) sob as mesmas condições. Os brancos foram preparados pela

adição de 100 μL do Reagente de Griess a 100 μL do tampão usado para o homogenato (fosfato

de potássio monobásico 50 mM, pH 7,4). A absorbância foi medida em leitor de microplacas

em 540 nm, e o resultado expresso em μmol de nitrito/g de tecido.

4.6.1.3 Determinação das concentrações de Glutationa Reduzida (GSH)

Os níveis de GSH foram avaliados para estimar defesas endógenas contra o estresse

oxidativo. O método é baseado na reação de reagente de Ellman (DTNB), com grupos tiol

livres. As áreas do cérebro foram diluídas em tampão de 0,02 M de EDTA (10% p/v) e

adicionadas a uma solução de ácido tricloroacético a 50%. Após centrifugação (3000 rpm/15

min), o sobrenadante foi recolhido. As amostras foram misturadas com 0,4 M de tampão tris-

HCl, pH 8,9 e 0,01 M de DTNB. Níveis de GSH foram determinados por espectrofotometria a

412 nm, calculada com base numa curva padrão de glutationa e expressos como µg de GSH/g

de tecido úmido (SEDLAK; LINDSAY, 1968).

4.6.2 Mensuração das concentrações de IL-1β e TNF-α

As áreas cerebrais dissecadas foram homogeneizadas em 8 volumes de tampão PBS

com protease (EMD Biosciences®), fosfatase (Sigma®-Aldrich), para posteriormente serem

centrifugadas (10000 rpm, 5 min) e utilizando sobrenadante da diluição. A concentração das

citocinas, em 50 μL de amostras, foi determinada por ELISA (R&D® Systems, Minneapolis,

MN, EUA) de acordo com o protocolo do fabricante e expressa em pg/g de tecido.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

39

4.7 Análise estatística

A análise estatística dos dados foi realizada através do software GraphPad Prism versão

6.0 para Windows (GraphPad Software®, San Diego Califórnia EUA). Inicialmente, os

resultados foram submetidos ao teste de Shapiro-Wilk, para verificar a normalidade da amostra.

Para a comparação entre duas variáveis, foi utilizado o teste T de Student (resultados

paramétricos) ou teste de Mann-Whitney (não paramétricos). Para os testes com mais de três

grupos, foi utilizado o teste de análise de variância (ANOVA) seguido do teste de Tukey (post

hoc) para resultados paramétricos ou Kruskall-Walis seguido do teste de Dunn’s (post hoc) para

os não paramétricos.

Em todas as análises estatísticas, os valores foram representados pela Média ± Erro

Padrão da Média (EPM) com valores significativos quando p<0,05.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

40

5 RESULTADOS

5.1 Avaliação Comportamental

5.1.1 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a atividade locomotora

e exploratória (Teste do Campo Aberto) em camundongos submetidos a um modelo de ECI.

Os resultados obtidos no teste do campo aberto, mostraram que não houve nenhuma

diferença significativa entre os grupos tratados com BIS 25, BIS 50 ou FLU, nem no grupo ECI

quando comparados ao grupo controle nos parâmetros avaliados: número de cruzamentos ou

crossing (CONTROLE: 52,63 ± 6,279; ECI: 59,00 ± 7,119; ECI + BIS25: 60,50 ± 6,092; ECI

+ BIS50: 67,75 ± 5,845; ECI + FLU: 59,75 ± 4,589, P<0,05) (Figura 12A) e número de rearings

(CONTROLE: 8,857 ± 1,682. ECI: 3,750 ± 0,7962; ECI + BIS25: 3,500 ± 0,9820; ECI +

BIS50: 6,50 ± 1,899; ECI + FLU: 4,00 ± 0,9636) (Figura 12B).

Figura 12: Efeito do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) na atividade locomotora e exploratória de

camundongos submetidos ao modelo de ECI no teste do Campo Aberto.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados com (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) ou Fluoxetina

(10mg/kg) durante 14 dias, sendo o número de cruzamentos (A), e rearings (B) avaliados por 5 minutos,

28 dias dias após o modelo de Estresse Crônico Imprevisível. Os valores estão representados como

média ± EPM. O teste utilizado foi o Kruskal-Wallis, seguido do teste post hoc de Dunn’s para

comparações múltiplas. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-

)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

me

ro

de

Cru

za

me

nto

s

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS 5

0

EC

I + F

LU

0

2 0

4 0

6 0

8 0

A

me

ro

de

Re

arin

gs

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I +B

IS 5

0

EC

I + F

LU

0

5

1 0

1 5

B

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

41

5.1.2 Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível sobre o tempo de imobilidade (Teste

do Nado Forçado)

Para verificar o tempo de imobilidade dos animais submetidos ao modelo de ECI, foi

realizado o teste do nado forçado no 14º e no 28º dia, para comprovação do modelo quanto à

indução do comportamento depressivo-símile. No 14º dia, como demonstrado na Figura 13A o

grupo ECI apresentou um aumento significativo no tempo de imobilidade em relação ao

controle. (ECI: 71,67 ± 13,25; CONTROLE: 14,00 ± 7,759, P<0,05). E no 28º dia, o grupo ECI

também apresentou um aumento significativo em relação ao controle (ECI: 130,4 ± 12,06;

CONTROLE: 48,88 ± 12,15, P < 0,05) (Figura 13).

Figura 13: Efeito do modelo de Estresse Crônico Imprevisível de 14 dias e 28 dias, sobre o

tempo de imobilidade no teste do Nado Forçado

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram submetidos a diversos estressores imprevisíveis durante 14

dias (A), e 28 dias (B). No 14º e 28º dias foram submetidos ao teste do Nado Forçado para verificar o

tempo de imobilidade (s) durante 5 minutos. Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05 vs CONTROLE (Teste Mann-Whitney). ###p<0,001 vs CONTROLE (Teste T). Abreviações:

CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-

bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

1 4 d ia s

te

mp

o d

e i

mo

bil

ida

de

(s

)

CO

NTR

OLE

EC

I

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

#

A 2 8 d ia s

tem

po

de

im

ob

ilid

ad

e (

s)

CO

NT

RO

LE

EC

I

0

5 0

1 0 0

1 5 0 # # #

B

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

42

5.1.3 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade

no teste do nado forçado em camundongos submetidos a um modelo de ECI.

O teste do nado forçado foi utilizado para avaliar o efeito da administração de (-)-α-

bisabolol na reversão do comportamento depressivo-símile dos animais expostos ao ECI. Como

demonstrado na Figura 14, o grupo ECI apresentou um aumento significativo no tempo de

imobilidade quando comparado ao controle (ECI: 130,4 ± 12,06; CONTROLE: 48,88 ± 12,15,

P<0,05). O grupo tratado com o (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg, reduziu tempo de

imobilidade em relação ao grupo do ECI (ECI: 130,4 ± 12,06; ECI + BIS25: 43,25 ± 5,119;

ECI + BIS50: 19,88 ± 6,501, P<0,05).

Figura 14: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de

imobilidade no teste do Nado Forçado.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 28º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste do

Nado Forçado para verificar o tempo de imobilidade (s) durante 5 minutos. Os valores estão

representados como média ± EPM. #p<0,05 vs CONTROLE; **p<0,01 vs ECI. Teste Kruskal-Wallis,

seguido de Dunn´s (post hoc). CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-

bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina 10mg/kg.

tem

po

de

im

ob

ilid

ad

e (

s)

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

5 0

1 0 0

1 5 0 #

* *

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

43

5.1.4 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de imobilidade

no teste da suspensão da cauda em camundongos submetidos a um modelo de ECI.

