Manual Para Red Academica

download Manual Para Red Academica

of 188

Transcript of Manual Para Red Academica

  • Pblio Athayde

    Manual para redao acadmica

    Editora Keimelion Ltda.

    Belo Horizonte 2002

  • Pblio Athayde

    Manual para redao acadmica

    Verso para uso interno e divulgao

    entre clientes, amigos e colaboradores.

    Agradeceremos crticas e comentrios.

    Editora Keimelion Ltda.

    Belo Horizonte 2002

  • O Autor contou com a colaborao da equipe da Editora Keimelion na elaborao deste

    Manual para redao acadmica:

    Assistente de redao: Michel Jorge Gannam (estagirio)

    Apoio de formatao: Sonia Regina Athayde

    Edio virtual: Fernando Pereira Silveira

    Leitura crtica: Ricardo Arreguy Maia

    Reviso final: Roberto Arreguy Maia

    Os colaboradores compartilham os mritos do trabalho, mas o Autor se responsabiliza

    individualmente pelas falhas.

    Pblio AthaydeContato com o autor:[email protected] e sugestes sero bem recebidos.

    Pblio AthaydePBLIO ATHAYDE, 42, solteiro, professor universitrio nas reas de Histria, Sociologia, Poltica e Educao. Graduou-se em Histria (Licenciatura) no ano de 1987, pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, tendo sido aproveitado, logo em seguida, como professor substituto daquela universidade. Ainda em Ouro Preto, onde nasceu, participou de diversos Festivais de Inverno, cursos e eventos nas reas de Museologia, Arquivstica, Histria de Minas Gerais e da Arte - conhecendo bastante de perto os acervos documentais histricos da regio de Ouro Preto e Mariana. Lecionou ainda na Universidade Federal do Esprito Santo, na Unio de Negcios e Administrao (UNA), na Faculdade de Educao da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Faculdade de Par de Minas (FAPAM). A principal atividade exercida atualmente a de Revisor Acadmico e Literrio. Tem formao em Cincia Poltica pela UFMG e vivncia de dirigente em educao extra-escolar, programas de meninos de rua, vida ao ar livre, educao alternativa e desenvolvimento e integrao social oriundas de quinze anos de atividades no escotismo. Autodidata em Filologia Romnica, conhece arcasmos das lnguas neolatinas e variantes do Latim. Dedica-se atualmente atividade literria e orientao de diversos projetos acadmicos.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    I

    Sumrio

    Sumrio I

    Listas de ilustraes ..................................................................................................... III

    1 Apresentao ............................................................................................... 1

    2 Trabalho acadmico ................................................................................... 4

    2.1 Conceito.................................................................................................................................... 4 2.2 Finalidade................................................................................................................................. 4 2.3 Tipos ......................................................................................................................................... 5 2.4 Estrutura................................................................................................................................. 10 2.5 Forma e contedo ................................................................................................................... 21 2.6 Ilustraes .............................................................................................................................. 26 2.7 Recomendaes....................................................................................................................... 33

    3 Referncia bibliogrfica e bibliografia ................................................... 47

    3.1 Formas de referncia.............................................................................................................. 48 3.2 Listagem bibliogrfica............................................................................................................ 54

    4 Quadro de normas da ABNT................................................................... 62

    5 Coletnea gramatical e estilstica ............................................................ 66

    5.1 Acentuao ............................................................................................................................. 66 5.2 Adjetivo................................................................................................................................... 68 5.3 Advrbio.................................................................................................................................. 70 5.4 Artigo...................................................................................................................................... 71 5.5 Concordncia ......................................................................................................................... 74 5.6 Conjuno............................................................................................................................... 81 5.7 Crase....................................................................................................................................... 84 5.8 Diviso silbica ...................................................................................................................... 86 5.9 Erros mais comuns ................................................................................................................. 87 5.10 Estrangeirismo........................................................................................................................ 90 5.11 Locues ................................................................................................................................. 91 5.12 Maisculas e minsculas ........................................................................................................ 95 5.13 Numerais e algarismos ......................................................................................................... 101 5.14 Pontuao............................................................................................................................. 104 5.15 Pronomes .............................................................................................................................. 107 5.16 Sinais grficos ...................................................................................................................... 111

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    II

    5.17 Verbo .................................................................................................................................... 119 5.18 Vcios de linguagem.............................................................................................................. 132

    6 Reviso do texto ...................................................................................... 139

    6.1 Reviso primria .................................................................................................................. 140 6.2 Reviso secundria............................................................................................................... 143

    7 Links para redao acadmica .............................................................. 144

    7.1 Sites de cincia e tecnologia................................................................................................. 144 7.2 Sites de lngua....................................................................................................................... 149

    8 Glossrio .................................................................................................. 152

    9 Bibliografia .............................................................................................. 160

    10 ndice analtico ........................................................................................ 165

    11 ndice remissivo....................................................................................... 174

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    III

    Listas de ilustraes

    Figura 1: Capa................................................................................................................. 11

    Figura 2: Folha de rosto .................................................................................................. 12

    Figura 3: Sumrio ........................................................................................................... 14

    Figura 4: Desenho........................................................................................................... 27

    Figura 5: Diagrama ......................................................................................................... 28

    Figura 6: Grfico radar ................................................................................................... 30

    Figura 7: Pgina de texto ................................................................................................ 53

    Fotografia 1 Colgio e Santurio do Caraa................................................................ 29

    Quadro 1: Normas da ABNT.......................................................................................... 63

    Quadro 2: Por que, porque, por qu, porqu................................................................. 111

    Quadro 3: Formatao primria.................................................................................... 141

    Quadro 4: Erros comuns ............................................................................................... 142

    Quadro 5: Reviso secundria ...................................................................................... 143

    Tabela 1: Exemplo de tabela........................................................................................... 32

    Tabela 2: Abreviaturas.................................................................................................... 35

    Tabela 3: Abreviaturas dos meses .................................................................................. 38

    Tabela 4: Numerais....................................................................................................... 103

    Tabela 5: Emprego de hfen.......................................................................................... 114

    Tabela 6: Voz ativaTabela 7Tabela 8 ........................................................................... 128

    Tabela 9: Voz passiva ................................................................................................... 129

    Tabela 10: Regncias verbais ....................................................................................... 130

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    1

    1 Apresentao

    Todos temos problemas de redao. A

    redao acadmica apresenta problemas

    peculiares, dada sua natureza formal, linguagem

    necessariamente precisa e absoluto rigor tcnico,

    lingstico, morfossinttico e semntico

    requeridos.

    No espere encontrar novidades aqui, exceto as minhas opinies sobre algumas

    questes controversas e, na maior parte, sem grande importncia. H muitos manuais

    disponveis que apresentam as normas acadmicas e muitos que atendam s questes

    lingsticas da redao. Este trabalho procura conjugar os dois aspectos, de forma

    sistemtica e prtica.

    O objetivo deste Manual de redao acadmica subsidiar a produo de

    textos cientficos, fornecendo elementos para que os aspectos lingsticos e formais no

    constituam grandes obstculos ao trabalho. Espera-se que aqui se encontrem algumas

    indicaes de procedimentos a serem seguidos ou evitados.

    So fornecidas sugestes de apresentao dos trabalhos, de acordo com as usuais

    formataes e regras de referncia. Note-se que h enormes variaes entre as diferentes

    instituies quanto a esses aspectos. As formas propostas so sntese simplificada das

    exigncias genricas.

    Qualquer que seja a coisa que queiramos dizer, h apenas uma palavra para exprimi-la, um verbo para anim-la e um adjetivo para qualific-la. Maupassant.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    2

    Este trabalho fruto de minha experincia como revisor, atuando

    especificamente com teses e dissertaes ao longo de vrios anos. No trabalho de

    especialista para tratar de assuntos tcnicos ou tericos, nem se destina a especialistas;

    tentei montar um manual prtico, a partir de informaes coletadas e reunidas da

    internet, por ser recurso universalmente acessvel, e em diversas outras fontes,

    adaptadas e modificadas segundo meu entendimento e prtica, para servir de apoio a

    quem est escrevendo para a academia.

    Muito da Coletnea Gramatical e Estilstica, um dos tpicos deste Manual,

    oriundo de manuais de redao jornalstica principalmente o da Folha de So Paulo,

    e dO Estado de So Paulo. O texto foi modificado e adaptado pratica e necessidade

    acadmicas, bastante diferentes daquelas de origem.

    Assim, algumas recomendaes dos manuais de redao jornalstica tero sido

    diametralmente transformadas. Outras se aplicam integralmente.

    Procurei adequar os exemplos ao texto acadmico; este procedimento estar em

    construo contnua, assim com todo este Manual continua em modificao; vou

    publicando pela via eletrnica as sucessivas verses, j pretendendo ser til.

    Foram elaborados dois ndices ao fim do trabalho: o ndice analtico contm o

    contedo do trabalho organizado segundo sua disposio lgica no Manual (ver na

    pgina n 165); o outro, o ndice remissivo, contm diversas entradas que ocorrem ao

    longo do texto, dispostas em ordem alfabtica (ver na pgina n 174). Espero que esses

    ndices possam fazer deste trabalho um instrumento til.

    As sugestes e indicaes deste Manual no dispensam qualquer texto da

    necessidade de ser revisado por profissional que tenha se mantido distante das etapas de

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    3

    produo do documento. Nem mesmo as sugestes referentes reviso dispensam o

    trabalho do profissional. Os autores sempre estaro to prximos do texto que no

    identificaro muitos dos problemas existentes.

    Pretendo futuramente acrescentar a este Manual mais indicaes de

    procedimento para simplificar o trabalho para o usurio do Word, o processador de

    texto que hoje quase unanimidade entre os autores.

    Sero incorporadas as crticas, sempre bem-vindas, e sugestes para ampliao

    de sua utilidade e preciso, pelas quais agradeo antecipadamente.

    Desculpo-me pelas falhas e lacunas.

    A verdadeira eloqncia consiste em dizer tudo o que

    preciso e em dizer apenas o que preciso

    La Rochefoucauld.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    4

    2 Trabalho acadmico

    2.1 Conceito

    Trabalho acadmico o texto resultado de algum dos diversos processos ligados

    produo e transmisso de conhecimento executados no mbito das instituies

    ensino, pesquisa e extenso, formalmente reconhecidas para o exerccio dessas

    atividades.

    2.2 Finalidade

    As diversas finalidades do trabalho acadmico podem se resumir em apresentar,

    demonstrar, difundir, recuperar ou contestar o conhecimento produzido, acumulado ou

    transmitido.

