GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... -...

129
GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOLÓGICO DOS ENANTIÔMEROS DE α-TERPINEOL CAMPINAS 2018 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Transcript of GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... -...

Page 1: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

1

GARDENIA MARTINS DE SOUSA

PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOLÓGICO DOS ENANTIÔMEROS DE

α-TERPINEOL

CAMPINAS

2018

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Page 2: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

2

GARDENIA MARTINS DE SOUSA

PRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL BIOLÓGICO DOS ENANTIÔMEROS DE

α-TERPINEOL

Orientador: Prof. Dr. Juliano Lemos Bicas

CAMPINAS

2018

Tese apresentada à Faculdade de Engenharia

de Alimentos da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos

para obtenção do título de Doutora em

Ciência de Alimentos

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA

GARDENIA MARTINS DE SOUSA E ORIENTADA

PELO PROF. DR. JULIANO LEMOS BICAS

Page 3: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

3

Page 4: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

4

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Dr. Juliano Lemos Bicas

Orientador – FEA/UNICAMP

______________________________________________________

Dra. Ana Lúcia Tasca Gois Ruiz

Membro Titular – FCF/UNICAMP

______________________________________________________

Profa. Dra. Elisa de Almeida Jackix

Membro Titular – PUC-Campinas

______________________________________________________

Dra. Jane Cristina de Souza

Membro Titular – IB/UNICAMP

______________________________________________________

Profa. Dra. Semíramis Martins Álvares Domene

Membro Titular – UNIFESP

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida

acadêmica do aluno.

Page 5: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

5

Dedico esse trabalho aos meus pais,

Maurílio e Aldina, e minhas irmãs, Kamila e

Letícia, que sempre me envolveram de amor

e coragem, e que mesmo longe sempre me

incentivaram com sua torcida e confiança...

Page 6: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

6

AGRADECIMENTOS

A Deus e a Nossa Senhora Aparecida, por estarem sempre comigo, abrindo portas

e dando-me força, saúde, fé e inspiração para seguir em busca de meus sonhos, e também

pelos obstáculos que me fizeram crescer. Porque concluo esta etapa importante da minha vida

e por me amar.

Aos meus maravilhosos pais, Maurílio e Aldina, pelo amor, apoio, incentivo e

orações. Por aceitarem que eu escolhesse meu caminho, me apoiando e acreditando na minha

capacidade. Amo vocês!

Às minhas queridas irmãs, Kamila e Letícia, pelo carinho, amizade e todo o apoio

dispensado, principalmente nos momentos mais difíceis;

Ao Prof. Dr. Juliano Lemos Bicas pela oportunidade e orientação deste trabalho,

sua enorme paciência, competência, dedicação e ensinamentos a mim e aos demais colegas;

Aos colegas e funcionários dos laboratórios de Bioaromas e de Biotecnologia,

Nadir, Angélica, Dora, Tatiana, Adones, Leonardo, Gustavo, Henrique, Ana Paula e Bruno,

pelo companheirismo, amizade e auxílio na condução dos experimentos.

Ao Departamento de Alimentação e Nutrição (DEPAN/UNICAMP), pela parceria

e realização dos ensaios biológicos. Agradeço especialmente ao Prof. Dr. Mário Roberto

Maróstica Junior e à Profa. Dra. Cinthia Baú Betim Cazarin pela acolhida, apoio e

ensinamentos que tanto contribuíram para a realização deste trabalho.

À Maria Susana Corrêa Cunha, do Laboratório de Ensaios Biológicos

(LEB/FEA/UNICAMP), na execução dos ensaios biológicos, pela amizade e momentos de

alegria proporcionados.

À Dra. Ana Lúcia Tasca Gois Ruiz (CPQBA/UNICAMP), pelo auxílio nos

ensaios antiproliferativos.

À Universidade Estadual de Campinas, à Faculdade de Engenharia de Alimentos

e, em especial, ao Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos, pela acolhida e

oportunidade de realizar meu doutorado e poder concluir mais uma meta.

A todos os professores do Departamento de Ciência de Alimentos

(DCA/UNICAMP) pela dedicação, empenho e conhecimentos transmitidos.

Aos funcionários do Departamento de Ciência de Alimentos pela convivência e

prestabilidade.

Aos amigos e familiares, ainda que longe, sempre tão perto e unidos, nunca

deixaram de me apoiar e confiar em mim;

Page 7: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

7

À Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus (OCDS) e às monjas do

Carmelo de Campinas pela acolhida, amizade e orações. Uma bela família que ganhei! Em

especial, agradeço à Lygia Therezinha de Araújo Linardi pela acolhida em sua casa, em

minha mudança para Campinas, e pela amizade.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),

pelo apoio financeiro, e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

(CAPES), pela concessão da bolsa de pós-graduação.

Aos membros da banca examinadora por, gentilmente, aceitarem o convite,

cedendo tempo e conhecimento em favor deste trabalho;

A todos que colaboraram direta ou indiretamente para que essa tese acontecesse,

desde o início, e que torceram por mim. Muito obrigada!

Page 8: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

8

“Sei que sou sustentada e aqui está a minha tranquilidade e segurança; não a segurança

sábia do homem que está num terreno seguro com as próprias forças, mas a doce e feliz

segurança da criança sustentada por um braço forte...”

(Edith Stein)

Page 9: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

9

RESUMO

Aromas naturais que apresentam grande importância comercial e ampla gama de atividades

biológicas têm despertado a atenção dos pesquisadores. O α-terpineol é um monoterpenóide

encontrado em vários óleos essenciais, sendo um dos mais utilizados na indústria de

alimentos, cosméticos e em produtos de limpeza, e apresenta propriedades biológicas bastante

promissoras. Este trabalho de doutorado teve como objetivos produzir, por biotransformação,

os enantiômeros R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol, a partir do limoneno, utilizando a

linhagem Sphingobium sp., e avaliar as diferenças em termos de efeitos biológicos destes

enantiômeros. Para a biotransformação foram utilizadas, na proporção de 3:1, biomassa

congelada e óleo de soja contendo R-(+)-limoneno ou S-(‒)-limoneno (350 g.L-1

). Os frascos

foram incubados a 28°C e 200 rpm por 72 horas, para produção de R-(+)-α-terpineol, ou 120

horas, para produção de (-)-α-terpineol. A produção de R-(+)-α-terpineol chegou a 151,0 g.L-1

e a de S-(-)-α-terpineol chegou a 91,0 g.L-1

, e com pureza enantiomérica superior ao dos

padrões comerciais. O α-terpineol foi isolado do óleo resultante da biotransformação por

cromatografia em coluna de vidro, contendo sílica gel como fase estacionária e mistura de

hexano: acetato de etila (9:1) como fase móvel. Na sequência, o seu potencial biológico foi

testado em 48 ratos Sprague-Dawley, durante 12 semanas experimentais. Nas cinco semanas

iniciais, os animais foram aleatoriamente divididos em dois grupos experimentais: controle

magro (AIN; n=6), que recebeu dieta padrão, e grupo hiperlipídico (n=42), que recebeu dieta

hiperlipídica para o desenvolvimento da obesidade e indução da inflamação. Após este

período, o grupo hiperlipídico foi subdividido em sete grupos (n=6): controle hiperlipídico

(HF), e grupos hiperlipídicos suplementados de 25, 50 e 100 mg.kg-1

de R-(+)-α-terpineol ou

(-)-α-terpineol, e mantidos por mais 6 semanas. Durante este período foram avaliados o peso

corporal, consumo alimentar, testes de tolerância à glicose e resistência à insulina. Após a

exsanguinação dos animais, sob anestesia, amostras de sangue foram coletadas para análises

bioquímicas e alíquotas de tecido hepático foram encaminhadas para análise histológica. Os

animais do grupo HF apresentaram maior consumo de dieta e ganho de massa corporal,

associados à maior resistência à insulina, elevação dos níveis séricos das aminotransferases

AST e ALT e maior acúmulo de gordura hepática. TBARS, ALT e citocinas TNF-α e IL-1β

foram positivamente modulados pela suplementação com os enantiômeros de α-terpineol. Os

melhores resultados de TBARS no soro e sensibilidade à insulina foram observados nos

animais que consumiram α-terpineol em concentrações superiores a 50 mg.kg-1

de dieta. O

tratamento com os enantiômeros de α-terpineol reduziu o acúmulo de gordura hepática. A

Page 10: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

10

propriedade antiproliferativa in vitro dos enantiômeros de α-terpineol foi avaliada em células

tumorais. Os resultados foram semelhantes para ambos os enantiômeros, destacando o efeito

citostático para as linhagens U251 (glioma), K562 (leucemia), PC-3 (próstata) e MCF7

(mama). Os resultados deste estudo indicam que a ingestão dos enantiômeros de α-terpineol

pode influenciar, de maneira positiva, na inibição do crescimento das células tumorais, e em

parâmetros como dano oxidativo, resistência à insulina, citocinas pró-inflamatórias e esteatose

hepática, relacionados com a obesidade induzida por dieta hiperlipídica.

Palavras chave: α-terpineol, biotransformação, limoneno, Sphingobium sp., aromas naturais,

atividade biológica, obesidade.

Page 11: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

11

ABSTRACT

Natural flavors that present great commercial importance and wide range of biological

activities have attracted attention of researchers. α-terpineol is a monoterpenoid found in

many essential oils, being one the most used in food and cosmetic industries and cleaning

products, and presents promising biological properties. This work aimed to produce, by

biotransformation, R-(+)-α-terpineol and (-)-α-terpineol enantiomers from limonene using the

strain Sphingobium sp. and to evaluate the differences in biological effects of these

enantiomers. For biotransformation, frozen biomass and soybean oil containing R-(+)-

limonene or S-(-)-limonene (350 g.L-1

), in the proportion of 3:1, were used. Flasks were

incubated at 28° C and 200 rpm for 72 hours for R-(+)-α-terpineol production, or 120 hours

for (-)-α-terpineol production. R-(+)-α-terpineol production reached 151.0 g. L-1

and 91.0 g.L-

1 for S-(-)-α-terpineol and with higher enantiomeric excess than commercial standards. The α-

terpineol was isolated from resulting oil of biotransformation by glass column

chromatography containing silica gel as stationary phase and ethyl hexane: ethyl acetate (9:1)

mixture as the mobile phase. Subsequently, its biological potential was tested in 48 Sprague-

Dawley rats for 12 experimental weeks. In the first five weeks, the animals were randomly

divided in two experimental groups: normolipidic control (AIN; n=6), who received a

standard diet and the hyperlipidemic group (n=42) who received a high-fat diet for the obesity

development and inflammation induction. After this period, the hyperlipidemic group was

subdivided into seven groups (n=6): hyperlipidemic control (HF), and supplemented

hyperlipidic groups of 25, 50 and 100 mg.kg-1

diet of R-(+)-α-terpineol or (-)-α-terpineol and

maintained for another 6 weeks. During this period, the body weight and diet intake, glucose

tolerance and insulin resistance tests were evaluated. After exsanguination of the animals, in

anesthesia, blood samples were collected for biochemical analyzes and liver tissue aliquots

were sent for histological analysis. Rats of HF group had higher dietary intake and body mass

gain, associated with higher insulin resistance, elevated serum levels of AST and ALT

aminotransferases, and greater accumulation of liver fat. TBARS, ALT, TNF-α and IL-1β

cytokines were positively modulated by supplementation with α-terpineol enantiomers. The

best results of serum TBARS and insulin sensitivity were observed in animals that consumed

α-terpineol at concentrations higher than 50 mg.kg-1

diet. α-terpineol enantiomers treatments

reduced the accumulation of hepatic fat. The in vitro antiproliferative property of α-terpineol

enantiomers was evaluated in tumor cells. Results were similar in both enantiomers,

highlighting cytostatic effect for the strains U251 (glioma), K562 (leukemia), PC-3 (prostate)

Page 12: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

12

and MCF7 (breast). These results indicate that ingestion of α-terpineol enantiomers may

positively influence tumor cell growth inhibition, and in parameters such as oxidative

damage, insulin resistance, proinflammatory cytokines and hepatic steatosis, related diet-

induced obesity.

Keywords: α-terpineol, biotransformation, limonene, Sphingobium sp., natural flavors,

biological activity, obesity.

Page 13: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

13

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Representação da formação estrutural do limoneno.............................. 29

Figura 2. Subdivisão dos isômeros........................................................................ 32

Figura 3. Diagrama esquemático da interação de moléculas quirais com

enzimas receptoras. Teoria dos três pontos............................................ 33

Figura 4. Estruturas enantioméricas do limoneno................................................. 35

Figura 5. Estruturas enantioméricas do α-terpineol............................................... 36

Figura 6. Principais rotas envolvidas na biotransformação do limoneno.............. 38

Figura 7. Ratos Sprague-Dawley mantidos em gaiolas individuais em sala, sob

condições ambientais controladas..........................................................

53

Figura 8. Representação gráfica da distribuição das amostras na placa de 96

compartimentos utilizada no teste de atividade antiproliferativa in

vitro........................................................................................................

62

Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno e R-(+)-α-terpineol (A), e S-

(–)-limoneno (–)-α-terpineol (B) do óleo resultante da

biotransformação do limoneno, obtidas por cromatografia em coluna

de vidro contendo sílica gel e eluida com hexano e acetato de etila

(9:1)........................................................................................................

66

Figura 10. Consumo alimentar (A) e ingestão calórica semanal dos animais

(B)..........................................................................................................

68

Figura 11. Ingestão semanal de α-terpineol, em relação ao peso corporal dos

animais...................................................................................................

69

Figura 12. Evolução semanal do peso corporal de ratos Sprague Dawley

submetidos a diferentes tratamentos durante 12 semanas

experimentais (A) e ganho total de peso dos animais (B)......................

70

Figura 13. Peso relativo do coração (A), fígado (B), rins (C), baço (D), ceco

intestinal (E), tecido adiposo marrom (F), tecido adiposo epididimal

(G), corrigido em relação ao peso corporal total dos animais...............

72

Figura 14. Teste de tolerância à glicose. Curva de controle da glicemia durante

120 minutos (A), em µM de glicose, após injeção de solução de

glicose e área sob a curva da glicemia durante o GTT (B)....................

74

Figura 15. Índice de decaimento da glicose, KITT, calculada a partir das

glicemias coletadas no teste de tolerância à insulina.............................

75

Figura 16. Níveis séricos de Colesterol total (A), Colesterol LDL (B) e

Triglicerídeos (C) de ratos Sprague-Dawley.........................................

76

Figura 17. Níveis séricos da alanina aminotransferase (A) e aspartato

aminotransferase (B), em ratos Sprague-Dawley que receberam dieta

normolipídica, hiperlipídica e hiperlipídica suplementadas com

enantiômeros de α-terpineol...................................................................

78

Figura 18. Níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em

soro (A) e homogenato hepático (B) de ratos Sprague-Dawley que

Page 14: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

14

receberam dietas normolipídica e hiperlipídica e dieta hiperlipídica

suplementados com R-(+) e (–)-α-terpineol...........................................

79

Figura 19. Efeitos dos enantiômeros de α-terpineol nos níveis das citocinas pro-

inflamatórias TNF-α (A) e IL-1β (B) dos diferentes grupos

experimentais.........................................................................................

81

Figura 20. Análise histológica do fígado: AIN (A); HF (B); S25 (C); S50 (D);

S100 (E); R25 (F); R50 (G); R100 (H). Setas pretas: sinusóides; setas

amarelas: gotículas lipídicas. As seções histológicas foram coradas

com hematoxilina e eosina. Aumento de 40X.......................................

83

Figura 21. Efeito antiproliferativo da Doxorrubina frente um painel de células

humanas, após 48 horas de exposição. Linhagens tumorais: Glioma

(U251), Mama (MCF-7), Ovário com fenótipo resistência multidroga

(NCI-ADR/RES), Rim (786-0), Pulmão (NCI-H460), Próstata (PC-

3), Ovário (OVCAR-3), Cólon (HT-29), Melanoma (UACC-62) e

Leucemia (K562). Linhagem não tumoral: Queratinócitos

imortalizados (HaCaT)...........................................................................

85

Figura 22. Efeito antiproliferativo de S-(-)-limoneno (A) e R-(+)-limoneno (B)

frente um painel de células humanas, após 48 horas de exposição.

Linhagens tumorais: Glioma (U251), Mama (MCF-7), Ovário com

fenótipo resistência multidroga (NCI-ADR/RES), Rim (786-0),

Pulmão (NCI-H460), Próstata (PC-3), Ovário (OVCAR-3), Cólon

(HT-29), Melanoma (UACC-62) e Leucemia (K562). Linhagem não

tumoral: Queratinócitos imortalizados (HaCaT)....................................

86

Figura 23. Efeito antiproliferativo de (-)-α-terpineol (A) e R-(+)-α-terpineol (B)

frente um painel de células humanas, após 48 horas de exposição.

Linhagens tumorais: Glioma (U251), Mama (MCF-7), Ovário com

fenótipo resistência multidroga (NCI-ADR/RES), Rim (786-0),

Pulmão (NCI-H460), Próstata (PC-3), Ovário (OVCAR-3), Cólon

(HT-29), Melanoma (UACC-62) e Leucemia (K562). Linhagem não

tumoral: Queratinócitos imortalizados (HaCaT)....................................

88

Page 15: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

15

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Classificação dos terpenos, com base no número de subunidades de

isopreno..................................................................................................

30

Tabela 2. Principais constituintes de alguns óleos vegetais................................... 31

Tabela 3. Composição das dietas (g. kg-1

de dieta)................................................ 55

Tabela 4. Composição centesimal das dietas (g. 100g-1

)...................................... 56

Tabela 5. Descrição dos grupos experimentais...................................................... 57

Tabela 6. Linhagens celulares utilizadas nos estudos in vitro............................... 61

Tabela 7. Tempo de retenção e concentrações de produtos após 72 horas (no

caso do R-(+)-limoneno) e 120 horas (no caso do S-(–)-limoneno) de

biotransformação dos enantiômeros do limoneno.................................

64

Tabela 8. Valores de GI50 (μg. mL-1

) após o tratamento com R-(+)-α-terpineol e

S-(-)-α-terpineol frente às linhagens tumorais e não tumorais no

ensaio antiproliferativo .........................................................................

89

Tabela 9. Valores de TGI (μg. mL-1

) após o tratamento com R-(+)-limoneno, S-

(-)-limoneno, R-(+)-α-terpineol e S-(-)-α-terpineol frente às linhagens

tumorais e não tumorais no ensaio antiproliferativo..............................

89

Tabela 10. Resultados de consumo alimentar (g. dia-1

) dos ratos Sprague-Dawley

alimentados com diferentes dietas.........................................................

121

Tabela 11. Ingestão calórica (kcal. dia-1

) dos ratos Sprague Dawley alimentados

com diferentes dietas..............................................................................

122

Tabela 12. Ingestão semanal (mg. kgpc-1

) dos enantiômeros de -terpineol, em

relação ao peso corporal dos animais.....................................................

123

Tabela 13. Peso corporal médio (g) de ratos Sprague Dawley para os diferentes

tratamentos, durante 12 semanas experimentais....................................

124

Tabela 14. Peso bruto (g) dos orgãos extraídos dos ratos Sprague-

Dawley...................................................................................................

125

Tabela 15. Peso relativo dos órgãos (g. 100 g-1

), corrigido em relação ao peso

corporal total..........................................................................................

126

Tabela 16. Resultados dos testes de tolerância à glicose e insulina (GTT e KITT)

dos animais dos diferentes grupos estudados.........................................

127

Tabela 17. Efeito das diferentes concentrações dos enantiômeros de -terpineol

(25, 50 e 100 mg. kg-1) nas dietas sobre os parâmetros bioquímicos e

níveis de citocinas TNF-α e IL-1β nos diferentes grupos de ratos

Sprague Dawley estudados....................................................................

128

Page 16: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

16

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

AIN American Institute of Nutrition

AOAC Association of Official Analytical Chemists

ALT Alanina aminotransferase

AST Aspartato aminotransferase

DMSO Dimetilsulfóxido

ERO Espécies reativas de oxigênio

GC-FID Gas Chromatography - Flame Ionization Detector (Cromatógrafo a gás com

detector de ionização de chama)

GTT Glucose tolerance test (Teste de tolerância à glicose)

HF High-fat

IL-1β Interleucina 1β

IL-6 Interleucina 6

IMC Índice de massa corporal

ITT Insuline tolerance test (Teste de tolerância à insulina)

IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry

MBC Minimum bactericidal concentration (Mínima concentração bactericida)

MDA Malonaldeído

MIC Minimum inhibitory concentration (Mínima concentração inibitória)

NOAEL No Observed Adverse Effect Level

NF-κB Nuclear Factor-Kappa B

PAI-1 Plasminogen activator inhibitor-1 (Fator ativador de plasminogênio-1)

PPARs Peroxisome proliferator-activated receptor (Receptores ativados por

proliferadores de peroxissoma)

RI Resistência à insulina

SFB Soro fetal bovino

SRB Sulforrodamina B

TBARS Thiobarbituric acid reactive substances (substâncias reativas ao ácido

tiobarbitúrico)

TGI Total Growth Inhibition

TNF-α Tumor necrosis factor-alpha (Fator de necrose tumoral-alfa)

WHO World Health Organization (Organização Mundial de Saúde)

YM Yeast Mold (Agar)

Page 17: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

17

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................... 19

2. OBJETIVOS ................................................................................................................... 22

2.1. OBJETIVO GERAL .......................................................................................................... 22

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 22

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 23

3.1. AROMAS .......................................................................................................................... 23

3.2. OBTENÇÃO DE COMPOSTOS DE AROMAS NATURAIS POR VIA

BIOTECNOLÓGICA ............................................................................................................... 25

3.3. COMPOSTOS TERPÊNICOS .......................................................................................... 28

3.3.1. Definição geral .............................................................................................................. 28

3.3.2. Importância da estereoisomeria no estudo de compostos terpênicos ...................... 31

3.3.3. Limoneno ....................................................................................................................... 34

3.3.4. α-terpineol ..................................................................................................................... 36

3.4. BIOTRANSFORMAÇÃO DE LIMONENO EM α-TERPINEOL ................................... 37

3.5. OBESIDADE .................................................................................................................... 40

3.5.1. Obesidade: uma epidemia mundial ............................................................................ 40

3.5.2. Obesidade e inflamação ............................................................................................... 41

3.5.3. Modelos experimentais de obesidade induzida por dieta hiperlipídica ................... 44

3.6. POTENCIAL BIOLÓGICO DO α-TERPINEOL ............................................................. 46

4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 50

4.1. PRODUÇÃO DE R-(+)-α-TERPINEOL E (-)-α-TERPINEOL POR

BIOTRANSFORMAÇÃO ....................................................................................................... 50

4.1.1. Micro-organismos e reagentes ..................................................................................... 50

4.1.2. Preparo da pré-cultura ................................................................................................ 50

4.1.3. Produção do biocatalisador ......................................................................................... 51

4.1.4. Procedimentos de biotransformação em sistema bifásico ........................................ 51

4.1.5. Purificação dos produtos da biotransformação ......................................................... 52

4.2. ENSAIO BIOLÓGICO ..................................................................................................... 53

4.2.1. Animais .......................................................................................................................... 53

4.2.2. Dietas ............................................................................................................................. 54

4.2.3. Procedimento experimental ......................................................................................... 57

4.2.4. Ganho de peso e consumo alimentar .......................................................................... 58

4.2.5. Testes de tolerância à glicose e à insulina ................................................................... 58

Page 18: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

18

4.2.6. Parâmetros bioquímicos............................................................................................... 59

4.2.7. Peroxidação lipídica (TBARS) .................................................................................... 59

4.2.8. Análise histológica em tecido hepático........................................................................ 60

4.2.9. Análise estatística ......................................................................................................... 60

4.3. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA IN VITRO DE R-(+)-α-

TERPINEOL E (-)-α-TERPINEOL ......................................................................................... 60

4.3.1. Preparo das suspensões celulares e aplicação das amostras ..................................... 60

4.3.2. Análise dos resultados .................................................................................................. 62

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 64

5.1. PRODUÇÃO DE R-(+)-α-TERPINEOL E (-)-α-TERPINEOL POR

BIOTRANSFORMAÇÃO ....................................................................................................... 64

5.2. AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DOS ANIMAIS ................................................................. 67

5.2.1. Consumo alimentar dos animais ................................................................................. 67

5.2.2. Peso corporal dos animais ............................................................................................ 70

5.2.3. Pesos dos tecidos ........................................................................................................... 71

5.2.4. Testes de tolerância à glicose e sensibilidade à insulina ............................................ 73

5.2.5. Análises bioquímicas .................................................................................................... 75

5.2.6. Peroxidação lipídica (TBARS) .................................................................................... 79

5.2.7. Determinação dos níveis de citocinas TNF-α e IL-1β ................................................ 80

5.2.8. Análise histológica ........................................................................................................ 82

5.3. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA EM CULTURA DE

CÉLULAS ................................................................................................................................ 84

CONCLUSÃO GERAL ......................................................................................................... 91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 93

APÊNDICE ........................................................................................................................... 121

ANEXO .................................................................................................................................. 129

Page 19: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

19

1. INTRODUÇÃO GERAL

O aroma é um dos mais importantes atributos sensoriais dos alimentos, bebidas e

cosméticos. Correlaciona-se diretamente com o sabor e tem grande influência na seleção,

aceitação e ingestão dos produtos pelo consumidor (FISHER; SCOTT, 1997; WRIGHT,

2010). Ampla variedade de compostos orgânicos está associada ao aroma, compreendendo

compostos voláteis (individuais ou em misturas complexas em diferentes proporções) de

inúmeras classes químicas, como aldeídos, alcoóis, ésteres, ácidos carboxílicos de cadeia

curta, compostos fenólicos e de enxofre, cetonas e lactonas. Estes compostos podem ser

obtidos por meio de extrações de recursos naturais, e também podem ser produzidos por via

química ou biotecnológica (LONGO; SANRÓMAN, 2006; D’ACAMPORA ZELLNER et

al., 2008; BICAS; DIONÍSIO; PASTORE, 2009; WRIGHT, 2010).

O setor de aromas e fragrâncias, em suas diversas aplicações, representa não

somente um mercado global multibilionário, mas também uma fonte de desenvolvimento

científico e de inovação constante. No ano de 2017, a indústria de aromas e fragrâncias rendeu

um montante estimado de 26,3 bilhões de dólares (LEFFINWELL AND ASSOCIATES,

2017). Atualmente, o mercado de aromas é dominado por aromas artificiais;

aproximadamente 80% dos aromas e fragrâncias são produzidos sinteticamente. No entanto,

devido à alta demanda e maior conscientização do consumidor por produtos com apelo de

saudabilidade, tem-se percebido uma tendência crescente ao uso de aromas naturais

(SPEZIALI, 2012; ANDRADE et al., 2013). Nesse contexto, a biotecnologia se mostra como

uma das maiores tendências da indústria em produzir ingredientes naturais para substituir

aqueles que são utilizados em forma sintética (DHILLON; KAUR; BRAR, 2013).

Os compostos de aroma podem ser produzidos por via biotecnológica a partir de

substratos de baixo custo. A utilização de subprodutos agroindustriais com alto teor desses

substratos como, por exemplo, materiais ricos em monoterpenos, são de grande interesse na

biotecnologia de produção de aromas. Assim, vários pesquisadores vêm estudando o

aproveitamento de subprodutos da indústria de alimentos, pois além de contribuírem com a

diminuição de impactos ambientais, estes subprodutos podem gerar renda colaborando com a

economia do país e sendo promissor pra a obtenção de insumos de alto valor agregado, como

compostos de aroma e fármacos (COELHO; VIANA; AZEVEDO, 2014; CAO et al., 2015).

O limoneno, monoterpeno mais abundante na natureza, é o constituinte

majoritário de óleos essenciais de laranja e limão, sendo encontrado nos subprodutos

industriais do processamento de frutas cítricas e tem sido utilizado como precursor para a

Page 20: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

20

produção biotecnológica de monoterpenóides bioativos e de maior valor agregado, como α-

terpineol, carvona e álcool perílico (DUETZ et al., 2003; VAN BEILEN et al., 2005;

BADEE; HELMY; MORSY, 2010; MARMULLA; HARDER, 2014). O limoneno se

apresenta quimicamente como dois enantiômeros, sendo que o R-(+)-limoneno é o mais

abundante no óleo da casca da laranja (até 90%) enquanto que o isômero S-(-) é encontrado

em óleos da casca de limão e nas espécies Mentha e coníferas, em baixas concentrações

(BAUER; GARBE; SURBURG, 2001; RESENDE; AMAURO; RODRIGUES FILHO,

2016).

Mais de 60 mil toneladas de R-(+)-limoneno são recuperadas ao ano como

subproduto da indústria cítrica mundial. A disponibilidade de grandes quantidades de

limoneno e o seu baixo custo (US$ 5–7/kg) tem despertado o interesse dos pesquisadores e da

indústria. Além disso, o fato de alguns compostos medicinais e de aroma possuírem fórmulas

estruturais semelhantes ao limoneno, há um indicativo do grande potencial de utilização

industrial desse produto subaproveitado (CARVALHO; FONSECA, 2006; LAWRENCE,

2009; LANGE, 2015; ALICEWEB, 2016).

Um interessante produto da biotransformação do limoneno é o α-terpineol. Este

monoterpenóide possui duas formas enantioméricas: R-(+)-α-terpineol, de aroma floral

intenso, e S-(-)-α-terpineol, presente na espécie Pinus palustris Mill., que possui um odor

caracteristicamente conífero. A bioconversão do limoneno para α-terpineol tem sido descrita,

utilizando ampla variedade de fungos oriundos de diversas fontes como, por exemplo, solo,

resíduos agroindustriais, frutos exóticos, sementes, como biocatalisadores (BICAS;

DIONÍSIO; PASTORE, 2009; MOLINA et al., 2013; ABRAHÃO; MOLINA; PASTORE,

2013). O processo biotecnológico de produção apresenta a vantagem de ser regido por reações

enzimáticas, as quais se diferenciam da síntese química por serem enantio e regioespecíficas

(RUIZ, FLOTATZ, 2014; LANGE, 2015).

O apelo comercial dos produtos biotecnológicos é um fator que influencia as

pesquisas, uma vez que esses produtos são considerados naturais e tem-se comprovado que

muitos deles apresentam atividades biológicas relevantes. Além de suas propriedades relativas

a aromas e fragrâncias, α-terpineol vem sendo reconhecido por suas propriedades funcionais

(BICAS et al., 2011). A comprovação do α-terpineol como possível composto biologicamente

ativo gera novas possibilidades para sua utilização, em alimentos e bebidas, uma vez que a

comprovação da atividade biológica dessas substâncias adere à demanda do mercado

consumidor por produtos que possuam papel na prevenção de doenças. Estudos revelam que o

α-terpineol apresenta atividade antiproliferativa in vitro, atividades antimutagênica e

Page 21: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

21

antimicrobiana (HASSAN et al., 2010; BICAS et al., 2011; PARK et al., 2009; 2012). Outras

propriedades atribuídas ao α-terpineol são as capacidades anti-inflamatória e antioxidante, às

quais estão intimamente relacionadas, por exemplo, com a proteção contra os mecanismos

fisiopatológicos envolvidos com a gênese da obesidade (MARÓSTICA JÚNIOR et al., 2009;

BICAS et al., 2011; FRANÇA et al., 2013).

A obesidade é reconhecida hoje como um dos mais importantes problemas de

saúde pública em todo o mundo devido a sua contribuição para o aumento significativo de

morte prematura e invalidez precoce, uma vez que esta condição está intimamente relacionada

a um maior risco para o desenvolvimento de uma série de doenças crônicas não

transmissíveis, como resistência à insulina, diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias,

doenças hepáticas e cardiovasculares e certos tipos de câncer (HALLIWELL, 2007; GALIC;

OAKHILL; STEINBERG, 2010; JOHNSON; MILNER; MAKOWSKI, 2012). Dentre as

principais causas da obesidade, destacam-se o consumo excessivo de produtos de alta

densidade energética e com alto teor de gorduras e/ou açúcares, além da redução da prática de

atividades físicas associado a mudanças de estilo de vida geradas pela urbanização

(MATTES, 2013; 2014).

Diante do exposto, o presente estudo investigou a hipótese de que as respostas

fisiológicas promovidas pela ingestão de R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol, produzidos por

biotransformação a partir dos enantiômeros de limoneno, em modelos experimentais de

obesidade, poderiam atenuar eventuais distúrbios metabólicos provocados por consumo de

dieta hiperlipídica.

Page 22: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

22

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O principal objetivo deste trabalho foi produzir os enantiômeros R-(+)-α-terpineol

e (-)-α-terpineol, a partir da biotransformação do limoneno, e estudar os efeitos biológicos

destes dois enantiômeros.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Produção, por biotransformação, de R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol, a partir

de limoneno, pela linhagem Sphingobium sp., partindo de condições otimizadas em estudos

anteriores;

- Separação do α-terpineol e do limoneno remanescente do processo de

biotransformação por cromatografia em coluna aberta;

- Caracterização química e determinação do excesso enantiomérico dos

enantiômeros de α-terpineol por cromatografia gasosa;

- Determinação da atividade antiproliferativa in vitro do R-(+)- e do (-)-α-

terpineol contra nove linhagens de células tumorais;

- Produção das dietas para os estudos in vivo e sua caracterização, com relação ao

conteúdo de umidade, proteínas, cinzas e lipídeos;

- Avaliação o potencial da suplementação de R-(+)- e do (-)-α-terpineol em

modelo experimental de dieta hiperlipídica em ratos machos Sprague Dawley, sobre os

seguintes parâmetros biológicos: peso do fígado, teor de tecido adiposo e soro, peso corporal,

ingestão alimentar, níveis de triglicerídeos e colesterol, tolerância à glicose (GTT),

sensibilidade à insulina (ITT), citocinas inflamatórias (TNFα e IL-1β) e níveis das enzimas

alanina aminotransferase (ALT), e aspartato aminotransferase (AST); perfil oxidativo do

plasma e tecido hepático, além de análise histológica do fígado.

Page 23: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

23

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. AROMAS

Os aromas sempre foram parte integrante da evolução da humanidade e com o

desenvolvimento tecnológico dos materiais, eles se destinam a melhorar a qualidade sensorial

e aprimorar os produtos. Os compostos de aroma são amplamente utilizados em formulações

de alimentos, rações, bebidas, cosméticos, detergentes, produtos químicos e farmacêuticos,

entre outros produtos. Com o desenvolvimento tecnológico na área de alimentos, os aromas

assumem a função de melhorar a qualidade sensorial dos alimentos, sendo considerado um

dos atributos mais importantes na aceitação do produto pelo consumidor (LONGO;

SANROMÁN, 2006; GUPTA; PRAKASH; GUPTA, 2015).

Em 1994, a indústria de aromas e fragrâncias rendeu um montante estimado em

aproximadamente US$ 9,7 bilhões. Até esta época, em torno de 6.400 voláteis naturais e

10.000 fragrâncias sintéticas eram conhecidos. Entretanto, apenas em torno de 400 compostos

de aroma foram comercializados em escala superior a uma tonelada por ano (SOMOGYI,

1996; KRINGS; BERGER, 1998). Outros dados mostram que, em 2013, a indústria de

aromas e fragrâncias apresentou um faturamento estimado em torno de US$ 23,9 bilhões, e

subiu para US$ 26,3 bilhões em 2017 (LEFFINGWELL AND ASSOCIATES, 2017).