O ECI foi capaz de aumentar o tempo de imobilidade no teste da Suspensão da cauda

frente ao grupo controle [F(6,43) = 6,725; ECI: 175,0 ± 7,416; CONTROLE: 131,8 ± 5,369

P<0,05] (Figura 15). Os grupos tratados com (-)-α-bisabolol, nas doses de 25 e 50mg/kg,

apresentaram redução de tal parâmetro quando comparados ao grupo ECI. (ECI: 175,0 ± 7,416,

ECI + BIS25: 115,4 ± 10,53; ECI+BIS50: 103,5 ± 7,028, P<0,05), assim como a droga de

referência, Fluoxetina (ECI: 175,0 ± 7,416; ECI + FLU: 114,9 ± 8,499, P<0,05).

Figura 15: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o tempo de

imobilidade no teste da Suspensão da Cauda.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste da

Suspensão da Cauda para verificar o tempo de imobilidade (s) durante 5 minutos. Os valores estão

representados como média ± EPM. #p<0,05 vs CONTROLE. **p<0,01; ***p<0,001; ****p<0,0001 vs ECI.

Teste ANOVA, seguido de Tukey (post hoc). CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível,

BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina 10mg/kg.

Te

mp

o d

e i

mo

bil

ida

de

(s

)

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0#

* ** * * *

* * *

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

44

5.1.5 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento

anedônico em camundongos submetidos ao teste de preferência pela solução de sacarose

O grupo ECI apresentou uma redução significativa de preferência pela solução de

sacarose, quando comparado ao grupo controle [F(6,5) = 8,004; CONTROLE: 81,38 ± 2,211;

ECI: 55,04 ± 5,253, P< 0,05] (Figura 16). Os grupos tratados com (-)-α-bisabolol, em ambas as

doses, assim como a fluoxetina apresentaram um aumento significativo do consumo da solução

adocicada quando comparados ao grupo ECI (ECI: 55,04 ± 5,253; ECI + BIS25: 78,16 ± 2,523;

ECI + BIS50: 78,28 ± 3.164; ECI + FLU: 84,85 ± 3,680, P<0,05).

Figura 16: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste da preferência

pela solução de sacarose.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste de

preferência pela solução de sacarose. Os valores estão representados como média ± EPM. ####p<0,0001

vs CONTROLE; ***p<0,001; ****p<0,0001 vs ECI. Teste ANOVA, seguido do post hoc Teste de Tukey.

Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg,

BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina 10mg/kg.

Pre

fer

ên

cia

po

r s

ac

ar

os

e

(%)

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

# # # #

* * * * * *

* * * *

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

45

5.1.6 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento

ansioso em camundongos submetidos ao teste de placa perfurada

No teste da placa perfurada (Figura 17), o grupo ECI mostrou redução do número de

mergulhos (head dips) (CONTROLE: 56,75 ± 5,972; ECI: 24,00 ± 2,00, P<0,05). O tratamento

com o (-)-α-bisabolol nas duas doses reverteu este parâmetro em relação ao ECI, enquanto a

fluoxetina não causou nenhuma alteração (ECI: 24,00 ± 2,00; ECI + BIS25: 50,38 ± 2,952; ECI

+ BIS50: 51,38 ± 4,504; ECI + FLU: 45,75 ± 1,998 P<0,05).

Figura 17: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) no teste de Placa

Perfurada.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste de

Placa Perfurada para verificar o número de “head dips” durante 5 minutos. Os valores estão

representados como média ± EPM. ###p<0,001 vs CONTROLE. *p<0,05 vs ECI. Teste Kruskal-Wallis,

seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico

Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina

10mg/kg.

me

ro

de

"h

ea

d d

ips

"

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

2 0

4 0

6 0

8 0

# # #

**

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

46

5.1.7 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o comportamento

ansioso em camundongos submetidos ao teste do Labirinto em cruz elevado (LCE)

Houve uma redução significativa no PEBA (Figura 18A) do grupo ECI quando

comparado ao controle (CONTROLE: 40,53 ± 2,208; ECI 16,85 ± 4,694, P< 0,05). O

tratamento com (-)-α-bisabolol nas doses de 25 e 50mg/kg aumentou significativamente o

parâmetro analisado (ECI 16,85 ± 4,69; ECI + BIS25: 32,56 ± 3,13; ECI + BIS50: 32,13 ±

2,993, CONT + BIS50: 37,11 ± 2,285, P < 0,05), bem como a fluoxetina (ECI 16,85 ± 4,694;

ECI + FLU: 27,89 ± 3,074; CONT+FLU: 30,74 ± 2,109, P < 0,05).

Os animais submetidos ao ECI apresentaram uma redução no PTBA (Figura 18B) em

relação ao grupo controle (CONTROLE: 21,57 ± 3,298; ECI: 2,757 ± 0,9519). Os grupos que

receberam tratamento com o (-)-α-bisabolol nas doses de 25 e 50mg/kg apresentaram um

aumento significativo no parâmetro avaliado, quando comparados ao grupo ECI (ECI: 2,757 ±

0,951; ECI + BIS25: 25,33 ± 4,688; ECI + BIS50: 27,05 ± 3,420; ECI + FLU: 22,03 ± 3,195;

CONT + BIS50: 30,48 ± 6,571; CONT + FLU: 22,03 ± 3,195, P < 0,05).

Figura 18: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a percentagem do

número de entradas nos Braços Abertos (A), e a percentagem do Tempo de Permanência nos

Braços Abertos (B), no teste do Labirinto de Cruz Elevada.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol ou fluoxetina. No

29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste Labirinto em cruz elevado, verificando os

parâmetros de Percentagem no número de Entradas nos Braços abertos (A) e Percentagem no Tempo de

Permanência nos Braços Abertos (B). Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05; ####p<0,0001 vs CONTROLE; *p<0,05 **p<0,01 ***p<0,001 vs ECI. Teste ANOVA, seguido do Tukey

como post hoc. CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg,

BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

PE

BA

(%

)

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

1 0

2 0

3 0

4 0

5 0

# # # #

* *

A

PT

BA

(%

)

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

1 0

2 0

3 0

4 0

* * * * *

#

*

B

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

47

5.1.8 Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre o déficit de memória

no labirinto em Y em camundongos submetidos ao ECI

O grupo ECI apresentou uma redução do número de alternâncias corretas quando

comparado ao grupo controle [F(6,43) = 6,349)] (CONTROLE: 76,17 ± 2,013; ECI: 59,11 ±

1,718, P < 0,05), e tal parâmetro foi revertido após o tratamento com o (-)-α-bisabolol (25 mg

e 50mg) e com a droga de referência, a Fluoxetina, quando comparados ao grupo ECI (ECI:

59,11 ± 1,718; ECI + BIS 25: 71,76 ± 4,157; ECI + BIS50: 74,21 ± 1,535; ECI + FLU: 76,25

± 1,815, P < 0,05)( Figura 19).

Figura 19: Efeito da administração de (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a memória de

trabalho em camundongos submetidos ao modelo de Estresse Crônico imprevisível.

Os animais (n=8-10 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental foram submetidos ao teste

labirinto em Y, verificando o número de alternâncias nos braços. Os valores estão representados como

média ± EPM. ###p<0,001 vs CONTROLE; *p<0,05 **p<0,01 ***p<0,001 vs ECI. Teste ANOVA,

seguido do post hoc Teste de Tukey. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico

Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:Fluoxetina

10mg/kg.

% N

úm

ero

de

alt

ern

ân

cia

s

CO

NT

RO

LE

CO

NT

+ B

IS50

CO

NT

+ F

LU

EC

I

EC

I + B

IS 2

5

EC

I + B

IS 5

0

EC

I + F

LU

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

# # #

* * * * * *

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

48

5.2 Avaliação Neuroquímica

5.2.1 Determinação dos parâmetros de estresse oxidativo

5.2.1.1 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

nitrito/nitrato no hipocampo e córtex pré-frontal

Na avaliação da dosagem de nitrito/nitrato (Figura 20B), o (-)-α-bisabolol, na dose de

50mg/kg, apresentou uma redução significativa da concentração de nitrito/nitrato no córtex pré-

frontal quando comparado ao grupo ECI (ECI: 26,11 ± 4,06; ECI + BIS50: 5,65 ± 3,57, P

<0,05).

