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A MORFOLOGIA E O SIGNO LINGUÍSTICO MORFOLOGIA DO PORTUGUÊS (FLC 0276) Prof. Dr. Mário Eduardo Viaro

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A MORFOLOGIA E O SIGNO LINGUÍSTICO

MORFOLOGIA DO PORTUGUÊS

(FLC 0276)

Prof. Dr. Mário Eduardo Viaro

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Signum: σημεῖον

Polêmica alexandrina φύσις x θέσις

Início: diálogo platônico Crátilo (386-385 a.C.). www.usp.br/nehilp/cursos/Cratilo.ppsx

Assunto abordado tangencialmente por Aristóteles, estoicos, retomado por medievais

Um signo é aquilo que está no lugar do objeto que representa (referente) e por uma relação convencional (ou porsemelhança) evoca num terceiro elemento (interpretante) uma determinada realidade.

• Há portanto três elementos:• um objeto (qualidade, evento, entidade),

• uma representação do objeto

• um interpretante.

• Num signo natural, há uma relação causal com seu objeto (trovão/tempestade, sintoma/doença);

• Num signo convencional, há um acordo social (determinada entonação/ pergunta; determinado gesto/ negação,determinada placa/proibição de estacionamento);

Os signos linguísticos são convencionais (=arbitrários)

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John Locke (1632-1704): Sign “sinal/signo”

(1690) An Essay Concerning Human Understanding (livro IV, cap. 21 “A divisão das ciências”)

FÍSICA, PRÁTICA, SEMIÓTICA

§1 “Tudo que pode cair ao alcance do entendimento humano consiste ou, primeiro, nanatureza das coisas, como são em si mesmas, suas relações e suas maneiras de operação:ou, segundo, no que o próprio homem deve fazer, como um agente racional e voluntário,para a obtenção de algum objetivo, especialmente a felicidade; ou, terceiro, nos caminhose meios pelos quais o conhecimento de ambos, de um e de outro desses, é aprendido ecomunicado; penso que a ciência poderia ser adequadamente dividida nesses três tipos.”

§4 “ (…) o terceiro ramo pode ser denominado σημειωτικὴ, ou a doutrina dos sinais, omais usual são as palavras, e apropriadamente denominado também Λογικὴ, lógica, cujafunção consiste em considerar a natureza dos sinais que a mente utiliza para oentendimento das coisas, ou transmitir seu conhecimento a outros.”

Tradução: Anoar Aiex. São Paulo: Editora Nova Cultural , 2005 (Coleção Os pensadores)

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Charles Sanders Peirce (1839-1914)Publicações entre 1863-1910 https://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Sanders_Peirce_bibliography#Articles_by_Peirce,_published_in_his_lifetime

• Interpretante ≈ significado, sentido (rema, dissigno, argumento – abdução, dedução, indução)

• Representamen ≈ significante, significação (qualissigno, sinsigno, legissigno)

• Objeto ≈ objeto mental, objeto concreto (ícone, índice, símbolo)

Relações: Similaridade = ícone

Convenção = símbolo

Relação factual = índice

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SIGNO: DOIS OU TRÊS LADOS?

Curso de linguística geral (1916):

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Arbor/ arbre/ árvore

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1923: Ogden & Richards

Figura retirada de Ogden, Charles Kay and Richards, Ivor Armstrong. TheMeaning of Meaning: A Study of the Influence of Language upon Thoughtand of the Science of Symbolism, 1923, pág 11, Magdalene College,University of Cambridge, Public Domain,https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=672318

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Recuperando a referência

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REFERÊNCIA X REALIDADE

A referência não é a realidade

(1) A referência está restrita à capacidade perceptiva da espécie Homosapiens sobre a realidade (objeto de estudo da biologia/neurociências).

(2) A referência se restringe também às interpretações sociais (objeto deestudo da antropologia/ sociologia/ história/ filosofia).

(3) A referência, por fim, se restringe também à mente individual, àsrestrições perceptivas do indivíduo, suas características cognitivas eintelectuais, biografia, preferências etc. e aos seu julgamentosconscientes e inconscientes (objeto de estudo da psicologia)

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REFERÊNCIA X SIGNIFICADO

• A referência é dinâmica e está vinculada ao leque de interpretações darealidade, herdadas pelo indivíduo. Na referência, há espaço parainterpretações individuais acerca da realidade que o rodeia e da sociedadeem que vive. Essas interpretações são expressas, pensadas ousubentendidas, de acordo não só com tudo que vivenciou, mas tambémcom tudo de que teve notícia e com tudo sobre o que refletiu. Esseprocesso tem ainda por base não só a sua capacidade perceptiva,mnemônica e intelectual, mas também a sua biografia e suas preferências.

