Exemplo: extensômetro Huggenberger Baseia-se na ... · s - sensibilidade do EE à deformação...
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CAP. 3 - EXTENSÔMETROS - "STRAIN GAGES"
3.1 - Extensômetros Mecânicos Exemplo: extensômetro Huggenberger Baseia-se na multiplicação do deslocamento através de mecanismos de alavancas.

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Da figura: Δl' = (w2 / w1) Δs = (w2 / w1) (v2 / v1) Δl O fator de amplificação varia de 300 a 2000, dependendo do modelo. Exemplo: • Modelo tipo A • Amplificação = 1200 • Comprimento = 1 in • Faixa = 0,004 in • Precisão = ± 10 μ in/in Desvantagens: • Problemas de montagem: os cutelos devem ser
montados com pressão contra a peça, de modo que não haja escorregamento nem danos ao instrumento
• Apenas para aplicações estáticas • Cutelo tende a se desgastar, alterando o fator de
amplificação 3.2 - Extensômetros Ópticos Princípio de funcionamento: difração de uma luz monocromática (laser)

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Da figura, se R >> b (distância à tela muito maior que a abertura entre as lâminas), a distribuição de intensidade de luz será: I = A0
2 (sen2β) / β2 β = (π b sen θ) / λ onde
A0 é a amplitude na linha de centro (θ=0); λ é o comprimento de onda da luz Se y (distância à linha de centro) for pequena, senθ = y/R e β = ( π b / λ ) ( y / R ) A intensidade é nula para sen β = 0 ou β = n π (n=1,2,3,.....) Considerando os pontos onde I = 0 (β = n π) : b = (λ R n) / y n é a ordem no padrão de difração Quando a peça é tensionada: Δb = ε L e o padrão de difração após deformação será b + Δb = (λ R n* ) / y1 Padrão de difração antes da deformação: b = (λ R n* ) / y0

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b + Δb - b = Δb Δb = (λ R n* ) / y1 - (λ R n* ) / y0 Δb = (λ R n* ) (y0 - y1) / (y0 y1) ε = Δb / L = (λ R n* ) (y0 - y1) / (y0 y1) L Na prática, n* é escolhida a maior possível para facilitar a medição da distância y (com maior precisão), Este método compensa variações de temperatura se as lâminas forem feitas com o mesmo material da peça em análise.

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3.3 - Extensômetros Acústicos Princípio de funcionamento: freqüência de vibração de um arame de aço.
Uma das bobinas eletromagnéticas é usada para manter o arame vibrando em sua freqüência natural; a outra é usada para captar esta freqüência. (Na prática, o sinal captado é amplificado e realimentado para a bobina excitadora). Um extensômetro de referência é utilizado. Não possui os cutelos e a tensão no arame é dada por um cabeçote micrométrico. Os dois extensômetros são colocados próximos entre si para compensar efeitos de temperatura e a tensão no arame do extensômetro de referência é regulada para que vibrem na mesma freqüência (pode-se monitorar a tensão de saída das bobinas que captam a freqüência de vibração).

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Após aplicação do carregamento na peça, a freqüência do extensômetro de referência é reajustada para que ambos voltem a vibrar na mesma freqüência e a leitura no cabeçote micrométrico é proporcional à deformação. A freqüência natural de um arame tensionado é:
f 1
2Lgw
=σ
onde L - comprimento entre os suportes g - aceleração da gravidade σ - tensão no arame w - densidade do material do arame Em termos de deformação:
f 12L
g E w
=ε
onde E - módulo de Elasticidade do material Podem ser determinadas deformações da ordem de 0,1 μin com estes instrumentos. A faixa é limitada, em geral, a um milésimo do comprimento do arame para evitar sobre- ou sub-tensionamento no arame.

