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DIGITALIZADO POR: PRESBÍTERO

(TEÓLOGO APOLOGISTA) PROJETO SEMEADORES DA PALAVRA

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S m rito Pedro da Silva

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Todos os Direitos Reservados. Copyright © 1988 para a língua portu- guesa da Casa Publicadora das Assembléias de Deus.

236 Silva, Severino Pedro da SILe Escatologia, doutrina das últimas coisas.

Rio de Janeiro, CPAD, 1988.1 v.

1. Escatologia. 2. O Anticristo.

I. Título.

Casa Publicadora das Assembléias de DeusCaixa Postal 33120001, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

11' Edição 1998

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ÍndiceApresentação............................................................................................ 6Prefácio..................................................................................................... 7Introdução................................................................................................. 9

1. O que Significa Escatologia........................................................... 112. Que Geração é Esta?....................................................................... 293. A Entrega dos Galardões............................................................... 354. A Celebração das Bodas................................................................ 455. A Invasão Russa«............................................................................. 516. O Período de D or............................................................................ 637. A Construção do Templo».............................................................. 758. A Manifestação do Anticristo....................................................... 839. A Batalha do Armagedom............................................................. 93

10. A Grande D estruição,.......................................................................10511. A Grande Carnificina.......,..............................................................11112. O Julgamento das N ações............................................................. 11513. Tudo Sobre Dispensações................................................................ 12114. As Alianças Existentes....................................................................12715. Os Mil Anos........................................................................................ 13316. A Morte e a Ressurreição................................................................14717. Lugar de Suplício.............................................................................16118. O Significado da Palavra Céu........................................................ 17119. O Juízo Final...................................................................................... 17720. A Vida E te rn a .................................................................................... 183Bibliografia................................................................................................ 187

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ApresentaçãoO Pastor Severino Pedro da Silva brinda-nos com este

livro, Escatologia, doutrina das últimas coisâs, um exce- lente tratado que descreve os acontecimentos futuros, a partir do Arrebatamento da Igreja. Com muita proprieda- de, numa linguagem simples, de fácil compreensão, narra a entrega dos galardões aos que se empenharam pela salva- ção do mundo, a celebração das Bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a manifestação do Anticristo, a cons- trução do novo Templo em Jerusalém, a invasão russa, a batalha do Armagedom, a destruição dos exércitos aliados,0 julgamento das nações, 0 Milênio, a batalha final, a der- rota de Satanás e de todos os anjos maus, a última ressur- reição e 0 julgamento final, 0 fogo do Inferno, 0 novo Céu e a nova Terra, a vida eterna.

Tenho a certeza de que todos os que lerem este livro, gostarão de seu conteúdo. Por isso, 0 apresento e recomen- do.

Horácio da Silva Júnior, pr Diretor Executivo da CPAD

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PrefácioAs profecias sempre me fascinaram. E este livro foi es-

crito para satisfazer uma exigência generalizada entre os estudantes de Escatologia Bíblica.

Já havia muito que se esperava um tratado dinâmico, enriquecido e aprofundado sobre este assunto.

Seu autor, pastor Severino Pedro da Silva, é conheci- do de todos nós e vem sendo usado grandiosamente por Deus para uma tarefa de suma importância que é, sem dú-l ida, escrever para 0 deleite espiritual do povo de Deus e até fora dele.

Este livro - a Doutrina das Ültimas Coisas - revela no- tável unidade de estilo e de linguagem. Isto se deve, em grande parte, à experiência e conhecimento do autor.

A mensagem nele contida tem uma consistência vital que se encaixa com 0 equilíbrio estrutural de seu argumen- to. O ponto central de seu conteúdo é nosso Senhor Jesus Cristo e suas manifestações com dissertações sobre as pro- fecias futurísticas.

São Paulo, 1987 J®sé Wellington Bezerra da Costa

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IntroduçãoA Escatologia = do grego “ Eschaton” é a doutrina que

diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindou- ro. Dela se depreendem vaticínios cujos temas são de al- cance muito vasto.

Alguns deles ainda surgirão (em seu cumprimento) ao cenário de nossa história.

O cumprimento destas profecias, à luz de cada con- texto, não depende da vontade ou da imaginação humana, mas exclusivamente de Deus (*Jr 1.12).

Estas predições. em seu contexto geral, são denomina- das à guisa futurística de “A Palavra dos Profetas”, “ ...à qual (afirma o apóstolo Pedro) bem fazeis em estar aten- tos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vossos cora- ções” (2 Pd 1.19).

Há, hoje em dia, grande interesse pelas profecias. Tal interesse deve-se aos grandes acontecimentos políticos e religiosos na vida de Israel e na das demais nações do mun- 4m (Lc 21.29).

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0 povo tem obsessão de conhecer o que vai acontecer no futuro. E assim tem sido desde o princípio do mundo. Os profetas de ambos os Testamentos predisseram com antecedência de séculos, no primeiro caso, e até de alguns meses, no segundo, todos os episódios futuros e, até com minúcias, em vários de seus elementos doutrinários e pro- fé ticos.

O próprio Jesus, desde que irrompeu e com Ele o “ Reino de Deus” , pregava uma escatologia natural, pre- sente e atual na vida do mundo e da Igreja.

São Paulo, 1987 Severino Pedro da Silva

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O que Significa Escatologia1. Definição־ do termo

O termo “ escatologia” e seus cognatos correspondem à “ doutrina das últimas coisas” .

Escaton (que vem por último) designa a doutrina que diz respeito ao fim do mundo presente e ao mundo vindõu- ro.

Desde que Cristo irrompeu e com Ele o Reino de Deus, o domínio da escatologia já está presente misteriosa- mente entre nós, com o seu peso de promessas e, simulta- neamente, seu atual julgamento.(1)2. Definição do argumento

Existem em o Novo Testamento alguns termos técni- cos que designam o domínio presente, atual e futuro, ao mesmo tempo, da escatologia na vida da Igreja e na vida do mundo.

Estes termos, segundo se diz, focalizam com exclusivi- dade este tempo futuro. Vejamos:

a. “ E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne...” (J1 2.28 e ss; At 2.17 e ss).

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b. “ Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos dias apostatarão alguns da fé...” (1 Tm 4.1a).

c. “ Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1).

d. “ Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou- nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1).

e. “ Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores...” (2 Pd 3.3a), etc.

Portanto, a expressão “ os últimos dias” e seu equiva- lente apontam para: a descida do Espírito Santo em sua plenitude (J1 2.28; At 2.17 e ss); para a época do Evangelho de Cristo (Hb 1.1) e, concomitantemente, para os últimos dias maus (1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1; 2 Pd 3.3).

3. A vinda de JesusA vinda do Senhor Jesus tem uma tríplice relação: à

Igreja (para o arrebatamento), a Israel (para seu preparo em receber o Messias sete anos depois) e, às Nações (para o Milênio). A tríplice divisão natural é depreendida de 1 Tessalonicenses 4.16 que expressa o significado do argu- mento quando diz:

“ ...o alarido” (à Igreja);“ ...a voz do arcanjo” (a Israel);“ ...a trombeta de Deus” (às Nações).a. Em relação à Igreja. Para com a Igreja, a descida do

Senhor aos ares para ressuscitar os que dormem e transfor- mar os crentes vivos é apresentada como constante expec- tação e esperança (1 Co 15.51,52; F1 3.20; 1 Ts 4.14-17; 1 Tm 6.14; Tt 2,13; Ap 22.20).

b. Para Israel. Para o povo escolhido, a vinda do Se- nhor é predicada para cumprir as profecias que dizem res- peito ao seu ressurgimento nacional, a sua conversão, e es- tabelecimento em paz e(־) poder sob o Pacto Davídico (Am 9.11,12; At 15.14-17).

c. Para as Nações. No caso das Nações, a Volta do Se- nhor é predicada para consumar a destruição do presente sistema político universal (Dn 2.44,45; Ap 19.11 e ss). Sen- do, porém, que os dois últimos acontecimentos relaciona- 12

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dos com Israel e as Nações só terão lugar sete anos depois do arrebatamento da Igreja por Jesus Cristo.

4. O desenvolvimento do argumento

A volta do Senhor, no que diz respeito à sua primeira vinda (ou fase), se destinará apenas à sua Igreja, e é cha- mada de “ encontro” em 1 Tessalonicenses 4.17. A palavra “ arrebatamento” não se encontra, graficamente falando, nas passagens que descrevem o momento do arrebatamen- to da Igreja, mas a idéia do termo está na frase inserida. Isto é, no contexto que diz: “ ...seremos arrebatados” (1 Ts 4.17).

A presente expressão obedece à seguinte sentença: “ tirar” , “ arrancar” , “ levar” , “ afastar” , “ tirar por força ou por violência” , “ impelir” , “ suprimir” , “ elidir” , etc.( ) To- das estas expressões designam, fundamentalmente, 0

traslado de uma coisa de um lado para outro ou de uma di- mensão inferior para uma outra superior.

Encontramos em o Novo Testamento cinco termos técnicos na língua grega que descrevem a manifestação de Cristo em suas duas fases futuras: Arrebatamento e Parou- sia e cada uma delas exemplificadas com passagens bíbli- cas:

a. Optomai (aparecer). “ Assim também Cristo, ofere- cendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, apare- cerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para sal- vação” (Hb 9.28).

b. Ercomai (vir). “ E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejai vós também” (Jo 14.3).

c. Epphanos (aparição). “ Que guardes este manda- mento sem mácula e repreensão, até a aparição de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tm 6.14).

d. Apokalypsis (revelação, desvendamento). “ De ma- neira que nenhum dom vos falta, esperando a manifesta- ção de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.7).

e. Parousia (presença ou vinda). “ E então será revela- do o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.8).

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Aqui estudamos a ocasião da parousia de Cristo.(4) Será no fim da Grande Tribulação, e, efetivamente, termi- nará esse período de aflição.

O aparecimento do Rei será acompanhado de certos sinais que não deixarão ninguém em dúvida sobre o que vai acontecer (Mt 24.29). Isto significa que a volta do Se- nhor, portanto, terá efeitos opostos e resultados positivos (para os santos) e negativos (para os incrédulos). Os efeitos serão sentidos sobre: amigos (Mt 24.31) e inimigos (Mt 24.30); tristeza e alegria, gemidos e adoração, medo e deli- cias.

Ele não virá como veio da primeira vez, em fraqueza (a fraqueza de Deus) e humildade, mas na glória e poder (Ap 1.7; 19.11-21).

5 .0 encontro

“ Em 1 Tessalonicenses 4.17, a palavra “ arrebatamen- to” tem o mesmo sentido no grego que “ nosso encontro” , em Atos 28.15 onde lemos: “ ...ouvindo os irmãos novas de nós, nos saíram ao encontro à praça de Ápio e às três Ven- das. E Paulo vendo-os deu graças a Deus, e tomou âni- Λ י י mo .

A palavra “ encontro” , neste sentido, significa portan- to literalmente “ sair” a fim de voltar com “ alguém” . So- mente duas passagens focalizam essas palavras com tal sentido, a saber: no trecho de Gênesis 24.63-67 e Mateus 25.1,6.

Na passagem de Gênesis descreve-se o encontro de Rebeca com Isaque e na passagem de Mateus ilustra o en- contro da Igreja com Cristo.

a. Para Israel. A volta do Senhor no que diz respeito à sua segunda fase (Parousia) se destinará especificamente a Israel, mas as Nações, de um certo modo, estão envolvi- das no acontecimento.

Prenunciando a volta do Senhor nos ares, Israel é re- presentado na figueira que brota. “ Aprendei pois esta pa- rábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam ten- ros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão” (Mt 24.32). As parábolas foram métodos de ensino muito usa- dos por Jesus. As parábolas são estórias que transmitem 14

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instrução, comunicando geralmente um ponto importan- te.( )

O ponto enfatizado na parábola da figueira contada por Jesus tem como objetivo ensinar-nos a identificar um "período de tempo geral” .

Quando as folhas da figueira começam a brotar, sabe- mos que o verão se aproxima. Ainda hoje em Israel a natu- reza da figueira continua a mesma. Tão-somente quando as árvores ali brotam, anunciam a vinda da primavera, as- sim estes sinais (disse Jesus) anunciarão a Volta do Rei em glória.

b. A figueira nesta passagem e em outras do mesmo gênero é Israel (Lc 13.6-9). “ A nação judaica é comparada a três árvores nas Escrituras Sagradas:

À vinha (Is 5.1-7), este foi o conceito de Isaías e de ou- tros profetas do Antigo Testamento.

A oliveira (Rm 11.17 e ss), este foi o conceito de Paulo por amor de seu argumento.

E à figueira (Mc 13.28), este foi o conceito de Jesus em relação a Israel. Antigamente a nação era como uma “ vi- nha frutífera” , depois uma “ figueira estéril” , e mais tarde na Vinda do grande Rei uma “ oliveira florescente” .

O Senhor Jesus já no entardecer de seu ministério ter- reno exorta-nos a observar os acontecimentos por virem na vida de Israel e depois acrescenta: “ Olhai para a figuei- ra, e para todas as árvores” (Lc 21.29).(6) Ora, a partir do ano 70 d.C., a figueira secou-se de acordo com as palavras proféticas de Jesus (Lc 13.8,9), e durante quase dois mil anos que se seguiram, a nação israelita se transformou pro- feticamente falando num “ montão de ossos secos” (cf. Ez 37.1,2,11). Esses “ ossos” como diz o profeta do Senhor, se- riam espalhados na face de um grande vale (o mundo), e ali seriam absorvidos pelas sepulturas (as nações). (Cf 37.12).

Mas apesar de tudo, a promessa de Deus é de restau- ração e. em 14 de maio de 1948, a figueira começa então a “ brotar” , e as sepulturas (as nações) devolvem a Israel não só seus filhos, mas também sua Terra e, de lá para cá, o grande progresso na vida deste povo são os brotos, preditos por nosso Senhor quando falou sobre o futuro (Mt 24.33).

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(c) Mas segundo os ensinos de Jesus, não só a figueira (Israel) seria alvo das profecias, mas todas as árvores ha- viam também de “ brotar” Lc 21.29). As Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe! Todas as nações que margeiam Israel vêm, de uma maneira ou de outra, sentindo um certo progresso. Isto prenuncia a Vinda do Senhor, que continua dizendo: “ Não passará esta gera- ção...”6. A posição de Cristo

No plano mais amplo de Seu ministério mediatorial, Cristo está agora assentado no Céu “ aguardando” . O grego êkõêxouai transmite o significado de alguém esperando o recebimento de alguma coisa vinda de outro. Isto mostra Cristo agora na atitude de alguém que está esperando; en- contra-se revelado em Hb 10.12,13. Ele está entronizado e pacientemente aguarda: o tempo certo e a ordem do Pai. Mas enquanto isso não acontece, Ele está exercendo sua tríplice função:

Primeiro, como concessor de dons (Ef 4.7-16), e o dire- tor do seu exercício (1 Co 12.4-11), e conforme tipificado pelos sacerdotes do Antigo Testamento que consagravam os filhos de Levi (Êx 29.1-9), Cristo está incessantemente ativo no Céu. Em relação a isto, todo o campo de serviço fica adequadamente apresentado e a que deve ser notada está entre a atividade universal tríplice do crente como sa- cerdote e o seu exercício diário.

Segundo, como intercessor, Cristo continua o seu mi- nistério no Céu, o qual começou aqui na terra (Jo 17.1-26; Rm 8.34). Este empreendimento estende-se ao seu cuidado pastoral daqueles que Ele salvou. Ele vive para sempre para fazer intercessão por eles, e por causa disto Ele pode salvá-los quando se aproximam de Deus através dele (Hb 7.25).

Ele não ora pelo mundo, ora, porém, por aqueles que o Pai lhe deu (Jo 17.9). A intercessão de Cristo relaciona-se com a fraqueza, imaturidade e limitações daqueles por quem Ele ora. Sua intercessão garante nossa segurança para sempre (Lc 22.31,32).

Terceiro, como advogado, e como aquele que nos re- presenta agora no Céu (Hb 9.24), Cristo lida com o pecado16

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atual do cristão. Ele é a propiciação pelos nossos pecados (1 Jo 2.2). Quando acontece um pecado na sua vida, o cris- tão tem um advogado junto ao Pai.

Um advogado é aquele que defende a causa de outra pessoa nos tribunais, e há motivos abundantes para Cristo advogar em benefício daqueles que tão constantemente ne- cessitam de sua ajuda.(7)7. O retorno de Cristo exemplificado

Encontramos no Antigo Testamento, especialmente no livro de Levítico 23, o ritual de cada festa estabelecida por Deus e observada pelo povo de Israel na Terra Santa. Cada festa destas, de acordo com sua significação especial, aponta para um tempo futuro.(8)

a. A Páscoa (Lv 23.4). A primeira delas era a Páscoa do Senhor. Era celebrada “ no mês primeiro, aos 14 dias do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor” . Esta festa é come- morável, e recorda a Redenção, feita por um grande Re- dentor. Em figura ela significa “ ...Cristo, nossa páscoa..., sacrificado por nós” (1 Co 5.7).

b. Os Asmos do Senhor (Lv 23.6). Esta era a segunda festa deste calendário. Esta simboliza comunhão com Cristo, e pão sem fermento, na plena bem-aventurança de sua redenção, e ensina um andar santo. A ordem divina aqui é linda: primeiro, redenção, depois um viver santo (1 Co 5.6-8 etc).

c. As Primícias (Lv 23.10). A festa das primícias era uma figura da ressurreição, primeiro. Cristo, depois os que são de Cristo na sua vinda (1 Co 15.23; 1 Ts 4.14-16 etc).

d. O Pentecoste (Lv 23.15-22). Esta festa, que é a quarta do calendário, era chamada de “ pentecoste” . Se- gundo a interpretação dada pelo doutor C.I. Scofield, ela simbolizava a descida do Espírito para a Igreja, conforme aconteceu no Cenáculo em que os discípulos oravam no dia de Pentecoste (At 2.1 e ss). “ Desde seu início até o fim, esta festa é o antítipo da descida do Espírito Santo para formar a Igreja do Senhor. Por isso o fermento está presen- te (Lv 23.17), porque infelizmente, mesmo em contrário à vontade divina, o mal existe na Igreja (Mt 13.33; At 5.1 e ss; Ap 2.1 e ss).

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Notemos que agora fala-se de pães, e não de um “ mo- lho” (feixe) de espigas soltas. Importa numa verdadeira união de partículas, formando um “ corpo homogêneo” . A descida do Espírito Santo no Pentecoste uniu os discípulos em um só organismo (1 Co 10.16,17; 12.13,20).

Os pães movidos eram oferecidos “ cinqüenta dias de- pois que se tinha oferecido o molho da oferta movida” (Lv 23.15). Isto é precisamente o período entre a ressurreição de Cristo e a formação da Igreja no Pentecoste, pelo batis- mo no Espírito Santo (At 2.1-4), com o “ molho” não havia fermento, porque em Cristo não existe mal.

e. A das Trombetas (Lv 23.23-25). A quinta festa era chamada a “ ...das trombetas” . Chegamos aqui, ao tempo do fim, porque esta festa tem um valor completamente profético e se refere à futura restauração no sentido total da nação israelita Note que existe um longo período entre o Pentecoste e a festa das Trombetas. correspondendo ao período entre o Pentecoste e a introdução do Milênio. Este período, segundo se depreende, corresponde ao longo período do trabalho pentecostal do Espírito Santo sobre a Igreja aqui na terra, na atual dispensação (cf. Is 18.3; 27.13; 58.1 e ss; J1 2.1 e ss; 3.21 etc).

Devemos observar que, em relação à festa das Trom- betas, algo especial a acompanha, que é um testemunho referente ao ajuntamento e arrependimento de Israel de- pois de terminar o período pentecostal, que é o da Igreja. Esta festa é seguida imediatamente pelo dia da Expiação. Simbolicamente falando, a festa das Trombetas fala do ajuntamento de Israel; profeticamente, porém, fala do ar- rebatamento da Igreja (“ ···A Grande Colheita” ), e logo a seguir, vem a penúltima festa.

f. A festa da Expiação (Lv 23.26-32). Segundo os rabi- nos, o dia da Expiação é o mesmo descrito em Levítico 16.29-34, mas aqui a ênfase está sobre a tristeza e arrepen- dimento de Israel. Em outras palavras, seu valor profético é saliente, e isto antecipa o arrependimento de Israel, de- pois do seu julgamento, quando de Sião vier o Libertador, e expiar a iniqüidade de seu povo (Is 9.14; Rm 11.26).

g. A festa dos Tabernáculos (Lv 23.34 e ss). A festa dos Tabernáculos simboliza o estabelecimento do reino mile-18

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nial de Cristo com poder e grande glória. “ A festa era tanto memorial como profética, memorial porque lembrava o tempo de peregrinação no Egito (Lv 23.43); e profética pelo descanso milenar de Israel depois da restauração, quando a festa dos Tabernáculos virá a ser outra vez um memorial; e, desta vez, não será só para Israel mas para to- das as nações durante o Reino Milenar de Cristo (Ez cap. 40 a 48; Zc 14.16-21). Esta festa era memorial para Israel como a Santa Ceia do Senhor é para sua Igreja: “ Fazei isto em memória de mim” .(9)

8 . Para os primeiros cristãos

Para os cristãos da Igreja Primitiva a maior e mais sublime expectação era o retorno de Cristo para seus San- tos. Eles não se conformavam ausentes da “ presença do Senhor” e ardentemente almejavam por ela. Paulo, por exemplo, conserva em si uma expectação imediata da pre- sença de Cristo em sua vida. Ouça o que Paulo diz: “ Mas, se o viver na carne (no corpo) me der fruto da minha ôbra, não sei então o que deva escolher. - Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (F1 1.22,23).

Nesta sua expectativa, Paulo deseja estar com Cristo de qualquer maneira: tanto “ partir” como esperar na “ car- ne” o retorno de Cristo. Esse deve ser, portanto, o sentido de “ viver na carne” para Paulo (F11.22). E, evidentemen- te, ele é inspirado a fazer esta oração aramaiquizada, que é: “ MARANATA!” (1 Co 16.22). Tal locução proverbial, como produto da cristologia do Filho de Deus na comuni- dade primitiva, encontra seu correspondente em Apocalip- se 22.20: “Amém. VemT Senhor Jesus!” No mais, a expec- tativa imediata do retorno de Cristo para os seus santos es- tá ancorada numa palavra falada por Jesus e escrita por Paulo, em 1 Tessalonicenses 4.15: “ Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós (ele atualiza), os que fi- carmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem". E na seção seguinte ele exclama: “ Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus...”

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Na passagem de Romanos 16.20, encontramos a ar- dente expectação de Paulo pelo retorno de Cristo, quando diz: “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés...” Esta ansiedade de Paulo e dos demais cristãos no primeiro século vem à tona em vários elemen- tos doutrinários, tais como:

a. Em 1 Coríntios 7.29, lemos: “ Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia-, o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se as não tivessem” .

b. Em 1 Coríntios 10.11, Paulo diz: “ Ora tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estas estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” . Em outras formulações referentes à expectativa imediata dos escritores do Novo Testamento quanto ao retorno de Cris- to, são os verbos e advérbios que deixam bem claro a ur- gência para tal acontecimento! Veja:

1) “ E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação (plena re- denção do corpo) está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé” (Rm 13.11).

2) “ Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor!” (F1 4.5).

3) “ Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.8).

4) “ O Senhor não retarda a sua promessa (da sua vin- da), ainda que alguns a têm por tardia...” (2 Pd 3.9a, etc).

9. O conceito errôneoPara muitos a segunda vinda de Cristo a este mundo é

apenas um processo de acontecimentos. Para outros, po- rém, isso significa um estado de morte. Mas, segundo se depreende, não é uma coisa nem outra. Razão porque a morte é a penalidade imposta pelo pecado, mas o retorno de Cristo livra do pecado e da penalidade (Rm 6.23). “ Os pensamentos e as experiências relativas à morte são dolo- rosos; os pensamentos relativos à vinda de Cristo nos são muito caros (Jo 11.31; Tt 2.13).

No primeiro caso, olhamos para baixo e choramos; no segundo, para cima e nos regozijamos (Jo 11.35; F1 2.16).20

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No primeiro caso (a morte), o corpo é semeado em cor- rupção e desonra; no segundo caso será ressuscitado em in- corrupção e glória (1 Co 15.42,43; 1 Ts 4.16,17). No primeiro caso, somos despidos; no outro, revestidos (2 Co 5.4). No primeiro caso, há triste separação entre amigos; no outro, alegre reunião (Ez 24.16; 1 Ts 4.16 e ss). Na morte entra- mos no descanso, mas na vinda de Cristo seremos coroados (1 Ts 4.13; Ap 14.13).

A morte vem como nosso grande inimigo; Cristo, como nosso grande amigo (Pv 14.27; 1 Co 15.26). A morte é 0 rei dos terrores (Jó 18.14); Cristo é o Rei da glória (SI 24.7). Satanás tem o poder da morte; Cristo é o príncipe da vida (At 3.15; Hb 2.14). Por ocasião da morte partimos para es- tar com Cristo; por ocasião da sua vinda Ele virá até nós (Jo 14.3; F11.23). Jesus faz distinção entre a sua vinda e a morte do crente. Cristo e os apóstolos nunca ordenaram aos santos que aguardassem a morte, mas, repetidamente, exortaram-nos a esperar a vinda do Senhor (1 Co 15.51,52).

a. A “ Nova Teologia” ensina que Jesus Cristo nunca voltará a este mundo em forma literal para os seus santos: que Cristo está retornando tão rapidamente quanto lhe é possível entrar neste mundo; que Ele veio no Pentecoste, na presença do Espírito Santo; que Ele veio por ocasião da destruição de Jerusalém, no julgamento contra aquela ci- dade, e que Ele vem por ocasião da morte das pessoas, como já falamos acima.

Com efeito, a vinda de Cristo não deve ser identifica- da com a destruição de Jerusalém, em 70 d.C., conforme a interpretação de alguns. O julgamento de Deus contra Je- rusalém não é o acontecimento referido na maioria das passagens em que a segunda vinda de Cristo é menciona- da. Isto. por vários motivos:

Primeiro, por ocasião da destruição de Jerusalém, aqueles que dormiam em Jesus não foram ressuscitados.

Segundo, os crentes vivos não foram arrebatados ao encontro do Senhor nos ares, nem seus corpos foram trans- formados.

Terceiro, anos depois dessa ocorrência, encontramos João ainda aguardando a vinda do Senhor (Ap 22.20).

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Quarto, segundo os ensinamentos dos profetas, dos apóstolos e do próprio Senhor, um reino de jus tiça e paz deve seguir-se im ed ia tam en te à volta de Cristo. Isso. toda- via. não ocorreu, nem por ocasião nem depois da destrui- ção de Jerusalém . Portanto , ela a inda está por vir!

b. Outro ponto de vista da “ Nova Teologia” é que Cristo veio na pessoa do Espírito Santo. Em sentido muito real e im portan te , de fato, a vinda do Espírito Santo foi um a vinda de Cristo para os seus (Jo 14.15-18,21-23). Essa, porém, não foi a vinda de Cristo referida nas passagens que afirm am que Ele voltará.

Evidentem ente , sua vinda é claram ente estabelecida e d is t in ta pelo testem unho conjunto dos profetas, de João Batista , dos anjos, dos apóstolos, e do próprio Cristo! Dele. disseram os anjos: "Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu. há de vir assim como para 0 céu o vistes ir” (At 1.11b).

10. O tempo de DeusAs Escrituras deixam bem claro que, do ponto de vista

divino. Deus jam ais se a trasa . Se parece haver demora no retorno de Cristo, é porque devem existir boas e convenien- tes razões para isso. É verdade que são já decorridos mais de 1900 anos da época em que a promessa do a rrebatam en- to foi feita pela própria boca do Senhor (Jo 14.3).

E n tre tan to , os membros da Igreja P rim itiva em Tes- salônica creram que Cristo viria enquanto estivessem vivos e foram consolados pela expectativa de se reunirem aos seus entes queridos já falecidos. Isso porém, não contradiz, nem enfraquece a promessa de Cristo para seus santos, pois, todos aqueles santos sabiam que Cristo, como Deus, tem a eternidade na sua mão e pode ligar o hoje do tempo, como se fosse o am an h ã da e ternidade (2 Pd 3.8,9).

O m undo tem passado de um a crise a outra, mesmo quando parecia oportuno para 0 regresso de Cristo. M as o significativo acontecimento não ocorreu.

a .A razão divina. Por que Cristo ainda não cum priu sua promessa de vir e receber seu povo para levá-lo consi- go? Do ponto de vista da profecia bíblica, ta l dem ora não é inesperada. Há, portanto , razão para tal. Q uando Cristo

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veio pela primeira vez, era um episódio que havia sido pre- visto há milhares de anos. Séculos de história haviam pre- parado o cenário para a primeira vinda de Cristo à Terra.

A língua grega se desenvolvera e era de uso comum em todo o mundo ocidental. Isso preparou o caminho para que o Novo Testamento fosse escrito em um idioma preciso e amplamente utilizado.

Paulo afirma que, quando tudo, porém, estava pronto: “ ...Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (G1 4.4b).

O Império Romano conseguira estabelecer relativa paz no Oriente Médio. A vida e culto judaicos na Palestina estavam prontos para a vinda do Messias. Apareceu João Batista para anunciar a vinda do Rei e conclamar a nação ao arrependimento (Mt 3). A Paz Romana havia franquea- do o comércio internacional e as comunicações, possibili- tando que os cristãos do Século I propagassem a mensa- gem do Evangelho pelo Império Romano inteiro e final- mente por todo o mundo. As profecias sobre a primeira vinda de Cristo foram cumpridas num dia cuidadosamen- te preparado por um Deus soberano. Ele estava “ velando” sobre este tempo (Jr 1.12). Assim também, as profecias concernentes ao retorno de Cristo para buscar os crentes e a sua segunda vinda (Parousia) à terra serão cumpridas dessa forma, num perfeito sincronismo de Deus.

b. A demora. Do ponto de vista humano pode parecer que Cristo esteja retardando sua vinda. Mas em épocas passadas, o cumprimento das profecias bíblicas foi sempre precedido por séculos de história que transformaram os acontecimentos com suprema precisão, a fim de permitir que os fatos preditos ocorressem conforme a promessa, per- feitos até os últimos detalhes. Todavia, há também uma razão pessoal e afetuosa para justificar por que Cristo ain- da não voltou.

Veja o que escreve o apóstolo Pedro em sua segunda Carta (3.8,9): “ Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que al- guns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco,

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não querendo que alguns se percam, senão que todos ve- nham a arrepender-se.”

Eis aí, portanto, a demora do retorno de Cristo para encontrar-se com os seus santos provém de um coração amoroso. Um Deus compassivo ainda está esperando que muitos ouçam o Evangelho e atendam à mensagem cren- do!

11. Sua Parousia também será necessáriaNão só a vinda de Cristo (para seus santos) será neces-

sária, mas também seu retorno com poder e grande glória (sete anos depois), também já era esperado pelos primiti- vos cristãos. Pois, segundo o conceito dos profetas e dos apóstolos, isso significaria a implantação de seu governo na terra por mil anos, conforme era esperado. “ Porque con- vém que reine até que haja posto a todos os inimigos debai- xo de seus pés” (1 Co 15.25).

E não somente isto, mas também pelo fato de que a segunda vinda de Cristo traria aos judeus a solução de to- dos os seus problemas e o estabelecimento de seu futuro governo sob o Pacto Davídico. Seu aparecimento trará fim também à grande guerra do Armagedom e à onda de des- truição que estará a ponto de aniquilar a terra.

Seu retorno em glória será necessário para o encerra- mento dos “ tempos dos gentios” (Lc 21.24). Esta expres- são, “ tempos dos gentios” ou seu equivalente, tem na Bíblia duas aplicações:

a. Na primeira, refere-se “ à oportunidade” que Deus concedeu a eles para salvação. Paulo comenta isso em Ro- manos 11 e Efésios 2. Paulo fala deles no seguinte tema: “ ...naquele tempo estáveis sem Cristo” (Ef 2.12). Refere-se ao tempo passado, antes de Cristo ter vindo ao mundo.

Conforme este conceito, os gentios estavam sem a “ promessa messiânica” , isto é, sem as vantagens do Pacto com Israel, o que é mencionado e comentado em Romanos 9.4,5.

“ Chamados incircuncisão” (Ef 2.11); sim, os judeus chamavam os gentios de “ incircuncisão” , por desprezo. Em sentido geral, os gentios estavam sem a redenção que nos vem por intermédio de Cristo inteiramente à parte de24

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qualquer idéia de redenção mediada pelas promessas ju- daicas

“ ...Mas agora” (Ef 2.13a). Diz Paulo: “ ...em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cris- to chegastes perto” .

Portanto, “ os tempos dos gentios” nesta primeira se- ção, referem-se a “ um tempo para salvação” (Jo 1.12).

b. Na segunda, o termo refere-se “ ao domínio gentíli- co” que, como sabemos, começou com Nabucodonosor e se estenderá até o Armagedom (Dn 2.44,45; Ap 19.19-21). Durante este período as nações gentílicas têm ditado o des- tino de Jerusalém e oprimido o povo de Israel. Nosso Se- nhor predisse isso, em Lucas 21.24: “ ...E Jerusalém será pisada pelos gentios, até (esse “ até” vai até o Armagedom) que os tempos dos gentios se completem” .

Temos aqui uma elaboração editorial, preparada por Lucas, conforme Cristo predisse sobre os eventos que sobreviriam à cidade de Jerusalém e ao povo judeu, quan- do de sua destruição. A passagem, de maneira geral, refle- te tanto um conhecimento histórico como profético da- queles acontecimentos; e isto mostra que do ano 70 d.C., até a presente era, de fato, Jerusalém tem sido pisada por esta gente.

“ Tempos dos gentios” , como já tivemos ocasião de ver, é primeiramente usado para indicar o tempo durante o qual os gentios terão a oportunidade de se arrependerem e de acharem a salvação. “ ...Deus visitou os gentios, para to- mar deles um povo para o seu nome” (At 15.14b). Este tempo começou com a morte e ressurreição de nosso Se- nhor Jesus Cristo e terminará em plenitude com o arreba- tamento da Igreja.

Porém, como já falamos, no sentido de domínio, refe- re-se ao tempo que Deus estabeleceu para castigar Israel como nação, o que terá características daqueles tempos (Dn 8.13,14; .12.7,11.12 etc).

Nas palavras de Jesus em Lucas 23.28,29, podemos deduzir o que isto significa. Isto é, o que queria dizer “ Je- rusalém” ser pisada pelos gentios. Ouça: “ Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não cho- reis por mim, chorai antes por vós mesmas, e por vossos fi­

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lhos. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem- aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram!” Esta passagem trata-se de uma declaração profética a respeito da destruição da cida- de de Jerusalém, pelo poderio gentílico, o que teve cumpri- mento no ano 70 d.C.

A descrição foi tão horrorosa porque a maternidade, naqueles dias, tomou-se uma verdadeira maldição, e não uma bênção, segundo usualmente considerada.

As mães foram forçadas a ver os seus filhos inocentes serem brutalmente assassinados, ou mortos por inanição. (Ver notas expositivas sobre isso, “ A fuga predita” .) Le- mos nos escritos de Josefo que certas mulheres, por causa da fome causada pela muralha com que Flávio Tito Vespa- siano cercou a cidade, chegaram a comer os seus próprios filhos, e até mesmo soldados tão endurecidos como os mili- tares romanos sentiam asco de ver a cena de corpos infan- tis meio comidos ou meio cozinhados. Acrescenta-se a isso o fato de que a mãe com seus filhos seria impedida de fugir da cidade. Portanto, isso significa, domínio cruel dos gen- tios, até que seu tempo termine. O que só acontecerá com o retorno de Cristo. As profecias, tanto do Antigo como do Novo Testamento, indicam que no retorno de Cristo à Ter- ra com poder e grande glória, Jesus será visto fisicamente na Palestina (Ap 1.7).

O mesmo Jesus Cristo que nasceu de uma virgem, que morreu na cruz, que ressuscitou e subiu ao Céu, brevemen- te voltará: primeiro para os seus santos (o arrebatamento) e segundo, com os seus santos (sua Parousia). Ele voltará em pessoa à esfera terrestre para exercer seu governo sobre o mundo. Está perfeitamente claro que este regresso de nosso Senhor será literal e não somente sua oresença espi- ritual como tem sido afirmado por alguns estudiosos da Bíblia.12. Seu retorno em glória

Esta descrição aqui do arrebatamento e Parousia de Cristo faz-se necessária para que o estudioso das profe- cias tenha maior clareza na cronologia profética.

Os acontecimentos que se seguirão em sua vinda pes- soai a este mundo são mais ou menos estes:26

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a . 0 regresso de Cristo será um regresso visível e glorio- so. De acordo com as Escrituras, todos verão Jesus (Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu primeiro toque a este m undo se- rá no m onte das Oliveiras como está descrito pelo profeta Zacarias 14.4: “ E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém , para 0 o riente .. .” Durante esse período, a m archa do cortejo e a rotação contínua da terra permitirão que o m undo inteiro presencie 0 acontecimento. O destino final do cortejo será o centro do Oriente Médio, ao encam inhar-se para 0 ani- quilam ento dos exércitos reunidos para a b a ta lha do Ar- magedom e para a chegada definitiva de Cristo ao Monte Sião (SI 2).

b. Segundo as Escrituras. Cristo será acom panhado, em sua segunda vinda, por um imenso corpo de hostes ce- lestiais, descrito como os exércitos do céu (Jd v 14; Ap 19.14). Os crentes que foram arrebatados antes da Tribula- ção, bem como aqueles que estiverem no Céu com o Senhor conforme a promessa dele em João 14.1-4, retornarão à Terra como parte desse vasto acom panham ento . Tam bém os anjos se jun tarão a Cristo nesse grande cortejo do Céu à Terra (Mt 25.31, etc).

c. Ü Salmo 2 descreve o retorno de Cristo do Céu à Terra e seguindo em direção do monte Sião. “ S ião” é men- cionada por 110 vezes na Bíblia. 90 delas são em termos do grande amor e afeição do Senhor por ela, de modo que o lu- gar tem grande significação. Para m ostrar a majestosa so- berania de Deus na história da hum anidade , o Salmo 2, já citado nesta seção, fornece um a descrição da situação m undial na época da segunda vinda de Cristo: “ Porque se am otinam as gentes, e os povos im aginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam , e os príncipes juntos se manco- m unam contra 0 Senhor (Deus) e contra 0 seu Ungido (Cristo)...” , (vv 1.2). Mas, esta rebelião das nações provo- cará no Senhor um riso de desprezo. “Aquele que hab ita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles” (v 4).

Portanto, Deus prom eteu enviar seu Filho no tempo determ inado para destruir as forças do mal e depois reinar sobre a terra. Seu governo, como teremos ocasião de ver no

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capítulo que trata do Milênio, será um governo absoluto de paz e justiça jamais visto neste mundo!

(') J . J . V. Allmen. Voc. Bibl. 1972Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible) (־)( י ) Peq. Die. da Ling. Port. p. 113, 11♦ Ed. 1979(') A. E. B. Ant. da Ült. Bat. Armag. 1981( ) Cont. Regres. P / O Juízo Fin. 1981(s) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)(:) Teol. Sist. L. S. C. Vol. I. 1986(8) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible){ ) Op. Cit. C. I. Scofield

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Que Geração é Esta?I. Não passará esta geração

“E m verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas acon teçam ” .

Sendo a duração da vida hum ana , “geração” serve p ara expressar o tem po como segue: os tem pos passados (At 14.16; 15.21); o tem po do castigo de Deus, que atinge a té a q u a rta geração (Êx 20.5; D t 5.9); o tem po da sua mi- sericórdia, in fin itam ente m aior que sua cólera (Êx 20.6; D t 5.10; 1 Cr 16.15; SI 105.8). “De geração em geração” , que tam bém se traduz conforme 0 sentido do pensam ento; “ de idade em id ad e” - significa para sempre, em perpetui- dade, e se relaciona com a fidelidade de Deus a seu reino, a seu am or e ss (Êx 3.15; SI 33.11; 90.1; Is 60.15; Dn 4.3; Lc 1.50).

a. Por outro lado, “ geração” significa os homens de u m a época (Êx 1.6; N m 32.13; Ec 1.4); os homens do pas- sado (Jó 8.8); os homens do futuro (Dt 29.22; Jó 18.20; SI 22.21; 48.14; 78.4,6; Lc 1.48); os contemporâneos (Is 53.8; Lc 16.8).