Figura 20: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de nitrito/nitrato (NO2/NO3) no

Hipocampo e no Córtex pré-frontal

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas

para avaliar a dosagem de nitrito/nitrato. Os valores estão representados como média ± EPM. *p<0,05

vs ECI. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle,

ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg,

FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

Nit

rit

o/N

itra

to

µM

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

1 0

2 0

3 0

4 0

C ó rte x P ré -F ro n ta l

*

BH ip o c a m p o

Nit

rit

o/N

itra

to

µM

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

5

1 0

1 5

2 0

A

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

49

5.2.1.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

Malondialdeído (MDA) no hipocampo e córtex pré-frontal

Foi observado um aumento significativo nos níveis de MDA no grupo ECI, comparado

com o controle, no hipocampo (CONTROLE: 96,26 ± 32,29; ECI: 259,5 ± 20,01, P < 0,05)

(Figura 21A) e no córtex pré-frontal (CONTROLE: 25,94 ± 4,231; ECI: 69,14 ± 10,89, P <

0,05) (Figura 21B). O tratamento com o (-)-α-bisabolol, na dose de 50mg/kg, reverteu as

concentrações de MDA apenas no hipocampo (ECI: 259,5 ± 20,01, ECI + BIS50: 19,05 ±

4,117).

Figura 21: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de malondialdeído (MDA) no

Hipocampo e no Córtex pré-frontal.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas

para avaliar a dosagem de malondialdeído (MDA). Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05; ##p<0,01 vs CONTROLE. ****p<0,0001 vs ECI. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc

Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-

bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

C ó rte x P ré -F ro n ta l

MD

A

µg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

2 0

4 0

6 0

8 0

1 0 0

# #

BH ip o c a m p o

MD

A

µg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

1 0 0

2 0 0

3 0 0 #

* * * *

A

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

50

5.2.1.3 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

Glutationa reduzida (GSH) no hipocampo e córtex pré-frontal

O grupo ECI apresentou uma redução nos níveis de GSH quando comparado ao grupo

controle, apenas no hipocampo. O tratamento com o (-)-α-bisabolol não foi capaz de reverter

os valores do grupo ECI, em nenhuma das áreas (CONTROLE: 1369 ± 226; ECI: 493,7 ± 89,57;

ECI + BIS25: 885,9 ± 163,6; ECI + BIS 50: 880,1 ± 191,3; ECI + FLU: 568,2 ± 43,56, P<0,05)

(Figura 22).

Figura 22: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de GSH no Hipocampo e no Córtex pré-

frontal.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol ou fluoxetina. No

29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas para avaliar a dosagem de GSH no

hipocampo (A) e no córtex pré-frontal (B). Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05

vs o CONTROLE. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT:

Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol

50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

H ip o c a m p o

GS

H

µg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

5 0 0

1 0 0 0

1 5 0 0

2 0 0 0

#

A C ó rte x P ré -F ro n ta l

GS

H

µg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

5 0 0

1 0 0 0

1 5 0 0

2 0 0 0

B

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

51

5.2.2 Determinação dos parâmetros inflamatórios

5.2.2.1 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração de

Interleucina 1β no hipocampo e córtex pré-frontal

O modelo de estresse crônico imprevisível foi capaz de aumentar os níveis interleucina-

1β no tanto no hipocampo, como no córtex pré-frontal dos animais (Figura 23B). O tratamento

com o (-)-α-bisabolol e com a Fluoxetina não reverteu os níveis desta citocina (Hipocampo:

CONTROLE: 2047 ± 177,2; ECI: 8381 ± 717,4; ECI + BIS25: 5181 ± 1726; ECI + BIS 50:

6582 ± 530,4; ECI + FLU: 5731 ± 407,8; córtex pré-frontal: ECI: 7383 ± 1388; CONTROLE:

2966 ± 455,1; ECI + BIS25: 5132 ± 1841; ECI + BIS50: 6739 ± 949,8; ECI + FLU: 6865 ±

709,8, P < 0,05).

Figura 23: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de IL1-β no Hipocampo e no Córtex pré-

frontal.

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol (25mg/kg ou

50mg/kg) ou fluoxetina (10mg/kg). No 29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas

para avaliar a dosagem de IL1-β. Os valores estão representados como média ± EPM. #p<0,05 vs

CONTROLE. Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT:

Controle, ECI: Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol

50mg/kg, FLU: Fluoxetina 10mg/kg.

pg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

2 0 0 0

4 0 0 0

6 0 0 0

8 0 0 0

1 0 0 0 0

H ip o c a m p oA

#

pg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

2 0 0 0

4 0 0 0

6 0 0 0

8 0 0 0

1 0 0 0 0

C ó rte x P ré -F ro n ta lB

#

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

52

5.2.2.2 Efeito da administração do (-)-α-bisabolol (25 e 50mg/kg) sobre a concentração TNFα

no hipocampo e córtex pré-frontal

O modelo do estresse crônico imprevisível realizado durante 28 dias foi capaz de causar

aumento nos níveis de TNF-α no córtex pré-frontal (CONTROLE: 1087 ± 220,6; ECI: 3743 ±

738,5; ECI + BIS25: 3387 ± 979; ECI + BIS 50: 3495 ± 464,5; ECI + FLU: 3917 ± 596,8, P <

0,05), (Figura 24B).

Figura 24: Efeitos do (-)-α-bisabolol sobre a dosagem de TNFα no Hipocampo e no Córtex

pré-frontal

Os animais (n=6-8 animais/grupo) foram tratados durante 14 dias com (-)-α-bisabolol ou fluoxetina. No

29º dia do protocolo experimental as áreas foram dissecadas para avaliar a dosagem de TNFα no

hipocampo (A) e no córtex pré-frontal (B). Os valores estão representados como média ± EPM.. #p<0,05.

Teste Kruskal-Wallis, seguido do post hoc Teste de Dunn’s. Abreviações: CONT: Controle, ECI:

Estresse Crônico Imprevisível, BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg, BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg, FLU:

Fluoxetina 10mg/kg.

pg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

1 0 0 0

2 0 0 0

3 0 0 0

4 0 0 0

H ip o c a m p oA

pg

/g d

e t

ec

ido

CO

NT

RO

LE

EC

I

EC

I + B

IS25

EC

I + B

IS50

EC

I + F

LU

0

1 0 0 0

2 0 0 0

3 0 0 0

4 0 0 0

5 0 0 0

C ó rte x P ré -F ro n ta lB

#

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

53

6 DISCUSSÃO

O presente estudo demostrou que o tratamento com o (-)-α-bisabolol apresentou

alterações comportamentais e neuroquímicas em animais submetidos ao modelo de Estresse

Crônico Imprevisível – ECI. Além disso, foi possível comprovar a eficácia desse modelo na

indução de comportamento depressivo-símile, fundamentando a relação entre o estresse e a

depressão.

Os resultados deste estudo mostraram que nem o ECI, nem o tratamento crônico com o

(-)-α-bisabolol, produzem alteração locomotora horizontal (crossing), ou vertical (rearing)

avaliada no teste do campo aberto, demonstrando que os testes posteriores não foram

comprometidos por efeito relaxante, nem psicoestimulante. Bezerra (2019), em seu estudo com

o modelo de Alzheimer, verificou que o (-)-α-bisabolol, nas doses de 50, 100 e 200mg/kg

também não apresentaram efeito relaxante, corroborando os dados com o presente estudo.

