Aterro sobre solos moles

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Dimensionamento de drenos verticais em um problema proposto

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  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Enunciado

    necessrio realizar o projeto bsico para um aterro rodovirio

    sobre solo mole na costa do Estado do Rio de Janeiro. O depsito

    de argila mole tem 10m de espessura, nvel dgua coincidente

    com o nvel do terreno (cota +0,0) e peso especfico da argila

    = 13,5 kN/m3. Dispe-se apenas de ensaios SPT com medidas de

    umidade w. Observou-se que uma reta com w = 200% na superfcie (z

    = 0,0 m) e w = 150% na profundidade z = 10,0 m ajusta-se bem aos

    dados obtidos.

    Sabe-se tambm que para este depsito pode-se adotar nos clculos

    de estabilidade uma variao de resistncia no drenada fornecida

    pela equao Su/vo = 0,3(OCR)0,85. O perfil de OCR estimado pelo

    banco de dados das argilas do Rio de Janeiro conforme figura

    abaixo (artigo Soils & Rocks - Almeida e outros 2008) indicou que

    o limite inferior de OCR pode ser fornecido por:

    OCR = 7,5/z para z < 5,0 m

    OCR = 1,5 para z > 5,0 m.

    Conforme este mesmo artigo e figura abaixo, o ndice de compresso

    Cc da argila pode ser estimado por Cc = 0.013w, (w = umidade %).

    Outros parmetros representativos de toda a camada so:

    Cs/Cc = 0,15 e o coeficiente de adensamento vertical mdio

    (normalmente adensado) cv = 4 x 10-8 m2/s.

    Sobre a camada de argila definida acima necessrio executar em

    24 meses um aterro ( = 17,5 kN/m3) com plataforma de 10 m de

    largura, de forma que atinja a cota +3,0 m, sem recalques por

    adensamento primrio e secundrios remanescentes.

    Os clculos de recalques e de estabilidade devem ser realizados

    independentemente, ainda que na prtica sejam realizados em

    paralelo.

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    1. PREVISO DE RECALQUES

    1.1 Recalques por adensamento primrio

    A magnitude do recalque por adensamento primrio foi calculada

    separando a camada de fundao em 10 subcamadas de 1 m de

    espessura em vista da possibilidade de obter parmetros para cada

    profundidade.

    Os parmetros necessrios para o clculo dos recalques so

    apresentados a seguir:

    H i z(m) OCR w (%) Cc Cs

    1 0,5 15,00 197,5 2,57 0,39

    1 1,5 5,00 192,5 2,50 0,38

    1 2,5 3,00 187,5 2,44 0,37

    1 3,5 2,14 182,5 2,37 0,36

    1 4,5 1,67 177,5 2,31 0,35

    1 5,5 1,50 172,5 2,24 0,34

    1 6,5 1,50 167,5 2,18 0,33

    1 7,5 1,50 162,5 2,11 0,32

    1 8,5 1,50 157,5 2,05 0,31

    1 9,5 1,50 152,5 1,98 0,30

    Tabela 1. Parmetros do solo de fundao do aterro

    Onde,

    Hi, espessura da subcamada i

    Z, profundidade da metade da altura de cada subcamada.

    OCR, calculado em funo da profundidade (enunciado do problema).

    W(%), porcentagem de umidade que varia em funo da profundidade.

    Cs, Cs, parmetros calculados em funo da umidade (enunciado do

    problema).

    O recalque do aterro deve ser estabilizado em uma cota fixa, por

    tanto, preciso efetuar um clculo iterativo para determinar a

    altura do aterro necessria para atingir aquela cota fixa

    (+3,0 m).

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    A equao para o clculo do recalque por adensamento primrio num

    solo sobreadensado como o caso do problema que se est estudando

    a seguinte:

    = [

    1 + (

    ) +

    1 + (

    +

    )] (1)

    Onde,

    = () + (2)

    O acrscimo de carga calculado em funo da geometria do

    problema, alm disso, preciso obter o fator de influncia I da

    eq. (2) a partir do baco de Osterberg (Poulos, Davis, 1974).

    Figura 1. Fator de influncia I para carregamento trapezoidal (Poulos,

    Davis, 1974).

    O valor de a, foi definido para um talude 3:1, por tanto os

    parmetros para o clculo do fator de influncia em funo da

    profundidade so:

    Talude 3:1

    b1 5 m

    a 9 m

    Altura do aterro 3 m

    Tabela 2. Geometria do aterro

    1 Metade do comprimento da plataforma

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    Os resultados deste procedimento iterativo so os seguintes:

    Recalque - Cota Fixa (m)

    H i z(m)

    'vo (KPa)

    'vm (KPa)

    'vf (KPa) Gs eo It 1 It 2 It 3 It 4 It 5 a/z b/z I 2I

    1 0,5 1,75 26,25 54,25 2,6 5,14 0,21 0,24 0,25 0,25 0,25 18,00 10,00 0,50 1,00

    1 1,5 5,25 26,25 57,75 2,6 5,01 0,19 0,22 0,22 0,23 0,23 6,00 3,33 0,50 1,00

    1 2,5 8,75 26,25 61,25 2,6 4,88 0,18 0,21 0,22 0,22 0,22 3,60 2,00 0,49 0,98

    1 3,5 12,25 26,25 64,75 2,6 4,75 0,18 0,21 0,21 0,21 0,21 2,57 1,43 0,48 0,96

    1 4,5 15,75 26,25 68,25 2,6 4,62 0,18 0,20 0,21 0,21 0,21 2,00 1,11 0,47 0,94

    1 5,5 19,25 28,88 71,75 2,6 4,49 0,16 0,19 0,19 0,19 0,19 1,64 0,91 0,46 0,92

    1 6,5 22,75 34,13 75,25 2,6 4,36 0,13 0,16 0,17 0,17 0,17 1,38 0,77 0,44 0,88

    1 7,5 26,25 39,38 78,75 2,6 4,23 0,11 0,14 0,14 0,14 0,14 1,20 0,67 0,42 0,84

    1 8,5 29,75 44,63 82,25 2,6 4,10 0,10 0,12 0,13 0,13 0,13 1,06 0,59 0,41 0,82

    1 9,5 33,25 49,88 85,75 2,6 3,97 0,08 0,10 0,11 0,11 0,11 0,95 0,53 0,39 0,78

    SOMA 1,51 1,79 1,84 1,85 1,85 m

    Tabela 3. Recalque por adensamento primrio

    Portanto, o recalque total calculado por adensamento primrio foi

    de 1,85 m.

    Na Figura 2, se apresentam os resultados grficos do clculo

    iterativo para a camada de argila sobreadensada do problema,

    mediante o procedimento de cota fixa.

    Figura 2. Variao do recalque em funo das iteraes

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    1.2 Recalques por compresso secundria

    Para o clculo das deformaes que ocorrem ao fim do adensamento

    primrio e que no esto atribudas dissipao dos excessos de

    poropresso, so calculadas mediante um procedimento baseado em

    evidncias experimentais de laboratrio. Martins (2005) prope que

    o recalque mximo por adensamento secundrio aquele

    correspondente variao da deformao vertical da condio de

    fim do primrio (OCR=1) para a reta OCR=1,5, para uma tenso

    efetiva vertical atuante na argila mole.

    Figura 3. Linha do adensamento secundrio

    Da Figura 3, para =

    1+, e uma relao

    = 0,15,

    = (1,5

    ) (0,15) (1,5

    ) (3)

    = 0,15 (4)

    Na Tabela 4, se apresentam os resultados dos clculos das

    deformaes por compresso secundria.

    1,5 vf vf

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    H i (m) z(m) OCR w (%) Cc eo CR hsec (m) 1 0,5 15,00 197,5 2,57 5,14 0,46 0,069

    1 1,5 5,00 192,5 2,50 5,01 0,45 0,068

    1 2,5 3,00 187,5 2,44 4,88 0,44 0,066

    1 3,5 2,14 182,5 2,37 4,75 0,43 0,064

    1 4,5 1,67 177,5 2,31 4,62 0,42 0,062

    1 5,5 1,50 172,5 2,24 4,49 0,40 0,061

    1 6,5 1,50 167,5 2,18 4,36 0,39 0,059

    1 7,5 1,50 162,5 2,11 4,23 0,38 0,057

    1 8,5 1,50 157,5 2,05 4,10 0,37 0,055

    1 9,5 1,50 152,5 1,98 3,97 0,36 0,054

    SOMA 0,61 m

    Tabela 4. Recalque por compresso secundria

    Dos resultados pode se observar que o valor do CR, varia entre

    0,36 e 0,46 e o recalque total por compresso secundria foi de

    0,61 m.

    1.3 Recalque total

    A estimativa do recalque total foi baseada em dois clculos:

    adensamento primrio e compresso secundria, na Tabela 5 se

    apresenta um resumo dos resultados.

    Adensamento primrio (cota fixa) 1,85 m

    Compresso Secundria (OCR =1,5) 0,61 m

    Total 2,46 m

    Tabela 5. Resumo dos resultados da estimativa de recalques

    1.4 Variao do recalque por adensamento primrio com o

    tempo

    Para conhecer a variao do recalque no tempo, necessrio

    empregar a teoria de Terzaghi. O clculo do recalque em um tempo t

    efetuado multiplicando o recalque por adensamento primrio pela

    porcentagem mdia de adensamento U, da seguinte maneira:

    () = (5)

    Onde U funo do fator tempo T, na Tabela 6, so apresentados

    diferentes valores da funo U(T).

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    Tabela 6. Valores de U(T), Martins

    (Notas de aula do curso de Adensamento).

    Conhecido o Fator Tempo, possvel calcular os tempos necessrios

    para atingir as diferentes porcentagens de adensamento, empregando

    a seguinte expresso que funo do coeficiente de

    adensamento, Cv:

    =

    2 (6)

    No caso do problema estudado no presente trabalho, foi assumida

    uma condio de drenagem dupla, portanto, =

    2. O coeficiente

    de adensamento vertical mdio do projeto Cv=4X10-8m2/s.

    Na Tabela 7, se apresentam os resultados das anlises do

    adensamento em funo do tempo.

    U(%) Tv t(meses) t(anos) h(t) 0 0 0 0 0

    10 0,008 2 0 0,19

    20 0,031 7 1 0,37

    30 0,071 17 1 0,56

    40 0,126 30 3 0,74

    50 0,197 48 4 0,93

    60 0,287 69 6 1,11

    70 0,405 98 8 1,30

    80 0,565 136 11 1,48

    90 0,848 204 17 1,67

    95 1,129 272 23 1,76

    Tabela 7. Variao do grau de adensamento e recalque em funo do tempo

    Dos resultados mostrados na Tabela 7, pode-se observar que para

    atingir um grau de adensamento de 95%, preciso aguardar 272

    meses ou 23 anos.

