Judite A. GonçAlves de FreitAs (dir.), ε António BorGes ... · F ern A ndo P esso A R O X -...
Transcript of Judite A. GonçAlves de FreitAs (dir.), ε António BorGes ... · F ern A ndo P esso A R O X -...
Judite A. GonçAlves de FreitAs (dir.),luís BorGes GouveiA ε António BorGes reGedor (eds.)
---CIÊNCIA DA INFORMAÇÃOContriButos PArA o seu estudo
Porto • 2012
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ISBN
xxx-xxx-xxx-xxx-x
Xxxxxxxx -- Xxxxx / Xxxxxxxx / Xxxxxxxxxxxxxxxxx
CDU
XXX.X:XXX.XX
RESERVADO
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o assunto que trata este conjunto de textos incide sobre a hodierna C
iência da inform
ação, área do conhecimento que tem
despertado crescente atenção junto de docentes e investigadores portugueses oriundos, naturalm
ente, das Ciências
da docum
entação, mas tam
bém das C
iências sociais, das Hum
anidades e, the last but not the least, das C
iências da Com
putação.
existem
publicados, e em núm
ero cada vez mais alargado, textos de alguns auto-
res de relevante valor científico sobre os principais temas e problem
as da Ciência
da informação; porém
, a falta de uma obra que reúna o agregado de m
atérias especializadas, explicando-as num
a perspectiva actual, com realce para os aspec-
tos preeminentes do exercício da actividade do profissional da Inform
ação, con-duziu-nos à execução deste projecto que patenteia a natureza m
ultidisciplinar, m
as também
, a importância crescente da transdisciplinaridade na abordagem
das m
atérias incontornáveis da Ciência da inform
ação.
Ao longo de m
ais de uma década de ensino nesta área disciplinar fom
os sentindo a falta de um
trabalho que sistematizasse, de form
a objectiva, lógica e acessível, as principais dim
ensões curriculares deste moderno ram
o do saber, e que nos auxiliasse na actividade pedagógica, inicialm
ente, no âmbito da Pós-graduação
em C
iência da informação e da d
ocumentação da Faculdade de C
iências Hum
a-nas e sociais da u
niversidade Fernando Pessoa, posteriormente, no prim
eiro e no segundo ciclos de form
ação nesta mesm
a área do conhecimento. Por conse-
guinte, a visão que temos das questões relativas à prática pedagógica actual neste
campo disciplinar adveio da experiência e consciência profissional que fom
os adquirindo ao longo de m
ais de uma década de leitura de estudos especializados,
de ensino e de pesquisa neste domínio científico. Tal circunstância proporcionou
o estímulo necessário para nos disporm
os a dissertar de forma sim
ples e des-pretensiosa o conjunto de experiências adquiridas na leccionação de unidades curriculares de pós-graduação, de licenciatura e de m
estrado.
Cada um
dos autores seleccionou a forma de exposição que m
elhor servisse os interesses pedagógicos e científicos da respectiva unidade curricular, daí que não haja um
único modelo de apresentação das m
atérias explicadas. in-teressou-nos, essencialm
ente, combinar a prática educativa e a sua teorização
transformando este texto num
objecto pedagógico com valor científico. É
cla-ro que num
a obra com este perfil a selecção da bibliografia especializada e de
referência é indispensável, evitando a citação exaustiva da imensa literatura
portuguesa e estrangeira publicada.
8
Preocupou a todos a designação a conceder à obra. decidim
o-nos por um título
que fosse suficientemente esclarecedor do conteúdo deste conjunto contíguo de
textos. Pensamos ser esta a m
elhor forma de servir a explicação deste recente e
interdisciplinar, mas não m
enos controverso, ramo do conhecim
ento científico. r
esta-nos desejar que todos os interessados, estudiosos e investigadores, com
semelhante ou superior interesse e com
petência, acolham de bom
grado esta ini-ciativa colectiva.
A obra é com
posta por um conjunto de oito capítulos respeitantes a m
atérias relacionadas e interdependentes num
a abordagem que se pretende transdisci-
plinar. Adicionalm
ente, são compilados um
conjunto de termos de uso m
ais co-m
um em
Ciência da Inform
ação para compor um
glossário. No final do volum
e apresenta-se um
a breve nota biográfica sobre os autores.
Porto, 15 de Fevereiro de 2012.Judite A
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Antes do surgim
ento dos argumentos que deram
origem àquilo que, atual-
mente, do ponto de vista conceptual designam
os “gestão de documentos”, as
actividades de gestão arquivística baseavam-se num
a visão dicotómica, que va-
lorizava, ora o aspecto histórico, ora aspecto administrativo dos docum
entos, m
as carecia de uma abordagem
teórica mais profunda e consistente (Jardim
, 1995 apud Freitas, 2003, p. 62).
na verdade, a G
estão de docum
entos, enquanto “conjunto de medidas que vi-
sam a racionalização e a eficácia na constituição, conservação e com
unicação dos arquivos” (N
P 4041, 2005, p. 4), teve as suas bases erigidas sobre o princípio teórico das três idades dos A
rquivos, ou do ciclo vital dos documentos, sendo
este definido como um
a “sucessão de fases – corrente, interm
édia e definitiva –
por que passam os docum
entos de arquivo, desde a sua produção, até estar ultim
ado o procedimento que lhes deu origem
” (NP 4041, 2005, p. 10).
As ideias que levaram
aos actuais princípios e procedimentos de gestão docu-
mental em
arquivos tomaram
forma e adquiriram
base de sustentação nos es-
tados Unidos (E
UA
) e no Canadá, a partir dos anos 40 do século X
X. D
e acordo com
Karen D
awley Paul (1990 apud Freitas, 2003, p. 65), em
1941, os Arquivos
nacionais dos e
uA
(National A
rchives and Records A
dministration –
nA
rA
, cuja página W
eb, referência obrigatória no meio arquivístico, pode ser consulta-
da em http://w
ww
.archives.gov/), face às necessidades prementes, provocadas
pelo crescimento da docum
entação e dos gabinetes de guerra, culminadas pelo
seu evidente descontrolo, algo que se agravaria ainda mais no período após a
Segunda Guerra (1939-1945), tom
aram a iniciativa de estabelecer um
progra-m
a de gestão da massa docum
ental norte-americana. n
a base deste programa,
conforme diz Paul (1990), estava a ideia de utilizar a gestão para m
elhorar a
qu
alidad
e e redu
zir a qu
antid
ade de docum
entos e, no final das contas, fa-cilitar a recuperação da inform
ação. Dois anos m
ais tarde, em 1943, segundo
Schellenberg (2002, p. 41), apareceu a “Records D
isposal Act”, datada de 07 de
Julho de 1943. Trata-se de uma lei federal que definiu o carácter dos docum
en-tos perm
anentes (“records”, na terminologia original) e autorizou o C
onselho dos A
rquivos nacionais a desenvolver procedim
entos para determinar prazos de
guarda, transferência e reprodução de documentos em
microfilm
es (sociedade dos A
rquivistas Am
ericanos, 2012).
---
1.
Gestão D
ocumental:
conceitos e funções
1.1. U
ma aproxim
ação histórica: origens e objectivos
1.2.
O ciclo de vida dos
documentos
1.3.
“Records M
anagement”
e “Archives”: duas
vias, um destino
1.4.
O m
odelo de gestão integrada de docum
entos
2. M
odelos de gestão docum
ental: interpretações e evoluções
2.1.
O m
odelo norte-americano
2.2.
O m
odelo europeu
3. Planificação e im
plementação
de sistemas de gestão
documental
3.1.
Princípios e funções arquivísticas na base dos procedim
entos
3.2. Pontos essenciais na política de gestão docum
ental
3.3. D
ispositivos normativos
e regulamentares
3.4.
A gestão de arquivos
electrónicos
4. A
preservação e o acesso na gestão docum
ental contem
porânea
4.1. Paradigm
as convencionais e paradigm
as actuais: problem
as, desafios e soluções
4.2.
