Agonistas α adrenérgicos pela via espinhal em animais e ... · do requerimento de anestésicos...

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CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA Agonistas α 2 adrenérgicos pela via espinhal em animais e avaliação da dexmedetomidina ou xilazina epidural em coelhos Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da Universidade Federal de Campina Grande, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre. LEONARDO MOREIRA DE OLIVEIRA Patos PB 2013

Transcript of Agonistas α adrenérgicos pela via espinhal em animais e ... · do requerimento de anestésicos...

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Agonistas α2 adrenérgicos pela via espinhal em animais e avaliação da

dexmedetomidina ou xilazina epidural em coelhos

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Medicina Veterinária do Centro de

Saúde e Tecnologia Rural da

Universidade Federal de Campina

Grande, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre.

LEONARDO MOREIRA DE OLIVEIRA

Patos – PB

2013

Centro de Saúde e Tecnologia Rural

Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária

Agonistas α2 adrenérgicos pela via espinhal em animais e avaliação da

dexmedetomidina ou xilazina epidural em coelhos

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Medicina Veterinária do Centro de

Saúde e Tecnologia Rural da

Universidade Federal de Campina

Grande, como parte dos requisitos

para obtenção do título de Mestre.

LEONARDO MOREIRA DE OLIVEIRA

MESTRANDO

PEDRO ISIDRO DA NÓBREGA NETO

ORIENTADOR

Patos – PB

2013

FICHA CATALOGRÁFICA ELBORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR DA UFCG

O48a Oliveira, Leonardo Moreira de.

Agonistas α2 adrenérgicos pela via epidural em animais e avaliação da

dexmedetomidina ou xilazina epidural em coelhos / Leonardo Moreira de

Oliveira. – Patos, 2013.

65p. : color.

Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal

de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2013.

“Orientação: Prof. Dr. Pedro Isidro da Nóbrega Neto”

Referências.

1. Agonistas α2. 2. Neurotoxicidade. 3. Desmielinização.

I. Título.

CDU 616-089.5

CDU 616-

089.5

LEONARDO MOREIRA DE OLIVEIRA

Agonistas α2 adrenérgicos pela via espinhal em animais e avaliação da

dexmedetomidina ou xilazina epidural em coelhos

Dissertação aprovada pela Comissão Examinadora em: ___/___/2013.

Comissão Examinadora:

______________________________________

Prof. Dr. Pedro Isidro da Nóbrega Neto

Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária CSTR/UFCG

_______________________________________

Profª Drª Simone Bopp

Departamento de Ciências Veterinárias CCA/UFPB

________________________________________

Prof Dr Antônio Flavio Medeiros Dantas

Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária CSTR/UFCG

Agradeço . . .

À minha família, dos primos aos avós, por todo o apoio, principalmente a meu

Pai. Sei que muitos queriam ter um pai como você. “Tô voltando”.

À Jordânia, minha galega, por ter me acompanhado bem de perto durante toda

essa fase. Te amo.

A todos os professores que trabalham no hospital veterinário de Patos por terem

contribuído imensamente para que eu me tornasse um médico veterinário melhor.

Aos meus professores da Universidade Estadual do Maranhão em especial aos

professores Luiz Carlos Rêgo de Oliveira e José Ribamar da Silva Júnior, onde me

graduei, sem eles não chegaria aqui.

Ao meu orientador o professor Pedro Isidro, o professor mais admirado por seus

alunos que já conheci. Com ele aprendi bem mais do que fazer pesquisa e escrever

artigos científicos, aprendi a ser anestesista.

Aos colegas que ajudaram para que esse trabalho se tornasse realidade, Rodrigo

Mendes, Yana, Ana Lucélia e Fernanda. Principalmente a Fabrícia por ter tido a

coragem de ceder os animais do seu experimento. Valeu Fabrícia.

Ao professor Almir pelas valiosas contribuições.

Ao pessoal do setor de patologia do HV/UFCG pelo auxílio com as necropsias,

muitas vezes fora de hora. Dentre eles o professor Flávio, pela paciência e dedicação na

leitura das lâminas de microscopia. E à Nevinha por ter confeccionado pacientemente as

150 lâminas.

“Dedico esse trabalho a minha

família, em especial ao meu avô, o

Cronvão (In memorian). Com quem

aprendi a gostar de cuidar de

animais.”

RESUMO

Os agonistas α2 adrenérgicos são fármacos muito utilizados na sedação de animais,

porém a busca contínua por alternativas no tratamento e prevenção da dor tem tornado

seu uso pela via espinhal uma escolha atraente. Há cerca de 30 anos diversos estudos

tem demonstrado as vantagens desta prática, entretanto há controvérsia acerca da

determinação de doses analgésicas que promovam mínimos efeitos sistêmicos, bem

como em relação à ocorrência de neurotoxicidade. Neste sentido objetivou-se com este

trabalho compilar dados sobre a utilização desses fármacos pelas vias epidural e

subaracnóide em animais, em uma revisão de literatura, e avaliar os aspectos

anestesiológicos e histopatológicos da utilização de dexmedetomidina ou xilazina

associadas à lidocaína, em coelhos, pela via epidural. Há uma linha tênue entre a

obtenção da analgesia segmentar, principal objetivo da utilização espinhal dos agonistas

α2 adrenérgicos, e a promoção de sedação e demais efeitos sistêmicos, o que exige

cautela do anestesista no emprego da técnica quando a sedação e o decúbito são

indesejáveis. Em contrapartida, como na administração espinhal as doses empregadas

são inferiores às utilizadas pelas vias sistêmicas, esta técnica pode ser considerada em

pacientes onde o uso sistêmico destes fármacos seria contraindicado. A administração

de xilazina (3mg/kg) e de dexmedetomidina (10µg/kg), pela via epidural, associadas à

lidocaína, causou bradipnéia em todos os coelhos mas a SpO2 manteve-se dentro da

normalidade nos que receberam xilazina. Os fármacos triplicaram o período anestésico e

aumentaram em 63% o período de retorno à deambulação promovido pela lidocaína. A

analgesia segmentar promovida pelos agonistas α2 avaliados foi equipotente, porém a

xilazina, apesar da contenção farmacológica satisfatória, promoveu alterações

cardiovasculares que limitam o seu uso na dose avaliada. Histologicamente observou-se

edema axonal e degeneração walleriana em todos os grupos, porém não foi possível

estabelecer correlação com os fármacos estudados.

Palavras chave: agonistas α2; neurotoxicidade; espinhal; desmielinização

ABSTRACT

The α2 adrenergic agonists are drugs very used for animal sedation, however the

continuous looking for alternatives in the pains treatment and prevention has made your

use by spinal route a good choice. Since the 1980 decade very papers has demonstrated

the advantages of the practice, but there is many controversy around the analgesic doses

that promote little systemic effects as well as about the neurotoxicity. The aim of this

dissertation was congregate dates about the epidural and intrathecal use of α2 adrenergic

agonists drugs in animals in a review paper and to assess the epidural use of

dexmedetomidine or xylazine, associated to lidocaine, in rabbits, in the anesthesiologic

and histopathological aspects. There a tenuous line between the obtention of segmentary

analgesia and sedation and other systemic effects, what require caution of the anesthetist

while to choice the technique in cases that sedation and decubit are undesired. However,

how in the spinal route the doses are smallest than the systemic routes this technique

can to be considered in patient with the systemic use this drug will be contraindicated.

The epidural administration of xylazine (3mg/kg) and dexmedetomidine (10µg/kg)

associated with lidocaine induced bradypnea in all rabbits, but the SpO2 was in the

limits in ones with received xylazine. The drugs tripled the anesthetic time and along in

63% the time of walk return promoted by lidocaine. The segmentary analgesia has

promoted by α2 agonists assessed was equipotent, but the xylazine, despite satisfactory

contention, caused cardiovascular impairment that limit its use at the assessed doses.

Key words: α2 agonists; neurotoxicity; spinal; demyelination.

6

Sumário

INTRODUÇÃO GERAL ......................................................................................................... 6

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 7

Capítulo I - Utilização de agonistas α2 adrenérgicos pela via espinhal em animais

domésticos. Revisão de literatura ............................................................................................ 8

RESUMO .................................................................................................................................. 9

ABSTRACT .............................................................................................................................. 9

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10

FARMACOLOGIA ................................................................................................................. 10

EFEITOS CARDIOVASCULARES ...................................................................................... 14

EFEITOS RESPIRATÓRIOS ................................................................................................. 15

NEUROTOXICIDADE .......................................................................................................... 15

EMPREGO NAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS ....................................................................... 16

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 19

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 20

Capítulo II - Dexmedetomidina ou xilazina associada à lidocaína pela via epidural em

coelhos: aspectos anestesiológicos e histopatológicos ........................................................ 27

RESUMO ................................................................................................................................ 28

ABSTRACT ............................................................................................................................ 29

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 30

MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 31

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 33

CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 41

CONCLUSÃO GERAL .......................................................................................................... 44

ANEXOS ................................................................................................................................. 45

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DA TESE ....................................................................... 46

NORMAS PARA CAPÍTULO I ............................................................................................ 48

NORMAS PARA O CAPÍTULO II ........................................................................................ 54

COMPROVAÇÃO DE ENVIO DE ARTIGO PARA REVISTA .......................................... 62

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA ..................................................................................... 64

7

INTRODUÇÃO GERAL

O grupo dos agonistas α2 compreende fármacos muito utilizados na medicina

veterinária devido à sua atividade sedativa, entretanto estes fármacos também possuem

atividade analgésica potente (TRANQUILI et al., 2007). Os efeitos sedativos devem-se

à inibição de núcleos neuronais do sistema nervoso simpático, localizados na ponte e no

bulbo (SAMUELS e SZABADI, 2008), enquanto os efeitos antinociceptivos devem-se

principalmente à modulação da transmissão neuronal no corno dorsal da medula

espinhal, apesar da reduzida participação dos centros supraespinhais (FEIN, 2012).

Devido a isso muitos trabalhos têm demonstrado os efeitos advindos da

aplicação desses fármacos no canal medular, pelas vias intratecal ou epidural: redução

do requerimento de anestésicos gerais (NATALINI et al., 2011), aumento do período

hábil de anestésicos locais associados, principalmente a lidocaína, e promoção de

analgesia pós-operatória (POHL et al., 2012), melhorando a qualidade do pós-

operatório. Apesar das vantagens, não há consenso acerca da ocorrência de

neurotoxicidade decorrente desta prática (KONAKCI et al., 2008; Hou et al., 2012) e a

ocorrência de sedação e decúbito podem ser limitantes ao emprego da técnica em

algumas situações (ALMEIDA et al., 2004; HAERDI-LANDERER et al., 2005).

A potência desses fármacos é determinada pela relação entre a quantidade de

receptores do tipo α2 ou α1 aos quais se liga, desta forma o fármaco mais potente do

grupo, a dexmedetomidina, possui uma afinidade α2:α1 de 1600:1, enquanto o menos

potente, a xilazina, possui afinidade dez vezes menor (TRANQUILI et al., 2007). Desta

forma, objetivou-se com esse trabalho compilar dados em uma revisão de literatura a

respeito da utilização de fármacos agonistas α2 adrenérgicos pelas vias espinhais em

animais domésticos e comparar os efeitos da xilazina e da dexmedetomidina associadas

à lidocaína pela via epidural em coelhos, sob os aspectos anestesiológicos e

histopatológicos.

8

Referências Bibliográficas

ALMEIDA R. M., et al. Efeitos da administração epidural de amitraz, xilazina ou

dimetil sulfóxido em vacas. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec, v. 56, n. 6, p. 723-732,

2004. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-09352004000600005. Acesso

em: 23 nov. 2012.