    Ao apresentar resultados, o texto acadmico atende necessidade de publicidade

    relativa ao processo de conhecimento. A pesquisa realizada, a idia concebida ou a

    deduo feita perecem se no vierem a pblico; por esse motivo existem diversos canais

    de publicidade adequados aos diferentes trabalhos: as defesas pblicas, os peridicos, as

    comunicaes e a multimdia virtual so alguns desses.

    A demonstrao do conhecimento necessidade na comunidade acadmica,

    onde esse conhecimento o critrio de mrito e acesso. Assim, existem as provas,

    concursos e diversos outros processos de avaliao pelos quais se constata a construo

    ou transmisso do saber.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    5

    Difundir o conhecimento s esferas externas comunidade acadmica

    atividade cada vez mais presente nas instituies de ensino, pesquisa e extenso, e o

    texto correspondente a essa prtica tem caracterstica prpria sem abandonar a maior

    parte dos critrios de cientificidade.

    A recuperao do conhecimento outra finalidade do texto acadmico. Com

    bastante freqncia, parcelas significativas do conhecimento caem no esquecimento das

    comunidades e das pessoas; a recuperao e manuteno ativa da maior diversidade de

    saberes finalidade importante de atividades cientficas objeto da produo de texto.

    Quase todo conhecimento produzido contestado. Essa contestao, em que no

    constitua conhecimento diferenciado, certamente etapa contribuinte no processo da

    construo do saber que contesta, quer por valid-lo, quer por refut-lo.

    As finalidades do texto acadmico certamente no se esgotam nessas, mas ficam

    aqui exemplificadas. Para atender diversidade dessas finalidades, existe a

    multiplicidade de formas, entre as quais se encontram alguns conhecidos tipos, sobre os

    quais procurarei estabelecer o conceito difuso.

    2.3 Tipos

    Apresentamos, a seguir, alguns dos tipos mais comuns dos trabalhos acadmicos

    formais, no considerando provas, exerccios e outros textos menos significativos.

    H ainda sites, trabalhos de multimdia, encenaes e outros que no so

    considerados, uma vez que o foco deste Manual est concentrado na produo escrita

    formal.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    6

    2.3.1 Tese

    Trabalho acadmico que apresenta o resultado de investigao complexa e

    aprofundada sobre tema mais ou menos amplo, com abordagem terica definida. um

    texto que se caracteriza pela defesa de uma idia, de um ponto de vista. Ou ento pelo

    questionamento acerca de um determinado assunto. O autor do texto dissertativo

    trabalha com argumentos, com fatos, com dados, que utiliza para reforar ou justificar o

    desenvolvimento de suas idias (SILVEIRA, 2002). A tese deve ser elaborada com base

    em pesquisa original. Visa obteno do ttulo de doutor, ps-doutor ou livre-docente

    ou o acesso ao cargo de professor titular, em muitas instituies.

    Em geral, a tese produo de cerca de 200 pginas, podendo variar bastante

    esse nmero. o trabalho final dos cursos de doutorado e ps-doutorado, elaborado

    depois de cursados os respectivos crditos e feita a pesquisa correspondente; nesses

    casos desenvolvida sob assistncia de um orientador acadmico. trabalho autnomo

    de pesquisador snior, quando se trata de livre-docncia ou acesso titularidade.

    defendida publicamente perante bancas de cinco ou mais doutores.

    Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas

    e dentes? dessa tese que eu estou falando. Voc deve conhecer pelo

    menos uma pessoa que j defendeu uma tese. Ou esteja defendendo.

    Sim, uma tese defendida. Ela feita para ser atacada pela banca, que

    so aquelas pessoas que gostam de botar banca.

    As teses so todas maravilhosas. Em tese. Voc acompanha

    uma pessoa meses, anos, sculos, defendendo uma tese. Palpitantes

    assuntos. Tem tese que no acaba nunca, que acompanha o elemento

    para a velhice. Tem at teses ps-morte (PRATA, 1998).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    7

    2.3.2 Dissertao

    Trabalho acadmico que apresenta o resultado de investigao menos complexa

    e aprofundada sobre tema especfico e mais bem delimitado. Pode ser elaborada com

    base em pesquisa original, apresentar resultado parcial de estudo experimental, ou expor

    estudo recapitulativo, de base bibliogrfica. Visa obteno do ttulo de mestre.

    Em geral produo de aproximadamente 100 pginas, podendo variar um

    pouco o nmero. o trabalho final dos cursos de mestrado, elaborado depois de

    cursados os respectivos crditos e feita a pesquisa correspondente; desenvolvida sob

    assistncia de um orientador acadmico. defendida publicamente perante bancas de

    trs ou mais doutores.

    2.3.3 Monografia

    Trabalho acadmico que apresenta o resultado de investigao pouco complexa

    e sobre tema nico e bem delimitado. Raramente elaborada com base em pesquisa

    original ou apresenta resultado de estudo experimental; normalmente estudo

    recapitulativo, de base bibliogrfica. Visa geralmente obteno do ttulo de bacharel

    ou especialista, sendo usada ainda como trabalho de concluso de alguma disciplina

    regular.

    Em geral produo de cerca de 60 pginas, variando pouco esse nmero. o

    trabalho final dos cursos de graduao, elaborado depois de cursados os respectivos

    crditos e feita a pesquisa correspondente; desenvolvida, em alguns casos, sob

    assistncia de um orientador acadmico. Raramente tem defesa pblica.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    8

    2.3.4 Artigo

    Trabalho acadmico curto, apresenta o resultado de investigao sobre tema

    nico e bem delimitado. Pode ser elaborado com base em pesquisa original ou

    apresentar resultado de estudo experimental ou bibliogrfico. Pode visar obteno de

    ttulo, sendo usado ainda como trabalho de concluso de alguma disciplina regular.

    Em geral, produo de 40 pginas ou menos. Pode ser resultado de snteses de

    trabalhos maiores ou elaborados em nmero de trs ou quatro, em substituio s teses e

    dissertaes; so desenvolvidos, nesses casos, sob a assistncia de um orientador

    acadmico. So submetidos s comisses e conselhos editoriais dos peridicos, que

    avaliam sua qualidade e decidem sobre sua qualidade relevncia e adequao ao

    veculo.

    2.3.5 Comunicao

    Trabalho acadmico curto, apresenta normalmente o estado de pesquisa em

    andamento. Tanto pode ser elaborada com base em pesquisa original quanto apresentar

    estudo experimental ou bibliogrfico. No visa obteno do ttulo, nem usada como

    trabalho de concluso de alguma disciplina regular, mas pode ser etapa de estgio,

    pesquisa ou ser resultado de snteses de trabalhos maiores.

    Algumas so feitas sob assistncia de orientador acadmico. So submetidas s

    comisses e conselhos dos colquios, que decidem sobre sua relevncia e adequao ao

    tema do evento.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    9

    2.3.6 Relatrio

    Trabalho acadmico que apresenta o estado de pesquisa ou trabalhos de outra

    natureza. Tanto pode ser elaborado com referncia a pesquisa original, quanto

    apresentar estudo bibliogrfico. Visa comumente apresentar o andamento de trabalhos

    junto a rgos financiadores e fiscalizadores, pode ser etapa de estgio ou pesquisa.

    submetido s comisses e conselhos dos rgos competentes, ou do evento,

    que decidem sobre o mrito.

    2.3.7 Resenha

    Trabalho acadmico de divulgao, apresenta sntese e crtica sobre trabalho

    mais longo. Pode ser elaborado com base em leitura motivada por interesse prprio ou

    sob demanda editorial. Visa geralmente publicao em peridico.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    10

    2.4 Estrutura

    Os trabalhos acadmicos maiores monografias, dissertaes e teses, relatrios

    seguem estrutura mais ou menos homognea, apresentada na ordem abaixo, com

    pequenas variaes. Quando esses trabalhos so transformados em livros, a base a

    mesma, apenas com variaes formais.

    a) Pr-texto:

    9 capa (*); 9 folha-de-rosto; 9 ficha catalogrfica; 9 folha de aprovao (**); 9 nominata (**); 9 dedicatria (*); 9 agradecimentos (*); 9 sumrio; 9 epgrafe (*); 9 ndices: de figuras, mapas, tabelas, grficos, fotografias (*); 9 lista de abreviaturas (ABNT, NB-14: 01.05.001 e ISO 832-1975); 9 resumo.

    b) Texto:

    9 introduo; 9 desenvolvimento; 9 concluso.

    c) Ps-texto:

    9 referncias bibliogrficas ou bibliografia; 9 anexos ou apndices (*); 9 glossrio (*); 9 ndices onomsticos, remissivos, cronolgicos, toponmicos (*); 9 contra-capa (*).

    (*) Elementos adicionados de acordo com as necessidades. (**) A critrio da

    instituio.

    Atrasos tm conseqncias funestas. Shakespeare.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    11

    297 mm

    210 mm

    Instituio onde o trabalho foi executado e cidade.

    Autor(es)

    Ttulo

    Ano

    2.4.1 Pr-texto

    2.4.1.1 Capa

    Este elemento deve constar entre as pginas introdutrias somente quando a

    cobertura do contedo for transparente, deve ser impressa na cobertura quando ela for

    opaca, externamente; muitas vezes a capa interna solicitada mesmo quando a

    cobertura opaca, mas em minha opinio essa exigncia no faz nenhum sentido. Capa

    , necessariamente, o elemento externo, para identificao do trabalho; contm:

    Figura 1: Capa

    9 nome do autor (na margem

    superior);

    9 ttulo do trabalho (mais ou

    menos

    centralizado na

    folha) (ver

    recomendao na

    pgina n 46);

    9 instituio onde o trabalho foi

    executado (na

    margem inferior);

    9 cidade e ano de concluso do trabalho (na margem inferior).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    12

    As informaes essenciais da origem do trabalho.

    2.4.1.2 Folha de rosto

    Deve conter:

    9 as mesmas informaes contidas na capa; 9 as informaes essenciais da origem do trabalho.

    Figura 2: Folha de rosto

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    13

    2.4.1.3 Ficha catalogrfica

    Localizada no verso da pgina de rosto e na parte inferior da mesma. Dever ser

    elaborada por profissional bibliotecrio, para padronizao das entradas de autor,

    orientador e definio dos cabealhos de assunto a partir de ndices de assuntos

    reconhecidos internacionalmente.

