Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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1 ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ ATHENAZE VOLUME I TRADUÇÕES AO PORTUGUÊS

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

ATHENAZE VOLUME I

TRADUÇÕES

AO PORTUGUÊS

Administrador
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ESTAS SÃO TRADUÇÕES DO TEXTO EM ITALIANO DO VOLUME I DE ATHENAZE

Tradução de Ir. Diego dos Passos, L.C. Colaboração de Pe. Gabriele Brusco, L.C.

Janeiro de 2010

Administrador
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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

PREFÁCIO À EDIÇÃO PORTUGUESA

A entusiasta acolhida tida nas escolas italianas do curso de Hans H. Orberg Lingua Latina per se illustrata, e as constantes petições, por parte dos colegas de liceu clássico, de um paralelo curso de grego, fez-nos trabalhar na publicação de um instrumento didático que pudesse realmente conduzir os nossos jovens a ler com a máxima facilidade possível também a língua na qual as raízes do nosso pensamento europeu têm o seu fundamento.

O resultado deste trabalho é o curso que apresentamos, esperando que possa ser verdadeiramente um subsídio útil que contribua na conservação e na valorização do ensinamento grego na Itália (tomara que um dia também no Brasil). Esta é uma ampliação e uma adaptação de Athenaze, an introduction to ancient Greek, escrito originalmente por Maurice Balme, professor emérito da Harrow school de Harrow-on-the-Hill (um dos institutos da Inglaterra mais prestigiosos), autor, juntamente com James Morwood, da universidade de Oxford, do Oxford Latin course, e com Gilbert Lawall, do ordinário de classics na universidade de Massachusetts de Amherst, desde sempre dedicado ao campo da didática das línguas clássicas, e autor de numerosos textos didáticos para escolas.

O curso original foi experimentado durante vários anos por numerosos professores ingleses e estadunidenses, dando excelentes resultados. Este é hoje um dos cursos mais difundidos de grego no mundo; recentemente foi feita também uma edição espanhola deste método, que se tornou em breve tempo o livro mais usado nas escolas superiores e nas universidades da Espanha, e foi rapidamente adotado também nos institutos superiores e nas faculdades universitárias da América Latina.

Na Itália, felizmente, e esperamos que ainda por muito tempo, as horas dedicadas ao grego são não poucos. Portanto, pensamos em torná-las agradáveis para os professores e úteis para os alunos ampliando notavelmente o material de leitura original, sem por isso estragar a narração contínua que constitui o fio condutor do curso e é uma das suas maiores qualidades. A aprendizagem de uma língua como o grego –como também, mutatis mutandis, de qualquer outra língua– pode ser eficaz na medida em que se leia, se escreva e se exercite na mesma.

Salvatore Buonomo e Emanuele Fucecchi, peritos desenhistas, eles também professores de matérias literárias, se encarregaram de criar os desenhos que acompanham o texto e as anotações para o curso todo. A experiência do

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ensino do latim com o método Orberg demonstrou a utilidade das imagens para a compreensão do texto e para a aprendizagem das palavras, que permanecem, com a ajuda mnemotécnica das figuras, mais facilmente e mais estavelmente fixas na memória. Foi feita uma profunda pesquisa iconográfica, para que as ilustrações fossem verossímeis e dessem aos nossos jovens uma ideia concreta da vida ateniense do século V. Particularmente, Salvatore Buonomo, com a sua experiência arqueológica e a sua competência no mundo clássico, deu aos seus desenhos o tom e o sabor da arte grega.

Somente poucas palavras não estão per se illustratae por meio de anotações em grego, desenhos e sinônimos, e estão traduzidas no pé de página. Algumas antecipações de formas ainda não estudadas estão colocadas em evidência com um fundo cinza e não devem ser aprendidas.

A gramática ao longo deste volume no Enchiridion, e aquela de consulta no final deste volume, foram também revistas, ampliadas e remanejadas para adaptá-las às tradições didáticas do nosso país. Particularmente, a gramática de consulta não se limita a um resumo esquemático das formas e dos fenômenos sintáticos, mas, por mais que carecendo de tudo aquilo que nos pareceu supérfluo na aprendizagem, procura fornecer os elementos mínimos da gramática histórica que possam servir para um melhor e mais profundo conhecimento dos fenômenos lingüísticos. Seja no Enchiridion seja na gramática final, esforçarmo-nos para ser o mais claro possível, por meio do uso de uma linguagem simples que, ainda que tentando ser precisa e concreta, não fizesse que qualquer escuridão ou tecnicismo impedisse, por mais que só parcialmente, a plena e completa compressão do funcionamento linguístico descrito.

Os exercícios servem para fortalecer aquilo que foi aprendido; há duas rubricas fixas em cada capítulo: uma, intitulada O grego no português, cujo fim é a pesquisa das raízes etimológicas das palavras da nossa língua; a outra, sobre a Formação das palavras, que procura desenvolver nos alunos a capacidade de encontrar o significado das palavras novas a partir do significado das palavras já conhecidas. Um exercício semelhante se pratica também continuamente ao longo das leituras dos textos, quando se pede aos jovens que procurem o significado de uma palavra a partir de outra já conhecida. A seção dedicada aos exercícios se fecha sempre com um texto curto de recapitulação.

A compreensão das línguas antigas não pode ser completa sem um conhecimento do mundo e da cultura que as produziu. Ainda mais, como se diz em vários lugares sem querê-lo, conhecer as culturas antigas é um dos objetivos primários do ensino do latim e do grego. É por isso que Athenaze apresenta, em

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cada capítulo, um aspecto do mundo antigo no qual as personagens da narração vivem. Pensamos que estas breves composições, ainda que elementares, possam constituir um válido aprofundamento nos aspectos fundamentais da civilização e na história grega antiga, e sirvam para fazer com que o jovem penetre sempre mais na cultura que produziu tantas criações literárias, filosóficas e científicas que deverão ser estudadas por ele mais adiante.

O vocabulário grego-português e português-grego que fecha o volume é somente um instrumento de emergência: é de fato necessário, ou melhor, indispensável, que na medida em que se avança, o estudante aprenda todas as palavras aparecidas e elencadas na lista de palavras no final de cada capítulo. Algum professor poderá fazer uma seleção destas palavras seguindo as indicações da guia para os professores.

Este que estamos apresentando é o curso de grego que, entre todos aqueles que existem no mundo, oferece de longe o maior número de leituras graduais e estudadas de propósito para um ensino progressivo das estruturas gramaticais e do vocabulário de base. Cada texto foi composto com o objetivo específico de apresentar uma parte do funcionamento linguístico e aumentar o conhecimento do léxico. Podemos aqui repetir as palavras de A. E. Hillard e C. G. Botting: “A dificuldade de uma tarefa assim é grande, e todos os professores que se dedicaram a tal projeto sabem disso, mas os autores esperam que aquilo que eles escreveram seja grego sólido e correto”. Já neste volume aparecem muitas frases e textos de autores, cujas fontes poderão ser encontradas na guia para os professores. Depois, o segundo volume é composto na maior parte por textos clássicos, mas que são inseridos na narração contínua sem interrompê-la.

Os textos em grego da edição original foram escritos por Maurice Balme; a estes foram acrescentados aqueles compostos por Luigi Miraglia, que se encarregou também das adaptações didáticas gerais para a edição italiana e das explicações que acompanham o texto. A tradução italiana, a adaptação e a ampliação da gramática, a revisão ortográfica e as indicações sobre as vogais longas dos textos compostos ex novo são obra de Tommaso Francesco Bórri. Michelangelo Costagliola se encarregou da laboriosa elaboração gráfica, colaborando extraordinariamente no êxito do livro, e das listas de palavras no final de cada capítulo.

Queremos agradecer ao professor Balme pela cortesia com a qual concedeu que o material original dele fosse ampliado, e que a estrutura da edição anglo-saxônica fosse assim profundamente modificada, e pela dedicação e

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gentileza com as quais aceitou rever os esboços do trabalho e fazer as suas oportuníssimas observações. Conservamos a grata recordação do chá tomado no magnífico jardim da casa dele em Cockpit Village, discutindo amavelmente algumas modificações para a edição italiana diante do gostoso bolo de chocolate preparado pela Senhora Balme.

Expressamos também um particular agradecimento ao professor Lawall pelo apoio e ajuda que nos deu durante toda a fase de preparação da obra, pelas suas sugestões e por ter-nos fornecido os disquetes informáticos contendo o texto da edição anglo-saxônica, originariamente escrito para o elaborador por Marjorie Dearworth Keeley da High school de West Springfield, em Massachusetts. Neste texto Stephen G. Daitz, da City university de Nova York, tinha se encarregado com singular competência da indicação sistemática sobre as vogais longas.

Devemos expressar também a nossa dívida de reconhecimento ao professor James Morwood, do colégio Wadam da universidade de Oxford, por ter atuado como intermediário nas nossas relações com o professor Balme; e finalmente à doutora Andrea Hopkins, da Oxford University Press, pela gentileza e cortesia com as quais se encarregou de tudo quanto se referia às relações entre autores e das questões que dizem respeito aos direitos de publicação.

Queremos agradecer profundamente a todos aqueles que reviram os textos escritos por Luigi Miraglia: primeiramente ao professor Herwig H. Görgemanns, ordinário de língua e literatura grega na universidade de Heidelberg, amante ilustre do grego e coordenador, entre outras coisas, da vasta Griechische Literatur in Text und Darstellung. Ele aceitou com grandíssima disponibilidade rever com a sua altíssima competência aquilo que tinha sido pouco a pouco composto, e fez comentários e observações valiosíssimos sobre o texto, contribuindo entre outras coisas para dar um maior colorido ático à língua. Depois, agradecemos ao amigo professor Enrico Renna, estudioso profundo e docente de latim e grego no liceu-ginásio Antonio Genovesi de Nápoles, autor de numerosos ensaios sobre o mundo antigo e de uma sintaxe comparada greco-latina muito bem feita, pela atenta leitura e sugestões fornecidas. À doutora de pesquisas Gabriella Carbone, da universidade de Nápoles, pelos seus conselhos e as suas utilíssimas anotações. Aos amigos professores Francesco Mezzacapo e Umberto la Torraca, ambos cultores muito competentes das línguas clássicas, docentes respectivamente no liceu-ginásio Pietro Giannone de Caserta e no liceu-ginásio Vittorio Emanuele de Nápoles, por ter escutado o pedido de rever os textos em grego. Finalmente, ao amigo professor Mauro Konstantinos Agosto, docente de composição latina na Universidade gregoriana de Roma e fino

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conhecedor do grego antigo, medieval e moderno, pela sua afetuosa ajuda e fecunda discussão sobre questões de estilística e vocabulário grego.

Um agradecimento especial vai dirigido finalmente ao advogado Gerardo Marotta, presidente do Instituto Italiano para os Estudos Filosóficos, pelo encorajamento contínuo em persistir na nossa obra de estudo do mundo clássico e de tentativa de renovação dos métodos de ensino das línguas antigas nas escolas italianas. A sua ajuda e a sua força moral, junto com os ensinamentos do diretor do Instituto, professor Giovanni Pugliese Carratelli, nos acompanharam durante todo este trabalho nada fácil.

Os autores da edição italiana são, entenda-se bem, os únicos responsáveis dos eventuais erros e faltas de exatidão neste curso, e ficarão gratos com os colegas que quiserem fazer sugestões e dar conselhos para uma futura edição.

Luigi Miraglia Tommaso Francesco Bórri

Tradução de Ir. Diego dos Passos, L.C. Colaboração de Pe. Gabriele Brusco, L.C.

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AOS ALUNOS

O objetivo de Athenaze é de ensinar-lhes a ler o grego antigo com a maior rapidez, da forma mais completa e agradável possíveis, e isto dentro do contexto da cultura grega antiga, ou seja, dentro do contexto da vida cotidiana dos gregos antigos do mesmo modo como esta recebeu a sua forma e o seu sentido graças aos desenvolvimentos históricos, às ações políticas e à vida do espírito, esta última sendo revelada pela mitologia, pela religião, pela filosofia, pela literatura e pela arte. As histórias que vocês lerão em grego dão o contexto cultural fundamental dentro do qual se aprenderá a língua grega. A maior parte dos capítulos contém ensaios em português com ilustrações pegas de obras artísticas antigas e com informações sobre o ambiente cultural. Isto foi feito para que vocês possam aprofundar a sua compreensão de certos aspectos da história e da cultura gregas.

O curso começa com a história de um agricultor ateniense, chamado Dicaiópolis, e da sua família. Moram em um demo que se chama Colide, aproximadamente a vinte milhas de Atenas, ao sudeste desta. Os fatos são imaginários, mas estão colocados em um contexto histórico bem preciso: do outono de 433 à primavera de 431 a.C. A democracia ateniense, guiada por Péricles, está no seu ápice. Os atenienses dominam os mares e possuem um império, mas o seu poder suscitou os medos e os ciúmes de Esparta e dos seus aliados no Peloponeso, e especialmente de Corinto. Na primavera de 431, Atenas e a Liga Peloponesíaca estão já dedicadas a uma guerra, que, vinte e sete anos mais tarde, levará Atenas à derrota e à ruína.

A história principia com a vida no campo da família do Dicaiópolis, mas com o capítulo 6 começa uma história na história, o conto mitológico de Teseu e do Minotauro. Esta narração mitológica inserida na história principal é seguida no capítulo 7 pela história de Odisseu e do Ciclope, e ainda até o capítulo 10, no final de cada capítulo, por outras breves histórias tiradas da Odisseia. A história principal continua no capítulo 8, quando a família vai para Atenas para uma festa, e o ritmo se torna mais veloz.

Ocorre uma reviravolta na trama quando acontece uma horrível desgraça que golpeia a família no capítulo 10. No meio deste fato, encontramos as narrações das grandes batalhas das guerras persas, fundadas no que nos narra o histórico Heródoto. Enquanto a trama principal encontra uma resolução dos capítulos 18 ao 20, no início do livro II, a família é imersa nas tensões entre

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Atenas e Corinto, que foram a causa que deu início à guerra do Peloponeso. Deste modo, prepara-se a cena dos capítulos seguintes.

As experiências da família do Dicaópolis no início da guerra do Peloponeso, narradas dos capítulos 21 ao 23, se fundam na narrativa que o histórico Tucídides nos deixou daquela guerra. Quando o filho Felipe é deixado em Atenas para melhorar a sua educação, ficamos sabendo algo sobre as opiniões de Platão em matéria justamente de educação (capítulo 24). Depois lemos algumas histórias pegas de um exemplar das Histórias de Heródoto que o professor do Felipe lhe dá (capítulos 25 ao 28). Trata-se de algumas das narrações herodoteias mais famosas, entre as quais aquelas que se referem a Sólon, o ateniense, e ao encontro dele com Creso, rei da Lídia. No capítulo 28, lê-se a narração, feita pelo poeta lírico Baquílide, do salvamento milagroso de Creso da pira fúnebre. Com os capítulos 29 e 30 voltamos à guerra do Peloponeso e às descrições de Tucídides das batalhas navais e das brilhantes vitórias do general ateniense Formião. O curso é concluído com textos de Aristófanes que nos mostram o Dicaiópolis vestido com as roupas do pacificador. Daquele momento em diante vocês estarão prontos para continuar lendo qualquer autor grego da sua escolha, com muita confiança na sua capacidade de entender aquilo que os gregos antigos tinham para dizer.

O grego, durante boa parte da narração da história principal, foi construído em função dos objetivos didáticos deste livro. A maior parte das histórias secundárias se funda, pelo contrário, nos escritos gregos de Homero, Heródoto e Tucídides, e se aproximam muito do grego original daqueles autores. Os textos de Baquílide e Aristófanes estão inalterados, exceto por algum corte.

Nos capítulos iniciais as leituras são simples em quanto ao conteúdo e à estrutura gramatical. Estas estão construídas de tal forma que, com a ajuda das observações laterais, dos desenhos e das glosas que são dadas nos pés de página, seja possível ler e entender o grego antes de estudar a gramática. Depois de ter lido toda a história em voz alta e tê-la entendido, é preciso estudar a descrição formal dos pontos gramaticais, que geralmente possui alguns exemplos pegos do texto lido. Logo após vêm exercícios de vários tipos, que servem para ajudar o estudante a consolidar a sua compreensão da gramática, e para lhe dar a capacidade de manipular as formas e as estruturas novas da língua enquanto são aprendidas.

A gramática no início é introduzida em pequenas doses, e deve ser constantemente revista. Recomendamos também que as histórias sejam frequentemente relidas, melhor ainda se for em voz alta: este é o melhor modo de

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tornar a pronúncia mais fluída, de melhorar o conhecimento da gramática e a própria habilidade de ler o grego ad aperturam libri (dado que este é o objetivo principal de qualquer curso de grego).

No início de cada sessão da história se encontra uma figura com uma didascália em grego: a partir da figura deveríamos ser capazes de deduzir o significado desta frase em grego. Coloque-se muita atenção nestas didascálias, dado que todas foram escolhidas com muito cuidado com o fim de introduzir, e ao mesmo consolidar, um ou mais elementos fundamentais da estrutura gramatical da língua grega que deverão ser aprendidos neste capítulo.

É necessário que todo o vocabulário que é dado nas listas ao final de cada capítulo seja aprendido perfeitamente. Aprender o vocabulário é mais fácil se as palavras forem estudadas sempre em voz alta, unindo assim as vantagens da vista e da audição. Das palavras que se encontram colocadas em evidência com um fundo cinza nas glosas dos pés de página das leituras não se pede, pelo contrário, um conhecimento ativo, mas somente a capacidade de reconhecer o significado quando sejam encontradas novamente no texto. A capacidade de ler fluentemente depende da aquisição, o mais rápido possível, de um vasto vocabulário ativo.

Para ajudar o estudante a aprender, as palavras importantes são continuamente reintroduzidas nas leituras deste curso. Estar atentos a certos princípios fundamentais da formação das palavras aumenta muito no discente a habilidade de reconhecer o significado de palavras gregas que ainda não tenha encontrado precedentemente. Por este motivo, explicamos alguns destes princípios fundamentais, e incluímos no curso um grupo coerente de exercícios sobre a formação das palavras.

Um dos objetivos que é quase sempre atribuído ao estudo das línguas clássicas é a melhora da compreensão do português. Por aquilo que se refere ao estudo do grego, trata-se sobretudo de conhecer as raízes, os prefixos e os sufixos gregos que aparecem nas palavras em português. A influência do grego no português (e em todas as línguas europeias) tem sido notável especialmente na terminologia científica e médica, mas é evidente também no linguajar da política, da filosofia, da literatura e das artes. Por isso, incluímos nos capítulos deste curso algumas sessões dedicadas ao estudo das palavras: estas sessões deixam clara a influência do grego no léxico português e fazem com que o estudante adquira uma certa prática na reconstrução do significado de palavras em português compostas com elementos de derivação grega.

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A LÍNGUA GREGA (PÁGs. XVI e XVII)

O grego faz parte, como o latim e o sânscrito (a antiqüíssima língua sacerdotal indiana), da família das línguas indoeuropeias. Comparando muitas línguas faladas, algumas já em tempos muito remotos, em quase toda a Europa e em uma parte da Ásia (sobretudo na Índia e na Pérsia), os linguistas descobriram afinidades entre elas e chegaram a construir, nos pontos fundamentais, o seu antepassado comum, ao qual deram o nome de indo-europeu: trata-se, mais do que um idioma único, de um grupo de dialetos afins, falados, em época pré-histórica, por diversas tribos localizadas em um território, cujos confins, de qualquer forma muito vastos, não são facilmente determináveis (talvez a Europa Centro-oriental); daqui, a partir do fim do III milênio a.C., os povos de língua indoeuropeia emigraram, em ondas cada vez mais sucessivas, em direção das suas sedes históricas, onde, também pelo contato com as línguas locais, as suas falas se tornaram diferentes ulteriormente, mas sempre conservando os sinais evidentes da parentela original (basta pensar em uma palavra comuníssima como “pai”:

sânscrito pita’r−, grego πατηρ, latim pater, etc.).

A Grécia foi invadida, no início do II milênio a.C., pelos aqueus, de língua indoeuropeia; eles encontraram na ilha de Creta a florescente civilização minoica, e pela fusão destas duas culturas nasceu a civilização miceneica, cantada por Homero na Ilíada. Mais tarde (talvez ao redor de 1100 a.C.), a Grécia sofreu depois uma outra destrutiva invasão, aquela dos dórios, cuja fala também era indoeuropeia.

O grego pré-histórico originário devia ser uma fala relativamente unitária (grego comum), mas por meio do contato com os idiomas indígenas e pelos sucessivos incidentes históricos, esse se fragmentou em mais dialetos (iônico, ático, eólico, dórico, etc.), documentados pelas inscrições e pelos textos literários. Porém, os dialetos literários são geralmente muito mais artificiais e estão longe do efetivo uso falado: assim, por exemplo, os poemas homéricos estão escritos em uma língua composta, de base iônica, mas rica sobretudo de eolismos.

Como na Itália, pelo prestígio literário das três coroas (Dante, Petrarca e Boccaccio), o dialeto florentino foi aceito pelos outros italianos e se tornou a língua comum da nação, assim nós hoje estudamos, nas nossas escolas clássicas, o dialeto ático, ao qual damos o nome de grego, ou língua grega, sem dúvida,

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pela excelência das obras dos grandes prosadores da idade de Péricles (século V a.C.), que escreveram naquele dialeto, como o filósofo Platão e os históricos Tucídides e Senofontes. Por tanto, o ático é o grego que vocês encontrarão descrito neste livro; depois que dominarem, nos primeiros dois anos de estudo, o dialeto de Atenas, também lerão, porém, nos anos sucessivos, textos em outros dialetos.

Depois das conquistas de Alessandro Magno (morto em 323 a.C.), se impôs não somente na Grécia, mas em todo o mundo mediterrâneo, como língua

de comunicação e de cultura, a língua comum, ou coinê (η κοινη διαλεκτοl), de base ática, mas privada das características mais essenciais daquele dialeto. Essencialmente do coinê derivaram os sucessivos desenvolvimentos do grego bizantino (ou seja, medieval) e moderno; mas uma importante corrente literária, conhecida como aticismo, se manteve pelos séculos fiel ao mais puro ático do século V.

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ALFABETO, PRONÚNCIA E ESCRITA

O alfabeto e a pronúncia

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O sigma no final das palavras se escreve “l”; nos outros casos, escreve-

se sempre “σ”: σωµατοl (= do corpo).

A pronúncia do “κ” e do “γ” é sempre gutural, como nas palavras “cão” e “gato”.

Mas o “γ” se lê como um “n”, como na palavra pantera, quando

vier antes de uma consoante gutural: “γ, κ, χ ou ξ” (αγγελοl [= mensageiro] = ânguelos).

O “χ” se pronuncia como dois “r”, como na palavra rato.

O “υ” se pronuncia geralmente como o “u francês” (modele os lábios

como se fosse dizer “u” e diga “i”): Κυριοl [= o Senhor] = Kürios. O seu som é

de “u” somente quando é a segunda letra de um ditongo: ευ (= bem) = eu.

Quando uma palavra começa com “υ”, este sempre tem espírito áspero. O espírito áspero, que é como um apóstrofo, mas com a abertura para a direita, faz com que o som das vogais sobre as quais é escrito seja aspirado, como

se a vogal tivesse um “r” na frente: υυυυµνοl (υυυυ com espírito áspero; esta palavra significa “hino”) = rümnos.

Os ditongos

É a junção de duas vogais na mesma sílaba. A primeira vogal deve ser

um α, ε (ε, η) ou ο (ο, ω) e a segunda um ι ou υ. Existe também o ditongo υι. Pronuncia-se “üi”, como na palavra filho: υι`l (= filho ) = hüiôs.

O “α” em um ditongo sempre é longo, ou seja, dura dois tempos:

οικια (= casa) = οικιαα.

“Ου” não é um verdadeiro ditongo, porque se lê “u”: βουλοµαι (= quero) = bulomai.

Nos ditongos, o acento se escreve sobre a segunda vogal, mas se

pronuncia sobre a primeira: αÇρω (= levanto) = airo (acento pronunciado sobre o “a”).

(Cap. III, L. 4) O “ι”, quando vem depois de uma vogal longa

(α, η, ω), é escrito debaixo desta vogal longa (iota subscrito). A união destas

vogais longas com o “ι” subscrito ou, (Cap. XII, L. 305) mais raramente, com o

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“υ” , gera o que chamamos às vezes de ditongos longos. Na verdade, todos os ditongos são longos, mas estes últimos (ditongos longos), diversamente dos

outros, têm a primeira vogal longa (α, η, ω).

O “ι” subscrito não se pronuncia, ou seja, não se lê. Esta é a

pronúncia pós-clássica, e o uso do “ι” subscrito é, além do mais,

bizantino. Contudo, no século V, o “ι” era normalmente escrito ao lado da outra vogal e era pronunciado.

Quando todas as letras de uma palavra são maiúsculas, o “ι” sim é escrito na mesma linha das outras letras, mas também não

é pronunciado: ΕΝ ΤΩ ΟΙΚΩΙΙΙΙ (= em a casa) = em tó oicó.

(Cap. I, Pág. 3, Título) Quando uma palavra está escrita somente com letras maiúsculas, nestas não vemos nenhum acento nem espírito.

Os espíritos

As palavras que começam com uma vogal ou ditongo são escritas sempre com um dos seguintes sinais: (Cap. I, L 1) espírito suave (igual a um apóstrofo) ou (Cap. I, L 2) espírito áspero (igual a um apóstrofo, mas com a abertura para a direita).

(Cap. II, L 8) O espírito áspero faz com que o som da vogal sobre a qual é escrito fique aspirado. Corresponde ao som dos nossos dois “r”.

É importante pronunciar o espírito áspero, porque há palavras que só se diferenciam das outras pelo espírito. (Cap. III, L. 138) Isso acontece, por exemplo, com o artigo feminino “º” (= a), que tem espírito áspero,

(Cap. XII, L. 231) e a conjunção “η” (= ou), que tem espírito suave.

(Cap. I, L. 5) O espírito suave não indica nenhum som específico, diferente, mas deve ser escrito sobre as palavras.

(Cap. II, L. 110) A consoante “ρ” é escrita sempre com espírito áspero quando uma palavra começa com esta letra.

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Os sinais de pontuação

(Cap. II, L. 7) Um ponto no meio da linha corresponde aos nossos dois pontos ou ao nosso ponto e vírgula.

(Cap. XI, L. 16) Um “;” corresponde a um sinal de interrogação, ou seja, indica uma pergunta.

Os acentos

Quase todas as palavras têm algum destes três acentos: (Cap. I, L. 8) agudo, (Cap. I, L. 7) grave ou (Cap. I, L. 10) circunflexo.

(Cap. I, L. 3) O acento grave é escrito sobre uma palavra, cuja última sílaba é acentuada, e quando depois desta palavra vem uma outra palavra acentuada.

(Cap. I, L. 12) Algumas poucas palavras não têm acento em grego: são as palavras átonas. Neste caso, apoiam-se no acento da seguinte palavra

(são chamadas palavras proclíticas: ο Vνθρωποl [o homem]; o artigo “ο” não tem acento; portanto, apoia-se no acento da seguinte palavra, formando uma única palavra com “Vνθρωποl” na hora de ser pronunciado: οVνθρωποl) ou no da anterior (são chamadas palavras enclíticas: Vνθρωπ`l εστιν [homem é]: Vνθρωπ`lεστιν).

Se a palavra que precede a palavra enclítica tiver um acento agudo sobre a antepenúltima (proparoxítona) ou um circunflexo sobre a penúltima (paroxítona), a palavra que precede a palavra enclítica recebe um segundo acento (agudo) sobre a última sílaba (ver pág. 174, Capítulo VIII, linha 28; ver pág. 99, Capítulo V, linha 178).

As vogais breves e longas

O “η” e o “ω” são sempre vogais longas. O “ε” e o “ο” são sempre

breves. Já o “α, ι, υ” podem ser (Cap. I, L. 2) ou breves (Cap. I, L. 6) ou longos.

(Cap. I, L. 11) Neste curso, as vogais que tiverem uma linha colocada sobre elas, são longas. Isso quer dizer, que a pronúncia delas dura dois tempos.

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O acento circunflexo indica que a vogal que tem este acento é longa,

ou seja, a pronúncia desta vogal dura dois tempos. Por exemplo, em αγορααααl, que significa “da praça” (com acento circunflexo sobre o segundo “α”).

Além disso, o “α” com iota subscrito também é sempre longo.

Por exemplo, οικιαααα, que significa “para a casa” (com ι subscrito

debaixo do “α”).

Exercícios de escrita e pronúncia (PÁGs. XX e XXI)

Procure pronunciar corretamente e copiar as seguintes palavras. Depois, escreva um derivado em português de cada uma delas.

1. αινιγµα

2...

Pronuncie corretamente e copie as seguintes palavras.

Os doze deuses olímpicos

...

As nove Musas

...

As três Graças

...

As três Parcas

...

Exercite-se lendo e copiando o seguinte texto:

∆ικαιοπολιl Αθηναιοl...

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CRONOLOGIA GREGA (PÁG. XXII)

IDADE DE BRONZE

Minos, rei de Creta; Teseu, rei de Atenas.

1220 a.C. aproximadamente: saqueio de Troia por Agamenon de Micenas.

ASSIM CHAMADA IDADE MÉDIA GREGA

1050 aproximadamente: emigração dos Iônios para a Ásia Menor.

ASSIM CHAMADO RENASCIMENTO GREGO

850 aproximadamente: formação das cidades-estado (Esparta, Corinto, etc.)

776 a.C.: primeiros jogos olímpicos.

750-500 aproximadamente: expansão comercial e colonial.

725 aproximadamente: composição da Ilíada e da Odisseia por Homero (Jônia).

700 aproximadamente: composição do poema de Hesíodo As obras e os dias (Beócia).

657-625 aproximadamente: Cípselo, tirano de Corinto.

Retorno de Sólon a Atenas.

INVASÕES PERSAS

546: Creso, rei da Lídia, e os gregos da Ásia Menor perdem o seu território com o ataque de Ciro, rei da Pérsia.

507: Clístenes funda a democracia ateniense.

490: expedição contra Atenas de Dário, rei da Pérsia; batalha de Maratona.

480: Xerxes, rei da Pérsia, invade a Grécia; batalhas das Termópilas (480), de Salamina (480) e de Plateia (479).

O poeta Simônides.

Page 19: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

19

O IMPÉRIO ATENIENSE

478: fundação da Liga de Delos, que se transforma depois no império de Atenas.

472: Os persas de Esquilo.

461-429: domínio de Péricles em Atenas: democracia radical e desenvolvimento do império.

446: a paz dos Trinta Anos entre Atenas e Esparta.

O Parthenon e outros edifícios públicos.

As Histórias de Heródoto.

A GUERRA DO PELOPONESO

431: começo da guerra entre Atenas e a Liga do Peloponeso.

430-429: pestes de Atenas; morte de Péricles.

426: Os acarneses de Aristófanes.

421: paz temporária entre Atenas e Esparta.

415:expedição ateniense na Sicília.

413: fracasso da expedição; guerra entre Atenas e Esparta.

404: Atenas se rende.

A Guerra do Peloponeso de Tucídides.

Page 20: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO I: “Ο ∆ΙΚΑΙΟΠΟΛΙΣ”

“ENCHIRIDION”

1) (L. 3) αυτο− (= para si) + εργ− (= obra, trabalho, missão, realização): pequeno proprietário que trabalha para si, sem um patrão.

2) (L. 1) −ει: esta terminação corresponde à 3ª pessoa do singular.

3) (L. 4) γεωργ− (= cultiv−): o tema comunica o significado da palavra; −ει: a

terminação comunica a pessoa e o número (no caso dos verbos); obs.: λυ−ει = el-e/-a desata.

4) (L. 14) φιλ−ει (= am-a): é um verbo contraído (= são os verbos cujo tema

termina com a vogal α−, ε− ou ο−). Esta vogal se contrai ao entrar em contato com as desinências das terminações verbais. Estas desinências são vogais ou ditongos.

5) (L. 1) εστιν (= é): este verbo termina com a letra νννν quando depois dele houver uma pausa (= sinal de pontuação) ou quando a seguinte palavra começar com vogal.

6) (L. 1) εστιν: o verbo é uma palavra enclítica. Portanto, ao ser pronunciado, apoia-se na palavra anterior.

7) (L. 2) ο (= artigo masculino: “o”): é uma palavra proclítica. Portanto, ao ser pronunciado, apoia-se na seguinte palavra.

8) (L. 1: nominativo; L. 4: acusativo) Casos: o grego possui casos. Os casos correspondem às diferentes funções que uma palavra (substantivo, adjetivo) pode

exercer dentro de uma frase. Terminação −οl (= sujeito ou predicativo do sujeito: nominativo); terminação −ον, tanto do artigo masculino como do nome (= objeto direto: acusativo).

9) (L. 7) Ordem das palavras: no grego, por mais que troquemos a ordem das palavras em uma frase, o sentido continua sendo o mesmo. Mas, geralmente, a primeira palavra é aquela à qual se dá mais importância dentro da frase (= função estilística).

Page 21: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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10) (L. 12) Artigo e adjetivo: concordam com o substantivo ao qual se referem em gênero (= masculino, feminino ou neutro [= nem masculino, nem feminino; é usado geralmente para os objetos concretos e, por isso, é comum que ao traduzirmos, usemos a palavra “coisa(s)”]), número (singular ou plural) e caso.

11) (L. 10) ου (= não): diante de consoante; (L. 2) ουυυυκ: diante de vogal (ou

ditongo) com espírito suave; ουυυυχ: diante de vogal (ou ditongo) com espírito áspero.

12) γαρ; δε; µεν; ουν (de fato; e, mas; por um lado; portanto): estas palavras pospositivas (= que vêm depois) são colocadas depois (da palavra inicial) e jamais se encontram no início da frase.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

αι, ταιl, τοιl, τω, τουl, του, το: são diversas formas do artigo: (Pág. 2)

αι Αθηναι: as Atenas / (Pág. 3, L. 2) εν ταιl Αθηναιl: em as Atenas / (Pág. 3, L. 3)

εν τοιl αγροιl: em os campos / (Pág. 5, L. 17) εν τω αγρω: em o campo

(Pág. 5, L. 19) τουl (artigo masculino) λιθουl... φερει: l. as pedras

(Pág. 5, Ls. 19 e 20) εκ του αγρου: de o campo / (Pág. 5, L. 21) προl το ερµα: para

(em-direção-de) o monte (acusativo) / (Pág. 6, Ls. 22 e 23) πολυν χρονον: (durante, por) muito tempo / (Pág. 6, L. 25) υπο τω (artigo masculino)

δενδρω: debaixo-de a á. / (Pág. 6, L. 26) επ−αιρει: se-levanta

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Muitas ciências usam palavras que vêm do grego. Além disso, muitas palavras cultas nas línguas indoeuropeias vêm do grego. Portanto, têm a mesma raiz: antropologia (português e italiano), anthropologie (francês), antropología (espanhol), anthropology (inglês) e Anthropologie (alemão).

Das palavras gregas vistas no texto do capítulo I, quais você vê que fazem parte das seguintes palavras portuguesas:

1) Antropologia

2) Polissílabo

3) Filosofia

4) Microscópio

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É comum encontrar palavras compostas no português que venham do grego.

Das quatro palavras vistas acima (1 Antropologia, 2...), quais delas são compostas pelas seguintes palavras gregas:

1) σκοπει: “olha, observa”

2) σοφια: “sabedoria”

3) λ`γοl: “palavra, discurso, estudo”

EXERCÍCIOS

Exercício 1a

Traduza estes pares de frases:

1. A casa é pequena.

2. O homem é forte.

3. O homem fornece o trigo.

4. A terra fornece muito trabalho.

5. O Dicaiópolis não mora em Atenas.

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[οκνει: hesitar, está inerte]

1. O que faz o nosso homem agora? O que faz sempre?

2. O que fornece a terra?

3. Por que o nosso homem se alegra?

Exercício 1b

Traduza para o grego:

1. O Dicaiópolis é um camponês.

2. Trabalha sempre no campo.

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3. Frequentemente, portanto, está cansado (se cansa); de fato o trabalho é longo (grande).

4. Mas não está inerte; de fato, ama a casa.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Que relação existe entre as palavras escritas na coluna da esquerda com as da direita? Depois, tente deduzir o significado das únicas duas palavras

que você ainda não conhece o significado, φιλοl e γεωργοl (tenha presente que

ambas se referem a pessoas).

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

O CAMPONÊS ATENIENSE (PÁG. 15)

O Dicaiópolis mora em uma região da Ática chamada Colide, a vinte quilômetros de distância de Atenas no sentido sub-oriental.

Por mais que Atenas e o seu porto, o Pireu, constituíam uma aglomeração urbana muito grande para o mundo antigo, a maior parte dos atenienses morava e trabalhava no campo. O historiador ateniense Tucídides (século V a.C.) conta que quando, prevendo a invasão espartana de 431, os habitantes do condado tiveram que transferir-se para a cidade, “aquela evacuação foi claro dolorosa para pessoas como aquelas, que na sua maior parte estavam acostumadas a morar sempre nos campos” (A guerra do Peloponeso, II. 14).

A maior parte destas pessoas era camponeses, como o Dicaiópolis. Os seus poderes eram pequenos: em média, de quatro a oito hectares. Aquilo que era cultivado dependia também da zona: na planície entorno de Atenas, os produtos típicos eram a verdura e o trigo; mas a Ática é em grande parte colinosa, e aquele terreno pobre era mais apto para as vinhas, as oliveiras e a criação de ovelhas e cabras (em geral, não se criavam vacas leiteiras). Todos os camponeses aspiravam à auto-suficiência, mas poucos deles a obtinham (os dois terços do trigo consumido pelos atenienses eram importados): se sobrava, por exemplo, óleo de oliva ou vinho, o levavam para o mercado de Atenas para vendê-lo, e poder assim comprar aquilo que não podiam produzir por si mesmos.

Por fins administrativos, a cidadania ateniense estava dividida em quatro classes, segundo um critério de censo. A classe mais alta, os pentacosiomedimnos (nós hoje poderíamos talvez dizer os milionários), estava constituída por aqueles (e eram naturalmente bem poucas pessoas) cujas posses de terra produziam pelo menos quinhentos medimnos de trigo por ano (um medimno ático equivale a aproximadamente cinqüenta e dois litros). A segunda classe, também restrita, era

aquela dos cavaleiros (ιππειl), cujas terras eram suficientes para manter um

cavalo (ιπποl); os membros desta classe constituíam, no exército, a cavalaria. A terceira classe, a mais numerosa, era aquela dos camponeses como o Dicaiópolis,

que, possuindo um par de bois subjugados (ζευγοl), eram chamados zêugitos; os zêugitos formavam, no exército ateniense, a infantaria pesada (hoplitas). A quarta classe eram os tetos, trabalhadores assalariados que não possuíam terras, ou não possuíam o suficiente para manter uma família.

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As nossas fontes nos apresentam os camponeses como a espinha dorsal da democracia ateniense: fortes, trabalhadores, frugais e simples, mas também astutos; nas comédias de Aristófanes, eles são geralmente contrapostos a políticos ambiciosos, cavaleiros decaídos e comerciantes ávidos. O nome do protagonista

da nossa histórica, Dicaiópolis, é formado com as palavras δικαιοl, “justo” e

πολιl, “cidade” e significa, portanto, algo como “o justo em direção da cidade”, ou “que mora em uma cidade justa”; O Dicaiópolis é uma personagem da comédia de Aristófanes intitulada Os Acarneses, que foi representada pela primeira vez em 426 (vocês lerão alguma passagem disso no final deste curso).

FIGURAS

Aradores e semeadores.

Demetra dá o trigo para Tritôlemo.

Camponês atento no arar.

Um camponês vai para o mercado.

Colheita de azeitonas.

“LEXICON”

“locuzioni” = locuções “ou” adjunto adverbial / “interiezioni” = interjeições

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO II: “Ο ΞΑΝΘΙΑΣ”

“ENCHIRIDION”

1) As terminações verbais indicam não somente quem faz a ação, ou seja, a pessoa e o número (“eu”, “tu”, “ele”, etc.), mas também o modo do verbo.

O indicativo serve para fazer afirmações (L. 1) ou também perguntas sobre fatos reais (L. 7).

2) (M., pág. 19) Três primeiras pessoas do presente do indicativo dos verbos não

contraídos (Ελαυν−ω, −ειl, −ει = empurr-o [lev-o], -as, -a).

(M., pág. 24) Três primeiras pessoas do presente do indicativo dos verbos

contraídos (Πον−ωωωω, −ειιιιl, −ειιιι = fa-ço, -zes, -z). Os verbos contraídos têm acento circunflexo na última sílaba.

(M., pág. 18) Três primeiras pessoas do presente do indicativo do verbo ser (Ειµι, ει, εστι[ν] = sou, és, é).

3) (L. 5) O grego omite muitas vezes o pronome pessoal do caso reto (eu, tu, el-e/-a, nós, vós, eles) antes do verbo.

(L. 34) O pronome pessoal do caso reto só é colocado quando se quer dar ênfase ao sujeito, como nas contraposições.

(L. 3) Neste caso também podem ser colocadas as partículas µεν... δε... (por

um lado... por outro lado...).

4) O imperativo se usa para expressar mandatos (ou também orações, exortações, conselhos, etc.).

Eis alguns exemplos na segunda pessoa do singular (repare as terminações):

(L. 15) Verbo não contraído (φερε = tu, leva; tu, carrega).

(L. 76) Verbo contraído (ακολουθει = tu, segue).

(L. 79) Verbo ser (ισθι = tu, sê).

5) (L. 1: ∆ικαι`πολιl; L. 5: καθεbδει; L. 3: αργ`l) O acento agudo pode ser colocado em qualquer das últimas três sílabas.

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(L. 2: δουυυυλοl; L. 2: καλειιιι) O acento circunflexo pode ser colocado somente sobre as últimas duas sílabas.

O agudo só pode ser colocado sobre a antepenúltima e o circunflexo sobre a penúltima sílaba, se a última for breve.

6) (L. 14: λVµβανε) No caso dos verbos, o acento é regressivo. Ou seja, é colocado sempre o mais atrás possível (o mais perto possível do início da palavra). Isso se dá, sempre respeitando o último comentário da regra 5 (regra anterior).

7) (L. 9) Regra do troqueu final: quando o acento é colocado sobre a penúltima vogal, se esta for longa e última vogal for breve, o acento é sempre circunflexo.

8) (M., pág. 23) Aprenda os 5 casos do masculino e neutro singulares. Colocando no

lado destas formas o adjetivo καλοl (masculino) ou καλον (neutro), este terá as mesmas terminações do substantivo ao qual qualifica.

O substantivo neutro tem as mesmas terminações do substantivo masculino, menos no nominativo e vocativo (caso usado para chamar alguém: ó

patrão,...), onde a terminação é “−ον”. O acusativo neutro também é igual ao

nominativo e ao vocativo neutros (terminação “−ον”).

Algumas das funções dos casos:

Nominativo: é o caso do sujeito (L. 1) e do predicativo do sujeito (L. 2).

Genitivo: se usa, entre outras funções, para indicar origem (L. 1). Mas também, como veremos depois, o genitivo pode ser usado para indicar

“posse”: του ∆ικαιοπολιδοl το αροτρον: o arado do Dicaiópolis.

Dativo: se usa, entre outras funções, para indicar o lugar onde alguém se encontra (L. 5).

Acusativo: se usa, entre outras funções, para indicar destino (L. 20).

Vocativo: se usa para chamar (vocare, do latim) alguém (L. 74).

Além do adjetivo, também o artigo imita quase sempre as mesmas terminações do substantivo.

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O artigo masculino imita as mesmas terminações do

substantivo, unindo-as ao radical τ−, menos no nominativo “ο”.

As terminações do artigo neutro são diferentes das terminações do substantivo neutro só no nominativo e no acusativo “το”.

“Ω / ω”: não é artigo, mas interjeição (ó).

9) (L. 15) Algumas preposições regem o acusativo. Entre estas, estão as que indicam idéia de movimento para um lugar.

10) (L. 1) Algumas preposições regem o genitivo. Entre estas, estão as que indicam idéia de movimento desde um lugar.

11) (L. 5) Algumas preposições regem o dativo. Entre estas, estão as que indicam idéia de permanência em um lugar.

12) (L. 11 e Cap. IV, L. 169) ουτω e ουτωl: este advérbio tem duas formas; a primeira pode ser usada diante de consoante, a segunda diante de vogal.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 18, L. 11) ει: és; (Pág. 18, L. 12) ειµι: sou / (Pág. 20, L. 36) τι ποιειl; : o-que

fazes? / (Pág. 20, L. 50) δεσποτηl: patrão (nominativo) / (Pág. 21, L. 60) ειl: em

(indica entrada em algum lugar + movimento) / (Pág. 22, L. 69) απτω: uno, amarro,

junto / (Pág. 22, Margem) λυω: eu-desato / (Pág. 22, L. 78) την ∆ηµητρα (estão no

acusativo) = a (artigo) Demetra / (Pág. 22, L. 82) ω βοεl: ó bois

(Pág. 23, L. 93) σκιαν: sombra (acusativo feminino) / (Pág. 31) σοι: para ti

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

1) O que significa despótico e cronologia? Quais termos gregos estão contidos nestas palavras portuguesas?

2) O que estuda um dendrólogo ou a dendrologia?

3) O que é a concepção heliocêntrica do universo?

4) O que é um cronômetro? O que quer dizer το µετρον?

Page 29: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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EXERCÍCIOS

Exercício 2a

Leia em voz alta e traduza para o português:

Exercício 2b

Traduza para o grego:

1. Não se apressa.

2. Por que não trabalhas?

3. Carrego (levo) o arado.

4. Tu vais com pressa (te apressas) para o campo.

5. É preguiçoso.

6. Eu não sou forte.

7. Tu não és um escravo.

8. O escravo não trabalha.

9. O escravo carrega o arado para o (em direção do) campo.

10. Eu sou preguiçoso.

Exercício 2c

Leia em voz alta e traduza para o português:

Exercício 2d

Complete estas frases com as formas apropriadas do artigo:

Exercício 2e

Complete estas frases, colocando as terminações apropriadas nos verbos, substantivos e adjetivos; depois, traduza as frases para o português:

Page 30: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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Exercício 2f

Traduza estes pares de frases:

1. O Santia não é forte.

2. O escravo vai com pressa (se apressa) para o campo e leva o arado.

3. O homem não trabalha, mas caminha para a (em direção da) casa.

4. Apressa-te, escravo, e leva para fora (εξελαυνω) os bois.

5. Não venhas aqui, homem, mas trabalha no campo.

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[σοι para ti]

1. O que faz o nosso homem?

2. O que faz o escravo?

3. O que faz o escravo quando lhe dizem para que venha ajudar?

4. Por que o patrão exorta o escravo a apressar-se?

Exercício 2g

Traduza para o grego:

1. O Dicaiópolis não trabalha mais (não mais = ουκετι), mas desata os bois.

2. E depois chama o escravo e diz: “Não trabalhes mais (não mais =

µηκετι), mas vem aqui e leva o arado; de fato, eu, por um lado, conduzo para (em

direção da) casa os bois, tu (συ), por outra parte, leva o arado!”

3. O Dicaiópolis, portanto, leva os bois para fora do campo, e (usem

µεν... δε) o escravo pega o arado e o leva para (em direção da) casa.

Page 31: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Vimos algumas preposições neste capítulo: ειl, “para, em direção de, dentro”

(movimento para um lugar), εκ, “de, desde, fora de” (movimento de um lugar), εν, “em”

(permanência em um lugar) e προl, “em direção de” (movimento para um lugar).

As preposições são colocadas frequentemente antes dos verbos, recebendo o nome de prevérbios; nos verbos compostos as preposições conservam o seu significado fundamental:

βαινει = “vai, caminha”

εκ−βαινει = “vai fora, sai”.

Deduza o significado destes verbos compostos:

1) προσφερει 2) εκφερει 3) προσελαυνει 4) προσβαινει 5) εκκαλει

É importante que desde já vocês sejam capazes de descobrir o significado de muitas palavras novas baseando-se nas palavras já vistas.

Page 32: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

A ESCRAVIDÃO (PÁG. 33)

A população masculina adulta da cidade-estado de Atenas em 431 a.C. foi calculada como a continuação: cinquenta mil cidadãos, vinte e cinco mil estrangeiros residentes, cem mil escravos. Os estrangeiros residentes (metecos) eram homens livres de condição jurídica particular: não podiam possuir terras na Ática ou casar-se com atenienses, mas gozavam da proteção dos tribunais, prestavam serviço militar, faziam parte das festas religiosas e eram muito ativos no comércio e na indústria.

Os escravos não gozavam de nenhum direito, e eram propriedade do Estado ou de indivíduos singulares; Aristóteles, o famoso filósofo do século IV a.C., descreve o escravo como “uma propriedade animada” e um instrumento do patrão. Tinham nascido escravos ou tinham sido aprisionados, em guerra ou por piratas, e vendidos; quase todos eram bárbaros, ou seja, não gregos (em um documento de 415 se fala da venda de catorze escravos: cinco vinham da Trácia, dois da Síria, três da Caria, dois da Ilíria, um da Cízia e um da Cólquide): escravizar os gregos era considerado imoral, e acontecia muito dificilmente.

A economia do mundo antigo, que fazia pouco uso das máquinas, era toda fundada sobre o trabalho dos escravos. Às vezes eles eram utilizados pelo Estado, por exemplo, em minas de prata; alguns trabalhavam em oficinas (a maior daquelas que nós conhecemos é uma fábrica de escudos, na qual trabalhavam cento e vinte escravos); finalmente, os cidadãos possuíam frequentemente um ou mais escravos, segundo a sua riqueza. Cada camponês esperava ter um escravo que lhe ajudasse em casa ou nos trabalhos dos campos, mas não todos conseguiam isso: Aristóteles observa que para os pobres “o boi toma o lugar do escravo”.

Não se deve acreditar que os escravos fossem todos tratados de uma maneira desumana. Um escritor do século V disse:

Ora, em quanto aos escravos e metecos, em Atenas eles têm uma vida de fato indisciplinada, e não é permitido bater neles, nem um escravo te cederá a passagem. Dir-lhes-ei o porquê deste costume local: se a lei permitisse a um homem livre bater em um escravo, ou em um meteco ou em um liberto (= um escravo liberto), muitas vezes este bateria em um ateniense achando que fosse um escravo; de fato, em quanto à roupa, a gente não se distingue em nada em Atenas

Page 33: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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dos escravos e dos metecos, nem sequer pelo aspecto (pseudo-Senofontes, A constituição dos atenienses, I. 10).

Escravos e cidadãos trabalhavam juntos e recebiam o mesmo pagamento, como se vê em inscrições que se referem à construção de edifícios públicos; podia também acontecer que os escravos guardassem dinheiro suficiente para comprar a liberdade dos seus patrões, por mais que isto não era tão frequente em Atenas como em Roma.

No campo, os escravos dos camponeses geralmente moravam e comiam com os seus patrões; nas comédias de Aristófanes os escravos são personagens vivazes e descarados, de nenhuma forma soto-postos a um domínio tirânico e opressivo. Nós demos também para o Dicaiópolis um escravo, o Santia

(Ξανθιαl, um típico nome de escravo que significa “loiro”).

FIGURAS

Escravos espremendo azeitonas.

Jovem escravo portador de água.

O Dicaiópolis e o seu escravo vão para o mercado.

“LEXICON”

“particelle” = partículas

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO III: “Ο ΑΡΟΤΟΣ”

“ENCHIRIDION”

1) Eis a terceira pessoa do plural do presente do indicativo de três modelos de verbo:

(L. 2) Verbos não contraídos: λυ−ουσι (ν) (= el-es/-as desat-am).

(L. 55) Verbos contraídos: (φιλε−ουσι[ν]) = φιλ−ουυυυσι(ν) (com acento

circunflexo sobre o “υ”; = el-es/-as am-am).

(L. 60) Verbo ser: εισι(ν) (= el-es/-as são, estão, existem). Exemplo:

Ο ∆ικαιοπολιl και ο Ξανθιαl ανθρωποι εισιν: O Dicaiópolis e o Santia são homens.

2) (L. 7) As terceiras pessoas do plural em –σι (como também as terceiras pessoas do

singular em –σι, por exemplo, φησιν) tem um “ν” efelcístico nos mesmos casos do

verbo εστι(ν) (Capítulo I).

3) Eis a segunda pessoa do plural do imperativo de três modelos de verbo:

(L. 6) Verbos não contraídos: σπευδ−ετε (= vós, apress-ai[-vos]; vós, agiliz-ai).

(M., pág. 46; Cap. V, L. 147) Verbos contraídos: (φιλε−ετε) = φιλ−ειιιιτε (com acento circunflexo sobre o “ι”; = vós, am-ai).

(M., pág. 46) Verbo ser: εστε (= vós, sede). Exemplo: Μη εστε αργοι, ω δουλοι: Não sejais preguiçosos, ó escravos.

4) Eis o infinitivo de três modelos de verbo:

(L. 21) Verbos não contraídos: λυ−ειν (= desat-ar).

(L. 113) Verbos contraídos: (φιλε−ειν) = φιλ−ειιιιν (com acento circunflexo

sobre o “ι”; = am-ar).

(M., pág. 46) Verbo ser: ειναι (= ser). Exemplo: Ου βουλοµαι ειναι δουλοl των ανθρωπων: Não quero ser escravo dos homens.

Page 35: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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5) Substantivos no plural:

(M., pág. 41) O masculino termina em “–οι” no nominativo (= vocativo), em

“–ων” no genitivo, em “–οιl” no dativo e em “–ουl” no acusativo.

(M. pág. 42) O neutro tem as mesmas terminações do masculino no genitivo e no dativo (casos oblíquos: casos onde temos a presença de uma preposição antes do artigo), mas tem terminações iguais, diferentes das do masculino, nos três casos retos

(nominativo, vocativo e acusativo): “−α”.

6) (M., págs. 41 e 42) O artigo masculino e neutro tem as mesmas terminações do

substantivo, colocadas depois do tema “τ−”, menos no nominativo masculino

singular, “ο”, e plural, “οι”, e nos casos retos do neutro singular, “το”.

7) (Ls. 26 e 69) O artigo no genitivo e no dativo, singular e plural, tem acento circunflexo.

8) (Ls. 26 e 69) Os substantivos e adjetivos que no nominativo têm um acento agudo

na última sílaba (exemplo, αγροοοοl e αργοοοοl), no genitivo e dativo, tanto no singular como no plural, são acentuados com um acento circunflexo.

9) (L. 90) O ditongo “–οι” do nominativo plural é considerado breve. Por isso, a

palavra “Vνθρωποι” é acentuada na terceira sílaba.

10) (L. 7) “...” φησιιιιν, “...”: esta palavra é enclítica; mas (como todas as enclíticas), se não se apoia no acento da palavra anterior, por ser pronunciada isoladamente, deve receber um acento, também na escrita. Isso acontece, por exemplo, quando φησιν

aparece no meio de duas frases com aspas: “...” φησιιιιν, “...”.

11) (Ls. 4 e 8) Usos do µη: depois do “ει” e nos imperativos negativos; nos outros

casos se usa ου (ουκ, ουχ).

(Cap. I, L. 28 e Cap. III, L. 51) “ουκετι” ou “µηκετι” ([ambos] = não

mais): obviamente, estes são usados nos mesmos casos nos quais se usam o “ου” e

o “µη”, com os quais estão compostos.

Page 36: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 36, L. Título) ο αροτοl: a aradura (= ato ou efeito de arar) / (Pág. 36, L. 2)

ελκουσι(ν): puxam / (Pág. 36, L. 4) µενουσι(ν): param / (Pág. 36, L. 4) οι βοεl: os

bois / (Pág. 37, L. 17) προσχωρεω: aproximo(-me) / (Pág. 37, L. 29)

πιπτει προl τον του ∆ικαιοπολιδοl ποδα: cai em-direção ao do Dicaiópolis pé

(Pág. 39, L. 47) ο / η παιl: menin-o/-a / (Pág. 39, L. 48) το δειπνον: o almoço

(Pág. 39, L. 49) πατερα (acusativo): o pai / (Pág. 41, L. 74) δρεπω: colho, recolho

(Pág. 42, L. 87) η αµπελοl: a videira / (Pág. 42, L. 87) οινοl: vinho

(Pág. 42, L. 88) ελαιαl δενδρα (acusativo): árvores (de) azeitonas (= oliveiras)

(Pág. 42, L. 93) ταl πολλαl ελαιαl (acusativo): as muitas azeitonas

(Pág. 42, L. 101) πολλαι ελαιαι: muitas azeitonas / (Pág. 42, L. 103)

επι (+ acusativo): sobre (mas com idéia de movimento [por causa do “acusativo”])

(Pág. 43, L. 105) ραβδον ισχυραν (acusativo): sarrafo forte / (Pág. 43, L. 112)

πολυ ελαιον (acusativo): muito óleo / (Pág. 44, L. 137) την Μυρρινην (acusativo): a Mirine / φιλοι: amigos / εστε: sede / οι: estes, eles, os / εξελαυνω (εκ [indica saída

de algum lugar; escreve-se “εξ” diante de vogal] + ελαυνω): levo para-fora

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

1) O que quer dizer litografia? O que significa γραφω (lembre de Geo-grafia)?

2) O que é um monólito? O que quer dizer µονοl (lembre de mono-ssílaba e poli-ssílaba)?

3) O que quer dizer megalítico?

4) O que é um megafone? O que quer dizer η φονη (lembre de fono-logia)?

EXERCÍCIOS

Exercício 3a

Encontre três infinitivos na leitura do início deste capítulo.

Exercício 3b

Leia em voz alta e traduza para o português:

Page 37: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

37

Exercício 3c

Traduza para o grego:

1. Os bois dormem no campo.

2. Vinde aqui e levai para fora (εξελαυνω) os bois, ó escravos

(ω δουλοι).

3. Eles (Ουτοι) pegam a vara (vara usada para fazer com que os bois

andassem: το κεντρον) e se aproximam lentamente dos (aos) bois

(τοιl βουσι[ν] ).