Neste sentido “geração” é o objeto dos ju lgam entos severos que os profetas trazem sobre seus contemporâneos

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e sobre todo 0 povo de Israel: “ ...geração perversa” (Dt 32.5); “ ...geração pecadora” (Is 1.4); “ ...semente adulteri- n a ” (Is 57.3); “ ...semente da fa ls idade” (Is 57.4. etc). O Senhor Jesus re tom a estes ju lgam entos proféticos e os apli- ca a seus contemporâneos em vários de seus elementos doutrinários:

“ ...geração m á e ad ú lte ra” (M t 12.39); “ ...geração adú lte ra e pecadora” (Mc 8.38); “ ...geração incrédu la!” (Mc 9.19); “ ...geração incrédula e perversa” (Mt 17.17). etc.

b. “ ...esta geração” . A palavra “ geração” na presente passagem tem um sentido escatológico. É a palavra grega “genea” , e segundo o doutor C. I. Scofield ela traz em si a idéia de “ raça, família, espécie, e tc ” .(10) É certo que a pa- lavra se em pregada apenas como um a geração familiar (um filho sucedendo a um pai), não se coaduna com a tese principal, porque nenhum a destas “ coisas” , a saber: a pregação do Evangelho do Reino em todo o m undo; a volta de Jesus em glória; o a jun tam en to dos escolhidos pelos an- jos, não aconteceu antes da destruição de Jerusalém , que todos sabem , deu-se no ano 70 d.C. A promessa é, portan- to, que a Geração - a Nação de Israel ou família israelita - será conservada até o fim como nação: ninguém a destrui-

2. Jesus como uma “ geração”N a passagem de Apocalipse 22.16, Jesus se identifica

como sendo “ ...a geração de D avi” . Esse fato, portanto,nos leva a en tender porque M ateus inicia seu Evangelhodizendo: “ Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi,filho de A braão” (M t 1.1).

As duas genealogias (M ateus e Lucas) que diferem en-tre si em alguns detalhes, podem ser um a só (pelo menos é de um a só pessoa): e não se originam de duas linhagens;um a sendo de José e a outra de M ar ia .(11) Essa idéia foi universalm ente aceita na Igreja Prim itiva e continuou até 0 século XV, quando Annius de Viterbo, que morreu em 1502 (d.C.), achou um a diferença.30

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Segundo ele entre a linhagem de José (em Mateus) e a linhagem de Maria (em Lucas) havia "pontos difíceis” de serem conciliados entre si por várias razões:

Primeiro: Mateus, apresenta Jacó como “ pai” de José (1.16), e segue em direção a Jesus.

Segundo: Lucas, apresenta Heli como “ pai” de José (3.23), e segue em direção a Adão. Para o doutor R.N. Champlin, Ph. D., diversas interpretações procuram expli- car a diferença:

a. Para os que pensam que a genealogia de Lucas dá a linhagem de Maria, e a de Mateus dá a de José. Jacó seria o pai de José, e Heli seria o sogro (compare-se 1 Sm 24.11,16). O uso da palavra “ pai” no hebraico e no grego, permitia que a palavra “ pai” fosse usada livremente no lu- gar de sogro, apesar de sogro não ser 0 parentesco verdadei- ro e sim, por afinidade.

b. Para os que pensam que ambas as genealogias dão a linhagem só de José, Jacó seria irmão de Heli; segundo o costume hebreu, quando Heli morreu, Jacó teria tomado sua viúva como esposa (compare-se Gn 38.1 e ss; Dt 25.5 e ss; Rt 4.5), e José seria filho de Jacó no sentido literal e de Heli, no sentido legal.

c. É possível que José tenha sido filho de Jacó por nas- cimento, e filho de Heli por adoção, ou 0 inverso.(12) Esta questão não é bastante solúvel, mas qualquer destas três interpretações é possível.

Nos versículos 3 a 6 da genealogia de Mateus, apare- cem quatro nomes de mulheres estrangeiras, a saber: Ta- mar (Gn 38.1 e ss); Raabe (Js 2.1 e ss; Hb 11.31), Rute (ver livro de Rute para sua história); e aquela que foi mulher de Urias, isto é, Bate-Seba, que o Espírito Santo omitiu o seu nome (2 Sm 12.10,24).

1) A genealogia do Salvador abrange 42 gerações, num período de dois mil anos. Está dividida em três partes de catorze gerações cada.

O primeiro grupo, de Abraão ao rei Davi (Mateus), abrange mil anos aproximadamente.

Na de Lucas abrange três mil anos (pois continua até Adão). Ela tem caráter descendente.

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0 segundo grupo, do rei Davi ao exílio babilônico, abrange um período de quatrocentos anos.

O terceiro grupo, do exílio a Cristo, tem treze gera- ções, sendo que a 14? geração, obviamente inclui Maria ou Jesus, abrange um período de seiscentos anos. Examinan- do com cuidado, observamos que existem certas “ lacunas” de nomes·nas duas tábuas genealógicas de Mateus e Lu- cas. Podemos encontrar algo similar, em Esdras 6, onde se vê uma genealogia com o mesmo número de “ lacunas” , nada menos de seis gerações de sacerdotes são omitidas, como transparece pela comparação em 1 Crônicas 6.3-15.

2) “ Ao examinar a genealogia de Mateus, para ver quando se rompeu a linhagem real de Judá (visto que as duas genealogias seguem de Abraão a Davi numa só árvore genealógica e a partir daí, há uma “ bifurcação” - Não se- gue com Salomão e sim, com Natã), fica claro que foi em Jeconias.

Note-se, também, como o Senhor usou a Jeremias di- zendo: “ Assim diz o Senhor: Escrevei que este homem (Je- conias) está privado de seus filhos, e ...nem prosperará al- gum da sua geração, para se assentar no trono de Davi, e reinar mais em Judá” (Jr 22.30). Os dois nomes que seguem o de Jeconias, Salatiel e Zorobabel estão realmente trans- feridos da outra genealogia (de Lucas), na qual consta que o pai de Salatiel foi Neri, da família de Natã.

Torna-se certo, portanto, que Salatiel, da família de Natã, irmão de Salomão, se tornou herdeiro ao trono de Davi, quando falhou a linhagem de Salomão na pessoa de Jeconias. Assim Salatiel e seus descendentes foram trans- feridos, como “ filhos de Jeconias” para a tábua genealógi- ca segundo o costume da lei judaica” .(1 )

Em Mateus 1.6, “ ...Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias; e Saio- mão gerou a Roboão...” etc.

Em Lucas 3.31, “ ...Matatá de Natã, e Natã de Davi, e Davi de Jessé...” etc. Tanto Salomão como Natã eram fi- lhos de Bate-Seba (2 Sm 12.24; 1 Cr 3.5). Então aparecem seis nomes em Mateus, que não aparecem em Lucas.(14) Seja como for, há somente duas genealogias no Novo Tes- 32

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lamento - e as duas são de uma só pessoa: O Senhor Jesus Cristo que, através das quais, se identifica como sendo “ ...a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã” (Ap 22.16b).

Evidentemente, quando uma “ geração” traz em si o sentido genealógico, refere-se à sucessão de um pai por seu filho primogênito (primogenitura aqui é por direito nato ou adquirido). De Abraão a Cristo as gerações sobem (Mt 1.1-7); de Cristo até Adão, as gerações descem (Lc 3.23-38). De Adão até Abraão uma “ geração” é calculada pelo decorrer de 100 anos; enquanto que, de Abraão até Cristo é de 40 anos aproximadamente (cf. Mt 24.34 etc).

3. Uma geração escatológicaO sentido aqui invocado, deve ser o mesmo de “ raça” ,

“ espécie” , “ família” . Tal expressão de Jesus assegura a continuidade de Israel, como nação, até a volta de Cristo com poder e grande glória, mas sua identidade como raça e como nação continuará até aquele acontecimento. Paulo declara exatamente isso em Romanos 11.25 e ss. Outros, porém, tem em mente que Jesus ao se referir a “ esta gera- ção” (hê genea hautê), queria dizer “ esta geração de ho- mens” , e assim, segundo este critério de interpretação, aquela “ geração” , durou exatamente 40 anos, pois no ano de 70 d.C. todos que ouviram isto, com exceção dos discí- pulos, pereceram.

Porém, é evidente que, na passagem de Apocalipse 1.7, esta forma de interpretação não se harmoniza com a tese e argumento principal e, sim, diz respeito claramente a Israel na presente era, pois os que crucificaram Jesus no sentido literal^.estão mortos há quase dois mil anos.

No início deste capítulo, falamos que em certo sentido “ geração” se aplica também aos “ homens de uma época” ou a um grupo específico em qualquer tempo ou época, tais como:

a. Os gentios. “ Depois disse o Senhor a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração” (Gn 7.1). Os gentios, quanto à sua wigem, vieram de Adão e a sua liderança natural está ne-

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le. Quanto ao seu estado no período de Adão a Cristo, fica- ram sob a multiforme acusação: “ ...estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos con- certos da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Ef 2.12b). Portanto, os gentios eram uma “ gera- ção” sem Deus e sem esperança.(15)

b. Os judeus. “ Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam” (Mt 24.34). Com a chamada de Abraão e tudo o que o Senhor operou nele, deu-se início a uma nova raça ou nova gera- ção, a qual sob alianças e promessas divinas inalteráveis, continuará para sempre. Portanto, Israel é uma geração a parte dos demais povos ou nações. Isto é, trata-se de um povo escolhido como alvo das promessas e conceitos de Deus até a consumação.

c. Os cristãos. “ Mas vós sois a geração eleita, o sacer- dócio real, a nação santa...” (1 Pd 2.9a). Um grande con- junto das Escrituras declaram direta ou indiretamente que a atual disposição foi predita e intercalada, e nela uma nova humanidade aparece sobre a terra como a cerca de 2000 anos a.C. aparece na nova ordem do tempo a nação de Israel, tendo como ponto de partida o patriarca Abraão (Gn 12.1 e ss).

Os gentios partindo de Adão, formavam uma nova ge- ração, pois Deus havia também criado outros seres racio- nais (os anjos) no Universo.

Os judeus, partindo de Abraão, davam agora início a uma nova geração que, foi denominada por Deus como sendo “ santa” (Êx 19.6).

Os cristãos partindo de Cristo, formam agora a “ nação santa” (1 Pd 2.9 etc).

״) ) Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reference Bible)(") O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.(I!) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.״) ) L. Hervey. op. cit. p. Mat. o Evang. do Rei.(") O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D., 1982.(' ) Teol. Sist. L. S. C. Vol. I. 1986.

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A Entrega dos Galardões1. O tribunal de Cristo

Após o arrebatamento da Igreja por Cristo, haverá uma “ reunião com Ele” num lugar chamado “ tribunal” . Paulo fala disso em vários de seus ensinos mas, especifica- mente, em três referências exclusivas:

Primeira: ‘ ‘Mas tu. por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo” (Rm 14.10).

Segunda: “ Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 0 que tiver feito por meio do corpo, ou bem. ou mal” (2 Co 5.10).

Terceira: “ A obra de cada um se manifestará: na ver- dade 0 dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá ga- lardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimen- to; mas 0 tal será salvo, todavia como pelo fogo” (1 Co 3.13-15). Existem outras possíveis passagens sobre o Tri- bunal de Cristo em 0 Novo Testamento, mas essas são to- madas para exemplificar 0 sentido do argumento.

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a. 0 que é tribunal? Nos antigos estádios gregos, a as- sembléia se reunia defronte de uma “ plataforma” chama- da BÊMA de onde as questões oficiais eram conduzi- das.(16)

Esse vocábulo “ bêma” originalmente significava ape- nas um “ degrau” ; desta idéia passou a indicar uma “ pia- taforma elevada” , como aquela usada pelos oradores, pe- los juizes das competições esportivas, ou mesmo pelos ma- gistrados romanos em seus julgamentos formais. Porém, já o apóstolo Paulo toma o vocábulo “ bêma” para denotar 0 “ Tribunal de Cristo” . Essa expressão “ tribunal’ é empre- gada por onze vezes no Novo Testamento, e nas passagens onde ela figura está sempre ligada a julgamento espe- ciai.(17)

1) O tribunal de Pilatos ( l 9). “ E, estando ele (Pilatos) assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Não entres na questão desse justo, porque num sonho muito so- fri por causa dele” (Mt 27.19).

2) O tribunal de Herodes. “ E num dia designado, ves- tindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribu- nal, e lhes fez uma prática” (At 12.21).

3) O tribunal de Pilatos (2?). “ Ouvindo pois Pilatos este dito, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litostrotos, e em hebraico Gabatá” (Jo19.13).

4) O tribunal de Gálio. (I9). “ Mas, sendo Gálio pro- cônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente contra Paulo, e o levaram ao tribunal, dizendo: Este per- suade os homens a servir a Deus contra a lei” (At18.12.13).

5) O tribunal de César ( l 9). “ E, não se demorando en- tre eles mais de dez dias, desceu a Cesaréia; e no dia se- guinte assentando-se no tribunal, mandou que trouxes- sem a Paulo” (At 25.6).

6) O tribunal de Gálio (29). “ E expulsou-os do tribu- nal. Então todos agarrando Sóstenes, principal da Sinago- ga, o feriram...” (At 18.16,17a).

7) O tribunal de César (29). “ Mas Paulo disse: Estou perante o tribunal He César, onde convém que seja julga­36

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do: não fiz agravo algum aos judeus,.como tu bem sabes” (At 25.10).

8) O tribunal de Gálio (39). “ Então todos agarraram Sóstenes, principal da Sinagoga, e o feriram diante do tri- burial; e a Gálio nada destas coisas o incomodava” (At 18.17).

9) O tribunal de César (39). “ De sorte que, chegando eles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilação algu- ma, assentado no tribunal, mandei que trouxessem o ho- mem” (At 25.17)'.

10) O tribunal de Cristo “ Porque todos devemos com- parecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo 0 que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co 5.10).

11) O tribunal de Deus (Edição Revista e Atualizada). “ Tu, porém, por que julgas a teu irmão? e tu, por que des- prezas o teu irmão? pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus” (Rm 14.10).

Para uma melhor compreensão do pensamento, o lei- tor deve observar que as duas referências nos evangelhos indicam o “ tribunal de Pilatos” (Mt 27.19; Jo 19.13); otre- cho de Atos 12.21, fala do “ tribunal de Herodes” ; as refe- rências do décimo oitavo capítulo de Atos indicam por três vezes o “ tribunal de Gálio” ; em Atos 25.6,10,17, por três vezes, refere-se ao “ tribunal de César” . Enquanto que Ro- manos 14.10 e 2 Coríntios 5.10, indicam o “ tribunal de Cristo e de Deus” .

b. Nas últimas citações (Rm 14.10 e 2 Co 5.10), Paulo alude ao que acontecerá quando o Redentor congregar os remidos em torno de si, diante do seu tribunal. Haverá ali uma avaliação do que fizemos e não fizemos; mas isso não indica que será um momento de temor, mas de confiança; mais ninguém estará ali presente, a não ser os salvos: ali todos amarão 0 Redentor e confiarão nele.

Os textos e contextos afirmam que, diante do tribunal do Senhor, cada “ um” receberá 0 louvor ou a censura que merecer. As referências mais explícitas sobre isso são:(18)

Primeiro: Em 2 Coríntios 5.10, onde o que temos “ fei- to por meio do corpo” será manifestado perante os olhos de todos diante do Tribunal (cf. Hb 4.13, etc).

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Segundo: Em Romanos 14.10, onde nossas relações com nossos irmãos serão examinadas perante o nosso Sal- vador (cf. Mt 18.10, etc).

Terceiro: Em 1 Coríntios 3.10-15, onde nosso serviço a Deus é provado como pelo fogo (cf. Ap 22.12, etc).

2. Onde será o Tribunal?Existem muitas divergências entre os comentaristas

quanto ao local exato do Tribunal de Cristo. Alguns têm sugerido que será aqui mesmo na terra. O homem pecou aqui (dizem eles); aqui foi salvo; aqui trabalhou - então aqui deve ser avaliado o seu trabalho (cf. Mt 25.19 e ss). Outros, porém, asseguram que esse julgamento deve ter lu- gar no Céu e confrontam o Tribunal de Cristo com o julga- mento do grande Trono Branco; apenas o dividem por eta- pas: 1? o Tribunal; 29 o Juízo das Nações e 3? o Grande Tro- no Branco (cf. Mt 25.32 e ss; 2 Co 5.10; Ap 20.11 e ss). Po- rém, é evidente que essa forma de interpretação deve ser rejeitada de todo. Visto que esses três julgamentos obede- cem a uma ordem cronológica bem clara: o Tribunal de Cristo se dará por ocasião do arrebatamento; o juízo das nações vivas, por ocasião do retorno de Cristo na sua Pa- rousia (sete anos depois do arrebatamento); e o juízo final, mil anos depois. Um outro grupo diz que terá lugar nos ares, mas não especifica o lugar (cf. 1 Ts 4.17; Ap 22.12).

As passagens de Mateus 9.15 e Apocalipse 22.12 nos levam a entender que o Tribunal não será “ dentro do Céu” . Razão por que, na primeira citação Jesus declara que os filhos das bodas (que se dará no Céu: Ap 19.7) não podem andar tristes e, em 1 Coríntios 3.15, lemos que diante do Tribunal isso pode acontecer; na segunda, Jesus declara: “ E eis que cedo venho, e o meu galardão está co- migo (no original virá comigo), para dar a cada um - no tribunal - segundo a sua obra” .

Ora, se essa recompensa fosse feita no Céu, não seria necessário Jesus trazer consigo este galardão. Na antigui- dade, os juizes e anciãos de uma nação costumavam julgar seus súditos e suas causas na “ porta da cidade” (Gn 19.1,9; 1 Sm 4.13,18; 2 Sm 15.2). Boaz, chamando o remi- dor, e mais dez testemunhas da cidade de Belém, julgaram 38

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a causa de Rute a moabita na “ porta da cidade” de Belém (Rt 4,1,2). E ali, diante desse tribunal, ela recebeu “ . . . 0 ga- lardão do Senhor Deus de Israel” (Rt 2.12).

Muitas coisas nas Escrituras foram escritas “ ...para nosso ensino” (Rm 15.4), pois algumas delas são “ ...sombras das coisas celestiais” (Hb 8.5), e outras são “ ...figuras das coisas que estão no céu” (Hb 9.23). Se o nos- so pensamento é acertado nesta interpretação, é evidente, embora pouco provável que o Tribunal de Cristo terá lu- gar ainda nos ares, especialmente na “ porta formosa do Céu” (cf. Ct 2.4; 1 Ts 4.17 etc).

a. Diante do Tribunal de Cristo, serão reprovadas as obras e não o obreiro (1 Co 3.13 e ss), pois todo o seu traba- lho que tiver feito “ por meio do corpo” será ali avaliado pe- rante a justiça divina.

Porém,' se fará necessário que a caridade de Deus este- ja ali! A justiça exige que o “ bem” seja recompensado e o "mal" punido.(19) Ora, isto não pode realizar-se senão pela sanção (sanção aqui não é condenação) da vida futura; so- mente esta pode ser rigorosamente justa, uma vez que de- pende de Deus, que “ sonda os rins e os corações” . Real- mente eficaz, porque ninguém pode escapar-lhe. Nenhum subterfúgio daquele que é culpado (culpado aqui é descui- dado).

É necessário uma recompensa baseada na justiça e ca- ridade de Deus. Esta prova se baseia na justiça de Deus, que exige que a virtude e 0 vício (aqui já neste mundo) re- cebam as sanções que lhes são devidas: recompensa ou pu- nição. Aqui no mundo, as sanções da virtude e do vício são evidentenjente insuficientes; muitas vezes mesmo, é 0

vício que triunfa, e a virtude que fica humilhada. Portan- to, é necessária uma recompensa futura através da justiça divina que quer. que cada um seja tratado segundo suas obras, e isso não pode ser feito a não ser com a vida futura.

Mas, se fará necessário, diante do tribunal de Cristo que a caridade triunfe! E triunfará mesmo! A justiça deve ser tempçrada pela caridade. É preciso distinguir cuidado- samente a legalidade e a eqüidade (diante do Tribunal de Cristo isso n,ão é necessário; mas apenas aqui para ser en- tendido pela mente natural).

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b. A prova pelo “ fogo” . No que tange a este fogo, mui- tas interpretações têm surgido! Mas uma coisa é certa: a onisciência de Deus ali deve estar presente. Todo nosso trabalho passará “ diante dos olhos” da Trindade Divina (cf. Êx 13.21; At 2.3; Hb 12.29; Ap 1.14; 2.18; 3.2, etc). A passagem de Apocalipse 4.8 descreve seres viventes como tendo a inteireza da inteligência; são cheios de “ olhos por diante e por detrás” (4.6). Podem tanto ver para a frente como para trás.(20)

O passado e 0 futuro estão abertos a eles como um li- vro. Visão interna (olhos por dentro), visão externa (olhos por diante) também lhes pertence. A absoluta visão cir- cundante corresponde a uma infinita visão interior, que expressa a concentração contemplativa, a unidade da onis- ciência divina. Vigilância! Ora, se estes seres viventes pos- suem tal visão, que diremos nós diante daquele perante quem “ ...todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos...?” (Hb 4.13).

Ali, pois, diante da perscrutação desses olhos infinitos que tudo contemplam (Pv 15.3), surgirão duas palavras so- Ienes: “Aprovados e Reprovados” . “ Este ‘fogo’ diz Spea- ker,(־') dura apenas ‘um dia’ ; é futuro, não presente; é des- trutivo, não purificador; destrói apenas obras, não pes- soas; causa perda e não lucro; destrói apenas o que for falso e não o que for verdadeiro; causa apenas reprovação da obra e não do obreiro” (1 Co 3.13-23).

c. A interpretação errônea. Alguns eruditos ensinam que mesmo os mais fiéis precisam dum processo de purifi- cação antes de se tornarem aptos para entrar na imediata presença de Deus. Também alguns (não são todos) teólo- gos protestantes que crêem na doutrina de “ uma vez sal- vo, salvo para sempre” , embora reconhecendo a palavra divina que diz: “ Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” , concluem que o Tri- bunal de Cristo seja uma espécie de “ purgatório” onde os crentes carnais imperfeitos se purifiquem da escória. Esse processo, segundo essa maneira de interpretar 0 Tribunal, dar-se-á ali. Todavia, não existem nas Escrituras evidên- cias para tal doutrina, e existem muitas evidências contrá- rias a ela.(22)40

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3. A recompensa

“ ...cada um recebe... ou bem, ou mal” (2 Co 5.10). Muitos comentadores renomados têm tido dificuldades nesta passagem, quando se defrontam com a palavra “ mal” . Porém, é evidente que, a palavra MAL no presente texto não significa “ pecado” . Diante deste Tribunal não haverá nem pecado nem pecador (cf. Lc 20.35,36).

Quando se invoca o sentido profundo da palavra “ pe- cado” no original hebraico é “ hattã’th” que traduzida para o grego clássico é “ Hamartia” . Porém, na passagem cita- da, a palavra “ mal” # deve ser depreendida do uso que dela faz o profeta Isaías. O uso de “ RA” em Isaías 45.7, onde se diz que Deus cria o “ mal” , fica esclarecido o seu uso no tempo e no espaço quando vemos que em mais de 450 vezes que esta palavra se encontra no Antigo Testamento, muito poucas vezes ela se refere a Deus como a causa da coisa realizada, e também veremos que em cada um desses casos o “ mal” mencionado não indica pecado, e, sim, consiste no castigo justo que Deus impõe sobre aqueles que pecaram.

Não se diz que Deus criou o pecado deles, más se diz que Ele trouxe a calamidade e o castigo sobre eles. Esta correção divinamente imposta foi a palavra “ RA” distinta- mente declarada como uma experiência do mal vinda de Deus como penalidade, em contraste com o bem que ele concederia em outra situação.(־ )

a. O apóstolo Paulo retoma isso em seus elementos doutrinários, quando diz: “ Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para 0 arre- pendimento; pois fostes contristados segundo Deus... Por- que a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende...” (2 Co 7.9,10; Hb 12.11). Acreditamos, pois, que o “ mal” (rá) em referên- cia seja apenas uma repreensão da parte do Senhor para aqueles que usaram material ou doutrina “ espúria” na sua obra (1 Co 3.13 e ss; 9.17 e ss). Jó entendeu isso muito bem quando disse para sua esposa: “ ...receberemos o bem de Deus, e não receberíamos 0 mal? (rá)” (Jó 2.10).

b. O galardão. A palavra “ galardão” tem nas Escritu- ias diversos sentidos e métodos de aplicação: Para Abraão,

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o próprio Deus era o “ ...seu grandíssimo galardão” (Gn 15.1). Rute, a moabita, recebeu “ . . . 0 galardão do Senhor Deus de Israel” (Rt 2.12). No estudo em foco, devemos tra- duzir a palavra “ galardão” (misthapodosia) por “ recom- pensa” (misthos). Este termo nasceu da vida comercial, e originalmente denotava o pagamento feito a um trabalha- dor, mas desde os tempos helenísticos também se usava em contextos religiosos.(4־) Havia, por outro lado, um ou- tro verbo que expressava 0 significado do pensamento: “ opsõnion” , que era tirado dos círculos militares, e signifi- cava as rações do soldado e, depois, 0 pagamento pelo ser- viço militar e, finalmente, o salário de um oficial do gover- no. Porém, como o grego é bastante rico nesse sentido, usa- va-se também outra palavra com sentido mais lato: “ ker- dos” ; “ kerdos” trazia a idéia de “ lucro” , “ vantagem” , “ ganho” , etc.

Para alguns esse “ galardão” ou “ recompensa” , trata- se de “ coroas” que receberemos da parte do Senhor. Os atletas do passado recebiam após as competições, suas “ coroas de louro” ou “ coroas da vitória” . Como sinal de haverem alcançado o “ prêmio” . Paulo fala disso em 1 Coríntios 9.24 e, depois, faz uma exortação: “ ...Correi de tal maneira que o alcanceis” .

c. 0 argumento de Paulo parte do menor para o maior. Se os homens dão tão elevado valor às honrarias e coroas, que por si mesmas se revestem de tão pouca importância e valor, quanto mais devem os cristãos se esforçar e prezar aquelas coroas espirituais que nunca haverão de perecer, dotadas de valor infinito, que transcedem a tudo quanto é terreno e físico!

Se um homem é capaz de treinar tão diligentemente, de sofrer tantas privações, de agonizar física e mentalmen- te para um acontecimento que ocupará um único dia, sa- bendo que a competição será intensa e que as chances de ele sair vencedor não são grandes, quanto mais (diz Paulo) os cristãos devem dispor-se, deixando de lado todos os pra- zeres e ocupações inúteis, a fim de alcançarem a “ incor- ruptível coroa de glória” .

Na posição de corredor, ele corria com um alvo defini- do. Na qualidade de lutador, tinha um oponente. Em ou- 42

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tras palavras, ele tinha um alvo, uma vitória a conquistar. Então ele passa agora seu exemplo para seus leitores: “ Se- de meus imitadores, como também eu de Cristo” .

1) A coroa de glória. “ E, quando aparecer (na sua vin- da) 0 Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa de glória” (1 Pd 5.4).

2) A coroa incorruptível. “ E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa cor- ruptível, nós, porém, uma incorruptível” (1 Co 9.25).

3) A coroa de alegria. “ Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa...” (F1 4.1; 1 Ts 2.19,20).

4) A coroa da justiça: “ Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará na- quele dia (diante do tribunal); e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2 Tm 4.8).

5) A coroa da vida. “ Bem-aventurado o varão que so- fre a tentação; porque, quando for provado, receberá a co- roa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam” (Tg 1.12; Ap 2.10). Cumpre-se aqui, portanto, o que diz o profeta Isaías acerca de Jesus: “ ...o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fo- ram sarados” (Is 53.5b). Isto, aponta claramente para o Calvário, onde Jesus suportou por nós “ uma coroa de espi- nhos” (Jo 19.2) para nos dar o direito de sermos partici- pantes de “ uma coroa de glória” . Isso é supremo sacrifício!

Jesus, nosso Senhor, morreu com apenas 33 anos de idade! Depois de ter sofrido “ uma eternidade de dores!” Seus inimigos aqui na terra o julgaram digno de “ uma co- roa de espinhos” . No Céu, porém, o quadro se inverte. E Ele está presentemente “ coroado de glória!” (Hb 2.9), etc.

״) ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987״) ) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D. 1982״) ) op. cit. Apoc. v. p. v. 1987RJ. Cuts, de Fil. 1984 (יי)(") Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987op. cit, p. S. E. Mc Nair. 1956 (יי)(") M. P. Conta. As Dout. da Bíbl. 1977(” ) Teol. Sist. L. P. C. Vol. I. 1986״) ) O NT. Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph, D. 1982

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A Celebração das Bodas1. As Bodas do Cordeiro

Após a avaliação de Cristo das obras de seus servos diante do Tribunal, Ele, então, conduzirá sua Noiva para o Palácio Real, onde se encontra “ a sala do Banquete” (Ct 2.4), quando então terão início as Bodas do Cordeiro.

As Bodas do Cordeiro são uma preciosa revelação para os corações de todos os filhos de Deus. Os anjos, e os santos do Antigo Pacto ali estarão a cantar: “ Regozijemo-nos, e alegremo-nos e demos-lhe glória, porque vindas são as bo- das do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou” (Ap 19.7).

a. As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Tes- tamento, utilizam-se do casamento, ou mesmo de outra ocasião festiva para simbolizar a glória espiritual finai e a alegria dos fiéis servos de Deus. Vejamos como as Escritu- ras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe! Somente depois que 0 Senhor julgar a grande prostituta, Babilônia, que vem descrita mística e literalmente nos capítulos 17 e 18 do Apocalipse, é que o Senhor apresenta sua esposa, uma virgem pura (2 Co 11.2). No Novo Testa-

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mento, isso simboliza, especialmente no Apocalipse, que a Noiva do Cordeiro não deve ser confundida, por uma mu- lher poliandra.

A interpretação alegórica de Cantares de Salomão re- trata Deus como sendo o Noivo e Marido da nação israeli- ta; e isso tem sido usado pelos intérpretes cristãos para contemplar a Igreja como a “ Noiva de Cristo” na sua gló- ria futura. O livro de Cantares lembra-nos, sobretudo, do verdadeiro retomo aos primeiros tempos, à juventude da humanidade.(25) Ali aparecem dois nomes que, segundo se diz não expressam a idéia comum apenas de um homem, “ Ish” e aquela que leva seu nome (Isha - Gn 2.23) e sim por Salomão (Shelomo) e Sulamita (Shulamith). O nome que eles trazem prova a necessidade da paz (Shalom) e do per- dão divino, para que não haja “ dureza de coração” .

b. As religiões helenistas como as romanas também empregavam esse simbolismo (o simbolismo das Escritu- ras), considerando a união entre seus adeptos e o salvador- deus como uma espécie de matrimônio sagrado.

“ Os cultos de fertilidade também empregam tal sim- bolismo” .(26) A parábola das virgens loucas e prudentes pinta o reino dos céus como uma espécie de festa de casa- mento (Mt 25.1-13). Enquanto que em Marcos 2.19,20, Je- sus alude a si mesmo como sendo o “ noivo” , e seus discípu- los seriam os convidados. Em João 3.29, João Batista refe- re-se a Jesus como o noivo. Paulo fez uma aplicação místi- ca e escatológica sobre esse simbolismo, dizendo que ele apresenta os crentes de Coríntios, como uma “ noiva” , a Cristo (2 Co 11.2). Por ocasião do arrebatamento da Igreja por Cristo, essa “ noiva” será pura e preparada para o Noi- vo (Ap 19.7). Assim na presente era, a Igreja é retratada como “ noiva” de Cristo; no período das bodas, porém, como “ a esposa, a mulher do Cordeiro” .

c. Entre os judeus, as bodas eram celebradas durante sete dias com grande alegria (Jz 14.12,15,17,18). As bodas de Jacó duraram sete dias (Gn 29.27,28). Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso aponta para as bo- das do Cordeiro durante “ sete anos” : Jesus também é ju-46

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deu e em termos proféticos um dia é que vale um ano (Nm 14.34; Ez 4.6; Jo 4.9).

0 Apocalipse descreve o tempo em que a “ noiva se aprontou” . Seu vestido é todo bordado e branqueado no sangue do Cordeiro (SI 45.14; Ap 22.14), pois ninguém pode entrar naquela festa com “ vestidura estranha” (Sf 1.8; Mt 22.11).

Tem sido alegado, diz 0 doutor Geo Goodman,(27) que não existia 0 costume de dar vestes nupciais nos banquetes orientais, como bodas, aniversários, etc. Mas alguns textos escriturísticos apoiam que sim; às vezes, se fazia isso cons- tantemente. José apresentou mudas de roupa a seus ir- mãos (Gn 45.22 e ss); Sansão, no seu casamento, deu trinta mudas de vestidos aos seus companheiros (Jz 14.12), e Geazi pediu a Naamã mudas de roupas para os jovens que vieram da montanha de Efraim, alegando que tinham vin- do visitar seu senhor (2 Rs 5.22).

Devemos ter em mente que apenas um homem que entrou no banquete do rei sem as vestes nupciais foi expul- so sem misericórdia (Mt 22.11-13). O profeta Sofonias ad- verte que ninguém deve comparecer naquele dia (por infe- rência) sem as vestes reais: “ E acontecerá que no dia do sacrifício do Senhor, hei de castigar os príncipes, e os filhos do rei, e todos os que se vestem de vestidura estranha” (Sf 1.8). Evidentemente, essa passagem aponta para o grande dia do Senhor, mas, de certo modo, deve ser aplicada aqui também.

Portanto, prezado leitor, somente as vestes da justiça de Cristo prevalecerão naquele dia; o mais tudo será rejei- tado (Ap 3.18).

2. A Ceia das BodasA ceia das bodas do Cordeiro, serão para cumprimen-

to das palavras de nosso Senhor quando se encontrava no “ cenáculo mobiliado e preparado” . Numa expressão e gestc de quem estava dando um “A té breve” a seus discípulos, Ele disse: “ ...até aquele (nas bodas) dia em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).

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Esta celebração da ceia terá lugar somente no final das bodas (sete anos depois do arrebatamento). Esta ceia será para lembrar a morte de Cristo! Ela deve ser lembra- da aqui e na eternidade. Ela (a ceia) teve lugar “ num ce- náculo mobilado e preparado” . Seu início marcou a última noite do ministério terreno do Filho de Deus (Mt 26.28,29).

Foi a única coisa que o Senhor Jesus “ desejou” fazer nesta vida (Lc 22.15). A páscoa no antigo Pacto e a Ceia no Novo, apontam para uma mesma coisa: a morte de Cristo! A primeira, estava distante da outra cerca de 1500 anos, e tinha um caráter prospectivo - apontava para a cruz de nosso Senhor; a segunda, a Santa Ceia, tem um caráter re- trospectivo - apontando também para a morte do Salva- dor.

a. A Páscoa judaica encontra seu cumprimento e seu fim na vida, morte e ressurreição de Cristo. O Cordeiro de Deus substituiu o Cordeiro pascal, o livramento do jugo egípcio corresponde à libertação da escravidão do pecado. Doravante o corpo de Cristo nos será dado por nutrição e seu sangue nos guardará contra o malho destruidor do anjo da morte.

Assim Cristo retorna ao passado e o vivifica através de sua morte a memória da Páscoa. O Passado da morte é de- dicado à vida, e a memória é arrebatada pela esperança, nas palavras solenes: “ ...Cristo, nossa páscoa, foi sacrifica- do por nós” (1 Co 5.7).

b. A Ceia do Senhor inicia uma nova era e aponta para uma obra já consumada. Podemos observar que “ duas fes- tas uniram-se na celebração do Senhor” .(28) E, nossa lembrança nos levará agora para a tarde sombria que ante- cipava o “dia da morte” de Cristo; nesse cenáculo deu-se um acontecimento notável; a festa pascoal foi solenemente encerrada (Lc 22.16-18), e a Santa Ceia instituída com igual solenidade (Compare-se Lucas 22.19-21).

Sobre essa mesa terminou um período e começou ou- tro; Cristo era o cumprimento de uma ordenança e a con- sumação da outra. A Páscoa agora tinha servido a seu pro- pósito, porque o Cordeiro que o sacrifício simbolizava ia ser morto no dia seguinte. Por isso foi substituída por uma 48

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nova instituição, apresentando a verdadeira realidade do Cristianismo, como a páscoa tinha apresentado a do ju- daísmo. Mas nosso Senhor falou também de “uma ceia fu- tura” , e agora, seu cumprimento está em foco!

c. O livro do Apocalipse encerra “ sete bem- aventuranças” , e cada uma delas, com significação espe- ciai:

1) “ Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Ap 1.3).

2) “ Bem-aventurados os mortos que desde agora mor- rem no Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam” (Ap 14.13).

3) “ Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda os seus vestidos, para que não ande nu, e não se vejam as suas vergonhas” (Ap 16.15).

4) “ Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as ver- dadeiras palavras de Deus” (Ap 19.9).

5) “ Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.6).

6) “ Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap 22.7).

7) “ Bem-aventurados aqueles que lavam suas vesti- duras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à ár- vore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Ap 22.14). Todas estas “ bem-aventuranças” recairão sobre aqueles que foram arrebatados por Jesus e a quarta, é es- pecífica: para aqueles - os chamados à ceia das bodas do Cordeiro.

d. Ao encerrar a Santa Ceia naquele cenáculo, nosso Senhor falou de uma outra com caráter escatológico, quan- do disse: “ digo-vos que, desde agora, não bebereis deste fruto da vide até aquele dia (nas bodas) em que o beba de novo convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).

A ceia do cenáculo marcou o término da missão terre- na de Jesus (terrena aqui significa na esfera terrena) e deu

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início à sua missão celestial (Jo 17.4,11,13). Após a ce- lebração daquela ceia, Jesus “ desceu” para 0 sombrio vale da batalha; de igual modo, também, após a celebração da ceia das Bodas, ele “ descerá” para o sombrio vale do Ar- magedom (Ap 19.11 e ss), a fim de terminar com aquela grande guerra e a seguir, estabelecer seu reino milenar. Por isso se faz necessário que esta 4? “ bem-aventurança” re- caia sobre aqueles que levaram o vitupêrio de Cristo em qualquer tempo ou lugar.(29)

('■) O Horn, Corp, Aim, e Esp. S. P. S. 1988(“ ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987(") Dr. G. Goodman. Not. Diárias(") op. cit. G. Goodman. Idem(” ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987

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A Invasão Russa1. A invasão de Gogue

As Escrituras predizem que no tempo do fim, a exem- pio do passado, quatro grandes poderes se levantarão sobre a terra. Os quatro poderes que Daniel presenciou (7.1 e ss) levantando-se do mar (Babilônia, Medo-Persa, Greco- Macedônio e Roma Imperial), serão revividos novamente no fim do tempo. Estas potências, poréifí, trarão outros no- mes, tais como:

O poder do Norte (Ezequiel capítulos 38,39); O poder do Sul (Daniel capítuloll.40); O poder do Oriente (Daniel capítulo 11.44 e Apocalipse 16.12); E o poder do Ocidente - 0 Império Romano (Apocalipse 13.1 e ss). Um destes pode- res, porém, que estudaremos à luz do contexto, é Gogue - o poder do Norte.

a. “ A próxima guerra não será com os árabes, mas com os russos” declarou em 1968 o General Moshe Dayan.( °)

Gogue tem sido identificado, de variados modos, por historiadores tanto do passado como do presente. Alguns já tentaram identificá-lo com Giges, rei da Lídia, que é

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chamado Gúgu nos registros do Monarca Assurbanipal, e com o nome geográfico, Gagais, referido nas cartas de Tell- el-Amanna como país de bárbaros. Nos escritos de Ras Shamra achou-se um deus, Gaga, identificação esta que também tem sido sugerida como identificação para o co- mandante do Norte.(11)

Em Ezequiel capítulos 38,39 fala-se de Gogue, Mago- gue, Mezeque e Tubal. Mezeque e Tubal são nomes asso- ciados e eram tribos da Ásia Menor, conhecidas pelas suas inscrições cuneiformes (forma de cunha) e pela História de Heródoto, onde aparecem juntas como Moscoi e Tibarenói. O doutor C. I. Scofield diz que “ Gogue é o príncipe e Ma- gogue a sua terra” .(12) É a panela a ferver, cuja face está para a banda do Norte - norte de Israel (Jr 1.13).

Heródoto, historiador grego do Século V a.C., mencio- nou Mezeque e Tubal, identificando-os com os povos cha- mados muschovitas, que viviam naquela época na antiga província do Ponto, no Norte da Ásia Menor (cf. 2 Rs 17.24). Segundo seus escritos, Mezeque e Tubal ficavam, provavelmente, a leste da Ásia Menor, usualmente identi- ficados como sendo Frigia e Capadócia.

b. Já Flávio Josefo, historiador judaico do Século Id.C., afirma que estas regiões ocupadas por essas tribos, correspondem aos antigos citas e tártaros, que são os rus- sos. Mezeque converteu-se em Moskva (Moscou), como diz em russo, e Tubal é o moderno nome de Tobolsk.( ) O profeta Ezequiel parece ter bastante conhecimento e inti- midade com esse povo e descreve Gogue como sendo o “ ...príncipe e chefe de Mezeque e de Tubal” (Ez. 38.3).

