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SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES
Feixes HertzianosFeixes Hertzianos
Paula Queluz Fernando Pereira
Sistemas de Telecomunicações 2
Feixes Hertzianos: características
• Portadoras com frequência elevada (≈ 1 a 20 GHz), possibilitando a utilização de antenas bastante directivas (parabólicas), confinando a maior parte da energia transmitida a um feixe.
• A propagação faz-se “em linha de vista” com saltos máximos de, aproximadamente, 50 km. Para ligações longas ou obstruídas pela orografia do percurso, é necessário usar estações intermédias que funcionam como repetidores.
Designações inglesas:
– Radio relay links – Ligações rádio com repetidores
– Microwave radio – Rádio em micro-ondas
– Microwave radio relay links
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Aplicações
• Rede de transporte de televisão (entre os centros de produção e os principais emissores; ligação aos estúdios móveis)
• Rede telefónica interurbana (embora a perder peso para a fibra óptica)
• Ligações entre estações de base e centros de controlo, nas redes telefónicas móveis
• Acesso local via rádio (FWA – fixed wireless access)
Capacidade (feixes digitais):
– 2 Mbit/s (E1 – 30 canais de voz)– 8 Mbit/s (E2 – 120 canais de voz)– 34 Mbit/s (E3 – 480 canais de voz) – 140 Mbit/s (E4 – 1920 canais de voz ou 4 canais de TV a 34 Mbits/s cada)– 155 Mbit/s (STM-1 – como no E4)
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Rede de transporte de Televisão (1997)
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Antenas
• As antenas utilizadas são do tipo reflector alimentado no foco por um guia de ondas encurvado e truncado. O reflector é um parabolóide de revolução, com diâmetro habitualmente compreendido entre 1 e 4 m. Em alguns casos, poderá recorrer-se a cornetas reflectoras.
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Estruturas de suporte das antenas
• Torres de Emissão/Recepção – consoante a importância da estação, a frequência da ligação e a altura das antenas acima do solo, as torres podem ser:
a) estruturas metálicas, muito simples, autosuportadas, para alturas até ≈ 6 mb) estruturas metálicas, simples, espiadas, para alturas até ≈ 100 mc) estruturas metálicas, mais complexas, autosuportadas, para alturas até ≈ 100 md) estruturas complexas (metálicas ou de betão) para alturas entre 30 e 300 m
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Emissores/Receptores
• Os emissores e os receptores podem estar localizados em edifício próprio, na base da torre, quando esta é uma simples estrutura de suporte, ou junto da antena (no alto da torre) nas instalações de maiores dimensões.
• A ligação dos emissores e receptores à antena é feita por cabo coaxial ou, quando a frequência é igual ou superior a cerca de 2 GHz, por guia de ondas.
Centraltelefónica
... E/R
Fibra óptica
Guia de ondas
...E/R
Fibra óptica
Guia de ondas
Centraltelefónica
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Planos de frequência
• Cada par emissor-receptor de uma ligação unidireccional, em conjunto com as respectivas antenas, guias de ondas e o próprio meio de propagação entre antenas, édesignado por secção radioeléctrica.
• Em cada secção radioeléctrica, a portadora, modulada pelo sinal a transmitir, ocupa um canal radioeléctrico (ou simplesmente canal).
• Os canais rádio-eléctricos susceptíveis de serem utilizados numa ligação em feixes hertzianos dependem da capacidade do feixe e do tipo de serviço/aplicação, e são regulados a nível Internacional pela ITU-R e a nível nacional pela ANACOM (ex-ICP).
– A largura espectral disponível para cada banda de frequências (≈ centenas de MHz) édividida em duas metades. Em cada estação, os canais de emissão situam-se todos numa mesma semibanda e os canais de recepção na outra semibanda.
f0
... ...LB disponível
f canais de emissão
Exemplo:
canais de recepção
1 1’2 2’n n‘
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Planos de frequência (cont.)
• As secções radioeléctricas correspondentes aos sinais de ida e de retorno de uma ligação bidireccional devem utilizar canais diferentes.
• As secções radioeléctricas adjacentes, da mesma ligação, não podem usar os mesmos canais de ida, devido ao risco de retroalimentação entre o emissor e o receptor na estação repetidora.
• As secções radioeléctricas adjacentes podem utilizar os mesmos canais, desde que osde ida de uma secção, sejam os de retorno nas secções adjacentes, e vice-versa.
E( f1 )
R( f1’ )
f1 f1´
f1´
E( f1 )
f1
R( f1’ )
R( f1 )
E( f1’ )
E( f1’ )
R( f1)
Secçãoradioeléctrica
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Projecto de uma ligação digital em Feixes Hertzianos
Dados do Problema
• Localização dos pontos terminais da ligação
• Número de canais telefónicos/vídeo a disponibilizar
• Banda de frequências e Largura de banda disponíveis para os canais/serviço pretendidos
Objectivos do Projecto
• Respeito das normas de qualidade – taxas de erro – reconhecidas internacionalmente (ITU-R), minimizando o custo do projecto.
• Respeito das normas de fiabilidade - % de tempo em que a ligação está disponível –reconhecidas internacionalmente (ITU-R), minimizando o custo do projecto.
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Projecto de uma ligação digital em Feixes Hertzianos (cont.)
Elementos a Especificar
• Canais radioeléctricos a usar (dentro dos disponíveis)
• Diâmetro, localização e orientação das antenas
• Altura e tipo de mastros
• Potência dos emissores
• Tipo de modulação (usualmente, M-QAM)
• Localização e tipo de repetidores
• Tipo e comprimento de guias
• Uso e tipo de diversidade e/ou igualação
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Escolha do percurso
• Estações terminais em pontos altos de modo a obter, se possível, linha de vista
• Estações repetidoras (passivas ou activas) em linha de vista, com saltos tão longos quanto possível, de modo a minimizar o número de estações repetidoras
• Estações terminais localizadas de modo a evitar a influência das reflexões
• Estações terminais tão próximas quanto possível das origens e destinos do tráfego (ligação por cabo coaxial ou fibra óptica)
• Estações terminais com fácil acesso e fornecimento fiável de energia
• Estações terminais e repetidores com baixo impacto ambiental
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Escolha do percurso (cont.)