A Resolução-RDC n° 2, de 15 de janeiro de 2007, da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (BRASIL, 2007), dispõe acerca do Regulamento Técnico sobre Aditivos

Aromatizantes. Os aromas, ou aromatizantes, são definidos como “substâncias ou misturas

de substâncias com propriedades odoríferas e/ou sápidas, capazes de conferir ou intensificar

o aroma e/ou sabor aos alimentos”. Excluem-se desta definição “as substâncias que conferem

exclusivamente sabor doce, salgado ou ácido; as substâncias e produtos alimentícios com

propriedades odoríferas e/ou sápidas consumidas sem transformação, com ou sem

reconstituição” e “as matérias de origem vegetal ou animal que possuam propriedades

aromatizantes intrínsecas, quando não sejam utilizadas exclusivamente como fonte de aromas”.

Dentro da classificação dos aromas, encontram-se os aromas naturais, que são “obtidos

exclusivamente por métodos físicos, microbiológicos ou enzimáticos, a partir de matérias-

primas aromatizantes naturais”, as quais são “produtos de origem animal ou vegetal aceitáveis

para consumo humano, que contenham substâncias odoríferas e/ou sápidas, seja em seu estado

natural ou após um tratamento adequado, como: torrefação, cocção, fermentação,

enriquecimento, tratamento enzimático ou outros”.

Page 24: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

24

Os aromas de produtos naturais são geralmente formados por misturas complexas

de centenas de substâncias, representantes de várias classes de compostos como

hidrocarbonetos, ésteres, aldeídos, cetonas, lactonas, alcoóis e outras moléculas complexas

resultantes do metabolismo secundário de plantas e de micro-organismos, que possuem

potencial para produzir aromas (FRANCO, 2004; LONGO; SANROMÁN, 2006). Apesar de

não representarem nenhuma função nutritiva ao alimento, estes compostos são

frequentemente utilizados como aditivos na indústria de alimentos, bebidas, perfumes e

cosméticos para conferir, intensificar e melhorar o aroma do produto, e até mesmo o sabor,

como o caso dos alimentos (BERGER, 1995; GAVA; SILVA; FRIAS, 2009).

Muitos compostos de aromas disponíveis no mercado ainda são produzidos

sinteticamente ou extraídos de fontes naturais. Devido ao aumento do interesse e

conscientização do consumidor em produtos naturais, há uma maior procura por fragrâncias

obtidas a partir de fontes naturais sendo, portanto, mais valorizados no mercado do que os

aditivos químicos artificiais. A preferência do consumidor por alimentos ou produtos cujos

ingredientes possam ser rotulados como “naturais” dão suporte ao desenvolvimento da área

biotecnológica para produção de aromas, visto que o custo de produção é significatimente

menor se comparado à extração a partir de fontes naturais (DUBAL et al., 2008; GUPTA;

PRAKASH; GUPTA, 2015).

Neste sentido, há um grande interesse pela bioprodução e aplicação de compostos

de aroma naturais de origem microbiana, resultando nos chamados bioaromas. O termo

bioaromas é utilizado para designar aromas de origem enzimática ou fermentativa. Avanços

na biotecnologia de plantas, na tecnologia enzimática, na engenharia genética, no

monitoramento de bioprocessos e nas técnicas de recuperação de produtos proporcionam

novas oportunidades em potencial para a biotecnologia de produção de aromas. Além de

serem menos agressivos ao meio ambiente – por gerar menos resíduos não biodegradáveis -

os processos biotecnológicos produzem aromas considerados naturais (BICAS; DIONÍSIO;

PASTORE, 2009; BICAS et al., 2010a; FELIPE; OLIVEIRA; BICAS, 2017).

Por isso, torna-se interessante o desenvolvimento de aromas naturais por parte dos

grupos de pesquisa acadêmicos e industriais, já que sua produção apresenta menores impactos

ambientais e custos de produção, pela utilização de matérias-primas de baixo custo que são

produzidas em maior escala e em geral subaproveitadas, resultantes principalmente da

industrialização de alimentos, indicando a importância desses processos no desenvolvimento

futuro de novos compostos naturais.

Page 25: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

25

3.2. OBTENÇÃO DE COMPOSTOS DE AROMAS NATURAIS POR VIA

BIOTECNOLÓGICA

Os compostos de aroma podem ser obtidos por três processos, a saber, a extração

de fontes naturais, transformações químicas e por via biotecnológica (biotransformações

microbiológicas e enzimáticas). Esta última é bastante atrativa por oferecer vários produtos e

por ser um processo mais limpo (CALAZANS, 2012; MOLINA et al., 2015; FELIPE;

OLIVEIRA; BICAS, 2017). A obtenção de aromas da natureza é realizada pela extração de

plantas, embora apresentem desvantagens como a obtenção do produto de interesse com

baixos rendimentos, o alto custo do processo, a sazonalidade, problemas envolvendo a

extração como possíveis fatores ecológicos e variações na qualidade do produto final

(BICAS; DIONÍSIO; PASTORE, 2009; GALVÃO, 2014; FELIPE; OLIVEIRA; BICAS,

2017). Já os aromas obtidos por síntese química apresentam vantagens como rendimentos

satisfatórios e bons índices de produção. No entanto, possuem também muitos obstáculos,

como geração de resíduos não biodegradáveis e de produção de misturas de substâncias que

alteram sensorialmente o aroma desejado reduzindo seu interesse econômico (BICAS;

DIONÍSIO; PASTORE, 2009; AKACHA; GARGOURI, 2015).

Estas desvantagens fazem com que a produção de aromas por processos

biotecnológicos seja bastante interessante, pelo fato de que, em geral, resultam em menor

impacto ambiental, utilizam condições brandas de processo e não estão sujeitos a variações

sazonais. Outra vantagem é a alta enantioseletividade do processo, que permite a obtenção de

aromas de alta pureza óptica, impactando positivamente nas características sensoriais do

produto. Além de serem mais valorizados no mercado que os aditivos químicos artificiais, por

serem “naturais”, já que produtos com estas características têm sido bastante procurados

devido à conscientização dos consumidores em relação à alimentação e saúde (CALAZANS,

2012; AKACHA; GARGOURI, 2015; BERGER, 2015; FELIPE; OLIVEIRA; BICAS, 2017).

Os métodos biotecnológicos para a produção de aromas incluem a síntese de novo

(fermentação) e a biotransformação (biocatálise de precursores de aroma), sendo que ambos

podem ser apoiados pela engenharia genética. A síntese de novo, termo originário do latim,

significa síntese “do zero”, “do início”. Os micro-organismos são capazes de produzir uma

ampla variedade de compostos de aroma - álcoois de cadeia curta, ésteres, aldeídos, cetonas,

metilcetonas e ácidos, bem como pirazinas e lactonas - por vias metabólicas complexas, a

partir de moléculas simples (açúcares e aminoácidos) e sem a adição de substratos ao meio.

No entanto, os níveis de produção são muito pobres (< 100 mg. L-1

) bem como as dificuldades

enfrentadas no processo de purificação dada a complexidade da amostra, constituem um

Page 26: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

26

limite para a exploração industrial. Apesar disso, algumas empresas de biotecnologia estão

investindo em biologia sintética para produzir compostos de aroma. A empresa americana

Amyris, Inc., por exemplo, está usando bioprocessos para a síntese de novo de sesquiterpenos

como o farneseno (Biofene™) e patchouli (Clearwood™) com Saccharomyces cerevisiae

geneticamente modificada em grande escala usando cana-de-açúcar como substrato (FERON;

WACHÉ, 2006; MARÓSTICA JÚNIOR; PASTORE, 2007a; BICAS; DIONÍSIO;

PASTORE, 2009; RENNINGER et al., 2010; GALLAGE; MØLLER, 2015; SCHALK;

DEGUERRY, 2015; FELIPE; BICAS, 2017; FELIPE; OLIVEIRA; BICAS, 2017). Já a

biotransformação gera rendimento mais elevado e possibilita a utilização de substratos com

baixo valor agregado, como os subprodutos agroindustriais (BERGER, 2009).

A biotransformação pode ser definida como o uso de sistema químico catalisado

por micro-organismos ou enzimas para produzir mudanças químicas em compostos que não

são seus substratos originais. Pode ser realizada pela adição do substrato durante o

crescimento das células e, nesse caso, a transformação ocorre ao mesmo tempo em que o

micro-organismo cresce, ou pela adição do substrato às células previamente crescidas. É

possível, ainda, utilizar enzimas isoladas e, nesse caso, a reação geralmente ocorre em meio

aquoso tamponado. Tanto as células íntegras quanto as enzimas podem ser utilizadas na sua

forma livre ou imobilizadas. Sistemas bifásicos (fase aquosa contendo biocatalisador e fase

oleosa contendo substratos/produtos) apresentam vantagens para os casos em que o substrato

é tóxico ou pouco solúvel em água (TONIAZZO et al., 2005; BICAS; DIONÍSIO;

PASTORE, 2009; BIER, 2011).

A biotransformação utilizando células previamente crescidas pode eliminar ou

minimizar a inibição pelo substrato. Consiste de duas etapas: na primeira, o micro-organismo

é crescido em meio adequado, com elevada formação de biomassa e separado do meio por

centrifugação ou filtração. Na segunda etapa, a biomassa é transferida para um meio próprio

para a biotransformação. Este processo apresenta algumas vantagens, como menor tempo de

transformação, maior concentração de substrato (efeitos tóxicos do substrato podem ser

minimizados), controle mais fácil de reações e facilidade na extração e purificação do

produto. A reutilização de biocatalisadores também é possível, especialmente se estiverem

imobilizados (MEDEIROS; AVERY; AVERY, 2002). No entanto, alguns desafios e

limitações precisam ser superados para obtenção de alta produtividade na biotransformação

como a instabilidade química, baixa solubilidade em água, alta volatilidade e inibição do

processo por substratos xenobióticos, metabólitos intermediários e produtos finais. Estas

substâncias geralmente interferem em importantes processos metabólicos, incluindo

Page 27: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

27

transporte celular, geração de energia, síntese e reparo de DNA, síntese de proteínas e danos

na membrana celular, levando a uma diminuição da viabilidade celular. Além disso, os

rendimentos obtidos na maioria dos processos ainda são insuficientes para uma aplicação em

escala industrial (VAN DE WERF; DE BONT; LEAK, 1997; BERGER, 2009; LING et al.,

2013; LO et al., 2013).

A seleção das condições de cultivo e do método de biotransformação deve ser

realizada buscando sempre a melhor condição para crescimento do micro-organismo e a

realização da reação. O fator crucial para a execução da biotransformação é identificar cepas

de micro-organismos resistentes às condições deste processo e que possam utilizar diferentes

substratos como fonte de carbono para a produção de metabólitos desejáveis e em quantidades

satisfatórias. Fungos filamentosos, bactérias e leveduras oriundos de diversas fontes como,

por exemplo, solo, resíduos agroindustriais, frutos exóticos e sementes podem ser utilizados

para a produção de aromas. Nos últimos anos tem-se dado especial importância aos micro-

organismos endofíticos, pois são potenciais fontes de produtos naturais de interesse na

medicina, agricultura e indústria (STROBEL et al., 2004; BICAS; DIONÍSIO; PASTORE,

2009; MOLINA et al., 2013; ABRAHÃO; MOLINA; PASTORE, 2013). Além disso, as

condições de processo como composição do meio de cultura, pH, temperatura de incubação,

aeração e agitação são fatores importantes que vão influenciar no tipo e na quantidade de

aroma produzido (ROTTAVA et al., 2010).

A inclusão de etapas de biotransformação usando micro-organismos ou enzimas

isoladas (lipases, proteases, glicosidases, isomerases etc.) propiciou um aumento significativo

das sínteses realizadas em escala laboratorial. A utilização da biotransformação permitiu a

introdução de reações catalizadas por enzimas com controle régio e estereoquímico, gerando

compostos opticamente puros, além do desenvolvimento de rotas mais eficientes. As

biotransformações empregando micro-organismos, ou seja, células íntegras, como bactérias,

leveduras e fungos filamentosos, apresentam vantagens em relação ao uso de enzimas

isoladas, pois os micro-organismos apresentam rápido crescimento e fácil formação do

sistema multienzimático, além da facilidade de desenvolvimento experimental e possibilidade

de reutilização das células microbianas. As células íntegras destes micro-organismos contêm

enzimas com diferentes estruturas, responsáveis por catalisar diversas reações, destacando-se

as hidrolases como a mais utilizada para produção de aromas (FABER, 2004).

Apesar dos elevados custos da aplicação de enzimas isoladas na produção de

aromas, estas podem oferecer alta seletividade para a conversão de um determinado substrato.

Reações que são efetuadas por enzimas isoladas de células - oxidação, redução, reações

Page 28: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

28

hidrolíticas, formação de novas ligações C-C e reações de degradação - são altamente

específicas ao substrato, permitindo reconhecê-lo de formas régio e enantioseletiva, sendo,

portanto, capazes de realizarem reações não acessíveis por processos químicos clássicos

(PETERSEN, 2006; PANDEY et al., 2008). Desta forma, os produtos obtidos por

biotransformação, em geral, apresentam maior pureza enantiomérica em função da capacidade

enantioseletiva apresentada por sistemas biológicos (WACHÉ; DIJON, 2013).

3.3. COMPOSTOS TERPÊNICOS

3.3.1. Definição geral

Os vegetais sintetizam substâncias que são divididas, didaticamente, em dois

grandes grupos: metabólitos primários, como a celulose, lignina, proteínas e outras

substâncias, que são originadas do metabolismo primário, que realizam suas principais

funções vitais e que fazem parte da atividade celular de praticamente todos os seres vivos e os

metabólitos secundários, originados do metabolismo secundário, que são substâncias de baixo

peso molecular, geralmente produzidas em pequenas quantidades, que possuem características

químicas muito variadas e, às vezes, bem complexas, mas nem por isso menos importante

(DEWICK, 2002). Os metabólitos secundários despertam grande interesse pelas atividades

biológicas exercidas nas plantas em resposta aos estímulos do meio ambiente e também pela

sua grande atividade farmacológica. Muitos são de importância comercial nas áreas

farmacêutica, alimentícia, agronômica, perfumaria e outras (PEREIRA, 2006).

Os compostos terpênicos constituem o maior grupo de metabólitos secundários

conhecidos, com mais de 40.000 substâncias já identificadas. As diversas substâncias desta

classe são sintetizadas através da rota do ácido mevalônico a partir da condensação de uma

unidade de acetocetil-CoA e acetil-CoA, seguida de uma hidrólise, formando o 3-hidróxi-3-

metilglutaril-CoA (HMGCoA). Em seguida, o HMGCoA é reduzido por um processo

dependente de NADPH e catalisado pela HMGCoA-redutase a mevalonato. O mevalonato

então é convertido em isopentil-pirofosfato (IPP) e seu isômero dimetilalilpirofosfato

(DMAPP). A produção de IPP pode também ocorrer no cloroplasto pela via 1-deoxi-D-

xilulose (DXP), iniciando com a condensação de uma molécula de piruvato a outra D-

gliceraldeído-3-fosfato, formando 1-deoxi-D-xilulose-5-fosfato, após reações sucessivas, a

molécula de IPP e DMAPP são formadas. Estas moléculas, formadas em ambas as vias,

condensam-se e originam o trans-geranilpirofosfato (GPP), o qual é convertido em diferentes

monoterpenos. Os terpenos e terpenóides mais simples (mono e sesquiterpenos/terpenóides)

Page 29: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

29

são amplamente utilizados na indústria de aromas e são os principais constituintes dos óleos

essenciais (DEWICK, 2002; DZUBAK et al., 2006; BICAS et al., 2010a; SIMÕES et al.,

2010).

Do ponto de vista químico, são substâncias hidrofóbicas, armazenadas em canais

de resina, células de óleos essenciais ou mesmo tricomas glandulares, contendo ou não

oxigênio que, devido à origem biossintética são constituídos de unidades básicas de isopreno

(2-metil-1,3-butadieno, C5H8). A união de duas moléculas de isopreno pode ocorrer de três

maneiras diferentes: cabeça-cabeça, cabeça-cauda e cauda-cabeça. Nos monoterpenos, classe

formada por uma grande variedade de substâncias encontradas na natureza, a conexão

normalmente encontrada entre as unidades de isopreno é a cabeça-cauda (Figura 1), embora

existam algumas exceções para este arranjo (KIRK-OTHMER, 1983; LOOMIS; CROTEAU,

2014).

Figura 1. Representação da formação estrutural do limoneno.

Fonte: Meireles (2013).

Assim, os compostos terpênicos podem ser classificados de acordo com o número

de unidades de isopreno que possuem (Tabela 1). Outra forma de classificação dos compostos

terpênicos refere-se à ciclização ou não da cadeia e ao número de anéis na molécula. Assim,

podem ser caracterizados como acíclicos (cadeia aberta), monocíclicos (um anel), bicíclicos

(dois anéis), tricíclicos (três anéis), etc., podendo ser oligômeros de isopreno e também

isômeros saturados ou parcialmente saturados, bem como derivados oxigenados, como

alcoóis, aldeídos, cetonas, fenóis, éteres e ésteres, podendo estes ser denominados

“terpenóides” (derivados dos terpenos). Uma única planta pode sintetizar muitos compostos

terpênicos diferentes, em diferentes órgãos, para uma grande variedade de propósitos e em

Page 30: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

30

épocas diferentes, ao longo do seu desenvolvimento (ROBBERS; SPEEDIE; TYLER, 1997;

DEWICK, 2002; HILL; CONNOLLY, 2012; KRIVORUCHKO; NIELSEN, 2014).

Tabela 1. Classificação dos terpenos, com base no número de subunidades de isopreno.

Unidades de isopreno Átomos de Carbono Classificação

1 5 Hemiterpeno

2 10 Monoterpeno

3 15 Sesquiterpeno

4 20 Diterpeno

5 25 Sesterpeno

6 30 Triterpeno

8 40 Tetraterpeno

10 ou > 10 50 ou > 50 Politerpeno

Fonte: Adaptado de Mikami (1988).

O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de terpenos. Os terpenos de

ocorrência natural são constituintes principais de óleos essenciais (Tabela 2) e representam

uma matéria-prima renovável comercialmente importante para as indústrias farmacêuticas, de

perfumes, de flavorizantes, agroquímicas, cosméticos e de aromas, além de intermediários

sintéticos versáteis, podendo ser usados na síntese de produtos quirais. Os monoterpenos e

sesquiterpenos, com estruturas terpênicas de menor massa molecular, apresentam volatilidade

acentuada. Essa última característica, por sua vez, apresenta grande importância para o aroma

dos produtos naturais, particularmente de frutas cítricas, ervas aromáticas, especiarias e

condimentos (SELL, 2006; FARKAS; MOHÁCSI-FARKAS, 2014; FELIPE; BICAS, 2017).

Page 31: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

31

Tabela 2. Principais constituintes de alguns óleos vegetais

Óleo essencial Composição

Alecrim Monoterpeno (α-pineno, β-mirceno, canfeno), monoterpenoide (1,8 cineol,

borneol, geraniol), outros compostos (verbenona).

Bergamota

Ésteres de álcoois monoterpênicos (linalil acetato, neril acetato, geranil

acetato); monoterpenos (limoneno, β-pineno, γ-terpineno);

monoterpenoides (linalol, geraniol, geranial, neral).

Capim citronela Monoterpeno (limoneno), monoterpenoide (β-citronelol, nerol, α-

terpinoleno) outros compostos (citronelal).

Casca de laranja Monoterpenos (limoneno, mirceno); sesquiterpenoides (β-sinensal, α-

sinensal), sesquiterpeno (valenceno); monoterpenoides (decanal, linalol,

neral, geranial, citronelal), outros compostos (octanal).

Gengibre Sesquiterpenos (zingibereno, AR-curcumeno, β-sesquifelandreno,

bisaboleno); monoterpenos (canfeno, β-felandreno), monoterpenoide (1,8-

cineol)

Hortelã pimenta Monoterpenoide (isomentona, (−)-mentol, (−)-mentona, 1,8-cineol,

mentofurano); monoterpeno (limoneno), álcoois (octan-3-ol, oct-1-en-3-

ol).

Limão Monoterpenos (limoneno, β-pineno, γ-terpineno); monoterpenoides

(geranial, neral, citronelal, linalol); outros compostos (neril acetato,

geranil acetato, nonanal).

Melaleuca Monoterpeno (limoneno, α-terpineno, γ-terpineno, α-terpinoleno, p-

cimeno), monoterpenoide (1,8-cineol, terpinen-4-ol, α-terpineol)

Pimenta Monoterpeno (sabineno).

Pinus Monoterpenos (pinenos, car-3-eno, limoneno, mirceno).

Terebintina Monoterpenos (α-pineno, canfenos)

Adaptado de: Margetts (2005); Baser e Demirci (2007); Ribeiro et al. (2012); Felipe e Bicas (2017).

3.3.2. Importância da estereoisomeria no estudo de compostos terpênicos

A quiralidade está presente em muitas moléculas orgânicas, inclusive nos óleos

essenciais. Este fenômeno ocorre quando um átomo de carbono está ligado a quatro diferentes

grupos funcionais. Carbonos desse tipo são chamados de assimétricos ou quirais e as

moléculas são denominadas moléculas quirais (ASZTEMBORSKA; OCHOCKA, 2002;

McMURRY, 2011; SOLOMONS; FRYHLE, 2012).

A isomeria pode ser dividida em dois tipos principais (Figura 2): i) plana ou

constitucional (isômeros de cadeia, de posição, de função, de compensação e tautomeria) e ii)

espacial ou estereoisomeria (isomeria geométrica ou cis-trans e isomeria óptica). Os

estereoisômeros têm seus átomos conectados na mesma sequência (mesma constituição), mas

Page 32: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

32

diferem no arranjo de seus átomos no espaço, e podem ser subdivididos em duas categorias:

aqueles que são enantiômeros entre si e aqueles que são diasteroisômeros entre si. Os

enantiômeros são estereoisômeros cujas moléculas são imagens especulares não sobreponíveis

entre si e os diastereoisômeros são estereoisômeros cujas moléculas não são imagens especu-

lares entre si (SOLOMONS; FRYHLE, 2012).

Figura 2. Subdivisão dos isômeros.

Fonte: Adaptado de Solomons e Fryhle (2012).

Os enantiômeros são tipos de isômeros que ocorrem em moléculas quirais, ou

seja, moléculas cuja imagem não é sobreponível, mas é simétrica em relação a um plano e

apresentam desvios polarimétricos opostos e de mesma magnitude. Podem ser encontradas na

forma de mistura racêmica, quando os enantiômeros estão em igual proporção, sendo

oticamente inativa, ou estar em excesso de uma de suas formas (ASZTEMBORSKA;

OCHOCKA, 2002; SOLOMONS; FRYHLE, 2012).

Esses isômeros possuem algumas propriedades físicas semelhantes, como

solubilidade, densidade e ponto de fusão. No entanto apresentam diferenças quanto ao aroma,

sabor, toxicidade, atividade biológica e atividade ótica. Com base na atividade ótica, se o

desvio da luz polarizada for para a direita, os isômeros são denominados dextrógiros,

ISÔMEROS

(Compostos diferentes com

a mesma fórmula

molecular).

Isômeros Constitucionais

(Isômeros cujos átomos

têm conectividades

diferentes).

Estereoisômeros

(Isômeros que tem a mesma

conectividade, mas que diferem no

arranjo espacial de seus átomos).

Enantiômeros

(Estereoisômeros que são

imagens especulares não

sobreponíveis um do

outro).

Diasteroisômeros

(Estereoisômeros que não

são imagens especulares

um do outro).

Page 33: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

33

representados por (d) ou (+); se o giro for para esquerda, são chamados de levógiros (l) ou (-).

Também pode ser denotado pela ordem decrescente de prioridade do número atômico do(s)

átomo(s) ligado(s) ao carbono quiral. Se a configuração for ao sentido horário em torno do

carbono, é designado como R- (“rectus”); se a configuração for anti-horária, é indicado por S-

(“sinister”). Esta última notação (R, S) é comumente utilizada para estabelecer a configuração

absoluta dos enantiômeros e foi desenvolvida por Can-Ingold-Prelog (Robert S. Can,

Christopher Ingold e Vladimir Prelog) em 1966 e adotado pela International Union of Pure

and Applied Chemistry (IUPAC) (IUPAC, 1997; McMURRY, 2011; SOLOMONS;

FRYHLE, 2012).

A atividade biológica de substâncias opticamente ativas não é idêntica para ambos

os enantiômeros. Um modelo explicativo deste é a teoria dos três pontos: a formação do

complexo enzima-substrato só é possível para o enantiômero que possui três pontos

corretamente posicionados para ocorrer interação com o sítio ativo da enzima (Figura 3)

(BRUICE, 2003). A existência de enzimas e receptores estereoespecíficos no organismo

conduz às características biológicas diferentes para compostos com estruturas quirais. Tais

características são de extrema importância biológica, uma vez que a maioria dos receptores

endógenos dos fármacos e compostos bioativos também é composto quiral (THALL, 1996).

Figura 3. Diagrama esquemático da interação de moléculas quirais com enzimas receptoras.

Teoria dos três pontos. Fonte: Rinaldo (2010).

Como os nossos receptores são feitos de proteínas quirais, dois enantiômeros de

um composto quiral, similares em suas estruturas químicas, podem diferir substancialmente

em suas atividades biológicas. Como exemplo clássico da importância da quiralidade na

indústria farmacêutica encontra-se o caso da talidomida, comercializada como mistura

Enantiômero R Enantiômero S

Sítio de ligação do receptor (enzima) Sítio de ligação do receptor (enzima)

Page 34: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

34

racêmica, na década de 1960, como sedativo e analgésico. Após a tragédia causada por esse

fármaco, em razão do enantiômeros S-(-) apresentar efeitos teratogênicos, levando à má

formação de milhares de fetos humanos, novos modelos de estudos para fármacos quirais

foram desenvolvidos (CALDWELL, 1995; BARREIRO; FERREIRA; COSTA, 1997; SILVA

JÚNIOR et al., 2006).

A detecção de aromas envolve a interação de moléculas voláteis quirais com os

receptores nasais. Por este motivo, dois enantiômeros de um monoterpeno podem dar

diferentes impressões olfatométricas. O S-(-)-limoneno e R-(+)-limoneno, por exemplo,

encontrados nas cascas de frutas cítricas, possuem odores de limão e laranja, respectivamente;

S-(+)-carvona apresenta aroma de hortelã, enquanto R-(-)-carvona possui odor de sementes de

pinheiro. O R-(+)-α-terpineol possui aroma floral, enquanto que o S-(-)-α-terpineol possui um

odor conífero. (ASZTEMBORSKA; OCHOCKA, 2002; HARRATHI et al., 2012; PORTE;

PORTE; OLIVEIRA, 2014; REZENDE; AMAURO; RODRIGUES FILHO, 2016).

Os aromas são resultantes de misturas complexas de substâncias voláteis e

geralmente consistem de centenas de substâncias de funções orgânicas diferentes, e entre elas

os terpenos enantioméricos. Eles são geralmente limitados a monoterpenos, sesquiterpenos e,

em raras ocasiões, diterpenos. Como os enantiômeros de um composto podem apresentar ca-

racterísticas de odor distintas, é fundamental a utilização de técnicas que permitam a

elucidação da configuração absoluta (R ou S) presente, bem como o conhecimento da

proporção e da pureza enantiomérica destes compostos no alimento. A proporção

enantiomérica é dada normalmente pelo excesso enantiomérico (ee) das substâncias quirais,

definido por (R - S)/(R + S) x 100, onde R e S são as quantidades relativas dos enantiômeros R

e S. Enquanto que a concentração do excesso enantiomérico é a diferença entre os percentuais

dos dois enantiômeros, a pureza enantiomérica é definida como a proporção (expressa em

percentagem) dos enantiômeros detectados (ELIEL; WILEN; MANDER, 1994;

ASZTEMBORSKA; OCHOCKA, 2002; TEMBA; OLIVEIRA; DONNICI; 2003; PORTE;

PORTE; OLIVEIRA, 2014).

3.3.3. Limoneno

O limoneno, de nomenclatura IUPAC 1-metil-4-isopropenilciclohex-1-eno, é um

hidrocarboneto monoterpênico cíclico insaturado (C10H16, MM = 136,24 g. mol-1

). Por

apresentar um carbono quiral no anel ciclo-hexeno, muitas espécies de plantas podem

biossintetizá-lo nas formas de seus enantiômeros (Figura 4) e na forma racêmica. Limoneno

(em ambas as formas enantioméricas) já foi encontrado nos óleos essenciais de mais de 300

Page 35: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

35

espécies de plantas (DNP, 2015), incluindo laranja, limão, hortelã e árvores coníferas, sendo a

prevenção da desidratação e a inibição do crescimento microbiano suas funções naturais nos

vegetais. O R-(+)-limoneno é encontrado em espécies de Citrus ssp, Lippia e Artemia, sendo

o principal constituinte do óleo da casca de laranja (concentrações entre 90 e 97%) e do óleo

essencial de alcarávia. Já o S-(-)-limoneno é encontrado principalmente no óleo da casca de

limão e em óleo essencial da espécie de Mentha ssp. (ERASTO; VILJOEN, 2008; RUIZ;

FLOTATS, 2014).

Figura 4. Estruturas enantioméricas do limoneno.

Mais de 60 mil toneladas de R-(+)-limoneno são recuperadas ao ano como

subproduto da indústria cítrica mundial. O limoneno é geralmente extraído do óleo essencial

contido na casca de laranja pela sua baixa solubilidade em água, alta tendência à autoxidação

e polimerização, tornando-se um subproduto industrial adequado para bioconversões em

compostos de alto valor comercial. (CARVALHO; FONSECA, 2006; MARÓSTICA

JÚNIOR; PASTORE, 2007b; LANGE, 2015).

A disponibilidade de grandes quantidades de limoneno e o seu baixo custo (US$

5–7/kg) (ALICEWEB, 2016) têm despertado o interesse dos pesquisadores e da indústria. Isso

se explica, principalmente, pelo fato de alguns compostos medicinais e de aroma possuírem

fórmulas estruturais semelhantes ao limoneno, sugerindo grande potencial para a utilização

industrial desse rejeito. Por exemplo, o limoneno tem sido utilizado na produção

biotecnológica de monoterpenos oxigenados bioativos. Diversos estudos foram desenvolvidos

no intuito de utilizar o limoneno como substrato para a produção biotecnológica de aromas

naturais de maior valor comercial como a biotransformação em álcool perílico, carvona,

S-(-)-limoneno R-(+)-limoneno

Page 36: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

36

carveol e α-terpineol (TAN; DAY, 1998; DUETZ et al., 2001; MENÉNDEZ et al., 2002;

TRYTEK; FIEDUREK, 2005; ROTTAVA et al., 2010; RUIZ; FLOTATS, 2014;

MARMULLA; HARDER, 2014; LANGE, 2015).

3.3.4. α-terpineol

O α-terpineol (Figura 5), de nomenclatura IUPAC 2-(4-Metil-1-ciclohex-3-

enil)propan-2-ol, é um monoterpenóide cíclico hidroxilado (C10H18O, MM = 154,25 g/mol),

incolor e de aroma agradável encontrado em uma grande variedade de óleos essenciais, com

ampla aplicação industrial. O consumo anual do α-terpineol é estimado em,

aproximadamente, 9,2 toneladas, o que representa uma ingestão individual diária de 17,2

µg/kg, nos Estados Unidos (BATHIA; LETIZIA; API, 2008; BURDOCK; FENAROLI,

2010).

Este monoterpenoide é utilizado em indústrias de produtos de perfumaria como

constituinte de sabonetes e cosméticos, em indústrias de produtos de limpeza como repelente

de insetos, desinfetante e aromatizante, em indústrias farmacêuticas como antifúngico e

antisséptico, sendo aprovado como substância GRAS (Generally Recognized as Safe – GRAS

3045). O uso do α-terpineol em alimentos, geralmente em uma faixa de 10-25 ppm, incluem

produtos cozidos, gomas de mascar, condimentos, produtos lácteos, doces e bebidas. Devido a

essa enorme demanda, o α-terpineol utilizado no mercado mundial é obtido, em grande parte,

por via sintética, e vários métodos para tal são disponíveis, com especial destaque àqueles que

utilizam pinenos ou a própria terebintina como materiais de partida (BAPTISTELLA et al.,

2009; BICAS et al., 2010a; BURDOCK; FENAROLI, 2010; DIONÍSIO et al., 2012).

Figura 5. Estruturas enantioméricas do α-terpineol.

R-(+)-α-terpineol S-(‒)-α-terpineol

Page 37: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

37

O α-terpineol apresenta duas formas isoméricas (Figura 5), que vão determinar

suas propriedades de aroma: R-(+)-α-terpineol, de aroma floral intenso, e S-(-)-α-terpineol,

presente na espécie Pinus palustris Mill., em concentração menor de 60% em seu óleo

essencial, que possui um odor caracteristicamente conífero. Apesar do α-terpineol ocorrer em

muitos óleos essenciais, apenas pequenas quantidades são isoladas. Está presente em

concentrações de 3 a 4% em óleos essenciais de Melaleuca alternifolia, Salvia officinalis e

Carthamus tinctorius (HARRATHI et al., 2012), bem como nos óleos essenciais de laranja

(grapefruit), bergamota e lima em concentrações variáveis (BAUER; GARBE; SURBURG,

2001; ROTTAVA et al., 2010). O α-terpineol está comercialmente disponível como mistura

racêmica (mistura em quantidades iguais dos isômeros óticos), recuperado como subproduto

da indústria de celulose e papel (CADWALLADER; BRADDOCK; PARISH, 1992).

Uma das mais recentes tendências é a produção de α-terpineol natural pela

biotransformação do limoneno, α-pineno ou β-pineno. A biotransformação de limoneno para

α-terpineol como principal produto já foi descrita por fungos filamentosos Cladosporium,

Penicillium digitatum, Aspergillus niger e Fusarium oxysporum. Para as bactérias, este

caminho de conversão tem sido relatado em Pseudomonas gladioli, Escherichia coli,

Pseudomonas fluorescens e Sphingobium spp. (BICAS et al., 2008; 2010bc; TAI et al., 2016).

Em todos os casos, o processo é altamente enantioespecífico, mas a concentração do produto

depende das condições da reação (KRAIDMAN; MUKHERJEE; HILL, 1969; BICAS;

DIONÍSIO; PASTORE, 2009; BICAS et al., 2010b).

3.4. BIOTRANSFORMAÇÃO DE LIMONENO EM α-TERPINEOL

O limoneno tornou-se um dos precursores mais estudados em experimentos de

bioconversão para a produção de derivados de alto valor, o que pode revelar-se uma boa

estratégia para o enriquecimento do valor comercial dos subprodutos da agroindústria, como

óleo de casca de laranja. O limoneno pode ser biotransformado em monoterpenos oxigenados

como o α-terpineol, que é um monoterpenoide que tem um valor agregado significativamente

maior que o limoneno (MARÓSTICA JÚNIOR; PASTORE, 2007a; BURDOCK;

FENAROLI, 2010; MARMULLA; HARDER, 2014).

Há progressos no campo da biotransformação de limoneno, especialmente no que

se refere à regioespecificidade da biocatálise por micro-organismos. Maróstica Júnior e

Pastore (2007b) e Bicas et al. (2008) expuseram as seis principais reações químicas da

biotransformação do limoneno (Figura 6): (1) a oxidação de carbono 7 do limoneno a

Page 38: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

38

compostos perílicos; (2) epoxidação da dupla ligação do anel, seguida pela formação do diol

correspondente e sua oxidação; (3) a oxidação de carbono 6 para formar cis, trans carveóis e

carvona; (4) hidroxilação do carbono 8 para formar α-terpineol; (5) oxidação do carbono 3

para formar isopiperitenol e isopiperitona e (8) epoxidação da ligação 8,9 a limoneno-8,9-

epóxido.

