Desenvolvimento de uma arquitectura distribuída para controlo de … · RLC e α = 30º.....43...
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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Departamento de Engenharia Electrotcnica e de Computadores
Desenvolvimento de uma Arquitectura Distribuda para Controlo de Potncia
Manuel Antnio Ferreira Pereira
Licenciado em Engenharia Electrotcnica pela Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto
Dissertao submetida para satisfao parcial dos requisitos do grau de
mestre em Engenharia Electrotcnica e de Computadores
(rea de especializao de Informtica e Automao)
Porto, Junho de 2005
-
Dissertao realizada sob a superviso de
Professor Doutor Adriano da Silva Carvalho,
do Departamento de Engenharia Electrotcnica e de Computadores
da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
-
Aos meus pais
Aos meus irmos
-
vii
Agradecimentos
Gostaria de expressar a minha gratido a todos aqueles que contriburam de alguma forma
para a realizao deste trabalho.
Em primeiro lugar, agradeo ao meu orientador, o Professor Doutor Adriano da Silva
Carvalho, pelo apoio, colaborao e orientao que sempre me reservou. Os seus conselhos
e rigor cientfico constituram uma preciosa ajuda na realizao deste trabalho. Agradeo
tambm o esforo desenvolvido na leitura e sugestes de reviso deste documento.
A todos os meus colegas do ISR, devo agradecer o companheirismo e o benefcio
decorrente das oportunidades de discusso cientfica.
Ao Instituto de Sistemas e Robtica, por me ter cedido meios laboratoriais para a realizao
do trabalho experimental.
A todos, os meus sinceros agradecimentos.
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ix
Resumo
As recentes evolues tecnolgicas que conferem um grau de sofisticao cada vez maior
aos sistemas de controlo tm causado uma reanlise de arquitecturas a adoptar neste
domnio da Engenharia.
Nesta dissertao apresenta-se o estudo e desenvolvimento de uma arquitectura distribuda
para controlo de potncia, bem como uma possvel implementao dessa arquitectura
aplicada ao processo industrial de secagem de transformadores, usado nesta dissertao
como caso de estudo.
A arquitectura desenvolvida suportada na evoluo tecnolgica dos microprocessadores e
das redes de comunicao, com desempenhos cada vez mais elevados, quer ao nvel das
estruturas de controlo, quer ao nvel das metodologias de controlo, permitindo o controlo de
processos complexos.
De facto, os requisitos subjacentes a este tipo de processos levam, inevitavelmente,
utilizao de uma arquitectura distribuda onde as funes de instrumentao, interface,
controlo e actuao so executadas em diferentes subsistemas, representados por ns. A
interligao dos vrios ns realizada por uma ou mais redes de comunicao.
Neste contexto, a utilizao do processo industrial adoptado, no s pela complexidade
inerente ao prprio processo mas tambm pelas suas caractersticas particulares de
instrumentao e controlo, revela-se uma boa base de validao. De facto, estes dois
subsistemas (instrumentao e controlo) tm verificado melhorias substanciais de
desempenho. Em particular, o projecto de subsistemas de controlo tem evoludo de forma
significativa, suportado pelo melhor desempenho das plataformas digitais.
Em consequncia, so estudados mtodos de controlo de temperatura, com a adopo do
mtodo de controlo hbrido, que utiliza lgica difusa para melhorar o controlo da
temperatura. As boas caractersticas de desempenho do sistema de controlo desenvolvido
foram demonstradas atravs dos ensaios experimentais realizados.
-
xi
Abstract
The recent technological evolutions that confer an increasingly sophistication degree to the
control systems have caused a re-analysis of the architectures to adopt in this domain of
Engineering.
In this dissertation it is presented the study and development of a distributed architecture
for power control, as well as a possible implementation of this architecture applied to the
industrial process of drying transformers, used in this dissertation as study case.
The developed architecture is supported on the technological evolution of the
microprocessors and communication networks, with higher levels of performance, whether
at the control structures level, whether at the control methods level, allowing the control of
rather complex processes.
In fact, the underlying requirements to this kind of processes lead, inevitably, to the use of a
distributed architecture where the instrumentation functions, interface, control and actuation
are executed in different subsystems, represented by nodes. The interconnection of the
several nodes is executed through one or more communication networks.
In this context, the use of the adopted industrial process shows a good base of validation,
not only for the inherent complexity to the proper process but also for its particular
characteristics of instrumentation and control. In fact, these two subsystems have verified
substantial improvements of performance. In particular, the project of control subsystems
has evolved in significant form, supported by best performance of the digital platforms.
In consequence, methods of temperature control are studied, with the adoption of hybrid
control method, that uses fuzzy logic to improve the temperature control. The good
performance characteristics of the developed control system were demonstrated through the
realization of experimental tests.
-
xiii
ndice de Contedos
Agradecimentos .............................................................................................................................. vii
Resumo............................................................................................................................................. ix
Abstract............................................................................................................................................ xi
ndice de Contedos...................................................................................................................... xiii
ndice de Figuras .......................................................................................................................... xvii
ndice de Tabelas........................................................................................................................... xxi
Abreviaturas ................................................................................................................................ xxiii
1 Introduo..................................................................................................................................1
1.1 Objectivos...............................................................................................................................2
1.2 Organizao da Dissertao ...................................................................................................3
2 Apresentao do Caso de Estudo .............................................................................................5
2.1 Introduo...............................................................................................................................5
2.2 Anlise do Processo de Secagem ...........................................................................................6
2.3 Requisitos do Subsistema de Aquisio ...............................................................................11
2.4 Requisitos do Subsistema de Controlo .................................................................................11
2.5 Requisitos da interface .........................................................................................................12
2.6 Concluso .............................................................................................................................13
3 Sistemas Distribudos de Controlo.........................................................................................15
3.1 Introduo.............................................................................................................................15
3.2 Sistemas Distribudos de Controlo .......................................................................................16
-
ndice de Contedos
xiv
3.2.1 Modelos de Comunicao para Sistemas Distribudos ........................................ 17 3.2.2 Sistemas de Controlo em Tempo Real ................................................................. 21
3.3 Arquitectura Distribuda para Controlo de Potncia ........................................................... 30 3.3.1 Modelo de Comunicao...................................................................................... 32 3.3.2 Apresentao da Arquitectura para o Caso de Estudo ......................................... 34
3.4 Concluso ............................................................................................................................ 35
4 Subsistema de potncia........................................................................................................... 37
4.1 Introduo............................................................................................................................ 37
4.2 Sistema de Aquecimento ..................................................................................................... 37
4.3 Rectificadores ...................................................................................................................... 38 4.3.1 Rectificador Trifsico no Controlado................................................................. 39 4.3.2 Rectificador Trifsico Semi-Controlado .............................................................. 42 4.3.3 Rectificador Trifsico Controlado........................................................................ 45
4.4 Inversores de Tenso ........................................................................................................... 48 4.4.1 Inversores monofsicos........................................................................................ 50 4.4.2 Inversores de tenso Trifsicos ............................................................................ 51
4.5 Concluso ............................................................................................................................ 58
5 Instrumentao do Sistema - Subsistema de Aquisio ...................................................... 59
5.1 Introduo............................................................................................................................ 59
5.2 Potncia Activa.................................................................................................................... 63
5.3 Topologias de Medio da Potncia Activa ........................................................................ 64 5.3.1 Trs Fases Quatro Condutores Estrela .............................................................. 64 5.3.2 Trs Fases Trs Condutores Tringulo.............................................................. 65 5.3.3 Trs Fases Quatro Condutores Tringulo.......................................................... 67 5.3.4 Aquisio da Corrente.......................................................................................... 68 5.3.5 Aquisio da tenso.............................................................................................. 70 5.3.6 Condicionamento dos Sinais de Corrente e Tenso ............................................. 72
5.4 Componente activa dos ns de Aquisio ........................................................................... 77 5.4.1 Entradas Analgicas............................................................................................. 78 5.4.2 Medio da Potncia Activa................................................................................. 79 5.4.3 Medio da Energia Activa.................................................................................. 80 5.4.4 Leitura da Energia Activa Acumulada ................................................................. 82
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ndice de Contedos
xv
5.4.5 Medio de Valores rms (Corrente + Tenso) ......................................................83 5.4.6 Leitura dos Valores rms ........................................................................................83 5.4.7 Interface Srie .......................................................................................................84
5.5 Circuito de Aquisio...........................................................................................................85
5.6 Aquisio da Temperatura Ambiente...................................................................................87
5.7 Alterao da Frequncia de Relgio.....................................................................................87
5.8 Erro na medio da Corrente rms e erro no clculo da Potncia Activa ..............................96
5.9 Concluso .............................................................................................................................96
6 Subsistema de Controlo ..........................................................................................................99
6.1 Introduo.............................................................................................................................99
6.2 Controlo..............................................................................................................................100 6.2.1 Mtodos de Controlo Convencionais/Avanados ...............................................102 6.2.2 Plataforma de controlo........................................................................................110 6.2.3 Placa de Interface................................................................................................112
6.3 Software .............................................................................................................................114 6.3.1 Estrutura do Software .........................................................................................115
6.4 Controlo do Processo de Secagem .....................................................................................122
6.5 Implementao do Controlo Hbrido e Resultados Experimentais ....................................124
6.6 Anlise de Resultados ........................................................................................................129
6.7 Concluso ...........................................................................................................................131
7 Concluses e Desenvolvimentos Futuros .............................................................................133
