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TRANSFORMADA DE LAPLACE
9.1 INTRODUÇÃO
A transformada de Fourier permite representar qualquer sinal físico pela soma, finita ou infinita, das suas componentes, segundo um referencial em que a variável ω da base é real. Tal representação de sinais desempenha um papel importante no estudo de sistemas lineares e invariantes, nomeadamente na resposta em frequência dos sistemas, filtragem de sinais, modulação de sinais, etc.
Porém, em muitos casos, revela-se útil lidar com uma frequência complexa s=σ+jω. Deixamos de considerar a passagem de um sinal para um domínio a uma variável (caso da transformada de Fourier) e passamos a exprimir a função num domínio a duas variáveis através da frequência complexa s, o que conduz a uma generalização da transformada de Fourier, conhecida por transformada de Laplace. Esta transformada não só fornece novas ferramentas de análise de sistemas, como pode ser aplicada a sistemas em que não se pode utilizar a transformada de Fourier. Um desses casos é a aplicação a sistemas instáveis, permitindo a análise dos mesmos. Uma outra aplicação da transformada de Laplace é na resolução de equações diferenciais ordinárias, quando são lineares e de coeficientes constantes.
2 Teor ia Vector ial do Sinal
9.2 TRANSFORMADA DIRECTA
A transformada de Laplace permite obter a representação de um sinal num referencial com frequência complexa. Enquanto que na transformada de Fourier um sinal representado num referencial a uma variável real passava a ser representado noutro referencial, mas também a uma variável real, na transformada de Laplace um sinal representado num referencial a uma variável real passa a ser representado num referencial a duas variáveis reais: a variável σ e a variável ω. Portanto, este novo referencial tem mais uma dimensão que o original.
ωσ js += (9.1)
A transformada de Laplace é definida por
∞
∞−
−= dtetusU st)()( (9.2)
De modo a seguir a abordagem que tem sido utilizada até aqui, vejamos como aplicar o procedimento geral de decomposição de funções.
A verificação da ortogonalidade ou não ortogonalidade dos vectores de base no domínio de Laplace ultrapassa o âmbito deste livro. No entanto, podemos efectuar a transformação de Laplace segundo o processo geral de decomposição se, como na transformada de Fourier, considerarmos o referencial ortogonal tje ω . Para isso, iremos fazer a decomposição, não da função a transformar u(t), mas dessa função pesada por te σ− , como mostra a figura 9.1.
0
u(t)e-σt
ejωt
C(σ,ω)ejωt0
u(t)e-σt
ejωt
C(σ,ω)ejωt
Fig. 9.1 – Componente de um sinal pesado por e-σt na direcção das cissóides.
O coeficiente de correlação, obtido pela projecção da função pesada por te σ− na direcção tje ω , é definido por
)0(2
)(
)0(2
)(
),(
),)((),(
)(
πδ
πδ
ωσ
ωσ
ωσ
ωω
ωσ
∞
∞−
+−
∞
∞−
−−
−
=
=
=
dtetu
dteetu
ee
eetuC
tj
tjt
tjtj
tjt
(9.3)
Transformada de Laplace 3
Os coeficientes de correlação dependem, agora, de duas variáveis. O numerador desta expressão identifica-se com a transformada de Fourier, com a variável ω substituída por σ+jω, donde
πωωσωσ
2)(),(d
jUC += (9.4)
Desta forma,
[ ] )()( ωσσ jUtue t +=− (9.5)
em que
∞
∞−
+−=+ dtetujU tj )()()( ωσωσ (9.6)
Fazendo a mudança de variável s=σ+jω, nesta última expressão obtém-se a definição de transformada de Laplace, apresentada em (9.2).
Utilizando a notação fasorial das exponenciais, verifica-se que, para a transformada de Fourier, tje ω está sempre sobre o círculo unitário, como mostra a figura 9.2a), enquanto que, para a transformada de Laplace, tjtst eee ωσ= segue uma espiral, como se vê pela figura 9.2b), para σ>0.
Im
-ω
a) b)
Re
ω
Im
Re1 1
ejωt
e-jωt
est
e-st
Im
-ω
a) b)
Re
ω
Im
Re1 1
ejωt
e-jωt
est
e-st
Fig. 9.2 – Diagrama fasorial: a) Fourier; b) Laplace.
A evolução da exponencial complexa no tempo pode ser determinada pelas partes real ou imaginária de ste ,
)(sen)cos(
)(
tjete
eett
tjst
ωω σσ
ωσ
+== +
(9.7)
A figura 9.3 apresenta a parte real para σ<0. A evolução das componentes de ste no tempo corresponde a uma situação concreta muito comum no mundo físico (movimento oscilatório amortecido), nomeadamente a situação de circuitos
4 Teor ia Vector ial do Sinal
ressonantes, em electricidade, e à dos movimentos com um grau de liberdade, em mecânica.
t
cos(ωt) eσtcos(ωt)
t
cos(ωt) eσtcos(ωt)
Fig. 9.3 – Evolução da parte real da exponencial.
A expressão da transformada de Laplace, que se acabou de apresentar, também é conhecida por transformada de Laplace bilateral, uma vez que considera a variável tempo a evoluir desde menos a mais infinito. Contudo, existe uma outra definição em que o integral da transformada só contém a parte positiva do eixo temporal,
∞ −−
=0
)()( dtetusU st (9.8)
conhecida por transformada de Laplace unilateral. Esta definição deve-se ao facto dos sinais e sistemas físicos, onde a transformada de Laplace será muito usada, serem sempre causais. Notar que para sinais causais, as duas definições de transformada de Laplace dão o mesmo resultado. Uma aplicação desta última será na resolução de equações diferenciais, de coeficientes constantes, com condições iniciais diferentes de zero. O limite inferior 0- serve para enfatizar que no caso de u(t) conter impulsos de Dirac na origem, estes serão incluídos na transformação.
Se multiplicarmos qualquer sinal pelo degrau de Heaviside, hH(t), que só toma valores diferentes de zero para t≥0, é indiferente utilizar a bilateral ou a unilateral.
A relação que a transformada de Laplace estabelece entre u(t) e a sua imagem U(s) será representada por
[ ])()(
)()(
tusU
sUtu =
→← (9.9)
para a transformada bilateral, ou
[ ])()(
)()(
I
I
tusU
sUtu =
→← (9.10)
para a transformada unilateral.
Transformada de Laplace 5
9.3 TRANSFORMADA INVERSA
Para efectuar a mudança de referencial inversa, designada por transformada de Laplace inversa, basta utilizar um dos “planos” que passam pelo sinal, de modo a recuperar o sinal num referencial bidimensional, partindo da representação desse sinal num espaço tridimensional.
A abordagem anterior permite obter a expressão da transformada de Laplace inversa. De facto, como se projectou o sinal tetu σ−)( nas direcções ortogonais tje ω , esse sinal é recuperado somando as componentes segundo todas as direcções, de forma semelhante ao realizado na transformada de Fourier. Como a soma contínua transforma-se num integral, tem-se
∞
∞−
− = tjt eCetu ωσ ωσ ),()( (9.11)
ficando
∞
∞−
+
∞
∞−
+
∞
∞−
+
+=
+=
=
ωωσπ
πωωσ
ωσ
ωσ
ωσ
ωσ
dejU
ed
jU
eCtu
tj
tj
tj
)(
)(
)(
)(2
12
)(
),()(
(9.12)
Considerando a mudança de variável s=σ+jω, dω=ds/j, a transformada de Laplace inversa fica
∞+
∞−=
j
j
st dsesUj
tuσ
σπ)(
2
1)( (9.13)
Notar novamente que a transformada de Fourier inversa é um caso particular da de Laplace fazendo s= jω.
Da expressão (9.13), verifica-se que a função nos tempos também é obtida pelos coeficientes de correlação, C(σ,ω), nas direcções ste , da mesma forma como foi realizado na transformada de Fourier com os coeficientes C(ω) e as direcções tje ω . Assim, na transformada de Fourier uma componente no espectro era representada como mostra a figura 9.4a), ou seja, a componente k na direcção tj ke ω é Ak. Na transformada de Laplace, Bk é a componente na direcção tske , como se vê pela figura 9.4b), com sk=σk+jωk. Neste caso, existem duas variáveis para definir o sinal nas frequências complexas.
6 Teor ia Vector ial do Sinal
plano seixo ω
ωωk
Ak
ω
σ
σk
ωk
Bk
a) b)plano seixo ω
ωωk
Ak
ω
σ
σk
ωk
Bk
a) b)
Fig. 9.4 – Componentes do sinal nas transformadas: a) Fourier; b) Laplace.
A transformada inversa pode ter outra expressão, tendo em conta a teoria da análise de funções complexas de variável complexa. Para isso, seja o plano s da figura 9.5, onde estão representadas as singularidades da função U(s) (ponto singular é um ponto onde a função toma um valor infinito). Consideremos um percurso fechado que inclui todas as singularidades. Este percurso, designado por contorno equivalente de Bromwich, é definido por uma recta de abcissa constante e por um arco de semi-circunferência, de raio infinito, que une as extremidades da recta.
σ
jω
c
Γ
σ
jω
c
Γ
Fig. 9.5 – Contorno equivalente de Bromwich.
Se integrarmos U(s)est/2πj ao longo do percurso fechado apresentado na figura 9.5, obtém-se
Γ
∞+
∞−+= dsesU
jdsesU
jdsesU
jstj
j
stst )(2
1)(
2
1)(
2
1
πππσ
σ (9.14)
Utilizando o lema de Jordan,
0)(lim =
Γ∞→ΓdsesU st (9.15)
de (9.14), retira-se que
Transformada de Laplace 7
=
=∞+
∞−
dsesUj
dsesUj
tu
st
j
j
st
)(2
1
)(2
1)(
π
πσ
σ
(9.16)
A relação para a transformada de Laplace inversa é definida por
[ ])()( 1 sUtu −= (9.17)
para a transformada bilateral, ou
[ ])()( 1 sUtu I−= (9.18)
para a transformada unilateral.