4. Apressai-vos, ó bois, não dormi no campo.

5. Não é possível levar para fora os bois, que (γαρ) são fortes (ισχυροι).

Exercício 3d

Complete estas frases com as formas apropriadas do artigo:

Exercício 3e

Complete estas frases, dando aos verbos, substantivos e adjetivos as formas corretas que faltam; depois traduza estas frases para o português:

Exercício 3f

Traduza estes pares de frases:

1. O patrão chama os escravos, mas (use µεν...δε) os escravos não levam os bois.

2. Não fiqueis no campo, ó meninos, mas caminhai para (destino) casa e dormi.

3. Os escravos são preguiçosos; de fato, não trabalham mais.

4. Desatai os bois, ó escravos, e deixai os arados no campo.

5. Por que esperais, ó meninos? Não sejais preguiçosos?

Page 38: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

38

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[αυτουl os οι δε e eles, e aqueles]

1. O que o patrão e o escravo estão fazendo?

2. O que acontece quando se aproximam do campo?

3. O que o patrão faz, e com qual resultado?

4. O que faz então o patrão, que está em dificuldade?

5. O que o escravo faz que o patrão não tinha feito? Com qual resultado?

Exercício 3g

Traduza para o grego:

1. O patrão se apressa para (destino) o campo.

2. Ele (Oυτοl) olha em-direção (destino) do campo e diz: “Há tantas pedras no campo! Não é possível arar. Vem aqui, ó escravo, e leva as pedras para fora do campo!”

3. Mas (δε) o escravo diz: “Não é possível levar para fora tantas pedras do campo. Tu, portanto, ajuda-me!”.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Deduza o significado destes verbos compostos com preposições:

1) εισπιπτω

2)...

Page 39: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

39

ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

O DEMO (povo) E A CIDADE (PÁG. 51)

Como já sabemos, o Dicaiópolis mora em Colide, um vilarejo a mais ou menos vinte quilômetros de distância de Atenas na direção sul oriental. Estes vilarejos eram chamados demos; na Ática havia cento e setenta demos, muito diversos uns dos outros pela superfície e população.

Cada demo tinha uma assembléia própria, à qual podiam participar todos os cidadãos homens adultos; a assembléia elegia um demarco (algo assim como um prefeito) e aprovava as leis que se referiam a questões de interesse local, em matéria civil e religiosa; essa registrava além do mais todos os nascimentos: quando um homem chegava à vida adulta, os seus direitos como cidadão dependiam do seu registro em um demo. Em todas as circunstâncias oficiais se dava o próprio nome junto com aquele do pai e do demo, por exemplo,

Περικληl Ξανθιππου Χολαργευl (“Péricles, filho de Santipo, do demo Colargo”).

Os edifícios destes vilarejos eram quase sempre, daquilo que nós sabemos, pequenos e sem pretensões: a casa típica estava constituída por uma

única ordem de quartos que davam de frente para uma corte interna (αυλη); em

uma esquina havia uma torre de depósito (πυργοl), e no andar superior desta havia os quartos das mulheres, onde estas se retiravam quando havia visitas de estranhos. No interior não havia fontes de água, e era necessária ir pegar água todos os dias em alguma fonte; a luz provinha de luzes alimentadas com óleo de oliva, que era usado também na cozinha e para lavar. Podemos supor que a maior parte dos camponeses morava em um vilarejo e que eles saíam dali todos os dias para ir trabalhar nas suas terras, como ainda hoje fazem os camponeses de algumas regiões da Grécia e também do nosso país, onde as casa em geral não se achavam nos campos, mas se encontram agrupadas em vilarejos com forma de colina.

Os homens trabalhavam nos campos durante boa parte do dia, e sem

dúvida passavam a tarde na “méscita” (espécie de bar) do αγορα (= veja figura da pág. 59), ou seja, na praça principal, discutindo sobre agricultura e política com os amigos. A vida era alegrada por uma serie de festas religiosas: em uma inscrição proveniente do demo de Erquia se lê uma lista de mais de cinquenta sacrifícios públicos anuais; no inverno, durante a festa das Dionísias rurais, algumas companhias teatrais itinerantes de Atenas levavam também espetáculos

Page 40: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

40

para os demos. Havia também cerimônias privadas, que obedeciam a rituais tradicionais, e especialmente celebrações por nascimentos, matrimônios e funerais.

Entretanto, o horizonte do camponês não era de forma alguma limitado ao seu demo: quando havia mais vinho, por exemplo, ou azeitonas daquilo que era necessário para o seu sustento, ele ia à cidade para vender os seus produtos e comprar aquilo que precisava e que não podia produzir por si mesmo. Em Atenas havia, além disso, festas religiosas em todos os períodos do ano (v. p. 249), e ele podia participar disso com a sua esposa e com a família; estas festas compreendiam também as competições musicais, dramáticas e esportivas.

O camponês, em quanto cidadão ateniense, tinha que realizar algumas funções políticas importantes. Quarenta vezes por ano a assembleia popular

ateniense se reunia (εκκλησια), da qual participavam todos os cidadãos homens adultos; na verdade, os camponeses, dedicados aos trabalhos do campo, não podiam participar em todos os encontros, mas está claro que iam a alguns destes. Todos os anos, a assembleia do demo elegia os seus representantes no Conselho

dos quinhentos (βουλη), que era a comissão exclusiva da assembleia; os conselheiros (ou buleutes) tinham que ter pelo menos trinta anos, e nenhum podia ser eleito mais de duas vezes. Foi calculado que, antes ou depois, quase cada cidadão ocupava este cargo, que podia obrigá-lo a residir na cidade, caso o conselho se reunisse todos os dias.

Finalmente, os camponeses formavam, no exército, a infantaria pesada (os hoplitas). Quando chegavam à idade adulta eles eram obrigados a ser treinados militarmente, dado que lutar entre os hoplitas exigia muita prática e disciplina. No século IV a.C. cada cidadão de dezoito anos devia servir o exército durante dois anos, e também depois podia ser chamado outra vez em caso de emergência.

No final do primeiro ano da grande guerra entre Atenas e Esparta (mais ou menos um ano depois do início da nossa história) o chefe ateniense Péricles pronunciou uma oração fúnebre em lembrança dos mortos na guerra; no seu discurso ele exaltou os ideais da democracia ateniense, pelos quais aqueles homens tinham morrido. Eis algumas das palavras de Péricles:

As mesmas pessoas estão atentas, ao mesmo tempo, aos seus interesses privados e às questões públicas: depois os outros que se dedicam às atividades particulares são perfeitamente conhecedores dos problemas políticos; dado que o cidadão que não se preocupa de forma alguma destas coisas, somos os únicos a

Page 41: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

41

considerá-lo já não como um homem pacífico, mas inclusive como um inútil (Tucídides, A guerra do Peloponeso, II. 40).

A vida do camponês sob a democracia ateniense, por mais que as condições materiais fossem primitivas, era totalmente contraria a algo escuro e monótono.

FIGURAS

Vista de Atenas e dos campos ao redor.

“Lucerna” (objeto usado para iluminar).

Mulheres na fonte.

Hoplita ateniense.

“LEXICON”

“locuzioni congiuntive” = locuções conjuntivas

Page 42: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

42

ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO IV: “ΠΡΟΣ ΤΗΙ ΚΡΗΝΗΙ”

“ENCHIRIDION”

1) Presente do indicativo dos verbos não contraídos: neste capítulo pudemos ver

as últimas duas pessoas do presente do indicativo dos verbos não contraídos que

ainda não tinham aparecido:

(L. 13) Primeira pessoa do plural: λυ−οµεν (= desata-mos).

(L. 179) Segunda pessoa do plural: λυ−ετε (= desata-is).

2) Presente do indicativo dos verbos contraídos: neste capítulo pudemos ver as

últimas duas pessoas do presente do indicativo dos verbos contraídos que ainda

não tinham aparecido:

(M., pág. 75; Cap. V, L. 141) Primeira pessoa do plural:

(φιλε−οµεν) = φιλ−ουυυυµεν (com acento circunflexo sobre o “υ”; = ama-mos).

(Cap. V, L. 5) Segunda pessoa do plural: (φιλε−ετε) = φιλ−ειιιιτε (com

acento circunflexo sobre o “ι”; = ama-is).

3) Presente do indicativo do verbo ser: neste capítulo pudemos ver as últimas

duas pessoas do presente do indicativo do verbo ser que ainda não tinham

aparecido. Como já sabemos, o verbo ser é um verbo irregular:

(M., pág. 75) Primeira pessoa do plural: εσ−µεν (somos). Exemplo:

Ουκ εσµεν αργοι: Não somos preguiçosos.

(M., pág. 75; Cap. V, L. 138) Segunda pessoa do plural: εσ−τε (sois).

4) (Cap. II, L. 12) Todas as pessoas do verbo ser são enclíticas, ou seja, quando

são pronunciadas, se apoiam no acento da palavra anterior.

(Cap. II, L. 11) Isso só não ocorre na segunda pessoa do singular, “ειιιι”,

cuja “ι” tem acento circunflexo.

Page 43: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

43

5) Vogal conjuntiva ou temática: até aqui fizemos a separação, nas diversas

pessoas verbais, entre a parte variável (por exemplo, –οµεν) e a parte invariável

do verbo (por exemplo, λυ−). Demos o nome de terminação para a parte que

muda e tema para o que se mantém igual.

Mas, fazendo um estudo histórico mais profundo do verbo, vemos que

na verdade a terminação, ou mais precisamente, a desinência da primeira pessoa

do plural é −µεν, como fica claro quando comparamos o verbo εσ−µεν com o

verbo λυο−µεν.

(Ls. 13 e 179) Em λυ−ο−µεν e λυ−ε−τε observamos a existência de

duas vogais entre o tema e a desinência: “ο” e “ε”. Estas vogais se chamam

vogais conjuntivas ou vogais temáticas, porque, sendo realmente precisos, são as

vogais finais do tema (vogais temáticas). Portanto elas unem o tema à desinência

(vogais conjuntivas).

6) Algumas contrações: eis as contrações que acontecem quando a vogal final do

tema φιλε− se encontra com as vogais das desinências (ou terminações) verbais

no presente do indicativo:

(L. 261) ε + ε = ειιιι / (M., pág. 76; Cap. V, L. 141) ε + ο = ουυυυ.

Ao encontrar-se com outras vogais, o “ε” do tema φιλε− desaparece:

(Cap. II, L. 107) ε + ω = ωωωω / (L. 286) ε + ει = ειιιι / (L. 291) ε + ου = ουυυυ.

Repare que todas as formas contraídas têm acento circunflexo.

7) O feminino: neste capítulo encontramos artigos, adjetivos e substantivos

femininos.

(M., pág. 58) Vejamos primeiro aqueles que seguem o modelo

κρην−η, ou seja, aquelas palavras femininas que terminam com a vogal –η no

nominativo:

Page 44: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

44

No singular:

(Ls. 24 e 84) O nominativo e o “vocativo” (caso usado para

chamar alguém) terminam em –η.

(L. 14) O acusativo em –ην.

(L. 37) O genitivo em –ηl.

(L. 38) O dativo em –η (com “ι subscrito”).

No plural:

(Cap. III, L. 138 e Cap. IV, L. 67) O nominativo e o “vocativo”

terminam em –αι.

(L. 257) O acusativo em –αl.

(M., pág. 76; Cap. V, L. 141) O genitivo em –ων.

(L. 49) O dativo em –αιl.

(Ls. 253 e 254, M., pág. 76) O adjetivo tem as mesmas terminações do

substantivo no singular e no plural.

(L. 14) O mesmo acontece com o artigo: tem as mesmas terminações do

substantivo κρην−η no singular e no plural.

(L. 36) Estas terminações aparecem depois do tema “τ−”. (Ls. 25 e 29)

Isso só não ocorre no nominativo singular e plural, onde o artigo é

respectivamente “η”e “αι” (“a” e “as”).

(L. 46) Repare também que o genitivo plural do artigo em todos

os gêneros (masculino, feminino e neutro) sempre termina em –ων.

(L. 38) Por outro lado, o dativo singular do artigo em todos os

gêneros (masculino, feminino e neutro) termina sempre em –ι que às vezes é

subscrito (como aqui), mas nem sempre.

(Ls. 36 e 38) Como no artigo masculino e no neutro, o artigo feminino

no genitivo e no dativo, tanto no singular como no plural, tem acento circunflexo.

8) (Ls. 61 e 60) Acento circunflexo no genitivo e no dativo: como no masculino e

no neutro, os substantivos e adjetivos femininos que no nominativo são oxítonos

(= acento na última sílaba) se tornam perispômenos (ou seja, recebem um acento

Page 45: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

45

circunflexo na última sílaba) nos casos oblíquos (= casos onde temos a presença

de uma preposição antes do artigo, ou seja genitivo e dativo) no singular e

no plural.

9) (M., pág. 76) Regra do troqueu: O ditongo –αι da terminação feminina do

nominativo e vocativo plurais (como –οι do masculino) é considerado breve.

Portanto, em κρηηηηναι (η com acento circunflexo) se aplica a regra do troqueu

(ver Enchiridion II, n. 7).

10) O tema nos substantivos: como vimos no caso dos verbos, por meio de uma

análise histórica mais profunda, vemos que nas palavras κληροl e κληρον as

terminações, ou com mais precisão, as desinência são respectivamente –l e –ν. O

“ο” faz parte do tema, que é portanto κληρο−. Mas na maior parte das formas

(por exemplo, κληρε, κληρου, κληρων), este tema (κληρο−) se tornou

irreconhecível devido a vários fenômenos fonéticos.

11) Três declinações: os substantivos em grego se dividem em três grandes

classes, chamadas declinações. Estas se diferem tanto pelo som final do tema

como pelas terminações dos casos. Assim sendo, o dativo singular de κληροl é

κληρω, mas o dativo de κρηνη é κρηνη (com “ι subscrito”) porque fazem parte

de duas declinações diferentes.

12) (Cap. II, L. 2 e Cap. III, L. 51) Segunda declinação: ο αγροl (masculino) e

το δενδρον (neutro), estudados nos capítulos 2 e 3, fazem parte da segunda

declinação, que compreende substantivos cujo tema termina em –ο–.

13) Primeira declinação: Compreende substantivos femininos, mas também

alguns masculinos.

(L. 56) O tema dos substantivos da primeira declinação termina

geralmente com a letra –α– longa.

Page 46: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

46

Vejamos agora os substantivos femininos:

• (M. 58) Alfa impuro (primeiro tipo dentro dos

substantivos femininos): no dialeto ático, o –α–

final longo do tema mudou para –η– (alfa impuro),

quando esta letra não era precedida por ι, ε ou ρ. É

o caso de κρηνη, cujo nominativo termina com a

letra –η e que conserva esta letra (η) em todos os

outros casos do singular.

• (M. 59) Alfa puro (segundo tipo dentro dos

substantivos femininos): são as palavras cujo

nominativo termina com a letra –α longa, dado

que esta é precedida por ι, ε ou ρ. O –α– se

mantém em todos os outros casos do singular:

(Ls. 56 e 159) O nominativo e o vocativo

terminam com a letra –α (longo).

(L. 5) O acusativo com –αν (“α” longo).

(L. 61) O genitivo com –αl (“α” longo).

(L. 108) O dativo com –α (“α” com

“ ι subscrito”).

(L. 27) Há poucas exceções à regra do alfa impuro e

puro. Uma delas é κορη (= menina, garota), que pela regra deveria ser

κορα.

• (M., pág. 69: η θααααλαττα, e M., pág. 79:

η µααααχαιρα = faca) Substantivos formados por

dois temas diversos (terceiro tipo dentro dos

substantivos femininos): por um tema terminado

com –α– breve nos casos retos (nominativo,

vocativo e acusativo) e por outro tema terminado

com –α– longo nos casos oblíquos (genitivo e

Page 47: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

47

dativo). O –α– longo dos casos oblíquos muda

para –η–, quando não é precedido por ι, ε ou ρ

(alfa puro).

(Ls. 25 e 225) Portanto, reconhecemos estes

substantivos, formados a partir de dois temas, pelo pela terminação do

nominativo: −α breve. É o caso de θααααλαττα “mar” (−α breve final) e

µααααχαιρα, “faca” (−α breve final). Também é óbvio que o –α final é

breve porque as duas palavras são proparoxítonas (têm acento na

antepenúltima sílaba).

(Ls. 229 e 231) O genitivo e o dativo

de θααααλαττα terminam com a letra –η, (M., pág. 79) enquanto que em

µααααχαιρα terminam com –α. Portanto, se não observarmos a duração do

“α” nos casos retos, µααααχαιρα se declina como οικια (alfa puro).

(L. 14) O acento dos substantivos femininos da primeira

declinação no singular vai geralmente na penúltima letra, porque quase

sempre a última vogal é longa.

Vejamos também os substantivos masculinos da primeira

declinação:

Estes têm a desinência –l no nominativo singular:

(L. 164) Assim fica –αl (quando o “−α−” do

tema está precedido por ι, ε ou ρ: tema com “alfa

puro”). É o caso de “ο Ξανθι−αl”.

(M. pág. 61, L. 95) ou −ηl (nos outros casos:

“alfa impuro”). É o caso de “ο δεσποτ−ηl”.

(L. 98) O genitivo, como na segunda declinação,

termina sempre em −ου.

(Cap. II, L. 7 e Cap. IV, L. 105) O vocativo singular

com −α longo ou −α breve (respectivamente “alfa puro”: ω Ξανθια, ou “alfa

impuro”: ω δεσποτα).

Page 48: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

48

(M., pág. 80; Cap. IV, Ls. 151 e 123; Cap. II, L. 2) Nos

outros casos (dativo e acusativo), “ο δεσποτηl” e “ο Ξανθιαl” se declinam

respectivamente como o feminino οικια ou αγορα (tema com alfa puro) ou

κρηνη (tema com alfa impuro).

(M., pág. 58: αι οικιαι, ...) No plural, todos os substantivos da primeira

declinação, femininos e masculinos, se declinam da mesma forma.

(L. 164) Ξανθιαl, por ser um nome, não é declinado no plural.

14) (L. 105) Acento irregular: ω δεεεεσποτα: o vocativo de “ο δεσποτηl” é

acentuado excepcionalmente na última sílaba (veja a Gramática de consulta,

n. 17).

15) (L. 46) Acento no genitivo plural: o acento no genitivo plural de todos os

substantivos da primeira declinação, femininos e masculinos, é perispômeno (ou

seja, a vogal da última sílaba tem acento circunflexo). (L. 46) Isso ocorre também

com o artigo no genitivo plural, que é perispômeno em todos os gêneros

(masculino, feminino e neutro).

16) (M. 80: καλοοοοl, −ηηηη, −οοοον) Adjetivos da primeira classe: são os adjetivos que

se declinam com as mesmas terminações dos substantivos da primeira (adjetivo

feminino) e da segunda declinação (adjetivos masculinos e neutros). É o caso de

καλοl, καλη, καλον, que segue respectivamente os modelos já vistos: ο αγροl,

η κρηνη e το δενδρον.

(L. 120) Os adjetivos, cuja terminação do nominativo masculino −οl,

está precedida por ι, ε, ou ρ, se declinam no feminino como η οικια ou

η αγορα (tema com alfa puro).

17) (M., pág. 81) Exceção à regra: ραδιιιιων (= fácil; genitivo plural) não é

perispômeno (não tem acento circunflexo na última vogal) como geralmente

acontece na primeira declinação.

Page 49: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

49

18) (M. 63, 62 e 64) Dois adjetivos de uso comuns são irregulares em algumas

formas: µεγαl, µεγαλη, µεγα (grande) e πολυl, πολλη, πολυ (muito).

As formas irregulares ocorrem só nos casos retos (nominativo, vocativo

e acusativo) do masculino e do neutro singulares, cujos temas são mais curtos:

(Ls. 115 e 133) µεγα−.

(Cap. I, L. 11) πολυ−.

(Μ. 63, 62 e 64) Nos outros casos, µεγαl e πολυl se declinam

regularmente como os adjetivos da primeira classe, a partir dos temas (L. 137)

µαγαλο− e (L. 162) πολλο− (tanto para o masculino como para o neutro),

µεγαλα− e (L. 162) πολλα− (para o feminino).

19) (L. 28) Formação dos advérbios: correspondem geralmente aos advérbios

terminados em –mente em português. Obtemos o advérbio a partir do genitivo

plural do adjetivo correspondente, mudando o –ν final por –l (e sem mudar o

acento): καλοοοοl (belo); gen. plural: καλ−ωωωων (“ ω” com acento circunflexo);

καλ−ωωωωl (belamente, bem).

20) (M., pág. 81) O artigo: neste capítulo já começamos a ver substantivos da

terceira declinação, cujos temas e desinências (ou terminações) são diferentes das

dos substantivos das duas primeiras declinações. Para descobrir em que caso

estão, basta observar o artigo.

21) (L. 257) Artigo com significado pronominal: quando depois do artigo temos

as formas µεν e δε obtemos a seguinte expressão: “um” (ο µεν; literalmente: “o

por-um-lado) e “o outro” (ο δε; literalmente: “o por-outro-lado). Portanto, o

artigo, nestas circunstâncias, tem um significado “pronominal”, ou seja, se

transforma em um pronome indefinido: “um”, “alguém...”.

22) (Cap. III, L. 29) Genitivo: além de algumas preposições que regem (pedem) o

genitivo, este caso também é usado para indicar posse.

Page 50: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

50

23) (L. 87) Dativo: além de algumas preposições que regem (pedem) o dativo,

este caso também é usado para indicar o objeto indireto (exemplo: faço algo para

alguém).

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 55, L. Título) προl (+ dativo): diante de, junto de / (Pág. 55, L. 6)

χορτοl: forragem, feno / (Pág. 55, L. 7) πιεζει: esmaga / (Pág. 55, Margem)

σιτοl: trigo, comida / (Pág. 56, L. 9) γυνη: mulher / (Pág. 58, L. 41)

αγροικοιl: para-os-camponeses (no campo habitantes) / (Pág. 58, L. 48)

παιζουσι(ν): brincam / (Pág. 59, L. 50) αλλαι: outras / (Pág. 59, L. 56)

αγορα: praça / (Pág. 59, L. 57) αστυ: cidade / (Pág. 61, L. 87) τω δεσποτη: para-o

patrão / (Pág. 61, L. 88) δειπνει: almoça / (Pág. 61, L. 95) προl εµε: em-direção-de

mim (= comigo) / (Pág. 61, L. 96) παντεl: todos / (Pág. 61, L. 98)

ουδ’ολιγον χρονον: nada pouco tempo (= nem um pouco de tempo)

(Pág. 62, L. 104) τι;: o quê? / (Pág. 62, L. 105) ουρανοl: céu / (Pág. 62, L. 111)

αυτουl: lhes / (Pág. 63, L. 126) αυτω: para-ele, lhe / (Pág. 64, L. 161) αυτην: lhe

(pronome pessoal feminino do caso oblíquo) / (Pág. 68, L. 212) ο Πειραιευl: Pireu

(porto ateniense) / (Pág. 68, L. 213) παρα (+ acusativo): junto de / (Pág. 69, L. 224)

περι (+ genitivo): sobre, a respeito de / (Pág. 70, L. 251) καπηλειον: armazém,

loja / (Pág. 70, L. 252) µακραν: distante / (Pág. 71, L. 254) οι αυτοι: os mesmos,

eles mesmos (eles realmente; eles em pessoa) / (Pág. 71, L. 257) ο µεν: um por

um lado / (Pág. 71, L. 258) ο δε: o outro / (Pág. 71, L. 273) εστι(ν): existe, está

(Pág. 73, L. 300) ακουω (+ genitivo): escuto (alguém) / (Pág. 74, L. 327) µενω: paro,

espero, permaneço / µαλιστα: muitíssimo / µοι: a mim, para mim, me

αυτη: para ela / αυταιl: para-elas / µε: me

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Relacione as seguintes palavras com um termo grego que você conhece.

Depois diga o significa etimológico de cada palavra.

3) ginecologia (λογοl = palavra, estudo)

4) coreógrafo (γραφω = escrevo, descrevo)

8) misógino (µισεω = odeio)

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EXERCÍCIOS

Exercício 4a

Encontre seis verbos que estejam na primeira e seis na segunda pessoa do plural na leitura do início deste capítulo.

Exercício 4b

Diga o genitivo dos seguintes substantivos ou expressões:

Exercício 4c

Complete estas frases com as formas corretas do artigo:

Exercício 4d

Coloque no plural e traduza as seguintes frases:

Exercício 4e

Coloque no singular e traduza as seguintes frases:

Exercício 4f

Encontre cinco advérbios terminados com “–ωl”na leitura das págs. 66 e 67.

Exercício 4g

Diga o caso e o número do artigo e do substantivo nas seguintes expressões:

...

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[υµαl: vós (acusativo) εκεισε: lá εκαστη: cada uma αυτοι: eles-mesmos]

1. O que as mulheres estão fazendo quando o mensageiro se aproxima?

2. O que os atenienses estão fazendo?

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3. O que o mensageiro manda as mulheres fazerem?

4. Qual é a reação das mulheres ante o anúncio do mensageiro?

5. O que as mulheres se apressam em fazer?

6. O que as mulheres fazem quando os seus maridos voltam do campo?

7. Porque elas conseguem convencer os maridos?

Exercício 4h

Traduza para o grego:

1. O Dicaiópolis se aproxima da Mirine e diz: “Olá, querida mulher

(γυναι); o que fazes?”

2. “Apresso-me em-direção da fonte; de fato (γαρ) quero trazer (= levar)

água para (em direção da) casa. E (δε) tu o que fazes?”

3. “Eu e o escravo vamos-rapidamente (= nos-apressamos) para o campo. Mas escuta!”

4. “Os atenienses de fato fazem (ou “conduzem”) uma festa; desejas vê-

la? (este “-la” = αυτην)”

5. “Eu desejo muitíssimo vê-la; portanto não vá (µη ιθι) para o campo,

mas leva-me (ou “conduze-me”) para (em-direção-da) a cidade (το αστυ).”

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Qual é relação existente entre as palavras dos seguintes quatro pares? Descubra o significado das palavras da direita, partindo do significado das palavras da esquerda.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

AS MULHERES (pág. 85)

No final da sua oração fúnebre (v. p. 53), Péricles disse algumas palavras às viúvas dos mortos em combate:

Se, pois, devo referir-me também às virtudes das mulheres que agora serão viúvas, indicarei com uma breve exortação. O fato de não ser mais fracas daquilo que a natureza das senhoras (de vocês) é será motivo de vanglória para as senhoras (para vocês), e será uma glória se for falado pouquíssimo entre os homens, elogiando ou xingando (culpando) (Tucídides, A Guerra do Peloponeso, II. 45).

As mulheres viviam à sombra dos homens, como é claramente demonstrado pela sua posição jurídica: eram tratadas pela lei como menores de idade, e estavam sob o cuidado do pai (ou do tutor) até que se casassem; depois do qual estavam sob a tutela do marido; não podiam ter propriedade por direito próprio; na vida pública, não tinham nenhum cargo, não tinham direito de voto na assembléia e não podiam ser juradas nos processos.

O centro das suas vidas era a “οικοl”, e ali eram importantes e respeitadas. Senofontes, um escritor ateniense do século V-IV a.C., em uma obra intitulada Econômico (Οικονοµικοl, que quer dizer “livro sobre a administração da casa”, não “econômico” no sentido moderno) dá este conselho a uma jovem esposa:

A tua tarefa [...] será estar em casa e mandar para fora juntos os escravos que tenham que trabalhar fora, supervisando o trabalho daqueles que têm que trabalhar dentro. Deverás receber as coisas que serão levadas para casa, e distribuir uma parte delas para o consumo necessário, estando atenta para guardar o resto; terás que estar atenta para que aquilo que deve bastar para um ano não seja gasto em um mês. E quando te entregarem a lã, deverás encarregar-te para que se façam capas (casacos) para aqueles que devem tê-las. Deverás preocupar-te também para que o trigo seco seja bem comestível. E existe um outro dever [...] que talvez te parecerá na verdade ingrato: se um dos escravos ficar doente, deverás fazer algo para que fique bom (VII. 35-37).

Os deveres das mulheres de um camponês eram semelhantes a estes; somente, em vez de dirigir o trabalho dos escravos, ela mesma devia fazê-lo. O trabalho era interminável, e deixava pouco repouso para as mulheres.

As moças podiam ser prometidas em casamento já aos cinco anos e casar-se aos quinze; os matrimônios eram organizados pelos pais, geralmente por interesses econômicos. Porém, a arte ateniense nos mostra diversas cenas de vida

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familiar serena, e as inscrições nos falam de matrimônios felizes: “Neste caixão jaz Queréstrata. O seu marido a amou quando estava viva e a chorou quando morreu” (o Pireu, século IV ou III a.C.).

O marido era o protetor da mulher e a tinha ao reparo dos perigos que existiam fora de casa. Também em casa ela não tinha nenhum contato com os homens que não pertencessem à família: no caso de visitas, retirava-se ao quarto das mulheres (ou gineceu). Na cena inicial de Electra, uma tragédia de Eurípedes, Electra conversa com algumas mulheres do vilarejo fora da entrada de casa, quando aparecem dois estrangeiros; ela diz logo às mulheres: “Vós escapai pelo caminho, eu me refugiarei em casa”. Mais tarde, enquanto Electra está falando com os homens que dizem ter trazido notícias do seu irmão, aparece o marido, um camponês, que diz: “Forasteiros, e diante da minha porta! E quem são? O que querem, e porque vieram aqui, à cabana de um camponês? Procuram algo sobre mim?” e para Electra: “Uma mulher não é bonito que esteja fora de casa e que fale com jovens”.

Mas a vida das mulheres não era sempre assim retirada como poderia parecer daquilo que falamos até agora: elas participavam nas festas religiosas, seja do demo, seja da cidade, e também, provavelmente, nos espetáculos dramáticos; tinham tarefas importantes no culto: eram sacerdotisas em mais de quarenta ritos públicos, formavam coros e faziam parte das procissões. Algumas das figuras mais fascinantes da tragédia grega são mulheres, e todos os três grandes trágicos, mas especialmente Eurípides, demonstram uma profunda compreensão do espírito feminino e o representam com simpatia. Semônides, um poeta do século VI, escreve para uma mulher virtuosa:

O homem que lhe corresponder é também beato! A ela somente, xingão jamais existe, e próspera e

[florida para ela se transforma a vida. Amada

[envelhece com o esposo que ela ama, e bela e

[ínclita é a sua estirpe, insigne é entre as

[mulheres todas, e a cinge uma divina graça: nem se compraz em estar com as mulheres

[em fofocas, quando as conversas delas são lúbricas.

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FIGURAS

Esposa que se veste para o casamento.

Mulheres no gineceu.

Ocupações domésticas das mulheres gregas.

Uma sacerdotisa sacrifica um cabrito para Dionísio.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO V: “ΑΙ ΚΟΡΑΙ ΤΑ ΠΡΟΒΑΤΑ ΟΡΩΣΙΝ”

“ENCHIRIDION”

1) Vejamos um outro verbo contraído. Agora, já não um verbo cujo tema termina em

–ε–, mas em –α–. Um exemplo é o verbo τιµα−ω (= eu honro):

(M., pág. 90) Presente do indicativo.

Imperativo:

2ª pessoa do singular: τιµα−ε = τιµα (tu, honra!).

(L. 142) 2ª pessoa do plural: τιµα−ετε = τιµατε (vós, honrai!).

(L. 14) Infinitivo: τιµα−ειν (= honrar) = τιµααααν (este “α” tem acento circunflexo).

2) Algumas contrações: eis as contrações que acontecem quando a vogal final do tema

τιµα− se encontra com as vogais das desinências (ou terminações) verbais:

(Ls. 9, 6 e 2) α + ω, ο, ου = ωωωω / (L. 9) α + ε = αααα (este “α” tem acento

circunflexo).

(L. 2) α + ει = αααα (este “α” tem “ι subscrito”); (L. 14) o infinitivo é uma

exceção desta regra.

3) (L. 23) No grego, quando o sujeito é um substantivo neutro plural, o verbo geralmente vai no singular.

4) O grego usa frequentemente o artigo seguido por um “δε” no início das frases para indicar uma mudança de sujeito.

Este “ο δε” pode ser traduzido assim: (L. 2) “e ele” ou “mas aquele”. Exemplo: Ο δεσποτηl τον δουλον καλει, ο δε ου παρεστιν: O patrão chama o escravo, mas aquele não está-presente. 5) (L. 87; M., pág. 101: δια + ολιγου = δι’ολιγου...) No grego existe um fenômeno chamado elisão. Consiste em eliminar, das palavras que terminam com uma vogal, a vogal final quando esta palavra se encontra com outra que começa com vogal. Mas a primeira palavra perde a sua vogal final, só quando esta é breve.

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Se a palavra que vem depois começa com uma vogal aspirada (ou seja, uma vogal com espírito áspero), a última consoante da palavra que perdeu a vogal final se torna também, se for possível, aspirada:

(L. 172) O π muda para φ, (L. 121) o τ para θ e o κ para χ.

6) (Ls. 40, 95 e 156; M., pág. 101: ανα + αιρω = αναιρω...) Os fenômenos descritos no número anterior (5), ocorrem também nos verbos compostos (= preposição + verbo), quando o prevérbio (preposição colocada antes de um verbo) termina com uma vogal e o verbo simples começa com vogal.

7) Vejamos agora os pronomes pessoais:

(M., pág. 98) Primeira pessoa do singular (eu: εγω), que tem diferentes formas (a forma do nominativo é diferente da dos outros casos) e terminações, dependendo de cada caso.

(M., pág. 99) Primeira pessoa do plural (nós: ηµειl), que tem diferentes terminações, dependendo de cada caso.

(M., pág. 99) Segunda pessoa do singular (tu: συ), que tem diferentes terminações, dependendo de cada caso.

(M., pág. 99) Segunda pessoa do plural (υµειl), que tem diferentes

terminações, dependendo de cada caso. Υµειl se declina como Ηµειl.

8) Veja que os pronomes no singular (εγω e συ), no acusativo, genitivo e dativo têm duas séries de formas, uma acentuada e outra enclítica (= não acentuada):

As formas acentuadas se usam nos seguintes casos:

a) (L. 143) Depois de preposições.

b) (L. 157) No início das frases.

c) (L. 164) Para dar uma particular ênfase ao pronome.

9) (M., pág. 102) As formas de αυτοl (= ele mesmo [não outro]) se usam no acusativo, genitivo e dativo tanto no singular como no plural para indicar o pronome pessoal na terceira pessoa singular e plural (por exemplo: “ele, ela” [“o, a”, no acusativo], “para ele, para ela” [“lhe”, no dativo], “eles, elas” [“os, as”]; e assim por

diante, segundo o caso...). Αυτοl se declina quase em tudo como um adjetivo (como

καλοl), menos no nominativo e acusativo neutro singular, que termina em –ο em vez

de –ον.

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(L. 9) O pronome pessoal na terceira pessoa concorda em gênero e número com o substantivo ao qual se refere.

(Cap. VI, L. 97) Os nominativos αυτοl, αυτη, αυτο, αυτοι, αυται, αυτα se usam somente como formas enfáticas, com valor de “el-e/-a mesm-o/-a” (el-e/-a

em pessoa, el-e/-a realmente: Αυτοl αιρει τον λιθον = “Ele mesmo” levanta a pedra).

10) (M.) Os pronomes possessivos se declinam como qualquer adjetivo:

(M., pág. 103) Primeira pessoa do singular: εµοl, −η, −ον (= meu).

(M., pág. 103) Segunda pessoa do singular: σοl, −η, −ον (= teu).

(M., pág. 103) Primeira pessoa do plural: ηµετεροl, −α, −ον (= nosso).

(M., pág. 103) Segunda pessoa do plural (que é diferente de

ηµετεροl somente pela primeira letra): υµετεροl, −α, −ον (= vosso).

11) (Cap. VI, L. 25) Na prosa ática, com valor de possessivos de terceira pessoa

(del-e/-a, del-es/-as) se usam geralmente as formas do genitivo de αυτοl: αυτου, αυτηl, αυτου (dele, dela, disso); αυτων (deles, delas, destas coisas).

Exemplo: ο παπποl τω παιδι βοηθειιιι.... ο δε την µαχαιραν αυτου λαµβανει = O avô chega-para-ajudar o garoto, e ele (o garoto) pega a sua faca (a faca do avô).

12) (Cap. VI, L. 25) Os genitivos de αυτοl (como se vê no exemplo do número 11) aparecem sempre fora do grupo constituído pelo artigo + substantivo (como

explicaremos no ponto 14, diz-se que αυτοl está em uma posição predicativa [posto que se prega, se diz, algo sobre algo ou alguém]) e se refere sempre a uma pessoa diferente do sujeito (diz-se que têm valor não reflexivo).

13) Olhe as colocações do adjetivo nestas duas frases: “η καλη οικια” e

“η οικια η καλη”. Nos dois casos, diz-se que o adjetivo está em posição atributiva (porque atribui, dá, uma qualidade ao substantivo): o adjetivo está entre o artigo e o substantivo (primeiro caso) ou depois do artigo repetido (segundo caso).

14) (L. 57) “Kαλη η οικια” e “Η οικια καλη”: nestas frases o adjetivo está em uma posição predicativa (porque funciona como um predicativo do sujeito, ou seja, prega algo sobre o sujeito; em português, o predicativo do sujeito costuma vir depois do verbo “ser”), ou seja, se encontra fora do grupo formado pelo artigo (não repetido) + substantivo. Neste tipo de frase, supõe-se o verbo “ser”.

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15) (L. 1) A segunda declinação têm também alguns substantivos femininos (por

exemplo, η οδοl), que se declinam em tudo como os masculinos (como ο αγροl).

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 91, L. 19) ακολουθει (+ dativo) / (Pág. 92, L. 41) κηποl: jardim

(Pág. 93, L. 50) ανα (preposição): para (para a parte superior, alta, de [algum lugar];

indica uma subida); para cima / (Pág. 93, L. 57) ακροl, α, ον: alto, o cume de

(um monte, por exemplo) / (Pág. 93, L. 62) προσχωρεω (+ dativo) / (Pág. 94, L. 74)

αµα τω παιδι (τω = com-o): junto com o menino / (Pág. 94, L. 77) ψοφοl: barulho,

ruído / (Pág. 94, L. 77) ακουω (+ acusativo) = escuto (algo) ακουω (+ genitivo) =

escuto (alguém) / (Pág. 95, L. 86) βαλλει τον λυκον: joga no lobo (literalmente:

joga o lobo [acusativo]) / (Pág. 95, L. 94) οδαξ: com os dentes / (Pág. 95, L. 81)

τι πασχει τα προβατα: (literalmente:) o que sofre(m) as ovelhas, (expressão que

significa:) o que acontece (com) as ovelhas; τι πασχειl;: (literalmente:) o que sofres?, (expressão que significa:) o que acontece (contigo)?, como estás?

(Pág. 99, L. 162) επει: quando, depois que, dado que / (Pág. 99, L. 163) εµπιπτει (+ dativo) σοι: cai sobre ti / (Pág. 99, L. 164) σοι: para ti, contigo / (Pág. 99, L. 178)

Μινωl: Minos (rei de Creta) / και... και...: tanto... como... / τιµα−ω: honro

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

1) geologia

2) geografia (γραφειν = escrever, descrever)

3) geometria (originariamente, o que era portanto a geometria?)

4) geocêntrico

EXERCÍCIOS

Exercício 5a

Encontre sete verbos (nas diferentes pessoas e modos) contraídos em

–α– na leitura do início deste capítulo.

Exercício 5b

Leia e traduza estes verbos; depois diga as formas singulares correspondentes:

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Exercício 5c

Leia e traduza estes verbos; depois diga as formas plurais correspondentes:

Exercício 5d

Traduza estes pares de frases:

1. O pai grita fortemente e chama o escravo para fora da casa (ou seja, manda o

escravo sair da casa; chama para fora = εκκαλει; fora de = εκ + genitivo).

2. O que fazeis, amigos? Porque estais calados (σιγαω)?

3. O menino (ou “garoto”) é tão corajoso que nós o honramos (τιµαω)

grandemente (µεγα).

4. Queremos caminhar para (em-direção-de) o templo (το ιερον) e honrar o deus

(ο θεοl).

5. Não sejas tão duro, vô: de fato, eu não tenho culpa (não sou culpável).

Exercício 5e

Volte às leituras 3α e 5β e encontre, em cada leitura, pelo menos oito

exemplos de pronomes pessoais e de formas de αυτοl.

Exercício 5f

Leia em alta voz e traduza:

7. Θαρρει (= sê corajoso)... την φωνην (= voz)...

10. ...αποκτεινει (= mata)...

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[ΣΩΙΖΕΙ salva κατα την οδον pelo caminho, ao longo do caminho

βοηθει! ajuda!, socorre!]

1. O que o Felipe e o seu pai estão procurando?

2. Onde eles vêem o rebanho? O que as ovelhas estão fazendo?

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3. O que o Felipe vê quando se aproxima do rebanho?

4. O que pede para que o seu pai faça?

[βαλλουσιν jogam, atiram]

5. O que o Dicaiópolis faz?

6. O Felipe obedece ao seu pai?

7. O que o Argos faz? Com qual resultado?

8. O que o Felipe e o seu pai fazem no final da história?

Exercício 5g

Traduza para o grego:

1. Não vemos muitos lobos sobre a colina (επι τη ορει), e de repente

eles (“οι δε” ou “αυτοι” [no sentido de “eles mesmos”]) descem para (em-direção-de) os campos.

2. Portanto, admiramo-nos (espantamo-nos) que o Felipe tenha matado

(απεκτονε) um lobo.

3. O menino (ou “garoto”) é bom (αγαθοl) e protege bem (ευ) as

ovelhas, mas não sempre diz a verdade (τα αληθη).

4. Portanto, temos a intenção de apressar-nos até (em-direção-de) a

colina e procurar o cadáver (ο νεκροl).

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Partindo do significado dos verbos à esquerda que você já conhece, deduza o significado dos substantivos à direita.

3) ορµαω (“jogo-me”, “ataco”)

4) (“derroto”, “venço”)

5) (“termino”, “morro”)

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

DEUSES E HOMENS (pág. 108)

Quando o Dicaiópolis está a ponto de começar a arar, faz antes de tudo uma oração a Demetra, a deusa das colheitas; antes de levar a família para Atenas, para a festa de Dionísio, deus do vinho, vai ao altar que se encontra na corte da sua casa e faz uma libação (ou seja, derrama algumas gotas de vinho) para Zeus, o pai dos deuses e dos homens.

A religião penetrava a vida toda dos gregos; a oração e as ofertas eram obrigações quotidianas. Hesíodo, o poeta do século VIII, diz:

Santificado e purificado, sacrifica aos deuses imortais segundo as tuas possibilidades; queima para eles cochas de vítimas; em outros dias, propicia-lhes (= torna-os favoráveis) com libações e com ofertas, seja quando vás dormir, seja quando aparece a sacra luz, de tal forma que os deuses tenham o seu espírito e o seu coração bem dispostos para ti; tu então poderás comprar a terra de um outro; não outros a tua (As obras e os dias, 336-341).

Os gregos eram politeístas, ou seja, veneravam mais deuses, e sua religião tinha nascido da fusão de elementos de proveniência diversa: quando pela primeira vez, talvez no início do II milênio a.C., povos de língua indoeuropeia entraram da parte setentrional na Grécia (ver p. XVI), eles trouxeram consigo

como a sua principal divindade “Zeus pai” (Ζευl πατηρ; compare com o latim Iu-ppiter, cujo segundo elemento também é pater), deus da abóboda celeste luminosa; na religião dos primitivos habitantes da Grécia a figura divina mais importante era, por outro lado, uma deusa, a “Terra mãe”, venerada sob nomes diversos, entre os quais aquele de Demetra. A família dos doze deuses olímpicos reunia divindades de lugares diversos e de diversas origens; eram chamados olímpicos porque se acreditava que viviam no cume do monte Olimpo, e cada um deles tinha uma esfera própria de influência: Zeus era o senhor do raio e o pai dos homens e dos deuses; Era, a sua mulher, a deusa padroeira das mulheres; Atenas, a sua filha, a deusa da sabedoria e das artes; Apolo, filho de Zeus, o deus da luz, da profecia e da medicina; Artêmis, irmã de Apolo, era uma virgem caçadora e a deusa da lua; Posseidom, irmão de Zeus, o deus do mar; Afrodite, a deusa do amor; Hermes, filho de Zeus, era o mensageiro dos deuses e o portador da boa sorte; Hefesto, deus do fogo e dos ferreiros; Ares, filho de Zeus, o deus da guerra; Dionísio, ele também filho do Zeus, o deus do vinho; Demetra, irmã de Zeus, a deusa das messes. Além dos grandes deuses olímpicos, havia muitas divindades

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menores, como Pane (ou Pam) e as ninfas, e muitos deuses estrangeiros, cujo culto foi introduzido na Grécia em épocas diversas.

Na religião grega não havia nem uma Igreja, nem domos, nem sacerdotes exclusivamente e estavelmente encarregados do culto. Construíam-se templos, que eram considerados como as casas das divindades às quais eram consagrados; nos templos não se celebravam ofícios divinos, e o altar sobre o qual se faziam as ofertas se encontrava fora do templo, ao céu aberto. Os deuses eram honrados com orações e ofertas, seja privadamente, pela família, seja publicamente, pelo demo e pelo Estado, com festas que caíam em datas fixas durante o ano. O culto privado consistia geralmente em uma libação de vinho, derramado sobre o altar, ou na oferta de um pouco de incenso, queimado no fogo que ficava contido em uma abertura da pedra horizontal do altar. Os ritos públicos culminavam no sacrifício de um animal, feito pelo sacerdote; o sacrifício era seguido por um banquete público.

Eram atribuídas forma e características humanas aos deuses (antropomorfismo); eles eram imortais e poderosos, mas o comportamento deles era geralmente arbitrário (= não dependente de regras). Mais do que na moralidade do comportamento dos homens, eles estavam interessados em receber a honra que lhes era devida, e nisso eram intransigentes e ciumentos; por outra parte, quem lhes honrava e lhes dava as ofertas devidas podia esperar ser recompensado com a ajuda e proteção deles. No início da Ilíada, Crise, sacerdote do deus Apolo, a quem os gregos não querem devolver a sua filha, sendo ela prisioneira deles, ora ao deus com estas palavras:

“Escuta-me, Arco de prata, que Crisa proteges,

e Cilla divina, e reinas soberano sobre Tênedo,

Esminteu, se alguma vez um templo agradável te erigi,

e se alguma vez queimei cochas pingues para ti

de touros ou cabras, cumpre este voto para mim:

paguem os Dânaos as lágrimas minhas com os teus dardos”

(I. 37-42).

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Crise invoca Apolo com os seus dois títulos (o significado do segundo, Esminteu, é incerto) e nominando três centros do seu culto (os deuses não eram onipresentes, e Apolo podia encontrar-se em qualquer um destes lugares); depois, ele lembra ao deus os serviços que ele fez no passado, e somente depois lhe faz a sua súplica: que Apolo puna os gregos, golpeando-os com uma doença (as flechas de Apolo eram portadoras justamente de doenças e mortes: como ele era o deus da saúde, era também o deus que mandava as enfermidades). A oração foi exaustiva, e os gregos foram golpeados pela peste.

FIGURAS

Sacrifício e holocausto.

Uma libação.

Demetra, deusa das messes.

Apolo olímpico sentado sobre o “οµφαλοl”.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO VI: “Ο ΜΥΘΟΣ”

“ENCHIRIDION”

1) (L. 6) Verbos na voz ativa: são aqueles que expressam uma ação feita pelo sujeito. Os verbos ativos geralmente são transitivos, ou seja, pedem um complemento. Este complemento costuma ser um objeto direto, que, como já sabemos, vai no acusativo.

2) Verbos na voz passiva: podemos transformar a frase de tal forma que o objeto direto de uma frase na voz ativa passe a ser o sujeito. Basta colocar o verbo que estava na voz ativa na voz passiva. Ex.: Teseu mata o Minotauro (o sujeito faz a ação sobre um objeto); O Minotauro é morto por Teseu (o objeto passa a ser o sujeito da frase).

Quando o verbo está na voz passiva, o sujeito já não atua (voz ativa), já não faz a ação, mas sofre a ação, padece a ação (voz passiva) vinda de outra pessoa ou coisa.

O ativo e o passivo se chamam formas (ou vozes) do verbo, ou também diáteses, ou seja, literalmente, “disposições”, porque indicam a disposição do sujeito em relação com a ação expressada pelo verbo (o sujeito atua, faz a ação [voz ativa] ou padece, sofre a ação [voz passiva]).

3) Voz média: no grego encontramos uma terceira voz, a voz média:

Expressa sempre uma ação que o sujeito faz para si mesmo, ou seja, por

interesse pessoal (exemplo: λουοµαι: lavo-me), ou expressa uma ação que está relacionada com ele.

Muitas vezes o verbo médio grego é transitivo, ou seja, pede um complemento, por exemplo, um objeto direto no acusativo. Exemplo:

λυοµαι τουl ιππουl (Desato os cavalos).

Esta mesma frase poderia ter sido expressada com o verbo λυω

na voz ativa: λυω τουl ιππουl. Mas, quando usamos o verbo na voz média, estamos indicando que os cavalos são do sujeito que faz a ação (desato os cavalos [que são meus]). Os cavalos estão relacionados de uma forma especial com o sujeito.

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Aprenda as terminações da voz média que são facilmente reconhecíveis, dado que são diferentes das desinências da voz ativa.

(M., pág. 126) Indicativo: λυ−ο−µαι (eu desato [algo que é

meu]; λυ−η ou λυ−ει (tu desatas [algo que é teu]),... As terminações do presente

do indicativo médio são: −µαι, −σαι, −ται no singular e −µεθα, −σθε, −νται no

plural.

(L. 64) Imperativo: λυ−ου (dasata, tu! [algo que é teu]),

λυ−ε−σθε (desatai, vós!).

(M., pág. 127) Infinitivo: λυ−ε−σθαι (desatar [algo que é do sujeito que faz a ação]).

(Ls. 17 e 14) Entre o tema e as desinências se inserem as vogais

conjuntivas “ο” e “ε”: “ ο” diante de consoante nasal (“µ” ou “ν”), “ ε” diante de

“σ” ou “τ”.

(Ls. 64 e 52) Na segunda pessoa do singular, tanto do

indicativo como do imperativo, o “σ intervocálico (= entre vogais)” desaparece e

ocorrem contrações: λυ−ε−σαι = λυεαι = “λυη” ou “λυει”.

(M., pág. 127) Os verbos contraídos em −ε− na voz média têm as mesmas terminações dos verbos não contraídos. Porém, como costuma

acontecer, a vogal “−ε−” do tema se contrai com a vogal conjuntiva (ε, ο), segundo as regras normais de contração, vistas no capítulo IV.

4) (Ls. 14, 23, 26, 32, 78 e 122) Verbos depoentes: vários verbos têm só a forma média e se chamam verbos depoentes. Isso porque é como se estes verbos tivessem deposto, ou seja, deixado de lado ou perdido, a forma ativa (mas na realidade isso não é assim, porque estes verbos nunca tiveram a forma ativa).

Eis os principais verbos depoentes vistos nesta lição:

αφικνεοµαι + ειl e acu. (chego + a, em), βουλοµαι (quero), γιγνοµαι (torno-

me), δεχοµαι (recebo), εποµαι + dat.(sigo), εργαζοµαι (trabalho), ερχοµαι (venho, vou) e απερχοµαι (vou embora, parto).

5) (Ls. 20 e 19) Πειθοµαι e φοβεοµαι: não são incluídos na lista de verbos depoentes, porque também são usados na voz ativa (tenha em conta, porém, que têm significados diferentes nas duas vozes).

Page 67: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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6) Verbos ativos com a forma média: é frequente que os verbos ativos tenham também a voz média.

(L. 143) Geralmente o verbo grego na voz média é traduzido para o português com a partícula pronominal me (te, se, etc.). Assim, o verbo na voz média se diferencia do verbo na voz ativa porque nesta última voz o verbo em português não tem a partícula pronominal.

7) Partícula pronominal com dois significados diferentes: o pronome “me” não tem o mesmo significado em “lavo-me” e em (L. 87) “acordo-me”.

No primeiro caso, o sujeito faz a ação sobre si mesmo. O sujeito é também o objeto direto (me). Portanto, trata-se de um verbo reflexivo.

Em “acordo-me”, porém, não significa que o sujeito faz a ação sobre si mesmo, que acorda a si mesmo, mas que passa de estar dormindo a estar consciente. Trata-se de um verbo intransitivo (intransitivo pronominal).

8) Alguns usos do dativo:

a) (L. 123) O dativo é usado sobretudo para indicar o objeto indireto, como se viu no capítulo IV. O objeto indireto é geralmente introduzido pela preposição “para”.

b) (L. 12) Dativo de posse: dativo + verbo ειµι: indica “posse”.

c) (L. 12) Dativo de limitação: limita uma afirmação a um certo âmbito. Por exemplo: maior de idade, cego de um olho (não todos, mas só os que têm estes requisitos), um homem chamado Teseu (literalmente: “Teseu em quanto ao nome”, “Teseu, por aquilo que se refere ao nome”; não todos os homens, mas só aquele que tem este nome).

d) (L. 145) Dativo de meio ou de instrumento: indica o meio ou o instrumento com o qual algo é feito.

e) (Cap. II, L. 23) Dativo de tempo determinado: para indicar o tempo no qual algo acontece, respondendo a pergunta “quando?”.

f) (L. 1) Dativo de permanência em um lugar: junto com algumas preposições, o dativo pode indicar o lugar no qual alguém (ou algo) está ou algo acontece.

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g) (L. 15) Alguns verbos + dativo: alguns verbos pedem o dativo.

(L. 15) Como se vê nas traduções, estes verbos geralmente correspondem a verbos transitivos em português.

Eis os principais verbos que pedem o dativo: προσχωρεω (aproximo-me), πειθοµαι (obedeço),

εποµαι (sigo) e ηγεοµαι (guio, conduzo).

9) Algumas preposições:

a) Preposições que regem o acusativo: geralmente indicam “movimento para (em direção de) algum lugar”:

+ (L. 21) ειl: “para, em” (indica movimento para o interior de um lugar).

+ (L. 9) προl: “para, em direção de” (indica a direção do movimento, o destino de um movimento).

+ (Cap. IV, L. 213) παρα: “ao lado de, junto de, para” (movimento para, em direção das proximidades de um lugar).

+ (L. 143) επι: “sobre, em cima, acima” (movimento de baixo para cima); (Cap. V, L. 87) “contra” (movimento hostil).

+ (Cap. V, L. 50) ανα: “sobre” (movimento de baixo para cima, ao longo de um plano inclinado).

+ κατα: “ao longo de” (descendo: movimento do alto para

baixo). Exemplo: Ο Φιλιπποl καταβαινει το οροl: Ο Felipe “caminha (para baixo)” / “desce” a montanha.

b) Preposições que regem o genitivo: geralmente indicam “movimento de, desde algum lugar”:

+ (L. 162) εκ: “de, fora de” (indica movimento desde dentro de algum lugar para fora, para a parte exterior de algum lugar).

+ (L. 42) απο: “desde, de”.

+ (L. 18) µετα: “com, junto com” (neste caso obviamente não existe nenhum sentido de movimente desde algum lugar).

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c) Preposições que regem o dativo: geralmente indicam, como já vimos, “o lugar onde alguém (ou algo) está ou onde algo acontece (dativo de permanência em um lugar)”:

+ (L. 1) εν: “em” (indica a posição de um objeto que está dentro de um lugar).

+ (L. 150) επι: “acima, sobre” (com contato).

+ (L. 165) προl: “em, junto de” (proximidade).

+ (Cap. I, L. 25) υπο: “debaixo”.

(M., pág. 129) Os desenhos da margem da página 129 poderão esclarecer melhor o sentido de cada uma destas preposições.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 112, L. 2) νησοl: ilha / (Pág. 112, L. 10) εσθιει: (ele) come / (Pág. 113, L. 13)

Θησευl: Teseu / (Pág. 113, L. 14) οικτιρω (+ acusativo): tenho piedade, sinto pena

(Pág. 114, L. 29) δεσµωτηριον: prisão / (Pág. 114, L. 37) λινον: fio de linho

(Pág. 114, L. 45) ερχοµαι: vou, venho / (Pág. 114, Margem) αποχωρεω: distancio-me, retiro-me / (Pág. 117, L. 106) ουδαµωl: de jeito nenhum

(Pág. 120, L. 121) η δεξια: a mão direita / (Pág. 120, L. 127) µοι: para mim, me

(Pág. 120, L. 130) η αριστερα: a mão esquerda / (Pág. 120, L. 141) το πνευµα: sopro, respiro / (Pág. 120, L. 141) οσφραινοµαι: cheiro, farejo

(Pág. 121, L. 145) µαχεται: luta / (Pág. 122, L. 161) µοχλοl: tranca

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

4) entomo- (= dividido)

5) anglo- (=inglês)

EXERCÍCIOS

Exercício 6a

Encontre 12 verbos de forma média na leitura do início deste capítulo, e traduza as frases que os contêm.

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Exercício 6b

Escreva as formas verbais de γιγνοµαι e αφικνεοµαι (deste último, somente as formas contraídas); depois traduza todas as formas verbais, das 6 pessoas.

Exercício 6c

Leia e traduza estes pares de frases:

3. ...παυει (= faz cessar [rege, pede, o genitivo da coisa]).

5. ...(= a roda)... (= giram).

Exercício 6d

Coloque as seguintes formas no plural:

Exercício 6e

Coloque as seguintes formas no singular:

Exercício 6f

Leia em voz alta e traduza:

Exercício 6g

Traduza para o grego:

Exercício 6h

Reescreva estas frases, colocando os substantivos entre parênteses no caso certo, e depois traduza as frases:

9. ...τρεχουσιν (= correm)...

Exercício 6i

Leia em voz alta e traduza estas frases. Depois, reconheça nas mesmas os diversos usos do dativo:

1. ...υµιν... (= vos, a vós, para vós).

Page 71: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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7. ...λιθοιl βαλλει... (= joga pedras).

Exercício 6j

Traduza para o grego:

1. Não estás disposto (= não queres) obedecer-me, menino?

2. Conta-me (conta = λεγε) a história (= o mito).

3. Dou-te o arado.

4. O camponês tem um grande boi (use o dativo de posse).

5. O jovenzinho (ο νεανιαl), de nome Teseu, guia corajosamente os companheiros.

6. O menino (ou “garoto”) golpeia o lobo com uma pedra.

7. A menina (ou “garota”) dá comida para o amigo.

8. O escravo golpeia os bois com a vara (το κεντρον).

9. A menina (ou “garota”) se aproxima da porta.

10. No dia seguinte os atenienses fogem fora do labirinto.

Exercício 6k

Traduza estes pares de frases:

1. Egeu teme (tem medo) muito, mas obedece.

2. Os companheiros têm muito medo, mas Teseu os guia corajosamente.

3. ...σιγατε (= ficai quietos; calai-vos).