7.1 Concluses .........................................................................................................................134
7.2 Desenvolvimentos futuros..................................................................................................135
8 Referncias .............................................................................................................................137
Anexo A Prottipo Industrial....................................................................................................141
Anexo B Calibrao do ADE7754.............................................................................................145
B.1 Calibrao do Offset da Potncia Activa............................................................................145
B.2 Calibrao da Fase da Potncia Activa ..............................................................................146
-
ndice de Contedos
xvi
B.3 Compensao do Offset nas medidas rms.......................................................................... 148
-
xvii
ndice de Figuras
Figura 3.1: Arquitectura geral de um Sistema Distribudo de Controlo............................................16 Figura 3.2: Modelo de Comunicao Cliente-Servidor.....................................................................18 Figura 3.3: Comunicao Cliente-Servidor.......................................................................................18 Figura 3.4: Modelo de Comunicao Produtor-Consumidor. ...........................................................19 Figura 3.5: Comunicao Produtor-Consumidores. ..........................................................................19 Figura 3.6: Modelo de Comunicao Mestre-Escravo. .....................................................................20 Figura 3.7: Comunicao Mestre-Escravo. .......................................................................................20 Figura 3.8: Valor do resultado das tarefas aps o fim do prazo temporal.........................................24 Figura 3.9: Arquitectura distribuda para controlo de potncia.........................................................33 Figura 3.10: Arquitectura de controlo do caso de estudo..................................................................34 Figura 4.1: Circuito de potncia. .......................................................................................................38 Figura 4.2: Rectificador trifsico no controlado (Carga Resistiva). ................................................39 Figura 4.3: Tenses de entrada e sada do rectificador trifsico no controlado...............................40 Figura 4.4: Rectificador trifsico no controlado (Carga RLC). .......................................................41 Figura 4.5: Corrente e tenso aos terminais da carga do rectificador trifsico no controlado (Carga
RLC)...........................................................................................................................................41 Figura 4.6: Rectificador trifsico semi-controlado (Carga RLC)......................................................42 Figura 4.7: Tenses de entrada e sada do rectificador trifsico semi-controlado, com = 30. ......42 Figura 4.8: Corrente e tenso aos terminais da carga do rectificador trifsico semi-controlado, carga
RLC e = 30.............................................................................................................................43 Figura 4.9: Tenses de entrada e sada do rectificador trifsico semi-controlado, com = 60. ......43 Figura 4.10: Corrente e tenso aos terminais da carga do rectificador trifsico semi-controlado,
carga RLC e = 60. ..................................................................................................................44 Figura 4.11: Tenses de entrada e sada do rectificador trifsico semi-controlado, com = 90. ....44 Figura 4.12: Rectificador trifsico controlado (Carga RLC). ............................................................45 Figura 4.13: Tenses de entrada e sada do rectificador trifsico controlado, com = 30. .............46 Figura 4.14: Corrente e tenso aos terminais da carga do rectificador trifsico controlado, carga
RLC e = 30.............................................................................................................................46 Figura 4.15: Tenses de entrada e sada do rectificador trifsico controlado, com = 75. .............47 Figura 4.16: Circuito elementar de converso CA/CC, com barramento CC em fonte de tenso. ...48
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ndice de Figuras
xviii
Figura 4.17: Inversor de tenso monofsico transistorizado, com filtro no barramento CC............ 50 Figura 4.18 Inversor de tenso trifsico com filtro LC na entrada................................................... 51 Figura 4.19 Inversor de tenso trifsico. .......................................................................................... 52 Figura 4.20: Diagrama de comando do inversor trifsico. ............................................................... 53 Figura 4.21: Funes de comutao sa, sb e sc para o comando de plena onda. ................................ 53 Figura 4.22: Tenses simples na sada do inversor. ......................................................................... 54 Figura 4.23: Tenses compostas na sada do inversor...................................................................... 54 Figura 4.24: Corrente de fase na sada do inversor. ......................................................................... 54 Figura 4.25: Tenso simples na sada do inversor (PWM Sinusoidal 2400Hz). .............................. 57 Figura 4.26: Corrente de fase na sada do inversor (PWM Sinusoidal 2400Hz).............................. 57 Figura 5.1: Arquitecturas de conversores A/D, aplicaes, resoluo e frequncias de amostragem.
................................................................................................................................................... 60 Figura 5.2: Diagrama temporal da tenso, corrente e potncia instantnea. .................................... 63 Figura 5.3: Ligao estrela com trs sensores de tenso e trs sensores de corrente. ...................... 64 Figura 5.4: Ligao estrela com dois sensores de tenso e trs sensores de corrente. ..................... 65 Figura 5.5: Ligao tringulo com dois sensores de corrente e dois sensores de tenso. ................ 65 Figura 5.6: Ligao tringulo com dois sensores de tenso e trs sensores de corrente. ................. 67 Figura 5.7: Circuito de converso da corrente em tenso................................................................. 69 Figura 5.8: Circuito de seleco do sensor de corrente. ................................................................... 70 Figura 5.9: Circuito de seleco das gamas de medio da tenso. ................................................. 71 Figura 5.10: Filtro Sallen-Key 2 ordem. ......................................................................................... 75 Figura 5.11: Filtro Sallen-Key 2 ordem com pot. de sintonia. ........................................................ 77 Figura 5.12: Circuito de condicionamento dos sinais de corrente e tenso...................................... 77 Figura 5.13: Diagrama de blocos funcional do ADE7754. .............................................................. 78 Figura 5.14: Ripple presente na energia. .......................................................................................... 81 Figura 5.15: Fluxograma de medio da energia activa acumulada................................................. 82 Figura 5.16: Fluxograma de medio dos valores rms da fase A..................................................... 84 Figura 5.17: Diagrama de blocos do subsistema de aquisio. ........................................................ 85 Figura 5.18: Esquemtico do subsistema de aquisio..................................................................... 86 Figura 5.19: Circuito de condicionamento do sinal de sada do sensor de temperatura................... 87 Figura 5.20: Valores medidos para a energia activa, com sinais de corrente e tenso de amplitude
0.2852Vp. .................................................................................................................................. 89 Figura 5.21 Valores medidos para a energia activa, com sinais de corrente e tenso de amplitude
0.2852Vp e sistema de aquisio estabilizado. .......................................................................... 90 Figura 5.22: Valores medidos para a energia activa, com sinais de corrente e tenso de amplitude
0.2852Vp. .................................................................................................................................. 91 Figura 5.23 Valores medidos para a energia activa, com sinais de corrente e tenso de amplitude
-
ndice de Figuras
xix
0.1827Vp. ...................................................................................................................................91 Figura 5.24 Valores medidos para a Energia Activa, com sinais de corrente e tenso de amplitude
0.1827Vp e 35.8 de desfasamento entre os sinais de corrente e tenso.....................................92 Figura 5.25: Valores medidos para a corrente rms, para um sinal de amplitude 0.48649Vp. ...........93 Figura 5.26: Valores medidos para a corrente rms, para um sinal de amplitude 0.292884Vp. .........94 Figura 5.27 Valores medidos para a energia activa e perodo do sinal de entrada............................95 Figura 6.1: Diagrama de blocos de um sistema de controlo contnuo com realimentao negativa.
.................................................................................................................................................101 Figura 6.2: Diagrama de blocos de um sistema de controlo digital com realimentao negativa...101 Figura 6.3:Resposta de um controlador ON-OFF. ..........................................................................103 Figura 6.4:Resposta de um controlador ON/OFF com histerese.....................................................104 Figura 6.5: (a) Resposta de um controlador proporcional para diferentes valores de KP................105 Figura 6.6:Resposta de um controlador PI para diferentes valores de TI e KP=2............................106 Figura 6.7:Resposta de um controlador PD para diferentes valores de TD e KP=1 .........................107 Figura 6.8:Resposta de um controlador PID para diferentes valores de KP, TD e TI .......................109 Figura 6.9: Plataforma de controlo..................................................................................................111 Figura 6.10: Diagrama de blocos da placa de interface...................................................................113 Figura 6.11: Circuito de gerao dos sinais de comando complementares e de tempo morto. .......113 Figura 6.12: Circuitos de interface fibra ptica/TTL. .....................................................................114 Figura 6.13: Rede de Petri do Processo de Secagem ......................................................................116 Figura 6.14: Esquema de princpio de hierarquia de controladores envolvidos no processo de
secagem....................................................................................................................................123 Figura 6.15: Temperatura, potncia, corrente e resistncia do enrolamento medidas e calculadas
durante o aquecimento com controlo hbrido. .........................................................................125 Figura 6.16: Temperatura, potncia, corrente e resistncia do enrolamento medidas e calculadas
durante o aquecimento com controlo hbrido e durao 120 minutos. ....................................126 Figura 6.17: Regime permanente da temperatura calculada para os enrolamentos do transformador
com controlo hbrido (intervalos das regras difusas de 2C). ..................................................126 Figura 6.18: Regime permanente da temperatura calculada para os enrolamentos do transformador
com controlo hbrido (intervalos das regras difusas de 1C). ..................................................128 Figura 6.19: Regime permanente da temperatura calculada para os enrolamentos do transformador
com controlo hbrido (intervalos das regras difusas de 0.5C). ...............................................129
Figura A.1: Mdulo rectificador + inversor. ..................................................................................................141
Figura A.2: Placa do subsistema de aquisio. ...............................................................................142 Figura A.3: Plataforma de controlo.................................................................................................142 Figura A.4: Consola de interface com o utilizador. ........................................................................143
-
xxi
ndice de Tabelas
Tabela 5-1: Resultados da avaliao dos sensores de corrente. ........................................................68 Tabela 5-2: Resultados da avaliao dos sensores de tenso. ...........................................................70 Tabela 5-3: Configurao do Ganho dos Canais Analgicos............................................................78 Tabela 5-4: Clculo da Potncia Activa Total...................................................................................79 Tabela 5-5: Configurao das Topologias de Medio.....................................................................80 Tabela 6-1: Efeitos da adio das aces proporcional, integral e derivativa.................................108
-
xxiii
Abreviaturas
ADC Analog to Digital Converter
ANSI American National Standards Institute
DAC Digital to Analog Converter
DCS Distributed Control Systems
DDC Direct Digital Control
DMA Direct Memory Access
FTU Fault Tolerant Units
LSB Last Significant Bit
MLI Modulao da Largura dos Impulsos
MSPS Mega Samples Per Second
PGA Programmable Gain Amplifier
PWM Pulse Width Modulation
RAM Random Access Memory
RCS Real-Time Control Systems
RMS Root Mean Square
RTC Real Time Clock
SPI Serial Peripheral Interface
WDT Watch Dog Timer
-
1
1 Introduo
A engenharia de sistemas de controlo est, cada vez mais, ligada a processos complexos. A
caracterizao em termos de modelo matemtico destes processos torna-se mais difcil, seja
pelas caractersticas no lineares que contm ou pelo nmero de variveis envolvidas, seja
pela impossibilidade de os descrever analiticamente.