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Perfil da ligação
• Percurso directo
• Percurso alternativo
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Propagação em espaço livre
Considere-se um modelo simples duma ligação, formada por 2 antenas, em espaço livre, no vazio. Sejam:
o d – a distância entre antenas
o f – a frequência da ligação
o aE, aR – os ganhos (<1) dos guias de emissão e recepção
o gE - o ganho da antena emissora na direcção da antena receptora
o pE - a potência do emissor
• Se as 2 antenas estiverem suficientemente afastadas, a densidade de potência (fluxo do vector de Poynting) colocada na antena receptora é:
• A potência disponível à entrada do receptor virá:
onde aeff é a área efectiva da antena receptora na direcção da antena emissora e gr é o seu ganho na mesma direcção
)24/( dEaEgR Ep π∑ =
))4/(( 222 daaggpap RERER EeffR πλ∑ ==
Reff ga )4/( 2 πλ=
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Propagação em espaço livre (cont.)
• A potência disponível aos terminais de entrada do receptor é normalmente expressa em unidade logarítmicas, vindo:
com
sendo Lfs a atenuação em espaço livre
• Para as antenas parabólicas tem-se:
sendo D o diâmetro da antena e η o seu rendimento de abertura (≈ 0.5)
)dB(log10)/(log20 ηλπ += DG
)dB,dB( WmfsREREER LAAGGPP −−−++=
ou )))4/((log(10 222 dL fs πλ−=
)(log10)(log10
1Wou mW 1 ),/(log10
,,
,,
00,,
RERE
RERE
RERE
aAgG
pppP
−=
=
==
)dB()MHz(log20)km(log204.32 fdL fs ++=
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Cálculo de (C/N)0
• Seja C0 ≡ PR0, a potência recebida em condições ideiais de propagação (sem
desvanecimento, sem chuva)
• A potência disponível de ruído à entrada do receptor, é:
onde k=1.38×10-23 J/K é a constante de Boltzman, T é a temperatura em Kelvin e BW éa largura de banda equivalente de ruído, em Hz.
• Para a maioria dos sistemas de feixes, a antena receptora ‘vê’ a Terra como uma fonte de ruído à temperatura ambiente (≈ 290 K), vindo
• O ruído aos terminais do desmodulador, referido à entrada do receptor, obtém-se adicionando o factor de ruído do receptor, F, vindo
Win kTBn =
)(log10204 WWin dBBN +−=
)( Win dBFNN += NC −= 00(C/N)e
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Influência dos Obstáculos: Elipsóides de Fresnel
• Considere-se uma ligação via rádio, na frequência f (comprimento de onda λ), com antenas pontuais, uma em E e outra em R, à distância d tal que d >> λ:
• O ponto P pertence ao enésimo elipsóide de Fresnel se:
E R
r
d
P
Zz
2λndPREP =−+
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Elipsóides de Fresnel (cont.)
• se n =1 → 1o elipsóide de Fresnel
• Pode-se demonstrar que a atenuação entre duas antenas, mesmo na presença de obstáculos, é praticamente igual à atenuação em espaço livre desde que os obstáculos não entrem no 1o elipsóide de Fresnel. Se isso não se verificar, é necessário calcular a atenuação introduzida pelos obstáculos (existem vários métodos de cálculo).
• Uma vez que muitos dos raios que viajam dentro do 1º elipsóide de Fresnelcorrespondem a variações pequenas de fase, esses raios vão interferir construtivamente no receptor; outros raios, interferem contudo destrutivamente.
λd
zdzr )(1
−±= : raio do 1o elipsóide de Fresnel
z
rr
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Influência da presença da Terra1- Terra plana e reflectora perfeita
• Para o raio directo, demonstrou-se que
• Para o raio reflectido
geE,R: ganho das antenas emissora e receptora, na direcção do ponto especular
Ponto especular(coeficiente de reflexão: R exp(jϕ) )
raio directo (tensão ud à entrada do receptor)raio reflectido (tensão ur à
entrada do receptor)
he hr
ER
))4/(( 222 daaggpap RERER EeffR πλ∑ ==
daaggZppZu REREERd πλ
4==
)exp()exp(4 ∆−= jjRdaaggpZur
REeR
eEEr ϕπ
λ
reflexãodiferença de
percursos
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Influência da presença da Terra1- Terra plana e reflectora perfeita (cont.)
• Se d >> he,hr →
• geE,R: ganho das antenas emissora e receptora, na direcção do ponto especular
Ponto especular(coeficiente de reflexão: R exp(jϕ) )
raio directo (tensão ud)raio reflectido (tensão ur)
drheh
jjR
RgEg
eRge
Egduru
λπ
ϕ
4 que em
)exp()exp(
≅∆
∆−=
Ângulo de atraso devido àdiferença de percursos
he hr
ER
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Influência da presença da Terra1- Terra plana e reflectora perfeita (cont.)
• Se R≈1 e ϕ = π (típico para polarização horizontal c/ incidências rasantes):
• Devido à presença da atmosfera, ∆ varia ao longo do tempo (!)
⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ ∆
+=+
=2
sin210log20|| 2
RPZ
uuRtP rd : potência total recebida
dhh re
λπ4
=∆
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Influência da diferença de percursos
• Campo eléctrico - E - na recepção
(Nota: considerando polarização horizontal ⇒ campo E tem sempre a mesma direcção)
– Raio directo, com percurso r:
– Raio com percurso r+∆r:
– Campo total:
rje
rErE λ
π20
1 )(−
=
)(20
2 )(rrj
err
ErE∆+−
∆+= λ
π
)1()11(
)()(
220
2)(2
0
)(20
)(20
21
rjrjrjrj
rrjrj
t
eer
Eerrr
eE
err
Eer
ErErEE
∆−−∆−−
∆+−−
+≈∆+
+=
∆++=+=
λπ
λπ
λπ
λπ
λπ
λπ
∆φ
⇒ Et=0 para ∆φ=(2n+1)π ou ∆r =(2n+1)λ/2
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Influência da presença da Terra2- Terra plana e difusora
• A Terra não é um reflector perfeito, apresentando alguma rugosidade. Em consequência, existe uma área em torno do ponto especular (e cuja dimensão depende das características do terreno, como a rugosidade) a contribuir com potência dispersa na direcção da antena receptora.