Figura 6. Principais rotas envolvidas na biotransformação do limoneno.

Fonte: Maróstica Júnior e Pastore (2007b).

O primeiro relato da biotransformação de limoneno em α-terpineol foi em 1969,

por uma linhagem de Cladosporium sp. (KRAIDMAN; MUKHERJEE; HILL, 1969).

Posteriormente, inúmeros estudos demonstraram essa capacidade de biotransformação para

várias espécies de fungos filamentosos, como as do gênero Aspergillus sp., Fusarium sp. e

Penicillium sp. (TAN; DAY; CADWALLADER, 1998; DEMYTTENAERE; DE KIMPE,

Page 39: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

39

2001; ADAMS; DEMYTTENAERE; DE KIMPE, 2003; TRYTEK; FIEDUREK, 2005;

MARÓSTICA JÚNIOR; PASTORE, 2007a; BICAS et al., 2010c; MOLINA et al., 2013;

2015; TAI et al., 2016).

Algumas bactérias também são capazes de utilizar limoneno como fonte de

carbono ou energia. A utilização de bactérias para a produção biotecnológica de α-terpineol

também é conhecida. Estudos com linhagens de Pseudomonas aeruginosa, Pseudomonas

gladioli, Pseudomonas fluorescens, Bacillus stearothermophillus, Escherichia coli

recombinante e Sphingobium sp., demonstraram capacidade de biotransformar limoneno à α-

terpineol e outros derivados oxigenados (CADWALLADER et al., 1989; CADWALLADER;

BRADDOCK; PARISH, 1992; SAVITHIRY; CHEONG; ORIEL, 1997; BICAS et al., 2008;

2010b; MOLINA, 2014).

A toxicidade dos micro-organismos ao precursor limoneno e a multiplicidade dos

metabólitos originados da biotransformação do monoterpeno resultam em baixas

concentrações dos produtos finais e intermediários, elevando os custos da recuperação dos

compostos gerados. No entanto, algumas bactérias, como as do gênero Pseudomonas sp.,

apresentam a capacidade de degradar e de sobreviver em meios contendo monoterpenos,

sintetizando enzimas para a bioconversão destes compostos (CADWALLADER et al., 1989;

SPEELMANS; BIJLSMA; EGGINK 1998; RAMOS et al., 2015).

Alguns processos viáveis na biotransformação de limoneno em, até agora

descritos na literatura, tiveram suas condições otimizadas e seus rendimentos foram

aumentados significativamente. Molina (2014) otimizou a produção de α-terpineol, partindo

de um estudo iniciado por Bicas et al. (2010b) ao utilizar como biocatalisador Pseudomonas

fluorescens NCIMB 11671 (reclassificado como Sphingobium sp.) e limoneno como substrato

em meio bifásico (fase aquosa/óleo de soja). Bicas et al. (2010b) obtiveram rendimento de

130 g. L-1

de α-terpineol, enquanto no estudo de Molina (2014), nas melhores condições de

processo, a produção de α-terpineol chegou a 500 g. L-1

.

As reações de biotransformação realizadas em sistemas bifásicos são

implementadas para proteger os micro-organismos dos efeitos tóxicos de alguns substratos,

intermediários e produtos finais e melhorar o rendimento da bioconversão. Desta forma,

estudos de Bicas et al. (2008) foram realizados utilizando Pseudomonas rhodesiae

CIP107491 e Pseudomonas fluorescens NCIMB 11671 nas reações com terpenos onde foram

utilizados meios bifásicos (fase aquosa/hexadecano). Os resultados mostraram que P.

rhodesiae foi eficiente na bioconversão de α- and β-pineno, enquanto P. fluorescens

metabolizou o limoneno a α-terpineol (11 g. L-1

). O α-terpineol obtido por Molina (2014) em

Page 40: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

40

concentrações de 500 g. L-1

em meio bifásico utilizando óleos vegetais como fase orgânica,

foi de longe o mais alto já descrito para a bioprodução de α-terpineol.

No que se refere à enantioespecificidade da biotransformação, alguns estudos já

relataram a bioconversão de R-(+)-limoneno e S-(-)-limoneno a enantiômeros R-(+)- e S-(-)-α-

terpineol, respectivamente, por Penicillium digitatum. Adams, Demyttenaere e De Kimpe

(2003) observaram que R-(+)- limoneno foi convertido, com elevada enantioseletividade, em

R-(+)-α-terpineol com 99% de excesso enantiomérico, semelhante àquele obtido por Bicas et

al. (2010b) para o mesmo enantiômero. Neste mesmo estudo, os pesquisadores observaram

que a quantidade obtida para o isômero R-(+)-α-terpineol foi mais de 10 vezes superior,

similar à observada por Braddock e Cadwallader (1995) para a bactéria Pseudomonas

gladioli. Também foi observada a conversão de S-(-)-limoneno a S-(-)-α-terpineol, com 60%

de excesso enantiomérico (BICAS et al., 2010b).

Portanto, a produção de α-terpineol é importante abordagem na produção

biotecnológica de compostos de aroma utilizando substratos terpênicos de baixo custo, por

apresentar a vantagem de se obter um composto valorizado comercialmente, considerado

natural e com importantes atividades biológicas.

3.5. OBESIDADE

3.5.1. Obesidade: uma epidemia mundial

A obesidade é definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que

pode ser prejudicial para a saúde. A etiologia da obesidade é bastante complexa, apresentando

um caráter multifatorial. Envolve, portanto, uma gama de fatores, incluindo os genéticos,

psicológicos, fisiológicos (fatores endócrino-metabólicos) e ambientais - alimentação

excessivamente industrializada, o consumo excessivo de gorduras e açúcares, a diminuição do

consumo de frutas, verduras e legumes e o sedentarismo, associado a mudanças de estilo de

vida geradas pela industrialização, urbanização e desenvolvimento econômico

(WANDERLEY; FERREIRA, 2010; CHURCH et al., 2011, MATTES, 2013; SAMPLE et

al., 2015; NJIKE et al., 2016; MEDICI; McCLAVE; MILLER, 2016; POPKIN; HAWKES,

2016; HEYMSFIELD; WADDEN, 2017; UPADHYAY et al., 2018; WHO, 2018).

A prevalência de obesidade vem crescendo de forma alarmante nos últimos anos,

constituindo um importante problema de saúde pública, que ganha contornos de epidemia

mundial. De acordo com os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (WHO), de

2014, 39% de homens e 40% de mulheres acima de 18 anos estavam acima do peso. O

número de indivíduos adultos com sobrepeso vem crescendo mundialmente e já representava

Page 41: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

41

perto de dois bilhões de pessoas (26% da população mundial), e mais de 500 milhões de

obesos (7% da população mundial) (WHO, 2017). No Brasil, segundo o Ministério da saúde,

de acordo com um levantamento feito com 53,2 mil brasileiros adultos, em 2016, foi

mostrado que 53,8% estavam acima do peso, apresentando índices de massa corporal (IMC)

acima de 25 kg/m2, e 18,9% eram obesas, com IMC superior a 30 kg/m

2.

Em 2006, esta

proporção era de 42,6% para excesso de peso e 11,8% para obesidade, o que mostra tratar-se

de uma epidemia em bastante crescimento (BRASIL, 2017).

A partir dos dados sobre a obesidade no mundo, preocupações são levantadas

sobre a propensão desses indivíduos a desenvolverem comorbidades. O aumento de tecido

adiposo é acompanhado por importantes modificações de perfil lipídico que estão

intimamente associadas ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como aterosclerose,

bem como no desenvolvimento de resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2, doenças

hepáticas e certos tipos de câncer (ALEXANDER et al., 2016; BOUTENS; STIENSTRA,

2016; CHABOT; STEFFENSEN; FARRELL, 2016). Além disso, alguns estudos relacionam

a obesidade com efeitos cognitivos adversos (FRANCIS; STEVENSO, 2013; SHEFER,

MARCUS, STERN; 2013; BOITARD et al., 2014) e o risco de demências, tais como a

doença de Alzheimer (MILLER; SPENCER, 2014).

3.5.2. Obesidade e inflamação

A obesidade é definida como uma doença caracterizada pela expansão excessiva

do tecido adiposo e que está associada ao estabelecimento de um estado inflamatório que está

implicado em várias desordens metabólicas. Essa hipertrofia vem principalmente do excesso

de nutrientes que esse tecido tem que armazenar. Muitas vezes, a quantidade de

macronutrientes extrapola a capacidade metabólica da célula e ela acaba desenvolvendo

mecanismos de proteção, que podem gerar sua morte, por exemplo. Outras vezes, essa

hipertrofia promove níveis baixos de oxigênio às células, que passam a viver em situações de

hipóxia. Todas essas alterações geram sinais intra e extracelulares que vão culminar no

recrutamento de células imunológicas ao tecido para “solucionar” este estado de alerta que os

adipócitos se encontram (GREGOR; HOTAMISLIGIL, 2011; BALSAN et al., 2015).

O tecido adiposo é composto por adipócitos, células endoteliais e leucócitos,

principalmente macrófagos, além de uma variedade de células, sendo os adipócitos os mais

abundantes. Existem dois tipos de tecido adiposo, classificados de acordo a sua estrutura

celular, localização, coloração, vascularização e funções, que são o tipo marrom e o branco. O

tecido adiposo marrom é praticamente ausente em indivíduos adultos, porém está presente em

Page 42: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

42

fetos e recém-nascidos, e seus adipócitos são de menor tamanho que os adipócitos do tecido

adiposo branco, cuja função principal é armazenar lipídeos na forma de triacilgliceróis. Sabe-

se que os adipócitos do tecido adiposo branco produzem uma variedade de citocinas

inflamatórias na proporção de seus volumes, e a obesidade está associada com o aumento de

vários destes peptídeos próinflamatórios (FONSECA-ALANIZ et al., 2006;

FRANCISQUETI; NASCIMENTO; CORRÊA, 2015; DIVELLA et al., 2016).

Produzidas por adipócitos ou células residentes no tecido adiposo, as

adipocitocinas são proteínas que regulam importantes funções no organismo e influenciam

uma variedade de processos fisiológicos, entre os quais o controle da ingestão alimentar, a

homeostase energética, a sensibilidade à insulina, a angiogênese, a proteção vascular, a

regulação da pressão, a coagulação sanguínea e a modulação de respostas imunes. Durante o

estabelecimento da obesidade, o armazenamento excessivo da energia pelos adipócitos é

acompanhado pelo aumento da secreção de adipocitocinas pró-inflamatórias - fator de necrose

tumoral-alfa (TNF-α), adiponectina, resistina, leptina, interleucina-6 (IL-6), interleucina-1β

(IL-1β) e inibidor do fator ativador de plasminogênio (PAI-1), dentre outras - e redução das

anti-inflamatórias, o que induz respostas pró-inflamatórias com recrutamento de células

imunológicas (monócitos/macrófagos, linfócitos) para o local. Tais substâncias geram um

nível moderado de inflamação local e sistêmica, que influencia no comportamento das vias

metabólicas. (GALIC; OAKHILL; STEINBERG, 2010; JOHNSON; MILNER; MAKOVSKI,

2012; BALSAN et al., 2015; DIVELLA et al., 2016; KANG et al., 2016; LAUTERBACH;

WUNDERLICH, 2017).

Essas citocinas pró-inflamatórias estão intimamente relacionadas com a

resistência à insulina (RI), que pode ser descrita como uma alteração metabólica e patológica

da ação fisiológica da insulina sobre os tecidos, diminuindo a captação da glicose para o meio

intracelular gerando um quadro de hiperglicemia. Pode ser entendida também como uma

resposta diminuída a ação da insulina, interferindo diretamente no metabolismo dos

carboidratos, principalmente da glicose. Está presente na fisiopatologia de diversas doenças

de origem metabólicas, como a síndrome metabólica. Na RI ocorre um desequilíbrio no

metabolismo dos carboidratos e dos lipídios levando as células β do pâncreas a aumentarem a

secreção de insulina na tentativa de compensar o estado de resistência à insulina, porém com a

progressão da resistência as células β não conseguem mais suprir a demanda orgânica levando

a um estado de intolerância à glicose (FREITAS; CESCHINI; RAMALLO, 2013;

WAJCHENBERG; LERARIO; BETTI, 2014). A RI desencadeia outras alterações

Page 43: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

43

metabólicas, como elevação dos níveis de triglicerídeos e LDL colesterol, além de diminuição

nos níveis de HDL colesterol (MESHKANI; ADELI, 2009).

Ao comparar indivíduos eutrópicos e obesos, o estresse oxidativo é maior na

população obesa devido a fatores característicos destes pacientes como a hipercolesterolemia,

metabolismo anormal, no tecido adiposo ou a liberação excessiva liberação de citocinas

inflamatórias. Assim, o aumento da produção de pró-oxidantes, em detrimento dos

antioxidantes, pode sobrecarregar o organismo e promover o estresse oxidativo crônico. O

estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio entre a produção de espécies reativas de

oxigênio (ERO) e a capacidade dos sistemas de defesa antioxidante em neutralizá-las e

prevenir seus efeitos deletérios. ERO são produtos instáveis, decorrentes do metabolismo

aeróbio e são reconhecidas tanto por desempenhar funções fisiológicas quanto por seus efeitos

deletérios. Tais espécies abrangem radicais livres derivados do oxigênio tais como superóxido

(•O2-), hidroxil (OH

•), peroxil (ROO

•) e alcoxil (RO

•) e também derivados não radicais do

oxigênio como o peróxido de hidrogênio (H2O2). Devido à sua alta reatividade, quando não

neutralizadas, as ERO podem modificar e causar danos em diversos componentes celulares

como proteínas, lipídios e DNA (HALLIWELL, 2007; FRANÇA et al., 2013; RAJENDRAN

et al.; 2014).

Estudos recentes relatam que a microbiota intestinal também deve ser levada em

consideração no desenvolvimento da obesidade (BRAHE; ASTRUP; LARSEN, 2013;

CLAVEL et al., 2014; FERNANDES et al., 2014; GERARD, 2016; LOO et al., 2017; CANI;

JORDAN, 2018). A microbiota intestinal humana é composta de aproximadamente 100

trilhões de bactérias envolvendo mais de mil espécies, em relação de simbiose com o

organismo, aos quais mais de 90% dessa composição bacteriana são representados por

Bacterioides e Firmicutes. Uma vez estabelecida, a microbiota do intestino humano pode ser

vista como um órgão metabólico que afeta a regulação da energia, a sensibilidade à insulina, o

armazenamento de gordura e o peso corporal (CLARKE et al., 2014; ANDRADE et al.,

2015).

Pessoas obesas e magras apresentam microbiotas distintas. A microbiota intestinal

saudável e microbiologicamente equilibrada resulta em um desempenho normal das funções

fisiológicas do hospedeiro. De fato, as bactérias intestinais são capazes de formar os ácidos

graxos de cadeia curta – tais como o acetato, o butirato e o propionato – pela fermentação dos

carboidratos não digeríveis bem como outros nutrientes essenciais, no cólon, exercendo

efeitos benéficos sobre o peso corporal, a homeostase da glicose e a sensibilidade à insulina

Page 44: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

44

(STEFE; ALVES; RIBEIRO, 2008; BAOTHMAN et al., 2016; SAAD; SANTOS; PRADA,

2016).

A obesidade altera a natureza da microbiota intestinal, o que eleva à modificação

da regulação e armazenamento de energia obtida a partir dos nutrientes, e afeta a adiposidade

através da influência da microbiota no metabolismo do hospedeiro, interferindo no sistema

imunológico, na alteração da barreira de mucosa intestinal, na expressão de fatores

inflamatórios e no desencadeamento de endotoxemia metabólica (elevados níveis de

lipopolissacarídeos sanguíneo), diabetes mellitus e resistência à insulina. Assim, hábitos de

vida como consumo de dietas hipercalóricas, por exemplo, faz com que a microbiota intestinal

de indivíduos obesos apresentem peculiaridades que possam induzir processos inflamatórios

(DIBAISE et al., 2008, LEY, 2010; SANTACRUZ et al., 2010).

3.5.3. Modelos experimentais de obesidade induzida por dieta hiperlipídica

A gordura é o nutriente dietético com a maior densidade energética, pois fornece

9,0 kcal por grama, enquanto que os carboidratos e as proteínas fornecem apenas 4,0 kcal.

Deste modo, o aumento da ingestão de gordura pode promover um alto consumo de energia e,

por essa razão, é considerada um dos fatores que mais contribuem para a atual epidemia de

obesidade. Embora o consumo de uma dieta rica em gordura seja apenas uma hipótese para a

causa da obesidade, os fatores genéticos também desempenham um papel importante

(KLAUS, 2005; BROWN et al., 2010; PICCHI et al., 2011).

No intuito de auxiliar na compreensão da fisiopatologia da obesidade e avaliar

possíveis tratamentos para a síndrome metabólica, foram desenvolvidos vários modelos

experimentais de obesidade. Dietas hipercalóricas têm sido comumente utilizadas em ensaios

experimentais de obesidade, objetivando mimetizar efeitos orgânicos associados à

adiposidade. Neste sentido, a promoção de obesidade em roedores a partir de dietas

hiperlipídicas almeja reproduzir o comportamento alimentar humano (BURNEIKO et al.,

2006). Este modelo em particular é extremamente útil nas pesquisas com obesidade em

animais de laboratório devido à sua grande semelhança com a gênese e com as respostas

metabólicas decorrentes da obesidade em humanos (ROSINI; SILVA; MORAES, 2012).

O impacto do consumo excessivo de uma dieta rica em lipídios, denominado dieta

high-fat (HF), foi estudado nos últimos anos (GANCHEVA et al., 2015; LIMA et al., 2016;

MARQUES et al., 2016; SUMAN et al., 2016; BATISTA et al., 2017; MONTALVANY-

ANTONUCCI et al. 2017). Estas dietas são geralmente compostas por ácidos graxos

saturados e seu consumo está associado à obesidade, alterações metabólicas e inflamação

Page 45: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

45

sistêmica. Vários modelos experimentais foram empregados, havendo, entre eles, variações

em decorrência da composição da dieta, concentração de lipídios e períodos experimentais

(MONTALVANY-ANTONUCCI et al. 2017).

Muitos pesquisadores têm desenvolvido diferentes tipos de dietas com alto teor de

gordura, que variam entre 20 e 60% da energia total. A fonte de lipídeos pode ser óleos

vegetais (milho, soja ou azeite de oliva) ou gorduras derivadas de animais (sebo de bovino e

banha de porco). As dietas hiperlipídicas têm sido amplamente utilizadas para induzir

síndrome metabólica e obesidade em animais. Estudos também indicaram que a dieta rica em

gordura é eficaz na promoção da hiperglicemia, resistência à insulina, dislipidemia e aumento

nos níveis de ácidos graxos livres no sangue, de forma independente ou simultânea

(HALADE et al., 2010; XU et al., 2013; WONG et al. 2016).

A quantidade e tipo de ácidos graxos na dieta podem modular vias de sinalização

celular e desta forma alterar o metabolismo. O consumo de dietas hiperlipídicas em roedores é

relacionado à hipertrofia do tecido adiposo, alterações no metabolismo de lipídios e aumento

do estoque de triacilgliceróis em células não adiposas. A associação destes fatores causa

alteração na sensibilidade à insulina e consequentemente redução da captação de glicose pelos

tecidos periféricos (LOTTENBERG et al., 2012). Dietas ricas em ácidos graxos poli-

insaturados, especialmente ω-3 e ω-9, estão associadas a efeitos anti-inflamatórios,

imunorreguladores e hipolipemiante. Por outro lado, gorduras trans e saturadas são

conhecidas por promover a hipertrigliceridemia e hiperinsulinemia, e reduzir os níveis de

colesterol HDL e elevar os de colesterol LDL (GAÍVA et al., 2001; 2003; BENOIT et al.,

2009). Além disso, o excesso de lipídios provenientes da dieta pode alterar a composição da

membrana celular dos adipócitos, modular a transcrição de diferentes genes envolvidos na

lipólise e lipogênese e alterar o padrão de produção e secreção de adipocinas (WONG et al.

2016).

De acordo com Ando e Fujita (2009), a indução da obesidade por meio de dieta

hiperlipídica em ratos aumenta o estresse oxidativo, e o mecanismo ao qual se atribui tal

efeito é a produção de adipocinas, como o Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α) e

interleucina-6 (IL-6), pelos adipócitos. A elevada produção de ERO pode também induzir um

quadro de resistência à insulina e o consumo de drogas antioxidantes demonstram melhorar a

resistência insulínica.

Alguns estudos têm demonstrado a eficácia da ingestão de dietas hiperlipídicas na

gênese da obesidade e de suas comorbidades, principalmente em roedores da linhagem

Sprague-Dawley e Wistar. Estas linhagens podem ser consideradas como padrão para este

Page 46: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

46

tipo de experiência, uma vez que são suscetíveis à obesidade induzida pela dieta e à

resistência à insulina com variações individuais (MARQUES et al., 2016). Animais da

linhagem Wistar (peso médio de 200 gramas) foram utilizados em estudos de obesidade

induzida por dietas por Gancheva et al. (2015). Após 8 semanas experimentais, os

pesquisadores observaram que a ingestão de dieta hiperlipídica aumentou os níveis de

triglicerídeos e colesterol LDL e reduziu os níveis de colesterol HDL, resultando em baixa

sensibilidade à insulina, em comparação ao grupo controle. Comportamento semelhante foi

observado por Yao et al. (2015) com ratos Sprague-Dawley (180-220 g), após 10 semanas

experimentais

Marques et al. (2016) estudaram, paralelamente, ratos das linhagens Wistar e

Sprague-Dawley (7 semanas de idade), durante 17 semanas para avaliar os efeitos

metabólicos provocados pelo consumo de dieta high-fat, em comparação com uma dieta

padrão. Os resultados obtidos mostraram que ambas as linhagens podem ser utilizadas como

modelos para ensaios de obesidade e que a ingestão da dieta hiperlipídica promoveu aumento

na ingestão calórica, no peso corporal e nos níveis de adipocinas no plasma e redução na

tolerância à glicose, sendo que estes efeitos foram mais rapidamente detectados nos ratos

Wistar.

.

3.6. POTENCIAL BIOLÓGICO DO α-TERPINEOL

Atualmente, tem-se verificado valiosos avanços envolvendo os metabólitos

derivados de plantas em vários processos farmacológicos e bioquímicos. Os monoterpenos

têm representado uma nova classe de agentes químicos com elevado potencial terapêutico

Uma substância dessa classe que vem despertando grande interesse é o α-terpineol (BICAS et

al., 2011).

O α-terpineol, assim como os diversos derivados oxigenados de monoterpenos, é

reconhecido por sua nota aromática agradável e também por suas atividades antimicrobiana,

antitumoral, antioxidante e anti-inflamatória já relatados (JUN; JEONG; HO, 2006). Estudos

evidenciaram atividades biológicas importantes do α-terpineol, como atividade

antiproliferativa in vitro frente a linhagens celulares de adenocarcinoma da mama (MCF-7) e

leucemia mielóide crônica (K-562), evidenciando-se nesse caso, uma maior especificidade

que o limoneno (BICAS et al., 2011). Hassan et al. (2010) mostraram que α-terpineol inibiu o

crescimento das células tumorais de pulmão humana (NCI-H69), carcinoma coloretal humano

(HCT-116) adenocarcinoma ileocecal humana (HCT-8), câncer de pulmão (H69AR) mieloma

Page 47: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

47

(RPMI 8226), pelo mecanismo que envolve a inibição da rota do NF-κB (Nuclear Factor-

Kappa B), associada a processos inflamatórios. Noor, Astuti e Mustofa (2014) avaliaram a

citotoxicidade do α-terpineol e seus efeitos na apoptose. Os resultados mostraram que o α-

terpineol apresentou citotoxicidade contra a célula HeLa com um valor IC50 de 12,46 μg.mL-1

,

sendo um potencial antitumoral nestas células.

Quanto à ação antimicrobiana, Park et al. (2012) avaliaram a ação do α-terpineol

contra bactérias cariogênicas e periodontogênicas. Os valores de mínima concentração

inibitória (MIC) e bactericida (MBC) encontrados pelos pesquisadores variaram entre 0,1 a

0,8 mg. mL-1

. Li et al. (2014) encontraram valores de MIC e MBC, contra Escherichia coli,

de 0,78 µL. mL-1

. O α-terpineol apresentou também atividade antifúngica contra

Trichophyton mentagrophytes, na concentração de 0,2 mg.mL-1

, por difusão em Agar

Sabouraud Dextrose (PARK et al., 2009) e Geotrichum citri-aurantii, cuja MIC e mínima

concentração fungicida (MFC) encontradas no estudo foram 2,0 e 4,0 μL.mL-1

,

respectivamente (ZHOU, TAO; JIA, 2014). Estudos de Jing et al. (2015) mostraram que o

crescimento micelial de Penicillium digitatum foi fortemente inibido pelo α-terpineol, com a

MIC e a MFC de 2,00 e 8,00 μL.mL-1

, respectivamente.

Atividade antioxidante também é relatada para o α-terpineol. Este monoterpeno

inibiu a peroxidação lipídica em 80%, na concentração de 0,02% (v/v) e reduziu, em 10 vezes,

a liberação de ânions superóxido em cultura de células leucêmicas, em concentrações

inferiores a 0,02% (v/v) (MARÓSTICA JÚNIOR et al., 2009). Bicas et al., 2011 avaliaram a

atividade antioxidante do α-terpineol pelo método ORAC, e obtiveram valor de 2,72 µmol de

Trolox equivalente por µmol de α-terpineol, semelhante ao determinado para o antioxidante

sintético BHA (2,43 mol de Trolox equivalente. µmol-1

de BHA). O α-terpineol mostrou ser

um forte agente quelante de íons Fe2+

, em estudos de Di Sotto et al. (2013). Este efeito foi

dependente da concentração e atingiu o valor de cerca de 98,1% a 0,6 mM. A quelação do íon

ferroso é uma forma indireta de atividade antioxidante, por proteger as células do dano

oxidativo do DNA, induzido pela produção de espécies reativas ao oxigênio, o pode estar

envolvida também na antimutagenicidade da substância.

Efeito anti-inflamatório foi verificado pela inibição da formação de citocinas IL-6

em células epiteliais bucal, quando exposta a suco de laranja, em testes in vitro (HELD;

SCHIEBERLE; SOMOZA, 2007). Nogueira et al. (2014) encontraram a mesma conclusão

sobre a atividade anti-inflamatória do α-terpineol pela redução na produção de IL-10 e and IL-

1β.

Page 48: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

48

Outros benefícios do α-terpineol também são relatados na literatura: efeito

gastroprotetor em modelos experimentais de úlcera gástrica induzida por etanol em ratos

Wistar, tratados oralmente (gavagem) com doses de 30 e 50 mg. kg-1

(SOUZA et al., 2011),

efeito protetor contra convulsão induzida por pentileno-tetrazol, na dosagem de 100 mg. kg-1

de α-terpineol, injetada em ratos Swiss machos (SOUSA; QUINTANS JÚNIOR; ALMEIDA,

2007), proteção contra agressão nociceptiva, apresentando efeito analgésico em ratos Swiss na

dose de 25 mg. kg-1

, injetados na região subplantar da pata traseira direita (QUINTANS-

JÚNIOR et al., 2011; OLIVEIRA et al. 2012). Resultados obtidos por Sabino et al. (2013),

após de sete dias experimentais, mostraram que a administração oral de α-terpineol nas doses

de 25, 50 e 100 mg. kg-1

, produziu uma hipotensão acentuada em ratos Wistar hipertensos

induzidos por L-NAME (N-(G)-nitro-L-arginina metil ester) quando comparados com animais

do grupo controle. Houve uma redução dos níveis das enzimas antioxidantes catalase e

glutationa peroxidase nos animais hipertensos em comparação com o controle, mas após a

administração do α-terpineol, os níveis destas enzimas apresentaram-se semelhantes aos do

grupo controle. Segundo os autores, resultados podem ser atribuídos a potencial atividade

antioxidante do α-terpineol contra lesões causadas por radicais livres.

Goto et al. (2010), descreveram que vários terpenoides bioativos, dentre eles o

farnesol, geraniol e geranilgeraniol, podem ser úteis para o tratamento de distúrbios

metabólicos induzidos pela obesidade, como diabetes tipo 2, hiperlipidemia, resistência à

insulina e doenças cardiovasculares, devido à capacidade de ativação dos receptores ativados

por proliferadores de peroxissoma (PPARs) do tecido adiposo, que são fatores de transcrição

pertencentes à família de receptores nucleares que regulam a homeostase da glicose,

metabolismo de lipídeos e inflamação.

Ensaios clínicos com álcool perílico, um composto terpênico obtido pela

biotransformação do limoneno, foram realizados por pesquisadores da Universidade Federal

Fluminense e Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os testes foram conduzidos em

pacientes com diferentes gliomas malignos em estado terminal. A terapia adotada foi baseada

na administração por inalação direta de álcool perílico 0,3%, quatro vezes ao dia durante

quatro semanas. Resultados mostraram que alguns pacientes revelaram regressão do tumor

(FONSECA et al., 2006; FONSECA et al., 2008). Outro estudo investigou a administração de

álcool perílico (288±32 dias) em oito pacientes com câncer pancreático. Foi observada a

redução do tamanho do tumor em função do mecanismo de apoptose celular. Embora não

tenha sido demonstrada significância estatística, os pacientes apresentaram uma sobrevida

maior de 84 dias quando comparado ao grupo controle (MATOS et al., 2008).

Page 49: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

49

Tomaz-Morais et al. (2017) estudaram os efeitos antinociceptivos do (S)-(-)-

álcool perilílico na nocicepção orofacial em ratos Swiss machos, utilizando testes de dor

induzidos por formalina, capsaicina e glutamato na área direita do lábio superior. Para cada

teste, oito animais por grupo foram pré-tratados intraperitonealmente com álcool perílico (50

e 75 mg.kg-1

), morfina (5 mg.kg-1

) ou veículo (solução salina + Tween 80 0,2%). O álcool

perílico foi capaz de bloquear o comportamento nociceptivo orofacial em ambas as doses

testadas, e similar à morfina.

Apesar de constar na literatura relatos de atividade antioxidante, antitumoral e

anti-inflamatória e potencial no tratamento da síndrome metabólica de compostos terpênicos,

ainda são escassos os estudos acerca da atividade biológica de outros derivados da

biotransformação desses compostos, a saber, alguns derivados do limoneno, como o α-

terpineol. Vale ressaltar que ainda há muitas lacunas no mecanismo de ação do α-terpineol

contra os efeitos adversos da obesidade, que devem ser preenchidas, e desta forma novas

abordagens para o estudo de seu efeito e ação são necessárias para uma melhor compreensão

de seu potencial terapêutico.

Page 50: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

50

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. PRODUÇÃO DE R-(+)-α-TERPINEOL E (-)-α-TERPINEOL POR

BIOTRANSFORMAÇÃO

4.1.1. Micro-organismos e reagentes

A cepa microbiana utilizada neste estudo foi o Pseudomonas fluorescens NCIMB

11671, reclassificado como Sphingobium sp. (BICAS et al., 2010b), que foi reativada e

mantida em meio YM (em g.L-1

: Agar = 20; glicose = 10; peptona = 5; extrato de levedura =

3; extrato de malte = 3, pH ~ 6,7) em estufa a 30°C de temperatura. R-(+)-limoneno (Sigma-

Aldrich, 96% de pureza) e S-(-)-limoneno (Sigma-Aldrich, 96% de pureza), em óleo de soja

(grau comercial) como fase orgânica, foram utilizados como substrato na biotransformação.

Hexano (Dinâmica, 99% de pureza) e acetato de etila (Synth, 100% de pureza) foram

utilizados na etapa de purificação dos enantiômeros R-(+)- e (-)-α-terpineol produzidos na

biotransformação. Etanol (Synth, 95% de pureza), e n-decano foram utilizados na extração e

análise de identificação em cromatógrafo a gás.

4.1.2. Preparo da pré-cultura

Três alçadas da cultura de células previamente cultivadas por 48 horas em placa

de Petri foram transferidas para um Erlenmeyer de 500 mL contendo 1,0 g de glicose, 0,25 g

de (NH4)2SO4, 5,0 mL da solução de Hutner, 10 mL de solução A, e 235 mL de água

destilada. A solução de Hutner foi preparada, inicialmente, pela dissolução do 2,5 g de ácido

nitrilotriacético em água destilada (cerca de 200 mL) e o pH da solução foi ajustado para um

valor maior ou igual a 8,0 por adição de grânulos de hidróxido de potássio. Após a dissolução

completa, os outros sais foram adicionados (8,2 g de MgSO4. 7 H2O; 3,9 mg de (Na)2MoO4.

2H2O ; 19,6 mg de FeSO4. 1,5H2O), além de 13,9 mL de meio mineral (em g. L-1

:

MgSO4.7H2O = 0,5; NaNO3 = 3,0; K2HPO4 = 1,0; KCl = 0,5 e Fe2SO4 = 0,001). O pH foi

reajustado para 7,2 e o volume total foi completado para a 250 mL com água destilada. Já a

solução A consistiu de 6,5 g de K2HPO4 e 8,28 g de KH2PO4, em 200 mL de água destilada.

A pré-cultura foi incubada em shaker a 30°C e 200 rpm por 24 horas (BRUNIERE et al.,

1987; FONTANILLE, 2002; FONTANILLE; LE FLÈCHE; LARROCHE, 2002; BICAS et

al., 2010a).

Page 51: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

51

4.1.3. Produção do biocatalisador

Uma alíquota de 20 mL de pré-cultura foi transferida assepticamente para outro

Erlenmeyer de 500 mL contendo o mesmo meio descrito em 4.1.2., exceto a glicose, que foi

substituída pela solução contendo 500 μg de R-(+)-Limoneno ou S-(-)-Limoneno em 12,5 mL

de óleo de soja (concentração de 40 g. L-1

). Os frascos foram mantidos em incubadora a 30 ºC

e 200 rpm por 48 horas. Em seguida, o meio de cultura foi centrifugado a 2600g por 10

minutos, resultando na biomassa produzida, a qual foi ressuspendida em tampão fosfato 20

mM e pH 7,0, até alcançar a densidade ótica igual a 10 a 600 ηm (DO600), a qual foi

congelada (-18°C) para os futuros ensaios.

4.1.4. Procedimentos de biotransformação em sistema bifásico

Para a produção dos enantiômeros R-(+)- e (-)-α-terpineol, a partir de R-(+)-

limoneno e S-(-)-limoneno, respectivamente, foram utilizadas as melhores condições de

processo estudadas por Molina (2014). A biomassa congelada (37,5 mL) e 12,5 mL de fase

oleosa (350 g. L-1

de R-(+)-limoneno ou S-(‒)-limoneno em óleo de soja) foram transferidos

para um Erlenmeyer de 250 mL. Os frascos foram incubados a 28°C e 200 rpm por 72 horas,

para produção de R-(+)-α-terpineol, ou 120 horas, no caso da produção de (-)-α-terpineol

(BICAS et al., 2010c). Após a biotransformação, as amostras foram centrifugadas a 2600g por

5 minutos a 5 °C, sendo descartada a fase aquosa, e os produtos da biotransformação foram

extraídos da fase oleosa por agitação manual como o mesmo volume de etanol, até separação

em duas fases. A fração etanólica foi analisada, por cromatografia gasosa com detecção por

ionização em chama, e utilizada para obtenção do α-terpineol (item 4.1.5).