O desenvolvimento de novos sistemas e mtodos de controlo pode permitir um tratamento
apropriado destes processos.
Neste contexto verificou-se, nas ltimas duas dcadas, um forte aumento da investigao na
rea dos sistemas de controlo. A evoluo nesta rea tem sido nivelada para solues de
sistemas distribudos de controlo, com caractersticas, por vezes, de anlise de sistemas de
tempo real. Pouco se tem avanado em termos de sistema como um todo. Os avanos
existentes tm sido em novas aplicaes, algoritmos de escalonamento dinmicos e
principalmente em sistemas distribudos de tempo real.
Torna-se assim necessrio o desenvolvimento de arquitecturas e solues distribudas de
controlo, com boas caractersticas de desempenho permitindo um controlo eficiente mesmo
de processos complexos. Em particular, neste trabalho foca-se o desenvolvimento de
arquitecturas e solues distribudas para controlo de potncia. De facto, a orientao para
os sistemas distribudos aparece motivada por funcionalidades de desenvolvimento to
importantes como a distribuio do processamento, a flexibilidade de desenvolvimento, a
expansibilidade, interferncia electromagntica, etc.
O processo industrial adoptado na implementao da arquitectura distribuda para controlo
de potncia foi o processo de secagem de transformadores.
Caracterizado o processo, desde logo surge a questo da abordagem sobre o mtodo de
controlo a ser do tipo convencional ou baseado em tecnologias emergentes.
Os mtodos de controlo baseados em tecnologias emergentes, em particular os derivados da
lgica difusa, tm dado uma boa resposta a uma classe de problemas de controlo,
-
Introduo
2
nomeadamente no que se refere ausncia de um modelo ou existncia de parmetros
incertos ou no lineares.
Assim, esta dissertao trata, fundamentalmente, do estudo e desenvolvimento de uma
arquitectura distribuda para controlo de potncia e da implementao de uma possvel
soluo para essa arquitectura, aplicada em particular ao processo de secagem de
transformadores. Foca tambm a implementao, em prottipo industrial, de um mtodo de
controlo de temperatura.
A validade dos aspectos tericos concebidos e dos mtodos de controlo implementados
assim tratada via demonstrao experimental. Os resultados experimentais obtidos
demonstram as boas caractersticas de desempenho do sistema de controlo desenvolvido.
1.1 Objectivos
O trabalho aqui apresentado tem trs objectivos fundamentais. O primeiro o estudo e
desenvolvimento de uma arquitectura distribuda para controlo de potncia. O segundo,
mas no menos importante, o desenvolvimento e implementao de uma soluo
distribuda para controlo do processo de secagem de transformadores. O terceiro e ltimo
a validao experimental do controlador implementado.
As principais tarefas que devem ser realizadas so as seguintes:
Estudo e desenvolvimento de uma arquitectura distribuda para controlo de
potncia;
Desenvolvimento e implementao do subsistema de aquisio, responsvel pela:
o aquisio da corrente e tenso;
o medio da corrente rms (Root Mean Square), potncia activa e temperatura
ambiente;
o clculo da temperatura dos enrolamentos do transformador;
Desenvolvimento e implementao do subsistema de controlo, quer a nvel de
hardware quer de software que deve incluir:
o controlo dos conversores electrnicos do subsistema de potncia;
o interface com o operador;
o gesto das comunicaes com o subsistema de aquisio e a interface com o
-
Introduo
3
operador;
o implementao do algoritmo (ou mtodo) de controlo;
Validao experimental do controlador implementado;
1.2 Organizao da Dissertao
O contedo desta dissertao encontra-se organizado em captulos. No captulo 1
enquadrada a dissertao e so apresentados os problemas a tratar, bem como os objectivos
a atingir.
O captulo 2 apresenta o processo usado como caso de estudo (processo de secagem de
transformadores), bem como alguns dos requisitos que este impe ao subsistema de
aquisio, controlo e interface.
O captulo 3, alm da descrio dos sistemas de controlo distribudos, em especial os de
tempo real, apresenta a arquitectura distribuda para controlo de potncia, bem como uma
possvel soluo para controlo do processo de secagem de transformadores.
O captulo 4 trata do controlo de potncia e dos conversores que dele fazem parte. Descreve
a constituio do subsistema de potncia do sistema de aquecimento e apresenta um estudo
sobre alguns dos conversores que podem ser usados neste tipo de subsistemas, em
particular sobre os conversores CA/CC e CC/CA.
Faz-se, tambm, uma anlise simplificada de mtodos de uso geral de controlo de
conversores CC/CA.
No captulo 5 apresenta-se o desenvolvimento e implementao do subsistema de
aquisio, responsvel pela aquisio, processamento, digitalizao e medio/clculo das
grandezas necessrias ao controlo e superviso do processo. As vrias fases de
implementao deste subsistema so devidamente explicadas.
O captulo 6, alm do desenvolvimento e implementao do subsistema de controlo,
apresenta a rede de Petri que serviu de base ao desenvolvimento do cdigo da aplicao.
Apresenta ainda a implementao em prottipo industrial de um mtodo de controlo de
temperatura hbrido, resultados experimentais e respectiva anlise dos mesmos.
Finalmente, apresentam-se as principais concluses e algumas linhas de aco para
trabalhos futuros, na sequncia deste.
-
5
2 Apresentao do Caso de Estudo
2.1 Introduo
Os transformadores a leo para distribuio de energia elctrica tm que ser secos por
razes de fabricao, qualidade e fiabilidade de funcionamento.
O processo tradicional de aquecimento e secagem de transformadores de distribuio,
aquecimento em estufa, caracteriza-se por uma eficincia baixa e um tempo de
aquecimento/secagem elevados, dependentes do tipo de transformador a secar.
A inovao neste processo proposta por Quintas, (Quintas, Carvalho et al., 1994),
proporcionou uma reduo acentuada destas limitaes. Baseia-se no aquecimento directo
do transformador em secagem, atravs da injeco controlada de corrente e controlo da
temperatura de secagem. A corrente injectada controlada de forma a manter a temperatura
dos enrolamentos do transformador em torno dos 110C (nunca ultrapassando os 130C,
pois temperaturas superiores poderiam danificar o verniz isolador). A temperatura
calculada pelo valor da resistividade do cobre dos enrolamentos, a partir da medida da
potncia activa, corrente e temperatura inicial (temperatura ambiente).
O problema que esta dissertao se prope estudar o do desenvolvimento de uma soluo
distribuda para controlo, que satisfaa os requisitos do processo de secagem de
transformadores, melhorando desta forma a eficincia e o tempo de secagem. Na verdade
este processo, pelas suas caractersticas, constitui um efectivo caso de estudo permitindo
generalizar os resultados a atingir.
A soluo a desenvolver tem um vasto conjunto de requisitos, impostos pelo processo, que
devem ser cumpridos com rigor, dado que o no cumprimento de alguns pode causar danos
no transformador em secagem. Alguns destes requisitos so: garantir que os limites de
corrente dos enrolamentos so cumpridos, garantir que as correntes nos enrolamentos no
esto em desequilbrio, comandar o inversor, medir correntes, medir a potncia activa, gerir
-
Apresentao do Caso de Estudo
6
comunicaes com o exterior, monitorar medidas e a sua evoluo para detectar defeitos e
avarias, tratar as entradas, apresentar dados na sada, etc.
Uma vez identificado o caso de estudo, este captulo pretende descrever o conjunto de
requisitos existentes neste tipo de sistemas, sejam de instrumentao, controlo, ou interface,
a partir de uma anlise do processo central.
