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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO ESTUDO ELETROQUÍMICO E IONTOFORÉTICO DA LIBERAÇÃO E PERMEAÇÃO IN VITRO DE α-TOCOFEROL PRESENTE EM PREPARAÇÕES COSMÉTICAS CONTRA FOTOENVELHECIMENTO Elisa Paludo Lajeado, março de 2014

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU

MESTRADO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

ESTUDO ELETROQUÍMICO E IONTOFORÉTICO DA LIBERAÇÃO E

PERMEAÇÃO IN VITRO DE α-TOCOFEROL PRESENTE EM PREPARAÇÕES

COSMÉTICAS CONTRA FOTOENVELHECIMENTO

Elisa Paludo

Lajeado, março de 2014

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Elisa Paludo

ESTUDO ELETROQUÍMICO E IONTOFORÉTICO DA LIBERAÇÃO E

PERMEAÇÃO IN VITRO DE α-TOCOFEROL PRESENTE EM PREPARAÇÕES

COSMÉTICAS CONTRA FOTOENVELHECIMENTO

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ambiente e

Desenvolvimento, do Centro Universitário

UNIVATES, como parte da exigência para

obtenção do grau de Mestre em Ambiente

e Desenvolvimento na área de

concentração Tecnologia e Ambiente.

Orientadora: Profª. Dra. Simone Stülp

Co-orientador: Profº. Dr. Maurício

Hilgemann

Lajeado, março de 2014

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Dedico essa dissertação à minha mãe Tarcila, pela dedicação incansável,

pelos ensinamentos, pelo suporte, amor, carinho, apoio, paciência,

pela força, amizade, compreensão, por ser meu alicerce, minha companheira,

enfim, por acreditar em mim!

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AGRADECIMENTOS

Escrever uma dissertação de Mestrado é uma experiência enriquecedora e de

plena superação. Modificamo-nos a cada tentativa de buscar respostas às nossas

aflições. Para aqueles que compartilham conosco desse momento, parece uma

tarefa interminável, que só se torna realizável graças a muitas pessoas que

participam, direta ou indiretamente, mesmo sem saber realmente o que e para que

nos envolvemos em uma pesquisa. Desta forma, só tenho a agradecer essas

pessoas que passaram pelo meu caminho e deixaram um pouco de si.

Agradeço de coração a minha orientadora professora Simone Stülp pela

oportunidade, pela enorme paciência (em todos os choros), por todos os

ensinamentos, principalmente os de eletroquímica, pela orientação concedida, apoio

e confiança que me foi depositada. Obrigada por dividir seus conhecimentos e suas

experiências, por mostrar os caminhos mais adequados e pelo incentivo e motivação

constantes.

Ao professor Dênis Barnes, meu eterno agradecimento pela orientação

durante a graduação e um dos grandes responsáveis pela minha entrada no

PPGAD, meu especial obrigada pela amizade, pelos conselhos, pela confiança e

principalmente por ter me incentivado a continuar a vida acadêmica. Aos professores

Giovana Sinigaglia e João Tassinary, obrigada pelos incentivos, ensinamentos e

principalmente pelo exemplo de profissionais. A professora Débora Cerutti agradeço

citando a frase: “Aquilo que guardamos para nós, acabamos perdendo um dia;

aquilo que damos, conservamos às vezes, para sempre...” Paul Schmidt.

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Ao professor Eduardo Miranda Ethur pelo grande apoio, incentivo e amizade,

além das colaborações durante a realização deste trabalho. Ao professor Maurício

Hilgemann pelas contribuições realizadas.

À Laís por ter compartilhado comigo as angústias e tensões de se elaborar

uma dissertação, pela amizade conquistada, incentivo, pelas horas de colaboração,

auxílio, dedicação e responsabilidade.

À Univates, ao PPGAD e aos professores do mestrado, pela oportunidade de

aprendizado e crescimento profissional.

À teacher Margareth Bresolin por toda a confiança, apoio, incentivo, pela

amizade conquistada e, principalmente, por confiar em mim! Conquistamos juntas!

Aos meus amigos, que entenderam as horas de ausência, torceram e me

incentivaram, não tenho palavras para agradecer o quanto esse apoio foi importante.

Aos amigos que se formaram no PPGAD: Camila, Cristiano, Darliane e Luiz, gostaria

de dizer que percorremos este caminho juntos, nos complementando e nos

fortalecendo. Obrigada pela rica troca, cumplicidade, companheirismo e amizade.

À minha maravilhosa família, à minha mãe, às minhas irmãs Dani e Tchane, e

aos meus cunhados Ota e Cleberson, a os meus sobrinhos e afilhados Dudu, Luisa

e Pedro, minha base, meu tudo, vocês são o melhor da minha vida. Obrigada pelo

apoio incondicional ao longo deste processo de dissertação e de muitos outros.

Obrigada por acreditarem em mim, mesmo quando eu não acreditava. Ao meu pai

(in memorian) o convívio foi pouco, mas o carinho sempre esteve presente.

Enfim, a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a

realização deste trabalho, meus sinceros e profundos agradecimentos, pois ninguém

vence sozinho. No final das contas, talvez devêssemos parar de tentar retribuir às

pessoas que nos apoiam em nossas vidas. Talvez fosse mais sábio se render à

milagrosa abrangência da generosidade humana e simplesmente continuar dizendo

obrigada, para sempre e com a sinceridade, enquanto tivermos voz, diria Elizabeth

Gilbert.

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"O futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando.

O caminho para ele não é encontrado, mas construído e o ato de fazê-lo

muda tanto o realizador quanto o destino". (Antoine de Saint-Exupery)

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RESUMO

A iontoforese é um método de administração de substâncias através da pele, com propósito terapêutico específico, utiliza-se de potencial ou corrente elétrica para promover a transferência transdermal de um fármaco. A camada córnea corresponde a uma espessura de cerca de 20 µm, sendo reconhecida como a principal barreira à transferência transdermal de fármacos. Em vista disso, cada vez mais técnicas diferentes vêm sendo testadas para a penetração de substâncias através do estrato córneo. Destaca-se ainda o α-tocoferol (vitamina E), um antioxidante natural capaz de reduzir ou bloquear as reações de oxidação induzidas pelos radicais livres nas membranas biológicas em função de exposição solar, por exemplo. O presente estudo tem como objetivo realizar avaliações eletroquímicas do gel + α-tocoferol quando submetido a aplicações de iontoforese, bem como verificar os potenciais de liberação e permeação do α-tocoferol quando associados à iontoforese. Para a realização dos experimentos utilizou-se a célula de difusão tipo Franz, aplicando-se as técnicas de voltametria cíclica e espectrofotometria UV/Vis para avaliação do sistema. A partir dos resultados observa-se um aumento da difusão e degradação do sistema, devido à redução da corrente de pico em 0,78 V das moléculas de α-tocoferol, quando submetido à iontoforese. Nas análises voltamétricas do gel + α-tocoferol, nos diferentes tempos de aplicação de iontoforese o sinal de corrente decai com o tempo, já que parte dele é permeada observa-se uma diminuição da altura do pico e seu consequentemente alargamento. Acredita-se que esteja ocorrendo uma degradação do α-tocoferol pela ação da iontoforese, e que seu produto esteja sendo oxidado no eletrodo de platina num potencial próximo ao do α-tocoferol. Nos ensaios de permeabilidade do α-tocoferol sem e com a aplicação de iontoforese, obteve-se uma diferença significativa de t = 4; p = 0,01 com a aplicação. Nos ensaios de permeação utilizando a muda de pele de cobra Boa constrictor há uma tendência de aumento de fluxo entre os tempos de 2 e 10 min, sendo esta uma diferença significativa, esse fato pode ser devido a utilização da membrana. Desta forma o α-tocoferol possui um comportamento eletroquímico ativo com a aplicação de iontoforese em meio gel de hidroxietilcelulose, avaliando também uma tendência à degradação do ativo com o aumento do tempo de aplicação da iontoforese observado na análise eletroquímica e de difusão. E a aplicação da iontoforese demostrou eficiência no aumento de permeação e liberação do α-tocoferol, comparado a condições sem aplicação. Palavras-chave: Iontoforese. α-tocoferol. Eletroquímica.

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ABSTRACT

Iontophoresis is a method of administration of substances through the skin, with a specific therapeutic purpose, it uses electric current or potential to promote the transfer of a transdermal drug. The corneal layer corresponds to a thickness of about 20 microns, being recognized as the primary barrier to transdermal drug transference. In view of this, and more different techniques have been tested since for the penetration of substances through the stratum corneum. We also highlight the α-tocopherol (vitamin E), a natural antioxidant able to reduce or block the oxidation reactions induced by free radicals in biological membranes due to exposure to sunlight, for example. The present study aims to conduct electrochemical evaluations gel + α-tocopherol when subjected to iontophoresis applications as well as to verify the potential of release and permeation of α-tocopherol when combined with iontophoresis. We used for the experiments, the Franz diffusion cell type, applying the cyclic voltammetry and UV/Vis spectrophotometry to evaluate the system. It was observed, from the results an increase of the diffusion and degradation of the system due to the reduction in peak current at 0.78 V of the molecules of α-tocopherol, when subjected to iontophoresis. In the voltammetric analysis of the gel + α - tocopherol in different times of application of iontophoresis current signal decays with time, since part of it is permeated , there is a decrease of the peak height and consequently its enlargement. It is believed that degradation is occurring α-tocopherol by the action of iontophoresis, and that your product is being oxidized at the platinum electrode at a potential close to that of α - tocopherol. The permeation tests of α-tocopherol with and without the application of iontophoresis, we obtained a significant difference in t = 4, p = 0.01 with the application. In permeation tests using seeding of skin of snake Boa constricitor a trend of increased flow between periods of 2 and 10 min, which is a significant difference, this might be due no use of membrane. Thus the α-tocopherol has an active electrochemical behavior with the application of iontophoresis amid gel hydroxyethylcellulose, a trend also evaluating the degradation of the asset with the increase of time of application of iontophoresis observed in electrochemical analysis, and diffusion. And the application of iontophoresis demonstrated effectiveness in increasing permeation and release of α-tocopherol, compared to conditions without application.