Os enantiômeros produzidos foram analisados em cromatógrafo a gás HP-7890A

(Agilent Technologies, Santa Clara, CA, EUA) equipado com detector de ionização de chama

(GC-FID). Uma coluna capilar HP-5 (30 m de comprimento x 0,25 mm de diâmetro interno x

0,25 μm de espessura) foi utilizada e hélio foi o gás de arraste percorrendo a coluna a uma

taxa constante de 1,0 mL min-1

. A temperatura do forno foi mantida a 80 °C durante 3

minutos, elevada à taxa de 20 °C. min-1

até 200 °C e mantido por 4 minutos. As temperaturas

do injetor e do detector foram mantidas em 250 °C.. R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol

(frações etanólicas) foram identificados após adição de 1,0% (v/v) de n-decano como padrão

interno e acrescentando sulfato de sódio para remoção de água, e injetando-se 1 μL no

cromatógrafo a gás (razão de Split de 1:10). Análises quirais foram feitas no mesmo

cromatógrafo gasoso, equipado com coluna quiral β-DEX 120 (60 m de comprimento x 0,25

mm de diâmetro interno x 0,25 μm de espessura), seguindo a mesma programação já descrita.

Page 52: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

52

4.1.5. Purificação dos produtos da biotransformação

Os extratos etanólicos (item 4.1.4) foram rotaevaporados a 40°C sob vácuo.

Limoneno e α-terpineol, contidos no óleo resultante, foram separados por meio da técnica de

cromatografia em coluna aberta, conforme método descrito por Madyastha e Renganathan

(1984), com adaptações. Para a separação cromatográfica foi utilizada, como fase

estacionária, sílica gel 60 (Merck Millipore, Darmstadt, Alemanha) previamente ativada em

estufa a 105°C por 3 horas. A fase móvel consistiu da mistura composta de hexano: acetato de

etila na proporção de 9:1. Para o preenchimento da coluna de vidro (coluna de 15 cm de

altura) foi utilizado o mesmo volume das fases móvel e estacionária, e agitando a coluna para

retirada das bolhas de ar, de forma a compactá-la o máximo possível.

Uma vez que as amostras não apresentam coloração, testes preliminares foram

feitos em colunas de 20 mm de diâmetro (47 mL de fase estacionária), adicionando 0,7 mL de

amostra (mistura de padrões de limoneno e α-terpineol na proporção de 1:1) na coluna,

recolhendo-se frações de 2,0 mL de eluente, e analisando-as em cromatógrafo gasoso (item

4.1.4), a fim de determinar o intervalo de separação dos enantiômeros de limoneno e α-

terpineol, por meio do volume de fase móvel utilizado.

Estabelecidos os intervalos de eluição dos enantiômeros de α-terpineol, o mesmo

procedimento foi realizando, transpondo o experimento para uma coluna de 37 mm de

diâmetro, mantendo os 15 cm de altura da coluna (160 mL de fase estacionária). Alíquotas de

5 mL de amostra (mistura de padrões de limoneno e α-terpineol na proporção de 1:1) foram

adicionadas à coluna a cada corrida e, imediatamente, as frações de 5,0 mL de eluente foram

recolhidas e monitoradas por cromatografia a gás (item 4.1.4). Definidas as frações que

continham apenas o α-terpineol, o procedimento foi repetido com todo o volume de amostra

(5 mL por coluna), recuperando apenas as frações de interesse. As frações que ainda

continham mistura de limoneno e α-terpineol foram novamente adicionadas à coluna em uma

nova corrida, até que o α-terpineol presente na mistura fosse totalmente extraído. Por fim, as

frações contendo um mesmo enantiômero do α-terpineol foram reunidas e o solvente foi

removido por evaporação à temperatura ambiente, em capela de fluxo laminar. Os produtos

obtidos foram analisados por cromatografia gasosa (item 4.1.4) e armazenados a -18°C até o

momento do uso. O excesso enantiomérico dos enantiômeros do α-terpineol foi definido

como a razão (R - S)/(R + S) x 100, onde R e S são as concentrações dos enantiômeros de α-

terpineol (ELIEL; WILEN; MANDER, 1994; TEMBA; OLIVEIRA; DONNICI; 2003).

Page 53: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

53

4.2. ENSAIO BIOLÓGICO

4.2.1. Animais

Para realização do ensaio biológico foram utilizados 48 ratos Sprague-Dawley

machos, com 21 dias de idade e peso inicial aproximado de 150 g, provenientes do Centro

Multidisciplinar para Investigação Biológica na Área da Ciência de Animais de Laboratório

(CEMIB/UNICAMP). Os ratos foram distribuídos aleatoriamente em grupos, contendo 8

tratamentos com 6 repetições.

Figura 7: Ratos Sprague Dawley mantidos em gaiolas individuais em sala, sob condições

ambientais controladas.

Os animais foram mantidos em gaiolas de crescimento individuais (Figura 7) e

submetidos a um período de adaptação e aclimatação (7 dias), consumindo dieta comercial

(Labina, Purina, Paulínia, SP, Brasil), às condições do Laboratório de Ensaios Biológicos

(LEB/UNICAMP), com temperatura controlada (21 3C), e sob ciclo claro/escuro de 12

horas, e com água e alimentação sob o sistema de livre acesso.

Page 54: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

54

4.2.2. Dietas

As dietas foram elaboradas no Laboratório de Ensaios Biológicos

(LEB/UNICAMP), de acordo com a definição da American Institute of Nutrition (AIN-93G),

para roedores em crescimento. O grupo controle magro (AIN) consumiu dieta normolipídica e

o grupo controle obeso (HF) recebeu a dieta AIN-93G modificada para hiperlipídica (Tabela

2), com 35% de gordura, das quais 31% provenientes de banha de porco e 4% de óleo vegetal

(REEVES, 1997). Para a elaboração das dietas hiperlipídicas contendo R-(+)- e (-)-α-

terpineol, foram acrescidos 25, 50 e 100 mg. kg-1

de dieta, de cada enantiômero, no óleo de

soja (Tabela 2). Estas concentrações estudadas são inferiores ao NOAEL (No Observed

Adverse Effect Level), que para o α-terpineol é 200 mg. Kg-1

(API et al., 2017). O NOAEL

corresponde a maior concentração ou quantidade de aditivo, em mg. Kgpc-1

, determinada

experimentalmente, que não causa reações adversas no organismo exposto (WHO, 1996).

A Tabela 3 apresenta a composição centesimal das dietas, determinada por meio

de análises de umidade (105°C), proteínas e cinzas, segundo métodos da Association of

Official Analytical Chemists (AOAC, 2006); e lipídeos (BLIGH; DYER, 1959). O teor de

carboidratos (inclusive a fibra alimentar total) foi calculado pela diferença entre 100 e a soma

das porcentagens de água, proteína, lipídeos e cinzas. O cálculo do valor energético foi

estimado (kcal), a partir dos teores em proteínas, lipídeos e carboidratos, de acordo com o

sistema Atwater, utilizando os coeficientes específicos (carboidratos e proteínas 4,0 kcal.g-1

e

lipídeos 9,0 kcal.g-1

) (MERRIL; WATT, 1973; FAO, 2003; NEPA, 2011).

Page 55: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

35

Tabela 3. Composição das dietas (g. kg-1

de dieta)

Ingredientes (g) Grupos*

AIN HF S25 S50 S100 R25 R50 R100

Caseína 145,0 145,0 145,0 145,0 145,0 145,0 145,0 145,0

Amido de milho 452,5 269,0 269,0 269,0 269,0 269,0 269,0 269,0

Amido de milho dextrinizado 132,0 77,0 77,0 77,0 77,0 77,0 77,0 77,0

Sacarose 100,0 58,5 58,5 58,5 58,5 58,5 58,5 58,5

Fibras (celulose) 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0

Mistura mineral 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0 35,0

Mistura vitamínica 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0

L-cistina 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0

Bitartarato de colina 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5

Tert-butil hidroquinona (TBHQ) 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014 0,014

Óleo de soja 70,000 40.000 39.975 39.950 39.900 39.975 39.950 39.900

Gordura animal - 310,0 310,0 310,0 310,0 310,0 310,0 310,0

α-terpineol - - 0,025 0,050 0,100 0,025 0,050 0,100

Total 1000,014 1000,014 1000,014 1000,014 1000,014 1000,014 1000,014 1000,014

*Grupos suplementados - S25: dieta hiperlipídica acrescida de 25 ppm de (-)-α-terpineol; S50: dieta hiperlipídica acrescida de 50 ppm de (-)-α-terpineol;

S100: dieta dieta hiperlipídica acrescida de 50 ppm de (-)-α-terpineol; R25: dieta hiperlipídica acrescida de 25 ppm de R-(+)-α-terpineol; R50: dieta

hiperlipídica acrescida de 50 ppm de R-(+)-α-terpineol; R100: dieta hiperlipídica acrescida de 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (Tabela 4).

55

Page 56: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

36

Tabela 4. Composição centesimal das dietas (g. 100g-1

)

Resultados apresentados como média ± desvio padrão (n=3). Médias nas linhas seguidas por letras iguais não diferem entre si ao nível de 5% de significância pelo Teste de

Tukey. Grupos controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50

ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100). ns

Não significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

Análise Grupos

AIN HF S25 S50 S100 R25 R50 R100

Umidade 8,10±0,06a 5,20±0,39

b 5,10±0,08

b 4,70±0,06

c 4,50±0,02

d 4,50±0,12

d 4,40±0,47

de 4,30±0,14

e

Proteínans

13,10±0,76 12,60±0,25 12,70±0,25 12,60±0,22 12,90±0,55 12,80±0,77 12,50±0,33 12,40±0,23

Cinzasns

2,90±1,48 2,30±0,35 2,90±0,04 3,00±0,13 3,00±0,07 3,00±0,15 2,80±0,02 2,90±0,09

Lipídeos 15,10±0,91b 38,00±0,87

a 36,30±0,43

a 37,80±0,19

a 36,70±0,22

a 37,10±0,09

a 37,00±0,07

a 37,20±0,41

a

Carboidratos 60,80±3,21a 41,90±1,86

b 43,00±1,60

b 41,90±1,20

b 42,90±1,72

b 42,60±2,32

b 43,30±1,78

b 42,90±1,74

b

Valor calórico

(kcal. 100g-1

) 431,5±1,61

b 560,00±1,39

a 554,50±11,27

a 558,20±7,39

a 555,30±12,66

a 555,50±13,17

a 556,20±9,07

a 555,30±10,87

a

56

Page 57: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

57

4.2.3. Procedimento experimental

O experimento foi submetido e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de

Animais (CEUA/UNICAMP), sob protocolo n° 3843-1 (Anexo 1). Após 7 dias de adaptação,

os animais foram divididos em 2 grupos: magro (n=6) alimentado com dieta AIN-93G e

obeso (n=42) alimentado com a dieta AIN-93G modificada para hiperlipídica. Os animais

foram alimentados com a dieta hiperlipídica por 5 semanas para o desenvolvimento da

obesidade, objetivando ganho de peso e alterações no metabolismo glicídico e lipídico. Após

este período, os animais do grupo obeso foram divididos, aleatoriamente, em 7 grupos com 6

ratos (Tabela 4), e mantidos por mais 6 semanas experimentais consumindo as dietas

suplementadas com R-(+)-α-terpineol ou (-)-α-terpineol, totalizando 12 semanas de

experimento. É importante enfatizar que houve necessidade de refazer o ensaio biológico

apenas para os grupos controle normolipídico e hiperlipídico, no sentido de ajustar a

quantidade de dieta a ser fornecida a estes animais. Para o grupo controle magro (AIN), foram

fornecidas a mesma quantidade de dieta consumida pelos animais do grupo controle obeso

(HF – pair feeding), de maneira a igualar o consumo alimentar de ambos os grupos, durante

todo o ensaio biológico.

Tabela 5. Descrição dos grupos experimentais

Grupo Identificação Dieta

Controle normolipídico AIN AIN 93G

Controle hiperlipídico HF AIN 93G + gordura

Grupo hiperlipídico

[R-(+)-α-terpineol]

R25 AIN-93G + gordura + 25 ppm de R-(+)-α-terpineol

R50 AIN-93G + gordura + 50 ppm de R-(+)-α-terpineol

R100 AIN-93G + gordura + 100 ppm de R-(+)-α-terpineol

Grupo hiperlipídico

[(-)-α-terpineol]

S25 AIN-93G + gordura+ 25 ppm de (-)-α-terpineol

S50 AIN-93G + gordura + 50 ppm de (-)-α-terpineol

S100 AIN-93G + gordura + 100 ppm de (-)-α-terpineol

Ao final das 12 semanas experimentais, os animais foram colocados em jejum de

12 horas, e então sacrificados por exsanguinação por meio de punção cardíaca, após anestesia

com cloridrato de quetamina (doses de 40 a 87 mg. Kg-1

) e cloridrato de xilazina (doses de 5 a

13 mg. Kg-1

) administrados por via intraperitoneal.

Page 58: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

58

As amostras de sangue (10 mL) foram obtidas por punção cardíaca, sob anestesia,

e armazenadas em tubos de polietileno, com e sem anticoagulante, previamente identificados.

Para a separação do soro e plasma, as amostras foram centrifugadas a 3000 rpm por 15

minutos. Posteriormente, soro e plasma foram separados e congelados até o momento das

análises.

Após a exsanguinação, sob anestesia, os órgãos: coração, fígado, rins, baço, ceco

e tecidos adiposos marrom e epididimal foram retirados, limpos com solução fisiológica

(0,9% de NaCl) e pesados. Após a pesagem, alíquotas de aproximadamente 100 mg de fígado

de cada animal foram coletadas e armazenadas em formalina para avaliação histológica, após

coloração das lâminas com hematoxilina e eosina, e os fígados remanescentes foram

congelados em nitrogênio líquido e armazenado em ultrafreezer (-80°C) para análises futuras.

4.2.4. Ganho de peso e consumo alimentar

A determinação do peso corporal foi realizada uma vez por semana, de forma a

minimizar a manipulação e estresse dos animais, em balança semi-analítica, com precisão de

0,1 g. As dietas foram fornecidas ad libitum em quantidade conhecida, exceto para o grupo

AIN (pair feeding HF), que recebeu a mesma quantidade de dieta (em massa) do grupo HF. A

cada 48 horas, as sobras de dieta, bem como o rejeito separado das fezes das bandejas foram

pesados. Desta forma, foi calculado o consumo semanal de dieta de cada animal, por meio da

diferença entre a quantidade de dieta ofertada e as sobras (de dieta e rejeito nas bandejas). Já a

ingestão semanal de α-terpineol, para cada animal, foi calculada pela razão entre quantidade

da substância ingerida na dieta e o peso corporal (kg).

4.2.5. Testes de tolerância à glicose e à insulina

Após um período de 12 horas de jejum, na penúltima semana do ensaio biológico,

os animais foram submetidos ao teste de tolerância à glicose (GTT) e, na última semana

experimental, ao teste de sensibilidade à insulina (ITT), segundo metodologia de Vinué e

González-Navarro (2015). A glicemia dos animais foi aferida em diferentes tempos, em

ambos os testes, após a administração de glicose ou insulina intraperitoneal, cujas quantidades

aplicadas variavam em função do peso dos animais.

Para o GTT, o volume de solução de glicose (20% m/v) requerida para injeção

intraperitoneal em cada animal foi calculado de maneira que a dose final de glicose fosse de

2,0 g. kg-1

de peso corporal. Após a administração da glicose, um pequeno corte na ponta da

Page 59: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

59

cauda dos animais foi feito para coleta de sangue e aferição da glicemia em tiras inseridas em

medidor digital de glicose (FreeStyle Lite, Abbott, Alameda, CA, USA). Foram aferidos os

níveis glicêmicos antes da injeção da solução de glicose, ou seja, a glicemia de jejum e após

30, 60, 90 e 120 minutos da administração da solução de glicose. Os resultados do teste foram

expressos pelo cálculo da área sob a curva (AUC) (MATHEWS et al., 1990).

No ITT, o volume calculado de insulina a ser injetado, em cada animal, foi de 5,0

U. kg-1

de peso de cada animal. A primeira coleta sanguínea foi realizada antes da

administração de insulina, sendo então realizadas coletas de sangue após 15, 30, 45, 60, 90 e

120 minutos da administração da insulina, conforme descrito anteriormente. A razão da

constante de decaimento (coeficiente angular) da glicemia (KITT) foi calculada por meio da

fórmula 0,693/(T1/2), sendo T1/2 o tempo necessário para reduzir a glicemia basal à metade. O

T1/2 da glicose sérica foi calculado a partir da inclinação da curva de decaimento da glicose

durante sua fase linear (BONORA et al., 1989).

4.2.6. Parâmetros bioquímicos

Estudos bioquímicos do sangue e soro foram realizados por meio de metodologias

colorimétricas utilizando kit comercial, de acordo com as instruções do fabricante. O perfil

lipídico foi avaliado por meio da dosagem de triglicerídeos (Wiener lab 1780101, Rosario,

Argentina), colesterol total (Wiener lab 1220001, Rosario, Argentina) e colesterol LDL

(Wiener lab 1220220, Rosario, Argentina). Para averiguar possíveis danos hepáticos foram

avaliados os níveis das enzimas alanina aminotransferase – ALT (Wiener lab 1761302,

Rosario, Argentina) e aspartato aminotransferase – AST (Wiener lab 1751302, Rosario,

Argentina) por método enzimático-colorimétrico. As citocinas inflamatórias (TNFα e IL-1β)

foram avaliadas por ensaio imunoenzimático por meio de kit Elisa (Peprotech

, Rocky Hill,

CT, USA).

4.2.7. Peroxidação lipídica (TBARS)

Determinações das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (thiobarbituric

acid reactive substances - TBARS) no soro e tecido hepático foram feitas segundo Ohkawa,

Ohishi e Yagi (1979), com adaptações. Para o fígado, 10 mg de tecido liofilizado foi

trituradas em 1 mL de tampão acetato (pH 3,5) para obtenção dos homogenatos. A

concentração de proteínas nos homogenatos dos tecidos foi determinada pelo método

Bradford (BRADFORD, 1976), utilizando albumina de soro bovino como padrão. As

amostras de tecido ou de soro (100 µL) foram misturadas com dodecil sulfato de sódio (SDS)

Page 60: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

60

8,1% e reagente de trabalho (2-ácido tiobarbitúrico (TBA) 0,8%, ácido acético 20% e

hidróxido de sódio 5%). Após aquecimento a 95 °C por 60 minutos, as amostras

permaneceram em banho de gelo por 10 minutos e foram centrifugadas a 10000 g, por

10 minutos. O sobrenadante foi recolhido e a sua absorbância foi medida a 532 nm, utilizando

microplaca de 96 poços. Curva padrão (0,625–50 nmol malondialdeído. mL−1

) foi obtida

utilizando padrão 1,1,3,3-tetraethoxipropano. Os resultados foram expressos em nmol MDA

(malondialdeído). mg-1

tecido ou nmol MDA. mL−1

soro.

4.2.8. Análise histológica em tecido hepático

A avaliação histológica das amostras de tecido hepático foi realizada no

Laboratório de Biologia da Reprodução, do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional

(Instituto de Biologia/UNICAMP). Após o preparo das amostras em monoblocos de parafina,

montagem das lâminas e coloração em hematoxilina e eosina, as imagens destas foram

obtidas utilizando o fotomicroscópio Nikon Eclipse E-400 (Nikon, Tóquio, Japão), com

aumento de 40X. As estruturas do tecido hepático e suas alterações microscópicas foram

observadas e foi realizada uma análise descritiva das características morfológicas observadas.

4.2.9. Análise estatística

Os resultados obtidos foram apresentados em média desvio padrão. Para os

dados com distribuição normal foi aplicado teste estatístico paramétrico (ANOVA e Teste

Tukey) com nível de significância de 5% (p<0,05). Para os dados que não apresentam

distribuição normal, teste não paramétrico foi aplicado, Kruskal-Wallis seguido de Dunn. As

análises estatísticas foram realizadas utilizando o software GraphPad Prism 5.0 (GraphPad

Software, Inc., La Jolla, CA, USA).

4.3. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA IN VITRO DE R-(+)-α-

TERPINEOL E (-)-α-TERPINEOL

4.3.1. Preparo das suspensões celulares e aplicação das amostras

A atividade antiproliferativa das amostras foi realizada segundo o protocolo

descrito por Monks et al. (1991). Dez linhagens de células tumorais humanas (Tabela 5),

gentilmente cedidas pelo Instituto Nacional do Câncer/EUA, foram mantidas em cultura em

meio RPMI 1640 (GIBCO BRL) suplementado com 5% de soro fetal bovino (SFB) e

Page 61: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

61

penicilina:estreptomicina (1000 U. mL-1

:1000 µg. mL-1

, 1%). As mesmas condições foram

utilizadas para manutenção das linhagens não tumorais de queratinócitos humanos (HaCat,

doada pelo prof. Dr. Ricardo Della Coletta, Faculdade de Odontologia de Piracicaba,

Unicamp). Os testes foram realizados na Divisão de Farmacologia e Toxicologia do

CPQBA/UNICAMP.

Tabela 6. Linhagens celulares utilizadas nos estudos in vitro.

Linhagem celular Órgão/Doença Densidade de Inoculação

(x 104

células. mL-1

)

U251 SNC; glioma 4,0

MCF-7 Mama; adecarcinoma 6,0

NCI-ADR/RES* Ovário; adenocarcinoma 5,0

786-0 Rim; adenocarcinoma 5,0

NCI-H460 Pulmão; carcinoma tipo não pequenas

células

4,0

PC-3 Próstata; adenocarcinoma 4,5

OVCAR-3 Ovário; adenocarcinoma 7,0

HT29 Cólon; adenocarcinoma 5,0

UACC-62

Melanoma; adenocarcinoma 5,0

K562 Medula óssea; Leucemia mielóidecrônica 6,0

HaCaT Pele (queratinócito); não tumoral 4,0

*Esta linhagem apresenta resistência a múltiplos fármacos.

As células dispostas em placas de 96 compartimentos (100 µL. mL-1

de suspensão

celular, densidade de inoculação, conforme Tabela 7) foram expostas a quatro concentrações

(0,25; 2,5; 25 e 250 µL. mL-1

) dos enantiômeros [R-(+)- e S-(–)] de Limoneno e [R-(+)- e (–)]

α-terpineol (Figura 8), previamente diluídos em dimetilsulfóxido (DMSO, 100 mg. mL-1

) e

incubadas por 48 horas a 37 °C, em atmosfera úmida com 5% de CO2.

No momento de adição das amostras, as células inoculadas na placa controle T0

foram fixadas com a adição de 50 μL/compartimento de ácido tricloroacético (TCA) a 50%

(Sigma-Aldrich®) para determinação da quantidade de células presentes no momento em que

as amostras foram aplicadas, sendo este o valor basal no tempo 0. Com base em resultados

anteriores, sabe-se que a concentração final de DMSO (<0,25%) não interfere na viabilidade

Page 62: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

62

celular. Ao final de 48 horas de incubação, as células tratadas foram fixadas com TCA a 50%

e incubadas por 1 hora, a 4ºC. Em seguida, as placas foram submetidas a quatro lavagens

consecutivas em água corrente para a remoção dos resíduos de TCA, meio SFB e metabólitos

secundários.

Figura 8. Representação gráfica da distribuição das amostras na placa de 96 compartimentos

utilizada no teste de atividade antiproliferativa in vitro.

(Fonte: Torre, 2013)

Após secagem completa, à temperatura ambiente, foram adicionados 50

μL/compartimento do corante proteico sulforrodamina B (SRB, Sigma-Aldrich®) a 0,4 %

(p/v) dissolvido em ácido acético a 1 % (v/v) e, a seguir, as placas foram incubadas à

temperatura ambiente, por 10 minutos. As placas foram então lavadas por 4 vezes

consecutivas com solução de ácido acético 1% (v/v) e, após secagem completa à temperatura

ambiente, o corante ligado às proteínas celulares foi solubilizado com 150 μL/compartimento

de Trizma Base (10 μM, pH 10,5) (Sigma-Aldrich®). A leitura espectrofotométrica da

absorbância foi realizada em leitor de microplacas a 540 nm (Molecular Devices®, modelo

VersaMax).

4.3.2. Análise dos resultados

A partir da média das leituras espectrofotométricas, foi calculado o crescimento

celular (%C) para cada concentração de amostra testada, por meio das seguintes fórmulas:

Page 63: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

63

Se T > T1 → a amostra estimulou o crescimento celular

Se T0≤ T< T1 → atividade citostática da amostra: %C = 100 x [(T-T0)/( T1-T0)]

Se T< T0 → atividade citocida: %C = 100 x [(T-T0)/ T0]

Sendo T a média da absorbância da célula tratada, T0 a média das absorbâncias

das células no tempo 0 e T1 a absorbância das células não tratadas após 48 h de incubação.

Esses resultados foram expressos em curvas de crescimento celular de cada

linhagem em função da concentração da amostra, e a partir deles foram calculadas as

concentrações efetivas TGI (Total Growth Inhibition, concentração necessária para inibição

total de crescimento celular) e GI50 (concentração necessária para inibição de 50% da

viabilidade celular), através de regressão não linear, tipo sigmoidal, empregando-se software

ORIGIN 8.0 (OriginLab Corporation).

Page 64: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

64

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. PRODUÇÃO DE R-(+)-α-TERPINEOL E (-)-α-TERPINEOL POR

BIOTRANSFORMAÇÃO

Os resultados obtidos da biotransformação, em sistema bifásico, mostraram que a

enzima responsável pela conversão dos substratos para o -terpineol foi capaz de converter

enantioespecificamente R-(+)- e S-(–)-limoneno para R-(+)- e (–)--terpineol,

respectivamente, embora tenha ocorrido um decréscimo no rendimento de conversão, em

relação aos estudos de Molina (2014) e Bicas et al. (2010b). O decréscimo na conversão é um

indício de que a capacidade de biotransformação do Sphingobium sp. pode ser afetada de

forma negativa pela manutenção do micro-organismo ou devido a repiques periódicos. Deste

modo, uma fração considerável de substrato da biotransformação (limoneno) permaneceu no

óleo de soja, sendo necessária a purificação para isolamento do -terpineol produzido.

A Tabela 7 apresente os resultados das concentrações dos produtos obtidos da

biotransformação do limoneno. Após 72 horas R-(+)-limoneno converteu-se, parcialmente,

gerando aproximadamente 151,0 g. L-1

de R-(+)--terpineol, enquanto o S-(–)-limoneno

gerou, aproximadamente, 91,0 g. L-1

de (–)--terpineol, após 120 horas.

Tabela 7. Tempo de retenção e concentrações de produtos após 72 horas (no caso do R-(+)-

limoneno) e 120 horas (no caso do S-(–)-limoneno) de biotransformação dos enantiômeros do

limoneno.

Biotransformação do R-(+)-limoneno Biotransformação do S-(–)-limoneno

R-(+)-

limoneno

residual

R-(+)--

terpineol

S-(–)--

terpineol

S-(–)-

limoneno

residual

R-(+)--

terpineol

S-(–)--

terpineol

Conc.* (g. L-1

) 147,5 151,0 4,2 133,6 50,0 91,0

TRCQ** (min) - 27,1 - - - 26,7

Prop.*** (%) 2,7 94,5 2,8 1,5 33,9 64,6

e**** (%) 94,2 31,5

* Concentração de produtos após a biotransformação.

**Tempo de retenção na coluna quiral.

***Proporção de produtos (% em área em CG) após biotransformação, extração, concentração (rotaevaporador)

e purificação em coluna aberta.

**** Excesso enantiomérico do α-terpineol purificado em coluna aberta.

Page 65: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

65

Os produtos finais da biotransformação, contendo os enantiômeros de limoneno e

α-terpineol foram purificados por meio de cromatografia em coluna aberta, em sílica gel e

utilizando-se como eluente uma mistura de hexano: acetato de etila (9:1). Inicialmente, estes

produtos apresentaram-se como óleo levemente amarelado, provavelmente pelos carotenoides

oriundos do óleo de soja. A cromatografia em coluna é uma das técnicas mais utilizadas para

a separação ou purificação de produtos de reações químicas; além de ser muito versátil, pois

permite a utilização de colunas de diferentes tipos e dimensões, assim como combinações de

diversas fases móveis e estacionárias. Essa técnica pode ser realizada em colunas de vidro,

sob pressão atmosférica, ou com equipamentos especiais que permitem trabalhar com

pressões maiores, o que consequentemente aumenta a velocidade e a eficiência do processo de

separação (COLLINS; BRAGA; BONATO, 2006).

A Figura 9 apresenta a curva de separação de limoneno e α-terpineol, contidos no

óleo resultante da biotransformação do limoneno, demontrando que o método cromatográfico

escolhido foi eficiente na separação dos compostos. Os substratos eluíram antes que os

produtos, uma vez que o limoneno é mais apolar e, portanto, apresenta maior afinidade com a

fase móvel. Considerando a polaridade do -terpineol, pela presença de grupos hidroxila, e

sua maior afinidade pela fase estacionária de sílica gel, para a separação completa de ambos

os enantiômeros foi utilizado, aproximadamente, o dobro do volume de fase móvel utilizado

na separação do limoneno. Assim, houve apenas uma pequena fração com coeluição do

limoneno e -terpineol (200 mL). Como pode ser observado (Figura 9), o α-terpineol

purificado foi obtido juntando-se as frações referentes aos volumes 210 a 560 mL.

Depois de recuperadas as frações ricas em α-terpineol, o solvente (fase móvel) foi

eliminando e o produto resultante foi caracterizado por cromatografia gasosa com coluna

quiral. Observou-se que o produto da biotransformação de R-(+)-limoneno, aqui chamado R-

(+)-α-terpineol, apresentava 94,5% do isômero R-(+)-, 2,8% de S-(–)- α-terpineol e 2,7% de

limoneno residual, de forma que o produto tinha 97,3% de pureza de α-terpineol com um

excesso enantiomérico de 94,2% da forma R. Já o produto da biotransformação do S-(–)-

limoneno, aqui chamado (–)-α-terpineol, indicou a presença de 64,6% do isômero S-(–)- e

33,9% de R-(+)-α-terpineol, além de 1,5% de limoneno residual, de forma que o produto tinha

98,5% de pureza de α-terpineol com um excesso enantiomérico de 31,5% da forma S.

Page 66: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

66

Figura 9: Curvas de separação de R-(+)-limoneno e R-(+)-α-terpineol (A), e S-(–)-limoneno

(–)-α-terpineol (B) do óleo resultante da biotransformação do limoneno, obtidas por

cromatografia em coluna de vidro contendo sílica gel e eluida com hexano e acetato de etila

(9:1).

Os resultados indicaram que a pureza enantiomérica dos produtos obtidos por

biotransformação está superior aos padrões comerciais disponíveis para o α-terpineol, o que

justifica a produção destes compostos pela biotransformação do limoneno. O padrão de α-

terpineol Sigma-Aldrich, por exemplo, apresenta um excesso enantiomérico de 16% para a

forma S, enquanto que o padrão (+)-α-terpineol da marca Fluka tem 30% de excesso

enantiomérico para a forma R. Sendo assim, é bastante vantajoso para a indústria de alimentos

e aromas a obtenção de compostos enantiomericamente puros por biotransformação. Tais

A

B

Page 67: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

67

compostos apresentam características sensoriais mais atrativas e são mais valorizados no

mercado que os aditivos químicos artificiais, pois atende à demanda do consumidor por

produtos com apelo de saudabilidade (AKACHA; GARGOURI, 2015; BERGER, 2015).

5.2. AVALIAÇÃO BIOLÓGICA DOS ANIMAIS

5.2.1. Consumo alimentar dos animais

Na Figura 10A e Tabela 10 estão apresentados os dados sobre ingestão semanal

de dieta dos animais durante o período experimental. Os animais do grupo HF apresentaram

maior ingestão energética, em comparação com os demais tratamentos, durante todo o

experimento.

A partir da segunda semana de experimento, verificou-se uma redução

significativa da ingestão alimentar nos animais alimentados com dieta hiperlipídica, refletindo

também em uma queda na ingestão energética (Figura 10B e Tabela 11). Dentre as hipóteses

para esta redução estariam o efeito sacietógeno desta dieta, bem como a diferença de

consistência entre as dietas normolipídica (sólida) e hiperlipídica (pastosa), a qual parece

exercer alguma influência na morfologia da mandíbula e dente dos ratos. Dietas pastosas

podem retardar ou inibir o desenvolvimento dos músculos mastigatórios, bem como reduzir o

desgaste dos dentes incisivos que crescem continuamente, pelo pouco estímulo funcional da

mastigação, se comparada com dietas sólidas (GUERREIRO et al. 2013). Sendo assim, na

quarta semana de experimento, foram fornecidos aos animais dos grupos hiperlipídicos

pequenos blocos de madeira, previamente higienizados e esterilizados. Isso foi feito para que

estes animais não tivessem crescimento dentário que prejudicasse a ingestão alimentar.

Page 68: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

68

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

6

8

10

12

14

16

18

20

S25

S50

S100

AIN

HF

R25

R50

R100

Semana

Co

ns

um

o (

g d

ia-1

)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1130

40

50

60

70

80

90

100

AIN

HF

S25

S50

S100

R25

R50

R100

Semana

Ing

es

tão

ca

lóri

ca

(k

ca

l d

ia-1

)

Figura 10. Consumo alimentar (A) e ingestão calórica semanal dos animais (B). Resultados

expressos como média ± desvio padrão (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico

(AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-

terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol

(S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

O enriquecimento ambiental (inclusão dos blocos de madeira) pode ter

contribuido na melhoria da alimentação de alguns animais antes da suplementação das dietas

com os enantiômeros do α-terpineol. Com a suplementação das dietas, a partir da sexta

semana, os enantiômeros do α-terpineol possivelmente poderiam ter modificado a

palatabilidade das dietas para estes animais, e consequentemente influenciado também no

consumo alimentar dos mesmos. A inclusão de (–)-α-terpineol na dieta de animais

alimentados com dieta hiperlipídica não promoveu alterações significativas no consumo e

nem na ingestão calórica dos animais. O mesmo também foi observado para os animais

alimentados com a dieta hiperlipídica contendo 25 mg.kg-1

de R-(+)-α-terpineol, os quais

apresentaram consumo médio (em gramas e em kcal) inferior ao dos animais do grupo

A

B

Page 69: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

69

controle normolipídico (AIN) durante todo o período experimental. Já nos animais que

consumiram as dietas hiperlipídicas contendo 50 e 100 mg.kg-1

de R-(+)-α-terpineol, mesmo

com melhorias no consumo com o enriquecimento ambiental, também apresentaram um

aumento significativo no consumo alimentar após a mudança da dieta, reestabelecendo o

consumo de dieta e de ingestão calórica, semelhante ao do grupo HF.

6 7 8 9 10 11

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

S25

S50

S100

R25

R50

R100

Semana

Ing

es

tão

de

-te

rpin

eo

l (m

g. k

g-1

se

m -

1)

# #

Figura 11. Ingestão semanal de α-terpineol, em relação ao peso corporal dos animais.

Resultados expressos como média±desvio padrão (n=6 por grupo). Grupos controle

normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm

de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-

terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100). #

Diferença

estatística significativa (p<0,05) entre os grupos R100 e S100, nas semanas 6 e 7. One way,

ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo).

