Antropologia (1).ppt

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Antropologia: uma abordagem no contexto das Ciências Humanas e Sociais Carlos Mota, 2010: Power Point para uso docente.

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  • Antropologia: uma abordagem no contexto das Cincias Humanas e Sociais

    Carlos Mota, 2010: Power Point para uso docente.

  • Antropologia CulturalAntropologia (do grego , transl. anthropos, "homem", e , logos, "razo"/"pensamento") a cincia preocupada em estudar o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimenses [1]. A diviso clssica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biolgica. Cada uma destas, em sua construo abrigou diversas correntes de pensamento.Pode-se afirmar que h poucas dcadas a antropologia conquistou seu lugar entre as cincias. Primeiramente, foi considerada como a histria natural e fsica do homem e do seu processo evolutivo, no espao e no tempo. Se por um lado essa concepo vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo s caractersticas do homem fsico. Essa postura marcou e limitou os estudos antropolgicos por largo tempo, privilegiando a antropometria, cincia que trata das mensuraes do homem fssil e do homem vivo.

  • Divises e campo

    A Antropologia, sendo a cincia da humanidade e da cultura, tem um campo de investigao extremamente vasto: abrange, no espao, toda a terra habitada; no tempo, pelo menos dois milhes de anos, e todas as populaes socialmente organizadas. Divide-se em duas grandes reas de estudo, com objetivos definidos e interesses tericos prprios: a Antropologia Fsica (ou Biolgica) e a Antropologia Cultural, que se centram no desejo do homem de conhecer a sua origem, a capacidade que ele tem de se conhecer, nos costumes e no instinto.

  • Consideraes

    Para pensar as sociedades humanas, a antropologia preocupa-se em detalhar, tanto quanto possvel, os seres humanos que as compem e com elas se relacionam, seja nos seus aspectos fsicos, na sua relao com a natureza, seja na sua especificidade cultural. Para o saber antropolgico o conceito de cultura abarca diversas dimenses: universo psquico, os mitos, os costumes e rituais, suas histrias peculiares, a linguagem, valores, crenas, leis, relaes de parentesco, entre outros tpicos. Embora o estudo das sociedades humanas remonte Antiguidade Clssica, a antropologia nasceu, como cincia, efectivamente, da grande revoluo cultural iniciada com o Iluminismo.

  • Histria da Antropologia

    A construo do olhar antropolgico e seus principais debates. Embora a grande maioria dos autores concorde que a antropologia se tenha definido enquanto disciplina s depois da revoluo Iluminista, a partir de um debate mais claro acerca de objecto e mtodo, as origens do saber antropolgico remontam Antiguidade Clssica, atravessando sculos. Sempre que o ser humano pensou sobre si mesmo e sobre as suas relaes com "o outro", pensou antropologicamente.

  • Primrdios

    Homero, Hesodo e os Filosfos Pr-socrticos j se questionavam a respeito do impacto das relaes sociais sobre o comportamento humano; ou vendo este impacto como consequncia dos caprichos dos deuses, como enumera a Odisseia de Homero e a Teogonia de Hesodo, ou como construes racionais, valorizando muito mais a apreenso da realidade no dia a dia da experincia humana, como preferiam os Filosfos Pr-socrticos. Foi, sem dvida, na Antiguidade Clssica que a "medida Humana" se evidenciou como centro da discusso acerca do mundo. Os gregos deixaram inmeros registros e relatos acerca de culturas diferentes das suas, assim como os chineses e os romanos. Nestes textos nascia, por assim dizer, a Antropologia, e no sculo V a.C. um exemplo disto se revela na obra de Herdoto, que descreveu minuciosamente as culturas com as quais seu povo se relacionava. Da contribuio grega fazem parte tambm as obras de Aristteles (acerca das cidades gregas) e as de Xenofonte (a respeito da ndia).