2.2 Anlise do Processo de Secagem
O processo de secagem utiliza um inversor de tenso, a funcionar em baixa frequncia, para
introduzir corrente nos enrolamentos do transformador, que tem o secundrio em curto-
circuito. Deste modo, existe um auto-aquecimento do transformador, que permite a
vaporizao dos lquidos presentes nas peas construtivas. Para permitir a rpida
eliminao dos vapores existentes nas imediaes do transformador, este mantido em
vcuo durante a secagem. A frequncia da forma de onda gerada plo inversor de 5Hz,
para que a tenso induzida no secundrio seja baixa e assim existam correntes de
aquecimento tanto no(s) enrolamento(s) primrio(s) como no(s) secundrio(s) do
transformador. Doutra forma, as correntes do primrio seriam muito baixas e no causariam
auto-aquecimento significativo. Grande parte dos transformadores de distribuio so
trifsicos mas o sistema funciona tambm com transformadores monofsicos.
O processo de secagem utiliza tambm duas cubas de vcuo com capacidade mxima para
5 transformadores. Os 5 inversores de tenso que se pretende comandar, de forma
independente, podem ser ligados a qualquer uma das cubas. O nmero de transformadores
presente nas cubas depende das suas dimenses fsicas e do planeamento da produo.
Os parmetros dos transformadores a construir variam pea a pea conforme os requisitos
do cliente final. Alguns destes parmetros so elctricos, tal como a tenso no enrolamento
primrio e secundrio, respectivas correntes que traduzem uma determinada potncia de
funcionamento, tenso de isolamento, etc. Estes parmetros so introduzidos pelo operador,
atravs de uma interface grfica. Existem, no entanto, uma srie de pormenores
construtivos no elctricos muito importantes (do ponto de vista do controlador de
temperatura), tal como a temperatura mxima a que o transformador dever funcionar,
forma fsica dos ncleos magnticos, disposio fsica do fio condutor, espaos e formato
dos canais do interior dos enrolamentos, etc. Muitos outros pormenores, tal como
configurao dos pontos de fixao, isoladores pretendidos, ligaes elctricas, etc. no
-
Apresentao do Caso de Estudo
7
interessam ao controlador de temperatura mas exigem que o trabalho de montagem do
conjunto do transformador seja, em grande parte, manual.
Os transformadores em causa tm dimenses muito variveis que podem ir, em termos de
volume comparativo, de 1 a 15 m3. Apresentam componentes em madeira e/ou papel, por
razes de custo e funcionalidade. As quantidades destes componentes que aparecem
imprevisivelmente hmidos, varia de transformador para transformador, tal como a sua
configurao e colocao exacta. A humidade dos componentes varia com a sua
provenincia e com estao seca ou hmida do ano o que pode mesmo reflectir-se no
processo de secagem de alguns transformadores.
Os enrolamentos, que podem ser de cobre ou de alumnio, variam em forma e dimenso de
acordo com os referidos factores construtivos. Os enrolamentos so j construdos com a
preocupao que ser necessrio sec-los e assim existem canais de formato variado que
servem, entre outros propsitos, para escoar os vapores formados durante a secagem.
Devido elevada flexibilidade necessria durante a produo, grande parte dos ajustes so
feitos por trabalhadores, pelo que se admitem diferentes folgas e pequenas diferenas entre
peas que poderiam aparentemente ser iguais.
Do ponto de vista termodinmico e dos fenmenos de transferncia envolvidos, a
modelao matemtica deste sistema apresenta-se algo complexa. Tal modelao obrigaria
a estabelecer um certo nmero de simplificaes e pressupostos, alm de que muitas
informaes relevantes nem sequer esto disponveis, tal como os valores dimensionais de
todos os parmetros dos enrolamentos, tendo em conta que um nmero varivel de
transformadores so secos em simultneo, tambm a temperatura dos outros
transformadores que esto na mesma cuba ou ainda o valor da presso actual. Por outro
lado, a quantidade de humidade no papel e na madeira indeterminada. Tendo em conta
todas estas dificuldades conclui-se que tal formulao matemtica seria impraticvel, no
mbito deste trabalho. A modelao matemtica do processo de secagem foi objecto de
estudo preliminar e o grupo de trabalho envolvido nesse estudo concluiu que tal modelao
requeria uma quantidade de trabalho que a inviabiliza.
Durante a secagem, a temperatura do transformador em aquecimento determinada atravs
do clculo da resistncia do enrolamento, sendo a resistncia calculada a partir dos valores
medidos para a potncia activa e corrente. A equao utilizada para o clculo da
temperatura actual nos enrolamentos de um transformador em cobre :
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Apresentao do Caso de Estudo
8
22 11
(235 ) - 235RT TR
= + (2.1)
onde T1 a temperatura inicial, T2 a temperatura actual, R1 a resistncia inicial e R2 a
resistncia actual.
No caso de os enrolamentos serem em alumnio a equao :
22 11
(225 ) - 225RT TR
= + (2.2)
A grande vantagem da medio indirecta da temperatura a de eliminar todos os sensores
de temperatura. Tal importante no s por consideraes econmicas, mas tambm para
permitir o enchimento automtico de leo na fase seguinte do processo.
A medida da temperatura obtida o integral de elementos infinitesimais de temperatura, ao
longo de cada um dos enrolamentos do transformador. A medida da temperatura tanto pode
ser monofsica como trifsica.
O objectivo do sistema de controlo o de elevar a temperatura dos enrolamentos at cerca
de 110C, mas de forma a nunca ultrapassar os 130C pois tal resultaria, provavelmente, em
queimaduras no verniz isolador dos enrolamentos do transformador o que obrigaria a sua
substituio integral.
Quando a temperatura do transformador est longe da temperatura final pretendida, 110C,
aplicada a corrente mxima aos enrolamentos, definida como 120% da corrente nominal
(IN). Esta limitao no valor mximo da corrente visa proteger os enrolamentos de esforos
mecnicos excessivos, que poderiam surgir pela existncia de demasiados vapores em
ebulio no interior do sistema.
Supondo, por aproximao que os vapores extrados do transformador so de gua, o seu
ponto de ebulio varia muito conforme a presso existente no interior da cuba. A consulta
das tabelas apropriadas, tal como descrito por Smith, (Smith e Van Ness, 1987) (tabela
C.1), assegura que a gua (pura) entra no estado gasoso a temperaturas inferiores a 19C
desde que a presso seja inferior a 20 mbar. Se a presso na cuba de secagem no atingir os
20 mbar ao fim de 20 minutos de processo, a secagem interrompida e o controlador do
processo de vazio activa um alarme (de reparar que o controlador do processo de vazio
um sistema independente do controlador do processo de secagem). O aquecimento do
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Apresentao do Caso de Estudo
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transformador traz a humidade do interior dos materiais at sua periferia, para ser
eliminada pelas bombas de vcuo. Em concluso, o ritmo a que o vapor de gua
eliminado das proximidades do transformador varia com a presso na cuba e a temperatura
do transformador. O valor da presso na cuba desconhecido do controlador do processo
de aquecimento de transformadores.
Uma das maiores dificuldades do processo que se tem vindo a descrever reside no facto de
que, uma vez retirada a humidade das proximidades do sistema, o transformador perde
alguma massa (foram retirados lquidos). Se se continuar a enviar potncia para o sistema
ao ritmo anterior, a sua temperatura subir rapidamente, com o perigo de ultrapassar a
temperatura mxima admissvel.
A evoluo da presso no interior da cuba dificilmente previsvel j que o arranque das
bombas de vcuo feito manualmente, pelo que podem existir esquecimentos, atrasos, etc.
e depende ainda do estado de uso do leo utilizado nas bombas de vcuo para fazer o
isolamento entre baixa e alta presso.
O sistema de vazio dispe de duas bombas de vazio primrio (uma para cada cuba) e duas
bombas extra, que podem ser ligadas a uma das cubas para formar alto-vcuo. A secagem
de um transformador demora cerca de 2 horas. Depois desse perodo, o inversor desligado
e as bombas de alto-vcuo so ligadas at a presso baixar dos 5 mbar. Passado algum
tempo, apenas com uma bomba de alto vcuo ligada, e de acordo com instrues do
operador, o processo de enchimento com o tipo de leo certo e a quantidade apropriada
para o transformador em causa inicia-se.
Para o sistema de aquecimento arrancar, o operador tem que inserir os parmetros elctricos
do transformador e dar a ordem de arranque. O sistema de controlo de aquecimento faz a
verificao dos parmetros introduzidos e se existirem erros, pede a sua re-introduo.
Depois dos parmetros serem introduzidos correctamente o sistema arranca com o clculo
da resistncia inicial dos enrolamentos, que sempre feito a 100% da corrente nominal do
transformador (IN) durante 30 segundos, considerando que no existe auto-aquecimento
durante a medida inicial. Posteriormente, medida a percentagem de desequilbrio entre as
3 fases do transformador (se ele for trifsico). Se este valor estiver dentro dos limites o
processo continua para a fase de aquecimento, seno lanado um alarme. Na fase inicial,
quando a temperatura est muito baixa, por ex. abaixo dos 50C, a corrente injectada a
corrente mxima, 120% de IN, pelas razes atrs referidas. S quando a temperatura est
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Apresentao do Caso de Estudo
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prxima dos 80C que existe a necessidade de um controlador de temperatura. Por razes
de segurana existem condies de saturao que limitam, por software, em qualquer altura
do programa, a corrente a 220A ou a 120% IN, o que for menor. Para alm destes
limitadores por software, existem proteces de hardware que so ajustadas pelo sistema de
controlo, durante o incio do processo, para o mais baixo dos dois valores: 220A ou 1,3 IN.