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    Na Figura 4, se apresenta a variao do recalque em funo do

    tempo para uma anlise de cota fixa.

    Figura 4. Variao dos recalques com o tempo para um aterro de 3,0 m de

    espessura.

    Dos resultados das anlises do recalque em funo do tempo, pode-

    se concluir que para fins prticos do projeto do aterro (tempo de

    execuo de 24 meses) necessrio empregar tcnicas que permitam

    acelerar os recalques (drenos verticais, sobrecarga, etc.).

    2. Solues para acelerao dos recalques

    2.1 Sobrecarga temporria

    A sobrecarga temporria tem como objetivo a acelerao dos

    recalques por adensamento primrio e a compensao dos recalques

    por compresso secundria. Uma parcela desta sobrecarga vai ser

    permanente em vista de que vai fazer parte da configurao do

    aterro uma vez recalcado e outra parte dela vai ser removida a fim

    de atingir a cota do projeto.

    A primeira anlise efetuada no presente trabalho foi considerando

    sobrecarga em termos de diferentes espessuras de aterro e

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    observando quais so os tempos necessrios para estabilizar os

    recalques primrios.

    Na figura 5, se apresenta um resumo dos resultados desta anlise

    na qual foram calculados os recalques para espessuras totais de

    aterro que atuariam como sobrecarga de 5m, 7m e 8m.

    Figura 5. Uso de sobrecarga sem drenos verticais

    Na Tabela 8, se apresenta um resumo comparativo dos tempos

    necessrios para estabilizar o 95 % do recalque por adensamento

    primrio2 e assim observar os efeitos desta soluo.

    Espessura de aterro t para 95%*h primrio (meses)

    3 m 272

    5 m 200

    7 m 98

    8 m 90

    Tabela 8. Tempos para atingir o 95 % do recalque por adensamento primrio

    2 O clculo dos recalques para as espessuras de 5m, 7m e 8m, foi efetuado

    mediante a metodologia de submerso e assim manter uma espessura do

    aterro constante para efetuar desta maneira as comparaes.

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    Dos resultados apresentados pode-se concluir que a sobrecarga tem

    um efeito importante na acelerao dos recalques, no entanto, sem

    uma medida adicional (como seria o caso de drenos verticais), a

    sobrecarga no seria suficiente para atender as condies do

    projeto.

    2.2 Drenos Verticais

    Os drenos verticais so uma tcnica que permite a acelerao dos

    recalques, baseada no fato de que o caminho de drenagem dentro da

    massa de solo diminudo para cerca da metade da distncia

    horizontal entre drenos.

    A instalao dos drenos vai fazer com que a gua tenha uma

    movimentao predominantemente horizontal. Ao ser coletada pelo

    dreno, a gua conduzida na vertical at as camadas drenantes das

    extremidades da camada de solo mole, na Figura 6 se apresenta um

    esquema deste mecanismo.

    Figura 5. Percolao da gua em drenos verticais

    2.2.1 Dimensionamento

    O primeiro aspecto a considerar determinar o dimetro de

    influncia do dreno, que funo da disposio em um sistema de

    malha quadrada ou triangular de lado l(Figura 6). Para o presente

    trabalho foi adotada uma disposio triangular em vista de que

    mais eficiente em termos de drenagem.

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    Figura 6. Disposio geomtrica dos drenos em arranjo quadrado e

    triangular

    No caso de malha triangular o dimetro de influncia esta definido

    como:

    = 1,05 (7)

    Onde l corresponde ao espaamento entre os drenos, no caso do

    presente projeto l=1,75 m e de= 1,84 m.

    Uma vez definido o dimetro de influncia, se define o dimetro

    equivalente do dreno com a seguinte expresso:

    =2( + )

    (8)

    Onde a e b so dimenses do dreno. No presente trabalho foram

    adotadas3 a=10 cm e b = 0,5 cm, portanto, dw = 6,68 cm.

    O passo a seguir a determinao do grau de adensamento em funo

    do tempo para drenagem radial pura4. Empregando a soluo de Barron

    (1948), o grau de adensamento mdio da camada expresso como:

    = 1 [

    8() ] (9)

    Onde,

    3 ALMEIDA, M. S. S. Aterros sobre solos moles projeto e desempenho. 2010.

    P 110. 4 Os clculos do grau de adensamento considerando somente drenagem radial

    so conservativos para fins prticos do presente trabalho permitem maior

    simplicidade nos clculos.

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    = .

    2 (10)

    () ln() 0,75 (11)

    =

    (12)

    Onde,

    = dimetro de influncia de um dreno

    = dimetro do dreno ou dimetro equivalente de um geodreno com

    seo retangular.

    Th= Fator tempo para drenagem horizontal

    F(n)= funo de densidade de drenos.

    = coeficiente de adensamento horizontal, no presente trabalho

    foi assumido igual a Cv, portanto, no se considera um

    comportamento anisotpico.

    O processo de cravao faz com que seja produzido um efeito de

    amolgamento da argila (Smear), diminuindo a permeabilidade do solo

    no seu entorno e, consequentemente, reduza velocidade do

    adensamento e a eficincia dos geodrenos, alm de aumentar o

    recalque total.

    No presente trabalho, sero consideradas umas dimenses externas

    do mandril de 6cmx12cm, segundo recomendao da norma DNER/PRO

    381/98- Projeto de Aterros Sobre Solos Moles Para Obras Virias

    do DNIT.

    Considerando este efeito, a equao (9), pode ser rescrita como:

    = 1 [

    8()+

    ] = 1

    [

    8

    (ln()0,75)+((

    1) ln(

    ))]

    (13)

    Onde,

    = 4

    (14)

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    W, l, dimenses do mandril.

    = 2

    Kh= permeabilidade horizontal.

    Kh= permeabilidade horizontal da rea afetada pelo amolgamento.

    Foram adotadas uma relao Kh/Kh=2,5 e uma relao ds/dm=1,6,

    segundo as recomendaes apresentadas na Tabela 4,1 do livro

    Aterros sobre solos moles projeto e desempenho(2010).

    Na Figura 7, se apresenta a evoluo dos recalques do aterro

    estudado no presente trabalho sem drenos espaados cada 1,5 m e

    com drenos.

    Figura 7. Evoluo dos recalques do um aterro com drenos espaados cada

    1,5 m e sem drenos.

    Da Figura 7, pode-se observar que os drenos aceleram o grau de

    adensamento para um tempo de 24 meses, a porcentagem mdia de

    adensamento nesse caso de 88% e sem drenos de 35%. No entanto,

    necessria uma medida adicional para acelerar os recalques ainda

    mais e assim cumprir o tempo de construo da obra, uma proposta

    o emprego de uma combinao do sistema de drenos com sobrecarga.

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    O efeito do amolgamento influncia nos clculos do recalque em

    funo do tempo, na Tabela 9, se apresenta uma comparao dos

    graus de adensamento sem considerar e considerando o efeito do

    amolgamento.

    U(%)

    Tempo Sem amolgamento Com amolgamento

    12 meses 81% 66%

    24 meses 96% 88%

    Tabela 9. Influncia do amolgamento nos clculos

    Estes efeitos tm uma influncia importante na determinao do

    espaamento dos drenos, a hiptese de no considerar a influncia

    do amolgamento no desempenho do dreno, pode levar a determinar

    espaamentos maiores dos drenos.

    2.3 Construo em etapas, sobrecarga e drenos verticais

    No caso de que o a terro no for estvel para a construo numa

    etapa, uma soluo a construo em etapas, de esta maneira o

    solo vai ganhar resistncia no tempo antes da colocao da camada

    seguinte.

    O procedimento para o clculo dos recalques no tempo para o aterro

    construdo em etapas o seguinte:

    Calcular o recalque total para a primeira altura do aterro,

    neste caso vai se implementar uma medida de sobrecarga, por

    tanto a altura total do aterro considerando sobrecarga vai

    ser de 8 m e na primeira etapa a altura de 4 m.

    Neste caso empregado o procedimento de aterro com

    submerso, haterro= constante e a equao de recalque para solo

    sobreadensado.

    = [

    1 + (

    ) +

    1 + (

    +

    )] (15)

    Onde,

    = (1) + (16)

    h1= trecho no submerso do aterro

    h2=Dh = trecho recalcado e submerso do aterro

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    Os resultados do procedimento iterativo para o clculo do

    recalque por submerso se apresentam na Tabela 10 e na Figura

    8.

    Recalque por Submerso (m)

    H i

    (m) z(m) OCR w (%) It 1 It 2 It 3 It 4 It 5 It 6 It 7

    1 0,5 15,00 197,5 0,26 0,20 0,21 0,21 0,21 0,21 0,21

    1 1,5 5,00 192,5 0,23 0,18 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19

    1 2,5 3,00 187,5 0,23 0,17 0,19 0,18 0,19 0,19 0,19

    1 3,5 2,14 182,5 0,23 0,17 0,19 0,18 0,19 0,19 0,19

    1 4,5 1,67 177,5 0,22 0,18 0,19 0,19 0,19 0,19 0,19

    1 5,5 1,50 172,5 0,21 0,17 0,18 0,17 0,18 0,17 0,17

    1 6,5 1,50 167,5 0,19 0,14 0,16 0,15 0,15 0,15 0,15

    1 7,5 1,50 162,5 0,17 0,13 0,14 0,13 0,13 0,13 0,13

    1 8,5 1,50 157,5 0,15 0,11 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12

    1 9,5 1,50 152,5 0,14 0,10 0,11 0,11 0,11 0,11 0,11

    SOMA 2,02 1,55 1,67 1,64 1,65 1,64 1,65

    Tabela 10. Recalques da primeira etapa do aterro

    Figura 8. Variao do recalque em funo das iteraes

    Calcular a variao do recalque em funo do tempo at o

    tempo t1, que corresponde ao incio da segunda etapa, no caso

    do presente trabalho, 12 meses.

    Na Tabela 11, se apresentam os resultados da variao do

    recalque em funo do tempo para a primeira etapa com uma

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    altura inicial de 4 m, durante os 12 primeiros meses do

    projeto.

    Recalques no tempo

    Uh(%) Th t(meses) h(t)

    0,00 0,000 0 0,00

    0,09 0,031 1 0,14

    0,17 0,061 2 0,28

    0,24 0,092 3 0,40

    0,31 0,123 4 0,50

    0,37 0,154 5 0,60

    0,42 0,184 6 0,70

    0,47 0,215 7 0,78

    0,52 0,246 8 0,85

    0,56 0,276 9 0,92

    0,60 0,307 10 0,99

    0,63 0,338 11 1,04

    0,67 0,368 12 1,10

    Tabela 11. Recalques da primeira etapa do aterro

    Dos resultados, se observa que para um tempo de 12 meses, uma

    medida combinada de sobrecarga e drenos espaados cada 1,5 m

    considerando a hiptese do amolgamento que diminui a

    eficincia do sistema de drenos, foi atingido um grau de

    adensamento de U1=66%.