    2.4.1.4 Folha de aprovao

    Deve conter data de aprovao, nome completo e local para assinatura dos

    membros da banca examinadora. Outros dados como notas, pareceres, podem ser

    includos nesta pgina a critrio da instituio.

    2.4.1.5 Nominata

    a lista de cargos e nomes das principais autoridades da administrao da

    instituio de vnculo do pesquisador universidade e instituto, por exemplo.

    2.4.1.6 Dedicatria

    Tem a finalidade de oferecer o trabalho a algum como homenagem de gratido

    especial. Este item dispensvel, mas usual. So preferveis as mais formais.

    2.4.1.7 Agradecimento

    a manifestao de gratido queles que contriburam na elaborao do

    trabalho. outro item dispensvel e usual, a formalidade aqui tambm recomendada.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    14

    2.4.1.8 Sumrio

    Figura 3: Sumrio

    Enumerao das principais

    divises, sees e outras partes de um

    documento, na mesma ordem em que a

    matria nele se sucede (NBR 6027).

    O ttulo de cada seo deve ser

    digitado com a mesma fonte em que

    aparece no texto, mas se podem fazer as

    adequaes diagramao, mantidas as

    propores.

    A indicao das pginas

    localiza-se direita de cada seo.

    2.4.1.9 Epgrafe

    Item opcional, citao de um

    pensamento que, de certa forma, embasou ou inspirou o trabalho. Pode ocorrer,

    tambm, no incio de cada captulo ou partes principais.

    2.4.1.10 Resumo

    O resumo do trabalho tem por objetivo dar viso rpida do contedo ao leitor,

    para que ele possa decidir sobre a convenincia da leitura do texto inteiro. Deve ser

    totalmente fiel ao trabalho e no pode conter nenhuma informao que no conste do

    texto integral. A primeira frase do resumo deve ser significativa, explicar o tema

    Numerao em algarismos romanos nas pginas pr-textuais.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    15

    principal do documento. No devem constar do resumo citao de autores, tabelas e

    figuras.

    O resumo pode ser precedido da referncia bibliogrfica completa do documento

    e deve, preferencialmente, estar contido em nico pargrafo e nica pgina. De acordo

    com a norma da ABNT (NBR 6028), o resumo deve conter at 250 palavras para

    monografias e at 500 palavras para dissertaes e teses. Para contar o nmero de

    palavras do resumo, use o menu Ferramentas e Contar palavras (GARCIA, 2000).

    O resumo deve ser vertido para o ingls, por ser a lngua de maior difuso da

    produo cientfica, sendo facultado ainda fazer verses para outras lnguas, o francs

    comumente, em caso de interesse especfico. Esse abstract e o rsum so inseridos

    depois do resumo.

    2.4.2 Texto

    Conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte

    (CAMARGO e BELLOTTO, 1996:74). Obra escrita considerada na sua redao original e

    autntica (por oposio a sumrio, traduo, notas, comentrios, etc.) (AURLIO).

    a parte em que todo o trabalho de pesquisa apresentado e desenvolvido; deve

    expor raciocnio lgico, ser bem estruturado, fazer uso de linguagem simples, clara e

    objetiva.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    16

    Um relato honesto se desenrola melhor se o fazem sem rodeios. Shakespeare.

    2.4.2.1 Introduo

    A introduo apresenta o tema e indica aos leitores a

    linha do trabalho, sua motivao e o plano da obra, com

    alguns elementos das concluses alcanadas; menciona a

    importncia do trabalho e justifica contextual e

    pessoalmente a necessidade da realizao do empreendimento.

    A introduo deve ambientar o leitor. Cita fatos histricos importantes e

    trabalhos clssicos. A caracterizao do problema, as justificativas e as hipteses podem

    ser includas na introduo ou destacadas parte, quando for o caso. Autores podem ser

    citados, mas no se trata de reviso; apenas trabalhos de relevncia para a caracterizao

    do contexto devem ser citados. A introduo deve ter cerca de trs ou quatro pginas.

    Apresenta, no seu final, o objetivo do trabalho, de maneira clara e direta. importante

    que o objetivo apresentado tenha relao direta com o texto exposto no corpo da

    introduo (GARCIA, 2000).

    2.4.2.2 Desenvolvimento dos captulos

    O desenvolvimento dos captulos varia muito conforme o tipo do trabalho. Em

    pesquisas experimentais comum subdividir essa parte em reviso da literatura,

    metodologia, resultados e discusso. Entretanto, em pesquisas qualitativas, muitas vezes

    essa estrutura no adequada.

    Em qualquer tipo de pesquisa importante apresentar os trabalhos realizados por

    outros pesquisadores. A redao desta reviso da literatura normalmente de grande

    dificuldade, sobretudo pelos que se iniciam no universo cientfico-acadmico. Em face

    dessa dificuldade, muitos optam por apenas resumir os trabalhos lidos em um ou dois

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    17

    pargrafos e apresent-los em ordem cronolgica. Deve-se evitar esse tipo de redao,

    pois, alm de tedioso, o texto escrito dessa forma no apresenta de maneira eficiente o

    que j existe publicado sobre o tema. O texto deve apresentar as diferentes correntes de

    pesquisadores que estudaram a questo, deve ser fluente e os pargrafos devem possuir

    articulao entre si, cada um contendo idias que evoluram do pargrafo anterior e que

    preparam o seguinte.

    Apesar de ser mais comum a apresentao dos trabalhos em ordem cronolgica,

    isto no regra, os trabalhos mais antigos podem ser apresentados posteriormente,

    desde que a clareza e a lgica do texto o justifiquem. Para facilitar a redao, opo

    bastante usual dividir a reviso da literatura em partes, conforme os assuntos.

    fundamental que a reviso da literatura possua consistncia com o objetivo proposto, os

    trabalhos apresentados devem ter relao direta com o tema do trabalho.

    A metodologia empregada deve ser destacada em um tpico, com rigor de

    detalhes, de forma a permitir sua total repetio por outros autores.

    Deve-se evitar texto como:

    As extraes de RNA foram realizadas a partir das

    suspenses virais obtidas no item 3.3, de acordo com a tcnica

    descrita por Adzhar et al. (1996) e com o manual de instrues do kit

    SUPERSCRIPTTM (Preamplification System for First Strand cDNA

    Synthesis CAT. NO. 18089-011/GIBCO BRL/Life Technologies,

    EUA), com modificaes () (SANTIAGO, 2001:41).

    A menos que se prossiga descrevendo:

    Uma alquota (2 mL/amostra) de cada amostra foi retirada do

    nitrognio lquido, descongelada em gua corrente e centrifugada em

    microcentrfuga (mod. 212 centimicro, rotor ngulo fixo, FANEM,

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    18

    Brasil) a 6.000 X g/ 4C/3 min. Aps a centrifugao, [segue-se

    minuciosa descrio do procedimento] (SANTIAGO, 2001:41).

    O autor deve ser mencionado, mas isso no elimina que a tcnica seja descrita

    detalhadamente. Para maior clareza, o captulo sobre material e mtodos poder ser

    subdivido de acordo com as particularidades de cada rea. Em pesquisas qualitativas, a

    completa descrio das fontes imprescindvel.

    Em pesquisas experimentais, convm destacar os resultados em texto descritivo,

    apresentando de maneira objetiva os resultados encontrados. No fazer nenhum

    comentrio sobre os resultados encontrados, reservando-os para a discusso. Os

    resultados devem ser expostos na forma de texto, tabelas, grficos o que couber

    melhor. Normalmente se evita apresentar os resultados apenas em tabelas. Podem ser

    usados grficos para ilustrar os resultados, mas eles no dispensam sua apresentao na

    forma de texto ou tabelas. Deve-se checar que todos os resultados tenham sido obtidos

    por metodologia j descrita, bem como verificar se todas as metodologias descritas

    possuem resultados apresentados. Na discusso, deve-se ter em mente que no se trata

    apenas de fazer a discusso dos resultados, mas do trabalho. Assim, todas as etapas

    devem ser discutidas: objetivo, literatura, metodologia e resultados. Cabe sempre

    discutir a pertinncia do trabalho em questo e as motivaes que levaram o autor a

    conduzir o trabalho.

    Em seguida, discorre-se sobre a metodologia empregada e as alternativas a ela.

    Os resultados sero discutidos em duas etapas: primeiro a explicao do autor para os

    resultados encontrados, depois a comparao entre os resultados encontrados e os

    disponveis na literatura, com os respectivos comentrios pertinentes.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    19

    Por fim, faz-se o balano do trabalho com eventuais proposies de novos

    trabalhos para as novas questes que se apresentarem face aos resultados encontrados.

    Para cada questo respondida pelo trabalho devem surgir vrias outras novas.

    importante que sejam discutidos apenas aspectos apresentados nos captulos anteriores,

    no apresentando fatos ou resultados novos nem sendo citados autores que no tenham

    sido previamente mencionados (GARCIA, 2000).

    2.4.2.3 Concluses

    As concluses e recomendaes apresentam, objetivamente, o desfecho do

    trabalho a partir dos resultados. sempre importante apresent-las de maneira relativa.

    Evita-se a redao do tipo no houve influncia do rdio na aculturao dos povos

    indgenas, e se d preferncia a textos como no foi possvel demonstrar a

    influncia do rdio na aculturao dos povos indgenas.

    Colocam-se lado a lado os objetivos e as concluses, assegurando-se que no

    tenham sido citadas concluses que no foram objetivos do trabalho (GARCIA, 2000).

    2.4.3 Ps-texto

    2.4.3.1 Anexos ou apndices

    Material suplementar de sustentao ao texto (por exemplo: questionrio

    aplicado, roteiro de entrevista ou observao, lei discutida no corpo do texto).

    2.4.3.2 Glossrio

    a explicao dos termos tcnicos, verbetes ou expresses que constem do texto

    ou que o complementem. Elemento facultativo, a ser inserido de acordo com

    necessidade, uma lista em ordem alfabtica de palavras especiais, de sentido pouco

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    20

    conhecido, obscuro ou de uso muito restrito, ou palavras em lngua estrangeira

    acompanhadas de suas respectivas definies.

    2.4.3.3 Lista bibliogrfica (bibliografia)

    a relao do material consultado para elaborao do trabalho. Parte de uma

    obra na qual o autor apresenta as referncias bibliogrficas dos documentos

    consultados, de obras recomendadas para leitura complementar (AURLIO).