Preservação: conceitos e aspectos relevantes
4.3.
Acesso: conceitos e
aspectos relevantes
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evidentem
ente, essa tomada de posição deu lugar, na sociedade am
ericana, a um
novo profissional, designadamente o “record
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na
ger” (ou gestor de
documentos e, m
ais recentemente, por força do papel que se atribui à inform
a-ção, na sociedade, gestor de inform
ação), responsável pela gestão dos chamados
Ar
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édios (i.e., arquivos cuja função é o contro-
lo dos documentos que tram
itam por um
serviço) e voltados para as políticas e program
as que visam o controlo da produção e da circulação da docum
entação situada nesta fase. E
ste novo profissional passou, então, a dividir os esforços e as responsabilidades com
os “arch
ivists” (ou arquivistas), profissionais que até então eram
os únicos designados para a custódia dos documentos considerados
de valor histórico e de preservação permanente.
Portanto, por esta lógica e por força deste arranjo estratégico de racionaliza-ção do quantitativo e do qualitativo da produção docum
ental, os Ar
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an
en
tes (i.e., arquivos cuja função, tradicionalm
ente, é a salvaguarda da docum
entação de carácter histórico) passaram para a responsabilidade ex-
clusiva dos arquivistas, ao passo que os arquivos correntes e os intermédios
foram entregues aos records m
anagers ou gestores de documentos de origem
adm
inistrativa. Desta m
aneira, o campo de actuação dos referidos profissio-
nais passou a identificar-se com program
as, cujos objectivos eram obter efi-
cácia e eficiência na armazenagem
, na recuperação, no uso e na transferência dos docum
entos, no âmbito exclusivo do órgão produtor/acum
ulador da do-cum
entação. Com
esta diferenciação, estavam lançadas as bases para a gestão
documental (ou records m
anagement).
Assim
, na génese deste processo, estava embutida um
a postura de racionalidade que se configuraria num
a nova visão dos arquivos para os próprios profissionais da área. e
ssa mudança sedim
entar-se-ia, como foi dito, por m
eio da conhecida teoria das três idades, postulada neste m
esmo período para atender, grosso m
odo, aos objectivos enunciados, tendo com
o consequência o estabelecimento de um
a fun-ção diferenciada para os arquivos correntes, interm
édios e permanentes.
em
síntese, tal foi a proposta com que a A
rquivística, enquanto disciplina, defrontou-se em
meados dos anos 50. D
e lá para cá, esta teoria tomou força,
angariando adeptos, especialmente no continente am
ericano. excepção deve
ser feita ao contexto europeu e por razões que serão sumariadas, neste m
esmo
texto, a seu tempo.
1.2. O C
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1.2.1. CO
NC
eIT
Os
As acções voltadas para a gestão dos docum
entos concentram-se sobretudo nas
fases corrente e intermédia da docum
entação, pelo simples facto de que é neste
mom
ento que normalm
ente têm o uso requisitado pela própria organização que
os produziu e, por conseguinte, os utiliza, com algum
a regularidade e frequência, para dar seguim
ento aos seus processos e “negócios”. Porquanto, para que seja possível a com
preensão e a efectivação de acções e esforços coordenados nesta direcção, torna-se im
prescindível adquirir um conhecim
ento consistente da na-tureza dos arquivos e das etapas inerentes ao ciclo docum
ental (Freitas, 2003, p. 61), aspectos sobre os quais discorrerem
os neste tópico.
em
conformidade com
a denominada “T
eoria das T
rês Idad
es”, o Arquivo
tende a ser visto como um
a entidade de natu
reza din
âmica, que “cresce” na
ordem directa das actividades desem
penhadas pelo órgão cuja estrutura ele pró-prio, enquanto sistem
a de informação, deve representar. d
a observância desta peculiaridade deriva a noção do ciclo de vida dos arquivos, previam
ente referida. tal noção naturalista (por analogia com
o ciclo da vida humana) prende-se à
ideia de que os documentos, no decorrer da sua tram
itação no serviço, cumprem
determ
inadas etapas ou ciclos de maior ou m
enor utilização, consoante a sua relevância (i.e., as necessidades inform
acionais dos utilizadores do sistema e os
conteúdos informacionais e evidenciais dos docum
entos que alberga).
Ao abordar a referida teoria, G
regory Bradsher (1990), um
renomado e experien-
te arquivista dos estados u
nidos, explica que os documentos de arquivo iniciam
o seu ciclo de vida quando “n
as
ce
m”, i.e., quando são produzidos ou recebidos
(acumulados, portanto), dando sequência ao cum
primento de determ
inada fun-ção ou actividade da qual se originam
. seguidamente “v
ive
m a
ctiv
am
en
te” (i.e., increm
entam a sua frequência de uso). Por fim
, quando a frequência de uso, ou m
esmo a actividade que os gerou, se reduzem
, seguem apenas um
de dois destinos possíveis: a) “a
po
se
nta
m-s
e”, sendo transferidos para outro ambiente
arquivístico, que não aquele que os produziu ou acumulou, onde “r
en
as
ce
m”,
mom
ento em que, findas as funções pelas quais foram
criados, se lhes acrescem
qualidades que justificam a sua m
anutenção permanente, i.e., por tem
po indefi-nido, no interior de um
arquivo definitivo; ou b) “mo
rr
em
”, quando são defini-tivam
ente eliminados, i.e., sujeitos a um
procedimento de avaliação arquivística
que determina a sua exclusão definitiva e irreversível.
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1.2.2. eT
AP
As
no que respeita aos arquivos, tradicionalm
ente, é a partir da idade dos docu-m
entos que determinam
os a sua média de perm
anência em cada fase ou etapa
do ciclo de vida.
Com
base nesta asserção, Heloísa B
ellotto (1991), numa obra bastante conhe-
cida e difundida no contexto brasileiro, intitulada “Arquivos perm
anentes: tratam
ento documental”, discorre sobre as características e o tem
po médio
de permanência dos docum
entos de arquivo em cada estágio. d
e acordo com
a sua experiência, numa P
rim
eir
a Id
ad
e, i.e., nos Arquivos C
orrentes, fase em
que, conforme dissem
os, os documentos encontram
-se em uso constante e
cumprem
funções administrativas, jurídicas ou legais, a m
édia de permanência
é de cin
co
a 10
an
os, após o que norm
almente ocorre a sua tran
sferência à
próxima fase (FIG
UR
A 1).
na s
eg
un
da
Ida
de, ou idade dos A
rquivos intermédios, continua B
ellotto (1991), os docum
entos supostamente ultrapassaram
os valores jurídico-adminis-
trativos iniciais, sendo, por isso, de uso relativamente reduzido para os serviços.
entretanto, com
o podem ser solicitados, ainda que esporadicam
ente, perma-
necem fisicam
ente próximos, m
as separados dos documentos de uso corrente,
cumprindo prazos legais (i.e., prescritos em
legislação própria para o efeito), até que sejam
submetidos à avaliação arq
uivística, que determ
inará a sua elimi-
na
çã
o ou a in
co
rp
or
aç
ão
num arquivo definitivo. O
período médio de perm
a-nência nesta fase é de 2
0 a
no
s (FIGU
RA
1).
na T
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ce
ira
Ida
de, ou Idade dos A
rquivos Definitivos, com
plementa B
ellotto (1991), os docum
entos remanescentes das etapas anteriores são definitivam
en-te incorporados à instituição ou órgão designado para efectivar a sua guarda perm
anente (o que pode, ou não, implicar um
a transferência da sua custódia). trata-se, sobejam
ente, de registos com um
valor histórico agregado. os docu-
mentos rem
anescentes dos serviços atingem essa fase após 2
5 o
u 3
0 a
no
s de existência, em
média (FIG
UR
A 1).
os docum
entos, de uma fase à outra do ciclo, sofrem
, pois, os seguintes procedi-m
entos arquivísticos, definidos pela norma N
P- 4041 (FIGU
RA
1):
a. transferên
cia: “[m]udança de docum
entos, arquivos ou acervos documen-
tais de um depósito de arquivo para outro, com
ou sem alteração de custódia.”
