SINDICATO DOS PROFESSORES - Sinpro NNF€¦ · Autismo: Guia Prático. 4 ed. São Paulo: AMA;...

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JORNAL DO SINPRONNF - ISSN 24477281 N014 ANO IV 3 ο TRIMESTRE 2018 EDITOR CHEFE: JOB TOLENTINO JUNIOR SINDICATO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUNIMENSE EDITORIAL Palavras que talvez possam ajudar a definir os dias atuais em nosso país Tempos mais que obscuros. E se tempos obscuros demandam uma busca de forças redobradas para as lutas, em tempos mais que obscuros a militância requerida para o enfrentamento dos problemas é para além do que já vivemos até então. Quando olhamos para as mazelas que estão ocorrendo no Brasil: Um governo que sangra os serviços públicos a tal ponto que os atuais parcos investimentos em estatais federais representam o menor valor em quase 20 anos; O quase falido Sistema Único de Saúde SUS recebendo calote de 2 bilhões das operadoras de planos de saúde, sem que nenhuma ‘autoridade’ constituída tome alguma providência; O grande feirão do país com a entrega do pré sal, da Embraer, do nióbio, da Amazônia, da energia elétrica...; O aumento do desemprego, da miséria, da violência, da mortalidade infantil, da dependência econômica dos núcleos familiares da aposentadoria de seus idosos...; A decadência das instituições, de forma especial do judiciário... Tempos mais que obscuros talvez ainda seja uma expressão aquém para a classificação desses nossos dias. E para não dizer que não falamos da Copa 2018, no obscurantismo atual vimos a mídia brasileira, no campo da direita, ‘paparicando’ a Presidenta da Croácia, aquela mesma da apologia ao nazismo, e ainda o ‘ídolo’ Neymar e seus ‘parsas’ com suas histórias de ostentação e de prática de bullying contra o feliz Kylian Mbappé. Mas para não dizer que não falamos de flores, uma parcela da população brasileira segue se indignando, lutando, e fazendo a defesa da ética, da justiça social, do Brasil para os brasileiros, da soberania nacional, da dignidade humana, da verdadeira política arte de governar e de buscar gerir os rumos de uma cidade, estado ou país da melhor forma possível, visando o bem comum. O SINPRO NNF tem sua história pautada do lado desses cujas flores florescem em seu entorno. Estamos filiados a: SUMARIO Pagina 01: - SUMARIO - EDITORIAL Pagina 02: - 02 DE ABRIL DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO - SEPE ITAPERUNA: CHAPA 2 VENCE ELEIÇÕES COM 58% DOS VOTOS Pagina 03: - CONHEÇA OSDIRETORESELEITOSPELACHAPA 2 O QUE FAREMOS NA DIRETORIA DO SEPE ITAPERUNA - RESULTADO FINAL DAS ELEIÇÕES PARA A DIRETORIA DO SEPE ITAPERUNA COM A VITORIA DA CHAPA 2 Pagina 05: - "AS TECNOLOGIAS QUE TENTARAM SUBSTITUIR O PROFESSOR DERAM ERRADO" Pagina 06: - CRIANÇA PODE ENTRAR NO FUNDAMENTAL AOS 6 ANOS, DECIDE STF Pagina 07: - BNCC SIGNIFICA DEMISSÃO EM MASSA DE PROFESSORES E EDUCAÇÃO PARA A DESIGUALDADE (POR HELENIR AGUIAR SCHÜRER) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO QUER REFORMAR A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA. NÃO PERMITIREMOS! Pagina 08: - A QUEM INTERESSA A PROPOSTA DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR? - TEMOS QUE CONSTRUIR, DESDE O “CHÃO DA ESCOLA”, NOSSAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS, ALTERNATIVAS Pagina 10: - A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E A EDUCAÇÃO INFANTIL - NÃO À BNCC! PELA REVOGAÇÃO IMEDIATA DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO! - NÃO ACABO AMIZADE POR POLÍTICA Pagina 11: - A ALMA ARRANHADA E O MUSEU NACIONAL: A FERIDA PERPÉTUA DA CATÁSTROFE DOS NOSSOS DIAS Pagina 12: - MUSEU NACIONAL: O PASSADO E O PRESENTE QUE SE FORAM... Pagina 14: - VEJA ALGUMAS BOAS RAZÕES PARA VOCÊ SE FILIAR AO SEU SINDICATO. JORNAL DO SIMPRONNF (ISSN 24477281) * EDITOR CHEFE Job Tolentino Junior (SECRETARIA DE RELAÇÕES POLÍTICAS SINDICAIS E ASSUNTOS JURÍDICOS/TRABALHISTAS) * EQUIPE DE PRODUÇÃO Claudina de Paula Dias Gomes; Wilza Carla de Sá Oliveira; Ana Karina Mendonça de Souza (SECRETARIA DE ASSUNTOS EDUCACIONAIS, CULTURAIS, DIVULGAÇÃO E IMPRENSA) Jacimar Fazollo Méra (SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO)

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JORNAL DO SINPRONNF - ISSN 24477281 Nᵒ 014 ANO IV – 3ο TRIMESTRE 2018 – EDITOR CHEFE: JOB TOLENTINO JUNIOR

SINDICATO

DOS

PROFESSORES DO NORTE NOROESTE

FLUNIMENSE

EDITORIAL

Palavras que talvez possam ajudar a definir os dias atuais em nosso

país – Tempos mais que obscuros. E se tempos obscuros demandam uma

busca de forças redobradas para as lutas, em tempos mais que obscuros a

militância requerida para o enfrentamento dos problemas é para além do que

já vivemos até então.

Quando olhamos para as mazelas que estão ocorrendo no Brasil:

Um governo que sangra os serviços públicos a tal ponto que os atuais parcos

investimentos em estatais federais representam o menor valor em quase 20

anos;

O quase falido Sistema Único de Saúde – SUS recebendo calote de 2 bilhões

das operadoras de planos de saúde, sem que nenhuma ‘autoridade’ constituída

tome alguma providência;

O grande feirão do país com a entrega do pré sal, da Embraer, do nióbio, da

Amazônia, da energia elétrica...;

O aumento do desemprego, da miséria, da violência, da mortalidade infantil,

da dependência econômica dos núcleos familiares da aposentadoria de seus

idosos...;

A decadência das instituições, de forma especial do judiciário...

Tempos mais que obscuros talvez ainda seja uma expressão aquém para a

classificação desses nossos dias.

E para não dizer que não falamos da Copa 2018, no obscurantismo

atual vimos a mídia brasileira, no campo da direita, ‘paparicando’ a

Presidenta da Croácia, aquela mesma da apologia ao nazismo, e ainda o

‘ídolo’ Neymar e seus ‘parsas’ com suas histórias de ostentação e de prática

de bullying contra o feliz Kylian Mbappé.

Mas para não dizer que não falamos de flores, uma parcela da

população brasileira segue se indignando, lutando, e fazendo a defesa da ética,

da justiça social, do Brasil para os brasileiros, da soberania nacional, da

dignidade humana, da verdadeira política – arte de governar e de buscar

gerir os rumos de uma cidade, estado ou país da melhor forma possível,

visando o bem comum.

O SINPRO NNF tem sua história pautada do lado desses cujas flores

florescem em seu entorno.

Estamos filiados a:

SUMARIO

Pagina 01:

- SUMARIO

- EDITORIAL

Pagina 02:

- 02 DE ABRIL – DIA MUNDIAL DA

CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO

- SEPE ITAPERUNA: CHAPA 2 VENCE

ELEIÇÕES COM 58% DOS VOTOS

Pagina 03:

- CONHEÇA OS DIRETORES ELEITOS PELA CHAPA 2

– O QUE FAREMOS NA DIRETORIA DO SEPE

ITAPERUNA

- RESULTADO FINAL DAS ELEIÇÕES PARA A

DIRETORIA DO SEPE ITAPERUNA COM A

VITORIA DA CHAPA 2

Pagina 05:

- "AS TECNOLOGIAS QUE TENTARAM SUBSTITUIR O

PROFESSOR DERAM ERRADO"

Pagina 06:

- CRIANÇA SÓ PODE ENTRAR NO

FUNDAMENTAL AOS 6 ANOS, DECIDE STF

Pagina 07:

- BNCC SIGNIFICA DEMISSÃO EM MASSA DE

PROFESSORES E EDUCAÇÃO PARA A

DESIGUALDADE (POR HELENIR AGUIAR

SCHÜRER)

– MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO QUER REFORMAR A

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

NÃO PERMITIREMOS!

Pagina 08:

- A QUEM INTERESSA A PROPOSTA DA BASE

NACIONAL COMUM CURRICULAR?

