Geo 202 Aula 01 Versao Final

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1 Universidade Federal da Bahia Centro de Pesquisa em Geofísica e Geologia GEO 202 – Geologia Física Aula 1: Aula 1: O que é Geologia? Universo e Sistema Solar História da Geologia 1 Idade da Terra Tempo Geológico Universidade Federal da Bahia Centro de Pesquisa em Geofísica e Geologia Geologia Oi d λ ί Origem: do grego γεωλογία. Etimologia: γῆ, gê, “terra" + λόγος, logos, “estudo“. Definição: Ciência que trata da Terra – sua 2 história, composição e estrutura interna e suas feições superficiais.

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Aula de Geologia

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GEO 202 – Geologia Física

Aula 1:Aula 1:

O que é Geologia?

Universo e Sistema Solar

História da Geologia

1

Idade da Terra

Tempo Geológico

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Geologia

O i d λ ίOrigem: do grego γεωλογία.

Etimologia: γῆ, gê, “terra" + λόγος, logos, “estudo“.

Definição: Ciência que trata da Terra – sua

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história, composição e estrutura interna e suas feições superficiais.

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Cronologia do Universo (1)

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Cronologia do Universo (2)

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Sistema Solar (1)

Todos os elementos foram formados da mesmaTodos os elementos foram formados da mesma matéria e na mesma época.

Sol: concentra 99,8 % da massa.

Planetas girando em órbitas elípticas de pequena excentricidade.

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Lei de Titius-Bode: d = 0,4 + 0,3 x 2n.

Distâncias em UA (unidade astronômica); 1 UA = 150.000.000 km.

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Sistema Solar (2)

Pl t t t t lú i M ú iPlanetas terrestres ou telúricos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Material mais denso.

Planetas jovianos ou gasosos: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Material menos denso.

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Região transnetuniana: planetas anões, tais como Plutão e corpos menores.

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Sistema Solar (3)(1) Mercúrio (n = - ∞)

(2) Vênus (n = 0)(2) Vênus (n = 0)

(3) Terra (n = 1)

(4) Marte (n = 2)

(5) Júpiter (n = 4)

(6) Saturno (n = 5)

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(6) Saturno (n 5)

(7) Urano (n = 6)

(8) Netuno (n = 7)

(9) Plutão

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Sistema Solar (4)

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Sistema Solar (5)

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Sistema Solar (6)

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Sistema Solar (7)

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Formalização da Geologia

D d té i iDemanda por matérias-primas e recursos energéticos criada pela Revolução Industrial tornou necessário conhecer melhor a distribuição e a origem de bens minerais

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Idade da Terra - Bíblia

Conceito inicial:Conceito inicial:

Calendário judaico: Terra foi concebida em 3761 a.C.

Calendário bizantino: Terra foi concebida em 5508 a C

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5508 a.C.

Durante a Idade Média: Terra foi concebida em torno de 6000 anos.

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James Usher

Arcebispo protestante primaz da IrlandaArcebispo protestante primaz da Irlanda.

Em torno de 1650.

Terra teria sido criada em 23 de outubro de 4004 aC.

Ciência moderna: afirmação ingênua.

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Permaneceu nas notas de rodapé das Bíblias publicadas pelas universidades inglesas tais como Oxford e Cambridge até o início do século XX.

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Hipóteses Cosmológicas

Séculos XVII e XVIIISéculos XVII e XVIII.

Descartes, Newton, Buffon, Kant e Laplace.

Distanciamento do dogma religioso vigente, porém sem rompimento.

Novas teorias: Sistema Solar, Terra e a vida não

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,teriam sido criadas por Deus durante seis dias.

Novas teorias: processos naturais, complexos e de longa duração.

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George-Louis Leclerc – Conde de Buffon

Modelo conciliatório entre ciência e religiãoModelo conciliatório entre ciência e religião.

6 dias bíblicos = 35 mil anos, que seria o tempo necessário para explicar a estratificação e a história da vida na Terra.

Em 1749 Buffon recalculou a idade a partir de

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Em 1749, Buffon recalculou a idade a partir de experimentos: entre 75 mil e 168 mil anos.

Depois, cogitou 3 milhões de anos.

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Nicolau Steno (1)

Nome original: Nils Stensen.Nome original: Nils Stensen.

Dinamarquês que primeiro enunciou os princípios da Geologia.

Médico anatomista.