• O significado (signifié, no Curso de Linguística Geral) é menos dinâmico(mais “cristalizado”), ligado à estrutura herdada da língua a partir da qual oindivíduo tenta comunicar-se, dando suas opiniões acerca da referência.No significado, portanto, seguem-se regras convencionadas anteriormenteà aquisição de linguagem do indivíduo (em línguas naturais).

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Mente x realidade

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O SIGNIFICADO ENTRE A REFERÊNCIA E O SIGNIFICANTE

O significado, portanto, vincula-se:• à realidade (por meio da referência e de um léxico)• à expressão (por meio do significante e por meio da morfologia)Enquanto fonemas e regras sintáticas não se vinculam à referência, questões morfológicas (gênero,número, tempo) frequentemente se entrelaçam com questões semânticas e referenciais.

Portanto: no significado se encontram tanto o léxico quanto a morfologia.Distingam-se assim:

• paradigmas semânticos: neles se hierarquizam itens lexicais (herdados ou neológicos) vinculados comas referências;

• paradigmas morfológicos: com itens gramaticais (herdados, durante o período de aquisição delinguagem), sem vinculação com as referências.

Observação: quando se trata de um signo linguístico falado, o significante normalmente não temcontato com a referência, mas apenas com o significado. No entanto, há algumas exceções notáveis(algumas interjeições, sobretudo onomatopeias e ideofones, como alguns gitaigo da línguajaponesa etc.). Muitas outras exceções existem, contudo, em linguagens com canais distintos da fala(cf. alguns ideogramas, alguns signos de línguas de sinais etc.)

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Paradigmas

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ESPÉCIES DE FENÔMENOS MORFOLÓGICOS

Fenômenos morfológicos podem ser:- Fenômenos morfológicos stricto sensu (como o gênero gramatical desvinculado de

qualquer referência, a declinação, a conjugação etc.)- Fenômenos morfofonológicos (morfologia → fonologia: sândi, ênfase, metafonia,

harmonia vocálica, alternância vocálica/consonantal etc.)- Fenômenos morfossintáticos (morfologia → sintaxe: concordância nominal,

concordância verbal, casos, regência verbal, combinação alomórfica, polaridade,regência preposicional etc.)

- Fenômenos morfolexicais (morfologia → semântica: fenômenos exclusivos de umitem lexical, fenômenos vinculados a paradigmas semânticos como a animacidade, aconcretude, o formato, o sexo, o tempo verbal, o aspecto verbal etc.)

- Fenômenos morforreferenciais (morfologia → referência: fenômenos que vinculam oitem morfológico a paradigmas referenciais como a dêixis, o número referencial, apolidez, o sexo/gênero identitário do locutor/interlocutor, o tempo não-verbal/oAktionsart etc.)

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Paradigmas semânticos x morfológicos

Subst {cavalo, cachorro, tatu, boi, égua, arara, girafa, vaca, menino, menina, colher, despertador, fogão, batedeira, sacola, pedra, amor, tristeza...}

Paradigma semântico {animado x não-animado}

• Subst {cavalo, cachorro, tatu, boi, égua, arara, girafa, vaca, menino, menina, colher, despertador, fogão, batedeira, sacola, pedra, amor, tristeza...}

Paradigma semântico {humano x não-humano}

• Subst {cavalo, cachorro, tatu, boi, égua, arara, girafa, vaca, menino, menina, colher, despertador, fogão,batedeira, sacola, pedra, amor, tristeza...}

Paradigma semântico {concreto x abstrato}

• Subst {cavalo, cachorro, tatu, boi, égua, arara, girafa, vaca, menino, menina, despertador, fogão, colher, batedeira, sacola, pedra, amor, tristeza...}

Paradigma morfológico {masculino x feminino}

• Subst {cavalo, cachorro, tatu, boi, égua, arara, girafa, vaca, menino, menina, despertador, fogão, colher, batedeira, sacola, pedra, amor, tristeza...}

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ANIMACIDADE MORFOLEXICAL

ANIMACIDADE LEXICAL (PARADIGMAS SEMÂNTICOS):

Palavras terminadas em -a no nomosg são normalmente femininas (mas há alguns masculinos): seu acosg será -u: nomosg lošádka “cavalinho” (feminino), acosg seria lošádku; nomosg mužčína “homem” (masculino), acosg mužčínu. Essa regra valem também para seres não-animados: o fem nomosg zemljá “terra”, acosg zémlju.

