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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL THACIANNA BARRETO DA COSTA INFECÇÃO, IN VITRO, POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS METICILINA-SENSÍVEL E METICILINA-RESISTENTE: PRODUÇÃO DE IL-12, IFN-γ E IL-10 POR MACRÓFAGOS/LINFÓCITOS DE RATOS SUBMETIDOS À DESNUTRIÇÃO NEONATAL RECIFE 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

THACIANNA BARRETO DA COSTA

INFECÇÃO, IN VITRO, POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS METICILINA-SENSÍVEL E METICILINA-RESISTENTE: PRODUÇÃO DE IL-12, IFN-γ E IL-10 POR

MACRÓFAGOS/LINFÓCITOS DE RATOS SUBMETIDOS À DESNUTRIÇÃO NEONATAL

RECIFE 2011

THACIANNA BARRETO DA COSTA

INFECÇÃO, IN VITRO, POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS METICILINA-SENSÍVEL E METICILINA-RESISTENTE: PRODUÇÃO DE IL-12, IFN-γ E IL-10 POR

MACRÓFAGOS/LINFÓCITOS DE RATOS SUBMETIDOS À DESNUTRIÇÃO NEONATAL

Dissertação apresentada a Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Medicina Tropical.

Orientadora: Profa. Dra. Célia Maria Machado Barbosa de Castro

RECIFE 2011

Costa, Thacianna Barreto da Infecção, in vitro, por Staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente: produção de IL-12, IFN-γ e IL-10 por macrófagos/linfócitos de ratos submetidos à desnutrição neonatal / Thacianna Barreto da Costa . – Recife: O Autor, 2011.

xiv + 123 folhas: il., fig., gráf., quadros. ; 30 cm .

Orientador: Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCS. Medicina Tropical, 2011.

Inclui bibliografia, apêndice e anexos.

1. Staphylococcus aureus. 2. Macrófago alveolar. 3. Linfócitos . 4. Citocinas. 5. Desnutrição. I. Castro, Célia Maria Machado Barbosa de. II.Título.

UFPE 616.97 CDD (20.ed.) CCS2011-058

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

REITOR

Prof. Amaro Henrique Pessoa Lins

PRÓ-REITOR PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

Prof. Anísio Brasileiro de Freitas Dourado

DIRETOR DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

Prof. José Tadeu Pinheiro

COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL

Profa Maria Rosângela Cunha Duarte Coelho

VICE-COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA

TROPICAL

Profa Heloísa Ramos Lacerda de Melo

CORPO DOCENTE

Profa Ana Lúcia Coutinho Domingues

Profa Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Prof. Edmundo Pessoa de Almeida Lopes Neto

Profa Elizabeth Malagueño de Santana

Profa Fábio André Brayner dos Santos

Profa Heloisa Ramos Lacerda de Melo

Profa Maria Amélia Vieira Maciel

Profa Maria do Amparo Andrade

Profa Maria de Fátima Pessoa Militão de Albuquerque

Profa Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho

Profa Marli Tenório Cordeiro

Prof Ricardo Arraes de Alencar Ximenes

Profa Valdênia Maria Oliveira de Souza

Profa Vera Magalhães da Silveira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) PRÓ-REITORIA PARA ASSUNTOS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO (PROPESQ) CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (CCS) PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL (PPGMEDTROP)

RELATÓRIO DA BANCA EXAMINADORA DA DISSERTAÇÃO DA MESTRANDA

T H A C I A N N A B A R R E T O D A C O S T A

No dia 25 de fevereiro de 2011, às 08h30, na Sala 8 da Sede do Programa de Pós-

Graduação em Nutrição (POSNUTRI) do Centro de Ciências da Saúde da

Universidade Federal de Pernambuco (CCS/UFPE), os Membros Doutores: a Profa.

Dra. Maria Rosângela Cunha Duarte Coêlho (Presidente da Banca - UFPE), a

Profª. Dra. Ana Catarina de Souza Lopes (UFPE), e a Profa. Dra. Débora

Catarine Nepomuceno de Pontes Pessoa (UFPE), componentes da Banca

Examinadora, em sessão pública, arguiram a mestranda THACIANNA BARRETO DA

COSTA sobre a sua Dissertação intitulada “INFECÇÃO, in vitro, por

Staphylococcus aureus METICIILINA-SENSÍVEL E METICILINA-

RESISTENTE: PRODUÇÃO DE IL-12, IFN-y, E IL-10 POR

MACRÓFAGOS/LINFÓCITOS EM RATOS SUBMETIDOS À

DESNUTRIÇÃO NEONATAL”, a qual foi orientada pela Profª. Dra. Célia

Maria Machado Barbosa de Castro (UFPE). Ao final da arguição de cada membro

da Banca Examinadora e resposta da mestranda, as seguintes menções foram

publicamente fornecidas.

Aos meus pais, Edson Rodrigues e Maria do Carmo

Ao meu Irmão Victor Hugo

À minha orientadora Professora Célia Maria Machado Barbosa de Castro

AGRADECIMENTOS

À Deus, pela força constante para enfrentar as dificuldades e o amor necessário para seguir o meu caminho, permitindo a realização de mais um sonho. Aos meus pais, Edson e Maria do Carmo, pelo amor incondicional, incentivo em todos os momentos, por não me deixarem desistir nunca, pelos valores passados com tanto carinho, pela dedicação e exemplo de vida. Vocês são a razão pela qual tenho lutado pelos meus sonhos. Ao meu querido irmão Victor Hugo, pelo amor incondicional, cumplicidade, paciência, por se dedicar inteiramente à realização dos meus sonhos. Cada pedacinho desse trabalho tem uma contribuição sua. Você é o meu orgulho e a minha maior fonte de alegria. À minha orientadora professora Célia Maria Machado Barbosa de Castro, pela amizade, carinho, paciência, pelo incentivo e por todos os ensinamentos. A senhora foi a minha primeira orientadora, a pessoa que me apresentou o mundo fascinante da pesquisa e que acreditou na minha capacidade mesmo nos momentos em que eu mesma não acreditava. Prof, obrigada por tudo. À minha amiga Natália Morais, por ser minha co-orientadora, minha estagiária, pelo apoio incansável durante várias horas, dias, meses e anos de experimentos e acima de tudo muito obrigada pela amizade e pelo carinho, sem você esse trabalho não seria o mesmo e as dificuldades passadas nesses dois anos de mestrado seriam mais árduas. À minha amiga Alice Bezerra pela amizade, carinho, paciência, pelas alegrias e tristezas compartilhadas e pelas várias horas de sua vida dedicadas as minhas realizações. Obrigada por tudo migas. As minhas amigas Amanda Marcelino e Marthyna Pessoa, amigas de hoje e sempre, obrigada por tudo, cada conquista dessa minha vida na universidade tem uma parcela de apoio e de carinho de cada uma de vocês. Que a nossa amizade se fortaleça cada vez mais. À Thays Miranda pela amizade, carinho, pelo apoio e por toda sua dedicação durante a realização deste trabalho. À Maiara Severo que me iniciou nesse trabalho e que mesmo distante continua sendo fonte de grandes ensinamentos e amizade. À Juliana Félix, pela amizade, carinho, incentivo, por todos os ensinamentos, pelas valiosas contribuições no presente trabalho e por toda sua dedicação ao nosso querido laboratório. À Flávia Regina, pela amizade, carinho, pelas longas conversas e por ser um exemplo de profissionalismo. A todos os professores, funcionários e colegas do Programa de Pós-graduação em Medicina Tropical pela atenção, ensinamentos e apoio durante o desenvolvimento desse trabalho. As Professoras da disciplina de Microbiologia e Imunologia, Amelia Maciel, Ana Catarina Sousa Lopes, Cleide Miranda e Ivanize da Silva Aca, pelos ensinamentos e por toda atenção durante o período em que fui monitora e estagiária de docência do departamento. À minha orientadora de monitoria e estágio de docência Profª Kêsia Xisto, por contribuir para a minha formação profissional, sempre com muito carinho e generosidade.

A todos que fazem parte do Laboratório de Microbiologia do LIKA, André, Bruno, Danielly, Fátima, Guilherme Firmino, Guilherme Magalhães, Kedma, Ketlin, Renata, Rodrigo, Simone, Suzan e Thales, pelo carinho e por todo apoio durante a realização deste trabalho. Aos funcionários do Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, Edson, Felipe, Paulo e Rafael por todo apoio durante a realização deste trabalho. Aos funcionários do Departamento de Nutrição da UFPE, Sr. França e Sr. Paulino por todo apoio durante a realização deste trabalho. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de estudos de mestrado. Ao Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami (LIKA), pelo espaço físico e toda a sua estrutura cedida. Ao Departamento de Nutrição da UFPE pela gentileza do espaço na realização dessa pesquisa. Muito Obrigada!

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa,

nunca tem medo e nunca se arrepende”. Leonardo da Vinci

RESUMO

Staphylococcus aureus resistentes a meticilina constituem um grave problema para a saúde

mundial. Alguns fatores relacionados às condições do hospedeiro predispõem às infecções por

esses micro-organismos, dentre eles destaca-se a desnutrição. Assim, torna-se importante avaliar

repercussões da desnutrição neonatal na resposta imune frente à patógenos com perfis distintos

de resistência, como o S. aureus. Para isso foram utilizados ratos machos Wistar amamentados

por mães cuja dieta continha 17% de proteína (grupo nutrido) e 8% de proteína (grupo

desnutrido). Após desmame, ambos os grupos foram alimentados com dieta normoprotéica até a

idade adulta. Os Macrófagos alveolares foram obtidos após traqueostomia, através da coleta do

lavado broncoalveolar. Para a obtenção dos linfócitos foi realizado o procedimento cirúrgico de

punção cardíaca. Após o isolamento dos diferentes tipos celulares em placas tipo Falcon,

procedeu-se com a realização dos estímulos. Sendo especificados quatro sistemas de análise:

controle negativo, composto apenas por macrófagos/linfócitos em cultura; controle positivo,

semelhante ao anterior, adicionado de lipopolissacarídeo (sorotipo de Escherichia coli; 055:B5,

Sigma); e dois sistemas teste, composto por macrófagos/linfócitos estimulados com as cepas de

Staphylococcus aureus sensível e resistente a meticilina. A dosagem das citocinas foi realizada

pelo método de ELISA, a partir de amostras coletadas do sobrenadante das culturas após de 24

horas de incubação. Os resultados demonstram que modelo de desnutrição neonatal produziu

sequela no peso corporal e reduziu a produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-12 e IFN-γ),

indicando que esse modelo de desnutrição pode comprometer a resolução de um processo

infeccioso. A cepa de Staphylococcus aureus resistente a meticilina, estimulou uma maior

produção de IFN-γ e IL-10 de macrófagos alveolares sugerindo estimulação imunológica mais

intensa por parte dessa cepa.

Palavras-chave: Staphylococcus aureus; Meticilina; Macrófago alveolar; Linfócitos; Citocinas;

Desnutrição.

ABSTRACT

Methicillin-resistant Staphylococcus aureus are a serious health problem worldwide. Some

factors related conditions the host predispose to infections by these micro-organisms, among

which stands out malnutrition. Thus, it becomes important to assess effects of malnutrition in the

neonatal immune response against the pathogens with distinct profiles of resistance, such as S.

aureus. For this purpose male Wistar rats were suckled by mothers whose diet contained 17%

protein (fed group) and 8% protein (experimental group). After weaning, both groups were fed a

normal diet until adulthood. The alveolar macrophages were obtained after tracheostomy,

through the collection of bronchoalveolar lavage. To obtain the lymphocytes was performed the

surgical procedure for cardiac puncture. After isolation of different cell types in type plaque

Falcon, we proceeded with the completion of the stimuli. As specified four systems analysis:

negative control, consisting only of macrophages / lymphocytes in culture, positive control,

similar to the previous addition of lipopolysaccharide (serotype Escherichia coli 055: B5, Sigma)

and two test systems, composed of macrophages / lymphocytes stimulated with Staphylococcus

aureus sensitive and resistant to methicillin. The measurement of cytokines was performed by

ELISA, using samples collected from the culture supernatants after 24 hours of incubation. The

results show that model neonatal malnutrition produced sequel on body weight and reduced

production of proinflammatory cytokines (IL-12 and IFN-γ), indicating that this model of

malnutrition can affect the resolution of an infectious process. The strain of methicillin-resistant

Staphylococcus aureus, has stimulated a higher production of IFN-γ and IL-10 by alveolar

macrophages suggesting more intense immune stimulation by this strain.

KEY-WORDS: Staphylococcus aureus; Methicillin; Alveolar macrophage; Lymphocytes;

Cytokines; Malnutrition.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CD Cluster de diferenciação

DN Desnutrido

ELISA Enzyme Linked Immunosorbent Assay (Ensaio imunoenzimático)

IL Interleucina

IFN Interferon

JAK Janus de Proteína quinase

LBA Lavado broncoalveolar

LIKA Laboratório de Imunopatologia Keizo-Asami

LPS Lipopolissacarídeo

LT Linfócito

MA Macrófagos alveolares

MRSA Staphylococcus aureus meticilina resistente

MSSA Staphylococcus aureus meticilina sensível

N Nutrido

NK

Natural Killer

NLRs

Nod Like Receptors

ON

Óxido nítrico

PAMPs

Padrões moleculares associados à patógenos

X

PBS Phosphate-buffered saline (Tampão fosfato/salina)

PRRs

Receptores reconhecedores de padrão

RLH RIG-I Like Receptors

S. aureus Staphylococcus aureus

SCC-mec Staphylococcus cassete chromosome mec (Cassette estafilocócico cromossomal mec)

SI Sistema imunológico

TGF-β Fator transformador de crescimento

Th Linfócitos T helper

TLR Receptores Toll like

TNF Fator de necrose tumoral

UFC Unidade formadora de colônia

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

UTI Unidade de Terapia Intensiva

XI

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1: Organograma geral da distribuição dos grupos............................ 30

Figura 1: Colônias de Staphylococcus aureus............................................... 33

Figura 2: Inóculo bacteriano padronizado a 0,15 nm.................................... 33

Figura 3: Coleta do Lavado Broncoalveolar.................................................. 34

Figura 4: Preparação da cultura e contagem dos macrófagos alveolares...... 36

Figura 5: Punção cardíaca............................................................................ 36

Figura 6: Separação das células mononucleares........................................... 38

ARTIGO I

Figura 1: Produção de IL-12 por macrófagos alveolares de ratos adultos para os

sistemas: C-, C+, MSSA e MRSA......................................................

61

Figura 2: Produção de IL-12 por linfócitos de ratos adultos para os sistemas: C-,

C+, MSSA e MRSA...................................................................

61

Figura 3: Produção de IFN-γ por macrófagos alveolares de ratos adultos para os

sistemas: C-, C+, MSSA e MRSA......................................................

62

Figura 4: Produção de IFN-γ por linfócitos de ratos adultos para os sistemas: C-,

C+, MSSA e MRSA...................................................................

62

Figura 5: Produção de IL-10 por macrófagos de ratos adultos para os sistemas: C-,

C+, MSSA e MRSA...................................................................

63

Figura 6: Produção de IL-10 por linfócitos de ratos adultos para os sistemas: C-,

C+, MSSA e MRSA..................................................................

63

ARTIGO II

Figura 1- Evolução da curva ponderal durante a desnutrição neonatal (21 dias) e

reposição nutricional (23-90 dias) dos grupos Caseína a 17% e a

8%.....................................................................................................................

88

XII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição da dieta Caseína a 8% e a 17%, utilizada na

alimentação dos animais..................................................................

30

Tabela 2 - Composição da dieta padrão LABINA® (Purina do Brasil) utilizada

na alimentação dos animais.................................................

31

Tabela 3 – Características das cepas Staphylococcus aureus

utilizadas......................................................................................................

32

ARTIGO II

Tabela 1- Produção de IFN-γ em sobrenadante de cultura de macrófagos

(n=24) e linfócitos (n=12)............................................................................

89

Tabela 2- Produção de IL-12 em sobrenadante de cultura de macrófagos

(n=24) e linfócitos (n=12)............................................................................

90

Tabela 3- Produção de IL-10 em sobrenadante de cultura de macrófagos

(n=24) e linfócitos (n=12)............................................................................

91

XIII

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................................ 5 

2.1. Sistema Imune ................................................................................................................... 6 

2.1.2. Macrófagos ................................................................................................................. 6 2.1.3. Linfócitos ................................................................................................................... 8 2.1.4. Citocinas: IL-12, IFN-γ e IL-10 ................................................................................10 

2.2. Staphylococcus aureus......................................................................................................14 

2.2.1. Staphylococcus aureus e sistema imune ...................................................................15 2.2.2. Staphylococcus aureus meticilina resistente .............................................................16 

2.3. Desnutrição .......................................................................................................................19 

2.3.1 Desnutrição e sistema imune ......................................................................................20 2.3.2. Desnutrição neonatal .................................................................................................21 

3. HIPÓTESES ............................................................................................................................24 

4. OBJETIVOS ............................................................................................................................26 

5. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................28 

5.1. Desenho do estudo ................................................................................................................29 

5.2. Animais e dietas ....................................................................................................................29 

5.3. Cepas de Staphylococcus aureus ..........................................................................................32 

5.4. Lavado broncoalveolar ..........................................................................................................34 

5.5. Cultura de macrófagos alveolares .........................................................................................35 

5.6. Punção Cardíaca ....................................................................................................................36 

5.7. Cultura de Linfócitos ............................................................................................................36 

5.8. Produção de IL-12, IFN-γ e IL-10 por macrófagos e linfócitos em cultura ..........................38 

5.9. Análise estatística ..................................................................................................................38 

5. 10. Considerações éticas ..........................................................................................................38 

6. ARTIGO I ................................................................................................................................39 

7. ARTIGO II ...............................................................................................................................64 

8. CONCLUSÕES .......................................................................................................................92 

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................94 

APÊNDICE ................................................................................................................................105 

Planilha de evolução ponderal ...............................................................................................106 

ANEXOS ...................................................................................................................................107 

ANEXO 1 – Aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Experimental Animal ................108

ANEXO 2 – Normas para publicação na revista (Artigo I) .......................................................109 

ANEXO 3 – Normas para publicação na revista (Artigo II) ......................................................114 

ANEXO 4 – Apresentação do Trabalho em Congresso nacional ..............................................120 

ANEXO 5 – Submissão do Trabalho em Congresso internacional ...........................................122

1

 

1. INTRODUÇÃO

2

O Staphylococcus aureus é um micro-organismo versátil com características virulentas e

diversos mecanismos de resistência a sua disposição (KANAFANI & FOWLER, 2006). O uso

indiscriminado da meticilina e outras penicilinas semi-sintéticas, na década de 60, permitiram a

emergência do Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA), que tem se tornado um dos

mais importantes patógenos nosocomiais em todo o mundo, capaz de causar uma ampla

variedade de infecções hospitalares (STEVENS, 2003).

A bacteremia por MRSA tem sido relacionada a taxas de mortalidade significativamente

maiores do que aquela provocada pelo Staphylococcus aureus meticilina sensível (MSSA)

(COSGROVE et al., 2003). Estudos indicam que o MRSA está associado a índices maiores de

falha de tratamento e morte por mediastinite quando comparado ao MSSA (MEKONTSO-

DESSAP et al., 2001). Nesse sentido estudos sugerem que além de impor dificuldades

terapêuticas limitando as opções das drogas de escolha, fatores intrínsecos do MRSA podem

influenciar na sua virulência (SALGADO et al., 2004). Porém, ainda não está claro se o MRSA

constitui per se fator de risco independente para morbidade e mortalidade (COMBES et al.,

2004).

Estudos prévios têm relatado que uma vez ativado, os macrófagos são células efetoras da

imunidade inata em infecções por MRSA (TANAKA et al., 2004; KATAKURA et al., 2005).

Classicamente, o macrófago ativado apresenta um alto consumo de oxigênio, citotoxicidade

frente a células tumorais, além de secretar citocinas pró-inflamatórias como interleucina (IL)-1,

IL-6, fator de necrose tumoral alfa (TNF- α) e citocinas do perfil Th1 como interferon (IFN)-γ,

IL-12 e IL-18 (GOERDT & ORFANOS, 1999; MANTOVANI et al., 2002). Numa outra frente

da resposta imunológica, os linfócitos, constituem uma parte importante da resposta imune

adaptativa frente a processos infecciosos. Antígenos proteicos presentes em bactérias

extracelulares, como Staphylococcus aureus, podem ativar células T CD4 +. Estas células, por

sua vez produzem citocinas que estimulam produção de anticorpos, induzem inflamação local e

3

aumentam a atividade fagocítica e microbicida dos macrófagos (ABBAS, LICHTMAN &

PILLAI, 2008; GRÖNLUND et al., 2005).

Apesar dos avanços observados na situação da saúde brasileira, representados pelo

processo de transição epidemiológica, as doenças infecciosas ainda constituem importante causa

de óbito. Dentre os fatores associados ao aumento da susceptibilidade às infecções e à redução

da qualidade de vida, encontra-se a desnutrição (BARBOSA-SILVA & BARROS, 2002). No

período neonatal, agressões nutricionais poderão ocasionar comprometimento do sistema

imunológico, com sequelas na capacidade de defesa do indivíduo adulto (CUNNIGHAN-

RUNDLES et al., 2005) uma vez que, durante a fase pós-natal imediata em mamíferos, a função

imune adquirida se torna pela primeira vez evidente. Além disso, um padrão maduro da resposta

imune a antígenos é alcançado somente um mês após o nascimento em roedores (GHIA et al.,

1998).

