Escatologia- Doutrina Das Ultimas Coisas-Severino Pedro Da Silva

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  • DIGITALIZADO POR: PRESBTERO

    (TELOGO APOLOGISTA) PROJETO SEMEADORES DA PALAVRA

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  • S m rito Pedro da Silva

  • Todos os Direitos Reservados. Copyright 1988 para a lngua portu- guesa da Casa Publicadora das Assemblias de Deus.

    236 Silva, Severino Pedro da SILe Escatologia, doutrina das ltimas coisas.

    Rio de Janeiro, CPAD, 1988.1 v.

    1. Escatologia. 2. O Anticristo.

    I. Ttulo.

    Casa Publicadora das Assemblias de DeusCaixa Postal 33120001, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

    11' Edio 1998

  • ndiceApresentao............................................................................................ 6Prefcio..................................................................................................... 7Introduo................................................................................................. 9

    1. O que Significa Escatologia........................................................... 112. Que Gerao Esta?....................................................................... 293. A Entrega dos Galardes............................................................... 354. A Celebrao das Bodas................................................................ 455. A Invaso Russa............................................................................. 516. O Perodo de D or............................................................................ 637. A Construo do Templo.............................................................. 758. A Manifestao do Anticristo....................................................... 839. A Batalha do Armagedom............................................................. 93

    10. A Grande D estruio,.......................................................................10511. A Grande Carnificina.......,..............................................................11112. O Julgamento das N aes............................................................. 11513. Tudo Sobre Dispensaes................................................................ 12114. As Alianas Existentes....................................................................12715. Os Mil Anos........................................................................................ 13316. A Morte e a Ressurreio................................................................14717. Lugar de Suplcio.............................................................................16118. O Significado da Palavra Cu........................................................ 17119. O Juzo Final...................................................................................... 17720. A Vida E te rn a .................................................................................... 183Bibliografia................................................................................................ 187

  • ApresentaoO Pastor Severino Pedro da Silva brinda-nos com este

    livro, Escatologia, doutrina das ltimas coiss, um exce- lente tratado que descreve os acontecimentos futuros, a partir do Arrebatamento da Igreja. Com muita proprieda- de, numa linguagem simples, de fcil compreenso, narra a entrega dos galardes aos que se empenharam pela salva- o do mundo, a celebrao das Bodas do Cordeiro, a Grande Tribulao, a manifestao do Anticristo, a cons- truo do novo Templo em Jerusalm, a invaso russa, a batalha do Armagedom, a destruio dos exrcitos aliados,0 julgamento das naes, 0 Milnio, a batalha final, a der- rota de Satans e de todos os anjos maus, a ltima ressur- reio e 0 julgamento final, 0 fogo do Inferno, 0 novo Cu e a nova Terra, a vida eterna.

    Tenho a certeza de que todos os que lerem este livro, gostaro de seu contedo. Por isso, 0 apresento e recomen- do.

    Horcio da Silva Jnior, pr Diretor Executivo da CPAD

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  • PrefcioAs profecias sempre me fascinaram. E este livro foi es-

    crito para satisfazer uma exigncia generalizada entre os estudantes de Escatologia Bblica.

    J havia muito que se esperava um tratado dinmico, enriquecido e aprofundado sobre este assunto.

    Seu autor, pastor Severino Pedro da Silva, conheci- do de todos ns e vem sendo usado grandiosamente por Deus para uma tarefa de suma importncia que , sem d-l ida, escrever para 0 deleite espiritual do povo de Deus e at fora dele.

    Este livro - a Doutrina das ltimas Coisas - revela no- tvel unidade de estilo e de linguagem. Isto se deve, em grande parte, experincia e conhecimento do autor.

    A mensagem nele contida tem uma consistncia vital que se encaixa com 0 equilbrio estrutural de seu argumen- to. O ponto central de seu contedo nosso Senhor Jesus Cristo e suas manifestaes com dissertaes sobre as pro- fecias futursticas.

    So Paulo, 1987 Js Wellington Bezerra da Costa

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  • IntroduoA Escatologia = do grego Eschaton a doutrina que

    diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindou- ro. Dela se depreendem vaticnios cujos temas so de al- cance muito vasto.

    Alguns deles ainda surgiro (em seu cumprimento) ao cenrio de nossa histria.

    O cumprimento destas profecias, luz de cada con- texto, no depende da vontade ou da imaginao humana, mas exclusivamente de Deus (*Jr 1.12).

    Estas predies. em seu contexto geral, so denomina- das guisa futurstica de A Palavra dos Profetas, ... qual (afirma o apstolo Pedro) bem fazeis em estar aten- tos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, at que o dia esclarea, e a estrela da alva aparea em vossos cora- es (2 Pd 1.19).

    H, hoje em dia, grande interesse pelas profecias. Tal interesse deve-se aos grandes acontecimentos polticos e religiosos na vida de Israel e na das demais naes do mun- 4m (Lc 21.29).

  • 0 povo tem obsesso de conhecer o que vai acontecer no futuro. E assim tem sido desde o princpio do mundo. Os profetas de ambos os Testamentos predisseram com antecedncia de sculos, no primeiro caso, e at de alguns meses, no segundo, todos os episdios futuros e, at com mincias, em vrios de seus elementos doutrinrios e pro- f ticos.

    O prprio Jesus, desde que irrompeu e com Ele o Reino de Deus , pregava uma escatologia natural, pre- sente e atual na vida do mundo e da Igreja.

    So Paulo, 1987 Severino Pedro da Silva

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  • O que Significa Escatologia1. Definio do termo

    O termo escatologia e seus cognatos correspondem doutrina das ltimas coisas .

    Escaton (que vem por ltimo) designa a doutrina que diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindu- ro.

    Desde que Cristo irrompeu e com Ele o Reino de Deus, o domnio da escatologia j est presente misteriosa- mente entre ns, com o seu peso de promessas e, simulta- neamente, seu atual julgamento.(1)2. Definio do argumento

    Existem em o Novo Testamento alguns termos tcni- cos que designam o domnio presente, atual e futuro, ao mesmo tempo, da escatologia na vida da Igreja e na vida do mundo.

    Estes termos, segundo se diz, focalizam com exclusivi- dade este tempo futuro. Vejamos:

    a. E nos ltimos dias acontecer, diz Deus, que do meu Esprito derramarei sobre toda a carne... (J1 2.28 e ss; At 2.17 e ss).

  • b. Mas o Esprito expressamente diz que nos ltimos dias apostataro alguns da f... (1 Tm 4.1a).

    c. Sabe, porm, isto: que nos ltimos dias sobreviro tempos trabalhosos (2 Tm 3.1).

    d. Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a ns falou- nos nestes ltimos dias pelo Filho (Hb 1.1).

    e. Sabendo primeiro isto: que nos ltimos dias viro escarnecedores... (2 Pd 3.3a), etc.

    Portanto, a expresso os ltimos dias e seu equiva- lente apontam para: a descida do Esprito Santo em sua plenitude (J1 2.28; At 2.17 e ss); para a poca do Evangelho de Cristo (Hb 1.1) e, concomitantemente, para os ltimos dias maus (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1; 2 Pd 3.3).

    3. A vinda de JesusA vinda do Senhor Jesus tem uma trplice relao:

    Igreja (para o arrebatamento), a Israel (para seu preparo em receber o Messias sete anos depois) e, s Naes (para o Milnio). A trplice diviso natural depreendida de 1 Tessalonicenses 4.16 que expressa o significado do argu- mento quando diz:

    ...o alarido ( Igreja); ...a voz do arcanjo (a Israel); ...a trombeta de Deus (s Naes).a. Em relao Igreja. Para com a Igreja, a descida do

    Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transfor- mar os crentes vivos apresentada como constante expec- tao e esperana (1 Co 15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 Tm 6.14; Tt 2,13; Ap 22.20).

    b. Para Israel. Para o povo escolhido, a vinda do Se- nhor predicada para cumprir as profecias que dizem res- peito ao seu ressurgimento nacional, a sua converso, e es- tabelecimento em paz e() poder sob o Pacto Davdico (Am 9.11,12; At 15.14-17).

    c. Para as Naes. No caso das Naes, a Volta do Se- nhor predicada para consumar a destruio do presente sistema poltico universal (Dn 2.44,45; Ap 19.11 e ss). Sen- do, porm, que os dois ltimos acontecimentos relaciona- 12

  • dos com Israel e as Naes s tero lugar sete anos depois do arrebatamento da Igreja por Jesus Cristo.

    4. O desenvolvimento do argumentoA volta do Senhor, no que diz respeito sua primeira

    vinda (ou fase), se destinar apenas sua Igreja, e cha- mada de encontro em 1 Tessalonicenses 4.17. A palavra arrebatamento no se encontra, graficamente falando, nas passagens que descrevem o momento do arrebatamen- to da Igreja, mas a idia do termo est na frase inserida. Isto , no contexto que diz: ...seremos arrebatados (1 Ts 4.17).

    A presente expresso obedece seguinte sentena: tirar , arrancar , levar , afastar , tirar por fora ou por violncia , impelir , suprimir , elidir , etc.( ) To- das estas expresses designam, fundamentalmente, 0 traslado de uma coisa de um lado para outro ou de uma di- menso inferior para uma outra superior.

    Encontramos em o Novo Testamento cinco termos tcnicos na lngua grega que descrevem a manifestao de Cristo em suas duas fases futuras: Arrebatamento e Parou- sia e cada uma delas exemplificadas com passagens bbli- cas:

    a. Optomai (aparecer). Assim tambm Cristo, ofere- cendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, apare- cer segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para sal- vao (Hb 9.28).

    b. Ercomai (vir). E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejai vs tambm (Jo 14.3).

    c. Epphanos (apario). Que guardes este manda- mento sem mcula e repreenso, at a apario de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tm 6.14).

    d. Apokalypsis (revelao, desvendamento). De ma- neira que nenhum dom vos falta, esperando a manifesta- o de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 1.7).

    e. Parousia (presena ou vinda). E ento ser revela- do o inquo, a quem o Senhor desfar pelo assopro da sua boca, e aniquilar pelo esplendor da sua vinda (2 Ts 2.8).

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  • Aqui estudamos a ocasio da parousia de Cristo.(4) Ser no fim da Grande Tribulao, e, efetivamente, termi- nar esse perodo de aflio.

    O aparecimento do Rei ser acompanhado de certos sinais que no deixaro ningum em dvida sobre o que vai acontecer (Mt 24.29). Isto significa que a volta do Se- nhor, portanto, ter efeitos opostos e resultados positivos (para os santos) e negativos (para os incrdulos). Os efeitos sero sentidos sobre: amigos (Mt 24.31) e inimigos (Mt 24.30); tristeza e alegria, gemidos e adorao, medo e deli- cias.

    Ele no vir como veio da primeira vez, em fraqueza (a fraqueza de Deus) e humildade, mas na glria e poder (Ap 1.7; 19.11-21).

    5 .0 encontro Em 1 Tessalonicenses 4.17, a palavra arrebatamen-

    to tem o mesmo sentido no grego que nosso encontro , em Atos 28.15 onde lemos: ...ouvindo os irmos novas de ns, nos saram ao encontro praa de pio e s trs Ven- das. E Paulo vendo-os deu graas a Deus, e tomou ni- mo .

    A palavra encontro , neste sentido, significa portan- to literalmente sair a fim de voltar com algum . So- mente duas passagens focalizam essas palavras com tal sentido, a saber: no trecho de Gnesis 24.63-67 e Mateus 25.1,6.

    Na passagem de Gnesis descreve-se o encontro de Rebeca com Isaque e na passagem de Mateus ilustra o en- contro da Igreja com Cristo.

    a. Para Israel. A volta do Senhor no que diz respeito sua segunda fase (Parousia) se destinar especificamente a Israel, mas as Naes, de um certo modo, esto envolvi- das no acontecimento.