O modelo de Estresse Crônico Imprevisível possui confiabilidade e eficácia, pois

ocasiona consequências comportamentais e bioquímicas semelhantes aquelas relatadas em

pacientes com depressão (AYUOB et al., 2017). Willner, (2017) trouxe evidências de que o

ECI está relacionado com a regulação do eixo HHA, mostrando um fenótipo depressivo

(diminuição pela preferência da solução de sacarose) ao impor os animais ao modelo. Além

disso, foi visto que esse sintoma preditivo foi bloqueado por antagonistas do receptor de

glicocorticoide e por inibidores da síntese de corticosterona, demonstrando que a atividade

elevada do eixo HHA dar-se por meio do estresse (KALLARACKAL et al., 2013; WU et al.,

2007).

Para a descoberta de novas drogas com potencial antidepressivo, os testes mais

utilizados são o nado forçado (TNF) e suspensão da cauda (TSC), pois a imobilidade e a

diminuição do comportamento ativo, são indicativos de sintomas depressivos. Além disso,

todas as formas terapêuticas para humanos, como os antidepressivos, assim como a terapia do

eletrochoque são eficazes na redução do tempo de imobilidade nesses testes. (ABELAIRA;

REUS; QUEVEDO, 2013; YRONDI et al., 2018).

Os resultados do presente trabalho demonstraram que o ECI produz um comportamento

do tipo depressivo, através do teste do nado forçado e da suspensão da cauda. Esses testes

baseiam-se na observação de que ao submeter os animais a uma situação sem possibilidade de

escape, após um tempo de agitação, os mesmos tendem a ficar imóveis. (ABELAIRA; REUS;

QUEVEDO, 2013; YRONDI et al., 2018). Assim, o ECI aplicado foi eficaz em induzir estado

de comportamento depressivo nos animais.

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

54

O tratamento com o (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg foi capaz de reduzir o tempo de

imobilidade no teste do nado forçado, o que não visto no tratamento com a Fluoxetina,

demonstrando a relevância do composto estudado. No teste da suspensão pela cauda, o

tratamento com o BIS nas duas doses reduziu o tempo de imobilidade. Estudos com outros

terpenoides: Timol, Geraniol e Bilobalide apresentaram efeitos semelhantes no mesmo modelo

(DENG et al., 2015a, 2015b; JIANG et al., 2018; WU et al., 2016)

Um dos sintomas mais evidentes na depressão é a anedonia, caracterizada pela perda de

prazer ou interesse na realização de atividades diárias. Este sintoma, além de humor deprimido,

fazem parte do critério de diagnóstico do transtorno depressivo maior (TDM), segundo o

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5. Além disso, a anedonia

indica o início de um processo de desvalorização das recompensas (WINER et al., 2017).

Lotan et al. (2018) observaram que após longa exposição a uma série de estressores

imprevisíveis, os animais desenvolveram um estado de recompensa prejudicada, semelhante à

anedonia observada na depressão. No presente estudo, pode-se observar que o modelo de ECI

induz, além do comportamento depressivo, um comportamento anedônico quando comparado

ao grupo controle. O tratamento com o (-)-α-bisabolol apresentou reversão da anedonia, tão

bem quanto à droga de referência (fluoxetina), demonstrando a relevância desse composto, pois

em outros estudos foi demonstrado que nem todos os antidepressivos e ansiolíticos são capazes

de reverter esse sintoma. (CHAVES et al., 2019; LOPES et al., 2018; PATEL, [s.d.];

TREADWAY; ZALD, 2011; VASCONCELOS et al., 2015)

Estudos sugerem que o distúrbio da ansiedade é uma comorbidade da depressão, por

isso é comum a utilização de antidepressivos no seu tratamento (OLFSON et al., 2017). A

exposição crônica ao estresse físico ou psicológico, em modelos animais, está associada aos

comportamentos do tipo depressivo e ansioso, podendo ser observado através dos testes

comportamentais do Labirinto em cruz elevado e da placa perfurada (CAPIBARIBE, 2018;

CHAVES et al., 2019; OLIVEIRA, 2012; VASCONCELOS et al., 2015). O teste do Labirinto

em cruz elevado é o teste mais utilizado na investigação para o efeito ansiolítico de substâncias.

Seu princípio baseia-se na repulsa que o animais têm a locais elevados e abertos, que

representem perigo. Portanto, a tendência de permanecer mais tempo nos braços abertos,

significa menor comportamento de ansiedade. Já o teste da placa perfurada mensura o número

de imersões (head dips) nos orifícios, no qual quanto maior a exploração, menor é o nível de

ansiedade (OLIVEIRA, 2012; TREIT; MENARD; ROYAN, 1993).

Os animais do grupo ECI, submetidos aos testes de LCE e PP no presente trabalho,

apresentaram comportamento ansiogênico, corroborando com outros trabalhos, que utilizaram

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

55

o mesmo modelo (AZARFARIN et al., 2018; HUANG et al., 2017). O tratamento com o (-)-α-

bisabolol demonstrou um efeito ansiolítico em ambos os testes, demonstrando maior potencial

do que a fluoxetina. Um estudo agudo utilizando o (-)-α-bisabolol relatou efeito

comportamental semelhante, envolvendo seu efeito ao sistema Gabaérgico (TABARI;

TEHRANI, 2017).

Xu et al. (2017) mostraram que pacientes com depressão apresentam características de

danos cognitivos e da memória relacionados com anormalidades estruturais e funcionais em

regiões cerebrais como a amígdala, hipocampo e córtex pré-frontal. Dessa forma, é importante

verificar o potencial mnemônico de possíveis drogas antidepressivas.

O teste labirinto em Y tem sido classicamente utilizado para avaliar a memória espacial

de trabalho em curto prazo, baseado na tendência em que os animais tem de explorar novos

ambientes. A premissa do teste baseia-se na ideia de que, os animais lembrarão dos braços

previamente explorados, ao entrarem em um novo braço, denominado de “alternância

espontânea” (HÖLTER et al., 2015; WAHL et al., 2017).

O tratamento com o BIS mostrou aumento no número de alternâncias corretas, o que

demonstra seu potencial efeito benéfico no prejuízo à memória de curto prazo, causado pelo

modelo de estresse crônico imprevisível. Resultados semelhantes foram encontrados em um

estudo com modelo de Alzheimer esporádica, e em outro com o modelo de isquemia cerebral,

no qual o (-)-α-bisabolol reduziu os efeitos prejudiciais à memória de curto prazo (BEZERRA,

2019; FERNANDES et al., 2019).

O estresse oxidativo refere-se aos efeitos prejudiciais causados pelos radicais livres, pois

estes, em excesso, são fatores causais no desenvolvimento de distúrbios neurocomportamentais

como a depressão (BLACK et al., 2015). O cérebro é o principal órgão alvo do estresse

oxidativo, pois, ao possuir alto conteúdo ácidos graxos poli-insaturados e de ferro, torna-se

responsável pela formação excessiva de radicais livres e pelo aumento do processo de

peroxidação lipídica, manifestado pela formação de malondialdeído (MDA). Além disso, o

aumento de espécies reativas pode anular o efeito dos agentes antioxidantes endógenos, tais

como a glutationa reduzida (GSH) (PALTA et al., 2014; SIWEK et al., 2013).

No presente estudo, o tratamento com o (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg foi capaz

de reduzir os níveis de nitrato/nitrito, no córtex pré-frontal (CPF). Esta área cerebral é

importante para a memória de curto prazo, e tal efeito pode estar relacionado à proteção contra

os danos causados pelo estresse oxidativo (FAMITAFRESHI; KARIMIAN, 2018).