    Calcular os recalques aps o tempo t1, atualizando os valores

    de cada subcamada, segundo o procedimento a seguir:

    Calcular as novas espessuras da camada:

    1 = 11 (17)

    Onde:

    U1=U1(t1)

    t1= 12 meses para o projeto

    1= recalque da primeira etapa no perodo inicial de 12

    meses

    Calcular as tenses efetivas no tempo t1, assumindo

    submerso:

    1 = 0

    + (1 1 1) + 1 1 (18)

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Calcular os recalques aps a instalao da segunda camada,

    tendo em considerao que a argila passa a ser normalmente

    adensada, atualizando os ndices de vazios:

    +1 =

    (1 + 1) (

    1 + 2 +

    1

    ) (19)

    Onde,

    ev1= nova relao de vazios correspondente a tenso 1

    1 = 0 [ (log( ) log(0

    ))] [ (log(1 ) log(

    ))] (20)

    Na tabela 12 Os resultados dos clculos seguindo o

    procedimento mencionado:

    Recalque por Submerso (m)

    v1(KPa) vo

    (KPa)

    vm (KPa) eo

    h1 arg

    (m) e1 It 1 It 2 It 3 It 4 It 5 It 6

    59,3 1,75 26,3 5,14 0,86 3,77 0,16 0,17 0,17 0,17 0,17 0,17

    62,8 5,25 26,3 5,01 0,87 3,79 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16 0,16

    66,3 8,75 26,3 4,88 0,88 3,72 0,14 0,15 0,16 0,16 0,16 0,16

    69,8 12,25 26,3 4,75 0,88 3,62 0,14 0,15 0,15 0,15 0,15 0,15

    73,3 15,75 26,3 4,62 0,88 3,51 0,13 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14

    76,8 19,25 28,9 4,49 0,88 3,47 0,12 0,14 0,14 0,14 0,14 0,14

    80,3 22,75 34,1 4,36 0,90 3,49 0,12 0,13 0,13 0,13 0,13 0,13

    83,8 26,25 39,4 4,23 0,91 3,48 0,11 0,12 0,13 0,13 0,13 0,13

    87,3 29,75 44,6 4,10 0,92 3,44 0,11 0,12 0,12 0,12 0,12 0,12

    90,8 33,25 49,9 3,97 0,93 3,40 0,10 0,11 0,12 0,12 0,12 0,12

    SOMA 1,28 1,41 1,42 1,42 1,49 1,49

    Tabela 12. Recalques da segunda etapa do aterro

    Na Figura 9, se apresenta o comportamento dos recalques em

    funo do tempo de construo (24 meses), para um aterro com

    sobrecarga total de 8 m, dividida em duas etapas de 4 m cada

    uma e com drenos verticais espaados cada 1,5 m.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Figura 9. Evoluo dos recalques com o tempo

    Desta maneira a espessura a retirar de aterro adicional aos 24

    meses 8,0m-2,47 m -3,0m=2,53 m.

    Esta soluo, precisa levar em considerao o volume de

    terraplanagem quando se usa sobrecarga para a compensao do

    recalque total, portanto, preciso avaliar outras alternativas e

    fazer uma comparao final de qual apresenta menores custos de

    execuo.

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    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    3. ESTABILIDADE DO ATERRO NO REFORADO E REFORADO

    3.1 Parmetros de projeto

    Resistncia no drenada da argila

    A resistncia no drenada da argila pode ser definida em termos

    da razo de sobreadensamento (OCR) e da tenso efetiva vertical:

    = 0,3 0,85 (1)

    Na Tabela 1, se apresenta a variao da resistncia no drenada

    para diferentes profundidades.

    H i z(m) OCR s'vo (Kpa) Su (Kpa)

    1 0,1 75,0 0,4 4,1

    1 0,5 15,0 1,8 5,2

    1 1,0 7,5 3,5 5,8

    1 1,5 5,0 5,3 6,2

    1 2,0 3,8 7,0 6,5

    1 2,5 3,0 8,8 6,7

    1 3,0 2,5 10,5 6,9

    1 3,5 2,1 12,3 7,0

    1 4,0 1,9 14,0 7,2

    1 4,5 1,7 15,8 7,3

    1 5,0 1,5 17,5 7,4

    1 5,5 1,5 19,3 8,2

    1 6,0 1,5 21,0 8,9

    1 6,5 1,5 22,8 9,6

    1 7,0 1,5 24,5 10,4

    1 7,5 1,5 26,3 11,1

    1 8,0 1,5 28,0 11,9

    1 8,5 1,5 29,8 12,6

    1 9,0 1,5 31,5 13,3

    1 9,5 1,5 33,3 14,1

    1 10,0 1,5 35,0 14,8

    Mdia 9,0

    Tabela 1. Variao da resistncia no drenada com a profundidade

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    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Na Figura 1, se apresenta a variao da resistncia no drenada

    em termos da profundidade, com o valor mdio que ser empregado

    no clculo da altura crtica assumindo Su constante na camada de

    argila mole e o ajuste linear que ser empregado para a obteno

    da altura crtica mediante o mtodo dos bacos desenvolvidos por

    Pinto (1966) e nos clculos da estabilidade global do aterro

    para superfcies no circulares.

    Figura 1. Variao da resistncia no drenada com a profundidade e

    ajuste linear dos dados calculados.

    3.2 Ruptura da fundao: Altura crtica do aterro

    Entendendo a ruptura da fundao como um problema de capacidade de

    carga, o aterro participa como um carregamento sem considerar sua

    resistncia. No presente trabalho se empregam trs metodologias no

    clculo da altura crtica das quais ser escolhida a que apresente

    o menor valor, este resultado ser o parmetro de entrada nos

    clculos da estabilidade global do sistema aterro-solo mole.

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    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Equao derivada da expresso clssica de capacidade de carga

    =

    (2)

    Onde,

    Nc Fator de capacidade de carga, 5,14 para Su constante

    (Mandel e Saleon, 1972).

    Na Figura 2, se apresenta a variao do fator Nc em termos da

    profundidade e da geometria do aterro, nesta primeira abordagem

    assumida uma relao B/D

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    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    baco de Pinto

    A altura crtica pelo mtodo do baco de Pinto para resistncia

    crescente com a profundidade foi obtida para um F.S =1,3 a seguir

    se apresenta um resumo dos resultados:

    Tabela 2. Altura admissvel

    Figura3. baco de Pinto

    Programa de computador

    Nesta abordagem, foram efetuadas anlises de estabilidade

    assumindo superfcie de ruptura circular e o aterro como uma

    sobrecarga a fim de observar qual altura a necessria para

    atingir um fator de segurana de 1,3 e assim estabelecer uma

    comparao dos resultados.

    q = Nco.co

    Hcrit = Nco.co/gat

    co 3,68 Kpa

    c1 1,02 Kpa/m

    D 10,0 m

    H 3,0 m

    m 3,0 m

    d 9,0 m

    c1*D/co 2,8

    c1*d/co 2,5

    Nco 12,0

    Hcr 2,5 m

    Had 1,9 m

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    Aterros sobre solos moles

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    Para as anlises foi empregado o software SLIDE da Rocscience, os

    parmetros de entrada so os seguintes:

    Figura4. Parmetros de resistncia da argila mole

    Para uma altura de 1 m, a sobrecarga equivalente do aterro de

    17,5 KN/m.

    Figura5. Anlise de estabilidade para um aterro sem resistncia e

    sobrecarga equivalente a 1 m de altura, mtodo de Bishop.

    3,07

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    Para uma altura de 2 m, a sobrecarga equivalente do aterro de

    35 KN/m.

    Figura6. Anlise de estabilidade para um aterro sem resistncia e

    sobrecarga equivalente a 2 m de altura, mtodo de Bishop.

    Figura7. Anlise de estabilidade para um aterro sem resistncia e

    sobrecarga equivalente a 3 m de altura, mtodo de Bishop.

    1,54

    1,03

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    Na Tabela 3, se apresenta um resumo dos resultados empregando

    diferentes alturas e metodologias de anlise de estabilidade.

    Altura (m) Sobrecarga equivalente (KN/m) F.S (Spencer) F.S (Bishop)

    1,0 17,5 3,07 3,07

    2,0 35,0 1,54 1,54

    2,2 38,5 1,36 1,36

    2,4 41,1 1,31 1,30

    3,0 52,5 1,02 1,03

    Tabela 3. Anlise de estabilidade para um aterro sem resistncia

    Para um F.S de 1,3, hcrit=2,4 m e Su=9,0 KPa, recalculando o fator Nc

    da equao (2), tem-se que:

    Nc=5,98 > 5,14

    Que permite concluir que a metodologia das superfcies de ruptura

    circulares tem relao com uma soluo de limite superior.

    Dos resultados das metodologias expostas, pode se observar que o

    mtodo do baco de Pinto fornece um menor valor da altura

    admissvel (hadm=1,9 m) em comparao com a metodologia da equao

    de capacidade carga e a metodologia das superfcies de ruptura

    circulares, nas quais foi assumida uma resistncia no drenada

    mdia e constante ao longo da camada. Na Tabela 4, se apresenta um

    resumo dos resultados.

    Metodologia hadm (m)

    Equao de capacidade de carga 2,0

    baco de Pinto 1,9

    Software de anlise de estabilidade 2,4

    Tabela 4. Altura admissvel do aterro

    3.3 Anlise de estabilidade global do aterro sem reforo

    Superfcies de ruptura no circulares

    Nesta anlise foi desenvolvida uma planilha eletrnica que permite

    compreender o mecanismo de ruptura de uma superfcie no circular.

    Este procedimento consiste em calcular o Fator de Segurana para

    varias superfcies calculando a resistncia no drenada para

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    diferentes profundidades na base da superfcie de ruptura no

    circular.

    Na Figura 8, se mostram as foras atuantes na anlise pelo mtodo

    de blocos.