Keywords: Iontophoresis. α-tocopherol. electrochemical.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processo de formação dos radicais livres no organismo. ......................... 20

Figura 2 - Fotoenvelhecimento unilateral. ................................................................. 22

Figura 3 - Ação antrópicas x qualidade de vida. ........................................................ 23

Figura 4 - Camadas da pele: epiderme, derme e hipoderme. ................................... 25

Figura 5 - Representação esquemática da epiderme. ............................................... 26

Figura 6 - Biomembrana de pele de muda de cobra Boa constrictor em solução de

azida sódica 0,0002% em água destilada. ................................................................ 28

Figura 7 - Estrutura química do α-Tocoferol. ............................................................. 29

Figura 8 - Atividade antioxidante do α-tocoferol. ....................................................... 31

Figura 9 - Esquema de transferência de íons durante a iontoforese. (A) Íons positivos

são conduzidos para longe do ânodo. (B) Íons negativos são conduzidos para longe

do cátodo. .................................................................................................................. 35

Figura 10 - Célula Eletroquímica ............................................................................... 39

Figura 11- Esquema do sistema utilizado com a célula de difusão tipo Franz. ......... 41

Figura 12 - Sistema de difusão utilizado nos experimentos de liberação permeação.

.................................................................................................................................. 42

Figura 13 – Curva de calibração, da solução de α-tocoferol nas concentrações de:

0,09054 µmol L-1, 0,36277 µmol L-1, 0,725546 µmol L-1 e 1,4510 µmol L-1. .............. 42

Figura 14 - Equipamento de iontoforese utilizado nos experimentos. ....................... 43

Figura 15 - Voltametria cíclica de eletrodo de platina em sistema contendo gel de

hidroxietilcelulose (linha tracejada), e este acrescido de α-tocoferol 1% (linha

contínua), v = 10 mV/s. ............................................................................................ 45

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Figura 16 - Voltametria cíclica de eletrodo de platina em sistema contendo gel de

hidroxietilcelulose acrescido de α-tocoferol 1% nos diferentes tempos estudados: a:

0 min; b: 2 min; c: 6 min; d: 10 min e e: 12 min, v = 10 mV/s. .................................. 46

Figura 17 - Voltametria cíclica de eletrodo de platina em sistema contendo gel de

hidroxietilcelulose com aplicação de iontoforese nos tempos: a: 0 min; b: 2 min; c: 6

min; d: 10 min e e:12 min, v = 10 mV/s. ................................................................... 48

Figura 18 - Quantidade liberada de α-tocoferol em função do tempo (horas) em

sistemas de difusão vertical contendo gel de hidroxietilcelulose/α-tocoferol. ............ 49

Figura 19 - Quantidade liberada de α-tocoferol em função do tempo (horas) em

sistemas de difusão vertical contendo gel de hidroxietilcelulose/α-tocoferol associado

à iontoforese. ............................................................................................................. 49

Figura 20 - Coeficiente de permeabilidade do α-tocoferol sobre a membrana de

acetato de celulose sem (controle) e com aplicação de iontoforese. ........................ 51

Figura 21- Aplicação de iontoforese em placa de Petri do α-tocoferol 1% associado

ao gel de hidroxietilcelulose nos tempos de 10 e 12 minutos.................................... 53

Figura 22 - Oxidação do α-tocoferol. ......................................................................... 54

Figura 23 - Quantidade permeada do α-tocoferol com aplicação de iontoforese

(branco) e sem aplicação de iontoforese (preto). ...................................................... 55

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ag/AgCl - Prata/Cloreto de prata

ERO - Espécies reativas de oxigênio

CLAE - Cromatografia líquida de alta eficiência

RL - Radical livre

UV - Ultravioleta

UVA - Ultravioleta A

UVB - Ultravioleta B

UVC - Ultravioleta C

UV/VIS - Ultravioleta visível

α - Alfa

β - Beta

γ - Gama

δ - Delta

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 14

1.1 Tema ................................................................................................................. 15

1.2 Problema ........................................................................................................... 15

1.3 Hipóteses .......................................................................................................... 16

1.4 Objetivos ........................................................................................................... 16

1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 16

1.4.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 16

1.5 Justificativa ........................................................................................................ 16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 19

2.1 Envelhecimento e interdisciplinaridade ............................................................. 19

2.2 Pele ................................................................................................................... 24

2.3 Biomembrana de pele de muda de cobra (Boa constrictor) .............................. 27

2.4 Membrana de acetato de celulose .................................................................... 29

2.5 α-tocoferol ......................................................................................................... 29

2.6 Iontoforese ........................................................................................................ 33

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 38

3.1 Reagentes ......................................................................................................... 38

3.2 Comportamento eletroquímico do α-tocoferol ................................................... 39

3.3 Análise de liberação e permeação in vitro do α-tocoferol em sistema de difusão

vertical ....................................................................................................................... 40

3.4 Aplicação da Iontoforese in vitro ....................................................................... 43

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 44

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4.1 Comportamento eletroquímico do α-tocoferol em sistema associado à

iontoforese ................................................................................................................. 44

4.2 Determinação da quantidade liberada de α-tocoferol em sistema de difusão

vertical ....................................................................................................................... 48

4.3 Determinação da permeação in vitro de α-tocoferol em biomembrana de Boa

constrictor .................................................................................................................. 54

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 58

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60

6 APÊNDICES ........................................................................................................ 68

APÊNDICE A ............................................................................................................. 69

APÊNDICE B ............................................................................................................. 70

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, os fatores essenciais para a vida se tornaram prejudiciais, à

medida que a ação antrópica torna-os nocivos, pois a redução da camada de ozônio

tem levado a um aumento da radiação UV na superfície terrestre. Esse fato tem

provocado danos ao organismo e à pele, bem como o envelhecimento precoce e o

fotoenvelhecimento, sendo que, em alguns casos, sua relação com efeitos

radicalares são comprovados (CLARKE, 2006; AZULAY; AZULAY; AZULAY-

ABULAFIA, 2008). Desta forma, o processo oxidativo pode ocasionar efeitos

deletérios nas células e tecidos do corpo humano; o oxigênio reativo e as espécies

de nitrogênio danificam as células (SKOOG et al., 2006).

A profilaxia do envelhecimento precoce da pele tem assumido uma

importância crescente na população, e tem como componente essencial das

estratégias de prevenção, a utilização de antioxidantes em formulações cosméticas.

Os antioxidantes atuam neutralizando a ação dos radicais livres, revertendo, ou até

detendo, os danos por eles causados (GOMES; DAMAZIO, 2009).

O α-tocoferol é um antioxidante natural, que possui a capacidade de reagir

com as espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio (BAUMANN, 2004). Este

composto é utilizado comumente em diversas preparações cosméticas, como na

formulação de fotoprotetores e rejuvenescedores. Contudo, sua aplicação tópica tem

como principal desafio uma maior permeabilidade do α-tocoferol na pele, o que

poderia potencializar sua bioatividade.

A permeabilidade cutânea é um dos principais parâmetros a serem

considerados nos tratamentos dermatológicos. Sabe-se que vários fatores

influenciam na permeação cutânea de fármacos como barreiras naturais, tipo de

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veículo utilizado, tempo de aplicação, entre outros. O desenvolvimento de sistemas

tópicos de liberação de fármacos, como a iontoforese, tem se intensificado nos

últimos anos, com o objetivo de otimizar a biodisponibilidade dos princípios ativos,

que muitas vezes são suscetíveis à degradação, aumentando assim a eficácia do

tratamento (GRATIERI; GELFUSO; LOPEZ, 2008).

A iontoforese consiste na associação de uma corrente elétrica com aplicação

tópica de fármacos, a qual aumenta sua liberação transdérmica através do estrato

córneo, elevando a eficácia terapêutica de diversos tratamentos. Esta técnica já vem

sendo utilizada na prática dermatológica e cosmética, tendo sua eficácia já

comprovada no aumento da permeação de diferentes princípios ativos (SILVA;

GUEDES; PIRES, 2012).

Em face do exposto, o objetivo do presente trabalho foi o de estudar a

liberação e permeação do α-tocoferol, quando adicionado a um hidrogel, com e sem

a aplicação de iontoforese, além de avaliar, por meio eletroquímico, possíveis

reações de oxidação ocorridas após a aplicação deste. A importância deste trabalho

reside na avaliação da promoção, por parte da iontoforese, do aumento de liberação

(facilitador) do fármaco para o meio, em ensaios in vitro, investigando possíveis

alterações estruturais ocorridas neste sistema.

1.1 Tema

Aplicação da iontoforese na terapia tópica (dermatológica) in vitro

com α-tocoferol.

1.2 Problema

Qual a influência da técnica de iontoforese, em termos de variáveis físico-

químicas, na terapia tópica com α-tocoferol?

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1.3 Hipóteses

1. A estabilidade estrutural da molécula de α-tocoferol não é influenciada pela

técnica de iontoforese;

2. A iontoforese aumenta o transporte transmembrana da molécula de

α-tocoferol.

1.4 Objetivos

1.4.1 Objetivo Geral

Analisar e identificar a associação entre o princípio ativo α-tocoferol e a

técnica de iontoforese, em termos de análise eletroquímica e de difusão vertical.

1.4.2 Objetivos Específicos

1. Analisar a técnica de iontoforese in vitro na membrana de acetato de celulose

e biomembrana de muda de pele de cobra;

2. Avaliar o efeito da iontoforese sobre a estrutura molecular do α-tocoferol, por

meio de técnicas eletroquímicas;

3. Avaliar o efeito da técnica de iontoforese na permeabilidade cutânea do

α-tocoferol em modelo in vitro;

4. Comparar os resultados obtidos da liberação e permeação do princípio ativo

α-tocoferol associado à técnica de iontoforese.

1.5 Justificativa

Com as alterações ambientais sofridas nos últimos anos, como a depleção de

ozônio (EPA, 2010), a exposição solar e, por consequência, a incidência à radiação

UV tem aumentado na superfície terrestre. Tendo em vista este efeito, danos ao

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organismo (HIRAMOTO et al., 2013), à pele, envelhecimento precoce e

fotoenvelhecimento têm sido relatados, sendo que em alguns casos, sua relação

com efeitos radicalares são comprovados (WLASCHEK, 2001). Tais efeitos levam ao

envelhecimento tecidual e o ressecamento da pele. O carcinoma de pele é o mais

diagnosticado entre a população, sendo a região cérvico-facial e o dorso das mão

como regiões mais acometidas, e com maior predisposição a exposição dos raios

solares. Tal condição gera desconforto e pode levar ao desenvolvimento de outras

desordens dermatológicas, além de causar uma aparência antiestética.

Com o intuito de inibir ou amenizar efeitos do fotoenvelhecimento,

tratamentos têm sido utilizados como prevenção, atenuação, ou para amenizar

efeitos da exposição à radiação UV/solar. Dentre estes tratamentos, podem ser

citados: o uso de fotoprotetores e rejuvenescedores, de compostos reativos com o

oxigênio, dentre outros.