Os níveis de MDA no grupo ECI, no presente estudo, apresentou altas concentrações no

hipocampo e córtex pré-frontal. Outros estudos com modelos de estresse crônico para induzir

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

56

a depressão, corroboraram com o presente trabalho (LOPES et al., 2018; THAKARE et al.,

2018).

O tratamento com o BIS, na dose de 50mg/kg foi capaz de reduzir os níveis de MDA no

hipocampo. Bezerra, (2019) verificou que o (-)-α-bisabolol, nas doses de 100 e 200mg/kg foi

capaz de reduzir o MDA apenas no córtex pré-frontal. Estudo realizado anteriormente em nosso

grupo de estudo demonstrou que o (-)-α-bisabolol apresentou diminuição da peroxidação

lipídica no tecido gástrico em animais submetidos a aplicação do etanol absoluto (OLIVEIRA,

2011).

O grupo ECI apresentou redução nos níveis de GSH no hipocampo. O efeito da

exposição do hipocampo ao modelo de ECI envolve ativação microglial, uma característica

intrinsecamente relacionada à depressão (WALKER; NILSSON; JONES, 2013). O tratamento

com o (-)-α-bisabolol não apresentou diferença estatística em ambas as áreas cerebrais. Os

resultados demonstram que o (-)-α-bisabolol possui efeito antioxidante no modelo de ECI, por

reduzir os níveis de MDA e nitrito/nitrato.

Uma das hipóteses que parece estar relacionada com a depressão são os processos

inflamatórios (AVITSUR; PADGETT; SHERIDAN, 2006). Pacientes com a doença podem

apresentar altos níveis de citocinas pró-inflamatórias, como o fator de necrose tumoral (TNF-

α) e Interleucina 1β (IL-1β), e a redução de citocinas anti-inflamatórias como Interleucina 10

(IL-10). Importante ressaltar que, muitas vezes, os sintomas estão relacionados com o aumento

dos níveis de citocinas pró-inflamatórias, e que os antidepressivos com propriedades anti-

inflamatórias, podem atenuar os sintomas (DOWLATI et al., 2010; LISBOA et al., 2016).

O grupo submetido ao modelo de estresse crônico imprevisível apresentou um aumento

significativo de interleucina 1β no hipocampo e no córtex pré-frontal, e o aumento dos níveis

de TNF-α no córtex pré-frontal, e isto foi corroborado com outros trabalhos de em que se

verificou o aumento de citocinas pró-inflamatórias no modelo de ECI (MEHTA; PARASHAR;

UDAYABANU, 2017).

Foi visto que a exposição crônica à diversos estressores ambientais afetam a plasticidade

do hipocampo, visto que esta área cerebral é uma das mais relacionadas aos sintomas

depressivos (HUANG et al., 2017; LIU et al., 2018). Barreto et al., (2016) verificou o efeito do

BIS (25 e 50mg/kg), em um modelo de dor e inflamação, e verificou que não houve redução

nos níveis de IL-1β, corroborando com o presente trabalho.

O (-)-α-bisabolol mostrou possuir atividade antidepressiva, ansiolítica e na memória de

curto prazo e esses efeitos parecem estar envolvidos a um possível efeito antioxidante.

Entretanto, a hipótese da participação inflamatória no modelo de ECI ainda precisa de um maior

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

57

aprofundamento, mas a ação do (-)-α-bisabolol provavelmente não se dá sobre a redução das

citocinas pró-inflamatórias IL-1β e TNF-α, sendo necessário estudar outras citocinas, e outros

mecanismos para elucidar a atividade dessa substância.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

58

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados do presente trabalho indicam que o (-)-α-bisabolol possui atividade

antidepressiva, ansiolítica e na memória de curto prazo. O mecanismo de ação parece não está

relacionado às citocinas inflamatórias testadas, sendo necessários estudos posteriores para

elucidação do mecanismo pelo qual o composto age.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

59

8 CONCLUSÃO

O (-)-α-bisabolol foi testado em relação a atividade antidepressiva, ansiolítica e na

memória de curto prazo, em um modelo de Estresse Crônico Imprevisível. Os resultados

obtidos nos permite levantar as seguintes considerações:

O modelo de estresse crônico imprevisível, durante duas ou quatro semanas, é capaz de

induzir comportamento depressivo-símile, evidenciado pelo teste do Nado Forçado.

O (-)-α-bisabolol apresentou atividade antidepressiva, evidenciada nos testes de Nado

forçado e Suspensão pela cauda.

O (-)-α-bisabolol reverteu o sintoma de anedonia, evidenciado no teste de preferência

pela solução de sacarose;

O (-)-α-bisabolol apresentou atividade ansiolítica, evidenciada nos testes de Labirinto

em cruz elevado e Placa Perfurada;

O (-)-α-bisabolol apresentou efeitos benéficos na memória de trabalho, evidenciado no

teste de Labirinto em Y;

O (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg apresentou redução nos níveis de malondialdeído

(MDA) no hipocampo, indicativo de uma ação antioxidante;

O (-)-α-bisabolol na dose de 50mg/kg apresentou redução nos níveis de nitrito/nitrato

no córtex pré-frontal.

A atividade antidepressiva do (-)-α-bisabolol parece não está relacionada diretamente

com a hipótese inflamatória da depressão, pelo menos no que se refere as citocinas IL-

1beta e TNF alfa;

Os principais resultados estão resumidos para melhor visualização no quadro 3.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

60

Quadro 3: Resumo dos dados comportamentais, estresse oxidativo e parâmetros inflamatórios

após a administração crônica de (-)-α-bisabolol em animais submetidos ao ECI.

Fonte: autoria própria

Legenda: ↑ - Aumento significativo vs ECI (p<0,05);

↓ - Diminuição significativa vs ECI (p<0,05);

Ɵ – Sem alteração significativa vs ECI.

BIS 25: (-)-α-bisabolol 25mg/kg; BIS 50: (-)-α-bisabolol 50mg/kg; PEBA: percentual do número de

entradas nos braços abertos. PTBA: percentual do tempo de permanência nos braços abertos; HP:

hipocampo; CPF: córtex pré-frontal.

Testes Comportamentais Parâmetro BIS 25 BIS 50

Campo aberto Crossing Ɵ Ɵ

Rearings Ɵ Ɵ

Nado forçado Tempo de imobilidade (s) Ɵ ↓

Suspensão da Cauda Tempo de imobilidade (s) ↓ ↓

Preferência pela solução de

sacarose

% Consumo da solução de

sacarose ↑ ↑

Labirinto em cruz elevado % NEBA (PEBA) ↑ ↑

% TPBA (PTBA) ↑ ↑

Placa perfurada Número de imersões ↑ ↑

Labirinto em Y % Número de alternâncias

corretas ↑ ↑

Testes neuroquímicos BIS 25 BIS 50

HIP CPF HIP CPF

Nitrito/Nitrato Ɵ Ɵ Ɵ ↓

Malondialdeído (MDA) Ɵ Ɵ ↓ Ɵ

Glutationa reduzida (GSH) Ɵ Ɵ Ɵ Ɵ

Interleucina 1β (IL-1β) Ɵ Ɵ Ɵ Ɵ

Fator de necrose tumoral α

(TNF-α)

Ɵ Ɵ Ɵ Ɵ

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

61

REFERÊNCIAS

ABELAIRA, H. M.; REUS, G. Z.; QUEVEDO, J. Animal models as tools to study the

pathophysiology of depression. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 35, n. suppl 2, p. S112–

S120, 2013.

ASCHBACHER, K. et al. Maintenance of a positive outlook during acute stress protects

against pro-inflammatory reactivity and future depressive symptoms. Brain, Behavior, and

Immunity, v. 26, n. 2, p. 346–352, fev. 2012.