  • Entre os romanos merece destaque o poeta Lucrcio, que tentou investigar as origens da religio, das artes e se ocupou do discurso. Outro romano, Tcito analisou a vida das tribos germnicas, baseando-se nos relatos dos soldados e viajantes. Salienta o vigor dos germanos em contraste com os romanos da sua poca. Santo Agostinho, um dos pilares teolgicos do Catolicismo, descreveu as civilizaes greco-romanas pags, vistas como moralmente inferiores s sociedades cristianizadas. Na sua obra j discutia, de maneira pouco elaborada, a possibilidade do tabu do incesto funcionar como norma social, garantia da coeso da sociedade. importante salientar que Santo Agostinho, no entanto, privilegiou explicaes sobrenaturais para a vida sociocultural.

  • Embora no existisse como disciplina especfica, o saber antropolgico participou das discusses da Filosofia, ao longo dos sculos. Durante a Idade Mdia muitos escritos contriburam para a formao de um pensamento racional, aplicado ao estudo da experincia humana, como o fez o administrador francs Jean Bodin, estudioso dos costumes dos povos conquistados, que buscava, na sua anlise, explicaes para as dificuldades que os franceses tinham em administrar esses povos. Com o advento do movimento iluminista, este saber foi estruturado em dois ncleos analticos: a Antropologa Biolgica (ou Fsica), de modo geral considerada cincia natural, e a Antropologia Cultural, classificada como cincia social.

  • O Sculo XVIII

    At ao Sculo XVIII, o saber antropolgico esteve presente na contribuio dos cronistas, viajantes, soldados, missionrios e comerciantes que discutiam, em relao aos povos que conheciam, a maneira como estes viviam a sua condio humana, cultivavam os seus hbitos, normas, caractersticas, interpretavam os seus mitos, os seus rituais, a sua linguagem. S no sculo XVIII, a Antropologia adquire a categoria de cincia, partindo das classificaes de Carlos Lineu e tendo como objeto a anlise das "raas humanas". O legado dessa poca foram os textos que descreviam as terras, a (Fauna, a Flora, a Topografia) e os povos descobertos (Hbitos e Crenas).

  • Algumas obras que falavam dos indgenas brasileiros, por exemplo, como: a carta de Pero Vaz de Caminha (Carta do Descobrimento do Brasil), os relatos de Hans Staden, Duas Viagens ao Brasil, os registos de Jean de Lry, a Viagem a Terra do Brasil, e a obra de Jean Baptiste Debret, a Viagem Pitoresca e Histrica ao Brasil. Alm destas, outras obras falavam ainda das terras rcem-descobertas, como a carta de Colombo aos Reis Catlicos. Toda esta produo escrita levantou uma grande polmica acerca dos indgenas. A contribuio dos missionrios jesutas na Amrica (como Bartolomeu de Las Casas e Padre Acosta) ajudaram a desenvolver a denominada teoria do bom selvagem, que via os ndios como detentores de uma natureza moral pura, modelo que devia ser assimilado pelos ocidentais. Esta teoria defendia a ideia de que uma cultura mais prxima do estado "natural" serviria de remdio aos males da civilizao.

  • O Sculo XIX

    No Sculo XIX, por volta de 1840, Boucher de Perthes utiliza o termo homem pr-histrico para discutir como seria a sua vida cotidiana, a partir de achados arqueolgicos, como utenslios de pedra, cuja idade se estimava bastante remota. Posteriormente, em 1865, John Lubock reavaliou numerosos dados acerca da Cultura da Idade da Pedra e compilou uma classificao em que enumerava as diferenas culturais entre o Paleoltico e Neoltico. Com a publicao de dois livros, A Origem das Espcies, em 1859 e A Ascendncia do homem, em 1871, Charles Darwin principia a sistematizao da teoria evolucionista. Partindo da discusso trazida tona por estes pesquisadores, nascia a Antropologia Biolgica ou Antropologia Fsica.

  • A antropologia evolucionista

    Marcada pela discusso evolucionista, a antropologia do Sculo XIX privilegiou o Darwinismo Social, que considerava a sociedade europeia da poca como o apogeu de um processo evolucionrio, em que as sociedades aborgenes eram tidas como exemplares "mais primitivos". Esta viso usava o conceito de civilizao para classificar, julgar e, posteriormente, justificar o domnio de outros povos. Esta maneira de ver o mundo a partir do conceito civilizacional de superior, ignorando as diferenas em relao aos povos tidos como inferiores, recebe o nome de etnocentrismo. a Viso Etnocntrica, o conceito europeu do homem que se atribui o valor de civilizado, fazendo crer que os outros povos, como os das Ilhas da Oceania estavam situados fora da histria e da cultura. Esta afirmao est muito presente nos escritos de Pauw e Hegel.