    Deve ser apresentada em ordem alfabtica pelo sobrenome do autor, em ordem

    cronolgica crescente; quando o autor tem mais de uma obra editada no mesmo ano

    devem-se usar as letras a, b, c,, em minscula. Exemplo: 1998a, 1998b, 1998c, 1999,

    2001 As obras individuais do autor antecedem as obras coletivas em que ele aparece.

    Quando o autor tem mais de uma obra citada no mesmo ano, a segunda obra e as

    seguintes devem seguir a ordem alfabtica de acordo com o ttulo da obra (veja mais

    detalhes na pgina n 26). Evita-se substituir a repetio do nome pela barra de espaos

    ____ , procedimento arcaico e que impossibilita a ordenao e identificao eletrnica

    do segmento.

    Exemplo extrado da Bibliografia de FERREIRA, NRS, 2001:

    MORIN, Edgar. Introduo ao pensamento complexo. 2.ed. Lisboa: Instituto Piaget, 1995.

    MORIN, Edgar. Cincia com conscincia. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000a.

    MORIN, Edgar. Os sete saberes necessrios educao do futuro. So Paulo: Cortez; Braslia, DF: UNESCO, 2000b.

    MORIN, Edgar; Moigne, Jean-Louis Le. A inteligncia da complexidade. 2.ed. So Paulo: Peirpolis, 2000.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    21

    2.5 Forma e contedo

    2.5.1 Formato

    No h determinao precisa e unificada quanto ao formato do texto e do pr-

    texto na pgina, manchas e margens; no entanto, passaram a ser usuais as seguintes

    caractersticas, com pequenas variaes entre as instituies:

    a) papel alcalino branco, 75g/m2, formato A4 (210 X 297mm);

    b) margens de:

    9 3,5 cm na parte superior; 9 2,5 cm na inferior; 9 3,5 cm no lado esquerdo; 9 2,5 cm no lado direito; 9 1,7 cm no cabealho; 9 1,7 cm no rodap.

    Para definir as margens e o tamanho do papel, use o menu Arquivo e

    Configurar pgina...

    c) fonte para o texto: Times New Roman; Corpo: 12; Espao: 2 no texto e 1,5

    nas citaes longas (mais de cinco linhas), ou

    d) fonte para o texto: Arial; Corpo: 11; Espao: 1,5 no texto e 1 nas citaes

    longas (mais de cinco linhas);

    e) fontes para os ttulos e sees sero hierarquizadas segundo a necessidade,

    mantendo-se sempre a mesma fonte utilizada no texto, em tamanhos

    diferentes, e usando-se negritos e itlicos, segundo convier. Este Manual pode

    ser utilizado como exemplo.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    22

    2.5.2 Paginao

    A numerao das pginas introdutrias contada a partir da folha de rosto e

    deve ser feita em algarismos romanos, colocados no canto superior direito, no cabealho

    de cada pgina h quem prefira letras minsculas, mas isso absolutamente contrrio

    ao procedimento romano clssico, portanto sem fundamento.

    A numerao em algarismos arbicos inicia-se na primeira pgina do texto

    (pgina 1), a numerao em romanos termina na pgina anterior a esta.

    So contadas na numerao, mas no recebem nmeros, as folhas de rosto, a

    primeira pgina do texto (pgina 1) e as pginas que iniciam captulo o que no

    costuma ser seguido com muito rigor.

    Para paginar o documento, usa-se o menu Inserir e Nmeros de pginas... Para

    que o programa possa paginar de maneira diferente (I, II, III e 1, 2, 3 ), deve-se

    dividir o trabalho em sees ou em arquivos diferentes.

    Considerando que se devero assumir diferentes formataes para as pginas,

    deve-se dividir o trabalho em pelo menos trs arquivos: um para capa e contra-capa,

    outro para o pr-texto e um terceiro para texto e ps-texto. Se o autor j possui

    intimidade com o programa, poder manter todo o texto em arquivo nico, dividindo-o

    em sees, por meio do menu Inserir e Quebra, definindo em seguida: Quebra de

    seo / Prxima pgina.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    23

    2.5.3 Citaes

    So empregadas para transcrever o que o autor escreveu, suas idias ou suas

    palavras.

    As autoras ALVES-MAZZOTTI (1999), LAKATOS e MARCONI

    (1991) destacam a relevncia da tcnica observao no contexto das

    investigaes qualitativas. A observao de fatos, comportamentos e

    cenrios extremamente valorizada pelas pesquisas qualitativas

    (p.164), assinala ALVES-MAZZOTTI. Para LAKATOS e MARCONI a

    observao desempenha papel importante nos processos

    observacionais, no contexto da descoberta () [essa tcnica] permite

    a evidncia de dados no constantes do roteiro de entrevistas ou de

    questionrios (p. 191) (FERREIRA, NRS, 2001:135).

    Aqui FERREIRA, NRS (2001) est reproduzindo as idias de ALVES-MAZZOTTI

    (1999), LAKATOS e MARCONI (1991), em alguns pontos; em outros, transcrevem-se as

    palavras daqueles autores.

    2.5.3.1 Citao direta ou textual

    Quanto menos usado o recurso

    da citao textual, mais valor ele

    adquire. Reserve-o para afirmaes de

    grande relevncia, por seu contedo ou pelo carter inusitado que possa ter.

    Reproduzir citaes textuais confere credibilidade informao, ajuda o leitor a

    conhecer melhor o pensamento citado. Devem-se reproduzir apenas as frases mais

    importantes, expressivas e espontneas:

    Existem coisas que inviabilizam a elaborao concreta do

    contedo programtico [trabalhar dois professores com contedos

    No abuse das citaes. Como costumava dizer meu pai: Quem cita os outros no tem idias prprias.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    24

    diferentes ao mesmo tempo]. O meu [contedo] est elaborado em

    funo () como se eu tivesse dando uma disciplina (Informante

    1C) (Apud FERREIRA, NRS, 2001:151).

    Informaes de carter universal ou de fcil averiguao no devem ser

    atribudas a algum, mas assumidas pelo autor: Belo Horizonte a capital mais

    montanhosa do Sudeste. E no: O gegrafo Fulano afirma que Belo Horizonte a

    capital mais montanhosa

    Na reproduo de citao textual, deve-se ser fiel ao que foi dito, mas, se no for

    de relevncia cientfica, convm eliminar repeties de palavras ou expresses da

    linguagem oral: hum, , ah, n, t, sabe?, entende?, viu? Para facilitar a leitura, pode-se

    suprimir trecho ou alterar a ordem do que foi dito desde que respeitados o contexto e o

    contedo.

    Usa-se o travesso para reforar aspas, principalmente em transcrio de

    entrevistas. A declarao deve estar entre aspas, ainda que se trate de dilogo.

    Na necessidade de chamar a ateno do leitor para algo de errado ou estranho

    em declarao, admite-se o uso da expresso latina sic (assim mesmo) entre parnteses

    e em itlico. Mas um recurso de uso restrito.

    Cuidado com os sujeitos e os verbos ao reproduzir

    declaraes textuais. Nunca se deve escrever Agripino

    Viso declarou que vi com meus prprios olhos, nem

    Agripino Viso declarou que viu com seus prprios olhos. Usa-se: Vi com meus

    prprios olhos, disse Agripino Viso; ou Agripino Viso disse ter visto com seus

    prprios olhos; ou ainda Agripino Viso disse: Vi com meus prprios olhos

    (FOLHA).

    Analogias na escrita so to fteis quanto chifres numa galinha.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    25

    Citao direta e curta (com menos de cinco linhas) deve ser feita na seqncia

    do texto, entre aspas: O estudo de caso do tipo etnogrfico faz uso das tcnicas que

    tradicionalmente so associadas etnografia, ou seja, a observao participante, a

    entrevista intensiva e a anlise de documentos (ANDR, 1995:28, apud FERREIRA,

    NRS, 2001:124).

    Na citao direta e longa (com cinco linhas ou mais), as margens so recuadas

    direita, em fonte e espao menor que a do corpo de texto (espao 1,5, em Times New

    Roman 11, ou espao 1, quando em Arial 10, que so as fontes recomendadas). Esse

    procedimento pode ser verificado anteriormente.

    2.5.3.2 Citao de citao

    a citao citada por outro pesquisador. H ocorrncias anteriores que

    exemplificam esse caso. Observao: apud significa citado por. Recomenda-se evitar

    esse procedimento tanto quanto possvel.

    2.5.3.3 Citao indireta

    Sofre interpretao por parte do autor, apenas as idias so advindas do texto

    original.

    Um dos maiores desafios da educao e da escola, neste momento, o da

    tecnologia, em especial das tecnologias de informtica, centradas no computador, e o

    produto destas tecnologias a informao sistematizada, de modo a promover a

    disponibilizao e sua utilizao de forma democrtica e cidad (CHAVES, 1998 apud

    REIS, 2001:14).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    26

    Aqui Reis est reproduzindo as idias de Chaves; este exemplo uma citao da

    citao indireta. Foram usadas aspas por serem as palavras de Reis e no de quem o

    cita.

    2.6 Ilustraes

    As ilustraes devem estar acompanhadas de legenda, que dever ser

    mencionada na respectiva lista, ou na lista geral de ilustraes, como melhor convier.

    Vrias so as possibilidades atuais de introduo de ilustraes no texto. A

    disposio das ilustraes pode se subordinar sua natureza, ao texto ou exigncia de

    destino do trabalho, com amplas possibilidades.

    Os cuidados a serem tomados se referem ao excesso cabe ponderar sobre a

    necessidade da ilustrao e sobre a informao que ela agrega ao texto; se no for

    realmente pertinente, prefervel descartar; no que se refere aos grficos, fluxogramas e

    outros elementos ilustrativos criados para o trabalho, bom verificar se possuem

    tamanho e cores adequadas sbrias como convm ao texto cientfico; as cores que os

    programas mais usuais de planilha de clculo usam automaticamente parecem bastante

    adequadas, no sendo preciso inventar muito.

    Outra recomendao quanto quantidade de ilustraes coloridas, recurso to

    fcil com os computadores atuais, refere-se aos custos: bom ter em mente que cada

    cpia ou impresso laser de pgina em preto e branco custa hoje alguns centavos, mas

    as coloridas custaro algo prximo a R$2,00 cada uma.