9.4 REGIÃO DE CONVERGÊNCIA
Para que a transformada de Laplace exista é necessário que o integral (9.2) tenha um valor diferente de infinito. Este integral é finito sempre que seja absolutamente convergente, isto é, sempre que exista o integral do seu módulo,
∞<
≤
=
∞
∞−
−
∞
∞−
−
dtetu
dtetusU
t
st
σ)(
)()(
(9.19)
Aos valores da variável s, para os quais se verifica a condição de existência de transformada de Laplace, designam-se por região de convergência da transformada de Laplace (usualmente designada por ROC: Region Of Convergence).
♦ Exemplo 9.1: Determinar a transformada de Laplace do degrau de Heaviside, hH(t).
Aplicando (9.2),
ss
ee
s
e
dte
dtethsH
TjT
T
st
st
stHH
−−
−=
−
=
=
=
−−
∞→
∞−
∞ −
∞
∞−
−
1lim
)()(
0
0
ωσ
(9.20)
Se σ>0 (ou Re[s]>0), então
8 Teor ia Vector ial do Sinal
0lim =−
−−
∞→ s
ee TjT
T
ωσ
(9.21)
Com este resultado, (9.20) fica
[ ] 0Re ,1
)( >= ss
sH H (9.22)
Desta forma, a ROC consiste em valores de s em que Re[s]>0, como mostra a figura 9.6.
0
jω
σ0
jω
σ
Fig. 9.6 – Região de convergência para o degrau de Heaviside.
♦
♦ Exemplo 9.2: Determinar a transformada de Laplace do sinal:
0 ),()( >= − αα thetu Ht (9.23)
A transformada de Laplace é
[ ] αα
α
α
−>+
=
=
=
∞ +−
∞ −−
ss
dte
dteesU
ts
stt
Re ,1
)(
0
)(
0
(9.24)
A respectiva ROC está representada na figura 9.7.
Transformada de Laplace 9
0
jω
σ-α 0
jω
σ-α
Fig. 9.7 – Região de convergência para o sinal do exemplo 9.2.
♦
♦ Exemplo 9.3: Determinar a transformada de Laplace do sinal:
0 ),()( >−−= − αα thetu Ht (9.25)
A transformada de Laplace fica
[ ] αα
α
α
α
−<+
=
−=
−=
−=
∞ +
∞−
+−
∞−
−−
ss
dte
dte
dteesU
ts
ts
stt
Re ,1
)(
0
)(
0 )(
0
(9.26)
A respectiva ROC está representada na figura 9.8.
0
jω
σ-α 0
jω
σ-α
Fig. 9.8 – Região de convergência para o sinal do exemplo 9.3.
♦
♦ Exemplo 9.4: Determinar a transformada de Laplace do sinal:
10 Teor ia Vector ial do Sinal
0
1
tT
u(t)
0
1
tT
u(t)
Fig. 9.9 – Impulso rectangular descentrado.
A transformada de Fourier do sinal da figura 9.9 é
s
e
s
e
dtesU
Ts
Tst
T st
−
−
−
−=
−=
=
1
)(
0
0
(9.27)
A ROC consiste em todo o plano s, o que significa que a função converge em todo o domínio, com excepção da origem.
♦
É de salientar que a região de convergência é de extrema importância no cálculo da transformada de Laplace, dado que existem zonas do domínio s onde a transformada não existe. Existem casos em que a função para a transformada de Laplace é a mesma e a diferença reside na região de convergência, como se pode comprovar pelos exemplos 9.2 e 9.3. Desta forma, no cálculo da transformada de Laplace deve-se sempre especificar a região de convergência.
Dos exercícios apresentados retiram-se algumas conclusões referentes à região de convergência, que podem ser generalizadas, tais como:
1 – A ROC é uma faixa paralela ao eixo imaginário do plano s. Só a parte real é responsável pela ROC.
2 – A ROC não contém quaisquer singularidades. Esta propriedade pode ser vista pelos exemplos 9.1, 9.2 e 9.3, onde as singularidades s=0 e s=-α não pertencem à ROC.
3 – Se o sinal u(t) é limitado à esquerda, ou seja, x(t)=0 para t<t0, a ROC cai numa faixa para a direita da descontinuidade. O exemplo 9.1 e 9.2 mostra este caso.
4 – Se o sinal u(t) é limitado à direita, ou seja, x(t)=0 para t>t0, a ROC cai numa faixa para a esquerda da descontinuidade. O exemplo 9.3 mostra este caso.
5 – Se u(t) tem duração finita, e se a transformada converge pelo menos num valor de s, então a ROC consiste em todo o plano s, com possível excepção da origem ou do infinito.
Transformada de Laplace 11
9.5 PROPRIEDADES
De seguida, apresentar-se-ão as propriedades da transformada de Laplace. Em muitos casos, servir-nos-emos destas propriedades, e de algumas transformadas básicas, para se obter com facilidade as transformadas directa e inversa de Laplace de um qualquer sinal, em vez de realizar o cálculo dos integrais definidores das transformadas.
É importante acentuar que as transformadas apareceram, em última análise, para simplificar cálculos, nomeadamente os de integrais e de equações integro-diferenciais no domínio dos tempos. Não fazendo sentido, portanto, recorrer às fórmulas integrais definidoras da transformada de Laplace na quase totalidade dos casos práticos.
Para a transformada de Fourier foram evidenciadas um conjunto de propriedades consideradas fundamentais, por, com elas, se poder estabelecer axiomaticamente a definição da transformada, distinguindo-a de qualquer outra. O mesmo acontece para a transformada de Laplace.
Como iremos ver, embora existam duas definições de transformada de Laplace, na maior parte dos casos as propriedades da transformada unilateral são semelhantes às da bilateral. Quando não for referida qual a definição de transformada, a propriedade é válida para as duas.
9.5.1 L inear idade
Se o sinal u1(t) tem por transformada de Laplace U1(s), com ROC1, e o sinal u2(t) tem por transformada U2(s), com ROC2, então
212121 ROCROC contém ROC )()()()( ∩+→←+ sbUsaUtbutau (9.28)
Para demonstrar esta propriedade, consideremos a definição de transformada de Laplace bilateral,
[ ])()(
)()()()()()(
21
212121
sbUsaU
dtetubdtetuadtetbutautbutau ststst
+=
+=+→←+ ∞
∞−
−∞
∞−
−∞
∞−
−
(9.29)
Se fosse utilizada a definição da transformada de Laplace unilateral teríamos o mesmo resultado.
A região de convergência inclui, pelo menos, a intercepção da região de convergência de u1(t) com u2(t). Isto significa que, se a intercepção for nula, a soma não tem transformada de Laplace.
♦ Exemplo 9.5: Determinar a transformada de Laplace de
( ) )()( theetu Hbtat += (9.30)
A transformada de Laplace é
12 Teor ia Vector ial do Sinal
( )
[ ] [ ]
[ ] [ ] bsasabsbas
bas
bsasbsas
dtedte
dteeesU
tbstas
stbtat
>>++−
−−=
>>−
+−
=
+=
+=
∞ −−∞ −−
∞ −
Re e Re ,)(
2
Re e Re ,11
)(
2
0
)(
0
)(
0
(9.31)
A região de convergência dá Re[s]>a se a<b e Re[s]>b se a>b. Pela propriedade da linearidade obtém-se o mesmo resultado.
♦
9.5.2 Mudança de Escala
Se u(t) tem por transformada de Laplace U(s), com ROC=ROCu, e a é um número real, então
aa
sU
aatu uROC
ROC ||
1)( =
→← (9.32)
em que a é positivo para a definição da transformada de Laplace unilateral e pode ser qualquer para a bilateral. Sendo semelhante à transformada de Fourier, a demonstração desta propriedade segue o mesmo procedimento. No entanto, vejamos o que acontece para a transformada de Laplace unilateral. Fazendo a mudança de variável t´=at, tem-se que
=
′′=→← ∞ −∞ −
−−
a
sU
a
tdetua
dteatuatut
a
sst
1
)(1
)()(00
(9.33)
Como se pode verificar, para a definição da transformada unilateral, se a fosse negativo, os limites do integral seriam de -∞ a 0, o que não pode ser, dado que deixaria de ser esta a definição da transformada. Assim, (9.32) é válida para as duas definições, sendo a positivo para a transformada unilateral.
Quanto à região de convergência, qualquer valor de s estará na ROC se o valor s/a estiver na ROCu.
♦ Exemplo 9.6: Determinar a transformada de e-παthH(t), α>0.
Do exemplo 9.2 tem-se que
[ ] παπα
πα −>+
→←− ss
the Ht Re ,
1)( (9.34)
Transformada de Laplace 13
Aplicando a propriedade da mudança de escala,
[ ] α
παπ
πππαπα −>
+→←= −− s
sthethe H
tH
t Re ,
11)()( (9.35)
Simplificando este resultado,
[ ] παπα
πα −>+
→←− ss
the Ht Re ,
1)( (9.36)
É de salientar a forma como foi definida a região de convergência. ♦
9.5.3 Translação nos Tempos
Se u(t) tem por transformada de Laplace U(s), com ROC=ROCu, então
ustesUttu ROCROC )()( 0
0 =→←− − (9.37)
A demonstração é semelhante à da transformada de Fourier.
♦ Exemplo 9.7: Determinar a transformada de Laplace do impulso de Dirac atrasado de t0.
A transformada de Laplace do impulso de Dirac é
1)()( =→← ∞
∞−
− dtett stδδ (9.38)
com ROC todo o domínio s.
Para o impulso de Dirac atrasado tem-se
0)( 0stett −→←−δ (9.39)
com a mesma ROC que a transformada do impulso de Dirac. ♦
♦ Exemplo 9.8: Utilizando a propriedade da translação nos tempos, determinar a transformada do sinal apresentado no exemplo 9.4.