FEIN, A.; Pain in the brain. In: _____. Nociceptors and the perception of pain.

Farmington: University of Connecticut Health Center - Department of cell biology,

2012. Cap 8. p.133-145. Disponível em:

http://cell.uchc.edu/pdf/fein/nociceptors_fein_2012.pdf Acesso em: 12/02/2013.

HAERDI-LANDERER, M. C. et al. The analgesic effects of intrathecal xylazine and

detomidine in sheep and their antagonism with systemic atipamezole. Veterinary

Anaesthesia and Analgesia, v. 32, p. 297–307, 2005.

HOU, J.; et al. Neurotoxicity of intrathecal injections of dexmedetomidine into the rat

spinal dorsal horn. Neural Regen Res. v. 7, n. 23, p. 1765-1770, 2012. Disponível em:

http://www.nrronline.org/nrren/ch/nrr-2012-pdf/23k/1765-1770.pdf Acesso em: 03 mar.

2013.

KONAKCI, S. et al. The efficacy and neurotoxicity of dexmedetomidine administered

via the epidural route. European Journal of Anaesthesiology, v. 25, p. 403–409, 2008.

NATALINI, C. C.; et al. Analgesia epidural com clonidina ou sufentanil epidural em

cadelas submetidas à ovariosalpingohisterectomia sob anestesia geral inalatória. Acta

Scientiae Veterinariae. v. 39, n. 4, p. 992 - 1001, 2011.

POHL, V. H. et al. Epidural anesthesia and postoperatory analgesia with α2 adrenergic

agonists and lidocaine for ovariohysterectomy in bitches. The Canadian Journal of

Veterinary Research, v. 76, p. 215–220, 2012.

SAMUELS, E. R., SZABADI, E. Functional neuroanatomy of the noradrenergic locus

coeruleus: its roles in the regulation of arousal and autonomic function part II:

physiological and pharmacological manipulations and pathological alterations of locus

coeruleus activity in humans. Curr Neuropharmacol. v. 6, n. 3, p. 254-85, 2008.

TRANQUILI, W. J.; THURMON, J. C.; GRIMM, K. A.; Lumb & Jones Veterinary

anesthesia and analgesia. 4ed. Iowa: Blackwell publishing, 2007. 1073p.

9

Capítulo I

Utilização de agonistas α2 adrenérgicos pela via espinhal em animais domésticos.

Revisão de literatura

Manuscrito submetido à Revista

Ciência Rural - Santa Maria/RS

ID: CR-2013-0557

10

Utilização de agonistas α2 adrenérgicos pela via espinhal em animais domésticos.

Spinal use of α2-adrenergic agonists in domestic animals.

Revisão de literatura

Leonardo Moreira de Oliveira1, Rodrigo de Souza Mendes

1,

Almir Pereira de Souza2, Pedro Isidro da Nóbrega Neto

2

1Mestrando do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária,

2Docente UFCG Unidade

Acadêmica de Medicina Veterinária, CSTR/UFCG, Av. Universitária s/n, bairro Santa Cecília, CEP.

58708-110, Patos, Paraíba, Brasil. Tel (083) 34239523. Fax (083) 34214659

RESUMO

Os agonistas α2 adrenérgicos são fármacos muito utilizados em medicina veterinária

como sedativos, porém há cerca de 40 anos diversos estudos vêm demonstrando as

vantagens e a segurança da sua utilização pela via espinhal, no intuito de promover

analgesia segmentar em animais domésticos e em humanos. Para isso geralmente se

empregam doses subsedativas, reduzindo as chances de ocorrência de efeitos

supraespinhais muitas vezes indesejáveis, como hipotensão e sedação. Desta forma a

seleção de doses analgésicas que não promovam tais efeitos é o principal limitante ao

uso da técnica.

Palavras-chave: sedativo, intratecal, epidural, analgesia

ABSTRACT

The α2-adrenergic agonists are drugs very used in veterinary medicine as sedatives,

however there 40 years very studies has been show the advantage and security of the

use it by spinal route aimed regional analgesia in domestic animals and human being.

For this generally use under sedatives doses what largely reduce the chances of the

undesired effects occur as hypotension and sedation. This way the choice of the

analgesic doses what don’t promote this effects is the main limiting of the technique

use.

Key words: sedative, spinal, epidural, analgesia

11

Introdução

O crescente interesse no controle da dor tem levado à utilização de agonistas α2

adrenérgicos pela via espinhal (epidural ou intratecal) com os mesmos objetivos da

aplicação de opióides por esta via, porém com a vantagem da ausência de efeitos

indesejáveis típicos da utilização dos opióides como prurido ou depressão respiratória

(NATALINI et al., 2011).

Nos últimos 40 anos pesquisou-se muito acerca da utilização espinhal dos

agonistas α2 adrenérgicos, o que gerou um montante de dados que alicerçam esta prática

na Medicina Veterinária. Ainda assim estes fármacos têm sido pouco utilizados por essa

via, possivelmente devido à fragmentação desses dados. Neste sentido objetivou-se com

esta revisão compilar dados sobre a utilização espinhal de agonistas α2 adrenérgicos em

animais domésticos.

Farmacologia

A ação antinociceptiva dos agonistas α2 adrenérgicos deve-se principalmente à

sua ação medular em receptores noradrenérgicos, apesar da ação supraespinhal também

mediar antinocicepção (FEIN, 2012). Hämäläinen e Pertovaara (1995) afirmam que os

efeitos antinociceptivos supraespinhais devem-se na verdade à ação espinhal do fármaco

redistribuído a partir dos núcleos noradrenérgicos, porém Guo et al. (1996), utilizando

dexmedetomidina radiomarcada em ratos, comprovaram a influência supraespinhal na

antinocicepção promovida pelos agonistas α2 adrenérgicos.

A inibição do Locus coeruleus no tronco encefálico, principal núcleo

noradrenérgico, leva a um aumento da liberação de noradrenalina no corno dorsal

medular onde se ligará a receptores α2. Quando utilizado pela via espinhal o agonista α2

adrenérgico se liga a esses receptores medulares produzindo antinocicepção (GUO et

al., 1996) enquanto a estimulação de autoreceptores α2 nos núcleos noradrenérgicos,

principalmente no Locus coeruleus, contribui para seus efeitos sedativos, relaxantes

musculares e hipotensivos (MILLAN, 2002).

A intensidade e duração dos efeitos medulares dos agonistas α2 adrenérgicos

dependem da técnica empregada (epidural ou intratecal), do fármaco administrado, bem

como do segmento perfundido. Pela via intratecal tem-se uma maior intensidade

antinociceptiva em relação à via epidural, que por sua vez é mais potente do que

qualquer via sistêmica (SABBE et al., 1994; GOODCHILD et al., 1996). A intensidade

12

desse efeito é proporcional à concentração liquórica do fármaco (EISENACH et al.,

1994).

Devido à maior afinidade dos agonistas α2 adrenérgicos pelas membranas

neuronais medulares do que pelas encefálicas, estes fármacos apresentam potência

antinociceptiva até cinco vezes maior quando administrados pela via espinhal do que

por vias sistêmicas (ASANO et al., 2000). Em humanos a clonidina aplicada pela via

espinhal apresenta o dobro da potência da via endovenosa (EISENACH et al., 1996) e

em animais a xilazina é duas vezes mais potente que a clonidina via intratecal

(WATERMAN et al., 1988).

Essas variações farmacodinâmicas ocorrem principalmente devido à distribuição

dos subtipos de receptores α2, embora a lipossolubilidade e a capacidade de difusão

através das meninges tenham bastante influência (ASANO et al., 2000). A capacidade

dos fármacos de difundirem-se através das meninges depende do tamanho da molécula,

da configuração e da lipossolubilidade, de modo que fármacos altamente lipossolúveis

como a dexmedetomidina (coeficiente de partição octanol/água: 314) têm início de ação

rápido (LIN et al., 1998; VALVERDE, 2008) e curta duração, ao contrário da xilazina

(coeficiente de partição octanol/água: 0,15).

Os receptores adrenérgicos do tipo α2 pertencem a uma superfamília de sete

receptores acoplados à proteína G, que quando ativados reduzem a excitação neuronal

pela abertura dos canais de potássio, diminuem o influxo pré-sináptico de cálcio e

inibem a adenilato ciclase (STONE et al., 1997; MURREL e HELLEBREKERS, 2005).

Na medula espinhal os receptores α2 envolvidos na antinocicepção são

predominantemente pós-sinápticos (STAMFORD, 1995; KLIMSCHA et al., 1997), ao

contrário do que acontece na maioria das junções neuroefetoras simpáticas

(VIRTANEN e McDONALD, 1985), e são mediados pelo subtipo α2A (STONE et al.,

1997) que se localizam primariamente entre as fibras aferentes primárias C e os

neurônios do corno dorsal (HOWE e YAKSH, 1987; SABBE et al., 1994).

Em humanos há uma maior concentração de receptores α2 na medula sacral em

relação aos segmentos lombares e torácicos e o subtipo α2A predomina em todos os

segmentos (LAWHEAD et al., 1992). À semelhança dos humanos acredita-se que os

bovinos apresentem uma maior densidade de receptores α2 na medula sacral (LIN et al.,

1998).

Após alcançar o corno dorsal o agonista α2 adrenérgico atuará direta e

indiretamente na modulação do estímulo nociceptivo. Diretamente o fármaco

13

promoverá a liberação de noradrenalina na fenda sináptica (GUO et al., 1996;

KLIMSCHA et al., 1997) e mimetizará a atuação deste neurotransmissor

(HÄMÄLÄINEN e PERTOVAARA, 1995; STAMFORD, 1995) estimulando

receptores α1 e α2 pós-sinápticos. Ao se ligar em receptores α1 haverá estimulação de

interneurônios (GASSNER et al., 2009) enquanto a atuação em α2 promoverá

hiperpolarização neuronal inibindo a atuação de fibras aferentes primárias, já a

noradrenalina liberada atuará nos dois tipos de receptores da mesma forma que o

fármaco (NORTH e YOSHIMURA 1984; HÄMÄLÄINEN e PERTOVAARA, 1995).

Adicionalmente Abelson e Höglund (2004) afirmam que os agonistas α2 adrenérgicos

estimulam diretamente receptores colinérgicos nicotínicos.

O resultado da atuação direta é a desinibição de fibras nervosas noradrenérgicas

descendentes (TODD e MCKENZIE, 1989; Stone et al., 1997) e estimulação da

inibição interneuronal GABAérgica (GASSNER et al., 2009) que culminarão com os

efeitos indiretos: liberação de acetilcolina (KLIMSCHA et al., 1997; ABELSON e

HÖGLUND, 2004) e óxido nitrico (CHEN et al., 2000); modulação da influência

excitatória de fibras aferentes primárias sobre as projeções neuronais ascendentes

principalmente as fibras C, (GAUMANN et al., 1992; HÄMÄLÄINEN e

PERTOVAARA, 1995) neurônios convergentes e em menor extensão sobre fibras A

(BUTTERWORTH e STRICHARTZ, 1993; HÄMÄLÄINEN e PERTOVAARA,

1995); e inibição da liberação dos neurotransmissores pro-nociceptivos substância P

(HYLDEN e WILCOX, 1983) e glutamato (PAN et al., 2002).

Yoshitomi et al. (2008) em um experimento com aplicações intradérmicas em

porcos da índia demonstraram que a dexmedetomidina melhora a ação anestésica da

lidocaína, mas Konakci et al. (2008) afirmam que em coellhos a dexmedetomidina pela

via epidural não produziu antinocicepção frente ao pinçamento cutâneo e não foi

observado sinergismo na associação dexmedetomidina e lidocaína. Neste sentido é

importante ressaltar que apesar da possibilidade de sinergismo, nenhum fármaco deste

grupo promove anestesia isoladamente.