No geral, a ingestão dos enantiômeros do α-terpineol (Figura 11 e Tabela 12) foi

proporcional à concentração presente nas dietas. O grupo R100, um dos que apresentou

maiores valores de consumo alimentar, ingeriu mais R-(+)-α-terpineol do que os animais que

consumiram as mesmas concentrações de (–)-α-terpineol contidas na dieta, entre a sexta e

sétima semanas de testes. A partir dos dados de consumo e ingestão dos enantiômeros de α-

terpineol apresentados, o reestabelecimento dos níveis de ingestão nos animais que

consumiram dietas contendo concentrações superiores a 50 mg.kg-1

de dieta de (-)-α-terpineol

pode sugerir algum efeito na alteração do apetite dos animais (Figura 10A). Tal efeito pode

estar relacionado à palatabilidade das dietas, bem como na modulação de vias de sinalização

Page 70: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

70

do apetite na região do hipotálamo responsáveis pelo controle alimentar (SIMPSON;

MARTIN; BLOOM, 2009; SUZUKI; JAYASENA; BLOOM, 2012; SCHNEEBERGER;

GOMIS; CLARET, 2014). Tal efeito precisaria ser investigado para melhor esclarecimento

dos resultados observados.

5.2.2. Peso corporal dos animais

A Figura 12A apresenta a curva de crescimento ponderal média dos animais ao

longo das 12 semanas de experimentação, baseado no ganho de peso corporal dos ratos.

Iníc

io

Semana 1

Semana 2

Semana 3

Semana 4

Semana 5

Semana 6

Semana 7

Semana 8

Semana 9

Semana 1

0

Semana 1

1100

200

300

400

500

AINHFS25S50S100R25R50R100

Pe

so

co

rpo

ral (

g)

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R10

0

0

100

200

300

400 a

b

a

ab

cc

c

c

Ga

nh

o t

ota

l d

e p

es

o (

g)

Figura 12. Evolução semanal do peso corporal de ratos Sprague Dawley submetidos a

diferentes tratamentos durante 12 semanas experimentais (A) e ganho total de peso dos

animais (B). Resultados expressos como média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam

diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6

por grupo). Grupos controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos

suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50 ppm de R-

(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-

terpineol (S100).

A

B

Page 71: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

71

Não foi observada diferença estatística no peso inicial dos animais. A evolução do

ganho de peso semanal dos animais evidenciou um maior ganho de peso nos ratos do grupo

controle hiperlipídico (HF), devido a maior ingestão alimentar e energética dos mesmos. Os

resultados apresentados (Figura 12B) mostram uma diferença entre os enantiômeros de α-

terpineol. Infere-se que a suplementação das dietas hiperlipídicas com (–)-α-terpineol e com

25 mg.kg-1

de dieta de R-(+)-α-terpineol exerceu menor influência no ganho de peso nos

animais (menor ingestão calórica), comparados aos animais dos grupos R50 e R100, cujo

ganho de peso foi semelhante ao do grupo HF, o que pode estar associado à ao

enriquecimento ambiental e palatabilidade das dietas (item 5.2.1).

5.2.3. Pesos dos tecidos

O peso dos tecidos é um parâmetro utilizado para avaliar possíveis alterações

metabólicas em resposta ao tratamento aplicado, uma vez que alterações morfológicas de uma

diminuição ou um aumento no peso bruto dos tecidos pode alterar funções vitais no

organismo. Os dados sobre peso relativo dos órgãos, em relação ao peso total dos animais

estão apresentados na Figura 13. Os resultados dos grupos controle normolipídico e

hiperlipídico mostraram que a dieta hiperlipídica promoveu alteração no peso relativo dos

órgãos, como o aumento significativo no tecido adiposo epididimal nos animais do grupo HF

em relação aos do grupo AIN (Figuras 13F e 13G), bem como na redução nos valores de peso

relativo do coração, rins e ceco (Figuras 13A, 13C e 13E).

A suplementação das dietas com os enantiômeros do -terpineol reverteu a

redução do peso relativo do coração, exceto para o grupo R25 (Figura 13A), reverteu o

aumento de peso relativo do tecido marrom (Figura 13F) e diminuiu o peso relativo do fígado

(Figura 13B), independente da concentração testada. Nos grupos tratados com (–)-α-terpineol

e com 25 mg.kg-1

de dieta de R-(+)-α-terpineol houve a reversão da redução do peso relativo

do ceco (Figura 13E), além do aumento no peso relativo dos rins (Figura 13C) e redução no

tecido adiposo epididimal (Figura 13G), ambos em comparação ao grupo AIN. A

suplementação das dietas com concentrações de R-(+)-α-terpineol acima de 50 mg.kg-1

reverteu a redução de peso relativo dos rins e o ganho de peso no tecido adiposo epididimal.

A reversão do ganho de peso do tecido adiposo epididimal promovida pelo consumo dos

enantiômeros α-terpineol pode estar associada à menor resistência à insulina (Figura 15)

apresentada por estes animais (LÊ et al., 2011; HOCKING et al., 2013)

Page 72: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

72

Coração

AIN HFS25

S50S100

R25R50

R1000.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

bc

ab ab aba

b bP

es

o (

g. 1

00

g-1

)

Fígado

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R10

0

0

1

2

3

4 a ab b b

abb b

Pe

so

(g

. 10

0g

-1)

Rins

AIN HFS25

S50S100

R25R50

R1000.0

0.5

1.0

1.5

bc

aa a a

bb

Pes

o (g

. 100

g-1

)

Baço

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R10

0

0.0

0.1

0.2

0.3

Pe

so

(g

. 1

00

g-1

)

Ceco

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R10

0

0.000

0.005

0.010

0.015

aaa a

bab

bc

Pe

so

(g

. 1

00

g-1

)

Tecido adiposo marrom

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R100

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

a

abab

bc bc bc bc

c

Pe

so

(g

. 10

0g

-1)

Tecido adiposo epididimal

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R100

0

1

2

3

4

b

a

c cc

c

bb

Pe

so

(g

. 10

0g

-1)

Figura 13. Peso relativo do coração (A), fígado (B), rins (C), baço (D), ceco intestinal (E),

tecido adiposo marrom (F), tecido adiposo epididimal (G), corrigido em relação ao peso

corporal total dos animais. Resultados expressos como média ± desvio padrão. Letras

diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-

teste de Tukey (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e

grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol

(S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-

terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

A B

C D

E F

G

Page 73: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

73

A literatura relata que a intervenção hiperlipídica, em experimentos de obesidade

induzida por dieta, mostra-se relacionada com modificações metabólicas e morfológicas do

coração (OUWENS et al., 2005; LEOPOLDO et al., 2010; HALADE; JIN; LINDSEY, 2012;

SILVA et al. 2014; MARTINS et al., 2015) e rins, causando dilatação e disfunção tubular,

inflamação e insuficiência renal crônica (ALTUNKAYNAK et al., 2008; DEJI et al., 2009;

KIM et al., 2010). Mateus e Fiorino (2012) relataram existir alterações renais, como redução

do peso renal e diminuição do tubo glomerular, em ratos Wistar tratados com dieta

hiperlipídica. Outros estudos também relataram a ação dos terpenos no metabolismo em

humanos e animais (LEWIS et al., 1994; KOHLERT et al., 2000; PANEL et al., 2008;

ADAMS et al., 2011).

5.2.4. Testes de tolerância à glicose e sensibilidade à insulina

Para avaliar o efeito da suplementação com os enantiômeros de α-terpineol na

resposta glicêmica frente a uma sobrecarga de glicose foi realizado o teste de tolerância à

glicose (GTT). A Figura 14A apresenta a média dos valores da concentração de glicose em

cada ponto de coleta realizada durante o GTT. Não houve diferença significativa nos valores

de glicemia basal (T0) entre os tratamentos (p<0,05). Em todos os grupos experimentais, o

pico de glicemia ocorreu aos 30 minutos após a injeção intraperitoneal da solução de glicose,

e as concentrações de glicose começaram a decair após este tempo. A ingestão de dietas

hiperlipídicas influenciou na resposta ao teste, induzindo uma maior intolerância à glicose, se

comparada ao grupo AIN (Figura 14B). Embora a maioria dos grupos suplementados

apresentem valores de GTT que não diferiram estatisticamente do grupo controle

hiperlipídico, a tendência é de piora neste parâmetro, observada principalmente no grupo S50,

cujo valor obtido no teste foi superior ao do grupo HF. Uma hipótese para a piora no GTT

seria os altos níveis de triglicerídeos e colesterol total e LDL (Figura 16) destes animais, o que

comprometeria a tolerância à glicose dos mesmos (KLAUS, 2005).

Page 74: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

74

0 30 60 90 1200

2000

4000

6000

AIN

HF

S25

S50

S100

R25

R50

R100

Tempo (min)

Glico

se (M

)

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

100000

200000

300000

400000

500000

aab ab ab ab

b b

c

GT

T (

AU

C)

Figura 14. Teste de tolerância à glicose. Curva de controle da glicemia durante 120 minutos

(A), em µM de glicose, após injeção intraperitoneal de solução de glicose e área sob a curva

da glicemia durante o GTT (B). Resultados expressos como média ± desvio padrão. Letras

diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-

teste de Tukey (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e

grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol

(S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-

terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

A interpretação da constante de decaimento da glicose (KITT), no teste de

tolerância à insulina, baseia-se na velocidade e intensidade da queda da glicemia. Quanto mais

rápida e intensa a queda, maior a sensibilidade à ação da insulina. O índice corresponde à

queda da glicemia expressa em %. min-1

, e quanto maior o valor do KITT maior a sensibilidade

à insulina (GELONEZE; TAMBASCIA, 2006). No intuito de avaliar a resposta à insulina nos

animais submetidos às diferentes dietas, foi realizado o teste de sensibilidade à insulina. Foi

observado que alguns animais (17% do total de animais avaliados) que consumiram dieta

hiperlipídica suplementada com R-(+) e (–)-α-terpineol e dieta normolipídica apresentaram

hipoglicemia a partir de 90 minutos após injeção de insulina, e tiveram que receber glicose

por via oral. Nenhum dos animais do grupo controle hiperlipídico apresentou sintomas de

hipoglicemia sugerindo que tal dieta pode conferir resistência à ação da insulina (Figura 15).

O teste mostrou que a suplementação de dietas hiperlipídicas com doses acima de

50 mg.kg-1

de R-(+) e (–)-α-terpineol promoveu um aumento na sensibilidade à insulina dos

animais, representado pelos maiores valores de KITT, os quais não apresentaram diferença

significativa em relação ao grupo normolipídico. Tal teste sugere que este efeito não tem

relação com a configuração espacial da molécula de α-terpineol.

A B

Page 75: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

75

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

2

4

6

8

c

a

cbc

aab a

a

KIT

T (

% m

in -

1)

Figura 15. Índice de decaimento da glicose, KITT, calculada a partir das glicemias coletadas

no teste de tolerância à insulina. Resultados expressos como média ± desvio padrão. Letras

diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-

teste de Tukey (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e

grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol

(S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-

terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

A obesidade pode levar a diversas complicações no metabolismo da glicose, como

o desenvolvimento de hiperlipidemia, resistência insulínica, diabetes tipo 2, doenças

cardiovasculares, culminando na síndrome metabólica (BASTIEN et al., 2014; LÓPEZ-

JARAMILLO et al., 2014). Por esse motivo, foi pesquisado se a indução da obesidade por

dieta e a inserção dos enantiômeros do α-terpineol nas mesmas poderia afetar a homeostase da

glicose. Os dados dos grupos que consumiram dieta hiperlipídica corroboram os dados da

literatura, os quais relatam alterações na homeostase da glicemia em virtude do consumo de

uma dieta com elevado teor de lipídeos. A adição dos enantiômeros do α-terpineol nas dietas

mostrou-se efetiva na redução dos danos causados pela dieta hiperlipídica, no que diz respeito

à homeostase da glicemia (Figura 15), indicando que o consumo dos mesmos pode favorecer

uma menor resistência à ação da insulina, nas doses de 50 e 100 mg.kg-1

na dieta. Porém,

atenção deve ser dada quanto à tendência ao aumento na intolerância à glicose ao suplementar

as dietas com os enantiômeros de α-terpineol.

5.2.5. Análises bioquímicas

5.2.5.1. Avaliação do perfil lipídico

Os valores de colesterol total e colesterol LDL estão representados nas Figuras

16A e 16B. Os dados mostram que a suplementação com (–)-α-terpineol elevou os níveis de

colesterol total e colesterol LDL, comparado com os demais grupos. A mesma tendência

Page 76: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

76

também foi observada nos grupos que receberam dieta hiperlipídica suplementada com 25

mg. kg-1

de R-(+)-α-terpineol. Uma vez que enantiômeros podem apresentar diferenças em

suas propriedades biológicas, estes resultados podem sugerir que a mistura com excesso

enantiomérico de 31,5% de S-(-)-α-terpineol adicionada à dieta poderia estar agindo na

modificação da concentração das lipoproteínas aterogênicas, como a lipoproteína de baixa

densidade (LDL), no soro destes animais. Tal mecanismo precisa ser elucidado com estudos

moleculares mais específicos. Os níveis mais baixos de colesterol total e colesterol LDL

foram encontrados nos animais do grupo controle magro, enquanto que os animais dos grupos

R50 e R100 apresentaram valores um pouco maiores, mas que não foram estatisticamente

significativos em relação aos grupos controle.

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

30

60

90

120

a

bc

a

a

bc

a

b

c

Co

les

tero

l T

ota

l (m

g. d

L-1

)

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

20

40

60

80

100 a

a

a a

bcbcb

c

Co

les

tero

l L

DL

(m

g.d

L-1

)

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R10

0

0

20

40

60

80

100 a

b

aa a aaa

Tri

gli

ceri

deo

s (

mg

. d

L-1

)

Figura 16. Níveis séricos de Colesterol total (A), Colesterol LDL (B) e Triglicerídeos (C) de

ratos Sprague-Dawley. Resultados expressos como média ± desvio padrão. Letras diferentes

indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-teste de

Tukey (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos

hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25),

50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol

(R100) e (-)-α-terpineol (S100).

A B

C

Page 77: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

77

É importante enfatizar também que tanto os monoterpenos quanto o colesterol são

sintetizados a partir do isopentenil pirofosfato (IPP) e dimetilalil pirofosfato (DMAP) pela via

do mevalonato (GOLDSTEIN; BROWN, 1974; BLOCH, 1992; CHAPPELL, 2012;

CERQUEIRA et al., 2016), o que de alguma forma pode estar relacionado com a interferência

nos níveis de colesterol total e colesterol LDL dos grupos suplementados obtidos neste

estudo. Estudos também mostram que terpenos são potentes inibidores da HMG-CoA

redutase, enzima chave que regula a biossíntese do colesterol (CLEGG et al., 1982; REN;

GOULD, 1994; POLO et al., 2013).

Os níveis de triglicerídeos no plasma (Figura 16C) foram superiores em todos os

grupos hiperlipídicos, comparado ao grupo magro AIN. A suplementação das dietas com os

enantiômeros do -terpineol não foi capaz de alterar este parâmetro. Estudos de Miao et al.

(2015) mostraram que ratos Sprague-Dawley tiveram os níveis de triglicerídeos e colesterol

plasmático aumentados ao receberem dietas hiperlipídicas por 6 semanas, resultado este que

corrobora aos observados no presente estudo.

5.2.5.2. Determinação das concentrações séricas das aminotransferases alanina

aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST)

Entre os indicadores do processo inicial de lesão do fígado estão as enzimas ALT

e AST. A ALT é encontrada principalmente no fígado e, em menor proporção, nos rins,

coração, pâncreas e pulmão. Por outro lado, a AST está amplamente difundida no organismo

em uma diversidade de tecidos tais como o fígado, coração, músculos, rim, e cérebro. Quando

algum desses órgãos é lesado, há um aumento nos níveis séricos destas enzimas, de forma

proporcional ao dano produzido, possibilitando a detecção dessas enzimas em amostras de

sangue (COUTO; VIEIRA; BARBOSA, 2008; STOCKEN et al., 2008; KIBA et al., 2014;

LEE et al., 2017).

Os valores médios da atividade sérica de AST e ALT, expressos em Unidades.L-1

,

encontram-se na Figura 17. Os níveis de ALT no grupo controle hiperlipídico (HF)

mostraram-se significativamente superiores (p<0,05) em relação aos demais grupos

experimentais, indicando que o consumo das dietas suplementadas com os enantiômeros do

-terpineol proporcionou maior proteção aos tecidos dos danos causados pela dieta

hiperlipídica. Vale ressaltar, que não foi observada diferença significativa entre os grupos que

consumiram as dietas hiperlipídicas suplementadas com os enantiômeros de α-terpineol

(Figura 17A). Isto sugere que o efeito protetor não tem relação com a configuração espacial

da molécula de α-terpineol, nem com a dose consumida dos enantiômeros de α-terpineol.

Page 78: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

78

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

5

10

15

20

25

a

bc

b b b

bc

b

cAL

T (

U. L

-1)

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

20

40

60

a

c

bbbbb

b

AS

T (

U. L

-1)

Figura 17. Níveis séricos da alanina aminotransferase (A) e aspartato aminotransferase (B),

em ratos Sprague Dawley que receberam dieta normolipídica, hiperlipídica e hiperlipídica

suplementadas com enantiômeros de α-terpineol. Resultados expressos como média ± desvio

padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way,

ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico (AIN) e

hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-terpineol

(R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol (S50) e 100

ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

Os resultados do presente estudo, relativo à AST (Figura 17B), mostraram um

aumento estatisticamente significante (p<0,05) na atividade desta aminotransferase no soro

dos animais que consumiram as dietas hiperlipídicas. Com relação ao consumo dos

enantiômeros, notamos que a dieta hiperlipídica suplementada com 100 mg. kg-1

de dieta de

(–)-α-terpineol promoveu um aumento significativo nos níveis séricos desta aminotransferase

dos animais em comparação aos outros grupos hiperlipídicos. Tal fato sugere que possa haver

um efeito adverso associado seletivamente a elevadas concentrações do enantiômero S do α-

terpineol. Correlacionado estes dados com aqueles da Figura 13, um potencial alvo para uma

possível ação tóxica do α-terpineol seriam os rins. Considerando que o NOAEL é

determinado em indivíduos saudáveis, infere-se que, nas condições de obesidade, a adição de

(–)-α-terpineol em concentrações superiores a 100 mg.kg-1

de dieta pode apresentar toxicidade

(API et al., 2017).

É documentada na literatura a relação da exposição à dieta hiperlipídica e o

aumento de transaminases e doença hepática em ratos adultos (DHIBI et al., 2011;

MANTING et al., 2011; SUNDARESAN et al., 2011; CASTRO et al., 2013). No presente

trabalho, a concentração das transaminases foi maior nos grupos hiperlipídicos, corroborando

os dados da literatura em relação aos efeito deletérios à saúde do consumo excessivo de

lipídio nas dietas. Vale ressaltar que a suplementação das dietas hiperlipídicas com os

enantiômeros de α-terpineol levou a uma redução significativa nos níveis séricos de alanina

A B

Page 79: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

79

aminotransferase, indicando que tais compostos poderiam ter alguma participação na proteção

ao tecido hepático contra o acúmulo de lipídica (esteatose hepática).

5.2.6. Peroxidação lipídica (TBARS)

Os níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) são

amplamente utilizados como indicadores da peroxidação de lipídios. Para estimar o grau de

estresse oxidativo, a concentração de malondialdeido (MDA) foi avaliada no soro e no tecido

hepático dos animais. Conforme pode ser observado na Figura 18A, o grupo HF apresentou

níveis séricos de TBARS significativamente superiores quando comparado ao controle

normolipídico. A suplementação com R-(+) e (–)-α-terpineol promoveu uma redução

significativa de 40 a 70% nos níveis destas substâncias, comparado ao grupo HF. Chama a

atenção também que as concentrações de MDA no soro nos animais dos grupos hiperlipídicos

S50, R50 e R100 são significativamente menores que os animais do grupo controle magro

AIN.

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0

2

4

6

b

d

a

bccd

bc bc

cd

TB

AR

S (

nm

ol

MD

A m

L-1

so

ro)

AIN H

FS25 S50

S100

R25

R50

R10

00

2

4

6

8 a

bb b b b b b

TB

AR

S (

nm

ol

MD

A m

g-1 t

ec

ido

)

Figura 18. Níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em soro (A) e

homogenato hepático (B) de ratos Sprague-Dawley que receberam dietas normolipídica e

hiperlipídica e dieta hiperlipídica suplementados com R-(+) e (–)-α-terpineol. Resultados

expressos como média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística

significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). Grupos

controle normolipídico (AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos suplementados com

25 ppm de R-(+)-α-terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50)

e (-)-α-terpineol (S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

Os resultados obtidos na avaliação de TBARS no tecido hepático (Figura 18B)

mostram que a suplementação das dietas hiperlipídicas com os enantiômeros de α-terpineol

promoveu redução significativa nos níveis de TBARS, comparado ao grupo HF, e com

valores estatisticamente semelhantes aos animais do grupo controle normolipídico. Não houve

A B

Page 80: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

80

diferença significativa entre os enantiômeros de α-terpineol, em todas as concentrações

testadas. A reversão foi independente da dose e do enantiômero estudado.

Estudos in vitro em sistemas homogêneos (solução de gema de ovo) haviam

indicado a capacidade de reduzir a peroxidação de lipídeos do (-)-α-terpineol (SILVA et al.;

2012). Nossos resultados mostraram que essa capacidade in vitro traduziu-se em efeito

protetor in vivo. O α-terpineol é um álcool de cadeia cíclica e ramificada que apresenta e, sua

estrutura um grupo hidroxila (OH), que pode estar associado à capacidade antioxidante do

mesmo (SILVA et al., 2012). Os resultados deste estudo parecem sugerir que o tanto R-(+)-α-

terpineol quanto o (–)-α-terpineol apresentam significativo impacto sobre a peroxidação

lipídica (sem seletividade), que pode ser atribuída à presença da hidroxila, que ao doar um

átomo de hidrogênio, converte os radicais livres em espécies menos reativas, e que estes

monoterpenoides podem exercer um efeito antioxidante protetor de biomoléculas lipídicas in

vitro. Tais resultados estão de acordo com estudos anteriores que mostram a ação antioxidante

in vitro do α-terpineol em diferentes ensaios (RAMALHO; JORGE, 2006; MARÓSTICA

JÚNIOR et al., 2009; BICAS et al., 2011; DI SOTTO et al., 2013).

5.2.7. Determinação dos níveis de citocinas TNF-α e IL-1β

A obesidade é um estado clínico de inflamação crônica de baixo grau

caracterizado pela produção de uma ampla variedade de mediadores bioquímicos, dentre eles

as citocinas pró-inflamatórias. Procurou-se, neste estudo, avaliar se a suplementação das

dietas com os enantiômeros de α-terpineol seria capaz de promover alterações nos níveis de

duas importantes citocinas: fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e a interleucina 1β (IL-1β).

O aumento na liberação destas citocinas está diretamente ligado à resposta fisiológica

observada nos processos inflamatórios (LEE; LEE; CHOUE, 2013; ESSER et al., 2014),

assim como ao aumento do tecido adiposo característico da obesidade (SUO; WANG, 2015;

WU et al., 2016).

A citocina TNF-α está relacionada com respostas inflamatórias agudas e crônicas

e contribui no desenvolvimento de uma variedade de doenças inflamatórias crônicas, tais

como diabetes tipo 2, sendo produzida por vários tipos de células, especialmente macrófagos.

Esta citocina promove também a ativação de outras citocinas (IL-1β, IL-6 e IL-8). A IL-1β

também é uma potente citocina pró-inflamatória, e está envolvida em uma variedade de

atividades celulares, incluindo a proliferação celular, diferenciação e apoptose, além de

promover a progressão de uma série de doenças autoimunes (KAWAGUCHI;

MATSUMOTO; KUMAZAWA, 2011; ZHAO; ZHOU; SU, 2013; DENNY et al., 2014).

Page 81: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

81

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

aa

d

bc

b

cdcd

TN

F-

(n

g m

L-1

)

AIN H

FS25

S50

S10

0R25

R50

R10

0

0.00

0.05

0.10

0.15

0.20

0.25

a

bb

a

b bb

b

IL-1

(n

g m

L-1

)

Figura 19. Efeitos dos enantiômeros de α-terpineol nos níveis das citocinas pro-inflamatórias

TNF-α (A) e IL-1β (B) dos diferentes grupos experimentais. Resultados expressos como

média ± desvio padrão. Letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05).

One way, ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). Grupos controle normolipídico

(AIN) e hiperlipídico (HF) e grupos hiperlipídicos suplementados com 25 ppm de R-(+)-α-

terpineol (R25) e (-)-α-terpineol (S25), 50 ppm de R-(+)-α-terpineol (R50) e (-)-α-terpineol

(S50) e 100 ppm de R-(+)-α-terpineol (R100) e (-)-α-terpineol (S100).

A análise da Figura 19 mostra que os níveis de citocinas inflamatórias TNF-α e

IL-1β foram significativamente inferiores (p<0,05) nos grupos tratados com R-(+) e (–)-α-

terpineol em comparação aos grupos controle normolipídico e hiperlipídico. A concentração

do mediador inflamatório IL-1β não diferenciou significativamente entre os enantiômeros de

α-terpineol (Figura 19B), cuja expressão nos grupos experimentais foi independente das

diferentes concentrações utilizadas (25; 50 e 100 ppm).

Para os resultados de TNF-α (Figura 19A), observou-se uma diferença notável

entre os enantiômeros de α-terpineol. A suplementação das dietas com (–)-α-terpineol nas

diferentes concentrações proporcionou uma redução significativa estimada entre 60 e 70% no

nível sérico desta citocina quando comparada aos grupos AIN e HF. Já os ratos alimentados

com dietas contendo R-(+)-α-terpineol, a redução foi entre 30 e 40%, comparado aos grupos

controle magro e obeso.

Diante dos resultados obtidos (Figura 19), a suplementação das dietas com os

enantiômeros do α-terpineol, nas doses testadas, foi capaz de exercer nos animais uma ação

protetora contra o processo inflamatório, que pode estar relacionado à inibição da via de

sinalização celular NF-kB, que controla a transcrição de genes da maioria das citocinas

inflamatórias (HASSAN et al., 2010; NOGUEIRA et al., 2014). Somado a isto, os resultados

de TNF-α e IL-1β nos grupos controle normolipídico e hiperlipídico mostraram que a

diferença no peso e consumo alimentar destes dois grupos não foi suficiente para promover

uma diferença nos níveis destas duas citocinas.

A B

Page 82: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

82

Estes resultados são importantes e bastante promissores, haja visto que não há na

literatura estudos sobre a ação do α-terpineol e de outros compostos terpênicos na inibição da

produção das citocinas pró-inflamatórias, em modelos experimentais de obesidade, e que estes

compostos podem indicar boa ação anti-inflamatória (HUO et al., 2013; NOGUEIRA et al.,

2014; CHEN et al., 2014; KIM et al., 2015; RAMALHO et al., 2015). Além disso, este efeito

protetor dos enantiômeros do α-terpineol sob a inflamação pode ser um dos fatores

relacionados à melhor resposta dos animais à insulina, observada no teste de ITT .

5.2.8. Análise histológica

O fígado é composto por células epiteliais, os hepatócitos, organizados em placas

e dispostos na unidade estrutural chamada lóbulo hepático. O acúmulo de gordura no interior

dos hepatócitos é um mecanismo natural, utilizado para armazenar energia. Entretanto, em

situações de sobrecarga, ocorre o acúmulo de gordura nos hepatócitos e, por conseguinte, o

desenvolvimento de disfunção hepática (MENDEZ-SANCHEZ et al., 2007; BERTRAM et

al., 2012).

A análise histológica do tecido hepático foi utilizada para avaliar o acúmulo de

gotículas lipídicas nos hepatócitos dos animais. Ratos alimentados com dieta normolipídica

apresentaram morfologia normal do tecido, com hepatócitos de estrutura hexagonal com

núcleos bem evidentes centralmente dispostos e sinusoides visíveis (setas pretas), sem

deposição de gordura (Figura 20A). Por outro lado, nos animais do grupo HF (Figura 20B) foi

observado maior acúmulo de gotas lipídicas no citoplasma dos hepatócitos, em relação aos

demais grupos experimentais, além da perda da identificação dos sinusóides hepáticos.

A ingestão dos enantiômeros de α-terpineol levou a uma redução no acúmulo de

gotículas lipídicas nos hepatócitos, em relação ao grupo HF. Embora haja um pequeno

acúmulo de gordura em algumas regiões, os tecidos apresentaram hepatócitos com morfologia

regular e sinusoides visíveis (Figuras 20C a 20H), semelhantes ao grupo AIN. Assim, a

suplementação das dietas com os enantiomeros de α-terpineol poderia ter um efeito positivo

na redução do acúmulo de gordura hepática, principalmente, levando em consideração os

valores da aminotransferase ALT , bem como no aumento na sensibilidade à insulina

promovida pela suplementação das dietas, e na redução da peroxidação lipídica (TBARS),

fatores estes que influenciam na diminuição do acúmulo de gordura hepática (FRANÇA et al.,

2013).

Page 83: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

83

Figura 20. Análise histológica do fígado: AIN (A); HF (B); S25 (C); S50 (D); S100 (E); R25

(F); R50 (G); R100 (H). As seções histológicas foram coradas com hematoxilina e eosina.

Setas pretas: sinusóides. Aumento de 40X.

A B

C D

E F

G H

Page 84: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

84

5.3. AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIPROLIFERATIVA EM CULTURA DE

CÉLULAS

A fim de agregar informações sobre outras possíveis atividades biológicas dos

enantiômeros R-(+)- e S-(–)-limoneno e R-(+)- e (–)-α-terpineol, realizou-se o teste de

atividade antiproliferativa em linhagens tumorais humanas. Os gráficos gerados relacionam o

crescimento celular em função da concentração das amostras testadas (Figura 22 E 23). Os

valores entre 100% e 0% representam proliferação celular, sendo a linha 0% o marco para a

inibição total de crescimento, ou seja, a quantidade de células ao final do experimento era a

mesma do momento de adição das amostras (placa T0). Já os valores negativos representam

morte celular, pois a quantidade de células era menor do que aquela do momento de adição

das amostras (placa T0) (MONKS et al., 1991).

Para análise da proliferação celular utilizou-se a sulforrodamina B (SRB), um

corante protéico que se liga aos resíduos de aminoácidos básicos das proteínas de células que

estavam viáveis no momento da fixação. Assim, quanto maior a quantidade de SRB ligada ao

compartimento, menor a atividade citotóxica da amostra em teste. O ácido tricloroacético

(TCA) atua na fixação de células viáveis, pela precipitação de proteínas. Desta forma, as

células viáveis se mantêm fixas na placa, enquanto células não viáveis são lavadas, o que

favorece a estabilidade da placa para leitura, pois as células são primeiramente fixadas,

coradas e a medida da absorbância pode ser realizada várias semanas após o término do

experimento (MONKS et al., 1991; VICHAI; KIRTIKARA, 2006; HOUGHTON et al.,

2007).

Os enantiômeros R-(+) e S-(–)-limoneno e R-(+)- e (–)-α-terpineol foram

avaliados quanto ao potencial antiproliferativo em culturas de células tumorais humanas, nas

concentrações de 0,25; 2,5; 25 e 250 μg. mL-1

. A doxorrubicina, utilizada como controle

positivo, inibiu a proliferação de praticamente todas as linhagens de células tumorais humanas

testadas (Figura 21) de forma concentração-dependente.

Page 85: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

85

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

Cre

scim

ento

Cel

ula

r (%

)

Concentração (g/mL)

U251

UACC-62

MCF7

NCI/ADR-RES

786-0

NCI-H460

PC-3

OVCAR-3

HT29

K-562

HaCaT

0,025 0,25 2,5 25

Doxorrubicina

Figura 21. Efeito antiproliferativo da Doxorrubina frente um painel de células humanas, após

48 horas de exposição. Linhagens tumorais: Glioma (U251), Mama (MCF-7), Ovário com

fenótipo resistência multidroga (NCI-ADR/RES), Rim (786-0), Pulmão (NCI-H460), Próstata

(PC-3), Ovário (OVCAR-3), Cólon (HT-29), Melanoma (UACC-62) e Leucemia (K562).

Linhagem não tumoral: Queratinócitos imortalizados (HaCaT).

Para uma melhor visualização das atividades dos compostos, pode-se utilizar a

curva concentração versus crescimento celular que fornece informações importantes da

atividade antiproliferativa das substâncias estudadas. Com esse tipo de gráfico é possível

verificar se a substância possui efeito citostático, ou seja, qual a concentração necessária da

mesma para que ocorra 50% de crescimento celular (GI50), que corresponde aos pontos da

curva acima do ponto zero; ou efeito citocida (pontos da curva abaixo do ponto zero) ou

inibição total do crescimento quando T=T0, ou seja, a concentração que promove 100% de

inibição celular (TGI - Total Growth Inhibition) é o valor no eixo da abscissa onde a curva

corta o eixo das ordenadas.

A Figura 22 e Tabela 9 apresentam os resultados de atividade antiproliferativa do

R-(+)- e S-(–)-limoneno. Como pode ser observado, o perfil de ambos enantiômeros do

limoneno é muito semelhante, sugerindo não haver alterações na atividade em decorrência de

pequenas alterações na estrutura espacial desta molécula. Na maior concentração testada (250

μg. mL-1

), ambos os enantiômeros apresentaram atividade antiproliferativa em todas as

linhagens de células tumorais testadas. A linhagem de células não tumoral HaCat

(Queratinócitos humano) também se mostrou sensível a ação do R-(+)- e S-(–)-limoneno

(TGI: 81,0 e 71,5 μg. mL-1

, respectivamente). Estes resultados sugerem um efeito

proliferativo inespecífico do limoneno (efeito semelhante em todas as linhagens e na maior

TGI

GI50

Concentração (µg. mL-1

)

Page 86: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

86

concentração). Neste estudo, o limoneno apresentou perfil antiproliferativo semelhante ao de

Bicas et al. (2011).

10-3

10-2

10-1

100

101

102

-100

-75

-50

-25

0

25

50

75

100C

resc

imen

to C

elu

lar

(%)

Concentração (g/mL)

U251

MCF7

NCI/ADR-RES

786-0

NCI-H460

PC-3

HT29

K-562

HaCaT

UACC-62

OVCAR-3

0,25 2,5 25 250

10-3

10-2

10-1

100

101

102

-100

-75

-50

-25

0

25

50

75

100

Cre

scim

ento

Cel

ula

r (%

)

Concentração (g/mL)

U251

MCF7

NCI/ADR-RES

786-0

NCI-H460

PC-3

HT29

K-562

HaCaT

UACC-62

OVCAR-3

0,25 2,5 25 250

Figura 22. Efeito antiproliferativo de S-(-)-limoneno (A) e R-(+)-limoneno (B) frente um

painel de células humanas, após 48 horas de exposição. Linhagens tumorais: Glioma (U251),

Mama (MCF-7), Ovário com fenótipo resistência multidroga (NCI-ADR/RES), Rim (786-0),

Pulmão (NCI-H460), Próstata (PC-3), Ovário (OVCAR-3), Cólon (HT-29), Melanoma

(UACC-62) e Leucemia (K562). Linhagem não tumoral: Queratinócitos imortalizados

(HaCaT).

