UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ENGENHARIA...
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LOQ4085– OPERAÇÕES UNITÁRIAS I
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ENGENHARIA QUÍMICA
Profa. Lívia Chaguri
E-mail: [email protected]
Bombas – Parte 1
- Introdução
- Classificação
- Bombas sanitárias
- Condições ótimas de utilização
Profa. Lívia Chaguri
E-mail: [email protected]
Conteúdo
Bombas – Parte 2
- Cálculo da altura manométrica (projeto)
- Balanço energético
- Cálculo da perda de carga
Profa. Lívia Chaguri
E-mail: [email protected]
Conteúdo
Seleção de bomba: dimensionamento adequado da operação
de bombeamento;
Operação da bomba: custo mínimo com máxima eficiência.
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Dimensionamento: conceitos e definições
Bomba – máquina que transfere energia mecânica ao fluido
(incompressível).
Escolha da bomba: fatores a considerar
i) Pressão requerida (altura manométrica ou de projeto);
ii) Vazão volumétrica;
iii) Propriedades do fluido (densidade, viscosidade);
iv) Temperatura do fluido e pressão de vapor;
v) Sistema de operação: intermitente ou contínuo.
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Altura manométrica ou de projeto
Seleção da bomba: balanço de energia mecânica entre
dois pontos do sistema de escoamento.
Geralmente se escolhe: pontos de entrada e a saída.
Balanço de energia entre os pontos 1 (sucção da bomba) e 2
(descarga da bomba):
1
2
Trabalho
Calor (atrito)
6
Altura manométrica ou de projeto
Trabalho
agregado=
Energia final
do fluido
Energia inicial
do fluido +
Trabalho agregado
Energia de atrito
Energia final
do fluido
Energia inicial
do fluido
Energia
de atrito
Sistema
considerado
+
7
Altura manométrica ou de projeto
(P1/ρ + v12/2α + Z1) + W
Energia que entra com o fluido + Trabalho
= (P2/ρ + v22/2α + Z2) + Ef
Energia sai com o fluido + Calor
g – aceleração gravidade (m/s)Z –altura (m)P – pressão (Pa)ρ – densidade fluido (kg/m3)v – velocidade média fluido (m/s)Ef – perda de energia mecânica por unidade de massa (J/kg)W – Trabalho por unidade de massa (J/kg)α – fator de correção; 0,5 laminar e 1 turbulento
1
2
Trabalho
Calor (atrito)
8
Altura manométrica ou de projeto
W = (P2-P1)/ρ + (v22-v1
2)/2α + (Z2 – Z1) + Ef
O trabalho mecânico gera uma mudança:
Energia de pressão,
Energia cinética,
Energia potencial do fluido,
Liberando calor devido ao atrito com o meio.
1
2
Trabalho
Calor (atrito)
9
Altura manométrica ou de projeto
Na equação final, cada um dos termos tem dimensão de
comprimento.
É usual encontrar o balanço de energia expresso dessa forma
na literatura sobre bombas.
Trabalho energia final energia inicial energiaagregado do fluido do fluido de atrito
= - +
P2 v22 P1 v1
2
W = ( ---- + ---- + Z2 ) – ( ---- + ---- + Z1 ) + Efρ 2α ρ 2 α
Dividindo todos os termos por g:
W P2 v22 Z2 P1 v1
2 Z1 Ef---- = (---- + ----- + ---- ) – ( ---- + ------ + ---- ) + ----g ρg 2g g ρg 2g g g
1
2
Trabalho
Calor (atrito)
10
Altura manométrica ou de projeto
É comum cada um dos termos ser considerado como altura.
Altura de pressão:
Altura de velocidade:
Altura de posição:
Altura total a ser fornecida pela bomba:
Altura de atrito:
gP
gv2
gZ
gW
gE f
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Altura manométrica ou de projeto
Altura de sucção (Ponto 1):
g
vZ
g
PH
2
2
1
11
1
Altura na descarga (Ponto 2):
g
vZ
g
PH
2
2
2
22
2
Substituindo as equações de altura de sucção e
descarga no balanço de energia têm-se a altura de
projeto Hp (m):
g
EHH
g
WH
f
p )( 12
Hp: trabalho que deve ser
fornecido ao sistema para
atender a vazão de projeto.
1
2
Trabalho
Calor (atrito)
12
Altura manométrica ou de projeto
O conjunto constituído pelas canalizações e pelos meios
mecânicos de elevação denomina-se sistema de recalque.
