INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE …E por último, mas não menos importante, ao António,...
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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE EGAS MONIZ
MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo
material nano cerâmico/resina (LavaTM
Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
Trabalho submetido por
Joana Maria de Oliveira Madeira
para a obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária
Outubro de 2013
1
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE EGAS MONIZ
MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA DENTÁRIA
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo
material nano cerâmico/resina (LavaTM
Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
Trabalho submetido por
Joana Maria de Oliveira Madeira
para a obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária
Trabalho orientado por
Prof. Doutor José João Baltazar Mendes
Outubro de 2013
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3
“A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.”
Confúcio
4
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Doutor José João Mendes por ter orientado a minha tese, pela amizade,
rigor, incentivo e profissionalismo durante todo o meu percurso académico. Agradeço
tudo o que me transmitiu e ensinou ao longo destes anos.
Ao professor Paulo Monteiro e ao professor João Rua, por todos os ensinamentos,
empenho, dedicação, espírito critico, paciência e sobretudo amizade. O seu apoio foi
fundamental para a realização desta tese.
Ao Professor Doutor Mário Polido por ter disponibilizado o laboratório, local
indispensável à realização deste projecto e que foi, durante algum tempo, a minha
segunda casa.
À professora Maria João Barreto e a minha amiga e colega Joana Pereira, pela
amizade, apoio, incentivo, disponibilidade e ensinamentos prestados. Por terem
contribuído para o meu crescimento profissional e pessoal.
À minha irmã e colega de box, Inês, pela amizade, companheirismo, cumplicidade e
ajuda na parte laboratorial e durante todos estes anos.
Aos meus pais, irmãos e restante família por serem os meus pilares, pelo incentivo,
apoio incondicional, amor e constante encorajamento.
Á minha colega e amiga Sara Casado, por toda a amizade, ajuda, paciência, apoio e
dicas fundamentais para que este trabalho se realizasse.
Á minha colega e amiga, Sofia Lopes pela amizade, companheirismo, apoio,
incentivo, horas de estudo, horas de desespero, horas de alegria... e por acreditar que
era possível! “Foi um gosto”.
E por último, mas não menos importante, ao António, por ter sido o meu pilar durante
este último ano, por me ter aturado sempre que o desespero e ansiedade se
apoderaram de mim. Por toda a sua paciência, amor, carinho, incentivo e por ser
sempre o meu porto seguro.
A todos, o meu muito obrigada!
5
RESUMO
Objectivo: Avaliar in vitro a resistência adesiva (μTBS) entre um novo material nano
ceramico/resina e o material restaurador, fazendo variar o protocolo adesivo
Materiais e Métodos: Dezasseis amostras da nano cerâmica/resina LavaTM
Ultimate
(3M ESPE) foram jacteadas com particulas de óxido de alumínio (≤50 μm) durante 10
segundos e aleatoriamente divididas em 4 grupos segundo o protocolo adesivo: (G1)
Aplicação do adesivo ScotchbondTM
Universal (3M ESPE), (G2) Aplicação de silano
ESPETM
Sil (3M ESPE) seguida da aplicação do adesivo ScotchbondTM
Universal
(3M ESPE), (G3) Aplicação de silano ESPETM
Sil (3M ESPE) seguida da aplicação
do adesivo OptibondTM
FL (Kerr) (G4) Aplicação de silano ESPETM
Sil (3M ESPE)
seguida da aplicação do adesivo AdperTM
Scotchbond Multi-purpose (3M ESPE).
Posteriormente, as amostras foram restauradas com resina composta FiltekTM
Supreme
XTE (3M ESPE). Após seccionadas em duas partes, as amostras foram submetidas a
dois tipos de testes: teste imediato, após 24 horas armazenadas em água destilada
numa estufa a 37°C e teste após termociclagem (10.000 ciclos, 5° e 55°C). As
amostras foram seccionadas nas direcções X e Y e os palitos obtidos (secção
transversal de 1±0,2mm2) foram testados em tensão ate ocorrer fractura, a uma
velocidade de 1 mm/min. O tipo de fractura foi analisado ao microscópio óptico com
ampliação de 20x. Para análise estatística foram utilizados os testes ANOVA one-way
e testes post-hoc com p≤0,05 (SPSS20.0)
Resultados: Os valores mais elevados de resistência adesiva foram obtidos nos
grupos G2 (72,31 MPa), G1 (70,85 MPa) e G3 (62,66 MPa), não sendo
estatisticamente significativos entre si (p = 0,966)
Conclusões: Diferentes protocolos adesivos apresentam diferentes valores de
resistência adesiva. A aplicação extra de silano não melhora significativamente os
valores de adesão.
Palavras-chave: Protocolo adesivo; Nano cerâmica/resina; Resistência adesiva;
Reparação.
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ABSTRACT
Objective: To evaluate the bond strength (μTBS) between new nano ceramic
material/resin and restoring material, causing variations in the adhesive protocol.
Materials and Methods: Sixteen samples of LavaTM
Ultimate nano ceramics/resin
(3M ESPE) received aluminium oxide blasting (≤50 μm particles) during 10 seconds
and were randomly divided into four groups, according to the adhesive protocol: (G1)
Application of the ScotchbondTM
Universal adhesive (3M ESPE), (G2) Application of
the ESPETM
Sil silane (3M ESPE) followed by the application of the ScotchbondTM
Universal adhesive (3M ESPE), (G3) Application of the ESPETM
Sil silane (3M
ESPE) followed by the application of the OptibondTM
FL adhesive (Kerr), (G4)
Application of the ESPETM
Sil silane (3M ESPE) followed by the application of the
AdperTM
Scotchbond Multi-purpose adhesive (3M ESPE). Subsequently, the samples
were restored with FiltekTM
Supreme XTE compounded resin (3M ESPE). After being
cut in two parts, the two samples were subjected to two kinds of tests: an immediate
test, after 24 hours of being stored in distilled water in an oven at 37° C, and a test
after thermocycling (10,000 cycles, 5 and 55°C). The samples were cut in the
directions X and Y and the produced sticks (1±0.2 mm2 cross-section) were tested
under strain until break point, at the rate of 1 mm/min. The type of break was
examined on an optical microscope with 20x magnification. For statistical analysis,
ANOVA one-way and post-hoc with p≤0.05 (SPSS20.0) tests were used.
Results: The highest levels of adhesion were obtained in the groups G2 (72,31 MPa),
G1 (70,85 MPa) and G3 (62,66 MPa), although they are not statistically significant
between themselves (p = 0,966)
Conclusions: Different adhesive protocols show different levels of bond strength.
Applying an extra silane layer does not significantly improve the adhesion values.
Keywords: Adhesive protocol; Nanoceramics/resin; Bond strength; Repair.
7
ÍNDICE GERAL
I. Introdução...............................................................................................................15
1. Cerâmicas Dentárias...............................................................................................15
1.1 Cerâmicas Vítreas..............................................................................................18
1.2 Cerâmicas de Alumina.......................................................................................19
1.3 Cerâmicas de Zircónia........................................................................................21
2. Novos Materiais (nano Cerâmica/Resina)..............................................................23
3. Sistemas CAD/CAM..............................................................................................26
4. Resinas Compostas.................................................................................................29
5. Fracturas.................................................................................................................34
6. Reparação...............................................................................................................36
6.1 Reparação de Resinas Compostas......................................................................36
6.2 Reparação de Cerâmicas....................................................................................39
7. Silanos....................................................................................................................41
8. Adesão....................................................................................................................43
8.1 Mecanismos de Adesão......................................................................................44
9. Evolução e classificação dos Sistemas Adesivos...................................................45
9.1 Sistemas Adesivos Etch-and-Rinse....................................................................48
9.2 Sistemas Adesivos Self-Etch..............................................................................48
II. Objectivos...............................................................................................................49
III. Hipóteses de Estudo.............................................................................................50
IV. Materiais e Métodos.............................................................................................51
V. Resultados..............................................................................................................63
1. Comparação Grupo controlo (CG) versus Grupo Termociclado (GT)...........63
2. Comparação da resistência adesiva no Grupo Controlo (GC).........................64
3. Comparação da resistência adesiva no Grupo Termociclagem (GT)...............65
4. Análise da fractura...........................................................................................67
5. Análise da fractura por grupos.........................................................................68
VI. Discussão...............................................................................................................72
VII. Conclusões...........................................................................................................78
VIII. Bibliografia........................................................................................................81
8
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1:Micrografias recolhidas do Microscopio Electrónico de Varrimento
representativas da superfície de várias cerâmicas: Zircónia (sup. esq.); In-Ceram
Alumina (sup. dir.); In Ceram Zircónia mostrando os cristais de alumina (preto),
cristais de zircónia (branco) e a fase vítrea (cinzento) (inf. esq.); Feldspática (cristais
de leucite) (inf. dir.), in Borba et al, 2011 ................................................................... 17
Figura 2: Exemplo de peça protética fabricada em LavaTM
Ultimate (3M ESPE),
cedida pelo Mestre Paulo Monteiro ............................................................................. 24
Figura 3: Monoblocos (inteiros e fatiados) do material LavaTM
Ultimate, cedida pelo
Mestre Paulo Monteiro ................................................................................................ 24
Figura 4: Escala de cores com as 2 translucências e 8 tonalidades disponíveis para os
blocos de LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) ........................... 25
Figura 5: Esquema que representa a constituição geral de um bloco do sistema VITA
ENAMICTM
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany) ....................................... 25
Figura 6: Escala de cores com as 2 transluscências e as 5 tonalidades disponíveis
para os blocos VITA ENAMICTM
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany) ..... 26
Figura 7: Imagem representativa das três fases do sistema CAD/CAM in Van Noort,
2012.............................................................................................................................. 27
Figura 8: Scanners intra-orais da 3M, 3Shape e iTero in Van Noort, 2012 ............... 28
Figura 9: Micrografias recolhidas do Microscópio Electrónico de Varrimento
representativas da microestrutura de duas Resinas Compostas: A e C – FiltekTM
Z250
(microhibrida); B e C – FiltekTM
Supreme (nanoparticulada) in Júnior et al, 2008 .... 31
Figura 10: Diagrama representativo dos nanoclusters de zircónia/sílica e partículas
dispersas na matriz resinosa de uma resina compostas nanoparticulada in Curtis et al,
2009.............................................................................................................................. 33
Figura 11: Micrografia recolhida do Microscópio Electrónico de Varrimento
representativa da microestrutura da resina composta nanoparticulada FiltekTM
Supreme com ampliação de 5000x (10000x em destaque) in Beun et al, 2007 .......... 34
Figura 12: A - molécula de silano a aproximar-se da superfície da cerâmica; B –
ligação química entre a molécula de silano e a sílica presente na superfície da
cerâmica ....................................................................................................................... 42
Figura 13: Resumo das estratégias de adesão in Perdigão, 2007................................ 48
Figura 14: Esquema de corte dos blocos de cerâmica LavaTM
Ultimate (3M ESPE) 52
9
Figura 15: Amostras jacteadas com partículas de óxido de alumínio ........................ 52
Figura 16: Adesivo ScotchbondTM
Universal (3M ESPE, Seefeld, Germany) .......... 53
Figura 17: Protocolo de aplicação do adesivo ScotchbondTM
Universal (3M ESPE,
Seefeld, Germany) ....................................................................................................... 53
Figura 18: Protocolo de aplicação do silano ESPETM
Sil (3M ESPE) ....................... 53
Figura 19: Protocolo de aplicação do adesivo ScotchbondTM
Universal (3M ESPE,
Seefeld, Germany) ....................................................................................................... 53
Figura 20: Adesivo OptibondTM
FL (Kerr, Orange, USA) ......................................... 54
Figura 21: Protocolo de aplicação do adesivo OptibondTM
FL (Kerr, Orange, USA) 54
Figura 22: Protocolo de aplicação do adesivo AdperTM
ScotchbondTM
Multi-Purpose
(3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA ......................................................................... 54
Figura 23: Adesivo AdperTM
ScotchbondTM
Multi-Purpose (3M ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA ........................................................................................................... 54
Figura 24: FiltekTM
Supreme XTE (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) ............... 55
Figura 25: Porta-matriz universal e matriz metálica usados para a restauração dos
blocos ........................................................................................................................... 55
Figura 26: Protocolo de restauração dos blocos com resina composta FiltekTM
Supreme (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) ........................................................ 56
Figura 27: Esquema de corte dos blocos restauradas ................................................. 56
Figura 28: Máquina de corte Accutom-50 (Struers A/S, Ballerup, Denmark),
laboratório de biomateriais do ISCSEM ...................................................................... 57
Figura 29: Máquina de termociclagem, laboratório de biomateriais do ISCSEM ..... 57
Figura 30: Corte dos palitos, nas direcções X e Y, com uma secção transversal de
1±0,2 mm2 .................................................................................................................... 57
Figura 32: Palito colado a um Jig de Geraldeli .......................................................... 58
Figura 31: Cola de cianoacrilato (Zapit, Dental Ventures of América, Corona, CA,
USA) ............................................................................................................................ 58
Figura 33: Máquina de testes universal AG-IS 50 kN (Shimadzu, Kyoto, Japão),
laboratório de biomateriais do ISCSEM ...................................................................... 58
Figura 34: Esquema representativo do procedimento de preparação dos espécimens e
teste de microtracção adesiva (μTBS) adaptado de esquema in Loomans et al, 2011 59
Figura 35: Craveira digital StormTM
(Central Tools Inc., Cranston, USA) (esq.) e
Microscópio óptico Leica ATC 2000 (Reichert Inc., Buffalo, NY, USA) (dir.) ......... 60
10
Figura 36: Imagem retirada do microscópio óptico e imagem esquemática
representativas da Fractura Adesiva ............................................................................ 61
Figura 37: Imagem retirada do microscópio óptico e imagem esquemática
representativas da Fractura Coesiva na Restauração ................................................... 61
Figura 38: Imagem retirada do microscópio óptico e imagem esquemática
representativas da Fractura Coesiva na Lava ............................................................... 61
Figura 39: Imagem esquemática representativa da Fractura Mista ............................ 61
11
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Indicações clínicas e técnicas de processamento de vários sistemas
cerâmicos in Conrad et al, 2007 .................................................................................. 23
Tabela 2: Exemplos de silanos comercializados actualmente, in Lung et al, 2012 .... 44
Tabela 3: Exemplos de Sistemas Adesivos comercializados actualmente em Portugal
in Coelho et al, 2012 .................................................................................................... 49
Tabela 4: Tabela esquematizando o protocolo laboratorial ........................................ 59
Tabela 5: Materiais utilizados no estudo ................................................................. 62
Tabela 6: Valores médios de resistência adesiva: GC versus GT............................... 64
Tabela 7: Anova de Welch (Grupo Controlo) ............................................................ 65
Tabela 8: Teste de Tukey (Grupo Controlo) ............................................................... 66
Tabela 9: Anova (Grupo Termociclado) ..................................................................... 66
Tabela 10: Teste de Tukey (Grupo Termociclado) ..................................................... 67
Tabela 11: Teste de Qui-quadrado .............................................................................. 68
Tabela 12: Análise de fractura: GC versus GT ........................................................... 68
Tabela 13: Teste de Qui-quadrado .............................................................................. 69
Tabela 14: Análise de fractura: Grupo 1 ..................................................................... 70
Tabela 15: Testes de Qui-quadrado ............................................................................ 70
Tabela 16: Análise de fractura: Grupo 3 ..................................................................... 71
Tabela 17: Testes de Qui-quadrado ............................................................................ 71
Tabela 18: Análise de fractura: Grupo 4 ..................................................................... 72
12
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Valores médios de resistência adesiva (MPa): GC versus GT .................. 65
Gráfico 2: Valores médios de resistência adesiva (MPa) e Desvio-Padrão: GC versus
GT ................................................................................................................................ 65
Gráfico 3: Valores médios de resistência adesiva (MPa) e Desvio-Padrão: Grupo
Controlo ....................................................................................................................... 66
Gráfico 4: Valores médios de resistência adesiva(MPa) e Desvio-Padrão: Grupo
Termociclado ............................................................................................................... 67
Gráfico 5: Análise de fractura: GC versus GT ........................................................... 69
13
LISTA DE ABREVIATURAS
MPa: Mega Pascais
nm: nanómetro
μm: micrómetro
N: Newton
μTBS: Microtensil Bond Strength
mm: milímetro
mm2: milímetro quadrado
mm/min: milímetro por minuto
mW/cm2: mili Watts por centímetro quadrado
MDP: Metacriloiloxidecil dihidrogenofosfato
HEMA: 2-hidroxietil metacrilato
GPDM: glicerol fosfato dimetacrilato
PEGMA: polietileno glicol metacrilato
Bis-EMA: etoxilato bisfenol-A-dimetacrilato
M: Média
Dp: Desvio-padrão
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
14
Introdução
15
I. Introdução
1. Cerâmicas Dentárias
Desde muito cedo que o Homem se preocupa com os dentes e os reconhece como
parte integrante da sua saúde, beleza, juventude e dignidade. Como tal, a perda dos
mesmos tem repercussões directas quer a nível físico e funcional, quer também a nível
social e psicológico, principalmente quando se trata de sectores anteriores (Kelly,
Nishimura & Campbell,1996).