AVITSUR, R.; PADGETT, D. A.; SHERIDAN, J. F. Social Interactions, Stress, and

Immunity. Neurologic Clinics, v. 24, n. 3, p. 483–491, ago. 2006.

AYUOB, N. N. et al. Can Ocimum basilicum relieve chronic unpredictable mild stress-

induced depression in mice? Experimental and Molecular Pathology, v. 103, n. 2, p. 153–

161, out. 2017.

AZARFARIN, M. et al. Effects of troxerutin on anxiety- and depressive-like behaviors

induced by chronic mild stress in adult male rats. Iranian Journal of Basic Medical

Sciences, jun. 2018.

BARRETO, R. S. S. et al. Evidence for the involvement of TNF-α and IL-1β in the

antinociceptive and anti-inflammatory activity of Stachys lavandulifolia Vahl. (Lamiaceae)

essential oil and (-)-α-bisabolol, its main compound, in mice. Journal of

Ethnopharmacology, v. 191, p. 9–18, set. 2016.

BARTKIENE, E. et al. The Perspectives Associated With the Computer-Based Diagnostic

Method of Depressive Disorder. Frontiers in Psychiatry, v. 9, 19 dez. 2018.

BAUER, M. E.; TEIXEIRA, A. L. Inflammation in psychiatric disorders: what comes first?:

Inflammation in psychiatric disorders. Annals of the New York Academy of Sciences, v.

1437, n. 1, p. 57–67, fev. 2019.

BEHR, G. A.; MOREIRA, J. C. F.; FREY, B. N. Preclinical and Clinical Evidence of

Antioxidant Effects of Antidepressant Agents: Implications for the Pathophysiology of Major

Depressive Disorder. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, v. 2012, p. 1–13, 2012.

BEZERRA, Jéssica Rabelo. O α-BISABOLOL PROTEGE CAMUNDONGOS DA

PERDA NEURONAL E DÉFICITS COGNITIVOS EM MODELO ANIMAL DE

DOENÇA DE ALZHEIMER ESPORÁDICA INDUZIDO POR

ESTREPTOZOTOCINA. 2019. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós Graduação

em Farmacologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2019.

BLACK, C. N. et al. Is depression associated with increased oxidative stress? A systematic

review and meta-analysis. Psychoneuroendocrinology, v. 51, p. 164–175, jan. 2015.

CAPIBARIBE, Victor Celso Cavalcanti. Potencial antidepressivo do timol: efeitos sobre os níveis

do fator neurotrófico derivado do cérebro (BNDF) no modelo de estresse crônico induzido por

corticosternona em camundongos. 2018. 81 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós Graduação em

Farmacologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

62

CASSANO, P. et al. Inflammatory cytokines in major depressive disorder: A case–control

study. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry, v. 51, n. 1, p. 23–31, jan. 2017.

CHAVES, R. DE C. et al. Reversal effect of Riparin IV in depression and anxiety caused by

corticosterone chronic administration in mice. Pharmacology Biochemistry and Behavior,

v. 180, p. 44–51, maio 2019.

CIPRIANI, A. et al. Comparative efficacy and acceptability of 12 new-generation

antidepressants: a multiple-treatments meta-analysis. The Lancet, v. 373, n. 9665, p. 746–

758, fev. 2009.

CRAVEN, M. A.; BLAND, R. Depression in primary care: current and future challenges.

The Canadian Journal of Psychiatry, v. 58, n. 8, p. 442–448, 2013.

DE SOUZA, A. T. et al. Supercritical extraction process and phase equilibrium of Candeia

(Eremanthus erythropappus) oil using supercritical carbon dioxide. The Journal of

Supercritical Fluids, v. 47, n. 2, p. 182–187, dez. 2008.

DENG, X.-Y. et al. Thymol produces an antidepressant-like effect in a chronic unpredictable

mild stress model of depression in mice. Behavioural Brain Research, v. 291, p. 12–19, set.

2015a.

DENG, X.-Y. et al. Geraniol produces antidepressant-like effects in a chronic unpredictable

mild stress mice model. Physiology & Behavior, v. 152, p. 264–271, dez. 2015b.

DENSON, T. F.; SPANOVIC, M.; MILLER, N. Cognitive appraisals and emotions predict

cortisol and immune responses: A meta-analysis of acute laboratory social stressors and

emotion inductions. Psychological Bulletin, v. 135, n. 6, p. 823–853, 2009.

DEVERMAN, B. E.; PATTERSON, P. H. Cytokines and CNS Development. Neuron, v. 64,

n. 1, p. 61–78, out. 2009.

DING, L. et al. Protective effects of phosphodiesterase 2 inhibitor on depression- and anxiety-

like behaviors: Involvement of antioxidant and anti-apoptotic mechanisms. Behavioural

Brain Research, v. 268, p. 150–158, jul. 2014.

DOWLATI, Y. et al. A Meta-Analysis of Cytokines in Major Depression. Biological

Psychiatry, v. 67, n. 5, p. 446–457, mar. 2010.

FAMITAFRESHI, H.; KARIMIAN, M. Assessment of Improvement in Oxidative Stress

Indices with Resocialization in Memory Retrieval in Y-Maze in Male Rats. Journal of

Experimental Neuroscience, v. 12, p. 117906951882032, jan. 2018.

FARIA, R. et al. Alterations in phospholipidomic profile in the brain of mouse model of

depression induced by chronic unpredictable stress. Neuroscience, v. 273, p. 1–11, jul. 2014.

FERNANDES, M. Y. D. et al. (-)-α-bisabolol prevents neuronal damage and memory deficits

through reduction of proinflammatory markers induced by permanent focal cerebral ischemia

in mice. European Journal of Pharmacology, v. 842, p. 270–280, jan. 2019.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

63

FINSTERWALD, C.; ALBERINI, C. M. Stress and glucocorticoid receptor-dependent

mechanisms in long-term memory: From adaptive responses to psychopathologies.

Neurobiology of Learning and Memory, v. 112, p. 17–29, jul. 2014.

FREED, R. D. et al. A pilot study of cortical glutathione in youth with depression. Psychiatry

Research: Neuroimaging, v. 270, p. 54–60, dez. 2017.

FRODL, T. et al. Hippocampal Changes in Patients With a First Episode of Major

Depression. American Journal of Psychiatry, v. 159, n. 7, p. 1112–1118, jul. 2002.

GAŁECKI, P. et al. An inducible nitric oxide synthase polymorphism is associated with the

risk of recurrent depressive disorder. Neuroscience Letters, v. 486, n. 3, p. 184–187, dez.

2010.

GAŁECKI, P. et al. Association between inducible and neuronal nitric oxide synthase

polymorphisms and recurrent depressive disorder. Journal of Affective Disorders, v. 129, n.

1–3, p. 175–182, mar. 2011.

GAŁECKI, P.; TALAROWSKA, M. Inflammatory theory of depression. Psychiatria Polska,

v. 52, n. 3, p. 437–447, 30 jun. 2018.

GENOVESE, G. et al. Clonal hematopoiesis and blood-cancer risk inferred from blood DNA

sequence. New England Journal of Medicine, v. 371, n. 26, p. 2477–2487, 2014.

GUPTA, D.; RADHAKRISHNAN, M.; KURHE, Y. 5HT3 receptor antagonist (ondansetron)

reverses depressive behavior evoked by chronic unpredictable stress in mice: Modulation of

hypothalamic–pituitary–adrenocortical and brain serotonergic system. Pharmacology

Biochemistry and Behavior, v. 124, p. 129–136, set. 2014.

HE, Z.-Y. et al. Gamma-H2AX upregulation caused by Wip1 deficiency increases depression-

related cellular senescence in hippocampus. Scientific Reports, v. 6, n. 1, dez. 2016.

