RODRIGO CAYÔ DA SILVA · Jorge Calvo Montes, Dra. ... Lucrecia Yañez San Segundo e Dra. ......

266
RODRIGO CAYÔ DA SILVA Dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp. isoladas no Brasil e na Espanha Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de Doutor em Ciências. São Paulo 2012

Transcript of RODRIGO CAYÔ DA SILVA · Jorge Calvo Montes, Dra. ... Lucrecia Yañez San Segundo e Dra. ......

RODRIGO CAYÔ DA SILVA

Dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp.

isoladas no Brasil e na Espanha

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo -

Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de

Doutor em Ciências.

São Paulo

2012

ii

RODRIGO CAYÔ DA SILVA

Dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp.

isoladas no Brasil e na Espanha

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo -

Escola Paulista de Medicina para obtenção do título de

Doutor em Ciências.

Orientadora: Profa. Dra. Ana Cristina Gales

Disciplina de Infectologia - Universidade Federal de São

Paulo - UNIFESP.

Este trabalho foi realizado com auxílio financeiro fornecido

pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (CAPES).

São Paulo

2012

iii

DA SILVA, Rodrigo Cayô Dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp. isolados no Brasil e na Espanha. Rodrigo Cayô da Silva - São Paulo, 2012. xxvi, 239f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal de São Paulo. Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Infectologia. Título em inglês: Dynamics of β-lactams resistance in clinical samples of Acinetobacter spp. isolated in Brazil and Spain. Key-words: Acinetobacter spp., β-lactâmicos, Brasil, Espanha, resistência aos antimicrobianos, biologia molecular, carbapenems.

iv

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA

DISCIPLINA DE INFECTOLOGIA

Chefe do Departamento:

Prof. Dr. Alvaro Nagib Atallah

Coordenador do curso de Pós-graduação:

Prof. Dr. Ricardo Sobhie Diaz

Chefe da Disciplina de Infectologia:

Prof. Dr. Eduardo Alexandrino Servolo de Medeiros

São Paulo

2012

v

RODRIGO CAYÔ DA SILVA

Dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp.

isoladas no Brasil e na Espanha

BANCA EXAMINADORA: Presidente: Profa. Dra. Ana Cristina Gales Professora Adjunta e Diretora do Laboratório ALERTA da Disciplina de Infectologia do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Titulares: Profa. Dra. Gertrudes Corção Professora Associada III do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Básicas da Saúde - ICBS e Vice-diretora do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Profa. Dra. Marina Baquerizo Martinez Professora Titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo - USP e Diretora do Laboratório Clínico do Hospital Universitário da USP. Prof. Dr. Nilton Erbet Lincopan Huenuman Professor Doutor do Instituto de Ciências Biomédicas - ICB da Universidade de São Paulo - USP. Prof. Dr. Alexandre Rodrigues Marra Médico Infectologista Pesquisador da Disciplina de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP e Coordenador do Grupo de Suporte em Infecção do CTI-A do Hospital Israelita Albert Einstein - HIAE. Suplentes: Profa. Dra. Anna Sara Shafferman Levin Professora Associada do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Presidente da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital das Clínicas - HC-FMUSP. Prof. Dr. Afonso Luís Barth Professor Adjunto do Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS e Chefe do Serviço de Patologia Clínica do Hospital das Clínicas de Porto Alegre.

vi

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora

e fazer um novo fim.

Francisco Cândido Xavier

vii

Dedico este trabalho aos meus amados pais, Evandro e Elizabeth, cujo amor incondicional me

fizeram sentir especial e amado em todos os momentos da minha vida. Obrigado por terem me

dado princípios e educação, e pelo incansável incentivo para que eu lutasse pelos meus sonhos.

viii

Agradeço as minhas queridas irmãs Cida, Cristina, Alessandra e Ana Paula (in memorian),

pelo apoio e carinho constantes, e junto dos nossos pais me mostraram o verdadeiro significado

da palavra família.

ix

Agradeço a DEUS, por dar sentido a minha vida, por ser a força em todos os momentos, e por

estar sempre ao meu lado, mesmo quando não me lembro dele.

x

AGRADECIMENTOS

A minha orientadora Profa. Dra. Ana Cristina Gales pelo exemplo e determinação como

profissional e microbiologista. Pelos ensinamentos constantes que permitiram a conclusão dessa

tese. Pelo carinho e atenção que sempre teve comigo, por acreditar na minha capacidade e no

meu trabalho, possibilitando a minha ida ao exterior para continuar os meus estudos. Por ter me

confiado a supervisão do Laboratório ALERTA, permitindo o meu crescimento como

microbiologista. Por ter me mostrado que é possível trabalhar com razão e sensibilidade. Muito

obrigado por tudo. Sinto-me honrado por ter tido a sua orientação no meu doutorado.

Ao Prof. Dr. Luis Mártinez Mártinez, meu tutor no estágio sanduíche, por ter me ensinado

tanto, com muita atenção e paciência. Por ter me entregado um projeto tão pessoal, como foi o

projeto das PBPs, e por ter confiado sempre no meu trabalho e na minha capacidade. Por ter

feito eu me sentir parte do grupo durante os quase dois anos em que vivi na Espanha. Pelos

valiosos conselhos que sempre levarei comigo ao longo da minha vida acadêmica. Fico muito

feliz e honrado pela oportunidade de ter trabalhado com você. Além de tutor, sei que posso te

chamar de amigo.

Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Campos Pignatari por ter acreditado na minha capacidade,

permitindo que começasse meu estagio no LEMC a muitos anos atrás. Por ter sido meu

orientador no meu mestrado e por ter me incentivado a fazer meu doutorado sanduíche. Sei que

sempre esteve torcendo pela minha vitória. Muito obrigado.

Aos meus queridos amigos de Santander Jorge, Mapi, Javi, Pepe, Carmen e Liset por terem

sido tão carinhosos e gentis comigo. Agradeço em especial a Jorge e a Mapi cujas palavras

xi

dispensadas agora serão poucas para expressar toda a minha gratidão pelo tanto que me foi

oferecido por vocês dois. Além de amigos, vocês dois são exemplos de que as dificuldades da

vida são efêmeras quando se tem determinação e força de vontade. Fui tão feliz nos dois anos

em que passei junto a vocês meus amigos, conheci lugares tão bonitos cujas lembranças desses

momentos tão especiais estarão sempre comigo. Sei que não existe distancia, quando existe

amizade verdadeira.

Aos meus colegas do “Laboratorio de Investigación” do Hospital Universitário Marqués de

Valdecilla - HUMV Belén Ruiz, Belén Campo, Fabián Unda, Alícia Marques, María Romo,

Cristina Mirones, Elena Román, Patrícia Goicochea, Maria-Cruz Rodrigues e Alain Ocampo

Sosa pela alegre e agradável companhia. A Maria-Cruz muito obrigado por todo o conhecimento

transmitido que foram muito importantes no estudo das PBPs. Aprendi muito com você. A Belén

Ruiz, cujo carisma e personalidade fizeram do nosso convívio tão alegre e descontraído. Ao

querido grupo do “Cámara-café” pelos divertidos momentos que faziam nossas manhãs tão

agradáveis.

A todos os funcionários do “Servicio de Microbiología” do Hospital Universitário Marqués de

Valdecilla - HUMV por terem me recebido tão bem, sempre com um sorriso no rosto para todas

as minhas dúvidas. Em especial agradeço a todos os médicos e farmacêuticos microbiologistas

responsáveis por cada seção do “Servicio de Microbiología”: Prof. Dr. Jesus Aguero Balbin, Dr.

Jorge Calvo Montes, Dra. Maria Eliecer Cano Garcia, Dr. Carlos Fernandez Mazarrasa, Dra.

Celia Garcia de la Fuente, Dra. Maria Asuncion Rodriguez Feijoo, Dra. Maria Pia Roiz

Mesones, Dra. Ana Saez Lopez, Dr. Carlos Antonio Salas Venero, Dra. Maria Victoria San

Juan Bilbao, Dra. Raquel Viar Diego, Dra. Maria Antonia Bernal Rubio, Dr. Ricardo Salesa

Gutiérrez de Rozas e Dra. Begoña Perea; e também aos residentes: Carlos Ruiz de Alegria,

xii

Maitane Aranzamendi, Monica Gonzalo, Inmaculada Concepción Bernal, Omara Rivera e

Laura Guzman.

A todos os grupos de pesquisa na Espanha aos quais tive a oportunidade de trabalhar em

conjunto para a conclusão de alguns dos trabalhos aqui apresentados: Prof. Dr. Jordí Vila do

Hospital Clinic de Barcelona, Prof. Dr. Gérman Bou do Complejo Hospitalario Universitario A

Coruña de La Coruña, Prof. Dr. Juan A. Ayala do Centro de Biología Molecular Severo Ochoa

de Madrid, Prof. Dr. Álvaro Pascual e Prof. Dr. Felipe Fernández-Cuenca do Hospital Virgen

Macarena de Sevilha e Dra. Lucrecia Yañez San Segundo e Dra. Maria Aranzazu Bermúdez

Rodríguez do Servicio de Hematología do HUMV de Santander. Em especial agradeço a Paula

Espinal e a María Merino.

As minhas queridas amigas e colegas de laboratório Raquel Girardello e Cecilia Carvalhaes

pelo apoio e incentivo diários. Muito obrigado pela força e companheirismo e principalmente

pelos braços abertos com que me receberam na minha volta ao Brasil. A Raquel pela

personalidade forte e decidida, sempre disposta a me ajudar nos meus experimentos e na

supervisão do laboratório. A Cecilia pelo carinho e companheirismo e por ter sido pra mim o

Brasil na Espanha.

Aos meus queridos amigos Alinne Guimarães e André Doi pelos momentos tão alegres e

descontraídos que passamos juntos e com quem sei que posso contar sempre. A Alinne por ser

meu ombro amigo, sempre disposta a me escutar com um conselho de ânimo. Prezo muito a

nossa amizade. Ao André pelo profissionalismo e pelos conselhos. Obrigado por serem meus

amigos.

xiii

As amigas Kelly Santiago e Fernanda Inoue pela amizade e pelos momentos diários

compartilhados. Já faz tanto tempo que começamos juntos no LEMC, bons momentos e

lembranças que certamente levaremos conosco. Obrigado pela força nos momentos de

dificuldade. Quando se está longe da família os amigos se tornam uma segunda família.

Aos pós-graduandos do Laboratório ALERTA Adriana Nicolletti, Adriana Pereira, Ana

Carolina Ramos, Bruna Nonato, Danilo Xavier, Eloiza Campana, Eliete Frigatto, Fernanda

Petrolini, Fernanda Rodrigues, Graziela Braun, Juliana Provasi, Lorena Fehlberg, Lucas

Andrade, Lygia Schandert, Marina Visconde, Rafael Affini e Talita Barone pela agradável e

divertida convivência, pelos conhecimentos divididos e as experiências compartilhadas. Obrigado

por me aguentarem diariamente na supervisão do laboratório. Em especial agradeço as minhas

co-orientandas Fernanda Petrolini, Fernanda Rodrigues, Juliana Provasi e Lygia Schandert,

por me permitirem transmitir o pouco que sei e aprendi.

Ao Laboratório Especial de Microbiologia Clínica - LEMC, onde comecei e por quem tenho

um enorme carinho e muitas boas lembranças. Em especial agradeço a Rosana Capecce pela

ajuda, amizade e carinho constantes.

Aos “meus” acinetos que foram meu objeto de estudo e cuja diversidade e complexidade

taxonômica tornaram meus últimos quatro anos ocupados e felizes.

xiv

Sumário

ÍNDICE DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................................. XVII

ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................................. XX

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................ XXI

RESUMO .................................................................................................................................. XXII

ABSTRACT .............................................................................................................................. XXIV

1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................................... 5

2.1 - Agente Etiológico .............................................................................................................. 5

2.2 - Identificação das Espécies Pertencentes ao Gênero Acinetobacter ............................... 15

2.3 - Epidemiologia das Infecções por Acinetobacter spp. ...................................................... 21

2.4 - Opções Terapêuticas para o Tratamento das Infecções por Acinetobacter spp. ............ 27

2.4.1 - Polimixinas ............................................................................................................... 27

2.4.2 - Tigeciclina ................................................................................................................ 29

2.4.3 - Ampicilina/Sulbactam ............................................................................................... 30

2.4.4 - Minociclina ............................................................................................................... 31

2.4.5 - Carbapenens ........................................................................................................... 32

2.5 - Mecanismos de Resistência aos β-Lactâmicos por Acinetobacter spp. .......................... 36

2.5.1 - Produção de β-Lactamases ..................................................................................... 38

2.5.2 - Impermeabilidade de Membrana Externa ................................................................ 50

2.5.3 - Hiperexpressão de Sistemas de Efluxo ................................................................... 54

2.5.4 - Alteração das Proteínas Ligadoras de Penicilinas (PBPs) ....................................... 57

3 - APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 61

4 - ARTIGOS CIENTÍFICOS ........................................................................................................ 62

4.1 - Analysis of Genes Encoding for Penicillin-Binding Proteins in Clinical Isolates of

Acinetobacter baumannii ......................................................................................................... 64

4.2 - OXA-207: a novel OXA-24 variant associated with carbapenem resistance in

Acinetobacter pittii in Spain ..................................................................................................... 93

4.3 - Diversity of Emerging Acinetobacter Species in a Tertiary University Hospital in the North

of Spain ................................................................................................................................. 119

xv

4.4 - Bloodstream infection caused by Acinetobacter junii in a Patient with Acute

Lymphoblastic Leukaemia after Allogenic Haematopoietic Cell Transplantation ................... 132

4.5 - Low Prevalence of blaOXA-143 in Private Hospitals in Brazil............................................. 143

4.6 - Temporal Dynamic of Carbapenemase-producing Acinetobacter spp. in a Brazilian

Teaching Hospital Through an 18-Year Period: Earlier Dissemination of blaOXA-143 in Brazil. 148

4.7 - Detection of OXA-231, a new variant of blaOXA-143, in Acinetobacter baumannii from Brazil:

a case report.......................................................................................................................... 162

5 - DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 170

6 - CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 193

7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 196

xvi

Índice de Abreviaturas e Siglas

ABC - ATP-Binding Cassette

ADC - Acinetobacter-Derived Cephalosporinases

AFLP - Amplified Fragment Length Polymorphism

AIM - Australian Imipenemase

APACHE II - Acute Physiological and Chronic Health Evaluation II

ARDRA - Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis

ATCC - American Type Culture Collection

C - Citosina

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CDC - Centers for Disease Control and Prevention

CIM - Concentração Inibitória Mínima

CHDL - Carbapenem-Hydrolyzing Class D β-Lactamase

CIP - Collection of l’Institut Pasteur

CLSI - Clinical Laboratory Standards Institute

CTX-M - Cefotaximase

DBL - DBL numbering system

DHP-1 - Deidropeptidase-1

DMT - Drug-Metabolite Transporter

DNA - Ácido desoxirribonucleico

EDTA - Ácido Etileno-Diamino-Tetracético

ESAC - Extended-Spectrum AmpC

ESββββL - Extended Spectrum β-Lactamase

EUA - Estados Unidos da América

G - Guanina

xvii

GES - Guiana Extended Spectrum

GIM - German Imipenemase

HSP - Hospital São Paulo

HUMV - Hospital Universitário Marqués de Valdecilla

ICS - Infecção de Corrente Sanguínea

IFIMAV - Instituto de Formación e Investigación Marqués de Valdecilla

IJSEM - International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology

IMI - Imipenem-hydrolysing β-Lactamase

IMP - Imipenemase

IS - Insertion Sequence

KCTC - Korean Collection for Type Cultures

KHM - Kyorin Hospital metalo-beta-lactamase

KPC - Klebsiella pneumoniae Carbapenemase

LEMC - Laboratório Especial de Microbiologia Clínica

LPS - Lipopolissacarídeo

LPSN - List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature

MALDI-TOF MS - Matrix Assisted Laser Desorption/Ionization - Time of Flight Mass

Spectrometry

MATE - Multidrug and Toxic Compound Extrusion

MββββL - Metalo-β-Lactamase

MDR - Multi-Drug Resistance

MFS - Major Facilitator Superfamily

MRSA - Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus

NaCl - Cloreto de Sódio

NMC-A - Nonmetallocarbapenamase of Class A

xviii

OMP - Outer Membrane Protein

OXA - Oxacilinase

PAββββN - Phenyl-Arginine-β-Naphthylamide

PBP - Penicillin-Binding Protein

PCR - Polymerase Chain Reaction

PDEE - Programa de Doutorado com Estágio no Exterior

PER - Pseudomonas Extended Resistant

PFGE - Pulsed Field Gel Electrophoresis

PI - Ponto Isoelétrico

qRT-PCR - Quantitative Real Time Polimerase Chain Reaction

REIPI - Red Española de Investigación en Patología Infecciosa

RND - Resistance-Nodulation-Division

rRNA - RNA Ribossomal

SBSV - Société de Bactériologie Systématique et Vétérinaire

SCOPE - Surveillance and Control of Pathogens of Epidemiological Importance

SDS-PAGE - Sodium Dodecyl Sulfate Polyacrylamide Gel Electrophoresis

SFC - Serratia fonticola carbapenemase

SHV - Sulfhydryl-Variable β-Lactamase

SIM - Seul Imipenemase

SME - Serratia marcescens enzyme

SMR - Small Multidrug Resistance

SPM - São Paulo Metallo-β-Lactamase

TEM - Temoniera β-Lactamase

tRNA - RNA transportador

UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

xix

UTI - Unidade de Terapia Intensiva

VEB - Vietnamese Extended-Spectrum β-lactamase

VIM - Verona Imipenemase

xx

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Nomenclatura atual, frequência, significância clínica e etimologia das 27 espécies de

Acinetobacter spp. descritas e das 6 novas espécies propostas, mas ainda não validadas até o

momento.................................................................................................................................................. 8

Tabela 2 - Genetic characterization of the 26 A. baumannii clinical isolates.......................................... 86

Tabela 3 - The penicillin-binding proteins (PBPs) of A. baumannii……………………………................. 87

Tabela 4 - Point mutations observed in the PBP genes in susceptible and resistant A. baumannii

strains to carbapenems........................................................................................................................... 89

Tabela 5 - Point mutations observed in the PBP genes of the 10 A. baumannii genomes and the

reference strain RUH-134........................................................................................................................ 91

Tabela 6 - MICs determined by broth microdilution for OXA-207-producing clinical isolate A. pittii

HUMV-1588, recipient strain A. baylyi ADP1 with the plasmid alone, clone A. baylyi ADP1 harboring

the plasmid pETRA with blaOXA-24, and clone A. baylyi ADP1 harboring the plasmid pETRA with

blaOXA-207 are shown……………………………......................................................................................... 116

.

Tabela 7 - Kinetic parameters of purified β-lactamases OXA-24 and OXA-207……….......................... 117

Tabela 8 - ARDRA profile, source of infection and CHDL content according to Acinetobacter

species…………………………................................................................................................................. 128

Tabela 9 - Oligonucleotide primers used for amplification and sequencing of the carbapenemase

coding genes ………………..………………………………........................................................................

146

Tabela 10 - Frequency of carbapenemase-producing Acinetobacter spp. isolates in a Brazilian

teaching hospital during an 18-year period.............................................................................................

148

xxi

Índice de Figuras

Figura 01 - “Confusão” taxonômica que perdurou por mais de quatro décadas e atrasou o

conhecimento da epidemiologia das espécies do gênero Acinetobacter .............................................. xxv

Figura 02 - Martinus W. Beijerinck no seu laboratório em 12 de maio de 1921.................................... 05

Figura 03 - Comparação das estruturas química dos ácidos oliovânicos, tienamicina e dos

carbapenens........................................................................................................................................... 34

Figura 04 - Estrutura da parede celular, mecanismos de resistências aos β-lactâmicos em

Acinetobacter spp. e principais proteínas envolvidas........................................................................... 37

Figura 5 - Identification of the conserved motifs in the consensus sequences encoded by the HMM

PBP genes of A. baumannii genomes used for the classification of PBPs, according to the work of

Sauvage et al……………………………………………………………………………………………........... 92

Figura 6 - Alignment of the amino acid sequences of the OXA-24 and its variants (OXA-25, OXA-26,

OXA-72, OXA-139, OXA-143, OXA-160, OXA-182 and OXA-207)....................................................... 118

.

Figura 7 - Dendrogram of the 86 different Rep-PCR patterns obtained between the 603 A.

calcoaceticus-baumannii complex isolates during the period of 2004 to 2008…................................... 127

Figura 8 - Distribution of the 86 Acinetobacter spp. isolates showing different Rep-PCR patterns

according to ARDRA method……………………………………………………………………...…............. 130

Figura 9 - Distribution of the 603 Acinetobacter spp. isolates in the period of 2004 to 2008……….…. 131

xxii

Resumo

Durante mais de quatro décadas o gênero Acinetobacter sofreu com as constantes modificações na sua taxonomia o que atrasou o conhecimento da epidemiologia das espécies pertencentes a esse gênero. Atualmente o gênero Acinetobacter compreende 33 espécies descritas e mais 28 grupos genômicos aguardando uma posição taxonômica definitiva em relação a sua nomenclatura. Dentre essas espécies destacam-se o complexo A. calcoaceticus-baumannii devido a sua importância clínica, principalmente aquela que é um dos mais importantes patógenos da atualidade, A. baumannii. Devido a fenótipo de multirresistência apresentado pelos isolados de A. baumannii, os carbapenens são uma das poucas opções no limitado arsenal terapêutico para o tratamento de infecções causadas por esses micro-organismos. Entretanto, surtos causados por cepas de A. baumannii resistentes aos carbapenens tem se tornado um problema mundial. A erradicação das cepas de A. baumannii no ambiente hospitalar é difícil, pois uma vez que clones multirresistentes se estabelecem nesse nicho, eles se tornam endêmicos. Dentre os mecanismos de resistência aos carbapenens em A. baumannii, somente a produção de β-lactamases tem sido estudada com maior frequência. Embora se saiba que o principal grupo de carbapenemases produzidas por isolados de A. baumannii seja o grupo das oxacilinases, que hidrolisam fracamente os carbapenens, esse fato reforça a hipótese de que outros mecanismos poderiam estar contribuindo nesse fenótipo. Sendo assim, os artigos aqui apresentados buscaram avaliar a dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp. isoladas no Brasil e na Espanha. Artigo científico 1: Ainda é limitada as informações sobre o papel das proteínas ligadoras de penicilina (PBPs) na resistência aos β-lactâmicos em Acinetobacter baumannii. Este estudo teve como objetivo determinar as sequências de nucleotídeos dos genes que codificam as PBPs em A. baumannii e analisar as variações alélicas nesses genes em isolados sensíveis ou resistentes aos β-lactâmicos. Sete genes de PBPs e um gene codificador de uma transglicosilase monofuncional (MGT) foram identificadas nos seis genomas de A. baumannii sequenciados, codificadores de (i) quatro proteínas de alto peso molecular (dois da classe A, PBP1a [ponA] e PBP1b [mrcB], e duas PBPs de classe B, PBP2 [pbpA/mrdA] e PBP3 [ftsI]), (ii) três PBPs de baixo peso molecular (sendo duas do Tipo-5, PBP5/6 [dacC] e PBP6b [dacD], e uma PBP do Tipo-7 (PBP7/8 [pbpG]), e (iii) uma enzima monofuncional (MtgA [mtgA]). Regiões de grandes variações foram observadas, embora a maior parte das alterações alélicas encontradas foram traduzidas em mutações silenciosas. As sequências de aminoácidos dos genes das PBPs nos genomas e nos isolados clínicos apresentaram ser altamente conservadas. As mutações encontradas nas sequencias de aminoácidos estavam mais associadas aos perfis clonais, do que diretamente relacionadas sensibilidade ou resistência aos β-lactâmicos. Artigo científico 2: Uma cepa de A. pittii resistente aos carbapenems carreando um nova variante do cluster OXA-24 foi isolada em Santander, localizada no norte da Espanha em 2008. O isolado também apresentava altos níveis de resistência à penicilina e aos monobactâmicos, e era sensível às cefalosporinas de amplo espectro. A análise da sequência de nucleotídeos confirmou a presença do gene blaOXA-207

codificador de uma nova carbapenemase, que apresenta uma mutação pontual Gly222Val em relação à OXA-24. Clonagem e análise da cinética enzimática mostrou que a OXA-207 apresenta uma redução na eficiência catalítica contra carbapenems, mas aumentou consideravelmente a especificidade para a oxacilina comparada com OXA-24, de acordo com os dados anteriores da função estrutural dessa. Artigo científico 3: Oitenta e seis isolados clínicos identificados pelo sistema MicroScan-WalkAway ® como complexo A. calcoaceticus-baumannii e coletados durante o período 2004-2008 em um hospital universitário e terciário, teve sua identificação confirmada por ARDRA. Apenas 44,2% dos isolados foram confirmados como sendo A. baumannii carreando 12 tipos diferentes de gene blaOXA-51-like. Foram também

xxiii

identificados oito diferentes espécies não-baumannii, sendo A. pittii (41,8%) a espécie mais freqüente. Todos os isolados de A. baumannii resistentes aos carbapenens carreavam os genes blaOXA-24/40 ou blaOXA-51 associado a ISAba1. O gene blaOXA-58 foi encontrado em 19 dos 24 isolados de A. pittii pertencentes a um clone sensível aos carbapenems. Espécies emergentes de Acinetobacter foram identificadas em nosso hospital e sua incidência real pode ser subestimada pela identificação apenas por meio de sistemas automatizados. Artigo científico 4: Acinetobacter junii é um patógeno humano raro associado a bacteremia em recém-nascidos e pacientes de unidade de oncologia pediátrica. Apresentamos um caso de A. junii causando bacteremia em um paciente adulto transplantado com leucemia. A correta identificação de espécies de Acinetobacter pode esclarecer o real significado clínico das diferentes espécies deste gênero. Artigo científico 5: Uma alta prevalência de blaOXA-23 e uma baixa prevalência de blaOXA-143 foi encontrada entre os isolados de A. baumannii em hospitais privados brasileiros. A prevalência das CHDLs pode variar de acordo com o clone disseminado em um hospital ou em uma região geográfica específica e realçam a importância da aderência adequada às medidas de controle de infecção hospitalar. Assim, estudos de vigilância nacionais são necessários para analisar a prevalência real da CHDLs nos hospitais brasileiros. Artigo científico 6: O objetivo deste estudo foi avaliar a dinâmica temporal de carbapenemases em uma coleção de isolados de Acinetobacter spp coletados durante um período de 18 anos em um hospital brasileiro. Um total de 215 isolados apresentando altas taxas de resistência aos carbapenenens foi analisado no período de 1993 a 2010. A. baumannii foi responsável por 96,3% dos isolados. O gene blaOXA-

23 foi detectada em 36,7% (79/215) das amostras, seguido por blaOXA-143 (n=49, 22,7%), blaIMP-1

(n=24, 11,2%), blaIMP-10 (n=3, 1,4%) e blaOXA-72 (n=2, 0,9%). O primeiro isolado de A. baumannii carreando gene blaOXA-143 foi identificado em 1995, sete anos antes da introdução do clone de A. baumannii produtor de OXA-23 em 2002. Nós descrevemos pela primeira vez, a presença de IMP-1 em A. pittii e A. bereziniae, e a OXA-58 em A. genomic species "Close to 13TU". A OXA-143 demonstrou ser uma enzima antiga em nosso hospital. A dinâmica da produção carbapenemase é complexa e varia drasticamente em função do tempo. Artigo científico 7: Este estudo relata a ocorrência da OXA-231, uma nova variante do cluster OXA-143, em uma cepa clínica de A. baumannii resistente aos carbapenens isolada em um hospital de terciário universitário localizado no Sul do Brasil.

xxiv

Abstract

During four decades the genus Acinetobacter suffered with the constant changes in their taxonomy which delayed understanding of the epidemiology of the species belonging to that genus. Currently the genus Acinetobacter comprises 33 described species and 28 other genomic groups awaiting a definitive taxonomic position in relation to its nomenclature. Among these species highlights the A. calcoaceticus-baumannii complex due to its clinical importance, especially one that is one of the most important pathogens of nowadays, A. baumannii. Because of multidrug resistance phenotype displayed by isolates of A. baumannii, carbapenems are one of the few limited therapeutic options for the treatment of infections caused by these micro-organisms. However, outbreaks caused by strains of A. baumannii resistant to carbapenems have become a global problem. The eradication of the A. baumannii strains from the hospital environment is difficult, because once multiresistant clones are established in this niche, they become endemic. Among the mechanisms of resistance to carbapenems in A. baumannii, only the production of β-lactamases has been studied most frequently. Although it is known that the main group of carbapenemases produced by A. baumannii isolates is the group of oxacilinases that weakly hydrolyze carbapenems, this fact reinforces the hypothesis that other mechanisms could be contributing in this phenotype. Thus, the articles presented here aimed to assess the dynamics of resistance to β-lactams in clinical samples of Acinetobacter spp. isolated in Brazil and Spain. Article 01: There is limited information on the role of penicillin-binding proteins (PBPs) in the resistance of Acinetobacter baumannii to β-lactams. This study aimed to determine the nucleotide sequences of the genes encoding for PBPs in A. baumannii and to analyze their allelic variations in isolates susceptible or resistant to β-lactams. Seven PBP genes and one monofunctional transglycosylase (MGT) gene were identified in the six genomes, encoding (i) four high molecular mass proteins (two of class A, PBP1a [ponA] and PBP1b [mrcB], and two of class B, PBP2 [pbpA/mrdA] and PBP3 [ftsI]), (ii) three low-molecular-mass proteins (two of Type-5, PBP5/6 [dacC] and PBP6b [dacD], and one of Type-7 (PBP7/8 [pbpG]), and (iii) a monofunctional enzyme (MtgA [mtgA]). Hotspot mutation regions were observed, although most of the allelic changes found translated into silent mutations. The amino acid consensus sequences corresponding to the PBP genes in the genomes and the clinical isolates were highly conserved. The changes found in amino acid sequences were associated with concrete clonal patterns but were not directly related to susceptibility or resistance to β-lactams. Article 2: A carbapenem-resistant A. pittii strain carrying an OXA-24-like enzyme was isolated in Santander, Northern Spain in 2008. The isolate also exhibited high level resistance to penicillins and monobactams, and remained susceptible to expanded-spectrum cephalosporins. Sequence analysis confirmed the presence of the novel blaOXA-207 carbapenemase gene that presented a point Gly222Val substitution with respect to that of OXA-24. Cloning and kinetic analysis showed that OXA-207 presents a reduction in the catalytic efficiency against carbapenems and a noticeably increased in specificity for oxacillin compared with OXA-24, in agreement with the previous structural-function data of OXA-24. The mutation probably caused a misorientation of carbapenems to gain access to the active center of the OXA-enzyme. Article 3: Eighty six no repetitive clinical isolates identified by MicroScan-WalkAway® as A. calcoaceticus-baumannii complex collected during 2004-2008 period in a tertiary teaching hospital, had their identification confirmed by ARDRA. Only 44.2% of isolates was confirmed to be A. baumannii harboring 12 different blaOXA-51-like genes. Eight different non-baumannii species were also identified and A. pittii (41.8%) was the most frequent among them. All carbapenem-resistant A. baumannii isolates carried the blaOXA-24/40 or blaOXA-51-like-ISAba1 genes. The blaOXA-58 gene was found in 19 out of 24 isolates of a carbapenem-susceptible A. pittii clone. Emerging Acinetobacter species have been identified in our hospital and their actual incidence could be underestimated by using only

xxv

automated identification systems. Article 4: Acinetobacter junii is a rare human pathogen associated with bacteraemia in neonates and paediatric oncology patients. We present a case of A. junii causing bacteraemia in an adult transplanted patient with leukaemia. The correct identification of Acinetobacter species can highlight the clinical significance of the different species of this genus. Article 5: A high prevalence of blaOXA-23 and a low prevalence of blaOXA-143

were found among A. baumannii isolates in private Brazilian hospitals. The prevalence of CHDLs may vary according to the disseminated clone in a specific hospital or region and emphasize the importance of appropriate adherence to infection control measures. Thus, wide national surveillance studies are necessary to analyze the real prevalence of CHDLs in Brazilian hospitals. Article 6: The aim of this study was to evaluate the temporal dynamic of carbapenemases in a collection of Acinetobacter spp. isolates collected during an 18 year-period in a Brazilian hospital. A 215 non-duplicate isolates showing high carbapenem resistance rates were analyzed from 1993 to 2010. A. baumannii was responsible for 96.3% of the isolates. The blaOXA-23 gene was detected in 36.7% (79/215) of the isolates, followed by blaOXA-143 (n=49, 22.7%), blaIMP-1 (n=24, 11.2%), blaIMP-10 (n=3, 1.4%) and blaOXA-72 (n=2, 0.9%). The first A. baumannii isolate carrying the blaOXA-143 gene was identified in 1995, seven years before the introduction of blaOXA-23 in 2002 and its widespread in the following 8 years of the study. We described for the first time the presence of IMP-1 in A. pittii and A. bereziniae, and OXA-58 in A. genomic species “Close to 13TU”. The OXA-143 is an ancient enzyme. The dynamic of carbapenemase production is complex and varied drastically according to time. Article 7: This study reports the occurrence of OXA-231, a novel variant of OXA-143, in an A. baumannii clinical isolate (Ac-141 strain) recovered from a tertiary teaching hospital located in Southern Brazil.

xxvi

Figura 01 - “Confusão” taxonômica que perdurou por mais de quatro décadas e atrasou o

conhecimento da epidemiologia das espécies do gênero Acinetobacter. Figura obtida do artigo

de Ledermann (2007).

Introdução

1

1 - Introdução

Até o final da década de 80 pouco ou quase nada se sabia a respeito das espécies

pertencentes ao gênero Acinetobacter spp., e ainda não havia sido descrita aquela que viria a

ser um dos mais importantes patógenos multirresistentes causadores de infecções nosocomiais

da atualidade, A. baumannii (Bergogne-Bérézin & Towner, 1996). Passados pouco mais de 30

anos, A. baumannii é um dos micro-organismos mais importantes, prevalentes e bem adaptados

ao ambiente nosocomial (Higgins et al., 2010a). Isso se deve em parte, a sua incrível rapidez em

adquirir ou desenvolver resistência aos antimicrobianos, aliada ao seu já amplo espectro de

resistência intrínseca. Este fato é contrário à maioria das bactérias patogênicas tradicionais, que

parecem necessitar de um tempo maior para adquirirem mecanismos de resistência efetivos em

resposta à introdução de novas estratégias terapêuticas. Essa habilidade de adaptação

verificada em A. baumannii talvez seja uma consequência da sua exposição evolucionária, por

um longo período, na complexa e competitiva tarefa de manter-se no meio ambiente. Além disso,

o uso indiscriminado de antimicrobianos nas últimas décadas pode também ter contribuído para

o sucesso desse patógeno oportunista.

Nas últimas décadas, surtos causados por isolados de A. baumannii resistentes aos

carbapenens têm se tornado um problema mundial e infecções causadas por estes micro-

organismos estão associadas a uma maior morbi-mortalidade (Perez et al., 2007). Os últimos

dados do programa SENTRY para a América Latina demonstram que a taxa de resistência aos

carbapenens no Brasil aumentou de 12,6% entre 1997 a 1999 para 71,4% entre 2008 e 2010,

um aumento de quase 60% em apenas uma década (Gales et al., 2012). Os dados gerais da

América Latina também seguem essa mesma tendência, apresentando uma taxa de resistência

aos carbapenens > 66% (Gales et al., 2012).

Introdução

2

Quando se avalia as opções terapêuticas para o tratamento das infecções causadas por

cepas de A. baumannii resistentes aos carbapenens, o panorama é estarrecedor (Neonakis et

al., 2011). As polimixinas (B e E) geralmente constituem um dos únicos antimicrobianos

clinicamente eficazes. Entretanto, os seus efeitos colaterais aliados aos escassos dados da sua

farmacocinética e farmacodinâmica tem limitado o uso das polimixinas (Maragakis & Perl, 2008).

A tigeciclina somente é aprovada para o uso em infecções de pele e partes moles, pneumonia

comunitária e infecções intra-abdominais, restringindo o seu emprego terapêutico. Além disso,

estudos clínicos tem demonstrado cautela quanto ao uso desse antimicrobiano para o tratamento

de infecções causadas por A. baumannii, já que tem sido observado o surgimento de resistência

durante o tratamento clínico (Fishbain & Peleg, 2010). Já o sulbactam, que no Brasil é

comercializado na formulação ampicilina/sulbactam, é outra opção, mas com resultados

discrepantes quanto a sua real eficácia terapêutica (Fishbain & Peleg, 2010; Neonakis et al.,

2011). Embora a resistência aos carbapenens tenha aumentado a cada dia, e no Brasil os dados

sejam alarmantes, variando drasticamente de acordo com a região geográfica, o uso desses

antimicrobianos ainda é factível e importante, devido a sua boa tolerabilidade associado a efeitos

adversos mínimos e pela sua excelente concentração na grande maioria dos tecidos (Nicolau,

2008).

A produção de β-lactamases, principalmente as carbapenemases de classe D, é o

mecanismo de resistência mais estudado em A. baumannii, talvez por ser o mais “fácil” de ser

caracterizado, o que relegou os demais mecanismos a uma relativa obscuridade e

esquecimento, principalmente no que concerne ao estudo das PBPs. Esse grupo de proteínas de

membrana interna é alvo de todos os β-lactâmicos e um dos meios mais efetivos de aquisição

de resistência bacteriana a estes antimicrobianos, principalmente em Gram positivos (Sauvage

et al., 2008). Entretanto, assim como ocorre com outros bacilos Gram negativos de importância

clínica, raros são os estudos que se dedicaram a estudar tais proteínas em A. baumannii. Talvez

Introdução

3

o desinteresse em estudar esse grupo de proteínas esteja fundamentado na teoria de que o

papel das PBPs na resistência aos β-lactâmicos em bacilos Gram negativos teria uma

importância secundária frente aos demais mecanismos de resistência, uma vez que esses

mecanismos atuariam em fases anteriores à ligação do β-lactâmico às PBPs. Apesar disso, os

resultados obtidos indicam que a alteração ou modificação nas PBPs em A. baumannii pode

estar relacionada à resistência aos carbapenens nesse micro-organismo (Gehrlein et al., 1991;

Obara et al., 1991; Fernández-Cuenca et al., 2003; Russo et al., 2009; Cayô et al., 2011b; Yun et

al., 2011).

Ainda que a produção de carbapenemases de classe D seja o mecanismo mais

prevalente em A. baumannii, essas enzimas hidrolisam fracamente os carbapenems e não

apresentam atividade frente às cefalosporinas de amplo espectro (Poirel et al., 2010). Além

disso, a grande maioria dos genes codificadores dessas β-lactamases necessita da presença de

sequências de inserção, que trazem um promotor forte, para aumentar a expressão enzimática

(Poirel et al., 2010). Tais observações somente aumentam a importância de outros mecanismos

adjuvantes na elevação das concentrações inibitórias mínimas, não somente para os

carbapenens, como também para os demais β-lactâmicos. Outro dado importante a ser

enfatizado é que, de algum modo ao longo da sua escala evolutiva, A. baumannii desenvolveu,

de maneira única, sequências de inserção em seu genoma de modo a reorganizar a expressão

de diferentes genes conforme a sua necessidade e com menor custo energético (Vallenet et al.,

2008). A presença de varias cópias nos genomas de A. baumannii sequenciados comprova a

importância dessas sequências de inserção para sua adaptação e sobrevivência.

A realidade de A. baumannii nos hospitais brasileiros e em diversas partes do mundo é

alarmante e tende a agravar-se, uma vez que o desenvolvimento de novas opções terapêuticas

não acompanha a rapidez e a evolução da resistência aos antimicrobianos expressa por esse

micro-organismo. O conhecimento do papel das PBPs na resistência aos β-lactâmicos e como

Introdução

4

funciona a interação entre esses compostos, poderia fornecer informações valiosas sobre

possíveis novos alvos terapêuticos e minimizar o panorama preocupante verificado nos nossos

isolados de A. baumannii.

Sendo assim, os artigos aqui apresentados buscaram avaliar a dinâmica da resistência

aos β-lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp. isoladas no Brasil e na Espanha.

Obviamente, a complexidade e abrangência da epidemiologia que envolve esses micro-

organismos não permitiu responder todas as perguntas propostas, e com certeza outras tantas

surgiram a partir dos resultados obtidos. Mas com certeza fica a satisfação de ter contribuído,

ainda que pouco, com a caracterização do fascinante gênero Acinetobacter.

Revisão Bibliográfica

5

2 - Revisão Bibliográfica

2.1 - Agente Etiológico

Acinetobacter é uma palavra composta

derivado das palavras gregas “ακινητο” ou “akineto”

que significa não móvel e “bakter” de bactéria, e

juntas significam bacilo não móvel (Howard et al.,

2012). O gênero Acinetobacter tem uma longa e

complicada história de mudanças quanto a sua

taxonomia (Bergogne-Bérézin & Towner, 1996;

Towner, 2009). A história deste gênero bacteriano

começou em 1911, na cidade holandesa de Delft,

onde o microbiologista e botânico holandês

Martinus Willem Beijerinck (16 de Março de 1851 a

1 de Janeiro de 1931) (Chung & Ferris, 1996),

mostrado na Figura 1, isolou e descreveu em uma

amostra de solo, usando meios mínimos

enriquecidos com acetato de cálcio (Beijerinck, 1911), o primeiro exemplar de um micro-

organismo que seria posteriormente chamado Acinetobacter (Towner, 2009; Howard et al.,

2012). Desde então, os membros desse gênero foram classificados durante décadas com

diferentes nomes, sendo alguns destes Mima polymorpha (De Bord, 1939), Bacterium anitratum

(Schaub & Hauber, 1948), Moraxella lwoffii (Piéchaud et al., 1956) e Micrococcus calcoaceticus

(Juni, 1978). A falta de um consenso e a confusão causada em decorrência disso resultou no

atraso em se estabelecer a importância clínica e a epidemiologia desses micro-organismos

(Towner, 2009).

Figura 02. Martinus W. Beijerinck no

seu laboratório em 12 de maio de 1921.

Foto obtida dos arquivos da Delft

School of Microbiology.

Revisão Bibliográfica

6

Originalmente descrito como Micrococcus calco-aceticus, o gênero Acinetobacter

somente foi proposto depois de 43 anos por Brisou e Prevot em 1954, para diferenciá-lo dos

organismos móveis dentro do gênero Achromobacter (Brisou & Prevot, 1954). Entretanto, essa

denominação foi amplamente aceita somente em 1968, quando Baumann e colaboradores

(1968) publicaram um estudo no qual avaliaram diferentes micro-organismos como Micrococcus

calco-aceticus, Alcaligenes hemolysans, Mima polymorpha, Moraxella lwoffii, Herellea vaginicola

e Bacterium anitratum (Baumann et al., 1968). Os autores concluíram que todos esses micro-

organismos pertenciam a um único gênero e não poderiam mais ser classificados como espécies

diferentes com base apenas nas suas características fenotípicas (Baumann et al., 1968). Em

1971, o “Subcomitê de Taxonomia de Moraxella e Bactérias Relacionadas” oficialmente

reconheceu o gênero Acinetobacter com base nos resultados do estudo de 1968 (Howard et al.,

2012). Apesar disso, até 1986, apenas as espécies Acinetobacter calcoaceticus e Acinetobacter

lwoffii haviam sido descritas como pertencentes a esse gênero (Bouvet & Grimont, 1986).

Atualmente o gênero Acinetobacter é classificado no reino Bacteria, filo Proteobacteria,

classe Gammaproteobacteria, ordem Pseudomonadales e família Moraxellaceae (Rossau et al.,

1991; Vaneechoutte et al., 2011). Na mesma família ainda estão incluídos os gêneros Moraxella

spp., Oligella spp. e Psychrobacter spp. (Rossau et al., 1991; Vaneechoutte et al., 2011). As

espécies pertencentes ao gênero Acinetobacter são cocobacilos Gram negativos, não

fermentadores da glicose, estritamente aeróbicos, não fastidiosos, motilidade negativa, catalase

positiva, oxidase negativa e com um conteúdo G + C no seu DNA variando de 39% a 47%

(Bergogne-Bérézin & Towner, 1996; Vaneechoutte et al., 2011; Howard et al., 2012). Pelo menos

quatro espécies podem apresentar hemólise em ágar sangue: A. beijerinckii, A. gyllenbergii, A.

junii (positivo para 11 a 89% dos isolados) e A. haemolyticus (Vaneechoutte et al., 2011). No

teste de Gram, frequentemente esses micro-organismos podem apresentar dificuldade na etapa

de descoloração, podendo, portanto, serem identificados erroneamente como Gram positivos e

Revisão Bibliográfica

7

na maioria das vezes como cocos Gram lábeis (Bergogne-Bérézin & Towner, 1996;

Vaneechoutte et al., 2011; Howard et al., 2012).

Até o momento, foram descritas 27 espécies reconhecidas e validadas e mais seis

espécies propostas, mas ainda não reconhecidas pela comunidade internacional, como

mostrado na Tabela 01.

Revisão Bibliográfica

8

Tabela 1. Nomenclatura atual, frequência, significância clínica e etimologia das 27 espécies de Acinetobacter spp. descritas e das 6 novas espécies propostas,

mas ainda não validadas até o momento.a

Designação Atual

Designação Prévia Dados Clínicos

Cepa Referência

Local de Isolamento Etimologia Referência Frequência Significância

A. calcoaceticus

A. genoespécie 1, Micrococcus calco-aceticus, Moraxella

calcoacetica

+ 3 ATCC 23055 solo, humanos

O nome calcoaceticus se refere ao meio usado por Beijeirink em 1911

enriquecido com acetato de cálcio para o cultivo do primeiro isolado de

Acinetobacter spp.

Bouvet & Grimont, 1986

A. baumannii A. genoespécie 2, Bacterium anitratum

++++ 1 ATCC 19606 humanos, animais Homenagem a Paul e Linda Baumann, microbiologistas americanos

Bouvet & Grimont, 1986

A. pittii A. genoespécie 3, Herellea vaginicola

+++ 1 ATCC 19004 humanos, solo e

vegetais Homenagem a Tyrone Pitt, médico

microbiologista britânico Nemec et al., 2011

A. nosocomialis A. genoespécie 13TU, Acinetobacter anitratus +++ 1 RUH 2376 humanos

O nome nosocomialis deriva do latim nosocomium que significa

hospital/enfermaria e do sufixo -alis usado com sentido de pertencente ao

hospital

Nemec et al., 2011

A. haemolyticus A. genoespécie 4, Achromobacter haemolyticus

+ 3 ATCC 17906 humanos O nome haemolyticus vem do latim

haima que significa sangue e lutikos que significa capaz de dissolver

Bouvet & Grimont, 1986

A. juniib A. genoespécie 5, Achromobacter citrocaligenes

++ 2 ATCC 17908 humanos, lodo Homenagem a Elliot Juni, microbiologista americano

Bouvet & Grimont, 1986

Revisão Bibliográfica

9

A. johnsonii A. genoespécie 7, Achromobacter metalcaligenes

+ 3 ATCC 17909 humanos, animais Homenagem a John L. Johnson, médico americano

Bouvet & Grimont, 1986

A. lwoffii A. genoespécie 8/8TU,

Moraxella lwoffii ++ 2 ATCC 15309 humanos, animais Homenagem a André Michael Lwoff, microbiologista francês

Bouvet & Grimont, 1986

A. bereziniae A. genoespécie 10,

Achromobacter anitrata ++ 2 ATCC 17924 humanos, animais,

esgoto

Homenagem a Eugénie Bergogne-Bérézin, médica microbiologista

francesa Nemec et al., 2010

A. guillouiae A. genoespécie 11 ++ 2 ATCC 11171 humanos, leite, água,

solo, esgoto, lodo ativado

Homenagem a Marie-Laure Joly-Guillou, microbiologista francesa Nemec et al., 2010

A. radioresistens A. genoespécie 12 + 3 ATCC 43998 humanos, solo,

algodão

O nome radioresistens deriva do latim radius que significa raio e do latim resistens que significa resistente

(resistente ao raio), se referindo à alta resistência aos raios gama verificada

nesta espécie

Nishimura et al., 1988

A. ursingiic NA + 3 LUH 3792 humanos Homenagem a Jan Ursing, bacteriologista e taxonomista sueco Nemec et al., 2001

A. schindleri NA + 3 LUH 5832 humanos Homenagem a Jiri Schindler, microbiologista e taxonomista checo Nemec et al., 2001

Revisão Bibliográfica

10

A. parvus NA + 3 LUH 4616 humanos, animais

O nome parvus significa em latim pequeno, se referindo ao tamanho

diminuto da colônia em meio de cultura comparado as demais espécies do

gênero Acinetobacter spp.

Nemec et al., 2003

A. baylyi NA - 4 CIP 107474 solo

Homenagem a Ronald Bayly, microbiologista australiano que

contribuiu com o conhecimento da fisiologia do gênero Acinetobacter spp.

Carr et al., 2003

A. brisouii NA - 4 DSM 18516 turfa (material vegetal

decomposto em pântanos)

Homenagem a Jean Brisou, microbiologista francês que contribuiu com o conhecimento da taxonomia do

gênero Acinetobacter spp.

Anandlham et al., 2011

A. rudis NA - 4 DSM 24031 leite, água O nome rudis em latim significa cru (isolado de produtos não processados)

Vaz-Moreira et al., 2011

A. soli NA - 4 B1 Solo, humanos O nome soli que em latim significa solo Kim et al., 2009

A. indicus NA - 4 DSM 25388T Hexaclorociclohexano

– HCH (lixão) O nome indicus se refere ao país de

isolamento, Índia Mallotra et al., 2012

Revisão Bibliográfica

11

A. antiviralisd NA - 4 KCTC 0699BP planta do tabaco

O nome antiviralis que deriva do grego anti que siginifica contra e do latim

viralis que siginifca pertecente ao virus (antiviral)

Lee et al., 2009

A. bouvetii NA - 4 CIP 107468 lodo

Homenagem a Philippe Bouvet, microbiologista francês que contribuiu com o conhecimento da taxonomia do

gênero Acinetobacter spp.

Carr et al., 2003

A. towneri NA - 4 CIP 107472 lodo

Homenagem a Kevin Towner, microbiologista britânico que contribuiu

com o conhecimento da genética do gênero Acinetobacter spp.

Carr et al., 2003

A. tandoii NA - 4 CIP 107469 lodo

Homenagem a Valter Tandoi, bacteriologista italiano que contribuiu

com o conhecimento de Acinetobacter em lodo

Carr et al., 2003

A. tjernbergiae NA - 4 CIP 107465 lodo

Homenagem a Ingela Tjernberg, microbiologista e taxonomista sueca que

contribuiu com o conhecimento da genética do gênero Acinetobacter spp.

Carr et al., 2003

A. gerneri NA - 4 CIP 107464 lodo

Homenagem a Peter Gerner-Smidt, microbiologista dinamarquês que

contribuiu com o conhecimento da taxonomia do gênero Acinetobacter spp.

Carr et al., 2003

Revisão Bibliográfica

12

A. beijerinckii NA + 3 LUH 4759 humanos, animais,

solo e água

Homenagem a Martinus Beijeirink, microbiologista holandês que descreveu

o primeiro isolado Nemec et al., 2009

A. gyllenbergii NA + 3 RUH 422 humanos Homenagem a Helge G. Gyllenberg, bacteriologista e taxonomista finlandês Nemec et al., 2009

A. venetianus NA - 4 ATCC 31011 água do mar

O nome venetianus vem da palavra venetian que significa veneziano (uma

das cepas foi isolada da lagoa de Veneza no Mar Adriático)

Vaneechoutte et al., 2008

A. marinusd NA - 4 DSM 16312T água do mar O nome marinus que em latim significa marinho (do oceano) Yoon et al., 2007

A. seohaensisd NA - 4 DSM 16313T água do mar O nome seohaensis deriva do nome

Seohae, nome coreano do Mar Amarelo, onde foi isolada a espécie

Yoon et al., 2007

A.oryzaed NA - 4 B23 arroz O nome oryzae que em latim siginifca arroz, onde foi isolada a primeira cepa Chaudhary et al., 2012

A. oleivoransd NA - 4 KCTC 23045 arroz

O nome oleivorans deriva do latim oleum que significa óleo e do latim

vorans que siginifica que devora (aquele que devora óleo/hidrocarboneto)

Kang et al., 2011

A. kyonggiensisd NA - 4 JCM 17071 esgoto O nome kyonggiensis se refere a Kyonggi University Lee & Lee, 2010

Revisão Bibliográfica

13

a. Abreviações e símbolos: NA - não se aplica; (++++) muito frequente; (+++) frequente; (++) ocasionalmente; (+) raro; (-) nunca foi isolado em humanos;

(1) principal espécie patogênica ao homem; (2) raros casos de doença comprovada; (3) isolado de humanos, significância desconhecida; (4) não são

espécies patogênicas; ATCC - American Type Culture Collection, Rockville, Md, USA; CIP - Collection de l’Institut Pasteur, Institut Pasteur, Paris,

França; LUH e RUH - Collection Leiden University Medical Center, Leiden, Holanda; KCTC - Korean Collection for Type Cultures, Daejeon, Coréia do

Sul; DSM - Deutsche Sammlung von Mikroorganismen;

b. Recentemente foi demonstrado que Acinetobacter grimontii (Carr et al., 2003) na verdade se trata de Acinetobacter junii (Vaneechoutte et al., 2008).

c. Acinetobacter septicus que inicialmente foi descrita como sendo uma nova espécie (Kilic et al., 2008), teve sua classificação contestada pelo principal

grupo de taxonomia de Acinetobacter na atualidade (Nemec et al., 2008), que propuseram que estes isolados fossem considerados como sendo

Acinetobacter ursingii;

d. Novas espécies de Acinetobacter propostas, mas que ainda não foram validadas pela “List of new names and new combinations previously effectively,

but not validly, published” publicada periodicamente pelo “International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology - IJSEM” (anteriormente

chamado International Journal of Systematic Bacteriology) (http://ijs.sgmjournals.org/) e, consequentemente, não foram ainda incluídas na “List of

Prokaryotic names with Standing in Nomenclature - LPSN” para o gênero Acinetobacter (http://www.bacterio.cict.fr/a/acinetobacter.html) do Professor

Jean Paul Marie Euzéby da “Société de Bactériologie Systématique et Vétérinaire (SBSV)” - França (Euzéby, 1997).

.

Revisão Bibliográfica

14

Outros 28 grupos genômicos ou genoespécies, que assim são classificados por

compreenderem diversas cepas em cada grupo, ainda aguardam uma posição taxonômica

definitiva em relação a sua nomenclatura (Towner, 2009). Dentre esses, encontram-se as

seguintes genoespécies mais conhecidas: A. genoespécie 6 - previamente Moraxella

glucidolytica (Bouvet & Grimont, 1986), A. genoespécie 13BJ/14TU (Bouvet & Jeanjean, 1989;

Tjernberg & Ursing, 1989), A. genoespécie 14BJ (Bouvet & Jeanjean, 1989), A. genoespécie

15BJ (Bouvet & Jeanjean, 1989), A. genoespécie 16 - previamente Alcaligenes haemolyticus

(Bouvet & Jeanjean, 1989), A. genoespécie 17 (Bouvet & Jeanjean, 1989) e A. genoespécie

15TU (Tjernberg & Ursing, 1989). Recentemente, quatro genoespécies de importância clínica

tiveram a sua nomeclatura definida e validada, sendo classificadas em A. pittii (A. genoespécie

3), A. nosocomialis (A. genoespécie 13TU), A. bereziniae (A. genoespécie 10) e A. guillouiae (A.

genoespécie 11) (Nemec et al., 2010; Nemec et al., 2011), como mostrado na Tabela 01. Além

disso, ainda existem pelo menos 21 cepas de Acinetobacter spp. que não foram incluídas em

nenhuma espécie ou genoespécie descritas até o momento (Towner, 2009), tornando ainda mais

diverso e complexo esse grupo de micro-organismos.

Dentre as espécies do gênero Acinetobacter, A. calcoaceticus, A. baumannii, A. pittii e A.

nosocomialis apresentam características fenotípicas muito similares, e por isso, foi proposto que

tais espécies fossem referidas como um único grupo em 1991, o chamado “complexo A.

calcoaceticus-baumannii” (Gerner-Smidt et al., 1991). Esta classificação foi defendida como

forma de facilitar e simplificar a identificação desses micro-organismos, aliada à necessidade

“questionável” de uma identificação mais criteriosa pelos laboratórios de rotina em microbiologia

das diferentes espécies pertencentes ao gênero Acinetobacter. Desde então, tais espécies tem

sido referenciadas pelos laboratórios de rotina e por muitos estudos epidemiológicos publicados

em todo o mundo pelo nome “genérico” (Lin et al., 1998; l-Tawfiq & Al-Tawfiq & Mohandhas,

2007; Park et al., 2012). A praticidade do uso do termo “complexo A. calcoaceticus-baumannii” é

Revisão Bibliográfica

15

inegável, uma vez que a diferenciação precisa desses micro-organismos por provas bioquímicas

(Bouvet & Grimont, 1986) é difícil e trabalhosa, o que a torna inviável na rotina laboratorial, o

mesmo não se justifica nas publicações médicas-científicas. Sendo assim, cabe aos relatos de

infecções causadas pelos membros do complexo A. calcoaceticus-baumannii, a

responsabilidade em descrever e caracterizar as demais espécies do complexo (Towner, 2009),

sempre que essas forem identificadas, já que as mesmas acabam sendo ofuscadas pela espécie

mais importante e prevalente do grupo, A. baumannii. A partir dessas informações será possível

uma melhor compreensão a respeito da epidemiologia desses micro-organismos como

patógenos hospitalares.

2.2 - Identificação das Espécies Pertencentes ao Gênero Acinetobacter

Devido à complexidade e heterogeneidade das espécies pertencentes ao gênero

Acinetobacter, nenhum esquema de identificação foi ainda proposto que incorpore tanto a

praticidade e a confiabilidade exigida pela rotina laboratorial, como a abrangência que se espera

para um grupo tão dinâmico (Dijkshoorn & Nemec, 2008). Sendo assim, a diferenciação das

espécies dentro do gênero Acinetobacter acaba sendo frequentemente problemática (Nowak &

Kur, 1996). Esse fator limitante é um sério obstáculo no conhecimento sobre a biologia,

patogenicidade ou ecologia dessas espécies por parte dos microbiologistas e clínicos. Uma

identificação incorreta pode ter, muitas vezes, consequências diretas no diagnóstico, tratamento

e controle de infecções causadas por esses micro-organismos.

Até o momento poucos métodos foram validados para uma identificação eficaz da

maioria das espécies, genoespécies e demais cepas sem classificação pertencentes ao gênero

Acinetobacter e, apesar dos avanços na identificação rápida de bactérias com base na

sequência de DNA, a técnica de hibridização DNA-DNA ainda é considerada a técnica padrão-

ouro para avaliar taxonomicamente esses micro-organismos (Dijkshoorn & Nemec, 2008). Nessa

Revisão Bibliográfica

16

metodologia, genomas inteiros são comparados, e a semelhança é estimada através da

percentagem de ligação relativa ou pelas diferenças na estabilidade térmica dos híbridos.

Embora a técnica de hibridização DNA-DNA tenha um grande valor na taxonomia bacteriana, por

exemplo, a classificação taxonômica atual de Acinetobacter é baseada principalmente na

similaridade DNA-DNA, esta técnica também apresenta desvantagens (Dijkshoorn & Nemec,

2008). Primeiramente, diferentes resultados podem ser obtidos (Grimont et al., 1980), quando se

utiliza um dos cinco diferentes protocolos descritos para o gênero Acinetobacter (Bouvet &

Grimont, 1986; Tjernberg & Ursing, 1989; Nemec et al., 2001; Carr et al., 2003; Nemec et al.,

2003). Outra desvantagem é o fato da hibridização DNA-DNA ser muito laboriosa e exigir mão de

obra altamente qualificada, sendo, portanto, realizada somente em um número restrito de

laboratórios de taxonomia bacteriana (Dijkshoorn & Nemec, 2008).