- TEMOS QUE CONSTRUIR, DESDE O “CHÃO

DA ESCOLA”, NOSSAS POLÍTICAS

EDUCACIONAIS, ALTERNATIVAS

Pagina 10:

- A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E

A EDUCAÇÃO INFANTIL

- NÃO À BNCC!

PELA REVOGAÇÃO IMEDIATA DA REFORMA

DO ENSINO MÉDIO!

- NÃO ACABO AMIZADE POR POLÍTICA

Pagina 11:

- A ALMA ARRANHADA E O MUSEU

NACIONAL: A FERIDA PERPÉTUA DA

CATÁSTROFE DOS NOSSOS DIAS

Pagina 12:

- MUSEU NACIONAL: O PASSADO E O

PRESENTE QUE SE FORAM...

Pagina 14:

- VEJA ALGUMAS BOAS RAZÕES PARA VOCÊ

SE FILIAR AO SEU SINDICATO.

JORNAL DO SIMPRONNF (ISSN 24477281)

* EDITOR CHEFE

Job Tolentino Junior

(SECRETARIA DE RELAÇÕES POLÍTICAS SINDICAIS E ASSUNTOS

JURÍDICOS/TRABALHISTAS)

* EQUIPE DE PRODUÇÃO

Claudina de Paula Dias Gomes; Wilza Carla de Sá Oliveira; Ana Karina Mendonça de Souza

(SECRETARIA DE ASSUNTOS EDUCACIONAIS, CULTURAIS, DIVULGAÇÃO E

IMPRENSA)

Jacimar Fazollo Méra (SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO)

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO

Segundo MELLO (2004), o autismo é um transtorno que se caracteriza

por consideráveis desvios na comunicação, afetando assim, a interação social e o

uso da imaginação.

As crianças com autismo, apresentam ainda bem pequenas, um

comprometimento grave em seu desenvolvimento, especialmente no que diz respeito

à comunicação. Porém, há alguns casos, que se tratados e estimulados desde cedo, as

crianças podem apresentar notórias habilidades motoras, musicais, artísticas,

esportivas e outras, podendo estar ou não de acordo com a idade cronológica.

Para o Brasil ainda é um grande desafio atender as crianças diagnosticadas

com TEA - Transtorno Espectro Autista - embora esteja bem mais conhecido devido

ao aumento do número de casos cada vez mais precoce. As causas ainda não foram

totalmente descobertas. Pesquisadores, estudiosos e especialistas apontam diferentes

caminhos para que nosso país alcance o objetivo de oferecer à criança autista o

atendimento que realmente fará diferença em seu desenvolvimento. Atualmente, o

que se sabe, no entanto, é que o autismo vem crescendo gradativamente a cada dia,

não só no Brasil, mas em todo o mundo e com possibilidades de crescer ainda mais.

Instituições organizadas geralmente por pais ou através de iniciativas

privadas, para atender os autistas, como a AMA - Associação de Amigos dos Autistas

- lutam pelas garantias dos seus direitos, como traz a Lei n° 12.764, Berenice Piana

2012, aprovada no Congresso Nacional, sancionada pela presidente Dilma Rousseff

e publicada no dia 28 de dezembro de 2012, para que então, tornem sujeitos ativos

no processo de integração social. Essa Lei foi fruto da luta das famílias que

convivem com o autismo e garante o atendimento educacional individualizado e

especializado às crianças diagnosticadas com TEA.

O aumento da demanda de alunos diagnosticados com TEA demonstra que

há instituições que investem numa proposta educacional especializada e a

qualificação profissional para proporcionar ao autista uma melhor qualidade de vida

com todos os pressupostos que toda criança precisa para se desenvolver, crescer e ser

feliz, independente das habilidades e competências que alcançam.

Quanto ao ser professor de autistas, é fazer parte de um “mundo azul” cheio

de surpresas e desafios, vivenciar experiências que nos tornam mais conscientes e

humanos a cada dia por termos a presença de anjos em nossas vidas.

Referências bibliográficas:

MELLO, Ana Maria S. Ros de. Autismo: Guia Prático. 4 ed. São Paulo:

AMA; Brasília: CORDE, 2004.

BRASIL. Decreto Federal nº 8.368/2014, de 02 de dezembro de 2014.

Regulamenta a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política

Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro

Autista. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF: 03 dez.

2014. Acesso em novembro de 2017.

Fonte: Wilza Carla de Sá Oliveira (Secretaria de assuntos educacionais,

culturais, divulgação e imprensa)

SEPE ITAPERUNA: CHAPA 2 VENCE

ELEIÇÕES COM 58% DOS VOTOS

Nós, da Chapa 2 do SEPE ITAPERUNA, agradecemos a todos os filiados

que participaram da eleição que ocorreu nos dias 3, 4 e 5 de julho. Sentimo-nos muito

honrados com a conquista de 58% (veja a foto nesta página) dos votos válidos do

pleito. Oportunamente, vamos conclamar os diretores eleitos pela Chapa 5 para que

venham se juntar ao nosso projeto por um SEPE ITAPERUNA DE VITÓRIAS, no

exercício da democracia colegiada. Com isso, vamos incorporar em nossas bandeiras

de luta a proposta defendida pela chapa 5 de Eleições Diretas, pela Comunidade

Escolar, para diretores de escola na rede Municipal de Itaperuna. E declaramos que o

Sepe sempre será seu representante legal em todas as batalhas desta grande luta pelo

reconhecimento da importância dos profissionais da educação no desenvolvimento

desse país.

Programa da diretoria eleita para o Sepe Itaperuna

A “Chapa 2 POR UM SEPE ITAPERUNA DE VITÓRIAS” é um

movimento formado por professores, funcionários e aposentados da rede pública

municipal de Itaperuna e pela rede estadual. Os diretores eleitos atuam como ativistas,

representantes de escola e diretores do sindicato, na luta por nossos direitos e na

organização da categoria. Defendemos as reivindicações da categoria no chão da

escola! Sabendo que uma educação pública de qualidade está firmemente relacionada

à transformação da nossa sociedade e por isso vamos articular nossas lutas ao

conjunto dos trabalhadores da sociedade brasileira - inclusive os professores das

escolas privadas, tremendamente atingidos pela reforma trabalhista. O sindicato, a

nosso ver, precisa de uma renovação, sobretudo, de ideias, de postura e de atuação no

dia a dia das escolas. Queremos trazer os professores e funcionários de volta para as

nossas lutas e por isso teremos uma política clara para os enfrentamentos com a

prefeitura e o governo estadual. Queremos um sindicato que não se isole e que venha

a se articular na defesa intransigente dos direitos históricos do serviço público, da

educação e dos trabalhadores.

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

PROFESSORES TÊM

DIREITO AO DESCONTO

PARA DEPENDENTES.

QUEM

GARANTE?

O SINPRONNF!

A ATUAÇÃO DO SEU SINDICATO

CONQUISTOU ESSA E OUTRAS

CLAUSULAS PRESENTES NA

CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO.

SE DEPENDESSE DAS INSTITUIÇÕES DE

ENSINO, ESSE BENEFICIO JA TERIA SIDO

SUPRIMIDO HÁ MUITO TEMPO.

POR ISSO NÃO PODEMOS BAIXAR A

GUARDA.

PROFESSOR QUE NÃO CONTRIBUI

FINANCEIRAMENTE COM O SINDICATO

FRAGILIZA O SINPRONNF NESSA

DISPUTA.

A AÇÃO SINDICAL PRECISA DE

RECURSOS.

ESSE É UM INVESTIMENTO EM VOCÊ

MESMO.

DIREITOS.

FAÇA A SUA PARTE E A

GENTE GARANTE.

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

"AS TECNOLOGIAS QUE TENTARAM

SUBSTITUIR O PROFESSOR DERAM

ERRADO"

Todas as vezes que uma tecnologia —

seja rádio, televisão ou internet — tentou substituir

o protagonismo de um professor na sala de aula

ela falhou. A opinião é de Paulo Blikstein,

especialista em educação e professor da Stanford

Graduate School of Education. Em visita ao Brasil

para participar de palestra no evento GovTech,

Blikstein defendeu que "nenhuma máquina vai

realizar o milagre de dar o conteúdo certo para

cada aluno, com baixo custo, substituindo

totalmente a orientação humana".

"Recentemente, tivemos o caso da School

of One, escola de Nova York focada em ensino

digital individual, que não deu certo. Houve

também o caso da Summit Learning, plataforma de

educação com investimento do Facebook, que está

sendo criticada pelos pais", diz.