    Prenunciando a volta do Senhor nos ares, Israel re- presentado na figueira que brota. Aprendei pois esta pa- rbola da figueira: Quando j os seus ramos se tornam ten- ros e brotam folhas, sabeis que est prximo o vero (Mt 24.32). As parbolas foram mtodos de ensino muito usa- dos por Jesus. As parbolas so estrias que transmitem 14

  • instruo, comunicando geralmente um ponto importan- te.( )

    O ponto enfatizado na parbola da figueira contada por Jesus tem como objetivo ensinar-nos a identificar um "perodo de tempo geral .

    Quando as folhas da figueira comeam a brotar, sabe- mos que o vero se aproxima. Ainda hoje em Israel a natu- reza da figueira continua a mesma. To-somente quando as rvores ali brotam, anunciam a vinda da primavera, as- sim estes sinais (disse Jesus) anunciaro a Volta do Rei em glria.

    b. A figueira nesta passagem e em outras do mesmo gnero Israel (Lc 13.6-9). A nao judaica comparada a trs rvores nas Escrituras Sagradas:

    vinha (Is 5.1-7), este foi o conceito de Isaas e de ou- tros profetas do Antigo Testamento.

    A oliveira (Rm 11.17 e ss), este foi o conceito de Paulo por amor de seu argumento.

    E figueira (Mc 13.28), este foi o conceito de Jesus em relao a Israel. Antigamente a nao era como uma vi- nha frutfera , depois uma figueira estril , e mais tarde na Vinda do grande Rei uma oliveira florescente .

    O Senhor Jesus j no entardecer de seu ministrio ter- reno exorta-nos a observar os acontecimentos por virem na vida de Israel e depois acrescenta: Olhai para a figuei- ra, e para todas as rvores (Lc 21.29).(6) Ora, a partir do ano 70 d.C., a figueira secou-se de acordo com as palavras profticas de Jesus (Lc 13.8,9), e durante quase dois mil anos que se seguiram, a nao israelita se transformou pro- feticamente falando num monto de ossos secos (cf. Ez 37.1,2,11). Esses ossos como diz o profeta do Senhor, se- riam espalhados na face de um grande vale (o mundo), e ali seriam absorvidos pelas sepulturas (as naes). (Cf 37.12).

    Mas apesar de tudo, a promessa de Deus de restau- rao e. em 14 de maio de 1948, a figueira comea ento a brotar , e as sepulturas (as naes) devolvem a Israel no s seus filhos, mas tambm sua Terra e, de l para c, o grande progresso na vida deste povo so os brotos, preditos por nosso Senhor quando falou sobre o futuro (Mt 24.33).

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  • (c) Mas segundo os ensinos de Jesus, no s a figueira (Israel) seria alvo das profecias, mas todas as rvores ha- viam tambm de brotar Lc 21.29). As Escrituras so profticas e se combinam entre si em cada detalhe! Todas as naes que margeiam Israel vm, de uma maneira ou de outra, sentindo um certo progresso. Isto prenuncia a Vinda do Senhor, que continua dizendo: No passar esta gera- o...6. A posio de Cristo

    No plano mais amplo de Seu ministrio mediatorial, Cristo est agora assentado no Cu aguardando . O grego kxouai transmite o significado de algum esperando o recebimento de alguma coisa vinda de outro. Isto mostra Cristo agora na atitude de algum que est esperando; en- contra-se revelado em Hb 10.12,13. Ele est entronizado e pacientemente aguarda: o tempo certo e a ordem do Pai. Mas enquanto isso no acontece, Ele est exercendo sua trplice funo:

    Primeiro, como concessor de dons (Ef 4.7-16), e o dire- tor do seu exerccio (1 Co 12.4-11), e conforme tipificado pelos sacerdotes do Antigo Testamento que consagravam os filhos de Levi (x 29.1-9), Cristo est incessantemente ativo no Cu. Em relao a isto, todo o campo de servio fica adequadamente apresentado e a que deve ser notada est entre a atividade universal trplice do crente como sa- cerdote e o seu exerccio dirio.

    Segundo, como intercessor, Cristo continua o seu mi- nistrio no Cu, o qual comeou aqui na terra (Jo 17.1-26; Rm 8.34). Este empreendimento estende-se ao seu cuidado pastoral daqueles que Ele salvou. Ele vive para sempre para fazer intercesso por eles, e por causa disto Ele pode salv-los quando se aproximam de Deus atravs dele (Hb 7.25).

    Ele no ora pelo mundo, ora, porm, por aqueles que o Pai lhe deu (Jo 17.9). A intercesso de Cristo relaciona-se com a fraqueza, imaturidade e limitaes daqueles por quem Ele ora. Sua intercesso garante nossa segurana para sempre (Lc 22.31,32).

    Terceiro, como advogado, e como aquele que nos re- presenta agora no Cu (Hb 9.24), Cristo lida com o pecado16

  • atual do cristo. Ele a propiciao pelos nossos pecados (1 Jo 2.2). Quando acontece um pecado na sua vida, o cris- to tem um advogado junto ao Pai.

    Um advogado aquele que defende a causa de outra pessoa nos tribunais, e h motivos abundantes para Cristo advogar em benefcio daqueles que to constantemente ne- cessitam de sua ajuda.(7)7. O retorno de Cristo exemplificado

    Encontramos no Antigo Testamento, especialmente no livro de Levtico 23, o ritual de cada festa estabelecida por Deus e observada pelo povo de Israel na Terra Santa. Cada festa destas, de acordo com sua significao especial, aponta para um tempo futuro.(8)

    a. A Pscoa (Lv 23.4). A primeira delas era a Pscoa do Senhor. Era celebrada no ms primeiro, aos 14 dias do ms, pela tarde, a pscoa do Senhor . Esta festa come- morvel, e recorda a Redeno, feita por um grande Re- dentor. Em figura ela significa ...Cristo, nossa pscoa..., sacrificado por ns (1 Co 5.7).

    b. Os Asmos do Senhor (Lv 23.6). Esta era a segunda festa deste calendrio. Esta simboliza comunho com Cristo, e po sem fermento, na plena bem-aventurana de sua redeno, e ensina um andar santo. A ordem divina aqui linda: primeiro, redeno, depois um viver santo (1 Co 5.6-8 etc).

    c. As Primcias (Lv 23.10). A festa das primcias era uma figura da ressurreio, primeiro. Cristo, depois os que so de Cristo na sua vinda (1 Co 15.23; 1 Ts 4.14-16 etc).

    d. O Pentecoste (Lv 23.15-22). Esta festa, que a quarta do calendrio, era chamada de pentecoste . Se- gundo a interpretao dada pelo doutor C.I. Scofield, ela simbolizava a descida do Esprito para a Igreja, conforme aconteceu no Cenculo em que os discpulos oravam no dia de Pentecoste (At 2.1 e ss). Desde seu incio at o fim, esta festa o anttipo da descida do Esprito Santo para formar a Igreja do Senhor. Por isso o fermento est presen- te (Lv 23.17), porque infelizmente, mesmo em contrrio vontade divina, o mal existe na Igreja (Mt 13.33; At 5.1 e ss; Ap 2.1 e ss).

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  • Notemos que agora fala-se de pes, e no de um mo- lho (feixe) de espigas soltas. Importa numa verdadeira unio de partculas, formando um corpo homogneo . A descida do Esprito Santo no Pentecoste uniu os discpulos em um s organismo (1 Co 10.16,17; 12.13,20).

    Os pes movidos eram oferecidos cinqenta dias de- pois que se tinha oferecido o molho da oferta movida (Lv 23.15). Isto precisamente o perodo entre a ressurreio de Cristo e a formao da Igreja no Pentecoste, pelo batis- mo no Esprito Santo (At 2.1-4), com o molho no havia fermento, porque em Cristo no existe mal.

    e. A das Trombetas (Lv 23.23-25). A quinta festa era chamada a ...das trombetas . Chegamos aqui, ao tempo do fim, porque esta festa tem um valor completamente proftico e se refere futura restaurao no sentido total da nao israelita Note que existe um longo perodo entre o Pentecoste e a festa das Trombetas. correspondendo ao perodo entre o Pentecoste e a introduo do Milnio. Este perodo, segundo se depreende, corresponde ao longo perodo do trabalho pentecostal do Esprito Santo sobre a Igreja aqui na terra, na atual dispensao (cf. Is 18.3; 27.13; 58.1 e ss; J1 2.1 e ss; 3.21 etc).

    Devemos observar que, em relao festa das Trom- betas, algo especial a acompanha, que um testemunho referente ao ajuntamento e arrependimento de Israel de- pois de terminar o perodo pentecostal, que o da Igreja. Esta festa seguida imediatamente pelo dia da Expiao. Simbolicamente falando, a festa das Trombetas fala do ajuntamento de Israel; profeticamente, porm, fala do ar- rebatamento da Igreja ( A Grande Colheita ), e logo a seguir, vem a penltima festa.

    f. A festa da Expiao (Lv 23.26-32). Segundo os rabi- nos, o dia da Expiao o mesmo descrito em Levtico 16.29-34, mas aqui a nfase est sobre a tristeza e arrepen- dimento de Israel. Em outras palavras, seu valor proftico saliente, e isto antecipa o arrependimento de Israel, de- pois do seu julgamento, quando de Sio vier o Libertador, e expiar a iniqidade de seu povo (Is 9.14; Rm 11.26).

    g. A festa dos Tabernculos (Lv 23.34 e ss). A festa dos Tabernculos simboliza o estabelecimento do reino mile-18

  • nial de Cristo com poder e grande glria. A festa era tanto memorial como proftica, memorial porque lembrava o tempo de peregrinao no Egito (Lv 23.43); e proftica pelo descanso milenar de Israel depois da restaurao, quando a festa dos Tabernculos vir a ser outra vez um memorial; e, desta vez, no ser s para Israel mas para to- das as naes durante o Reino Milenar de Cristo (Ez cap. 40 a 48; Zc 14.16-21). Esta festa era memorial para Israel como a Santa Ceia do Senhor para sua Igreja: Fazei isto em memria de mim .(9)

    8 . Para os primeiros cristosPara os cristos da Igreja Primitiva a maior e mais

    sublime expectao era o retorno de Cristo para seus San- tos. Eles no se conformavam ausentes da presena do Senhor e ardentemente almejavam por ela. Paulo, por exemplo, conserva em si uma expectao imediata da pre- sena de Cristo em sua vida. Oua o que Paulo diz: Mas, se o viver na carne (no corpo) me der fruto da minha bra, no sei ento o que deva escolher. - Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto ainda muito melhor (F1 1.22,23).

    Nesta sua expectativa, Paulo deseja estar com Cristo de qualquer maneira: tanto partir como esperar na car- ne o retorno de Cristo. Esse deve ser, portanto, o sentido de viver na carne para Paulo (F11.22). E, evidentemen- te, ele inspirado a fazer esta orao aramaiquizada, que : MARANATA! (1 Co 16.22). Tal locuo proverbial, como produto da cristologia do Filho de Deus na comuni- dade primitiva, encontra seu correspondente em Apocalip- se 22.20: Amm. VemT Senhor Jesus! No mais, a expec- tativa imediata do retorno de Cristo para os seus santos es- t ancorada numa palavra falada por Jesus e escrita por Paulo, em 1 Tessalonicenses 4.15: Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que ns (ele atualiza), os que fi- carmos vivos para a vinda do Senhor, no precederemos os que dormem". E na seo seguinte ele exclama: Porque o mesmo Senhor descer do cu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus...