Divide-se em:
a. tubulação de sucção (entre o poço e a bomba),
b. conjunto moto-bomba,
c. tubulação de recalque (descarga).
O escoamento do fluido na tubulação de sucção e na de
descarga pode ser considerado permanente uniforme, sendo
prático, portanto, o emprego das equações de Bernoulli
(conservação de energia) e da continuidade para o cálculo da
altura manométrica (Hp).
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Balanço energético
Balanço energético do reservatório A até B, através das
tubulações com diâmetros definidos, para vencer o desnível
geométrico e a resistência (perda de carga nos trechos retos e
acessórios).
Uma bomba fornece uma vazão de 400 m3/h com uma tubulação de 12 in na
sucção e 10 in na descarga (aço nº de série 40S). O manômetro situado a
0,80 m acima do eixo da bomba acusa a pressão de 3,1 kgf/cm2 e o
vacuômetro, situado a 0,30 m abaixo do eixo, indica 0,4 kgf/cm2. Sabendo
que o fluido bombeado é água a 20 ºC, calcular a altura manométrica
fornecida pela bomba nessa vazão.
Dado: γH2O = 998,23 kgf/m3
Água 20 ºC: µ = 0,0001029 kg/m.s; ρ = 1,0 g/cm3
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Exemplo 1
15
Exemplo 1
16
Exemplo 2Azeite de oliva a 20 ºC (ρ=919 kg/m3, µ=81mPa.s) é bombeado a uma
vazão de 27 m3/h, em estado estacionário, desde o ponto 1, situado a uma
altura de 3,8 m acima do nível em que a bomba está instalada, até o ponto
2, situado a uma altura de 6,5 m acima do nível da bomba. Ambos os
reservatórios são abertos para a atmosfera e têm diâmetro muito maior que
o diâmetro da tubulação. Na linha de sucção (antes da bomba), o diâmetro
interno do tubo é de 102,3 mm, enquanto na linha da descarga (depois da
bomba) do diâmetro interno do tubo é de 77,9 mm. As perdas de energia ao
longo da tubulação são da ordem de 53 J/kg. Determine a altura de projeto
mínima que deve ser usada no dimensionamento da bomba.
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Cálculo da perda de carga
Portanto, necessário conhecer a energia que o líquido irá despender ao
passar pelo encanamento.
A perda de carga, ou de energia, resulta do atrito interno do líquido, isto é,
da sua viscosidade, da resistência oferecida pelas partículas líquidas
impostas pelas peças e dispositivos intercalados nos encanamentos.
O cálculo da perda de carga por atrito será dividido em duas partes:
a) Perda de carga nas tubulações de seção circular constante
b) Perda de carga em acidentes da tubulação
phg
vvz
PHpW
2
)( 2
1
2
2
O cálculo da perda de carga é necessário para entrar nos catálogos dosfabricantes com os dados de Q e H para escolher o tipo da bomba.
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Cálculo da perda de carga
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
1. Fórmula universal
Fórmula de Darcy, fórmula de Darcy-Weisbach ou fórmula de Darcy-
Weisbach- Chézy.
Válida para qualquer líquido - fórmula universal.
gD
vLfhp
2
2
- L – comprimento do tubo (m);
- v – velocidade média do fluido (m/s);
- D – diâmetro do tubo (m);
- g- aceleração da gravidade (m/s2)
- f – fator de atrito
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Cálculo da perda de carga
Correlações para estimar f:
Colebrook:
implícita em f;
mais precisa;
válida: tubo liso e rugoso, regime de transição, regime turbulento
plenamente desenvolvido e
- ε – rugosidade equivalente (m);
01,04//(Re)/( fD
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
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Cálculo da perda de carga
Correlações para estimar f:
Churchill:
Equação explícita mais recomendada;
Válida para qualquer Re e qualquer ε/D.
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
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Cálculo da perda de carga
Correlações para estimar f:
Diagrama de Moody:
Solução rápida e precisa.
No diagrama: entra-se com o valor do número de Reynolds (Re) na
abscissa e a rugosidade relativa (ε/D) na ordenada direita, obtendo o
coeficiente na ordenada esquerda.
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
22
Cálculo da perda de carga
23
Cálculo da perda de carga
2. Fórmula de Hazen-Williams
Mais empregada no transporte de água e esgotos
Canalizações com diâmetro maior que 50 mm (50-3500 mm);
Para qualquer tipo de material do tubo.