A administração espinhal de agonistas α2 adrenérgicos resulta em analgesia com

redução mínima do tônus muscular e este efeito restringe-se às estruturas inervadas

pelos segmentos medulares alcançados pelo fármaco (GRUBB et al., 2002; GUIRRO et

al., 2009a). Porém, caso a dose empregada alcance a dose recomendada sistemicamente,

esta especificidade anatômica será perdida (SABBE et al., 1994) e o animal apresentará

sedação e os demais efeitos supraespinhais (DE ROSSI et al., 2003) devido à ação do

14

fármaco redistribuído a partir dos vasos espinhais e líquido cefalorraquidiano

(ALMEIDA et al., 2004).

A utilização sistêmica da dexmedetomidina reduz o limiar nociceptivo de

maneira inferior à proporcionada pela sua administração espinhal com maior

comprometimento da função cardiovascular e respiratória além de sedação, efeitos que

não são clinicamente significantes quando o fármaco é administrado por via espinhal

(SABBE et al., 1994).

O índice terapêutico do agonista α2 adrenérgico, quando administrado pela via

espinhal, depende das suas propriedades de redistribuição, de modo que fármacos com

alta lipossolubilidade e baixo peso molecular como a dexmedetomidina podem alcançar

concentrações plasmáticas suficientemente altas para promover efeitos supraespinhais

indesejáveis (SABBE et al., 1994).

15

Efeitos cardiovasculares

As alterações cardiovasculares advindas da utilização dos agonistas α2

adrenérgicos ocorrem devido à ação espinhal inibitória sobre receptores noradrenérgicos

e à ação supraespinhal que resulta em redução do drive simpático, mediada tanto por

receptores noradrenérgicos α2 (GHIGNONE et al., 1987) como por receptores não

adrenérgicos imidazolínicos (TIBIRIÇA et al., 1993; MURREL e HELLEBREKERS,

2005).

A magnitude da hipotensão e da bradicardia depende do segmento espinhal

perfundido (MILLAN, 2002) uma vez que a administração intratecal do agonista α2

adrenérgico no terço cranial da medula torácica produz hipotensão em grau superior à

aplicação em qualquer outro segmento medular, devido ao gradiente rostro-caudal de

distribuição dos nervos simpáticos (EISENACH et al., 1996).

A bradicardia é o principal efeito cardiovascular observado em animais sob

efeito do agonista α2 adrenérgico aplicado pela via epidural (CASSU et al., 2010;

SOUZA et al., 2010; LIMA et al., 2011; POHL et al., 2012). Ela ocorre principalmente

devido ao bloqueio de nervos espinhais para o coração, mais até do que pela inibição

simpática supraespinhal, em função da inibição pré-ganglionar colinérgica no trato

intermediolateral, que leva à redução da liberação de noradrenalina pós-ganglionar

(GHIGNONE et al., 1987; EISENACH et al., 1996).

A redução do tônus simpático também explica o efeito inotrópico negativo, uma

vez que os agonistas α2 adrenérgicos não causam depressão miocárdica direta

(MURREL e HELLEBREKERS, 2005). O bloqueio de fibras pós-ganglionares pode

também estar envolvido na redução do tônus simpático, que assim como os demais

efeitos indesejáveis, ocorre apenas quando empregam-se doses altas de agonistas α2

adrenérgicos (GHIGNONE et al., 1987).

Eisenach et al. (1994) observaram em ovelhas que a hipotensão provocada pela

dexmedetomidina ocorreu apenas com a administração sistêmica e não com a espinhal.

Em cadelas as alterações cardiovasculares da clonidina via epidural foram desprezíveis

(POHL et al., 2012).

16

Efeitos respiratórios

Sabe-se que o comprometimento da função respiratória decorrente do uso dos

agonistas α2 adrenérgicos ocorre devido à redução da responsividade bulbar frente ao

aumento da PaCO2 (SABBE et al. 1994; EISENACH et al., 1994) sendo portanto de

origem supraespinhal e não há demonstração de mecanismos medulares envolvidos na

depressão respiratória.

Neurotoxicidade

Ainda na década de 80 vários trabalhos demonstraram a ausência de danos

teciduais à medula espinhal causados pelos fármacos agonistas α2 adrenérgicos em cães

(GORDH et al., 1984), ovinos (EISENACH e Grice, 1988), suínos (GORDH et al.,

1986) e pôneis (FIKES et al., 1989). E até hoje não há dados demonstrando alterações

que contraindiquem o seu uso.

Konakci et al. (2008), avaliando a neurotoxicidade da dexmedetomidina

administrada pela via epidural, encontraram lesões importantes como edema axonal e

desmielinização. Entretanto, os coelhos deste experimento foram eutanasiados

imediatamente após as avaliações anestesiológicas, impossibilitando a avaliação dos

possíveis déficits neurológicos decorrentes dessas lesões. Além disso, os animais

permaneceram dois dias com um cateter medular implantado no espaço epidural, tempo

suficiente para o desenvolvimento das lesões observadas.

Recentemente Hou et al. (2012) demonstraram a produção de c-Fos (proteína

que só se expressa quando há injúria neural ou nocicepção) no corno dorsal medular de

ratos que receberam 3µg/kg de dexmedetomidina intratecal, o dobro da dose máxima

necessária para produzir antinocicepção. Porém, assim como Konakci et al. (2008), não

avaliou-se as alterações clínicas decorrentes deste achado.

Há evidências laboratoriais de que os fármacos agonistas α2 adrenérgicos

possam produzir neurotoxicidade fisiológica, manifestada clinicamente por

hipersensibilidade retardada, quando utilizados em doses altas em infusão intratecal

contínua. O mecanismo exato ainda não foi descrito, mas sabe-se que receptores N-

Metil-D-Aspartato estão envolvidos (QUARTILHO et al., 2004).

Como nunca se demonstraram danos neurais à medula espinhal de animais,

decorrentes da utilização de dexmedetomidina, Gupta et al. (2011) recomendam a sua

utilização em humanos, devido aos seus efeitos antinociceptivos.

17

Emprego nas espécies domésticas

A xilazina, apesar de sua baixa especificidade α2:α1 (160:1), tem apresentado

bons resultados. Em cadelas, Pohl et al. (2012) após compararem-na com clonidina,

romifidina, detomidina e dexmedetomidina, todas administradas pela via epidural,

observaram que a xilazina forneceu o maior período de analgesia pós-operatória (até

4h). Lavor et al. (2004) trabalhando com a dose de 0,25mg/kg, também administrada

pela via epidural, ressaltam que os cães permanecem em estação, apesar de levemente

sedados e com analgesia segmentar evidente.

A analgesia produzida pela xilazina, quando administrada pela via epidural,

pode durar até 24h em ratos (GOODCHILD et al., 1996). Em ovinos na dose de

50µg/kg apresenta menor latência, maior duração e ação analgésica mais intensa que a

detomidina (10µg/kg), quando administradas pela via intratecal (HAERDI-LANDERER

et al., 2005) com início de ação lento (30min) comparado à via endovenosa (10min),

porém mais duradouro (270 e 40min respectivamente) (KYLES et al., 1993).

Entretanto, assim como em equinos (DE ROSSI e SEGURA, 2001) alguns animais

apresentam bloqueio motor (HAERDI-LANDERER et al., 2005).

Os agonistas α2 adrenérgicos são geralmente utilizados pela via epidural em

associação aos anestésicos locais, sendo a combinação xilazina/lidocaína a mais

popular. Em ovelhas no experimento de Rostami e Vesal (2012) a associação

xilazina/lidocaína apresentou um período de latência inferior ao da bupivacaína e ao da

associação lidocaína/epinefrina, mas não houve diferença significativa em relação ao

período anestésico hábil, fato que os autores atribuem ao baixo n amostral (6 animais).

Além disso os animais que receberam xilazina/lidocaína tiveram menor período de

bloqueio motor. Em cães a xilazina duplica o tempo de resposta à dor superficial

quando associada à lidocaína (GASPARINI et al. 2007), vantagem corroborada por

Pohl et al. (2012), que citam que a xilazina promoveu até 2h a mais de analgesia, e não

observada por Cassu et al. (2010), com a clonidina.

Em cães, quando associada à lidocaína 2%, a xilazina amplia a migração cranial

em até quatro segmentos vertebrais (até T11) (GASPARINI et al. 2007), de modo

semelhante à clonidina (CASSU et al., 2010), o que teoricamente permitiria a realização

de castração e procedimentos pré-umbilicais na espécie canina (GASPARINI et al.

2007), porém Pohl et al. (2012) não conseguiram anestesia satisfatória para a realização

de ovariossalpingohisterectomia (OSH) em cadelas. Já Binghan-Sadegh et al. (2010)

afirmam que a associação xilazina/lidocaína, pela via epidural, produz anestesia

18

suficiente para realizar OSH e orquiectomia em felinos. A utilização da xilazina pela via

epidural reduziu a taxa de infusão contínua de cetamina em mais de 50% em cadelas

submetidas à OSH (ASHEGH et al., 2010).

Em bovinos, Grubb et al. (2002) não encontraram diferença quanto à altura do

bloqueio anestésico (T13), quando compararam a associação xilazina/lidocaína com a

lidocaína pura, mas demonstraram variações farmacocinéticas importantes. A xilazina

na dose de 0,05mg/kg (diluída em NaCl 0,9% para 0,011ml/kg) apresentou um período

de latência de 11 minutos e quando associada à lidocaína a analgesia foi evidente aos 5

minutos, com o período hábil aumentando para 302 minutos, 50 a mais que o período

analgésico da xilazina isoladamente (GRUBB et al., 2002). Em búfalos, empregando os

protocolos supracitados, o período de latência da xilazina sem lidocaína teve apenas 2

minutos a mais e o período analgésico aumentou em 36 minutos quando associada

(SAIFZADEH et al., 2007).

Rostami e Vesal (2012) contraindicam a utilização de xilazina pela via epidural

em animais de grande porte devido a ocorrência de depressão cardiorrespiratória, que

pode se tornar crítica durante o decúbito dorsal e em pacientes de risco, ressaltando que

os antagonistas podem não revertê-los prontamente, também por não haver trabalhos

suficientes avaliando possíveis efeitos neurotóxicos, e caso se queira sedação

concomitante a aplicação sistêmica permite uma melhor adequação da dose.

Almeida et al. (2004) ao compararem xilazina (0,05mg/kg) e amitraz

(0,4mg/kg), administrados pela via epidural em bovinos, demonstraram superioridade

do amitraz em alguns aspectos: menor inibição da motilidade rumenal; menor redução

das frequências cardíaca e respiratória, bem como da pressão arterial; porém em relação

à analgesia a xilazina apresentou melhores resultados. Além disso os animais que

receberam amitraz não apresentaram sedação, devido à dose escolhida ou à menor

absorção sistêmica. Guirro et al. (2009b) recomendam a utilização do amitraz

(0,1mg/kg) pela via epidural em equinos, diluído em emulsão lipídica, uma vez que não

foram observados efeitos indesejáveis e a analgesia foi equivalente à da xilazina

(0,17mg/kg). Nestes animais a analgesia pode durar até 24h (GUIRRO et al., 2009.a).