    Figura 8. Mtodo dos blocos ou cunhas

    A expresso geral no clculo do Fator de Segurana pelo mtodo de

    blocos a seguinte:

    . = + +

    + (3)

    Onde,

    Ep - Empuxo passivo na argila:

    =1

    2

    2 + 2 (4)

    S - Fora cisalhante mobilizada na argila mole:

    = (5)

    T - Fora correspondente ao reforo

    Eat Empuxo ativo no aterro arenoso, sem considerar coeso:

    = 1

    2

    2 (6)

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    Earg Empuxo ativo na camada de argila:

    = 1

    2

    2 2 + (7)

    Foi efetuada uma anlise variando a profundidade cada 0,5 m e a

    fim de efetuar uma verificao do procedimento manual, foram

    obtidos os fatores de segurana para superfcies de ruptura com

    geometrias como a apresentada na Figura 8 no software de anlise

    de estabilidade SLIDE. Na Tabela 5, se apresenta o clculo do

    empuxo ativo do aterro e na Tabela 6 se apresentam os resultados

    das anlises para cada profundidade estudada e os fatores de

    segurana obtidos pelo software de anlise de estabilidade.

    at 17,5 KN/m3

    Hat 1,94 m

    Fat 30 Graus

    Ka 0,333

    Eat 10,99 KN/m

    arg 13,5 KN/m3

    m 3

    Tabela 5. Empuxo ativo do aterro

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m)

    F.S

    (Blocos)

    F.S

    (Spencer)

    F.S

    (Morgenstern)

    0,5 4,19 14,48 5,88 24,39 0 1,19 1,19 1,15

    1,0 4,70 31,32 16,15 27,36 0 1,03 1,07 1,05

    1,5 5,21 50,51 30,82 30,33 0 0,99 1,02 0,99

    2,0 5,72 72,05 49,88 33,30 0 1,00 1,02 1,00

    2,5 6,23 95,95 73,34 36,27 0 1,02 1,03 1,03

    3,0 6,74 122,21 101,19 39,24 0 1,05 1,05 1,03

    3,5 7,25 150,82 133,43 42,21 0 1,09 - -

    4,0 7,76 181,78 170,08 45,18 0 1,12 - -

    4,5 8,27 215,10 211,11 48,15 0 1,15 - -

    5,0 8,78 250,78 256,55 51,12 0 1,18 - -

    5,5 9,29 288,81 306,37 54,09 0 1,20 - -

    6,0 9,80 329,20 360,59 57,06 0 1,23 - -

    6,5 10,31 371,94 419,21 60,03 0 1,25 - -

    7,0 10,82 417,03 482,22 63,00 0 1,27 - -

    7,5 11,33 464,48 549,63 65,97 0 1,29 - -

    8,0 11,84 514,29 621,43 68,94 0 1,31 - -

    8,5 12,35 566,45 697,63 71,91 0 1,33 - -

    9,0 12,86 620,96 778,22 74,88 0 1,35 - -

    9,5 13,37 677,83 863,21 77,85 0 1,37 - -

    10,0 13,88 737,06 952,59 80,81 0 1,38 - -

    Tabela 6. Fatores de segurana Superfcie de ruptura no circular

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    No caso da anlise no software SLIDE, foi considerada a

    resistncia varivel da argila na profundidade, como apresentado

    na Figura 9.

    Figura 9. Parmetros da argila mole Superfcie no circular

    Na Figura 10, se apresenta um resumo dos resultados das anlises

    para superfcies no circulares com profundidades entre 0,5 m e

    2,5 m.

    Figura 10. Anlise de estabilidade pelo mtodo de Spencer

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Foi feita uma verificao da resistncia na base das superfcies

    de ruptura empregada no programa de anlise de estabilidade, por

    exemplo, para uma fatia aleatria cuja base esta a 2,5 m de

    profundidade (ver Tabela 6), os resultados so os seguintes:

    Figura 11. Verificao da anlise de estabilidade

    Dos resultados apresentados na Tabela 6, pode-se observar que os

    trs mtodos coincidem em termos do menor Fator de Segurana que

    corresponde superfcie cuja profundidade da base esta a 1,5 m.

    A vantagem do mtodo em planilha eletrnica a possibilidade de

    compreender o processo de clculo do Fator de Segurana e a

    facilidade de controlar as variveis a fim de efetuar possveis

    anlises de sensibilidade com parmetros como o ngulo de atrito

    do aterro, a altura do mesmo e a possibilidade de incluir

    facilmente uma fora T que corresponde ao reforo na base do

    aterro no contato direto com a argila mole sem aterro de

    conquista.

    Superfcies de ruptura circulares

    Foi adotada uma abordagem com Su constante na profundidade (mdia

    aritmtica, Figura 1) e Su variando na profundidade para um aterro

    com altura igual hcrit.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Na Figura 12, se apresenta o F.S obtido pelo mtodo de Spencer

    para superfcie de ruptura circular e Su constante na profundidade.

    Figura 12. Anlise de estabilidade para superfcie circular

    Na Figura 13, se apresenta o F.S obtido pelo mtodo de Spencer

    para superfcie de ruptura circular e Su varivel na profundidade.

    Figura 13. Anlise de estabilidade para superfcie circular

    Na Tabela 7, se apresenta um resumo dos resultados obtidos no

    clculo do F.S empregando as diferentes metodologias e hipteses

    de clculo. Pode-se observar que dependendo da hiptese de clculo

    adotada o F.S apresenta variaes, como se observa no caso de

    adotar um valor mdio constante de Su na profundidade no caso de

    superfcie de ruptura circular. Dos resultados das hipteses

    restantes se conclui que o aterro precisa de uma medida de reforo

    que permita garantir a estabilidade durante a construo da

    1,41

    0,89

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    primeira etapa e observar como vai ser o comportamento do mesmo no

    momento da construo das seguintes etapas, considerando o ganho

    de resistncia aps o carregamento da argila mole.

    haterro = hcrit = 1,94 m

    Superfcie de

    ruptura Mtodo F.S Hiptese

    No circular

    Planilha-

    Blocos 0,99

    Su varivel na

    profundidade Spencer 1,03

    Morgenstern -

    Price 1,02

    Circular

    Spencer 0,89 Su varivel na

    profundidade Morgenstern -

    Price 0,89

    Spencer 1,41 Su constante na

    profundidade Morgenstern -

    Price 1,41

    Tabela 7. Resumo dos mtodos de anlise de estabilidade

    3.4 Dimensionamento do reforo

    Verificao da expulso do solo mole

    Na figura 14, se observam as foras atuantes que devem ser

    consideradas no clculo do F.S no caso da expulso do solo mole.

    Figura 14. Diagrama de foras para verificao de expulso de solo mole

    Onde,

    Pp-Empuxo passivo na argila:

    =1

    2

    2 + 2 (8)

    hat

    L

    m

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Rb - Fora cisalhante na base do bloco:

    = (9)

    Rt - Fora cisalhante no topo do bloco:

    = (10)

    Pa Empuxo ativo na camada de argila mole:

    = 1

    2

    2 2 + (11)

    O Fator de Segurana nesta anlise calculado como:

    . = + +

    (12)

    zarg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Pa

    (KN/m)

    Pp

    (KN/m)

    Rt

    (KN/m)

    Rb

    (KN/m) F.S

    0,0 3,7 - 21,4 - Topo da argila

    0,5 4,2 14,5 5,9 21,4 24,4 3,57

    1,0 4,7 31,3 16,1 21,4 27,4 2,07

    1,5 5,2 50,5 30,8 21,4 30,3 1,63

    2,0 5,7 72,1 49,9 21,4 33,3 1,45

    2,5 6,2 96,0 73,3 21,4 36,3 1,37

    3,0 6,7 122,2 101,2 21,4 39,2 1,32

    3,5 7,2 150,8 133,4 21,4 42,2 1,31

    4,0 7,8 181,8 170,1 21,4 45,2 1,30

    4,5 8,3 215,1 211,1 21,4 48,1 1,30

    5,0 8,8 250,8 256,5 21,4 51,1 1,31

    5,5 9,3 288,8 306,4 21,4 54,1 1,32

    6,0 9,8 329,2 360,6 21,4 57,1 1,33

    6,5 10,3 371,9 419,2 21,4 60,0 1,35

    7,0 10,8 417,0 482,2 21,4 63,0 1,36

    7,5 11,3 464,5 549,6 21,4 66,0 1,37

    8,0 11,8 514,3 621,4 21,4 68,9 1,38

    8,5 12,3 566,4 697,6 21,4 71,9 1,40

    9,0 12,9 621,0 778,2 21,4 74,9 1,41

    9,5 13,4 677,8 863,2 21,4 77,8 1,42

    10,0 13,9 737,1 952,6 21,4 80,8 1,43

    Tabela 8. Anlise da expulso do solo mole

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Na Tabela 8, se observa que para a altura crtica previamente

    calculada (hcrit = 1,94 m) e uma inclinao do talude do aterro m=3,

    possvel atingir um F.S mnimo de 1,3 que aceitvel para uma

    condio temporria como o caso da construo da primeira etapa

    do aterro.

    Para diferentes inclinaes do talude do aterro (m na Figura 14),

    foi efetuada uma comparao a fim de analisar a influncia deste

    parmetro no fator de segurana no caso da expulso do solo, como

    se mostra na Figura 15.

    Figura 14. Influncia da inclinao do talude do aterro no F.Sexpulso

    Deformao y esforo permissvel no reforo

    Para o presente trabalho, se considera a resistncia no drenada

    da argila crescente com a profundidade, por tanto, empregada a

    metodologia de Hinchberger e Rowe (Geosynthetic reinforced

    embankments on soft Clay foundations: predicting reinforcement

    strains at failure, 2003). Na Figura 15, se apresenta a geometria

    tpica que ser empregada nesta anlise.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Figura 15. Geometria do aterro (Hinchberger e Rowe, 2003).

    Da Figura 15, Cuo corresponde a resistncia no drenada do solo no

    contato aterro argila mole e rc o incremento da resistncia na

    profundidade.

    Segundo a metodologia proposta, preciso multiplicar a

    resistncia do solo por um fator de reduo equivalente ao Fator

    de Segurana do projeto e assim obter uns parmetros reduzidos

    (Cuo* e rc*). Este fator parcial no presente trabalho ser adotado

    como PF=(1/1,3)=0,77, por tanto, os parmetros reduzidos sero

    Cuo*=PF x Cuo e rc*=PF x rc. No presente trabalho

    Cuo*=0,77 x 3,68 KPa =2,84 KPa;rc*= 0,77 x 1,02 KPa/m=0,79 KPa/m

    Definida a altura crtica do aterro (hcrit=1,94 m), e

    rc*= 0,79 KPa/m a deformao permissvel do reforo (a)segundo a

    Figura 16 da ordem de 2,9 %.

    Figura 16. baco para projeto (Hinchberger e Rowe, 2003).

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Uma vez definida a altura crtica do aterro e a deformao

    permissvel admitindo resistncia varivel com a profundidade como

    se mostra na Figura 15, necessrio definir a altura que pode

    atingir o aterro perfeitamente reforado (Perfectly reinforced

    embankment), como de apresenta no artigo de Rowe e Myllevile

    (1993). Novamente so adotados parmetros de resistncia reduzidos

    e se assume que o reforo suficiente para fazer com que o aterro

    apresente comportamento de uma fundao rgida. A altura de

    colapso Hu, calculada empregando equaes de capacidade de

    suporte para sapatas rgidas adaptadas para a anlise da carga e

    geometria do aterro.