A procura por artefactos que substituam os dentes e tecidos adjacentes perdidos vem
desde há muitos séculos atrás.
Até ao século XVIII, a tecnologia dentária manteve-se praticamente subdesenvolvida.
Os materiais mais utilizados para dentes artificiais passavam por dentes humanos,
dentes de animais, marfim entre outros (Kelly et al., 1996; Kina, 2005).
Por volta de 1774, em França, Alex Duchateou utilizou pela primeira vez a cerâmica
para confecção de uma prótese total, e juntamente com Nicholas Dubois de Chemant,
introduziram a arte das cerâmicas na Medicina Dentária (Kina, 2005; Gomes,
Assunção, Rocha & Santos, 2008).
Foi no início do século XX, que Land introduziu a primeira coroa de cerâmica
feldspática fazendo com que o interesse por reabilitações não metálicas aumentasse
tanto por parte dos clínicos como por parte dos pacientes e assim, abriu portas para a
cerâmica no mundo da Dentisteria Restauradora, de forma definitiva. Perante esta
evolução, no final do mesmo século, vários sistemas cerâmicos foram desenvolvidos e
introduzidos no mercado com o objectivo de melhorar as características do material e
proporcionar a confecção de restaurações mais estéticas (Kina, 2005; Conrad, Seong
& Pesun, 2007).
Na conjuntura actual em que vivemos, decorrente de uma influência social
desenfreada em virtude de um “sorriso perfeito” como pré-requisito para uma vida em
sociedade e ascensão profissional, as reabilitações estéticas assumem particular realce
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
16
e passaram a ser uma exigência por parte da população, surgindo assim as
restaurações “metal free” (Guerra, Neves, Almeida, Valones & Guimarães, 2007).
As cerâmicas dentárias são hoje reconhecidas, pela sua capacidade elevada em
reproduzir de modo artificial, os dentes naturais. Este facto, deve-se à durabilidade
das suas propriedades ópticas, químicas assim como a excelente estética (Kelly et al.,
1996; Gomes et al., 2008).
Para além das propriedades altamente estéticas, as cerâmicas apresentam um conjunto
de características intrínsecas que as torna um material reabilitador muito procurado
pelos médicos dentistas. Entre essas características, encontramos a fluorescência,
translucidez, biocompatibilidade, estabilidade química e cromática, durabilidade,
pouca retenção de placa bacteriana e absorção de fluidos, resistência a compressão,
coeficiente de expansão térmica semelhante ao dente, baixa condutividade térmica e
eléctrica (Butze, Marcondes, Júnior & Spohr, 2011; Zarone, Russo & Sorrentino,
2011).
A palavra cerâmica deriva do grego “Keramiké” que significa “a arte do oleiro”. É
descrita como material inorgânico, e apresenta na sua composição elementos
metálicos tais como o alumínio, zircónio, titânio, cálcio, lítio, magnésio, potássio,
sódio, latânio e estanho, e elementos não metálicos como flúor, oxigénio, silício e o
boro. É composta por uma fase cristalina rodeada por uma fase vítrea sendo estas
responsáveis por algumas propriedades da cerâmica. A matriz vítrea é composta por
óxido de silício (SiO4) em que a proporção Si:O está relacionada com a expansão
térmica e viscosidade, enquanto as propriedades mecânicas e ópticas estão
dependentes da fase cristalina (Kina, 2005; Gomes et al., 2008; Bottino, Quintas,
Miyashita e Giannini, 2001).
Segundo Spear e Holloway, (2008), uma maior quantidade de fase cristalina está
associada a um aumento da opacidade, o que nem sempre é o desejado.
Deste modo, a microestrutura da cerâmica (fase cristalina e vítrea) tem uma grande
importância clínica já que o comportamento mecânico e estético deste material
depende directamente da sua composição (Martínez, Pradies, Suárez & Riviera,
2007).
Introdução
17
Para Quinn, Sundar e Lloyd (2003), os factores preponderantes que devem ser tidos
em consideração na avaliação e escolha de uma cerâmica incluem a sua componente
estética, o desempenho mecânico, a facilidade de utilização e obviamente, o factor
económico. Infelizmente, não existe um material que consiga reunir em si todas estas
características pois geralmente, um material considerado ideal para um requisito,
raramente consegue satisfazer os outros de igual modo.
Actualmente, a classificação das cerâmicas continua a deixar algumas dúvidas
havendo ainda alguma dificuldade por parte dos clínicos neste assunto. Apesar de não
existir uma classificação universal, podemos classificar as cerâmicas dentárias de
acordo com a sua temperatura de fusão (alta, média, baixa ou ultra-baixa fusão),
microestrutura (quantidade e tipo de fase cristalina e vítrea), técnica de processamento
(pó/liquido, prensadas ou maquinadas) e ainda pela sua aplicação clínica (Craig &
Powers, 2002; McLaren & Cao, 2009).
Alguns autores, de modo a simplificar, dividem-nas em 3 grupos principais:
cerâmicas vítreas reforçadas por sílica (leucite, dissilicato de lítio e felspáticas),
cerâmicas de elevada resistência, livres de sílica, como é o caso das cerâmicas de
alumina e cerâmicas de zircónia (Conrad et al., 2007; Martínez et al., 2007; Chen &
Suh, 2012).
Figura 1: Micrografias recolhidas do Microscopio Electrónico de Varrimento representativas da
superfície de várias cerâmicas: Zircónia (sup. esq.); In-Ceram Alumina (sup. dir.); In Ceram Zircónia
mostrando os cristais de alumina (preto), cristais de zircónia (branco) e a fase vítrea (cinzento) (inf.
esq.); Feldspática (cristais de leucite) (inf. dir.), in Borba et al., 2011
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
18
1.1 Cerâmicas Vítreas
Segundo McLaren e Cao (2009), as vitrocerâmicas ou cerâmicas vítreas, provém de
materiais que contém na sua composição, maioritariamente, dióxido de silício,
também denominado por sílica ou quartzo e um grande teor de alumina. Encontrados
na natureza, os alumino-silicatos possuem um conteúdo rico em cálcio e sódio, e são
conhecidos por feldspatos. Estes vão sofrendo várias modificações até chegar às
cerâmicas utilizadas em Medicina Dentária. Estes materiais, inicialmente eram
utilizados em próteses removíveis, no entanto hoje em dia, através da criação
específica das suas versões pó-liquido, são utilizados para o revestimento de sistemas
de núcleos de alumina.
O sistema Dicor (Dentsply Intl, York, Pa) foi introduzido no mercado por volta de
1980 e era constituído por 70% de cristais de tetrasílica com flúor, precipitados em
30% de matriz vítrea, contribuído para um grande avanço na área das cerâmicas
vítreas. Era indicado para a confecção de coroas anteriores e posteriores, inlays,
onlays e facetas laminadas nas quais eram aplicados pigmentos externos para obter a
cor desejada. Inicialmente foi criado para a técnica de cera perdida, no entanto, mais
tarde era comercializada como cerâmica maquinável e actualmente já não se encontra
disponível (Conrad et al., 2007; Garcia, Consani, Cruz & Pires de Souza, 2011).
Em 1991, foi lançada para o sistema CEREC 1 (Siemens AG, Bensheim, Germany) a
cerâmica feldspática Vita Mark II (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany). Esta
é composta em grande parte por Sílica (60-64%) e óxido de alumínio (20-23%). Foi
introduzida com o intuito de melhorar a resistência e tamanho das partículas em
relação ao sistema Vita Mark I (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany). É uma
cerâmica monocromática no entanto, esta disponível nos vários tons da escala Classic
Line Vita shades, Vitapan 3DMaster shades e VITABLOCS Esthetic line (Conrad et
al., 2007).
De forma a superar as desvantagens estéticas das restaurações monocromáticas, foi
introduzido o sistema Vita Triluxe Bloc (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen,
Germany). Consiste num bloco policromático com uma estrutura tridimensional por
camadas que mimetizam os tecidos dentários. A camada externa apresenta uma maior
Introdução
19
translucidez, a camada média é neutra e a camada interna apresenta uma base escura e
opaca (Conrad et al., 2007).
No início da década de 90, foi introduzida no mercado uma cerâmica vítrea reforçada
por cristais de leucite (40-45%), denominada IPS Empress (ou Empress 1) (Ivoclar
Vivadent Schaan, Liechtenstein) (Garcia et al., 2011). Segundo Conrad et al. (2007),
esta tinha indicação limitada ao sector anterior, para coroas unitárias de revestimento
total.
Por volta de 1999, foi concebido o sistema IPS Empress 2 (Ivoclar Vivadent Schaan,
Liechtenstein) com o objectivo de melhorar a resistência a flexão em relação ao seu
antecessor. Este sistema consiste numa vitrocerâmica reforçada por cristais de
dissilicato de lítio (60-65%) e ortofosfato de lítio, dispostos numa matriz vítrea. A
presença destes cristais melhora a resistência mas também aumenta a opacidade e
como tal, para conseguir um bom resultado estético, é necessário revesti-la com uma
cerâmica feldspática convencional (Conrad et al., 2007; Martínez et al., 2007; Garcia
et al., 2011).
É fabricada a partir da combinação das técnicas de cera perdida e termo-pressão
(heat-press technique). Um lingote de cerâmica da cor desejada é plastificado a 920ºC
e injectado num molde sob pressão e vácuo (Conrad et al., 2007).
O sistema IPS e.max Press (Ivoclar Vivadent Schaan, Liechtenstein) surgiu em 2005
como uma melhoria do IPS Empress 2. Devido a uma maior homogeneidade da fase
cristalina, a resistência à fractura, foi melhorada.
Consiste numa cerâmica vítrea de dissilicato de lítio apresentado um processo de
queima diferente, o que permite uma melhoria das suas propriedades físicas e ópticas
(Conrad et al., 2007; Martínez et al., 2007).
1.2 Cerâmicas de Alumina
Em 1965, McLean e Hughes desenvolveram a primeira cerâmica reforçada através da
incorporação de óxido de alumínio com o objectivo de melhorar a resistência sem
sacrificar a estética (Martínez et al., 2007; Butze, 2011).
No entanto, este incremento de óxido de alumínio provoca uma redução da
translucidez da cerâmica. Quando a proporção de alumínio é superior a 50%, há um
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
20
aumento significativo da opacidade e por este motivo, as cerâmicas com alto teor em
óxido de alumínio, utilizam-se unicamente para a confecção de núcleos sendo
necessário recobri-las com outra cerâmica a fim de alcançar um bom resultado
estético e biomimético (Martinéz et al., 2007).
Os sistemas mais representativos são:
In-Ceram Alumina (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany)
Este sistema foi introduzido em 1989, com indicação para reabilitações unitárias
anteriores e posteriores e próteses parciais fixas (PPF) anteriores curtas, de 3
elementos, sendo o primeiro a confeccionar uma PPF de 3 elementos para a região
anterior até ao dente canino. Possui um núcleo de alta resistência fabricado pela
técnica de slip-casting (suspensão). Uma suspensão de óxido de alumínio compactado
é aplicada e sinterizada num molde refractário a 1120ºC durante 10 horas.
Deste processo, resulta uma infra-estrutura porosa que é infiltrada com vidro de
latânio. Este vidro, de baixa viscosidade, difunde através dos cristais de alumina por
acção capilar para eliminar a porosidade residual, aumentar a resistência e diminuir as
zonas com potencial de propagação de fractura. Posteriormente, é sujeita a uma
segunda queima de 1100ºC durante 4 horas. Uma vez que o coeficiente de expansão
térmica da alumina e do vidro são diferentes, são geradas tensões de compressão que
melhoram a resistência. Isto permite obter um núcleo mais resistente a flexão, porém
mais opaco devido ao elevado conteúdo de alumina (Conrad et al., 2007; Martínez et
al., 2007; Gomes et al., 2008).
Segundo Gomes et al., (2008), esta cerâmica apresenta uma resistência à flexão de
236-600 MPa e uma resistência à fractura de 3,1-4,61 MPa/mm2.
In-Ceram Spinell (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany)
Em 1994, o sistema In-Ceram Spinell foi introduzido com o objectivo de substituir o
núcleo opaco do sistema anterior. Este sistema contém óxido de magnésio que
juntamente com o óxido de alumina forma um composto denominado aluminato de
magnésio ou espinela (MgAL2O4). A principal vantagem em relação ao anterior é a
elevada estética, uma vez que os cristais formados neste sistema são mais
translúcidos. No entanto, a resistência à flexão é menor. Apresenta menos 25% de
Introdução
21
resistência à fractura que o anterior e como tal, esta indicado apenas para reabilitar o
sector anterior (Conrad et al., 2007; Martínez et al., 2007).
In-Ceram Zircónia (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany)
Este sistema constitui outra variante do In-Ceram Alumina. É caracterizado por uma
elevada resistência, uma vez que é adicionado óxido de zircónio (30-35%) à alumina
com o objectivo de fortalecer a cerâmica, proporcionando uma maior resistência à
flexão (421-800 MPa) e à fractura (6-8 MPa/mm2). Devido à sua resistência e elevada
opacidade, este sistema está indicado para coroas totais e próteses parciais fixas
posteriores (Conrad et al., 2007; Martínez et al., 2007; Gomes et al., 2008).
Sythoceram (CICERO Dental Systems, Hoorn, The Netherlands)
Este sistema consiste num núcleo de alta resistência, que é constituído por cerâmica
vítrea impregnada por óxido de alumínio, sendo fabricado através da tecnologia
CICERO (Computer Integrated Ceramic Reconstruction). São utilizadas técnicas de
scanner a laser, sinterização de cerâmica e fresagem integrada em computador para
confeccionar os núcleos que posteriormente são revestidos com cerâmica vítrea sem
leucite (Conrad et al., 2007).