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  • Na passagem de Romanos 16.20, encontramos a ar- dente expectao de Paulo pelo retorno de Cristo, quando diz: E o Deus de paz esmagar em breve Satans debaixo dos vossos ps... Esta ansiedade de Paulo e dos demais cristos no primeiro sculo vem tona em vrios elemen- tos doutrinrios, tais como:

    a. Em 1 Corntios 7.29, lemos: Isto, porm, vos digo, irmos, que o tempo se abrevia-, o que resta que tambm os que tm mulheres sejam como se as no tivessem .

    b. Em 1 Corntios 10.11, Paulo diz: Ora tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estas esto escritas para aviso nosso, para quem j so chegados os fins dos sculos . Em outras formulaes referentes expectativa imediata dos escritores do Novo Testamento quanto ao retorno de Cris- to, so os verbos e advrbios que deixam bem claro a ur- gncia para tal acontecimento! Veja:

    1) E isto digo, conhecendo o tempo, que j hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvao (plena re- deno do corpo) est agora mais perto de ns do que quando aceitamos a f (Rm 13.11).

    2) Seja a vossa eqidade notria a todos os homens. Perto est o Senhor! (F1 4.5).

    3) Sede vs tambm pacientes, fortalecei os vossos coraes; porque j a vinda do Senhor est prxima (Tg 5.8).

    4) O Senhor no retarda a sua promessa (da sua vin- da), ainda que alguns a tm por tardia... (2 Pd 3.9a, etc).

    9. O conceito errneoPara muitos a segunda vinda de Cristo a este mundo

    apenas um processo de acontecimentos. Para outros, po- rm, isso significa um estado de morte. Mas, segundo se depreende, no uma coisa nem outra. Razo porque a morte a penalidade imposta pelo pecado, mas o retorno de Cristo livra do pecado e da penalidade (Rm 6.23). Os pensamentos e as experincias relativas morte so dolo- rosos; os pensamentos relativos vinda de Cristo nos so muito caros (Jo 11.31; Tt 2.13).

    No primeiro caso, olhamos para baixo e choramos; no segundo, para cima e nos regozijamos (Jo 11.35; F1 2.16).20

  • No primeiro caso (a morte), o corpo semeado em cor- rupo e desonra; no segundo caso ser ressuscitado em in- corrupo e glria (1 Co 15.42,43; 1 Ts 4.16,17). No primeiro caso, somos despidos; no outro, revestidos (2 Co 5.4). No primeiro caso, h triste separao entre amigos; no outro, alegre reunio (Ez 24.16; 1 Ts 4.16 e ss). Na morte entra- mos no descanso, mas na vinda de Cristo seremos coroados (1 Ts 4.13; Ap 14.13).

    A morte vem como nosso grande inimigo; Cristo, como nosso grande amigo (Pv 14.27; 1 Co 15.26). A morte 0 rei dos terrores (J 18.14); Cristo o Rei da glria (SI 24.7). Satans tem o poder da morte; Cristo o prncipe da vida (At 3.15; Hb 2.14). Por ocasio da morte partimos para es- tar com Cristo; por ocasio da sua vinda Ele vir at ns (Jo 14.3; F11.23). Jesus faz distino entre a sua vinda e a morte do crente. Cristo e os apstolos nunca ordenaram aos santos que aguardassem a morte, mas, repetidamente, exortaram-nos a esperar a vinda do Senhor (1 Co 15.51,52).

    a. A Nova Teologia ensina que Jesus Cristo nunca voltar a este mundo em forma literal para os seus santos: que Cristo est retornando to rapidamente quanto lhe possvel entrar neste mundo; que Ele veio no Pentecoste, na presena do Esprito Santo; que Ele veio por ocasio da destruio de Jerusalm, no julgamento contra aquela ci- dade, e que Ele vem por ocasio da morte das pessoas, como j falamos acima.

    Com efeito, a vinda de Cristo no deve ser identifica- da com a destruio de Jerusalm, em 70 d.C., conforme a interpretao de alguns. O julgamento de Deus contra Je- rusalm no o acontecimento referido na maioria das passagens em que a segunda vinda de Cristo menciona- da. Isto. por vrios motivos:

    Primeiro, por ocasio da destruio de Jerusalm, aqueles que dormiam em Jesus no foram ressuscitados.

    Segundo, os crentes vivos no foram arrebatados ao encontro do Senhor nos ares, nem seus corpos foram trans- formados.

    Terceiro, anos depois dessa ocorrncia, encontramos Joo ainda aguardando a vinda do Senhor (Ap 22.20).

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  • Quarto, segundo os ensinamentos dos profetas, dos apstolos e do prprio Senhor, um reino de jus tia e paz deve seguir-se im ed ia tam en te volta de Cristo. Isso. toda- via. no ocorreu, nem por ocasio nem depois da destrui- o de Jerusalm . Portanto , ela a inda est por vir!

    b. Outro ponto de vista da Nova Teologia que Cristo veio na pessoa do Esprito Santo. Em sentido muito real e im portan te , de fato, a vinda do Esprito Santo foi um a vinda de Cristo para os seus (Jo 14.15-18,21-23). Essa, porm, no foi a vinda de Cristo referida nas passagens que afirm am que Ele voltar.

    Evidentem ente , sua vinda claram ente estabelecida e d is t in ta pelo testem unho conjunto dos profetas, de Joo Batista , dos anjos, dos apstolos, e do prprio Cristo! Dele. disseram os anjos: "Esse Jesus, que dentre vs foi recebido em cima no cu. h de vir assim como para 0 cu o vistes ir (At 1.11b).10. O tempo de Deus

    As Escrituras deixam bem claro que, do ponto de vista divino. Deus jam ais se a trasa . Se parece haver demora no retorno de Cristo, porque devem existir boas e convenien- tes razes para isso. verdade que so j decorridos mais de 1900 anos da poca em que a promessa do a rrebatam en- to foi feita pela prpria boca do Senhor (Jo 14.3).

    E n tre tan to , os membros da Igreja P rim itiva em Tes- salnica creram que Cristo viria enquanto estivessem vivos e foram consolados pela expectativa de se reunirem aos seus entes queridos j falecidos. Isso porm, no contradiz, nem enfraquece a promessa de Cristo para seus santos, pois, todos aqueles santos sabiam que Cristo, como Deus, tem a eternidade na sua mo e pode ligar o hoje do tempo, como se fosse o am an h da e ternidade (2 Pd 3.8,9).

    O m undo tem passado de um a crise a outra, mesmo quando parecia oportuno para 0 regresso de Cristo. M as o significativo acontecimento no ocorreu.

    a .A razo divina. Por que Cristo ainda no cum priu sua promessa de vir e receber seu povo para lev-lo consi- go? Do ponto de vista da profecia bblica, ta l dem ora no inesperada. H, portanto , razo para tal. Q uando Cristo 22

  • veio pela primeira vez, era um episdio que havia sido pre- visto h milhares de anos. Sculos de histria haviam pre- parado o cenrio para a primeira vinda de Cristo Terra.

    A lngua grega se desenvolvera e era de uso comum em todo o mundo ocidental. Isso preparou o caminho para que o Novo Testamento fosse escrito em um idioma preciso e amplamente utilizado.

    Paulo afirma que, quando tudo, porm, estava pronto: ...Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (G1 4.4b).

    O Imprio Romano conseguira estabelecer relativa paz no Oriente Mdio. A vida e culto judaicos na Palestina estavam prontos para a vinda do Messias. Apareceu Joo Batista para anunciar a vinda do Rei e conclamar a nao ao arrependimento (Mt 3). A Paz Romana havia franquea- do o comrcio internacional e as comunicaes, possibili- tando que os cristos do Sculo I propagassem a mensa- gem do Evangelho pelo Imprio Romano inteiro e final- mente por todo o mundo. As profecias sobre a primeira vinda de Cristo foram cumpridas num dia cuidadosamen- te preparado por um Deus soberano. Ele estava velando sobre este tempo (Jr 1.12). Assim tambm, as profecias concernentes ao retorno de Cristo para buscar os crentes e a sua segunda vinda (Parousia) terra sero cumpridas dessa forma, num perfeito sincronismo de Deus.

    b. A demora. Do ponto de vista humano pode parecer que Cristo esteja retardando sua vinda. Mas em pocas passadas, o cumprimento das profecias bblicas foi sempre precedido por sculos de histria que transformaram os acontecimentos com suprema preciso, a fim de permitir que os fatos preditos ocorressem conforme a promessa, per- feitos at os ltimos detalhes. Todavia, h tambm uma razo pessoal e afetuosa para justificar por que Cristo ain- da no voltou.

    Veja o que escreve o apstolo Pedro em sua segunda Carta (3.8,9): Mas, amados, no ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor no retarda a sua promessa, ainda que al- guns a tm por tardia; mas longnimo para convosco,

    23

  • no querendo que alguns se percam, seno que todos ve- nham a arrepender-se.

    Eis a, portanto, a demora do retorno de Cristo para encontrar-se com os seus santos provm de um corao amoroso. Um Deus compassivo ainda est esperando que muitos ouam o Evangelho e atendam mensagem cren- do!

    11. Sua Parousia tambm ser necessriaNo s a vinda de Cristo (para seus santos) ser neces-

    sria, mas tambm seu retorno com poder e grande glria (sete anos depois), tambm j era esperado pelos primiti- vos cristos. Pois, segundo o conceito dos profetas e dos apstolos, isso significaria a implantao de seu governo na terra por mil anos, conforme era esperado. Porque con- vm que reine at que haja posto a todos os inimigos debai- xo de seus ps (1 Co 15.25).

    E no somente isto, mas tambm pelo fato de que a segunda vinda de Cristo traria aos judeus a soluo de to- dos os seus problemas e o estabelecimento de seu futuro governo sob o Pacto Davdico. Seu aparecimento trar fim tambm grande guerra do Armagedom e onda de des- truio que estar a ponto de aniquilar a terra.

    Seu retorno em glria ser necessrio para o encerra- mento dos tempos dos gentios (Lc 21.24). Esta expres- so, tempos dos gentios ou seu equivalente, tem na Bblia duas aplicaes:

    a. Na primeira, refere-se oportunidade que Deus concedeu a eles para salvao. Paulo comenta isso em Ro- manos 11 e Efsios 2. Paulo fala deles no seguinte tema: ...naquele tempo estveis sem Cristo (Ef 2.12). Refere-se ao tempo passado, antes de Cristo ter vindo ao mundo.

    Conforme este conceito, os gentios estavam sem a promessa messinica , isto , sem as vantagens do Pacto com Israel, o que mencionado e comentado em Romanos 9.4,5.

    Chamados incircunciso (Ef 2.11); sim, os judeus chamavam os gentios de incircunciso , por desprezo. Em sentido geral, os gentios estavam sem a redeno que nos vem por intermdio de Cristo inteiramente parte de24

  • qualquer idia de redeno mediada pelas promessas ju- daicas

    ...Mas agora (Ef 2.13a). Diz Paulo: ...em Cristo Jesus, vs, que antes estveis longe, j pelo sangue de Cris- to chegastes perto .

    Portanto, os tempos dos gentios nesta primeira se- o, referem-se a um tempo para salvao (Jo 1.12).

    b. Na segunda, o termo refere-se ao domnio gentli- co que, como sabemos, comeou com Nabucodonosor e se estender at o Armagedom (Dn 2.44,45; Ap 19.19-21). Durante este perodo as naes gentlicas tm ditado o des- tino de Jerusalm e oprimido o povo de Israel. Nosso Se- nhor predisse isso, em Lucas 21.24: ...E Jerusalm ser pisada pelos gentios, at (esse at vai at o Armagedom) que os tempos dos gentios se completem .

    Temos aqui uma elaborao editorial, preparada por Lucas, conforme Cristo predisse sobre os eventos que sobreviriam cidade de Jerusalm e ao povo judeu, quan- do de sua destruio. A passagem, de maneira geral, refle- te tanto um conhecimento histrico como proftico da- queles acontecimentos; e isto mostra que do ano 70 d.C., at a presente era, de fato, Jerusalm tem sido pisada por esta gente.