    Quando a ilustrao provier de outro autor, as exigncias de meno fonte so

    as mesmas que aquelas estabelecidas para quaisquer informaes, dados ou texto.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    27

    0

    Cn-1

    Cn-2

    Cn-3

    Cn

    o

    = 0 trans = 120 gauche (g+) = -120 gauche (g-)

    2.6.1 Desenhos

    Vrios tipos de desenhos podem ser usados como ilustrao dos trabalhos

    acadmicos, inclusive desenhos feitos apenas com os recursos do prprio editor de

    textos1, como o do exemplo a seguir:

    A figura abaixo ilustra as possveis configuraes numa cadeia de polmero, em

    funo do ngulo :

    Figura 4: Desenho

    Quando 0= , temos um mnimo de energia associado

    configurao trans; quando

    D120+= , temos um outro mnimo para a configurao

    gauche +g ; () (NASSIF,

    2002:118).

    Recomenda-se que os

    desenhos feitos em editor de textos sejam agrupados em todos os seus componentes e

    convertidos em figura, para que no se percam informaes e que no haja problemas

    futuros de editorao.

    1 Foi usado o Microsoft WordXP. Todas as referncias a editor de textos e comandos aplicveis neste

    Manual se referem a ele.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    28

    Outros desenhos podem ser escaneados e introduzidos. Observar que a resoluo

    do escaneamento no seja alta para que o documento no fique muito grande, nem baixa

    demais que prejudique a imagem no momento da impresso. Algo entre 50 e 120dpi

    deve ser suficiente.

    2.6.2 Diagramas

    A seguir esboado um diagrama sobre os conceitos discutidos:

    Figura 5: Diagrama

    Fluxo de Caixa + Acumulaes = ResultadoContbilLucro/Prejuzo

    - Deprec. & Amort.(Ac. no Correntes)

    + Cap.Circ.Liq. (excluir Disponibilidades

    e Financ. Banc. C.P. )(Ac. Correntes)

    Discricionrias No Discricionrias

    Lanamentoscontbeis naturais

    do negcio

    Gerenciamentodos

    Resultados

    Contabilmenteno manejvel

    por hiptese

    A diferena entre a contabilidade pelo regime de caixa e a contabilidade pelo

    regime de competncia reside no aspecto temporal de reconhecimento de receitas e

    despesas (MARTINEZ, 2001:33).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    29

    2.6.3 Fotografias

    s fotografias aplicam-se os mesmos comentrios referentes s legendas,

    escaneamento quando for o caso ou insero no texto que foram feitos para as outras

    ilustraes. No parece apropriado que ocupem mais de 40% da mancha na pgina e

    devem estar o mais prximas possvel do texto a que corresponderem.

    Fotografia 1 Colgio e Santurio do Caraa

    Descrio do atrativo:

    Propriedade da Congregao da Misso dos

    Padres Lazaritas, ou Vicentinos, o Parque

    Natural do Caraa, hoje, uma Reserva

    Particular do Patrimnio Natural RPPN,

    com 11.233 hectares. Alm disso, possui o

    ttulo de Zona de Vida Silvestre e seu

    conjunto arquitetnico est tombado pelo

    SPHAN, que lhe conferiu o ttulo de

    Patrimnio Cultural. O Santurio,

    localizado a 1.300 metros de altitude, pode

    ser considerado o maior atrativo turstico da

    regio, em virtude da diversidade de modalidades tursticas ali existentes e da qualidade

    das atividades que delas decorrem (MAGALHES, 2000:139).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    30

    2.6.4 Grficos

    Diversos tipos podem ser usados; o deste exemplo conhecido como radar,

    permite visualizar grande quantidade de fatores correlacionados.

    Fatores intervenientes no uso do computador [percentual por escola].

    Figura 6: Grfico radar

    Questionrio dos Alunos

    020406080

    100 H quanto Tempo Usa Computador

    Uso de Computador fora daEscola

    Freqncia do Uso de Computador na Escola

    Aprendizado com o Computador

    Orientao Dada pelo Professor Freqncia do Uso dos Meios de

    comunicao

    Freqncia do Uso da Biblioteca

    Programas Utilizados

    Nmero de Acertos

    Pblica 1 Pblica 2 Particular 3 Particular 4

    Fonte: PINTO, 2001:110.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    31

    2.6.5 Tabelas e quadros

    As tabelas e os quadros devem ser numerados seqencialmente com nmeros

    arbicos e listados no pr-texto. O ttulo deve ser objetivo. Devem ser evitadas linhas

    verticais e as linhas horizontais devem se limitar, sempre que possvel, ao cabealho e

    ao rodap da tabela.

    A apresentao de quadros e tabelas est regida pelas Normas de apresentao

    tabular (IBGE, 1979) e Normas de apresentao tabular (Conselho Nacional de

    Estatstica, 1958).

    A ABNT define normas para tabelas e figuras (NBR 6029 e NBR 6822). Nessas

    normas, h distino entre tabelas e quadros. Segundo a ABNT, tabelas apresentam

    informaes tratadas estatisticamente e quadros contm informaes textuais agrupadas

    em colunas.

    A melhor obra disponvel sobre o assunto a publicao do Tribunal de Contas

    da Unio: Tcnicas de apresentao de dados; alm de excelente, gratuita, pode ser

    obtida na internet.

    2.6.5.1 Tabelas

    So conjuntos de dados estatsticos, associados a dado fenmeno, dispostos em

    determinada ordem de classificao. Expressam as variaes qualitativas e quantitativas

    do fenmeno. A finalidade bsica da tabela resumir ou sintetizar dados de maneira a

    fornecer mxima informao em mnimo espao. Na apresentao da tabela devem ser

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    32

    levados em considerao:

    a) toda tabela deve ter significado prprio, dispensando consultas ao texto;

    b) a tabela deve ser colocada em posio vertical, para facilitar a leitura dos

    dados. No caso em que isso seja impossvel, deve ser colocada em posio

    horizontal, com o ttulo voltado para a margem esquerda da folha;

    c) se a tabela ou quadro no couber em uma pgina, deve ser continuado na

    pgina seguinte. Neste caso, o final no ser delimitado por trao horizontal

    na parte inferior e o cabealho ser repetido na pgina seguinte;

    d) no devem ser apresentadas tabelas nas quais a maior parte dos casos

    indiquem inexistncia do fenmeno (PUC-PR).

    As tabelas podem usar fontes bem menores que as do texto corrente, para

    possibilitar a incluso de grande volume de informaes em espao pequeno,

    possibilitando a viso global dos dados. As fontes da tabela abaixo, obtida em BRITO

    (2000:22), so de corpos 10 e 9.

    Tabela 1: Exemplo de tabela

    TABELA N. 5 BRASIL

    MIGRANTES INTERESTADUAIS 1981/1991

    IMIGRANTES EMIGRANTES ESTADOS E REGIES absoluto % absoluto % NORTE 1.170.161 11,00 654.539 6,15 NE. SETENTRIONAL 399.270 3,75 787.120 7,40 NE. CENTRAL 1.166.571 10,96 1.916.605 18,01 NE. MERIDIONAL 577.892 5,43 973.223 9,15 MINAS GERAIS 799.339 7,51 1.018.903 9,58 ESPRITO SANTO 269.382 2,53 197.692 1,86 RIO DE JANEIRO 580.821 5,46 624.921 5,87 SO PAULO 2.686.636 25,25 1.498.981 14,09 PARAN 592.854 5,57 1.083.620 10,18 EXTREMO SUL 564.730 5,31 569.635 5,35 CENTRO-OESTE 1.832.176 17,22 1.314.593 12,36 TOTAL 10.639.832 100,0 10.639.832 100,0 Fonte: FIBGE; Censo Demogrfico de 1991.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    33

    2.6.5.2 Quadros

    Denomina-se quadro a apresentao de dados de forma organizada, para cuja

    compreenso no seja necessria qualquer elaborao matemtico-estatstica. A

    identificao ser feita com o nome do elemento quadro, seguido do nmero de ordem

    em algarismo romano (PUC-PR).

    2.7 Recomendaes

    2.7.1 Abreviatura, siglas e smbolos

    Abreviatura a apresentao de uma

    palavra por meio de alguma(s) de suas slabas ou

    letras, usada no tratamento documental (CAMARGO

    e BELLOTO, 1996:1).

    Evitamos inventar abreviaturas, exceto aquelas que se referirem a elementos

    conceituais ou referncias a obras clssicas repetidas extensiva e intensivamente no

    trabalho.

    Entre as mais comuns universalmente aceitas, h: designao de ano ou sculo

    em relao era crist (a.C., d.C.); a expresso etc. (et ctera); meses do ano em

    ilustrao, tabelas e referncias (jan., fev., mar., abr., mai., jun., jul., ago., set., out.,

    nov., dez.); designaes comerciais (Cia., Ltda., S/A, S/C).

    H, verdadeiramente, duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A cinciaconsiste em saber; em crer que se sabe reside ignorncia. Hipcrates.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    34

    Siglas criam dificuldades para o leitor, porque

    exigem que sejam decifradas. A regra evit-las,

    principalmente em ttulos, exceto em casos

    consagrados, como Aids, Bradesco, Embratel, ONU, OLP, USP.

    Observe-se a seguinte padronizao:

    a) no usar pontos: ONU e no O.N.U.;

    b) escrever por extenso seu significado, de preferncia logo aps a primeira meno:

    O filme vai ser exibido no MIS (Museu da Imagem e do Som), exceto quando a

    sigla for muito consagrada, como Aids, Bradesco, ONU;

    c) usar apenas letras maisculas para sigla com at trs letras: OMS, DPF, ONU.

    Mas ateno: alguns nomes, como Efe (a agncia de notcias espanhola) e Fed (o

    banco central norte-americano), parecem siglas, mas no so;

    d) empregar maiscula apenas na primeira letra de siglas com mais de trs letras que

    podem ser lidas sem dificuldade como palavra: Unesco, Banespa, Petrobrs,

    Sudene, Sesc, Prona;

    e) usar apenas letras maisculas para sigla que exija leitura letra por letra: UFMG,

    SBPC, DNDDC, DNER, PMDB;

    f) h algumas excees consagradas, como CNPq, UnB;

    g) se precisar formar plural, acrescente-se s minsculo: TVs, BTNs.

    Os smbolos das unidades de medida no so abreviaturas nem siglas, devendo

    ser escritos em minsculas, exceto aqueles etimologicamente ligados a nomes prprios;

    assim: g grama; m metro; kg quilograma; V volt (maisculo, por causa de

    Alessandro Volta), s segundo. So grafados sem ponto de abreviao e sem plural

    (FOLHA, adaptado).