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3.4 - Extensômetros Elétricos Resistivos 3.4.1 - Princípio de Funcionamento A resistência elétrica R de um condutor de seção transversal uniforme A, comprimento L e resistividade do material ρ é dada por: R = ρ L / A Derivando e dividindo pela resistência total R tem-se:
dRR
d dLL
dAA
= + −ρρ
dA representa a mudança na seção transversal devido à deformação na direção transversal, que é igual a - ν (dL/L) Se o diâmetro do condutor antes da aplicação da tensão for d0 , o diâmetro após aplicação da tensão será:
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
LdL-1 d = d 0f ν

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LdL2
L
dLLdL-2
AdA
2
2 ννν −≈+= ⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
Assim, ( )νρρ 21
LdLd
RdR
++=
Definindo-se SA como a sensibilidade da liga metálica usada na fabricação do condutor e como a variação de resistência por unidade de resistência inicial dividida pela deformação aplicada, tem-se:
ερρ
νε
d
21RdR
LdLRdR
AS ++===
1 2 Variações nas dimensões+ ⇒ν d
Variação na resistividade
ρρε ⇒
(aparentemente relacionada à variação na mobilidade dos elétrons livres)

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3.4.2 - Formas construtivas Trabalha-se como limite mínimo de resistência de 100Ω para se minimizar o calor gerado pelo sensor e sobrecarga na fonte. Um strain-gage fabricado com um fio de diâmetro 0,025mm e resistência de 1000 Ω/m , necessita de 100mm de fio. Inicialmente, os extensômetros elétricos (EE) de fios "retos" eram muito grandes e aplicados através de cutelos à peça em estudo. A partir da década de 50, foram produzidos os EE do tipo folha ou lâmina ("foil strain-gages"), cuja configuração de grade é obtida a partir de uma folha metálica através de um processo de ataque químico (similar à fabricação de circuitos impressos). Para possibilitar o manuseio, o filme metálico é aderido a uma folha de plástico que serve de suporte e isolante entre o EE e a peça em estudo. Este suporte também traz marcas que facilitam a instalação.

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3.4.3 - Métodos de montagem A precisão da indicação da deformação pelo EE está fortemente relacionada com o emprego de técnicas corretas de montagem e com o adesivo empregado.
Procedimento para instalação de um EE:
• Tratamento da superfície da amostra • Marcação do local onde será colado o EE • Escolha do adesivo • Colagem do EE • Aplicação da pressão de contato e cura • Verificação da resistência do EE e isolamento • Ligação do EE • Tratamento à prova de umidade (se necessário) • Ligação de circuitos e conexão ao aparelho de
medição

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Após colagem, devem ser feitos testes para verificação da montagem: • para verificação da existência de bolhas,
pressionar levemente o EE com uma borracha macia e verificar se existe alteração na indicação".
• medir a resistência de isolação entre o EE e a peça. Valor típico de uma boa montagem = 10000MΩ. Valores menores podem indicar necessidade de maior tempo de cura do adesivo.

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• se possível, aplicar ciclo de deformações e verificar a ocorrência de "zero drift".
• se possível, aplicar ciclo de temperaturas e verificar a ocorrência de "zero drift".
3.4.4 - Sensibilidade e Fator de Calibração (Gage factor) Já vimos a definição de SA para a liga de fabricação do EE. Quando o condutor é colocado na forma de uma grade para diminuir o tamanho do sensor, este apresenta uma sensibilidade a deformações axiais e transversais: (ΔR / R) = Sa εa + St εt + Ss γat onde: Sa - sensibilidade do EE à deformação axial St - sensibilidade do EE à deformação transversal Ss - sensibilidade do EE à deformação angular (torção) εa - deformação na direção axial εt - deformação na direção transversal γat - deformação angular Em geral, Ss é pequena e (ΔR / R) = Sa (εa + (St / Sa) εt ) sendo (St / Sa) = Kt = Fator de sensibilidade transversal

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O fabricante do EE fornece uma constante de calibração conhecida como “gage factor” ou Sg para cada EE. Este fator relaciona a mudança de resistência em relação à deformação axial.
(ΔR / R) = Sg εa Eq. (a) O “gage factor” é determinado experimentalmente para cada lote de fabricação.