Procera (Nobel Biocare AB, Goteborg, Sweden)
Desenvolvido por Andersson e Oden, o sistema Procera é o que apresenta maior
resistência quando comparado aos outros sistemas de cerâmica com alumina.
Emprega uma alumina de elevada densidade e pureza. Os copings apresentam um
conteúdo de 99,9% de óxido de alumínio puro e são obtidos através de processos de
prensagem a frio e sinterização final a 1550ºC. Deste processo, resulta uma cerâmica
de alta resistência mecânica, uma vez que os espaços residuais entre os cristais
desaparecem, reduzindo assim o aparecimento de fissuras (Conrad et al., 2007;
Martínez et al., 2007).
1.3 Cerâmicas de Zircónia
A zircónia, ou óxido de zircónio (ZrO2), foi identificada em 1789 pelo químico
alemão Martin Heinrich Klaproth (Piconi & Maccauro, 1999).
Actualmente, a generalidade dos sistemas de zircónia usam cerâmicas que são
compostas por óxido de zircónio altamente sinterizado parcialmente estabilizado com
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
22
óxido de ítrio (ítria), que é adicionado à zircónia pura de forma a controlar a expansão
do volume. A zircónia apresenta-se como um material polimórfico ocorrendo em três
formas. Apresenta uma estrutura é cúbica a temperaturas elevadas, transformando-se
numa estrutura tetragonal a temperaturas intermédias (abaixo dos 2370ºC). A
transformação da estrutura tetragonal em estrutura monocíclica dá-se abaixo dos
1170ºC sofrendo cerca de 3-5% de expansão de volume o que resulta num elevado
stress interno. De forma a controlar essa expansão de volume e a estabilizar a fase
tetragonal é adicionado o óxido de ítrio, como referido anteriormente (Conrad et al.,
2007; Martínez et al., 2007; Gomes et al., 2008).
O resultado é uma cerâmica de elevada resistência mecânica e resistência a flexão
entre os 1000 e 1500 MPa, convertendo-se numa candidata ideal para elaborar
restaurações em zonas de alto compromisso mecânico (Martínez et al., 2007).
A zircónia tetragonal estabilizada com ítrio (Y-TZP) revela-se assim um material
bastante atractivo para a Dentisteria Restauradora, possuindo também propriedades
como resistência à fractura (9-10 MPa/mm2), estabilidade química e dimensional e
ainda radiopacidade análoga à do metal o que possibilita de uma forma mais facilitada
a avaliação radiográfica da integridade marginal da restauração (Conrad et al., 2007;
Martínez et al., 2007; Gomes et al., 2008).
A Y-TZP pode ser confeccionada através da tecnologia CAD-CAM (Computer Aid
Design- Computer Aid Machining). A partir de um bloco de zircónia, é projectada e
fabricada uma infra-estrutura aumentada. Durante a sinterização a estrutura apresenta
uma retracção linear de 20-25% até atingir as dimensões finais desejadas. A utilização
deste material pré-sinterizado, não só possibilita um menor tempo de fresagem, como
também reduz o desgaste dos instrumentos utilizados neste processo (Conrad et al.,
2007).
O sistema LavaTM
Zircónia (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) utiliza um bloco de
Y-TZP caracterizado por uma elevada resistência à fractura e à flexão e um baixo
módulo de elasticidade quando comparado com a alumina. Através da digitalização,
os dados são obtidos. O software CAD projecta uma infra-estrutura aumentada que
posteriormente é fresada a partir de blocos pré-sinterizados. Após a confecção, o
Introdução
23
coping pode ser revestido com 7 tonalidades e sinterizado num forno específico
(Conrad et al., 2007).
2. Novos Materiais Restauradores (nano Cerâmica/Resina)
Actualmente, existem disponíveis no mercado dois novos materiais restauradores que
combinam as propriedades das cerâmicas com as propriedades das resinas compostas:
LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) e VITA ENAMICTM
(VITA
Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany)
Segundo o fabricante, o sistema LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul, Minnesota,
USA) surge como uma alternativa rápida e de fácil utilização para confeccionar
restaurações indirectas, quando comparada com outros blocos de cerâmica. Consiste
numa nova tecnologia, denominada “Resin Nano Ceramic” (RNC) que compreende as
propriedades de uma resina composta juntamente com as propriedades de uma
cerâmica composta por partículas de zircónio e sílica.
Tabela 1: Indicações clínicas e técnicas de processamento de vários sistemas
cerâmicos in Conrad et al., 2007
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
24
Esta nano cerâmica/resina apresenta na sua composição 80% de partículas de
nanocerâmica unidas por uma matriz resinosa. O conteúdo cerâmico é feito por três
tipos de partículas, que são a combinação de sílica (20 nm) não agregadas, partículas
de zircónio (4-11 nm) não agregadas e partículas de cluster de zircónia/sílica sendo as
partículas de sílica de 20 nm e de zircónio de 4 a 11 nm, agregadas.
As suas propriedades têm sido melhoradas para processamento em sistemas CAD-
CAM, oferecendo excelentes propriedades mecânicas e ópticas. Encontra-se à
disposição em 8 tonalidades e 2 translucências, baseadas na escala VITAPAN®
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany).
Tem indicação para inlays, onlays, facetas e coroas unitárias de recobrimento total.
O sistema LavaTM
Ultimate encontra-se disponível em blocos para sistemas como
CEREC (Sirona Dental Systems, Bensheim, Germany), EAD (D4D Technologies,
Richardson, Texas) e LavaTM
Milling Centers (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA).
Figura 2: Exemplo de peça protética fabricada em LavaTM
Ultimate (3M
ESPE), cedida pelo Mestre Paulo Monteiro
Figura 3: Monoblocos (inteiros e fatiados) do material LavaTM
Ultimate, cedida pelo Mestre
Paulo Monteiro
Introdução
25
O sistema VITA ENAMICTM
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany) é outro
sistema recentemente desenvolvido que combina as caracteristicas dos materiais
cerâmicos com as resinas compostas.
Segundo o fabricante (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany), esta “cerâmica
hibrida” é composta por uma matriz de cerâmica porosa cujos poros são preenchido
por uma estrutura polimérica. A parte correspondente ao conteúdo cerâmico constitui
85% do volume total, apresentando na sua composição, maioritariamente, óxidos de
silício, alumínio, sódio e potássio, e em menor quantidade, trióxido de boro, dióxido
de zircónio e óxido de cálcio. Por sua vez, a parte correspondente a estrutura
polimérica constitui 25% do volume e é composta essencialmente por monómeros
UDMA (uretano dimetacrilato) e TEGDMA (trietilenoglicol dimetacrilato) (VITA
Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany).
Figura 4: Escala de cores com as 2 translucências e 8 tonalidades disponíveis para os blocos
de LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA)
Figura 5: Esquema que representa a constituição geral de um bloco do sistema
VITA ENAMICTM
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany)
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
26
Está indicado para inlays, onlays, facetas e coroas unitárias de recobrimento total,
sendo particularmente recomendado para restaurar zonas sujeitas a forças
mastigatórias elevadas. As restaurações são confeccionadas através da tecnologia
CAD/CAM.
Encontra-se disponível em 5 cores e 2 transluscências, baseadas na escala VITA 3D-
MASTERTM
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany).
3. Sistema CAD/CAM
A gama restrita de tecnologias de fabrico de restaurações indirectas, era referido por
alguns autores, como um dos factores limitativo na escolha de materiais restauradores.
O rápido desenvolvimento e constante optimização da tecnologia digital
computorizada levou à procura de aplicações relacionadas na área de Medicina
Dentária (Martin & Jedynakiewicz, 1999; Otto & Schneider, 2008).
A investigação e o desenvolvimento de técnicas de fabrico de restaurações
controladas por computador foram motivados pelo desafio de transformar rápida e
previsivelmente um bloco de cerâmica numa restauração indirecta (Martin &
Jedynakiewicz, 1999).
Em 1970, Duret e Preston introduziram novos materiais e tecnologias digitais tais
como o CAD/CAM (Computer Aided Design/Computer Aided Manufacture) e a partir
daí, grandes mudanças têm vindo a ocorrer no mundo da Medicina Dentária, tanto nos
consultório médicos como nos laboratórios de Prótese Dentária (Van Noort, 2012).
Figura 6: Escala de cores com as 2 transluscências e as 5 tonalidades disponíveis para os
blocos VITA ENAMICTM
(VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany)
Introdução
27
Actualmente, a tecnologia CAD/CAM permite confeccionar restaurações cerâmicas
precisas e de uma forma rápida e cómoda, sendo o seu conceito baseado na produção
de uma réplica de cerâmica a partir de um padrão virtual que é obtido sobre uma
imagem óptica (Martínez et al., 2007; Guerra et al., 2007).
Todos os sistemas CAD/CAM são compostos por três fases: (1) Aquisição dos dados,
(2) Processamento dos dados e (3) Fresagem.
É através da aquisição dos dados que se regista, tridimensionalmente, o preparo
dentário. Esta aquisição pode ser feita extra-oralmente ou intra-oralmente, através de
scanners intra-orais (LavaTM C.O.S. da 3M ESPE, TriosTM da 3Shape e iTeroTM
da Cadent). A imagem obtida é transportada para um programa de desenho, que
recorrendo a um software CAD, projecta a infra-estrutura.
A unidade CAD está ligada a um centro com equipamento CAM que inicia a
fabricação do coping de cerâmica de acordo com as especificações (Martínez et al.,
2007; Guerra et al., 2007; Walia, Thomas, Sandhu & Santos Jr, 2009; Van Noort,
2012).
A técnica de scanner intra-oral é extremamente critica. Qualquer falha que ocorra
nesta fase, ocasionará falhas na integridade marginal e longevidade da restauração
(Guerra et al., 2007).
Figura 7: Imagem representativa das três fases do sistema CAD/CAM in Van Noort, 2012
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
28
Os sistemas CAD/CAM baseiam-se num processo de fabricação subtractiva, ou seja,
a partir de um bloco é subtraído material até à obtenção da peça desejada.
Este método reduz, significativamente, o tempo de produção global, o que facilita a
confecção de modelos mais complexos. No entanto, este também apresenta limitações
no que diz respeito à capacidade, uma vez que não há produção em massa,
produzindo-se apenas uma peça de cada vez, bem como ao nível do desperdício já que
muitas vezes, o material que é desperdiçado é superior ao material aproveitado (Van
Noort, 2012).
Guerra et al. (2007), considera como principais vantagens da tecnologia CAD/CAM:
os níveis insignificantes de porosidade na infra-estrutura, o facto de não ser necessário
fazer impressões, a boa aceitação por parte dos pacientes e o tempo reduzido de
consulta.
Como principais desvantagens, podem ser citadas: a necessidade de equipamento de
alto custo e a sensibilidade técnica .
Desenvolvido por Mörmann em 1989, o sistema CEREC® (computer-assisted
CERamic REConstruction), mais propriamente, o CEREC 3D (Sirona, A.G.,
Bensheim, Germany), é o sistema CAD/CAM chairside mais usado na área da
Medicina Dentária (Reiss, 2006).
As sucessivas actualizações, tornaram-no um método de restauração sofisticado capaz
de criar restaurações cerâmicas complexas e coroas de recobrimento total (Martin &
Jedynakiewicz, 1999).
Figura 8: Scanners intra-orais da 3M, 3Shape e iTero in Van Noort, 2012
Introdução
29
Encontram-se disponíveis outros sistemas que permitem a confecção de restaurações
indirectas com o auxílio da tecnologia CAD-CAM como por exemplo, o Cercon
(Dentsply Ceramco, York, Pa), DCS Precident (DCS Dental AG, Allschwill,
Switzerland), Denzir (Decim AB, Skelleftea, Sweden), Procera (Nobel Biocare AB,
Goteborg, Sweden) e In Ceram Celay (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany).
(Conrad et al., 2007, Garcia et al., 2011).
Sabe-se que a existência de alguns factores determina o desempenho clínico das
restaurações fabricadas através da tecnologia CAD/CAM, como por exemplo: (1)
Factores relacionados com o operador, como o desempenho clínico e perícia ao
utilizar o sistema, (2) Limitações do próprio hardware tais como na câmara de
aquisição de dados e (3) Factores relacionados com o próprio software (Martin &
Jedynakiewicz, 1999).
O crescente avanço tecnológico dos sistemas, tem conseguido eliminar cada vez mais
as limitações relacionadas com o hardware e software, contudo as variáveis
relacionadas com a destreza do operador continuam a depender de uma curva de
aprendizagem.
Também dependentes da destreza do médico dentista, temos o próprio acabamento e
cimentação das restaurações, que consequentemente vão influenciar o desempenho da
restauração final (Martin & Jedynakiewicz, 1999).
Actualmente, várias são as técnicas de confecção de cerâmica no entanto, não existe
evidência cientifica suficiente para estabelecer qual o melhor procedimento a utilizar.
Contudo, a maioria dos autores está de acordo que futuramente, a tecnologia CAD-
CAM vai sobrepor-se a técnica de confecção manual (Martínez et al., 2007).
O grande desafio passa agora por unir as mais avançadas técnicas aos materiais mais
adequados, elevando a pesquisa de materiais dentários a uma nova dimensão (Van
Noort, 2012).
4. Resinas Compostas
Actualmente, a demanda por restaurações mais estéticas tem vindo a aumentar. As
preocupações com o impacto ambiental e com as reacções clínicas adversas do uso de
amálgama como material de restauração, impulsionaram a pesquisa e
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
30
desenvolvimento de materiais substitutos (Curtis, Palin, Fleming, Shortall & Marquis,
2009).
A introdução das Resinas Compostas como material restaurador, é considerado um
dos maiores contributos para a Dentisteria Estética, que ocorreu durante o último
século (Masioli, Pimentel, Louro & Masioli, 2006; Karabela & Siderou, 2011).
As Resinas Compostas, são conhecidas por reunir propriedades mecânicas, estéticas e
adesivas altamente satisfatórias e como tal, são o substituto preferido à amálgama
(Van Dijken, 2000; Zimmerli, Strub, Jeger, Stadler & Lussi, 2010).
De um modo geral, as resinas compostas apresentam na sua composição quatro
componentes principais: uma matriz orgânica polimérica à base de metacrilatos,
partículas de carga inorgânica à base de vidros radiopacos (silicatos), um agente de
ligação das partículas inorgânicas à matriz orgânica (silano) e um sistema iniciador-
acelerador composto por substâncias químicas que promovem ou modulam a reacção
de polimerização (Scougall-Vilchis, Hotta, Idono & Yamamoto, 2009; Ferracane,
2011).
A matriz orgânica é constituída por monómeros dimetacrilato sendo o Bisfenol-A-
glicidil metacrilato (Bis-GMA), o monómero mais utilizado. Este monómero foi
introduzido por Bowen em 1962 e devido à elevada viscosidade que apresenta,
encontra-se diluído com outros monómeros de baixo peso molecular, tal como o
TEGMA, EGDMA (etilenoglicol dimetracrilato), UDMA entre outros de modo a
obter uma consistência clinicamente aceitável (Garcia, Lozano, Vila, Escribano &
Galve, 2006; Scougall-Vilchis et al., 2009; Ferracane, 2011).
