PSICOLOGIA DO TRABALHO 4º ANO – Ψ- 2011. Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador e o...

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PSICOLOGIA DO TRABALHO 4º ANO – Ψ- 2011

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PSICOLOGIA DO TRABALHO4º ANO – Ψ- 2011

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Da medicina do trabalho à saúde do trabalhador e o objeto da psicologia do trabalho. (Bertolli Filho, C.)

Médico Afrânio Peixoto fez um alerta sobre a necessidade de criar novas formas de recrutamento do operariado na década de 20, pois era preciso excluir os “inadaptados” das organizações.

“Sinistrose”, termo utilizado pelos médicos e peritos da justiça do trabalho na década de 30 para nominar os trabalhadores que não aceitavam o retorno ao trabalho e buscavam indenização como compensação para o acidente ou adoecimento.

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1. Psicologia Industrial

Início do Séc. XX.

Psicologia e o interesse das indústrias.

Estudo da produtividade em função do esforço - “Lei da fadiga” – determinar cientificamente.

Inicialmente Seleção e colocação profissional.

Estudos sobre as condições de trabalho (aumento da produtividade).

1924: Estudos de Hawthorne; a tese das Relações Humanas.

1925: Novos estudos da Psicologia da Industria: Motivação, comunicação e comportamento de grupo.

Cisão: Mundo do trabalho – mundo dos afetos - Negação do conflito.

Atuação estrita aos postos de trabalho.

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Psicologia do Trabalho em Três Faces(Sampaio, Jader dos Reis)

Psicologia Industrial

Psicologia Organizacional

Psicologia do Trabalho

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Aspectos políticos e éticos da Psicologia Organizacional (Prilleltensky,I.)

Relação entre psicologia e sindicatos Psicologia organizacional preservação do status

quo deixam de lado a natureza conflituosa (duas premissas)

Experimento de Hawthorne Culpabilização da vítima personalização de

conflitos controle e passividade Psicologia conflitos relações de poder A abordagem cooperativa A QVT como estratégia de controle sutil Profissionalização das Decisões Gerenciais

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Aspectos políticos e éticos da Psicologia Organizacional

Valores Construtivos – Respeitam e defendem a vida e o conforto do homem.

Valores Destrutivos – Ameaçam a vida e a saúde física e mental das pessoas, que ameaçam a harmonia social e o equilíbrio ambiental.

Cultura materialista – o “Ter” em detrimento do “Ser”. O capitalismo contribui para que as organizações façam sem precisar prestar contas de sua conduta com o único objetivo – Lucrar mais e mais.

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Aspectos políticos e éticos da Psicologia Organizacional

Se a PO foi convocada para aumentar a eficácia e a produtividade, garantindo o lucro, então ela atua contribuindo para o “status quo” das organizações.

As empresas adotam programas de QVT e de Responsabilidade social objetivando aumentar os lucros, pois para cada US$1,00 aplicado, há um retorno de US$3,00.

Então os programas criados para o bem estar do trabalhador ou do planeta, nada mais são do que formas de lucrar mais.

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Aspectos políticos e éticos da Psicologia Organizacional

A PO apresenta duas premissas para se defender da acusação de contribuir para o “Status quo” das organizações.

1° A empresa é um empreendimento livre do conflito de classes.

2° A psicologia organizacional é ciência social e enquanto ciência é boa para a sociedade, incluindo empresa e trabalhador.

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Aspectos políticos e éticos da Psicologia Organizacional

Crítica: As organizações não estão livres do conflito de

classes, pois há o eterno conflito entre lucro e salário.

A PO é boa para quem? É servidora do poder!

Os psicólogos organizacionais não consideram as dimensões, políticas de sua atuação e ignoram o sindicato.

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DEFINIÇÕES DA OMS

Saúde: Saúde é "um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade" (1948/1983)

Qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. (WHOQOL GROUP, 1994).

Assembléia Mundial de Saúde (1983) inclusão de uma dimensão "não material" ou "espiritual" de saúde vem sendo discutida extensamente, a ponto de haver uma proposta para modificar o conceito clássico de "saúde“.

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Conscientização da importância da saúde ocupacional objetivos definidos em 1957 pela Comissão Mista da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS):

"A Saúde Ocupacional tem como finalidade incentivar e manter o mais elevado nível de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as profissões; prevenir todo o prejuízo

causado à saúde destes pelas condições de seu trabalho; protegê-los em seu serviço contra os riscos resultantes da

presença de agentes nocivos à sua saúde; colocar e manter o trabalhador em um emprego que convenha às suas aptidões

fisiológicas e psicológicas e, em resumo, adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho".

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SAÚDE OCUPACIONAL SAÚDE DO TRABALHADORPROMOÇÃO DA SAÚDE

para enfrentar a problemática saúde-trabalho como um todo, onde se conjuguem fatores econômicos,

culturais e individuais para que se possa produzir um resultado que é a saúde de uma sociedade, de um

país, de um continente.