Idealmente, para se avaliar uma nova espécie de um determinado gênero, o DNA da

mesma deve ser comparado aos DNAs de todas as espécies pertencente àquele gênero

específico. Os representantes das novas espécies têm de ser hibridados reciprocamente aos

pares. Devido as dificuldades da técnica de hibridização DNA-DNA, as novas linhagens somente

foram testadas para essa metodologia após terem apresentado uma similaridade interespécie

maior que 97% para o gene 16S rDNA (Stackebrandt & Goebel, 1994). Recentemente, essa

regra foi alterada, mudando o ponto de corte para uma faixa de similaridade de 98,7% a 99%

(Stackebrandt & Evers, 2002). Embora a hibridização DNA-DNA seja um método crucial para a

classificação atual das espécies dentro do gênero Acinetobacter, devido à sua complexidade

metodológica e do grande número de grupos de hibridização dentro do gênero, essa

metodologia dificilmente pode ser considerada como uma opção para o delineamento de novas

espécies adicionais, e muito menos como um método para identificação de espécies

(Stackebrandt et al., 2002).

Revisão Bibliográfica

17

Embora vários estudos tenham objetivado a criação de esquemas de identificação

confiáveis baseados na homologia de DNA (Ibrahim et al., 1997; Rainey et al., 1994), nas

características fenotípicas (Gerner-Smidt et al., 1991), no perfil de proteínas da membrana

externa (Ino & Nishimura, 1989) e na comparação do envelope celular (Alexander et al., 1984),

todos estes métodos produziram resultados inconsistentes. Inicialmente, Bouvet e Grimont

(1986) propuseram um sistema de 25 provas bioquímicas para identificar as primeiras 12

genoespécies descritas. Posteriormente, esse sistema foi melhorado através da inclusão de

novas genoespécies, todos previamente identificados e confirmados pela técnica de hibridização

DNA-DNA (Gerner-Smidt et al., 1991). Infelizmente, mesmo este sistema não é capaz de separar

as espécies estreitamente relacionadas do complexo A. calcoaceticus-baumannii (Gerner-Smidt

et al., 1991). As características fenotípicas expressas pelas diferentes espécies de Acinetobacter

spp. são influenciadas pelas condições nas quais elas são cultivadas (Gerner-Smidt et al., 1991).

Isso se deve ao fato de que os membros desse gênero apresentam uma grande quantidade de

genes dedicados às vias catabólicas conhecida como “arquipélago de diversidade catabólica”

que leva à adaptação à maioria dos substratos (Barbe et al., 2004). Desse modo, o uso de

auxanogramas, bateria de provas bioquímicas que tem como princípio a assimilação de fonte de

carbono e nitrogênio, tem uma utilidade limitada na diferenciação das espécies de Acinetobacter

spp. (La Scola et al., 2006).

Embora, o padrão ouro para a identificação da grande maioria das espécies bacterianas

tem sido o sequenciamento do gene codificador da porção 16S do rRNA, tal metodologia

também não é confiável para a identificação de Acinetobacter spp., devido a baixa natureza

polimórfica verificada nesse gene entre as genoespécies estreitamente relacionadas dentro do

gênero Acinetobacter (Ibrahim et al., 1997; La Scola et al., 2006). Devido a isso, identificações

errôneas podem ocorrer, como descrito por La Scola e colaboradores (2001) onde isolados de A.

baumannii foram identificados como A. calcoaceticus usando o gene 16S rRNA (La Scola et al.,

Revisão Bibliográfica

18

2006). Um teste alternativo ao sequenciamento do gene 16S rRNA, seria a amplificação do

mesmo gene pela reação em cadeia da polimerase - PCR (~1.500 bp) seguida da restrição com

cinco diferentes enzimas de restrição (CfoI, AluI, MboI, RsaI e MspI), sendo conhecido como

“Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis” - ARDRA (Vaneechoutte et al., 1995). Este teste

tem a vantagem de substituir o sequenciamento do gene 16S rRNA, apresentando os mesmos

resultados e de maneira mais rápida. Embora os resultados sejam na maioria das vezes

confiáveis, é recomendado a confirmação do resultado através do sequenciamento de outros

genes (Yamamoto et al., 1999; Krawczyk et al., 2002; La Scola et al., 2006), principalmente

quando espécies poucos frequentes são encontradas. Além disso, algumas das novas espécies

descritas ainda não têm o seu perfil de ARDRA conhecido, dificultando a sua comparação.

As dificuldades enfrentadas pelos microbiologistas na diferenciação e identificação das

diferentes espécies do gênero Acinetobacter usando as metodologias convencionais tanto

fenotípicas como moleculares, fizeram necessário a busca por novos genes candidatos à

identificação. Dois alvos foram propostos apresetando resultados significativos, sendo estes o

gene recA, codificador da recombinase A (Krawczyk et al., 2002), e o gene gyrB, codificador da

subunidade β da DNA girase (Yamamoto et al., 1999). Apesar dos resultados animadores, esses

dois alvos ainda carecem de um fator limitante quanto à descrição das sequências de

nucleotídeos obtidas de cepas referências para as novas espécies de Acinetobacter descritas

recentemente e depositadas no GenBank (La Scola et al., 2006).

Vários estudos têm demonstrado o uso do gene rpoB, codificador da porção β da RNA

polimerase, como sendo uma excelente ferramenta para a diferenciação e classificação

taxonômica de espécies pertencentes a gêneros cuja identificação é impossível ou inviável pelos

métodos convencionais (Drancourt & Raoult, 2002; Khamis et al., 2004). Sendo assim, La Scola

e colaboradores (2006) investigaram a aplicabilidade desse gene para a identificação e

diferenciação de 24 espécies e genoespécies diferentes de Acinetobacter. Os autores

Revisão Bibliográfica

19

encontraram quatro regiões altamente variáveis, incluindo duas zonas polimórficas internas ao

gene rpoB (zona 1, 350 bp e zona 2, 450 bp) e duas regiões intergênicas, cujos tamanhos

variam na primeira região de 301 bp a 310 bp e na segunda região de 86 bp a 177 bp (La Scola

et al., 2006). Tais regiões demonstraram ser um esquema factível e confiável para a identificação

das espécies de Acinetobacter, sendo atualmente aceita e recomendada como prova

confirmatória de espécie. Apesar disso, o pesadelo ainda continua para alguns raros isolados de

A. baumannii e entre as espécies A. grimontii/A. junii e A. baylyi, como descrito pelos próprios

autores (La Scola et al., 2006). Posteriormente, o mesmo grupo publicou um estudo validando a

técnica, incluindo um maior número de isolados e espécies de Acinetobacter spp. (Gundi et al.,

2009).

Além dessas metodologias, outras também foram propostas com o intuito de facilitar a

identificação das espécies de Acinetobacter spp., como por exemplo: análise do polimorfismo de

comprimento de fragmentos - AFLP (Janssen et al., 1996; Nemec et al., 2001), ribotipagem

(Gerner-Smidt et al., 1991), sequenciamento das regiões espaçadoras intergênicas da porção

16S-23S ribossomal (Chang et al., 2005), análise de restrição das regiões espaçadoras

intergênicas da porção 16S-23S ribossomal (Dolzani et al., 1995), análise dos perfis das

proteínas do envelope celular (Dijkshoorn et al., 1987; Dijkshoorn et al., 1990) e análise de

anticorpos monoclonais para antígeno O (Pantophlet et al., 2002). Embora, muitas das

metodologias anteriormente referenciadas apresentem resultados promissores, muitas delas não

conseguem diferenciar as quatro espécies do complexo A. calcoaceticus-baumannii, exatamente

as mais prevalentes no ambiente nosocomial, ou somente identificam as mesmas (Dijkshoorn et

al., 1987; Dolzani et al., 1995; Chang et al., 2005), mas não as demais espécies/genoespécies

do gênero. Além disso, as poucas metodologias que abrangem o maior número possível de

espécies e genoespécies não são aplicáveis à rotina laboratorial, devido ao custo elevado

(Gerner-Smidt et al., 1991; Yamamoto et al., 1999; Krawczyk et al., 2002; Chang et al., 2005; La

Revisão Bibliográfica

20

Scola et al., 2006) e/ou por serem muito laboriosas (Dijkshoorn et al., 1987; Ino & Nishimura,

1989; Dijkshoorn et al., 1990; Dolzani et al., 1995; Vaneechoutte et al., 1995; Janssen et al.,

1996; Nemec et al., 2001; Pantophlet et al., 2002).

Na tentativa de solucionar esse impasse, estudos tem tentado aplicar, aquela que talvez

seja a grande inovação na detecção de patógenos de importância clínica, a técnica de ionização

e dessorção a laser assistida por matriz - tempo de voo (MALDI-TOF MS, do inglês “matrix

assisted laser desorption/ionization - time of flight mass spectrometry”) na diferenciação das

espécies do gênero Acinetobacter spp. (Espinal et al., 2011; Alvarez-Buylla et al., 2012; Kempf et

al., 2012). A técnica de MALDI-TOF MS inova pela rapidez, acurácia e baixo custo na liberação

dos resultados e por apresentar excelentes resultados mesmo para gêneros de difícil

diferenciação na rotina laboratorial (Seng et al., 2009). Sendo assim, a técnica de MALDI-TOF

MS mostrou-se uma excelente ferramenta para a detecção de A. baumannii (Kempf et al.,

2012a) e na diferenciação das demais espécies do complexo A. calcoaceticus-baumannii, desde

que seja incluída no banco de dados do aparelho os espectros proteicos de A. nosocomialis

(Espinal et al., 2011). Entretanto, mesmo o MALDI-TOF MS não foi capaz de diferenciar as

demais espécies do gênero (Alvarez-Buylla et al., 2012).

Devido a todos os problemas aqui expostos referentes não somente a complexidade

taxonômica dentre do gênero Acinetobacter, como também em escolher qual a melhor

metodologia a ser usada para identificar as espécies pertencentes a esse gênero, proponho o

esquema a seguir a ser usado pela rotina laboratorial de microbiologia: primeiramente seria a

implementação da técnica de (i) MALDI-TOF MS (Espinal et al., 2011), uma vez que essa

metodologia identifica as três espécies mais prevalentes; quando o MALDI-TOF MS liberasse

resultados inconclusivos quanto a espécie, (ii) o sequenciamento do gene rpoB deveria ser

utilizado (La Scola et al., 2006; Gundi et al., 2009). Na impossibilidade em sequenciar o gene

rpoB, (iii) a técnica de ARDRA deveria ser utilizada (Vaneechoutte et al., 1995).

Revisão Bibliográfica

21

2.3 - Epidemiologia das Infecções por Acinetobacter spp.

Em geral, bactérias Gram negativas não toleram a dessecação tão bem quando

comparadas as bactérias Gram positivas e, a ocorrência daquelas na pele é normalmente

confinado a áreas úmidas (Hanlon, 2005). Entretanto, relatos demonstraram que isolados de

Acinetobacter spp. possuem capacidade de sobreviver durante longos períodos em superfícies

abióticas e persistem como contaminantes da pele humana (Seifert et al. 1997; Wendt et al.,

1997; Jawad et al., 1998). Inclusive, um estudo comprovou que A. calcoaceticus consegue

sobreviver até 13 dias em superfícies secas, ao contrário de outras bactérias Gram negativas,

que somente conseguiram permanecer viáveis por apenas três dias (Getchell-White et al., 1989).

Devido a essa capacidade, as espécies do gênero Acinetobacter têm demonstrado ser uma das

bactérias Gram negativas mais frequentemente envolvidas na contaminação das mãos dos

profissionais de saúde (Guenthner et al., 1987).

Sendo assim, não é surpresa que diferentes espécies de Acinetobacter spp. tenham sido

encontradas na pele de pelo menos um quarto dos indivíduos saudáveis do sexo masculino

(Forster & Daschner, 1998), em particular em regiões úmidas, tais como axilas, virilha e espaços

interdígitos (Bergogne-Bérézin & Towner, 1996). Entretanto, sua presença na orofaringe e no

reto é rara (Forster & Daschner, 1998). Seifert e colaboradores (1997), em um interessante

estudo realizado na Alemanha, mostraram que 75% dos pacientes hospitalizados e não

infectados avaliados e 42,5% dos controles (pessoas saudáveis não internadas e profissionais

de laboratório) estavam colonizadas por diferentes espécies de Acinetobacter spp., e as taxas de

colonização aumentavam conforme o tempo de internação (Seifert et al., 1997). As espécies

mais frequentes encontradas no estudo foram A. lwoffii (47%), A. johnsonii (21%), A.

radioresistens (12%) e A. pittii (11%), sendo que as duas últimas espécies somente foram

encontradas em pacientes hospitalizados. Já as espécies A. baumannii e A. nosocomialis

somente foram isolados em 0,5% e 1% dos pacientes, respectivamente. Os autores concluíram

Revisão Bibliográfica

22

que talvez a pele fosse o habitat natural de algumas espécies de Acinetobacter spp.,

principalmente A. lwoffii, A. johnsonii e A. pittii e, talvez, A. radioresistens. Esses resultados

podem justificar o porquê da frequência com que essas espécies, em particular, foram

encontradas causando infecções de corrente sanguínea (ICS) relacionadas a cateter (Seifert et

al., 1994). Entretanto, Jawad e colaboradores (1998) mostraram que durante um surto causado

por A. baumannii em uma unidade de terapia intensiva (UTI), esse patógeno foi isolado com uma

alta frequência da pele e das fezes dos pacientes internados na mesma unidade (Jawad et al.,

1998). As taxas de colonização de pacientes por Acinetobacter spp., em situações de surto,

podem ser elevadas no trato respiratório (Mulin et al., 1997), na pele (Allen & Green, 1987), no

trato urinário (Mulin et al., 1995) e no trato gastrointestinal (Timsit et al., 1993), dependendo das

características específicas do surto (Bergogne-Bérézin & Towner, 1996). Jawad e colaboradores

também verificaram que tanto cepas não endêmicas como cepas endêmicas são capazes de

sobreviver por longos períodos em superfícies secas, demonstrando uma característica inerente

a esses micro-organismos (Jawad et al., 1998). Por outro lado, cepas endêmicas eram mais

resistentes aos antimicrobianos que as cepas não endêmicas (Jawad et al., 1998).

As espécies do gênero Acinetobacter são frequentemente consideradas ubíquas, uma

vez que esses micro-organismos podem ser recuperados, usando meios de culturas

enriquecidos, a partir de quase todas as amostras provenientes de solo ou de água (Peleg et al.,

2008; Howard et al., 2012). Entretanto, esses achados contribuíram para que muitos equívocos

sobre a espécie A. baumannii se perpetuassem na literatura médica-científica (Fournier & Richet,

2006). Entre os equívocos, Towner (2009) ressalta os três principais: (i) A. baumannii é um

micro-organismo ubíquo ou altamente prevalente na natureza; (ii) pode ser facilmente

recuperado a partir água, solo e animais; e (iii) faz parte da microbiota comensal da pele e da

orofaringe de humanos. Enquanto estas declarações certamente se aplicam aos membros do

gênero Acinetobacter quando considerado como um todo, para a espécie A. baumannii e seus

Revisão Bibliográfica

23

parentes próximos (A. pittii e A. nosocomialis) isso não se aplica, já que não são organismos

ubíquos (Towner, 2009). Embora A. baumannii possa ser isolado em pacientes hospitalizados e

no ambiente hospitalar durante um período de surto (Jawad et al., 1998), esta espécie não

apresenta um habitat natural conhecido fora do hospital (Peleg et al., 2008), sendo, inclusive,

muito raramente isolada de solo, água ou de outras amostras ambientais (Towner, 2009). Na

verdade, mesmo no ambiente nosocomial, durante períodos em que não estejam acontecendo

surtos, raramente é isolado (Peleg et al., 2008; Towner, 2009). Apesar disso, cepas de

Acinetobacter spp. causadoras de surtos têm a capacidade de sobreviver mais tempo no

ambiente em comparação com cepas ATCCs, sendo demonstrado, inclusive, que as espécies do

complexo A. calcoaceticus-baumannii tendem a ser mais resistentes à dessecação do que as

espécies A. lwoffii, A. haemolyticus e A. junii (Jawad et al., 1996).

Dentre as 33 espécies descritas para o gênero Acinetobacter (Tabela 01), pelo menos

16 dessas já foram descritas causando infecções em humanos (Bouvet & Grimont, 1986;

Nishimura et al., 1988; Nemec et al., 2001; Nemec et al., 2003; Nemec et al., 2009; Nemec et al.,

2010; Nemec et al., 2011). Dentre essas, aquelas pertencentes ao complexo A. calcoaceticus-

baumannii são de longe as espécies mais frequentemente isoladas em infecções em humanos,

sendo muitas vezes responsáveis por mais de 75% dos isolados de Acinetobacter spp. em

amostras clínicas (Henwood et al., 2002), e as que apresentam as maiores taxas de resistência

aos antimicrobianos (Bergogne-Bérézin & Towner, 1996; Forster & Daschner, 1998; Hanlon,

2005; Peleg et al., 2008; Towner, 2009; Howard et al., 2012).

Das quatro espécies pertencentes ao complexo A. calcoaceticus-baumannii, A.

calcoaceticus apresentam uma epidemiologia distinta das outras três espécies, sendo um micro-

organismo majoritariamente ambiental e muito raramente é o agente etiológico de infecções em

humanos (Filka et al; 2000; Gopal et al., 2000; Hunt et al., 2000), ainda que cepas resistentes,

eventualmente, possam causar infecções (Merino et al., 2010). Sendo assim, as espécies A.

Revisão Bibliográfica

24

baumannii, A. pittii e A. nosocomialis são os principais patógenos causadores de infecções em

humanos (Koh et al., 2012), ainda que a real prevalência das duas últimas espécies acabe sendo

subestimada pelas dificuldades metodológicas em diferenciar essas espécies de A. baumannii,

como discutido anteriormente no item 2.2.

Embora A. baumannii seja a espécie mais prevalente e importante, os resultados obtidos

a partir de estudos epidemiológicos que fizeram uma identificação correta das espécies

pertencentes ao complexo A. calcoaceticus-baumannii demonstraram que, dependendo do

hospital ou região geográfica, a frequência de isolamento de A. pittii e A. nosocomialis pode ser

igual ou até mesmo superior à de A. baumannii (Molina et al., 2010; Lee et al., 2011; Lai et al.,

2012), podendo essas duas espécies, inclusive serem capazes de causarem surtos (McDonald

et al., 1999; De Vegas et al., 2006). Apesar disso, a grande maioria das informações sobre a

epidemiologia das infecções causadas por Acinetobacter spp. está quase que exclusivamente

vinculada a A. baumannii, e por isso será abordada com mais ênfase no texto a partir deste

momento.

A. baumannii é um dos mais importantes patógenos oportunistas causadores de

infecções nosocomiais, e frequentemente está associado a surtos de difícil controle (Bergogne-

Bérézin & Towner, 1996), ocorrendo principalmente em UTIs (Young et al., 2007; Monterrubio-

Villar et al., 2009) e em unidades de queimados (Chim et al., 2007). Este micro-organismo está

relacionado a uma variedade de complicações clínicas, tais como, pneumonia (Chan et al., 2007;

Mai et al., 2007), sepse (Lee et al., 2007), infecções de pele (Ng et al., 2004) e meningite

(Rodriguez et al., 2008), especialmente em pacientes imunocomprometidos ou com doença de

base severa, geralmente levando a um aumento da morbidade e mortalidade (Urban et al.,

2003). Além disso, tais infecções têm sido frequentemente associadas com a contaminação de

equipamentos ou das mãos de profissionais de saúde (Chan et al., 2007).

Revisão Bibliográfica

25

Alguns fatores têm contribuído para o sucesso e longevidade desse micro-organismo em

causar surtos epidêmicos, sendo eles: (i) capacidade de A. baumannii em sobreviver em

superfícies secas, relacionado à sua reduzida necessidade nutricional mínima para crescer

(Wendt et al., 1997); (ii) habilidade em se manter viável em diferentes faixas de temperaturas e

pH (Jawad et al., 1998); e (iii) propensão em adquirir genes de resistência aos antimicrobianos

devido a sua permeabilidade para a troca de material genético (Higgins et al., 2010). Em um

estudo publicado por Wendt e colaboradores (1997) ficou demonstrada que a capacidade das

cepas de A. baumannii para sobreviver em superfícies secas varia muito e, surpreendentemente,

esta característica está relacionada com a fonte a partir do qual a cepa foi isolada. Cepas

isoladas a partir de fontes úmidas não sobrevivem tão bem como aquelas isoladas de fontes

secas (Wendt et al., 1997). A persistência de isolados de A. baumannii frente a condições

ambientais adversas é superior, inclusive, a outros dois grandes patógenos, Staphylococcus

aureus e Pseudomonas aeruginosa (Musa et al., 1990).

A erradicação de cepas de A. baumannii é extremamente difícil, principalmente quando

estas se tornam endêmicas em uma unidade hospitalar, devido, em parte, ao fato de que as

medidas habituais de controle de infecção hospitalar são muitas vezes insuficientes para deter a

sua transmissão (Perez et al., 2008; Towner, 2009). Entretanto, medidas eficazes, concentradas

no controle da contaminação ambiental podem ser bem sucedidas na erradicação de surtos

(Wilks et al., 2006). As principais medidas incluem: (i) o uso de um sistema de aspiração traqueal

fechado para todos os pacientes que receberam ventilação mecânica; (ii) descontaminação das

mãos usando álcool gel; (iii) estratégias bem definidas para a limpeza dos equipamentos e do

ambiente; e uma outra medida que tem sido utilizada, ainda que controversa, é (iv) o uso de

polimixina B inalatória para pacientes com evidência de pneumonia, leve a moderada, associada

à ventilação mecânica. A implementação do isolamento do paciente e/ou fechamento da unidade

hospitalar por períodos de até quatro semanas, nos casos onde as medidas acima citadas não

Revisão Bibliográfica

26

foram suficientes, podem auxiliar na contenção do surto (Denton et al., 2004; Pimentel et al.,

2005). É sabido que no âmbito hospitalar, o papel das mãos dos profissionais de saúde como

veículo de transmissão e disseminação de patógenos multirresistentes, principalmente A.

baumannii (Chan et al., 2007), é essencial. Sendo assim, um estudo conduzido por Borer e

colaboradores (2007) concluiu que a desinfecção diária de todo o corpo de pacientes

ingressados na UTI com solução de gluconato de clorexidina a 4%, após culturas (inguinal e

axilar) positivas de pele, reduziu significativamente a presença de A. baumannii desses

pacientes.

Infecções por A. baumannii tem sido associadas a climas quentes e úmidos (Berg et al.

1995; Anstey et al., 2002). Desde 1974, o “Centers for Disease Control and Prevention” - CDC

observou taxas mais elevadas de infecções nosocomiais por A. baumannii no verão do que em

outras estações do ano (Ramphal, 1979). McDonald e colaboradores (1999) avaliaram 3.447

infecções causadas por Acinetobacter em adultos e crianças internados em UTIs que foram

relatados ao CDC entre 1987 a 1996. Os autores verificaram um aumento de 50% entre os

meses de verão no hemisfério norte, de Julho a Outubro, do que nos demais meses do ano, e

associou esse aumento às temperaturas mais quentes e úmidas nessa época do ano, o que

teoricamente favoreceria o crescimento de Acinetobacter spp. em seus habitats naturais, tendo

os aparelhos de ar condicionado apontados como os responsáveis pela epidemia (MacDonald et

al., 1999). Entretanto, ao longo das duas últimas décadas, infecções por estes patógenos tem se

tornado cada vez mais um problema em países de climas temperados (Munoz-Price &

Weinstein, 2008). Como fatores de risco para colonização e infecção por A. baumannii temos:

internação prévia em UTI, cirurgia recente, cateter venoso central, traqueostomia, ventilação

mecânica, dieta parenteral, e terapia prévia com fluoroquinolonas, cefalosporinas de amplo

espectro ou carbapenens (Villegas & Hartstein, 2003; Munoz-Price & Weinstein, 2008; Towner,

2009).

Revisão Bibliográfica

27

Como forma de resumir a complexa epidemiologia de Acinetobacter spp., Towner (2009)

dividiu apropriadamente o gênero Acinetobacter em três grandes populações, sendo estas: (i)

isolados multirresistentes (MDR) que seriam encontrados principalmente em ambientes

nosocomiais e durante situações de surto, sendo capazes de colonizar e infectar pacientes

hospitalizados. Estes isolados compreenderiam principalmente A. baumannii, A. pittii e A.

nosocomialis; (ii) isolados sensíveis à maioria dos antimicrobianos e que fariam parte da flora

comensal normal da pele de humanos (estima-se que colonizem entre 25% a 70% dos

indivíduos) e animais, podendo também ser encontrados como parte da flora de deterioração de

muitos alimentos. Neste grupo entrariam as espécies A. johnsonii, A. lwoffii e A. radioresistens; e

(iii) isolados ambientais sensíveis aos antimicrobianos que poderiam ser encontrados no solo ou

em águas residuais, compreendendo principalmente as espécies A. calcoaceticus e A. johnsonii.

Os habitats naturais das demais espécies pertencentes ao gênero Acinetobacter (Tabela I) são

ainda mal definidos, e necessitam ainda de estudos adicionais para melhor caracterização.

2.4 - Opções Terapêuticas para o Tratamento das Infecções por Acinetobacter spp.

2.4.1 - Polimixinas

Dentre as limitadas opções terapêuticas para o tratamento das infecções causadas por

isolados de Acinetobacter spp. MDR, as polimixinas são os antimicrobianos que apresentam os

melhores resultados (Neonakis et al., 2011), com taxas de cura em torno de 75% a 87% (Kallel

et al.,. 2007; Falagas et al.,. 2010a). Embora as polimixinas tenham sido descobertas no final da

década de 40 (Stansly et al., 1947), apenas dois membros pertencentes a essa classe de

antimicrobianos estão disponíveis na prática clínica atualmente, sendo estes, a polimixina B e a

polimixina E, também conhecida como colistina (Velkov et al.,. 2010). Ambos os compostos são

metabólitos peptídicos secundários produzidos pela bactéria de solo Paenibacillus polymyxa,

compartilhando uma sequência comum primária e se diferenciando na posição 6, que é ocupada

Revisão Bibliográfica

28

por uma D-Phe na polimixina B e uma D-Leu na colistina. As polimixinas são detergentes

catiônicos que se ligam ao lipídio A do lipopolissacarídeo (LPS) bacteriano perturbando a

membrana citoplasmática e, dessa forma, aumentando a permeabilidade da parede celular, com

consequente vazamento do conteúdo citoplasmático e finalmente lise celular.

As polimixinas foram abandonadas nas décadas de 1960 e 1970 devido a ocorrência

frequente de nefrotoxicidade e neurotoxicidade (Wolinsky & Hines, 1962; Koch-Weser et al.,

1970). Entretanto, com o surgimento de bacilos Gram negativos MDR e a falta de novas opções

terapêuticas, fizeram com que as polimixinas voltassem ao cenário clínico nos últimos anos.

Estudos recentes mostraram uma menor toxicidade, possivelmente devido ao uso de doses

menores, novas formulações e um monitoramento minucioso do transcurso clínico dos pacientes

que fazem uso desses antimicrobianos. Além disso, a neurotoxicidade associada ao tratamento

com polimixinas se tornou incomum (Falagas & Kasiakou, 2006b).

As polimixinas apresentam uma atividade bactericida contra isolados de A. baumannii, e

as taxas de resistência tem se mantido relativamente baixa, variando, em média, de 1,7% a 3%

(Gales et al., 2006; Souli et al., 2006; Gales et al., 2011). Apesar disso, Ko e colaboradores

(2007) relataram uma taxa de 27,9% de resistência entre os 214 isolados de A. baumannii

avaliados de dois hospitais sul-coreanos (Ko et al., 2007). Embora os mecanismos de resistência

as polimixinas ainda não estejam bem esclarecidos (Falagas et al., 2010b), já se sabe que

alterações na composição de LPS da parede celular bacteriana (Beceiro et al., 2011; Arroyo et

al., 2011), expressão reduzida de proteínas de membrana externa (OMPs) específicas (Vila et

al., 2007), redução do teor de lipídeos e redução na carga elétrica (Mg+2 e Ca+2) do envelope

celular (Soon et al., 2011), são fatores importantes neste fenótipo.

As polimixinas foram testadas extensivamente em combinação com carbapenens,

quinolonas e aminoglicosídeos contra isolados de A. baumannii MDR, com resultados

promissores (Pankuch et al., 2004; Yoon et al., 2004; Tan et al., 2007). Além disso, atenção

Revisão Bibliográfica

29

especial deve ser tomada na realização dos testes de sensibilidade às polimixinas, uma vez que

diferenças na composição de cátions dos meios de Mueller-Hinton disponíveis comercialmente

interferem na concentração inibitória mínima - CIM obtida para esses antimicrobianos (Girardello

et al., 2012), necessitando o ajustamento das concentrações dos cátions, quando necessário,

segundo as recomendações do “Clinical Laboratory Standards Institute” - CLSI (CLSI, 2012).

2.4.2 - Tigeciclina

A tigeciclina é o único membro da relativa nova classe de antimicrobianos, as

glicilciclinas (Chopra, 2001). Esse antimicrobiano semi-sintético é uma modificação da molécula

de minociclina e apresenta um amplo espectro de atividade, que inclui bactérias Gram positivas

(incluindo estafilococos resistentes à meticilina - MRSA e enterococos resistentes à vancomicina

- VRE) (Garrigós et al., 2011; Polidori et al., 2011), Gram negativas (incluindo enterobactérias

produtoras de β-lactamases de espectro ampliado - ESβL) (Silva-Sanchez et al., 2011) e

anaeróbios (Jump et al., 1996). A tigeciclina inibe a síntese proteica bacteriana através da

ligação à subunidade ribossomal 30S (Bergeron et al., 1996) e apresenta uma atividade

bacteriostática contra isolados de A. baumannii (Maragakis & Perl, 2008). Similarmente ao que

ocorre com as polimixinas, a concentração dos cátions no meio Mueller-Hinton também podem

interferir nos resultados obtidos nos testes de sensibilidade para tigeciclina (Cayô et al., 2010)

levando a resultados discrepantes quando comparados as metodologias de disco difusão e Etest

com a microdiluição em caldo (Fernández-Mazarrasa et al., 2009). Além disso, a tigeciclina pode

sofrer degradação por um processo de oxidação, que causa a perda de sua potência (Bradford

et al., 2005). Embora o uso de tigeciclina para o tratamento de infecções causadas por A.

baumannii seja “off-label”, as CIMs relativamente baixas (CIM50 0,5-1 mg/L e CIM90 1-2 mg/L)

obtidas em diferentes estudos tornaram o uso desse antimicrobiano atraente contra A. baumannii

(Reinert et al., 2007; Garrison et al., 2009). Entretanto, apesar da boa atividade in vitro contra

Revisão Bibliográfica

30

isolados de A. baumannii MDR, a eficácia clínica da tigeciclina continua a ser controversa

(Karageorgopoulos et al., 2008; Gallagher & Rouse, 2009). Além disso, a resistência a tigeciclina

em A. baumannii ocorre pela hiperexpressão de sistemas de efluxo, principalmente o sistema

AdeABC, presente no cromossomo desse micro-organismo (Peleg et al., 2007).

2.4.3 - Ampicilina/Sulbactam

Sulbactam é um inibidor de β-lactamase com uma estrutura semelhante aos β-

lactâmicos que possue atividade contra isolados de A. baumannii porque se liga à proteína

ligadora de penicilina 2 (PBP2) (Zavascki et al., 2010). Estudos tem demonstrado que sulbactam,

que no Brasil é comercializado juntamente com ampicilina, pode ser uma opção terapêutica para

o tratamento de infecções causadas por A. baumannii MDR com resultados satisfatórios (Levin

et al., 2003). Levin e colaboradores (2003) trataram 40 pacientes com infecções por A.

baumannii MDR com ampicilina/sulbactam, sendo a maioria dos casos ICS e pneumonia, e

observaram um taxa de cura de 67,5% (Levin et al., 2003). O mesmo grupo de pesquisa, em

outro estudo, compararam retrospectivamente pacientes com infecções por Acinetobacter spp.

resistentes aos carbapenens que haviam feito terapia com polimixina B e ampicilina/sulbactam

separadamente (Oliveira et al., 2008). Foi observado que ampicilina/sulbactam foi mais eficaz no

tratamento de A. baumannii MDR do que a polimixina B. Inclusive o uso de polimixina B foi

considerado no estudo como um fator independente de mortalidade, apresentando alto valor de

“Acute Physiological and Chronic Health Evaluation II” - APACHE II (Oliveira et al., 2008). Devido

aos resultados encorajadores, chegou-se se a conclusão de que para infecções causadas por

isolados de A. baumannii sensíveis à ampicilina/sulbactam, dever-se-ia priorizar esse

antimicrobiano como opção terapêutica (Neonakis et al., 2011). Além disso, foi demonstrado que

o custo do tratamento com ampicilina/sulbactam é significativamente menor quando comparado

com imipenem/cilastatina (1.500 dolares - imipenem-cilastatina vs 500 dolares -

Revisão Bibliográfica

31

ampicilina/sulbactam, p=0.004) (Jellison et al., 2001). As desvantagens no uso do sulbactam

seria o fato de que em muitos países, como o Brasil, somente existe a formulação 2:1 de

ampicilina/sulbactam, respectivamente, e as altas taxas de resistência verificadas em algumas

regiões geográficas, variando de 46,7% na Espanha (Fernández-Cuenca et al., 2004) a 70% em

Tawain (Yang et al., 2010).

2.4.4 - Minociclina

Introduzido no final da década de 60 (Redin, 1966), a minociclina, juntamente com a

doxiciclina, sofreram modificações na estrutura inicial da tetraciclina, e representam a segunda

geração desses antimicrobianos (Neonakis et al., 2011). Tais modificações permitiram a

minociclina apresentar características únicas, como uma meia-vida longa, melhor absorção oral,

e maior penetração tecidual (Nelson & Levy, 2011). Além disso, a minociclina mantém atividade

contra bactérias resistentes à tetraciclina. Assim como as demais tetraciclinas, seu mecanismo

de ação é a inibição da síntese proteica bacteriana, se ligando aos ribossomos e impedindo,

dessa forma, a ligação do aminoacil-tRNA (Chopra et al., 1992). A minociclina apresenta

atividade tanto contra bactérias Gram positivas como Gram negativas (Bishburg & Bishburg,

2009), e os mecanismos de resistência estão relacionados, na maioria das vezes, a dois grupos

de genes (tet e otr) que codificam sistemas de efluxo e proteínas protetoras ribossomais (Chopra

& Roberts, 2001). Tais grupos de genes podem conferir padrões distintos de resistência entre as

tetraciclinas (Bishburg & Bishburg, 2009). O uso da minociclina caiu em desuso devido à

introdução de agentes antimicrobianos mais potentes (Neonakis et al., 2011). Entretanto, devido

a sua concentração sérica/tecidual ideal e sua notável penetração no sistema nervoso central,

aliado ao aumento de infecções por A. baumannii MDR, esse antimicrobiano voltou a ganhar

destaque (Bishburg & Bishburg, 2009; Neonakis et al., 2011). Os relatos na literatura, ainda que

escassos, têm demonstrado resultados animadores para o tratamento de infecções de pele

Revisão Bibliográfica

32

(Griffith et al., 2008) e pneumonia (Wood et al., 2003; Griffith et al., 2008) causadas por A.

baumannii.

2.4.5 - Carbapenens

Os β-lactâmicos apresentam uma excelente eficácia, segurança e tolerabilidade no

tratamento de infecções bacterianas e, por isso, tem sido amplamente prescritos nos últimos 60

anos. Esses antimicrobianos são divididos em pelo menos cinco subclasses, sendo essas,

penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas, monobactâmicos e carbapenens. O mecanismo de ação

de todos os β-lactâmicos consiste na ligação desses antimicrobianos com as PBPs, localizadas

na membrana interna bacteriana, inibindo a síntese da parede celular, uma vez que as PBPs

catalisam a síntese e a remodelação do peptídeoglicano, principal componente da parede celular

(Sauvage et al., 2008; Llarrull et al., 2010). A inibição ocorre devido ao fato dos β-lactâmicos

mimetizarem o dipeptídeo D-Ala-D-Ala, sendo reconhecidos pelas PBPs, e dessa forma atuarem

como inibidores suicidas (Zapun et al., 2008). O sítio ativo serina das PBPs ataca o radical

carbonila do anel β-lactâmico, resultando na abertura do anel e na formação de um complexo

covalente enzima-acil. Uma vez ligado às PBPs, o β-lactâmico é hidrolisado muito lentamente,

impedindo efetivamente que as PBPs realizem novas reações de síntese da parede celular

bacteriana (Zapun et al., 2008).

Dentre as subclasses dos β-lactâmicos, os carbapenens são aos antimicrobianos mais

potentes e com o maior espectro de atividade antimicrobiana in vitro (Zhanel et al., 2007;

Nicolau, 2008; Papp-Wallace et al., 2011). A história desses antimicrobianos começa no final da

década de 60, quando o uso da penicilina na pratica clínica foi ameaçado pelo surgimento das β-

lactamases, e a busca por inibidores dessas enzimas se tornaram uma necessidade (Papp-

Wallace et al., 2011). Somente em 1976, os primeiros inibidores de β-lactamase foram

descobertos, e foram chamados de ácidos olivânicos (Figura 2A). Esses compostos eram

Revisão Bibliográfica

33

naturalmente produzidos pela bactéria Streptomyces clavuligerus, e apresentavam em suas

estruturas o que mais tarde constituiria espinha dorsal da molécula dos carbapenens (Brown et

al., 1976; Papp-Wallace et al., 2011). Entretanto, devido à instabilidade química e à pouca

penetração na célula bacteriana, esses compostos foram esquecidos, sendo substituídos por

dois outros inibidores mais potentes, o ácido clavulânico (isolado de S. clavuligerus) e a

tienamicina (isolado de Streptomyces cattleya), sendo a tienamicina (Figura 2B) considerada o

precursor dos carbapenens (Núñez et al., 2003; Papp-Wallace et al., 2011). A partir da molécula

da tienamicina derivou-se o imipenem (Figura 2C), que em 1985 se tornou o primeiro

carbapenem usado para o tratamento de infecções bacterianas (Miyadera et al., 1983; Papp-

Wallace et al., 2011). Posteriormente, outros carbapenens foram sendo desenvolvidos (Zhanel et

al., 2007; Nicolau, 2008), sendo meropenem (Figura 2E), ertapenem (Figura 2F) e doripenem

(Figura 2H) os mais importantes, pois constituem os compostos mais utilizados mundialmente.

Os primeiros carbapenens, tais como imipenem e biapenem, eram frequentemente

susceptíveis à degradação pela enzima dehidropeptidase-1 (DHP-1) localizada nos túbulos

renais e sendo, portanto, necessária a coadministração com a cilastatina ou com o betamiprom,

que são inibidores da DHP-1 (Zhanel et al., 2007). Os demais carbapenens desenvolvidos

posteriormente (meropenem, ertapenem e doripenem) apresentam uma modificação na sua

estrutura molecular, com a inserção de um radical 1β-Metil (Figura 2 - círculos em azul), que

protege o grupo carbonil β-lactâmico reduzindo assim a hidrólise catalisada pela DHP-1. Dessa

forma, os carbapenens posteriores ao imipenem e ao biapenem são administrados sem a

associação com a cilastatina (Hammond, 2004; Papp-Wallace et al., 2011).

Revisão Bibliográfica

34

B

C D

E F

G

A

H

Substituição meta-ácido benzoicoRadical 1ββββ-metilRadical Trans-1-hidroxietil

Anel β-lactâmico

Figura 02 - Comparação das estruturas química dos ácidos oliovânicos, tienamicina e dos

carbapenens. A - ácido oliovânico; B - tienamicina; C - imipenem, antigo MK-0787 (Horadam et

al., 1980); D - panipenem, antigo RS-533 (Miyadera et al., 1983); E - meropenem, antigo SM-

7338 (Sentochnik et al., 1989); F - ertapenem, antigo MK-0826 (Goldstein et al., 2000);G -

biapenem, antigo L-627 (Ubukata et al., 1996); H - doripenem, antigo S-4661 (Iso et al., 1996).

Estruturas químicas modificadas a partir da figura original obtidas de Papp-Wallace e

colaboradores (2011).

Revisão Bibliográfica

35

Imipenem, meropenem e doripenem apresentam meias-vidas in vivo de

aproximadamente 1 hora, enquanto ertapenem tem uma meia-vida de aproximadamente 4 horas

tornando-o adequado para uma única administração diária (Zhanel et al., 2007). Essa

característica única do ertapenem está relacionada à inclusão de uma substituição meta de um

radical de ácido benzoico (Figura 2F - círculo em lilás), que modificou as propriedades

antibacterianas e farmacológicas do ertapenem, fazendo com esse composto se ligasse mais

facilmente às proteínas do plasma humano (Hammond, 2004). Este aumento na ligação às

proteínas do plasma permite à administração de uma dose única diária de 1 g de ertapenem

comparado às três e quatro doses diárias usadas para o meropenem e imipenem,

respectivamente (Cunha, 2002).

Os carbapenens apresentam atividade contra muitas bactérias Gram positivas, Gram

negativas e anaeróbios (Zhanel et al., 2007; Papp-Wallace et al., 2011). Geralmente, imipenem,

panipenem e doripenem são potentes contra bactérias Gram positivas, enquanto meropenem,

biapenem, ertapenem e doripenem são ligeiramente mais potentes contra bactérias Gram

negativas (Papp-Wallace et al., 2011). Ertapenem é o carbapenem que apresenta o espectro

mais limitado, já que não possui atividade frente a P. aeruginosa e A. baumannii (Cunha, 2002).

Além disso, todos os carbapenens não apresentam atividade contra Enterococcus faecium,

Staphylococcus aureus resistentes a meticilina (MRSA) e Stenotrophomonas maltophilia (Papp-

Wallace et al., 2011; Nicolau, 2008).

Diferente do ocorre com muitas das demais subclasses de β-lactâmicos, os carbapenens

são estáveis frente à maioria das β-lactamases, incluindo as do tipo AmpC (item 2.5.1.2) e as

ESβLs (item 2.5.1.3) (Papp-Wallace et al., 2011). As β-lactamases que contém um resíduo de

serina no sítio ativo utilizam a reatividade química intrínseca dos β-lactâmicos para inativá-los. A

enzima associa-se não covalentemente ao anel β-lactâmico, e então o radical hidroxila livre do

resíduo de serina presente no sítio ativo da enzima ataca o anel β-lactâmico, formando uma

Revisão Bibliográfica

36

ligação covalente acil-éster. A hidrólise do éster formado libera a enzima ativa e o β-lactâmico

hidrolisado e inativado (Livermore, 1995). O radical trans-1-hidroxietil (Figura 2 - círculos em

verde), presente nos carbapenens, retira a molécula de água do sítio ativo da β-lactamase,

necessária para uma hidrólise enzimática eficiente, estabilizando a enzima acilada e inativa.

Entretanto, a capacidade dos carbapenens de se manterem estáveis frente as β-lactamases não

se estende às carbapenemases, entre elas as metalo-β-lactamases - MβLs (item 2.5.1.5) item e

as carbapenemases de classe D (item 2.5.1.6) (Poirel et al., 2010; Cornaglia et al., 2011). Apesar

disso, entre os carbapenens, o doripenem é o que apresenta melhor estabilidade frente às

carbapenemases; sendo hidrolisado de 2 a 150 vezes mais lentamente que o imipenem (Papp-

Wallace et al., 2011).

Embora os β-lactâmicos seja uma das classes mais importantes para o tratamento de

infecções por bactérias Gram negativas, nenhuma nova subclasse foi descrita nos últimos 30

anos, e o desenvolvimento de novos representantes diminuiu drasticamente (Chambers, 2006;

Poulakou & Giamarellou, 2008). Llarrull e colaboradores (2010) fizeram uma excelente e

pessimista discussão sobre o futuro dos β-lactâmicos, na qual, inclusive tentam entender o

descaso da indústria farmacêutica em relação a estes antimicrobianos: (i) a diminuição do

interesse pela indústria farmacêutica em todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento

antibacteriano; (ii) a crença de que a interação estrutura-atividade para os β-lactâmicos chegou a

um nível de complexidade que o esforço/custo já não se justifica, e que (iii) o uso indiscriminado

dos β-lactâmicos durante décadas contribuiu para a seleção de diversos e efetivos mecanismos

de resistência (Llarrull et al., 2010).

2.5 - Mecanismos de Resistência aos ββββ-Lactâmicos por Acinetobacter spp.

Os β-lactâmicos são os agentes antimicrobianos mais frequentemente utilizados na

prática médica. A resistência a esses agentes limita drasticamente as opções terapêuticas e

Revisão Bibliográfica

37

aumenta a morbidade e os custos com o paciente (Falagas et al., 2006a). A resistência

bacteriana aos β-lactâmicos pode estar relacionada com qualquer uma das etapas envolvidas no

mecanismo de ação desses antimicrobianos, sendo quatro os mecanismos descritos: (i)

degradação enzimática do antimicrobiano pela produção de β-lactamases (Figura 04a); (ii) perda

ou diminuição da expressão das proteínas de membrana externa (Figura 04b); (iii)

hiperexpressão dos sistemas de efluxo (Figura 04c); e (iv) alteração da afinidade ou expressão

das PBPs (Figura 04d) (Llarrull et al., 2010).

4b - Alteração de proteínas deMembrana ExternasLocalização: Membrana ExternaProteínas importantes: Omp25,OmpW, CarO, 33-36 kDa,OmpHMP, OprD-like

4c - Hiperexpressão de Sistemasde EfluxoLocalização: Membrana ExternaSistemas envolvidos: AdeABC,AdeDE, AdeFGH, Ade IJK

4a - Produção de ßßßß----lactamaseslactamaseslactamaseslactamasesLocalização: Espaço periplásmicoEnzimas importantes: OXA-23, OXA-24,OXA-51, 58, OXA-143, IMP-like, VIM-like,GIM-1, SIM-1, NDM-like, ADC

4d – Alteração do Sítio AlvoLocalização: Membrana InternaProteínas importantes: PBP1a,.PBP1b, PBP2, PBP3, PBP5/6,PBP6b, PBP7/8, MtgA

Espaço periplásmico

Membrana Interna

Membrana Externa

Citoplasma

Meio Externo

Figura 04 - Estrutura da parede celular, mecanismos de resistências aos β-lactâmicos em

Acinetobacter spp. e principais proteínas envolvidas. Figura modificada a partir da figura original

obtida de Munoz & Weinstein (2008).

Revisão Bibliográfica

38

Diferente das bactérias Gram positivas (Mainardi et al., 2008), nas quais a alteração das

PBPs é o principal mecanismo de resistência aos β-lactâmicos (Wu et al., 1994; Ligozzi et al.,

1996; Dowson et al., 1990), nos bacilos Gram negativos o mecanismo principal é a produção de

β-lactamases. A degradação enzimática em bactérias Gram positivas ocorre mais raramente,

com alguns relatos em isolados de Staphylococcus aureus (Livorsi et al., 2012) e Enterococcus

spp. (Chow et al., 1993). A constituição da parede celular entre esses dois grupos de bactérias

(Silhavy et al., 2010) tem um papel importante e essencial nessa diferença, elegendo a

predominância de um mecanismo de resistência sobre os demais. As bactérias Gram negativas

apresentam uma maior complexidade em sua parede celular (Silhavy et al., 2010) o que,

consequentemente, influenciará na diversidade dos mecanismos de resistência observados

nesses micro-organismos (Figura 04).

2.5.1 - Produção de ββββ-Lactamases

As β-lactamases são enzimas que catalisam a hidrólise do anel β-lactâmico, tornando-

os inativos (item 2.4.5). Os genes que as codificam podem estar localizados tanto no

cromossoma bacteriano como em plasmídeos (Bush et al., 1995). Algumas dessas enzimas

utilizam íons de zinco como cofatores enzimáticos, enquanto a grande maioria opera via

produção de ésteres de serina (Livermore, 1995). A quantidade de enzima produzida, a

habilidade dessa enzima em hidrolisar o β-lactâmico e a velocidade com que o antimicrobiano

penetra na célula são fatores que irão influenciar o grau da resistência. Essas enzimas são

produzidas por inúmeras espécies bacterianas, tanto Gram positivas como Gram negativas,

diferindo quanto as suas estruturas e localizações (Bush et al., 1995). Nas bactérias Gram

positivas, as β-lactamases são secretadas no meio extracelular e, portanto são menos eficientes

que as enzimas produzidas pelas bactérias Gram negativas, que se encontram estrategicamente

Revisão Bibliográfica

39

no espaço periplásmico, onde podem alcançar altas concentrações agindo de modo mais eficaz

sobre os β-lactâmicos, antes desses atingirem o seu sítio alvo, as PBPs (Livermore, 1993).

A primeira β-lactamase foi identificada em Escherichia coli, antes mesmo do

desenvolvimento da penicilina para uso na prática clínica (Abraham & Chain, 1988; Bradford,

2001). Isso é justificável, uma vez que muitas das classes de antimicrobianos utilizadas na

prática clínica são compostos derivados de metabólitos secundários previamente isolados de

micro-organismos ambientais (Barreiro et al., 2012). A penicilina, por exemplo, descoberta em

1928 pelo médico e bacteriologista escocês Sir Alexander Fleming, é um antimicrobiano natural

isolado do fungo Penicillium chrysogenum (ou Penicillium notatum) causador do bolor do pão

(Barreiro et al., 2012). A competição pela sobrevivência no meio ambiente é árdua e os micro-

organismos precisam produzir substâncias para se defenderem e conquistarem o seu próprio

nicho ecológico (Fredrickson & Stephanopoulos, 1981).

As β-lactamases são a principal causa de resistência aos β-lactâmicos em bacilos Gram

negativos e tem sido objeto de extensas investigações microbiológicas, bioquímicas e genéticas

(Bush et al., 1995). Embora, novos antimicrobianos resistentes à ação hidrolítica das β-

lactamases têm sido desenvolvidos, com o uso clínico de cada nova classe, novas β-lactamases

surgem causando resistência a estes novos antimicrobianos. Presumidamente, a pressão

seletiva do uso indiscriminado desses agentes no tratamento de infecções, tem selecionado

novas variantes de β-lactamases (Bradford, 2001). Embora novas β-lactamases vem sendo

descobertas a cada ano, a classificação proposta por Bush, Jacoby e Medeiros (1995) ainda é a

mais utilizada e aceita, combinando aspectos estruturais e funcionais das β-lactamases.

Posteriormente, os mesmos autores fizeram uma atualização da classificação, incluindo novas

β-lactamases que não eram contempladas na classificação anterior e criaram novos subgrupos

(Bush & Jacoby, 2010). Outra importante classificação é aquela descrita por Ambler (1980), na

Revisão Bibliográfica

40

qual as β-lactamases foram agrupadas em quatro classes (A, B, C e D), levando em

consideração as suas sequencias de aminoácidos.

2.5.1.2 - Produção de ββββ-Lactamases de classe C - AmpC

As β-lactamases do tipo AmpC pertencem ao grupo 1 de Bush (Bush et al., 1995) e a

classe molecular C de Ambler (Ambler, 1980), sendo encontradas tanto no cromossomo

bacteriano como em plasmídeos (Jacoby, 2009; Philippon et al., 2002). As enzimas

cromossomais pertencentes a este grupo já foram descritas em uma variedade de micro-

organismos, principalmente nos membros do grupo CESP (Citrobacter freundii, Enterobacter

spp., Serratia marcescens, Providencia stuartii, P. aeruginosa e Morganella morganii), nos quais

essas β-lactamases são induzíveis (Bush et al., 1995; Jacoby, 2009), ou em micro-organismos

como E. coli e A. baumannii, nos quais a indução não ocorre (Jacoby, 2009).

Entre os membros do grupo CESP, existem três proteínas (AmpD, AmpG, e AmpR) que

estão relacionadas ao mecanismo de indução e regulação das β-lactamases cromossomais do

tipo AmpC, sendo necessário a presença de todos esses genes para a correta indução dessas

β-lactamases (Kuga et al., 2000). A presença de alguns β-lactâmicos como a cefoxitina e o

imipenem são fortes indutores, podendo aumentar de 100 a 600 vezes a expressão dessas β-

lactamases (Jones, 1998). A principal diferença entre indutores fortes e fracos é a afinidade com

que os diferentes β-lactâmicos tem pela PBP4 e/ou PBP7, que funcionam como sinalizadores

para o aumento da expressão do gene blaAmpC. O mecanismo de indução é extremamente

complexo e quando os β-lactâmicos indutores são retirados, a produção pode voltar a níveis

basais (Sanders et al., 1997).

A maioria das β-lactamases do tipo AmpC hidrolisam ureidopenicilinas (piperacilina),

cefamicinas (cefoxitina e cefotetan), e, a um nível inferior, as oximinocefalosporinas (ceftazidima,

cefotaxima e ceftriaxona) e os monobactâmicos (aztreonam) (Jacoby, 2009; Philippon et al.,

Revisão Bibliográfica

41

2002). As cefalosporinas zwiteriônicas (cefepima e cefpiroma), ou seja, moléculas que

apresentam pólos positivos e negativos, e os carbapenens não são hidrolisados por essas β-

lactamases (Jacoby, 2009; Philippon et al., 2002). Entretanto, surgiram variantes das

cefalosporinases do grupo 1 de Bush (CMY-10, CMY-19 e CMY-37) apresentando substituições

de aminoácidos ou inserções/deleções em quatro regiões específicas que localizadas próximos

ao sítio ativo da enzima, e devido a essas mutações passaram a hidrolisar as

oximinocefalosporinas, cefepima e, em alguns casos, até imipenem (Rodríguez-Martínez et al.,

2009). Sendo assim, Bush & Jacoby (2010), ao atualizarem a sua classificação das β-lactamases

de 1995 (Bush et al., 1995), decidiram dividir o grupo 1 de Bush em dois subgrupos (1 e 1e). No

subgrupo 1e foram incluídas as AmpCs que conferem sensibilidade reduzida para todas as

cefalosporinas e foram genericamente chamadas de AmpCs de espectro ampliado (ESAC -

“Extended-Spectrum AmpC”) (Bush & Jacoby, 2010).

Em 1990, foi descrito uma enzima localizada em um plasmídeo com 90% de similaridade

com o gene ampC de E. cloacae, dando início a um novo grupo de enzimas pertencentes a

classe C, conhecidas como AmpC plasmidiais (Papanicolaou et al., 1990). As AmpCs plasmidiais

já foram descritas em todo o mundo, sendo encontradas principalmente em K. pneumoniae, K.

oxytoca, Salmonella spp., Proteus mirabilis e E. coli. Essas enzimas apresentam o mesmo

espectro de ação das AmpCs cromossomais, podendo ser induzíveis ou não (Philippon et al.,

2002). Até o momento já foram descritas nove tipos de AmpCs plasmidiais: CFE-1, LAT-1, CMY

(92 variantes), FOX (10 variantes), MOX (oito variantes), ACT (16 variantes), ACC (cinco

variantes), MIR (cinco variantes) e DHA (oito variantes). Na literatura consta somente um relato

de DHA-like em isolados de A. baumannii na China, com uma alta frequência (19,4%) (Yin et al.,

2008)

No caso de A. baumannii, a expressão da AmpC cromossômica, que é intrínseca da

espécie, não é induzida pelo fato de que neste micro-organismo o gene ampR está ausente,

Revisão Bibliográfica

42

sendo, portanto, expressa em níveis basais, e, dessa maneira não confere resistência às

oximinocefalosporinas (Bou & Martínez-Beltrán, 2000). Entretanto, a resistência as

oximinocefalosporinas em A. baumannii está geralmente relacionada com a hiperprodução de

AmpC, quando a sequência de inserção (IS) ISAba1 está inserida a montante do gene,

conferindo um promotor forte (Boo et al., 2009b; Lin et al., 2010). Além disso, foi proposto uma

nomenclatura específica para as β-lactamases do tipo AmpC de A. baumannii, sendo sugerido o

nome ADC derivado de “Acinetobacter-derived cephalosporinases”, já que essas enzimas

apresentam um único ancestral comum e se distanciam substancialmente do outros genes ampC

descritos em outros micro-organismos (Hujer et al., 2005). Entre as enzimas ADC, algumas já

foram descritas como sendo ESAC, como as variantes ADC-33 (Rodríguez-Martínez et al., 2010)

e ADC-56 (Tian et al., 2011), ambas conferindo resistências às cefalosporinas de quarta

geração.

2.5.1.3 - Produção de ββββ-Lactamases de Espectro Ampliado - ESββββL

As ESβLs pertencem ao grupo 2be de Bush (Bush et al., 1995) e a classe molecular A

de Ambler (Ambler, 1980). É um grupo heterogêneo e apresentam uma serina no sítio ativo,

representando o maior grupo de β-lactamases estudadas atualmente (Turner, 2005). Descritas

inicialmente em K. pneumoniae e E. coli, as ESβLs se disseminaram para as demais espécies

de enterobactérias, e, embora, sejam também encontradas em P. aeruginosa (Picão et al.,

2009), raramente são descritas em A. baumannii. Os genes que codificam as ESβLs estão

localizados em grandes plasmídeos que também podem codificar resistência aos

aminoglicosídeos, tetraciclina, cloranfenicol, e trimetoprim/sulfametoxazol, o que pode explicar o

fenótipo MDR verificado muitas vezes em bactérias produtoras dessas enzimas (Winokur et al.,

2001; Turner, 2005). As ESβLs conferem resistência às penicilinas, às cefalosporinas de amplo

espectro e ao aztreonam, mas não são ativas contra as cefamicinas e os carbapenens (Bradford,

Revisão Bibliográfica

43

2001; Turner, 2005). Além disso, a expansão do sítio ativo que permite a estas enzimas um

aumento da atividade contra as cefalosporinas de amplo espectro resulta no aumento da

sensibilidade aos inibidores de β-lactamases (Bradford, 2001; Turner, 2005).

Entre as ESβLs, as enzimas do tipo TEM (202 variantes) e SHV (167 variantes) são

derivadas das β-lactamases do tipo TEM-1, TEM-2 e SHV-1, que pertencem ao grupo 2b de

Bush (Bush et al., 1995) e apresentam espectro de atividade limitado, não sendo capazes de

hidrolisar oximinocefalosporinas. Estão incluídas entre as ESβLs também as enzimas do tipo

CTX-M (133 variantes), que hidrolisam preferencialmente cefotaxima, e apresentam pouca

similaridade (40%) com as enzimas do tipo TEM e SHV. A variante CTX-M-2 é a ESβL mais

prevalente e disseminada no Brasil (de Oliveira Garcia et al., 2008; Picão et al., 2009). As ESβLs

do tipo OXA hidrolisam muito bem a oxacilina ou cloxacilina, fato este que deu origem ao nome

do grupo, e pertencem ao grupo 2de de Bush (Bush et al, 1995) e a classe molecular D de

Ambler (Ambler, 1980). Essas enzimas não apresentam similaridade genética com as demais

ESβLs e são mais frequentes em P. aeruginosa (Poirel et al., 2010). Essas enzimas serão

abordadas com mais detalhe no item 2.5.1.6.

Embora as ESβLs sejam muito prevalentes nas enterobactérias, raros são os relatos de

A. baumannii carreando essas enzimas. Talvez isso se deva à dificuldade em se detectar essas

enzimas em isolados de A. baumannii pelos laboratórios de rotina, já que foram comprovados

resultados falsos positivos usando métodos fenotípicos (Beceiro et al., 2008). Até o momento, as

ESβLs mais frequentemente descritas em Acinetobacter spp. são: PER-1 (Turquia - Vahaboglu

et al., 2001; Bélgica - Naas et al., 2006; Romênia - Naas et al., 2007b; Bulgária - Strateva et al.,

2008; Índia - Litake et al., 2009; Coréia do Sul - Bae et al., 2011), VEB-1 (Bélgica - Naas et al.,

2006; França - Brasme et al., 2007; Hungria - Szábo et al., 2008; Argentina - Poirel et al., 2009),

seguida da CTX-M-15 (Haiti - Potron et al., 2011; Índia - Shakil & Khan, 2010). Além disso,

outras variantes também foram descritas em isolados de A. baumannii: SHV-5 (EUA - Naas et

Revisão Bibliográfica

44

al., 2007a), CTX-M-2 (Japão - Nagano et al., 2004), CTX-M-43 (Bolívia - Celenza et al., 2006),

TEM-92 (Itália - Edimiani et al., 2007), PER-2 (Argentina - Pasterán et al., 2006), PER-7(França -

Bonnin et al., 2011; Emirados Árabes - Opazo et al., 2012), GES-11 (França – Moubareck et al.,

2009; Bélgica - Bogaerts et al., 2010) GES-12 (Bélgica - Bogaerts et al., 2010) e GES-14 (França

- Bonnin et al., 2011).