O uso do amitraz em anestesiologia veterinária não tem sido aceito, entretanto

diversos trabalhos têm demonstrado que seu uso é possível (ALMEIDA et al., 2004;

Linardi et al., 2008; GUIRRO et al., 2009a). Farias et al. (2005) afirmam que este

agonista α2 adrenérgico administrado a cães (1mg/kg) pela via endovenosa promove

alterações eletrocardiográficas semelhantes às vistas com a utilização de outros

19

fármacos do grupo, dados corroborados por Linardi et al. (2008) que demonstraram que

a aplicação endovenosa de amitraz (0,4mg/kg) em equinos promoveu alterações

cardiovasculares equivalentes às provocadas pela xilazina (1mg/kg).

Em relação à detomidina, Prado et al. (1999), trabalhando com bovinos, não

observaram analgesia segmentar após comparar as vias intramuscular e epidural

(40µg/kg), contrapondo-se aos achados de Skarda e Muir (1994) que demonstraram

analgesia perineal ao comparar as vias epidural e intratecal em equinos.

Os resultados negativos de Prado et al. (1999) foram atribuídos a dois fatores

principais: o volume administrado (0,1ml/kg) foi insuficiente para alcançar os

segmentos lombares; e a rápida absorção a partir do canal medular devido à alta

lipossolubilidade da detomidina, o que pode ter contribuído para que os efeitos

sistêmicos sobressaíssem em relação à analgesia segmentar, uma vez que o

aparecimento dos efeitos sistêmicos ocorreu mais rapidamente após a aplicação

epidural, comparada à via intramuscular. Skarda e Muir (1994) afirmam que quando a

detomidina é administrada pela via epidural a sedação é mais intensa e duradoura,

entretanto pela via intratecal observou-se bloqueio motor mais intenso, apesar de

nenhum animal ter apresentado decúbito.

Aksoy et al. (2012) utilizando detomidina (15µg/kg) associada à ropivacaína

contornaram os problemas encontrados por Prado et al. (1999) administrando os

fármacos pela via subaracnóide através de cateter de Tuohi ao nível de T13-L1. Com

isso os animais apresentaram analgesia do flanco sem ataxia ou decúbito por cerca de

104 minutos.

A medetomidina quando utilizada na dose de 5µg/kg pela via epidural em vacas,

não produz analgesia e o dobro da dose induz analgesia de curta duração e baixa

intensidade, porém a dose de 15µg/kg promove analgesia perineal de início rápido (5 a

10min) e longa duração (412min em média) com a presença pouco significativa de

efeitos sistêmicos (LIN et al., 1998), diferente da detomidina, que produz depressão

cardiorrespiratória, sedação, ataxia, hipertensão e hipomotilidade rumenal nessa espécie

(PRADO et al., 1999). Em gatas, a administração de medetomidina na dose de 20µg/kg,

pela via epidural, produz analgesia superior à lidocaína em intensidade e duração, mas

determina o aparecimento de efeitos sistêmicos como sialorréia, vômito e sedação

intensa (LIMA et al., 2011).

Segundo Dorigon et al. (2009) gatas que receberam dexmedetomidina (2µg/kg)

pela via epidural apresentaram plano anestésico estável durante a OSH, boa analgesia

20

trans e pós-operatória com recuperação anestésica de ótima qualidade e sem

complicações cardiorrespiratórias. Já Souza et al. (2010), utilizando 4µg/kg, afirmam

que esta técnica não fornece analgesia satisfatória para este procedimento, apesar de

reduzir a CAM do isofluorano em 47%.

Conclusão

Há uma linha tênue entre a obtenção da analgesia segmentar, principal objetivo

da utilização espinhal dos agonistas α2 adrenérgicos, e a promoção de sedação e demais

efeitos sistêmicos, o que exige cautela do anestesista no emprego da técnica quando a

sedação e o decúbito são indesejáveis. Em contrapartida, como na administração

espinhal as doses empregadas são bem inferiores às utilizadas pelas vias sistêmicas, esta

técnica pode ser considerada em pacientes onde o uso sistêmico destes fármacos a

princípio seria contraindicado.

21

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28

Capítulo II

Dexmedetomidina ou xilazina associada à lidocaína pela via epidural em coelhos:

aspectos anestesiológicos e histopatológicos

Manuscrito submetido à Revista

Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária

e Zootecnia – Belo Horizonte/MG

ID 6791/2013

29

Dexmedetomidina ou xilazina associada à lidocaína pela via epidural em coelhos:

aspectos anestesiológicos e histopatológicos

Epidural anesthesia with dexmedetomidine/lidocaine or xylazine/lidocaine in rabbits:

Anesthesiologic and histopathologic aspects

Leonardo Moreira de Oliveira1, Fabrícia Geovânia Fernandes Filgueira

1,

Rodrigo de Sousa Mendes1, Antonio Flávio Medeiros Dantas

2,

Almir Pereira de Souza2. Pedro Isidro da Nóbrega Neto

2.

1Mestrando(a) do Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária da UFCG,

2Professor Associado

da Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, CSTR/UFCG, Av. Universitária s/n, bairro Santa

Cecília, CEP 58708-110, Patos, Paraíba, Brasil. Tel (083) 34239523. Fax (083) 34214659

Resumo

Avaliou-se a utilização de dexmedetomidina ou xilazina associadas à lidocaína pela via

epidural em coelhos. Para isso foram utilizados 18 animais distribuídos em 3 grupos:

Grupo Controle (GC) - água para injeção + lidocaína; Grupo Dexmedetomidina (GD) –

dexmedetomidina 0,01mg/kg + lidocaína; e Grupo Xilazina (GX) – xilazina 3mg/kg +

lidocaína. Foram avaliados frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS),

frequência respiratória (FR), saturação da hemoglobina pelo oxigênio (SpO2), período

anestésico hábil (PAH) e de retorno à deambulação (PRD). Após 45 dias os animais

foram eutanasiados para avaliação histológica da medula espinhal. Em todos os grupos

houve hipotensão, mas apenas no GX houve bradicardia. Todos os animais

apresentaram bradipnéia e apenas em GX a SpO2 manteve-se dentro dos limites

fisiológicos. Quanto ao PAH e ao PRD GX e GD não diferiram entre si e foram maiores

que GC. Na avaliação histopatológica observou-se a ocorrência de degeneração

Walleriana e edema axonal em todos os grupos. Os agonistas α2 avaliados prolongaram

a anestesia e o bloqueio motor promovidos pela lidocaína. Nas doses empregadas a

xilazina e a dexmedetomidina provocaram efeitos supraespinhais. As alterações

histológicas não puderam ser atribuídas aos agonistas α2.

Palavras chave: agonistas α2; neurotoxicidade; espinhal; desmielinização

30

Abstract

The aim of this experiment was to assess the use of dexmedetomidine or xylazine by

epidural route in rabbits. For this 18 animals were randomized into three groups accord

with the drug used: control group (CG) – water for injection + lidocaine 2%;

dexmedetomidine group (DG) – dexmedetomidine 0,01mg/kg + lidocaine; and xylazine

group (XG) – xylazine 3mg/kg + lidocaine. Were evaluated heart rate (HR), sistolic

arterial pressure (SAP), respiratory rate (RR), saturation of haemoglobin wich oxygen

(SpO2), anesthesia duration (AD) and time of walk return (TWR). After forty five days

all rabbits were euthanized for spinal cord histopathologic examination. There was

hypotension in all animals but only in XG there was bradycardia. Bradypnea occurred

in all groups and SpO2 remained normal only in XG. XG and DG don´t were different

in AD and TWR, but were more lasting than CG. In histopathologic exam were seen

Wallerian degeneration and axonal swelling. Dexmedetomidine and xylazine prolonged

anesthesia and motor block caused by lidocaine. In the doses used, the drugs caused

supraspinal effects. The histologic findings don´t could to be attributed by use of the α2

agonists adrenergic.

Key words: α2-adrenoceptor agonists; neurotoxicity; spinal route; demyelination

31

Introdução

A adição de adjuvantes aos anestésicos locais utilizados pela via epidural tem se

mostrado uma ferramenta promissora no alívio da dor pós-operatória. Assim as

principais vantagens da administração de fármacos agonistas α2 adrenérgicos por esta

via são redução do requerimento de anestésicos gerais, o aumento do período hábil de

anestésicos locais associados e principalmente, a promoção de analgesia duradoura e de

boa qualidade sem os efeitos indesejáveis típicos da utilização dos opióides (CASSU et

al., 2010; NATALINI et al., 2011).

A xilazina é o agonista α2 mais utilizado na sedação de animais e é o que tem a

menor especificidade α2:α1 (160:1). Já a dexmedetomidina possui especificidade dez

vezes maior, a mais alta dentre os fármacos da sua classe, o que a torna uma alternativa

atraente para sedação, devido à menor ocorrência de efeitos colaterais. Ambos

promovem boa analgesia quando utilizados sistemicamente, porém a sedação e os

efeitos depressores cardiorrespiratórios também ocorrem (TRANQUILI et al., 2007)

desencorajando a sua utilização como analgésicos.

A medula espinhal é o principal local de ação antinociceptiva dos agonistas α2

adrenérgicos (FEIN, 2012) e por isso a aplicação de tais fármacos no espaço epidural

promove analgesia segmentar, a qual restringe-se às regiões correspondentes ao local de

deposição do fármaco (GUIRRO et al., 2009).

Apesar da popularidade da xilazina entre os veterinários, as pesquisas que

avaliam sua utilização pela via epidural ainda são muito pontuais, ao contrário do que

acontece com a dexmedetomidina, que tem uso recomendado inclusive em humanos

(GUPTA et al., 2011). Grande parte da não utilização dos agonistas α2 por essa via

deve-se ao receio da ocorrência de neurotoxicidade. Neste sentido objetivou-se com

esse estudo avaliar, quanto aos aspectos anestesiológicos e à neurotoxicidade, os efeitos

da administração epidural de doses sedativas da xilazina e da dexmedetomidina

associadas à lidocaína em coelhos.

32

Material e métodos

O experimento foi realizado no Hospital Veterinário (HV) do Centro de Saúde e

Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) em

Patos, Paraíba, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa desta instituição (CEP

90 – Protocolo Nº 28/2010).

Foram utilizados 18 coelhos com idade de 18±5 meses (média±desvio padrão) e

peso de 2,1±0,3 kg, 10 machos e 8 fêmeas, distribuídos aleatoriamente em três grupos

com igual número de animais, de acordo com o fármaco utilizado: Grupo Controle (GC)

– água para injeção + lidocaína; Grupo Dexmedetomidina (GD) – dexmedetomidina,

0,01mg/kg (Dexdomitor 0,5mg/ml, Orion Pharma, Finlândia) + lidocaína; e Grupo

Xilazina (GX) – xilazina, 3mg/kg (Xilazina 10% Vetec, Laboratório Vetec, Argentina)

+ lidocaína. Em todos os grupos a lidocaína (Lidovet 2%, Laboratórios Bravet, Brasil)

foi empregada na dose de 2mg/kg. As doses dos agonistas α2 adrenérgicos foram

selecionadas com base nas doses sedativas para a espécie (LESTER et al., 2012) e o

volume administrado foi ajustado para 0,3ml/kg, em todos os grupos, com água para

injeção.

No dia do experimento foi implantado um cateter nº 24G na veia auricular

marginal, através do qual se forneceu NaCl a 0,9% (4ml/kg/h) durante as avaliações, e

induziu-se a anestesia com propofol 1%, na dose de 6mg/kg. Imediatamente após a

administração do propofol, cada animal foi colocado na calha de Claude Bernard, em

decúbito esternal para o puncionamento entre L7 e S1. O posicionamento da agulha no

espaço epidural foi comprovado pela ausência de resistência à aplicação de 0,1ml de

água para injeção e pelo relaxamento da cauda e membros pélvicos no minuto seguinte

à aplicação da solução selecionada.