  • Teoria

    Com fundamento nestas concepes, as primeiras grandes obras da antropologia, consideravam, por exemplo, o indgena das sociedades no europeias como o primitivo, o antecessor do homem civilizado: afirmando e qualificando o saber antropolgico como disciplina, centrando o debate no modo como as formas mais simples de organizao social teriam evoluido, de acordo com essa linha terica essas sociedades caminhariam para formas mais complexas como as da sociedade europeia. Nesta forma de apreender a experincia humana, todas as sociedades, mesmos as desconhecidas, progrediriam em ritmos diferentes, seguindo uma linha evolutiva. Isso balizou a idia de que a demanda colonial seria "civilizatria", pois levaria os povos ditos "primitivos" ao "progresso tecnolgico-cientfico" das sociedades tidas como "civilizadas".

  • H que ver estes equvocos como parte da viso de mundo que pretendiam estabelecer as directrizes de uma lei universal de desenvolvimento. Mas no se pode generalizar e atribuir as caractersticas acima a todos os autores que se aproximaram dessa corrente. Cada autor tem suas prprias nuances. Durkheim, por exemplo, procurou nas manifestaes totmicas dos nativos australianos a forma mais simples e elementar de religiosidade, mas no com o pensamento enquadrado numa linha evolutiva cega: se a nossa sociedade era dita mais complexa ele atribua isso s diversas tendncias da modernidade de que somos fruto, e a dificuldade de determinar uma tendncia pura na nossa religio, escamoteada por milhares de anos de teologia.

  • Mtodo

    O mtodo concentrava-se numa incansvel comparao de dados, retirados das sociedades e dos seus contextos sociais, classificados de acordo com o tipo (religioso, de parentesco, etc), determinado pelo pesquisador, dados que lhe serviriam para comparar as sociedades entre si, fixando-as num estdio especfico, inscrevendo estas experincias numa abordagem linear, diacrnica, de modo a que todo o costume representasse uma etapa numa escala evolutiva, como se o prprio costume tivesse a finalidade de auxiliar esta evoluo. Entendiam os evolucionistas que os costumes se demarcavam como substncia, como finalidade, origem, individualidade e no como um elemento do tecido social, interdependente de seu contexto.

  • Pensadores

    Apesar de a maior parte dos evolucionistas terem trabalhado em gabinetes, um dos mais conhecidos pensadores dessa corrente, Lewis Henry Morgan, tinha contacto com diversas tribos do norte dos Estados Unidos. absurdo creditar a autores dessa corrente uma compilao cega das culturas humanas. Isso seria uma simplificao enorme, ao mesmo tempo que se deixaria de aproveitar esses estudos clssicos da Antropologia.

  • A antropologia difusionista

    A Antropologia Difusionista reagiu ao evolucionismo e foi sua contempornea. Privilegiava o entendimento da natureza da cultura, em termos de origem e extenso, de uma sociedade a outra. Para os difusionistas, o emprstimo cultural seria um mecanismo fundamental de evoluo cultural. O difusionismo acreditava que as diferenas e semelhanas culturais eram consequncia da tendncia humana para imitar e a absorver traos culturais, como se a humanidade possusse uma "unidade psquica", tal como defendeia Bastian.

  • O surgimento da "linhagem francesa"

    Com mile Durkheim comeam os fenmenos sociais a ser definidos como objetos de investigao socioantropolgica e, a partir da anlise da publicao de Regras do "Mtodo Sociolgico", em 1895, comea-se a pensar que os factos sociais seriam muito mais complexos do que se pretendia at ento. No final do sculo XIX, juntamente com Marcel Mauss, Durkheim concentra-se nas representaes primitivas, estudo que culminar na obra "Algumas formas primitivas de classificao", publicada em 1901. Inaugura-se ento a denominada "linhagem francesa" na Antropologia.