Área activa de dispersão
• Em termos de projecto, é usual exigir que:
dB10−< DS PP
potência dispersa potência directa
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Influência da presença da Terra3- “Remédios” contra as reflexões
• Evitar que as ligações atravessem zonas planas muito extensas (mar, lagos ou pântanos)
• Utilizar antenas suficientemente directivas (aumenta a discriminação raio directo/raio reflectido)
• Inclinar as antenas para cima (idem)
• Colocar uma antena muito mais elevada que a outra (aproxima a zona das reflexões da antena mais baixa)
• Escolher a altura/localização das antenas, de modo a que o próprio terreno obstrua o raio reflectido
• Utilização de diversidade espacial
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Influência da presença da Terra4- Terra esférica
• Designa-se por radiorizonte (drh) de uma antena colocada à altura h sobre a Terra de raio r, a distância, medida à superfície da Terra, entre a base da antena e o ponto no qual o raio emitido pela antena é tangente à superfície da Terra.
• A presença da Terra esférica, além de introduzir reflexões com consequências análogas às atrás referidas, vai limitar a distância máxima de propagação em espaço livre entre duas antenas.
dmáx≈ 2× drh ≈ 50 km
h
Radiorizonte – (drh) – da antena
rhdrh 2≈
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Radiorizonte
dmax
re
reh h
drh
re: raio equivalente da Terra
e
eerh
rhe
hrd
hrhrd
drhre
22
) pois(2
)(
max
222
≅⇒
>>≅⇒
+=+
Para h=50 m e re=r0=6370 km ⇒ dmax=50 km
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Influência da atmosfera nas ligações em FH
A presença da atmosfera manifesta-se através de três efeitos principais:
• Atenuação suplementar devido aos gases constituintes da atmosfera (principalmente O2 e H2O) e aos hidrometeoritos (chuva, nevoeiro, granizo, neve)
• Alteração dos raios de onda que deixam de ser rectilíneos (função do índice de refracção da atmosfera)
• Desvanecimento multipercurso
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Atenuação devida ao O2 e ao H2O
• Teoricamente:
onde
– x: comprimento medido ao longo do raio directo (km)
– γO : coeficiente de atenuação devido ao O2 (dB/km)
– γw: coeficiente de atenuação devido ao H2O (dB/km)
(γO e γw dependem da temperatura, pressão e humidade)
• Para percursos na baixa troposfera:
• Esta forma de atenuação é normalmente desprezável para frequências inferiores a 10 GHz.
dxxxAd
woa ∫ +=0
)]()([)dB( γγ
dA woa )()dB( 00 γγ +=
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Atenuação específica do O2 e do H2O
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Atenuação devida à chuva
• A atenuação sofrida pelo feixe na presença de chuva deve-se a dois mecanismos: perdas nas gotas de água (que são aquecidas) e dispersão.
• A ITU-R propõe o seguinte método de cálculo da atenuação devida à chuva, não excedida em mais de p por cento do tempo, anualmente, numa ligação em FH com o comprimento d (em km), à frequência f (em GHz) :
1. Obter a intensidade de precipitação Ri0.01 ultrapassada apenas durante 0.01 % do tempo (em Portugal entre 32 e 42 mm/h);
2. Calcular o coeficiente de atenuação (dB/km) para Ri0.01
onde k e β dependem de f e da polarização (valores usuais encontram-se tabelados).
βγ 01.0Rikr =
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Atenuação devida à chuva (cont.)
3. Calcular o comprimento eficaz do percurso – def – a partir do comprimento real d da ligação (Ri não é uniforme ao longo de toda a zona de chuva)
4. Calcular a atenuação devida à chuva não excedida em mais de 0.01% do tempo
5. Calcular a atenuação não excedida mais de p% do tempo
• A atenuação devida à chuva aumenta com a frequência, podendo ser o factor mais limitativo para ligações em FH acima de f=10 GHz.
• Não são normalmente considerados no projecto de FH: – A atenuação devida ao nevoeiro (inferior à atenuação da chuva fraca)– A atenuação devida ao granizo (baixa probabilidade de ocorrência)
efrr dA γ=)01.0(
)log043.0546.0()01.0()( 1012.0 pr
pr pAA +−=
)015.0exp(351
01.0Rid
ddef
−+
=
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Atenuação devida à chuva: Exemplo de cálculo
Considere uma ligação em feixes hertzianos com 50 km de comprimento, à frequência de 4 GHz. Determinar o valor da atenuação devida à chuva não excedido em mais de 3×10-3 % do tempo (considere que a polarização é horizontal).
– admite-se Ri0.01= 42 mm/h
– de [1] tira-se, para f=4 GHz e polarização horizontal: k=0.00065 e β=1.121, o que conduz a um coeficiente de atenuação de γr = 4.29 ×10-2 dB/km
–
–
–
km58.13
)42015.0exp(35501
50=
×−+
=efd
dB58.058.131029.4 2)01.0( =××= −rA
dB88.0003.012.058.0 )003.0log043.0546.0()003.0( 10 =××= +−rA
Sistemas de Telecomunicações 40
Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Efeitos refractivos da atmosfera
n1
n2
n3
n4
n5
φ1
φ2
ni=c0 /ci
• Índice de refracção do meio i
onde– c0: velocidade da luz no vácuo
– ci: velocidade da luz no meio i
• Lei da refracção: n1sinφ1= n2sinφ2 → se n1> n2 ⇒ φ2> φ1
• Como n1> n2 > n3 > n4 > n5, a trajectória dos raios não é rectilínea mas torna-se convexa.