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• Cálculo do erro porcentual quando a sensibilidade transversal do EE é desprezada:
εt = - ν εa ν = coef. de Poison
(ΔR / R) = Sa εa (1 - ν Kt)
pela equação (a):
Sg = Sa (1 - ν Kt)
mas (ΔR / R) = Sa εa (1 + Kt (εt / εa))
ou
(ΔR / R) = [Sg εa (1 + Kt (εt / εa))] / (1 - ν Kt)
εa = [(ΔR / R) (1 - ν Kt)] / [Sg (1 + Kt (εt / εa))]
Se apenas o “gage factor” for considerado:
ε*a = (ΔR / R) / Sg
εa = ε*a [(1 - ν Kt)] / [(1 + Kt (εt / εa))]
Assim,
Erro (%) = (100 (ε*a - εa)) / εa
Erro (%) = [100 Kt ((εt / εa) + ν)] / [(1 - ν Kt)]

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3.4.5 – Características dos “strain-gages” 3.4.5.1 – Linearidade, Histerese e “Zero drift” do sistema Depende do nível de deformação, da adequação do adesivo utilizado, do grau de deformação a frio do material do EE e do material do suporte.

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3.4.5.2 – Compensação de variação de temperatura Efeitos:
1. Sensibilidade do material SA varia (para temperatura ambiente é desprezível)
2. Comprimento da grade varia (Δl / l) = α ΔT 3. Comprimento da base varia (Δl / l) = β ΔT 4. Resistência varia (ΔR / R) = γ ΔT (variação da
resistividade) Assim, a variação de resistência devido aos efeitos de temperatura será:
(ΔR / R) = (β - α) Sg ΔT + γ ΔT
Existem EE “termo-compensados” onde os coeficientes de expansão da liga e da base são iguais e a variação da resistividade é muito baixa. Esta compensação vale para uma faixa limitada de temperaturas, por exemplo, de -30 a 190ºC para a liga Advance e de -70 a 260ºC para a liga Karma. 3.4.5.3 – Limites de deformação Dependem do comprimento do EE da liga do material da base (suporte) do adesivo 3.4.5.4 – Dissipação de calor

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A potência a ser dissipada depende da tensão aplicada e da resistência do EE. Depende: • do tamanho do EE (w0 e l0) • da configuração da grade (espaçamento e
tamanho dos fios) • do suporte (material e espessura) • do adesivo (material e espessura) • do material do corpo de prova (condutibilidade
térmica) • do volume do corpo de prova • da proteção contra o ambiente • da velocidade do ar sobre a instalação
Densidade de potência =
(potência P a ser dissipada) (área A da grade do EE)

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3.4.6 - Circuitos para medições 3.4.6.1 - Circuito potenciométrico
Vr1
1VRR
RE21
1
+=⎥⎦
⎤⎢⎣⎡
+= onde r = R2 / R1
VR+R+R+R
R+R=EE2211
11
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡
ΔΔΔ
Δ+
VRR
RR+R+R+R
R+R=E21
1
2211
11
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡
+−
ΔΔΔ
Δ
ou, considerando r = R2 / R1 temos:

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V
RRr
RR
r)(111
RR
RR
r)+(1r
=E
2
2
1
1
2
2
1
12
⎥⎥⎥⎥
⎦
⎤
⎢⎢⎢⎢
⎣
⎡
⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ Δ+
Δ⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡+
+
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ Δ
−Δ
Δ
(função não linear de ΔR1/R1 e ΔR2/R2)
( )V1RR
RR
r)+(1r=E
2
2
1
12 η−⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ Δ
−Δ
Δ
onde o termo não linear η é dado por:
⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ Δ+
Δ⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡2
2
1
1
RRr
RR
r)+(11+1
11-=η
Mas se R1=Rg (resistência do EE) e R2 é fixo (ΔR2=0), tem-se:
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡Δ⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡g
g
RR
r)+(11+1
11-=η