Células de extrema importância no controle e resolução dos processos infecciosos, por

estarem envolvidas tanto na reposta imune inata quanto adaptativa, os macrófagos, encontram-se

em número reduzido e têm muitas das suas funções comprometidas em animais desnutridos

(MELO et al., 2008). Ao mesmo tempo, disfunções no processo de ativação dos linfócitos T

parecem ser um dos principais mecanismos que impedem a ativação completa da imunidade

durante a desnutrição. Está bem estabelecido que os canais de potássio são vitais para a ativação

de células T. Neste sentido, Fernández et al. (2005), relataram alterações significativas nesse

processo de ativação em linfócitos de ratos desnutridos.

Animais de laboratório vêm sendo empregados de forma crescente em pesquisas

envolvendo os efeitos dos graus variáveis de desnutrição nos diferentes parâmetros da resposta

imunológica, assim como na susceptibilidade às infecções (WINTERGEST et al., 2007;

KATONA & KATONA, 2008). A grande vantagem do uso destes modelos é permitir avaliação

altamente controlada de cada parâmetro nutricional o que não é possível no caso das populações

4

humanas. Camundongos e ratos adultos (isogênicos ou outbred), alimentados com quantidades

reduzidas de proteínas, vitaminas e outros nutrientes, constituem os modelos mais utilizados.

Neste contexto, a dieta à base de caseína tem destaque, sendo amplamente utilizada como dieta

controle em estudos que analisam dietas experimentais, e como dieta de escolha em estudos com

diferentes modelos de deficiência, como o modelo de desnutrição neonatal (DERIVI et al., 2002;

PERCEGONI et al., 2004; PORTO et al., 2007).

Embora as interações entre infecção e desnutrição estejam bem esclarecidas e

extensivamente revisadas (AMBRUS, 2004), são escassos os trabalhos que demonstram seu

efeito tardio pós-reposição nutricional sobre a resposta imune em quadros infecciosos

envolvendo micro-organismos resistentes a antibióticos. Grande parte dos estudos é realizada em

animais desnutridos, mas que não foram recuperados totalmente ou parcialmente da desnutrição,

deixando com isso, lacunas sobre as possíveis repercussões dessa condição sobre sistema imune

(MELO et al., 2008).

Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo analisar o comportamento de citocinas

produzidas por células imunes após processo de infecção celular, in vitro, em grupos de animais

submetidos ou não ao processo de desnutrição neonatal de forma a compreender melhor o

comportamento imunológico dessas células de defesa frente a um patógeno de importância

hospitalar como MRSA, correlacionando esse quadro com os possíveis efeitos da desnutrição

neonatal, seguida de reposição nutricional.

5

2. REVISÃO DA LITERATURA

6

2.1. Sistema Imune

O conjunto de células e substâncias responsáveis pela defesa do organismo, bem como

suas respectivas ações, é denominado sistema imunológico (SI) (JUN & YANG, 2007).

Classicamente o sistema imune dos mamíferos consiste de mecanismos inatos e adaptativos que

protegem o hospedeiro de patógenos ambientais. Mecanismos inatos são a primeira linha de

defesa contra micro-organismos, funcionam independentemente de uma exposição prévia do

hospedeiro ao agente infeccioso, e incluem barreiras mecânicas (ex. pele, mucosa epitelial) e

componentes celulares, como monócito/macrófago e neutrófilos (WOLOWCZUK et al., 2008).

Diferentemente da imunidade inata, a imunidade adaptativa constitui uma resposta mais

lenta, sendo mediada por linfócitos T e B, bem como pelas células apresentadoras de antígenos

(APCs - do inglês, antigen presenting cells) (SCHILLER et al., 2006). É caracterizada por

distinguir macromoléculas e também por sua habilidade de memorização, produzindo uma

resposta secundária exacerbada frente à re-exposição ao antígeno. A imunidade adquirida

apresenta uma extraordinária capacidade de distinguir patógenos e macromoléculas através de

receptores de células T e B altamente específicos (BOLLER, 2007).

O SI é formado por estruturas individualizadas, que incluem os órgãos linfóides

primários, medula óssea e timo, os quais produzem os componentes celulares do sistema

imunológico como linfócitos e macrófagos. É constituído também pelos órgãos linfóides

secundários como linfonodos, baço, tonsilas e placas de Peyer (GLEESON, 2000).

2.1.2. Macrófagos

Os componentes celulares são uma parte essencial do complexo funcionamento da

resposta imune inata (LEWIS et al., 1992). Uma gama extensa de funções antimicrobianas e

uma ampla distribuição no organismo caracterizam o sistema de fagócitos mononucleares, o qual

é constituído de monócitos circulantes (4-6 % do total de células leucocitárias) e macrófagos

teciduais (VAN FURTH, 1992). Os macrófagos são células relativamente grandes, que medem

7

entre 25-50μm de diâmetro, apresentam núcleo irregular, possuem um ou mais nucléolos,

cromatina pouco condensada, citoesqueleto bem desenvolvido, inúmeras projeções

citoplasmáticas, grande número de lisossomos, complexo de Golgi e mitocôndrias (AUGER &

ROSS, 1992).

Essa célula de defesa constitui um dos principais componentes do sistema imunológico,

sendo uma das primeiras células a serem ativadas para participar de uma resposta imunológica,

propriamente dita, quando o organismo é exposto a fatores exógenos, como, por exemplo,

bactérias, vírus, fungos, venenos, dentre outros. Esses fagócitos podem ser ativados, portanto,

por uma variedade de estímulos e suas principais funções incluem fagocitose das partículas

estranhas, produção de citocinas e de mediadores químicos. Dessa forma, além de seus papéis na

imunidade inata, os macrófagos funcionam como células reguladoras e efetoras na resposta

imunológica humoral e celular (ABBAS, LICHTMAN & PILLAI, 2008; KAUFMANN et al.,

2004).

Macrófagos teciduais recebem uma nomenclatura em particular segundo sua localização

anatômica. Especificamente: células de Kupffer no fígado; microglia no sistema nervoso central;

células de Langerhans na pele e Macrófagos Alveolares (MA) no pulmão (VAN FURTH, 1992).

No pulmão, mais especificamente nos alvéolos, existem dois principais tipos de células

imunes residentes: células dendríticas, que medeiam à imunidade adaptativa, e macrófagos

alveolares, que possuem papel central na manutenção da estrutura normal deste órgão.

Neutrófilos, eosinófilos, linfócitos e células natural killer também estão presentes, mas tendem a

ser menos frequentes na ausência de inflamação (WEGLARCZYK et al., 2004). O trato

respiratório é um alvo frequente de infecção por bactérias capazes de produzir um amplo

espectro de doenças desde lesões superficiais até severas infecções sistêmicas, no homem e em

outros animais (HAMPTON et al, 1996).

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Um dos principais mecanismos de defesa do trato respiratório posterior contra a invasão

de micro-organismos e outras partículas inaladas depende da capacidade fagocítica dos

macrófagos alveolares (LAEGREID et al., 1988; WONG et al., 1990). Métodos de avaliação, in

vitro, da atividade dos MA são importantes ferramentas para a investigação da integridade

funcional dessas células, bem como para o estudo de interações entre os micro-organismos e o

hospedeiro (RAIDAL et al., 1998a; RAIDAL et al., 1998b).

2.1.3. Linfócitos

Existe, também, uma inter-relação entre a atividade de macrófagos e a ativação de

linfócitos durante a resposta imune específica. Na maioria dos tecidos não neurais, macrófagos

são células apresentadoras de antígenos, significando que as mesmas, ao expressarem antígenos

em suas membranas, estimulam linfócitos específicos para os antígenos em questão. Os

linfócitos secretam citocinas, as quais podem ativar macrófagos amplificando a resposta imune

(GORDON, 2001; ABBAS, LICHTMAN & PILLAI, 2008).

Linfócitos são leucócitos do tipo agranulócitos presentes no sangue em quantidades que

variam em condições fisiológicas (como idade e sexo) e patológicas (como proliferações

malignas e benignas). Correspondem à cerca de 30% das células circulantes do sangue e são as

principais células envolvidas no reconhecimento e destruição de antígenos não-próprios ou

prejudiciais ao organismo (LORENZI, 2003).

Para alcançar a fase de linfócito adulto os precursores passam por estágios intermediários,

como linfoblastos e pró-linfócitos, sendo essa diferenciação um processo regulado de maneira

complexa e dependente de fatores de crescimento e diferenciação específicos para cada linhagem

linfocitária (ZHU & EMERSON, 2002).

Após a diferenciação, os linfócitos sofrem o processo de maturação final, que pode

ocorrer na própria medula óssea ou em outro tecido. As células maduras, de acordo com seu

papel fisiológico, podem ser classificadas como linfócitos T, que sofrem maturação no timo;

9

linfócitos B e células natural killers (NK) as quais, no homem, sofrem maturação na medula

óssea (LÉCUYER & HOANG, 2004).

Os linfócitos T são encarregados da imunidade mediada por células, atuam em sincronia

com os linfócitos B, possuindo funções efetoras e reguladoras da resposta imune. São

subdivididos em linfócitos T citotóxicos (CD8+) que, quando ativados, atuam eliminando células

infectadas e em linfócitos T helper (CD4+), que atuam secretando citocinas reguladoras do

sistema imune (ADAM et al., 2003).

As células CD4+ podem ainda se diferenciar em subpopulações efetoras, incluindo as

clássicas Th1 e Th2, a mais recentemente descrita Th17 e as células T regulatórias (Treg). A

diferenciação destas células é coordenada predominantemente pelas citocinas presentes no

microambiente e, em certo ponto, pela força de interação do receptor de células T com o

antígeno (BOYTON & ALTMANN, 2002). A polarização para um perfil Th1 ocorre

principalmente em altas concentrações de IL-12 e/ou IFN-γ e está envolvida na resposta imune

contra micro-organismos intracelulares. A polarização para o perfil Th2 acontece em presença de

altos níveis de IL-4, estas células, por sua vez, produzem IL-4, IL-5 e IL-13 e são importantes

durante a imunidade humoral, no controle de infecções helmínticas e de outros patógenos

extracelulares. A diferenciação Th17 (em camundongos) ocorre em presença da IL-6 e do fator

transformador de crescimento (TGF)-β. Estas células são responsáveis pela produção de IL-17 e

IL-22 e possuem um importante papel na eliminação de infecções por fungos especialmente em

superfícies mucosas. As células Treg, por sua vez, são caracterizadas pela expressão do fator de

transcrição Foxp3 e podem ser divididas em duas categorias: as células Treg naturais (nTreg)

que surgem no timo e as células Treg induzidas (iTreg) produzidas na periferia em presença do

TGF-β (CHEN et al., 2003).

Os linfócitos B estão incumbidos da imunidade humoral, são células que, quando

ativadas, produzem anticorpos (imunoglobulinas) contra antígenos específicos, ou transformam-

10

se em células de memória, capazes de reconhecer especificamente o antígeno agressor, caso

ocorra uma posterior exposição a esse (ADAM et al., 2003).

2.1.4. Citocinas: IL-12, IFN-γ e IL-10

A iniciação bem sucedida de uma resposta imune a antígenos é dependente de diversos

elementos celulares incluindo macrófagos e células T, sendo a complexa rede de comunicação

entre essas células realizada pelas citocinas. Essas moléculas determinam a resposta inflamatória

a diferentes estímulos e promovem sinais que determinam o desencadeamento da resposta imune

adaptativa ao antígeno (MUIIOZ et al., 1995; FRANKENSTEIN et al., 2006). Em quadros

infecciosos, elas podem elevar a temperatura corpórea, o que pode ser deletério para crescimento

de organismos invasores. Na resposta inflamatória aguda, elas agem sobre o fígado, estimulando

a liberação de proteínas de fase aguda, as quais ativam o sistema complemento e a fagocitose

(OBERHOLZER et al., 2001).

Uma vez liberadas no microambiente, as citocinas transmitem sinais biológicos que

interagem com receptores de superfície celular de alta afinidade (KISHIMOTO et al., 1994).

Dessa forma diferentes citocinas atuam em seus respectivos receptores e esses receptores

utilizam várias combinações de mediadores intracelulares para induzir suas funções,

normalmente os da família Janus de poteína quinases (JAKs) e os tradutores de transcrição

(STATs) (CHENG, 2005). Assim, as citocinas fazem a comunicação entre as células produtoras

de citocinas e as células-alvo das citocinas, sendo muitas vezes referidas como mensageiros

intercelulares (BOZKURT, 2000).

Essas moléculas são essencialmente pleiotrópicas e redundantes em sua ação biológica,

cada uma exibindo uma variedade de atividades e uma mesma atividade exercida por uma

diversidade de citocinas. Sabe-se que esses mediadores são altamente interdependentes e podem

agir sobre as células-alvo de forma sinérgica, antagônica ou em cascata (MUIIOZ et al., 1995).

11

Inicialmente durante a resposta imunológica, as células apresentadoras de antígenos,

como os fagócitos e as células dentríticas produzem a IL-12 (TRINCHIERI, 1995). Esta citocina

pró-inflamatória é um regulador fundamental da rede de citocinas e, como tal, representa um

importante mediador durante processos infecciosos (CHEHIMI & TRINCHIERI, 1994).

A IL-12 é uma molécula heterodimérica constituída por duas proteínas ligadas

covalentemente, 40 kDa (p40) e 35 kDa (p35), e a sua produção requer a expressão coordenada

de ambas as subunidades (TRINCHIERI et al., 2003). O receptor da IL-12 é composto por duas

subunidades, denominadas IL-12Rβ1 e IL-12Rβ2 (CHUA et al., 1994; PRESKY et al., 1996) e

sua via de sinalização intracelular envolve dois membros da família Janus Kinase, Jak2 e Tyk2,

além de diversos membros da família STAT como fatores de transcrição. Sendo a STAT4 a

principal proteína STAT envolvida, a qual é necessária para a maioria dos efeitos biológicos da

IL-12 (GOLLOB, 1998; ABBAS, LICHTMAN & PILLAI, 2008).

A produção de IL-12 é fortemente modulada por sinais de feedback. O controle negativo

da sua produção é realizado através da secreção de IL-10 pelas células Th2 (FIORENTINO et

al., 1991). O controle positivo pode ser exemplificado pela secreção do IFN-γ por células T e

Natural killer, induzidas pela IL-12 e nesse sentido o próprio IFN-γ passa a atuar estimulando a

produção de mais IL-12 por monócitos e células polimorfonucleares (MA et al.,1996).

Os interferons compreendem um grupo de citocinas, assim chamado em virtude da sua

capacidade de interferir em processos de infecção viral. Este grupo de citocinas pode ser

subdividido em três classes principais: IFN-α, IFN-β e IFN-γ. Esta última pode ser produzida e

secretada por macrófagos, células T e natural killer (BOZKURT, 2000). Nas células NK, a

produção de IFN-γ é estimulada por citocinas derivadas de macrófagos, como TNF-α e IL-12 ou

pelo próprio IFN-γ secretado (BANCROFT et al.,1991).

O INF-γ é uma proteína homodimérica que atua regulando a expressão de moléculas de

classe II do complexo principal de histocompatibilidade (MHC), a síntese induzida de óxido

12

nítrico, interações entre os leucócitos e o endotélio, além de promover a indução de componentes

da cascata do sistema complemento (JOHNSON, 2001). Essa citocina encontra-se envolvida

também na produção de metabolitos intermediários do oxigênio, como o ânion superóxido,

estimulando sua síntese a partir do sistema NADPH oxidase, por esta razão o IFN-γ é

considerado um potente ativador dos mecanismos microbicidas realizados por macrófagos

(WOODMAN et al., 1992; ABBAS, LICHTMAN & PILLAI, 2008). A ausência desses

mecanismos oxidativos está intimamente relacionada a um aumento na suscetibilidade

característica à infecção fúngica e bacteriana recorrente (GOEBEL & DINAUER, 2003).

O receptor para o IFN-γ é composto de dois polipeptídios estruturalmente homólogos,

chamados IFNγR1 e IFNγR2. IFN-γ se liga e induz a heterodimerização de IFNγR1 e IFNγR2,

os quais se associam respectivamente às cinases Jak1 e Jak2. A ativação dessas enzimas leva a

fosforilação e dimerização da STAT1, ligação dos dímeros de STAT1 as sequências GAS (locais

IFN-γ ativados) nas regiões reguladoras de vários genes, e consequente transcrição desses genes.

Os genes induzidos pelo IFN-γ codificam muitas moléculas diferentes envolvidas em aumentar

as respostas imunes adquiridas e a função efetora dos macrófagos (SKALINK, 2002; ABBAS,

LICHTMAN & PILLAI, 2008).

A atividade de citocinas pró-inflamatorias, como IFN-γ e IL-12 é regulada pelas citocinas

anti-inflamatórias. Dentre elas, pode-se citar a IL-10, o TGF-β, o antagonista de receptor para

IL-1 (IL-1ra) e receptores TNFRI e TNFRII (MAZOTI, 2009).

A IL-10 é considerada uma importante citocina anti-inflamatória pela sua capacidade de

inibir a produção de citocinas pró-inflamatórias em macrófagos, monócitos e células dendriticas

(WAAL MALEFYT & BENNETT, 1991; MOORE et al., 2001). A ação da IL-10 sobre

citocinas pró-inflamatórias não consiste em apenas inibir a sua liberação, mas também em inibir

as atividades biológicas de citocinas como IL-2, TNF-α, IL-4 e IFN-γ (MAZOTI, 2009). A IL-10

13

é produzida principalmente por macrófagos ativados e células T regulatórias (O'GARRA &

VIEIRA , 2007; PESTKA et al., 2004).

A inibição da síntese de citocinas pela IL-10 e a modulação de mecanismos imunológicos

por esta citocina podem ser verificados pela sua capacidade em regular a expressão do MHC de

classe II por macrófagos e células dendríticas, inibindo assim sua capacidade de apresentação de

antígenos (WAAL MALEFYT & BENNETT, 1991; MOORE et al., 2001). Outros mecanismos

moduladores de IL-10 incluem o bloqueio da expressão de moléculas coestimulatórias como

CD80 e CD86 e a modificação da expressão de receptores para quimiocinas (SOZZANI et al.,

1998; TAKAYAMA et al., 2001).

A IL-10 é membro de uma família de citocinas diméricas ligadas não covalentemente,

cada cadeia dessa citocina contém um domínio com um feixe de seis hélices que se intercala com

a outra cadeia. O receptor de IL-10 consiste em duas cadeias, as quais se associam a cinases Jak1

e Tyk2. STAT3 é a principal molécula de sinalização induzida pela IL-10 (ABBAS,

LICHTMAN & PILLAI, 2008).

Estudos demonstram que camundongos IL-10(-/-) apresentam altas taxas de mortalidade

após sepse induzida experimentalmente (BERG et al., 1995) e desenvolvem exacerbada e

prolongada febre em resposta a injeção intraperitoneal de LPS (LEON et al., 1999). Assim, por

suas muitas atividades biológicas, especialmente por sua propriedade anti-inflamatória, a IL-10

caracteriza-se por limitar a magnitude da resposta inflamatória e imune (MAZOTI, 2009).

Para reconhecer os diferentes micro-organismos e desencadear toda cascata de

mediadores como a produção de citocinas, os diferentes tipos celulares que compõem a resposta

imune inata dispõem de Receptores Reconhecedores de Padrão (PRRs) que são capazes de

reconhecer marcadores altamente conservados, específicos para os micróbios, chamados padrões

moleculares associados à patógenos (PAMPs). Entre estes receptores estão incluidos os

receptores Toll-like (TLRs: Toll Like Receptors), Nod-Like (NLRs: Nod Like Receptors), RIG-

14

I-Like (RLHs: RIG-I Like Receptors). Diferentes classes de micro-organismos expressam

diferentes PAMPs. Essas estruturas incluem complexos que são sintetizados por micro-

organismos, mas não por células de mamíferos, como o lipopolissacarídeo (LPS) presente em

bactérias Gram-negativas, o β-glucan presente em fungos e os ácidos teicóicos encontrados em

bactérias Gram-positivas como Staphylococcus aureus (S.aureus) (ABBAS, LICHTMAN &

PILLAI, 2008; PEDRA et al., 2007).

2.2. Staphylococcus aureus

Staphylococcus aureus permanece como um dos patógenos mais comuns em infecções

sistêmicas de origem comunitária e hospitalar. Diversos estudos epidemiológicos mostraram que

a incidência de infecções por S. aureus vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas

em todas as faixas etárias, incluindo recém-nascidos (LADHANI et al., 1999; CORKILL et al.,

2003).

S. aureus é uma bactéria Gram-positiva, do gênero Micrococcaceae, e é assim denominada

por sua tendência a formar cachos (“staphyle” é uma expressão grega para “cacho de uva”) e sua

pigmentação dourada (“aureus” é do latim “dourado”) (STEINBERG et al., 1996). Medem

cerca de 0-1,5 µm de diâmetro, são imóveis, não esporulados, anaeróbios facultativos, porém,

desenvolvem-se melhor em atmosfera aeróbia (KLOSS & BANNERMAN, 1995;

BANNERMAN et al., 1995; KLOSS, 1997).

Esse micro-organismo é frequentemente encontrado na pele e nas fossas nasais de pessoas

saudáveis, sendo carreado por cerca de 30 a 40% da população (PEACOCK et al., 2001).

Podendo provocar doenças, que vão desde uma simples infecção (espinhas e furúnculos) até

infecções graves (pneumonia, meningite, endocardite, síndrome do choque tóxico, septicemia e

outras (SANTOS et al., 2007).