Sistemas de Telecomunicações 42
Efeitos refractivos da atmosfera (cont.)
• O índice de refracção da atmosfera – n – é uma função da pressão atmosférica (p), da pressão de vapor de água (e) e da temperatura (T)
• Para as frequências habituais, o índice de refracção é dado por:
em que N, a refractividade, é dada por:
• Para a atmosfera padrão - p=1017 mb, e=10 mb (50% de humidade relativa), T=291.3 K (18o C) => N=315 e n=1.000315.
• A variação do índice de refracção com a altitude (h) pode ser expressa por:
onde a e b são constantes determinadas estatisticamente para cada clima. Para a atmosfera de referênciaa=0.000315; b=0.136 km-1
6101 −×+= Nn
)4810(6.77T
epT
N +=
)exp(1)( bhahn −+=
Sistemas de Telecomunicações 43
Efeitos refractivos da atmosfera (cont.)
• Se a variação de n com h for aproximada por uma expressão linear do tipo
válida sobretudo na baixa atmosfera, é possível demonstrar que o efeito da curvatura dos raios pode ser substituído pela consideração de um raio equivalente da Terra dado por:
com
• Em Portugal: n0=1.000315; ∆n=40×10-6 km-1 → ke=1.34
hnnhn .)( 0 ∆−=
0rkr e=
Terra)da físico (raio km3706
1
1
0
0
0
≈
∆−=
r
nnrke
Sistemas de Telecomunicações 44
Efeito do valor de ke no percurso dos raios de onda
• Modelo físico: raio da Terra fixo e percurso variável
• Modelo prático: percurso fixo (rectilíneo) e raio da Terra variável
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Factores que condicionam a potência recebida em condições reais de propagação
• Atenuação provocada pelos obstáculos
• Reflexões no terreno
• Efeito da curvatura da Terra
• Atenuação devida aos gases atmosféricos
• Atenuação devida à chuva
• Efeitos refractivos da atmosfera
• Desvanecimento (fading) multipercurso
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Desvanecimento (Fading)
• Numa ligação entre 2 pontos, através de um meio com características variáveis no tempo, verifica-se que a potência do sinal recebido varia no tempo, mesmo que a potência do sinal emitido se mantenha constante. Este fenómeno é designado por desvanecimento (ou fading).
• A observação da potência do sinal recebido permite detectar variações de 2 tipos:
– variações lentas, com períodos de algumas horas (power fading);
– variações rápidas, com períodos entre a fracção de segundo e alguns minutos, dependendo da frequência e da localização das antenas (multipath fading).
• Uma vez que o desvanecimento afecta significativamente o nível da potência recebida, há que prever a sua distribuição de amplitude de forma a contabilizar o seu efeito, já que a diminuição da relação portadora/ruído vai aumentar a probabilidade de erro.
Sistemas de Telecomunicações 47
Desvanecimento (cont.)
Profundidade dofading (dB)
p=pn
• Se
– pn ≡ potência recebida em condições ideais de propagação (sem fading)
– p0 ≡ potência recebida em condições reais de propagação (com fading), no instante t
⇒ a profundidade do fading no instante t em que se recebe a potência p0 é
F(dB) = 10 log10 (pn / p0)
Sistemas de Telecomunicações 48
• Se– Raio directo: amplitude unitária e atraso nulo
– Raio refractado 1: amplitude a1 e atraso τ1
– Raio refractado 2: amplitude a2 e atraso τ2, τ2 >> τ1
⇒ H(w)=1+a1exp[-jwτ1]+ a2exp[-jwτ2] (função de transferência do canal)
• Se τ2 >> τ1 então:
H(w) ≈ a { 1+b exp[-jwτ] }, τ= τ2 e ab=a2 e a=1+a1
ER
Raio refractado 2
Raio directo
Raio refractado 1
Desvanecimento multi-percurso
dependente de f (desvanecimento selectivo)
independente de f(desvanecimento uniforme)
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Desvanecimento uniforme
O desvanecimento uniforme (constante na banda do sinal) pode ser visto como mais uma forma de atenuação que contribui para baixar o valor da potência recebida.
Profundidade dofading (dB) p=pn
p=p1
p=p2
)()(1
1 ppfadingPppP n≥=≤
fracção do tempo em que a potência recebida é inferior ou igual a p1
fracção do tempo em que o desvanecimento uniforme é superior a pn/p1
12 se pp ≤
12
12 )()(
pp
pp
ppPppP
nn ≥
≤≤≤
nppkppP 0
0 )( =≤
Sistemas de Telecomunicações 50
Desvanecimento uniforme: exemplos
• Exemplo 1: Para garantir, em condições reais de propagação, que p ≥ pobj em 99,9% do tempo
001.0
ou
001.0999.01)(
objn
n
objobj
pkp
pp
kppP
=
==−=≤
: potência a garantir, em condições ideais de propagação
• Exemplo 2: Para garantir, em condições reais de propagação, que p ≥ pobj em 99,99% do tempo
0001.0
ou
0001.09999.01)(
objn
n
objobj
pkp
pp
kppP
=
==−=≤
: potência a garantir, em condições ideais de propagação
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Desvanecimento uniforme – modelo teórico
• Admite-se número elevado de percursos, em que um é preponderante (em termos de amplitude do sinal recebido) em relação aos demais.