Na visão de Blikstein, métodos e

plataformas que exigem o autodidatismo do aluno

não são eficazes no ensino. "Esses sistemas

funcionam para algumas situações (como

conhecimento em matemática), e para bases

específicas".

Segundo ele, o aluno que já tem

conhecimento em alguma área consegue, sim,

evoluir apenas com a ajuda da tecnologia. Mas o

restante dos estudantes ficaria isolado e sem

diálogo para evoluir.

O professor, que estuda e atua para

implementar novos modelos de educação em

Stanford, afirmou que as escolas privadas de elite

"mudaram a forma de aprendizado, sem demitir

professores". "Elas estão construindo laboratórios

de ciência, contratando mais professores, criando

um modelo onde os alunos aprendam por

projetos", diz.

Uma experiência recente desenvolvida em

uma escola da periferia de Palo Alto (EUA) criou

um laboratório maker, para estimular a criatividade

e motivar crianças imigrantes de baixa renda. Na

prática, também acabou incentivando professores

a inventarem novos modelos de ensino. "Um deles

me disse que não teria motivação para ensinar

ciências aos alunos, se eles só tivessem acesso a

um microscópio 10 minutos por semana. Ele foi até

o laboratório, criou um kit microscópio que custa

US$ 5 e cada aluno ganhou um. Eles foram para

casa com ele e trouxeram várias ideias para a aula",

afirma.

A experiência faz parte do projeto

FabLab@School, que já implementou laboratórios

maker em escolas da Tailândia, da Rússia e

também no campus de Stanford. A cidade

brasileira de Sobral, no Ceará, também ganhará

laboratórios de inovação, segundo Blikstein,

construídos em parceria com a Fundação Lemann.

Blikstein diz que mudar a forma de

aprendizado é importante para ensinar "as

habilidades necessárias no século 21", como

criatividade, pensamento crítico e colaboração.

"Os empregos do futuro exigem pensamento

multidimensional e resolução de problemas

complexos — não o aprendizado de fórmulas".

O desafio é tornar essas novas formas de

ensino, que incluem tecnologia e professor,

acessíveis a todos. "Seria uma grande tragédia se

criássemos uma pequena elite preparada para o

mundo do século 21 e o restante continuasse

aprendendo do jeito do século 19, para empregos

do século 20".

Fonte: Paulo Blikstein

(https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2

018/08/tecnologias-que-tentaram-substituir-o-

professor-deram-errado.html )

.

Fonte: Rafael Correa (Rato Falho)

(https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/08/qu

adrinhos-117/)

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CRIANÇA SÓ PODE ENTRAR NO

FUNDAMENTAL AOS 6 ANOS,

DECIDE STF

Dias atrás eu estava no avião lendo um livro

sobre Educação Infantil e a pessoa sentada ao meu lado

me perguntou quais razões eu defenderia para que bebês

e crianças pequenas frequentassem a Educação Infantil.

Antes que eu começasse a responder, ele, que não era do

campo da educação, acrescentou dizendo que sua dúvida

era sobre quando poderia ser “bom” para um bebê

começar sua jornada em um espaço de vida coletivo e até

quando, ou seja, qual seria a “idade certa” para sair da

Educação Infantil e iniciar no Ensino Fundamental. Essa

era a sua “simples” questão.

Mal sabia ele que nessa simples pergunta

envolvia tantos anos e tantas lutas que temos travado

dentro do campo da educação infantil. Mal sabia ele que

estávamos em meio a uma ação no Supremo Tribunal

Federal querendo revogar a data de corte de ingresso no

Ensino Fundamental – o que implica crianças com menos

de cinco anos sendo matriculadas no Ensino Fundamental

– e que continuamente somos interpelados por projeto de

políticos que acreditam que a creche (0-3 anos) não é uma

direito das crianças e portanto, pode ser substituída por um

“vale mãe crecheira” ou qualquer outro tipo de “cuida-se”.

Olhei para ele sem saber por onde começar a

explicar, ou, se apenas dizia: a educação infantil é um

direito de toda as crianças desde que nascem, e como

direito, me parece que não há mais nada a acrescentar. É

direito e ponto. Lembrei, inclusive, de que quando visitei

as escolas de educação infantil públicas em Reggio Emilia

e Barcelona, fiquei tocado ao ler em um grande banner a

sinalização de uma frase que dizia: “esse espaço é um

direito dos meninos e meninas”, convidando as famílias e

a comunidade a lutar por ele, a se perceber como parte

desse direito. Talvez fosse uma resposta suficiente dizer

que se trata de um direito. Mas a viagem era longa e a

pergunta foi um convite aberto a um diálogo que creio

precisamos fazer.

Quando um bebê começa a

frequentar a creche, estamos tratando do

privilégio desse bebê encontrar seus

pares, outros bebês.

E esse encontro, como possibilidade de crescer

junto, é uma forma dos meninos e meninas irem

descobrindo as aventuras e desventuras de ao mesmo

tempo construir sua noção do eu e de se tornar grupo. Uma

outra criança é sempre uma grande possibilidade e

companhia para conhecer o mundo que acabam de chegar.

Além disso, as oportunidades educativas que um

adulto qualificado pode oferecer para essas crianças em

um espaço institucional, vão se transformando em

reservas criativas e emocionais para as crianças irem

dando sentido sobre suas experiências. Mais ainda, a

cotidianeidade dessas experiências vão construindo uma

marca pessoal em cada menino e menina e moldando seu

horizonte.

Oferecer uma escola de

qualidade para as crianças é dar a ela

chance de criar recursos pessoais para

viver sua infância e crescer.

É por isso que as experiências educativas que

hoje são internacionalmente reconhecidas são aquelas que

conseguem engendrar a possibilidade do convívio entre

das crianças entre elas e a qualidade das oportunidades

educativas que são ofertadas. Mais do que nunca, eu diria,

uma escola precisa dar tempo para as crianças conviverem

e se afrontarem com a presença de um outro real e

concreto.

Além disso, ao longo destes seis primeiros anos

de vida há uma série de experiências importantes que as

crianças vão conquistando. Aprendem a se deslocar,

inclusive, a caminhar. Aprendem a se comunicar e a

entender o que os outros querem dizer através de

diferentes linguagens. Aprendem a controlar seus

esfíncteres, a comer, a vestir-se, aprendem a fazer amigos

a expressar suas emoções e a compreender a dos outros.

Aprendem a colocar em marcha suas estratégias para

resolver os problemas do cotidiano, a dar sentido sobre os

fenômenos do seu entorno. Aprendem todo o tempo sobre

tudo.

Por isso, o espaço da educação infantil se torna

um grande laboratório de cidadania, de convivência, de

democracia e de adensamento dos sentidos que as crianças

vão significando em sua experiência de vida.

Felizmente no Brasil, em especial nos últimos

10, nós fomos conseguindo ir desenhando um modelo de

educação infantil que é diferente do que conhecemos do

ensino fundamental e de outros tipos de serviços voltados

para a primeira infância. Expresso nas atuais Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, é

entendida como

espaço privilegiado de convivência, de

construção de identidades coletivas e de ampliação de

saberes e conhecimentos de diferentes naturezas por meio

de práticas que atuam como recursos de promoção da

equidade de oportunidades educacionais entre as

crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao

acesso a bens culturais e às possibilidades de vivência da

infância (BRASIL, Parecer 20/2009, p. 5).

E nesse tempo de consolidação de uma ideia de

Educação Infantil, em consonância com as discussões

internacionais sobre o tema, fomos entendo que uma

instituição para esta etapa não pode carregar todo o

aparato musculoso do ensino fundamental. Ou seja, a

educação infantil não tem seu currículo organizado em

disciplinas e sim, seus eixos são as interações e

brincadeiras das crianças.

O arranjo curricular proposta

para a educação infantil são os campos de

experiência que tem a centralidade na

experiência da criança e não em listas de

conteúdos prévias.

Estamos solidificando uma identidade de

educação infantil que precisa ser cada vez mais

compreendida pela sociedade e assumida como uma causa

de todos e todas. Enquanto sociedade e representantes dos

direitos das crianças, precisamos lutar para que seja seu

direito estar em boa instituição de educação infantil, com

profissionais bem formados, em condições adequadas e

brincando, convivendo e acessando ao patrimônio que a

humanidade tem sistematizado.

Essa é a melhor herança que podemos deixar

para nossas crianças, é assim que podemos defender seus

direitos, já que criança não tem sindicato. Sejamos nós o

sindicato delas.