Os antioxidantes têm sido utilizados como tratamento para a jovialidade

cutânea, sendo o α-tocoferol um dos princípios ativos que, quando utilizado

isoladamente ou associado a outros compostos, têm demonstrado efeitos positivos

em relação à proteção na exposição solar, proteção de doenças, incluindo o câncer

(BURKE, 2003) e inibindo a ação dos radicais livres (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

O α-tocoferol possui importante papel na função de antioxidante da

membrana, associando-se a manutenção da estrutura lipídica. Desta forma, trabalha

inibindo a formação de peróxidos lipídicos, uma vez formados pela oxidação das

gorduras insaturadas, a qual interferem na integridade das membranas biológicas

(GUIRRO; GUIRRO, 2002; KEDE; SABATOVICH, 2004; LEONARDI, 2008).

Ainda, a busca por novos sistemas promotores de permeação permite

otimizar a entrega dérmica de compostos, que muitas vezes são suscetíveis à

degradação (KAUR; KAPILA; AGRAWAL, 2007), devido a variações de temperatura,

de concentração de oxigênio, dentre outros, sendo a vitamina E um composto

passível de degradação, em função de variações ambientais (SABLIOV et al., 2009).

Dentre os promotores de permeação, pode-se destacar a iontoforese, com o

objetivo de otimizar a biodisponibilidade dos fármacos, de forma tópica, na pele,

aumentando assim a eficácia do tratamento.

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Desta forma, os pacientes podem se beneficiar com o aumento da eficácia do

tratamento através de uma melhor absorção do fármaco. Assim, possibilita-se

condutas terapêuticas eficientes, com resultados clínicos rápidos como: rápida

liberação do fármaco, tratamento de várias patologias tanto estéticas como

dermatológicas; não apresenta agressões digestivas, tratamento local e seguro

reduzindo assim a possibilidade de superdosagem ou subdosagem, possibilita-se a

utilização de um fármaco com curta meia-vida biológica.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Envelhecimento e interdisciplinaridade

A expectativa de vida está cada vez mais aumentando, paralelamente houve

um crescente interesse em envelhecer sem parecer velho, ou seja, retardar ao

máximo os sinais do envelhecimento no organismo como um todo, especialmente a

pele (RIBEIRO, 2010).

Evidencia-se o envelhecimento cronológico cutâneo ou intrínseco, ao qual, a

pele, sem que se perceba, vai perdendo lentamente as suas propriedades de

resistência e autorregulação, ocorre modificação do material genético por meio de

enzimas, alterações proteicas, a proliferação celular decresce, diminui a síntese de

colágeno, de elastina e de outras macromoléculas, há menor regeneração celular,

há diminuição das defesas antioxidantes, espessamento dos vasos, fibras de

colágeno tornam-se quebradiças e fibras de elastina fragmentam-se, dentre outras

alterações (MAGALHÃES, 2000; KEDE; SABATOVICH, 2004; BAUMANN, 2004;

GOMES; DAMAZIO, 2009).

Destaca-se ainda, as oxidações químicas e enzimáticas envolvendo a

formação de radicais livres (RL) (Figura 1), que aceleram o fenômeno do

envelhecimento por danos ao DNA e por atuarem na desidrogenação, hidroxilação e

na glicação proteica. As espécies de radicais de oxigênio, inclusive peróxido de

hidrogênio e radicais hidroxila, são formados naturalmente, por fatores endógenos,

através do metabolismo humano (metabolismo de alimentos, processos musculares

e produção de hormônios) e por fatores exógenos, como o impacto da radiação

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ultravioleta sobre a pele, poluição, estresse, entre outros (KEDE; SABATOVICH,

2004; BAUMANN, 2004; HIRATA; SATO; SANTOS, 2004; GOMES; DAMAZIO,

2009).

Figura 1 - Processo de formação dos radicais livres no organismo.

Fonte: Adaptado de PEYREFITTE, 1998.

Desta forma, as espécies reativas de oxigênio (ERO), também conhecidas

como RL, que são formados quando um átomo possui um elétron desemparelhado,

situação energeticamente instável, a qual confere alta reatividade passando a

capturar seu par em outro átomo pertencente a outra molécula, danificando essa

estrutura. O estresse oxidativo pode ser definido como um desequilíbrio entre a

formação de ERO e a capacidade antioxidante total do organismo (BRUICE, 2006,

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SMITH; MARKS; LIEBERMAN, 2007; LEONARDI, 2008). A ação da oxidação sobre

as células e tecidos do corpo humano pode ser bastante prejudicial (SKOOG, 2006).

Desta forma, a produção dos RL ocorre devido à quebra da paridade da órbita

externa das moléculas por agentes externos ou por reações internas do organismo,

ou seja, esses compostos são formados quando as moléculas de oxigênio se

combinam com outras moléculas, gerando um número excessivo de elétrons.

Quando uma molécula de oxigênio apresenta-se com elétrons pareados é estável;

todavia, o oxigênio com um elétron sem par é “reativo”, pois ele capta elétrons de

componentes vitais, danificando-os (BAUMANN, 2004; BAYNES; DOMINICZAK,

2010).

Entretanto, com estudo de diferentes ciências chega-se a um paradoxo, onde

as plantas durante a fotossíntese absorvem dióxido de carbono e rejeitam o

oxigênio. Os animais e os seres humanos realizam o processo inverso, desta forma,

utiliza-se o oxigênio liberado pelas plantas, contudo, respirar é algo essencial à vida

e gera obrigatoriamente a formação de RL. Ainda, destaca-se a radiação solar como

também sendo fundamental para a vida, mas seu componente ultravioleta causa

efeitos indesejáveis na pele em exposição elevada (PEYREFITTE, 1998). Os

mesmos são fatores naturais, aos quais, em condições normais, observa-se um

equilíbrio entre a produção de espécies reativas e os sistemas de defesa

antioxidante do próprio organismo.

Toda via, os fatores essenciais para a vida se tornam prejudiciais à medida

que a ação antrópica os torna nocivos. A intensidade da radiação UV que atinge a

superfície terrestre é influenciada por diversos fatores ambientais, entre eles,

destacam-se os níveis da camada de ozônio e a poluição ambiental. O dano das

radiações sobre diversas estruturas celulares varia de acordo com o comprimento de

onda. A camada de ozônio absorve 100% da radiação UVC, 90% da radiação UVB e

praticamente não absorve a radiação UVA, desta forma, com a danificação da

camada de ozônio, aumenta a transmissão de UV para a superfície da Terra.

(CLARKE, 2006; BARRETO; et al., 2008; MONTAGNER; COSTA, 2009;

RAI; SHANMUGA; SRINIVAS, 2012).

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Ao atingirem a pele, as radiações podem ser parcialmente refletidas,

refratadas e, em partes, absorvidas. Apenas a porção de radiação absorvida pela

pele dará inicio à reação fotoquímica inaugural da resposta biológica (lei de Grotthus

e Draper). Como consequência da interação da radiação ultravioleta com a pele,

pode surgir indução de mutações celulares, desenvolvimento de malignidades e

modificação da resposta imunológica da pele (AZULAY; AZULAY; AZULAY-

ABULAFIA, 2008).

Como exemplo da participação dos radicais livres gerados pela radiação no

mecanismo de envelhecimento humano, cita-se um estudo realizado com

trabalhadores da usina atômica de Chernobyl na Ucrânia, o qual mostra que 80%

das pessoas que trabalham na usina apresentam idade biológica superior aos

habitantes de Kiev na Ucrânia, que não foram expostos à radiação proveniente do

acontecido em 1986 (POLYUKHOV, 2000).

Outro exemplo é o de fotoenvelhecimento unilateral, caminhoneiro de 69

anos, que trabalhou durante 28 anos dirigindo, apresentou espessamento

assintomático e enrugamento da pele, no lado esquerdo da sua face (elastose

solar), causado pelo fotoenvelhecimento acentuado, como se pode observar na

Figura 2 (JENNIFER, 2012).

Figura 2 - Fotoenvelhecimento unilateral.

Fonte: JENNIFER, 2012.

Denomina-se assim envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, o qual

está relacionado a fatores externos, principalmente os ambientais, surgindo

principalmente em áreas foto-expostas, devido ao efeito repetitivo da ação dos raios

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ultravioletas, além de outros fatores como a poluição, álcool e o tabagismo (KEDE,

SABATOVICH, 2004, BAUMANN, 2004; GOMES; DAMAZIO, 2009).

Assim, pode-se dizer que o envelhecimento cutâneo está relacionado aos

efeitos da idade, alterações hormonais e a fatores ambientais que o ser humano

está exposto durante toda a vida, conforme a Figura 3 (KEDE, SABATOVICH, 2004,

BAUMANN, 2004).

Figura 3 - Ação antrópicas x qualidade de vida.

Fonte: Autora

Todavia, os antioxidantes são inibidores de RL, suprindo a formação ou as

ações de ERO, oferecendo os elétrons que eles buscam para se estabilizar. Estes

podem ser incorporados à pele através de cosméticos (LEONARDI, 2008).

Desta forma, o uso de cosméticos que contenham antioxidantes naturais já

vem sendo utilizados para a elaboração dos mesmos desde os tempos remotos,

com a finalidade de tratamento e beleza da pele (BARATA, 2003). A Cosmetologia

pode ser definida como sendo uma ciência que estuda os cosméticos, desde a

concepção de conceitos até a aplicação dos produtos elaborados. Entre estes dois

extremos, encontra-se a pesquisa de novas matérias primas, tecnologias,

desenvolvimento de formulações, produção, comercialização, controle de qualidade,

toxicologia, eficácia de produtos, dentre outros. Nesse contexto, considera-se uma

atividade multidisciplinar envolvendo conhecimentos de diferentes áreas, à qual

possui a finalidade de prevenção e melhora de alterações inestéticas na pele

(RIBEIRO, 2010).

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Ressalta-se desta forma, a importância do conhecimento de outras ciências

para serem trabalhados e transformados pelas necessidades do desenvolvimento da

ciência importadora. As disciplinas etnológicas, por exemplo, explicam o processo

cultural de aproveitamento dos recursos do meio (PHILIPPIS Jr., 2000).

Por outro lado, analisa-se que há relação entre essência, beleza e saúde, na

qual não pode haver beleza sem saúde e esta é evidenciada por aquela, sendo

beleza tudo o que a natureza encerra, e os produtos naturais e seus derivados são,

em princípio, um dos principais responsáveis pela realização desse desejo, comum

à maioria das pessoas (BARATA 2003).

O uso de plantas e seus componentes sempre foi objetivo de estudo tanto

para cosmetologia como para dermatologia. Com o avanço do conhecimento e o

aprimoramento de técnicas, passou-se a utilizar métodos de isolamento e de

elucidação estrutural; desta forma, permite-se conhecer melhor e, avaliar seus

elementos ativos e mecanismos de ação (CUNHA, 2004).