4. Quando se faz dia, a embarcação chega na (indica “movimento + entrada”) ilha.

5. Quando viajamos para (em-direção-de) Creta, vemos muitas ilhas.

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Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[καταλειπει abandona πρωτον primeiramente, primeiro τινα uma Ναξον Nasso

(uma ilha no mar Egeu, na parte setentrional de Creta) αναπαυονται repousam-

se ησυχοl tranquilo τα πεισµατα as cordas]

1. Para onde Teseu e os seus companheiros viajam?

2. Qual é a primeira coisa que fazem quando chegam lá?

3. Por que Teseu não dorme?

4. O que diz para os seus companheiros quando os acorda?

[ανεγειρεται acorda-se τον αιγιαλον a praia]

5. O que Ariadne vê quando se acorda?

6. O que é que ela grita?

Exercício 6l

Traduza para o grego:

1. Enquanto (Eν ω) Ariadne (o) invoca (chama), o deus (ο θεοl) Dionísio (ο ∆ιονυσοl) olha do (desde o) céu (ο ουρανοl) para (em-direção-de)

a terra; ele (ουτοl) vê, portanto, Ariadne e se apaixona por ela.

2. Voa (πετεται), portanto, do (desde o) céu para (em-direção-de) a terra. E quando chega à ilha se aproxima dela e diz: “Ariadne, não temas! De fato, estou aqui eu, Dionísio; amo-te e quero salvar(-te): vem comigo para (em-direção-de) o céu.”

3. Ariadne, portanto, se alegra e vai com ele.

4. Dionísio, portanto, a leva para cima (αναφερει) para o céu; e Ariadne

se torna uma deusa (θεα) e fica (permanece) para sempre (εισαει) no céu.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Que relação existe entre as palavras de cada um dos quatro pares seguintes?

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

O MITO (pág. 135)

A palavra µυθοl significa “história”, e os gregos eram grandes narradores. Muitas das histórias eram antiquíssimas e eram contadas a todas as crianças sentadas no colo das suas mães. Havia histórias que estavam relacionadas com os tempos nos quais as relações entre os deuses e os homens eram muito mais próximas, e outras ainda sobre os deuses e os heróis da antiguidade: os mitos eram histórias de tipos muito diferentes. Algumas, como os mitos cosmogônicos (ou seja, sobre a origem do universo), estavam relacionadas somente, ou sobretudo, com os deuses.

Hesíodo, por exemplo, conta como o titã Prometeu, por compaixão do gênero humano, roubou o fogo dos deuses e o doou aos homens.

Desprezado, disse-lhe então Zeus, que reúne as nuvens: Ó filhinho de Giápeto, tu que és o mais engenhoso de todos, alegra-te de teres roubado o fogo e de teres iludido as minhas vontades: mas preparaste uma grande pena para ti mesmo e para os homens que terão que vir. A eles, qual pena do fogo, eu darei um mal com o qual todos se alegrarão no coração, festejando o seu próprio mal.” Assim falou, depois riu o pai dos homens e dos deuses. Mandou ao ínclito Hefesto que imediatamente fizesse uma pasta de terra com água e infundisse ali voz humana e vigor, e que o todo fosse de aspecto semelhante às deusas imortais, e de bela, virginal, amável presença; e, portanto, que Atenas lhe ensinasse as artes: o saber coser tecidos com boa contextura; ordenou à áurea Afrodite que espalhasse beleza sobre a sua cabeça; e a Hermes, mensageiro argifonte (dado que matou o monstro Argos), que lhe desse uma índole enganadora. Assim falou, e aqueles obedeceram às vontades do cronide Zeus (As obras e os dias, 53-69).

Os deuses e as deusas fizeram segundo o mandato de Zeus, e Hermes

chamou a mulher de Pandora, “porque todos (παντεl) os deuses que moram

sobre o Olimpo lhe deram um dom (δωρον), destruição para os homens induzidos.

O pai (= Zeus) mandou Epimeteu (irmão de Prometeu), ínclito argifonte (= Hermes), veloz mensageiro dos deuses, levar o dom; e aquele não se lembrou que Prometeu tinha lhe recomendado que não aceitasse jamais um dom da parte de Zeus Olímpio, mas que o abandonasse para que não sobreviessem males disso

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aos mortais. Aceitando-o, deu-se conta disso somente quando já existia o mal (84-89).

O dom dos deuses levou a destruição aos homens:

Até então vivia sobre a terra longe dos males a estirpe mortal, sem fadiga e sem a concupiscência cruel que levou os homens à morte: de fato, rapidamente envelhecem os homens na dor. Mas a mulher, tirando com as suas mãos a grande tampa do orco (vaso para conter líquidos), dispersou os males, preparando para os homens afãs lutuosos. Somente a Esperança, lá, na intacta casa, dentro, permaneceu sob os lábio do orco, e não voou fora, porque primeiro Pandora recolocou a tampa sobre o orco, conforme a vontade do egíoco (armado com a égide, um escudo portentoso) Zeus, que reúne as nuvens. Mas os outros, os males infinitos, erram no meio dos homens; cheia de males, de fato, está a terra; cheio dos mesmos o mar, e as doenças, conforme a sua vontade, caminham em silêncio de noite e de dia entre os homens, levando dores aos mortais; e isto porque Zeus, que se deu conta, tirou a voz deles.

Não é possível evitar o entendimento de Zeus (90-105).

Este mito tenta explicar o motivo pelo qual os homens sofrem doenças e outras desgraças: por que, por exemplo, é necessário trabalhar para viver, enquanto que na idade do ouro, a terra produzia espontaneamente frutos de todo tipo? A história é contada com linguagem alusiva: Pandora tira a tampa de um grande orco, do qual saem todos os males, mas Hesíodo não nos diz nada sobre este orco, não nos explica por que se encontra ali e por que Pandora tirou a tampa: os leitores de Hesíodo provavelmente conheciam a história, e ele não tinha nenhuma necessidade de contá-la para eles; nem sequer fica claro por que se diz que a Esperança fica (permanece) no orco: a condição humana está talvez desesperada? Ou talvez uma esperança de salvação e redenção dos males pode vir para fora daquele mesmo orco, ou vaso, que os difundiu pelo mundo?

Outros mitos se fundam sobre a história, ou sobre aquilo que os gregos pensavam que fosse a história. Pertence a esta categoria a história de Teseu e do Minotauro: Teseu era um antigo rei de Atenas, e a sua figura estava no centro de um ciclo completo de mitos; ele pertencia à geração precedente à guerra de Tróia, e se acreditava que a unificação da Ática se devia a ele. Também a Minos, rei de Cnossos, na ilha de Creta, era atribuída uma existência histórica: Tucídides discute a questão da extensão do seu poder marítimo na introdução das suas

Histórias. Λαβυρινθοl significa, na antiga língua de Creta, “casa da bipene” (ou seja, da machadinha de duplo gume): este poderia ter sido o nome de um

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grande palácio de Cnossos, onde aparece frequentemente a bipene como símbolo religioso; as grandes dimensões e a complexa planta deste palácio podem explicar

talvez a mudança de sentido da palavra λαβυρινθοl, que passou a significar “labirinto”.

A tauromaquia (jogos que consistiam em enganar os ataques de um touro com acrobacias, saltos mortais e giros) era muito importante no ritual cretense, e é frequentemente representada nas obras de arte de Creta; os atletas que participavam na tauromaquia podiam muito bem ser jovens prisioneiros, provenientes de Atenas ou de outros lugares. De tal maneira que encontramos no mito de Teseu diversos elementos históricos estranhamente modificados.

O mito de Odisseu e do Ciclope (ver o cap. 7) está tirado da Odisséia de Homero, que, como você sabe, está claro, conta sobretudo as aventuras de Odisseu durante a sua viagem de volta à sua pátria, Ítaca, desde Tróia. É este um exemplo de uma terceira classe de mitos gregos: as narrações populares; a história do homem fraco que enfrenta um gigante com um único olho, que come os homens, se encontra nas narrações de muitos povos, e a estrutura destas narrações é muito semelhante.

A mitopoiese, ou seja, a criação de mitos, dá a impressão de ser uma atividade humana universal, e parece que os mitos encerram a sabedoria dos povos primitivos. A sua interpretação permanece uma vexata questio, um problema muito debatido, mas não ainda totalmente resolvido; melhor ainda, os mitos são tão variados e complexos, pela sua origem e significado, que qualquer tentativa de enunciar regras gerais para a sua interpretação parece destinado à ruína. Mas, em qualquer forma que queiramos considerá-los, está claro que os mitos gregos fascinaram a imaginação do homem ocidental durante todo o curso da história.

FIGURAS

Minotauromaquia: Teseu mata o Minotauro.

O labirinto (pego de uma moeda cretense).

Os feitos de Teseu.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO VII: “Ο ΚΥΚΛΩΨ”

“ENCHIRIDION”

1) Três declinações em grego: como já sabemos, os substantivos gregos se dividem em três grandes grupos ou declinações.

Já estudamos:

* A primeira declinação: tema em –α– (–α– longo) como

η κρηνη, η οικια, η θαλαττα, η µαχαιρα, ο δεσποτηl, ο Ξανθιαl.

* A segunda declinação: tema em –ο– como ο αγροl e το δενδρον.

Os substantivos da primeira declinação são todos femininos, menos

aqueles que no nominativo terminam em –ηl ou em –αl (como ο δεσποτηl e ο Ξανθιαl).

Os substantivos da segunda declinação são geralmente masculinos

(como ο αγροl). Alguns poucos são femininos (por exemplo, η οδοl, η νησοl e

η παρθενοl). Muitos também são neutros (por exemplo, το δενδρον).

A terceira declinação compreende um grande número de substantivos, que podem ser de qualquer um dos três gêneros.

Diversamente daquilo que acontece na primeira e na segunda declinação, não é fácil saber o gênero de um substantivo da terceira declinação a partir da terminação do nominativo. Isso porque esta muda constantemente de uma palavra para a outra.

(L. 92; Cap. III, M., pág. 39) Alguns substantivos da terceira declinação podem ser tanto masculinos como femininos. Por

exemplo, ο ou η παιl (“o menino” ou “a menina”).

O tema da terceira declinação termina em consoante ou, menos

frequentemente, em vogal “ι” ou “υ” (como veremos melhor mais para

frente). (L. 52) Por exemplo, o tema de παιl é παιδ– (tema terminado em consoante).

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(L. 167) Reconhecemos os substantivos da terceira

declinação pela terminação do genitivo singular, que é –οl. Por

exemplo, παιδ−οl (= d-o/-a garot-o/-a); tirando a terminação,

temos o tema: παιδ–. (Ls. 215 e 10) Em alguns casos, porém,

devido a fenômenos fonéticos, o genitivo termina em –ουl ou

em –ωl. Por exemplo, του γενουl (raça, nascimento),

τηl πολεωl (cidade).

2) Terminações e temas na terceira declinação: na terceira declinação, os

substantivos, cujo tema termina com uma consoante (L. 71) dental (τ, δ, θ), ou

seja, apoiamos a língua nos dentes para pronunciá-la; (L. 155) labial (π, β, φ), ou seja, apoiamos o mesmo lábio ou os dentes nos lábios para pronunciar a

consoante; ou (L. 34) gutural (κ, γ, χ), ou seja, apoiamos na garganta para pronunciar a consoante, são conhecidos como substantivos com tema em oclusiva.

As desinências dos substantivos da terceira declinação, cujo tema

termina em consoante dental, labial ou gutural, são: (M., págs. 143 e 144) –l, –α,

–οl, –ι (singular); (M., pág. 146) –εl, –αl, –ων, –σι(ν) (plural). Estas desinências, como regra geral, servem também para todos os outros substantivos da terceira declinação.

(L. 87) Os dativos plurais da terceira declinação podem ter

sempre o “ν” efelcístico.

3) Contrações consonantais: no nominativo singular e no dativo plural o encontro

entre a consoante final do tema e o “σ” das terminações (−l,−σι) gera algumas contrações:

a) (M., pág. 144) Nos temas em dental (τ, δ, θ), é como se a consoante

dental desaparecesse: λαµπαδ−l = λαµπαl, ταιl λαµπαδ−σι = λαµπασι.

b) (L. 155) Nos temas em labial, π, β, φ + σ = ψ: do tema φλεβ−,

“veia”, nominativo singular: η φλεψ, dativo plural ταιl φλεψι.

c) Nos temas em gutural, κ, γ, χ + σ = ξ (= ks): do tema κηρυκ−,

“arauto”, o nominativo singular é κηρυξ, o dativo plural é κηρυξι.

4) Acentos nos monossílabos da terceira declinação: todos os substantivos da

terceira declinação com tema monossílabo, como φλεψ (tema φλεβ−), têm no

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genitivo e no dativo singulares (φλεβοοοοl, φλεβιιιι) e plurais (φλεβωωωων, φλεψιιιι) acento sobre a última sílaba (circunflexo no genitivo plural; nos outros casos, agudo).

(L. 121) A regra do acento circunflexo no genitivo plural não se aplica a

παιl, porque neste caso tem acento agudo sobre a penúltima sílaba: παιιιι−δων.

5) Gênero dos substantivos da terceira declinação: os substantivos com tema em labial e gutural são todos (L. 155) masculinos ou (L. 26) femininos; (L. 9) por outro lado, alguns substantivos com tema em dental são neutros.

6) (M., pág. 144) Terminações dos substantivos neutros da terceira declinação: como já sabemos, todos os substantivos neutros gregos têm nos casos retos (nom., voc., e acu.) uma única forma no singular e uma única forma no plural: os neutros

da terceira declinação têm no plural a desinência –α, e no singular têm o tema

puro, ou seja, sem desinência: ονοµα < ονοµατ, com a queda da consoante final; nos casos oblíquos (gen. e dat.), os neutros não são diferentes dos masculinos e femininos.

7) (M., págs. 160 e 161) Pronomes reflexivos: os pronomes σεαυτον, “a ti

mesmo” (acu.), e εαυτον, “a si (ele) mesmo” (acu.), se chamam reflexivos, e (L. 37; Cap. IV, L. 23) se referem sempre ao sujeito da frase. Os reflexivos da primeira e segunda pessoa têm somente formas masculinas e femininas, enquanto que o pronome da terceira pessoa tem também as formas neutras.

Os pronomes reflexivos são compostos com αυτοl (ver pág. 102) e se declinam, por tanto, da mesma forma.

Na prosa ática, quando se quer indicar posse, se usa geralmente as

formas do genitivo do pronome reflexivo: εαυτου, −ηl, −ου, −ων, ou as formas

do genitivo de αυτοl: αυτου, −ηl, −ου, −ων, mas com significado bastante diferente:

Ο Φιλιπποl φιλει τον εαυτου πατερα = O Felipe ama o seu pai (= o seu próprio pai).

Ο Φιλιπποl φιλει τον πατερα αυτου = O Felipe ama o pai dele (= de outra pessoa).

Portanto, se usarmos o pronome reflexivo, queremos indicar que o possuidor é o sujeito da frase, enquanto que com o genitivo de

αυτοl nos referimos a uma pessoa diversa do sujeito.

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Reparemos também nas diversas posições: o genitivo do pronome reflexivo está em posição atributiva, entre o artigo e o substantivo,

enquanto que o genitivo de αυτοl está em posição predicativa, fora do grupo constituído pelo artigo e pelo substantivo.

8) (M., págs. 152 e 154) Substantivos da terceira declinação com tema em

–ν–: ο χειµων, του χειµων−οl, tempestade (inverno), cujo tema χειµων−,

termina em –ν–, é um outro modelo de substantivo na terceira declinação. Os substantivos deste tipo acrescentam ao tema as desinências que já vimos nos substantivos com tema em oclusiva, menos no nominativo e no vocativo

singulares, que não têm desinência (χειµων).

(L. 51) Outros temas em –ν–, como δαιµον–, “demônio (divindade menor)”, contêm uma vogal breve, que porém se alonga no nominativo singular:

ο δαιµων, mas ω δαιµον, τον δαιµον−α, του δαιµον−οl, etc.; (M., pág. 154)

assim também λιµην, λιµενοl.

(Ls. 278 e 316) No dativo plural é como se o –ν– do tema

desaparecesse sem nenhuma outra mudança: χειµωσι, δαιµοσι, etc.

9) Adjetivos da segunda classe: são aqueles que se declinam segunda a terceira declinação; muitos adjetivos seguem este modelo e, como os substantivos da terceira declinação, eles podem ter temas diferentes.

(M., págs. 155 e 156) Aqueles com tema em –ν– se declinam

como δαιµων. Também é importante reparar no “ο” na sílaba final do tema no

neutro σωφρον.

10) Pronome e adjetivo interrogativo: é a mesma palavra para os dois casos. No caso do adjetivo, este acompanha um substantivo, concordando com ele.

(M., pág. 150; L. 142) Τιl;, τι; = “quem?, o quê?” (pronome

interrogativo); = “qual?, que?” (adjetivo interrogativo: Ειl τινα νησον πλεοµεν; = Para qual ilha estamos navegando?), têm as desinências da terceira declinação,

e as formas do masculino são idêntico às do feminino. O tema é τιν−.

Τιιιιl;, τιιιι; têm sempre o acento agudo (que jamais muda para acento grave) sobre a primeira sílaba.

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11) (M., pág. 150) Adjetivo indefinido: Τιl;, τι; (mas sem acento), que se traduz assim: “algum, um certo (no singular), alguns, certos (no plural)” ou também com

o artigo indefinido: “um, uma”. Exemplo: Πλεουσι ποτε ειl νησον τινα µικραν = Uma vez navegam para uma (certa) ilha pequena. Τιl;, τι; pode ser também pronome indefinido, traduzindo-se

assim: “alguém, (um, um tal). Exemplo: Αρα οραl τινα εν τω αντρω; = Vês alguém na caverna?.

As formas do indefinido são iguais às do interrogativo, mas se diferenciam destas porque são enclíticas (= não têm acento).

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 140, L. 12) Αχαιοι: aqueus, gregos / (Pág. 141, L. 14) τελοl: finalmente,

fim, no final, por fim / (Pág. 141, L. 19) χειµων: tempestade, inverno (Pág. 141, L. 24) αιγιαλοl: praia / (Pág. 142, L. 41) ενδον: dentro

(Pág. 143, L. 54) τι πασχει ο κυων: (literalmente:) o que padece o cachorro?, (expressão que significa:) o que acontece com o cachorro? / (Pág. 144, L. 81)

καταφευγω: refugio-me; φευγω: fujo / (Pág. 144, L. 84) ζητει: procura

(Pág. 145, L. 93) καιει: acende, coloca fogo em, incendeia, queima

(Pág. 147, L. 130) γιγαl: gigante / (Pág. 147, L. 130) φοβεροl: terrível, que

amedronta / (Pág. 148, L. 149) αρπαζω: rapto / (Pág. 148, L. 149) κοπτω: bato,

golpeio; bato em (na porta) / (Pág. 148, L. 149) προl: em direção de, para; sobre;

contra, em / (Pág. 149, L. 163) θερµαινω: esquento / (Pág. 149, L. 164) µελλει: está para, está a ponto de, pretende / (Pág. 149, L. 181) υπο (+ genitivo):

debaixo de / (Pág. 150, Ls. 186 e 187) γιγνεται τω Οδυσσει: acontece com

Odisseu (Pág. 150, L. 191) παντα τον µυθον (acusativo): todo o mito / (Pág. 150,

L. 194) επει: dado que, quando, depois de que / (Pág. 150, Ls. 196 e 197)

κατα θαλατταν: ao longo do mar / (Pág. 150, L. 197) Οδυσσευl δυνατοl εστιν: Ο. pode / (Pág. 150, L. 199) λιµην: porto / (Pág. 151, L. 222) υπο (+ genitivo): por (agente da passiva) / (Pág. 151, Margem) µοι: para mim, a mim,

comigo / (Pág. 156, L. 316) ο ηγεµων: comandante, chefe, condutor (= aquele

que conduz) / πολλαl ηµεραl (acusativo): (durante, por) muitos dias

οδοl: caminho, viagem / µη επελθε: não vás (embora) / δια τουτο: por isso,

portanto / και... και...: tanto... como...

Page 81: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

3) (o quer dizer ο θεοl?)

4) (o quer dizer παν?)

5) (o quer dizer µονοl?)

6) (este α− significa “privação, negação” [de algo em alguma coisa ou em alguém])

EXERCÍCIOS

Exercício 7a

Encontre, no início da leitura deste capítulo, estas formas de substantivos da terceira declinação; diga, depois, o caso e o número de cada um, e explique, em cada caso, o motivo pelo qual, naquele contexto, usa-se aquele caso:

Exercício 7b

Entre as palavras estudadas até agora, você encontrou estes substantivos da terceira declinação:

...

Coloque, diante destes substantivos da terceira declinação, as formas apropriadas do artigo:

Exercício 7c

Leia em voz alta e traduza, acrescentando as formas apropriadas dos pronomes reflexivos quando faltarem:

11. ...αυτοι (= vós mesmos)...

12. ...δυναµεθα (= podemos)...

Page 82: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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Exercício 7d

Coloque no plural os verbos, os substantivos, os pronomes e os adjetivos destas frases. Depois, traduza as frases antigas e as novas:

Exercício 7e

Coloque no singular os verbos, os substantivos, os pronomes e os adjetivos destas frases. Depois, traduza as frases antigas e as novas:

Exercício 7f

Leia em voz alta e traduza:

5. ...o (= este)...

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

Este texto é a conclusão da história de Teseu; começa voltando no tempo, à época na qual Teseu zarpa de Atenas para Creta com os companheiros, que devem ser dados como comida para o Minotauro.

[υπερ por εωl αν απηl até que estiveres longe αναβησοµαι subirei

την ακτην o promontório βουλοµενοl querendo τα ιστια µελανα as velas

pretas εαν se, quando (algo acontecer) αποκτεινηl matares σωσηl salvares

επειδαν... προσχωρηl quando te aproximares στελλε amaina λευκα brancas

γνωσοµαι saberei]

1. Onde Egeu diz que quer ir todos os dias durante a ausência de Teseu?

2. O que observará?

3. O que ele manda Teseu fazer com as velas durante a viagem de retorno?

4. O que Teseu promete para Egeu?

5. O que Egeu faz durante a ausência de Teseu?

[Ναξω Naxos (ilha das Cíclades) λανθανεται των... λογων esquece-se das

palavras ριπτει joga Αιγαιοl ποντοl mar Egeu]

6. O que Teseu esquece de fazer depois de ter abandonado Ariadne?

Page 83: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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7. O que Egeu vê quando reconhece a embarcação de Teseu?

8. Qual é a sua reação?

9. O que faz então?

10. De onde deriva o nome do mar Egeu?

Exercício 7g

Traduza para o grego:

1. Quando Teseu chega em Atenas, fica sabendo (= dizem para ele) que

o pai tem morrido (τεθνηκεν).

2. A mãe diz para o jovenzinho (ou “jovem”); “A culpa é tua (= tu és

culpado), de fato esqueces (λανθανοµαι) sempre das palavras do teu pai”.

3. Teseu está muito triste (λυπεοµαι) e diz: “A culpa é minha; portanto, tenho a intenção de fugir de casa”.

4. Mas a mãe lhe (αυτον) ordena que não (µη) vá embora (απιεναι) / Mas a mãe ordena ele não ir embora.

5. Logo (um pouco depois) ele (αυτοl) se torna rei, e todos os atenienses o amam e (o) honram.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Partindo do significado, que você já conhece, das palavras em letra cursiva, deduza, em cada um dos quatro pares seguintes, o significado da outra palavra.

4) ...(“obra, trabalho”)...

Page 84: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

HOMERO (pág. 168)

Os primeiros poemas da literatura ocidental (e, segundo alguns, também os maiores) são a Ilíada e a Odisseia. Trata-se de poemas épicos, ou seja, longas composições poéticas que narram façanhas de heróis; cada um dos dois poemas contém vinte e quatro livros, cujo tamanho varia de 450 a 900 versos aproximadamente; os fatos que eles contam estão relacionados com a época heróica, ou seja, com o tempo da guerra de Troia.

A Ilíada, como provavelmente já você já saberá, narra a história da ira de Aquiles, o maior dos herois gregos que lutaram em Troia. Aquiles e Agamenon, o chefe da expedição grega, se enfrentam em uma assembléia do exército diante de Troia; Agamenon fica com a pilhagem que correspondia a Aquiles: uma prisioneira, Criseide, filha de Crise, sacerdote de Apolo, que já encontramos (ver pág. 110); ultrajado, Aquiles rejeita lutar, e se retira à sua tenda junto das embarcações, mas com consequências desastrosas seja para ele seja para os outros gregos.

Privados da sua ajuda, de fato, os gregos sofrem graves perdas e são repelidos até as embarcações. Aquiles continua negando-se a entrar no combate, mas depois deixa ser convencido a permitir que o seu amigo mais íntimo, Pátroclo, leve as armas e guie os seus homens na batalha. Somente quando Pátroclo é morto por Héctor, o mais forte dos herois troianos, Aquiles, abatido pela dor e pelos desejos de vingança, volta à batalha, fazendo estragos nos inimigos; ele acurrala os troianos no interior da rocha, e mata Héctor em um singular combate, diante dos muros de Troia, amarrando depois o cadáver no seu carro pelos pés e arrastando-o em volta dos muros sob os olhos do pai Príamo, da mãe Écuba e da mulher Andrômaca.

A ira de Aquiles não cessa até que o velho Príamo, sozinho, vai à noite à tenda de Aquiles, no acampamento dos gregos, e lhe pede o cadáver do filho para sepultá-lo; Aquiles, vencido pela piedade em relação com o velho, consente, e ordena uma trégua para os funerais.

A Odisseia conta a história da viagem de retorno de Odisseu de Troia ao seu reino, a ilha de Ítaca. A história é mais complexa do que aquela da Ilíada, e começa em Ítaca, onde Penélope, a mulher de Odisseu, espera há vinte anos o retorno do marido (Odisseu lutou de fato em Troia durante dez anos, e já

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passaram outros dez em peregrinações aventurosas na viagem de retorno); ela é cortejada por pretendentes que aspiram à sua mão e ao reino; o seu filho, Telêmaco, vai procurar o seu pai, porque está convencido de que ele ainda está vivo.

Enquanto isso, Odisseu é aprisionado por uma ninfa, Calipso, sobre uma ilha longínqua; mas os deuses ordenam a Calipso que o deixe partir, e ela o ajuda a construir uma bateira. Odisseu parte da ilha, mas naufraga; a filha do rei, Nausícaa, o encontra, quase morto, sobre a praia da ilha dos feáceos. Ela o conduz ao seu pai. Ele o recebe com cortesia, por mais sem saber quem ele era, em um banquete oferecido em sua honra. Odisseu se comoveu pelo canto de um aedo (cantor) que narra o que aconteceu na guerra troiana. Então, ele revela a sua identidade e conta as suas peripécias; os feáceos o enchem de dons e o acompanham com uma embarcação à Ítaca, onde o deixam dormido sobre a praia. A segunda parte da Odisseia narra o retorno de Odisseu, disfarçado de mendigo, ao seu palácio; com a ajuda de Telêmeco e de um fiel servidor, Eumeu, que cuidava dos porcos, ele faz estragos com os pretendentes e volta à presença da casta Penélope.

Os gregos atribuem estes dois grandes poemas a um único poeta, chamado Homero. Os estudiosos demonstraram que eles são o resultado final de uma longa tradição de poesia orais, que teve origem, provavelmente, na idade de bronze; a cada geração os poetas recantavam e, por assim dizer, teciam de novo as histórias dos herois; finalmente um poeta, a quem a tradição deu o nome de Homero, compôs os dois grandes poemas, cuja extensão é muito maior do que aquela acostumada pela épica oral, em uma idade na qual a escrita tinha sido muito pouco introduzida na Grécia.

Os argumentos internos sugerem que a Ilíada foi composta entre 750 e 700 a.C. na Jônia. Dos autores modernos, não todos consideram que o autor da Odisseia seja o mesmo do da Ilíada: há de fato notáveis diferenças de estilo entre os dois poemas. Todos os dois mostram, de todas maneiras, características da épica oral que fazem com que eles sejam muito diferentes da poesia literária. Eles foram compostos para serem recitados ou cantados em voz alta com o acompanhamento da lira. A trama, as fórmulas poéticas e também grande parte dos versos são tradicionais, mas a estrutura, a caracterização clara e coerente das figuras principais e a atmosfera de cada poema, trágica na Ilíada, romântica na Odisseia, são a criação de um único, genial poeta.

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FIGURAS

Os troianos atacam e tentam incendiar as embarcações gregas.

Príamo, com portadores de dons, se aproxima de Aquiles para pedir a restituição do cadáver de Héctor.

Odisseu e as Sereias.

Odisseu faz estragos com os pretendentes.

“LEXICON”

βληχαοµαι = balo (Exemplo: a ovelha ou o cordeiro dão balidos)

Page 87: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO VIII: “ΠΡΟΣ ΤΟ ΑΣΤΥ”

“ENCHIRIDION”

1) (L. 35) Presente do particípio médio: além do indicativo, do imperativo e do infinitivo, que já estudamos, existe em grego uma outra forma verbal: o particípio.

(L. 59) O particípio concorda muitas vezes, como adjetivo, em gênero, número e caso com um substantivo ao qual se refere e, (L. 51) ao ser traduzido para o português, frequentemente lhe corresponde uma proposição relativa (introduzida por

“que”): Οι θεοι τουl αργουl ανθρωπουl και µη εργαζοµενουl ου φιλουσιν = Os deuses não amam (não gostam de) os homens preguiçosos e que não trabalham.

(L. 51) O particípio pode ser traduzido também como um gerúndio: H Μελιττα την τε Μυρρινην και τον ∆ικαιοπολιδα διαλεγοµενουl αλληλοιl ορα: A Melita vê a Mirine e o Dicaiópolis conversando um-com-o-outro.

(L. 9) Mas o particípio pode ser usado também para completar o sentido de

um verbo: Παυεται εργαζοµενη = [Ela] para (ou deixa) de trabalhar.

(L. 35) As frases vistas neste capítulo contêm formas do presente do

particípio do verbo depoente (ver pág. 125) εργαζοµαι; trata-se, portanto, de formas

médias. (M., pág. 192) O presente do particípio médio termina em −µενοl, −µενη,

−µενον e se declina como os adjetivos da primeira classe, ou seja, seguindo o modelo

καλοl, −η, −ον: “λυοµενοl, −η, −ον” (= o sujeito [ele, ela, isso] “que se desata” / “que desata” algo que é dele; o sujeito [ele, ela, isso] “desatando-se” / “desatando” algo que é dele; “desatado a si mesmo” / “desatado” algo que é do sujeito [dele, dela,

disso]) e φιλουµενοl, −η, −ον (contraído de φιλεοµενοl).

2) A voz média dos verbos contraídos em −α−: neste capítulo, encontramos o verbo

depoente θεαοµαι, “vejo; olho, observo”, que pode servir de modelo para a

conjugação média dos verbos contraídos em −α−. As terminações são as mesmas de

λυ−ο−µαι e φιλε−ο−µαι. Só é preciso ter em conta as contrações já conhecidas entre

o −α− e as vogais temáticas (ε, ο).

Page 88: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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(M., págs. 180, 181 e 194) Presente do indicativo.

(M., pág. 195) Imperativo.

(M., pág. 195) Presente do infinitivo.

(M., pág. 195) Presente do particípio.

3) Temas em −ρ− da terceira declinação: a terceira declinação compreende um grupo

de temas em −ρ−:

Alguns, por exemplo, κρατηρ−, “cratera (vaso grande para vinho)”, se

declinam como χειµων, χειµων−οl, e, portanto, o seu tema possui uma vogal longa

em todos os casos: ο κρατηρ, ω κρατηρ, τον κρατηρ−α, του κρατηρ−οl, τω κρατηρ−ι, etc.; dativo plural: τοιl κρατηρ−σι(ν).

Outros, por exemplo, ρητορ−, “retor (orador, mestre de eloquência)”, se

declinam como δαιµων, δαιµον−οl, ou seja, mantêm a vogal breve do em todos os

casos, exceto no nominativo singular (cuja vogal se alonga): ο ρητωρ, ω ρητορ, τον ρητορ−α, του ρητορ−οl, etc., dativo plural: τοιl ρητορ−σι(ν).

(M., págs. 187, 188 e 195) Os seguintes quatro substantivos apresentam uma

declinação particular: ο ανηρ (homem), ο πατηρ (pai), η µητηρ (mãe), η θυγατηρ (filha).

Estes substantivos se declinam a partir de três temas diversos: um

tema com vogal breve (por exemplo, πατερ−), do qual deriva grande parte das

formas; um tema com vogal longa (πατηρ−), que aparece somente no nominativo

singular, e um tema inclusive sem vogal (πατρ−), do qual se formam o genitivo e o

dativo singulares e o dativo plural ([L. 269] neste último, repare na terminação −ασι).

(M., pág. 188) No tema ανρ− de ανηρ se introduz um −δ− (epêntese) para facilitar a pronúncia das formas que se derivam deste tema, ou seja, de

todas as formas, exceto o nominativo e o vocativo singulares: ανδρ−α, ανδρ−οl, etc.

4) (M. pág. 189) Adjetivo παl, πασα, παν: neste capítulo encontramos também o

adjetivo παl, πασα, παν (todo, toda, tudo; cada). Este adjetivo tem as desinências da

terceira declinação no masculino e no neutro, que são acrescentadas ao tema παντ−.

Já o feminino se declina como θαλαττα (ver pág. 79; sabemos que aqui o −α de

παααασα é breve, porque encontramos o acento circunflexo na penúltima sílaba).

Page 89: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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(L. 288) No dativo plural masculino e neutro, o grupo −ντ− diante do “σ”

sofre mudanças fonéticas: praticamente é como se este grupo −ντ− caísse, alongando

a vogal precedente (alongamento por compensação: παντ−σι > παααασι[ν] [α α α α longo]).

5) (M., págs. 190 e 191) Números cardeais: Os números cardeais de 5 a 10 são indeclináveis.

Os primeiros quatro, porém, se declinam:

(M., págs. 191 e 196) O número “1” no masculino e no neutro segue a terceira declinação, e no feminino a primeira.

(M., págs. 192 e 196) Da mesma forma se declina

ουδειl, ουδεµια, ουδεν (também µηδειl, µηδεµια, µηδεν), que é justamente um

composto de ειl, µια, εν e pode ser seja adjetivo (“nenhum[a]”) seja pronome (“nenhum[a]”, no neutro “nada”).

(L. 394) Repare no acento sobre a última sílaba nas

formas do genitivo e do dativo: ενοοοοl (ουδενοοοοl), µιααααl (ουδεµιααααl), ενιιιι (ουδενιιιι), µιαααα (ουδεµιαααα).

(M., pág. 196) ∆υο tem o nominativo igual ao acusativo, e no

genitivo e no dativo a terminação é −οιν: δυοιν.

(M., pág. 196) Τρειl tem também o nominativo igual ao

acusativo; no neutro, o nominativo e o acusativo são “τρια”.

(M., pág. 197) Τετταρεl segue a terceira declinação.

6) (M., pág. 192) Numerais ordinais: declinam-se com as mesmas terminações dos adjetivos da primeira classe.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 172, L. 3) εσπερα: tarde-noite / (Pág. 172, L. 4) οικοι: em casa

(Pág. 172, L. 5) πεπλοl: roupa, peplo (= túnica) / (Pág. 172, L. 5) υφαινω: teço

(Pág. 172, L. 6) αλληλαιl: uma para a outra (literalmente: umas para as outras),

reciprocamente / (Pág. 173, L. 8) η αυλη: cortil, corte / (Pág. 174, L. 26)

εργαζοµαι: trabalho, cumpro (por exemplo, uma responsabilidade, uma tarefa,

uma missão) / (Pág. 174, Margem) Ησιοδου: de Hesíodo / (Pág. 174, L. 28)

εξ εργων = εκ εργων (o “κ” se transforma em “ξ” diante de vogal)

(Pág. 174, Margem) τα µηλα: rebanho (de ovelhas ou cabras) / (Pág. 175, L. 48)

Page 90: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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γε: pelo menos; claro, mas / (Pág. 178, L. 110) επι (+ genitivo): sobre

(Pág. 178, L. 110) στιβαl φυλλων: στιβαl de folhas / (Pág. 179, L. 129)

πολιτηl: cidadão / (Pág. 180, L. 138) πλησιαζονταl τω θεατρω: que se aproximam do teatro (literalmente: ...ao teatro) / (Pág. 184, L. 211)

σπονδην: libação / (Pág. 184, Ls. 211 e 212) ευχεται τον ∆ια σωζειν: suplica o Zeus salvar (suplica a Zeus para que salve; suplica que Zeus salve)

(Pág. 184, L. 219) ηµιονοl: mulo / (Pág. 185, L. 224) το πρωτον = πρωτον

(Pág. 185, L. 238) θυρα: porta / (Pág. 185, Ls. 238 e 239) απτω τω δενδρω: uno (amarro, junto) na árvore (literalmente: à arvore) / (Pág. 186, Ls. 255 e 256)

αν−ελκει δε τηl χειροl την θυγατερα...: puxa a mão (d)a filha... (Pág. 187, L. 283) πωl εχειl;: como estás? (literalmente: como tens?)

(Pág. 188, L. 286) ουτωl εχω...: assim estou... (literalmente: assim tenho)

(Pág. 188, L. 288) αµα (advérbio): junto, ao mesmo tempo; αµα (preposição) +

dat.: junto com / (Pág. 188, L. 301) πορευεσθαι ειl το αστυ: (para) ir (caminhar,

viajar) para a cidade / (Pág. 188, L. 302) σχολη: ócio, tempo livre, repouso

(Pág. 189, L. 306) εργον: empresa, tarefa (por exemplo, numa missão),

responsabilidade / (Pág. 189, Ls. 322 e 323) ειl αλλαl πολειl πορευεσθαι: ir (caminhar, viajar) para outras cidades / (Pág. 190, L. 345) επει: porque, dado que,

quando, depois de que / (Pág. 191, L. 349) µαλιστα: sobretudo, muitíssimo

(Pág. 191, L. 349) µελλειl: estás a ponto de, pretendes, estás destinado a

(Pág. 191, Ls. 354 e 355) αλλ’ουχ οσουl ο σοl φιλοl: “mas não (em tão grande número) como o teu amigo” ou “mas não (tantos) quanto o teu amigo” (Pág. 191, L. 354) οσοl, −η, −ον : como, quanto, grande como, quão grande, que

grande / (Pág. 192, L. 388) λειπω: deixo, abandono / (Pág. 193, Ls. 390 e 391)

πονον ουδενα φευγει: não foge de nenhum trabalho (literalmente: não foge

[não escapa] nenhum trabalho) / (Pág. 193, L. 406) σιγη: silêncio

δη: naturalmente, certamente, efetivamente, exatamente / τοιαυται: tais

αυτο ζυγον: este julgo / προl τη οδω: junto do caminho

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

2) xenofobia

Page 91: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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3) metrópole (metro− aqui não deriva de µετρον, “medida”; então,

deriva de qual palavra?)

4) (νεκροl = “cadáver”)

EXERCÍCIOS

Exercício 8a

Leia em voz alta e traduza estas frases; depois diga e justifique o gênero, o número e o caso de cada particípio.

Exercício 8b

Traduza para o grego:

1. Vês os meninos (ou “garotos”) que lutam (brigam) na (ou “pela”) estrada?

2. O Dicaiópolis deixa de trabalhar e conduz os bois para casa.

3. Deixa (παυε) de seguir-me e vai embora (απελθε)!

4. Obedecendo ao pai, a menina (ou “garota”) fica (permanece) em casa.

5. Guiando corajosamente os (seus) companheiros, Teseu escapa (para)

fora (εκφευγει) do labirinto (use o genitivo).

6. Os homens padecem males terríveis (= muitas e terríveis coisas),

enquanto viajam (= “viajando” [πλεοντεl] ou “indo” [ερχοµενοι]) para a ilha.

Exercício 8c

Leia em alta voz e traduza:

1. ...(= filhos)...

3. Τη τριτη ηµερα (= no terceiro dia)...

6. ...(= é necessário que tu..., tu deves)...

8. ...πειθουσιν (= persuadem, convencem)... Αθηναζε (= em direção

de, a, para Atenas)...

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11. ...πανταχοσε (= em todas as direções, em direção de todos os lugares, para todos os lugares)...

14. ...Αθηνησι (= em Atenas)...

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

Odisseu em pessoa conta como navegou até a ilha de Eolo, rei dos ventos, e quase chegou à sua pátria.

1. O que Odisseu e os seus companheiros fazem quando escapam da caverna do Ciclope?

2. Qual é a ordem que Odisseu dá aos seus no dia seguinte?

[Αιολιαν de Eolo, rei dos ventos ευµενωl benignamente ξενιζει hospeda ον o qual ειl ον dentro do qual καταδει fecha, encerra, contém πλην ενοl exceto

um Ζεφυρου Zéfiro, o vento do ocidente πραου manso]

3. Aonde Odisseu e os seus chegam depois?

4. Por quanto tempo Odisseu e os seus ficam com Eolo?

5. O que Eolo dá para Odisseu quando este parte?

6. Que vento faltava no odre?

[την πατριδα γην a pátria, a terra dos (nossos) pais καθευδοντα dormindo, que

durmo, dormir αργυριον prata δωρα dons αγετε δη vamos!, fazei certamente!, fazei naturalmente!]

7. Por quanto tempo Odisseu e os seus navegam?

8. Quando chegam perto da pátria deles, o que Odisseu faz?

9. O que os seus companheiros acham que existe no odre?

[ευθυl imediatamente εκπετονται voam para fora ριπτειν jogar παλιν de novo, novamente]

10. O que acontece quando os companheiros de Odisseu abrem o odre?

Page 93: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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11. Qual é a reação de Odisseu quando se acorda?

12. Para onde a embarcação é levada pelos ventos?

Exercício 8d

Traduza para o grego:

1. Quando chegamos à ilha, eu vou à casa de Eolo.

2. E ele (Ο δε), quando me vê, se espanta e diz: “O que aconteceu? (= O que padeces?) Por que estás aqui de novo?”.

3. E eu respondo: “A culpa é dos (meus) companheiros (= os meus

companheiros são culpados); de fato soltaram (desataram = ελυσαν) os ventos. Mas ajuda-nos, amigo!”.

4. Mas Eolo diz: “Vá embora (απιθι) rapidamente da ilha. Não é

possível ajudar-te; os deuses de fato certamente (δηπου) te odeiam (µισεω).

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

As palavras que você vai encontrar entre as seguintes colunas expressam uma idéia de estado em um lugar (permanência), movimento para um lugar e movimento desde um lugar respectivamente. Sabendo isso, e partindo do significado, que você já conhece, das palavras em letra cursiva, deduza o significado das outras palavras.

Page 94: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

A HISTÓRIA DE ATENAS: LINHAS GERAIS (pág. 202)

1. A idade de bronze

Atenas cresceu em torno da Acrópole, a abrupta colina rochosa que se ergue no meio da cidade antiga. Os arqueólogos demonstraram que, na idade de bronze, a Acrópole estava fortificada e ali se levantava um palácio, que era claro o centro administrativo da região circunstante, como os palácios de Micenas e de Pilos. Segundo a tradição, Teseu unificou a Ática na geração precedente à guerra de Troia; na Ilíada, porém, os heróis atenienses são mencionados raramente, e isto nos leva a pensar que, na idade de bronze, Atenas não era um centro muito importante.

2. A assim chamada idade medieval helênica

A civilização da idade de bronze acabou depois da guerra de Troia, por volta do ano de 1200 a.C. No curso das invasões dóricas, que vieram depois, Atenas foi, segundo a tradição, a única cidade a não ser saqueada. Está claro que neste período a cidade se engrandeceu, e, sempre segundo a tradição antiga, justamente dali teria partido (por volta do ano de 1050) a onda migratória que povoou de gregos a costa e as ilhas da Ásia Menor; depois, Atenas se considerou sempre a mãe-pátria de todas as terras conquistadas pelos jônios.

3. O assim chamado renascimento grego (desde 850 a.C. aproximadamente)

Enquanto a Grécia saía lentamente da assim chamada idade média helênica, a população crescia, e outros Estados adquiriram colônias (ou seja, enviaram alguns dos seus cidadãos para fundar colônias no além-mar) ao longo de grande parte da costa do mar Mediterrâneo, da França meridional até o mar Negro (750-500 a.C. aproximadamente); mas Atenas não participou de forma alguma neste movimento de colonização, e parece que não conheceu aqueles problemas de outras regiões gregas relacionados à emigração.

4. As reformas de Sólon

Depois da originária monarquia ateniense, o governo foi sucedido pela aristocracia; mas os nobres oprimiam tanto os camponeses que se podia temer uma revolução. Nesta crise, os atenienses acudiram a um juiz, Sólon (primeiro arconte em 594-593, mas as suas reformas talvez perduraram depois durante 20

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anos), que encontrou um compromisso entre os interesses contrastantes dos nobres e dos camponeses. Ele foi não somente um estadista, mas também um poeta, e em um fragmento que chegou até nós exalta as suas reformas:

Para o povo dei poder suficiente, não tirando honra nem concedendo muita; e quantos tinham poder e pelas riquezas eram respeitados, também eu cuidei destes para que não sofressem injúrias: mas trabalhei, oferecendo um válido escudo a ambos e a nenhum destes permiti injusta exploração (fr. 5).

Sólon foi autor de importantes reformas econômicas, que deram respiro aos camponeses, e constitucionais que prepararam o caminho para a futura democracia: ele dividiu os cidadãos em quatro classes, segundo o censo (ou seja, segundo uma maior ou menor riqueza), e deu a cada uma destas tarefas e direitos próprios; deste modo, a riqueza, e não mais a nobreza dos nascidos, se tornou título de privilégio político, e o predomínio da aristocracia foi enfraquecido.

5. A tirania de Pisístrato

A constituição soloniana não agradou nem os nobres nem o povo, e depois de não muito tempo um tirano se apropriou de Atenas (no sentido grego de “senhor absoluto”), Pisístrato, que reinou ali por trinta e três anos (de 561 a 528). Sob Pisístrato, Atenas conheceu um florescimento: a economia melhorou, a cidade foi adornada com edifícios públicos e adquiriu grande poder no mundo grego. Pisístrato foi sucedido pelo seu filho, Ípia, que, porém, foi tirado do poder em 510.

6. Clístenes e a democracia

Três anos depois, Clístenes deu à Atenas uma nova constituição, da qual fez uma democracia, na qual o poder soberano correspondia à assembléia de

todos os cidadãos adultos do sexo masculino (εκκλησια).

A democracia ateniense teve logo que enfrentar uma grave crise: Ípia tinha se refugiado junto do rei da Pérsia, cujos domínios se estendiam até as costas do mar Egeu e compreendiam também as colônias gregas da Jônia; estas últimas se rebelaram contra os persas e pediram ajuda às cidades da mãe-pátria. Atenas mandou um contingente de soldados, que combateu num primeiro momento com sucesso; mas na revolta foi finalmente repelida em 494.

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7. As guerras persas

Em 490, Dário, rei da Pérsia, mandou uma frota contra Atenas, para puni-la devido à ajuda aos jônios rebeldes. Os persas chegaram na costa oriental da Ática, em Maratona; depois de um dramático debate, os atenienses decidiram enviar o exército contra os persas, e obtiveram uma grande vitória: os persas foram obrigados a voltar para as embarcações. Atenas tinha derrotado sozinha os persas; os atenienses não esqueceram nunca daquele dia, que encheu de confiança a jovem democracia ateniense.

Dez anos depois, o filho de Dário, Xerxes, organizou de novo uma guerra contra os gregos com uma grande frota e um grande exército; a sua intenção era conquistar toda a Grécia e anexá-la ao seu império. Os gregos tentaram parar os persas nas Termópilas (agosto de 480), mas tiveram que abandonar toda a Grécia na parte setentrional do Peloponeso, incluindo, portanto, a Ática. Atenas foi evacuada e saqueada pelos persas, mas em setembro a frota das cidades gregas aliadas, sob a guia do general ateniense Temístocles, derrotou a frota persa ao longo da ilha de Salamina. Xerxes, que sem a frota não era capaz de renovar o exército, se retirou para a Ásia, mas deixou na Grécia setentrional, às ordens de Mardônio, um contingente de cem mil homens, que deveria ter submetido a Grécia um ano depois; mas, na primavera de 479, o exército grego marchou para a parte setentrional e derrotou os persas em Plateia; no mesmo dia, segundo a tradição, a frota grega atacou e destruiu os restos da marinha persa em Mícal, na Ásia Menor.

8. A Liga Délica e o império ateniense

Para os gregos pareceu que aquelas vitórias ofereciam somente um momento de respiro na luta contra a potência persa; muitas cidades gregas distantes do continente, incluídas as ilhas e as costas do Egito, estavam ainda sob o poder dos persas. Em 478, na ilha de Delos, foi fundada a Liga Délica, à qual se aderiram aquelas cidades que, sob a hegemonia ateniense, se esforçaram para ajudar na luta contra a Pérsia.

A Liga Délica ganhou, sob a guia do general ateniense Cimão, uma série de vitórias, e deixou de combater somente depois que os persas aceitaram condições de paz humilhantes em 449. Entretanto, aquela que tinha nascido como uma liga de Estados livres e independentes tinha se transformado pouco a pouco em um verdadeiro e autêntico império ateniense, e os aliados de Atenas eram já Estados vassalos.

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Esparta se alarmou pela crescente potência ateniense, e estes medos conduziram a uma longa guerra, interrompida por períodos de paz, durante a qual Esparta e os seus aliados (a Liga Peloponesíaca) se enfrentaram com os atenienses em uma série de batalhas nunca decisivas.

A primeira guerra do Peloponeso terminou em 446, e Atenas e Esparta chegaram a uma paz de 30 anos.

9. Péricles e a democracia radical

Neste período Atenas foi dominada por Péricles: de 443 a 429, ano da sua morte, ele foi eleito general todos os anos. Péricles fez da sua cidade uma democracia radical, e na política externa manteve o imperialismo ateniense, convicto de que o domínio ateniense dava às cidades a ela submetidas benefícios tais que era justo compensar o dano da independência perdida.

Depois da paz dos trinta anos (446), Atenas não se dedicou mais a aventuras imperialistas: ela dominava o mar, exercitava o controle férreo sobre o seu império e estava expandindo para o ocidente a sua influência econômica. Esperta e os seus aliados tinham boas razões para temer as ambições atenienses, e Corinto, cuja prosperidade e sobrevivência mesma dependiam dos seus comércios, estava particularmente incômoda pela expansão ateniense no Mediterrâneo ocidental. Houve alguns acontecimentos, por exemplo, quando Corcira (a atual Corfu), que era uma colônia de Corinto, estipulou com Atenas uma aliança defensiva e a frota ateniense acabou com a frota coríntia (434).

No outono de 432, um ano depois do início da nossa história do Dicaiópolis e da sua família, houve uma frenética atividade diplomática, já que ambas partes se preparavam para a guerra.

FIGURAS

Reconstrução da Acrópole de Atenas.

Um cavaleiro ateniense repele dois soldados persas.

Guerreiros persas.

Arqueiro persa.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO IX: “Η ΠΑΝΗΓΥΡΙΣ”

“ENCHIRIDION”

1) (M., págs. 208, 209, 210 e 219) Presente do particípio ativo: o presente do particípio ativo tem terminações semelhantes, mas não idênticas às de

παl, πασα, παν (veja pág. 196).

(M., págs. 208, 209, 210 e 219) É importante reparar nas terminações do

nominativo singular: −ων para o masculino, −ουσα para o feminino e −ον para o

neutro, e do dativo plural: −ουσι(ν) (lembre da contração que acontece aqui:

−οντ−σι[ν] = ουσι; veja pág. 196; repare também que o “ο” se alonga por

compensação não em “ω”, mas em “ου”) para o masculino e neutro, e −ουσαιl para o feminino.

(M., págs. 209 e 219) As terminações do presente do particípio de todos os verbos, com os devidos acentos, constituem o presente do particípio do verbo

“ser”: ωωωων, ουυυυσα, οοοον (= que é, sendo, sido).

(M., págs. 208 e 219) O particípio ativo dos verbos contraídos se declina como aqueles dos outros verbos, mas o encontro da vogal final do tema

(−α−, −ε−, −ο−) com as vogais das terminações gera várias mudanças: é

necessário lembrar aqui que para os verbos em −ε− (como φιλεω), “ε + ω” = “ ω”,

e “ε + ο” ou “ου” = “ ου”; para os verbos contraídos em −α− (como τιµαω),

“α + ω” ou “ου” = “ ω”.

2) (M., págs. 216 e 217) Temas em − ευ− da terceira declinação: os substantivos que têm este tema são substantivos particulares da terceira declinação, cujas desinências, ainda que originariamente são iguais às dos substantivos com tema

em oclusiva (como λαµπαl), sofreram tão grandes mudanças devido a vários fenômenos fonéticos que frequentemente é difícil reconhecê-los.

É importante ter em conta sobretudo (L. 140) o genitivo singular, que

termina em −εωl (βασιλεωl, ιερεωl), e, no plural, (Ls. 148 e 160) o nominativo

e o vocativo, que terminam em −ηl (βασιληl, ιερηl), mas também,

especialmente em época posterior, terminam em −ειl, e (L. 146) o dativo, que

termina em −ευσι (βασιλευσι). Veja a Gramática de consulta, n. 19.

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3) Uso do genitivo: (L. 84) quando queremos traduzir um genitivo do grego para o português, geralmente usamos a preposição “de” (complemento nominal):

του παιδοl = do menino.

Alguns usos do genitivo são:

a) (L. 43) Genitivo possessivo: para indicar posse:

Ο του παιδοl κυων = o cachorro do menino.

Repare também que o genitivo possessivo por regra é colocado em posição atributiva, entre o artigo e o substantivo (ver pág. 103).

b) (L. 119) Genitivo partitivo: indica o todo do qual tomamos

uma parte. Των πολιτων πολλοι = muitos dos cidadãos.

c) (Ls. 10, 52 e 54) Genitivo com preposições: usa-se também o genitivo depois de algumas preposições, que frequentemente (mas não sempre),

exprimem o conceito de movimento desde um lugar: απο, “de, desde”; εκ (εξ, diante de vogais), “de, desde, fora de”; δια, “através”; µετα, “com, junto com”;

υπερ, “por” (φοβουµαι υπερ σου: temo por ti, preocupo-me por causa de ti, preocupo-me contigo).

d) (L. 158) Finalmente, alguns verbos regem (pedem) o

genitivo. Exemplo: εραω e λαµβανοµαι.

4) Alguns usos do artigo:

a) Repassemos os usos do artigo que estudamos até agora:

(L. 154) ο δε = “e (mas) ele” / (L. 152) η δε = “e (mas) ela”

(L. 23) οι δε = “e (mas) eles” / αι δε = “e (mas) elas”

(L. 23) οι µεν... οι δε = “alguns (por um lado)... outros (por outro lado)...”

αι µεν... αι δε = “algumas (por um lado)... outras (por outro lado)...”

(Ls. 112 e 113) τα µεν... τα δε = “algumas coisas (por um lado)... as outras (por outro lado)...”

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b) (L. 106) Repare também que o particípio acompanhado pelo artigo é traduzido em português frequentemente como uma proposição relativa:

Οι εν τω αγρω εργαζοµενοι = (literalmente) “os no campo trabalhando” = Os homens que trabalham no campo.

5) (L. 132) Palavras enclíticas dissílabas (= com duas sílabas) acentuadas na última sílaba: quando a palavra anterior à uma enclítica dissílaba é paroxítona, a palavra enclítica também recebe um acento na última sílaba (agudo, se a vogal for breve, ou longo, se a vogal for longa). Veja a Gramática de consulta, n. 7, b.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 208, Margem) εικονα: estátua / (Pág. 208, Margem) ενοπλιον: armada

(Pág. 208, L. 5) στοα: pórtico / (Pág. 208, L. 11) ωνια: mercadorias

(Pág. 209, Margem) αλλανταl (acusativo): salsichas / (Pág. 209, L. 21) ιερον:

templo / (Pág. 209, L. 29) διαπεραω: atravesso, passo / (Pág. 210, L. 44)

λαµπεται χρυσω: brilha, resplandece com o ouro, por meio do ouro

(Pág. 211, L. 60) τεµενοl: recinto sacro / (Pág. 211, L. 71) γιγνεται η ποµπη: (literalmente:) se faz a procissão (ou seja, a procissão surge, aparece)

(Pág. 212, Margem) κωµαζω: faço festa, festejo / (Pág. 213, L. 92) ιερευl: sacerdote

(Pág. 213, Margem) ησυχαζω: tranquilizo-me, fico-quieto; repouso

(Pág. 213, L. 102) θυσια: sacrifício / (Pág. 213, L. 104) παρεχω: dou, forneço,

ofereço / (Pág. 214, L. 111) κατα−τεµνω: corto / (Pág. 214, Ls. 113 e 114)

παρουσι διαρουσιν: com os presentes dividem / (Pág. 214, Margem)

ιερον δειπνον: comida sagrada / (Pág. 214, L. 118) τερποµαι (+ dativo): alegro-me com, por / (Pág. 215, L. 138) δοκει (+ dat. e infinitivo): parece, dá a

impressão; δοκεω: penso, acho; pareço / (Pág. 216, L. 146) εν τοιl βασιλευσι: entre

os reis / (Pág. 216, L. 150) µεγιστοl: o maior, grandíssimo, máximo

(Pág. 216, L. 152) τιµαω: honro / (Pág. 217, L. 165) βοηθων: que-corre-para-ajudar,

indo-correndo-para-ajudar / (Pág. 217, L. 172) πειθοµαι: obedeço, escuto

(Pág. 217, L. 176) ταδε: estas coisas, isto / (Pág. 218, L. 183) σιγη (dativo): em silêncio / (Pág. 218, L. 188) καταλειπω: deixo atrás, abandono

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

1) ...(o que quer dizer κρατοl? [= poder])

2) ...