    Nunca use siglas desconhecidas, conforme recomenda a A.G.O.P.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    35

    A ABNT, atravs da NBR 6032, define regras para se criarem abreviaes.

    Algumas dessas regras so:

    a) no se abreviam palavras com menos de cinco letras;

    b) devem-se suprimir artigos e preposies;

    c) o tipo do peridico abrevia-se com uma letra maiscula (p.ex.: B. boletim, C.

    correio, D. dirio, F. Folha, G. gazeta, J. jornal, R. revista);

    d) os substantivos abreviam-se com a primeira letra maiscula e os adjetivos em

    minscula, exceto para nomes de entidades (Revista Brasileira de Medicina

    Veterinria = R. bras. Med. vet.; Sociedade Brasileira de Medicina

    Veterinria = Soc. Bras. Med. Vet.).

    Da tabela que se segue, embora existam e sejam aceitos, pelos motivos expostos

    no se recomenda o uso das abreviaturas transcritas em itlico, exceto em trabalhos

    ligados rea especfica de seu emprego.

    Tabela 2: Abreviaturas

    Abr

    evia

    tura

    Sign

    ifica

    do

    a. assinado(a)

    A. autor

    aa. assinados(a)

    AA. autores

    a.C. antes de Cristo

    a.D. anno Domini

    Al. Alameda

    Alm. Almirante

    Alm.-Esqdra.

    Almirante-de-Esquadra

    a.m. ante meridiem

    ap. apartamento

    AR Administrao Regional

    asp. aspirante

    Av. Avenida

    bel. bacharel

    Brig. Brigadeiro

    btl. batalho

    C grau centesimal, centgrado ou Clsius (ex: 20C)

    C.-Alm. Contra-Almirante

    Cap. Capito

    cap. captulo

    Cap.corv. Capito-de-Corveta

    Cap.Frag. Capito-de-Fragata

    Cap.M.G. Capito-de-Mar-e-Guerra

    caps. captulos

    Cap.-Ten. Capito-Tenente

    cav. cavalaria

    cc. centmetro cbico

    Cel. Coronel

    cg centigrama(s)

    Cia. companhia

    CIF cost, insurance and freight (custo, seguro e frete)

    cl centilitro(s)

    cm centmetro(s)

    cm2 centmetro(s) quadrado(s)

    cm3 centmetro(s) cbico(s)

    cm/s centmetro(s) por segundo

    cd. cdigo

    Com. Comandante

    comp. companhia (militarmente)

    Cr$ cruzeiro

    Cz$ cruzado

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    36

    NCz$ cruzado novo

    D. Dom, Dona

    D. digno

    d.C. depois de Cristo

    DD. dignssimo

    dec. decreto

    dg decigrama(s)

    DL decreto-lei

    Dr. Doutor

    Dr. doutora

    Drs. Doutoras

    Drs. Doutores

    E. editor

    E Este (ponto cardeal)

    ed. edio

    EE. editores

    EM Estado-Maior

    Em. Eminncia

    Emb. Embaixador

    Eng. Engenheiro(s)

    Esc. escola

    etc. et ctera

    ex. exemplo(s)

    Ex. Excelncia

    Exm. Excelentssima

    Exm. Excelentssimo

    Fed Federal Reserve (BC-EUA)

    fem. feminino

    fl. folha

    fls. folhas

    FOB free on board (livre a bordo)

    Fr. Frei

    g grama(s)

    Gen. General

    GMT Greenwich Meridian Time (hora do meridiano de

    Greenwich)

    h hora(s)

    ha hectare(s)

    hab. habitante(s)

    hl hectolitro(s)

    HP horse-power (cavalo-vapor)

    ib. ibidem (no mesmo lugar)

    id. idem (o mesmo)

    i.e. id est (isto )

    Ilm. Ilustrssima

    Ilm. Ilustrssimo

    inf. infantaria

    Jr. Jnior

    K grau(s) Kelvin

    kg quilograma(s)

    kHz quilohertz

    km quilmetro(s)

    Km2 quilmetro(s) quadrado(s)

    km/h quilmetro(s) por hora

    KO nocaute

    kV quilovolt(s)

    kVA quilovolt(s)-ampre(s)

    kw quilowatt(s)

    kwh quilowatt(s)-hora

    l litro

    lb libra, libra-peso

    log. logaritmo

    LP long-playing

    Ltda. Limitada

    m metro(s)

    m2 metro(s) quadrado(s)

    m3 metro(s) cbico(s)

    mA miliampre(s)

    Maj. major

    Mal. marechal

    md. mdico

    mg miligrama(s)

    MHz megahertz

    min minuto(s)

    ml mililitro(s)

    Mlle. Mademoiselle (Senhorita)

    mm milmetro(s)

    mm2 milmetro(s) quadrado(s)

    mm3 milmetro(s) cbico(s)

    MM. Meritssimo

    Mme. Madame

    m/min metro(s) por minuto

    Mons. Monsenhor

    Mr. Mister (senhor)

    Mrs. Mistress (Senhora)

    m/s metro(s) por segundo

    MTS metro, tonelada, segundo

    mV milivolt(s)

    N Norte

    N. da R. nota da redao

    N. do A. nota do autor

    N. do E. nota do editor

    N. do T. nota do tradutor

    NE Nordeste

    N.N. abreviatura com que se oculta um nome em programas, cartazes, subscries etc.

    n nmero

    N.S. Nosso Senhor

    N.S. Nossa Senhora

    N.T. Novo Testamento

    O Oeste

    obs. observao

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    37

    op. cit. opus citatum (obra citada)

    pg./p. pgina

    Pe. padre

    p. ex. por exemplo

    pg. pago

    Ph.D. Philosophiae Doctor (doutor em filosofia)

    pl. plural

    p.m. post meridiem

    Prof. Professor

    Prof. Professora

    Profs. Professoras

    Profs. Professores

    P.S. post scriptum (ps-escrito)

    pt ponto

    QG quartel-general

    R. Rua

    R$ real

    Revm. Reverendssimo

    rpm rotao por minuto

    rps rotao por segundo

    s segundo(s) (de tempo)

    S. Santa, Santo, So

    S Sul

    S.A. Sociedade Annima

    sarg. sargento

    s/d sem data

    sc. sculo

    scs. sculos

    seg. seguinte

    segs. seguintes

    S. Em. Sua Eminncia

    S. Ems. Suas Eminncias

    S. Ex. Sua Excelncia

    S. Exs. Suas Excelncias

    SOS sinal de socorro

    Sr. Senhor

    Sra. Senhora

    Sras. Senhoras

    S. Revm. Sua Reverendssima

    S. Revmas.

    Suas Reverendssimas

    Srs. Senhores

    Srta. Senhorita

    S. S. Sua Senhoria

    S. Ss. Suas Senhorias

    t tonelada

    tel. telefone

    Ten. Tenente

    Ten.-Cel. Tenente-Coronel

    Trav. Travessa

    TV televiso

    V volt(s)

    V. voc

    VA volt-ampre

    V.A. Vossa Alteza

    V.-Alm. Vice-Almirante

    V. Em. Vossa Eminncia

    V. Ems. Vossas Eminncias

    V. Ex. Vossa Excelncia

    V. Exs. Vossas Excelncias

    V. Revm. Vossa Reverendssima

    V. Revms

    Vossas Reverendssimas

    vs. versus (contra)

    V.S. Vossa Santidade

    V.S. Vossa Senhoria

    V.Ss. Vossas Senhorias

    VT Videoteipe

    w watt(s)

    W watt internacional

    W Oeste

    w.c. water-closet (sanitrio)

    wh watt-hora

    x Versus (no futebol)

    yd yard(s) (jardas)

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    38

    Os meses, a serem mencionados nas referncias de peridicos, so sempre

    abreviados na lngua de origem do artigo; segue-se quadro com abreviaturas em

    algumas lnguas; observe-se a grafia nas lnguas romnicas em minsculas; nas

    germnicas, inicial maiscula.

    Tabela 3: Abreviaturas dos meses

    Portugus Espanhol Italiano janeiro jan. enero ene. gennaio gen. fevereiro fev. febrero feb. febbraio feb. maro mar. marzo mar. marzo mar. abril abr. abril abr. aprile apr. maio maio mayo mayo maggio mag. junho jun. junio jun. giugno giug. julho jul. julio jul. giuglio giugl. agosto ago. agosto ago. agosto ago. setembro set. septiembre set. settembre set. outubro out. octubre oct. ottobre ott. novembro nov. noviembre nov. novembre nov. dezembro dez. diciembre dic. decembre dec.

    dicembre dic.

    Francs Ingls Alemo janvier jan. January Jan. Januar Jan. fvrier fv. February Feb. Februar Feb. mars mars March Mar. Mrz Mrz avril avr. April Apr. April Apr. mai mai May May Mai Mai juin juin June June Juni Juni juillet juil. July July Juli Juli aot aot August Aug. August Aug. septembre sept. September Sept. September Sept. octobre oct. October Oct. Oktober Okt. novembre nov. November Nov. November Nov. decembre dec. December Dec. Dezember Dez.

    2.7.2 Arredondamento

    Todo cuidado pouco ao arredondar nmeros. A informao apurada com

    esforo e zelo pode ser comprometida pela impercia na hora de tornar o dado mais

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    39

    legvel: US$ 20,34 bilhes muito mais do que US$ 20 bilhes. Essa simplificao ter

    subtrado US$ 340 milhes em informao (FOLHA).

    Apesar de esse arredondamento ser matematicamente correto, no se deve faz-

    lo. Evite-se qualquer operao que altere o nmero em mais de 1% de seu valor

    original.

    Na hora de eliminar casas ao arredondar, nunca desprezar: populao de 13,7

    milhes pode ser transformada em 14 milhes, nunca em 13 milhes. Para facilitar a

    leitura, cabe restringir os numerais fracionados inevitveis a uma casa decimal, como

    regra, mas convm tomar cuidado com as quantidades muito grandes, usando o bom

    senso.

    Para arredondar, podem-se seguir estas duas regras prticas:

    a) concentrar-se na casa seguinte que se pretende manter;

    b) arredondar para cima os algarismos 5, 6, 7, 8 e 9; os restantes (1, 2, 3 e 4),

    para baixo.

    Assim, arredonda-se 1,4499 para 1,4 e no 1,5 (o segundo 4 exige

    arredondamento para baixo). A razo clara: 1,4499 est mais perto de 1,4 do que de

    1,5.