2.5.1.4 - Produção de Carbapenemases de Classe A

A produção de carbapenemases é o meio mais efetivo para a aquisição de resistência

aos carbapenens em bacilos Gram negativos (Queenan & Bush, 2007). As serino-

carbapenemases ou carbapenemases de classe A pertencem ao grupo 2f de Bush (Bush et al.,

1995) e a classe molecular A de Ambler (Ambler, 1980). Fazem parte desse grupo as enzimas

do tipo GES (22 variantes), KPC (11 variantes), SME (três variantes), IMI (duas variantes), NMC-

A e SFC-1 (Walther-Rasmussen & Høiby, 2007). Anteriormente, as enzimas do tipo GES foram

classificadas como sendo pertencentes a grupo das ESβLs (grupo 2be de Bush), entretanto

após a descrição de GES-2 em P. aeruginosa, que apresentava atividade contra imipenem, este

grupo foi transferido para o grupo 2f (Queenan & Bush, 2007). Outra enzima que foi incluída

neste grupo foi a SHV-38 (Poirel et al., 2003), que apresenta uma pequena atividade contra o

imipenem, diferindo-se apenas por uma substituição de aminoácidos da SHV-1 (Walther-

Rasmussen & Høiby, 2007).

Entre as carbapenemases de classe A, destacam-se as β-lactamases do tipo KPC

devido a sua disseminação mundial, principalmente em isolados de K. pneumoniae, o que

contribuiu drasticamente para o aumento das taxas de resistência aos carbapenens neste

patógeno e nas demais enterobactérias (Cuzon et al., 2010). Em A. baumannii, a prevalência de

carbapenemases de classe A é rara, quando comparado com as carbapenemases de classe B

(item 2.5.5) e de classe D (item 2.5.6). Até o momento foram descritas as seguintes

Revisão Bibliográfica

45

carbapenemases de classe A em A. baumannii: KPC-2, KPC-3, KPC-4 e KPC-10 (Porto Rico -

Robledo et al., 2010); GES-11 (França - Moubareck et al., 2009; Bélgica - Bogarerts et al., 2010)

e GES-12 e GES-14 (Bélgica - Bogarerts et al., 2010; França - Bonnin et al., 2011).

2.5.1.5 - Produção de Carbapenemases de Classe B - MββββL

As MβLs são enzimas que inicialmente pertenciam ao grupo 3 de Bush (Bush et al.,

1995) e a classe molecular B de Ambler (Ambler, 1980). Após a atualização da classificação

funcional (Bush & Jacoby, 2010), esta passou a incluir três subgrupos (3a, 3b e 3c), equivalentes

as três subclasses moleculares (B1, B2 e B3), respectivamente. Os subgrupos 3a, 3b e 3c se

diferem não só pelo seu alto grau de diversidade de sequência de aminoácidos, mas também

nos seus sítios ativos. As MβLs das subclasses B1 e B3 contêm dois íons de zinco no sítio ativo,

enquanto os membros da subclasse B2 contém apenas um íon de zinco (Bush & Jacoby, 2010;

Cornaglia et al., 2011). Um valor ≥ 30% de diferença na sequência de aminoácidos é usado

como ponto de corte para a classificação de uma enzima como uma nova MβLs (Cornaglia et al.,

2007). Estão incluídas no subgrupo 3a (B1) as principais MβLs, sendo essas: IMP (38 variantes),

VIM (34 variantes), NDM (sete variantes), SPM-1, GIM-1, SIM-1, AIM-1 e KHM-1 (Queenan &

Bush, 2007; Cornaglia et al., 2011), sendo encontradas principalmente em isolados de P.

aeruginosa e A. baumannii (Bush & Jacoby, 2010; Cornaglia et al., 2011). A maioria dessas

MβLs aquiridas são codificadas por cassetes gênicos localizados em elementos genéticos

móveis (integrons de classe 1), podendo estar inseridos tanto no cromossomo como no

plasmídeo bacteriano (Walsh et al., 2005). O subgrupo 3b (B2) contém um pequeno grupo de

MβLs que hidrolisam preferencialmente os carbapenens do que as penicilinas e as

cefalosporinas (Walsh et al., 2005; Bush & Jacoby, 2010). Neste subgrupo está incluída a MβL

cromossômica CphA de Aeromonas spp.. O grupo 3c (B3) incluí a MβL L1 que é intrínseca de

Stenotrophomonas maltophilia (Walsh et al., 2005; Bush & Jacoby, 2010).

Revisão Bibliográfica

46

As MβLs hidrolisam todos os β-lactâmicos comercialmente disponíveis, a exceção do

aztreonam (Walsh et al., 2005). Essas enzimas caracterizam-se por geralmente: (i) necessitarem

de dois íons divalentes, usualmente zinco, como co-fator para a atividade catalítica; (ii) por terem

a estrutura tridimensional semelhantes; e (iii) por apresentarem resíduos conservados, os quais

são responsáveis pela interação da enzima com cátions divalentes (Bush & Jacoby, 2010;

Cornaglia et al., 2011). Além disso, essas enzimas são inibidas pelo ácido etilenodiaminoacético

(EDTA) ou por compostos derivados do ácido tiolático (ácido mercaptopropiônico), não sofrendo

ação dos inibidores das serino-β-lactamases, como o ácido clavulânico (Walsh et al., 2005; Bush

& Jacoby, 2010; Cornaglia et al., 2011).

Em um excelente estudo de revisão, Cornaglia e colaboradores (2011) relataram todas

as MβLs descritas em A. baumannii até o momento: IMP-1 (Japão), IMP-2 (Itália), IMP-4 (China),

IMP-5 (Portugal), IMP-8 (China), IMP-10 (Japão), VIM-1 (Grécia), VIM-2 (Coréia do Sul), VIM-3

(Tawain), VIM-4 (Grécia), VIM-11 (Tawain), SIM-1 (Coreia do Sul), NDM-1 (Índia) e NDM-2

(Emirados Árabes) (Cornaglia et al., 2011; Ghazawi et al., 2012). Além disso, diferentes MβLs

foram descritas em outras espécies de Acinetobacter spp.: IMP-1 em A. ursingii (Japão - Endo et

al., 2012), VIM-2 e SIM-1 em A. bereziniae (Coreia do Sul - Lee et al., 2010), IMP-4 em A. junii

(Austrália - Peleg et al., 2006), NDM-1 em A. lwoffii (China - Fu et al., 2012) e NDM-1 em A. pittii

(China - Fu et al., 2012).

2.5.1.6 - Produção de Carbapenemases de Classe D (CHDLs)

As β-Lactamases de classe D (Ambler, 1980), ou oxacilinases, apresentam

características tão diversas, que fazem dessas enzimas um grupo extremamente heterogêneo e

complexo (Poirel et al., 2010). Devido a isso, as oxacilinases são classificadas em três

subgrupos diferentes de Bush (Bush & Jacoby, 2010), sendo eles: (i) 2d - oxacilinases de

espectro restrito, presente em enterobactérias, e capaz de hidrolisar fortemente a

Revisão Bibliográfica

47

oxacilina/cloxacilina; (ii) 2de - oxacilinases do tipo ESβL (item 2.5.1.3), encontradas

principalmente em P. aeruginosa (integrons de classe 1), hidrolisam bem, ainda que de maneira

diferencial, as oximinocefalosporinas e cefepima; (iii) 2df - conhecidas como “Carbapenem-

Hydrolyzing Class D β-Lactamase” (CHDLs), quase que exclusivamente restritas a A. baumannii,

não hidrolisam as oximinocefalosporinas e cefepima, e hidrolisam fracamente os carbapenens

(inferior às MβLs) (Bush & Jacoby, 2010; Poirel et al., 2010). Embora anteriormente as

oxacilinases fossem definidas pela sua capacidade em hidrolisar oxacilina/cloxacilina mais

rapidamente que as benzilpenicilinas, com o surgimento de variantes apresentando essa

capacidade reduzida, atualmente se utiliza a hidrólise das aminopenicilinas e das

carboxipenicilinas como característica primordial desse grupo de β-Lactamases (Poirel et al.,

2010).

As oxacilinases juntamente com as enzimas das classes A e C são serino-β-Lactamases

(Poirel et al., 2010). Todas as oxacilinases apresentam três motivos conservados no seu sítio-

ativo serina, sendo estes: STFK (posições 70 a 73), F/YGN (posições 144 a 146) e KTG

(posições 216 a 218). As posições assinaladas anteriormente para os motivos conservados

estão de acordo com o “DBL numbering system”, como descrito por Poirel e colaboradores

(2010). O segundo motivo conservado é específico das oxacilinases, enquanto os outros dois

são comuns também às classes A e C de Ambler (Walther-Rasmussen & Høiby, 2007). As

oxacilinases usualmente não são inibidas pelos inibidores de serino-β-Lactamases (ácido

clavulânico, tazobactam e sulbactam), mas geralmente são totalmente inibidas por cloreto de

sódio (NaCl) a uma concentração de 100 mM (Poirel et al., 2010).

Atualmente já foram descritas 250 variantes de oxacilinases, sendo a maioria CHDLs

(http://www.lahey.org/Studies/). Embora Walther-Rasmussen e Høiby (2007) tenham dividido as

CHDL em oito diferentes clusters, neste item somente serão discutidos os clusters descritos em

A. baumannii. Sendo assim, até o momento, já foram descritos seis clusters diferentes de CHDLs

Revisão Bibliográfica

48

neste micro-organismo, sendo estes: OXA-23, OXA-24, OXA-51, OXA-58, OXA-143 e OXA-182

(Brown & Amyes, 2006; Walther-Rasmussen & Høiby, 2007; Higgins et al., 2009; Kim et al.,

2010; Poirel et al., 2010). A primeira CHDL descrita em A. baumannii, foi a OXA-23 em 1985 no

Reino Unido (Panton et al., 1993), e na época foi chamada de ARI-1. Esta enzima apresenta

uma identidade de sequência de aminoácidos de 56% com a OXA-51 (Poirel & Nordmann,

2006). O cluster OXA-23 apresenta sete variantes conhecidas, sendo estas a OXA-23, OXA-27,

OXA-49, OXA-73, OXA-134 e OXA-146 (análise Laboratório ALERTA-UNIFESP). Assim como a

maioria das CHDLs em A. baumannii, a OXA-23 hidrolisa fracamente os carbapenens, sendo

necessário a presença de uma IS, geralmente a ISAba1 (ou ISAba4), a montante do gene, para

conferir o aumento da expressão do gene que a codifica (Poirel & Nordmann, 2006). A OXA-23

tem sido descrita em diferentes países, demonstrando ser provavelmente a CHDL de A.

baumannii mais prevalente no mundo (Queenan & Bush, 2007; Poirel et al., 2010), inclusive no

Brasil (Carvalho et al., 2009;. Martins et al., 2009). Recentemente, Poirel e colaboradores (2008)

encontraram OXA-23 em isolados de A. radioresistens, considerada uma espécie comensal e

presente na pele de pacientes internados. Os autores concluíram que A. radioresistens constituiu

o reservatório do gene que codifica a OXA-23, o qual foi transferido para A. baumannii (Poirel et

al., 2008). Entre as CHDLs de A. baumannii, somente a OXA-23 foi descrita em uma

enterobactéria, sendo um isolado de P. mirabilis (Bonnet et al., 2002).

A segunda CHDL a ser descrita em A. baumannii foi a OXA-24 (idêntica à OXA-40) em

1997 na Espanha (Bou et al., 2000), e apresenta uma identidade de sequência de aminoácidos

de 63% com a OXA-51 (Peleg et al., 2008). Atualmente o cluster OXA-24 engloba cinco

variantes conhecidas, sendo elas: OXA-25, OXA-26, OXA-72, OXA-139 e OXA-160 (análise

Laboratório ALERTA-UNIFESP). A variante OXA-24/40 é endêmica em Portugal e na Espanha e

tem sido descrita nos Estados Unidos, enquanto a variante OXA-72 tem sido descrita em

diferentes países do mundo (Poirel et al., 2010). Dentre todas as CHDLs, o cluster OXA-24 é o

Revisão Bibliográfica

49

único, juntamente com a OXA-143 e a OXA-182, em que os genes codificadores dessas enzimas

não estão relacionados a IS, o que sugere que essas enzimas sejam as mais potentes CHDLs

em A. baumannii. O processo de mobilização dessas enzimas ocorre por um processo de

recombinação homóloga (Poirel et al., 2010). Além disso, a OXA-24/40 também foi descrita em

isolados de P. aeruginosa na Espanha (Sevillano et al., 2009).

O terceiro cluster a ser descrito foi OXA-51, em 1994, na Argentina (Brown et al., 2005).

Atualmente, existe mais de 65 variantes descritas (análise Laboratório ALERTA-UNIFESP), e

durante muito tempo o cluster OXA-51 foi considerado como sendo codificado por um gene

cromossomal e intrínseco de A. baumannii (Queenan & Bush, 2007; Walther-Rasmussen &

Høiby, 2007), sendo dessa maneira utilizado para confirmação indireta da identificação da

espécie. Entretanto, foi descrito recentemente na região de Tawain a presença desses genes

tanto no cromossoma, como no plasmídeo em isolados de A. baumannii (Chen et al., 2010).

Mais tarde esses plasmídeos foram encontrados em isolados clínicos de A. nosocomialis (Lee et

al., 2012). Portanto, a presença do gene blaOXA-51-like não é presuntivo da identificação da espécie

de A. baumannii. Além disso, assim como ocorre com os genes blaOXA-23-like e blaADC-like, os genes

codificadores das CHDLs do cluster OXA-51 também estão associados com a ISAba1 para

aumentar a sua expressão e dessa forma levar ao fenótipo de resistência aos carbapenens

(Poirel & Nordmann, 2006; Queenan & Bush, 2007; Walther-Rasmussen & Høiby, 2007).

O quarto cluster a ser descrito foi a OXA-58 em 2003 na França (Poirel et al., 2005) e

apresenta uma identidade de sequência de 59% com a OXA-51 (Peleg et al., 2008). Já foram

descritas duas variantes, sendo elas: OXA-96, OXA-97 e OXA-164 (análise Laboratório

ALERTA-UNIFESP). Estudos avaliando o contexto genético da OXA-58, verificaram que o gene

blaOXA-58-like pode estar associado a diferentes IS, como ISAba1, ISAba2, ISAba3 e IS18 (Poirel &

Nordmann, 2006), todas relacionadas ao aumento da expressão do gene que codifica a OXA-58.

Por último, recentemente, foram propostos dois novos clusters de CHDLs em A. baumannii,

Revisão Bibliográfica

50

sendo estes os clusters OXA-143 (Higgins et al., 2009) e OXA-182 (Kim et al., 2010). O cluster

OXA-143 foi descrito em um isolado brasileiro, em 2009, e o cluster OXA-182 descrito na Coréia

do Sul, em 2010 (Higgins et al., 2009; Kim et al., 2010). Ambos os clusters apresentam alta

identidade de sequência de aminoácidos (> 80%) com o cluster OXA-24 (Peleg et al., 2008;

Poirel et al., 2010). Assim como ocorre com o cluster OXA-24, a OXA-143 e a OXA-182 não

estão relacionadas à IS para aumentar a sua expressão.

Dentre os clusters de CHDLs descritos em outras espécies, apenas merece destaque a

CHDL plasmidial OXA-48 (Poirel et al., 2004), devido a repercussão que vem tomando nos

últimos dois anos, associado a sua disseminação para diferentes espécies de enterobactérias

em mais de 23 países da Europa e regiões vizinhas (Poirel et al., 2012). A produção de

diferentes classes de cabapenemases, bem como os demais mecanismos de resistência aos β-

lactâmicos, em isolados clínicos de Acinetobacter spp. no Brasil, serão abordados

detalhadamente na discussão.

2.5.2 - Impermeabilidade de Membrana Externa

Bactérias Gram negativas apresentam uma parede celular complexa, composta por uma

membrana externa, que é uma estrutura membranosa presente externamente à membrana

citoplasmática e a camada de peptídeoglicano entre as duas membranas. A principal função da

membrana externa é atuar como uma barreira permeável que elimina os compostos tóxicos à

célula que existem no meio externo (Vila et al., 2007). O fato dessa membrana excluir compostos

lipofílicos e grandes (> 600 daltons), muitos antimicrobianos tem pouca atividade contra

bactérias Gram negativas, embora eles sejam ativos contra bactérias Gram positivas. Muito

deste fluxo através da membrana ocorre por meio de canais formados por proteínas (Nikaido,

1994).

Revisão Bibliográfica

51

Para muitos antimicrobianos, um grupo de proteínas de membrana externa (OMPs),

conhecidas como porinas, capazes de formar canais constituídos de água no seu interior, é o

principal meio de transporte através da membrana bacteriana (Nitzan et al., 2002). As porinas se

diferem das demais OMPs por serem triméricas e, portanto, formam poros na membrana

externa, enquanto as demais OMPs são monoméricas e não formam poros (Nikaido, 1994). As

porinas são geralmente divididas em duas classes: porinas não específicas, que permitem a

difusão de moléculas hidrofílicas abaixo de um certo tamanho, e porinas específicas, as quais

facilitam a difusão de substratos específicos (Nikaido, 1994).

O tamanho, a carga e a hidrofobicidade dos β-lactâmicos interferem na sua capacidade

em atravessar os canais de uma porina. Sendo assim, moléculas de alto peso molecular e

moléculas carregadas negativamente apresentam dificuldade em atravessar as porinas da célula

bacteriana. Por outro lado, moléculas pequenas, zwiteriônicas ou com características hidrofílicas,

como a cefepima e o imipenem, atravessam rapidamente pelas porinas (Nikaido, 1994). As

porinas podem aumentar ou diminuir as taxas de penetração dos β-lactâmicos na célula

bacteriana (Nitzan et al., 2002) e diferenças na permeabilidade da membrana externa variam de

acordo com cada micro-organismo (Nikaido, 1994).

Embora a produção de β-lactamases seja um tema bem caracterizado, os demais

mecanismos relacionados a resistência aos β-lactâmicos ficaram relegados a quase total

obscuridade. Uma das limitações do conhecimento a respeito da resistência aos carbapenens

em Acinetobacter spp. é a falta de informação a respeito das porinas, e das propriedades de

permeabilidade de sua membrana incluindo uma melhor caracterização das suas OMPs (Vila et

al., 2007). Até agora, apenas poucas OMPs foram relatadas e suas funções ainda permanecem

na maioria das vezes desconhecidas (Poirel & Nordmann, 2006; Vila et al., 2007). Acredita-se

que o tamanho pequeno e o limitado número de porinas em Acinetobacter spp. seja o

responsável pela resistência intrínseca aos antimicrobianos observada neste micro-organismo

Revisão Bibliográfica

52

(Vila et al., 2007). Esse conceito que se tinha sobre a permeabilidade de A. baumannii foi em

parte confirmado por um interessante estudo publicado recentemente (Sugawara & Nikaido,

2012). Nesse estudo, foi observado que a permeabilidade da membrama externa de A.

baumannii para cefalotina e cefaloridina era 100 vezes menor do que a permeabilidade

observada para a E. coli K12, demonstrando que naturalmente A. baumannii apresenta uma

baixa permeabilidade de membrana externa (Sugawara & Nikaido, 2012). Além disso, foi

observado que embora a OmpA, também conhecida como OmpHMP (36,5 kDa), apresente uma

capacidade mínima de formar poros, quando o gene ompA foi deletado, houve uma diminuição

de 2-3 vezes na permeabilidade para cefalotina e cefaloridina (Sugawara & Nikaido, 2012). Os

autores concluem que a baixa permeabilidade dessa porina aliada à hiperexpressão de β-

lactamases intrínsecas, como as CHDLs do cluster OXA-51 e as cefalosporinases do tipo

ADC/AmpC, e de sistemas de efluxo poderiam ser essenciais para os altos níveis de resistência

intríseca observada para muitos antimicrobianos em isolados clínicos de A. baumannii

(Sugawara & Nikaido, 2012).

Embora ainda sejam poucos os estudos que avaliaram o papel das porinas na

resistência aos carbapenens em A. baumannii, os dados obtidos mostram que essas proteínas

desempenham um papel importante na resistência aos carbapenens (Limansky et al., 2002;

Dupont et al., 2005; Mussi et al., 2005; Tomas et al., 2005). Sendo assim, Limansky e

colaboradores (2002) demonstraram que a resistência a imipenem em um isolado de

Acinetobacter spp. não produtor de carbapenemase, estava associada à perda de uma proteína

de 29 kDa, designada CarO. Resultado semelhante foi observado por um estudo conduzido por

Mussi e colaboradores (2005), no qual foi demonstrado que a resistência a imipenem e a

meropenem em A. baumannii também estava associado a perda dessa porina, pela inativação

do gene carO por uma IS. Recentemente, outros dois estudos, comparando a proteômica de

isolados sensíveis e resistentes de A. baumannii, observeram alterações estruturais na CarO,

Revisão Bibliográfica

53

principalmente nas estruturas primárias e quartenárias dessa porina (Siroy et al., 2006; Vashist

et al., 2010). Foi também observado que as isoformas alteradas não transportavam

eficientemente os carbapenens como a porina “selvagem” (Vashist et al., 2010). Dessa forma,

isolados de A. baumannii resistentes, provavelmente, alterariam a CarO de modo a diminuir a

entrada de carbapenem na célula bacteriana. Da mesma forma, outras duas porinas foram

descritas relacionadas à resistência aos carbapenens em A. baumannii: uma proteína chamada

33-36 kDa (Tomas et al., 2005), com um tamanho estimado de 31 kDa, e outra de 43 kDa, que

demonstra homologia peptídica com a OprD (D2) de P. aeruginosa (Dupont et al., 2005). Como

nenhum sítio de ligação ao imipenem pode ser detectado na CarO, acredita-se que esta porina

seja um canal inespecífico de entrada para os carbapenens (Siroy et al., 2005), enquanto a

proteína de 43 kDa (OprD-like) seria o canal específico para estes antimicrobianos (Vila et al.,

2007).

Outra porina descrita em A. baumannii é a OmpW (21 kDa), que demonstra uma alta

homologia com a OmpW de E. coli e P. aeruginosa. Embora sua função em A. baumannii ainda

não esteja bem esclarecida, Vila e colaboradores (2007) observaram uma diminuição in vitro da

expressão dessa porina em mutantes de A. baumannii resistentes à colistina (Vila et al., 2007).

Entretanto, Tiwari e colaboradores (2012) avaliando a proteômica de isolados de A. baumannii

resistentes aos carbapenens, observaram uma diminuição da expressão de OmpW, comparada

com a cepa ATCC 19606 de A. baumannii sensível aos carbapenens. Embora, em um estudo

similar, Siroy e colaboradores (2005) não tenham observado alteração na expressão da OmpW,

eles relataram a presença de pelo menos quatro isoformas diferentes dessa OMP no gel de

dodecil-sulfato de sódio em poliacrilamida - SDS-PAGE (Siroy et al., 2006). Vashist e

colaboradores (2010) também observaram a presença de isoformas de OmpW e, em

decorrência desse achado, os autores inferiram que era possível que a OmpW, sendo uma

Revisão Bibliográfica

54

porina pequena, fosse importante para realizar a função de transporte na ausência ou alteração

das porinas principais em isolados resistentes de A. baumannii (Vashist et al., 2010).

2.5.3 - Hiperexpressão de Sistemas de Efluxo

Sistemas de efluxo são transportadores expressos em qualquer célula viva, protegendo-

a dos efeitos tóxicos de substâncias químicas orgânicas (Vila et al., 2007). Em bactérias, os

genes codificadores desses sistemas estão majoriatariamente localizados no cromossomo ou

em plasmídeos (Coyne et al., 2011), como é o caso do sistema de efluxo QepA que extrui

especificamente fluoroquinolonas (Yamane et al., 2007). Os sistemas de efluxo podem ser

específicos para um determinado substrato ou podem transportar uma gama de compostos

estruturalmente diferentes, incluindo antimicrobianos de diferentes classes, como macrolídeos,

aminoglicosídeos, quinolonas, cloranfenicol, tetraciclinas, trimetoprim e recentemente a

tigeciclina (Piddock, 2006; Coyne et al., 2011). Dessa forma, o fenótipo MDR está

frequentemente associado à hiperexpressão desses sistemas, já que reduzem o acúmulo de

muitos antimicrobianos no interior da bactéria, ao mesmo tempo (Piddock, 2006; Vila et al., 2007;

Coyne et al., 2011). Embora esses sistemas possam conferir diminuição da sensibilidade a

muitos antimicrobianos, nem sempre essa diminuição resulta em resistência (Piddock, 2006).

Cinco superfamílias de sistemas de efluxo estão associadas a resistências aos

antimicrobianos em bactérias (Piddock, 2006; Coyne et al., 2011), sendo elas: transportadores

do tipo ABC (ATP-Binding Cassette), superfamília MFS (Major Facilitator Superfamily), família

MATE (Multidrug and Toxic Compound Extrusion), família SMR (Small Multidrug Resistance) e

família RND (Resistance Nodulation Division). Uma sexta família é considerada por Poole

(2002), sendo esta a superfamília DMT (Drug-Metabolite Transporter). Dentre essas famílias, a

família RND engloba os mais importantes sistemas de efluxo em bactérias Gram negativas

(Coyne et al., 2011), e é composta por três proteínas: (i) uma proteína transportadora,

Revisão Bibliográfica

55

responsável pela ejeção (bomba), localizada na membrana interna (citoplasmática); (ii) uma

proteína acessória ou de fusão localizada no espaço periplasmático; e (iii) uma OMP localizada

na membrana da bactéria (Piddock, 2006; Coyne et al., 2011).

O formato tripartido presente na família RND confere a ela a capacidade de ejetar o

maior número possível de substratos diferentes, ao contrário dos sistemas de efluxo formados

por somente uma única proteína, que, ejetam um número pequeno de compostos (Coyne et al.,

2011). A família RND faz uso de prótons como força motriz, um gradiente eletroquímico no qual

o movimento de íons de hidrogênio impulsiona o transporte do substrato (Piddock, 2006).

Diversos sistemas de efluxo foram descritos em A. baumannii, a partir da análise dos

cromossomas sequenciados (Coyne et al., 2011). Entretanto, até o momento, somente três

sistemas do tipo RND (AdeABC, AdeIJK e AdeFGH), dois sistemas do tipo MFS (CraA e AmvA)

e um sistema cada dos tipos MATE (AdeM) e SMR (AdeS) demonstraram estar envolvidos na

ejeção de antimicrobianos (Vila et al., 2007; Coyne et al., 2011).

O sistema AdeABC, é talvez o mais importante e conhecido. Ele é formado por três

proteínas: AdeA que forma a proteína de fusão, AdeB que forma o componente trans-membrana

e AdeC que forma a proteína de membrana externa. Este sistema é regulado por dois

componentes o AdeR (repressor) e AdeS (sensor quinase), codificados por genes que estão no

operon adeRS, localizado a motante do operon adeABC, e são transcritos em direção oposta

(Marchand et al., 2004; Coyne et al., 2011). Mutações pontuais nestes componentes estão

associadas à hiperexpressão desse sistema levando ao fenótipo de multirresistência em A.

baumannii (Marchand et al., 2004). A inativação do gene adeB em isolados de A. baumannii que

hiperexpressavam o sistema AdeABC, demonstrou que os principais substratos desse sistema

são os aminglicosídeos, as fluoroquinolonas, as tetraciclinas, a tigeciclina, os macrolideos, o

cloranfenicol, o trimetoprim e o brometo de etídio (Magnet et al., 2001; Marchand et al., 2004;

Higgins et al., 2004). A real contribuição do sistema AdeABC na resistência aos carbapenens

Revisão Bibliográfica

56

ainda não está esclarecida, uma vez que estudos utilizando inibidores de sistemas de efluxo,

como a “phenyl-arginine-b-naphthylamide” (PAβN), mostraram resultados contraditórios

(Pournaras et al., 2006; Peleg et al., 2007). Os resultados obtidos até o momento sugerem que

esse sistema esteja relacionado à resistência a meropenem, mas não para imipenem em

isolados de A. baumannii produtores de OXA-23 que tiveram o gene adeB deletado (Wong et al.,

2009). Provavelmente, somente a hiperexpressão do sistema AdeABC não seja suficiente para

causar altos níveis de resistências aos carbapenens, necessitando da associação de outros

mecanismos (Coyne et al., 2011).

O sistema AdeIJK está relacionado com a resistência intrínseca à ticarcilina, às

cefalosporinas, ao aztreonam, às fluoroquinolonas, às tetraciclinas, às lincosamidas, à

rifampicina, ao cloranfenicol, ao trimetoprim, à novobiocina e ao ácido fusídico (Damier-Piolle et

al., 2008). Entretanto, os aminoglicosídeos não são substratos para esse sistema (Coyne et al.,

2010a). Embora o sistemas AdeABC e AdeIJK ejetem a tigeciclina, a associação desses dois

sistema aumenta drasticamente a extrusão da mesma (Damier-Piolle et al., 2008; Coyne et al.,

2011). Diferente do que ocorre com o sistema AdeABC, não foi encontrado nenhum gene

regulatório do sistema AdeIJK (Damier-Piolle et al., 2008). O terceiro sistema da família RND em

A. baumannii, AdeFGH, apresenta o AdeL como regulador da sua expressão. Os dados a

respeito desse sistema demonstram que ele está associado com altos níveis de resistência às

fluoroquinolonas, ao cloranfenicol, ao trimetoprim e à clindamicina e à diminuição da

sensibilidade às tetraciclinas, à tigeciclina e ao sulfametoxazol (Coyne et al., 2010b). Entretanto,

os aminoglicosídeos e os β-lactâmicos não são substratos para esse sistema (Coyne et al.,

2010b). Além disso, o sistema AdeFGH não está presente em todos os isolados de A. baumannii

(Coyne et al., 2011).

Pelo menos dois sistemas de efluxo foram identificados em espécies de Acinetobacter

spp., sendo outras que não A. baumannii (Coyne et al., 2011). O sistema AdeXYZ apresenta

Revisão Bibliográfica

57

97% de identidade com o sistema AdeIJK de A. baumannii e está presente em 90% dos isolados

de A. pittii (Chu et al., 2006). Esse sistema está relacionado à resistência aos β-lactâmicos, à

ciprofloxacina, à tetraciclina, à rifampicina e ao cloranfenicol. Já foi também encontrado em um

isolado de A. nosocomialis e em um isolado de A. genoespécie 17 (Chu et al., 2006). O sistema

AdeDE é encontrado em 70% dos isolados de A. pittii e também foi encontrado em A.

nosocomialis e A. genoespécie 17 (Chu et al., 2006). Esse sistema apresenta 40% de identidade

com o sistema AdeAB e ejetam aminoglicosídeos, carbapanens, ceftazidima, fluoroquinolonas,

eritromicina, tetraciclina, rifampicina e cloranfenicol (Chau et al., 2006). Não foi encontrado um

gene de porina no operon adeDE, demonstrando que o sistema deve recrutar outra proteína para

fomar os sistema tripartido (Chau et al., 2006).

2.5.4 - Alteração das Proteínas Ligadoras de Penicilinas (PBPs)

PBPs são uma família de enzimas que compartilham uma origem evolutiva comum.

Essas enzimas catalisam a síntese de peptídeoglicano, o principal componente da parede celular

bacteriana, e também estão associados com a morfogênese celular e com o complexo de divisão

celular (Sauvage et al., 2008). As PBPs têm sido classificadas em dois grupos, as PBPs de alto

peso molecular (HMM-PBP) e as PBPs de baixo peso molecular (LMM-PBP). Essa classificação

baseia-se no peso molecular aparente no gel de SDS-PAGE, nas sequências de aminoácidos e

nas funções celulares e enzimáticas das PBPs (Goffin & Ghuysen, 1998; Ghosh et al., 2008;

Sauvage et al., 2008). De acordo com a estrutura do domínio N-terminal (Sauvage et al., 2008),

as HMM-PBPS podem ser divididas em classe A (funcionalmente envolvidas nas reações de

transpeptidação e transglicosilação) (Bertsche et al., 2005; Born et al., 2006) ou em classe B

(funcionalmente envolvidas nas reações de transpeptidação, elongação ou divisão celular) (Den

Blaauwen et al., 2003; Piette et al., 2004). Os LMM-PBPs ou de classe C, são DD-

carboxipeptidades e/ou endopeptidases envolvidas na separação celular durante o processo de

Revisão Bibliográfica

58

divisão, na maturação do peptideoglicano ou na reciclagem da parede celular bacteriana (Ghosh

et al., 2008). As transglicosilases monofuncionais (MGTs) é um grupo de enzimas presentes em

algumas bactérias, com um único domínio glicosiltransferase semelhante às PBPs de classe A,

cuja função é ainda desconhecida (Spratt et al., 1996; Sauvage et al., 2008).

As PBPs são o sítio alvo dos β-lactâmicos e estão relacionadas a síntese do

peptídeoglicano, principal componente da parede celular bacteriana. A afinidade dos β-

lactâmicos a estas proteínas é bem variada e mutações podem alterar a sua estrutura levando a

uma baixa afinidade de ligação aos β-lactâmicos ou a produção de PBPs suplementares que

também podem apresentar baixa afinidade. A mudança na conformação das PBPs leva a

resistência aos β-lactâmicos (Zapun et al., 2008). A inibição das PBPs produz um desequilíbrio

no metabolismo da parede celular bacteriana, resultando na inibição do crescimento ou lise. O

que acontece entre a inibição das PBPs e o resultado biológico decorrente ainda permanece mal

compreendido (Zapun et al., 2008).

Recentemente, um estudo conduzido por Moya e colaboradores (2009), mostrou pela

primeira vez que o papel das PBPs na resistência aos carbapenens em Gram negativos poderia

ser muito mais complexo e fascinante do que se poderia imaginar. Nesse estudo os autores

observaram que a PBP4, em P. aeruginosa, funciona como uma “armadilha” para os β-

lactâmicos. Uma vez se ligado a essa PBP, é desencadeado uma complexa e eficiente reposta

conduzida pela hiperprodução de AmpC e ativação do sistema de dois componentes CreBC

(Moya et al., 2009). O mesmo grupo de pesquisa publicou um outro estudo no qual observaram

que a hiperprodução de AmpC e a ativação do sistema de dois componentes CreBC pela

inativação da PBP4 ocorre de maneira diferencial em uma coleção não relacionadas clonalmente

de P. aeruginosa (Zamorano et al., 2010). Esses dois estudos representam um marco na

maneira como se consideravam o papel das PBPs na resistência aos carbapenens em bacilos

Gram negativos.

Revisão Bibliográfica

59

De todos os estudos descritos enfocando as bases bioquímicas e genéticas da

resistência aos carbapenens em isolados de A. baumannii, raríssimos são aqueles que se

dedicaram a estudar o papel dos genes codificadores das proteínas ligadoras de penicilinas

(PBPs) nesse fenótipo em A. baumannii (Gehrlein et al., 1991; Obara et al., 1991; Fernández-

Cuenca et al., 2007; Russo et al., 2009; Yun et al., 2011). Estudos publicados da década de 90

avaliando o perfil das PBPs de A. baumannii através do gel de SDS-PAGE, encontraram PBPs

com baixa afinidade para os carbapenens (Gehrlein et al., 1991; Obara & Nakae, 1991; Urban et

al., 1995). Gehrlein e colaboradores (1991) observaram sete PBPs em um isolado clínico de A.

baumannii com aparentes tamanhos moleculares no gel de SDS-PAGE de 94, 84, 65, 61, 48, 40

e 24 kDa. No estudo de Gehrlein e colaboradores (1991) foi observado que, na presença de

imipenem, ocorre uma complexa reorganização das PBPs que leva a resistência aos

carbapenens in vitro. Já Fernández-Cuenca e colaboradores (2003), usando géis de SDS-PAGE

a 12% marcado com ampicilina e 125I, avaliaram isolados clínicos sensíveis e resistentes aos

carbapenens. Os isolados resistentes mostraram expressão reduzida de uma PBP de 73,2 kDa,

chamada PBP2, associada com a produção de CHDLs e, em alguns isolados, com a perda de

um porina de 22,5 kDa. Em outro estudo, foi relatado um isolado clínico de A. baumannii

resistente a imipenem mostrando PBPs com baixa afinidade para os inibidores de β-lactamase,

principalmente o ácido clavulânico (Urban et al., 1995). O mesmo estudo também mostrou que o

sulbactam se liga melhor às PBPs do que tazobactam, mesmo nos isolados resistentes a

imipenem, o que pode explicar a satisfatória atividade deste composto frente a isolados de A.

baumannii multirresistentes (Piette et al., 2004; Michalopoulos & Falagas, 2010).

Obara & Nakae (1991) avaliaram 12 isolados de A. calcoaceticus sensíveis a imipenem,

detectando seis PBPs no gel de SDS-PAGE com tamanhos de 94, 92, 86, 74, 59 e 42 kDa.

Mutantes selecionados in vitro e que apresentavam resistência à cefoxitina, à cefoperazona ou à

ceftazidima, mostraram expressão reduzida de porinas, bem como alterações na expressão das

Revisão Bibliográfica

60

PBPs (Obara & Nakae, 1991). Em um estudo recente, Yun e colobaradores (2011) avaliaram a

regulação proteômica de um isolado de A. baumannii resistente a imipenem sob condições de

estresse causadas por diferentes antimicrobianos. Na presença de imipenem, eles observaram

um aumento dos níveis de transcrição dos genes codificadores de PBPs ponA (PBP1a), ftsI

(PBP3) e dacC (PBP5/6), dos sistemas de efluxo AdeABC e AdeJIK, e da β-lactamases

cromossomal AmpC. Entretanto, foi observada a repressão dos genes codificadores das

proteínas de membrana externa OmpHMP (OmpA-like) e OmpW. Esses dois estudos (Obara &

Nakae, 1991; Yun et al., 2011) demonstram uma associação complexa e multifatorial na

resistência aos carbapenens em A. baumannii.

Apresentação

61

3 - Apresentação

Nesta tese de doutorado serão apresentados sete artigos, sendo quatro destes

recentemente publicados no Antimicrobial Agents and Chemotherapy (AAC), Journal of

Antimicrobial Chemotherapy (JAC) e Journal of Medical Microbiology (JMM), e os outros três em

fase de submissão. Quatro desses artigos foram realizados durante meu estágio de doutorado

Sanduíche, com bolsa do Programa de Doutorado com Estágio no Exterior (PDEE) da

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no período de

fevereiro de 2009 a janeiro de 2010, e com bolsa de estudos finaciada pelo “Instituto de

Formación e Investigación Marqués de Valdecilla - IFIMAV” no período de fevereiro a outubro de

2010. O estágio foi realizado no “Laboratório de Investigación” do “Servício de Microbiología” do

“Hospital Universitário Marqués de Valdecilla - HUMV”, sob supervisão do Professor Dr. Luis

Martínez Martínez. O HUMV está localizado na cidade de Santander, capital da “Comunidad

Autonoma de Cantabria”, norte da Espanha, sendo um dos mais importantes centros

hospitalares e de pesquisa médica desse país.

Artigos Científicos

62

4 - Artigos Científicos

4.1 - Artigo Científico 1: Analysis of genes encoding penicillin-binding proteins in clinical isolates

of Acinetobacter baumannii.

Publicado em Dezembro de 2011 no periódico “Antimicrobial Agents and Chemotherapy (AAC)”, volume 55, número

12, páginas 5907-5913. Os resultados parciais desse estudo também foram apresentados na forma oral na seção

de resistência em Acinetobacter spp. no “8th International Symposium on the Biology of Acinetobacter”, realizado no

período de 1 a 3 de setembro de 2010 na cidade de Roma, Itália.

4.2 - Artigo Científico 2: OXA-207: a novel OXA-24 variant associated with carbapenem

resistance in Acinetobacter pittii in Spain.

Os resultados parciais desse estudo foram apresentados na forma oral e pôster na no “XIV Congreso de la

Sociedad Española de Enfermedades Infecciosas y Microbiología Clínica - SEIMC”, realizado no período de 19 a 22

de maio de 2010 na cidade de Barcelona, Espanha. O presente artigo será submetido ao periódico “Antimicrobial

Agents and Chemotherapy (AAC)”.

4.3 - Artigo Científico 3: Diversity of Emerging Acinetobacter Species in a Tertiary University

Hospital in the North of Spain.

Os resultados parciais desse estudo foram apresentados na forma de pôster na no “European Congress of Clinical

Microbiology and Infectious Diseases - ECCMID”, realizado no período de 7 a 10 de maio de 2011 na cidade de

Milão, Itália. O presente artigo será submetido ao periódico “Journal of Antimicrobial Chemotherapy (JAC)”.

4.4 - Artigo Científico 4: Bloodstream infection caused by Acinetobacter junii in a Patient with

Acute Lymphoblastic Leukaemia after Allogenic Haematopoietic Cell Transplantation.

Publicado em Março de 2011 no periódico “Journal of Medical Microbiology (JMM)”, volume 60, número 3, páginas

375-377.

Artigos Científicos

63

4.5 - Artigo Científico 5: Low prevalence of blaOXA-143 in private hospitals in Brazil.

Publicado em Setembro de 2011 no periódico “Antimicrobial Agents and Chemotherapy (AAC)”, volume 55, número

9, páginas 4494-4495.

4.6 - Artigo Científico 6: Temporal Dynamic of Carbapenemase-producing Acinetobacter

baumannii (Acb) in a Brazilian Teaching Hospital Through an 18-Year Period: Earlier

Dissemination of blaOXA-143 in Brazil.

Os resultados parciais desse estudo foram apresentados na forma de pôster na no “51th Interscience Conference on

Antimicrobial Agents and Chemotherapy - ICAAC”, realizado no período de 17 a 20 de setembro de 2011 em

Chicago, Estados Unidos. O presente artigo será submetido ao periódico Antimicrobial Agents and Chemotherapy

(AAC).

4.7 - Artigo Científico 7: Detection of OXA-231, a new variant of blaOXA-143, in Acinetobacter

baumannii from Brazil: a case report.

Aceito para publicação em Junho de 2012 no periódico “Jornal of Antimicrobial Chemotherapy (JAC)”. Os resultados

parciais desse estudo também foram apresentados na forma oral no “26º Congresso Brasileiro de Microbiologia -

CBM”, realizado no período de 2 a 6 de outubro de 2011 na cidade de Foz do Iguaçu, Brasil.

Artigos Científicos - Espanha

64

Analysis of Genes Encoding for Penicillin-Binding Proteins in Clinical Isolates of

Acinetobacter baumannii

Rodrigo Cayô1*, María-Cruz Rodríguez1§, Paula Espinal2, Felipe Fernández-Cuenca3, Alain A.

Ocampo-Sosa1, Álvaro Pascual3, Juan A. Ayala4, Jordi Vila2 and Luis Martínez-Martínez1,5.

Short running title: Analysis of Penicillin-Binding Proteins in A. baumannii.

1Service of Microbiology, University Hospital Marqués de Valdecilla - IFIMAV, Santander, Spain;

2Service of Microbiology, Hospital Clinic, School of Medicine, University of Barcelona, Barcelona,

Spain;

3Service of Microbiology, University Hospital Virgen Macarena, Seville, Spain;

4Centro de Biología Molecular Severo Ochoa - CSIC-UAM, Campus de Cantoblanco, Madrid,

Spain.

5Department of Molecular Biology, School of Medicine, University of Cantabria, Santander, Spain.

§Current address: Instituto de Biomedicina y Biotecnología de Cantabria, Santander, Spain.

*Corresponding author.

Current Address: Laboratorio Especial de Microbiologia Clínica - LEMC/ALERTA, Universidade

Federal de São Paulo - UNIFESP, Rua Leandro Dupret, 188, Vila Clementino, 04025-010, São

Paulo - SP, Brazil. Tel.: +55 11 50812965. Fax.: +55 11 50812965. E-mail:

[email protected].

Artigos Científicos - Espanha

65

ABSTRACT

There is limited information on the role of penicillin-binding proteins (PBPs) in the resistance of

Acinetobacter baumannii to β-lactams. This study presents an analysis of the allelic variations of

PBP genes in A. baumannii isolates. Twenty six A. baumannii clinical isolates (susceptible or

resistant to carbapenems) from three teaching hospitals in Spain were included. Antimicrobial

susceptibility profile, clonal pattern and genomic species identification were also evaluated.

Based on the six complete genomes of A. baumannii, the PBP genes were identified and primers

were designed for each gene. The nucleotide sequences of the genes identified that encode

PBPs and the corresponding amino acid sequences were compared with those of the ATCC

17978. Seven PBP genes and one monofunctional transglycosylase (MGT) gene were identified

in the six genomes, encoding (i) four high molecular mass proteins (two of class A, PBP1a [ponA]

and PBP1b [mrcB], and two of class B, PBP2 [pbpA/mrdA] and PBP3 [ftsI]), (ii) three low-

molecular-mass proteins (two of Type-5, PBP5/6 [dacC] and PBP6b [dacD], and one of Type-7

(PBP7/8 [pbpG]), and (iii) a monofunctional enzyme (MtgA [mtgA]). Hotspot mutation regions

were observed, although most of the allelic changes found translated into silent mutations. The

amino acid consensus sequences corresponding to the PBP genes in the genomes and the

clinical isolates were highly conserved. The changes found in amino acid sequences were

associated with concrete clonal patterns but were not directly related to susceptibility or

resistance to β-lactams. An insertion sequence disrupting the gene encoding the PBP6b was

identified in an endemic carbapenem-resistant clone in one of the participant hospitals.

Artigos Científicos - Espanha

66

INTRODUCTION

Acinetobacter baumannii is an opportunistic nosocomial pathogen responsible for a variety of

serious infections, especially in intensive care units (ICU) (23,27). Its ability to survive on dry

surfaces (6,21,41) and to acquire antimicrobial resistance, as well as being suited for genetic

exchange have contributed to the success and longevity of this microorganism to cause epidemic

spread outbreaks (19). Carbapenems are currently one of the few options for treatment of

infections caused by multi-drug resistant A. baumannii (15). However, since the early 1990s, the

frequence of outbreaks caused by carbapenem-resistant A. baumannii isolates has increased

worldwide (5,16), becoming a significant public health concern (40).

The mechanisms underlying resistance to carbapenems in A. baumannii include: (I) the

production of beta-lactamases, particularly acquired carbapenem-hydrolyzing class D β-

lactamases (CHDLs) (7,31), metallo-β-lactamases (30) and in rare cases, class A

carbapenemases (32); (II) outer membrane impermeability, associated with the loss or decreased

expression of porins (25) and, probably, (III) the overproduction of efflux pumps (20). However,

there is limited information on the role of penicillin-binding proteins (PBPs) on this phenotype in A.

baumannii (12,13,26).

PBPs are a family of enzymes that share a common evolutionary origin. These enzymes catalyze

the synthesis of peptidoglycan, the primary component of the bacterial cell wall, and are also

associated with cell morphogenesis and cell division complex (33). PBPs have been classified

into two groups, the high-molecular-mass (HMM) and low-molecular-mass (LMM) PBPs,

according to their apparent molecular weights on sodium dodecyl sulfate-polyacrylamide gel

electrophoresis (SDS-PAGE) gels, their amino acid sequences, and their enzymatic and cellular

functions (4,14,17,33). The HMM PBPs can be divided in class A

(transpeptidase/glycosyltransferase activities) (2,3) or class B (transpeptidase activity, elongase

activity or divisome) (10,29), depending on the structure of their N-terminal domain (33). The

Artigos Científicos - Espanha

67

LMM PBPs or class C PBPs, are DD-carboxypeptidades and/or endopeptidases involved in cell

separation, peptidoglycan maturation or recycling (14). The monofunctional enzymes (MGTs) is a

group of enzymes present in some bacteria, with a single glycosyltransferase domain similar to

those of class A PBPs, and their function is still unknown (35).

This study aimed to determine the nucleotide sequences of the genes encoding for PBPs in A.

baumannii and to analyze their allelic variations in isolates susceptible or resistant to β-lactams.

(This work was presented in part as an oral presentation at the 8th International Symposium on

the Biology of Acinetobacter in Rome, 2010).

Artigos Científicos - Espanha

68

MATERIALS AND METHODS

Bacterial isolates.

A total of 26 nonduplicate A. baumannii clinical isolates, presenting different carbapenem

susceptibility profiles were collected in three teaching hospitals in Spain: the University Hospital

Marqués de Valdecilla, Santander (n = 12), the Hospital Clínic, Barcelona (n = 12), and the

University Hospital Virgen Macarena, Seville (n = 2) (Table 1). The two isolates from the third

hospital have been described previously (12). These isolates were representative of the most

prevalent clones in each institution. Presumptive identification of the isolates as A. baumannii was

carried out by amplifying the complete open reading frame of blaOXA-51-like gene, which is

considered chromosomally intrinsic to A. baumannii (31), using primers pairs OXA-69A and OXA-

69B as described previously (18). Both primers were also used to detect the presence of ISAba1

upstream of the blaOXA-51-like gene (18). Amplified rRNA gene restriction analysis (ARDRA), using

the CfoI, AluI, MboI, RsaI, and MspI enzymes, was carried out as described previously (39), to

confirm the genomic species identification of A. baumannii. The reference strain A. baumannii

RUH-134 (11) was included as control for both genomic identification and PCR amplification of

PBP genes.

Testing of susceptibility to antimicrobial drugs.

Tigecycline and colistin MICs were determined at the three participating centers by broth

microdilution according to Clinical Laboratory Standard Institute (CLSI) guidelines (8). The MICs

of imipenem, meropenem, cefepime, ceftazidime, ceftriaxone, cefotaxime, aztreonam, amikacin,

gentamicin, minocycline and ciprofloxacin were also determined by microdilution for the isolates

from the Hospital Clínic and University Hospital Virgen Macarena, but for the isolates from the

University Hospital Marqués de Valdecilla, the MICs of these drugs were determined with Etest

strips according to the manufacturer’s (AB bioMérieux, Solna, Sweden) recommendations. The

Artigos Científicos - Espanha

69

results for tigecycline were interpreted according to the U.S. Food and Drug Administration (FDA)

breakpoints for Enterobacteriaceae (for susceptibility, ≤ 2 µg/mL; for intermediacy, 4 µg/mL, for

resistance, ≥ 8 µg/mL), and the results for the other antimicrobial agents tested were interpreted

according to the CLSI breakpoints (9). Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 and Escherichia

coli ATCC 25922 were used as quality control strains.

Molecular typing by PFGE.

The clonal relationships of the A. baumannii isolates were determined by pulsed-field gel

electrophoresis (PFGE) using the ApaI restriction enzyme (Roche Diagnostics, Indianapolis, IN),

as described elsewhere (34). The restriction fragments were separated on 1% (wt/vol) agarose

gels in 0.5% Tris-borate-EDTA (TBE) buffer in a CHEF-DR (contour-clamped homogeneous

electric field–dynamically regulated) III Mapper electrophoresis system (Bio-Rad Laboratories,

Richmond, CA) for 19 h at 14°C using a pulse ramping rate changing from 5 to 20 s at 6 V/cm.

DNA fingerprints were interpreted as recommended by Tenover et al. (37). The reference strains

A. baumannii RUH-875 and RUH-134 (11), representatives of major international clones I and II,

respectively, were also used as comparators.

Identification of PBP genes.

The genes encoding PBPs were identified on the basis of the six complete genomes of A.

baumannii that had been deposited in GenBank by the time this study was started. The following

organisms were considered: A. baumannii strains AB0057 (accession no. NC_011586), ATCC

17978 (accession no. NC_009085), SDF (accession no. NC_010400), AYE (accession no.

NC_010410), ACICU (accession no. NC_010611), and AB307-0294 (accession no. NC_011595).

Consensus sequences were obtained for each PBP gene identified, and a series of primers for

PCR amplification and sequencing was designed, as listed in Table S1 in the supplemental

Artigos Científicos - Espanha

70

material. The A. baumannii genomes deposited in GenBank after the beginning of this study were

also considered for comparison and analysis of the PBP genes. These genomes include those of

A. baumannii strains AB056 (accession no. NZ_ADGZ01000571), AB058 (accession no.

NZ_ADHA01000108), AB059 (accession no. NZ_ADHB01000264), AB900 (accession no.

NZ_ABXK01000007), and ATCC 19606 (accession no. NZ_ACQB00000000).

Analysis of the PBP genes in A. baumannii clinical isolates.

Genomic DNA from clinical isolates was extracted with InstaGeneTM Matrix (Bio-Rad

Laboratories, Hercules, CA, USA), according to manufacturer’s recommendations. PBP genes

were amplified by PCR using the following conditions: 95ºC for 5 min, followed by 35 cycles of

95ºC for 30 s, 55ºC for 30 s and 72ºC for 1 to 3 min, according to the amplicon size, followed by

72ºC for 7 min. PCR products were analyzed on a 1 % (w/v) agarose gels stained with ethidium

bromide. PCR products were purified by using a High Pure PCR Product Purification Kit (Roche

Diagnostics, Mannheim, Germany). Bidirectional DNA sequencing was performed by Macrogen

Inc. (Seoul, South Korea). Each PBP gene was named and classified based on the homologies

obtained with others PBP sequences from different microorganisms, deposited in the GenBank,

as well as on the recognition of the conserved motifs. All PBP sequences were compared with

those of A. baumannii ATCC 17978 (1).

Analysis of the PBP genes in A. baumannii clinical isolates.

Genomic DNA from clinical isolates was extracted with InstaGene Matrix (Bio-Rad Laboratories,

Hercules, CA) according to the manufacturer’s recommendations. PBP genes were amplified by

PCR under the following conditions: 95°C for 5 min, followed by 35 cycles of 95°C for 30 s, 55°C

for 30 s, and 72°C for 1 to 3 min, according to the amplicon size, and finally 72°C for 7 min. PCR

products were analyzed on 1% (wt/vol) agarose gels stained with ethidium bromide. PCR

Artigos Científicos - Espanha

71

products were purified by using a High Pure PCR product purification kit (Roche Diagnostics,

Mannheim, Germany). Bidirectional DNA sequencing was performed by Macrogen Inc. (Seoul,

South Korea). Each PBP gene was named and classified on the basis of homology with other

PBP sequences from different microorganisms deposited in GenBank, as well as by the

recognition of conserved motifs. All PBP sequences were compared with those of A. baumannii

ATCC 17978 (1).

Nucleotide sequence accession numbers.

The nucleotide sequences of the PBP genes of the A. baumannii clinical isolates in this study

have been deposited in the GenBank nucleotide sequence database and were assigned the

following accession numbers, according to each PBP/MTG gene and strain: for ponA, JF746077

to JF746102; for mrcB, JF746103 to JF746128; for pbpA, JF745973 to JF745998; for ftsI,

JF745999 to JF746024; for dacC, JF746025 to JF746050; for dacD, JF746051 to JF746074; for

pbpG, JF746129 to JF746154; and for mtgA, JF745947 to JF745972.

Artigos Científicos - Espanha

72

RESULTS

PBP genes in A. baumannii.

Seven PBP genes and one MTG gene were identified in the six A. baumannii genomes analyzed

in this study (Table 2). Four HMM PBPs were found: PBP1a (encoded by ponA), PBP1b (mrcB),

PBP2 (pbpA or mrdA), and PBP3 (ftsI). According to their N-terminal domains, they were

assigned to class A (PBP1a and PBP1b) or class B (PBP2 and PBP3). Sequence alignment

revealed the five conserved motifs [EDXXFXXHXG, GXSTXX(M/Q)QXXK, RKXXE, KXXIXXYXN,

and RXXXXL (where X is any amino acid)] of the glycosyltransferase N-terminal domain in both

HMM class A PBPs (Fig. 1A). In the C-terminal penicillin-binding (PB) domain, with

transpeptidase activity, the residue following motif 3 [K(T/S)GT] was a threonine in class A PBPs

(KTGTT for PBP1a and KSGTT for PBP1b) and an alanine in class B PBPs (KTGTA), as

expected (Fig. 1B). The HMM class A PBPs, PBP1a and PBP1b, are the major

transglycosylases-transpeptidases in A. baumannii and are probably involved in the elongation of

non-cross-linked glycan chains of peptidoglycan.

The presence of an aspartic acid residue at the third position of motif 2 (SXD) in the active site of

PBP2 (pbpA) and the presence of an asparagine residue at the same position in PBP3 confirmed

the classification of these PBPs into subclasses B2 and B3, respectively (Fig. 1C). Both PBP2

and PBP3 are monofunctional transpeptidases. PBP2 is a member of subclass B2, a group of

proteins involved in cell elongation. PBP3, as a member of subclass B3, is probably associated

with cell division. The fstI gene was localized in the A. baumannii genomes in an operon with the

mraW, mraY, ftsL, murE, and murF genes, which are associated with the divisome. MtgA

(encoded by mtgA) is a monofunctional transglycosylase with a glycosyltransferase domain

similar to those of PBP1a and PBP1b.

Three LMM PBPs have been found in A. baumannii: PBP5/6 (encoded by dacC), PBP6b (dacD),

and PBP7/8 (pbpG). These LMM PBPs are associated with cell separation and the maturation or

Artigos Científicos - Espanha

73

recycling of peptidoglycan. Analysis of the genes encoding PBP5 and PBP6 in A. baumannii

genomes showed that they are identical at the nucleotide and amino acid levels. Thus, this PBP

is referred to as PBP5/6 (dacC). This PBP and PBP6b (dacD) were classified as class C type 5

PBPs, and both are presumably D-Ala-D-Ala-carboxypeptidases. PBP7/8 (pbpG) is a class C

type 7 PBP with putative endopeptidase activity. No class C type 4 PBP genes seem to be

present in A. baumannii.

Hot spot mutations in PBP genes and β-lactam resistance.

The 26 clinical isolates were identified as A. baumannii by ARDRA, and all isolates carried a

blaOXA-51 allele (Table 1). PFGE profile analysis revealed that the 26 isolates were categorized

into 11 different clones. All A. baumannii isolates were susceptible to colistin and tigecycline, with

MICs ranging from 0.25 to 1 µg/ml and 0.5 to 1 µg/ml, respectively. Minocycline also showed

good coverage against the A. baumannii isolates tested (73.1% susceptibility; MIC at which 50%

of isolates were inhibited [MIC50], 2 µg/ml). High resistance rates were observed for expanded-

spectrum cephalosporins (MIC50, 32 µg/ml), cefepime (MIC50, ≥ 32 µg/ml), and aztreonam

(MIC50, >16 µg/ml). The MICs of imipenem and meropenem ranged from 0.25 to >32 µg/ml, and

for 53% of the isolates, the MICs of both these antimicrobial agents were >32 µg/ml. The majority

of the isolates were resistant to ciprofloxacin (MIC50, >2 µg/ml) and aminoglycosides (MIC50s, >8

µg/ml for gentamicin and >16 µg/ml for amikacin). All the A. baumannii isolates resistant to

carbapenems (n = 14) carried the plasmid-borne carbapenemase gene blaOXA-24 or the insertion

sequence ISAba1 upstream of the chromosomal blaOXA-51-like gene and/or AmpC (data not shown).

Analysis of the nucleotide sequences of the seven PBP genes and one MGT gene in the A.

baumannii clinical isolates revealed specific hot spot mutation regions in all genes. However,

most of the allelic variations observed were silent mutations (data not shown). The main changes

in the different PBP genes relative to the sequences of strain ATCC 17978 are shown in Table 3.

Artigos Científicos - Espanha

74

Although a few mutations were found in the amino acid sequences of the PBPs, none of these

mutations could be related to β-lactam resistance. The observed changes in the amino acid

sequence were associated with specific clonal patterns, and in general, the same mutations were

observed in organisms from the different hospitals as well as in the 10 genomes already

sequenced (Table 4). Interestingly, comparison of the amino acid consensus sequence

corresponding to each PBP gene in the A. baumannii genomes deposited in GenBank with the

corresponding amino acid consensus sequence of the 26 A. baumannii clinical isolates showed

that these genes were highly conserved (identity, 99.6% to 100.0%).