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EXERCÍCIOS

Exercício 9a

Encontre doze formas do presente do particípio ativo na leitura do início deste capítulo, e diga o gênero, o número e o caso dos mesmos; diga depois qual é o substantivo ou o pronome ao qual cada particípio se refere (lembre que, às vezes, o particípio se refere ao sujeito subtendido de um verbo).

Exercício 9b

Coloque os verbos entre parênteses no particípio, fazendo-os concordar com os substantivos à esquerda:

Exercício 9c

Complete cada uma destas frases com um particípio que traduza o verbo em português entre parênteses (obviamente, concordando com o substantivo); depois traduza as frases:

1. ...(conduzindo).

2. ...(que espera).

3. ...(olhando).

4. ...(de jogar; obs.: “παυοµαι” + genitivo ou particípio).

5. ...(que entra).

Exercício 9d

Traduza estes pares de frases:

1. Os escravos vão com pressa (rapidamente) para casa, conduzindo os bois.

2. O estrangeiro vê os meninos (ou “garotos”) que correm na praça.

3. Ninguém (ουδειl) escuta a menina que chama a (sua) mãe.

4. O menino encontra o (seu) pai que espera na praça.

5. O pai honra o menino que é muito corajoso.

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Exercício 9e

Traduza estas frases:

4. ...τηl του πατροl χειροl εχεται (εχω na voz média [= εχοµαι] +

genitivo = seguro).

5. ...λογουl (= palavras).

...

7. Escutamos as palavras do mensageiro.

8. Vou à casa do poeta.

9. Procuram o pai da menina.

10. A mãe escuta chorar (δακρυω) a menina (= escuta a menina

chorando) e sai de casa rapidamente (= apressa-se [para] fora da casa [εκ + genitivo = fora de]).

11. Os cidadãos pegam o mensageiro e o levam ao rei.

12. Muitas das mulheres querem ir à cidade (“ειl” ou “προl” +

την πολιν) com os maridos (marido = ανηρ).

Exercício 9f

Leia em voz alta e traduza:

...

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

Odisseu chega à ilha de Eea, onde mora a maga Circe.

[λυπουµενοι doloridos φεροµενον que sobe, que ascende Ευρυλοχοl Euríloco

προl (+ dativo) em, junto de]

1. Odisseu e os seus zarpam com quais sentimentos?

2. Como Circe é descrita?

3. Por que Odisseu sobe ao monte?

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4. O que ele vê do cume do monte?

5. Qual é a intenção de Odisseu quando ele manda alguns dos seus ao meio da ilha?

6. Quem lhes guia?

[υλη bosque, floresta εγγυl (+ genitivo) perto de λεονταl leões τουτουl estes

αδουσηl que canta εξω fora φαρµακα... κακα drogas más, nocivas

τω σιτω com a comida; com o trigo κυκα mistura]

7. O que os homens veem perto da casa de Circe?

8. Qual estado de ânimo empurra os homens a esperar na porta de Circe em lugar de entrar?

9. O que eles escutam depois?

10. Por que Circe sai da casa?

11. Quem a segue quando ela volta para casa?

12. Por que Euríloco não entra?

13. Quais são as três coisas que a maga dá de comer e de beber aos homens?

[πληττει golpeia, bate τουl συφεουl os chiqueiros ευθυl imediatamente, logo

υεl porcos βαλανουl bolotas εσθιειν para comer]

14. Como Circe transforma os homens em porcos?

15. Depois, o que ela lhes dá de comer e onde os deixa?

Exercício 9g

Traduza para o grego:

1. Quando Euríloco vê o que acontece, escapa e corre em direção da embarcação.

2. Mas eu, quando escuto tudo, vou à casa de Circe, querendo salvar os (meus) companheiros.

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3. E Circe me dá comida e vinho; depois, golpeando-me com o (seu)

bastão (pau), ordena(-me) ir aos chiqueiros (συφεοl, ου, ο) / ..., ordena que eu vá para os...

4. Mas eu não me torno um porco (υl); e ela, que tem muito medo (que

teme muito), está disposta (εθελει) a liberar (λυειν) os meus companheiros.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Que relação há entre as palavras de cada uma das seguintes três linhas?

Partindo do significado, que você já conhece, das palavras à esquerda, deduza o significado das outras palavras.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

A CIDADE DE ATENAS (pág. 226)

A cidade à qual o Dicaiópolis e a sua família se dirigem foi em grande parte construída depois da batalha de Salamina, já que a cidade mais antiga, com os seus templos, foi destruída quando os persas ocuparam e saquearam Atenas.

Os visitantes que vinham do mar chegavam (como ainda hoje acontece) ao Pireu, o maior porto da Grécia e talvez a sua mais bela enseada natural. Os trabalhos de fortificação do Pireu foram começados por Temístocles em 493-492 a.C. e foram completados depois da vitória de Plateia, quando Atenas foi reconstruída e ligada ao Pireu pelos Longos muros, graças aos quais esta jamais foi tomada até que conservou o controle dos mares.

Depois de ter deixado os quarteirões do porto, os visitantes deviam atravessar a praça do mercado, passar perto da torre do Pireu, percorrer o caminho entre os dois Longos muros, por quase catorze quilômetros, em meio a um intenso tráfego de mulos e de carros puxados por bois, que levavam mercadorias para dentro e para fora da cidade; estes devem ter visto de longe o Parthenon, que dominava a Acrópole, e talvez a lança da grande estátua de Atenas diante dele.

Entrando na cidade, o visitante deveria ter podido ver à sua esquerda, perto dos muros, a Pnice, uma elevação onde a assembléia se reunia; ele teria depois passado entre o Areópago (a “colina de Ares”), um árido monte rochoso que era considerado lugar sagrado desde tempos imemoráveis, e a Acrópole, para

chegar ao αγορα (a “praça”). O αγορα era o centro de Atenas: à esquerda

estavam o quartel general dos comandantes do exército (στρατηγειον), depois o

Tolo (η Θολοl, uma espécie de pequena torre com o teto em volta, na qual se reuniam os magistrados, ou seja, as autoridades da cidade), o arquivo do Estado

ou Μητρωον (mais precisamente, um templo de Cíbeles, a mãe dos deuses), o

tempo de Apolo, protetor da cidade (πατρωοl) e o pórtico de Zeus; detrás do arquivo estava o Buleutério (o lugar de reunião da bule, ou Conselho dos cinquenta); à esquerda, estavam os tribunais. Sobre uma colina detrás do Buleutério, ergue-se ainda hoje o templo de Hefesto, o melhor conservado de

todos os templos gregos antigos. No meio do αγορα estavam grandes altares de Zeus e dos dez herois epônimos da cidade (ou seja, daqueles dos quais as tribos

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áticas tinham tomado os seus nomes); os atenienses descansavam e conversavam

à sombra de belas colunatas (στοαι).

O αγορα não era somente a sede do governo ateniense, mas também a praça do mercado e o centro comercial de Atenas. Ali era possível comprar de tudo, porque, como escreve um poeta cômico,

em Atenas é possível encontrar todo tipo de coisas, todas vendidas juntamente no mesmo lugar: figos, testemunhos para citar no tribunal, cachos de uva, nabos, peras, maçãs, testemunhos para chamar para depor, rosas, nêsperas, comidas feitas com farinha, favos, ervas, processos, bolinhos, mirto, máquinas para demarcar os lotes de terra, lírios, cordeiros, relógios d’água, acusações.

Continuando o caminho em direção do oriente em meio a homens tentando realizar trabalhos e homens conversando, o nosso visitante teria chegado à via Panatenaica, que conduzia à Acrópole. Uma vez chegado no cume, o visitante tinha à sua direita o templo de Atenas vitoriosa, ereto em memória da vitória contra os persas. Ele passava depois pelos propileus da Acrópole, espécie de grandes vestíbulos projetados por Mnésicle com o fim de se compararem com o Parthenon, mas jamais terminados; ainda que incompletos, eram de uma sugestiva beleza, e continham uma galeria de quadros.

Tendo saído dos propileus, o visitante tinha o Parthenon diante de si,

com a grande estátua brônzea de Atenas defensora (προµαχοl) na frente. Este templo tinha a forma, tradicional, de uma cela (assim se chama o vão interno dos templos, circundado por muros), que continha uma estátua da deusa, circundada por um peristilo de colunas dóricas; o arquiteto, Ictino (contemporâneo de Péricles), tinha introduzido muitos refinamentos em um projeto fundamentalmente simples, dando assim ao Parthenon uma extraordinária graça e luminosidade, apesar das suas grandes dimensões. As esculturas que adornavam os dois tímpanos, as noventa e duas métopas e o friso que contornava toda a cela eram obra de Fídias (o grande artista era amigo de Péricles); o friso representava a grande procissão panatenaica, com a qual, a cada quatro anos, durante as Panateneias (as grandes festas em honra de Atenas), os representantes do povo ateniense levavam para a deusa, protetora da cidade que dela tomava também o nome, a oferta de uma veste nova. Na cela, como falamos, Atenas era representada por uma grande estátua crisoelefantina (ou seja, de ouro e de prata), coberta por uma armadura: uma estátua tão imponente que qualquer um que a olhava ficava admirado e cheio de um sagrado temor.

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Ao ocidente do Parthenon havia outro templo, o Hereteu, consagrado ao heroi Hereteu, fundador e primeiro rei de Atenas, e aos deuses Atenas e Posseidom. O Hereteu, cuja estrutura era na verdade irregular (tinha três pórticos, cada um com um estilo diferente), surgia sobre o lugar do santuário mais antigo da Acrópole; ali era possível ver a oliveira doada pela deusa ao povo ateniense e a sagrada serpente na qual acreditavam que o espírito de Hereteu estivesse contido.

Sempre seguindo o nosso imaginário visitante estrangeiro, vamos para o lado oriental da Acrópole, detrás do Parthenon, e olhamos para baixo: veremos o recinto de Dionísio, com o teatro e o templo.

A construção de todos estes e outros edifícios fazia parte do grande programa de Péricles; estes foram pagos com os tributos das cidades aliadas, ou melhor, vassalas, de Atenas. Os adversários políticos de Péricles disseram: “As contribuições recolhidas para as necessidades da guerra vinham ostentadas pela cidade, para adorná-la e enfeitá-la, com pedras preciosas estátuas e templos”. Péricles respondeu que o povo não estava obrigado a informar aos aliados sobre como gastava o dinheiro, com tal de que Atenas se ocupasse da defesa deles e mantivesse os persas longe. O programa de trabalhos públicos de Péricles deu trabalho a um exército de operários e artistas e fez de Atenas a digna capital do seu império, “a educadora da Grécia”.

FIGURAS

O αγορα de Atenas.

O mercado das flores em Atenas.

O Pireu e os Longos muros.

O Parthenon.

Os propileus.

O Hereteu.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO X: “Η ΣΥΜΦΟΡΑ”

“ENCHIRIDION”

1) (M., págs. 234; 235 e 236) Temas em –ι− e em –υ− da terceira declinação:

πολιl e αστυ são exemplos de outros dois tipos de substantivos da terceira

declinação, conhecidos como substantivos terminados em vogal doce (–ι− e –υ−).

Estes também, como aqueles terminados em –ευ− (por exemplo,

βασιλευl), sofreram várias mudanças. Por isso, são estudados separadamente.

É importante sublinhar sobretudo que, para os masculinos e femininos

(como πολιl), (L. 52) o acusativo singular termina em –ν (πολιν) e (L. 69) os

casos retos (nominativo, vocativo e acusativo) do plural terminam em –ειl (πολειl). (L. 33) O neutro tem tema puro, sem desinências (ou “terminações”),

nos casos retos do singular (αστυ), (L. 39) enquanto que apresenta um –η nos

casos retos do plural (αστη). (L. 35) O genitivo singular de todos estes

substantivos, como aquele dos substantivos em –ευ−, termina em –εωl. (L. 38) O

dativo plural termina em –εσι. Para conhecer a história destes substantivos, leia a Gramática de consulta, n. 19.

(Ls. 35 e 73) Finalmente, repare que no genitivo singular e plural, o acento é colocado excepcionalmente sobre a antepenúltima vogal, ainda que a última seja longa.

2) Verbos impessoais: existe em grego um certo número de verbos que são usados somente na terceira pessoa do singular (verbos impessoais).

(L. 101) ∆ει: é construído com o acusativo e o infinitivo.

(L. 105) Εξεστι(ν): rege (pede) o dativo com a pessoa para a qual algo é possível; a coisa que é possível é expressa por um infinitivo.

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3) Palavras interrogativas: são aquelas palavras usadas para introduzir perguntas, diretas (O Dicaiópolis pergunta: o que aconteceu?) ou indiretas (O Dicaiópolis perguntou o que aconteceu.):

* τιl;, (L. 131) τι;, “quem?, o que?”; “que?, qual?”. Exemplo:

Τι ποιει ο ∆ικαιοπολιl; Ο ∆ικαιοπολιl αυτουγοl εστιν.: O que faz o Dicaiópolis? O Dicaiópolis é camponês.

* (L. 8) που;, “onde?” (permanência em um lugar). Exemplo:

Που πονει ο ∆ικαιοπολιl; Ο ∆ικαιοπολιl εν τω αγρω πονει: Onde o Dicaiópolis trabalha? O Dicaiópolis trabalha no campo.

* ποι;, (em direção de, para) “aonde?”. Exemplo: Ποι ο ∆ικαιοπολιl ερχεται; Ο ∆ικαιοπολιl προl τον αγρον ερχεται.: Aonde o Dicaiópolis vai? O Dicaiópolis vai para o campo.

* ποθεν;, “de onde?, donde?”. Exemplo: Ποθεν ο ∆ικαιοπολιl ερχεται; Ο ∆ικαιοπολιl εκ του εαυτου οικου ερχεται.: De onde o Dicaiópolis vem? O Dicaiópolis vem da sua casa (da sua própria casa, da casa dele).

* ποτε;, “quando?”. Exemplo: Ποτε ο ∆ικαιοπολιl πονει; Ο ∆ικαιοπολιl αει πονει.: Quando o Dicaiópolis trabalha? O Dicaiópolis trabalha sempre.

* (L. 83) πωl;, “como?”. Exemplo: Πωl εχειl; Como estás?

4) (Págs. 243 e 244) Repasso das formas verbais vistas: eis um repasso completo

das formas dos verbos λυω, φιλεω, τιµαω e ειµι que nós estudamos até agora.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 233, L. 19) χαιρων: alegrando-me (-te, -se...), gozando-me (-te, -se...)

(Pág. 234, L. 25) αγωνιζοµαι: luto, compito / (Pág. 234, L. 31) παυοµαι (voz média) + particípio: deixar de, cessar de / (Pág. 234, L. 38) αγροικοl: (substantivo) camponês, habitante (morador) do campo; (adjetivo) campestre

(Pág. 235, L. 43) επανερχονται: voltam, retornam / (Pág. 235, L. 45) ησυχια:

tranquilidade, repouso / (Pág. 235, L. 51) φαινονται µοι: paracem-me (literalmente:

parecem para mim); φαινοµαι (= δοκεω): penso, acho / (Pág. 235, L. 54)

µελλει κακα πασχειν πολιl: pretende (que) a cidade sofra coisas más (literalmente:

pretende a cidade sofrer... [µελλει + infinitivo]) / (Pág. 235, Ls. 56 e 57) των Αθηνων:

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de Atenas / (Pág. 235, Ls. 60 e 61) αγαθοι εκ των θεων γιγνονται: os bons dos

deuses se fazem (se formam, surgem) / (Pág. 236, Ls. 66 e 67) ου γαρ σχολη... πορευεσθαι: não (há, tenho [se supõe]) tempo livre... (para) ir / (Pág. 236, L. 72)

λογουl (acusativo): palavras / (Pág. 236, L. 73) αγγελιαl: mensagens

(Pág. 236, L. 74) πολλακιl µεν ουν...: tradução mais comum do “µεν”: “por uma parte...”; mas às vezes também tem o sentido de: “claro; mas” / (Pág. 236, Ls. 79 e 80)

συ γαγ ικανοl ει την σεαυτου πολιν ευεργετειν: tu és suficiente (para, no, ao)

fazer-o-bem (beneficiar) à tua cidade / (Pág. 237, L. 94) χαιρε πολλα: alegra-te em-muitas-coisas; sê-feliz em-muitas-coisas; alegra-te por-muitas-coisas (Pág. 237, L. 95) πολλα και αγαθα: muitas-coisas e boas-coisas / (Pág. 238, L. 104)

τραγωδια: tragédia / (Pág. 238, L. 108) απ−εσµεν: estamos (απο) longe-de

(Pág. 240, Ls. 126 e 127) τιl ων συ ουτω πολυπραγµονειl;: “quem tu és que tanto (assim) te-preocupas-dos-assuntos-alheios?” ou “quem tu és para tanto (assim) te-preocupares-dos-assuntos-alheios?” (literalmente: “quem sendo tu, tanto [assim] te-preocupas-dos-assuntos-alheios?”) / (Pág. 240, L. 133) τι ποτε: o quê?

(Pág. 240, Ls. 136 e 137) το υδωρ καταχεουσι τηl κεφαληl: derramam água

sobre a cabeça / απο−χωρουσι(ν): απο (indica “distanciamento”) / εκεισε: ali, lá,

em direção daquele lugar (movimento para um lugar)

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado das palavras em itálico:

1) Tem uma concepção agonística da vida.

2) Estou lendo um tratado de macroeconomia.

3) Junto daquele povo vigia a hierocracia.

4) Sofre uma perigosa forma de piromania (o que quer dizer η µανια?).

5) É um cirurgião oftálmico.

EXERCÍCIOS

Exercício 10a

Leia em voz alta e traduza:

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Exercício 10b

Traduza estes pares de frases:

1. ...ορµασθαι (ativo [ορµαω], com valor transitivo: coloco em

movimento, movo, empurro; ativo ou médio [ορµαοµαι] com valor intransitivo:

começo a [fazer algo]; lanço-me, jogo-me [επι “contra” + acusativo]).

Não espereis aqui; devemos agilizar.

2. Não posso permanecer (esperar) na cidade?

3. Devemos levar o menino à fonte.

4. A Melita deve permanecer (esperar) em casa.

5. Nós podemos ir à cidade; devemos mover-nos (= ορµασθαι; ou “ir”

= ερχεσθαι) imediatamente.

Exercício 10c

Traduza estes pares de frases:

3. ...ερωτα (= “pergunta”; rege [pede] o acusativo na pessoa à qual se pergunta)...

Leia este trecho e depois responda as perguntas:

[απολλυσιν perde (definitivamente) νοστειν (para) voltar, (para) retornar

ταl... Σειρηναl as sereias παρα την Σικελιαν ao longo da costa da Sicília

ενθεν... ενθεν por um lado... por outro lado... η Σκυλλη Escila (um monstro

formado por uma mulher e seis cães) τεραl um monstro η que

η Χαρυβδιl Caríbdis δινη um remoinho καταπινει engole]

1. O que Odisseu continua sofrendo durante a sua viagem de retorno à pátria?

2. Onde acontece que ele cai no maior perigo?

3. Como Escila é descrita?

4. Como Caríbdis é descrita?

Page 112: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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5. O que Escila faz durante a passagem de Odisseu?

6. Por que Odisseu deve passar tão perto de Escila?

[βλαπτετε danificai, fazei o mal para τιµωρει pune!, castiga! ει... µη senão, do

contrário ουδεποτε jamais λαµψω brilharei]

7. O que os companheiros de Odisseu encontram na ilha, e o que eles querem fazer?

8. Por que Odisseu lhes diz que não o façam?

9. Os seus companheiros lhe obedecem?

10. O que Hélio pede que Zeus faça?

11. Qual é a ameaça que Hélio faz?

[κεραυνω com um raio πληττει golpeia του ιστου o mastro (da embarcação)]

12. Quais são as três coisas que Zeus faz?

13. O que acontece com os companheiros de Odisseu? Como Odisseu consegue fugir?

Exercício 10d

Traduza para o grego:

1. Durante (por) nove dias, o vento leva Odisseu pelo (através de) mar,

mas (δε), no décimo, ele chega a uma outra ilha.

2. E (ou “mas” = δε), ali mora (habita) a ninfa (η νινφη) Calipso

(η Καλυψω); e (δε) ela o recebe gentilmente (ευµενωl).

3. Dado que o ama (= amando-o), ela (= “αυτη” ; ou “η δε” [= e ela]) diz: “Fica sempre comigo na ilha!”. Mas Odisseu quer voltar para casa e

ver a (sua) esposa (γυνη) e o (seu) filho.

4. E finalmente Zeus manda um mensageiro e ordena “à ninfa deixar ir

embora” (ou “que a ninfa deixe ir embora” [λυω]) Odisseu.

Page 113: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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5. Calipso lhe ordena fazer (que faça) uma jangada (σχεδια) e o ajuda.

6. E (δε), quando a jangada está pronta, Odisseu parte contente (= alegrando-se).

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Que relação há, nas seguintes séries de palavras, entre os verbos e os substantivos? Diga depois o significado de cada palavra.

...

4) κινδυνευω: corro o risco (+ inf. “de”)

5) οργιζοµαι: fico brabo (+ dat. “com”), fico com raiva (+ dat. “de”)

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

AS FESTAS (pág. 249)

Naquela exaltação da democracia ateniense que é, como já dissemos, a sua oração fúnebre, Péricles disse: “Nós damos à mente mais ocasiões de descansar da fadiga do que qualquer outro Estado, com competições e sacrifícios durante o ano todo”. E efetivamente havia em Atenas a cada ano mais de sessenta dias de festa, nos quais se faziam celebrações em honra dos deuses. Nas festas participavam todos os membros do povo, cidadãos e metecos, homens e mulheres, escravos e crianças; muitas tinham também procissões, e a maior parte delas culminava em um sacrifício público, seguido por um banquete no qual participavam todos os presentes.

O friso do Parthenon representa uma procissão imponente, na qual participam atenienses de todas as classes: os cavaleiros, primeiro, se preparam, depois se colocam em movimento, finalmente entram na procissão em pequeno galope; alguns mestres de cerimônias organizam a procissão; vem depois um grupo de anciãos, conduzido por tocadores de lira e flautistas; diante deles há alguns jovens que levam ânforas de água ritual, e outros com bandejas de ofertas; algumas meninas levam recipientes cheios de vinho, copas para as libações e turíbulos; no lado oriental aparecem as vítimas do sacrifício, que são conduzidas em direção do centro da cena: no meio estão uma sacerdotisa e uma magistrado, que tem consigo a veste que foi oferecida a Atenas; em ambos lados grandes figuras estão sentadas, que olham a procissão e se alegram com o espetáculo do sacrifício: são os doze deuses olímpicos.

O sacrifício era realizado no altar, que se encontrava fora de cada templo; o sacerdote e as vítimas levavam guirlandas. Depois de que o silêncio sacro tinha sido imposto, aspergia-se água sobre o altar e sobre os participantes; depois, o sacerdote colocava trigo sacro sobre a cabeça da vítima e cortava um pouco de pele da mesma, que queimava no fogo do altar; a vítima era erguida pelos serventes e quase morta ao ser golpeada com um bastão; depois, enquanto tocavam música, o sacerdote extraía o sangue dela e o recolhia em um prato, que era derramado como libação sobre o altar; tiravam a pele da vítima e esta era despedaçada; finalmente as partes não comestíveis (ou seja, o fêmur coberto de banha) era queimado sobre o altar para os deuses, e o resto, cozido, era dado como comida para os presentes. De tal forma, deuses e homens compartilhavam o mesmo banquete sacrifical.

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Cada festa tinha o seu próprio ritual. Muitas, ou quase todas, eram celebradas com músicas e danças; às vezes (por exemplo, nas Panateneias) havia competições esportivas. Na festa mais importante de Dionísio, as Grandes Dionísias, as dez tribos nas quais o povo ateniense estava dividido treinavam cada uma um coro (cinco de homens e cinco de meninos), que competiam ao cantar e dançar; logo depois da festa, que durava no total seis dias, havia quatro dias de representações dramáticas: todos os dias de manhã, três tragédias eram apresentadas, seguidas à tarde por um drama satírico (uma antiga forma de drama na qual o coro era constituído por sátiros, metade homens e metade bodes) e por uma comédia. O teatro podia conter 17-20.000 pessoas, de tal forma que podia acontecer que boa parte da cidadania assistisse a estes espetáculos.

FIGURAS

As procissões das Panateneias.

Sacrifício grego.

O teatro de Dionísio em Atenas.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

ANTECIPAÇÕES SOBRE OS TEMPOS VERBAIS QUE SERÃO INTRODUZIDOS NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS

1) Outros tempos além do presente: a maior parte das formas verbais que você encontrou até agora nas leitura eram formas do presente, mas nos textos dos próximos capítulos você encontrará também formas do futuro, do pretérito imperfeito, do aoristo e do pretérito perfeito.

2) Um quadro geral: o que vai ser apresentado a seguir é um breve quadro do sistema verbal grego, que é, na verdade, simples nas suas linhas gerais: será como um marco, dentro do qual você poderá colocar as formas verbais novas que encontrará.

3) Λυω como verbo modelo: damos-lhe antes de tudo as formas fundamentais de

λυω, que pode ser tomado como exemplo para os muitos verbos gregos que têm aquela forma particular do aoristo chamada aoristo primeiro (o aoristo, como você pode ver logo abaixo, é um tempo do passado que corresponde ao nosso pretérito perfeito simples):

presente: λυ−ω, “desato”. futuro: λυ−σ−ω, “desatarei”. pretérito imperfeito: ε−λυ−ον, “desatava”. aoristo primeiro: ε−λυ−σ−α, “desatei”. aoristo primeiro do infinitivo: λυ−σαι, “desatar” (algumas vezes “ter desatado”). aoristo primeiro do particípio: λυ−σαl, “desatando” (algumas vezes “tendo desatado”). pretérito perfeito (composto): λε−λυ−κ−α, “tenho desatado”. 4) Aoristo segundo: alguns verbos, por outro lado, têm uma forma de aoristo chamada aoristo segundo. Como exemplo pegamos λαµβανω: presente: λαµβαν−ω, “pego”.

aoristo segundo: ε−λαβ−ον, “peguei”. aoristo segundo do infinitivo: λαβ−ειιιιν (com acento circunflexo sobre o “ι”), “pegar” (algumas vezes “ter pego”). aoristo segundo do particípio: λαβ−ωωωων (com acento agudo sobre o “ω”) , “pegando” (algumas vezes “tendo pego”).

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5) Observações:

a) O futuro é formado geralmente com o elemento −σ−.

b) O imperfeito é formado colocando antes do tema do presente o prefixo ε− (chamado aumento), que é o sinal do passado.

c) O aoristo primeiro é formado com o sufixo −σα e o aumento ε−; o aumento aparece somente no modo indicativo, estando ausente nas outras formas, como o infinitivo e o particípio, que em si mesmos não indicam uma ação passada.

d) O pretérito perfeito é formado acrescentando ao tema do presente reduplicado (λε−λυ−) o sufixo –κα; a reduplicação consiste em colocar antes do tema do presente a sua consoante inicial seguida pela vogal ε.

e) Como já dissemos, alguns verbos têm o aoristo segundo em vez do aoristo primeiro (alguns têm ambos aoristos). O aoristo segundo é formado com um tema sempre diferente do tema do presente e sem o sufixo –σα.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO XI: “Ο ΙΑΤΡΟΣ”

“ENCHIRIDION”

1) Um novo tempo verbal: este capítulo nos introduz em um novo tempo verbal, o aoristo. No modo indicativo, o aoristo corresponde em português ao pretérito perfeito simples.

Existem dois aoristos de formação diversa:

1) (L. 145) O aoristo primeiro, que é formado acrescentando o

sufixo −σα a um tema que muitas vezes coincide com aquele do presente:

presente: λυ−ω, “desato”; aoristo: ε−λυ−σα, “desatei”.

2) (L. 84) O aoristo segundo, que se forma a partir de um tema

diferente daquele do presente: presente: λαµβαν−ω, “pego”; aoristo: ε−λαβ−ον, “peguei”. Neste capítulo nos fixaremos neste segundo tipo de aoristo.

2) (L. 1) Aumento: somente no modo indicativo, diante dos temas que começam

com consoante, se coloca o prefixo ε−, chamado aumento (para os verbos que tem um tema que começa com vogal breve, o aumente consiste, como veremos, no alongamento desta vogal). Os outros modos e formas nominais do aoristo, como também será explicado, não têm aumento.

3) (M., pág. 260) Desinências: as terminações do aoristo segundo do indicativo ativo são diferentes daquelas do presente do indicativo ativo. São chamadas

desinências secundárias ativas: −ν, −l, −−, −µεν, −τε, −ν.

(M., pág. 262) O aoristo do indicativo médio também tem desinências diferentes daquelas que já aprendemos, do presente do indicativo médio. As desinências do presente se chamam primárias, já aquelas do aoristo, como dissemos, secundárias. Eis aqui ambas séries: (M., pág. 126) desinências

primárias médias: −µαι,− σαι (lembre que no presente esta desinência se contrai

com a vogal temática −ε−) , −ται, −µεθα, −σθε, −νται; (M., págs. 262 e 270)

desinências secundárias médias: −µην, −σο, −το, −µεθα, −σθε, −ντο.

Para formar o aoristo segundo do indicativo é necessário conhecer o tema verbal (a raiz verbal), que é diferente daquele do presente. (L. 84;

M., págs. 260 e 271) Por exemplo, o tema de λαµβανω é λαβ−; antes deste tema

Page 119: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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acrescentamos o aumento ε−: ε−λαβ−; uma vez que já temos o tema com o

aumento, acrescentamos depois as vogais conjuntivas ou temáticas (−ο−, −ε−) e

as desinências secundárias ativas: ε−λαβ−ο−ν (= eu peguei), ε−λαβ−ε−l (= tu

pegaste), ε−λαβ−ε(ν) (= el-e/-a pegou), ε−λαβ−ο−µεν (= nós pegamos), ε−λαβ−ε−τε (= vós pegastes), ε−λαβ−ο−ν (= el-es/-as pegaram). Repare que a

terceira pessoa do singular pode ter o ν efelcístico.

(L. 169; M., págs. 262 e 271) Assim também para a voz média: uma vez que já temos o tema com o aumento, acrescentamos as vogais conjuntivas e as

desinências secundárias médias. Peguemos, por exemplo, o verbo γιγνοµαι, cujo

tema verbal é γεν−. Teremos portanto: ε−γεν−ο−µην (= eu me tornei),

ε−γεν−ου (“de” ε−γεν−ε−σο: o −σ− intervocálico desaparece, e ocorre a

contração de −εο em −ου; = tu te tornaste), ε−γεν−ε−το (= el-e/-a se tornou),

ε−γεν−ο−µεθα (= nós nos tornamos), ε−γεν−ε−σθε (= vós vos tornastes), ε−γεν−ο−ντο (= el-es/-as se tornaram).

As terminações do aoristo segundo do imperativo, do infinitivo e do particípio são semelhantes àquelas do presente ([L .17] do imperativo, [L. 71] do infinitivo e [L. 56] do particípio, respectivamente), que já aprendemos, seja na voz ativa, seja na voz média. (L. 53) Além do mais, nem o imperativo, nem o infinitivo, nem o particípio tem aumento.

(L. 172) Portanto, o imperativo de λαµβανω será λαβ−εεεε (= pega!; o “ε” tem acento agudo), (L. 17) λαβ−ε−τε (= pegai!); o imperativo da

voz média de γιγνοµαι será γενουυυυ (“de” γεν−ε−σο; com acento circunflexo

sobre o “υ”; = torna-te!), γεν−ε−σθε (= tornai-vos!).

(L. 71) O aoristo do infinitivo de λαµβανω é λαβειιιιν (com

acento circunflexo sobre o “ι”; = “pegar” ou “ter pego”), enquanto que o aoristo

do infinitivo de γιγνοµαι será γεν−εεεε−σθαι (com acento agudo sobre o segundo

“ε”; = “tornar-se” ou “ter-se tornado”).

(L. 74) O aoristo do particípio de λαµβανω é λαβ−ωωωων (com

acento agudo sobre o “ω”), λαβ−ουυυυσα (com acento circunflexo sobre o

“υ”), λαβ−οοοον (com acento agudo sobre o “ο”). Significa “pegando” ou “tendo pego”. O aoristo do particípio é em tudo igual ao presente do particípio,

diferenciando-se só pelo acento. (L. 29) O particípio de γιγνοµαι será

γεν−ο−µενοl, γεν−ο−µενη− γεν−ο−µενον (= “tornando-se” ou “tendo se tornado”).

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Repare na acentuação de (L. 71) λαβειιιιν (com acento

circunflexo sobre o “ι”) e de (L. 74) λαβ−−−−ωωωων (com acento agudo sobre o “ω”),

λαβουυυυσα (com acento circunflexo sobre o “υ”), λαβοοοον (com acento agudo sobre

o “ο”). No aoristo segundo, o infinitivo e o particípio ativos são sempre acentuados na última sílaba (menos no particípio feminino); assim também a

segunda pessoa do singular do imperativo médio (γενουυυυ; com acento circunflexo

sobre o “υ”). Além do mais, o aoristo do infinitivo médio é sempre paroxítono:

γενεεεεσθαι (com acento agudo sobre o segundo “ε”; compare com o presente do

infinitivo médio de λυυυυεσθαι; com acento agudo sobre o “υ”).

(L. 172) A acentuação do imperativo ativo de λαβεεεε

(com acento agudo sobre o “ε”) é algo excepcional. Normalmente no aoristo segundo do imperativo ativo o acento é regressivo (pode vê-lo no Enchiridion do Cap. II, ponto 6), ou seja, como regra geral no caso dos verbos, o acento é colocado sempre o mais atrás possível (o mais perto possível do início da

palavra). Por exemplo, de λειπω temos λιιιιπε (com acento agudo sobre o “ι”) , λιιιιπετε (com acento agudo sobre o “ι”).

4) O aspecto verbal: vamos agora entender bem o significado do aoristo.

Consideremos este exemplo: enquanto eu lia, de repente escutei um barulho.

Na primeira frase, o pretérito imperfeito lia indica uma ação que tinha uma certa duração. Na segunda frase, o pretérito perfeito simples escutei expressa, pelo contrário, um fato instantâneo, privado de duração. O pretérito imperfeito pode ser representado por um segmento de reta e o pretérito perfeito simples com um ponto (veja o gráfico da página 272).

Como podemos ver a diferença entre lia e escutei não é de tempo, dado que ambos são passados. Pelo contrário, a diferença está no aspecto verbal, ou seja, se trata de duas formas diversas de ver a ação: aspecto verbal durativo no primeiro caso (lia) e aspecto verbal momentâneo, ou pontual, no segundo caso (escutei). (L. 26) Portanto, o aoristo indica um evento sem nenhuma duração, instantâneo, como um ponto.

(L. 27) No aoristo, somente o modo indicativo expressa, além do aspecto momentâneo, também o passado. O sinal disto é o aumento. Resumindo, o aoristo do indicativo expressa, portanto, uma ação instantânea passada.

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(L. 17) Já o imperativo, (L. 71) o infinitivo e (L. 56) o particípio indicam somente o aspecto momentâneo da ação, não o tempo passado. Justamente por isso eles não têm o aumento.

(Ls. 28, 29 e 30) Mas às vezes o aoristo do particípio ou do infinitivo grego fica traduzido melhor com um passado em português. Isso acontece não porque o aoristo tenha em si mesmo este valor, mas porque a anterioridade é uma consequência do contexto: Ουτωl ειπων εισηγαγεν αυτουl ειl την οικιαν = Tendo falado (depois de ter falado) assim, conduziu-os

para dentro da casa; Οι δε παντα τα γενοµενα αυτω ειπον = E eles lhe disseram tudo (todas as coisas) o que tinha acontecido.

(Ls. 14, 15 e 16) Em algumas outras ocasiões o aoristo pode ser traduzido em português seja no presente seja no passado:

Ο δε αδελφοl προl την θυραν ελθων και τον ∆ικαιοπολιν ιδων, “χαιρε, ω αδελφε” , εφη = E o (seu) irmão, vindo à porta e vendo o Dicaiópolis, disse(-lhe): “Olá, irmão!” (mas também: “...[tendo] vindo… e [tendo] visto…”).

5) Temas de alguns aoristos segundos muito usados: é necessário colocar mais atenção nestes aoristos segundos, que são muito frequentes. Note sobretudo a diferença entre o tema do presente e o tema verbal (veja a página 274:

αγ−ω [presente], αγαγ− [tema verbal], ηγαγ−ο−ν [aoristo do indicativo],

αγαγ−ων [aoristo do particípio]; απο−θνησκ−ω [presente]...).

6) Temas irregulares: alguns verbos formam o aoristo segundo a partir de um tema completamente diferente daquele do presente (veja a página 275:

αιρεω = “pego” [presente], ελ− [tema verbal], ειλον [aoristo do

indicativo], ελε, ελετε [aoristo do imperativo], ελων [aoristo do particípio];

ερχοµαι = “venho, vou” [presente]...; λεγω = “digo” [presente]...;

οραω = “vejo” [presente]...

Repare na acentuação irregular dos imperativos singulares ελθεεεε, ειπεεεε e

ιδεεεε (com acento agudo sobre o último “ε”). Também no imperativo de (L. 172)

ευρεεεε e λαβεεεε (com acento agudo sobre o último “ε”).

Pelo contrário, a acentuação dos imperativos nos compostos destes verbos é regressiva, e portanto regular. Observe, por exemplo,

επ−ααααν−ελθε (com acento agudo sobre o “α”) de επ−αν−ερχοµαι.

Page 122: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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2) O aumento (continuação): compare o tema do presente com o tema verbal e repare no seguinte:

a) Se o tema do presente começar com uma vogal longa, o tema verbal não apresentará nenhuma mudança em relação com o tema do presente.

b) Se o tema do presente começar com um ditongo, a primeira vogal do ditongo se alonga, e se depois vier um iota, este se subscreve.

Veja a página 276:

Presente Vogais simples ακουω εγειρω ικνεοµαι ορµαω υβριζω ωφελεω

Aoristo

ηκουσα ηγειρα ικοµην (ι longo) ωρµησα υβρισα ωφελησα

(o “α” se alonga em “η”)

(o “ε” se alonga também em “η”)

(o “ι” se alonga em “ι” [longo]) (o “ο” se alonga em “ω”)

(o “υ” se alonga em “υ” [longo]) (nenhuma variação)

Ditongos:

αιτεω αυξανω ευχοµαι οικεω

ητησα ηυξησα ηυξαµην ωκησα

(o “α” se alonga em “η” e

o “ ι” se subscreve)

(o ditongo “αυ” se torna

o ditongo longo “ηυ”)

(o ditongo “ευ” se torna

o ditongo longo “ηυ”)

(o “ο” se alonga em “ω” e

o “ ι” se subscreve)

Page 123: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

123

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 254, L. 5) παρα: a, ao / (Pág. 254, L. 9) αυριον: amanhã / (Pág. 254, L. 10) ζητειν: procurar / (Pág. 255, L. 14) εκοψε: bateu, tocou / (Pág. 255, L. 18) τι πασχετε: o-que acontece-convosco, o-que sentis / (Pág. 255, L. 21) καλωl εχω: estou bem / (Pág. 255, L. 25) τι ποτε...: o-que... / (Pág. 255, L. 29) γενοµενα: as coisas sucedidas, as coisas que aconteceram / (Pág. 256, L. 45) οιµοι: ó (para mim, de mim) / (Pág. 256, L. 45) οιµοι ταλαl: ó, coitado de mim (Pág. 256, L. 46) µοι εγενετο: que aconteceu (a mim, para mim) comigo (Pág. 256, L. 47) τιl: um, algum / (Pág. 256, L. 48) επ−ηρα: levantei-me (Pág. 256, L. 49) εξαιφνηl: de repente / (Pág. 257, L. 56) λαµβανοµαι: seguro, agarro / (Pág. 257, L. 58) παρεσµεν σοι: estamos perto de ti (literalmente: para ti) (Pág. 257, L. 60) µαθηµατα εγενοντο: lições se tornaram / (Pág. 258, L. 74) λαµβανω: pego / (Pág. 258, L. 83) µαχαιl: lembre de “µαχοµαι” / (Pág. 258, L. 88) εργον: obra, missão, realização / (Pág. 259, L. 98) εγωγε: eu, eu mesmo, eu por mim (forma reforçativa de εγω) / (Pág. 259, L. 101) ποτε: uma vez / (Pág. 259, L. 111) ηµαl ελαβεν εταιρουl: tomou-nos (como) companheiros / (Pág. 261, L. 138) κινδυνοl µεγαl εγενετο υµιν αποθανειν: (literalmente:) houve para vós um perigo de morrer, (expressão que significa:) correstes o grande risco de morrer (Pág. 262, L. 168) ηγεµων: guia / (Pág. 262, L. 177) τοσαυτη: tão grande (Pág. 262, L. 177) οσοl, −η, −ον : como, grande como, quão grande, que grande, quanto / (Pág. 263, L. 178) δοκει: parece / (Pág. 263, L. 180) οιοι τε εγενεσθε: sois capazes de, fostes capazes de / (Pág. 263, L. 183) δια: (+ gen.) através; (+ acu.) por, por causa de / (Pág. 263, L. 185) πασαν την νυκτα: toda a noite / (Pág. 263, L. 186) περι (+ acusativo): em torno de / (Pág. 263, L. 188) δυναµενοι: capazes, podendo (Pág. 263, L. 194) µονον: somente / (Pág. 263, L. 198) αιρεω = λαµβανω (Pág. 263, L. 189) ακουω + genitivo: escuto (um ser vivo) / (Pág. 264, L. 201) ωl: quando / (Pág. 264, L. 205) αυτοl: ele mesmo, ele em pessoa / (Pág. 264, L. 211) ηγειρατο: acordou-se / (Pág. 264, L. 213) τοιαυτα: tais coisas, coisas deste tipo, coisas assim / (Pág. 264, L. 217) ησυχοl: tranquilo / (Pág. 265, L. 228) ηκω: cheguei (presente com significado de passado) / (Pág. 266, L. 233) τιl ων συ κοπτειl την θυραν: quem sendo tu bates (n)a porta / (Pág. 266, L. 236) παρα σον δεσποτην: ao teu senhor / (Pág. 266, L. 240) µενε, ω φιλε: espera, ó amigo / (Pág. 266, L. 245) ολιγον τινα χρονον: um pouco (de) tempo, (literalmente:) pouco um tempo / (Pág. 267, L. 260) ουδεν γαρ νοσουσιν οι οφθαλµοι: nada sofrem os olhos, os olhos não estão doentes, os olhos em nada estão doentes, (literalmente:) nada de fato estão doentes os olhos / (Pág. 267, L. 264) ευχοµαι (+ dat.): rezo, suplico / (Pág. 267, L. 266) εξεστιν: é possível (Pág. 268, L. 273) εστω: mas tudo bem / (Pág. 268, L. 274) τη αναγκη µαχεσθαι: lutar contra a necessidade / (Pág. 268, L. 278) κατα θαλατταν: por mar (Pág. 269, L. 280) ουτωl: assim (ou seja: “estando assim a situação”) (Pág. 269, L. 286) φιλτατ’ανδρων: mais caro (querido) dos homens (Pág. 269, L. 291) µελλουσαν (acusativo): que queira, que esteja para, pretendendo

Page 124: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

1) lógico

2) diálogo

3) monólogo (µονοl = um)

4) prólogo

5) elogio (ευ [bem] – λογοl)

EXERCÍCIOS

Exercício 11a

Encontre, na leitura do início deste capítulo, duas formas do aoristo de

πασχω e duas do aoristo de γιγνοµαι.

Exercício 11b

Tendo presente a margem da pág. 271, escreva as formas do aoristo

ativo de πασχω (aoristo ε−παθ−ο−ν) e aquelas do aoristo médio de

λαµβανοµαι, “seguro, agarro” (aoristo ε−λαβ−ο−µην); traduza para o português todas as formas que você escrever.

Exercício 11c

Leia em voz alta e traduza:

4. ...εµπιπτειν (+ dat.)...

9. ...υπερ (+ gen. = sobre, acima; na)...

Exercício 11d

Coloque o aumento nestes temas:

Exercício 11e

Mude estas formas verbais nas formas correspondentes do aoristo; depois traduza cada forma:

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Exercício 11f

Leia em voz alta e traduza:

Exercício 11g

Traduza para o grego:

1. Como te tornaste cego, menino (ou “garoto”)? Dize-me o que aconteceu.

2. Onde viste (εβλεψαl) os bois? Deixaste-os no campo?

3. Depois de que sofreu (επει επαθεν) muito (= muitas coisas) por mar,

finalmente chegaram à (ειl + acu.) terra.

4. Depois de que viu as danças (επει εβλεψε τουl χορουl), os meninos (ou “garotos”) foram para casa e disseram ao (seu) pai o que tinha acontecido (aconteceu).

5. Caindo no mar, as meninas sofreram terrivelmente (= coisas terríveis).

Leia este trecho (tomado, com adaptações, de Heródoto, III. 129-130) e depois responda as perguntas:

[ο Πολυκρατηl, του Πολυκρατου Polícrates, tirano de Samos (século VI a.C.;

foi capturado e morto pelos persas) οι Περσαι os persas τουl θεραπονταl os

ministros, os cortesões ο ∆ηµοκηδηl, acu. τον ∆ηµοκηδη Democedes

Σουσα (acu. plural neutro) Susa εκοµισαν levaram του ιππου o cavalo

τον ποδα o pé εβλαψεν danificou, machucou εδυναντο podiam,

eram capazes de Ελληνικοl grego εκελευσε ordenou αγαγειν levar

πεδαl... ελκων arrastando grilhões (correntes) εσθηµενοl vestido com farrapos

(trapos) εθαυµασε maravilhou-se, admirou-se ηρετο perguntou ιατρευειν curar

πειρασθαι tentar ιατρεια remédio χρωµενοl (+ dat.) servindo-se de, usando

ετιµα honrava]

1. O que acontece com o rei da Pérsia? Até que ponto os seus médicos lhe ajudaram?

2. O que o rei soube? O que mandou os seus servos fazerem?

3. Com quais sinais se via que Democedes era um escravo?

Page 126: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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4. Qual é a reação do rei à vista de Democedes?

5. O que Democedes diz para o rei? Como cura o pé dele?

6. Que recompensas Democedes recebeu do rei?

Exercício 11h

Traduza para o grego:

1. Quando o rei cai do cavalo, se machucou (= padeceu algo mal); mas

os médicos disseram que não podiam (ου δυνανται) ajudá-lo.

2. Vindo a saber (= sabendo) que havia (há perto) um outro médico presente entre os escravos, os servos disseram: “Devemos trazer (= levar) este

médico (τουτον τον ιατρον) a ti”.

3. Quando o médico chegou, o rei disse: “É possível curar o (meu) pé?”.

4. O médico disse que estava disposto (= queria, desejava; use o presente) a tentar.

5. Quando o médico curou (ιατρευσε[ν]) o seu pé, o rei se tornou muito (= grande) amigo dele.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Observe estas classes de substantivos, dado que todos derivam de temas verbais:

1) Substantivos masculinos da primeira declinação terminados em –τηl, que indicam aquele que faz uma ação: por exemplo, de ποιε−, “fazer”, deriva

o ποιη−τηl, “o feitor, aquele que faz, compõe”, portanto “o poeta” (nomen agentis [nome do agente]).

2. Substantivos femininos da terceira declinação terminados em –σιl, que indicam a ação significada pelo verbo, por exemplo, η ποιη−σιl, “o fazer, a criação, a composição”, “a poesia” (nomen actionis [nome da ação]).

3. Substantivos neutros da terceira declinação terminados em –µα, que

indicam o resultado da ação, a coisa feita, por exemplo, το ποιη−µα, “a coisa feita, a obra”, “o poema” (nomen rei actae [nome da coisa feita]).

Page 127: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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Diga o significado das seguintes palavras:

1) οικεω ο οικητηl η οικησιl το οικηµα

2) µανθανω (µαθ−) ο µαθητηl η µαθησιl το µαθηµα

Page 128: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

A MEDICINA GREGA (pág. 281)

A ciência grega iniciou com as especulações dos filósofos que viveram na cidade jônica de Mileto no século VII a.C. O mais antigo destes pensadores foi Talete, cujo acme1 pode ser estabelecido, com uma certa segurança, do momento no qual previu um eclipse do sol que aconteceu no dia 25 de maio de 585. Talete e os seus sucessores se interessaram sobretudo por questões de física. Todos eles procuravam um princípio único que, subjazendo aos múltiplos fenômenos do mundo físico, os unificasse: a sua pergunta era, para expressá-la em termos

simples: “Qual é o elemento constitutivo último” (em grego, o “αρχη”) “da

matéria?”. E a resposta de Talete foi que o αρχη era a água. Ele imaginava a terra como um disco flutuante sobre a água (o oceano), com água também acima (a chuva, que caiu do céu); a água, rarefeita, se torna vapor aquoso ou neblina, enquanto que o ar, rarefeito, se tornaria, segundo Talete, fogo; a água condensada se transformaria em um corpo sólido, gelo ou lodo, e, em estado ulterior de condensação, terra e pedra. O interesse das teorias de Talete não consiste na verdade delas, mas na coragem com a qual ele procurou responder com termos de causas naturais as perguntas às quais tradicionalmente tinham sido dadas respostas em termos mitológicos.

As especulações dos filósofos jônicos não tinham objetivos práticos, e nisso eles se diferenciavam da medicina grega, que desde os tempos mais antigos

tinha sido desenvolvida como uma arte; o médico (αιτροl, ou seja, “curador”) era um artista. Existiam médicos famosos já antes dos tempos dos quais temos os testemunhos mais antigos de uma teoria médica, e o mais famoso é Democedes, cuja história, narrada pelo historiador Heródoto, é transmitida para nós neste capítulo.

O homem que os gregos consideravam o fundador da ciência médica viveu no século seguinte: trata-se de Hipócrates (acme em 430 a.C.), que fundou uma famosa escola médica sobre a pequena ilha de Coo. Um amplo corpo de escritos é atribuído a ele, que dedicados a todos os ramos da medicina, compreendeu a anatomia, a fisiologia, a prognóstica, a dietética, a cirurgia e a farmacologia. O Corpus Hippocraticum compreende também um livro de conselhos sobre a maneira de tratar os pacientes, e o famoso juramento de Hipócrates, que todos os estudantes de medicina faziam:

Page 129: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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Terei o mesmo respeito com o meu mestre de medicina como com os meus pais. Farei vida comum com ele e lhe pagarei todas as minhas dívidas. Considerarei como irmãos meus os seus filhinhos e lhes ensinarei a ciência, se desejarem aprendê-la, sem pagamento ou contrato. […] Prescreverei remédios para ajudar os doentes o melhor que eu puder e souber. […] Não darei a ninguém, mesmo que me pedirem, fármacos mortais […], nem darei um fármaco abortivo para uma mulher. […] Tudo aquilo que eu vir, ou escutar, que não deva ser dito às pessoas estranhas, não o divulgarei nunca. […]

O juramento nos leva a conhecer a organização das escolas médicas (um sistema de aprendizagem) e os princípios éticos que os médicos gregos se esforçavam para respeitar.

Dos escritos do Corpus Hippocraticum, nenhum pode ser atribuído na verdade com certeza a Hipócrates, mas muitos, talvez a maior parte, foram escritos no século V; eles contêm algumas observações de grande exatidão e agudeza. Particularmente interessante é a casuística presente nestes escritos, que mostra aquela observação e registro atento dos fatos e sintomas dos quais toda diagnose séria depende. Por exemplo:

Em Taso, Pizione teve fortes calafrios e febre alta causados por tensões nervosas, esgotamento e insuficiente atenção à dieta. A sua língua queimava, estava com sede, era bilioso e não dormia. No segundo dia: por volta do meio-dia, os pés estão gelados (As epidemias, III. 2, caso 3).

O médico continua a registrar as condições e os sintomas do paciente até o décimo dia, quando ele morre.

Os médicos gregos reconheciam que não eram capazes de intervir em muitos casos. Eles usavam remédios simples, e as medicinas (geralmente purgantes) eram usadas com parcimônia. A cirurgia fez notáveis avanços, por mais que o desenvolvimento da anatomia fosse freado pelo relutância em fazer cortes no corpo humano. O salasso era um remédio comum, e se dava grande importância à dieta e ao exercício físico. Apesar dos seus limites, a medicina grega era racional sob todos os aspectos, e o pensamento de que a doença fosse causada por espíritos maus era rejeitado, uma crença ainda comum na Palestina dos tempos de Jesus. Se um doente não podia ser curado pelos médicos, a última possibilidade para o paciente consistia em acudir a um dos santuários taumatúrgicos, onde uma combinação de tratamentos médicos e de confiança religiosa conduzia às vezes à cura.

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1 Os antigos geralmente não nos deixaram as datas de nascimento e de morte das

personagens ilustres, mas a sua “acme” (em grego ακµη; dita também, com uma palavra latina, o “floruit” , literalmente “ele floresceu”), ou seja, o período culminante da vida deles; o acme pode ser fixado em torno dos trinta e cinco aos quarenta anos de idade.

FIGURAS

Aquiles faz uma ferida em Pátroclo.

Asclépio.

Pedra tumbal do médico Jásom.

Instrumentos médicos e cirúrgicos.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO XII: “Η ΝΑΥΣΙΚΑΑ”

“ENCHIRIDION”

1) (M., págs. 307 e 308) Aoristo primeiro (noções gerais): neste capítulo encontramos outra vez este tempo verbal do passado: o aoristo. Mas agora, vamos fixar-nos no aoristo primeiro. A maior parte dos verbos tem aoristo primeiro e não aoristo segundo, que foi aquele que vimos no capítulo passado.

(L. 59) Formamos o aoristo primeiro acrescentando o sufixo −σα ao

tema verbal: ε−λυλυλυλυ−σασασασα. É importante saber que o tema verbal do aoristo primeiro é muitas vezes igual ao do presente (diversamente do que acontece com o aoristo segundo).

(M., pág. 307) Como no aoristo segundo, o aumento aparece somente no modo indicativo e as desinências secundárias são facilmente reconhecíveis (veja a página 270), exceto na primeira pessoa do singular da voz ativa.

(M., pág. 307) Portanto, eis o aoristo primeiro do indicativo

ativo: ε−λυ−σα (= eu desatei), ε−λυ−σα−l (= tu desataste), ε−λυ−σε(ν) (= el-e/-a desatou), ε−λυ−σα−µεν (= nós desatamos), ε−λυ−σα−τε (= vós

desatastes), ε−λυ−σα−ν (= el-es/-as desataram).

(M., pág. 307) As formas da voz média serão: ε−λυ−σα−µην (= eu me desatei; eu desatei algo que é meu), ε−λυ−σω (“de” ε−λυ−σα−σο; = tu

te desataste; tu desataste algo que é teu), ε−λυ−σα−το (= el-e/-a se desatou;

el-e/-a desatou algo que é del-e/-a), ε−λυ−σα−µεθα (= nós nos desatamos; nós

desatamos algo que é nosso), ε−λυ−σα−σθε (= vós vos desatastes; vós desatastes

algo que é vosso), ε−λυ−σα−ντο (= el-es/-as se desataram; el-es/-as desataram

algo que é del-es/-as).

O imperativo, o infinitivo e o particípio possuem algumas terminações particulares: imperativo ativo: (L. 308) λυ−σον (desata!), λυ−σα−τε (desatai!); imperativo médio: λυ−σαι (desata-te!; desata algo que é teu!), λυ−σα−σθε (desatai-vos!; desatai algo que é vosso!); infinitivo ativo: (L. 267) λυ−σαι (“desatar” ou “ter desatado”); infinitivo médio: λυ−σα−σθαι (“desatar-se” ou “ter-se desatado”; “desatar algo que é do sujeito” ou “ter

desatado algo que é do sujeito”); particípio ativo: (L. 217) λυ−σαl,

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λυ−σασα, λυ−σαν (“desatando” ou “tendo desatado”); particípio médio:

(L. 220) λυ−σα−µενοl, λυ−σα−µενη, λυ−σα−µενον (“desatando-se” ou “tendo se desatado”; “desatando algo que é do sujeito” ou “tendo desatado algo que é do sujeito”).

(Ls. 267 e 315) Repare que o infinito ativo tem acento

sempre sobre a penúltima, por exemplo, λυυυυσαι (com acento circunflexo sobre o

“υ”) e κελεεεευυυυσαι (com acento circunflexo sobre o “υ”). Nestes últimos dois verbos, o infinitivo ativo tem acento circunflexo porque, como você já sabe, o

ditongo −αι é considerado breve em quanto à acentuação.

2) Aoristo primeiro (mudanças fonéticas): alguns temas verbais sofrem mudanças

fonéticas ao se encontraram com o σ do sufixo −σα− do aoristo primeiro:

Quando o tema do verbo termina com uma consoante, no encontro desta

consoante com o σ, ocorrem diversas mudanças fonéticas:

a) (L. 39) Se o tema termina com consoante labial (π, β, φ), a

labial diante do σ se transforma na consoante dupla ψ (= ps). Exemplo:

βλαπτω, “danifico” (tema βλαβ−): εβλαψα; πεµπ−ω = επεµψα; αλειφ−ω,

“eu faço uma unção” (do verbo “ungir”): ηλειψα.

b) (L. 31) Se o tema termina com consoante dental (τ, δ, θ), é

como se esta caísse diante do σ: σπευδ−ω: εσπευσα; κοµιζω (tema κοµιδ−):

εκοµισα; πειθ−ω: επεισα; ερεσσω, “remo” (tema ερετ−): ηρεσα.

c) (L. 331) Se o tema termina com consoante gutural (κ, γ, χ), a

gutural diante do σ se transforma na outra consoante dupla ξ (= ks): πραττω

(tema πραγ−): επραξα; φυλαττω (tema φυλακ−): εφυλαξα; δεχ−οµαι: εδεξαµην.

(Ls. 20 e 225) Os verbos com um tema terminado em −ε− ou em

−α− alongam estas vogais diante do σ: φιλε−ω: εφιλη−σα; ηγε−οµαι: ηγη−σαµην; τιµα−ω: ετιµη−σα.

Os verbos καλεω e µαχοµαι têm temas terminados com a

vogal −ε−, mas esta não se alonga em “η” : (L. 65) καλε−ω, εκαλεσα, καλεσαl, “chamo”; µαχοµαι (tema µαχε−), εµαχεσαµην, µαχεσαµενοl, “luto”.

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Mais adiante você encontrará alguns verbos contraídos com um tema

terminado em −ο−. Esta vogal também se alonga diante do σ do aoristo: δηλο−ω:

εδηλω−σα.