A palavra “chefe”. É o vocábulo hebraico “ rõ’s” =: que se traduz por “ pico” ou “ cabeça” de alguma coisa.

O doutor Wilhelm Gesenius, erudito hebreu do Século XIX, discute este vocábulo no seu Léxico Hebraico. Meze- que, diz o grande sábio, foi fundador dos mosquis, povo bárbaro, que habitava nas montanhas mosquianas” . Mais adiante, em outro trecho de seu Léxico ele diz “ o nome gre- go (‘mosquis1), derivado do termo hebraico Mezeque, é de onde procede o nome da cidade de Moscou. E Tubal, diz o doutor Gesenius, é filho de Rafete, fundador dos Tibare-52

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nói, povo que habitava no mar Negro a oeste dos Mos- quis” . (14)

c. Durante séculos, muito antes que os atuais aconte- cimentos pudessem influir nas idéias dos intérpretes, reco- nheceu-se que a profecia de Ezequiel a respeito do poder do Norte se referia à Rússia. O doutor John Cumming, es- crevendo há mais de um século (1864), disse: “ Esse co- mandante do Norte imagino à luz da Palavra divina que seja o autocrata da Rússia. A Rússia ocupa um lugar, e de muita importância na palavra profética, isto tem sido ad- mitido por quase todos os expositores da Bíblia” .( 5)

Podemos, portanto, deduzir que o nome Gogue é o nome que simboliza o chefe desta nação, e como diz Sco- field: “ Gogue é o príncipe e Magogue é a sua terra” . O pro- feta Ezequiel dá bastante ênfase ao significado do pensa- mento, dizendo por três vezes que essa potência inimiga de Israel viria do “ Extremo Norte” (38.6,15; 39.2). Se o leitor tomar um globo e percorrer com o dedo em direção ao norte a partir de Israel, verá que ele atinge diretamente o meio da Rússia.

d. A Versão Inglesa do Rei Tiago (King James) aproxi- ma o sentido do pensamento. A Revised Standard e Am- plifield Version dão porém o sentido mais acurado. Isto é, traduzindo o vocábulo hebraico “ Norte” qualificativo de “ Norte” como “ Extremo Norte” . Todos nós sabemos a quem esta profecia se refere. É à Rússia.

O escritor do Pulpit Commentary considera que o ter- mo “ rõ’s” bastante discutido, ocorre 456 vezes no Novo Testamento, e nunca é traduzido como nome próprio e, sim, por “ pico” ou “ cabeça” de alguma coisa.

O nome “ Rússia” provém do finlandês, e significa “ re- madores” , enquanto que “ rõ’s” é um termo hebraico, e quer dizer “ chefe” .(16)

2. Uma invasão sem motivo

Alguns eruditos acham que a profética invasão à Ter- ra de Israel por forças do Norte deve preceder “ o arrebata- mento da Igreja” . Já outros, porém, acham que não.

Alguns intérpretes são de opinião que ela se dará logo após o retorno de Cristo à terra para o arrebatamento da

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Igreja. Razão porque isso apressaria sua Vinda (Parousia) à Terra, com poder e grande glória.

Pensando nisso, no dia 28 de novembro (1983), 25 ju- deus ortodoxos foram a Hebrom, para interceder diante de Deus junto ao túmulo de Abraão para que “ a chegada de Gogue e Magogue” à Terra Santa ainda seja adiada, pois alguns deles tiveram um sonho: “ Gogue e Magogue esta- riam prestes a vir” .

Já o rabino Chaim Valoshiner (século dezenove) de- clara: “ Quando virdes o exército russo começar a mover-se para o Sul e entrar na Turquia, vesti as vossas roupas de sábado e preparai-vos para receber 0 Messias” . O rabino- chefe das cerimônias judaicas diante do Muro das Lamen- tações considera que não se deve orar pedindo o adiamento de Gogue e, sim, a sua chegada à Terra de Israel. E pen- sando nisso, exortou que “ verdadeiros cabalistas não deve- riam orar pelo adiamento da vinda das hordas do Norte (Gogue e Magogue), mas pelo seu rápido aparecimento, pois, assim, seria apressada a vinda do Messias” . (17)

As passagens bíblicas que tratam da vinda de Gogue à Terra Santa apontam para o tempo do fim.

“ Depois de muitos dias serás visitado: no fim dos anos...” (Ez 38.8a). Que anos são estes? Certamente aque- les que marcarão o tempo da Dispensação da Graça. Já no versículo 16 do mesmo capítulo, diz que Gogue chegará à Terra de Israel no fim dos dias. Um dos grandes problemas que surgem no que diz respeito à invasão de Gogue é quanto a sua posição na ordem cronológica dos aconteci- mentos.

Alguns comentaristas são de opinião que ela se dará “ um pouco antes” do arrebatamento da Igreja; já outros, porém, opinam que não, e, sim, se dará “ depois” . Os rabi- nos judaicos na sua maioria são de opinião que a invasão de Gogue à Terra Prometida terá lugar na parte final da Grande Tribulação e invocam (além de outras citações) a passagem de Daniel 11.44, quando “ forças do Norte” se- guirão em direção a Israel procurando se alojar sobre o “ monte Sião” (Dn 11.45).54

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b. Dois pontos importantes devem ser aqui observados para uma melhor compreensão do significado do pensa- men to:

1) Várias vezes na profecia em foco ela é atribuída ao “ fim dos anos” (Ez 38.8) e aos “ fins dos dias” (Ez 38.16). São expressões definidas que denotam a época que precede os acontecimentos que marcarão o retorno de Cristo à Ter- ra com poder e grande glória (sua Parousia) para estabele- cer seu Reino Milenar.

2) Esta predição encontra-se num contexto que dá uma seqüência cronológica definida dos acontecimentos.

Os capítulos 36 e 37, que antecipam os capítulos 38 e 39, falam da restauração final dos judeus à terra da Pales- tina, restaurados para não mais serem dispersos. Os capí- tulos 40 e 48, que sucedem aos capítulos 38 e 39, falam da introdução e do decorrer da Era Milenar. Ora, a força do argumento mostra-nos que esta possível invasão terá lugar um pouco antes da introdução do Milênio sobre a terra. A dispersão babilônica não foi muito prolongada nem pelo mundo inteiro e, a promessa divina é uma restauração de- finitiva (Ez 37.23), e um repatriamento total da nação in- teira (Ez 37.21). Mas devemos aguardar estes “ ...tempos ou...estações que o Pai estabeleceu (para si) pelo seu pró- prio poder” . Pois Deus está velando sobre a sua Palavra para cumpri-la! (Jr 1.12).

3. As suas congregaçõesO profeta Ezequiel apresenta uma lista parcial dos

antigos nomes de alguns povos e nações que ajudarão a Go- gue nesta investida mortal contra a herança do Senhor (Ez 38.5,6). E numa outra lista, mostra-nos outros povos que auxiliarão Israel no combate contra Gogue e seus aliados (Ez 38.13).

a. Persas - (Ez 38.5). Todas as autoridades hoje con- cordam, sobre qual país que atualmente é a Pérsia de ou- trora. É o Irã.

Sua posição geográfica: Sudeste da Ásia, com frontei- ras ao norte com a União Soviética e com o mar Cáspio, a leste com o Afeganistão e Paquistão,ao sul com o golfo Pér- sico, e a oeste com o Iraque e a Turquia. ( ‘8) Na sua frontei-

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ra com a União Soviética, já podemos ver nisso um “ terri- tório-ponte” para o tal assalto.

b. Etíopes - (Ez 38.5). A palavra “ Cuze” em Gênesis 2.13 e ss se traduz por Etiópia em outras versões. Verdade é que alguns escritores renomados vêem aí uma outra Etió- pia que se encravava entre o Tigre e o Eufrates, e não a descrita em Atos 8.27.

Mas de acordo com o seu original de Ezequiel (38.5), a palavra “ etíopes” quer dizer “ rosto tostado” (cf. Jr 13.23). Ora, com esse sentido ela ocorre 21 vezes na Versão do Rei Tiago (King James) e, isso reforça todo 0 argumento apon- tando para a Etiópia moderna que nós conhecemos. Os etíopes (antigos abissínios) se orgulham de que seus impe- radores sejam da linhagem de Salomão e da rainha de Sa- bá que, se segundo se afirma, foi a rainha Makeda de Ak- sum.( 9)

Sua posição geográfica: África Oriental. A Etiópia é li- mitada ao norte pelo mar Vermelho, a leste pelo Djibuti e pela República da Somália, ao sul pelo Quênia, e a oeste pelo Sudão.(40)

c. Pute - (Ez 38.5). No original hebraico a palavra “ pute” se traduz por Líbia. Pute foi 0 terceiro filho de Cão, e na distribuição geográfica das terras, coube-lhe a África Negra como seu território (Gn 10.6). Os descendentes de Pute migraram para a terra ao oeste do Egito, e se torna- ram a origem das nações árabes do Norte da África, como a Líbia (já citada), Argélia, Tunísia e Marrocos. A primeira colônia de Pute foi chamada Líbia pelos historiadores anti- gos, Josefo e Plínio (Antiguidade Judaica e História Natu- ral). A tradução grega do Antigo Testamento hebraico, chamada Septuaginta (LXX), traduz Pute por Líbia, em 250 a 280 a.C.

Sua posição geográfica: Norte da África. A Líbia limi- ta-se ao norte com o mar Mediterrâneo e tem fronteiras a leste com o Egito, a sudeste com o Sudão, ao sul com o Chade e o Niger, a oeste com a Argélia e a noroeste com a Tunísia.

d. Gômer - (Ez 38.6). Gômer foi o primeiro filho de Ja- fé e pai de Asquenaz, Rifate e Togarma (Gn 10.3) e na dis-56

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tribuição geográfica das terras, coube-lhe em herança uma parte da Europa. 0 doutor Young diz que Gômer e seus descendentes se estabeleceram no norte do mar Negro, e daí para 0 sul e a oeste, até as extremidades da Europa. E Josefo chamou os filhos de Asquenaz “ Reginianos” . Um mapa antigo que pertenceu ao Império Romano localizava Gômer e todas as suas tropas na área ocupada pela Europa Oriental que está inteiramente atrás da Cortina de Ferro (Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, etc).

Sua posição geográfica: Europa-Centro-Norte. A Ale- manha Oriental é limitada ao norte pelo mar Báltico, a leste pela Polônia, a sudeste pela Tchecoslováquia e a su- deste e oeste pela República Federal da Alemanha.(41)

e. Togarma - Ez 38.6. Togarma vem citado em Gêne- sis 10.3 como sendo o terceiro filho de Gômer. Pelo direito da bênção tribal, Togarma podia como neto de Jafé e bis- neto de Noé morar em sua própria terra (A Europa), e ha- bitar “ ...nas tendas de Sem” (Na Ásia), (Gn 9.27). Atual- mente, Togarma compreende a nação turca da Ásia Me- nor, e sudeste da Europa.

Os gálatas da Ásia Menor foram chamados de gomeri- tos pelo historiador Josefo. Gômer foi, portanto o origina- dor de muitas nações que estarão representadas no império mundial desta invasão. Por isso Ezequiel diz: “ Gômer e to- das as suas tropas” (38.6a).

Ora, Togarmo como filho de Gômer, tem a mesma li- nha genealógica. O comentarista do Whedon’s Commenta- ry diz que, segundo afirmação de historiadores armênios, sua nação foi fundada por Torgão, daí se denominarem “ casa de Torgão” . Originalmente, os da “ casa de Togar- ma” habitavam na Armênia e na Ásia Menor, mas emigra- ram para a Europa pelo Helesponto, em eras muito remo- tas, e, de acordo com 0 historiador Salústio, espalharam-se pelas penínsulas do Mediterrâneo, chegando até mesmo à Espanha.

Sua posição geográfica: Atualmente (Togarma) a Tur- quia encrava-se na fronteira dos dois Continentes. A Tur- quia asiática (Anatólia) ocupa 97% da área total. A Tur- quia limita-se ao norte com o mar Negro, e nordeste com a

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União Soviética, a leste com o Irã, ao sul com o Iraque, Síria e o Mediterrâneo, a oeste com o mar Egeu e a noroes- te com a Grécia e a Bulgária. Já a Turquia européia (Trá- cia Oriental) é separada da parte asiática pelo estreito de Dardanelos, pelo mar de Marmara e pelo Bósforo.(4־)

Além destas nações mencionadas, as predições divi- nas pintam um novo quadro de outras nações inimigas que auxiliarão a Gogue e suas hordas nesta investida mortal: “ os que habitam seguros nas ilhas” (39.6).

1) A palavra “ ilha” ou “ ilhas” encontra-se cerca de 38 vezes nas Escrituras e, em alguns dos lugares onde aparece o vocábulo “ ilha” pode ser traduzida para seu original hebraico “ AI” .(4) Os antigos usavam esta palavra “ ilha” (AI) como “ terra costeira” ou no sentido hodierno de conti- nentes. Era termo designativo das grandes civilizações gentílicas do outro lado do mar.

2) Estes habitantes das ilhas são vistos antecipados no capítulo 38.6 como sendo “ ...muitos povos” , que podem re- ferir-se a povos de todas as partes do mundo. Todos eles, segundo se afirma, virão “ ...como uma tempestade... para cobrir a terra” (a Terra de Israel) - (Ez 38.9).

4. A proteção divina

Ezequiel 38.17-23 mostra Deus se levantando com fu- ror. Ele se indignará diante da invasão não-provocada, pe- las hordas do norte, e lhes trará todos os tipos de desastres naturais.

As armas de Deus usadas nesta batalha são: terremo- to (Ez 38.20), a espada (Ez 38.21), peste e sangue (Ez 38.22). Como se isso não bastasse, mais quatro elementos da natureza serão empregados por Deus: chuva torrencial, saraiva, fogo e enxofre (Ez 38.22). Porém, é evidente que Deus livra através de meios naturais e sobrenaturais. As- sim a proteção divina será assegurada tanto por operações divinas, como por operações humanas e, para auxiliar Is- rael Deus levantará outras nações que não concordarão com Gogue e suas tropas.

a. Seba - (Ez 38.13). Seba foi um neto de Cuse, o pri- mogênito de Cão (Gn 10.6,7). De acordo com historiadores58

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antigos, 0 povo que descende deste nome emigrou para o Sul da Arábia. “ O nome (Seba) associa-se com Sabá, país do extremo sul (SI 72.10). Josefo chegou a identificar Seba com a Ilha Meros, situada entre o Nilo e o Afluente Atba- ra... os hebreus conheciam-na com o nome de Cuse” .(44) Hoje, na área que outrora fora ocupada por Seba, locali- zam-se o Iêmen e Iêmen do Sul.

Sua posição geográfica: Sudoeste da Península Arábi- ca. O Iêmen é limitado ao norte e a leste pela Arábia Sau- dita, ao sul pelo Iêmen do Sul e a oeste pelo mar Vermelho.

Enquanto que o Iêmen do sul, sua posição geográfica é: Parte sul da Península Arábica. O Iêmen do Sul é limi- tado ao norte pela Arábia Saudita, a leste por Omã, ao sul pelo Golfo de Aden e a oeste pelo Iêmen.

Nos tempos clássicos era conhecida essa região como Arábia Felix. Foi a sede de numerosos e opulentos reinos mercantis. Um deles era Sheba ou Seba, que floresceu des- de mais ou menos 750 até 115 a.C.(45) Os sabaneses ajuda- rão a Israel na intuição da memória de laços judaizantes (cf. 1 Rs 10).

b. Dedã - (Ez 38.13). Os dedanitas são citados tanto por Isaías (21.13) como por Jeremias (25.23). Esta nação associa-se muito com os temanitas descendentes de Ismael (Jr 49.7,8). Um dos amigos de Jó (Elifaz) pertencia à tribo dos temanitas (Jó 2.11). “ Em tempos remotos, era com- posta, de duas tribos: uma de origem semítica, que habita- va perto de Edom, e outra de origem cusita, que habitava perto de Ramá. Essa tribo dedanita se estabeleceu na cos- ta do Golfo Pérsico” .(46) Hoje, os dedanitas têm se fundido em tribos árabes.

c. Társis - (Ez 38.13). Társis de acordo com Gênesis 10.4. era descendente de Jafé. “ Heródoto, historiador do quinto século a.C., diz que a tribo que descende de Társis se estabeleceu no sul da Espanha” . Alguns historiadores modernos opinam que “ Társis” seja Gibraltar. Era o mais distante porto conhecido de então. Foi para ali que Jonas tentou fugir (1.3).

Gibraltar é uma minúscula península voltada para o oeste do Mediterrâneo, na Espanha. Eleva-se de uma

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planície arenosa até o famoso rochedo, de 425 metros de al- tura. Atualmente Gibraltar é uma colônia britânica. Ou- tros historiadores, porém, acham que Társis corresponde à índia, ao sul da Ásia Central. Seja como for, quando Deus determinar, essa nação se levantará em favor de Israel.

Além das possíveis nações mencionadas, Deus levan- tará também outros povos que virão em socorro de Israel. Essas potências são designadas pelo apelativo de “Leõezi- nhos” . Do ponto de vista divino de observação, o coman- dante do Norte (Gogue), enfrentará uma certa dificuldade geográfica para alcançar a Terra de Israel. Então, como já tivemos ocasião de ver, será necessário para seu auxílio “ u- ma terceira célula” que, a Palavra divina denominou de “ ilhas” . Mas do ponto de vista moral, Deus não se deixa vencer e, semelhantemente, acionará seus “ leõezinhos” como represália. Dois pontos de vista devem ser aqui ob- servados:

Primeiro: Geograficamente falando, esses “ leõezi- nhos” podem e devem simbolizar as “ pequenas tribos” que margeiam as nações já mencionadas na seção anterior;

Segundo: Escatologicamente falando, eles apontam diretamente para algumas das potências atuais, tais como: Estados Unidos da América do Norte, Grã-Bretanha e ou- tros países do mesmo porte.5. O reflexo do argumento

Na descrição geral da potência ao ato, mostra que Go- gue ainda que poderoso, não poderá destruir a herança do Senhor, pois a exemplo de Faraó que numa outra profecia, descreve-se como sendo um “ grande dragão” (Ez 29.3), ele entrará na Terra Santa já “ arpuado por Deus” e como um grande peixe voraz, começa a “ voltear-se” , (Cf. Ez 39.2 e ss). Em Ezequiel 38.7, diz que Gogue é um “ guarda” . A palavra “ guarda” nesta seção significa “ ditador” . Veja como as Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe! Gogue é “ um príncipe” (Ez 38.2), mas ainda não é rei. Talvez o seu intento, seja após esta con- quista da Terra do Senhor, proclamar-se rei.

Finalmente tudo terminará com uma intervenção di- vina. Deus ordenará às forças selvagens da natureza e es- 60

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tas sepultarão Gogue e suas tropas ali mesmo - num vale, a leste do mar Morto (Ez 38.20; 39.11). Porém, como ad- moestação para o futuro, alguns corpos tombados jazerão ao relento e, serão devorados pelas aves de rapina (Ez 39.17). Enquanto que seus restos mortais “ ...a casa de Is- rael os enterrará por sete meses, para purificar a terra” (Ez 39.12). Mas na destruição de suas armas gastarão um tem- po mais logo que durará “ sete anos” (Ez 39.9).

a. Gogue metaforicamente. Na passagem de Apoca- lipse 20.7,8 lemos aquilo que segue: “ É, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão. E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para ajuntar em batalha” . O novo aparecimento de Gogue e Magogue na passagem em foco não deve ser entendido como sendo o mesmo por ocasião da invasão da Terra de Israel. Um está distante do outro, pelo menos, mil anos.

b. Os nomes “Gogue e Magogue” em Ezequiel capítu- los 38 a 39, referem-se como já comentamos, aos poderes do Norte chefiados pela Rússia. E, portanto, deve ser antes do Milênio. A de Apocalipse 20.8, porém os nomes “ Gogue e Magogue” são empregados metaforicamente para repre- sentar “ ...as nações que estão sobre os quatro cantos da terra” .(47) E, portanto, só ocorrerá depois do Milênio.

(M) op. cit. Hal, L. 1981 (") Enuma Elish, III, linha 2.(í־) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)(") W. Gesenius. D. D., Heb, and Eng, Léxico, Séc, 19. (") F. Josefo. Ant. Ind. Vol, I. 61, 1’ séc.( ‘ ) J . C. M. D., The Destiny of Nations. Londres, 1864(“ ) Ant, da Ult, Bat, A. E. B. 1984(17) Apoc. Já . W. R. Goetz. 1982״> ) Aim. Ab. 1986( ני ) op. cit. 1986״) ) W. Gesenius. D. D., Heb, and Eng, Léxico, séc. 19.(") Al Ab. 1986("-) op. cit. 1986״) ) A. G. do P lant. Ter. 1981(") F. Josefo. Ant. Jud. 2. 10. 2, séc. I.(‘ ) Aim. Ab. 1986 (“) op. cit. 1986(,r) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987

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O Período de Dor1. A Grande Tribulação

“ Porque naqueles dias haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá” (Mc 13.19).

Logo após o arrebatamento da Igreja se desencadeará um período sombrio de sofrimento sobre a humanidade que os escritores tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento, denominam de “ Grande Tribulação” . O vocábulo “ tribulação” ocorre por dezenas de vezes, em ambos os Testamentos. Mas é no Novo Testamento que encontramos maior luz projetada sobre o problema do so- frimento e da tristeza do homem. O termo grego, que traz em si a idéia de pressão, como se houvesse uma grande car- ga posta sobre o espírito, é “ thilipsis” , que noutras passa- gens do Novo Testamento, também é traduzida como Afli- ção, Angústia, etc. O termo português se deriva do latim “ tribulum” , ou instrumento de destorroar o restolho, me- diante o qual o lavrador separava o “ trigo de sua pa- lha” .(48)

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a. A “ Angústia de Jacó” . Este sombrio tempo de an- gústia é ocasionado concomitantemente com referências escatológicas, como são vistas em Isaías 16.5; 26.20; Jere- mias 30.7; Daniel 12.1; Mateus 24.21 e ss; Marcos 13.19; 2 Tessalonicenses 2.6 e ss; Apocalipse 3.10; 7.14, etc. Os acontecimentos que se relacionarão durante esta angústia sem precedentes na história humana, estão narrados nos capítulos 6 a 19 do livro do Apocalipse.

Sua duração de “ sete anos” é calculada pelo estudo da passagem de Daniel 9.24-27 e de outras passagens simila- res. Todos esses acontecimentos (que agora estão ocultos e ali revelados), terão lugar, logo “ após” o arrebatamento da Igreja por nosso Senhor Jesus Cristo (1 Co 15.51,52; 1 Ts4.14-17).

b. As condições da Grande Tribulação são:Primeiro: O reinado cruel da Besta que “ subiu do

mar” (Ap 13.1 e ss).Segundo: A atividade de Satanás, tendo grande ira, e

agindo numa escala suprema de destruição (Ap 12.12 e ss).Terceiro: A grande atividade de demônios emergidos

do “ poço do abismo” (Ap 9.1 e ss). A introdução desta an- gústia sobre a terra será de repente, inesperada, sobre to- dos os moradores da terra, numa ocasião quando disserem “ Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina des- truição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão” (1 Ts 5.3b). Aquele dia virá como uma destruição do Senhor. Isso está predito em toda a extensão da Bíblia, tanto nos ensinos dos profetas, como nos ensinos dos apóstolos. E, de um modo particular, nos ensinos de Jesus. Ela virá como um fogo abrasador. Será um dia de angústia e de aflição sem igual: será o dia (por extensão) da “ ...vingança do nosso Deus” , conforme está escrito!

c. Este tempo começará sobre a terra com o rompi- mento dos selos. Eles serão a introdução dos grandes acon- tecimentos que terão lugar durante os sete anos de tribula- ção. Porém a Noiva do Cordeiro não passará por tais acon- tecimentos (Ap 3.10); ela subirá ao Céu, antes que as “ sombras caiam” (Ct 2.17).64

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A Igreja desaparecerá da terra 3 capítulos antes da Grande Tribulação e, só reaparecerá 3 capítulos depois (cf. Ap 3.22 e 22.16). Portanto, fica evidenciado que ela não passará pela Grande Tribulação.(49)

2. Será um tempo de ira

“ E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribu- nos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se escon- deram nas cavernas e nas rochas das montanhas. E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. Porque é vindo 0 grande dia da sua ira. (Ap6.15-17b).

Outros textos bíblicos similares mostram-nos que a ira de Deus pode manifestar-se cada dia. Virá, porém, um dia particular reservado à manifestação da ira divina, o dia do Senhor, conforme está predito, será o dia da ira e da indignação divina (Ez 7.19; Sf 1.15,18; Mt 3.7; Lc 21.23; Rm 2.5; 1 Ts 1.10; Ap 6.17; 11.18 e ss). Devemos, porém, ter em mente cada detalhe do irrompimento da ira divina durante o sombrio tempo da Grande Tribulação: seu senti- do natural, divino e escatológico ao mesmo tempo.

a. O papel da ira divina no Antigo Testamento é de muito maior significância. Repetidas vezes diz que Deus é um Deus zeloso e irado em aversão ao pecado. Sua ira pode ser apresentada em termos bem drásticos (SI 2.5; Is 13.13; 30.27,28; Jr 30.23,24). O encontro do homem com o que é santo poderia ser perigoso (Gn 32.25; Êx 4.24; 19.9; Is 6.5), mas esse perigo seria afastado se houvesse arrependimen- to; isto porque a ira de Deus deve ser vista como expressão da sua santidade e retidão.(50)

Ela. às vezes, indicava a natureza pessoal e viva do zelo de Deus, cujos caminhos são além do homem. Alguns textos exemplificam a força deste argumento (Gn 32.23 e ss; Êx 4.24 e ss; 1 Sm 26.19; 2 Sm 16.10 e ss; 24.1). Esta ira, porém é cercada pela experiência da vontade de Deus na aliança, em justiça e amor.(’1)

Em termos técnicos: “ O dia do Senhor” é tomado (por extensão) para expressar o significado do pensamento du­

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rante o sombrio tempo da Grande Tribulação (Is 2.12-19; 13.9-13; 26.20,21; 34.1,2,8; Ez 30.2,3; J1 1.15; 2.1-3; 30-32; 3.12-16,18; Am 5.18-20; Ob vv. 15 a 17; Sf 1.14,15.17; Zc 12.2,9,10; 14.1-5,8,9,20; Ml 4.1-3; 1 Ts 5.2,3; 2 Ts 2.2 etc).

b. Na Bíblia esta era escatológica e designada por vá- rias expessões, tais como: “ dia” , “ hora” , “ tempo” , etc. Em Malaquias 4.1: “ Aquele dia” ; em Daniel 12.1; “ Na- quele tempo” ; e em Apocalipse 3.10: “ Hora da tentação” .

A expressão “ no fim dos dias” (BEAHARIT HAYA- MIM = Dn 10.14) é usada nas obras proféticas do Antigo Testamento como fórmula escatológica (Is 2.2; Jr 23.20; 48.47; 49.39; Ez 38.16; Os 3.5; Mq 4.1) que caracteriza 0 fi- nal do tempo presente e engloba os eventos imediatamente anteriores (Ez 38.16). E posteriormente a esse final (Is 2.1 e ss e outros). Em Jeremias 31.1 ela se apresenta sob a for- ma conhecida de Daniel 12.1: “ naquele tempo” (ΒΑΈΤ HAHI), em Ezequiel 38.18 sob a forma “ naquele dia” (BAYON HAHU).

O termo “ dia do Senhor” , ou YOM YAHVÉM, apare- ce no Antigo Testamento apenas em passagens restrita- mente relacionadas com o tempo da angústia de Jacó (Jr30.7). A noção associada a esse tempo provém da tradição da guerra santa e permite reconhecer os seguintes elemen- tos básicos que expressam o sentido de cada argumento: em futuro próximo Deus haverá de intervir na história de Israel com armas destruidoras: armas mortais ((Is 13.6; Ez 7.7,10,12; J11.15; 2.1; Ob v 15; Sf 1.7-14) mas esta ira será extensiva a outros povos (Is 13.6 e ss; 34.1 e ss; Jr 46.10; Ob v 8 e ss; Zc 14.1 e ss).

c. Vingança e devastação na ordem do dia (Is 22.5; 34.8 e ss estão; Ez 7.12 e ss; Sf 1.8 e ss; 2.4 e ss; 2.4 e ss), até mesmo a ordem do mundo é abalada pela influência dos tais acontecimentos (Is 13.10; 34.9 e ss; Ez 30.18; J1 2.1; 3.4; Zc 14.6 e ss). Conclama-se à luta para que Deus tome vingança (Is 13.2; Jr 46.3 e ss; J1 3.9 e ss; Ob vl e ss); medo e extremo terror (Is 13.7; J1 2.6), dores e convulsões (Is13.8) acometerão as pessoas, aflições virão sobre elas (Sf 1.15) e suas mãos desfalecerão (Is 13.7; Ez 7.17).66

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A impressão de que essa fórmula terminológica des- creve o dia do Senhor ainda é confirmada pelo fato de, nos textos em que ela aparece expressamente com YOM HAH- VÉH. Indica “ naquele dia” - isto é: futuro (Is 2.12,17,20; Ez 30.3,9; Sf 1.7,8,9,10).

Passagens também tais como Isaías 22.5,8,12 e Zc 14.1,4,6,8,13,20,21, expressam também o mesmo sentido. Em algumas veisões comentes os ־verbos e aàvéibios dei- xam entrever entre linhas as seguintes expressões:

“ Dia da consternação” (Ez 7.7); “ dia da ira do Se- nhor” (Ez 7.19: Sf 1.15: 2.3): "dia do sacrifício do Senhor” (Sf 1.8): “ dia da vingança" (Is 34.8; 63.4); “ dia de nuvens tenebrosas" (Ez 30.29 - A "hora dos pagãos” ); “ dia da afli- ção" (Ob w 12.14; Sf 1.14,15); “ o ano da represália” (Jr 46.10). Da mesm forma pode ser aludido a esse dia através do plural "naquele dia” , para “ naqueles dias” (J1 3.1); e fi- nalmente através de uma expressão que já em Jeremias4.11 estivera em paralelo a “ naquele tempo” e que é conhe- cida em Daniel quinze vezes: “ o tempo do fim” = “ naquele tempo” (ΒΑΈΤ HAHI = J1 3.1; Sf 1.12; 3.19,20).

A reprodução de YON YAHVÉH por “ tempo” (Έ Τ) segundo Zimmerli, está documentada principalmente por Ezequiel no capítulo 7.(52) Sinônimo de “ está próximo” respectivamente: “ É chegado o dia” e a formulação “ é chegado o tempo” (BA Η ΑΈ Τ = 7.7,12 = Ezequiel). Esse tempo é para os profetas o' “ tempo do castigo” (BET AVON QES = 21.30,34; 35.5 = Ezequiel - “ tempo da extre- ma iniqüidade).

Todos esses termos e seus correlates apontam por re- ferências ou inferências para o período sombrio da Grande Tribulação. Nosso Senhor, em seu imortal ensino, sempre usou, a expressão dia no plural: “ ...logo, depois da aflição daqueles dias...” (Mt 24.29; Mc 13.19,24, etc).

d. Em algumas seções da Bíblia (especialmente no Antigo Testamento), a ira divina é retratada como “ ira na- tural” . Ira descarregada apenas entre filho e pai; Deus se ira contra Moisés por sua relutância em não o atender (Êx 4.14, etc); porém, é evidente que a ira divina propriamente dita é (e vai) além disso, por três razões importantes:

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Primeiro: sua ira natural vista no contexto paterno, se ira, castiga, mas não destrói.

Segundo manifestada sua ira visando a uma punição é sempre contra as nações (Is 10.25; 13.3; Jr 50.13; Ez 30.15; Mq 5.14). Vem sobre todos aqueles que o abandonam (Ed 8.22) ou aqueles que são literalmente ímpios (=sem Deus). Não cai sobre os homens sem advertência prévia (Êx 22.23,24; 32.10; Dt 6.13 e ss). Jeremias adverte que Deus derrama sua ira sobre os desobedientes (Jr 7.20)

Pronuncia-se julgamento sobre os ímpios e sobre na- ções inteiras, enviando a espada, a fome e pestilência (Ez6.11 e ss), a destruição (Is 63.6 = esta porém é técnica para o futuro; Hc 3.12), aniquilação - devastação (Dt 29.22; Jr 25.37,38); despovoamento (Jr 50.13), dispersão (Lm 4.16, e queima da terra (Is 9.18,19). Na concepção do profeta Oséias (13.11) classifica-se esta ira divina até sobre monar- quia.(51׳)

Porém, dada a fraqueza humana e a supremacia de Deus, esta ira não precisa durar para sempre. Repetidas vezes ela é declarada como durando só um “momento!” . (Cf SI 30.6; Is 26.20; 54.7; etc.)

Terceiro: Agora chegamos no verdadeiro estado de ira divina. Ela é então, declarada no Novo Testamento com predições escatológicas = Ira Futura (1 Ts 1.10). No Apo- calipse, thymos significa quase que exclusivamente a ira divina. O quadro da ira de Deus (oinos tou thimou) é uma expressão marcante do julgamento divino (Ap 14.10; 16.19; 19.15) que o homem precisa beber; somente o ímpio o sorverá, por assim dizer. A expressão vem do Antigo Tes- tamento (cf Jr 25.15-28). As expressões “lugar da cólera de Deus” (Ap 14.19) e “taças da ira de Deus” (Ap 15.7; 16.1) também são termos semelhantes. Observemos:

1) THIM OS. A palavra grega “thimos”, que significa “um irrompimento de ira” emprega-se para a ira de Deus em nove das dezenove vezes que aparece no Novo Testa- mento, todas as nove vezes estão no livro do Apocalipse, onde a ira divina é retratada ferindo somente os ímpios (ver 11.18; 14.8, vem sobre Babilônia; em 14.19; 15.1, vem68

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sobre os exércitos em Armagedom; em 15.1,7; 16.1,19, vem sobre os habitantes da terra).

2) ORGÉ. Esta segunda palavra, conforme declara o termo, significa “um estado firme de ira” .(54)

Emprega-se também a respeito da ira de Deus cerca de vinte e sete vezes no Novo Testamento. No texto do Apocalipse 6.17, ela aparece como sendo a “ira ” de Deus e a “ira” do Cordeiro. Esta ira de Deus e do Cordeiro (nunca ocorre para o Espírito Santo), não indica alguma emoção violenta; antes, sugere um termo técnico para julgamento de forma versátil sobre seus inimigos. Paulo, chama esta ira de “ira futura"’ (1 Ts 1.1) - E acrescenta: “Jesus... nos livra da ira futura” . No Armagedom, Deus está em foco como um guerreiro vingador: suas palavras ali são solenes: “ ...os pisei na minha ira, e os esmaguei no meu furor...” (Is 63.3). Prezado leitor, prepara-te para a eternidade! Se não o fizeres - recairá sobre ti como assegura o vaticínio: “ ...in- dignação e ira aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade...” (Rm 2.8, etc).

3. A Igreja passará pela Grande Tribulação?“Como guardaste a palavra da minha paciência, tam-

bém eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra” (Ap 3.10). A passagem em foco e outras similares tanto do Antigo como do Novo Testamento, indicam que a Igreja do Senhor jamais passará pela Grande Tribulação. É eviden- te que, para aqueles que advogam que a Igreja deve passar por este período crítico de angústia, fazem sua defesa no significado da preposição “E K ”.

Esta preposição “ek” leva os intérpretes a uma inter- pretação literal de “sair de dentro” . Refutando, assim, a interpretação pré-tribulacionista do presente versículo. Para a Igreja “emergir de dentro” da hora da tentação, deve (segundo este conceito) ter estado presente durante aquela hora. Mas essa forma de interpretação, não combi- na com a tese e argumento principal da natureza do pensa- mento da natureza do pensamento das Escrituras, por vá- rios motivos:

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a. Ora, usando-se a preposição gramatical de: “ek e apo” (fora de) reforça 0 conceito geral das demais Escritu- ras. A referência direta deste versículo qualquer estudioso sabe que se refere à “ hora” da Grande Tribulação, que de um certo modo envolverá todo 0 mundo, e, na sua fase fi- nal, terá como alvo a cidade de Jerusalém e a Terra San- ta.(׳w)

Assim as palavras: “ ...eu te guardarei da hora da ten- tação” indicam que a Igreja não passará por aquela aflição sem precedentes na história humana que, cronologicamen- te falando, terá a duração de sete anos.

A Igreja desaparecerá silenciosamente antes, median- te o arrebatamento (1 Ts 4.14-17).

Depois, virá a Grande Tribulação, para “ tentar” os que habitam sobre a terra. Nas palavras de Jesus à igreja de Filadélfia e nas de Paulo à igreja de Tessalônica, fica evidenciado o livramento para a Igreja, da Grande Tribu- lação.

b. A palavra “ da” significa “ para fora de” e em si traz a idéia de ser guardado da tribulação (não meramente con- servado através dela, como alguns asseveravam). Ora, se a Igreja estivesse destinada a passar pela Grande Tribula- ção, uma coisa seria certa; em lugar de ler-se: “ ...eu te guardarei da hora da tentação” , ler-se-ia: “ ...eu te guarda- rei na hora da tentação” . E, além do mais, Paulo teria di- to: “ ...Jesus, que nos livra na ira futura” , e não da ira futu- ra” (1 Ts 1.10). Nossa solene convicção, portanto, é: A Igreja não passará pela Grande Tribulação (cf. Ct 2.17; Is 26.20 - por inferência; Ap 3.10 - referência).

A entrada de Noé na Arca do dilúvio (Gn 7.1,4,7,10 e ss), a saída de Ló de Sodoma (Gn 19.12 e ss), e o paralelis- mo de Êxodo 14.15 e ss; Josué 4.18; Salmo 136.14,15 ilus- tram a confirmação do argumento apresentado nesta se- ção.4. Haverá salvação durante a Grande Tribulação?

Esta pergunta freqüentemente é feita pelo povo de Deus. Então haverá possibilidade de salvação durante o período da Grande Tribulação? Respondemos qye sim: ha- verá!70

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É claro, portanto, que haverá santos de Deus durante o período crítico desse sofrimento, porém, não serão “ membros do Corpo de Cristo” (a Igreja da Graça), pois este é constituído por aquele grupo que pertenceu à Dis- pensação da Graça. Serão crentes individuais, como nos tempos do Antigo Testamento e, mediante dois dispositi- vos (o sangue e a fé), serão capazes de testemunhar acerca de Cristo e de sua Redenção.

Participarão do reino e gozarão das bênçãos do Se- nhor, de maneira maravilhosa, mas não serão incluídos no Corpo de Cristo, o qual ocupa um lugar bem distinto atra- vés de toda a eternidade.(56)

a. Todas as referências ao Cordeiro de Deus no Apoca- lipse implicam em expiação de sua morte. O arrebatamen- to da Igreja não limitou todos os métodos da Redenção do Deus Todo-poderoso. Ele sempre teve (e sempre terá) “ ...seu caminho na tormenta” (Na 1.3).

Na passagem do Apocalipse 7.9 e ss está pintada uma vasta multidão que se diz ter “ vindo da Grande Tribula- ção” . “ Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas...” (57) Devemos ter em mente que esta vasta multidão que se declara aqui ser “ ...de todas as na- ções” , não deve ser confundida com Israel e a Igreja. Este é o poderoso ajuntamento de almas que predissera o profeta Joel ao dizer que no “ dia do Senhor” todo o que invocasse o seu nome seria salvo (J1 2.30-32; At 2.16-21).

b. Esta grande multidão vista nesta seção, clama ago- ra “ salvação a Deus e ao Cordeiro!” Na antevisão (Ap 6.9-11), a cena se desenrola na terra: visto que, aquelas almas, mesmo debaixo do altar divino, clamavam por vingança! Aqui, porém, a cena tem lugar no Céu. Na terra, durante a Grande Tribulação, sofreram toda a tirania do Anticristo.

Agora, porém, tudo é inverso! Evidentemente, sem sombra de dúvida, são os convertidos da Grande Tribula- ção que são vistos aqui e em outras seções que se se- guem.(58)

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c. Ora, durante o tempo da Dispensação da Graça (an- tes do arrebatamento da Igreja), a salvação era analisada a posteriori.

Este argumento consiste em partir dos “ efeitos para as causas” ; das conseqüências ou princípios particulares para os gerais ou causas primeiras. É, portanto, um pro- cesso indutivo. Mediante esta fórmula, o pecador arrepen- dido partia de uma premissa menor (o arrependimento) para uma premissa maior (o aperfeiçoamento) chegado até sua glorificação. Porém, segundo se depreende, com o arre- batamento da Igreja, essa fórmula inverte seu padrão, isto é, ao invés de “a posteriori” (do efeito para a causa), agora é visto a priori.