    Tempos dos gentios , como j tivemos ocasio de ver, primeiramente usado para indicar o tempo durante o qual os gentios tero a oportunidade de se arrependerem e de acharem a salvao. ...Deus visitou os gentios, para to- mar deles um povo para o seu nome (At 15.14b). Este tempo comeou com a morte e ressurreio de nosso Se- nhor Jesus Cristo e terminar em plenitude com o arreba- tamento da Igreja.

    Porm, como j falamos, no sentido de domnio, refe- re-se ao tempo que Deus estabeleceu para castigar Israel como nao, o que ter caractersticas daqueles tempos (Dn 8.13,14; .12.7,11.12 etc).

    Nas palavras de Jesus em Lucas 23.28,29, podemos deduzir o que isto significa. Isto , o que queria dizer Je- rusalm ser pisada pelos gentios. Oua: Porm Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalm, no cho- reis por mim, chorai antes por vs mesmas, e por vossos fi

    25

  • lhos. Porque eis que ho de vir dias em que diro: Bem- aventuradas as estreis, e os ventres que no geraram, e os peitos que no amamentaram! Esta passagem trata-se de uma declarao proftica a respeito da destruio da cida- de de Jerusalm, pelo poderio gentlico, o que teve cumpri- mento no ano 70 d.C.

    A descrio foi to horrorosa porque a maternidade, naqueles dias, tomou-se uma verdadeira maldio, e no uma bno, segundo usualmente considerada.

    As mes foram foradas a ver os seus filhos inocentes serem brutalmente assassinados, ou mortos por inanio. (Ver notas expositivas sobre isso, A fuga predita .) Le- mos nos escritos de Josefo que certas mulheres, por causa da fome causada pela muralha com que Flvio Tito Vespa- siano cercou a cidade, chegaram a comer os seus prprios filhos, e at mesmo soldados to endurecidos como os mili- tares romanos sentiam asco de ver a cena de corpos infan- tis meio comidos ou meio cozinhados. Acrescenta-se a isso o fato de que a me com seus filhos seria impedida de fugir da cidade. Portanto, isso significa, domnio cruel dos gen- tios, at que seu tempo termine. O que s acontecer com o retorno de Cristo. As profecias, tanto do Antigo como do Novo Testamento, indicam que no retorno de Cristo Ter- ra com poder e grande glria, Jesus ser visto fisicamente na Palestina (Ap 1.7).

    O mesmo Jesus Cristo que nasceu de uma virgem, que morreu na cruz, que ressuscitou e subiu ao Cu, brevemen- te voltar: primeiro para os seus santos (o arrebatamento) e segundo, com os seus santos (sua Parousia). Ele voltar em pessoa esfera terrestre para exercer seu governo sobre o mundo. Est perfeitamente claro que este regresso de nosso Senhor ser literal e no somente sua oresena espi- ritual como tem sido afirmado por alguns estudiosos da Bblia.12. Seu retorno em glria

    Esta descrio aqui do arrebatamento e Parousia de Cristo faz-se necessria para que o estudioso das profe- cias tenha maior clareza na cronologia proftica.

    Os acontecimentos que se seguiro em sua vinda pes- soai a este mundo so mais ou menos estes:26

  • a . 0 regresso de Cristo ser um regresso visvel e glorio- so. De acordo com as Escrituras, todos vero Jesus (Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu primeiro toque a este m undo se- r no m onte das Oliveiras como est descrito pelo profeta Zacarias 14.4: E naquele dia estaro os seus ps sobre o monte das Oliveiras, que est defronte de Jerusalm , para 0 o riente .. . Durante esse perodo, a m archa do cortejo e a rotao contnua da terra permitiro que o m undo inteiro presencie 0 acontecimento. O destino final do cortejo ser o centro do Oriente Mdio, ao encam inhar-se para 0 ani- quilam ento dos exrcitos reunidos para a b a ta lha do Ar- magedom e para a chegada definitiva de Cristo ao Monte Sio (SI 2).

    b. Segundo as Escrituras. Cristo ser acom panhado, em sua segunda vinda, por um imenso corpo de hostes ce- lestiais, descrito como os exrcitos do cu (Jd v 14; Ap 19.14). Os crentes que foram arrebatados antes da Tribula- o, bem como aqueles que estiverem no Cu com o Senhor conforme a promessa dele em Joo 14.1-4, retornaro Terra como parte desse vasto acom panham ento . Tam bm os anjos se jun taro a Cristo nesse grande cortejo do Cu Terra (Mt 25.31, etc).

    c. Salmo 2 descreve o retorno de Cristo do Cu Terra e seguindo em direo do monte Sio. S io men- cionada por 110 vezes na Bblia. 90 delas so em termos do grande amor e afeio do Senhor por ela, de modo que o lu- gar tem grande significao. Para m ostrar a majestosa so- berania de Deus na histria da hum anidade , o Salmo 2, j citado nesta seo, fornece um a descrio da situao m undial na poca da segunda vinda de Cristo: Porque se am otinam as gentes, e os povos im aginam coisas vs? Os reis da terra se levantam , e os prncipes juntos se manco- m unam contra 0 Senhor (Deus) e contra 0 seu Ungido (Cristo)... , (vv 1.2). Mas, esta rebelio das naes provo- car no Senhor um riso de desprezo. Aquele que hab ita nos cus se rir; o Senhor zombar deles (v 4).

    Portanto, Deus prom eteu enviar seu Filho no tempo determ inado para destruir as foras do mal e depois reinar sobre a terra. Seu governo, como teremos ocasio de ver no

    27

  • captulo que trata do Milnio, ser um governo absoluto de paz e justia jamais visto neste mundo!

    (') J . J . V. Allmen. Voc. Bibl. 1972() Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)( ) Peq. Die. da Ling. Port. p. 113, 11 Ed. 1979(') A. E. B. Ant. da lt. Bat. Armag. 1981( ) Cont. Regres. P / O Juzo Fin. 1981(s) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)(:) Teol. Sist. L. S. C. Vol. I. 1986(8) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible){ ) Op. Cit. C. I. Scofield

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  • Que Gerao Esta?I. No passar esta gerao

    E m verdade vos digo que no passar esta gerao sem que todas estas coisas acon team .

    Sendo a durao da vida hum ana , gerao serve p ara expressar o tem po como segue: os tem pos passados (At 14.16; 15.21); o tem po do castigo de Deus, que atinge a t a q u a rta gerao (x 20.5; D t 5.9); o tem po da sua mi- sericrdia, in fin itam ente m aior que sua clera (x 20.6; D t 5.10; 1 Cr 16.15; SI 105.8). De gerao em gerao , que tam bm se traduz conforme 0 sentido do pensam ento; de idade em id ad e - significa para sempre, em perpetui- dade, e se relaciona com a fidelidade de Deus a seu reino, a seu am or e ss (x 3.15; SI 33.11; 90.1; Is 60.15; Dn 4.3; Lc 1.50).

    a. Por outro lado, gerao significa os homens de u m a poca (x 1.6; N m 32.13; Ec 1.4); os homens do pas- sado (J 8.8); os homens do futuro (Dt 29.22; J 18.20; SI 22.21; 48.14; 78.4,6; Lc 1.48); os contemporneos (Is 53.8; Lc 16.8).

    Neste sentido gerao o objeto dos ju lgam entos severos que os profetas trazem sobre seus contemporneos

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    2

  • e sobre todo 0 povo de Israel: ...gerao perversa (Dt 32.5); ...gerao pecadora (Is 1.4); ...semente adulteri- n a (Is 57.3); ...semente da fa ls idade (Is 57.4. etc). O Senhor Jesus re tom a estes ju lgam entos profticos e os apli- ca a seus contemporneos em vrios de seus elementos doutrinrios:

    ...gerao m e ad lte ra (M t 12.39); ...gerao ad lte ra e pecadora (Mc 8.38); ...gerao incrdu la! (Mc 9.19); ...gerao incrdula e perversa (Mt 17.17). etc.

    b. ...esta gerao . A palavra gerao na presente passagem tem um sentido escatolgico. a palavra grega genea , e segundo o doutor C. I. Scofield ela traz em si a idia de raa, famlia, espcie, e tc .(10) certo que a pa- lavra se em pregada apenas como um a gerao familiar (um filho sucedendo a um pai), no se coaduna com a tese principal, porque nenhum a destas coisas , a saber: a pregao do Evangelho do Reino em todo o m undo; a volta de Jesus em glria; o a jun tam en to dos escolhidos pelos an- jos, no aconteceu antes da destruio de Jerusalm , que todos sabem , deu-se no ano 70 d.C. A promessa , portan- to, que a Gerao - a Nao de Israel ou famlia israelita - ser conservada at o fim como nao: ningum a destrui-

    2. Jesus como uma geraoN a passagem de Apocalipse 22.16, Jesus se identifica

    como sendo ...a gerao de D avi . Esse fato, portanto,nos leva a en tender porque M ateus inicia seu Evangelhodizendo: Livro da gerao de Jesus Cristo, filho de Davi,filho de A brao (M t 1.1).

    As duas genealogias (M ateus e Lucas) que diferem en-tre si em alguns detalhes, podem ser um a s (pelo menos de um a s pessoa): e no se originam de duas linhagens;um a sendo de Jos e a outra de M ar ia .(11) Essa idia foi universalm ente aceita na Igreja Prim itiva e continuou at 0 sculo XV, quando Annius de Viterbo, que morreu em 1502 (d.C.), achou um a diferena.30

  • Segundo ele entre a linhagem de Jos (em Mateus) e a linhagem de Maria (em Lucas) havia "pontos difceis de serem conciliados entre si por vrias razes:

    Primeiro: Mateus, apresenta Jac como pai de Jos (1.16), e segue em direo a Jesus.

    Segundo: Lucas, apresenta Heli como pai de Jos (3.23), e segue em direo a Ado. Para o doutor R.N. Champlin, Ph. D., diversas interpretaes procuram expli- car a diferena:

    a. Para os que pensam que a genealogia de Lucas d a linhagem de Maria, e a de Mateus d a de Jos. Jac seria o pai de Jos, e Heli seria o sogro (compare-se 1 Sm 24.11,16). O uso da palavra pai no hebraico e no grego, permitia que a palavra pai fosse usada livremente no lu- gar de sogro, apesar de sogro no ser 0 parentesco verdadei- ro e sim, por afinidade.

    b. Para os que pensam que ambas as genealogias do a linhagem s de Jos, Jac seria irmo de Heli; segundo o costume hebreu, quando Heli morreu, Jac teria tomado sua viva como esposa (compare-se Gn 38.1 e ss; Dt 25.5 e ss; Rt 4.5), e Jos seria filho de Jac no sentido literal e de Heli, no sentido legal.

    c. possvel que Jos tenha sido filho de Jac por nas- cimento, e filho de Heli por adoo, ou 0 inverso.(12) Esta questo no bastante solvel, mas qualquer destas trs interpretaes possvel.

    Nos versculos 3 a 6 da genealogia de Mateus, apare- cem quatro nomes de mulheres estrangeiras, a saber: Ta- mar (Gn 38.1 e ss); Raabe (Js 2.1 e ss; Hb 11.31), Rute (ver livro de Rute para sua histria); e aquela que foi mulher de Urias, isto , Bate-Seba, que o Esprito Santo omitiu o seu nome (2 Sm 12.10,24).

    1) A genealogia do Salvador abrange 42 geraes, num perodo de dois mil anos. Est dividida em trs partes de catorze geraes cada.

    O primeiro grupo, de Abrao ao rei Davi (Mateus), abrange mil anos aproximadamente.

    Na de Lucas abrange trs mil anos (pois continua at Ado). Ela tem carter descendente.

    31

  • 0 segundo grupo, do rei Davi ao exlio babilnico, abrange um perodo de quatrocentos anos.

    O terceiro grupo, do exlio a Cristo, tem treze gera- es, sendo que a 14? gerao, obviamente inclui Maria ou Jesus, abrange um perodo de seiscentos anos. Examinan- do com cuidado, observamos que existem certas lacunas de nomesnas duas tbuas genealgicas de Mateus e Lu- cas. Podemos encontrar algo similar, em Esdras 6, onde se v uma genealogia com o mesmo nmero de lacunas , nada menos de seis geraes de sacerdotes so omitidas, como transparece pela comparao em 1 Crnicas 6.3-15.