HÖLTER, S. M. et al. Assessing Cognition in Mice. Current Protocols in Mouse Biology,

v. 5, n. 4, p. 331–358, dez. 2015.

HUANG, H.-J. et al. Ghrelin alleviates anxiety- and depression-like behaviors induced by

chronic unpredictable mild stress in rodents. Behavioural Brain Research, v. 326, p. 33–43,

maio 2017.

JANTARATNOTAI, N. et al. The interface of depression and obesity. Obesity Research &

Clinical Practice, v. 11, n. 1, p. 1–10, jan. 2017.

JIANG, N. et al. Antidepressant effects of dammarane sapogenins in chronic unpredictable

mild stress-induced depressive mice. Phytotherapy Research, v. 32, n. 6, p. 1023–1029, jun.

2018.

JOSEPH, J. J.; GOLDEN, S. H. Cortisol dysregulation: the bidirectional link between stress,

depression, and type 2 diabetes mellitus: Role of cortisol in stress, depression, and diabetes.

Annals of the New York Academy of Sciences, v. 1391, n. 1, p. 20–34, mar. 2017.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

64

JURUENA, M. F. et al. Atypical depression and non-atypical depression: Is HPA axis

function a biomarker? A systematic review. Journal of Affective Disorders, v. 233, p. 45–

67, jun. 2018.

KALLARACKAL, A. J. et al. Chronic Stress Induces a Selective Decrease in AMPA

Receptor-Mediated Synaptic Excitation at Hippocampal Temporoammonic-CA1 Synapses.

Journal of Neuroscience, v. 33, n. 40, p. 15669–15674, 2 out. 2013.

KAMATOU, G. P. P.; VILJOEN, A. M. A Review of the Application and Pharmacological

Properties of α-Bisabolol and α-Bisabolol-Rich Oils. Journal of the American Oil

Chemists’ Society, v. 87, n. 1, p. 1–7, jan. 2010.

KATZ, R. J. Animal models and human depressive disorders. Neuroscience &

Biobehavioral Reviews, v. 5, n. 2, p. 231–246, jun. 1981.

KELLER, J. et al. HPA axis in major depression: cortisol, clinical symptomatology and

genetic variation predict cognition. Molecular Psychiatry, v. 22, n. 4, p. 527–536, abr. 2017.

LALONDE, R. The neurobiological basis of spontaneous alternation. Neuroscience &

Biobehavioral Reviews, v. 26, n. 1, p. 91–104, jan. 2002.

LI, M.; D’ARCY, C.; MENG, X. Maltreatment in childhood substantially increases the risk of

adult depression and anxiety in prospective cohort studies: systematic review, meta-analysis,

and proportional attributable fractions. Psychological Medicine, v. 46, n. 04, p. 717–730,

mar. 2016.

LIFELINES COHORT STUDY et al. Genetic variants associated with subjective well-being,

depressive symptoms and neuroticism identified through genome-wide analyses. Nature

Genetics, v. 48, n. 6, p. 624–633, jun. 2016.

LIM, G. Y. et al. Prevalence of Depression in the Community from 30 Countries between

1994 and 2014. Scientific Reports, v. 8, n. 1, dez. 2018.

LISBOA, S. F. et al. Microglial Cells as a Link between Cannabinoids and the Immune

Hypothesis of Psychiatric Disorders. Frontiers in Neurology, v. 7, 28 jan. 2016.

LIU, W. et al. Swimming exercise reverses CUMS-induced changes in depression-like

behaviors and hippocampal plasticity-related proteins. Journal of Affective Disorders, v.

227, p. 126–135, fev. 2018.

LIU, Y. et al. Rumination mediates the relationship between overgeneral autobiographical

memory and depression in patients with major depressive disorder. BMC Psychiatry, v. 17,

n. 1, dez. 2017.

LOPES, I. S. et al. Riparin II ameliorates corticosterone-induced depressive-like behavior in

mice: Role of antioxidant and neurotrophic mechanisms. Neurochemistry International, v.

120, p. 33–42, nov. 2018.

MCCARTY, R. Learning about stress: neural, endocrine and behavioral adaptations. Stress,

v. 19, n. 5, p. 449–475, 2 set. 2016.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

65

MCKAY, M. S.; ZAKZANIS, K. K. The impact of treatment on HPA axis activity in unipolar

major depression. Journal of Psychiatric Research, v. 44, n. 3, p. 183–192, fev. 2010.

MEHTA, V.; PARASHAR, A.; UDAYABANU, M. Quercetin prevents chronic unpredictable

stress induced behavioral dysfunction in mice by alleviating hippocampal oxidative and

inflammatory stress. Physiology & Behavior, v. 171, p. 69–78, mar. 2017.

MILLER, A. H.; RAISON, C. L. The role of inflammation in depression: from evolutionary

imperative to modern treatment target. Nature Reviews Immunology, v. 16, n. 1, p. 22–34,

jan. 2016.

MOLENDIJK, M. L. et al. Serum BDNF concentrations as peripheral manifestations of

depression: evidence from a systematic review and meta-analyses on 179 associations

(N=9484). Molecular Psychiatry, v. 19, n. 7, p. 791–800, jul. 2014.

MORENO, R. A.; MORENO, D. H.; SOARES, M. B. DE M. Psicofarmacologia de

antidepressivos. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 21, n. suppl 1, p. 24–40, maio 1999.

NEMEROFF, C. B.; OWENS, M. J. Treatment of mood disorders. Nature Neuroscience, v.

5, n. Supp, p. 1068–1070, nov. 2002.

NORMANDEAU, C. P. et al. A Key Role for Neurotensin in Chronic-Stress-Induced

Anxiety-Like Behavior in Rats. Neuropsychopharmacology, v. 43, n. 2, p. 285–293, jan.

2018.

OLFSON, M. et al. Reexamining associations between mania, depression, anxiety and

substance use disorders: results from a prospective national cohort. Molecular Psychiatry, v.

22, n. 2, p. 235–241, fev. 2017.

OLIVEIRA, Iris Cristina Maia. Efeitos centrais da riparina I de Aniba riparia (NEES)

mez (Laureaceae) em modelos comportamentais de ansiedade, depressão, sono e

convulsão em camundongos. 2012. 118 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós Graduação

em Farmacologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2012

OLIVENZA, R. et al. Chronic Stress Induces the Expression of Inducible Nitric Oxide

Synthase in Rat Brain Cortex. Journal of Neurochemistry, v. 74, n. 2, p. 785–791, 25 dez.

2001.

OPAS/OMS BRASIL. folha informativa - Depressão. Disponível em:

<https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5635:folha-

informativa-depressao&Itemid=1095>. Acesso em: 31 mar. 2019.

OTTE, C. et al. Major depressive disorder. Nature Reviews Disease Primers, v. 2, p. 16065,

15 set. 2016.

PALTA, P. et al. Depression and Oxidative Stress: Results From a Meta-Analysis of

Observational Studies. Psychosomatic Medicine, v. 76, n. 1, p. 12–19, jan. 2014.

PATEL, P. The Efficacy of Antidepressants in Alleviating Anhedonia in Depressed Patients.

p. 28, 2016.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

66

PEREZ-CABALLERO, L. et al. Monoaminergic system and depression. Cell and Tissue

Research, 10 jan. 2019.

PIOCHON, M. et al. Synthesis and cytotoxicity evaluation of natural α-bisabolol β-d-

fucopyranoside and analogues. Phytochemistry, v. 70, n. 2, p. 228–236, jan. 2009.

QUAN, N.; BANKS, W. A. Brain-immune communication pathways. Brain, Behavior, and

Immunity, v. 21, n. 6, p. 727–735, ago. 2007.