O sinal da figura 9.9 pode ser decomposto pela soma da figura 9.10.
0 0= +0
1
tT
u(t)
Tt t
u1(t) u2(t)1
-10 0= +0
1
tT
u(t)
Tt t
u1(t) u2(t)1
-1
14 Teor ia Vector ial do Sinal
Fig. 9.10 – Decomposição do impulso rectangular em funções mais simples.
Tendo em conta a figura 9.10, a função u(t) é definida por
)()()( Tththtu HH −−= (9.40)
Pelas propriedades da linearidade e da translação nos tempos, e da transformada do degrau de Heaviside, apresentada em (9.22), a transformada de u(t) é
s
esU
sT−−= 1)( (9.41)
A ROC consiste em todo o domínio s, com a excepção da origem, visto que, pela propriedade 5 da região de convergência, uma função limitada tem por região de convergência todo o domínio s. Embora a transformada de hH(t) e hH(t-T) tenham a região de convergência Re[s]>0, a propriedade da linearidade diz que a região de convergência contém pelo menos a intersecção das regiões de convergência das duas funções. Isto significa que pode ser maior, como é o caso deste exemplo.
♦
Esta propriedade foi considerada anteriormente como uma das fundamentais no estudo das transformadas. Além disso, é básica no processamento de sinal e representa um ideal na Engenharia de Telecomunicações, onde se pretende que um sistema propague um sinal sem introduzir distorção, ou seja, pretende-se obter à saída do sistema um sinal igual ao da entrada a menos de um atraso e de um factor de escala.
9.5.4 Translação nas Frequências
Se u(t) tem por transformada de Laplace U(s), com ROC=ROCu, então
[ ]00 ReROCROC )()( 0 sssUetu uts +=−→← (9.42)
A região de convergência da função U(s-s0) é igual à região de convergência de U(s), deslocada para a direita de um valor igual a Re[s0].
♦ Exemplo 9.9: Utilizando a propriedade da translação nas frequências, determinar a transformada do sinal do exemplo 9.2.
A função exponencial decrescente pode ser vista como um degrau de Heaviside multiplicado por e-αt. A transformada do degrau de Heaviside dá 1/s, com a ROC carcaterizada por Re[s]>0. Pela propriedade da translação nas frequências, a transformada de e-αthH(t) é 1/(s+α), com a ROC definida por Re[s]+Re[α]>0, ficando Re[s]>-α, resultado igual ao obtido no exemplo 9.2.
♦
♦ Exemplo 9.10: Obter a transformada de Laplace dos seguintes sinais:
)()cos( thte Ht βα− (9.43)
Transformada de Laplace 15
)()(sen thte Ht βα− (9.44)
Utilizando a fórmula de Euler e a propriedade da translação nas frequências, obtém-se para o sinal de (9.43),
)(2
)(2
)(2
)()cos(
thee
thee
thee
ethte
Ht
tj
Ht
tj
H
tjtjt
Ht
αβ
αβ
ββαα β
−−
−
−−−
+=
+=
(9.45)
Com a translação nas frequências, respectiva transformada dá
=++
++−
→←−
αβαββα
jsjsthte H
t 1
2
11
2
1)()cos(
[ ] αβα
α −>++
+= ss
sRe ,
)( 22 (9.46)
Para (9.44) tem-se
[ ] αβα
ββα −>++
→←− ss
thte Ht Re ,
)()()(sen
22 (9.47)
tendo sido obtido de forma semelhante ao sinal anterior. ♦
9.5.5 Der ivação nos Tempos
Se u(t) tem por transformada de Laplace U(s), com ROC=ROCu, então, para a transformada de Laplace bilateral,
un
n
n
sUsdt
tudROC contém ROC )(
)( →← (9.48)
e, para a transformada de Laplace unilateral,
unnnn
n
n
uusussUsdt
tudROC contém ROC )0(...)0()0()(
)( )1(21I −−−−−− −−′−−→←
(9.49)
onde u(n-1)(0-) é a derivada de ordem n-1 de u(t) em t=0-.
Ao contrário das anteriores, a propriedade da derivação nos tempos dá resultados diferentes para as duas definições de transformada. Tal acontece, porque na transformada unilateral o integral vai de 0- a mais infinito. Se o sinal for causal, as duas definições dão o mesmo resultado. No entanto, para um sinal com condições iniciais, que pode ser considerado como tendo valores diferentes de zero para
16 Teor ia Vector ial do Sinal
tempos negativos, então a propriedade da derivação não se converte apenas na multiplicação por s.
Como a transformada unilateral tem uma grande importância na resolução de equações diferenciais com condições iniciais diferentes de zero, é de todo o interesse determinar a transformada de Laplace unilateral para funções nestas condições.
Para demonstrar o resultado para a transformada bilateral, utilizando a definição de transformada de Laplace inversa, retira-se que
∞+
∞−
∞+
∞−
∞+
∞−
=
=
=
j
j
st
j
j
st
j
j
st
dsessUj
dsdt
desU
j
dsesUjdt
d
dt
tdu
σ
σ
σ
σ
σ
σ
π
π
π
)(2
1
)(2
1
)(2
1)(
(9.50)
Desta forma, a transformada inversa de sU(s) consiste na derivada da função u(t).
A região de convergência de sU(s) inclui a região de convergência de U(s) e pode ser maior, se U(s) tiver um pólo1 em s=0 que é cancelado pela multiplicação por s.
Quanto à transformada unilateral, utilizando a integração por partes, tem-se para a primeira derivada de u(t):
[ ]
)0()(
)()()(
000
−
∞ −∞−∞ −
−=
+= −
−−
ussU
dtetusetudtedt
tdu ststst
(9.51)
Procedendo do mesmo modo para a segunda derivada de u(t),
[ ])0()0()(
)0()()0(
)()()(
2
00
0 2
2
−−
−−
∞ −∞
−∞ −
′−−=−+′−=
+ = −
−−
ususUs
ussUsu
dtedt
tduse
dt
tdudte
dt
tud ststst
(9.52)
Aplicando sucessivamente este procedimento demonstra-se (9.49).
♦ Exemplo 9.11: Obter a transformada de Laplace das derivadas do impulso de Dirac.
Sabendo que a transformada do impulso de Dirac é a unidade, tem-se, segundo a propriedade da derivação, que
1 Enquanto que um zero é um valor da variável independente que torna a função nula, um pólo é um valor da variável independente que a torna infinita.
Transformada de Laplace 17
st →←′ )(δ (9.53)
e a segunda derivada do impulso de Dirac,
2)( st →←′′δ (9.54)
Generalizando,
nn st →←)()(δ (9.55)
A derivada de ordem n do impulso de Dirac corresponde à potência de ordem n da variável de Laplace.
♦
♦ Exemplo 9.12: Obter a transformada de Laplace da derivada do sinal e-αthH(t), com α>0.
A figura 9.11 mostra o sinal e a respectiva derivada.
u(t)
t0
u´(t)
t0
1 1
-α
u(t)
t0
u´(t)
t0
1 1
-α
Fig. 9.11 – Exponencial decrescente e o respectivo sinal da derivada.
Tendo em conta que
)()()( thettu Htααδ −−=′ (9.56)
utilizando os resultados da transformada do impulso de Dirac, (9.38), e da exponencial decrescente, (9.24),
[ ] ααα
α −>+
=+
−→←′ ss
s
stu Re ,
11)( (9.57)
Utilizando a propriedade da derivação nos tempos tem-se
[ ] αα
−>+
=→←′ ss
sssUtu Re ,)()( (9.58)
Notar que em (9.57) utilizou-se a propriedade da linearidade, o que dá a região de convergência indicada.
18 Teor ia Vector ial do Sinal
Pode-se utilizar este exemplo para verificar que na propriedade da linearidade a região de convergência inclui pelo menos a intercepção das regiões de convergência dos dois sinais e pode ser maior. Fazendo α=1, o sinal u1(t)=e-thH(t) tem por transformada de Laplace 1/(s+1), com Re[s]>-1. Por outro lado, a transformada da derivada deste sinal, u2(t)=δ(t)-e-thH(t), dá s/(s+1), também com Re[s]>-1. Se somarmos u1(t) com u2(t) obtém-se o impulso de Dirac, cuja transformada é 1 e a região de convergência consiste em todo o domínio s, embora a intercepção das respectivas regiões de convergência dos dois sinais seja Re[s]>-α.
♦
9.5.6 Der ivação nas Frequências
Se u(t) tem por transformada de Laplace U(s), com ROC=ROCu, então
un
nn
ds
sUdtut ROC ROC
)()()( =→←− (9.59)
Considerando a definição da transformada unilateral,
∞ −
∞ −
−
−
−=
=
0
0
)()(
)()(
dtetut
dtetudt
d
ds
sdU
st
st
(9.60)
Aplicando sucessivamente este procedimento, demonstra-se a relação apresentada em (9.59). Pode-se verificar que para a transformada bilateral chega-se ao mesmo resultado.
♦ Exemplo 9.13: Obter a transformada de Laplace do sinal:
)()( thettx Htn α−= (9.61)
De (9.24), e pela propriedade da derivação nas frequências, retira-se que
[ ] αα
α −>
+−→←− s
sds
dthet
n
nn
Htn Re ,
1)1()( (9.62)
Derivando até ordem n, obtém-se
1)(
!)1(
1++
−=
+ nn
n
n
s
n
sds
d
αα (9.63)
Com este resultado, a transformada de (9.61) é
[ ] α
αα −>
+→← +
− ss
nthet
nHtn Re ,
)(
!)(
1
(9.64)
Transformada de Laplace 19
em que n! significa o factorial de n, ou seja, n×(n-1) × (n-2) ×...×2×1. ♦
9.5.7 Integração nos Tempos
Se u(t) tem por transformada de Laplace U(s), com ROC=ROCu, então
[ ] 0ReROC contém ROC )(
)( >∩→←
∞−s
s
sUdu u
t ττ (9.65)
[ ] 0ReROC contém ROC )(
)( I
0>∩→←
−
s s
sUdu u
t ττ (9.66)
Como se pode verificar, as duas definições dão resultados semelhantes. A integração introduz um pólo na origem que altera a região de convergência.