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Por um novo conceito de saúde Dejours

Noção de variabilidade Papel fundamental do trabalho na vida Divisão do trabalho, organização do trabalho

sofrimento do trabalhador Trabalho e saúde mental Existe saúde? Estado de saúde Fisiologia e psicossomática Saúde mental

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“Saúde é quando ter esperança é permitido”

Dejours, p. 3

Desejo

“Depressão”

Psicopatologia do Trabalho

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Novo conceito de Saúde proposto por Dejours a partir do conceito proposto pela OMS:

“A saúde, para cada homem, mulher ou criança é ter meios de traçar um caminho pessoal e original em direção ao

bem-estar físico, psíquico e social.”

Liberdade, possibilidade, adaptação

“Bem-estar psíquico é a liberdade que é deixada ao desejo de cada um na organização da sua vida.”

Dejours, p. 5

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Ficção e realidade do trabalho operário. (Daniellou, F.)

Trabalho prescrito Trabalho real Consequencias para o trabalhador

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Sociabilidade, Trabalho e loucuraSeligmann, E. S. O turno de revezamento. Pesquisa realizada na década de 80com trabalhadores da indústria de

Cubatão e de uma siderúrgica de SP.

Conseqüências gerais: Propõe profundas alterações fisiológicas e sociais ao trabalhador; Os biorritmos naturais são severamente contrariados (sono, fome,

libido, etc.); Atingem: sistema endócrino, aparelho digestivo, sistema nervoso, etc. Doenças psicossomáticas, comprovadamente, atingem mais os

trabalhadores de turnos alternados do que aqueles que trabalham no mesmo horário. Ex.: ulcera.

Aceleração do processo de envelhecimento.

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Sociabilidade, Trabalho e loucuraSeligmann, E. S.

Conseqüências psíquicas: Cotidiano familiar: Distanciamento no convívio e no diálogo mantido com cônjuge e os

filhos, pelo cansaço e necessidade de repouso e por horários desencontrados;

Renúncia, frustração e sobrecarga de responsabilidade para o cônjuge que assume todas as outras tarefas da família como educação, administração de contas e manutenção do lar. “É dureza! A gente tem que fazer às vezes do homem!”

  Isolamento, fuga de conversas, procura pelo descanso, que pode ser

interpretado como desinteresse e rejeição, causando magoas e conflito entre o casal.

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Sociabilidade, Trabalho e loucuraSeligmann, E. S.

Irritabilidade Falta de práticas de lazer Perturbações do sono e irritabilidade, principalmente no trabalho noturno Esta tensão dificulta os relacionamentos e agrava os conflitos. O trabalhador sente-se excluído dos assuntos que não sejam referentes ao

dinheiro.

A frustração atinge a todos. A questao sexual

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Sociabilidade, Trabalho e loucuraSeligmann, E. S.

Repercussões sobre os filhos: O ambiente familiar é tenso Pode ocorrer falta de motivação para os estudos, dificuldade de

aprendizagem, ansiedades e até abandono dos estudos. O abandono dos estudos pelos filhos aumenta a frustração dos pais

que esperavam melhores oportunidades de vida para os filhos através da educação escolar e geram conflitos entre pais e filhos.

Insegurança, timidez, desequilíbrio emocional.

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Sociabilidade, Trabalho e loucuraSeligmann, E. S.

Conclusão: O trabalho em turnos alterados tem forte influência na saúde psíquica

e social do trabalhador e de sua família, mas não só, depende muito das condições gerais da família, do tipo de atividade do trabalhador, das condições de salário como deteriorador da qualidade de vida.

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Estratégias defensivasDejours

O que leva a este mecanismo de defesa?A ideologia da vergonha consiste em manter à

distância o risco de afastamento do corpo do trabalho e, por consequência, evitar a

miséria a falta de alimentaçao e a morte.

O mecanismo de defesa é coletivo e se ele falha, passa a ser um problema individual.

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Estratégias defensivasDejours

O fracasso da ideologia da vergonha pode levar a problemas como o alcoolismo. O alcoolismo é uma fuga individual para o problema e é condenado pelo grupo.

A segunda saída seria a violência anti-social e a terceira, a loucura, as descompensaçoes psicóticas e depressivas.

A recusa em buscar ou aceitar tratamento é uma tentativa de manter afastados a doença, a miséria e a fome e qualquer fator que possa lembrá-los como o médico ou a equipe de segurança do trabalho, por exemplo.

Aquele que não partilha da ideologia é excluído do grupo social.

A ideologia coletiva substitui e é mais forte do que os mecanismos de defesa individuais, entao o sujeito excluído fica desprovido de defesas.

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A exploraçao do sofrimentoDejours

Caso das telefonistasA tensao causada pelo trabalho leva o

trabalhador a trabalhar mais rápido.Exploraçao da anisedade e do medo

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A representaçao do trablho penosoSato, L.

Trabalho Insalubre Trabalho perigoso Trabalho penoso (familiaridade, poder e limite

subjetivo)Indicadores coletivosSubjetividade RupturaAçao adaptativaAçoes preventivas

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Boa prova!