3) Aoristo primeiro (particípio):

A partir deste capítulo, você encontrará na lista de vocabulário também o aoristo do indicativo, e, junto com este, o aoristo do particípio. Isso servirá para ver seja as formas com aumento, seja aquelas sem aumento.

(M., pág. 308) O aoristo primeiro do particípio ativo se declina como o

adjetivo παl, πασα, παν, diferenciando-se deste só em quanto ao acento, que é colocado sempre o mais atrás possível (o mais perto possível do início da

palavra): λυυυυσαl (com acento agudo sobre o “υ”) , λυυυυσασα (com acento agudo

sobre o “υ”) , λυυυυσαν (com acento circunflexo sobre o “υ”), acusativo

λυυυυσαντα (com acento agudo sobre o “υ”) , λυυυυσασαν (com acento agudo

sobre o “υ”) , λυυυυσαν (com acento circunflexo sobre o “υ”), etc.

(M., pág. 309; L. 222) O aoristo primeiro do particípio médio

(λυυυυσαµενοl, −µενη, −µενον, etc.) se declina como o presente do particípio médio.

4) Aoristo primeiro (temas com consoante líquida ou nasal): os verbos que têm

temas terminados com consoante líquida (λ, ρ) ou nasal (µ,ν) não terminam em

−σα no aoristo, mas em −α.

(L. 46) Na verdade, o sufixo é sempre −σα, mas depois de consoante

líquida ou nasal o σ desaparece e a vogal do tema verbal se alonga (alongamento

por compensação): εµεινα “de” εµεν−σα, ηγγειλα “de” ηγγελ−σα, etc.

Observe estes exemplos e repare que o ε se alonga por

compensação em ει: (L. 104) µενω: εµεινα; φαινοµαι (tema φαν−): εφηναµην;

αποκτεινω (tema κτεν−): απεκτεινα; αποκρινοµαι (tema κριν− [“ ι” breve]):

απεκριναµην (“ι” longo); αµυνω (tema αµυν− [“ υ” breve]): ηµυνα (“υ”

longo); νεµω, “distribuo”: ενειµα; αγγελλω (tema αγγελ−): ηγγειλα; αιρω

(tema αρ−): ηρα.

5) Aoristo primeiro (temas diferentes): tenha bem presente estes aoristos primeiros (no indicativo e no particípio), que derivam de temas diferentes daqueles do presente (o tema verbal está indicado entre parênteses depois do

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presente): αιρω (αρ−), ηρα, αραl, “levanto”; (L. 217) δοκει (δοκ−), εδοξε, δοξαν, “parece (parece bem)”; (L. 213) εθελω (εθελε−), ηθελησα, εθελησαl, “quero”; (L. 188) ελαυνω (ελα−), ηλασα, ελασαl, “empurro”; καιω (καυ−), εκαυσα, καυσαl, “incendeio, queimo”; (L. 189) πλεω (πλευ−), επλευσα,

πλευσαl, “navego”.

6) (M., pág. 310) Aoristo primeiro (aumento nos verbos compostos): nos verbos

compostos com preposições, o aumento silábico (ε−) se interpõe entre a preposição e o tema do verbo simples.

(M., pág. 310) Observe os aoristos dos verbos compostos de βαλλω

(aoristo εβαλον) e repare nas mudanças de forma de alguns prefixos, devido à

eufonia: εισ−, “para, em, dentro”: εισβαλλω, εισεβαλον; εκ− “fora de”:

εκβαλλω, εξεβαλον; προσ−, “para, em direção de”: προσβαλλω, προσεβαλον; απο−, “desde, longe de”: αποβαλλω, απεβαλον; κατα−, “para

baixo”: καταβαλλω, κατεβαλον; συν−, “junto com”: συµβαλλω, συνεβαλον.

7) (Ls. 79, 86, 180...) Pretérito imperfeito: neste capítulo nos encontramos com

algumas formas do pretérito imperfeito: εσπευδον, εκαλουν, εβοων, ηγον, ηπορει, επινον, etc. Mas veremos melhor este tema no próximo capítulo.

De todas maneiras, convém expor o pretérito imperfeito do verbo ειµι, que não tem aoristo. O pretérito imperfeito só se acha no modo indicativo e é traduzido como em português: “eu era, tu eras...”.

(M., pág. 309; L. 27) Eis as formas do pretérito imperfeito do

verbo ειµι: ην, ησθα, ην, ηµεν, ητε, ησαν.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 286, Margem) εκρυψεν: escondeu / (Pág. 287, Margem) επει: quando, depois que, dado que / (Pág. 287, L. 13) ...τε (enclítico) και...: e / (Pág. 287, L. 13) δυο... ηµεραl (no acu.): (durante, por) 2 dias / (Pág. 287, L. 17) καταλειπω: deixo atrás, abandono / (Pág. 287, L. 21) πετρα: rocha / (Pág. 287, L. 25) ποταµοl: rio (Pág. 287, L. 26) το στοµα: boca, desembocadura, foz / (Pág. 287, L. 28) καταφευγω: refugio-me / (Pág. 288, Margem) ο Ελλην, Ελληνοl: grego (Pág. 288, Margem) πλυνοµενα: lavadas (neutro) / (Pág. 288, L. 34) η: ou (Pág. 288, L. 35) εχθροl: + dativo / (Pág. 288, L. 36) αφικοµενοl: chegando, ao chegar / (Pág. 288, L. 38) υλη: bosque, floresta / (Pág. 288, L. 40) θαµνοl:

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arbusto / (Pág. 288, L. 42) ων εβασιλευεν: sobre os quais reinava / (Pág. 288, L. 43) καλλιστοl, −η, −ον: belíssimo, o mais belo / (Pág. 288, L. 45) ιµατια: roupas, vestes, hábitos / (Pág. 289, L. 50) και... και...: seja... seja...; tanto... como... (Pág. 290, L. 76) πειθοµαι (+ dat.) : obedeço a (alguém) / (Pág. 290, L. 76) σφαιρα: bola, esfera / (Pág. 290, L. 80) τελοl: no final, finalmente, por fim (Pág. 290, L. 82) τηl αµφιπολου ηµαρτε: errou a escrava / (Pág. 290, L. 83) (η σφαιρα) εισεπεσεν / (Pág. 290, L. 85) εν τοιl...: entre os... / (Pág. 290, L. 86) ηγειρατο: acordou-se / (Pág. 291, L. 92) ανθρωπινοl: humano / (Pág. 291, L. 97) πτορθοl: ramo / (Pág. 291, L. 97) φυλλον: folha / (Pág. 291, L. 107) θνητοl, −η, −ον: mortal / (Pág. 291, L. 109) φαινοµαι: pareço, dou a impressão (Pág. 291, L. 111) διατριβω: consumo, passo (o tempo) / (Pág. 292, L. 114) οµοιοl: + dativo / (Pág. 292, L. 115) χοροl, ου: dança, coro / (Pág. 292, L. 115) χορευω: danço, bailo; χορουl εισαγειl: supor um “quando” / (Pág. 292, L. 117) τοιουτοl, −η, −ον e τοιουτο: tal, assim / (Pág. 293, L. 136) παρα (+ dativo): junto de, perto de / (Pág. 293, L. 138) ενδυοµαι: visto, coloco / (Pág. 294, L. 147) κατεσθιω: devoro; φαγ−: tema do aoristo / (Pág. 294, L. 147) µαλιστα: muitíssimo, sobretudo / (Pág. 295, L. 169) οσοl, −η, −ον : como, grande como, quão grande, que grande, quanto / (Pág. 295, L. 175) καλωl: bem / (Pág. 295, L. 176) κελευω: + acusativo (quem recebe a ordem) e infinitivo (= ação ordenada) / (Pág. 295, L. 187) ο ναυτηl, ου: o marinheiro / (Pág. 296, Margem) βουλεται “αυτω” γαµεισθαι: “com ele” / (Pág. 296, L. 190) Ιθακην: Ítaca / (Pág. 296, L. 206) λεγειν: (para) dizer, (de) dizer / (Pág. 297, L. 211) ωl ταχιστα: o mais rápido possível (Pág. 297, L. 212) πορευοµαι: vou, viajo, caminho, marcho / (Pág. 297, L. 215) εδυνατο: podia / (Pág. 298, L. 223) σωζειν: salvar, proteger / (Pág. 298, L. 225) χαιρειν κελευω: saúdo, digo adeus a; (literalmente:) mando alegrar(-se) / (Pág. 298, L. 231) φορτια: carga, mercadorias / (Pág. 300, Margem) πλεον: mais (comparativo) / (Pág. 300, L. 257) λιµην, λιµενοl: porto / (Pág. 300, L. 262) εβοων: gritavam / (Pág. 300, L. 265) ηγον: conduziam / (Pág. 301, L. 269) ναυl: acusativo / (Pág. 301, L. 269) προl (+ dativo): junto de, em (permanência em um lugar) / (Pág. 301, L. 270) ορµεω (diferente de ορµαω) : estou ancorado (Pág. 301, L. 272) επινον: bebiam / (Pág. 302, L. 306) επανιεναι: em voltar, para voltar / (Pág. 303, L. 316) οπισθεν (+ genitivo) / (Pág. 302, L. 307) συν (+ dativo): com, junto com / (Pág. 303, L. 314) εκελευσε τον δουλον περιµειναι αυτουl κελευσαι: mandou o escravo mandar eles esperarem (em torno [dele]) (Pág. 304, L. 331) αµα: ao mesmo tempo / (Pág. 305, L. 361) ποτε: uma vez (Pág. 305, L. 365) α−δυνατον: “α−” = “ ου”/ (Pág. 305, L. 366) ενυπνιον: visão (tida em sonho, tida durante o sonho) / (Pág. 305, L. 367) δοκει: + dativo e infinitivo (Pág. 305, L. 370) µισθον: (como) pagamento / (Pág. 305, L. 372) θεραπευω: tomo cuidado de, curo

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“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

1) matemática

2) polimatia

3) ortodoxia (η δοξα = opinião; fama, glória)

4) ortodontia (ο οδουl, του οδοντοl = dente)

5) ortopedia

EXERCÍCIOS

Exercício 12a

Encontre, no segundo e no terceiro parágrafo da leitura no início deste capítulo, oito formas do aoristo primeiro; depois analise cada forma (diga o gênero, o número e o caso dos particípios; o modo, a pessoa e o número das outras formas).

Exercício 12b

Diga a primeira pessoa do singular do aoristo do indicativo destes verbos:

...

8. κηρυττω (“anuncio”)

...

12. δουλοω (“torno escravo, escravizo”)

...

Exercício 12c

No primeiro parágrafo da leitura no início deste capítulo, encontre seis

formas do pretérito imperfeito de ειµι ou dos seus compostos.

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Exercício 12d

Traduza para o português:

10. ...σαυµαζω (= admiro [transitivo]).

Exercício 12e

Traduza para o grego (tenha em conta que as formas verbais, indicativos, imperativos, infinitivos e particípios, pelo valor aspectual delas, devem ser traduzidas com o aoristo):

1. Depois de ter feito (= tendo feito) uma libação e ter orado aos deuses, fomos (a pé = caminhamos [pretérito perfeito simples]) para a cidade.

2. O pai mandou o menino (ou “garoto”) mandar o cão para casa.

3. Eu te ajudei, mas tu me colocaste em (= me guiaste no) perigo.

4. Chama a tua mãe, garoto, e pede-lhe “que nos receba” (= “receber-nos”).

5. O jovenzinho (ou “jovem”), tendo ganho, recebeu uma coroa

(ο στεφανοl).

6. Quando chegamos (pretérito perfeito simples) na cidade, vimos (pretérito perfeito simples) muitos homens nas estradas.

Exercício 12f

Diga a primeira pessoa do singular do aoristo do indicativo destes verbos:

1. νεµω (“distribuo”)

...

3. αγγελλω (“anuncio”, tema αγγελ−)

4. οτρυνω (“estimulo, excito”)

5. σηµαινω (“assinalo, indico”)

...

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Exercício 12g

Diga a primeira pessoa do singular do aoristo do indicativo destes verbos:

Exercício 12h

Leia em voz alta e traduza:

8. ... (η µαχη = batalha)...

Leia este trecho (tomado, com adaptações, de Heródoto, IV. 152) e depois responda as perguntas:

[ο Κωλαιοl Coleu των Ελληνων dos gregos Ταρτησσον Tartesso

οι Σαµιοι os samos η Σαµοl Samos την Αιγυπτον o Egito επλει navegava

την εσπεραν a tarde-a noite; o ocidente Ηρακλειαl στηλαl as Colunas de

Hércules διεκπερασαντεl tendo passado além de, depois de ter superado

Ωκεανον o Oceano]

1. Quais foram os primeiros gregos que chegaram em Tartesso?

2. Coleu zarpou em direção de que lugar?

3. Qual foi o motivo pelo qual ele navegou para o ocidente?

4. Que lugar ele precisou superar antes de chegar em Tartesso?

[οι επιχωριοι os indígenas, os habitantes do lugar Αργαθωνιον Argatônio

οποθεν de onde Ελληνεl gregos κασσιτερον estanho

εµποριαν εποιουντο praticavam o comércio, comerciavam]

5. Aonde Coleu foi levado pelos indígenas?

6. O que Argatônio perguntou para Coleu e para os seus homens?

7. O que Coleu respondeu?

8. Como Argatônio recebeu Coleu e os companheiros dele, e o que lhes deu?

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9. O que Coleu e os seus companheiros fizeram em Tartesso?

10. Coleu e os seus companheiros voltaram para a pátria sãos e salvos?

Exercício 12i

Traduza para o grego:

1. Quando Coleu voltou para a pátria, disse para os gregos

(τοιl Ελλησι[ν]) o que tinha acontecido (= aconteceu).

2. Todos se maravilharam, e muitos, tendo ouvido que Argatônio era

muito rico, queriam (εβουλοντο) viajar (= navegar) para Tartesso.

3. Decidiram (= pareceu-lhes) partir imediatamente (ou “logo”); e, preparadas (= tendo preparado) quatros embarcações, zarparam (navegaram, partiram pelo mar).

4. Depois de terem sofrido muitos males terríveis (= muitas e terríveis coisas), chegaram finalmente em Tartesso.

5. E (δε) o rei os recebeu gentilmente e lhes deu muita prata

(αργυριον) e muito estanho.

6. De tal forma que (= assim portanto) os gregos comerciaram durante

(por) muito tempo com (προl) os cidadãos de Tartesso.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

O prefixo α− (αν− diante de vogal) é frequente em grego. É chamado alfa privativo, porque significa a negação ou ausência do conceito expresso pela palavra à qual se une (que pode ser um verbo, um substantivo ou um adjetivo).

Por exemplo, de δυνατοl, “possível”, deriva αδυνατοl, “impossível”.

O português também tem muitas palavras doutas compostas com a privativo, derivado justamente do alfa privativo grego; estas palavras “negam sem afirmar o contrário”, de uma forma diferente dos termos compostos com o prefixo in-. Por exemplo, enquanto que um comportamento imoral é um comportamento mau, contrário à moralidade, um comportamento amoral é moralmente indiferente, estranho ao âmbito moral.

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Do significado, que você já conhece, das palavras à esquerda deduza aquele das palavras à direita:

...

2) αξιοl... (“digno”)...

3) δικαιοl... (“justo”; η δικη, “a justiça”)...

4) ανδρειοl... (de ο ανηρ, του ανδροl)...

Note que os adjetivos compostos com alfa privativo, como geralmente os adjetivos compostos da primeira classe, têm somente duas terminações, uma para o masculino e o feminino e uma para o neutro.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

O COMÉRCIO E AS VIAGENS (pág. 315)

Na tarda idade de bronze, os aqueus praticaram intensamente o comércio em todo o Mediterrâneo oriental. O seguinte período (1100-800 a.C. aproximadamente), tradicionalmente chamado idade medieval grega, foi sobretudo uma época de isolamento, na qual houve poucas trocas comerciais com outros povos e o contato com o Oriente foi cortado. No início do século VIII a.C., nasceram dois polos comerciais gregos, um no Oriente e outro no Ocidente: em al-Mina, na desembocadura do rio Oronte na Síria, e na ilha de Ísquia, no golfo de Nápoles, ao redor de 775 a.C. Todos os dois provavelmente comerciavam metais (cobre e estanho do Oriente; cobre, estanho e ferro da Etrúria, no Ocidente), de grande importância para a fabricação de armas.

O polo de al-Mina estava em uma posição estratégica para os atos comerciais com o interior, em direção da Mesopotâmia, e com a região costeira, em direção das cidades fenícias e do Egito. Depois da fundação de al-Mina começou a surgir uma intensa importação do Oriente não somente de metais e manufaturas, mas também de artistas e ideias, e particularmente do alfabeto que os gregos inventaram, adaptando-o daquele dos fenícios, talvez ao redor de 750 a.C. Este período foi para a Grécia uma época de rápidas mudanças e de desenvolvimento, uma espécie de Renascimento. Da união de vários vilarejos

nasceu a Cidade-estado ou póli (πολιl); a maior parte dos Estados pertencentes à monarquia passou para o regime da aristocracia; houve uma revolução nas técnicas de guerra: os hoplitas (a infantaria pesada, que lutava em filas compactas) substituíram a cavalaria como corpo principal nos combates; a população cresceu em número, de tal forma que as cidades gregas adquiriram colônias, que povoaram as costas do mar Mediterrâneo em todo lugar onde não houvesse um poder forte para repeli-las. Estas colônias, ainda que tinham sido fundadas originariamente para dar terra à população em excesso, se tornaram rapidamente prósperas cidades independentes (por exemplo, Siracusa, fundada em 733 desde Corinto) e depois deram um incremento ao comércio, particularmente do trigo, destinado à crescente população da mãe-pátria. A Itália meridional, do golfo de Nápoles para baixo, e quase toda a costa da Sicília se encheram de colônias gregas, e esta região tomou o nome de Magna Grécia. No movimento de colonização, os Estados guias foram Cálcide e Erétria, na Eubeia, Egina e Corinto; Mileto e outras cidades gregas da Ásia Menor foram ativas na colonização do Egeu setentrional e do mar Negro.

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Lê-se em Heródoto a história de Coleu de Samos, que você encontrou neste capítulo: Coleu passou pelo estreito de Gibilterra e desembarcou em Tartesso, na baía de Cádice; este é somente um exemplo das inesperadas aventuras dos comerciantes gregos. O novo mercado ocidental aberto por Coleu foi usado por um outro Estado jônico, Foceia: os focesos ao redor de 600 fundaram Massília (a atual Marselha) e estabeleceram logo depois boas relação comerciais com o rei de Tartesso. Mas esta expansão ocidental do comércio grego foi obstaculizada pelos cartagineses, que conseguiram parar os gregos e obter o monopólio da rota através do estreito de Gibilterra em direção da Espanha, da Bretanha e da Britânia.

O comércio com o Egito se desenvolveu no século VII, quando foi encorajado por um faraó favorável aos gregos, Psamético I (664-610). Do Egito os gregos importavam trigo, enquanto que as exportações deles eram de azeite de oliva, vinho, talvez prata e certos soldados mercenários. Psamético criou um pelotão estável de hoplitas gregos, e ainda sob o seu neto, Psamético II, havia no Egito mercenários gregos. Na foz do Nilo foi fundada uma concentração grega, Náucratos, ao qual o faraó Amase (570-526 a.C.) concedeu um estatuto especial. Náucratos se tornou o maior porto do Egito e um florescente centro comercial e turístico. O Egito, com a sua cultura antiquíssima, fascinava os gregos, e muitos o visitavam por curiosidade, além dos motivos comerciais. Quando a família da poetisa Safo foi exilada da ilha de Lesbo, Safo foi para a Sicília, mas o seu irmão foi para o Egito, onde se apaixonou pela cortesã mais famosa daqueles tempos e gastou com ela todos os seus bens. O poeta Alceu, contemporâneo de Safo, também foi para o Egito durante o seu exílio, mas o seu irmão Antimênides se tornou mercenário no exército de Nebucadnêzaro (ou Nabucodonosor), rei da Babilônia, e participou na campanha que culminou com a toma de Jerusalém (587 a.C.), à qual seguiu a diáspora dos hebreus; Antimênides se tornou o heroi do exército babilônico.

Na época em que a nossa história se desenvolve, o Pireu era o maior porto não só da Grécia, mas de todo o Mediterrâneo; Atenas tinha tirado de Corinto o primado como potência marítima e comercial. O porto do Pireu provavelmente estava sempre repleto de embarcações, atenienses, de outras cidades gregas ou bárbaras. As mercadorias de importação principal eram o trigo, que provinha das grandes zonas de produção do mundo antigo: o Egito, a Sicília e as estepes da Cízia (Rússia meridional); Atenas tinha estipulado com a Cízia alguns tratados que lhe concediam o monopólio daquele comércio. Importava-se também em grande quantidade madeira para a construção das embarcações, que provavelmente servia especialmente para a grande marinha ateniense (trezentos

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trirremes). A Ática não produzia metais, exceto a prata das minas do Láurio, mas exportava azeite de oliva, prata e cerâmicas artísticas (já ao redor de 550 a.C., os vasos áticos com figuras negras e rochas tinham derrotado todos os concorrentes).

Por mais que as trocas comerciais, também com lugares muito distantes, fossem florescentes, não devemos esquecer que somente uma minoria dos gregos participava nelas. Os camponeses estavam ligados às suas terras, e a atitude do Dicaiópolis diante do comércio por mar poderia não ter sido muito diferente daquela que Hesíodo tinha tido, três séculos antes. Ele fez uma única viagem em toda a sua vida, para ir a Eubeia a fim de participar em uma competição poética. Segundo Hesíodo é possível viajar tranquilamente somente nos cinqüenta dias que vêm depois do solstício de verão (21 de junho); seria possível também fazer uma viagem na primavera, mas é um risco:

Eu [...] o desaconselho; não agrada ao meu ânimo: é muito incerto e dificilmente tu escaparás do mal. Entretanto, também isso fazem os homens por causa da sua mente louca: os bens, de fato, são a vida dos míseros mortais, mas é terrível morrer em meio ao mar (As obras e os dias, 682-687).

FIGURAS

O alfabeto fenício.

A oficina de Hefesto.

Embarcação mercantil.

Siracusa e o seu porto.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO XIII: “ΠΡΟΣ ΤΗΝ ΣΑΛΑΜΙΝΑ”

“ENCHIRIDION”

1) (L. 7) Pretérito imperfeito (formação): depois de termos estudado o aoristo, vamos continuar aprofundando no passado, mas agora vendo o pretérito imperfeito. A tradução deste tempo verbal grego coincide com a do português:

ελυον = eu desatava.

(M., pág. 320) Obtemos as formas do pretérito imperfeito colocando o aumento (sinal do passado) antes do tema do presente e acrescentando as vogais

conjuntivas (−ο− e −ε−) e as desinências pessoais secundárias. Portanto, a formação do pretérito imperfeito é igual à do aoristo segundo, exceto pelo fato que este último deriva de um tema diferente daquele do presente. Sendo assim, o

imperfeito de λυω (tema λυ−) será: ε−λυ−ο−ν, (= eu desatava), ε−λυ−ε−l (= tu desatavas), ε−λυ−ε(ν) (= el-e/-a desatava), ε−λυ−ο−µεν (= nós

desatávamos), ε−λυ−ε−τε (= vós desatáveis), ε−λυ−ο−ν (= el-es/-as desatavam).

(M., pág. 322) Na voz média (e na voz passiva), o pretérito imperfeito

será: ε−λυ−ο−µην (= eu me desatava; eu desatava algo que é meu), ε−λυ−ου

(“de” ε−λυ−ε−σο [o σ intervocálico desaparece e ocorre a contração]; = tu te

desatavas; tu desatavas algo que é teu), ε−λυ−ε−το (= el-e/-a se desatava;

el-e/-a desatava algo que é del-e/-a), ε−λυ−ο−µεθα (= nós nos desatávamos;

nós desatávamos algo que é nosso), ε−λυ−ε−σθε (= vós vos desatáveis;

vós desatáveis algo que é vosso), ε−λυ−ο−ντο (= el-es/-as se desatavam; el-es/-as desatavam algo que é del-es/-as).

O pretérito imperfeito só existe no modo indicativo.

(L. 12; M., pág. 333) O pretérito imperfeito dos verbos contraídos

(em −ε− ou em −α−) se forma da mesma maneira, tanto na voz ativa como na média, mas aplicando as regras de contração (veja a página 76 e 100).

Para o pretérito imperfeito de ειµι, veja a página 309.

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2) Pretérito imperfeito (aspecto verbal): é importante também relembrar o aspecto verbal do pretérito imperfeito.

(Ls. 11 e 12) Este tempo verbal indica uma ação “durativa” ou “duradoura” (aspecto) no passado (tempo). Exemplo: Επει προσεχωρουµεν, οι φυλακεl ταl πυλαl εκλειον = Enquanto nós nos aproximávamos, os guardiões fechavam (estavam fechando) as portas.

Compare agora uma frase semelhante com o aoristo, que indica uma ação instantânea, como um ponto: Επει εισηλθοµεν, οι φυλακεl ταl πυλαl εκλεισαν = Quando (depois que) entramos, os guardiões fecharam as portas.

3) Pronome relativo: durante as leituras, nós achamos vários exemplos de proposições relativas: (L. 24...) ∆εκα νηεl µακραι εφαινοντο, αι προl τον Πειραια επορευοντο = Apareciam dez embarcações de guerra, que iam para o Pireu; (L. 40...) Κακον ανθρωπον εν τη νηι φεροµεν, ον δει ριπτειν ειl την θαλατταν = Levamos no barco um homem mau, que é preciso jogar no mar.

(L. 66) As proposições relativas são introduzidas por pronomes relativos, que em português são que (do qual, para o qual, com o qual, etc.), cujo, o qual e semelhantes.

(M., pág. 334) É muito fácil aprender o pronome relativo οοοοl, ηηηη, οοοο, porque as suas formas são semelhantes àquelas do artigo. Basta só ter em conta

que o nominativo singular masculino é οl e nos outros casos pensar nas formas

do artigo ο, η, το, tirando o τ− inicial cada vez que ele aparece. Justamente por causa da semelhança do pronome relativo com o artigo, é preciso estar atento para não confundir as formas de um com o outro. Para isso, repare nos acentos e no espírito que é sempre áspero.

O pronome relativo em grego concorda com o seu antecedente, ou seja, com o substantivo ao qual se refere (o substantivo se encontra na frase que rege a proposição relativa), em gênero e número. O caso, porém, é aquele pedido pela função lógica dentro da frase relativa. Assim, (L. 25) na primeira frase o relativo

αι está no feminino plural porque o seu antecedente (δεκα νηεl µακραι) está no feminino plural, mas está no nominativo porque é sujeito da proposição relativa.

(L. 41) Já na segunda frase, ον está no masculino singular porque concorda em

gênero e número com o antecedente κακον ανθρωπον, mas está no acusativo

porque é objeto direto do verbo ριπτειν.

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(Exercício 13f, n. 4) Às formas do pronome relativo se acrescenta às

vezes o sufixo −περ, que tem um valor enfático: οσπερ, “que (exatamente, precisamente, justamente), o qual (exatamente...)”.

4) (Ls. 27, 73, 74...) Substantivos e adjetivos da terceira declinação com tema em

−εσ−: as diversas formas αληθηl, ψευδηl, τριηρηl, πληθοl e τειχοl, vistas durante a leitura deste capítulo, são exemplos deste novo grupo da terceira declinação.

(L. 139) Vemos este modelo na narração da ambiciosa vinda de Xerxes,

que tinha chegado com muitíssimas trirremes, πλεισταιl τριηρεσιν, e tinha se aproximado dos muros, ou melhor, tinha entrado na cidade dos atenienses, encontrando-a vazia dos seus habitantes, que o esperavam corajosamente nas águas perto de Salamina.

(M., pág. 335) Diante das terminações que começam com vogal, o σ, que

acaba se encontrando em posição intervocálica, desaparece, e o ε do tema se contrai com as vogais das terminações. As contrações seguem estas regras:

ε + ε = ει; ε + α = η; ε + ο = ου; ε + ω = ω.

(M., pág. 330) Eis a declinação do substantivo το τειχοl (tema τειχεσ−): no singular: nominativo e acusativo το τειχοl; genitivo του τειχουl (“de” τειχεσ−οl); dativo τω τειχει (“de” τειχεσ−ι); no plural: nominativo e

acusativo τα τειχη (“de” τειχεσ−α); genitivo των τειχων (“de” τειχεσ−ων);

dativo τοιl τειχεσι(ν) (“de” τειχεσ−σι[ν]).

(Ls. 119, 128, 142...) Da mesma forma se declinam

το οροl, του ορουl, το πληθοl, του πληθουl, το ανθοl, του ανθουl, το µελοl, του µελουl, το εθνοl, του εθνουl, το πενθοl, του πενθουl e το ξιφοl, του ξιφουl.

( M., pág. 336) As mesmas combinações ocorrem na

declinação de η τριηρηl, que, sendo mais precisos, é um adjetivo substantivado: “(embarcação) com três ordens de remos, trirreme”: no singular: nominativo

η τριηρηl...

(M., pág. 336) Repare na acentuação do

genitivo plural: τριηηηηρων (com acento agudo sobre o “η”), em vez de

τριηρωωωων (com acento circunflexo sobre o “ω”) , como seria o esperado.

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( M., págs. 325 e 336) O adjetivo αληθηl (tema αληθεσ−), assim como ψευδηl (tema ψευδεσ−) e υγιηl (tema υγιεσ−), que você encontrou mais vezes no capítulo XII, tem somente duas séries de terminações (adjetivo com duas terminações), uma para o masculino e para o feminino e a outra para o neutro. Na declinação destes adjetivos ocorrem as

mesmas mudanças fonéticas já observadas em τειχοl: o σ intervocálico desaparece e as vogais, ao entrarem em contato, se contraem.

Para mais explicações, você pode ver a Gramática de consulta, nas páginas 448-449 e 455.

5) Diversas formas de expressar o tempo: dependendo do caso que usarmos, vamos expressar o tempo de uma forma diferente:

(Exercício 13h, n. 5) Para expressar o tempo durante o qual (ou dentro

do qual) algo acontece, o grego usa o genitivo: Νυκτοl = À noite;

Πεντε ηµερων = Dentro (em) de cinco dias.

(L. 57) Para expressar o tempo no qual algo acontece, ou seja, para responder à pergunta “quando?”, o grego se serve do dativo: Τη τριτη ηµερα αφικοµεθα = Chegamos no terceiro dia; Τη υστεραια οικαδε εσπευσαµεν = No dia seguinte fomos com pressa (fomos rapidamente) para casa.

(Cap. I, L. 26) Finalmente, o acusativo serve para expressar a duração, ou seja, responde à pergunta: “(por) quanto tempo?”: Ποσον χρονον εν τω αστει εµεινατε; = (Por) quanto tempo ficastes na cidade?; Τρειl ηµεραl εµειναµεν = Ficamos (ali) (por) três dias.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 320, Margem) στρογγυλοl: redondo / (Pág. 320, L. 4) καταστρωµα: ponte (da embarcação) / (Pág. 320, L. 7) ερεσσω: remo / (Pág. 321, L. 22) λαµπροl: brilhante, luminoso, fulgente, resplandecente / (Pág. 321, Margem) αδω: canto / (Pág. 322, Margem) τα στενα: estreito (de terra ou de mar) (Pág. 322, Margem) προl τουl βαρβαρουl: contra os bárbaros / (Pág. 322, L. 25) νηεl (nominativo plural) / (Pág. 322, L. 25) φαινοµαι: apareço, pareço (Pág. 323, L. 33) κυµαινει: agita-se, torna-se agitado / (Pág. 323, L. 39) ωl δοκει: como parece, pelo que parece / (Pág. 324, L. 53) ναυτικον: frota armada marítima / (Pág. 324, L. 54) η Ελλαl, Ελλαδοl : Hélade, Grécia / (Pág. 324, L. 54) υπερ (+ genitivo): por / (Pág. 324, L. 57) εκεινη τη µαχη: naquela batalha (Pág. 324, L. 59) ο ερετηl: remador, remeiro / (Pág. 324, L. 64) λογοl: palavra, discurso, história, conto / (Pág. 325, Título) ΝΙΚΑΙ = νικα (com “ι” subscrito) (Pág. 325, L. 69) τολµα: coragem, ousadia / (Pág. 325, Margem) ανδρεια: relacione

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com ανδρειοl, −α, −ον (corajoso) / (Pág. 325, L. 72) εργον: obra, missão, trabalho, realização / (Pág. 325, L. 75) ο ρητωρ: o orador / (Pág. 325, L. 76) η αιτια: causa, motivo / (Pág. 326, L. 79) πιστευω: acredito em, confio em, tenho confiança em (+ dativo), acredito (que) / (Pág. 326, L. 81) πραγµα: fato, coisa / (Pág. 326, L. 82) εξηγεισθαι: explicar, descrever, contar / (Pág. 326, L. 84) οτι: que, porque (nas respostas) / (Pág. 326, L. 84) διδασκαλοl: professor / (Pág. 326, L. 84) αµαχοl: invencível / (Pág. 326, L. 85) οι Περσαι, των Περσων: os persas (Pág. 326, L. 86) υπεικω: cedo, rendo-me, subjazo / (Pág. 327, L. 91) υστεροl, −α, −ον: seguinte, sucessivo / (Pág. 327, L. 92) τολµαω: ouso (Pág. 327, L. 92) κινδυνευω: corro o risco (+ infinitivo “de”) / (Pág. 327, L. 93) σωτηρια: salvação / (Pág. 327, L. 97) µαχοµαι (+ dativo): luto (com, contra) (Pág. 327, L. 99) προγονοl: antepassado / (Pág. 327, L. 100) πολιτεια: constituição, forma de governo / (Pág. 327, L. 101) τροφη: nutrimento, alimento / (Pág. 327, L. 102) εναντιοl: hostil, contrário / (Pág. 327, Margem) αρχη: domínio, império; início, princípio / (Pág. 327, L. 109) κατα: ao longo de, em (= no; na,...) / (Pág. 328, L. 113) φιλια: amizade / (Pág. 328, L. 115) ψυχη: alma / (Pág. 328, L. 118) η (com espírito suave e acento agudo ou grave): que (com comparativos, introduz o segundo termo da comparação) / (Pág. 328, L. 118) δακρυον: lágrima / (Pág. 328, L. 122) αγωνιζοµαι: luto / (Pág. 328, L. 125) θανατοl: morte / (Pág. 328, L. 127) κατα−λειπω: deixo atrás, abandono / (Pág. 328, L. 128) πολεµιοl: inimigo (Pág. 328, L. 130) πολεµοl: guerra / (Pág. 328, Margem) εφεξηl: um(a) depois d-o/-a outr-o/-a / (Pág. 329, L. 135) ναυµαχια: batalha naval / (Pág. 329, L. 138) δουλεια: escravidão / (Pág. 329, L. 139) Ξερξηl: Xerxes / (Pág. 329, L. 139) πλεισταιl... τριηρεσιν: com muitíssimas trirremes (o dativo pode ser traduzido também como “junto com” [dativo associativo]) / (Pág. 329, L. 140) πεζοl, −η, −ον: (que vai) a pé / (Pág. 329, L. 140) στρατια, στρατιαl: exército, armada / (Pág. 329, L. 143) κατα−λεγω: enumero, elenco, faço a chamada, faço a lista / (Pág. 329, L. 148) διαβιβαζω: transporto de lá, conduzo de lá (Pág. 329, L. 152) αµυνοµαι: defendo-me, guardo-me (+ acusativo: “de”) (Pág. 330, L. 153) ετι: ainda, até este (aquele) momento / (Pág. 330, L. 153) αδηλοl: desconhecido, incerto / (Pág. 330, L. 154) αµαχοι (+ dativo): invencíveis (no que se refere a..., em quanto a...) / (Pág. 330, L. 154) και... και...: seja... seja... (Pág. 330, L. 155) πλουτοl: riqueza / (Pág. 330, L. 165) καταλαµβανω: seguro; pego de surpresa, surpreendo / (Pág. 330, L. 167) εν: em (permanência em um lugar), entre (exemplo: εν τοιl δουλοιl: entre os escravos) / (Pág. 330, L. 172) ναυτικοl: naval / (Pág. 331, L. 175) ουδε: e não, mas não, nem, tampouco, também não / (Pág. 331, L. 175) κενοl: vazio / (Pág. 331, L. 177) το µεγεθοl: grandeza / (Pág. 331, L. 182) χωρα: região, terra, bairro (Pág. 331, L. 184) ανοικοδοµειν: (para) reconstruir (as casas) / (Pág. 331, L. 184) παρασκευαζοµαι: preparo-me / (Pág. 331, L. 186) υβρει: com arrogância

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“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras. Diga também o significado das palavras em grego entre parênteses.

1) náutico

2) cosmonauta (ο κοσµοl, του κοσµου)

3) aeronauta (ο ou η αηρ, του ou τηl αεροl)

4) astronauta (το αστρον, του αστρου)

5) cosmologia

6) astrologia

EXERCÍCIOS

Exercício 13a

Encontre, no segundo parágrafo da leitura no início deste capítulo, treze

formas do pretérito imperfeito (incluindo aquelas do pretérito imperfeito de ειµι, que você já aprendeu no capítulo XII).

Exercício 13b

Traduza para o português:

Exercício 13c

Mude estas formas nas formas correspondentes do pretérito imperfeito e do aoristo:

Exercício 13d

Traduza para o grego:

1. Os jovenzinhos (ou “jovens”) corriam “muito velozmente”

(“ταχιστα”) para (em direção de) a praça.

2. Quando o menino (ou “garoto”) voltou para casa, a menina esperava

(estava esperando) na porta (επι [junto da, em] τη θυρα).

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3. Ele já navegava, através dos estreitos (τα στενα), para (em direção de) o porto.

4. Eu ficava (µενω) em casa, mas tu viajavas (πορευοµαι) para a cidade.

5. Quando chegamos (pretérito perfeito) na (ειl + acusativo) ilha, ninguém queria nos ajudar.

6. O que fazias, menino, quando eu te vi no porto?

7. Olhavas a embarcação que partia (= navegava) para o mar?

8. O capitão gritava forte, mas nós não tínhamos medo dele.

Exercício 13e

Encontre, nos dois primeiros parágrafos da leitura β, cinco preposições relativas: encontre o antecedente das diversas formas de pronome relativo, e explique o gênero, número e caso destas últimas (das cinco formas de pronomes relativos, duas já foram analisadas acima). Esteja atento para não confundir o pronome relativo com o artigo!

Exercício 13f

Leia em voz alta e traduza para o português:

10. ...οργιζοµαι (+ dativo [= com…])…

Exercício 13g

Decline este substantivo e este adjetivo:

Exercício 13h

Leia em voz alta e traduza para o português:

Exercício 13i

Traduza para o grego:

1. Aqueles jovenzinhos (ou “jovens”) iam (estavam indo) a uns amigos (à casa de uns amigos) que moravam na cidade.

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2. Os jovenzinhos que tu viste sobre os montes procuravam o dia todo o rebanho deles.

3. O capitão recebeu o dinheiro que eu lhe dei.

4. Ele navegava através dos estreitos nos quais os gregos venceram os bárbaros.

5. Aquele sacerdote com o qual falávamos (ou “conversávamos”) mentia.

6. A embarcação sobre a qual viajava (= navegava) chegou ao porto em quatro dias.

7. Eu escutava as mulheres que trabalhavam à noite na casa.

8. No dia seguinte, os marinheiros fizeram “tudo aquilo que” (= “tudo o que”, “todas as coisas que”) o capitão ordenou.

9. Não tinhas medo daquele velho (= “Não temias aquele velho”), que

gritava tão forte (µεγα)?

10. Os estrangeiros, ainda que iam (estavam indo) rapidamente (iam

apressadamente [εσπευδον; επορευοντο ταχεωl]), ajudaram o velho que procurava os bois.

Leia este trecho (tomado, com adaptações, de Heródoto, VIII. 33-35 e 44) e depois responda as perguntas:

[καταστρεφεσθαι submeter στρατον um exército στρατηγουl estrategistas,

generais γεφυραν ponte τω Ελλησποντω o Helesponto διεφθειρε destruiu

λυω desato, desligo, liberto]

1. O que Xerxes queria fazer?

2. O que ele estava preparando?

3. O que ele mandou os seus generais construírem? Qual era a sua intenção?

4. O que aconteceu?

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[µαστιγωσαι chicotear ταυτα estas coisas πικρον amarga

ηδικησαl ofendeste, erraste προl αυτου (vindo) dele παθον observe que este

aoristo do particípio é neutro porque concorda com υδωρ, sujeito de

ηδικησαl διαβησεται atravessará, cruzará ειτε... ειτε... seja que... seja que...]

5. Qual foi a reação de Xerxes em relação com aquilo que tinha acontecido?

6. O que ele mandou os seus escravos fazerem?

7. A que tipo de coisa os escravos dirigem a palavra?

8. Que justificativa eles dão para a punição do Helesponto?

9. O que Xerxes quer fazer?

[αποταµων cortando οχθον colina ανεβη subiu οθεν da qual

τον πεζον στρατον a armada a pé (de terra), infantaria]

10. O que Xerxes fez àqueles que tinham construído a ponte?

11. O que mandou os seus generais fazerem?

12. O que Xerxes queria fazer enquanto se aproximava do Helesponto?

13. Aonde foi e o que viu?

14. O que ele mandou os seus generais fazerem?

Exercício 13j

Traduza para o grego:

1. Enquanto o Felipe ia (de barco [navegava]) para Salamina, o velho marinheiro disse que tinha estado (= que era, que estava) presente na batalha (use o dativo sem preposição).

2. O Felipe, que se admirava (se maravilhava) muito, disse: “Se dizes a

verdade, és muito velho (use o adjetivo γεραιοl, −α, −ον)”.

3. O marinheiro respondeu: “(Eu) era um jovenzinho (ou ‘jovem’) e

então (τοτε) era remeiro (= eu remava) na frota”.

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4. “Se queres escutar, estou disposto (εθελω) a contar-te (εξηγεισθαι) o que aconteceu.”

5. “Mas é uma história longa (µακροl), que devo contar do princípio.”

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Diga o significado das seguintes palavras:

...

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

A EXPANSÃO DA PÉRSIA (pág. 343)

Se a Pérsia se tornou em breve tempo uma potência mundial, isto se deveu a uma complexa série de eventos históricos, e particularmente à queda, em pouco tempo, de três impérios. Até o século VI, os persas eram uma tribo nômade montanhês, cujo nome aparece ocasionalmente em testemunhos contemporâneos: estes estavam migrando da Rússia em direção das montanhas da Pérsia (ou Irã) ocidental. Ao redor de 550 a.C., encontraram uma sede ao oriente da foz do Tigre, e eram um reino vassalo da Média. Mas para entender as razões da rápida expansão deles, devemos dar um passo para trás e voltar à metade do século VII, uma época de grandes mudanças na história do mundo antigo.

Ao redor de 650 a.C., o império assírio, que tinha dominado a Mesopotâmia, o Egito e a Síria, começou a desfazer-se: no Egito, o faraó Psamético I guiou uma revolta nacional e, com a ajuda de mercenários gregos, libertou o país do jugo assírio (ao redor de 650); os medos, sob o rei Fraorte (675-653), se tornaram uma grande potência e estenderam muito o seu domínio; o reino da Lídia, sob Gige (685-657), que fundou uma nova dinastia, se expandiu para o ocidente, até os danos da Jônia (onde submeteu algumas das colônias gregas), e para o oriente, em direção do rio Áli; os babilônios, que mil anos antes tinham dominado toda a Mesopotâmia, se rebelaram contra os assírios (ao redor de 625) e se aliaram aos medos. Em 612 os babilônios e os medos saquearam a capital assíria, Nínive, e dividiram entre si o império vencido. Aos babilônios correspondeu a parte meridional. O rei deles, Nebucadnêzaro (ou Nabucodonosor), teve em seu poder toda a Mesopotâmia. Na grande batalha de Cârquemisc’ (605) ele venceu os egípcios e os expulsou da Síria. Quando os hebreus se revoltaram, Nebucadnêzaro tomou e destruiu Jerusalém (587) e levou consigo as tribos de Judá como prisioneiras para a Babilônia. Aos medos correspondeu, por outro lado, na repartição do império assírio, a Assíria e os territórios ocidentais até os confins da Lídia. Sobre estes confins estes tiveram que travar diversas batalhas com os medos. A última delas (no dia 28 de maio de 585) teve que ser interrompida pelo eclipse do sol predito por Talete (veja a página 281).

A cena estava pronta para a expansão da Pérsia. Em 556 Ciro, rei dos persas, venceu os medos e se tornou rei dos medos e dos persas. Ciro fundou a dinastia dos Aquemênides, que reinou aproximadamente por dois séculos sobre o

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maior império que o mundo já tinha visto, até a conquista da Pérsia por Alexandre Magno.

Creso, rei da Lídia, alarmado pelo crescente poder de Ciro, decidiu realizar um ataque preventivo. Consultou o oráculo dos Delfos, que lhe respondeu que, se tivesse ultrapassado o rio Áli, teria destruído um grande império. Encorajado pela resposta do oráculo, Creso se pôs em marcha contra Ciro, e os dois exércitos se enfrentaram nas proximidades da cidade de Ptéria, aproximadamente a cem quilômetros ao oriente do Áli. A batalha foi cruenta, mas de êxito incerto, de tal forma que Creso reconduziu as suas tropas para Sardes, com a intenção de enfrentar Ciro novamente no ano seguinte, com mais homens. Mas, o rei da Pérsia o perseguiu em seguida, o venceu e tomou a cidade de Sardes (546). Muitas das cidades gregas da Ásia Menor se submeteram logo, e aquelas que não o fizeram foram reduzidas à obediência no ano seguinte pelo general que Ciro tinha deixado na Lídia antes de voltar para a Pérsia.

Depois de ter consolidado o seu poder na Pérsia, Ciro se sentiu pronto para guerrear contra os babilônios, enfraquecidos por discórdias internas. Ele veio como um libertador, entre outras coisas, para os hebreus: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém e gritai que terminou a escravidão”, cantou o profeta Isaías (XL, 1-2), acolhendo Ciro como o salvador mandado por Deus. Babilônia caiu em 539, e depois veio um período de ocupação persa pacífica e ordenada. No ano seguinte, Ciro foi proclamado rei da Babilônia: “Eu sou Ciro, rei do mundo, o grande rei, o rei legítimo, rei da Babilônia, rei do país dos sumérios e dos acádios, rei dos quatro cantos da terra”, lê-se em uma inscrição encontrada sobre um cilindro na Babilônia. Um dos seus primeiros decretos permitiu aos hebreus voltarem para Jerusalém e reconstruir o templo. Ciro morreu em 530 a.C., muito chorado. Tinha sido não somente um conquistador, mas o pai do seu povo.

O filho de Ciro, Cambise, consolidou o poder persa no Oriente e invadiu e venceu o Egito (525). Em março de 522, pouco antes que Cambise morresse, houve uma rebelião guiada por um persa, chamado Bardia, que dizia ser filho de Ciro. Em julho, grande parte do império o tinha reconhecido, mas em setembro sete expoentes da alta aristocracia persa, negando a legitimidade da sua sucessão, se uniram e o mataram. Subiu ao trono um dos conjurados, Dário.

Para fazer com que o seu poder estivesse seguro, o novo rei teve sobretudo que reprimir revoltas nascidas em todo o império. Ele consolidou depois o domínio persa, estendeu-o para o Oriente, do Afeganistão até a Índia (Pangiab), e abriu uma rota marítima da foz do Indo até o golfo Pérsico e o Egito.

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A sua atenção se voltou portanto para o Ocidente. Em 513 ele superou com o exército o Helesponto e se dirigiu para a Europa, conquistou grande parte da Trácia e marchou para o setentrião até a foz do Danúbio. Cruzou o rio sobre uma ponte de barcas, obra dos seus engenheiros gregos, e desapareceu nas estepes da Rússia, onde queria enfrentar os nômades sitos que faziam contínuas incursões além dos confins setentrionais do seu império. Mais de sessenta dias depois, Dário ainda não tinha voltado, e os gregos que estavam de guarda nas barcas se perguntaram se seria oportuno destruir a ponte e abandonar o rei ao seu destino, mas concluíram que o mais sábio era ficar no seu lugar. De fato, Dário finalmente voltou, com os restos do seu exército, depois de ter obtido escassos resultados na campanha contra os sitos, que aplicavam a tática de atacar de surpresa e fugir em seguida. O rei voltou para a Pérsia, mas deixou um general, que em uma única campanha completou a conquista da Trácia e levou os domínios persas até os limites com a Macedônia. As mais belas ilhas do Egeu já pertenciam à Pérsia, e o continente grego estava ameaçado de perto.

Em 499, os gregos da Jônia se rebelaram e expulsaram os tiranos impostos pelos persas. A revolta foi guiada pelo tirano de Mileto, Aristágoras, que tinha más relações com os dominadores. Aristágoras foi à mãe-pátria para pedir ajuda: em Esparta, o rei Cleómenes se recusou a colaborar, mas a assembleia da jovem democracia ateniense, comovida pelo apelo dele, decidiu mandar para ajudar os jônios uma expedição militar de vinte embarcações. Depois que as embarcações atenienses alcançaram as forças jônicas em Éfeso, os aliados marcharam para o interior, tomaram e destruíram Sardes, a capital da satrapia. Com a chegada de reforços persas, os gregos se retiraram rapidamente para a costa. O contingente ateniense, satisfeito com aquilo que tinha sido feito, voltou para a pátria e os jônios continuaram combatendo, com sucesso desigual, por outros quatro anos, até que os persas não diminuíram a sua resistência e se apoderaram de Mileto (494).

Diz-se que Dário tinha ordenado um dos seus oficiais dizer-lhe a cada dia: “Lembra-te dos atenienses!”. Ele tramava uma vingança, e em 492 mandou uma grande armada terrestre e marítima contra os gregos. A Trácia e a Macedônia se submeteram, mas, quando a frota naufragou à altura do monte Santo (Athos), a expedição foi chamada novamente. Dois anos depois, uma segunda expedição atravessou o Egeu, se instalou perto da cidade de Erétria, na Eubeia, que tinha mandado cinco embarcações para ajudar os jônios, a tomou e a destruiu. Depois, instalou-se de novo na costa ática, em Maratona. Após um animado debate, a assembleia ateniense decidiu seguir o parecer de Milzíade de não fechar-se na cidade, mas de fazer com que o exército lutasse contra os persas. Em Maratona os

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atenienses, muito inferiores em número, foram os únicos (além de um pequeno contingente da aliada Plateia) a enfrentar os persas. Esparta mandou as suas tropas, mas chegaram muito tarde. Graças a uma tática brilhante, os atenienses atemorizaram o exército persa e o perseguiram até o mar. As perdas dos persas foram grandes, as dos gregos escassas.

O dia da batalha de Maratona (490) não foi nunca esquecido pelos gregos. Ter combatido em Maratona era para um ateniense o maior motivo de orgulho. Assim, o grande poeta trágico Esquilo, no seu epitáfio, não fez nenhuma menção da sua poesia, mas escreveu somente: “Da sua gloriosa coragem poderiam falar os bosques de Maratona e os medos de longos cabelos, que tiveram que conhecê-la bem”. Os mortos foram sepultados sob uma colina, que ainda pode ser vista no lugar da batalha. Dário se preparava para vingar-se dos gregos, mas os seus planos foram frustrados primeiro por uma revolta dos egípcios e depois pela sua morte. Somente em 483, o seu sucessor, Xerxes, começou a reunir um grande exército com a intenção de regularizar as contas com os gregos.

FIGURAS

O rei persa luta contra o leocórnio.

A planície de Maratona.

Estela de um maratonômaca.

“LEXICON”

gli antenati = os antepassados / il legname = a madeira / relativi = relativos

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO XIV: “Η ΕΝ ΤΑΙΣ ΘΕΡΜΟΠΥΛΑΙΣ ΜΑΧΗ”

“ENCHIRIDION”

1) Graus de comparação dos adjetivos (noções gerais): os adjetivos têm três graus de comparação: o positivo (“belo”), o comparativo (“mais belo”) e o superlativo, absoluto (“belíssimo”) e relativo (“o mais belo”).

Em grego, o comparativo e o superlativo (para este último só existe uma única forma, equivalente seja ao superlativo absoluto seja ao superlativo relativo do português), por regra, se formam acrescentando ao tema do adjetivo masculino em grau positivo respectivamente os sufixos −τεροl, −α, −ον e −τατοl, −η, −ον. Portanto, (M., pág. 363) do positivo ανδρειοl, −α, −ον, “corajoso”, (L. 164) obteremos o comparativo ανδρειο−τεροl, −α, −ον, “mais corajoso”, (L. 33) e o superlativo ανδρειο−τατοl, −η, −ον, “corajosamente, o mais corajoso”. (M., pág. 363) De χαλεποl, −η, −ον, “difícil”, o comparativo χαλεπω−τεροl, −α, −ον, “mais difícil”, e o superlativo χαλεπω−τατοl, −η, −ον, “dificílimo, o

mais difícil”. Note que quando, como no caso de χαλεποl, a penúltima sílaba do

tema é breve, o −ο− se alonga em −ω− diante dos sufixos −τεροl e −τατοl (praticamente, são breves as sílabas que contêm uma vogal breve não seguida por

mais de uma consoante). (M., pág. 364) De αληθηl, αληθεl, “verdadeiro”,

teremos o comparativo αληθεσ−τεροl, −α, −ον, “mais verdadeiro”, e o

superlativo αληθεσ−τατοl, −η, −ον, “verdadeiríssimo, o mais verdadeiro”. A

partir de σωφρων, σωφρον, “prudente, sábio”, (L. 168) se constroi o

comparativo σωφρον−εστεροl, −α, −ον, “mais prudente”, (L. 166) e o

superlativo σωφρον−εστατοl, −η, −ον, “prudentíssimo, o mais prudente”. Neste

último adjetivo, observe que os sufixos não são simplesmente −τεροl e −τατοl, mas −εστεροl e −εστατοl (já em αληθεσ−τεροl, αληθεσ−τατοl, o −εσ− pertence ao tema positivo).

O comparativo às vezes tem um significado puramente intensivo, sem nenhuma ideia de comparação, e o português usa então “muito”, “assaz”,

“demasiado” e semelhantes (comparativo absoluto): ανδρειοτεροl, “muito corajoso”.

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2) Graus de comparação dos adjetivos (comparativo e superlativo irregulares): alguns adjetivos têm formas irregulares no comparativo e no superlativo.

(M., pág. 364) O comparativo irregular termina em −ιων (masculino e

feminino), −ιον (neutro), o superlativo em −ιστοl, −η, −ον. Estes comparativos

se declinam como σωφρων, σωφρον (veja a página 161; no II volume deste curso, serão apresentadas as outras formas, que se usam em alguns casos ao lado

daquelas derivadas dos temas em −ν−): κακοl, −η, −ον, “mau”, comparativo

κακιων, κακιον, superlativo κακιστοl, −η, −ον; καλοl, −η, −ον, “belo”,

comparativo καλλιων, καλλιον, superlativo καλλιστοl, −η, −ον.

Observe depois estas formas, também irregulares:

µεγαl, µεγαλη, µεγα, “grande”, (L. 7) comparativo µειζων, µειζον,

(L. 24) superlativo µεγιστοl, −η, −ον; πολυl, πολλη, πολυ, “muito”

(no plural “muitos”), (L. 8) comparativo πλειων, πλειον e πλεων, πλεον,

(L. 61) superlativo πλειστοl, −η, −ον; αγαθοl, −η, −ον, “bom”,

(L. 36) comparativo αµεινων, αµεινον, (L. 176) superlativo αριστοl, −η, −ον;

ολιγοl, −η, −ον, “pequeno” (no plural “poucos”), (L. 181) comparativo

ελαττων, ελαττον, (Ex. 14b, L. 7, pág. 369) superlativo ολιγιστοl, −η, −ον.

3) Graus de comparação dos advérbios: você lembra que, como já aprendemos na pág. 81, os advérbios de modo no grau positivo são por regra iguais ao genitivo plural dos adjetivos correspondentes, mas com o −ν final mudado em −σ (e com o mesmo acento). Assim do adjetivo καλοοοοl (genitivo plural καλωωωων)

deriva o advérbio καλωωωωl.

(M., pág. 365) Os advérbios também podem ter o comparativo e o superlativo (“corajosamente”, “mais corajosamente”, “corajosissimamente”). Em grego, o comparativo do advérbio é igual ao neutro singular do comparativo do adjetivo correspondente, enquanto que o superlativo é igual ao neutro plural

do superlativo do adjetivo. Portanto, do positivo ανδρειωl, “corajosamente”,

teremos o comparativo ανδρειοτερον (L. 30) e o superlativo ανδρειοτατα; de αληθωl, “verdadeiramente”, o comparativo αληθεστερον (L. 187) e o

superlativo αληθεστατα; de ευ, “bem” (que é o advérbio correspondente a

αγαθοl), o comparativo αµεινον e o superlativo αριστα; de κακωl, “mal”,

o comparativo κακιον e o superlativo κακιστα; de πολυ, “muito”,

o comparativo πλεον e o superlativo πλειστα; de µαλα, “muito”, o comparativo

µαλλον e o superlativo µαλιστα.

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4) O segundo termo da comparação: o segundo termo da comparação, que em português é introduzido por que ou do que (por exemplo: “Luís é mais douto que Paulo”, “É mais digno de compaixão do que de repreensões”), se expressa em grego de duas maneiras diversas:

a) (L. 7) Μειζονα στρατον ειχεν ο Ξερξηl η παντεl οι Ελληνεl = Xerxes tinha um exército maior do que todos os gregos; Οι Ελληνεl εµαχοντο ανδρειοτερον η οι Περσαι = Os gregos lutavam mais corajosamente que os persas.

Aqui o grego usa η, “que, do que”, e o segundo termo da comparação é colocado no mesmo caso do primeiro (o primeiro termo da

comparação é ο Ξερξηl na primeira frase e οι Ελληνεl na segunda).

b) (Ls. 166 e 167) Ο ανηρ µειζων εστι του παιδοl = O homem é maior que o menino; Οι αθανατοι ουδεν αµεινον επραττον των αλλων, εν τοιl στενοιl µαχοµενοι = Os imortais não fizeram nada melhor que os outros, lutando no estreito. Aqui o segundo termo está no genitivo (genitivo de comparação, em itálico nos exemplos).