In two isolates (HUMV-1319 and HUMV-5118) of an endemic carbapenem-resistant clone (MIC,

>32 µg/ml) from one of the participating centers, PCR amplification of the carboxypeptidase

PBP6b gene showed a fragment of 2,410 bp instead of the expected 1,320 bp. Sequencing of

this amplicon indicated the presence of an insertion sequence (IS) disrupting the PBP6b gene.

This IS was identical to an IS30 family transposase found in the genome of A. baumannii strain

ACICU and was similar to ISAba125, differing only in His222Tyr codons in the transposase gene.

Two imperfect inverted repeats (IR-L [AAACTTGAAGTCGACA] and IR-R [TGTCGCACCTCA

TGTTT]) bordering the transposase gene were also identified. The IS was not found in the carO

gene in these two isolates (data not shown).

Artigos Científicos - Espanha

75

DISCUSSION

PBPs are involved in the metabolism of peptidoglycan, an essential component of the bacterial

cell wall (33). β-Lactams mimic the D-Ala-D-Ala dipeptide and act as suicide inhibitors binding

covalently to the PBPs (45). Inhibition of PBPs causes instability in the cell wall, resulting in

growth inhibition or lysis (42). In this study, seven PBP genes and one MGT gene were found in

the genomes of several A. baumannii strains, encoding PBP1a, PBP1b, PBP2, PBP3, PBP5/6,

PBP6b, PBP7/8, and MtgA. The amino acid sequences of these PBPs in the A. baumannii clinical

isolates were compared with those in strain ATCC 17978. This strain was isolated in the early

1950s (1), prior to the development of the majority of the antimicrobial agents used in clinical

practice. This comparison showed that PBP genes are highly conserved in all A. baumannii

strains analyzed. The few point mutations observed could not be associated with carbapenem

resistance, since they were found in both susceptible and resistant strains. Some point mutations

were observed in specific isolates, especially in the genome of strain SDF (Table 4), a

multisusceptible A. baumannii strain. It is most probable that these variations are associated with

clonal patterns.

PBPs with low affinity for β-lactams had been described for Acinetobacter spp. (13, 26, 38).

Gehrlein et al. (13) described seven PBPs in an A. baumannii clinical strain with apparent

molecular sizes of 94, 84, 65, 61, 48, 40, and 24 kDa, based on phenotypic assays; the first six

could be identified as PBP1a (94.74 kDa), PBP1b (88.26 kDa), PBP2 (74.42 kDa), PBP3 (67.66

kDa), PBP5/6 (48.84 kDa), and PBP6 (41.78 kDa), respectively, but the last PBP did not correlate

with PBP7/8 (36.86 kDa). They also observed that imipenem could select in vitro for a resistant A.

baumannii mutant showing a complex reorganization of PBPs. Because no alterations in outer

membrane proteins (OMPs) or in β-lactamase production were detected in the imipenem-

resistant mutant, the authors associated the alterations in PBP profiles with the observed

Artigos Científicos - Espanha

76

imipenem resistance. In another study, Obara and Nakae (26) evaluated 12 imipenem-

susceptible strains of Acinetobacter calcoaceticus and detected six PBP bands of 94 (PBPla), 92

(PBPlb), 86 (PBPlc), 74 (PBP2), 59 (PBP3), and 42 (PBP4) kDa. In vitro-selected mutants

resistant to cefoxitin, cefoperazone, or ceftazidime showed reduced expression of porins, as well

as alterations in PBP expression and/or affinity for β-lactams. In another study, an imipenem-

resistant nosocomial strain of A. baumannii showing PBPs with low affinity for β-lactamase

inhibitors, especially clavulanic acid, was reported (38). This study also showed that sulbactam

bound to PBPs better than tazobactam, even in imipenem-resistant strains, which may explain

the satisfactory in vitro activity of sulbactam against some multidrug-resistant A. baumannii

isolates (22, 28).

Fernández-Cuenca et al. (12) used 12% SDS-PAGE gels marked with 125I-labeled ampicillin to

evaluate the PBP profiles of two groups of A. baumannii isolates with imipenem and meropenem

MICs of 0.25 to 2 µg/ml and 4 to 32 µg/ml, respectively. Isolates HUS-31 and HUS-457, included

in the present study, are representative of these two groups, respectively. Isolates with

carbapenem MICs of ≥4 µg/ml showed reduced expression of a 73.2-kDa PBP named PBP2

(which may correspond to the PBP2 identified in this study [74.42 kDa]), associated with the

production of several β-lactamases, including oxacillinases (which has been confirmed in the

present study), and, in some isolates, with the loss of a 22.5-kDa porin. We have not observed

any mutations in PBP2 (or any other PBP) of strain HUS-457, suggesting that regulatory

mechanisms could be involved in the reported decreased expression of the 73.2-kDa protein in

this isolate.

An IS has been found to disrupt the dacD gene (encoding PBP6b) in two isolates of a

carbapenem-resistant endemic clone. This IS is similar to ISAba125, which was previously

reported to disrupt the carO gene (25), coding for a porin associated with resistance to

carbapenems in A. baumannii. Although E. coli mutants lacking one or all of the LMM PBPs failed

Artigos Científicos - Espanha

77

to substantially affect cell division or elongation (14), Moya et al. (24) have reported that in P.

aeruginosa, inactivation of the dacB gene (encoding the nonessential PBP4, but absent in A.

baumannii) is associated with a complex high-level β-lactam resistance, triggering ampC

overproduction and the specific activation of the CreBC two-component regulator, which also

activates the expression of β-lactamase in an Aeromonas PBP4-like mutant (36). Zamorano et al.

(44) also showed that dacB inactivation produced significantly higher MICs of antipseudomonal

penicillins and cephalosporins than ampD inactivation. We may speculate that the importance of

inactivation of the PBP6 gene in carbapenem resistance might be marginal. It was observed in

only 2 of the 14 carbapenem resistant isolates we studied (both of which belonged to the same

clone), in which resistance can be explained by the production of OXA-24. In fact, other OXA-24-

producing isolates are also resistant to carbapenems (Table 1), even though they do not have an

inactivated PBP6 gene. Unfortunately, attempts to silence the dacD gene in the carbapenem

susceptible A. baumannii strain ATCC 19606 (to verify the actual role of PBP6b in β-lactam

resistance) were unsuccessful until now. Additional studies on this topic are warranted.

Recently, Yun et al. (43) evaluated proteome regulation in an imipenem-resistant A. baumannii

strain under antibiotic stress conditions. They observed that the levels of RND family transporters

(AdeABC and AdeJIK), the PBP genes ponA (PBP1a), ftsI (PBP3), and dacC (PBP5/6), and,

noticeably, AmpC β-lactamase were increased in the presence of imipenem. In contrast,

repression of the OMPs OmpA and OmpW was observed under the same conditions. These

results suggest that together such mechanisms contribute to imipenem resistance in A.

baumannii.

Artigos Científicos - Espanha

78

ACKNOWLEDGMENTS

This work was partially supported by Instituto de Salud Carlos III, Spanish Network for Research

in Infectious Diseases (REIPI, RD06/0008) and FIS (PI080209). We are grateful to the

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), which gave a PDEE

grant to R.C. (protocol 4149/08-4). L. Dijkshoorn is thanked for providing A. baumannii strains

RUH-134 and RUH-875. We acknowledge the funding of MICINN (BFU2009-09200) to J.A.A.

TRANSPARENCY DECLARATIONS

We have no conflicts of interest to report.

Artigos Científicos - Espanha

79

REFERENCES

1. Baumann, P. 1968. Isolation of Acinetobacter from soil and water. J. Bacteriol. 96:39-42.

2. Bertsche, U., E. Breukink, T. Kast, and W. Vollmer. 2005. In vitro murein

peptidoglycan synthesis by dimers of the bifunctional transglycosylase-transpeptidase

PBP1B from Escherichia coli. J. Biol. Chem. 280:38096-38101.

3. Born, P., E. Breukink, and W. Vollmer. 2006. In vitro synthesis of cross-linked murein

and its attachment to sacculi by PBP1A from Escherichia coli. J. Biol. Chem. 281:26985-

26993.

4. Cabeen, M. T., and C. Jacobs-Wagner. 2005. Bacterial cell shape. Nat. Rev. Microbiol.

3:601-610.

5. Carvalho, K. R., A. P. Carvalho-Assef, G. Peirano, L. C. Santos, M. J. Pereira, and

M. D. Asensi. 2009. Dissemination of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii

genotypes carrying bla(OXA-23) collected from hospitals in Rio de Janeiro, Brazil. Int. J.

Antimicrob. Agents. 34:25-28.

6. Catalano, M., L. S. Quelle, P. E. Jeric, A. Di Martino, and S. M. Maimonet. 1999.

Survival of Acinetobacter baumannii on bed rails during an outbreak and during sporadic

cases. J. Hosp. Infect. 42:27-35.

7. Chen, T. L., Y. T. Lee, S. C. Kuo, P. R. Hsueh, F. Y Chang, L. K. Siu, W. C. Ko, and C.

P. Fung. 2010. Emergence and Distribution of Plasmids Bearing the ISAba1-blaOXA-51-like

Gene in Carbapenem Resistant Acinetobacter baumannii in Taiwan. Antimicrob. Agents

Chemother. In press (AAC.00764-10).

8. Clinical Laboratory Standard Institute. 2009. Methods for dilution antimicrobial

susceptibility test for bacteria that grow aerobically - Eighth edition: Approved Standard

M7A8. CLSI, Wayne, PA, USA.

Artigos Científicos - Espanha

80

9. Clinical Laboratory Standard Institute. 2011. Performance Standards for antimicrobial

susceptibility testing - Twenty-First edition. Informational Supplement M100-S21. CLSI,

Wayne, PA, USA.

10. Den Blaauwen, T., M. E. Aarsman, N. O. Vischer, and N. Nanninga. 2003. Penicillin-

binding protein PBP2 of Escherichia coli localizes preferentially in the lateral wall and at

mid-cell in comparison with the old cell pole. Mol. Microbiol. 47:539-547.

11. Dijkshoorn, L., H. Aucken, P. Gerner-Smidt, P. Janssen, M. E. Kaufmann, J.

Garaizar, J. Ursing, and T. L. Pitt. 1996. Comparison of outbreak and nonoutbreak

Acinetobacter baumannii strains by genotypic and phenotypic methods. J. Clin. Microbiol.

34:1519-1525.

12. Fernández-Cuenca, F., L. Martínez-Martínez, M. C. Conejo, J. A. Ayala, E. J. Perea,

and A. Pascual. 2003. Relationship between beta-lactamase production, outer

membrane protein and penicillin-binding protein profiles on the activity of carbapenems

against clinical isolates of Acinetobacter baumannii. J. Antimicrob. Chemother. 51:565-

574.

13. Gehrlein, M., H. Leying, W. Cullmann, S. Wendt, and W. Opferkuch. 1991. Imipenem

resistance in Acinetobacter baumannii is due to altered penicillin-binding proteins.

Chemotherapy. 37:405-412.

14. Ghosh, A. S., C. Chowdhury, and D. E. Nelson. 2008. Physiological functions of D-

alanine carboxypeptidases in Escherichia coli. Trends Microbiol. 16:309-317.

15. Giamarellou, H., A. Antoniadou, and K. Kanellakopoulou. 2008. Acinetobacter

baumannii: a universal threat to public health? Int. J. Antimicrob. Agents. 32:106-119.

16. Giannouli, M., S. Cuccurullo, V. Crivaro, A. Di Popolo, M. Bernardo, F. Tomasone,

G. Amato, S. Brisse, M. Triassi, R. Utili, and R. Zarrilli. 2010. Molecular epidemiology

Artigos Científicos - Espanha

81

of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii in a tertiary care hospital in Naples, Italy,

shows the emergence of a novel epidemic clone. J. Clin. Microbiol. 48:1223-1230.

17. Goffin, C., and J. M. Ghuysen. 1998. Multimodular penicillin-binding proteins: an

enigmatic family of orthologs and paralogs. Microbiol. Mol. Biol. Rev. 62:1079-1093.

18. Héritier, C., L. Poirel, P-E. Fournier, J-M. Claverie, D. Raoult, and P. Nordmann.

2005. Characterization of the Naturally Occurring Oxacillinase of Acinetobacter

baumannii. Antimicrob. Agents Chemother. 49:4174-4179.

19. Higgins, P. G., C. Dammhayn, M. Hackel, and H. Seifert. 2010. Global spread of

carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii. J. Antimicrob. Chemother. 65:233-238.

20. Huang, L., L. Sun, G. Xu, and T. Xia. 2008. Differential susceptibility to carbapenems

due to the AdeABC efflux pump among nosocomial outbreak isolates of Acinetobacter

baumannii in a Chinese hospital. Diagn. Microbiol. Infect. Dis. 62:326-332.

21. Jawad, A., H. Seifert, A. M. Snelling, J. Heritage, and P. M. Hawkey. 1998. Survival of

Acinetobacter baumannii on dry surfaces: comparison of outbreak and sporadic isolates.

J. Clin. Microbiol. 36:1938-1941.

22. Michalopoulos, A., and M. E. Falagas. 2010. Treatment of Acinetobacter infections.

Expert. Opin. Pharmacother. 11:779-788.

23. Monterrubio-Villar, J., C. González-Velasco, S. Valdezate-Ramos, A. Córdoba-

López, P. Villalón-Panzano, and J. A. Saéz-Nieto. 2009. Outbreak of multiresistant

Acinetobacter baumannii in a polyvalent intensive care unit: clinical, epidemiological

analysis and PFGE-printing evolution. Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis. 28:1281-1284.

24. Moya, B., A. Dötsch, C. Juan, J. Blázquez, L. Zamorano, S. Haussler, and A. Oliver.

2009. Beta-lactam resistance response triggered by inactivation of a nonessential

penicillin-binding protein. PLoS Pathog. 5:e1000353.

Artigos Científicos - Espanha

82

25. Mussi, M. A., A. S. Limansky, and A. M. Viale. 2005. Acquisition of resistance to

carbapenems in multidrug-resistant clinical strains of Acinetobacter baumannii: natural

insertional inactivation of a gene encoding a member of a novel family of beta-barrel

outer membrane proteins. Antimicrob. Agents Chemother. 49:1432-1440.

26. Obara, M. and T. Nakae. 1991. Mechanisms of resistance to β-lactam antibiotics in

Acinetobacter calcoaceticus. J. Antimicrob. Chemother. 28:791-800.

27. Orsi, G. B., C. Franchi, A. Giordano, M. Rocco, F. Ferraro, C. Mancini, M. Venditti.

2008. Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii outbreak in an intensive care unit. J.

Chemother. 20:219-224.

28. Pachón, J., and J. Vila. 2009. Treatment of multiresistant Acinetobacter baumannii

infections. Curr. Opin. Investig. Drugs. 10:150-156.

29. Piette, A., C. Fraipont, T. Den Blaauwen, M. E. Aarsman, S. Pastoret, and M.

Nguyen-Disteche. 2004. Structural determinants required to target penicillin-binding

protein 3 to the septum of Escherichia coli. J. Bacteriol. 186:6110-6117.

30. Poirel, L., and P. Nordmann. 2006. Carbapenem resistance in Acinetobacter

baumannii: mechanisms and epidemiology. Clin. Microbiol. Infect. 12:826-836.

31. Poirel, L., T. Naas, and P. Nordmann. 2010. Diversity, epidemiology, and genetics of

class D beta-lactamases. Antimicrob. Agents Chemother. 54:24-38.

32. Robledo, I. E., E. E. Aquino, M. I. Santé, J. L. Santana, D. M. Otero, C. F. León, and

G. J. Vázquez. 2010. Detection of KPC in Acinetobacter spp. in Puerto Rico. Antimicrob.

Agents Chemother. 54:1354-1357.

33. Sauvage, E., F. Kerff, M. Terrak, J. A. Ayala, and P. Charlier. 2008. The penicillin-

binding proteins: structure and role in peptidoglycan biosynthesis. FEMS Microbiol. Rev.

32:234-258.

Artigos Científicos - Espanha

83

34. Seifert, H., L. Dolzani, R. Bressan, T. van der Reijden, B. van Strijen, D. Stefanik, H.

Heersma, and L. Dijkshoorn. 2005. Standardization and interlaboratory reproducibility

assessment of pulsed-field gel electrophoresis-generated fingerprints of Acinetobacter

baumannii. J. Clin. Microbiol. 43:4328-4335.

35. Spratt, B. G., J. Zhou, M. Taylor, and M. J. Merrick. 1996. Monofunctional biosynthetic

peptidoglycan transglycosylases. Mol. Microbiol. 19:639-640.

36. Tayler, A. E., J. A. Ayala, P. Niumsup, K. Westphal, T. R. Walsh, B. Wiedemann, P.

M. Bennett, and M. B. Avison. 2010. Induction of beta-lactamase production in

Aeromonas hydrophila is responsive to beta-lactam-mediated changes in peptidoglycan

composition. Microbiology. 156:2327-2335.

37. Tenover, F. C., R. D. Arbeit, R. V. Goering, P. A. Mickelsen, B. E. Murray, D. H.

Persing, and B. Swaminathan. 1995. Interpreting chromosomal DNA restriction

patterns produced by pulsed-field gel electrophoresis: criteria for bacterial strain typing. J.

Clin. Microbiol. 33:2233-2239.

38. Urban, C., E. Go, N. Mariano, and J. J. Rahal. 1995. Interaction of sulbactam,

clavulanic acid and tazobactam with penicillin-binding proteins of imipenem-resistant and

-susceptible Acinetobacter baumannii. FEMS Microbiol. Lett. 125:193-197.

39. Vaneechoutte, M., Dijksoorn, L., Tjernberg, I., Elaichouni, A., De Vos, P., Claeys, G.,

and G.Verschraegen. 1995. Identification of Acinetobacter Genomic Species by

Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis. J. Clin. Microbiol. 33:11-15.

40. Wang, H., P. Guo, H. Sun, H. Wang, Q. Yang, M. Chen, Y. Xu, and Y. Zhu. 2007.

Molecular epidemiology of clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter spp.

from Chinese hospitals. Antimicrob. Agents Chemother. 51:4022-4028.

41. Wendt, C., B. Dietze, E. Dietz, and H. Rüden. 1997. Survival of Acinetobacter

baumannii on dry surfaces. J. Clin. Microbiol. 35:1394-1397.

Artigos Científicos - Espanha

84

42. Wilke, M. S., A. L. Lovering, and N. C.Strynadka. 2005. Beta-lactam antibiotic

resistance: a current structural perspective. Curr. Opin. Microbiol. 8:525-533.

43. Yun, S.H., C.W. Choi, S.O. Kwon, G.W. Park, K. Cho, K.H. Kwon, J.Y. Kim, J.S. Yoo,

J.C. Lee, J.S. Choi, S. Kim and S.I. Kim. 2011. Quantitative Proteomic Analysis of Cell

Wall and Plasma Membrane Fractions from Multidrug-Resistant Acinetobacter

baumannii. J. Proteome Res. 10:459-469.

44. Zamorano, L., B. Moyá, C. Juan, and A. Oliver. 2010. Differential beta-lactam

resistance response driven by ampD or dacB (PBP4) inactivation in genetically diverse

Pseudomonas aeruginosa strains. J. Antimicrob. Chemother. 65:1540-1542.

45. Zapun, A., C. Contreras-Martel, and T. Vernet. 2008. Penicillin-binding proteins and β-

lactam resistance. FEMS Microbiol. Rev. 32:361-385.

Artigos Científicos - Espanha

85

Table 1 - Genetic characterization of the 26 A. baumannii clinical isolates.

Strain Hospitala/City PFGE

clone

MIC (µµµµg/ml) of:b Oxacilinases types

IPM MEM FEP CAZ CRO CTX ATM AMK GEN MIN CIP TGC CST

HUMV-823 HUMV/Santander A >32 >32 >32 >32 >32 >32 >16 >16 >8 8 >2 1 0.5 OXA-51-like+ISAba1

HUMV-1175 HUMV/Santander A1 >32 >32 >32 >32 >32 >32 >16 >16 >8 8 >2 1 0.5 OXA-51-like+ISAba1

HUMV-3743 HUMV/Santander A2 >32 >32 >32 >32 >32 >32 >16 >16 >8 8 >2 1 0.5 OXA-51-like+ISAba1

HUMV-1102 HUMV/Santander B 2 2 8 16 >32 >32 16 ≤8 ≤4 4 >2 1 1 OXA-51-like

HUMV-2790 HUMV/Santander B 1 1 8 >32 >32 >32 >16 ≤8 ≤4 4 >2 1 1 OXA-51-like

HUMV-1319 HUMV/Santander C >32 >32 >32 16 >32 >32 >16 >16 >8 2 >2 1 0.5 OXA-51-like, OXA-24

HUMV-5118 HUMV/Santander C >32 >32 >32 >32 >32 >32 >16 >16 >8 1 >2 1 0.5 OXA-51-like, OXA-24

HUMV-2471 HUMV/Santander D >32 >32 8 ≤8 4 4 8 >16 >8 2 >2 0.25 0.25 OXA-51-like, OXA-24

HUMV-4066 HUMV/Santander D >32 >32 >32 ≤8 32 32 >16 >16 >8 2 >2 0.25 0.5 OXA-51-like, OXA-24

HUMV-6457 HUMV/Santander D >32 >32 >32 16 8 8 16 ≤8 ≤4 2 >2 0.25 0.5 OXA-51-like, OXA-24

HUMV-2120 HUMV/Santander E 0.25 0.25 4 ≤8 8 8 16 ≤8 ≤4 1 ≤0.125 0.5 0.5 OXA-51-like

HUMV-4674 HUMV/Santander F 0.5 0.5 8 ≤8 8 8 16 ≤8 ≤4 0.5 1 2 0.5 OXA-51-like

HC-360 HC/Barcelona G 1 2 32 32 >32 >32 >16 >16 >8 2 >2 1 0.25 OXA-51-like

HC-3581 HC/Barcelona G 1 2 32 32 >32 >32 >16 >16 >8 2 >2 1 0.25 OXA-51-like

Artigos Científicos - Espanha

86

HC-4249 HC/Barcelona G >32 >32 >32 32 >32 >32 >16 16 >8 <0.5 >2 0.5 0.5 OXA-51-like, OXA-24

HC-4275 HC/Barcelona G >32 >32 >32 32 >32 >32 >16 >16 >8 1 >2 1 0.125 OXA-51-like+ISAba1, OXA-24

HC-60 HC/Barcelona H 1 4 32 ≤8 16 16 >16 16 >8 <0.5 1 1 0.125 OXA-51-like

HC-3343 HC/Barcelona H 1 4 32 ≤8 16 16 >16 16 >8 <0.5 1 1 0.125 OXA-51-like

HC-4256 HC/Barcelona H >32 >32 16 ≤8 32 32 >16 ≤8 >8 <0.5 1 0.5 0.25 OXA-51-like, OXA-24

HC-3202 HC/Barcelona H >32 >32 32 32 >32 >32 >16 >16 >8 2 >2 1 0.25 OXA-51-like, OXA-24

HC-771 HC/Barcelona I 1 4 16 >32 >32 >32 >16 16 >8 8 >2 0.5 0.25 OXA-51-like

HC-769 HC/Barcelona I 1 8 16 >32 >32 >32 >16 >16 >8 8 >2 1 0.25 OXA-51-like

HC-181 HC/Barcelona I >32 >32 16 >32 >32 >32 >16 >16 >8 8 >2 0.5 0.25 OXA-51-like+ISAba1

HC-1959 HC/Barcelona I >32 >32 >32 >32 >32 >32 >16 >16 8 8 >2 0.5 0.25 OXA-51-like+ISAba1

HUS-31 HUVM/Seville J 0.25 0.5 32 16 >32 >32 >16 >16 >8 2 >2 2 0.25 OXA-51-like

HUS-457 HUVM/Seville K 4 4 4 16 32 32 >16 16 >8 <0.5 >2 0.5 0.125 OXA-51-like

a. HUMV - Hospital Universitario Marqués de Valdecilla, HC - Hospital Clinic, HUVM - Hospital Universitario Virgen Macarena.

b. IPM, imipenem; MEM, meropenem; FEP, cefepime; CAZ, ceftazidime; CRO, ceftriaxone; CTX, cefotaxime; ATM, aztreonam; AMK, amikacin; GEN,

gentamicin; MIN, minocycline; CIP, ciprofloxacin; TGC, tigecycline; CST, colistin.

Artigos Científicos - Espanha

87

Table 2 - The penicillin-binding proteins (PBPs) of A. baumannii.

PBP (gene) PBPs classificationa Molecular function Possible physiological

functionb

% Identity with:

Pseudomonas aeruginosa

Escherichia coli

PBP1a (ponA) HMM Class A (subclass A1) Transglycosylase and

transpeptidase Peptidoglycan synthesis 43 36

PBP1b (mrcB) HMM Class A (subclass A2) Transglycosylase and

transpeptidase Peptidoglycan synthesis 42 32

MtgA (mtgA) Monofunctional enzymes (MGTs) Monofunctional transglycosylase Unknown 34 32

PBP2 (mrdA/pbpA) HMM Class B (Subclass B2) Transpeptidase Cell elongation 45 39

PBP3 (ftsI) HMM Class B (Subclass B3) Transpeptidase Septum formation

(Cell division) 39 39

PBP5/6 (dacC) LMM Class C (Type-5) D-ala-D-ala-carboxypeptidase Unknown 48 40

PBP6b (dacD) LMM Class C (Type-5) D-ala-D-ala-carboxypeptidase Unknown

31

PBP7/8 (pbpG) LMM Class C (Type-7) Endopeptidase Unknown 38 34

a. HMM, High molecular mass; LMM, Low molecular mass.

Artigos Científicos - Espanha

88

b. Enzymatic activities and functions predicted by sequence homology analysis.

c. Amino acid sequence homology for the PBP and MGT proteins from the genomes of the P. aeruginosa PA7 strain (accession no. NC_009656), E. coli

O157:H7 strain EDL933 (accession no. NC_002655.2) and A. baumannii SDF strain (accession no. NC_010400). Analysis was performed using the

CLUSTAL W2 (http://www.ebi.ac.uk/Tools/msa/clustalw2/).

Artigos Científicos - Espanha

89

Table 3 - Point mutations observed in the PBP genes in susceptible and resistant A. baumannii strains to carbapenems.

Strains origina and susceptibilityb

Point Mutation(s)c(clonal pattern[s])

PBP1a PBP1b PBP2 PBP3 PBP5/6 PBP6b PBP7/8 MtgA

ponA mrdA pbpA fstl dacC dacD pbpG mtgA

HUMV (Imipenem-susceptible)

L147I (B), T636A (E)

P112S (B) P665A (E) 0 d

N329S (B), T374V (B, E), N296D (B, E), N307S (B, E)

P28S (B), T188P (B)

T45S (B, F), A84T (B)

F18L (B, E, F) , T49P (B, E, F),

I54V (E, F), N179S (B, E, F)

HUMV (Imipenem-resistant)

A244T (C), S382N (C),

T636A (C, D)

P112S (A), P764S (C)

V509I (C), E110Q (D)

G523V (C)

N329S (A, C, D), T374V (A), N296D (A), N307S (A)

P28S (A), A277T (D), V350I (D), S429N (D)

T45S (A, C, D), A84T (A)

F18L (A, C, D), T49P (A, C, D),

Q100E (C), N179S (A, C, D)

HC (Imipenem-susceptible)

T38A (H), L147I (I),

A244T (G), S382N (G), T636A (G)

P112S (I), P764S (G)

V509I (G) G523V (G), H370Y (I)

N329S (I) P28S (I), T188P (G)

T39I (I), T45S (G, H, I),

A84T (I)

F18L (G, H, I), T49P (G, I), Q100E (G),

N179S (G, H, I)

HC (Imipenem-resistant)

L147I (I), A244T (G, H), S382N (G, H), T636A (G, H)

P112S (I), P764S (G, H)

V509I (G) G523V (G), H370Y (I)

N329S (I) P28S (I),

T188P (G, H)

T39I (I), T45S (G, H, I),

A84T (I)

F18L (G, H, I), T49P (G, I),

Q100E (G, H), N179S (G, H, I)

HUVM (Imipenem-susceptible)

A244T (J), S382N (J), T636A (J)

P764S (J) V509I (J), E110Q (K)

G523V (J) 0 A277T (K), V350I (K), S429N (K)

T45S (J, K)

F18L (J, K), T49P (J, K), Q100E (J),

N179S (J, K) a. HUMV - Hospital Universitario Marqués de Valdecilla, HC - Hospital Clinic, HUVM - Hospital Universitario Virgen Macarena.

Artigos Científicos - Espanha

90

b. Imipenem-susceptible (MIC ≤ 4 µg/mL) and Imipenem-resistant (MIC ≥ 16 µg/mL).

c. Amino acid substitution(s) relative to the genome of A. baumannii strain ATCC 17978.

d. No mutations relative to the genome of A. baumannii strain ATCC 17978 were observed.

Artigos Científicos - Espanha

91

Table 4 - Point mutations observed in the PBP genes of the 10 A. baumannii genomes and the reference strain RUH-134.

Strain Point Mutations

PBP1a PBP1b PBP2 PBP3 PBP5/6 PBP6b PBP7/8 MtgA ponA mrdA pbpA fstl dacC dacD pbpG mtgA

RUH-134 L147I 0a 0 0 N329S P28S A84T F18L, T49P

ACICU L147I P112S 0 A346V, H370Y 0 P28S, K229Q T45S, A84T F18L, T49P,

N179S

SDF A224T, T636A S274A, R590H, Q601E, R712H,

Q765E 0 0 S5N S418N T45S, R218H

V8M, F18M, T49P, Q100E,

N179S

AYE T38A, A244T N513H P665A 0 0 0 T45S F18L, T49P,

Q100E, N179S

AB0057 T38A, A244T N513H P665A 0 0 0 T45S F18L, T49P,

Q100E, N179S

AB307-0294 T38A, A244T,

A613T N513H P665A 0 N329S 0 T45S

F18L, T49P, Q100E, N179S

AB900 T636A 0 E110Q 0 0 A277T, V350I,

S429N T45S

F18L, T49P, N179S

AB056 T38A, A244T,

T776A 0 P665A 0 0 0 T45S

F18L, T49P, Q100E, N179S

AB058 T38A, A244T,

T776A 0 P665A V565L 0 0 T45S

F18L, T49P, Q100E, N179S

AB059 T38A, A244T,

T776A 0 P665A 0 0 0 T45S

F18L, T49P, Q100E, N179S

ATCC 19606 V623I 0 0 0 0 Q143K T45S F18L, T49P,

N179S a. No mutations relative to the A. baumannii ATCC 17978 genome were observed.

Artigos Científicos - Espanha

92

A

B

Motif 1

Motif 2 Motif 3

Motif 4

Motif 5

C

Figure 1. Identification of the conserved motifs in the consensus sequences encoded by the

HMM PBP genes of A. baumannii genomes used for the classification of PBPs, according to the

work of Sauvage et al. (33). (A) Localization of the five characteristic conserved motifs of the N-

terminal domain (boxed) in both HMM class A PBPs, PBP1a and PBP1b. (B) Arrows indicates

differences in the motif 3 of the C-terminal domain (underlined) between the HMM class A and

class B PBPs. (C) Arrows indicate the motif 2 residues in third position of the active site of the

HMM of class B PBPs, used to divide these PBPs in subclasses B2 and B3. The first two

residues of the active site are underlined.

Artigos Científicos - Espanha

93

OXA-207: a novel OXA-24 variant associated with carbapenem resistance in Acinetobacter

pittii in Spain

Rodrigo Cayô1§*, María Merino2§, Belén Ruiz del Castillo1, María Eliecer Cano1, Jorge Calvo1,

Germán Bou2 and Luis Martínez-Martínez1,3.

§Both authors have equally contributed to this work.

Short running title: blaOXA-207 in A. pittii.

1Servicio de Microbiología, Hospital Universitario Marqués de Valdecilla - IFIMAV, Santander,

Spain;

2Laboratorio de Microbiología, Complejo Hospitalario Universitario A Coruña (CHUAC) - INIBIC,

La Coruña, Spain;

3Departmento de Biología Molecular, Facultad de Medicina, Universidad de Cantabria,

Santander, Spain.

*Corresponding author.

Current Address: Laboratorio Especial de Microbiologia Clínica - LEMC/ALERTA, Universidade

Federal de São Paulo - UNIFESP, Rua Leandro Dupret, 188, Vila Clementino, 04025-010, São

Paulo - SP, Brazil. Tel.: +55 11 50812965. Fax.: +55 11 50812965. E-mail:

[email protected].

Artigos Científicos - Espanha

94

ABSTRACT

A carbapenem-resistant A. pittii strain carrying an OXA-24-like enzyme was isolated in

Santander, Northern Spain in 2008. The isolate also exhibited high level resistance to penicillins

and monobactams, and remained susceptible to expanded-spectrum cephalosporins. Sequence

analysis confirmed the presence of the novel blaOXA-207 carbapenemase gene that presented a

point Gly222Val substitution with respect to that of OXA-24. This residue was located adjacent to

Met-223, which defines a tunnel-like entrance to the active site of OXA-24. Analysis of the genetic

context of blaOXA-207 showed the presence of the site-specific XerC/XerD-like recombination

binding sites flanking the oxacillinase gene which was identical to the corresponding structures

flanking the blaOXA-24 gene in A. baumannii strains isolated in the same institution. Cloning and

kinetic analysis showed that OXA-207 presents a reduction in the catalytic efficiency against

carbapenems and a noticeably increased in specificity for oxacillin compared with OXA-24, in

agreement with the previous structural-function data of OXA-24. In summary, a novel OXA-type

enzyme has been isolated from a carbapenem resistant A. pittii clinical isolate, which showed

reduced catalytic efficiency against the carbapenems due to a Gly222Val amino acid

replacement. This mutation probably caused a misorientation of carbapenems to gain access to

the active center of the OXA-enzyme.

Key words: oxacillinase, CHDL, active site, kinetic analysis, XerC/XerD-like.

Artigos Científicos - Espanha

95

INTRODUCTION

Acinetobacter pittii (formerly Acinetobacter genomic species 3) is a member of the Acinetobacter

calcoaceticus-Acinetobacter baumannii complex that includes three other species: A. baumannii,

A. calcoaceticus and Acinetobacter nosocomialis (formerly Acinetobacter genomic species

13TU).1 The use of molecular methods2,3 for correct identification of the Acinetobacter species

has shown that A. pittii (and A. nosocomialis) is commonly isolated from clinical specimens and

may be associated with hospital outbreaks.4-6 A. pittii seems to be ecologically diverse as it was

found in food, soil, and in healthy and clinically ill individuals, being able to produce serious

infections.7-9 A. pittii usually remains susceptible to the majority of antimicrobial agents used in

the clinical practice.10 However, carbapenem-resistant A. pittii isolates harboring oxacillinase

genes have been reported.11,12

Oxacillinases are a group of β-lactamases with heterogeneous structural and biochemical

properties.13 The carbapenem-hydrolyzing class D β-lactamases (CHDLs) are mainly found in A.

baumannii and are included in four clusters: the intrinsic chromosomally OXA-51-like and the

acquired OXA-23-like, OXA-24-like and OXA-58-like. The corresponding genes can be either

chromosome or plasmid encoded.13,14 The OXA-24 cluster comprises of six described variants:

OXA-24 (identical to OXA-40), OXA-25, OXA-26, OXA-72, OXA-139 (accession number

AM991978) and OXA-160. 12,15-18 The amino acid sequences of OXA-143 and OXA-182 enzymes

present a high identity with OXA-24, and should be included as members of the cluster OXA-24,

instead of the new clusters proposed.8,19 Whereas the blaOXA-23 and blaOXA-58 genes are commonly

surrounded by insertion sequences (IS) that enhance their expression, the genes belonging to the

OXA-24 cluster are not associated with these structures.13,20 In the latter case it seems that

XerC/XerD recombination sites are key structures associated with its spreading, although this

event has not been clearly demonstrated.8,21 Overall, it is clear that these enzymes are by

themselves able to cause resistance to carbapenems.13,14,22 Eventually, the acquired-CHDLs can

Artigos Científicos - Espanha

96

be transferred from A. baumannii to other non-baumannii species, compromising the therapeutic

options to treat the infections caused by these pathogens.23,24

The aim of this study was to characterize a novel OXA-24 variant (OXA-207) in a carbapenem-

resistant A. pittii isolate from Spain.

Artigos Científicos - Espanha

97

Materials and Methods

Bacterial strains.

A. pittii HUMV-1588 is a carbapenems-resistant clinical strain isolated in April 2008 from a

bronchial aspirate of a patient admitted to the Medical Intensive Care Unit in the Hospital

Marqués de Valdecilla, a tertiary teaching hospital located in Santander, Northern Spain. The

isolate was firstly identified as Acinetobacter baumannii/A. haemolyticus by the automated

system MicroScan Walk-Away (Siemens Healthcare Diagnostic Inc., West Sacramento, CA). A.

baylyi ADP1 was used as a host of the different recombinant plasmids. E. coli BL21 was used for

carbapenemase gene expression. Bacteria were grown at 37 ºC in Luria-Bertani medium,

supplemented with the appropriate antibiotics.

Identification of Acinetobacter species.

Species identification of HUMV-1588 strain was performed by two methodologies: (I) amplified

ribosomal DNA restriction analysis (ARDRA) method, using the enzymes CfoI, AluI, MboI, RsaI

and MspI;3 and (II) sequencing analysis of partial regions of RNA polymerase β subunit (rpoB)

gene [zone 1 (350 bp, between positions 2,900 and 3,250) and zone 2 (450 bp, between

positions 3,250 and 3,700)], as previously published.2,25

Antimicrobial susceptibility testing.

MICs of ampicillin, ampicillin/sulbactam, amoxycillin/clavulanate, piperacillin/tazobactam,

cefoxitin, ceftazidime, cefotaxime, cefepime, aztreonam, imipenem, meropenem, amikacin,

gentamicin, tobramycin, tetracycline, minocycline, doxycycline, levofloxacin, ciprofloxacin,

chloramphenicol, tigecycline, colistin and trimethoprim-sulfamethoxazole were determined by

Etest strips, according to manufacturer’s (bio-Mérieux, Marcy l’Étoile, France) recommendations.

Results for tigecycline were interpreted according to the US Food and Drug Administration (FDA)

Artigos Científicos - Espanha

98

breakpoints for Enterobacteriaceae (susceptible, ≤2 mg/ml; intermediate, 4 mg/ml; resistant, >8

mg/ml), and for the other antimicrobial agents tested the Clinical Laboratory Standard Institute

(CLSI) breakpoints were considered.26 Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853 and Escherichia

coli ATCC 25922 were used as quality control strains.

PCR assays for molecular characterization of β-lactamase genes associated with

carbapenem resistance.

Genomic DNA from A. pittii HUMV-1588 was extracted with InstaGeneTM Matrix (Bio-Rad

Laboratories, Hercules, CA, USA), according to manufacturer’s recommendations. As screening,

multiplex-PCR assays were performed to investigate the presence of CHDLs (blaOXA-23-like, blaOXA-

24-like, blaOXA-51-like, blaOXA-58-like) and metallo-β-lactamase (blaIMP-like, blaVIM-like, blaSPM-1, blaGIM-1 and

blaSIM-1) encoding genes as previously reported.27,28 Primers Pre-OXA-

207.A:5’AYTTCGBATAAYSSCCATTATGTTAAATTAAAAGA’3 and Pre-OXA-

207.B:5’ATTTCGYATAASGYGTATTATGTTAATTTTAGAAA’3 amplifying the entire blaOXA-24-like

genes and surrounding regions (amplicon size of 967 bp), including its flanking region composed

of XerC/XerD-like recombination sites, were designed according to previously reported

sequences.17,21 PCR conditions were as follows: 95º C for 5 min, followed by 35 cycles of 95 ºC

for 30 s, 45 ºC for 30 s and 72 ºC for 2 min, followed by 72 ºC for 7 min. PCR products were

analyzed on a 1% (w/v) agarose gel stained with ethidium bromide. PCR products were purified

by using a High Pure PCR Product Purification Kit (Roche Diagnostics, Mannheim, Germany).

Bidirectional DNA sequencing was performed by Macrogen Inc. (Seoul, South Korea).

Cloning and characterization of the new OXA-207.

The blaOXA-24 and the blaOXA-207 were amplified in parallel by PCR with the primers OXA24/207-

Fow-XbaI 5´-CCCTCTAGAATGAAAAAATTTATACTTCC-3´and OXA24/207-Rev-NcoI 5´-

Artigos Científicos - Espanha

99

CCCCCATGGTTAAATGATTCCAAGATTTTC-3´. The purified amplicons were cloned between

XbaI and NcoI restriction sites in pET-RA plasmid harboring a rifampicin resistance gene

[GenBank: HM219006]. The constructions were used to transform A. baylyii ADP1 cells by

electroporation (25 µF, 200 Ω, 2.5 kV), with a Gene Pulser II (BioRad, Richmond, CA).

Transformants were selected on LB plates supplemented with 50 mg/L of ampicillin and 50 mg/L

of rifampicin. All constructions were confirmed by sequencing both strands, by standard

procedures. MICs for ampicillin, imipenem and meropenem were determined by broth

microdilution for the A. pittii HUMV-1588 and A. baylyii ADP1 strains, as well as for the A. baylyii

ADP1 transformants, according to the CLSI guidelines.26,29

Antibiotic and other chemicals.

Ampicillin and oxacillin were obtained from Sigma (St Louis, MO, USA). Imipenem was from

Merck (Whitehouse Station, NJ), and meropenem from AstraZeneca (London, United Kingdom).

Nitrocefin was obtained from Oxoid (Basingstoke, Hants, UK). The antibiotic molar extinction

coefficients in the spectrophotometric assays were 1050, 258, 9000, 6500 M-1 cm-1, respectively.

The wavelengths used for measurements were 235 nm for ampicillin, 260 nm for oxacillin, 300

nm for imipenem and meropenem and 495 nm for nitrocefin.

Purification of the carbapenemase.

To purify OXA-207, the corresponding gene was cloned into the pGEX-6P-1 vector with BamHI

and EcoRI restriction sites to produce translational fusions with the glutathione S-transferase

(GST) gene. The primers used for amplification of the gene lacking the signal peptide are

OXA24/207-pepBamHI 5´-AAGGATCCTCTATTAAAACTAAATCTGAAG-3´ and OXA24/207-

RevEcoRI 5´-AAAGAATTCTTAAATGATTCCAAGATTTTC-3´. The OXA-207 and the OXA-24

were purified to homogeneity with the GST gene fusion system (Amersham Pharmacia Biotech,

Artigos Científicos - Espanha

100

Europe GmbH), in accordance with the manufacturer’s instructions. The mature purified protein,

lacking the GST fusion protein, appeared on SDS-PAGE gels as a band of 30.99 kDa (≥ 95%

purity) (data not shown). The concentrations of the purified proteins were determined by a protein

assay (Bio-Rad, Richmond, CA).

Determination of kinetic parameters.

The proteins OXA-207 and OXA-24 were subjected to further biochemical studies with ampicillin,

oxacillin, imipenem and meropenem. Biochemical studies (Kcat/Km ratio) were carried out at 25º C

in a Nicolet Evolution 300 spectrophotometer (Thermo Electron Corporation, Waltham, MA, USA)

and the data obtained were analyzed with Vision Pro software (Thermo Electron Corporation). Km

values were calculated as Ki values in competitive assays with nitrocefin as the substrate. The

Kcat values were obtained under zero-order conditions ([S] > Km). The tests were repeated three

times in PBS with 20 mg/L BSA.

Nucleotide sequence accession numbers.

The complete nucleotide sequences of blaOXA-207 and partial sequence of rpoB gene from A. pittii

HUMV-1588 strain were deposited in the GenBank nucleotide database under accession

numbers JQ838185 and JQ838184, respectively.

Artigos Científicos - Espanha

101

RESULTS

Molecular taxonomic identification and antimicrobial susceptibility.

The carbapenem-resistant HUMV-1588 isolate was identified as A. pittii by ARDRA, showing a

profile 21313. Sequencing analysis of both zones of rpoB gene, confirmed this result. HUMV-

1588 A. pittii was resistant to amoxicillin (MIC, > 256 mg/L), ampicillin (MIC, > 256 mg/L),

cefoxitin (MIC, > 256 mg/L), chloramphenicol (MIC, > 256 mg/L), ciprofloxacin (MIC, 16 mg/L),

imipenem (MIC, 32 mg/L), meropenem (MIC, 32 mg/L), aztreonam (MIC, >256 mg/L) and

piperacillin-tazobactam (MIC, > 256/4 mg/L); intermediate to cefepime (MIC, 16 mg/L); and

susceptible to ampicillin-sulbactam (MIC, 8/16 mg/L), ceftazidime (MIC, 2 mg/L), cefotaxime

(MIC, 4 mg/L), gentamicin (MIC, 0.5 mg/L), tobramycin (MIC, 0.06 mg/L), amikacin (MIC, 2 mg/L),

levofloxacin (MIC, 2 mg/L), tetracycline (MIC, 2 mg/L), doxycycline (MIC, 0.25 mg/L), minocycline

(0.125 mg/L), tigecycline (0.125 mg/L), colistin (MIC, 0.25 mg/L) and trimethoprim-

sulfamethoxazole (MIC, 0.06 mg/L).

Identification of the blaOXA-207 gene.

A. pittii HUMV-1588 lacks a chromosomal-encoded blaOXA-51-like gene and any of the investigated

metallo-β-lactamase-encoding genes. However, this isolate carried a CHDL blaOXA-24-like gene.

Sequencing of a 967-bp amplicon showed the presence of an open reading frame of 828-bp

which encoded a product predicted to have 99.0% amino acid identity with OXA-24 β-lactamase.

The HUMV-1588 harbored a new variant of the CHDL OXA-24 cluster, designated OXA-207. This

new enzyme had a G→T mutation at nucleotide 665, causing a unique Gly222Val change.

A comparison of the predicted amino acid sequences of OXA-207 with those of the OXA-24

variants, as well as with the two related enzymes, OXA-143 and OXA-182, is shown in Figure 1.

The OXA-24 cluster comprises of seven different variants that present a high identity (99.0%)

between them, diverging from the OXA-24 from one [OXA-26 (Ser257Thr), OXA-72 (Gly224Asp),

Artigos Científicos - Espanha

102

OXA-139 (Asn87Ile), OXA-160 (Pro257Ser) and OXA-207 (Gly222Val)] to two [OXA-25

(Lys202Glu and Ser268Leu)] amino acids. These CHDLs differ from OXA-182 and OXA-143

enzymes in 30 (89.0% of identity) to 34 (87% of identity) amino acids, respectively, with the latter

two oxacillinases differing between them in 19 amino acids (93.0% of identity). The three

conserved motifs (STKF, FGN and KSG) responsible for the formation of the active site of the

oxacillinase group are identical between the OXA-24-like, OXA-143 and OXA-182 enzymes. The

Gly222Val substitution present in OXA-207 is near to the third conserved motif KSG of this β-

lactamase and adjacent to Met-223, which has been defined as a key residue in defining the

tunnel-like entrance of carbapenems to the active site of the enzyme. The partial sequences of

the genetic context of blaOXA-207 gene revealed, as previously described in this group of genes,

the presence of the site-specific recombination XerC-XerD-like binding sites flanking the

oxacillinase gene.

Antibiotic susceptibility testing.

The MICs (mg/L) of ampicillin, imipenem and meropenem for A. pittii HUMV-1588 clinical isolate,

the A. baylyi ADP1 clones harboring the pET-RA plasmid harboring the blaOXA-207 and blaOXA-24WT

and the recipient strain A. baylyi ADP1 with the plasmid alone are listed in Table 1. The MICs of

imipenem and meropenem for A. baylyi ADP1 expressing the blaOXA-207 gene were increased by

7-fold, similar to those obtained by the A. baylyi ADP1 expressing the blaOXA-24WT and A. pittii

HUMV-1588. Although the MICs of ampicillin are increased by 7-fold and 8-fold in the recipient

clones harboring the blaOXA-207 and blaOXA-24WT, respectively, the results obtained for the A. pittii

HUMV-1588 were 3-fold higher.

Artigos Científicos - Espanha

103

Biochemical studies.

Ampicillin, oxacillin, imipenem and meropenem were selected for kinetic studies and the kinetic

parameters obtained for OXA-24 and OXA-207 are shown in Table 2. Kinetic parameters (Table

2) corroborate MICs values. The Kcat/Km values for ampicillin for OXA-24 and OXA-207 are

similar, differing for an increase in the Km for OXA-207. However, the OXA-207 shows high rates

of hydrolysis for oxacillin (low Km) comparing with the OXA-24 (high Km). The Kcat/Km for OXA-207

was 8,934.7 compared with 48,626 for OXA-24. Although both enzymes showed high affinity for

imipenem and meropenem (low Km), OXA-24 hydrolyzes carbapenems better than OXA-207,

since OXA-24 show higher Kcat values than OXA-207. The catalytic efficiencies (Kcat/Km) of OXA-

24 for meropenem and imipenem were 2 and 3 times higher, respectively, than those of OXA-207

(Table 2).

Artigos Científicos - Espanha

104

Discussion

The difficulties in identification of more than 34 species and genomic species of Acinetobacter

described until now, explain the limited clinical information about these microorganisms.1 The use

of molecular methods for a correct identification of Acinetobacter non-baumannii species has

contributed to the understanding of the epidemiology and the real impact of these species as a

cause of human infections.10,12,19,24,30-32 Recently, molecular epidemiology studies have shown

that the frequency of A. pittii or A. nosocomialis may be even greater than A. baumannii.10

To date OXA-24 β-lactamase was reported in Europe,33-38 Asia-Pacific24 and USA.39-41 Most

OXA-24 variants have been described in specific strains isolated in Spain (OXA-25 and OXA-

207), Belgium (OXA-26), Italy (OXA-139) and USA (OXA-160).15,18 OXA-72 was first described in

an A. pittii isolate from China in 2007,12 and has subsequently been reported in Europe23,31,42-46

and Taiwan.43 Two other CHDL enzymes related to the OXA-24 cluster have been described in

Brazil (OXA-143) and in South Korea (OXA-182).19 Recent studies have shown that OXA-143 is

the second most important CHDL found in Brazilian A. baumannii isolates and OXA-182 is an

emerging CHDL in South Korea.19,48,49

D’Andrea and colleagues revealed that the blaOXA-24 gene was flanked by conserved inverted

repeats homologous to XerC/XerD binding sites that are associated with DNA mobilization in

Acinetobacter plasmids.21 In another study, Merino and colleagues reported an A. calcoaceticus

clinical isolate carrying the blaOXA-24 during a multidrug-resistant A. baumannii clonal outbreak in a

hospital in Spain.50 Both plasmids harboring the blaOXA-24 gene from the A. calcoaceticus and A.

baumannii strains demonstrated the presence of XerC/XerD recombination binding sites.50 The

same structures were also found flanking the blaOXA-72 and blaOXA-160.51 Our results corroborate

these findings, demonstrating that OXA-207 is also flanked by XerC/XerD-like recombination

binding sites. Although no information about the genetic context of OXA-25, OXA-26, OXA-139 or

Artigos Científicos - Espanha

105

OXA-182 is available, it would be possible that all these CHDLs are mobilized by a similar

mechanism.

More recently, Rumbo and colleagues demonstrated that clinical isolates of A. baumannii may

release outer membrane vesicles as a mechanism of horizontal plasmid harboring the blaOXA-24

gene transfer to A. baumannii ATCC 17978, increasing the possibilities of CHDL gene transfer

between Acinetobacter spp. clinical isolates.51 The capacity of dissemination of the OXA-24, was

exemplified in a study conducted by Sevillano and colleagues that reported the presence of

blaOXA-24 gene in P. aeruginosa carried by a plasmid also found in A. baumannii from a hospital in

northern Spain.52 Other studies described transmission of genes coding for CHDL and metallo-β-

lactamase from A. baumannii to other Acinetobacter species in different regions.12,23,24,31,37 In A.

pittii, the CHDLs described until now were OXA-58 in Germany and OXA-72 in China.11,12

Although OXA-24 is the most disseminated CHDL in A. baumannii clinical isolates in Spain,16,17

this is the first report of an OXA-24 variant in a non-baumannii species in the same country. The

presence of the same XerC/XerD structure flanking the novel OXA-207 found in A. pittii HUMV-

1588, as well as in the OXA-24-producing A. baumannii clones identified in our hospital during

the last 5 years (data not shown, manuscript in preparation), emphasize a possible gene transfer

from A. baumannii to A. pittii. The A. pittii HUMV-1588 was resistant to penicillins, monobactams

and carbapenems, but remained susceptible to expanded-spectrum cephalosporins. OXA-207, as

observed for the other CHDLs, did not significantly hydrolyze expanded-spectrum

cephalosporins.8,13,22

The unique Gly222Val mutation was near the KSG conserved motif of the active site of the OXA-

207 and adjacent to the key residue Met-223, which is very important from a structural point of

view for the biochemical properties of OXA-24. An analysis of the crystal structure of OXA-24

showed that the specificity to carbapenems in this CHDL is determined by a hydrophobic barrier

that is established through the specific arrangement of a pair of amino acid residues Tyr-112 and

Artigos Científicos - Espanha

106

Met-223 side chains, which define a tunnel across the active site of this β-lactamase.22 The

orientation of both residues delimits the access to the catalytic binding-site, positioning

appropriately the carbapenem for an optimal recognition.22 The presence of this “tunnel” on the

OXA-24 enzyme alters drastically the conformation of the distal pyrrolidine/sulfonamide group of

the carbapenems, that will interfere in the capacity to hydrolyze these antimicrobial agents better

than the others oxacillinases.53 Based on the analysis of two mutants (Tyr112Ala and Met223Ala),

it was possible to conclude that the residue Tyr-112 are important to confer high MICs of

imipenem and meropenem, instead of the residue Met-223. Interesting the Met-223 residue is

exactly next to the Gly222Val mutation observed in the novel OXA-207 variant. The results for the

OXA-207 (Gly222Val) were similar to those obtained by the Met223Ala previously. A reduction in

the catalytic efficiency against the carbapenems and a noticeably increased in specificity for

oxacillin were observed by both mutations [Gly222Val (OXA-207) and Met223Ala]. This data can

justify the strong hydrolysis (high Kcat/Km ratio) of oxacillin observed by OXA-207 β-lactamase

compared with the OXA-24 WT. However, the Kcat/Km ratio for imipenem and meropenem

observed by the OXA-207 were not lower than those described by the previous study by the in

vitro double mutant OXA-24 (Tyr112Ala + Met223Ala). Maybe the alterations in the tunnel-like

entrance caused by the Gly222Val (OXA-207) were not sufficient to avoid the recognition of

carbapenem molecule by the active site of the β-lactamase. Although OXA-207 hydrolyzed

weakly the carbapenems, this β-lactamase significantly contributes to resistance to imipenem and

meropenem in the A. pittii HUMV-1588 clinical isolate.

In conclusion, we have identified for the first time a carbapenem-resistant A. pittii clinical isolate

harboring the novel OXA-207 enzyme (an OXA-24 variant) in Spain. Our findings suggest that the

unique mutation present in the OXA-207 changed its catalytic activity against the β-lactams. The

emergence of the OXA-207 carbapenemase in an A. pittii clinical isolate is a concern, since the

Artigos Científicos - Espanha

107

possibility of its dissemination will drastically change the treatment of infections caused by this

pathogen.

Artigos Científicos - Espanha

108

ACKNOWLEDGMENTS AND FUNDING

This work was partially supported by Instituto de Salud Carlos III, Spanish Network for Research

in Infectious Diseases (REIPI, RD06/0008) and Fondo de Investigación Sanitaria (PI080209 and

PS09/00687). We are grateful to the Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES), which gave a PDEE grant to R.C. (protocol 4149/08-4).

We gratefully acknowledge the assistance of Sophia Mooney in the preparation of the

manuscript.

TRANSPARENCY DECLARATIONS

We have no conflicts of interest to report.

Artigos Científicos - Espanha

109

REFERENCES

1. Nemec A, Krizova L, Maixnerova M et al. Genotypic and phenotypic characterization of

the Acinetobacter calcoaceticus-Acinetobacter baumannii complex with the proposal of

Acinetobacter pittii sp. nov. (formerly Acinetobacter genomic species 3) and

Acinetobacter nosocomialis sp. nov. (formerly Acinetobacter genomic species 13TU).

Res Microbiol 2011; 162:393-404.

2. La Scola B, Gundi VA, Khamis A, Raoult D. Sequencing of the rpoB gene and flanking

spacers for molecular identification of Acinetobacter species. J Clin Microbiol 2006;

44:827-32.

3. Vaneechoutte M, Dijkshoorn L, Tjernberg I et al. Identification of Acinetobacter Genomic

Species by Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis. J Clin Microbiol 1995; 33:11-

5.

4. Idzenga D, Schouten MA, van Zanten AR. Outbreak of Acinetobacter genomic species 3

in a Dutch intensive care unit. J Hosp Infect 2006; 63:485-7.

5. McDonald A, Amyes SG, Paton R. The persistence and clonal spread of a single strain of

Acinetobacter 13TU in a large Scottish teaching hospital. J Chemother 1999; 11:338-44.

6. van Dessel H, Kamp-Hopmans TE, Fluit AC et al. Outbreak of a susceptible strain of

Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and Ursing) in an adult neurosurgical

intensive care unit. J Hosp Infect 2002; 51:89-95.

7. Chu YW, Leung CM, Houang ET et al. Skin carriage of Acinetobacters in Hong Kong. J

Clin Microbiol 1999; 37:2962-7.

8. Higgins PG, Poirel L, Lehmann M et al. OXA-143, a novel carbapenem-hydrolyzing class

D beta-lactamase in Acinetobacter baumannii. Antimicrob Agents Chemother 2009;

53:5035-8.

Artigos Científicos - Espanha

110

9. Houang ET, Chu YW, Leung CM et al. Epidemiology and infection control implications of

Acinetobacter spp. in Hong Kong. J Clin Microbiol 2001; 39:228-34.

10. Turton JF, Shah J, Ozongwu C et al. Incidence of Acinetobacter species other than A.

baumannii among clinical isolates of Acinetobacter: evidence for emerging species. J

Clin Microbiol 2010; 48:1445-9.

11. Evans BA, Hamouda A, Towner KJ et al. Novel genetic context of multiple blaOXA-58 genes

in Acinetobacter genospecies 3. J Antimicrob Chemother 2010; 65:1586-8.

12. Wang H, Guo P, Sun H et al. Molecular epidemiology of clinical isolates of carbapenem-

resistant Acinetobacter spp. from Chinese hospitals. Antimicrob Agents Chemother 2007;

51:4022-8.

13. Poirel L, Naas T, Nordmann P. Diversity, epidemiology, and genetics of class D beta-

lactamases. Antimicrob Agents Chemother 2010; 54:24-38.

14. Poirel L, Nordmann P. Carbapenem resistance in Acinetobacter baumannii: mechanisms

and epidemiology. Clin Microbiol Infect 2006; 12:826-36.

15. Afzal-Shah M, Woodford N, M. Livermore D. Characterization of OXA-25, OXA-26, and

OXA-27, molecular class D beta-lactamases associated with carbapenem resistance in

clinical isolates of Acinetobacter baumannii. Antimicrob Agents Chemother 2001; 45:583-

8.

16. Bou G, Oliver A, Martínez-Beltrán J. OXA-24, a novel class D beta-lactamase with

carbapenemase activity in an Acinetobacter baumannii clinical strain. Antimicrob Agents

Chemother 2000. 44:1556-61. Erratum in: Antimicrob Agents Chemother 2006; 50:2280.

17. Lopez-Otsoa F, Gallego L, Towner KJ et al. Endemic carbapenem resistance associated

with OXA-40 carbapenemase among Acinetobacter baumannii isolates from a hospital in

northern Spain. J Clin Microbiol 2002; 40:4741-3.