    Se a inteno for manter duas casas decimais, escreve-se 1,45, porque 1,4499

    est mais perto de 1,45 do que de 1,44 (o primeiro 9, neste caso, fala mais forte)

    (FOLHA, adaptado).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    40

    2.7.3 Aspectos ticos

    Nos termos da Portaria 196/96, do Conselho Nacional de Sade, tratando-se de

    pesquisa clnica, epidemiolgica ou no mbito das Cincias Humanas, envolvendo

    experimentao com seres humanos, o projeto deve conter seo onde se explicite como

    esto sendo contemplados seus aspectos ticos, devendo ser anexados o parecer da

    Comisso de tica das instituies envolvidas e cpia do formulrio para consentimento

    aps informao.

    2.7.4 Biossegurana

    Conforme legislao em vigor, projetos que envolvam experimentos com

    organismos geneticamente modificados devem informar o nmero de registro e data da

    publicao do certificado de qualidade em Biosegurana.

    2.7.5 Desdobramento em volumes

    Divide-se em dois volumes o trabalho que ultrapassar significativamente as 200

    pginas, para facilitar o manuseio.

    Quando a obra for em mais de um volume, a capa e a folha de rosto devem

    destacar a indicao de volume (Volume I; Volume II) logo abaixo do ttulo.

    A numerao das pginas dos volumes deve ser seqncia natural do volume

    anterior (UFRGS, adaptado).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    41

    2.7.6 Direitos autorais

    Os direitos autorais sobre as obras intelectuais, inclusive os trabalhos

    acadmicos, esto regulados pela Lei 9.610 de 19/02/1998, que altera, atualiza e

    consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. No

    necessrio qualquer tipo de registro para adquirir direito autoral, mas isso pode ser feito

    para garantir de forma lquida, inquestionvel, o exerccio desse direito. O registro pode

    ser feito em diversas instituies, inclusive na Biblioteca Nacional (veja link na pgina

    n 144). As citaes, menes e excertos, respeitadas e mencionadas as fontes e os

    limites, no violam o direito autoral. A idia no objeto de direito, segundo a Lei.

    2.7.7 Estilo

    O estilo na redao de trabalhos

    cientficos deve ter por referncia princpios

    bsicos que devem ser observados de modo a

    garantir o mximo de iseno e clareza na

    descrio da atividade de investigao desenvolvida.

    Os princpios indispensveis redao acadmica, comuns a outras formas de

    escrita, podem ser resumidos nas seguintes caractersticas: clareza; preciso;

    comunicabilidade e consistncia.

    A redao clara quando no deixa margem a interpretaes diferentes da que o

    autor deseja comunicar. A linguagem rebuscada, cheia de termos desnecessrios, desvia

    a ateno do leitor, servindo apenas para o confundir.

    Releia suas redaes e, onde quer que se depare com um trecho que lhe parea particularmente brilhante, risque-o. Samuel Johnson, segundo Boswell.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    42

    A falta de clareza do texto aparece muitas vezes acompanhada de ambigidade,

    falta de ordem na apresentao de idias, utilizao excessiva de termos com pouco uso

    na lngua. O texto correto expe os conceitos e a lgica pretendida em seqncia que

    estimule o prosseguimento da leitura.

    O autor claro quando usa linguagem precisa, quando atribui a cada palavra

    empregada o sentido exato do pensamento que deseja transmitir. mais fcil ser preciso

    na linguagem cientfica do que na literria, uma vez que nesta ltima a escolha de

    termos bem mais ampla. De qualquer forma, a seleo de termos inequvocos e a

    cautela no uso de expresses coloquiais (de uso comum: por exemplo, quer chova ou

    faa sol; ou das duas, uma) devem constituir preocupao sempre presentes na redao

    acadmica.

    A comunicabilidade caracterstica essencial na linguagem cientfica, os

    assuntos devem ser tratados de maneira direta e simples, expondo a lgica e a

    continuidade que sustentem as idias defendidas.

    A pontuao tambm deve ser usada criteriosamente, proporcionando pausas

    adequadas compreenso do texto. Pontuao em excesso cansa o leitor e, quando

    deficiente, no oferece clareza.

    Por ltimo, o princpio da consistncia elemento importante no estilo e pode

    ser analisado de trs formas complementares: consistncia da expresso gramatical;

    consistncia de categoria; consistncia de seqncia.

    A consistncia de expresso gramatical violada quando, na enumerao de trs

    itens, o primeiro um substantivo, o segundo, uma frase e o terceiro, um perodo

    completo, o que confunde e distrai o leitor. Outro exemplo seria a enumerao cujos

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    43

    Evite frases exageradamente longas, por dificultarem a compreenso da idia contida nelas e, concomitantemente, por conterem mais de uma idia alm da central, o que nem sempre torna o seu contedo acessvel, forando, desta forma, o pobre leitor a separ-la em seus componentes diversos, de forma a torn-las compreensveis, o que no deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hbito que devemos estimular atravs do uso de frases mais curtas

    itens se iniciassem, ora por substantivo, ora por verbo. Vejamos: na redao cientfica,

    cumpre observar, entre outras regras: (1) terminologia precisa; (2) pontuao criteriosa;

    (3) no abusar de sinnimos; (4) evitar ambigidade de referncias Observe como fica

    melhor: (1) terminologia precisa; (2) pontuao criteriosa; (3) sinonmia restrita; (4)

    referncias precisas.

    A consistncia de categoria reside no equilbrio que deve ser mantido nas

    principais sees do captulo ou subsees da seo. Um captulo cujas trs primeiras

    sees se referem, respectivamente, aos aspectos tecnolgicos, econmicos e sociais dos

    sistemas de informao, e a quarta seo que trate de ferramentas de anlise e

    desenvolvimento de sistemas de informao, est desequilibrado. A quarta seo, sem

    dvida, apresenta matria de categoria diferente da abordada pelas trs primeiras,

    devendo pertencer a outro captulo.

    A consistncia de seqncia est relacionada ordem que deve ser mantida na

    apresentao de captulos, sees e subsees do trabalho. Embora nem sempre a

    seqncia a ser observada seja cronolgica, existe lgica inerente ao assunto em

    qualquer enumerao. Uma vez detectada, a lgica determinar a ordem em que

    captulos, sees, subsees e quaisquer outros elementos devem aparecer. Seja qual for

    a seqncia adotada, o que importa que esta deve refletir organizao lgica.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    44

    2.7.8 Nomes comerciais

    Nomes comerciais ou marcas no devem ser mencionados no texto, a menos que

    por necessidade absoluta. Deve ser citado apenas o nome tcnico correspondente, ou a

    descrio do produto, e a marca comercial deve ser citada em nota de rodap. Por

    exemplo, no mencionar Fanta Uva, usando refrigerante base de uva; dizer dipirona

    no lugar de Novalgina (GARCIA, 2000).

    Esse procedimento universal entre os autores da rea mdica, mas deve ser

    adotado por todos, por ser mais pertinente do ponto de vista acadmico e de maior

    formalidade.

    2.7.9 Notas de rodap

    As notas de rodap destinam-se a prestar esclarecimentos ou tecer consideraes

    que no devem ser includas no texto para no interromper a seqncia lgica da leitura.

    Essas notas devem ser reduzidas ao mnimo e situar-se em local to prximo quanto

    possvel do texto, no sendo mais cabvel reuni-las todas ao fim dos captulos ou da

    publicao.

    Inserem-se notas pelo menu Inserir / referncia / notas. O programa faz tudo

    automaticamente, sem maiores transtornos.

    H dois tipos de notas de rodap:

    2.7.9.1 Bibliogrficas

    So em geral utilizadas para indicar fontes bibliogrficas, permitindo

    comprovao ou ampliao de conhecimento do leitor; para indicar textos relacionados

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    45

    s afirmaes contidas no trabalho, remeter o leitor a outras partes do mesmo trabalho

    ou a outros trabalhos para comparao de resultados e para incluir a traduo de

    citaes feitas em lngua estrangeira ou indicar a lngua original de citaes traduzidas.

    2.7.9.2 Explicativas

    Referem-se a comentrios ou observaes pessoais do autor. So tambm

    adotadas para indicar dados relativos s comunicaes pessoais, a trabalhos no

    publicados e a originais no consultados, mas citados pelo autor.

    2.7.10 Numerao progressiva

    Consiste na diviso do trabalho em sees. Segundo a NBR 6024 da ABNT, no

    se deve subdividir em sees alm da terciria, procedimento de que discordamos e no

    adotamos.

    2.7.10.1 Sees primrias

    Correspondem aos captulos. Numeram-se as sees primrias com a srie

    natural dos nmeros inteiros, a partir de 1 (um), pela ordem de sua colocao no

    documento. O ttulo dessa seo deve ser em negrito e somente a primeira letra da frase

    maiscula.

    No Word, basta o comando Crtl+Alt+1 e a frase est formatada como seo

    primria.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    46

    2.7.10.2 Sees secundrias e tercirias

    So resultantes da diviso do texto dos captulos. Numeram-se seqencialmente

    com a srie natural dos nmeros inteiros, a partir de 1 (um), pela ordem de sua

    colocao no respectivo captulo.

    No editor de textos, basta o comando Crtl+Alt+2 e Crtl+Alt+3 e a frase est

    formatada como seo secundria ou terciria.

    2.7.11 Ttulo

    Recomenda-se adotar titulo objetivo, direto; usar substantivos, estando atento s

    preposies exatas e ao mnimo de artigos.

    O ttulo do trabalho no seu resumo. Devem-se evitar ttulos longos, buscando-

    se objetividade e contendo apenas as palavras essenciais, sem prejuzo da clareza e

    entendimento da natureza do trabalho. No se usam metforas, ironias ou outros

    recursos literrios em ttulos acadmicos, exceto com absolutas conscincia e

    intencionalidade no procedimento.

    Observe-se o exemplo do ttulo deste Manual para redao acadmica: a

    preposio foi escolhida visando determinar a aplicao que o trabalho ter. Outros

    manuais, principalmente os jornalsticos, so intitulados: Manual de redao

    redao aqui onde eles so usados, na redao do peridico. Em ambos casos houve

    propriedade na escolha dos ttulos.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    47

    3 Referncia bibliogrfica e bibliografia

    Este manual usa regras adaptadas da

    Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    (ABNT).

