CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO...
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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA
APOSTILA FILOSOFIA E POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
MINAS GERAIS
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FILOSOFIA
A palavra "filosofia" (do grego) é uma composição de duas palavras: philos
(υίλος) e sophia (σουία). A primeira é uma derivação de philia (υιλία) que significa
amizade, amor fraterno e respeito entre os iguais; a segunda significa sabedoria ou
simplesmente saber. Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e
respeito pelo saber; e o filósofo, por sua vez, seria aquele que ama e busca a
sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.
A tradição atribui ao filósofo Pitágoras de Samos (que viveu no século V a.C.)
a criação da palavra. Conforme essa tradição, Pitágoras teria cunhado o termo para
modestamente ressaltar que a sabedoria plena e perfeita seria atributo apenas dos
deuses; os homens, no entanto, poderiam venerá-la e amá-la na qualidade de
filósofos.
A palavra philosophía não é simplesmente uma invenção moderna a partir de
termos gregos; mas, sim, um empréstimo tomado da própria língua grega. Os termos
υιλοσουος (philosophos) e υιλοσουειν (philosophein) já teriam sido empregados por
alguns pré-socráticos (Heráclito, Pitágoras e Górgias) e pelos historiadores Heródoto
e Tucídides. Em Sócrates e Platão, é acentuada a oposição entre σουία e υιλοσουία,
em que o último termo exprime certa modéstia e certo ceticismo em relação ao
conhecimento humano.
O conceito de "filosofia" sofreu, no transcorrer da história, várias alterações e
restrições em sua abrangência. As concepções do que seja a filosofia e quais são os
seus objetos de estudo também se alteram conforme a escola ou movimento
filosófico. Essa variedade presente na história da filosofia e nas escolas e correntes
filosóficas tornam praticamente impossíveis elaborar uma definição universalmente
válida de filosofia. Definir a filosofia é realizar uma tarefa metafilosófica. Em outras
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palavras, é fazer uma filosofia da filosofia. O sociólogo e filósofo alemão Georg
Simmel ressaltou esse ponto ao dizer que um dos primeiros problemas da filosofia é
o de investigar e estabelecer a sua própria natureza. Talvez a filosofia seja a única
disciplina que se volte para si mesma dessa maneira. O objeto da física não é,
certamente, a própria ciência da física, mas os fenômenos ópticos e elétricos, entre
outros. A filologia ocupa-se de registros textuais antigos e da evolução das línguas,
mas não se ocupa de si mesma. A filosofia, no entanto, move-se neste curioso
círculo: ela determina os pressupostos de seu método de pensar e os seus
propósitos através de seus próprios métodos de pensar e propósitos. Não há como
apreender o conceito de filosofia fora da
filosofia; pois somente a filosofia pode
determinar o que é a filosofia.
Platão e Aristóteles concordam em
caracterizar a filosofia como uma atividade
racional estimulada pelo assombro ou
admiração. Mas, para Platão, o assombro
é provocado pela instabilidade e
contradições dos seres que percebemos
pelos sentidos. A filosofia, no quadro platônico, seria a tentativa de superar esse
mundo de coisas efêmeras e mutáveis e apreender racionalmente a realidade
última, composta por formas eternas e imutáveis que, segundo Platão, só podem ser
captadas pela razão. Para Aristóteles, ao contrário, não há separação entre, de um
lado, um mundo apreendido pelos sentidos e, de outro lado, um mundo
exclusivamente captado pela razão. A filosofia seria uma investigação das causas e
princípios fundamentais de uma única e mesma realidade. O filósofo, segundo
Aristóteles, ―conhece, na medida do possível, todas as coisas, embora não possua
a ciência de cada uma delas por si‖. A filosofia almejaria o conhecimento universal,
não no sentido de um acúmulo enciclopédico de todos os fatos e processos que se
possam investigar, mas no sentido de uma compreensão dos princípios mais
fundamentais, dos quais dependeriam os objetos particulares a que se dedicam as
demais ciências, artes e ofícios. Aristóteles considera que a filosofia, como ciência
das causas e princípios primordiais, acabaria por identificar-se com a teologia, pois
Deus seria o princípio dos princípios.
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As definições de filosofia elaboradas depois de Platão e Aristóteles separaram
a filosofia em duas partes: uma filosofia teórica e uma filosofia prática. Como reflexo
da busca por salvação ou redenção pessoal, a filosofia prática foi gradativamente se
tornando um sucedâneo da fé religiosa e acabou por ganhar precedência em relação
à parte teórica da filosofia. A filosofia passa a ser concebida como uma arte de viver,
que forneceria aos homens regras e prescrições sobre como agir e como se portar
diante das inconstâncias do mundo. Essa concepção é muito clara em diversas
correntes da filosofia helenística, como, por exemplo, no estoicismo e no
neoplatonismo.
As definições de filosofia formuladas na Antiguidade persistiram na época de
disseminação e consolidação do cristianismo, mas isso não impediu que as
concepções cristãs exercessem influência e moldassem novas maneiras de se
entender a filosofia. As definições de filosofia elaboradas durante a Idade Média
foram coordenadas aos serviços que o pensamento filosófico poderia prestar à
compreensão e sistematização da fé religiosa. Desse modo, a filosofia passa a ser
concebida como ―serva da teologia‖ (ancilla theologiae); e vários teólogos
importantes buscam harmonizar a doutrina sagrada com o pensamento filosófico
pagão.
Os medievais mantiveram a acepção de filosofia como saber prático, como
uma busca de normas ou recomendações para se alcançar a plenitude da vida.
Santo Isidoro de Sevilha, ainda no século VII, definia a filosofia como ―o
conhecimento das coisas humanas e
divinas combinado com uma busca pela
vida moralmente boa.
Tanto na Idade Média como em
qualquer outra época da história
ocidental, a compreensão do que é a
filosofia reflete uma preocupação com
questões essenciais para a vida humana
em seus múltiplos aspectos. As
concepções de filosofia do
Renascimento e da Idade Moderna não
são exceções. Também aí as noções do que seja a filosofia sintetizam as tentativas
de oferecer respostas substantivas aos problemas mais inquietantes da época. O
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advento da era moderna fez ruir as próprias bases da sabedoria tradicional; e impôs
aos intelectuais a tarefa de encontrar novas formas de conhecimento que pudessem
restabelecer a confiança no intelecto e na razão. Para Francis Bacon - um dos
primeiros filósofos modernos - a filosofia não deveria se contentar com uma atitude
meramente contemplativa, como queriam os antigos e medievais; ao contrário,
deveria buscar o conhecimento das essências das coisas a fim de obter o controle
sobre os fenômenos naturais e, portanto, submeter à natureza aos desígnios
humanos.
Para Descartes, a filosofia, na qualidade de metafísica, é a investigação das
causas primeiras, dos princípios fundamentais. Esses princípios devem ser claros e
evidentes, e devem formar uma base segura a partir da qual se possam derivar as
outras formas de conhecimento. É nesse sentido, entendendo-se a filosofia como o
conjunto de todos os saberes e a metafísica como a investigação das primeiras
causas, que se deve ler a famosa
metáfora de Descartes: ―Assim, a
Filosofia é uma árvore, cujas raízes
são a Metafísica, o tronco a Física, e
os ramos que saem do tronco são
todas as outras ciências.
Após Descartes, a filosofia
assume uma postura crítica em relação
a suas próprias aspirações e
conteúdos. Os empiristas britânicos, influenciados pelas novas aquisições da ciência
moderna, dedicaram-se a situar a investigação filosófica nos limites do que pode ser
avaliado pela experiência. Segundo a orientação empirista, argumentos tradicionais
da filosofia, como as demonstrações da existência de Deus, da imortalidade da alma
e de essências imutáveis seriam inválidos, uma vez que as ideias com que operam
não são adequadamente derivadas da experiência. De maneira análoga, Kant, ao
elaborar sua doutrina da filosofia transcendental, rejeita a possibilidade de
tratamento científico de muitos dos problemas da filosofia tradicional, uma vez que a
adequada solução deles demandaria recursos que ultrapassam as capacidades do
intelecto humano.
O empirismo britânico e o idealismo de Kant acentuam uma característica
freqüentemente destacada na filosofia: a de ser um "pensar sobre o pensamento" ou
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um "conhecer o conhecimento". Essa concepção reflexiva da filosofia, do
pensamento que se volta para si mesmo, influenciará vários autores e escolas
filosóficas, tanto do século XIX como do século XX. A fenomenologia, por exemplo,
considerará a filosofia como um empreendimento eminentemente reflexivo. Segundo
Edmund Husserl - o fundador da fenomenologia - a filosofia é uma ciência rigorosa
dos fenômenos tal como nos aparecem, ou seja, tal como é a nossa consciência
deles. Para descrevê-los, o filósofo deve pôr entre parênteses todas as suas
pressuposições e preconceitos (até mesmo a certeza de que os objetos existem) e
restringir-se apenas aos conteúdos da consciência.