Todavia se não é possível evitar 100% todos os processos ambientais e

físicos, boa parte pode ser prevenida ou remediada.

2.2 Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, com uma espessura variável,

representando algo em torno de 16% do peso corpóreo. É por intermédio da pele

que estamos totalmente expostos ao meio ambiente. Em suas atribuições incluem a

proteção contra agressões físicas, químicas e biológicas; a absorção da radiação

ultravioleta tanto para a síntese de vitamina D como para a proteção; barreira

relativamente impermeável; excreção (suor) e a termorregulação; órgão sensorial;

sinalização sexual; e defesa imunológica do organismo (KIERSZENBAUM, 2008;

GOMES; DAMAZIO, 2009; GARTNER; HIATT, 2010).

A pele possui uma estrutura complexa, sendo formada por epiderme, derme e

tecido subcutâneo ou hipoderme (Figura 4). Em sua composição química tem-se

água, protídios (aminoácidos, colágeno, elastina, ceratina, melanina, glicoproteína,

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enzima entre outros), lipídios (ácidos graxos, colesterol, fosfolipídios e triglicerídeos),

glicídios (ácido hialurônico, glicose e glicogênio), sais minerais (cálcio, cobre,

enxofre, ferro, fósforo, iodo, magnésio, manganês, potássio, sódio, zinco entre

outros) (GOMES; DAMAZIO, 2009).

Figura 4 - Camadas da pele: epiderme, derme e hipoderme.

Fonte: SAMPAIO; RIVITTI, 2008.

A epiderme é basicamente um tecido epitelial estratificado queratinizado, com

variações estruturais e funcionais significativas na dependência do seu sítio

anatômico, constituída por: queratinócitos responsáveis pelo corpo da epiderme e de

seus anexos (pelos, unhas e glândulas); os melanócitos; células de Langerhans,

com função imunológica; e células de Merkel integradas ao sistema nervoso. É

avascular, isto é, não possui circulação sanguínea e linfática (KIERSZENBAUM,

2008; GOMES; DAMAZIO, 2009; GARTNER; HIATT, 2010; AZULAY; AZULAY;

AZULAY-ABULAFIA, 2008).

Ainda, a epiderme pode ser dividida em 5 camadas ou estratos (Figura 05)

sendo elas: 1) camada basal ou germinativa, é a camada mais profunda, formada

por células de formato cuboide a colunar. Essas células são responsáveis pela

renovação celular, através da mitose; 2) estrato espinhoso ou camada de Malpighi,

as células que compõem essa camada também apresentam atividade mitótica,

também formam grânulos de revestimento por membrana, cujo conteúdo rico em

lipídios é composto por ceramidas, fosfolipídios e glicoesfingolipídios; 3) camada

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granulosa, é composta por células que acumulam grânulos de querato-hialina, deste

modo, preenchem as células por completo, destruindo seus núcleos e organelas; 4)

camada lúcida, mais comum em peles espessas, é composta de células anucleadas

e achatadas, o qual lhe dá o aspecto translúcido; 5) camada córnea é a camada

mais superficial, os queratinócitos se transformam em queratina, células sem vida.

Assim, as camadas superficiais são descamadas na mesma proporção em que vão

sendo substituídas pela atividade mitótica da camada basal e do estrato espinhoso

(GOMES; DAMAZIO, 2009; GARTNER; HIATT, 2010).

Figura 5 - Representação esquemática da epiderme.

Fonte: GARTNER; HIATT, 2010.

O estrato córneo corresponde a cerca de 20 μm da epiderme, é reconhecido

como a principal barreira à transferência transdermal de fármacos, funcionando

como uma barreira protetora. Ele possui proteínas e lipídios múltiplos que podem

ligar-se reversível ou irreversivelmente a fármacos. Assim, as camadas da epiderme

possuem comportamento fisiológico e físico-químico de aceitar ou não a permeação

de certas substâncias (BAUMANN, 2004; GOMES; DAMAZIO, 2009; BRUNTON,

2012).

A epiderme ainda pode ser classificada em espessa ou delgada, dependendo

da espessura da camada córnea. A epiderme da pele espessa é composta das

cinco camadas distintas, já a epiderme da pele delgada não apresenta a camada

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lúcida (e por vezes a camada granulosa), entretanto, as células individuais que

constituem as camadas ausentes estejam presentes (GARTNER; HIATT, 2010).

A derme situada logo abaixo da epiderme é composta por tecido conjuntivo

denso não moderado, contém colágeno do tipo I e numerosas fibras elásticas. É

bastante vascularizada, subdividida em camada papilar e camada reticular

(GUIRRO; GUIRRO, 2004; GARTNER; HIATT, 2010).

Desta forma, um dos principais desafios dos fármacos é romper a função da

pele de manter a barreira cutânea entre os meios endógeno e exógeno,

possibilitando assim, a permeação de fármacos na pele (GOMES; DAMAZIO, 2009).

O caminho para a permeação de um ativo nas camadas da pele pode ter três

vias potenciais no tecido: pelos folículos pilosos com suas glândulas sebáceas

associadas; via ductos sudoríparos; ou pelo estrato córneo contínuo existente entre

os apêndices (ANSEL; POPOVICH; ALLEN Jr., 2000; AULTON, 2005; CERIZE,

2012).

Além da transferência de íons, desenvolver-se principalmente nos ductos das

glândulas sudoríparas, e em menor extensão nos folículos pilosos e glândulas

sebáceas (LOW; REED, 2001).

2.3 Biomembrana de pele de muda de cobra (Boa constrictor)

Com a dificuldade de obtenção e utilização de pele humana para estudos de

permeação, passou-se a pesquisar em modelos animais, percebendo-se que a

membrana era similar a do humano.

A pele de muda de cobra Boa constrictor (Figura 6), fornece uma barreira

similar ao extrato córneo humano, constituindo-se de: camada externa, denominada

de β, composta por β-queratina, α-queratina intracelular, mesos queratina, estruturas

multilamelar e camada lipídica intercelular. Além disso, na camada do meio

apresenta-se de três a cinco camadas com estrutura de multicamadas de células

cornificadas envolvidas por lipídios intercelulares, apresentando similaridade ao

estrato córneo humano (ITOH et al. 1990; RIGG; BARRY, 1990).

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Figura 6 - Biomembrana de pele de muda de cobra Boa constrictor em solução de azida sódica 0,0002% em água destilada.

Fonte: Autor.

Os lipídios são importantes componentes da pele, controlando a

permeabilidade de componentes, a sua descamação aumenta a permeabilidade de

água tanto no estrato córneo humano como na pele de muda de cobra (ITOH et al.,

1990).

Destaca-se ainda, que a pele de muda de cobra Boa constrictor pode ser

obtida sem a morte do animal, uma vez que a troca de pele (ou ecdise) ocorre

regularmente no animal adulto, em geral a cada 2 ou 3 meses, fornecendo material

em abundância, sendo de fácil armazenamento e não sofrendo degradação

microbiológica. Apresenta-se como stratum corneum puro, não viável e desprovido

de folículos pilosos (RIGG; BARRY, 1990).

Estudos confirmam a similaridade entre a muda de pele de cobra e pele

humana, em termos de composição e estrutura, contribuindo com a permeabilidade

de vários compostos e a contribuição dos vários grupos funcionais para a

permeabilidade, evidenciando diferentes graus de sucesso (ITOH et al., 1990;

HARADA et al., 1992; NUNES et al., 2005).

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2.4 Membrana de acetato de celulose

Outra opção além do uso de pele de animais para estudos de permeação é a

pele artificial. São modelos de membrana úteis para estudos de triagem em

permeação cutânea. O modelo de membrana utilizado no estudo foi a de acetato de

celulose (Sartorius Stedim Biotech) com porosidade de 0,45 μm. As folhas de

acetato de celulose para eletroforese são concebidas como um material suporte

inerte para a separação moléculas carregadas de eletroforese (MANUAL

SARTORIUS STEDIM BIOTECH).

2.5 α-tocoferol

Vitamina E é o nome coletivo para um grupo de 8 compostos lipossolúveis,

que apresentam em diferentes graus, a mesma atividade biológica do α-tocoferol,

dos quais é o mais ativo. Os tocoferóis são antioxidantes biológicos (PENTEADO,

2003; LEHNINGER; NELSON; COX, 2008; CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2010).

Em sua estrutura o α-tocoferol (Figura 7) possui um anel 6-cromonol e uma

cadeia lateral. A cadeia lateral é de natureza isoprênica, constituída por 16 átomos

de carbono, sendo responsável pela lipossolubilidade (PENTEADO, 2003). O anel

aromático reage com as formas mais reativas de oxigênio e outros RL as destrói,

assim protege os ácidos graxos insaturados da oxidação (LEHNINGER; NELSON;

COX, 2008).

Figura 7 - Estrutura química do α-Tocoferol.

Fonte: Adaptado de LEHNINGUER; NELSON; COX, 2008.

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O α-tocoferol é o antioxidante natural mais abundante. Encontra-se em

vegetais, óleos, sementes, nozes, milho, soja, farinha de trigo integral, margarina e

em algumas carnes e laticínios (BAUMANN, 2004, GOMES; DAMAZIO, 2009;

CHAMPE; HARVEY; FERRIER, 2010).

Desta forma, o α-tocoferol tem sido extensivamente estudado em diversas

áreas do conhecimento, uma vez que desempenha papeis importantes na

reprodução e em mecanismos antioxidantes de tecidos animais e vegetais (GOMES;

DAMAZIO, 2009, SANTOS et al, 2011).

O α-tocoferol é um antioxidante solúvel em lipídios primários da pele, desta

forma, associa-se a todos às estruturas que têm lipídios em sua composição:

membranas, lipoproteínas e depósitos de gordura, a qual protege as células do

estresse oxidativo (BAUMANN, 2004, GOMES; DAMAZIO, 2009; BAYNES;

DOMINICZAK, 2010). Os tocoferóis, quando expostos ao oxigênio molecular, evitam

a oxidação dos ácidos graxos altamente insaturados (LEHNINGER; NELSON; COX,

2008).

Com importante papel na função antioxidante de membrana, o α-tocoferol

está associado com a manutenção da estrutura lipídica (BAYNES; DOMINICZAK,

2000). A oxidação de gorduras insaturadas produz peróxidos de lipídios, que

interferem na estrutura e função das membranas biológicas. Sabe-se que o α-

tocoferol pode inibir a formação de peróxidos lipídicos, e possui um papel contra o

envelhecimento, particularmente da pele, já que a peroxidação lipídica em tecidos

poderia ser uma das causas do envelhecimento (GUIRRO; GUIRRO, 2002, KEDE;

SABATOVICH, 2004, LEONARDI, 2008).