    Se a altura requerida do projeto maior do que a altura do aterro

    perfeitamente reforado, o reforo por si s no vai oferecer uma

    adequada estabilidade e preciso adotar medidas de estabilizao

    adicionais (aterros leves, drenos verticais, construo por

    etapas, etc). Se a altura do projeto (haterro) maior do que a

    altura crtica (hcrit) e menor do que Hu, necessrio escolher o

    reforo que vai fornecer a fora estabilizante.

    As variveis definidas no clculo da altura de um aterro

    perfeitamente reforado se apresentam na Figura 17.

    Figura 17. Variveis no clculo da altura do aterro perfeitamente

    reforado (Rowe e Myllevile, 1993)

    O procedimento de clculo de Hu, o seguinte:

    Definir os parmetros do solo multiplicados por um fator de

    reduo o amplificao.

    Cuo*=0,77 x 3,68 KPa =2,84 KParc*= 0,77 x 1,02 KPa/m=0,79 KPa/m

    at*=17,5KN/m3*1,2=21KN/m3

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Para H=3m e da Figura 17 e n definido como a inclinao da face do

    aterro, nesta anlise n=3.

    =(2 + )

    =

    (2 + )2,84

    20 3= 0,7

    = + 2( ) = 10 + 2 3(3 0,7) = 23,8

    = 3 0,7 = 2,1

    =

    0,79 23,8

    2,84= 6,61

    Da Figura 18, d/b=0,23

    Figura 18. Efeito da no homogeneidade na profundidade da zona de ruptura

    sob uma fundao rgida (Rowe e Myllevile, 1993).

    Portanto, d = 0,23*23,8 = 5,7 m.

    X=min(d;D)=min(5,7;10)=5,7 m >nh=2,1 m5

    =2

    2=

    3 20 0,72

    2 5,7= 2,6

    =

    23,8

    10= 2,38

    5 No caso de x

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Da Figura 19, Nc=12

    Figura 19. Fator de capacidade de carga para solo no homogneo (Rowe e

    Myllevile, 1993).

    = + = 12 2,84 + 2,6 = 36,6

    =[ + (2 2)]

    =

    20[10(3) + 3(32 0,72)]

    23,8= 37,27

    = 0,98

    Em vista de que a relao qu/qa menor do que 1,0 a altura

    desejada para projeto no pode ser atingida empregando somente

    reforo, por tanto, preciso complementar com outras medidas

    (aterro em etapas, colunas granulares, aterro leve, geodrenos,

    etc).

    A altura crtica que garante uma relao qu/qa=1,0 Hu=2,5 m.

    Este valor representa a altura do aterro na primeira etapa.

    Empregando a metodologia de anlise de blocos, foi calculada a

    fora T que permita garantir um F.S de 1,3 para uma altura do

    aterro de 2,5 m. Na Tabela 9, se apresentam os resultados.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    Tr

    (KN/m) F.S

    0,5 4,19 19,37 5,88 31,42 95 3,52

    1,0 4,70 41,10 16,15 35,25 95 2,47

    1,5 5,21 65,18 30,82 39,07 95 1,98

    2,0 5,72 91,62 49,88 42,90 95 1,71

    2,5 6,23 120,41 73,34 46,72 95 1,55

    3,0 6,74 151,56 101,19 50,55 95 1,45

    3,5 7,25 185,07 133,43 54,37 95 1,39

    4,0 7,76 220,92 170,08 58,20 95 1,35

    4,5 8,27 259,14 211,11 62,02 95 1,33

    5,0 8,78 299,70 256,55 65,85 95 1,31

    5,5 9,29 342,63 306,37 69,67 95 1,31

    6,0 9,80 387,91 360,59 73,50 95 1,30

    6,5 10,31 435,54 419,21 77,32 95 1,30

    7,0 10,82 485,53 482,22 81,15 95 1,31

    7,5 11,33 537,87 549,63 84,97 95 1,31

    8,0 11,84 592,57 621,43 88,80 95 1,32

    8,5 12,35 649,62 697,63 92,62 95 1,33

    9,0 12,86 709,03 778,22 96,45 95 1,33

    9,5 13,37 770,79 863,21 100,27 95 1,34

    10,0 13,88 834,91 952,59 104,10 95 1,35

    Tabela 9. Fora T que garante a estabilidade do aterro com uma altura de

    2,5 m

    Definida a altura do aterro na primeira etapa, preciso calcular

    um fator de correo (Tabela 10), que funo da altura que vai

    ser atingida na primeira etapa e a altura critica do aterro:

    =2,5 1,9

    2,5 1,9= 1,0

    Tabela 10. Fator de correo do reforo (Hinchberger e Rowe, 2003)

    Por tanto, o mdulo de rigidez mnimo do reforo :

    =

    =2,0 95

    0,029= 6550 /

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Para uma deformao admissvel do reforo de 5%, tem-se que:

    =

    =2,0 95

    0,05= 3800 /

    Dos resultados se observa que a deformao admissvel um

    parmetro muito sensvel na definio do mdulo de rigidez do

    reforo.

    Comprimento do reforo

    Para a determinao do comprimento de ancoragem (Lanc), admitiu-se

    Fanc=1,5 e Ci=0,8, j que a geogrelha do projeto possui malha

    quadrada com abertura entre 20mm e 40mm, o valor de Lanc :

    =

    2 ( + )=

    1,5 95

    2 0,8 (0 + 17,5 2,5 30)= 3,5

    Figura 20. Comprimento do reforo

    A partir da superficie de ruptura crtica que se apresenta na

    Figura 20, obtida pelo mtodo de blocos cuja base est a 1,5 m de

    profundidade, o comprimento total do reforo :

    = 3,5 + 8,6 = 12,1

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    3.5 Ganho de resistncia ao longo do tempo

    O aterro ser construdo em etapas para aproveitar o ganho de

    resistncia medida que o aterro executado. Foi efetuada uma

    segunda anlise em termos de recalques para 3 etapas cada 8 meses,

    cada uma com altura de 2,5 m. Os resultados destes clculos se

    apresentam na Figura 21.

    Figura 20. Aterro em 3 etapas

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    O ganho de resistncia ser estimado segundo a equao proposta

    por Leroueil (1985):

    ( )() = 0,25 ((1)( ) + ()

    )

    Onde,

    ( )(): Resistncia no drenada da camada i ao final de um

    tempo t, devido ao adensamento da etapa x.

    (): Porcentagem de dissipao de poropresso que ocorreu em um

    tempo t da etapa x.

    (1)( )

    : Tenso vertical efetiva inicial da camada i antes da

    construo da etapa x.

    : Acrscimo de carga da etapa x.

    Na Tabela 11 e na Figura 21, se apresentam os valores da

    resistncia no drenada das etapas 2 e 3.

    z arg

    (m)

    Su

    (Kpa)

    Etapa 2

    Su (Kpa)

    Etapa 3

    0,5 3,88 12,63

    1,0 5,56 14,31

    1,5 7,25 16,00

    2,0 8,94 17,69

    2,5 10,63 19,38

    3,0 12,31 21,06

    3,5 14,00 22,75

    4,0 15,69 24,44

    4,5 17,38 26,13

    5,0 19,06 27,81

    5,5 20,75 29,50

    6,0 22,44 31,19

    6,5 24,13 32,88

    7,0 25,81 34,56

    7,5 27,50 36,25

    8,0 29,19 37,94

    8,5 30,88 39,63

    9,0 32,56 41,31

    9,5 34,25 43,00

    10,0 35,94 44,69

    Mdia 19,91 28,66

    Tabela 11, Figura 21. Variao de Su na profundidade para as etapas 2 e 3

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Assumindo os valores mdios da resistncia no drenada das etapas

    2 e 3, os resultados para superfcies de ruptura circulares sem

    considerar a fora fornecida pelo reforo so apresentados nas

    Figuras 21 e 22:

    Figura 22. Anlise de estabilidade pelo mtodo de Spencer para uma altura

    de aterro haterro=5,0 m Etapa 2 e resistncia mdia constante.

    Figura 23. Anlise de estabilidade pelo mtodo de Spencer para uma altura

    de aterro haterro=7,5 m Etapa 3 e resistncia mdia constante.

    1,34

    1,35

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    A fim de estabelecer uma comparao dos resultados das anlises

    com superfcies no circulares, empregando o procedimento dos

    blocos e as mesmas condies das anlises anteriores, foram

    obtidos os resultados que se apresentam na Tabela 12 e na

    Tabela 13.

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m) F.S

    0,5 19,91 25,53 21,60 298,65 0 3,25

    1,0 19,91 54,43 46,57 298,65 0 2,71

    1,5 19,91 86,71 74,92 298,65 0 2,34

    2,0 19,91 122,36 106,64 298,65 0 2,08

    2,5 19,91 161,39 141,74 298,65 0 1,88

    3,0 19,91 203,79 180,21 298,65 0 1,73

    3,5 19,91 249,57 222,06 298,65 0 1,61

    4,0 19,91 298,72 267,28 298,65 0 1,52

    4,5 19,91 351,25 315,88 298,65 0 1,45

    5,0 19,91 407,15 367,85 298,65 0 1,39

    5,5 19,91 466,43 423,20 298,65 0 1,34

    6,0 19,91 529,08 481,92 298,65 0 1,30

    6,5 19,91 595,11 544,02 298,65 0 1,26

    7,0 19,91 664,51 609,49 298,65 0 1,23

    7,5 19,91 737,29 678,34 298,65 0 1,21

    8,0 19,91 813,44 750,56 298,65 0 1,18

    8,5 19,91 892,97 826,16 298,65 0 1,16

    9,0 19,91 975,87 905,13 298,65 0 1,15

    9,5 19,91 1062,15 987,48 298,65 0 1,13

    10,0 19,91 1151,80 1073,20 298,65 0 1,12

    Tabela 12. Anlise de estabilidade pelo mtodo dos blocos para

    haterro= 5,0 m Etapa 2

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m) F.S

    0,5 28,66 38,65 30,35 644,85 0 3,33

    1,0 28,66 80,68 64,07 644,85 0 2,90

    1,5 28,66 126,08 101,17 644,85 0 2,57

    2,0 28,66 174,86 141,64 644,85 0 2,32

    2,5 28,66 227,01 185,49 644,85 0 2,12

    3,0 28,66 282,54 232,71 644,85 0 1,96

    3,5 28,66 341,44 283,31 644,85 0 1,84

    4,0 28,66 403,72 337,28 644,85 0 1,73

    4,5 28,66 469,37 394,63 644,85 0 1,64

    5,0 28,66 538,40 455,35 644,85 0 1,57

    5,5 28,66 610,80 519,45 644,85 0 1,50

    6,0 28,66 686,58 586,92 644,85 0 1,45

    6,5 28,66 765,73 657,77 644,85 0 1,40

    7,0 28,66 848,26 731,99 644,85 0 1,36

    7,5 28,66 934,16 809,59 644,85 0 1,32

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m) F.S

    8,0 28,66 1023,44 890,56 644,85 0 1,29

    8,5 28,66 1116,09 974,91 644,85 0 1,27

    9,0 28,66 1212,12 1062,63 644,85 0 1,24

    9,5 28,66 1311,52 1153,73 644,85 0 1,22

    10,0 28,66 1414,30 1248,20 644,85 0 1,20

    Tabela 13. Anlise de estabilidade pelo mtodo dos blocos para

    haterro= 7,5 m Etapa 3

    Na Tabela 14 e na Tabela 15, se observam os resultados da

    metodologia dos blocos assumindo a influncia da fora T=95 KN/m

    definida no item 3,4.