    2) Ao examinar a genealogia de Mateus, para ver quando se rompeu a linhagem real de Jud (visto que as duas genealogias seguem de Abrao a Davi numa s rvore genealgica e a partir da, h uma bifurcao - No se- gue com Salomo e sim, com Nat), fica claro que foi em Jeconias.

    Note-se, tambm, como o Senhor usou a Jeremias di- zendo: Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem (Je- conias) est privado de seus filhos, e ...nem prosperar al- gum da sua gerao, para se assentar no trono de Davi, e reinar mais em Jud (Jr 22.30). Os dois nomes que seguem o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel esto realmente trans- feridos da outra genealogia (de Lucas), na qual consta que o pai de Salatiel foi Neri, da famlia de Nat.

    Torna-se certo, portanto, que Salatiel, da famlia de Nat, irmo de Salomo, se tornou herdeiro ao trono de Davi, quando falhou a linhagem de Salomo na pessoa de Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram trans- feridos, como filhos de Jeconias para a tbua genealgi- ca segundo o costume da lei judaica .(1 )

    Em Mateus 1.6, ...Jess gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomo da que foi mulher de Urias; e Saio- mo gerou a Roboo... etc.

    Em Lucas 3.31, ...Matat de Nat, e Nat de Davi, e Davi de Jess... etc. Tanto Salomo como Nat eram fi- lhos de Bate-Seba (2 Sm 12.24; 1 Cr 3.5). Ento aparecem seis nomes em Mateus, que no aparecem em Lucas.(14) Seja como for, h somente duas genealogias no Novo Tes- 32

  • lamento - e as duas so de uma s pessoa: O Senhor Jesus Cristo que, atravs das quais, se identifica como sendo ...a gerao de Davi, a resplandecente estrela da manh (Ap 22.16b).

    Evidentemente, quando uma gerao traz em si o sentido genealgico, refere-se sucesso de um pai por seu filho primognito (primogenitura aqui por direito nato ou adquirido). De Abrao a Cristo as geraes sobem (Mt 1.1-7); de Cristo at Ado, as geraes descem (Lc 3.23-38). De Ado at Abrao uma gerao calculada pelo decorrer de 100 anos; enquanto que, de Abrao at Cristo de 40 anos aproximadamente (cf. Mt 24.34 etc).

    3. Uma gerao escatolgicaO sentido aqui invocado, deve ser o mesmo de raa ,

    espcie , famlia . Tal expresso de Jesus assegura a continuidade de Israel, como nao, at a volta de Cristo com poder e grande glria, mas sua identidade como raa e como nao continuar at aquele acontecimento. Paulo declara exatamente isso em Romanos 11.25 e ss. Outros, porm, tem em mente que Jesus ao se referir a esta gera- o (h genea haut), queria dizer esta gerao de ho- mens , e assim, segundo este critrio de interpretao, aquela gerao , durou exatamente 40 anos, pois no ano de 70 d.C. todos que ouviram isto, com exceo dos disc- pulos, pereceram.

    Porm, evidente que, na passagem de Apocalipse 1.7, esta forma de interpretao no se harmoniza com a tese e argumento principal e, sim, diz respeito claramente a Israel na presente era, pois os que crucificaram Jesus no sentido literal^.esto mortos h quase dois mil anos.

    No incio deste captulo, falamos que em certo sentido gerao se aplica tambm aos homens de uma poca ou a um grupo especfico em qualquer tempo ou poca, tais como:

    a. Os gentios. Depois disse o Senhor a No: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta gerao (Gn 7.1). Os gentios, quanto sua wigem, vieram de Ado e a sua liderana natural est ne-

    33

  • le. Quanto ao seu estado no perodo de Ado a Cristo, fica- ram sob a multiforme acusao: ...estveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos con- certos da promessa, no tendo esperana, e sem Deus no mundo (Ef 2.12b). Portanto, os gentios eram uma gera- o sem Deus e sem esperana.(15)

    b. Os judeus. Em verdade vos digo que no passar esta gerao sem que todas estas coisas aconteam (Mt 24.34). Com a chamada de Abrao e tudo o que o Senhor operou nele, deu-se incio a uma nova raa ou nova gera- o, a qual sob alianas e promessas divinas inalterveis, continuar para sempre. Portanto, Israel uma gerao a parte dos demais povos ou naes. Isto , trata-se de um povo escolhido como alvo das promessas e conceitos de Deus at a consumao.

    c. Os cristos. Mas vs sois a gerao eleita, o sacer- dcio real, a nao santa... (1 Pd 2.9a). Um grande con- junto das Escrituras declaram direta ou indiretamente que a atual disposio foi predita e intercalada, e nela uma nova humanidade aparece sobre a terra como a cerca de 2000 anos a.C. aparece na nova ordem do tempo a nao de Israel, tendo como ponto de partida o patriarca Abrao (Gn 12.1 e ss).

    Os gentios partindo de Ado, formavam uma nova ge- rao, pois Deus havia tambm criado outros seres racio- nais (os anjos) no Universo.

    Os judeus, partindo de Abrao, davam agora incio a uma nova gerao que, foi denominada por Deus como sendo santa (x 19.6).

    Os cristos partindo de Cristo, formam agora a nao santa (1 Pd 2.9 etc).

    ( ) Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reference Bible)(") O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.(I!) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.( ) L. Hervey. op. cit. p. Mat. o Evang. do Rei.(") O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.(' ) Teol. Sist. L. S. C. Vol. I. 1986.

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  • A Entrega dos Galardes1. O tribunal de Cristo

    Aps o arrebatamento da Igreja por Cristo, haver uma reunio com Ele num lugar chamado tribunal . Paulo fala disso em vrios de seus ensinos mas, especifica- mente, em trs referncias exclusivas:

    Primeira: Mas tu. por que julgas teu irmo? Ou tu, tambm, por que desprezas teu irmo? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo (Rm 14.10).

    Segunda: Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 0 que tiver feito por meio do corpo, ou bem. ou mal (2 Co 5.10).

    Terceira: A obra de cada um se manifestar: na ver- dade 0 dia a declarar, porque pelo fogo ser descoberta; e o fogo provar qual seja a obra de cada um. Se a obra que algum edificou nessa parte permanecer, esse receber ga- lardo. Se a obra de algum se queimar, sofrer detrimen- to; mas 0 tal ser salvo, todavia como pelo fogo (1 Co 3.13-15). Existem outras possveis passagens sobre o Tri- bunal de Cristo em 0 Novo Testamento, mas essas so to- madas para exemplificar 0 sentido do argumento.

  • a. 0 que tribunal? Nos antigos estdios gregos, a as- semblia se reunia defronte de uma plataforma chama- da BMA de onde as questes oficiais eram conduzi- das.(16)

    Esse vocbulo bma originalmente significava ape- nas um degrau ; desta idia passou a indicar uma pia- taforma elevada , como aquela usada pelos oradores, pe- los juizes das competies esportivas, ou mesmo pelos ma- gistrados romanos em seus julgamentos formais. Porm, j o apstolo Paulo toma o vocbulo bma para denotar 0 Tribunal de Cristo . Essa expresso tribunal empre- gada por onze vezes no Novo Testamento, e nas passagens onde ela figura est sempre ligada a julgamento espe- ciai.(17)

    1) O tribunal de Pilatos ( l 9). E, estando ele (Pilatos) assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: No entres na questo desse justo, porque num sonho muito so- fri por causa dele (Mt 27.19).

    2) O tribunal de Herodes. E num dia designado, ves- tindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribu- nal, e lhes fez uma prtica (At 12.21).

    3) O tribunal de Pilatos (2?). Ouvindo pois Pilatos este dito, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litostrotos, e em hebraico Gabat (Jo19.13).

    4) O tribunal de Glio. (I9). Mas, sendo Glio pro- cnsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente contra Paulo, e o levaram ao tribunal, dizendo: Este per- suade os homens a servir a Deus contra a lei (At18.12.13).

    5) O tribunal de Csar ( l 9). E, no se demorando en- tre eles mais de dez dias, desceu a Cesaria; e no dia se- guinte assentando-se no tribunal, mandou que trouxes- sem a Paulo (At 25.6).

    6) O tribunal de Glio (29). E expulsou-os do tribu- nal. Ento todos agarrando Sstenes, principal da Sinago- ga, o feriram... (At 18.16,17a).

    7) O tribunal de Csar (29). Mas Paulo disse: Estou perante o tribunal He Csar, onde convm que seja julga36

  • do: no fiz agravo algum aos judeus,.como tu bem sabes (At 25.10).

    8) O tribunal de Glio (39). Ento todos agarraram Sstenes, principal da Sinagoga, e o feriram diante do tri- burial; e a Glio nada destas coisas o incomodava (At 18.17).

    9) O tribunal de Csar (39). De sorte que, chegando eles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilao algu- ma, assentado no tribunal, mandei que trouxessem o ho- mem (At 25.17)'.

    10) O tribunal de Cristo Porque todos devemos com- parecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 0 que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (2 Co 5.10).

    11) O tribunal de Deus (Edio Revista e Atualizada). Tu, porm, por que julgas a teu irmo? e tu, por que des- prezas o teu irmo? pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus (Rm 14.10).

    Para uma melhor compreenso do pensamento, o lei- tor deve observar que as duas referncias nos evangelhos indicam o tribunal de Pilatos (Mt 27.19; Jo 19.13); otre- cho de Atos 12.21, fala do tribunal de Herodes ; as refe- rncias do dcimo oitavo captulo de Atos indicam por trs vezes o tribunal de Glio ; em Atos 25.6,10,17, por trs vezes, refere-se ao tribunal de Csar . Enquanto que Ro- manos 14.10 e 2 Corntios 5.10, indicam o tribunal de Cristo e de Deus .

    b. Nas ltimas citaes (Rm 14.10 e 2 Co 5.10), Paulo alude ao que acontecer quando o Redentor congregar os remidos em torno de si, diante do seu tribunal. Haver ali uma avaliao do que fizemos e no fizemos; mas isso no indica que ser um momento de temor, mas de confiana; mais ningum estar ali presente, a no ser os salvos: ali todos amaro 0 Redentor e confiaro nele.

    Os textos e contextos afirmam que, diante do tribunal do Senhor, cada um receber 0 louvor ou a censura que merecer. As referncias mais explcitas sobre isso so:(18)

    Primeiro: Em 2 Corntios 5.10, onde o que temos fei- to por meio do corpo ser manifestado perante os olhos de todos diante do Tribunal (cf. Hb 4.13, etc).

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  • Segundo: Em Romanos 14.10, onde nossas relaes com nossos irmos sero examinadas perante o nosso Sal- vador (cf. Mt 18.10, etc).

    Terceiro: Em 1 Corntios 3.10-15, onde nosso servio a Deus provado como pelo fogo (cf. Ap 22.12, etc).

    2. Onde ser o Tribunal?Existem muitas divergncias entre os comentaristas

    quanto ao local exato do Tribunal de Cristo. Alguns tm sugerido que ser aqui mesmo na terra. O homem pecou aqui (dizem eles); aqui foi salvo; aqui trabalhou - ento aqui deve ser avaliado o seu trabalho (cf. Mt 25.19 e ss). Outros, porm, asseguram que esse julgamento deve ter lu- gar no Cu e confrontam o Tribunal de Cristo com o julga- mento do grande Trono Branco; apenas o dividem por eta- pas: 1? o Tribunal; 29 o Juzo das Naes e 3? o Grande Tro- no Branco (cf. Mt 25.32 e ss; 2 Co 5.10; Ap 20.11 e ss). Po- rm, evidente que essa forma de interpretao deve ser rejeitada de todo. Visto que esses trs julgamentos obede- cem a uma ordem cronolgica bem clara: o Tribunal de Cristo se dar por ocasio do arrebatamento; o juzo das naes vivas, por ocasio do retorno de Cristo na sua Pa- rousia (sete anos depois do arrebatamento); e o juzo final, mil anos depois. Um outro grupo diz que ter lugar nos ares, mas no especifica o lugar (cf. 1 Ts 4.17; Ap 22.12).