(2005, p. 12);
b. recolha: “[f]unção do serviço de arquivo que consiste na aquisição e transfe-
rência dos documentos a conservar. d
eve ser precedida de recenseamento.”
(2005, p, 13).
Figura 1: Representação do m
odelo do Ciclo de V
ida ou Teoria das Três Idades dos A
rquivos, com os procedim
entos adoptados em cada fase ou etapa.
---Fonte: E
laboração própria, com base em
Bellotto (1991), Schellenberg (2002) e
Bradsher (1990).
naturalm
ente, para dar seguimento a estes processos, os docum
entos devem,
em cada fase ou ato de passagem
, sofrer um procedim
ento de Avaliação
Ar
-
qu
ivís
tica, operação que, nos arquivos correntes e interm
édios, determina o
prazo de guarda e a consequente “destinação” de conjuntos documentais com
-pletos, ultim
adas as necessidades de uso do próprio serviço. o am
plo conhe-cim
ento e o planeamento destes procedim
entos, decorrentes da observação de cada etapa ou fase do ciclo vital da docum
entação (que, conforme dissem
os, baseia-se, essencialm
ente, no seu valor de uso) são factores preponderantes nas actividades de gestão docum
ental, porque através da sua realização se ob-tém
a eficiência e a eficácia necessárias ao controlo da produção e, consequen-tem
ente, à racionalização da documentação que tram
ita em um
a instituição, quer seja pública, quer seja privada.
GESTÃ
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OC
UM
ENTA
L 167
166
CIÊN
CIA
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RMA
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O SEU
ESTUD
O
o s
iste
ma
bu
ro
cr
átic
o m
oderno, vigente na maioria das instituições e em
-presas, em
distintos países e regiões do Globo, im
põe que os documentos se-
jam criados para atender aos trâm
ites exigidos pelos serviços (trâmites estes que
importa definir, docum
entar e conhecer, ao implantar um
a política de gestão docum
ental, ao nível organizacional), tendo em linha de conta as actividades ou
funções desempenhadas pelo órgão que os produz e/ou acum
ula (cf. o conceito de A
rquivo). Logo, será a natureza destas actividades ou funções que irá justifi-car a m
aior utilização de determinados tipos de docum
entos, em detrim
ento de outros, com
menor frequência de uso, e, em
última análise, determ
inará o seu tem
po de permanência em
cada etapa do ciclo vital, por assim dizer.
dos argum
entos anteriores, apreendemos que, à partida, n
ão
se pode fixar um
prazo rígido de manutenção dos docum
entos, em cada um
a das fases ou etapas (corrente, interm
édia e permanente), de form
a a dar-lhes um tratam
ento uni-form
e. Há que investigar, em
cada caso particular, a natu
reza do órgão
e da a
ctiv
ida
de que m
otivou a criação e a tramitação dos diversos docum
entos, bem
como a sua tip
ologia e a s
ua
fun
çã
o, para então decidir sobre o m
omento
adequado para a sua transferência, seguindo planos de destinação que devem
ser previamente estabelecidos e consubstanciados em
documentos regulado-
res desta actividade (como a tabela de selecção, por exem
plo, que abordaremos
oportunamente).
de qualquer m
odo, cumpre referir que o valor d
e uso
é utilizado pela Arqui-
vística como algo subjacente a dois outros conceitos, igualm
ente “caros” para a disciplina: o valor prim
ário e o valor secundário dos documentos de arquivo. n
a óptica do arquivista norte-am
ericano, considerado um grande teórico e prático
da Arquivística m
oderna, theodore r. schellenberg, os docum
entos de arqui-vo, dependendo da fase do ciclo vital em
que se encontrem, apresentam
valores subjacentes, consensualm
ente admitidos pela teoria arquivística contem
porânea (FIG
UR
A 2):
a. valor prim
ário ou valor p
robatório: trata-se do valor jurídico-legal ou
fiscal atribuído ao documento, no instante da sua produção/acum
ulação, e que justifica a sua m
anutenção prolongada, relacionando-o, indiscutivelmen-
te, ao ato que o gerou (Schellenberg, 2002, p. 180). b. valor secu
nd
ário, trata-se do valor inform
ativo e/ou histórico, agregado ao docum
ento, posteriormente à sua criação/acum
ulação (i.e., já na fase defini-tiva), quando cessam
ou reduzem, teoricam
ente, os valores primários (schel-
lenberg, 2002, p. 180).
Informação
Valor primário
Informação
Valor secundário
Figura 2: Representação dos valores atribuídos aos docum
entos de arquivo, nas suas etapas clássicas ou fases do ciclo de vida.--- Fonte: E
laboração própria, com base no texto de Schellenberg (2002, p. 180).
naturalm
ente, os referidos valores (primário e secundário) não devem
ser con-siderados em
termos absolutos. Pelo contrário, devem
ser relativizados e ana-lisados à luz de outros, igualm
ente relevantes, tais como o valor de uso dos
documentos, já referido, e o seu valor in
trínseco
que, neste caso, é o valor que o docum
ento apresenta por ele m
esmo
, i.e., na sua origem, sem
que nesta valoração influam
outros valores que lhe possam ser eventualm
ente atribuídos por acréscim
o (Freitas, 2003).
1.3. “RE
CO
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S M
AN
AG
EM
EN
T”
e “A
RC
HIV
ES
”:
Du
As
vIA
s, u
M D
es
TIN
O
um
a conclusão natural, a partir dos conceitos abordados no tópico anterior, diz respeito ao facto de que as acções voltadas à gestão dos docum
entos devem con-
centrar-se sobretudo nas fases de maior actividade da docum
entação. de facto, a
Gestão de d
ocumentos tem
sido vista como um
conjunto de me
did
as e r
otin
as
aplicadas aos arquivos correntes e intermédios, com
o objectivo de controlar o fluxo de produção e de utilização da docum
entação (cf. NP-4041, 2005, p. 4).
no entanto, a nosso ver, o seu alcance vai além
da aplicação de medidas ou m
es-m
o rotinas de manutenção em
arquivos, ainda que estas sejam, de facto, im
-prescindíveis para a boa adm
inistração e racionalização da documentação, do
início ao final do seu ciclo. Na nossa perspectiva, existem
conceitos, princípios e funções derivados da evolução teórica da A
rquivística, enquanto disciplina, ao longo do século x
x, que são im
prescindíveis para que tais práticas e medidas não
se tornem intervenções de carácter m
eramente técnico e, por isso, descuradas de
uma análise m
ais sistémica dos fenóm
enos e das componentes envolvidas (Frei-
tas, 2003, p. 61).
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TRIBUTO
S PARA
O SEU
ESTUD
O
Conform
e dissemos, a teoria das três idades, desenvolvida em
solo norte-ameri-
cano, distingue profissionalmente o records m
anager do archivist, distinção esta visível nos dias actuais, ainda que não tenha sido com
pletamente reconhecida ou
assimilada pelos arquivistas europeus, onde de facto encontra resistências (excep-
ção seja feita ao caso inglês, de constituição similar ao m
odelo norte-americano).
Tal teoria, para Arm
ando Malheiro da Silva (2000, p. 25 apud Freitas, 2003, p.
67), por exemplo, representa um
paradoxo. Por um lado, aponta para um
a visão ininterrupta do ciclo de vida dos docum
entos. Por outro, embute a ideia de desar-
ticulação, na definição de cada etapa, onde o sentido do arquivo, como um
todo, se perde. Para o referido autor, esta situação representa um
“corte epistemológico”,
evidenciado pela separação entre a gestão documental (voltada à A
dministração)
e a Arquivística (qualificada com
o disciplina auxiliar da História). N
a actualidade, a situação se traduz, segundo o m
esmo autor, num
a “tensão dialéctica”, em que
importa superar a dicotom
ia e propor novas bases teóricas para a Arquivística.