Para demonstrar (9.65) e (9.66), consideremos
∞ −→←x
stt
x
t
xdtedudu ττττ )()( (9.67)
em que x=-∞ para a transformada bilateral e x=0- para a unilateral. Utilizando a integração por partes, obtém-se
=−
− −
→←−∞− t
x
st
x
stt
x
t
xdt
s
etu
s
edudu )()()( ττττ
[ ]
s
sU
sdtetus
t
x
st
)(
0Re )(1
0
=
>+= −
(9.68)
♦ Exemplo 9.14: Utilizar a propriedade da integração para obter a transformada de Laplace de
)()( thttx Hn= (9.69)
Sabendo que a transformada do degrau de Heaviside, hH(t), é 1/s, com Re[s]>0, a transformada de thH(t) é
20
111)()(
sssdhtth
t
HH =→←= ττ (9.70)
De um modo geral,
20 Teor ia Vector ial do Sinal
10
1 111)(
)!1(
1)(
!
1+
− =→←−
= nn
t
Hn
Hn
sssdh
ntht
nτττ (9.71)
ficando que
[ ] 0Re !
)(1
>→← + ss
ntht
nHn (9.72)
Este resultado pode ser comprovado com o obtido em (9.64), fazendo α=0. ♦
9.5.8 Convolução nos Tempos
Se o sinal u1(t) tem por transformada de Laplace U1(s), com ROC1, e o sinal u2(t) tem por transformada U2(s), com ROC2, então
212121 ROCROC contém ROC )()()()( ∩→←⊗ sUsUtutu (9.73)
em que para a transformada de Laplace unilateral u1(t) e u2(t) são nulos para t<0. A convolução de dois sinais no domínio dos tempos transforma-se na multiplicação das transformadas dos sinais no outro domínio.
Quanto à região de convergência, esta inclui pelo menos a intercepção das regiões de convergência dos dois sinais e pode ser maior, caso haja cancelamento de pólos com zeros.
Vamos demonstrar (9.73) para a transformada unilateral. Como foi referido, essa expressão é válida desde que os sinais sejam causais. Nesta situação, a convolução é dada por
τττ dtuututu ∞−
−=⊗0 2121 )()()()( (9.74)
Aplicando a transformada unilateral, obtém-se
[ ] ∞ −∞∞ −− −− −=⊗
0 0 210 21 )()()()( dtedtuudtetutu stst τττ (9.75)
Fazendo a mudança de variável t´=t-τ, dt´=dt, esta expressão fica
[ ]
)()(
)()(
)()(
)()()()(
12
0 12
0 0 21
0
)(
0 210 21
sUsU
deusU
dtdetueu
tdedtuudtetutu
s
tss
tsst
=
=
′′=
′ ′=⊗
∞ −
∞ ′−∞−
∞ +′−∞∞ −
−
− −
− −−
ττ
ττ
ττ
τ
τ
τ
(9.76)
Transformada de Laplace 21
Notar que na segunda passagem do cálculo anterior fez-se a troca das integrações. Se os sinais não fossem causais, o que implicaria um limite inferior do integral da convolução igual a menos infinito, o resultado não seria o obtido.
A demonstração de (9.73) para a transformada bilateral segue o mesmo procedimento que o apresentado para a unilateral, mas com os limites inferiores dos integrais iguais a menos infinito.
♦ Exemplo 9.15: Obter a transformada de Laplace do sinal:
u(t)
t0
1
T 2T
u(t)
t0
1
T 2T
Fig. 9.12 – Sinal para o exemplo 9.15.
O sinal u(t) pode ser visto como convolução de dois impulsos rectangulares no intervalo 0≤t≤T/2 e de amplitude T-1/2. Do resultado obtido em (9.27), e tendo em conta a propriedade da convolução, obtém-se
( )
2
2
2
1
11)(
Ts
e
s
e
TsU
Ts
Ts
−
−
−=
−=
(9.77)
♦
9.5.9 Convolução nas Frequências
Se o sinal u1(t) tem por transformada de Laplace U1(s), com ROC1, e o sinal u2(t) tem por transformada U2(s), com ROC2, então
212121 ROCROC contém ROC )()(2
1)()( ∩⊗→← sUsU
jtutu
π (9.78)
sendo
∞+
∞−−=⊗
j
jdppsUpUsUsU
σ
σ)()()()( 2121 (9.79)
Para demonstrar a propriedade, fazendo a transformada inversa do segundo membro de (9.78),
22 Teor ia Vector ial do Sinal
∞+
∞−
∞+
∞−
∞+
∞−
∞+
∞−
∞+
∞− −=
−= ⊗
j
j
j
j
st
j
j
stj
j
j
j
st
dpdsepsUj
pUj
dsedppsUpUjj
dsesUpUjj
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
ππ
ππππ
)(2
1)(
2
1
)()(2
1
2
1)()(
2
1
2
1
21
2121
(9.80)
Fazendo a mudança de variável s'=s-p, e ds'=ds, a expressão anterior fica
)()(
)(2
1)(
)()(2
1
)(2
1)(
2
1)(
2
1)(
2
1
12
12
21
21)(
21
tutu
dpepUj
tu
dptuepUj
dpsdesUj
epUj
dpsdesUj
pUj
j
j
pt
j
j
pt
j
j
j
j
tsptj
j
j
j
tps
=
=
=
′′= ′′
∞+
∞−
∞+
∞−
∞+
∞−
∞+
∞−
′∞+
∞−
∞+
∞−
+′
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
σ
π
π
ππππ
(9.81)
9.6 TEOREMAS DOS VALORES FINAL E INICIAL
Para sinais causais, sem impulsos ou singularidades de mais alta ordem na origem, é possível calcular o seu valor inicial e final, nos tempos, a partir da sua transformada de Laplace. Desta forma, pode-se determinar o valor inicial e final de um sinal desconhecido, conhecendo-se apenas a sua transformada.
9.6.1 Teorema do Valor I nicial
O valor que o sinal tem, no domínio dos tempos, quando t tende para a origem é igual ao valor da transformada multiplicada por s, quando s tende para infinito,
)(lim)(lim)0(0
ssUtuust ∞→→
+ == (9.82)
Dado que o sinal é causal, é possível utilizar qualquer definição de transformada de Laplace para demonstrar este teorema. Considerando a definição unilateral, a transformada da derivada do sinal dá
∞ −+
∞ −−+
∞ −−∞ −
+
+
+
−
+
+
−−
+=
+=
+=
0
0
0
0
0
0
00
)()0(
)()()0(
)()()(
dtedt
tduu
dtedt
tdudtetu
dtedt
tdudte
dt
tdudte
dt
tdu
st
stst
ststst
δ
(9.83)
Transformada de Laplace 23
Por outro lado, pela propriedade da derivação, e tendo em conta que u(0-)=0, tem-se
)()(
0ssUdte
dt
tdu st = ∞ −
− (9.84)
Igualando os dois resultados, retira-se que
∞ −++
+=0
)()0()( dte
dt
tduussU st (9.85)
Fazendo o limite de s a tender para infinito,
[ ]
)0(
)()0(lim)(lim
0
+
∞ −+
∞→∞→
=
+= +
u
dtedt
tduussU st
ss (9.86)
9.6.2 Teorema do Valor Final
O valor que o sinal tem, no domínio dos tempos, quando t tende para o infinito é igual ao valor da transformada multiplicada por s, quando s tende para zero,
)(lim
)(lim)(
0ssU
tuu
s
t
→
∞→
=
=∞
(9.87)
Se fizermos s tender para zero em (9.85), o resultado é
[ ]
[ ]
)(
)0()()0(
)()0(
)()0(
)()0(lim)(lim
0
0
000
∞=−∞+=
+=
+=
+=
++
∞+
∞+
∞ −+
→→
+
+
+
u
uuu
tuu
dtdt
tduu
dtedt
tduussU st
ss
(9.88)
demonstrando a propriedade.
Este teorema permite analisar a resposta em regime permanente de um sistema, ou seja, a resposta para a qual tende a saída do sistema quando o tempo tende para infinito.
24 Teor ia Vector ial do Sinal
9.7 CASOS PARTICULARES DE INTERESSE
9.7.1 Inversão da Transformada de Laplace
Para o cálculo da transformada inversa pode-se utilizar as expressões (9.13) ou (9.16), mas isso implica o recurso à teoria da análise complexa. O cálculo da transformada inversa consiste na determinação de um integral ao longo de um contorno fechado no plano complexo. Como iremos restringir o cálculo ao caso em que a transformada é uma função racional, a transformada inversa pode ser determinada de uma forma simples.
A equação algébrica, que se apresenta na forma de quociente de dois polinómios em s, é dada por U(s)=N(s)/D(s). Como estamos interessados na expressão temporal dessa relação, haverá que proceder à sua inversão, u(t)= -1[U(s)].
Vamos procurar decompor U(s) em fracções simples e, com ajuda das propriedades e tabelas de transformadas conhecidas, obter u(t) a partir dessas fracções.