15

2.2.1. Staphylococcus aureus e sistema imune

A análise do mecanismo de invasão do S. aureus revela que, no primeiro momento, essa

bactéria adere à pele ou à mucosa e em seguida, rompe barreiras epiteliais, comprometendo

estruturas de ligações intercelulares, como desmossomos e junções de aderência (IWATSUKI,

2006). Após transpor as barreiras físicas do organismo, o S. aureus enfrenta inicialmente a

imunidade inata e posteriormente a imunidade específica. A infecção com S. aureus estimula

uma resposta inflamatória acentuada envolvendo a migração de neutrófilos e macrófagos para o

sítio da infecção. Estas células tentam internalizar e destruir estas bactérias com o auxílio de

anticorpos específicos e componentes do sistema complemento presentes no soro (FOSTER,

2005). A resposta imune específica ocorre quando a bactéria e seus produtos são internalizados

pelos macrófagos e outras APCs e transportados para os linfonodos regionais ou para o baço,

onde células B são estimuladas a se diferenciar em plasmócitos e secretar anticorpos. Estes

anticorpos podem neutralizar as toxinas liberadas e também facilitar o processo de fagocitose

destas bactérias por opsonização (FOSTER, 2005).

Apesar de ser combatido por uma série de mecanismos imunológicos, tanto não

específicos quanto específicos, o S. aureus dispõe de uma série de estratégias de escape que lhe

permite evasão das defesas do hospedeiro. Os principais mecanismos de evasão descritos

incluem: inibição de quimiotaxia de neutrófilos (MURDOCH et al., 2000); liberação de toxinas

que destroem os leucócitos (MONTOYA & GOUAUX, 2003); resistência à fagocitose

(PALMQVIST et al., 2002); inativação do sistema complemento (ROOIJAKKERS et al., 2005)

e liberação de moléculas imunomoduladoras as quais podem determinar imunossupressão

(FOSTER, 2005).

Assim, patogenicidade do S. aureus é consequência de seus fatores de virulência, os quais

podem ser classificados, basicamente, em três seguintes categorias: a) fatores relacionados com a

aderência às células do hospedeiro ou à matriz extracelular, como a produção de moléculas de

16

fibrinogênio, fibronectina, colágeno ou enzima coagulase; b) fatores relacionados com a invasão

na célula do hospedeiro e a penetração nos tecidos ou adesão em superfícies de cateteres e

próteses, os quais incluem as proteínas (toxinas) α, β, δ, γ, δ-hemolisinas e c) fatores

relacionados com a evasão da defesa do hospedeiro como a proteína A, lipases, polissacarídeos

capsulares e diversas enterotoxinas estafilocócicas (VELÁZQUEZ, 2005).

Enterotoxinas estafilocócicas são proteínas superantigênicas produzidas pelo S. aureus,

que apresentam importante função no estabelecimento e manutenção da infecção (DINGES et

al., 2000). As toxinas superantigênicas não possuem ação lítica direta, mas causam lesões

através da elevada indução de citocinas por células T e macrófagos ativados (BALABAN &

RASOOLY, 2000). Estes superantígenos desencadeiam uma série de efeitos tóxicos, como a

síndrome do choque tóxico e as intoxicações (DINGES et al., 2000).

Esses entre outros fatores transformam o S. aureus em um incrível agente patológico,

podendo causar uma vasta gama de infecções associadas a altas taxas de mortalidade e

morbidade (OLIVEIRA et al., 2000). Sua versatilidade e alta capacidade de disseminação

causaram os relatos de clones epidêmicos em diferentes países, que se não passaram a adotar

medidas específicas e onerosas contra a disseminação tiveram que conviver com taxas

endêmicas dessas infecções (VANDENBROUCKE-GRAULS et al, 1991; BANFIELDA &

KERRB, 2005).

2.2.2. Staphylococcus aureus meticilina resistente

Staphylococcus aureus é um micro-organismo presente na história da infecção

nosocomial que rapidamente desenvolveu resistência aos antibióticos (FILE, 2000). O

surgimento dessa resistência entre isolados clínicos tem dificultado o tratamento das infecções

estafilocócicas (LEE et al., 1996 ; MICHIE et al., 2002). Os fatores de risco para a aquisição de

organismos resistentes incluem hospitalização prolongada e tratamento prévio com antibióticos

(UENO, 2001).

17

A implantação da antibioticoterapia no início da década de 1930, com o emprego da

sulfanilamida, aparentemente ditava o fim as doenças infecciosas. Contudo, ao analisarmos a

evolução da resistência do S. aureus, observamos que, já no final daquela década, surgiam as

primeiras cepas dessa bactéria resistentes àquele quimioterápico. Com a entrada da penicilina em

uso clínico, o S. aureus passou a desenvolver resistência a esse betalactâmico pela produção da

betalactamase (penicilinase), capaz de hidrolisar o anel betalactâmico da penicilina, tornando-a

inativa. Em 1944, apenas 5% dos S. aureus eram resistentes à penicilina, enquanto em 1959 essa

resistência já alcançava a taxa de 80%, sendo estendida tanto à amoxicilina como à ampicilina

(FREITAS et al., 1987; MAMISUKA, 2005; TAVARES, 2002).

Em 1960 foi descoberta uma droga do grupo das penicilinas, denominada meticilina (a

primeira penicilina semi-sintética posta em uso clínico), que não era suscetível à ação da beta-

lactamase. Logo em seguida à meticilina vieram as cefalosporinas. Porém, no início da década de

70, começaram a surgir, com muita rapidez, cepas de S. aureus com resistência à meticilina

identificadas pela sigla MRSA (S. aureus resistente à meticilina), também resistentes aos demais

beta-lactâmicos (cefalosporinas e outros). As cepas MRSA rapidamente se disseminaram em

ambientes hospitalares, limitando, assim, a antibioticoterapia de combate às estafilococcias por

S. aureus, aos glicopeptídios, vancomicina e teicoplanina (SANTOS et al., 2007).

A resistência aos antimicrobianos em S. aureus pode ser codificada cromossomicamente

ou mediada por plasmídios. Staphylococcus aureus possui dois mecanismos distintos de

resistência à meticilina: hiperprodução de beta-lactamases e a presença de uma proteína ligadora

de penicilina (PBP protein binding penicilin) alterada denominada PBP 2a (PALAVECINO,

2004).

Staphylococcus aureus possui cinco PBPs. As PBPs são enzimas que catalisam a etapa

terminal da síntese da parede bacteriana e localizam-se na membrana celular da bactéria. As PBP

1, 2 e 3 são essenciais e têm alta afinidade (sítios-alvo) com os antibióticos beta-lactâmicos,

18

unindo-se a esses por ligações covalentes. A resistência à meticilina em estafilococos devido à

produção de uma PBP adicional, anômala, denominada PBP 2a ocorre porque essa proteína

alterada apresenta baixa afinidade com os antibióticos beta-lactâmicos. A PBP 2a é codificada

por um gene cromossômico denominado mecA, que é responsável pela resistência intrínseca dos

estafilococos à meticilina e a todos os antibióticos beta-lactâmicos (CHAMBERS, 1997).

O MRSA é considerado atualmente a causa mais comum de infecção nosocomial (GOLL

& BALMER, 2007). Septicemias por MRSA estão associadas a taxas significantes de

morbidades e mortalidades, requerendo métodos rápidos de identificação e sensibilidade aos

antibióticos. Cerca de 80% das infecções estafilocócicas vêm sendo tratadas com glicopeptídeos

como vancomicina e teicoplanina. Esta é, ainda, a classe antimicrobiana de escolha no

tratamento de infecções causadas por MRSA, embora estirpes com reduzida sensibilidade à

vancomicina já tenham sido isoladas (BERNARDES et al., 2004).

Estudos relatam que as cepas de MRSA seriam mais virulentas quando comparadas ao

MSSA, por produzirem mais catalase, uma vez que um maior nível de produção dessa enzima

correlaciona-se com um maior tempo de permanência do micro-organismo no interior de

fagócitos (MANDELL, 1975; PEACOCK et al., 1981). Outros trabalhos, porém não

demonstraram diferenças entre essas cepas quando analisadas a função fagocítica de neutrófilos

e do plasma total frente à infecção por MRSA e MSSA em pacientes submetidos à cirurgia

cardíaca (MEKONTSO-DESSAP et al., 2005). Salgado e colaboradores (2004) não

demonstraram qualquer correlação entre o fenótipo de multirresistência do MRSA e sua

sobrevivência aos mecanismos fagocíticos efetores de células da reposta imune.

Schlievert (2001) demonstrou que a enterotoxina estafilocócica C é comumente

produzida por isolados de S. aureus invasivos, especialmente isolados resistentes a meticilina.

Essas enterotoxinas estimulam a proliferação das células T, resultando numa maciça ativação

dessas células e conseqüente liberação de citocinas como IL-1, IL-10, TNF-α e IFN-γ

19

(FLORQUIN et al., 1994; HASKO et al., 1998). A analise dessas enterotoxinas e seus receptores

específicos têm demonstrado que pacientes que desenvolveram glomerulonefrite, depois da

infecção com MRSA, apresentam níveis elevados de diversas citocinas, possivelmente induzidas

por superantígenos (YOH et al., 2000).

Neste contexto, estudos sugerem que além de impor dificuldades terapêuticas, limitando

as opções de drogas de escolha, fatores intrínsecos do MRSA podem influenciar sua virulência

(SALGADO et al., 2004). Contudo, estas constatações ainda não estão bem estabelecidas na

literatura, constituindo campo aberto para estudos, e sendo assim alvo de pesquisas na

atualidade.

2.3. Desnutrição

Tem sido amplamente aceito que as disfunções na resposta imune e a suscetibilidade a

diversas doenças infecto-parasitárias podem estar diretamente relacionadas ao estado nutricional

dos indivíduos (MALAFAIA et al., 2009). As doenças infecciosas, a desnutrição e o sistema

imunológico apresentam uma intrincada e complexa relação. As infecções são responsáveis por

importantes problemas de desnutrição em crianças no mundo inteiro, a desnutrição, por sua vez,

conduz a uma variedade de disfunções do sistema imune, e a imunidade ineficaz, permite que as

doenças infecciosas se desenvolvam. Estes eventos intimamente ligados podem iniciar um “ciclo

vicioso” que pode levar inexoravelmente à morte (BEISEL, 1995).

Estimativas feitas em 2000 - 2002 indicavam a existência de 852 milhões de pessoas

desnutridas, entretanto, dados recentes publicados pela Organização das Nações Unidas da

Agricultura e Alimentação (FAO) mostram que este número aumentou para 963 milhões entre os

anos de 2007 - 2008. Deste número total de pessoas desnutridas, estima-se que 815 milhões

vivam em países em desenvolvimento, particularmente no sul da Ásia e África subsaariana

(MÜLLER & KRAWINKEL, 2005; FAO, 2008).

20

O processo de desnutrição é caracterizado por um desequilíbrio e/ou uma deficiência de

nutrientes no organismo. Tais desequilíbrios são frequentemente produzidos pela deficiência

relativa de proteínas, carboidratos e gorduras como fontes de energia e micronutrientes. Essas

deficiências são seguidas de alterações fisiopatológicas que primeiro traduzem-se em prejuízo

funcional e, posteriormente, em danos bioquímicos e físicos. Inicialmente ocorre perda de peso

que, quando se torna crônica, é seguida pela parada no crescimento (GURMINI et al., 2005).

2.3.1 Desnutrição e sistema imune

As alterações imunológicas resultantes da desnutrição afetam tanto a imunidade inata

quanto a específica. A desnutrição afeta de forma acentuada a resposta imune associada às

barreiras epiteliais determinando, principalmente, achatamento e hipotrofia das vilosidades

intestinais, redução no número de linfócitos presentes nas placas de Peyer e redução na secreção

de imunoglobulina A (BEISEL, 1996).

A disponibilidade de componentes do sistema complemento e a função fagocítica

também estão comprometidas na subnutrição e isto afeta diretamente a eliminação dos

patógenos. Isto ocorre porque o sistema complemento pode destruir diretamente bactérias e vírus

e também porque os receptores para fragmentos de componentes deste sistema, os quais se

encontram na superfície das células fagocíticas, auxiliam na captura de patógenos. Tanto o nível

de C3, que é o principal componente opsônico, quanto à capacidade dos fagócitos de internalizar

e destruir patógenos encontram-se reduzidos em estados de desnutrição (SAKAMOTO et al.,

1998; CHANDRA, 2002).

A desnutrição protéica grave está claramente associada à atrofia nos órgãos linfóides

primários em recém-nascidos e crianças pequenas. As consequências dessa atrofia podem ser

devastadoras, uma vez que estes órgãos são os geradores do repertório de linfócitos T e B. A

desnutrição pode afetar ainda a hematopoiese, determinando anemia, leucopenia e também

redução na síntese de IL-6 e TNF-α (FOCK et al., 2007).

21

Pesquisas em humanos e em animais experimentais mostraram que a produção de várias

citocinas, incluindo IL-1 e IL-2 e IFN-γ estão diminuídas em estados de desnutrição energético-

protéica. Além disso, a desnutrição altera a capacidade dos linfócitos T de responder

adequadamente a diversas citocinas (CHANDRA, 1997). Os fatores nutricionais podem,

portanto, alterar os mecanismos de defesa influenciando profundamente na resistência à infecção

(KEUSCH, 2003).

2.3.2. Desnutrição neonatal

Há várias décadas tem sido apontada à relação entre nutrição no período perinatal e

repercussão na vida adulta (FORSDAHL, 1997; DELGADO et al., 1982; BARKER et al., 2002;

HALE S & OZANE, 2003). Dobbing (1968) propôs a hipótese dos períodos críticos do

desenvolvimento ao observar os efeitos irreversíveis da desnutrição perinatal sobre o cérebro.

Segundo Morgane e colaboradores (2002) durante o período crítico de crescimento e

desenvolvimento - que, em ratos, constitui o período de aleitamento -, existe uma “janela

precoce de plasticidade fisiológica”, que corresponde ao período em que diversos sistemas estão

muito susceptíveis a estímulos ambientais, uma vez que esta é uma fase de rápida proliferação e

diferenciação celular. Hales e Barker (1992) sugeriram o modelo da influência fenotípica para

explicar a associação entre agressões nos períodos críticos do desenvolvimento e eventuais

repercussões tardias, propondo que o organismo se adapta a viver em um ambiente hostil prévio.

Assim, a constatação dos períodos críticos do desenvolvimento é englobada pela hipótese da

influência fenotípica e permite a explicação das enventuais consequências tardias (OZANNE e

HALES, 1999).

A hipótese da influência fenotípica é a sugestão de uma programação epigenética do

padrão metabólico do organismo, em decorrência da submissão do indivíduo às modificações

nutricionais em períodos vulneráveis do seu desenvolvimento. Em ratos, modelos experimentais

de restrição nutricional materna, durante a lactação são usados para investigar a curto ou longo

22

prazo as consequências das agressões nutricionais no crescimento dos filhotes. Dessa forma, os

efeitos da desnutrição neonatal envolveriam um mecanismo chamado de “programming” no qual

um estímulo ambiental durante os períodos críticos de desenvolvimento tem efeito subsequente

sobre estruturas e funções dos sistemas orgânicos (FERREIRA, 2008; LUCAS et al., 1999).

Assim uma agressão nutricional durante o período perinatal pode afetar padrões

morfofuncionais permanentemente em uma variedade de sistemas fisiológicos, inclusive no

sistema imune. Uma vez que os mamíferos apresentam o desenvolvimento de componentes

essenciais do sistema imunológico no período perinatal, alguns destes estão, por exemplo,

envolvidos com a ativação de leucócitos e sua migração para o local da infecção. Por exemplo,

em ratos e camundongos, mecanismos fundamentais da resposta imune estão completamente

desenvolvidos somente no primeiro mês de vida (QUEIROS-SANTOS, 2000; FERREIRA E

SILVA, 2008). Assim nessa etapa da vida, as agressões nutricionais poderão ocasionar

comprometimento do sistema imunológico, com sequelas na capacidade de defesa do indivíduo

adulto. De forma geral, os efeitos da desnutrição são mais intensos e permanentes quanto mais

precocemente ocorrer à agressão e mais tarde for iniciada a reabilitação nutricional

(CUNNINGHAM-RUNDLES et al., 2005; GURMINI et al., 2005).

A restrição protéica em ratas lactantes pode conduzir a alterações metabólicas e fisiológicas

na prole e estas podem ser permanentes mesmo que o animal tenha livre acesso à ração normal

após o desmame (MOURA et al., 1996; RAMOS et al., 1997; PASSOS et al., 2000). Melo et al.

(2008) relataram em seu estudo que a desnutrição imposta no período neonatal, seguida de

reposição nutricional, produziu sequela no animal adulto, observada pela redução no

recrutamento de células inflamatórias para o pulmão na presença ou não de estímulo com

lipopolissacarídeo, e pelo comprometimento da atividade oxidante-antioxidante de macrófagos

alveolares antes e após endotoxemia. Além de acarretar um déficit ponderal com início ainda no

aleitamento e que persistiu até a vida adulta do animal.

23

Porto et al. (2007) utilizando a dieta caseína a 8% para promover a desnutrição no período

de lactação, seguida de reposição nutricional com a dieta padrão do biotério (Labina),

constataram uma redução do peso corporal a partir do 5o dia de vida pós-natal que se manteve

até a vida adulta. Além de uma alteração da microbiota oral consistindo em aumento no número

de bactérias. Esse aumento na quantidade de bactérias da microbiota oral, mesmo mantendo o

padrão bacteriano, pode desencadear um desequilíbrio acarretando prejuízo na resposta de defesa

do hospedeiro, constatando mais uma vez a intricada relação entre desnutrição e infecção.

Apesar de estar bem estabelecido, tanto em modelos experimentais quanto em seres

humanos que a desnutrição diminui a eficácia da resposta imune e consequentemente aumenta a

susceptibilidade aos agentes infecciosos (CALDER & JACKSON, 2000), existem poucos

trabalhos que analisam a relação entre o modelo experimental de desnutrição neonatal, com

reposição nutricional e repercussões sobre a resposta imune na vida adulta (PORTO et al., 2007;

MELO et al., 2008). Nesse sentido ainda são necessários estudos que visem elucidar possíveis

consequências, decorrentes da desnutrição em períodos considerados críticos para o

desenvolvimento, sobre o comportamento imunológico de células de defesa, frente a bactérias

com perfil de resistência. De forma a contribuir com resultados proveitosos que enriquecerão a

literatura científica e poderão dar base para definir estratégias adequadas no sentido de reduzir

índices de morbidade e mortalidade de quadros infecciosos graves provocados por bactérias

resistentes a antibióticos em indivíduos desnutridos.

24

3. HIPÓTESES

25

Os macrófagos alveolares e linfócitos infectados, in vitro, por Staphylococcus aureus

meticilina-resistente, apresentam uma diminuição dos níveis de IL-12 e IFN-γ e aumento dos

níveis de IL-10 quando comparado com a infecção celular por Staphylococcus aureus meticilina-

sensível.

Os macrófagos alveolares e linfócitos de ratos submetidos à desnutrição neonatal seguida

de reposição nutricional, após infecção, in vitro, por Staphylococcus aureus meticilina-sensível e

meticilina-resistente apresentam diminuição dos níveis de IL-12, IFN-γ e IL-10 quando

comparado com o grupo de animais nutridos.

26

4. OBJETIVOS

27

Geral: Analisar os níveis de IL-12, IFN-γ e IL-10 produzidos por macrófagos alveolares e

linfócitos após infecção celular, in vitro, com Staphylococcus aureus meticilina-sensível e

meticilina-resistente, em grupos de ratos nutridos (N) ou submetidos à desnutrição neonatal

(DN).

Específicos:

• Avaliar a repercussão das dietas aplicadas sobre a evolução ponderal dos animais;

• Verificar os níveis de IL-12, IFN-γ e IL-10 produzidos por macrófagos alveolares e

linfócitos, após infecção celular, in vitro, com Staphylococcus aureus meticilina-sensível

e meticilina-resistente, em grupos de ratos N ou DN.

• Comparar as cepas de Staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente,

no que diz respeito aos níveis de IL-12, IFN-γ e IL-10 produzidos por macrófagos

alveolares e linfócitos de ratos N frente à infecção celular, in vitro.

• Comparar as cepas de Staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente,

no que diz respeito aos níveis de IL-12, IFN-γ e IL-10 produzidos por macrófagos

alveolares e linfócitos de ratos DN frente à infecção celular, in vitro.

• Comparar entre grupos de ratos N e DN, os níveis de IL-12, IFN-γ e IL-10 produzidos

por macrófagos alveolares e linfócitos, após infecção celular, in vitro, por Staphylococcus

aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente.

28

5. MATERIAIS E MÉTODOS

29

5.1. Desenho do estudo

O presente trabalho empregou o desenho de estudo tipo experimental. Este tipo de

desenho é apontado como um dos mais pertinentes para elucidar as possíveis interações entre a

desnutrição em períodos considerados críticos para o desenvolvimento, aspectos da resposta

imune como à produção de citocinas e processos infecciosos. A opção por esse tipo de desenho

metodológico é determinada pela facilidade de formar grupos comparáveis e homogêneos em

termos de fatores de confusão, além da possibilidade de formação de grupos controle. A

comparabilidade é garantida pela homogeneidade que os grupos apresentam quanto à idade,

sexo, raça, tipo de dieta etc.