mrppkppP 0
0 )( =≤
pmr: mediana da potência recebidapa: potência correspondente à
componente dominantepm: mediana da potência correspondente
às componentes aleatórias
Sistemas de Telecomunicações 52
Desvanecimento uniforme – modelo empírico
A ITU-R consagrou o seguinte modelo empírico para a caracterização do desvanecimento uniforme:
• Probabilidade da potência recebida, p, ser igual ou inferior a p0, no mês mais desfavorável (Europa Ocidental):
(também fracção do tempo em que a potência recebida é inferior ou igual a p0 ou, doutro modo, fracção do tempo em que o desvanecimento é superior a pn/p0)
• O desvanecimento não excedido em mais de P×100 % é dado por:
GHz][ km;][ 104.1)( 05.380 ==×=≤ − fd
ppdfppP
n
GHz][ km;][ )(/104.1/ 05.38
0 ==≤×= − fdppPdfppn
Sistemas de Telecomunicações 53
• Se– Raio directo: amplitude unitária e atraso nulo
– Raio refractado 1: amplitude a1 e atraso τ1
– Raio refractado 2: amplitude a2 e atraso τ2, τ2 >> τ1
⇒ H(w)=1+a1exp[-jwτ1]+ a2exp[-jwτ2] (função de transferência do canal)
• Se τ2 >> τ1 então:
H(w) ≈ a { 1+b exp[-jwτ] }, τ= τ2 e ab=a2 e a=1+a1
ER
Raio refractado 2
Raio directo
Raio refractado 1
Desvanecimento multi-percurso
dependente de f (desvanecimento selectivo)
independente de f(desvanecimento uniforme)
Sistemas de Telecomunicações 54
Desvanecimento selectivo
Variação, com f, do módulo da função de transferência do canal
• As características distorcivas do canal (atenuação e atraso de grupo variáveis com f), vão originar interferência intersimbólica (i.i.s.) nas ligações digitais.
• Sendo τ da ordem de 6 ns (1/τ = 167 MHz), os efeitos do desvanecimento selectivo são desprezáveis nos sistemas a 2 Mbit/s (1a hierarquia PDH - Plesiochronous Digital Hierarchy), têm pouca importância nos sistemas a 8 Mbit/s (2a hierarquia PDH), são jáimportantes nos sistemas a 34 Mbit/s (3a hierarquia PDH) e são decisivos nos sistemas de maior capacidade.
|H(w)| ≈ |1+b exp[-jwτ]|
Sistemas de Telecomunicações 55
Margem para desvanecimento
• Viu-se atrás que a probabilidade, P, de a potência recebida, p, ser igual ou inferior a p0, pode ser estimada por uma expressão do tipo:
• Designando por m=pn/p0, a margem da ligação, a expressão anterior virá:
• Identificando p0 como a potência na recepção correspondente a uma dada taxa de erros binários, a probabilidade de a potência recebida ser inferior a p0 é equivalente àprobabilidade daquela taxa de erros ser excedida, Pc.
)( 00
nppkppP =≤
)( 0 mk
ppP =≤
Sistemas de Telecomunicações 56
Margem para desvanecimento (cont.)
• Segundo a ITU-R, a probabilidade da taxa de erros ser excedida pode ser decomposta em duas parcelas, Pc= Pu+Ps , em que:
– Pu: causada pelo desvanecimento uniforme (i.e., devida à atenuação)
– Ps: causada pelo desvanecimento selectivo (i.e., devida à i.i.s.)
correspondendo-lhe uma decomposição equivalente da margem
com
– mu: margem para desvanecimento uniforme
– ms: margem para desvanecimento selectivo (característico do equipamento receptor)
– m: margem da ligação (ou margem real)
• De notar que, para os feixes de baixa capacidade (caso em que se pode desprezar o efeito do desvanecimento selectivo), tem-se: m=mu; normalmente tem-se m<mu.
su mmm111
+=
Sistemas de Telecomunicações 57
Exemplo de cálculo
Considere-se uma ligação em feixes digitais a 140 Mbit/s, com 50 km de comprimento, àfrequência de 4 GHz. A modulação utilizada é 16-QAM. A relação (C/N)0 à entrada do receptor, em condições ideais de propagação (sem desvanecimento) é de 65 dB. A margem para desvanecimento selectivo é de 30 dB. Verificar se, em condições reais de propagação (i.e., com desvanecimento multi-percurso), é possível garantir, em 99.9 % do tempo, uma taxa de erros binários (BER) não superior a 10-5.
– Para 16-QAM e um BER de 10-5, deve-se ter Eb/N0= 13.5 dB ou, atendendo a que C/N= =Eb/N0+10log(fb/Bw) e Bw= fb /log2M = 35 MHz (supondo filtros de Nyquist), C/N=19.5 dB
– A margem uniforme da ligação é: Mu= (C/N)0 - C/N = 65-19.5 = 45.5 dB
– A margem real da ligação é: m=(1/mu+1/ms)-1= (10-4.55+10-3)-1 ≈103 -> 30 dB
– A margem objectivo, i.e., a margem real necessária para se atingir a qualidade pretendida é:
– A margem de segurança da ligação é: Mseg=10 log(m/mobj) = M – Mobj = 30 – 46.95 ≈ -17 dB
Como Mseg < 0 dB, não é possível garantir a qualidade desejada !
dB46.95- 5.49497)100.1(/50104104.1
)(/104.125.338
05.38
>=×××××=
=≤×=−−
− ppPdfmobj
Sistemas de Telecomunicações 58
Redução dos efeitos do desvanecimento
• Para diminuir os efeitos do desvanecimento, nem sempre é económico, possível ou eficaz aumentar o valor da potência recebida, por aumento da potência emitida e/ou dos ganhos das antenas.
• Para reduzir os efeitos do desvanecimento selectivo, particularmente graves para os sistemas de maior capacidade, têm sido aplicadas as seguintes técnicas:
– igualação adaptativa no domínio da frequência e/ou no domínio do tempo
– diversidade de espaço
– diversidade de frequência
– associação da diversidade com igualadores adaptativos
Nota: a igualação deverá ser adaptativa já que o canal de transmissão (atmosfera) varia ao longo do tempo
• A diversidade (espaço ou frequência) é igualmente eficaz no combate ao desvanecimento uniforme.