“O α-tocoferol quebra a formação da cadeia de RL, reagindo com estes e

convertendo-os numa forma praticamente atóxica ou de fraca toxicidade”

(TIRAPEGUI, 2006). O radical tocoferil (Figura 8), o principal produto formado

durante a ação antioxidante da vitamina E, é reciclado pelo ascorbato. A tocoferil

quinona também é formada em baixas quantidades (BAYNES; DOMINICZAK, 2000).

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Figura 8 - Atividade antioxidante do α-tocoferol.

Fonte: BAYNES; DOMINICZAK, 2000.

Entretanto, existe uma notável ausência de dados publicados em estudos de

doses que definam uma porcentagem ideal para a utilização do α-tocoferol. Essa

deficiência pode ser atribuída a parâmetros do estudo mal definidos, bem como a

dificuldade de medir o estresse oxidativo in vivo (THIELE; EKANAYAKE-

MUDIYANSELAGE, 2007).

As concentrações de α-tocoferol em cosméticos podem variar de 0,1 a 2%

(KEDE, SABATOVICH, 2004) e até 5% (BATISTUZZO; ITAYA; ETO, 2006.) Na

Europa e nos EUA têm sido desenvolvidos e comercializados produtos com

concentrações de 0,0001%, usando essa abordagem, produtos contendo α-tocoferol

para o uso de enxaguar, em concentrações inferiores a 0,2%, conduzem

significativamente ao aumento dos níveis de vitamina E no estrato córneo da pele

humana, protegendo-a contra a peroxidação lipídica in vivo. Desta forma, produtos

contendo de 0,1 a 1% o α-tocoferol já demonstram aumento na proteção da pele

contra os danos oxidativos (THIELE; EKANAYAKE-MUDIYANSELAGE, 2007;

ZUSSMAN; AHDOUT; KIM, 2010).

Em estudo de revisão a aplicação tópica no rosto de creme contendo

α-tocoferol 5% a 8%, durante 4 semanas, observou-se uma diminuição da aspereza

da pele, comprimento de linhas faciais e rugas de profundidade, quando comparado

com placebo (KELLER; FENSKE, 1998).

A aplicação de α-tocoferol 30 minutos antes de tratamento com 12-O-

tetradecanoilforbol-13-acetato (10 nmol) inibiram a indução de peróxido de

hidrogênio, e peroxidação lipídica (LPO). Assim sendo, a α-tocoferol é

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particularmente abundante no estrato córneo da pele, protegendo as camadas

externas da pele contra os poluentes e luz UV. Estes resultados confirmam a

eficácia da α-tocoferol contra as primeiras respostas de estresse inflamatório e

oxidativo, sendo dessa forma uma ação quimiopreventiva da vitamina E em câncer

de pele (RAHMAN et al., 2008).

O α-tocoferol é importante na proteção contra a peroxidação lipídica da

membrana, pois é um antioxidante que reduz o eritema do fotoenvelhecimento, a

fotocarcinogênese, o edema e a hipersensibilidade cutânea associada com a

exposição à radiação ultravioleta B (UVB). (LUPO, 2001; GALLARDO, 2005;

AZULAY; BAGATIN, 2009; CASSANO et al., 2009). Esta redução nos níveis de RL

parece se correlacionar com uma redução no enrugamento da pele devido à

exposição à radiação UV crônica, podendo assim o α-tocoferol proporcionar

benefícios quando da sua aplicação tópica na pele humana através da redução ao

dano oxidativo (LANGE, BUETTNERB, 2001).

Um estudo demonstrou que a aplicação tópica, oclusiva pré-tratamento com

5% de α-tocoferol por 24 h inibiu a indução de macrófago humano, induzida por UV

na pele humana in vivo (CHUNG et al., 2002).

O α-tocoferol destaca-se na composição de formulações devido à sua

propriedade umectante e neutralizador de RL (PUGLIESE, 1988 apud LEONARDI;

GASPAR; CAMPOS, 2002). Ajuda a manter a elasticidade da pele, além de

melhorar a microcirculação cutânea. Após a exposição aos raios solares, aliviam e

acalmam a irritação e a inflamação, aumentando a eficácia dos protetores de

radiação solar (CUNHA, 2004). Ainda, a eficácia da ação do α-tocoferol é maior

quando há penetração destas substâncias antioxidantes em camadas mais

profundas do estrato córneo (SCOTTI, 2007).

Destacam-se ainda, os resultados obtidos com a aplicação tópica do α-tocoferol,

em estudos realizados em laboratório e clínicas, indicando que o uso pode beneficiar

no combate a várias doenças de pele, especialmente para ajudar prevenir, retardar

ou impedir certas mudanças degenerativas associadas ao processo de

envelhecimento, como a pele seca e escamosa, e a formação de rugas (ALMEIDA,

2008).

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Baumann (2004) relata que o α-tocoferol parece oferecer uma área

equilibrada para pesquisa, em seu potencial para benefícios terapêuticos, na

prevenção e no tratamento do fotoenvelhecimento. “A aplicação tópica de

combinações de antioxidantes pode resultar em uma capacidade antioxidante

mantida da pele por causa das ações sinérgicas de combinações de antioxidantes”.

Estudos demonstraram que a associação de vitaminas e seus derivados em

cosméticos podem melhorar o seu desempenho. Além disso, testes laboratoriais e

clínicos demonstram evidência de que estas vitaminas, em níveis adequados, têm

importante papel nos processos protetores, corretivos e de renovação da pele

(IDSON, 1994 apud ALMEIDA, 2008).

Além disso, a aplicação de ativos cosméticos com atividade antioxidante pode

fazer a diferença em peles com e sem cuidados, sendo que o estímulo dérmico e

epidérmico, direto ou indireto, melhora a rugosidade da pele (RIBEIRO, 2010).

2.6 Iontoforese

O uso da corrente elétrica com fins terapêuticos, remota de uma longa

trajetória de utilizações, mesmo em tempos em que essa energia era desconhecida

por seus adeptos. O início da utilização da corrente elétrica pode ser ilustrado de

forma muito natural, onde o agente gerador nada mais era do que um peixe capaz

de produzir uma descarga efetiva relatada como analgésica. Entre as espécies tem-

se peixe „gato‟ da família Malapteruridae, o bagre elétrico do Congo e Nilo

classificado como Malapterus electricus. O relato faz referência a Galeno (200 -130

a.C) e ao médico Scribonius Largus (10 a.C e 54 d.C) que indicavam aos pacientes

portadores de gota (AGNE, 2004; AGNE, 2009).

A iontoforese, termo grego que significa transferência iônica, caracteriza-se

como técnica não invasiva, que usa potencial ou corrente elétrica, para promover de

maneira controlada, o aumento da transferência transdermal de uma variedade de

fármacos (GUIRRO; GUIRRO, 2004; FERREIRA et al., 2007). É uma técnica

utilizada como meio de administração de fármacos (ANSEL; POPOVICH; ALLEN Jr.,

2000).

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Pivati descreveu o método de iontoforese em 1747, ao tentar administrar

medicamentos por via transcutânea com ajuda de uma máquina elétrica de corrente

contínua (galvânica), porém, seu uso na administração de fármacos se tornou

popular através de Leduc, após publicação de alguns trabalhos, quando demonstrou

que íons eram transferidos através de eletrodos para a pele pela ação da corrente

elétrica contínua, e comprovou-se que essa transferência era polo orientado, ou

seja, dependia da polaridade do íon e do eletrodo sob o qual era colocado. O

experimento de Leduc mais conhecido foi o uso de drogas letais, como: estricnina

(+) e cianeto (-) em coelhos (LEDUC, 1908 apud OLIVEIRA, 2005; ANGNE, 2009).

Para tal experimento utilizaram dois coelhos denominados “A” e “B”. No

coelho “A”, acoplou-se o eletrodo de polo positivo da corrente galvânica (ânodo) e

sob este colocou-se sulfato de estricnina, que possui polaridade positiva. No coelho

“B”, acoplou-se o eletrodo de polaridade negativa (cátodo), e sob este, cianeto de

potássio, que possui polaridade negativa. Para o fechamento do circuito, foram

colocados eletrodos ligando os coelhos, tendo sob os eletrodos água. Um período

após a aplicação, o coelho “A” apresentou convulsões tetânicas com espasmos que

o levaram à morte, e o coelho “B” morreu de envenenamento por ácido cianídrico. O

experimento foi reproduzido por Leduc invertendo a polaridade da corrente

galvânica, e os coelhos nada sofreram (GUIRRO; GUIRRO, 2002; OLIVEIRA;

GUARATINI; CASTRO, 2005; AGNE, 2009; BORGES, 2010).

Outro, assim, foi repetido em uma experiência realizada por Leduc no século

XX, na qual confirmam o aumento da penetração de fármacos (sulfato de estricnina)

ionizáveis por iontoforese quando comparada ao transporte passivo isolado

(FERREIRA et al., 2007).

No processo iontoforético, a corrente é apropriada para a aplicação

transdérmica de substâncias terapêuticas, devido à capacidade de influenciar na

movimentação dessas substâncias quando apresentam características iônicas

(BORGES, 2006). “O transporte das moléculas carregadas é dirigido por repulsão

elétrica do eletrodo motriz. No entanto, moléculas polares neutras também podem

ser liberadas por um fluxo de água convectivo induzido por corrente (eletroosmose)”

(AULTON, 2005).

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Parte-se do princípio da física em que: “cargas iguais se repelem, e cargas

diferentes se atraem” (Figura 9). Assim, os íons são carregados com cargas elétricas

negativas ou positivas, e são repelidos para o interior da pele quando o eletrodo

colocado sobre ele apresentar a mesma carga elétrica. Os efeitos terapêuticos

podem ser influenciados, pela concentração, intensidade da corrente e duração da

aplicação (ROBINSON; SNYDER-MACKLER; PRATI, 2002; LEONARDI, 2008).

Figura 9 - Esquema de transferência de íons durante a iontoforese. (A) Íons positivos são conduzidos para longe do ânodo. (B) Íons negativos são conduzidos para longe do cátodo.

Fonte: Adaptado de FIALHO; CUNHA, 2004.

Os mecanismos envolvidos na transferência transdermal por iontoforese são:

(1) a eletrorrepulsão, gerada pela interação fármaco–campo elétrico, que provê força

adicional para direcionar íons de polaridade semelhante a do eletrodo sob o qual são

colocados, ou seja, o movimento ordenado de íons na presença de uma corrente

elétrica aplicada ao meio; (2) a eletroosmose se refere ao fluxo de volume de

solvente e movimentação de cargas quando uma diferença de potencial elétrico é

aplicado na pele (OLIVEIRA; GUARANTINI; CASTRO, 2005; GRATIERI; GELFUSO;

LOPES, 2008).