Este argumento consiste em partir das causas para os efeitos; dos princípios gerais para os particulares ou para as conseqüências. Este princípio também é chamado de “ dedução” ou “ inferência” . Ora, durante a Grande Tribu- lação, os homens (que olharem para Cristo) serão salvos, não pela ação direta da graça, e, sim, pelo seu efeito!(59)

d. “ ...estes são os que vieram da grande tribulação” (Edição Revista e Atualizada). Esta grande seção, e outras similares contêm a resposta à pergunta de João feita no princípio ao Ser superior: o ancião (Ap 7.13). Este ancião pode ser igual a João, mas na esfera celestial tornou-se maior! (cf. 1 Jo 3.2). Ele então lhe responde sem hesitação: “ ...são os que vieram da grande tribulação” .(60)

Assim, a Grande Tribulação, segundo Scofield inter- preta na Bíblia, “ será, também, um período de salvação.

A eleição de Israel é selada para Deus (Ap 7.4-8), e, com uma multidão de gentios (Ap 7.9 e ss), é declarada ter vindo “ da grande tribulação” (Ap 7.14).

“Esta seção revela que, mesmo fora da Dispensação da Graça, pode haver salvação, mas sempre baseada na morte expiatória de Cristo. A Justiça de Deus se exerceu sobre o Cordeiro, e só através da cruz pode o homem, em qualquer circunstância, alcançar o perdão” .(61)

A idéia apresentada no que diz respeito à salvação do homem, agora e depois, combina diversos elementos en- contrados na pessoa de Cristo, e o que Ele significa em to- 72

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das as épocas, tenciona transmitir a idéia de que Cristo é tudo em todos agora e na eternidade! Mas ninguém deve valer-se de sua misericórdia para permanecer indiferente. Pois em qualquer época ou lugar, existiram salvos e perdi- dos (cf. Mc 16.16; Rm 11.18-21).

('*) O Nov. Die. da Bibl. II Vol. 1983״) ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987( '·) Apoc. v. p. v. S, P. S. 1987(") W. Eichrodt, RGG-3, IV, 1930( ’) Z. Ezequiel. p. 165Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987 (נ )( ‘) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)('') Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987(■'■*) Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)( Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987 (ז( ■*) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987( '*) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987(“) op. cit. 1987(“ ) op. cit. Scofield

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A Construção do Templo1. A Construção do Templo Pré-tribulacionista

Realmente tem havido muitas especulações e debates sobre a hipótese do Templo que será erguido e por quem será erguido (o Anticristo ou os judeus?) no local onde se encontram as Mesquitas de Omar e a de El-Eksa. Todos oabem que o monte Moriá (o local do Templo) é venerado pelas três grandes religiões monoteístas.

Para os judeus, é o lugar onde foi construído o Grande Templo pelo monarca Salomão (1 Rs 6.1 e ss).

Para os cristãos, está associado a muitos acontecimen- tos da vida de Jesus e seus discípulos.

Para os muçulmanos é o terceiro lugar mais sagrado depois de Meca e Medina.{62)

a. O local onde foi construído o Grande Templo por Salomão começou sua história com Abraão. A tradição o tem identificado com o local onde Abraão teria preparado o sacrifício de seu filho Isaque, o que não se concretizou por meio de uma intervenção divina (Gn 22.1-22).

Em fins de seu reinado, o rei Davi comprou o topo des- nudo do monte, que Araúna (Omã), o jebuseu, havia usa-

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do como eira (2 Sm 24.18-25) e levantou nele um altar a Deus, prometendo construir um Templo. Mas esta pro- messa só foi cumprida por seu filho Salomão.

b. A construção original do Templo começou no quar- to ano do reinado de Salomão e foi completada sete anos mais tarde. A cronologia bíblica aponta esse “ quarto ano do reinado de Salomão” como sendo “ o ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito” (1 Rs 6 :1).

Este magnífico Templo, como veremos mais a frente, foi despojado por Sisaque, rei do Egito, no reinado do filho de Salomão, Roboão, (1 Rs 14.26) e posteriormente, des- truído pelo exército babilônico.

A terminologia do termo para expressar a palavra “ templo” : 1? no Antigo Testamento - L X X (tradução dos setenta), é “ naos” e é empregada 55 vezes (de um total de 61 ocorrências) para traduzir o hebraico “ kêkãl” que signi- fica “ Palácio” ou “ Templo” , que, por sua vez, corresponde ao babilônico “ egallu” - isto é: “ casa grande” . Os escrito- res sagrados registraram 5 ocorrências em que é usado o termo:

“ ülãm” que significa “ pórtico do Templo” (1 Cr 28.11; 2 Cr 8.12; 15.8; 29.7,17).

c. No Novo Testamento (“ naos” ) é achado mais fre- qüentemente no Apocalipse de João (16 vezes) e nos escri- tos de Paulo (7 vezes).

Josefo tinha muito respeito para com o Templo. Para ele o Templo incorporava a adoração do único Deus verda- deiro pelo povo de Deus.(6 ) Era a habitação de Deus, para a qual Deus enviava uma porção do seu Espírito.(64) Para os judeus o Templo era, além do “ centro de adoração” , ob- jeto de orgulho (Mt 24.1; Mc 13.1). Josefo registra que “ es- tas estruturas pareciam incríveis para aqueles que ainda não as viram, e eram olhadas com espanto por aqueles que nelas colocavam os olhos” .

Para os muçulmanos não há na terra um lugar tão sa- grado além de Meca e Medina: “ Digno de elogios é aquele que levou seu servo de noite, desde a Mesquita Sagrada (A Cúpula da Rocha) até a Mesquita Distante (El-Aksa), cu- jos recintos temos abençoado” (Ale. Sura 17.1).76

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2 . O Templo e sua construção

1*?. No Antigo Testamento o esplêndido Templo ergui- do por Salomão foi destruído no ano 599 a.C. por Nabuco- donosor, que levou os judeus para o cativeiro babilônico, 50 ou 70 anos mais tarde, os exilados que voltaram, trouxe- ram consigo os vasos que Nabucodonosor levara como des- pojo, e autorização de Ciro, rei da Pérsia, para reedificação daquele que seria o segundo Templo (Ed 1.1 e ss).

Segundo Josefo, este Templo reconstruído por Zoro- babel, era reduzido em suas proporções. Alcançou nova- mente grande esplendor durante o reinado de Herodes, o Grande, que sendo idumeu e querendo expiar seus crimes e fazer-se popular entre os judeus, o reconstruiu.(65)

Dez mil operários trabalharam nesta grandiosa obra e o Templo foi reconstruído com uma dupla esplanada e vol- tou a ter sua antiga beleza e fulgor (Mt 24.1; Mc 13.1). A construção começou no ano 20 a.C. e não terminou antes de 24. d.C. (Jo 2.20). Este, portanto, foi o Templo que Je- sus conheceu.

29. No Novo Testamento, em dois grupos de passa- gensf Jesus fala da destruição do Templo. No primeiro gru- po, refere-se ao Templo do seu Corpo (Mt 26.61; 27.40; Mc 14.57,58; 15.29,30; Jo 2.18-22; At 6.14).

Aqui, agora, portanto, já sua própria Pessoa está subs- tituindo o Templo material como habitação de Deus, onde Deus se encontra com os homens. No segundo grupo, Jesus profetiza a destruição do Templo de Jerusalém (Mt 24.1; Mc 13.2,3; Lc 21.5,6). As predições de Jesus a este respeito, cumpriram-se literalmente! No ano 70 d.C. o Templo foi totalmente arrasado pelas tropas de Ti to.

Este tentou conservar intacto o Templo, já que era uma das maravilhas do mundo, mas seus soldados o incen- diaram. atirando em seu interior uma tocha acesa.

a. A Menorah, 0 Candelabro de 7 braços, foi salvo e le- vado por Tito, triunfalmente, para Roma. Em 135 d.C., depois de aplacar a segunda rebelião judaica, Adriano pro- fanou o lugar, erigindo ali um Templo dedicado a Júpiter.

Os primeiros cristãos, consideravam o local que butro- ra era sagrado como um lugar amaldiçoado por Deus e 0

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Monte Moriá converteu-se num amontoado de es- combros.(66)

Quando, no ano de 636, os muçulmanos conquistaram Jerusalém, os escombros foram retirados e o Califa Omar construiu, ali, uma Mesquita, identificando-o como 0 lu- gar de onde o Profeta Maomé teria ascendido aos Céus em seu cavalo alado.

No ano de 691 d.C., Abel el Malik Ibn Merwan, ocali- fa dos Omais, transformou aquela pequena Mesquita de Omar nessa que atualmente existe: O Domo da Rocha (Mesquita de Omar), cuja importância religiosa no isla- mismo vem depois da Kaada, em Meca, e do Túmulo do Profeta, em Medina; foi construída no local onde se erigi- ram o primeiro e o segundo Templos, a Cúpula da Rocha, tal como a vemos agora, data do ano de 691 d.C. Foi res- taurada no Século XVI e novamente na década de 1960-70.

b. Quando os cruzados conquistaram Jerusalém em 1099, a Mesquita foi convertida na igreja do Templum Do- mini. Depois da expulsão dos cruzados nos Cornos de Hit- tin, no ano de 1187, a cruz que brilhou durante 88 anos sobre o Domo foi retirada e a lua crescente voltou a seu lu- gar. Desde então, o Domo da Rocha tem sido um santuário muçulmano.

Seu estilo é bizantino, já que foi construído por artis- tas bizantinos, mas sua decoração é oriental. O exterior é um octógono regular, cujos lados medem 20 metros cada um e com um diâmetro de 60 metros. A cúpula se eleva a uma altura de 30 metros do solo, com um diâmetro de 25 metros.

A estrutura octogonal é recoberta por dentro com la- ges de mármore até a altura de 6 metros e, acima delas, até seu extremo superior as paredes estão decoradas com bri- lhantes azulejos persas. O Domo é feito de folhas de alumí- nio banhadas em ouro, que cintilam sob o brilhante sol de Jerusalém.(67)

3. Os Templos Escatológicos

Biblicamente falando, temos informações de que “ dois templos” hão de ser edificados: O primeiro deles, se- rá o Templo da Grande Tribulação, em cujas dependên- 78

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cias 0 Anticristo implantará seu culto através de seu falso profeta; o segundo, aquele que será erguido para ser utili- zado na era milenar. Analisemos pois, cada um destes san- tuários, apenas invertendo as posições cronológicas e, co- meçando com o Templo da era milenar.

a. Em Ezequiel 41.13-15 aparecem as dimensões do Templo milenar, que será utilizado durante os 1000 anos do reinado de Cristo.

Suas medidas podem ser computadas como segue: O Templo propriamente dito tinha 100 côvados de compri- mento. Depois vem seus pilares (“ ombreiros” =RSV): 5 cô- vados (40.48) + vestíbulo 12 (40.49) + pilares 6 (41.1) + templo (“ nave propriamente dita” ) 40 (41.2) + pilares 2 (41.3) + Santo dos Santos 20 (41.4) + parede 6 (41.5) + câ- mara lateral 4 (41.5) + parede externa 5 (41.9) = 100.

A área aberta e o edifício ao oeste do Templo esten- diam-se por mais 100 côvados, - a área aberta 20 (41.10) + o edifício 70 (41.12) + duas paredes do edifício 10 (41.12) = 100.

A frente original do Templo e da sua área aberta tam- bém era de 100 côvados, medida esta que era igualada pela largura global do edifício ao lado ocidenjtal (90 + duas pa- redes de 5 côvados cada = 100 côvados). Mas, é evidente que, este santuário refere-se ao “ Templo do Reino Mile- nar” e, não ao Templo da Grande Tribulação.(®)

b. O Templo que será erguido e que certamente será profanado pelo Anticristo tem sido bástante discutido pe- los judeus de todo 0 mundo. Quando Israel conquistou a parte velha da cidade de Jerusalém com as ruínas do Tem- pio, em 1967, o velho historiador judeu Israel Eldad, se- gundo citação da “ Revista Time” , teria dito: “ Agora esta- mos no mesmo ponto em que Davi estava, quando libertou Jerusalém 4as mãos dos jebuseus” . E acrescentou: “ Da- quele dia até o momento em que Salomão construiu o Templo passou-se apenas uma geração. Assim também acontecerá conosco” .('9)

Recentemente declarou um rabino judeu: “ Estamos prestes a ver o grande Temfclo reconstruído” , isto é, o Templo da Grande Tribulação. E, sendo indagado por um Jornal bastante badalado: “ Quem o reconstruirá: os ju­

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deus ou o Anticristo?” Ele respondeu: O Templo é chama- do de “ ...o Templo de Deus” (Dn 8.11,14; Mt 24.15; 2 Ts 2.4; Ap 11.1) e, evidêntemente so os judeus ou através de- les) serão autorizados por Deus para sua èonstrução”

c. Entre os rabinos judeus já se ponderou a questão, se é chegada *a época de reconstruir o Templo em Jerusalém. Uma autoridade israelense declarou há pouco: “ Quando o Templo judaicd, o centro do judaísmo mundial, èstiver ali. Israel será bem mais forte” .

Daniel fala deste Templo, no qual o Anticristo irá as- sentar-se, e da características da sua autenticidade. Ele fala do “ sacrifício” que cessará (pois o serviço do sacrifício será novamente restabelecido), e da “ oferta de manjares” , que terminará (Dn 9.27).

“ No Ministério dos Assuntos Religiosos foi aberto um processo a esse respeito, no qual são coletadas propostas de todo o mundo. Ativistas religiosos, como o rabino superior para assuntos militares, Schlomo Goren, estão inclinados a construir o Templo tão logo seja possível.

Ainda há vozes contrárias. Mas tudo urge em direção à construção do Templo” .

d. É sabido hoje que já há projeto em Israel para a construção do Novo Templo. Os judeus políticos dizem: A construção do Templo será um ato político de primeira ca- tegoria, pois somente assim a anexação de Jerusalém se tornará uma realidade política. Além disso, também moti- vos religiosos forçam à construção do Templo.

Cremos assim, que a posse judaica do monte do Tem- pio, onde hoje se encontram as Mesquitas de Omar e El- Aksa, para ser construído 0 Novo Templo, pode dar-se a qualquer momento. Este local sempre foi adquirido por meio tie manifestações divinas (Gn 22.14; 2 Sm 14.16-25; 1 Cr 21.20-30). Estes textos dizem que, este local do Monte Moriá, sempre foi adquirido por operações sobrenaturais. Então, o que aconteceu no passado, não poderá também acontecer agora? Claro que sim! ,(Ec 3.15). Aguardemos, portanto!(70)4. Uma descoberta recente!

O portal do Templo construído pelo rei Salomão, em 959 a.C., e destruído por tropas assírias, em 599 (ou, se- 80

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gundo outros, 587) a.C. foi apresentado ontem (dia 8 de outubro - 5? feira de 1987, conforme informações de “ O Jornal - A Folha de São Paulo” ) pela arqueóloga israelense Eilat Mazar, em Jerusalém.

A descoberta permite confirmar as passagens bíblicas em que o Templo foi descrito. Também foram apresenta- dos uma lamparina a óleo e vários jarros de cerâmica, que teriam escapado às várias destruições porque passou Jeru- salém nos 3.000 anos de sua história que nos separam de Salomão.

As descobertas foram feitas em escavações no setor su- deste do Monte Moriá - atualmente chamado de Monte do Templo - antigo centro administrativo do reino de Israel nos tempos do rei Salomão.

O portal dava acesso a uma série de habitações contí- güas, e a uma torre e ao Templo de Salomão, no qual foi guardada á Arca contendo as tábuas da lei, dadas por DçuS a Moisés, segundo conta a Bíblia.

De tipo clássico, adornado com cerâmica, o portal se assemelha a outras construções do período do reino judai- co, descobertas em toda a região do Oriente Médio, e parti- cularmente em Israel, no deserto de Neguev, em Lakhis (centro do país), e em Megido (Galiléia).

Vestígios da época do Templo (segundo este informe) já foram descobertos, mas não se tinha conseguido escavar todo o conjunto arquitetônico, em perfeito estado de con- servação, tão próximo da área do santuário, explicou a ar- queóloga israelense.

a. As organizações protestam. Já tivemos ocasião de ver no início deste capítulo que, os esforços para a conquis- ta do Monte do Templo e suà construção, têm sido bastan- te combatidos. Atualmente, com maior ou menor intensi- dade, e por diversos motivos, vários problemas se colocam para a continuação das escavações arqueológicas.

Organizações tão diversas como o Wagf - Guardiões dos Bens Muçulmanos -, 0 ministro israelense das Ques- tões Religiosas, preocupado com a dessacralização de tum- bas no Templo dos Profetas a Unesco e outras, são con- tra os trabalhos no Monte Moriá. Para encontrar os restos do primeiro Templo seria necessário escavar milhões de

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metros cúbicos de terra e rochas, com o risco de provocar perigosos desabamentos, e cataclismo político, afirmou Fi- lat Mazar.

b. Um porta-voz discute. Uri Minzer, porta-voz do Ministério das relações Religiosas de Israel, disse que o trabalho em um dos túneis próximo ao lado ocidental da muralha teve que ser interrompido, há quatro anos, quan- do o Wagf fez um protesto afirmando qi/ç as escavações es- tavam provocando tremores no Templo acima.

Os líderes muçulmanos dizem que os judeus estão ten- tando cavar seu caminho em direção à área sagrada, num esforço para destruir sua estrutura. Algumas correntes ju- daicas defendem que as mesquitas muçulmanas deveriam ser destruídas e um Templo construído no lugar.

No entanto, os vestígios encontrados pelo grupo de dez arqueólogos que desenvolvem o trabalho permitem es- perar por novas descobertas, datando do período dos reis de Judá, quando floresceu a civilização dos hebreus, em Jerusalém.

Foram descobertas, nas escavações, uma lamparina a óleo e doze jarros de cerâmica. Com 1,3 metros de altura e 80 centímetros de diâmetro, estes jarros estão quase intac- tos, e estavam imersos nas cinzas do grande incêndio, con- cluiu a arqueóloga.

(t־) A Ter. Sant. em Cores. S. Awwad. 1986 (") Josefo. Cont. Ap. 2, 193(“ ) Josefo. Ant. Jud. 8, 114, 131, Cf. 8, 102, 106, 117. 3, 100.202 e 290. (*■■·) op. cit. 1» séc.(“ ) A Ter. Sant. em Cores. S. Awwad. 1986(<;) op. cit. S. Awwad. 1986(M) J . B. T. Ez, Int, e Coment. 1984(") op. cit. Apoc. v. p. v. 1987(:1) Apoc. v. p. S. P. S. 1987

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A Manifestação do Anticristo

1. O AnticristoAs palavras “ anticristo” e “ pseudocristo” se acham

pela primeira vez na segunda metade do Século I d.C. 0 prefixo anti, originalmente significa “ no lugar de” , e de- pois, “ contra” .

Já a literatura greco-helenista falava desta figura sombria no passado. Porém, usando a primeira significa- ção, pois tanto contemporaneamente com o Novo Testa- mento como posteriormente, achamos a expressão an- titheós, anti-Deus (originalmente “ como os deuses” na Díada de Homero). A palavra composta com pseude (fal- so), porém, que se acha por 70 vezes na língua grega, só to- mou maior sentido de um que é “ contra Cristo” no Novo Testamento.(71)

a. Do ponto de vista divino de observação, o vocábulo, “ anticristo” aparece pela primeira vez na 1 Epístola de João “ ...ouviste que vem o anticristo” . E, a partir daí, o termo está presente, mas exclusivamente em seus escritos (1 Jo 2.18,22; 4.3 e 2 Jo v.7)

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Sua pessoa foi retratada por Jesus como sendo o últi- mo conquistador militar que invadiria Jerusalém e a Terra Santa, procurando aniquilar o povo judeu.

b. A pessoa aqui citada compreende também seu reino ou governo.(72) E o apóstolo Joâo contempla agora esta grande visão, cerca de 651 anos depois da visão de Daniel7. Porém, há aqui e ali uma ordem invertida na posição do tempo e da visão. Em Daniel 7 a ordem é inversa.

Daniel olha para o futuro dos séculos e vê o que está no porvir: Leão, Urso, Leopardo e Fera Terrível. João, olha para o passado dos séculos e vê: Besta, Leopardo, Urso e Leão. Esta figura sombria da iniqüidade procurará substi- tuir a Cristo, estabelecendo-se como se fora o Filho de Deus. Também fará oposição a Cristo, e fará do mal, e não do bem, o seu princípio normativo.

Na passagem de 1 João 2.18, depreende-se do expres- sivo: “ ...ouviste que vem o anticristo” . levando-nos a en- tender, evidentemente, que já existia a tradição, na Igreja Cristã Primitiva, do “ Anticristo” a qual, mui provável- mente, estava alicerçada sobre as próprias palavras de nosso Senhor Jesus Cristo em Mateus 24.23-36; João 5.43. Partes do Novo Testamento também eram conhecidas dos leitores originais das epístolas, as quais falavam sobre 0

Anticristo, como, por exemplo, 2 Tessalonicenses 2.3 e ss.(71).

c. No conceito geral, conforme era visto no tempo e no espaço pelos primitivos cristãos, a formação plural aa pas- sagem de 1 João 2.18 atacava diretamente os chefes gnósti- cos. Os gnósticos negavam a humanidade de Jesus Cristo. Negavam que o Verbo de Deus pudesse encarnar-se (Jo1.14). Em lugar de uma encarnação, segundo eles, na Pes- soa de Jesus, com a fusão da identidade do Logos e do Je- sus humano, os gnósticos postulavam um “aeon”, uma emanação angelical de Deus - um entre muitos mediado- res, salvadores ou deuses inferiores, é que teria, então, as- sumido esta posição.

O Cristo Real, na opinião deles, nunca se tornara hu- mano, mas tão somente desempenhara um papel, manipu- lando o corpo físico de Jesus. Os gnósticos, através dessas idéias, negavam que o Senhor os “ comprara” . Aqui, está, portanto, uma das razões fundamentais porque o apóstolo 84

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atacava diretamente tais chefes. Historicamente falando, as palavras do apóstolo já encontravam alvo naqueles dias. Pois elas foram dirigidas contra a heresia de Cerinto, um homem de ascendência judaica, educado em Alexandria. Ele negava a concepção virginal de Jesus, ensinando que, após o batismo, o Cristo descera sobre Ele na forma de uma pomba, passando Ele então a anunciar o Pai desco- nhecido e a operar milagres, mas diziam que, já no fim de seu ministério, o Cristo se afastara de Jesus; e que sofrerá e fora ressuscitado dentre os mortos, ao passo que o Cristo teria permanecido impassível: incapaz de sofrimento por ser um ser espiritual.(74)

d. De acordo com as passagens de Apocalipse 13.12 e ss; 19.20, este cristo-impostor estará cercado de magos e encantadores que, procurarão de todas as formas perverter os corações, naqueles dias sombrios de tanto engano. No passado os monarcas babilônicos como os imperadores ro- manos, estavam cercados sempre por esta gente e, 0 que aconteceu na antigüidade, será revivido agora aqui. O pro- feta Daniel diz que, “ ...os magos e os astrólogos, e os en- cantadores, e os caldeus” sempre estavam presentes nas decisões daqueles monarcas do passado (Dn 2.2 e ss).

Os “ magos” , significa os escribas sagrados - uma or- dem de sábios que tinha a seu cargo os escritos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da “ Torre de Babel” . Algumas literaturas das mais primitivas que se conhecem na terra eram constituídas desses livros de ma- gia, astrologia, feitiçaria, etc. (cf At 19.19).

Os “ encantadores” , significa “ murmurador de pala- vras” - de onde vem “ esconjurar, exorcismar” . Eram en- cantadores que usavam fórmulas mágicas, atuados por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria e Elimas, o “ encantador” , da Ilha de Pafos, pertenciam a essa classe (At 8.9 e 13.8).

Os “ feiticeiros” eram dados à magia negra. A mesma palavra empregada a respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres - que resistiram a Moisés na corte de Fa- raó (Êx 7.11 e 2 Tm 3.8).

Os “ caldeus” , denominava a casta sacerdotal deles to- dos; onde se lê a palavra “ caldeus” (menos nascidos na

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Caldéia) pode-se traduzir igualmente por “ a s tró lo g o ” .(7")e. O Anticristo, a pessoa (1 Jo 2.18), deve ser discrimi-

nada dos “ muitos anticristos” e do “ espírito do anticristo” (1 Jo 4.3); o que caracteriza todos eles é a negação do Ver- bo, a Palavra, o Filho Eterno, Jesus, como o Cristo (Mt1.16; Jo 1.1); os “ muitos anticristos” , preparam o caminho para o “ Anticristo” , que é a Besta que “ subiu do mar” , e 0

precedem (Ap 13.1 e ss); ela será 0 último chefe político, como o seu falso profeta, a segunda Besta de Apocalipse13.11 e ss; 16.13; 19.20, será 0 último chefe religioso.

2. Três coisas notáveis

O Anticristo, o antagonista de Cristo, possuirá (além de outras) três coisas que lhe ajudarão na sua vida marca- da pelo engano: sinal - o nome e o número.

a. O sinal (Ap 13.16): “ E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal...” O Apocalipse em sua magnitude é um livro de selo e assinalação. Em muitas de suas passagens (13.16,17; 14.9; 16.2; 19.20; 22.4), vemos todo o exército da Besta as- sinalado em suas testas.

Mas segundo se depreende também de outras passa- gens, não somente seu exército estava assinalado com seu número, sinal e nome, mas “ ...todos pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos...”

O sinal sempre teve, e tem, conotação com o mundo religioso. O profeta Ezequiel, profeta do cativeiro, 606a.C., no capítulo 9 de seu livro, descreve também uma companhia de homens assinalados (v 4 e ss). - O sinal, (“ Oth - marca distintiva” ) posto pelo homem vestido de linho sobre eles, protegia dos juízos de Deus sobre a rebel- de cidade (v 6). Para o leitor hebreu, isto significava um si- nal usado como assinatura. Garantia e autenticidade (cf. Jó 31.35).

O trecho de Isaías 44.5, menciona a “ inscrição” do nome de Deus sobre as mãos dos fiéis, para identificá-los como pertencentes a Ele.

O Anticristo sabe que para Israel o aceitar como seu falso Messias, exige primeiro um sinal, assim sendo, ele procurará imitar a Cristo até na religião.(76)86

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b. 0 nome (Ap 13.17): “ Para que ninguém possa com- prar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da Besta...” Em toda a extensão da Bíblia o nome exprime a realidade profunda do ser que o carrega.

Por isso a criação só está completa no momento em que a coisa trazida à existência recebe nome.(77)

Assim, o Anticristo, o homem do pecado, sem dúvida alguma terá um nome político que lhe servirá como ponto de observação (cf. Gn 11.4). Pois também o nome, expres- sa fama e reputação (Gn 6.4; 11.4; Nm 16.2; Dt 32.3, etc).

Em tudo, esse cristo-impostor deseja imitar a pessoa de Cristo, 0 Ungido do Senhor. Jesus é o Justo, ele será o Iníquo; Jesus, ao entrar no mundo disse: “ eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.9); do Anticristo está escrito que ele fará conforme a sua vontade (Dn11.36).

O Senhor Jesus é o Filho de Deus; ele será “ ...o filho da perdição” (2 Ts 2.3). Certamenteé de grande importân- cia que, em tudo, ele contraste como o Filho de Deus.

O número do nome Jesus tem em grego o valor numé- rico 888 e semelhantemente, cada um dos seus “ oito no- mes” , como são utilizados no Novo Testamento tem signi- ficado especial.

1) - (“ Jesus” - “ Senhor” - “ Cristo” - “ Senhor Jesus”- “ Jesus Cristo” - “ Cristo Jesus” - “ Cristo, o Senhor” - “ Senhor Jesus Cristo” ). Além disso, Jesus tem consigo ou- tros nomes e títulos:

2) - “ Advogado (1 Jo 2.1); Bispo das vossas almas (1 Pd 2.25); Cristo (Lc 2.11); Deus Forte (Is 9.6); Emanuel - Deus conosco (Mt 1.23); Filho de Deus (Jo 1.34); Governa- dor (Is 55.4); Homem (1 Tm 2.5); Imagem de Deus (Cl1.15); Jesus (Mt 1.21); Leão da Tribo de Judá (Ap 5.5); Maravilhoso (Jz 13.18; Is 9.6); Nazareno (Mt 2.23); Omega (Ap 1.8); Príncipe da Paz (Is 9.6); Querido do Pai (SI 4.3); Rei (Mt 2.2; Jo 18.37); Salvador (Lc 2.11); Tudo: no senti- do de bondade (Cl 3.11); Ungido (SI 2.2); Verbo de Deus (Jo 1.1); Zelador da casa de Deus (Jo 2.17). - Em ordem al- fabética: ο X é substituído pelo Amém (Ap 3.14).

O Anticristo, como a antítese do verdadeiro Cristo, também se apresentará com seus nomes e títulos:

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Ad. I. “ 0 homem violento (Is 16.4); 0 homem do peca- do (2 Ts 2.3); o príncipe que há de vir (Dn 9.26); o rei do Norte (Dn 11.40); o angustiador (Is 51.13); 0 filho da perdi- ção (2 Ts 2.3); o iníquo (2 Ts 2.8); o mentiroso (1 Jo 2.22); 0

enganador (2 Jo v 7); o Anticristo (1 Jo 2.18,22; 4.3); a Bes- ta (Ap 11.7; 13.1 e ss); um rei feroz de cara (Dn 8.23); a ponta pequena (Dn 7.8).”

Além destes nomes e títulos já mencionados ele terá judicialmente seu próprio nome (Jo 5.43).(78)

c. O número (Ap 13.17): “ Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome” . Os fundadores da Roma Imperial foram dois gêmeos: Rômulo e Remo (Segundo a lenda do Capitólio) e o Império Romano foi as- sim chamado em homenagem ao nome do primeiro. Seu nome, nome de um homem e também do reino, e cada ci- dadão do reino é um romano, outra palavra-nome associa- da ao fundador.

Nas línguas orientais da Bíblia (hebraico e grego), o nome Rômulo totaliza exatamente 666.

Em hebraico, Rômulo é “ Rumith” que soma 666 (R=200, U=6, M=50, 1=10, TH=400).

Em grego, Rômulo é “ Lateinos” que também soma 666 (L=30, A=l, T=300, E =5,1=10, N=50, 0=70 e S=200). “ Lateinos” significa “ Homem Latino” ou “ Homem do Lá- cio” , cidade da qual os romanos receberam sua origem e língua.

É mais do que coincidência que tanto o nome grego quanto o hebraico desse fundador do Império Romano, Rô- mulo, seja exatamente 666. Mas a palavra divina diz que, “ ...muitos anticristos ” e o “ espírito do anticristo” prece- deriam e preparariam o caminho para 0 Anticristo (1 Jo2.18,22). Assim, não apenas Rômulo, mas muitos outros reis e governantes romanos estão também estigmatizados pelo número 666.

1) Exemplificando. Benedito Mussolini, o sexto chefe de Roma, foi chamado “ Viva il Duce ou “ W i Fuce” que significa “ Longa vida ao Chefe” .88

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Contando este nome, chega-se a 666. Assim, o número 666 está impresso, estigmatizado e estampado sobre Ro- ma, sobre seus reis e seu povo.(79)

3. 666 Sempre Ligado ao Mal

O número “ 666” ocorre graficamente por três vezes na Bíblia.

A primeira passagem está em 2 Crônicas 9.13: “ E era o peso do ouro, que vinha em um ano a Salomão, seiscen- tos e sessenta e seis talentos...”

A segunda ocorrência está em Esdras 2.13: “ Os filhos de Adonição seiscentos e sessenta e seis”.

E a terceira, a que está em foco, isto é, Apocalipse 13.18: “ ...e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”

a. Quando Moisés escolheu os doze espias para uma missão de reconhecimento da Terra de Canaã, surgiu ali um nome estranho que sublevou 0 povo à revolta e incre- dulidade. “ Setur” era o nome dele (Nm 13.13).

Setur (o que oculta) tem valor numérico de 666. Os co- nhecidos capítulos da maldição, de Deuteronômio 27 e 28, contém 18 vezes a palavra “ maldição” , cujo termo deriva da raiz hebraica “ arur” (maldição em grau supremo), de valor numérico 407, ou seja: 18 vezes 407 = 7326 ou 11 ve- zes 666. (80) O número denota uma pessoa específica, e sua identificação deve ser descoberta em alguma espécie de cálculo numérico, mediante o qual número é transformado em um “ nome” .

b. De acordo com a numerologia pitagoriana (480-411a.C.), o número “ 666” é o chamado número triangular, sendo a soma dos números de “ 1” a “ 36” , inclusive; além disso, o “ 36” é, em si mesmo, a soma dos números de “ 1” a “ 8” . Portanto, “ 666” se reduz ao “ 8” ; e esse é o número significativo em Apocalipse 17.11: “ ...È ela (a Besta) tam- bém o oitavo”.(81)4. Uma advertência histórica

Devemos observar um fato importante e também cu- rioso, é que devemos procurar a Histórica raiz da preten- são e do irreconciliável antagonismo de Roma com Jerusa- lém.

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A Roma pagã era, durante os primeiros séculos após e também antes de Cristo, um inimigo de Jerusalém, porque Israel, como propriedade peculiar de Deus, adorava o Deus único e não os deuses de Roma e seus derivados. Anti- semitismo era, portanto, naquele tempo, antideus.

Quando, entretanto, no ano 313 d.C., o César Romano Constantino elevou o cristianismo à categoria de religião estatal romana, o anti-semitismo não era mais antideus, e sim anticristo. Com isso, porém, o cristianismo foi confun- dido com política e estatizado, sendo que por isso, muitos cristãos verdadeiros daquela época, concebiam 0 cristia- nismo como já tendo sido enganado por falsos cristos (Mt 24.24, etc).

a. Uma advertência. Após a Segunda Guerra Mun- dial, ou seja, em 1948, três cidades surgem no campo vi- suai do mundo como pretendentes do domínio mundial:

Primeiramente Roma! Com a fundação do Conselho Mundial das Igrejas, e com isso surge o Movimento Ecu- mênico, que é um enorme passo para a definitiva unifica- çào com o sistema político mundial de Roma.

Em segundo lugar, Moscou (outro inimigo mortal de Israel), que também cobiça o domínio mundial. Os mosco- vitas e seus satélites solidificaram e ampliaram neste ano, com um enorme golpe, sua corrida em direção ao domínio mundial. Naquela época Mao Tsé-tung conquista o Norte da China. Na Techoslováquia ocorreu o golpe de estado co- munista. Na Alemanha Oriental foi concluída a reforma agrária e um ano depois foi fundada a República Democrá- ti ca Alemã.

Em terceiro lugar, quase como descreve o profeta Isaías em uma seção de seu livro: (53.2), levanta-se Israel no cenáculo mundial “ ...como raiz duma terra seca; não ti- nha parecer nem formosura...” Porém, é evidente que, mais uma cidade (Jerusalém) apareceu no campo visual do mundo! Por quê? Porque naquele tempo, ao lado da ascen- ção de Moscou por meio da China, simultaneamente com o Movimento Ecumênico, foi fundado o Estado de Israel. Moscou rangeu os dentes com ira mortal, pois havia con- centrado um enorme poderio na Transjordânia, e queria aproveitar a confusão reinante na Palestina para invadi-la.90

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Mas segundo dados históricos bem vividos, Harry S. Truman, o então presidente dos Estados Unidos da Améri- ca do Norte (EUA), antecipou, porque exatamente onze minutos após a proclamação dos Estados de Israel mandou divulgar por todo o mundo reconhecimento por parte dos EUA. Assim, imediatamente uma potência mundial esta- va com sua proteção diante de Israel.

b. E os romanos? Estes, portanto, também se senti- ram diminuídos e, movidos, talvez, por um sentimento de anti-semitismo, escrevem na véspera da fundação do Esta- do de Israel, no dia 14 de maio de 1948, o seguinte: “ O Is- rael moderno não é herdeiro do Israel bíblico. A Terra San- ta e seus lugares sagrados pertencem unicamente ao cris- tianismo, o verdadeiro Israel” .

Não podemos deter o cumprimento da palavra profé- tica. E sim, estarmos atentos! E, necessariamente, é isto que adverte o apóstolo Pedro em sua Segunda Carta: “ E temos mui firme a palavra dos profetas, à qual bem fazeis, em estar atentos...” (2 Pd 1.19a). Nossa época está indo ao encontro do fim. Quão importante é, portanto, em vista desses fatos, que nós cristãos nos renovemos em tudo! Pois, como sabemos, “ o mistério da injustiça já opera!” . Mas pela infinita bondade de Deus, ainda há “ um que re- siste!” (O Espírito Santo - usando a Igreja).

71) Die. Int. de Teol. do NT. Vol. I. 1986■') Apoc. v.p.v. S.P.S. 198771) Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reference Bible)O NT Int v.p.v. R.N. Champlin, Ph, D. 1982 (׳77) Dn v.p.v. S.P.S. 1987:t) Apoc. v.p.v. S.P.S. 198777) J.J.V . Allmen. Voc. Bibl. 1972") op. cit. Apoc. v.p.v. 19877,) Dr. C. Kai Lok. A Besta Ident. e Rev. p. 94 e ss. ") A. Springer O Apoc. de JC. p. 54 Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987 (יי

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A Batalha do Armagedom9

1. A Guerra do Armagedom

Armagedom, no sentido geográfico, significa “ monta- nha de Megido” . Designa o local onde se ferirá a batalha “ ...naquele grande dia do Deus Todo-poderoso” (Ap16.16).

Esta planície tem um formato triangular isosceles e por três são delineados.

a. JEZREEL. ,־‘^imitando-se pelos montes da Galiléia ao norte e as colinas da Samaria ao sul, o Vale de Jezreel é o mais amplo vale de Israel. E, como já ficou registrado acima, tem o formato de um triângulo isosceles, cuja base é de aproximadamente 30 quilômetros e seus lados têm cerca de 22 quilômetros. Desde tempos antigos até hoje, é famoso por sua fertilidade e conhecido como Ό Celeiro de Israel’ .

Devido à sua fertilidade e posição estratégica, este vale foi cenário de inúmeras lutas e combates da antigui- dade, hebreus, filisteus, cananeus, sírios, egípcios, assírios, babilônios, gregos, midianitas, romanos, árabes, cruzados,

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turcos e, finalmente os ingleses comandados por Allendy, durante a 1? Guerra Mundial, lutaram em seu solo. ("־’)

b. MEGIDO. “ Megido está localizado no local Sul do Vale de Jezreel, onde o ‘Caminho do Mar’ (Vila Maris) deixa a planície e passa através de um longo e estreito des- filadeiro, continuando na direção da planície Sharon, pelo litoral.

A cidade está estrategicamente s ituada na abertu ra deste desfiladeiro, que era a principal via de comunicação que ligava ò Egito e o Sul, com a Síria e 0 Norte.

Sendo o desfiladeiro passagem obrigatória em Megido um ponto estratégico, tanto para o* povos que se esten- diam na fértil costa do M editerrâneo como para os con- quistadores ocidentais que invadiam o Norte e 0 Leste, os portões da cidade foram testemunhas de m uitas bata lhas.

A posição estratégica de Megido foi percebida de ime- diato por Allendy que, em 1917. converteu-a na base de sua campanha contra os turcos. As numerosas batalhas ali travadas fizeram de Megido um símbolo de guerra” .(" )

1) Megido foi mencionada, pela primeira vez, em anti- gos textos egípcios. Em 1478 a.C. o Faraó Tutamés travou uma guerra sobre Megido; nos muros de seu templo, no Alto Egito, estavam escritos os planos da batalha. No Sé- culo XV a.C., Megido é mencionada por Israel. Josué cap- turou a cidade e matou o seu rei (Js 12.21). No Século Xa.C., Salomão reconstruiu e fortificou a cidade, finan- ciando sua edificação com impostos especiais. Megido se converteu em baluarte da defesa de seu reino.

2) Entre 1925 a 1939 d.C., Megido foi escavada pelo Instituto Oriental da Universidade de Chicago. As escava- ções, cobrindo uma área de 13 acres, revelaram os restos de 20 cidades superpostas, cada uma delas representada por uma camada de ruínas distintas. Entre os muitos impor- tantes achados estão as estrebarias do Rei Salomão, capa- zes de abrigar 450 carruagens; e ainda selos, vestígios de muralhas, casas, alicerces de portões de diferentes perío- dos e uma belíssima coleção de marfins, única no mundo.