Dez minutos após a punção cada animal foi posicionado em decúbito lateral

sobre um colchão térmico e instrumentado. A cirurgia iniciou-se 20 minutos após a

administração da anestesia epidural e teve sua duração padronizada em 30 minutos. O

procedimento cirúrgico foi realizado como parte de outro experimento e consistiu na

perfuração da região proximal de ambas as tíbias. Caso o animal demonstrasse sinais de

dor durante a cirurgia ou tentasse levantar, aplicava-se propofol (5 mg/kg), em bolus

intravenoso.

Os registros foram realizados em sete momentos (M0, M1, M2, ..., M6) sendo o

M0 imediatamente antes da aplicação do propofol, o M1 10 minutos após e os demais

momentos ocorreram em intervalos de 10 minutos nos quais foram registrados:

33

frequência cardíaca (FC) em batimentos por minuto (bpm), e alterações do ritmo

cardíaco por meio de um eletrocardiógrafo (Eletrocardiógrafo TEB ECGPC –

Tecnologia Eletrônica Brasileira Ltda); saturação parcial da hemoglobina pelo oxigênio

(SpO2) em porcentagem, e temperatura retal (TR) em °C, ambas com o emprego de um

monitor multiparamétrico (InMax Color - Instramed Ind. Médico Hospitalar Ltda,

Brasil); frequência respiratória (FR), em movimentos por minuto (mpm), através da

contagem dos movimentos torácicos; e pressão arterial sistólica (PAS) em mmHg, pelo

método oscilométrico com auxílio de Doppler vascular (Doppler Vascular Portátil

DV610 Medmega) com manguito de 4,2 cm utilizando-se a artéria radial. Para registro

da PAS foram feitas cinco mensurações a cada momento, a maior e a menor foram

eliminadas e considerou-se para registro a média aritmética das demais.

O requerimento total de propofol (RP) foi registrado para cada animal em mg/kg

e consistiu na quantidade de propofol utilizada entre M1 e M6.

Durante a cirurgia os animais respiraram ar enriquecido com O2 puro, via

máscara, e permaneceram aquecidos com colchão térmico até que deambulassem

espontaneamente.

Durante a recuperação foi avaliada a resposta à dor profunda pelo pinçamento

das falanges dos membros pélvicos com pinça hemostática de Kelly fechada até a

primeira trava da cremalheira, caso não houvesse reação do animal. Essa avaliação foi

efetuada a partir do término da cirurgia, a intervalos de 10 minutos nos primeiros 30

minutos e em seguida a cada 20 minutos até que o animal manifestasse resposta

comportamental ao estímulo aplicado (vocalizar, olhar para o membro ou tentativa de

fuga).

Os períodos, em minutos, compreendidos entre a realização da anestesia epidural

e o retorno da sensibilidade à dor profunda nos membros pélvicos e da anestesia até a

deambulação normal foram denominados respectivamente como período anestésico

hábil (PAH) e período de retorno à deambulação (PRD).

Os animais foram avaliados diariamente quanto a alterações na marcha por 45

dias e ao término desse período foram eutanasiados com aplicação de tiopental sódico

(120mg/kg, via intravenosa) para retirada dos segmentos medulares torácico (T1 a T13)

e lombossacral (L1 a S3). Esses segmentos foram imediatamente colocados em

formaldeído a 10% tamponado onde permaneceram por cinco dias para completa

fixação. Em seguida os segmentos foram clivados em cinco subunidades cada: T1; T2;

34

...; T5; e L1; L2; ...; L5; a partir das quais foram confeccionadas as lâminas de

microscopia coradas em hematoxilina e eosina.

As lâminas de microscopia foram avaliadas no Laboratório de Patologia Animal

do HV/UFCG. Os achados histopatológicos foram quantificados em cada segmento e

foram consideradas apenas as lesões lombossacrais que, no mesmo animal, se

apresentaram em quantidade igual ou superior a 50% em relação às lesões torácicas.

Todos os registros foram realizados por avaliadores que não tinham

conhecimento do tratamento empregado (estudo cego).

Para avaliação estatística das variáveis paramétricas foram utilizados os testes de

Friedman na comparação entre momentos e ANOVA de duas vias na comparação das

variâncias entre grupos. Para as variáveis não paramétricas utilizou-se o teste de

Kruskal-Wallis entre momentos e ANOVA de uma via na comparação entre grupos.

Nas comparações entre momentos consideraram-se apenas as variações em relação ao

M0. Todos os testes foram comparados a um nível de significância de 5%. Os dados

referentes ao RP e à histopatologia foram comparados descritivamente.

Resultados e discussão

A adição de xilazina à lidocaína pela via epidural dispensou a utilização de

propofol durante a cirurgia, efeito não observado com a dexmedetomidina. Entretanto a

adição de dexmedetomidina proporcionou uma redução de 55% no RP (5,4mg/kg no

GD e 12mg/kg no GC). Essa discrepância provavelmente ocorreu devido a não

equipotência sedativa entre as doses de xilazina e dexmedetomidina empregadas.

Quando a dose do agonista α2 empregado pela via epidural é equivalente à

empregada pelas outras vias, os efeitos sistêmicos sobressaem e o animal apresenta

sedação, devido à ação supraespinhal do fármaco redistribuído a partir dos vasos

espinhais e líquido cefalorraquidiano (ALMEIDA et al. 2004). Neste caso a sedação dos

coelhos foi necessária para a realização do procedimento cirúrgico e não prejudicou a

observação das diferenças entre os PAH e PRD, uma vez que a partir de M6 todos os

animais, com exceção de um animal do GX, apresentaram-se em estação nos primeiros

10 minutos, apesar de não deambularem.

A adição da xilazina ou dexmedetomidina à lidocaína proporcionou um aumento

médio de 37% no PRD, significativo em relação ao GC, mas sem diferença entre GX e

GD (Fig 1), o que pode ser atribuído ao prolongamento do bloqueio motor, porém os

35

dados referentes à interação entre os agonistas α2 testados e a lidocaína no tocante ao

bloqueio motor são conflitantes e não se conhece os mecanismos de tal efeito.

Figura 1 – Média e desvio padrão do período de retorno à deambulação (PRD) e do período anestésico

hábil (PAH), por grupo experimental de coelhos submetidos a anestesia epidural com xilazina ou

dexmedetomidina associada a lidocaína. GC – Grupo Controle, GD – Grupo Dexmedetomidina, GX –

Grupo Xilazina. * Diferença em relação ao GC.

Konakci et al. (2007) trabalhando com coelhos não observaram diferença entre o

relaxamento muscular promovido pela dexmedetomidina, associada ou não à lidocaína,

mas em gatas (DORIGON et al., 2009) houve um maior miorralaxamento em relação as

que receberam NaCl 0,9%. Em ovinos e equinos a xilazina aplicada isoladamente pela

via epidural pode causar bloqueio motor (DE ROSSI e SEGURA, 2001; HAERDI-

LANDERER et al., 2005) e se associada à lidocaína promove um período de bloqueio

motor inferior ao promovido pela bupivacaína e pela associação lidocaína/epinefrina em

ovinos (ROSTAMI e VESAL, 2012). O aumento do PRD, no GX e no GD, indica que

houve sinergismo entre os agonistas α2 e a lidocaína, já que os animais apresentavam-se

despertos, apesar de relutantes em deambular.

Em relação ao PAH em ambos os tratamentos (GX e GD) foi maior que o do

GC, porém sem diferirem estatisticamente entre si (Fig 1). Apenas dois animais (no GC)

apresentaram retorno da função sensitiva antes do término da cirurgia, 35 minutos após

a realização da anestesia epidural.

A adição da xilazina à lidocaína 2% promoveu um aumento médio de 220% no

PAH (Fig 1), o dobro do descrito em cães por Gasparini et al. (2007), nos quais houve

um aumento médio de 100% neste parâmetro. Comparando-se os tratamentos, os

achados relativos ao PAH se assemelham aos de Pohl et al. (2012) que não registraram

diferença estatisticamente significativa entre os cães que receberam xilazina ou

dexmedetomidina. Entretanto Souza et al. (2010) não registraram diferença significativa

ao comparar a utilização da dexmedetomidina pelas vias epidural (4µg/kg) e

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

GC GD GX

min

PRD

PAH

*

*

*

*

36

endovenosa em gatas, apesar de reduzirem o requerimento analgésico pós-operatório da

lidocaína. O prolongamento do PAH está relacionado à ação antinociceptiva espinhal

dos agonistas α2 adrenérgicos devido a inibição da liberação de NO e glutamato,

inibição de fibras C e aumento da concentração de noradrenalina (MILLAN, 2002).

Em todos os grupos inclusive no GC houve redução média na FR em mais de

50% a partir de M1. O GX apresentou tendência ao declínio ao longo das avaliações

com as menores médias, apesar de ter ocorrido diferença estatística entre os grupos

apenas em M5 e M6 (tab 1). Este é o principal efeito adverso do propofol, podendo até

mesmo ocorrer apneia transitória em coelhos (LESTER et al., 2012) efeito também

relacionado à utilização de agonistas α2 pela via epidural (VALVERDE, 2008).

Entretanto, apesar de os coelhos do GX terem apresentado a maior redução da FR houve

tendência a inversão nos valores quanto à SpO2 (tab 1), significativa apenas em M4.

Isto ocorreu provavelmente devido ao aumento do volume corrente, já que a xilazina,

diferente da dexmedetomidina, não compromete os mecanismos compensatórios da

função respiratória (TRANQUILI et al., 2007).

37

Tabela 1 – Média (µ) e desvio padrão (s) da frequência respiratória (FR), da saturação

da hemoglobina pelo O2 (SpO2) e da temperatura retal (TR), por grupo experimental de

coelhos submetidos a anestesia epidural com xilazina ou dexmedetomidina associada a

lidocaína, ao longo dos momentos.

M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6

FR

(mpm)

GC µ 166,4 69,20* 62,40* 60,80* 79,20* 78,4* 81,6*

s 48,13 13,97 15,90 9,12 20,67 21,28 17,52

GD µ 154,75 71,12* 71,5* 75,62* 74,75* 72,75* 73,42*

s 67,37 36,95 35,68 35,99 41,53 35,65 40,21

GX µ 175,33 53,66* 51,33* 56,66* 52,33* 46*

† 46,33*

s 22,40 6,25 8,55 7,34 5,43 6,57 9,83

SpO2

(%)

GC µ 92,2 83,6* 87,6* 90,0* 89,8* 89,8* 84,4*

s 2,77 8,65 6,50 2,45 2,49 2,86 10,90

GD µ 94,25 89,75* 90,375 91,25 88,625‡ 90,25* 90,75

s 1,91 5,31 4,63 3,58 3,20 3,96 4,59

GX µ 93,00 90,83 91,83 91,83 93,33‡ 94,00 90,67

s 2,83 4,62 2,40 3,87 3,14 3,16 5,96

TR (°C)

GC µ 38,4 38,1 38,0 37,5* 38,3 37,6* 38,1

s 1,3 1,2 0,6 0,4 0,7 0,4 0,3

GD µ 38,7 38,3 37,6 37,6 37,4 36,7* 36,7*

s 0,6 0,8 1,2 1,2 1,2 1,6 1,4

GX µ 39,2 38,4 37,5* 37,9* 37,6* 37,4* 37,6*

s 0,5 0,7 1,1 1,2 0,9 1,6 1,2

* Diferente de M0. †Diferença em relação a GD e GC. ‡Diferença entre os tratamentos e semelhante ao controle.