Sistemas de Telecomunicações 59
Igualação adaptativa
Factor de aumento da margem para desvanecimento selectivo, para diferentes tipos de igualadores, num sistema a 140 Mbit/s com modulação 16-QAM:
Factor de aumento da margem selectiva Dispositivos Fase mínima (b<1)
imp
Fase não mínima (b>1) inmp
Igualador adaptativo no domínio da frequência
4.5
4.5
Igualador adaptativo no domínio do tempo
490 22
Associação de igualadores no domínio da frequência e
do tempo
490 35
• Margem selectiva com igualação: ms’= ms×is
⎪⎪⎩
⎪⎪⎨
⎧
>>+
≤+
≥+
=−
−
−
km 20 km 40 para)(km 20 para)(km 40 para)(
1
12.08.0
15.05.0
21 ddd
i
nmpmp
nmpmp
nmpmp
ik
ik
ii
ii
s
20403.05.0;
20403.05.0 21
dkdk −−=
−+=
i.i.s. provocada por raios quechegam atrasados relativamente aoraio directo
i.i.s. provocada por raios quechegam em avanço relativamente aoraio directo
Sistemas de Telecomunicações 60
Diversidade
• Mostra a experiência que o desvanecimento rápido por multi-percurso é pouco correlacionado
– em receptores cujas antenas estejam suficientemente afastadas (algumas dezenas de metros);
– em receptores que utilizem frequências diferentes (separadas de alguns MHz).
Escolhendo o melhor dos sinais ou combinando-se adequadamente os sinais recebidos, consegue-se um sinal onde o desvanecimento é muito menos intenso.
• Quando num percurso o sinal recebido éobtido a partir da combinação de N sinais distintos, diz-se que se utiliza diversidade de ordem N.
Sistemas de Telecomunicações 61
Diversidade dupla de espaço
E
R
R
Combinadordc
• Factor de melhoria (combinação por escolha do sinal mais intenso)
onde– dc: distância entre os centros das antenas – gp, gs : ganhos das antenas principal e secundária– m: margem real (objectivo) ou selectiva, sem diversidade
• Margem selectiva, com diversidade: ms’= ms×if• Margem real (objectivo), com diversidade: mr’= mr×if
dm
ggfdi
p
sce ).(.1021.1 23−×= Condições de validade:
•1≥ gs/ gp ≥0.25
•11≥ f (GHz)≥2
•65≥ d (km)≥22.5
•25≥ dc(m) ≥5
•10-3≥ m ≥10-5
•200≥ ie ≥10
Sistemas de Telecomunicações 62
Diversidade dupla de frequência
• Factor de melhoria (combinação por escolha do sinal mais intenso)
onde– ∆f: separação entre frequências (GHz) – gp, gs : ganhos das antenas principal e secundária– m: margem real (objectivo) ou selectiva, sem diversidade
• Margem selectiva, com diversidade: ms’= ms×if• Margem real (objectivo), com diversidade: mr’= mr×if
mgpg
ff
dfi s
f .5.80 ∆=
Condições de validade:
•1≥ gs/ gp ≥0.25
•11≥ f (GHz)≥2
•∆f /f ≤ 0.05
•25≥ dc(m) ≥5
•10-3≥ m ≥10-5
• if ≥5
E (f1)
E (f2)R (f2)
R (f1)Combinador
Sistemas de Telecomunicações 63
Projecto de uma ligação digital em Feixes Hertzianos
Dados do Problema
• Localização dos pontos terminais da ligação
• Número de canais telefónicos/vídeo a disponibilizar
• Banda de frequências e Largura de banda disponíveis para os canais/serviço pretendidos
Objectivos do Projecto
• Respeito das normas de qualidade – taxas de erro – reconhecidas internacionalmente (ITU-R), minimizando o custo do projecto.
• Respeito das normas de fiabilidade - % de tempo em que a ligação está disponível –reconhecidas internacionalmente (ITU-R), minimizando o custo do projecto.
Sistemas de Telecomunicações 64
Estrutura de multiplexagem do SDH
VC-12C-12
TU-2
VC-3
VC-2
C-4
C-11
C-3
C-2
AU-4VC-4TUG-3TUG-2TU-12
DS3: 44.736 Mb/s
TU-11VC-11
TU-3
E3: 34.368 Mb/s
DS2: 6.312 Mb/s
E1: 2.048 Mb/s
DS1: 1.544 Mb/s
E4: 139.264 Mb/s
VC-3 AU-3
AUG STM-1×1
STM-1=155.52 Mb/s
×1
×3
×1
×7
×3×4
×3 ×7
ATM
STM-N
×N STM-N=N×155.52 Mb/s
ATM
Tipo de bloco Nº de bits por bloco Ritmo binário (kbit/s)
Blocos/s
VC-11 832 1664 2000
VC-12 1120 2240 2000
VC-2 3424 6848 2000
VC-3 6120 48960 8000
VC-4 18792 150 336 8000
STM-1 19440 155 350 8000
C - ContentorVC - Contentor VirtualTU - Unidade TributáriaTUG - Grupo de Unidade TributáriaAU - Unidade AdministrativaAUG - Grupo de Unidade Administrativa
Em existe processamento de ponteiros
MapeamentoMultiplexagem
Alinhamento
Sistemas de Telecomunicações 65
Eventos e parâmetros de desempenho nas redes SDH
Eventos
Bloco errado (EB, Errored Block): Bloco em que um ou mais bits estão errados.
Segundo com erros (ES, Errored Second): Período de tempo de um segundo com um ou mais blocos errados.
Segundo gravemente errado (SES, Severely ErroredSecond): Período de tempo de um segundo com ≥ 30% de blocos errados.
Erro de bloco de fundo (BBE, Background BlockError): Um bloco errado que não faz parte de um SES.
Parâmetros
Razão de segundos errados (ESR, Errored SecondRatio): Razão entre os ES e o número total de segundos correspondentes a um determinado intervalo de medida.
Razão de segundos gravemente errado (SESR, SES Ratio): Razão entre os SES e o número total de segundos correspondentes a um determinado intervalo de medida.
Razão de erro de bloco de fundo (BBER, BBE Ratio): Razão entre os BBE e o número total de blocos num intervalo de medida, excluindo os blocos durante SES.
