Cómic Análisis de la Varianza con dos Factores e Interacción
MODELAGEM PARA IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS DE … · λ: comprimento de onda dos raios...
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MODELAGEM PARA IDENTIFICAÇÃO DE PARÂMETROS DE FASE ATRAVÉS
DA TÉCNICA DE DIFRAÇÃO DE RAIO X.
J. L. Andrade¹; F. L. Alves; J. R. Gomes; C. J. L. Sousa
Universidade Federal do Ceará/Campus Russas - Rua Felipe Santiago, nº 411,
Cidade Universitária - Cep 629000-000, Russas (CE)
1. RESUMO
A técnica da difração de Raio X é utilizada para caracterização de compostos
por meio de difração nos planos cristalográficos, principalmente em materiais
metálicos e cerâmicos. A(s) medida(s) do(s) pico(s) de difração do(s) raio(s) de
espalhamento determinam as distâncias interplanares e, consequentemente, a
estrutura cristalina. Neste trabalho um algoritmo foi desenvolvido através da
ferramenta matemática MatLab® para calcular os ângulos presentes em materiais
cristalinos, como alternativa a programas comerciais, que também utilizam
tradicionalmente a Lei de Bragg. O programa solicita do usuário os parâmetros de
rede, o comprimento de onda(λ) e o tipo de estrutura cristalina, contemplando
qualquer tipo de célula unitária conhecida. Retirou-se dos difratogramas obtidos
experimentalmente os dados como a largura do pico a meio altura são utilizados
para o cálculo de tamanho médio de cristalito, através da equação de Debye-
Scherrer, que possui maior precisão comparado a outros métodos como o Método
dos Interceptos.
Palavras-Chaves: Difração de Raio X, Ângulo de Fase, Diâmetro Médio de
Partícula, Modelagem
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2. INTRODUÇÃO
A difração de raios x possibilitou determinar as distâncias interatômicas,
ângulos de ligação e vários outros aspectos estruturais que tiveram consequências
importantes para compreensão das ligações químicas. A técnica de difração de raio
x se tornou a mais importante para caracterização de materiais cristalinos, devido a
sua precisão e conhecimento acumulado durante décadas, sendo este o seu
diferencial de outras técnicas como o método dos interceptos.
A difração acontece nos cristais por que os átomos se ordenam periodicamente
em planos cristalinos entre si por uma distância da mesma ordem de grandeza dos
comprimentos da onda dos raios x. (3)
Ao incidir um feixe de raio x em um cristal, o mesmo interage com os átomos
presentes, originando o fenômeno da difração. A difração de raios x ocorre segundo
a Lei de Bragg, Eq. (A), a qual estabelece a relação entre o ângulo de difração e a
distância entre os planos que a originam. (3)
(A)
n: número inteiro (ordem de difração)
λ: comprimento de onda dos raios incidentes
d: distância interplanar
θ: ângulo de incidência dos raios X
A Lei de Bragg considera que os raios incidentes estão em fase e são
paralelos. Na prática existe um intervalo em torno do ângulo de Bragg em que o
feixe incide no cristal. Então, existe também um intervalo onde a intensidade possui
uma magnitude máxima na posição central do pico de difração e cai pela metade no
ponto chamado de medida de largura de pico a meia altura. Este alargamento pode
ser utilizado para medir o tamanho médio do cristalito, que está relacionado com a
largura do pico a meia altura e o ângulo de difração. A equação de Deybe-Scherrer
(Eq.2), relaciona essas grandezas, sendo muito utilizada na avaliação do tamanho
de grão de materiais e apresenta bons resultados quando utilizada como uma
primeira aproximação para o cálculo do tamanho médio de um cristalito. (2)
‘
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(B)
ε: tamanho médio de cristalito
K: fator forma
λ: comprimento de onda
β: largura do pico a meia altura
θ: ângulo de difração de Bragg
O objetivo geral do trabalho é implantar um algoritmo computacional,
implementado na plataforma MATLAB®, com a finalidade de calcular os ângulos de
difração de materiais cristalinos, utilizando a Lei de Bragg, contemplando todos os
tipos de sistemas cristalinos conhecidas (Cúbico, Tetragonal, Hexagonal,
Romboédrico, Ortorrômbico, Monoclínico e Triclínico), bem como determinar o
tamanho médio de cristalito, utilizando a equação de Deybe-Scherrer, como uma
alternativa a programas comerciais já existentes, além de incentivar a pesquisa a
produção de softwares aplicados para engenharia de materiais.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
O algoritmo para a obtenção dos ângulos de difração e do tamanho médio de
cristalito, feito com base no conhecimento teórico da lei de Bragg e da lei de Deybe-
Scherrer, foi desenvolvido com o auxílio do software MATLAB®.