Portanto, se de um lado a observância do ciclo de vida lançou novas form
as de tratar e gerir o conteúdo inform
acional dos arquivos, do outro gerou aquilo que diferentes autores consideram
como um
a cisão profissional, traduzida numa
subdivisão da própria Arquivística em
duas áreas distintas (pese embora tratar-
-se de uma única disciplina, com
um único destino): R
ecords Managem
ent e A
rchives (a este respeito, vide autores como Lopes, 1996; R
ousseau & C
outure, 1998; Silva et al, 1999; Silva, 2000).
um
meio para abordar correctam
ente a referida cisão é a proposta da Arquivística
Integrada, ou Arquivística Total, proveniente do C
anadá, nos anos 80, e defendida pelos conhecidíssim
os arquivistas canadianos Jean-Yves rousseau e C
arol Coutu-
re, numa obra que é referência obrigatória para a A
rquivística moderna, intitulada
“Os fundam
entos da disciplina arquivística” (1998). Para Lopes (1996 apud Freitas, 2003, p. 68), a proposta dos autores canadianos pretende desfazer a dicotom
ia ge-rada nos sistem
as de arquivos, a partir da sua separação em fases ou etapas, pro-
pondo uma uniform
ização dos procedimentos de gestão docum
ental, integrando-se as três fases ou idades num
a única, de modo a que a in
form
aç
ão contida no docu-
mento (e não, sim
plesmente, o docum
ento) possa ser tratada já naquela que seria, tradicionalm
ente, a sua primeira etapa, portanto, no âm
bito dos arquivos correntes.
de facto, esta proposta contém
elementos de extrem
a relevância, sobretudo no contexto actual, em
que os arquivistas debatem-se com
os problemas provocados
pelo advento do documento electrónico, e as possíveis alternativas. C
ontrolar e gerir a docum
entação, dentro de um am
biente regulado (i.e., dotado de marcos
legais e de instrumentos norm
ativos), consistente e documentado parece ser a
melhor alternativa, até ao m
omento, para estes crescentes problem
as gerados pela introm
issão do documento electrónico no m
eio da Arquivística actual.
de qualquer m
odo, existem autores que consideram
que esta dicotomia é apenas
aparente, dado que, ao fim e ao cabo, tanto os arquivistas quanto os gestores de
documentos - conquanto possam
ser distintas as suas metodologias, práticas,
habilidades e competências - partilham
, em essência, um
a preocupação comum
: a organização e a m
anutenção continuada dos documentos de arquivo (schellen-
berg, 2002; Paul, 1990).
1.4. O M
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s
na base dos argum
entos de autores que, na actualidade, entendem a gestão de
documentos num
a perspectiva integradora, estaria uma necessária m
udança de foco, do objecto “docum
ento” para o objecto “informação” (cf. Lopes, 1996;
Rousseau &
Couture, 1998; Silva et al, 1999; Silva, 2000). U
ma tal linha de ra-
ciocínio assume um
a relação directa com a questão da “m
udança de paradig-m
a” que vem fazendo eco na A
rquivística, desde o final dos anos 80 (cf. o texto sem
inal de Hugh taylor, um
renomado arquivista inglês, actuante no C
anadá, publicado em
1987 na revista Am
erican Archivist).
A ideia que subjaz nessa proposta é criar um
contraponto à visão do arquivo, hegem
ónica nos séculos xix
e xx
, e considerada, actualmente, “historicista” e
“incorporacionista” (vide silva et al, 1999). Na nova concepção, o arquivo passa a
ser encarado como um
sistema integral de inform
ação, que tem de ser gerida por
profissionais da informação, independentem
ente da idade ou etapa do ciclo de vida dos docum
entos, valor que passa inclusivamente a ser considerado relativo
neste mesm
o tratamento.
A novidade da proposta de gestão integrada (Lopes, 1996 apud Freitas, 2003, p.
68) está na vertente que elege a informação com
o objecto de interesse do arquivista e busca um
a abordagem interdisciplinar entre a A
rquivística e as disciplinas afins.
As posições balizadoras da “gestão integrada” propugnada pelo m
odelo canadia-no são, em
síntese:
a. rompim
ento com as práticas da A
rquivística tradicional, que tratam a infor-
mação som
ente na sua fase permanente;
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TRIBUTO
S PARA
O SEU
ESTUD
O
b. reestruturação da Arquivística actual, pela recom
posição da dicotomia exis-
tente entre as fases activa e semi-activa, de um
lado, e a fase definitiva dos arquivos, de outro.
2. MO
De
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2.1. O M
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2.1.1. es
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NID
Os
Conform
e dissemos anteriorm
ente, nasce nos estados u
nidos o conceito de ges-tão de docum
entos, com forte inclinação para a redução e/ou racionalização do
volume docum
ental. De acordo com
Llansó y Sanjuán (2006), neste país, im-
plantou-se um m
odelo em que predom
inaram os conceitos de gestão em
rela-ção aos conceitos “patrim
onialistas”, normalm
ente vinculados aos historiadores e profissionais afins. Igualm
ente, neste país, surgiu, e se manteve, a separação
metodológica que passou a orientar os distintos percursos dos profissionais ac-
tuantes nas fases corrente e intermédia dos arquivos, de um
lado, e definitiva, do outro. A
partir dos anos 90, o tradicional conceito de “gestão de documentos”
evoluiu, primeiram
ente, para o conceito de “gestão de informação” e, posterior-
mente, “gestão de conhecim
ento”, segundo complem
enta o mesm
o autor. Ainda,
o organismo que se destaca, desde a década de 30, naquele país, pela influência,
pela expressão e pelo papel centralizador em políticas de gestão arquivística é
o National A
rchives and Records A
dministration - n
Ar
A, endossado nas suas
políticas pelo Conselho internacional de A
rquivos – C
iA e pela u
ne
sCo
. Pelo exposto, trata-se de um
país que exerce forte influência no âmbito da arquivística
mundial e que apresenta um
modelo de gestão com
uma forte aproxim
ação com
a componente tecnológica (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 48-50).
2.1.2. CA
NA
Dá
Para o mesm
o autor (Llansó y Sanjuán, 2006), a divisão do país em duas áreas
de influência condicionou a inclinação para dois modelos de gestão docum
ental distintos: o prim
eiro, de influência norte-americana; e o segundo, de influência
francesa. A partir dos anos 80, especialm
ente na parte francófona do país, iniciou--se um
processo de identificação com a perspectiva da A
rquivística Integrada (vide tópico anterior). A
inda, segundo sublinha, os Arquivos n
acionais do Canadá exer-
cem um
forte controlo sobre os documentos, em
todas as três fases do ciclo vital, e a prática desta profissão encontra-se m
uito bem definida e regulam
entada naquele país, pesem
embora as influências teóricas contrárias. Finalm
ente, neste modelo,
segundo complem
enta o autor, existe uma forte presença dos arquivos interm
é-dios e dos calendários e prazos de conservação que os m
esmos preconizam
como
instrumentos de gestão por excelência (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 50-51).
2.2. O M
OD
el
O e
uR
OP
eu
2.2.1. INg
lA
Te
RR
A
neste país, encontra-se em
funcionamento um
modelo de gestão que llansó y
Sanjuán (2006) define como “arcaico”, quer pela antiguidade, quer pela m
etodo-logia adoptada no tratam
ento da documentação: o ato de registar um
documento
(Registry, o equivalente a protocolo), por si, significa atribuir-lhe autenticida-
de, conceito que não condiz, por exemplo, com
os problemas enfrentados pela
Arquivística C
ontemporânea, em
face dos documentos electrónicos. A
inda, de acordo com
este modelo, nota-se um
a clara separação entre as fases corrente, interm
édia e definitiva da documentação, sob forte influência do Public R
ecor-ds O
ffice, instituição que interfere, naturalmente, na fase adm
inistrativa dos ar-quivos centrais. Para o autor, um
grave problema deste m
odelo é a existência de um
a forte influência dos Ministérios nas práticas de gestão docum
ental, com
pouca ou nenhuma interferência dos profissionais de arquivos, o que é de facto
incongruente (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 52-53).