Todos os parâmetros só consideram o tempo de disponibilidade.
fading normal
fading intenso
Sistemas de Telecomunicações 66
Normas de Qualidade para FH Digitais (ITU-R)
Os objectivos de qualidade estabelecidos pela ITU-R, considerando não só o desvanecimento mas também todas as outras causas de degradação de qualidade, são:
• Rec. ITU-R F.1189-1
Tipicamente utiliza-se X =0.08
• Rec. ITU-R P.530-8
Conversão de SESR em ber
fb [Mbit/s] SESR BBER ESR
1.5-5 0.002 X 2×10-4 X 0.04 X
5-15 0.002 X 2×10-4 X 0.05 X
15-55 0.002 X 2×10-4 X 0.075 X
55-160 0.002 X 2×10-4 X 0.16 X
fb [Mbit/s] berSESR n (blocos/s) nb (bits/bloco)
1.5 5.4×10-4 2000 832
2 4.0×10-4 2000 1120
6 1.3×10-4 2000 3424
34 6.5×10-5 8000 6120
140 2.1×10-5 8000 18792
155 2.3×10-5 8000 19440
ber
Sistemas de Telecomunicações 67
Verificação da cláusula SESR
• Para a modulação utilizada e para o valor de berberSESRSESR da Rec. ITU-R P.530-8 obtém-se, a partir de gráfico ou expressão analítica
• Calcula-se e
• Admitindo para o desvanecimento a expressão (pp. 57):
calcula-se o sesrsesr da ligação
• A cláusula SESR é verificada se
sesr £ SESR
)( 0 mk
ppP =≤
SESR
NC
min⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
SESRSESRu N
CNCM
min
0
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=
sSESRu
sesrr mm
m11
1+
=
sesrrmk
sesr =
Sistemas de Telecomunicações 68
Verificação da Cláusula BBER
• Obtém-se rberrber ((residual ber); é um dado do fabricante e toma valores entre 10-10 e 10-13 (na falta de dados usa-se tipicamente 10-12)
• Para a modulação utilizada e para o valor de rberrber obtém-se, a partir de gráfico ou expressão analítica
• Obtém-se e
• Calcula-se sucessivamente 1) 2)
3) 4)
sesrrmksesr =
32
1
)1(8.2 ααα rbern
msesrbber b+
−=
rber
NC
min⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
rberrberu N
CNCM
min
0
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=
srberu
rberr mm
m11
1+
=
( )( ) |
)(loglog|
10
10
sesrrberPberrberm SESR=
rberrmkrberP =)(
Sistemas de Telecomunicações 69
Verificação da Cláusula BBER (cont.)
• Nas expressões anteriores:
–– rberrber é o valor de BER na ausência de fading;
– P(rber) é a fracção de tempo em que se tem rberrber;;
–– m m é o valor absoluto da inclinação da distribuição de berber numa escala log-log para berbersesses>berber>rberrber;
– Os valores de α1, α2 e α3 podem variar em função da estatística dos erros para a ligação em causa (dependem da modulação, do código corrector de erros usado, etc.). O pior caso corresponde a α1=30, α2=1 e α3=1;
– nb é o número de bits por bloco;
– SESR, BBER (c/ letras maiúsculas): valores objectivo (retiram-se da tabela Rec. ITU-R F.1189-1);
– sesr, bber ( c/ letras minúsculas): o que se tem de facto na ligação.
• A cláusula BBER é verificada se
bber £ BBER
Sistemas de Telecomunicações 70
Verificação da Cláusula ESR
• A partir dos valores calculados anteriormente, determina-se
onde n é o número de blocos por segundo.
• A cláusula é verificada se
esr £ ESR
onde ESR é o valor objectivo (retira-se da tabela da Rec. ITU-R F.1189-1)
3αrbernnnsesresr bm +=
Sistemas de Telecomunicações 71
Verificação da cláusula SESR (método alternativo)
• Para a modulação utilizada e para o valor de berberSESRSESR da Rec. ITU-R P.530-8 obtém-se, a partir de gráfico ou expressão analítica
• Admitindo para o desvanecimento a expressão (pp. 57)
calcula-se a margem real objectivo, relativa ao SESR
•• Calcula-se e
)( 0 mk
ppP =≤
SESR
NC
min⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
)propagação de ideais condições (emmin)(
sesru
SESR
SESRsesr
MNC
NC
+⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
=sSESRr
SESRu mm
m11
1−
=
SESR
kmSESR
r =
Sistemas de Telecomunicações 72
Margens da ligação
• As margens da ligação relativamente às cláusulas SESR, BBER e ESR são calculadas por:
–
–
–
• A margem crítica é dada por
• A frequência óptima é aquela para a qual se tem a maior margem crítica.
)(
2
min
2
min
0
com,BBERbber
BBER NC
NC
NC
NCM
=
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=
)(
1
min
1
min
0
com,SESRsesr
SESR NC
NC
NC
NCM
=
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=
{ }⎪⎭
⎪⎬⎫
⎪⎩
⎪⎨⎧
∈⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛= 3,2,1,max
min
0
iNC
NCM
i
critica
)(
3
min
3
min
0
com,ESResr
ESR NC
NC
NC
NCM
=
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=
Sistemas de Telecomunicações 73
Exemplo 1
Sistemas de Telecomunicações 74
Exemplo 2
Sistemas de Telecomunicações 75
Normas de fiabilidade para feixes digitais (ITU-R)
• A ITU-R considera um sistema de feixes digitais indisponível quando se verifica uma ou ambas das seguintes condições durante pelo menos 10 segundos consecutivos:
– sinal digital interrompido, com perda de sincronismo ou de alinhamento
– taxa de erros binários superior a 10-3
• Segundo a ITU-R, a indisponibilidade máxima numa ligação deverá ser 0.3×280/2500 % do tempo. Compete ao projectista da ligação distribuir a indisponibilidade total pelas diferentes causas relevantes; na ausência de outros critérios, é usual considerar para orçamento da indisponibilidade:
– propagação (chuva) – 10 a 20%
– equipamento – 30 a 40%
– restantes causas – 50%
Sistemas de Telecomunicações 76
Indisponibilidade da ligação
• A indisponibilidade das ligações em feixes hertzianos é, principalmente, devida a:
– equipamento – sobretudo avarias ou degradação
– fenómenos atmosféricos – sobretudo chuva
– interferências
– instalações e torres das antenas – e.g., desabamentos, sabotagens,etc.