    As passagens de Mateus 9.15 e Apocalipse 22.12 nos levam a entender que o Tribunal no ser dentro do Cu . Razo por que, na primeira citao Jesus declara que os filhos das bodas (que se dar no Cu: Ap 19.7) no podem andar tristes e, em 1 Corntios 3.15, lemos que diante do Tribunal isso pode acontecer; na segunda, Jesus declara: E eis que cedo venho, e o meu galardo est co- migo (no original vir comigo), para dar a cada um - no tribunal - segundo a sua obra .

    Ora, se essa recompensa fosse feita no Cu, no seria necessrio Jesus trazer consigo este galardo. Na antigui- dade, os juizes e ancios de uma nao costumavam julgar seus sditos e suas causas na porta da cidade (Gn 19.1,9; 1 Sm 4.13,18; 2 Sm 15.2). Boaz, chamando o remi- dor, e mais dez testemunhas da cidade de Belm, julgaram 38

  • a causa de Rute a moabita na porta da cidade de Belm (Rt 4,1,2). E ali, diante desse tribunal, ela recebeu . . . 0 ga- lardo do Senhor Deus de Israel (Rt 2.12).

    Muitas coisas nas Escrituras foram escritas ...para nosso ensino (Rm 15.4), pois algumas delas so ...sombras das coisas celestiais (Hb 8.5), e outras so ...figuras das coisas que esto no cu (Hb 9.23). Se o nos- so pensamento acertado nesta interpretao, evidente, embora pouco provvel que o Tribunal de Cristo ter lu- gar ainda nos ares, especialmente na porta formosa do Cu (cf. Ct 2.4; 1 Ts 4.17 etc).

    a. Diante do Tribunal de Cristo, sero reprovadas as obras e no o obreiro (1 Co 3.13 e ss), pois todo o seu traba- lho que tiver feito por meio do corpo ser ali avaliado pe- rante a justia divina.

    Porm,' se far necessrio que a caridade de Deus este- ja ali! A justia exige que o bem seja recompensado e o "mal" punido.(19) Ora, isto no pode realizar-se seno pela sano (sano aqui no condenao) da vida futura; so- mente esta pode ser rigorosamente justa, uma vez que de- pende de Deus, que sonda os rins e os coraes . Real- mente eficaz, porque ningum pode escapar-lhe. Nenhum subterfgio daquele que culpado (culpado aqui descui- dado).

    necessrio uma recompensa baseada na justia e ca- ridade de Deus. Esta prova se baseia na justia de Deus, que exige que a virtude e 0 vcio (aqui j neste mundo) re- cebam as sanes que lhes so devidas: recompensa ou pu- nio. Aqui no mundo, as sanes da virtude e do vcio so evidentenjente insuficientes; muitas vezes mesmo, 0 vcio que triunfa, e a virtude que fica humilhada. Portan- to, necessria uma recompensa futura atravs da justia divina que quer. que cada um seja tratado segundo suas obras, e isso no pode ser feito a no ser com a vida futura.

    Mas, se far necessrio, diante do tribunal de Cristo que a caridade triunfe! E triunfar mesmo! A justia deve ser temprada pela caridade. preciso distinguir cuidado- samente a legalidade e a eqidade (diante do Tribunal de Cristo isso n,o necessrio; mas apenas aqui para ser en- tendido pela mente natural).

    39

  • b. A prova pelo fogo . No que tange a este fogo, mui- tas interpretaes tm surgido! Mas uma coisa certa: a oniscincia de Deus ali deve estar presente. Todo nosso trabalho passar diante dos olhos da Trindade Divina (cf. x 13.21; At 2.3; Hb 12.29; Ap 1.14; 2.18; 3.2, etc). A passagem de Apocalipse 4.8 descreve seres viventes como tendo a inteireza da inteligncia; so cheios de olhos por diante e por detrs (4.6). Podem tanto ver para a frente como para trs.(20)

    O passado e 0 futuro esto abertos a eles como um li- vro. Viso interna (olhos por dentro), viso externa (olhos por diante) tambm lhes pertence. A absoluta viso cir- cundante corresponde a uma infinita viso interior, que expressa a concentrao contemplativa, a unidade da onis- cincia divina. Vigilncia! Ora, se estes seres viventes pos- suem tal viso, que diremos ns diante daquele perante quem ...todas as coisas esto nuas e patentes aos olhos...? (Hb 4.13).

    Ali, pois, diante da perscrutao desses olhos infinitos que tudo contemplam (Pv 15.3), surgiro duas palavras so- Ienes: Aprovados e Reprovados . Este fogo diz Spea- ker,(') dura apenas um dia ; futuro, no presente; des- trutivo, no purificador; destri apenas obras, no pes- soas; causa perda e no lucro; destri apenas o que for falso e no o que for verdadeiro; causa apenas reprovao da obra e no do obreiro (1 Co 3.13-23).

    c. A interpretao errnea. Alguns eruditos ensinam que mesmo os mais fiis precisam dum processo de purifi- cao antes de se tornarem aptos para entrar na imediata presena de Deus. Tambm alguns (no so todos) telo- gos protestantes que crem na doutrina de uma vez sal- vo, salvo para sempre , embora reconhecendo a palavra divina que diz: Segui a paz com todos, e a santificao, sem a qual ningum ver o Senhor , concluem que o Tri- bunal de Cristo seja uma espcie de purgatrio onde os crentes carnais imperfeitos se purifiquem da escria. Esse processo, segundo essa maneira de interpretar 0 Tribunal, dar-se- ali. Todavia, no existem nas Escrituras evidn- cias para tal doutrina, e existem muitas evidncias contr- rias a ela.(22)40

  • 3. A recompensa ...cada um recebe... ou bem, ou mal (2 Co 5.10).

    Muitos comentadores renomados tm tido dificuldades nesta passagem, quando se defrontam com a palavra mal . Porm, evidente que, a palavra MAL no presente texto no significa pecado . Diante deste Tribunal no haver nem pecado nem pecador (cf. Lc 20.35,36).

    Quando se invoca o sentido profundo da palavra pe- cado no original hebraico hattth que traduzida para o grego clssico Hamartia . Porm, na passagem cita- da, a palavra mal # deve ser depreendida do uso que dela faz o profeta Isaas. O uso de RA em Isaas 45.7, onde se diz que Deus cria o mal , fica esclarecido o seu uso no tempo e no espao quando vemos que em mais de 450 vezes que esta palavra se encontra no Antigo Testamento, muito poucas vezes ela se refere a Deus como a causa da coisa realizada, e tambm veremos que em cada um desses casos o mal mencionado no indica pecado, e, sim, consiste no castigo justo que Deus impe sobre aqueles que pecaram.

    No se diz que Deus criou o pecado deles, ms se diz que Ele trouxe a calamidade e o castigo sobre eles. Esta correo divinamente imposta foi a palavra RA distinta- mente declarada como uma experincia do mal vinda de Deus como penalidade, em contraste com o bem que ele concederia em outra situao.( )

    a. O apstolo Paulo retoma isso em seus elementos doutrinrios, quando diz: Agora folgo, no porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para 0 arre- pendimento; pois fostes contristados segundo Deus... Por- que a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvao, da qual ningum se arrepende... (2 Co 7.9,10; Hb 12.11). Acreditamos, pois, que o mal (r) em refern- cia seja apenas uma repreenso da parte do Senhor para aqueles que usaram material ou doutrina espria na sua obra (1 Co 3.13 e ss; 9.17 e ss). J entendeu isso muito bem quando disse para sua esposa: ...receberemos o bem de Deus, e no receberamos 0 mal? (r) (J 2.10).

    b. O galardo. A palavra galardo tem nas Escritu- ias diversos sentidos e mtodos de aplicao: Para Abrao,

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  • o prprio Deus era o ...seu grandssimo galardo (Gn 15.1). Rute, a moabita, recebeu . . . 0 galardo do Senhor Deus de Israel (Rt 2.12). No estudo em foco, devemos tra- duzir a palavra galardo (misthapodosia) por recom- pensa (misthos). Este termo nasceu da vida comercial, e originalmente denotava o pagamento feito a um trabalha- dor, mas desde os tempos helensticos tambm se usava em contextos religiosos.(4) Havia, por outro lado, um ou- tro verbo que expressava 0 significado do pensamento: opsnion , que era tirado dos crculos militares, e signifi- cava as raes do soldado e, depois, 0 pagamento pelo ser- vio militar e, finalmente, o salrio de um oficial do gover- no. Porm, como o grego bastante rico nesse sentido, usa- va-se tambm outra palavra com sentido mais lato: ker- dos ; kerdos trazia a idia de lucro , vantagem , ganho , etc.

    Para alguns esse galardo ou recompensa , trata- se de coroas que receberemos da parte do Senhor. Os atletas do passado recebiam aps as competies, suas coroas de louro ou coroas da vitria . Como sinal de haverem alcanado o prmio . Paulo fala disso em 1 Corntios 9.24 e, depois, faz uma exortao: ...Correi de tal maneira que o alcanceis .

    c. 0 argumento de Paulo parte do menor para o maior. Se os homens do to elevado valor s honrarias e coroas, que por si mesmas se revestem de to pouca importncia e valor, quanto mais devem os cristos se esforar e prezar aquelas coroas espirituais que nunca havero de perecer, dotadas de valor infinito, que transcedem a tudo quanto terreno e fsico!

    Se um homem capaz de treinar to diligentemente, de sofrer tantas privaes, de agonizar fsica e mentalmen- te para um acontecimento que ocupar um nico dia, sa- bendo que a competio ser intensa e que as chances de ele sair vencedor no so grandes, quanto mais (diz Paulo) os cristos devem dispor-se, deixando de lado todos os pra- zeres e ocupaes inteis, a fim de alcanarem a incor- ruptvel coroa de glria .

    Na posio de corredor, ele corria com um alvo defini- do. Na qualidade de lutador, tinha um oponente. Em ou- 42

  • tras palavras, ele tinha um alvo, uma vitria a conquistar. Ento ele passa agora seu exemplo para seus leitores: Se- de meus imitadores, como tambm eu de Cristo .

    1) A coroa de glria. E, quando aparecer (na sua vin- da) 0 Sumo Pastor, alcanareis a incorruptvel coroa de glria (1 Pd 5.4).

    2) A coroa incorruptvel. E todo aquele que luta de tudo se abstm; eles o fazem para alcanar uma coroa cor- ruptvel, ns, porm, uma incorruptvel (1 Co 9.25).

    3) A coroa de alegria. Portanto, meus amados e mui queridos irmos, minha alegria e coroa... (F1 4.1; 1 Ts 2.19,20).

    4) A coroa da justia: Desde agora, a coroa da justia me est guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dar na- quele dia (diante do tribunal); e no somente a mim, mas tambm a todos os que amarem a sua vinda (2 Tm 4.8).

    5) A coroa da vida. Bem-aventurado o varo que so- fre a tentao; porque, quando for provado, receber a co- roa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam (Tg 1.12; Ap 2.10). Cumpre-se aqui, portanto, o que diz o profeta Isaas acerca de Jesus: ...o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fo- ram sarados (Is 53.5b). Isto, aponta claramente para o Calvrio, onde Jesus suportou por ns uma coroa de espi- nhos (Jo 19.2) para nos dar o direito de sermos partici- pantes de uma coroa de glria . Isso supremo sacrifcio!