5) Certas palavras que podem acompanhar os comparativos e os superlativos:

Diante dos comparativos se encontram às vezes algumas palavras no dativo que indicam a medida da diferença entre os dois termos da comparação

(dativo de medida): (L. 167) Ο ανηρ πολλω µειζων εστι του παιδοl = O homem é muito maior (de longe maior) que o menino.

Ωl seguido por um adjetivo ou advérbio em grau superlativo forma uma expressão com significado de “o mais... possível”: ωl ταχιστα, “o mais rápido (rapidamente) possível”; ωl ανδρειοτατα, “o mais corajosamente possível”; ωl πλειστοι (literalmente: muitíssimos), “os mais numerosos possíveis”.

6) Pronomes demonstrativos: desde os primeiros capítulos deste livro, nós temos encontrado expressões como εν τουτω (τω χρονω), ουτοl ο ανηρ e semelhantes. No capítulo VI você aprendeu o demonstrativo εκεινοl, εκεινη, εκεινο, que se declina como καλοl, καλη, καλον, exceto nos casos

retos (nominativo e acusativo) do neutro singular, que termina em −ο e

não em −ον.

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Todo o discurso que o comerciante faz em defesa própria nos dá agora a ocasião para repetir e fixar as formas dos três demonstrativos principais:

(L. 20) ουτοl, αυτη, τουτο, “este”; (L. 190) οδε, ηδε, τοδε, “este (aqui)”;

(L. 191) εκεινοl, εκεινη, εκεινο, “aquele”.

(M., pág. 367) Repare que as formas de ουτοl começam com

τ− nos casos nos quais as formas correspondentes do artigo iniciam com τ−.

O feminino tem (−)α− em vez de (−)ο− em todas as formas, exceto somente no genitivo plural. O mesmo acontece com o nominativo e o acusativo neutro plural.

Nominativo: ουτοl, αυτη, τουτο; acusativo τουτον, ταυτην, τουτο; genitivo

τουτου, ταυτηl, τουτου; dativo τουτω, ταυτη, τουτω; no plural: nominativo

ουτοι, αυται, ταυτα; acusativo τουτουl, ταυταl, ταυτα; genitivo

τουτων, τουτων, τουτων; dativo τουτοιl, ταυταιl, τουτοιl.

(M., pág. 367) O demonstrativo οδε deriva da união do artigo

ο, η, το com a enclítica −δε. Portanto, declina-se como o artigo, somente na primeira parte.

(M., pág. 367) Repare que o acento é sempre aquele

das formas correspondentes do artigo, também contra a lei do troqueu final: ηηηηδε

(com acento agudo e espírito áspero sobre o “η”), τηηηηνδε (com acento agudo

sobre o “η”), etc.

(L. 197) O significado de οδε não é exatamente igual

àquele de ουτοl, já que geralmente tem valor dítico, ou seja, se refere a uma pessoa ou coisa próxima que poderia ser indicada com o dedo: “este aqui”.

(L. 74) O substantivo ao qual estes três pronomes demonstrativos se referem vai sempre acompanhado pelo artigo. (L. 103) Os pronomes mesmos são colocados em posição predicativa (veja o capítulo V), ou

seja, fora do grupo artigo-substantivo: ουτοl ο ανηρ ou ο ανηρ ουτοl, “este

homem”; εκεινη η γυνη ou η γυνη εκεινη, “aquela mulher”; τοδε το εργον ou

το εργον τοδε, “esta obra (aqui)”.

Tenha em conta, finalmente, que os dativos ταυτη e τηδε são usados também com valor de advérbio: “desta forma, assim”.

7) Os advérbios interrogativos e indefinidos: no capítulo VII estudamos o

pronome interrogativo τιl;, τι; (“quem?”, “qual?, o que?”) e o indefinido τιl, τι (“alguém”, “um certo, algum, um”). Lembre que o pronome interrogativo tem

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sempre acento agudo sobre a primeira sílaba, enquanto que o indefinido é enclítico.

A mesma diferença ocorre nos advérbios interrogativos (são acentuados) e nos correspondentes advérbios indefinidos (iguais aos interrogativos, exceto

pelo fato que são enclíticos): (Ex. 14f, L. 3, pág. 370) που; (com acento

circunflexo sobre o “υ”) “onde?”, (Ex. 14f, L. 3, pág. 370) που “em algum

lugar”; (Ex. 14f, L. 7, pág. 370) ποθεν; (com acento agudo sobre o “ο”) “de

onde?, donde?”, ποθεν “de algum lugar”; (Ex. 14f, L. 2, pág. 370) ποι; (com

acento circunflexo sobre o “ι”) “(para) onde?, aonde?”, (Ex. 14f, L. 2, pág. 370)

ποι “para algum lugar”; (Ex. 14f, L. 6, pág. 370) ποτε; (com acento agudo sobre

o “ο”) “quando?”, (Ex. 14f, L. 2, pág. 370) ποτε “em algum momento, alguma

vez”; πωl; (com acento circunflexo sobre o “ω”) “como?”, πωl “de alguma forma”.

(Ex. 14f, L. 2, pág. 370) Pelo fato de serem enclíticos, os indefinidos não podem estar no princípio de frase. Para as regras de acentuação das palavras enclíticas, veja a Gramática de consulta, n. 7.

8) (L. 153) Acento agudo sobre o “ε” de εεεεστι(ν): a forma verbal εστι(ν) é

acentuada, εεεεστι(ν) (com acento agudo sobre o “ε”) , quando está no início de

frase, ou quando está precedida por ουκ, ou quando significa “existe” ou “é possível, é lícito”. Veja a Gramática de consulta, n. 7, observações 2.

“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 349, L. 2) στολοl: expedição (militar); exército, frota / (Pág. 349, L. 4) πρωτοι: os chefes (os primeiros) / (Pág. 349, L. 11) κατα... γην: por terra (Pág. 349, L. 11) προσκεοµαι: estou (encontro-me) perto de (+ dat.) (Pág. 350, L. 14) στενοl: estreito / (Pág. 350, L. 14) Ευβοια: Eubeia (Pág. 350, L. 15) ηπειροl: terra firme / (Pág. 350, L. 18) Λακεδαιµονιοl: espartano (Pág. 350, Margem) Λακεδαιµων: Esparta / (Pág. 350, Margem) οπλον: arma (Pág. 350, L. 21) αµυνειν: supor um “para” antes deste verbo / (Pág. 350, L. 24) δη: naturalmente, efetivamente, certamente / (Pág. 350, L. 29) προσβαλλω: ataco, assalto (+ dat.) / (Pág. 351, L. 34) στρατιωτηl: soldado / (Pág. 351, L. 36) συµβαλλω: luto, inicio uma batalha, começo a combater / (Pág. 351, Margem) µνηµα: monumento / (Pág. 351, Margem) λιθινοl, −η, −ον: de pedra, pétreo (Pág. 352, L. 45) ωl: como (advérbio); como, quando, que (conjunções) (Pág. 352, L. 64) αριστοl: ótimo, o melhor / (Pág. 353, L. 68) αναχωρεω: retiro-me, afasto-me / (Pág. 353, L. 76) αγγελλω: anuncio / (Pág. 354, L. 79) Αρτεµισιον: Artemísio / (Pág. 354, L. 86) αντεχω (+ dat.): resisto a (Pág. 354, L. 93) ορµεω: estou ancorado / (Pág. 355, L. 100) ετεροl: o outro

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(Pág. 355, L. 106) εριl: litígio, briga / (Pág. 355, L. 108) γελαω: rio, dou risada (Pág. 356, L. 119) κυβερνητηl: timoneiro, piloto / (Pág. 356, L. 121) ποτε: alguma vez / (Pág. 357, L. 135) εµβλεπω: olho nos olhos / (Pág. 357, L. 137) επι (+ acu.): acima, sobre; contra / (Pág. 357, L. 142) κλεπτηl: ladrão (Pág. 357, L. 142) κατασκοποl: espia / (Pág. 357, L. 146) υβριζει: é soberbo, “atua” (“age”) com arrogância / (Pág. 357, L. 150) εικοτωl: naturalmente / (Pág. 358, L. 156) επιβουλευω (+ dat.): armo ciladas (para) / (Pág. 358, L. 157) ξενιζω: hospedo, acolho com hospitalidade; falo como um estrangeiro, falo com sotaque estrangeiro (Pág. 358, L. 158) καλωl: bem / (Pág. 358, L. 172) προl (+ acu.): para, em direção de; sobre; contra, em / (Pág. 359, L. 196) αστοl: πολιτηl / (Pág. 360, L. 207) ξενω: com um estrangeiro / (Pág. 360, L. 213) νοον: intelecto, mente, ânimo (Pág. 361, L. 231) οσοl: que grande, quão grande / (Pág. 361, L. 239) εχθρα: inimizade, ódio / (Pág. 362, L. 241) κοινοl, −η, −ον: comum

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico destes nomes próprios:

1) Felipe

2) Jorge

3) Teodoro (το δωρον = “dom”)

4) Sofia (σοφοl, −η, −ον = “sábio, prudente”)

5) Doroteia

6) Ofélia

EXERCÍCIOS

Exercício 14a

Na leitura do início deste capítulo, encontre seis exemplos de comparativos ou superlativos e explique a construção deles.

Exercício 14b

Traduza para o português:

2. ...εδυναντο (= podiam) τουl πολεµιουl (= os inimigos)...

7. ...τα οπλα (= as armas)...

8. ...εδυναντο (= podiam)...

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Exercício 14c

Traduza para o grego:

1. Os persas tinham um exército maior que o nosso, mas nós lutamos (pretérito perfeito simples) mais corajosamente.

2. Os melhores soldados de Xerxes atacaram muito valorosamente (corajosamente), mas não fizeram nada melhor que os nossos.

3. Os velhos não são sempre mais sábios que os jovens.

4. Os hoplitas atacaram os persas também mais valorosamente.

5. Decidimos (pretérito perfeito simples) voltar para a pátria em vez de ficar na cidade.

6. O mensageiro que escutamos (pretérito perfeito simples) na praça falou com mais verdade que vós.

Exercício 14d

Complete estas frases com as formas apropriadas dos pronomes demonstrativos:

Exercício 14e

Traduza:

1. ...ουδεποτε (não... nunca)...

2. ...διωκω (persigo);

5. Este caminho é pior que aquele, mas aquele é mais longo.

6. Tendo visto estas coisas, o velho ficou muito bravo.

7. Estas mulheres são mais sábias que aqueles jovenzinhos (ou “jovens”).

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Exercício 14f

Traduza para o português:

...

Leia este trecho (tomado, com adaptações, de Heródoto, VII. 215-219) e depois responda as perguntas:

[υπερ (+ acu.) sobre τον Υδαρνην Hidarne στρατηγον general

ων εστρατηγει sobre os quais mandava προl εσπεραν em direção da tarde, à

tarde του στρατοπεδου o acampamento αρχεται começa Ασωπου o Asopo

διαβαντεl tendo cruzado, tendo atravessado κατα... τουτο του ορουl sobre esta parte da montanha]

1. O que Xerxes ficou sabendo? Quem ele enviou?

2. Quando partiram? Quem os guiava?

3. Onde a senda começava?

4. Por quanto tempo os persas continuaram marchando?

5. Quem estava vigiando o cume da montanha?

[ανεβησαν subiram τα οπλα as armas ενεκυρησαν encontraram- se com,

deram de cara com (+ dat.) διεταξε dispôs, formou τον κορυµβον o topo, o

cume ουδενα λογον εποιουντο não deram importância para, não deram bola para, não levaram em consideração (+ gen. “alguém, algo”)

κατεβησαν desceram]

6. Por que os gregos não viram os persas aproximando-se?

7. Como ficaram sabendo sobre a chegada dos persas?

8. O que os gregos fizeram imediatamente?

9. Por que os persas se admiraram de ver os gregos?

10. O que Hidarne fez?

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11. Qual foi a resposta dos gregos?

12. O que os persas fizeram?

Exercício 14g

Traduza para o grego:

1. Quando os persas tomaram posse (pegaram) das Termópilas, dirigiram-se para a Ática.

2. Os gregos se retiraram seja por terra seja por mar, abandonando a Ática ao inimigo.

3. Os atenienses, tendo mandado (ou “enviado”) as mulheres, as crianças e os velhos para o Peloponeso e para Salamina, se prepararam para fugir pelo mar.

4. De tal forma que estes (“eles”, “eles mesmos”, “os mesmos”) pediram aos outros gregos “ir (de barco) o mais rápido possível para Salamina e ajudá-los” / “que fossem (de barco)... e que os ajudassem”.

5. Os peloponesíacos (οι Πελοποννησιοι), que estavam construindo um

muro através do istmo (ο Ισθµοl), não quiseram ajudar os atenienses, mas igualmente (de todas maneiras) mandaram (ou “enviaram”) as suas embarcações para Salamina.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Deduza o significado das seguintes palavras:

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

A EXPANSÃO DE ATENAS (pág. 373)

Atenas não participou no movimento de colonização dos séculos VIII-VII: já que o seu território era mais extenso que o de qualquer outro Estado grego (se excetuamos Esparta), ela tinha menos necessidade de conquistar colônias. Além, Atenas naquele tempo ainda estava atrasada em certos aspectos. Sabemos que Cilom tentou (em 632 a.C.) tornar-se tirano de Atenas, mas não obteve o apoio popular.

Quarenta anos mais tarde, Atenas corria o risco de precipitar-se numa guerra civil por causa do descontentamento dos camponeses. Os atenienses recorreram então a um árbitro, Sólon (veja a página 203). A legislação soloniana não satisfez nem os camponeses nem os nobres, e um novo perigo de guerra civil permitiu que Pisístrato estabelecesse uma tirania. De todas as formas, as reformas de Sólon tiveram consequências duradouras e importantes, seja no campo constitucional seja no econômico. Atenas conheceu um período de prosperidade, e começou a exportar azeite de oliva e cerâmica artísticas: a cerâmica com figuras negras da Ática apareceu nos mercados ao redor do ano 600, derrotou pouco a pouco a cerâmica coríntia e obteve o monopólio em todo o mundo grego e fora deste.

A cidade continuou crescendo em prosperidade e poder durante a tirania de Pisístrato e de Ípia, seu filho. Em 510, Ípia foi expulso, e três dias depois Clístenes introduziu uma nova reforma constitucional, que fez de Atenas uma democracia. Logo os atenienses se viram atacados por todos os lados: o rei espartano Cleômenes guiou contra eles o exército da Liga Peloponesíaca, mas na fronteira voltou, porque os coríntios não quiseram participar numa guerra injusta. Enquanto isso, os beotes tinham invadido a Ática desde o setentrião e os calcideses desde o oriente. Assim que Clístenes voltou para a pátria, o exército ateniense se mobilizou rapidamente para o setentrião e derrotou os beotes. Depois foram para a Eubeia, onde os calcideses sofreram uma derrota e Cálcide foi destruída.

Quando Aristágoras chegou em Atenas e pediu ajuda para a revolta antipersa dos jônios (veja a página 345), o povo ateniense tinha tanta confiança em si mesmo que acolheu o apelo do tirano de Mileto. Por outro lado, dado que Ípia tinha encontrado refúgio junto dos persas, o apoio ateniense não era totalmente desinteressado. Menos de dez anos depois, Atenas enfrentou quase

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sozinha a potência persa em Maratona, e a vitória encheu a democracia de orgulho e de confiança.

Atenas era agora potente sobre a terra firme, mas quase não tinha ainda uma frota digna deste nome. O fundador da potência marítima ateniense foi Temístocles, o vencedor de Salamina, que entendeu que o futuro da cidade estava no mar.Como arconte, em 493-492 ele começou os trabalhos de fortificação do Pireu. Dez anos mais tarde, foi encontrada uma veia de prata excepcionalmente rica nas minas públicas do monte Láurio. Surgiu a proposta de dividir o lucro imprevisto entre os cidadãos, mas Temístocles convenceu a assembleia de usar o dinheiro para construir uma nova frota. Dois anos depois, em Salamina, a frota ateniense compreendia 200 trirremes, mais da metade de toda a frota grega (350 embarcações). Temístocles, como almirante do contingente ateniense, tinha a maior influência nos conselhos de guerra dos aliados, e excogitou a tática que levou os gregos à vitória em Salamina (480). Se Esparta permanecia para os gregos como a maior potência terrestre, não podia haver mais dúvida que desde então em diante Atenas teria tido o primado sobre os mares.

De todas as formas, quando em 481 se reuniram em Corinto os representantes das trinta e uma cidades gregas decididas a opor-se à iminente invasão de Xerxes, todos os aliados estavam de acordo, sem que fosse necessária nenhuma discussão, em dar a Esparta o comando, seja por terra seja por mar. É provável que os gregos já tivessem recebido desde algum tempo notícias dos preparativos de guerra de Xerxes, que tinha reunido tropas de todo o seu império e tinha passado o inverno de 481-480 em Sardes, congregando e preparando a sua força de invasão. Segundo Heródoto, a frota de Xerxes compreendia 1.207 embarcações e o seu exército um milhão e setecentos mil soldados. Ora, o número das embarcações poderia estar bastante perto da verdade, mas o dos soldados é sem dúvida muito exagerado: poderiam ser uns duzentos mil. Para transportar até a Europa este grande exército, os engenheiros de Xerxes construíram duas pontes de barcos que atravessavam o Helesponto (480). Estas pontes foram destruídas por uma tempestade, mas outras duas mais resistentes foram construídas. A armada terrestre passou o Helesponto e marchou ao longo da costa, refornecida pela frota. Os persas, cujas embarcações em 492 tinham naufragado nas proximidades do monte Santo, para evitar a repetição de um desastre semelhante, tinham escavado um canal de aproximadamente três quilômetros no meio do promontório. O exército invasor continuava a sua marcha inexoravelmente, atravessando a Macedônia e depois a Tessália. Os gregos tinham decidido não opor resistência até que Xerxes não tivesse chegado nas Termópilas, o único lugar cuja posição geográfica permitia expulsar os persas

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com uma ação de guerra conjunta por terra e por mar. Depois das Termópilas, o primeiro ponto defendível era o istmo de Corinto. Uma retirada dali teria significado a abandono da Ática. Nem sequer o muro que atravessava o istmo garantia a defesa totalmente, porque os persas teriam podido superar o obstáculo desembarcando com a frota ao meio-dia.

FIGURAS

Uma vista de uma pequena parte do Pireu.

Uma trirreme.

O golfo de Corinto.

As Termópilas.

“LEXICON”

dimostrativi = (pronomes) demonstrativos

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO XV: “Η ΕΝ ΤΗΙ ΣΑΛΑΜΙΝΙ ΜΑΧΗ”

“ENCHIRIDION”

1) Aoristo terceiro: com esta derrota de Xerxes contra os gregos, termina a expansão dos reis persas, que parecia interminável. Antes de Xerxes, a história conheceu três grandes reis persas, que conquistaram muitas terras: Ciro, seu filho e Dário. Xerxes experimentou na própria pele que a pobre natureza humana não pode nada contra o fado e a vontade dos deuses.

Este capítulo nos introduz nas formas dos aoristos de (L. 171)

βαινω, (L. 27) γιγνωσκω e do tema (L. 87) στη−/στα− (do qual deriva um

presente, ιστηµι, que estudaremos no próximo livro), que são um pouco particulares. (M., pág. 393) Estes verbos, de fato, de uso comum, formam o aoristo acrescentando as terminações secundárias diretamente ao tema, ou seja, sem a vogal temática (ou conjuntiva). Por este motivo, estes aoristos são chamados de atemáticos, ou aoristos terceiros. (Ls. 148 e 132) Note que o indicativo, o imperativo e o infinitivo derivam do tema de grau alongado (ou seja, que contém uma vogal longa), (L. 9) enquanto que o particípio deriva do tema de grau breve (ou seja, que contém uma vogal breve).

(M., págs. 391 e 393) Portanto, do tema βη−/βα− de βαινω

temos o aoristo do indicativo ε−βη−ν ([eu] fui, caminhei), ε−βη−l ([tu] foste,

caminhaste), ε−βη ([ele] foi, caminhou) ε−βη−µεν ([nós] fomos, caminhamos),

ε−βη−τε ([vós] fostes, caminhastes), ε−βη−σαν ([eles] foram, caminharam);

o imperativo é βη−θι ([tu] vá, caminha), βη−τε ([vós] ide, caminhai); o infinitivo

βη−ναι (ir, caminhar); o particípio βαl, βασα, βαν (“indo, caminhando” ou

“tendo ido, tendo caminhado”). Em ático, o aoristo terceiro de βαινω existe somente nos verbos compostos.

(M., pág. 390) Do mesmo modo, do tema γνω−/γνο− de

γιγνωσκω (conheço, fico sabendo, aprendo) temos o aoristo no indicativo, imperativo, infinitivo e particípio. Veja a margem da página 393.

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Finalmente, do tema στη−/στα−, “ponho, coloco” (mas no

aoristo terceiro [ε−στη−ν] “coloquei-me de pé, fiquei em pé, firmei-me, fiquei firme, fiquei parado, parei, esperei”) temos o aoristo no indicativo, imperativo, infinitivo e particípio. Veja a margem da página 393.

Para a declinação dos particípios, veja a página 308.

2) Verbos com tema terminado em −ο−: chegou a hora de considerarmos os

verbos que têm raiz terminada com a vogal −ο−.

(L. 166) A raiz destes verbos termina em −ο− em vez de −ε− ou −α−, já vistos nos capítulos anteriores.

Os verbos contraídos em −ο− são poucos. (L. 99) Lembre de δηλοω, (L. 96) ελευθεροω e o seu contrário (L. 166) δουλοω. (L. 185) Πληροω, por outro lado, já era familiar desde o capítulo IV.

Podemos encontrar as formas do presente e do pretérito

imperfeito de δηλοω (mostro) tanto no indicativo, imperativo, infinitivo e particípio ativos e médios na margem da página 394.

(M., pág. 394) As contrações seguem as

seguintes regras: (L. 56) 1) ο + ε, ο ou ου = ου; (L. 125) 2) ο + ει, οι ou η

(com ι subscrito) = οι; 3) ο + η ou ω = ω.

3) (M., págs. 391 e 395) Substantivos contraídos da segunda declinação: em

alguns poucos substantivos da segunda declinação, cujo tema termina em −οο−, se observam as mesmas contrações que você acabou de ver nos verbos contraídos

em −ο−. Peguemos, por exemplo, νουl, uma palavra que é familiar para nós

desde o capítulo IV na locução εν νω εχειν. O nominativo é ο νοοl = ο νουl; vocativo ω νοε = νου; acusativo τον νοον = νουν; genitivo του νοου = νου;

dativo τω νοω = νω.

(M., pág. 395) O plural de νουl é um tanto raro: nominativo

οι νοοι = νοι; vocativo ω νοοι = νοι; acusativo τουs νοουl = νουl; genitivo των νοων = νων; dativo τοιl νοοιs = νοιl.

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“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 378, Título) Σαλαµιl: Salamina / (Pág. 378, L. 3) εικω: rendo-me, cedo (+ dat. “a”) / (Pág. 378, Margem) υπεικω: rendo-me, cedo, subjazo (+ dat. “a”) (Pág. 379, L. 14) στρατηγοl: general, chefe, comandante / (Pág. 379, L. 17) συνεδριον: assembleia / (Pág. 380, L. 25) λαθρα: às escondidas (+ gen. “de”) (Pág. 380, L. 31) των ουν νεων ταl...: portanto (algum)as das embarcações... (Pág. 380, Ls. 33 e 34) ταl δε...: e (ou “por outro lado”) as (outras)... (Pág. 380, L. 33) εκπλουl: caminho para saída (de um porto), boca (de um porto) (Pág. 381, L. 37) ενθα και ενθα: para lá e para cá / (Pág. 381, L. 42) µελλω: estou para, estou a ponto de (fazer algo); estou destinado a; faço o propósito de, tenho a intenção de, pretendo (fazer algo) / (Pág. 381, L. 45) κοσµοl: mundo, ordem, adorno (Pág. 381, Margem) κοσµω: em ordem / (Pág. 381, Margem) µελοl: canto (Pág. 381, L. 52) δεξιοl, −α, −ον: direito, (que está) à direita, de direita (Pág. 381, L. 52) ευτακτωl: em boa ordem / (Pág. 382, L. 56) ελευθεροω: liberto (Pág. 382, L. 58) αγων: luta, competição / (Pág. 382, L. 59) περσικοl: persa (Pág. 382, L. 61) συµπιπτω: luto (+ dat. “com”) / (Pág. 382, Margem) εµπιπτω (+ dat.): caio em cima (sobre), lanço-me sobre / (Pág. 383, L. 66) καταδυω: afundo (Pág. 383, L. 77) ναυαγιον: sobra, escombro(s) (de uma embarcação) (Pág. 383, L. 77) νεκροl: cadáver / (Pág. 384, L. 81) οχθοl: colina, altura (Pág. 384, L. 83) ηγνοει: vem de αγνοεω / (Pág. 384, L. 84) τυχη: sorte, ventura, fortuna (boa ou má) / (Pág. 384, L. 84) ουδ’ = ουδε / (Pág. 384, L. 84) γιγνωσκω: fico sabendo, conheço / (Pág. 384, L. 85) εχρητο: pretérito imperfeito de χραοµαι / (Pág. 385, L. 97) και δη και: e especialmente, como também especialmente / (Pág. 385, L. 98) παρεχω: dou, ofereço, forneço / (Pág. 385, L. 99) δηλοω: mostro, faço com que alguém veja (algo) / (Pág. 385, L. 107) µεροl: parte (Pág. 385, L. 108) απονεµω: distribuo, atribuo / (Pág. 385, Margem) αποθανοντεl: morrendo, mortos / (Pág. 385, L. 110) ευλογια: elogio (Pág. 387, L. 132) µια ηµερα: em um dia / (Pág. 387, L. 136) πεζη: a pé (Pág. 387, L. 141) ευρον: pode ser também “ηυρον” / (Pág. 387, L. 149) κρυσταλλοl: gelo / (Pág. 388, L. 152) επι: (+ dat.) acima, sobre (permanência em um lugar); em, junto de; (+ acu.) acima, sobre (movimento para um lugar); acima, contra; (+ gen.) acima / (Pág. 388, L. 156) Θρακην: Trácia / (Pág. 388, L. 157) διαπεραω: atravesso, cruzo, passo / (Pág. 388, L. 159) λειπω: deixo, abandono (Pág. 388, L. 159) εκλειπω = εκ−λειπω / (Pág. 388, L. 159) εκλειπω... λεγων: (literalmente:) deixo... dizendo, (expressão que significa:) deixo de dizer, para de contar / (Pág. 388, L. 163) δουλεω (+ dat.): sou escravo, estou sujeito a, sirvo (Pág. 188, L. 166) Μηδοι, −ων: medos, persas / (Pág. 388, L. 171) Σκυσαι: sitos (Pág. 389, L. 180) πιστοl, −η, −ον: fiel / (Pág. 389, Margem) ουκ αρκεοµαι τινι: não me-contento com-algo / (Pág. 389, L. 185) πληροω: encho (Pág. 389, L. 187) ποιοl;, −α;, −ον;: qual? / (Pág. 389, L. 187) ποιω... δικαιω (adjetivo substantivado) χρωµενοl: servindo-se de que direito (adjetivo substantivado), (literalmente:) usando que justo / (Pág. 389, L. 191) καταφρονεω: desprezo / (Pág. 390, L. 204) ποιητηl: refere-se a “Píndaro” (Pág. 391, L. 215) τοιl πολεµιοιl: (contra) os inimigos / (Pág. 391, L. 215)

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προσεσχοµεν τον νουν: + dativo / (Pág. 391, L. 232) τοιl θεοιl: (literalmente:) para os deuses, (expressão que significa neste contexto:) dos deuses

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Partindo das palavras gregas que você já conhece, diga o significado etimológico das seguintes palavras:

1) monogamia (o que quer dizer γαµεω?; lembre-se de γαµεοµαι)

2) monólogo

3) monocromo (o que quer dizer το χρωµα?)

4) monossilábico (o que quer dizer συλλαβη, e esta palavra deriva de

qual verbo?)

5) monografia

EXERCÍCIOS

Exercício 15a

Encontre, na leitura do início deste capítulo, quatro formas dos verbos que você viu acima ou dos compostos deles; depois, analise estas formas.

Exercício 15b

Leia em voz alta e traduza:

Exercício 15c

Traduza para o grego estas frases, usando, segundo o caso, os aoristos

terceiros que você estudou com os prevérbios εισ−, ανα− e εκ−:

1. Tendo entrado em casa, as mulheres se sentaram falando umas com as outras (reciprocamente).

2. Fica quieto, menino (ou “garoto”); levanta-te (coloca-te de pé) e ajuda-me.

3. Entrando no templo, o sacerdote ficou em pé e rezou ao deus.

4. Escalando a montanha, paramos e olhamos a cidade.

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5. O velho disse para as criancinhas ficarem em pé (use o infinitivo) e escutarem (use o infinitivo).

6. Ficando sabendo o que aconteceu, decidi sair da cidade e procurar o pai.

7. As mulheres querem saber por que devem abandonar (καταλειπω) as suas casas.

8. Tendo sabido o que tinha acontecido (use o presente), as mulheres

embarcaram (ειl ναυν εισβαινω).

9. Os soldados que Xerxes enviou escalaram muito velozmente a montanha.

10. Quando chegaram no cume (το ακρον), viram os gregos, que não esperaram corajosamente, mas escaparam.

Exercício 15d

Encontre, na leitura β deste capítulo, quatro formas dos verbos

contraídos em −ο− e analise-as.

Leia este trecho (tomado, com adaptações, de Heródoto, VIII. 51-53) e depois responda as perguntas:

[ερηµον deserta ταµιαl administradores, despenseiros φραξαµενοι barricando,

depois de ter barricado Αρειοπαγον o Areópago, a colina de Ares (o deus da

guerra) απολιορκουν assediavam]

1. Quando os persas tomaram a cidade, quem eles encontram no templo?

2. O que estas pessoas tinham feito e o que estavam fazendo?

3. Onde os persas se colocaram para assediar a Acrópole?

[αποκρηµνοl íngreme, abrupto, escarpado αναβεβηκοταl que tinham subido,

tendo subido ερριπτον jogavam(-se), jogaram(-se) συλησαντεl depois de ter

depredado ενεπρησαν incendiaram, queimaram]

4. Qual era a condição dos atenienses? Quais eram as suas intenções?

5. Por que os persas puderam finalmente escalar a Acrópole?

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6. O que os atenienses fizeram quando viram os persas entrarem na Acrópole?

7. O que os persas fizeram que demonstrou a sua ignorância ou falta de respeito em relação com as tradições gregas?

Exercício 15e

Traduza para o grego:

1. Quando os atenienses ficaram sabendo que os persas avançavam em

direção da Ática, mandaram mensageiros para os Delfos (οι ∆ελφοι).

2. Estes, tendo entrado no templo, pediram ao deus o que os atenienses

deveriam (δει) fazer.

3. O deus, respondendo, disse: “Atenas não pode salvar-vos; os bárbaros

tomarão (αιρησουσι) Atenas; somente os muros de madeira (ξυλινοl, −ον)

serão (εσται) inatacáveis (απορθητοl, −ον)” .

4. O mensageiro escreveu estas palavras, e tendo voltado para Atenas, as anunciou ao povo.

5. Temístocles se colocou de pé e disse: “Escutai, ó atenienses, o que o

oráculo (το χρηστηριον) quer dizer (λεγει); as embarcações dos atenienses são

os muros de madeira: estas salvarão (σωσουσι) a cidade”.

6. Dizendo isto, ele convenceu os atenienses a não render-se aos bárbaros, mas a combater por mar.

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Nos seguintes pares de palavras, partindo do significado do verbo que você já conhece, deduza o do substantivo (ou o do adjetivo).

Repare na mudança de vogal (apofonia) de ε (ει, ευ) nos verbos em

ο (οι, ου) nos substantivos e no adjetivo.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

OS PERSAS DE ESQUILO (pág. 399)

Esquilo, o primeiro dos três grandes trágicos atenienses, tinha lutado em Maratona e provavelmente também em Salamina. De todas maneiras, está claro que ele viu esta última batalha, da qual nos deixou a narração justamente como testemunha ocular. Oito anos depois de Salamina, em 472 a.C., ele participou com a sua tragédia Os persas na competição dramática da festa de Dionísio. Os Persas são a mais antiga das tragédias gregas que chegaram até os nossos dias, e a única que tem um sujeito histórico, não mitológico. Segundo Esquilo os eventos humanos estão ligados com o divino. Ele vê a derrota e a humilhação de Xerxes

como um exemplo supremo de υβριl (arrogância, soberba) humana punida pela Nêmese (personificação da justiça punitiva divina que restabelece a ordem violada).

A cena dramática ocorre em Susa, a capital persa, onde o coro dos anciãos conselheiros do rei espera ansiosamente conhecer o êxito da expedição de Xerxes. Desde quando ele partiu, não souberam nada, e os seus corações estão repletos de maus presságios enquanto se perguntam o que terá acontecido com o exército que com tanto orgulho quer impor o jugo da escravidão aos gregos. As suas tristes conjeturas são interrompidas pela chegada de Atossa, a rainha mãe, que conta ter sido sempre atormentada por íncubos, depois da partida do filho. Ora, depois teve um outro sonho, cujo significado é inequívoco: Xerxes levava duas mulheres no seu carro, vestidas uma à maneira asiática, outra à grega. A asiática estava contente com a sua condição e obedecia às rédeas. Não da mesma forma a grega, que chutava e no final arrancou as guias, virou o carro de Xerxes e destruiu o jugo. Uma vez acordada, Atossa foi à ara para oferecer uma libação aos deuses e suplicar que mudassem o presságio funesto, mas viu um outro ainda mais terrível: uma águia (o rei das aves, símbolo de Xerxes) fugia para o altar, perseguida por um falcão (os gregos), que se jogava em cima e desplumava a cabeça da águia com as garras, enquanto esta permanecia inerte.

O coro procura acalmar e confortar a rainha, mas um mensageiro se aproxima correndo, que sem nenhum preâmbulo, traz justamente a nova que todos temiam ter que escutar:

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Caras cidades da Ásia inteira, solo da Pérsia, imenso porto de riqueza, como, com um golpe, o poder foi destruído e a flor dos persas não existe mais! (249-252).

A rainha, atônita, fica em silêncio, enquanto os anciãos se abandonam no desconsolo. Atossa convida então o mensageiro a acalmar-se e a contar a batalha: como é possível que o exército persa tenha sido derrotado, tão superior em número? O mensageiro responde:

Ó, a vitória, se olhamos o número, era nossa. As embarcações gregas, no total, não chegavam a trezentas; havia, além disso, uma dezena de meios especiais. Xerxes, sei bem, tinha mil embarcações, e, além disso, pequenas e velozes embarcações, de ataque, em uma cifra de duzentos e sete. Eis. Pensas que éramos inferiores? Mas houve um deus que fez mudar a balança e nos extermina. Os deuses salvam a cidade da deusa Pálade [= Atenas] (337-347).

O mensageiro descreve a batalha:

Quando depois com os cavalos brancos o dia toda invadiu a terra de esplendor, um pio fragor soa, como um canto, vindo dos gregos, e o eco das rochas alto o rebate em um agudo som. A desiludida espera dos persas é invadida pelo medo: aquele peana1 não era claro o hino de quem foge, mas de quem ataca na batalha desafiante. Tudo ardia a trombeta com o seu som. Eis: um pulsar concorde dos remos bate sob comando a grande massa de água em um ribombo. Eis eles todas à vista. Em ordem, guiava a ala destra.

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Vinha depois a armada inteira, e juntamente era possível ouvir as palavras gritadas: “Filhos dos Helenos, adiante, libertai a pátria, libertai as mulheres, os filhos, os templos avitos, os túmulos dos pais: aqui o tudo por tudo está um jogo”. Da nossa parte, um grito, na nossa língua. Não havia um só segundo a perder: eis que a embarcação dá de cara com a embarcação com rosto. Uma embarcação grega ataca, que despedaça de uma pequena embarcação fenícia os aplustros. Depois, uns aqui outros lá viraram. Primeiro a maré persa resistiu; mas quando foi reduzida em um estreito, onde o socorro mútuo era impossível (dado que, sendo mais correto, batiam entre eles), quebravam toda a aparelhagem dos remos, enquanto que os gregos, em torno, golpeavam habilmente, e pelas quilhas viradas, nem sequer se via mais o mar, cheio de escombros e sangue. Regurgitação de mortos sobre as margens e as costas, um descomposto fluir de fugitivos, a rota da armada. E com pedaços de remos e de escombros aqueles batiam e os transpassavam como se fossem atuns, ou uma redada de peixes. A água era toda uma lamentação. Truncou o massacre o olho da noite. Mas se fizesse uma narração minuta de todos os males, não exauriria em dez dias. Dado que em um dia só não morreu jamais tal caterva de homens (386-432).

1 Canto de triunfo, geralmente em honra de Apolo.

2 Adornos das embarcações, na parte superior da popa.

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FIGURAS

A adoração a Xerxes.

Um choque entre gregos e persas.

Uma embarcação grega esporeia uma embarcação persa.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

CAPÍTULO XVI: “ΜΕΤΑ ΤΗΝ ΕΝ ΤΗΙ ΣΑΛΑΜΙΝΙ ΜΑΧΗΝ”

“ENCHIRIDION”

1) Os verbos δυναµαι, κειµαι e επισταµαι: muitas vezes você encontrou nas

glosas dos pés de página as formas do verbos δυναµαι, “posso”. (L. 42) Neste capítulo você também se deparou com exemplos da sua conjugação, (L. 33) assim

como dos verbos επισταµαι, “sei, conheço”, (L. 2) e κειµαι, “jazo”.

(Ls. 73, 211 e 94) Estes verbos depoentes, muito usados, se conjugam acrescentando diretamente as terminações pessoais ao tema, ou seja, sem a interposição das vogais temáticas (ou conjuntivas).

(M., pág. 414) Do tema δυνα−, “poder”, derivam: o presente do indicativo, o imperativo, o infinitivo e o particípio (veja a margem da

pág. 425). Do tema κει−, “jazer”: o presente do indicativo, o imperativo, o infinitivo e o particípio (veja a margem da pág. 425). (M., pág. 419)

Finalmente, do tema επιστα−, “entender, saber”: o presente do indicativo, o imperativo, o infinitivo e o particípio (veja a margem da pág. 425).

(M., págs. 416 e 417) Os pretéritos imperfeitos destes verbos estão também na margem da pág. 425. (L. 225) Repare, simplesmente, que para a

segunda pessoa do singular de δυναµαι e de επισταµαι há duas possíveis

formas: ε−δυνα−σο e ηπιστα−σο, respectivamente, ou, com a queda do σ

intervocálico e contração: εδυνω e ηπιστω, respectivamente.

2) Outros dois substantivos da terceira declinação: desde o segundo capítulo, nós

encontramos um substantivo um pouco estranho: ο (η) βουl. Depois, nos capítulos nos quais as viagens do Dicaiópolis com o Felipe e as guerras persas

foram descritas, aconteceu em mais ocasiões que se usou o substantivo ναυl, cuja declinação apresenta também alguma particularidade. (L. 44) Você pôde repetir os casos deste substantivo acompanhando as observações curiosas que o Dicaiópolis fazia sobre o tumultuado porto de Egina.

Os temas de ναυl e de βουl eram originariamente ναF− e βοF−

(a antiga letra F, digama ou vau, depois desaparecida na antiguidade, representa o

som do w inglês, ou do u italiano na palavra uomo [homem]). Para algumas

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explicações sobre a origem das diversas formas, veja a Gramática de consulta, n. 19.

(M., págs. 412 e 413) Você poderá encontrar a declinação de ναυl na margem da pág. 426. Simplesmente, repare que, no plural, o nominativo e o

vocativo são iguais: αι / ω νηεl.

Você também poderá encontrar a declinação de βουl na margem da pág. 426. Repare também que, no plural, o nominativo e o vocativo são iguais:

οι / ω βοεl.

3) Alguns outros numerais: você já aprendeu os números cardeais do “um” ao “dez” e os números ordinais do “primeiro” ao “décimo” (veja a pág. 196).

Aprendamos agora estas novas formas, vistas neste e nos capítulos

precedentes: 11 ενδεκα; (L. 246) 12 δωδεκα; 13 τρειl και δεκα, etc.;

(L. 271) 20 εικοσι(ν); 21 ειl και εικοσι(ν), etc.; (L. 28) 100 εκατον;

1.000 χιλιοι, −αι, −α; 10.000 µυριοι, −αι, −α. Os números ordinais

correspondentes são: 11º ενδεκατοl, −η, −ον; 12º δωδεκατοl, −η, −ον;

20º εικοστοl, −η, −ον; 100º εκατοστοl, −η, −ον; 1.000º χιλιοστοl, −η, −ον;

10.000º µυριοστοl, −η, −ον. Os números cardeais das dezenas, do “trinta” até o “noventa”, derivam dos números cardeais das unidades correspondentes, com alguma que outra

mudança, mais o elemento −κοντα: τριακοντα, τετταρακοντα, πεντηκοντα, εξηκοντα, εβδοµηκοντα, ογδοηκοντα, ενενηκοντα.

(L. 44) Os números cardeais das centenas, do “duzentos” até o “novecentos”, derivam também dos números cardeais das unidades

correspondentes, com alguma que outra mudança, mais o elemento −κοσιοι, −αι, −α: διακοσιοι, τριακοσιοι, τετρακοσιοι, πεντακοσιοι, εξακοσιοι, επτακοσιοι, οκτακοσιοι, ενακοσιοι.

Finalmente, completamos o quadro dos numerais com os seguintes

advérbios numerais (que correspondem à pergunta “quantas vezes?”): απαξ,

“uma (só) vez”, διl, “duas vezes”, (Cap. XIV, L. 40) τριl, “três vezes”.

Os advérbios numerais posteriores se formam acrescentando −ακιl aos números

cardeais correspondentes (com algumas mudanças): τετρακιl, πεντακιl, εξακιl, επτακιl, οκτακιl, ενακιl, δεκακιl.

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4) Observações finais: (Cap. V, L. 76) ao longo dos textos deste primeiro volume, encontramos algumas palavras em grego que não tinham acento. Estas palavras são conhecidas como átonas. Todavia, na língua grega, não as encontramos com muita frequência.

(Cap. I, L. 15) Como já sabemos, são conhecidas como enclíticas aquelas palavras não acentuadas que se apoiam no acento da palavra anterior ao serem pronunciadas.

As palavras enclíticas vistas neste I volume são: (Cap. V) algumas formas dos pronomes pessoais da primeira e segunda

pessoa do singular (µε, µου, µοι; σε, σου, σοι); (Cap. VII) o pronome e

o adjetivo indefinido τιιιιl, τιιιι (não o interrogativo τιιιιl;, τιιιι; [com acento

agudo sobre o “ι”]); (Cap. XIV) os advérbios indefinidos που, ποι, πωl, ποτε, ποθεν (não os advérbios interrogativos correspondentes,

acentuados); (Cap. VI, L. 153) a partícula γε; (Cap. III, L. 47)

a conjunção τε; (Cap. IV) as formas do presente do indicativo de ειµι e

φηµι, exceto as segundas pessoas do singular: ει (com acento

circunflexo sobre o “ι”) e φηl (com acento agudo sobre o “η”).

(Cap. VII, L. 3) Se a palavra que precede a enclítica tem acento agudo sobre a penúltima sílaba (paroxítona), a enclítica recebe um acento somente se for bissílaba, sobre a segunda sílaba. (Cap. V, L. 163) Se a enclítica não for bissílaba, esta não será acentuada. (Cap. VII, L. 3) Este acento colocado sobre a enclítica bissílaba será agudo, se a última sílaba desta for breve, ou circunflexo, se a última sílaba for longa.

(Cap. VIII, L. 83) Se duas ou mais enclíticas se encontram juntas, somente a última permanece sem acento, enquanto que a precedente ou as precedentes enclíticas recebem um acento agudo.

(Cap. I, L. 2) Por outro lado, como também já sabemos, são conhecidas como proclíticas aquelas palavras sem acento que se apoiam no acento da palavra posterior ao serem pronunciadas.

(Cap. XIV, L. 94) São palavras monossílabas, por exemplo,

ου, ει. Quando depois delas vem uma ou mais palavras enclíticas, elas recebem

um acento agudo (não grave): ειιιι τιl (com acento agudo sobre o “ι” de ειιιι); ουυυυ τιl (com acento agudo sobre o “υ” de ουυυυ).

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“VOCABULÁRIO DE EMERGÊNCIA”

(Pág. 404, Margem) εκτοποl: estranho, bizarro, insólito, peregrino / (Pág. 404, L. 1) περαινω: termino, levo a cabo, cumpro / (Pág. 404, L. 2) κειµαι: jazo (Pág. 404, L. 6) λαµπροl: brilhante, luminoso, fulgente, resplandecente (Pág. 404, L. 7) συµµαχοl: aliado / (Pág. 404, L. 7) ηγεοµαι: guio, conduzo (Pág. 404, L. 9) εµποροl: comerciante / (Pág. 404, L. 9) ολκαl: embarcação de carga (Pág. 405, L. 14) Ιωνιαν: Jônia / (Pág. 405, L. 16) πολλαιl... µαχαιl: em muitas batalhas / (Pág. 405, L. 24) που γηl;: (literalmente:) onde da terra?, (expressão que pode significar:) em que lugar da terra (do mundo)? / (Pág. 405, L. 26) εαρ: primavera / (Pág. 406, L. 27) αγω: guio, conduzo; levo / (Pág. 406, L. 36) επιγιγνοµαι: sigo (no tempo), venho depois / (Pág. 406, L. 38) εξηλασαµεν: vem de “εξ−ελαυνω” / (Pág. 406, L. 39) ποντοl = θαλαττα; Ποντοl: Ponto (Eussino) (Pág. 406, L. 43) υστερον: mais tarde, depois / (Pág. 406, L. 44) συναγειρω: reúno, recolho / (Pág. 407, L. 51) στρατευω (voz ativa e média): faço guerra, guerreio, participo em uma guerra / (Pág. 407, L. 52) ενοικοl: habitante / (Pág. 407, L. 55) του θερουl: durante o verão / (Pág. 407, L. 56) επταρουl: de (com) sete desembocaduras / (Pág. 407, L. 60) εµπαλιν: ao contrário / (Pág. 407, Margem) διατριβω: passo (o tempo) / (Pág. 408, L. 71) ελαχιστοl: mínimo, pequeníssimo (Pág. 408, L. 77) Μενφιl, −δοl: Mênfis / (Pág. 409, Margem) Αιτναιον: Etna (Pág. 409, L. 89) πολιορκεω: assedio, pressiono com assédios / (Pág. 409, L. 91) σπονδαι, −ων: tratado de paz / (Pág. 409, L. 91) δηµοl: povo / (Pág. 409, L. 93) εργαζοµαι: trabalho; faço, cumpro / (Pág. 410, L. 94) αγων: luta, competição (Pág. 410, L. 101) ειρηνη: paz / (Pág. 410, L. 106) Συκελια: Sicília (Pág. 410, L. 109) Σκυθιαν: Cízia / (Pág. 410, L. 109) χειµωνοl: durante o inverno (Pág. 410, L. 110) ωστε + infinitivo: veja a pág. 213, L. 104 / (Pág. 410, L. 110) πηγνυσθαι: solidificar-se, coagular-se / (Pág. 411, L. 112) πλουl: navegação, viagem / (Pág. 411, L. 114) προσδεχοµαι: acolho, pego / (Pág. 411, L. 127) πολυβενθηl: profundo, muito profundo / (Pág. 411, L. 128) θεσαν (τα ιστια) (Pág. 411, L. 129) την: refere-se à ναυν / (Pág. 412, L. 139) καπηλοl: aquele que armazena, vendedor para pequenos consumidores / (Pág. 412, L. 143) απειροl: infinito, inumerável; inexperiente, desconhecedor / (Pág. 413, L. 165) εµπορων: de “εµποροl” / (Pág. 413, L. 169) τοσουτον οσον: tanto quanto; (supondo “quantia”) “quantia” tão grande como / (Pág. 414, L. 181) πετρωδηl: pedregoso, rochoso / (Pág. 414, Ls. 186 e 187) οι... ισχυροι τε και αοκνοι “των ανθρωπων” (genitivo partitivo): os fortes e (os) trabalhadores dos homens (= dentre os homens) / (Pág. 415, L. 191) µονω: só, sozinho (Pág. 415, L. 193) µυρµηξ: formiga / (Pág. 415, L. 194) σκαπτω: cavo, escavo (Pág. 415, L. 196) κρειττων: melhor, mais forte, mais válido / (Pág. 415, L. 202) εµπορικωl: comercialmente, como comerciante / (Pág. 416, L. 214) πλειστον: a maior parte / (Pág. 416, Margem) τεκοντεl (singular: τεκων): pais (Pág. 416, L. 217) παιδιον: você pode supor um “quando era” antes de “παιδιον” (Pág. 416, L. 217) µ’εθρεψαν = µε εθρεψαν / (Pág. 416, L. 224) ερωταω, ηροµην: pergunto / (Pág. 417, L. 236) τεχνη: arte, habilidade, técnica

Page 184: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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(Pág. 417, L. 241) η αλιευτικη: pesca / (Pág. 418, L. 257) προσκρυω: tropeço em (Pág. 418, L. 258) καταδυω, κατεδυν: afundo / (Pág. 418, L. 264) διαγω τον βιον: vivo, passo a vida / (Pág. 419, L. 291) οσοl: quão grande (Pág. 419, L. 296) ποθοl, ου: desejo, saudade; ποθω φεροµενοl: pelo desejo levado (Pág. 420, L. 308) αυχµοl: sequidão / (Pág. 420, L. 310) ανοµβρια: falta de chuva, sequidão / (Pág. 421, L. 322) θυω: sacrifico, faço um sacrifício / (Pág. 421, L. 334) υπο: (+ gen.) debaixo; por (agente da passiva) / (Pág. 421, L. 335) πανελληνιοl: panhelênico, de todos os gregos / (Pág. 422, L. 344) θεασθαι: (de) serem vistas / (Pág. 422, L. 352) ησεν: de αδω / (Pág. 422, Margem) Πινδαρου: Píndaro / (Pág. 423, L. 361) ουδεν ηττον = οµωl

“O GREGO NO PORTUGUÊS”

Com quais palavras que você já conhece estas conexas etimologicamente os seguintes quatro termos?

1) dinâmico

2) dínamo

3) dinamite

4) dinastia

EXERCÍCIOS

Exercício 16a

Encontre, na leitura do início deste capítulo, quatro formas dos verbos que você viu acima ou dos compostos deles; depois, analise estas formas.

Exercício 16b

Leia em voz alta e traduza:

4. ...επικειµαι (+ dat. [= encontro-me nas proximidades de]; refere-se às ilhas em relação com a terra firme)...

Exercício 16c

Traduza para o grego:

1. Não podemos ajudar-vos, porque o papai nos disse (ou “nos mandou”) para (não precisa traduzir) irmos (ir) para o campo.

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2. Não sabendo por que o seu marido não tinha voltado (use o aoristo), a mulher estava com muito medo (temia muito).

3. Os marinheiros que estavam deitados (jaziam) sob a árvore se levantaram (se colocaram de pé) e foram apressadamente (se apressaram) para o porto.

4. Não conseguindo encontrar o rebanho, os jovenzinhos escalaram a montanha e o procuraram o dia todo.

5. Ninguém sabe por que a mulher abandonou (deixou) a casa e, tendo deixado a casa, foi para a cidade.

Exercício 16d

Nas seguintes frases, coloque os substantivos e os adjetivos entre parênteses no caso e número apropriados, fazendo-os concordar com os artigos:

...

Leia este trecho (tomado, com adaptações, de Heródoto, VIII. 118) e depois responda as perguntas:

Depois da derrota em Salamina, Xerxes guiou a retirada das suas tropas em direção do setentrião e deixou uma grande armada em Tessália, às ordens de Mardônio, com o mandado de atacar de novo no ano seguinte. Heródoto dá duas versões do que acontece na viagem de retorno do grande rei. Esta é a segunda.

[απελαυνων partindo Ηιονα Eíone (uma cidade da Trácia) Υδαρνη a (para)

Hidarne επιτρεπει confia απαγειν (para) reconduzir εαν µη a não ser que

απαλλαγωµεν nos livremos de (+ gen.) επιβατων passageiros]

1. Se quisermos acreditar nesta segunda versão herodoteia da viagem de retorno de Xerxes à Ásia, o que o rei mandou que fosse feito com a sua armada e o que ele mesmo fez?

2. O que acontece durante a viagem?

3. O que Xerxes pediu ao seu timoneiro?

4. De quem, segundo o timoneiro, depende a salvação deles?

Page 186: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

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[προσκυνουντεl prostrando-se diante de (+ acu.) ερριψαν jogaram

επικουφισθεισα aliviada, tendo se tornado mais leve οτι dado que

χρυσουν de ouro εδωκεν deu απεταµε cortou]

5. O que, segundo Xerxes, os persas deviam demonstrar?

6. De quem, segundo Xerxes, depende a salvação dele?

7. Os persas fazem duas coisas: quais?

8. Qual é a consequência da ação deles?

9. Por que Xerxes deu ao seu timoneiro uma coroa de ouro?

10. Porque mandou decapitá-lo?

Exercício 16e

Traduza para o grego:

1. Depois da batalha, Xerxes e os seus generais permaneceram na Ática

alguns dias e (depois ele) partiu (απερχοµαι) para a Beócia.

2. O rei mandou Mardônio (ο Μαρδονιοl) ficar na Tessália,

(η Θεσσαλια) durante o inverno, e avançar em direção do Peloponeso no início

da primavera (αµα ηρι αρχοµενω).

3. Quando chegaram na Tessália, Mardônio escolheu (εξελεγετο) os melhores soldados, enquanto Xerxes, deixando-os ali, marchou (foi) o mais rápido possível para o Helesponto.

4. Não podemos acreditar (crer) na história que contaram sobre o retorno

(ο νοστοl) de Xerxes.

5. Aqueles que sabem a verdade dizem que ele voltou para a Ásia por terra e chegou no Helesponto em quarenta e cinco dias (use o genitivo).

“A FORMAÇÃO DAS PALAVRAS”

Os seguintes adjetivos, verbos e substantivos são derivados do tema de

ο θυµοl, “espírito”, com os prefixos α− (alfa privativo), ευ−, “bem, bom” e

προ−, “antes, diante” (que geralmente indica prontidão). Portanto, deduza o significado destas palavras.

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ΕΛΘΕΤΩ Η ΒΑΣΙΛΕΙΑ ΣΟΥ

O IMPÉRIO ATENIENSE (pág. 430)

Durante a invasão de Xerxes, os aliados gregos tinham aceito sem discutir que o comando da armada por terra e por mar fosse confiado aos espartanos. De fato, Esparta ainda era a potência hegemônica na Grécia. Na primavera de 479 a.C., a frota aliada, sob o comando de um general espartano, tinha a sua base de operação na ilha de Delos. Dali, chamada pelos samos, fez uma rota em direção da Jônia, derrotou os persas em Mícal e libertou os jônios, que se rebelaram contra os seus patrões persas. No ano seguinte, Pausânia estava dirigindo a frota grega, agindo como comandante espartano em Plateia. Com uma hábil campanha, ele, depois de ter libertado boa parte de Cipro dos persas, se dirigiu para o setentrião e tomou Bizâncio, cidade que permitia o acesso ao Ponto

Eussino (o hodierno mar Negro). Aqui ele se tornou vítima da sua υβριl: vestiu-se à maneira persa, tramou com os persas e alienou os aliados com o seu comportamento ofensivo e tirânico. Por isso, os aliados se dirigiram aos atenienses para serem protegidos, e Pausânia foi chamado outra vez para Esparta e depois morto.

Enquanto isso, os atenienses tomaram sobre si o comando dos aliados. Em Delos, eles se encontraram com os representantes de diversos Estados gregos e convieram em formar uma liga (a Liga Délica), à qual se aderiam voluntariamente, com o objetivo de continuar a guerra contra a Pérsia sob o comando de Atenas. Cada Estado membro devia contribuir com embarcações e dinheiro segundo as suas possibilidades econômicas, e destas foi feita uma avaliação. Os representantes jogaram no mar alguns blocos de chumbo e juraram que permaneceriam fieis à liga até que o chumbo não tivesse voltado à superfície.

A frota da liga, sob o comando do ateniense Cimão, fez uma série de campanhas vitoriosas, expulsando as guarnições persas de todos os lugares onde tinham ficado e finalmente vencendo os persas, que procuravam voltar, na grande batalha do rio Eurimedonte, na costa meridional da Ásia Menor (467 aproximadamente).

Mas, pouco a pouco, conforme o perigo persa ia ficando menos grave, alguns Estados começaram a sentir-se menos inclinados a continuar sob os pesos que a participação na liga significava. Em torno do ano de 469, a importante ilha de Naxos se retirou da liga. A frota aliada a pressionou com assédios e a obrigou a voltar à liga, em condições tais que Naxos se tornou um

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Estado vassalo de Atenas. Este foi para os atenienses o primeiro passo sobre o caminho do império.

Em seguida, com muita frequência, mais Estados membros pararam de fornecer embarcações e deram, em vez disso, contribuições em dinheiro. Logo, houve só três Estados (as grandes e ricas ilhas de Lesbo, Quio e Samos) que davam embarcações e ficaram assim totalmente independentes. Os outros se tornaram tributários de Atenas, que começou a ingerir-se nos assuntos internos deles. Em 454, ocorreu um fato muito significativo: o tesouro da liga foi transferido de Delos para Atenas, declarando, como motivo, que a derrota, dois anos antes, da força de expedição ateniense no Egito tinha deixado o Egeu exposto ao perigo persa.