5.2. Animais e dietas

Foram utilizados 48 ratos machos, albinos, da linhagem Wistar, provenientes da colônia

de criação do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. Os animais

foram mantidos em biotério com temperatura controlada (22 ± 1ºC), ciclo claro-escuro de 12:12

h (com luzes acesas às 6 h), tiveram livre acesso à água e à ração até a data de início da

manipulação experimental. Os experimentos foram baseados nas recomendações éticas do

Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e do National Institute of Health Guide

for Care and Use of Laboratory Animals.

Ratos com idade entre 90 e 120 dias foram acasalados pelo sistema poligâmico ou harém,

com a combinação de 1 macho/3 fêmeas alojados em gaiola de arame (49x27,5x19,5cm) durante

16 dias. Após esse período, as fêmeas grávidas foram transferidas para gaiolas individuais de

polipropileno (49x34x16cm), onde permaneceram até o final da gestação e por todo o período de

aleitamento. Um dia após o nascimento, filhotes machos foram mantidos com suas mães, em nº.

de seis. Neste mesmo dia, adotado como primeiro dia de vida do animal, as ninhadas foram

divididas em dois grupos (QUADRO 1):

30

1) Nutrido - constituído por filhotes amamentados por mães submetidas à dieta

contendo 17% de proteína à base de caseína utilizada como fonte protéica

(TABELA 1);

2) Desnutrido - constituído por filhotes amamentados por mães submetidas à dieta

contendo 8% de proteína à base de caseína utilizada como fonte protéica

(TABELA 1).

QUADRO 1 - Organograma geral da distribuição dos grupos.

TABELA 1 - Composição da dieta Caseína a 8% e a 17%, utilizada na alimentação dos animais.

INGREDIENTES CASEÍNA A 8% CASEÍNA A 17%

Caseína 79,3g 179,3g

Mix Vitamínico 10g 10g

Mix Mineral 35g 35g

Celulose 50g 50g

Bitartarato de |Colina 2,5g 2,5g

DL-Metionina 3,0g 3,0g

Óleo de Soja 70mL 70mL

Amido de Milho 750,2g 650,2g

Fonte: AIN - 93G.

Grupos experimentais

NUTRIDO Caseína 17%

DESNUTRIDO Caseína 8 %

31

Os animais dos dois grupos foram amamentados durante os primeiros 21 dias após o

nascimento - período de aleitamento. Nesse período foram registrados diariamente (em balança

eletrônica digital – Marte, modelo S-4000-com sensibilidade de 0,1g) os pesos corporais (PC) de

cada animal, a fim de acompanhar o peso corporal durante a manipulação nutricional. A partir do

22o dia de vida até o final do experimento, o peso corporal era aferido duas vezes por semana,

objetivando acompanhar a reposição nutricional dos animais (APÊNDICE). Após o desmame, no

22o dia de vida, os animais foram separados de suas mães, mantidos em gaiolas coletivas

contendo 3 ratos em cada gaiola, e passaram a receber Labina ®, dieta padrão do biotério

(TABELA 2).

TABELA 2 - Composição da dieta padrão LABINA® (Purina do Brasil) utilizada na

alimentação dos animais.

Enriquecimento Enriquecimento Níveis de garantia (%)

Vitamina A 20000UI Piridoxina 6mg Umidade (máx) 13

Vitamina D3 6000UI Biotina 0,1mg Proteína (min) 23

Vitamina E 30UI Colina 2000mg Extrato Etéreo 2,5

Vitamina K 6mg Manganês 50mg Matéria Fibrosa (máx) 9,0

Vitamina B12 10mg Iodo 2mg Matéria Mineral (máx) 8,0

Vitamina B2 8mg Ferro 65mg Cálcio (máx) 1.8

Pantetonato de

Cálcio 24 mg Zinco 35mg Fósforo (min) 0,0

Niacina 95mg Cobre 26mg

Tiamina 4mg Antioxidante 100mg

Ácido Fólico 0,5mg

Fonte: Agribrands do Brasil Ltda.

32

5.3. Cepas de Staphylococcus aureus

Após levantamento bibliográfico em busca de cepas de referência segundo o The

American Type Culture Collection (ATCC), foram selecionadas as cepas Staphylococcus aureus

meticilina resistente (ATCC 33591) e Staphylococcus aureus metilicina sensível (ATCC 29213)

devido ao seu perfil distinto de resistência (TABELA 3). Estas foram obtidas junto ao Instituto

de Microbiologia Prof. Paulo de Góes, Departamento de Microbiologia Médica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, sendo mantidas em caldo Tryptic Soy Broth (TSB), adicionado de

20% de glicerol, em câmara -80°C, até a sua utilização.

Vinte e quatro horas antes de cada experimento, as cepas foram semeadas em placas de

Ágar Sangue (ágar suplementado com sangue de carneiro à 5%) e incubadas em estufa a 37ºC

(FIGURA 1). No início do ensaio, algumas colônias foram transferidas para tubos contendo

tampão fosfato/salina (PBS- do inglês, phosphate-buffered saline) estéril, de forma a obter, com

auxílio de espectrofotômetro a 570nm, uma turbidez de aproximadamente 0,15nm (FIGURA 2).

Esta absorbância, segundo Lu, em 2004 corresponde aproximadamente à concentração de 1 x 106

Unidades Formadoras de colônias (UFC) /mL de PBS.

TABELA 3 - Características das Cepas Staphylococcus aureus utilizadas.

Número ATCC® 33591™

Organismo Staphylococcus aureus subsp. aureus Rosenbach

Isolamento Não informado

Nível de Biossegurança 2

Condições de crescimento Ágar ou Caldo Nutriente, Temperatura: 37.0°C

Comentários

Resistente à Meticilina

33

Número ATCC® 29213™

Organismo Staphylococcus aureus subsp. aureus Rosenbach

Isolamento Ferida

Nível de Biossegurança 2

Condições de crescimento Ágar Trypticase soy , Temperatura: 37.0°C

Comentários Sensibilidade à Oxacilina

Aplicação Controle de qualidade Testes de susceptibilidade a antibióticos

Fonte: ATCC

Figura 1: Colônias de S. aureus Fonte: O autor.

Figura 2: Inóculo bacteriano padronizado a 0,15 nm. Fonte: O autor.

34

5.4. Lavado broncoalveolar

O lavado broncoalveolar (LBA) foi obtido de acordo com a técnica utilizada por De

Castro et al. (2000). Sob efeito do anestésico, uretana 12.5% na proporção de 8 mL/kg i.p., o

animal foi colocado em superfície plana de parafina e em decúbito dorsal. Com o objetivo de

realizar o procedimento cirúrgico de traqueostomia, inicialmente, realizou-se uma assepsia do

animal com álcool etílico a 70%. Em seguida, retiraram-se os pêlos e a pele na porção média do

pescoço, abrindo-se e afastando-se as camadas musculares até obter acesso à traquéia (FIGURA

3A). Com uma pequena pinça, isolou-se a traquéia e, com uma tesoura foi feito um pequeno

orifício entre dois anéis traqueais na porção ventral da mesma. Na sequência, foi inserida uma

cânula plástica acoplada a uma seringa contendo 3 ml de solução de NaCl a 0,9% (soro

fisiológico-SF), à temperatura ambiente. Várias alíquotas de SF foram injetadas e imediatamente

coletadas (FIGURA 3B). O LBA recolhido foi depositado em tubo de centrífuga, tipo Falcon de

50 ml. O procedimento de coleta do material foi realizado até se obter cerca de 30ml do LBA,

para cada rato (FIGURA 3C). O LBA foi armazenado em banho de gelo e ao abrigo da luz, até o

início da etapa seguinte.

Figura 3: A) Início do procedimento cirúrgico de traqueostomia; B) Retirada do Lavado Broncoalveolar. Fonte: O autor. C) Lavado broncoalveolar coletado.

A B C

35

5.5. Cultura de macrófagos alveolares

Centrifugou-se amostras do LBA a 1500 rpm durante 15 minutos (FIGURA 4A). O

precipitado que corresponde às células foi ressuspendido em meio de cultura RPMI 1640 (Gibco-

Invitrogen Corporation) contendo 3% de soro bovino fetal (Gibco-Invitrogen Corporation). A

contagem foi realizada na Câmara de Neubauer colocando-se a suspensão de células e o corante

Azul Tripan a 0.05% em uma diluição de 1:10. O Azul Tripan é um corante vital utilizado para

avaliar a viabilidade e ao mesmo tempo promover a contagem das células (FIGURA 4B). Após a

contagem, as células foram ressuspendidas em RPMI 1640 contendo soro fetal bovino a 3%.

As células foram transferidas para placas de cultura de 6 poços com 35 mm de diâmetro

cada (Falcon), em uma proporção de 106 células/mL de RPMI 1640 em cada poço (FIGURA

4C). Após 1h na incubadora a 37°C e 5% CO2, desprezou-se o sobrenadante com as células não

aderentes e adicionou-se RPMI, deixando-se as placas por mais 1h em incubadora para

estabilização das células. Após o período de estabilização das células, a cultura de macrófagos

foi estimulada com as cepas de MRSA e MSSA padronizando-se a proporção de 1 x 106 UFC

por 1 x 106 de macrófagos/ml de meio de cultura.

Na formação dos grupos foram especificados 4 sistemas: controle negativo, composto por

macrófagos em cultura (1mL/poço contendo 106 macrófagos/mL de RPMI 1640); controle

positivo, semelhante ao anterior, adicionado de 10µl de LPS (sorotipo de Escherichia coli;

055:B5, Sigma); e dois sistemas teste, MSSA (ATCC 29213), composto por macrófagos em

cultura, adicionados desta cepa, na proporção de 106 UFC/ 106 de macrófagos/mL de RPMI

1640; e MRSA (ATCC 33591), com composição semelhante, diferindo apenas quanto à cepa

adicionada.

36

Figura 4: A. Precipitado de células após centrifugação; B. Visualização da célula em Câmara de Neubauer (seta: célula corada com Azul Tripan); C. Células em placa tipo Falcon de 6 poços para cultura. Fonte: O autor.

5.6. Punção Cardíaca

Sob efeito do anestésico, uretana 12.5% na proporção de 8 mL/kg i.p., o animal foi

posicionado em decúbito dorsal sobre superfície plana e estéril, realizou-se a anti-sepsia da

região torácica, procedendo-se em seguida com a toracotomia. Exposto o coração, cerca de 3-5

mL de sangue foram aspirados por punção cardíaca, utilizando-se seringa de 5 mL e agulha

0,70x25 22G1 (BD Biosciences) (FIGURA 5). Depois de desacoplar a agulha da extremidade da

seringa, o volume sanguíneo coletado foi imediatamente transferido para tubo contendo

anticoagulante (EDTA 15%).

Figura 5: Punção cardíaca. Fonte: Araújo, 2010.

5.7. Cultura de Linfócitos

Para a cultura de linfócitos, o sangue obtido a partir da punção cardíaca (FIGURA 6A)

foi diluído em meio de cultura RPMI 1640 (5 mL de sangue + 5mL de RPMI 1640). Aos 10mL

A B C

37

da suspensão resultante foram adicionados 5mL de histopaque (1077-SIGMA), centrifugados a

1500 rpm/30 min (FIGURA 6B). Após a centrifugação a camada formada pelas células

mononucleares foi aspirada e transferida para um segundo tubo (FIGURA 6C). A este, foram

adicionados 10mL de meio de cultura RPMI 1640 e centrifugados por 10 min nas mesmas

condições anteriores. O sobrenadante foi desprezado e as células do sedimento resultante foram

ressuspendidas em meio de cultura e contadas com o auxílio do corante Azul Tripan. A

concentração foi ajustada para 1x106 células para cada 1mL de meio de cultura, sendo dispostos

1mL em cada poço de placas tipo Falcon. As mesmas foram mantidas em incubadoras durante

uma hora a 37°C em atmosfera úmida com 5% CO2.

Decorrido esse intervalo de tempo, o sobrenadante das culturas, contendo os linfócitos,

foi transferido para novos tubos, centrifugados a 1500 rpm/10 min, tiveram então seu

sobrenadante desprezado e seu precipitado ressuspendido em meio de cultura RPMI 1640, e

após nova contagem com o corante azul de tripan e novo ajuste no número de células, a cultura

foi dispensada em novas placas tipo falcon de seis poços, procedendo-se então com os diferentes

estímulos.

Foram formados 4 sistemas in vitro: controle negativo, composto por linfócitos em

cultura (1mL/poço contendo 105 linfócitos/mL de RPMI 1640); controle positivo, semelhante ao

anterior, adicionado de 10µL de LPS (sorotipo de Escherichia coli; 055:B5, Sigma); e dois

sistemas teste, MSSA (ATCC 29213), composto por linfócitos em cultura, adicionados desta

cepa, na proporção de 106 UFC/ 105 de linfócitos /mL de RPMI 1640; e MRSA (ATCC 33591),

com composição semelhante, diferindo apenas quanto à cepa adicionada.

38

Figura 6: A. Sangue coletado com anticoagulante; B. Sangue adicionado do Histopaque; C. Seta: camada de células monucleares; Fonte: Pardin, 2008.

5.8. Produção de IL-12, INF-γ e IL-10 por macrófagos alveolares e linfócitos em cultura Esta dosagem foi realizada pelo método de ELISA utilizando-se o kit Quantikine® m,

R&D Systems. As amostras foram coletadas a partir do sobrenadante da cultura de macrófagos

alveolares e linfócitos após um período de 24 horas de incubação.

5.9. Análise estatística Na comparação entre os grupos, utilizou-se o teste t de Student e Mann-Whitney. Os

resultados foram representados em média ±erro padrão. A significância foi definida para p<0,05.

O software utilizado para as análises foi o SigmaStat®.

5. 10. Considerações éticas Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação Animal do Centro

de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Pernambuco e seguiu as normas sugeridas

pelo Comitê Brasileiro de Experimentação Animal, com o título “Infecção, in vitro, por

staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente: produção de IL-12, IFN-γ e

IL-10 por macrófagos/linfócitos em ratos submetidos à desnutrição neonatal” (ANEXO).

A B C

39

6. ARTIGO I   

40

Com os dados obtidos através da análise da produção de IL-12, IFN-γ e IL-10 por

macrófagos alveolares e linfócitos em ratos saudáveis e eutróficos, confeccionou-se o artigo

intitulado: “Produção de IL-12, IFN-γ e IL-10 por macrófagos alveolares/linfócitos infectados, in

vitro, por Staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente”. Este artigo será

submetido à revista Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical®,

versão impressa, ISSN:0037-8682, Qualis B2 nacional, medicina II.

41

ARTIGO ORIGINAL

Produção de IL-12, IFN-γ e IL-10 por macrófagos alveolares/linfócitos infectados, in vitro, por

Staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente

Production of IL-12, IFN-γ and IL-10 by alveolar macrophages/lymphocytes infected in vitro by

methicillin-sensitive and methicillin-resistant Staphylococcus aureus

Thacianna Barreto da CostaI, Natália Gomes de MoraisI, Thays Miranda AlmeidaII e

Célia Maria Machado Barbosa de CastroIII

IMestrandas em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

IIIniciação cientifica do Setor de Microbiologia, Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami,

Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

IIIProfa Associada 2 da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

Endereço para correspondência:

Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Setor de Microbiologia, Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, Universidade Federal de

Pernambuco, Campus Universitário, Cidade Universitária, Recife-PE-Brasil. CEP: 50670-901.

Tel.: + 55 81 2126 8484. E-mail: [email protected].

Título Corrente: Produção de citocinas e infecção, in vitro, por Staphylococcus aureus.

42

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os Staphylococcus aureus resistentes a meticilina (MRSA) são responsáveis por um

elevado número de infecções hospitalares. Estudos sugerem que além de impor dificuldades

terapêuticas, limitando as opções das drogas de escolha, fatores intrínsecos do MRSA podem

influenciar em sua virulência. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo estudar em ratos

adultos a produção de IL-12, IFN-γ e IL-10 em cultura de macrófagos alveolares/linfócitos infectados,

in vitro, com Staphylococcus aureus sensível e resistente à meticilina.

MÉTODOS: Foram utilizados 24 ratos machos Wistar com idade entre 90 e 120 dias. Os Macrófagos

alveolares foram obtidos após traqueostomia, através da coleta do lavado broncoalveolar. Para a

obtenção dos linfócitos foi realizado o procedimento cirúrgico de punção cardíaca. Após o isolamento

dos diferentes tipos celulares em placas tipo Falcon, procedeu-se com a realização dos estímulos com

as cepas de estudo. A dosagem das citocinas foi realizada pelo método de ELISA, a partir de amostras

coletadas do sobrenadante das culturas após 24 horas de incubação.

RESULTADOS: A produção de IFN-γ e IL-10, em cultura de macrófagos alveolares mostrou-se

elevada no sistema estimulado com a cepa resistente ao ser comparado a cepa sensível.

CONCLUSÕES: Diante da importância do macrófago como célula efetora nas respostas imunes

envolvendo infecções por Staphylococcus aureus e do papel crucial das interleucinas, IFN-γ e IL-10,

no desenrolar do processo infeccioso, podemos sugerir a possibilidade de uma estimulação

imunológica mais intensa por parte da cepa resistente, no que diz respeito à resposta imunológica

desenvolvida pelo macrófago alveolar.

Palavras-Chave: Staphylococcus aureus. Meticilina. Macrófago alveolar. Linfócitos. Citocinas.

43

ABSTRACT

INTRODUCTION: Methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) are responsible for a

large number of hospital infections. Studies suggest that in addition to imposing therapeutic

difficulties, limiting the options of the drugs of choice, intrinsic factors of MRSA may influence

its virulence. Thus, this work was to study in adult rats the production of IL-12, IFN-γ and IL-10

in cultured macrophage/lymphocytes infected in vitro with methicillin-sensitive and methicillin-

resistant Staphylococcus aureus.

METHODS: We used 24 male Wistar rats with age between 90 and 120 days. The Alveolar

macrophages were obtained after tracheostomy, through the collection of bronchoalveolar

lavage. To obtain the lymphocytes was performed the surgical procedure for cardiac puncture.

After isolation of different cell types in type plaque Falcon, we proceeded with the completion of

the stimuli with the strains studied. The measurement of cytokines was performed by ELISA,

using samples collected from the culture supernatants after 24 hours of incubation.

RESULTS: The production of IFN-γ and IL-10 in cultured alveolar macrophages was high in

the system stimulated by the resistant strain compared to strain to be sensitive.

CONCLUSIONS: Given the importance of macrophages as effector cell in immune responses

involving infections by Staphylococcus aureus and the crucial role of interleukins, IFN-γ and IL-

10, in the course in the infection process, we suggest the possibility of a more intense immune

stimulation by part of the resistant strain, with respect to the immune response developed by the

alveolar macrophage.

KEY-WORDS: Staphylococcus aureus. Methicillin. Alveolar macrophage. Lymphocytes.

Cytokines.

44

INTRODUÇÃO

Citocinas compreendem um grupo de polipeptídeos que agem como mensageiros autócrinos,

parácrinos e endócrinos, formando uma complexa rede de comunicação entre as células de defesa1,2.

Através desta rede, as citocinas definem a resposta inflamatória a diferentes estímulos e promovem

sinais que determinam o desencadeamento da resposta imune adaptativa ao antígeno2. Em quadros

infecciosos, esses mediadores podem elevar a temperatura corpórea, tendo assim um efeito deletério

para crescimento de diferentes patógenos. Além disso, promovem a ativação de macrófagos e indução

da síntese de óxido nítrico, exercendo, portanto, efeito antimicrobiano3.

Para reconhecer os diferentes micro-organismos e desencadear toda cascata de mediadores

como a produção de citocinas, os diferentes tipos celulares que compõem a resposta imune inata

dispõem de Receptores Reconhecedores de Padrão (PRRs) que são capazes de reconhecer marcadores

altamente conservados, específicos para os micróbios, chamados padrões moleculares associados à

patógenos (PAMPs)3,4. Em bactérias Gram-positivas os PAMPs instituem vários componentes da

parede celular microbiana, tais como: lipoproteínas, peptidoglicano e ácido lipoteicóico. Posterior a

fase de reconhecimento pelas células da imunidade inata, antígenos proteicos presentes em bactérias

extracelulares, como Staphylococcus aureus, podem ativar linfócitos T CD4+ e assim promover a

síntese de diversos mediadores pró-inflamatórios com a função de estimular a produção de anticorpos,

induzir e ampliar a inflamação local capacitando fagócitos para a atividade microbicida3,5.

Staphylococcus aureus é responsável por uma grande diversidade de problemas médicos,

incluindo infecções de pele e tecidos moles, infecções de sítios cirúrgicos, endocardites e bacteremias

adquiridas em hospitais6. Esta bactéria encontra-se na ponte entre o comensalismo e a patogenicidade,

tendo assim desenvolvido interessantes estratégias para enfrentar inúmeras condições adversas.

Formação de biofilme, aquisição de resistência a antibióticos diversos, bem como a enorme

flexibilidade do genoma estafilocócico, são pré-requisitos para sua sobrevivência em ambientes

45

específicos. Estas são as principais razões pelas quais os estafilococos tornaram-se importantes

patógenos nas infecções7.

Na década de 60, os S. aureus tornaram-se rapidamente resistentes à meticilina (MRSA), em

virtude da síntese de uma proteína ligadora de penicilina (PBP protein binding penicilin) alterada

denominada PBP 2a. Essa proteína é codificada pelo gene mecA, o qual confere resistência a

meticilina ou a outras penicilinas semi-sintéticas como a oxacilina8. Apesar dos contínuos esforços em

controlar a transmissão do MRSA em ambientes hospitalares, especialmente em unidades de terapia

intensiva (UTI), as infecções por esse patógeno continuam associadas a altos indices de morbidade e

mortalidade, constituindo um grave problema de saúde pública9.