9.7.1.1 Método dos Resíduos
Consideremos F(s) uma função analítica numa região do plano complexo (livre de singularidades), excepto num número finito de pólos, e C um contorno fechado nessa região. Da teoria da análise complexa, o cálculo do integral ao longo de um percurso fechado C é igual à soma dos integrais à volta de cada singularidade individual,
=
=N
kkC
RjdssF1
2)( π (9.89)
com
=kCk dssF
jR )(
2
1
π (9.90)
em que Ck é o contorno fechado que inclui o pólo k. A equação anterior define o designado teorema dos resíduos. Pelos integrais de Cauchy, o resíduo num pólo simples (pólos todos diferentes), sk, é dado por
[ ]))((lim kssk sssFRk
−=→
(9.91)
Quando existem pólos múltiplos (pólos iguais), os resíduos são obtidos por
[ ]
−
−= −
−
→
nkn
n
ssk sssF
ds
d
nR
k
))((lim)!1(
11
1
(9.92)
Transformada de Laplace 25
De seguida será analisada outra forma de se obter a transformada de Laplace inversa quando U(s) é uma função racional. Iremos ver em que medida as expressões (9.91) e (9.92) estão relacionadas com essa abordagem.
9.7.1.2 Cálculo da Transformada Inversa por Decomposição em Fracções Simples
No caso da transformada U(s) ser uma fracção racional, pode-se decompor em fracções simples pelo método conhecido por decomposição de Heaviside. Assim,
01
11
011
1
...
...)(
asasasa
bsbsbsbsU
NN
NN
MM
MM
++++++++
= −−
−− (9.93)
onde, para casos físicos, o grau do denominador é menor do que o do denominador (M<N). Se assim não for (sendo U(s) uma fracção imprópria), basta fazer a divisão de polinómios, resultando
)(
)()()( 1
sD
sNsQsU += (9.94)
e será própria a componente N1(s)/D(s). Encontrando as raízes do denominador e factorizando-o,
))...()...(()(
)()(
21 Nk ssssssss
sNsU
−−−−= (9.95)
os valores s1, s2, ..., sk, ... sN, são os pólos de U(s), ou seja, as raízes do denominador.
9.7.1.3 A Transformada Inversa da Fracção Racional de Pólos Simples
Se a fracção racional tem pólos simples, isto é, se as raízes do denominador são diferentes, torna-se particularmente fácil e rápido determinar a transformada inversa. A decomposição fica
N
N
k
k
ss
A
ss
A
ss
A
ss
AsU
−++
−+
−+
−= ......)(
2
2
1
1 (9.96)
ou, na forma mais compacta,
= −
=N
k k
k
ss
AsU
1
)( (9.97)
Dada a propriedade da linearidade e a transformada apresentada no exemplo 9.2,
( ) )(......)( 121
21 theAeAeAeAtu Hts
Nts
ktsts Nk +++++= (9.98)
26 Teor ia Vector ial do Sinal
Vejamos como calcular o valor dos coeficientes A1, A2, ..., Ak, ... AN, chamados resíduos dos pólos s1, s2, ..., sk, ... sN, respectivamente, sem necessidade de recorrer ao usual processo de igualização dos coeficientes2, trabalhoso e moroso.
Se multiplicarmos U(s) por (s-sk), retira-se que
≠= −
−+=
−−
++−
−++
−−
+−−
=−
N
kii i
kik
N
kN
k
kkkkk
ss
ssAA
ss
ssA
ss
ssA
ss
ssA
ss
ssAsssU
1
2
2
1
1
)(
)(...
)(...
)()())((
(9.99)
Se fizermos s=sk, vê-se que no lado direito só fica Ak, donde
[ ]ksskk sssUA
=−= ))(( (9.100)
por serem todas as parcelas nulas, excepto a do resíduo Ak. Comparando esta expressão com a (9.91), para determinação dos resíduos, verifica-se que elas são semelhantes. Por conseguinte, designar-se-á este procedimento de determinação dos coeficientes por técnica dos resíduos.
Se substituíssemos a expressão de U(s) em que só o denominador é factorizado, obter-se-ia,
kss
kNk
k ssssssssss
sNA
=
−−−−−
= )())...()...()((
)(
11
(9.101)
uma vez que o termo (s-sk), o único que se anula para s=sk, é comum ao numerador e ao denominador. Assim,
))...()()...()((
)(
1111 Nkkkkkkk
kk ssssssssss
sNA
−−−−−=
+− (9.102)
Pode-se enunciar a seguinte regra prática: Para determinar o valor de qualquer resíduo Ak basta substituir s por sk na expressão de U(s), depois de eliminar no seu denominador o factor correspondente (s-sk).
Se existirem pólos complexos, aparecem sempre em pares conjugados e, se o sinal for real, os respectivos coeficientes Ak serão também complexos conjugados.
♦ Exemplo 9.16: Obter a transformada de Laplace inversa da seguinte função:
23
812)(
2 +−−=ss
ssU (9103)
Factorizando e decompondo em fracções simples, U(s) fica
2- Conhecido por Método dos Coeficientes Indeterminados
Transformada de Laplace 27
21
)2)(1(
812)(
21
−+
−=
−−−=
s
A
s
A
ss
ssU
(9.104)
O coeficientes são determinados por
161
812
42
812
22
11
=−−=
−=−−=
=
=
s
s
s
sA
s
sA
(9.105)
Substituindo os coeficientes em (9.104), obtém-se
2
16
1
4)(
−+
−−=
sssU (9.106)
A transformada inversa referente a esta função é
[ ] )(164)( 2 theetu Htt −− +−= (9.107)
♦
9.7.1.4 A Transformada Inversa da Fracção Racional de Pólos Múltiplos
Se existirem pólos múltiplos, isto é, se
( ) )(
)()(
1 sDss
sNsU
rm−
= (9.108)
é necessário para cada um deles (sm) fazer a decomposição:
( ) ( ) ( ) m
rm
rm
mr
m
mr
mss
A
ss
A
ss
A
ss
sN
−++
−+
−=
−−
−)1(
110 ...
)( (9.109)
Para a determinação de Am0 pode-se usar a técnica anterior,
[ ]mss
rmm sssUA
=−= ))((0 (9.110)
Porém, para os outros coeficientes, o mesmo processo levaria a infinito em ambos os membros, ficando o coeficiente por determinar. Se derivarmos U(s)(s-sm)r em ordem a s,
[ ] ...)(2))(( 21 +−+=− mmmr
m ssAAsssUds
d (9.111)
28 Teor ia Vector ial do Sinal
fazendo s=sm, dá
[ ]mss
rmm sssU
ds
dA
=
−= ))((1 (9.112)
Repetindo o processo, a expressão para determinar cada coeficiente é
[ ]mss
rmk
k
mk sssUds
d
kA
=
−= ))((
!
1 (9.113)
com k=0, 1, 2, ..., r-1. Este resultado é semelhante à expressão (9.92) utilizada para a determinação dos resíduos.
♦ Exemplo 9.17: Calcular a transformada de Laplace inversa de
485
4)(
23 +++=
sss
ssU (9.114)
Factorizando e decompondo em fracções simples,
2)2(1
)2)(1(
4)(
212
201
2
++
++
+=
++=
s
A
s
A
s
A
ss
ssU
(9.115)
Os coeficientes são:
41
4
81
4
4)2(
4
2
21
220
121
=
+
=
=+
=
−=+
=
−=
−=
−=
s
s
s
s
s
ds
dA
s
sA
s
sA
(9.116)
Usando a linearidade e os resultados
asthe
stth
Hat
H
+→←
→←
− 1)(
1)(
2
(9.117)
vem que
[ ] )(4)48()( 2 theettu Htt −− −+= (9.118)
Transformada de Laplace 29
♦
9.7.2 Distr ibuição de Cauchy e a Sua Transformada I nversa
Vai-se definir a distribuição de Cauchy, por analogia com a de Dirac, estendendo-a para o plano complexo, por
)(21
00
ssjss
−=−
γπ (9.119)
Tendo em conta a expressão (6.48), a que chamámos transformada de Dirac, poder-se-ia deduzir a expressão da transformada directa de Laplace com base na expressão anterior e nas propriedades da linearidade e da transformada do impulso de Dirac atrasado. De facto,
[ ] [ ]
∞
∞−
−
∞
∞−
=
−=
ττ
ττδτ
τ deu
dtutu
s)(
)()()(
(9.120)
é a expressão da transformada directa de Laplace na variável τ, que pode ser substituída por t.
Por analogia com o conceito de distribuição de Dirac e generalizando-o para o plano complexo s, vamos também definir a distribuição de Cauchy como a distribuição γ(s) que verifica o integral:
−= dssssUsU )()()( 00 γ (9.121)
que inclui a definição de impulso de Dirac, se s for real e se o integral de circulação só tiver valor diferente de zero para um percurso sobre uma recta de números reais. De (9.119), tem-se que
−
= dsss
sU
jsU
00
)(
2
1)(
π (9.122)
que é o teorema de Cauchy, válido desde que U(s) seja regular dentro do contorno considerado. Este facto legitima a generalização efectuada para a distribuição de Cauchy. Partindo da expressão (9.121), e trocando as variáveis s e s0,
−= 000 )()()( dssssUsU γ (9.123)
Tomando que γ(s-s0)=γ(s0-s), (9.122) fica
−
= 00
0)(
2
1)( ds
ss
sU
jsU
π (9.124)
30 Teor ia Vector ial do Sinal
A transformada inversa de Laplace é obtida considerando as propriedades da linearidade e sabendo que )/(1)( 0
0 sseth tsH −→← , Re[s]>Re[s0],
[ ]
=
=
−
=
=
−
−
dsesUj
dsesUj
dsss
sUj
sUtu
st
ts
)(2
1
)(2
1
1)(
2
1
)()(
00
00
10
1
0
π
π
π
(9.125)
que é a definição de transformada inversa de Laplace apresentada em (9.16).
Viu-se, assim, que a linearidade e as transformadas directa e inversa do impulso de Dirac, juntamente com a definição de impulso de Dirac, poderiam ter constituído axiomas definidores da transformada de Laplace.