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Religioso (católico convertido do luteranismo).

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Nicolau Steno (2)

E li i d êiExplicou a origem dos gêiseres.

Constatou a constância dos ângulos entre faces cristalinas.

Reconheceu dentes fósseis de tubarões.

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Em 1669 publicou: Pródromo de uma dissertação sobre o sólido naturalmente contido no sólido.

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Princípios de Steno (1)

Superposição: sedimentos se depositam em camadasSuperposição: sedimentos se depositam em camadas, com as mais antigas na base e as mais novas sucessivamente acima. Este princípio permite identificar a ordem de formação dos estratos, que é a base de toda interpretação histórica de rochas estratificadas.

H i t lid d i i l d ó it di t

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Horizontalidade original: depósitos sedimentares se acumulam geralmente em camadas horizontais. Com base nesse princípio, é possível reconhecer pacotes sedimentares deformados.

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Princípios de Steno (2)

C ti id d l t l d di tContinuidade lateral: camadas sedimentares são contínuas, estendendo-se até as margens da bacia de deposição, ou afinando-se lateralmente. Por este princípio, podemos reconstituir a distribuição geográfica original d d di d l ã i

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de uma camada dissecada pela erosão por meio da correlação física dos seus vestígios.

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Princípios de Steno (3)

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Princípios de Steno (4)

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Contribuição de Steno

Princípios de Steno: Adotava-se pela primeira vez, aPrincípios de Steno: Adotava se pela primeira vez, a observação sistemática do registro geológico como método científico para interpretar a história e a idade da Terra.

Apesar de óbvios os três princípios não foram adotados facilmente no clima intelectual de transição entre os mundos medieval e moderno na Europa do século XVII.

Era uma época de inquisições e interpretações canônicas

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Era uma época de inquisições e interpretações canônicas da história da Terra de um lado, e de outro havia avanços notáveis na ciência, como o telescópio, o microscópio, a física e a matemática.

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Construção da Nomenclatura (1)

E i d d d h t t dEnorme variedades de rochas expostas em toda a parte.

Entre 1750 e 1760: Giovani Arduino nos Alpes italianos e J. G. Lehmann na Alemanha.

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Construção da Nomenclatura (2)

Rochas “primárias”: rochas cristalinas com minériosRochas primárias : rochas cristalinas com minérios metálicos, observados nos núcleos das montanhas.

Rochas “secundárias”: rochas estratificadas (calcários, grauvacas, folhelhos), com fósseis associados.

Rochas “terciárias”: rochas estratificadas, mas menos

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consolidadas, com fósseis marinhos e intercalações de materiais vulcânicos.

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Construção da Nomenclatura (3)

E 1829 f ê J D hEm 1829, o francês J. Desnoyers, cunhou o termo “quaternário” para sedimentos marinhos na bacia sedimentar de Paris (França), ainda mais novos.

Os termos “primário” e “secundário” foram

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Os termos primário e secundário foram abandonados, substituídos por termos científicos mais bem fundamentados.

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Construção da Nomenclatura (4)

O t “t iá i ” tá f d dO termo “terciário” está fadado ao mesmo destino.

O “quaternário” resiste, porque inclui o tempo atual e, por isso, é amplamente utilizado em estudos de Geologia, Oceanografia,

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estudos de Geologia, Oceanografia, Arqueologia, Antropologia, biodiversidade e mudanças globais.

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Netunismo (1)

T d h i l i d h íTodas as rochas, incluindo rochas ígneas como granitos e basaltos, teriam se precipitado das águas do mar primordial.

Netuno: deus do mar da mitologia romana.

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Netunismo (2)

A h i di idid t é iAs rochas seriam divididas em quatro séries.

Duas mais antigas: rochas primárias e de transição.

Duas mais recentes: rochas secundárias e de

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terciárias.

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Netunismo (3)

Ab ã G tl b W i i fl tAbraão Gotlob Werner: o mais influente netunista.

Academia de Minas em Freiberg (Alemanha).

Doutrina persistiu até meados do século XIX.

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Netunismo (4)

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James Hutton (1)

N t li t i lêNaturalista inglês.

Primeiro cientista a apontar a descomunal dimensão do tempo geológico.

Em 1795 publica Theory of the Earth.

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Pai da Geologia.