Em função desses elevados índices envolvendo infecções por MRSA, muitos estudos vêm

investigando a possibilidade de fatores intrínsecos desse micro-organismos estarem influenciando sua

virulência em relação ao hospedeiro10,11. Estudos clínicos em pacientes com bacteremia, limitados por

pequenos tamanhos amostrais e coleta retrospectiva de dados, demonstraram resultados contraditórios

ao comparar infecções por Staphylococcus aureus resistentes e sensíveis a meticilina (MSSA)12,13.

Ensaios in vitro comparando cepas de MSSA e MRSA, no que diz respeito a produção de fatores de

virulência e ao seu comportamento frente aos diferentes mecanismos de defesa do hospedeiro, também

revelam dados conflitantes14,15.

Dessa forma o presente trabalho teve como objetivo avaliar possíveis diferenças entre cepas de

MRSA e MSSA, no que diz respeito à produção das citocinas IL-12, IFN-γ e IL-10 por macrófagos

alveolares e linfócitos após infecção celular, in vitro.

MÉTODOS

Animais

Foram utilizados 24 ratos machos, albinos, da linhagem Wistar, provenientes da colônia do

biotério de criação do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. Os animais

foram mantidos em biotério com temperatura controlada (22 ± 1ºC), ciclo claro-escuro de 12:12 h

46

(com luzes acesas às 6 h), tiveram livre acesso à água e à ração até a data de início da manipulação

experimental. Os experimentos foram baseados nas recomendações éticas do Colégio Brasileiro de

Experimentação Animal (COBEA) e do National Institute of Health Guide for Care and Use of

Laboratory Animals.

Cepas de Staphylococcus aureus

Após levantamento bibliográfico em busca de cepas de referência segundo o The American

Type Culture Collection (ATCC), foram selecionadas as cepas Staphylococcus aureus meticilina

resistente (ATCC 33591) e Staphylococcus aureus metilicina sensível (ATCC 29213) devido ao seu

perfil distinto de resistência. Estas foram obtidas junto ao Instituto de Microbiologia Prof. Paulo de

Góes, Departamento de Microbiologia Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sendo

mantidas em caldo Tryptic Soy Broth (TSB), adicionado de 20% de glicerol, em câmara -80°C, até a

sua utilização.

Vinte e quatro horas antes de cada experimento, as cepas foram semeadas em placas de Ágar

Sangue (ágar suplementado com sangue de carneiro à 5%) e incubadas em estufa a 37ºC. No início do

ensaio, algumas colônias foram transferidas para tubos contendo tampão fosfato/salina (PBS- do

inglês, phosphate-buffered saline) estéril, de forma a obter, com auxílio de espectrofotômetro a

570nm, uma turbidez de aproximadamente 0,15nm. Esta absorbância, segundo Lu 16 corresponde

aproximadamente à concentração de 1x 106 UFC/mL de PBS.

Lavado broncoalveolar

O lavado broncoalveolar (LBA) foi obtido de acordo com a técnica utilizada por De Castro et

al.17 Para isso, os animais foram anestesiados com uretana 12.5% na proporção de 8 mL/kg i.p. O LBA

foi coletado após a introdução de salina a 0,9% através de uma cânula plástica inserida na traquéia, e

em seguida aspirada em várias alíquotas de 3 mL, sendo coletadas em tubos cônicos de polipropileno

de 50 mL (Falcon, Sigma). Recuperou-se aproximadamente 30 mL de LBA para cada animal.

47

Cultura de macrófagos alveolares

Centrifugou-se amostras do LBA a 1500 rpm durante 15 minutos. O precipitado que

corresponde às células foi ressuspendido em meio de cultura RPMI 1640 (Gibco-Invitrogen

Corporation) contendo 3% de soro bovino fetal (Gibco-Invitrogen Corporation). As células, contadas

com o auxílio do corante Azul de Tripan, foram transferidas para placas de cultura de 6 poços com 35

mm de diâmetro cada (Falcon), em uma proporção de 106 células/mL de RPMI 1640 em cada poço.

Após 1h na incubadora a 37°C e 5% CO2, desprezou-se o sobrenadante com as células não aderentes e

adicionou-se RPMI, deixando-se as placas por mais 1h em incubadora para estabilização das células.

Após o período de estabilização das células, foram especificados 4 sistemas (n=12): controle

negativo (C-), composto por macrófagos em cultura (1mL/poço contendo 106 macrófagos/mL de

RPMI 1640); controle positivo (C+), semelhante ao anterior, adicionado de 10µL de LPS (sorotipo de

Escherichia coli; 055:B5, Sigma); e dois sistemas teste, MSSA (ATCC 29213), composto por

macrófagos em cultura, adicionados desta cepa, na proporção de 106 UFC/ 106 de macrófagos /mL de

RPMI 1640; e MRSA (ATCC 33591), com composição semelhante, diferindo apenas quanto à cepa

adicionada.

Punção Cardíaca

Sob efeito do anestésico, uretana 12.5% na proporção de 8 mL/kg i.p., o animal foi posicionado

em decúbito dorsal sobre superfície plana e estéril. Realizou-se a anti-sepsia da região torácica,

procedendo-se em seguida com a toracotomia. Exposto o coração, cerca de 3-5 mL de sangue foram

aspirados por punção cardíaca, utilizando-se seringa de 5 mL e agulha 0,70x25 22G1 (BD

Biosciences). Depois de desacoplar a agulha da extremidade da seringa, o volume sanguíneo coletado

foi imediatamente transferido para tubo contendo anticoagulante (EDTA 15%).

48

Cultura de Linfócitos

Para a cultura de linfócitos, o sangue obtido a partir da punção cardíaca foi diluído em meio de

cultura RPMI 1640 (5 mL de sangue + 5mL de RPMI 1640). Aos 10mL da suspensão resultante foram

adicionados 5mL de histopaque (1077-SIGMA), centrifugados a 1500 rpm/30 min. Após a

centrifugação, a camada formada pelas células mononucleares foi aspirada e transferida para um

segundo tubo. A este, foram adicionados 10mL de meio de cultura RPMI 1640 e centrifugados por 10

min nas mesmas condições anteriores. O sobrenadante foi desprezado e as células do sedimento

resultante foram ressuspendidas em meio de cultura e contadas com o auxílio do corante Azul Tripan.

A concentração foi ajustada para 1x106 células para cada 1mL de meio de cultura, sendo dispostos

1mL em cada poço de placas tipo Falcon. As mesmas foram mantidas em incubadora durante uma

hora a 37°C em atmosfera úmida com 5% CO2.

Decorrido esse intervalo de tempo, o sobrenadante das culturas, contendo os linfócitos, foi

transferido para novos tubos, centrifugados a 1500 rpm/10 min, tiveram então seu sobrenadante

desprezado e seu precipitado ressuspendido em meio de cultura RPMI 1640, e após nova contagem

com o corante azul de tripan e novo ajuste no número de células, a cultura foi dispensada em novas

placas tipo falcon de seis poços, procedendo-se então com os diferentes estímulos.

Foram formados 4 sistemas in vitro (n=6): controle negativo (C-), composto por linfócitos em

cultura (1mL/poço contendo 105 linfócitos/mL de RPMI 1640); controle positivo (C+), semelhante ao

anterior, adicionado de 10µL de LPS (sorotipo de Escherichia coli; 055:B5, Sigma); e dois sistemas

teste, MSSA (ATCC 29213), composto por linfócitos em cultura, adicionados desta cepa, na proporção

de 106 UFC/ 105 de linfócitos/mL de RPMI 1640; e MRSA (ATCC 33591), com composição

semelhante, diferindo apenas quanto à cepa adicionada.

49

Produção de IL-12, IFN-γ, e IL-10 por macrófagos alveolares e linfócitos em cultura

Esta dosagem foi realizada pelo método de ELISA utilizando-se o kit Quantikine® m, R&D

Systems. As amostras foram coletadas a partir do sobrenadante da cultura de macrófagos alveolares e

linfócitos após um período de 24 horas de incubação.

Análise estatística

Na comparação entre os grupos, utilizou-se o teste t de Student para os dados paramétricos e o

teste de Mann-Whitney para os dados não paramétricos. Os resultados foram representados em média

± erro-padrão. A significância foi definida para p<0.05.

RESULTADOS

Dosagem de IL-12 em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos

Os níveis de IL-12 em sobrenadante de cultura de macrófagos alveolares foram mais elevados

no sistema C+ (144,44±4,58) quando comparado ao C-(126,74±4,65; p=0,013). De forma semelhante

os sistemas MSSA (147,73±4,18; p=0,003) e MRSA(139,47±2,54; p=0,009) apresentaram níveis

maiores dessa citocina quando comparado ao controle negativo. Não foram observadas diferenças

estatísticas entre os referidos sistemas teste (p=0,106) (Figura 1).

A produção de IL-12 em sobrenadante de cultura de linfócitos mostrou-se aumentada no

sistema C+(363,5±19) quando comparada ao C-(317,89±5,92; p= 0,045). Da mesma forma os sistemas

MSSA (389,82±27,8; p=0,015) e MRSA (412,63±38,1; p=0,015) apresentaram níveis maiores dessa

citocina quando comparados ao controle negativo. Não foi encontrada diferença entre os referidos

sistemas teste (p=0,639) (Figura 2).

Dosagem de IFN- γ em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos

Os níveis de IFN-γ em cultura de macrófagos alveolares foram mais elevados no sistema

C+(213,59±9,75) quando comparado ao C-(142,75±13,8; p=<0,001). De forma semelhante o sistema

MRSA (215,13±9,43) apresentou níveis maiores dessa citocina quando comparado ao C- (p=<0,001) e

50

ao MSSA (156,38±10,3; p=<0,001). No entanto não foram observadas diferenças estatísticas entre o

MSSA e C- (p=0,312) (Figura 3).

A produção de IFN-γ em sobrenadante de cultura de linfócitos mostrou-se aumentada no

sistema C+ (294,01±7,99) quando comparado ao C- (259,59±4,32; p=0,004). Não foram observadas

diferenças estatísticas quando os dois sistemas testes MSSA (271,7±7,49; p= 0,192) e MRSA

(269,15±8,63; p=0,345) foram comparados ao controle negativo. Também não foi encontrada

diferença entre os referidos sistemas teste (p= 0,828) (Figura 4).

Dosagem de IL-10 em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos

A IL-10 em cultura de macrófagos alveolares foi produzida em níveis mais elevados no sistema

C+ (173,83±3,05) quando comparado ao C-(154,14±3,12; p=<0,001). O sistema MSSA (179,97±3,89)

produziu níveis mais elevados que o C- (p=<0,001). De forma semelhante o sistema MRSA

(198,17±4) apresentou valores maiores dessa interleucina quando comparado com o C- (p=<0,001) e

MSSA (p= 0,012) (Figura 5).

A análise dos níveis de IL-10 em sobrenadante de cultura de linfócitos revelou níveis maiores

dessa citocina no C+ (347,49±3,38) quando comparado ao C- (334,76±1,2; p=0,005). Da mesma forma

os sistemas testes MSSA (365,6±7,57; p=0,002) e MRSA (377,99±1,4; p=<0,001) apresentaram

valores mais elevados que o controle negativo. Não foi encontrada diferença entre os referidos

sistemas teste (p= 0,485) (Figura 6).

DISCUSSÃO

De uma forma geral no início de um processo infeccioso a IL-12 induz um aumento na

produção de IFN-γ por células Natual killer e células T ou linfócitos T. O IFN-γ por sua vez ativa

fagócitos e aumenta a sua capacidade de produzir IL-12 em níveis mais elevados. Diferentemente a IL-

10 e outras citocinas associadas ao perfil Th2 são potentes reguladores negativos da produção e

atividade de IL-12. Assim, observa-se em vários modelos de doenças infecciosas que o equilíbrio entre

51

a IL-12 e IL-10 pode ter um impacto significativo sobre a progressão e resolução de processos

infecciosos18,19.

No presente estudo a análise da produção de IL-12 em cultura de macrófagos alveolares mostra

uma maior produção dessa citocina no controle positivo ao ser comparado ao controle negativo, assim

como, níveis maiores de IL-12 nos sistemas estimulados com cepas sensíveis e resistentes quando

comparado ao controle negativo. Não constatando-se diferença entre as referidas cepas. O mesmo

padrão de resposta foi observado quando analisados os níveis dessa citocina em cultura de linfócitos.

Corroborando com esses resultados Lawrence & Nauciel20, demonstraram que peptideoglicano

presente no Staphylococcus aureus induz a produção de IL-12 por macrófagos. Esses dados

assemelham-se também aqueles obtidos por Scott et al.21 os quais descreveram em seu estudo,

realizado com células dendríticas, que patógenos como o S.aureus, são capazes de induzir uma maior

produção de IL-12. De forma semelhante, Bost et al.22 detectaram níveis maiores de IL-12 em cultura

de osteoblastos infectadas com S. aureus.

Estudos demonstram que, in vivo e in vitro, a primeira resposta das células T a enterotoxina

estafilocócica B, é caracterizada por um padrão de citocinas Th1, com exacerbada expressão de IL-12,

TNF-α e IFN-γ versus uma baixa expressão de IL-10, assemelhando-se a uma variedade de infecções

por patógenos intracelulares23.

Diferentes estudos revelam que cepas de MRSA produzem altas concentrações das

enterotoxinas estafilocócicas B e C24,25, essas enterotoxinas têm alto potencial antigênico, o que

poderia ter conduzido à altas concentrações de citocinas, principalmente do perfil inflamatório, por

parte da cepa resistente quando comparada a sensível em cultura de linfócitos. Esse tipo de resposta

não foi evidenciada em nosso estudo, possivelmente, pela não produção dessas enterotoxinas na cepa

de MRSA utilizada no presente estudo como estímulo ou pela produção equivalente por parte da cepa

sensível.

52

No que diz respeito à produção de IFN-γ em cultura de macrófagos alveolares observamos que

o sistema estimulado com LPS, controle positivo, apresentou níveis maiores dessa citocina quando

comparado ao controle negativo. De forma semelhante, o sistema estimulado pela cepa resistente

apresentou níveis maiores dessa citocina ao ser comparado ao controle negativo e a cepa sensível. Não

sendo observada diferença entre os sistemas MSSA e controle negativo. Esses resultados sugerem uma

maior indução da produção dessa citocina por parte da cepa resistente, acompanhada de uma produção

menos expressiva por parte da cepa sensível a qual se assemelhou aos níveis basais produzidos pelo

controle negativo. Diversos estudos descrevem os macrófagos como células efetoras da imunidade

inata em infecções por MRSA26,27. Dessa forma, a sua resposta frente à cepa resistente pode ser

representativa de uma maior potencialidade dessa cepa em induzir a produção de IFN-γ. Esses

resultados vão de encontro a alguns estudos que analisaram outros parâmetros imunológicos frente às

referidas cepas, os quais não detectaram quaisquer diferenças no percentual de fagocitose por

monócitos/macrófagos e neutrófilos28,29, tampouco na produção de radicais livres por macrófagos

alveolares quando comparadas às cepas sensíveis e resistentes à meticilina29.

Analisando a produção de IFN-γ em cultura de linfócitos, os resultados do presente estudo

revelam que, apenas o sistema que constituiu o controle positivo, produziu níveis maiores dessa

citocina quando comparado ao controle negativo. As demais comparações realizadas entre as cepas

bacterianas em estudo e os respectivos controles adotados não diferiram entre si. Estes dados podem

ser justificados em parte pelos estudos de Yoshihara et al.30, os quais verificaram que IFN-γ é

produzido especificamente por células Natural Killer e não por células T, após estímulo com S.aureus.

Entretanto, estudos envolvendo infecções por esse micro-organismo descrevem que a fase inicial da

infecção disseminada por S. aureus é caracterizada pela produção endógena de citocinas inflamatórias,

como TNF-α e IFN-γ31.

IFN-γ é considerada uma citocina reguladora fundamental produzida principalmente por

linfócitos T, sendo caracterizada por orquestrar tanto a resposta inata como a adquirida frente às

53

infecções estafilocócicas32.Assim, era de se esperar que houvesse níveis elevados de IFN-γ em cultura

de linfócitos estimuladas in vitro, com esse patógeno, independente da bactéria ter ou não um perfil de

resistência aos antimicrobianos. Possivelmente o período de 24 horas, escolhido para a análise dessa

citocina, não tenha sido adequado para se verificar o real padrão da produção dessa citocina em cultura

de linfócitos estimulada com S. aureus.

A análise da produção de IL-10 em sobrenadante de cultura de macrófagos alveolares revelou

níveis maiores dessa citocina no controle positivo quando comparado ao controle negativo. De forma

semelhante, os sistemas estimulados pelas cepas sensível e resistente a meticilina, apresentaram níveis

mais elevados de IL-10 ao serem comparados ao controle negativo. Analisando a produção dessa

interleucina em cultura de linfócitos, observamos o mesmo padrão de resposta com exceção da

diferença entre as cepas sensível e resistente, esta observada apenas em cultura de macrófagos

alveolares. Ambas as cepas estudadas apresentaram níveis maiores dessa interleucina quando

comparadas ao controle negativo, demonstrando uma participação ativa da IL-10 nas infecções por

S.aureus. De acordo com Wang et al.33 culturas de monócitos e linfócitos T estimuladas com

peptidoglicano e ácido lipoteicóico isolados de Staphylococcus aureus induzem a produção de IL-10.

Estudos mostram claramente que a ausência de IL-10 agrava a frequência e a gravidade de quadros de

artrite induzida por S. aureus34.

Essa interleucina está envolvida em diversos mecanismos de regulação da resposta

inflamatória, de modo a proteger o hospedeiro contra possíveis danos provocados pela resposta

imune35. Do ponto de vista do hospedeiro, níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias, apesar de

estarem atrelados à eliminação do patógeno, podem ser prejudiciais, em virtude dos efeitos pirogênicos

e deletérios. Da mesma forma, uma elevação posterior nos níveis de citocinas anti-inflamatórias, como

a IL-10, podem ter tanto implicações benéficas, por atuarem proporcionando um equilíbrio do perfil

imunológico, como implicações prejudiciais por se relacionarem com cronicidade da doença.

54

Assim, existem muitos questionamentos no que diz respeito ao papel da IL-10 no decorrer de

processos infecciosos. De acordo com Roilides et al. 36 a IL-10 atua em infecções por S. aureus

reduzindo a atividade bactericida de monócitos humanos infectados, apesar de não alterar a sua

capacidade fagocitica. Partindo desse princípio, a IL-10 prolongaria o tempo de permanência do

patógeno no hospedeiro. E é nesse sentido que sugerimos uma possível virulência exacerbada da cepa

resistente à meticilina quando comparada à cepa sensível, visto que no presente estudo o sistema

estimulado com cepa resistente produziu níveis maiores dessa citocina, em cultura de macrófagos

alveolares.

Nesse contexto diversos estudos têm analisado possíveis diferenças no perfil de virulência entre

cepas de S. aureus sensíveis e resistentes à meticilina. Alguns autores relataram que isolados

nosocomiais de MRSA produzem quantidades maiores de coagulase37 e catalase14 do que linhagens

sensíveis a meticilina. O conteúdo da catalase do S. aureus se correlaciona bem com a sobrevivência

dos micro-organismos no interior dos fagócitos38 e, portanto, pode representar um importante fator de

virulência. Jordens et al.39 relataram que a enterotoxina A, considerada mais potente que as

enterotoxinas estafilocócicas B e C, é produzida por MRSA, mas não por MSSA40. Em contrapartida,

outros estudos descrevem que a produção de toxinas independe do perfil de resistência41 e que fatores

de virulência como a produção de hemolisinas42 não diferem entre cepas sensíveis e resistentes à

meticilina. Como se pode perceber, apesar da diversa gama de estudos existentes, a relação entre

possíveis diferenças no que diz respeito aos fatores de virulência das cepas de MSSA e MRSA, e

conseqüentes influências sobre a resposta imune ainda é muito controversa.

É importante ressaltar que para os dois tipos de células estudadas na presente pesquisa, o

sistema estimulado com LPS apresentou níveis mais elevados das diferentes citocinas dosadas quando

comparado ao controle negativo. Da mesma forma, diferentes estudos, in vivo e in vitro, também

constataram níveis maiores das referidas citocinas após estímulo com LPS43,35. De maneira geral, após

estímulo com essa endotoxina ocorre uma produção intensa de citocinas pró-inflamatórias que

55

posteriormente é seguida por aumento da síntese de IL-1021. A diferença detectada entre os controles

adotados pelo estudo confere uma segurança maior às demais análises realizadas, visto que, o LPS é

reconhecidamente um ativador em potencial dos macrófagos.

No presente estudo, podemos concluir que apenas a produção de IFN-γ e IL-10, em cultura de

macrófagos alveolares, diferiu entre as cepas em estudo. Diante da importância do macrófago como

célula efetora nas respostas imunes envolvendo infecções por S. aureus e do papel crucial dessas

interleucinas no desenrolar do processo infeccioso, podemos sugerir a possibilidade de uma

estimulação imunológica mais intensa, por parte da cepa resistente à nível de macrófago alveolar.

Entretanto é importante estar atento a necessidade de investigações mais aprofundadas, como o

envolvimento de um maior número de parâmetros imunológicos, no sentido de caracterizar, de forma

mais abrangente, o real padrão da resposta imune frente à esse tipo de patógeno.

56

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61

Figura 1: Produção de IL-12 por macrófagos alveolares de ratos adultos para os sistemas:

C-, C+, MSSA e MRSA. Teste t de Student. Valores expressos como média ± erro padrão

(n= 12). *p<0,05 na comparação com C-.