2.2.2. FR
AN
ÇA
Neste país, segundo Llansó y Sanjuán (2006), tam
bém se nota um
a separação entre as fases corrente e definitiva, com
a consequente existência de um corpo de
profissionais distintos, dedicados ao tratamento dos docum
entos em cada um
a das referidas fases. C
onforme acrescenta, o A
rquivo nacional da França exerce
pouca influência no que respeita à actuação profissional de vanguarda, persis-tindo, institucionalm
ente, o predomínio de instrum
entos de classificação e de m
odelos de administração arcaicos (i.e., que rem
ontam ao século x
ix), o que
provoca sérios prejuízos, por exemplo, no desenvolvim
ento do seu papel de ges-tor de docum
entos electrónicos. em
função destas considerações, nota-se uma
necessidade premente, naquele país, de reform
ulação de metodologias e de polí-
ticas arquivísticas (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 51-52).
GESTÃ
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O SEU
ESTUD
O
2.2.3. Al
eM
AN
hA
este país apresenta um
modelo de gestão de docum
entos que llansó y sanju-án considera igualm
ente arcaico (trata-se do conhecido modelo denom
inado “R
egistratur”, baseado nos protocolos de registo de entrada de documentos
correntes). o autor considera que existe um
forte controlo da tramitação dos
documentos nas adm
inistrações e uma visível tendência para a elim
inação da burocracia do E
stado. Os arquivistas exercem
pouca influência no âmbito da
produção documental, dado que, tam
bém neste país, observa-se um
a separação entre as etapas corrente, interm
édia e definitiva dos arquivos. O m
odelo de re-gisto protocolar de docum
entos é o que funciona plenamente na fase corrente,
segundo diz o autor, havendo um predom
ínio de instrumentos de classificação
construídos a priori, o que não condiz, em absoluto, com
as teorias arquivísticas actuais (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 54-55).
2.2.4. ITá
lIA
o m
odelo que está em curso, neste país, apresenta traços sem
elhantes ao modelo
alemão. Portanto, tam
bém neste caso, nota-se um
a forte presença do registo de protocolo (por influência de um
modelo praticado no período rom
ano, segundo diz Llansó y Sanjuán, 2006) que perm
eia toda a classificação da documentação
corrente. semelhantem
ente ao caso anterior, há um predom
ínio dos instrumen-
tos de classificação construídos a priori (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 55).
2.2.5. es
PA
Nh
A
Neste país, segundo Llansó y Sanjuán (2006), o grande obstáculo que am
eaçou a im
plantação de um eficiente m
odelo de gestão documental, no decorrer do século
xx
, foi a enorme acum
ulação de fundos. Acrescem
-se a este problema outros, tais
como a carência profissional, a carência de m
arcos legais, a demora em
instituir os arquivos interm
édios e as constantes mudanças políticas e adm
inistrativas. todos estes factores são apontados pelo autor com
o obstáculos à implantação de
uma política nacional de arquivos eficaz. N
a actualidade, no entanto, especialmen-
te a partir da década de 90, surgiram diversos grupos de trabalho virados para
a implantação de políticas arquivísticas na adm
inistração espanhola e desta coo-peração resultaram
diversas propostas de correcção da situação inicialmente diag-
nosticada. A liderar este processo de recuperação está, segundo o autor, a d
irecção de A
rquivos do Estado (Llansó y Sanjuán, 2006, p. 59-61).
2.2.6. PO
RT
ug
Al
De acordo com
Llansó y Sanjuán (2006, p. 63-64) a evolução da gestão docu-m
ental, em Portugal, passou por três fases consecutivas:
a. 1986-1988: início do processo de avaliação e de selecção de massas docum
en-tais acum
uladas e de documentação em
risco, sob influência das metodologias
canadianas.b. 1988-1990: início da constituição de m
arcos reguladores nacionais (vide lei de A
rquivos, datada desta época), da prestação de apoio técnico às instituições e do projecto de avaliação de docum
entos da administração central.
c. 1990-1992: produção e aprovação do decreto-lei de avaliação para a selecção e a elim
inação ou retenção permanente de docum
entos da administração cen-
tral, directa e indirecta. reinício sistem
ático dos trabalhos e início das acções de form
ação encaminhadas neste sentido.
A nosso parecer, actualm
ente, a direcção G
eral de Arquivos (denom
inação cor-rente do instituto dos A
rquivos nacionais/torre do tom
bo) dispõe de uma série
de instrumentos norm
ativos (vide Decreto-Lei que trata da selecção e fixa os
prazos de retenção de documentos das funções-m
eio da administração central,
ou o “Manual para a gestão de docum
entos”, publicado em 1997, ou, ainda, as
“recom
endações para a gestão de documentos de arquivo electrónicos: m
odelo de requisitos para a gestão de arquivos electrónicos”, de 2002) capazes de regu-lar e orientar as práticas de gestão docum
ental no país, quer seja nos arquivos convencionais, quer seja nos electrónicos. n
as últimas duas décadas, os seus es-
forços têm vindo a avançar enorm
emente neste sentido.
3. Pl
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3.1. PR
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s
3.1.1. PR
INC
íPIO
s
Os princípios arquivísticos (R
ousseau & C
outure, 1998, p. 52) que se encontram
na base dos procedimentos de gestão docum
ental, regra geral, são:
GESTÃ
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L 175
174
CIÊN
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DA
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RMA
ÇÃ
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O SEU
ESTUD
O
a. proven
iência e resp
eito pelos fu
nd
os de arq
uivo
(ou “primeiro grau
da proveniência”): “princípio básico da organização, segundo o qual deve ser respeitada a autonom
ia de cada arquivo, não misturando os seus docum
entos com
os de outros” (NP-4041, 2005, p. 16);
b. respeito p
ela ordem
original (ou “segundo grau da proveniência”): “prin-
cípio básico segundo o qual os documentos de um
mesm
o arquivo devem con-
servar a organização estabelecida pela entidade produtora, a fim de preservar
as relações entre eles e, consequentemente, a sua autenticidade, integridade e
valor probatório” (NP-4041, 2005, p. 16);
c. Três Id
ades ou
ciclo vital dos arq
uivos: princípio previam
ente definido e com
entado neste mesm
o capítulo.
A nosso ver, a observância destes princípios não apenas garante a actuação
profissional sobre uma base técnico-científica razoável, com
o também
evita as tom
adas de decisão arbitrárias, no que respeita ao tratamento da inform
ação arquivística. e
m últim
a análise, auxiliam a alcançar a m
eta de proporcionar a uniform
idade e a consistência necessárias à acção, garantindo que, nos casos análogos, a decisão a tom
ar poderá e/ou deverá ser a mesm
a, porque fundamen-
tada nos mesm
os princípios.
3.1.2. Fu
NÇ
õe
s
As funções arquivísticas (R
ousseau & C
outure, 1998, p. 67) que se encontram na
base dos procedimentos de gestão docum
ental, regra geral, são:
a. Aq
uis
içã
o: entendida, neste âm
bito, como o ingresso ou a entrada de docu-
mentos num
serviço, pela via protocolar (NP-4041, 2005, p. 13; B
rasil, 2005, p. 85).
b. Classifi
cação: função arquivística basilar que, pelo conteúdo teórico-práti-
co, por vezes é definida como o processo ou a “[o]peração que consiste na
elaboração e/ou aplicação de um plano ou de um
quadro a unidades arquivís-ticas, acervos docum
entais e colecções factícias” (NP-4041, p. 14).
c. Avaliação
: “[d]eterminação do valor arquivístico de docum
entos ou arqui-vos, com
vista à fixação do seu destino final: conservação permanente ou eli-
minação” (N
P-4041, 2005, p. 13).d. C
on
se
rv
aç
ão
: “[c]onjunto de medidas de intervenção sistem
ática e directa nos docum
entos, com o objectivo de im
pedir e/ou neutralizar a sua degrada-ção, sem
alterar as características físicas do suporte” (NP-4041, p. 14).
e. Co
mu
nic
aç
ão
: “[f]unção primordial do serviço de arquivo que visa facultar
dados, informações, referências e docum
entos, difundir o conhecimento do
seu acervo documental e prom
over a sua utilização” (NP-4041, p. 19).