R-(+)-limoneno

S-(-)-limoneno A

B

Concentração (µg. mL-1

)

Concentração (µg. mL-1

)

Page 87: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

87

Por sua vez, ambos enantiômeros de α-terpineol (Figura 23) apresentaram efeito

citostático promissor (GI50 < 30,0 μg. mL-1

, FOUCHE et al., 2008) frente às linhagens glioma

(U251), mama (MCF7) e leucemia (K562) (Tabela 8). Das linhagens avaliadas, duas

linhagens tumorais apresentaram sensibilidade diferente aos dois enantiômeros, sugerindo

uma relação entre o efeito antiproliferativo e a estereoquímica das substâncias. Assim, o R-

(+)-α-terpineol foi cerca de 10 vezes mais ativo (GI50 = 2,5 μg. mL-1

) do que o (-)-α-terpineol

(GI50 = 26,2 μg. mL-1

) frente à linhagem tumoral de próstata (PC-3), enquanto o (-)-α-

terpineol foi cerca de duas vezes mais ativo (GI50 = 21,5 μg. mL-1

) do que o isômero R-(+)

(GI50 = 42,7 μg. mL-1

) na inibição de células tumorais de ovário (OVCAR-03) (Tabela 8).

Adicionalmente, a linhagem HT-29 foi a mais resistente (Figura 23). Assim, de forma geral,

não se observou diferenças importantes entre os produtos testados, indicando que os efeitos

evidenciados não são seletivos para alguma forma enantiomérica do α-terpineol.

Contrariamente, outros estudos relataram diferenças nas atividades biológicas entre os

enantiômeros do monoterpenoide carvona (BUCHBAUER et al., 2005; SOUSA; NÓBREGA;

ALMEIDA, 2007).

Page 88: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

88

10-3

10-2

10-1

100

101

102

-100

-75

-50

-25

0

25

50

75

100

Cre

scim

ento

Cel

ula

r (%

)

Concentração (g/mL)

U251

MCF7

NCI/ADR-RES

786-0

NCI-H460

PC-3

HT29

K-562

HaCaT

UACC-62

OVCAR-3

0,25 2,5 25 250

10-3

10-2

10-1

100

101

102

-100

-75

-50

-25

0

25

50

75

100

Cre

scim

en

to C

elu

lar

(%)

Concentração (g/mL)

U251

MCF7

NCI/ADR-RES

786-0

NCI-H460

PC-3

HT29

K-562

HaCaT

UACC-62

OVCAR-3

0,25 2,5 25 250

Figura 23. Efeito antiproliferativo de (-)-α-terpineol (A) e R-(+)-α-terpineol (B) frente um

painel de células humanas, após 48 horas de exposição. Linhagens tumorais: Glioma (U251),

Mama (MCF-7), Ovário com fenótipo resistência multidroga (NCI-ADR/RES), Rim (786-0),

Pulmão (NCI-H460), Próstata (PC-3), Ovário (OVCAR-3), Cólon (HT-29), Melanoma

(UACC-62) e Leucemia (K562). Linhagem não tumoral: Queratinócitos imortalizados

(HaCaT).

(-)-α-terpineol

R-(+)-α-terpineol

A

B

Concentração (µg. mL-1

)

Concentração (µg. mL-1

)

Page 89: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

61

Tabela 8. Valores de GI50 (μg. mL-1

) após o tratamento com R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol frente às linhagens tumorais e não

tumorais no ensaio antiproliferativo.

2 u m a 7 4 p o h k q

R-(+)-α-terpineol 28,0 75,0 27,7 46,3 41,8 76,3 2,5 42,7 >250 26,1 41,8

(-)-α-terpineol 28,0 143,2 26,7 62,4 50,6 68,6 26,2 21,5 >250 28,3 56,6

Doxorrubicina <0,025 <0,025 0,025 0,10 21,8 <0,025 <0,025 0,053 0,19 0,16 0,034 Linhagens tumorais humanas= 2 (U251, glioma); u (UACC62, melanoma); m (MCF7, mama); a (NCI-ADR/RES, ovário com fenótipo de resistência a

múltiplos fármacos); 7 (786-0, rim); 4 (NCI-H460, pulmão tipo não pequenas células); p (PC-3, próstata); o (OVCAR-03, ovário); h (HT29, cólon); k (K562,

leucemia).

Linhagem não tumoral humana = q (HaCaT, queratinócitos imortalizados).

GI50 (g. mL-1

) = concentração, expressa em microgramas por mililitros, de substância necessária para reduzir em 50% a proliferação celular.

Tabela 9. Valores de TGI (μg. mL-1

) após o tratamento com R-(+)-limoneno, S-(-)-limoneno, R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol

frente às linhagens tumorais e não tumorais no ensaio antiproliferativo.

2 u m a 7 4 p o h k q

R-(+)-limoneno 49,7 67,0 79,8 86,7 88,4 76,6 68,2 64,5 99,6 69,1 81,0

S-(-)-limoneno 56,2 83,5 62,6 62,7 71,5 84,5 59,7 63,7 97,9 84,3 71,5

R-(+)-α-terpineol 75,4 >250 121,3 >250 >250 >250 90,6 >250 >250 91,3 >250

(-)-α-terpineol 78,0 >250 90,6 >250 >250 >250 101,0 >250 >250 105,8 >250

Doxorrubicina 0,94 0,15 >25 6,6 >25 >25 0,042 1,9 9,7 7,1 0,81 Linhagens tumorais humanas= 2 (U251, glioma); u (UACC62, melanoma); m (MCF7, mama); a (NCI-ADR/RES, ovário com fenótipo de resistência a

múltiplos fármacos); 7 (786-0, rim); 4 (NCI-H460, pulmão tipo não pequenas células); p (PC-3, próstata); o (OVCAR-03, ovário); h (HT29, cólon); k (K562,

leucemia).

Linhagem não tumoral humana = q (HaCaT, queratinócitos imortalizados).

TGI (g. mL-1

) = concentração, expressa em microgramas por mililitros, de substância necessária para inibir totalmente a proliferação celular.

89

Page 90: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

90

Bicas et al. (2011) verificaram a atividade antiproliferativa α-terpineol in vitro

frente a linhagens tumorais humanas. O composto estudado apresentou bom efeito inibitório

para maioria das linhagens, especialmente para MCF-7 (mama) e K-562 (leucemia), e baixa

atividade citostática para HT-29 (cólon), resultados semelhantes ao deste estudo. Estudos de

Hayes et al. (1997) e Lampronti, Saab e Gambari (2006) também apontam atividade

citostática do α-terpineol contra células K-562.

Outros terpenos tem sua atividade antiproliferativa relatados em diversos estudos.

Yuri et al. (2004) mostram que o álcool perílico inibiu a proliferação celular, de forma dose-

dependente, em diferentes linhagens celulares de adenocarcinoma de mama humano (KPL-1,

MCF-7, MKL-F e MDA-MB-231). O α-pineno, isolado de óleo de pinho, apresentou efeito

inibitório no crescimento de células BEL-7402 (carcinoma hepatocelular) de 79,3%, quando

aplicado na concentração de 8,0 mg. L-1

por 72 horas (CHEN et al., 2015).

A relação entre a estrutura dos compostos terpênicos e atividade antiproliferativa

não está bem elucidada. Uma das hipóteses é que a hidroxilação do limoneno a um álcool

terciário (α-terpineol) poderia manter a atividade inibitória contra as linhagens tumorais

(Bicas et al., 2011). Hassan et al. (2010) sugerem que o α-terpineol inibe o crescimento de

células tumorais por meio de um mecanismo que envolve a inibição da via fator nuclear κB

(NF-κB). O NF-κB é um fator de transcrição envolvido no controle da expressão de diversos

genes ligados à resposta inflamatória, também apresentando papel fundamental em muitas

etapas de iniciação e progressão do câncer (HOESEL; SCHMID, 2013)

Estes resultados estimulam a continuidade dos estudos com os enantiômeros de α-

terpineol, com o objetivo de identificar os mecanismos de ação anticâncer e comprovar sua

atividade em modelos experimentais de câncer in vivo para validação.

Page 91: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

91

CONCLUSÃO GERAL

Em conclusão, o presente estudo apresentou os resultados obtidos da produção

biotecnológica de R-(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol, a partir da biotransformação de R-(+)-

limoneno e S-(-)-limoneno, utilizando o biocatalisador Sphingobium sp. Embora a conversão

de substratos em produtos não tenha sido total, a biotransformação teve uma razoável

enantioseletividade. Nas condições de produção (concentração de limoneno de 350 g. L-1

,

agitação de 200 rpm e 28 oC), a produção de R-(+)-α-terpineol chegou a 151,0 g.L

-1, com

excesso enantiomérico de 94,2% da forma R, e a de S-(-)-α-terpineol chegou a 91,0 g.L-1

com

um excesso enantiomérico de 31,5% da forma S. O óleo resultante da biotransformação foi

purificado utilizado cromatografia em coluna aberta, resultando no completo isolamento do α-

terpineol.

A pureza enantiomérica dos enantiômeros de α-terpineol obtidos neste estudo foi

superior ao encontrado nos padrões comerciais, o que torna bastante interessante

tecnologicamente a produção destes compostos por biotransformação, pois está relacionada à

obtenção de bioaromas com características sensoriais mais atrativas e com maior valor

agregado, se comparado aos produzidos por via química, e atendendo à crescente demanda do

consumidor por produtos com apelo de saudabilidade.

O trabalho ainda visou à avaliação do potencial biológico dos enantiômeros R-

(+)-α-terpineol e (-)-α-terpineol, produzidos por biotransformação. Tanto o R-(+)- como o (-)-

α-terpineol apresentaram ação antiproliferativa equivalente contra três linhagens tumorais

humanas (leucemia, mama, glioma), sendo o R-(+)-α-terpineol ativo para PC-3 (próstata) e o

(-)-α-terpineol para OVCAR-3 (ovário).

De forma geral, não foram evidenciadas diferenças significativas nas atividades

biológicas entre os enantiômeros de α-terpineol, o que pode ser inferida pela presença de R-

(+)-α-terpineol (33,9%) no (-)-α-terpineol. Porém, alguns resultados merecem destaque:

diminuição dos níveis de TNF-α nos animais dos grupos suplementados com (-)-α-terpineol e

de IL-1β em ambos os enantiômeros, impacto positivo sobre a peroxidação lipídica e nos

níveis séricos de ALT, além de efeito protetor sobre a resistência à insulina e contra o

acúmulo de gordura no tecido hepático, induzida por dieta hiperlipídica em ratos em ambos os

enantiomêros.

Entretanto, é importante enfatizar que possíveis efeitos adversos também foram

evidenciados. Em particular, o aumento do peso relativo dos rins e nos níveis séricos de

colesterol (total e LDL) nos grupos tratados com (-)-α-terpineol, tendência à piora na

Page 92: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

92

tolerância à glicose nos grupos tratados com α-terpineol e o aumento na enzima AST para o

grupo S100 despertaram atenção. Sendo assim, é preciso que a indicação de administração de

α-terpineol para a melhora dos fatores associados à obesidade seja vista com cautela.

Este estudo apresentou algumas limitações quanto ao protocolo experimental dos

ensaios in vivo em modelos de obesidade induzidos por dieta hiperlipídica, destacando o

elevado teor de gordura das dietas hiperlipídicas (60% do valor calórico total), a falta de

avaliação da glicemia dos animais fora do jejum e na escolha do tempo de indução da

obesidade, pois uma indução eficiente da obesidade pode necessitar de períodos de tempo

maiores. Reajustes nestes procedimentos seriam recomendados em trabalhos futuros

envolvendo em modelos de obesidade com utilização dos enantiômeros de α-terpineol.

Esta tese abre caminhos para que outros estudos sejam desenvolvidos sobre o

potencial funcional dos enantiômeros de α-terpineol, ratificando a sua utilização como

estratégia nutricional na prevenção e combate ao desenvolvimento de células tumorais, dano

oxidativo, obesidade, resistência à insulina e esteatose hepática. Sendo assim, novas pesquisas

com o α-terpineol devem ser encorajadas; por exemplo, a avaliação in vivo em outros modelos

experimentais, o estudo do impacto perceptivo/sensorial destes enantiômeros em humanos e

animais e na sua aplicação em produtos alimentícios.

Page 93: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

93

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAHÃO, M. R. E.; MOLINA, G.; PASTORE, G. M. Endophytes: Recent developments

in biotechnology and the potential for flavor production. Food Research International, v.

52, p.367-372, 2013.

ADAMS, A. S.; BOONE C. K.; BOHLMANN, J.; RAFFA, K. F. Responses of bark beetle-

associated bacteria to host monoterpenes and their relation-ship to insect life histories.

Journal of Chemical Ecology, v. 37, p. 808–817, 2011.

ADAMS, A.; DEMYTTENAERE, J.C.R.; DE KIMPE, N. Biotransformation of (R)-(+)- and

(S)-(-)-limonene to α-terpineol by Penicillium digitatum- investigation of the culture

conditions. Food Chemistry, v. 80, p. 525-534, 2003.

AKACHA, B. N.; GARGOURI, M. Microbial and enzymatic technologies used for the

production of natural aroma compounds: Synthesis, recovery modeling, and bioprocesses.

Food and Bioproducts Processing, v. 94, p. 675-706, 2015.

ALEXANDER, E.; SELWYN, A.; CALITZ, C.; YACH, D.; WANG, Y. C. Obesity: Causes

and Prevalence. Encyclopedia of Food and Health, p. 132-136, 2016.

ALICEWEB. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Secretaria de Comércio

Exterior. Sistema Aliceweb. Exportações e importações. Disponível em: http://

aliceweb.mdic.gov.br. Acesso em: 05 outubro 2017.

ALTUNKAYNAK M. E.; OZBEK E.; ALTUNKAYNAK B. Z.; CAN I.; UNAL D.; UNAL

B. The effects of high-fat diet on the renal structure and morphometric parametric of kidneys

in rats. Journal of Anatomy, v. 212, p. 845-852, 2008.

ANDO, K,; FUJITA, T. Metabolic syndrome and oxidative stress. Free Radical Biology &

Medicine; v. 47, n. 3, p. 213-218, 2009.

ANDRADE, J. C.; DELIZA, R.; YAMADA, E. A.; FREWER, L. J.; BERAQUET, N. J.;

Percepção do consumidor frente aos riscos associados aos alimentos, sua segurança e

rastreabilidade. Brazilian Journal of Food Technology, v. 16, n. 3, p. 184-191, 2013.

ANDRADE, V. L. A.; REGAZZONI, L. A. A.; MOURA, M. T. R. M.; ANJOS, E. M. S.;

OLIVEIRA, K. A.; PEREIRA, M. V. R.; PEREIRA, M. R. A.; AMORIM, N. R.; ISKANDA,

S. M. Obesidade e microbiota intestinal. Revista de Medicina de Minas Gerais, v. 15, p.

583-589, 2015.

Page 94: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

94

AOAC. Official Methods of Analysis of AOAC International. 18.ed. Gaithersburg, 2006.

API, A. M.; BELSITO, D.; BHATIA, S.; BOTELHO, D.; BROWNE, D.; BRUZE, M.;

BURTON JR, A.; BUSCHMANN, J.; CALOW, P.; DAGLI, M.L.; DATE, M.; DEKANT,

W.; DEODHAR, C.; FRYER, A.D.; JOSHI, K.; KROMIDAS, L.; LA CAVA, S.; LALKO, J.

F.; WILCOX, D. K. RIFM fragrance ingredient safety assessment, terpineol, CAS Registry

Number 8000-41-7. Food and Chemical Toxicology, v. 110(1S), p. S392-S402, 2017.

ASZTEMBORSKA, M.; OCHOCKA, J. R. Chiral monoterpenoids in plants –

enantioselective chromatographic analysis, and their bioactivity. Studies in Natural

Products Chemistry, v. 27, p. 361-391, 2002.

BADEE, A. Z. M.; HELMY, A. S.; MORSY, N. F. S. Utilization of orange peel in the

production of -terpineol by Penicillium digitatum (NRRL 1202). Food Chemistry, v. 126,

p. 849–854, 2010.

BALSAN, G. A.; VIEIRA, J. L. C; OLIVEIRA, A. M.; PORTAL; V. L. Relationship

between adiponectin, obesity and insulin resistance. Revista da Associação Médica

Brasileira, v. 61, n.1, p. 72-80, 2015.

BAOTHMAN, O. A.; ZAMZAMI, M. A.; TAHER, I.; ABUBAKER, J.; ABU-FARHA, M.

The role of Gut Microbiota in the development of obesity and Diabetes. Lipids in Health and

Disease; v. 15, n. 108, 2016.

BAPTISTELLA, L. H. B.; IMAMURA, P. M.; MELO, L.V.; CASTELLO,C. Preparação do

(+)-α-terpineol a partir do (+)-limoneno: monoterpeno de odor agradável em um projeto para

química orgânica experimental. Química Nova, v. 32, p. 1069-1071, 2009.

BARREIRO, E. J.; FERREIRA, V. F.; COSTA, P. R. R.. Substâncias enantiomericamente

puras (sep): a questão dos fármacos quirais. Química nova, v. 20, p. 647-656, 1997.

BAŞER, K.H.C.; DEMIRCI, F. Chemistry of Essential Oils. In: BERGER, R.G. (ed.).

Flavours and Fragrances: Chemistry, Bioprocessing and Sustainability. Springer Science

& Business Media, Ch. 4, p. 75-76, 2007.

BASTIEN, M.,; POIRIER, P.; LEMIEUX, I. DESPRES, J. P. Overview of Epidemiology and

Contribution of Obesity to Cardiovascular Disease. Progress in Cardiovascular Diseases, v.

4, p. 369-381, 2014.

BATHIA, S. P., LETIZIA, C. S.; API, A. M. Fragrance material review on alpha-terpineol.

Food and Chemical Toxicology, v. 46 n. 11, S280-S285, 2008.

Page 95: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

95

BATISTA, A. G.; SOARES, E. S.; MENDONÇA, M. C. P.; SILVA, J. K.; DIONÍSIO, A. P.;

SARTORI, C. R., CRUZ-HÖFLING, M. A., MARÓSTICA JÚNIOR, M. R. Jaboticaba berry

peel intake prevents insulin-resistance-induced tau phosphorylation in mice. Molecular

Nutrition Food Research, v. 61, n. 10, 2017.

BAUER, K., GARBE, D., SURBURG, H. Common Fragance and Flavor Materials

Preparation, Properties and Uses. 4 ed. Wiley-VCH, 293p., 2001.

BENOIT, S. C.; KEMP, C. J.; ELIAS, C. F.; ABPLANALP, W.; HERMAN, J. P.;

MIGRENNE, S.; LEFEVRE, A.; CRUCIANI-GUGLIELMACCI, C.; MAGNAN, C.; YU, F.;

NISWENDER, K.; IRANI, B. G.; HOLLAND, W. L.; CLEGG, D. J. Palmitic acid mediates

hypothalamic insuline resistance by altering PKC-θ subcelullar localization in rodents. The

Journal of Clinical investigation, v. 119, p. 2755-2589, 2009.

BERGER, R. G. Aroma Biotechnology. Springer, Berlin Heidelger New York. 1995.

BERGER, R. G. Biotechnology of flavours—the next generation. Biotechnol Lett. 2009.

BERGER, R. G. Biotechnology as a source of natural volatile flavours. Current Opinion in

Food Science, v. 1, p. 38-43, 2015.

BERTRAM, H. C.; LARSEN, L. B.; CHEN, X.; JEPPESEN, P. B. Impact of high-fat and

high-carbohydrate diets on liver metabolism studied in a rat model with a systems biology

approach. Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 60, n. 2, p. 676-684, 2012.

BICAS, J. L.; FONTANILLE, P.; PASTORE, G. M.; LARROCHE, C. Characterization of

monoterpene biotransformation in two pseudomonads. Journal of Applied Microbiology, v.

105, p. 1991-2001, 2008.

BICAS, J. L., DIONISIO, A. P., PASTORE, G. M. Bio-oxidation of terpenes: an approach for

the flavor industry. Chemical Reviews, v. 109, p. 4518–4531, 2009.

BICAS, J. L.; SILVA, J. C.; DIONÍSIO, A. P.; PASTORE, G. M. – Biotechnological

Production of Bioflavors and Functional Sugars. Ciência e Tecnologia de Alimentos. V. 30,

p. 7-18, 2010a.

BICAS, J. L., FONTANILLE, P., PASTORE, G. M., LARROCHE, C. A bioprocess for the

production of high concentrations of R-(+)-α-terpineol from R-(+)-limonene. Process

Biochemistry: v. 45, p. 481–486, 2010b.

Page 96: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

96

BICAS, J. L., QUADROS, C. P., NERI-NUMA, I. A., PASTORE, G. M. Integrated process

for coproduction of alkaline lipase and R-(+)-α-terpineol by Fusarium oxysporum. Food

Chemistry, v. 120, p. 452–456, 2010c.

BICAS, J. L.; NERI-NUMA, I. A.; RUIZ, A. L. T. G.; CARVALHO, J. E.; PASTORE, G. M.

Evaluation of the antioxidant and antiproliferative potential of bioflavors. Food and

Chemical Toxicology, v. 49, p. 1610-1615, 2011.

BIER, M. C. J. Produção de compostos de aroma através da biotransformação do

limoneno por fermentação em estado sólido utilizando resíduo natural de laranja como

substrato. Dissertação (Mestrado em Processos Biotecnológicos). Programa de Pós-

Graduação em Processos Biotecnológicos. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2011.

BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A rapid method of total lipid extraction and

purification. Canadian Journal of Biochemistry and Physiology: v. 37, n. 8, p. 911-917,

1959.

BLOCH, K. Sterol molecule: structure, biosynthesis and function. Steroids, v. 57, p. 378-383,

1992.

BOITARD, C.; CAVAROC, A.; SAUVANT, J.; AUBERT, A.; CASTANON, N.; LAYE, S.,

et al. Impairment of hippocampal-dependent memory induced by juvenile high-fat diet intake

is associated with enhanced hippocampal inflammation in rats. Brain, Behavior and

Immunity, v. 40, p. 9–17, 2014.

BONORA, E.; MOGHETTI P.; ZANCANARO, C.; CIGOLINI, M.; QUERENA, M.;

CACCIATORI, V.; CORGNATI, A.; MUGGEO, M. Estimates of in vivo insulin action in

man: comparison of insulin tolerance tests with euglycemic and hyperglycemic glucose clamp

studies. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. v. 68. n. 2. p. 374-378.

1989.

BOUTENS, L.; STIENSTRA, R. Adipose tissue macrophages: going off track during obesity.

Diabetologia, v. 59, 5. Ed, p. 879,894, 2016.

BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram

quantities of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry,

v. 72: p. 248–254, 1976.

Page 97: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

97

BRADDOCK, R. J.; CADWALLADER, K. R. Bioconversion of citrus d-Limonene. In:

Rouseff, R. L.; Leahy, M. M. (Eds.), Fruit Flavors: Biogenesis, Characterization and

Authentication. Washington, DC: ACS Symp. Series N596, pp. 142-148, 1995.

BRAHE, L. K.; ASTRUP, A.; LARSEN, L. H. Is butyrate the link between diet, intestinal

microbiota and obesity-related metabolic diseases? Obesity Reviews, v. 14, p. 950–959,

2013.

BRASIL. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 2,

de 15 de janeiro de 2007. Aprova o Regulamento Técnico sobre Aditivos Aromatizantes e

revoga a Resolução nº 104, de 14 de maio de 1999. Diário Oficial (da República Federativa

do Brasil), Brasília, DF, 14 de janeiro de 2007.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para

Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), 2017. Disponível em:

<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/junho/07/vigitel_2016_jun17.pdf>.

Acesso em: 14 de junho de 2017.

BROWN, M. A.; STORLIEN, L. H.; HUANG, X-F.; TAPSELL L. C.; ELSE, P. L.;

HIGGINS, J. A., BROWN, I. L. Dietary fat and carbohydrate composition: Metabolic

disease. In: MONTMAYEUR, J. P.; LE COUTRE, J. (Ed.). Fat Detection: Taste, Texture,

and Post Ingestive Effects. Boca Raton: CRC Press/Taylor & Francis, chap. 21, 2010, 643p.

BRUNIERE, P., BENDA, I., BOCK, G., SCHEREIER, P. Bioconversion of citronellol by

Botrytis cinerea. Applied Microbiology Biotechnology, v. 27, p. 6-10, 1987.

BUCHBAUER, G.; JÄGER, W.; GRUBER, A.; DIETRICH, H. R‐(+)‐ and S‐(−)‐carvone:

influence of chirality on locomotion activity in mice. Flavour and Fragrance Journal, v. 20,

p. 686-689, 2005.

BURDOCK, G.A., FENAROLI, G. Fenaroli’s handbook of flavor ingredients, 6. ed.. Boca

Raton: CRC Press, 2010.

BURNEIKO, R. C.; DINIZ, Y. S.; GALHARDI, C. M.; RODRIGUES, H. G.; EBAID, G. M.;

FAINE, L. A. PADOVANI, C. R.; CICOGNA, A. C.; NOVELLI, E. L. Interaction of

hypercaloric diet and physical exercise on lipid profile, oxidative stress and antioxidant

defenses. Food and Chemical Toxicology. v. 44, n. 7, p. 1167-1172, 2006.

CADWALLADER, K. R.; BRADDOCK, R. J.; PARISH, M. E. Isolation of α-terpineol

dehydratase from Pseudomonas gladioli. Journal of Food Science, v.57, p. 241-244, 1992.

Page 98: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

98

CADWALLADER, K. R.; BRADDOCK, R. J.; PARISH, M. E.; HIGGINS, D. P.

Bioconversion of (+)-Limonene by Pseudomonas gladioli. Journal of Food Science, v. 54, p.

1241-1245, 1989.

CALAZANS, P. N. Produção de aroma de coco por Trichoderma harzianum a partir do

bagaço de cana. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Universidade Federal de

Sergipe, São Cristovão. 2012.

CALDWELL, J. Stereochemical determinants of the nature and consequences of drugs

metabolism. Journal of Chromatography, v. 694, p. 39-48, 1995.

CAO, H., CHEN, X., JASSBI, A. R., XIAO, J. Microbial biotransformation of bioactive

flavonoids. Biotechnology Advances, v. 33, n° 1, p. 214–223, 2015.

CANI, P. D.; JORDAN, B. F. Gut microbiota-mediated inflammation in obesity: a link with

gastrointestinal câncer. Nature Reviews Gastroenterology & Hepatology, 2018.

CARVALHO, C. C. R., FONSECA, M. M. R. Biotransformations of terpenes. Biotechnology

Advances, v. 24, p. 134-142, 2006.

CASTRO, U. G. M.; SANTOS, R. A.; SILVA, M. E.; LIMA, W. G.; CAMPAGNOLE-

SANTOS, M. J.; ALZAMORA, A. C. Age-dependent effect of high-fructose and high-fat

diets on lipid metabolism and lipid accumulation in liver and kidney of rats. Lipids in Health

and Disease, v. 12, n. 136, 2013.

CERQUEIRA, N. M. F. S. A.; OLIVEIRA, E. F.; GESTO, D. S.; SANTOS-MARTINS, D.;

MOREIRA, C.;. MOORTHY, H. N.; RAMOS, M. J.; FERNANDES, P. A. Cholesterol

Biosynthesis: A Mechanistic Overview. Biochemistry, v. 55, p. 5483-5506, 2016.

CHABOT, D.; STEFFENSEN, J. F.; FARRELL, A. P. The Determination of Standard

Metabolic Rate in Fishes. Journal of Fish Biology, v. 88, n. 1, p. 81-121, 2016.

CHAPPELL, J. The genetics and molecular genetics of terpene and sterol origami. Current

opinion in plant biology, v. 5, p. 151-157, 2002.

CHEN, L.; ZHAO, L.; ZHANG, C.; LAN, Z. Protective effect of p-cymene on

lipopolysaccharide-induced acute lung injury in mice. Inflammation, v. 37, p. 358–364,

2014.

Page 99: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

99

CHEN, W.; LIU, Y.; LI, M.; MAO, J.; ZHANG, L.; HUANG, R.; JIN, X.; YE, L. Anti-tumor

effect of α-pinene on human hepatoma cell lines through inducing G2/M cell cycle arrest.

Journal of Pharmacological Sciences, v. 127, p. 332-338, 2015.

CHURCH, T. S.; THOMAS, D. M.; TUDOR-LOCKE, C.; KATZMARZYK, P. T.;

EARNEST, C. P.; RODARTE, R. Q.; MARTIN, C. K.; BLAIR, S. N.; BOUCHARD, C.

Trends over 5 Decades in U.S. Occupation-Related Physical Activity and Their Associations

with Obesity. PLoS One, v. 6, e19657, 2011.

CLARKE, G.; STILLING, R. M.; KENNEDY, P. J.; STANTON, C.; CRYAN, J. F.; DINAN,

T. G. Minireview: Gut microbiota: the neglected endocrine organ. Molecular

Endocrinology, v. 28, p.1221-1238, 2014.

CLAVEL T.; DESMARCHELIER C.; HALLER D.; GERARD P.; ROHN S.; LEPAGE P.;

DANIEL, H. Intestinal microbiota in metabolic diseases: from bacterial community structure

and functions to species of pathophysiological relevance. Gut Microbes, v. 5, p. 544-551,

2014.

CLEGG, R. J.; MIDDLETON, B.; BELL, G. D.; WHITE, D. A. The Mechanism of Cyclic

Monoterpene Inhibition of Hepatic 3-Hydroxy3-methylglutaryl Coenzyme A Reductase in

Vivo in the Rat. The Journal of Biological Chemistry, v. 257, p. 2294-2299, 1982.

COELHO, E. M; VIANA, A. C; AZEVEDO, L. C. Prospecção tecnológica para o

aproveitamento de resíduos industriais, com foco na indústria de processamento de manga.

Congresso Brasileiro de Prospecção Tecnológica. ISSN 1983-1358. (print), 2317-0026

(online), vol.7, n.4, p.550-560, 2014.

COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. Fundamentos de Cromatografia, 1ª ed..

Editora Unicamp: Campinas, 2006. 453p.

COUTO, J. L. A.; VIEIRA, R. C. S.; BARBOSA, J. M. Alterações da função hepática de

camundongos desnutridos e infectados pelo Schistosoma mansoni. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical. V. 41, n. 4, p. 390-393, 2008.

D’ACAMPORA ZELLNER, B.; DUGO, P.; DUGO, G.; MONDELLO, L. Gas

chromatography-olfactometry in food flavour analysis. Journal of chromatography, v.

1186, n. 1-2, p. 123-43, 2008.

DEJI, N.; KUME, S.; ARAKI, S. I. SOUMURA, M.; SUGIMOTO, T.; ISSHIKI, K.; CHIN-

KANASAKI, M.; SAKAGUCHI, M.; KOYA, D.; HANEDA, M.; KASHIWAGI, A.; UZU,

Page 100: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

100

T.. Structural and functional changes in the kidneys of high-fat diet-induced obese mice.

American Journal of Renal Physiology, vol. 296, n. 1, p. F118–F126, 2009.

DEMYTTENAERE, J.; DE KIMPE, N. Biotransformation of terpenes by fungi- study of the

pathways involved. Jounal of Molecular Catalysis B: Enzimatic, v.11, pp. 265-270, 2001.

DENNY, C.; LAZARINI, J. G.; FRANCHIN, M.; MELO, P. S.; PEREIRA, G. E.;

MASSARIOLI, A. P.; MORENO, I. A. M.; PASCHOAL, J. A. R.; ALENCAR, S. M.;

ROSALEN, P. L. Bioprospection of Petit Verdot grape pomace as a source of anti-

inflammatory compounds. Journal of Fuctional Foods, v. 8, p. 292-300, 2014.

DEWICK, P. M. The biosynthesis of C5-C25 terpenoid compounds. Natural Product

Reports, v. 19, n° 2, p. 181–222, 2002.

DHIBI, M.; BRAHMI, F.; MNARI, A.; HOUAS, Z.; CHARGUI, I.; BCHIR, L.; GAZZAH,

N.; ALSAIF, M. A.; HAMMAMI. M. The intake of high fat diet with different trans fatty

acid levels differentially induces oxidative stress and non alcoholic fatty liver disease

(NAFLD) in rats. Nutrition Metabolism, v. 8, n. 65, 2011.

DHILLON, G. S; KAUR, S; BRAR, S. K. Perspective of apple processing wastes as low-cost

substrates for bioproduction of high value products: A review. Renewable and Sustainable

Energy Reviews, v. 27, p.789-805, 2013.

DIBAISE, J. K; ZHANG, H.; CROWELL, M. D.; KRAJMALNIK-BROWN, R.; DECKER,

G. A.; RITTMANN, B. E. Gut Microbiota and its possible relationship with Obesity. Mayo

Clinic Proceedings, v. 83, p. 460-469, 2008.

DIONÍSIO, A. P.; MOLINA, G.; CARVALHO, D. S.; SANTOS, R.; BICAS, J. PASTORE,

G. M. Natural flavourings from biotechnology for foods and beverages. In: BAINES, D.;

SEAL, R. (Ed.). Natural food additives, ingredients and flavourings. Cambridge: Woodhead

Publishing Limited, Cap. 11, p. 231-259, 2012.

DI SOTTO, A.; DURAZZI, F.; SARPIETRO, M. G.; MAZZANTI, G. Antimutagenic and

antioxidant activities of some bioflavours from wine. Food Chemistry and Toxicology, v.

60, p. 141–146, 2013.

DIVELLA, R.; DE LUCA, R.; ABBATE, I.; NAGLIERI, E.; DANIELE, D. Obesity and

Cancer: The Role of Adipose Tissue and Adipo-Cytokines-Induced Chronic Inflammation.

Journal of Cancer, v. 7, n.15, p. 2346-2359, 2016.

DNP. Dictionary of natural products . Boca Raton: CRC Press, 2015.

Page 101: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

101

DUBAL, S. A., TILKARI, Y. P., MOMIN, S. A., BORKAR, I. V. Biotechnological routes in

flavour industries. Advanced Biotechnology, p. 20-31, 2008.

DUETZ, W. A.; FJALLMAN, A. H. M.; REN, S. Y.; JOURDAT, C.; WITHOLT, B.

Biotransformation of d-limonene to (+)-trans-carveol by toluene-grown Rhodococcus opacus

PWD4 cells. Applied and Environmental Microbiology, v.67, p. 2829–2832, 2001.

DUETZ, W. A.; BOUWMEESTER, H.; VANBEILEN, J. B.; ANDWITHOLT, B.

Biotransformation of limonene by bacteria, fungi, yeasts, and plants. Applied Microbiology

and Biotechnology, v. 61, p. 269–277, 2003.

DZUBAK, P.; HAJDUCH, M.; VYDRA, D.,; HUSTOVA, A.; KVASNICA, M.;

BIEDERMANN, D.; MARKOVA, L.; URBAN, M.; SAREK, J. Pharmacological activities of

natural triterpenoids and their therapeutic implications. Natural Product Reports, v. 23, n. 3,

p. 394–411, 2006.

ELIEL, E. L.; WILEN, S. H.; MANDER, L. N. Stereochemistry of Organic Compounds.

New York: John Wiley and Sons, p. 1142, 1994.

ERASTO, P., VILJOEN, A. M. Limonene: Biosynthetic, Ecological and Pharmacological

Relevance. Natural Product Communications v. 3, p. 1193–1202, 2008.

ESSER, N.; LEGRAND-POELS, S.; PIETTE, J.; SCHEEN, A.J.; PAQUOT, N. Inflammation

as a link between obesity, metabolic syndrome and type 2 diabetes. Diabetes Research and

Clinical Practice, v. 105 n. 2, p. 141-50, 2014.