    H que se distinguir o que normalmente se

    confunde:

    Referncia bibliogrfica o conjunto de indicaes que possibilitam a

    identificao de documentos, publicaes, no todo ou em parte. Referncia: Nota

    informativa de remisso (em publicao); fonte de esclarecimento (para o leitor)

    (AURLIO).

    Bibliografia o conjunto de obras pesquisadas a que o leitor pode recorrer para

    aprofundamento sobre o assunto do trabalho. Documento que apresenta lista de

    referncias bibliogrficas, usadas em ordem alfabtica, relativas a um ou mais assuntos.

    Parte de uma obra na qual se listam as referncias bibliogrficas de obras recomendadas

    para leitura complementar (AURLIO).

    Confundem-se tambm referncia e citao, por proximidade e contaminao,

    mas vale observar que so coisas bem distintas (ver citao na pgina n 23).

    poca triste a

    nossa, em que mais difcil

    quebrar um preconceito do

    que um tomo. Einstein,

    segundo Kaplan.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    48

    3.1 Formas de referncia

    Entre as muitas formas pelas quais as referncias bibliogrficas podem ser feitas,

    escolha-se a mais conveniente de acordo com o tipo de trabalho e as exigncias da

    instituio a que ele se destina.

    No h meno na NBR 10520 para que os nomes dos autores no corpo do texto

    devam aparecer em maisculas ou versalete, todos os exemplos da NBR 10520 esto

    com apenas a primeira letra em maiscula, mas essa prtica difundida e entendemos

    haver justificativa: facilita visualmente a localizao dos autores no texto.

    3.1.1 Referncia completa

    Aplica-se raramente no texto. Essa referncia reproduz integralmente os dados

    da obra citada, fica muito longa e adequada exclusivamente s listagens bibliogrficas

    (bibliografia).

    Exemplo:

    a democracia tem a demanda fcil e a resposta difcil; a autocracia, ao

    contrrio, est em condies de tornar a demanda mais difcil e dispe de maior

    facilidade para dar respostas (BOBBIO, Norberto. Il futuro della democrazia, in: Nuova

    civilt delle machine, II, vero, 1984, pp. 11-20 trad. bras. de Marco Aurlio

    Nogueira, So Paulo: Editora Paz e Terra, 7 ed. revista e ampliada, 2000, p. 49, apud

    RIBEIRO, Wladimir Antonio. Em busca do federalismo perdido. Coimbra: Dissertao

    de Mestrado, Universidade de Coimbra, 2001, p. 52).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    49

    claro absurdo fazer referncia assim: ela muito maior que a prpria citao.

    Alm disso, referncia indireta: Bobbio citado por Ribeiro; traz mais informaes que

    o necessrio: o tradutor informao raramente pertinente.

    3.1.2 Referncia abreviada

    a forma mais aceita e usual, consiste simplesmente em mencionar o

    sobrenome do autor, o ano da publicao e letra identificadora (quando couber),

    seguindo-se dois pontos e o nmero da pgina ou pginas correspondentes.

    Com base em BEAVER (1981:50) possvel identificar algumas relevantes

    conseqncias econmicas da informao contbil (MARTINEZ, 2001:18).

    O nome do autor e os dados numricos podem vir dentro ou fora dos parnteses,

    dependendo de integrar ou no o texto.

    3.1.3 Referncia codificada

    Usa-se para obras de domnio pblico, em que as diversas edies esto

    codificadas de modo que a referncia possa ser identificada em qualquer delas: (Luc.

    I,20) Lucas, Captulo I, versculo 20.

    Pode ser usada ainda quando o autor se refere inmeras vezes ao mesmo

    trabalho, de forma especfica ou generalizada: como FOLHA ou AURLIO, neste trabalho,

    para referir ao Manual de redao da Folha de So Paulo ou ao Dicionrio Aurlio

    eletrnico Sculo XXI.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    50

    3.1.4 Referncia numerada

    A referncia introduzida numericamente, ao longo do texto, entre parnteses,

    sobrescrita ou entre colchetes, de acordo com a listagem ao fim do artigo, do captulo ou

    da obra. No se recomenda esse procedimento, apesar de ser exigido por algumas

    publicaes e raros departamentos de universidades. Dificulta a leitura, levando leitor a

    desprezar a informao. No tem mais justificativa; os outros procedimentos de maior

    legibilidade so facilmente empregados com uso do computador.

    3.1.5 Localizao das referncias s citaes

    3.1.5.1 Antes do texto

    Quando o texto se refere exclusivamente a determinada publicao, como ocorre

    nas resenhas, resumos e recenses.

    3.1.5.2 No texto

    A referncia vem logo aps o texto, conforme os exemplos acima, ou antes da

    prpria citao, para benefcio do leitor, quando se tratar de referncia a trabalho ou

    idias de autor nico.

    Exemplo:

    A horticultura a principal atividade econmica desenvolvida no municpio de

    Mrio Campos. Segundo a EMATER-MG (1999:4),

    a agricultura do municpio envolve aproximadamente

    1.200 trabalhadores (meeiros, parceiros, arrendatrios, proprietrios,

    diaristas, atravessadores) que esto diretamente ligados produo

    agrcola, garantindo a sobrevivncia de 235 famlias (Apud

    RODRIGUES, 2002:53).

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    51

    3.1.5.3 Referncia em p-de-pgina

    Coloca-se o nmero sobrescrito que dever ser repetido no rodap da pgina; o

    corpo indicado para as notas de rodap o 10, para ambas as fontes usadas. O autor

    opta por esse procedimento quando prefere deixar o texto mais leve, ou quando a

    imediata identificao da fonte no item essencial ao raciocnio desenvolvido:

    Todavia, na Alemanha, as bases naturais do federalismo se

    debilitaram progressivamente2. Visto de outro modo, os

    pressupostos da formao da unidade federativa: uma

    diferenciabilidade dada dos Estados-membros, cuja individualidade,

    pela construo federativa, deve ser conservada, assegurada e unida

    para a colaborao comum na unidade do Estado-total, na Repblica

    Federal da Alemanha, em grande parte deixaram de existir3 (Apud

    RIBEIRO, 2001:50).

    3.1.5.4 Ao final de cada parte, captulo ou do trabalho

    As referncias aparecem em forma de notas no final. Devem ser numeradas em

    ordem crescente. No mais recomendado esse procedimento, deve-se evit-lo. Fazer

    isso dificulta o acesso do leitor informao, trunca a leitura e prejudica a apreenso do

    contedo, caso o leitor consulte a cada ocorrncia. O que ocorrer mais freqentemente

    que o leitor desprezar a informao suplementar.

    2 GRIMM, op. cit., p. 45. 3 HESSE, Grundzge , op. cit., pp. 181-182.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    52

    3.1.5.5 Termos latinos usados em citaes e referncias

    9 apud = citado por; 9 cf. = confira; 9 circa = em torno de (para aproximao temporal); 9 et alli ou et al. = e outros (autores); 9 et. seq. seguinte ou que se segue; 9 ibidem = na mesma obra (sugerimos evitar); 9 idem = o mesmo autor (evitar, se possvel); 9 in = em, dentro de; 9 infra ou inf. = abaixo; 9 loco citado ou loc. cit. = lugar citado; 9 passim = aqui e ali (expressa que a idia encontra-se dispersa no texto); 9 sic = exatamente assim; 9 supra = acima.

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    53

    Figura 7: Pgina de texto

    Ttulo de nvel 2

    Ttulo de nvel 3

    Citao longa

    Corpo de texto

    Notas de rodap; corpo 9; rodap 1,7 cm.

    Nmero da pgina (corpo do texto); cabealho 1,7 cm.

    Margem de 2,5 cm

    Margem de 2,5 cm

    Margem de 3,5 cm

    Margem de 3,5 cm

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    54

    3.2 Listagem bibliogrfica

    O grande referencial para a apresentao dos dados nas listagens continua sendo,

    no Brasil, a NBR 6023 (ABNT), fundamentada na International Standard 690/87 da

    International Standardization Organization (ISO), mas fique claro que ela no esgota o

    assunto e muitas vezes se estende mais que o necessrio. O critrio deve ser a clareza,

    homogeneidade (padronizao), preciso e confiabilidade na apresentao dos dados.

    As obras so identificadas na seguinte ordem, separadas ou no por tipo de

    publicao, segundo a quantidade de itens a ser relacionada, seja maior ou menor (veja

    o exemplo deste Manual na pgina n 119):

    3.2.1 Livros

    a) Autor(es) (ou organizador(es), ou editor(es))

    DONADON-LEAL, Jos Benedito.

    Escreve-se primeiro o sobrenome pelo qual o autor conhecido, em caixa alta

    (ou em VERSALETE, como neste Manual o que mais elegante), a seguir, o restante do

    nome aps separao por vrgulas. Ateno para os autores hispnicos: o nome paterno

    o penltimo, no o ltimo. Donadon-Leal nome composto, assim como Castro e

    Silva, sendo tratados como se uma s palavra fossem.

    b) Ttulo e subttulo: Marlia sonetos desmedidos.

    Reala-se o ttulo usando negrito, itlico ou sublinhado. Quando o subttulo

    constituir elemento relevante ou indispensvel compreenso da obra, dever estar da

    mesma forma realado, facultado estender o realce ao subttulo quando sua relevncia

  • ATHAYDE, Pblio Manual para redao acadmica

    55

    forem menor. Quando sublinhado, a linha no pode se prolongar entre as palavras, isso

    erro ortogrfico. Sugerimos usar sempre o negrito, para que o itlico seja usado nas

    palavras estrangeiras e o sublinhado, para dar algum destaque a partes do texto.

    c) Cidade da publicao:

    Exemplo: Mariana.

    Aps a referncia de cidade devem ser acrescidos dois pontos (:); ateno: no

    confundir o nome da cidade com sigla do estado.

    d) Editora: Lzaro Francisco da Silva Editor.

    e) Nmero da edio (a partir da segunda edio).

    f) Nmero de volumes (se houver).

    g) Ano da publicao: 1996. Quando o texto no est publicado, substituem-se

    os dados inexistentes pela expresso indito ou no prelo, o que melhor

    couber. A data no determinada pode ser substituda pelo smbolo s.d. ou pela

    aproximao que for possvel fazer: circa 1900 [cerca de 1900]; [1927 ou

    1928]; [152-] dcada certa. O dado no lanado na publicao constar entre

    colchetes []. No havendo dados, se anota: s.n.t. (sem notas tipogrficas).

    Essas observaes quanto datao se aplicam a quaisquer documentos.

    h) Paginao: 40p. (este dado omitido com muita f