Desta forma, o transporte por iontoforese depende de uma força

eletromotivada que repele íons de um eletrodo de mesma carga e os faz migrar para

um eletrodo de carga oposta (FIALHO; CUNHA JÚNIOR, 2004; BORGES 2006).

Assim, para que ocorra a transmissão de íons para a membrana, deve-se colocar o

fármaco de mesma polaridade sob o eletrodo (BORGES, 2006).

Ainda, destaca-se a amplitude da corrente, na qual deve ser considerados

fatores tais como: tolerância do paciente, polaridade do eletrodo ativo, tamanho do

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eletrodo e a duração do tratamento. A duração de tempo da aplicação da iontoforese

varia de acordo com o estudo (ROBINSON; SNYDER-MACKLER; PRATI, 2002).

Entretanto, a densidade da corrente é a magnitude da corrente aplicada (em

miliampéres), dividida pela área de superfície condutora do eletrodo (em cm²). No

entanto, sugere-se não exceder a dose de segurança de 5 mA, e o tempo de

aplicação total deve ser aumentado proporcionalmente, respeitando o limite de 100

mA/min. Assim os parâmetros acima descritos devem ser respeitados a fim de

minimizar a irritação da pele e as queimaduras (ROBINSON; SNYDER-MACKLER;

PRATI, 2002; BORGES, 2010).

Destaca-se ainda, que os efeitos das substâncias iontoforizadas poderão ser

locais (sob o eletrodo) ou sistêmicos, pois após a transferência, a substância irá se

misturar através dos tecidos por meio da corrente sanguínea. Salienta-se que

apesar de ser possível efeitos sistêmicos por meio da iontoforese, na prática, o

principal objetivo da iontoforese é a ação em nível superficial (LOW; REED, 2001;

BORGES, 2010) Ainda, em tempos curtos de tratamento, efeitos adversos

sistêmicos são eliminados, em virtude da pequena quantidade de fármaco que

atinge a corrente sanguínea (LAI; ROBERTS apud FIALLHO; CUNHA JÚNIOR,

2004) .

Todavia, a utilização de recursos físicos para a permeação de fármacos

resultará em melhor desempenho do cosmético aplicado, disponibilizando-o em

maiores concentrações no tecido alvo de sua atuação, assim, são fundamentais

experimentos nos quais se comprove a eficiência de métodos de permeação de

fármacos, nos quais são fundamentadas teorias que descrevam a penetração de

ativos através da pele (SILVA; GUEDES; PIRES, 2012).

Desta forma, os principais benefícios da iontoforese são: aumento da eficácia

terapêutica; rápido início de liberação do fármaco na pele; possibilidade de

tratamento para várias patologias, tais como: envelhecimento, acne, celulite, entre

outras; não apresenta agressões digestivas; seu efeito é local, possível efeito geral

segundo o composto e a quantidade introduzida; aplicação indolor; permite

aplicações repetidas por várias sessões (ROBINSON; SNYDER-MACKLER; PRATI,

2002; FIALLHO; CUNHA JÚNIOR, 2004; FERREIRA 2007; AGNE, 2009).

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Por outro lado, as maiores desvantagens da aplicação da iontoforese são:

risco de queimaduras e choques resultantes da utilização de correntes elétricas

elevadas e por longos períodos; quando a pele se apresenta sem continuidade,

perda de sensibilidade, sensibilidade ao fármaco administrado e sensibilidade à

corrente (ROBINSON; SNYDER-MACKLER; PRATI, 2002; FIALHO; CUNHA

JÚNIOR, 2004; FERREIRA 2007).

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho tem caráter qualitativo e quantitativo experimental,

realizado nos laboratórios do Núcleo de Eletrofotoquímica e Materiais Poliméricos –

NEMP da UNIVATES, e foi dividido em duas partes: na avaliação eletroquímica a

partir de experimentos in vitro, onde foram analisados experimentos de voltametria

cíclica de sistemas contendo α-tocoferol em gel fluido; na avaliação de permeação e

liberação in vitro de α-tocoferol em gel fluido em sistema de difusão vertical, ambos

os experimentos realizados em amostras com e sem submissão à iontoforese.

3.1 Reagentes

Para a realização das análises foram preparadas amostras contendo 1 % de

α-tocoferol (liquido) produzido pelo laboratório SIGMA-ALDRICH® (Apêndice A), grau

de pureza >96%, lote 091M1311V, com data de fabricação 27/09/2011 e com

validade até 30/08/2014; gel condutor de hidroxietilcelulose 2%, com a formulação

contendo: natrosol 2%, nipagim 0,1%, água destilada 100 % (Apêndice B),

manipulado na Farmácia de Manipulação Bassegio, com data de fabricação

17/01/2013 e com validade de 6 meses, posteriormente foi adquirido mais 1 lote,

com data de fabricação 21/06/2013 com validade de 6 meses, e Hexano P. A.

Nuclear®.

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3.2 Comportamento eletroquímico do α-tocoferol

Utilizou-se a técnica de voltametria cíclica para o estudo do comportamento

eletroquímico do princípio ativo α-tocoferol com e sem a aplicação de iontoforese.

Os voltamogramas cíclicos foram registrados na faixa de potenciais de -0,3 a +1,2 V

em uma velocidade de varredura de 10 mV/s. Todas as medidas foram realizadas

em um sistema de 3 eletrodos, em que um fio de platina era o contra-eletrodo e um

fio de prata revestido com cloreto de prata era usado como referência. Como

eletrodo de trabalho utilizou-se uma placa de platina, com área superficial de 0,385

cm2. As medidas foram realizadas em um potenciostato/galvanostato PGSTAT128N

(AUTOLAB/Ecochemie, Figura 10), sendo que todos os experimentos foram

realizados à temperatura ambiente em meio de gel hidroxietilcelulose, em função da

baixa solubilidade do α-tocoferol. Entre os ensaios, os eletrodos foram limpos com

água deionizada e submetidos a um pré-tratamento, que consistia em flambar os

eletrodos de trabalho e auxiliar, e depois realizar uma varredura cíclica de -0,2 a

+1,35 V em ácido sulfúrico 0,1 M a 10 mV/s.

Figura 10 - Célula Eletroquímica

Fonte: Autor

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3.3 Análise de liberação e permeação in vitro do α-tocoferol em sistema de

difusão vertical

As análises de liberação e permeação do α-tocoferol foram realizadas em

uma célula de difusão vertical tipo Franz, com solução receptora de hexano P. A.

(Nuclear®) (Figura 11). A utilização desta solução receptora justifica-se pela

necessidade de solubilidade adequada do princípio ativo no meio receptor (FDA,

1997), sendo o α-tocoferol lipofílico (ROZMAN et al., 2009a). Este sistema continha

uma membrana de acetato de celulose (Sartorius Stedim Biotech com porosidade de

0,45 μm) ou biomembrana de muda de pele de cobra (Boa constrictor), cedida pelo

Museu de Ciências Naturais da Univates. A área exposta de ambas as membranas

foi de 7,06 cm², sendo este valor utilizado na determinação do fluxo (J) de liberação

para consequente determinação do coeficiente de permeabilidade calculado a partir

do J no estado estacionário versus a concentração de α-tocoferol do compartimento

doador conforme equação 1 (NETZ; ORTEGA, 2002).

p doador/K J C

(1)

A referida membrana tem como finalidade separar o compartimento doador do

receptor, ou seja, formar uma barreira não interferente a um fluido denominado

receptor (NETZ; ORTEGA, 2002). Ressalta-se ainda que as peles de muda de cobra

foram reidratadas por 48 horas em solução de azida sódica na concentração de

0,0002% (NUNES et al., 2005).

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Figura 11- Esquema do sistema utilizado com a célula de difusão tipo Franz.

Fonte: Autor

A célula de difusão foi introduzida no sistema de dupla camisa acoplada ao

banho termostatizado a 37 ºC, simulando a temperatura corporal conforme mostra

na Figura 12. Em contato com a membrana foi adicionado o agente acoplador, gel

hidroxietilcelulose + α-tocoferol 1%. As alíquotas da célula de difusão foram retiradas

em tempos de 2, 6, 10 e 12 minutos, com e sem a aplicação de iontoforese. Após,

foram realizadas análises de varreduras espectrofotométricas (190 a 990 nm), para

a quantificação do substrato na solução receptora, e o comprimento de onda

avaliado foi de 278 nm. Os resultados foram obtidos através de um

Espectrofotômetro Perkin Elmer UV/VIS Spectrometer Lambda 25. Para a

determinação da concentração liberada e permeada das amostras analisadas, foi

construída curva de calibração, a partir de soluções de α-tocoferol nas seguintes

concentrações: 0,09054 µmol L-1, 0,36277 µmol L-1, 0,725546 µmol L-1 e 1,4510

µmol L-1 (Figura 13). Através destes valores obteve se a equação da reta, sendo que

a curva obtida foi: y= -0,002002 + 547,36573x, com coeficiente de correlação

R = 0,97385. A partir da concentração liberada também foi possível determinar o

fluxo de liberação do α-tocoferol por hora para calcular o coeficiente de

permeabilidade (Kp). Todas as amostras foram analisadas com e sem a aplicação da

iontoforese em triplicatas. Na avaliação foi utilizado o teste t, com o auxílio do

software Graphpad Prism®.

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Figura 12 - Sistema de difusão utilizado nos experimentos de liberação permeação.

Fonte: Autor

Figura 13 – Curva de calibração, da solução de α-tocoferol nas concentrações de: 0,09054 µmol L-1, 0,36277 µmol L-1, 0,725546 µmol L-1 e 1,4510 µmol L-1.

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3.4 Aplicação da Iontoforese in vitro

A aplicação de iontoforese in vitro foi realizada com o auxílio de um

equipamento de iontoforese clínico AF5 Tone Derm (Figura 14), cedido pelo

Laboratório de Estética e Cosmética da UNIVATES, sendo que este foi acoplado ao

sistema de difusão vertical, em banho a 37°C em sistema de dupla camisa. Os

eletrodos utilizados nas aplicações in vitro eram de carbono (0,5 cm²) e os

parâmetros seguiram as prescrições da literatura para a prática clínica (BORGES,

2010): frequência de 600 Hz, corrente de 200 µA, polaridade positiva e tempos de 0,

2, 6, 10 e 12 minutos de aplicação, em sistemas contendo gel de hidroxietilcelulose

e gel de hidroxietilcelulose/α-tocoferol.

Figura 14 - Equipamento de iontoforese utilizado nos experimentos.