Figura 2: Produção de IL-12 por linfócitos de ratos adultos para os sistemas: C-, C+,

MSSA e MRSA. Teste t de Student. Valores expressos como média ± erro padrão (n=

6).*p<0,05 na comparação com C-.

62

Figura 3: Produção de IFN-γ por macrófagos alveolares de ratos adultos para os

sistemas: C-, C+, MSSA e MRSA. Teste t de Student. Valores expressos como média ±

erro padrão (n= 12). *p<0,05 na comparação com C-. #p<0,05 na comparação com

MSSA.

Figura 4: Produção de IFN-γ por linfócitos de ratos adultos para os sistemas: C-, C+,

MSSA e MRSA. Teste t de Student. Valores expressos como média ± erro padrão (n= 6).

*p<0,05 na comparação com C-.

63

Figura 5: Produção de IL-10 por macrófagos alveolares de ratos adultos para os sistemas:

C-, C+, MSSA e MRSA. Teste t de Student. Valores expressos como média ± erro padrão

(n= 12). *p<0,05 na comparação com C-. #p<0,05 na comparação com MSSA.

Figura 6: Produção de IL-10 por linfócitos de ratos adultos para os sistemas: C-, C+,

MSSA e MRSA. Teste t de Student. Valores expressos como média ± erro padrão (n= 6).

*p<0,05 na comparação com C-.

64

7. ARTIGO II

65

Com os dados obtidos através da análise da produção de IFN-γ, IL-12 e IL-10 por

macrófagos alveolares e linfócitos em ratos nutridos e desnutridos durante o período de lactação,

confeccionou-se o artigo intitulado: “Desnutrição neonatal e produção de IFN-γ, IL-12 e IL-10

por macrófagos/linfócitos: estudo da infecção celular, in vitro, por Staphylococcus aureus

meticilina sensível e meticilina resistente”. Este artigo será submetido à revista Revista de

Nutrição®, versão impressa ISSN 1415-5273, Qualis B2 nacional, medicina II.

66

ARTIGO ORIGINAL

Desnutrição neonatal e produção de IFN-γ, IL-12 e IL-10 por macrófagos/linfócitos: estudo da

infecção celular, in vitro, por Staphylococcus aureus meticilina sensível e meticilina resistente

Early malnutrition and production of IFN-γ, IL-12 and IL-10 by macrophages/ lymphocytes:

study of in vitro cellular infection by methicillin sensitive and methicillin resistant

Staphylococcus aureus

Thacianna Barreto da CostaI; Natália Gomes de MoraisI;Thays Miranda de AlmeidaII; Célia

Maria Machado Barbosa de CastroIII

I Mestrandas em Medicina Tropical pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. II Iniciação cientifica do Setor de Microbiologia, Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami,

Universidade Federal de Pernambuco – UFPE III Profa Associada 2 da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

*Endereço para correspondência:

Célia Maria Machado Barbosa de Castro

Setor de Microbiologia, Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, Universidade Federal de

Pernambuco, Campus Universitário, Cidade Universitária, Recife-PE-Brasil. CEP: 50670-901.

Tel.: + 55 81 2126 8484. E-mail: [email protected].

Título abreviado: Desnutrição neonatal e citocinas

Short title: Neonatal malnutrition and cytokines

1. Artigo elaborado a partir da dissertação de COSTA, T.B., intitulada “Infecção, in vitro, por

Staphylococcus aureus meticilina-sensível e meticilina-resistente: produção de IL-12, INF-γ e

IL-10 por macrófagos/linfócitos em ratos submetidos à desnutrição neonatal”. Universidade

Federal de Pernambuco, 2011, páginas -123.

67

RESUMO

OBJETIVO: Estudar em ratos adultos e submetidos à desnutrição neonatal, a produção de IFN-

γ, IL-12 e IL-10 em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos infectados, in vitro, com

Staphylococcus aureus sensível/resistente à meticilina. MÉTODOS: Ratos machos Wistar

foram amamentados por mães cuja dieta continha 17% de proteína (grupo nutrido) e 8% de

proteína (grupo desnutrido). Após desmame, ambos os grupos foram alimentados com dieta

normoprotéica. Os macrófagos foram obtidos após traqueostomia, através da coleta do lavado

broncoalveolar. Para a obtenção dos linfócitos foi realizado o procedimento cirúrgico de punção

cardíaca. Após o isolamento dos diferentes tipos celulares, procedeu-se com a realização dos

estímulos. A dosagem das citocinas foi realizada pelo método de ELISA, a partir de amostras

coletadas do sobrenadante das culturas após 24 horas de incubação. RESULTADOS: A

desnutrição acarretou diminuição do crescimento ponderal, redução na produção de IFN-γ em

cultura de macrófagos alveolares e linfócitos e diminuição na produção de IL-12 em cultura de

macrófagos alveolares. Apenas a produção de IFN-γ e IL-10 em cultura de macrófagos

alveolares apresentou diferença entre as cepas analisadas, em ambos os grupos estudados.

CONCLUSÕES: O modelo de desnutrição neonatal produziu sequela no peso corporal e

reduziu a produção de citocinas pró-inflamatórias (IL-12 e IFN-γ), indicando que esse modelo de

desnutrição pode comprometer a resolução de um processo infeccioso. A cepa de Staphylococcus

aureus resistente a meticilina, estimulou uma maior produção de IFN-γ e IL-10 por macrófagos

alveolares sugerindo estimulação imunológica mais intensa, por parte dessa cepa, nesse tipo

celular em particular.

Termos de indexação: desnutrição; Staphylococcus aureus; meticilina; macrófago alveolar;

linfócitos; citocinas.

68

ABSTRACT

OBJECTIVE: The aim of this work was study in adult rats submitted to neonatal malnutrition,

the production of IFN-γ, IL-12 and IL-10 in cultured macrophages and lymphocytes infected in

vitro with Staphylococcus aureus sensitive / resistant to methicillin. METHODS: Male Wistar

rats were suckled by mothers whose diet contained 17% protein (fed group) and 8% protein

(experimental group). After weaning, both groups were fed a normal diet. The macrophages

were obtained after tracheostomy, through the collection of bronchoalveolar lavage. To obtain

the lymphocytes was performed the surgical procedure for cardiac puncture. After isolation of

different cell types, we proceeded with the completion of the stimuli. The measurement of

cytokines was performed by ELISA, using samples collected from the culture supernatants after

24 hours of incubation. RESULTS: Malnutrition let to decreased weight growth, reduction in

IFN-γ in cultured alveolar macrophages and lymphocytes and decreased production of IL-12 in

cultured alveolar macrophages. Only IFN-γ and IL-10 in cultured alveolar macrophages was

different between the strains analyzed in both groups. CONCLUSIONS: The model of neonatal

malnutrition sequel produced in body weight and reduced production of proinflammatory

cytokines (IL-12 and IFN-γ), indicating that this model of malnutrition can affect the resolution

of an infectious process. The strain of methicillin-resistant Staphylococcus aureus, has

stimulated a higher production of IFN-γ and IL-10 by alveolar macrophages suggesting immune

stimulation more intense by this strain, this cell type in particular.

Indexing terms: malnutrition; Staphylococcus aureus; methicillin; alveolar macrophage;

lymphocytes; cytokine.

69

INTRODUÇÃO

O processo de desnutrição é caracterizado por um desequilíbrio e/ou uma deficiência de

nutrientes no organismo1. Incidindo no período de aleitamento, a deficiência nutricional pode ser

um agente estressor indutor de alterações tardias na resposta imunológica2, uma vez que em

humanos, eventos importantes para a imunocompetência são iniciados ainda no embrião e

continuam na primeira semana de vida. Em ratos, a competência imunológica também é

adquirida gradualmente após o nascimento3. Nesse sentido, os efeitos da desnutrição são mais

intensos e permanentes quanto mais precocemente ocorrer à agressão e mais tarde for iniciada a

reabilitação nutricional1.

Diferentes aspectos, tais como número de células dendríticas, produção de citocinas e

capacidade de desencadear proliferação de linfócitos T de memória encontram-se

significativamente afetados durante a subnutrição4. Células de extrema importância no controle

e resolução dos processos infecciosos, por estarem envolvidas tanto na reposta imune inata

quanto adaptativa, os macrófagos, encontram-se em número reduzido e têm muitas das suas

funções comprometidas em animais desnutridos5.

No pulmão, são encontrados os macrófagos alveolares, que possuem papel central na

manutenção da estrutura normal deste órgão e são de grande importância para a defesa contra

micro-organismos que comumente infectam o homem através das vias respiratórias6. Esses

fagócitos atuam como células acessórias para os linfócitos e em resposta à infecção liberam um

grupo estruturalmente diferenciado de moléculas que incluem as interleucinas: IL-1, IL-10, IL-

12, fator de necrose tumoral (TNF-α), dentre outras 7.

A relação de causalidade entre desnutrição, supressão imunológica e

infecção, tem sido alvo frequente de pesquisas na atualidade8. Dados epidemiológicos revelam

que a relação da deficiência nutricional com maior mortalidade se deve ao fato da mesma

aumentar a susceptibilidade aos agentes infecciosos e também a gravidade destas infecções9. No

70

Brasil, o Staphylococcus aureus é uma das bactérias mais frequentemente isoladas em infecções

hospitalares, trata-se de um micro-organismo com características virulentas e diversos

mecanismos de resistência a sua disposição10.

O uso indiscriminado da meticilina e outras penicilinas semi-sintéticas, na década de 60,

permitiu a emergência do Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA), que tem se

tornado o mais importante patógeno nosocomial em todo o mundo, capaz de causar uma ampla

variedade de infecções11. Estudos sugerem que além de impor dificuldades terapêuticas

limitando as opções das drogas de escolha, fatores intrínsecos do MRSA podem influenciar na

sua virulência12. Porém, ainda há muito a ser esclarecido no que diz respeito à gravidade dos

quadros infecciosos envolvendo esse micro-organismo.

Apesar de estar bem estabelecido, tanto em modelos experimentais quanto em seres

humanos que a desnutrição diminui a eficácia da resposta imune e consequentemente aumenta a

susceptibilidade aos agentes infecciosos13, são escassos os trabalhos que demonstram seu efeito

tardio pós-reposição nutricional sobre a resposta imune em quadros infecciosos envolvendo

micro-organismos resistentes a antibióticos. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo

avaliar o efeito da desnutrição neonatal sobre o comportamento de citocinas produzidas por

células imunes após processo de infecção celular, in vitro, analisando possíveis diferenças no

padrão dessas citocinas entre cepas sensíveis e resistentes a meticilina.

MÉTODOS

Animais e dietas

Foram utilizados 48 ratos machos, albinos, da linhagem Wistar, provenientes da colônia

de criação do biotério Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco. Os

animais foram mantidos em biotério com temperatura controlada (22 ± 1ºC), ciclo claro-escuro

de 12:12 h (com luzes acesas às 6 h), tiveram livre acesso à água e à ração até a data de início da

manipulação experimental. Os experimentos foram baseados nas recomendações éticas do

71

Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e do National Institute of Health Guide

for Care and Use of Laboratory Animals.

Um dia após o nascimento, filhotes machos foram mantidos com suas mães, em nº. de

seis. Neste mesmo dia, adotado como primeiro dia de vida do animal, as ninhadas foram

divididas em dois grupos: Nutrido - constituído por filhotes amamentados por mães submetidas à

dieta contendo 17% de proteína à base de caseína utilizada como fonte protéica (AIN93G);

Desnutrido - constituído por filhotes amamentados por mães submetidas à dieta contendo 8% de

proteína à base de caseína utilizada como fonte protéica (AIN93G).

Os animais dos dois grupos foram amamentados durante os primeiros 21 dias após o

nascimento - período de aleitamento. Nesse período foram registrados diariamente (em balança

eletrônica digital – Marte, modelo S-4000-com sensibilidade de 0,1g) os pesos corporais (PC) de

cada animal, a fim de acompanhar o peso corporal durante a manipulação nutricional. A partir do

22o dia de vida até o final do experimento, o peso corporal foi aferido duas vezes por semana,

objetivando acompanhar a reposição nutricional dos animais. Após o desmame, no 22o dia de

vida, os animais foram separados de suas mães, mantidos em gaiolas coletivas contendo 3 ratos

em cada gaiola, e passaram a receber Labina ®, dieta contendo 23% de proteína (Labina-Purina

do Brasil).

Cepas de Staphylococcus aureus

Após levantamento bibliográfico em busca de cepas de referência segundo o The

American Type Culture Collection (ATCC), foram selecionadas as cepas Staphylococcus aureus

meticilina resistente (ATCC 33591) e Staphylococcus aureus metilicina sensível (ATCC 29213)

devido ao seu perfil distinto de resistência. Estas foram obtidas junto ao Instituto de

Microbiologia Prof. Paulo de Góes, Departamento de Microbiologia Médica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, sendo mantidas em caldo Tryptic Soy Broth (TSB), adicionado de

20% de glicerol, em câmara -80°C, até a sua utilização.

72

Vinte e quatro horas antes de cada experimento, as cepas foram semeadas em placas de

Ágar Sangue (ágar suplementado com sangue de carneiro à 5%) e incubadas em estufa a 37ºC.

No início do ensaio, algumas colônias foram transferidas para tubos contendo tampão

fosfato/salina (PBS- do inglês, phosphate-buffered saline) estéril, de forma a obter, com auxílio

de espectrofotômetro a 570nm, uma turbidez de aproximadamente 0,15nm. Esta absorbância,

segundo Lu14, em 2004 corresponde aproximadamente à concentração de 106 UFC/mL de PBS.

Lavado broncoalveolar

O lavado broncoalveolar (LBA) foi obtido de acordo com a técnica utilizada por De

Castro et al15. Para isso, os animais foram anestesiados com uretana 12.5% na proporção de 8

mL/kg i.p. O LBA foi coletado após a introdução de salina a 0,9% através de uma cânula plástica

inserida na traquéia, e em seguida aspirada em várias alíquotas de 3 mL, sendo coletadas em

tubos cônicos de polipropileno de 50 mL (Falcon, Sigma). Recuperou-se aproximadamente 30

mL de LBA para cada animal.

Cultura de macrófagos alveolares

Centrifugou-se amostras do LBA a 1500 rpm durante 15 minutos. O precipitado que

corresponde às células foi ressuspendido em meio de cultura RPMI 1640 (Gibco-Invitrogen

Corporation) contendo 3% de soro bovino fetal (Gibco-Invitrogen Corporation). As células,

contadas com o auxílio do corante Azul de Tripan, foram transferidas para placas de cultura de 6

poços com 35 mm de diâmetro cada (Falcon), em uma proporção de 106 células/mL de RPMI

1640 em cada poço. Após 1h na incubadora a 37°C e 5% CO2, desprezou-se o sobrenadante com

as células não aderentes e adicionou-se RPMI, deixando-se as placas por mais 1h em incubadora

para estabilização das células.

Após o período de estabilização das células, foram especificados 4 sistemas (n=24):

controle negativo (C-), composto por macrófagos em cultura (1mL/poço contendo 106

macrófagos/mL de RPMI 1640); controle positivo (C+), semelhante ao anterior, adicionado de

73

10µL de LPS (sorotipo de Escherichia coli; 055:B5, Sigma); e dois sistemas teste, MSSA

(ATCC 29213), composto por macrófagos em cultura, adicionados desta cepa, na proporção de

106UFC/ 106 de macrófagos/mL de RPMI 1640; e MRSA (ATCC 33591), com composição

semelhante, diferindo apenas quanto à cepa adicionada.

Punção Cardíaca

Sob efeito do anestésico, uretana 12.5% na proporção de 8 mL/kg i.p., o animal foi

posicionado em decúbito dorsal sobre superfície plana e estéril. Realizou-se a anti-sepsia da

região torácica, procedendo-se em seguida com a toracotomia. Exposto o coração, cerca de 3-5

mL de sangue foram aspirados por punção cardíaca, utilizando-se seringa de 5 mL e agulha

0,70x25 22G1 (BD Biosciences). Depois de desacoplar a agulha da extremidade da seringa, o

volume sanguíneo coletado foi imediatamente transferido para tubo contendo anticoagulante

(EDTA 15%).

Cultura de Linfócitos

Para a cultura de linfócitos, o sangue obtido a partir da punção cardíaca foi diluído em

meio de cultura RPMI 1640 (5 mL de sangue + 5mL de RPMI 1640). Aos 10mL da suspensão

resultante foram adicionados 5mL de histopaque (1077-SIGMA), centrifugados a 1500 rpm/30

min. Após a centrifugação a camada formada pelas células mononucleares foi aspirada e

transferida para um segundo tubo. A este, foram adicionados 10mL de meio de cultura RPMI

1640 e centrifugados por 10 min nas mesmas condições anteriores. O sobrenadante foi

desprezado e as células do sedimento resultante foram ressuspendidas em meio de cultura e

contadas com o auxílio do corante Azul Tripan. A concentração foi ajustada para 1x106 células

para cada 1mL de meio de cultura, sendo dispostos 1mL em cada poço de placas tipo Falcon. As

mesmas foram mantidas em incubadora durante uma hora a 37°C em atmosfera úmida com 5%

CO2.

74

Decorrido esse intervalo de tempo, o sobrenadante das culturas, contendo os linfócitos,

foi transferido para novos tubos, centrifugados a 1500 rpm/10 min, tiveram então seu

sobrenadante desprezado e seu precipitado ressuspendido em meio de cultura RPMI 1640, e

após nova contagem com o corante azul de tripan e novo ajuste no número de células, a cultura

foi dispensada em novas placas tipo falcon de seis poços, procedendo-se então com os diferentes

estímulos.

Foram formados 4 sistemas in vitro (n=12): controle negativo (C-), composto por

linfócitos em cultura (1mL/poço contendo 105 linfócitos/ml de RPMI 1640); controle positivo

(C+), semelhante ao anterior, adicionado de 10µL de LPS (sorotipo de Escherichia coli; 055:B5,

Sigma); e dois sistemas teste, MSSA (ATCC 29213), composto por linfócitos em cultura,

adicionados desta cepa, na proporção de 106 UFC/ 105 de linfócitos/mL de RPMI 1640; e MRSA

(ATCC 33591), com composição semelhante, diferindo apenas quanto à cepa adicionada.

Produção de IFN-γ, IL-12 e IL-10 por macrófagos alveolares e linfócitos em cultura

Esta dosagem foi realizada pelo método de ELISA utilizando-se o kit Quantikine® m,

R&D Systems. As amostras foram coletadas a partir do sobrenadante da cultura de macrófagos

alveolares e linfócitos após um período de 24 horas de incubação.

Análise estatística

Na comparação entre os grupos, utilizou-se o teste t de Student para os dados

paramétricos e o teste de Mann-Whitney para os dados não paramétricos. Os resultados foram

representados em média ± erro-padrão. A significância foi definida para p<0.05.

RESULTADOS

Evolução ponderal

Nos primeiros dias de vida, os pesos corporais (g) dos grupos nutrido (N) e desnutrido

(DN) foram semelhantes até o 3º dia. A partir do 4º dia até o 21º dia pós-natal, os valores dos

pesos corporais dos animais desnutridos foram menores em relação aos dos animais nutridos.

75

Entre o 23º e o 90º dia de vida ocorreu a reposição nutricional e os valores dos pesos do grupo

desnutrido permaneceram menores (p=<0.001) quando comparados aos do grupo nutrido (Figura

1).

Dosagem de IFN- γ em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos

A análise dos níveis de IFN-γ em sobrenadante de cultura de macrófagos alveolares

indica que a desnutrição neonatal ocasionou redução nos valores dessa citocina em animais

desnutridos quando comparados aos animais nutridos, para os sistemas C+ e MRSA. No entanto,

não foram observadas diferenças entre os referidos grupos para os sistemas C- e MSSA. A

análise intragrupo indica que o sistema C+ apresentou valores maiores dessa citocina quando

comparado aos respectivos C-N (p=<0,001) e C-DN(p=<0,001). Essa análise revela ainda que, o

sistema MRSA nos dois grupos de estudo produziu níveis mais elevados dessa citocina quando

comparado ao MSSA N (p=<0,001) e MSSA DN (p=<0,001) (Tabela 1).

A produção de IFN-γ em sobrenadante de cultura de linfócitos mostrou-se reduzida no

grupo de animais desnutridos em relação ao grupo nutrido em todos os sistemas de análise. Na

análise intragrupo, observamos um aumento na produção dessa citocina no sistema C+ quando

comparado aos referentes C-N(p=0,004) e C-DN(p=0,005). Não foi observada diferença na

produção intragrupo, quando realizada a comparação entre os sistemas teste, MSSA e MRSA em

grupos de animais nutridos e desnutridos (Tabela 1).

Dosagem de IL-12 em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos

A análise dos níveis de IL-12 em sobrenadante de cultura de macrófagos alveolares

demonstra que a dieta deficiente durante os primeiros 21 dias de vida, acarretou no animal

adulto, redução nos valores dessa citocina em todos os sistemas de análise. A análise intragrupo

revela que o C+ em ambos os grupos apresentou valores maiores dessa citocina quando

comparado aos respectivos C-N (p=0,013) e C-DN (p=<0,001). Os sistemas MSSA e MRSA não

diferiram entre si em nenhum dos grupos de estudo (Tabela 2).