Apesar do aquecimento dos animais houve hipotermia em todos os grupos,

porém sem diferirem entre si estatisticamente. Os animais do GD apresentaram

hipotermia (36.7 ±1,56°C) a partir de M5 (tab 1). Apesar da redução da temperatura no

GX em todos os momentos, esta não foi tão significante clinicamente quanto em GD.

Este efeito é comum aos fármacos agonistas de receptores α2 e se deve a depressão do

centro termorregulador no hipotálamo e a redução da atividade muscular (SINCLAIR,

2003).

As médias de FC dos animais do GX foram significativamente menores que as

do GC e GD. A dexmedetomidina promoveu alterações menos intensas e duradoras que

a xilazina sem diferir significativamente do controle, já que no GD houve redução

significativa apenas nos primeiros 30 minutos pós-epidural e a partir de então houve

tendência à retomada dos valores basais. Quanto ao GX a redução foi bem mais

38

acentuada, havendo diferença significativa entre M0 e todos os demais momentos (Fig

2). No GC a FC não variou significativamente ao longo dos momentos. Não foram

observadas alterações do ritmo cardíaco.

Figura 2 – Médias da frequência cardíaca, por grupo experimental de coelhos submetidos a anestesia

epidural com xilazina ou dexmedetomidina associada a lidocaína, ao longo dos momentos. GC – Grupo

Controle, GD – Grupo Dexmedetomidina, GX – Grupo Xilazina. *Diferença em relação ao M0.

†Diferença em relação a GC e GD.

A redução da FC também foi observada por Lavor et al. (2004), com a xilazina

pela via epidural em cães e Pohl et al. (2012) observaram, também em cães, médias de

FC inferiores nos animais que receberam xilazina quando comparados aos que

receberam dexmedetomidina, ambas pela via epidural. Entretanto as variações descritas

em ambos os trabalhos se mantiveram dentro de limites aceitáveis para a espécie

trabalhada, o que não aconteceu com os coelhos do experimento aqui relatado.

A bradicardia é o principal efeito cardiovascular decorrente da administração

epidural de agonistas α2 adrenérgicos (CASSU et al., 2010; SOUZA et al. 2010; LIMA

et al., 2011; POHL et al., 2012). Entretanto, para que ocorra é necessário que o volume

total administrado alcance as cinco primeiras vértebras torácicas, origem de nervos

cardíacos (KOZIAN et al., 2005), mas o volume empregado foi abaixo do utilizado por

Konakci et al. (2007) (0,54ml/kg), que não evidenciaram qualquer alteração

cardiovascular. Desse modo é provável que os efeitos supraespinhais tenham promovido

a bradicardia, uma vez que os animais de GD e GX apresentaram um efeito que se

manifesta apenas com a ação supraespinhal, a sedação (DE ROSSI et al., 2003).

Quanto à PAS ocorreu diferença significativa entre os grupos apenas no M6,

quando a média do GX foi inferior à do GC e GD. Em relação aos momentos, no GC

não houve diferença, já os animais do GD apresentaram redução significativa em

relação ao M0 no M2 e M3. No GX houve redução significativa a partir do M3 (Fig 3).

140

160

180

200

220

240

260

M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6

bpm

GC

GD

GX

* *

* * *

*

* * *

† †

† † †

39

Em todos os grupos a PAS manteve-se abaixo dos valores de referência para a espécie

(120-180mmHg) (LESTER et al., 2012).

Figura 3 – Médias da pressão arterial sistólica, por grupo experimental de coelhos submetidos a anestesia

epidural com xilazina ou dexmedetomidina associada a lidocaína, ao longo dos momentos. GC – Grupo

Controle, GD – Grupo Dexmedetomidina, GX – Grupo Xilazina. * Diferença em relação a M0.

†Diferença em relação a GD e GC

A tendência das médias da PAS seguiu a tendência da FC com os animais do GD

apresentando tendência à ascensão a partir de M2 e com GX apresentando as menores

médias. Os mesmos segmentos medulares envolvidos na bradicardia podem

desencadear hipotensão (EISENACH et al., 1996), entretanto o mais provável é que

tenha ocorrido devido à ação supraespinhal, já que os mesmos núcleos noradrenérgicos

pontinobulbares responsáveis pela hipotensão promovem sedação (MILLAN, 2002).

Estes mecanismos adrenérgicos predominaram em GX, uma vez que não houve

consumo de propofol.

No GD certamente o propofol foi decisivo para ocorrência da hipotensão, já que

esta também ocorreu no GC e é descrita como um efeito colateral comum deste fármaco

em coelhos, devido a ação inotrópica negativa, redução do débito cardíaco e

vasodilatação periférica concomitantes (ROYSE et al., 2008). Konakci et al. (2008)

administraram dexmedetomidina na mesma dose, espécie e via de administração e não

registraram quaisquer alterações cardiovasculares, provavelmente porque em seu

delineamento experimental não houve indução anestésica no dia do experimento.

Não foi possível comparar as diferenças entre a ocorrência das lesões

histopatológicas porque quatro animais (dois do GX, um do GD e um GC) não puderam

ser eutanasiados, o que inviabilizou a avaliação estatística.

Na avaliação histológica dos segmentos medulares lombossacrais do GX

identificou-se um animal com degeneração Walleriana e outro com edema axonal. No

50

60

70

80

90

100

110

M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6

mmHg

GC

GD

GX† *

* *

* * *

40

GD houve um animal com degeneração Walleriana e edema axonal, e um animal com

edema axonal. No GC foi observada degeneração Walleriana em dois animais, um deles

apresentando edema axonal concomitante, e em outro apenas edema axonal (Fig 4). Não

houve um padrão anatômico de distribuição das lesões e nenhum coelho apresentou

qualquer manifestação clínica de neurotoxicidade.

Figura 4 – Fotomicrografia de segmento medular de coelhos submetidos a anestesia epidural com xilazina

ou dexmedetomidina associada a lidocaína. HE 40x. A – Edema axonal (seta) em segmento L3 de coelho

anestesiado com xilazina associada à lidocaína, pela via epidural. B – Degeneração Walleriana (seta) em

segmento L2 de coelho anestesiado com dexmedetomidina associada à lidocaína, pela via epidural.

A presença de degeneração Walleriana e edema axonal no grupo controle não

permite a atribuição de sua ocorrência ao uso da xilazina ou da dexmedetomidina. Por

outro lado Yamashita et al. (2003) afirmam que, em coelhos, a lidocaína em altas

concentrações (10%) provoca degeneração Walleriana e atribuem os sintomas

neurotóxicos transitórios relatados em humanos à ocorrência desta lesão em menor

intensidade, em virtude da utilização deste anestésico em doses terapêuticas. Konakci et

al. (2008), avaliando a neurotoxicidade da dexmedetomidina administrada pela via

epidural na mesma espécie, encontraram as mesmas lesões, e não houve diferença entre

os que receberam lidocaína 2%, dexmedetomidina (10µg) ou ambas.

Como não há estudos demonstrando consistentemente a ocorrência de danos ao

cordão espinhal decorrentes da utilização de dexmedetomidina, Gupta et al. (2011)

recomendam a sua utilização em humanos devido aos efeitos antinociceptivos

produzidos. Quanto a xilazina não foram encontrados trabalhos associando sua

utilização neuroaxial à ocorrência de neurotoxicidade e os dados aqui apresentados não

permitem inferir quanto à segurança de sua utilização.

41

Conclusão

Quanto a duração a xilazina na dose de 3mg/kg promove analgesia segmentar

equipotente à dexmedetomidina na dose de 10µg/kg, quando administradas pela via

epidural em coelhos e dispensa o uso de outros fármacos para contenção farmacológica,

porém os efeitos depressores cardiovasculares e respiratórios constituem um fator

limitante ao emprego da técnica. A dexmedetomidina na dose empregada não promove

contenção farmacológica satisfatória. Não foi possível associar os achados

histopatológicos aos agonistas α2 avaliados.

42

Referências bibliográficas

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POHL, V. H.; CARREGARO, A. B.; LOPES, C. et al. Epidural anesthesia and

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ROYSE, C. F.; LIEW, D. F. L.; WRIGHT, C. E. et al. Persistent depression of

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45

CONCLUSÃO GERAL

A utilização de fármacos agonistas α2 adrenérgicos pela via epidural ou

intratecal em animais é perfeitamente factível, apesar da possibilidade de sedação e

decúbito. A associação de dexmedetomidina (10µg/kg) ou xilazina (3mg/kg) à lidocaína

pela via epidural em coelhos prolonga o período anestésico, mas promovem alterações

respiratórias e cardiovasculares que limitam o uso da técnica e os achados

histopatológicos encontrados não permitem atribuir a ocorrência de neurotoxicidade aos

fármacos avaliados.

46

ANEXOS

47

Normas para elaboração da dissertação e tese

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS

COLEGIADO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

EM MEDICINA VETERINÁRIA

NORMA Nº 01/2011

Altera a NORMA Nº 01/09 de 04 de fevereiro

de 2009 e acrescenta novos critérios para a

elaboração e defesa da dissertação e tese do

Programa de Pós-Graduação em Medicina

Veterinária do Centro de Saúde e Tecnologia

Rural da UFCG.

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, no uso

de suas atribuições, de conformidade com a legislação em vigor, e nos termos da

Resolução Nº 13/02 do CONSEPE e do seu Regulamento.

RESOLVE:

Art. 1º Decide modificar a redação do § 1º do art. 2º da norma 01/2009 e estabelece que

o aluno deva apresentar, antes da defesa, o comprovante de submissão dos trabalhos da

dissertação e tese às revistas Qualis A1, A2, B1 e B2 da CAPES.

§ 1º - O corpo da dissertação será constituído por capítulos, pelo menos dois, e poderão

ser da seguinte forma:

I - uma revisão da literatura e um trabalho já enviado a uma revista científica

Qualis citadas no Caput do artigo;

II - dois trabalhos enviados à revista Qualis citadas no Caput do artigo.

48

§ 2º - O corpo da tese poderá ser constituído por:

I - três trabalhos submetidos a revistas científicas Qualis citadas no Caput do

artigo;

II - dois trabalhos submetidos a revistas científicas Qualis citadas no Caput do

artigo e uma revisão da literatura.

§ 3º Os demais itens relacionados com a elaboração da dissertação deverão seguir as

normas no Anexo.

Art. 2º A qualificação do doutorado deverá ser feita em um prazo de 30 (trinta) meses

após o ingresso do doutorando no Programa.

Art. 3º A presente Norma entra em vigor a partir da data de sua publicação.

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DA DISSERTAÇÃO E TESE

O corpo da dissertação será constituído por capítulos, pelo menos dois: 1-

Revisão da literatura e 2- um trabalho nas normas da revista científica Qualis A ou B da

CAPES o qual será enviado, obedecendo ao prazo máximo de 30 dias após a defesa.

Ao invés da revisão de literatura, o aluno poderá apresentar outro artigo

científico, na mesma linha de pesquisa. A dissertação constará, dessa forma, de dois

artigos científicos, um título que abranja os dois artigos, uma introdução e conclusões

relacionadas aos dois artigos.

O trabalho será redigido seguindo as normas da revista para a qual será enviado.

A revisão da literatura, se não tiver sido enviada para outra revista, deve seguir as

mesmas normas que o trabalho a ser enviado, deverá ser incluída versão em inglês e

português. Se a dissertação constar de mais de um trabalho original, estes deverão

seguir as normas das respectivas revistas para as quais serão enviados.

Em todos os casos, no final da dissertação devem ser incluídas, como anexo, as

normas da (s) revista (s) para as quais os trabalhos serão enviados. Para a formação da

dissertação, será utilizada a folha A4. O estilo da fonte deve ser Times New Roman,

tamanho 12 e espaçamento 1,5 entre as linhas.