3.1.1 MATLAB
MATrix LABoratory R2012b é um software interativo de alta performance
voltado para o cálculo numérico que integra analise numérica e cálculo de matrizes,
podendo funcionar como uma calculadora ou uma linguagem de programação
cientifica de alto nível. O MATLAB® é uma linguagem orientada a objetos e seus
comandos são mais próximos da forma como as expressões algébricas são escritas,
tornando mais simples o seu uso.
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3.2 Métodos
3.2.1 Equações Implementadas
O fluxograma da Fig. 1 mostra as opções e os passos que o usuário pode
utilizar durante o uso do programa.
Figura 1: Fluxograma de utilização o programa
As equações da Tab. 1, foram implementadas no algoritmo, onde h, k, e l são
os índices de Miller que formam os planos cristalográficos que ocorrem difração, a,
b, c, α, β e γ representa os parâmetros de rede e d a distância interplanar. Com isso
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é possível calcular o seno, o ângulo em radianos e o ângulo e graus, que
multiplicado por dois gera o ângulo de difração para o qual existe um pico no
difratograma. (3)
Tabela 1: Equações da distância interplanar para cada célula unitária
Cúbico
Tetragonal
Hexagonal
Romboédrico
Ortorrômbico
Monoclínico
Triclínico
V=Volume da célula
Foi feito uma análise para cada tipo de estrutura cristalina dos planos
cristalográficos que ocorrem difração para os sistemas simples, corpo centrado,
base centrado, face centrado e hexagonal, mostradas Na Tab. 2.
Tabela 2: Regra de seleção para os índices de Miller
Rede Cristalina Presença de reflexão
Simples Qualquer h, k e l
Corpo Centrado H + k + l sempre par
Base entrado H e k ambos pares ou impares
Face Centrado H, k e l sempre pares ou impares
Hexagonal L sempre par e h + 2k diferente de 3
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3.2.2 Utilização do Programa.
Na tela inicial do programa, o usuário dispõe de um menu em que ele escolhe a
estrutura cristalina do material que será testado, como mostrado na Fig. 2.
Figura 2: Tela Inicial do programa
Caso a estrutura escolhida possua alguma subcategoria (como mostrada na
Fig. 1 para Cúbica, Tetragonal, Ortorrômbica e Monoclínica), surgira uma tela
secundaria de opções. Foi escolhido a opção Cúbica na tela da Fig. 2 para
exemplificar este caso, como mostrado na Fig. 3.
Figura 3: Tela de opções para estrutura Cúbica
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Em seguida, o usuário deve inserir o comprimento de onda da máquina de raio
X e o(s) parâmetro(s) de rede do elemento (ambos em nanômetro) de analise. A Fig.
4, mostra a tela após a escolha da opção Corpo Centrado.
Figura 4: Tela para inserir o comprimento de onda e o parâmetro de rede
O usuário ainda tem a opção de calcular o tamanho médio de particula, como
mostrado na Fig. 5. Caso o usuário queira realizar o cálculo, surge uma tela em que
se deve inserir a largura a meia altura para cada ângulo fase(θ 1, θ2, θ3 e θ4) do
difratograma obtido anteriormente, como ilustrado na Fig. 6.
Figura 5: Menu de escolha do cálculo do tamanho médio de cristalito
Figura 6: Tela para inserir a largura a meia altura de cada pico de difração
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Liga Utilizada Para Testes
A liga utilizada como modelo foi uma liga Fe30Ni sinterizada a temperatura de
1100ºC e processada por metalurgia do pó, com frações volumétricas 32% para
ferrita e 68% para austenita. A Fig. 7 mostra o difratograma desta liga e a Tab. 3
mostra os picos de difração observados. (1)
Figura 7: Difratograma da liga Fe30Ni
Tabela 3: Picos de difração Observados
Fase Pico observado
(2θ)
Picos de difração
teóricos (2θ)
Diferença entre
os picos (2θ)
Ferrita
(CCC)
52,122 52,335 -0,213
77,012 77,168 -0,156
99,513 99,605 -0,092
Austenita
(CFC)
51,360 51,363 -0,003
60,020 60,054 -0,034
90,077 90,094 -0,017
Para os testes realizados, o parâmetro de rede utilizado para a ferrita foi de
0,2863 nm e para a austenita foi de 0,3882 nm e o comprimento de onda empregado
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foi de 0,178897 nm. Esta liga possui tamanho médio de cristalito de 81,77 nm para a
fase ferrita e 44,10 nm para a fase austenita, com desvio padrão de 28 nm e 29 nm,
respectivamente.