Em Atenas, foram encontradas muitas inscrições em pedra que iluminam o desenvolvimento e organização do império ateniense naqueles anos. Chegou-nos, entre outras coisas, uma lista que registra os tributos pagos todos os anos pelos Estados membros entre 454, quando o tesouro da liga foi transferido para Atenas, e 415. Destas fontes aprendemos que o império ateniense compreendia quase todo o mar Egeu e se estendia das costas do Ponto Eussino até a Ásia Menor meridional. Em 449, Atenas fez um acordo de paz com a Pérsia, de tal forma que terminou a razão de ser da Liga Délica. No ano seguinte, a lista dos tributos é muito breve: muitos Estados devem ter se negado a pagar. Encontramos depois um decreto que torna mais rigoroso o pagamento dos tributos, e a lista do ano seguinte é longa: muitos Estados recalcitrantes foram obrigados a dar a contribuição. São sempre mais numerosos os documentos da interferência ateniense nos assuntos internos dos Estados membros da liga: impõe-se por decreto uma moeda uniforme, pesos e medidas; uma constituição democrática é imposta a algumas cidades, sob a supervisão dos magistrados atenienses; guarnições atenienses são colocadas em pontos perigosos, e cidadãos de Atenas começam a morar nos territórios dos Estados aliados; as controvérsias judiciárias nas quais são envolvidos um ateniense e um cidadão de qualquer Estado aliado são julgadas por tribunais atenienses. Providências deste estilo destruíam, na verdade, a soberania dos aliados, nominalmente independentes, mas, de fato, cada vez mais vassalos de Atenas dentro daquilo que os atenienses já chamavam o seu

“império” (η αρχη).

Estes desenvolvimentos da liga foram inspirados por Péricles, que dominou a democracia ateniense durante quase trinta anos, até a sua morte, que ocorreu em 429. Deles é, em grande parte, a responsabilidade da guerra do Peloponeso, dado que os espartanos e os seus aliados não temiam somente o

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crescente poder de Atenas, mas condenavam também a servidão, como diziam, dos seus compatriotas. Esparta deu a Atenas um ultimato nestes termos: “Os espartanos querem a paz, e haverá paz se vocês derem aos gregos a independência deles”. Tampouco em Atenas todos aprovavam a política imperialista, apesar das suas vantagens econômicas e militares. Péricles mesmo, em um discurso que fez ao povo pouco antes de morrer, disse com franqueza a verdade: “O império que vocês têm é uma tirania, e vocês podem pensar que tenha sido errado adquiri-lo, mas é perigoso renunciá-lo”.

FIGURAS

Os persas destroem estátuas e templos gregos.

O αγορα de Esparta.

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ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

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CAP. I – Pág. 3:

é habita e, mas não mas o campo o cultivador, o camponês

Pág. 3:

de fato cultiva portanto e, também trabalha duro, difícil a vida

Pág. 23:

depois do meio-dia

Pág. 24:

golpeio, bato

Pág. 23:

paro; espero; permaneço

Pág. 24:

eis!

Pág. 4:

sempre frequentemente diz ó Zeus! infinito fornece, dá trabalhador

Pág. 4:

se alegra, está contente livre ama forte belo suficiente

CAP. III – Pág. 36:

ainda

Pág. 37:

possível junto enquanto

Pág. 37:

ai, coitado do meu pé

Pág. 5:

as pedras

Pág. 38:

néscio! tonto! responsável, culpado não digas bobagens

Pág. 38:

vagabundo de novo com fadiga, com dificuldade

Pág. 6:

o tempo muito se cansa, está cansado queima consome, desgasta lhe, ele

Pág. 6:

repousa, descansa logo, um pouco depois a si mesmo finalmente não mais

Pág. 39:

enquanto isso, entretanto (adv.) ... e..., seja... seja... corajoso quando, depois de que

Pág. 39:

não... mais deixo depois; detrás de

CAP. II – Pág. 18:

chama por uma parte..., por outra preguiçoso se não está presente, está aqui agora vem!

Pág. 18:

aqui por quê? não sejas! apressa-se lentamente assim, tão ó patrão já

Pág. 40:

tão grande; (plural) tantos tão numerosos

Pág. 41:

estou para...; quero, tenho a intenção de

Pág. 41:

maduro o fruto

Pág. 19:

ajuda pega isso, o os bois no dia seguinte

Pág. 19:

de manhã te não durmas! tu

Pág. 42:

mau, malvado reconheço planto tenho o azeite tomo cuidado de, cuido, curo

Pág. 42:

faço cair (sacudindo); sacudo (para fazer cair os frutos) recolho muitos, muitas

VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

Estas palavras em português são traduções das palavras em italiano que acompanham os textos em grego

ao longo dos capítulos.

ΕΗΒΣ

Page 192: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

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Pág. 22:

para mim, me depois ó maldito!

Pág. 22:

Demetra benévola multiplica! puxai!

Pág. 43:

a terra ignoro que

Pág. 43:

de isto

Pág. 64:

nada (de) água há (não tem nada de água)

Pág. 64:

coitado de mim encher

Pág. 44:

de repente escorrego ali imóvel o medo a ti mesmo

Pág. 44:

o que? padeço sofro acontece (algo) a mãe tem caído (pretérito perfeito [composto])

Pág. 65:

deixa que ela..., deixa-a...

Pág. 45:

estou bem partícula que introduz as perguntas

Pág. 45:

sim o momento “certo” (“justo”), o tempo oportuno

Pág. 66:

verdadeiramente convenço, persuado

Pág. 66:

enche

CAP. IV – Pág. 55:

no inverno, durante o inverno

Pág. 55:

todos os dias, cada dia ordenhar

Pág. 67:

voltar quer

Pág. 56:

quero, desejo, estou disposto a

Pág. 56:

(+ infinitivo) tenho em mente, tenho a intenção de

Pág. 68:

precisamente, exatamente, justamente (“δη απο του αστεωl”: da cidade “mesma”) como estranho

Pág. 68:

o lugar, a região, o território isto

Pág. 57:

de modo que, de tal forma que (indica uma consequência)

Pág. 69:

querendo, porque querem continuamente em todos os lugares a confusão, o tumulto, alvoroço

Pág. 69:

desceste concluiu um contrato com um estrangeiro tod-os/-as (neutro), todas as coisas

Pág. 58:

com, junto com somente por isso, portanto

Pág. 58:

o trabalho voltam com outros coetâneos (= da mesma idade)

Pág. 70:

eu banho riquíssimo de todos os bens andamos (pretérito)

Pág. 70:

que grande o número o grito

Pág. 59:

outro, um outro como, exatamente como, justamente como

Pág. 59:

igualmente, todavia cheia falam uns-com-os-outros, falam entre eles

Pág. 71:

nosso o mesmo (“no sentido de: já visto antes ou alguém que quer fazer algo em pessoa”; adjetivo); ele, ela, isto (pronome) para mim, a mim

Pág. 71:

tenho tempo livre tudo, todas as coisas umas com as outras, entre elas converso (“conversa informal, na rua”) quero procuro

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ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

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Pág. 60:

olá!; tchau! querido (adjetivo) amig-o/-a (substantivo) sim desde a primeira hora da manhã

Pág. 60:

escuto cheguei nós a dança; o coro olho, observo as competições uma de nome, em quanto ao nome, com o nome

Pág. 72:

encontro, deparo-me com

Pág. 72:

aqui vá!

Pág. 61:

voltar fico bravo, fico irado por Zeus (durante) o dia todo

Pág. 61:

todo o resto, todas as outras coisas ousam, têm a coragem de tal um

Pág. 73:

me enche suficiente água

Pág. 73:

bateu no chão, deixou cair uma a ti, te

Pág. 62:

logo, imediatamente este nós (acusativo), nos

Pág. 62:

puno, castigo desgraçada nada reprocho, desaprovo

Pág. 74:

o que a ti, te

Pág. 74:

meu voltarei

Pág. 63:

mando, ordeno

Pág. 63:

para ti

CAP. V – Pág. 90:

vejo onde? (permanência em um lugar)

Pág. 90:

vós

Pág. 116:

o meio-dia esta (feminino); aqui se traduz “este”, porque “bastão” é masculino em português

Pág. 116:

acordo-me, sou acordado

Pág. 91:

um ide

Pág. 91:

adiante, vá! vá exatamente! fortemente

Pág. 117:

a verdade nem, e não o caráter, a índole; o modo, a maneira

Pág. 117:

deixo, permito tudo, todas as coisas

Pág. 92:

custodio, protejo

Pág. 92:

para mim

Pág. 119:

para

Pág. 93:

fujo, escapo nem... nem...

Pág. 93:

desanimo-me, desencorajo-me em algum lugar

Pág. 120:

salvarei, protegerei avanço

Pág. 120:

a necessidade

Pág. 94:

jogo-me em cima

Pág. 94:

selvagem, feroz ferozmente

Pág. 121:

grito, estrepito

Pág. 121:

que jaz, jacente mas; pelo menos

Pág. 95:

querem primeiro

Pág. 95:

viro(-me), giro-me palpito (como se fosse a última palpitação), faço um movimento veloz, agitado (como o de um peixe que foge)

Pág. 123:

termino

Pág. 123:

aquele

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Pág. 96:

aqui; neste momento justamente neste momento que jaz, jacente

Pág. 96:

maravilho-me, espanto-me; admiro bem!; bem, claro!; bem feito! certamente tudo, todas-as-coisas o verdadeiro, a verdade, as-coisas-verdadeiras tem matado

CAP. VII – Pág. 140:

um, único um, um certo, um tal

Pág. 140:

sobre um homem versátil; alguém-que-viajou-muito

Pág. 97:

quero desejo a fábula, o mito, o relato para vós, vos qual?, que tipo de?

Pág. 97:

terrível a fera, o monstro, o bicho para nós, nos

Pág. 141:

durante dez anos enfrento, suporto, sofro o perigo muito grande, grandíssimo

Pág. 141:

uma vez perto o som (pronome) quem? / (adjetivo) qual, que...? (masc. e fem.), que...? (neutro)

Pág. 98:

faz (ou “faze”) cessar!, para! deixa de (fazer algo)!

Pág. 142:

doze (pronome) nenhum, nada; (adjetivo) nenhum(a)

Pág. 142:

encontro o mais rápido possível; o mais veloz possível

Pág. 99:

quer

Pág. 99:

fico quieto, fico em silêncio, estou em silêncio, calo-me

Pág. 143:

uma

CAP. VI – Pág. 112:

o companheiro uma, uma certa obrigo

Pág. 112:

sete mando, envio a cada ano, todos os anos

Pág. 144:

a pele

Pág. 113:

assim que, logo que sou adulto, alcanço a juventude, alcanço a maturidade ajudo, corro para ajudar (alguém) salvo, protejo

Pág.113:

obedeço, estou escutando navego, vou pelo mar, viajo pelo mar recebo, acolho

Pág. 145:

a luz

Pág. 145:

escondo

Pág. 114:

chamo torno-me torna-se, faz-se; acontece (algo)

Pág. 114:

este (neutro) mato

Pág. 147:

um, uma meio, central, do meio no meio da testa (literalmente: no meio na testa) o canto mais afastado

Pág. 147:

primeiro, em um primeiro momento tudo, cada um; (plural) todos

Pág. 178:

estas coisas isto

Pág. 178: estendo-me, fico à vontade, deito-me (επι + gen. “sobre”)

Pág. 148:

o estrangeiro aqui respondo

Pág. 148:

lavo como? fico bêbado, embriago-me

Pág. 179:

amanhã

Pág. 179:

o sono

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Pág. 149:

pegar fogo, acender-se pulo (para cima) pulo (em pé) pode

Pág. 149:

cego sábio

Pág. 180:

que se aproximam, aproximando-se destas

Pág. 180:

observo observo, olho que se aproxima, aproximando-se

Pág. 150:

(acu. neut. plu.) estas coisas, estes fatos

Pág. 182:

crio coragem, encorajo-me

Pág. 182:

de agora em diante doce

Pág. 151:

o deus

Pág. 151:

o nome

Pág. 184:

repouso-me, descanso

Pág. 152:

morro

Pág. 152:

salvo, são e salvo

Pág. 185:

quando chegues, uma vez que chegues que jaz abaixo

Pág. 185:

tendo chegado, tendo alcançado que caminham, caminhando por

Pág. 154:

as naves, as embarcações, os barcos

Pág. 186:

apoio-me

Pág. 155:

este este

Pág. 155:

sábio, prudente

Pág. 188:

reconheço rico

Pág. 188:

o ouro

Pág. 157:

degolo, sacrifico, mato

Pág. 157:

devoro (adjetivo) só, único

Pág. 190:

quarto quinto

Pág. 190:

consumo; passo (o tempo)

CAP. VIII – Pág. 173:

entrando, que entra têm matado a verdade, o verdadeiro

Pág. 173:

aconteceu, sucedeu

Pág. 191:

quantos? exatamente, precisamente

Pág. 191:

pode

Pág. 174:

a fome o poeta

Pág. 174:

rico

Pág. 192:

gero, dou à luz

Pág. 175:

cada vez que estou ausente posto que, dado que tem matado, matou

Pág. 175:

a competição está bem!, tudo bem!

Pág. 193:

ornamento, adorno

Pág. 176:

tem matado, matou

CAP. IX – Pág. 208

Pág. 208:

armado a reunião pública (para uma festa religiosa) estou-com-fome avanço em meio a empurrões (que eu dou)

Pág. 177:

tens matado exercito, treino

Pág. 177:

torno homem, fortifico

Pág. 209:

bebo anda!, andai!; vamos!; em frente! (que se encontra) na frente, diante

Page 196: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

196

Pág. 210:

que abertas o interior, as partes internas

Pág. 210:

belíssimo, o mais belo

Pág. 238:

antes de, diante de (enquanto ao tempo ou enquanto ao lugar) é necessário

Pág. 238:

é possível, é lícito imediatamente, logo claro, sem dúvida

Pág. 211:

reúno-me, recolho-me

Pág. 239:

provavelmente, com toda a probabilidade

Pág. 239:

têm bebido

Pág. 212:

o arauto à parte, fora dos pés; ε. γιγνοµαι: saio dos pés, saio do meio

Pág. 212:

cheios o meteco, o estrangeiro residente em Atenas

Pág. 240:

coitado, infeliz, pobrezinho ocupo-me de assuntos alheios

Pág. 240:

jacente, que jaz, jazendo recupero as forças, recupero a respiração

Pág. 213:

ótimo, nobre último, final, por último a vítima sacrifical

Pág. 213:

o povo o senhor o Trovejante, Tonante (de “trovão”; um epíteto de Dionísio)

CAP. XI – Pág. 254:

(tema verbal µαθ-) aprendo, sei, dou-me conta, fico sabendo dizia, disse

Pág. 254:

o irmão peço

Pág. 214:

gritos e cantos rituais intraduzíveis pronto

Pág. 214:

algumas (partes [por um lado])... outras (partes [por outro lado]) as carnes

Pág. 255:

tem se tornado

Pág. 215:

convém, é decoroso

Pág. 215:

o sonho

Pág. 256:

levo; acompanho vejo, considero basta... a palavra, o discurso conheço

Pág. 256:

parece, parece oportuno levarei; acompanharei tarde desta (de esta) então, naquele momento

Pág. 216:

os helenos, os gregos

Pág. 257:

estas coisas, isto consolo, conforto encorajo (alguém)

Pág. 257:

a Musa a voz

Pág. 217:

estas coisas, isto

Pág. 217:

em Argos (cidade do Argólide)

Pág. 258:

interrompo; intervenho acho, penso

Pág. 258:

empresto, dou em empréstimo

Pág. 218:

que parte, partindo, aquele que parte

Pág. 259:

qual, como

CAP. X – Pág. 232:

celebro com hinos, canto com hinos a desgraça

Pág. 232:

muitíssimos enchem acima, no alto

Pág. 260:

a verdade, o verdadeiro achando, pensando tinha, segurava

Pág. 260:

o animal lembras-te salvou

Pág. 234:

em ordem, um depois do outro de uma maneira ótima, muito bem

Pág. 234:

venço a saudade, o desejo, a nostalgia

Pág. 261:

exceto tropeçou a abertura, o buraco (grande) permaneceu, ficou

Pág. 261:

apagaram-se ainda que, por mais que

Page 197: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

197

Pág. 235:

eu beneficio

Pág. 235:

esta certamente, sem dúvida

Pág. 262:

que jazia, jazendo, jacente o mais velho, o maior (em idade)

Pág. 262:

a salvação sou capaz de, estou em grau de nunca

Pág. 236:

trato um assunto, falo sobre um assunto

Pág. 263:

deixadas demo-nos conta

Pág. 237:

administro dar

Pág. 237:

ir embora

Pág. 264:

gemeu, queixou-se Asclépio (o deus da medicina) podíamos

Pág. 264:

lavou fez deitar voltarás a ver, recuperarás a vista

Pág. 265:

isto

Pág. 294:

estava com fome subiu este que, o qual

Pág. 294:

estou sob a proteção de Zeus, ou venho de Zeus

Pág. 266:

vá para os corvos! (= vá para o inferno!) amigo, bom homem

Pág. 266:

tem se tornado chamarei se por acaso, se de alguma forma

Pág. 295:

(as coisas) que o dom estava para, estava a ponto de

Pág. 295:

esqueço-me (de) subiu

Pág. 267:

o habitante do demo de Colide tem se tornado posso ajudo, sou útil para (alguém)

Pág. 267:

estou doente podem curar (isto é) assunto teu, problema teu entristeço-me, estou triste, fico magoado

Pág. 296:

esperavam que, a qual (acu.) estas coisas, isto

Pág. 268:

podemos pode

Pág. 268:

a pé

Pág. 297:

cansadíssimo

Pág. 269:

preocupo-me dou graças, agradeço

Pág. 269:

caríssimo benévolo

Pág. 298:

coloco-me em movimento, movo-me, parto ou (ou... ou...)

Pág. 298:

estou agarrado a, seguro acorrendo, indo em socorro de alguém

CAP. XII – Pág. 286:

brincavam, jogavam

Pág. 299:

estou em (com) dificuldade, não sei

Pág. 299:

sobe!

Pág. 287:

eu vago procuro, tento o lugar onde, no qual

Pág. 287:

liso, plano, prato estava cansado repousava, descansava; repousou, descansou

Pág. 300:

mais muitíssimo, muito grande, o maior; (plural) muitíssimos, a maior parte

Pág. 300:

se apressavam, agilizavam, iam com pressa, corriam o marinheiro chamavam

Pág. 288:

subiu estava longe, distava os feáceos

Pág. 288:

queria lavo (referido às roupas)

Pág. 301:

sabes no momento oportuno, no momento justo

Pág. 301:

pergunto (para alguém)

Page 198: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

198

Pág. 289:

subiu colocou sobre

Pág. 302:

subi! por quanto?, a que preço muito

Pág. 302:

posso bem com a ajuda do deus sãos

Pág. 290:

lavaram (pretérito perfeito simples) brincavam, brincaram; jogavam jogaram erro, erro o alvo

Pág. 290:

dormia a ninfa que, as quais

Pág. 303:

retornavam, regressavam, voltavam

Pág. 303:

de longe

Pág. 291:

queria, quis το σωµα, του σωµατοl corpo permaneceu

Pág. 291:

que, os quais feliz, beato

Pág. 304:

por quê?

Pág. 304:

ela, esta

Pág. 292:

que, a qual semelhante (é) o mais feliz

Pág. 292:

que, o qual levará, conduzirá (como mulher, esposa) (não) nunca lavo

Pág. 305:

curar pode te lembras sãos coxo

Pág. 305:

a visão sã teria tornado, teria feito dedicar, dar como dom votivo

Pág. 293:

é semelhante, se assemelha, a

Pág. 293:

ó, se tivesse

Pág. 306:

CAP. XIII – Pág. 320:

(declinado no restante como o artigo sem o τ−) que; o qual, a qual, a coisa que

Pág. 351:

que estes teriam vencido luto que podiam, podendo

Pág. 351:

servir-se de, usar três vezes

Pág. 321:

seguro, firme, estável

Pág. 321:

retornavam, voltavam cantos

Pág. 352:

trezentos

Pág. 322:

retornando, voltando

Pág. 353:

até que (não)

Pág. 353:

sepulto, enterro

Pág. 323:

maior, mais forte

Pág. 323:

com péssimas disposições, hostilmente

Pág. 354:

podiam

Pág. 324:

a liberdade a verdade, o verdadeiro (literalmente: as coisas verdadeiras)

Pág. 324:

realmente, verdadeiramente 1. o início, o princípio; 2. o governo, o comando, o domínio

Pág. 355:

litigo, brigo

Pág. 355:

não passará em branco, você vai pagar por isso

Pág. 325:

a virtude, o valor, a coragem a insolência

Pág. 325:

posso claro (σαφωl claramente)

Pág. 356:

estou fora de mim, enlouqueço, fico furioso

Pág. 326:

opinião; fama, glória a potência, a força

Pág. 326:

o número, a massa

Pág. 357:

por, por causa de

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ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

199

Pág. 327:

considero, penso, creio, acho (+ inf./acu. e inf.) preparo, estabeleço o povo a tirania

Pág. 327:

um ao outro (uns aos outros) penso que é digno a igualdade (de direitos) a lei

Pág. 358:

falo o dialeto ático

Pág. 358:

em dialeto dórico

Pág. 328:

criados, educados, nutridos que não tem provado, sem experiência de Ate (a deusa da insensatez e da cegueira)

Pág. 328:

a dor, o luto tememos (pretérito perfeito) mais

Pág. 359:

preso, capturado, feito prisioneiro

Pág. 329:

tendo subido, tendo embarcado contraponho mostramos, demonstramos (pretérito perfeito)

Pág. 329:

melhor, mais forte o sinal, a prova mil mostraram, demonstraram o povo, a nação

Pág. 360:

conheci

Pág. 330:

a arte, a habilidade

Pág. 330:

abertas mostrar, demonstrar

Pág. 361:

a mudança, a transformação

Pág. 331:

preciso de, tenho necessidade de, necessito (algo)

Pág. 362:

a concórdia

Pág. 362:

como

CAP. XIV – Pág. 349

CAP. XV – Pág. 378

Pág. 350:

podem sete vezes este

Pág. 350:

espero (+ acusativo e infinitivo) que os gregos teriam fugido

Pág. 379:

podiam, podem poderiam, teriam podido

Pág. 380:

destruo decido

Pág. 380:

almirante

Pág. 381:

corno, lado

Pág. 408:

antigo

Pág. 408:

tendo perdido

Pág. 382:

podiam

Pág. 410:

se for, caso for buscarei, tentarei

Pág. 410:

onde

Pág. 383:

cuidado, diligência, esforço

Pág. 383:

procuro, tento

Pág. 411:

mais longe penso, reflito colocaram, puseram

Pág. 384:

teriam vencido, venceriam

Pág. 384:

tendo perdido podia

Pág. 414:

às vezes

Pág. 414:

quase

Pág. 386:

justo

Pág. 386:

a memória

Pág. 415:

escavo

Pág. 415:

natureza

Page 200: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ VOCABULÁRIO ITALIANO-PORTUGUÊS

200

Pág. 387:

restante, remanescente a sede fora de estação

Pág. 387:

o frio, o gelo congelou esquento

Pág. 416:

o coetâneo

Pág. 388:

até

Pág. 388:

a Líbia

Pág. 417:

mais velho (referido à idade)

Pág. 389:

opinião

Pág. 389:

cobiça

Pág. 418:

forte, violento

Pág. 391:

a mente, o pensamento estou atento, considero, coloco atenção

Pág. 391:

cada um digno (de)

Pág. 419:

pio

CAP. XVI – Pág. 404

Pág. 420:

o carvão

Pág. 406:

o ano

Pág. 421:

o afastamento, a libertação

Pág. 407:

diverso, diferente

Pág. 422:

cidade bem torreada, e comum luz pela justiça protetora dos forasteiros

Page 201: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ Vocabulário grego-português

201

Α αγαθός, αγαθή, αγαθόν bom αγαλμα, αγαλματος, το estátua, imagem αγαν muito αγανακτέω fico com raiva, fico indignado, fico bravo αγαπάω amo αγγέλλω, ήγγειλα anuncio αγγελος, αγγέλου, ο mensageiro άγε, plural (dirigindo-se a mais pessoas) άγετε anda(i)!, vamos!, em frente! άγευστος, άγευστον que nunca tem provado (+ gen. «uma coisa») αγνοέω não sei, ignoro αγορά, αγορας, η praça (central, do mercado) αγοράζω frequento a praça άγριος, αγρία, άγριον selvagem, selvático, feroz άγροικος, αγροίκου, ο camponês αγρός, αγρου, ο campo άγω, ηγαγον guio, conduzo; levo αγών, αγωνος, ο luta, competição αγωνίζομαι luto αδελφός, αδελφου, ο irmão αδηλος, αδηλον incerto, desconhecido αδύνατος, αδύνατον impossível αδω canto αεί sempre αθάνατος, αθάνατον imortal Αθήναζε para, em direção de Atenas (movimento para um lugar) Αθηναι, Αθηνων, αι Atenas Αθήνησι(ν) em Atenas (permanência em um lugar) αθλιος, αθλία, αθλιον desgraçado, infeliz αθυμέω desencorajo-me, desanimo-me Αιγαιος πόντος, Αιγαίου πόντου, ο o mar Egeu Αιγεύς, Αιγέως, ο Egeu (rei de Atenas, pai de Teseu) αιγιαλός, αιγιαλου, ο praia Αιγινα, Αιγίνης, η Égina Αιγυπτος, Αιγύπτου, η o Egito αιξ, αιγός, ο ο η cabra αιρέω, ειλον pego

VOCABOLÁRIO GREGO-PORTUGUÊS

αιρω, ηρα levanto αιτέω, ητησα peço αιτία, αιτίας, η causa, motivo αιτιος, αιτία, αίτιον culpado (+ gen. «de») ακαρπία, ακαρπίας, η esterilidade ακίνητος, ακίνητον imóvel ακολουθέω (+ dat.) sigo ακούω, ήκουσα (+ gen. da pessoa, acu. da coisa) escuto, ouço άκρος, άκρα, άκρον alto, a parte mais alta, o cume, de: άκρον το ορος o pico da montanha ακτή, ακτης, η promontório ακτίς, ακτινος, η raio αληθής, αληθές verdadeiro αληθη, αληθων, τά a verdade, o verdadeiro αληθως verdadeiramente αλιεύς, αλιέως, ο pescador αλιευτική, αλιευτικης, η pesca αλις (+ gen.) basta... αλλαντοπώλης, άλλαντοπώλου ο açougueiro αλλας, αλλαντος, ο salsicha αλλήλους, αλλήλων, αλλήλοις (pronome recíproco) um ao outro (uns aos outros), reciprocamente αλλοιος, αλλοία, αλλοιον diverso, diferente αλλος, αλλη, αλλο outro αλλότριος, αλλοτρία, αλλότριον alheio, estrangeiro, de outro αλουτος, αλουτον não lavado αμα (advérbio) junto, ao mesmo tempo; (preposição) junto com (+ dat.) αμαξα, αμάξης, η carroça, carro αμαρτάνω, ημαρτον erro o alvo (o alvo vai no gen.) αμαχος, αμαχον invencível αμείνων, αμεινον, gen. αμεινονος melhor αμέλει certamente, sem dúvida αμέλγω ordenho αμπελος, αμπέλου, η videira αμυνω, ημυνα (voz ativa) afas- to, tiro do perigo (protegendo) Α (acu.) de Β (dat.); (voz média)

cuido-me, defendo-me (+ acu. «de») αμφίπολος, αμφιπόλου, η criada, escrava ανά (+ acu.) acima, sobre αναβαίνω, ανέβην subo (επί «em, sobre» + acu.) αναγκάζω, ηνάγκασα obrigo ανάγκη, ανάγκης, η necessidade άναξ, άνακτος, ο senhor, soberano αναπηδάω lanço-me, pulo sobre αναπνέω recupero a respiração, recupero o fôlego άνασσα, ανάσσης, η senhora, soberana ανάστηθι levanta-te! αναστρέφω giro-me, dirijo-me ανατέλλω, ανέτειλα surjo (referido ao sol) αναχωρέω, ανεχώρησα retiro- me, afasto-me ανδρειος, ανδρεία, ανδρειον corajoso ανδρείως corajosamente ανδρίζω torno forte, corajoso, viril ανδρών, ανδρωνος, ο habitação (quarto) dos homens (uma das peças da casa reservada aos homens) ανέλκω puxo (+ gen.) ανεμος, ανέμου, ο vento ανέστην levantei-me ανευ (+ gen.) sem ανέχω levanto ανήρ, ανδρός, ο homem (do sexo masculino); marido ανθος, ανθους, τό flor ανθραξ, ανθρακος, ο carvão ανθρώπινος, ανθρωπίνη, ανθρώπινον humano ανθρωπος, ανθρώπου, ο homem (ser humano, do sexo masculino ou feminino) ανόητος, ανόητον louco, insensato, tolo ανοίγω abro ανομβρία, ανομβρίας, η falta de chuva, sequidão αντέχω, αντέσχον (+ dat.) resisto a

ΕΗΒΣ

VOCABOLÁRIO GREGO-PORTUGUÊS

ΕΗΒΣ

Page 202: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ Vocabulário grego-português

202

αντιτάττω disponho(-me) contra (referido a um exército), contraponho άντρον, άντρου, τό antro, gruta, caverna άνω acima, em cima αξιος, αξία, άξιον digno (+ gen. «de») αξιόω penso que é digno απαλλαγή, απαλλαγής, η libertação απας, άπασα, άπαν tudo, tudo quanto, todo inteiro; cada um άπειμι, απην estou longe, estou ausente (+ gen. «de») άπειρος, άπειρον infinito, inumerável; inexperiente, desconhecedor απέκτονε matou, assassinou απελαυνω, απήλασα expulso, rejeito απέραντος, απέραντον infinito, interminável απέρχομαι, απήλθον parto, afasto-me απέχω disto, estou longe (+ gen. «de») από (+ gen.) de αποθνήσκω, απέθανον morro αποκαλύπτω revelo αποκρίνομαι, απεκρινάμην respondo αποκτείνω, απέκτεινα mato, assassino απόλλυμι, απώλεσα arruíno, destruo απονέμω distribuo, atribuo απορέω, ηπόρησα estou em grande dificuldade, estou perdido; não sei απορία, απορίας, η grande dificuldade, angústia αποφεύγω, απέφυγον fujo, salvo-me αποχωρέω afasto-me, retiro-me απτω junto, ligo, uno αργός, αργόν preguiçoso αργύριον, αργυρίου, τό prata; dinheiro αρδω rego αρετή, αρετης, η virtude, excelência; coragem, valor Αριάδνη, Αριάδνης, η Ariana (a filha do rei Minos) αριθμός: ες αριθμόν precisamente

αριστα (αdνérbio) muito bem, ótimo αριστερά, αριστερας, η a (mão) esquerda άριστος, αρίστη, άριστον ótimo, o melhor αρκέομαι contento-me com, basta-me (+ dat. da coisa) άροτος, αρότου, ο aradura αροτρευω, ηρότρευσα aro άροτρον, αρότρου, τό arado αρόω aro αρπάζω rapto Αρτεμις, Αρτέμιδος, η Artêmis αρχαιος, αρχαία, αρχαιον antigo αρχή, αρχης, η princípio, início; domínio, império άρχω domino, reino (+ gen. «sobre»); (voz média) começo, principio Ασκληπιός, Ασκληπιου, ο Asclépio (o deus da medicina) ασκός, ασκου, ο odre, bolsa de pele ασπαίρω palpito, faço um movimento veloz, agitado ασπίς, ασπίδος, η escudo αστός, αστου, ο cidadão άστυ, άστεως, τό cidade Ατη, Ατης, η Ate (a deusa da insensatez e da cegueira) ατιμάζω desonro; desprezo ατοπος, ατοπον estranho, insólito, peregrino ατραπός, ατραπου, η senda αττικίζω falo em um ático correto αυθις ainda, de nονο αυλή, αυλης, η corte, cortil αυλιον, αυλίου, τό aprisco αυξάνω, ηυξησα aumento, acrescento αυριον amanhã αυτίκα imediatamente αυτός, αυτή, αυτό (com valor enfático) (ele) mesmo ([ela] mesma etc.); (pronome pessoal da terceira pessoa, no acu., gen. e dat.) (de, para) ele (ela, isto, eles) αυτουργός, αυτουργου, ο cultivador direto, camponês (proprietário do fundo no qual trabalha) αυχμός, αυχμου, ο sequidão

αφικνέομαι, αφικόμην chego (εις «em» + acu.) αφίσταμαι, απέστην revolto-me, rebelo-me, levanto-me, insurjo αφνειός, αφνειόν rico άφρων, άφρον, gen. άφρονος; insensato, estulto, louco Αχαιοί, Αχαιων, οι os aqueus, os gregos άωρος, άωρον fora de estação Β βαδίζω, εβάδισα caminho, vou βαίνω, έβην νοu, caminho βακτηρία, βακτηρίας, η cajado, bengala, bastão βάλλω, έβαλον jogo, jogo fora, lanço, arrojo βάλλ'ες κόρακας vai para o diabo!, vai para o inferno! βάρβαρος, βάρβαρον bárbaro, estrangeiro, não grego βασίλεια, βασιλείας, η rainha βασιλεύς, βασιλέως, ο rei βασιλεύω reino (+ gen. «sobre») βέβαιος, βεβαία, βέβαιον seguro, firme, estável βίος, βιου, ο vida βλάπτω, έβλαψα danifico βλέπω, έβλεψα olho, vejo βληχάομαι balo βοάω, εβόησα (eu) berro, grito βοή, βοης, η berro, grito βοηθέω, εβοήθησα ajudo, corro para ajudar a (+ dat.) βότρυες, βoτρύων, οι uva βούλομαι, imperfeito εβουλόμην quero, desejo βους, βοός, ο boi βραδέως lentamente Βρόμιος, Βρομίου, ο o Trovejante, o Tonante (de “trovão”; um epíteto de Dionísio) βροντή, βροντης, η trovão βρυχάομαι mujo βωμός, βωμου, ο altar Γ γαμέομαι caso, caso-me, (+ dat. «com»; referido à mulher) γάρ (partícula pospositiva) de fato γε (enclítica pospositiva) pelo menos; claro, mas

Page 203: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ Vocabulário grego-português

203

γέγονε tornou-se, é γελάω, εγέλασα rio γεραιός, γεραιά, γεραιόν velho γέρων, γέροντος, ο velho γέφυρα, γεφυρας, η ponte γεωργέω (voz ativa e média) cultivo γεωργός, γεωργου, ο camponês γη, γης, η terra κατα γην por terra που γης; onde (no mundo)?, em que lugar da terra? (lat. ubi terrarum?) γηράσκω envelheço γίγας, γίγαντος, ο gigante γίγνομαι, εγενόμην torno-me γίγνεται torna-se; ocorre, acontece, sucede; ημέρα, εσπέρα, νύξ, γίγνεται faz-se dia, tarde, noite γιγνώσκω, έγνων fico sabendo, conheço γνώμη, γνώμης, η opinião γνωρίζομαι reconheço γράφω, έγραψα escrevo γυμνάζω exercito γυμνός, γυμνή, γυμνόν nu γυναικών, γυναικωνος, ο habitação (quarto) das mulheres (uma das peças da casa reservada às mulheres), gineceu γυνή, γυναικός, η mulher; esposa Δ δαίς, δαιτός, η conviete, banquete (sacro) δάκρυον, δακρύου, τό Ιágrima δακρύω, εδάκρυσα choro δανείζω empresto, dou em empréstimo δέ (partícula pospositiνa) e, por outro lado, depois, mas ver também μέν... δέ... δει (+ acc. e inf.) é necessário δεινός, δεινή, δεινόν terrível δεινά cose (males, penas) terríveis δεινως terrivelmente, espantosamente δειπνέω, εδείπνησα como, almoço δειπνον, δείπνου, τό refeição, almoço

δέκα dez δέκατος, δεκάτη, δέκατον décimo δένδρον, δένδρου, τό árvore δεξιός, δεξιά, δεξιόν de direita, (que se encontra) à direita δεξιά, δεξιας, η a (mão) direita δέομαι preciso (+ gen. «de») δέρμα, δέρματος, τό pele δεσμωτήριον, δεσμωτηρίου, τό prisão δέσποινα, δεσποίνης, η patroa, senhora δεσπότης, δεσπότου, ο patrão δεύρο aqui δεύτερον uma segunda vez, de novo, ainda δεύτερος, δευτέρα, δεύτερον segundo δεύω molho, rego δέχομαι, εδεξάμην recebo δή (partícula pospositiva) naturalmente, certamente, efetivamente δηλόω, εδήλωσα mostro, faço ver Δημήτηρ, η (ω Δήμητερ, την Δήμητρα) Demetra (a deusa das messes) δήμος, δήμου, ο ροvo δημοσία em público δήπου claro, sem dúvida, naturalmente διά (+ gen.) através; (+ acc.) por, por causa de δια τί; por quê? δια τουτο por isso, portanto διαβαίνω, διέβην atravesso διαβάλλω, διέβαλον calunio διαβιβάζω transporto de lá, conduzo de lá διαβιβάσαι transportar de lá, conduzir de lá διαβολή, διαβολης, η calúnia διαγιγνώσκω, διέγνων decido (+ inf. «fazer algo») διάγω: δ. τόν βίον vivo, passo a vida διαιρέω divido διακόπτω corto διακόσιοι, διακόσιαι, διακόσια duzentos διάλεκτος, διαλέκτου, η língua falada, dialeto διαλέγομαι, imperfeito

διελεγόμην falo, converso (+ dat. «com») διαπεράω atravesso, passo διαπράττω trato, falo sobre (um assunto) διατρίβω gasto, consumo; passo (o tempo) διαφθείρω, διέφθειρα destruo διδάσκαλος, διδασκάλου, ο mestre, professor διέρχομαι, διηλθον passo através διηγέομαι conto, descrivo, esponho δίκαιος, δικαία, δίκαιον justo διοικέω administro δι'όλίγου logo, um pouco depois διότι porque, já que, dado que δίψα, δίψης, η sede διώκω, εδιωξα persigo δοκει, εδοξε (+ dat. e infinitivo) parece, dá a impressão; parece bem; = lat. videtur δοκει μοι parece-me bem, decido ως δοκει pelo que parece δοκέω penso, acho, acredito; dou a impressão de, pareço (= lat. videor) δόξα, δόξης, η opinião; fama, glória δόρυ, δόρατος, τό lança δουλεία, δουλείας, η servidão, escravidão δουλεύω (+ dat.) sou escravo, estou sujeito a, sirνo δούλη, δούλης, η escrava, serva δουλος, δούλου, ο escravo δουλόω, εδουλωσα (voz atiνa e média) torno (faço) escravo (= escravizo), subjugo, sujeito δραμειν, aoristo do infinito de τρέχω δραχμή, δραχμης, η (a) dracma (moeda grega equivalente a seis óbolos) δρέπω recolho, colho δύναμαι, imperfeito εδυνάμην posso δύναμις, δυνάμεως, η força, potência δυνατός, δυνατή, δυνατόν possível δύο dois δώδεκα doze

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Δωριστί em dialeto dórico δωρον, δώρου, τό dom, presente Ε εαρ, ηρος, τό primavera εαυτόν a si mesmo εάω (+ acu. e inf.) deixo, permito, consinto εβδομος, εβδόμη, εβδομον sétimo εγγύς (+ gen.) perto de εγείρω, ηγειρα acordo; (na voz média) acordo-me εγκέφαλος, εγκεφάλου, ο cérebro εγωγε (forma reforçativa de εγώ) eu, eu mesmo, eu por mim εδος, εδους, τό sede, moradia εθέλω, ηθέλησα quero, desejo; estou disposto a ουκ εθέλω não quero, recuso-me έθνος, έθνους, τό povo ει se ει μή se não ει πως se, se por acaso, caso εικός: κατα το ει com toda a probabilidade, verossilmente εικότως naturalmente εικω, ειξα rendo-me, cedo (+ dat. «a») εικών, εικόνος, η imagem, estátua ειπέ, plural ειπετε dize!; dizei! ειπειν dizer ειπον disse, disseram ειρήνη, ειρήνης, η paz εις, μία, εν um, só um εις (+ acu.) em, para, a (movimento para um lugar); por (tempo: εις πολλας ημέρας, por muitos dias) εισάγω, εισήγαγον conduzo para dentro, levo para dentro χορους εισάγω guio os coros εισβαί νω, εισέβην entro εισβάντες embarcados, tendo embarcado εισβιάζομαι entro (intrometo-me) com a força εισελθε, plural εισέλθετε entra!; entrai! εισιέναι entrar εισοδος, εισόδου, η ingresso, entrada

εισπλέω, εισέπλευσα entro (chego) navegando com a embarcação εκ (diante de vogal εξ) de, fora de (+ gen.) εκαστoς, εκάστη, εκαστον cada um εκατόν (indeclinável) cem εκβαίνω, εξέβην saio εκει ali, lá εκεινος, εκείνη, εκεινο aquele εκεισε ali, lá, para (em direção de) aquele lugar (movimento para um lugar) εκπλέω, εξέπλευσα parto εκπλους, εκπλου, ο caminho para saída (de um porto), boca (de um porto) εκποδών fora dos pés, (à parte, fora do caminho) εκτοπος, εκτοπον estanho, bizarro, insólito, peregrino εκτος, εκτη, εκτον sexto ελαία, ελαίας, η oliveira; azeitona ελαιον, ελαίου, τό óleo ελάττων, ελαττον menor; (no plural) menos numerosos, menos ελαύνω, ηλασα empurro ελάχιστος, ελαχίστη, ελάχιστον pequeníssimo, mínimo ελεέω tenho compaixão, tenho piedade (+ acu. «de») ελειν, aoristo do infinitivo de αιρέω ελευθερία, ελευθερίας, η liberdade ελεύθερος, ελευθέρα, ελεύθερον livre ελευθερόω, ηλευθέρωσα (eu) liberto ελθέ, plural έλθετε vem!; vinde! έλθειν, aoristo do infinitivo de ερχομαι ελκω, imperfeito ειλκον puxo, arrasto Ελλάς, Ελλάδος, η a Hélade, a Grécia Ελλην, Ελληνος, ο grego ελπίζω, ηλπισα espero εμβλέπω olho nos olhos (+ dat. «de alguém») εμός, εμή, εμόν meu εμπαλιν pelo contrário εμπίπτω, ενέπεσον (+ dat.)

caio em cima (sobre), lanço-me sobre εμποδίζω impeço, obstaculizo εμπορική, εμπορικης, η comércio, arte do comércio εμπόριον, εμπορίου, τό empório, escala εμπορος, εμπόρου, ο comerciante εν (+ dat.) em (permanência em um lugar); entre (εν τοις δούλοις, entre os escravos) εναντίος, εναντία, εναντίον (que se encontra) na frente; contrário, hostil ενατος, ενάτη, ενατον nono ενδον dentro; em casa ενδύομαι, ενεδυσάμην coloco, visto (roupas) ενειμι estou dentro; estou presente, existo (estou em) ενθάδε aqui ενθα και ενθα aqui e lá ενθυμεομαι reflito, considero, valorizo, penso ενίοτε às vezes, de vez em quando εν μέσω (+ gen.) entre εννέα nove εν νω έχω (+ infinitivo) tenho em mente (fazer algo), tenho a intenção de, pretendo, desejo ενοικος, ενοίκου, ο habitante ενόπλιος, ενόπλιον armado εν (ταις) Αθήναις em Atenas (permanência em um lugar) ενταυθα aqui, lá; então ενταυθα δή justamente (exatamente) naquele momento εντός (+ gen.) dentro de εν τούτω entretanto εντυγχάνω encontro-me de repente (+ dat. «com») ενύπνιον, ενυπνίου, τό sonho; visão (tida em sonho) εν ω enquanto εξ (diante de palavras começadas com vogal) = εκ εξ seis εξαίφνης de repente, inesperadamente εξανθέω floresço εξελαυνω, εξήλασα expulso (para fora), expilo (de expelir) εξελθών saindo, (sendo) saído

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εξεστι(ν) (+ dat. e inf.) está permitido, é lícito, é possível εξετάζω examino, investigo; reconheço (depois de ter examinado) εξ εωθινου desde a manhãzinha εξηγέομαι, εξηγησάμην explico, descrevo, conto εoρτη, εoρτης, η festa εορτην αγω, ε. ποιέω faço (celebro) uma festa επαίρω, επηρα levanto, alço; (com pronome reflexivo) levanto-me επάνελθε, plural επανέλθετε volta!; voltai! επανέρχομαι, επανηλθον volto, retorno (εις ou πρός «para» + acu.) επανιέναι voltar, retornar (εις ou πρός «para» + acu.) επεί quando, depois que επει πρωτον logo que, assim que, apenas επειτα depois επί (+ dat.) acima, sobre (permanência em um lugar); em, junto de (επι τη θύρα μένουσιν, esperam junto da [na] porta); (+ acu.) acima, sobre (movimento para um lugar); acima, contra (ο Αργος ορμα επι τον λυκον, Argos se lança sobre o lobo); (+ gen.) acima επιβουλεύω armo ciladas (+ dat. «para») επιγίγνομαι sigo (no tempo), venho depois επίγραμμα, επιγράμματος, τό inscrição, epigrama επιθυμέω desejo επικειμαι (+ dat.) encontro-me nas proximidades de (diz-se da ilha em relação com a terra firme) επιλανθάνομαι esqueço-me de (+ gen. «de») επιμελέομαι curo, cuido, tomo cuidado, encarrego-me (+ gen. «de») επιπέμπω, επέπεμψα envio contra επιπλέω, επέπλευσα (+ dat. οu εις e acu.) dirijo-me (numa embarcação) contra

επισκοπέω observo, olho επίσταμαι, imperfeito ηπιστάμην entendo, sei επιφθόνως hostilmente, com péssimas disposições επομαι, imperfeito ειπόμην (+ dat.) sigo επτά sete επτάκις sete vezes επτάρους, επτάρουν de (com) sete desembocaduras εράω (+ gen.) amo εργάζομαι, imperfeito ειργαζόμην, aoristo ειργασάμην trabalho; cumpro, faço εργαστήριον, εργαστηρίου, τό oficina εργον, εργου, τό obra, empresa σον εργον (isto é) assunto teu, problema teu ερείδομαι apoio-me ερέσσω, ηρεσα remo ερέτης, ερέτου, ο remeiro ερίζω brigo, contendo ερις, εριδος, η litígio, contenda, briga ερχομαι, ηλθον venho, vou ερωτάω, ηρόμην pergunto ες = εις εσθίω, εφαγον como εσπέρα, εσπέρας, η tardezinha εστην coloquei-me de pé εστω e tudo bem!, está bem! εταιρος, εταίρου, ο companheiro, camarada ετερος, ετέρα, έτερον outro έτι ainda, até este (aquele) momento ετοιμος, ετοίμη, ετοιμον pronto έτος, έτους, τό ano ευ bem ευ γε bem!, molto bem! ευδία, ευδίας, η tempo bonito, (o) sereno ευεργε τέω beneficio, faço o bem para ευθύς imediatamente ευκoλoς, ευκολον contente, feliz ευλογία, ευλογίας, η elogio ευμενως benignamente ευρίσκω, ηυρον encontro Ευρύλοχος, Ευρυλόχου, ο Euríloco Ευρυμέδων ποταμός,

Ευρυμέδοντος ποταμου, ο o rio Eurimedonte ευσεβής, ευσεβές ρiedoso, religioso ευτάκτως em boa ordem ευφημέω respeito o sacro silêncio (para evitar palavras de mau “agouro” [= “presságio”]) ευφρων, ευφρον, gen. ευφρονος benévolo ευχή, ευχης, η oração ευχoμαι, ηυξάμην rezo, suplico (+ dat.) εφασαν disseram εφεξης um depois do outro εφη disse εχθαίρω odeio εχθρα, εχθρας, η inimizade, ódio εχθρός, εχθρά, εχθρόν inimigo εχω, imperfeito ειχον, aoristo εσχον tenho, seguro; (na voz média) seguro, estou agarrado (+ gen. «a») εωθεν desde a manhãzinha (desde a aurora), de manhãzinha εως até que Ζ Ζεύς, ό (ω Ζευ, τον Δία, του Διός, τω Διί) Zeus ζητέω, εζητησα procuro, vou em busca de ζυγόν, ζυγου, τό jugo ζωον, ζωου, τό animal Η η ou, ou também; (com comparativos, introduz o segundo termo da comparação) que, de η... η... οu... οu... ηβάω estou na puberdade, na flor da juventude ηγεμών, ηγεμόνος, ο comandante, chefe, condutor (= aquele que conduz) ηγέομαι, ηγησάμην (+ dat.) guio, conduzo ηδη já, (já) agora ηκιστα pouquíssimo, de forma alguma ηκιστα γε (o contrário de

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μάλιστά γε) de forma alguma, de jeito nenhum ηκω cheguei (presente com significado de passado) ηλίκος, ηλίκου, ο coetâneo ηλιος, ηλίου, ο sol ημέρα, ημέρας, η dia αμα τη ημέρα ao nascer do dia καθ'ημέραν todos os dias, a cada dia ημετερος, ημετέρα, ημέτερον nosso ημίονος, ημιόνου, ο οu η mul-o/-a ημισυ: το η. pela metade ηπειρος, ηπείρου, η terra firme Ηρακλης, Ηρακλέους, ο Héracle ησυχάζω, ησύχασα estou tranquilo, estou quieto, repouso ησυχία, ησυχίας, η tranquilidade ησυχος, ησυχον tranquilo ησυχος εχω estou tranquilo, estou quieto ηττα, ηττης, η derrota, desfeita Θ θάλαττα, θαλάττης, η mar κατα θάλατταν por mar θαλαττουργέω vou pelo mar, navego, atuo como marinheiro θάμνος, θάμνου, ο arbusto θάνατος, θανάτου, ο morte θάπτω, εθαψα sepulto θαρρέω encorajo-me θαρρυνω encorajo (+ acu. «a») θαυμάζω, εθαύμασα (intransitivo) fico estupefato, maravilho-me; (transitivo) admiro θαυμαστός, θαυμαστή, θαυμαστόν maravilhoso θεάομαι, εθεασάμην vejo, olho θέατρον, θεάτρου, τό teatro θεός, θεου, ο / η deus; deusa θεράπαινα, θεραπαίνης, η serva, escrava, criada θεραπεύω tomo cuidado de, cuido de, curo θερμαίνω esquento Θερμοπύλαι, Θερμοπυλων, αι as Termópilas θέρος, θέρους, τό verão

θεωρέω, εθεώρησα olho, observo θήκη, θήκης, η caixa, caixão θηρίον, θηρίου, τό fera; monstro θησαυρός, θησαυρου, ο tesouro, caixa de segurança Θησευς, θησέως, ο Teseu (filho do rei Egeu) θνητός, θνητή, θνητόν mortal θορυβέω faço barulho, ruído, alvoroço; crio confusão θόρυβος, θορύβου, ο ruído, alvoroço, confusão, tumulto θράνος, θράνου, ο poltrona, banco, cadeira θραύω faço em pedaços, quebro θρόνος, θρόνου, ο trono θυγάτηρ, θυγατρός, η filha, filhinha θυμός, θυμου, ο ânimo, espírito θύννoς, θύννου, ο atum θύρα, θύρας, η entrada, porta θυσία, θυσίας, η sacrifício θυω sacrifico, faço um sacrifício Ι ιατρεύω, ιάτρευσα curo ιατρός, ιατρου, ο médico ιδειν, aoristo do infinitivo de οράω ιδία em particular ιδού eis! ιέναι ir ιερειον, ιερείου, τό vítima sacrifical ιερεύς, ιερέως, ο sacerdote ιερόν, ιερου, τό templo ιθι, plural ιτε vá!; ide! ιθι δή anda! (andai!), vamos!, em frente! ικανός, ικανή, ικανόν suficiente ικετεύω, ικέτευσα suplico ιλάσκομαι acalmo, propicio ιλεως, ιλεων propício, benigno ιμάτιον, ιματίου, τό capa; τα ιμάτια roupas, vestidos ιππος, ιππου, ο cavalo ισθι sê! ισονομία, ισονομίας, η igualdade ιστία, ιστίων, τά velas ιστός, ιστου, ο mastro (da embarcação) ισχυρός, ισχυρά, ισχυρόν forte ισχυς, η, acu. ισχύν força

ιτε! ide! Ιωνες, Ιώνων, οι os jônios (habitante da Jônia) Κ καθαιρέω destruo καθεύδω durmo καθίζω, εκάθισα (transitivo) faço sentar; (intransitivo) sento- me; (voz média, intransitivo) sento-me και e; também καί... καί... seja... seja... και δη και e especialmente, como também especialmente ...τε (enclítico) καί... e (Α τε και Β Α e Β) καίπερ (seguido por um particípio) ainda que, por mais que καιρός, καιρού, ο momento “justo” (“certo”), tempo oportuno; tempo εις καιρόν no momento justo, oportuno καίω, εκαυσα (voz ativa, transitivo) coloco fogo em, incendio, queimo; (voz média, intransitivo) ardo, queimo κάκιστος, κακίστη, κάκιστον péssimo, malíssimo, o pior, o mais mau (malvado) κακίων, κάκιον pior, mais mau (malvado) κακός, κακή, κακόν mau κακόν τι algo ruim (mau) κακως mal κακως λέγω falo mal (+ acu. «de») καλέω, εκάλεσα chamo κάλλιστος, καλλίστη, κάλλιστον belíssimo, o mais belo καλλίων, κάλλιοv mais belo καλός, καλή, καλόν belo καλως bem καλως εχω estou bem κάμνω, εκαμον estou cansado; estou doente, sofro κανουν, κανου, τό cesta καπηλειον, καπηλείου, τό armazém, loja κάπηλος, καπήλου, ο aquele que armazena, vendedor para pequenos consumidores καπνός, καπνου, ο fumaça

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καρπός, καρπου, ο fruto καρποφόρος, καρποφόρον rico em frutos, fértil κασσίτερος, κασσιτέρου, ο estanho (metal) κατά ao longo (+ acu. «de») (κατα την οδόν, ao longo do caminho), em (κατα τουτο του ορους, nesta [= em esta] parte da montanha) καταβάλλω, κατέβαλον jogo para baixo; deixo cair καταδουλόω escravizo, submeto, subjugo καταδύνω eu me ponho (no caso do sol) καταδυω: κατέδυν afundei, fui para o fundo κατάκειμαι, imperfeito κατεκείμην estou deitado, jazo κατακλίνομαι faço deitar-se; deito-me καταλαμβάνω, κατέλαβον seguro; pego de surpresa, surpreendo καταλέγω faço a lista, faço a chamada, elenco, enumero καταλείπω, κατέλιπον deixo atrás, abandono καταπροίξει: ου κ. não passará em branco, você vai pagar por isso (+ part. «fazendo isto») κατάρατος, κατάρατον maldito κατασείω sacudo (uma árvore para derrubar os frutos); derrubo (os frutos ao sacudir uma árvore) κατασκευάζω preparo κατασκοπέω olho, observo κατάσκοπος, κατασκόπου, ο espia καταστρέφομαι submeto, subjugo κατάστρωμα, καταστρώματος, τό ponte (da embarcação) κατατέμνω corto κατατρίβω canso alguém com a insistência καταφεύγω refugio-me καταφρονέω desprezo καταχέω derramo (para baixo), aspirjo κατεσθίω devoro κατέχω deter κειμαι, imperfeito εκείμην

jazo κεινος = εκεινος κελευστης, κελευστου, ο comandante (= aquele que manda) κελεύω, εκέλευσα mando, ordeno (+ acu. e inf.: «que alguém faça algo») κενός, κενή, κενόν vazio κεντέω (eu) dou uma varada κέντρον, κέντρου, τό vara κέρας, κέρατος, τό corno, lado κεραυνός, κεραυνου, ο relâmpago κεφαλή, κεφαλης, η cabeça, κηπος, κήπου, ο jardim κηρυξ, κήρυκος, ο arauto (aquele que anuncia algo) κηρύττω anuncio Κίμων, Κίμωνος, ο Cimão κινδυνευω corro risco (+ inf. «de») κίνδυνος, κινδύνου, ο perigo κινέομαι mexo-me κλάζω, εκλαγον grito κλείω celebro, canto, exalto κλέπτης, κλέπτου, ο ladrão κληρoς, κλήρου, ο terra κλίνη, κλίνης, η cama κλυω ouço; escuto κοινός, κοινή, κοινόν comum κολάζω, εκόλασα puno κομίζω, εκόμισα levo κόπτω, εκοψα bato, golpeio; toco na (porta) κόραξ, κόρακος, ο corvo κόρη, κόρης, η menina κοσμέω ordeno; enfeito κόσμος, κόσμου, ο mundo; ordem, adorno, ornamento κόσμω em ordem κραυγή, κραυγης, η grito, berro κρέας, τό (plural: τα κρέα) carne κρείττων, κρειττον, gen. κρείττονος melhor, mais forte, mais válido κρήνη, κρήνης, η fonte, nascente; chafariz κροκόδιλος, κροκοδιλου, ο crocodilo κρύπτω escondo, oculto κρύσταλλος, κρυστάλλου, ο gelo κυβερνάω governo, guio (uma embarcação)

κυβερνήτης, κυβερνήτου, ο timoneiro, piloto κύκλος, κύκλου, ο círculo Κύκλωψ, Κύκλωπος, ο o Ciclope κυψέλη, κυψέλης, η caixa κυμα, κύματος, τό onda κυμαίνω agito-me, fico agitado (referido ao mar) Κυρήνη, Κυρήνης, η Cirene κύων, κυνός, ο / η cão; cadela κωμάζω, εKωμασα festejo (festa com alimentação excessiva) κώμη, κώμης, η povoado, burgo, vila, aldeia κώπη, κώπης, η remo Λ λαβύρινθος, λαβυρίνθου, ο labirinto λαγως, acu. λαγων, ο lebre λάθρα às escondidas (+ gen. «de») Λακεδαιμόνιοι, Λακεδαιμονίων, οι os espartanos Λακεδαίμων, Λακεδαίμονος, η Esparta Λάκων, Λάκωνος, ο espartano λαλέω falo; converso λαμβάνω, ελαβον pego; (na voz média) agarro, seguro (+ gen.) λαμπάς, λαμπάδος, η tocha λάμπομαι brilho, resplandeço λαμπρός, λαμπρά, λαμπρόν luminoso, fúlgido, resplandecente, brilhante λανθάνομαι, ελαθόμην (+ gen.) esqueço λέαινα, λεαίνης, η leoa λέγω, ειπον digo, falo ουδεν λέγω não digo nada de importante, digo bobagens λείπω, ελιπον deixo, abandono λευκός, λευκη, λευκόν branco λέων, λέoντoς, ο leão Λεωνίδης, Λεωνίδου, ο Leônidas Λιβύη, Λιβύης, η a Líbia λίθινος, λιθίνη, λίθινον de pedra λίθος, λίθου, ο pedra λιμήν, λιμένος, ο porto λιμός, λιμου, ο fome λίνον, λίνου, τό linho, fio de linho λόγος, λόγου, ο palavra,