Por sua vez, as partículas de carga inorgânica constituem a fase dispersa das resinas
compostas e apresentam uma elevada importância uma vez que as propriedades
mecânicas destes materiais restauradores, dependem maioritariamente da
concentração e tamanho das partículas. Hoje em dia, as mais utilizadas são as
partículas de silicato com óxidos de bário, alumínio, estrôncio, lítio, zinco e zircónio.
Estas partículas são adicionadas a matriz orgânica com o objectivo de aumentar a
rigidez, aumentar a resistência ao desgaste e compressão e o módulo de elasticidade,
diminuir o coeficiente de expansão térmico, as alterações dimensionais, reduzir a
absorção de água e facilitar o manuseamento (Beun, Glorieux, Devaux, Vreven &
Introdução
31
Leloup, 2007; Scougall-Vilchis et al., 2009; Zimmerli et al., 2010). Além disso, a
incorporação de metais pesados como o bário, estrôncio, zinco e zircónio conferem
radiopacidade as resinas compostas (Garcia et al., 2006).
Quanto à classificação das resinas compostas, esta faz-se tendo como base o tipo e
tamanho das partículas inorgânicas que compõem a matriz, devido à grande influência
que estas têm nas propriedades físicas destes materiais. Este sistema de classificação
foi proposto por Lutz e Phillips em 1983, no entanto continua válido até aos dias de
hoje (Garcia et al., 2006; Zimmerli et al., 2010; Karabela & Sideridou, 2011).
Estes autores dividem as resinas compostas em macroparticuladas (partículas entre
0,1 e 100 μm), microparticuladas (partículas com 0,04 μm) e híbridas (partículas de
diferentes tamanhos) (Garcia et al., 2006).
As resinas macroparticuladas são materiais bastante fortes no entanto, são muito
difíceis de polir e de manter a suavidade de superficie. São materiais antigos que se
encontram em desuso. (Ferracane, 2011)
As microparticuladas surgiram com o intuito de superar as lacunas estéticas das
resinas macroparticuladas e são compostas por partículas de preenchimento com
Figura 9: Micrografias recolhidas do Microscópio Electrónico de Varrimento representativas da
microestrutura de duas Resinas Compostas: A e C – FiltekTM
Z250 (microhibrida); B e C – FiltekTM
Supreme (nanoparticulada) in Júnior et al., 2008
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
32
dimensões médias de 0,01-0,05 μm. No entanto, quando sujeitas a forças oclusais
elevadas, o seu comportamento mecânico não é o ideal.
Já as resinas híbridas, ao incorporarem partículas de diferentes tamanhos (que variam
entre 15-20μm e 0,01-0,05μm) oferecem propriedades mecânicas excelentes, no
entanto as suas propriedades estéticas são intermédias (Karabela & Sideridou, 2011).
Na prática clínica diária, o uso diferenciado de vários tipos de resinas compostas,
depende dos factores mecânicos (forças de mastigação) a que o material está sujeito e
do carácter mais ou menos estético da zona a restaurar. Por exemplo, as restaurações
dos sectores posteriores (classes I e II de Black) requerem materiais restauradores
com elevadas propriedades mecânicas, mais resistentes ao stress oclusal, por outro
lado, as restaurações anteriores requerem compósitos mais estéticos e com um bom
polimento. Infelizmente, ainda não existe um material que reúna todas estas
características e que seja capaz de satisfazer estas necessidades sozinho. No entanto,
vários estudos têm sido feitos nesse sentido (Karabela & Sideridou, 2011).
Um dos mais importantes avanços dos últimos tempos foi a aplicação da
nanotecnologia às resinas compostas.
Segundo Beun et al. (2007), a nanotecnologia compreende a produção e manipulação
de materiais com dimensões entre 0,1 e 100 nm, através de vários métodos físicos e
químicos. Devido ao facto destas partículas nanoméricas apresentarem um tamanho
reduzido, a distribuição e concentração na matriz é mais ampla. Isto permite obter
melhores propriedades mecânicas tais como forças de tensão, compressão e
resistência à fractura e uma menor contracção de polimerização. Além disso, as
propriedades ópticas e estéticas destes compósitos são melhores e o desgaste é menor,
o que possibilita a sua utilização tanto em restaurações de dentes posteriores como
anteriores.
Assim sendo, a investigação da nanotecnologia tem-se mostrado cada vez mais útil
uma vez que, as resinas nanoparticuladas reúnem as excelentes propriedades
mecânicas das resinas híbridas com a estética e qualidade de polimento das resinas
microparticuladas (Karabela & Sideridou, 2011).
Introdução
33
As resinas nanoparticuladas, para além de conterem nanoparticulas (40-50 nm)
denominadas nanómeros, também contêm aglomerados dessas partículas,
denominados “nanoclusters” (Curtis et al., 2009; Karabela & Sideridou, 2011).
Segundo Karabela & Sideridou (2011), os nanoclusters funcionam como um
mecanismo de reforço adicional, oferecendo uma melhoria significativa da resistência
e fiabilidade clínica das resinas compostas.
Segundo o fabricante, a resina FiltekTM
Supreme XTE (3M ESPE, St Paul, MN, USA)
é composta por uma combinação de nanoparticulas de sílica (20nm) e de zircónio (4-
11 nm) não aglomeradas/não agregadas que são parcialmente calcinadas de modo a
produzir aglomerados (nanoclusters) que são infiltrados com silano antes de serem
incorporados na matriz resinosa (3M ESPE, St Paul, MN, USA; Curtis et al., 2009).
Figura 10: Diagrama representativo dos nanoclusters de zircónia/sílica e partículas dispersas
na matriz resinosa de uma resina compostas nanoparticulada in Curtis et al., 2009
Figura 11: Micrografia recolhida do Microscópio Electrónico de Varrimento representativa da
microestrutura da resina composta nanoparticulada FiltekTM
Supreme com ampliação de 5000x
(10000x em destaque) in Beun et al., 2007
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
34
5. Fracturas cerâmicas
Um dos principais problemas que afecta a longevidade das restaurações é a fractura
das cerâmicas. Teoricamente, quase todos os sistemas cerâmicos actuais apresentam
uma adequada resistência à fractura uma vez que todos superam o valor limite de 100
MPa, estabelecido pela norma ISO 6872 (Martínez et al., 2007).
No entanto, algumas cerâmicas são pouco resistentes a forças de tracção, o que se
traduz na presença e propagação de microfendas, tornando-as mais susceptíveis à
fractura durante o procedimento de cimentação e quando submetida a cargas oclusais
(Butze et al., 2011; Zarone et al., 2011).
As restaurações do sector anterior estão sujeitas a forças de mastigação que rondam os
100-200 N, já no sector posterior, as forças atingem os 800 N e como tal, é frequente
que haja uma acumulação de tensões microscópicas localizadas. Estas tensões, vão
influenciar a taxa de sobrevivência das restaurações (Curtis et al., 2009).
A falha das restaurações cerâmicas deve-se ao seu comportamento pouco plástico, o
que as torna um material com baixa maleabilidade e incapaz de se deformar, quando
sujeito a forças elevadas. Além disso, as fissuras pré-existentes (cracks), formadas
durante o processamento, manuseamento e/ou acabamento, podem ir aumentando
gradualmente com o passar do tempo, devido a reactividade das suas ligações iónico-
covalentes com a água quando submetidas a cargas externas (Marocho, Studart,
Bottino & Della Bona, 2010).
Outro fenómeno que diminui a resistência das cerâmicas, é a fadiga cíclica a que as
restaurações estão sujeitas. Esta degradação é relevante em materiais como as
cerâmicas de zircónia, que apresentam mecanismos de endurecimento, nomeadamente
na passagem da fase tetragonal para a monocíclica. Alguns estudos sobre o
desempenho clínico destas restaurações sugerem que a presença e propagação de
fissuras sujeitas a fadiga resultante de forças mastigatórias cíclicas, são um dos
principais motivos para o insucesso das mesmas, de forma prematura (Marocho et al.,
2010).
Contudo, as cerâmicas de zircónia e alumina são actualmente preconizadas como
materiais para infra-estruturas de restaurações que serão sujeitas a elevadas
concentrações de stress, como por exemplo, no caso de coroas totais posteriores e
Introdução
35
prótese parciais fixas. Estas infra-estruturas de alta resistência, são revestidas por uma
cerâmica feldspática que lhes confere uma elevada estética e biomimetismo. Estes
materiais encontram-se disponíveis como blocos pré-fabricados para o sistema
CAD/CAM.
No entanto, os estudos feitos neste campo apresentam um follow-up de apenas 3-5
anos o que torna a fiabilidade das restaurações a base de zircónia, questionável, apesar
do seu bom desempenho clínico (Borba et al., 2011).
Como já foi referido, a microestrutura da cerâmica (fase cristalina e vítrea) tem uma
grande influência na durabilidade das restaurações já que o comportamento mecânico
e propagação de fissuras dependem directamente da sua composição (Martínez et al.,
2007).
Borba e os seus colaboradores, (2011), concluíram que o conteúdo altamente
cristalino e homogéneo, ou seja, com poucas porosidades, resulta em valores mais
elevados de resistência à flexão, baixa degradação e baixa susceptibilidade à
propagação de fissuras.
Uma vez que as cerâmicas de revestimento, são maioritariamente constituídas por
matrizes vítreas, apresentam uma maior taxa de degradação ao longo do tempo e neste
estudo, demonstraram valores baixos de resistência à flexão e resistência à
propagação de fissuras (Borba et al., 2011).
Como contra-indicações para restaurações em cerâmica pura, temos: a presença de
hábitos parafuncionais severos (bruxismo), espaço protético insuficiente como no
caso de mordidas cruzadas e sobremordidas profundas, coroas clínicas curtas,
cantilevers e dentes pilares periodontalmente comprometidos (Martínez et al., 2007;
Conrad et al., 2007).
Como principais causas de insucesso, em próteses parciais fixas de óxido de alumínio
e dissilicato de lítio, temos a fractura do conector; em próteses de zircónia, temos as
fracturas coesivas da cerâmica de revestimento e no caso de próteses parciais fixas
metalo-cerâmicas, temos a fractura do dente e cáries recorrentes.
Cada sistema cerâmico tem a sua indicação específica e a sua escolha deve ser feita de
maneira criteriosa, tendo em conta não apenas a resistência mecânica do material
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
36
como também a região a ser restaurada, de forma a garantir a longevidade do
tratamento (Gomes et al., 2008).
6. Reparação
6.1 Reparação de Resinas Compostas
Apesar do desenvolvimento de novos materiais, da procura de técnicas aperfeiçoadas
e dos bons resultados clínicos que as resinas compostas apresentam, sabe-se que a sua
duração é limitada no tempo (Bacchi, Cavalcante, Schneider & Consani, 2010).
Quando as restaurações falham, é comum o aparecimento de cáries secundárias,
defeitos de contorno, desgaste acentuado, fracturas simples, descoloração marginal ou
mesmo alterações de cor mais graves, surgindo assim a necessidade de substituir ou
reparar a restauração (Masioli et al., 2006; Ferreira da Costa, Serrano, Atman,
Loguercio & Reis, 2012).
Apesar de mais comum, nem sempre a substituição total da restauração é a abordagem
mais correcta. Como tal, é imprescindível que seja feita uma avaliação cuidada para
decidir qual a atitude que deve ser tomada em função de cada caso (Masioli et al.,
2006).
Os efeitos provocados pelas alterações do pH, as enzimas salivares e o ambiente oral
húmido a que as restaurações estão expostas, são amplamente relatados na literatura
como alguns dos principais factores responsáveis pela degradação das resinas
compostas ao longo do tempo (Júnior, Ferracane & Della Bona, 2009; Bacchi et al.,
2010).
Os efeitos provocados pela contracção de polimerização das resinas, também
desempenham um papel importante nesta degradação visto que ao contraírem,
provocam fendas marginais resultando, consequentemente na microinfiltração das
restaurações (Yoshida & Torres, 2005).
Geralmente, a substituição completa da restauração resulta numa extensão adicional
do preparo, acompanhada de remoção de estrutura dentária sã, conduzindo a
restaurações mais complexas e até mesmo a compromissos pulpares (Bacchi et al.,
2010; Maneenut, Sakoolnamarka & Tyas, 2011; Ferreira da Costa et al., 2012).
Introdução
37
Por outro lado, a reparação através da substituição parcial ou extensão adjacente à
restauração pré-existente, apresenta-se como uma alternativa mais conservadora e
minimamente invasiva, e que pode prolongar a duração da restauração (Bacchi et al.,
2010; Loomans, Cardoso, Roeters, Opdam, De Munck, Huysmans & Van Meerbeek,
2011).
Para além do menor desgaste das estruturas dentárias sãs e menor enfraquecimento do
remanescente dentário, a reparação também permite resolver o problema num menor
tempo clínico e com custos mais acessíveis (Masioli et al., 2006; Sobreira, Acevedo,
Filho, Vidal, Barros & Ferreira, 2008).
A absorção de água e consequente degradação química são algumas das mudanças
que ocorrem nas resinas compostas durante o seu processo de envelhecimento, as
quais podem influenciar o sucesso de reparação. Uma vez que a quantidade de
ligações duplas de carbono diminui ao longo do tempo, a reparação de restaurações
antigas é mais complicada pois a adesão encontra-se dificultada (Bacchi et al., 2010).
Posto isto, são recomendadas algumas técnicas de tratamento de superfície para
melhorar o processo de adesão nas resinas envelhecidas. Este processo apresenta duas
finalidades: aumentar a área de superfície, criando irregularidades e remover a
camada superficial da restauração alterada pelo contacto com a saliva, aumentando a
energia de superfície da resina.
O aumento da energia de superfície pode ser conseguido através do condicionamento
químico ou mecânico/químico da superfície do material a ser reparado (Júnior et al.,
2009; Bacchi et al., 2010).
Deste modo, é possível obter uma adequada resistência adesiva macro
mecanicamente, através da criação de rugosidades com uma broca diamantada,
orifícios de retenção ou mesmo degraus retentivos.
Micro mecanicamente, ao condicionar a superfície com ácidos fortes como o ácido
hidroflourídrico, é possível quebrar as ligações Si-O, (componente principal da
maioria das resinas compostas), ou como alternativa, jactear a superfície com pó de
óxido de alumínio. Finalmente, as ligações químicas podem ser estabelecidas através
da aplicação de um agente de união, como por exemplo um silano e a aplicação do
sistema adesivo (Bacchi et al., 2010; Loomans et al., 2011).
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
38
No entanto, alguns autores sugerem que o uso de ácido hidrofluorídrico nas resinas
compostas não aumenta a resistência da reparação. Apontam este ácido como um
agente ineficaz uma vez que ao actuar nas partículas de vidro das resinas compostas,
pode provocar uma dissolução total das mesmas. Referem também que a água ao
penetrar nos espaços provocados pelo condicionamento com este ácido consegue
provocar a desorganização da camada de silano que é responsável pela estabilidade da
interface matriz/carga, resultando num aumento de degradação hidrolítica da resina
composta (Brosh, Pilo, Bichacho & Blutstein, 1997; Masioli et al., 2006; Bacchi et
al., 2010).
Contudo, até ao momento não existe um consenso relativamente à melhor técnica de
reparação de restaurações a resina composta. É um procedimento que parece ser ainda
alvo de dúvidas e receios por parte dos clínicos e dos próprios fabricantes (Júnior et
al., 2009; Ferreira da Costa et al., 2012).
Segundo Maneenut et al. (2011), após um questionário realizado a 20 fabricantes de
compósitos diferentes, todos recomendaram a reparação do próprio material, no
entanto, mais de metade (65%) não forneceu nenhum tipo de orientação para a
reparação. Os restantes (35%), recomendaram apenas o uso do mesmo tipo e marca
do compósito original.
Apesar da tarefa de reparação de resinas compostas ser um processo pouco evidente, a
maioria dos estudos realizados neste âmbito, demonstram que o protocolo que
engloba o jacteamento com óxido de alumínio seguido da aplicação de um silano
prévia ou simultaneamente à aplicação do sistema adesivo apresenta valores de
adesão satisfatórios (Sobreira et al., 2008; Júnior et al., 2009; Bacchi et al., 2010;
Loomans et al., 2011; Ferreira da Costa et al., 2012).
Apesar de nem todos os compósitos reagirem da mesma forma às técnicas de
reparação, esta continua a ser um procedimento com elevadas taxas de sucesso,
mesmo sabendo que a resistência adesiva da reparação é inferior à resistência coesiva
do material restaurador (Masioli et al., 2006; Loomans et al., 2011).
Introdução
39
6.2 Reparação de Cerâmica
Apesar de resistentes, as restaurações cerâmicas, uma vez sujeitas ao meio oral, são
susceptíveis a fractura.
Existem diversas razões para que a fractura das cerâmicas dentárias aconteça. Os
micro defeitos do próprio material, as alterações de temperatura da cavidade oral, o
pH salivar, o impacto e a fadiga cíclica resultante das forças mastigatórias, a técnica
de confecção imperfeita, as forças oclusais e os hábitos parafuncionais estão entre
essas razões (Raposo et al., 2009; Lung & Matinlinna, 2012).
O Médico Dentista deve ter em consideração vários factores, entre os quais o motivo
do acidente, a extensão da fractura, o comprometimento da estética, o tipo de
cerâmica e técnica de confecção, entre outros, para conseguir fazer uma avaliação
correcta e optar pelo tratamento mais adequado.
A fractura de restaurações cerâmicas, principalmente quando afectam o sector
anterior, são consideradas um tratamento de emergência por parte do paciente e a sua
reparação pode apresentar algumas dificuldades, constituindo um desafio para o
clínico (Özcan, 2003 b).
A remoção e substituição total da peça protética pode ser um processo dispendioso e
demorado, podendo também criar danos no próprio dente. Como tal, a reparação
intra-oral usando uma resina composta poderá representar uma opção viável e a única
opção imediata disponível para responder as exigências do paciente (El Zohairy, De
Gee, Hassan & Feilzer, 2004).
Uma adequada preparação de superfície, através de micro-retenções e da aplicação de
um agente de união como o silano, possibilita a obtenção de maiores valores de
adesão, nestes materiais (Aras & León, 2009).
Geralmente, a reparação de restaurações cerâmicas pode envolver três preparações de
superfície alternativas: 1) criação de rugosidades com brocas diamantadas, 2)
jacteamento com óxido de alumínio, 3) condicionamento com ácido hidrofluorídrico,
seguidas da aplicação de um silano e do sistema adesivo (Lung & Matinlinna, 2012).
Segundo Özcan (2003 b), a aplicação do ácido hidrofluorídrico na cerâmica, faz com
que haja uma dissolução selectiva da matriz vítrea resultando numa superfície porosa
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
40
que permite a adesão da resina composta à cerâmica fracturada. Isto acontece porque
este ácido reage com a sílica formando hexafluorsilicatos que após serem removidos
com a lavagem, formam irregularidades semelhantes a favos-de-mel (Özcan, 2003 b;
Butze et al., 2011).
No entanto, nem todas as cerâmicas respondem da mesma maneira ao
condicionamento com ácido hidrofluorídrico. As cerâmicas que apresentam alumina
e/ou zircónia como principais constituintes (com baixo teor de sílica) não são
susceptíveis a este ácido, sendo consideradas ácido-resistentes, contrariamente ao que
acontece com as cerâmicas vítreas (Yassini & Tabari, 2005; Kiyan, Saraceni, Silveira,
Aranha & Eduardo, 2007).
Blatz, Sadan e Kern (2003) refere que a sílica é a única substância presente nas
cerâmicas que é condicionável.
Por sua vez, o jacteamento com óxido de alumínio é uma alternativa viável ao
condicionamento ácido, para as cerâmicas ácido-resistentes (Aras & León, 2009).
Segundo Özcan (2003 b), este é um método simples e fácil para reparações intra-orais
que, ao promover retenções micro-mecânicas, aumenta a área de superfície para o
adesivo.
Os silanos têm a função de facilitar a adesão entre a cerâmica fracturada e reparação
feita com resina composta (Özcan, 2003 b).
Segundo Valandro, Mallmann, Della Bona e Bottino (2005) e Aras e León (2009),
para que a ligação química sílica-silano ocorra nas cerâmicas ácido resistentes, é
importante que ocorra a deposição de uma camada de sílica na superfície desses
materiais. Esse tratamento é denominado silicatização e pode ser feito através de
vários sistemas entre eles o sistema Rocatec ® (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA)
e o sistema Cojet® (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA). Estes métodos resultam na
impregnação de partículas de sílica no substrato cerâmico, tornando a superfície
quimicamente mais reactiva a resina composta, através do agente de união silano.
O sucesso da reparação de cerâmicas dentárias recorrendo ao uso de resinas
compostas depende da criação de uma união adesiva de alta qualidade assim como da
Introdução
41
resistência das resinas compostas e dos sistemas adesivos à fadiga cíclica devido a
forças mastigatórias (Kelly et al., 1996).
Esta união é conseguida através de retenções micromecânicas provocadas pelo
condicionamento com ácido hidrofluorídrico e/ou jacteamento com óxido de
alumínio, e quimicamente através da aplicação de um silano (Hooshmand, Van Noort
& Keshvad, 2002).
7. Silanos
Os silanos têm sido largamente utilizados nos diversos campos da indústria desde
1940 (Della Bona, Shen & Anusavice, 2004).
As suas aplicações estendem-se também à Medicina e Medicina Dentária, pois várias
são as situações em que são necessárias ligações entre diferentes materiais, orgânicos
e inorgânicos, que sem a ajuda dos silanos estariam dificultadas (Matinlinna, Lassila,
Ozcan, Yli-Urpo e Vallittu, 2004; Lung & Matinlinna, 2012).
Foram introduzidos na Medicina Dentária por Bowen e Rodriguez, os quais
desenvolveram as resinas compostas adicionando silano a uma resina de bis-GMA
(Perdigão & Ritter, 2001).
Os Silanos , também denominados de agentes de ligação, correspondem a um vasto
grupo de compostos orgânicos que contém essencialmente um ou vários átomos de
Sílica (Si) na sua composição.
São compostos por uma extremidade organofuncional com grupos polimerizáveis,
como por exemplo metacrilatos e uma extremidade com três grupos alcoxi
hidrolisáveis (Matinlinna et al., 2004; Matinlinna, Heikkinen, Ozcan, Lassila &
Vallittu, 2006; Chen & Suh, 2012).
São moléculas bifuncionais, tendo assim dupla função. Por um lado, a sua
extremidade silico-funcional, correspondente aos grupos alcoxi, ao sofrer hidrólise,
forma grupos silanol (Si-OH) que reagem com a sílica presente na superfície do
substrato inorgânico, formando ligações covalentes do tipo Si-O-Si. Por outro lado, a
sua extremidade organo-funcional, através dos grupos metacrilato, co-polimeriza com
a matriz resinosa do compósito, cimento ou adesivo (Ozcan & Vallittu, 2003 a;
Matinlinna et al., 2004; Lung & Matinlinna, 2012; Chen & Suh, 2012).
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
42
A B
Os silanos têm a importante função de promover e melhorar o processo de adesão
entre a resina composta e metal, resina composta e cerâmica e resina composta e
resina composta. Actuam como uma “ponte” promovendo uma estreita união entre a
matriz orgânica e as partículas de carga inorgânica. Vários autores referem que o uso
de silano leva a um aumento da retenção entre resina composta e cerâmica na ordem
dos 25% (Perdigão & Ritter, 2001; Özcan, 2003 b).
Tem elevada eficácia nos materiais restauradores á base de sílica, como é o caso de
algumas cerâmicas vítreas. No entanto, quando se trata de materiais pobres em sílica,
como é o caso das cerâmicas de zircónia e alumina, o uso apenas de silano não é
suficiente (Lung & Matinlinna, 2012).
Assim sendo, muitos tratamentos de superfície podem ser utilizados para uma união
mais eficaz.Um dos métodos actualmente mais utilizado, passa pela silicatização da
superfície, com o objectivo de tornar uma superfície que não contém sílica, numa
superfície rica em sílica. Isto é, são lançadas partículas de óxido de alumínio
revestidas por sílica sob pressão, através do jacto abrasivo contra a superfície do
substrato, formando uma camada de sílica capaz de promover uma adesão durável
entre o silano e o substrato. Um destes sistemas é composto por partículas de trióxido
de alumínio com 30 m de diâmetro, revestidas por sílica (Sistema Cojet ™Sand -
3M ESPE). Para além da união química, aumenta também a retenção micro-mecânica
através da rugosidade criada (Valandro et al., 2006; Matinlinna et al., 2006; Lung &
Matinlinna, 2012; Chen & Suh, 2012).
Figura 12: A - molécula de silano a aproximar-se da superfície da cerâmica; B – ligação
química entre a molécula de silano e a sílica presente na superfície da cerâmica
Introdução
43
Segundo alguns autores, os silanos podem ser classificados em hidrolisados e não
hidrolisados. Os silanos hidrolisados são comercializados prontos a ser utilizados, já
os não hidrolizados tem de ser misturados com uma solução ácida para se tornarem
activos (Badini, Tavares, Guerra, Dias & Vieira, 2008).
Actualmente, o 3-Metacriloxipropiltrimetoxisilano (MPS) é o silano mais utilizado na
prática clínica. É comercializado na forma pré-hidrolisada, numa mistura de solventes
contendo água e álcool, com pH entre 4-5. O conteúdo de silano é de
aproximadamente 1-5%vol (Attia & Kern, 2011 b; Lung & Matinlinna, 2012).
Os silanos apresentam diversas aplicações clínicas como: silanização de peças
protéticas cerâmicas ou metálicas antes da cimentação adesiva, silanização de
cerâmica ou metal durante a reparação, em resinas compostas, na adesão dentina
(existem poucos estudos), entre outras (Matinlinna et al., 2004; Lung & Matinlinna,
2012; 3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA).
8. Adesão
A palavra adesão deriva do latim adhaerere, que se divide em adicionar (ad) e colar
(haerere).
Quando falamos em adesão, referimo-nos a um estado no qual duas superfícies
permanecem unidas, quando colocadas em contacto, por forças que podem ser
químicas, mecânicas ou ambas (Perdigão & Ritter, 2001).
O processo de adesão química envolve a interacção molecular na interface entre
materiais; já adesão mecânica diz respeito a interposição física de um material em
Tabela 2: Exemplos de silanos comercializados actualmente, in Lung et al., 2012
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
44
cavidades existentes noutro (Craig & Powers, 2002; Marshall, Bayne, Baier, Tomsia
& Marshall, 2010).
Segundo Perdigão & Ritter (2001), palavras como adesivo, força de adesão e
durabilidade são palavras-chave indispensáveis para definir a adesão as estruturas
dentárias. O adesivo é uma substância normalmente líquida que ao solidificar permite
a união entre os substratos. Por sua vez, aderente ou substrato é o nome dado ao corpo
que se une a outro através do adesivo. É necessário um contacto íntimo entre o
adesivo e o substrato de modo a que o processo de adesão ocorra e seja o melhor
possível.
Na Dentisteria Restauradora, o substrato é geralmente o esmalte ou a dentina, no qual
é aplicado o adesivo (Perdigão, 2007). No entanto pode incluir também amálgama,
compósito, cerâmica, entre outros (Marshall et al., 2010).
A força de adesão refere-se à capacidade do sistema adesivo suportar uma carga, ou
seja resistir a estímulos externos e manter-se íntegro. O período de tempo durante o
qual esta adesão permanece estável designa-se por durabilidade (Perdigão & Ritter
2001; Tar, Lepe, Johnson e Mancl, 2005).
As condições ao qual o ambiente oral esta sujeito, tais como a humidade, stress físico,
alterações da temperatura e do pH, dieta e hábitos de mastigação influenciam
directamente, a força de adesão entre os materiais restauradores e a estrutura dentária,
bem como a durabilidade da mesma (Van Meerbeek et al., 2006; Van Dijken,
Sunnegardh-Gronberg & Lindberg, 2007).
8.1 Mecanismo de adesão
O mecanismo de adesão ao esmalte e à dentina dá-se, essencial e resumidamente, por
um processo de troca que envolve a substituição de minerais removidos da superfície
dentária por monómeros de resina.
A acção do ácido na superfície dentária tem como objectivo criar porosidades onde
posteriormente, os monómeros de resina vão penetrar e polimerizar criando assim
uma adesão micro-mecânica. Este processo envolve uma primeira fase de
desmineralização do esmalte e dentina, geralmente com ácido ortofosfórico entre 30-
Introdução
45
40% durante 15 segundos, seguida da entrada e consequente polimerização in situ da
resina fluida nas microporosidades, denominada de hibridação (Van Dijken, 2000;
Peumans et al., 2005; Oliveira, Diniz, Svizero, D’Alpino & Pegoraro, 2010).
Os sistemas adesivos não são mais do que a combinação de monómeros resinosos de
diferentes pesos moleculares e viscosidades, solventes orgânicos (acetona, etanol ou
água) e outros aditivos, que após o processo de polimerização, estabelecem a ligação
entre o material restaurador e o substrato (Reis et al., 2006; Perdigão, 2007; Van
Landuyt et al., 2007; Oliveira et al., 2010).
Actualmente, apresentam diversas aplicações clínicas como é o caso de restaurações
estéticas de lesões cariosas, colagem de fragmentos e reparação de restaurações,
alteração da cor, forma e tamanho dos dentes, fixação de brackets e bandas
ortodonticas, fixação de férulas periodontais, adesão de restaurações indirectas,
adesão de selantes de fossas e fissuras, reconstrução de núcleos para coroas,
cimentação de pinos intra-radiculares, cimentação de próteses fixas e ainda para
dessensibilização de raízes expostas (Perdigão & Ritter 2001; Reis et al., 2006;
Oliveira et al., 2010).
9. Evolução e classificação dos Sistemas Adesivos
Com a evolução e aperfeiçoamento dos materiais restauradores estéticos, os sistemas
adesivos são hoje indispensáveis na prática clínica diária. Esta evolução vem de
encontro às exigências funcionais e principalmente estéticas dos doentes (Oliveira et
al., 2010).
Buonocore, em 1955, propôs o tratamento químico da superfície dentária com ácido
fosfórico com o objectivo de tornar a superfície do esmalte mais irregular e
susceptível à adesão dos materiais. Com isto, introduziu o conceito de Dentisteria
Adesiva e motivou a procura constante de um sistema adesivo ideal (Buonocore,
1955; Fróis, Barragán, Chasqueira & Portugal, 2012).
Como consequência, vários são os sistemas adesivos lançados constantemente no
mercado, cada um com o seu modo de acção particularmente diferente. A grande
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
46
panóplia de materiais comercializados, torna difícil a compreensão e selecção do
material “ideal” (Kanca, 2005; Oliveira et al., 2010).
Tem sido várias as tentativas de simplificar a sua utilização, melhorar o seu
desempenho clínico e negar as suas limitações, de modo a contribuir para uma melhor
prática clínica de restaurações adesivas (Fróis et al., 2012).
De forma a simplificar, houve necessidade de classificá-los.
Esta classificação foi feita de acordo com algumas características como sendo a forma
de tratamento da smear layer - removendo-a totalmente ou incorporando-a na adesão,
o número de passos clínicos – 1, 2 ou 3, e por último, de acordo com a geração a que
pertence (1ª a 7ª).
Sabe-se que actualmente existem sete gerações de adesivos, contabilizando da mais
antiga (1ª) à mais recente (7ª), e que nem sempre a nova geração apresenta melhores
resultados clínicos que a anterior (Coelho, Canta, Martins, Oliveira & Marques,
2012).
Esta classificação é universalmente aceite, no entanto é pouco clara e por vezes
confusa, não sendo por isso a mais utilizada. Actualmente, é utilizada a classificação
com base na técnica de interacção com a camada smear layer, que divide os adesivos
em dois grupos principais, denominando-se Etch-and-Rinse ou Self-Etch. Cada um
deles é subdividido de acordo com o número passos clínicos utilizados (Perdigão,
Geraldei & Hodges, 2003; Perdigão et al., 2005; Breshi et al., 2008; Nakornchai,
Harnirattisai, Surarit & Thiradilok, 2005; Mazzoni et al., 2009; Perdigão, 2010).
Seja qual for o sistema adesivo utilizado, todos compreendem três “ingredientes
major”: o agente condicionador/ácido, o primer e a resina adesiva. Podem ser
comercializados separadamente ou combinados (Craig & Powers, 2002; El Zohairy,
De Gee, Mohsen & Feilzer, 2005).
Vários ácidos têm sido referidos como potenciais agentes condicionadores, tais como:
ácido maleíco, cítrico, poliacrílico, hidrofluorídrico, entre outros. No entanto, o ácido
fosfórico (30-40%) parece ser o mais utilizado uma vez que produz um padrão de
condicionamento do esmalte e dentina mais confiável e definido (Craig & Powers,
2002; Vaidyanathan & Vaidyanathan, 2009).
Introdução
47
Segundo a definição utilizada industrialmente, um primer consiste numa solução de
monómeros anfipáticos como o HEMA (hidroxietilmetacrilato) dissolvidos em
solventes orgânicos (geralmente água, acetona e /ou álcool), que é aplicada no
substrato e após evaporação do solvente, fica uma fina película de monómeros
aderida. Os solventes vão deslocar a água presente na superfície da dentina
possibilitando o transporte dos monómeros pelos espaços entre as fibras de colagénio
expostas. As moléculas do primer têm 2 grupos funcionais: um hidrófilico, com
afinidade química pela superfície húmida da dentina; e outro hidrófobico, que pode
co-polimerizar com os monómeros incluídos na resina fluida (Perdigão e Ritter,
2001).
A resina adesiva inclui predominantemente monómeros hidrofóbicos como o Bis-
GMA, UDMA e TEGDMA e pequenas quantidades de monómeros anfipáticos, como
o HEMA. Esta resina adesiva penetra nos espaços entre as fibras de colagénio,
copolimeriza com o primer formando a camada híbrida, dá origem aos resin tags e
fornece ligações duplas para copolimerizar com a resina composta. (Perdigão e Ritter,
2001; Coelho et al., 2012)
Os sistemas adesivos Etch-and-Rinse requerem o condicionamento ácido isolado da
aplicação do sistema adesivo, fazendo com que haja uma remoção completa da smear
layer. Podem dividir-se em sistemas adesivos Etch and Rinse de três passos clinicos
(4ª geração) ou de dois passos clínicos (5ª geração), dependendo respectivamente da
aplicação isolada ou simultânea do primer e do adesivo.
Os sistemas adesivos Self-Etch dispensam a etapa do condicionamento ácido
separadamente, uma vez que usam primers acidulados. Neste caso, a smear layer não
é removida mas sim alterada, permanecendo como substrato para o sistema adesivo.
Dividem-se em sistemas adesivos Self-Etch de dois passos clínicos (6ª geração) onde
primer acidulado e o adesivo são usados separadamente ou de um passo clinico (7ª
geração) onde o primer acidulado e o adesivo se encontram no mesmo frasco. Estes
últimos são também designados por adesivos all-in-one (Perdigão et al., 2003;
Nakornchai et al., 2005; De Munck et al., 2005 a; Breschi et al., 2008; Mazzoni et al.,
2009; Reis, Carrilho, Breshi & Loguercio, 2013).
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
48
9.1 Sistemas Adesivos Etch-and-Rinse
Os sistemas Etch-and-Rinse são os mais utilizados, diariamente. Nestes sistemas é
sempre realizado um condicionamento ácido da superfície, geralmente com ácido
ortofosfórico entre 30-40%, seguido da lavagem com água e posteriormente, a
aplicação do primer e do adesivo, ou seja é preconizado o condicionamento ácido
separadamente dos restantes passos, como referido anteriormente. Esta continua a ser
descrita como a técnica que obtém melhores resultados, tanto em termos de
estabilidade como de eficiência (Van Merbeek et al., 2003, Perdigão, 2010).
9.2 Sistemas Adesivos Self-Etch ou Autocondicionantes
A simplificação e redução do tempo de aplicação dos sistemas adesivos, constitui o
mais recente desenvolvimento na adesão ao tecido dentário. Assim sendo, surgem, na
década de 90, os sistemas adesivos Self-Etch. (Peumans et al., 2005; Alves da Cunha
et al., 2007; Coelho et al., 2012).
Esta abordagem adesiva anula o passo de condicionamento ácido isolado e separado
dos outros passos, uma vez que este sistema adesivo apresenta na sua composição
monómeros funcionais acidulados, na sua grande maioria ésters de ácido fosfórico,
que desmineralizam e infiltram o esmalte e a dentina simultaneamente.
Figura 13: Resumo das estratégias de adesão in Perdigão, 2007
Introdução
49
Esta desmineralização é mais superficial do que a conseguida nos sistemas Etch-and-
Rinse, uma vez que o pH dos monómeros acidulados presentes nos sistemas Self-Etch
é mais elevado (ou seja menos forte) quando comparado com os outros sistemas
(Perdigão et al., 2003; Perdigão et al., 2005).
Neste sistema, não há remoção da smear layer. Esta permanece como substrato para a
adesão. Estes sistemas adesivos penetram, dissolvem e incorporam a smear layer na
interface adesiva. A infiltração no colagénio e a desmineralização da dentina ocorrem
em simultâneo à penetração dos monómeros adesivos, sem necessidade de lavagem.
(Regina de Paula & Pereira, 2003; Coelho et al., 2012).
Tabela 3: Exemplos de Sistemas Adesivos comercializados actualmente em Portugal in
Coelho et al., 2012
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
50
II. Objectivo
O objectivo deste estudo é:
Avaliar in vitro a resistência adesiva (μTBS) entre um novo material nano
ceramico/resina e o material restaurador, fazendo variar o protocolo adesivo
Objectivo
51
III. Hipóteses de Estudo
Hipótese Nula:
Diferentes protocolos adesivos na reparação da LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA) não afectam a resistência adesiva.
Hipótese alternativa:
Diferentes protocolos adesivos na reparação da LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA) afectam a resistência adesiva.
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
52
IV. Materiais e Métodos
Oito blocos da nano cerâmica/resina LavaTM
Ultimate (3M ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA), na cor A3, foram colados a bases acrílicas e seccionados através de
corte com lâmina diamantada a baixa velocidade (Accuttom-50, Struers A/S,
Ballerup, Denmark), constantemente irrigada com água, para obter dezasseis amostras
com seis mm de espessura cada.
As amostras foram jacteadas com partículas de óxido de alumínio (≤50 μm) durante
10 segundos a uma distância de 5mm (Ferreira da Costa et al., 2012).
Posteriormente, foram aleatoriamente divididas em quatro grupos de quatro elementos
cada, segundo o protocolo adesivo adoptado.
Figura 14: Esquema de corte dos blocos de cerâmica LavaTM
Ultimate (3M ESPE)
Figura 15: Amostras jacteadas com partículas de óxido de alumínio
Materiais e Métodos
53
No primeiro grupo (G1) foi feita a aplicação do adesivo ScotchBondTM
Universal (3M
ESPE, Seefeld, Germany), massajando a superfície da amostra durante 20 segundos,
seguido de jacto de ar durante 5 segundos e fotopolimerização durante 10 segundos,
segundo as instruções do fabricante.
No segundo grupo (G2), foi feita a aplicação do silano ESPETM
Sil Silane Coupling
Agent (3M ESPE, Neuss, Germany), deixando evaporar durante 30 segundos, de
acordo com as instruções do fabricante. De seguida, foi aplicado o adesivo
ScotchBondTM
Universal (3M ESPE, Seefeld, Germany), de acordo com as instruções
do fabricante.
Figura 16: Protocolo de aplicação do adesivo
ScotchbondTM
Universal (3M ESPE, Seefeld, Germany)
Figura 18: Protocolo de aplicação do silano
ESPETM
Sil (3M ESPE)
Figura 19: Protocolo de aplicação do adesivo
ScotchbondTM
Universal (3M ESPE, Seefeld,
Germany)
Figura 17: Adesivo ScotchbondTM
Universal (3M ESPE, Seefeld, Germany)
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
54
No terceiro grupo (G3), foi feita a aplicação do silano ESPETM
Sil Silane Coupling
Agent (3M ESPE, Neuss, Germany), deixando evaporar durante 30 segundos, de
acordo com as instruções do fabricante. De seguida, foi aplicado o adesivo
OptibondTM
FL (Kerr, Orange, USA), massajando a superfície durante 15 segundos,
seguido de jacto de ar durante 3 segundos e fotopolimerização durante 20 segundos,
segundo as instruções do fabricante.
No quarto grupo (G4), foi feita a aplicação do silano ESPETM
Sil Silane Coupling
Agent (3M ESPE, Neuss, Germany), deixando evaporar durante 30 segundos, de
acordo com as instruções do fabricante. De seguida, foi aplicado o adesivo AdperTM
ScotchBondTM
Multi-Purpose (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA) e
fotopolimerizado durante 10 segundos, segundo as instruções do fabricante.
Figura 21: Protocolo de aplicação do adesivo
OptibondTM
FL (Kerr, Orange, USA)
Figura 23: Protocolo de aplicação do adesivo AdperTM
ScotchbondTM
Multi-Purpose (3M ESPE, St. Paul, Minnesota,
USA
Figura 20: Adesivo OptibondTM
FL (Kerr, Orange, USA)
Figura 22: Adesivo AdperTM
ScotchbondTM
Multi-Purpose (3M
ESPE, St. Paul, Minnesota, USA
Materiais e Métodos
55
De seguida, todas as amostras foram restauradas com Resina Composta FiltekTM
Supreme XTE (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA), na cor A1 body em três
incrementos de 2 mm cada e fotopolimerizadas com um fotopolimerizador S10 (1000
mW/cm2) (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA), durante 40 segundos cada.
Com o objectivo de padronizar a espessura dos incrementos de resina composta e o
tamanho das amostras, as restaurações foram confeccionadas com a ajuda de uma
matriz metálica e um porta matriz universal.
De forma a obter uma superfície lisa, o ultimo incremento foi coberto e comprimido
com uma folha de acetato. Com a folha de acetato devidamente colocada, o
incremento foi fotopolimerizado durante 40 segundos. Foi removida a matriz e os
restantes quatro lados da amostra foram fotopolimerizados durante 20 segundos. Por
fim, a superfície do topo foi polida com um disco de lixa SiC de granulação 600 sob
água corrente.
Figura 24: FiltekTM
Supreme XTE (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA)
Figura 25: Porta-matriz universal e matriz metálica usados para a restauração dos blocos
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
56
Posteriormente, as amostras da nano cerâmica/resina restauradas foram coladas
novamente a bases acrílicas e seccionadas com uma lâmina diamantada (Accuttom-
50, Struers A/S, Ballerup, Denmark), a baixa rotação e irrigada com água corrente,
em duas partes de forma a obter dois sub-grupos: o grupo controlo (GC) e o grupo
cujas amostras foram submetidas aos testes de fadiga térmica (GT).
Para o grupo de controlo, as amostras foram armazenadas em água destilada, em
recipientes fechados, numa estufa (Memmert INE 400, Memmert, Germany) a 37ºC
durante 24 horas. Para o grupo termociclado, as amostras devidamente
acondicionadas e individualizadas, foram sujeitas a 10.000 ciclos térmicos, com
Figura 26: Protocolo de restauração dos blocos com resina composta FiltekTM
Supreme (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA)
Figura 27: Esquema de corte dos blocos restauradas
Materiais e Métodos
57
banhos cíclicos em água destilada a 5º e 55º ± 2ºC, durante 30 segundos cada, com
intervalo de 5 segundos entre cada banho.
De seguida, as amostras foram seccionadas com uma lâmina diamantada (Accuttom-
50, Struers A/S, Ballerup, Denmark) a baixa velocidade segundo dois eixos
perpendiculares (X e Y), irrigadas por água corrente, de forma a obter palitos com
uma secção transversal de 1±0,2 mm2.
Cada palito foi fixado a um jig de aço inoxidável de Geraldi utilizando uma cola de
cianoacrilato (Zapit, Dental Ventures of América, Corona, CA, USA).
Os palitos foram testados em tensão, numa máquina de testes universal (Shimadzu
Autograph AG-IS 50 kN, Kyoto, Japão) a uma velocidade de 1 mm/min até ocorrer
fractura.
Figura 29: Máquina de termociclagem,
laboratório de biomateriais do ISCSEM
Figura 28: Máquina de corte Accutom-50
(Struers A/S, Ballerup, Denmark), laboratório de
biomateriais do ISCSEM
Figura 30: Corte dos palitos, nas direcções X e Y, com uma secção
transversal de 1±0,2 mm2
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
58
Figura 31: Palito colado a um Jig de
Geraldeli
Figura 33: Máquina de testes universal AG-IS 50 kN (Shimadzu,
Kyoto, Japão), laboratório de biomateriais do ISCSEM
Figura 32: Cola de cianoacrilato (Zapit, Dental
Ventures of América, Corona, CA, USA)
Materiais e Métodos
59
Grupo G1 G2 G3 G4
Preparação de
superfície
Jacto de óx. de
alumínio
Jacto de óx. de
alumínio
Jacto de óx. de
alumínio
Jacto de óx. de
alumínio
Protocolo Adesivo ScotchbondTM
Universal
Silano +
ScotchbondTM
Universal
Silano +
OptibondTM
FL
Silano +
AdperTM
ScotchbondTM
Multi-Purpose
Resina Composta FiltekTM
Supreme
(3x2mm)
FiltekTM
Supreme
(3x2mm)
FiltekTM
Supreme
(3x2mm)
FiltekTM
Supreme
(3x2mm)
Teste às 24 horas
Teste após
termociclagem
Tabela 4: Tabela esquematizando o protocolo laboratorial
Figura 34: Esquema representativo do procedimento de preparação dos espécimens e teste de
microtracção adesiva (μTBS) adaptado de esquema in Loomans et al., 2011
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
60
Com o auxílio de uma craveira digital (StormTM
,Central Tools Inc., Cranston, USA),
foram medidos o comprimento e largura de cada fragmento resultante, sendo a área
calculada em mm2. Como resultado da divisão da força aplicada no momento da
fractura (N) pela área da superfície aderida (mm2) obtivemos as forças de adesão
(μTBS), expressas em MPa.
Através de um microscópio óptico com ampliação de 20x (Leica ATC 2000, Reichert
Inc, Buffalo, NY, USA), foi possível analisar e classificar o tipo de fractura consoante
o local onde ocorreram em: Fractura Adesiva se ocorreu ao nível da interface adesiva,
Fractura Coesiva na Restauração se ocorreu ao nível da Resina Composta, Fractura
Coesiva na Lava se ocorreu ao nível da LavaTM
Ultimate e Fractura Mista (M) se
ocorreu ao nível da interface adesiva e resina composta e/ou LavaTM
Ultimate.
Figura 35: Craveira digital StormTM
(Central Tools Inc., Cranston, USA) (esq.) e
Microscópio óptico Leica ATC 2000 (Reichert Inc., Buffalo, NY, USA) (dir.)
Materiais e Métodos
61
Figura 36: Imagem retirada do microscópio óptico e imagem esquemática
representativas da Fractura Adesiva
Figura 37: Imagem retirada do microscópio óptico e imagem esquemática
representativas da Fractura Coesiva na Restauração
Figura 38: Imagem retirada do microscópio óptico e imagem esquemática
representativas da Fractura Coesiva na Lava
Figura 39: Imagem esquemática representativa
da Fractura Mista
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
62
Nome Comercial
Material
Composição
Lote
Validade
LavaTM Ultimate
(3M ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA)
Nano
cerâmica/resina
Sílica nanomers of 20 nm, zirconia
nanomers of 4 to 11 nm, silane
coupling agent, zirconia-silica
nanocluster particles and 4 to 11 nm
zirconia particles
N414662
2017-07
ESPETM Sil Silane
Coupling Agent
(3M ESPE, Neuss,
Germany)
Silano
1-3-methacryloxyprophyl-
trimethoxysilane (MPS) in ethanol
N499728
2015-11
ScotchbondTM
Universal (3M
ESPE, Seefeld,
Germany)
Sistema Adesivo
MDP Phosphate Monomer,
Dimethacrylate resins, HEMA,
VitrebondTM Copolymer, Filler,
Ethanol, Water, Initiatiors, Silane
N458640
2013-11
OptibondTM FL
(Kerr, Orange,
USA)
Sistema Adesivo
Adhesive bottle: TGDMA, UDMA,
GPDM, HEMA, bis-GMA, fillers
(barium aluminoborosilicate, sodium
hexafluorosilicate), photoinitiator,
stabilizers
N4856729
2014-10
Adper
ScotchBondTM
Multi-Purpose (3M
ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA
Sistema Adesivo
Adhesive bottle: bis-GMA, HEMA
and initiator
N410901
2015-06
FiltekTM Supreme
XTE Universal
Restorative, A1
Body Shade (3M
ESPE, St. Paul,
Minnesota, USA
Resina Composta
Bis-GMA, TEGDMA, PEGDMA,
bis-EMA, 20 nm sílica filler, 4 to 11
nm zirconia filler, cluster filler (20
nm sílica and 4 to 11 nm zirconia
particles)
N506571
N496907
N436504
2015-11
Tabela 5: Materiais utilizados no estudo
Materiais e Métodos
63
Análise Estatística
Fixou-se como referência para aceitar ou rejeitar a hipótese nula um nível de
significância (α) ≤ 0,05. Para testar as diferenças na resistência adesiva entre os
grupos Controlo e Termociclado usou-se o teste t de Student por estarmos a comparar
dois grupos e a variável dependente é de tipo quantitativo. Para comparar a diferença
na resistência adesiva entre os grupos, dentro do grupo Controlo e depois no grupo
Termociclado usou-se o teste Anova One-Way por compararmos mais de dois grupos
e a variável dependente é de tipo quantitativo. Os pressupostos destes testes,
nomeadamente o pressuposto de normalidade de distribuição e o pressuposto de
homogeneidade de variâncias foram analisados com os testes de Kolmogorov-
Smirnov e teste de Levene. Nas situações em que a dimensão da amostra era superior
a 30 aceitou-se a normalidade de distribuição de acordo com o teorema do limite
central. Nas situações em que na Anova o pressuposto de homogeneidade de
variâncias não se encontrava satisfeito usou-se a Anova com correcção de Welch.
Para testar a relação entre as fracturas e os grupos usou-se o teste de independência do
Qui-quadrado por estarmos a relacionar duas variáveis de tipo qualitativo. As
diferenças foram analisadas com o apoio dos resíduos ajustados estandardizados.
A análise estatística foi efectuada com o SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences) versão 20.0 para Windows.
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
64
V. Resultados
1. Comparação Grupo controlo (CG) versus Grupo Termociclado (GT)
Foram encontradas as seguintes diferenças estatisticamente significativas:
Controlo C. Térmica
M Dp M Dp Sig.
G1 70,85 23,40 57,55 18,24 ,001*
G2 72,31 22,45 65,26 21,09 ,026*
G3 62,66 17,98 53,96 20,04 ,002*
G4 54,27 17,08 59,86 21,90 ,080
................................*p ≤ 0,05
Tabela 6: Valores médios de resistência adesiva: GC versus GT
No grupo G1, onde foi aplicado o adesivo ScotchbondTM
Universal, o valor da
resistência adesiva é mais elevado no grupo controlo e mais baixo no grupo sujeito a
ciclagem térmica (70,85 versus 57,55), sendo a diferença estatisticamente
significativa t (142) = 3,795, p = 0,001.
No grupo G2, onde foi aplicado o silano ESPETM
Sil e adesivo ScotchbondTM
Universal , o valor da resistência adesiva é mais elevado no grupo controlo e mais
baixo no grupo sujeito a ciclagem térmica (72,31 versus 65,26), sendo a diferença
estatisticamente significativa t (190) = 2,237, p = 0,026.
No grupo G3, onde foi aplicado o silano ESPETM
Sil e adesivo OptibondTM
FL, o
valor da resistência adesiva é mais elevado no grupo controlo e mais baixo no grupo
sujeito a ciclagem térmica (62,66 versus 53,96), sendo a diferença estatisticamente
significativa t (180) = 3,079, p = 0,002.
No grupo G4, a diferença dos valores da resistência adesiva entre o grupo controlo e o
grupo sujeito a ciclagem térmica não é estatisticamente significativa t (150) = -1,764,
p=0,080.
Resultados
65
Nos gráficos 1 e 2 podem ser observados a distribuição por grupos dos valores médios
de resistência adesiva e respectivo desvio-padrão (gráfico 2).
2. Comparação da resistência adesiva no Grupo Controlo (GC)
Foram encontradas as seguintes diferenças estatisticamente significativas:
Estatística gl1 gl2 Sig.
Welch 15,363 3 183,019 ,001*
* p ≤ 0,05
Tabela 7: Anova de Welch (Grupo Controlo)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
G1 G2 G3 G4
MP
a
GC GT
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
G1 G2 G3 G4
MP
a
GC GT
Gráfico 1: Valores médios de resistência adesiva (MPa): GC versus GT
Gráfico 2: Valores médios de resistência adesiva (MPa) e Desvio-Padrão: GC versus GT
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
66
No grupo controlo a diferença da resistência adesiva varia significativamente, F(3,
183,019) = 15,363, p = 0,001. A análise do teste de comparação múltipla à posteriori
de Tukey indica que as diferenças significativas se encontram entre o grupo G4 e os
grupos G3, G1 e G2, sendo que os primeiros apresentam menor resistência adesiva
(54,27 versus 62,66 70,85 e 72,31) (p = 0,038, p = 0,000, p = 0,000). A diferença
entre os grupos G1, G2 e G3 não é estatisticamente significativa, p = 0,966.
Grupos N Subset for alpha = 0.05
1 2
G4 81 54,27
G3 90 62,66
G1 73 70,85
G2 100 72,31
Sig. 1,000 ,966
Tabela 8: Teste de Tukey (Grupo Controlo)
3. Comparação da resistência adesiva no Grupo Termociclado (GT)
Foram encontradas as seguintes diferenças estatisticamente significativas:
Soma dos
quadrados
df Média dos
quadrados
F Sig.
Enter grupos 6133,235 3 2044,412 4,914 ,002*
Nos grupos 133969,734 322 416,055
Total 140102,969 325
* p ≤ 0,05
Tabela 9: Anova (Grupo Termociclado)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
G4 G3 G1 G2
MP
a
Gráfico 3: Valores médios de resistência adesiva (MPa) e Desvio-Padrão: Grupo Controlo
Resultados
67
Nos grupos sujeitos a termociclagem a diferença da resistência adesiva varia
significativamente, F(3, 322) = 4,914, p = 0,002. A análise do teste de comparação
múltipla à posteriori de Tukey indica que as diferenças significativas se encontram
entre os grupos G3 e G2, sendo que este último apresenta maior resistência adesiva
(53,96 versus 65,26 ), p = 0,001. A diferença entre os grupos G1 e G2 não é
estatisticamente significativa, p = 0,080.
Grupos N Subset for alpha = 0.05
1 2
G3 92 53,96
G1 71 57,55 57,55
G4 71 59,86 59,86
G2 92
65,26
Sig.
,260 ,080
Tabela 10: Teste de Tukey (Grupo Termociclado)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
G3 G1 G4 G2
MP
a
Gráfico 4: Valores médios de resistência adesiva(MPa) e Desvio-Padrão: Grupo Termociclado
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
68
4. Análise da Fractura
A relação entre o tipo de fractura e os grupos é estatisticamente significativa, χ2 (2) =
26,495, p =0,001. Há uma proporção mais elevada de fracturas de tipo adesiva nos
grupos sujeitos a termociclagem em relação aos grupos controlo (73,3% versus
55,8%) e de fracturas de tipo coesiva na Lava (coesiva L) (5,8% versus 1,2%) e
coesiva na Restauração (coesiva R) (38,4% versus 25,5%) no grupo controlo.
Valor Gl Sig.
Pearson Chi-Square 26,495 2 ,001*
Likelihood Ratio 27,562 2 ,000
Linear-by-Linear Association 17,968 1 ,000
N of Valid Cases 670
* p ≤ 0,001
Tabela 11: Teste de Qui-quadrado
Fractura Grupo Total
Controlo Termociclagem
Adesiva
Frequência 192 239 431
% na Fractura 44,5 55,5 100,0
% no Grupo 55,8 73,3 64,3
% do total 28,7 35,7 64,3
Coesiva L
Frequência 20 4 24
% na Fractura 83,3 16,7 100,0
% no Grupo 5,8 1,2 3,6
% do total 3,0 0,6 3,6
Coesiva R
Frequência 132 83 215
% na Fractura 61,4 38,6 100,0
% no Grupo 38,4 25,5 32,1
% do total 19,7 12,4 32,1
Total
Frequência 344 326 670
% na Fractura 51,3 48,7 100,0
% no Grupo 100,0 100,0 100,0
% do total 51,3 48,7 100,0
Tabela 12: Análise de fractura: GC versus GT
Resultados
69
5. Análise de fractura por grupos
A relação entre o tipo de fractura e o grupo G1 é estatisticamente significativa, χ2 (2)
= 8,644, p =0,013. Há uma proporção mais elevada de fracturas de tipo adesiva no
grupo termociclado em relação ao grupo controlo (71,8% versus 56,2%) e de fracturas
de tipo coesiva L (13,7% versus 1,4%) e coesiva R (38,4% versus 25,5%) no grupo
controlo.
Valor Gl Sig.
Pearson Chi-Square 8,644 2 ,013*
Likelihood Ratio 9,828 2 ,007
Linear-by-Linear Association 1,624 1 ,203
N of Valid Cases 144
* p ≤ 0,05
Tabela 13: Teste de Qui-quadrado
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Adesiva Coesiva L Coesiva R
GC GT
Gráfico 5: Análise de fractura: GC versus GT
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
70
Fractura Grupo Total
Controlo Termociclagem
Adesiva
Frequência 41 51 92
% na Fractura 44,6 55,4 100,0
% no Grupo 56,2 71,8 63,9
% do total 28,5 35,4 63,9
Coesiva L
Frequência 10 1 11
% na Fractura 90,9 9,1 100,0
% no Grupo 13,7 1,4 7,6
% do total 6,9 0,7 7,6
Coesiva R
Frequência 22 19 41
% na Fractura 53,7 46,3 100,0
% no Grupo 30,1 26,8 28,5
% do total 15,3 13,2 28,5
Total
Frequência 73 71 144
% na Fractura 50,7 49,3 100,0
% no Grupo 100,0 100,0 100,0
% do total 50,7 49,3 100,0
Tabela 14: Análise de fractura: Grupo 1
Grupo G3
A relação entre o tipo de fractura e o grupo G2 é estatisticamente significativa, χ2 (1)
= 7,600, p = 0,006. Há uma proporção mais elevada de fracturas de tipo adesiva no
grupo termociclado em relação ao grupo controlo (75,0% versus 55,6%) e de fracturas
de tipo coesiva L (44,4% versus 25,0%) e coesiva R (38,4% versus 25,5%) no grupo
controlo.
Valor gl Sig.
Pearson Chi-Square 7,600 1 ,006*
Continuity Correctionc 6,765 1 ,009
Likelihood Ratio 7,669 1 ,006
Fisher's Exact Test ,008
Linear-by-Linear Association 7,558 1 ,006
N of Valid Cases 182
* p ≤ 0,05
Tabela 15: Testes de Qui-quadrado
Resultados
71
Fractura Grupo Total
Controlo Termociclagem
Adesiva
Frequência 50 69 119
% na Fractura 42,0 58,0 100,0
% no Grupo 55,6 75,0 65,4
%d o total 27,5 37,9 65,4
Coesiva R
Frequência 40 23 63
% na Fractura 63,5 36,5 100,0
% no Grupo 44,4 25,0 34,6
%d o total 22,0 12,6 34,6
Total
Frequência 90 92 182
% na Fractura 49,5 50,5 100,0
% no Grupo 100,0 100,0 100,0
%d o total 49,5 50,5 100,0
Tabela 16: Análise de fractura: Grupo 3
Grupo G4
A relação entre o tipo de fractura e o grupo G4 é estatisticamente significativa, χ2 (2)
= 10,348, p = 0,006. Há uma proporção mais elevada de fracturas de tipo adesiva no
grupo termociclado em relação ao grupo controlo (87,3% versus 65,4%) e de fracturas
de tipo coesiva R (32,1% versus 12,7%) no grupo controlo em relação ao grupo
termociclado.
Valor gl Sig.
Pearson Chi-Square 10,348 2 ,006*
Likelihood Ratio 11,436 2 ,003
Linear-by-Linear Association 9,038 1 ,003
N of Valid Cases 152
* p ≤ 0,05
Tabela 17: Testes de Qui-quadrado
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
72
Fractura Grupo Total
Controlo Termociclagem
Adesiva
Frequência 53 62 115
% na Fractura 46,1 53,9 100,0
% no Grupo 65,4 87,3 75,7
% do total 34,9 40,8 75,7
Coesiva L
Frequência 2 0 2
% na Fractura 100,0 0,0 100,0
% no Grupo 2,5 0,0 1,3
% do total 1,3 0,0 1,3
Coesiva R
Frequência 26 9 35
% na Fractura 74,3 25,7 100,0
% no Grupo 32,1 12,7 23,0
% do total 17,1 5,9 23,0
Total
Frequência 81 71 152
% na Fractura 53,3 46,7 100,0
% no Grupo 100,0 100,0 100,0
% do total 53,3 46,7 100,0
Tabela 18: Análise de fractura: Grupo 4
Para o grupo G2, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas
entre os diferentes tipos de fractura, χ2 (2) = 4,614, p = 0,100.
Discussão
73
VI. Discussão
Neste estudo, foi avaliada a resistência adesiva da reparação de um novo material
restaurador (LavaTM
Ultimate), utilizando vários protocolos adesivos.
Segundo o fabricante (3M ESPE, St. Paul, Minnesota, USA), a elevada resistência
combinada com uma baixa dureza, fazem do LavaTM
Ultimate um material
restaurador menos frágil e propenso à fractura, quando comparado com as cerâmicas
feldspáticas.
Apesar da incidência de fracturas ser menor, não deve ser esquecida no prognóstico
destes materiais.
Alguns estudos clínicos indicam que a prevalência das fracturas cerâmicas ronda os 5-
10%, após 10 anos de utilização (Özcan, 2003 b).
No entanto, nem todas as fracturas obrigam necessariamente a uma substituição total
da restauração fracturada. Além disso, esta não é a solução mais praticada, devido aos
custos óbvios inerentes e à própria natureza complexa do acto (Özcan, 2003 b).
Como tal, dependendo do tipo e tamanho da fractura, a reparação directa com técnicas
adesivas adequadas e resina composta, pode ser uma alternativa prática e viável. No
entanto, a elevada diversidade de sistemas de reparação tornam a escolha um grande
desafio para os clínicos (Özcan et al., 2009).
Não há um consenso sobre o melhor método de tratamento da cerâmica a ser aplicado
em situações distintas (Aras & León, 2009).
Sabe-se que actualmente, o processo de adesão baseia-se principalmente, na
combinação de processos químicos e mecânicos, produzindo irregularidades na
superfície o que a torna mais susceptível a adesão.
Neste estudo, todas as amostras foram jacteadas com partículas de óxido de alumínio
(< 50m), visto ser o recomendado pelo fabricante e por estar amplamente descrito na
literatura como o método de preparação de superfície que obtém melhores resultados
em termos de produção de irregularidades na superfície de cerâmicas ácido
resistentes.
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
74
Numa revisão da literatura, Özcan et al., (2009), refere que a para obter forças de
adesão mais duradoras, a criação deste tipo de irregularidades na superfície da
cerâmica, é preferível aos métodos mais agressivos tais como o condicionamento com
acido fluorídrico.
Vários autores sugerem o jacteamento da superfície de cerâmicas ácido resistentes
com partículas de óxido de alumínio seguido de silanização, como forma de optimizar
o processo de adesão. Os silanos aumentam a molhabilidade e promovem ligações
covalentes. (Özcan, Valandro, Pereira, Amaral, Bottino & Pekkan, 2013; Sobreira et
al., 2008; Masioli et al., 2009; Bacchi et al., 2010)
A silanização é uma etapa indispensável para a adesão química, complementando a
retenção micromecânica. A importância do silano advém do facto do mesmo reagir
com os grupos hidroxila da superfície da cerâmica tornando-a mais reactiva ao
compósito e permitindo a adesão química (Aras &León, 2009).
Neste estudo, foram alcançados valores médios de adesão de 72,31 MPa no grupo G2
e 70,85 MPa no grupo G1, que são considerados valores bastante elevados entre a
cerâmica e resina composta. Estes valores podem ser atribuídos a presença de silano e
do monómero fosfatado MDP, na constituição do adesivo.
Acredita-se que estes monómeros adesivos, tem a capacidade de melhorar a
resistência adesiva à cerâmica reforçada por zircónia, uma vez que formam ligações
químicas com os óxidos metálicos presentes na constituição destas cerâmicas, forças
secundárias através de ligações Van der Waals ou pontes de hidrogénio na interface
cerâmica-compósito (Yang & Kern, 2010).
No nosso estudo, foi aplicado silano previamente ao sistema adesivo em todos os
grupos à excepção do grupo G1. O silano utilizado contém MPS que através dos seus
grupos metacrilato, tem a capacidade de copolimerizar com a matriz resinosa do
compósito e adesivo.
Através dos resultados obtidos, foi possível verificar um aumento dos valores de
adesão do grupo G2 em relação ao grupo G1, apesar da diferença não ser considerada
estatisticamente relevante, o que que pode indicar que o processo de silanização extra
quando combinado com o sistema adesivo ScotchbondTM
Universal (que ja possui
Discussão
75
silano na sua composição) pode ser dispensado sem que haja um comprometimento
dos valores de adesão.
À semelhança do que acontece no nosso estudo, Sobreira et al. (2008), faz referência
a vários estudos que comprovam que a utilização de um agente silanizador não
aumenta a resistência adesiva à tracção quando comparado ao uso isolado do adesivo.
A presença de carga inorgânica, também constitui um factor importante no processo
de adesão, devendo ser considerado quando se estuda forças de adesão.
Tem havido um crescente interesse pela incorporação de partículas de carga
inorgânica nos sistemas adesivos, no entanto a importância destas partículas é um
pouco controversa (Mortazavi, Fathi, Ataei, Khodaeian e Askari, 2012).
Segundo Mortazavi et al. (2012), a adição de partículas de carga inorgânica nos
sistemas adesivos, aumenta a força de união, uma vez que reforça a cama híbrida e
diminui os efeitos da contração de polimerização. No entanto, ao aumentar a sua
viscosidade, pode provocar uma diminuição do escoamento.
Os mesmos autores referem que o aumento da viscosidade tende a impedir as
camadas adesivas não preenchidas, prevenindo a polimerização incompleta provocada
pela inibição do oxigénio (Mortazavi et al., 2012).
Num estudo de Youssef, Turbino, Youssef e Matson (2001) foi demonstrada
diferença estatisticamente significante entre adesivos com e sem carga, com valores
de união mais elevados para os primeiros.
Por outro lado, Silva, Magagnin, Gassen e Sirena (2006), referem que a presença de
carga nos adesivos não tem influencia significativa nos resultados de adesão.
O adesivo adesivo OptibondTM
FL, segundo o fabricante (apresenta na sua
composição, 48% de carga inorgânica (partículas de bário), sendo considerado um dos
adesivos comercializados com maior percentagem de carga e referenciado por muitos
autores como o Gold Standard da adesão às estruturas dentárias.
No nosso estudo, a presença de uma maior quantidade de carga inorgânica não
influenciou significativamente os valores de adesão uma vez que o grupo G3, que
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
76
compreendia a aplicação do adesivo OptibondTM
FL, não apresentou valores de
adesão mais elevados quando comparados com os restantes grupos.
Comparando o G1 com o G3, verifica-se que a diferença entre os valores de adesão
não é estatisticamente significativa, o que nos leva a crer que apesar do OptibondTM
FL ser considerado o Gold Standard da adesão, usando o adesivo ScotchbondTM
Universal conseguimos obter valores de resistência adesiva semelhantes utilizando
uma técnica mais simples e com um tempo clínico de aplicação e passos reduzidos,
uma vez que o adesivo OptibondTM
FL necessita de um passo extra (aplicação de
silano) contrariamente ao que acontece com o adesivo ScotchbondTM
Universal.
A termociclagem (TC) é um método in vitro que pretende simular as alterações
térmicas que ocorrem na cavidade oral, provocadas pelos alimentos, bebidas e
respiração, com o objectivo de sujeitar o dente e a restauração a um stress térmico e
consequente alteração dimensional, para avaliar a durabilidade da adesão (Cavalcante,
Schneider, Silva, Bedran-Russo & Pimenta, 2009; Korkmaz, Gurgan, Firat &
Nathanson, 2010).
Os seus ciclos térmicos podem acelerar a absorção de água e subsquente hidrólise dos
componentes da interface, ou induzir tensões repetitivas de contracção/expansão
resultando na formação de fendas e fractura ao longo da interface adesiva, induzindo
a sua degradação. Dependendo também do tipo de sistema adesivo, esta pode ser mais
ou menos influenciada (Korkmaz et al., 2010; De Munck, Van Landuyt, Coutinho,
Poitevin, Peumans, Lambrechts & Van Meerbeek, 2005 b).
Quase todos os estudos que envolvem processos de reparação, mostram uma
tendência para a diminuição das forças de adesão apos termociclagem. Pensa-se que
esta enfraquece a estrutura da resina composta, bem como as ligações silano-cerâmica
(Özcan, 2003 b).
Para simular um ano na cavidade oral, as restaurações do nosso estudo foram sujeitas
a 10.000 ciclos térmicos (De Munck et al., 2005 b), com banhos cíclicos em água
destilada a 5º e 55º±2ºC, 30 segundos cada.
Após observar os resultados, pudemos verificar uma tendência para a diminuição das
forças de adesão após a termociclagem, o que nos leva a crer que as ligações
Discussão
77
estabelecidas entre o substrato e o material restaurador, sofreram alterações quando
submetidas a um stress térmico que simula aproximadamente um ano em meio oral.
De acordo com um estudo realizado por Attia & Kern (2011 b), o efeito hidrolítico da
água na interface adesiva e na própria resina e o stress provocado devido a diferença
entre os coeficientes de expansão térmica dos materiais, estão entre os principais
factores responsáveis pela diminuição dos valores de adesão.
Alguns estudos contradizem o descrito anteriormente, revelando aumentos da
resistência adesiva entre compósito-cerâmica após armazenamento em água. Este
aumento, pode ser atribuído a uma polimerização adicional dos diacrilatos presentes
no adesivo, após a permanência das amostras no banho a 55ºC (Özcan et al., 2009).
Este fenómeno pode explicar o facto do grupo G4 apresentar um aumento das forças
de adesão após termociclagem, embora este não tenha sido considerado
estatisticamente significativo.
A instabilidade do silano quando em contacto com a humidade, poderá estar também
entre os factores que diminuem os valores de adesão, após termociclagem (Attia &
Kern, 2001 b). No entanto, existe alguma controvérsia em relação a este tema.
Hooshmand e seus colaboradores (2002), concluíram que as ligações químicas
promovidas pelo silano, são suficientemente estáveis para resistir à hidrólise da água e
ao stress cíclico provocado pela termociclagem.
No entanto, alguns estudos referem que o armazenamento em água bem como o
processo de envelhecimento pela termociclagem são prejudiciais para a ligação
silano-cerâmica (Brentel, Özcan, Valandro, Alarça, Amaral e Bottino, 2007).
Apesar da silanização extra não ter sido vantajosa, no grupo controlo, ao analisarmos
os resultados da termociclagem, pudemos verificar que os valores médios de
resistência adesiva sofreram uma maior alteração no grupo G1 em relação ao grupo
G2, apesar da diferença não ter sido estatisticamente significativa. Estes resultados
podem sugerir que o sistema adesivo/silano sofre uma menor degradação quando
combinado com uma aplicação extra de silano.
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
78
Relativamente ao tipo de fracturas, pudemos verificar uma maior incidência de
fracturas do tipo adesiva no grupo termociclado em relação ao grupo controlo, o que
pode indicar que a adesão foi de alguma forma prejudicada.
À semelhança do que aconteceu no nosso estudo, Attia e Kern (2011 b) referem um
aumento de fracturas adesivas no grupo sujeito a 150 dias de armazenamento em água
e termociclagem.
Segundo Özcan et al. (2009), testes de evelhecimento são essenciais para avaliar o
desempenho dos adesivos, uma vez que estes resultados sugerem uma diminuição a
longo prazo da qualidade da adesão e consequentemente da reparação dos materiais.
Conclusões
79
VII. Conclusões
Dentro das limitações deste estudo in vitro, a hipótese nula foi rejeitada uma vez que
diferentes protocolos adesivos influenciaram a resistência adesiva entre a nano
cerâmica/resina (LavaTM
Ultimate) e o material restaurador.
.
Podemos assim concluir que:
1. Diferentes protocolos adesivos apresentam diferentes valores de resistência
adesiva;
2. Os valores mais elevados de resistência adesiva foram observados nos grupos
controlo G2 e termociclado G2, cujo protocolo compreendia a aplicação de
silano previamente ao adesivo ScotchbondTM
Universal;
3. Os valores mais baixos de resistência adesiva foram observados no grupo G4;
4. A aplicação extra de silano não melhora significativamente a adesão obtida no
grupo G1, cujo protocolo compreendia a aplicação isolada do adesivo
ScotchbondTM
Universal;
5. A fadiga térmica provocou uma diminuição estatisticamente significativa dos
valores médios de resistência adesiva.
Perspectivas Futuras
Actualmente, com a evolução dos sistemas adesivos e novos materiais, é possível
alcançar forças de adesão altamente satisfatórias no que diz respeito a reparação de
cerâmica usando resinas compostas. No entanto, o sucesso clínico dessa reparação,
depende da qualidade e durabilidade da adesão entre os dois materais.
São necessários mais estudos que contemplem as propriedades físicas desta nano
cerâmica/resina bem como a interacção dos vários protocolos adesivos utilizados,
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
80
uma vez que se tratando de materiais recentes, não existe literatura indexada
suficiente sobre o tema.
Estudos futuros deviam:
Investigar a resistência adesiva entre os diferentes adesivos de estratégia de
adesão universal existentes no mercado, na reparação da nano cerâmica/resina
LavaTM
Ultimate;
Investigar o efeito do jacteamento da superfície das novas cerâmicas,
nomeadamente da nano cerâmica/resina (LavaTM
Ultimate), com partículas de
sílica, na resistência adesiva dos mesmos adesivos utilizados neste estudo;
Investigar o efeito do condicionamento da superfície da nano cerâmica/resina
(LavaTM
Ultimate) com ácido hidrofluorídrico, na reparação com resina
composta;
Comparar os diferentes materiais compostos por cerâmica/resina disponíveis
no mercado, relativamente a sua resistência adesiva;
Avaliar a influência da fadiga mecânica na resistência adesiva de vários
adesivos utilizados na reparação do LavaTM
Ultimate;
São necessários estudos clínicos (in vivo) que comprovem a eficácia dos
valores de resistência adesiva obtidos neste estudo (in vitro).
Relevância Clínica
O Médico Dentista, durante a sua prática clínica diária, depara-se constantemente com
a fractura de reabilitações que podem ser consideradas situações de emergência. A sua
imediata reparação é muitas vezes uma exigência por parte do paciente.
Conclusões
81
Como tal, o clínico deve estar informado sobre todas as técnicas existentes e dominar
a sua manipulação para estar apto a responder correcta e rapidamente a estas
exigências.
Para um correcto tratamento restaurador, é importante não só a existência de um
material restaurador final que responda as exigências estéticas, mas também um
correcto protocolo de preparação de superfície e de adesão que responda as exigências
mecânicas.
Deste modo, torna-se relevante avaliar a aplicação de vários protocolos de adesão na
reparação de novos materiais para perceber qual ou quais respondem melhor às
necessidades da população, tendo em conta a constante evolução dos materiais, e
deste modo conseguir fazer uma selecção criteriosa do sistema reparador indicado.
Resistência adesiva (μTBS) da reparação de um novo material nano cerâmico/resina (LavaTM Ultimate) fazendo
variar o protocolo adesivo – estudo in vitro
82
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