FABER, K. Biotransformations in Organic Chemistry. 5th ed.; Springer-Verlag, New

York, 2004.

FAO. FOOD AND AGRICULTURAL ORGANIZATION. Food energy - methods of

analysis and conversion factors. Food and Nutrition Paper 77. Report of a workshop.

Roma, 2003. Disponível em: <ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/006/y5022e/y5022e00.pdf>.

Acesso em: 03 maio 2017.

FARKAS, J., MOHÁCSI-FARKAS, C. Safety of foods and beverages: spices and seasonings.

In: MOTAJERMI, Y. (ed). 1° Ed. Encyclopedia of Food Safety. Volume 3: Foods,

Materials, Technologies and Risks. Elsevier, 2014. p. 324-330.

FELIPE, L. O.; BICAS, J. L. Terpenos, aromas e a química dos compostos naturais. Química

e Sociedade, v. 39, n. 2, p. 120-130, 2017.

Page 102: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

102

FELIPE, L. O. OLIVEIRA, A. M.; BICAS, J. L. Bioaromas - Perspectives for sustainable

development. Trends in Food Science & Technology, v. 62, p. 141-153, 2017.

FERNANDES, J.; SU, W.; RAHAT-ROZENBLOOM, S.; WOLEVER, T. M.; COMELLI, E.

M. Adiposity, gut microbiota and faecal short chain fatty acids are linked in adult

humans. Nutrition & Diabetes, v. 4, e121, 2014.

FERON, G.; WACHE, Y. Microbial Biotechnology of Food Flavor Production, Taylor &

Francis Group, New York, 2006.

FINEFIELD, J. M.; SHERMAN, D. H.; KREITMAN, M.; WILLIAMS, R. M. Enantiomeric

Natural Products: Occurrence and Biogenesis. Angewandte Chemie International Edition,

v. 51, p. 4802–4836, 2012.

FISHER, C.; SCOTT, T. R. Food Flavours- Biology and Chemistry. Royal Society of

Chemistry, p. 1-14, 1997.

FONSECA, C. O.; MASINI, M.; FUTURO, D.; CAETANO, R.; GATTASS, C. R.;

QUIRICO-SANTOS, T. Anaplastic oligodendroglioma responding favorably to intranasal

delivery of perillyl alcohol: a case report and literature review. Surgical Neurology, v. 66, p.

611-615, 2006.

FONSECA, C. O.; SCHWARTSMANN, G.; FISCHER, J.; NAGEL, F.; FUTURO, D.;

QUIRICO-SANTOS, T.; GATTASS, C. R. Preliminary results from a phase I/II study of

perillyl alcohol intranasal administration in adults with recurrent malignant gliomas. Surgical

Neurology, v. 70, p. 259-266, 2008.

FONSECA-ALANIS, M. H.; TAKADA, J.; ALONSO-VALE, M. I. C.; LIMA, F. L. O tecido

adiposo como centro regulador do metabolismo. Arquivos brasileiros de endocrinologia e

metabolismo, v. 50, p. 216-229, 2006

FONTANILLE, P. Biotransformation de a-pinene oxyde en cis-2-methyl-5-

isopropylhexa-2,5-dienal (isonovalal) par Pseudomonas rhodesiae CIP 107491. Clermont-

Ferrand, France: Université Blaise Pascal, 2002 (Tese – Doutorado)

FONTANILLE, P.; LE FLÈCHE, A.; LARROCHE, C. Pseudomonas rhodesiae PF1: a new

and efficient biocatalyst for production of isonovalal from α-pinene oxide. Biocatalalysis and

Biotransformation, v. 20, p. 413–421, 2002.

Page 103: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

103

FOUCHE, G.; CRAGG, G. M.; PILLAY, P.; KOLESNIKOVA, N.; MAHARAJ, V. J.;

SENABE, J. In vitro anticancer screening of South African plants. Journal of

Ethnopharmacology, v. 119, p. 455-461, 2008.

FRANÇA, B. K.; ALVES, M. R. M.; SOUTO, F. M. S.; TIZIANE, L.; BOAVENTURA, R.

F.; GUIMARÃES; A.; ALVES JR, A. Peroxidação lipídica e obesidade: Métodos para

aferição do estresse oxidativo em obesos. Jornal Português de Gastrenterologia, v. 20, n. 5,

p. 199-206, 2013.

FRANCIS, H.; STEVENSON, R. The longer-term impacts of Western diet on human

cognition and the brain. Appetite, v. 63, p. 119–128, 2013.

FRANCISQUETI, F.V.; NASCIMENTO, A. F.; CORRÊA, C. R. Obesidade, inflamação e

complicações metabólicas. Nutrire. v.1, p. 81-89, 2015.

FRANCO, M. R. B. Aroma e Sabor dos Alimentos: Temas Atuais. São Paulo: Livraria

Varela. 2004. 246 p.

FREITAS, M. C; CESCHINI, F. L.; RAMALLO, B.T. Resistência à insulina associado à

obesidade: Efeitos anti-inflamatórios do exercício físico. Revista Brasileira de Ciência e

Movimento, v. 22, n. 3, 2014.

GALIC, S., OAKHILL, J. S., STEINBERG, G. R. Adipose tissue as an endocrine organ.

Molecular and Cellular Endocrinology., v. 316, n. 2, p. 129-139, 2010.

GALLAGE, N. J.; MØLLER, B. L. Vanilline Bioconversion and Bioengineering of the most

popular plant flavor and its de novo Biosynthesis in the vanilla orchid. Molecular Plant, v. 8,

p. 40-57, 2015.

GALVÃO, M. S. Processo biotecnológico para obtenção dos compostos 2-feniletanol,

acetato de 2-feniletil e β-cariofileno pela utilização de resíduo de goiaba. Doutorado em

Biotecnologia. Programa de Pós-Graduação da Rede Nordeste de Biotecnologia –

RENORBIO. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão. 2014.

GANCHEVA, S.; ZHELYAZKOVA-SAVOVA, M.; GALUNSKA, B.; CHERVENKOV, T.

Experimental models of metabolic syndrome in rats. Scripta Scientifica Medica, v. 47, p.

14–21, 2015.

GAVA, A. J.; SILVA, C. A. B. S.; FRIAS, J. R.G. Tecnologia de Alimentos: Princípios e

Aplicações. São Paulo: Nobel, 2009. 511p.

Page 104: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

104

GAÍVA, M. H.; COUTO, R. C.; OYAMA, L. M.; COUTO, G. E.; SILVERIA, V. L.;

ROBERIO, E. B.; NASCIMENTO, C. M. Diets rich in polyunsaturated fatty acids: effect on

hepatic metabolism in rats. Nutrition, v. 19, p. 144-149, 2003.

GAÍVA, M. H.; COUTO, R. C.; OYAMA, L. M.; COUTO, G. E.; SILVERIA, V. L.;

ROBERIO, E. B.; NASCIMENTO, C. M. Polyunsaturated fatty acids-rich diets: effect on

adipose tissue metabolism in rats. The British Journal of Nutrition, v. 86, p. 371-377, 2001.

GELONEZE, B.; TAMBASCIA, M. A. Laboratorial evaluation and diagnosis of insulin

resistance. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabolismo, v. 50, n. 2, p. 208-

215, 2006.

GERARD, P. Gut microbiota and obesity. Cellular and Molecular Life Sciences, v. 73, p.

147-162, 2016.

GOLDSTEIN, J. L.; BROWN, M. S. Regulation of mevalonate pathway. Nature, v. 343, p.

425-430, 1990.

GOODWIN, T. W. Biogenesis of Terpenes and Sterols. In: ANSELL, M. F. (Ed.). Alicyclic

Compounds: A Modern Comprehensive Treatise. Amsterdã: Elsevier Scientific Publishing

Company, v. 2, p. 237-289, 1974.

GOTO, T.; TAKAHASHI, N.; HIRAI, S.; KAWADA, T. Various Terpenoids Derived from

Herbal and Dietary Plants Function as PPAR Modulators and Regulate Carbohydrate and

Lipid Metabolism. PPAR Research, 2010, 9p.

GREGOR, M. F.; HOTAMISLIGIL, G. S. Inflammatory mechanisms in obesity. Annual

Reviews of Immunology, v. 29, p. 415-445, 2011.

GUERREIRO, F.S.; DINIZ, P.; CARVALHO, P. E. G.; FERREIRA, E. C.; AVANCINI, S.

R. P.; FERREIRA-SANTOS, R. I. Effects of masticatory hypofunction on mandibular

morphology, mineral density and basal bone área. Brazilian Journal of Oral Sciences, v. 12,

n. 3, p. 205-211, 2013.

GUPTA, C.; PRAKASH, D.; GUPTA, S. A Biotechnological Approach to Microbial Based

Perfumes and Flavours. Journal of Microbiology & Experimentation, v. 2, n. 1, 2015.

Page 105: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

105

HALADE, G. V.; JIN, Y. F.; LINDSEY, M. L. Roles of saturated vs. polyunsaturated fat in

heart failure survival: not all fats are created equal. Cardiovascular Research, v. 93, p. 4-5,

2012.

HALADE, G. V.; RAHMAN, M. M.; WILLIAMS, P. J.; FERNANDES, G. High fat diet-

induced animal model of age-associated obesity and osteoporosis. The Journal of

Nutritional Biochemistry, v. 21, p. 1162–1169, 2010.

HALLIWELL, B. Biochemistry of oxidative stress. Biochemical Society Transactions, v.

35, n. Pt 5, p. 1147-1150, 2007.

HARRATHI, J.; HOSNI, K.; KARRAY-BOURAOUI, N.; ATTIA, H.; MARZOUK, B.;

MAGNÉ, C.; LACHAÂL, M. Effect of salt stress on growth, fatty acids and essential oils in

safflower (Carthamus tinctorius L.). Acta Physiologiae Plantarum, v. 34, p. 129–137, 2012.

HASSAN, S. B.; GALI-MUHTASIB, H.; GÖRANSSON H.; LARSSON, R. Alpha terpineol:

a potential anticancer agent which acts through suppressing NF-kappaB signalling.

Anticancer Research, v. 30, n. 6, p. 1911-1920, 2010.

HAYES, A. J.; LEACH, D. N.; MARKHAM, J. L.; MARKOVIC, B. In vitro cytotoxicity of

Australian tea tree oil using human cell lines. Journal of Essential Oil Research, v. 9, p.

575-582, 1997.

HELD, S., SCHIEBERLE P., SOMOZA, V. Characterization of alpha-terpineol as an anti-

inflammatory component of orange juice by in vitro studies using oral buccal cells. Journal

of Agricultural and Food Chemistry, v. 55, n. 20, p. 8040-8046, 2007.

HEYMSFIELD, S. B.; WADDEN, T. A.. Mechanisms, Pathophysiology, and Management of

Obesity. The New England Journal of Medicine, v. 376, p. 254-266, 2017.

HILL, R. A., CONNOLLY, J. D. Triterpenoids. Natural Products Reports, v. 29, n. 7, p.

780–818, 2012.

HOCKING, S.; SAMOCHA-BONET, D.; MILNER, K. L.; GREENFIELD, J. R.;

CHISHOLM D, J. Adiposity and Insulin Resistance in Humans: The Role of the Different

Tissue and Cellular Lipid Depots Endocrine Reviews, v. 34, n. 4, p. 463–500, 2013.

HOESEL, B.; SCHMID, J. A. The complexity of NF-κB signaling in inflammation and

cancer. Molecular Cancer, v. 12, 2013.

HOUGHTON, P.; FANG, R.; TECHATANAWAT, I.; STEVENTON, G.; HYLANDS, P. J.;

LEE, C. C. The sulphorhodamine (SRB) assay and other approaches to testing plant extracts

Page 106: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

106

and derived compounds for activities related to reputed anticancer activity. Methods, v. 42, p.

377-387, 2007.

HUO, M.; CUI, X.; XUE, J.; CHI, G.; GAO, R.; DENG, X.; GUAN, S.; WEI, J.;

SOROMOU, L. W.; FENG, H.; WANG, D. Anti-inflammatory effects of linalool in RAW

264.7 macrophages and lipopolysaccharide-induced lung injury model. Journal of Surgical

Research, v. 180, p. e47–e54, 2013.

IUPAC. INTERNATIONAL UNION OF PURE AND APPLIED CHEMISTRY.

Compendium of Chemical Terminology. 2. ed. Nova Jersey: John Wiley & Sons, 1997,

464p.

JING, G.; TAO, N.; JIA, L.; ZHOU, H. Influence of α-terpineol on the growth and

morphogenesis of Penicillium digitatum. Botanical Studies, v. 56, n. 35, 6p., 2015.

JUN, M.; JEONG, W. S.; HO, C. T. Health Promoting Properties of Natural Flavor

Substances. Food Science and Biotechnology, v. 15, n. 3, p. 329-335, 2006.

KANG, M. C., KANG, N.; KIM, S. Y.; LIMA, I. S.; KO, S. C.; KIM, Y. T.; KIM, Y. B.;

JEUNG, H. D.; CHOI, K. S.; JEON, Y. J. Popular edible seaweed, Gelidium amansii prevents

against diet-induced obesity, Food and Chemical Toxicology, v. 90, p. 181-187, 2016.

KAWAGUCHI, K.; MATSUMOTO, T.; KUMAZAWA, Y. Effects of antioxidant

polyphenols on TNF-alpha-related diseases. Current Topics in Medicinal Chemistry, v. 11,

n. 14, p. 1767-1779, 2011.

KIBA, T.; ITO, T.; NAKASHIMA, T.; OKIKAWA, Y.; KIDO, M.; KIMURA, A.;

KAMEDA, K.; MIYAMAE, F.; TANAKA, S.; ATSUMI, M.; SUMITANI, Y.;

SHITAKUBO, Y.; NIIMI, H. Bortezomib and dexamethasone for multiple myeloma: higher

AST and LDH levels associated with a worse prognosis on overall survival. BMC Cancer; v.

14, n. 462, 2014.

KIM, S. M.; RICO, C. W.; LEE, S. C.; KANG, M. Y. Modulatory effect of rice bran and

phytic acid on glucose metabolism in high fat-fed C57BL/6N mice. Journal of Clinical

Biochemistry and Nutrition, v. 47, n. 1, p. 12–17, 2010.

KIM, D. S.; LEE, H. J.; JEON, Y. D.; HAN, Y. H.; KEE, J. Y.; KIM, H. J.; SHIN, H. J.;

KANG, J.; LEE, B. S.; KIM, S. H.; KIM, S. J.; PARK, S. H.; CHOI, B. M.; PARK, S. J.;

UM, J. Y.; HONG, S. H. Alpha-pinene exhibits anti-inflammatory activity through the

Page 107: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

107

suppression of MAPKs and the NF-κB pathway in mouse peritoneal macrophages. The

American Journal of Chinese Medicine, v. 43, p. 731–742, 2015.

KIRK-OTHMER, R. Encyclopedia of Chemical Technology, 3. Ed. Nova Jersey: John

Wiley & Sons, 1002p. 1983.

KLAUS S. Increasing the Protein: Carbohydrate Ratio in a high-fat diet delays the

development of adiposity and improves glucose homeostasis in Mice. The Journal of

Nutrition, v. 135, p. 1854–1858, 2005.

KOHLERT, C.; VAN RENSEN, I.; MÄRZ, R.; SCHINDLER, G.; GRAEFE, E. U.; VEIT,

M. Bioavailability and Pharmacokinetics of Natural Volatile Terpenes in Animals and

Humans. Planta Médica, v. 66, n. 6, p. 495-505, 2000.

KRAIDMAN, G.; MUKHERJEE, B. B.; HILL, I. D. Conversion of D-limonene into an

optically active isomer of -terpineol by a Cladosporium species. Journal of Bacteriology, v.

63, p. 12-18, 1969.

KRINGS, U.; BERGER, R. G. Biotechnological production of flavours and fragrances.

Applied Microbiology and Biotechnology, v. 49, p.1–8, 1998.

KRIVORUCHKO, A., NIELSEN, J. Production of natural products through metabolic

engineering of Saccharomyces cerevisiae. Current Opinion in Biotechnology, v. 35, p. 7-

15, 2015.

LAMPRONTI, I.; SAAB, A. M.; GAMBARI, R. Antiproliferative activity of essential oils

derived from plants belonging to the Magnoliophyta division. International Journal of

Oncology, v. 29, p. 989-995, 2006.

LANGE, B. M. Biosynthesis and Biotechnology of High-Value p-Menthane Monoterpenes,

Including Menthol, Carvone, and Limonene. In: SCHRADER, J.; BOHLMANN, J.

Biotechnology of Isoprenoids. Switzerland: Springer, v. 148, p. 319-353, 2015.

LAUTERBACH, M. A. R.; WUNDERLICH, F. T. Macrophage function in obesity-induced

inflammation and insulin resistance. Pflügers Archiv - European Journal of Physiology, v.

469, Ed. 3–4, p. 385–396, 2017.

LAWRENCE, B. M. A preliminary report on the world production of some selected essential

oils and countries. Perfumer & Flavorist, v. 34, p. 38–44, 2009.

Page 108: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

108

LÊ, K. A.; MAHURKAR, S.; ALDERETE, T. L.; HASSON, R. E.; ADAM, T. C.; KIM, J.

S.; BEALE, E.; XIE, C.; GREENBERG, A. S.; ALLAYEE, H.; GORAN, M. I. Subcutaneous

adipose tissue macrophage infiltration is associated with hepatic and visceral fat deposition,

hyperinsulinemia and stimulation of NF-kB stress pathway. Diabetes, v. 60, p. 2802-2809,

2011.

LEE, H.; JEON, H. G.; JEONG, B. C.; JEON, S. S.; SEO, S. I.; LEE, H. M.; CHOI, H. Y. De

Ritis Ratio (AST/ALT) as a Significant Prognostic Factor in Patients With Upper Tract

Urothelial Cancer Treated With Surgery. Clinical Genitourinary Cancer, v. 15, Ed. 3, p.

379-385, 2017.

LEE, H.; LEE, I. S.; CHOUE, R. Obesity, Inflammation and Diet. Pediatric

Gastroenterology, Hepatology & Nutrition, v.16, n. 3, p.143-152, 2013.

LEFFINWELL & ASSOCIATES. 2013-2017. Flavor & Fragrance Industry Leaders

(Preliminary Estimates for Year 2017 as of July 9, 2018). 2017. Disponível em:

<<http://www.leffingwell.com/top_10.htm>>. Acessado em 06 de agosto de 2018.

LEOPOLDO, A. S.; SUGIZAKI, M. M.; LIMA-LEOPOLDO, A. P.; NASCIMENTO, A. F.;

LUVIZOTTO, R. A.; CAMPOS, D. H.; OKOSHI, K.; DAL PAI-SILVA, M.; PADOVANI,

C. R.; CICOGNA, A.C. Cardiac remodeling in a rat model of diet induced obesity. The

Canadian Journal of Cardiology, v. 26, n. 8, p. 423-429, 2010.

LEWIS, D.F.V.; IOANNIDES, C.; WALKER, R.; PARKE, D.V. Safety evaluations of food

chemicals by "COMPACT" 1. A study of some acyclic terpenes. Food and Chemical

Toxicology, v. 32, n. 11, p. 1053-1059, 1994.

LEY, R. E. Obesity and the human microbiome. Current opinion in gastroenterology, v.

444, n. 7114, p. 1022-1023, 2010.

LI, L.; SHI, C.; YIN, Z.; JIA, R.; PENG, L.; KANG, S.; LI, Z. Antibacterial activity of α-

terpineol may induce morphostructural alterations in Escherichia coli. Brazilian Journal of

Microbiology, v. 45 n. 4, p. 1409-1413, 2014.

LIMA, G. C.; VUOLO, M. M.; BATISTA A. G.; DRAGANO, N. R.; SOLON, C.;

MARÓSTICA JUNIOR, M. R. Passiflora edulis peel intake improves insulin sensitivity,

increasing incretins and hypothalamic satietogenic neuropeptide in rats on a high-fat diet.

Nutrition, v. 32, Ed. 7-8, p. 863-870, 2016.

Page 109: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

109

LING, H.; CHEN, B.; KANG, A.; LEE, J. M.; CHANG, M. W. Transcriptome response to

alkane biofuels in Saccharomyces cerevisiae: identification of efflux pumps involved in

alkane tolerance. Biotechnology for Biofuels, v. 6, p. 95, 2013.

LO, Y.C.; CHEN, X. J.; HUANG, C. Y.; CHANG, J. S. Dark fermentative hydrogen

production with crude glycerol from biodiesel industry using indigenous hydrogen-producting

bactéria. International Journal of Hydrogen Energy, v. 38, p. 15815-15822, 2013.

LONGO, M. A., SANROMÁN, M. A. Production of Food Aroma Compounds. Food

Technology Biotechnology, v. 44, p. 335–353, 2006.

LOO, T. M; KAMACHI, F.; WATANABE, Y.; YOSHIMOTO, S.; KANDA, H.; ARAI, Y.;

NAKAJIMA-TAKAGI, Y.; IWAMA, A.; KOGA, T.; SUGIMOTO, Y.; OZAWA, T.;

NAKAMURA, M.; KUMAGAI, M.; WATASHI, K.; TAKETO, M. M.; AOKI, T.;

NARUMIYA, S.; OSHIMA, M.; ARITA, M.; EIJI HARA, E.; OHTANI, N. Gut microbiota

promotes obesity-associated liver cancer through PGE2-mediated suppression of antitumor

immunity. Cancer Discovery, v. 77, p. 522–538, 2017.

LOOMIS, W. D.; CROTEAU, R. Lipids: Structure and Function. In: STUMPF, P. K. (ed).

Biochemistry of Terpenoids. The Biochemistry of Plants. Elsevier, v. 4, chap. 13, p. 364-410,

2014.

LÓPEZ-JARAMILLO, P.; GÓMEZ-ARBELÁEZ, D.; LÓPEZ-LÓPEZ, J.; LÓPEZ-LÓPEZ,

C.; MARTÍNEZ-ORTEGA, J.; GÓMEZ-RODRÍGUEZ, A.; TRIANA-CUBILLOS. S. The

role of leptin/adiponectin ratio in metabolic syndrome and diabetes. Hormone Molecular

Biology and Clinical Investigation, v. 18, n. 1, p. 37-45, 2014.

LOTTENBERG, A. M.; AFONSO, M. D. A. S.; LAVRADOR, M. S.; MACHADO, R. M.;

NAKANDAKARE, E. R. The role of dietary fatty acids in the pathology of metabolic

syndrome. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 23, n. 9, p.1027–1040, 2012.

MADYASTHA, K. M., RENGANATHAN, V. Metabolism of α-terpineol by Pseudomonas

incógnita. Canadian Journal of Microbiology, v. 30, n. 12, p. 1429-1436, 1984.

MANTING, L.; HAIHONG, Z.; JING, L.; SHAODONG, C.; YIHUA, L. The model of rat

lipid metabolism disorder induced by chronic stress accompanying high-fat-diet. Lipids in

Health and Disease, v. 10, n. 153, 2011.

Page 110: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

110

MARGETTS, J. Aroma Chemicals V: Natural Aroma Chemicals. In: ROWE, D. (ed.). 1° Ed.

Chemistry and Technology of Flavours and Fragrances. Oxford: Blackwell Publishing

Ltd, Ch. 8, p. 175, 2005.

MARMULLA, R., HARDER, J. Microbial monoterpene transformations - a review.

Frontiers in Microbiology, v. 5, n. 346, 14p, 2014.

MARÓSTICA JÚNIOR, M.R.; PASTORE, G. M. Production of R-(+)-α-terpineol by the

biotransformation of limonene from Orange essential oil, using cassava waste as medium.

Food Science, v. 101, p.345-350, 2007a.

MARÓSTICA JÚNIOR, M. R., PASTORE, G. M. Biotransformation of limonene: a review

of the main metabolic pathways. Química Nova, v. 30, p. 382-387, 2007b.

MARÓSTICA JÚNIOR, M. R.; SILVA, T. A. A. R.; FRANCHI, G. C.; NOWILL, A.;

PASTORE, G. M.; HYSLOP, S. Antioxidant potential of aroma compounds obtained by

limonene biotransformation of Orange essential oil. Food Chemistry, v. 116, p. 8-12, 2009.

MARQUES, C.; MEIRELES, M.; NORBERTO, S.; LEITE, J; FREITAS, J.; PESTANA, D.;

FARIA, A.; CALHAU, C. High-fat diet-induced obesity Rat model: a comparison between

Wistar and Sprague-Dawley Rat. Adypocite, v. 5, n. 10, p. 11-21, 2016.

MARTINS, F.; CAMPOS, D. H. S.; PAGAN, L. U.; MARTINEZ, P. F.; OKOSHI, K.;

OKOSHI, M. P.; CARLOS ROBERTO PADOVANI, C. R.; SOUZA, A. S.; CICOGNA, A.

C.; OLIVEIRA-JUNIOR, S. A. High-fat Diet Promotes Cardiac Remodeling in an

Experimental Model of Obesity. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 105, n. 5, p. 479-

486, 2015.

MATHEWS, J.N.; ALTMAN, D.G.; CAMPBELL, M.J.; ROYSTON, P. Analysis of serial

measurements in medical research. British Medical Journal. London, v. 300. n. 6719. p.

230-235. 1990.

MATOS, J. M.; SCHMIDT, C. M.; THOMAS, H. J.; CUMMINGS, O. W.; WIEBKE, E. A.;

MADURA, J. A.; PATRICK, L. J. Sr.; CROWELL, P. L. A pilot study of A Pilot Study of

Perillyl Alcohol in Pancreatic Cancer. Journal of Surgical Research, v. 147, p. 194-199,

2008.

MATTES R. Energy intake and obesity: Ingestive frequency outweighs portion size.

Physiology & Behavior, v. 134, p. 110–118, 2013.

Page 111: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

111

MATEUS, R. S.; FIORINO, P. Estudo das alterações morfométricas renais associadas ao

consumo de uma dieta hiperlipídica em ratos. Anais Sociedade Brasileira para o Progresso

da Ciência, São Luís, Maranhão. 2012.

MCMURRY, J. Química Orgânica - Combo. 7. Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

1344 p.

MEDEIROS, S.F., AVERY, M.A., AVERY, B. Biotransformation of 10-deoxyartemisinin to

its 7β-hydroxy derivative by Mucor ramannianus. Biotechnology Letters, v. 24, p. 937–941,

2002.

MEDICI, V.; McCLAVE, S. A.; MILLER, K. R. Common medications which lead to

unintended alterations in weight gain or organ lipotoxicity. Current Gastroenterology

Reports, v. 18, n. 2, 2016.

MEIRELES, A. L. P. Valorização dos compostos terpênicos via catálise por ácidos:

Esterificação e eterificação do canfeno, Isomerização do óxido de alfa-pineno.

Dissertação (Mestrado em Química). Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte,

2013.

MENDEZ-SANCHEZ, N.; ARRESE, M.; ZAMORA-VALDÉS, D.; URIBE, M. Current

concepts in the pathogenesis of nonalcoholic fatty liver disease. Liver International, v. 27, n.

4, p. 423-433, 2007.

MENÉNDEZ, P.; GARCÍA, C.; RODRÍGUEZ, P.; MOYNA, P.; HEINZEN, H. Enzymatic

Systems Involved in D-limonene Biooxidation. Brazilian Archives of Biology and

Technology, v. 45, p. 111-114, 2002.

MERRIL, A. L.; WATT, B. K. Energy Value of Foods: Basis and Derivation, Revised.

United States Department of Agriculture. Agriculture Handbook 74, Washington, 1973.

Disponível em: <https://www.ars.usda.gov/ARSUserFiles/80400525/Data/Classics/ah74.pdf>

. Acesso em: 03 maio 2017.

MESHKANI, R.; ADELI, K. Hepatic insulin resistance, metabolic syndrome and

cardiovascular disease. Clinical Biochemistry, v. 42, Ed. 13-14, p.1331-1346, 2009.

MIAO, H.; CHEN, H.; PEI, S.; BAI, X.; VAZIRI, N. D.; ZHAO, Y. Plasma lipidomics reveal

profound perturbation of glycerophospholipids, fatty acids, and sphingolipids in diet-induced

hyperlipidemia. Chemico-Biological Interactions, v. 228, p. 79-87, 2015.

Page 112: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

112

MIKAMI, Y. Microbial conversion of terpenoids. Biotechnology and Genetic Engineering

Reviews, v. 6, p. 271-320. Wimborne: Intercept Ltd., 1988.

MILLER, A. A; SPENCER, S. J. Obesity and neuroinflammation: A pathway to cognitive

impairment. Brain, Behavior, and Immunity, v. 42, p. 10-21, 2014.

MOLINA, G.; PINHEIRO, D. M.; PIMENTEL, M. R.; SANTOS, R.; PASTORE, G. M.

Monoterpene bioconversion for the production of aroma compounds by fungi isolated from

Brazilian fruits. Food Science Biotechnology, v. 22, p. 999-1006, 2013.

MOLINA, G. Produção biotecnológica de compostos de aroma por biotransformação de

terpenos. Tese de Doutorado - Unicamp. Campinas, SP: 2014.

MOLINA, G.; BUTION, M. L.; BICAS, J. L.; DOLDER, M. A. H.; PASTORE, G. M.

Comparative study of the bioconversion process using R-(+)- and S-(–)-limonene as substrates

for Fusarium oxysporum 152B. Food Chemistry, v. 174, p. 606-613, 2015.

MONKS, A.; SCUDIERO, D.; SKEHAN, P.; SHOEMAKER, R.; PAULL, K.; VISTICA, D.;

HOSE, C.; LANGLEY, J.; CRONISE, P.; VAIGRO-WOLFF, A.; GRAY-GOODRICH, M.;

CAMPBELL, H.; MAYO, J.; BOYD, M. Feasibility of a high-flux anticancer drug screen

using a diverse panel of cultured human tumor cell lines. Journal of the National Cancer

Institute, v. 83, p. 757-766, 1991.

MONTALVANY-ANTONUCCI, C. C.; ZICKER, M. C.; OLIVEIRA, M.C.; MACARI, S.;

MADEIRA, M. F. M.; ANDRADE JÚNIOR, I.; FERREIRA, A. V. M.; SILVA, T.A. Diet

Versus Jaw Bones: Lessons From Experimental Models And Potential Clinical Implications.

Nutrition, v. 45, p. 59-67, 2017.

NEPA. NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ALIMENTAÇÃO. Universidade

Estadual de Campinas. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos. 4. ed., Campinas,

2011, 164p.

NJIKE, V. Y.; SMITH, T.M.; SHUVAL, O.; EDSHTEYN, I.; KALANTARI, V.; YAROCH

A. L. Snack food, satiety, and weight. Advances in Nutrition, v. 7, p. 866-878, 2016.

NOGUEIRA, M. N. M.; AQUINO, S. G.; ROSSA JUNIOR, C.; SPOLIDORIO, D. M. P.

Terpinen-4-ol and alpha-terpineol (tea tree oil components) inhibit the production of IL-1β,

IL-6 and IL-10 on human macrophages. Inflammation Research, v. 63, p. 769-778, 2014.

Page 113: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

113

NOOR, R.; ASTUTI, I.; MUSTOFA, R. Cytotoxicity of α-terpineol in HeLa cell line and its

effects to apoptosis and cell cycle. Journal of the Medical Sciences, v. 46, n. 01, p. 1-9,

2014.

OHKAWA, H., OHISHI, N., YAGI, K. Assay for lipid peroxides in animal-tissues by

thiobarbituric acid reaction. Analytical Biochemistry, v. 95, n. 2, p. 351–358, 1979.

OLIVEIRA M. G.; MARQUES R. B.; SANTANA M. F; SANTOS, A. B.; BRITO, F. A;

BARRETO, E.;O.; SOUSA, D. P.; ALMEIDA, F. R.; BADAUÊ-PASSOS, D.;

ANTONIOLLI, A. R.; QUINTANS-JÚNIOR, L. J. α-terpineol reduces mechanical

hypernociception and inflammatory response. Basic & Clinical Pharmacology &

Toxicology, v. 111, n. 2, p. 120-125, 2012.

OUWENS, D. M.; BOER, C.; FODOR, M.; DE GALAN, P.; HEINE, R. J.; MAASSEN, J.

A.; DIAMANT, M. Cardiac dysfunction induced by high-fat diet is associated with altered

myocardial insulin signalling in rats. Diabetologia, v. 48, n. 6, p. 1229-1237, 2005.

PANDEY, A.; LARROCHE, C.; SOCCOL, C.R.; DUSSAP, C.G. Production of aroma

compounds. In: Current developments in solid-state fermentation. India: Springer.

Asiatech Publishers, Inc, 2008.

PANEL, R. E, BELSITO, D.; BICKERS, D.; BRUZE, M.; CALOW, P.; GREIM, H.;

HANIFIN, J. M.; ROGERS, A. E.; SAURAT, J. H.; SIPES, I. G.; TAGAMI, H. A toxicologic

and dermatologic assessment of cyclic and non-cyclic terpene alcohols when used as

fragrance ingredients. Food and Chemical Toxicology, v. 46, S11, p. S1-S71, 2008.

PARK, M. J.; GWARK, K. S.; YANG, I.; KIM, K.W.; JEUNG, E. B.; CHANG, J. W.; CHOI,

I. G. Effect of citral, eugenol, nerolidol and α-terpineol on the ultrastructural changes of

Trichophyton mentagrophytes. Fitoterapia, v. 80, p.290-296, 2009.

PARK, S-N.; LIM, Y.K.; FREIRE, M.O.; CHO, E.; JIN, D.; KOOK, J-K. Antimicrobial

effect of linalool and α-terpineol against periodontopathic and cariogenic bacteria. Anaerobe,

v. 18, p. 369-372, 2012.

PEREIRA, A. A. Efeito inibitório de óleos essenciais sobre o crescimento de bactérias e

fungos. 60 p. Dissertação (Mestrado em Ciência dos Alimentos) - Universidade Federal de

Lavras, Lavras, 2006.

Page 114: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

114

PETERSEN, R. Z.; Biotransformação de terpenóides por culturas de células vegetais e

fungos filamentosos. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre, 2006.

PICCHI, M. G.; MATTOS, A. M.; BARBOSA, M. R.; DUARTE, C. P.; GANDINI, M. A.;

PORTARI, G. V.; JORDÃO. A. A. A high-fat diet as a model of fatty liver disease in rats.

Acta Cirúrgica Brasileira, v. 26 (Suppl. 2) p. 2011-2025, 2011.

POLO, M.; CRESPO, R.; GALLE, M.; KLADNIEV, B. R.; VILLEGAS, S. M.; BRAVO, M.

G. Actividad antiproliferativa y anticolesterogénica de estatinas y monoterpenos. Acta

bioquímica clinica latinoamericana, v. 47, p. 343-351, 2013.

POPKIN, B. M.; HAWKES. C. Sweetening of the global diet, particularly beverages:

patterns, trends, and policy responses. The Lancet. Diabetes & Endocrinology, v. 4, p. 174-

186, 2016.

PORTE, A.; PORTE, L. H. M.; OLIVEIRA, L. M. Cromatografia gasosa quiral na resolução

de enantiômeros envolvidos em flavours de frutas. Química nova, v. 37, n. 10, p. 1670-1679,

2014.

QUINTANS-JÚNIOR, L. J.; OLIVEIRA, M. G.; SANTANA, M. F.; SANTANA, M. T.

GUIMARÃES, A. G.; SIQUEIRA, J. S; SOUSA D. P.; ALMEIDA, R. N. α-Terpineol

reduces nociceptive behavior in mice. Pharmaceutical Biology; v. 49, n. 6, p. 583–586,

2011.