    Jesus, nosso Senhor, morreu com apenas 33 anos de idade! Depois de ter sofrido uma eternidade de dores! Seus inimigos aqui na terra o julgaram digno de uma co- roa de espinhos . No Cu, porm, o quadro se inverte. E Ele est presentemente coroado de glria! (Hb 2.9), etc.

    ( ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987( ) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D. 1982( ) op. cit. Apoc. v. p. v. 1987() RJ. Cuts, de Fil. 1984(") Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987() op. cit, p. S. E. Mc Nair. 1956(") M. P. Conta. As Dout. da Bbl. 1977( ) Teol. Sist. L. P. C. Vol. I. 1986( ) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph, D. 1982

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  • A Celebrao das Bodas1. As Bodas do Cordeiro

    Aps a avaliao de Cristo das obras de seus servos diante do Tribunal, Ele, ento, conduzir sua Noiva para o Palcio Real, onde se encontra a sala do Banquete (Ct 2.4), quando ento tero incio as Bodas do Cordeiro.

    As Bodas do Cordeiro so uma preciosa revelao para os coraes de todos os filhos de Deus. Os anjos, e os santos do Antigo Pacto ali estaro a cantar: Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-lhe glria, porque vindas so as bo- das do Cordeiro, e j a sua esposa se aprontou (Ap 19.7).

    a. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Tes- tamento, utilizam-se do casamento, ou mesmo de outra ocasio festiva para simbolizar a glria espiritual finai e a alegria dos fiis servos de Deus. Vejamos como as Escritu- ras so profticas e se combinam entre si em cada detalhe! Somente depois que 0 Senhor julgar a grande prostituta, Babilnia, que vem descrita mstica e literalmente nos captulos 17 e 18 do Apocalipse, que o Senhor apresenta sua esposa, uma virgem pura (2 Co 11.2). No Novo Testa-

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    4

  • mento, isso simboliza, especialmente no Apocalipse, que a Noiva do Cordeiro no deve ser confundida, por uma mu- lher poliandra.

    A interpretao alegrica de Cantares de Salomo re- trata Deus como sendo o Noivo e Marido da nao israeli- ta; e isso tem sido usado pelos intrpretes cristos para contemplar a Igreja como a Noiva de Cristo na sua gl- ria futura. O livro de Cantares lembra-nos, sobretudo, do verdadeiro retomo aos primeiros tempos, juventude da humanidade.(25) Ali aparecem dois nomes que, segundo se diz no expressam a idia comum apenas de um homem, Ish e aquela que leva seu nome (Isha - Gn 2.23) e sim por Salomo (Shelomo) e Sulamita (Shulamith). O nome que eles trazem prova a necessidade da paz (Shalom) e do per- do divino, para que no haja dureza de corao .

    b. As religies helenistas como as romanas tambm empregavam esse simbolismo (o simbolismo das Escritu- ras), considerando a unio entre seus adeptos e o salvador- deus como uma espcie de matrimnio sagrado.

    Os cultos de fertilidade tambm empregam tal sim- bolismo .(26) A parbola das virgens loucas e prudentes pinta o reino dos cus como uma espcie de festa de casa- mento (Mt 25.1-13). Enquanto que em Marcos 2.19,20, Je- sus alude a si mesmo como sendo o noivo , e seus discpu- los seriam os convidados. Em Joo 3.29, Joo Batista refe- re-se a Jesus como o noivo. Paulo fez uma aplicao msti- ca e escatolgica sobre esse simbolismo, dizendo que ele apresenta os crentes de Corntios, como uma noiva , a Cristo (2 Co 11.2). Por ocasio do arrebatamento da Igreja por Cristo, essa noiva ser pura e preparada para o Noi- vo (Ap 19.7). Assim na presente era, a Igreja retratada como noiva de Cristo; no perodo das bodas, porm, como a esposa, a mulher do Cordeiro .

    c. Entre os judeus, as bodas eram celebradas durante sete dias com grande alegria (Jz 14.12,15,17,18). As bodas de Jac duraram sete dias (Gn 29.27,28). Na simbologia proftica das Escrituras Sagradas, isso aponta para as bo- das do Cordeiro durante sete anos : Jesus tambm ju-46

  • deu e em termos profticos um dia que vale um ano (Nm 14.34; Ez 4.6; Jo 4.9).

    0 Apocalipse descreve o tempo em que a noiva se aprontou . Seu vestido todo bordado e branqueado no sangue do Cordeiro (SI 45.14; Ap 22.14), pois ningum pode entrar naquela festa com vestidura estranha (Sf 1.8; Mt 22.11).

    Tem sido alegado, diz 0 doutor Geo Goodman,(27) que no existia 0 costume de dar vestes nupciais nos banquetes orientais, como bodas, aniversrios, etc. Mas alguns textos escritursticos apoiam que sim; s vezes, se fazia isso cons- tantemente. Jos apresentou mudas de roupa a seus ir- mos (Gn 45.22 e ss); Sanso, no seu casamento, deu trinta mudas de vestidos aos seus companheiros (Jz 14.12), e Geazi pediu a Naam mudas de roupas para os jovens que vieram da montanha de Efraim, alegando que tinham vin- do visitar seu senhor (2 Rs 5.22).

    Devemos ter em mente que apenas um homem que entrou no banquete do rei sem as vestes nupciais foi expul- so sem misericrdia (Mt 22.11-13). O profeta Sofonias ad- verte que ningum deve comparecer naquele dia (por infe- rncia) sem as vestes reais: E acontecer que no dia do sacrifcio do Senhor, hei de castigar os prncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha (Sf 1.8). Evidentemente, essa passagem aponta para o grande dia do Senhor, mas, de certo modo, deve ser aplicada aqui tambm.

    Portanto, prezado leitor, somente as vestes da justia de Cristo prevalecero naquele dia; o mais tudo ser rejei- tado (Ap 3.18).

    2. A Ceia das BodasA ceia das bodas do Cordeiro, sero para cumprimen-

    to das palavras de nosso Senhor quando se encontrava no cenculo mobiliado e preparado . Numa expresso e gestc de quem estava dando um A t breve a seus discpulos, Ele disse: ...at aquele (nas bodas) dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai (Mt 26.29).

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  • Esta celebrao da ceia ter lugar somente no final das bodas (sete anos depois do arrebatamento). Esta ceia ser para lembrar a morte de Cristo! Ela deve ser lembra- da aqui e na eternidade. Ela (a ceia) teve lugar num ce- nculo mobilado e preparado . Seu incio marcou a ltima noite do ministrio terreno do Filho de Deus (Mt 26.28,29).

    Foi a nica coisa que o Senhor Jesus desejou fazer nesta vida (Lc 22.15). A pscoa no antigo Pacto e a Ceia no Novo, apontam para uma mesma coisa: a morte de Cristo! A primeira, estava distante da outra cerca de 1500 anos, e tinha um carter prospectivo - apontava para a cruz de nosso Senhor; a segunda, a Santa Ceia, tem um carter re- trospectivo - apontando tambm para a morte do Salva- dor.

    a. A Pscoa judaica encontra seu cumprimento e seu fim na vida, morte e ressurreio de Cristo. O Cordeiro de Deus substituiu o Cordeiro pascal, o livramento do jugo egpcio corresponde libertao da escravido do pecado. Doravante o corpo de Cristo nos ser dado por nutrio e seu sangue nos guardar contra o malho destruidor do anjo da morte.

    Assim Cristo retorna ao passado e o vivifica atravs de sua morte a memria da Pscoa. O Passado da morte de- dicado vida, e a memria arrebatada pela esperana, nas palavras solenes: ...Cristo, nossa pscoa, foi sacrifica- do por ns (1 Co 5.7).

    b. A Ceia do Senhor inicia uma nova era e aponta para uma obra j consumada. Podemos observar que duas fes- tas uniram-se na celebrao do Senhor .(28) E, nossa lembrana nos levar agora para a tarde sombria que ante- cipava o dia da morte de Cristo; nesse cenculo deu-se um acontecimento notvel; a festa pascoal foi solenemente encerrada (Lc 22.16-18), e a Santa Ceia instituda com igual solenidade (Compare-se Lucas 22.19-21).

    Sobre essa mesa terminou um perodo e comeou ou- tro; Cristo era o cumprimento de uma ordenana e a con- sumao da outra. A Pscoa agora tinha servido a seu pro- psito, porque o Cordeiro que o sacrifcio simbolizava ia ser morto no dia seguinte. Por isso foi substituda por uma 48

  • nova instituio, apresentando a verdadeira realidade do Cristianismo, como a pscoa tinha apresentado a do ju- dasmo. Mas nosso Senhor falou tambm de uma ceia fu- tura , e agora, seu cumprimento est em foco!

    c. O livro do Apocalipse encerra sete bem- aventuranas , e cada uma delas, com significao espe- ciai:

    1) Bem-aventurado aquele que l, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela esto escritas; porque o tempo est prximo (Ap 1.3).

    2) Bem-aventurados os mortos que desde agora mor- rem no Senhor. Sim, diz o Esprito para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam (Ap 14.13).

    3) Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vestidos, para que no ande nu, e no se vejam as suas vergonhas (Ap 16.15).

    4) Bem-aventurados aqueles que so chamados ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas so as ver- dadeiras palavras de Deus (Ap 19.9).

    5) Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreio: sobre estes no tem poder a segunda morte; mas sero sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinaro com ele mil anos (Ap 20.6).

    6) Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro (Ap 22.7).

    7) Bem-aventurados aqueles que lavam suas vesti- duras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito r- vore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas (Ap 22.14). Todas estas bem-aventuranas recairo sobre aqueles que foram arrebatados por Jesus e a quarta, es- pecfica: para aqueles - os chamados ceia das bodas do Cordeiro.

    d. Ao encerrar a Santa Ceia naquele cenculo, nosso Senhor falou de uma outra com carter escatolgico, quan- do disse: digo-vos que, desde agora, no bebereis deste fruto da vide at aquele dia (nas bodas) em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai (Mt 26.29).

    A ceia do cenculo marcou o trmino da misso terre- na de Jesus (terrena aqui significa na esfera terrena) e deu

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  • incio sua misso celestial (Jo 17.4,11,13). Aps a ce- lebrao daquela ceia, Jesus desceu para 0 sombrio vale da batalha; de igual modo, tambm, aps a celebrao da ceia das Bodas, ele descer para o sombrio vale do Ar- magedom (Ap 19.11 e ss), a fim de terminar com aquela grande guerra e a seguir, estabelecer seu reino milenar. Por isso se faz necessrio que esta 4? bem-aventurana re- caia sobre aqueles que levaram o vituprio de Cristo em qualquer tempo ou lugar.(29)

    (') O Horn, Corp, Aim, e Esp. S. P. S. 1988( ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987(") Dr. G. Goodman. Not. Dirias(") op. cit. G. Goodman. Idem( ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987

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  • A Invaso Russa1. A invaso de Gogue

    As Escrituras predizem que no tempo do fim, a exem- pio do passado, quatro grandes poderes se levantaro sobre a terra. Os quatro poderes que Daniel presenciou (7.1 e ss) levantando-se do mar (Babilnia, Medo-Persa, Greco- Macednio e Roma Imperial), sero revividos novamente no fim do tempo. Estas potncias, porif, traro outros no- mes, tais como:

    O poder do Norte (Ezequiel captulos 38,39); O poder do Sul (Daniel captuloll.40); O poder do Oriente (Daniel captulo 11.44 e Apocalipse 16.12); E o poder do Ocidente - 0 Imprio Romano (Apocalipse 13.1 e ss). Um destes pode- res, porm, que estudaremos luz do contexto, Gogue - o poder do Norte.

    a. A prxima guerra no ser com os rabes, mas com os russos declarou em 1968 o General Moshe Dayan.( )

    Gogue tem sido identificado, de variados modos, por historiadores tanto do passado como do presente. Alguns j tentaram identific-lo com Giges, rei da Ldia, que

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  • chamado Ggu nos registros do Monarca Assurbanipal, e com o nome geogrfico, Gagais, referido nas cartas de Tell- el-Amanna como pas de brbaros. Nos escritos de Ras Shamra achou-se um deus, Gaga, identificao esta que tambm tem sido sugerida como identificao para o co- mandante do Norte.(11)

    Em Ezequiel captulos 38,39 fala-se de Gogue, Mago- gue, Mezeque e Tubal. Mezeque e Tubal so nomes asso- ciados e eram tribos da sia Menor, conhecidas pelas suas inscries cuneiformes (forma de cunha) e pela Histria de Herdoto, onde aparecem juntas como Moscoi e Tibareni. O doutor C. I. Scofield diz que Gogue o prncipe e Ma- gogue a sua terra .(12) a panela a ferver, cuja face est para a banda do Norte - norte de Israel (Jr 1.13).