18. Tian GB, Adams-Haduch JM, Bogdanovich T et al. Identification of diverse OXA-40 group

Artigos Científicos - Espanha

111

carbapenemases, including a novel variant, OXA-160, from Acinetobacter baumannii in

Pennsylvania. Antimicrob Agents Chemother 2011; 55:429-32.

19. Kim CK, Lee Y, Lee H et al. Prevalence and diversity of carbapenemases among

imipenem-nonsusceptible Acinetobacter isolates in Korea: emergence of a novel OXA-

182. Diagn Microbiol Infect Dis 2010; 68:432-8.

20. Poirel L, Nordmann P. Genetic structures at the origin of acquisition and expression of

the carbapenem-hydrolyzing oxacillinase gene blaOXA-58 in Acinetobacter baumannii.

Antimicrob Agents Chemother 2006; 50:1442-8.

21. D'Andrea MM, Giani T, D'Arezzo S et al. Characterization of pABVA01, a plasmid

encoding the OXA-24 carbapenemase from Italian isolates of Acinetobacter baumannii.

Antimicrob Agents Chemother 2009; 53:3528-33.

22. Santillana E, Beceiro A, Bou G et al. Crystal structure of the carbapenemase OXA-24

reveals insights into the mechanism of carbapenems hydrolysis. Proc Natl Acad Sci USA

2007; 104:5354-9.

23. Fernández-Cuenca F, Rodríguez-Martínez JM, Gómez-Sánchez MA et al. Production of

a plasmid-encoded OXA-72 β-lactamase associated with resistance to carbapenems in a

clinical isolate Acinetobacter junii. Int J Antimicrob Agents 2012; 39(1):93-4.

24. Mendes RE, Bell JM, Turnidge JD et al. Emergence and widespread dissemination of

OXA-23, -24/40 and -58 carbapenemases among Acinetobacter spp. in Asia-Pacific

nations: report from the SENTRY Surveillance Program. J Antimicrob Chemother 2009;

63:55-9.

25. Gundi VA, Dijkshoorn L, Burignat S et al. Validation of partial rpoB gene sequence

analysis for the identification of clinically important and emerging Acinetobacter species.

Microbiology 2009; 155:2333-41.

Artigos Científicos - Espanha

112

26. Clinical Laboratory Standard Institute. 2011. Performance Standards for antimicrobial

susceptibility testing - Twenty-First edition. Informational Supplement M100-S21. CLSI,

Wayne, PA, USA.

27. Mendes RE, Kiyota KA, Monteiro J et al. Rapid detection and identification of metallo-

beta-lactamase-encoding genes by multiplex real-time PCR assay and melt curve

analysis. J Clin Microbiol 2007; 45:544-7.

28. Woodford N, Ellington MJ, Coelho JM et al. Multiplex PCR for genes encoding prevalent

OXA carbapenemases in Acinetobacter spp. Int J Antimicrob Agents 2006; 27:351-3.

29. Clinical Laboratory Standard Institute. 2009. Methods for dilution antimicrobial

susceptibility test for bacteria that grow aerobically - Eighth edition: Approved Standard

M7A8. CLSI, Wayne, PA, USA.

30. Karunasagar A, Maiti B, Shekar M et al. Prevalence of OXA-type carbapenemase genes

and genetic heterogeneity in clinical isolates of Acinetobacter spp. from Mangalore, India.

Microbiol Immunol 2011; 55:239-46.

31. Lee K, Kim MN, Choi TY et al. Wide dissemination of OXA-type carbapenemases in

clinical Acinetobacter spp. isolates from South Korea. Int J Antimicrob Agents 2009

33:520-4.

32. van den Broek PJ, van der Reijden TJ, van Strijen E et al. Endemic and epidemic

Acinetobacter species in a university hospital: an 8-year survey. J Clin Microbiol 2009;

47:3593-9.

33. Grosso F, Quinteira S, Peixe L. Understanding the dynamics of imipenem-resistant

Acinetobacter baumannii lineages within Portugal. Clin Microbiol Infect 2011; 17:1275-9.

34. Karah N, Giske CG, Sundsfjord A et al. A Diversity of OXA-Carbapenemases and Class

1 Integrons Among Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii Clinical Isolates

from Sweden Belonging to Different International Clonal Lineages. Microb Drug Resist

Artigos Científicos - Espanha

113

2011; 17:545-9.

35. Karah N, Haldorsen B, Hermansen NO et al. Emergence of OXA-carbapenemase- and

16S rRNA methylase-producing international clones of Acinetobacter baumannii in

Norway. J Med Microbiol 2011; 60:515-21.

36. Nemec A, Krízová L, Maixnerová M et al. Emergence of carbapenem resistance in

Acinetobacter baumannii in the Czech Republic is associated with the spread of

multidrug-resistant strains of European clone II. J Antimicrob Chemother 2008; 62:484-9.

37. Quinteira S, Grosso F, Ramos H et al. Molecular epidemiology of imipenem-resistant

Acinetobacter haemolyticus and Acinetobacter baumannii isolates carrying plasmid-

mediated OXA-40 from a Portuguese hospital. Antimicrob Agents Chemother 2007;

51:3465-6.

38. Towner KJ, Evans B, Villa L et al. Distribution of Intrinsic Plasmid Replicase Genes and

their Association with Carbapenem-Hydrolyzing Class D ss-Lactamase Genes in

European Clinical Isolates of Acinetobacter baumannii. Antimicrob Agents Chemother

2011; 55:2154-9.

39. Castanheira M, Wanger A, Kruzel M et al. Emergence and clonal dissemination of OXA-

24- and OXA-58-producing Acinetobacter baumannii strains in Houston, Texas: report

from the SENTRY Antimicrobial Surveillance Program. J Clin Microbiol 2008; 46:3179-

80.

40. Perez F, Endimiani A, Ray AJ et al. Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii and

Klebsiella pneumoniae across a hospital system: impact of post-acute care facilities on

dissemination. J Antimicrob Chemother 2010; 65:1807-18.

41. Qi C, Malczynski M, Parker M et al. Characterization of genetic diversity of carbapenem-

resistant Acinetobacter baumannii clinical strains collected from 2004 to 2007. J Clin

Microbiol 2008; 46:1106-9.

Artigos Científicos - Espanha

114

42. Werneck JS, Picão RC, Carvalhaes CG et al. OXA-72-producing Acinetobacter

baumannii in Brazil: a case report. J Antimicrob Chemother 2011; 66:452-4.

43. Barnaud G, Zihoune N, Ricard JD et al. Two sequential outbreaks caused by multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii isolates producing OXA-58 or OXA-72 oxacillinase in

an intensive care unit in France. J Hosp Infect 2010; 76:358-60.

44. Di Popolo A, Giannouli M, Triassi M et al. Molecular epidemiological investigation of

multidrug-resistant Acinetobacter baumannii strains in four Mediterranean countries with

a multilocus sequence typing scheme. Clin Microbiol Infect 2011; 17:197-201.

45. Franolić-Kukina I, Bedenić B, Budimir A et al. Clonal spread of carbapenem-resistant

OXA-72-positive Acinetobacter baumannii in a Croatian university hospital. Int J Infect

Dis 2011; 15:e706-9.

46. Goic-Barisic I, Towner KJ, Kovacic A et al. Outbreak in Croatia caused by a new

carbapenem-resistant clone of Acinetobacter baumannii producing OXA-72

carbapenemase. J Hosp Infect 2011; 77:368-9.

47. Lu PL, Doumith M, Livermore DM et al. Diversity of carbapenem resistance mechanisms

in Acinetobacter baumannii from a Taiwan hospital: spread of plasmid-borne OXA-72

carbapenemase. J Antimicrob Chemother 2009; 63:641-7.

48. Antonio CS, Neves PR, Medeiros M et al. High prevalence of carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii carrying the blaOXA-143 gene in Brazilian hospitals. Antimicrob

Agents Chemother 2011; 55:1322-3.

49. Werneck JS, Picão RC, Girardello R et al. Low prevalence of blaOXA-143 in private

hospitals in Brazil. Antimicrob Agents Chemother 2011; 55:4494-5.

50. Merino M, et al. OXA-24 carbapenemase gene flanked by XerC/XerD-like recombination

sites in different plasmids from different Acinetobacter species isolated during a

nosocomial outbreak. Antimicrob Agents Chemother 2010; 54:2724-7.

Artigos Científicos - Espanha

115

51. Rumbo C, Fernández-Moreira E, Merino M et al. Horizontal transfer of the OXA-24

carbapenemase gene via outer membrane vesicles: a new mechanism of dissemination

of carbapenem resistance genes in Acinetobacter baumannii. Antimicrob Agents

Chemother 2011; 55:3084-90.

52. Sevillano E, Gallego L, García-Lobo JM. First detection of the OXA-40 carbapenemase in

P. aeruginosa isolates, located on a plasmid also found in A. baumannii. Pathol Biol

(Paris) 2009; 57:493-5.

53. Schneider KD, Ortega CJ, Renck NA et al. Structures of the class D carbapenemase

OXA-24 from Acinetobacter baumannii in complex with doripenem. J Mol Biol 2011;

406:583-94.

Artigos Científicos - Espanha

116

Table 1. MICs determined by broth microdilution for OXA-207-producing clinical isolate A. pittii

HUMV-1588, recipient strain A. baylyi ADP1 with the plasmid alone, clone A. baylyi ADP1

harboring the plasmid pETRA with blaOXA-24, and clone A. baylyi ADP1 harboring the plasmid

pETRA with blaOXA-207 are shown.

Antimicrobial

Agents

A. pittii

(blaOXA-207)

A. baylyi +

pETRA+blaOXA-24

A. baylyi +

pETRA+blaOXA-207 A. baylyi

Ampicillin 4096 1024 512 4

Imipenem 32 32 16 0.125

Meropenem 32 32 16 0.125

Artigos Científicos - Espanha

117

Table 2. Kinetic parameters of purified β-lactamases OXA-24 and OXA-207a.

Antimicrobial Agent

OXA-24 OXA-207

Kcat (s-1) Km (µM) Kcat/Km

(mM-1s-1)c Kcat (s-1) Km (µM)

Kcat/Km (mM-

1s-1)c

Ampicillin 258.3

(±29.1) 89.6

(±38.0) 2,882.8

337.5 (±6.7)

150.9 (±15.4) 2,236.6

Oxacillin 19.6 (±0.8) 403.4

(±127.8) 48.6

383.3 (±28.5)

42.9 (±8.3) 8,934.7

Imipenem 1.96

(±0.41) 0.60

(±0.10) 3,266.7

0.41 (±0.01)

0.37 (±0.07) 1,108.1

Meropenem 0.165

(±0.004) 0.017

(±0.001) 9,705.9

0.043 (±0.002)

0.008 (±0.001)

5,375.0

aData are the means (±SD) of three independent experiments.

Artigos Científicos - Espanha

118

Figure 1. Alignment of the amino acid sequences of the OXA-24 and its variants (OXA-25, OXA-

26, OXA-72, OXA-139, OXA-143, OXA-160, OXA-182 and OXA-207). Analysis was performed

using the CLUSTAL W multiple sequence alignment program. All sequences were obtained

according with the accession numbers provided by β-Lactamase Classification and Amino Acid

Sequences website (http://www.lahey.org/Studies/). Conserved motifs are boxed. Points

represent conserved amino acids. Arrow indicates the Gly222Val substitution in the predicted

amino acid sequence of 207.

Artigos Científicos - Espanha

119

Diversity of Emerging Acinetobacter Species in a Tertiary University Hospital in the North

of Spain

Rodrigo Cayô1*, Maria Eliecer Cano1, Jorge Calvo1 and Luis Martínez-Martínez1,2.

Short running title: Emerging Acinetobacter Species among Clinical Isolates.

1Service of Microbiology, University Hospital Marqués de Valdecilla - IFIMAV, Santander, Spain;

2Department of Molecular Biology, School of Medicine, University of Cantabria, Santander, Spain.

*Corresponding author.

Current Address: Laboratorio Especial de Microbiologia Clínica - LEMC/ALERTA, Universidade

Federal de São Paulo - UNIFESP, Rua Leandro Dupret, 188, Vila Clementino, 04025-010, São

Paulo - SP, Brazil. Tel.: +55 11 50812965. Fax.: +55 11 50812965. E-mail:

[email protected].

Artigos Científicos - Espanha

120

ABSTRACT

Eighty six no repetitive clinical isolates, representative of each Rep-PCR pattern, identified by

MicroScan-WalkAway® as A. calcoaceticus-baumannii complex collected during 2004-2008

period in a tertiary teaching hospital, had their identification confirmed by ARDRA. Only 44.2% of

isolates was confirmed to be A. baumannii harboring 12 different blaOXA-51-like genes. Eight

different non-baumannii species were also identified and A. pittii (41.8%) was the most frequent

among them. All carbapenem-resistant A. baumannii isolates carried the blaOXA-24/40 or blaOXA-51-

like-ISAba1 genes. The blaOXA-58 gene was found in 19 out of 24 isolates of a carbapenem-

susceptible A. pittii clone. Emerging Acinetobacter species have been identified in our hospital

and their actual incidence could be underestimated by using only automated identification

systems.

Artigos Científicos - Espanha

121

Acinetobacter species have emerged as important opportunistic pathogens responsible for a

variety of severe nosocomial infections, especially the four closely related and phenotipically

similar species included in the Acinetobacter calcoaceticus-baumannii complex.1-4 Although, A.

baumannii is the most prevalent and resistant species of this group, the real incidence of the

other members can be underestimated, because the identification at the species level using

phenotypic methods is complex and problematic,2 and automated systems have shown

unsatisfactory results to discriminate these microorganisms.3 In this way, a great variety of

molecular methods have been proposed to attempt to correctly identify the Acinetobacter

species.4-6 However, many of these methodologies are not applicable in the clinical microbiology

routine. This study was designed to evaluate the diversity of Acinetobacter species and to

characterize the production of carbapenem-hydrolyzing class D β-lactamase (CHDLs) among

these isolates during a 5-year period in a tertiary university hospital in northern Spain. This work

was presented in part as a poster presentation at the 21th European Congress of Clinical

Microbiology and Infectious Diseases - ECCMID in Milan, 2011.

During the period of 2004 to 2008, a total of 603 clinical isolates identified previously as A.

calcoaceticus-baumannii complex by MicroScan-WalkAway® (Siemens Healthcare Diagnostic

Inc., West Sacramento, CA) in a tertiary teaching hospital, with 900-beds, localized in the north of

Spain, were selected. The clonal relationships of the A. calcoaceticus-baumannii complex

isolates were determined by Rep-PCR using the primers pairs REP-1 (5´-

IIIGCGCCGICATCAGGC-3´) and REP-2 (5´-ACGTCTTATCAGGCCTAC-3´), as described

previously7 and the amplified fragments were separated on a 1.5% (w/v) agarose gel for 240 min.

Rep-PCR gels were analyzed by BioNumerics program version 5.0 (Applied Maths, Kortrijk,

Belgium). In all images, the definition of bands was performed automatically by the program and

then checked individually by visual comparison. The similarity coefficient used was the Dice

coefficient. 8 The dendrogram was constructed using the algorithm UPGMA phylogenetic analysis

Artigos Científicos - Espanha

122

(unweighted Pair-Groups Method using arithmetic Averages).9 The values used for optimization

and tolerance for all of the isolates were 1.0 and 2.0%, respectively. The Rep-PCR results

showed 98 different patterns (Figure 1). However, a single representative isolate of 12/98 Rep-

PCR patterns were not viable or contaminated. For this reason, one isolate of each remainder

patterns (n=86) was chosen for the further analysis. The detection of CHDL-encoding genes was

performed by multiplex PCR, as previously published10 and confirmed by sequencing. The

presence of the blaOXA-51-like gene was considered as predictor for A. baumannii. To confirm the

identification at species level for all clinical isolates was carried out by amplified rRNA gene

restriction analysis (ARDRA), as previously described.6

Surprisingly, only 38/86 (44.2%) of the isolates were positive for blaOXA-51-like gene and, as

expected, these isolates were identified as A. baumannii, showing three different ARDRA profiles

(Table 1). Among the 38 A. baumannii clones, a total of 12 blaOXA-51-like genes were found: blaOXA-

64, blaOXA-65, blaOXA-66, blaOXA-67, blaOXA-68, blaOXA-69, blaOXA-70, blaOXA-71, blaOXA-94, blaOXA-98, blaOXA-

106 and blaOXA-117. These results are in accordance with a previous study conducted by Héritier et

al. who also showed that the blaOXA-51-like are, in generally, closely related with the clonal pattern

of the A. baumannii isolate.11 A great diversity of Acinetobacter species has been founded among

the blaOXA-51-like-negative isolates. Interestingly, 41.8% (n=36) of the isolates were identified as A.

pittii (ARDRA profile 21213), being the second most frequently Acinetobacter spp. in our hospital

(Table 1). Epidemiological studies have done a correct identification of the isolates belonging to

the A. calcoaceticus-baumannii complex. These findings shows that, although A. baumannii is the

most prevalent and important specie, the frequency of isolation of A. pittii and A. nosocomialis

may be equal or even superior to A. baumannii,12-14 depending of the hospital or geographic

region. These two species can even be capable of causing outbreaks.15-16

All carbapenem resistant A. baumannii isolates harbored the blaOXA-24/40 or the blaOXA-51-like-

ISAba1. In opposite, the carbapenem-susceptible isolates did not show the ISAbA1 upstream to

Artigos Científicos - Espanha

123

blaOXA-51-like gene. Previously studies have shown that the OXA-24/40 is the most important and

disseminated CHDL in Spain,17 indeed this enzyme are endemic to the Iberian Peninsula.18

Interestingly, the blaOXA-58 gene was found in 19 out of 24 isolates of a carbapenem-susceptible

A. pittii clone in the present study. Marti et al. reported the presence of OXA-58-ISAba3 isolated

from an A. pittii isolate showing high resistance levels to imipenem (MIC > 32 mg/mL) in Spain.19

However, the authors explain that production of OXA-58 alone is not sufficient to cause elevated

MICs for imipenem, which requires the contribution of other resistance mechanisms, such as

porins loss and active efflux.19 In another study, it was reported the presence of OXA-23 and

OXA-58 A. radioresistens and A. bereziniae carbapenem-susceptible isolates, respectively.19

Evaluating the genetic background of the OXA-58, the authors found the same results obtained

by Marti et al. in A. pittii and explain that ISAba1, ISAba2 and IS18 works as better promoters

than ISAba3, which could explain the susceptibility to carbapenems observed in A. bereziniae

isolate19 and, probably, in A. pittii isolates of our study. The authors conclude, remembering that

Acinetobacter spp. isolates susceptible to carbapenems, but producers CHDLs, act as reservoirs

of resistance genes, since they could not be identified by routine methods, which generally

assess samples resistant.

Other seven different species were also identified. A common ARDRA profile 42123 for A.

bereziniae and A. guillouiae was obtained for three isolates (Table 1), and an additional restriction

enzyme BsmaI was necessary to further differentiate both species. A restriction pattern 1 was

observed for BsmaI enzyme, identifying the isolates as A. bereziniae. A restriction enzyme BfaI

was also used to discriminate the ARDRA profile 14122 observed for two isolates and an ARDRA

restriction pattern 1+2 was obtained, identifying both isolates as A. genomic species 13BJ. Two

rarely species, A. phenon 3 (ARDRA profile 14143) and A. phenon 5 (ARDRA profile 25113),

were identified, more associated to respiratory tract infection. The other three species were

Artigos Científicos - Espanha

124

identified as A. genomic species 16, A. calcoaceticus and A. nosocomialis. None of these species

were found carrying any CHDL gene.

In summary, the prevalence of A. pittii is higher in our institution, been the second most frequent

specie. Emerging Acinetobacter species have been identified in our hospital and their actual

incidence could be underestimated by using only automated identification systems.

Artigos Científicos - Espanha

125

REFERENCES

1. Higgins, P. G., C. Dammhayn, M. Hackel, and H. Seifert. 2010. Global spread of

carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii. J Antimicrob Chemother. 65:233-238.

2. Ribera, A., F. Fernández-Cuenca, A. Beceiro, G. Bou, L. Martínez-Martínez, A. Pascual,

J. M. Cisneros, J. Rodríguez-Baño, J. Pachón, J. Vila, and the Spanish Group for

Nosocomial Infection (GEIH). 2004. Antimicrobial Susceptibility and mechanisms of

resistance to quinolones and β-lactams in Acinetobacter genoespecies 3. Antimicrob

Agents Chemother. 48:1430-1432.

3. van Dessel, H., Kamp-Hopmans TE, Fluit AC, Brisse S, de Smet AM, Dijkshoorn L,

Troelstra A, Verhoef J, Mascini EM. 2002. Outbreak of a susceptible strain of

Acinetobacter species 13 (sensu Tjernberg and Ursing) in an adult neurosurgical

intensive care unit.J Hosp Infect. 51:89-95.

4. La Scola, B., V. A. K. B. Gundi, A. Khamis, and D. Raoult. 2006. Sequencing of the rpoB

gene and flanking spacers for molecular identification of Acinetobacter species. J Clin

Microbiol. 44:827-832.

5. Bernards, A. T., J. van der Toorn, C. P. van Boven, and L. Dijkshoorn. 1996. Evaluating

of the ability of a commercial system to identify Acinetobacter genomic species. Eur J

Clin Microbiol Infect Dis. 15:303-308.

6. Vaneechoutte, M., Dijksoorn, L., Tjernberg, I., Elaichouni, A., De Vos, P., Claeys, G.,

Verschraegen, G. 1995. Identification of Acinetobacter Genomic Species by Amplified

Ribosomal DNA Restriction Analysis. J Clin Microbiol. 33:11-15.

7. Vila, J., M. A. Marcos, M. T. Jimenez de Anta. 1996. A comparative study of different

PCR-based DNA fingerprinting techniques for typing of the Acinetobacter calcoaceticus-

A. baumannii complex. J Med Microbiol. 44:482-9.

Artigos Científicos - Espanha

126

8. Dice LR. 1945. Measures of the amount of ecological association between species.

Ecology. 26:297-302.

9. Sneath PHA, Sokal RR. 1973. Numerical taxonomy: The principle and practice of

numerical classification. W.F. Freeman & Co; San Francisco. p.573.

10. Woodford, N., M. J. Ellington, J. M. Coelho et al. 2006. Multiplex PCR for genes encoding

prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp. Int J Antimicrob Agents. 27:351-

353.

11. Héritier C, Poirel L, PE Fournier et al. 2005. Characterization of the naturally occurring

oxacillinase of Acinetobacter baumannii. Antimicrob Agents Chemother. 49:4174-4179.

12. Molina J, Cisneros JM, Fernández-Cuenca F, Rodríguez-Baño J, Ribera A, Beceiro A,

Martínez-Martínez L, Pascual Á, Bou G, Vila J, Pachón J; Spanish Group for Nosocomial

Infection (GEIH). 2010. Clinical features of infections and colonization by Acinetobacter

genospecies 3. J Clin Microbiol. 48:4623-4626.

13. Lai CC, Hsu HL, Tan CK, Tsai HY, Cheng A, Liu CY, Huang YT, Liao CH, Sheng WH,

Hsueh PR. Recurrent bacteremia caused by Acinetobacter calcoaceticus-Acinetobacter

baumannii complex. J Clin Microbiol. 2012 Jul 3. [Epub ahead of print].

14. Lee YC, Huang YT, Tan CK, Kuo YW, Liao CH, Lee PI, Hsueh PR. 2011. Acinetobacter

baumannii and Acinetobacter genospecies 13TU and 3 bacteraemia: comparison of

clinical features, prognostic factors and outcomes. J Antimicrob Chemother. 66:1839-

1846.

15. de Vegas EZ, Nieves B, Araque M, Velasco E, Ruiz J, Vila J. 2006. Outbreak of infection

with Acinetobacter strain RUH 1139 in an intensive care unit. Infect Control Hosp

Epidemiol. 27:397-403.

Artigos Científicos - Espanha

127

16. McDonald A, Amyes SG, Paton R. 1999. The persistence and clonal spread of a single

strain of Acinetobacter 13TU in a large Scottish teaching hospital. J Chemother. 11:338-

344.

17. Acosta J, Merino M, Viedma E, Poza M, Sanz F, Otero JR, Chaves F, Bou G. 2011.

Multidrug-resistant Acinetobacter baumannii Harboring OXA-24 carbapenemase, Spain.

Emerg Infect Dis. 17:1064-1067.

18. Grosso F, Quinteira S, Peixe L. 2011. Understanding the dynamics of imipenem-resistant

Acinetobacter baumannii lineages within Portugal. Clin Microbiol Infect. 17:1275-1279.

19. Marti, S., J. Sanchéz-Cespedes, M. D. Blasco, M. Ruiz, P. Espinal, V. Alba, F.

Fernández-Cuenca, A. Pascual, and J. Vila. 2008. Characterization of the carbapenem-

hydrolyzing oxacilinase Oxa-58 in an Acinetobacter genospecies 3 clinical isolate.

Antimicrob Agents Chemother. 52:2955-2958.

20. Boo TW, Crowley B. 2009a. Detection of blaOXA-58 and blaOXA-23-like genes in carbapenem-

susceptible Acinetobacter clinical isolates: should we be concerned? J Med Microbiol.

58:839-841.

Artigos Científicos - Espanha

128

Dice (Tol 1.0%-1.0%) (H>0.0% S>0.0%) [0.0%-100.0%]rep-PCR

100

806040200

rep-PCR

REP-PCR PATTERN

LXI

LXIV

LI

XIV

LXXIV

VIII

XIX

LV

XXIII

LX

V

XVII

II

LXXXIII

XII

XXVII

XLVIII

XXIV

XXV

LXXII

XI

XIII

IV

XXXIII

LXII

I

XV

X

LXXXIV

III

XLVI

LII

LVII

LIX

LXVI

LXX

XX

LXXV

LIII

LXVII

LIV

LXVIII

XCII

VI

XXI

XLV

XLVII

LXXVI

XLII

XLIII

XXX

XXXV

XXXII

XXVIII

XXXIV

LXXXV

XC

XCV

XXXVI

XXII

LXXVII

LXXVIII

LXXIX

XCI

LXXXVIII

XCIV

XCIX

XXXVII

L

XLIV

LXXI

VII

IX

LXXXI

XVI

XLI

XCVIII

XVIII

XXXI

XXXIX

LXV

LXXXVII

XCVI

LXXXVI

LXXXIX

XXVI

LXXX

XCVII

XL

LXXIII Figure 1 - Dendrogram of the 98 different Rep-PCR patterns obtained between the 603 A.

calcoaceticus-baumannii complex isolates during the period of 2004 to 2008.

Artigos Científicos - Espanha

128

Table 1 - ARDRA profile, source of infection and CHDL content according to Acinetobacter species.a

Species No. of isolates (%

of total) ARDRA profile

Body site infection CHDLs content

BSI LRTI SSTI UTI Other blaOXA-23-like blaOXA-24/40-like blaOXA-51-like blaOXA-58-like

A. baumannii 38 (44.2)

11121 (n=20)

11123 (n=15)

11121+3 (n=3)

4 10 17 7

(-) (+) (+) (-)

A. pittii 36 (41.8) 21213 6 8 12 6 4 (-) (-) (-) (+)

A. bereziniae 3 (3.5) 42123

1 2

(-) (-) (-) (-)

A. genomic species 13BJ 2 (2.3) 421231+2

1

1 (-) (-) (-) (-)

A. phenon 3 2 (2.3) 14143 1 1

(-) (-) (-) (-)

A. phenon 5 2 (2.3) 25113

2

(-) (-) (-) (-)

A. calcoaceticus 1 (1.2) 22113

1

(-) (-) (-) (-)

A. nosocomialis 1 (1.2) 21113

1

(-) (-) (-) (-)

A. genomic species 16 1 (1.2) 12142

1

(-) (-) (-) (-)

Total 86

11 23 32 15 5

Artigos Científicos - Espanha

129

a. Abreviations: BSI - bloodstream infections, LRTI - lower respiratory tract infections, SSTI - skin and soft tissue infections, UTI - urinary tract infections.

b. ARDRA profiles according with restriction enzymes CfoI, AluI, MboI, RsaI, MspI. To differentiate among isolates with the same ARDRA profile, a further

restriction analysis was made with enzymes BfaI and BsmI.

Artigos Científicos - Espanha

130

A. baumannii44%

A. pittii 42%

A. calcoaceticus1%

Acinetobacterphenon 3

3%

Acinetobacter phenon5

2%A. bereziniae

4%

A. genomic species 13BJ

2%

A. nosocomialis1%

A. genomic species 16

1%

Figure 2 - Distribution of the 86 Acinetobacter spp. isolates showing different Rep-PCR patterns

according to ARDRA method.

Artigos Científicos - Espanha

131

A. baumanniin=515

A. pittii n=70

A. calcoaceticus

n=1

Acinetobacter phenon 3

n=2

Acinetobacterphenon 5

n= 2

A. bereziniae

n=9

Acinetobacter genomic species

13BJn=2

A. nosocomialis n=1

Acinetobacter genomic species 16

n=1

Figure 3 - Distribution of the 603 Acinetobacter spp. isolates in the period of 2004 to 2008.

Artigos Científicos - Espanha

132

Bloodstream infection caused by Acinetobacter junii in a Patient with Acute

Lymphoblastic Leukaemia after Allogenic Haematopoietic Cell Transplantation

Rodrigo Cayô1*, Lucrecia Yañez San Segundo2,3, Inmaculada Concepción Pérez del Molino

Bernal1, Celia García de la Fuente1, Maria Aranzazu Bermúdez Rodríguez2,3, Jorge Calvo1 and

Luis Martínez-Martínez1,4.

Short running title: Acinetobacter junii in a Haematopoietic Cell Transplanted Patient.

1Service of Microbiology, University Hospital Marqués de Valdecilla - HUMV, Avda. de Valdecilla,

s/n, 39008, Santander, Spain;

2Service of Haematology, University Hospital Marqués de Valdecilla - HUMV, Avda. de Valdecilla,

s/n, 39008, Santander, Spain;

3Medicine and Psychiatry Department, School of Medicine, University of Cantabria, Avda. Herrera

Oria, s/n, 39011, Santander, Spain.

4Molecular Biology Department, School of Medicine, University of Cantabria, Avda. Herrera Oria,

s/n, 39011, Santander, Spain.

*Corresponding author. Current Address: Servicio de Microbiología, Hospital Universitario

Marqués de Valdecilla, Avda. de Valdecilla, s/n, Pabellón 20, Planta 2, 39008. Tel.: +34 942

202580. Fax.: +34 942 203462. E-mail: [email protected].

Artigos Científicos - Espanha

133

ABSTRACT

Acinetobacter junii is a rare human pathogen associated with bacteraemia in neonates and

paediatric oncology patients. We present a case of A. junii causing bacteraemia in an adult

transplanted patient with leukaemia. The correct identification of Acinetobacter species can

highlight the clinical significance of the different species of this genus.

Artigos Científicos - Espanha

134

INTRODUCTION

Acinetobacter junii (genomic species 5) is a rare human pathogen, being particularly associated

with outbreaks of septicaemia in neonates and paediatric oncology patients (Bernards et al.,

1997; de Beufort et al., 1999; Kappstein et al., 2000). Rare cases of meningitis (Chang et al.,

2000), peritonitis (Borràs et al., 2007), ocular infection (Prashanth et al., 2000), and septicaemia

in adult oncology patient (Linde et al., 2002) caused by A. junii have also been described.

Although Acinetobacter baumannii is the most important and prevalent species involved in

nosocomial infections (Bergogne-Berezin & Towner, 1996), the real incidence and the roles of the

other members of genus Acinetobacter as human pathogens can be masked, since reliable

phenotypical identification is time consuming and labor intensive (Gerner-Smidt et al., 1991). The

precise identification of Acinetobacter species requires the application of molecular methods

(Vaneechoutte et al., 1995; La Scola et al., 2006). Unfortunately, the latter approach is not

generally applicable in clinical microbiology practice, which makes the delineation of

Acinetobacter species often problematic and difficult. In this way, we present the first case of

bacteraemia caused by A. junii in a patient with acute leukaemia treated with allogenic

haematopoietic cell transplantation (HCT).

Artigos Científicos - Espanha

135

CASE REPORT

A 43-year-old female diagnosed of acute lymphoblastic leukaemia type B in 2004, finished her

chemotherapy treatment in June 2006. In February 2009, the patient presented a late relapse

with bone marrow and central nervous system involvement. After achieving a second complete

remission, the patient was treated with an HCT from a mismatched unrelated donor. In the first

month after the HCT, the patient developed acute cutaneous graft-versus-host disease grade 2

(GVHD), resolved after treatment with prednisone (1 mg/kg/day). The patient was discharged with

a good status performance. On day +36 after HCT, the patient was readmitted because of fever

without neutropenia. Empirical therapy, initially with piperacillin/tazobactam (4/0.5 g/8h iv) and

oral levofloxacin (500 mg/24h) and later with meropenem (1 g/8h), teicoplanin (10 mg/Kg/24h)

and oral posaconazole (200 mg/8h) was unsuccessful. Treatment with intravenous co-

trimoxazole (TMP 20 mg/Kg/24h and SMX 100 mg/kg/24h divided in four doses) was added

because of a suspected toxoplasmosis that was not confirmed by investigating of Toxoplasma

DNA in blood by PCR. The patient developed pancytopenia, laboratory signs of thrombotic

thrombocytopenic purpura (TTP) and clinical features of GVHD progression. Prednisone was

increased to 2 mg/Kg/day and finally fever disappeared.

On day +63 after HCT, the patient presented a new episode of fever (39.5ºC). In this moment, the

patient presented 2.700/mm3 leucocytes with 40% of neutrophils, haemoglobin 7.8 g/dL and

platelets count of 3.000/mm3 and she was receiving piperacillin/tazobactam (4/0.5 g/8h iv). Three

sets of blood cultures were drawn in a 30 minutes period. In the first two blood cultures, the

isolates appeared as Gram-negative, strictly aerobic, non-fermenting, non-motile, catalase-

positive, oxidase-negative coccobacillus, with the times to detection of 24.6 h and 25.3 h

(BACTEC 9240 Blood Culture System, Becton Dickinson Diagnostic Instrument Systems, Sparks,

Md.). No growth was observed in the third set of blood culture.

Artigos Científicos - Espanha

136

The isolate was identified as Acinetobacter lwoffii by MicroScan Walk-Away® (Siemens

Healthcare Diagnostic Inc., West Sacramento, CA), with 98.7% of presumptive identification. To

confirm the species identification, Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis - ARDRA

(Vaneechoutte et al., 1995), was performed using firstly the enzymes CfoI, AluI, MboI, RsaI,

MspI. An ARDRA profile 12123 compatible with both A. junii (genomic species 5) and unnamed

genomic species 17 was obtained. To differentiate between these two options, a further

restriction analysis was made with the enzyme BfaI. A restriction pattern 3 was obtained,

confirming the isolate identification as A. junii. Antibiotic susceptibility was determined by Etest

strips (AB Biodisk, Solna, Sweden), according to the manufacturer’s recommendations.

According to CLSI breakpoints (CLSI, 2010), the isolate was susceptible to piperacillin-

tazobactam (MIC, ≤ 0.015 µg/ml), imipenem (MIC, 0.125 µg/ml), meropenem (MIC, 0.125

µg/ml), trimethoprim-sulfamethoxazole (MIC, 0.25 µg/ml), minocycline (0.25 µg/ml), ampicillin-

sulbactam (0.50 µg/ml), cefepime (MIC, 1 µg/ml), doxycycline (MIC, 1 µg/ml), gentamicin (MIC, 1

µg/ml), amikacin (MIC, 2 µg/ml), ceftazidime (MIC, 2 µg/ml), tetracycline (4 µg/ml) and

levofloxacin (MIC, 2 µg/ml), and resistant to ciprofloxacin (MIC, 4 µg/ml). In addition, the

following antimicrobial agents (for which breakpoints from the CLSI are not available) were also

tested: cephalothin (MIC, 1 µg/ml), tigecycline (MIC, 1 µg/ml), amoxicillin-clavulanate (2 µg/ml),

aztreonam (MIC, 4 µg/ml), chloramphenicol (MIC, 4 µg/ml), cefoxitin (MIC, 8 µg/ml), ampicillin

(MIC, 128 µg/ml). No subsequent A. junii strain was isolated from the patient.

After the susceptibility testing results were obtained, therapy with piperacillin/tazobactam (4/0.5

g/8h iv) was maintained. The central venous catheter, without any signs of local infection, was

removed two days after obtaining the blood cultures. No further complications due to A. junii

infection were observed in the course of 8 days of treatment with piperacillin/tazobactam. A

resolution of the signs and symptoms was observed, especially after the catheter removal, and

clearance of infection was confirmed by the subsequent blood cultures realized in the next two

Artigos Científicos - Espanha

137

weeks. The patient died one month later because of an unfavorable evolution of GVHD,

associated with TTP and cytomegalovirus infection

Artigos Científicos - Espanha

138

DISCUSSION

Although the immediate source of the infection could not be identified in this case, as the

removed central catheter was not sent for microbiological culture, the significant improvement

observed in the clinical course of the infection after catheter withdrawal, probably indicates that

this device was associated with the episode of bacteraemia, which could justify the isolation of

this pathogen, even with appropriate antibiotic therapy. Seifert and colleagues (Seifert et al.,

1997) showed that human skin appears to be a natural habitat of some Acinetobacter species,

especially A. lwoffii, A. johnsonii and A. genoespecies 3. The others species founded, including A.

junii, were described as colonizers only in hospitalized patients. They observed that these

species have also been recovered from blood cultures of patients with catheter-related

bacteraemia. Interesting, A. baumannii and A. genoespecies 13TU were rarely founded on

human skin.

A few reports of nosocomial outbreaks caused by A. junii have been described (de Beufort et al.,

1999; Kappstein et al., 2000). Kappstein et al. (2000) reported an outbreak of bacteraemia in

paediatric oncology patients in whom aerators may act as reservoir for this pathogen. They also

described that the water system was contaminated with A. junii and recommended that for high-

risk areas, aerators should be avoided. In another study, de Beaufort et al. (1999) described six

cases of sepsis in a neonatal unit, and concluded that intravenous fat emulsion was implicated as

a possible source of the infection. However, community-acquired infections associated with A.

junii have also been reported (Chang et al., 2000; Prashanth et al., 2000, Borràs et al., 2007),

showing the potential of this opportunistic pathogen to cause infection in humans.

A previous study evaluating the clinical characteristics of patients with A. junii infections, reported

that this pathogen affected mainly patients who have had prior antimicrobial therapy, invasive

procedures, or malignancy (Hung et al., 2009). The study also showed that infections caused by

this pathogen were primarily bacteraemia and the isolates remained susceptible to the majority of

Artigos Científicos - Espanha

139

the antimicrobial agents tested. These high rates of bacteraemia observed, are probably

associated with the fact that, in general, the group of patients susceptible to acquired infection by

A. junii show serious underlying diseases and therefore need invasive procedures, which act as

reservoirs and a port of entry for the infection, as previously described. Higgins and colleagues

(Higgins et al., 2001) have tested rare non-fermenting Gram-negative bacteria, including A. junii

isolates, against different antibiotics and biocides, and concluded that despite being susceptible

to certain antimicrobial agents in vitro, some isolates were still able to cause bacteraemia after

antibiotic therapy. Our case is in accordance with this observation, as the patient was treated as

empirical therapy with piperacillin/tazobactam, and subsequently developed a bloodstream

infection caused by an organism susceptible to this antimicrobial agent. However, it should be

considered that at the moment of the episode of bacteraemia, the patient was receiving

corticosteroid therapy.

Although A. junii is capable of causing serious infections, they are generally, non-fatal because

the microorganism is commonly susceptible to antimicrobial agents (Bernards et al., 1997).

However, Peleg et al. (2006) have identified a carbapenem-resistant A. junii blood culture isolate

producing OXA-58 and IMP-4. In another study, Marquè et al. (2005) described the spread of the

plasmid-mediated OXA-58 in Acinetobacter spp. clinical isolates from southern Europe, including

an A. junii isolate carrying a 150-kb plasmid harbouring OXA-23 and OXA-58. The acquisition of

resistant genes, typically associated with A. baumannii, by A. junii clinical isolates is a concern,

since the therapeutic options to treat these infections become limited. A retrospective study

described by van de Broek et al. (2009) demonstrated in a university hospital, under endemic

conditions, the importance of others species of Acinetobacter non-baumannii as a cause of

nosocomial infection. The frequency of Acinetobacter genomic species 3 was the same obtained

by A. baumannii. Surprising, A. lwoffii represent 11% of the 359 strains evaluated in the study.

Artigos Científicos - Espanha

140

Between the 20 different species identified, A. ursingii, A. johnsonii and A. junii were also

frequent, presenting, 13, 13 and 12 isolates, respectively.

Although the therapy is guided primarily by the susceptibility pattern of the isolate and not by the

species identification, special attention should be given to the correct identification of

Acinetobacter non-baumannii species that will contribute to a better understanding of the

epidemiology and the real clinical impact of these species as a cause of infections in humans.

The majority of the reports describing infections caused by A. junii, used as confirmatory

identification test a molecular method, especially the sequence of the 16S rRNA gene (Seifert et

al., 1997; Linde et al., 2002; Borràs et al., 2007; Hung et al., 2009), showing the importance of

molecular methods in the correct identification of the species included in the genus Acinetobacter.

Artigos Científicos - Espanha

141

REFERENCES

Bergogne-Bérézin, E. & Towner, K. J. (1996). Acinetobacter spp. as nosocomial pathogens:

microbiological, clinical, and epidemiological features. Clin Microbiol Rev 9, 148-165.

Bernards, A. T., de Beaufort, A. J., Dijkshoorn, L. & van Boven, C. P. (1997). Outbreak of

septicaemia in neonates caused by Acinetobacter junii investigated by amplified ribosomal DNA

restriction analysis (ARDRA) and four methods. J Hosp Infect 35, 129-140.

Borràs, M., Moreno, S., Garcia, M., Martín, M. L., Manonelle, A. & Fernández, E. (2007).

Acinetobacter junii causes refractory peritonitis in a patient on automated peritoneal dialysis. Perit

Dial Int 27, 101-102.

Chang, W. N., Lu, C. H., Huang, C. R. & Chuang ,Y. C. (2000). Community-acquired

Acinetobacter meningitis in adults. Infection 28, 395-397.

CLSI. (2010). Performance Standards for antimicrobial susceptibility testing - Twentieth edition.

Informational Supplement M100-S20. Wayne, PA: Clinical Laboratory Standard Institute,

de Beaufort, A. J., Bernards, A. T., Dijkshoorn, L. & van Boven, C. P. (1999). Acinetobacter

junii causes life-threatening sepsis in preterm infants. Acta Paediatr 88, 772-775.

Gerner-Smidt, P., Tjernberg, I. & Ursing, J. (1991). Reliability of phenotypic tests for

identification of Acinetobacter species. J Clin Microbiol 29, 277-282.

Higgins, C. S., Murtough, S. M., Williamson, E., Hiom, S. J., Payne, D. J., Russell, A. D. &

Walsh, T. R. (2001). Resistance to antibiotics and biocides among non-fermenting Gram-

negative bacteria. Clin Microbiol Infect 7, 308-315.

Hung, Y.T., Lee, Y. T., Huang, L. J., Chen, T. L., Yu, K. W., Fung, C. P., Cho, W. L. & Liu, C.

Y. (2009). Clinical characteristics of patients with Acinetobacter junii infection. J Microbiol

Immunol Infect 42, 47-53.

Artigos Científicos - Espanha

142

Kappstein, I., Grundmann, H., Hauer, T. & Niemeyer, C. (2000). Aerators as a reservoir of

Acinetobacter junii: an outbreak of bacteraemia in paediatric oncology patients. J Hosp Infect 44,

27-30.

La Scola, B., Gundi, V. A. K. B., Khamis, A. & Raoult, D. (2006). Sequencing of the rpoB gene

and flanking spacers for molecular identification of Acinetobacter species. J Clin Microbiol 44,

827-832.

Linde, H-J., Hahn, J., Holler, E., Reischl, U. & Lehn, N. (2002). Septicemia due to

Acinetobacter junii. J Clin Microbiol 40, 2696-2697.

Marquè, S., Poirel, L., Héritier, C., Brisse, S., Blasco, M. D., Filip, R., Coman, G., Naas, T. &

Nordmann, P. (2005). Regional Occurrence of Plasmid-Mediated Carbapenem-Hydrolyzing

Oxacilinase OXA-58 in Acinetobacter spp. in Europe. J Clin Microbiol 43, 4885-4888.

Peleg, A. Y., Franklin, C., Walters, L. J., Bell, J. M. & Spelman, D. W. (2006). OXA-58 and

IMP-4 Carbepenem-hidrolyzing β-lactamases in an Acinetobacter junii blood culture isolate from

Australia. Antimicrob Agents Chemoter 50, 399-400.

Prashanth, K., Ranga, M. P., Rao, V. A. & Kanungo, R. (2000). Corneal perforation due to

Acinetobacter junii: a case report. Diagn Microbiol Infect Dis 37, 215-217.

Seifert, H., Dijkshoorn, L., Gerner-Smidt, P., Pelzer, N., Tjernberg, I. & Vaneechoutte, M.

(1997). Distribution of Acinetobacter Species on Human Skin: comparison of phenotypic and

genotypic identification methods. J Clin Microbiol 35, 2819-2825.

van de Broek, P. J., van der Reijden, T. J. K., van Strijen, E., Helmig-Schurter, A. V.,

Bernards, A. T. & Dijkshoorn, L. (2009). Endemic and epidemic Acinetobacter species in a

university hospital: an 8-year survey. J Clin Microbiol 47, 3593-3599.

Vaneechoutte, M., Dijkshoorn, L., Tjernberg, I., Elaichouni, A., De Vos, P., Claeys, G. &

Verschraegen, G. (1995). Identification of Acinetobacter Genomic Species by Amplified

Ribosomal DNA Restriction Analysis. J Clin Microbiol 33, 11-15.

Artigos Científicos - Brasil

143

Comment Letter

Low Prevalence of blaOXA-143 in Private Hospitals in Brazil

We read with great interest C. S. Antonio et al.’s letter describing the high prevalence of

Acinetobacter baumannii carrying blaOXA-143 in Brazilian hospitals (1). Recently, we carried out a

similar study, and although the blaOXA-143 gene was identified, its frequency was lower than that

reported by Antonio et al. (1).

During 2008, a total of 803 Gram-negative bacillus isolates, 1 isolate per patient, were collected

from 17 private hospitals located in eight cities from four distinct geographic Brazilian regions.

Among them, 91 (11.3%) were A. baumannii isolates that were recovered mainly from the

respiratory tract (70.3%) and bloodstream (24.2%). Susceptibility testing was performed by CLSI

broth microdilution (3). The detection of metallo-β-lactamase (MβL) and carbapenem-hydrolyzing

class D β-lactamase (CHDL)-encoding genes was performed by multiplex PCR (5,7,9) and

confirmed by sequencing. The presence of the insertion sequence ISAba1 upstream of the

CHDL-encoding genes was also investigated. Genetic relatedness among CHDL-producing A.

baumannii isolates, including the first OXA-23-producing A. baumannii clone isolated in Brazil (4),

was evaluated by pulsed-field gel electrophoresis (PFGE).

A total of 83/91 (91.2%) isolates were resistant to carbapenems. We also observed low rates of

susceptibility to amikacin (18.7%), ceftazidime (12.1%), cefepime (8.8%), piperacillin- tazobactam

(3.3%), and ciprofloxacin (3.3%). In contrast, most A. baumannii isolates were susceptible to

polymyxin B (MIC90, 1 µg/ml; 97.8% of the isolates were susceptible).

MβL-encoding genes were not identified in our study, as was also reported by Antonio et al. (1).

However, we identified the blaOXA-23 gene in carbapenem-resistant isolates more frequently than

in the former study (83.5% versus 41.7%). The blaOXA-23 gene was found in all carbapenem-

resistant isolates from the cities of Belo Horizonte, Blumenau, Curitiba, and São Luís, followed by

Artigos Científicos - Brasil

144

Rio de Janeiro (93.7%), Porto Alegre (80.0%), and São Paulo (69.0%). These results are in

accordance with previous local reports (2, 4, 6) that emphasize that this gene is widespread in

our country. The ISAba1 element was positioned upstream of blaOXA-23 in all isolates, whereas no

insertion sequence was observed upstream of blaOXA-51. Although A. baumannii carrying blaOXA-58

and blaOXA-72 had recently been described in Brazil (1, 9), no isolates carrying these variants were

found in our study.

Nine distinct PFGE clones were identified among the 76 OXA-23-producing A. baumannii

isolates. The predominance of a single clone (clone A [36.8% of the isolates]) was observed in

isolates collected from six distinct Brazilian cities. This clone exhibited a PFGE profile similar to

that of the first Brazilian clone producer of OXA-23 (4). A. baumannii belonging to clones B

(17.1%) and D (9.2%) were also identified in isolates collected from distinct cities, while other

genotypes were identified in specific locations.

While Antonio et al. (1). reported a high prevalence of the blaOXA-143 gene (58.3%), we found that

only 7 of 83 (8.4%) A. baumannii isolates carried this gene. These isolates were collected from a

few hospitals located in the cities of São Paulo (n = 6) and Rio de Janeiro (n = 1). In both studies,

the majority of OXA-143-producing A. baumannii isolates were recovered from cities located in

São Paulo State. However, while Antonio et al. observed that 70% (21/30) of the isolates from

this region carried the blaOXA-143 gene, in the present study, we identified this resistance

determinant in only 20.7% (6/29) of isolates collected from São Paulo. Moreover, we have

observed the predominance of a single PFGE clone among the seven OXA-143-producing A.

baumannii isolates, which contrasts with results obtained by Antonio et al., in which 7 distinct

enterobacterial repetitive intergenic consensus sequence (ERIC) PCR clones harbored the

blaOXA-143 gene. Nevertheless, in their study, the high prevalence of OXA-143-producing isolates

could also be partially justified by the intrahospital spread of a single clone, which corresponded

to 57.1% of all OXA-143-producing isolates (1). The high prevalence of blaOXA-23 found in our

Artigos Científicos - Brasil

145

study may also be justified by intra- and interhospital spread of endemic clones. The results of

these two studies show that the prevalence of CHDLs may vary according to the disseminated

clone in a specific hospital or region and emphasize the importance of appropriate adherence to

infection control measures. Thus, wide national surveillance studies are necessary to analyze the

real prevalence of CHDLs in Brazilian hospitals.

REFERENCES

1. Antonio, C.S., P.R. Neves, M. Medeiros, E.M. Mamizuka, M.R.E. de Araújo and N.

Lincopan. 2011. High Prevalence of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

carrying the blaOXA-143 gene in Brazilian Hospitals. Antimicrob. Agents Chemother.

55:1322-1323.

2. Carvalho, K.R., A.P. Carvalho-Assef , G. Peirano, L.C. Santos, M.J. Pereira, and

M.D. Asensi. 2009. Dissemination of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii

genotypes carrying blaOXA-23 collected from hospitals in Rio de Janeiro, Brazil. Int. J.

Antimicrob. Agents. 34:25-28.

3. Clinical and Laboratory Standards Institute. 2009. Methods for Dilution Antimicrobial

Susceptibility Tests for Bacteria that Grow Aerobically: Approved Standard - Eighth

Edition M07-A8. Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, PA, USA.

4. Dalla-Costa, L.M., J. M. Coelho, H.A.P.H.M. Souza, M.E.S. Castro, C.J.N. Stier, K.L.

Bragagnolo, A. Rea-Neto, S.R. Penteado-Filho, D.M. Livermore and Neil Woodford.

2003. Outbreak of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23

enzyme in Curitiba, Brazil. J. Clin. Microbiol. 41:3403-3406.

5. Higgins, P.G., L. Poirel, M. Lehmann, P. Nordmann, and H. Seifert. 2009. OXA-143, a

novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in Acinetobacter baumannii.

Antimicrob. Agents. Chemother. 53:5035-5038.

Artigos Científicos - Brasil

146

6. Martins, A.F., R. Kuchenbecker, T. Sukiennik, R. Boff, K.C. Reiter, L. Lutz, A.B.

Machado, and A.L. Barth. 2009. Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii

producing the OXA-23 enzyme: dissemination in Southern Brazil. Infection. 37:474-476.

7. Mendes, R.E., K.A. Kiyota, J. Monteiro, M. Castanheira, S.S. Andrade, A.C. Gales,

A.C.C. Pignatari and S. Tufik. 2007. Rapid detection and identification of metallo-beta-

lactamase-encoding genes by multiplex real-time PCR assay and melt curve analysis. J.

Clin. Microbiol. 45: 544-547.

8. Woodford, N., M.J. Ellington, J.M. Coelho, J.F. Turton, M.E. Ward, S. Brown, S.G.

Amyes and D.M. Livermore. 2006. Multiplex PCR for genes encoding prevalent OXA

carbapenemases in Acinetobacter spp. Int. J. Antimicrob. Agents. 27: 351-353.

9. Werneck, J.S., R.C. Picão, C.G. Carvalhaes, J.P. Cardoso and A.C. Gales. 2011.

OXA-72-producing Acinetobacter baumannii in Brazil: a case report. J. Antimicrob.

Chemother. 66: 452-454.

Jéssica S. Werneck*

Renata C. Picão

Raquel Girardello

Rodrigo Cayô

Vitor Marguti

Laboratório ALERTA, Division of Infectious Diseases, Universidade Federal de São Paulo -

UNIFESP, São Paulo, Brazil.

Líbera Dalla-Costa

Hospital de Clínicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, Brazil.

Artigos Científicos - Brasil

147

Ana C. Gales

Laboratório ALERTA, Division of Infectious Diseases, Universidade Federal de São Paulo -

UNIFESP, São Paulo, Brazil.

*Phone/Fax: 55 (11) 55764748

E-mail: [email protected]

Artigos Científicos - Brasil

148

Temporal Dynamic of Carbapenemase-producing Acinetobacter spp. in a Brazilian

Teaching Hospital Through an 18-Year Period: Earlier Dissemination of blaOXA-143 in Brazil.

Rodrigo Cayô1, Cecília Godoy Carvalhaes1, Raquel Girardello1, Adryella de Paula Ferreira Luz1,

André Mario Doi1, Antonia Maria de Oliveira Machado2, Antonio Carlos Campos Pignatari1, Ana

C. Gales1.

Short running title: Temporal Dynamic of Carbapenemase-producing Acinetobacter spp. in

Brazil.

1Laboratório Especial de Microbiologia Clínica - LEMC & Laboratório ALERTA, Discipline of

Infectology, Department of Medicine, Federal University of São Paulo - UNIFESP, São Paulo,

Brazil.

2Laboratório Central, Hospital São Paulo - HSP, Federal University of São Paulo - UNIFESP, São

Paulo, Brazil.

*Corresponding author. Current Address: Laboratório Especial de Microbiologia Clínica - LEMC,

Rua Leandro Dupret, 188, Vila Clementino, São Paulo - SP, Brazil. Tel/Fax.: +55 11 50812965.

E-mail: [email protected].

Artigos Científicos - Brasil

149

ABSTRACT

The carbapenem resistance rates in Brazilian Acinetobacter baumannii isolates is extremely

higher, and are associated with the production of two major carbapenemases, OXA-23 and OXA-

143. The aim of this study was to evaluate the temporal dynamic of carbapenemases in a

collection of Acinetobacter spp. isolates collected during an 18 year-period in a Brazilian hospital.

A 215 non-duplicate isolates showing high carbapenem resistance rates were analyzed from

1993 to 2010. A. baumannii was responsible for 96.3% of the isolates. The blaOXA-23 gene was

detected in 36.7% (79/215) of the isolates, followed by blaOXA-143 (n=49, 22.7%), blaIMP-1 (n=24,

11.2%), blaIMP-10 (n=3, 1.4%) and blaOXA-72 (n=2, 0.9%). The first A. baumannii isolate carrying the

blaOXA-143 gene was identified in 1995, seven years before the introduction of blaOXA-23 in 2002

and its widespread in the following 8 years of the study. We described for the first time the

presence of IMP-1 in A. pittii and A. bereziniae, and OXA-58 in A. genomic species “Close to

13TU”. The OXA-143 is an ancient enzyme. The dynamic of carbapenemase production is

complex and varied drastically according to time

.

Artigos Científicos - Brasil

150

Acinetobacter baumannii is a multidrug-resistant opportunistic pathogen associated with a variety

of nosocomial infections and responsible for outbreaks worldwide (1). Its ability to acquire

antimicrobial resistance and to survive under different environmental and nutritional conditions

makes this pathogen extremely successful (2). Carbapenems are considered to be the most

active antimicrobial agents against A. baumannii (3). However, carbapenem resistance is rising

and it is mainly associated with the acquired carbapenem-hydrolyzing class D-lactamases

(CHDLs) in A. baumannii (4). In Brazil, the carbapenem resistance rates range from 56% to 73%

among A. baumannii isolates (5,6) and vary considerably according to the geographic region.

Because of the elevated carbapenems resistance rates, polymyxins have been widely used as

the last therapeutic options to treat the A. baumannii (7). The mechanisms of carbapenem

resistance found in these isolates are mostly related to the production of CHDL OXA-23, indeed

the most prevalent and disseminated carbapenemase around the country (8,9), production of

metallo-β-lactamase (MβLs) IMP-1 (10) and, very sporadicall, other CHDLs like OXA-72 and

OXA-58 (11,12,13). Although OXA-143 has been recently described in a Brazilian isolates

collected in 2004 (14), studies have shown that the prevalence of this enzyme is higher in public

hospitals from the Brazilian southeast region (11,15). The aim of this study was to evaluate the

temporal dynamic of carbapenemases in a collection of Acinetobacter spp. clinical isolates

collected during an 18 year-period in a tertiary teaching hospital located in São Paulo, Brazil. This

work was presented in part as a poster presentation at the 51th Interscience Conference on

Antimicrobial Agents and Chemotherapy - ICAAC in Chicago, 2011.

A total of 215 non-duplicate Acinetobacter spp. clinical isolates showing high carbapenem

resistance rates were studied. These isolates were collected from different body sites of patients

hospitalized at a 600-bed hospital located in São Paulo city from January of 1993 to December of

2010. In general, it was included one isolate per month. Phenotypic identification of the isolates

was performed by MicroScan-WalkAway® automated system (Siemens Healthcare Diagnostic

Artigos Científicos - Brasil

151

Inc., West Sacramento, CA) or Phoenix® automated microbiology system (BD Diagnostic

Systems, Sparks, MD). Presumptive identification of the isolates as A. baumannii was done by

amplifying the complete open reading frame of blaOXA-51-like gene, which is considered

chromosomally intrinsic to this species (4), using primers pairs OXA-69A and OXA-69B (Table 1).

Both primers were also used to detect the presence of ISAba1 upstream of the OXA-51 variants

(16). Identification was confirmed at species level by sequencing analysis of partial regions of

RNA polymerase β subunit (rpoB) gene using primers pairs Ac969F (5’-

TAYCGYAAAGAYTTGAAAGAAG-3’) and Ac1598R (5’-CGBGCRTGCATYTTGTCRT-3’), as previously

published (17). The clonal relationship of the 215 Acinetobacter spp. isolates was determined by

Rep-PCR using the primer pairs REP-1 (5´-IIIGCGCCGICATCAGGC-3´) and REP-2 (5´-

ACGTCTTATCAGGCCTAC-3´), as described previously (18). The amplified fragments were

separated on a 1.5% (w/v) agarose gels for 240 min. For identification of carbapenemase

encoding genes and insertion sequence ISAba1, the specific primers as shown in Table 1 were

used. Nucleotide sequencing to confirm the enzyme gene types was performed using ABI Prism

3500 Series (Applied Biosystems, Warrington, UK).

Among the 215 carbapenem-resistant Acinetobacter spp. isolates recovered during the 18-year

period of study, A. baumannii was the most frequent species (96.3%) identified in this collection.