3.2. PO
NT
Os
es
se
NC
IAIs
NA
PO
líT
ICA
De
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ÃO
DO
Cu
Me
NT
Al
De acordo com
Schellenberg (2002) e a Direcção-geral dos A
rquivos Portugueses - D
GA
RQ
(Portugal, 1997; Portugal, 2002), os pontos essenciais a observar, ao conceber e planificar um
sistema de gestão docum
ental, com vista à im
plemen-
tação, são, regra geral (FIGU
RA
3):
a. dia
gn
ós
tico
e análise de necessidades, que envolvem: a caracterização do or-
ganismo e do sistem
a de arquivo, bem com
o a identificação de recursos, com
vista à definição de um program
a concreto de intervenção;b. con
trolo da p
rodu
ção de d
ocum
entos, que envolve a análise do contexto
e da produção documental, com
vista à simplificação das funções, dos m
éto-dos e das rotinas de docum
entação;c. selecção d
e métod
os e técnicas d
e classificação
, que envolve: a iden-tificação de elem
entos, práticas e princípios de classificação; o levantamen-
to sistemático de assuntos, a análise da produção docum
ental, com base nas
fun
ções-meio
(i.e., as funções que dão “apoio ao negócio”) e fun
ções-fim
(i.e., as funções que dizem
respeito à essência do “negócio”).d. d
ecisões sobre destin
ação dos d
ocum
entos, que envolvem
: a análise da legislação vigente, a produção e a aprovação de instrum
entos de gestão, tais com
o planos de classificação, guias de remessa e elim
inação de documentos,
tabelas de selecção, manuais e regulam
entos internos de gestão, entre outros.
GESTÃ
O D
OC
UM
ENTA
L 177
176
CIÊN
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RMA
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TRIBUTO
S PARA
O SEU
ESTUD
O
Diagnósticoe análise de
necessidades
Decisões sobredestinação dos docum
entos
Controlo daprodução dedocum
entos
GestãoDocum
ental
Seleção dem
étodos etécnicas de
classificação
Figura 3: Pontos essenciais na implan-
tação de uma política docum
ental.--- Fonte: e
laboração própria, com base
em Schellenberg (2002); Portugal
(1997; 2002).
3.3. DIs
PO
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ul
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3.3.1. O M
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l D
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es
TÃ
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OC
uM
eN
TA
l
o m
anu
al pertence a uma classe de docum
entos que servem de guia e de orien-
tação, porque contêm inform
ações técnicas e científicas importantes para o exer-
cício de uma determ
inada actividade, bem com
o a execução das tarefas que lhe são inerentes. n
este sentido, os manuais existem
para auxiliar a conduzir um
determinado tópico ou actividade.
no âm
bito da gestão documental, os m
anuais são concebidos para atender a di-versas necessidades, de entre as quais destacam
os:
a. or
ien
tar, passo a passo, a condução prática de tarefas e de serviços,
b. ins
tru
ir processos ou procedimentos, geralm
ente de ordem técnica;
c. clarificar as regras de condução e de funcionam
ento de uma determ
inada tarefa, serviço, processo ou procedim
ento;d. u
niform
izar tarefas, serviços, processos e procedimentos.
dada a sua evidente relevância instrutiva e inform
ativa, os manuais devem
estruturar-se de form
a simples, recorrer a variados exem
plos e casos práticos, além
de, naturalmente, rem
eter o leitor/a para eventuais instrumentos adicio-
nais de consulta.
3.3.2. As
NO
RM
As
De
ge
sT
ÃO
As n
or
ma
s são documentos de carácter técnico, norm
almente consultivos e in-
formativos. u
sualmente estabelecem
as regras, as medidas e os padrões pelos
quais se regem ou se avaliam
as tarefas, os serviços, os processos e os procedi-m
entos, destinando-se a todas pessoas envolvidas nos mesm
os. Pelo seu alcan-ce, podem
ser nacionais ou internacionais. regra geral, trata-se de docum
entos publicados e divulgados com
o aval de uma com
unidade científica e/ou corpo técnico, sendo, pois, num
tal sentido, fruto de uma construção científica, desti-
nando-se à aplicação por um colectivo profissional.
no âm
bito da gestão documental, as norm
as, especialmente as de alcance in-
ternacional, são de publicação relativamente recente. n
este caso, podemos di-
zer, sem m
argem para dúvidas, que o cam
po normativo evoluiu sobrem
aneira a partir da década de 90. A
razão mais óbvia para este aum
ento na produção de instrum
entos normativos específicos prende-se com
os problemas e os desafios
gerados pelo documento electrónico nas instituições destinadas à sua produção
e administração.
A norm
a NP
-44
38
é um exem
plo disso. Publicada em duas partes sucessivas
(partes 1 e 2), e concebida para colmatar um
a lacuna sentida no âmbito da gestão
dos documentos electrónicos, esta norm
a, primeiram
ente publicada no contexto internacional (A
ustrália, inglaterra, estados u
nidos e Canadá, em
que recebe a designação ISO
-15489-1-2), a partir de meados da década de 90, foi posterior-
mente traduzida e adaptada ao português, no ano de 2005. E
sta norma se aplica
ao contexto da gestão dos documentos correntes e interm
édios, não sendo espe-cialm
ente indicada para a gestão dos arquivos permanentes.
A N
P-4438, bem com
o as suas análogas internacionais, preconiza, fundamen-
talmente, que toda e qualquer docum
entação de carácter arquivístico deve ser descrita, avaliada e gerida, d
es
de
a s
ua
cr
iaç
ão
e/o
u a
qu
isiç
ão
, de forma
a evitar perdas irremediáveis de in
teg
rid
ad
e do registo informacional (por
integridade entendemos os binóm
io au
ten
ticid
ad
e e fid
edign
idad
e). neste
sentido, transfere as preocupações com a gestão para o âm
bito dos arquivos cor-rentes e interm
édios, contexto em que os docum
entos são originados. dada a
publicação relativamente recente, esta norm
a encontra-se em fase de divulgação
e assimilação pela com
unidade arquivística portuguesa, com vista à sensibiliza-
ção para a utilização. O m
esmo se verifica em
contextos tais como o B
rasil e a e
spanha, que têm increm
entado actividades similares.
GESTÃ
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L 179
178
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3.3.3. Os
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3.3.3.1. TA
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CÇ
ÃO
É o “Instrum
ento que fixa os prazos e condições da conservação permanente e/
ou da eliminação dos docum
entos de um arquivo” (N
P-4041, 2005, p. 14). Um
exem
plo concreto do referido instrumento é a tabela de selecção das funções-
-meio, publicada pela D
GA
RQ
, em 2007, e tendo com
o público-alvo as institui-ções da adm
inistração pública portuguesa.
3.3.3.2. Pl
AN
O D
e C
lA
ss
IFIC
AÇ
ÃO
A classificação é um
a função arquivística basilar nos arquivos de gestão, ou acti-vos, e, com
o tal, deve obedecer a um plano prévio que tom
e em consideração, na
sua concepção (NP-4041, p. 16):
a. as áreas em que se desenvolve a actuação da entidade produtora;
b. as normas e as práticas de funcionam
ento dos serviços;c. as tipologias docum
entais existentes.
o p
lano d
e classificação
é, pois, um “[s]istem
a de classes pré-definidas, con-cebido para a organização de um
arquivo corrente” (NP-4041, 2005, p. 16). D
e notar que, contrariam
ente ao que ocorre com as classificações bibliográficas,
construídas a priori, nos arquivos, as classificações são construídas a posteriori, i.e., a partir da observação e da análise dos itens m
encionados nas alíneas ante-riores (FIG
UR
A 4).