    Herdoto, historiador grego do Sculo V a.C., mencio- nou Mezeque e Tubal, identificando-os com os povos cha- mados muschovitas, que viviam naquela poca na antiga provncia do Ponto, no Norte da sia Menor (cf. 2 Rs 17.24). Segundo seus escritos, Mezeque e Tubal ficavam, provavelmente, a leste da sia Menor, usualmente identi- ficados como sendo Frigia e Capadcia.

    b. J Flvio Josefo, historiador judaico do Sculo Id.C., afirma que estas regies ocupadas por essas tribos, correspondem aos antigos citas e trtaros, que so os rus- sos. Mezeque converteu-se em Moskva (Moscou), como diz em russo, e Tubal o moderno nome de Tobolsk.( ) O profeta Ezequiel parece ter bastante conhecimento e inti- midade com esse povo e descreve Gogue como sendo o ...prncipe e chefe de Mezeque e de Tubal (Ez. 38.3).

    A palavra chefe. o vocbulo hebraico rs =: que se traduz por pico ou cabea de alguma coisa.

    O doutor Wilhelm Gesenius, erudito hebreu do Sculo XIX, discute este vocbulo no seu Lxico Hebraico. Meze- que, diz o grande sbio, foi fundador dos mosquis, povo brbaro, que habitava nas montanhas mosquianas . Mais adiante, em outro trecho de seu Lxico ele diz o nome gre- go (mosquis1), derivado do termo hebraico Mezeque, de onde procede o nome da cidade de Moscou. E Tubal, diz o doutor Gesenius, filho de Rafete, fundador dos Tibare-52

  • ni, povo que habitava no mar Negro a oeste dos Mos- quis . (14)

    c. Durante sculos, muito antes que os atuais aconte- cimentos pudessem influir nas idias dos intrpretes, reco- nheceu-se que a profecia de Ezequiel a respeito do poder do Norte se referia Rssia. O doutor John Cumming, es- crevendo h mais de um sculo (1864), disse: Esse co- mandante do Norte imagino luz da Palavra divina que seja o autocrata da Rssia. A Rssia ocupa um lugar, e de muita importncia na palavra proftica, isto tem sido ad- mitido por quase todos os expositores da Bblia .( 5)

    Podemos, portanto, deduzir que o nome Gogue o nome que simboliza o chefe desta nao, e como diz Sco- field: Gogue o prncipe e Magogue a sua terra . O pro- feta Ezequiel d bastante nfase ao significado do pensa- mento, dizendo por trs vezes que essa potncia inimiga de Israel viria do Extremo Norte (38.6,15; 39.2). Se o leitor tomar um globo e percorrer com o dedo em direo ao norte a partir de Israel, ver que ele atinge diretamente o meio da Rssia.

    d. A Verso Inglesa do Rei Tiago (King James) aproxi- ma o sentido do pensamento. A Revised Standard e Am- plifield Version do porm o sentido mais acurado. Isto , traduzindo o vocbulo hebraico Norte qualificativo de Norte como Extremo Norte . Todos ns sabemos a quem esta profecia se refere. Rssia.

    O escritor do Pulpit Commentary considera que o ter- mo rs bastante discutido, ocorre 456 vezes no Novo Testamento, e nunca traduzido como nome prprio e, sim, por pico ou cabea de alguma coisa.

    O nome Rssia provm do finlands, e significa re- madores , enquanto que rs um termo hebraico, e quer dizer chefe .(16)

    2. Uma invaso sem motivoAlguns eruditos acham que a proftica invaso Ter-

    ra de Israel por foras do Norte deve preceder o arrebata- mento da Igreja . J outros, porm, acham que no.

    Alguns intrpretes so de opinio que ela se dar logo aps o retorno de Cristo terra para o arrebatamento da

    53

  • Igreja. Razo porque isso apressaria sua Vinda (Parousia) Terra, com poder e grande glria.

    Pensando nisso, no dia 28 de novembro (1983), 25 ju- deus ortodoxos foram a Hebrom, para interceder diante de Deus junto ao tmulo de Abrao para que a chegada de Gogue e Magogue Terra Santa ainda seja adiada, pois alguns deles tiveram um sonho: Gogue e Magogue esta- riam prestes a vir .

    J o rabino Chaim Valoshiner (sculo dezenove) de- clara: Quando virdes o exrcito russo comear a mover-se para o Sul e entrar na Turquia, vesti as vossas roupas de sbado e preparai-vos para receber 0 Messias . O rabino- chefe das cerimnias judaicas diante do Muro das Lamen- taes considera que no se deve orar pedindo o adiamento de Gogue e, sim, a sua chegada Terra de Israel. E pen- sando nisso, exortou que verdadeiros cabalistas no deve- riam orar pelo adiamento da vinda das hordas do Norte (Gogue e Magogue), mas pelo seu rpido aparecimento, pois, assim, seria apressada a vinda do Messias . (17)

    As passagens bblicas que tratam da vinda de Gogue Terra Santa apontam para o tempo do fim.

    Depois de muitos dias sers visitado: no fim dos anos... (Ez 38.8a). Que anos so estes? Certamente aque- les que marcaro o tempo da Dispensao da Graa. J no versculo 16 do mesmo captulo, diz que Gogue chegar Terra de Israel no fim dos dias. Um dos grandes problemas que surgem no que diz respeito invaso de Gogue quanto a sua posio na ordem cronolgica dos aconteci- mentos.

    Alguns comentaristas so de opinio que ela se dar um pouco antes do arrebatamento da Igreja; j outros, porm, opinam que no, e, sim, se dar depois . Os rabi- nos judaicos na sua maioria so de opinio que a invaso de Gogue Terra Prometida ter lugar na parte final da Grande Tribulao e invocam (alm de outras citaes) a passagem de Daniel 11.44, quando foras do Norte se- guiro em direo a Israel procurando se alojar sobre o monte Sio (Dn 11.45).54

  • b. Dois pontos importantes devem ser aqui observados para uma melhor compreenso do significado do pensa- men to:

    1) Vrias vezes na profecia em foco ela atribuda ao fim dos anos (Ez 38.8) e aos fins dos dias (Ez 38.16). So expresses definidas que denotam a poca que precede os acontecimentos que marcaro o retorno de Cristo Ter- ra com poder e grande glria (sua Parousia) para estabele- cer seu Reino Milenar.

    2) Esta predio encontra-se num contexto que d uma seqncia cronolgica definida dos acontecimentos.

    Os captulos 36 e 37, que antecipam os captulos 38 e 39, falam da restaurao final dos judeus terra da Pales- tina, restaurados para no mais serem dispersos. Os cap- tulos 40 e 48, que sucedem aos captulos 38 e 39, falam da introduo e do decorrer da Era Milenar. Ora, a fora do argumento mostra-nos que esta possvel invaso ter lugar um pouco antes da introduo do Milnio sobre a terra. A disperso babilnica no foi muito prolongada nem pelo mundo inteiro e, a promessa divina uma restaurao de- finitiva (Ez 37.23), e um repatriamento total da nao in- teira (Ez 37.21). Mas devemos aguardar estes ...tempos ou...estaes que o Pai estabeleceu (para si) pelo seu pr- prio poder . Pois Deus est velando sobre a sua Palavra para cumpri-la! (Jr 1.12).

    3. As suas congregaesO profeta Ezequiel apresenta uma lista parcial dos

    antigos nomes de alguns povos e naes que ajudaro a Go- gue nesta investida mortal contra a herana do Senhor (Ez 38.5,6). E numa outra lista, mostra-nos outros povos que auxiliaro Israel no combate contra Gogue e seus aliados (Ez 38.13).

    a. Persas - (Ez 38.5). Todas as autoridades hoje con- cordam, sobre qual pas que atualmente a Prsia de ou- trora. o Ir.

    Sua posio geogrfica: Sudeste da sia, com frontei- ras ao norte com a Unio Sovitica e com o mar Cspio, a leste com o Afeganisto e Paquisto,ao sul com o golfo Pr- sico, e a oeste com o Iraque e a Turquia. ( 8) Na sua frontei-

    55

  • ra com a Unio Sovitica, j podemos ver nisso um terri- trio-ponte para o tal assalto.

    b. Etopes - (Ez 38.5). A palavra Cuze em Gnesis 2.13 e ss se traduz por Etipia em outras verses. Verdade que alguns escritores renomados vem a uma outra Eti- pia que se encravava entre o Tigre e o Eufrates, e no a descrita em Atos 8.27.

    Mas de acordo com o seu original de Ezequiel (38.5), a palavra etopes quer dizer rosto tostado (cf. Jr 13.23). Ora, com esse sentido ela ocorre 21 vezes na Verso do Rei Tiago (King James) e, isso refora todo 0 argumento apon- tando para a Etipia moderna que ns conhecemos. Os etopes (antigos abissnios) se orgulham de que seus impe- radores sejam da linhagem de Salomo e da rainha de Sa- b que, se segundo se afirma, foi a rainha Makeda de Ak- sum.( 9)

    Sua posio geogrfica: frica Oriental. A Etipia li- mitada ao norte pelo mar Vermelho, a leste pelo Djibuti e pela Repblica da Somlia, ao sul pelo Qunia, e a oeste pelo Sudo.(40)

    c. Pute - (Ez 38.5). No original hebraico a palavra pute se traduz por Lbia. Pute foi 0 terceiro filho de Co, e na distribuio geogrfica das terras, coube-lhe a frica Negra como seu territrio (Gn 10.6). Os descendentes de Pute migraram para a terra ao oeste do Egito, e se torna- ram a origem das naes rabes do Norte da frica, como a Lbia (j citada), Arglia, Tunsia e Marrocos. A primeira colnia de Pute foi chamada Lbia pelos historiadores anti- gos, Josefo e Plnio (Antiguidade Judaica e Histria Natu- ral). A traduo grega do Antigo Testamento hebraico, chamada Septuaginta (LXX), traduz Pute por Lbia, em 250 a 280 a.C.

    Sua posio geogrfica: Norte da frica. A Lbia limi- ta-se ao norte com o mar Mediterrneo e tem fronteiras a leste com o Egito, a sudeste com o Sudo, ao sul com o Chade e o Niger, a oeste com a Arglia e a noroeste com a Tunsia.

    d. Gmer - (Ez 38.6). Gmer foi o primeiro filho de Ja- f e pai de Asquenaz, Rifate e Togarma (Gn 10.3) e na dis-56

  • tribuio geogrfica das terras, coube-lhe em herana uma parte da Europa. 0 doutor Young diz que Gmer e seus descendentes se estabeleceram no norte do mar Negro, e da para 0 sul e a oeste, at as extremidades da Europa. E Josefo chamou os filhos de Asquenaz Reginianos . Um mapa antigo que pertenceu ao Imprio Romano localizava Gmer e todas as suas tropas na rea ocupada pela Europa Oriental que est inteiramente atrs da Cortina de Ferro (Alemanha Oriental, Polnia, Tchecoslovquia, etc).

    Sua posio geogrfica: Europa-Centro-Norte. A Ale- manha Oriental limitada ao norte pelo mar Bltico, a leste pela Polni