9.7.3 Sér ie de Laplace
Apresentada a cissóide de frequência complexa, introduziu-se a generalização da série de Fourier, obtendo-se um sinal temporal a partir de cissóides complexas, segundo a expressão
∞−∞=
=k
tsk
keCtu )( (9.126)
expressão a que chamaremos série de Laplace. Esta contém como caso particular a série de Fourier. Da transformada de Laplace pode-se obter os coeficientes da série de Laplace. Do teorema de Cauchy,
=
−ts
k
stkeds
ss
e
jπ2
1
(9.127)
substituindo este resultado na expressão da série de Laplace,
∞
−∞=
∞
−∞=
∞
−∞=
−=
−=
−=
k
st
k
k
k
st
k
k
k k
st
k
dsess
C
j
dsess
C
j
dsss
eC
jtu
π
π
π
2
1
2
1
2
1)(
(9.128)
Da definição da transformada inversa retira-se a relação
Transformada de Laplace 31
∞
−∞= −=
k k
k
ss
CsU )( (9.129)
9.7.4 Operador de Repetição
Seja o sinal periódico causal apresentado na figura 9.13.
uP(t)
t0
…
T0
uP(t)
t0
…
T0
Fig. 9.13 – Função periódica causal.
A função periódica causal uP(t), com um período definido por u0(t), pode ser representada por
∞
=−=
000 )()(
kP kTtutu (9.130)
Sendo U0(s) a transformada de Laplace u0(t), a transformada da função uP(t) pode ser calculada pelas propriedades da linearidade e da translação nos tempos, o que dá
∞
=
−∞
=
− =→←0
00
000 )()()(
k
skT
k
skTP esUesUtu (9.131)
Resolvendo o somatório, obtém-se
sTP
e
sUtu
01
)()( 0
−−→← (9.132)
♦ Exemplo 9.18: Obter a transformada de Laplace do sinal:
uP(t)
t0
1
1 2
…
uP(t)
t0
1
1 2
…
Fig. 9.14 – Sinal para o exemplo 9.18.
A transformada de um período do sinal pode ser obtida utilizando o resultado do exemplo 9.15. No entanto, vejamos outra forma de se obter a transformada, que é
32 Teor ia Vector ial do Sinal
útil quando o sinal pode ser definido por funções mais simples, como mostra a figura 9.15.
+t0
m=-2
1+ t0
m=1
2t=0 1
1
2 t0
m=1
u0(t)
+t0
m=-2
1+ t0
m=1
2t=0 1
1
2 t0
m=1
u0(t)
Fig. 9.15 – Decomposição do sinal em funções mais simples.
Da figura 9.15, vê-se que o sinal u0(t) pode ser representado por
)2()2()1()1(2)()(0 −−+−−−= thtthttthtu HHH (9.133)
cuja transformada é, de (9.72),
2
2
220 21
)(s
e
s
e
ssU
ss −−
+−= (9.134)
A transformada de uP(t) fica
( )s
ss
Pes
eesU
22
2
1
21)( −
−−
−+−=
(9.135)
uma vez que T0=2. ♦
9.7.5 Análise de Sistemas Utilizando a Transformada de Laplace
Uma das principais utilizações da transformada de Laplace é na análise de sistemas lineares e invariantes no tempo, sendo o método clássico utilizado para se obter a resposta dos mesmos. Como o sistema normalmente é definido por uma equação diferencial, a transformada de Laplace é particularmente útil para se determinar a solução de equações diferenciais lineares, de coeficientes constantes.
Com a introdução desta transformada, Laplace simplificou a resolução dos problemas em que estão envolvidas as equações diferenciais, e, com elas, simplificou a resolução dos problemas das mecânicas e de outros capítulos da Física.
9.7.5.1 Função de Transferência do Sistema
Uma equação diferencial de ordem N é caracterizada por
Transformada de Laplace 33
)()(
...)(
)()(
...)()(
01011
1
1 txbdt
tdxb
dt
txdbtya
dt
tdya
dt
tyda
dt
tyda
N
M
MN
N
NN
N
N +++=++++ −
−
−
(9.136)
ou
==
=M
nn
n
n
N
nn
n
ndt
txdb
dt
tyda
00
)()( (9.137)
Uma forma de representar o sistema, definido por uma equação diferencial, baaeia-se no diagrama de blocos. Como na prática é preferível implementar um integrador em vez de um diferenciador, se a expressão (9.136) for integrada N vezes,
+++=
=++++
−−
−−
)(0)1(1)(
)(0)1(11
)()(...)(
)()(...)()(
NNMNM
NNNN
dttxbdttxbdttxb
dttyadttyadttyatya (9.138)
resolvendo em ordem a y(t), obtém-se
−−−−
+++=
−−
−−
)(0)1(11
)(0)1(1)(
)()(...)(
)()(...)(1
)(
NNN
NNMNMN
dttyadttyadttya
dttxbdttxbdttxba
ty (9.139)
A figura 9.16 mostra o respectivo diagrama de blocos, supondo M=N.
+ +
x(t) y(t)
b0
1/aN
bN
b1
-a0
-a1
-aN-1bN-1
+ +
x(t) y(t)
b0
1/aN
bN
b1
-a0
-a1
-aN-1bN-1
Fig. 9.16 – Diagrama de blocos de um sistema definido por uma equação diferencial.
Utilizando as técnicas matemáticas de resolução de equações diferenciais, o sinal y(t) consiste na solução da equação homogénea mais a solução particular da
34 Teor ia Vector ial do Sinal
equação. Para um sistema linear, causal e invariante no tempo, tem-se que y(t)=0 para t≤0. Assim, para t>0 a resposta é determinada utilizando a equação diferencial com condições iniciais nulas.
Tendo em conta a propriedade da derivação nos tempos, em que
)()(
sYsdt
tyd kk
k
→← (9.140)
a determinação da solução da equação diferencial pode ser muito mais facilmente efectuada utilizando a transformada de Laplace. Deste modo, qualquer equação integro-diferencial nos tempos pode ser transformada numa equação algébrica. Obtida a solução em s, a solução nos tempos é calculada pela transformada inversa.
Sabendo que a saída de um sistema LIT pode ser caracterizada pela convolução do sinal de entrada do sistema, x(t), pela resposta impulsional do mesmo, h(t), tem-se que
)()()()()()( sXsHsYtxthty =→←⊗= (9.141)
A função H(s) é a transformada de Laplace da resposta impulsional do sistema e designa-se por função de transferência. De (9.137), retira-se que a função de transferência do sistema pode ser definida por
=
===N
n
nn
M
n
nn
sa
sb
sX
sYsH
0
0
)(
)()( (9.142)
O sistema, como foi caracterizado pelo diagrama de blocos na figura 2.33, pode ser caracterizado por H(s), como mostra a figura 9.17.
H(s)x(t) y(t)
H(s)x(t) y(t)
Fig. 9.17 – Representação do sistema pela sua função de transferência.
Portanto, pode-se determinar a resposta a uma entrada, x(t), fazendo a transformada inversa de Laplace do produto entre a transformada de Laplace de entrada, X(s), e a função de transferência, H(s),
[ ])()()( 1 sHsXty −= (9.143)
Desta forma, a transformada de Laplace permite calcular a convolução de outro modo mais simples, o que aliás já tinha acontecido com a transformada de Fourier.
Transformada de Laplace 35
9.7.5.2 Estabilidade do Sistema
Como se viu na secção anterior, um sistema pode ser caracterizado na transformada de Laplace pela sua função de transferência, H(s). A região de convergência de H(s) permite fornecer dados importantes sobre o respectivo sistema, como seja a causalidade e a estabilidade.
Pela regra 3 da região de convergência, para um sistema causal a ROC cai numa faixa para a direita da descontinuidade. Se existirem várias descontinuidades, a faixa da ROC cai para a direita do pólo mais à direita no plano s.
Para que um sistema seja estável, a sua transformada de Fourier deve existir. Como a transformada de Fourier é definida, no plano s, pelo eixo jω, este eixo deve estar dentro da região de convergência. Assim, um sistema causal e estável deve ter todos os pólos no semi-plano esquerdo do plano s (figura 9.18). Se algum pólo cai no semi-plano direito o sistema é instável.
0×
×
×
jω
σ0×
×
×
jω
σ
Fig. 9.18 – Sistema causal e estável.
9.7.5.3 Exemplos
Uma aplicação importante na Engenharia Electrotécnica é a análise de circuitos com qualquer entrada. Da teoria básica de circuitos, viu-se que a transformada de Steinmetz era bastante útil para análise de circuitos com entradas sinusoidais. Para qualquer sinal à entrada, a transformada de Laplace é uma poderosa ferramenta de cálculo, possibilitando obter a resposta do circuito.
De seguida, serão apresentados alguns exemplos que mostram como utilizar a transformada de Laplace na análise de circuitos.
♦ Exemplo 9.19: Analisar a resposta do circuito RC da figura 9.19, quando na entrada se tem um degrau de Heaviside de amplitude V.
R
C
i(t)
vi(t) vo(t)
R
C
i(t)
vi(t) vo(t)
Fig. 9.19 – Circuito RC.
36 Teor ia Vector ial do Sinal
A tensão vo(t) nos terminais do condensador é dada por
= dttiC
tvo )(1
)( (9.144)
A respectiva transformada de Laplace é
s
sI
CsVo
)(1)( = (9.145)
A equação da malha do circuito é definida por
+= dttiC
tRitvi )(1
)()( (9.146)
cuja transformada é
sC
sIsRIsVi
)()()( += (9.147)
Notar que se obtém o mesmo resultado utilizando a representação da figura 9.20, ou seja, a impedância da resistência é R e a impedância do condensador é 1/sC. Ao utilizar estes valores de impedância pode-se fazer uma análise do circuito, utilizando os processos já conhecidos da teoria dos circuitos.
R
sC1
Vi(s) Vo(s)
R
sC1
Vi(s) Vo(s)
Fig. 9.20 – Definição, em Laplace, do circuito RC.