Em tempo: Enquanto finalizava esse texto, por

sorte, o Supremo Tribunal considerou constitucional o

corte etário definido pelo Conselho Nacional de

Educação, portanto, somente as crianças que completam

seis anos até 31 de março do ano corrente poderão ser

matriculadas no Ensino Fundamental. Acompanhem as

discussões sobre a Educação Infantil através do

Movimento Interforuns de Educação Infantil do Brasil.

Fonte: Paulo Fochi (https://lunetas.com.br/crianca-so-pode-entrar-no-

fundamental-aos-6-anos-decide-stf/)

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

BNCC SIGNIFICA DEMISSÃO EM

MASSA DE PROFESSORES E

EDUCAÇÃO PARA A DESIGUALDADE

(POR HELENIR AGUIAR SCHÜRER)

No último dia 23, em pleno recesso escolar, o

Ministério da Educação lançou uma convocatória para

o “Dia D” da Base Nacional Comum Curricular do

Ensino Médio (BNCC). O plano, entre o absurdo e o

impraticável, é realizar uma consulta sobre o

documento em 28 mil escolas do Brasil no dia 2 de

agosto; uma semana depois do anúncio.

A iniciativa não representa uma súbita crise de

consciência pela falta de diálogo. Trata-se de uma

tentativa desesperada de implementar a BNCC sem

alterações estruturais, apostando numa tosca fachada de

debate público. A pretensão de discutir as mais de 150

páginas do documento num único dia, com meio milhão

de professores, atesta o que já sabíamos. O governo não

quer conversar com educadores(as) sobre educação

pública.

O motivo é simples: quanto mais desinformada

estiver a comunidade escolar sobre as transformações

explícitas e implícitas na reforma, melhor para os

patrocinadores da BNCC. O Movimento pela Base, que

coordenou a redação aprovada às pressas pelo Conselho

Nacional de Educação (CNE) em 2017, aguarda ansioso

pelas oportunidades de negócio que devem surgir sobre

os escombros da escola pública brasileira.

O grupo, composto por instituições privadas de

ensino, fundações educacionais, gigantes do ramo dos

livros didáticos, movimentos conservadores e think

tanks internacionais, articula-se desde 2013 para

abocanhar parte significativa da educação pública. É um

mercado e tanto, responsável por 86% das matrículas de

Ensino Médio no país. O ataque privatista tem múltiplas

frentes e encaixa-se perfeitamente ao projeto de Estado

mínimo que assola o Brasil e o Rio Grande do Sul.

Demissões em massa

Se a BNCC for implementada, nossa próxima

luta não será por salário ou reposição da inflação. Será

por emprego. A obrigatoriedade de apenas duas

disciplinas implicará em uma redução drástica no

número de docentes de outras áreas. Mesmo

professores(as) de português e matemática serão

afetados, já que 40% da carga de 1.800 horas pode ser

ofertada à distância. Quantos de nós sobrarão?

Já a Educação para Jovens e Adultos (EJA)

poderá se dar 100% à distância. Quantas escolas têm

laboratórios de informática atualizados? Quantos alunos

de escola pública têm acesso fácil a internet de

qualidade?

Com o sucateamento imposto pelo deserto de

investimentos, poucas instituições poderão ofertar mais

do que um dos cinco “percursos formativos”, ou

“currículos flexíveis”, responsáveis pelas 1.200 horas

que complementariam a certificação do Ensino Médio.

Quem puder pagar vai engordar seu histórico escolar

com cursos profissionalizantes e mais aulas em EAD,

entre outras modalidades afeitas à terceirização e

privatização.

Que chances terão os alunos da rede pública de

acessar o Ensino Superior enquanto estudantes da rede

privada desfrutam do menu completo?

A BNCC promove um verdadeiro apartheid

socioeducacional, projetado para transformar jovens em

massa de trabalho acrítica e apática. Mão de obra barata

para a estratégia neoliberal de superação da crise do

capital. Há, aqui, uma sinergia com o projeto Escola

sem Partido, que censura educadores(as), engessa

conteúdos pedagógicos e inibe reflexões críticas sobre a

condição social da imensa maioria dos brasileiros.

Essa discussão não pode ficar entre quatro

paredes e tampouco ser reduzida a um dia de debates

inócuos e orientados por quem ataca a escola pública. É

preciso ampliar o conhecimento sobre as reais

consequências e intenções da BNCC e da Reforma do

Ensino Médio para o conjunto da sociedade.

Precisamos envolver toda a comunidade

escolar, incluindo pais e alunos(as), na defesa de uma

educação pública, gratuita e de qualidade, com gestão

democrática e comprometida com a formação integral

do cidadão. Não há remendo que possa consertar uma

proposta viciada em suas origens. O futuro da escola

pública depende da revogação imediata da BNCC e da

Reforma do Ensino Médio.

(*) Helenir Aguiar Schürer é professora do Estado há

mais de 30 anos e atual presidente do CPERS Sindicato.

Fonte: Helenir Aguiar Schürer

(https://www.sul21.com.br/opiniaopublica/2018/07/

bncc-significa-demissao-em-massa-de-professores-

e-educacao-para-a-desigualdade-por-helenir-

aguiar-schuerer/ )

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO QUER

REFORMAR A POLÍTICA NACIONAL DE

EDUCAÇÃO INCLUSIVA.

NÃO PERMITIREMOS!

Leia, a seguir, o manifesto contra a tentativa

do MEC de reformar a Política Nacional que traz as

diretrizes para a educação inclusiva no Brasil. Ao final

do texto, veja como você pode ajudar na mobilização

contra esse absurdo!

POSICIONAMENTO DO FÓRUM

NACIONAL DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

SOBRE INTENÇÃO DO MEC DE REFORMAR A

PNEEPEI (2008)

Recebemos com indignação a notícia de que o

Ministério da Educação – MEC fará uma reforma nas

diretrizes fundamentais da Política Nacional de

Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva – PNEEPEI (2008), sob a justificativa

mórbida e sem fundamento de necessidade de

“atualização”. Tal Política foi fundamentada na

Constituição Federal de 1988 e na Convenção sobre os

Direitos das Pessoas com Deficiência – CDPD, sendo

esta última norma constitucional. Pela lei, os sistemas

educacionais devem ser inclusivos!

A proposta de reforma EXCLUI do nome da

Política o termo “na perspectiva da educação inclusiva”.

Isso já diz muito sobre o que se pretende. Trata-se de

revisionismo, e não de atualização. Esse movimento é

uma tentativa de recriar espaços específicos

(segregados) para a relação ensino-aprendizagem de

pessoas com deficiência, prática que a legislação

vigente rechaça e que a atual Política, que o MEC quer

destruir, igualmente não permite.

A PNEEPEI, que defendemos por dever ético,

definiu a educação especial, outrora modalidade escolar

substitutiva, como uma modalidade transversal que

perpassa todos os níveis, etapas e modalidades de

ensino, com o intuito único de promover a inclusão.

Assegurar o Atendimento Educacional Especializado de

maneira complementar e/ou suplementar é uma

conquista da nossa sociedade e uma evidência de sua

evolução. Não há o que reformar!

Também não aceitaremos um processo que

escancaradamente excluiu do debate educadores,

universidades, pesquisadores, movimentos sociais,

sindicatos e instituições que defendem a inclusão

escolar, uma vez que a proposta de reformar a PNEEPEI

foi anunciada em reunião organizada pela Secretaria

Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e

Inclusão – SECADI, em 16 de abril de 2018, em

Brasília. Dessa reunião participaram pouquíssimas

instituições, sendo a maioria historicamente contra os

avanços da PNEEPEI.

Suprimir direitos de pessoas com deficiência

talvez seja a face mais vil do retrocesso que nos foi

imposto. Pessoas com deficiência têm direitos humanos

e as suas vidas importam!

Fonte: MEIRE CAVALCANTE

Ver artigo completo em:

(https://inclusaoja.com.br/2018/05/12/o-ministerio-

da-educacao-quer-reformar-a-politica-de-inclusao-

escolar/)

Page 8: SINDICATO DOS PROFESSORES - Sinpro NNF€¦ · Autismo: Guia Prático. 4 ed. São Paulo: AMA; Brasília: CORDE, 2004. BRASIL. Decreto Federal nº 8.368/2014, de 02 de dezembro de

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

A QUEM INTERESSA A PROPOSTA

DA BASE NACIONAL COMUM

CURRICULAR?

SEPE/RJ reapresenta as principais polêmicas

suscitadas pelas propostas e imposições do MEC do

governo golpista de Temer sobre as Bases Nacionais

Comuns Curriculares (BNCC). Os profissionais da

educação da Rede Estadual do Rio de Janeiro e de todas

as redes municipais devem urgentemente discutir, se

posicionar e se mobilizar contra estes “currículos

nacionais”. Pois a BNCC incidirá sobre o nosso fazer

pedagógico, sobre os cursos das licenciaturas e curso

normal, sobre as políticas de formação continuada e

materiais didáticos em todas as redes.

