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Resumo

O género Acinetobacter pertence à subclasse γ-Proteobacteria, família Moraxellaceae,

caracterizando-se os seus membros por serem cocobacilos Gram negativo, aeróbios, não

hemolíticos. Este género compreende mais de 30 espécies diferentes e a espécie

Acinetobacter baumannii é a mais importante no que respeita às infeções hospitalares.

A bactéria Acinetobacter baumannii é encontrada principalmente em ambiente

hospitalar durante surtos, sendo responsável por diversos tipos de infeções hospitalares

graves, causando também infeções na comunidade.

Esta bactéria apresenta vários fatores de virulência mas as características principais para

a sua patogenicidade são a capacidade de acumulação de grande diversidade

mecanismos de resistência e a sua capacidade de sobreviver no ambiente durante

períodos prolongados, aliada à capacidade inata de resistência à dessecação e

desinfetantes.

Em termos epidemiológicos mundiais, existem pelo menos seis clones internacionais,

sendo que o clone I e o II são considerados multirresistentes.

Existem grandes variações na taxa de resistência combinada aos antibióticos

(fluoroquinolonas, aminoglicosídeos e carbapenemos) na Europa, sendo que geralmente

estas são mais altas no Este, Sul e Sudeste europeu (25-87%) - em comparação com o

Norte (<10%).

Em termos epidemiológicos em Portugal, as estirpes descritas de 1998 a 2012 podem

ser integradas nos clones internacionais II e IV, com perfis de resistências a um painel

de antibióticos alargado. Embora os dados atuais demonstrem uma tendência

decrescente nas taxas de resistências nacionais – descida da taxa de resistência

combinada de 64% em 2012 para 37,9 % em 2016 – esta ainda se encontra elevada.

As opções terapêuticas disponíveis são limitadas e as que estão descritas – colistina,

tigeciclina, sulbactam - já apresentam resistências documentadas. A terapêutica de

associação para este agente não apresenta estudos robustos que demonstrem benefício;

novos agentes com atividade contra esta bactéria estão em desenvolvimento.

Palavras-chave: Acinetobacter baumannii; Portugal; clones internacionais II e IV; perfil

de resistência; opções terapêuticas.

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Abstract

The genus Acinetobacter belongs to the subclass γ-Proteobacteria, family

Moraxellaceae. Its members are Gram negative, aerobic, non-hemolytic coccobacilli.

This genus comprises more than 30 different species and the most important in

concerning hospital infections is Acinetobacter baumannii.

Acinetobacter baumannii is found mainly in the hospital environment during outbreaks

and is responsible for several types of serious hospital infections, also causing

community infections.

This bacteria has several virulence factors but the main features for its pathogenicity are

its ability to accumulate large diversity of resistance mechanisms and its ability to

survive in the environment for prolonged periods, along with the innate ability of

resistance to desiccation and disinfectant agents.

In the world, there are at least six international clones, clone I and II being considered

multidrug resistant.

There are large variations in the combined antibiotic resistance rate (fluoroquinolones,

aminoglycosides and carbapenems) in Europe, with antibiotic resistance rates generally

being higher in Eastern, Southern and Southeastern Europe (25-87%) - compared to

North (<10%).

In Portugal, the strains described from 1998 to 2012 can be integrated into international

clones II and IV, with profiles of resistance to an extended panel of antibiotics.

Although current data show a downward trend in national resistance rates - the

combined resistance rate decline from 64% in 2012 to 37.9% in 2016 - this is still high.

The available therapeutic options are limited and those that are described - colistin,

tigecycline, sulbactam - already have documented resistance. Combination therapy

against Acinetobacter baumannii doesn’t have solid studies that support its benefit; new

agents against this bacteria are in the pipeline.

Key words: Acinetobacter baumannii; Portugal; international clones II and IV;

resistance profile; therapeutic options

O Trabalho Final exprime a opinião do autor e não da FML.

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Trabalho final do Mestrado Integrado em Medicina apresentado para cumprimento dos

requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Medicina, realizado sob

orientação da Dr.ª Carla Mimoso Santos, assistente convidada de Infeciologia na Clínica

Universitária de Doenças Infeciosas e Parasitárias, dirigida pela Prof.ª Doutora Emília

Valadas.

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“Põe quanto és no mínimo que fazes”

Ricardo Reis

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Agradecimentos

Agradeço à Dr.ª Carla Santos ter aceitado ser minha tutora. Muito obrigado pela

disponibilidade e motivação que permitiram a realização deste trabalho.

Agradeço à minha família, em especial à minha Mãe, ao meu Pai e à minha Irmã, pelo

apoio, confiança e paciência ao longo deste caminho.

Agradeço ainda aos meus amigas e amigos, por me terem apoiado e acompanhado em

todos os momentos.

Por último, lembro o meu avô Gastão, médico psiquiatra, cuja memória sempre me tem

acompanhado.

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Índice Geral

Resumo ............................................................................................................................ iii

Abstract ............................................................................................................................ iv

Agradecimentos .............................................................................................................. vii

Índice Geral ................................................................................................................... viii

Índice de Figuras ............................................................................................................. ix

Lista de Abreviaturas ........................................................................................................ x

Introdução ......................................................................................................................... 1

Generalidades ................................................................................................................... 1

Fatores de virulência ......................................................................................................... 3

Mecanismos de Resistência .............................................................................................. 3

Diagnóstico Microbiológico e Molecular ......................................................................... 7

Epidemiologia Mundial .................................................................................................... 8

Epidemiologia Nacional ................................................................................................. 10

Opções Terapêuticas ....................................................................................................... 16

Conclusão ....................................................................................................................... 23

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 25

Anexo I ........................................................................................................................... 41

Anexo II .......................................................................................................................... 42

Anexo III......................................................................................................................... 44

Anexo IV ........................................................................................................................ 45

Anexo V .......................................................................................................................... 49

Anexo VI ........................................................................................................................ 51

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Índice de Figuras

Figura 1 - Clustering de STs de Acinetobacter baumannii, estando assinalados por setas

os isolados portugueses. ................................................................................................. 13

Figura 2 - Gráfico da evolução da taxa de resistência às fluoroquinolonas no período

2012-2016 em Portugal. ................................................................................................. 15

Figura 3 - Gráfico da evolução da taxa de resistência a aminoglicosídeos durante o

período 2012-2016 em Portugal. .................................................................................... 15

Figura 4 - Gráfico de evolução da taxa de resistência a carbapenemos no período 2012-

2016, em Portugal. .......................................................................................................... 16

Figura 5 - Gráfico de evolução da taxa de resistência combinada a fluoroquinolonas,

aminoglicosídeos e carbapenemos no período 2012-2016 em Portugal......................... 16

Figura 6 - Análise da resposta clínica por subgrupos de antibióticos. ........................... 19

Figura 7 - Análise dos regimes posológicos no subgrupo de sulbactam. ....................... 19

Figura 8 - Análise da mortalidade por todas as causas comparando monoterapia com

colistina e terapêutica de combinação incluindo colistina.............................................. 21

Figura 9 - Análise da mortalidade por qualquer causa, dividida por tipo de infeção,

comparando monoterapia com polimixinas e terapêutica de combinação. .................... 22

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Lista de Abreviaturas

ADC – Cefalosporinase derivada de Acinetobacter

ADN – Ácido desoxirribonucleico

AFLP - Polimorfismos em comprimento amplificados

ARN – Ácido ribonucleico

CHDL – β lactamases de classe D hidrolisadoras de carbapenemos

CI – Clones internacionais

CIM – Concentração inibitória mínima

CLSI – Instituto de Referências Clínicas e Laboratoriais

EARS-Net - Rede Europeia de Vigilância da Resistência a Antimicrobianos

EUCAST - Comité Europeu para os Testes de Suscetibilidade Antimicrobiana

ESBL – β lactamase de espectro alargado

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde

KPC – Klebsiella pneumoniae Carbapenamase

LPS – Lipopolissacárido

MLST - Tipagem por sequência de multi-locus

OR – odds ratio

PBP – proteínas que se ligam à penicilina

PCR – Polimerase chain reaction

PCR/ESI-MS - técnica de PCR espectrometria de massa por ionização por electrospray

PFGE - Eletroforese em gel de campo pulsátil

ST - Tipo de sequência

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Introdução

A prevalência crescente da colonização ou infeção por estirpes de bactérias Gram

negativo resistentes aos antibióticos utilizados habitualmente no seu tratamento é um

problema importante devido à elevada transmissibilidade entre espécies, à sua

capacidade de persistência no ambiente, à necessidade de utilização de antibióticos de

última linha e à escassez de inovação de antibióticos eficazes sobre as estirpes mais

resistentes. O impacto da mortalidade atribuível a infeções por agentes multirresistentes

é também significativo - 10 000 000 de mortes por ano previstas para 2050, sendo que

atualmente se calcula que sejam 25 000 na Europa e 700 000 no Mundo por ano.1

Um destes microrganismos é a bactéria Acinetobacter baumannii, um agente patogénico

oportunista Gram negativo responsável por dois a dez por cento das infeções

hospitalares por bactérias Gram negativo.2

Com este trabalho pretende-se rever a literatura referente à bactéria Acinetobacter

baumannii, focando as estirpes atualmente circulantes em Portugal, as suas resistências

e as opções terapêuticas disponíveis. A recolha bibliográfica resulta essencialmente de

pesquisa efetuada nas bibliotecas eletrónicas B-on, PubMed, de pesquisa com o motor

de busca Google e ainda nos websites da Direção Geral da Saúde, EARS-Net,

Repositório da Universidade de Lisboa e Repositório Científico do Instituto Nacional de

Saúde, para além dos referenciados na bibliografia. As referências apresentadas foram

publicadas no período de 1991 a 2017. As pesquisas referidas foram efetuadas com

recurso a combinações de palavras-chave, nomeadamente "Acinetobacter baumannii" e

"Acinetobacter baumannii epidemiology Portugal". Foi realizada uma primeira seleção

através dos títulos e seguidamente pelos resumos disponibilizados. Das referências

selecionadas apenas foram analisadas aquelas que foi possível obter em tempo útil.

Generalidades

O género Acinetobacter pertence à subclasse γ-Proteobacteria, família Moraxellaceae,

caracterizando-se os seus membros por serem cocobacilos Gram-negativo, aeróbios, não

hemolíticos, oxidase-negativo, catalase-positivo, indol-negativo e nitrato-negativo.3

Este género compreende mais de 30 espécies diferentes e a espécie Acinetobacter

baumannii é a mais importante no que respeita às infeções hospitalares.4 As espécies

Acinetobacter baumannii, Acinetobacter pittii, Acinetobacter nosocomialis e

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Acinetobacter calcoaceticus são muito similares do ponto de vista fenotípico e

molecular pelo que foram incluídos num complexo, o complexo A. calcoaceticus – A.

baumannii (Acb). As três primeiras são muito importantes do ponto de vista clínico,

podendo ser designadas por grupo A. baumannii, não conseguindo ainda ser

diferenciadas com os sistemas atuais.5

Quanto ao habitat natural, podemos identificar três grupos: um grupo de bactérias

multirresistentes encontradas principalmente em ambiente hospital durante surtos,

capazes de colonizar e infetar doentes hospitalizados, composto principalmente por

Acinetobacter baumannii e espécies próximas; um grupo de bactérias que formam parte

da flora comensal da pele e animais, podendo também ser encontradas na flora de

alimentos em deterioração, constituído sobretudo por A. johnsonii, A. lwoffii e A.

radioresistens; e um grupo de bactérias que podem ser encontradas no ambiente, solo

ou águas residuais, composto principalmente por A. calcoaceticus e A. johnsonii.6

A bactéria Acinetobacter baumannii, inicialmente considerada de relativamente baixo

potencial de patogenicidade7, é, atualmente, designada como microrganismo problema

(anexo I),8 estando na origem de infeções hospitalares graves - pneumonia

(normalmente associada a ventilação mecânica nos cuidados intensivos), bacteriemia,

infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e

também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia, meningite, endocardite,

infeções dos tecidos moles e ocular.12,13

Constituem fatores de risco para a infeção hospitalar por Acinetobacter baumannii co-

morbilidades pré existentes do doente e procedimentos cirúrgicos major, estando estas

infeções especialmente associadas a períodos de hospitalização prolongada, sexo

masculino e idade avançada4,14. As infeções da comunidade são mais comuns nos

homens sendo os fatores de risco associados a idade avançada, o alcoolismo, o

tabagismo, a diabetes mellitus, a doença pulmonar obstrutiva crónica e a doença renal.15

O reservatório da infeção hospitalar ainda não está caracterizado, contudo

aparentemente é constituído por doentes infetados. As potenciais fontes de

disseminação da infeção são várias, desde equipamento hospitalar, superfícies

ambientais, aos profissionais de saúde e a dispositivos eletrónicos.6

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A infeção por Acinetobacter baumannii ocorre normalmente em doentes graves

internados em unidade de cuidados intensivos, pelo que a taxa de mortalidade associada

é alta (variando entre 26 a 68 % ou de 8 a 35 % de acordo com diferentes autores).16-19

Tem sido complicado determinar a mortalidade atribuível à infeção por Acinetobacter

baumannii independente das co morbilidades dos doentes. A mortalidade pode estar

relacionada com o grau de resistência aos antibióticos, com a efetividade da terapêutica

empírica e com as opções terapêuticas definitivas disponíveis.20

Fatores de virulência

Constituem fatores de virulência na bactéria Acinetobacter baumannii a proteína de

membrana externa OmpA (localizada na mitocôndria e que está associada à

apoptose),21,22 um sistema de aquisição de ferro (através de sideróforos de catecol,

moléculas de baixo peso molecular que se ligam ao ferro e o captam para a bactéria),22 o

lipopolissacárido - LPS (componente do envelope celular),23 a cápsula (proteção contra

o sistema de complemento),24 um sistema de quorum-sensing (sinalização intercelular

através de moléculas de baixo peso molecular de modo a regular a densidade

populacional),25,26 enzimas hidrolíticas (como a fosfolipase C e D)27-29 e proteínas que

se ligam à penicilina (PBP7/8, associadas à sobrevivência no soro humano).30 Também

relacionadas com a virulência da bactéria Acinetobacter baumannii estão a sua

capacidade de formação de biofilme31 (permite que as bactérias se tornem mais

resistentes ao mecanismos defesa do hospedeiro, aos antibióticos e desinfeção)10 e a

patogénese induzida pelo etanol (por aumento da capacidade metabólica e expressão de

fatores relacionados com respostas ao stress)28.

Mecanismos de Resistência

A bactéria Acinetobacter baumannii apresenta características que contribuem para o seu

sucesso como agente patogénico hospitalar, nomeadamente a sua extraordinária

capacidade para acumular uma grande diversidade de mecanismos de resistência,

adquiridos por diferentes vias, tornando este microrganismo multi ou pan-resistente (ver

anexo I) e a sua capacidade de sobreviver no ambiente durantes períodos prolongados,

aliada à resistência inata à dessecação e desinfetantes, permitindo a sua sobrevivência e

persistência.10

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A resistência aos antibióticos pode ocorrer por duas vias principais: aquisição de

informação genética nova por transferência horizontal de genes (elementos genéticos

móveis, integrões, plasmídeos transferíveis) e modificação genética de genes endógenos

(mutações espontâneas que alteram alvos terapêuticos ou inserção ou deleção de

elementos móveis que alteram expressão de mecanismos de resistência ou modificam

permeabilidade membranar).10

A bactéria Acinetobacter baumannii é resistente a quase todos os antibióticos

disponíveis, desde β lactâmicos de espectro alargado, fluoroquinolonas a

aminoglicosídeos.32-34

Mecanismos de resistência na espécie Acinetobacter baumannii:

a) Antibióticos β lactâmicos:

1. β lactamases de espectro alargado (ESBL), na sua maioria pertencentes à classe

A de Amber; estas enzimas conferem resistência a cefalosporinas de largo

espectro e são inibidas in vitro pelo ácido clavulânico e tazobactam. As mais

comummente descritas são PER, GES, VEB; por outro lado, as menos descritas

são TEM, SHV, CTX-M, RTG-4.35,36

2. Dentro das β lactamases de classe A, referir também que já foi descrita a

produção de carbapenamase do tipo Klebsiella pneumoniae Carbapenamase

(KPC) por Acinetobacter baumannii, mas apenas na ilha de Porto Rico.37

3. β lactamases de classe B (ou metalo β lactamases), que hidrolisam

carbapenemos e outros β lactâmicos (exceto monobactamos) e são inibidas por

quelantes de iões metálicos.38,39 Este grupo de enzimas não é o mais

frequentemente descrito e, quando identificadas, podem ser IMP-like, VIM-like,

SIM-1, NDM-like.40,41 Deste grupo destaca-se a presença em Portugal de IMP-

5.42

4. β lactamases de classe C, que conferem resistência às cefalosporinas. Deste

género de enzimas, a bactéria Acinetobacter baumannii produz intrinsecamente

o tipo AmpC num nível basal baixo que não exerce muita influência na atividade

das cefalosporinas de largo espectro; no entanto, se existir uma determinada

sequência upstream, esta funciona como promotor, aumentando a expressão da

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enzima e conferindo assim resistência.44,45 A enzima AmpC apresenta variantes,

que são as enzimas do tipo cefalosporinases derivadas de Acinetobacter (ADC),

e algumas destas, como a ADC-13 e ADC-56, apresentam uma atividade

alargada, conferindo resistência também às cefalosporinas de 4ª geração.45-47

5. β lactamases de classe D, ou oxacilinases, que hidrolisam a amoxicilina e a

cefalotina e cuja atividade não é inibida significativamente pelo ácido

clavulânico. Muitas destas enzimas têm também atividade intrínseca de

carbapenamase, podendo também ser designadas por β lactamases classe D

hidrolisadoras de carbapenemos (CHDL).48,49 A bactéria Acinetobacter

baumannii produz intrinsecamente uma enzima deste grupo, OXA-51, que

apresenta atividade fraca contra os carbapenemos, mas que se superexpressa

quando ocorre inserção upstream de um elemento ISAba1 pode causar

diminuição da susceptibilidade a estes antibióticos.50,51 Além de produção

intrínseca, a bactéria Acinetobacter baumannii pode também ter como fonte de

resistência oxacilinases adquiridas, que diminuem a resistência a carbapenemos,

mas que poupam as cefalosporinas de largo espectro. Neste contexto, para que se

observe alta resistência aos carbapenemos, tem de se considerar outros

mecanismos, tais como bomba de efluxo ou perda de porinas. Assim, temos

cinco grupos de oxacilinases adquiridas: um primeiro que inclui OXA-23, OXA-

27 e OXA-49; um segundo composto por OXA-40 (agora designada por OXA-

24), OXA-25, OXA-26, OXA-72; um terceiro constituído por OXA-58, OXA-

96, OXA-97; um quarto formado pela OXA-143; e por último, um quinto

composto por OXA-235, OXA-236 e OXA-237. Destas enzimas há que destacar

a OXA-23, a mais disseminada pelo mundo e a OXA-40, extensamente

identificada em algumas partes do globo, como a Península Ibérica.40, 48

b) Sulbactam:

Um inibidor de β lactamase que excecionalmente apresenta atividade intrínseca

contra a espécie Acinetobacter. Os mecanismos moleculares associados ao seu

mecanismo de ação e resistência ainda não estão completamente esclarecidos.

Possivelmente atuará pela inibição de proteínas que se ligam à penicilina (PBP 1 e 3) e

a resistência está associada à produção de TEM-1, ao aumento de efluxo por

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superexpressão da bomba de efluxo AdeB e menos frequentemente a alterações na

PBP1 e 3.52-54

c) Rifampicina:

Antibiótico que exerce a sua ação ligando-se à ARN polimerase bacteriana e

inibindo a iniciação da transcrição. O principal mecanismo de resistência é a

substituição de aminoácidos na subunidade β da ARN polimerase (gene rpoB); sendo

necessária apenas uma mutação para criar resistência e, por isso, a monoterapia com

este antibiótico está contra indicada. Também a modificação enzimática da rifampicina

e o efluxo desta por uma bomba de efluxo são mecanismos associados a resistência a

este fármaco.55,56

d) Aminoglicosídeos:

Antibióticos que se ligam à subunidade 30S do ribossoma, inibindo a síntese

proteica. Os mecanismos de resistência que a bactéria Acinetobacter baumannii

apresenta relativamente a este grupo de antibióticos são a modificação enzimática e a

produção de metiltransferases da subunidade 16S do ribossoma, ArmA e RmtB.57-61

e) Fluoroquinolonas:

Antimicrobianos que se ligam à ADN girase e à topoisomerase IV, interferindo

com a síntese de ADN. O mecanismo primário de resistência é a substituição de

aminoácidos nestas enzimas, conferindo um alto nível de resistência. Outro mecanismo

é superexpressão de bombas de efluxo (da família RND – AdeFGH, AdeABC, AdeIJK;

e da família MATE - AbeM).62-65

f) Tetraciclinas:

Antibióticos que se ligam à subunidade ribossomal 30S onde exercem a sua

ação; os mecanismos envolvidos na resistência são bombas de efluxo (AdeABC, da

família RND e as proteínas Tet (A) e (B)) e produção de proteínas que protegem a

subunidade 70S do ribossoma Tet (M) e (O).63,66,67 Um derivado das tetraciclinas, a

tigeciclina, foi desenhada para ultrapassar a maioria das resistências e apresenta

atividade contra a bactéria Acinetobacter baumannii; no entanto, a bomba de efluxo do

tipo AdeABC, principalmente quando superexpressa confere resistência a este

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antimicrobiano.68,69 Além disso, uma mutação no gene trm, codificando uma

metiltransferases, também diminui a susceptibilidade à tigeciclina.70

g) Polimixinas:

Polipéptidos anfipáticos que interagem com o lípido A da membrana externa das

bactérias Gram negativo e que provocam a morte celular de forma dependente da

concentração.71 A colistina é um antibiótico deste grupo e tem sido utilizada para

combater a bactéria Acinetobacter baumannii. No entanto, também já estão descritos

alguns mecanismos de resistência, nomeadamente alterações no lípido A (componente

do LPS), resultantes de mutações no sistema de dois componentes PmrAB e, também, a

perda completa da produção de LPS, consequência de mutações nos genes lpxA, lpxC e

lpxD, que codificam as proteínas que iniciam a síntese de LPS.72-74

Diagnóstico Microbiológico e Molecular

A identificação fenotípica individual das espécies do género Acinetobacter é difícil (em

1986, Bouvet e Grimont criaram um esquema baseado em 28 testes fenotípicos, que foi

melhorado em 1987 mas que não permite identificar as espécies descobertas mais

recentemente, e nomeadamente, distinguir entre as bactérias Acinetobacter baumannii e

Acinetobacter espécie genómica 13TU)75 e a utilização dos sistemas automáticos ou

manuais de identificação requer ainda confirmação. Atualmente, os métodos como a

hibridização ADN-ADN, a sequenciação de 16S rADN, polimorfismos em

comprimento amplificados (AFLP) e técnica de PCR por espectrometria de massa por

ionização por electrospray (PCR/ESI-MS) podem ajudar a identificar ao nível da

espécie.3,76

Em termos de epidemiologia molecular, as técnicas gold standard são a eletroforese em

gel de campo pulsátil (PFGE) e AFLP. Relativamente ao conhecimento da estrutura

populacional, as técnicas que podem ser utilizadas para a sua investigação são a tipagem

por sequência de multi-locus (MLST) e PCR/ESI-MS.76

Os desenvolvimentos neste campo da identificação incluem: a identificação por deteção

do gene da carbapenamase blaOXA-51, intrínseca à espécie Acinetobacter baumannii77

e um método baseado em PCR que explora as diferenças entre os genes gyrB das

espécies Acinetobacter baumannii e Acinetobacter espécie genómica 13TU.78

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Quanto à realização do antibiograma, tanto o Comité Europeu para os Testes de

Suscetibilidade Antimicrobiana (EUCAST) como o Instituto de Referências Clínicas e

Laboratoriais (CLSI) apresentam recomendações relativamente aos métodos a utilizar,

que antibióticos testar e respetivos pontos de corte (ver anexos II e III).79,80

Relativamente à determinação da suscetibilidade da colistina o EUCAST publicou, em

Março de 2016, uma recomendação que estabelece como método de referência para a

determinação da concentração inibitória mínima (CIM) o método de microdiluição em

meio líquido.81

A norma 0004/2013 da Direção Geral da Saúde, atualizada em Novembro de 2015,

relativa à vigilância epidemiológica das resistências aos antimicrobianos, determina a

notificação obrigatória dos microrganismos alerta (ver anexo I), nomeadamente a

bactéria Acinetobacter resistente à colistina e dos microrganismos problema (ver anexo

I), como a bactéria Acinetobacter com origem no sangue ou no líquido

cefalorraquidiano. A norma estabelece também os antimicrobianos que devem ser

testados nos vários microrganismos, especificamente para o Acinetobacter, os

antibióticos previstos são imipenem, meropenem, ciprofloxacina, levofloxacina,

gentamicina, tobramicina, amicacina, cotrimoxazol e colistina.8

Epidemiologia Mundial

A importância dada a esta bactéria aumentou bastante no final da década de 80, com o

aparecimento e disseminação de três clones predominantes – clones internacionais, CIs

– capazes de causar surtos hospitalares (destes, CI1 e CI2 são considerados

multirresistentes). Atualmente, mais de 400 tipos sequenciados por MLST estão

registados na base de dados de MLST de Acinetobacter baumannii e existem pelo

menos seis clones major distribuídos pelo mundo, incluindo os três clones

internacionais originalmente identificados.82 Dos clones internacionais, o mais

prevalente em relação com a resistência aos carbapenemos é o clone internacional

II.83,84

Na Europa, a mobilidade entre países de doentes colonizados com Acinetobacter

baumannii permitiu a introdução e disseminação de estirpes multirresistentes do Sul

para o Norte deste continente.85,86 Além disso, as viagens aéreas também estão descritas

como tendo contribuído para a disseminação intercontinental entre a Europa e outros

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9

países.87,88 Existem grandes variações na taxa de resistência combinada aos antibióticos

na Europa, sendo que geralmente estas são mais altas no Este, Sul e Sudeste europeu

(25-87%) - em comparação com o Norte ( <10%) (anexo IV).89

No continente americano, em particular na América do Norte, os estudos de vigilância

demonstraram a emergência de estipes multirresistentes desta bactéria.90 Uma

importante influência na epidemiologia das infeções por Acinetobacter baumannii nos

Estados Unidos da América foi o regresso dos militares que estiveram nas campanhas

do Iraque ou do Afeganistão. Aquando do regresso destes militares, foi observado um

aumento das infeções por esta bactéria, no momento ou pouco depois da sua admissão,

a maioria dos doentes tinham sido tratados em hospitais de campanha previamente à

evacuação. Foram cultivados isolados da bactéria a partir de superfícies inanimadas dos

hospitais de campanha e relacionadas genotipicamente com os isolados dos doentes, o

que suporta a hipótese de aquisição da bactéria nos hospitais de campanha.91-94

Relativamente à América do Sul, de acordo com um programa de vigilância nos anos

2002-2004, os isolados de Acinetobacter eram menos suscetíveis aos antibióticos

testados (meropenem, imipenem, ceftazidima, piperacilina-tazobactam, ciprofloxacina e

gentamicina), variando a susceptibilidade de 28% em ceftazidima a 72% em

carbapenemos), comparativamente com a América do Norte e Australásia cuja

susceptibilidade variava de 63 % em ceftazidima a > 90% a carbapenemos.95

Em relação ao continente africano, os dados disponíveis são muito limitados, e

reportam-se sobretudo à situação na África do Sul (por exemplo, num estudo de

isolados de bacteriemia causada por esta bactéria, observou-se 30% de bactérias

resistentes a carbapenemos, 40% resistente a cefepime e piperacilina-tazobactam e 30%

resistente a ciprofloxacina e levofloxacina).96

Na Ásia e no Médio Oriente, segundo o estudo SENTRY no período 2011-2004, as

taxas de não susceptibilidade excediam os 25% para imipenem e meropenem, 40% para

cefepime, ceftazidima e ampicilina-sulbactam, 35% para amicacina e 45% para

ciprofloxacina. Também já foi descrita nesta região resistência à tigeciclina e à

polimixina B.97-99

Os primeiros casos de Acinetobacter baumannii reportados na Austrália em 1992 foram

infeções na comunidade, sendo que ascendência aborígene, tabaco, alcoolismo, diabetes

mellitus e doença obstrutiva crónica das vias aéreas foram apontados como fatores de

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10

risco.100 No primeiro surto descrito de infeção hospitalar por esta bactéria na Austrália

em 1996, as resistências aos antibióticos englobavam a gentamicina, cefalosporinas e

ticarcilina e algumas resistências à ciprofloxacina; mais recentemente já envolviam

resistências também a carbapenemos e diminuição da susceptibilidade à tigeciclina.101-

103

Epidemiologia Nacional

Em 1998, Da Silva GJ et al fizeram a primeira descrição de Acinetobacter baumannii

resistente a carbapenemos em Portugal, quando isolaram duas bactérias (125 FFC e 65

FFC), que se mostraram resistentes ao imipenem e ao meropenem. Para além da

resistência a estes antibióticos, estas estirpes apresentavam resistência a cefalosporinas e

eram sensíveis à ciprofloxacina e a aminoglicosídeos.104 Mais tarde, veio a demonstrar-

se que a resistência aos carbapenemos era devida à presença de uma metalo β lactamase,

IMP-5 e que este isolado pertence ao complexo clonal 32 ou clone internacional IV

(anexo V).42,105 Em 2015 foi descrita por Grosso F et al a presença desta metalo β

lactamase numa espécie de Acinetobacter que não Acinetobacter baumannii, mais

precisamente em Acinetobacter bereziniae, o que pode fazer supor que as bactérias

possam ser reservatórios de resistências umas para as outras, ocorrendo depois

transferência horizontal dos genes resistentes.106

Em 2004, Da Silva GJ et al realizaram um estudo em que foram comparados isolados

portugueses (n=108) correspondentes aos anos de 1998 a 2003 e um outro isolado de

1995 (988FFP, do Hospital Padre Américo) com um isolado espanhol. Este estudo

concluiu que:

- Todos os isolados apresentavam o gene blaOXA-40.

- Todos os isolados demonstravam um perfil de resistência aos antibióticos idêntico:

- Resistentes a amoxicilina, amoxicilina-ácido clavulânico, ureidopenicilinas e

associações, cefoxitina, ceftriaxone, ceftazidima, cefepime, cefpirone, aztreonam,

ampicilina-sulbactam e carbapenemos;

- Suscetíveis de modo variável aos aminoglicosídeos

- Todos os isolados apresentavam um perfil de ADN também idêntico.

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11

Estes dados sugerem a existência de um ancestral comum que se terá disseminado pela

Península Ibérica.107

Mais tarde, em 2007, outro estudo de Da Silva G et al juntou a estes isolados outros

isolados dos anos de 2000 a 2004, analisando-os através de PFGE e, depois de

selecionados 10 isolados representativos, através de AFLP. O estudo verificou que os

isolados representativos pertenciam ao clone internacional II (fig.2). O perfil de

resistência aos antibióticos era similar mas não idêntico:

- Resistentes a amoxicilina, amoxicilina-ácido clavulânico, ampicilina-

sulbactam, ureidopenicilinas e associações, cefuroxima, cefoxitina, ceftriaxone,

cefotaxima, ceftazidima, cefepime, cefpirone, aztreonam, imipenem, meropenem e

quinolonas

- Sensibilidade variável à amicacina, tobramicina e polimixina B.

À exceção de um isolado, todos os outros isolados apresentavam o gene blaOXA-24.108

A reanálise dos dados de Quinteira S et al, de 2007, registou uma taxa de resistência à

colistina de 6,7% (10/149 isolados analisados referentes ao período de 2001 a

2004).109,110

Em 2010, ocorre a primeira descrição de isolados com presença de blaOXA-23 em

Portugal por Grosso F et al, no hospital de São Teotónio em Viseu; no caso reportado é

também descrita a aquisição in vivo de resistência à amicacina.111

Um outro estudo, em 2011, por Manageiro V et al, com isolados de nove hospitais de

quatro regiões geográficas diferentes de Portugal, analisou a diversidade genética com

recurso a PFGE e MLST. Combinando os oito perfis de PFGE que identificaram com a

produção de oxacilinases e a não suscetibilidade a carbapenemos, obtiveram cinco tipos

de sequência, ou STs: ST92, ST98, ST118, ST187, ST188. Destes STs, os três que mais

contribuem para a alta prevalência de resistência aos carbapenemos em Acinetobacter

baumannii são ST92 (produtor de OXA-23, muito associado com expressão TEM),

ST118 (produtor de OXA-23 ou OXA-24) e ST98 (produtor de OXA-24); foi

demonstrado que estes três STs têm um ancestral comum. Em relação ao ST98, é

sugerido que já existia em Portugal antes da aquisição do gene blaOXA-24, porque apenas

apresenta oxacilinases do tipo OXA-66. Relativamente ao ST118, que aparenta estar a

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12

substituir o ST98 como endémico em Portugal, o estudo propõe duas possibilidades

para o seu aparecimento: importação e aquisição de diferentes genes de resistência ou,

evolução a partir de STs próximos disseminados em regiões de Portugal continental. O

estudo refere ainda que o ST118 já identificado em serviços de saúde foi descrito pela

primeira vez na comunidade.112

Em 2012, os mesmos autores, com parte dos isolados do estudo anterior acrescentaram

às conclusões anteriores uma proposta de diferentes origens genéticas para a resistência

aos carbapenemos. Esta proposta baseia-se na observação de que nos ST92 e ST118, a

sequência IsaAba1 (relacionada com resistência aos carbapenemos, ver mecanismos de

resistência) poderia estar situada upstream o gene blaOXA-23 ou existirem duas cópias

desta sequência a flanquear o gene.113

Grosso F et al, em 2011, identificaram uma predominância do gene blaOXA-23 desde

2006 em alguns isolados. Estes apresentavam resistência a todos os antibióticos β

lactâmicos testados, incluindo carbapenemos e também CIMs altas para a tigeciclina, o

que poderia explicar a sua dominância. Os isolados foram analisados através de PFGE e

MLST, sendo que um dos perfis de PFGE demonstrava a presença de blaOXA-23 e blaOXA-

24 e que depois foi associado aos ST92 (blaOXA-23) e ST98 (blaOXA-24). Neste estudo foi

identificado também o gene blaOXA-58, menos prevalente, o que poderia ser explicado

pela sua maior suscetibilidade aos antibióticos, nomeadamente ao meropenem e à

tigeciclina. Estes isolados foram depois identificados como pertencentes ao ST103. Na

fig.1 pode observar-se a relação destes isolados portugueses com outros de uma base de

dados de MLST.114

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Figura 1 - Clustering de STs de Acinetobacter baumannii, estando assinalados por setas os

isolados portugueses. Adaptado de: Grosso F, Quinteira S, Peixe L. Understanding the dynamics of imipenem resistant Acinetobacter baumannii lineages within Portugal. Clin Microbiol Infect 2011;17:1275–9

Um outro estudo, de 2016, por Duarte A et al, com isolados de 2010 a 2012, além de

caracterizar os perfis de PFGE e a susceptibilidade aos antibióticos, analisou a

capacidade de formação de biofilme, um fator importante de virulência como já

referido. Nos 79 isolados foram identificados nove perfis de PFGE, o que sugere uma

relação clonal alta. Além disso, o perfil de resistência aos antibióticos era idêntico -

resistência a penicilinas, cefalosporinas, carbapenemos, quinolonas – apenas variável na

resistência a aminoglicosídeos; todos eram suscetíveis à colistina. No que concerne à

capacidade de formação de biofilme, 59 isolados demonstraram capacidade de o formar,

sendo que neste estudo esta maior capacidade não se associou a nenhum perfil de

PFGE. Relativamente ao tipo de amostra, os isolados provenientes de amostras de urina

demonstraram maior capacidade de formação de biofilme comparativamente aos

isolados provenientes de expetoração. Em relação ao serviço de proveniência, as

amostras provenientes do serviço de urgência tinham também maior capacidade de

formação de biofilme. Estes achados sugerem que a formação de biofilme pode ser

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14

influenciada pela origem da estirpe e que pode ter um papel na colonização e

disseminação destes microrganismos.115

Também em 2016, outro estudo, de Manageiro V et al, com isolados de 2009 a 2013,

analisou a atividade da tigeciclina em isolados de bactérias Gram negativo,

nomeadamente em Acinetobacter baumannii. Dos isolados desta bactéria, todos

expressavam carbapenamases (OXA-23 e/ou OXA-24) e apenas 3,8 % eram suscetíveis

a este fármaco.116

No anexo VI encontra-se uma tabela resumo da literatura portuguesa revista sobre

Acinetobacter baumannii.

Em 2014, a Direção Geral da Saúde, publicou no documento do Programa de Prevenção

e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, dados estatísticos

relativos à bactéria Acinetobacter baumannii do ano de 2012 em Portugal. Neste

documento, e segundo dados do Relatório Anual da Rede Europeia de Vigilância da

Resistência a Antimicrobianos (EARS-Net), a taxa de resistência a fluoroquinolonas era

de 77,4%, a aminoglicosídeos era de 65,1%, a carbapenemos era de 79,2% e taxa de

resistência combinada a estes três grupos de antibióticos era de 64,3%. Assim, em 2012,

Portugal encontrava-se entre os países com elevada taxa de resistência a

antimicrobianos em relação à bactéria Acinetobacter baumannii.117

De acordo com os dados estatísticos referentes ao género Acinetobacter publicados em

2017 no relatório anual da EARS-Net, referentes ao período 2012-2015, Portugal

apresenta atualmente uma tendência decrescente relativamente às taxas de resistência a

fluoroquinolonas (55,8% em 2015), aminoglicosídeos (46,5% em 2015), carbapenemos

(57,7% em 2015) e à taxa de resistência combinada destes três antibióticos (45% em

2015).89

Em dezembro de 2017, no documento do Programa de Prevenção e Controlo de

Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos 2017, publicado pela Direção Geral da

Saúde, os dados estatísticos de 2016 relativos à bactéria Acinetobacter baumannii

demonstram uma descida da taxa de resistência combinada a fluoroquinolonas,

aminoglicosídeos e carbapenemos para 37,9%.118 Nesse mesmo ano, e segundo dados

disponíveis da EARS-Net, a taxa de resistência a fluoroquinolonas desceu para 50,5%, a

aminoglicosídeos desceu para 39,3% e a carbapenemos diminui para 51,5%.119

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Nas figuras 2 a 5 pode-se observar a evolução das várias taxas de resistência no período

de 2012 a 2016, em Portugal.

Figura 2 - Gráfico da evolução da taxa de resistência às fluoroquinolonas no período 2012-2016

em Portugal. Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Disponível em: ecdc.europa.eu/en/antimicrobial-

resistance/surveillance-and-disease-data/data-ecdc.

Figura 3 - Gráfico da evolução da taxa de resistência a aminoglicosídeos durante o período

2012-2016 em Portugal. Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Disponível em: ecdc.europa.eu/en/antimicrobial-

resistance/surveillance-and-disease-data/data-ecd

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Figura 4 - Gráfico de evolução da taxa de resistência a carbapenemos no período 2012-2016, em

Portugal. Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Disponível em: ecdc.europa.eu/en/antimicrobial-

resistance/surveillance-and-disease-data/data-ecd

Figura 5 - Gráfico de evolução da taxa de resistência combinada a fluoroquinolonas,

aminoglicosídeos e carbapenemos no período 2012-2016 em Portugal. Retirado de: Rodrigues MR, Lebre AI, Alves A, Félix AM, Cruz AP, Palos C et al. Programa de Prevenção e

Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos 2017. Direção Geral da Saúde. 2017 Disponível em:

www.dgs.pt/publicacoes/documentos-dgs.aspx

Opções Terapêuticas

Do exposto se constata que as opções terapêuticas para o tratamento de Acinetobacter

baumannii multirresistente são limitadas. Na bibliografia revista está descrita a

utilização de colistina, tigeciclina, sulbactam e terapêutica de associação, estando novos

agentes em investigação, já testados in vitro, mas não in vivo.

Colistina

A colistina faz parte do grupo de antibióticos das polimixinas, sendo administrada sob a

forma de pró-fármaco (metanossulfonato de colistina) e apresentando várias formas de

administração – endovenosa, intraventricular, intrarraquidiana ou inalada.3,71 Com o

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aparecimento de organismos multirresistentes, este antibiótico que tinha sido colocado

na última linha de terapêutica devido à sua nefrotoxicidade e neurotoxicidade, voltou a

ter utilidade. A sua toxicidade renal foi reavaliada e demonstrou-se que a sua incidência

é menos frequente e grave do que tinha sido reportado; alguns dos fatores apontados

para este facto foram a melhoria da formulação, a não administração simultânea de

fármacos com toxicidade renal e/ou neurológica ou uma adequação da dose. Os dados

em relação à farmacocinética da colistina são escassos e não existe ainda consenso

sobre o melhor método de administração deste antibiótico.120,121

No entanto, já estão descritos casos de resistência e de heterorresistência pela bactéria

Acinetobacter baumannii a este antimicrobiano. A heterorresistência caracteriza-se pela

emergência de resistência numa subpopulação pertencente a uma população suscetível

(CIM≤ 2mg/L).122 A deteção de heterorresistência permite alertar para uma utilização

inadequada de colistina que pode gerar resistência e falência terapêutica.123 Aliás, o uso

prévio de colistina pode ser um fator de risco para uma maior taxa de

heterorresistência.124 Contudo, a deteção da heterorresistência requer métodos e

equipamentos específicos, pelo que a maioria dos laboratórios não a pesquisa

rotineiramente.122

Os mecanismos de resistência à colistina estão supradescritos – alterações no lípido A,

consequência de mutações no sistema de dois componentes PmrAB e perda completa da

produção de LPS.72-74 Um estudo de 2012, nos Estados Unidos da América, por Qureshi

ZA et al, colocou a hipótese que a resistência a este antibiótico surja

predominantemente por pressão seletiva durante a terapêutica, após terem observado

que, em todos os doentes excepto um de onde isolaram Acinetobacter baumannii

resistente a este antibiótico, tinham tido exposição prévio a este.125

Tigeciclina

Como descrito anteriormente este antibiótico é uma glicilciclina, um derivado

semissintético da minociclina, inibe a síntese proteica por ligação à subunidade 30S do

ribossoma e é estável contra a maioria dos mecanismos de resistência contra as

tetraciclinas.126 Algumas estirpes da bactéria Acinetobacter baumannii já apresentam

suscetibilidade diminuída à tigeciclina, sendo um dos mecanismos a superexpressão de

uma bomba de efluxo.68,69,127 Em Portugal, em isolados de 2009 a 2013, a percentagem

de suscetibilidade a este antibiótico era baixa.115

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Sulbactam

Este antimicrobiano pertence à classe de inibidores de β lactamases e tendo a

particularidade de demonstrar atividade intrínseca contra o género Acinetobacter,

presumivelmente por se ligar a PBPs.128,129 Os mecanismos de resistência associados ao

sulbactam já foram descritos nos mecanismos de resistência – produção de TEM-1,

aumento de efluxo por superexpressão da bomba de efluxo Ade e alteração das PBP 1 e

3.52-54

Uma revisão sistemática e meta-análise de Chen H et al, de 2017, analisou a eficácia de

regimes terapêuticos com sulbactam no tratamento do complexo Acinetobacter

baumannii. Esta revisão analisou doze estudos de coorte prospetivos e retrospetivos,

que comparavam associações de sulbactam com ampicilina ou colistina ou

carbapenemos com terapêuticas sem este antimicrobiano (carbapenemos, colistina,

cefalosporinas, penicilinas, quinolonas, aminoglicosídeos e tigeciclina). Considerando

as limitações da revisão – número limitado de artigos, tamanho reduzido das amostras

de sulbactam na análise por subgrupos, ausência de identificação dos microrganismos

ao nível da espécie, ausência de ensaios controlados aleatorizados e heterogeneidade

nos antibióticos comparadores- os dados sugerem que a terapêutica com sulbactam não

terá uma eficácia superior à terapêutica comparadora. No entanto, na análise por

subgrupos comparando a associação sulbactam-ampicilina com colistina ou

carbapenemos, parece que esta associação poderá ser superior à colistina mas inferior

aos carbapenemos (fig.6 e 7). De salientar também que neste estudo, considerando o

regime posológico, o regime com altas doses de sulbactam (que variou entre 9 a 15g/dia

em 3 tomas) mostrou vantagem, além de que foi melhor tolerado e sem efeitos adversos

graves reportados, quando comparado com colistina e tigeciclina.130

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Figura 6 - Análise da resposta clínica por subgrupos de antibióticos. Adaptado de: Chen H, Liu Q , Chen Z, Li C. Efficacy of sulbactam for the treatment of Acinetobacter baumannii

complex infection: A systematic review and meta-analysis. J Infect Chemother 2017;23:278 –85.

Figura 7 - Análise dos regimes posológicos no subgrupo de sulbactam. Adaptado de: Chen H, Liu Q , Chen Z, Li C. Efficacy of sulbactam for the treatment of Acinetobacter baumannii

complex infection: A systematic review and meta-analysis. J Infect Chemother 2017;23:278 –85

O sulbactam não se encontra disponível no mercado nacional, nem isolado ou em

associação com outros antibióticos. A sua aquisição é possível por importação sob

autorização da autoridade competente, o INFARMED, mecanismo a que recorre o

Centro Hospitalar Lisboa Norte para disponibilizar o sulbactam no armamentário

terapêutico.131,132

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Terapêutica de combinação

Para evitar a emergência de resistências, uma alternativa que tem vindo a ser discutida é

a terapêutica de combinação. No European Congress of Clinical Microbiology and

Infectious Diseases de 2017, Anastasia Antoniadou apresentou uma comunicação sobre

a evidência existente sobre este tipo de terapêutica em bactérias Gram-negativo

multirresistentes. O trabalho contemplou a revisão de três tipos de estudos – in vitro, em

modelos animais e estudos clínicos – e de meta-análises para três bactérias:

Pseudomonas, Acinetobacter e Klebsiella. Em Acinetobacter, os estudos in vitro

demonstraram efeito sinérgico dos antimicrobianos testados. Dos estudos clínicos,

apenas dois, realizados em doentes com infeções mistas, demonstraram benefício. A

generalidade dos estudos clínicos apresentou uma maior taxa de erradicação do agente

patogénico, com os esquemas de combinação.

A autora conclui que, para Acinetobacter, a terapêutica de combinação não afeta a

mortalidade, em doentes estáveis (evidência de qualidade moderada).133

Na comunicação, a autora refere ainda duas meta-análises.

Paul M et al., em 2014, concluíram que:

- A monoterapia com colistina apresentava uma posologia inadequada.

- A monoterapia com colistina não demonstrou diferença nos outcomes

comparativamente à terapêutica de combinação.

- A terapêutica de combinação apresentou um ligeiro benefício na comparação de

qualquer combinação com qualquer monoterapia (fig.8).134

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Figura 8 - Análise da mortalidade por todas as causas comparando monoterapia com colistina e

terapêutica de combinação incluindo colistina. Adaptado de: Paul M, Carmeli Y, Durante-Mangoni E, Mouton J, Tacconelli E, Theuretzbacher U et al. Combination

therapy for carbapenem-resistant Gram-negative bacteria. J Antimicrob Chemother 2014;69:2305–9

Zusman O et al., em 2017, concluíram que:

- A monoterapia com colistina em bactérias Gram negativo multirresistentes

demonstrou mortalidade mais elevada comparativamente à combinação de colistina com

outros fármacos como carbapenemos, tigeciclina, aminoglicosídeos ou fosfomicina (OR

1,58 na comparação com carbapenemos e OR 1,57 com tigeciclina, aminoglicosídeos ou

fosfomicina, favorecendo a terapêutica de combinação). No entanto, devido ao baixo

grau de qualidade de evidência dos artigos analisados, estes resultados não devem ser

tomados como robustos para suportar a opção por terapêutica de combinação.

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- Relativamente à combinação de colistina com carbapenemos em Acinetobacter, esta

não demonstrou diferença significativa na mortalidade em comparação à monoterapia

com colistina.

- Os únicos estudos controlados aleatorizados até à data do artigo não demonstraram

benefício na combinação de colistina com rifampicina ou fosfomicina para infeções por

Acinetobacter.

- Observando a mortalidade por todas as causas, apenas se verifica diferença com

benefício para a terapêutica de combinação na bacteriemia, mas apenas dois estudos

foram realizados em doentes com Acinetobacter (um estudo com combinação de

colistina e sulbactam e outro com combinação de colistina e carbapenemo), a maioria

dos estudos foi realizado em doentes com Klebsiella (fig.9).135

Figura 9 - Análise da mortalidade por qualquer causa, dividida por tipo de infeção, comparando

monoterapia com polimixinas e terapêutica de combinação. Adaptado de: Zusman O, Altunin S, Koppel F, Benattar YD , Gedik H , Paul M. Polymyxin monotherapy or in combination against carbapenem-resistant bacteria: systematic review and meta-analysis. J Antimicrob Chemother

2017;72:29–39

Novos agentes

Em 2014, um estudo descreveu um produto natural de um fungo (Aspergillus

versicolor), a aspergilomarasmina A, que inibe metalo β lactamases, como NDM e

VIM-2. Foi demonstrada, in vitro e in vivo, que esta inibição permite restaurar a

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atividade de meropenem contra, nomeadamente o género Acinetobacter, podendo a

aspergilomarasmina A ser utilizado como adjuvante.136

Em Setembro de 2017, foi publicado um artigo sobre novos agentes no tratamento de

infeções por bactérias Gram-negativo. Dos vários agentes apresentados e que estão em

estudo, os que demonstraram atividade in vitro contra Acinetobacter baumannii foram o

cefiderocol, a plazomicina e a eravaciclina. No entanto, ainda não há ensaios clínicos

para Acinetobacter baumannii com estes antimicrobianos.137

O cefiderocol é uma cefalosporina siderófora com uma fração de catecol na posição 3

da cadeia lateral, que permite a ligação de ferro, o que permite que o complexo

cefiderocol-ferro se ligue ao sistema de transporte de ferro, interferindo na síntese da

parede celular. Este antibiótico demonstrou atividade in vitro contra Acinetobacter

baumannii produtor de β lactamases tipo OXA.138-140

A plazomicina é um derivado aminoglicosídeo de sisomicina que inibe a síntese

proteica ligando-se à subunidade ribossomal 30S. Este antimicrobiano demonstrou um

aumento significativo de atividade contra isolados Acinetobacter baumannii produtor de

OXA.141

A eravaciclina é uma tetraciclina fluorociclina sintética que se liga ao ribossoma e inibe

a síntese proteica.142 Este antibiótico apresenta uma estrutura química semelhante com a

da tigeciclina, ultrapassando alguns dos mecanismos de resistência associados às

tetraciclinas.143,144 Contudo, já foram detetadas CIMs elevadas em isolados com a

presença da bomba de efluxo tet (A) e numa estirpe com superexpressão de tet (X).145

Em termos de suscetibilidade, a eravaciclina demostra frequentemente uma correlação

com a tigeciclina. No entanto, um estudo demonstrou duas a quatro vezes mais

atividade com a eravaciclina do que com a tigeciclina em Acinetobacter baumannii

resistente a carbapenemos.146

Conclusão

A bactéria Acinetobacter baumannii é uma bactéria Gram-negativo que tem ganho

importância na clínica como agente patogénico com elevada resistência aos antibióticos

disponíveis. De facto, esta bactéria é resistente a β lactâmicos de espectro alargado,

fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, tetraciclinas a polimixinas, apresentando múltiplos

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mecanismos de resistência. A esta enorme capacidade de resistência aos antibióticos,

juntam-se os seus fatores de virulência e a sua resistência inata à dessecação que lhe

permite sobreviver por períodos longos no ambiente.

A bactéria Acinetobacter baumannii é encontrada principalmente em ambiente hospital

durante surtos, sendo capaz de colonizar e infetar doentes hospitalizados. É responsável

por diversos tipos de infeções hospitalares graves, causando também infeções na

comunidade.

A identificação fenotípica individual das espécies do género Acinetobacter é difícil,

sendo que atualmente os métodos moleculares (hibridização ADN-ADN, a

sequenciação de 16S rADN, AFLP e PCR/ESI-MS) podem ajudar neste campo. Na

epidemiologia molecular e estrutura populacional da bactéria Acinetobacter baumannii,

as técnicas utilizadas são PFGE, AFLP, MLST, PCR/ESI-MS.

Em termos epidemiológicos, existem pelo menos seis clones internacionais major

distribuídos pelo mundo, sendo que o clone I e o clone II são considerados

multirresistentes e o mais prevalente em relação à resistência aos carbapenemos é o

clone II.

Em Portugal, as estirpes descritas de 1998 a 2012 podem ser integradas nos clones

internacionais II e IV, com perfis de resistências a um painel de antibióticos alargado

(cefalosporinas, carbapenemos, fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, tigeciclina e

colistina). Assim, e de acordo com dados de 2012, Portugal encontrava-se entre os

países com elevada taxa de resistência a antimicrobianos em Acinetobacter baumannii.

Nos últimos anos, tem sido observada uma tendência decrescente na taxa de resistência

aos antimicrobianos (fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, carbapenemos) no nosso país.

As opções terapêuticas disponíveis para a bactéria Acinetobacter baumannii são

limitadas; mesmo as que estão descritas na literatura, como a colistina, a tigeciclina e o

sulbactam, apresentam resistências documentadas. A terapêutica de associação para este

agente não apresenta estudos robustos que demonstrem benefício; novos agentes com

atividade contra esta bactéria estão em desenvolvimento.

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41

Anexo I - Conceitos

Multirresistente: agente patogénico que não é suscetível a, pelo menos, um fármaco em

mais de três categorias antibióticas;

Extensivamente resistente: agente patogénico que é não suscetível a pelo menos, um

fármaco em todas menos duas categorias antibióticas;

Pan-resistente: agente que não é suscetível a qualquer categoria de fármaco.

Retirado de: Magiorakos AP, Srinivasan A, Carey RB, Carmeli Y, Falagas ME, Giske

CG et al. Multidrug-resistant, extensively drug-resistant and pandrug-resistant bacteria:

an international expert proposal for interim standard definitions for acquired resistance.

Clin Microbiol Infect 2012;18:268–81.

Microrganismo – alerta: os que apresentam um padrão de resistência ou suscetibilidade

intermédia aos antimicrobianos, pouco habitual ou de baixa prevalência em Portugal e

que, por esta razão, o seu isolamento implique a implementação de medidas urgentes

para a sua contenção

Microrganismo- problema: microrganismos que causam frequentemente doença e com

taxas de resistência epidemiologicamente significativa.

Retirado de: Direção Geral da Saúde. Norma nº 004/2013 de 08/08/2013 atualizada a

13/11/2015. Disponível em: www.dgs.pt.

Page 52: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

42

Anexo II - Antibiograma - Recomendações do EUCAST relativas aos métodos a

utilizar, que antibióticos testar e respetivos pontos de corte

Recomendações relativas aos métodos a utilizar, que antibióticos testar e respetivos

pontos de corte para penicilinas, cefalosporinas, carbapenemos e monobactamos,

segundo EUCAST.

Retirado de : The European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing.

Breakpoint tables for interpretation of MICs and zone diameters. Version 7.1, 2017.

Disponível em: www.eucast.org.

Page 53: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

43

Recomendações relativas aos métodos a utilizar, que antibióticos testar e respetivos

pontos de corte para fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, glicopéptidos,

lipoglicopéptidos, macrólidos, lincosamidas, estreptograminas, tetracilinas,

oxazolidonas e outros agentes segundo EUCAST. Retirado de : The European

Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing. Breakpoint tables for interpretation

of MICs and zone diameters. Version 7.1, 2017. Disponível em: www.eucast.org.

Page 54: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

44

Anexo III - Antibiograma - Recomendações do CLSI relativas aos métodos a utilizar,

que antibióticos testar e respetivos pontos de corte

Recomendações relativas aos métodos a utilizar, que antibióticos testar e respetivos

pontos de corte para penicilinas, associações de β lactâmicos e inibidores de β

lactamases, cefalosporinas, carbapenemos, lipopéptidos, aminoglicosídeos, tetraciclinas,

fluoroquinolonas e inibidores de folatos, segundo CSLI.

Retirado de: Clinical Laboratory Standards Institute. Performance Standards for

Antimicrobial Susceptibility Testing; Twenthy-Four Information Supplement. CLSI

document M100-S24. Wayne, PA: Clinical and Laboratory Standards Institute; 2014

Page 55: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

45

Anexo IV - Tabelas do EARS-Net relativas à evolução no período 2012-2015 da taxa de

resistência a antimicrobianos em Acinetobacter em diversos países europeus

Evolução da taxa de resistência a fluoroquinolonas no período 2012-2015 na Europa,

segundo EARS-Net.

Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Antimicrobial

resistance surveillance in Europe 2015. Annual Report of the European Antimicrobial

Resistance Surveillance Network (EARS-Net). Estocolmo: ECDC; 2017. Disponível

em: ecdc.europa.eu/en/publications-data.

Page 56: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

46

Evolução da taxa de resistência a aminoglicosídeos no período 2012-2015 na Europa,

segundo EARS-Net.

Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Antimicrobial

resistance surveillance in Europe 2015. Annual Report of the European Antimicrobial

Resistance Surveillance Network (EARS-Net). Estocolmo: ECDC; 2017. Disponível

em: ecdc.europa.eu/en/publications-data

Page 57: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

47

Evolução da taxa de resistência a carbapenemos no período 2012-2015 na Europa,

segundo EARS-Net.

Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Antimicrobial

resistance surveillance in Europe 2015. Annual Report of the European Antimicrobial

Resistance Surveillance Network (EARS-Net). Estocolmo: ECDC; 2017. Disponível

em: ecdc.europa.eu/en/publications-data

Page 58: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

48

Evolução da taxa de resistência combinada a fluoroquinolonas, aminoglicosídeos e

carbapenemos no período 2012-2015 na Europa, segundo EARS-Net.

Retirado de: European Centre for Disease Prevention and Control. Antimicrobial

resistance surveillance in Europe 2015. Annual Report of the European Antimicrobial

Resistance Surveillance Network (EARS-Net). Estocolmo: ECDC; 2017. Disponível

em: ecdc.europa.eu/en/publications-data

Page 59: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

49

Anexo V – Clones Internacionais descritos em Portugal

Dendograma de AFLP do clone internacional IV.

Adaptado de: Da Silva GJ, Van der Reijden T, Domingues S, Mendonça N, Petersen K,

Dijkshoorn I. Characterization of a novel international clonal complex (CC32) of

Acinetobacter baumannii with epidemic potential. Epidemiol. Infect. 2014;142:1554–8.

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Dendograma demonstrando a relação das estirpes portuguesas com outras pertencentes

ao clone internacional II.

Adaptado de: Da Silva G, Dijkshoorn L, Van der Reijden T, Van Strijen B, Duarte A.

Identification of widespread, closely related Acinetobacter baumannii isolates in

Portugal as a subgroup of European clone II. Clin Microbiol Infect 2007;13:190–5.

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51

Anexo VI - Resumo da literatura portuguesa revista sobre Acinetobacter baumannii

Isolado Ano Fonte

(hospitais)

Genes Perfil de Resistência

(CIM em μg/m L ou

mg/L)

STs e Cl Ref.

122FFC e

65FFC

1998 Coimbra 65FFC – IMP-5;

gene blaIMP

num

integrão de

classe 1

AMX>256, AMC 8

(65FFC: 16)

PIP 48, CAZ >256,

CRO>256, FEP >256,

ATM 64, IMP >32, MEM

>32

CIP 1,5 (65FFC 0,5)

Cl IV 42

104

105

108 isolados PT

1 estirpe ESP

(SM28)

1 estirpe PT

(A. baumannii

988FFP)

1998-2003 *1995: 988FFP

Espanha Portugal (HSMaria,

HUCoimbra,

HSAntónio – Porto)

blaOXA-40 Resistentes: AMX, AMC, TIC, TIM, PIP, TZP,

CIP,, SAM 64, FOX,

CRO, CAZ, FEP,

128<ATM<256 IMP >32

Variável:

aminoglicosídeos

107

133 isolados (10

representativos)

2000-2004 Lisboa (HSMaria, HSJ,

HSFX, HSAC), Setúbal (HSB), Coimbra

(HUC), Caldas da

Rainha, Pombal

blaOXA-24

presente em

todos excepto no isolado de

Pombal

Resistentes: AMC, AMX,

SAM, TIC, TIM, TZP, CXM, FOX, CRO, CTX,

CAZ, FEP, CPO, ATM,

IMP, MEM, NAL, CIP Variável: AMK, TOB,

PMB

Cl II 108

222 isolados (A.

baumannii -149

analisados)

2 isolados ( A.

haemolyticus)

2001-2004 Porto 3 perfis PFGE e

16sRNA – A, B,

C

A: blaOXA-40

A: AMX ≥256, AMC≥

256, CAZ ≥256, FEP≥32,

FOX≥256, TIC≥256,

TIM≥256, PIP≥256, TZP≥256, IMP ≥32,

MEM ≥32, 8<ATM<256

1< CST≤16

R CIP Variável

aminoglicosídeos

B: IMP ≥32, FOX≥256,

TIC≥256, TIM≥256,

PIP≥256, TZP≥256,64

<AMX <256,

64<AMC<256,

8<FEP<24, 16<ATM<256, 1<

CST≤16

2 <MEM<8, 4<CAZ<8

R CIP Variável

aminoglicosídeos

C: IMP≥32, AMC≥256,

FOX≥256, TIC ≥256, TIM≥256, MEM 4, AMX

128, CAZ 4, FEP 2, PIP

64, TZP 64, ATM 8,

2<CST<4 R CIP

Variável a

aminoglicosídeos

CST: 6,7% resistentes

109

110

Page 62: iii - repositorio.ul.pt · infeções do trato urinário, infeções da pele e tecidos moles, meningite e endocardite9-11 e também de infeções na comunidade - pneumonia, bacteriemia,

52

Isolado Ano Fonte

(hospitais)

Genes Perfil de Resistência

(CIM em μg/m L ou

mg/L)

STs e CI Ref

HST1 e HST1a

HST2 e HST3

2006 Viseu (HS Teutónio) blaOXA-23

blaOXA51

AMX >256, AMC >256,

TIC >256, TIM >256, PIP >256, TZP >256, CAZ

64, CTX>256, CPO>256,

FEP >32, FOX >256,

CEF>256, IMP>32, MEM >32, CST 32, MIN

32, TGC: 16 (HST2 32),

AMK 16 (HST2 64)

111

Abr/09-Abr/10:

116

2005-2008: 11

Abr/09 - Abr/10

e

2005-2008

CH Vila Real/Peso da

Régua,

CH Vila Nova de Gaia/Espinho, CH

Póvoa do Varzim e Vila

do Conde, Viseu,

CH Cascais, HGO, H Reynaldo dos Santos,

H. Militar Belém,

CH Funchal

blaOXA-66

(98,4%)

blaOXA-71

(0,8%)

blaOXA-104

(0,8%) bla

OXA-23

(77,2%) bla

OXA-24

(18,1%) bla

TEM-1(27,6%)

blaCTX-M-15-type

(2,4%)

blaTEM-110

(0,8%)

7 categorias de

antibióticos testadas

0,5 ≤IMP <128 1 < MEM <512

2 <TGC<128

0,25 <CST < 4

ST92:

OXA-23 –

expressão TEM

ST98:

OXA-24

ST118: OXA-23

ou 24

ST187:

OXA-71 ST188:

OXA-104;

OXA-24

112

213 isolados (9

representativos,

4 adicionais)

2004-2008 H Padre Américo,

HUCoimbra, HSAntónio, H

Amarante, Viseu, CH

Cova da Beira

blaOXA-66

blaOXA-132

blaOXA-23

blaOXA-24/40

blaOXA-58

IMP: ≥ 32;

4 <MEM <32 1 < TGC <64

0,5 < CST < 16

ST92:

blaOXA-23

ST98:

blaOXA-24/40

ST103:

blaOXA-58

114

79 isolados Jul/10-Ag/12 CH Cova da Beira Resistentes:AMP, AMC,

TZP, CEF, CXM, CXM

AXETIL, CTX, CAZ,

CIP, LVX, MEM, NIT Suscetível: CST

Variável: AMK: 21.5% R

SXT : 93,7% R,

TOB: 94,9% R GEN: 97,5% R

115

133 isolados 2009-2013 Portugal Todos expressavam

OXA-23 ou

OXA-24

TGC: 3,8% suscetíveis 116

Abreviaturas: Ácido nalidíxico: NAL; Amicacina: AMK; Amoxicilina: AMX; Amoxicilina-ácido clavulânico: AMC;

Ampicilina: AMP; Ampicilina-sulbactam: SAM; Aztreonam: ATM; Cefalotina: CEF; Cefepime: FEP; Cefotaxima:

CTX; Cefoxitina: FOX; Cefpirome: CPO; Ceftazidima: CAZ; Ceftriaxona: CRO; Cefuroxima: CXM; Cefuroxima

axetil: CXM; Ciprofloxacina: CIP; Colistina: CST; Gentamicina: GEN; Imipenem: IMP; Levofloxacina: LVX;

Meropenem: MEM; Minociclina: MIN; Nitrofurantoína: NIT; Polimixina B: PMB; Piperacilina: PIP; Piperacilina-

Tazobactam: TZP; Ticarcilina: TIC; Ticarcilina-ácido clavulânico: TIM; Tigeciclina: TGC; Tobramicina: TOB;

Trimetropim- Sulfametoxazol: SXT