Tendo em conta a figura 9.20, tem-se que
)(1
1
)(1
1
)(
sV
RCs
RC
sVR
sC
sCsV
i
io
+=
+=
(9.148)
Como a transformada do sinal de entrada é V/s, a expressão anterior fica
Transformada de Laplace 37
RCs
V
s
V
RCss
RC
V
s
V
RCs
RCsVo
1
11
1
1
)(
+−=
+=
+=
(9.149)
cuja transformada inversa é
)(1)(1
theVtv H
tRC
o
−=−
(9.150)
A figura 9.21 mostra o resultado.
t0
V
vo(t)
t0
V
vo(t)
Fig. 9.21 – Resposta do circuito da figura 9.19.
O pólo da função de transferência, s=–1/RC, cai no semi-plano esquerdo do plano s, sendo o circuito um sistema estável. A expressão (9.150) é a equação de carga de um condensador. O sinal de entrada é caracterizado por duas zonas, uma descontínua, onde a variação do sinal é máxima, e uma constante, cuja variação é mínima. Como o conteúdo espectral de um sinal está ligado à variação do mesmo, a máxima variação do sinal corresponde a altas frequências, e a mínima a baixas frequências. Desta forma, da figura 9.21 vê-se que o circuito RC da figura 9.19 pode ser visto como um filtro passa-baixo aproximado, uma vez que corta as altas frequências e deixa passar as baixas.
♦
♦ Exemplo 9.20: Se no circuito da figura 9.20 trocarmos a posição da resistência e do condensador, obtém-se o circuito da figura 9.22. Analisar a resposta de saída deste circuito.
38 Teor ia Vector ial do Sinal
vi(t) vo(t)
C
Rvi(t) vo(t)
C
R
Fig. 9.22 – Circuito RC.
A função de transferência do circuito da figura 9.22 é
RCs
sRCsC
R
R
sV
sV
i
o
1
1)(
)(
+=
+=
(9.151)
Para um degrau de Heaviside à entrada tem-se a saída
)()(1
thVetv H
tRC
o
−= (9.152)
A figura 9.23 apresenta o resultado. Dada a posição do pólo no plano s, confirma-se a estabilidade do sistema. Verifica-se que o circuito RC da figura 9.23 pode ser visto como um filtro passa-alto aproximado, uma vez que deixa passar as altas frequências e corta as baixas.
t0
V
vo(t)
t0
V
vo(t)
Fig. 9.23 – Resposta do circuito da figura 7.19.
♦
♦ Exemplo 9.21: Seja o circuito RLC, apresentado na figura 9.24, alimentado por uma fonte de tensão contínua. Determinar a forma da corrente que circula no circuito após ligar o interruptor.
R
+-
V
L Ci(t) R
+-
V
L Ci(t)
Fig. 9.24 – Circuito RLC.
Transformada de Laplace 39
Como já foi referido, pode-se determinar a impedância do circuito na transformada de Laplace e aplicar as regras já conhecidas da teoria de circuitos, como mostra 9.25.
sC1
R sL
Vi(s)
I(s) sC1
R sL
Vi(s)
I(s)
Fig. 9.25 – Circuito RLC em Laplace.
Sendo o sinal vi(t) um degrau de Heaviside de amplitude V, que representa uma fonte de tensão contínua ligada ao circuito em t=0, a expressão da corrente nas transformadas é
LCs
L
Rs
L
V
sV
LCs
L
Rs
L
ssC
sLR
sVsI
i
i
1
)(1
1)(
)(
2
2
++=
++=
++=
(9.153)
Determinando as raízes do denominador, obtém-se
−−+
−++
=
LC
LR
L
Rs
LC
LR
L
Rs
L
V
sI
2
4
22
4
2
)(22
(9.154)
Dependendo dos valores dos parâmetros do circuito, poderemos ter três situações para as raízes: duas raízes reais iguais, duas raízes reais diferentes e duas raízes complexas conjugadas. Dada a posição dos pólos no plano s, o sistema é sempre estável.
A primeira situação é obtida quando R=2√(L/C). Neste caso, os pólos são iguais e (9.154) fica
40 Teor ia Vector ial do Sinal
2
2
)(
+=
L
Rs
L
V
sI (9.155)
A transformada inversa, obtida tendo em conta (9.64), dá
)()( 2 thteL
Vti H
tL
R−= (9.156)
A figura 9.26a) apresenta a forma da corrente no circuito em função do tempo. Pode-se verificar que existe um tempo transitório em que a corrente flui no circuito, mas esta é nula em regime permanente, ou seja, quanto t tende para infinito.
Para a segunda situação dos pólos, se R>2√(L/C), estes são diferentes e reais. Aplicando o método dos resíduos,
LC
LR
L
Rs
C
LR
V
LC
LR
L
Rs
C
LR
V
sI
2
4
2
4
2
4
2
4
)(2
2
2
2
−++
−−
−−+
−= (9.157)
A transformada inversa referente a esta expressão é
)(4
)( 2
4
2
4
2
2
22
theee
C
LR
Vti H
tL
C
LR
tL
C
LR
tL
R
−
−=
−−
−−
(9.158)
A figura 9.26b) mostra a evolução da corrente no circuito ao longo do tempo.
Para a terceira situação dos pólos, se R<2√(L/C), estes são complexos conjugados. Neste caso, é mais fácil partir de (9.153) para transformar a função numa que seja semelhante a (9.46) ou (9.47). Assim,
Transformada de Laplace 41
2
22
2
2
2
22
2
4
1
2
1
44
1)(
L
R
LCL
Rs
L
VLCL
R
L
Rs
L
Rs
L
VLC
sL
Rs
L
V
sI
−+
+
=
+−++=
++=
(7.159)
Comparando com (9.47), a expressão anterior pode ser posta na forma,
2
2
22
2
2
2
2
4
1
2
4
1
4
1)(
−+
+
−
−
=
L
R
LCL
Rs
L
R
LC
L
R
LC
L
V
sI (9.160)
A transformada inversa é
)(4
1sen
4
)(2
22
2tht
L
R
Le
R
C
L
Vti H
tL
R
−
−
=−
(9.161)
A figura 9.26c) mostra a evolução da corrente no circuito ao longo do tempo. Esta consiste numa função oscilatória com amortecimento.
42 Teor ia Vector ial do Sinal
t0 t0
t0
i(t) i(t)
i(t)
a) b)
c)
t0 t0
t0
i(t) i(t)
i(t)
a) b)
c)
Fig. 9.26 – Corrente num circuito RLC: a) para pólos do sistema reais e iguais; b) para pólos do sistema reais e diferentes; c) para pólos do sistema complexos conjugados.
♦
Como se pode verificar pelos vários exemplos, após a representação das impedâncias de um circuito eléctrico na transformada de Laplace, a análise do mesmo consiste em aplicar as regras já conhecidas de análise de circuitos.
9.7.6 Resolução de Equações Diferenciais com Condições Iniciais
Existem situações em que o sinal de entrada de um determinado sistema não começa em repouso, mas tem um comportamento passado que pode ser desconhecido. Neste caso, para análise da resposta de saída do sistema é necessário não só o comportamento do sinal após o início, mas também o estado inicial do mesmo.
Já foi referido que um sistema pode ser descrito por uma equação diferencial. No entanto, para sistemas com condições iniciais, a informação desta equação não é suficiente para descrever todo o sistema. A informação passada do sistema pode ser representada pelos valores de saída do mesmo e pelas respectivas derivadas no instante inicial.
A definição de transformada de Laplace unilateral, e das suas derivadas, é usada para se obter a solução de equações diferenciais de coeficientes constantes quando as condições iniciais são diferentes de zero. Vejamos este processo, supondo, por simplicidade, a aplicação da transformada de Laplace a um sistema de segunda ordem,
)()()(
)()()(
012
2
2012
2
2 txbdt
tdxb
dt
txdbtya
dt
tdya
dt
tyda ++=++ (9.162)
Transformada de Laplace 43
em que as condições iniciais são y(0-) e y´(0-). Estas condições inicias são o resultado do historial passado do sistema. Dado o sinal de entrada, x(t), pretende-se obter a resposta de saída, y(t), para t>0. Aplicando a propriedade da derivação nos tempos a (9.162),
[ ] [ ]
[ ] [ ] )()0()()0()0()(
)()0()()0()0()(
012
2
012
2
sXbxssXbxsxsXsb
sYayssYaysysYsa
+−+′−−=
=+−+′−−−−−
−−−
(9.163)
Aplicando a transformada de Laplace fica
[ ]
[ ]
012
2
1212
012
2
22
012
2
1212
012
2
22
012
2
012
2
)0()0()0()0(
)0()0()()(
)0()0()0()0(
)0()0()()(
asasa
xbxbyaya
asasa
xbyassXsH
asasa
xbxbyaya
asasa
xbyassX
asasa
bsbsbsY
++−′−+′
+
+++
−+=
++−′−+′
+
+++
−+
++++
=
−−−−
−−
−−−−
−−
(9.164)
A resposta de saída consiste em duas partes. A primeira corresponde ao sinal de entrada para t>0, multiplicado pela função de transferência do sistema, H(s). A segunda parte depende dos valores de saída e entrada em t=0-.
Para ordem N da equação diferencial, aplica-se o mesmo procedimento, em que as condições iniciais são y(0-), y´(0-), ..., y(N-1)(0-).
♦ Exemplo 9.22: Seja o circuito RC, apresentado na figura seguinte. Considerando que o condensador está carregado com uma tensão V0, determinar a corrente que circula no circuito, após fechar o interruptor.
C R
i(t)
C R
i(t)
Fig. 9.27 – Circuito para descarga do condensador.