Other three species, Acinetobacter genomic species “Close to 13TU” (n=2) and A. pittii (formerly

A. genomic species 3; n=1), included in the A. calcoaceticus-baumannii complex, and A.

bereziniae (formerly A. genomic species 10; n=1) were also identified. Although all A. baumannii

isolates carried the chromosomally encoded blaOXA-51-like gene, none of other three non-baumannii

species harbored this CHDL, including the closest related species, A. pittii and A. genomic

species “Close to 13TU”. For a long time, the gene encoding CHDL OXA-51-like was considered

exclusive to the A. baumannii chromosome (4) and, because of this, its detection has been widely

used as an indirect method for A. baumannii identification (19). However, a report describing the

Artigos Científicos - Brasil

152

occurrence of plasmids carrying the genetic structure ISAba1-blaOXA-51-like, firstly disseminated

among A. baumannii isolates in Taiwan (20) and, later, detected in Acinetobacter nosocomialis

(formerly Acinetobacter genomic species 13TU) and Acinetobacter genomic species “Close to

13TU”isolates (21,22), indicated that detection of blaOXA-51 like could not be used for identification

purposes.

As expected, the OXA-23 was the most prevalent carbapenemase founded in 36.7% of A.

baumannii isolates (Table 2), followed by OXA-143 (22.7%) and IMP-1 (11.2%). Our results are in

contrast to those reported recently in 2000-bed teaching hospital in São Paulo city (23). In this

study, Mostachio and colleagues described a high prevalence of OXA-143 (76%) compared with

18% of OXA-23. In the same study, the authors reported only five isolates carrying the MβL IMP-

1 (23). Another study evaluating different Brazilian hospitals also reported a high prevalence of

OXA-143 (58.3%), but showed a prevalence of OXA-23 (41.7%) superior to that reported by

Mostachio and colleagues (11,23). In our study, the OXA-23-producing A. baumannii isolates

were grouped under 19 different Rep-PCR patterns in accordance with a previous study that

reported the polyclonal character of A. baumannii OXA-23-producers from distinct Brazilian

geographic regions (15). Only two A. baumannii isolates, were found harboring the blaOXA-72. This

results also agrees with previously studies that also showed a rare prevalence of this CHDL in

our country (11,13). Interesting, blaOXA-143 seems to be more ancient CHDL encoding gene. It was

initially found in an A. baumannii isolated in the year 1995 (Table 2), almost eight years before

the introduction of OXA-23-producing A. baumannii clones in the same institution, and fourteen

years before its first description in 2004 (14). However, the isolates carrying the blaOXA-23 seems

to be more adapted to the nosocomial environment, since a faster widespread dissemination of

this CHDL in our institution was observed in the next nine years after its introduction in 2002. The

blaOXA-143 was found concomitantly in an IMP-1-producing- and in six OXA-23-producing-A.

baumannii isolates. Two major clones of OXA-143-producing A. baumannii were observed in two

Artigos Científicos - Brasil

153

distinct periods, between 1995 and 1998 (n=10 isolates) and 2004 and 2010 (n=29 isolates),

respectively. Almost 70% of the OXA-143-producing isolated in the period of study belonged to

both clones. Previous studies showed that IMP-1 was the most frequent A. baumannii

carbapenemase found in our institution, located in a class 1 integron called In86 (24), which was

also described in Klebsiella pneumoniae isolates in São Paulo (25). In this study, we found two

isolates of A. pittii and A. bereziniae carrying the blaIMP-1 gene in 2001 and 2007, respectively,

suggesting the high ability of In86 mobilization.

In August 2000, three clonal A. baumannii isolates carrying the MβL IMP-10 were detected.

These isolates probably were involved in a small hospital outbreak. To our knowledge this is the

first report of IMP-10-producing A. baumannii in Brasil. The most ancient carbapenemase

encoding gene found in our study was blaOXA-58. Although OXA-58 has been previously reported

in Brazilian A. baumannii isolates (11), in the present study blaOXA-58 was found to be carried by

two A. genomic species “Close to 13TU” belonging to the same clone, isolated in 1993 and 1997,

respectively. The blaOXA-58 was first described in a French A. baumannii isolated, in 2003. (26) It

has also been reported in other Acinetobacter species, especially in A. pittii isolated from Spain

(27). To the best of our knowledge, both OXA-58 isolates reported in the present study are

probably the most ancient reported isolates carrying this CHDL encoding gene worldwide. We

also observed an earlier dissemination of the blaOXA-143 gene in A. baumannii. This study shows

how dynamic and complex was the carbapenemase production among Acinetobacter spp.

overtime in our setting. In addition, it pints out for the necessity of further studies to understand

the evolution of this carbapenemase encoding genes among Acinetobacter spp.

.

Artigos Científicos - Brasil

154

REFERENCES

1. Peleg, A. Y., H. Seifert, D. L. Paterson. 2008. Acinetobacter baumannii: emergence of a

successful pathogen. Clin. Microbiol. Rev. 21:538-582.

2. Towner, K. J. 2009. Acinetobacter: an old friend, but a new enemy. J. Hosp. Infect.

73:355-363.

3. Neonakis, I. K., D. A. Spandidos, E. Petinaki. 2011. Confronting multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii: a review. Int. J. Antimicrob. Agents. 37:102-109.

4. Poirel, L., T. Naas, P. Nordmann. 2010 Diversity, epidemiology, and genetics of class D

beta-lactamases. Antimicrob. Agents Chemother. 54:24-38.

5. Gales, A. C., M. Castanheira, R. N. Jones, H. S. Sader. 2012. Antimicrobial resistance

among Gram-negative bacilli isolated from Latin America: results from SENTRY

Antimicrobial Surveillance Program (Latin America, 2008-2010). Diagn. Microbiol. Infect.

Dis. 73:354-360.

6. Marra, A. R., L. F. Camargo, A. C. Pignatari, T. Sukiennik, P. R. Behar, E. A.

Medeiros, J. Ribeiro, E. Girão, L. Correa, C. Guerra, C. Brites, C. A. Pereira, I.

Carneiro, M. Reis, M. A. de Souza, R. Tranchesi, C. U. Barata, M. B. Edmond;

Brazilian SCOPE Study Group. 2011. Nosocomial bloodstream infections in Brazilian

hospitals: analysis of 2,563 cases from a prospective nationwide surveillance study. J.

Clin. Microbiol. 49:1866-1871.

7. Falagas, M. E., P. I. Rafailidis, E. Ioannidou, V. G. Alexiou, D. K. Matthaiou, D. E.

Karageorgopoulos, A. Kapaskelis, D. Nikita, A. Michalopoulos. 2010. Colistin

therapy for microbiologically documented multidrug-resistant Gram-negative bacterial

infections: a retrospective cohort study of 258 patients. Int. J. Antimicrob. Agents.

35:194-199.

Artigos Científicos - Brasil

155

8. Carvalho, K. R., A. P. Carvalho-Assef, G. Peirano, L. C. Santos, M. J. Pereira, M. D.

Asensi. 2009. Dissemination of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii genotypes

carrying blaOXA-23 collected from hospitals in Rio de Janeiro, Brazil. Int. J. Antimicrob.

Agents. 34:25-28.

9. Martins, A. F., R. Kuchenbecker, T. Sukiennik et al. 2009. Carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 enzyme: dissemination in Southern

Brazil. Infection. 37:474-476. Brazilian teaching hospital. Infect. Control Hosp.

Epidemiol. 27:742-747.

10. Tognim, M. C., A. C. Gales, A. P.Penteado, S. Silbert, H. S. Sader. 2006.

Dissemination of IMP-1 metallo- beta-lactamase-producing Acinetobacter species in a

Brazilian teaching hospital. Infect. Control Hosp. Epidemiol. 27:742-747.

11. Antonio, C. S., P. R. Neves, M. Medeiros, et al. 2011. High prevalence of carbapenem-

resistant Acinetobacter baumannii carrying the blaOXA-143 gene in Brazilian hospitals.

Antimicrob. Agents Chemother. 55:1322-3.

12. Figueiredo, D. Q., K. R. Santos, E. M. Pereira, R. P. Schuenck, C. R. 2011.

Mendonça-Souza, L. M. Teixeira, S. S. Mondino. First report of the bla(OXA-58) gene in

a clinical isolate of Acinetobacter baumannii in Rio de Janeiro, Brazil. Mem. Ins.t

Oswaldo Cruz. 106:368-370.

13. Werneck, J. S., R. C. Picão, C. G. Carvalhaes, J. P. Cardoso, A. C. Gales. 2011.

OXA-72-producing Acinetobacter baumannii in Brazil: a case report. J. Antimicrob.

Chemother. 66:452-454.

14. Higgins, P. G., L. Poirel, M. Lehmann, P. Nordmann, H. Seifert. 2009. OXA-143, a

novel carbapenem-hydrolyzing class D beta-lactamase in Acinetobacter baumannii.

Antimicrob. Agents Chemother. 53:5035-5038.

Artigos Científicos - Brasil

156

15. Werneck, J. S., R. C. Picão, R. Girardello et al. 2011. Low Prevalence of blaOXA-143 in

Private Hospitals in Brazil. Antimicrob. Agents Chemother. 55:4494-4495.

16. Héritier, C., L. Poirel, P. E. Fournier et al. 2005. Characterization of the naturally

occurring oxacillinase of Acinetobacter baumannii. Antimicrob. Agents Chemother.

49:4174-4179.

17. La Scola, B., V. A. Gundi, A. Khamis, D. 2006. Raoult. Sequencing of the rpoB gene

and flanking spacers for molecular identification of Acinetobacter species. J. Clin.

Microbiol. 44:827-832.

18. Vila, J., M. A. Marcos, M. T. Jimenez de Anta. 1996. A comparative study of different

PCR-based DNA fingerprinting techniques for typing of the Acinetobacter calcoaceticus-

A. baumannii complex. J. Med. Microbiol. 44:482-9.

19. Turton, J. F., N. Woodford, J. Glover et al. 2006. Identification of Acinetobacter

baumannii by detection of the blaOXA-51-like carbapenemase gene intrinsic to this

species. J. Clin. Microbiol. 44:2974-2976.

20. Chen, T. L., Y. T. Lee, S. C. Kuo et al. 2010. Emergence and Distribution of Plasmids

Bearing the blaOXA-51-like gene with an upstream ISAba1 in carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii isolates in Taiwan. Antimicrob. Agents Chemother. 54:4575-

4581.

21. Lee, Y. T., J. F. Turton, T. L. Chen et al. 2009. First identification of blaOXA-51-like in non-

baumannii Acinetobacter spp. J. Chemother. 21:514-520.

22. Lee, Y. T., S. C. Kuo, M. C. Chiang et al. 2012. Emergence of carbapenem-resistant

non-baumannii species of Acinetobacter harboring a blaOXA-51-like gene that is intrinsic to

A. baumannii. Antimicrob. Agents Chemother. 56:1124-1127.

Artigos Científicos - Brasil

157

23. Mostachio, A. K., A. S. Levin, C. Rizek et al. 2012. High prevalence of OXA-143 and

alteration of outer membrane proteins in carbapenem-resistant Acinetobacter spp.

isolates in Brazil. Int. J. Antimicrob. Agents. 39:396-401.

24. Mendes, R. E., M. Castanheira, M. A. Toleman et al. 2007. Characterization of an

integron carrying blaIMP-1 and a new aminoglycoside resistance gene, aac(6')-31, and its

dissemination among genetically unrelated clinical isolates in a Brazilian hospital.

Antimicrob. Agents Chemother. 51:2611-2614

25. Castanheira A. P., M., A. C.Pignatari et al. 2009. Dissemination of bla(IMP-1)-carrying

integron In86 among Klebsiella pneumoniae isolates harboring a new trimethoprim

resistance gene dfr23. Diagn. Microbiol. Infect. Dis. 63:87-91.

26. Poirel, L., S. Marqué, C. Héritier et al. 2005. OXA-58, a novel class D beta-lactamase

involved in resistance to carbapenems in Acinetobacter baumannii. Antimicrob. Agents

Chemother. 49:202-208.

27. Marti, S., J. Sánchez-Céspedes, M. D. Blasco et al. 2008. Characterization of the

carbapenem-hydrolyzing oxacillinase OXA-58 in an Acinetobacter phenon 6/ct13TU

clinical isolate. Diagn. Microbiol. Infect. Dis. 61:468-470.

28. Lomaestro, B. M., E. H. Tobin, W. Shang, T. Gootz. 2006. The spread of Klebsiella

pneumoniae carbapenemase-producing K. pneumoniae to upstate New York. Clin.

Infect. Dis. 43:e26-8.

29. Picão, R. C., A. F. Santos, A. G. Nicoletti, G. H. Furtado, A. C. Gales. 2010. Detection

of GES-5-producing Klebsiella pneumoniae in Brazil. J. Antimicrob. Chemother. 65:796-

797.

30. Mendes, R. E., K A. Kiyota, J. Monteiro et al. 2007. Rapid detection and identification

of metallo-beta-lactamase-encoding genes by multiplex real-time PCR assay and melt

curve analysis. J. Clin. Microbiol. 45:544-547.

Artigos Científicos - Brasil

158

31. Toleman, M. A., D. Biedenbach, D. M. Bennett, R. N. Jones, T. R. Walsh. 2005.

Italian metallo-beta-lactamases: a national problem? Report from the SENTRY

Antimicrobial Surveillance Programme. J. Antimicrob. Chemother. 55:61-70.

32. Woodford, N., M. J. Ellington, J. M. Coelho et al. 2006. Multiplex PCR for genes

encoding prevalent OXA carbapenemases in Acinetobacter spp. Int. J. Antimicrob.

Agents. 27:351-353.

33. Poirel, L., C. Héritier, V. Tolün, P. Nordmann. 2004. Emergence of oxacillinase-

mediated resistance to imipenem in Klebsiella pneumoniae. Antimicrob. Agents

Chemother. 48:15-22.

Artigos Científicos - Brasil

159

Table 1 - Oligonucleotide primers used for amplification and sequencing of the carbapenemase coding genes.

Β-lactamases Primer Nucleotide Sequence (5'-3') Usage Reference

Class A β-lactamase

KPC-like KPC F TCGCTAAACTCGAACAGG Amplification 28

KPC.R TTACTGCCCGTTGACGCCCAATCC Amplification 28

GES-like GES. F TCACGCACTATTACTGGC Amplification 29

GES. R TATTTGTCCGTGCTCAGG Amplification 29

Class B β-lactamase

IMP-like IMP.F CCAAACYACTASGTTATC Amplification/sequencing 30

IMP.R GAATAGRRTGGCTTAAYTCTC Amplification/sequencing 30

Intl.F GCCTGTTCGGTTCGTAAGCT Sequencing 31

qac.R CGGATGTTGCGATTACTTCG Sequencing 31

VIM-like VIM.F AATGCGCAGCACCAGGATAG Amplification 30

VIM.R GTTTGGTCGCATATCGCAAC Amplification 30

SPM-1 SPM-1.F CCTTTTCCGCGACCTTGATC Amplification 30

SPM-1.R CTAAATCGAGAGCCCTGCTTG Amplification 30

GIM-1 GIM-1.F CGGAACGACCATTTGAATGG Amplification 30

GIM-1.R TCAATTAGCTCTTGGGCTGAC Amplification 30

SIM-1 SIM-1.F TGGCCTGTTCCCATGTGAG Amplification 30

SIM-1.R GTACAAGGGATTCGGCATCG Amplification 30

NDM-1 NDM-1.F CTGGGTCGAGGTCAGGATAG Amplification/sequencing This study

NDM-1.R GGCGTTAGATTGGCTTACACC Amplification/sequencing This study

Class D β-lactamase

OXA-23-like OXA-23.F ATTTCTGACCGCATTTCCAT Amplification 32

OXA-23.R GATCGGATTGGAGAACCAGA Amplification 32

ISAba1.F GTCAGTTGCACTTGGTCG Amplification

OXA-24-like OXA-24.F AGTTGAGCGAAAAGGGGATT Amplification 32

Artigos Científicos - Brasil

160

OXA-24.R GGTTAGTTGGCCCCCTTAAA Amplification 32

Pre-OXA-24.F AYTTCGBATAAYSSCCATTATGTTAAATTAAAAGA Sequencing This study

Pre-OXA-24.R ATTTCGYATAASGYGTATTATGTTAATTTTAGAAA Sequencing This study

OXA-51-like OXA-51.F TGGATTGCACTTCATCTTGG Amplification 32

OXA-51.R TAATGCTTTGATCGGCCTTG Amplification 32

OXA-69.F CTAATAATTGATCTACTCAAG Sequencing 16

OXA-69.R CCAGTGGATGGATGGATAGATTATC Sequencing 16

OXA-58-like OXA-58.F CCCCTCTGCGCTCTACATAC Amplification 32

OXA-58.R AAGTATTGGGGCTTGTGCTG Amplification 32

OXA-58-1TOT ATGAAATTATTAAAAATATTG Sequencing 27

OXA-58-2TOT TTATAAATAATGAAAAACACC Sequencing 27

OXA-143 Pre-OXA-143.F TTGGAAAATTATATAATCCC Amplification/sequencing 14

Pre-OXA-143.R AGTTAACTTTCAATAATTG Amplification/sequencing 14

OXA-48 OXA-48.F TTGGTGGCATCGATTATCGG Amplification 33

OXA-48.R GAGCACTTCTTTTGTGATGGC Amplification 33

Artigos Científicos - Brasil

161

Table 2 - Frequency of carbapenemase-producing Acinetobacter spp. isolates in a Brazilian teaching hospital during an 18-year period.

Carbapenemase encoding genes content Species (rpoB)

Year of isolationa Nº of isolates (%)b

blaOXA-51 A. baumannii 1994-2002, 2004-2005 43 (20%)

blaOXA-51 + blaOXA-23 A. baumannii 2002-2003, 2005-2010 79 (36.7%)

blaOXA-51 + blaOXA-143 A. baumannii 1995-1998, 2004-2010 49 (22.7%)

blaOXA-51 + blaOXA-72 A. baumannii 2008, 2009 2 (0.9%)

blaOXA-51+ blaOXA-23 + blaOXA-143 A. baumannii 2007-2010 6 (2.8%)

blaOXA-51 + blaIMP-1 A. baumannii 1996, 1999-2001, 2003-2006, 2010 24 (11.2%)

blaOXA-51 + blaIMP-1 + blaOXA-143 A. baumannii 1997 1 (0.5)

blaOXA-51 + blaIMP-10 A. baumannii 2000 3 (1.4%)

blaIMP-1 A. pittii 2001 1 (0.5%)

blaIMP-1 A. bereziniae 2007 1 (0.5%)

blaOXA-58 A. genomic species

“Close to 13TU” 1993, 1997 2 (0.9%)

a. Years in bold represent when the first isolate carrying the respective carbapenemase encoding gene firstly detected.

b. Four isolates could not be identified by the sequencing analysis of the rpoB gene and were not included in the table.

Artigos Científicos - Brasil

162

Detection of OXA-231, a new variant of blaOXA-143, in Acinetobacter baumannii from Brazil: a

case report

Bárbara Gionco1*, Jacinta S. Pelayo1, Emerson J. Venancio2, Rodrigo Cayô3, Ana C. Gales3,

Floristher E. Carrara-Marroni4.

1Department of Microbiology, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brazil.

2Department of Science Pathological, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná,

Brazil.

3Laboratório ALERTA, Division of Infectious Diseases, Universidade Federal de São Paulo, São

Paulo, São Paulo, Brazil.

4Department of Pathology, Clinical and Toxicological Analysis, Hospital Universitário de Londrina,

Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brazil.

Keywords: carbapenems, oxa-type beta-lactamase, polymyxin B, drug resistance

*Corresponding author. Current Address: Universidade Estadual de Londrina. Rodovia Celso

Garcia Cid, Pr 445, Km 380. CEP 86051-980, Londrina, Paraná, Brasil. Tel: +55 43 33715726; e-

mail: [email protected]

Artigos Científicos - Brasil

163

Sir,

In Brazil, the resistance rates to carbapenem range from 25% to 45% among A. baumannii

isolates.1 The mechanisms of carbapenem resistance among these isolates are mainly

associated with the production of two major carbapenem-hydrolysing class D carbapenemases

(CHDL), OXA-23 and OXA-143.2,3 To date, OXA-143 is the single representative of this recently

reported subgroup of CHDL. In contrast to the OXA-23 subgroup, which is widely disseminated in

the Brazilian territory, OXA-143 has been only detected in A. baumannii isolated from hospitals

located in São Paulo and Rio de Janeiro states so far.2-5 Analysis of the genetic environment of

blaOXA-143 revealed that it was bracketed by two copies of the same replicase gene. It suggests

that a homologous recombination process probably took part in the blaOXA-143 acquisition.4 This

study reports the occurrence of OXA-231, a novel variant of OXA-143, in an A. baumannii clinical

isolate (Ac-141 strain) recovered from a tertiary teaching hospital located in Southern Brazil.

In October 2007, a 72-year-old woman was admitted at the emergency room of the Hospital

Universitário de Londrina (HU), a teaching hospital located in the city of Londrina, state of

Paraná, Brazil. The patient presented history of diabetes, hypertension and had previously been

submitted to a transtibial amputation due an infected diabetic foot, at the HU, 25 days ago. On the

day of admission, the patient presented fever, dyspnea and was diagnosed with pneumonia.

Empirical therapy with cefepime [2 g, intravenously (iv), twice daily] and vancomycin [1.5 g, iv,

once a day] was started. Five days after hospitalization, the patient got febrile and showed

signals and symptoms of urinary tract infection. An ESBL-producing Klebsiella pneumoniae

susceptible only to imipenem and amikacin was isolated from urine. Therapy with imipenem [500

mg, iv, four times a day] was initiated. Six days after imipenem administration, the patient

remained febrile and developed signals of sepsis. A carbapenem-resistant A. baumannii isolate

(Ac-141 strain) was recovered from the urine culture and antimicrobial therapy was replaced by

polymyxin B [500.000 UI, iv, three-times a day] that was continued for ten days. The patient

Artigos Científicos - Brasil

164

showed clinical improvement and was discharged after 15 days of hospitalization. The next

urinary cultures were negative indicating that microbiological cure as achieved.

The Ac-141 strain was initially identified as Acinetobacter calcoaceticus-baumannii complex by

MicroScan-WalkAway automated system (Siemens Healthcare Diagnostic). The sequencing

analysis of partial regions of RNA polymerase β subunit (rpoB) gene [zone 1 (350 bp, between

positions 2,900 and 3,250) and zone 2 (450 bp, between positions 3,250 and 3,700)], as

previously published,6 confirmed the identification at species level of the Ac-141 strain as A.

baumannii. The partial sequence of rpoB gene obtained was deposited in the GenBank under

accession number JQ676953. The minimal inhibitory concentrations (MIC) for ceftazidime,

imipenem, meropenem, ampicillin-sulbactam and polymyxin B were confirmed by agar dilution

method, according to the recommendations of the Clinical and Laboratory Institute (CLSI).7

According to susceptibility tests results, the Ac-141 strain was resistant to ampicillin/sulbactam

(MIC, >128/64 mg/L), ceftazidime (MIC, >128 mg/L), cefepime (MIC, >16 mg/L), imipenem (MIC,

64 mg/L), meropenem (MIC, 64 mg/L), trimethoprim/sulfamethoxazole (MIC, >2/38 mg/L),

amikacin (MIC, >4 mg/L), ciprofloxacin (MIC, >4 mg/L), levofloxacin (MIC, >4 mg/L), gentamicin

(MIC, >8 mg/L) but susceptible only to polymyxin B (MIC, 1 mg/L). Ac-141 strain also showed low

tigecycline MIC (1 mg/L).

PCR targeting genes encoding CHDLs, metallo-β-lactamases (MβL) and KPC, were carried out

as previously described.4,8,9 The PCR results showed that the Ac-141 strain carried the blaOXA-51

and blaOXA-143 genes. A subsequent PCR targeting both blaOXA-51 and the insertion sequence

ISAba1 yielded a positive result. The ISAba1 upstream the blaOXA-51 is associated with the

overproduction of this CHDL and contributed to increase the MICs of carbapenems against A.

baumannii, which may result in high level of carbapenem resistance when other mechanisms are

also present. DNA sequencing of the entire sequence of the blaOXA-143-like gene, using the pair

primers previously published,4 identified a single mutation at nucleotide 671 that led to a unique

Artigos Científicos - Brasil

165

amino acid substitution of a Aspartic acid for Alanine at position 230, according to the DBL

numbering system.4 This new OXA-143 variant was named OXA-231 and its nucleotide

sequence has been deposited in the GeneBank under the accession number JQ676953.

Interesting, the Asp230Ala mutation was near the KSG (positions 216 to 218) conserved motif of

the active site of the OXA-231 and adjacent to the key residue Methionine, which is very

important from a structural point of view for the biochemical properties of OXA-24/40, a close

related CHDL (88% of identity with OXA-143).4,10 A study conducted by Santillana et al. showed

that a in vitro mutation in this residue caused a reduction in the catalytic efficiency of the OXA-

24/40 against the carbapenens and a noticeably increased in specificity for oxacillin.10 Thus, the

effect of the substitution Asp230Ala can be unpredictable in structure of the OXA-231.

Plasmid extract of the Ac-141 strain was obtained by the Kieser method11 followed by

electrophoresis and subsequent Southern blot and hybridization with a blaOXA-231-specific probe

using the Dig DNA Labelling and Detection kit (Roche Diagnostics GmbH, Penzberg, Germany).

The results showed that the blaOXA-231 gene was located on a plasmid of ~140 kb. Although it

could not be possible to sequence all genetic environment of blaOXA-231 gene, the partial flanking

sequences obtained until now (data not show) is similar to that described for blaOXA-143 gene.4

In our hospital, 75% of the A. baumannii isolates are resistant to carbapenems. The production of

OXA-23 has been the main mechanism of carbapenem resistance found in these isolates. For

instance, from August 2006 to August 2011, blaOXA-23 was detected in 68% of A. baumannii

isolates that belonged to multiple clones (unpublished data). To our knowledge, this is the first

description of OXA-143 cluster in an A. baumannii strain isolated in our hospital and in southern

Brazil, and coincidently it is a novel variant of this cluster. Curiously, no additional OXA-143 or

OXA-231 have been detected among the carbapenem-resistant A. baumannii isolates (n=125)

during the 5-year period of study in our hospital.

Artigos Científicos - Brasil

166

The detection of OXA-231 in Brazil is a cause of great concern and shows the potential of these

new CHDL spread to other Brazilian regions. Although, only a single case involving OXA-231 was

reported, continuous surveillance studies are of paramount importance to prevent its further

dissemination. Lastly, we would like to emphasize the clinical and microbiological efficacy of

polymyxin B in eradicating the infection caused by AC-141 strain. The clinical success probably

was achieved because the urinary tract was the source of infection. Unfortunately, a distinct

outcome could have observed if the respiratory tract was infected. In this manner, novel

therapeutic agents are extremely necessary for treatment of multi-drug resistant Gram-negative

bacilli.

Artigos Científicos - Brasil

167

Funding 1

Not to declare. 2

3

Transparency declarations 4

A. C. G. has received research funding and/or consultation fees from Janssen-Cilag, 5

Wyeth/Pfizer, Novartis and Sanofi-Aventis. Other authors have nothing to declare. 6

Artigos Científicos

168

References

1. Rossi F. The challenges of antimicrobial resistance in Brazil. Clin Infect Dis 2011;

52:1138-43.

2. Werneck JS, Picão RC, Girardello R et al. Low prevalence of blaOXA-143 in private

hospitals in Brazil. Antimicrob Agents Chemother 2011; 55:4494-5.

3. Dalla-Costa LM, Coelho JM, Souza HA et al. Outbreak of carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 enzyme in Curitiba, Brazil. J Clin

Microbiol 2003; 41:3403-6.

4. Higgins PG, Poirel L, Lehmann M et al. OXA-143, a novel carbapenem hydrolyzing class

D β -lactamase in Acinetobacter baumannii. Antimicrob Agents Chemother 2009;

53:5035-8.

5. Carvalho KR, Carvalho-Assef AP, Peirano G et al. Dissemination of multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii genotypes carrying blaOXA-23 collected from hospitals in Rio de

Janeiro, Brazil. Int J Antimicrob Agents 2009; 34:25-8.

6. La Scola B, Gundi VA, Khamis A, Raoult D. Sequencing of the rpoB gene and flanking

spacers for molecular identification of Acinetobacter species. J Clin Microbiol 2006;

44:827-32.

7. Clinical and Laboratory Standards Institute. Methods for Dilution Antimicrobial

Susceptibility Tests for Bacteria That Grow Aerobically-Eighth Edition: Approved

Standard M07-A8. CLSI, Wayne, PA, USA, 2009.

8. Woodford N, Ellington MJ, Coelho JM et al. Multiplex PCR for genes encoding prevalent

OXA carbapenemases in Acinetobacter spp. Int J Antimicrob Agents 2006; 27:351-3.

9. Ellington MJ, Kistler J, Livermore DM et al. Multiplex PCR for rapid detection of genes

encoding acquired metallo-beta-lactamases. J Antimicrob Chemother 2007; 59:321-2.

Artigos Científicos

169

10. Santillana E, Beceiro A, Bou G et al. Crystal structure of the carbapenemase OXA-24

reveals insights into the mechanism of carbapenems hydrolysis. Proc Natl Acad Sci USA

2007; 104:5354-9.

11. Kieser T. Factors affecting the isolation of CCC DNA from Streptomyces lividans and

Escherichia coli. Plasmid 1984; 12:19-36.

Discussão

170

5 - Discussão

Estudos recentes de vigilância no Brasil e na Espanha demonstraram que A. baumannii

é um dos principais patógenos causadores de infecções nosocomiais graves, e nos permitem

traçar o cenário desse patógeno nos dois países (Asensio et al., 2008; Marra et al., 2011; Gales

et al., 2012). No estudo conduzido por Asensio e colaboradores (2008), que avaliou 1.168

amostras clínicas de A. baumannii isoladas de 246 hospitais espanhóis durante sete anos (1999-

2005), mostrou uma taxa de infecção por este micro-organismo de 3/1.000 pacientes

hospitalizados. As infecções mais frequentes foram as do trato respiratório (41%), do sítio

cirúrgico (14,8%), do trato urinário (12,7%), de pele e partes moles (11,5%) e de corrente

sanguínea (9,6%) (Asensio et al., 2008). Os mesmos autores relataram que 34,5% dos isolados

de A. baumannii na Espanha eram resistentes aos carbapenens, estas taxas eram ainda

superiores (43,8%) em pacientes internados em UTI (Asensio et al., 2008). Talvez o dado mais

impressionante no estudo espanhol, seja a taxa de infecções consideradas comunitárias (14%),

ainda que os próprios autores tenham inferido que esse valor poderia ter sido superestimado,

uma vez que o critério amplamente utilizado para classificação de uma infecção como

comunitária (até 48 horas após a internação) pode ser falho (Asensio et al., 2008).

Ainda assim, as taxas de resistência aos carbapenens na Espanha são inferiores

àquelas observadas no Brasil, onde os dados do Programa SENTRY descrito por Gales e

colaboradores (2012) relataram a preocupante taxa de 73% de resistência entre as 355 amostras

de Acinetobacter spp. isoladas no período de 2008 a 2010 (Gales et al., 2012). Já no estudo

Brazilian SCOPE (“Surveillance and Control of Pathogens of Epidemiological Importance”),

conduzido por Marra e colaboradores (2011), onde foram avaliados somente isolados de

corrente sanguínea adquiridas no ambiente hospitalar em 16 hospitais brasileiros, mostraram

taxas de resistência inferiores, em torno de 56%, porém ainda superiores aos dados espanhóis

Discussão

171

(Marra et al., 2011). A diferença observada no perfil de sensibilidade aos carbapenens entre os

isolados de Acinetobacter spp. do programa SENTRY e do projeto Brazillian SCOPE é esperada,

já que o SENTRY inclui também isolados do trato respiratório, onde geralmente as taxas de

resistência aos carbapenens em bacilos Gram negativos não-fermentadores são sabidamente

maiores (Friedland et al., 2003; Asensio et al., 2008). Embora as causas para tal acontecimento

ainda sejam desconhecidas, acredita-se que um maior inoculo e um maior uso de procedimentos

invasivos, principalmente em pacientes internados em UTIs, aliado a uma maior propensão para

seleção de isolados resistentes observados nesse sítio de infecção, justifique, em parte, essa

característica fenotípica entre os isolados de Acinetobacter spp. recuperados desse sítio

corpóreo ou do trato respiratório (Asensio et al., 2008).

Os dados do SENTRY na América Latina ainda apontam Acinetobacter spp. como o

sexto patógeno mais frequente em ICS (7,2%), o terceiro em infecções do trato respiratório baixo

(17,7%) e o sexto em infecções de pele e partes moles (9,9%) (Gales et al., 2012). Além disso,

Acinetobacter spp. foi o quarto patógeno Gram negativo mais frequente nos centros médicos

avaliados pelo programa na América Latina (n=845, 14,8%), ficando atrás somente de E. coli, P.

aeruginosa e K. pneumoniae (Gales et al., 2012). De maneira similar, os resultados obtidos pelo

projeto Brazilian SCOPE demonstrou que Acinetobacter spp. é o quarto agente infeccioso

causador de ICS no Brasil (12,5%), sendo o segundo patógeno mais frequentemente isolado de

ICS em pacientes internados em UTI (Marra et al., 2011). No mesmo estudo, foram também

observadas altas taxas de mortalidade associada a ICS por Acinetobacter spp. em pacientes

internados em UTI (65,2%), principalmente quando comparada as demais unidades hospitalares

(39,6%). Essa maior predileção dos isolados de Acinetobacter spp. por pacientes de UTI também

foi observada pelo estudo de Asensio e colaboradores (2008) na Espanha, onde, inclusive, os

isolados apresentaram as maiores taxas de resistência aos carbapenens comparada às demais

Discussão

172

unidades hospitalares, principalmente nas amostras isoladas de ICS (63,3%) e do trato

respiratório (48%).

O estudo Espanhol observou também que as taxas de resistência aos carbapenens

variaram consideravelmente entre as “comunidades autónomas” (Asensio et al., 2008), o

equivalente a estados no Brasil. Dentre as “comunidades autónomas” que apresentaram as

maiores taxas de resistência (> 40%), encontra-se a “Comunidad de Cantabria”, localizada no

norte do país, e onde se localiza o HUMV, onde parte da presente tese foi desenvolvida. Dados

recentes da União Européia, também demonstram diferenças drásticas no perfil de sensibilidade

aos carbapenens entre os isolados de A. baumannii nos diferentes países que compõe o bloco

(Kempf & Rolain, 2012). O estudo observou, de um modo geral, um aumento das taxas de

resistência a esses antimicrobianos entre os países do sul quando comparado aos países do

norte europeu, variando de 4% (Suécia), 8% (Alemanha) e 10-20% (França) a 55%, 60% e 85%

na Inglaterra, Itália e Grécia, respectivamente (Kempf & Rolain, 2012). Nesse estudo, a Espanha

apresentou 45% de resistência aos carbapenens. No Brasil, um estudo avaliando a

epidemiologia molecular de 206 isolados de A. baumannii causadores de ICS do projeto Brazilian

SCOPE, observou diferenças quanto ao perfil de sensibilidade aos carbapenens nas diferentes

regiões geográficas brasileiras (dados não publicados*). As regiões nordeste e centro-oeste

apresentaram as maiores taxas de resistência (> 69%), seguida pelas regiões sudestes (> 60%)

e nordeste (50%). A região sul apresentou as menores taxas de resistência, com apenas 29%

dos isolados resistentes (dados não publicados*).

Algumas considerações precisam ser feitas ao se comparar as taxas de resistência aos

carbapenens entre Brasil e Espanha. Primeiramente o Brasil apresenta uma área territorial de

proporções continentais, quase 17 vezes o território da Espanha, com uma população estimada

em 192 milhões de habitantes frente aos 46 milhões de espanhóis. As dimensões observadas

em nosso país dificultam a implementação de políticas de vigilância efetivas de modo que

* Dissertação de Mestrado - Adryella de Paula Ferreira Luz (Disciplina de Infectologia - UNIFESP), 2010.

Discussão

173

possamos ter dados realmente representativos do perfil de resistência aos antimicrobianos em

todos os estados da federação. As dificuldades encontradas não esbarram apenas na questão

geográfica, mas principalmente na imensa desigualdade socioeconômica que assolam o nosso

país, permitindo que as melhores condições de assistência à saúde fiquem quase que exclusivas

nas regiões mais ricas e desenvolvidas (sul e sudeste). Obviamente, aliado a isso contamos com

deficiências no sistema público de saúde. Enquanto que na Espanha, todos os hospitais estão

interligados por uma única e eficiente rede de vigilância de resistência antimicrobiana, a REIPI

(“Red Española de Investigación en Patología Infecciosa”), coordenado pelo ministério da saúde

daquele país, e apresente um sistema público abrangente e de boa qualidade, ainda que muito

caro, permite uma melhor padronização e igualdade na implementação de medidas de controle

de infecções hospitalares e um controle rígido do uso de antimicrobianos, o que contribui para as

menores taxas de resistência. Apesar disso, as taxas de resistência observadas na Espanha,

assim com nos demais países mediterrâneos, como Itália e Grécia, são extremamente

superiores aos observados nos países nórdicos (Kempf & Rolain, 2012).

Rossi (2011) faz uma reflexão muito oportuna a respeito do uso de antimicrobianos,

quando descreve os desafios da resistência bacteriana no Brasil. Nesse estudo, a autora

evidencia o uso indiscriminado de antimicrobianos como um fator crítico na seleção da

resistência em nosso país, lembrando que até pouco tempo a população tinha livre acesso aos

antimicrobianos, levando a prática muito comum de automedicação. Além disso, reforça a ideia

de que outros fatores como o uso de dosagem inadequada, má aderência no tratamento e o uso

inapropriado de agentes antimicrobianos também podem desempenhar um papel igualmente

importante.

Se as taxas de resistências aos carbapenens entre isolados de Acinetobacter spp. do

Brasil e da Espanha são tão diferentes (Asensio et al., 2008; Marra et al., 2011; Gales et al.,

2012), variando inclusive dentro de cada país (Asensio et al., 2008; Luz, 2011), os mecanismos

Discussão

174

de resistência prevalentes nesses isolados são ainda mais diversos. Duas CHDLs resumem os

principais mecanismos de resistência nos dois países, a OXA-24/40 na Espanha (Bou et al.,

2000) e a OXA-23 no Brasil (Dalla-Costa et al., 2003). Partindo dessas duas CHDLs darei início

a dinâmica da resistência aos β-lactâmicos em isolados de Acinetobacter spp. no Brasil e na

Espanha, que objetivou a presente tese e a partir de agora servirá de elo que unirá todos os sete

artigos aqui apresentados.

Dentre os mecanismos de resistência aos carbapenens descritos em isolados clínicos de

A. baumannii, a produção de β-lactamases, particularmente as CHDLs, é o mais importante e

bem estudado (Poirel et al., 2010). A impermeabilidade de membrana externa associada com a

perda ou diminuição da expressão das porinas CarO (29 kDa) (Mussi et al., 2005), 33-36 kDa

(Tomás et al., 2005) e a OprD-like (43 kDa) (Dupont et al., 2005) é outro mecanismo descrito em

A. baumannii associado a resistência aos carbapenens. Acredita-se que o tamanho pequeno e o

número de porinas em A. baumannii seja o responsável pela resistência intrínseca aos

antimicrobianos observada neste patógeno (Vila et al., 2007). Embora vários sistemas de efluxo

tenham sido descritos em A. baumannii, o sistema AdeABC é o mais importante e estudado (Chu

et al., 2006; Huang et al., 2008), a relação da hiperexpressão desses sistemas na resistência aos

β-lactâmicos ainda é pouco compreendida (Marchand et al., 2004; Hu et al., 2007).

Assim como ocorre com outros bacilos Gram negativos, raros foram os estudos que

estudaram o papel das PBPs na resistência aos β-lactâmicos, principalmente aos carbapenens,

em A. baumannii (Gehrlein et al., 1991; Obara et al., 1991; Fernández-Cuenca et al., 2003;

Russo et al., 2009; Yun et al., 2011). Ainda assim, a maioria desses estudos foi realizada com

cepas mutantes laboratoriais sem nenhum mecanismo de resistência adicional e expostas a

diferentes β-lactâmicos. Embora os resultados mostrassem uma reorganização das PBPs frente

à pressão seletiva com os β-lactâmicos, esses estudos não representam a realidade, uma vez

que isolados clínicos de A. baumannii tendem a ser multirresistentes, apresentando

Discussão

175

conjuntamente diferentes mecanismos de resistência, principalmente produção de β-lactamases

e alteração de porinas, o que diminuiria drasticamente a pressão seletiva desses antimicrobianos

in vivo sobre as PBPs. Sendo assim, ainda que in vitro os β-lactâmicos exerçam uma pressão

seletiva sobre as PBPs, in vivo isso se repetiria, mesmo com tantos mecanismos de resistência

atuando em etapas anteriores à ligação desses antimicrobianos às PBPs? Dessa maneira,

decidimos por estudar os diferentes genes de PBPs em isolados clínicos de A. baumannii de três

grandes centros hospitalares na Espanha, durante meu estágio de doutorado sanduíche no

HUMV.

Neste estudo descrevemos e classificamos os genes codificadores de PBPs em A.

baumannii, e avaliamos o papel das mutações encontradas nesses genes na resistência aos β-

lactâmicos em isolados clínicos da Espanha (artigo científico 1). A partir da análise dos

genomas sequenciados de A. baumannii foram encontrados sete PBPs (PPB1a, PBP1b, PBP2,

PBP3, PBP5/6, PBP6b e PBP7/8) e uma MGT (MtgA) (Cayô et al., 2011a). Dessa maneira, A.

baumannii apresenta quatro HMM-PBPs, sendo duas transpeptidases/transglicosilases de classe

A, PBP1a e PBP1b, responsáveis pela síntese da parede celular, e duas transpeptidases de

classe B, PBP2 (subclasse B2) e PBP3 (subclasse B3) (Cayô et al., 2011a). As PBPs da

subclasse B2 tem função de elongação da parede celular e as PBPs da subclasse B3 está

relacionada a divisão celular (Den Blaauwen et al., 2003; Piette et al., 2004; Sauvage et al.,

2008). Foram também encontradas três LMM-PBPs, sendo essas as D-Ala-D-Ala-

carboxipeptidases PBP5/6 e PBP6b, e a endopeptidase PBP7/8. Por último, foi também

encontrado uma transglicosilase monofuncional chamada MtgA (Cayô et al., 2011a).

No mesmo estudo, 26 isolados clínicos de A. baumannii sensíveis e resistentes aos

carbapenens, tiveram os sete genes codificadores das PBPs, além da MGT, sequenciados.

Quando comparadas as mutações das PBPs dos isolados clínicos com os 11 genomas de A.

baumannii previamente sequenciados, foi constatado que os genes das PBPs são altamente

Discussão

176

conservados, mesmo quando comparado ao genoma da ATCC 17978, cepa isolada no início da

década de 50, anterior ao desenvolvimento e uso da maioria dos β-lactâmicos na prática clínica

(Baumann, 1968). A maioria das mutações encontradas na sequencia de nucleotídeos foi

silenciosa e geralmente ocorria sempre nas mesmas regiões, indicando a presença de “hotspot

mutations” nos genes codificadores das PBPs. As poucas mutações pontuais encontradas na

sequência de aminoácidos não puderam ser associadas com a resistência aos β-lactâmicos,

uma vez que as mesmas foram encontradas tanto em cepas sensíveis como nas resistentes

(Cayô et al., 2011a). Ao que tudo indica, essas mutações estão mais associadas ao perfil clonal

das cepas de A. baumannii do que diretamente com a resistência aos antimicrobianos (Cayô et

al., 2011a). Nós também relatamos em dois isolados resistentes aos carbapenens e que

pertenciam ao clone mais disseminado nos últimos cinco anos no HUMV, a inativação do gene

dacD, codificador da PBP6b, devido à presença de uma IS (Cayô et al., 2011a), semelhante à

ISAba125, que havia sido previamente reportada como presente no gene que codificava a porina

CarO (Mussi et al., 2005).

Embora não tenha sido avaliado nesse estudo o impacto da inativação da PBP6b em A.

baumannii, Ghosh e colaboradores (2008) avaliaram mutantes de E. coli apresentando a deleção

de uma ou de todas as LMM-PBPs, e demonstraram que tais deleções não afetaram

substancialmente a divisão ou o alongamento da célula bacteriana. Apesar disso, um estudo

conduzido por Russo e colaboradores (2009) demonstrou in vitro, usando diferentes modelos de

infecção, que a PBP7/8 contribui para a sobrevivência de A. baumannii frente a atividade

bactericida mediada pelo sistema complemento. Naquele estudo, um mutante de A. baumannii

apresentando uma inserção de um transposon no gene pbpG que codifica a PBP7/8 foi morto

pelas células do sistema imune em modelos in vitro de ascites e também apresentava uma

diminuição da sua sobrevida nos modelos animais de infecção de pele e partes moles e de

pneumonia, quando comparado com os mesmos modelos infectados com a cepa do tipo

Discussão

177

selvagem. Os autores também observaram por microscopia eletrônica de transmissão que os

isolados que não expressavam a PBP7/8 apresentavam uma forma cocobacilar aberrante,

demonstrando um provável papel crítico na modulação da morfologia celular em A. baumannii.

Baseado nos seis trabalhos que enfocaram o estudo das PBPs em A. baumannii

publicados até o momento (Gehrlein et al., 1991; Obara et al., 1991; Fernández-Cuenca et al.,

2007; Russo et al., 2009; Cayô et al., 2011b, Yun et al., 2011), incluindo o presente trabalho, é

possível inferir que: (i) a indução com β-lactâmicos leva a uma reorganização das PBPs, e a

resistência in vitro a esses antimicrobianos; (ii) a relativa atividade do sulbactam frente a

isolados multirresistentes de A. baumannii pode ser explicada, em parte, pela sua maior

afinidade pelas PBPs desse micro-organismos comparado aos demais inibidores; (iii)

provavelmente eventos pós-transcricionais ou de expressão gênica tenham maior impacto e

importância na alteração das PBPs do que propriamente mutações nos genes codificadores das

PBPs; (iv) o papel das PBPs pode transcender a resistência aos β-lactâmicos, demonstrando

ser um possível fator de virulência e evasão do sistema imunológico e (v) a resistência aos

carbapenens pode ser multifatorial e complexa, envolvendo tanto a indução da expressão de β-

lactamases, sistemas de efluxo e PBPs e a diminuição da expressão de proteínas de membrana

externa.

Ainda que a produção de CHDLs seja o mecanismo mais prevalente em A. baumannii,

essas enzimas hidrolisam fracamente os carbapenens e não apresentam atividade frente às

cefalosporinas de amplo espectro (Poirel et al., 2010). Além disso, a grande maioria dos genes

codificadores das CHDLs necessitam da presença de IS, conferindo um promotor forte, para

aumentar a sua expressão (Poirel et al., 2010). Tais observações somente aumentam a

importância de outros mecanismos adjuvantes na elevação das CIMs, não somente para os

carbapenens, como também para os demais β-lactâmicos. Outro dado importante a ser

enfatizado é que, de algum modo, ao longo da sua escala evolutiva, A. baumannii desenvolveu,

Discussão

178

uma maneira única de manter diferentes “cópias” de IS em seu genoma de modo a mobilizá-la

quando necessário, reorganizando, dessa maneira, a expressão de diferentes genes conforme a

sua necessidade e com menor custo energético (Vallenet et al., 2008). A presença de varias

cópias ao longo dos genomas de A. baumannii sequenciados comprova a importância dessas IS

para sua sobrevivência. A associação de tais estruturas com as PBPs ainda carece ser

elucidado, conforme relatado no gene dacD (PBP6b) nos isolados espanhóis (Cayô et al.,

2011a).

Para o estudo das PBPs, inicialmente selecionamos aleatoriamente 16 isolados

sensíveis ou resistentes aos carbapenens, e que fossem representativos dos clones majoritários

e minoritários mais importantes da coleção de aproximadamente 603 amostras do complexo A.

calcoaceticus-baumannii do HUMV, coletadas entre os anos de 2004 a 2008. Essas amostram

haviam sido previamente identificadas pelo sistema automatizado MicroScan Walk-Away®

(Siemens Healthcare Diagnostics, West Sacramento, CA) e caracterizadas quanto ao perfil

clonal por Rep-PCR. Os oligonucleotídeos para os genes das PBPs foram desenhados

baseados nos genomas de A. baumannii conhecidos na época. As cepas de referência RUH134

e RUH875 de A. baumannii foram utilizadas para padronização das reações de PCR. Entretanto,

no momento de testar os oligonucletídeos para os 16 isolados clínicos selecionados, cinco

desses não apresentavam amplificação para alguns dos genes de PBPs de A. baumannii. A

partir dessa observação, inferimos que talvez esses isolados pudessem não ser A. baumannii,

mas uma das outras três espécies que compõe o complexo A. calcoaceticus-baumannii. Sendo

assim, duas metodologias para a confirmação da identificação das espécies do gênero

Acinetobacter foram padronizadas, sendo essas o ARDRA (Vaneechoutte et al., 1995) e,

posteriormente, o sequenciamento do gene rpoB (La Scola et al., 2006; Gundi et al., 2009).

Inicialmente os cinco isolados de Acinetobacter spp. foram negativos para o gene blaOXA-

51-like, que na época ainda era utilizado para a identificação presuntiva de A. baumannii (Chen et

Discussão

179

al., 2010; Lee et al., 2012). Dessa forma, já sabíamos que tais isolados não pertenciam à

espécie A. baumannii, justificando o motivo da não amplificação para alguns dos genes de PBPs

estudados. Os cinco isolados foram então identificados por ARDRA como sendo A. pittii (quatro

isolados) e A. haemolyticus (um isolado). A identificação foi posteriormente confirmada pelo

sequenciamento do gene rpoB. Ao repicar esses isolados em ágar sangue observamos a

presença de hemólise para o isolado identificado como sendo A. haemolyticus, que embora essa

característica não seja exclusiva dessa espécie, serve de exclusão de uma cepa com sendo A.

calcoaceticus-baumannii, uma vez que as quatro espécies que compõe o complexo não são

hemolíticas. Como um dos isolados de A. pittii (HUMV-1588) era positivo para o gene blaOXA-24/40-

like, decidimos então sequenciar, uma vez que ainda não havia sido descrito na Espanha outra

espécie de Acinetobacter spp. que não A. baumannii carreando a CHDL OXA-24/40.

Surpreendentemente, o resultado do sequenciamento demonstrou que o isolado de A. pittii

carreava uma nova variante do cluster OXA-24/40, sendo nomeada OXA-207, o que acabou

dando origem ao artigo seguinte (artigo científico 02).

Diferente do que ocorre no Brasil, onde há um predomínio da OXA-23, fato este que será

melhor abordado na segunda parte desta discussão, na Espanha a principal carbapenemase é a

OXA-24/40 (Acosta et al., 2011). Inicialmente descrita em um surto ocorrido 1997 no Hospital

Ramón y Cajal em Madrid (Bou et al., 2000), essa CHDL é endêmica na península Ibérica

(Lopez-Otsoa et al., 2003; Grosso et al., 2011b), sendo também descrita nos Estados Unidos

(Lolans et al., 2006; Tian et al., 2011). O sucesso da OXA-24/40 nessa região geográfica se

deve, principalmente, pela disseminação de um clone epidêmico MDR que tem sido descrito em

Portugal desde 1995 (Da Silva et al., 2004). Apenas casos esporádicos foram relatados na

França e Itália (Héritier et al., 2003; D'Andrea et al., 2009), já que as CHDLs mais prevalentes

nesses dois países são a OXA-23 e a OXA-58, o mesmo ocorrendo com os demais países da

Discussão

180

União Europeia (Kempf & Rolain, 2012), com exceção da Croácia, que apresenta a OXA-72

(Goic-Barisic et al., 2011).

Até o momento foram descritas seis variantes, sendo essas: OXA-25, OXA-26, OXA-72,

OXA-139, OXA-160 e OXA-207 (Afzal-Shah et al., 2001; Wang et al., 2007; Tian et al., 2011).

Somente a OXA-72 tem sido descrita em diferentes partes do mundo (Poirel et al., 2010),

diferente das demais variantes que são restritas a determinados locais (Tian et al., 2011), ou a

um único relato (Afzal-Shah et al., 2001). Dois novos clusters apresentando uma alta identidade

de sequência com a OXA-24/40 foram propostos, sendo esses a OXA-143 no Brasil e a OXA-

182 na Coréia do Sul (Higgins et al., 2009; Kim et al., 2010), podendo, inclusive, ser

consideradas, por alguns autores, como variantes do cluster OXA24/40. Talvez a maior diferença

entre essas três enzimas, seja o contexto genético. Nenhumas dessas enzimas foi relacionada à

IS (Poirel et al., 2010), como ocorre com as demais CHDLs de A. baumannii, o que demonstra

que essas enzimas sejam as mais potentes de todas as CHDLs. Foi descrito que as enzimas do

cluster OXA-24/40 se mobilizam por um sistema de recombinação XerC/XerD que facilita a sua

disseminação por diferentes espécies de Acinetobacter (Merino et al., 2010) e que, a princípio

não seria o mesmo modo de mobilização da OXA-143 e da OXA-182 (Higgins et al., 2009; Kim et

al., 2010). A capacidade de mobilização dos genes codificadores das variantes do cluster OXA-

24/40, justifica o fato de já terem sido descritos relatos de A. junii (Fernández-Cuenca et al.,

2012) e A. pittii (Montealegre et al., 2012) carreando a OXA-72, como também A. calcoaceticus

(Merino et al., 2010) e A. haemolyticus (Grosso et al., 2011b) carreando a OXA-24/40. Além

disso, Sevillano e colaboradores (2009) descreveram a produção de OXA24/40 em um isolado

de P. aeruginosa no norte da Espanha e que carreava o mesmo plasmídeo verificado nos

isolados de A. baumannii, mostrando a capacidade de transmissão horizontal desse

determinante de resistência (Sevillano et al., 2011).

Discussão

181

Assim como em toda a Espanha, a OXA-24/40 é a CHDL mais prevalente em isolados

de A. baumannii do HUMV. Sendo assim, a transmissão dessa CHDL de A. baumannii para A.

pittii era algo factível. Tanto o gene blaOXA-24/40, presente nos clones de A. baumannii encontrados

no HUMV, como o gene blaOXA-207, isolado de A. pittii, apresentavam o mesmo contexto genético,

demonstrando a passagem do gene de resistência de uma espécie para a outra. Entretanto, o

gene blaOXA-207 encontrado em A. pittii apresentava uma mutação que alterou o sítio catalítico da

enzima aumentando a sua afinidade por oxacilina e diminuindo, por outro lado, sua afinidade

pelos carbapenens. Ainda assim, os estudos de cinética demonstraram que o efeito dessa

mutação não foi o mesmo observado in vitro por Santillana e colaboradores (2007). Dessa forma,

a produção de OXA-207 possui um importante papel na resistência aos carbapenens na cepa

HUMV-1588. Dentre as variantes do cluster OXA-24/40, a OXA-207 é a primeira que realmente

apresenta alteração na sua capacidade hidrolítica. A questão ainda desconhecida é por que e

em que condições o gene da OXA-24/40 sofreu a mutação, tornando-se uma nova variante.

Higgins e colaboradores (2010b) comprovaram in vivo a reversão da OXA-164, nova variante do

cluster OXA-58, novamente em uma OXA-58 após tratamento com meropenem combinado com

amicacina, ciprofloxacina e cotrimoxazol.

Entre os 16 isolados identificados pelo MicroScan Walk-Away® como complexo A.

calcoaceticus-baumannii e selecionados para o estudo das PBPs, quatro foram identificados

como sendo A. pittii. A partir dessa constatação surgiu a ideia de avaliar a real prevalência das

demais espécies pertencentes ao complexo A. calcoaceticus-baumannii no HUMV nos últimos

cinco anos (artigo científico 03). Os resultados obtidos mostraram uma grande diversidade de

espécies pertencentes ao gênero Acinetobacter spp. causando infecções em humanos. Talvez o

dado mais importante seja a alta prevalência de A. pittii no HUMV, sendo responsável por 41,8%

(36/86) dos padrões de Rep-PCR avaliados no estudo. A prevalência de A. pittii foi similar a de

A. baumannii (44,8%; 38/86), quando avaliado somente os padrões de Rep-PCR. Outro

Discussão

182

resultado interessante foi a presença de OXA-58 em um clone de A. pittii sensível aos

carbapenenens no HUMV. Martí e colaboradores (2008b) relatam, pela primeira vez, a presença

de OXA-58 em um isolado de A. pittii apresentando altos níveis de resistência a imipenem (CIM

> 32 µg/mL) na Catalunha. Os autores comparam o contexto genético desse isolado ao de uma

cepa de A. baumannii também produtora de OXA-58 e isolada no mesmo hospital. Eles

verificaram que o gene blaOXA-58 estava localizado em plasmídeos diferentes em ambos isolados,

porém flanqueado por duas copias da ISAba3. Os autores concluem que a produção isolada de

OXA-58 não é suficiente para causar as CIMs elevadas para imipenem, sendo necessária a

contribuição de outros mecanismos de resistência, como a perda de porinas e efluxo ativo.

Embora o mesmo grupo de pesquisa também tenha relatado a presença de OXA-58 em um

isolado de A. phenon 6/ct13TU (Martí et al., 2008a), não foi verificada a presença dessa CHDL

nos isolados identificados como A. phenon 6 em nosso estudo. Boo e Crowley (2009) relataram

a presença de OXA-23 e OXA-58 em isolados sensíveis de A. radioresistens e A. bereziniae,

respectivamente. Avaliando o contexto genético da OXA-58, os autores encontraram os mesmos

resultados obtidos por Martí e colaboradores (2008b) em A. pittii e explicam que a ISAba1,

ISAba2 e IS18 funcionariam como melhores promotores do que a ISAba3, o que justificaria a

sensibilidade verificada no isolado de A. bereziniae (Boo & Crowley, 2009) e, provavelmente, no

isolados de A. pittii sensíveis do HUMV. Os autores finalizam, lembrando que isolados de

Acinetobacter spp. sensíveis aos carbapenens, porém produtores de CHDLs, funcionariam como

reservatórios de genes de resistência, já que poderiam não ser identificados pelos métodos

rotineiros que, geralmente, avaliam amostras resistentes (Boo & Crowley, 2009).

Embora a análise por padrão de Rep-PCR permita inferir que A. pittii seja tão frequente

como A. baumannii como agente causador de infecção no HUMV, quando se extrapola os dados

para os demais de isolados por padrão de Rep-PCR, A. baumannii é o mais prevalente, sendo

responsável por 85% dos isolados (515/603). Tal resultado já era esperado, uma vez que A.

Discussão

183

baumannii se dissemina clonalmente no ambiente hospitalar, causando surtos de grandes

proporções, além de geralmente apresentar um fenótipo MDR, o que favorece a sua

permanência como microbiota da pele de pacientes, permitindo a transmissão cruzada entre

pacientes ou, mais frequentemente, de profissional de saúde para paciente. Resultado oposto foi

observado para a maioria dos isolados de A. pittii e das outras sete espécies/genoespécies

também identificadas no estudo, já que foram geralmente multissensíveis, o que impede, muitas

vezes, que tais micro-organismos sejam capazes de causar surtos. Como já era de se esperar, a

maioria dos isolados de A. baumannii resistentes aos carbapenens no HUMV eram produtores

de OXA-24/40. Nos demais clones resistentes e não produtores de OXA-24/40 foi observada a

presença de OXA-51 associado a ISAba1. Uma alta variabilidade quanto as CHDLs

cromossômicas pertencentes ao cluster OXA-51 foi verificada entre os isolados de A. baumannii.

Pelo menos 12 tipos diferentes de OXA-51 foram identificados, além de outras nove novas

variantes aguardando nomeclatura específica.