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[ ]εη
gS⎥⎦
⎤⎢⎣
⎡r)+(1
1+1
11-=
Para faixas usuais de circuitos potenciométricos, para se manter o erro introduzido pela não consideração do termo não-linear menor que 2%, tem-se faixas de 2 a 10% de deformação para r de 2 a 9, o que é suficiente para componentes de materiais metálicos. A sensibilidade do circuito potenciométrico pode ser escrita por:
εV
RR
RR
r)+(1r=Sc
2
2
1
12 ⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ Δ
−Δ
Se ΔR2=0 e R1 for o EE:
Sc = r(1+r)
S V2 g
A tensão de alimentação V deve ser limitada pela máxima potência que o EE é capaz de dissipar

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Compensação de temperatura: Se R1=R2=Rg ΔRT será cancelada. 3.4.6.2 - Ponte de Wheatstone
E=0 e a ponte estará em balanço (ou em equilíbrio) se R1 R3 = R2 R4 Pode-se demonstrar que, para uma ponte inicialmente em balanço, a variação de tensão elétrica devido a incrementos ΔR nas resistências será dada por:

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⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ Δ
−Δ
+Δ
−Δ
+Δ4
4
3
3
2
2
1
1
212
21
RR
RR
RR
RR
)R+(RRRV=E
Fazendo-se r = R2 / R1
⎥⎦⎤
⎢⎣⎡ Δ
−Δ
+Δ
−Δ
+Δ4
4
3
3
2
2
1
1
2 RR
RR
RR
RR
r)+(1rV=E
Sensibilidade da ponte: SC = ΔE / ε Se um circuito com múltiplos strain-gages (n) cujas saídas se somam quando colocados na ponte, pode-se escrever:
Δ ΔRR
n RR
n Sm
mg
m 1
n
= ==∑ ε
Assim,
S = V r(1+r)
n SC 2 g

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A máxima sensibilidade do circuito ocorre quando r=1, ou: SC = Sg V 3.4.7 – Análise de Resultados

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No caso mais geral, não se conhecem o campo de tensões ou a direção das tensões principais antes da análise experimental. Assim, empregam-se as rosetas de três elementos para se determinar o campo de tensões. Considere-se três EE alinhados aos eixos A, B e C quaisquer:
εA = εxx cos2 θA + εyy sen2 θA + γxy senθA cosθA εB = εxx cos2 θB + εyy sen2 θB + γxy senθB cosθB εC = εxx cos2 θC + εyy sen2 θC + γxy senθC cosθC

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Resolvendo-se as equações acima simultaneamente, encontram-se εxx , εyy e γxy As deformações principais e sua direção são dadas por: _______________
ε1 = 0,5 (εxx + εyy) + 0,5 √(εxx - εyy)2 + (γxy)2 _______________
ε2 = 0,5 (εxx + εyy) - 0,5 √(εxx - εyy)2 + (γxy)2 tg 2∅ = (γxy) / (εxx - εyy) onde ∅ é o ângulo entre o eixo principal σ1 e o eixo x As tensões principais são dadas por: σ1 = [ E (ε1 + νε2)] / (1 - ν2) σ2 = [ E (ε2 + νε1)] / (1 - ν2) τmax = (σ1 - σ2) / 2

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• Roseta retangular θA = 0º θB = 45º θC = 90º εA = εXX εB = 0,5 (εXX + εYY + γXY) εC = εYY 0º < ∅1 < 90º se εB > 0,5(εA + εC) -90º < ∅1 < 0º se εB < 0,5(εA + εC) ∅1 = 0º se εA > εC e εA=ε1 ∅1 = ±90º se εA < εC e εA=ε2

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• Roseta delta θA = 0º θB = 120º θC = 240º εA = εXX εB = 0,25 (εXX + 3εYY -√3 γXY) εC = 0,25 (εXX + 3εYY +√3 γXY) 0º < ∅1 < 90º se εC > εB -90º < ∅1 < 0º se εC < εB ∅1 = 0º se εB = εC e εA > εB = εC ∅1 = ±90º se εB = εC e εA < εB = εC

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3.4.8 – Exemplos de Aplicação e Instalação de Extensômetros

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