Fonte: Autor.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Comportamento eletroquímico do α-tocoferol em sistema associado à

iontoforese

Para a realização dos ensaios de caracterização eletroquímica do α-tocoferol,

obteve-se os voltamogramas cíclicos do gel de hidroxietilcelulose com e sem a

adição de 1% de α-tocoferol (Figura 15).

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Figura 15 - Voltametria cíclica de eletrodo de platina em sistema contendo gel de

hidroxietilcelulose (linha tracejada), e este acrescido de α-tocoferol 1% (linha

contínua), v = 10 mV/s.

-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

-0,3

-0,2

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

i /

mA

E/V vs. Ag/AgCl

Com base na avaliação da figura 15, verifica-se que o sistema contendo

somente o gel de hidroxietilcelulose apresenta um comportamento

eletroquimicamente ativo, com pico de oxidação irreversível em 0,80 V, o que é

característico de sistemas contendo parabenos (GIL et al., 2012). Neste caso, o

metilparabeno é um constituinte do hidrogel estudado, sendo utilizado como

conservante antimicrobiano. Com a adição de α-tocoferol, há o aumento da corrente

anódica em função de sua oxidação. Aliado a isto, observa-se uma leve diminuição

no valor do potencial de pico quando comparado ao gel de hidroxietilcelulose apenas

(DIAZ et al., 2004; BARUS et al., 2012). Assim, o potencial de pico de oxidação do

sistema é deslocado para 0,78 V em função da presença do α-tocoferol.

Posteriormente, testou-se o efeito da iontoforese sobre o sistema. Assim,

obtiveram-se os voltamogramas cíclicos do gel de hidroxietilcelulose com a adição

de α-tocoferol 1% após a aplicação da iontoforese nos tempos de 0, 2, 6, 10 e 12

minutos (Figura 16). Com base na figura, é possível tecer alguns comentários sobre

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a atividade eletroquímica do α-tocoferol em meio hidrogel condutor após a aplicação

de corrente elétrica. Com o uso da iontoforese, verifica-se o decréscimo da altura

dos picos de oxidação em função do tempo de aplicação, assim como o

deslocamento do pico para potenciais mais positivos após os primeiros seis minutos.

Figura 16 - Voltametria cíclica de eletrodo de platina em sistema contendo gel de hidroxietilcelulose acrescido de α-tocoferol 1% nos diferentes tempos estudados: a: 0 min; b: 2 min; c: 6 min; d: 10 min e e: 12 min, v = 10 mV/s.

-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

-0,3

-0,2

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

ed

cb

i /

mA

E/V vs. Ag/AgCl

a

Como esperado, o sinal de corrente do α-tocoferol decai com o tempo, já que

parte dele é permeado através da membrana em função da aplicação da

iontoforese, o que posteriormente também será observado nas análises de liberação

do α-tocoferol. No entanto, não se verifica tal efeito ao se analisar a carga que passa

através do sistema, observando-se um valor quase constante em torno de

9,79 (± 0,05) × 10-5 C, independente do tempo de aplicação estudado. De fato,

analisando a figura 16, observa-se uma diminuição da altura do pico e seu

consequente alargamento. Acredita-se que parte do α-tocoferol está sendo

degradada pela ação da iontoforese, e que seu produto de degradação esteja sendo

oxidado no eletrodo de platina num potencial muito próximo ao do α-tocoferol. Outro

fato que corrobora essa afirmação baseia-se no aparecimento de um pequeno pico

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de redução em torno de -0,1 V nas amostras submetidas à iontoforese por 6 e 10

minutos, o que evidencia que não tem-se mais apenas α-tocoferol sendo oxidado no

eletrodo, uma vez que este não apresenta pico de redução ao se realizar a

varredura de potencias no sentido negativo. De fato, Zhang e Zhu (1995) mostraram

que a quinona que se forma como produto final da oxidação do α-tocoferol apresenta

um par redox em torno de -0,8 V (vs Ag/AgCl) e um pequeno pico de oxidação em

+0,3 V, causado pela oxidação do α-tocoferol. Além disso, os autores mostram que

na oxidação do α-tocoferol até a sua respectiva quinona, há a formação de quatro

intermediários, sendo que a iontoforese pode ser a responsável pela formação de

tais intermediários. Continua-se a observar no tempo de 12 min um decréscimo do

pico de corrente em função do tempo de aplicação, não é mais observado o pico de

redução, mas uma possível oxidação do α-tocoferol pode continuar ocorrendo, em

virtude do tempo de aplicação da iontoforese sobre o sistema.

A semelhança observada sobre os picos de α-tocoferol e α-tocoferol com

aplicação de iontoforese no mesmo potencial e respectiva escala, mas com

intensidade de corrente diferentes, sugere que a mesma reação eletroquímica

ocorre naquela região em ambos os casos (GIACOMELLI et al., 2004).

Para verificar se o alargamento dos picos da figura 16 não se devia ao próprio

sinal eletroquímico do gel de hidroxietilcelulose, ao invés de um possível produto de

oxidação do α-tocoferol, registrou-se os voltamogramas cíclicos do gel após a

aplicação da iontoforese por 0, 2, 6, 10 e 12 minutos. Os voltamogramas indicam

que o alargamento dos picos não se deve ao gel, uma vez que o sinal de oxidação

do metilparabeno presente no gel decai em quase toda a sua totalidade após 10 e

12 minutos de aplicação (Figura 17). Consequentemente, o deslocamento do pico de

oxidação, assim como o seu alargamento, se devem à presença de um subproduto

da oxidação do α-tocoferol.

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Figura 17 - Voltametria cíclica de eletrodo de platina em sistema contendo gel de hidroxietilcelulose com aplicação de iontoforese nos tempos: a: 0 min; b: 2 min; c: 6 min; d: 10 min e e:12 min, v = 10 mV/s.

-0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4

-0,2

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

ed

c

b

i /

mA

E/V vs. Ag/AgCl

a

4.2 Determinação da quantidade liberada de α-tocoferol em sistema de

difusão vertical

Após a avaliação eletroquímica, foram realizados experimentos de liberação

em sistemas de difusão vertical, com o intuito de avaliar variações no coeficiente de

permeabilidade em sistemas com e sem aplicação de iontoforese.

As Figuras 18 e 19 representam, respectivamente, a curva da quantidade

liberada de α-tocoferol dos ensaios de difusão sobre a membrana de acetato de

celulose, de sistemas com e sem aplicação de iontoforese. Os resultados obtidos,

para o estudo realizado, com membrana de acetato de celulose indicam que o fluxo

de partículas é proporcional ao gradiente de concentração, conforme a primeira lei

de Fick.

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Figura 18 - Quantidade liberada de α-tocoferol em função do tempo (horas) em sistemas de difusão vertical contendo gel de hidroxietilcelulose/α-tocoferol.

0,00 0,05 0,10 0,15

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

Quan

tidad

e L

iber

ada

/ m

mol

L-1 c

m-2

Tempo / horas

Figura 19 - Quantidade liberada de α-tocoferol em função do tempo (horas) em sistemas de difusão vertical contendo gel de hidroxietilcelulose/α-tocoferol associado à iontoforese.

0,00 0,05 0,10 0,15

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

Quan

tidad

e L

iber

ada

/ m

mol

L-1 c

m-2

Tempo / horas

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Para a obtenção dos parâmetros de liberação no sistema analisado, utilizou-

se a lei de Fick, seguindo-se o modelo de dose infinita, em que o gradiente de

concentração é constante, e consequentemente a concentração de fármaco do

compartimento doador também o será (SILVA et al., 2009). Foi utilizado somente o

intervalo de tempo com resposta linear, desta forma o tempo 12 minutos não foi

utilizado nos estudos de liberação, pois foi observado uma tendência de

estabilização de quantidade liberada de α-tocoferol após 10 minutos de

experimento, podendo indicar o decréscimo de liberação em função das

características do sistema em estudo.

Com base nos estudos de liberação em sistemas de difusão vertical, obteve-

se as curvas y= 1,33605x+0,03945, cujo coeficiente de correlação é R = 0,97269

para experimento sem a aplicação de iontoforese (grupo controle), e a curva

y= 2,14661x+0,0585, com R = 0,9860 para sistemas submetidos à iontoforese. Os

resultados de fluxo a partir dos ensaios de liberação sem e com a aplicação de

iontoforese foram, respectivamente, de 1,33605 µmol L-1 cm-2 h-1 e

2,14661 µmol L1cm-2 h-1.

Comparando estes valores de fluxo encontrados, com outro trabalho

publicado (ROZMAN et al., 2009a), têm-se que, em termos de liberação de α-

tocoferol, em membranas de acetato de celulose, os valores são da mesma ordem

de grandeza, sendo os mesmos dependentes da formulação que contém o princípio

ativo estudado.

A partir dos resultados de fluxo, foram calculados os coeficientes de

permeabilidade para o grupo controle e para o grupo com aplicação de iontoforese

conforme figura 20.

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Figura 20 - Coeficiente de permeabilidade do α-tocoferol sobre a membrana de acetato de celulose sem (controle) e com aplicação de iontoforese.

Através dos resultados obtidos, tem-se que o coeficiente de permeabilidade

do α-tocoferol sem e com aplicação de iontoforese foi, respectivamente,

48,1483 cm-2h-1 e 98,81578 cm-2h-1, apresentando diferença estatisticamente

significativa (t = 4; p = 0,01).

Desta forma, verifica-se que a aplicação de iontoforese in vitro promove o

aumento do fluxo e do coeficiente de permeabilidade do α-tocoferol em meio gel de

hidroxietilcelulose, sendo o meio extremamente importante na liberação do ativo

para o meio, bem como na manutenção de sua estrutura e propriedades (CASSANO

et al., 2009).

Em estudos realizados, utilizando a técnica de iontoforese como

potencializador de permeação e liberação de fármaco obtiveram-se resultados

satisfatórios garantindo índices terapêuticos adequados e níveis de concentração

superiores à difusão passiva, suficientes para desencadear os efeitos terapêuticos

desejados (FIALHO; CUNHA JÚNIOR, 2004; NUGROHO et al., 2004; OLIVEIRA;

GUARANTINI; CASTRO, 2005).

Em outro estudo, também utilizando a técnica de iontoforese, obteve-se um

aumento de 6 vezes da quantidade de minoxidil sulfato retida nos folículos já nas

primeiras 3 h de aplicação, garantindo assim, que grandes quantidades do fármaco

atingissem seu local de ação mais rapidamente de quando as partículas fossem

aplicadas passivamente sobre a pele (GELFUSO, 2009).

