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O Cortiço, de Aluízio Azevedo O Cortiço, de Aluízio Azevedo

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O contexto histórico

O Brasil dependentede escravos paraproduzir café.

A Inglaterra proíbe O tráfico de escravo.Χ

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Atirou-se muito às especulações; durante a guerra do Paraguai ainda ganhara forte,chegando a ser bem rico; mas a roda desandou e, de malogro em malogro, foi-lhe escapando tudo por entre as suas garras de ave de rapina...

[Botelho] Andava sempre de preto, com umguarda-chuva debaixo do braço e um cha-péu de Braga Enterrado nas orelhas. Foraem seu tempo empregado do comércio, de-pois corretor de escravos; contava mesmoque estivera mais de uma vez na África ne-gociando negros por sua conta.

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Crescimento da lavoura cafeeira.

Decadência da lavoura canavieira E algodoeira.

Tráfico internoReflexo:

- Vinda de trabalhadores estrangeiros.

- Proposta de libertação dos escravos.

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Assim, eram às vezes muito quentes as Sobremesas do Miranda, quando, entre outros assuntos palpitantes, vinha à discussão o movimento abolicionista que principiava a formar-se em torno da Lei Rio Branco. Então o Botelho ficava possesso e vomitava frases terríveis, para a direita epara a esquerda, como quem dispara tirossem fazer alvo, e vociferava imprecações, aproveitando aquela válvula para desafogar ovelho ódio acumulado dentro dele.

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Você agora não tem mais senhor! declarou em seguida à leitura, que ela ouviu entre lágrimas agradecidas. Agora está livre. Doravante o que fizer é só seu e mais de seus filhos, se os tiver. Acabou-se o cativeiro de pagar os vinte mil-réis à peste do cego!

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As cidades cresciam

Fábricas : chapéu, tecido,cerveja.Bancos.Companhias de navegação.Estradas de ferro.Transporte urbano.Iluminação a gás

Reflexo:- Crescimento urbano.

- Proliferação de favelas

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[...] as casinhas do cortiço, à proporção quese atamancavam, enchiam-se logo, sem mesmo dar tempo a que as tintas secassem.Havia grande avidez em alugá-las; aquele erao melhor ponto do bairro para a gente dotrabalho. [...]

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[...] a rua lá fora povoava-se de um modoadmirável. Construía-se mal, porém muito;surgiam chalés e casinhas da noite para o dia;subiam os aluguéis; as propriedades dobravamde valor. Montara-se uma fábrica de massas Italianas e outra de velas, [...]

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Novo quadro social

Cortiço

Burguesia

João Romão

Sobrado

Proletariado

Miranda

Χ

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[...] Ainda antes de terminar o segundo ano de matrimônio, o Miranda pilhou-a [Estela] em flagrante delito de adultério; ficou furioso e o seu primeiro impulso foi de mandá-la para o diabo junto com o cúmplice; mas a sua casa comercial garantia-se com o dote que ela trouxera, uns oitenta contos em prédios e ações da dívida pública, de que se utilizava o desgraçado tanto quanto lhe permitia o regime dotal. Além de que, um rompimento brusco seria obra para escândalo, e, segundo a sua opinião, qualquer escândalo doméstico ficava muito mal a um negociante de certa ordem.

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Desde que a febre de possuir se apoderou dele [João Romão] totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. [...] Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda.

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Um romance naturalista

Focalização do homem natural.Ênfase na coletividade.Gosto pelas patologias sociais.Determinismos: Mesológico ( meio) Genético. Histórico

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Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda parte; começavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; [...]

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Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. [...]

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O português abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído só por ela, só ela, e mais ninguém.

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