3.2 Resultados do Algoritmo
Na tela para inserir o comprimento de onda e o parâmetro de rede (Fig. 4),
foram inseridos os dados da ferrita e foi obtido com resultado os picos apresentados
na Fig. 8.
Figura 8: Difratograma do ferrita obtido do algoritmo
Em seguida, foi inserido a largura à meia altura para cada ângulo de difração
obtido, conforme a Fig. 9.
Figura 9: Largura a meia altura dos picos de difração da ferrita
Por fim, o programa retornou o tamanho médio de partícula obtido e o desvio
padrão ocorrido. Os dados resultantes estão na Fig. 10.
Figura 10: Tamanho médio de partícula da ferrita
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De maneira análoga, foi feito o mesmo teste para a austenita. A Fig. 11 mostra
os picos de difração, a Fig. 12 mostra os valores de largura a meia altura inseridos e
a Fig. 13 mostra o resultado tamanho médio de partícula obtidos para esta fase.
Figura 11: Difratograma da austenita obtido do algoritmo
Figura 12: Largura a meia altura dos picos de difração para a austenita
Figura 13: Tamanho médio de partícula do austenita (CFC)
Depois de realizado os testes e feito a comparação entre os valores obtidos
pelo programa com o difratograma da Fig. 2, pode ser observado que os resultados
foram satisfatórios.
4. CONCLUSÃO
Através da metodologia utilizada, o algoritmo se mostrou eficiente nos cálculos
dos resultados através da lei de Bragg e da equação de Scherrer. Isso pôde ser
comprovado com o teste realizado e a comparação dos difratogramas da literatura, e
foi constatado que os resultados foram satisfatórios com erro de 0,1% mostrando
uma confiabilidade dos resultados obtidos do MatLab®.
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Fazendo a inserção correta dos dados no algoritmo, como a adição do
parâmetro de rede, dos planos cristalográficos e largura a meia altura é possível
obter os picos de difração e tamanho médio de partícula de elementos e comparar
com materiais compostos, dessa forma, podemos identificar quais elementos estão
presentes naquele material fazendo a comparação dos resultados com o
difratograma gerado por uma máquina de raios X.
5. REFERÊNCIAS
(1) LOBO, Candido Jorge de Sousa. Estudo das propriedades mecânicas de
ligas Fe-Ni e Fe-Ni-Mo processadas por metalurgia do pó. 2014. 156 f. Tese
(doutorado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia, Programa de
Pós-Graduação em Engenharia e Ciência de Materiais, Fortaleza-CE, 2014.
(2) TEIXEIRA, Elvis Marques. Refinamento de tamanho de partícula e
microdeformação de amostras policristalinas através de perfis de difração de
Raios-X Utilizando as teorias cinemática e dinâmica.2016. 47 f. TCC
(Graduação) - Curso de Física, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2013.
(3) MOURA, Danilo Maia. Estudo das propriedades mecânicas de ligas Fe-Ni e
Fe-Ni-Mo processadas por metalurgia do pó. 2016. 39 f. TCC (Graduação) -
Curso de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró,
2015.
MODELING FOR PARAMETERS IDENTIFICATION STAGE THROUGH X-RAY DIFFRACTION TECHNIQUE.
1. ABSTRACT
The X-ray diffraction technique is used to characterize compounds by the
diffraction crystallographic planes, mainly in metallic and ceramic materials. The
distance of the diffraction peak determines the interplanar spacings and thus the
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crystal structure. An algorithm was developed using MatLab® for calculating the
angles present in crystalline materials as an alternative to commercial programs,
which also traditionally use the Bragg’s Law. This program can be used for any
crystalline unit cell and it prompts inputs like the network parameters, the wavelength
(λ) and the type of crystal structure. The data, as the peak width at half height are
obtained from experimental diffractograms and it are used to calculate the average
crystallite size by the Debye Scherrer equation, which has greater accuracy
compared to other methods such as the intercept method.
Key-Words: X-ray Diffraction, Phase Angle, Average diameter of Particulate,
Modeling
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