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discurso, conto λοιπός, λοιπή, λοιπόν restante, remanescente του λοιπου de agora em diante λούω, ελουσα lavo λυκοκτόνος, λυκοκτόνου, ο matador do lobo λύκος, λύκου, ο lobo λυπέω, ελυπησα aflijo, entristeço, magoo; (na voz média) estou triste, fico magoado λύω desato, solto, liberto Μ μάθημα, μαθήματος, τό aprendizagem μαθητής, μαθητου, ο discípulo μαίνομαι estou louco, fico furioso μακάριος, μακαρία, μακάριον feliz, beato μακράν longe μακρός, μακρά, μακρόν longo (no espaço e no tempo) μάλα muito μάλιστα muitíssimo, sobretudo μάλιστά γε certamente, sem dúvida μαλλον mais μαλλον η mais do que, mais que μαμμία, μαμμίας, η mãe μανθάνω, εμαθον aprendo, sei, dou-me conta, fico sabendo μαστιγία: ω μ. vagabundo μα τον Δία por Zeus!; não, por Zeus! μάχαιρα, μαχαίρας, η faca μάχη, μάχης, η batalha μάχομαι, εμαχεσάμην combato, luto (+ dat. «com, cοntra») μέγας, μεγάλη, μέγα grande μέγα grandemente, muito; fortemente (μέγα βοα, grita fortemente) μέγεθος, μεγέθους, τό grandeza μέγιστος, μεγίστη, μέγιστον grandíssimo, máximo, o maior μεθύω estou bêbado, fico bêbado μείζων, μειζον, gen. μείζονος maior, μειράκιον, μειρακίου, τό jovenzinho μέλας, μέλαινα, μέλαν preto,

negro Μέλιττα, Μελίττης, η Melita μέλλω (+ infinitivo) estou para, estou a ponto de (fazer algo); estou destinado a; proponho-me (algo), tenho a intenção de, pretendo (fazer algo) Μέμφις, Μέμφιδος, η Mênfis μέν (partícula asseverativa [= afirmativa]) claro, mas (mas geralmente não se traduz) μέν... δέ... por uma parte... por outra parte... ο, η, τό (etc.) μέν... ο, η, τό (etc.) δέ... um... o outro... (etc.) μένω, εμεινα (intransitivo) fico, permaneço; paro; espero; (transitivo) espero μέρος, μέρους, τό parte μεσημβρία, μεσημβρίας, η meio-dia μέσος, μέση, μέσον meio, do meio, (que se encontra) no meio a parte do meio de: μέση η νησος, a parte do meio da ilha, o centro da ilha εν μέσω (+ gen.) entre μεστός, μεστή, μεστόν cheio, repleto μετά (+ gen.) com, junto com; (+ acu.) depois μεταβολή, μεταβολης, η mudança μέτοικος, μετοίκου, ο meteco (estrangeiro residente em Atenas) μέτωπον, μετώπου, τό testa μέχρι (+ gen.) até μή (diante de imperativos) não: μη λέγε, não digas μηδέ nem, e não μηδείς, μηδεμία, μηδέν (usa-se no lugar de ουδείς com imperativos e infinitivos): (pronome) nenhum, nada; (adjetivo) nenhum Μηδοι, Μήδων, οι os medos, os persas μηκέτι (com imperativos e infinitivos) não... mais μηλα, μήλων, τά grei, rebanho (de ovelhas ou de cabras) μήτηρ, μητρός, η mãe

τα προς μητρός por parte de mãe μικρός, μικρά, μικρόν pequeno Μινώταυρος, Μινωταύρου, ο o Minotauro Μίνως, Μίνωος, ο Minos (rei da Creta) μισέω odeio μισθός, μισθου, ο recompensa, salário, pagamento μισθοφορέω recebo (pego) uma compensação μνημα, μνήματος, τό monumento μνήμη, μνήμης, η memória; recordação μόλις com fadiga, com dificuldade μόνον só, somente ου μόνον... αλλα και... não somente... mas também... μόνος, μόνη, μόνον só μόσχος, μόσχου, ο terneiro, bezerro μοχλός, μοχλου, ο tranca da porta μυθος, μύθου, ο conto, narração, história Μυκάλη, Μυκάλης η Mícal μύρμηξ, μυρμηκος, ο formiga Μυρμιδόνες, Μυρμιδόνων, οι os mirmidões, mirmídones (povo da Ftiótide, mas originário de Égina, sobre o qual Aquiles reinava) Μυρρίνη, Μυρρίνης, η Mirine μυχός, μυχου, ο lugar interno, canto mais afastado Ν ναί sim ναυάγιον, ναυαγίου, τό resto, escombros (de uma embarcação que naufragou) ναύαρχος, ναυάρχου, ο comandante de uma embarcação; comandante da frota, almirante ναύκληρος, ναυκλήρου, ο proprietário de uma embarcação, comandante de uma embarcação ναυμαχέω, εναυμάχησα luto no mar ναυμαχία, ναυμαχίας, η batalha naval

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ναυς, νεώς, η embarcação Ναυσικάα, Ναυσικάας, η Nausícaa ναύτης, ναύτου, ο marinheiro ναυτική, ναυτικης, η a arte do marinheiro, da navegação ναυτικόν, ναυτικου, τό frota, armada marítima νεανίας, νεανίου, ο jovenzinho Νειλος, Νείλου, ο o Nilo νεκρός, νεκρου, ο cadáver νέος, νέα, νέον novo; jovem νεφέλη, νεφέλης, η nuvem νέω, ενευσα nado νησος, νήσου, η ilha νικάω derroto, venço νίκη, νίκης, η vitória Νίκη, Νίκης, η a Vitória (deusa) νομίζω considero, penso, acho, acredito νόμος, νόμου, o lei νοσέω, ενόσησα estou doente νοστέω, ενόστησα retorno (para casa, para a própria pátria) νους, νου, ο intelecto, inteligência, mente, ânimo εν νω εχω tenho em mente (algo), proponho-me (algo), tenho a intenção de νυμφη, νυμφης, η ninfa νυξ, νυκτός, η noite νυν agora Ξ Ξανθιας, Ξανθίου, ο Santia ξεινος = ξένος ξενίζω, εξένισα hospedo, acolho com hospitalidade; falo como um estrangeiro, com sotaque estrangeiro ξένος, ξένου, ο estrangeiro, forasteiro Ξέρξης, Ξέρξου, ο Xerxes ξίφος, ξίφους, τό espada Ο οβολός, οβολου, ο óbolo (pequena moeda) ογδοος, ογδόη, ογδοον oitavo οδάξ com os dentes οδε, ηδε, τόδε este, este aqui ο δέ e (mas) ele (aquele) οδός, οδου, η via, estrada; caminho; viagem οδυρομαι lamento-me,

sofro, gemo Oδυσσεύς, Oδυσσέως, ο Odisseu (Ulisses) οικαδε para casa, em direção de casa οικειος, οικεία, οικειον doméstico, de casa, familiar; οι οικειοι os familiares οικέω, ωκησα habito, moro οικία, οικίας, η casa, habitação, moradia οικοδομέω fabrico, construo, edifico οικοι em casa (permanência em um lugar; lat. domi) οικος, οικου, ο casa, habitação, moradia κατ’οικον em casa οικτίρω tenho pena, tenho compaixão (+ acu. «de») οιμαι penso, acredito, acho οιμοι coitado de mim!, ai de mim! οινοπώλιον, οινοπωλίου, τό bodega, taberna, tasca οινος, οινου, ο vinho οιος, οια, οιον qual, como οιός τέ ειμι..., οιός τε γίγνομαι... sou capaz, estou em grau (+ inf. «de») οις, οιός, ο οu η ovelha οκνέω, ωκνησα demoro, hesito, titubeio οκτώ oito ολην την ημέραν (durante) o dia todo ολιγαρχία, ολιγαρχίας, η oligarquia, governo de poucos ολίγιστος, ολιγίστη, ολίγιστον pequeníssimo, o menor: (no plural) pouquíssimos ολίγος, ολίγη, ολίγον pequeno; (no plural) poucos δι’ολίγου logo, um pouco depois ολίγω υστερον um pouco depois ολισθάνω escorrego ολκάς, ολκάδος, η embarcação de carga ομαλός, ομαλη, ομαλόν liso, prato, plano ομιλος, ομίλου, ο multidão ομοιος, ομοία, ομοιον semelhante ομόνοια, ομονοίας, η concórdia

ομου junto ομως todavia, não obstante οναρ, ονείρατος, τό sonho ονομα, ονόματος, τό nome ονόματι... de nome..., chamado... ονομάζω chamo τω οντι verdadeiramente, realmente οπισθεν (advérbio) atrás; (preposição com gen.) detrás de εκ του ο. de (desde) trás οπλίτης, οπλίτου, ο hoplita οπου onde οπως como οράω, ειδον vejo, olho οργίζομαι fico bravo (+ dat. «com») οργίλως εχω estou bravo, indignado, irado ορθός, ορθή, ορθόν reto, direito; justo, correto ορμάω, ωρμησα (voz ativa, com valor transitivo) coloco em movimento, empurro; (voz ativa ou média, com valor intransitivo) começo a (fazer algo); lanço-me, jogo-me (επί, «contra», + acu.) ορμέω estou ancorado ορμος, ορμου, ο porto, entrada de mar numa praia ou porto ορνις, ορνιθος, ο οu η pássaro ορος, ορους, τό monte, montanha; colina ορύττω escavo ορχήστρα, ορχήστρας, η orquestra (a parte do teatro onde o coro estava) ος, η, ο que, o qual οσος, οση, οσον quanto, como, grande como οσπερ, ηπερ, οπερ que (justamente), o qual (justamente) οσφραίνομαι farejo, cheiro, inalo οτε quando οτι que ου, ουκ, ουχ não ου μόνον... αλλα και ... não somente... mas também... ουδαμου em nenhum lugar ουδαμως de forma alguma, de jeito nenhum

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ουδέ nem, e não, mas não; tampouco, também não ουδείς, ουδεμία, ουδέν (pronome) nenhum, nada; (adjetivo) nenhum ουδεν ηττον não obstante ουδέποτε (não) nunca ουκέτι não... mais ουν (partícula pospositiva) portanto ουρανός, ουρανου, ο céu ουριος, ουρία, ουριον que vem de trás, portanto propício, favorável (referido aos ventos) ουτε... ουτε... nem... nem... ουτος, αυτη, τουτο este ουτω(ς) assim οφθαλμός, οφθαλμου, ο olho οχθος, οχθου, ο altura, colina οψέ tarde Π πάθημα, παθήματος, τό sofrimento πάθος, πάθους, τό experiência (tudo aquilo que se experimenta, de bom ou de mau) παιάν, παιανος, ο canto de guerra (hino em honra de Apolo) παιδοποιέω faço (gero) filhinhos παις, παιδός, ο / η menino (garoto); menina (garota) παίω bato, golpeio πανήγυρις, πανηγυρεως, η reunião pública (para uma festa popular) Πανελλήνιος, Πανελληνία, Πανελλήνιον panhelênico, de todos os gregos πανουργος, πανουργον criminoso, ladrão, sem-vergonha πάντα todas as coisas, tudo πανταχόσε em todas as direções, em direção de todos os lugares πανταχου em todos os lugares πάππα (vocativo) (ó) papai! παππίας, παππίου, ο papai πάππος, πάππου, ο avô παρά (+ acu.) em, junto (movimento ou permanência em um lugar); (+ gen.) de;

(+ dat.) perto de, junto παραγίγνομαι, παρεγενόμην chego παραμυθέομαι consolo παρασκευάζω, παρεσκεύασα preparo; (na voz média) preparo-me πάρειμι, imperfeito παρην estou presente, estou aqui, existo; estou presente, participo (+ dat. «de») παρέχω, παρέσχον dou, forneço, ofereço παρθένος, παρθένου, η virgem, donzela Παρθένος, Παρθένου, η a Virgem (a deusa Atenas) Παρθενών, Παρθενωνος, ο o Parthenon πας, πασα, παν tudo; cada; no plural, todos πάσχω, επαθον padeço, experimento, sinto; acontece comigo (algo) (refere-se a uma impressão ou sensação ou experiência qualquer, boa ou má) πατήρ, πατρός, ο pai; οι πατέρες os antepassados τα προς πατρός por parte de pai πατρίς, πατρίδος, η pátria πατρωος, πατρωα, πατρωον dos pais, avito παύω, επαυσα faço cessar; (voz média, intransitivo) paro, cesso, de (+ gen. ou particípio) πεζη a pé πεζός, πεζη, πεζόν (que vai) a pé πείθομαι obedeço (+ dat. «a») πείθω, επεισα convenço, persuado πεινάω estou com fome Πειραιεύς, Πειραιως, ο o Pireu πειράω, επείρασα (voz ativa ou média) tento, experimento, procuro, esforço-me para πεισμα, πείσματος, τό corda Πελοπόννησος, Πελοποννήσου, η o Peloponeso πέμπτος, πέμπτη, πέμπτον quinto πέμπω, επεμψα mando, envio πένης, πένητος, ο pobre πένθος, πένθους, τό luto, dor πέντε cinco

πέπλος, πέπλου, ο peplo (= túnica), roupa, veste, capa περαίνω termino, concluo, cumpro περί (+ acu.) em torno de περιγίγνομαι venço (+ gen.) περιμένω espero Πέρσαι, Περσων, οι os persas πεσειν, aoristo do infinitivo de πίπτω πέτομαι quero πέτρα, πέτρας, η rocha; escolho πετρώδης, πετρωδες pedregoso, rochoso πήγνυμαι solidifico-me, coagulo-me Πηλεύς, Πηλέως, ο Peleu (o pai de Aquiles) πιέζω espremo, aperto πίνω, επιον bebo πίπτω, επεσον caio πιστεύω, επίστευσα creio em, confio em, fio-me em, tenho confiança em (+ dat.); creio (que) πιστός, πιστη, πιστόν fiel πλανάομαι vago πλειστος, πλείστη, πλειστον grandíssimo, o maior; no plural, muitíssimos πλείων οu πλέων (masculino e feminino), πλέον (neutro) mais πλεονεξια, πλεονεξίας, η cobiça; arrogança πλέω, επλευσα navego, vou pelo mar πληθος, πλήθους, τό número; multidão πληθύνω aumento; multiplico πλήν (+ gen.) exceto πληρόω, επλήρωσα encho πλησιάζω aproximo-me πλοιον, πλοίου, τό nave, embarcação πλους, πλου, ο navegação πλούσιος, πλουσία, πλουσιον rico πλουτος, πλούτου, ο riqueza πλυνω, επλυνα lavo πνευμα, πνεύματος, τό sopro, respiro πόθεν; de onde?, donde? ποθεν (enclítico) de algum lugar ποθέω desejo, estou com saudade de, tenho nostalgia de πόθος, πόθου, ο desejo,

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saudade, nostalgia ποι; (em direção) de onde?, (para) onde? ποι (enclítico) para algum lugar ποιέω, εποίησα faço, cumpro ποιητής, ποιητου, ο poeta ποίμνια, ποιμνίων, τά a grei, o rebanho (de ovelhas) ποιος;, ποια;, ποιον; qual? πολεμέω combato, guerreio πολέμιος, πολεμία, πολέμιον inimigo, dos inimigos, hostil πoλέμιoς, πολεμίου, ο (o) inimigo πόλεμος, πολέμου, ο guerra πολιορκέω, επολιόρκησα assedio, pressiono com assédios πολιουχος, πολιουχον protetor da cidade πόλις, πόλεως, η cidade κατα πόλιν na cidade πολιτεία, πολιτείας, η constituição, forma de governo πολίτης, πολίτου, ο cidadão πολλάκις muitas vezes, frequentemente πολλαπλάσιος, πολλαπλασία, πολλαπλάσιον multíplice πολλαχόσε em direção de muitos lugares, para muitos lugares, de muitas partes πολλοί plural de πολύς, πολύ (advérbio) muito πολυπραγμονέω ocupo-me de coisas que não me correspondem, meto-me nas coisas dos outros πολύς, πολλή, πολύ muito; no plural, muitos πομπή, πομπης, η procissão πονέω, επόνησα fatigo, trabalho πονηρός, πονηρά, πονηρόν mau πόνος, πόνου, ο fadiga, trabalho πόντος, πόντου, ο mar ο Π. O Ponto (Eussino) πορεύομαι vou, viajo, caminho, marcho πόρρω adiante, na frente de; longe πόρρωθεν de longe Ποσειδων, Ποσειδωνος, ο Posseidom πόσις, ο esposo, marido πόσος, πόση, πόσον; quão

grande?; (plural) quantos? επι πόσω: por quanto?, a que preço? ποταμός, ποταμου, ο rio πότε; quando? ποτε (enclítico) alguma vez, nunca που; onde? που γης; onde? (literalmente, onde no mundo?, (confira o latim ubi terrarum?) που (enclítico) em algum lugar πούς, ποδός, ο pé πραγμα, πράγματος, τό coisa, fato πραος, πραεια, πραον manso πράττω, επραξα faço; algo (meu) vai (bem, mal etc.), tenho (não tenho etc.) sucesso πρεσβύτερος, πρεσβυτέρα, πρεσβύτερον mais velho, o mais velho (entre dois) πρεσβύτατος, πρεσβυτάτη, πρεσβύτατον o mais velho (entre mais de dois) *πρίαμαι, imperfeito επριάμην compro πρό (+ gen.) diante de; antes de πρόβατον, προβάτου, τό ovelha πρόγoνoς, πρoγόνoυ, o antepassado προπύλαια, προπυλαίων, τά os propileus πρός (+ dat.) em, junto (permanência em um lugar); (+ acu., expressa movimento para um lugar) para, em direção de; sobre; contra, em (προς λίθον πταίων, tropeçando em uma pedra); (+ gen.) desde προσάπτω junto, uno προσβάλλω, προσέβαλον ataco, assalto (+ dat.) προσδέχομαι acolho, pego προσέρχομαι, προσήλθον (+ dat. ou πρός com acu.) aproximo-me de πρόσκειμαι estou (encontro-me) perto de (+ dat.) προσκλύζω banho (com as ondas) προσκρούω tropeço em προσχωρέω, προσεχώρησα vou para (em direção de), aproximo-me de (+ dat.)

τη προτεραία o dia precedente, o dia da frente πρότερον antes, diante προχωρέω, προεχώρησα (ou προυχώρησα) vou (venho) na frente, avanço πρωι de manhãzinha, cedo πρωρα, πρώρας, η proa πρωτον, το πρωτον primeiramente, em um primeiro momento πρωτος, πρώτη, πρωτον primeiro οι πρωτοι os chefes πταίω tropeço πτόρθος, πτόρθου, ο ramo πτωχός, πτωχου, ο pobre, mendigo πυλαι, πυλων, αι porta, passagem πυρ, πυρός, τό fogo πυραμίς, πυραμίδος, η pirâmide πύργος, πύργου, ο torre; andar superior da casa πωλέω vendo πώποτε nunca πως; como? πως γαρ ου; como não? πως δαί; como?, por quê? πως εχεις; como estás? πως (encΙίticο) de alguma forma ει πως se, se por acaso, caso Ρ ράβδος, ράβδου, η bastão, sarrafo ράδιoς, ραδια, ράδιoν fácil ραδιoυργέω sou preguiçoso; atuo com lentidão ράθυμoς, ράθυμoν preguiçoso ρημα, ρήματος, τό palavra ρήτωρ, ρήτορος, ο orador; retórico, professor de eloqüência ριγος, ρίγους, τό gelo, frio ρίπτω, ερριψα jogo, jogo fora, lanço, arrojo ρόπαλον, ροπάλου, τό maça, clava ρώμη, ρώμης, η força Σ σάκκος, σάκκου, ο saco, bolsa σαλπιγκτής, σαλπιγκτου, ο trompetista σαλπίζω toco a trombeta

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σαφής, σαφές claro σεαυτόν a ti mesmo σημα, σήματος, το tumba, sepulcro, monumento fúnebre σημειον, σημειου, τό sinal, indício σιγα em silêncio σιγάω, εσίγησα calo-me, fico quieto σιγη, σιγης, η silêncio σιτος, σίτου, ο trigo; comida σιωπάω calo-me, fico quieto σκαιός, σκαιά, σκαιόν inepto, louco σκάπτω escavo, cavo (para preparar a terra e poder semear depois) σκάφη, σκάφης, η barca σκάφιον, σκαφίου, τό bacineta, bacia σκιά, σκιας, η sombra σκοπέω, εσκεψάμην olho, observo, considero σκοτεινός, σκοτεινή, σκοτεινόν escuro, tenebroso σκότος, σκότου, ο escuridão, trevas Σκύθαι, Σκυθων, οι os sitos σός, σή, σόν teu σοφός, σοφή, σοφόν sábio, sapiente, prudente, esperto σπανίως raramente Σπαρτιάτης, Σπαρτιάτου, ο espartano σπείρω semeio σπένδω libo, faço uma libação σπέρμα, σπέρματος, τό semente σπεύδω, εσπευσα agilizo, vou velozmente (para, em direção de) σπήλαιον, σπηλαίου, τό espelunca, caverna, gruta, antro σπονδη, σπονδης, η libação σπονδαί, σπονδων, αι tratado de paz σπονδην ποιέομαι faço uma libação (+ dat. «para») σπουδή, σπουδης, η pressa, solicitude στέλλω, εστειλα (voz ativa e média) amaino (as velas) στενάζω lamento, lamento-me, gemo στενά, στενων, τά (o) estreito

(de terra ou de mar) στενός, στενή, στενόν estreito στέφανος, στεφάνου, ο coroa στηθος, στήθους, τό peito στήλη, στήλης, η coluna στιβάς, στιβαδος, η leito (lugar para deitar-se; de folhas ou de palha) στοά, στοας, η pórtico στόλος, στόλου, ο expedição (militar); exército, frota στόμα, στόματος, τό boca; foz στρατεύω, εστράτευσα (voz ativa ou média) faço guerra, guerreio, participo em uma guerra στρατηγός, στρατηγου, ο comandante, chefe, general στρατιά, στρατιας, η exército, armada στρατιώτης, στρατιώτου, ο soldado στρατός, στρατου, ο exército στρογγυλος, στρογγύλη, στρογγύλον redondo στρουθός, στρουθου, ο avestruz συκον, σύκου, τό figo συλλαμβάνω ajudo (+ dat.) συλλέγω (voz ativa e média) recolho συλλυπέομαι expresso as minhas condolências συμβάλλω, συνέβαλον luto, inicio uma batalha, começo a combater σύμμαχος, συμμάχου, ο aliado συμπίπτω, συνέπεσον luto (+ dat. «com alguém») συμφορά, συμφορας, η desventura, desgraça σύν (+ dat.) com, junto com συναγείρω, συνήγειρα reúno, recolho (transitivo); (na voz média, intransitivo) reúno-me συνέδριον, συνεδρίου, τό assembleia συνεχως continuamente συφεός, συφεου, ο chiqueiro σφαιρα, σφαίρας, η bola σφάττω degolo, mato, sacrifico σφόδρα muito σχεδόν quase σχολάζω tenho tempo (livre) σχολή, σχολης, η ócio, tempo livre, repouso σώζω, εσωσα salvo

σωμα, σώματος, τό corpo σωος, σωα, σωον salvo, são e salvo σωτηρία, σωτηρίας, η salvação σώφρων, σωφρον ponderado, prudente, sábio σωφρονέω sou sábio Τ τάλας, τάλαινα mísero, infeliz, coitadinho ταυρος, ταύρου, ο touro ταύτη desta forma, assim ταχέως velozmente τάχιστα muitíssimo veloz ως τάχιστα o mais rápido possível ταχύς, ταχεια, ταχύ rápido, veloz ...τε (enclítico) καί... e (Α τε και Β Α e Β) τειχος, τείχους, τό muro τέκνον, τέκνου, τό filho, filhinho τεκνοποιέομαι faço filhinhos τεκόντες, τεκόντων, οι pais τελευταιος, τελευταία, τελευταιον último, final τελευτάω, ετελευτησα termino; termino a vida, morro τέλος no final, por fim, finalmente τέμενος, τεμένους, τό recinto sacro τέρπομαι divirto-me, gozo; gozo de, alegro-me com, por (+ dat.), estou contente por (+ particípio) τέταρτος, τετάρτη, τέταρτον quarto τέτταρες, τέτταρα quatro τέχνη, τέχνης, η arte, habilidade, técnica τηδε aqui, cá τι alguma coisa, algo τί; que coisa?, o quê?; por quê? τίκτω gero τιμάω, ετίμησα honro τις (enclítico): (pron. indefinido) alguém, algo; (adj. indefinido) υm certo, algum, um/uma τίς; (pron. interrogativo) quem?; (adj. interrogativo) qual?, que? τλήμων, τλημον, gen. τλήμονος coitado, mísero, infeliz τοιουτος, τοιαύτη, τοιουτον e τοιουτο tal

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τόλμα, τόλμης, η coragem τολμάω ouso τόπος, τόπου, ο lugar τοσουτος, τοσαύτη, τοσουτον e τοσουτο tão grande; (no plural) tão grandes: tantos, tão numerosos τότε então τραγωδία, τραγωδίας, η tragédia τράπεζα, τραπέζης, η mesa τραυμα, τραύματος, τό ferida τρεις, τρία três τρέπω, ετρεψα viro, giro, volto; (voz média) viro-me, giro-me τρέφω, ετρεψα nutro; crio, educo τρέχω, εδραμον corro τριακόσιοι, τριακόσιαι, τριακόσια trezentos τριήρης, τριήρους, η trirreme τρίς três vezes τρίτος, τρίτη, τρίτον terceiro τρόπος, τρόπου, ο modo, maneira; carácter, índole τροφή, τροφης, η nutrição τύπτω bato, golpeio τυραννίς, τυραννίδος, η tirania, governo absoluto τύραννος, τυράννου, ο tirano, soberano absoluto τυφλός, τυφλή, τυφλόν cego τύχη, τύχης, η sorte, ventura, fortuna (boa ou má) Υ υβρίζω sou soberbo, atuo com arrogância υβρις, υβρεως, η soberba, arrogância, insolência υδρία, υδρίας, η cântaro, jarro para a água υδωρ, υδατος, τό água υλακτέω ladro υλη, υλης, η bosque, floresta; lenha, madeira υμέτερος, υμετέρα, υμέτερον vosso υμνέω, υμνησα canto hinos; celebro com hinos υπακούω obedeço (+ gen.) υπάρχω sou (= ειμι) υπείκω cedo, rendo-me, subjazo (+ dat. «a») υπέρ (+ gen.) acima, sobre; por (φοβουμαι υπερ σου, temo [estou com medo] por ti)

υπέχω padeço, suporto υπηρέτης, υπηρέτου, ο ajudante, servente, servidor υπνος, υπνου, ο sono υπό (+ dat.) debaixo (permanência em um lugar); (+ acu.) debaixo (movimento para um lugar); (+ gen.) debaixo; por (agente) υπολαμβάνω interrompo (alguém que está falando) υς, υος, ο porco τη υστεραία no dia seguinte υστερον mais tarde, depos υστερος, υστέρα, υστερον seguinte, sucessivo υφαίνω teço Φ Φαίακες, Φαιάκων, οι os feáceos φαίνομαι apareço, pareço Φάληρον, Φαλήρου, τό o Falero (o velho porto de Atenas) φασι(ν) (enclítica pospositiva) dizem Φειδίας, Φειδίου, ο Fídias (o grande escultor ateniense) φέρω, ηνεγκα οu ηνεγκον levo; (referido aos caminhos) levo, conduzo φευ (frequentemente seguido pelo gen. de causa) ai! φεύγω, εφυγον escapo, fujo φησι(ν) (enclítica pospositiva) diz φθόγγος, φθόγγου, ο som φιλάνθρωπος, φιλάνθρωπον amante (amigo) dos homens, humano, benévolo φιλέω, εφίλησα amo φίλη, φίλης, η amiga φιλία, φιλίας, η amizade φίλος, φίλη, φίλον caro; amigo φίλος, φίλου, ο amigo φίλτατος, φιλτάτη, φίλτατoν caríssimo φλέγω queimo φλυαρέω digo bobagens, não falo sobre nada interessante φοβέομαι, pret. imperfeito εφοβούμην temo, estou assustado, tenho medo de φοβερός, φοβερά, φοβερόν temeroso (= que infunde temor), terrível φόβος, φόβου, ο medor, temor φορτία, φορτίων, τά

mercadorias, carga φράζω, εφρασα digo (algo para alguém), revelo φροντίζω, εφρόντισα preocupo-me com, fico pensando em (preocupado) φυγή, φυγης, η fuga φυλάττω, εφύλαξα custodio, cuido (das ovelhas) φύλλον, φύλλου, τό folha φύσις, φύσεως, η natureza φυτεύω planto φωνή, φωνης, η voz φως, φωτός, τό luz Χ χαιρε, plural χαίρετε olá!; adeus! χαίρω, εχαίρησα alegro-me, gozo (+ part. «por, com») χαίρειν κελεύω saúdo, digo adeus para χαλεπαίνω sou difícil, áspero, incômodo, intratável χαλεπός, χαλεπή, χαλεπόν difícil χαμαί na terra, no chão, por terra, sobre a terra χάριν έχω sou grato χάσμα, χάσματος, τό abertura, buraco enorme χειμών, χειμωνος, ο tempestade; inverno χείρ, χειρός, η mão χίλιοι, χίλιαι, χίλια mil χορεύω bailo, danço χορός, χορου, ο dança; coro χόρτος, χόρτου, ο forragem, feno χράομαι, εχρησάμην uso, sirvo- me de (+ dat.) χρήματα, χρημάτων, τά bens, pertences, riquezas χρόνος, χρόνου, ο tempo χρυσός, χρυσου, ο ouro χωλός, χωλή, χωλόν coxo χωμα, χώματος, τό plataforma χωρα, χώρας, η terra, região, bairro χωρίον, χωρίου, τό terra, região, bairro Ψ ψέγω reprocho, desaprovo ψευδής, ψευδές falso ψευδη, ψευδων, τά mentiras

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ΕΗΒΣ Vocabulário grego-português

214

ψόφος, ψόφου, ο ruído, barulho, rumor ψυχή, ψυχης, η alma, espírito ψυχος, ψυχους, τό frio Ω ω (interjeição que muitas vezes precede o vocativo) ó (mas frequentemente não se traduz)

ω Ζευ ó Zeus! ως (advérbio) como; (conjunção) como; quando; que ωθίζομαι avanço em meio a empurrões (que eu dou) ων, ουσα, ον que é (particípio de ειμι) ωνέομαι compro ωνια, ωνίων, τά mercadorias ωρα, ωρας, η estação; primavera

ωραιος, ωραία, ωραιον maduro ως τάχιστα o mais rápido possível ωσπερ como, exatamente (justamente) da mesma forma que ωστε de modo que, de tal forma que ωφελέω, ωφέλησα ajudo, sou últil para alguém (+ acu.)

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ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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A (a) si mesma εαυτήν (a) si mesmo εαυτόν (masculino) εαυτό (neutro) (a) ti mesmo: de ti mesmo, teu mesmo σεαυτου

a (partícula pronominal,

objeto direto) αυτήν abandono καταλείπω acima, sobre επί (+ dat. [permanência em

um lugar]; + acu. [movimento

para um lugar]), πρός (+ acu.

[movimento para um lugar]), ανά (+ acu. [movimento para

um lugar])

acontecer: acontece γίγνεται acordo εγείρω Acrópole (a) Ακρόπολις admiro θαυμάζω afasto αμυνω afasto-me αναχωρέω, απέρχομαι aflijo-me λυπέω Agamenon Αγαμέμνων agarrado: estou agarrado (a) εχομαι agarro, seguro λαμβάνομαι; καταλαμβάνω agitado: torno-me agitado (referido ao mar) κυμαίνω agora (advérbio) νυν, ηδη água υδωρ ai! φευ ainda (= de novo) αυθις ainda, até este (aquele) momento ετι ainda que, por mais que καίπερ ajudante υπηρέτης ajudo (alguém), sou útil para (alguém) ωφελέω ajudo βοηθέω, ωφελέω, συλλαμβάνω alegro(-me) χαίρω alguém, algo τις, τι algo ruim κακόν τι algum τις, τι de alguma forma πως alguma vez ποτε ali (permanência em um lugar)

εκει, ενταυθα (movimento

para um lugar) εκεισε aliado σύμμαχος almirante ναύαρχος

almoço δειπνον

altar βωμός

amaino στέλλω, στέλλομαι amanhã αυριον amiga φίλη amigo (adjetivo e substantivo)

φίλος amo φιλέω, εράω angústia απορία animal ζωον ânimo θυμός ano ετος antepassado πρόγονος antes que πρό (+ gen.)

anuncio αγγέλλω ao mesmo tempo αμα apareço φαίνομαι apoio-me ερείδομαι aprendo μανθάνω aprendo μανθάνω, γιγνώσκω apresso-me σπεύδω aprisco αυλιον aproximo-me (de) προσέρχομαι, προσχωρέω aquele εκεινος aqueus Αχαιοί aqui δευρο, ενθάδε, ενταυθα, τηδε aqui δευρο, ενθάδε, ενταυθα, τηδε estou aqui πάρειμι arado αροτρον aradura αροτος arauto κηρυξ Argos Αργος Ariadne Αριάδνη aro αροτρεύω Artemísio (o) Αρτεμίσιον árvore δένδρον as αυτάς Asclépio Ασκληπιός Ásia (Ásia menor) Ασία assedio πολιορκέω assim, tão ουτω(ς) tão grande τοσουτος assustado: estou assustado φοβέομαι assustadoramente δεινως até que εως Atenas Αθηνα, Παρθένος (= a deusa virgem)

Atenas Αθηναι em Atenas (permanência em um lugar)

Αθήνησι(ν), εν (ταις) Αθήναις

para Atenas (movimento para

um lugar) Αθήναζε ateniense Αθηναιος atenienses (os) Αθηναιοι Ática Αττική atrás: de trás εκ του οπισθεν detrás de οπισθεν (+ gen.) através διά (+ gen.) atravesso διαβαίνω, διέρχομαι aumento αυξάνω ausente: estar ausente (de) απειμι avanço προχωρέω avô πάππος B bárbaro βάρβαρος bastão, sarrafo ράβδος, βακτηρία batalha μάχη inicio uma batalha συμβάλλω bato (na porta) κόπτω bato κόπτω, τύπτω bêbado: fico bêbado, embriago-me μεθυω bebo πίνω bem ευ, καλως bem! ευ γε está bem! tudo bem! εστω parece(-me) bem δοκει (μοι) estou bem καλως εχω bem! ευ γε benígnamente ευμενως Beócia Βοιωτία berro, grito βοάω berro, grito βοή bezerro, terneiro μόσχος Bisâncio Βυζάντιον bobagem: digo bobagens φλυαρέω boca (de um porto) εκπλους boi βους bom αγαθός bonito καλός, mais bonito καλλιων muito bonito, belíssimo κάλλιστος brilhante λαμπρός C cabeça κεφαλή os chefes: use o plural de πρωτος

cabra αιξ

VOCABULÁRIO PORTUGUÊS-GREGO

Os equivalentes gregos das palavras em português escritas neste dicionário são frequentemente

somente aproximativos. Para uma ulterior informação (e particularmente para o genitivo dos

substantivos e o aoristo dos verbos) você pode consultar o vocabulário grego-português.

ΕΗΒΣ

Page 216: Athenaze Vol. 01 - Tradução para o Português

ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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cada πας, απας (a) cada dia, todos os dias καθ’ημέραν cadáver νεκρός caio (sobre) εμπίπτω, προσβάλλω caio πίπτω cai (referido à tarde:

cai a tarde, entardece) γίγνεται caio fora εκπίπτω caio para baixo καταπίπτω caio em cima ou sobre εμπίπτω calo(-me) σιγάω caminho βαδίζω, βαίνω, πορεύομαι caminho οδός campo αγρός no campo εν τω αγρω camponês (cultivador direto) αυτουργός cansado: estou cansado κάμνω cântaro, jarro para a água υδρία canto hinos, celebro com hinos υμνέω canto: o canto mais afastado μυχός cão κύων caro, querido φίλος carroça, carro αμαξα casa οικία, οικος em casa (permanência em um lugar) κατ’οικον, οικοι para casa (movimento para um lugar), em direção de casa οικαδε caso, se por acaso, se ει πως cavalo ιππος caverna αντρον cego τυφλός celebro (uma festa) ποιέω celebro com hinos υμνέω cem εκατόν centro da cidade αγορά (propriamente, praça central) certamente δή, μάλιστά γε, γε céu ουρανός chamo καλέω chamo para dentro εισκαλέω chamo para fora εκκαλέω chamado (= com o nome...) ονόματι chego αφικνέομαι, παραγίγνομαι chego por mar εισπλέω cheguei ηκω (presente

com significado de passado) Chipre Κύπρος chiqueiro συφεός choro δακρύω Ciclope Κύκλωψ cidadão πολιτης, αστός

cidade αστυ, πόλις Cimão Κίμων cinco πέντε Circe Κίρκη Cirene Κυρήνη Cízia (a) Σκυθία clava, maça ρόπαλον Cnossos Κνωσσός coisa: para expressar em

português a palavra coisas

acompanhada por um adjetivo,

use o neutro plural do adjetivo:

coisas terríveis δεινά coitado de mim οιμοι coitado, mísero, infeliz τλήμων colina ορος coloquei-me de pé εστην com dificuldade μόλις com fadiga μόλις com μετά (+ gen.) comandante (de uma embarcação) ναύκληρος (no exército) στρατηγός combato μάχομαι combato no (pelo) mar ναυμαχέω começo a (fazer algo ) ορμάω comerciante εμπορος comercio εμπορίαν ποιέομαι comida σιτος como εσθίω; δειπνέω (= como, almoço) como ως, οπως, ωσπερ como? πως; como estás? πως εχεις; companheiro εταίρος companheiro, camarada εταίρος competição αγών conduzo αγω, ηγέομαι conduzo para dentro εισάγω, εισηγέομαι conduzo para fora εξάγω conto εξηγέομαι contra επί (+ acu.), πρός (+ acu.) convenço πείθω converso (com) διαλέγομαι coragem αρετή corajosamente ανδρείως corajoso ανδρειος Corinto Κορινθος coro χορός correto ορθός corro para προστρέχω corro τρέχω Creta Κρήτη cuido (das ovelhas) φυλάττω culpado αιτιος

cultivo γεωργέω cumpro εργάζομαι curo ιατρεύω custodio φυλάττω D dança χορός danifico, causo dano βλάπτω de fato γάρ de jeito nenhum ηκιστά γε de novo αυθις

de onde?, donde? πόθεν; de tal forma que ωστε de από (+ gen.);

(= fora de) εκ (+ gen.) debaixo υπό (+ dat.)

decido: eu decido (fazer algo) δοκει μοι décimo δέκατος defendo-me (de) αμυνομαι deitado: estou deitado κατάκειμαι deixo λείπω deixo atrás καταλείπω deixo cair καταβάλλω demoro, hesito οκνέω depois επειτα, ενταυθα (δή) depois μετά (+ acu.)

derroto νικάω desato λυω desejo βούλομαι, εθέλω desembarco εκβαίνω εκ της νεώς desemboco em εισρέω desgraça συμφορά destinado: estar destinado (a) μέλλω destruo απόλλυμι, διαφθείρω deus θεός deusa θεός dez δέκα dia ημέρα no dia anterior τη προτεραία no dia seguinte τη υστεραία (a) cada dia, todos os dias καθ’ημέραν diante de πρό (+ gen.) diante: que está diante de εναντίος Dicaiópolis Δικαιόπολις difícil χαλεπός dificuldade: grande dificuldade απορία estou em grande dificuldade απορέω digno αξιος digo bobagens φλυαρέω digo λέγω; ειπειν (infinitivo)

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ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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diz φησι(ν) dizem φασι(ν) eu disse ειπον ele disse εφη disseram εφασαν, ειπον dize! ειπέ digo (para alguém fazer algo) κελεύω digo adeus (para) χαίρειν κελεύω dinheiro αργυριον Dionísio Διόνυσος direção: em todas as direções πανταχόσε em muitas direções πολλαχόσε direita: a (mão) direita δεξιά, de direita, que se encontra à direita δεξιός disposto: estou disposto εθέλω divirto-me τέρπομαι doente: estou doente νοσέω dois δύο donde? πόθεν; dou παρέχω dracma δραχμή durante: faz-se com o acusativo

(de duração) durmo καθεύδω duzentos διακοσιοι E é εστι(ν) e καί, δέ e não ουδέ efetivamente δή Efialtes Εφιάλτης Egeu (rei de Atenas, pai de

Teseu) Αιγεύς Egeu, mar Αιγαιος πόντος Egito Αιγυπτος egípcios (os) Αιγύπτιοι eis ιδού ela αυτήν ele (sujeito) e ele ο δέ (objeto direto) αυτόν ele: e ele ο δέ em (permanência em um lugar) εν (+ dat.), (movimento para

um lugar) εις (+ acu.)

em algum lugar που em direção de, para πρός (+ acu.)

em todos os lugares πανταχου em torno de περί (+ acu.) embarcação, nave ναυς de carga ολκάς vou de barco contra επιπλέω embarco εις ναυν εισβαίνω empresa, obra εργον empurro ελαύνω empurro para

dentro εισελαυνω empurrões: avanço em meio a empurrões (que eu dou) ωθίζομαι encho πληρόω encontro ευρίσκω enquanto isso, entretanto (advérbio) εν τούτω enquanto εν ω então τότε entendo επίσταμαι entrada εισοδος entrada, porta θύρα entre εν (+ dat.); εν μέσω (+ gen.) entristeço-me λυπέω entro εισβαίνω, εισέρχομαι, εμβαίνω (indicativo) εισιέναι (infinitivo)

entra! εισελθε envio, mando πέμπω mando embora αποπέμπω envio contra επιπέμπω mando para fora εκπέμπω Eolo Αιολος Epidauro Επίδαυρος escapo φεύγω escapo de εκφεύγω escapo, fujo αποφευγω escravo δουλος escrevo γράφω escuridão (substantivo) σκότος (adjetivo: escuro) σκοτεινός escuto ακούω escuto ακούω Esfinge (a) Σφίγξ espada ξίφος espartano Σπαρτιάτης espartanos (os) Λακεδαιμόνιοι especialmente: e especialmente, como também especialmente και δη καί espero (algo para mim) ελπίζω espero μένω espírito θυμός esposa, mulher γυνή esqueço-me λανθάνομαι esquerda: a (mão) esquerda αριστερά Esquilo Αισχυλος está bem!, tudo bem! εστω estanho κασσίτερος estátua εικών este ουτος este οδε, ουτος estou agarrado (a),

seguro (algo) εχομαι estou para (fazer algo) μέλλω estrangeiro ξένος estreito (adjetivo) στενός (substantivo) στενά Etna, monte Αιτναιον ορος eu εγώ Eubeia (a) Ευβοια Euríloco Ευρυλοχος Eurimedonte Ευρυμέδων excelência αρετή exército στρατός, στρατιά, στόλος expedição (militar) στόλος explico εξηγέομαι expulso απελαύνω expulso (para fora) εξελαύνω F faca μάχαιρα fácil ράδιος faço ποιέω, πράττω fadiga πόνος Falero (o) Φάληρον falo λέγω, λαλέω falso ψευδής Felipe Φίλιππος fera θηρίον feroz αγριος festa (popular) εορτή, πανήγυρις festa: faço festa εορτήν αγω (ποιέω), κωμάζω fico bravo οργίζομαι Fídias Φειδίας filha θυγάτηρ fim: no final, finalmente, por fim τέλος fio-me de πιστεύω fogo πυρ fome λιμός fonte κρήνη fonte, nascente κρήνη fora de εκ (+ gen.) fora do campo εκ του αγρου forneço παρέχω forte ισχυρός fortemente (= muito) μέγα frequentemente πολλάκις frota ναυτικόν, στόλος fuga φυγή fujo φευγω G general στρατηγός gigante γίγας grande μέγας muito grande,

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ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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grandíssimo μέγιστος maior μείζων tão grande τοσουτος grandíssimo πλειστος Grécia (a) Ελλάς grego Ελλην gregos (os) Ελληνες grei, rebanho μηλα guerra πόλεμος faço guerra, guerreio στρατεύω guio αγω, ηγέομαι H habitante ενοικος habito οικέω Hélade (a) Ελλάς Helesponto (o) Ελλήσποντος hesito οκνέω história, conto, mito λόγος, μυθος homem (= ser humano) ανθρωπος (= de sexo masculino) ανήρ honro τιμάω hoplita οπλίτης I ilha νησος imediatamente, logo ευθύς imóvel ακίνητος impeço εμποδίζω impossível αδύνατος incendeio καίω inimigo (adj.) πολέμιος (os) inimigos πολέμιοι inteiro: todo inteiro απας inverno χειμών ir ιέναι (infinitivo) irmão αδελφός J já ηδη jardim κηπος jazo κειμαι jogo βάλλω jogo βάλλω jogo para baixo καταβάλλω jogar fora εκβάλλω jogo-me (contra) ορμάω jogo-me (contra, sobre) ορμάω Jônia (a) Ιωνία jônios (os) Ιωνες jovem, jovenzinho νεανίας junto de πρός (+ dat.)

junto αμα

L lá (permanência em um lugar) εκει, ενταυθα (movimento

para um lugar) εκεισε

labirinto λαβύρινθος ladro υλακτέω lamento-me λυπέομαι lanço-me (sobre) εμπίπτω leão λέων lebre λαγώς lentamente βραδέως Leônidas Λεωνίδης levanto αιρω, επαίρω levanto-me επαίρω εμαυτόν levanta-te! ανάστηθι levantei-me ανέστην levo αγω, κομίζω, φέρω (referido aos caminhos) φέρω levo para dentro εισάγω, εισφέρω levo para fora εκφέρω libação σπονδή liberdade ελευθερία liberto ελευθερόω linho λίνον livre ελευθερος lobo λύκος logo δι’ολίγου longo μακρός lugar: em algum lugar που de algum lugar ποθεν para algum lugar ποι luminoso λαμπρός luta αγών luto (com) συμπίπτω luto μάχομαι M maça, clava ρόπαλον mãe μήτηρ mais μαλλον, πλείων οu πλέων mais (do) que μαλλον η maldito κατάρατος mão χείρ

mar θάλαττα por mar κατα θάλατταν maravilho-me, espanto-me; admiro θαυμάζω marcho πορεύομαι marido ανήρ marinheiro ναύτης mas αλλά, δέ mato αποκτείνω matou απέκτονε mau κακός

me εμέ, με (a) mim mesma εμαυτήν (a) mim mesmo εμαυτόν me με médico ιατρός meio: a parte do meio: use μέσος (veja esta forma no

vocabulário grego-português)

melhor αμείνων o melhor αριστος Melita Μέλιττα Mênfis Μέμφις menina, garota κόρη, παρθένος, παις menino, garoto παις menos (= menos numerosos): use o plural de ελάττων mensageiro αγγελος mente νους tenho em mente εν νω εχω mentiras ψευδή mercadorias ωνια mesmo αυτός meu εμός Mícal Μυκάλη Minos Μίνως Minotauro Μινώταυρος Mirine Μυρρίνη modo: de algum modo, de alguma forma πως deste modo, desta forma ταύτη momento: o momento “justo” (“certo”) καιρός no momento justo, oportuno εις καιρόν justamente naquele momento ενταυθα δή monte ορος monumento μνημα

morro αποθνησκω, τελευτάω morte θάνατος mostro δηλόω movimento: coloco em movimento ορμάω movo-me, coloco-me em movimento ορμάομαι muitíssimo μάλιστα muitíssimos:

use o plural de πλειστος muito πολύς, μάλα muitos πολλοί muitas vezes πολλάκις mulher γυνή mulo ημίονος multidão ομιλος muro τειχος

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ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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N nada ουδέν; μηδέν de jeito nenhum ηκιστά γε não falo sobre nada interessante φλυαρέω não ου (ουκ, ουχ) (diante de

imperativos) μή e não ουδέ não somente... mas também... ου μόνον... αλλα και... não... mais ουκέτι (diante de

imperativos) μηκέτι naturalmente εικότως, δή navego πλέω navego ao longo de (ou junto de) παραπλέω navego para προσπλέω necessário: é necessário que... δει... nem ουδέ nem... nem... ουτε... ουτε... Nilo (o) Νειλος ninfa νύμφη ninguém, nenhum ουδείς; μηδείς em nenhum lugar ουδαμου noite νύξ nome ονομα chamado... ονόματι... nono ενατος nós ημεις, ημας, ημων, ημιν nosso ημέτερος nove εννέα número πληθος nunca (= alguma vez) ποτε O o (partícula pronominal,

objeto direto) αυτόν (masculino), αυτό (neutro)

o qual ος, οσπερ o quê? τί; obedeço πείθομαι óbolo οβολός obrigo αναγκάζω observo, considero σκοπέω Odisseu Οδυσσεύς odre ασκός ofereço παρέχω oitavo ογδοος oito οκτώ olá! (bom dia!) χαιρε olho θεάομαι, βλέπω, σκοπέω, θεωρέω olho οφθαλμός onda κυμα onde οπου onde? που;

onde (no mundo)?, em que lugar da terra? που γης; para onde? ποι; de onde?, donde? πόθεν; ordem κόσμος em ordem κόσμω ordeno κελεύω os (objeto direto) αυτούς (masculino), αυτάς (feminino), αυτά (neutro) ótimo αριστος ou η ou... ou... η... η... outro αλλος ovelha πρόβατον P padeço πάσχω pai πατήρ pai, ó (vocativo) πάππα

pais γονεις palavra λόγος, ρημα para baixo, por κατά (+ acu.) paro (de), cesso de παύομαι para! παυε faço parar, faço cessar παύω para (movimento para um lugar)

είς (+ acu.), πρός (+ acu.) parecer: parece(-me) bem δοκει μοι pelo que parece ως δοκει pareço, dou a impressão (de) φαίνομαι parte μέρος por uma parte... por outra parte... μέν...δέ... Parthenon (o) Παρθενών parto απέρχομαι patrão δεσπότης pátria πατρίς para a pátria (movimento para um lugar)

οικαδε paz ειρήνη pé πούς (que vai) a pé πεζός peço αιτέω pedra λίθος de pedra, pétreo λίθινος pego λαμβάνω, αιρέω pelo menos γε Peloponeso (o) Πελοπόννησος pensamento: fico pensando em (preocupado) φροντίζω peplo (= túnica), roupa πέπλος pequeno μικρός, ολίγος menor μικρότερος, ελάττων o menor, pequeníssimo μικρότατος, ολίγιστος pergunto ερωτάω

perigo κίνδυνος permaneço, fico μένω permitido: está permitido εξεστι(ν) persa Περσικός persas (os) Πέρσαι persigo διώκω persuado πείθω perto de εγγύς (+ gen.), πρός (+ dat.) pior κακίων o pior κάκιστος pirâmide πυραμίς Pireu (o) Πειραιεύς poeta ποιητής ponte γέφυρα Ponto Eussino Πόντος por mais que, ainda que καίπερ por quê? δια τί; τί; por υπέρ (tempo) εις porta πύλαι portanto ουν pórtico στοά porto λιμήν Posseidom Ποσειδων possível δυνατος é possível εξεστι(ν) posso δύναμαι poucos: use o plural de ολίγος pouquíssimos: use o plural de

ολίγιστος povo δημος praça αγορά praça do mercado αγορά prata αργύριον precipito καταπίπτω preguiçoso αργός, ραθυμος preocupo-me (com) φροντίζω preparo παρασκευάζω preparo-me παρασκευάζομαι presente: estou presente (em) πάρειμι pressa σπουδή pretendo (fazer algo) εν νω εχω, μέλλω preto, negro μέλας primeiramente, em um primeiro momento πρωτον, το πρωτον primeiro πρωτος princípio αρχή prisão δεσμωτήριον procissão πομπή procuro ζητέω tento πειράω, πειράομαι promontório ακτή pronto ετοιμος

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ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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propício ιλεως provo (= sinto) πάσχω proximidade: encontro-me nas proximidades de επίκειμαι puno κολάζω puxo ελκω puxo para fora εξαιρέω Q qual? τίς;, τί; qual?, τίς; τί; quando επεί, οτε, ως quando? πότε; quanto πόσος quantos: use o plural de πόσος quarto τέταρτος quatro τέτταρες que (= o qual, pronome relativo) ος, οσπερ, (conjunção declarativa) οτι, (conjunção consecutiva) ωστε, que (depois de um

comparativo) η que (depois de um comparativo)

η quê? (= o quê?) τί; queimo (transitivo) καίω; (intransitivo) καίομαι queixo-me, lamento-me στενάζω quem? τίς; quero βούλομαι quieto: fico quieto σιγάω quinto πέμπτος R rápido ταχύς rápido: rapidamente ταχέως recebo δέχομαι recinto sacro τέμενος recompensa μισθός recuso(-me), não quero (fazer algo) ουκ εθέλω redondo στρογγύλος rei βασιλεύς reino βασιλεύω remeiro, remador ερέτης remo ερέσσω rendo-me εικω resisto (a) αντέχω respondo αποκρινομαι retiro-me, afasto-me αναχωρέω reto ορθός reúno συναγείρω reúno-me συνέρχομαι revelo φράζω, αποκαλύπτω revolto-me αφίσταμαι

rezo ευχομαι rio ποταμός roupa, peplo (= túnica) πέπλος ruído, alboroto, confusão, tumulto θόρυβος ruína: arruíno, destruo απόλλυμι rumor θόρυβος S sábio σοφός, σώφρων sacerdote ιερεύς saio (de) εκβαίνω, εξέρχομαι saindo εξελθών Salamina Σαλαμίς salsicheiro αλλαντοπώλης salvo σώζω Samos Σάμος Santia Ξανθίας saúdo, cumprimento χαίρειν κελεύω se ει, se por acaso ει πως se não ει μή segundo δεύτερος seguro, firme, estável βέβαιος sei επίσταμαι venho a saber, fico sabendo γιγνώσκω seis εξ seja! ισθι seja... seja... καί... καί...; ...τε καί... selvagem αγριος semeio σπείρω semente σπέρμα sempre αεί senda ατραπός sentar: faço sentar καθίζω sento-me καθίζω, καθίζομαι ser necessário: é necessário δει ser: que é ων estou dentro ενειμι estou aqui, estou perto πάρειμι servidores θεράποντες sete επτά sétimo εβδομος sexto εκτος Sicília Σικελία sigo επομαι Simônides Σιμωνίδης só (adjetivo; no sentido de “único”) μόνος (advérbio; no sentido de “somente”) μόνον sobre: veja acima sobretudo μάλιστα sol ηλιος soldado στρατιώτης

solicitude σπουδή sorte (boa ou má) τύχη sou ειμι subo αναβαίνω, καταβαίνω surpresa: pego de surpresa καταλαμβάνω T também καί tantos: use o plural de τοσουτος tarde: mais tarde υστερον tardezinha εσπέρα teatro θέατρον temeroso (= que infunde temor) φοβερός Temístocles Θεμιστοκλης temo φοβέομαι tempestade χειμών templo ιερόν tempo χρόνος o tempo oportuno, o momento “certo” (“justo”) καιρός tenho εχω tenho confiança (em) πιστεύω tenho medo (de) φοβέομαι tenho, seguro εχω terceiro τρίτος termino τελευτάω Termópilas (as) Θερμοπύλαι terra γη por terra κατα γην terra κληρος terrível δεινός coisas terríveis δεινά terrivelmente δεινως Teseu Θησεύς teu σός timoneiro κυβερνήτης todavia, não obstante ομως todo, tudo (no plural, todos) πας, απας tudo quanto, todo inteiro απας (= todas as coisas, cada coisa) πάντα tonante: o Tonante (= Dionísio) Βρόμιος topo: o topo de: use ακρος (veja esta forma no

vocabulário greco-português) torno (faço) escravo δουλόω, δουλόομαι torno-me γίγνομαι tornou-se γέγονε trabalho (eu) εργάζομαι, πονέω trabalho εργον, πόνος tragédia τραγωδία tranquilo: estou tranquilo ησυχάζω

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ΕΗΒΣ Vocabulário português-grego

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transpotar de lá διαβιβάσαι tratado de paz σπονδαί trepo (sobre) αναβαίνω três τρεις trezentos τριακόσιοι trigo σιτος trirreme τριήρης triste: estou triste λυπέομαι Troia Τροία tu συ U um ao outro αλλήλους um outro αλλος um certo τις, τι um, somente um, numeral εις um, uma, artigo indefinido:

geralmente não se traduz, mas às vezes pode ser expresso

com o pronome indefinido τις, τι uso χράομαι uva βότρυες V vá!, adiante!, anda!, em frente! αγε, ιθι δή

valor, virtude, coragem αρετή vejo οράω , θεάομαι, θεωρέω, βλέπω vela: as velas ιστία velho (adjetivo) γεραιός (substantivo) γέρων veloz ταχύς velozmente ταχέως muito veloz (velocíssimamente) τάχιστα o mais veloz (velozmente) possível ως τάχιστα vem! ελθέ venço νικάω venho ερχομαι vem! ελθέ vou na frente προ-χωρέω vento ανεμος verdade αληθη verdadeiramente, realmente τω οντι verdadeiro αληθής viagem οδός viajo πορεύομαι vida βίος vinho οινος vinte εικοσι(ν) virgem παρθένος

viro, giro τρέπω viro-me, giro-me τρέπoμαι virtude αρετή vítima sacrifical ιερειον vitória νίκη a Vitória Νίκη voltar, retornar επανιέναι (infinitivo) volto (para trás) επανέρχομαι; επανιέναι (inf.)

volta (para trás)! επάνελθε volto para casa νοστέω vós υμεις vosso υμέτερος vou βαίνω, ερχομαι, βαδίζω, πορεύομαι vá! ιθι vou para προσχωρέω algo (meu) vai (bem, mal etc.) πράττω voz: com voz forte μέγα X Xerxes Ξέρξης Z zarpo αποπλέω, εκπλέω Zeus Ζεύς ó Zeus ω Ζευ

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∆ΙΑ ΤΗΣ ΤΟΥ ΧΡΙΣΤΟΥ

ΒΑΣΙΛΕΙΑΣ

ΠΡΟΣ ΤΗΝ ΤΟΥ ΘΕΟΥ

∆ΟΞΑΝ

Administrador
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