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m) F.S

    0,5 19,91 25,53 21,60 298,65 95 4,22

    1,0 19,91 54,43 46,57 298,65 95 3,46

    1,5 19,91 86,71 74,92 298,65 95 2,94

    2,0 19,91 122,36 106,64 298,65 95 2,56

    2,5 19,91 161,39 141,74 298,65 95 2,29

    3,0 19,91 203,79 180,21 298,65 95 2,07

    3,5 19,91 249,57 222,06 298,65 95 1,91

    4,0 19,91 298,72 267,28 298,65 95 1,78

    4,5 19,91 351,25 315,88 298,65 95 1,67

    5,0 19,91 407,15 367,85 298,65 95 1,59

    5,5 19,91 466,43 423,20 298,65 95 1,51

    6,0 19,91 529,08 481,92 298,65 95 1,45

    6,5 19,91 595,11 544,02 298,65 95 1,40

    7,0 19,91 664,51 609,49 298,65 95 1,36

    7,5 19,91 737,29 678,34 298,65 95 1,32

    8,0 19,91 813,44 750,56 298,65 95 1,29

    8,5 19,91 892,97 826,16 298,65 95 1,26

    9,0 19,91 975,87 905,13 298,65 95 1,24

    9,5 19,91 1062,15 987,48 298,65 95 1,22

    10,0 19,91 1151,80 1073,20 298,65 95 1,20

    Tabela 14. Anlise de estabilidade pelo mtodo dos blocos para

    haterro= 5,0 m Etapa 2 Incluindo Treforo

    z arg

    (m)

    Su f(z)

    (Kpa)

    Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m) F.S

    0,5 28,66 38,65 30,35 644,85 95 3,80

    1,0 28,66 80,68 64,07 644,85 95 3,28

    1,5 28,66 126,08 101,17 644,85 95 2,90

    2,0 28,66 174,86 141,64 644,85 95 2,60

    2,5 28,66 227,01 185,49 644,85 95 2,37

    3,0 28,66 282,54 232,71 644,85 95 2,18

    3,5 28,66 341,44 283,31 644,85 95 2,02

    4,0 28,66 403,72 337,28 644,85 95 1,90

    4,5 28,66 469,37 394,63 644,85 95 1,79

    5,0 28,66 538,40 455,35 644,85 95 1,70

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    5,5 28,66 610,80 519,45 644,85 95 1,63

    6,0 28,66 686,58 586,92 644,85 95 1,56

    6,5 28,66 765,73 657,77 644,85 95 1,50

    7,0 28,66 848,26 731,99 644,85 95 1,45

    7,5 28,66 934,16 809,59 644,85 95 1,41

    8,0 28,66 1023,44 890,56 644,85 95 1,37

    8,5 28,66 1116,09 974,91 644,85 95 1,34

    9,0 28,66 1212,12 1062,63 644,85 95 1,31

    9,5 28,66 1311,52 1153,73 644,85 95 1,28

    10,0 28,66 1414,30 1248,20 644,85 95 1,26

    Tabela 15. Anlise de estabilidade pelo mtodo dos blocos para

    haterro= 7,5 m Etapa 3 Incluindo Treforo

    Os resultados das anlises permitem observar que os fatores de

    segurana obtidos para superfcies circulares so maiores do que

    os de superfcies no circulares. Alm disso, a fora resistente

    do reforo necessria para garantir a estabilidade da primeira

    etapa, no suficiente nas seguintes etapas, portanto, preciso

    empregar um reforo de maior mdulo. Na Tabela 16, se apresenta um

    resumo dos resultados.

    F.S

    Etapa Espessura do Aterro (m) Circular No Circular

    1 (Reforada) 2,5 1,64 1,30

    2 5,0 1,34 1,12

    3 7,5 1,35 1,20

    Tabela 16. Fatores de segurana para superfcies circulares e no

    circulares

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALMEIDA, M.S.S; MARQUES, M.E.S. Aterros sobre solos moles

    Projeto e desempenho. Oficina de Textos, 2010.

    DOMINONI, C.M, Anlise de estabilidade e compressibilidade de um

    aterro sobre solo mole no Porto de Suape, Regio Metropolitana do

    Recife. UFRJ, Escola Politcnica, 2011.

    HINCHBERGER S.D; ROWE, R.K, Geosynthetic reinforced embankments on

    soft clay foundations: predicting reinforcement strains at

    failure. Geotextiles and Geomembranes v. 21, p 151-175, 2003.

    ROWE, R.K; MYLLEVILLE B.L, The stability of embankments reinforced

    with steel. Can, Geotech J.30, pp 768-180, 1993.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    4. ATERRO SOBRE COLUNAS GRANULARES TRADICIONAIS

    O mtodo das colunas granulares consiste em inserir no corpo do

    material compressvel um material de melhor qualidade que

    permita aumentar a resistncia do solo e diminuir os recalques,

    portanto, representam uma tcnica de melhoramento da massa de

    solo (Figura 1).

    As colunas granulares representam um material com um mnimo de

    propriedades coesivas. As colunas granulares so construdas com

    material que possui uma rigidez entre 5 a 10 vezes a rigidez do

    solo ao redor delas.

    Estas colunas so de forma cilndrica e so instaladas,

    analogamente ao caso de drenos verticais segundo um padro

    definido por uma malha retangular ou triangular.

    Em termos das metodologias de construo, o procedimento

    consiste em criar uma cavidade para a insero do material

    granular, a medida que a cavidade preenchida, so empregados

    mecanismos vibratrios que permitem densificar os materiais

    granulares. Dependendo da tcnica de instalao as o grau de

    alterao das propriedades varivel.

    Figura 1. Tcnica de execuo de colunas granulares

    4.1 Princpios de projeto e anlise

    Definir o dimetro das colunas e o espaamento, para este fim,

    foram empregadas recomendaes da literatura (Almeida e Marques,

    2010, pg. 173), definindo assim:

    Espaamento, l = 2,0 m; Dimetro, d = 0,8 m

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Calcular o dimetro equivalente, que depende da

    distribuio das colunas em malha retangular ou quadrada,

    para o presente trabalho foi adotada uma malha triangular

    = 1,05 = 1,05 2 = 2,10

    rea da coluna granular

    = 2

    4=

    0,82

    4= 0,5 2

    rea total da clula:

    =

    2

    4=

    2,12

    4= 3,46 2

    rea total de solo mole

    = = 3,46 0,5 = 2,96 2

    Razo de substituio

    =

    =0,5

    3,46= 0,15

    Razo de existencia de solo mole

    =

    =2,96

    3,46= 0,85

    Definio do fator de concentrao de tenses

    Segundo a recomendao de Han (2010), adotada no presente

    trabalho uma relao entre os mdulos da coluna e da argila mole

    Ec/Es=20, portanto empregando a equao de Han (2010), tem-se

    que:

    =

    = 1 + 0,217(

    1) = 1 + 0,217(20 1) 5

    Na Figura 2, se observa como esta distribuio de tenses na

    coluna e no solo.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Figura 2. Fator de concentrao de tenses

    Acrscimo de tenso vertical mdia

    Fazendo equilbrio de foras na clula unitria da Figura 2,

    o incremento de tenso vertical na coluna e no solo

    calculado como:

    vs =

    [1 + ( 1)]=

    17,5 3

    [1 + (5 1) 0,15]= 32,81

    vc =

    [1 + ( 1)]=

    5 17,5 3

    [1 + (5 1) 0,15]= 164,06

    Onde,

    = acrscimo de tenso vertical mdia igual ao peso

    especfico do aterro vezes a altura do aterro. Desta maneira

    no clculo do fator de reduo de recalques, deve ser

    empregado o recalque calculado por submerso.

    Fator de reduo de recalques

    O fator de reduo de recalques est definido como:

    =

    vc vs vs

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Onde,

    = recalque do solo nao melhorado

    = recalque do solo tratado

    A questo esta em calcular o fator , a primeira abordagem

    conhecida como homogeneizao que descreve um sistema

    perfeitamente elstico onde as tenses que recebe o solo e a

    coluna granular esto em proporo direta com suas rigidezes

    (Figura 3).

    Figura 3. Clculo do fator

    A equao de clculo empregando esta abordagem :

    = 1 + ( 1) = 1 + (5 1) 0,15 = 1,6

    O mtodo de Priebe (1995) outra abordagem do problema que

    considera a coluna granular incompressvel com comportamento

    plstico e o solo apresentando comportamento elstico. Outra

    hiptese de este mtodo que os recalques do solo e da coluna

    so iguais.

    A seguinte equao que resume as hipteses do mtodo de Priebe

    (1995) a seguinte:

    = 1 + [(5 )

    [4(1 )] 1] = 1 + 0,15 [

    (5 0,15)

    [4 0,22(1 0,15)] 1] = 1,8

    Onde,

    = 2 (45

    2

    ) = 2 (45 40

    2) = 0,22

    Assumindo um ngulo de atrito de o solo granular de 40 graus,

    segundo as recomendaes da literatura (Almeida e Marques, 2010,

    pg. 173).

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Por tanto, conhecido o recalque sem colunas do captulo 16 do

    presente trabalho, possvel estimar o recalque com colunas:

    =

    1,8=

    1,19

    1,8= 0,66

    4.2 Anlises de estabilidade

    Neste caso necessrio calcular os parmetros do solo misturado

    com o material granular (cm, m, m), que so calculados em

    funo dos parmetros de resistncia da argila mole (cs=Su, s=0)

    e da coluna granular (c) e do parmetro m, que a parcela de

    carga suportada pela coluna.

    A brita utilizada nas anlises do presente trabalho, possui as

    seguintes propriedades:

    ngulo de atrito c =40.

    Peso especfico =18,0 KN/m3

    Coeso c=0,0 KPa

    Os valores ponderados pelo mtodo de Priebe (1978, 1975), so

    calculados da seguinte maneira:

    = + (1 ) = 0,47 tan(40) + (1 0,47) tan(0) = 0,39

    = 21,3

    = (1 ) = (1 0,47) 9,01 = 4,78 Cs mdia Capitulo 3.1

    = + (1 ) = 18 0,15 + 13,5(1 0,15) = 14,18

    3

    Onde,

    =

    [1 + ( 1)]=

    0,15 5

    [1 + (5 1)0,15]= 0,47

    Para as diferentes profundidades a resistncia do solo, e a

    anlise de estabilidade empregando o valor de m, o ngulo de

    atrito calculado, a coeso ponderada e uma altura do aterro

    Haterro = 3,0 m, se apresentam na Tabela 1.