A BNCC golpista para a Educação Infantil e

Ensino Fundamental já foi imposta, temos que

organizar uma grande luta de resistência para

revoga-la. Já a BNCC para o Ensino Médio

“está em discussão”, uma discussão fictícia organizada

pelo MEC, “para inglês ver”.

O sindicato apoia-se, especialmente, nas

formulações da Exposição de Motivos contra a BNCC,

elaborada pelo GT de Currículo da ANPED

(Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em

Educação) e ABdC (Associação Brasileira de

Currículo). Duas entidades que representam grande

acúmulo teórico de profissionais das várias áreas da

Educação, entidades comprometidas com as lutas por

uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade,

democrática e socialmente referenciada.

É surpreendente que a BNCC da Educação

Infantil e Ensino Fundamental tenha sido imposta, e a

BNCC do Ensino Médio esteja “em discussão” sem um

exaustivo e amplo diagnóstico das Diretrizes

Curriculares Nacionais, documento ainda em vigor no

país, elaborado entre os anos de 2009 e 2012.

Qual é a avaliação do impacto das DCN’s

sobre os nossos sistemas de ensino?

As Diretrizes são insuficientes para o pleno

desenvolvimento da educação pública no Brasil? Indo

além: quais são as reais possibilidades de sucesso das

políticas curriculares sem a transformação das

condições efetivas das escolas e a valorização dos seus

profissionais, sem a superação das adversidades em

regiões ainda marcadas pela miséria e violência?

No estado do Rio, o debate foi praticamente

inexistente, e continua assim. Políticas como “Dia D de

discussão nas escolas”, ou no caso da Rede Estadual a

imposição de um “sábado pedagógico” com este tema,

são completamente insuficientes, marcadas pelo

formalismo e inclusive pelo autoritarismo. Discussões

sobre currículo exigem tempo, leitura, estudo, reflexão

coletiva, inclusão das diferenças. É constitucional,

inclusive, a convivência democrática de plurais

concepções pedagógicas, base política claramente

contrária a um “currículo nacional” uniformizador.

O SEPE/RJ já realizou reflexões sobre o tema

num Seminário de Educação, em outubro de 2015.

Certamente um caminho apenas inicial, que

pretendemos retomar e aprofundar urgentemente. Por

isso o SEPE/ RJ relança este boletim, atualizado, e

convida a categoria para o debate e mobilização

coletiva. Temos que denunciar a BNCC golpista,

rejeitá-la e revogá-la.

TEMOS QUE CONSTRUIR, DESDE O

“CHÃO DA ESCOLA”, NOSSAS

POLÍTICAS EDUCACIONAIS,

ALTERNATIVAS

1. Diversidade x homogeneização

A BNCC possui uma tendência à

padronização, numa lógica de administração da

educação centralizada, calcada no tripé: formação de

professores, avaliação em larga escala e BNCC.

Acentuando-se a homogeneização, os aspectos da

diversidade, da localidade, da autonomia dos processos

pedagógicos e curriculares em cada escola

enfraquecem-se e se reduzem a um segundo plano.

Uma proposta que não privilegia tais

elementos vai de encontro às lutas políticas ocorridas no

Brasil, garantidas na LDB, no artigo 3°: a valorização

dos profissionais da educação, da gestão democrática,

da diversidade, da tolerância, da experiência

extraescolar, da pluralidade de ideias e concepções

pedagógicas.

2. Nacional como homogêneo: um perigo para

a democracia

Entendemos que a qualidade da Educação

Básica só pode ser pensada socialmente e como direito

público de todo e qualquer cidadão.

Consequentemente, qualquer proposta

curricular precisa considerar as adversidades e

diversidades locais (de ordem étnica, cultural, social,

política e econômica) e individuais, relativas a

interesses e capacidades de aprendizagem e aos direitos

de respeito aos conhecimentos construídos antes e fora

da escola. Para além dos direitos de aprendizagem de

conteúdos prescritos fora do universo social dos alunos

e organizados sem levar em conta que estes são, e

precisam ser, sujeitos de suas aprendizagens.

As desigualdades, diferenças e diversidade

social, cultural e econômica existentes no Brasil

exigem, portanto, flexibilidade na norma curricular.

Essa flexibilidade é incompatível com a definição de

uma base nacional comum idêntica para todos, sob pena

de entendimento do nacional como homogêneo e do

comum como único, contrariamente aos princípios de

respeito e valorização da pluralidade, fundamento da

educação nas sociedades democráticas.

3. Os entendimentos do direito à aprendizagem

Os defensores da BNCC se utilizam de alguns

aspectos para sustentar a ideia da Base Nacional

Comum, entre eles está os direitos de aprendizagem dos

estudantes. Estes são apresentados na BNCC através de

eixos, conteúdos, dos quais se desdobram nos objetivos

a serem alcançados pelos professores. O direito a

educação se reduz a direito a aprendizagem

e se transforma em mera escolarização. Na

BNCC há uma naturalização e homogeneização dos

direitos; as diferenças são tratadas como especificidades

e são escamoteadas. Ou seja, as diferenças são

escondidas ou não são tratadas como deveriam num

processo educativo. O direito à aprendizagem acaba não

sendo articulado com as outras dimensões deste

processo educativo, que é mais complexo e

multirreferencial do que se apresenta na BNCC. A

aprendizagem não se esgota em uma lista de conteúdo.

4. Conteúdo não é base

A lógica da BNCC, baseada na seleção de

conteúdos, desconsidera os contextos de produção,

calcados sempre em relações de poder, que excluem

uma pluralidade de saberes e de atores sociais,

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

desconhecendo que a construção do currículo é uma

arena de combates em torno de diferentes significados.

Uma reforma curricular deve iniciar sua

discussão pelo chão da escola através de questões

centrais: o que é o currículo? O que é avaliação? O que

são direitos de aprendizagem? Uma questão se coloca:

a possibilidade da BNCC difundir um modelo baseado

na hierarquização, padronização, “apostilamento” e

privatização do ensino.

5. Projetos parecidos fracassaram em outros

países

Parte dos argumentos utilizados a favor da

imposição de uma Base Nacional Comum se baseia em

experiências internacionais de avaliação de

desempenho externas, modelos meritocráticos

amarrados em um “currículo comum” de base nacional.

Pouco se fala sobre os resultados produzidos em países

como EUA, África do Sul, Suécia e Finlândia: nesses

países, as propostas apresentadas aqui no Brasil como

“salvadoras da pátria” estão sendo duramente criticadas

por profissionais renomados, levando a mea culpa de

reformadores como a americana Diane Ravitch e o sul-

africano Lesley Le Grange. Por outro lado,

pesquisadores na área de educação levantam temas

polêmicos referentes à reformas neoliberais no espaço

escolar, como a denuncia do “processo de demonização

das professoras americanas” de William F. Pinar.

Por fim, tais experiências expõem uma

fragilidade grave: uma hierarquização proposta pela

divisão “planejadores” e “executores” na BNCC destoa

de um projeto educacional que almeje a construção de

princípios democráticos cada vez mais radicais nos

ambientes escolares. A homogeneização curricular

atinge princípios básicos defendidos e dinamizados por

milhares profissionais que visam garantir a diversidade,

a autonomia e a busca por práticas democráticas e a

valorização dos saberes locais.

6. Gestão democrática x responsabilização

A adoção da BNCC comprometerá a

democratização da gestão escolar conforme definido

pela LDB e pelo PNE. O atrelamento da BNCC às

avaliações externas, bem como seu caráter prescritivo

fortalecem instâncias de controle do trabalho docente

com a adoção de um modelo de gestão de inspiração

abertamente empresarial, não participativo, que

concentra poderes nas mãos de diretores e autoridades

externas às escolas, tanto na gestão administrativa

quanto pedagógica.

A adoção dessas políticas padronizadas de

cima para baixo deixa pouca ou nenhuma margem de

manobra para a definição dos projetos político-

pedagógicos com o planejamento das ações e currículos

escolares, na medida em que promovem a

parametrização pelo mínimo obrigatório dos currículos

das escolas e as hierarquizam de acordo com seus

resultados.