Femininos terminados em consoante palatalizada (animados ou não-animados): o fem nomoacosg: lóšad’ “cavalo”; o fem nomoacosg dvér’ “porta”.

ANIMACIDADE MORFOLEXICAL (PARADIGMAS SEMÂNTICOS → MORFOLÓGICOS):

Palavras masculinas no singular há atuação morfolexical - NÃO ANIMADA: nomoacosg gláz “olho”; ANIMADA: nomosg otéc “pai”, acogenosg otcá; nomosg muž “marido”, acogenosg múža.

O mesmo ocorre com palavras masculinas e femininas no plural:

ANIMADAS: (nom X acogen): fem nomosg lošádka “cavalinho”, nomopl lošádki, acogenopl lošádok; masc nomoplmužčíny “homens”, acogenopl mužčín; fem nomopl lóšadi “cavalos”, acogenopl lošadéj; masc nomopl otcý “pais”, acogenoplotcóv; masc nomopl muž’já “maridos”, acogenopl mužéj;

NÃO-ANIMADAS (nomoac X gen): fem nomoacopl zémli “terras”, genopl zemélj; fem nomoacopl dvéri “portas”,genopl dveréj; masc nomoacopl glazá “olhos”, genopl gláz.

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EXEMPLOS DE FENÔMENOS MORFOLEXICAIS

(Numeraloclassificadorα) substantivo+α

Japonês:

“dois”: futatsu (duas coisas), futari (duas pessoas), nihai (por exemplo, dois copos), nihiki(por exemplo, dois animaizinhos), niwai (para duas aves ou dois coelhos), nisatsu (para doislivros), nihon (para duas coisas longas), nidai (para duas máquinas), niken (para doisprédios), nisoku (para dois sapatos), nimai (para duas tábuas), nitō (cavalos, gado, ursos,carneiros, ou no jargão dos biólogos, para insetos)

“dois cavalos” nitō α no uma +α

“dois olhos” futatsu α no me +α

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CLASSIFICADORES DO MANDARIM

Mandarim:

ge (classificador geral); bǎ (objetos com algo para segurar); zhī, gēn, gǎn, guǎn, tiáo,dào, lü, gǔ (objetos longos e estreitos); kē, lì, tuán, lún (objetos redondos ou ovais);zhāng, fú, piàn, miǹ, shàn, kuài (achatados ou com uma superfície plana); gè, wèi,míng, yuán, tiáo, kǒu (seres humanos), zhī, pǐ, tóu, tiáo (mamíferos, aves e insetos),tiáo (peixes, répteis e vermes); kē, duǒ, zhī, shù, cù (plantas), zuò, suǒ, jiān, jiā,dòng, zhuàng, suǒ (estruturas arquitetônicas ou elementos naturais imponentes),liàng, bù, liè, sōu, tiáo, jià, dǐng (veículos); tái (máquinas); cháng, chǎng (eventossociais); běn, shǒu, què, piān, chū, jù, shēng (publicações, escritos, expressões);jiàn, tiáo, dǐng, fù, shuāng (roupas); zhǒng, lèi, yàng (abstrações) e muitos outrosgramaticalizados (kǒu, tóu, wěi, piě, fú, fēng, fā, juǎn etc.).

“dois cavalos” liǎng-pǐ α mǎ+α

“dois olhos” liǎng-zhī α yǎnjīng+α

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Jorge Luís Borges (1899-1986)

El idioma analítico de John Wilkins (ensaio publicado em: Otrasinquisiciones, 1956)

Borges menciona uma “enciclopédia chinesa“, que teria sido citada pelosinólogo e tradutor Franz Kuhn (1884-1961), chamada El emporio celestialde conocimientos benévolos, que classificaria os animais em:

“(a) pertenecientes al emperador, (b) embalsamados, (c) amaestrados, (d)lechones, (e) sirenas, (f) fabulosos, (g) perros sueltos, (h) incluidos en estaclasificación, (i) que se agitan como locos, (j) innumerables; (k) dibujadoscon un pincel finísimo de pelo de camello; (l) etcétera; (m) que acaban deromper un jarrón; (n) que de lejos parecen moscas”.