  • O sculo XX

    Com a publicao, de As formas elementares da vida religiosa em 1912, Durkheim, ainda apegado ao debate evolucionista, discute a temtica da religio. Marcel Mauss publica com Henri Hubert, em 1903, a obra Esboo de uma teoria geral da magia, onde forja o conceito de mana. Inicialmente centrada na denominada Etnologia, a Antropologia Francesa, arranca, como disciplina de ensino, no Institut dEthnologie du Muse de lHomme em Paris, a partir de 1927. No incio, a disciplina vinculara-se ao Museu de Histria Natural, porque se considerava a Antropologia como uma subdisciplina da histria natural. Ainda existia um determinismo biolgico, segundo o qual se considerava que as diferenas culturais eram fruto das diferenas biolgicas entre os homens. Nos EUA, Franz Boas desenvolve a ideia de que cada cultura tem uma histria particular e considerava que a difuso de traos culturais acontecia em toda parte. Nasce o relativismo cultural, e a Antropologia estende a investigao ao trabalho de campo.

  • Para Boas, cada cultura estaria associada sua prpria histria. Para compreender a cultura preciso reconstruir a sua prpria histria. Surgia o Culturalismo, tambm conhecido como Particularismo Histrico. Deste movimento surgiria posteriormente a escola antropolgica da Cultura e Personalidade. Paralelamente a estes movimentos, na Inglaterra, nasce o Funcionalismo, que enfatiza o trabalho de campo (observao participante). Para sistematizar o conhecimento acerca de uma cultura preciso apreend-la na sua totalidade. Para elaborar esta produo intelectual surge a etnografia. As instituies sociais centralizam o debate, a partir das funes que exercem na manuteno da totalidade cultural.

  • A Antropologia funcionalista

    O Funcionalismo inspirava-se na obra de Durkheim. Advogava um estreito paralelismo entre as sociedades humanas e os organismos biolgicos (na forma de evoluo e conservao) porque em ambos os casos a harmonia dependeria da inter-dependncia funcional das partes. As funes eram analisadas como obrigaes, nas relaes sociais. A funo sustentaria a estrutura social, permitindo a coeso, fundamental, dentro de um sistema de relaes sociais.Representantes:Bronislaw Malinowski; Radcliffe Brown; Evans-Pritchard.

  • A Antropologia estrutural

    A Antropologia Estrutural nasce na dcada de 40. O seu grande terico Claude Lvi-Strauss. Centraliza o debate na ideia de que existem regras estruturantes das culturas na mente humana, e assume que estas regras constroem pares de oposio para organizar o sentido. Para fundamentar o debate terico, Lvi-Strauss recorre a duas fontes principais: a corrente psicolgica criada por Wilhelm Wundt e o trabalho realizado no campo da lingustica, por Ferdinand de Saussure, denominado Estruturalismo. Influenciaram-no, ainda, Durkheim, Jakobson (teoria lingustica), Kant (idealismo) e Marcel Mauss.

  • Para a Antropologia Estrutural as culturas definem-se como sistemas de signos partilhados e estruturados por princpios que estabelecem o funcionamento do intelecto. Em 1949 Lvi-Strauss publica As estruturas elementares de parentesco, obra em que analisa os aborgenes australianos e, em particular, os seus sistemas de matrimnio e parentesco. Nesta anlise, Lvi-Strauss demonstra que as alianas so mais importantes para a estrutura social que os laos de sangue. Termos como exogamia, endogamia, aliana, consaguinidade passam a fazer parte das preocupaes etnogrficas.

  • A escola de cultura e personalidade

    Criada por estudiosos norte-americanos, dscpulos de Franz Boas, influenciados pela Psicanlise e pela obra de Nietzsche, esta escola concebe a cultura como detentora de uma Personalidade de base, partilhada por todos os membros. Estabelece uma tipologia cultural. Haveria culturas dionisacas (centradas no extse) e apolneas (estruturadas no desejo de moderao); pr-figurativas, ps-figurativas, co-figurativas. Representantes: Ruth Benedict, Margaret Mead, Gregory Bateson.