Entendemos que o papel do MEC como gestor

da política educacional brasileira e responsável pelo

respeito a legislação educacional brasileira passa por

proteger as diversidades, e não por conduzir “os

administradores” dos sistemas locais de educação a

qualquer tipo de influência unificadora desrespeitosa

para com as especificidades e possiblidades de trabalho

das unidades educativas sob sua responsabilidade ou a

pressão sobre profissionais da educação, estudantes e

comunidades escolares ditadas por mercados ou outros

interesses que não o da construção de um sistema

público de educação para todos, democrático, laico e de

qualidade.

Sustentamos que a coerência com os princípios

democráticos aponta para a busca cada vez maior de

flexibilização e de suporte local e não para o movimento

de unificação curricular, que se mostra favorável ao

estabelecimento de hegemonias e consequentemente

exclusão social e escolar. Inspirados no sociólogo

Boaventura de Souza Santos, defendemos que “as

soluções para os problemas globais são locais e que,

quanto mais global for um problema, mais locais devem

ser as soluções”.

7. A Base e a avaliação (contribuição do

professor Luiz Carlos de Freitas)

A elaboração da BNCC ficou centrada na

produção de objetivos de aprendizagem que parecem

voltados para a elaboração de testes padronizados e

censitários, que serão usados como instrumentos para a

meritocracia. Que desconsidera as possibilidades

específicas de ensino e aprendizagem nos diferentes

contextos sociais, culturais e econômicos. É o controle

verticalizado, ampliando os processos de segregação

escolar, ao contrário do que dizem propor aqueles que a

defendem. Uma Base Nacional (se é possível de ser

feita) deveria partir de um entendimento sobre o que é

uma boa educação para poder orientar os esforços da

nação na formação de sua juventude, e não de medidas

fragmentadas de seleção e organização de conteúdos

sem que objetivos mais amplos a oriente.

Ao invés disso, o MEC assumiu valorizar a

controversa ideia de que obter nota alta ou melhorar a

nota média do estudante ou da escola em testes de

avaliação padronizados e censitários conduz a boa

educação nacional, em uma perspectiva de

hipervalorização do “teste” como guia e orientador das

políticas de currículo, quando deveria se dar o oposto. Com relação a isso, temos a experiência do

estado de Nova York, nos EUA, onde 220 mil crianças

foram retiradas do sistema público de avaliação por seus

pais, o que atesta a capacidade opressora e nociva aos

estudantes daquilo que se pode chamar de

“avaliacionismo”.

Junte-se a isso a ruptura com a necessária

autonomia docente que a padronização curricular, por

meio da avaliação externa e hierarquizadora, causa –

com consequências sobre as necessárias adaptações nos

procedimentos e modos de abordar conteúdos em

função das necessidades e possibilidades dos estudantes

em cada sala de aula e em cada escola. Ou seja, temos

motivos suficientes para questionar a possível melhoria

da qualidade da escola pública promovida pela

definição da base, reiterando nossa posição contrária a

ela.

8. Desqualificação do trabalho docente:

unificação curricular e avaliação externa

A BNCC reforça a formação tecnicista e

neoliberal, e em relação aos docentes, estes são vistos

como “os grandes culpados” do processo educacional,

centralizando a maior parte da responsabilidade pelo

êxito da educação, êxito este quantificado pelas

avaliações externas. Mais uma vez a Base imposta ou

proposta não considera a diversidade como componente

do processo educacional, nas avaliações externas e no

currículo unificado não há espaço para as diferenças,

essenciais na educação.

Os educadores não podem ser culpabilizados e

desmoralizados pelo fracasso de metas impostas

externamente ao ambiente escolar. A BNCC se baseia

em reformas curriculares guiadas por valores

mercadológicos, antidemocráticos e desumanizadores.

Defendemos uma educação para a diversidade, que

valorize a autonomia de cada escola, o que permite que

cada problema e situação específica seja tratada por

educadores, conselhos e outros agentes da escola em

parceria com universidades ou outros espaços

democráticos de socialização do conhecimento. 9.

Metodologia da construção da BNCC: pressa, indicação

e indefinição.

Um último ponto refere-se à metodologia de

construção da BNCC, guiada pela pressa e pela

indefinição sobre etapas e critérios. Os prazos são

apressados, os debates minimizados, as participações

reduzidas e as consultas aos sujeitos da educação são

meros simulacros. As “consultas” se dão em termos de

concordância e discordância com as propostas

apresentadas ou impostas, não há debate sobre os

sentidos do que está se propondo ou impondo. As

“consultas” têm limites muito estreitos: no máximo

adequação do que já está pré-definido.

Vídeos de “sensibilização”, ostensiva

propaganda promotora, consultas com documentos de

múltipla escolha, comissões indicadas apenas por

governantes e empresários da educação...

Questionamos: quem escreveu a BNCC? Como as redes

estaduais e municipais participaram ou participarão?

Quem foram os “especialistas” que orientaram

teoricamente a construção da BNCC e quais são os seus

interesses? A quem interessa essa reforma?

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E

A EDUCAÇÃO INFANTIL

NÃO À BNCC!

PELA REVOGAÇÃO IMEDIATA DA

REFORMA DO ENSINO MÉDIO!

Num momento em que o governo ilegítimo e

usurpador de Temer continua a promover a retirada de

direitos da população, a educação pública, a juventude

e os profissionais de educação se tornaram o alvo

central destes ataques. É nesse contexto que se encontra

inserida a BNCC e a Reforma do Ensino Médio (Lei

13.415).

Não pode haver melhorias nem acertos num

documento que atende aos interesses dos setores

privatistas, que querem abocanhar ainda mais os

recursos destinados à educação pública. Por isso, a

posição do sindicato e da categoria, aprovada em

assembleia, é clara: Não à BNCC e pela revogação da

Lei 13.415. Por que lutar contra a BNCC e a Reforma

do Ensino Médio

- Porque a implantação dessas propostas

aprofundará ainda mais as desigualdades sociais e

educacionais no Brasil, negando a pluralidade, a

diversidade e a democratização do conhecimento em

nossas escolas;

- Porque o Estado se desrresponsabiliza da

formação integral e diversificada dos nossos jovens,

reduzindo drasticamente as possibilidades de ingresso

da população de baixa renda nas universidades públicas;

- Porque ela significa uma radical cisão entre o

ensino médio e a educação fundamental através dos

itinerários formativos, rompendo com a unidade da

educação básica brasileira;

- Porque haverá um empobrecimento

curricular com a obrigatoriedade apenas de português e

matemática, que também terão suas cargas horárias

reduzidas, podendo parte dela ser ministrada à

distância;

- Porque as outras disciplinas não serão mais

obrigatórias, podendo ser ofertadas à distância ou em

módulos;

- Porque este “currículo flexível” poderá ser

ofertado através de convênios privados de qualquer tipo

ou educação à distância;

- Porque com os chamados “itinerários

formativos”, na prática, cada escola vai oferecer as

disciplinas que possuírem professores, ao contrário do

que vende a propaganda na qual o aluno vai escolher o

que quiser;

- Porque a mercantilização e a privatização do

Ensino Médio, fomentadas pela Reforma,

caminham em sintonia com a Emenda

Constitucional n. 95, a qual congela por 20 anos os

investimentos públicos em políticas

sociais, inclusive na educação;

- Porque ela leva à precarização do trabalho

docente e ao desemprego, pois com a terceirização das

atividades fins, a contratação de profissionais com

“notório saber” e o ensino à distância, esta lei dispensa,

na prática, a necessidade de concursos públicos;

- Porque, para os professores da rede estadual,

ela significará a sua repartição ainda maior em várias

escolas, procurando unidades para se alocar, tentando

não ser “expulso” da rede estadual.