A fase de aquecimento interrompida, caso ocorra uma falha que origine um alarme. Neste
caso a interface grfica deve apresentar ao operador o alarme que ocorreu, bem como a
aco correctiva que o operador deve tomar, caso haja. Se o alarme for grave a fase de
aquecimento termina, se no a fase de aquecimento continua logo aps a interveno do
operador. A fase de aquecimento termina no final do tempo de aquecimento.
A superviso e o controlo local do processo industrial descrito requerem o uso de uma
interface grfica inteligente. Esta interface deve permitir a introduo de dados relevantes
para o processo, tais como a potncia nominal do transformador a secar, a corrente nominal,
o nmero de fases, etc., bem como a apresentao de dados, em tempo real, sobre a
secagem em curso. Por exemplo, durante a secagem o operador deve poder visualizar a
temperatura actual, corrente injectada na carga, grficos da evoluo da temperatura,
formas de onda da corrente, etc.
Como analisado, a instrumentao deste processo revela-se crtica, dado que uma medio
errada ou uma falha a nvel da instrumentao pode causar danos no transformador em
secagem, no limite a volatilizao do verniz que origina a indisponibilidade temporal do
equipamento de secagem. O facto deste processo ser no linear reala ainda mais esta
criticalidade, porque o seu controlo pode originar variaes bruscas da potncia entregue
carga. Assim, alm da elevada preciso de medio exigida instrumentao ainda
exigida uma elevada fiabilidade de funcionamento. Em contrapartida, a elevada preciso de
medio da potncia activa e da corrente requerem a utilizao de taxas de amostragem
elevadas e clculos intensivos.
Quanto ao controlo deste processo, tambm se revela bastante complexo devido ao facto
deste ser no linear e variante no tempo. Tal exige a utilizao de uma plataforma fivel e
eficiente, que permita o desenvolvimento de novos algoritmos de controlo que consigam
explorar o sistema na sua zona de desempenho mxima. Alm da execuo do algoritmo de
controlo, esta plataforma ainda responsvel pela medio da temperatura ambiente,
gerao dos sinais de pwm de comando do inversor, gerao do sinal de referncia para o
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Apresentao do Caso de Estudo
11
ngulo de atraso dos tiristores do rectificador, etc.
O isolamento galvnico entre circuitos de controlo e potncia tambm necessrio, para
evitar que uma falha na potncia no leve destruio do sistema de controlo.
Neste quadro, surge a necessidade da utilizao de uma plataforma distribuda, onde as
funes de instrumentao, interface, controlo e actuao so executadas em diferentes
subsistemas, representados por ns. Os vrios ns so interligados por uma ou mais redes
de comunicao.
2.3 Requisitos do Subsistema de Aquisio
O subsistema de aquisio o responsvel pela aquisio da corrente e tenso nos
enrolamentos do transformador, bem como pela medio da potncia activa, corrente rms e
temperatura ambiente. Para alm disto, este subsistema ainda calcula a temperatura nos
enrolamentos do transformador, com base nos valores medidos para a corrente, potncia
activa e temperatura ambiente. Os requisitos impostos ao subsistema de aquisio so os
seguintes:
Aquisio de correntes com valores entre 0.2 e 240A, com um erro menor que
2%.
Aquisio de tenses com valores entre 2 e 381V, com um erro menor que 2%.
Medio da corrente rms e potncia activa, com um erro menor que 2.5%.
Medio da temperatura ambiente com valores entre 0 e 62.5C, com um erro
menor que 2%.
Clculo da temperatura nos enrolamentos do transformador.
2.4 Requisitos do Subsistema de Controlo
O subsistema de controlo responsvel pelo processamento da informao do processo,
pela execuo do algoritmo de controlo de temperatura nos enrolamentos do transformador
e pela gerao dos sinais de comando dos dispositivos semicondutores de potncia. Cabem
a este sistema a realizao de funes to distintas como a leitura de parmetros
introduzidos pelo operador na consola, a gerao dos sinais de pwm, a deteco de avarias,
a gerao de alarmes, etc. As funes ou requisitos do subsistema de controlo so:
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Apresentao do Caso de Estudo
12
Recepo de dados e comandos, sobre o processo de secagem, introduzidos
atravs da interface grfica.
Envio de dados sobre os valores absorvidos de corrente, potncia, tenso e
temperatura, para a interface grfica.
Gerao do sinal de referncia para o ngulo de atraso dos tiristores do
rectificador.
Gerao dos sinais de pwm para comando do inversor. A forma de onda de
tenso sada do inversor deve ser uma sinuside com uma frequncia fixa (5Hz)
e amplitude varivel, atravs do ndice de modulao e da tenso no barramento
DC.
Controlo da corrente no transformador em secagem num intervalo de tempo
varivel de acordo com a temperatura actual, mantendo um regime final de
temperatura (variao da temperatura em regime permanente menor que 2.5%
do valor final pretendido).
Teste de sobrecarga (pedido de corrente superior a 1,3 IN).
Teste de desequilbrio da amplitude das correntes nas fases (desequilbrio de
corrente nos enrolamentos do transformador superior a 5%).
Teste de sobreaquecimento do transformador (a temperatura dos enrolamentos
ultrapassou os 130C).
Gerao de vrios sinais de alarme em caso de falha do processo de secagem.
Comunicao de informao sobre a secagem a um controlador externo.
2.5 Requisitos da interface
A interface com o utilizador permite a superviso e o controlo local do processo de
secagem de transformadores. Para tal esta interface deve permitir:
Introduo e alterao de dados relevantes para o processo de secagem, tais como a
potncia nominal do transformador a secar, a corrente, nmero de fases, etc.
Envio de ordens para o controlador do processo, tais como arranque ou paragem da
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Apresentao do Caso de Estudo
13
secagem.
Apresentao de dados, em tempo real, sobre a secagem em curso.
Apresentao de informao sobre alarmes, bem como as aces correctivas que o
operador deve tomar, caso existam.
Re-arranque ou finalizao de uma secagem interrompida por um alarme.
Contudo, as operaes de introduo e alterao de dados so limitadas fase inicial de
arranque da secagem, onde ainda no est a ser aplicada corrente carga. Esta limitao
impede que o operador possa colocar o funcionamento do processo em risco atravs da
introduo de parmetros errados durante a secagem (quando est a ser aplicada corrente
carga).
2.6 Concluso
Neste captulo estudaram-se as caractersticas do processo de secagem de transformadores,
bem como alguns dos requisitos a impor soluo a desenvolver, nomeadamente alguns
que do causalidade emergncia de uma plataforma distribuda para a implementao do
sistema.
-
15
3 Sistemas Distribudos de Controlo
3.1 Introduo
Actualmente, o funcionamento das estruturas computacionais assenta cada vez mais na
utilizao de redes de comunicao e de sistemas distribudos, substituindo a tradicional
organizao em torno de sistemas centralizados. De facto, esta nova orientao motivada
por aspectos to importantes como a descentralizao das responsabilidades e a partilha de
recursos, que podem ser obtidos atravs da distribuio. A concretizao destes aspectos
reflecte-se no s numa melhor eficincia e desempenho da organizao, como tm
consequncias muito positivas do ponto de vista econmico.
Assim, conveniente, e a evoluo actual dos sistemas para l aponta, que na rea do
controlo e da superviso de processos industriais se caminhe no sentido de uma cada vez
maior distribuio.
Tal distribuio permite a implementao de sistemas de controlo bem mais complexos,
com requisitos estritos envolvendo a tolerncia a falhas e a flexibilidade. Os sistemas de
controlo embebidos so um exemplo deste tipo de sistemas, tais como aqueles usados no
controlo de automveis para aplicaes drive-by-wire, steer-by-wire, brake-by-wire, etc. As
vantagens dos sistemas distribudos de controlo esto documentadas em vrias fontes. Por
exemplo, o uso de controlo digital avanado em automveis permite melhorar a
estabilidade, a segurana, reduzir o consumo de combustvel e a poluio, melhorar a
performance, etc., (Pimentel e Salazar, 2002).
As exigncias de tempo real so uma das principais caractersticas de desempenho dos
sistemas distribudos de controlo. So estas exigncias que evidenciam a necessidade de
garantir que as operaes executadas pelo sistema terminam antes do tempo mximo
estabelecido. Como num sistema distribudo de controlo a execuo do cdigo e os dados
esto distribudos em diversos ns locais, as caractersticas de tempo real tambm tm que
ser estendidas s redes de comunicao. A necessidade de protocolos de comunicao
-
Sistemas Distribudos de Controlo
16
determinsticos, isto , que tenham tempos mximos de transmisso previsveis, aparece
naturalmente para que o desempenho das comunicaes possa ser contabilizado na
caracterizao das restries temporais a impor aos clculos, face s restries temporais de
todo o conjunto.
O objectivo deste captulo o de caracterizar os sistemas distribudos de controlo, para que
desta forma se possa definir a arquitectura distribuda para controlo de potncia, bem como
uma possvel implementao, aplicada em particular ao processo de secagem de
transformadores.
3.2 Sistemas Distribudos de Controlo
Os sistemas distribudos de controlo (Figura 3.1) so compostos por um ou mais
subsistemas, designados de ns, implementados de uma forma distribuda e comunicando
entre si atravs de uma ou mais redes de comunicao. As tarefas de um sistema distribudo
de controlo (sensorizao/medio, execuo do algoritmo de controlo e actuao) esto
espalhadas por diversos mdulos e so executadas de uma forma distribuda em ns
distintos, interligados por uma rede de comunicao de tempo real. Tipicamente, um dos
ns responsvel pela execuo do algoritmo de controlo, sendo os restantes responsveis
pelas tarefas de sensorizao/medio e actuao.
Os ns da rede de comunicao tm que executar as suas tarefas num intervalo de tempo
mximo especificado, a fim de cumprir os requisitos temporais impostos pelo sistema de
controlo. Para tal, as caractersticas de processamento dos vrios ns e da rede de
comunicao so projectadas de forma a garantir que os requisitos e restries dos sistemas
de controlo so cumpridos.
N Controlador
Rede de Comunicao
N de Sensorizao/Medio 1
N de Sensorizao/Medio n
N Actuador
Figura 3.1: Arquitectura geral de um Sistema Distribudo de Controlo.
Num sistema de controlo tradicional as tarefas de sensorizao/medio, execuo do
algoritmo de controlo e actuao so estritamente sequenciais. Num sistema distribudo de
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Sistemas Distribudos de Controlo
17
controlo tais tarefas podem ser executadas em paralelo ou de um modo sobreposto,
introduzindo assim o problema de sincronizao que precisa de ser correctamente tratado
na fase de projecto, (Pimentel e Salazar, 2002). Talvez o impacto principal do uso de um
sistema de comunicao dentro de um sistema de controlo seja a necessidade da existncia
de mecanismos de sincronizao, para que as tarefas de sensorizao/medio, execuo do
algoritmo de controlo e actuao sejam executadas e comunicadas s suas localizaes
fsicas de uma forma que esteja de acordo com os princpios de controlo.
Uma das principais vantagens dos sistemas distribudos de controlo a sua capacidade de
operar mesmo na presena de falhas, atravs do uso de unidades redundantes configuradas
como unidades tolerantes a falhas (FTU). Esta caracterstica uma vantagem tremenda para
aplicaes que requerem um elevado grau de segurana e confiabilidade (avies, carros,
etc.), (Pimentel e Salazar, 2002).
3.2.1 Modelos de Comunicao para Sistemas Distribudos
Nos sistemas distribudos de controlo, a distribuio dos dados constitui o objecto central
em torno do qual se posicionam os vrios ns e em funo do qual todo o sistema
concebido. Assim, na definio de uma arquitectura deve ter-se em especial ateno a
forma como os dados circulam no sistema e so utilizados pelos ns, pois tal tem reflexos
inevitveis no seu funcionamento e desempenho.
Desta forma, surge a necessidade da utilizao de um modelo de comunicao que garanta
o fluxo de dados, e o respectivo controlo, entre os diversos ns. Para alm disto,
necessrio garantir a correcta sincronizao das vrias tarefas (sensorizao/medio,
execuo do algoritmo de controlo e actuao), de modo a que estas sejam executadas e
comunicadas s suas localizaes fsicas de uma forma correcta.
Existem vrios modelos de comunicao que procuram tratar os problemas atrs referidos.
De entre estes, destacam-se o modelo Cliente-Servidor, Produtor-Consumidor e Mestre-
Escravo, que de seguida se descrevem.
3.2.1.1 Modelo de comunicao Cliente-Servidor
Tipicamente, o modelo de comunicao usado na generalidade das aplicaes distribudas
o modelo Cliente-Servidor, ilustrado na Figura 3.2. Este constitudo basicamente por dois
tipos de componentes, designados de cliente e servidor, que podem ser caracterizados da
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Sistemas Distribudos de Controlo
18
seguinte forma:
Servidores so componentes que fornecem servios; implementam um conjunto de
tarefas de interesse geral para outros componentes que remotamente lhes podem aceder.
Clientes so componentes que usam servios; podem executar parte das aplicaes
localmente e aceder remotamente a servios dos servidores para executarem as tarefas mais
complexas de manipulao de dados, clculos, entrada/sada, etc.
ESC
ON BATTLOAD ONBYPASSFAULT
Figura 3.2: Modelo de Comunicao Cliente-Servidor.
Neste modelo, a comunicao sempre iniciada pelo cliente atravs da invocao de um
servio de um servidor. A invocao do servio transfere o controle de fluxo (mais
quaisquer dados de entrada) para o servidor e ai permanece at o servio estar completo.
Quando o servidor terminar, o controlo de fluxo devolvido ao cliente, que por sua vez
recomea a execuo. A comunicao entre cliente e servidor ilustrada na Figura 3.3.
Figura 3.3: Comunicao Cliente-Servidor.
Neste modelo, como os pedidos so invocados de uma maneira assncrona, torna-se muito
difcil conhecer priori a carga do servidor. Assim, torna-se bastante difcil estimar o atraso
na invocao de um servio (a dificuldade aumenta com o aumento do nmero de clientes)
e, consequentemente, garantir um determinado tempo de resposta a um cliente. Por este
motivo, o modelo de comunicao cliente-servidor considerado temporalmente
imprevisvel.
3.2.1.2 Modelo de comunicao Produtor-Consumidor
O modelo de comunicao Produtor-Consumidor constitudo basicamente por dois tipos
de componentes, designados de produtor e consumidor, que podem ser caracterizados da
seguinte forma:
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Sistemas Distribudos de Controlo
19
Produtores so componentes que produzem servios.
Consumidores so componentes que consomem servios.
Figura 3.4: Modelo de Comunicao Produtor-Consumidor.
No modelo de comunicao produtor-consumidor, a comunicao sempre iniciada pelo
produtor atravs da publicao do servio produzido. Os consumidores mediante o servio
publicado, consomem, ou no, esse servio conforme sejam, ou no, subscritores.
Tipicamente, os consumidores ou esperam (espera activa) pela publicao de um novo
servio; ou ignoram o tempo de publicao e utilizam o ltimo servio publicado. A
comunicao entre produtor e consumidores ilustrada na Figura 3.5.
Produtor
Consumidor A
1
3Tempo
5
4Consumidor B
2 6 7
8
Figura 3.5: Comunicao Produtor-Consumidores.
Legenda:
1, 5: Publicao de servio;
2, 6: Consumo de servio e execuo;
3, 7: espera (activa) da publicao de um novo servio;
4, 8: Consumo do ltimo servio publicado e execuo;
Neste modelo, como o produtor no necessita de conhecer a identidade, ou mesmo a
existncia dos consumidores, o grau de desacoplamento entre componentes elevado.
Porm, um dos pr-requisitos para a obteno da previsibilidade temporal a de que os
consumidores tornem explicito os servios que subscrevem. Normalmente, em sistemas
embebidos este tipo de informao est disponvel. Assim, como os dados e controlo de
fluxo flem unidireccionalmente atravs de uma srie de componentes, a ordem de
-
Sistemas Distribudos de Controlo
20
execuo e o atraso ponta a ponta tornam-se altamente previsveis, o que torna este modelo
temporalmente previsvel.
3.2.1.3 Modelo de comunicao Mestre-Escravo O modelo de comunicao Mestre-Escravo (Figura 3.6) caracterizado pela existncia de
dois componentes fundamentais: o mestre e o escravo. A abordagem deste modelo a de
atribuir ao mestre a caracterstica de coordenar a execuo das actividades e aos escravos as
funes de fornecer os dados pedidos e executar as ordens do mestre.
Mestre Escravo 2
Escravo 1 Escravo n
Pedido de dado A
Envio de dado A
Pedido de execuo
Figura 3.6: Modelo de Comunicao Mestre-Escravo. No modelo de comunicao mestre-escravo, a comunicao sempre iniciada pelo mestre
atravs do envio de um pedido (dados ou execuo de uma ordem) a um dos escravos. O
escravo, ao receber o pedido do mestre, responde, fornecendo os dados pedidos ou
executando a ordem. A comunicao entre mestre e escravos ilustrada na Figura 3.7.
Mestre
Escravo 11
2Tempo
34
5
6
7
Escravo 2
Figura 3.7: Comunicao Mestre-Escravo.
Legenda:
1- Pedido de execuo (Produo de dado B);
2- Pedido de dado A;
3- Envio de dado A;
4- Pedido de dado B;
5- Envio de dado B;
6- Pedido de dado C;
7- Envio de dado C;
Neste modelo, como as funes so distribudas por vrios escravos, torna-se bastante
-
Sistemas Distribudos de Controlo
21
simples estimar o atraso na realizao de uma determinada tarefa. Por este motivo, o
modelo de comunicao mestre-escravo considerado temporalmente previsvel.
3.2.2 Sistemas de Controlo em Tempo Real
Os sistemas de tempo real e as suas aplicaes so uma das reas mais debatidas e
investigadas. Vrios livros e artigos tm sido elaborados sobre este assunto, uma vez que
este um tipo de sistema com inmeras aplicaes. Como exemplos, pode apresentar-se o
sistema de controlo de um automvel, uma base de dados de tempo real, um sistema de
superviso e gesto de produo, uma mquina de raios-X e sistemas muito mais
complexos, como os sistemas de aviao e de navegao subaqutica e espacial.
Os tpicos de interesse desta rea so muitos, incluindo-se a identificao das
caractersticas dos sistemas de tempo real, o escalonamento das tarefas, sistemas
operativos, linguagens de programao, os sistemas distribudos, a tolerncia a falhas, etc.
3.2.2.1 Definio de Sistemas de Tempo Real
A definio mais usada na literatura, e universalmente aceite como correcta a de que um
Sistema de Tempo Real um sistema em que a correco do resultado dado no depende
apenas do resultado lgico da computao, mas tambm do instante em que este resultado
produzido. Tambm no dicionrio de Oxford de Computao se encontra uma definio
semelhante, (Wellings, 1991):
Qualquer sistema em que o instante em que os resultados so produzidos
significativo. Isto normalmente porque as entradas correspondem a movimentos
no mundo fsico, e as sadas tm que se relacionar com os movimentos. O
intervalo entre o instante de entrada e o instante de sada deve ser suficientemente
pequeno para uma pontualidade aceitvel.
3.2.2.2 Caractersticas dos Sistemas de Tempo Real
A existncia de requisitos temporais uma caracterstica fundamental de um sistema de
tempo real. Estes necessitam de executar dentro de uma janela temporal, com prazos de
resposta e de execuo. So estes requisitos temporais que, na maior parte das vezes,
definem a classificao do sistema envolvido.
Os sistemas de tempo real so normalmente sistemas embebidos, porque controlam um
sistema genrico, do qual fazem parte, (Levi e Agrawala, 1990). Esta situao pode ser
-
Sistemas Distribudos de Controlo
22
encontrada no controlo computorizado de um automvel, num sistema de controlo de um
rob, no controlo de produo de uma fbrica, etc.
Os sistemas de tempo real interactuam, geralmente, com o ambiente envolvente. Isto requer
uma interface com os dispositivos que captam o estado actual do sistema e com os
dispositivos que enviam ordens ao sistema, de modo a o controlar. Este controlo
normalmente realizado em tempo real e sem interveno humana. Se a resposta do
sistema de controlo depender no s do estado actual do sistema, mas tambm de algum
evento externo, ento estes sistemas so reactivos.
A concorrncia e interaco de processos uma caracterstica inerente maior parte dos
sistemas fsicos, que servem de ambiente aos sistemas de tempo real. Por isso estes so
constitudos, geralmente, por um conjunto de tarefas concorrentes.
Uma caracterstica geralmente apontada aos sistemas de tempo real a rapidez de
execuo. No entanto, um sistema de tempo real no deve ser rpido (que um termo
relativo), mas sim ser mais rpido que o ambiente que o envolve. O controlo de um mssil
tem que ser feito em poucos milissegundos, mas numa linha de produo pode ser
suficiente actuar em segundos, (Stankovic, 1988). A rapidez muitas vezes necessria, mas
no suficiente. Ser rpido em mdia no garante que o sistema cumprir os requisitos
temporais de cada tarefa1.
Em (Stankovic, 1988), Stankovic descreve um novo tipo de sistemas de tempo real,
sistemas da prxima gerao, que alm das caractersticas apresentadas sero muito mais
complexos, distribudos, inteligentes, adaptativos e dinmicos. Estes sistemas sero
necessrios para as aplicaes do futuro, nomeadamente explorao remota no espao e no
mundo submerso e certamente necessitaro de um processo de desenvolvimento muito mais
cuidadoso.
Muita investigao tem sido feita volta dos sistemas de tempo real. No entanto, pouco se
tem avanado em termos destes sistemas como um todo. Os avanos existentes tm sido em
novas aplicaes, algoritmos de escalonamento dinmicos e principalmente em sistemas
distribudos de tempo real. Muitas das questes identificadas por Stankovic em (Stankovic,
1988), receberam muita ateno, mas ainda existem muitas questes (antigas e novas) que
1 Sobre este assunto Stankovic, em (Stankovic, 1992), cita: e ento h o homem que se afogou ao atravessar um ribeiro
com uma profundidade mdia de seis polegadas;
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tm que ser resolvidas, (Shin e Ramanathan, 1994). A investigao sobre sistemas de tempo
real ainda bastante necessria, existindo, assim, muitos tpicos que necessitam de maior
ateno, (Wellings, 1991; Shin e Ramanathan, 1994):
Metodologias de desenvolvimento, incluindo as metodologias orientadas por
objectos, em que o factor tempo seja considerado desde o incio do processo;
Algoritmos de escalonamento que lidem com a complexidade dos novos sistemas,
as suas necessidade de recursos e requisitos temporais;
Especificao formal dos sistemas de tempo real;
Tcnicas de verificao e validao que tenham em conta as necessidades dos
sistemas de tempo real;
Arquitecturas de comunicao em tempo real;
O estudo das aplicaes de tempo real, seja a inteligncia artificial, as bases de
dados, os sistemas de controlo, etc.;
Tolerncia a falhas e o suporte a ela fornecido pelas linguagens e sistemas
operativos;
3.2.2.3 Classificao dos Sistemas de Tempo Real
Embora muitas vezes referidos como uma classe de sistemas, os sistemas de tempo real
diferenciam-se bastante uns dos outros e os pressupostos assumidos para uma determinada
classe, dificilmente se aplicam a outras. necessrio distinguir as diferenas entre cada
classe de sistemas e classificar cada um deles segundo vrias vertentes.
3.2.2.3.1 Criticalidade dos Requisitos Temporais
A classificao mais conhecida e referenciada em quase todos os documentos escritos sobre
estes sistemas , a da exigncia dos requisitos temporais que o sistema tem que cumprir.
Assim sendo, estes so basicamente divididos em sistemas crticos e sistemas no crticos.
Sistemas de tempo real crticos (Hard Real-Time Systems) so todos aqueles em que o no
cumprimento dos requisitos temporais pode resultar numa falha do sistema. Em
contrapartida, quando a falha de uma restrio temporal, embora no crtica, no seja
sinnimo de uma falha do sistema, os sistemas so denominados no crticos (Soft Real-
Time Systems).
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A classificao dos sistemas de tempo real como um todo segundo a criticalidade a eles
associada, embora muito generalizada, no tem em conta a concorrncia inerente a qualquer
sistema fsico, onde evoluem vrios processos paralelos, necessrios ao seu funcionamento.
Portanto, para obter um modelo mais realstico do problema, necessrio que o sistema
evolua em concorrncia, para um mais fcil e mais claro desenvolvimento, (Gomaa, 1993).
Neste caso um sistema de tempo real tem que processar um conjunto de tarefas diferentes,
algumas crticas ao funcionamento do sistema, outras no crticas mas necessrias e outras
que nem tempo real so, (Bennet, 1994), como por exemplo a anlise posterior dos dados
recolhidos.
3.2.2.3.2 Classificao das Tarefas de um Sistema de Tempo Real
A diviso em sistemas crticos ou no crticos, deve ser aplicada, no ao sistema como um
todo, mas s tarefas que dele fazem parte. Uma tarefa crtica ser aquela em que o no
cumprimento da restrio temporal a ela associada implicar uma falha no sistema, enquanto
que uma tarefa no crtica caracterizada por uma restrio temporal que, se no cumprida,
no implica uma falha, (Panzieri e Davoli, 1993). Stankovic, (Stankovic, 1992), define
melhor uma tarefa no crtica como aquela em que o resultado da computao detm algum
valor, embora pequeno, aps o fim do prazo temporal.
Figura 3.8: Valor do resultado das tarefas aps o fim do prazo temporal.
A necessidade de melhor especificar as diferenas entre os requisitos temporais das tarefas
levou ao aparecimento de outras definies, que tentam colmatar as falhas da noo
anterior, muito geral. Shin, (Shin e Ramanathan, 1994), e Laplante, (Laplante, 1993),
dividem as tarefas de tempo real em tarefas crticas, no crticas ou firmes (Firm Real-Time
Tasks). Numa tarefa crtica o no cumprimento do respectivo prazo temporal implica uma
falha no sistema, no entanto numa tarefa firme o resultado obtido deixa de ser til, mas as
consequncias de no cumprir o prazo temporal no so severas. Se o valor do resultado
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diminuir ao longo do tempo aps o fim do prazo, no implicando uma falha no sistema, as
tarefas so no crticas.
Na Figura 3.8 est representado o valor do resultado obtido da tarefa aps o fim do prazo
temporal. Numa tarefa crtica esse valor pode ser representado como negativo, pois origina
falha. Numa tarefa firme, por outro lado o valor, aps o prazo temporal, passa a ser zero.
Numa tarefa no crtica o valor vai decrescendo ao longo do tempo.
Em (Stankovic, 1992), Stankovic refere ainda que um valor ligado ao resultado de uma
tarefa, alm de se poder modificar com o tempo, pode ainda ser colocado na qualidade do
resultado, sendo que s vezes um resultado no exacto mas atempado pode ser considerado
melhor que um resultado exacto mas fora do tempo. Por exemplo, num sistema de controlo
mais vale dar uma ordem baseada nos dados do instante anterior, do que dar a ordem fora
de tempo. Para alm disso existem solues em que perder um determinado nmero de
prazos temporais pode no provocar uma falha, desde que no ultrapasse um certo limite.
As tarefas de um sistema de tempo real podem tambm ser classificadas quanto sua
natureza temporal. O mais comum dividir as tarefas em peridicas e no peridicas. As
tarefas peridicas so executadas com um perodo fixo, por exemplo a leitura de um sensor
de x em x segundos, enquanto que as tarefas no aperidicas so aquelas em que no se
conhece previamente o instante da sua execuo, por exemplo a resposta a uma interrupo.
Em (Panzieri e Davoli, 1993) e (Burns, 1991) esta ltima classificao dividida segundo a
criticalidade associada tarefa. Assim, uma tarefa no peridica e no crtica classificada
como aperidica, enquanto que se for crtica classificada como espordica.
Finalmente, uma tarefa pode ser classificada segundo o relaxamento (folga que existe entre
o prazo temporal e o tempo de computao) permitido, (Stankovic e Ramamritham, 1993).
Assim, podemos ter requisitos temporais apertados quando a janela temporal pequena, ou
quando o tempo necessrio computao grande. Em muitos sistemas predominam os
requisitos temporais apertados e consequentemente necessrio desenvolver tcnicas
simples e rpidas para responder a estas situaes, como por exemplo tempos de reaco
rpidos dos sistemas operativos de tempo real e algoritmos de escalonamento simples,
(Stankovic, 1992).
3.2.2.3.3 Grau de confiana do Sistema
Existe uma grande diferena entre um sistema que controla uma central nuclear, um sistema
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que controla uma bolsa de valores e um sistema de base de dados de tempo real. Enquanto
que nos dois primeiros uma falha implica uma catstrofe, em termos de vidas humanas, ou
de graves problemas financeiros, no ltimo uma falha no acarreta consequncias desta
dimenso. Assim, existem sistemas em que necessrio uma grande confiana na sua
operao, o que leva necessidade de garantir tolerncia a falhas. As tarefas crticas destes
sistemas so geralmente analisadas previamente, sendo-lhes garantidos os recursos
necessrios ao seu correcto funcionamento, mesmo que isto implique um baixo factor de
utilizao dos mesmos, (Hull e Liu, 1993).
Os sistemas mais crticos exigem redundncia, seja espacial, com a introduo de
componentes adicionais tanto de hardware como de software, seja temporal, com a
repetio de certos processamentos, para garantir o correcto funcionamento em caso de
falha.
A questo dos mecanismos de tolerncia a falhas tem vindo a ganhar grande importncia
devido cada vez maior complexidade encontrada nos sistemas de tempo real e cada vez
maior aplicao destes nos sistemas crticos de segurana (safety-critical), onde as falhas
podem ser catastrficas.
3.2.2.3.4 Dimenso e Complexidade dos Sistemas
Os sistemas de tempo real variam consideravelmente em dimenso e complexidade,
(Stankovic e Ramamritham, 1993). Sistemas simples, muitas vezes produzidos em grande
quantidade, no necessitam dos cuidados de desenvolvimento necessrios aos sistemas
grandes e complexos. Por exemplo, num sistema pequeno fcil ter o software todo
carregado em memria, enquanto que num sistema grande isso pode no ser possvel (ou
ter custos demasiados elevados), mas os mecanismos de memria virtual no so aceitveis
devido sua grande imprevisibilidade, (Stankovic, 1992).
possvel, s vezes, um prvio conhecimento e anlise de sistemas pequenos, sendo,
portanto, razoavelmente fcil atingir o objectivo de previsibilidade. Para isso necessrio
conhecer e prever as caractersticas de cada tarefa, os seus requisitos de recursos e
computao, assim como as possveis mudanas de ambiente em que o sistema se insere. A
no ser para sistemas bastante simples e estticos pouco provvel que esta informao
esteja toda disponvel na fase de desenvolvimento, (Shin e Ramanathan, 1994).
Em sistemas mais complexos necessrio que o sistema seja flexvel para se adaptar s
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mudanas no ambiente envolvente. As tarefas crticas podem requerer na mesma uma
anlise esttica prvia do sistema, de modo a garantir a sua execuo. Outras tarefas podem
apenas ter garantias probabilsticas, ou mesmo s durante a execuo. Para as tarefas
crticas, garante-se a probabilidade de uma tarefa cumprir o seu requisito temporal (ou
ento que uma percentagem das tarefas o cumpre), enquanto que nas ltimas apenas
aquando da activao da tarefa que o sistema determina ou no se possvel escalona-la
sem colocar em perigo as restantes, (Shin e Ramanathan, 1994). Se o for, a tarefa
escalonada junto com as outras e com 100% de garantia de execuo, se no, a tarefa
abortada.
3.2.2.3.5 Ambiente Envolvente
A maior parte dos sistemas de tempo real existem para controlar um sistema envolvente,
sendo necessrio conhecer este para se construir um bom sistema de controlo. A estrutura
da aplicao de controlo, a criticalidade das tarefas, o tamanho do sistema e a sua
complexidade dependem em grande parte do sistema envolvente. O ambiente em que o
sistema opera desempenha, assim, um papel importante no seu desenvolvimento.
Um ambiente bem definido regra geral tem acontecimentos determinsticos, controlados e
em que geralmente no acontece nenhum imprevisto (o que nem sempre verdade), dando
lugar a sistemas em que podem ser conhecidas previamente todas as caractersticas das
tarefas. Deste modo, possvel considerar esses sistemas como previsveis, (Stankovic e
Ramamritham, 1993).
No entanto, sistemas bem definidos so raros. Mesmo que o sejam durante o
desenvolvimento o ambiente modifica-se ao longo do tempo, implicando novas situaes,
para as quais o sistema no se encontra preparado. muito mais difcil atingir a
previsibilidade neste tipo de sistemas, (Stankovic e Ramamritham, 1993), e como tal so
muito mais complexos a desenvolver.
3.2.2.4 Tolerncia a Falhas
Cada vez mais os sistemas de computadores em geral e os de tempo real em particular, so
utilizados em situaes em que a sua falha implica perdas, tanto humanas como materiais.
Sendo assim, natural que a tolerncia a falhas nos sistemas de tempo real seja um factor
importante a ter em conta no seu desenvolvimento.
Tolerncia a falhas definida, informalmente, como a capacidade de um sistema apresentar
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o servio esperado, mesmo na presena de falhas, (Shin e Ramanathan, 1994). Num sistema
de tempo real o servio tem que ser correcto, no s logicamente, como tambm
temporalmente. Existem basicamente dois tipos de falhas, recuperveis e no recuperveis.
As falhas recuperveis so aquelas em que possvel recuperar de uma situao de erro de
forma automtica, ou com a interveno de um operador. As no recuperveis so aquelas
em que no possvel recuperar de uma situao de erro, devendo neste caso serem
accionados, caso existam, os mecanismos auxiliares. Os sistemas de tempo real tm que ser
previsveis, mesmo na presena de falhas.
No entanto, a introduo de mecanismos de correco de falhas pode ter como
consequncia o incumprimento dos requisitos temporais. Os algoritmos de deteco e
correco de falhas introduzem overhead no funcionamento do sistema e portanto tm que
ser considerados durante o desenvolvimento.
Deste modo, necessrio introduzir o factor tolerncia a falhas durante o desenvolvimento
de sistemas de tempo real. O processo de desenvolvimento tem que garantir a
previsibilidade, mesmo durante possveis situaes de deteco de falhas, em que se realiza
o seu isolamento, a reconfigurao do sistema e a recuperao, (Shin e Ramanathan, 1994).
A escolha criteriosa de componentes atravs de um rigoroso controlo de qualidade destes,
obtendo uma taxa reduzida de falhas, aproximao usada no incio dos sistemas tolerantes a
falhas, tinha, no entanto, um custo penalizante, (Lala e Harper, 1994). necessrio,
portanto, considerar o factor econmico, tambm na tolerncia a falhas.
Existem dois tipos diferentes de sistemas tolerantes a falhas, dependendo da aco de
recuperao a tomar. Em sistemas em que seja possvel, a recuperao pode ser realizada
atravs da paragem deste num estado conhecido e seguro (fail-safe systems). Por exemplo a
paragem de todos os comboios numa determinada linha, devido a falha no sistema de
controlo. Existem, no entanto, sistemas (fail-operational systems) que obrigam a que o
controlo continue operacional pois a paragem implicaria perda de vidas humanas, ou de
bens materiais, por exemplo avies, (Kopetz, Zainlinger et al., 1991). Para estes ltimos
necessrio detectar as falhas, bem como proceder sua correco, de modo a manter o
sistema em funcionamento.
A maioria dos mtodos para sistemas tolerantes a falhas realiza uma troca de espao por
tempo. A aproximao mais usual para a correco de falhas a de introduzir redundncia
no sistema. Esta pode ser espacial, em que certos componentes so replicados, ou temporal,
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em que computaes podem ser repetidas, (Shin e Ramanathan, 1994).
Para obter uma grande fiabilidade a redundncia utilizada obriga a algoritmos elaborados
de gesto de recuperao de falhas, introduzindo um overhead adicional no sistema, o que
pode ser prejudicial sua previsibilidade. Portanto, a redundncia e a previsibilidade
apresentam, muitas vezes, requisitos opostos. Assim, a redundncia tem que ser
considerada de modo a garantir previsibilidade e fiabilidade ao mesmo tempo.
claro que a probabilidade mxima admissvel de falha num sistema bastante dependente
do tipo de sistema. Sistemas crticos de segurana, em que falhas podem provocar a perda
de vidas humanas so os mais exigentes (por exemplo, 10-10 de probabilidade de falha para
o sistema de fly-by-wyre do Airbus A-320), estando os sistemas interactivos