RAJENDRAN, P.; NANDAKUMAR, N.; RENGARAJAN, T.; PALANISWAMI, R.;

GNANADHAS, E. N.; LAKSHMINARASAIAH, U.; GOPAS, J.; NISHIGAKI, I.

Antioxidants and Human diseases. Clinica Chimica Acta, v. 436, p. 332-347, 2014.

RAMALHO, V. C.; JORGE, N. Antioxidants used in oils, fats and fatty foods. Química

Nova, v. 29, n. 4, p. 755-760, 2006.

RAMALHO T. R. O.; OLIVEIRA, M. T.;, LIMA, A. L. A.; BEZERRA-SANTOS, C. R.;

PIUVEZAM, M. R. Gamma-terpinene modulates acute inflammatory response in mice.

Planta Medica, v. 81, p. 1248–1254, 2015.

RAMOS, J. L.; SOL CUENCA, M.; MOLINA-SANTIAGO, C.; SEGURA, A.;, DUQUE, E.;

GÓMEZ-GARCÍA, M. R.; UDAONDO, Z.; ROCA. A. FEMS Microbiology Reviews.

Mechanisms of solvent resistance mediated by interplay of cellular factors in Pseudomonas

putida, v. 39, n. 4, p. 555-566, 2015.

Page 115: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

115

REEVES, P. G. Components of the AIN-93 diets as improvements in the AIN-76A diet. The

Journal of Nutrition, v. 127(S), n. 5, p. 838S-841S, 1997.

REN, Z.; GOULD, M. N. Inhibition of ubiquinone and cholesterol synthesis by the

monoterpene perillyl alcohol. Cancer letters, v. 76, p. 185-190, 1994.

RENNINGER, N. S.; NEWMAN, J.; REILING, K. K.; REGENTIN, R.; PADDON, C. J.

Production of isoprenoids. US Patent 7,659,097 B2, 2010.

REZENDE, G. A. A.; AMAURO, N. Q.; RODRIGUES FILHO, G. Desenhando Isômeros

Ópticos. Química Nova na Escola, v. 8, p. 133-140, 2016.

RIBEIRO, D.S.; MELO, D. B.; GUIMARÃES, A. G.; VELOZO, E. S.; Avaliação do óleo

essencial de alecrim (Rosmarinus officinalis L.) como modulador da resistência bacteriana.

Semina: Ciências Agrárias, v. 33, n. 2, p. 687-696, 2012.

RINALDO, D. Determinação de enantiômeros em extratos vegetais por cromatografia

quiral e dicroísmo circular. Tese (Doutorado em Química). Universidade Estadual Paulista.

Araraquara, 2010.

ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M. K.; TYLER, V. E. Farmacognosia e

Farmacobiotecnologia. São Paulo: Ed. Premier, 1997. 372 p.

ROSINI, T. C.; SILVA, A. S. R.; MORAES, C. Obesidade induzida por consumo de dieta:

modelo em roedores para o estudo dos distúrbios relacionados com a obesidade. Revista da

Associação Médica Brasileira, v. 58, n. 3, p. 383-387, 2012.

ROTTAVA, I.; CORTINA, P. F.; GRANDO, C. E.; COLLA, A.RS.; MARTELLO, E.;

CANSIAN, R.L.; TONIAZZO, G.; TREICHEL, H.; ANTUNES, O. A. C.; OESTREICHER,

E. G.; OLIVEIRA, D. Isolations and screening of microorganisms for R-(+)-Limonene and (-

)-β-Pinene Biotransformation. Applied Biochemistry and Biotechnology, v.162, p. 719-732,

2010.

RUIZ, B.; FLOTATZ, X. Citrus essential oils and their influence on the anaerobic digestion

process: An overview. Waste Manegement, v. 34, p. 2063-2079, 2014.

SAAD, M. J.; SANTOS, A.; PRADA, P. O. Linking Gut Microbiota and Inflammation to

Obesity and Insulin Resistance. Physiology (Bethesda), v. 31 p. 283-293, 2016.

SABINO, C. K. B.; FERREIRA FILHO, E. S.; MENDES, M. B.; SILVA FILHO, J. C.;

PONTE, M. P. T. R.; MOURA, L. H. P.; OLIVEIRA, E. C. A. O.; QUINTANS-JUNIOR, L.

Page 116: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

116

J.; SANTOS, M. R. V.; OLIVEIRA, R. C. M.; OLIVEIRA, A. P. Cardiovascular effects

induced by α-terpineol in hypertensive rats. Flavour and Fragrance Journal, v. 28, n.5, p.

333-339, 2013.

SAMPLE, C. H., MARTIN, A. A.; JONES, S.; HARGRAVE, S. L.; DAVIDSON, T. L.

Western-style diet impairs stimulus control by food deprivation state cues: Implications for

obesogenic environments. Appetite, v. 93, p. 13-23, 2015.

SANTACRUZ, A.; COLLADO, M. C.; GARCIA-VALDES, L.; SEGURA, M. T.; MARTIN-

LAGOS, J. A.; ANJOS, T.; MARTI-ROMERO, M.; LOPEZ, R. M.; FLORIDO, J.;

CAMPOY, C.; SANZ, Y. Gut microbiota composition is associated with body weight, weight

gain and biochemical parameters in pregnant women. British Journal of Nutrition, v. 104, p.

83–92, 2010.

SAVITHIRY, N.; CHEONG, T. K.; ORIEL, P. Production of Alpha-terpineol from

Escherichia coli cells expressing thermostable Limonene hydratase. Applied Biochemistry

and Biotechnology. v.63, p. 337-341, 1997.

SCHNEEBERGER, M.; GOMIS, R.; CLARET, M. Hypothalamic and brainstem neuronal

circuits controlling homeostatic energy balance. Journal of Endocrinology, v. 220 n. 2, p.

25-46, 2014.

SELL, C. The Chemistry of Fragrances: from Perfumer to Consumer. Second ed., RSC

Publishing, Dorset, UK, vol. 2, 2006, 168p.

SCHALK, M., DEGUERRY, F. Method for producing patchoulol and 7-epi-

alphaselinene. US Patent 8,927,238 B2, 2015.

SHEFER, G.; MARCUS, Y.; STERN, N. Is obesity a brain disease? Neuroscience &

Biobehavioral Reviews, v. 37, p. 2489-2503, 2013.

SILVA, D. C. T.; LIMA-LEOPOLDO, A. P.; LEOPOLDO, A. S.; CAMPOS, D. H. S.;

NASCIMENTO, A. F.; OLIVEIRA JUNIOR, S. A.; PADOVANI, C. R.; CICOGNA, A. C.

Influence of Term of Exposure to High-Fat Diet-Induced Obesity on Myocardial Collagen

Type I and III. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 102, n. 2, p. 157-164, 2014.

SILVA, O. A.; ALMEIDA, A. A. C.; CARVALHO, R. B. F.; NOGUEIRA NETO, J. D.;

SOUSA, D. P.; FREITAS, R. M. Potencial antioxidante in vitro do (-)-α-terpineol. Revista de

Biologia e Farmácia, v. 8, n. 3, p. 141-152, 2012.

Page 117: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

117

SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.;

PETROVICK. P. R.(Orgs). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6.ed. Porto Alegre:

Editora da UFRGS: Florianópolis: Editora da UFSC, 2010. 1104p.

SIMPSON, K. A.; MARTIN, N. M.; BLOOM, S. R. Hypothalamic regulation of food intake

and clinical therapeutic applications. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e

Metabolismo, v. 53, n. 2, p. 120-128, 2009.

SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. Química Orgânica, 10. Ed. Rio de Janeiro: LTC, cap. 5,

2012.

SOMOGYI, L. P. “The flavour and fragrance industry: serving a global market,” Chemistry

and Industry, vol. 4, p. 170–173, 1996.

SOUSA, D. P., QUINTANS JUNIOR, L., ALMEIDA, R. N. Evolution of the Anticonvulsant

Activity of α-Terpineol. Pharmaceutical Biology, v. 45, n. 1, p. 69–70, 2007.

SOUSA, D. P.; NÓBREGA, F. F. F.; ALMEIDA, R. N. Influence of the chirality of (R)-(−)-

and (S)-(+)-carvone in the central nervous system: A comparative study. Chirality, v. 19, p.

264-268, 2007.

SOUZA, R. H. L.; CARDOSO M. S. P.; MENEZES C. T.; SILVA J. P.; SOUSA D. P.;

BATISTA J. S. Gastroprotective activity of α-terpineol in two experimental models of gastric

ulcer in rats. DARU Journal of Pharmaceutical Sciences, v. 19, n. 4, p. 277-281, 2011.

SPEELMANS, G.; BIJLSMA, A.; EGGINK, G. Limonene bioconversion to high

concentrations of a single and stable product, perillic acid, by a solvent-resistant

Pseudomonas putida strain. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 50, 538-544,

1998.

SPEZIALI, M. G. De aromas e perfumes, o mercado da indústria do “cheiro”. Química

Nova, vol. 35, n. 4, 861-864, 2012.

STEFE, C. A.; AL ES, M. A. R.; RIBEIRO, R. L. Probióticos, Prebióticos e Simbióticos –

Artigo de Revisão. a de & Ambiente em Revista, , v. 3, n. 1, p. 16-33, 2008.

STOCKEN, D. D.; HASSAN, A. B.; ALTMAN, D. G.; BILLINGHAM, L. J.; BRAMHALL,

S. R.; JOHNSON, P. J.; FREEMANTLE, N. Modelling prognostic factors in advanced

pancreatic cancer. British Journal of Cancer, v. 99, p. 883-893, 2008.

STROBEL, G. A.; DAISY, B.; CASTILLO, U.; HARPER, J.; Natural products from

endophytic microorganisms. Journal of Natural Products, v. 67, p. 257-268, 2004.

Page 118: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

118

SUMAN, R. K,; RAY, M. I.; BORDE, M. K.; MAHESHWARI, U.; DESHMUKH, Y. A.;

Development of an experimental model of diabetes co-existing with metabolic syndrome in

rats. Advances in Pharmacological Sciences. n. 3, p. 1-11, 2016.

SUNDARESAN, S.; VIJAYAGOPAL, P.; MILLS, N.; IMRHAN, V.; PRASAD, C. A mouse

model for nonalcoholic steatohepatitis. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 22,

n.10, p. 979–984, 2011.

SUO, L. N.; WANG W. Effect of liraglutide on serum omentin-1 and insulin resistance of

high-fat diet-induced obese rats. Journal of China Medical University, v. 21, p. 1129–1131,

2015.

SUZUKI, K.; JAYASENA, C. N.; BLOOM, S. R. Obesity and appetite control.

Experimental Diabetes Research, v. 2012, p. 1-19, 2012.

TAI, Y.; XU, M.; REN, J., DONG, M., YANG, Z., PAN, S.; FAN, G. Optimisation of α-

terpineol production by limonene biotransformation using Penicillium digitatum DSM 62840.

Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 96, p. 954-961, 2016.

TAN, Q., DAY, D. F. Organic co-solvent effects on the bioconversion of (R)-(+)- Limonene

to (R)-(+)-α-Terpineol. Process Biochemistry, v. 3, p. 755-761, 1998.

TAN, Q.; DAY, D. F.; CADWALLADER, K. R. Bioconversion of (R)-(+)-limonene by P.

digitatum (NRRL 1202). Process Biochemistry, v. 33, p. 29–37, 1998.

TEMBA, E. S. C.; OLIVEIRA, I. M. F.; DONNICI, C. L. Álcoois quirais: métodos químicos

e catalíticos de obtenção por redução assimétrica. Química Nova, v. 26, p. 112-122, 2003.

THALL, E. When Drug Molecules Look in the Mirror. Journal and Chemical Education, v.

73, p. 481-485, 1996.

TOMAZ-MORAIS, J. F.; BRAGA, R. M.; SOUSA, F. B.; SOUSA, D. P.; PORDEUS, L. C.

M.; ALMEIDA, R. N.; CASTRO, R. D. Orofacial antinociceptive activity of (S)-(−)-perillyl

alcohol in mice: a randomized, controlled and triple-blind study. International Journal of

Oral and Maxillofacial Surgery, v. 46, p. 662-667, 2017.

TONIAZZO, G.; DE OLIVEIRA, D.; DARIVA, C.; OESTREICHER, E. G.; ANTUNES, O.

A. C. Applied Biochemistry Biotechnology, n. 837, p. 121-124, 2005.

Page 119: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

119

TORRE, A. D. Óleo essencial de Baccharis trimera (Less.) DC. : estudo fitoquímico e

avaliação in vitro das atividades antiproliferativa e mutagênica. Dissertação de Mestrado -

Unicamp. Campinas, SP: 2013.

TRYTEK, M.; FIEDUREK, J. A. Novel Psychrotrophic Fungus, Mortierella minutissima, for

D-limonene Biotransformation. Biotechnology Letters, v. 27, n. 3, p. 149-153, 2005.

UPADHYAY, J.; FARR, O.; PERAKAKIS, N.; GHALY, W.; MANTZOROS, C. Obesity as

a Disease. The Medical Clinics of North America, v. 102, p. 13-33, 2018.

VAN BEILEN, J. B.; HOLTACKERS, R.; LÜSCHER, D., BAUER, U., WITHOLT, B.,

DUETZ, W. A. Biocatalytic production of perillyl alcohol from limonene by using a novel

Mycobacterium sp. Cytochrome P450 alkane hydroxylase expressed in Pseudomonas putida.

Applied and Environmental Microbiology, v. 71, n. 4, p. 1737–1744, 2005.

VAN DER WERF, M. J.; DE BONT, J. A. M.; LEAK, D. J. Opportunities in microbial

biotransformation of monoterpenes. Advances in Biochemical Engineering/Biotechnology,

v. 55, p. 147-177, 1997.

VICHAI, V.; KIRTIKARA, K. Sulforhodamine B colorimetric assay for cytotoxicity

screening. Nature Protocols, v. 1, p. 1112–1116, 2006.

VINUÉ, A.; GONZÁLEZ-NAVARRO, H. Glucose and Insulin Tolerance Tests in the Mouse.

Methods in Molecular Biology, vol. 1339, p. 247-254, 2015.

XU, F.; DU, Y.; HANG, S.; CHEN, A.; GUO, F.; XU, T. Adipocytes regulate the boné

marrow microenvironment in a mouse model of obesity. Molecular Medicine Reports, v. 8,

p. 823–828, 2013.

WACHÉ, Y.; DIJON, A. Microbial Production of Food Ingredients, Enzymes and

Nutraceuticals. In: MCNEIL, B.; ARCHER, D.; GIAVASIS, I.; HARVEY, L (ed). Microbial

production of food flavours.. Elsevier, Chap. 8, p. 175–193, 2013.

WAJCHENBERG, B. L.; LERARIO, A. C.; BETTI, R. T. B. Tratado de Endocrinologia

clínica. 2ed. São Paulo: Gen; 2014.

WANDERLEY, E. N; FERREIRA, V. A. Obesidade: uma perspectiva plural. Ciência &

Saúde Coletiva, v. 15, p. 185-194, 2010.

Page 120: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

120

WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Overweight and Obesity 2014. Disponível

em: <http://www.who.int/gho/ncd/risk_factors/overweight_text/en/>. Acesso em: 11 junho de

2016.

WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity and Overweight. Dispónível em:

<http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight>. Acesso em:

12 julho de 2018.

WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Toxicological evaluation of certain food

additives and contaminants. Geneva: WHO Food Additives series, n. 377-402, pg. 269-324,

1996.

WONG, S. K.; CHIN, K. SUHAIMI, F. H. J.; FAIRUS, A.; IMA-NIRWANA, S. Animal

models of metabolic syndrome: a review. Nutrition & Metabolism, v. 13, p. 65-77, 2016.

WRIGHT, J. Creating and Formulating Flavours. In: TAYLOR, A. J.; LINFORT, R. S. T.;

WRIGHT, J. Food Flavour Technology. Oxford: Wiley-Blackwell, Second Edition, cap. 1,

2010.

WU, P.; ZHANG, F.; DAI, Y.; HAN, L.; CHEN, S. Serum TNF-α, GTH and MDA of high-

fat diet-induced obesity and obesity resistant rats. Saudi Pharmaceutical Journal, v. 24, n.

3, p. 333-336, 2016.

YAO, X.; LIN, Z.; JIANG, C.; GAO, M.; WANG, Q.; YAO, N.; MA, Y.; LI, Y.; FANG, H.;

SHANG, X.; NI, Y.; ZHANG, J.; YIN, N. Z.. Cyclocarya paliurus prevents high fat diet

induced hyperlipidemia and obesity in Sprague–Dawley rats. Canadian Journal of

Physiology and Pharmacology, v. 93, p. 677-686, 2015.

YURI, T.; DANBARA, N.; TSUJITA-KYUTOKU, M.; KIYOZUKA, Y.; SENZAKI, H.;

SHIKATA, N.; KANZAKI, H.; TSUBURA, A. Perillyl alcohol inhibits human breast cancer

cell growthin vitro and in vivo. Breast Cancer Research and Treatment, v. 84, p. 251–260,

2004.

ZHAO, R.; ZHOU, H.; SU, S. B. A critical role for interleukin-1β in the progression of

autoimmune diseases. International Immunopharmacology, v. 17, n. 3, p. 658–669, 2013.

ZHOU, H.; TAO, N.; JIA, L. Antifungal activity of citral, octanal and a-terpineol against

Geotrichum citri-aurantii. Food Control, v.37, p. 277-283, 2014.

Page 121: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

121

Tabela 10. Resultados de consumo alimentar (g. dia-1

) dos ratos Sprague-Dawley alimentados com diferentes dietas.

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas colunas seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA,

com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo).

* Início do consumo de dietas contendo os enantiômeros de -terpineol, nos grupos S25, S50, S100, R25, R50 e R100.

** Realização dos testes GTT e ITT

Grupo Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6* Semana 7 Semana 8 Semana 9 Semana 10** Semana 11**

AIN 18,00±1,77a 13,38±0,92

a 14,45±0,75

a 16,89±0,49

a 18,38±0,53

a 17,04±0,41

b 16,27±0,80

a 16,55±0,43

a 16,35±0,17

a 15,44±0,55

a 16,33±0,33

a

HF 14,93±1,95a 13,72±0,32

a 15,14±0,75

a 16,95±1,31

a 16,47±0,44

a 16,58±1,07

a 15,98±0,18

a 16,87±0,18

a 16,45±0,47

a 15,82±3,58

a 15,93±4,32

ab

S25 11,86±1,20b 9,10±1,82

b 8,75±0,93

b 10,17±2,47

b 9,46±0,81

bc 8,78±1,10

c 8,80±1,30

b 11,98±2,69

bc 9,67±0,52

b 10,65±2,36

b 10,92±1,90

b

S50 12,08±2,32b 7,28±1,27

b 9,58±2,62

b 8,38±1,07

b 7,87±1,67

c 7,98±1,53

c 8,87±1,08

b 9,05±1,52

c 9,20±2,08

b 10,51±2,87

b 8,88±1,31

b

S100 13,67±2,86ab

9,30±0,87b 8,53±0,97

b 7,71±0,72

b 8,96±2,11

bc 7,93±1,00

c 8,00±0,86

b 9,04±1,57

c 8,93±1,54

b 9,83±1,33

b 8,28±0,95

b

R25 10,08±2,92b 9,52±2,03

b 7,88±1,72

b 8,69±1,46

c 11,85±2,16

b 8,05±1,03

c 9,52±1,57

b 9,63±1,88

c 10,67±2,06

b 9,58±1,37

b 8,78±1,09

b

R50 14,94±2,55a 10,00±2,54

b 10,07±1,95

b 7,74±0,82

b 10,16±3,91

bc 13,80±0,92

b 15,17±2,22

a 15,64±2,21

a 13,30±3,17

a 14,83±1,68

a 14,23±3,05

a

R100 11,13±1,95b 8,42±0,93

b 9,63±1,63

b 10,12±2,56

b 9,52±2,62

bc 14,84±2,64

b 15,08±1,98

a 13,99±2,03

b 14,00±2,37

a 15,66±2,50

a 14,95±1,98

a

APÊNDICE: Resultados do ensaio biológico

121

Page 122: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

122

Tabela 11. Ingestão calórica (kcal. dia-1

) dos ratos Sprague-Dawley alimentados com diferentes dietas.

Grupo Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6* Semana 7 Semana 8 Semana 9 Semana 10** Semana 11**

AIN 77,66±7,62ab

57,72±3,98b 62,37±6,87

b 72,89±2,12

b 79,30±2,28

b 73,54±1,78

a 70,21±3,46

b 71,41±1,86

b 70,55±0,74

b 66,61±2,35

c 70,46±1,42

b

HF 83,67±9,89a 76,85±1,79

a 84,77±4,20

a 94,90±7,34

a 92,21±2,49

a 92,87±5,97

a 89,51±1,03

a 94,49±1,00

a 92,14±2,65

a 88,61±20,06

a 81,33±9,27

a

S25 65,77±6,63bc

54,74±3,89bc

48,52±5,13c 51,17±8,22

bc 52,47±4,52

c 48,69±6,10

a 48,78±7,21

c 66,42±14,92

bc 53,61±2,91

c 59,05±8,11

cd 60,56±10,51

bc

S50 72,00±7,38bc

40,61±7,10b 53,45±3,44

c 46,74±5,97

bc 43,92±9,35

c 44,56±8,52

c 43,53±6,94

c 50,50±8,49

c 47,23±6,49

c 53,30±10,25

cd 49,55±7,31

c

S100 75,93±15,89ab

51,63±4,84b 47,34±5,38

c 42,78±4,01

c 45,65±6,66

c 44,01±5,54

c 44,42±4,78

c 50,18±8,75

c 49,60±8,56

c 54,57±7,37

d 46,00±5,27

c

R25 55,99±16,23c 52,88±11,26

bc 43,78±9,56

c 48,26±8,08

c 65,84±11,98

bc 44,71±5,74

c 52,89±8,71

c 53,51±10,47

c 59,27±11,44

c 53,23±7,60

d 48,76±6,05

c

R50 83,09±14,16ab

55,64±14,10b 55,99±10,82

bc 43,06±4,58

c 56,51±21,75

bc 76,77±5,13

b 80,42±14,73

ab 81,20±17,94

ab 67,67±9,64

bc 82,48±9,33

b 79,17±16,96

ab

R100 61,82±10,82bc

46,73±5,16bc

53,46±9,08bc

56,22±14,21bc

52,84±14,53c 82,40±14,99

ab 83,74±10,99

ab 77,69±11,29

b 77,79±13,18

b 86,96±13,90

ab 83,00±11,00

ab

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas colunas seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-teste de

Tukey (n=6 por grupo).

* Início do consumo de dietas contendo os enantiômeros de -terpineol, nos grupos S25, S50, S100, R25, R50 e R100.

** Realização dos testes GTT e ITT.

122

Page 123: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

123

Tabela 12. Ingestão semanal (mg. kgpc-1

) dos enantiômeros de -terpineol, em relação ao peso

corporal dos animais.

Resultados apresentados como média ± desvio padrão.

* Realização dos testes GTT e ITT. #

Diferença estatística significativa (p<0,05) entre os grupos S100 e R100, nas semanas 6 e 7 do experimento.

One way, ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). Nos demais pares, não houve diferença estatística ns

Não significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade os pares S25 e R25, S50 e R50, S100 e

R100.

Grupo Semana 6 Semana 7 Semana 8ns

Semana 9 ns

Semana 10 ns

* Semana 11 ns

*

S25 6,54±1,01 6,31±1,21 8,26±1,35 6,51±0,57 6,84±1,54 6,98±1,11

S50 12,03±2,65 12,94±1,81 12,85±1,87 11,49±1,48 12,42±2,49 11,25±0,90

S100 24,02±3,04 23,62±3,18 24,44±2,93 25,60±3,42 26,96±4,75 22,44±3,20

R25 6,12±0,68 6,89±1,01 6,74±1,44 7,06±1,34 6,19±0,97 5,57±0,73

R50 17,74±3,01 15,69±1,81 14,54±2,27 12,82±1,78 13,70±1,11 12,75±1,88

R100 35,20±4,74# 31,32±1,21

# 27,41±1,94 25,50±3,66 27,10±3,12 25,38±1,80

Page 124: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

91

Tabela 13. Peso corporal médio (g) de ratos Sprague Dawley para os diferentes tratamentos, durante 12 semanas experimentais.

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas colunas seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA,

com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). ns

Não significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

* Início do consumo de dietas contendo os enantiômeros de -terpineol, nos grupos S25, S50, S100, R25, R50 e R100.

** Realização dos testes GTT e ITT.

Grupo Inícions

Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4 Semana 5 Semana 6* Semana 7 Semana 8 Semana 9 Semana 10** Semana 11**

AIN 159,9±14,7 184,4±9,6a 207,3±8,4

a 232,1±8,4

b 259,1±8,4

b 289,7±7,8

b 312,5±6,8

b 327,9±10,1

b 344,7±11,3

b 355,8±12,6

c 356,4±11,7

c 361,8±10,2

c

HF 146,5±21,1 182,5±24,0a 227,5±16,1

a 281,7±29,0

a 329,9±27,0

a 363,5±27,8

a 400,6±32,4

a 424,6±35,8

a 454,4±44,1

a 476,0±40,3

a 487,7±41,4

a 479,9±45,3

a

S25 177,1±23,7 192,7±21,8a 192,7±21,8

a 213,9±19,2

b 223,3±17,0

c 231,3±19,0

c 238,1±18,3

c 247,3±20,3

c 250,0±21,7

c 262,6±22,0

d 273,1±24,1

d 273,8±18,2

d

S50 176,5±11,2 191,3±8,4a 191,3±8,4

a 208,7±21,4

b 219,3±17,8

c 225,0±22,5

c 233,8±22,2

c 241,4±24,2

c 246,6±23,3

c 256,8±21,8

d 270,0±17,9

d 281,7±34,0

d

S100 164,6±20,9 192,3±22,1a 192,3±22,1

a 209,7±14,8

b 213,9±13,8

a 228,0±15,8

c 231,5±15,3

c 238,1±14,3

c 242,6±18,6

c 250,5±20,8

d 257,5±25,1

d 263,6±26,1

d

R25 168,4±32,9 184,6±28,1a 190,0±25,6

a 201,5±24,2

b 209,9±22,8

c 228,0±25,8

c 230,2±16,8

c 242,5±14,6

c 251,3±12,2

c 264,7±11,5

d 271,5±13,3

d 276,5±15,6

d

R50 170,8±15,5 184,7±14,4a 191,4±15,8

a 199,6±27,8

b 213,8±31,5

c 215,2±37,8

c 269,1±25,0

b 305,9±26,5

b 332,2±30,4

b 342,0±31,6

bc 362,4±31,8

bc 371,0±30,6

bc

R100 180,4±29,4 197,4±25,8a 202,0±25,6

a 210,5±25,0

b 221,4±28,2

c 236,2±35,4

c 295,5±35,2

b 333,2±40,4

b 356,9±43,9

b 379,2±28,8

b 404,2±38,9

b 412,1±45,0

b

124

Page 125: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

125

Tabela 14. Peso bruto (g) dos orgãos extraídos dos ratos Sprague-Dawley.

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas colunas seguidas por letras diferentes indicam

diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo).

Grupo Coração Fígado Rins Baço Ceco

Tecido

adiposo

marrom

Tecido

adiposo

epididimal

AIN 1,15±0,22ab 11,90±0,82b 2,43±0,13b 0,69±0,08b 2,78±0,43a 0,39±0,07b 5,94±1,02b

HF 1,26±0,25a 15,13±1,97a 2,89±0,20a 0,86±0,08a 2,15±0,22b 0,69±0,12a 12,59±3,02a

S25 0,89±0,07c 7,27±1,12c 2,52±0,09b 0,59±0,08bc 1,97±0,38b 0,35±0,06bc 3,17±0,69c

S50 0,95±0,09c 7,37±0,53c 2,30±0,16b 0,55±0,06c 2,20±0,45ab 0,24±0,05c 3,39±0,72c

S100 0,91±0,09c 7,54±0,53c 2,16±0,20b 0,59±0,11bc 2,47±0,32a 0,27±0,08c 2,54±1,08c

R25 1,00±0,17bc 8,17±1,11c 2,20±0,35b 0,52±0,10c 2,07±0,41b 0,24±0,07c 3,18±0,85c

R50 1,28±0,18a 11,32±2,52ab 2,64±0,24a 0,65±0,10bc 2,68±0,53a 0,37±0,13bc 6,55±1,08b

R100 1,29±0,17a 12,10±1,46a 2,72±0,28a 0,78±0,05a 2,69±0,72a 0,31±0,07bc 8,01±2,48b

Page 126: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

93

Tabela 15. Peso relativo dos órgãos (g. 100 g-1

), corrigido em relação ao peso corporal total.

Grupo Coração Fígado Rins Baçons

Ceco Marrom Epididimal

AIN 0,319±0,027b 3,29±0,15

a 0,671±0,031

b 0,192±0,022 0,766±0,125

a 0,108±0,017

ab 1,63±0,25

b

HF 0,273±0,017c 3,04±0,33

a 0,596±0,026

c 0,181±0,028 0,482±0,065

c 0,142±0,025

a 2,59±0,42

a

S25 0,328±0,039ab

2,66±0,38b 0,926±0,084

a 0,215±0,016 0,725±0,157

ab 0,116±0,020

ab 1,16±0,22

c

S50 0,348±0,026ab

2,71±0,08b 0,847±0,082

a 0,202±0,014 0,858±0,078

a 0,091±0,017

bc 1,24±0,19

c

S100 0,345±0,022ab

2,87±0,13b 0,811±0,076

a 0,225±0,032 0,942±0,138

a 0,091±0,019

bc 0,94±0,32

c

R25 0,384±0,022a 2,95±0,35

ab 0,840±0,088

a 0,192±0,041 0,802±0,145

a 0,088±0,026

bc 1,17±0,31

c

R50 0,330±0,011b 2,88±0,25

b 0,685±0,088

b 0,178±0,022 0,629±0,035

b 0,084±0,025

bc 1,83±0,28

b

R100 0,312±0,021b 2,93±0,12

b 0,664±0,067

b 0,191±0,014 0,647±0,177

b 0,076±0,010

c 1,91±0,46

b

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas colunas seguidas por letras diferentes indicam diferença

estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). ns

Não significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

126

Page 127: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

94

Tabela 16. Resultados dos testes de tolerância à glicose e insulina (GTT e KITT) dos animais dos diferentes grupos estudados.

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas colunas seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA,

com pós-teste de Tukey (n=6 por grupo). ns

Não significativo pelo teste de Tukey no nível de 5% de probabilidade.

Grupo

GTT

KITT

(%. min-1

) GTT x 10-5

(AUC)

Glicose (µM)

Inícions

Glicose (µM)

30 minutos

Glicose (µM)

60 minutos

Glicose (µM)

90 minutos

Glicose (µM)

120 minutos

AIN 2,209±0,189c 1483,6±128,9 2603,6±410,9

c 1672,7±107,6

c 1525,4±159,4

c 1396,4±118,1

b 5,41±0,54

a

HF 2,894±0,294b 1287,3±167,4 3134,5±193,5

bc 2676,4±265,8

b 2003,6±492,0

b 1814,6±184,3

a 3,03±0,85

c

S25 3,618±0,541ab

1609,5±146,6 4833,1±1107,9a 3107,2±498,1

a 2229,1±0,20

ab 1761,1±203,6

a 3,22±0,15

c

S50 3,839±0,516a 1394,3±264,2 4250,9±974,2

a 3413,9±684,9

a 2523,0±366,4

a 1920,7±321,6

a 4,82±1,27

a

S100 3,503±0,583ab

1409,0±293,8 4593,3±1008,0a 2786,2±352,5

b 2417,6±482,9

a 1822,9±256,9

a 4,27±0,76

ab

R25 3,359±0,704ab

1506,5±243,8 4799,3±1227,8a 2642,5±420,2

b 2192,6±294,9

ab 1873,4±298,8

a 3,53±0,81

bc

R50 2,892±0,390b 1466,0±67,9 3282,6±341,2

ab 2494,1±394,1

b 1855,7±192,2

b 1818,9±115,4

a 4,41±0,87

a

R100 3,493±0,543ab

1473,8±251,1 5193,7±984,7a 3089,0±484,1

ab 2148,2±153,0

ab 1880,3±255,3

a 4,82±1,27

a

127

Page 128: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

95

Tabela 17. Efeito das diferentes concentrações dos enantiômeros de -terpineol (25, 50 e 100 mg. kg-1

) das dietas sobre os parâmetros

bioquímicos e níveis de citocinas TNF-α e IL-1β nos diferentes grupos de ratos Sprague Dawley estudados.

Resultados expressos como média ± desvio padrão. Médias nas linhas seguidas por letras diferentes indicam diferença estatística significativa (p<0,05). One way, ANOVA, com pós-

teste de Tukey (n=6 por grupo).

Grupo AIN HF S25 S50 S100 R25 R50 R100

Triglicerídeos

(mg. dL-1

) 34,86±9,72

b 81,90±18,90

a 73,36±7,19

a 68,20±21,82

a 67,48±12,68

a 70,75±28,93

a 62,25±9,76

a 69,40±21,39

a

Colesterol Total

(mg. dL-1

) 55,06±9,40

c 66,40±3,20

b 88,25±14,89

a 78,27±8,19

a 82,90±19,60

a 82,98±17,08

a 59,26±9,95

bc 63,12±6,14

bc

Colesterol LDL

(mg. dL-1

) 48,06±8,49

c 57,74±3,19

b 89,92±19,17

a 71,53±14,14

a 77,98±24,97

a 78,02±21,00

a 54,37±13,78

bc 59,31±8,76

bc

AST (U. L-1

) 14,21±2,31c 30,45±7,99

b 26,49±5,95

b 30,91±7,45

b 45,65±6,81

a 30,04±5,18

b 26,80±7,47

b 25,52±6,43

b

ALT (U. L-1

) 5,80±1,69c 17,69±5,89

a 6,38±3,06

bc 9,96±2,92

b 9,86±2,37

b 9,28±3,52

b 6,84±2,15

bc 9,86±3,15

bc

TBARS soro

(nmol MDA mg-1

) 3,11±0,56

b 4,34±0,52

a 2,29±0,31

bc 1,73±0,38

cd 2,58±0,60

bc 2,54±0,58

bc 1,03±0,20

d 1,93±0,18

cd

TBARS tecido

(nmol MDA mg-1

tecido)

4,70±0,59b 6,63±0,57

a 3,69±0,76

b 4,40±0,49

b 4,27±0,57

b 4,24±0,81

b 4,36±0,58

b 4,15±0,95

b

TNF-α (ng. mL-1

) 0,157±0,007a 0,158±0,021

a 0,069±0,015

cd 0,065±0,015

cd 0,046±0,012

d 0,108±0,018

b 0,088±0,015

c 0,119±0,013

b

IL-1β (ng. mL-1

) 0,159±0,034a 0,133±0,026

a 0,095±0,025

b 0,086±0,035

b 0,077±0,009

b 0,069±0,015

b 0,074±0,033

b 0,095±0,032

b

128

Page 129: GARDENIA MARTINS DE SOUSA PRODUÇÃO E ... - taurus.unicamp…taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/332329/1/Sousa_GardeniaMar… · 62 Figura 9. Curvas de separação de R-(+)-limoneno

129

ANEXO - Comitê de Ética em Pesquisa Animal do Instituto de Biologia da Unicamp

(CEUA/Unicamp)