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James Hutton (2)

T d i t ló i di li dTodo o registro geológico podia ser explicado pelo princípio de causas naturais, ou seja, pela ação de fenômenos modernos, tais como vulcanismo, erosão, intemperismo, sedimentação, etc., atuando de forma cíclica e t d í d i i i l t

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atuando por um período inimaginavelmente longo.

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Queda do netunismo (1)

H tt t l f d t l d b dHutton teve papel fundamental na derrubada do netunismo.

Reconheceu as transformações minerais causadas pelo contato entre basalto (rocha ígnea efusiva) e rochas sedimentares.

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ígnea efusiva) e rochas sedimentares.

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Queda do netunismo (2)

D d l ã t it tidDesvendou a relação entre um granito tido como “primário” alojado em um calcário “secundário”.

Vale do rio Tilt (Escócia): rochas primárias penetram e englobam rochas secundárias, uma

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penetram e englobam rochas secundárias, uma situação impossível segundo os netunistas.

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Queda do netunismo (3)

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Tipos de Discordâncias de Hutton (1)

Nã f id d t t iNão conformidade: contato erosivo que separa rochas ígneas ou metamórficas de um pacote sedimentar superposto.

Discordância angular: contato erosivo entre dois conjuntos de rochas estratificadas de

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dois conjuntos de rochas estratificadas de orientações marcadamente distintas: os estratos do pacote antigo são truncados pelos estratos contínuos do pacote mais jovem.

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Tipos de Discordâncias de Hutton (2)

D f id d t t t d i j tDesconformidade: contato entre dois conjuntos de rochas estratificadas com acamamento paralelo a subparalelo separados por um hiato temporal. O contato entre os dois representa ou uma superfície de erosão paralela ao

t fí i b l

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acamamento ou uma superfície sobre a qual não houve sedimentação por um período considerável de tempo.

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Tipos de Discordâncias de Hutton (3)

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Tempo Geológico (1)

Primeiras escalas: em torno de 1840Primeiras escalas: em torno de 1840.

Divisão em eras, períodos e épocas.

Descrição em pacotes rochosos contínuos e descontínuos, cada qual com seu conteúdo fóssil.

Cada sistema teria sido depositado durante um período

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Cada sistema teria sido depositado durante um período específico e designado por um nome alusivo a alguma feição onde o sistema foi definido.

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Tempo Geológico (2)

País de Gales: contato entre as rochas fossilíferas maisPaís de Gales: contato entre as rochas fossilíferas mais antigas da Grã-Bretanha e conjuntos de rochas ígneas e metamórficas ainda mais antigas, aparentemente sem fósseis.

Base do primeiro período geológico.

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Cambriano: de Cambria, nome romano para a Inglaterra.

Devoniano: de Devonshire, Inglaterra.

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Tempo Geológico (3)

Jurássico dos Montes Jura na EuropaJurássico, dos Montes Jura na Europa.

Permiano, da cidade Perm na Rússia.

Ordoviciano, no nome da tribo Ordovices que habitava o País de Gales.

Siluriano, no nome da tribo Silures que habitava o

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, qPaís de Gales.

Carfonífero, com referência ao rico conteúdo de carvão.

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Tempo Geológico (4)

T iá i d bdi i ã t êTriássico, por causa da sua subdivisão em três sucessões litológicas distintas.

Cretáceo, do francês cré, giz em português, com referência à grande quantidade de calcário fino.

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fino.

Terciário e quaternário foram herdados do esquema arcaico de Arduino e Lehman.

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Tempo Geológico (5)

A i ã d í d lhAgremiação de períodos em eras: semelhanças e diferenças entre fósseis de diversos períodos.

Duas maiores extinções conhecidas na história da vida: descontinuidades de registro fóssil do fim do Permiano e do Cretáceo.

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fim do Permiano e do Cretáceo.

Paleozóica (vida antiga), Mesozóica (vida intermediária) e Cenozóica (Vida recente).

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Tempo Geológico (6)

Modernamente: eras foram agrupadas em divisõesModernamente: eras foram agrupadas em divisões temporais maiores (éons).

Arqueano: de Archaios, antigo.

Proterozóico: vida precoce.

Fanerozóico: vida visível – registro fóssil abundante,

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g ,diversificado e macroscópico.

Os éons anteriores ao Fanerozóico são conhecidos pelo termo informal Pré-Cambriano.

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Tempo Geológico (7)

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Tempo Geológico (8)

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Idade da Terra (1)

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Idade da Terra (2)

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Datação Nuclear

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