49

Na capa será incluído o nome da instituição, abaixo o título, ao lado direito à

descrição da dissertação sem constar à área, abaixo o nome do mestrando e por último o

nome da cidade, Estado e data. A contracapa será constituída da mesma forma da capa,

acrescentando-lhe apenas o nome do orientador e no verso, a ficha catalográfica.

No caso do aluno optar pela apresentação deverá ser incluída uma introdução

com uma explicação dos dois trabalhos. No final, após o último capítulo deverão ir as

conclusões do (s) trabalho (s). Tanto na apresentação quanto nos diferentes capítulos e

conclusões, nos exemplares para a defesa da dissertação deve ser incluído, à direita da

folha, a numeração das linhas, exceto na versão final.

O sumário será antes da introdução. As Figuras, Tabelas ou Quadros devem ser

incluídos dentro dos resultados, em folhas separadas, com não mais de 4 Figuras,

Quadros ou Tabelas por folha.

Um volume deverá ser entregue à coordenação 45 dias antes da defesa para ser

encaminhado a um revisor para avaliação se o mesmo está apto à defesa.

Cinco exemplares da dissertação devem ser entregues à coordenação, no mínimo

30 dias antes da defesa. Após a defesa o mestrando deverá entregar na coordenação do

programa 5 (cinco) exemplares da dissertação, com pelo menos 2 (duas) em capa dura,

no prazo previsto no regimento (30 dias após a defesa). Obrigatoriamente deverá

constar a ficha catalográfica.

Na versão final da dissertação não deve constar o anexo da cópia do trabalho em

inglês a ser publicado na revista, mas somente a cópia do trabalho em português. No

anexo deverá constar uma folha mencionando o site da revista em que o artigo será

publicado. Deverá ser entregue na Coordenação em separado uma cópia do artigo

escrito em inglês, com as devidas correções da banca, a ser enviado para publicação.

Agradecimentos e dedicatórias serão optativos.

Entregar uma cópia em CD da dissertação e/ou tese em pdf em um único

arquivo. Deverá ser idêntico à versão impressa. Não será aceito a dissertação em mais

de um arquivo.

Patos, 03 de junho de 2011.

Prof. Dr. Franklin Riet Correa

Coordenador do PPGM

50

NORMAS PARA CAPÍTULO I

1. CIÊNCIA RURAL - Revista Científica do Centro de Ciências Rurais da

Universidade Federal de Santa Maria publica artigos científicos, revisões bibliográficas

e notas referentes à área de Ciências Agrárias, que deverão ser destinados com

exclusividade.

2. Os artigos científicos, revisões e notas devem ser encaminhados via eletrônica e

editados em idioma Português ou Inglês. Todas as linhas deverão ser numeradas e

paginadas no lado inferior direito. O trabalho deverá ser digitado em tamanho A4 210 x

297mm com, no máximo, 25 linhas por página em espaço duplo, com margens superior,

inferior, esquerda e direita em 2,5cm, fonte Times New Roman e tamanho 12. O

máximo de páginas será 15 para artigo científico, 20 para revisão bibliográfica e 8

para nota, incluindo tabelas, gráficos e figuras. Figuras, gráficos e tabelas devem ser

disponibilizados ao final do texto e individualmente por página, sendo que não poderão

ultrapassar as margens e nem estar com apresentação paisagem.

3. O artigo científico deverá conter os seguintes tópicos: Título (Português e Inglês);

Resumo; Palavras-chave; Abstract; Key words; Introdução com Revisão de Literatura;

Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusão e Referências;

Agradecimento(s) e Apresentação; Fontes de Aquisição; Informe Verbal; Comitê de

Ética e Biossegurança devem aparecer antes das referências. Pesquisa envolvendo

seres humanos e animais obrigatoriamente devem apresentar parecer de

aprovação de um comitê de ética institucional já na submissão (Modelo .doc, .pdf).

4. A revisão bibliográfica deverá conter os seguintes tópicos: Título (Português e

Inglês); Resumo; Palavras-chave; Abstract; Key words; Introdução; Desenvolvimento;

Conclusão; e Referências. Agradecimento(s) e Apresentação; Fontes de Aquisição e

Informe Verbal; Comitê de Ética e Biossegurança devem aparecer antes das

referências. Pesquisa envolvendo seres humanos e animais obrigatoriamente devem

apresentar parecer de aprovação de um comitê de ética institucional já na

submissão (Modelo .doc, .pdf).

5. A nota deverá conter os seguintes tópicos: Título (Português e Inglês); Resumo;

Palavras-chave; Abstract; Key words; Texto (sem subdivisão, porém com introdução;

metodologia; resultados e discussão e conclusão; podendo conter tabelas ou figuras);

Referências. Agradecimento(s) e Apresentação; Fontes de Aquisição e Informe Verbal;

Comitê de Ética e Biossegurança devem aparecer antes das referências. Pesquisa

51

envolvendo seres humanos e animais obrigatoriamente devem apresentar parecer

de aprovação de um comitê de ética institucional já na submissão.

(Modelo .doc, .pdf).

6. Não serão fornecidas separatas. Os artigos encontram-se disponíveis no formato pdf

no endereço eletrônico da revista www.scielo.br/cr.

7. Descrever o título em português e inglês (caso o artigo seja em português) - inglês e

português (caso o artigo seja em inglês). Somente a primeira letra do título do artigo

deve ser maiúscula exceto no caso de nomes próprios. Evitar abreviaturas e nomes

científicos no título. O nome científico só deve ser empregado quando estritamente

necessário. Esses devem aparecer nas palavras-chave, resumo e demais seções quando

necessários.

8. As citações dos autores, no texto, deverão ser feitas com letras maiúsculas seguidas

do ano de publicação, conforme exemplos: Esses resultados estão de acordo com os

reportados por MILLER & KIPLINGER (1966) e LEE et al. (1996), como uma má

formação congênita (MOULTON, 1978).

9. As Referências deverão ser efetuadas no estilo ABNT (NBR 6023/2000) conforme

normas próprias da revista.

9.1. Citação de livro:

JENNINGS, P.B. The practice of large animal surgery. Philadelphia : Saunders,

1985. 2v.

TOKARNIA, C.H. et al. (Mais de dois autores) Plantas tóxicas da Amazônia a

bovinos e outros herbívoros. Manaus : INPA, 1979. 95p.

9.2. Capítulo de livro com autoria:

GORBAMAN, A. A comparative pathology of thyroid. In: HAZARD, J.B.; SMITH,

D.E. The thyroid. Baltimore : Williams & Wilkins, 1964. Cap.2, p.32-48.

9.3. Capítulo de livro sem autoria:

COCHRAN, W.C. The estimation of sample size. In: ______. Sampling techniques.

3.ed. New York : John Willey, 1977. Cap.4, p.72-90.

TURNER, A.S.; McILWRAITH, C.W. Fluidoterapia. In: ______. Técnicas cirúrgicas

em animais de grande porte. São Paulo : Roca, 1985. p.29-40.

9.4. Artigo completo:

O autor deverá acrescentar a url para o artigo referenciado e o número de identificação

DOI (Digital Object Identifiers), conforme exemplos abaixo:

52

MEWIS, I.; ULRICHS, CH. Action of amorphous diatomaceous earth against different

stages of the stored product pests Tribolium confusum(Coleoptera:

Tenebrionidae), Tenebrio molitor (Coleoptera: Tenebrionidae), Sitophilus

granarius (Coleoptera: Curculionidae) and Plodia interpunctella (Lepidoptera:

Pyralidae). Journal of Stored Product Research, Amsterdam (Cidade opcional), v.37,

p.153-164, 2001. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/S0022-474X(00)00016-3>.

Acesso em: 20 nov. 2008. doi: 10.1016/S0022-474X(00)00016-3.

PINTO JUNIOR, A.R. et al (Mais de 2 autores). Resposta de Sitophilus

oryzae (L.), Cryptolestes ferrugineus (Stephens) e Oryzaephilus surinamensis (L.) a

diferentes concentrações de terra de diatomácea em trigo armazenado a granel. Ciência

Rural , Santa Maria (Cidade opcional), v. 38, n. 8, p.2103-2108, nov. 2008 . Disponível

em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

84782008000800002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 nov. 2008. doi:

10.1590/S0103-84782008000800002.

9.5. Resumos:

RIZZARDI, M.A.; MILGIORANÇA, M.E. Avaliação de cultivares do ensaio nacional

de girassol, Passo Fundo, RS, 1991/92. In: JORNADA DE PESQUISA DA UFSM, 1.,

1992, Santa Maria, RS. Anais... Santa Maria : Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa,

1992. V.1. 420p. p.236.

9.6. Tese, dissertação:

COSTA, J.M.B. Estudo comparativo de algumas caracterísitcas digestivas entre

bovinos (Charolês) e bubalinos (Jafarabad). 1986. 132f.

Monografia/Dissertação/Tese (Especialização/ Mestrado/Doutorado em Zootecnia) -

Curso de Pós-graduação em Zootecnia, Universidade Federal de Santa Maria.

9.7. Boletim:

ROGIK, F.A. Indústria da lactose. São Paulo : Departamento de Produção Animal,

1942. 20p. (Boletim Técnico, 20).

9.8. Informação verbal:

Identificada no próprio texto logo após a informação, através da expressão entre

parênteses. Exemplo: ... são achados descritos por Vieira (1991 - Informe verbal). Ao

final do texto, antes das Referências Bibliográficas, citar o endereço completo do autor

(incluir E-mail), e/ou local, evento, data e tipo de apresentação na qual foi emitida a

informação.

53

9.9. Documentos eletrônicos:

MATERA, J.M. Afecções cirúrgicas da coluna vertebral: análise sobre as

possibilidades do tratamento cirúrgico. São Paulo : Departamento de Cirurgia,

FMVZ-USP, 1997. 1 CD.

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recuperação de úlcera de córnea não infectada em nível de estroma médio. In:

SEMINARIO LATINOAMERICANO DE CIRURGIA VETERINÁRIA, 3., 1997,

Corrientes, Argentina. Anais... Corrientes : Facultad de Ciencias Veterinarias - UNNE,

1997. Disquete. 1 disquete de 31/2. Para uso em PC.

10. Desenhos, gráficos e fotografias serão denominados figuras e terão o número de

ordem em algarismos arábicos. A revista não usa a denominação quadro. As figuras

devem ser disponibilizadas individualmente por página. Os desenhos figuras e gráficos

(com largura de no máximo 16cm) devem ser feitos em editor gráfico sempre em

qualidade máxima com pelo menos 300 dpi em extensão .tiff. As tabelas devem conter a

palavra tabela, seguida do número de ordem em algarismo arábico e não devem exceder

uma lauda.

11. Os conceitos e afirmações contidos nos artigos serão de inteira responsabilidade

do(s) autor(es).

12. Será obrigatório o cadastro de todos autores nos metadados de submissão. O artigo

não tramitará enquanto o referido item não for atendido. Excepcionalmente, mediante

consulta prévia para a Comissão Editorial outro expediente poderá ser utilizado.

54

13. Lista de verificação (Checklist .doc, .pdf).

14. Os artigos serão publicados em ordem de aprovação.

15. Os artigos não aprovados serão arquivados havendo, no entanto, o encaminhamento

de uma justificativa pelo indeferimento.

16. Em caso de dúvida, consultar artigos de fascículos já publicados antes de dirigir-se à

Comissão Editorial.

55

NORMAS PARA O CAPÍTULO II

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia

(Brazilian Journal of Veterinary and Animal Sciences)

Política Editorial

O periódico Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (Brazilian Journal

of Veterinary and Animal Science), ISSN 0102-0935 (impresso) e 1678-4162 (on-line),

é editado pela FEPMVZ Editora, CNPJ: 16.629.388/0001-24, e destina-se à publicação

de artigos científicos sobre temas de medicina veterinária, zootecnia, tecnologia e

inspeção de produtos de origem animal, aquacultura e áreas afins.