– actividade humana – erros de exploração ou manutenção
• A indisponibilidade devida ao equipamento depende da sua fiabilidade, da configuração adoptada (série/paralelo, existência de sistemas de reserva) e do desempenho das equipas de manutenção, já que:
Ie=MTTR/MTBF
onde MTTR (mean time to repair) é o tempo necessário para detectar e reparar uma avaria e MTBF (mean time between failures) é o tempo médio entre avarias.
Sistemas de Telecomunicações 77
Indisponibilidade devida à chuva – exemplo de cálculo
Determinar a margem para a chuva (ou margem para a indisponibilidade) na ligação descrita no exemplo da pág. 57. Admita que se reservou, para indisponibilidade devida àchuva, 10 % da indisponibilidade total.
– De acordo com as normas da ITU-R, a indisponibilidade máxima para uma ligação com 50 km de comprimento é
0.3×280/2500 % ≈ 3.36 × 10-4
– A indisponibilidade máxima devida à chuva é 10 % de 3.36 × 10-4 ≈ 3 × 10-5
– No exemplo de cálculo da atenuação devida à chuva (pág. 39) obteve-se, para o valor de atenuação não excedido em mais de 3×10-3 % do tempo: Ar=0.88 dB
– Em condições ideais de propagação, tem-se (C/N)0 = 65 dB. Na presença de chuva tem-se, em (100-3 × 10-3) % do tempo:(C/N)r ≥ [(C/N)0 – Ar] = 64.12 dB
– Para um BER de 10-3 (ligação indisponível), é necessário um (C/N)mín de 25 dB
– A margem de segurança para a chuva é (C/N)r- (C/N)mín = 64.12 – 25 = 39.12 dB
[ Nota: (C/N)0mín= (C/N)mín + Ar ]
condições ideais condições reais
Sistemas de Telecomunicações 78
Exemplo
Sistemas de Telecomunicações 79
Estações repetidoras
• A solução para ligações entre terminais sem ‘linha de vista’ passa pela introdução de estações repetidoras que podem ser de dois tipos:
– Estações repetidoras activas – A ligação inicial é ‘partida’ em mais do que 1 salto em ‘linha de vista’, existindo nas estações repetidoras introduzidas equipamento de recepção e emissão (e normalmente amplificação e/ou regeneração);
•• Para efeito da verificaPara efeito da verificaçção das normas de qualidade, cada salto ão das normas de qualidade, cada salto éé considerado considerado individualmenteindividualmente.
– Estações repetidoras passivas – A ligação inicial é ‘partida’ em mais do que 1 salto em ‘linha de vista’, introduzindo-se um repetidor, dito passivo, (raramente mais do que 1 por salto) por se limitar a ‘reflectir’ o sinal já que não possui qualquer equipamento de recepção, emissão ou amplificação.
Sistemas de Telecomunicações 80
Repetidores passivos
• Existem 3 tipos de repetidores passivos:
a) Espelho plano com ganho
onde aesp é a área física do espelho, φ é o ângulo de incidência no espelho e η é o rendimento (≈1)
b) Periscópio – conjunto de 2 espelhos planos com ganho correspondente ao menor ganho dos dois espelhos
c) Costas-com-costas - 2 antenas parabólicas ligadas através de um pequeno troço de guia ou cabo coaxial com ganho igual à soma dos ganhos das antenas
)dB(log10cos4log102 10210 ηφλπ
+⎟⎠⎞
⎜⎝⎛×= espesp aG
a) b)
Sistemas de Telecomunicações 81
Repetidores passivos (cont.)
Seja um percurso obstruído por um obstáculo. Pretende-se comparar as duas soluções:
1. Consideração da atenuação de obstáculo
2. Instalação de um repetidor passivo
• Com atenuação do obstáculo:
• Com um repetidor passivo:
)log(20)log(204.32:que em
MHzfkmdfsL
ALGGPobsRP obsfsREE
++=
−−++=
)log(20)log(204.32
)log(20)log(204.32
:que em
22
11
21
21
MHzkmfs
MHzkmfs
fsfsRrepEEpas
R
fdL
fdLddd
LLGGGPP
++=
++=+=
−−+++=
Sistemas de Telecomunicações 82
Repetidores passivos (cont.)
• O repetidor passivo é preferível se:
• Se o repetidor passivo fôr constituído por antenas parabólicas de diâmetro D (m), com rendimento de abertura de 0.5:
• O repetidor passivo é tanto mais atraente quanto:
– mais elevada fôr f;– mais próximo de um dos terminais estiver o obstáculo;– mais elevada fôr a atenuação do obstáculo.
obsMHzrep
obsR
pasR
AfdddG
PP
−++>
>
)(log20)(log204.32
ou
1021
10
obsMHz AfdddD −−+> )(log20)(log206.117)(log40 10
211010
Sistemas de Telecomunicações 83
Custo de uma ligação
Projecto da ligação
Terrenos para emissor/receptores e repetidores
Acessos e infra-estruturas (e.g., energia e comunicações)
Torres de emissão/recepção
Antenas
Emissores
Receptores
Guias, cabos coaxiais e fibra óptica
Acessórios vários e sobressalentes
Torres para repetidores
Antenas/reflectores para repetidores
Energia
Manutenção e reparação
Sistemas de Telecomunicações 84
Bibliografia
• Feixes Hertzianos, Carlos Salema, IST Press, 2ª. Edição, 2002
• Microwave Radio Links, Carlos Salema, John Wiley & Sons, 2003
• Digital Transmission Systems, David R. Smith, Van Nostrand Reinhold, 1992