Conclusão de Borges: "(...)notoriamente no hay clasificación del universoque no sea arbitraria y conjetural. La razón es muy simple: no sabemos quécosa es el universo".

Obviamente se trata de uma enciclopédia fictícia. A suposta citação de Kuhnainda não foi encontrada.

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Quem é John Wilkins?

(1614-1672)

An Essay Towards a Real Character, and aPhilosophical Language (1668)

Linguagem universal auxiliar parasubstituir o latim.

Z “animais”

Zi “bestas” (i.e. mamíferos)

Zit ”bestas vorazes do tipo cão” (i.e. canídeos)

Zitα ”espécies de cães”

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EXEMPLOS DE FENÔMENOS MORFORREFERENCIAIS

AS FORMAS DE TRATAMENTO

Em português: Sexo do enunciatário, formalidade, informalidade, neutralidade, intimidade, hierarquia, ironia, tomliterário, tom solene, tom religioso, arcaísmo.

2osg: tu, vós, você, o senhor, a senhora, a senhorita, o doutor, o menino, a menina, o ilustre, o ilustríssimo, o digno, o digníssimo, o distinto, o professor,o professor doutor, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Alteza, Vossa Eminência, Vossa Reverendíssima, Vossa Majestade, Vossa Majestade Imperial,Vossa Santidade, Vossa Senhoria, Vossa Onipotência, vosmecê, mecê, vassuncê, vancê, ocê, cê, [s], vossência, nome próprio.

DECRETO Nº 9.758, DE 11 DE ABRIL DE 2019

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9758.htm

Em japonês: Sexo do enunciador, formalidade, informalidade, neutralidade, hostilidade, intimidade, companheirismo,distanciamento, hierarquia, humildade, delicadeza, vulgaridade, tom literário, arcaísmo.

1osg: “eu”: watashi, watakushi, atashi, atakushi, ware, ore, boku, waga, washi, jibun, atai, oira, ora, uchi, wate, shōsei, asshi,sessha, wagahai, soregashi, warawa, wachiki, yo, chin, maro, onore ou nulo

2osg: “você”: anata, anta, kimi, otaku, omae, temae, temee, kisama, kika, kikan, onsha, kisha, kei, nanji, onushi, sonata, sochi , nome próprio do interlocutor ou nulo

https://en.wikipedia.org/wiki/Japanese_pronouns

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MORFORREFENCIALIDADE EM JAPONÊS

Há duas classes correspondentes aos “adjetivos” do português (adjetivos-i, adjetivos-na).

Kuroi “negro” (adjetivo-i)

AFIRMATIVO NEGATIVO

PRESENTE NÃO-POLIDO Kuroi. Kurokunai.

PRESENTE POLIDO Kuroi desu Kuroku arimasen

PASSADO NÃO-POLIDO Kurokatta Kurokunakatta

PASSADO POLIDO Kurokatta desu Kuroku arimasen deshita

PRESUNTIVO NÃO-POLIDO Kuroi darō Kurokunai darō

PRESUNTIVO POLIDO Kuroi deshō Kurokunai deshō

CONDICIONAL Kurokereba Kurokunakereba

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GRADAÇÕES MORFORREFERENCIAIS

Kirei “bonito” (adjetivo-na)

AFIRMATIVO NEGATIVO

PRESENTE NÃO-POLIDO Kirei da. Kirei ja nai

PRESENTE POLIDO Kirei desu Kirei ja nai desu

PASSADO NÃO-POLIDO Kirei datta Kirei ja nakatta desu

PASSADO POLIDO Kirei deshita Kirei ja nakatta

Afirmação kirei de aru

Negação kirei de nai, kirei de wa nai

Polidez kirei de arimasu

Negação polida kirei de wa arimasen

Negação honorífica kirei de irasshaimasen, kirei de gozaimasen

Negação humilde kirei de mairimasen

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Próximo encontro: Morfologia do ponto de vista

historiográfico