RAISON, C. L. et al. A Randomized Controlled Trial of the Tumor Necrosis Factor

Antagonist Infliximab for Treatment-Resistant Depression: The Role of Baseline

Inflammatory Biomarkers. JAMA Psychiatry, v. 70, n. 1, p. 31, 1 jan. 2013.

RINWA, P.; KUMAR, A. Piperine potentiates the protective effects of curcumin against

chronic unpredictable stress-induced cognitive impairment and oxidative damage in mice.

Brain Research, v. 1488, p. 38–50, dez. 2012.

ROCHA, N. F. M. et al. (−)-α-Bisabolol-induced gastroprotection is associated with reduction

in lipid peroxidation, superoxide dismutase activity and neutrophil migration. European

Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 44, n. 4, p. 455–461, nov. 2011.

ROSENBLAT, J. D. et al. Inflamed moods: A review of the interactions between

inflammation and mood disorders. Progress in Neuro-Psychopharmacology and Biological

Psychiatry, v. 53, p. 23–34, ago. 2014.

SEKI, T. et al. Antitumor effects of α-bisabolol against pancreatic cancer. Cancer Science, v.

102, n. 12, p. 2199–2205, dez. 2011.

SELIGMAN, F.; NEMEROFF, C. B. The interface of depression and cardiovascular disease:

therapeutic implications: Depression and cardiovascular disease. Annals of the New York

Academy of Sciences, v. 1345, n. 1, p. 25–35, maio 2015.

SIVOŇOVÁ, M. et al. Oxidative Stress in University Students during Examinations. Stress,

v. 7, n. 3, p. 183–188, set. 2004.

SIWEK, M. et al. Oxidative stress markers in affective disorders. Pharmacological Reports,

v. 65, n. 6, p. 1558–1571, nov. 2013.

SLAVICH, G. M.; IRWIN, M. R. From stress to inflammation and major depressive disorder:

A social signal transduction theory of depression. Psychological Bulletin, v. 140, n. 3, p.

774–815, 2014.

STEENKAMP, L. R. et al. Severity of anxiety– but not depression– is associated with

oxidative stress in Major Depressive Disorder. Journal of Affective Disorders, v. 219, p.

193–200, set. 2017.

STULZER, H. K.; SILVA, Q. A.; STULZER JUNIOR, W. ANTIDEPRESSIVOS DE

LIBERAÇÃO MODIFICADA: ESTUDOS COMPARATIVOS DOS MEDICAMENTOS

COMERCIALIZADOS NO BRASIL. Visão Acadêmica, v. 7, n. 2, 31 dez. 2006.

TABARI, M. A.; TEHRANI, M. A. B. Evidence for the involvement of the GABAergic, but

not serotonergic transmission in the anxiolytic-like effect of bisabolol in the mouse elevated

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

67

plus maze. Naunyn-Schmiedeberg’s Archives of Pharmacology, v. 390, n. 10, p. 1041–

1046, out. 2017.

TALAROWSKA, M. et al. Malondialdehyde plasma concentration correlates with declarative

and working memory in patients with recurrent depressive disorder. Molecular Biology

Reports, v. 39, n. 5, p. 5359–5366, maio 2012.

TEYSSIER, J.-R. et al. Expression of oxidative stress-response genes is not activated in the

prefrontal cortex of patients with depressive disorder. Psychiatry Research, v. 186, n. 2–3, p.

244–247, abr. 2011.

THAKARE, V. N. et al. Therapeutic potential of silymarin in chronic unpredictable mild

stress induced depressive-like behavior in mice. Journal of Psychopharmacology, v. 32, n.

2, p. 223–235, fev. 2018.

TILLER, J. W. G. Depression and anxiety. The Medical Journal of Australia, v. 1, n. 4, p.

28–31, 1 out. 2012.

TREADWAY, M. T.; ZALD, D. H. Reconsidering anhedonia in depression: Lessons from

translational neuroscience. Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 35, n. 3, p. 537–555,

jan. 2011.

TREIT, D.; MENARD, J.; ROYAN, C. Anxiogenic stimuli in the elevated plus-maze.

Pharmacology Biochemistry and Behavior, v. 44, n. 2, p. 463–469, fev. 1993.

ULRICH-LAI, Y. M. et al. Stress exposure, food intake and emotional state. Stress, v. 18, n.

4, p. 381–399, 2015.

VAN BOXELAERE, M. et al. Unpredictable chronic mild stress differentially impairs social

and contextual discrimination learning in two inbred mouse strains. PLOS ONE, v. 12, n. 11,

p. e0188537, 22 nov. 2017.

VASCONCELOS, A. S. et al. Subchronic administration of riparin III induces antidepressive-

like effects and increases BDNF levels in the mouse hippocampus. Fundamental & Clinical

Pharmacology, v. 29, n. 4, p. 394–403, ago. 2015.

WAHL, D. et al. Cognitive and behavioral evaluation of nutritional interventions in rodent

models of brain aging and dementia. Clinical Interventions in Aging, v. Volume 12, p.

1419–1428, set. 2017.

WALECZEK, K. J. et al. Phase solubility studies of pure (2 )-a-bisabolol and camomile

essential oil with b-cyclodextrin. European Journal of Pharmaceutics and

Biopharmaceutics, p. 5, 2003.

WALKER, F.; NILSSON, M.; JONES, K. Acute and Chronic Stress-Induced Disturbances of

Microglial Plasticity, Phenotype and Function. Current Drug Targets, v. 14, n. 11, p. 1262–

1276, 1 set. 2013.

WILLNER, P. Validity, reliability and utility of the chronic mild stress model of depression: a

10-year review and evaluation. Psychopharmacology, v. 134, n. 4, p. 319–329, 10 dez. 1997.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

68

WILLNER, P. Reliability of the chronic mild stress model of depression: A user survey.

Neurobiology of Stress, v. 6, p. 68–77, fev. 2017.

WINER, E. S. et al. Mapping the relationship between anxiety, anhedonia, and depression.

Journal of Affective Disorders, v. 221, p. 289–296, out. 2017.

WONG, M.-L.; LICINIO, J. Research and treatment approaches to depression. Nature

Reviews Neuroscience, v. 2, n. 5, p. 343, 2001.

WU, L.-M. et al. Mifepristone Repairs Region-Dependent Alteration of Synapsin I in

Hippocampus in Rat Model of Depression. Neuropsychopharmacology, v. 32, n. 12, p.

2500–2510, dez. 2007.

WU, R. et al. Bilobalide alleviates depression-like behavior and cognitive deficit induced by

chronic unpredictable mild stress in mice: Behavioural Pharmacology, v. 27, n. 7, p. 596–

605, out. 2016.

XU, L.-Y. et al. Relationship between cerebellar structure and emotional memory in

depression. Brain and Behavior, v. 7, n. 7, p. e00738, jul. 2017.

YANG, C. R. et al. Foraging Activity is Reduced in a Mouse Model of Depression.

Neurotoxicity Research, v. 25, n. 3, p. 235–247, abr. 2014.

YOUNG, J. J. et al. Is there Progress? An Overview of Selecting Biomarker Candidates for

Major Depressive Disorder. Frontiers in Psychiatry, v. 7, 25 abr. 2016.

YRONDI, A. et al. Electroconvulsive therapy, depression, the immune system and

inflammation: A systematic review. Brain Stimulation, v. 11, n. 1, p. 29–51, jan. 2018.

ZHAO, J. et al. The depressive-like behaviors of chronic unpredictable mild stress-treated

mice ameliorated by Tibetan medicine Zuotai: involvement in the

hypothalamic&ndash;pituitary&ndash;adrenal (HPA) axis pathway. Neuropsychiatric

Disease and Treatment, v. Volume 14, p. 129–141, jan. 2018.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE ...§a… · Ao meu namorado Natanael, por me acompanhar em toda essa trajetória e compreender as minhas ausências,

69

ANEXO A