Um engenhoso sistema hidráulico supria a cidade de água fresca, vinda de uma fonte localizada fora das mura- 94

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lhas. Uma perfuração vertical de 35 metros de profundida- de dava acesso a um túnel de 62 metros de comprimento que desembocava na fonte e, para esconder o manancial dos invasores, sua abertura era coberta com terra e de ou- tras substâncias disfarçadas.(84)

c. ARMAGEDOM. (Sentido profético). Armagedom, ou Megido, como a palavra descreve, era também o nome de cidade, hoje Allejjun, e é o vale que os judeus chamam atualmente de Planície de Jezreel, que vai do Monte Ta- bor até junto do Monte Carmelo. O Vale Megido ou As- draelom é também interpretado como “ lugar de tropas” ou “ lugar de multidões” .

Há nele lembranças de sangrentas guerras, com vários personagens do passado que foram derrotados ali: Sísera (Jz 5.8,30); Acazias (2 Rs 9.27); Josias (2 Rs 23.29,30). Ao nome de Jezreel. a cidade, está ligada a morte violenta da rainha Jezabel, cujo nome se tornou proverbial e simbólica- mente profético.

Saul e seus filhos (Jônatas, Abinadabe e Melquisua) também tombaram em Armagedom, ao lado da montanha de Gilboa (1 Sm 29.1 e 31.1-13).

Profeticamente, “ ...naquele grande dia do Deus Todo- poderoso” os exércitos do Leste (Oriente) coligados com as forças militares do Anticristo, seguirão em direção a este Vale. Porém, antes de alcançar Jerusalém, “ ...passando por cidades do Norte como Aiate, Migrom, Micmás, Geba, Gebeá de Saul, Galim, Anatote, Madmena, Nobe etc., di- zimarão a terça parte dos homens. (Ap 9.15).(85).

1) Em Apocalipse 14.19,20, fala que “ ...lagar” é tam- bém um nome profético de Armagedom. A palavra origi- nou-se de uma raiz hebraica, (“ Har = Magedon” ), que sig- nifica “ derrubar” , “ matar” , “ cortar” , “ decepar” , e, lugar de mortandade, e é o que Megido sempre foi.(86)

O doutor J. A. Seiss diz que a palavra “ Megido” signi- fica também “ abater o alto” . Este duplo significado cor- responde exatamente ao caráter dos acontecimentos que ali terão lugar, pois 0 alto não somente será abatido mas, tal coisa acontece desde o alto.(87) Seja como for, ali haverá ama grande conflagração e mortandade, cujo desenlace se-

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rá, provavelmente, naquele Monte e no extremo vale ao oci- dente do Jordão. Mas a batalha se estenderá pelo meio da Terra Santa, do Mediterrâneo ao Jordão.

2. Os Reis do Oriente

“ E o sexto anjo derramou a sua taça sobre 0 grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse 0

caminho dos reis do Oriente” (Ap 16.12). Na Bíblia Vida Nova (Edição Revista e Atualizada) lê-se: “ ...reis que vém do lado do nascimento do sol” (4? Ed. de 1980).

H. Lindsey diz: “ Cremos que a China é 0 princípio da formação dessa grande profecia chamada (‘reis do Leste’) pelo apóstolo João” .

Como o emblema nacional do Japão é o “ sol nascen- te” , pode ser que também essa nação partilhe no avanço das hordas asiáticas. Isso pode depreender-se da formação plural “ reis do Oriente” .

Nos termos de qualquer constituição, os símbolos na- cionais são: “ a bandeira nacional, o hino nacional, as ar- mas nacionais e o selo nacional” . Portanto, devemos tam- bém, aqui, tomar como símbolo a bandeira e o hino nacio- nais destas nações que representam “ os reis do Oriente” .

Hoje, todos nós sabemos quais as nações que ocupam essa parte do extremo Oriente: China, Japão, Coréia do Norte e Coréia do Sul. Estas nações de fato, situam-se no “ Extremo Oriente” do hemisfério.

a. A CHINA. Situação geográfica: leste da Ásia.Bandeira: campo vermelho no canto superior esquer-

do, uma estrela de ouro tendo à sua direita um arco de quatro estrelas menores. Estas “ quatro estrelas menores” , profeticamente falando, podem apontar para: Japão, Co- réia do Norte e Coréia do Sul e Formosa. Estas nações es- tão dentro das profecias e o simbolismo pode ser perfeito.

Hino nacional: “ Marcha do Povo” .(88) Observe bem a frase contida no hino: “ marcha do povo” (Para o Ociden- te? Sim!).

b.O JAPÃO. Situação geográfica: leste da Ásia.Bandeira: sol vermelho em um campo branco. O Ja-

pão é citado na poesia como sendo “ O País do sol nascen- te” .(89)96

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Hino nacional: “ O Reino do Nosso Imperador” . Ob- serve bem 0 leitor como as Escrituras são proféticas e se combinam entre si em cada detalhe!

c. A CORÉIA DO NORTE. Situação geográfica: nor- deste da Ásia.

Bandeira: uma larga faixa vermelha ao centro, sepa- rada de faixas azuis nas extremidades por duas faixas brancas finais; à esquerda do centro está um disco branco contendo uma estrela vermelha de cinco pontas.(90)

Hino nacional: “ Canção do General Kim II Sung” . A Coréia do Norte dado os seus litnites com a China ao norte e com a União Soviética ao extremo nordeste, é um país bastante apático às coisas divinas.

d. A CORÉIA DO SUL. Situação geográfica: nordeste da Ásia.

Bandeira: um círculo em vermelho e azul centrado em um campo branco, há um desenho em barras negras nos quatro cantos da bandeira.(91)

Hino nacional: “ Até que o Mar do Leste se Esgote” . Qual é o Mar do Leste citado aqui? Certamente é o “ Mar do Japão” . Isso pode apontar para “ uma unificação mili- tar” dos dois países nesta investida final “ ...contra o Se- nhor e contra o seu Ungido” (SI 2.2).

e. A ILHA DE FORMOSA (TAIUAN). Situação geo- gráfica: aproximadamente 144 Km da costa sudeste da China. Portanto, extremo Oriente.

Bandeira: um campo vermelho com um retângulo azul no canto superior esquerdo contendo um sol branco de 12 pontas.("־)

Hino nacional: “ Nosso Objetivo Deve Ser Terra Li- vre” . Observe bem a curiosidade nos símbolos de cada país já mencionado e, vejamos que, em todos eles, o “verme- lho” está em foco! Assim, portanto, que no fim do tempo (da era presente), estas nações orientais e alguns de seus satélites, seguirão em direção à Terra Santa procurando aniquilar o povo judeu! (cf. Dn 11.44; Zc 12.3,4; Ap 9.14 e 9b; 16.12).

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3. As Hordas Demoníacas

“ E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs” (Ap 16.13). No contexto seguinte, diz que, estes espí- ritos imundos semelhantes a rãs, que fazem prodígios, se- guirão “ ...ao encontro dos reis (do Oriente) de todo o mun- do, para os congregar para a batalha naquele... dia do Deus Todo-poderoso” .

Para uma melhor compreensão do significado do pen- sarnento, daremos aqui três definições das rãs e do que elas representam:

a. Definição natural. Para os especialistas, a rã é um animal “ gnathostomata” , da família “ ranidae” .(9) Cada um desses nomes arrevezados explica uma coisa. Por exemplo:

“ gnathostomata” quer dizer que a rã tem mandíbula unida ao tórax; “ tetrapoda’ , refere-se a que tem quatro pa- tas; “ anphibia” , que leva duas vidas, uma aquática e outra terrestre; “ batrachia” , que possui brânquias no primeiro estágio da respiração aquática; “anura”, que é sem rabo (rabo mesmo); “ fanerogloso” , que tem língua visível; “ ra- nidae” , que é a da família das rãs em geral.

1) A touro-gigante (o nome vem do coaxar, que lembra o berro de um touro), a mais conhecida dos brasileiros e a única bem estudada nos Estados Unidos da América do Norte, é um animal de comportamento bastante estra- nho, como explica o ranicultor Alcir D. Longo:(94) ela tem sangue frio, quer dizer, não é como a gente; a temperatura do nosso corpo é constante em (36 graus).

A da rã (como dos outros animais de sangue frio) se- gue a do ambiente, estando sempre um grau positivo aci- ma.

Assim, um dia frio, de 10 graus, o corpo da rã estará com 11; num dia quente de 35 graus, ela estará com 36. Quanto mais quente, melhor.

A rã se dá muito bem com o calor. Quase tudo na rã (ou com a rã) é estranho! a rã depende vitalmente d& água mas não bebe água.98

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2) Absorve a água e o oxigênio pela pele, de tal manei- ra que, se ficar exposta cinco horas seguidas ao sol, ela morre.(״)

b. Definição específica. No frio intenso ela “ hiberna” (entorpecimento ou sono letárgico de certos animais e ve- getais, durante 0 inverno), reduz 0 metabolismo a quase (“ zero” ), só ficando aceso 0 coração.

Nesse tempo ela não dá as caras, não come, não cres- ce. Igual às cobras, a rã troca de pele. Come seu próprio couro e como este é rico, em ação antibiótica, garantiu-lhe muita resistência a doenças.

1) Existe mais um detalhe curioso na rã. Quando o gi- rino (forma larva, pisciforme, dos anfíbios anuros), a rã não tem boca, só um biquinho sugador. Estranho! Ao ficar adulta, sua boca “ vai de tímpano a tímpano” e lhe permite abocanhar de um golpe presas desproporcionais, como pin- to de um dia, camundongo, peixe, pequenas cobras e lagar- tos, e até outra rã, às vezes quase do seu tamanho.

2) Ela não mastiga o alimento, engole-o direto. E sua dentição rudimentar do maxilar superior somente serve para segurar mais firme a presa. A língua (nem se fala!) é um azougue, rapidíssimo, principalmente para apanhar insetos em vôo.

Normalmente, a rã só se interessa por alimento vivo ou em movimento. A rã-touro, não tem instinto materno; ela devora tanto girinos como rãs formadas, bastando ape- nas que não veja resistência.

3) Há ainda duas curiosidade na rã: parece que ela de- fine cores e teria, então, mais preferência pelo azul (cor da bandeira nacional de Israel) do que pelo vermelho (cor da bandeira nacional das hordas asiáticas).

c. Definição escatológica. “ ...três espíritos imundos, semelhantes a rãs” . Esse elemento, envolve uma certa aparência daquilo que foi visto no Egito, em sua segunda praga: a das rãs (Êx 8.1 e ss).

Vemos apenas no texto em foco, três espíritos, mas de- moníacos; eles explicam as grandes hordas de “ rãs” natu- rais, como equivalente.

A rã é um animal imundo segundo a lei cerimonial; é sinal de maldade.

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1) De acordo com o doutor W. Malgo, rãs são estra- nhos seres anfíbios. Elas vivem tanto nas escuras e enla- meadas profundezas, como em solo firme sob o sol. Elas podem ocupar a fantasia dos homens. Elas têm membros semelhantes a eles. O que chama a atenção são seus olhos extremamente grandes e o volume de voz desproporcional.

Apenas os machos possuem instrumento vocal, e usam-no unicamente no famoso coaxar. A diferença entre o macho e a fêmea, para quem olha, está no tamanho do ouvido: no macho, é equivalente ao dobro do tamanho do olho; na fêmea, ouvido e olho são do mesmo tamanho. Muitas vezes elas surgem repentinamente das profunde- zas. Uma rã tem algo de misterioso e sinistro!

A simbologia profética aqui depreendida é, certamen- te que, a rã vive tanto na terra firme como na água. Os espíritos imundos, de igual modo. Assim, eles podem tanto convocar combatentes(96) da terra (os continentes) como da água (as ilhas). O zoroastrismo dividia os animais em duas categorias, bons e maus, mais ou menos como faziam os judeus, em limpos e imundos. A rã era um animal imun- do.4. A Guerra e as Armas

Entre o povo de Deus tanto era conhecida a guerra como suas armas. Mas havia, mesmo com armas humanas uma participação de Deus na batalha: “ ...as guerras do Senhor” (Nm 21.14; 1 Sm 25.28). As armas também eram indispensáveis fosse qual fosse a batalha (Jz 18.1 e ss; ·Jr21.4). Elas variavam tanto na forma como na material em que eram feitas: sílex bronze e ferro. Pode-se classificá-las em armas defensivas e ofensivas. Entre as mais conheci- das.

a. Defensivas: - O pequeno escudo, mãghãn, para o designar do escudo maior, çinnâ, também traduzido “ pa- vês” . Provavelmente, esta espécie de escudo menor era re- dondo, enquanto que o maior era ablongo, certamente de madeira coberto de couro (Jr 46.3) igual aos escudos de ou- ro, de que fala 0 livro dos Reis (10.16); eram de ostentação.

O elmo, kôbha = capacete, pouco definido no reinado de Saul (1 Sm 17.38), mas que foi muito usado a partir da época de Uzias (2 Cr 26.14).100

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A armadura (Maddím = armadura defensiva (1 Sm 17.38); nêshep = armadura ofensiva, armas (2 Rs 10.2). Fi- nalmente, essa espécie de armadura era sempre rara e apa- nágio dos chefes (1 Sm 17.5,38; 1 Rs 22.34).

As caneleiras, miehâ = grevas. Parte da armadura que protegia as pernas entre cs joelhos e os tornozelos, sendo mencionada apenas uma vez nas Escrituras: grevas (1 Sm 17.6).

Couraça, shiryôn = cota de malhas. Havia duas espé- cies: couro para os soldados e bronze para os líderes. A de Golias era de bronze, visto ser o “ campeão” (1 Sm 17.5).

b. Ofensivas: - A funda, “gela” = 0 estilingue (1 Sm17.40). Era usada principalmente pelos pastores palesti- nos. Mas segundo se depreende de outras passagens: era arma de guerra. Exemplo (Jz 20.16; 1 Cr 12.2; 2 Cr 26.14); em Jeremias 10.18, usa-se o gráfico metafórico da funda como arma fatal.(97)

A lança, h^níth = a longa (1 Sm 17.7). Havia dois tipos mais manejáveis (1 Sm 10.10 = a menor), e a grande mais pesada, capaz de transpassar dois homens com um só gol- pe (Nm 25.7 e ss).

O dardo (Kidhôn = o punhal do ocidente, 2 Sm 18.14). Havia também uma outra palavra, a rõmah, mas aparen- temente usada apenas como lança (Jz 3.21).

A espada, herebh, é a arma ofensiva mais freqüente- mente mencionada a Bíblia. A lâmina reta era de ferro (1 Sm 13.19) e algumas vezes tinha dois fios (SI 149.6; Hb4.12). Era pendurada no cinto (h^ghôrâ).

O arco e a flecha, gesheth = arco - hês = flecha, mor- talmente feria 0 coração (2 Rs 2.24). Algumas vezes as fie- chas eram adaptadas para levar materiais incandescentes = “ setas inflamadas” (SI 7.13 e 91.5).

A tocha, reluzente, que podia prestar na proximidade os serviços que a flecha incandescente prestava à distân- cia. Finalmente, embora bem menos freqüente que as an- teriores, a massa, martelo (Pv 25.18; Jr 51.20).

Os carros de guerra, heb. “ aghãlâ” , devido o rolar das rodas. Estes eram puxados por cavalos e ocupados por três homens. Originalmente, usados no Egito e na Babilônia, só apareceram em Israel na época de Salomão (2 Cr 9.25).

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As máquinas de assaltos, do gênero “ catapulta” , de que fala o livro de 2 Crônicas (26.15), também são mais ofensivas que defensivas.(98)

O erite, mêphiç = cacetete. Essa arma freqüentemen- te usada entre os heteus, assírios, babilônios e elamitas. A única menção bíblica fica em Jeremias 51.20, mas 0

hebraico “ mêphiç” , diz literalmente: “ ...espalhador” . He- ródoto (VII. 63) descreve tal arma, que era levada pelas tropas assírias do exército de Xerxes.(99)

c. Além, do uso que se fará destas possíveis armas (nem todas) ali naquele grande dia; outras armas e exérci- tos de caráter espiritual estarão também em foco!

O apóstolo João em seu Apocalipse (9.16-20) fala de uma cavalariça infernal. Veja o que descreve o apóstolo: “ E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles ca- valgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxo- fre...” (v 17). A visão vista por João sobre estes cavalos compreende também os cavaleiros.

Os cavaleiros parecem ser de pouca monta em relação aos cavalos, que causam maior terror; eles apavoram e des- troem. A atribuição de caudas, como serpentes, àqueles cavalos que sopravam fogo, os torna tremendamente gro- tescos.

Podemos observar que nos versículos anteriores, “ ...os cavaleiros têm couraça de vermelho fogoso, azul fumegan- te e amarelo sulfúrico...” .(100) São verdadeiras couraças que inspiram cisma e extremo terror. João vê aqui todos os horrores daquela guerra, quando os adversários virão velo- zes como cavaleiros, fortes como leões, venenosos como serpentes, a soprarem elementos que cegam e queimam com poder mortal. Temos aqui, portanto, forças mortais, letais, poderosas, maliciosas e incansáveis, enviadas con- tra a humanidade, por causa de seu pecado e de seu mun- danismo.

5. A Luta Mortal

Segundo as Escrituras, ironicamente, o Anticristo ini- ciará seu governo mundial através de uma proclamação. Utilizando-se de seu poder sólido que herdou do dragão (Ap 13.2).102

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Por seu domínio absoluto sobre 0 mundo, no sentido político, econômico e religioso, ele conseguirá arregimentar o maior exército já visto do mundo: 200.000.000 de cavalei- ros (Ap 9.16; 16.16).

Seu brilhantismo como líder será sobre-humano, pois que estará sob o domínio e a direção do próprio Satanás. Conforme já tivemos ocasião de explicar; durante seu go- verno de trevas ele aniquilará, cruelmente toda oposição. Seu verdadeiro caráter é revelado pelos títulos que lhe são apresentados nas Escrituras.

De acordo com a passagem do Apocalipse 16.13,14, os exércitos do mundo vão reunir-se por influência de- moníaca. De certa forma, isso acontecerá para consolidar a cronologia bíblica na seqüência dos acontecimentos. Pois o governante mundial, que se estabeleceu e conseguiu o domínio do mundo inteiro pela ajuda de Satanás, passará agora a ser atacado por exércitos que hão de entrar em combate sob a inspiração de demônios enviados por Sata- nás.

a. O ataque. O profeta Daniel descreveu um grande exército vindouro da África, que incluirá não só o Egito (pois esse já tinha sido destruído pelo anticristo: Dn 11.42) mas também outros países desse continente (Dn 11.43-45). Esse exército, provavelmente composto por milhões de sol- dados, atacará 0 Oriente Médio pelo sul. Ao mesmo tem- po, conforme está predito (Dn 11.44), as forças do Norte e outros exércitos mobilizarão outra poderosa força militar para invadir a terra Santa e desafiar o ditador mundial.

Todavia, mesmo parecendo que o ditador mundial es- teja obtendo 0 controle da situação, há de chegar um infor- me sobre 0 avanço de um exército oriental (Dn 11.44; Ap16.12).

Nesse ponto, estará se desenrolando a maior batalha de toda a história, na qual participarão centenas de mi- lhões de homens e vai transformar a planície do Armage- dom no maior campo de batalha. Na verdade os exércitos mundiais serão congregadas numa antecipação à Segunda Vinda de Cristo.

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Todas as forças armadas do mundo estarão concentra- das no Oriente Médio, prontas para lutar contra o poder de Cristo quando Ele retornar do Céu (Ap 19.11 e ss).

b. A intervenção de Deus. Conforme deixam claro os acontecimentos subseqüentes, a operação militar será completamente inútil e sem esperança naquele grande dia do Deus todo-poderoso. Os exércitos do mundo não dis- põem, de modo algum, dos equipamentos adequados para a luta contra os exércitos do céu. Apesar disso, numa falsa esperança, Satanás vai reunir as nações para essa hora fi- nal e, de fato, as nações decidirão ficar do lado dele e opor- se à segunda vinda do Rei em glória (Salmo 2).

Chegará, porém, 0 momento decisivo! Deus na pessoa de seu Filho descerá ali! Em vez de se humilharem, os lide- res do mundo estarão dispostos a desprezarem tanto a Deus como a seu Ungido. A demonstração decisiva de for- ça entre Deus e as nações estará a ponto de ocorrer. Só fal- ta a hora marcada para isso! Os profetas revelaram que to- dos esses episódios serão os preparativos para o grande clímax da história sombria por ocasião do retorno de Cris- to, do estabelecimento de seu reino na terra que se dará por mil anos (Ap 11.15; 20.1 e ss). Portanto, tudo está pre- dito e tudo deve acontecer! Oremos, portanto, para que se- jamos havidos “ ...por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer e de estar em pé diante do Filho do homem” (cf. Lc 21.36b).

A Ter. Sant, em Cores. S. Awwad. 1986 (’־*M) Harmag. E. D. Ed. F. Israel, 1981“) op. cit. E. D. 1981Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987 (׳'■*“ ) Dr. J . A. Seiss. O Apoc. 1865*!) Dr. J . A. Seiss. O Apoc. 1865״ ) Aim. Ab. 1984” ) op. cit. 1984Idem. 1984 (״י״ ) Geog. dos Cont. 1982” ) op. cit. 1982” ) Os Anjos; sua Nat. e Ofic. 1987״ ) C. da Rev. O Glob. Rur. Ano 1 n * 8 - 1986' ) op. cit. A. D. L. 1986“ ) W. M. Apoc. III. Vol. 1985J (!י . J . V. Allmen. Voc. Bibl. 1982“ ) O Nov. Die. da Bibl. II Vol. 1983” ) M. Hyslop. Iraq. XI (pt. I). 1949'“ ) Apoc. v. p. c. S. P. S. 1987

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A Grande Destruição1. Á Fuga Predita

“ E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado” (Mt 24.20).

O doutor Graham Scroggie diz que “ dois julgamen- tos” são referidos por Cristo aqui, um mais próximo e outro remoto. Um (0 primeiro) refere-se à destruição de Jerusa- lém uns quarenta anos mais tarde, em 70 d.C. e o outro du- rante a parte final do sombrio tempo da Grande Tribula- ção (cf. Ec 3.15).

Estes dois julgamentos são claramente distintos e de- pois cada um se combina entre si em cada detalhe.

Em Lucas 2.12-24, observamos as palavras “ ...antes de todas estas coisas” (v 12) e “ ...até” (v 24). A distinção entre estes julgamentos é muito importante para o estu- dante da Bíblia: o primeiro refere-se ao cerco de Jerusalém (a profecia teve seu primeiro estádio); o segundo, ao perío- do sombrio da Grande Tribulação - especialmente seguido pelo Armagedom (a profecia, então, terá sua consolida- Ção).

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a. O significado do pensamento aqui, segue mais ou menos assim:

O Senhor Jesus primeiro lança um longo olhar até o fim da presente era (Mt 24.6-14). Isto se dará, segundo se diz, devido à sua natureza de não só ser “ ...Deus de perto, diz o Senhor, e sim também Deus de longe?” (Jr 23.23b).

Então começa outra vez com mais particularidade (w15.28) e prediz 0 destino da nação. As guerras e distúrbios que haviam de seguir imediatamente não era o fim. As pa- lavras de Mateus 24.1,2 foram literalmente cumpridas, pois o general Tito Flávio Vespasiano mandou seus ho- mens escavar alicerces da cidade toda, como também do Templo, e mais tarde Terência Rufo lavrou o lugar. Assim cumpriu-se literalmente Miquéias 3.12: “ Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusa- lém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa (o Templo) em lugares altos dum bosque” . Cumpriu-se à risca!

b. “ Quando pois virdes que a abominação da desola- ção, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda” (Mt 24.15). No contexto de Marcos: “ ...quem lê, entenda” .

No grego hodierno (“ to bodelygma tês arêmõse’õs” ) - expressão derivada do livro do profeta Daniel (9.27; 11.31;12.11), que significa “ A abominação de Assolamento” .(101)

Estas palavras no que diz respeito à sua fase passada foram aplicadas a Antíoco Epifânio, monarca selêucida, que erigiu um altar a Zeus, no altar do Santuário do Se- nhor. Essa história encontra-se registrada em 1 Macabeus 1.54-64 e também no livro de F. Josefo, Antiguidades Ju- daicas, XII. 5.4. Mas no que diz respeito ao seu sentido es- catológico, refere-se à profanação praticada pelo Anticristo durante a Grande Tribulação, como é declarado em 2 Tes- salonicenses 2.4: “ ...de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” .

Porém, é evidente que, alguns acreditam que houve uma participação intermediária por personagens de menor envergadura, e que serviram de material para esta seção, tais como Caligula (e outros menos importantes) que pia-106

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nejou a destruição do templo de Jerusalém . Isso podia tor- nar-se figura daquilo que jaz a inda no futuro (Ec 3.15).

c. “ Então, os que estiverem na Judéia fujam para os m ontes” (Mt 24.16).

Se os apóstolos, por falta de fé, tivessem perguntado ao Senhor: “ Como poderemos fugir de u m a cidade cerca- da. assim, de exércitos?” então certam ente o Senhor lhes teria respondido “ Aos homens é isso impossível, m as a Deus tudo é possível” . Deixem 0 problem a para Deus re- solver. E isso Ele fez! Josefo nos informa que Céstio Galo avançou com seu exército contra Jerusalém , com grande ira. e. sem qualquer razão aparente, retirou este exército.

Os cristãos fiéis em Jerusalém , reconhecendo nisso o sinal mencionado por Jesus, em resposta às suas orações (Mt 24.20). fugiram escapando para as m ontanhas de Pe- la. na Peréia.

Então os exércitos romanos renovaram seu cordão em redor da cidade sentenciada e começou a grande vingança.

Eusébio revela-nos que os cristãos, lem brando-se das advertências do Mestre, an te a aproximação das tropas ro- manas, fugiram para a região já m encionada (Pela), entre as m ontanhas, cerca de 27 quilômetros ao sul da Galiléia, mas essa profecia do Senhor aguarda um cum prim ento ainda maior, no futuro (cf. Eusébio, Hist. Ecles. III, 5; Ap 12.6.14. etc).

2. A Harmonia dos Detalhes“ E quem estiver sobre o telhado não desça a t ira r al-

guma coisa de sua casa” (M t 24.17).Noutras versões modernas ao invés de “ te lhado” , te-

mos “eirado” nesta seção, ( -Vários historiadores da an (־'״tiguidade informa-nos que, naqueles tempos podia-se fugir de “ telhado em te lhado” , sem descer ao solo, porquanto as casas eram erigidas próximas um as das outras, e seus te- lhados eram planos.

Os rabinos falavam sobre as estradas dos telhados. Quando se descia para 0 que parecia um lugar seguro, che- gava-se a um átrio, de onde se abriam diversas portas da casa. mas até mesmo nessa posição vantajosa, segundo Je- sus. ninguém deveria aproveitar-se da proxim idade das portas.

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Tudo isso, e mais ainda, aponta na sua fase final, para o tempo sombrio da Grande Tribulação, mas é evidente que, teve seu primeiro estádio no ano 70 de nossa era.

a. “ E quem estiver no campo não volte atrás a buscar os seus vestidos” (Mt 24.18).

Como na seção anterior, “ vestido” aqui se traduz por “ capa” em outras versões.(101) Ordinariamente, segundo testemunho contemporâneo, ninguém pensaria em apare- cer em lugares públicos apenas com sua veste interior, isto é, sem a sua “ capa” , “ túnica” ou “ veste exterior” .

Porém, devido à grande prontidão, todos deveriam fu- gir do ponto onde se encontravam. 13e fato, tudo isso acon- teceu como estava vaticinado, ninguém pereceu ali, a não ser, os que se deram por inadvertidos.

b. “ Mas ai das grávidas e das que amamentarem na- queles dias” (Mt 24.19).

Necessariamente, dois pontos importantes devem ser aqui analisados: Primeiro, nosso Senhor fala das “ mulhe- res grávidas” ; e segundo, daquelas que “ amamentavam” .

1) Essas expressões dão à narrativa uma nota de la- mento lúgubre, pois até mesmo funções naturais da vida, que visam garantir a continuação da espécie humana, ser- virão de obstáculos e serão motivos de perigo. Isto é moti- vado, segundo se diz, pelo processo da inanição. A fuga se- ria tão repentina que traria conseqüências àquelas que es- tavam próximas de dar a luz.

2) Já no contexto imediato, diz nosso Senhor que tam- bém “ aquelas que amamentarem” serão atingidas. As jo- vens mães, cujos filhinhos são pequenos, ainda terão maior dificuldade nessa fuga, portanto não será fácil fugir e cui- dar dos bebês ao mesmo tempo.

Josefo e Eusébio afirmam que, no tempo da invasão ro- mana, tais mulheres sofreram mais do que todas as outras, e no futuro, que aponta para a Grande Tribulação, esses e outros sofrimentos, serão vividos numa escala superior (cf. Os 13.16).

c. “ E orai para que a vossa fuga não aconteça no inver- no nem no sábado” (Mt 24.20).108

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Como na seção anterior, esta, que segue, contém dois elementos im portan tes . O primeiro, diz respeito à fuga no “ inverno” e 0 segundo, em dia de “ sábado” .

1) “ ...no inverno” (v 20a). O historiador F. Josefo in- forma-nos que a advertência de Jesus foi correspondida pela oração dos discípulos.

O inverno na Palestina, geralmente inicia em l 9 de ou- tubro e os cristãos deixaram a cidade em 10 de setembro, portanto , vinte dias antes.

T am bém no que diz respeito às condições atmosféri- cas, estavam perfeitam ente favoráveis. U m a fuga em ple- no inverno seria ex trem am ente perigosa, porquanto as condições do tem po estariam péssimas, as estradas esta- riam escorregadias e até mesmo intransitáveis, e os dias seriam “ breves” e as noites “ longas” .(104)

2) “ ...no sábado” (v 20b). O sábado pa ra os judeus re- presentava tem or e ao mesmo tem po obstáculo. Ninguém nesse dia podia cam inhar mais de 1000 metros (cf. At 1.12) e com certa restrição. Em dia de sábado, os judeus só po- diam afastar-se de suas moradias a d is tância mencionada, sem quebrar o m andam en to sabático.

Outrossim, em dia de sábado os portões das cidades eram fechados.("15) Porém, segundo nos informa os histo- riadores, os cristãos fiéis escaparam de tudo isso.

Eles saíram da cidade no dia 10 do mês (quinta- feira), e 0 exército romano destruiu a cidade no dia 12 (sá- bado). Portanto, as Escrituras são infalíveis! Tudo que ali aconteceu, em escala lim itada , foi apenas um estádio da- quilo que sucederá duran te a fuga dos fiéis no tem po da Grande Tribulação; pois, na prim eira fuga, os cristãos não foram perseguidos d u ran te a fuga; mas, d u ran te a Grande Tribulação. sim! (Cf. Ap 12.6,13,14 etc).

3. O I s ra e l Fiel

“ E a m ulher fugiu para o deserto, onde já t inha lugar preparado por D eus..." (Ap 12.6a). Este “ deserto” confor- me designa 0 termo, é 0 ' , ...lugar preparado por D eus” du- ran te a Grande Tribulação. Como já tivemos ocasião de ver, no ano 70 d.C. Deus preparou a cidade de Pela, um a das cidades de Decápolis. como “ refúgio” para os crentes.

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Sem elhan tem en te , Deus usará novam ente este méto- do de proteção; só que desta vez, será Petra , no m onte Seir, na terra de M oabe (Sela ou Petra , a cidade da Rocha é um a das m aravilhas do mundo, localizada no sudeste do m ar Morto), como um possível esconderijo. Pode acomo- dar 250 mil pessoas. E para lá, Deus enviará o Israel Fiel (a mulher) para que seja preservada da “vista da serpen te” (Ec 3.15; Ap 12.14).

DN v. p. v. S. P. S. 1987 ("״>A Bibl. Sag. Ediç. Rev. e Atual. 4* Edic. 1980 ('־”')("") O NT Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D. 1982("") op. cit. R. N. Champlin, Ph. D. 1982״) '·) Idem. 1982

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A Grande Carnificina1. Os Corpos e as Aves

“ Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as á- guias” (Mt 24.28). No contexto de Lucas 17.37 lê-se: “ E, respondendo (os discípulos), disseram-lhe: Onde, Senhor? E ele lhes disse: Onde estiver o corpo, aí se ajuntarão as á- guias” .

Alguns comentaristas acham que essas passagens de Mateus e Lucas, respectivamente, tratam da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. e que Jesus se referia à insígnia militar dos soldados romanos, às águias. Outros, porém, fazem aqui duas interpretações: Uma metafórica e a outra profética.

a. A primeira: A cidade de Jerusalém que também compreende a Judéia; a capital desta, seria então “ o lugar santo” , conforme era depreendido nas seguintes passagens (Mt 24.15; 27.53; At 6.13). A nação judaica seria nesse ca- so, “ o cadáver” ou “ o corpo” . E que obedecendo a esta re- gra de interpretação, a frase “ deixado” , significaria, então, os judeus deixados mortos espiritualmente e, por esse mo- tivo, atrairiam as águias, os soldados romanos, ao seu País.

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Enquanto que, no contexto: “ ...um será levado, e dei- xado o outro” (Mt 24.40), queria dizer: “ um deixado mor- to” , a presa das aves, e o outro, 0 crente fiel, “ levado por meio de Cristo” para o deserto de Pela, na Peréia.

b. A segunda: O “ lugar santo” de que falou Jesus seria o Templo (1 Rs 8.29; SI 5.7; 2 Ts 2.4). Nesta interpretação, que parece ser bastante lógica, a “ abominação da desola- ção, de que falou o profeta Daniel...” seria, então, a intro- dução da Besta no Santuário de Deus (Dn 12.11; 2 Ts 2.4).

Enquanto que o “ cadáver” em Mateus e “ corpo” em Lucas, formando assim, a locução plural, significaria, en- tão, os soldados mortos no vale do Armagedom. E que, as palavras de Jesus: “ levados e deixados” , têm então, a se- guinte formulação:

Primeiro: “ ...será levado um” (24.40). Em Mateus 24.39, a palavra grega usada para levou que também se traduz por levar, é “ airo” .

Segundo os rabinos, “ airo” tem o sentido de “ levado para a destruição” como no Dilúvio. “ Até que veio o dilú- vio, e os levou (para a destruição) a todos” . Já na seção se- guinte (v 40), levou é “ paralambano” , trazendo em si, o sentido de “ levado para receber uma recompensa ao lado de alguém” .(106)

Segundo: “ ...e deixado 0 outro” (24.40). O vacábulo “ paralambano” é empregado em Mateus e Marcos (1.20,24; 26.37; 4.26; 5.40): traduzindo o sentido de “ rece- ber” .

No conceito de B.W. Newtin: “ Uma consulta dos versículos 39-41 de Mateus 24, mostra a relação das pala- vras “ um será levado” com 0 levar os santos por Cristo. Nesta forma de interpretação, é invocada a passagem de Mateus 26.37 para expressar o significado do pensamento.

Isto denota que, “ levado” aqui, quer dizer, levado por Cristo no momento da grande batalha no vale do Armage- dom, isto é, referindo-se aos judeus e aos gentios converti- dos do período sombrio da Grande Tribulação. Já a segun- da locução proverbial: “ deixado” , quer dizer, deixado morto (os infiéis) à destruição das aves.

Em realidade, nesse caso, as “ águias” mencionadas por Jesus em Mateus (24.28) e Lucas (17.37) são abutres112

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que os antigos aceitavam como uma raça de águia especial (Jó 39.30; Os 8.1). Plínio enfatiza isso em sua História Na- tural.(107)

1) Trata-se do abutre, que ultrapassa a águia em ta- manho e poder. A Versão Brasileira traduz também águia por abutre, com sentido geral de todas as aves de rapina (cf. Ez 39.17-20; Ap 19.17-21). Sua natureza é sempre va- sada num corpo tombado: pois “ ...onde há mortos, ela aí está” (Jó 39.30; Mt 24.28; Lc 17.37; Ap 19.17-21).

2) Aristóteles observa em seus escritos que esses pás- saros têm a capacidade de farejar a sua vítima a grande distância, e que, com freqüência, acompanhavam os exér- citos.

Lemos também que durante a guerra russa, grande número desses pássaros se ajuntou na península da Cri- méia, e ali estacionou até o fim da campanha, nas cerca- nias do campo, embora antes, dificilmente fossem vistos naquela parte do País.

Também lemos que esses pássaros seguidores dos exércitos mortais, seguiram a Napoleão Bonaparte nos campos gelados da Rússia.

2. O Alcance do Argumento

A palavra “ cadáver” nesta colocação deriva-se do verbo grego, que no original significa “ cair” , e fala de um corpo caído.

Já o nosso termo português “ cadáver” vem do vocábu- 10 latino “ cado” , - “ cair” . Tudo isso aponta para a grande carnificina do vale do Armagedom “ ...naquele grande dia do Deus todo-poderoso” . Estas aves serão convidadas a participarem da “ ceia do grande Deus” (Ap 19.17 e ss), provida por aqueles que rejeitaram “ a ceia das bodas do Cordeiro” (Ap 19.9).

A passagem de Apocalipse 19.18 mostra vários grupos que proverão comida para as aves, de todas as camadas da sociedade e de várias ocupações, mas, especialmente, aqueles que estiverem envolvidos naquela sombria luta.

Na antigüidade, os “ reis” não somente enviavam seus súditos à guerra, mas também, às vezes, os acompanha- vam (2 Sm 11.1: 1 Rs 22.4 e ss). Seus soldados, treinados

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para lutar e matar, usavam toda a espécie de armas mortí- feras.

Alguns deles são livres, e outros escravos. Alguns irão voluntariamente, e outros por serem forçados. Alguns se- rão pequenos, conforme os homens aquilatam as coisas, e outros serão grandes.

Desse modo, pois, João retratava a universalidade da matança. Os homens do Anticristo escolheram andar pela carne e não pelo espírito, e, então, a sua própria carne será comida, literalmente.(108)

a. Como já tivemos ocasião de expor na seção anterior, as passagens de Mateus 24.28 e Lucas 17.37, citadas por Jesus, apontam diretamente para esse tempo do fim. É verdade que, no ano 70 d.C., houve alguns fatos parecidos; porém, em menor escala. Ali, porém, tudo será consolida- do em escala plena.

Naquele dia sombrio (literalmente falando, será mes- mo sombrio o dia daquela batalha - Is 13.10; Zc 14.6,7; Ap 19.17), estará ali presente o grande exército da Besta (200 000 000) congregados em Armagedom para a peleja (Ap16.16).

Estas seções mostram-nos a grande diferença entre as Bodas do Cordeiro e a ceia do grande Deus. As Bodas serão de prazer, mas, a grande ceia de Deus será de destruição. Nesta ceia as aves comerão a carne dos “ reis” e seus “ alia- dos” , ao passo que nas Bodas do Cordeiro os santos festeja- rão com Cristo como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

b. O doutor Moffatt diz em seu “ EXPOSIÇÃO DO NOVO TESTAMENTO GREGO - SEÇÃO DO APOCA- LIPSE” - “ No mundo antigo, o pior opróbrio possível con- tra os mortos era jazerem eles insepultos, presas dos pássa- ros” . A mitologia grega, desde Homero, explicava que os mortos humilhados não podem, em espírito cruzar para a outra vida, e portanto, ficarão num lugar de isolamento sem misericórdia.(109)

('«) A Bibl. Exp. S. E. Mc Nair. 1956״') ) Hist. N at. IX - 3('“ ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987(IOT) O NT Int. v. p. v. R. N. Champlin, Ph. D. 1982

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O Julgamento das Nações1. O Juízo das Nações Vivas

(O Vale de Josafá)“ Movam-se as nações, e subam ao vale de Josafá; por-

que ali me assentarei, para julgar todas as nações em re- dor” (J1 3.12).

Após os sete anos de angústia, Cristo descerá para ter- minar com a guerra do Armagedom e, após aprisionar o Anticristo e seu falso profeta (Ap 19.20), jogando-os no ar- dente Lago de Fogo, nosso Senhor seguirá direto para o “ vale de Josafá” , onde segundo nos é dito, terá início o jul- gamento daquelas nações que sobreviveram àquelas catás- trofes já mencionadas.

Há entre os estudiosos da Bíblia grande discrepância quanto ao juízo discriminado aqui, em Joel 3 e Mateus 25. Para alguns comentaristas Joel 3.12 focaliza o “ Juízo Fi- nal” que, terá início aqui e se consolidará em Apocalipse 20.11-15.

Para outros, porém (o que nós aceitamos), trata-se do “Juízo das Nações” logo após a Grande Tribulação e ime- diatamente, seqüenciado pelo Milênio.