    6 Calculado assumindo submerso do aterro, um clculo empregando cota fixa implicaria que a altura do aterro varivel e, portanto o acrscimo de

    tenso vertical mdia tambm seria varivel no tempo.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    z arg

    (m)

    Su

    f(z)

    (Kpa)

    m Cm m m Earg KN/m

    (ativo)

    Earg KN/m

    (passivo)

    S

    (KN/m)

    T

    (KN/m) F.S

    0,5 4,19 0,47 1,97 21,30 14,18 11,74 12,82 37,71 0 1,33

    1,0 4,70 0,47 2,21 21,30 14,18 24,81 35,43 42,30 0 1,52

    1,5 5,21 0,47 2,45 21,30 14,18 39,21 67,82 46,89 0 1,75

    2,0 5,72 0,47 2,69 21,30 14,18 54,94 110,00 51,48 0 1,99

    2,5 6,23 0,47 2,93 21,30 14,18 72,00 161,97 56,07 0 2,22

    3,0 6,74 0,47 3,17 21,30 14,18 90,38 223,73 60,66 0 2,44

    3,5 7,25 0,47 3,41 21,30 14,18 110,09 295,27 65,25 0 2,64

    4,0 7,76 0,47 3,65 21,30 14,18 131,13 376,60 69,84 0 2,84

    4,5 8,27 0,47 3,89 21,30 14,18 153,50 467,72 74,43 0 3,02

    5,0 8,78 0,47 4,13 21,30 14,18 177,20 568,63 79,02 0 3,18

    5,5 9,29 0,47 4,37 21,30 14,18 202,22 679,32 83,61 0 3,34

    6,0 9,80 0,47 4,61 21,30 14,18 228,58 799,80 88,20 0 3,48

    6,5 10,31 0,47 4,85 21,30 14,18 256,26 930,06 92,79 0 3,62

    7,0 10,82 0,47 5,09 21,30 14,18 285,27 1070,11 97,38 0 3,75

    7,5 11,33 0,47 5,32 21,30 14,18 315,60 1219,95 101,97 0 3,87

    8,0 11,84 0,47 5,56 21,30 14,18 347,27 1379,58 106,56 0 3,98

    8,5 12,35 0,47 5,80 21,30 14,18 380,26 1549,00 111,15 0 4,08

    9,0 12,86 0,47 6,04 21,30 14,18 414,58 1728,20 115,74 0 4,18

    9,5 13,37 0,47 6,28 21,30 14,18 450,23 1917,19 120,33 0 4,28

    10,0 13,88 0,47 6,52 21,30 14,18 487,21 2115,96 124,92 0 4,36

    Tabela 1. Anlise de estabilidade pelo mtodo dos blocos empregando

    parmetros ponderados pelo mtodo de Priebe (1878, 1995).

    Na Figura 4, se apresenta a anlise de estabilidade para o

    aterro com uma altura Haterro = 3,0 m definindo a regio das

    colunas como um novo material com propriedades definidas pelos

    parmetros ponderados Figura 4, assumindo uma coeso equivalente

    ao valor mdio dos Cm da Tabela 1.

    Figura 4. Parametros do material composto. SLIDE

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Figura 5. Anlise de estabilidade pelo mtodo de Janbu

    Na anlise de estabilidade da Figura 5, foi assumindo um aterro

    com resistncia nula a fim de adotar um enfoque conservativo.

    Dos resultados se observa que as colunas de brita melhoraram as

    condies de resistncia do solo de fundao.

    Na Tabela 2, se apresenta um resumo dos resultados das anlises.

    Altura do aterro = 3 m

    Mtodo F.S min

    Blocos 1.33

    Janbu 1.42

    4,3 Velocidade de recalques

    Considerando a coluna granular como um dreno e empregando a

    equao geral de clculo do grau de adensamento no tempo e

    adotando os parmetros de entrada apresentados a seguir, foi

    possvel obter a curva apresentada na Figura 6 do recalque em

    funo do tempo a fim de observar o efeito que tem as colunas

    granulares.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Parmetros de entrada:

    de=2,10 m

    dw=0,8 m (dimetro do dreno)

    ds=1,6dw (rea afetada pelo amolgamento)

    Espaamento=2,0 m.

    = 1 [

    8()+

    ] = 1

    [

    8

    (ln()0,75)+((

    1) ln(

    ))]

    Onde,

    Kh= permeabilidade horizontal.

    Kh= permeabilidade horizontal da rea afetada pelo

    amolgamento.

    Foram adotadas uma relao Kh/Kh=2,5 e uma relao ds/dm=1,6,

    segundo as recomendaes apresentadas na Tabela 4,1 do livro

    Aterros sobre solos moles projeto e desempenho (2010).

    Figura 5. Anlise comparativa dos recalques sem drenos, com colunas

    granulares espaadas cada 2 m e drenos espaados cada 1,5 m.

    Dos resultados apresentados na Figura 6, se observa que as colunas

    granulares representam uma soluo que alm de fornecer uma maior

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    resistncia ao solo, permite acelerar os recalques por

    adensamento.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALMEIDA, M.S.S; MARQUES, M.E.S. Aterros sobre solos moles

    Projeto e desempenho. Oficina de Textos, 2010.

    PASHOALIN, J.A; VANZOLINI G; KENHITI D. Anlise de estabilidade de

    um aterro apoiado sobre estacas de brita executadas em solo mole.

    BUSCHMEIER B; MASSE FREDERIC. Discusin sobre las diferencias de

    la metodologia de diseno entre las inclusiones granulares y las

    inclusiones rgidas. XXVI Reunin de Mecnica de Suelos e

    Ingeniera Geotcnica, 2012.

    5. ATERRO ESTRUTURADO COM PLATAFORMA DE GEOSSINTTICO

    Na atualidade existe uma grande tendncia para a utilizao de

    aterros estaqueados como tcnica para transferir a carga s

    camadas de solo mais resistente, porque esta tcnica apresenta

    grande adaptabilidade a terrenos difceis, obras de espao

    reduzido e menores tempos de execuo.

    Em regies de solo mole com pouca espessura, possvel adotar

    solues como a remoo e substituio por um material com

    melhores propriedades. Em outras condies possvel empregar

    bermas, drenos e reforo. Mas em situaes nas quais as reas de

    emprstimos esto a grandes distncias ou existem restries de

    espao para a utilizao de bermas ou o cronograma exige a

    construo do aterro em tempos reduzidos, uma soluo vivel seria

    a utilizao de aterros estaqueados (Figura 1).

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Figura 1. Aterro Estruturado x Aterro sobre drenos e reforo

    (Almeida e Marques, 2004).

    Nos aterros estruturados, as estacas suportam o peso do aterro e

    transmitem a carga para uma camada mais resistente. As estacas so

    menos deformveis do que o solo, portanto, ocorrem recalques

    diferenciais dentro do corpo do aterro e este movimento da origem

    ao arqueamento que aumenta a carga nas estacas e alivia a tenso

    atuante no solo mole. Os capitis permitem aumentar a rea de

    influncia das estacas e a incorporao de reforo de

    geossinttico permite o uso de estacas mais espaadas e a

    transmisso das cargas para as estacas que no foram transmitidas

    pelo arqueamento (Figura 2).

    Figura 2. Deformaes num aterro estruturado sobre solo mole

    (Hartmann, 2012).

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    5.1 Dimensionamento do aterro estruturado

    Para o presente trabalho, foi definida a geometria do problema da

    seguinte maneira (Figura 3):

    Espaamento, s= 2,5 m

    Largura de capitel, b= 1,0 m

    Altura de aterro, hat= 3,0 m

    Figura 3. Capiteis quadrados em malha quadrada

    (Almeida e Marques, 2010).

    Verificando os critrios mencionados no livro Aterro sobre solos

    moles, projeto e desempenho, pag.166(Almeida e Marques, 2010),

    tem-se que:

    (s-b)= (2,5-1,0) =1,5 m (s-b)3,0 m

    b/s=1,0/2,5=0,4 b/s0,15

    (s-b)= (2,5-1,0) =1,5 m (s-b)1,4hat

    (s-b)*= (1,5+1,5)0,5=2,12 m (s-b)* hat

    Para hat0,66(s-b)*, at=30

    A altura crtica do aterro, acima da qual os recalques

    diferenciais so nulos, foi calculada com a seguinte expresso

    (McGuire ET al. 2012):

    hc> 1,15s* + 1,44b

    Onde,

    s*=(s-b)*/2 = 2,12/2 = 1,06 m

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Substituindo os valores:

    1,15(1,06)+1,44(1)= 2,66 m ok

    Esta altura crtica menor do que a altura do aterro (hat=3,0m),

    portanto, o aterro no apresentaria recalques diferenciais.

    5.2 Tenses verticais atuantes no solo

    A fim de avaliar as tenses atuantes no solo mole e assim definir

    os esforos de trao no reforo, foram empregadas diferentes

    metodologias de clculo.