Os artigos encaminhados para publicação são submetidos à aprovação do Corpo

Editorial, com assessoria de especialistas da área (relatores). Os artigos cujos textos

necessitarem de revisões ou correções serão devolvidos aos autores. Os aceitos para

publicação tornam-se propriedade do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e

Zootecnia (ABMVZ) citado como Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. Os autores são

responsáveis pelos conceitos e informações neles contidos. São imprescindíveis

originalidade, ineditismo e destinação exclusiva ao ABMVZ.

Reprodução de artigos publicados

A reprodução de qualquer artigo publicado é permitida desde que seja corretamente

referenciado. Não é permitido o uso comercial dos resultados.

A submissão e tramitação dos artigos é feita exclusivamente on-line, no endereço

eletrônico <www.abmvz.org.br>.

Não serão fornecidas separatas. Os artigos encontram-se disponíveis nos endereços

www.scielo.br/abmvz ou www.abmvz.org.br.

Orientação para tramitação de artigos

� Toda a tramitação dos artigos é feita exclusivamente pelo Sistema de publicação

online do ABMVZ no endereço www.abmvz.org.br.

� Apenas o autor responsável pelo artigo deverá preencher a ficha de submissão, sendo

necessário o cadastro do mesmo no Sistema.

56

� Toda comunicação entre os diversos atores do processo de avaliação e publicação

(autores, revisores e editores) será feita exclusivamente de forma eletrônica pelo

Sistema, sendo o autor responsável pelo artigo informado, automaticamente, por e-mail,

sobre qualquer mudança de status do artigo.

� A submissão só se completa quando anexado o texto do artigo em Word e em pdf no

campo apropriado.

� Fotografias, desenhos e gravuras devem ser inseridas no texto e também enviadas, em

separado, em arquivo com extensão jpg em alta qualidade (mínimo 300dpi), zipado,

inserido no campo próprio.

� Tabelas e gráficos não se enquadram no campo de arquivo zipado, devendo ser

inseridas no corpo do artigo.

� É de exclusiva responsabilidade de quem submete o artigo certificar-se de que cada

um dos autores tenha conhecimento e concorde com a inclusão de seu nome no mesmo

submetido.

� O ABMVZ comunicará via eletrônica a cada autor, a sua participação no artigo.

Caso, pelo menos um dos autores não concorde com sua participação como autor, o

artigo será recusado.

Tipos de artigos aceitos para publicação:

� Artigo científico

É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que os

resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo, Abstract,

Introdução, Material e Métodos, Resultados, Discussão (ou Resultados e Discussão),

Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e Referências.

O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas e figuras.

O número de Referências não deve exceder a 30.

� Relato de caso

Contempla principalmente as áreas médicas, em que o resultado é anterior ao interesse

de sua divulgação ou a ocorrência dos resultados não é planejada.

57

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Filiação, Resumo, Abstract,

Introdução, Casuística, Discussão e Conclusões (quando pertinentes), Agradecimentos

(quando houver) e Referências.

O número de páginas não deve exceder a 10, incluindo tabelas e figuras.

O número de Referências não deve exceder a 12.

� Comunicação

É o relato sucinto de resultados parciais de um trabalho experimental, dignos de

publicação, embora insuficientes ou inconsistentes para constituírem um artigo

científico.

O texto, com título em português e em inglês, Autores e Filiação deve ser compacto,

sem distinção das seções do texto especificadas para “Artigo científico”, embora

seguindo aquela ordem. Quando a Comunicação for redigida em português deve conter

um “Abstract” e quando redigida em inglês deve conter um “Resumo”.

O número de páginas não deve exceder a 8, incluindo tabelas e figuras. O número de

Referências não deve exceder a 12.

Preparação dos textos para publicação

Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, na forma impessoal. Para

ortografia em inglês recomenda-se o Webster’s Third New International Dictionary.

Para ortografia em português adota-se o Vocabulário Ortográfico da Língua

Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras.

Formatação do texto

� O texto deve ser apresentado em Microsoft Word, em formato A4, com margem 3cm

(superior, inferior, direita e esquerda), em fonte Times New Roman tamanho 12 e em

espaçamento entrelinhas 1,5, em todas as páginas, com linhas numeradas.

� Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por exemplo, devem vir,

obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo do texto na seguinte ordem: nome do

produto, substância, empresa e país.

Seções de um artigo

58

� Título. Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo e não

ultrapassar 150 dígitos.

� Autores e Filiação. Os nomes dos autores são colocados abaixo do título, com

identificação da instituição a que pertencem. O autor para correspondência e seu e-mail

devem ser indicados com asterisco.

Nota:

1. o texto do artigo em Word deve conter o nome dos autores e filiação.

2. o texto do artigo em pdf não deve conter o nome dos autores e filiação.

� Resumo e Abstract. Deve ser o mesmo apresentado no cadastro contendo até 2000

dígitos incluindo os espaços, em um só parágrafo. Não repetir o título e incluir os

principais resultados numéricos, citando-os sem explicá-los, quando for o caso. Cada

frase deve conter uma informação. Atenção especial às conclusões.

� Palavras-chave e Keywords. No máximo cinco.

� Introdução. Explanação concisa, na qual são estabelecidos brevemente o problema,

sua pertinência e relevância e os objetivos do trabalho. Deve conter poucas referências,

suficientes para balizá-la.

� Material e Métodos. Citar o desenho experimental, o material envolvido, a descrição

dos métodos usados ou referenciar corretamente os métodos já publicados.

Não usar subtítulos. Nos trabalhos que envolvam animais e organismos geneticamente

modificados deverá constar, obrigatoriamente, o número do protocolo de aprovação do

Comitê de Bioética e/ou de Biossegurança, quando for o caso.

� Resultados. Apresentar clara e objetivamente os resultados encontrados.

� Tabela. Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e colunas. Usar

linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final da tabela. A legenda recebe

inicialmente a palavra Tabela, seguida pelo número de ordem em algarismo arábico e é

referida no texto como Tab., mesmo quando se referir a várias tabelas. Pode ser

59

apresentada em espaçamento simples e fonte de tamanho menor que 12 (menor tamanho

aceito é 8).

� Figura. Qualquer ilustração que apresente linhas e pontos: desenho, fotografia,

gráfico, fluxograma, esquema, etc. A legenda recebe inicialmente a palavra Figura,

seguida do número de ordem em algarismo arábico e é referida no texto como Fig.,

mesmo se referir a mais de uma figura. As fotografias e desenhos com alta qualidade em

formato jpg, devem ser também enviadas, em um arquivo zipado, no campo próprio de

submissão.

Nota:

� Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter, abaixo da legenda,

informação sobre a fonte (autor, autorização de uso, data) e a correspondente referência

deve figurar nas Referências.

� As tabelas e figuras devem preferencialmente, ser inseridas no texto no parágrafo

seguinte à sua primeira citação.

� Discussão. Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.: As seções

Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em conjunto a juízo do autor, sem

prejudicar qualquer das partes).

� Conclusões. As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa executada.

� Agradecimentos. Não obrigatório. Devem ser concisamente expressados.

� Referências. As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética. Evitar

referenciar livros e teses. Dar preferência a artigos publicados em revistas nacionais e

internacionais, indexadas. São adotadas as normas ABNT/NBR-6023 de 2002,

adaptadas conforme exemplos:

Como referenciar:

1. Citações no texto

60

� Citações no texto deverão ser feitas de acordo com ABNT/NBR 10520 de 2002. A

indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar interrupção na sequência

do texto, conforme exemplos:

� autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário..., 1987/88) ou Anuário...

(1987/88)

� dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno (1974)

� mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al. (1979)

� mais de um artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson et al.

(1979) ou (Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al., 1979), sempre em ordem

cronológica ascendente e alfabética de autores para artigos do mesmo ano.

� Citação de citação. Todo esforço deve ser empreendido para se consultar o

documento original. Em situações excepcionais pode-se reproduzir a informação já

citada por outros autores. No texto, citar o sobrenome do autor do documento não

consultado com o ano de publicação, seguido da expressão citado por e o sobrenome

do autor e ano do documento consultado. Nas Referências, deve-se incluir apenas a

fonte consultada.

� Comunicação pessoal. Não fazem parte das Referências. Na citação coloca-se o

sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da Instituição à qual o autor é

vinculado.

2. Periódicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3 autores et al.):

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v.48, p.351, 1987-88.

FERGUSON, J.A.; REEVES, W.C.; HARDY, J.L. Studies on immunity to alphaviruses

in foals. Am. J. Vet. Res., v.40, p.5-10, 1979.

HOLENWEGER, J.A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia general del

canino. Not. Med. Vet., n.1, p.13-20, 1984.

3. Publicação avulsa (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3 autores et

al.):

DUNNE, H.W. (Ed). Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. 981p.

LOPES, C.A.M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras, mariscos e

mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA

VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.] 1974. p.97. (Resumo).

MORRIL, C.C. Infecciones por clostridios. In: DUNNE, H.W. (Ed).

61

Enfermedades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p.400-415.

NUTRIENT requirements of swine. 6.ed. Washington: National Academy of Sciences,

1968. 69p.

SOUZA, C.F.A. Produtividade, qualidade e rendimentos de carcaça e de carne em

bovinos de corte. 1999. 44f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola

de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

4. Documentos eletrônicos (até 4 autores, citar todos. Acima de 4 autores citar 3

autores et al.):

QUALITY food from animals for a global market. Washington: Association of

American Veterinary Medical College, 1995. Disponível em: <http://www.

org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000.

JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambative, organized.

Miami Herald, 1994. Disponível em: <http://www.summit.fiu.edu/ MiamiHerld-

Summit-RelatedArticles/>. Acessado em: 5 dez. 1994.

Nota:

� Artigos que não estejam rigorosamente dentro das normas acima não serão aceitos

para avaliação.

� O Sistema reconhece, automaticamente, como “Desistência do Autor” artigos em

diligência ou “Aguardando diligência do autor”, que não tenha sido respondido no prazo

dado pelo Sistema.

Taxas de submissão e de publicação:

� Taxa de submissão. A taxa de submissão de R$30,00 deverá ser paga por meio de

boleto bancário emitido pelo sistema eletrônico de submissão de artigos. Ao solicitar o

boleto bancário, o autor informará os dados para emissão da nota fiscal. Somente artigos

com taxa paga de submissão serão avaliados.

Caso a taxa não seja quitada em até 30 dias será considerado como desistência do autor.

� Taxa de publicação. A taxa de publicação de R$70,00, por página impressa em preto

e R$220,00 por página impressa em cores será cobrada do autor indicado para

62

correspondência, por ocasião da prova final do artigo. A taxa de publicação deverá ser

paga por meio de boleto bancário emitido pelo sistema eletrônico de submissão de

artigos. Ao solicitar o boleto bancário, o autor informará os dados para emissão da nota

fiscal.

Recursos e diligências:

� No caso de o autor encaminhar resposta a diligências solicitadas pelo ABMVZ, ou

documento de recurso, o mesmo deverá constar como a(s) primeira(s) página(s) do texto

do artigo somente na versão em Word.

� No caso de artigo não aceito, se o autor julgar pertinente encaminhar recurso, o

mesmo deve ser feito pelo e-mail [email protected].

63

COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DE ARTIGO DE REVISÃO À

REVISTA CIÊNCIA RURAL

64

COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DE ARTIGO À REVISTA ARQUIVO

BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

65

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA