Geologia - Oficina de Textos...Geologia estrutural Haakon Fossen 2ª EDIÇÃO 100 200 400 600...

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www.ofitexto.com.br 5 Esforços na litosfera Geologia estrutural Haakon Fossen 2ª EDIÇÃO Fig 5.1 Exemplos de medição de esforços. (A) Ruptura de furos de sondagem ilustrada por uma seção horizontal em uma sondagem vertical. Os esforços horizontais máximo (σ H ) e mínimo (σ h ) são geralmente coincidentes ou próximos a dois dos esforços principais. (B) Método de sobrefuração (overcoring). Um furo piloto é feito no final de um furo principal, dentro do qual é inserido um medidor de esforços ou uma cela de deformação. Um furo mais largo é feito em torno dessa cela, e a deformação é determinada por comparação de medidas feitas antes e depois da sobrefuração. A deformação é relacionada aos esforços pela teoria da elasticidade e, dessa forma, o estado de esforços é determinado. (C) Fraturamento hidráulico. (D) Estruturas superficiais recentes relacionadas ao atual campo de esforços 1–10 cm Ruptura de furos de sondagem Sobrefuração Medidor 5–10 cm Fraturamento hidráulico Alinhamento de chaminés vulcânicas e fraturas =σ 2 1km σ H σ H σ H Wing fracture Packers P H 2 O 5–10 cm s h Cell h h Furo de sondagem Furo piloto Segundo furo σ H A B C D σ H σ h σ h σ h =σ 3 σ h

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    Geologiaestrutural

    Haakon Fossen

    2ª edição

    Fig 5.1 Exemplos de medição de esforços. (A) Ruptura de furos de sondagem ilustrada por uma seção horizontal em uma sondagem vertical. Os esforços horizontais máximo (σH) e mínimo (σh) são geralmente coincidentes ou próximos a dois dos esforços principais. (B) Método de sobrefuração (overcoring). Um furo piloto é feito no final de um furo principal, dentro do qual é inserido um medidor de esforços ou uma cela de deformação. Um furo mais largo é feito em torno dessa cela, e a deformação é determinada por comparação de medidas feitas antes e depois da sobrefuração. A deformação é relacionada aos esforços pela teoria da elasticidade e, dessa forma, o estado de esforços é determinado. (C) Fraturamento hidráulico. (D) Estruturas superficiais recentes relacionadas ao atual campo de esforços

    1–10 cm

    Ruptura de furos de sondagem Sobrefuração

    Medidor5–10 cm

    Fraturamento hidráulico Alinhamento de chaminés vulcânicas e fraturas

    =σ2

    1km

    σH σH

    σHWing fracturePackers

    PH2O

    5–10 cm

    s h

    Cell

    hh

    Furo de sondagemFuropiloto

    Segundofuro

    σHA B

    C D

    σH

    σh σh

    σh =σ3σh

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    3–5 m

    TunnelTunnelneu nTun

    3–5 m– m53333

    Túnel

    3–5 m

    A B C

    σmáx

    σmáxσmáx

    Fig 5.2 A fragmentação da rocha em determinadas partes de um túnel pode fornecer informações sobre a orientação dos esforços principais e sobre os esforços diferenciais

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    σ3

    σ1 ou σ2

    Juntas de esfoliação

    σ1 ou σ2

    σ3

    Fig 5.3 Estado de esforços em torno de um vale com encostas íngremes ou fiorde. Um dos esforços principais será sempre perpendicular à superfície livre do terreno, porque o esforço cisalhante é nulo ao longo de qualquer superfície livre. Portanto, uma superfície não plana causa uma rotação na orientação dos esforços, como mostrado na figura. Note que esses desvios ocorrem apenas próximo à superfície, mas devem ser considerados quando os esforços são medidos à superfície ou próximo a ela ou a outras superfícies livres (paredes de túneis etc.). As linhas finas indicam juntas de alívio, que são influenciadas pela orientação local dos esforços.

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    Fig 5.4 Deflecção do campo de esforços próximo a uma zona de falha ou fratura. A estrutura é mais fraca que a rocha em seu entorno e suporta menos esforços cisalhantes. A situação é similar à que ocorre na presença de superfícies livres, como, por exemplo, a superfície da Terra (ver Fig. 5.3)

    s 3ss

    s

    ss

    1ss 1

    Zona de fraturas ou

    falha de baixa resistência

    σ1

    σ3

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    Fig 5.5 Fraturas verticais ativas na superfície de fluxos de lava do Holoceno, no sudeste da Islândia, indicando a orientação de σh. Como as fraturas ocorrem em superfície, σh = σ3, e σ1 deve ser vertical. Um fluxo de basalto mais recente, ao fundo, foi menos afetado pelas fraturas

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    Fig 5.6 (A) Medidas de esforço vertical comparadas com a curva teórica de esforço litostático (ρgz) em minas da Noruega com até 1 km de profundidade (rochas cristalinas). (B) Dados de pressão em rochas cristalinas de todo o mundo e de rochas sedimentares do Mar do Norte. Os dados das rochas do Mar do Norte situam-se entre os gradientes de pressão hidrostática e litostática. Há tendências lineares individuais perceptíveis, que indicam formações sob sobrepressão e regimes de pressões múltiplas. Note que esses dados se referem a pressões de formação, ou seja, a pressões de fluidos. Dados em (A) de Myrvang (2001) e em (B) de Darby et al. (1996) (Mar do Norte) e diversas outras fontes

    0

    Prof

    undi

    dade

    (m)

    20

    500

    1.000

    60Pressão de formação (pf) (MPa)

    5.000

    1.000

    (26,5 MPa/km)

    Crostacontinentalcristalina

    Minas norueguesas

    3.000 Litostático

    ρ= 2,7ρ= 2,5ρ= 2,25

    A B

    10Esforço (MPa)

    30

    σz = ρgz(ρ = 2,7 g/cm3)

    0 20 40 80 100

    Prof

    und.

    (m) (σz = ρgz)

    Sul do Mardo Norte

    Hidrostático (gz)

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    σv

    Z

    Deformação uniaxial(compactação)

    Z < X = Y = 1σv > σH = σh

    σHσh

    Fig 5.7 Estado de referência de deformação (strain) uniaxial de esforços litostáticos. Note a diferença entre os esforços principais (σv, σH e σh) e as deformações principais (X, Y e Z). A deformação é uniaxial (um componente diferente de zero), ao passo que os esforços, não. Neste modelo, o esforço vertical provém da sobrecarga, e o horizontal é influenciado pela condição de contorno de deformação uniaxial. Esse modelo descreve adequadamente o efeito da compactação em bacias sedimentares

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    Fig 5.8Diagrama de esforços p-q, em que o esforço médio é confrontado com o esforço diferencial. O estado de referência uniaxial é usado no modelo de evolução por soterramento de uma rocha ou sedimento, nesse exemplo considerando dois valores para a razão de Poisson ν. Tanto o esforço diferencial quanto o médio aumentam com o soterramento

    2

    02 4 6 8 10 12 14 160

    4

    6

    8

    12

    q = σ 1

    -σ3

    = σ v

    - σh

    (MPa

    )

    p = ((σ1+σ2+σ3)/3) = (( σv+2σh)/3) (M Pa )

    Estado de referência de deformaçãouniaxial ν

    =1/3

    ν=1/4

    σh/σv=1/2σh/σv=1/3

    10

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    Manto

    Litosfera

    σm

    σ*h

    σhz1

    z1 - z

    σmσm

    Fig 5.9Esquema da relação entre erosão, isostasia e esforço em um estado de referência de esforço horizontal constante, como indicado na Eq. 5.4. A erosão do lado direito causa o movimento de ascensão da base da litosfera até que o equilíbrio isostático seja alcançado. O manto é considerado um fluido, em que σH = σh = σv = σmFonte: baseado em Engelder (1993).

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    Fig 5.10Arenito permiano com alta densidade de juntas do Platô do Colorado, erodido pelo Rio Colorado. As juntas não ocorrerão em um reservatório de arenito, a menos que ele seja soerguido e substancialmente arrefecido

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    Fig 5.11Modelagem simples das variações nos esforços durante um soterramento e soerguimento de areia (arenito) e argila (folhelho). Considera-se que a litificação ocorra instantaneamente na máxima profundidade de soterramentoFonte: baseado em Engelder (1985).

    Tração (–σH) Compressão (+σH)

    Arenito

    Folhelho

    Argila

    Areia

    1 km

    σv = ρgz

    Prof

    undi

    dade

    σH = σhσH = σh

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    pfpf

    σh

    σs

    σh

    σ1 = σv = ρgz

    Arenito

    Folhelho

    Fig 5.12Esforços em camadas alternadas de folhelho e arenito. O arenito é mais competente e pode suportar um esforço diferencial maior que o folhelho. A pressão crítica nos poros necessária para a geração de fraturas tensionais é, sob um mesmo esforço vertical, menor em arenitos do que em folhelhos. A curva vermelha define o critério de fratura, que descreve as condições em que as rochas se fraturam. O fraturamento ocorre quando o círculo de arenito ou folhelho toca a curva vermelha. Isso pode ocorrer por um aumento da pressão de fluidos nos poros (ver Fig. 7.30) ou por soerguimento. Em ambos os casos, o arenito é o primeiro a tocar a curva vermelha; isso ocorre no lado tensional do eixo de esforço normal, o que significa que fraturas tensionais serão formadas. Os critérios de fraturamento são abordados no Cap. 7 (seção 7.3)

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    Fig 5.13Relações entre a orientação dos esforços principais (regimes de esforços) e os regimes tectônicos, de acordo com Anderson (1951). Os estereogramas indicam os campos de compressão (P) e tração(T). σv = esforço vertical, σH = esforço máximo horizontal, σh = esforço mínimo horizontal

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    2

    02 4 6 8 10 12 14 160

    4

    6

    8

    12

    q = σ 1

    -σ3

    = σ v

    -σh

    (MPa

    )

    p = ((σ1+σ2+σ3)/3) = ((σv+2σh)/3) (MPa)

    Acréscimo de tração tectônica

    Acréscimo de compressão tectônica

    NF

    Permutação de esforço

    Permutação de esforço

    NF

    SS

    TEstado de referência de deformação uniaxial

    n = 1/3

    sh/sv=1/2

    σv>σH>σh σH>σv>σh

    σH>σh>σv

    10

    1

    Fig 5.14Diagrama de esforços p-q da Fig. 5.8, em que foram adicionadas tração horizontal (setas azuis) e compressão horizontal (seta vermelha). Um aumento progressivo na compressão tectônica horizontal leva o sistema através do regime de cisalhamento simples, antes de entrar no campo do regime de cavalgamento

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    Fig 5.15Mapa mundial de esforços baseado em medições realizadas em todo o mundo. As linhas indicam a orientação de σH, ao passo que as linhas coloridas assinalam os regimes tectônicos: falhas normal, de rejeito direcional (ou transcorrente) e de cavalgamento, mostradas na Fig. 5.13

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    Fig 5.16Forças relacionadas à tectônica de placas (setas azuis) e regimes de esforços esperados. Espera-se que o eixo de máximo esforço em placas continentais seja horizontal, exceto nas partes superiores das zonas de rifte (riftes continentais não indicados), nas margens passivas e nas partes mais elevadas dos cinturões orogênicos

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    Fig 5.17Dados de esforços da região dos Himalaias, uma zona de colisão entre as placas da Índia e da Eurásia, juntamente com os vetores de velocidade das placas determinados por medições de GPS. Note a correlação entre cinemática e σH e a ocorrência dos três regimes tectônicos na zona de colisãoFonte: e .

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    100

    200

    400

    600

    Pressão con�nante (MPa)

    Resi

    stên

    cia

    (σdi

    f) (M

    Pa) 800

    1.000

    1.200

    200 300

    QuartzitoGranito

    (Ultra)má�cas

    Dolomita

    CalcárioMármore

    Fig 5.18Resistência de vários tipos de rocha em função da pressão confinante (profundidade de soterramento). Os dados mostram que a resistência da crosta rúptil aumenta com a profundidade, e que a resistência absoluta depende do tipo litológico (composição mineralógica). Dados compilados de várias fontes

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    Deviatórico TotalMédio

    σn

    σs

    σ3 σ1

    σm

    σm

    σ3 σ1

    Fig 5.19O estado total de esforços pode ser considerado como sendo composto por um componente isotrópico, o esforço normal médio, e um componente anisotrópico, o esforço deviatórico. O centro do círculo de Mohr desloca-se para a origem se o esforço médio for subtraído