Com a virada lingüística do início do século XX, muitos filósofos passam a
considerar a filosofia como uma análise de conceitos. Para Wittgenstein, os
problemas filosóficos tradicionais são todos resultantes de confusões lingüísticas; e
a tarefa do filósofo seria a de esclarecer o modo como os conceitos são empregados
a fim de explicitar tais confusões. Numa abordagem mais positiva sobre a atividade
filosófica, Strawson considera que a filosofia é análoga à gramática: assim como os
estudiosos da gramática explicitam as regras que os falantes inconscientemente
empregam, a filosofia explicitaria conceitos-chave que, na construção de nossas
concepções e argumentos, adotamos sem ter plena consciência de suas
implicações e relações.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA
A História da Filosofia não é apenas um
relato histórico, mas as transformações do
pensamento humano ocidental, ou seja, o
percurso do pensamento ocidental; o modo pelo
qual essa forma de pensar influenciou a realidade
e, ao mesmo tempo, foi resultado dessa realidade
histórica.
A História da Filosofia pode ser estudada a
partir de seis períodos:
1. Filosofia Antiga
2. Filosofia Medieval
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3. Filosofia do Renascimento
4. Filosofia Moderna
5. Filosofia do Século XIX
6. Filosofia do século XX
FILOSOFIA ANTIGA
A filosofia antiga teve início no século VI-VII A.C. e se estendeu até a
decadência do império romano no século V D.C.
Pode-se dividi-la em quatro períodos: (1) o período dos pré-socráticos; (2) um
período humanista, em que Sócrates e os sofistas trouxeram as questões morais
para o centro do debate filosófico; (3) o período áureo da filosofia em Atenas, em
que despontaram Platão e Aristóteles; (4) e o período helenístico. Às vezes se
distingue um quinto período, que compreende os primeiros filósofos cristãos e os
neoplatonistas. Os dois autores mais importantes da filosofia antiga em termos de
influência posterior foram Platão e Aristóteles.
Os primeiros filósofos gregos, geralmente chamados de pré-socráticos,
dedicaram-se a especulações sobre a constituição e a origem do mundo. O principal
intuito desses filósofos era descobrir um elemento primordial, eterno e imutável que
fosse a matéria básica de todas as coisas. Essa substância imutável era chamada
de physis (palavra grega cuja tradução literal seria natureza, mas que na concepção
dos primeiros filósofos compreendia a totalidade dos seres, inclusive entidades
divinas) e, por essa razão, os primeiros filósofos também foram conhecidos como os
physiologoi (literalmente ―os filósofos que se dedicavam ao estudo da physis).
A teoria de Demócrito representou o ápice da filosofia da physis, mas também
o seu esgotamento. As transformações
sociopolíticas, especialmente em
Atenas, já impunham novas demandas
aos sábios da época. A democracia
ateniense solicitava novas habilidades
intelectuais, sobretudo a capacidade de
persuadir. É nesse momento que se
destacam os filósofos que se dedicam
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justamente a ensinar à retórica e as técnicas de persuasão – os sofistas. O ofício
dessa nova espécie de filósofos trazia como pressuposto a ideia de que não há
verdades absolutas. O importante seria dominar as técnicas da boa argumentação,
pois, dominando essas técnicas, o indivíduo poderia defender qualquer opinião, sem
se preocupar com a questão de sua veracidade. De fato, para os sofistas, a busca
da verdade era uma pretensão inútil. A verdade seria apenas uma questão de
aceitação coletiva de uma crença, e, a princípio, não haveria nada que impedisse
que o que hoje é tomado como verdade, amanhã fosse considerado uma tolice.
O contraponto a esse relativismo dos sofistas foi Sócrates. Embora
partilhasse com os sofistas certa indiferença em relação aos valores tradicionais,
Sócrates dedicou-se à busca de valores perenes. Sócrates não deixou nenhum
registro escrito de suas ideias. Tudo o que sabemos dele chegou-nos através do
testemunho de seus discípulos e contemporâneos. Segundo dizem, Sócrates teria
defendido que a virtude é conhecimento e as faltas morais provêm da ignorância. O
indivíduo que adquirisse o conhecimento perfeito seria inevitavelmente bom e feliz.
FILOSOFIA MEDIEVAL
A filosofia medieval é a filosofia da Europa ocidental e do Oriente Médio
durante a Idade Média. Começa, aproximadamente, com a cristianização do império
romano e encerra-se com a Renascença. A filosofia medieval pode ser considerada,
em parte, como prolongamento da filosofia greco-romana e, em parte, como uma
tentativa de conciliar o conhecimento secular e a doutrina sagrada.
A Idade Média carregou por muito tempo o epíteto depreciativo de "idade das
trevas", atribuído pelos humanistas renascentistas; e a filosofia desenvolvida nessa
época padeceu do mesmo desprezo. No entanto, essa era de aproximadamente mil
anos foi o mais longo período de desenvolvimento filosófico na Europa e um dos
mais ricos. Jorge Garcia defende que em intensidade, sofisticação e aquisições,
pode-se corretamente dizer que o florescimento filosófico no século XIII rivaliza com
a época áurea da filosofia grega no século IV a. C.
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Entre os principais problemas discutidos nessa época estão: a relação entre
fé e razão, a existência e unidade de Deus, o objeto da teologia e da metafísica, os
problemas do conhecimento, dos universais e da individualização.
Entre os filósofos medievais do ocidente, merecem destaque Agostinho de
Hipona, Boécio, Anselmo de Cantuária,
Pedro Abelardo, Roger Bacon,
Boaventura de Bagnoregio, Tomás de
Aquino, João Duns Escoto, Guilherme de
Ockham e Jean Buridan; na civilização
islâmica, Avicena e Averrois; entre os
judeus, Moisés Maimônides.
Tomás de Aquino (1225-1274),
fundador do tomismo, exerceu influência
inigualável na filosofia e na teologia
medievais. Em sua obra, ele deu grande
importância à razão e à argumentação, e procurou elaborar uma síntese entre a
doutrina cristã e a filosofia aristotélica. A filosofia de Tomás de Aquino representou
uma reorientação significativa do pensamento filosófico medieval, até então muito
influenciado pelo neoplatonismo e sua reinterpretação agostiniana.
FILOSOFIA DO RENASCIMENTO
A transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcada pelo
Renascimento e pelo Humanismo. Nesse período de transição, a redescoberta de
textos da Antiguidade contribuiu para que o interesse filosófico saísse dos estudos
técnicos de lógica, metafísica e teologia e se voltasse para estudos ecléticos nas
áreas da filologia, da moralidade e do misticismo.
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O Homem vitruviano, de Leonardo Da Vinci, resume vários dos ideais do pensamento renascentista.
Os estudos dos clássicos e das letras receberam uma ênfase inédita e
desenvolveram-se de modo independente da escolástica tradicional. A produção e
disseminação do conhecimento e das artes deixam de ser uma exclusividade das
universidades e dos acadêmicos profissionais, e isso contribui para que a filosofia vá
aos poucos se desvencilhando da teologia. Em lugar de Deus e da religião, o
conceito de homem assume o centro das ocupações artísticas, literárias e
filosóficas.
O renascimento revigorou a concepção da natureza como um todo orgânico,
sujeito à compreensão e influência humanas. De uma forma ou de outra, essa
concepção está presente nos trabalhos de Nicolau de Cusa, Giordano Bruno,
Bernardino Telesio e Galileu Galilei. Essa reinterpretação da natureza é
acompanhada, em muitos casos, de um intenso interesse por magia, hermetismo e
astrologia – considerados então como instrumentos de compreensão e manipulação
da natureza.
À medida que a autoridade eclesial cedia lugar à autoridade secular e que o
foco dos interesses voltava-se para a política em detrimento da religião, as
rivalidades entre os Estados nacionais e as crises internas demandavam não
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apenas soluções práticas emergenciais, mas também uma profunda reflexão sobre
questões pertinentes à filosofia política. Desse modo, a filosofia política, que por
vários séculos esteve dormente, recebeu um novo impulso durante o Renascimento.
Nessa área, destacam-se as obras de Nicolau Maquiavel e Jean Bodin.
FILOSOFIA MODERNA
René Descartes, fundador da filosofia moderna e do racionalismo.
A filosofia moderna é caracterizada pela preponderância da epistemologia
sobre a metafísica. A justificativa dos filósofos modernos para essa alteração estava,
em parte, na ideia de que, antes de querer conhecer tudo o que existe, seria
conveniente conhecer o que se pode conhecer.
Os principais debates dessa época foram, portanto, debates epistemológicos.
O racionalismo, a escola que ressalta o papel da razão na aquisição do
conhecimento, teve como principais protagonistas René Descartes, Baruch Spinoza
e Gottfried Leibniz. Por outro lado, a escola empirista, que defende que a nossa
única fonte de conhecimento é a experiência, teve como defensores Francis Bacon,
John Locke, David Hume e George Berkeley.
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Em 1778, Immanuel Kant publicou a sua famosa Crítica da Razão Pura, em
que rejeita aquelas duas correntes e propõe uma alternativa. Segundo Kant, apesar
de o nosso conhecimento depender de nossas percepções sensoriais, essas não
constituem todo o nosso conhecimento, pois existem determinadas estruturas do
sujeito que as antecedem e tornam possível a própria formação da experiência. O
espaço, por exemplo, não é uma realidade que passivamente assimilamos a partir
de nossas impressões sensoriais. Ao contrário, somos nós que impomos uma
organização espacial aos objetos. Do mesmo modo, o sujeito não aprende, após
inúmeras experiências, que todas as ocorrências pressupõem uma causa; antes, é a
estrutura peculiar do sujeito que impõe aos fenômenos uma organização de causa e
efeito. Uma das consequências da filosofia kantiana é estabelecer que as coisas em
si mesmas não possam ser conhecidas. A fronteira de nosso conhecimento é
delineada pelos fenômenos, isto é, pelos resultados da interação da realidade
objetiva com os esquemas cognitivos do sujeito.