PLANO DE CLASSIFICAÇÃONorm
as e práticasde funcionam
ento do serviço
Tipologiasdocum
entaisexistentes
Área de atuação doorganism
o produtor
Figura 4: Elem
entos que integram a constru-
ção de um plano de classificação.
--- Fonte: E
laboração própria, com base na N
P-4041 (2005, p. 16).
3.3.3.3. qu
AD
RO
De
Cl
As
sIF
ICA
ÇÃ
O
o q
uad
ro de classifi
cação
é a representação visual, i.e., o esquema no qual
se consubstancia ou se materializa um
plano de classificação. Neste sentido, o
quadro de classificação é o resultado, i.e., o produto de uma operação de classi-
ficação.
Trata-se, pois, do “[e]squema de organização de um
acervo documental ou de um
arquivo interm
édio ou definitivo, observando os princípios da proveniência e do respeito pela ordem
original para efeitos de descrição arquivística e/ou instala-ção” (N
P-4041, 2005, p. 16).
Na representação que se segue (FIG
UR
A 5), a m
odo de conclusão, sistematizam
os os diversos dispositivos norm
ativos e regulamentares anteriorm
ente descritos.
Manuais
Normas
Tabela de Seleção
Plano declassificação Quadro de
classificação
Dispositivos norm
ativos eregulam
entares
Figura 5: Dispositivos norm
ativos e regulamentares de gestão docum
ental.---Fonte: E
laboração própria, com base na consulta à N
P-4041 (2005).
3.4. ge
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3.4.1. CO
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Is
de acordo com
o “manual para a gestão de docum
entos”, produzido pela dG
Ar
q
(Portugal, 1997, p. 4-3), os documentos electrónicos podem
ser originários:
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L 181
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a. de sis
tem
as
info
rm
átic
os, quando são produzidos, transm
itidos e conser-vados, no form
ato digital original, assim perm
anecendo no decorrer do seu ciclo vital.
b. da desm
aterialização (i.e., digitalização) de docum
entos produzidos em
papel, por motivações diversas (econom
ia de espaço, acesso e recuperação de inform
ação).
Consoante o m
esmo docum
ento (Portugal, 1997, p. 4-5), os documentos electró-
nicos ainda podem ser:
a. simp
les ou lineares, quando suportam
informação registada sob um
a única form
a. Exem
plos: textos, gráficos e imagens estáticas.
b. comp
lexos ou não-lineares, quando suportam inform
ação registada em
diversas formas, gerando interconexões, i.e., conexões externas ao próprio
documento, considerado prim
ário. exem
plos: bases de dados, documentos
hipertextuais e intertextuais dinâmicos.
os docum
entos não-lin
eares, dadas as suas características interiores e exterio-res, regra geral, n
ão
devem ser transpostos para um
ambiente diferente do que
os originou (Portugal, 1997, p. 4-6), sob pena de perder a organicidade, a visibili-dade e a possibilidade de com
preensão do seu contexto de produção.
3.4.2. MO
De
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qu
IsIT
Os
os sistem
as de gestão docu
men
tal em arq
uivos electrón
icos, pela sua es-pecificidade, devem
merecer atenção especial, tanto na concepção e no planea-
mento com
o na implantação. d
e acordo com o m
anual publicado pelo Conselho
Internacional de Arquivos (1997), que dá orientações precisas a este respeito, no
planeamento e na im
plementação destes sistem
as, devem ser observadas e reco-
lhidas informações prévias consideradas fundam
entais, a saber:
a. ambiente norm
ativo e regulador;b. am
biente e políticas de gestão de documentos existentes;
c. parcerias interinstitucionais e posicionamento institucional;
d. afectação de recursos.
os sistem
as de gestão documental que funcionam
em am
bientes electrónicos de-vem
seguir uma série de requisitos e especificações técnicas. E
m Portugal, o m
o-delo de requisitos adoptado pela D
GA
RQ
segue as especificações de um m
odelo
originado no contexto europeu – o M
oReq. trata-se de um
padrão desenvolvido pelo Forum
Docum
ent LyfeCicle M
anagement (D
LM Forum
), em 2001, com
o docum
ento-base para toda a comunidade arquivística europeia. e
ste documento
especifica os requisitos funcionais necessários à gestão dos sistemas docum
entais electrónicos arquivísticos (E
lectronic Records M
anagement System
s - ER
MS).
O Fórum
DLM
foi fundado pela Com
issão Europeia, nos anos 90, com
o objectivo de agregar profissionais m
ultidisciplinares dedicados à gestão documental, espe-
cialmente no contexto actual. e
m Portugal, conform
e dissemos, a d
irecção Geral
de Arquivos efectuou a tradução e a publicação do docum
ento MoR
eq 1 e 2, a partir do ano de 2002, no âm
bito do Programa denom
inado “Sistemas de Inform
ação de A
rquivo e docum
entos electrónicos” (Program
a siAd
e). o
utra iniciativa extre-m
amente relevante, virada para a im
plantação de um A
rquivo digital em
Portugal, foi o desenvolvim
ento do ro
dA
- “repositório de o
bjectos digitais A
utênticos”.
entre os aspectos m
ais relevantes dos requisitos funcionais para os arquivos electrónicos, im
prescindíveis para proporcionar um contexto de garantia da pre-
servação da integridade (i.e., da fidedignidade e da autenticidade) dos conjuntos docum
entais albergados pelo sistema, ao longo do tem
po, estão:
a. a geração de trilhas de auditoria e de verificações periódicas dos seguintes aspectos: acesso; alterações; visualização; exclusão; tram
itação; migrações;
b. a descrição clara de privilégios, em perfis diferenciados de utilizador e de ad-
ministrador do sistem
a;c. o tipo de perm
issões no código fonte: idealmente, softw
are livre e com código
de fonte aberto (Gn
u G
Pl - General Public License);
d. a conformidade com
as normas arquivísticas e os padrões internacionais para
o efeito (vide as normas arquivísticas: N
P 4438-1-2, ISAD
-G; ISA
AR
-CPF;
ISDF; ISD
IAH
; ISO 23081; ISO
14721);e. a interoperabilidade, garantida pelo uso dos m
esmos padrões e dos m
esmos
formatos, para facilitar a m
igração dos dados entre diferentes sistemas ou ver-
sões actualizadas do mesm
o sistema (vide o m
odelo proposto, internacional-m
ente, pelo Protocolo OA
IS; ou os padrões de metadados E
ncoded Archival
Description e E
ncoded Archival C
ontext).
GESTÃ
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3.4.3. AP
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áT
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s
de entre as diversas aplicações inform
áticas disponíveis no mercado, m
enciona-m
os apenas três, por considerarmos que se incluem
em projectos de grande en-
vergadura, e que, em função disso, cum
prem m
inimam
ente os requisitos exigidos.
3.4.3.1. O g
IsA
trata-se de um softw
are proprietário, desenvolvido pelo Arquivo H
istórico do Porto, num
a parceria com a u
niversidade do Porto. destinado a qualquer das
fases dos arquivos, activos ou definitivos.
3.4.3.2. O D
IgIT
AR
q
trata-se de um softw
are livre, na sua primeira versão, de 2005, desenvolvido
pelo Arquivo d
istrital do Porto e pela direcção G
eral de Arquivos, num
a parceria com
a universidade do m
inho. destinado preferencialm
ente à gestão dos arqui-vos definitivos.
3.4.3.3. O IC
A-A
TO
M
trata-se de um softw
are livre, desenvolvido pelo Conselho internacional de A
r-quivos, a partir de 2008. A
sua primeira versão estável data de D
ezembro de
2010. Destinado preferencialm
ente à gestão dos arquivos definitivos.