    Terzaghi, (1943)

    A equao geral, baseada no efeito do arqueamento nos solos a

    seguinte:

    Onde,

    Cat = coeso do aterro (KN/m)

    at= ngulo de atrito interno do aterro

    Kaat= coeficiente de empuxo ativo no aterro

    S-b=distncia entre capitis (m)

    at= peso especfico do material de aterro (KN/m)

    q= sobrecarga uniforme na superfcie por unidade de rea (KN/m),

    no presente trabalho equivale a zero.

    hat= altura do aterro

    Substituindo os valores na equao, para q=o KN/m e c=o KN/m,

    tem-se que:

    =(2,5 1,0) 17,5

    2 (45 302 ) tan (30)

    (1 2(45

    302 ) tan

    (30)3

    2,51,0) = 43,57

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Russell e Pierpoint, (1997)

    Este mtodo no considera a reao do solo mole subjacente ao

    geossinttico, que uma hiptese adequada no caso de argilas

    muito moles. A equao para o clculo da tenso atuante na base do

    aterro a seguinte:

    ( + )

    =2 2

    4 {1

    422 }

    As variveis desta equao j foram definidas anteriormente,

    substituindo, tem-se que:

    (17,5 3,0 + 0)

    =2,5 1,02

    4 3 1 2 (45 302 ) (30)

    {1

    4312(45302 )(30)

    2,521,02 } = 0,81

    = 0,81 17,5 3 = 42,53

    Abusharar et al., (2009)

    Este mtodo foi proposto para anlise de aterros granulares sobre

    solos moles, suportados por uma malha retangular de estacas,

    considerando a incluso de geossinttico. A equao para o clculo

    da tenso atuante na base do aterro a seguinte:

    =( )( 1)

    2( 2)+ (

    )1

    [ +

    2(1 +

    1

    2)]

    Onde,

    Kp = coeficiente de empuxo passivo no aterro

    s = peso especfico do solo mole

    Substituindo na equao:

    =13,5(2,5 1)(2(45 +

    302 ) 1)

    2(2(45 +302 ) 2)

    + (2,5 1

    2,5)

    2(45+302 )1

    [0 + 13,5 3 13,5 2,5

    2(1 +

    1

    2(45 +302 ) 2

    )]

    = 32,4

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Low et al., (1994)

    Low et al., (1994) utilizaram para sua anlise um arco

    semicilndrico bidimensional com espessura igual metade da

    dimenso do capitel. A equao para o clculo da tenso atuante na

    base do aterro a seguinte:

    =( 1)(1 )

    2( 2)+ (1 )1 [1

    2

    2( 2)]

    Onde,

    =b/s Relao largura do capitel/espaamento das estacas

    Substituindo na equao:

    17,5 3

    =(2(45 +

    30

    2) 1) (1

    12,5)

    2 3 (2(45 +30

    2) 2)

    + (1 1

    2,5)

    2(45+

    30

    2)1 [1

    2,5

    2 3

    2,5

    2 3(2(45 +30

    2) 2)

    ]

    = 29,4

    Mtodo de Kempfert et al., (2004)

    Este mtodo baseado na teoria da elasticidade, para um ngulo de

    atrito do material do aterro Fat=30, foi empregado o baco da

    Figura 4 a fim de calcular a tenso atuante na base do aterro.

    Figura 4. Clculo de tenses verticais sobre o reforo

    (Adaptado de Kempfert et al., 2004)

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Onde,

    Hat/s=3/2,5=1,2

    b/s=1/2,5=0,4

    +

    0,30 17,5 3 0,3 15,75

    Na tabela 1, se apresenta um resumo dos resultados obtidos.

    Metodologia (KPa)

    Terzaghi, (1943)

    43,57

    Russell e Pierpoint, (1997)

    42,53

    Abusharar et al., (2009)

    32,4

    Low et al., (1994)

    29,4

    Kempfert et al., (2004) 15,75

    Das tenses calculadas empregando as diferentes metodologias, foi

    escolhida a calculada pelo mtodo de Terzaghi, em vista de que a

    que apresenta um maior valor.

    5.3 Clculo do esforo de trao atuante no reforo

    Os mtodos que empregados no presente trabalho, sero apresentados

    em funo do valor de mdulo de reforo J do geossinttico e ser

    apresentado um clculo efetuado em funo da deformao especfica

    (), a fim de efetuar uma comparao entre metodologias.

    Mtodo da parbola BS 8006 (BSI,1995)

    Neste mtodo se calcula a tenso no reforo T, admitindo-se que a

    deformao do reforo no vo (s-b) tem forma parablica. O valor

    de T dado pela seguinte equao em funo do mdulo de reforo

    que para o presente trabalho J=3000 KN/m:

    963 62

    2 = 0

    96T-314039T-157019468=0

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Onde,

    =(

    2 2)

    S =2,5 m; b =1,0 m definidos anteriormente.

    =43,57 KPa (Calculado pelo mtodo de Terzaghi)

    Resolvendo, tem-se que:

    T=127,06 KN/m

    Mtodo da membrana tensionada (Collin, 2004)

    Conhecendo-se o valor do mdulo J, o valor de T definido pela

    seguinte equao:

    22

    ( )1 [

    ( )

    22 ] = 0

    129,82*T*sen-1(23,11/T) T J =0

    Onde,

    S =2,5 m; b =1,0 m definidos anteriormente.

    =43,57 KPa (Calculado pelo mtodo de Terzaghi)

    J=3000 KN/m

    Resolvendo, tem-se que:

    T=65,63 KN/m

    Mtodo de Kempfert et al., (2004)

    Este mtodo apresenta um baco adimensional que considera a

    contribuio favorvel da reao do solo abaixo do reforo, mas

    isto no recomendvel no caso de argilas muito moles. Portanto,

    no considerar esta contribuio, se assume que o mdulo de reao

    da argila mole no contato aterro-solo (subgrade reaction), seja

    zero, ks,k=0.

    Sequncia de clculo

    1. Com v= zo, calcula-se Fk, conforme abaixo:

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Onde,

    d = 1,0 m - Largura do capitel

    Substituindo,

    = 1

    2 (1,52)

    12

    2 = 2,63 2 = 2,63 43,57 = 114,39

    2. Com Fk, Jk= 3000KN/m e a largura do capitel b = 1,0 m

    determina-se e f/lw no baco.

    /

    =

    114,39/1,0

    3000 = 0,038

    ks,k=0

    Figura 4. baco de clculo

    (Kempfert et al., 2004)

    3. Com 5,2 % do baco, determina-se ento a trao no

    reforo:

    T=*Jk=0,052*3000=156 KN/m

    4. Com Lw = distncia entre capitis (s-b) e f/lw 0,15 (do

    baco), estima-se o recalque f = deformao vertical da

    geogrelha.

    = 0,15 = 0,15 (2,5 1,0) = 0,225

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Na Tabela 2, se apresenta uma lista das deformaes mximas do

    reforo no caso de aterros estruturados com geossinttico a partir

    de diversas fontes. Desta lista, se observa que as deformaes

    esto entre 3% e 6%. O valor obtido pelo mtodo de Kempfert

    5,2 % est dentro da recomendao da BS8006-1:2010.

    Tabela 2. Deformaes mximas do reforo na base de aterros

    estruturados (Lawson C.R)

    Calcular T a partir da deformao

    No mtodo da BS8006, se apresentam as seguintes equaes que

    permitem o clculo da Tenso no geossinttico em funo da

    deformao vertical da geogrelha:

    =8

    2

    3( )2=

    8 0,225

    3 (2,5 1,0)= 6%

    Onde,

    Wmax= deformao vertical da geogrelha, foi assumida a calculada

    pelo mtodo de Kempfert.

    =( )

    21 +

    1

    6=

    43,57(2,5 1,0)

    2 1,01 +

    1

    6 0,06= 67,02 /

    Onde,

    Wt = carga distribuda por unidade de cumprimento, Wt = v*b

    Da anterior equao, uma diminuio da deformao de por exemplo,

    6% para 3%, faz com que a carga no reforo seja aumentada em um

    30%, portanto, importante uma avaliao adequada da deformao

    do reforo.

    Na Tabela 3, se apresenta um resumo dos resultados obtidos.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    Metodologia T (KN/m)

    Mtodo da parbola BS 8006 127,06

    Mtodo da membrana tensionada 65,63

    Mtodo de Kempfert et al 156,00

    T a partir da deformao 67,02

    5.4 Anlise de estabilidade do aterro

    Finalmente, foi efetuada uma anlise de estabilidade interna do

    aterro, sem considerar a argila mole a fim de determinar a

    inclinao do talude. Os resultados e as hipteses adotadas se

    apresentam a seguir, o talude adotado foi de 2,5:1.

    Figura 5. Anlise de estabilidade do aterro sem considerar a resistncia

    da argila (impenetrvel) Mtodo de Bishop.

    Na figura 5, se observa que as superfcies com menor Fator de

    Segurana so aquelas que esto perto da face do talude, o mnimo

    F.S calculado pelo mtodo de Bishop, foi de 1,44.

    6. CONSIDERAES FINAIS

    No presente trabalho, foram abordadas as metodologias de clculo

    da magnitude dos recalques e sua variao no tempo, num problema

    de solos moles, incluindo a estimativa do recalque por compresso

    secundria. Foram efetuados clculos empregando tcnicas de

    acelerao de recalques (geodrenos e sobrecarga) a fim de conhecer

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    os efeitos destas tcnicas no comportamento em termos de recalques

    do aterro. Efetivamente uma combinao de sobrecarga com geodrenos

    adequadamente dimensionados com base em recomendaes provenientes

    da experincia e de fontes bibliogrficas, faz com que possa ser

    atingido o recalque (primrio + secundrio), no entanto,

    importante levar em considerao os volumes de terraplanagem.

    No captulo 3, foi abordado o problema da estabilidade do aterro

    no reforado e reforado, incluindo a construo em etapas. A

    ruptura global foi avaliada tendo em considerao superfcies

    circulares e no circulares. O mtodo dos blocos resulta ser de

    fcil uso em vista de que facilmente implantado em uma planilha

    de clculo e os resultados foram verificados com clculos

    efetuados em um software de anlise de estabilidade. Em geral, os

    fatores de segurana obtidos pelo mtodo dos blocos resultaram

    menores do que os calculados assumindo superfcies circulares.

    No captulo 4, foi a abordada a alternativa de colunas granulares

    tradicionais definindo a geometria e distribuio destes elementos

    empregando as recomendaes da literatura. Dois aspectos

    importantes desta alternativa nos resultados dos clculos

    efetuados foram: o ganho de resistncia do solo quando se adotaram

    parmetros de material composto e os efeitos da acelerao dos

    recalques no tempo que podem ser comparados ao efeito dos drenos.

    Finalmente, no captulo 5, se apresentaram os clculos de um

    aterro estruturado com capiteis e plataforma de geossinttico,

    empregando diferentes metodologias de clculo da tenso na base do

    aterro e diferentes metodologias no clculo do esforo de trao

    atuante no reforo. Alguns autores apresentam o valor de este

    esforo em termos de uma deformao prescrita, mas para obter

    valores consistentes melhor uma abordagem em termos do valor do

    mdulo do reforo.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ALMEIDA, M.S.S; MARQUES, M.E.S. Aterros sobre solos moles

    Projeto e desempenho. Oficina de Textos, 2010.

    ECHEVARRA, S.P. Efeitos de Arqueamento em Aterros sobre solo

    Estaqueado. Dissertao de Mestrado. Departamento de Engenharia

    Civil e Ambiental. Universidade de Brasilia, 2006.

  • Trabalho prtico

    Aterros sobre solos moles

    Cristian Yair Soriano Camelo

    FEI, K; A Simplified Method for Analysis of Geosynthetic

    Reinforcement Used in Pile Supported Embankments. Scientific World

    Journal, 2014.

    HARTMANN, D.A; Modelagem centrfuga de aterros estruturados com

    reforo de geossinttico. UFRJ/COPPE, 2012.

    GHARPURE, A.D; KORULLA, M; JAYAKRISHNAN, P.V; SCOTTO, M;

    NAUGHTON, P. Design methods for pile supported basal reinforced

    embankments over soft clay. Proceeding of the 4th Asian Regional

    Conference on Geosynthetics. Shanghai-China, 2008.