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Este julgam ento, como já ficou esclarecido, não é 0

ju lgam ento do “ Grande Trono B ranco” (ver notas exposi- tivas sobre isso em “ O Juízo F ina l” - cap. 19) e, sim. da- queles “ ...que res taram de todas as nações que vieram con- tra Je rusa lém .. .” (Cf Zc 14.16); m as que, sem dúvida, in- cluirá tam bém aquelas nações que d u ran te séculos reco- nheceram Israel como nação do Senhor (SI 122.6; M t25.40).

a. Onde será? Este ju lgam ento das nações vivas se da- rá no “Vale de Josafá” (J1 3.2 e ss), que profeticam ente é tam bém cham ado de “ O Vale da Decisão - decisão do Se- nhor” (J1 3.14).

“ O Vale de Josafá” encontra-se hoje literalm ente guarnecido de túm ulos de judeus e m aom etanos. Está transform ado assim, no mais antigo e maior cemitério ju- deu do mundo.

M uitos judeus chegam a Jerusalém para nela morrer e serem sepultados perto do Vale de Josafá onde, acredita- se, terão lugar a Ressurreição e 0 Juízo Final (cf. J1 3.1,2).

Cristãos e m uçulm anos com partilham da m esm a crença e seus túm ulos estão situados no lado ocidental do Vale.

Seu nome a tual é Wady S it i M iriam . É formado pelo Ribeiro de Cedrom (Jo 18.1) do lado oriental da cidade de Jerusalém . O1")

1) Jesus deve tê-lo cruzado inúm eras vezes, ou quando se dirigia ao Templo através do Portão de Ouro, ou ao su- bir o M onte das Oliveiras onde costum ava pernoitar no Getsêmani ou em Betânia. na casa de seu amigo Lázaro.

Com toda certeza, passou por este Vale n a memorável quinta-feira, quando, do Cenáculo, foi com seus discípulos para o Getsêm ani e, mais tarde, em sentido contrário, quando tra ído e depois conduzido para a casa do sumo sa- cerdote Caifás.

2) No Vale de Cedrom encontram -se qua tro antiquís- simas sepulturas, t idas como sendo as de Absalão, Josafá, Tiago e Zacarias.(111) O estilo arquitetônico destes túm ulos dem onstra que eles são de um período mais antigo que o helenístico e que, provavelmente, te riam sido construídos por famílias de Jerusalém.

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Dada a tradição judaica de que ali se dará o Juízo Fi- nal, o Vale de Josafá tem se transformado numa grande necrópole onde tantos judeus como muçulmanos e cristãos aspiram ser enterrados.(112)

3) Embora o Vale de Cedrom tenha sido identificado como o Vale de Josafá desde 0 quarto século da nossa era; contudo, não se sabe perfeitamente porque teve esta ori- gem, a não ser aquilo que se depreende dos textos e contex- tos que trazem o seu nome.

Alguns opinam que, talvez em razão de o rei Josafá ter conseguido uma grande vitória sobre Amom e Moabe no deserto ao sul da Judéia, essa vitória se tenha tornado figu- rativa do juízo que Deus aplicará por meio de Jesus Cristo contra os adversários de Israel.

Outros porém opinam que isso se deu por motivo de sua sepultura ter sido ali.

b. Quando será? O juízo das nações vivas descrito em Mateus 25.31-46, dar-se-á no fim da Grande Tribulação, que terminará com a vinda gloriosa de Cristo em glória (Parousia). O profeta Daniel descreve a cronologia destes acontecimentos.

“ E desde o tempo em que o contínuo sacrifício foi tira- do, e posta a abominação desoladora, haverá mil duzentos e noventa dias. Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e cinco dias” (Dn 12.11,12).

A Grande Tribulação, que sé prolongará por sete anos, terá sua parte mais cruel na sua segunda metade (três anos e meio), compreendendo a parte final da semana profética de Daniel (Dn 9.24-27; Mt 24.15,21). Seu ponto marcante dar-se-á com a vitória do arcanjo Miguel sobre os exércitos sombrios de Satanás (Dn 12.1; Ap 12.7 e ss), e terminará com a ressurreição corporal dos santos mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4).

Embora o período final deste tempo de angústia tenha a duração de apenas 1260 dias (três anos e meio), mencio- na-se um período adicional de mais 35 dias para a purifica- ção e restauração do Templo (Dn 12.11). E ainda outro

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período de 45 dias antes que seja experimentada a plena bênção do Reino Milenar (Dn 12.12).

c. Ora, numa divisão geral dos números que temos nesta seção, 0 resultado é o seguinte:

Primeiro: Um período de 1260 dias (três anos e meio) até a destruição e prisão da Besta e seu consorte (Dn 12.7,11; Ap 19.19,20).

Segundo: Um período de 1290 dias (Dn 12.12), acres- centando-se 30 dias.

Terceiro: Um período de 1335 dias. Está escrito em Mateus 24.22, que, “ ...se aqueles dias (1335) não fossem abreviados (para 1260 dias), nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos (os judeus), serão abrevia- dos aqueles dias” . Devemos ter em mente 0 significado da frase: “ abreviados” e deduzir o sentido do argumento.(11 )

Tomando-se 0 início da metade da semana profética de Daniel 9, a Grande Tribulação terminará no final dos 1260 dias (parte final dos sete anos).

Durante os 30 dias que se seguem, se dará exatamente 0 Juízo das Nações vivas, conforme temos aqui nesta se- ção.

No período dos 45 dias restantes, a terra passará por uma purificação, para que tenha lugar, o início do Reino Milenar.(1")

2. Quem Será Julgado Ali?

Diante deste tribunal, três classes estarão presentes: As ovelhas (v 33); os bodes (v 33b); e os irmãos (v 40).

a. “ ...As ovelhas” (os iustos) ficarão ao “ lado direito do Rei” .

b. “ ...Os bodes” (os ímpios) ficarão ao “ lado esquerdo do Rei” .

c. “ ...Os irmãos (os judeus); ficarão “ diante do Rei” . Este julgamento, como já tivemos ocasião de ver, diz res- peito aos vivos e não aos mortos. Será feito tendo em vista como as nações trataram Israel na presente era. Isto é sem dúvida, uma “ espécie de seleção” para o Milênio, a fim de 118

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que não se inicie essa nova junção dos séculos com pessoas de m au caráter.

Este ju lgam ento é como um a espécie de “ tr ibunal in- te rm ediário” pois. sem dúvida, m uitos destes passarão a inda pelo ju lgam ento do Grande Trono Branco. Isso se dará. conforme se vê em Apocalipse 20.8 e ss, com os que, convertidos do Milênio, aderirão à revolta de Satanás.

Observemos a diferença que existe entre esse juízo das nações e 0 Juízo do Grande Trono Branco:

(tí) APOCALIPSE 20.11-10

- O final- No espaço- Depois do Milênio- Precedido pela segunda

ressurreição

- Trata-se dos mortos- Uma só classe: os perdi-

dos

- Um ju lgam ento indivi- dual: cada “u m ”

- Livros abertos

(A) M A TEU S 25.31-46

- O das nações- Na terra- Antes do Milênio- Não é precedido por res-

surreição: com exceção de Ap 20.4.

- ’I'rata-se dos vivos- '!'rés classes serão julga-

das: ovelhas, bodes e ir- mãos

- Um julgam ento nacional: meus irmãos Ausência de livros

Portanto, leva-nos a entender evidentem ente que não se tra ta do mesmo julgam ento. Um está d is tan te do outro, pelo menos mil anos! E um é dos vivos e o outro é dos mor- tos.( )

A Ter. San t . em Cores. S. Awwad. 1986 ( " )o p . cit. S. Aw wad. 198(1 ( ) idem . 1986("') DN. v. p. v. S. P. S. 11)87("') DN. F-H. 1964(" ) Apoc. v. p. v. S. P. S. 19x7

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Tudo Sobre Dispensações1. As Sete Dispensações

Pela ordem dos acontecimentos, este capítulo deveria ser ocupado pelo Milênio. Porém, para uma melhor com- preensão do significado do pensamento, estudaremos an- tes: As Dispensações e As Alianças.

Uma “ dispensação” é um período de tempo em que o homem é experimentado em relação à sua obediência a al- guma revelação especial da vontade tanto permissiva como diretiva de Deus. Na Bíblia podem discriminar-se “ sete” dispensações:

1? - Da Inocência. 2? - Da Consciência. 3? - Do Gover- no Humano. 4? - Da Promessa. 5? - Da Lei. 6? - Da Graça. 7? - Do Reino.(1"5)

a. Sua definição. A palavra “ dispensação” tem na Bíblia vários métodos de aplicação. O termo, porém, vem do latim (“ dispensatio” ), que quer dizer “ dispensar” , “ distribuir” .

É esta palavra que a “ Vulgata” usa para traduzir a palavra grega (“ oikonomia” ), que significa “ a direção ou manejo dos afazeres dos empreendimentos da vida” .

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Quando este termo é analisado do ponto de vista local, re- fere-se, em alguns casos, não em todos, a “ um dispenseiro” ou na acepção da palavra “ um mordomo” (Lc 16.2).

Com tal sentido 0 termo é visto nas seguintes passa- gens: Lucas 12.42; 16.1,3: Romanos 16.23; 1 Coríntios 4.1,2; Gálatas 4.2; Tito 1.7; 1 Pedro 4.10: 10 vezes.

Em Romanos 16.23 é traduzido “ procurador” : em 1 Coríntios 4.1; Tito 1.7; 1 Pedro 4.10 é traduzido “ despen- seiro” ; em Gálatas 4.2 é traduzido “ curador” , e nas passa- gens de Lucas 16.1,3 é traduzido “ mordomo” .

b. Já o outro substantivo “ oikonomia” encontra-se nove vezes na Bíblia. Em Lucas 16.2,3,4, é traduzido “ mordomia” ; em 1 Coríntios 9.17; Efésios 1.10; 3.2,9; Co- lossenses 1.25 é traduzido “ dispensação” , sendo que, se- gundo se depreende, tem o sentido probatório de Deus em relação ao homem. Mas restritamente falando, existe “ u- ma dispensação” para cada ser humano (cf. 1 Co 9.17).

2. 1? Dispensação: A da Inocência

A primeira dispensação é a da inocência. Ela teve iní- cio na criação e se estendeu até a queda de Adão. O tempo não nos foi revelado.

Gênesis 1.28, mostra-nos as condições desta dispensa- ção. O homem foi colocado num ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples, e advertido das conseqüências da deso- bediência. Nesta dispensação, como pode ser visto em ou- tras que se seguem, não podemos fixar uma data precisa na escala do tempo.

Adão e sua esposa eram como crianças no que diz res- peito à “ malícia e à maldade” , antes de despertarem para a concepção do “ EU” . Ela terminou com o julgamento e expulsão do casal do Jardim do Éden (Gn 3.24). Evidente- mente, esta dispensação terminou sua ação em Gênesis 3.7, mas seu efeito, continuou até Gênesis 3.24.(117)3. 2? Dispensação: A da Consciência

Esta dispensação começou em Gênesis. E, durou cerca de 1.656 anos: de “ O” (zero) a 1656 a.C., abrangendo o período desde a queda do homem até o Dilúvio (Gn7.21,22).122

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Pela sua desobediência, o homem agora chegou a ter um conhecimento pessoal e experimental do bem e do mal - do bem como a obediência e do mal como a conhecida vontade de Deus, pois, fora dela, seria então, o terreno do mal. Mediante esse conhecimento, a sua consciência acor- da. Expelido do Éden, e posto sob a segunda Aliança, a Adâmica, 0 homem era responsável para fazer todo o bem que conhecia, e de abster-se de todo o mal que lhe cercava, e de aproximar-se de Deus mediante o sacrifício.

O resultado desta segunda prova do homem é declara- da em Gênesis 6.5, e a dispensação da Consciência termi- nou com o julgamento do Dilúvio sobre o mundo dos ímpios.

4. 3? Dispensaçào: A do Governo Humano

Esta dispensação começou em Gênesis 8.20 e perdu- rou cerca de 427 anos. Desde o tempo do Dilúvio até a Dis- persão dos homens sobre a superfície da terra, sendo con- solidada com a chamada de Abraão (Gn 10.25; 11.10-19; 12.1 e ss).

Sob a Inocência, como sob a Consciência, o homem fracassou inteiramente, e o julgamento do Dilúvio marca o fim da segunda dispensação e o começo da terceira. A de- claração da Aliança com Noé sujeita a humanidade a uma prova. Ele, Noé, o sobrevivente do Dilúvio, era o pai do Sé- culo Pós-diluviano e do mundo presente. Embora sendo da décima geração depois de Adão, ele nasceu apenas 14 anos depois da morte de Sete.

Durante essas 8 gerações e por mais de 350 anos ele vi- veu entre os homens daquela nova geração depois do Dilú- vio. O novo mundo, portanto, teve um pai piedoso.

5. 4? Dispensação: A da Promessa

Esta dispensação teve início com a Aliança de Deus com Abraão, cerca de 1963 a.C., ou seja 427 anos depois do Dilúvio. Sua duração foi de 430 anos (G1 3.17; Hb 11.9,13).

Esta dispensação é também chamada por alguns eru- ditos, como “ A Dispensação Patriarcal” . Por meio dela, Abraão e seus descendentes vieram a ser herdeiros da pro-

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m essa .( lls) Nela. podemos observar dois pontos importan- tes:

a. A Aliança é da graça e sem condições. Os descen- dentes de Abraão haviam apenas de ficar na Terra Prome- tida, Canaã, para herdar a bênção. No Egito perderam as bênçãos, mas não a Aliança. A dispensação da promessa terminou quando Israel tão facilmente aceitou a Lei ÍÊx 19.8).

A graça t inha fornecido um libertador. Moisés, forne- cido um sacrifício para o culpado, e por divino poder liber- tado Israel da escravidão egípcia (Êx 19.4). mas em Sinai trocaram graça por lei.

b. A dispensação da promessa se estende de Gênesis12.1 a Êx 19.8, e era exclusivamente israelita. Neste ponto. Scofield diz: “ Im porta distinguir dispensação de aliança. A primeira é um modo de experim entar 0 estado espiritual do povo; a segunda, porém, é eterna, porque é incondicio- nal. A lei não anulou a aliança ab raâm ica (G1 3.10-18), mas era um a m edida disciplinar “ até que viesse a posteri- dade a quem fora dada a prom essa” (G1 3.19-29; 4.1-7). A dispensação somente, como meio de provar a Israel, termi- nou com o estabelecim ento e aceitação da Le i” .(11)

6 . 5? Dispensação: A da Lei“ E sta dispensação perdurou cerca de 1430 anos: do Ê-

xodo do Egito até a crucificação de Cristo. E la teve início em Êxodo 19.8: con tex tuada em João 1.17 que diz: “ ...a lei foi dada por M oisés” . Aqui começa a qu in ta dispensação, a da Lei. E s ta se estende do Sinai ao Calvário; do Êxodo à Cruz.

“ A história de Israel no deserto e na te rra da promis- são é um a longa história da violação da Lei. A prova da na- ção term inou no ju lgam ento dos Cativeiros, m as a dispen- sação propriam ente d ita term inou na cruz” .

Em G álatas 3.24,25, Paulo diz que a dispensação da lei teve um caráter prospectivo e apontava para Cristo. “De m aneira que a lei nos serviu de aio, p ara nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, de- pois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio”.

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7. 6■ Dispensaçào: A da Graça

Esta dispensaçào começou com a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e te rm inará em plenitude com o a rreba tam en to da Igreja; porém, oficialmente falan- do. seus efeitos continuarão até Apocalipse 8.1-4.

N esta dispensaçào contamos tam b ém com a nova aliança no sangue de Cristo. Tal qual Moisés foi m ediador da aliança mosaica, assim Cristo é M ediador da nova aliança (Hb 8.6; 9.15; 12.24). Com a v inda de Cristo, a ve- lha aliança, a mosaica, terminou, como Paulo afirm a em Romanos 10.4; G álatas 3.19. N esta d ispensaçào e aliança, há um peso de promessas e glórias.

Existe, portanto, contraste entre a dispensaçào da lei e da graça: A graça de Deus em Jesus Cristo encontra os pecadores e os justifica - perdão dos pecados - justificação, redenção (Cl 2.13). P a ra este alvo Jesus Cristo deu sua vida (2 Co 8.9; 1 T m 1.14). A graça, neste sentido, é mais f reqüentem ente m encionada em oposição a outro meio de salvação: a circuncisão e a observação da própria lei ( At15.11 e ss). as obras da lei (Rm 11.6).

Neste sentido, porém, a graça não anulou a Lei, mas antes, cum priu-a.

Os m andam entos, com exceção do quarto, 0 sábado, foram repetidos na nova aliança do Evangelho, da seguinte maneira: l M) ־1 t 4.10); 2׳> (Jo 5.21); 3? (M t 5.34-37).

O sábado é mecencionado nos atos somente com refe- rência aos judeus, e no resto do Novo T estam en to só duas vezes como citações e não como observação. (Cl 2.16; H b4.4): portanto , o quarto não consta (Rm 14.5); 5■ (Ef 6.1); 6" (G1 5.21): 7״ (G1 5.19); 8‘·׳ (Ef 4.28); 9" (Ef 4.25); 10? (Ef 5.3).

8. 7* Dispensaçào: A do Reino

E sta dispensaçào terá. de acordo com a própria Escri- tura. a duracào de 1000 anos (Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15; 20.1-60.

É a dispensaçào da p len itude dos tempos. P a ra ela convergem todos os tempos, alianças e profecias da Bíblia que, no decorrer dos séculos, foram vatic inadas pelos pro-

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fetas, pelos apóstolos e pelo próprio Senhor.( ־ ) E sta dis- pensação é tam bém cham ada de “ a dispensação do gover- no d ivino” , isto é. segundo se diz, pelo fato de que. duran te sua existência. Deus estabelecerá seu governo teocrático na terra.

E s ta ú lt im a dispensação, que é a “ju n tu r a " do presen- te século e do vindouro, fornece para os estudantes da Bíblia um nítido exemplo de sobreposição das dispensa- ções, isto é, que às vezes há um “período” transitório entre um a e outra.

“ As suas fronteiras não são bem dem arcadas. Assim vemos que certos prenúncios do Milênio apresentam -se pelo menos sete anos antes, servindo de in trodução a este período” .(1-1)

("‘) Scofield, C. I. (Scofield Reference Bible;op. cit. Scofield (ז") O Plan. Div. Atrav. dos See. N. L. O. 1981 (״")״') ) Scofield, D. C. I. (Scofield Reference Bible) op. cit. Scofield ("־')Um Est. do Mil. M. J (''־') . E. 1982

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As Alianças Existentes1. As Oito Alianças

Além das dispensações outorgadas ao homem, Deus estabeleceu também oito alianças, concertos ou pactos.

Verdade é que alguns teólogos opinam por 12 alianças e não por oito apenas e citam estas: a aliança da redenção (Tt 1.2; Hb 13.20); a aliança das obras (Ap 20.13); a alian- ça da graça universal (Rm 4.5-8); a aliança para Israel (Jr 31.31-34; Hb 8.7-12). Porém, é evidente que, necessaria- mente, estudaremos aqui oito.

2. 1? Aliança: A Edênica

Esta aliança, que condicionou a vida do homem no es- tado da inocência, é denominada de - aliança edênica (Gn1.28). Por esta aliança Deus concedeu ao homem plena in- teligência. intuição e capacidade administrativa, pelas quais regeria toda a criação na qualidade de responsável perante Deus.( ־־)

Esta aliança tem “sete elementos” . O homem e a mu- lher no Éden haviam de:

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a. - Encher a terra de uma nova ordem - a humana.b. - Subjugar a terra a proveito humano.c. - Ter domínio sobre a criação animal.d. - Comer dos frutos sem restrições, conforme Deus

ordenou.e. ־ Zelar pelo Jardim: “ ...lavrar e o guardar” .f. - Abster-se de comer da árvore da ciência do bem e

do mal.g. - A penalidade pela desobediência: a morte. Adão e

sua mulher estavam divinamente advertidos. Mas infeliz- mente falharam e, necessariamente, foi preciso Deus esta- belecer com eles, já dentro dos limites da dispensaçào da consciência, uma segunda aliança: a adâmica.

3. 2? Aliança: A Adâmica

Esta aliança determina a vida do homem decaído, marcando condições que prevalecerão até a época do Rei- no, quando “ ...a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21b). São os seguintes elementos:

a. - A serpente, instrumento de Satanás, amaldiçoa-da.

b. - A primeira promessa de um Redentor.c. - A condição da mulher, mudada em três sentidos: Primeiro: Conceição multiplicada (Gn 3.16a). Segundo: Maternidade ligada com sofrimento (Gn

3.16b).Terceiro: Sujeição ao homem (Gn 3.16c). Esta sujei-

ção foi ocasionada pela ordem do pecado, então torna ne- cessário 0 governo, que compete ao homem (Ef 5.22-25; 1 Tm 2.11-14).

d. - A terra amaldiçoada por causa do homem. Mas 0

Criador acrescenta para Adão: é melhor para o homem caí- do lutar com uma terra difícil, do que viver sem trabalhar (alterado).

e. - O inevitável cansaço da vida.f. - O leve trabalho do Éden (Gn 2.15), mudado para

serviço laborioso (Gn 3.18,19).128

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g. - A morte física (Gn 3.19; Rm 5.12,21); para a morte espiritual também já havia sentença: a morte estava den- tro dele (Gn 2.17; Lm 1.20) se viesse a desobedecer.4. Aliança: A Noélica

A aliança noélica (Gn 9.1-17); segundo o doutor C.I. Scofield, suas bases são:

a. - Confirmação de que o homem seria relacionado à terra, conforme a aliança adâmica (Gn 8.21).

b. - Confirmação da ordem da natureza (Gn 8.22).c. - Estabelecimento do governo humano (Gn 9.1-6).d. - Garantia de que a terra não sofreria outro dilúvio

universal (Gn 8.21; 9.11).e. - Declaração de que Cão procederia uma posterida-

de inferior e servil (Gn 9.24,25).f. - Declaração profética de que haveria uma relação

espiritual entre Deus e Sem (Gn 9.26,27).g. - Declaração profética de que de Jafé procederiam

as raças: “ dilatadas” , em que governos, ciências, artes, etc., deveriam ser, geralmente, deste filho de Noé (Gn 9.27). Assim, a história tem confirmado o exato cumpri- mento dessas declarações.

5. 4? Aliança: A Abraâmica

Esta aliança começa em Gênesis 12.1-3 e ss e é confir- mada em Gênesis 13.14-17; 15.4,5,17,18. A aliança abraâ- mica, segue também, paralelamente a ordem das anterio- res, isto é, contém também sete partes distintas, que são:

a. - “ ...far-te-ei uma grande nação” : em sentido natu- ral e espiritual.

b. - “ ...abençoar-te-ei” : em dois sentidos - material- mente (Gn 13.14,15,17 e ss) e espiritualmente (Gn 15.6; Jo 8.56).

c. - “ ...engrandecerei o teu nome” . Abrão: posterior- mente Abraão é um dos nomes universais.(121)

d. - “ ...tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Convém no- tar que 0 termo “ aliança” aparece por 300 vezes na Bíblia. Porém no Novo Testamento ocorre somente 33 vezes. Qua- se metade destas ocorrências se acham em citações que vêm do Antigo Testamento, e outras 5 claramente se alude

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a declarações do Antigo Testamento, mas sempre com ο sentido de uma “ aliança maior” ou "aliança superior” . Mas, é evidente que. em todas essas conexões, alude-se di- reta ou indiretamente ao nome de Abraão.

e. - “ ...abençoarei os que te abençoarem” .f. - “ ...amaldiçoarei os que te almadiçoarem. Até hoje

costuma ir mal a nação ou povo que persegue os judeus.g. - “ ...em ti serão benditas todas as famílias da ter-

ra” . Esta é a grande promessa evangélica, cumprida na descendência de Abraão, personificada em Cristo (G13.16).6 . 5? Aliança: A da Lei

A aliança mosaica foi dada a Israel com três divisões, cada uma essencial às outras, e conjuntamente formado a aliança mosaica. São:

a. - Os Mandamentos; expressões da vontade de Deus para seu povo (Êx 20.1-26).

b. - Os Juízos; governos da vida social de Israel (Êx21.1 a 24.11).

c. - As Ordenanças; governando a vida religiosa de Is- rael (Êx 24.12 a 31.18). Estes três elementos formaram um só sistema religioso.

Semelhantemente, a Lei foi dada de três maneiras, a saber:

1) Verbalmente (Êx 20.1-17). Isto era Lei pura, sem nenhuma provisão de sacerdócio ou sacrifício, e foi acom- panhada das “ ordenanças” (Êx 21.1 a 23.13), relativas às relações de hebreus com hebreus, a isto foi acrescentado Êx 23.14-19, direções referentes às três festas anuais (Êx 23.30-23), e instruções sobre a conquista de Canaã.

Estas palavras Moisés comunicou ao povo (Êx 24.3-8). Imediatamente, na pessoa dos seus anciãos; foram admiti- dos à presença de Deus (Êx 24.9-11).

2) Moisés foi então chamado por Deus ao monte para receber as Tábuas de Pedra (Êx 24.12-18). A história então se divide. Moisés no monte recebe instruções referentes ao Tabernáculo, Sacerdócio e Sacrifício (Êx 25.1 a 31.1 e ss).

No entanto 0 povo (Êx 32.1 e ss) chefiado por Arão, transgride o primeiro mandamento, Moisés, voltando do130

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monte, quebra as Tábuas, escritas pelo dedo de Deus (Êx 31.18; 32.16-19).

3) As segundas Tábuas são feitas, e a Lei escrita nova- mente por Moisés na presença de Deus (Êx 34.28,29).7. 6? Aliança: A Palestina

Esta aliança, segundo alguns eruditos, está registrada em Deuteronômio 28.1 a 30.10. Clara e detalhadamente Deus revela a felicidade que acompanharia uma vida de obediência através das alianças. Notemos as condições im- postas por Deus sobre ela:

a. - De ouvir atentamente a voz de Deus (28.1).b. - De observar e fazer, andando nos caminhos do Se-

nhor (28.9)c. - De não se desviar de nenhuma das suas palavras

(28.14).d. - Uma vida tranqüila e abençoada em qualquer

parte, na cidade ou no campo (28.3).e. - Família abundante (28.4).f. - Bom êxito nos trabalhos manuais (28.8).g. - Honra entre as nações vizinhas (28.1).h. - Vitória nas guerras (28.7). Como confirmação des-

ta aliança Deus estabelece uma nova forma de circuncisão: a do coração (30.6).8. 7? Aliança: Com Davi

Após os primeiros 450 anos de fidelidade da parte de Deus e de infidelidade da parte do homem, Israel acrescen- tou mais um pecado à longa lista de transgressões contra a lei de Deus.

Israel se enfadou de sua relação de sacerdote em favor das demais nações e queria ser igual às outras. A nação pe- diu a Deus um rei e Deus respondeu, mas versaticamente: “ ...dei-te um rei na minha ira, e to tirei no meu furor” (Os13.11). O mal que Saul praticou e 0 desapontamento que causou a Israel serviam para preparar o caminho para a es- colha de Davi, filho de Jessé.(124)

Com este jovem Deus fez aliança, dizendo: “ Fiz um concerto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi: A tua descendência estabelecerei para sempre...” (SI

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89.3,4,28). Desta aliança surgiu o Messias: “ ...que nasceu da descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3b).

Portanto, esta aliança com Davi teve um caráter eter- no (2 Sm 7.16).

9. 8* Aliança: A Eterna

Esta aliança que é também denominada “ de A NOVA ALIANÇA” . A nova aliança, portanto, é um “ legado” da graça divina e ela entrou em vigor com a morte de Cristo (1 Pd 1.4).

Essa aliança que foi prometida em Jeremias 31.31-34, alcança a Israel e a Igreja. As demais alianças, mesmo que em si eram eternas, mas em seus cumpridores tinham ca- ráter transitório; esta porém, é eterna: ela inclui o Milênio e entra na Eternidade!

('”) Est. das Disp. R.M.R. c. de 1981Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reverence Bible) (■״)("*) O Plan. Div. Atrav. dos Séc. N.L.O. 1981

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15Os Mil Anos

1. @ Milênio

“ ...e reinarão com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4b). O Milênio será a sétima e última dispensação; será a dispensação da “ plenitude dos tempos” (Is 2.2; Mt 19.28; Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15).

Em Apocalipse 20, encontramos por seis vezes a ex- pressão “mil anos” com a significação especial (vv 2,3.4,5,6,7). O termo derivado do grego “ CHILLIAD” e do latim “ MILLENIUM” , aponta para o futuro governo sobre a terra, exercido pelo “ Príncipe da Paz” durante mil anos. Nessa época Jerusalém será o centro de adoração para todos os povos e a Capital religiosa do mundo (Jr 3.17; Zc 14.14-21). Assim o Reino do Messias será univer- sal.

a. Θ Milênio será. de acordo com as Escrituras, um tempo de restauração para todas as coisas. Isto também declara J. H. Mc Conkey: “ Ao invés do pecado, a justiça encherá a terra; Satanás terá sido amarrado (Ap 20.1-3), o Anticristo e 0 falso profeta terão sido lançados no ardente lago de fogo (Ap 19.20). Por conseguinte, a injustiça cederá

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lugar à justiça que esteve de luto durante o tempo sombrio da Grande Tribulação; a violência à quietude, 0 ódio e a inimizade ao amor e à doce amizade e o mundo ficará em descanso, sob o domínio daquele cujo poder se estenderá de mar a mar e cujo reino trará alegria e tranqüilidade aos co- rações de todas as pessoas, que haverão de aclamá-lo como Senhor e Rei...” (1" )

Durante aquele período, 0 próprio Jesus dirá às na- ções: “não se fará mal nem dano algum em todo 0 monte da minha santidade, porque a terra se encherá do conheci- mento do Senhor, como as águas cobrem o m ar” (Is 11.9).

Será verdadeiramente a “Idade Áurea da Terra” , acerca da qual os poetas têm entoado, e pela qual este mundo triste e sofrido tem esperado através de todos os sé- culos, desde que o seu Rei foi crucificado e assim o Senhor da glória foi rejeitado pelos que lhe pertenciam e por cuja razão, o reino foi adiado.(126)

b. O Milênio será a última prova e não o descanso do homem (Hb 4.3); é prova nas melhores circunstâncias possíveis: a justiça reinando, o curso do mundo transfer- mado, o céu aberto; Cristo na terra, e a terra por sua vez cheia de plenitude de Deus, a recordação de juízos passa- dos para admoestar sobre o futuro. É, portanto, um tempo maravilhoso!

A manifestação de Cristo, de volta para receber seu reino milenar e reinar com grande poder é retratada na Bíblia nas seguintes conexões: Salmos 2; 25; 46; 47; 50; 68; 110; Isaías, capítulos 11; 24; 25; 26; 63; 65; Daniel, capítu- los 2; 7; 12; Joel, capítulo 3; Zacarias, capítulo 14.

Em o Novo Testamento o mesmo pensamento está em foco de Mateus a Apocalipse (Mt 19.28; At 3.21; Rm 8.19 e ss; Ap 10.7; 11.15 etc).

Em algumas outras passagens das Escrituras (espe- cialmente no Novo Testamento), o “Reino de Cristo é de- nominado como “Reino dos Céus” , isto é, o Reino cujo go- verno de Deus estará implantado com sua esfera de ação na terra. Vejamos:134

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2. O Reino de Deus e o Reino dos Céus

O Reino de Deus refere-se de acordo com as Escrituras à soberania de Deus sobre toda a criação. Este termo é usa- do apenas quatro vezes em Mateus (12.28; 24.21,31,43).

Parece que, devido à relutância dos judeus em pro- nunciarem o nome sagrado de Deus, Mateus preferiu preo- cupar-se mais com 0 “Reino dos Céus” . Este título é en- contrado 32 vezes em Mateus e é mencionado sempre nas passagens que tinham conotação escatológica com o Reino Milenar de Cristo.

A palavra “reino”, é usada cerca de 60 vezes em Ma- teus, para intensificar a importância do conceito de reale- za. O reino é igualmente presente e futuro.

É presente no sentido de que Deus é Rei agora.É futuro para os que rejeitam a soberania de Deus; o

reino vem, então com juízo (Mt 18.23). Aos que reconhe- cem Jesus Cristo como Rei, é dado 0 direito de entrar no reino (Mt 5.3,10). O reino é recebido como um dom ou como uma herança; não pode ser adquirido (Mt 25.34). Contudo, o reino também impõe condições, ele exige tudo o que uma pessoa tem (Mt 13.44,45), completa dedicação a seus interesses (Mt 6.33), obediência à vontade do Rei (Mt 7.21) e a produção do fruto na vida (Mt 21.43).

a. O Senhor Jesus Cristo veio, a fim de estabelecer o reino prometido aos judeus crentes, porquanto nasceu “co- mo Rei dos judeus” (Mt 2.2). Declarou que o reino estava entre eles = 0 reino de Deus está dentro de vós, como lemos na Edição Atualizada (Lc 17.21).

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Caso os judeus o tivessem recebido, Ele teria es- tabelecido esse reino (Mt 23.37-39), porém, rejeitaram-no e crucificaram-no. Não obstante, Deus o ressuscitou den- tre os mortos e fê-lo assentar-se à sua mão direita nas altu- ras (Hb 10.12).

O Espírito Santo foi enviado ao mundo, e, sob seu po- der e orientação, os apóstolos lançaram-se a pregar as “boas-novas” do Reino (At 2.14 e ss), “primeiro” aos ju- deus (At 3.26; Rm 1.16,17), mas estes o rejeitaram, e os discípulos se voltaram para os gentios (At 13.46; 18.6; 28.28).

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Desta maneira o “Reino” se aproximou dos judeus, mas foi desprezado, e aguarda a sua aceitação; Deus está visitando os gentios, para “tirar” dentre eles um povo para o seu nome (At 15.14).

Desta maneira, portanto, o “Reino foi adiado” (־17).Tanto João Batista como Jesus pregavam o “Reino de Deus” .

Jesus pregava dizendo: “ ...o reino de Deus está próxi- mo..." (Mc 1.15).

João pregava dizendo: “ ...é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2). Observemos que, no conceito de Jesus, 0 “reino” ainda não tinha chegado e, sim. estava “próximo” . En- quanto que João, aceitava que o “reino” já tinha “chega- do” . Este Reino foi oferecido aos judeus, o povo escolhido de Deus, segundo a aliança, e eles 0 rejeitaram. O doutor C. I. Scofield, sugere três ocasiões em que este Reino foi re- jeitado:

1) A primeira em Mateus 11.20-24, que diz: “Então começou ele a lançar em rosto as cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependi- do, dizendo: Ai de ti, Corazim! ai de ti Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos ri- gor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós.

“E tu, Cafarnaum, que te ergues até aos céus, será abatida até os infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela per- manecido até hoje.

“Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para t i” .

2) A segunda em João 19.14,15, que diz: “E era a pre- paração da páscoa, e quase à hora sexta; e disse aos ju- deus: Eis aqui 0 vosso Rei.

“Mas eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o. Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso Rei? Responderam os principais dos sacerdotes: Não temos rei, senão a César” .

3) A terceira em Atos 28.28, que diz: “Seja-vos pois notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão”. Depois de Israel ter rejeitado 0 reino, Deus136

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0 ofereceu à Igreja que é composta de judeus e gentios. Quer dizer, “ ...todo aquele que crê” - seja grego, ou judeu, servo ou livre (Cl 3.11). Ora, por assim dizer, a Igreja subs- titui religiosamente falando, Israel como nação. Então, para Israel o reino foi simplesmente “adiantado” . Sendo oferecido ao povo de Deus; Israel, porém, não está fora do plano da salvação de Deus. Depois de ter completado o “tempo dos gentios” (no que diz respeito à salvação), Deus se voltará para seu povo (Rm 11.1 e ss).

3. Qual a Diferença?

Nas páginas dos evangelhos encontramos comumente duas expressões similares!

“O Reino de Deus” e o “Reino dos Céus” .(128) Na pas- sagem do Apocalipse 11.15, estes “dois reinos” são retrata- dos como sendo um “grande mistério” (cf. Ef 1.9,10; Ap10.7). Evidentemente, este mistério refere-se ao estabeleci- mento do Reino de Deus sobre a terra, que começará com o “reino milenar de Cristo (Ap 20.1-6), o qual, após o julga- mento final, passará para o Reino Eterno de Deus.

O reino de Deus e de Cristo é um só. Em Efésios 5.5 encontramos menção ao “reino de Cristo e de Deus” .

a. O doutor Scofield, já citado neste argumento, afir- ma que 0 Reino dos Céus pode ser o Reino de Deus. Mas o Reino de Deus não é necessariamente a mesma coisa que o Reino dos Céus. Em Mateus 16.28 e em outras passagens similares, o “Reino dos Céus” é completamente apresenta- do no início da pregação de João Batista e segue até a re- jeição de Jesus como Rei: suspenso aqui e reiniciado no “início do Milênio” .

Já 0 Reino de Deus, porém, tem em si mesmo um ca- ráter mais abrangente e desde que foi “implantado nos co- rações” (Rm 14.17) seguirá seu curso até a eternidade.

I. O Reino de Deus é universal, incluindo todas as criaturas voluntariamente sujeitas à sua vontade, sejam os anjos, a Igreja, ou os santos do passado, do presente e do futuro (Lc 13.28,29; Hb 12.22,23; Ap 11.15), todas as dis- pensações da história humana podem ser apropriadamen- te chamadas dispensações do Reino de Deus. E o mais in- cluso dos dois termos. Enquanto que o Reino dos Céus é

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messiânico, mediatorial e davídico. e tem por alvo 0 esta- belecimento do Reino de Deus sobre a terra (Mt 3.2: 1 Co 15.24,25).

II. Visto que 0 Reino dos Céus é a esfera terrestre do Reino universal de Deus, os dois têm quase tudo em co- mum. Por este motivo muitas parábolas e outros ensinos são referidos ao Reino dos Céus em Mateus e ao Reino de Deus em Marcos e Lucas. Mas tanto as omissões como os acréscimos são significativos.

III. O Reino de Deus não vem com a aparência exterior (Lc 17.20), mas é mais interior e espiritual (Rm 14.17), en- quanto que 0 Reino dos Céus é orgânico, e será, manifesta- do com glória na terra e durará para sempre (Zc 12.8: Mt 17.2; Lc 1.31,33; 1 Co 15.24).

IV. Entra-se no Reino de Deus somente pelo novo nas- cimento (Jo 3.5-7), mas o Reino dos Céus é a esfera da pro- fissão que pode ser verdadeira ou falsa (Mt 13.3; 25.1,11,12).

V. O Reino dos Céus se tornará o Reino de Deus quan- do Cristo entregar o Reino a Deus, o Pai (1 Co 15.24,25). Por isso convém que Ele reine! Assim no toque da sétima trombeta, o Reino dos Céus, representado pelo Milênio, entrará na terra com poder e grande glória e depois do Juí- zo Final converter-se-á no Reino Eterno de Deus para todo o sempre.

4. O Alcance Milenar

Houve um período na História Eclesiástica que mui- tos julgaram ser a época áurea do Milênio de Cristo.

Essa época foi especialmente a dos Séculos II a XV d.C. começando com a conversão aparente de Constanti- no, quando parecia que a Igreja estava com todos os pode- res sobre os governantes e reis da terra.

Mas foi, antes, a Época do Obscurantismo. Portanto, o Milênio ainda é futuro.

Antes de Cristo estabelecer o seu Reino, haverá um período de preparação. Isto significa que o Milênio só será estabelecido “depois” da Grande Tribulação, logo após 0

julgamento das nações vivas (Dn 12.11-13; Mt 25.31 e ss). 138

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Durante o Milênio haverá modificações profundas em todo 0 mundo.

a. N a terra. Das palavras do Criador em Gênesis 3.17, fica avidenciado que 0 pecado trouxe sobre a terra uma maldição: “ ...maldita é a terra”. Essa maldição é já a se- gunda causada pelo pecado, pois em 3.14 já havia sido pro- nunciada a primeira que recaiu sobre a serpente: “ ...mal- ditas serás mais que toda a besta, e mais que todos os ani- mais do campo” .

A primeira maldição trata da modificação no caráter e estrutura da serpente:

A segunda, porém, trata da mudança operada na pró- pria terra. Durante a Era Milenar esta e outras maldições impostas por Deus serão removidas (Is 55.13). Assim tan- to o reino vegetal como a própria estrutura terrestre serão modificados por ocasião do retorno de Cristo à Terra com poder e grande glória.