Turton e colaboradores (2010) analisando a incidência das espécies de Acinetobacter

spp. no Reino Unido, relata A. baumannii como sendo a espécie mais prevalente, com 78% dos

isolados analisados, seguido por A. lwoffii/A. genoespécie 9 (8%), A. ursingii (4%). A. pittii, a

segunda espécie mais frequente em nosso estudo, foi reponsável por somente 1,7% dos

isolados juntamente com A. johnsonii no estudo britânico, o qual ainda relata diferenças nos

perfis de sensibilidade aos antimicrobianos entre as espécies, sendo A. lwoffii e A. schindleri

espécies multissensíveis e A. pittii, A. nosocomialis, A. bereziniae e A. gyllenbergii resistentes a,

pelo menos, oito antimicrobianos diferentes. Em outro estudo de van den Broek e colaboradores

(2009) realizado na Holanda, que avaliou prospectivamente as espécies de Acinetobacter spp.

durante oito anos, foi observada uma menor prevalência de A. baumannii (27%), quando

comparados a estudos similares (Turton et al., 2010). Entretanto, A. pittii foi tão prevalente

quanto A. baumannii, com 26% dos isolados, seguido por A. lwoffii (11%), A. ursingii (4%), A.

Discussão

184

johnsonii e A. junii (3%). Esses autores relataram também que 37% dos isolados de A.

baumannii foram multissensíveis aos antimicrobianos.

Com a padronização das metodologias de ARDRA e o sequenciamento do gene rpoB,

comecei a auxiliar na identificação das espécies dos isolados clínicos provenientes da rotina

laboratorial. Em uma dessas identificações, tivemos um caso de um paciente com um quadro de

leucemia linfoblástica aguda com histórico recente de transplante de medula óssea, não

aparentado (artigo científico 04). O paciente apresentou um pico febril, sendo isolado da

hemocultura um coco-bacilo Gram negativo não fermentador identificado inicialmente como A.

lwoffii. A identificação realizada pelo ARDRA confirmou a identificação desse isolado como

pertencente à espécie A. junii. Consta na literatura diversos relatos descrevendo uma predileção

desse micro-organismo por pacientes oncológicos e neonatos (Bernards et al., 1997).

Geralmente as cepas são sensíveis à maioria dos antimicrobianos utilizados na clínica e por isso

o transcurso clínico é quase sempre favorável. Ainda que a terapia seja guiada, principalmente,

pelo antibiograma apresentado pelo isolado, do que pela identificação da espécie, atenção

especial deve ser dada para uma correta identificação das diferentes espécies de Acinetobacter

não-baumannii. Dessa maneira, as informações obtidas permitirão uma melhor compreensão da

epidemiologia e a importância dessas espécies como patógenos humanos.

No Brasil, três trabalhos foram os pioneiros na caracterização molecular dos

mecanismos de resistência aos carbapenens em isolados de Acinetobacter spp., os quais

relataram pela primeira vez a produção de OXA-23 e IMP-1 no Brasil (Costa et al., 2000; Dalla-

Costa et al., 2003; Gales et al., 2003). O estudo de Costa e colaboradores (2000) foi primeiro

estudo em se avaliar os mecanismos de resistência aos carbapenens em isolados sensíveis e

resistentes pertecentes ao um surto ocorrido no Hospital das Clínicas de São Paulo. Neste

estudo os autores observaram a alteração de uma porina de 31-36 kDa em um isolados

resistente a imipenem. Além disso, eles detectaram uma β-lactamase com PI de 7,4 em todos os

Discussão

185

isolados, provavelmente a OXA-51, descrita somente cinco anos depois (Brown et al., 2005), e

mais duas β-lactamases, somente nos isolados resistentes, com PIs de 5,9 e 6,7,

correspondentes a TEM-1 e a OXA-23. Dalla-costa e colaboradores (2003) descreveram um

surto em dois hospitais em Curitiba causado por oito cepas de A. baumannii resistentes aos

carbapenens isoladas em 1999. Todas as cepas apresentavam o mesmo padrão de PFGE e

carreavam uma CHDL, ainda desconhecida em nosso país, a OXA-23, após 14 anos desde a

sua descrição na Escócia em 1985. O surto causado por essas cepas estavam associados a

uma alta mortalidade (62,5%), mesmo dois dos cinco pacientes terem sido tratados com

polimixina B. Esse estudo chamou a atenção da comunidade científica nacional para aquela que,

posteriormente, seria a carbapenemase mais frequente no Brasil. No mesmo ano, Gales e

colaboradores (2003) descreveram pela primeira vez no Brasil uma cepa de A. baumannii

produtora da MβL IMP-like isolada em 2000 no Hospital São Paulo. Embora nesse isolado não

tivesse sido avaliada a produção de CHDLs, os resultados do gel de ponto isoelétrico (PI)

apontaram somente a presença de duas enzimas com PIs de 5,4 e 8,6, que correspondem,

provavelmente, a TEM-1 e IMP-like, respectivamente (Gales et al., 2003).

Em 2005, um estudo do Programa SENTRY avaliando a disseminação e a diversidade

de MβL na América Latina, relatou a presença de IMP-1 em sete isolados de Acinetobacter spp.

no Hospital São Paulo, não sendo encontrado nos demais centros médicos brasileiros

participantes (Sader et al., 2005). Além disso, o estudo também relata um isolado de P.

fluorescens também produtor de IMP-1, demonstrando a capacidade de disseminação desse

determinante de resistência, mesmo entre espécies diferentes. No ano seguinte, Tognim e

colaboradores (2006) relatam que a MβL, descrita em 2003, se tratava da variante IMP-1 e que

esta estava disseminada nos isolados de Acinetobacter spp. do Hospital São Paulo. Os autores

também descrevem a presença de dois ribogrupos distintos principais, 52-1 e 60-7, sendo o

primeiro ribogrupo encontrado entre 1994-1998, composto principalmente por isolados não

Discussão

186

produtores de MβL, e o segundo ripogrupo encontrado entre 1999-2001 e composto por isolados

produtores de IMP-1. Como ambos os ribogrupos apresentavam uma alta similaridade (85%), os

autores concluíram que o segundo ribogrupo (60-7) seria um subclone do ribogrupo 52-1, tendo

adquirido o gene da IMP-1. A partir dos resultados obtidos pelos três estudos é possível inferir

que as carbapenemases presentes nos isolados de A. baumannii em Curitiba e em São Paulo

não eram as mesmas até o ano 2001.

Um ano após o estudo de Tognim e colaboradores (2006), um novo estudo do programa

SENTRY, estudando sete cepas de Acinetobacter spp. e uma cepa de P. putida produtoras de

IMP-1 isoladas entre 2001-2002 no Hospital São Paulo, descreveu o contexto genético dessa

MβL (Mendes et al., 2007). Dessa forma, ficou definido que o gene blaIMP-1 estava inserido em

um integron de classe 1 chamado In86, e que este estava localizado tanto no cromossoma como

em plasmídeos nas cepas de Acinetobacter spp., sendo a maioria não relacionadas clonalmente.

O In86 apresentava mais dois genes cassetes, além do gene blaIMP-1, sendo ambos, aac(6’)-31 e

o aadA1, codificadores de enzimas modificadoras de aminoglicosídeos (Mendes et al., 2007).

Até o momento, o gene blaIMP-1 somente foi descrito no estado de São Paulo, demonstrando ser

um problema restrito, principalmente, nos hospitais na região metropolitana da capital. Além

disso, a mobilização e disseminação do gene blaIMP-1 é exclusivamente relacionada ao In86, já

que esse mesmo integron foi também descrito em cepas de enterobactérias produtoras de IMP-1

em diferentes hospitais da cidade de São Paulo (Lincopan et al., 2005; Lincopan et al., 2006;

Penteado et al., 2009).

Após seis anos desde o primeiro relato de OXA-23 no Brasil, dois estudos avaliando

cepas de A. baumannii isoladas entre 2006 e 2007, relatam a disseminação dessa CHDL no Rio

de Janeiro (Carvalho et al., 2009) e em Porto Alegre (Martins et al., 2009). Esses dois estudos

foram importantes, pois foram os primeiros a demonstrar que a OXA-23 era a carbapenemase

mais frequente e disseminada em isolados de A. baumannii no Brasil, que a IMP-1 era um

Discussão

187

problema restrito ao estado de São Paulo e que diferente do que foi observado em Curitiba,

esses isolados não apresentavam o mesmo perfil clonal (Dalla-Costa et al., 2003; Carvalho et al.,

2009; Martins et al., 2009).

Em 2010, um estudo avaliando a evolução temporal de isolados de A. baumannii

resistentes aos carbapenens em Curitiba, demonstrou que o clone produtor de OXA-23,

inicialmente descrito em 1999, persistiu até 2004 sendo, então, substituído por outros dois clones

prevalentes (Schimith Bier et al., 2010), corroborando com os resultados obtidos no Rio de

Janeiro e em Porto Alegre (Carvalho et al., 2009; Martins et al., 2009). O estudo também relatou

uma alta taxa de mortalidade (45,2%) verificada nas infecções causada pelos isolados

produtores de OXA-23 e que tais infecções eram principalmente pneumonias relacionada à

ventilação mecânica. Resultados similares foram obtidos por Carneiro e colaboradores (2010)

em um estudo realizado na cidade de Londrina, onde foram verificadas um alta prevalência de

pneumonias relacionadas à ventilação mecânica por isolados de A. baumannii produtores de

OXA-23 com altas taxas de mortalidade (52,9%). Furtado e colaboradores (2011) também

encontraram altas taxas de mortalidade (61,9%), sendo superiores aquelas apresentadas pelos

dois estudos anteriores. Uma característica comum a esses três estudos é o fenótipo MDR

apresentados pelos diferentes clones brasileiros de A. baumannii produtores de OXA-23, sendo

geralmente sensíveis somente à tigeciclina e à polimixina B (Carneiro et al., 2010; Schimith Bier

et al., 2010; Furtado et al., 2011). Uma característica importante verificada nesses isolados foi

que mesmo nos casos em que a terapia foi considerada adequada (geralmente polimixina B), a

taxa de mortalidade permaneceu elevada (Schimith Bier et al., 2010; Furtado et al., 2011).

Ferreira e colaboradores (2011) relataram a presença de OXA-23 em isolados de A.

baumannii recuperados de águas residuais de três hospitais localizados em Porto Alegre,

demonstrando o papel do esgoto hospitalar na perpetuação de patógenos e genes de resistência

aos antimicrobianos no meio ambiente, que poderiam funcionar como possíveis reservatórios

Discussão

188

naturais (Ferreira et al., 2011). Já Martins e colaboradores (2011) relatam um interessante caso

de infecção grave após transplante de pulmão, cujo doador estava colonizado com A. baumannii

produtor de OXA-23. O receptor foi a óbito 60 dias pós-transplante e tal episodio reforça o

diagnóstico precoce de colonização por A. baumannii em doadores de órgãos, o que poderá

implicar na aceitação ou rejeição do órgão e no ajuste da terapia profilática. Recentemente, um

estudo realizado no Rio de Janeiro, mostrou que 70% dos isolados produtores de OXA-23

naquela cidade estão relacionados a uma das três linhagens de A. baumannii MDR mais

prevalentes em todo o mundo, o EU-II (Grosso et al., 2011a).

Durante muitos anos a resistência aos carbapenens em isolados de A. baumannii no

Brasil ficou vinculada exclusivamente a produção de IMP-1 e, principalmente, da OXA-23, como

mostrado nos estudos anteriores. Entretanto, esse cenário se modificou por completo com a

descrição em 2009, por um grupo alemão, de uma nova CHDL encontrada em um isolado

brasileiro, a então desconhecida OXA-143 (Higgins et al., 2009). Em 2011, três importantes

trabalhos mostraram que a dinâmica da resistência aos carbapenens no Brasil era muito mais

diversa do que imaginávamos (Antonio et al., 2011; Figueiredo et al., 2011; Werneck et al.,

2011a). Em maio daquele ano, Figueiredo e colaboradores (2011) descreveram no Rio de

Janeiro o primeiro relato no Brasil da produção de OXA-58 em uma cepa de A. baumannii

isolada em 2005. Logo em seguida Werneck e colaboradores (2011a) publicam o primeiro caso

brasileiro da produção de OXA-72 em A. baumannii isolado, em 2007, na cidade de São Paulo.

Finalmente, quase que concomitantemente, Antonio e colaboradores (2011) nos revelam que a

então desconhecida OXA-143 era altamente prevalente nos isolados de A. baumannii no estado

de São Paulo em detrimento à OXA-23. Nesse estudo também foram encontrados dois isolados

de A. baumannii produtores de OXA-72 e um único isolado produtor de OXA-58, e mais

surpreendentemente três isolados carreando ao mesmo tempo a OXA-23 e a OXA-143.

Discussão

189

Baseado no estudo de Antonio e colaboradores (2011), publicamos uma carta resposta

(artigo científico 5) enfatizando que a alta prevalência verificada no estudo anterior era uma

realidade dos hospitais públicos de São Paulo, o mesmo não sendo verificado nos hospitais

privados da mesma cidade (Werneck et al., 2011b). Além disso, verificamos que a OXA-143,

embora presente na região sudeste, não foi encontrada nos isolados de A. baumannii das

demais regiões do país, sendo a OXA-23 a mais prevalente e disseminada CHDL no Brasil

(Werneck et al., 2011b). Embora diferentes perfis clonais tenham sido observados entre os

isolados produtores de OXA-23, o clone mais frequente encontrado no Brasil ainda continuava

sendo o primeiro clone descrito em 2003 (Dalla-Costa et al., 2003). Dados do projeto SCOPE

(dados não publicados*), avaliando 16 hospitais públicos e privados brasileiros, confirmou os

resultados anteriores, demonstrando que a OXA-143 realmente está restrita a região sudeste.

Além disso, um estudo de Clemente e colaboradores (2011), relata que a OXA-143 é prevalente

em Belo Horizonte, e ainda que aquele seria o primeiro surto causado por isolados de A.

baumannii produtores de OXA-143, apresentando altas taxas de mortalidade semelhantes

aquelas causadas por infecções por produtores de OXA-23.

Com o advento da OXA-143, novas dúvidas começaram a surgir a respeito de quando

essa CHDL teria entrado no Hospital São Paulo, já que os dados locais mostravam uma

prevalência maior do que esperado (dados não publicados*). Além disso, o conhecimento que

tínhamos sobre a epidemiologia molecular da resistência aos carbapenens no Hospital São

Paulo era a prevalência de IMP-1 na década de 90 (Gales et al., 2003; Sader et al., 2005;

Tognim et al., 2006; Mendes et al., 2007) e a inserção da OXA-23 na década seguinte, com a

entrada do clone oriundo de Curitiba (Gales et al., 2008). Sendo assim, idealizamos um estudo

com o objetivo de avaliar a dinâmica temporal da produção de carbapenemases em cepas de

Acinetobacter spp. resistentes aos carbapenens durante os últimos 18 anos no Hospital São

Paulo (artigo científico 6). A diversidade de carbapenemases e de clones encontrados e o

* Dissertação de Mestrado - Adryella de Paula Ferreira Luz (Disciplina de Infectologia - UNIFESP), 2010.

Discussão

190

modo como eles se distribuíram ao longo dos 18 anos do estudo, impressiona pelo incrível

dinamismo.

Embora, a maioria dos isolados resistentes aos carbapenens (96,7%) tenha sido

identificada como sendo A. baumannii, outras espécies de Acinetobacter spp. também foram

observadas, entre elas, A. pittii, A. nosocomialis e A. bereziniae. A MβL IMP-1 foi detectada em

dois períodos distintos, entre 1995 e 1998 e entre 2004 a 2010. Até 2002, essa MβL foi a

carbapenemase mais importante nos isolados de A. baumannii no Hospital São Paulo, como

mostrado em estudos anteriores (Gales et al., 2003; Sader et al., 2005; Tognim et al., 2006;

Mendes et al., 2007). A grande capacidade de mobilização do gene blaIMP-1 entre diferentes

espécies já foi extensivamente descrita na literatura (Lincopan et al., 2005; Lincopan et al., 2006;

Penteado et al., 2009). Em nosso estudo foram encontrados isolados de A. pittii e A. bereziniae

produtores de IMP-1. A transmissão de genes de resistência de A. baumannii para as demais

espécies do gênero compromete drasticamente as opções terapêuticas das infecções causadas

por esses micro-organismos, uma vez que geralmente eles apresentariam, naturalmente,

sensibilidade à maioria dos antimicrobianos. Além da IMP-1, foi detectada, pela primeira vez no

Brasil, a produção de IMP-10 em A. baumannii. Todas as três cepas produtores dessa MβL

foram isoladas em agosto de 2000, apresentando dois padrões de Rep-PCR. Possivelmente,

uma disseminação desses genes tenha ocorrido durante esse período no hospital.

Ao que tudo indica, a OXA-23 foi introduzida no Hospital São Paulo em 2002, oriundo do

clone de Curitiba (Dalla-Costa et al., 2003) e manteve-se presente no hospital nos oito anos

seguintes do estudo. O dado mais surpreendente foi que a OXA-143 foi isolada pela primeira vez

no Hospital São Paulo em 1995, oito anos antes da inserção da OXA-23 nesse hospital e 14

anos antes da sua primeira descrição em 2009 (Higgins et al., 2009). As CHDLs OXA-23 e OXA-

143 foram identificadas concomitantemente em seis isolados de A. baumannii (2,8%), como

descrito previamente (Antonio et al., 2011), a maioria entre os anos 2008 e 2009. A produção de

Discussão

191

OXA-143 e IMP-1 em uma mesma cepa de A. baumannii foi observada em 1997. Dois isolados

de A. baumannii, coletados em 2008 e 2009, carreavam a OXA-72. Apesar disso, sabe-se que

essa CHDL é anterior a esse período, já que Werneck e colaboradores (2011a) já haviam

descrito a presença dessa CHDL no Hospital São Paulo em um isolado de 2007.

A OXA-58 foi a primeira CHDL encontrada no Hospital São Paulo em 1993 e um

segundo isolado apresentando o mesmo padrão de Rep-PCR foi isolado quatro anos depois. A

detecção de tal enzima não seria nada original, já que a produção dessa CHDL já havia sido

descrita previamente em isolados brasileiros de A. baumannii (Antonio et al., 2011; de Figueiredo

et al., 2011), se não fosse pelo fato de que ambos os isolados serem A. “Close to 13TU”. O

primeiro relato de OXA-58 ocorreu em 2003 (Poirel et al., 2005), quase 10 anos após o primeiro

isolado encontrado no Hospital São Paulo. Como esperado, a CHDL mais prevalente foi a OXA-

23, sendo detectada em 39,5% (n=85) dos isolados, seguido pela OXA-143 (n = 57, 26,5%),

IMP-1 (n = 27, 12,5%), IMP-10 (n=3, 1,4%), OXA-72 (n = 2, 0,9%) e OXA-58 (n = 2, 0,9%).

Obviamente, a frequência dessas carbapenemases está associada à disseminação de clones

resistentes e as taxas de resitência poderiam ser menores caso houvesse uma maior aderência

às políticas de controle de infecção hospitalar.

Até 2011, nenhum isolado de A. baumannii produtor de OXA-143 havia sido descrito fora

da região sudeste, nem mesmo nos estados fronteiriços (Dalla-Costa et al., 2003; Schimith Bier

et al., 2010). Entretanto, analisando cepas de A. baumannii resistentes aos carbapenens

isolados nos últimos seis anos no Hospital Universitário de Londrina, encontramos um único

isolado que produzia uma enzima que apresentava uma mutação pontual (Asp230Ala) próximo

ao motivo conservado KSG da OXA-143 (artigo científico 7), sendo posteriormente chamada

OXA-231 (Gionco et al., 2012), sendo a primeira variante do cluster OXA-143. Posteriormente,

nenhum outro isolado foi encontrado carreando essa nova variante de OXA-143 no HU de

Londrina, ou em outro Hopital no estado do Paraná.

Discussão

192

Ao final dessa tese reflito sobre a busca em entender a dinâmica da resistência aos β-

lactâmicos em amostras clínicas de Acinetobacter spp. isoladas no Brasil e na Espanha. Acredito

que a diversidade e a complexidade com que encontramos, descobrimos apenas a ponta do

icebergue, pois são tantas as perguntas ainda a serem respondidas. Talvez a dinâmica não é

para ser entendida, mas para ser estudada continuamente, pois contínua é a capacidade do

gênero Acinetobacter em adaptar-se as condições adversas e competitivas que ditam o meio

ambiente e o ambiente nosocomial, o que a torna fascinante. Martinus W. Beijerinck disse uma

vez que “Felizes são aqueles que agora começam”, talvez se referindo aos grandes passos

dados por pesquisadores como ele, permitindo que as gerações futuras, como a minha,

pudessem trilhar seus próprios caminhos.

Conclusões

193

6 - Conclusões

As mutações observadas nos sete genes de PBPs em isolados clínicos espanhóis estão

mais relacionadas ao perfil clonal da cepa do que com a resistência aos β-lactâmicos em

A. baumannii;

Uma nova variante de CHDL pertencente ao cluster OXA-24/40 (OXA-207) foi descrita

em um isolado de A. pittii resistente aos carbapenens no norte da Espanha. A mutação

apresentada no gene blaOXA-207 alterou o sítio catalítico da β-lactamase, aumentando sua

afinidade por oxacilina e diminuindo sua atividade de carbapenemase;

Embora A. baumannii seja a espécie pertecente ao gênero Acinetobacter mais

prevalente e resistente encontrado nos últimos cinco anos no HUMV, A. pittii foi

identificado como a segunda espécie mais frequente como patógeno humano;

Todos os isolados de A. baumannii resistentes aos carbapenens no HUMV carreavam os

genes blaOXA-24/40 ou blaOXA-51-like-ISAba1, demonstrando serem as duas CHDLs

codificadas por esses genes os meios mais efetivos de aquisição de resistência aos β-

lactâmicos nesses micro-organismos;

Diferentes espécies de Acinetobacter spp., foram encontradas causando infecções nos

últimos cinco anos no HUMV, sendo erroneamente identificadas como sendo

pertencentes ao complexo A. calcoaceticus-baumannii pelo sistema automatizado

MicroScan-WalkAway®;

Conclusões

194

Um isolado de A. junii foi identificado causando ICS em um paciente transplantado de

medula óssea com leucemia linfoblástica aguda, enfatizando a predileção desse micro-

organismo por esse tipo de paciente;

A CHDL OXA-143 somente foi encontrada em hospitais do estado de São Paulo e

raramente no Rio de Janeiro, demonstrando ainda ser um problema isolado,

principalmente em hospitais públicos da região Sudeste;

A OXA-143 demonstrou ser uma CHDL mais antiga do que se esperava, sendo

identificada em isolados de A. baumannii resistentes aos carbapenens no HSP oito anos

antes do que os isolados de A. baumannii produtores de OXA-23. Entretanto a

disseminação dos isolados apresentando o gene blaOXA-143 ocorre de maneira mais lenta

do que aqueles que apresentam o gene blaOXA-23, tendo esses maior sucesso ecológico;

O gene blaOXA-23 entrou no HSP provavelmente somente a partir de 2002, com a inserção

do clone identificado inicialmente em Curitiba, sendo a CHDL mais prevalente no HSP

desde então. Além disso, mostrou-se altamente prevalente e disseminada entre os

isolados de A. baumannii resistentes aos carbapenens nas diferentes regiões

geográficas brasileiras;

Assim como verificado no HUMV, o gene blaOXA-58 foi encontrado em isolados de

Acinetobacter não-baumannii (A. genomic species “Close to 13TU”), sendo a CHDL mais

antiga encontrada no HSP,

Conclusões

195

Pela primeira vez no Brasil foi identificado a carbapenemase IMP-10 em isolados de A.

baumannii, em um pequeno surto ocorrido em agosto de 2000 no HSP;

A IMP-1 ainda é uma importante carbapenemase em isolados de A. baumannii no HSP,

sendo restrita aos hospitais da cidade de São Paulo. Além disso, esse carbapenemase

apresenta uma alta capacidade de se disseminar sendo encontrada em outras espécies

de Acinetobacter não-baumannii;

A primeira variante de OXA-143 (OXA-231) foi descrita na cidade Londrina em um

isolado de A. baumannii, demonstrando a emergência desse cluster de CHDL nas

demais regiões geográficas brasileiras;

Referências Bibliográficas

196

7 - Referências Bibliográficas

Abraham EP e Chain E. 1988. An enzyme from bacteria able to destroy penicillin. 1940. Reviews

of Infectious Diseases. 10(4): 677-678.

Acosta J, Merino M, Viedma E, Poza M, Sanz F, Otero JR, Chaves F, Bou G. 2011. Multidrug-

resistant Acinetobacter baumannii Harboring OXA-24 carbapenemase, Spain. Emerging

infectious diseases. 17:1064-1067.

Afzal-Shah M, Woodford N, Livermore DM. 2001. Characterization of OXA-25, OXA-26, and

OXA-27, molecular class D beta-lactamases associated with carbapenem resistance in clinical

isolates of Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 45(2): 583-588.

Alexander M, Ismail F, Jackman PJ, Noble WC. 1984. Fingerprinting Acinetobacter strains from

clinical sources by numerical analysis of electrophoretic protein patterns. Journal of Medical

Microbiology. 18(1):55-64.

Allen KD, Green HT. 1987. Hospital outbreak of multi-resistant Acinetobacter anitratus: an

airborne mode of spread? The Journal of Hospital Infection. 9(2): 110-119.

Al-Tawfiq JA, Mohandhas TX. 2007. Prevalence of antimicrobial resistance in Acinetobacter

calcoaceticus-baumannii complex in a Saudi Arabian hospital. Infection Control and Hospital

Epidemiology. 28(7): 870-872.

Alvarez-Buylla A, Culebras E, Picazo JJ. 2012. Identification of Acinetobacter species: is Bruker

biotyper MALDI-TOF mass spectrometry a good alternative to molecular techniques? Infection,

Genetics and Evolution. 12(2): 345-349.

Ambler RP. 1980. The structure of beta-lactamases. Philosophical Transactions of the Royal

Society of London. Series B, Biological Sciences. 289(1036): 321-331.

Anandham R, Weon HY, Kim SJ, Kim YS, Kim BY, Kwon SW. 2010. Acinetobacter brisouii sp.

nov., isolated from a wetland in Korea. The Journal of Microbiology. 48(1): 36-39.

Referências Bibliográficas

197

Anstey NM, Currie BJ, Hassell M, Palmer D, Dwyer B, Seifert H. 2002. Community-acquired

bacteremic Acinetobacter pneumonia in tropical Australia is caused by diverse strains of

Acinetobacter baumannii, with carriage in the throat in at-risk groups. Journal of Clinical

Microbiology. 40(2): 685-686.

Antonio CS, Neves PR, Medeiros M, Mamizuka EM, Elmor de Araújo MR, Lincopan N. 2011.

High prevalence of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii carrying the blaOXA-143 gene in

Brazilian hospitals. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(3): 1322-1323.

Arroyo LA, Herrera CM, Fernandez L, Hankins JV, Trent MS, Hancock RE. 2011. The pmrCAB

operon mediates polymyxin resistance in Acinetobacter baumannii ATCC 17978 and clinical

isolates through phosphoethanolamine modification of lipid A. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 55(8): 3743-3751.

Asensio A, Cantón R, Vaqué J, Calbo-Torrecillas F, Herruzo R, Arribas JL, Sáenz MC; and Grupo

de Trabajo EPINE. 2008. [Prevalence of infection by carbapenem-resistant Acinetobacter

baumannii in Spain (1999-2005)]. Enfermedades Infecciosas y Microbiología Clínica. 26(4): 199-

204.

Bae IK, Jang SJ, Kim J, Jeong SH, Cho B, Lee K. 2011. Interspecies dissemination of the bla

gene encoding PER-1 extended-spectrum β-lactamase. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

55(3): 1305-1307.

Barbe V, Vallenet D, Fonknechten N, Kreimeyer A, Oztas S, Labarre L, Cruveiller S, Robert C,

Duprat S, Wincker P, Ornston LN, Weissenbach J, Marlière P, Cohen GN, Médigue C. 2004.

Unique features revealed by the genome sequence of Acinetobacter sp. ADP1, a versatile and

naturally transformation competent bacterium. Nucleic Acids Research. 32(19): 5766-79.

Barreiro C, Martín JF, García-Estrada C. 2012. Proteomics shows new faces for the old penicillin

producer Penicillium chrysogenum. Journal of Biomedicine & Biotechnology. 2012: 105109.

Baumann P, Doudoroff M, Stanier RY. 1968. A study of the Moraxella group. II. Oxidative-

negative species (genus Acinetobacter). Journal of Bacteriology. 95(5): 1520-1541.

Referências Bibliográficas

198

Beceiro A, Fernández-Cuenca F, Ribera A, Martínez-Martínez L, Pascual A, Vila J, Rodríguez-

Baño J, Cisneros JM, Pachón J, Bou G; Spanish Group for Nosocomial Infection (GEIH). 2008.

False extended-spectrum beta-lactamase detection in Acinetobacter spp. due to intrinsic

susceptibility to clavulanic acid. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 61(2): 301-308.

Beceiro A, Llobet E, Aranda J, Bengoechea JA, Doumith M, Hornsey M, Dhanji H, Chart H, Bou

G, Livermore DM, Woodford N. 2011. Phosphoethanolamine modification of lipid A in colistin-

resistant variants of Acinetobacter baumannii mediated by the pmrAB two-component regulatory

system. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(7): 3370-3379.

Beijerinck MW. 1911. Über Pigmentbildung bei Essigbakterien. Zentralbl Bakterio Parasitenkd

Infektionkrs Hyg Abt. 1911: 167-176.

Berg DE, Hershow RC, Ramirez CA, Weinstein RA. 1995. Control of nosocomial infections in an

intensive care unit in Guatemala City. Clinical Infectious Diseases. 21(3): 588-593.

Bergeron J, Ammirati M, Danley D, James L, Norcia M, Retsema J, Strick CA, Su WG, Sutcliffe

J, Wondrack L. 1996. Glycylcyclines bind to the high-affinity tetracycline ribosomal binding site

and evade Tet(M)- and Tet(O)-mediated ribosomal protection. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 40(9): 2226-2228.

Bergogne-Bérézin E, Towner KJ. 1996. Acinetobacter spp. as nosocomial pathogens:

microbiological, clinical, and epidemiological features. Clinical Microbiology Review. 9(2): 148-

165.

Bernards AT, de Beaufort AJ, Dijkshoorn L, van Boven CP. 1997. Outbreak of septicaemia in

neonates caused by Acinetobacter junii investigated by amplified ribosomal DNA restriction

analysis (ARDRA) and four typing methods. Journal of Hospital Infection. 35(2): 129-140.

Bertsche U, Breukink E, Kast T, Vollmer W. 2005. In vitro murein peptidoglycan synthesis by

dimers of the bifunctional transglycosylase-transpeptidase PBP1B from Escherichia coli. The

Journal of Biological Chemistry. 280(45): 38096-38101.

Referências Bibliográficas

199

Bishburg E, Bishburg K. 2009. Minocycline--an old drug for a new century: emphasis on

methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) and Acinetobacter baumannii. International

Journal of Antimicrobial Agents. 34(5): 395-401.

Bogaerts P, Naas T, El Garch F, Cuzon G, Deplano A, Delaire T, Huang TD, Lissoir B, Nordmann

P, Glupczynski Y. 2010. GES extended-spectrum β-lactamases in Acinetobacter baumannii

isolates in Belgium. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 54(11): 4872-4878.

Bonnet R, Marchandin H, Chanal C, Sirot D, Labia R, De Champs C, Jumas-Bilak E, Sirot J.

2002. Chromosome-encoded class D β-lactamase OXA-23 in Proteus mirabilis. Antimicrobial

Agents and Chemotherapy. 46(6): 2004-2006.

Bonnin RA, Nordmann P, Potron A, Lecuyer H, Zahar JR, Poirel L. 2011. Carbapenem-

hydrolyzing GES-type extended-spectrum beta-lactamase in Acinetobacter baumannii.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(1): 349-354.

Bonnin RA, Potron A, Poirel L, Lecuyer H, Neri R, Nordmann P. 2011. PER-7, an extended-

spectrum beta-lactamase with increased activity toward broad-spectrum cephalosporins in

Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(5): 2424-2427.

Boo TW, Crowley B. 2009a. Detection of blaOXA-58 and blaOXA-23-like genes in carbapenem-

susceptible Acinetobacter clinical isolates: should we be concerned? Journal of Medical

Microbiology. 58(Pt 6): 839-841.

Boo TW, Walsh F, Crowley B. 2009b. Molecular characterization of carbapenem-resistant

Acinetobacter species in an Irish university hospital: predominance of Acinetobacter genomic

species 3. Journal of Medical Microbiology. 58(Pt 2): 209-216.

Borer A, Gilad J, Porat N, Megrelesvilli R, Saidel-Odes L, Peled N, Eskira S, Schlaeffer F, Almog

Y. 2007. Impact of 4% chlorhexidine whole-body washing on multidrug-resistant Acinetobacter

baumannii skin colonisation among patients in a medical intensive care unit. Journal of Hospital

Infection. 67(2): 149-155.

Referências Bibliográficas

200

Born P, Breukink E, Vollmer W. 2006. In vitro synthesis of cross-linked murein and its attachment

to sacculi by PBP1A from Escherichia coli. The Journal of biological chemistry. 281(37): 26985-

26993.

Bou G, Oliver A, Martínez-Beltrán J. 2000. OXA-24, a novel class D beta-lactamase with

carbapenemase activity in an Acinetobacter baumannii clinical strain. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 44(6): 1556-1561.

Bou G, Martínez-Beltrán J. 2000. Cloning, nucleotide sequencing, and analysis of the gene

encoding an AmpC beta-lactamase in Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents

Chemotherapy. 44(2): 428-432.

Bouvet PJM, Grimont PAD. 1986. Taxonomy of the Genus Acinetobacter with the Recognition of

Acinetobacter baumannii sp. nov. Acinetobacter haemolyticus sp. nov. Acinetobacter johnsonii

sp. nov. and Acinetobacter junii sp. nov. and Emended Descriptions of Acinetobacter

calcoaceticus and Acinetobacter lwofii. International of Systematic Bacteriology. 36(2): 228-240.

Bouvet PJ, Jeanjean S. 1989. Delineation of new proteolytic genomic species in the genus

Acinetobacter. Research in Microbiology. 140(4-5): 291-299.

Bradford PA. 2001. Extended-Spectrum β-Lactamases in the 21st century: characterization,

epidemiology, and detection of this important resistance threat. Clinical Microbiology Review.

14(4): 933-951.

Bradford PA, Petersen PJ, Young M, Jones CH, Tischler M, O'Connell J. 2005. Tigecycline MIC

testing by broth dilution requires use of fresh medium or addition of the biocatalytic oxygen-

reducing reagent oxyrase to standardize the test method. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 49(9): 3903-3909.

Brasme L, Nordmann P, Fidel F, Lartigue MF, Bajolet O, Poirel L, Forte D, Vernet-Garnier V,

Madoux J, Reveil JC, Alba-Sauviat C, Baudinat I, Bineau P, Bouquigny-Saison C, Eloy C,

Lafaurie C, Siméon D, Verquin JP, Noël F, Strady C, De Champs C. 2007. Incidence of class A

extended-spectrum beta-lactamases in Champagne-Ardenne (France): a 1 year prospective

study. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 60(5): 956-964.

Referências Bibliográficas

201

Brisou J, Prevot AR. 1954. [Studies on bacterial taxonomy. X. The revision of species under

Acromobacter group]. Annales de l'Institut Pasteur (Paris). 86(6): 722-728.

Brown AG, Butterworth D, Cole M, Hanscomb G, Hood JD, Reading C, Rolinson GN. 1976.

Naturally-occurring beta-lactamase inhibitors with antibacterial activity. The Journal of Antibiotics.

29(6): 668-669.

Brown S, Amyes S. 2006. OXA (beta)-lactamases in Acinetobacter: the story so far. Journal of

Antimicrobial Chemotherapy. 57(1): 1-3.

Brown S, Young HK, Amyes SG. 2005. Characterisation of OXA-51, a novel class D

carbapenemase found in genetically unrelated clinical strains of Acinetobacter baumannii from

Argentina. Clinical Microbiology and Infection. 11(1): 15-23.

Bush K, Jacoby GA, Medeiros AA. 1995. A functional classification scheme for β-lactamases and

its correlation with molecular structure. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 39(6):1211-

1233.

Bush K, Jacoby GA. 2010. Updated functional classification of beta-lactamases. Antimicrobial

Agents and Chemotherapy. 54(3): 969-976.

Carneiro M, Barbosa PI, Vespero EC, Tanita MT, Carrilho CM, Perugini M, Saridakis HO,

Possuelo LG, Renner JD, Valim AR, Tognin MC, Martins AF, Barth AL. 2010. Carbapenem-

resistant OXA-23-producing Acinetobacter baumannii isolates causing ventilator-associated

pneumonia. American Journal of Infection Control. 38(8): 667-669.

Carr EL, Kämpfer P, Patel BK, Gürtler V, Seviour RJ. 2003. Seven novel species of Acinetobacter

isolated from activated sludge. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology.

53(Pt 4): 953-963.

Carvalho KR, Carvalho-Assef AP, Peirano G, Santos LC, Pereira MJ, Asensi MD. 2009.

Dissemination of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii genotypes carrying bla(OXA-23)

collected from hospitals in Rio de Janeiro, Brazil. International Journal of Antimicrobial Agents.

34(1): 25-28.

Referências Bibliográficas

202

Cayô R., Calvo J., Fernández-Mazarrasa C., Martínez-Martínez L.. Evaluation of different

Mueller-Hinton agars for disc diffusion susceptibility testing of tigecycline, doxycycline,

minocycline and tetracycline against multiresistant bacteria. In: 20th European Congress of

Clinical Microbiology and Infectious Diseases, 2010, Viena, Austria. 20th European Congress of

Clinical Microbiology and Infectious Diseases, 2010.

Cayô R, Petrolini FVB, Carvalhaes CG, Cardoso JP, Machado AMO, Gales AC. Temporal

Dynamic of Carbapenemase-producing Acinetobacter baumannii (Acb) in a Brazilian Teaching

Hospital Through an 18-Year Period: Earlier Dissemination of blaOXA-143 in Brazil. In: 51st ICAAC

Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 2011a, Chicago, IL. 51st

ICAAC Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 2011a.

Cayô R, Rodríguez MC, Espinal P, Fernández-Cuenca F, Ocampo-Sosa AA, Pascual A, Ayala

JA, Vila J, Martínez-Martínez L. 2011b. Analysis of genes encoding penicillin-binding proteins in

clinical isolates of Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(12):

5907-5913.

Cayô R, Yañez San Segundo L, Pérez del Molino Bernal IC, García de la Fuente C, Bermúdez

Rodríguez MA, Calvo J, Martínez-Martínez L. 2011. Bloodstream infection caused by

Acinetobacter junii in a patient with acute lymphoblastic leukaemia after allogenic haematopoietic

cell transplantation. Journal of Medical Microbiology. 60(Pt 3): 375-377.

Celenza G, Pellegrini C, Caccamo M, Segatore B, Amicosante G, Perilli M. 2006. Spread of

bla(CTX-M-type) and bla(PER-2) beta-lactamase genes in clinical isolates from Bolivian

hospitals. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 57(5): 975-978.

Chambers HF. 2006. Ceftobiprole: in-vivo profile of a bactericidal cephalosporin. Clinical

Microbiology and Infection. 12 (Suppl 2):17-22.

Chan PC, Huang LM, Lin HC, Chang LY, Chen ML, Lu CY, Lee PI, Chen JM, Lee CY, Pan HJ,

Wang JT, Chang SC, Chen YC. 2007. Control of an outbreak of pandrug-resistant Acinetobacter

baumannii colonization and infection in a neonatal intensive care unit. Infection Control and

Hospital Epidemiology. 28(4): 423-429.

Referências Bibliográficas

203

Chang HC, Wei YF, Dijkshoorn L, Vaneechoutte M, Tang CT, Chang TC. 2005. Species-level

identification of isolates of the Acinetobacter calcoaceticus-Acinetobacter baumannii complex by

sequence analysis of the 16S-23S rRNA gene spacer region. Journal of Clinical Microbiology.

43(4):1632-1639.

Chau SL, Chu YW, Houang ET. 2004. Novel resistance-nodulation-cell division efflux system

AdeDE in Acinetobacter genomic DNA group 3. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 48(10):

4054-4055.

Chaudhary HJ, Peng G, Hu M, He Y, Yang L, Luo Y, Tan Z. 2012. Genetic Diversity of

Endophytic Diazotrophs of the Wild Rice, Oryza alta and Identification of the New Diazotroph,

Acinetobacter oryzae sp. nov. Microbial Ecology. 63(4): 813-821.

Chen TL, Lee YT, Kuo SC, Hsueh PR, Chang FY, Siu LK, Ko WC, Fung CP. 2010. Emergence

and Distribution of Plasmids Bearing the blaOXA-51-like gene with an upstream ISAba1 in

carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii isolates in Taiwan. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 54(11): 4575-4581.

Chim H, Tan BH, Song C. 2007. Five-year review of infections in a burn intensive care unit: High

incidence of Acinetobacter baumannii in a tropical climate. Burns. 33(8): 1008-1014.

Chopra I. 2001. Glycylcyclines: third-generation tetracycline antibiotics. Current Opinion in

Pharmacology. 1(5): 464-469.

Chopra I, Hawkey PM, Hinton M. 1992. Tetracyclines, molecular and clinical aspects. Journal of

Antimicrobial Chemotherapy. 29(3): 245-277.

Chopra I, Roberts M. 2001. Tetracycline antibiotics: mode of action, applications, molecular

biology, and epidemiology of bacterial resistance. Microbiology and Molecular Biology Reviews.

65(2): 232-260.

Chow JW, Perri MB, Thal LA, Zervos MJ. 1993. Mobilization of the penicillinase gene in

Enterococcus faecalis. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 37(5): 1187-1189.

Referências Bibliográficas

204

Chu YW, Chau SL, Houang ET. 2006. Presence of active efflux systems AdeABC, AdeDE and

AdeXYZ in different Acinetobacter genomic DNA groups. Journal of Medical Microbiology. 55(Pt

4): 477-478.

Chung KT, Ferris DH. 1996. "Martinus Willem Beijerinck (1851-1931): Pioneer of General

Microbiology". ASM News (Washington, D.C.: American Society For Microbiology). 62(10): 539-

543.

Clemente WT, Paião ID, Medeiros M, Braga ML, Neves FC, Lincopan N. Fatal Outbreak of OXA-

143-Producing Acinetobacter baumannii in Belo Horizonte, Brazil. In: 51st ICAAC Interscience

Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 2011, Chicago, IL. 51st ICAAC

Interscience Conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy, 2011.

Clinical Laboratory Standard Institute. 2012. Performance Standards for antimicrobial

susceptibility testing - Twenty-Second edition. Informational Supplement M100-S22. CLSI,

Wayne, PA, USA.

Cornaglia G, Akova M, Amicosante G, Cantón R, Cauda R, Docquier JD, Edelstein M, Frère JM,

Fuzi M, Galleni M, Giamarellou H, Gniadkowski M, Koncan R, Libisch B, Luzzaro F, Miriagou V,

Navarro F, Nordmann P, Pagani L, Peixe L, Poirel L, Souli M, Tacconelli E, Vatopoulos A,

Rossolini GM; ESCMID Study Group for Antimicrobial Resistance Surveillance (ESGARS). 2007.

Metallo-beta-lactamases as emerging resistance determinants in Gram-negative pathogens:

open issues. International Journal of Antimicrobial Agents. 29(4): 380-388.

Cornaglia G, Giamarellou H, Rossolini GM. 2011. Metallo-β-lactamases: a last frontier for β-

lactams? The Lancet Infectious Diseases. 11(5): 381-393.

Costa SF, Woodcock J, Gill M, Wise R, Barone AA, Caiaffa H, Levin AS. 2000. Outer-membrane

proteins pattern and detection of beta-lactamases in clinical isolates of imipenem-resistant

Acinetobacter baumannii from Brazil. Int J Antimicrob Agents.13(3): 175-182.

Coyne S, Courvalin P, Périchon B. 2011. Efflux-mediated antibiotic resistance in Acinetobacter

spp. Antimicrobial Agents Chemotherapy. 55(3): 947-953.

Referências Bibliográficas

205

Coyne S, Guigon G, Courvalin P, Périchon B. 2010a. Screening and quantification of the

expression of antibiotic resistance genes in Acinetobacter baumannii with a microarray.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 54(1): 333-340.

Coyne S, Rosenfeld N, Lambert T, Courvalin P, Périchon B. 2010b. Overexpression of

resistance-nodulation-cell division pump AdeFGH confers multidrug resistance in Acinetobacter

baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 54(10): 4389-4393.

Cunha BA. 2002. Ertapenem. A review of its microbiologic pharmacokinetic and clinical aspects.

Drugs of Today. 38(3): 195-213.

Cuzon G, Naas T, Truong H, Villegas MV, Wisell KT, Carmeli Y, Gales AC, Venezia SN, Quinn

JP, Nordmann P. 2010. Worldwide diversity of Klebsiella pneumoniae that produce beta-

lactamase blaKPC-2 gene. Emerging Infectious Diseases. 16(9): 1349-1356.

Dalla-Costa LM, Coelho JM, Souza HA, Castro ME, Stier CJ, Bragagnolo KL, Rea-Neto A,

Penteado-Filho SR, Livermore DM, Woodford N. 2003. Outbreak of carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 enzyme in Curitiba, Brazil. Journal of Clinical

Microbiology. 41(7): 3403-3406.

Damier-Piolle L, Magnet S, Brémont S, Lambert T, Courvalin P. 2008. AdeIJK, a resistance-

nodulation-cell division pump effluxing multiple antibiotics in Acinetobacter baumannii.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 52(2): 557-562.

D'Andrea MM, Giani T, D'Arezzo S, Capone A, Petrosillo N, Visca P, Luzzaro F, Rossolini GM.

2009. Characterization of pABVA01, a plasmid encoding the OXA-24 carbapenemase from Italian

isolates of Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 53(8): 3528-3533.

Da Silva GJ, Quinteira S, Bértolo E, Sousa JC, Gallego L, Duarte A, Peixe L; Portugese

Resistance Study Group. 2004. Long-term dissemination of an OXA-40 carbapenemase-

producing Acinetobacter baumannii clone in the Iberian Peninsula. Journal of Antimicrobial

Chemotherapy. 54(1): 255-258.

Referências Bibliográficas

206

De Bord GG. 1939. Organisms invalidating the diagnosis of gonorrhea by the smear method.

Journal of Bacteriology. 38: 119-120.

Den Blaauwen T, Aarsman ME, Vischer NO, Nanninga N. 2003. Penicillin-binding protein PBP2

of Escherichia coli localizes preferentially in the lateral wall and at mid-cell in comparison with the

old cell pole. Molecular Microbiology. 47(2): 539-547.

Denton M, Wilcox MH, Parnell P, Green D, Keer V, Hawkey PM, Evans I, Murphy P. 2004. Role

of environmental cleaning in controlling an outbreak of Acinetobacter baumannii on a

neurosurgical intensive care unit. Journal of Hospital Infection. 56(2):106-110.

de Oliveira Garcia D, Doi Y, Szabo D, Adams-Haduch JM, Vaz TM, Leite D, Padoveze MC, Freire

MP, Silveira FP, Paterson DL. 2008. Multiclonal outbreak of Klebsiella pneumoniae producing

extended-spectrum beta-lactamase CTX-M-2 and novel variant CTX-M-59 in a neonatal intensive

care unit in Brazil. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 52(5): 1790-1793.

de Vegas EZ, Nieves B, Araque M, Velasco E, Ruiz J, Vila J. 2006. Outbreak of infection with

Acinetobacter strain RUH 1139 in an intensive care unit. Infection Control and Hospital

Epidemiology. 27(4): 397-403.

Dijkshoorn L, Michel MF, Degener JE. 1987. Cell envelope protein profiles of Acinetobacter

calcoaceticus strains isolated in hospitals. Journal of Medical Microbiology. 23(4): 313-319.

Dijkshoorn L, Nemec A. The. Diversity of the Genus Acinetobacter. In: Acinetobacter Molecular

Microbiology By Ulrike Gerische. 1 ed. Caister Academic Press, Norfolk, UK, 2008; 1-35.

Dijkshoorn L, Tjernberg I, Pot B, Michel MF, Ursing J, Kersters K. 1990. Numerical analysis of cell

envelope protein profiles of Acinetobacter strains classified by DNA–DNA hybridization.

Systematic and Applied Microbiology. 13:338-334.

Drancourt M, Raoult D. 2002. rpoB gene sequence-based identification of Staphylococcus

species. Journal of Clinical Microbiology. 40(4): 1333-1338.

Referências Bibliográficas

207

Dolzani L, Tonin E, Lagatolla C, Prandin L, Monti-Bragadin C. 1995. Identification of

Acinetobacter isolates in the A. calcoaceticus-A. baumannii complex by restriction analysis of the

16S-23S rRNA intergenic-spacer sequences. Journal of Clinical Microbiology. 33(5):1108-1113.

Dowson CG, Hutchison A, Woodford N, Johnson AP, George RC, Spratt BG. 1990. Penicillin-

resistant viridans streptococci have obtained altered penicillin-binding protein genes from

penicillin-resistant strains of Streptococcus pneumoniae. Proceedings of the National Academy of

Sciences of the United States of America. 87(15): 5858-5862.

Dupont M, Pages JM, Lafitte D, Siroy A, Bollet C. Identification of an OprD homologue in

Acinetobacter baumannii. Journal of Proteome Research. 2005; 4(6):2386-2390.

Endimiani A, Luzzaro F, Migliavacca R, Mantengoli E, Hujer AM, Hujer KM, Pagani L, Bonomo

RA, Rossolini GM, Toniolo A. 2007. Spread in an Italian hospital of a clonal Acinetobacter

baumannii strain producing the TEM-92 extended-spectrum beta-lactamase. Antimicrobial Agents

and Chemotherapy. 51(6): 2211-2214.

Endo S, Sasano M, Yano H, Inomata S, Ishibashi N, Aoyagi T, Hatta M, Gu Y, Yamada M,

Tokuda K, Kitagawa M, Kunishima H, Hirakata Y, Kaku M. IMP-1-producing carbapenem-

resistant Acinetobacter ursingii from Japan. Journal of Antimicrobial and Chemotherapy. 2012

Jun 25. [Epub ahead of print].

Espinal P, Seifert H, Dijkshoorn L, Vila J, Roca I. Rapid and accurate identification of genomic

species from the Acinetobacter baumannii (Ab) group by MALDI-TOF MS. Clinical Microbiology

Infection. 2011 Oct 13. doi: 10.1111/j.1469-0691.2011.03696.x. [Epub ahead of print].

Euzéby JP. 1997. List of Bacterial Names with Standing in Nomenclature: a folder available on

the Internet. International Journal of Systematic Bacteriology. 47(2):590-592.

Falagas ME, Bliziotis IA, Siempos II. 2006a. Attributable mortality of Acinetobacter baumannii

infections in critically ill patients: a systematic review of matched cohort and case-control studies.

Critical Care. 10(2): R48.

Referências Bibliográficas

208

Falagas ME, Kasiakou SK. 2006b. Toxicity of polymyxins: a systematic review of the evidence

from old and recent studies. Critical Care. 10(1): R27.

Falagas ME, Rafailidis PI, Ioannidou E, Alexiou VG, Matthaiou DK, Karageorgopoulos DE,

Kapaskelis A, Nikita D, Michalopoulos A. 2010a. Colistin therapy for microbiologically

documented multidrug-resistant Gram-negative bacterial infections: a retrospective cohort study

of 258 patients. International Journal of Antimicrobial Agents. 35(2): 194-199.

Falagas ME, Rafailidis PI, Matthaiou DK. 2010b. Resistance to polymyxins: Mechanisms,

frequency and treatment options. Drug Resistance Updates. 13(4-5): 132-138.

Fernández-Cuenca F, Martínez-Martínez L, Conejo MC, Ayala JA, Perea EJ, Pascual A. 2003.

Relationship between beta-lactamase production, outer membrane protein and penicillin-binding

protein profiles on the activity of carbapenems against clinical isolates of Acinetobacter

baumannii. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 51(3): 565-5674.

Fernández-Cuenca F, Pascual A, Ribera A, Vila J, Bou G, Cisneros JM, Rodríguez-Baño J,

Pachón J, Martínez-Martínez L; Grupo de Estudio de Infección Hospitalaria. 2004. [Clonal

diversity and antimicrobial susceptibility of Acinetobacter baumannii isolated in Spain. A

nationwide multicenter study: GEIH-Ab project (2000)]. Enfermedades Infecciosas y

Microbiología Clínica. 22(5): 267-271.

Fernández-Cuenca F, Rodríguez-Martínez JM, Gómez-Sánchez MA, de Alba PD, Infante-

Martínez V, Pascual A. 2012. Production of a plasmid-encoded OXA-72 β-lactamase associated

with resistance to carbapenems in a clinical isolate Acinetobacter junii. International Journal of

Antimicrobial Agents. 39(1): 93-94.

Fernández-Mazarrasa C, Mazarrasa O, Calvo J, del Arco A, Martínez-Martínez L. 2009. High

concentrations of manganese in Mueller-Hinton agar increase MICs of tigecycline determined by

Etest. Journal of Clinical Microbiology. 47(3): 827-829.

Ferreira AE, Marchetti DP, De Oliveira LM, Gusatti CS, Fuentefria DB, Corção G. 2011. Presence

of OXA-23-producing isolates of Acinetobacter baumannii in wastewater from hospitals in

southern Brazil. Microbial Drug Resistance. 17(2): 221-227.

Referências Bibliográficas

209

Figueiredo DQ, Santos KR, Pereira EM, Schuenck RP, Mendonça-Souza CR, Teixeira LM,

Mondino SS. 2011. First report of the bla(OXA-58) gene in a clinical isolate of Acinetobacter

baumannii in Rio de Janeiro, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. 106(3): 368-70.

Filka J, Huttova M, Schwartzová D, Kurak M, Krcméryová T, Tuharský J, Kralinský K, Sagát T,

Krcmérý V Jr. 2000. Nosocomial meningitis due to Acinetobacter calcoaceticus in 10 children

after ventriculoperitoneal shunt insertion. Journal of Hospital Infection. 44(1): 76-77.

Fishbain J, Peleg AY. 2010. Treatment of Acinetobacter infections. Clinical Infectious Diseases.

51(1): 79-84.

Forster DH, Daschner FD. 1998. Acinetobacter species as nosocomial pathogens. European

Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases. 17(2):73-77.

Fournier PE, Richet H. 2006. The epidemiology and control of Acinetobacter baumannii in health

care facilities. Clinical Infectious Diseases. 42(5): 692-699.

Fredrickson AG, Stephanopoulos G. 1981. Microbial competition. Science. 213(4511): 972-979.

Friedland I, Stinson L, Ikaiddi M, Harm S, Woods GL. 2003. Phenotypic antimicrobial resistance

patterns in Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter: results of a Multicenter Intensive Care

Unit Surveillance Study, 1995-2000. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 45(4): 245-

250.

Furtado GH, Cavalcante AC, Medeiros EA, Gales AC, Oliveira VG, Girardelo R. 2011.

Bloodstream infections with OXA-23-producing Acinetobacter baumannii isolates in a university-

affiliated hospital in Brazil: epidemiology and clinical outcomes. American Journal of Infection

Control. 39(8): 706-708.

Fu Y, Du X, Ji J, Chen Y, Jiang Y, Yu Y. 2012. Epidemiological characteristics and genetic

structure of blaNDM-1 in non-baumannii Acinetobacter spp. in China. Journal of Antimicrobial

Chemotherapy. 67(9): 2114-2122.

Referências Bibliográficas

210

Gales AC, Castanheira M, Jones RN, Sader HS. 2012. Antimicrobial resistance among Gram-

negative bacilli isolated from Latin America: results from SENTRY Antimicrobial Surveillance

Program (Latin America, 2008-2010). Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 73(4): 354-

360.

Gales AC, Jones RN, Sader HS. 2006. Global assessment of the antimicrobial activity of

polymyxin B against 54 731 clinical isolates of Gram-negative bacilli: report from the SENTRY

antimicrobial surveillance programme (2001-2004). Clinical Microbiology and Infection. 12(4):

315-321.

Gales AC, Jones RN, Sader HS. 2011. Contemporary activity of colistin and polymyxin B against

a worldwide collection of Gram-negative pathogens: results from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program (2006-09). Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 66(9): 2070-2074.

Gales AC, Mendes RE, Castrucci FM, Cayô R, Jones RN, Sader HS. Adquired Carbapenem

Hydrolyzing Lactamases among Clinical Strains of spp. from Latin America: Report from the

SENTRY Antimicrobial Program. In: 48th Interscience Conference of Antimicrobial Agents and

Chemotherapy (ICAAC) and 46th Annual Infectious Diseases Society of America (IDSA), 2008,

Washington, DC. 48th Interscience Conference of Antimicrobial Agents and Chemotherapy

(ICAAC) and 46th Annual Infectious Diseases Society of America (IDSA).

Gales AC, Tognim MC, Reis AO, Jones RN, Sader HS. 2003. Emergence of an IMP-like metallo-

enzyme in an Acinetobacter baumannii clinical strain from a Brazilian teaching hospital.

Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 45(1): 77-79.

Gallagher JC, Rouse HM. 2008. Tigecycline for the treatment of Acinetobacter infections: a case

series. The Annals of Pharmacotherapy. 42(9): 1188-1194.

Garrigós C, Murillo O, Euba G, Verdaguer R, Tubau F, Cabellos C, Cabo J, Ariza J. 2011.

Efficacy of tigecycline alone and with rifampin in foreign-body infection by methicillin-resistant

Staphylococcus aureus. The Journal of Infection. 63(3): 229-235.

Garrison MW, Mutters R, Dowzicky MJ. 2009. In vitro activity of tigecycline and comparator

agents against a global collection of Gram-negative and Gram-positive organisms: tigecycline

Referências Bibliográficas

211

Evaluation and Surveillance Trial 2004 to 2007. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease.

65(3): 288-299.

Gehrlein M, Leying H, Cullmann W, Wendt S, Opferkuch W. 1991. Imipenem resistance in

Acinetobacter baumannii is due to altered penicillin-binding proteins. Chemotherapy. 37(6):405-

412.

Gerner-Smidt P, Tjernberg I, Ursing J. 1991. Reliability of phenotypic tests for identification of

Acinetobacter species. Journal of Clinical Microbiology. 29(2): 277-282.

Getchell-White SI, Donowitz LG, Gröschel DH. 1989. The inanimate environment of an intensive

care unit as a potential source of nosocomial bacteria: evidence for long survival of Acinetobacter

calcoaceticus. Infection Control and Hospital Epidemiology. 10(9): 402-407.

Ghazawi A, Sonnevend A, Bonnin RA, Poirel L, Nordmann P, Hashmey R, Rizvi TA, B Hamadeh

M, Pál T. 2012. NDM-2 carbapenemase-producing Acinetobacter baumannii in the United Arab

Emirates. Clinical Microbiology and Infection. 18(2): E34-6.

Ghosh AS, Chowdhury C, Nelson DE. 2008. Physiological functions of D-alanine

carboxypeptidases in Escherichia coli. Trends in Microbiology. 16(7): 309-317.

Girardello R, Bispo PJ, Yamanaka TM, Gales AC. 2012. Cation concentration variability of four

distinct mueller-hinton agar brands influences polymyxin B susceptibility results. Journal of

Clinical Microbiology. 50(7): 2414-2418.

Gionco B, Pelayo JS, Venancio EJ, Cayô R, Gales AC, Carrara-Marroni FE. Detection of OXA-

231, a new variant of blaOXA-143, in Acinetobacter baumannii from Brazil: a case report. Journal

of Antimicrobial and Chemotherapy. 2012 Jun 26. [Epub ahead of print].

Goffin C, Ghuysen JM. 1998. Multimodular penicillin-binding proteins: an enigmatic family of

orthologs and paralogs. Microbiology and Molecular Biology Reviews. 62(4): 1079-1093.

Referências Bibliográficas

212

Goldstein EJ, Citron DM, Vreni Merriam C, Warren Y, Tyrrell KL. 2000. Comparative In vitro

activities of ertapenem (MK-0826) against 1,001 anaerobes isolated from human intra-abdominal

infections. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 44(9): 2389-2394.

Goic-Barisic I, Towner KJ, Kovacic A, Sisko-Kraljevic K, Tonkic M, Novak A, Punda-Polic V.

2011. Outbreak in Croatia caused by a new carbapenem-resistant clone of Acinetobacter

baumannii producing OXA-72 carbapenemase. Journal of Hospital Infection. 77(4): 368-369.