  • A antropologia interpretativa

    Com cerca de vinte livros publicados, Clifford Geertz provavelmente, depois de Claude Lvi-Strauss, o antroplogo cujas ideias causaram maior impacto na segunda metade do Sculo XX, no apenas no que se refere prpria teoria e prtica antropolgica mas tambm fora de sua rea, em disciplinas como a Psicologia, a Histria e a teoria literria. Considerado o fundador de uma das vertentes da antropologia contempornea - a chamada Antropologia Hermenutica ou Interpretativa. Geertz, graduado em Filosofia, ingls, antes de migrar para o debate antropolgico, obteve seu PhD em Antropologia em 1956 e desde ento conduziu extensas pesquisas de campo, nas quais se fundamentam seus livros, escritos essencialmente sob a forma de ensaio. As suas principais pesquisas foram feitas na Indonsia e em Marrocos. Desiludiu-se com a metodologia antropolgica, para Geertz excessivamente abstrata e de certa forma distanciada da realidade encontrada no campo, o que o levou a elaborar um mtodo novo de anlise das informaes obtidas entre as sociedades que estudava. Seu primeiro estudo tinha por objetivo entender a religio em Java. Por fim foi incapaz de se restringir a apenas um aspecto daquela sociedade, que ele achava que no poder ser extirpado e analisado separadamente do resto, desconsiderando, entre outras coisas, a prpria passagem do tempo. Foi assim que ele chegou ao que depois foi apelidada de antropologia hermenutica. Sua tese comea defendendo o estudo de "quem as pessoas de determinada formao cultural acham que so, o que elas fazem e por que razes elas crem que fazem o que fazem". Uma das metforas preferidas de Geertz, para definir o que far a Antropologia Interpretativa, a leitura das sociedades enquanto textos ou como anlogas a textos.

  • A interpretao ocorre em todos os momentos do estudo, da leitura do "texto", pleno de significado, que a sociedade na escrita do texto/ensaio do antroplogo, por sua vez interpretado por aqueles que no passaram pelas experincias do autor do texto escrito. Todos os elementos da cultura analisada devem portanto ser entendidos luz desta textualidade, imanente realidade cultural.

  • Ideias centrais da Antropologia InterpretativaA Antropologia Interpretativa analisa a cultura como hierarquia de significados, pretendendo que a etnografia seja uma descrio densa, de interpretao escrita e cuja anlise possvel por meio de uma inspirao hermenutica. crucial a leitura da leitura que os nativos fazem de sua prpria cultura.

  • Debates ps-modernos

    Na dcada de 80, o debate torico na Antropologia ganhou novas dimenses. Muitas crticas a todas as escolas surgiram, questionando o mtodo e as concepes antropolgicas. No geral, este debate privilegiou algumas idias: a primeira delas que a realidade sempre interpretada, ou seja, vista sob uma perspectiva subjetiva do autor, portanto a Antropologia seria uma interpretao de interpretaes. Da crtica das retricas de autoridade clssicas, fortemente influenciada pelos estudos de Foucault, surgem metaetnografias, ou seja, a anlise antropolgica da prpria produo etnogrfica. Contribuiu muito para esta discusso a formao de antroplogos nos pases que ento eram analisados apenas pelos grandes centros antropolgicos.

  • Ideias centraisna Antropologia ps-modernaPrivilegia a discusso acerca do discurso antropolgico, mediado pelos recursos retricos presentes no modelo das etnografias. Politiza a relao observador-observado na pesquisa antropolgica, questionando a utilizao do "poder" do etngrafo sobre o "nativo". Crtica dos paradigmas tericos e da autoridade etnogrfica do antroplogo. A pergunta essencial :'quem realmente fala em etnografia? O nativo? Ou o nativo visto pelo prisma do etngrafo? A etnografia passa a ser desenvolvida como uma representao polifnica da polissemia cultural, e nela deveriam estar claramente presentes as vozes dos vrios informantes.Representantes: James Clifford, Richard Price.(http://pt.wikipedia.org/wiki/Antropologia)