76

A IL-12 em sobrenadante de cultura de linfócitos foi produzida em concentrações

similares entre grupos de animais desnutridos e nutridos em todos os sistemas de análise. Na

análise intragrupo, observamos um aumento na produção dessa citocina no sistema C+ quando

comparado aos referentes C-N (p=0,045) e C-DN (p=0,001). Não foi observada diferença na

produção intragrupo, quando realizada a comparação entre os sistemas teste, MSSA e MRSA em

grupos de animais nutridos e desnutridos (Tabela 2).

Dosagem de IL-10 em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos

Os níveis de IL-10 em sobrenadante de cultura de macrófagos alveolares indicam que a

desnutrição neonatal não alterou a produção dessa citocina, quando comparados os grupos

nutrido e desnutrido, em nenhum dos sistemas estudados. A análise intragrupo indica que, o

sistema C+ apresentou valores maiores dessa citocina quando comparado aos respectivos C-

N(p=<0,001) e C-DN(p=0,017). Essa análise revela ainda que, o sistema MRSA nos dois grupos

de estudo produziu níveis mais elevados dessa citocina quando comparado ao MSSA N

(p=0,012) e MSSA DN (p=0,037) (Tabela 3).

A produção de IL-10 em sobrenadante de cultura de linfócitos não diferiu entre grupos de

animais nutridos e submetidos à desnutrição neonatal, em nenhum dos sistemas de análise. A

análise intragrupo revela que o C+ em ambos os grupos apresentou valores maiores dessa

citocina quando comparado aos referentes C-N (p=0,005) e C-DN (p=0,007). Os sistemas MSSA

e MRSA não diferiram entre si em nenhum dos grupos de estudo (Tabela 3).

DISCUSSÃO

Os dados do presente estudo revelam que durante o período de lactação o ganho de peso

corporal foi menor no grupo desnutrido quando comparado ao grupo nutrido. Os resultados

revelaram diferença significativa entre os grupos desde o quarto dia de vida pós-natal, sugerindo

que a desnutrição no período neonatal, seguida de reposição nutricional interferiu de forma

negativa no ganho de peso dos animais. Esse dados assemelham-se a aqueles obtidos por Porto et

77

al.16 os quais utlizaram a mesma dieta e o mesmo modelo de desnutrição aplicado no presente

estudo.

O baixo peso em animais desnutridos durante o período de lactação já foi descrito em

estudos anteriores2,5 que empregaram a dieta básica regional (DBR), deficiente em todos os seus

constituintes. Apesar dos diferentes modelos experimentais de desnutrição usados, neste estudo,

a deficiência de proteínas promovida através de dieta contendo caseína em diferentes

concentrações, mostrou-se eficiente para promover a desnutrição. A dieta contendo caseína a 8%

caracteriza-se por ser hipoprotéica, acarreta comprometimento do teor protéico do leite de

lactantes que a consomem, sendo determinante para a gênese de seus efeitos deletérios

observados na prole16.

A oferta da dieta normoprotéica a partir do desmame não se mostrou eficiente em

equilibrar a diferença de peso dos animais desnutridos com os animais nutridos, constatando-se

no presente estudo, um déficit permanente no peso corporal do grupo de animais submetidos à

dieta hipoprotéica. Estes dados corroboram com aqueles obtidos por Ferreira17 e Porto et al.16

que também encontraram redução do peso corporal verificada, inclusive, até a idade adulta. De

acordo com Guzmán-Silva et al.18, animais desnutridos durante o período pré e pós-natal ao

serem alimentados com dieta adequada nutricionalmente, rapidamente melhoram seu peso, no

entanto, o peso alcançado após o período de recuperação é inferior ao dos animais controle.

Os efeitos da desnutrição sobre as infecções podem ser apreciados, tanto no hospedeiro

(condicionando o seu estado de susceptibilidade e/ou de resistência), como no agente infeccioso

(favorecendo ou inibindo o seu crescimento e o seu poder patogênico)19. Nas últimas décadas o

Staphylococcus aureus tem adquirido papel de destaque, não só por ser um patógeno humano

responsável por infecções superficiais e sistêmicas, que atingem indivíduos em diferentes faixas

etárias, como também pela multirresistência aos antimicrobianos20. Ainda não existem pesquisas

relacionando desnutrição neonatal seguida de reposição nutricional com a produção de citocinas

78

por células de defesa infectadas, in vitro, com MRSA. A maioria dos estudos a respeito é

realizada em animais desnutridos, mas que não foram recuperados totalmente ou parcialmente da

desnutrição, além disso, usualmente não envolvem micro-organimos com perfil de

resistência21,22. No presente estudo foi analisada a produção de IFN-γ, IL-12 e IL-10 por

macrófagos e linfócitos após infecção celular, in vitro, com cepas de Staphylococcus aureus

reconhecidas pelo ATCC e com perfis distintos de sensibilidade e resistência à meticilina.

Na presente pesquisa a análise da produção de INF-γ em cultura de macrófagos

alveolares revela que apenas os sistemas estimulados com LPS e com a cepa resistente a

meticilina apresentaram diferença entre grupos de animais nutridos e desnutridos, sugerindo que

o processo de deficiência nutricional não altera de maneira uniforme a resposta imunológica a

diferentes estímulos em um mesmo tipo celular. Estes resultados corroboram em parte com

aqueles obtidos por França23, o qual constatou diminuição na produção IL-12 em grupos de

animais desnutridos quando comparado ao grupo de animais nutridos, em cultura de células

esplênicas estimuladas com LPS, mas não observou diferenças nesse mesmo ensaio em culturas

estimuladas com concanavalina A. Corroborando com os nossos resultados diferentes estudos

têm demonstrado que a desnutrição resulta em diminuição dos níveis de IFN-γ produzidos por

células mononucleares24,25.

No que diz respeito à liberação de INF-γ em sobrenadante de cultura de linfócitos, o

modelo de desnutrição adotado ocasionou uma redução na produção dessa citocina em todos os

sistemas de análise. Este achado pode ser justificado pelos estudos de Nájera et al.26 os quais

verificaram que tanto a estrutura quanto a função do timo encontram-se prejudicados em

situações de desnutrição e, consequentemente, a resposta de células T é reduzida. Esta ativação

comprometida de células T tem sido amplamente associada à baixa produção de citocinas. Esta

relação ficou claramente evidenciada em um estudo envolvendo crianças desnutridas, no qual

ocorreu redução acentuada na produção de citocinas do perfil Th1 (IL-2 e IFN-γ)22.

79

Corroborando com esses achados, Flo et al.27 observaram que a desnutrição, em ratos,

durante o aleitamento, provoca alterações em linfócitos T e B. Outros estudos envolvendo seres

humanos e em modelos experimentais também revelam redução na produção de IFN-γ em

estados de desnutrição energético-protéica28,29. Entretanto nenhum dos estudos citados utilizou o

modelo de infecção aplicado no presente trabalho.

O IFN-γ é uma citocina chave no desenvolvimento da resposta imune Th1, a qual é

necessária para eliminação de diferentes patógenos, além disso, essa citocina atua aumentando a

ativação de monócitos/macrófagos e suas funções microbicidas efetoras. Assim, uma diminuição

na produção dessa citocina poderia estar diretamente relacionada ao aumento da susceptibilidade

a infecção em quadros de desnutrição22.

De forma semelhante, a produção de IL-12 em sobrenadante de cultura de macrófagos

parece ser alterada pela desnutrição neonatal. Os dados obtidos neste estudo demonstram que

macrófagos alveolares de ratos desnutridos apresentam menor produção de IL-12, tanto nos

sistemas controle, quanto frente a estímulo bacteriano. Hughes et al30 observaram em um estudo

realizado em humanos que a desnutrição severa reduz os níveis de IL-12 produzidos por células

dendríticas. De acordo com Melo et al.5 a desnutrição reduz a imunidade em geral, sobretudo,

provoca alterações no pulmão, comprometendo a função dos macrófagos alveolares. No âmbito

dessa pesquisa De castro et al15 descreveram em seu estudo que desnutrição neonatal, mesmo

após a reposição nutricional, acarreta no rato adulto sequela duradoura na atividade funcional do

macrófago alveolar. Todos esses aspectos podem ter sido refletidos na redução da produção da

IL-12 observada no presente trabalho, uma vez que esta citocina tem como principais fontes de

sua produção, os macrófagos ativados e as células dendríticas. Os macrófagos são reconhecidos

por sua atuação na defesa contra a invasão do organismo por antígenos estranhos. Essas células

podem migrar para o interstício do foco de reação após aderir às células endoteliais31. A

desnutrição energética protéica altera esse mecanismo reduzindo a expressão de moléculas de

80

adesão e a ativação de macrófagos, podendo assim interferir de forma negativa no mecanismo de

sinalização celular desses fagócitos, como o fluxo de cálcio e a fosforilação das proteínas

quinases32, mecanismos estes que estão diretamente relacionados à forma de atuação das

diferentes citocinas.

O modelo de desnutrição aplicado no presente estudo não modificou a produção de IL-12

em sobrenadante de cultura de linfócitos, tanto nos ensaios controles como nos estimulados com

as cepas em estudo. Os resultados obtidos vão de encontro a diferentes trabalhos envolvendo

processos de desnutrição que relatam redução na produção de citocinas tanto em modelos

experimentais como em estudos com humanos4,21. Entretanto sabe-se que diferentes estados de

desnutrição podem modular as defesas do hospedeiro contra um único patógeno em graus

variados33. Assim, podemos supor que uma mesma citocina pode ter sua produção comprometida

em um tipo celular em particular, mas não em outro, potencialmente menos afetado pela

desnutrição.

Similarmente não foi observada diferença na produção de IL-10 entre grupos de animais

nutridos e submetidos à desnutrição neonatal em ambas as culturas celulares realizadas, como

também em ambos os sistemas de análise. Esses dados assemelham-se aqueles obtidos por Jakab

et al.33 os quais verificaram que a desnutrição não altera a resistência a infecção e atividade de

macrófagos alveolares frente a infecção por S.aureus. De encontro com este resultado Anstead et

al.34 relataram níveis menores de IL-10 em cultura de macrófagos peritoneais de animais

desnutridos quando comparado ao grupo nutrido, após estímulo com LPS.

De forma contrária aos inúmeros estudos envolvendo diferentes modelos de

desnutrição,4,21,30, Fock et al.35 constataram que a animais desnutridos são capazes de produzir

níveis maiores de IL-10 quando comparado com grupo de animais controles, após infecção com

LPS. Acredita-se que esses resultados, discrepantes em relação ao presente estudo, sejam

consequencia de uma adaptação do organismo para manter a homeostase em resposta a injeção

81

intraperitoneal de LPS, uma vez que trata-se de um estudo, in vivo, onde as repercursões

sistemicas podem ser intensas.

No que diz respeito a possíveis diferenças entre cepas sensíveis e resistentes a meticilina,

o presente estudo constatou que apenas a produção de IFN-γ e IL-10 por cultura de macrófagos

alveolares foi mais elevada por parte das cepas resistentes quando comparada a cepa sensível à

meticilina. Em consequência da reconhecida capacidade da IL-10 em inibir a produção de

citocinas pró-inflamatórias36 e dos trabalhos que descrevem o IFN-γ como uma citocina essencial

para eliminação do Staphylococcus aureus37, poderíamos sugerir que os altos níveis de IL-10

produzidos pela cepa resistente à meticilina poderiam caracterizar um mecanismo de escape

desse patógeno, o qual permitiria sua sobrevivência por mais tempo no hospedeiro, visto que

essa interleucina atuaria anulando a ação de citocinas pró-inflamatórias, capazes de intensificar o

potencial microbicida de células de defesa como os macrófagos. Entretanto, os altos níveis de

IFN-γ revelam questões conflitantes a respeito da resposta imune frente à cepa resistente a

meticilina, que poderiam ser elucidadas através da realização de uma cinética de produção dessas

citocinas avaliando assim possíveis picos de produção desses mediadores por um período

superior a 24 horas de incubação.

As demais comparações realizadas entre as cepas bacterianas segundo a

sensibilidade/resistência à meticilina não revelaram diferença estatística. Este achado

correlaciona-se de maneira positiva com outros parâmetros da resposta imune, frente a estas

cepas, analisados por Salgado et al.12, Duckworth et al.38 os quais não observaram diferença no

potencial de aderência celular, bem como na função fagocítica de neutrófilos e monócitos

quando comparadas às cepas sensível e resistente à meticilina. Estudos comparando fatores de

virulência entre as referidas cepas não constataram diferença significativa no que diz respeito à

produção de α, β, δ, γ-hemolisinas39, além disso outros autores sugerem que a capacidade de

produzir toxinas independe do perfil de resistência ou sensibilidade a meticilina40. Dessa forma,

82

apesar de muitos trabalhos associarem a infecção por MRSA a altos índices de morbidade e

mortalidade41,42, ainda há muito a ser investigado no que diz respeito a sua potencialidade

intrínseca em promover infecções de maior gravidade.

É importante ressaltar que no presente estudo houve um padrão de resposta no grupo

nutrido e desnutrido no que diz respeito às comparações realizadas entre as cepas de MSSA e

MRSA. Observando diferença estatística na análise das mesmas citocinas e culturas celulares.

Sugerindo que a desnutrição neonatal não atuou como fator modificador da relação entre

produção de citocinas e perfil de resistência/sensibilidade a meticilina. Dessa forma, são

necessárias investigações adicionais no sentido de compreender melhor as alterações promovidas

pela desnutrição em períodos considerados críticos para o desenvolvimento e suas eventuais

repercussões sobre diferentes parâmetros da resposta imunológica frente a bactérias de

importância hospitalar como MRSA.

CONCLUSÕES

Nas condições deste trabalho, a desnutrição no período de lactação e seguida de reposição

nutricional, acarreta redução do peso corporal a partir do 4o dia de vida pós-natal, mantendo-se

até a vida adulta. Ainda, o modelo de desnutrição adotado promoveu uma redução na produção

das citocinas, IFN-γ em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos e IL-12 em cultura de

macrófagos alveolares, indicando que esse modelo de desnutrição pode comprometer a resolução

de um processo infeccioso. A cepa de MRSA estimulou uma maior produção das citocinas, IFN-

γ e IL-10 em cultura de macrófagos alveolares, sugerindo assim a possibilidade de uma

estimulação imunológica mais intensa por parte da cepa resistente a meticilina, no que diz

respeito à cultura de macrófagos alveolares.

83

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88

Figura 1- Evolução da curva ponderal durante a desnutrição neonatal (21 dias) e reposição

nutricional (23-90 dias) dos grupos Caseína a 17% e a 8%. Dados expressos em média ± erro-

padrão para 24 animais.

*p<0,05 na comparação N e DN.

89

Tabela 1- Produção de INF-γ em sobrenadante de cultura de macrófagos (n=24) e linfócitos (n=12). Os resultados são representados em média ± erro-padrão. pg/mL.

* p<0,05 na comparação entre os grupos N e DN.

Células Sistemas

Nutrido

Desnutrido

Valor de p

Macrófagos Alveolares

C-

142,75±13,8

143,47±1,11

p= 0,707

C+

213,59±9,75

156,35±1,7

p= <0,001*

MSSA 156,38±10,3

142,97±2,62

p = 0,065

MRSA 215,13±9,43

160,64±3,22

p= <0,001*

Linfócitos

C-

259,59±4,32

235,69±3,02

p = 0,001*

C+

294,01±7,99

253,85±4,09

p = 0,001*

MSSA

271,7±7,49

238,55±6

p= 0,006*

MRSA 269,15±8,63

233,14±1,34

p= 0,002*

90

Tabela 2- Produção de IL-12 em sobrenadante de cultura de macrófagos (n=24) e linfócitos (n=12). Os resultados são representados em média ± erro-padrão. pg/mL.

* p<0,05 na comparação entre os grupos N e DN.

Células Sistemas

Nutrido

Desnutrido

Valor de p

Macrófagos Alveolares

C-

126,74±4,65

116,1±1,59

p= 0,006*

C+

144,44±4,58

127,8±1,52

p= 0,009*

MSSA

147,73±4,18

126,74±1,36

p = <0,001*

MRSA

139,47±2,54

124,22±1,55 p= <0,001*

Linfócitos

C-

317,89±5,92

314,38±3,23

p = 0,614

C+

363,5±19

368,77±11,9

p = 0,485

MSSA

389,82±27,8

386,31±9,01

p= 0,818

MRSA

412,63±38,1

367,89±1,16

p= 0,699

91

Tabela 3- Produção de IL-10 em sobrenadante de cultura de macrófagos (n=24) e linfócitos (n=12). Os resultados são representados em média ± erro-padrão. pg/mL.

* p<0,05 na comparação entre os grupos N e DN.

Células Sistemas

Nutrido

Desnutrido

Valor de p

Macrófagos Alveolares

C-

154,14±3,12

148,53±4,84

p= 0,341

C+

173,83±3,05

176,42±9,64

p= 0,729

MSSA

179,97±3,89

176,86±6,35

p = 0,680

MRSA

198,17±4

197,66±6,87 p= 0,908

Linfócitos

C-

334,76±1,2

335,98±0,8

p = 0,394

C+

347,49±3,38

348,92±3,69

p = 0,781

MSSA

365,6±7,57

370,57±2,1

p= 0,937

MRSA

377,99±1,4

372,07±3,23

p= 0,124

92

8. CONCLUSÕES

93

• A desnutrição no período de lactação e seguida de reposição nutricional, acarreta redução

do peso corporal a partir do 4o dia de vida pós-natal, mantendo-se até a vida adulta;

• A produção de IFN-γ e IL-10, em cultura de macrófagos alveolares mostrou-se elevada

no sistema estimulado com a cepa resistente ao ser comparado a cepa sensível em grupos

de animais nutridos e desnutridos;

• Os níveis de IL-12 em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos e de IFN-γ e IL-10

em cultura de linfócitos foram semelhantes nos sistemas estimulados pelas cepas

sensíveis e resistentes a meticilina, em ambos os grupos estudados;

• O modelo de desnutrição neonatal adotado promoveu uma redução na produção das

citocinas, IFN-γ em cultura de macrófagos alveolares e linfócitos e IL-12 em cultura de

macrófagos alveolares;

• Os níveis de IL-12 em cultura de linfócitos e IL-10 em cultura de macrófagos alveolares e

linfócitos foram semelhantes em grupos de animais nutridos e desnutridos.

94

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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105

APÊNDICE

106

Planilha de evolução ponderal

GRUPO: ______________________ GAIOLA:_________ D.N.: ______/_____/______

OBSERVAÇÕES: GRUPO DESNUTRIDO

Até o 21º dia, as mães serão alimentadas com caseína a 8% e os filhotes serão pesados diariamente;

A partir do 22º dia, os filhotes passarão a ser alimentados com Labina®. A partir de agora, os filhotes serão pesados em dias alternados.

GRUPO NUTRIDO Até o 21º dia, as mães serão alimentadas com caseína a 17% e os filhotes serão pesados

diariamente; A partir do 22º dia, os filhotes passarão a ser alimentados com Labina®. A partir de

agora, os filhotes serão pesados em dias alternados.

DATAS PESO DOS ANIMAIS (g) PAD - 1 PAE - 2 DM - 3 DP - 4 PPD - 5 PPE - 6

1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia 6º dia 7º dia 8º dia 9º dia 10º dia 11º dia 12º dia 13º dia 14º dia 15º dia 16º dia 17º dia 18º dia 19º dia 20º dia 21º dia

Desmame ------------ ------------ ------------ ------------ ----------- ------------ ------------

107

ANEXOS

108

ANEXO 1 – Aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética em Experimental Animal

109

ANEXO 2 – Normas para publicação na revista (Artigo I)

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical®,

Versão impressa, ISSN:0037-8682.

Instruções aos autores

Escopo

A Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical é um periódico multidisciplinar

que publica pesquisas originais relacionadas a doenças tropicais, medicina preventiva, saúde

pública, doenças infecciosas e assuntos relacionados. A preferência para publicação será dada a

artigos que relatem pesquisas e observações originais. A revista possui um sistema de revisão por

pares, para a aceitação de artigos, e sua periodicidade é bimestral. Atualmente, a versão impressa

da revista é publicada em Português e Inglês, enquanto a versão eletrônica está disponível apenas

em Inglês (acesso aberto). A partir de 22 de Setembro de 2010, por decisão tomada em

Assembléia Geral da SBMT em 17/03/2010, todos os artigos, tanto na versão impressa quanto na

eletrônica, passarão a ser publicados na língua inglesa. Todos os artigos deverão conter também

título, resumo e palavras-chaves em português.

Preparação do manuscrito

Todo manuscrito deve ser submetido através do sistema online nos endereços

http://submission.scielo.br/index.php/rsbmt/login ou http://www.scielo.br/rsbmt. A carta de

apresentação deve conter uma declaração assegurando que o material não foi publicado ou está

sob consideração por outro periódico científico. O autor deve escolher dentro do item Diretriz

para Submissão uma categoria para o manuscrito (Artigos Originais, Editoriais, Artigos de

Revisão, Comunicações Breves, Relatos de Casos, Relatórios Técnicos, Imagens em Doenças

Infecciosas, Obituários e Cartas ao Editor, ou outros quando não se encaixar em nenhuma das

categorias listadas). A responsabilidade pelo conteúdo do manuscrito é inteiramente do autor e

seus co-autores.

Formatação de Artigo Original

O manuscrito deve ser preparado usando software padrão de processamento de textos e

deve ser impresso (fonte times new Roman tamanho 12) com espaço duplo em todo o texto,

legendas para as figuras e referências, margens com pelos menos 3cm. O limite de palavras é de

6.000 com até 5 inserções (figuras e tabelas). O manuscrito deve ser dividido nas seguintes

seções: Carta de envio, endereçada ao editor chefe, resumo estruturado, palavras-chaves,

introdução, métodos, resultados, discussão, conclusões, agradecimentos e referências.