87,4
85,1
85,1
643,10
D
Q
CL
hp
- C – coeficiente que depende da natureza do material empregado na
fabricação dos tubos e das condições de suas paredes internas
(Tabelas)
- Q – vazão (m3/s);
- D – diâmetro do tubo (m);
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
24
Cálculo da perda de carga
2. Fórmula de Hazen-Williams – Valores do Coeficiente C
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
25
Cálculo da perda de carga
2. Fórmula de Hazen-Williams – Valores do Coeficiente C
a) - Perda de Carga em Tubos Retos de Seção Circular
Constante
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Exemplo 3Uma tubulação de aço soldado em uso com 1300 m de comprimento e 600
mm de diâmetro conduz água a uma velocidade média de 1,4 m/s. Sabendo
que a água está a 20 ºC, calcular a perda de carga distribuída ao longo da
tubulação pela fórmula universal e pela de Hazen-Williams. Considerar ε
variando de 0,9 a 2,4 mm.
27
Exemplo 3
gD
vLfhp
2
2
87,4
85,1
85,1
643,10
D
Q
CL
hp
28
Exemplo 3
gD
vLfhp
2
2
87,4
85,1
85,1
643,10
D
Q
CL
hp
29
Cálculo da perda de carga
1. Equação Geral
k é práticamente constante para Reynolds maior que 50.000;
k para regime turbulento não depende do diâmetro do tubo, da
velocidade e natureza do fluido.
g
vkh
lp
2
2
- hpl – perda de carga localizada (m);
- k – coeficiente de perda de carga (-);
- v – velocidade média na entrada do acidente (m/s);
- g- aceleração da gravidade (m/s2)
b) - Perda de Carga em Acidentes de Tubulação
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Cálculo da perda de carga
1. Equação Geral – Valores de k
g
vkh
lp
2
2
b) - Perda de Carga em Acidentes de Tubulação
OBS: perda de carga total: soma das perdas de carga distribuída e
localizada.
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Cálculo da perda de carga
2. Método dos comprimentos equivalentes
b) - Perda de Carga em Acidentes de Tubulação
Consiste em adicionar ao comprimento real (L) dos tubos retos de
seção circular constante, comprimentos de tubos equivalentes (Leq)
com o mesmo diâmetro do conduto, capazes de provocar a mesma
perda de energia gerada pelo acessório;
Esse comprimento adicionado equivale virtualmente, sob o ponto de
vista de perda de carga, ao produzido pelo acessório;
Perda de carga total: soma da distribuída com a localizada, calculada
adicionando-se o comprimento real da tubulação (L) o comprimento
equivalente do acessório (Leq).
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Cálculo da perda de carga
2. Método dos comprimentos equivalentes – obtenção Leq:
b) - Perda de Carga em Acidentes de Tubulação
Ábaco da Crane Corporation - Por uma
reta liga-se o ponto do eixo da esquerda,
correspondente ao acessório em questão,
ao diâmetro indicado no eixo da direita. O
valor obtido no eixo central é o
comprimento equivalente em metros (ou
em pés, dependendo do ábaco)
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Cálculo da perda de carga
2. Método dos comprimentos
equivalentes – obtenção Leq:
b) - Perda de Carga em
Acidentes de Tubulação
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Cálculo da perda de carga
2. Método dos comprimentos equivalentes – obtenção Leq:
b) - Perda de Carga em Acidentes de Tubulação
Tabelas de Comprimentos Equivalentes –
Fornecidas por fabricantes para um dado material do acessório
(PVC rígido, cobre, aço galvanizado, etc.).
Apresentam o comprimento equivalente da peça (em geral em
metros), para vários diâmetros.
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Cálculo da perda de carga
2. Método dos comprimentos equivalentes – obtenção Leq:
b) - Perda de Carga em Acidentes de Tubulação
Tabelas de L/D
Prático o uso das tabelas do número de diâmetros, uma vez que a
divisão dos comprimentos equivalentes pelos respectivos diâmetros não
apresentam grande variação.
Obtenção de Leq: multiplicar o valor do diâmetro pelo valor fornecido
pela tabela L/D.
Mais impreciso que os dois métodos anteriores, pois trabalha com
valores médios.
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Exemplo 4
Dois grandes reservatórios estão unidos por uma tubulação de aço com 14
in de diâmetro nominal (Schedule n0 30 ST) e 2.100 m de comprimento.
Sabendo-se que a tubulação descarrega no reservatório inferior 150 L/s de
água e possui quatro cotovelos de 90º raio longo e dois registros de gaveta
abertos, calcular a cota entre o nível 1 e o nível 2. A perda de carga deveser calculada pelos diversos métodos apresentados.