“Os cientistas contemporâneos esperam uma modifi- cação na estrutura terrestre e dos polos dentro dos próxi- mos anos. Eles asseveram que se houvesse estudo suficien- te, poder-se-ia predizer quando a terra terá seus polos mo- dificados. Alguns mais corajosos, chegaram até fixar uma data, isto é: o ano 2000 - na virada do século. Nós, que cre- mos na Palavra profética e nas determinações de Deus, sa- bemos ser isso possível a qualquer momento” .(129)

Mas sem dúvida alguma, isso se dará na introdução do Milênio. Cremos que na antiguidade já tenha havido fa- tos semelhantes. Cidades antigas completas tem sido en- contradas sob o nível do mar. Supomos que o Dilúvio foi numa dessas ocasiões, quando massas terrestres inteiras deslizaram e os polos sofreram uma modificação profunda em suas posições.

b. Nos rios. O profeta Isaías descreve que isso aconte- cerá. Os rios e os mananciais surgirão até nos “cumes das montanhas5’ (Is 35.7; 41.18). Deus também modificará a forma hidrográfica dos rios, e, sua “profundidade” será re- movida para que não haja morte por afogamento (Is11.15). Exemplificando (Ap 16.12). Um rio de grandes pro- porções, atingirá uma profundidade de apenas (“5” ) centí-

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metros em uma extensão de 500 metros de largura (cf. Ez47.3).

Será bastante raso: ninguém morrerá ali! Certamente Deus também irrigará a terra com muitos rios e lagos. E. como coroa desta modificação. Ele criará o “Rio milenar" (Ez 47.1-12; Zc 14.8). O leito deste rio será criado no mo- mento em que Jesus tocar com seus pés sobre o monte das Oliveiras (Zc 14.4 e ss). Sua “foz”, porém, será debaixo da casa do Senhor (o Templo Milenar), especialmente, do lado direito do Santuário (Ez 47.1; Zc 14.8). Esse rio. ain- da que um pouco diferente, se assemelha em alguma coisa ao rio que manava do Jardim do Éden (Gn 2.10).

Aquele se dividia em “quatro braços” : este porém, apenas em “dois” que seguirão direções diferentes (Zc 14.8).

O primeiro: em direção ao mar Morto - mar Oriental;O segundo: em direção ao mar Mediterrâneo - mar

Ocidental. Formando um “vale” nas montanhas de Judá (Zc 14.5,8), e ampliando-se nas “fontes de Engedi” (fonte do cabrito), e em “En-Glaim” (fonte dos Bezerros), que se localizam entre Hebrom e o mar Morto (Cf. Jr 15.63; Ez47.10) - avançando, assim, até “Asei” na parte oriental do território de Judá (Zc 14.5 etc).

O primeiro canal que seguirá na direção do mar Morto será destinado a sarar suas águas amargas (Ez 47.8).

Enquanto o segundo, que seguirá na direção do mar Mediterrâneo, será destinado a fertilizar as regiões desérti- cas de Israel. Todos os rios da Terra Santa se tornarão tri- butários do Rio Milenar durante mil anos, e a Terra de Is- rael passará a ser a melhor do mundo (Is 35.1,7; Jr 3.19: Ez 20.6,15; Dn 8.9).

Os judeus criam que as coisas terrenas tivessem seu paralelo nas coisas celestiais (Hb 8.5 e 9-23). Assim, há atualmente em Israel um projeto “precursor” para forma- ção do “Rio Milenar” que, segundo eles, servirá como pre- núncio na abreviação da Vinda do Messias com poder e glória (cf. Ec 3.15). Observemos:

J E R U S A L É M : Um projeto já apoiado na mudança do século por Theodor Herze, o fundador espiritual de Is- rael, recebeu agora aprovação do governo em Jerusalém:140

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Os israelitas querem retirar água do mar Mediterrâneo, conduzindo-o ao mar Morto, ameaçado de secar devido à evaporação, gerando energia elétrica, fazendo açudes para criação de peixes, atraindo turistas a um lago salgado arti- ficial - e possivelmente resfriando assim a primeira usina nuclear do País.(׳ ")

Os crescentes preços do petróleo elevaram de tal ma- neira os custos de energia do Estado Judeu, que 0 investi- mento calculado para a ligação de água do Mediterrâneo para 0 Mar Morto e para a usina hidrelétrica parece pela primeira vez economicamente compensador. Os israelitas, entretanto, esperam ofertas do exterior para conseguirem o valor total de 50 milhões de dólares.

Dificuldades políticas, possivelmente protestos da Jordânia, cuja fronteira com Israel localiza-se na direção norte-sul no meio do mar Morto poderão ainda ser acres- cent ados aos problemas financeiros.

Xesse projeto, que poderá estar concluído, 0 mais cedo possível em 1999 (na virada do século), portanto, deverá ser utilizada a água do mar Mediterrâneo, diante da costa da Faixa de Gaza ocupada por Israel. De lá ela seria con- duzida num trecho de 80 km, na maior parte subterranea- mente, através do Deserto de Negev até a cadeia de mon- tanha na margem ocidental do mar Morto. Essas monta- nhas serão perfuradas e no outro lado as massas de água poderão então “cair’’ para 0 ponto mais baixo da terra (cerca de 400 rnt abaixo do nível do mar), movimentando as turbinas da usina elétrica.

A instalação está projetada para uma produção de 600 megawatt (um quinto do consumo atual).

Ao mesmo tempo evita-se que o mar Morto seque. Esse lago salgado de características únicas no mundo teve seu nível reduzido de 393 mt originais para 401 mt abaixo do nível do mar, porque seu mais importante afluente, o Jordão, tem que fornecer água para fins industriais e agrí- cuias.( [)

Da sua água. que antigamente fluía num volume de 1.2 bilhões de mt cúbicos anuais para o mar Morto, hoje são desviados aproximadamente 1 bilhão de mt cúbicos.

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Por isso a superfície do mar Morto, onde há forte eva- poração, desceu tanto que se formou uma faixa de terra em direção leste-oeste e a parte mais rasa ao sul ameaça secar dentro de poucos anos. Através da água do mar Mediterrâ- neo o mar Morto atingirá novamente seu nível original o mais tardar dentro de 20 anos. conclui 0 Dr. ·J. Xeeman, Físico da Universidade de Telavive. Israel").

Israel é uma nação profética. Será que ainda concluirá a construção deste Cariai Precursor antes da Vinda do Se- nhor? Talvez que não! Mas de qualquer forma, essa inten- são é figuradamente um adiantamento profético daquilo que acontecerá indubitavelmente em breve.(1 ־)

Observe 0 (“GRÁFICO DEMONSTRATIVO’־) no centro e depois, tire uma conclusão daquilo que está vati- cinado (Ez 47.1 e ss; Zc 14.8).

c. Na vida animal. Com o pecado do homem, o reino animal sofreu alterações nítidas. Seu comportamento foi completamente modificado.142

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A ferocidade das feras foi acentuada. As feras passa- ram a perseguir os homens e de igual modo, os homens as feras (cf. Gn 9.13; -Jz 14.õ; 2 Rs 2.24; Ez 14.21). Porém, é evidente que Deus também trará uma modificação bené- vola sobre isso. E assim, 0 reino animal voltará à sua con- dição primitiva (Is 11.6 e ss). Deus então, fará um concerto do homem com as feras (Jó 5.22,23; Is 11.8,9). E tudo ali, será somente paz e harmonia: “Não se fará mal nem dano algum” durante o glorioso reinado de Cristo por 1000 anos.

d. Na vida humana. Várias passagensdas Escrituras que aludem ao período milenar dizem que durante aqueles mil anos de paz e prosperidade haverá grande fertilidade sobre o gênero humano. Os profetas do Senhor descrevem isso da seguinte maneira:

“ Assim diz o Senhor Jeová: Ainda por isso me pedirá a casa de Israel, que lho faça: multiplicar-lhe-ei os ho- mens, como a um rebanho.

“Como 0 rebanho santificado, como o rebanho de Je- rusalém nas suas solenidades, assim as cidades desertas se encherão de famílias; e saberão que eu sou o Senhor” (Ez 36.37,38).

“Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém habitarão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu bordão, por causa da sua muita idade.

“E as ruas da cidade se encherão de meninos e meni- nas, que nelas brincarão” (Zc 8.4,5).

No que tange à saúde humana, haverá também bas- tante saúde! “Morador nenhum dirá: Enfermo estou” (Is 33.24a). Alguns dos defeitos físicos serão corrigidos. “ ...Os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como servos, e a língua dos mudos cantará...” (Is 35.5,6; Zc 13.1). Também as doenças de caráter psíquico e as perturbações mentais se- rào banidas (Is 65.23).

Isso se dará, além da bênção do Senhor, a alguma mu- dança climática e ambiental e mesmo à remoção da in- fluência maléfica do inimigo das almas (Jó 1.1.19; Is65.20). Nesta mudança a vida humana voltará seu curso normal como antes e serão os dias do homem “ ...como os dias da árvore" (Is 65.22).

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A adolescência no Milênio irá até 100 anos (Is 65.20). apenas o pecador será amaldiçoado e morrerá mais cedo (Is 65.20).

e. No Cosmo. Haverá também mudanças profundas no sistema planetário e, mesmo na região atmosférica a in- tervenção divina estará também presente. O Senhor Jesus será contra os terríveis vendavais e furacões que tanto têm devastado a humanidade (Is 32.2).

O céu estará mais claro de dia. e as noites serão menos escuras. “E será a luz da lua como a luz do sol. e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias. no dia em que o Senhor ligar a quebradura do seu povo. e curar a chaga da sua ferida” (Is 30.26). Eis uma das razões por que deve- mos orar: “Venha o teu reino!” (Mt 6.10).

f. N o mundo tenebroso. Um fato notável que aconte- cerá no início do Milênio será a prisão e desterro de Sata- nás. O grande inimigo de Deus e dos homens será agrilhoa- do pelo arcanjo Miguel e lançado no abismo (Ap 20.1,2).

Muitos têm dificuldades em aceitar a prisão de Sata- nás no sentido literal. Mas nós temos na Bíblia outras pas- sagens falando de “ ...espíritos em prisão” (1 Pd 3.19; 2 Pd 2.4; Jd v 6; Ap 9.1 e ss).

As algemas que o agrilhoarão são de fabricação divina. Não há pois, razão para recusar 0 sentido literal da “ca- deia” e “prisão” desta figura sombria, pois a palavra grega usada para “cadeia” (hálusis), é a mesma usada nas pas- sagens de Atos 12.7; 28.20; 2 Tm 1.16 e seu equivalente.(1 )

No terceiro versículo do Apocalipse 20, diz que, além da chave e corrente usada pelo ser angelical, haverá tam- bém alguma “espécie de selo” posto sobre Satanás, impe- dindo-lhe qualquer movimento ou ação maléfica.

Este selo, portanto, o colocará na condição de uma “múmia” , o qual apenas “como uma sombra” em seu sen- timento perverso se revolverá ao redor da prisão.(1 4)

g. No campo religioso. As condições espirituais duran- te o Milênio serão bastante favoráveis. Haverá, então, uma realização plena na profecia de Joel 2.28,29, quando o Espírito Santo será derramado em plenitude sobre Israel e sobre as demais nações (Ez 36.25-27; Zc 12.10).144

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0 apóstolo Pedro distinguia isso muito bem, quando disse: “Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel” . E logo no contexto seguinte: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a car- ne...” (At 2.16,17). A promessa plena, portanto, é “derra- mar ‘O ’ Espírito” e não “derramar ( D O ’) Espírito” . Evi- dentemente, esta profecia de Joel alcança também a Era milenar. O conhecimento do Senhor e suas leis será univer- sal. “ ...Porque a terra se encherá do conhecimento do Se- nhor, como as águas cobrem o m ar” (Is 11.9b; 34; Zc8.22.23). Se 0 leitor deste livro ainda não é um crente fer- voroso em Jesus, então ore dizendo: “Senhor, lembra-te de mim. quando entrares no teu reino!” (Lc 23.42b).

(m) Um Est. do Mil. M .J.E. 1982 ״') ) op. cit. M .J.E. 1982(' ) Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reference Bible)op. cit. Scofield (״״)('”) O NT Int. v.p.v. R.N. Champlin, Ph, D. 1982 ('“ ) J . Neeman. Fis. da Univers. de Telavive (l״ ) op. cit. J . Neeman.V s' ) Idem. J . Neeman(.«) N r. T NeSt1e(l״ ) Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987

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A Morte e a Ressurreição

1. A Morte

(versus ressurreição)

“Ora o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte” (1 Co 15.26).

Pela primeira vez encontramos em Gênesis 2.17, a ori- gem de uma palavra que vai percorrer toda história huma- na até o Juízo Final: A Morte! Ali, ela estava oculta (certa- mente morrerás) e na seção seguinte, já “revelada” . A mor- te é apresentada na Bíblia de várias maneiras. Em algu- mas passagens refere-se apenas a um estado, em outras, porém, ela aparèce como sendo “um ser personificado” (Jó 28.22: 1 Co 15.26; Ap 6.8; 20.14). Na passagem de Apoca- lipse 6.8. a Morte e o Inferno são vistos personificados como os guardiães respectivamente dos corpos e das almas dos homens sem Deus. entre a morte e a ressurreição (Ap 20.13).

a. O patriarca Jó nos dá um quadro vivido sobre a Morte: “A perdição e a morte dizem: Ouvimos com os nos- sos ouvidos a sua fama" (Jó 28.22). No Novo Testamento,

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como na literatura clássica, há uma variedade de palavras que descrevem a Morte e o morrer; mas sempre há termos mais relacionados com 0 sentido do argumento, tais como:

Primeiro: Thanatos (“morte” )Segundo: Teleutão (“chegar ao fim”). Todas estas pa-

lavras e outras similares trazem em si o sentido do cessar a existência terrena; outras, porém, de morte espiritual, e nunca, pelo menos em sentido geral, trazem a idéia de que seja a morte um inimigo real; porém, na passagem de 1 Coríntios 15.26, diz que sim.(15)

b. As Escrituras nos apresentam vários graus de morte ou aspectos em que é descrita. Estes aspectos negativos fo- ram ocasionados pela influência do pecado. A Bíblia diz: “ ...pelo pecado a morte” (Rm 5.12); mas devemos destacar pelo menos quatro aspectos ou formas de morte na existên- cia:

1) A morte física. Morte, no sentido amplo, ou melhor, no mais universal possível, significa “cessação do processo vital em um organismo vivo” .

Na linguagem biológica molecular a morte é definida como “a dissolução da estruturação molecular necessária para o fenômeno da vida” .

Do ponto de vista filosófico, e principalmente na lin- guagem ordinária da Bíblia, uma definição muito comum da morte é a que diz que “a morte é a separação da alma e do corpo” . Neste sentido costuma-se distinguir dois tipos principais de morte: a morte clínica e a absoluta.

Primeiro: A morte clínica é o “morrer” graças ao qual se verifica no homem a cessação das funções essenciais do corpo, mas não necessariamente “a separação da alma e do corpo” .

Segunçlo: Ao contrário, a morte absoluta é a separação definitiva da alma e do corpo. Este gênero de morte foi contraído por meio do pecado de Adão; e Abel, seu segun- do filho torna-se a primeira vítima (Gn 4.8; M t 23.35); mas, se faz necessário lembrar que, antes da morte de um ser humano houve uma outra vítima (Gn 3.21).

2) A morte moral. Este gênero de morte está restrita- mente ligado ao mundo moral. E dela temos notícia de vítimas em ambos os Testamentos.148

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Exemplificando temos Deus repreendendo o rei Abi- meleque em sonhos: “ ...Eis que morto és por causa da mu- lher que tomaste; porque ela está casada com marido” (Gn20.3).

Em 0 Novo Testamento, Paulo fala também deste gê- nero de morte, quando advertia as mulheres viúvas da Igreja, dizendo: “Ora a que é verdadeiramente viúva e de- samparada espera em Deus, e persevera de noite e de dia em rogos e orações. Mas a que vive em deleites, vivendo es- tá morta" (1 Tm 5.5,6). O “anjo da igreja de Sardo” era vítima também deste gênero de morte; ele se encontrava moralmente morto diante de Deus e, ouviu o Senhor lhe dizer: “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto" (Ap 3.1). Nossos primeiros pais (Adão e Eva) também foram vítimas da morte moral. Quando ouviram a voz de Deus, correram espavoridos com medo da santidade divina (Gn 3.9,10).

3) A morte espiritual. “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1). Existem outras passagens similares que descrevem este estado de morte tais como:

“Estando nós ainda mortos em nossas ofensas...” (Ef 2.5a): “ ...passou da morte para a vida” (Jo 5.24b), etc. Ora. este estado de morte apesar de ser detestável, não é, todavia, “um estado de morte definitivo” . Há ainda espe- rança mediante o arrependimento para salvação (1 Jo3.14). Jesus disse para tais pessoas (por inferência): “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá...” (Jo 11.25). E acrescenta: “E não quereis vir a mim para terdes vida?”

4) A morte eterna. Este gênero de morte é teologica- mente conhecido como “a segunda morte” (Ap 2.11; 20.6). Esta morte é aquela que primariamente costumamos di- zer: “É uma eterna separação de Deus” .

Isto sucederá, porque, todo e qualquer esforço por par- te de Deus em favor do homem terá sido feito. Mas em vi- da, alguém pode contrair essa fórmula de morte. Os fari- seus que zombaram de Jesus (Mc 3.29); 0 Anticristo, o ho- mem do pecado, pois blasfemará dos “poderes do mundo superior”, ridicularizando sua própria existência. Qual­

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quer pecado desta natureza, ultrapassará todos os limites da redenção, e. portanto, tornará a criatura “ré” de um “e- terno pecado” . Assim sendo, conforme se depreende, fica subentendido que o perdão é impossibilitado nesta exis- tência terrena, e não poderá ocorrer na vida além-túmulo. Mas a advertência de Cristo não se prende somente a isto. Ele adverte: “ ...se vos não arrependerdes, todos de igual modo perecereis” (Lc 13.3b).

2. A Ressurreição

Na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, em- pregam-se dois grupos de palavras para descrever três gê- neros de ressurreição:

O primeiro: ligado com “anhistèmi":O segundo: com “egeiró” . Estes dois substantivos con-

tém os seguintes sentidos:“levantar”, “ levantar-se", "voltar à vida” , “ficar de

pé”, “revoltar”, “começar”, “aparecer” , “prontidão” , “er- guer-se” . No Novo Testamento o verbo mais freqüente (e- geirõ) apresenta as ressurreições de Jesus e dos mortos, principalmente como ato do poder de Deus; enquanto que 0 outro verbo (anhistêmi), literalmente significa: “levan- tar-se” , “erguer-se” e se apresenta mais como vitória da vida sobre a morte.(1 ')

A idéia da ressurreição no mundo filosófico era esbo- çada na crença da imortalidade da alma. Platão (430-347), no seu Phaedo, defendia a idéia da imortalidade da alma no decurso de um diálogo entre Sócrates (470-399) e seus amigos antes da execução daquele por sua própria mão ao beber veneno. Sócrates não teme a morte (ainda que de forma errada), por causa da imortalidade da alma, que de- fende por vários motivos ligados com a doutrina platônica das formas, que são as realidades eternas por detrás do nosso mundo físico. A alma possui certa semelhança com as formas, de modo que, quando morre o corpo, a alma continua. As doutrinas defendidas por Sócrates, Platão e, até por Aristóteles (382-322), defendiam apenas uma espé- cie de ressurgimento para a alma no mundo da imortalida- de; enquanto que negavam uma ressurreição corporal para a pessoa humana como um todo.150

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Ora, isso nos leva a aceitar que, nesse sentido, a maior autoridade é de fato a Bíblia.

a. A Doutrina da Ressurreição dos mortos ou do corpo é expressa na revelação bíblica. Significa, de modo geral, e em linguagem popular, a união da alma e espírito ao seu corpo, após a morte física.

Esta união é vista em dois ângulos, de acordo com os ensinamentos da Bíblia:

Primeiro: Para os santos, esta união dar-se-á por oca- sião do arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51,52; 1 Ts 4.13,17).

Segundo: Para os ímpios, esta união dar-se-á por oca- sião da ressurreição final diante do Trono Branco (Dn 12.2; Ap 20.5,12). Era generalizada, desde os dias mais antigos da humanidade, a crença da sobrevivência da alma, a sua imortalidade ou seja sua vida ou existência futura, após a morte física.(17) Mas, quanto à ressurreição corporal que passaria também à imortalidade do pós-túmulo, unindo de novo à alma e em situação adequada à nova existência, no além, os antigos pagãos ignoravam completamente.

A ressurreição, biblicamente entendida, é do corpo humano, e não da alma, que não pode morrer nem ser ani- quilada. Esta crença na ressurreição de tal modo foi vis- lumbrada desde muito cedo pelo povo de Deus, o povo hebreu, a princípio como matéria de grande esperança. Õ fato de ser Deus 0 Deus dos seus pais ou patriarcas (Êx 3.6; Mt 22.31,32), reforçou categoricamente a esperança do povo da aliança.

b. Em 0 Novo Testamento, já nos dias de Cristo'e dos apóstolos, a doutrina da ressurreição geral era comum, em- bora negada pelos chefes gnósticos e os materialistas sadu- ceus (Mt 22.20-23,31; Lc 20.33; Jo 11.23,24; At 23.6-8; 24.14.15.21; 26.4-6). Mas, a doutrina do fato da ressurrei- ção dos mortos, ou seja da pessoa humana, corpo, alma e espírito sendo incorporados no arrebatamento da Igreja para 0 Juízo Universal, só teve 0 seu ponto mais alto com o ensino de Cristo e de seus apóstolos inspirados.

Foi Jesus, com a sua ressurreição e a glorificação do seu corpo (Rm 4.24,25; 5.12.17): “ ...o qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo evangelho” (2

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Tm 1.10b), quem elucidou, esclareceu, evidenciou e certi- ficou definitivamente 0 fato da vida eterna e da imortali- dade da pessoa humana.

Por isso, em outro argumento, Ele é retratado como sendo “ ...a ressurreição e a vida” (Jo 11.25).

c. Na Harpa de Israel (Os Salmos) a ressurreição era retratada em grande gama de esperança. Fora deles po- rém, 0 Cântico de Moisés em Deuteronômio 32.1 e ss e 0 de Ana (1 Sm 2.1 e ss) proclamam que Deus mata e faz viver. Estes dois cânticos celebram o poder divino, e culminam com a asseveração: “Vede agora que eu, eu o sou, e mais nenhum Deus comigo; eu mato e eu faço viver, eu firo e eu saro...” (Dt 32.39a). O Cântico de Moisés reflete sobre os tratos de Deus com a Nação; o Cântico de Ana, que segue 0

nascimento de Samuel, celebra o poder de Deus para assis- tir os necessitados, inclusive as estéreis (1 Sm 2.5).

No meio da canção há a reflexão: “O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz tornar a subir dela” (1 Sm 2.6).

d. Só Jesus e 0 Pai têm a imortalidade (Jo 5.26; Rm 1.23; 1 Ts 1.6; 1 Tm 6.15,16). Assim como a ressurreição é um ato de Deus, assim também a imortalidade é uma dá- diva de Deus. Geralmente se diz que o Pai é o agente da ressurreição (Jo 5.21; At 26.8; Rm 4.17; 8.11; 1 Co 6.14; 2 Co 1.9; 4.14; Hb 11.19), mas ocasionalmente é o Filho (Jo6.39,40,44,54). Quando Jesus ressuscitou, Deus estava ope- rando através do Espírito Santo (Rm 1.4).

Portanto, a negação da ressurreição tem sua origem, não na ignorância da constituição do homem, mas, sim, na ignorância acerca de Deus, da sua Palavra e do seu Poder (Mt 22.29 e ss; 1 Co 15.12,34 e ss).

O Novo Testamento não faz referência direta a ex- pressões como: “A ressurreição do corpo” ou “A ressurrei- ção da carne” , mas, o sentido geral de ressurreição está nele inserido. Somente com a morte e ressurreição de Cris- to é que as idéias da ressurreição e da imortalidade emergi- ram das sombras do Antigo Testamento para a plena luz no Novo (2 Tm 1.10) e como tal continuará até o grande dia da ressurreição no arrebatamento e no Juízo Final. 152

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3. A Classificação dos Termos

No início deste argumento procuramos definir cada significado do pensamento, no que diz respeito à Morte e à Ressurreição. Por exemplo, os termos “anhistêmi” e “e- geirõ” eram usados no grego antigo como “anástasis” e “é- gersis” que, em si traziam a idéia de “levantar”, “erguer” , “surgir” , “sair de um local ou de uma situação para ou- tra” .

Já o termo latino “ressurectio” indica o ato de ressur- gir, voltar à vida. reanimar-se. Biblicamente, entende-se o termo como o mesmo que ressurgir dos mortos (Mt 22.28.30).

A expressão - ressurreição do corpo ou da carne não se encontra graficamente nas Escrituras que usam pelo me- nos três fórmulas de expressões para denotar o sentido do argumento.

a. A ressurreição “D E ” mortos. Esta ressurreição compreende a seguinte ordem:

Primeiro: Antigo Testamento: O filho da viúva de Sa- repta de Sidom (1 Rs 17.21,22).

Segundo: O filho da Sunamita (2 Rs 4.34,35).Terceiro: O homem que tocou os ossos do profeta Eli-

seu (2 Rs 13.43,44).Quarto: Novo Testamento: O filho da viúva de Naim

(Lc 7.11-17).Quinto: A filha de Jairo (Lc 8.54,55).Sexto: Lázaro de Betânia (Jo 11.43,44).Sétimo: A jovem Tabita (At 9.40,41).Oitavo: Um jovem por nome Êutico (At 20.9-12). Este

gênero de ressurreição é denominado: ressurreição natu- ral.( ')

b. .4 ressurreição “D E N T R E ” os mortos. Esta ressur- reição segundo se depreende compreende a seguinte or- dem: como diz Paulo: “ ...cada um por sua ordem” (1 Co15.23):

Primeiro: Cristo, as primícias (1 Co 15.20,23).Segundo: Os que ressuscitaram por ocasião da ressur-

reição de Jesus (Mt 27.52,53), isto é, o grupo de santos vis- to por Mateus, foram incluídos na palavra “primícias” ,

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dita a respeito da ressurreição de Cristo: “Cristo, as primi- cias”, isto não pode ser “um só” (singular) e sim, “um fei- xe” (plural), conforme passagens de Levítico 23.10; 1 Sa- muel 25.29 e alhures. A passagem de Mateus 27.51,52 diz claramente que aqueles santos só “saíram” de suas sepul- turas “depois” da ressurreição de Jesus, e, portanto, têm de seguir a ordem da ressurreição de Jesus, pois na ordem de colheita, Ele foi o primeiro exemplar.(1,9)

Terceiro: Os que são de Cristo, na sua vinda (1 Co15.23,24).

Quarto: As duas testemunhas escatológicas (Ap 1 1 . 11 , 1 2 ).

Quinto: Os mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4). Podemos denominar as duas últimas como: ressurreição em regime especial.

c. A ressurreição “D O S" mortos. Esta ressurreição compreende todos os seres humanos que morreram em seus delitos e pecados. Ela é geral e abrangente (Dn 12.2; Jo 5.28,29; Ap 20.5). Dar-se-á por ocasião do Juízo Final.

O expressivo: Todos ali “postos em pé” na passagem do Apocalipse 20.12. Fica assim subentendida “ a segunda ressurreição” .(14")4. O Alcance do Argumento

No Antigo Testamento pouco é dito sobre a ressurrei- ção. Isso não significa que a ressurreição não está ali pre- sente! Está, mas não aparece de modo proeminente como no Novo.

Já o Novo Testamento 0 assunto da ressurreição é vis- to e analisado com sentido amplo, definido e categórico. Não somente Jesus ressuscitou dentre os mortos, mas igualmente um dia todos os homens também ressuscita- rão.

Jesus refutou o ceticismo dos saduceus quanto a esse particular, empregando um interessante argumento basea- do nas Escrituras (Mt 22.31,32). A posição geral do Novo Testamento é que a ressurreição de Cristo será seguida pela ressurreição dos crentes.

Mas esta ressurreição baseada na ressurreição de Cris- to, aniquila toda força do pecado que, segundo Paulo, trou­

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xe a morte para o homem. ‘1Forque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem” (1 Co 15.21). Semelhantemente, 0

apóstolo Pedro escreve: “ ...nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1 Pd 1.3b).

Dessa forma, portanto, a ressurreição do crente é de- corrência imediata da ressurreição do Salvador. E, certa- mente é isto que Paulo afirma: “ ...se Cristo não ressusci- tou, é vã a vossa fé” (1 Co 15.17).

Tão característico do crente é a ressurreição que Jesus pode referir-se aos tais como “ ...filhos de Deus, sendo fi- lhos da ressurreição” (Lc 20.36).

5. A Ressurreição de Cristo

Neste capítulo, é indispensável o assunto da ressurrei- ção de nosso Senhor Jesus Cristo. Visto ser Ele, a “base” fundamental de toda a ressurreição (1 Co 15.20). Paulo diz que Jesus “ ...ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escri- turas...” (1 Co 15.3). O testemunho vivo da ressurreição de Cristo era necessário para que o Senhor confirmasse sua promessa feita sobre ela. Também era necessária para que se pudesse confiar nele como Salvador. Quando Jesus mor- reu sobre a Cruz. a fé dos seus discípulos aparentemente também expirou. José de Arimatéia, senador honrado e Nicodemos um dos príncipes dos judeus o sepultaram no sepulcro novo. não apenas 0 corpo de Jesus de Nazaré, mas aparentemente também a fé de seus seguidores.

Foi necessária assim sua ressurreição ao “terceiro dia", como demonstração do supremo poder pessoal de Deus. chamando do “seio da terra” aquele que trouxe a vi- da. a luz e a incorrupção pelo Evangelho (compare-se 2 Tm 1. 10).

Vários elementos comprobatórios foram usados nesta ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo:

a. O testemunho da natureza. “E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra, e sentou-se sobre ela” (Mt 28.2).

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Fazendo tremer a terra, partindo as pedras e abrindo os túmulos (Mt 27.51 e ss), Deus, saudou 0 Salvador triun- fante. Assim a morte de Cristo foi saudada pela natureza. Outro terremoto, porém, saudou sua ressurreição. Agora estava declarado 0 grande acontecimento da sua realidade imortal.

A “Sismologia” é a cência que estuda as ondas de cho- ques geradas por terremotos. Ela diz que o “terremoto” é um dos fenômenos da natureza; quando os elementos em combustão entram em contato com a massa fria debaixo da terra, então, há violenta perturbação da natureza e se processa gigantesca detonação no hemisfério. Na ressurrei- ção de Cristo, porém, 0 fenômeno foi produzido por algo sobrenatural, foi a intervenção direta e poderosa do Deus vivo e poderoso chamando do “seio da terra” 0 seu Filho como 0 primeiro exemplar da imortalidade.

b. O “dia e a hora” . O trecho de Marcos 16.9 e ss diz- nos que “o primeiro dia da semana” foi 0 dia da ressurrei- ção de Cristo, embora ali não seja indicado se Ele ressusci- tou (ou tenha voltado à vida) pouco antes do romper do dia ou justamente nesta ocasião. As evidências nos dizem que é possível que Jesus tenha ressuscitado bem pouco antes disso, pouco depois das 6,00 horas da manhã, ou exata- mente às 6,00 horas em ponto!

O Evangelista Mateus, contudo, parece ligar a ressur- reição com o aparecimento do anjo e o terror dos guardas, os quais, até então, evidentemente estavam irresistíveis. Quanto ao dia de sua ressurreição, Ele mesmo declarou em vários de seus elementos doutrinários que seria “ao tercei- ro dia” :

Muitas pessoas questionam a veracidade da afirma- ção de Jesus:

“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ven- tre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra” . Então surge a pergunta: “Co- mo pôde Jesus permanecer no túmulo três dias e três noi- tes se Ele foi crucificado na Sexta e levantado no Domingc pela manhã?” .

A expressão usa-se em várias conexões como sendo idêntica a “depois de três dias” (Mt 27.63). Conforme o156

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costume dos judeus e outros povos da antiguidade, parte de um dia, no começo e no fim de um período, era contado em casos especiais, como um dia (Et 4.16; 5.1). “Três dias e três noites” (Mt 12.40), na simbologia profética (no modo extenso de dizer “três dias” - significava: três dias e três noites - 1 Sm 30.12,13); “Depois de três dias’'׳ (Mc 8.31; 10.34; ·Jo 2.19), e “no terceiro dia” (Mt 16.21; 17.23; 20.19; Lc 9.22; 24.7,21,46), são frases que se usam umá pela outra para significar o período de tempo que Jesus passou no “seio da terra” , desde a tarde da Sexta-Feira à manhã de Domingo.

c. “ ...Três dias e três noites” . O registro da morte de Cristo e sua ressurreição, como está nos Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, indica que Jesus foi crucifi- cado e sepultado na Sexta-Feira, antes do pôr-do-sol, que é o começo do dia seguinte para os judeus, e ressuscitou no primeiro dia da semana, que é o nosso domingo, antes do nascer do sol, ou por ocasião deste.

Isto coloca Jesus na sepultura por parte da Sexta, o Sábado inteiro, e parte do Domingo. Jesus, também, falou de sua ressurreição em João, afirmando que seria levanta- do em três dias e não no quarto dia.

O Evangelista Mateus esclarece esse uso idiomático. Depois que os fariseus contaram a Pilatos a predição de Je- sus; no sentido que “Depois de três dias ressuscitarei” (Mt 27.63), eles lhe pediram uma guarda para o túmulo A T É o terceiro dia. O doutor Josh McDowell nos lembra aqui o seguinte: “ Se a frase - ...após três dias - não tivesse substi- tuído a expressão terceiro dia, os fariseus teriam pedido uma guarda para o quarto dia. Muitas vezes a expressão “um dia e uma noite” era a expressão idiomática usada pelos judeus para indicar um dia, mesmo quando somente parte de um dia era indicada, para expressar tal significa- do do pensamento” .

Por exemplo, em 1 Samuel 30.12, registra: “ ...havia três dias e três noites que não tinha comido pão nem bebi- do água” . E no versículo seguinte nós lemos: “ ...meu se- nhor me deixou, porque adoeci há três dias” . Em Gênesis 42.17.18, lemos: “E pô-los juntos em guarda três dias” . E no contexto: “E ao terceiro dia...” Em outra forma de ver

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“três dias e três noites” é ter em consideração 0 método ju- daico de calcular o tempo. Os escritores judaicos registra- ram em seus comentários sobre as Escrituras 0 princípio que governava 0 registro do tempo. Qualquer parte do período de um dia era registrado como um dia completo. O Talmude Babilônico relata que “uma parte de um dia é 0

total dele” (Mishnah, Tractate J. Shabbath’, Chapter IX, Par. 3.). O Talmude de Jerusalém, assim chamado porque foi escrito em Jerusalém, diz, conforme descreve 0 doutor Arthur C. Custance, em seu livro: “A Ressurreição de Je- sus Cristo” , 1971: “Temos um ensino - Um dia e uma noite são um O n a h ’ e a parte de um O n a h ’ é como o total dele” . E fecha: “Um Onah é, simplesmente, um período de tem- po” .

d. O modo de calcular. Os “três dias e as três noites” referentes ao período em que Cristo ficou no túmulo podem ser calculados como se segue: Cristo foi crucificado na Sex- ta. Qualquer tempo antes das 18 horas de Sexta seria con- siderado numa ação retroativa “um dia e uma noite” . Qualquer tempo depois das 18 horas de Sexta seria consi- derado prospectivamente “um dia e uma noite” . Seme- lhantemente, qualquer tempo após às 18 horas de Sábado até o momento em que Cristo ressuscitou, na manhã de Domingo, também seria “um dia e uma noite” .

O efeito da morte de Cristo foi universal e não apenas para a Palestina (verdade é, que literalmente falarfdo, foi na Palestina), mas no sentido geral foi universal. Assim sendo, quando Jesus morreu, às três horas da tarde da Sex- ta, era já noite no “Extremo Oriente” . Já havia uma noite no hemisfério. Ele foi sepultado antes do Pôr-do-sol e, quando ressuscitou era dia no “Extremo Oriente e três noi- tes no “Extremo Ocidente”

Se nosso pensamento é acertado nesta possível inter- pretação, os “três dias e as três noites”, podem ser compu- tadas literalmente (cf. Ec 7.27).

Fora disso, conforme nosso costume ocidental, muitas vezes usamos o mesmo sentido, com referência ao tempo. Por exemplo, muitos casais esperam que seus filhos nas- çam antes de meia noite de 31 de dezembro. Se nascido às 23,59 horas a criança será tratada, para os efeitos do im-158

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posto de renda, como tendo nascido a 365 dias e 365 noites daquela data. Isto é verdade mesmo que 99,9rf do ano já tenha passado! E no período da criação 0 primeiro dia co- meçou com a escuridão. E daí em diante sucessivamente, cada período de 24 horas foi indicado como “a tarde e a manhã” (Gn 1.5, etc). Na ressurreição de Cristo, portanto, devem estar presentes todos estes argumentos!

6 . Sua Importância, Resultado e EfeitoTrês pontos fundamentais marcaram a ressurreição

de Cristo, nosso Senhor:primeiro, sua importância; segundo, resultado; e terceiro, seu efeito.a. Sua importância. Tanto em síntese , como detalha-

damente, é doutrina fundamental, continuamente reitera- da, enriquecida e aprofundada nas Escrituras. Encontra- se em toda a Bíblia, nos ensinos dos profetas, especialmen- te, também, os ensinos dos apóstolos e, de um modo parti- cular, nos ensinos de Jesus que, predissera com antecedên- cia de séculos no primeiro caso, e de alguns meses no se- gundo. Também na “veracidade dos séculos” (cf. Jó 22.15) este grande testemunho tem sido preservado até nós.

b. Seu efeito. Foi o cumprimento à risca das palavras dos profetas, e do próprio Jesus, que, como já ficou afirma- do, a ressurreição estava predita com antecedência de sé- culos. O episódio, e até com minúcias, em vários de seus elementos importantes, a veracidade das Escrituras foi justificada, esclarecida e evidenciada, pois dependiam do fato desta ressurreição; foi também a evidência central da divindade de Cristo, da sua exaltação e glorificação, do seu supremo poder pessoal; o emblema expressivo da ressur- reição da imortalidade, tanto no presente, se for necessá- rio. como no futuro. Ela deu a certeza, e assegurou o teste- munho apostólico, a certeza do juízo final, o fundamento dos santos, agora no presente, no futuro e por toda a eterni- dade (At 17.31).

c. Seu resultado. São amplos, grandes e maravilhosos e excedem os desejos dos mais sinceros corações os resulta- dos da ressurreição de Cristo; ela tornou o cristianismo

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idôneo, adequado, verdadeiro e eficaz, dando assim a cer- teza real, literal e objetiva. Foi e é o fortalecimento de toda a pregação evangélica, em qualquer tempo ou lugar. A res- surreição de Cristo foi e é a suprema e majestosa história dos evangelhos e da humanidade!

' ) Die. de Teol. do NT (4 Vol). 1982 e ss“ ) op. cit. (4 Vol). 1982 e ssIdem. (4 Vol). 1982 e ss (;ג") Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987M) op. cit. 1987Idem. 1987 (״'

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17 Lugar de Suplício

1. O Hades

No presente estudo iremos focalizar algumas das simi- laridades da palavra “ hades” e seus equivalentes, tais co- mo:

“ Inferno” , “ Sheol” , “ Geena” , “ Abismo” , “ Queber” , “ Abadom” , “ Tártaro” , “ Poço do Abismo” , “ Lago de Fo- go” , etc. Alguns destes termos são apenas sinônimos, mas é evidente que trazem em si uma significação especial.

2. Definição Geral

A palavra “ hades” se deriva de “ idein” que significa “ ver” , com o prefixo do negativo “ a=” , e, assim, significa o “ invisível” . Seu sentido primário, segundo os lexilingüís- ticas semíticos leva o sentido de o “ além” , ou o “ reino dos mortos” .(141) Nos escritos de Homero (poeta cego da mito- logia grega), Hades, ocorre (na forma de Aidês) como nome próprio do deus do outro mundo. No conceito bíblico po- rém, especialmente no Antigo Testamento (LXX), Hades ocorre mais de 100 vezes, na maioria das vezes para tradu-

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zir 0 hebraico “Sheol'-. o mundo subterrâneo que recebe os mortos.

É uma terra de trevas, onde não há lembrança de Deus (Jó 10.21.22; 26.5; SI 6.5; 30.9: Pv 1.12: 27.20; Is5.14).

Em 0 Novo Testamento, Hades ocorre 10 vezes, e isto somente em Mateus, Lucas, Atos dos Apóstolos e Apoca- lipse. Nos demais escritos, ocorrem outros termos tais como Abismo, Inferno, Geena, Lago de Fogo. etc.

No conceito bíblico da compreensão cristã, Hades jaz “dentro da terra”, de tal forma que há uma descida para chegar a ele (Mt 11.23; Lc 10.15; 1 Pd 3.19): = “Kardia tês gês” ( 0 coração da terra).