Na França, difundiram-se as ideias do empirismo inglês; e o entusiasmo com
as novas ciências levou os intelectuais franceses a defender uma ampla reforma
cultural, que remodelasse não só a forma de se produzir conhecimento, mas
também as formas de organização social e política. Esse movimento amplo e
contestatório ficou conhecido como Iluminismo. Os filósofos iluministas rejeitavam
qualquer forma de crença que se baseasse apenas na tradição e na autoridade, em
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especial as divulgadas pela Igreja Católica. Um dos marcos do Iluminismo francês foi
à publicação da Encyclopédie. Elaborada sob a direção de Jean Le Rond d’Alembert
e Denis Diderot, essa obra enciclopédica inovadora incorporou vários dos valores
defendidos pelos iluministas e contou com a colaboração de vários de seus nomes
mais destacados, como Voltaire, Montesquieu e Rousseau.
FILOSOFIA DO SÉCULO XIX
Geralmente se considera que depois da filosofia de Kant tem início uma nova
etapa da filosofia, que se caracterizaria por ser uma continuação e,
simultaneamente, uma reação à filosofia kantiana. Nesse período desenvolve-se o
idealismo alemão (Feche, Schelling e Hegel), que leva as ideias kantianas às últimas
consequências. A noção de que há um universo inteiro (a realidade em si mesma)
inalcançável ao conhecimento humano, levou os idealistas alemães a assimilar a
realidade objetiva ao próprio sujeito no intuito de resolver o problema da separação
fundamental entre sujeito e objeto. Assim, por exemplo, Hegel postulou que o
universo é espírito. O conjunto dos seres humanos, sua história, sua arte, sua
ciência e sua religião são apenas manifestações desse espírito absoluto em sua
marcha dinâmica rumo ao autoconhecimento.
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Enquanto na Alemanha, o idealismo apoderava-se do debate filosófico, na
França, Auguste Comte retomava uma orientação mais próxima das ciências e
inaugurava o positivismo e a sociologia. Na visão de Comte, a humanidade progride
por três estágios: o estágio teológico, o estágio metafísico e, por fim, o estágio
positivo. No primeiro estágio, as explicações são dadas em termos mitológicos ou
religiosos; no segundo, as explicações tornam-se abstratas, mas ainda carecem de
cientificidade; no terceiro estágio, a compreensão da realidade se dá em termos de
leis empíricas de sucessão e semelhança entre os fenômenos. Para Comte, a plena
realização desse terceiro estágio histórico, em que o pensamento científico
suplantaria todos os demais, representaria a aquisição da felicidade e da perfeição.
Também no campo do desenvolvimento histórico, Marx e Engels davam uma
nova formulação ao socialismo. Eles fazem uma releitura materialista da dialética de
Hegel no intuito de analisar e condenar o sistema capitalista. Desenvolvem a teoria
da mais-valia, segundo a qual o lucro dos capitalistas dependeria inevitavelmente da
exploração do proletariado. Sustentam que o estado, as formas político-institucionais
e as concepções ideológicas formavam uma superestrutura construída sobre a base
das relações de produção e que as contradições resultantes entre essa base
econômica e a superestrutura levariam as sociedades inevitavelmente à revolução e
ao socialismo.
FILOSOFIA DO SÉCULO XX
No século XX, a filosofia
tornou-se uma disciplina
profissionalizada das
universidades, semelhante às
demais disciplinas acadêmicas.
Desse modo, tornou-se também
menos geral e mais
especializada. Na opinião de um
proeminente filósofo: a filosofia
tem se tornado uma disciplina
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altamente organizada, feita por especialistas para especialistas. O número de
filósofos cresceu exponencialmente, expandiu-se o volume de publicações e
multiplicaram-se as subáreas de rigorosa investigação filosófica. Hoje, não só o
campo mais amplo da filosofia é demasiadamente vasto para uma única mente, mas
algo similar também é verdadeiro em muitas de suas subáreas altamente
especializadas.
Nos países de língua inglesa, a filosofia analítica tornou-se a escola
dominante. Na primeira metade do século, foi uma escola coesa, fortemente
modelada pelo positivismo lógico, unificada pela noção de que os problemas
filosóficos podem e devem ser resolvidos por análise lógica.
Os filósofos britânicos Bertrand Russell e George Edward Moore são
geralmente considerados os fundadores desse movimento. Ambos romperam com a
tradição idealista que predominava na Inglaterra em fins do século XIX e buscaram
um método filosófico que se afastasse das tendências espiritualistas e totalizantes
do idealismo. Moore dedicou-se a analisar crenças do senso comum e a justificá-las
diante das críticas da filosofia acadêmica. Russell, por sua vez, buscou reaproximar
a filosofia da tradição empirista britânica e sintonizá-la com as descobertas e
avanços científicos. Ao elaborar sua teoria das descrições definidas, Russell
mostrou como resolver um problema filosófico empregando os recursos da nova
lógica matemática.
A partir desse novo modelo proposto por Russell, vários filósofos se
convenceram de que a maioria dos problemas da filosofia tradicional, se não todos,
não seriam nada mais que confusões propiciadas pelas ambiguidades e imprecisões
da linguagem natural. Quando tratados numa linguagem científica rigorosa, esses
problemas revelar-se-iam como simples confusões e mal-entendidos.
Uma postura ligeiramente diferente foi adotada por Ludwig Wittgenstein,
discípulo de Russell. Segundo Wittgenstein, os recursos da lógica matemática
serviriam para revelar as formas lógicas que se escondem por trás da linguagem
comum. Para Wittgenstein, a lógica é a própria condição de sentido de qualquer
sistema linguístico. Essa ideia está associada à sua teoria pictórica do significado,
segundo a qual a linguagem é capaz de representar o mundo por ser uma figuração
lógica dos estados de coisas que compõem a realidade.
Sob a inspiração dos trabalhos de Russell e de Wittgenstein, o Círculo de
Viena passou a defender uma forma de empirismo que assimilasse os avanços
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realizados nas ciências formais, especialmente na lógica. Essa versão atualizada do
empirismo tornou-se universalmente conhecida como neopositivismo ou positivismo
lógico. O Círculo de Viena consistia numa reunião de intelectuais oriundos de
diversas áreas (filosofia, física, matemática, sociologia, etc.) que tinham em comum
uma profunda desconfiança em relação a temas de teor metafísico. Para esses
filósofos e cientistas, caberia à filosofia elaborar ferramentas teóricas aptas a
esclarecer os conceitos fundamentais das ciências e revelar os pontos de contatos
entre os diversos ramos do conhecimento científico. Nessa tarefa, seria importante
mostrar, entre outras coisas, como enunciados altamente abstratos das ciências
poderiam ser rigorosamente reduzidos a frases sobre a nossa experiência imediata.
OS MÉTODOS DA FILOSOFIA
Os trabalhos filosóficos são realizados mediante técnicas e procedimentos
que integram os cânones do pensamento racional. Tradicionalmente, a filosofia
destaca e privilegia a argumentação lógica, em linguagem natural ou em linguagem
simbólica, como a ferramenta por excelência da apresentação e discussão de
teorias filosóficas.
A argumentação lógica está associada a dois elementos importantes: a
articulação rigorosa dos conceitos e a correta concatenação das premissas e
conclusões, de modo que essas últimas sejam derivações incontestáveis das
primeiras.
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Toda a ideia filosófica
relevante é inevitavelmente
submetida a escrutínio crítico; e a
presença de falhas na
argumentação é frequentemente o
primeiro alvo das críticas. Desse
modo, o destino de uma tese
qualquer que não esteja amparada
por argumentos sólidos e
convincentes será, freqüentemente,
o da severa rejeição por parte da comunidade filosófica.
Embora a reflexão sobre os princípios e métodos da lógica só tenha sido
realizada por Aristóteles, a ênfase na argumentação lógica e na crítica à solidez dos
argumentos é uma característica que acompanha a filosofia desde os seus
primórdios. A própria ruptura entre o pensamento mítico-religioso e o pensamento
racional é assinalada pela adoção de uma postura argumentativa e crítica em
relação às explicações tradicionais. Quando Anaximandro rejeitou as explicações de
seu mestre – Tales de Mileto – e propôs concepções alternativas sobre a natureza e
estrutura do cosmos, que provavelmente a seu juízo seriam mais corretas que as do
antigo mestre, o pensamento humano dava seus primeiro passos em direção ao
debate franco, público e aberto de ideias, orientado apenas por critérios racionais de
correção, como forma destacada de se aperfeiçoar o conhecimento; e abandonava,
assim, as narrativas tradicionais sobre a origem e composição do universo, apoiadas
na autoridade inquestionável da tradição ou em ensinamentos esotéricos.
Mas não se podem restringir os métodos da filosofia apenas à ênfase geral na
argumentação lógica e na crítica sistemática às teorias apresentadas. Nas grandes
tradições da história da filosofia, podem ser identificadas duas orientações bem
abrangentes, cujos objetivos e técnicas tendem a diferir radicalmente: existem as
escolas que privilegiam uma abordagem analítica dos problemas filosóficos e
aquelas que optam por uma abordagem predominantemente sintética ou sinóptica.
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A orientação analítica é exemplificada nos trabalhos filosóficos que se
dedicam à decomposição de um conceito em suas partes constituintes e ao exame
criterioso das relações lógicas e conceptuais
explicitadas pela análise. O exemplo clássico é a
análise do conceito de conhecimento.
A reflexão sobre a natureza do
conhecimento levou os filósofos a decompor a
noção de conhecimento em três noções
associadas: crença, verdade e justificação. Para
que algo seja conhecimento é imprescindível que
seja antes uma crença – em outras palavras, o
conhecimento é uma espécie diferenciada do
gênero mais abrangente da crença. A pergunta
óbvia que essa primeira constatação sugere é: o
que diferencia, então, o conhecimento das demais formas de crença? Nesse ponto,
o exame do conceito conduz a duas noções distintas.
Em primeiro lugar, chega-se à noção de verdade. Intuitivamente sabemos que
acreditar que a Lua gira em torno da Terra é diferente de acreditar que Papai Noel
existe – a primeira crença é verdadeira; a segunda, falsa. Portanto, para que seja
promovida à condição de conhecimento, a crença deve ser verdadeira. Em segundo
lugar, chega-se à noção de justificação. Além de sustentar uma crença verdadeira, o
sujeito deve ser capaz de apresentar os meios ou as fontes, consideradas
universalmente legítimas, que lhe propiciaram chegar à crença em questão. Feito
esse exame, a conclusão é a célebre fórmula: o conhecimento é crença verdadeira e
justificada. Nesse e em muitos outros casos envolvendo noções filosoficamente
relevantes, o trabalho de análise é capaz de explicitar pressupostos importantes
implicitamente presentes no uso dos conceitos.
A outra orientação – a sintética – percorre o caminho oposto ao da análise.
Os adeptos dessa orientação buscam elaborar uma síntese de várias noções
relevantes e apresentá-las como um todo harmônico. Às vezes chamada de
―filosofia especulativa‖, essa orientação filosófica pretende revelar princípios
universais que possam reunir organicamente vários elementos díspares, que
aparentemente não guardam relações relevantes entre si. Um caso paradigmático
dessa orientação é a filosofia hegeliana, cujo fito é integrar numa dinâmica panteísta
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a evolução das mais diversas formas de manifestação da cultura humana – artes,
leis, governos, religiões, ciências e filosofias.
DISCIPLINAS FILOSÓFICAS
A filosofia é geralmente dividida em áreas de investigação específica. Em
cada área, a pesquisa filosófica dedica-se à elucidação de problemas próprios,
embora sejam muito comuns as interconexões. As áreas tradicionais da filosofia são
as seguintes:
Epistemologia ou teoria do conhecimento: é a área da filosofia que estuda a
natureza do conhecimento, sua origem e seus limites. Dessa forma, entre as
questões típicas da epistemologia estão: ―O que diferencia o conhecimento de
outras formas de crença?, ―O que podemos conhecer?, ―Como chegamos a ter
conhecimento de algo?
Ética ou filosofia moral: é a área da filosofia que trata das distinções entre o certo e
o errado, entre o bem e o mal.
Procura identificar os meios mais
adequados para aprimorar a vida
moral e para alcançar uma vida
moralmente boa. Também no
campo da ética dão-se as
discussões a respeito dos
princípios e das regras morais
que norteiam a vida em
sociedade, e sobre quais seriam as justificativas racionais para adotar essas regras
e princípios.
Filosofia da Arte ou Estética: entre as investigações dessa área, encontram-se
aquelas sobre a natureza da arte e da experiência estética, sobre como a
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experiência estética se diferencia de outras formas de experiência, e sobre o próprio
conceito de belo.
Lógica: é a área que trata das estruturas formais
do raciocínio perfeito – ou seja, daqueles
raciocínios cuja conclusão preserva a verdade
das premissas. Na lógica são estudados,
portanto, os métodos e princípios que permitem
distinguir os raciocínios corretos dos raciocínios
incorretos.
Metafísica: ocupa-se da elaboração de teorias sobre a realidade e sobre a natureza
fundamental de todas as coisas. O objetivo da metafísica é fornecer uma visão
abrangente do mundo – uma visão sinóptica que reúna em si os diversos aspectos
da realidade. Uma das subáreas da metafísica é a ontologia (literalmente, a ciência
do "ser"), cujo tema principal é a elaboração de escalas de realidade. Nesse sentido,
a ontologia buscaria identificar as entidades básicas ou elementares da realidade e
mostrar como essas se relacionam com os demais objetos ou indivíduos - de
existência dependente ou derivada.
21
NASCIMENTO DA FILOSOFIA E O DESENVOLVIMENTO DA
CONSCIÊNCIA HUMANA
A Ciência Antiga e a Ciência Moderna
Filosofia Medieval Cristã constituiu-se do pensamento cristão e da ciência
antiga. A ciência antiga tinha como base o dogmatismo: era especulativa e partia de
interpretações da Bíblia. A ciência antiga era baseada na lógica e na demonstração
de verdade, sem considerar a observação e a experiência. É o caso da teoria
geocêntrica, ou seja, a teoria que postulava que a terra é o centro do universo
vigorava há quase vinte séculos e constituía a maneira pela qual o homem antigo e
medieval via a si mesmo e ao mundo.
A concepção medieval cristã via o homem como é o ser supremo da criação
divina e a terra era o centro do universo. A teoria de que a terra era o centro do
mundo, geocentrismo, era uma explicação que justificava tal visão. A ciência antiga
era um corpo de verdades teóricas universais, de certezas definitivas, que não
admitiam erros, mudanças ou crítica.
O novo período – Idade Moderna - vai significar uma ruptura com essa
concepção de mundo dogmática, que não permitia a reflexão e a crítica, por isso,
mais uma vez vamos abordar sobre a filosofia moderna, enfatizando sobre a sua
importância para o desenvolvimento do conhecimento humano.
FILOSOFIA MODERNA: SEC. XVII E XVIII
Após a Idade Média, há um período
de transição entre o século XV e XVI para a
Idade Moderna, que significou ruptura com a
tradição anterior cristã, fundamentada em
Deus, e passou-se a valorizar o homem. É o
período chamado Humanismo
Renascentista: artes plásticas, valorização
do homem - liberdade e criatividade. É o
22
momento em que se rompe com a visão sagrada e teológica na arte, no
pensamento, na política, na literatura. Os pensadores desse período passam a
valorizar o saber dos gregos antigos. Valoriza-se o homem e rompe-se com o
pensamento teocêntrico, que considera Deus como o centro de tudo, e a Ciência
Antiga.
A Idade Moderna traz a proposta de uma nova ordem e visão de mundo,
rejeitando a autoridade imposta pelos costumes e pela hierarquia da nobreza e
Igreja, em favor da recuperação do que há de virtuoso, intuitivo e espontâneo na
natureza humana. Surge um novo estilo com nova temática.
Valoriza-se o corpo humano, artes, pensamento, política, ciência. É o
momento de novos pensadores e artistas, tais como Leonardo da Vince, William
Shakespeare, Rafael, Maquiavel, Michelangelo, Montaigne.
As condições históricas
Surge uma nova maneira de pensar e ver o mundo, resultado das
transformações históricas que ocorreram na Europa. Entre os fatores históricos,
pode-se destacar:
O humanismo renascentista do sec. XV
A descoberta do Novo Mundo (sec. XV)
A Reforma Protestante do sec. XVI
A revolução científica do sec. XVII
Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal
Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa.
O humanismo renascentista do sec. XV
Nasceu na península itálica, sendo um
período de transição entre a Idade Média e a
Moderna. Rompeu com a filosofia cristã da
escolástica medieval e, valoriza o saber dos gregos
23
antigos, retomando a concepção do humanismo. O período medieval, anterior, foi
marcado por uma forte visão hierárquica e religiosa de mundo, em que a arte está
voltada para o sagrado, filosofia está vinculada à teologia e à problemática religiosa.
O homem e seus atributos de liberdade e razão passam a ser importantes
novamente, e não apenas as o mundo divino. Nas artes predomina os temas
pagãos, afastados da temática religiosa. É a arte voltada para o homem comum, não
mais reis e santos. Valoriza-se o corpo e a dignidade humana.
Thomas Morus, em a Utopia, defende a tolerância religiosa, critica o
autoritarismo dos reis e da Igreja, favorecendo a razão e a virtude natural.
Maquiavel, autor escreveu O Príncipe, inaugurou o pensamento moderno da
política, em que faz uma análise do poder como fato político, independente das
questões morais.
A descoberta do Novo Mundo
Outro fator importante que levou a mudança do pensamento moderno foi à
descoberta do Novo Mundo, pois revelou a falsidade e fragilidade da geografia
antiga, o desconhecimento da flora e fauna encontradas. Revelou também a falta de
conhecimento de outros povos e culturas. Muita coisa precisava ser reformulada.
A ciência antiga perde a autoridade é questionada, pois nada explica sobre a
nova realidade e suas narrativas. Acreditava que a “terra era plana”, desconhecem
os novos habitantes dessas terras descobertas, sua natureza, sua origem, sua
cultura, tão distintas da européia.
A Reforma Protestante
Martin Lutero contesta a
autoridade da Igreja marcada pela
corrupção e passa a valorizar a
consciência individual de buscar a
própria fé, sem ser pela imposição das verdades dogmáticas. Rompe com Igreja
Católica e funda a Igreja protestante.
24
Essa nova igreja propõe e representa, assim, a defesa da liberdade individual
e da consciência em lugar da certeza, valorizando a ideia de que o indivíduo é capaz
de encontrar sua própria verdade religiosa.
A revolução científica moderna
Outro fator essencial desse processo de
transformação é a revolução científica que
significou o ponto de partida para a ciência nos
moldes que conhecemos hoje. Nicolau
Copérnico no século XVI vai defender
matematicamente que a Terra gira em torno do
Sol, rompendo com o sistema geocêntrico de
Ptolomeu (sec.II) e inspirado em Aristóteles.
A teoria do geocentrismo vigorava há quase vinte séculos e era maneira pela
qual o homem antigo e medieval via a si mesmo e ao mundo. A ciência moderna
surge quando se torna mais importante observar e experimentar, ao contrário da
visão antiga que partia de princípios estabelecidos e dogmáticos.
É um processo de transição e não uma ruptura radical. Ao longo desse
processo surgem Galileu e Isaac Newton, entre outros, que vão transformar a visão
científica do século XVII seguinte.
O rompimento com a ciência antiga revelou uma concepção de distinto do
universo antigo, que é fechado, finito e geocêntrico. A nova ciência propõe o modelo
heliocêntrico e o universo é infinito. A ciência é ativa valoriza a observação e o
método experimental, une ciência e técnica. A ciência antiga é contemplativa, separa
ciência e técnica.
No século XVII a Filosofia e a Ciência se separam. Galileu, usando um
telescópio, demonstra o modelo de desenvolvido por Copérnico. Vai ser interpelado
pela Igreja. Entre os principais pensadores daquele momento, destacam-se:
_ Copérnico, um sacerdote polonês, propôs a teoria heliocêntrica que atingia a
concepção medieval cristã de que o homem é ser supremo da criação divina e que
por isso a terra é o centro do universo.
25
_ Giordano Bruno leva adiante a ideia de Copérnico e desenvolve a concepção de
universo infinito. É condenado e morre queimado vivo na fogueira.
_ Galileu Galilei contribuiu com descobertas científicas, como o aperfeiçoamento do
telescópio, e com uma nova postura metodológica de investigação científica:
observação, experimentação, uso da linguagem matemática. Por condenar os
dogmas tradicionais da Igreja, também foi condenado pela Inquisição, mas optou por
viver e seguiu fazendo suas pesquisas clandestinamente.
A revolução científica pode ser considerada uma grande realização do espírito
crítico humano, e acaba concentrando sua atenção na natureza do universo, na
ciência da natureza.
Desenvolvimento do mercantilismo e ruptura da economia feudal
O mercantilismo antecede ao desenvolvimento da indústria e trouxe novas
necessidades com o surgimento da burguesia, diferentes dos interesses da nobreza.
Grandes núcleos urbanos e a invenção da imprensa
Surgimento dos grandes centros urbanos leva a novos valores e
necessidades. E a invenção da Imprensa permite que as ideias possam ser
publicadas e difundidas.
26
SOBRE A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO
A Idade Moderna é um período é marcado
por grandes transformações. Estas transformações
e o desenvolvimento da ciência moderna levaram o
homem a questionar os critérios e os métodos
usados para aquisição do conhecimento verdadeiro
da realidade.
Como podemos conhecer? Quais os
fundamentos do conhecimento? O que é
conhecer? Essas questões são essenciais pra a
ciência, a ética e epistemologia. A Filosofia
Moderna vai enfrentar o prestígio que o pensamento de Aristóteles tinha e a
supremacia da doutrina da Igreja, na Idade Média, e inaugurou um modo novo de
conceber e compreender o conhecimento. O século XVII viu nascer o método
experimental e a possibilidade de explicação mecânica e matemática do Universo,
que deu origem à ciência moderna.
A partir desses questionamentos, duas novas perspectivas para o saber, às
vezes complementares, às vezes antagônica. Surgem o racionalismo e o empirismo.
O racionalismo e o empirismo constituem novos paradigmas da filosofia
moderna para conhecer a realidade.
O que é a razão? Existem vários sentidos de razão no nosso dia a dia. A
Filosofia se define como conhecimento racional da realidade natural e cultural, das
coisas e dos seres humanos. A razão é a organização e ordenação de ideias, para
assim poder sistematizá-las.
A razão é atividade intelectual de conhecimento da realidade natural, social,
psicológica, histórica. Possui um ideal de clareza, de ordenação e de rigor e
precisão dos pensamentos e de palavras.
A razão, em sua origem, é a capacidade intelectual de pensar e exprimir-se
correta e claramente, de modo a organizar e ordenar a realidade, os seres, os fatos
e as ideias.
27
Desde o começo da Filosofia, a origem da palavra razão fez com que ela
fosse considerada oposta a quatro outras atitudes mentais:
Ao conhecimento ilusório
Às emoções, aos sentimentos, às paixões,
À crença religiosa, em que a verdade nos é dada pela fé numa revelação
divina
Ao êxtase místico
A Filosofia Moderna foi o período em que mais se confiou nos poderes da
razão para conhecer e conquistar a realidade e o homem – por isso foi chamado de
Grande Racionalismo Clássico. O marco dessa forma de pensamento é René
Descarte, matemático e filósofo, inventor da geometria analítica. O método escolhido
é o matemático, por ser o exemplo de conhecimento integral racional.
RACIONALISMO
O racionalismo sustenta que há um tipo de
conhecimento que surge diretamente da razão. É
baseado nos princípios da busca da certeza e da
demonstração, sustentados por um conhecimento que
não vêm da experiência e são elaborados somente
pela razão.
O racionalismo considera que o homem tem ideias inatas, ou seja, que não
são derivadas da experiência, mas se encontram no indivíduo desde seu nascimento
e desconfia das percepções sensoriais. Enquanto a ciência cristã e antiga constituía
um corpo de verdades teóricas universais, de certezas definitivas, não admitindo
erros, mudanças ou crítica, a ciência moderna e racional vai propor formular leis e
princípios que expliquem o funcionamento da realidade.
O pensamento racional ao introduzir a dúvida no processo do pensamento,
introduz a crítica como parte do desenvolvimento do conhecimento científico. São
esses princípios da ciência moderna que encontramos hoje.
Principais pensadores: René Descartes (1596-1650), Pascal (1623-1662),
Spinoza (1632-1677) e Leibniz (1646-1716), Friedrich Hegel (1770-1831).
28
René Descartes
Nasceu na França, em 1596, em um momento de profunda crise da
sociedade e cultura européia, passando por grandes transformações e ruptura com
o mundo anterior. Foi um dos principais pensadores do racionalismo. Expôs suas
ideias com cautela para evitar a condenação da igreja. É considerado um dos pais
da filosofia moderna.
O princípio básico de sua filosofia é a frase: “Penso, Logo existo”. A base de
seu método é a dúvida de todas as nossas crenças e opiniões. Para ele, tudo deve
ser rejeitado se houver qualquer possibilidade de dúvida. O pensamento é algo mais
certo que a matéria. Ele valorizava a atividade do sujeito pensante em relação ao
real a ser conhecido. Descarte acreditava que o método racional é caminho para
garantir o conhecimento de uma teoria científica.
EMPIRISMO
O Empirismo defende que o conhecimento
humano provém da nossa percepção do mundo
externo e da nossa capacidade mental,
valorizando a experiência sensível e concreta
como fonte do conhecimento e da investigação.
Segundo os empiristas, o conhecimento da
razão, da verdade e das ideias racionais é
importante, mas desde que estejam ligados à
experiência, pois as ideias são adquiridas ao
longo da vida e mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão.
O método empirista baseia-se na formulação de hipóteses, na observação, na
verificação de hipóteses com base nos experimentos. O empirismo provoca uma
revolução para a ciência. A partir da valorização da experiência, o conhecimento
científico, que antes se contentava em contemplar a natureza, passa a querer
dominá-la, buscando resultados práticos.
29
Principais filósofos: Francis Bacon, John Locke, David Hume, Thomas
Hobbes e Hohn Stuart Mill.
Francis Bacon
Nasceu na Inglaterra criou o lema saber é poder, pois compreende que o
desenvolvimento da pesquisa experimental aumenta o poder dos homens sobre a
natureza.
John Locke
Médico inglês, dizia que o mente humana é uma tábula rasa, um papel em
branco sem nenhuma ideia previamente escrita e que todas as ideias são adquiridas
ao longo da vida mediante o exercício da experiência sensorial e da reflexão.
Defendeu que a experiência é a fonte das ideias. Desenvolveu uma corrente
denominada Tabula Rasa, onde afirmou que as pessoas desconhecem tudo, mas
que através de tentativas e erros aprendem e conquistam experiência.
PARA LEMBRAR: O racionalismo e o empirismo são
pensamentos distintos, embora exista um elemento em
comum: a preocupação com o entendimento humano.
ALGUNS IMPORTANTES PENSADORES E CIENTISTAS MODERNOS
Esses filósofos com seus pensamentos contribuíram para que a humanidade
construísse novos conhecimentos.
Galileu Galilei
30
Nasceu na Itália e é considerado o fundador da física moderna. Defendeu as
explicações do universo a partir da teoria heliocêntrica e rejeitava a física de
Aristóteles, adotadas como verdade absoluta pelo cristianismo. Por contrariar essa
visão tradicional foi considerado herege. Questionava a Bíblia, sendo julgado pelo
Tribunal da Inquisição e condenado a fogueira ou a renegar suas concepções
científicas. Optou por se retratar, mas continuou fiel às ideias e publicou
clandestinamente uma obra que contrariava os dogmas cristãos.
Isaac Newton
Nasceu na Inglaterra, físico e matemático, continuou à revolução científica
que deu origem à física clássica. Fala de um universo ordenado, como uma grande
máquina. Além de física, matemática, filosofia e astronomia, estudou também
alquimia, astrologia, cabala, magia e teologia, e era um grande conhecedor da
Bíblia. Considerava que todos esses campos do saber poderiam contribuir para o
estudo dos fenômenos naturais.
Suas investigações experimentais, acompanhadas de rigorosa descrição
matemática, constituíram-se modelo de uma metodologia de investigação para as
ciências nos séculos seguintes.
Leitura Recomendada:
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria
Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Moderna, 2003.
31
CONCEITUANDO POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Na tentativa de esboçar uma definição de Políticas Educacional, devemos
considerá-la como ramo intermediário entre a Pedagogia e a Ciência Política
especializada na análise dos projetos governamentais no campo educativo ou ainda,
como a disciplina que se propõe a analisar e dar sentido ao conjunto de normas
reguladoras entre o Estado e a sociedade no campo educacional.
A Política Educacional gesta-se de “cima para baixo” quando é objetivo explicito
de governo, base constitucional e corresponde a um projeto de gestão do Estado
brasileiro. Por outro, professores, diretores e alunos são também agentes de
realização de Políticas Educacionais.
A defesa e explicitação de determinadas correntes de educação, a dominância
de determinadas perspectivas de ensino, a posição de organização não
governamentais frente às ações do Estado, tudo enfim faz parte do campo de
análise das Políticas Educacionais. Elas realizam-se plenamente no cotidiano da
escola, nos diferentes graus de ensino. Diríamos, assim, que há duas políticas
educacionais: uma, de “cima para baixo”, que faz com que um corpo de leis seja
assimilado, discutido e incorporado no meio escolar, e outro, “de baixo para cima” e
que corresponde a uma reapropriação, uma elaboração especifica, de cada
instituição e dos profissionais da escola. Entre ambos, um movimento circular e em
32
espiral: não é pouco comum o governo ter de ceder ou realizar contra-ofensiva às
iniciativas e desejos do sociedade civil no campo educativo.
Políticas Educacionais é uma disciplina
em construção. Introduzida pelas sucessivas
reformas dos currículos de nossas universidades,
corresponde a um estágio avançado de análise e
interpretação da realidade político-educacional.
Resultado natural da evolução da análise dos
problemas educacionais contemporâneos, da
ampliação dos estudos e pesquisas produzidas
pelos Programas de Pós-graduação em
Educação e Política de norte a sul do País, revela-se como disciplina cada vez
sofisticada e com métodos e análises de investigação. Dedicando-se nos atores
educativos, na participação dos agentes governamentais na gestão das políticas da
educação, e na organização dos diversos setores organizados da sociedade ligados
a educação (sindicatos), tem apresentado resultados importantes para a luta pela
democratização da educação no Brasil.
Seu papel ainda é maior por que ao valorizar a ação da cultura do meio escolar,
do sistema de crenças, valores e idéias que orientam os professores e profissionais
de ensino (além de é claro, dos agentes de governo) na gestão das tarefas
educacionais, apresenta dimensões novas para a formulação de políticas
educacionais.
O enfoque da “escola como lugar político-cultural” marca a reflexão
contemporânea da disciplina de Políticas Educacionais, onde os dispositivos legais
são percebidos na relação com a cultura da escola. A análise institucional tradicional
não é descartada porque a escola é dessas instituições sólidas e sérias que cria
suas próprias regras de convívio e reação as atitudes governamentais. Finalmente, a
utilização do método estruturalista em parte de seus estudos, predominante nas
Ciências Sociais, não deixa de privilegiar a análise dos determinantes das estruturas
políticas do Brasil contemporâneo, seja das estruturas sócio-econômicas ou a
situação de dependência do país.
33
O QUE É POLÍTICA?
Que imagem vem à cabeça da maioria das pessoas, quando ouve a palavra
“política”? Para muitos indivíduos, essa palavra evoca imagens de campanhas
eleitorais, partidos, propagandas, poluição visual às vésperas de eleição. Outros
podem lembrar-se da atuação de políticos profissionais, na maioria das vezes, de
maus políticos. Isto faz com que várias pessoas tomem aversão a tudo o que diz
respeito à política. Mas será que política é isso mesmo? Ou melhor, será que política
é só isso?
Este é um tema muito complexo para ser tratado com rapidez, pois seu uso
corrente está permeado uma multiplicidade de significados que foram construídos na
história da humanidade e por diferentes sentidos adquiridos na experiência de vida
de cada pessoa. Por isso, vamos voltar um pouco na história, para refletir sobre o
significado deste termo tão polêmico.
Em sua definição clássica, o termo política emana do adjetivo politikós,
originado de polis1, que se refere a tudo que se relaciona com a cidade, portanto ao
urbano, público, civil.
A obra de Aristóteles, A política, é considerada a primeira obra sobre este
tema, pois introduz a discussão sobre Estado e sobre as formas de governo.
1 Polis - Termo grego que se refere à cidade, compreendida como a comunidade organizada, formada pelos
cidadãos, isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e iguais. Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite a
Filosofia, Editora Ática, 2003.
34
Com o decorrer do tempo, política passou a designar “um campo dedicado ao
estudo da esfera de atividades humanas articulada às coisas do Estado”. Neste
sentido, refere-se, hoje, principalmente ao conjunto de atividades, que, de alguma
maneira são atribuídas ao Estado moderno, ou que dele emanam (SHIROMA,
MORAES e EVANGELISTA, 2002, p. 7).
Vale à pena, neste momento, nos
perguntarmos, então, sobre o que é
Estado? Qual sua função? Como
surgiu? A resposta a estas perguntas
não é muito simples. Podemos agrupar
as várias formas de responder a esta
pergunta em dois grandes grupos de
teorias:
Teorias com enfoque liberal:
baseam-se numa interpretação feita pela burguesia nos diferentes momentos
da história do capitalismo. Consideram que o Estado é neutro e está acima
dos interesses das classes sociais, pois tem como objetivo a realização do
bem comum e o aperfeiçoamento do organismo social no seu conjunto.
Teorias com enfoque marxista: fundamentam-se em uma concepção de
sociedade dividida em classes antagônicas, com interesses divergentes, o
que inviabiliza a idéia de um Estado neutro, voltado para o bem comum.
Segundo esse enfoque, o Estado é uma instituição política que representa os
interesses de uma classe social dominante, que prevalece sobre o conjunto
da sociedade. Apenas no nível aparente, estes interesses apresentam-se
como interesses universais, de todo o corpo social. Esse enfoque constituí-se,
deste modo, uma crítica ao enfoque liberal de Estado.
Três teóricos europeus são considerados os fundadores do pensamento
político e podem nos ajudar a compreender melhor a construção do conceito
burguês de Estado moderno: Thomas Hobbes (1588-1651), John Locke (1632-1704)
e Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
Para Hobbes, teórico político e filósofo inglês, o Estado soberano significava a
realização máxima de uma sociedade civilizada e racional. Ele defendeu que, em
estado natural, sem o jugo político do Estado, os homens viveriam em liberdade e
igualdade segundo seus instintos. Somente o Estado, um poder acima das
35
individualidades, garantiria segurança a todos, pois o egoísmo, a crueldade,a
ambição, naturais dos indivíduos, gerariam uma luta sem tréguas, levando-os à
ruína. Para evitar este fim e promover o bem comum, os homens selariam um pacto,
um contrato, que evita a sua destruição. Hobbes atribui a este contrato social a
criação do Estado, de poder absoluto.
John Locke, foi um filósofo
predecessor do Iluminismo 2 tinha
como noção de governo o
consentimento dos governados
diante da autoridade constituída,
defendia a idéia de que o homem
seria livre no seu estado natural.
Para evitar que um homem
pudesse subjulgar o outro a seu
poder absoluto, os homens, por
meio de um contrato social,
delegaram poderes ao Estado, que deveria ter o papel de assegurar seus direitos
naturais, assim como, a sua propriedade. Enquanto que para Hobbes, o contrato
resulta num Estado Absoluto, para Locke, o Estado poderia ser feito e desfeito,
como qualquer contrato, caso o Estado ou o Governo não o respeitarem.
Para Jean-Jacques Rousseau, fundador da concepção democrática-
burguesa, a sociedade civil também nasceria por meio de um contrato social. Para
ele, porém, diferente de Locke, os homens são naturalmente bons, sendo a
sociabilização a culpada pela sua "degeneração". O Contrato Social para Rousseau
é um acordo entre indivíduos para se criar uma Sociedade, e, só então, um Estado,
isto é, o Contrato é um Pacto de associação, não de submissão. Os homens não
podem renunciar aos princípios da liberdade e igualdade, pois ao povo pertence a
soberania. Ele enfatizava que não há liberdade onde não existe igualdade. Ao
2 Iluminismo ou Esclarecimento (em alemão Aufklärung, em inglês Enlightenment, em italiano Illuminismo, em
francês Siècle des Lumières, em espanhol Ilustración) designam uma época da história intelectual ocidental.
Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais e atitudes religiosas.
O uso do termo Iluminismo na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas tendências gerais comuns a
todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas idéias de progresso e perfectibilidade humana, assim como a
defesa do conhecimento racional como meio para a superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
O Iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os iluministas admitiam que os seres
humanos estão em condição de tornar este mundo um mundo melhor - mediante introspecção, livre exercício das
capacidades humanas e do engajamento político-social.
36
contrário de Locke, Rousseau percebia no surgimento da propriedade a origem de
todos os males da humanidade3.
A teoria política desenvolvida por Karl
Marx (1818-1883) consiste em uma rejeição
categórica à concepção de Estado
burguesa, que o compreende como agente
da "sociedade como um todo". A teoria
marxista rejeita, também, a possibilidade da
existência de um "interesse nacional", pois,
para Marx, a base da sociedade, da sua
formação, das instituições e regras de
funcionamento, das idéias e dos valores são
as condições materiais, ou seja, as relações
sociais de produção.
Neste enfoque, o Estado é compreendido como uma estrutura de poder que
aglutina, sintetiza e coloca em movimento a força política da classe dominante. Para
ele, o Estado moderno é apenas um comitê para administrar os assuntos comuns da
burguesia, o que o torna um mecanismo destinado a reprimir a classe oprimida e
explorada.
No pensamento marxista, o Estado consiste, também, numa organização
burocrática, isto é, um conjunto de instituições e organismos, ramos e sub-ramos,
com suas respectivas burocracias, que exerce a dominação das classes exploradas,
por meio do jogo institucional de seus aparelhos. Deste modo, em condições
historicamente determinadas, o Estado desempenha a função de reprodutor das
relações econômicas e políticas de classe e de moldar aquilo que os liberais
chamam de sociedade.
Visto que não existe organização social sem Estado, pelo menos após a
divisão da sociedade em classes antagônicas, esse Estado é sempre aquele que
3 Do Contrato social é a obra prima do suíço Jean-Jacques Rousseau, em ele expõe a sua noção de homem, de
Estado e de sociedade. Para obtê-la na Internet, acesse:
http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/contrato.pdf
37
traduz o pensamento dos dominantes, ou seja, aquele que constrói as condições
para o máximo desenvolvimento daquelas classes4.
Para Antonio Gramsci5 (1891-1937), político comunista e anti-fascista italiano,
filósofo e cientista político marxista, é impossível, exceto nas ditaduras, a existência
do domínio bruto de uma classe social sobre a outra, por meio, apenas, do Estado-
coerção.
Uma classe dominante, para assegurar-se como dirigente, deve construir um
conjunto de alianças e obter o consenso passivo das classes e camadas dirigidas. A
classe dominante, muitas vezes, sacrifica parte dos seus interesses imediatos e
supera o horizonte corporativo, na busca de articular alianças e construir uma
hegemonia6 ética e política.
O Estado moderno, na
concepção gramsciana, não poderia
constituir-se, somente, como
instrumento de coerção a serviço da
classe dominante, pois para poder
manter-se, a força deve revestir-se
de consenso, isto é, combinar
coerção e hegemonia. Ao analisar
os mecanismos de construção desta
hegemonia, Gramsci elabora a um
conceito de Estado ampliado, que
compreende o Estado composto por dois segmentos distintos, a sociedade política e
a sociedade civil. Ambos atuam, porém, com a mesma finalidade: manter e
reproduzir a dominação da classe hegemônica. O conceito de sociedade civil e
4 Para compreender a concepção marxista de Estado, vale à pena ler o Manifesto do Partido Comunista,
disponível, no site: http://ateus.net/ebooks/geral/marx_manifesto_comunista.pdf
Ler os clássicos do pensamento ocidental o ajudará a compreender melhor as suas próprias idéias. 5 Antonio Gramsci - Político, filósofo e cientista político, comunista e anti-fascista italiano, nascido em Ales, 22
de janeiro de 1891 e falecido em Roma, 27 de abril de 1937.
A influência de Gramsci encontra-se associada, principalmente, aos mais de trinta cadernos de análise histórica e
filosófica que escreveu durante o período em que esteve na prisão, conhecidos como Cadernos do Cárcere, que
contêm o pensamento maduro de Gramsci sobre a História da Itália e o nacionalismo, bem como idéias sobre
teoria crítica e educacional que são freqüentemente associadas com o seu nome. 6 Em política, o conceito de hegemonia foi formulado por Antonio Gramsci para descrever o tipo de dominação
ideológica de uma classe social sobre outra, particularmente, da burguesia sobre o proletariado e outras classes
de trabalhadores.
38
sociedade política7 é fundamental para compreendermos o que vem a ser políticas
educacionais e para situá-las interior das políticas públicas.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DAS
POLÍTICAS PÚBLICAS
De acordo com a teoria gramsciana, nas sociedades de tipo ocidental, como a
brasileira, a hegemonia (que se realiza nas diversas instâncias da sociedade civil)
não pode ser negligenciada pelos grupos sociais dominados, que pretendem
modificar sua condição e a assumir o comando do conjunto da sociedade. É
importante para as classes subalternas construir uma contra hegemonia,
articulando-se para interferir nos sindicatos, partidos políticos, meios de
comunicação, escolas e demais instituições que constroem a hegemonia ética e
política. É neste processo que as políticas educacionais são produzidas.
As políticas educacionais situam-se no âmbito das políticas públicas 8 de
caráter social e, como tal, não são estáticas, mas dinâmicas, ou seja, estão em
7 Sociedade política consiste no Estado-coerção, formado pelos mecanismos que asseguram o monopólio da
força pela classe dominante, como a burocracia executiva e policial-militar.
Sociedade civil é composta pelo conjunto das organizações responsáveis pela elaboração e difusão das
ideologias: o sistema escolar, a Igreja, os sindicatos, os partidos políticos, as organizações profissionais, as
organizações culturais e os meios de comunicação e de massa.
Resumindo: o Estado seria a sociedade política gramsciana. A sociedade civil representa a nova determinação
apresentada por Gramsci, que no começo do Século XX, assume crescente grandeza com os partidos de massa,
sindicatos de trabalhadores e outras formas de organizações sociais. É após sua evolução histórica que a
sociedade civil pôde ser capturada teoricamente. Antes disso, o Estado-coerção era muito superior em sua base
material para se permitir tal percepção.
39
constante transformação. Para compreendê-las, é necessário entender o projeto
político do Estado, em seu conjunto, e as contradições do momento histórico em
questão.
Se compreendermos a política como a arte de administrar o bem público, toda
política deveria ser considrada pública ou social. Entretanto, nas sociedades em que
os meios de produção são apropriados por uma determinada classe social, o Estado
acaba por ser apropriado, também, por esta classe, a fim de gerir seus interesse
econômicos.
Deste modo, na sociedade capitalista, o Estado assume a função de
impulsionar a política econômica, tendo em vista a consolidação e a expansão do
capital, favorecendo, assim, interesses privados, em detrimento dos interesses da
coletividade, o que carateriza a política econômica pelo seu carater anti-social
(Saviani, 2007).
Os efeitos gerados por esta polítca econômica concentradora de riqueza,
contraditoriamente, ameçam a continuidade do sitema econômico capitalista. Para
contrabalancear estes efeitos, o Estado precisa promover políticas públicas ou
políticas sociais, nas áreas de saúde, habitação, assitência e previdência social,
cultura e educação.
Embora, nas sociedades capitalistas, o
Estado esteja submetido aos interesses gerais
do capital na organização e na administração
do público, as políticas públicas,
especialmente, as de cunho social, são
produto das lutas, pressões e conflitos entre
os grupos e classes que constituem a
sociedade. Em síntese, as políticas públicas
são o resultado de barganhas e conflitos,
consensos e embates entre os diferentes
grupos ou classes que compõem determinada
sociedade.
8 Políticas públicas - Este é um conceito que comporta várias significações. Para alguns, pode parecer uma
redundância, visto que toda política, pela prórpia natureza etmológica da palavra é essencialmente pública. Este
termo pode referir-se a diferentes áreas ou campos de atuação governamental, por exemplo política econômica,
políticas sociais, ou ainda, ambientais. Pode remeter aos processos próprios da ação política, no que diz respeito
aos instrumentos, regras e organização das forças que se enfrentam ou se articulam no espaço dos embates. Pode
significar, ainda, as instituições políticas, como o Estado e suas normas, regras e marcos jurídicos.
40
As políticas educacionais emanadas do Estado, como qualquer outra política
pública, implicam em escolhas e decisões, que envolvem indivíduos, grupos e
instituições e, portanto, não são fruto de iniciativas abstratas, mas constroem-se na
correlação entre as forças sociais, que se articulam para defender seus interesses.
Deste modo, para entender como se elaboram as políticas públicas, em uma
determinada sociedade, é preciso analisar seus significados históricos.
Ao longo da História do Brasil, a educação redefiniu seu perfil, ao mesmo
tempo reprodutor e inovador da estrutura social, ou seja, ela consiste em uma das
maneiras que a sociedade estabelece para produzir e reproduzir suas formas de
organização do trabalho e da vida. A educação modela aptidões, comportamentos,
atitudes, valores, conceitos e preconceitos, que são necessários a cada forma de
organização social e a escola é um dos locais privilegiados para sua realização. Por
isso, o Estado brasileiro, à medida que foi, gradualmente, se organizando e se
fortalecendo, tomou para si a tarefa de instituir as bases da educação escolar
nacional.
As ações e orientações do
Estado interferem no cotidiano de
cada instituição educativa e dos
sujeitos que a constroem. Desde a
quantidade de dias letivos ao
conteúdo e à metodologia trabalhada
no interior de cada sala de aula
sofrem as determinações das
políticas públicas para a educação.
Compreender estas determinações e
como elas se construíram é
fundamental para que o professor
possa se posicionar criticamente
diante delas e participar efetivamente na construção de políticas educacionais que
sirvam para contribuir na superação das injustiças e a exclusão social a que está
submetida grande parte da população brasileira.
Se compreendermos que as políticas educacionais são construídas nos
embates da sociedade civil, concluímos que é impossível o professor se manter
neutro diante das lutas das entidades nas quais seus pares se articulam a fim de
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conquistar melhores condições para a educação nacional, pois quem não se
posiciona a favor das forças de mudanças está contribuindo para a permanência da
situação injustiça e de desigualdade social, que marca a nossa sociedade e nossa
educação. Como ninguém é capaz de transformar o que não conhece, torna-se
fundamental o estudo das políticas educacionais, nos cursos de formação de
professores, que pretendem contribuir na preparação de profissionais críticos, que
sejam capazes de se posicionar diante das exigências da realidade social e
educacional.
A importância deste campo de conhecimento deve-se ao fato de contribuir
para a compreensão da vida educacional alicerçada nas dinâmicas sociais, políticas
e legais. Contempla temas como globalização, Estado, sociedade e educação;
legislação educacional, estrutura e funcionamento do ensino; políticas de
inclusão/exclusão; financiamento da educação; formação e profissionalização
docente; expansão e qualidade do ensino, dentre outros que afetam a vida cotidiana
das instituições educativas escolares e não escolares. É essencial para a formação
de um professor que saiba refletir e agir de forma coerente com suas opções éticas,
teóricas e políticas.
O ATO DE EDUCAR
Para o professor J. Carlos Libâneo, “educar (em latim, educare) é conduzir de
um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível de educação.
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O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma atividade sistemática de
interação entre seres sociais, tanto no nível do intrapessoal como no nível da
influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre
sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os
tornem elementos ativos desta própria ação exercida. Presume-se, ai, a interligação
no ato pedagógico de três componentes: um agente (alguém, um grupo, um meio
social etc.), uma mensagem transmitida (conteúdos, métodos, automatismos,
habilidades etc.) e um educando (aluno, grupos de alunos, uma geração etc.)”
Diz ainda o professor Libâneo que o especificamente pedagógico está na
imbricação entre a mensagem e o educando, propiciada pelo agente. Como
instância mediadora, a ação pedagógica torna possível a relação de reciprocidade
entre indivíduo e sociedade. Conclui-se, então, que a educação não pode ser
compreendida fora de um contexto histórico-social concreto, sendo a prática social o
ponto de partida e o ponto de chegada da ação pedagógica.
No início do processo, o educando tem uma experiência social confusa e
fragmentada, que deve ser levada a um estádio de organização. Nesse sentido, o
professor Dermeval Saviani define educação como “um processo que se caracteriza
por uma atividade mediadora no seio da prática social global.
A fim de não confundir conceitos, convém estabelecer algumas nuança entre
educação, ensino e doutrinação.
Educação é um conceito genérico, mais amplo, que supõe o processo de
desenvolvimento integral do homem, isto é, de sua capacidade física,
intelectual e moral, visando não só a formação de habilidades, mas também
do caráter e da personalidade social.
O ensino consiste na transmissão de conhecimentos, enquanto a doutrinação
é uma pseudo-educação que não respeita a liberdade do educando, impondo-
lhe conhecimentos e valores. Nesse processo, todos são submetidos a uma
só maneira de pensar e agir, destruindo-se o pensamento divergente e
mantendo-se a tutela e a hierarquia.
Ao contrário da doutrinação, a verdadeira educação tende a dissolver a
assimetria entre educador e educando, pois, se há inicialmente uma
desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se torna eficaz a ação do
agente da educação. O bom educador é, portanto, aquele que vai morrendo
durante o processo.
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Quanto aos dois primeiros conceitos, educação e ensino, não há como
separar nitidamente esses dois pólos que se completam. Como se poderia educar
alguém sem informá-lo sobre o mundo em que vive? É a partir da consciência de
sua própria experiência e da experiência da humanidade que o homem tem
condições de se formar como um ser moral e político. Da mesma maneira, toda
informação, mesmo que fornecida sem a aparente intenção de formação, ao ser
assimilada pelo educando, interfere na sua concepção de mundo. Com freqüência, a
informação pretensamente neutra está, na verdade, carregada de valores.
44
BIBLIOGRAFIA
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político de Antonio Gramsci. Disponível em: http://www.duplipensar.net/artigos/2006-
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45
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Política educacional. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2002.
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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1- A Filosofia Medieval Cristã constituiu-se do pensamento cristão e da ciência
antiga. Esta tinha como base:
a) O dogmatismo
b) O cristianismo
c) O homem
d) O geocentrismo
2- Complete o espaço na frase abaixo:
“A concepção medieval cristã via o homem como é o ser supremo da criação
divina e a terra era o centro do universo. A teoria de que a terra era o centro do
mundo, ___________________________ era uma explicação que justificava
tal visão. A ciência antiga era um corpo de verdades teóricas universais, de
certezas definitivas, que não admitiam erros, mudanças ou crítica”.
a) Dogmatismo
b) Cristianismo
c) Homem
d) Geocentrismo
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3- Após a Idade Média, há um período de transição entre o século XV e XVI para
a Idade Moderna, que significou ruptura com a tradição anterior cristã,
fundamentada em Deus, e passou-se a valorizar o homem. Este período foi
chamado de:
a) Reforma Protestante
b) Humanismo Renascentista
c) Mercantilismo
d) Nenhuma das respostas acima.
4- A reforma protestante deve como um de seus personagens principais, o:
a) Galileu Galilei
b) Martin Lutero
c) Aristóteles
d) Platão
5- Sobre o conceito de razão, marque a alternativa errada:
a) Esta se define como conhecimento racional da realidade natural e cultural, das
coisas e dos seres humanos.
b) A razão é a organização e ordenação de ideias, para assim poder sistematizá-
las.
c) A razão é atividade intelectual de conhecimento da realidade natural, social,
psicológica, histórica.
d) A razão não possui um ideal de clareza, de ordenação e de rigor e precisão
dos pensamentos e de palavras.
6- Este foi o período em que mais se confiou nos poderes da razão para conhecer
e conquistar a realidade e o homem – por isso foi chamado de Grande
Racionalismo Clássico. O marco dessa forma de pensamento é René
Descarte, matemático e filósofo, inventor da geometria analítica. O método
escolhido é o matemático, por ser o exemplo de conhecimento integral racional.
Estamos falando de qual fase da Filosofia?
a) Filosofia antiga
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b) Renascimento
c) Filosofia Moderna
d) Todas as respostas estão erradas.
7- Complete a frase: O ___________________ sustenta que há um tipo de
conhecimento que surge diretamente da razão. É baseado nos princípios da
busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento que
não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão.
a) Empirismo
b) Racionalismo
c) Conhecimento
d) Todas as respostas estão erradas.
8- Sobre o empirismo, marque a alternativa errada:
a) O Empirismo defende que o conhecimento humano provém da nossa
percepção do mundo externo e da nossa capacidade mental, valorizando a
experiência sensível e concreta como fonte do conhecimento e da
investigação.
b) Segundo os empiristas, o conhecimento da razão, da verdade e das ideias
racionais é importante, mas desde que estejam ligados à experiência, pois as
ideias são adquiridas ao longo da vida e mediante o exercício da experiência
sensorial e da reflexão.
c) O método empirista baseia-se na formulação de hipóteses, na observação, na
verificação de hipóteses com base nos experimentos.
d) O empirismo provoca uma revolução para a ciência. A partir da valorização da
experiência, o conhecimento científico, que antes se contentava em contemplar
a natureza, passa a querer dominá-la, buscando resultados teóricos.
9- São tarefas da Filosofia, exceto:
a) Desenvolver os conceitos, torná-los conceitos elaborados e amplos.
b) Desenvolver a capacidade de pensar.
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c) Desenvolver a capacidade de agir melhor, de formar valores e tornar assim o
homem mais livre.
d) Desenvolver os pré-conceitos.
10- A Etimologia da palavra Filosofia, vem do grego: amor pelo saber, amizade à
Sabedoria philos – amor e Sophia - à sabedoria. A Filosofia nasceu do amor
que busca compreender o mundo, os outros e a si mesmo. Foi o desejo de se
compreender a realidade que originou a filosofia. Até o século XVI, todo
conhecimento científico estava ligado à Filosofia. Por isso, responda: A qual
filósofo atribui-se a invenção da palavra?
a) Rene Descartes
b) Platão
c) Aristóteles
d) Galileu