A corrente que passa na resistência é a mesma que passa no condensador. Desta forma, considerando v(t) a tensão nos terminais da resistência, tem-se que
dt
tdvC
R
tv )()( −= (9.165)
A equação diferencial que rege o circuito é
44 Teor ia Vector ial do Sinal
0)()( =+ tv
dt
tdvRC (9.166)
Estando o condensador carregado, a condição inicial da tensão é v(0-)=V0. Assim, a transformada de Laplace é
[ ] 0)()0()( =+− − sVvssVRC (9.167)
Resolvendo em ordem a V(s),
RCs
VRC
s
vsV
1
1)0(
)(
0
+=
+=
−
(9.168)
A transformada inversa dá
)()(1
0 theVtv H
tRC
−= (9.169)
e a corrente
)(
)()(
10 the
R
V
R
tvti
H
tRC
−=
=
(9.170)
Obteve-se, como era de esperar, a equação de descarga do condensador. ♦
9.7.7 Resposta Indicial
A resposta indicial corresponde à saída do sistema quando à entrada se introduz um degrau de Heaviside. Deste modo, considerando à entrada de um sistema, caracterizado pela resposta impulsional h(t), um degrau de Heaviside, a figura 9.28 apresenta a saída correspondente.
h(t) y(t)H(s)
s
1
s
sH )(
h(t) y(t)H(s)
s
1
s
sH )(
Fig. 9.28 – Resposta indicial.
Transformada de Laplace 45
Os teoremas do valor inicial e do valor final mostram que o limite da resposta indicial quando t tende para zero é igual ao limite da resposta impulsional quando s tende para infinito e vice-versa. A demonstração é deixada como exercício.
9.8 RESUMO DA TRANSFORMADA DE LAPLACE
Segue-se um resumo das relações, propriedades e sinais mais usados na transformada de Laplace.
9.8.1 Definição
• Transformada bilateral:
∞+
∞−
∞
∞−
−
=
=
j
j
st
st
dsesUj
tu
dtetusU
σ
σπ)(
2
1)(
)()(
[ ][ ])()(
)()(1 sUtu
tusU−=
=
• Transformada unilateral:
∞+
∞−
∞ −
=
=−
j
j
st
tj
dsesUj
tu
dtetusU
σ
σ
ω
π)(
2
1)(
)()(0
[ ][ ])()(
)()(1 sUtu
tusU
I
I
−=
=
9.8.2 Transformadas de Alguns Sinais
• 1)( →←tδ
• [ ] 0Re ,1
)( >→← ss
thH
• [ ] 0Re ,)()(sen22
>+
→← ss
tht H βββ
• [ ] 0Re ,)()cos(22
>+
→← ss
stht H β
β
• s
eTtP
sT
T
−−→←
− 1
2
• ... ,2 ,1 ,)()( =→← sst nnδ
46 Teor ia Vector ial do Sinal
• [ ] αα
α −>+
→←− ss
the Ht Re ,
1)(
• [ ] αα
α −<+
→←−− − ss
the Ht Re ,
1)(
• [ ] 0Re ,!
)(1
>→← + ss
ntht
nHn
• [ ] αα
α −>+
→← +− s
s
nthet
nHtn Re ,
)(
!)(
1
• [ ] αβα
ββα −>++
→←− ss
thte Ht Re ,
)()()(sen
22
• [ ] αβα
αβα −>++
+→←− ss
sthte H
t Re ,)(
)()cos(22
• ( ) [ ] [ ] bsasbsas
sthaebe
ab Hatbt −>−>
++→←−
−−− Re e Re ,
))(()(
1
•
[ ] as
bas
s
a
bthbte
b
baH
at
−>++
+→←
−
=++− −
Re
,)(
arctan),()(sen)(
22
22 αα
φφα
9.8.3 Propr iedades
• 212121 ROCROC contém ROC )()()()( ∩+→←+ sbUsaUtbutau
• aa
sU
aatu uROC
ROC ||
1)( =
→←
• u
stesUttu ROCROC )()( 00 =→←− −
• [ ]00 ReROCROC )()( 0 sssUetu u
ts +=−→←
• ussUdt
tduROC contém ROC )(
)( →←
• uussUdt
tduROC contém ROC )0()(
)(I −−→←
Transformada de Laplace 47
• uds
sdUttu ROC ROC
)()( =→←−
• [ ] 0ReROC contém ROC )(
)( >∩→←
∞−s
s
sUdu u
t ττ
• [ ] 0ReROC contém ROC )(
)( I
0>∩→←
−
s s
sUdu u
t ττ
• 212121 ROCROC contém ROC )()()()( ∩→←⊗ sUsUtutu
• 212121 ROCROC contém ROC )()(2
1)()( ∩⊗→← sUsU
jtutu
π
• )(lim)(lim)0(
0ssUtuu
st ∞→→
+ ==
• )(lim)(lim)(
0ssUtuu
st →∞→==∞
48 Teor ia Vector ial do Sinal
9.9 EXERCÍCIOS
9.9.1 Calcule, pela definição, a transformada de Laplace dos sinais:
a) 0 ),()( >= − αα thAetu Ht
b) )()( ttu δ=
c) )()( thtu H=
d) )()cos()( 0 thttu Hω=
9.9.2 Determine a transformada de Laplace das funções:
a) )()( tAthtu H=
b) )()( thtu H −=
c) )()1cos()( thtttu H−=
d) )()(sen)( 02 thtttu Hω=
e) [ ] )()(cos)(sen)( 02
02 thtbtatu Hωω +=
f)
>≤≤
<=
Tt
TtTA
Tt
u(t)
30
3
0
g) )()cos()cosh()( thatattu H=
9.9.3 Indique a razão das seguintes funções não poderem ter transformada de Laplace:
a) Atu =)(
b) )(1
)( tht
tu H=
9.9.4 Demonstre as propriedades apresentadas:
a) [ ] [ ])()( 00 tuettu st −=−
b) [ ] [ ])()( tuds
dttu −=
9.9.5 Considere o sinal:
Transformada de Laplace 49
0
A
tT
u(t)
0
A
tT
u(t)
a) Calcule a transforma de Laplace utilizando a propriedade da sobreposição.
b) Calcule a transforma de Laplace utilizando a propriedade da derivação.
c) Usando o resultado da alínea a), calcule a transformada de Laplace do impulso de Dirac, fazendo tender T para zero e A=1/T.
9.9.6 Considere o sinal representado na figura:
0
1
t
u(t)2
-11 2 30
1
t
u(t)2
-11 2 3
Determine a transformada de Laplace de u(t), usando:
a) A decomposição da função num somatório de funções degrau de Heaviside.
b) A propriedade da integração.
9.9.7 Calcule a transformada de Laplace dos sinais u1(t) e u2(t):
0
1
t
u1(t)2
1 2 0
1
t
u2(t)
1 20
1
t
u1(t)2
1 2 0
1
t
u2(t)
1 2
9.9.8 Calcule a transformada de Laplace inversa das funções apresentadas, por decomposição em fracções simples:
a) )3)(1(
2)(
+++=
sss
ssU
b) )2)(1(2
43)(
2
++++=
ss
sssU
50 Teor ia Vector ial do Sinal
c) )34(
)4)(2()(
2 ++++=
sss
sssU
d) )2)(1(
795)(
23
+++++=
ss
ssssU
e) )1(
)(2
2
++=
−
sss
esU
s
f) 22 )23(
1)(
sss
ssU
++−=
g) 2)2)(1(
3)(
+++=ss
ssU
h) )2()1(
1)(
3 ++=
sssU
9.9.9 Determine o valor inicial e final dos sinais:
a) )102(
)2(3)(
2 +++=sss
ssU
b) )10)(13(
3)(
2 −+++=
sss
ssU
9.9.10 Determinar a transformada de Laplace dos sinais:
a)
t
u(t)
…
0 t0
A
T t
u(t)
…
0 t0
A
T
b)
u(t)
t0
…
e-t+1
2 4
u(t)
t0
…
e-t+1
2 4
9.9.11 Nos bipolos das figuras pretende-se encontrar a resposta para dois tipos de sinal de entrada: um com a forma de um impulso de Dirac e o outro com a forma de um degrau de Heaviside. Se o sinal de entrada for uma corrente, pretende-se uma expressão da tensão nos terminais; se o sinal de entrada for
Transformada de Laplace 51
a f.e.m. nos terminais, pretende-se uma expressão da corrente que entra no bipolo. Considere R=1 Ω, L=1 H e C=1 F.
Ra)
L C
R
LC
b)
R
L
C
R C
L
c)
d)
Ra)
L C
R
LC
b)
R
L
C
R C
L
c)
d)
9.9.12 Para os quadripolos da figura encontre a relação entre a tensão de saída e a f.e.m. de entrada, esta com a forma de degrau de Heaviside.
R
L
vi vo
C
R
vi vo
C
Rvi vo
L
R
vi vo
a)
b)
c)
d)
R
L
vi voR
L
vi vo
C
R
vi voC
R
vi vo
C
Rvi vo
C
Rvi vo
L
R
vi voL
R
vi vo
a)
b)
c)
d)
Interprete o resultado obtido focando as situações em que os circuitos realizam uma integração aproximada, uma derivação aproximada ou uma fidelidade na transmissão.
9.9.13 O circuito eléctrico apresentado na figura abaixo tem os seguintes valores para os componentes: R=1 KΩ, L=50 mH e C=100µF:
R
L
C vo(t)vi(t)
R
L
C vo(t)vi(t)
52 Teor ia Vector ial do Sinal
a) Calcule a função de transferência do sistema e esboce os pólos e zeros no plano complexo.
b) Determine a saída do circuito, se à entrada tiver o sinal.
0
1
t5
vi(t)
0
1
t5
vi(t)
9.9.14 Considere a seguinte equação diferencial referente a um sistema com saída y(t) e entrada x(t):
)()(
3)(2)(
5)(
3
3
txdt
tdxty
dt
tdy
dt
tyd −=+−
a) Determine a função de transferência H(s) e diga se o sistema é estável.
b) Obtenha a saída do sistema para um impulso de Dirac à entrada.
9.9.15 Um sistema físico tem a seguinte função:
)()(5)(
3)(
2
2
txtydt
tdy
dt
tyd =++
Para um degrau de Heaviside à entrada, resolva a equação diferencial se o sistema tiver as condições iniciais: y(0)=0; y´(0)=2.