4. A P
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AF
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e s
Ol
uÇ
õe
s
o acesso ao docum
ento tornou-se imperativo nas sociedades actuais, progres-
sivamente baseadas nos conceitos de direito e de transparência da inform
ação. sob um
tal imperativo, garantir o acesso continuado, e em
longo prazo, passa a ser parte das preocupações e necessidades arquivísticas m
ais prementes, espe-
cialmente a partir da segunda m
etade dos anos 90 do século XX
, década em que
registámos um
aumento considerável dos referidos suportes de inform
ação.
na contem
poraneidade, entre o documento convencional, em
suporte papel, e o docum
ento electrónico, em suporte digital, há um
a clara mudança de percepção
do foco do problema. n
o primeiro caso, as preocupações voltam
-se para as con-dições de preservação dos itens, i.e., dos docum
entos físicos com características
convencionais. dentro desta perspectiva, o acesso é pensado sob um
conjunto de regras que tornam
o documento disponível, ou não, dependendo das restrições
físicas e/ou legais impostas. n
o segundo caso, para além destas restrições, há
ainda o problema da dependência de dispositivos físicos e lógicos (hardw
are e softw
are), que se tornam im
prescindíveis e, por isso, têm de ser igualm
ente preservados ou em
ulados, para que o conteúdo do documento possa ser acedido
e perfeitamente com
preendido pelo utilizador/a (Freitas, 2009).
A questão do acesso ao docum
ento íntegro também
envolve mecanism
os de con-trolo da c
us
tód
ia dos documentos e, no âm
bito dos problemas gerados pelo
documento electrónico, algum
as propostas de solução conduzem a um
a situação em
que passa a ser defendida a ideia de que o documento tem
de permanecer
sob a custódia do organismo que o produziu ou acum
ulou, não havendo, desta m
aneira, uma quebra da custódia original. Tal ideia, originária dos anos 30, do
século xx
, e reforçada mais recentem
ente, na Am
érica do norte, m
antém, con-
forme dissem
os, uma estreita relação com
a questão da manutenção da integri-
dade dos documentos de arquivo (Freitas, 2009).
Basicam
ente, foi o sentido do dever e o desempenho de um
papel convencional que fizeram
com que a custódia ininterrupta fosse vista com
o um dos baluar-
tes da Arquivística m
oderna. Para além disso, é bom
de ver que, num paradig-
ma custodial, as atenções se voltam
, primariam
ente, para a protecção física dos docum
entos e, secundariamente, para o acesso do utilizador. n
o paradigma da
pós-custódia, entretanto, estas opções são seriamente questionadas. A
tendência é pela actuação pró-activa do arquivista, em
todas as fases de gestão dos docu-m
entos, que passam a ser vistos pela óptica da c
on
tinu
ida
de (ou records conti-
nuun), sendo este, claramente, m
ais um de entre os vários desafios a equacionar
pela Arquivística C
ontemporânea (Freitas, 2009).
GESTÃ
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4.2. PR
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le
vA
NT
es
num
sentido lato, a preservação abrange as áreas de gestão e de administração,
incluindo acondicionamento e arm
azenamento, recursos hum
anos, políticas, program
as, planos e métodos envolvidos na protecção dos suportes físicos. n
a contem
poraneidade, a estas acções incluem-se as tom
adas de decisão em ques-
tões associadas, não apenas aos documentos, enquanto suportes, m
as também
à inform
ação que contêm.
Portanto, se no sentido estrito, a preservação física refere-se à “aplicação de me-
didas e procedimentos tendentes a prevenir a degradação física dos docum
en-tos e a garantir a sua segurança contra acidentes e intrusões” (N
P-4041, p. 14), no sentido lato, as necessidades de preservação extrapolam
o âmbito físico (ou
analógico) para integrar-se à problemática da instabilidade do m
eio digital (ou lógico). n
um tal sentido, as recom
endações genéricas para a manutenção de um
a política de preservação da inform
ação arquivística, com vista aos acervos híbri-
dos e digitais, são:
a. identificação obrigatória, no documento, dos elem
entos de contexto, de conte-údo e de estrutura (vide norm
a NP-4438-1-2);
b. aplicação de regras, padrões e instruções normativas, nacionais e internacionais.
c. identificação das melhores práticas, nacionais e internacionais.
de igual m
odo, no âmbito da criação de políticas e da im
plantação de planos e program
as de preservação, actualmente, devem
ser considerados os seguintes tópicos:
a. composição de um
a equipa multidisciplinar;
b. avaliação e definição de prioridades e de responsabilidades;c. descrição de tarefas de rotina (e.g., backup e revisão periódica de dados), as-
sinalando todos os responsáveis pelo seu justo desempenho;
d. previsão de custos, afectação de recursos e sustentabilidade do programa.
de resto, no âm
bito dos arquivos contemporâneos, as preocupações com
a pre-servação da inform
ação assumem
um carácter tão fulcral que são sugeridos os
chamados “D
ez mandam
entos da preservação digital” (Innarelli, 2007, p. 39), um
a espécie de “código” de prudência e de sapiência a ser utilizado pelos/as ar-quivistas que lidam
com este am
biente. Assim
, seriam estas as sentenças profe-
ridas pelo autor, neste sentido:
1. M
anterás uma política de preservação.
2. N
ão dependerás de hardware específico.
3. N
ão dependerás de software específico.
4. N
ão confiarás em sistem
as de gestão documental com
o única forma de acesso
ao documento digital.
5. M
igrarás seus documentos de suporte e form
ato periodicamente.
6. R
eplicarás os documentos em
locais fisicamente separados.
7. N
ão confiarás cegamente no suporte de arm
azenamento.
8. Não deixarás de fazer backup e cópias de segurança.
9. N
ão preservarás lixo digital.10. G
arantirás a autenticidade dos documentos digitais.
4.3. AC
es
sO
: CO
NC
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Os
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sP
eC
TO
s R
el
ev
AN
Te
s
A acessibilid
ade diz respeito à “disponibilidade dos docum
entos para consul-ta, em
consequência da sua comunicabilidade e do necessário tratam
ento arqui-vístico (descrição arquivística, estado de conservação, etc.)” (N
P-4041, 2005, p. 19). Portanto, um
documento só pode ser considerado acessível, se sobre ele não
pesa nenhuma restrição, de ordem
legal ou física.
os aspectos relevantes a ter em
linha de conta no estabelecimento de um
a políti-ca de acesso são, nom
eadamente (N
P-4041, 2005) (FIGU
RA
6),
a. a transparência dos processos de decisão, a ética da governação e a responsa-bilidade perante os cidadãos (“accountability”),
b. o valor da documentação: i.e., o valor probatório (fiscal/jurídico) e o valor
de mem
ória colectiva, sendo a avaliação arquivística a função designada para reflectir esta questão,
c. a classificação de segurança atribuída aos documentos pelos com
petentes ser-viços.
GESTÃ
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TRIBUTO
S PARA
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ESTUD
O
Políticade acesso
TransparênciaValor dos
documentos
Classificaçãode segurança
Figura 6: Aspetos relevantes na elaboração de um
a correta política de aces-so aos docum
entos de arquivo.---
Fonte: Elaboração própria, com
base na consulta à NP-4041 (2005).
no que respeita aos dispositivos norm
ativos e às comissões e/ou instituições res-
ponsáveis pela fiscalização do acesso, aos níveis nacional e internacional, pode-m
os mencionar com
o exemplos:
a. em
Portugal, destacamos, pela relevância, a C
omissão de A
cesso aos do-
cumentos A
dministrativos (C
Ad
A), a quem
cabe zelar pelo cumprim
ento da lei de A
cesso aos docum
entos de Arquivo (lA
dA
); e a própria dG
Ar
q que, neste
caso, zela pelo cumprim
ento da Lei de Arquivos, datada de 1993.
b. noutros países, tais com
o a inglaterra, a suécia, a Austrália, o C
anadá e os E
UA
, por exemplo, notam
-se diversas iniciativas, a partir da década de 80, que se espelham
na legislação denominada “Freedom
of Information A
ct” (FoI), ou lei de liberdade de inform
ação.
Para finalizar toda esta exposição, cumpre referir que, tanto o acesso com
o a preservação, dada a sua expressiva relevância na literatura científica actual, são, indiscutivelm
ente, a pedra de toque da Arquivística C
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