Fonte:

Boletim do Sepe Especial BNCC é uma publicação

da Secretaria de Imprensa do Sepe-RJ - Sindicato

Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de

Janeiro -Fundado em 16 de julho de 1977

Endereço: Rua Evaristo daVeiga, nº 55, 7º/8ºandares

Centro - Rio de Janeiro (RJ) - CEP 20031-040

Tel.: 2195-0450. www.sepe-rj.org.br

Tiragem desta edição: 20 mil exemplares

NÃO ACABO AMIZADE POR

POLÍTICA

Se tu concordas que os portugueses não

pisaram na África e que os próprios negros enviaram

seus irmãos pra nós servir; acabo a amizade pelo

desconhecimento da HISTÓRIA;

Se tu concordas que 170 projetos, apenas dois

aprovados, é o mesmo que 500; acabo a amizade por

causa da MATEMÁTICA;

Se tu concordas que o alto índice de

mortalidade infantil tem a ver com o número de

nascimentos prematuros; acabo a amizade pela

CIÊNCIA;

Se tu concordas que é só ter carta branca para

que BM e Civil matem quem julgarem merecer; acabo

amizade por causa do DIREITO;

Se tu concordas que não há evidências de uso

indevido do dinheiro público, mas acha que é mito quem

usa apartamento funciona "pra comer gente"; acabo

amizade pela MORAL;

Se tu concordas que Carlos Brilhante Ustra não

foi torturador e que merece ter suas práticas exaltadas;

acabo amizade por (falta de) CARÁTER;

Se tu concordas que Bolsonaro participou, aos

16 anos, da perseguição ao Lamarca; acabo a amizade

por (falta de) VEROSSIMILHANÇA;

Se tu concordas que não temos dívida social

com um povo que foi arrancado de seu mundo pra servir

a outro e que diferenças de tratamento étnico-racial é

historinha; acabo amizade por RACISMO;

Se tu concordas que as mulheres devem ganhar

menos por gerar vidas e que são frutos de "fraquejadas",

merecendo serem estupradas, ou não, de acordo com sua

aparência; acabo amizade por MISOGINIA;

Se tu concordas que não há possibilidade das

pessoas viverem sua sexualidade livremente, com

direitos e deveres como qualquer cidadão ou cidadã,

mas que sim devam apanhar para aprender o "certo";

acabo amizade por HOMOFOBIA;

Como vocês podem ver, não acabo amizade

por política.

Acabo pela quantidade de truculência,

ignorância e desrespeito que acompanha quem diz que

não se acaba amizade por política.

O fascismo não se discute, se combate.

Fonte:

Marco Antônio Junior Conteúdo Inteligente

(https://www.facebook.com/pg/marco34comunicad

or/posts/)

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SINDICADO DOS PROFESSORES DO NORTE NOROESTE FLUMINENSE

A ALMA ARRANHADA E O

MUSEU NACIONAL: A FERIDA

PERPÉTUA DA CATÁSTROFE DOS

NOSSOS DIAS

Escrevi esse texto um dia após o incêndio que

consumiu o Museu Nacional. Dia 03 de setembro: Dia

do Biólogo. A ironia é que essa data que me traz tanto

orgulho, hoje tem um gosto amargo de esperança

chamuscada da mais profunda tristeza.

Ontem foi um domingo de sol e cheio de vida

na cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro. Várias

famílias visitaram pela última vez esse patrimônio da

humanidade e da sociedade carioca. Era um dia de

domingo comum onde a felicidade e a carioquice

transitava pela sua própria casa: A Quinta da Boa Vista

e o Museu Nacional.

O Museu Nacional: Essa instituição com ares

de eternidade magnífica, receptiva a tantas pessoas,

reduto de conquistas e alegrias, local que me inspirava

profunda reverência, sucumbiu e rasgou todos os nossos

corações.

Todo carioca tem lembranças da Quinta da Boa

Vista. Lá é um lugar imenso, cheio de vida onde todo

mundo pode entrar de graça, brincar, fazer piquenique,

relaxar - e eventualmente ser mordido por muitos

mosquitos. E lá na Quinta, no imperial bairro de São

Cristóvão, repousa o Zoológico do Rio e o nosso Museu

Nacional.

Ele foi a residência de monarcas e fazia parte

da história da única capital imperial das Américas bem

aqui no local mais acolhedor do Rio de Janeiro.

E nos dias atuais era também a casa do povo e

do livre-saber. Ele era de todos nós. Preços acessíveis

com ciência e cultura de qualidade para todos. E foi

devorado pelas chamas a olhos vistos por todos nós.

Todos choramos.

Eu sempre vi o Museu como o meu Museu. Eu

visito o Museu desde criança. Minha mãe (apelidada de

C4), bióloga, sempre me incentivou a amar as Ciências

Naturais e outros campos de conhecimento como a

História, Antropologia e a Arqueologia. Eu hoje mesmo

sou Bióloga, Paleontóloga, Paleobiogeografa e agora

estudo o Paleoclima e flerto claramente com a

Arqueologia. Boa parte da minha vocação se dá a

espaços como o Museu Nacional. Ele me ensinou a

sonhar e a tecer meus sonhos.

Dói saber que uma parte de nós, cientistas, foi

roubada de nós pelo descaso, pela maldade de

desmontes sistemáticos e repetidos. Roubaram nosso

passado como parte integrante da humanidade.

Roubaram o nosso presente. Roubaram o nosso

futuro. O quanto ainda podia ser estudado? O quanto

ainda podia ser descoberto? E nessa imensidão do

silêncio da possibilidade imensurável, repousa o

dilacerar dos nossos pensamentos de tudo o que

poderíamos ser e nunca mais seremos.

Nada mais simbólico do que as chamas do

Museu Nacional. A primeira instituição científica do

Brasil. O maior acervo das Américas. O reduto de

conhecimento de múltiplas áreas, a

interdisciplinaridade corriqueira que cumpria, desde

sempre, o dever máximo da ciência: Divulgar o

conhecimento. Trazer para o indivíduo comum o

esclarecimento. Tudo às vésperas do dia do Biólogo e

às vésperas do feriado da Independência do Brasil.

Ainda mais considerando que a Declaração da

Independência do Brasil foi assinada pela Princesa

Leopoldina dentro desse prédio. Nele também foi

realizada a nossa primeira Assembleia Constituinte

como República.

Tudo no Museu Nacional reflete em amplas

grandezas de tempo. São 200 anos de instituição em

aproximadamente 500 anos de Brasil. Milhões de anos

perdidos pelos nossos fósseis.

Milhares de anos queimados com nossos

registros arqueológicos e antropológicos. Centenas de

anos de registros históricos e da biodiversidade que se

esvaíram. O registro do nosso conhecimento nos é

tomado pelas labaredas da ignorância.

Um museu é muito maior que a exposição. Ele

compreende a reserva técnica, a documentação, livros-

tombo, salas de aula, equipamentos e materiais de

pesquisa, holótipos, arquivos, materiais bibliográficos,

arquitetura, arte entre outros elementos fora os materiais

que ainda não haviam sido tombados.

Quem vive de pesquisa nesse país, é por

natureza um sobrevivente. Quem faz ciência é

resiliente. Tudo conspira contra. Há falta de

investimento, incentivo, compreensão, apoio. A falta de

amadurecimento como nação.

Qual cientista nunca escutou: "Você só estuda,

não trabalha" ou viveu com críticas obtusas de ser um

"Estudante profissional" ou "que mama nas tetas do

Estado" entre outras barbaridades que temos de escutar

no nosso cotidiano. Mal sabem que Ciência é um

trabalho. Eu mesmo já cheguei a trabalhar mais de 14

horas por dia; eu costumo trabalhar aos finais de

semanas, feriados; não tenho férias. Minha vida gira em

torno de prazos super apertados, falta de estrutura e com

baixo incentivo financeiro.

E isso não é privilégio meu. É algo que faz

parte do cotidiano de milhares de cientistas das mais

diversas áreas do conhecimento.

Tudo pela sede do conhecimento do meu país,

do mundo, da humanidade, da ciência que pretende, por

definição, avançar e nos elevar como sociedade. As

pessoas mal sabem que boa parte da nossa vida

contemporânea não seria real sem a produção desse

conhecimento para a compreensão daquilo que nos

cerca e daquilo que nos faz sermos nós mesmos. Sem a

pesquisa não podemos nem elaborar hipóteses e

predições para cenários futuros e sobreviver às nossas

próprias ações como humanidade.

Fala-se de um acervo de mais de 20 milhões de

peças. Mas um museu é muito mais que isso. Ele é a

memória. Ele é a cultura. Ele é o ensino.

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Ele é a educação. Eu, particularmente, nunca

trabalhei com materiais provenientes do Museu

Nacional. Mas tenho dezenas de amigos e colegas que

foram formados por essa instituição ou que trabalhavam

lá diretamente ou através de parcerias. Sem contar os

convênios entre instituições brasileiras e internacionais.

Quem trabalha com pesquisa sabe da dedicação que ela

exige em termos de excelência e dói saber que vidas

foram arruinadas, carreiras foram reduzidas a pó e

sonhos atuais e futuros se perderam.

Quantas crianças passaram a amar as Ciências

Naturais ou Arqueologia, Antropologia, História

através do contato com o Museu Nacional? E quem

perdeu seu local de vocação, de sonho, de pesquisa,

perde também a sua casa. Então somos um Rio e um

país mais uma vez órfão de si mesmo.

Quanto a memória, trago lembranças da minha

infância, adolescência, juventude, do meu

desenvolvimento como ser humano, cidadã e cientista.

Conhecimento, Maravilha e Fantasia. Uma das minhas

heroínas era a Imperatriz Teresa Cristina, esposa de D.

Pedro II, culta, intelectual, nerd e que sempre apoio a

arte, a cultura, a ciência e que trouxe sua paixão pela

pesquisa pelo conhecimento e ajudou a desenvolver o

embrião da pesquisa no Brasil. Tudo no Museu

Nacional.

Além disso, eu sempre imaginava as princesas

em seu jardim (Jardim das Princesas), fazendo

mosaicos e sendo educadas com maestria pelos seus

tutores. A vida de um tempo que só reconhecia pelos

livros de história. Também quando eu ia lá podia

desfrutar de um pouco da história dos meus

antepassados, que também amavam a ciência e que se

importavam com o meu país.

Os nerds, pensadores e intelectuais imperais e

de diversas outras gerações que passaram pelo Museu

Nacional e que amavam essa terra e que respeitavam o

conhecimento e o saber.

É tudo muito triste saber que a perda será

irreparável e que as futuras gerações nunca poderão

entrar no museu e descobrir suas maravilhas e ter aquele

gatilho, aquela fagulha de deslumbramento que poderia

instigar novos cientistas.

E essa ferida, será para sempre nossa.

A resiliência nos é inerente como cientistas.

Ela precisa ser também como humanidade. Mesmo que

a gente saiba que esse descaso não é só com o nosso

museu. Ela é com todas as instituições de saber, cultura,

memória do nosso país e, com especial destaque, o Rio

de Janeiro. Uma metáfora que se faz carne e nos

estapeia.

Mas resistimos, enxugando as nossas lágrimas

e seguimos em frente, rasgando a indiferença.

O Museu vive. Ele ainda respira dentro de nós.

Afinal, como diria o Dr. Ian Malcolm em

Jurassic Park (1993): "Life finds a way".

Autor: Thaís de Castro Cunha Parméra é Bióloga

(Licenciatura e Bacharelado) pela UERJ; Bacharel

em Direito pela UFF; Analista de Sistemas

Informatizados pelo Instituto Superior de

Tecnologia em Ciências da Computação do Rio de

Janeiro (Faeterj- Rio); Mestre em Ecologia e

Evolução pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (UERJ); Especialista em Gestão Ambiental

pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).

Atualmente doutorando em Análise de Bacias e

Faixas Móveis também pela UERJ. É jornalista,

editora do Jornal S.O.S. Terra Resistência Verde e

integra a divisão de meio ambiente da ONG

Movimento Conservacionista Teresopolitano.

Trabalha com arte, projetos sociais e de educação há

mais de 12 anos. Tem um blog e um canal no

Youtube chamado “Utopia Cibernética” e realiza

frequentemente parcerias com outros blogs e

podcasts do Brasil.

Fonte:

(http://egomol.blogspot.com/2018/09/a-alma-

arranhada-e-o-museu-nacional.html?m=1)

MUSEU NACIONAL: O

PASSADO E O PRESENTE QUE SE

FORAM...

Hoje, dia 2 de setembro de 2018, o Museu

Nacional da UFRJ sofreu um incêndio de dimensões

catastróficas cujas reais perdas ainda não é possível

estimar. Mas as imagens veiculadas na TV e na internet

não deixam dúvidas sobre a gravidade e a dimensão da

perda material que as chamas provocaram. Um prédio

histórico com um acervo de mais de 20 milhões de

artefatos, além de ser um local de ensino e de pesquisa

dedicados aos mais diversos campos do conhecimento,

contribuiu por mais de 200 anos para a preservação e o

desenvolvimento da ciência em nosso país.

Localizado no interior do parque da Quinta da

Boa Vista, mais precisamente no Palácio de São

Cristóvão, que outrora foi a residência da Família Real

portuguesa (1808 a 1821) e brasileira (1822-1899) e

tendo sediado a primeira Assembleia Nacional

Constituinte da nascente república (1889-1891), o

Museu Nacional é uma das instituições científicas mais

antigas do Brasil, além de ser considerado um dos

maiores museus de história natural e de antropologia

das Américas. Em 1900, foi aberto ao público com suas

exposições permanentes. Dada a sua importância

histórica, já em 1938 o prédio foi tombado pelo Instituto

do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),

sendo incorporado à Universidade do Brasil, atual

Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1946.

Durante os seus duzentos anos de história, foi

preservado em seu museu um acervo em constante

transformação, englobando alguns dos mais relevantes

registros brasileiros no campo das ciências naturais e

antropológicas.

O seu acervo não se limita a itens brasileiros,

pois, do ponto de vista temporal e espacial, havia uma

rica e diversificada variedade de elementos

provenientes de diversas regiões do mundo, artefatos de

sociedades humanas povos e civilizações antigas (como

múmias) ou mesmo itens não humanos como fósseis de

criaturas pré-históricas.

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Este acervo é fruto de situações variadas como

aquisições, escavações, coletas, permutas e doações,

sendo dividido em coleções de campos científicos como

geologia, paleontologia, botânica, zoologia,

antropologia biológica, arqueologia e etnologia.

Se colocado em números, no interior dos

11.417 m² de área construída do Museu, eram

encontradas 15.652 amostras de coleções geológicas,

537 mil títulos da biblioteca, 550 mil exsicatas de

plantas do herbário, 1.560 obras raras na Biblioteca

Central, dentre as quais, uma datada de 1481, 6 milhões

e 550 mil exemplares de coleções geológicas, 17.915

exemplares base (tipos) de descrições originais de

espécies.

Além disso, nos arredores do palácio, há o

Horto Botânico, com um espaço verde de

aproximadamente 20.000 m² onde são encontradas

cerca de 330 espécies vegetais oriundas de ecossistemas

nacionais e espécies exóticas. Ali são realizadas

pesquisas botânicas, canteiros de ervas medicinais e

plantio de mudas. Números impressionantes que não

encontram par na América do Sul.

As atividades de ensino e de pesquisa se

distribuem entre os departamentos de Antropologia

Biológica, Antropologia Social, Arqueologia, Etnologia

e Etnografia, Linguística, Botânica, Entomologia

(insetos), Geologia e Paleontologia, Invertebrados e

Vertebrados. Além de seis programas de Pós-

Graduação: Programa de Pós-Graduação em

Antropologia Social (PPGAS), Programa de Pós-

Graduação em Arqueologia (PPGArq), Programa de

Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPGBot),

Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGEO),

Mestrado Profissional em Linguística e Línguas

Indígenas (PROFLLIND) e Programa de Pós-

Graduação em Zoologia (PPGZoo). O acervo também

era objeto de estudo do Curso de Especialização em

Acessibilidade Cultural com intuito de melhorar a

acessibilidade no Museu.

Com um capital cultural ou humano

riquíssimo, o Museu apresentava os mais variados

campos das ciências desenvolvidas por alunos e

pesquisadores, oferecendo ao público, especializado ou

não, contato com conhecimento acadêmico produzido

dentro e fora de seus muros, estreitando fronteiras,

despertando curiosidade e fascínio, proporcionando um

lugar de memória afetiva e acadêmica para um sem

número de pessoas que marcaram a sua existência. Por

fim, a história deste museu é a história de seus itens, de

suas edificações e de sua gente, daqueles que fazem o

seu dia-a-dia.

No ano em que completou 200 anos de

existência, o Museu Nacional da UFRJ sofre um

incêndio de proporções catastróficas que deixa órfãos

não apenas cientistas, docentes, técnicos, trabalhadores

e estudantes que ocupam seus espaços, mas também

milhares de pessoas que visitaram seus espaços e

aqueles que não puderam visitar seus acervos,

frequentar suas salas de aulas e seus cursos, enfim, todas

as pessoas que dão sentido a esse lugar.

Esse incêndio de causas ainda desconhecidas

queimou o legado de milhares de anos de história

mundial e de séculos de história de um país que vive

conturbados momentos em que ciência, tecnologia e

cultura são atacados por todos os lados, ora por falta de

investimentos e corte de verbas necessárias a sua

manutenção, ora por grupos conservadores e

inescrupulosos que querem silenciar o conhecimento

científico.

Nesse momento, o que resta fazer é se

perguntar até quando a memória e a história em nosso

país serão tratadas desse jeito e a quem interessa a perda

de um centro público de excelência em ensino e

pesquisa.

Fonte:

(http://www.museunacional.ufrj.br/200_anos/doc/2

00_anos_do_Museu_Nacional.pdf)

Leandro Montano - Historiador, Técnico em

Assuntos Educacionais, Servidor do Instituto de

Geociências da UFRJ.

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Fonte: Rafael Correa (Rato Falho)

(https://www.extraclasse.org.br/edicoes/2018/08/quadrinhos-117/)