Abreviações devem ser usadas com moderação.

110

Página de Título: deve incluir o nome dos autores na ordem direta e sem abreviações,

graduações mais elevadas possuídas, afiliações em instituições com endereço acadêmico do

autor correspondente e todos os co-autores e apoio financeiro.

Título: deve ser conciso, claro e o mais informativo possível, não deve conter abreviações e não

deve exceder a 200 caracteres, incluindo espaços.

Título Corrente: com no máximo 70 caracteres.

Resumo Estruturado: deve condensar os resultados obtidos e as principais conclusões de tal

forma que um leitor, não familiarizado com o assunto tratado no texto, consiga entender as

implicações do artigo. O resumo não deve exceder 250 palavras (100 palavras no caso de

comunicações breves) e abreviações devem ser evitadas. Deve ser subdivido em: Introdução,

Métodos, Resultados e Conclusões.

Palavras-chaves: 3 a 6 itens devem ser listados imediatamente abaixo do resumo estruturado.

Introdução: deve ser curta e destacar os propósitos para o qual o estudo foi realizado. Apenas

quando necessário citar estudos anteriores de relevância.

Métodos: devem ser suficientemente detalhados para que os leitores e revisores possam

compreender precisamente o que foi feito e permitir que seja repetido por outros. Técnicas-

padrões precisam apenas ser citadas.

Ética: em caso de experimentos em seres humanos, indicar se os procedimentos realizados estão

em acordo com os padrões éticos do comitê de experimentação humana responsável

(institucional, regional ou nacional) e com a Declaração de Helsinki de 1964, revisada em 1975,

1983, 1989, 1996 e 2000. Quando do relato de experimentos em animais, indicar se seguiu um

guia do conselho nacional de pesquisa, ou qualquer lei sobre o cuidado e uso de animais em

laboratório foram seguidas.

Resultados: devem ser um relato conciso e impessoal da nova informação. Evitar repetir no

texto os dados apresentados em tabelas e ilustrações.

Discussão: deve relacionar-se diretamente com o estudo que está sendo relatado. Não incluir

uma revisão geral sobre o assunto, evitando que se torne excessivamente longa.

Agradecimentos: devem ser curtos, concisos e restritos aqueles realmente necessários, e, no

caso de órgãos de fomento não usar siglas.

Conflito de Interesse: todos os autores devem revelar qualquer tipo de conflito de interesse

existente durante o desenvolvimento do estudo.

Referências: devem ser numeradas consecutivamente, na medida em que aparecem no texto.

Listar todos os autores quando houver até seis. Para sete ou mais, listar os seis primeiros, seguido

por "et al". Digitar a lista de referências com espaçamento duplo em folha separada. Referências

111

de comunicações pessoais, dados não publicados ou manuscritos "em preparação" ou

"submetidos para publicação" não devem constar da lista de referência. Se essenciais, podem ser

incorporados em local apropriado no texto, entre parênteses da seguinte forma: (AB Figueiredo:

Comunicação Pessoal, 1980); (CD Dias, EF Oliveira: dados não publicados). Citações no texto

devem ser feitas pelo respectivo número das referências, acima da palavra correspondente,

separado por vírgula (Ex.: Mundo.1,2,3; Vida.30,42,44-50). As referências no fim do manuscrito

devem estar de acordo com o sistema de requisitos uniformes utilizado para manuscritos

enviados para periódicos biomédicos (Consulte: http://www.nlm.nih.gov/citingmedicine). Os

títulos dos periódicos devem ser abreviados de acordo com o estilo usado no "Index Medicus"

(Consulte: http://ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=journals&TabCmd=limits).

Alguns exemplos de referências:

1. Russell FD, Coppell AL, Davenport AP. In vitro enzymatic processing of radiolabelled big

ET-1 in human kidney as a food ingredient. Biochem Pharmacol 1998;55:697-701.

2. Porter RJ, Meldrum BS. Antiepileptic drugs. In: Katzung BG, editor. Basic and clinical

pharmacology. 6th ed. Norwalk (CN): Appeleton and Lange; 1995. p. 361-80.

3. Blenkinsopp A, Paxton P. Symptoms in the pharmacy: a guide to the management of common

illness. 3rd ed. Oxford: Blackwell Science; 1998.

Figuras: devem preferencialmente ser submetidas em alta resolução no formato TIFF. As

figuras devem ser colocadas em arquivos separados, nomeados apenas com o número das figuras

(ex.: Figura 1; Figura 2). Certifique-se que as mesmas têm uma resolução mínima de 300dpi.

Fotografias: devem ser enviadas com boa resolução (mínimo de 300dpi) no formato TIFF,

preferencialmente, preparadas utilizando o Adobe Photoshop.

Gráficos: criados usando Microsoft Word ou Excel, devem ser salvos com a extensão original

(.doc ou .xls). Eles não devem ser copiados ou colados de um programa para o outro.

Mapas e Ilustrações: devem ser vetorizadas (desenhados) profissionalmente utilizando os

softwares CorelDraw ou Illustrator em alta resolução, e suas dimensões não devem ter mais que

21,5 x 28,0cm.

Imagens: produzidas em software estatístico devem ser convertidas para o formato Excel ou

PowerPoint. Caso não seja possível, converter o arquivo para o formato TIFF com resolução de

300dpi, e enviar juntamente com o arquivo no formato original.

Legendas: nas figuras, as legendas devem ser digitadas juntas com espaçamento duplo em uma

folha separada.

Ilustrações Coloridas: devem ser aprovadas pelos editores e as despesas extras para confecção

de fotolitos coloridos serão de responsabilidade dos autores.

112

Tabelas: devem ser digitadas com espaçamento duplo, com um título curto e descritivo e

submetido online em um arquivo separado. Legendas para cada tabela devem aparecer no rodapé

da mesma página que a tabela. Todas as tabelas devem ter numeração arábica, citadas no texto,

consecutivamente. Tabelas não devem ter linhas verticais, e linhas horizontais devem ser

limitadas ao mínimo, com notas de rodapé logo abaixo. Tabelas devem ter no máximo 17cm de

largura.

Processo de Envio: a partir de 21 de Outubro de 2009, os artigos submetidos à Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical deverão utilizar apenas a via eletrônica. Todos os

manuscritos deverão ser enviados via internet para

http://submission.scielo.br/index.php/rsbmt/login, seguindo as instruções no topo de cada tela. A

partir desta data o processo de revisão pelos pares também será totalmente pela via eletrônica.

Sobre Re-envio e revisões: a revista diferencia entre: a) manuscritos que foram rejeitados e b)

manuscritos que serão re-avaliados após a realização das correções que foram solicitadas aos

autores.

Re-envio: caso o autor receba uma carta informando que seu trabalho foi rejeitado e queira que

os editores reconsiderem tal decisão, o autor poderá re-enviá-lo. Neste caso será gerado um novo

número para o manuscrito.

Revisão: caso seja necessário refazer seu manuscrito com base nas recomendações e sugestões

dos revisores, ao devolvê-lo, para uma segunda análise, por favor, encaminhe o manuscrito

revisado e informe o mesmo número do manuscrito.

Após a aceitação: quando o trabalho for aceito para publicação, os autores devem fornecer:

a) Formulário de concessão de direitos autorais, fornecido pela secretaria da revista, assinado

pelo autor correspondente.

b) Provas: serão enviadas ao autor correspondente para que o texto seja cuidadosamente

conferido. Mudanças ou edições ao manuscrito editado não serão permitidas nesta etapa do

processo de edição. Os autores deverão devolver as provas corrigidas dentro de quatro dias após

serem recebidas.

c) Os artigos aceitos comporão os números impressos obedecendo ao cronograma em que foram

submetidos, revisados e aceitos.

d) Os artigos aceitos remanescentes a cada número da revista serão disponibilizados on line

enquanto aguardam a prioridade para publicação na versão impressa.

Re-impressões: a revista fornece ao autor, gratuitamente, excertos do artigo em formato PDF, via

e-mail.

113

Custos de Publicação: Não haverá custos de publicação, exceto as despesas que, a Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical tiver com tradução de artigos do Português para o

Inglês. Neste caso os autores pagarão estes custos.

114

ANEXO 3 – Normas para publicação na revista (Artigo II)

Revista de Nutrição®

Versão impressa ISSN 1415-5273.

Escopo e política

A Revista de Nutrição é um periódico especializado que publica artigos que contribuem

para o estudo da Nutrição em suas diversas subáreas e interfaces. Com periodicidade bimestral,

está aberta a contribuições da comunidade científica nacional e internacional.

Os manuscritos podem ser rejeitados sem comentários detalhados após análise inicial, por

pelo menos dois editores da Revista de Nutrição, se os artigos forem considerados inadequados

ou de prioridade científica insuficiente para publicação na Revista.

Preparo do manuscrito

Submissão de trabalhos

Serão aceitos trabalhos acompanhados de carta assinada por todos os autores, com

descrição do tipo de trabalho e da área temática, declaração de que o trabalho está sendo

submetido apenas à Revista de Nutrição e de concordância com a cessão de direitos autorais e

uma carta sobre a principal contribuição do estudo para a área. Caso haja utilização de figuras ou

tabelas publicadas em outras fontes, deve-se anexar documento que ateste a permissão para seu

uso.

Enviar os manuscritos para o Núcleo de Editoração da Revista em quatro cópias,

preparados em espaço entrelinhas 1,5, com fonte Arial 11, acompanhados de cópia em CD-

ROM. O arquivo deverá ser gravado em editor de texto similar ou superior à versão 97-2003 do

Word (Windows). Os nomes do(s) autor(es) e do arquivo deverão estar indicados no rótulo do

CD-ROM.

Das quatro cópias descritas no item anterior, três deverão vir sem nenhuma identificação

dos autores, para que a avaliação possa ser realizada com sigilo; porém, deverão ser completas e

idênticas ao original, omitindo-se apenas esta informação. É fundamental que o escopo do artigo

não contenha qualquer forma de identificação da autoria, o que inclui referência a trabalhos

anteriores do(s) autor(es), da instituição de origem, por exemplo.

O texto deverá contemplar o número de palavras de acordo com a categoria do artigo. As

folhas deverão ter numeração personalizada desde a folha de rosto (que deverá apresentar o

número 1). O papel deverá ser de tamanho A4, com formatação de margens superior e inferior

115

(no mínimo 2,5cm), esquerda e direita (no mínimo 3cm). Os artigos devem ter,

aproximadamente, 30 referências, exceto no caso de artigos de revisão, que podem apresentar em

torno de 50. Sempre que uma referência possuir o número de Digital Object Identifier (DOI),

este deve ser informado.

Versão reformulada: a versão reformulada deverá ser encaminhada em três cópias

completas, em papel, e em CD-ROM etiquetado, indicando o número do protocolo, o número da

versão, o nome dos autores e o nome do arquivo. O(s) autor(es) deverá(ão) enviar apenas a

última versão do trabalho. O texto do artigo deverá empregar fonte colorida (cor azul) ou

sublinhar, para todas as alterações, juntamente com uma carta ao editor, reiterando o interesse

em publicar nesta Revista e informando quais alterações foram processadas no manuscrito. Se

houver discordância quanto às recomendações dos revisores, o(s) autor(es) deverão apresentar os

argumentos que justificam sua posição. O título e o código do manuscrito deverão ser

especificados.

Página de título: deve conter:

a) título completo - deve ser conciso, evitando excesso de palavras, como "avaliação do....",

"considerações acerca de..." 'estudo exploratório....";

b) short title com até 40 caracteres (incluindo espaços), em português (ou espanhol) e inglês;

c) nome de todos os autores por extenso, indicando a filiação institucional de cada um. Será

aceita uma única titulação e filiação por autor. O(s) autor(es) deverá(ão), portanto, escolher,

entre suas titulações e filiações institucionais, aquela que julgar(em) a mais importante.

d) Todos os dados da titulação e da filiação deverão ser apresentados por extenso, sem siglas.

e) Indicação dos endereços completos de todas as universidades às quais estão vinculados os

autores;

f) Indicação de endereço para correspondência com o autor para a tramitação do original,

incluindo fax, telefone e endereço eletrônico;

Observação: esta deverá ser a única parte do texto com a identificação dos autores.

Resumo: todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter resumo no idioma

original e em inglês, com um mínimo de 150 palavras e máximo de 250 palavras.

Os artigos submetidos em inglês deverão vir acompanhados de resumo em português, além do

abstract em inglês.

Para os artigos originais, os resumos devem ser estruturados destacando objetivos, métodos

básicos adotados, informação sobre o local, população e amostragem da pesquisa, resultados e

conclusões mais relevantes, considerando os objetivos do trabalho, e indicando formas de

continuidade do estudo.

116

Para as demais categorias, o formato dos resumos deve ser o narrativo, mas com as mesmas

informações.

O texto não deve conter citações e abreviaturas. Destacar no mínimo três e no máximo seis

termos de indexação, utilizando os descritores em Ciência da Saúde - DeCS - da Bireme

<http://decs.bvs.br>.

Texto: com exceção dos manuscritos apresentados como Revisão, Comunicação, Nota Científica

e Ensaio, os trabalhos deverão seguir a estrutura formal para trabalhos científicos:

Introdução: deve conter revisão da literatura atualizada e pertinente ao tema, adequada à

apresentação do problema, e que destaque sua relevância. Não deve ser extensa, a não ser em

manuscritos submetidos como Artigo de Revisão.

Métodos: deve conter descrição clara e sucinta do método empregado, acompanhada da

correspondente citação bibliográfica, incluindo: procedimentos adotados; universo e amostra;

instrumentos de medida e, se aplicável, método de validação; tratamento estatístico.

Em relação à análise estatística, os autores devem demonstrar que os procedimentos utilizados

foram não somente apropriados para testar as hipóteses do estudo, mas também corretamente

interpretados. Os níveis de significância estatística (ex. p<0,05; p<0,01; p<0,001) devem ser

mencionados.

Informar que a pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética credenciado junto ao Conselho

Nacional de Saúde e fornecer o número do processo.

Ao relatar experimentos com animais, indicar se as diretrizes de conselhos de pesquisa

institucionais ou nacionais - ou se qualquer lei nacional relativa aos cuidados e ao uso de animais

de laboratório - foram seguidas.

Resultados: sempre que possível, os resultados devem ser apresentados em tabelas ou figuras,

elaboradas de forma a serem auto-explicativas e com análise estatística. Evitar repetir dados no

texto.

Tabelas, quadros e figuras devem ser limitados a cinco no conjunto e numerados consecutiva e

independentemente com algarismos arábicos, de acordo com a ordem de menção dos dados, e

devem vir em folhas individuais e separadas, com indicação de sua localização no texto. É

imprescindível a informação do local e ano do estudo. A cada um se deve atribuir um título

breve. Os quadros e tabelas terão as bordas laterais abertas.

O(s) autor(es) se responsabiliza(m) pela qualidade das figuras (desenhos, ilustrações, tabelas,

quadros e gráficos), que deverão ser elaboradas em tamanhos de uma ou duas colunas (7 e 15cm,

respectivamente); não é permitido o formato paisagem. Figuras digitalizadas deverão ter

extensão jpeg e resolução mínima de 300 dpi.

117

Gráficos e desenhos deverão ser gerados em programas de desenho vetorial (Microsoft Excel,

CorelDraw, Adobe Illustrator etc.), acompanhados de seus parâmetros quantitativos, em forma

de tabela e com nome de todas as variáveis.

A publicação de imagens coloridas, após avaliação da viabilidade técnica de sua reprodução, será

custeada pelo(s) autor(es). Em caso de manifestação de interesse por parte do(s) autor(es), a

Revista de Nutrição providenciará um orçamento dos custos envolvidos, que poderão variar de

acordo com o número de imagens, sua distribuição em páginas diferentes e a publicação

concomitante de material em cores por parte de outro(s) autor(es).

Uma vez apresentado ao(s) autor(es) o orçamento dos custos correspondentes ao material de seu

interesse, este(s) deverá(ão) efetuar depósito bancário. As informações para o depósito serão

fornecidas oportunamente.

Discussão: deve explorar, adequada e objetivamente, os resultados, discutidos à luz de outras

observações já registradas na literatura.

Conclusão: apresentar as conclusões relevantes, considerando os objetivos do trabalho, e indicar

formas de continuidade do estudo. Não serão aceitas citações bibliográficas nesta seção.

Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos, em parágrafo não superior a três

linhas, dirigidos a instituições ou indivíduos que prestaram efetiva colaboração para o trabalho.

Anexos: deverão ser incluídos apenas quando imprescindíveis à compreensão do texto. Caberá

aos editores julgar a necessidade de sua publicação.

Abreviaturas e siglas: deverão ser utilizadas de forma padronizada, restringindo-se apenas

àquelas usadas convencionalmente ou sancionadas pelo uso, acompanhadas do significado, por

extenso, quando da primeira citação no texto. Não devem ser usadas no título e no resumo.

Referências de acordo com o estilo Vancouver

Referências: devem ser numeradas consecutivamente, seguindo a ordem em que foram

mencionadas pela primeira vez no texto, conforme o estilo Vancouver.

Nas referências com dois até o limite de seis autores, citam-se todos os autores; acima de seis

autores, citam-se os seis primeiros autores, seguido de et al.

As abreviaturas dos títulos dos periódicos citados deverão estar de acordo com o Index Medicus.

Não serão aceitas citações/referências de monografias de conclusão de curso de graduação, de

trabalhos de Congressos, Simpósios, Workshops, Encontros, entre outros, e de textos não

publicados (aulas, entre outros).

Se um trabalho não publicado, de autoria de um dos autores do manuscrito, for citado (ou seja,

um artigo in press), será necessário incluir a carta de aceitação da revista que publicará o referido

artigo.

118

Se dados não publicados obtidos por outros pesquisadores forem citados pelo manuscrito, será

necessário incluir uma carta de autorização, do uso dos mesmos por seus autores.

Citações bibliográficas no texto: deverão ser expostas em ordem numérica, em algarismos

arábicos, meia linha acima e após a citação, e devem constar da lista de referências. Se forem

dois autores, citam-se ambos ligados pelo "&"; se forem mais de dois, cita-se o primeiro autor,

seguido da expressão et al.

A exatidão e a adequação das referências a trabalhos que tenham sido consultados e

mencionados no texto do artigo são de responsabilidade do autor. Todos os autores cujos

trabalhos forem citados no texto deverão ser listados na seção de Referências.

Exemplos

Artigo com mais de seis autores

Oliveira JS, Lira PIC, Veras ICL, Maia SR, Lemos MCC, Andrade SLL, et al. Estado nutricional

e insegurança alimentar de adolescentes e adultos em duas localidades de baixo índice de

desenvolvimento humano. Rev Nutr. 2009; 22(4): 453-66. doi: 10.1590/S1415-

52732009000400002.

Artigo com um autor

Burlandy L. A construção da política de segurança alimentar e nutricional no Brasil: estratégias e

desafios para a promoção da intersetorialidade no âmbito federal de governo. Ciênc Saúde

Coletiva. 2009; 14(3):851-60. doi: 10.1590/S1413-81232009000300020.

Livro

Alberts B, Lewis J, Raff MC. Biologia molecular da célula. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2010.

Livro em suporte eletrônico

Brasil. Alimentação saudável para pessoa idosa: um manual para o profissional da saúde

[Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2009 [acesso 2010 jan 13]. Disponível em:

<http://200.18.252.57/services/ebooks/alimentacao_saudavel_idosa_profissionais_saude.pdf>.

Documentos

Declaração de responsabilidade e transferência de direitos autorais

Cada autor deve ler e assinar os documentos (1) Declaração de Responsabilidade e (2)

Transferência de Direitos Autorais, nos quais constarão:

- Título do manuscrito:

- Nome por extenso dos autores (na mesma ordem em que aparecem no manuscrito).

- Autor responsável pelas negociações:

1. Declaração de responsabilidade: todas as pessoas relacionadas como autoras devem assinar

declarações de responsabilidade nos termos abaixo:

119

- "Certifico que participei da concepção do trabalho para tornar pública minha responsabilidade

pelo seu conteúdo, que não omiti quaisquer ligações ou acordos de financiamento entre os

autores e companhias que possam ter interesse na publicação deste artigo";

- "Certifico que o manuscrito é original e que o trabalho, em parte ou na íntegra, ou qualquer

outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, não foi enviado a outra

Revista e não o será, enquanto sua publicação estiver sendo considerada pela Revista de

Nutrição, quer seja no formato impresso ou no eletrônico".

2. Transferência de Direitos Autorais: "Declaro que, em caso de aceitação do artigo, a Revista de

Nutrição passa a ter os direitos autorais a ele referentes, que se tornarão propriedade exclusiva da

Revista, vedado a qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de

divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se

obtida, farei constar o competente agradecimento à Revista".

Assinatura do(s) autores(s) Data __ / __ / __

Justificativa do artigo

Destaco que a principal contribuição do estudo para a área em que se insere é a seguinte:

__________________________________

(Escreva um parágrafo justificando porque a revista deve publicar o seu artigo, destacando a sua

relevância científica, a sua contribuição para as discussões na área em que se insere, o(s)

ponto(s) que caracteriza(m) a sua originalidade e o conseqüente potencial de ser citado)

Dada a competência na área do estudo, indico o nome dos seguintes pesquisadores (três) que

podem atuar como revisores do manuscrito. Declaro igualmente não haver qualquer conflito de

interesses para esta indicação.

120

ANEXO 4 – Apresentação do Trabalho em Congresso nacional

121

122

ANEXO 5 – Submissão do Trabalho em Congresso internacional

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