Gopal L, Ramaswamy AA, Madhavan HN, Saswade M, Battu RR. 2000. Postoperative

endophthalmitis caused by sequestered Acinetobacter calcoaceticus. American Journal of

Ophthalmology. 129(3): 388-390.

Griffith ME, Yun HC, Horvath LL, Murray CK. 2008. Minocycline therapy for traumatic wound

infections caused by the multidrug-resistant Acinetobacter baumannii–Acinetobacter

calcoaceticus complex. Infectious Diseases in Clinical Practice. 16: 16-19.

Grimont PAD, Popoff MY, Grimont F, Coynault C, Lemelin M. 1980. Reproducibility and

correlation study of three deoxyribonucleic acid hybridization procedures. Current Microbiology. 4:

325-330.

Grosso F, Carvalho KR, Quinteira S, Ramos A, Carvalho-Assef AP, Asensi MD, Peixe L. 2011a.

OXA-23-producing Acinetobacter baumannii: a new hotspot of diversity in Rio de Janeiro?

Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 66(1): 62-65.

Grosso F, Quinteira S, Peixe L. 2011b. Understanding the dynamics of imipenem-resistant

Acinetobacter baumannii lineages within Portugal. Clinical Microbiology and Infection. 17(8):

1275-1279.

Guenthner SH, Hendley JO, Wenzel RP. 1987. Gram-negative bacilli as nontransient flora on the

hands of hospital personnel. Journal of Clinical Microbiology. 25(3): 488-490.

Gundi VA, Dijkshoorn L, Burignat S, Raoult D, La Scola B. 2009. Validation of partial rpoB gene

sequence analysis for the identification of clinically important and emerging Acinetobacter

species. Microbiology. 155(Pt 7): 2333-2341.

Referências Bibliográficas

213

Hammond ML. 2004. Ertapenem: a Group 1 carbapenem with distinct antibacterial and

pharmacological properties. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 53(Suppl2): ii7-ii-9.

Hanlon GW. 2005. The emergence of multidrug resistant Acinetobacter species: a major concern

in the hospital setting. Letters in Applied Microbiology. 41(5):375-378.

Henwood CJ, Gatward T, Warner M, James D, Stockdale MW, Spence RP, Towner KJ,

Livermore DM, Woodford N. 2002. Antibiotic resistance among clinical isolates of Acinetobacter

in the UK, and in vitro evaluation of tigecycline (GAR-936). Journal of Antimicrobial and

Chemotherapy. 49(3): 479-487.

Héritier C, Poirel L, Aubert D, Nordmann P. 2003. Genetic and functional analysis of the

chromosome-encoded carbapenem-hydrolyzing oxacillinase OXA-40 of Acinetobacter baumannii.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 47(1): 268-273.

Higgins PG, Dammhayn C, Hackel M, Seifert H. 2010a. Global spread of carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 65(2):233-238.

Higgins PG, Poirel L, Lehmann M, Nordmann P, Seifert H. 2009. OXA-143, a novel carbapenem-

hydrolyzing class D beta-lactamase in Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 53(12): 5035-5038.

Higgins PG, Schneiders T, Hamprecht A, Seifert H. 2010b. In vivo selection of a missense

mutation in adeR and conversion of the novel blaOXA-164 gene into blaOXA-58 in carbapenem-

resistant Acinetobacter baumannii isolates from a hospitalized patient. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 54(12): 5021-5027.

Higgins PG, Wisplinghoff H, Stefanik D, Seifert H. 2004. Selection of topoisomerase mutations

and overexpression of adeB mRNA transcripts during an outbreak of Acinetobacter baumannii.

Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 54(4): 821-823.

Horadam VW, Smilack JD, Montgomery CL, Werringloer J. 1980. In vitro activity of N-formimidoyl

thienamycin (MK0787), a crystalline derivative of thienamycin. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 18(4): 557-561.

Referências Bibliográficas

214

Howard A, O'Donoghue M, Feeney A, Sleator RD. 2012. Acinetobacter baumannii: An emerging

opportunistic pathogen. Virulence. 3(3). [Epub ahead of print].

Huang L, Sun L, Xu G, Xia T. 2008. Differential susceptibility to carbapenems due to the AdeABC

efflux pump among nosocomial outbreak isolates of Acinetobacter baumannii in a Chinese

hospital. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 62 (3):326-332.

Hujer KM, Hamza NS, Hujer AM, Perez F, Helfand MS, Bethel CR, Thomson JM, Anderson VE,

Barlow M, Rice LB, Tenover FC, Bonomo RA. 2005. Identification of a new allelic variant of the

Acinetobacter baumannii cephalosporinase, ADC-7 beta-lactamase: defining a unique family of

class C enzymes. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 49(7): 2941-2948.

Hunt JP, Buechter KJ, Fakhry SM. 2000. Acinetobacter calcoaceticus pneumonia and the

formation of pneumatoceles. The Journal of Trauma. 48(5): 964-970.

Hu WS, Yao S-M, Fung C-P, Hsieh Y-P, Liu C-P, Lin J-F. 2007. An OXA-66/OXA-51-like

carbapenemase and possibly an efllux pump are associated with resistance to imipenem in

Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 51(11):3844-3852.

Ibrahim A, Gerner-Smidt P, Liesack W. 1997. Phylogenetic relationship of the twenty-one DNA

groups of the genus Acinetobacter as revealed by 16S ribosomal DNA sequence analysis.

International Journal of Systematic Bacteriology. 47(3): 837-841.

Ino T, Nishimura Y. 1989. Taxonomic studies of Acinetobacter species based on outer membrane

protein patterns. The Journal of General and Applied Microbiology. 16: 213-224.

Iso Y, Irie T, Iwaki T, Kii M, Sendo Y, Motokawa K, Nishitani Y. 1996. Synthesis and modification

of a novel 1 beta-methyl carbapenem antibiotic, S-4661. The Journal of Antibiotics. 49(5): 478-

484.

Jacoby GA. 2009. AmpC beta-lactamases. Clinical Microbiology Reviews. 22(1): 161-182.

Referências Bibliográficas

215

Janssen P, Coopman R, Huys G, Swings J, Bleeker M, Vos P, Zabeau M, Kersters K. Evaluation

of the DNA fingerprinting method AFLP as an new tool in bacterial taxonomy. Microbiology. 1996.

142(Pt 7): 1881-1893.

Jawad A, Heritage J, Snelling AM, Gascoyne-Binzi DM, Hawkey PM. 1996. Influence of relative

humidity and suspending menstrua on survival of Acinetobacter spp. on dry surfaces. Journal of

Clinical Microbiology. 34(12): 2881-2887.

Jawad A, Seifert H, Snelling AM, Heritage J, Hawkey PM. 1998. Survival of Acinetobacter

baumannii on dry surfaces: comparison of outbreak and sporadic isolates. Journal of Clinical

Microbiology. 36(7): 1938-1941.

Jellison TK, Mckinnon PS, Rybak MJ. 2001. Epidemiology, resistance, and outcomes of

Acinetobacter baumannii bacteremia treated with imipenem-cilastatin or ampicillin-sulbactam.

Pharmacotherapy. 21(2):142-148.

Jones RN. 1998. Important and emerging beta-lactamase-mediated resistances in hospital-based

pathogens: the AmpC enzymes. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 31(3): 461-466.

Juni E. 1978. Genetics and physiology of Acinetobacter. Annual Review of Microbiology. 32: 349-

371.

Jump RL, Li Y, Pultz MJ, Kypriotakis G, Donskey CJ. 2011. Tigecycline exhibits inhibitory activity

against Clostridium difficile in the colon of mice and does not promote growth or toxin production.

Antimicrobial Agents Chemotherapy. 55(2): 546-549.

Kang YS, Jung J, Jeon CO, Park W. 2011. Acinetobacter oleivorans sp. nov. is capable of

adhering to and growing on diesel-oil. The Journal of Microbiology. 49(1): 29-34.

Kallel H, Hergafi L, Bahloul M, Hakim A, Dammak H, Chelly H, Hamida CB, Chaari A, Rekik N,

Bouaziz M. 2007. Safety and efficacy of colistin compared with imipenem in the treatment of

ventilator-associated pneumonia: a matched case-control study. Intensive Care Medicine. 33(7):

1162-1167.

Referências Bibliográficas

216

Karageorgopoulos DE, Kelesidis T, Kelesidis I, Falagas ME. 2008. Tigecycline for the treatment

of multidrug-resistant (including carbapenem-resistant) Acinetobacter infections: a review of the

scientific evidence. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 62(1): 45-55.

Kempf M, Bakour S, Flaudrops C, Berrazeg M, Brunel JM, Drissi M, Mesli E, Touati A, Rolain JM.

2012a. Rapid detection of carbapenem resistance in Acinetobacter baumannii using matrix-

assisted laser desorption ionization-time of flight mass spectrometry. PLoS One. 7(2): e31676.

Kempf M, Rolain JM. 2012b. Emergence of resistance to carbapenems in Acinetobacter

baumannii in Europe: clinical impact and therapeutic options. International Journal of

Antimicrobial Agents. 39(2): 105-114.

Khamis A, Raoult D, La Scola B. 2004. rpoB gene sequencing for identification of

Corynebacterium species. Journal of Clinical Microbiology. 42(9): 3925-3931.

Kilic A, Li H, Mellmann A, Basustaoglu AC, Kul M, Senses Z, Aydogan H, Stratton CW, Harmsen

D, Tang YW. 2008. Acinetobacter septicus sp. nov. association with a nosocomial outbreak of

bacteremia in a neonatal intensive care unit. Journal of Clinical Microbiology. 46(3): 902-908.

Kim D, Baik KS, Kim MS, Park SC, Kim SS, Rhee MS, Kwak YS, Seong CN. 2008. Acinetobacter

soli sp. nov., isolated from forest soil. The Journal of Microbiology. 46(4): 396-401.

Kim CK, Lee Y, Lee H, Woo GJ, Song W, Kim MN, Lee WG, Jeong SH, Lee K, Chong Y. 2010.

Prevalence and diversity of carbapenemases among imipenem-nonsusceptible Acinetobacter

isolates in Korea: emergence of a novel OXA-182. Diagnostic Microbiology and Infectious

Disease. 68(4): 432-438.

Ko KS, Suh JY, Kwon KT, Jung SI, Park KH, Kang CI, Chung DR, Peck KR, Song JH. 2007. High

rates of resistance to colistin and polymyxin B in subgroups of Acinetobacter baumannii isolates

from Korea. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 60(5): 1163-1167.

Koch-Weser J, Sidel VW, Federman EB, Kanarek P, Finer DC, Eaton AE. 1970. Adverse effects

of sodium colistimethate. Manifestations and specific reaction rates during 317 courses of

therapy. Annals of Internal Medicine. 72(6): 857-868.

Referências Bibliográficas

217

Koh TH, Tan TT, Khoo CT, Ng SY, Tan TY, Hsu LY, Ooi EE, Van Der Reijden TJ, Dijkshoorn L.

2012. Acinetobacter calcoaceticus-Acinetobacter baumannii complex species in clinical

specimens in Singapore. Epidemiology and Infection. 140(3): 535-538.

Krawczyk B, Lewandowski K, Kur J. 2002. Comparative studies of the Acinetobacter genus and

the species identification method based on the recA sequences. Molecular and Cellular Probes.

16(1): 1-11.

Kuga A, Okamoto R, Inoue M. 2000. ampR gene mutations that greatly increase class C beta-

lactamase activity in Enterobacter cloacae. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 44(3): 561-

567.

Lai CC, Hsu HL, Tan CK, Tsai HY, Cheng A, Liu CY, Huang YT, Liao CH, Sheng WH, Hsueh PR.

Recurrent bacteremia caused by Acinetobacter calcoaceticus-Acinetobacter baumannii complex.

Journal of Clinical Microbiology. 2012 Jul 3. [Epub ahead of print].

La Scola B, Fournier PE, Brouqui P, Raoult D. 2001. Detection and culture of Bartonella quintana,

Serratia marcescens, and Acinetobacter spp. from decontaminated human body lice. Journal of

Clinical Microbiology. 39(5): 1707-1709.

La Scola B, Gundi VA, Khamis A, Raoult D. 2006. Sequencing of the rpoB gene and flanking

spacers for molecular identification of Acinetobacter species. Journal of Clinical Microbiology.

44(3): 827-832.

Ledermann DW. 2007. Acinetobacter lwoffii and anitratus. Revista Chilena de Infectología. 24(1):

76-80.

Lee HJ, Lee SS. 2010. Acinetobacter kyonggiensis sp. nov., a β-glucosidase-producing

bacterium, isolated from sewage treatment plant. The Journal of Microbiology. 48(6): 754-759.

Lee JS, Lee KC, Kim KK, Hwang IC, Jang C, Kim NG, Yeo WH, Kim BS, Yu YM, Ahn JS. 2009.

Acinetobacter antiviralis sp. nov., from Tobacco plant roots. Journal of Microbiology and

Biotechnology. 19(3): 250-256.

Referências Bibliográficas

218

Lee NY, Lee HC, Ko NY, Chang CM, Shih HI, Wu CJ, Ko WC. 2007. Clinical and economic

impact of multidrug resistance in nosocomial Acinetobacter baumannii bacteremia. Infection

Control and Hospital Epidemiology. 28(6): 713-719.

Lee YC, Huang YT, Tan CK, Kuo YW, Liao CH, Lee PI, Hsueh PR. 2011. Acinetobacter

baumannii and Acinetobacter genospecies 13TU and 3 bacteraemia: comparison of clinical

features, prognostic factors and outcomes. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 66(8): 1839-

1846.

Lee YT, Kuo SC, Chiang MC, Yang SP, Chen CP, Chen TL, Fung CP. 2012. Emergence of

carbapenem-resistant non-baumannii species of Acinetobacter harboring a blaOXA-51-like gene that

is intrinsic to A. baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 56(2):1124-1127.

Levin AS, Levy CE, Manrique AE, Medeiros EA, Costa SF. 2003. Severe nosocomial infections

with imipenem-resistant Acinetobacter baumannii treated with ampicillin/sulbactam. International

Journal of Antimicrobial Agents. 21(1): 58-62.

Ligozzi M, Pittaluga F, Fontana R. 1996. Modification of penicillin-binding protein 5 associated

with high-level ampicillin resistance in Enterococcus faecium. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 40(2): 354-357.

Limansky AS, Mussi MA, Viale AM. Loss of a 29-kilodalton outer membrane protein in

Acinetobacter baumannii is associated with imipenem resistance. Journal of Clinical Microbiology.

2002; 40(12):4476-4478.

Lincopan N, Leis R, Vianello MA, de Araújo MR, Ruiz AS, Mamizuka EM. 2006. Enterobacteria

producing extended-spectrum beta-lactamases and IMP-1 metallo-beta-lactamases isolated from

Brazilian hospitals. Journal of Medical Microbiology. 55(Pt 11): 1611-1613.

Lincopan N, McCulloch JA, Reinert C, Cassettari VC, Gales AC, Mamizuka EM. 2005. First

isolation of metallo-beta-lactamase-producing multiresistant Klebsiella pneumoniae from a patient

in Brazil. Journal of Clinical Microbiology. 43(1): 516-519.

Referências Bibliográficas

219

Lin SY, Wong WW, Fung CP, Liu CE, Liu CY. 1998. Acinetobacter calcoaceticus-baumannii

complex bacteremia: analysis of 82 cases. Journal of Microbiology, Immunology, and Infection.

31(2): 119-124.

Lin YC, Hsia KC, Chen YC, Sheng WH, Chang SC, Liao MH, Li SY. 2010. Genetic basis of

multidrug resistance in Acinetobacter clinical isolates in Taiwan. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 54(5): 2078-2084.

Litake GM, Ghole VS, Niphadkar KB, Joshi SG. 2009. PER-1-type extended-spectrum beta-

lactamase-producing Acinetobacter baumannii clinical isolates from India. International Journal of

Antimicrobial Agents. 34(4): 388-389.

Livermore DM. 1993. Determinants of the activity of beta-lactamase inhibitor combinations.

Journal of Antimicrobial Chemotherapy.; 31(Suppl A):9-21.

Livermore DM. 1995. β-Lactamases in laboratory and clinical resistance. Clinical Microbiology

Reviews. 8(4):557-584.

Livorsi DJ, Crispell E, Satola SW, Burd EM, Jerris R, Wang YF, Farley MM. 2012. Prevalence of

blaZ Gene Types and the Inoculum Effect with Cefazolin among Bloodstream Isolates of

Methicillin-Susceptible Staphylococcus aureus. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 56(8):

4474-4477.

Llarrull LI, Testero SA, Fisher JF, Mobashery S. 2010. The future of the β-lactams. Current

Opinion in Microbiology. 13(5): 551-557.

Lolans K, Rice TW, Munoz-Price LS, Quinn JP. 2006. Multicity outbreak of carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii isolates producing the carbapenemase OXA-40. Antimicrobial Agents

and Chemotherapy. 50(9): 2941-2945.

Lopez-Otsoa F, Gallego L, Towner KJ, Tysall L, Woodford N, Livermore DM. 2002. Endemic

carbapenem resistance associated with OXA-40 carbapenemase among Acinetobacter

baumannii isolates from a hospital in northern Spain. Journal of Clinical Microbiology. 40(12):

4741-4743.

Referências Bibliográficas

220

Magnet S, Courvalin P, Lambert T. 2001. Resistance-nodulation-cell division-type efflux pump

involved in aminoglycoside resistance in Acinetobacter baumannii strain BM4454. Antimicrobial

Agents and Chemotherapy. 45(12): 3375-3380.

Mai MH, Tsai HC, Lee SS, Wang YH, Chen YS, Wann SR, Liu YC. 2007. Multidrug-resistant

Acinetobacter baumannii in ventilator-associated pneumonia at a medical center in southern

Taiwan. Journal of Microbiology, Immunology, and Infection. 40(5): 401-405.

Mainardi JL, Villet R, Bugg TD, Mayer C, Arthur M. 2008. Evolution of peptidoglycan biosynthesis

under the selective pressure of antibiotics in Gram-positive bacteria. FEMS Microbiology

Reviews. 32(2): 386-408.

Malhotra J, Anand S, Jindal S, Raman R, Lal R. Acinetobacter indicus sp. nov., isolated from

hexachlorocyclohexane (HCH) dumpsite. International Journal of Systematic and Evolutionary

Microbiology. 2012 Jan 13. [Epub ahead of print].

Maragakis LL, Perl TM. 2008. Acinetobacter baumannii: epidemiology, antimicrobial resistance,

and treatment options. Clinical Infectious Diseases. 46(8): 1254-1263.

Marchand I, Damier-Piolle L, Courvalin P, Lambert T. 2004. Expression of the RND-type efflux

pump AdeABC in Acinetobacter baumannii is regulated by the AdeRS two-component system.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 48(9): 3298-3304.

Marra AR, Camargo LF, Pignatari AC, Sukiennik T, Behar PR, Medeiros EA, Ribeiro J, Girão E,

Correa L, Guerra C, Brites C, Pereira CA, Carneiro I, Reis M, de Souza MA, Tranchesi R, Barata

CU, Edmond MB; Brazilian SCOPE Study Group. 2011. Nosocomial bloodstream infections in

Brazilian hospitals: analysis of 2,563 cases from a prospective nationwide surveillance study.

Journal of Clinical Microbiology. 49(5): 1866-1871.

Martins AF, Kuchenbecker R, Sukiennik T, Boff R, Reiter KC, Lutz L, Machado AB, Barth AL.

2009. Carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii producing the OXA-23 enzyme:

dissemination in Southern Brazil. Infection. 37(5): 474-476.

Referências Bibliográficas

221

Martins N, Martins IS, de Freitas WV, de Matos JA, Magalhães AC, Girão VB, Dias RC, de Souza

TC, Pellegrino FL, Costa LD, Boasquevisque CH, Nouér SA, Riley LW, Santoro-Lopes G, Moreira

BM. 2012. Severe infection in a lung transplant recipient caused by donor-transmitted

carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii. Transplant Infectious Disease. 14(3): 316-320.

Marti S, Sánchez-Céspedes J, Blasco MD, Espinal P, Ruiz M, Alba V, Vila J. 2008a.

Characterization of the carbapenem-hydrolyzing oxacillinase OXA-58 in an Acinetobacter phenon

6/ct13TU clinical isolate. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 61(4): 468-470.

Marti S, Sánchez-Céspedes J, Blasco MD, Ruiz M, Espinal P, Alba V, Fernández-Cuenca F,

Pascual A, Vila J. 2008b. Characterization of the carbapenem-hydrolyzing oxacillinase oxa-58 in

an Acinetobacter genospecies 3 clinical isolate. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 52(8):

2955-2958.

McDonald A, Amyes SG, Paton R. 1999. The persistence and clonal spread of a single strain of

Acinetobacter 13TU in a large Scottish teaching hospital. Journal of Chemotherapy. 11(5): 338-

344.

Mendes RE, Castanheira M, Toleman MA, Sader HS, Jones RN, Walsh TR. 2007.

Characterization of an integron carrying blaIMP-1 and a new aminoglycoside resistance gene,

aac(6')-31, and its dissemination among genetically unrelated clinical isolates in a Brazilian

hospital. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 51(7): 2611-2614.

Merino M, Acosta J, Poza M, Sanz F, Beceiro A, Chaves F, Bou G. 2010. OXA-24

carbapenemase gene flanked by XerC/XerD-like recombination sites in different plasmids from

different Acinetobacter species isolated during a nosocomial outbreak. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 54(6): 2724-2727.

Miyadera T, Sugimura Y, Hashimoto T, Tanaka T, Iino K, Shibata T, Sugawara S. 1983.

Synthesis and in vitro activity of a new carbapenem, RS-533. The Journal of Antibiotics. 36(8):

1034-1039.

Molina J, Cisneros JM, Fernández-Cuenca F, Rodríguez-Baño J, Ribera A, Beceiro A, Martínez-

Martínez L, Pascual Á, Bou G, Vila J, Pachón J; Spanish Group for Nosocomial Infection (GEIH).

Referências Bibliográficas

222

2010. Clinical features of infections and colonization by Acinetobacter genospecies 3. Journal of

Clinical Microbiology. 48(12): 4623-4626.

Montealegre MC, Maya JJ, Correa A, Espinal P, Mojica MF, Ruiz SJ, Rosso F, Vila J, Quinn JP,

Villegas MV. 2012. First identification of OXA-72 carbapenemase from Acinetobacter pittii in

Colombia. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 56(7): 3996-3998.

Monterrubio-Villar J, González-Velasco C, Valdezate-Ramos S, Córdoba-López A, Villalón-

Panzano P, Saéz-Nieto JA. 2009. Outbreak of multiresistant Acinetobacter baumannii in a

polyvalent intensive care unit: clinical, epidemiological analysis and PFGE-printing evolution.

European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases. 28(10): 1281-1284.

Moubareck C, Brémont S, Conroy MC, Courvalin P, Lambert T. 2009. GES-11, a novel integron-

associated GES variant in Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

53(8): 3579-3581.

Moya B, Dötsch A, Juan C, Blázquez J, Zamorano L, Haussler S, Oliver A. 2009. Beta-lactam

resistance response triggered by inactivation of a nonessential penicillin-binding protein. PLoS

Pathogens. 5(3): e1000353.

Mulin B, Rouget C, Clément C, Bailly P, Julliot MC, Viel JF, Thouverez M, Vieille I, Barale F,

Talon D. 1997. Association of private isolation rooms with ventilator-associated Acinetobacter

baumanii pneumonia in a surgical intensive-care unit. Infection Control and Hospital

Epidemiology. 18(7): 499-503.

Mulin B, Talon D, Viel JF, Vincent C, Leprat R, Thouverez M, Michel-Briand Y. 1995. Risk factors

for nosocomial colonization with multiresistant Acinetobacter baumannii. European Journal of

Clinical Microbiology & Infectious Diseases. 14(7): 569-576.

Munoz-Price LS, Weinstein RA. 2008. Acinetobacter infection. The New England Journal of

Medicine. 358(12): 1271-1281.

Musa EK, Desai N, Casewell MW. 1990. The survival of Acinetobacter calcoaceticus inoculated

on fingertips and on formica. The Journal of Hospital Infection. 15(3): 219-227.

Referências Bibliográficas

223

Mussi MA, Limansky AS, Viale AM. Acquisition of resistance to carbapenens in multi-resistant

clinical strains of Acinetobacter baumannii: Natural insertional inactivation of a gene encoding of

a β-barrel outer membrane proteins. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 2005; 49(4):1432-

1440.

Naas T, Bogaerts P, Bauraing C, Degheldre Y, Glupczynski Y, Nordmann P. 2006. Emergence of

PER and VEB extended-spectrum beta-lactamases in Acinetobacter baumannii in Belgium.

Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 58(1): 178-182.

Naas T, Namdari F, Réglier-Poupet H, Poyart C, Nordmann P. 2007a. Panresistant extended-

spectrum beta-lactamase SHV-5-producing Acinetobacter baumannii from New York City. Journal

of Antimicrobial Chemotherapy. 60(5): 1174-1176.

Naas T, Nordmann P, Heidt A. 2007b. Intercountry transfer of PER-1 extended-spectrum beta-

lactamase-producing Acinetobacter baumannii from Romania. International Journal of

Antimicrobial Agents. 29(2): 226-228.

Nagano N, Nagano Y, Cordevant C, Shibata N, Arakawa Y. 2004. Nosocomial transmission of

CTX-M-2 beta-lactamase-producing Acinetobacter baumannii in a neurosurgery ward. Journal of

Clinical Microbiology. 42(9): 3978-3984.

Nelson ML, Levy SB. 2011. The history of the tetracyclines. Annals of the New York Academy of

Sciences. 1241:17-32.

Nemec A, De Baere T, Tjernberg I, Vaneechoutte M, van der Reijden TJ, Dijkshoorn L. 2001.

Acinetobacter ursingii sp. nov. and Acinetobacter schindleri sp. nov., isolated from human clinical

specimens. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 51(Pt 5): 1891-

1899.

Nemec A, Dijkshoorn L, Cleenwerck I, De Baere T, Janssens D, Van Der Reijden TJ, Jezek P,

Vaneechoutte M. 2003. Acinetobacter parvus sp. nov., a small-colony-forming species isolated

from human clinical specimens. International Journal of Systematic and Evolutionary

Microbiology. 53(Pt 5): 1563-1567.

Referências Bibliográficas

224

Nemec A, Krizova L, Maixnerova M, van der Reijden TJ, Deschaght P, Passet V, Vaneechoutte

M, Brisse S, Dijkshoorn L. 2011. Genotypic and phenotypic characterization of the Acinetobacter

calcoaceticus-Acinetobacter baumannii complex with the proposal of Acinetobacter pittii sp. nov.

(formerly Acinetobacter genomic species 3) and Acinetobacter nosocomialis sp. nov. (formerly

Acinetobacter genomic species 13TU). Research in Microbiology. 162(4): 393-404.

Nemec A, Musílek M, Maixnerová M, De Baere T, van der Reijden TJ, Vaneechoutte M,

Dijkshoorn L. 2009. Acinetobacter beijerinckii sp. nov. and Acinetobacter gyllenbergii sp. nov.,

haemolytic organisms isolated from humans. International Journal of Systematic and Evolutionary

Microbiology. 59(Pt 1): 118-124.

Nemec A, Musílek M, Sedo O, De Baere T, Maixnerová M, van der Reijden TJ, Zdráhal Z,

Vaneechoutte M, Dijkshoorn L. 2010. Acinetobacter bereziniae sp. nov. and Acinetobacter

guillouiae sp. nov., to accommodate Acinetobacter genomic species 10 and 11, respectively.

International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 60(Pt 4): 896-903.

Nemec A, Musílek M, Vaneechoute M, Falsen E, Dijkshoorn L. 2008. Lack of evidence for

"Acinetobacter septicus" as a species different from Acinetobacter ursingii? Journal of Clinical

Microbiology. 46(8): 2826-2827.

Neonakis IK, Spandidos DA, Petinaki E. 2011. Confronting multidrug-resistant Acinetobacter

baumannii: a review. International Journal of Antimicrobial Agents. 37(2):102-109.

Ng G, Sharma BK, Fox GF. 2004. Acinetobacter skin abscess in a neonate. Journal of

Perinatology. 24(8): 526-527.

Nicolau DP. 2008. Carbapenems: a potent class of antibiotics. Expert Opinion on

Pharmacotherapy. 9(1): 23-37.

Nikaido H. 1994. Prevention of drug access to bacterial targets: permeability barriers and active

efflux. Science. 264(5157): 382-388.

Nishimura Y, Ino T, Izuka H. 1988. Acinetobacter radioresistens sp. nov. isolated from cotton and

soil International. Journal of Systematic Bacteriology. 38: 209-211.

Referências Bibliográficas

225

Nitzan Y, Deutsch EB, Pechatnikov I. 2002. Diffusion of beta-lactam antibiotics through

oligomeric or monomeric porin channels of some gram-negative bacteria. Current Microbiology.

45(6): 446-455.

Nowak A, Kur J. 1996. Differentiation of seventeen genospecies of Acinetobacter by multiplex

polymerase chain reaction and restriction fragment length polymorphism analysis. Molecular and

Cellular Probes. 10(6): 405-411.

Núñez LE, Méndez C, Braña AF, Blanco G, Salas JA. 2003. The biosynthetic gene cluster for the

beta-lactam carbapenem thienamycin in Streptomyces cattleya. Chemistry & Biology. 10(4): 301-

11.

Obara M, Nakae T. 1991. Mechanisms of resistance to β-lactam antibiotics in Acinetobacter

calcoaceticus. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 28(6): 791-800.

Oliveira MS, Prado GV, Costa SF, Grinbaum RS, Levin AS. 2008 Ampicillin/sulbactam compared

with polymyxins for the treatment of infections caused by carbapenem-resistant Acinetobacter

spp. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 61(6): 1369-1375.

Opazo A, Sonnevend A, Lopes B, Hamouda A, Ghazawi A, Pal T, Amyes SG. 2012. Plasmid-

encoded PER-7 β-lactamase responsible for ceftazidime resistance in Acinetobacter baumannii

isolated in the United Arab Emirates. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 67(7): 1619-1622.

Pankuch GA, Lin G, Seifert H, Appelbaum PC. 2008. Activity of meropenem with and without

ciprofloxacin and colistin against Pseudomonas aeruginosa and Acinetobacter baumannii.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 52(1): 333-336.

Pantophlet R, Severin JA, Nemec A, Brade L, Dijkshoorn L, Brade H. 2002. Identification of

Acinetobacter isolates from species belonging to the Acinetobacter calcoaceticus-Acinetobacter

baumannii complex with monoclonal antibodies specific for O Antigens of their

lipopolysaccharides. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology. 9(1):60-65.

Referências Bibliográficas

226

Papanicolaou GA, Medeiros AA, Jacoby GA. 1990. Novel plasmid-mediated β-lactamase (MIR-1)

conferring resistance to oxyimino- and α-methoxy β-lactams in clinical isolates of Klebsiella

pneumoniae. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 34(11): 2200-2209.

Papp-Wallace KM, Endimiani A, Taracila MA, Bonomo RA. 2011. Carbapenems: past, present,

and future. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(11): 4943-4960.

Park YK, Jung SI, Park KH, Kim DH, Choi JY, Kim SH, Ko KS. 2012. Changes in antimicrobial

susceptibility and major clones of Acinetobacter calcoaceticus-baumannii complex isolates from a

single hospital in Korea over 7 years. Journal of Medical Microbiology. 61(Pt 1): 71-79.

Pasterán F, Rapoport M, Petroni A, Faccone D, Corso A, Galas M, Vázquez M, Procopio A,

Tokumoto M, Cagnoni V. 2006. Emergence of PER-2 and VEB-1a in Acinetobacter baumannii

Strains in the Americas. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 50(9): 3222-3224.

Paton R, Miles RS, Hood J, Amyes SG, Miles RS, Amyes SG. 1993. ARI 1: beta-lactamase-

mediated imipenem resistance in Acinetobacter baumannii. International Journal of Antimicrobial

Agents. 2(2): 81-87.

Peleg AY, Adams J, Paterson DL. 2007. Tigecycline Efflux as a Mechanism for Nonsusceptibility

in Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 51(6): 2065-2069.

Peleg AY, Seifert H, Paterson DL. 2008. Acinetobacter baumannii: emergence of a successful

pathogen. Clinical Microbiology Reviews. 21(3): 538-582.

Perez F, Endimiani A, Bonomo RA. 2008. Why are we afraid of Acinetobacter baumannii? Expert

Review of Anti-Infective Therapy. 6(3): 269-271.

Perez F, Hujer AM, Hujer KM, Decker BK, Rather PN, Bonomo RA. 2007. Global challenge of

multidrug-resistant Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 51(10):

3471-3484.

Penteado AP, Castanheira M, Pignatari AC, Guimarães T, Mamizuka EM, Gales AC. 2009.

Dissemination of bla(IMP-1)-carrying integron In86 among Klebsiella pneumoniae isolates

Referências Bibliográficas

227

harboring a new trimethoprim resistance gene dfr23. Diagnostic Microbiology and Infectious

Disease. 63(1): 87-91.

Philippon A, Arlet G, Jacoby GA. 2002. Plasmid-Determined AmpC-Type β-Lactamases.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 46(1): 1-11.

Picão RC, Poirel L, Gales AC, Nordmann P. 2009. Further identification of CTX-M-2 extended-

spectrum beta-lactamase in Pseudomonas aeruginosa. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

53(5): 2225-2226.

Piddock LJ. 2006. Multidrug-resistance efflux pumps - not just for resistance. Nature Reviews

Microbiology. 4(8): 629-636.

Piéchaud D, Piéchaud M, Second L. 1956. Variétés protéolytiques de Moraxella lwoffi et de

Moraxella glucidolytica. Annales de l'Institut Pasteur (Paris). 90: 517-522.

Piette A, Fraipont C, Den Blaauwen T, Aarsman ME, Pastoret S, Nguyen-Distèche M. 2004.

Structural determinants required to target penicillin-binding protein 3 to the septum of Escherichia

coli. Journal of Bacteriology. 186(18): 6110-6117.

Pimentel JD, Low J, Styles K, Harris OC, Hughes A, Athan E. 2005. Control of an outbreak of

multi-drug-resistant Acinetobacter baumannii in an intensive care unit and a surgical ward.

Journal of Hospital Infection. 59(3): 249-253.

Polidori M, Nuccorini A, Tascini C, Gemignani G, Iapoce R, Leonildi A, Tagliaferri E, Menichetti F.

2011. Vancomycin-resistant Enterococcus faecium (VRE) bacteremia in infective endocarditis

successfully treated with combination daptomycin and tigecycline. Journal of Chemotherapy.

23(4): 240-241.

Poirel L, Figueiredo S, Cattoir V, Carattoli A, Nordmann P. 2008. Acinetobacter radioresistens as

a silent source of carbapenem resistance for Acinetobacter spp. Antimicrobial Agents and

Chemotherapy. 52(4): 1252-1256.

Referências Bibliográficas

228

Poirel L, Héritier C, Podglajen I, Sougakoff W, Gutmann L, Nordmann P. 2003. Emergence in

Klebsiella pneumoniae of a chromosome-encoded SHV beta-lactamase that compromises the

efficacy of imipenem. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 47(2): 755-758.

Poirel L, Héritier C, Tolün V, Nordmann P. 2004. Emergence of oxacillinase-mediated resistance

to imipenem in Klebsiella pneumoniae. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 48(1): 15-22.

Poirel L, Marqué S, Héritier C, Segonds C, Chabanon G, Nordmann P. 2005. OXA-58, a novel

class D beta-lactamase involved in resistance to carbapenems in Acinetobacter baumannii.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 49(1): 202-208.

Poirel L, Mugnier PD, Toleman MA, Walsh TR, Rapoport MJ, Petroni A, Nordmann P. 2009.

ISCR2, another vehicle for bla(VEB) gene acquisition. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

53(11): 4940-4943.

Poirel L, Naas T, Nordmann P. 2010. Diversity, epidemiology, and genetics of class D beta-

lactamases. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 54(1): 24-38.

Poirel L, Nordmann P. 2006. Carbapenem resistance in Acinetobacter baumannii: mechanisms

and epidemiology. Clinical Microbiology and Infection. 12(9): 826-836.

Poirel L, Potron A, Nordmann P. 2012. OXA-48-like carbapenemases: the phantom menace.

Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 67(7): 1597-1606.

Poole K. 2002. Outer membranes and efflux: the path to multidrug resistance in Gram-negative

bacteria. Current Pharmaceutical Biotechnology. 3(2): 77-98.

Potron A, Munoz-Price LS, Nordmann P, Cleary T, Poirel L. 2011. Genetic features of CTX-M-15-

producing Acinetobacter baumannii from Haiti. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(12):

5946-5948.

Poulakou G, Giamarellou H. 2008. Doripenem: an expected arrival in the treatment of infections

caused by multidrug-resistant Gram-negative pathogens. Expert Opinion on Investigational

Drugs. 17(5): 749-771.

Referências Bibliográficas

229

Pournaras S, Markogiannakis A, Ikonomidis A, Kondyli L, Bethimouti K, Maniatis AN, Legakis NJ,

Tsakris A. 2006. Outbreak of multiple clones of imipenem-resistant Acinetobacter baumannii

isolates expressing OXA-58 carbapenemase in an intensive care unit. Journal of Antimicrobial

Chemotherapy. 57(3): 557-561.

Queenan AM, Bush K. 2007. Carbapenemases: the versatile beta-lactamases. Clinical

Microbiology Review. 20(3): 440-458.

Rainey FA, Lang E, Stackebrandt E. 1994. The phylogenetic structure of the genus

Acinetobacter. FEMS Microbiology Letters. 124(3):349-353.

Ramphal R, Kluge RM. 1979. Acinetobacter calcoaceticus variety anitratus: an increasing

nosocomial problem. The American Journal of the Medical Sciences. 277(1): 57-66.

Redin GS. 1966. Antibacterial activity in mice of minocycline, a new tetracycline. Antimicrobial

Agents and Chemotherapy. 6: 371-376.

Reinert RR, Low DE, Rossi F, Zhang X, Wattal C, Dowzicky MJ. 2007. Antimicrobial susceptibility

among organisms from the Asia/Pacific Rim, Europe and Latin and North America collected as

part of TEST and the in vitro activity of tigecycline. Journal of Antimicrobial and Chemotherapy.

60(5): 1018-1029.

Robledo IE, Aquino EE, Santé MI, Santana JL, Otero DM, León CF, Vázquez GJ. 2010.

Detection of KPC in Acinetobacter spp. in Puerto Rico. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

54(3): 1354-1357.

Rodríguez Guardado A, Blanco A, Asensi V, Pérez F, Rial JC, Pintado V, Bustillo E, Lantero M,

Tenza E, Alvarez M, Maradona JA, Cartón JA. 2008. Multidrug-resistant Acinetobacter meningitis

in neurosurgical patients with intraventricular catheters: assessment of different treatments.

Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 61(4): 908-913.

Rodríguez-Martínez JM, Nordmann P, Ronco E, Poirel L. 2010. Extended-spectrum

cephalosporinase in Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 54(8):

3484-3488.

Referências Bibliográficas

230

Rodríguez-Martínez JM, Poirel L, Nordmann P. 2009. Extended-spectrum cephalosporinases in

Pseudomonas aeruginosa. Antimicrobial Agents Chemotherapy. 53(5): 1766-1771.

Rossau R, Van Landschoot A, Gillis M, De Ley J. 1991. Taxonomy of Moraxellaceae fam. nov., a

New Bacterial Family To Accommodate the Genera Moraxella, Acinetobacter, and Psychrobacter

and Related Organisms. International Journal of Systematic Bacteriology. 41(2): 310-319.

Rossi F. 2011. The challenges of antimicrobial resistance in Brazil. Clinical Infectious Diseases.

52(9): 1138-1143.

Russo TA, MacDonald U, Beanan JM, Olson R, MacDonald IJ, Sauberan SL, Luke NR, Schultz

LW, Umland TC. 2009. Penicillin-Binding Protein 7/8 Contributes to the Survival of Acinetobacter

baumannii In Vitro and In Vivo. The Journal of Infectious Diseases. 199(4): 513-521.

Sader HS, Castanheira M, Mendes RE, Toleman M, Walsh TR, Jones RN. 2005. Dissemination

and diversity of metallo-beta-lactamases in Latin America: report from the SENTRY Antimicrobial

Surveillance Program. International Journal of Antimicrobial Agents. 25(1): 57-61.

Sanders CC, Bradford PA, Ehrhardt AF, Bush K, Young KD, Henderson TA, Sanders WE Jr.

1997. Penicillin-binding proteins and induction of AmpC beta-lactamase. Antimicrobial Agents

and Chemotherapy. 41(9): 2013-2015.

Santillana E, Beceiro A, Bou G, Romero A. 2007. Crystal structure of the carbapenemase OXA-

24 reveals insights into the mechanism of carbapenem hydrolysis. Proceedings of the National

Academy of Sciences of the United States of America. 104(13): 5354-5359.

Sauvage E, Kerff F, Terrak M, Ayala JA, Charlier P. 2008. The penicillin-binding proteins:

structure and role in peptidoglycan biosynthesis. FEMS Microbiology Reviews. 32(2): 234-258.

Schaub IG, Hauber FD. 1948. A Biochemical and Serological Study of a Group of Identical

Unidentifiable Gram-negative Bacilli from Human Sources. Journal of Bacteriology. 56(4): 379-

385.

Referências Bibliográficas

231

Schimith Bier KE, Luiz SO, Scheffer MC, Gales AC, Paganini MC, Nascimento AJ, Carignano E,

Dalla Costa LM. 2010. Temporal evolution of carbapenem-resistant Acinetobacter baumannii in

Curitiba, southern Brazil. American Journal of Infection Control.. 38(4): 308-314.

Seifert H, Dijkshoorn L, Gerner-Smidt P, Pelzer N, Tjernberg I, Vaneechoutte M. 1997.

Distribution of Acinetobacter species on human skin: comparison of phenotypic and genotypic

identification methods. Journal of Clinical Microbiology. 35(11): 2819-2825.

Seifert H, Strate A, Schulze A, Pulverer G. 1994. Bacteremia due to Acinetobacter species other

than Acinetobacter baumannii. Infection. 22(6): 379-385.

Seng P, Drancourt M, Gouriet F, La Scola B, Fournier PE, Rolain JM, Raoult D. 2009. Ongoing

revolution in bacteriology: routine identification of bacteria by matrix-assisted laser desorption

ionization time-of-flight mass spectrometry. Clinical Infectious Diseases. 49(4):543-551.

Sentochnik DE, Eliopoulos GM, Ferraro MJ, Moellering RC Jr. 1989. Comparative in vitro activity

of SM7338, a new carbapenem antimicrobial agent. Antimicrobial Agents and Chemotherapy.

33(8): 1232-1236.

Sevillano E, Gallego L, García-Lobo JM. 2009. First detection of the OXA-40 carbapenemase in

P. aeruginosa isolates, located on a plasmid also found in A. baumannii. Pathologie-Biologie.

57(6): 493-495.

Shakil S, Khan AU. 2010. Detection of CTX-M-15-producing and carbapenem-resistant

Acinetobacter baumannii strains from urine from an Indian hospital. Journal of Chemotherapy.

22(5):324-7.

Silhavy TJ, Kahne D, Walker S. 2010. The bacterial cell envelope. Cold Spring Harbor

Perspectives in Biology. 2(5): a000414.

Silva-Sanchez J, Reyna-Flores F, Velazquez-Meza ME, Rojas-Moreno T, Benitez-Diaz A,

Sanchez-Perez A; Study Group. 2011. In vitro activity of tigecycline against extended-spectrum β-

lactamase-producing Enterobacteriaceae and MRSA clinical isolates from Mexico: a multicentric

study. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease. 70(2): 270-273.

Referências Bibliográficas

232

Siroy A, Cosette P, Seyer D, Lemaître-Guillier C, Vallenet D, Van Dorsselaer A, Boyer-Mariotte S,

Jouenne T, Dé E. 2006. Global comparison of the membrane subproteomes between a

multidrug-resistant Acinetobacter baumannii strain and a reference strain. Journal of Proteome

Research. 5(12): 3385-3398.

Siroy A, Molle V, Lemaître-Guillier C, Vallenet D, Pestel-Caron M, Cozzone AJ, Jouenne T, Dé E.

2005. Channel formation by CarO, the carbapenem resistance-associated outer membrane

protein of Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents and Chemother. 49(12): 4876-4683.

Soon RL, Nation RL, Cockram S, Moffatt JH, Harper M, Adler B, Boyce JD, Larson I, Li J. 2011.

Different surface charge of colistin-susceptible and –resistant Acinetobacter baumannii cells

measured with zeta potential as a function of growth phase and colistin treatment. Journal of

Antimicrobial Chemotherapy. 66(1): 126-133.

Souli M, Kontopidou FV, Koratzanis E, Antoniadou A, Giannitsioti E, Evangelopoulou P,

Kannavaki S, Giamarellou H. 2006. In vitro activity of tigecycline against multiple-drug-resistant,

including pan-resistant, gram-negative and gram-positive clinical isolates from Greek hospitals.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 50(9): 3166-3169.

Spratt BG, Zhou J, Taylor M, Merrick MJ. 1996. Monofunctional biosynthetic peptidoglycan

transglycosylases. Molecular Microbiology. 19(3): 639-640.

Stackebrandt E, Frederiksen W, Garrity GM, Grimont PA, Kämpfer P, Maiden MC, Nesme X,

Rosselló-Mora R, Swings J, Trüper HG, Vauterin L, Ward AC, Whitman WB. 2002. Report of the

ad hoc committee for the re-evaluation of the species definition in bacteriology. International

Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 52(Pt 3): 1043-1047.

Stackebrandt E, Goebel BM. 1994. Taxonomic note: a place for DNA-DNA hybridization and 16S

rRNA sequence analysis in the present species definition in bacteriology. International Journal of

Systematic and Evolutionary Microbiology. 44:846-849.

Stansly PG, Shepherd RG, White HJ. 1947. Polymyxin: a new chemotherapeutic agent. Bulletin

of the Johns Hopkins Hospital. 81(1): 43-54.

Referências Bibliográficas

233

Strateva T, Todorova A, Ouzounova-Raykova V, Mitov I. 2008. Emergence of a PER-1 extended-

spectrum beta-lactamase-producing Acinetobacter baumannii clinical isolate in Bulgaria. Journal

of Chemotherapy. 20(3): 391-392.

Sugawara E, Nikaido H. 2012. OmpA Is the Principal Nonspecific Slow Porin of Acinetobacter

baumannii. Journal of Bacteriology. 194(15): 4089-4096.

Szabó D, Szentandrássy J, Juhász Z, Katona K, Nagy K, Rókusz L. 2008. Imported PER-1

producing Pseudomonas aeruginosa, PER-1 producing Acinetobacter baumanii and VIM-2-

producing Pseudomonas aeruginosa strains in Hungary. Annals of Clinical Microbiology and

Antimicrobials. 7:12.

Tan TY, Ng LS, Tan E, Huang G. 2007. In vitro effect of minocycline and colistin combinations on

imipenem-resistant Acinetobacter baumannii clinical isolates. Journal of Antimicrobial

Chemotherapy. 60(2): 421-423.

Tian GB, Adams-Haduch JM, Bogdanovich T, Pasculle AW, Quinn JP, Wang HN, Doi Y. 2011.

Identification of diverse OXA-40 group carbapenemases, including a novel variant, OXA-160,

from Acinetobacter baumannii in Pennsylvania. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(1):

429-432.

Tian GB, Adams-Haduch JM, Taracila M, Bonomo RA, Wang HN, Doi Y. 2011. Extended-

spectrum AmpC cephalosporinase in Acinetobacter baumannii: ADC-56 confers resistance to

cefepime. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(10): 4922-4925.

Timsit JF, Garrait V, Misset B, Goldstein FW, Renaud B, Carlet J. 1993. The digestive tract is a

major site for Acinetobacter baumannii colonization in intensive care unit patients. The Journal of

Infectious Diseases. 168(5): 1336-1337.

Tiwari V, Vashistt J, Kapil A, Moganty RR. 2012. Comparative Proteomics of Inner Membrane

Fraction from Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii with a Reference Strain. PLoS

7(6): e39451.

Referências Bibliográficas

234

Tjernberg I, Ursing J. 1989. Clinical strains of Acinetobacter classified by DNA-DNA hybridization.

APMIS: Acta pathologica, Microbiologica, et Immunologica Scandinavica. 97(7): 595-605.

Tognim MC, Gales AC, Penteado AP, Silbert S, Sader HS. 2006. Dissemination of IMP-1 metallo-

beta-lactamase-producing Acinetobacter species in a Brazilian teaching hospital. Infection

Control and Hospital Epidemiology. 27(7): 742-747.

Tomás MM, Beceiro A, Pérez A, Velasco D, Mpoure R, Villanueva R, Martínez-Beltrán J, Bou G.

Cloning and functional analysis of the gene enconding the 33- to 36-kilodalton outer membrane

protein associated with carbapenem resistance in Acinetobacter baumannii. Antimicrobial Agents

and Chemotherapy. 2005; 49(12):5172-5175.

Towner KJ. 2009. Acinetobacter: an old friend, but a new enemy. Journal of Hospital Infection.

73(4): 355-363.

Turner PJ. 2005. Extended-spectrum beta-lactamases. Clinical Infectious Diseases. 41(Suppl

4):S273-5.

Turton JF, Shah J, Ozongwu C, Pike R. 2010. Incidence of Acinetobacter species other than A.

baumannii among clinical isolates of Acinetobacter: evidence for emerging species. Journal of

Clinical Microbiology. 48(4): 1445-1449.

Ubukata K, Hikida M, Yoshida M, Nishiki K, Furukawa Y, Tashiro K, Konno M, Mitsuhashi S.

1990. In vitro activity of LJC10,627, a new carbapenem antibiotic with high stability to

dehydropeptidase I. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 34(6): 994-1000.

Urban C, Segal-Maurer S, Rahal JJ. 2003. Considerations in control and treatment of nosocomial

infections due to multi-drug resistant Acinetobacter baumannii. Clinical Infectious Diseases.

36(10): 1268-1274.

Vahaboglu H, Coskunkan F, Tansel O, Ozturk R, Sahin N, Koksal I, Kocazeybek B, Tatman-

Otkun M, Leblebicioglu H, Ozinel MA, Akalin H, Kocagoz S, Korten V. 2001. Clinical importance

of extended-spectrum beta-lactamase (PER-1-type)-producing Acinetobacter spp. and

Pseudomonas aeruginosa strains. Journal of Medical Microbiology. 50(7): 642-645.

Referências Bibliográficas

235

Vallenet D, Nordmann P, Barbe V, Poirel L, Mangenot S, Bataille E, Dossat C, Gas S, Kreimeyer

A, Lenoble P, Oztas S, Poulain J, Segurens B, Robert C, Abergel C, Claverie JM, Raoult D,

Médigue C, Weissenbach J, Cruveiller S. 2008. Comparative analysis of Acinetobacters: three

genomes for three lifestyles. PLoS One. 3(3):e1805.

van den Broek PJ, van der Reijden TJ, van Strijen E, Helmig-Schurter AV, Bernards AT,

Dijkshoorn L. 2009. Endemic and epidemic Acinetobacter species in a university hospital: an 8-

year survey. Journal of Clinical Microbiology. 47(11): 3593-3599.

Vaneechoutte M, De Baere T, Nemec A, Musílek M, van der Reijden TJ, Dijkshoorn L. 2008.

Reclassification of Acinetobacter grimontii Carr et al. 2003 as a later synonym of Acinetobacter

junii Bouvet and Grimont 1986. International Journal of Systematic and Evolutionary

Microbiology. 58(Pt 4): 937-940.

Vaneechoutte M, Dijkshoorn L, Nemec A, Kämpfer P, Wauters G. Acinetobacter,

Cryseobacterium, Moraxella and Other Nonfermentative Gram-negative Rods. In: Manual of

Clinical Microbiology By Versalovic J, Carroll KC, Funke G, JorgensenJH, Landry ML, Warnock

DW. 10 ed. American Society for Microbiology - ASM, Washington, DC, 2011; 1: 714-738.

Vaneechoutte M, Dijkshoorn L, Tjernberg I, Elaichouni A, de Vos P, Claeys G, Verschraegen G.

1995. Identification of Acinetobacter genomic species by amplified ribosomal DNA restriction

analysis. Journal of Clinical Microbiology. 33(1): 11-15.

Vaneechoutte M, Nemec A, Musílek M, van der Reijden TJ, van den Barselaar M, Tjernberg I,

Calame W, Fani R, De Baere T, Dijkshoorn L. 2009. Description of Acinetobacter venetianus ex

Di Cello et al. 1997 sp. nov. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology.

59(Pt 6): 1376-1381.

Vashist J, Tiwari V, Kapil A, Rajeswari MR. 2010. Quantitative profiling and identification of outer

membrane proteins of beta-lactam resistant strain of Acinetobacter baumannii. Journal of

Proteome Research. 9(2): 1121-1128.

Referências Bibliográficas

236

Vaz-Moreira I, Novo A, Hantsis-Zacharov E, Lopes AR, Gomila M, Nunes OC, Manaia CM,

Halpern M. 2011. Acinetobacter rudis sp. nov., isolated from raw milk and raw wastewater.

International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 61(Pt 12): 2837-2843.

Velkov T, Thompson PE, Nation RL, Li J. 2010. Structure--activity relationships of polymyxin

antibiotics. Journal of Medicinal Chemistry. 53(5): 1898-1916.

Vila J, Martí S, Sánchez-Céspedes J. 2007. Porins, efflux pumps and multidrug resistance in

Acinetobacter baumannii. Journal of Antimicrobial and Chemotherapy. 59(6): 1210-1215.

Villegas MV, Hartstein AI. 2003. Acinetobacter outbreaks, 1977-2000. Infection Control and

Hospital Epidemiology. 24(4): 284-295.

Walsh TR, Toleman MA, Poirel L, Nordmann P. 2005. Metallo-β-lactamases: the Quiet before the

storm?. Clinical Microbiology Reviews. 18(2): 306-325.

Walther-Rasmussen J, Høiby N. 2006. OXA-type carbapenemases. Journal of Antimicrobial

Chemotherapy. 57(3): 373-383.

Wang H, Guo P, Sun H, Wang H, Yang Q, Chen M, Xu Y, Zhu Y. 2007. Molecular epidemiology

of clinical isolates of carbapenem-resistant Acinetobacter spp. from Chinese hospitals.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 51(11): 4022-4028.

Wendt C, Dietze B, Dietz E, Rüden H. 1997. Survival of Acinetobacter baumannii on dry surfaces.

Journal of Clinical Microbiology. 35(6):1394-1397.

Werneck JS, Picão RC, Carvalhaes CG, Cardoso JP, Gales AC. 2011a. OXA-72-producing

Acinetobacter baumannii in Brazil: a case report. Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 66(2):

452-454.

Werneck JS, Picão RC, Girardello R, Cayô R, Marguti V, Dalla-Costa L, Gales AC, Antonio CS,

Neves PR, Medeiros M, Mamizuka EM, Elmor de Araújo MR, Lincopan N. 2011. Low prevalence

of blaOXA-143 in private hospitals in Brazil. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 55(9): 4494-

4495;

Referências Bibliográficas

237

Wilks M, Wilson A, Warwick S, Price E, Kennedy D, Ely A, Millar MR. 2006. Control of an

outbreak of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii-calcoaceticus colonization and infection

in an intensive care unit (ICU) without closing the ICU or placing patients in isolation. Infection

Control and Hospital Epidemiology. 27(7): 654-658.

Winokur PL, Canton R, Casellas JM, Legakis N. 2001. Variations in the prevalence of strains

expressing an extended-spectrum beta-lactamase phenotype and characterization of isolates

from Europe, the Americas, and the Western Pacific region. Clinical Infectious Diseases.

32(Suppl 2): S94-103.

Wolinsky E, Hines JD. 1962. Neurotoxic and nephrotoxic effects of colistin patients with renal

disease. The New England Journal of Medicine. 266: 759-762.

Wong EW, Yusof MY, Mansor MB, Anbazhagan D, Ong SY, Sekaran SD. 2009. Disruption of

adeB gene has a greater effect on resistance to meropenems than adeA gene in Acinetobacter

spp. isolated from University Malaya Medical Centre. Singapore Medical Journal. 50(8): 822-826.

Wood GC, Hanes SD, Boucher BA, Croce MA, Fabian TC. 2003. Tetracyclines for treating

multidrug-resistant Acinetobacter baumannii ventilator-associated pneumonia. Intensive Care

Medicine. 29(11): 2072-2076.

Wu CY, Blaszczak LC, Smith MC, Skatrud PL. 1994. Construction of a modified penicillin-binding

protein 2a from methicillin-resistant Staphylococcus aureus and purification by immobilized metal

affinity chromatography. Journal of Bacteriology. 176(5):1539-1541.

Yamamoto S, Bouvet PJ, Harayama S. 1999. Phylogenetic structures of the genus Acinetobacter

based on gyrB sequences: comparison with the grouping by DNA-DNA hybridization.

International Journal of Systematic Bacteriology. 49(Pt 1): 87-95.

Yamane K, Wachino J, Suzuki S, Kimura K, Shibata N, Kato H, Shibayama K, Konda T, Arakawa

Y. 2007. New plasmid-mediated fluoroquinolone efflux pump, QepA, found in an Escherichia coli

clinical isolate. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. (9): 3354-3360.

Referências Bibliográficas

238

Yang SC, Chang WJ, Chang YH, Tsai YS, Yang TP, Juan CW, Shiau MY. 2010. Prevalence of

antibiotics resistance and OXA carbapenemases genes in multidrug-resistant Acinetobacter

baumannii isolates in central Taiwan. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious

Diseases. 29(5): 601-604.

Yin XL, Hou TW, Xu SB, Ma CQ, Yao ZY, Li W, Wei L. 2008. Detection of drug resistance-

associated genes of multidrug-resistant Acinetobacter baumannii. Microbial Drug Resistance.

14(2): 145-150.

Yoon JH, Kim IG, Oh TK. 2007. Acinetobacter marinus sp. nov. and Acinetobacter seohaensis

sp. nov., isolated from sea water of the Yellow Sea in Korea. Journal of Microbiology and

Biotechnology. 17(11): 1743-1750.

Yoon J, Urban C, Terzian C, Mariano N, Rahal JJ. 2004. In vitro double and triple synergistic

activities of Polymyxin B, imipenem, and rifampin against multidrug-resistant Acinetobacter

baumannii. Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 48(3): 753-757.

Young LS, Sabel AL, Price CS. 2007. Epidemiologic, clinical, and economic evaluation of an

outbreak of clonal multidrug-resistant Acinetobacter baumannii infection in a surgical intensive

care unit. Infection Control and Hospital Epidemiology. 28(11): 1247-1254.

Yun SH, Choi CW, Kwon SO, Park GW, Cho K, Kwon KH, Kim JY, Yoo JS, Lee JC, Choi JS, Kim

S, and Kim SI. 2011. Quantitative Proteomic Analysis of Cell Wall and Plasma Membrane

Fractions from Multidrug-Resistant Acinetobacter baumannii Journal of Proteome Research.

10(2): 459-469.

Zamorano L, Moyá B, Juan C, Oliver A. 2010. Differential beta-lactam resistance response driven

by ampD or dacB (PBP4) inactivation in genetically diverse Pseudomonas aeruginosa strains.

Journal of Antimicrobial Chemotherapy. 65(7): 1540-1542.

Zapun A, Contreras-Martel C, Vernet T. 2008. Penicillin-binding proteins and beta-lactam

resistance. FEMS Microbiology Reviews. 32(2): 361-385.

Referências Bibliográficas

239

Zhanel GG, Wiebe R, Dilay L, Thomson K, Rubinstein E, Hoban DJ, Noreddin AM, Karlowsky JA.

2007. Comparative review of the carbapenems. Drugs. 67(7): 1027-1052.

Zavascki AP, Carvalhaes CG, Picão RC, Gales AC. 2010. Multidrug-resistant Pseudomonas

aeruginosa and Acinetobacter baumannii: resistance mechanisms and implications for therapy.

Expert Review of Anti-infective Therapy. 8(1): 71-93.