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Observa-se em estudo utilizando hidrogéis e lipogéis como veículos contendo

vitamina E para utilização, após exposição solar e como tratamento

antienvelhecimento, obtiveram-se adequadas propriedades organolépticas

(consistência e espalhabilidade) e adequada liberação cinética, tornando-se esses

veículos compatíveis para associação com a vitamina E tópica (GALLARDO;

MUÑOZ; RUÍZ, 2005).

Diante dos resultados obtidos, percebe-se que há um aumento do fluxo e do

coeficiente de permeabilidade, devido à aplicação da iontoforese in vitro, sendo este

um aspecto positivo para a prática clínica.

Os resultados encontrados no presente trabalho são corroborados por outros

autores, que também observaram que a iontoforese constitui uma alternativa para

potencializar a penetração de fármacos, para via tópica, garantindo índices

terapêuticos adequados e níveis de concentração superiores à difusão passiva,

suficientes para desencadear os efeitos terapêuticos desejados (FIALHO; CUNHA

JÚNIOR, 2004; NUGROHO et al., 2004; OLIVEIRA; GUARANTINI; CASTRO, 2005).

Ainda, destaca-se que a estabilização ocorrida após o tempo de 10 minutos

pode ter gerado uma possível degradação da molécula de α-tocoferol. Para a

confirmação dos resultados, analisou-se o α-tocoferol em meio gel de

hidroxietilcelulose sobre uma placa de Petri, com aplicação de iontoforese nos

tempos de 10 e 12 min. Posteriormente, diluiu-se o material em 150 mL de hexano,

e realizou-se a análise espectofotométrica, conforme mostra a Figura 21.

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Figura 21- Aplicação de iontoforese em placa de Petri do α-tocoferol 1% associado ao gel de hidroxietilcelulose nos tempos de 10 e 12 minutos.

300 400 500 600 700

-0,1

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

10 min

Abso

rbâ

ncia

/ u

.a.

Comprimento de onda (nm)

12 min

Observam-se na figura 21 valores próximos a 278 nm como a região de

absorbância máxima, para ambos os tempos, sugerindo assim que o processo

eletroquímico que ocorre é igual. No entanto, para o tempo de 10 min, observa-se

um incremento no pico de absorbância em 0,23 u.a., ao passo que no tempo de 12

min chega apenas a 0,04 u.a., observando assim uma oxidação para o α-tocoferol

em 12 min. Essa oxidação também é vista nas análises voltamétricas às quais

sugere que a oxidação pode estar acontecendo devido ao tempo de aplicação da

iontoforese.

Desta forma, entende-se que para uma definição dos produtos gerados pelo

antioxidante, necessita-se o conhecimento das condições e sistemas, bem como

uma metodologia específica para determinação (ALVES et al, 2010). Assim, as

principais formas de oxidação do α-tocoferol pode ser α-tocoferil quinona, 5,6-epoxi-

α-tocoferil quinona e 2,3-epoxi-α-tocoferil quinona que pode ser reduzido a α-

tocoferil hidroquinona (LIEBLER et al., 1996; BOTTI et al., 2004), ressalta-se ainda

que α-tocoferol pode estar sofrendo ações como: temperatura, corrente ou luz.

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Destaca-se, ainda, outro estudo realizado referente ao comportamento

voltamétrico do α-tocoferol em solventes orgânicos CH3CN e CH2Cl2, no qual mostra

a existência de formas oxidadas de vitamina E, que estão ligados ao material de

partida, através de uma série de reações de transferência de prótons e elétrons.

Uma dessas reações pode gerar a quinona que por sua vez pode ser reduzida

eletroquimicamente a hidroquinona (Figura 22), com pico de redução para quinona

em -1,2 V (YAO; PENG; WEBSTER, 2009), próximo ao pico observado na análise

voltamétrica.

Figura 22 - Oxidação do α-tocoferol.

Em outro estudo no qual utilizou-se a técnica de HPLC, foi feita a

quantificação simultânea do α-tocoferol e de seus produtos oxidativos finais, α-

tocoferol quinone, hidroquinona e epóxi tocoferol quinone (LERAY, 1998). Com o

objetivo de aumentar a estabilidade do α-tocoferol, a molécula pode ser oxidada ou

esterificada originando os derivados α-tocoferol-quinona e α-tocoferol-succinato

(SCOTTI, 2007).

4.3 Determinação da permeação in vitro de α-tocoferol em biomembrana de

Boa constrictor

Após a realização dos ensaios de liberação, foram realizados experimentos

de permeação do α-tocoferol, em células de difusão vertical, com biomembranas de

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Boa constrictor, em grupo controle e após aplicação de iontoforese. Na figura 23

tem-se a média e o desvio padrão da concentração permeada do princípio ativo sem

e com a aplicação de iontoforese, respectivamente, nos tempos 2 e 10 min. Estes

tempos utilizados nesta avaliação justificam-se por serem, respectivamente, o menor

e o maior tempo de aplicação de iontoforese, onde foi possível realizar estudos de

difusão (lei de Fick).

Figura 23 - Quantidade permeada do α-tocoferol com aplicação de iontoforese (branco) e sem aplicação de iontoforese (preto).

Avaliando os resultados apresentados na figura 23, verifica-se que para o

grupo controle há uma tendência de aumento da permeação, porém não há

diferença significativa para os tempos 2 e 10 minutos. Este fato pode ser devido à

utilização de biomembranas neste estudo, que não possuem uniformidade em

termos de espessura, simulando in vitro, a não uniformidade do estrato córneo

humano. Ainda, cabe ressaltar que a muda de pele de cobra Boa constrictor possui

similaridade em termos de propriedades de absorção de água, composição lipídica e

de permeação (NUNES et al., 2005; DUTRA et al., 2013). Nos ensaios de

permeação in vitro com aplicação de iontoforese, a quantidade permeada de α-

tocoferol para o tempo de 2 minutos foi de 0,2336 ± 0,03641 µmol L-1cm-2, e para o

tempo de 10 minutos foi de 0,3649 ± 0,01525 µmol L-1 cm-2, apresentando diferença

significativa, aplicando teste t entre estes tempos (t = 3; p = 0,02), indicando,

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portanto, que a aplicação de iontoforese promove um aumento de permeação,

principalmente em maiores tempos de aplicação de corrente.

Ainda, comparando os resultados de quantidade permeada de α-tocoferol em

biomembrana de muda de pele de cobra, com trabalhos publicados na literatura, que

estudam a permeação do ativo em pele de orelha de coelho (CASSANO et al., 2009)

e em orelha de suíno (ROZMAN et al., 2009a), verifica-se que os resultados

encontrados são da mesma ordem de grandeza quando comparados com os obtidos

para pele de orelha de suíno, em termos de quantidade retida na epiderme, sendo o

estrato córneo sua primeira camada, e em comparação aos estudos com pele de

coelho, os resultados são igualmente semelhantes, quando comparado

principalmente sistemas sem a aplicação de iontoforese.

Observa-se ainda em estudo realizado com a aplicação tópica de ácido

ascórbico associado à iontoforese, utilizando pele de rato como modelo de

membrana, concluiu-se que a liberação de ácido ascórbico teve um aumento de

permeação quando comparada ao experimento sem a aplicação de iontoforese

(EBIHARA et al., 2003).

Em estudo realizado com diferentes veículos para permeação das vitaminas

C e E, mostrou-se que o veículo pode interferir na incorporação de fármacos em

diferentes formulações e que as características de penetração e perfil de permeação

de um fármaco pode, por consequência, ser alterado (ROZMAN et al., 2009b).

Destaca-se ainda o papel do α-tocoferol como de estabilizador das bicamadas

lipídicas no estrato córneo, e um dos mais importantes inibidores da peroxidação

lipídica (GUIRRO; GUIRRO, 2002, KEDE; SABATOVICH, 2004, LEONARDI, 2008,

GUARATINI et al, 2007). Estudos demonstram que a vitamina E é o antioxidante

predominante da barreira fisiológica da pele humana (THIELE; EKANAYAKE-

MUDIYANSELAGE, 2007). Destaca-se assim a utilização da iontoforese como meio

para melhorar a eficácia da permeação tópica local do α-tocoferol (GRATIERI;

GELFUSO; LOPEZ, 2008).

Desta forma os resultados obtidos vão ao encontro de dados da litaratura,

onde observa-se que com o aumento do tempo há um incremento na concentração

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do ativo, sugerindo assim uma liberação mais acentuada do ativo para o meio, por

meio da aplicação da iontoforese.

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5 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, observa-se que o α-tocoferol possui um

comportamento eletroquimicamente ativo, com pico de oxidação em 0,78 V, em

meio contendo gel de hidroxietilcelulose. Com a aplicação da iontoforese ao sistema,

observa-se que o sinal de corrente do α-tocoferol decai com o tempo, já que parte

dele é permeado através da membrana em função da aplicação da iontoforese.

Observa-se também que essa diminuição da altura do pico é acompanhada pelo

alargamento do mesmo. Acredita-se que parte do α-tocoferol está sendo degradada

pela ação da iontoforese, e que seu produto de degradação esteja sendo oxidado no

eletrodo de platina num potencial muito próximo ao do α-tocoferol.

Por meio dos ensaios de liberação e permeação, verifica-se que com a

aplicação de iontoforese há um incremento de liberação de α-tocoferol para o meio

receptor, bem como em termos de permeação há uma tendência de aumento da

permeação com o aumento do tempo de aplicação de iontoforese, fator este

relevante para a prática clínica. Observa-se também após o tempo de 12 minutos de

aplicação de iontoforese uma possível oxidação para α-tocoferol, sendo este

resultado compatível com o encontrado em termos de análise voltamétrica.

A aplicação da iontoforese demonstrou eficiência no aumento de permeação

do α-tocoferol, comparada a condições normais, ou seja, na ausência de um

promotor físico. Assim, a permeação do α-tocoferol ficou limitada e restringida a

apenas algumas moléculas, sendo que com a utilização da iontoforese houve um

melhor desempenho do cosmético aplicado, disponibilizando-o em maiores

quantidades no tecido alvo de sua atuação.

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Ressalta-se, desta forma a promissora utilização da técnica de iontoforese,

como meio de aumentar a liberação de fármacos de forma segura e eficaz, prevendo

o seu potencial de liberação tanto para o meio transdérmico como para o meio

tópico. E a aplicação tópica do α-tocoferol com a aplicação da iontoforese em tempo

de 10 minutos mostrou-se eficiente a fim de permear no estrato córneo da pele a fim

de realizar seus efeitos antioxidantes.

Destaca-se assim a importância do estudo da permeação cutânea in vitro, a

qual nos permite estudar os parâmetros que influenciam desde a liberação do ativo e

do veículo para superfície cutânea, até sua difusão nas camadas da pele, além de

observar alterações estruturais no fármaco estudado de maneira prática e sem a

interferência de fatores biológicos.

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