Quando se aplica restritamente esta palavra “Ha- des”, nunca se refere a “sepultura” como outros termos fa- zem em algum sentido especial; Hades é tomado sempre para descrever 0 lugar “sombrio” da habitação dos mortos (sem Cristo) entre a morte e a ressurreição.(14־)

a. Com o sentido de o “escondido” . A palavra encon- tra-se em Mateus 11.23; 16.18; Lucas 16.23; Atos 2.27,31; Apocalipse 1.18; 6.8 e ss; é o equivalente de Sheol do Anti- go Testamento.

Antes da ascensão de Cristo, as Escrituras dão a en- tender que Hades consistia de duas partes, 0 lugar dos sal- vos e o dos perdidos.(14) A primeira parte chamada “Pa- raíso” e o “Seio de Abraão” , ambas as expressões vêm do Talmud dos judeus, mas foram empregadas por Cristo e Paulo, em Lucas 16.22; 23.43; 2 Co 12.1-4, respectivamen- te.

Os mortos benditos estavam com Abraão, eram cons- cientes e eram “consolados” (Lc 16.25). O ladrão crente havia de estar nesse mesmo dia com Cristo no “Paraíso” .

Os perdidos eram separados dos salvos por “um gran- de abismo” intransponível (Lc 16.26). Um homem que re- presenta os perdidos do Hades é o rico de Lucas (16.26). Ele era consciente, senhor de todas suas faculdades, me- mória, etc. e em “tormentos” .

b. No que tange à sua mudança, o doutor C. I. Sco- field declara o que segue: “Hades, depois da ascensão de Cristo; no que diz respeito aos não-salvos, a Escritura não162

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revela nenhuma mudança no seu lugar ou estado” . No jul- gamento do Grande Trono Branco, Hades comparecerá ali; sua missão será, entregar os “mortos que nele havia” . Estes serão julgados, e passarão ao “Lago de Fogo e de En- xofre” (Ap 20.13,15).

3. O Inferno

A palavra em foco como termo designativo aparece 30 vezes na Bíblia (10 vezes no Antigo Testamento e 20 vezes no Novo).

Entretanto, temos de dizer que a palavra “Inferno” na Bíblia é uma tradução no mínimo de três diferentes pala- vras. Sempre que a palavra aparece no Antigo Testamen- to, trata-se sem exceção de “Sheol”, descrevendo o lugar onde os mortos permaneceriam até a ressurreição final.

Em o Novo Testamento a palavra “Inferno” aparece 20 vezes, mas no mínimo 7 delas tratam da tradução da palavra Hades. Lá não somente será escuro, mas domina- rão as trevas mais profundas.

Não haverá lugar que esteja tão distante de Deus, que nem mesmo o menor raio de luz chega a ele. Será um ta- tear em trevas palpáveis, sem uma centelha de esperança, em eterna separação de Deus, no lugar do qual o Salvador diz: “ ...ali haverá pranto e ranger de dentes” . Este lugar é uma “plylakê” = “prisão tenebrosa” (1 Pd 3.19). Como uma cidade, tem portões e ferrolhos (Mt 16.18; Ap 1.18). Tanto o Antigo como o Novo Testamentos, nunca tomam estas palavras: Inferno, Sheol e seus equivalentes, como detenção final dos perdidos. Porém, quando o NT o faz, para 0 segundo sentido, usa sempre, seu expressivo “Gee- na” e “Lago de Fogo” .(144)

Como termo teológico, este vocábulo descreve o estado de uma existência longe de Deus e da bem-aventurança eterna:

Primeiro: Fogo eterno (Mt 25.41).Segundo: Trevas exteriores (Mt 8.12).Terceiro: Tormento (Ap 14.10,11).Quarto: Castigo eterno (Mt 25.46).Quinto: Ira de Deus (Rm 2.5).Sexto: Segunda morte (Ap 21.8).

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Sétimo: Eterna destruição, banido da face do Senhor (2 Ts 1.9).

Oitavo: Pecado eterno (Mc 3.29).Nono: Inferno, etc. (Lc 16.23). Falando sobre ele disse

alguém: “O Inferno é uma necessidade moral em uma es- trutura moral universal. Sem ele os ímpios não se corri- giam; e os justos não se arrependiam”.(14’)

4. O Sheol·

As EscrituTas usam tam b ém a presente expressão para denotar a parte do H ades onde ficavam ou para onde iam as almas dos falecidos.

Antes da ressurreição de Cristo, todos os justos, após a morte, desciam ao “Paraíso”, que naquele tempo consti- tuía um “compartimento” do Sheol. Entende-se que Efé- sios 4.8-10, indica a ocasião da mudança: “Subindo ao al- to, levou cativo o cativeiro” . Acrescenta-se imediatamente que Ele (Cristo) tinha primeiro “descido às partes mais baixas da terra?” ; isto é, à parte do Sheol que era o Paraí- so.

Algumas versões equiparam “ Sheol” (mundo invisí- vel) com “Queber” (sepultura), mas devemos ter em men- te que, não é a mesma coisa; Sheol vem sempre citado no singular; ao passo que Queber vem sempre no plural (ver notas expositivas sobre isso no artigo “Queber” ). De acor- do com os rabinos, no Antigo Testamento, “Sheol” era 0

lugar para onde iam os mortos.a. Por isso muitas vezes vem a ser 0 equivalente ape-

nas de túmulo (ou sepultura), onde toda a atividade cessa; o termo para onde toda a vida humana caminha (Gn 42.38; Jó 14.13; SI 88.3). Para 0 homem natural que, necessaria- mente, julga pela aparência, Sheol não parece ser mais que o túmulo - o fim e cessação total, não somente das ati- vidades da vida, mas da própria existência (cf. Ec 9.5,10).

b. As Escrituras, porém, vão mais além e revelam ser Sheol não apenas um lugar, mas sobretudo, um lugar de pena (2 Sm 22,6; SI 18.5; 116.3), onde os iníquos são lança- dos (SI 9.17) e onde estão conscientes (Is 14.9-17; Ez32.21), e especialmente Jonas 2.2, onde o “interior” do grande peixe era para Jonas o que 0 Sheol é para os que es-164

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tão nele. Assim Sheol do Antigo Testamento e o Hades do Novo são necessariamente idênticos.

5. O Queber

A palavra “Queber” (hebraica) que comumente é usa- da no Antigo Testamento é correntemente traduzida por “sepultura”, “cova” , e “túmulo” . Assim podemos deduzir que. a palavra “Sheol” aparece sempre no singular.

A Bíblia não se ocupa de “Sheoles” = mas de “Sheol” . Por outro lado, a palavra hebraica para designar sepultura ou sepulcro é mesmo “Queber” . Não há um único exemplo de que uma alma descesse ao “Queber” ou de que um ca- dáver fosse ao “Sheol” .

O Queber é o lugar do sepultamento do corpo sem vi- da; 0 Sheol é (agora para os maus) o receptáculo do espí- rito que tem deixado o corpo. Queber abriga ou recebe ca- dáveres 37 vezes (1 Rs 13.30), enquanto que o “ Sheol” ja- mais recebe corpos (com exceções de: Coré e o seu grupo e a besta e seu consorte).

As Escrituras deixam-nos entrever entre linhas o se- guinte: Há um Queber (sepultura) para cada indivíduo, 44 vezes (2 Sm 3.32; 2 Cr 16.14). O Sheol é sempre 0 lugar onde há muita gente. O homem coloca corpo no “Queber”, 33 vezes (2 Sm 21.14), mas somente Deus envia o homem ao Sheol (Lc 16.22,23).

O homem escava o “Queber” (sepultura), 6 vezes, mas jamais escava o Sheol.

O homem apalpa o “Queber” (sepultura), 5 vezes, mas jamais apalpa o Sheol (Gn 50.5).

Concluímos, portanto, que o uso da palavra “Queber” prova que ela significa sepultura, que acolhe o cadáver, en- quanto que Sheol acolhe o espírito e a alma do homem sem Deus, após sua morte.(14H)

6 . O Abismo

Assim como na terra e no mar, existe também no mundo invisível a “região abissal” . Este “Abyssos” é real- mente um adjetivo, com o significado de “sem fundo” = “insondável” . Empregado isoladamente com o substanti- vo “gê” (“terra” ) subentendendo, significa “lugar sem

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fundo”, e, portanto, um “Abismo” .(147) No grego da Sep- tuaginta (LXX), a palavra representava as “profundezas primevas”, “oceanos primevos” , ou “o reino dos mortos” , ou ainda “o mundo inferior” . Ocorre 25 vezes na LXX, mormente para traduzir o hebraico “tehôm”, isto é, “o oceano primevo” (Gn 1.2), “águas profundas”, (SI 42.7), o “reino dos mortos” (SI 71.20).

O judaísmo e até escritores helenistas conservaram o significado de “dilúvio primevo” para tehôm. Esta pala- vra, no entanto, também representa o “interior da terra” .

a. Em o Novo Testamento, esta expressão é equiva- lente a “Hades” , “ Sheol” e outros termos que são traduzi- dos dentro do mesmo conceito.

São palavras usadas tanto pelos escritores do Antigo como do Novo Testamentos.

b. Não só há alusão ao “Abismo” . Mas, de um modo singular e específico, há também alusão ao “Poço do Abis- mo” (Ap 9.2). Alguns estudiosos traduzem a presente ex- pressão por “fenda do abismo”, isto é, porque o termo gre- go (“phear”) tem esse sentido.

Já entre os gregos o “Abismo” ou “Abyssus” (grego) ou poço do Abismo, ou Tártaro é a “escuridão” onde está localizada a prisão dos espíritos maus (Jd v 6). A passagem de Apocalipse 9.2, não se refere apenas ao “Abismo” , mas ao “Poço do Abismo”, isto é, “o mais interior da cova” (cf. Ez 32.23); ali, pois, por expressa ordem de Deus, estão aprisionados os poderosos que zombaram de Deus na “ter- ra dos viventes” .

Ezequiel diz que sete nações desceram ali e que “ ...seus sepulcros foram postos no mais interior da cova” (Ez 32.18,21 e ss).

Nas Epístolas de Pedro e Judas, encontramos anjos ali aprisionados (2 Pd 2.4 e Jd v 6). No conceito teológico, bíblico, esse é o lugar chamado de “região tenebrosa e me- lancólica, onde se passa uma existência consciente, porém triste e inativa” . (14!í)

7. Abadom

Abadom (hebraico) e Apoliom (grego) - em ambas as línguas quer dizer (“destruidor”) = (“pôr fim a”) = (“per-166

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der” ). No Antigo Testamento (LXX) apollymi é um verbo composto de “ ollymi” que por sua vez quer dizer mesmo “ destruir” . Apollymi representa 38 palavras hebraicas di- ferentes. Mas freqüentemente, representa “ ãbad” , está perdido, perecer, ou destruir.

No Novo Testamento, porém, a forma simples “ olly- mi” não se acha, mas as formas verbais de “ apollyõ” ocor- rem 90 vezes, e “ apoleia” 18. Num conceito geral, Aba- dom, é um termo hebraico que significa “ destruidor” , “ destruição” ou “ ruína” , conforme se vê em, Jó 31.12. Al- gumas vezes é usado como equivalente de “ morte” .

A palavra é também usada para o lugar da destruição, sinônimo de Sheol ou mundo invisível dos mortos em (Jó 26.6; 28.22; Pv 15.11 e 27.20), e é usada para o próprio mundo dos mortos em Jó 31.12; SI 88.11).

João no seu Apocalipse (9.11) traduz a palavra para o grego ligado não muito com apoleia, “ destruição” , mas por um particípio, apollyon, que significa, de fato, o “ destrui- dor” .

Apoliom (Ap 9.11), em passagem como a que está em foco, é cognato de Apollumi, verbo que significa “ destrui- ção” e sua tradução portuguesa acompanhou o sentido ori- ginal de “ destruição” .

Nesta seção que temos no Apocalipse, Abadom e Apo- liom, é o mesmo nome do “ anjo do Abismo” , isto é, o pró- prio Satanás; mas em Apocalipse 9.2, deve ser o princípio da formação desta palavra “ destruição” , e é essa a missão sombria tanto daquele lugar como do seu príncipe: “ Matar e Destruir” .(149)

8. O TártaroO Tartarus dos romanos e o Tartaros dos gregos (2 Pd

2.4) são vistos como a Casa Intermediária, a caminho do Juízo Final (Jd v 6).

Nos escritos paralelos ao Apocalipse (especialmente no livro de Enoque), “ Tártaro” é a designação usada para o lugar de punição dos anjos caídos. Algumas das referên- cias a esse lugar, na literatura grega, parecem indicar que se imaginava ser esse lugar inferior ao “ Hades” , bem como um lugar especial de ira divina.

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Somente em 2 Pedro 2.4 é que encontramos o vocábu- lo “tartaroã” , traduzido em nossa versão como "precipi- tando no inferno”, e na versão pesita “lançados nas regiões mais baixas” .(1 ) Os textos gregos e contextos aqui repre- sentados, levam-nos a depreender que o “Sheol" represen- ta para os perdidos até a ressurreição final e o “Paraíso" para os santos até ao arrebatamento; o que, o “Tártaro", representa para os “anjos caídos”, isto é, um lugar de espe- ra intermediária até uma solução final. É esta a nossa sole- ne convicção.

9. Geena

A palavra “geena” é composta por duas palavras hebraicas: “gê”, que significa “um abismo” e “hinnom”. Ambas as expressões juntas significam “O Abismo ou Vale do Filho de Hinom” . Literalmente falando, refere-se a uma depressão profunda situada ao sul de Jerusalém (Rs18.16). O expressivo “geena” é originado de uma raiz ara- maica obsoleta que significa “lamentação” (cf. 2 Rs 23.10).

Era 0 lugar do culto a Moloque, a quem os reis Acaz e Manassés sacrificaram seus filhos (2 Cr 28.3; 33.6). Josias, o rei reformador, declarou ser este lugar imundo (2 Rs23.10), onde era queimado lixo e lançados os cadáveres (Is 66.24; Jr 31.40). Por isso, “geena” é o nome grego para o Vale do Filho de Hinom. Esse era lugar de fogo, morte e aflição.

10. O lago de Fogo

O Lago de Fogo (Ap 20.14) e seu equivalente da “Se- gunda Morte” devem ser tomados como sinônimos de “Gee- na” . É este o lugar onde 0 bicho não morre e o fogo nunca se apaga (Mc 9.46).

“A palavra hebraica primitiva que descreve este lu- gar, como no Antigo Testamento é “Tofete” (Is 30.33; Jr 7.31,32). Mas a palavra grega é “Geena” (Mt 5.22,29,30; 10.26; 23.14,15,33). Como “Geena” este lugar tenebroso tem diversos sinônimos ou equivalentes:

O fogo eterno (Mt 18.8 e ss; 25.41);O fogo inextinguível (Mt 3.12; Mc 9.44-48);O fogo e o verme (Mc 9.48);

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À fornalha ardente (Mt 13.42);O lago de fogo (Ap 20.14);Fogo e enxofre (Ap 14.10; 19.20; 20.10). De acordo com

Gênesis 19.14; Salmos 11.6; Ezequiel 38.22, este foi o casti- go de Sodoma e Gomorra.

Nos elementos doutrinários: as trevas exteriores (Mt 8.12; 22.13; 25.30); 0 castigo eterno (Mt 25.46 etc).

Jesus empregou o termo “Geena” 11 vezes, sempre no sentido literal.(151) Ali sempre havia fogo aceso, servindo desta maneira para figurar o Lago de Fogo que arde eter- namente. A palavra encontra-se em Mateus 5.22,29,30; 10.28,29; 23.15,33; Marcos 9.43,45,47; Lucas 12.5; Tiago 3.6.

Em cada caso, com exceção do último, a palavra sai dos lábios do Senhor Jesus em solene aviso das conseqüên- cias do pecado. Ali era o lugar onde era jogado o lixo. Isso corresponde a um lugar com mau cheiro, fumaça e odores de putrefação que se encontra fora das cidades. O signifi-cado do pensamento combina com as palavras de Jesus,quando descreve esse lugar (“onde o seu bicho não morre, e0 fogo nunca se apaga”).

'") Die. de Teol. Do NT (4 Vol). 1982 e ss"’) op. cit. (4 Vol). 1982 e ss'") Scofield, Dr. C. I. (Scofield Reference Bible)'“) Apoc. v. p. v. S. P. S. 1987"') Die. de Teol. do NT (4 Vol). 1982 e ss'“) Ο Plan. Div. Atrav. dos Séc. N. L. O. 1981״ ') op. cit. (4 Vol). 1982 e ss"") Idem. 1982 e ss'") O Lag. de Fog. M. R. DE Haan. 1985 ׳ ר op. cit. M. R. de H. 1985

1 ') Ο Plan. Div. Atrav. dos Séc. N. L. O. 1981

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O Significado da Palavra Céu

1. O CéuDiversos vocábulos são traduzidos por “céu” pelos

eruditos, no que diz respeito ao “céu” (singular), e aos “céus” (plural), porém, os únicos que realmente são mais importantes são o hebraico “shãm ayim ” e o grego “oura-nos” .

Estes vocábulos eram e são freqüentemente usados para representar o Universo (Gn 1.1; 14.19; 24.3; Jr 23.24; Mt 5.18). Além do firmamento visível existia a região pri- meval das águas que, em certo sentido, foi também deno- minada “céus” (Gn 1.7,8; SI 148.4) de que, após o Dilúvio, não mais se fala na história da Criação (Gn 7.11 e ss; 2 Pd 3.5-7).

Os hebreus empregavam a frase céu dos céus (Dt 10.14; 1 Rs 8.27; SI 115.16), para representar os céus na sua vastíssima extensão.

O termo “ouranos” que freqüentemente é mais usado no singular, teve sua origem no grego de Homero, com o significado de (“abóboda Celestial”), ou “firmamento” . Para os escritores sagrados, especialmente aqueles relacio-

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nados com a poesia, o céu era retratado da seguinte manei- ra:

Primeiro: Com janelas (Gn 7.11; 2 Rs 7.2):Segundo: Descansando sobre pilares (Jó 26.11);Terceiro: Repousando sobre alicerces (2 Sm 22.8):Quarto: É como uma tenda armada (SI 104.2: Is 40.22:

44.24);Quinto: É como um rolo desenrolado (Is 34.4) e pode ser

rasgado (Is 64.1 etc).a. O sentido geral. No Antigo Testamento (LXX), 0

termo “ouranos” ocorre por 667 vezes sempre como tradu- ção de “shã, ayim” forma plural que ocorre por 51 ve- zes.(1M)

Já em o Novo Testamento, “ouranos” ocorre 272 ve- zes; com maior freqüência em Mateus (82 vezes), especial- mente na frase “basileia tõn ouranos” ( 0 reino dos céus).

Nos escritos de Lucas “ouranos” ocorre 34 vezes (das quais 26 estão em Atos); 18 vezes em Marcos e 18 vezes em João; 21 vezes nos escritos de Paulo e 52 vezes no Apocalip- se. Todos esses vocábulos eram usados pelo povo da alian- ça (e até fora dele), para designar o nome do lugar onde se manifesta a presença de Deus (Gn 28.17; SI 80.14; Is 66.1; Mt 5.12,16,45,48; 23.9), onde estão os anjos (Mt 24.36; 28.2; Mc 13.32; Lc 22.43), e onde os remidos irão morar (Mt 5.12; 6.20; 10.10; Ef 3.15; 1 Pd 1.4; Ap 19.1,4), etc. Em muitas outras passagens, a palavra “céu” é empregada pe- rifericamente em lugar de Deus. Assim é que o filho pródi- go disse: “ ...pequei contra o céu (Deus) e perante ti...” Lc15.21). (1S1)

Semelhantemente é a passagem de João 3.27: “ ...o ho- mem não pode receber coisa alguma, se lhe não for dada do céu (Deus)” . Os judeus dos últimos tempos costumavam dividir os céus em sete regiões diferentes. Mas isso trouxe intensa discussão em torno dessa questão.

Principalmente porque, no cristianismo primitivo, essè conceito não foi aceito pelos principais Pais da Igreja.

Num consenso geral, tanto cristãos como judeus orto- doxos aceitam a existência de três céus.

b. Sua criação. No princípio, portanto, esses céus fo- ram criados por Deus (Gn 1.1). No contexto original172

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hebraico a palavra céus (plural) é “shamayim” . A termi- nação “in ” indica o plural. Isso pretende mostrar que há mais do que somente um céu. Na Bíblia distingue-se pelo menos três céus:

Primeiro: O Céu inferior (ouranos):Segundo: O Céu intermediário (Mesoranios);Terceiro: O Céu superior (eporanios).1) Céu inferior: Por céu inferior entendemos o céu at-

mosférico. Isto é 0 “alto” : onde sobrevoam as aves e os aviões (atual), passam as nuvens, desce a chuva, e se pro- cessam os trovões e relâmpagos.

Deus o chamou de “ ...a face da expansão dos céus” (Gn 1.20) e Jesus, de “ ...extremidade inferior do céu” (Lc17.24).

2) Céu intermediário: Por céu intermediário entende- mos o céu estelar ou planetário, chamado também o céu astronômico. A Bíblia o chamou de a “altura” .

3) Céu superior: Esse é chamado de as “alturas” em várias conexões das Escrituras Sagradas (SI 93.4; At 1.9; Hb 1.3). É declarado em 2 Coríntios 12.2, como sendo “ ...o terceiro céu”, = “o Paraíso” .

Podemos chamá-lo de “o espiritual” , e de “céu dos céus” por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13).

c. A origem dos céus. Foram criados por Deus. Deus criou os céus pelo supremo poder da Palavra (1 Cr 16.26; Jó 26.13; SI 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27).

Os céus incluindo a terra (Gn 1.1 e ss; 2.1; Êx 20.11; 31.17; Ne 9.6; SI 89.11,12; 102.25; 115.15; 121.2; 124.8; 134.3; 146.6; Pv 3.9; Is 37.16; 42.5; 44.18; 51.13,16; Jr 10.12; 32.17; 51.15; Zc 12.1; At 4.24; 14.15; Ef 3.9; 2 Pd 3.5; Ap 4.11; 10.6; 13.7).

Foram criados em seis dias (Êx 20.11; 31.17). São sus- tentados pelo poder da sua Palavra (SI 33.9; 148.5; Hb 1.3; 2 Pd 3.5). Eles passarão com grande e estrepitoso estrondo no dia do juízo (Is 51.6; Mt 24.33; Mc 13.31; Lc 21.33; Hb1.10,11; 2 Pd 3.7,10; Ap 6.16 (1? estádio); 20.11 (2? está- dio): 21.1 (a consumação) = dando assim lugar a “ ...um novo céu...” .(154)

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2. Os Céus... Que Agora Existem

0 presente argumento tem seu pano de fundo na pas- sagem de 2 Pedro 3.7: “Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro...”

E no contexto de (3.5b), lemos: “ ...pela palavra de Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste” . Deve- mos, portanto, ter em mente no presente argumento, as duas frases significativas:

(1?) = “existem” (presente); e(2?) = “existiram” (passado). Os judeus em alguns dos

seus escritos tinham a concepção de três universos:a. O universo antediluviano (do mundo de então), que

terminou com o Dilúvio (cf. 1 Pd 3.20; 2 Pd 2.5; 3.5,6).b. O universo renovado, que é o nosso, mas que even-

tualmente também perecerá (cf. 2 Pd 3.7,10,12; Ap 21.1).c. O novo universo, no qual reinará a justiça, quando

será restaurado a harmonia original. Esse é o “mundo eter- no” que não terá fim (2 Pd 3.13; Ap 21.1 e ss).

A tradição de que o mundo, antes destruído pela água, seria novamente destruído pelo fogo, era antiga tradição judaica, e segundo Josefo,(155) essa tradição era extraída de um livro de profecias, atribuídas a Adão, que continha tal declaração.

O cataclismo. Muitos expositores renomados têm pro- curado encaixar em Gn 1.2: (“um = Katakleitheis” ) - de- signação grega para nosso vocábulo moderno “cataclis- mo”, em lugar das palavras hebraicas (“tõhubõnhü”), tra- duzidas em português como (“sem forma e vazia”).

Verdade é que, em outros lugares das Escrituras tais palavras são traduzidas no sentido de: deserto ou desola- ção total, em termos físicos (Dt 32.10; Jó 6.18), vazio (Jó26.7), caos (Is 24.10; 34.11; 45.18); e metaforicamente, coi- sas vãs ou sem valor (1 Sm 12.21; Is 29.21).

Assim, os expositores que defendem esta posição acham que, no dizer de Pedro (3.5), “ ...os céus e a terra” que “existiram na antiguidade”, existiram antes deste ca- taclismo mencionado em Gênesis 1.2, e que, a seguir, o bondoso Criador, deu início a “uma nova forma” em cada elemento mencionado.174

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I. Ora, nas versões correntes da Bíblia nunca se lê “ ...e a terra tornou-se” (com exceção de Rode) e, sim, “ ...e a terra era” (Gn 1.2 etc).

Sem procurar polemizar, mas esclarecer, lendo Gêne- sis 1.8,31 e 2.1-3; Is 45.18; Mc 10.6, cai por terra uma “re- criação da terra” e uma “queda no mundo espiritual” em Gênesis 1.2. A Bíblia defende uma criação contínua sem interrupção (Êx 20.11; 31.17) e, sem sombra de dúvida, Pe- dro se refere ao tempo do Dilúvio, quando cita 3.5; pois sa- bemos que, por ocasião deste, grandes massas de água compactas que estavam “sobre a expansão” (Gn 1.6-8) de- sabaram sobre a humanidade.

Muitas vezes, os “elementos” da natureza são toma- dos em figuras para representar os dois primeiros céus: céu atmosférico e o céu estelar. O termo grego “stoicheia”, em casos específicos, geralmente, expressa este pensamento. Assim sendo, o contexto demonstrativo da mesma seção de Pedro (3.5) reforça o sentido do argumento.(156)

II. Ora, segundo se depréende do expressivo: “os céus” que hão de passar no dia do juízo não inclui o céu “epora- nios” (céu superior), uma vez que 0 mesmo é eterno, não é, pois, sujeito a nenhuma mudança. E sim, os “céus” atmos- férico e astronômico.

Pedro diz que isso se dará no dia do juízo e que será ocasionado com grande estrondo. Isto é, ele usa aqui a ter- minologia grega literária: “rhoizêdon” . O substantivo “rhoizos” usava-se no grego antigo a propósito do zunido da flecha ou para aludir ao rugido de um incêndio ou pro- vavelmente ao enrolamento dos céus como pergaminho. Seja como for, tudo está predito e tudo acontecerá!(157)

Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987 (־ ')Scofield, Dr. C.I. (Scofield Reference Bible) (נ ')C ‘) Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987 (r") Ant. Jud. (1. 2. 3)( '■s) Ο Lag. de Fog. M. R. de Haan. 1985 V ״) Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987

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O Juízo Final1. O Grande Trono Branco

“E vi um grande trono branco, e o que estava assenta- do sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11).

Pela ordem cronológica dos acontecimentos, este capí- tulo deveria vir logo após o do Milênio, mas é evidente que era necessário que tivéssemos uma noção clara sobre ou- tros assuntos importantes, para uma melhor compreensão do significado do pensamento.

Nesta seção, segundo foi presenciado por João, apare- ce um trono isolado! Nessa cena celestial não aparece qualquer hoste de anjos ou quaisquer outros seres ceies- tiais.

Todos os olhos se fixarão diretamente sobre o trono. Vasto, intenso e rebrilhante. Os próprios céus (atmosférico e estelar) e a terra não mais podem ser vistos, deixaram de existir, em antecipação a nova criação. Não chegam, por- tanto, ao campo de nossa visão. A fuga do céu e da terra, deve ser entendida literalmente como o fim da antiga cria- ção. conforme se vê em 2 Pedro 3.7 e ss; Apocalipse 21.1 e

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ss. Na passagem em foco, diz que “ ...não se achou lugar para eles” .

Em outras palavras, nenhum espaço será achado para a antiga criação, nem mesmo os antigos lugares ceies- tiais.(1™)

a. O Trono. A palavra “trono” ou “tronos” . Ela, no grego é (“thronos”). É usada no Novo Testamento com 0

sentido de “trono real” (Lc 1.32,52), ou com o sentido de “tribunal judicial” (Mt 19.28; Lc 22.30). Também há alu- são aos “ tronos” de elevados poderes angelicais, ou gover- nantes humanos (Cl 1.16).

O trono do presente texto, é grande! É de vastíssimas dimensões! Enchendo o campo inteiro de nossa visão; ex- pulsa da vista todos os outros elementos. Ameaça; deixa a mente atônita.

Trata-se de um infinito julgamento, diante do qual es- tá o que é finito: o pobre humano morto.(1’9)

O trono é branco! Resplandeceu de pureza e santida- de, o que exige justiça! Castigo! Julgamento! Purificação! Retribuição! Tudo isso descreve uma cena fora da história humana! É o Juízo Final!

b. Entre os muitos julgamentos ou juízos especiais, a Bíblia menciona sete, que têm significado especial:

1) O julgamento dos pecados do crente na cruz de nos- so Senhor Jesus Cristo (Jo 13.31). Ele foi aí justificado por- que Cristo, havendo levado os seus pecados sobre a cruz, foi feito por Deus justiça (1 Co 1.30).

2) O crente julgando-se a si mesmo, para não ser jul- gado com o mundo (1 Co 11.31).

3) O julgamento das obras dos crentes diante do Tri- bunal de Cristo,־ logo após o traslado da Igreja (Rm 14.10; 1 Co 3.12; 2 Co 5.10).

4) O julgamento das nações vivas por ocasião da “Pa- rousia” de Cristo (Mt 25.32 e ss).

5) O julgamento de Israel, na Volta de Cristo, como “amadurecimento da nação” , para ingressar no Reino Mi- lenar (Ez 20.33 e ss; Mt 19.28).

6) O julgamento descrito por Paulo em 2 Timóteo 4.1, que se dará na “sua vinda (de Cristo) e no seu reino” . 178

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7) O julgamento do “Grande Trono Branco” aqui mencionado nesta seção (Ap 20.11-15).

2 . O Direito

No sentido lato da mesma forma que se chama direito, na ordem física, o caminho que conduz, sem desvio, de um ponto a outro, do mesmo modo, na ordem moral, o direito é, etimologicamente, o que conduz o homem, sem desvio, a seu fim último.

Diante da majestosa presença do Criador, tudo será aquilatado diante do seu poder moral, isto é, um poder que se baseia na razão e na lei moral.

Opoê-se, assim, ao poder físico, que se baseia na força. A força certamente pode ser justa, mas não é o direito. O direito, porém, tem seus limites, porque se apóia numa lei que, por sua vez, visa a um fim determinado.

Do ponto de vista divino de observação, esse direito será regido pela Justiça de Deus. Nesse julgamento infini- to além dos demais atributos divinos, prevalecerão a justi- ça e a retidão de Deus.

a. A Bíblia, em seu conceito geral, afirma ser Deus “O Justo Juiz” (Gn 18.25; 2 Tm 4.8; Ap 16.7). Ele não pode ul- trajar o direito de ninguém, pois se assim procedesse, con- trariava toda sua natureza. As Escrituras afirma que “jus- tiça e juízo são a base do seu trono” (SI 97.2b).

A justiça divina é a execução da retidão; essa pode ser chamada de santidade judicial.

“Justiça” é uma palavra que aparece por 476 vezes na Bíblia. No Antigo Testamento, aparece como tradução do termo hebraico “çedheq” . E em 0 Novo, no substantivo grego “dikaiosume” cerca de 90 vezes. Seu sentido lato, quer dizer “equidade legal” .(160)

b. Outra palavra que descreve um dos atributos mo- rais de Deus ligado ao juízo é a retidão.

A retidão de Deus é a imposição de leis e exigências re- tas; podemos chamá-la de santidade legislativa. Deus é “reto em todos os seus caminhos” (SI 92.15). Ele se move por uma vereda de equidade e absoluta perfeição. Todos esses atributos (e mais ainda) estarão presentes diante do Trono Branco.

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3. O JuizΟ Filho se assentará juntamente com 0 Pai, em seu

trono, para julgar. Mas 0 Pai é quem figura majestatica- mente em as seguintes referências: At 17.31; Hb 1.3; Ap 4.2,9; 5.1,7,13; 7.10; 19.4; 21.5, e por meio de Jesus todos ali serão julgados (Jo 5.22). Duas classes de seres ali esta- rão presentes e serão julgados perante aquele grande tro- no!

Primeiro: “ ...Os grandes” (os anjos caídos) (2 Pd 2.4; Jd v 6).

Segundo: “ ...Os pequenos” (os homens sem Deus) (SI 8.5; Hb 9.27).(161) Em Apocalipse 20.15, demonstra um jul- gamento individual, confirmando o v 13: “ ...e foram julga- dos “cada um ” segundo as suas obras” .

Deus julgará cada um segundo as suas obras, porque no Inferno há também diversos graus de sofrimento (Ez 32.21-23; Hb 10.29).

a. É evidente que os salvos que comparecerem diante do Trono de Deus, cujos “nomes se encontram no livro da vida”, não fazem parte da Igreja (isso não quer dizer que ela não esteja ali) e, sim, aqueles que foram fiéis a Deus durante 0 Reino Milenar. Diante do Trono Branco estão multidões incalculáveis que, durante o Milênio, creram em Jesus e foram fiéis, e permaneceram até 0 fim. Quando Satanás, pela última vez, rebelou-se contra Deus, esses não o acompanharam e, agora, estão diante do Trono Branco, sabendo que seus nomes estão escritos no livro da vida para receberem a vida última.(162)

Diante deste julgamento estarão também o monarca de Nínive, isto é, o rei Adade-Merare, sucessor de Salma- nazar II e a rainha de Sabá que, segundo se afirma, foi a rainha Makeda de Aksum. Eles estão ali, não para serem condenados, mas para receberem de Deus a confirmação última de sua promessa (Mt 12.40-42; Lc 11.30-32).

b. Em Apocalipse 21.27 diz que, só terão permissão de entrar na Jerusalém Celestial “ ...os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” .

Entre os livros escritos com tinta e outros, encontra- mos os seguintes:180

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Primeiro: “O livro da consciência” (Rm 2.15).Segundo: “O livro da natureza” (SI 19.1-14).Terceiro: “O livro da lei” (Rm 2.12).Quarto: “O livro do Evangelho” (Rm 2.16).Quinto: “0 livro das memórias” (Lc 16.25).Sexto: “O livro das obras” (Ap 20.12).Sétimo: “O livro da vida” (Ap 20.15). O livro da vida

do Cordeiro é o livro que dá admissão ao mundo eterno. A missão plena de Jesus Cristo, derramando o seu sangue, foi para conduzir-nos a Deus, em sua real presença. Seu títu-10, “0 Cordeiro” , faz subentender tudo isso. 0 livro da vida é o livro de uma infinita compaixão, porque contém, exclusivamente nomes de ex-pecadores.(16 )

Está aberto para todos; e, no entanto, muitos despre- zam as suas promessas. Prezado leitor: tens teu nome es- crito lá?

Se ainda não - faze- 0 o mais depressa possível. “ ...Ainda há lugar!” (Mt 11.28; Ap 22.17). Porquanto che- gará o dia: “o dia do juízo final” quando “ ...aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no Lago de Fogo” (Ap 20.15). Teme! Pois!'(■“ ) Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987('“) op. cit. 1987('“ ) JR . Cur. de Fil. 1984('") Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987('“ ) A Dout. das Últ. Coisas E.B. 1980('“) Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987

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A Vida Etema1. A Eternidade

A eternidade é um atributo que decorre da imutabili- dade. O termo é, com efeito, aquilo que não muda e não pode mudar de maneira alguma, por conseguinte, aquilo que não começa nem termina e que possui na atualidade pura, exclusiva de qualquer sucessão ou modificação, a plenitude de seu ser.

Daí a definição de Boecio(164) - De Consolatione Philo- sophix, V, prosa 6, retomada por Tomás de Aquino: “A eternidade é a posse, ao mesmo tempo, total e perfeita, de uma vida sem limites. Portanto, a eternidade é um presen- te imutável que existe em todos os tempos” .

a. Definição. O tempo veio a existir dentro de “uma fenda” da eternidade. Deus criou o tempo por causa do ho- mem; porém, este tempo terminará um dia! O tempo se define como o número ou a medida do movimento. Com efeito, não se pode conceber o tempo sem o movimento. O tempo sem o movimento não pode existir. O tempo é, pois, uma espécie de número. Mas não de um número descontí- nuo; é um número contínuo e fluente.

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Costuma-se dividir 0 tempo em três partes:1) O tempo concreto. (Ou vivido). É aquele que resul-

ta do movimento vivido por cada ser. Na vida humana, por exemplo, esse tempo algumas vezes é suprimido pelas muitas ocupações. Sempre ouvimos alguém dizer: “Não tenho tempo” .

Assim o tempo pode ser mais ou menos rápido, confor- me a rapidez ou a lentidão do movimento vivido por nós, durante o sono, o tempo quase desaparece, em conseqüên- cia do relacionamento da atividade psíquica (ou movimen- to psíquico). Na vida espiritual abundante, isso pode ser elevado à terceira potência: “ ...pois passa rapidamente, e nós voamos” (SI 90.10b). De outras vezes, desde que a ati- vidade é intensa, o tempo parece, ao contrário, precipitar- se.(165)

2) O tempo abstrato. É o tempo uniforme e vazio que nós representamos como uma linha, ao longo da qual se si- tuam os acontecimentos do Universo. Este é o tempo abs- trato de que fala o profeta Isaías 57.4: “ ...de quem fazeis o vosso passatempo?” Mas, evidentemente, isso faz também parte do tempo abstrato “ ...tudo tem o seu tempo determi- nado...” (Ec 3.1a).

3) O tempo objetivo. É o tempo resultante do movi- mento sobre si mesmo, e que foi tomado como unidade (um dia de vinte e quatro horas).

Este tempo uniforme depende de nós, se bem que, sem um espírito que numere (ou meça) o movimento da terra, o tempo não existiria em ato, mas apenas em potên- cia, no movimento da terra.

Para Deus este tempo passa sem ser medido ou obser- vado. Moisés declara: “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou” (SI 90.4a).

Em outras palavras o tempo poderia não ter começo nem fim. Deus, com efeito, teria e pode fazer criar um tal tempo. O tempo, assim concebido, não mudaria de nature- za não se confundiria de forma alguma com a eternidade, uma vez que não deixaria de ser sucessão permanente.2. Os Elementos do Tempo

Tanto os filósofos como os escritores cristãos dividi- ram o tempo em três partes, a saber:184

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Primeiro: o tempo passado.Segundo: o tempo presente.Terceiro: o tempo futuro. Segundo este conceito de

aquilatar o tempo, só o presente existe: 0 passado já não é e o futuro ainda não existe. O tempo, portanto, corresponde ao que muda, ao que comporta a sucessão e o vir-a-ser. A eternidade é uma duração, quer dizer, uma permanência de ser, sem nenhuma sucessão e, daí, sem começo nem fim.(1(i6) Pode-se dizer, em outras palavras, que é um eter- no presente, uma posse perfeita e total do ser.

Nossa vida na eternidade está incluída naquilo que Deus quer que seja! Ele mesmo diz: “ ...Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21.5), e além disso, a palavra traduzi- da “novo” em Apocalipse 21.1 significa “novo em espécie ou ordem” , distinto de meramente novo no que concerne ao tempo. Pedro descreve o processo que o Senhor vai usar na renovação do céu e da terra para que neles “ ...habite a justiça” .

“Mas o dia do Senhor virá como vem o ladrão de noi- te; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os ele- mentos, ardendo, se desfarão e a terra e as obras que nela há, se queimarão... aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão” (2 Pd 3.10,12 etc).

a. A palavra traduzida por “elemento” é soicheiov, que significa o mais básico elemento da natureza. Hoje sa- bemos que 0 átomo é a ínfima parcela constituinte da ma- téria. Pedro diz então que esses elementos serão “desfei- tos” .

O sentido literal do termo “desfeito” é “desatar algu- ma coisa” . Emprega-se com freqüência no caso de desatar- se uma corda, uma atadura, como João 11.44. Noutras pa- lavras, Cristo vai “desatar” os átomos do universo em que vivemos.(167)

Não admira, portanto, que haja um bramido, calor in- tenso e fogo. Então aparecerá “novo céu e nova terra” pre- parados para a eternidade! Nessa ocasião surgirá como Capital dessa nova ordem a cidade celestial chamada a “Nova Jerusalém” .

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Devemos observar que em Apocalipse 21.2, esta linda cidade dos remidos é chamada de “nova” ; enquanto que na seção seguinte (v 10) é chamada de “santa” .

b. Uma cidade modelo. Tudo sugere uma cidade lite- ral: ouro, ruas, dimensões, pedras etc. Ela desce do céu, pois é impossível construir uma cidade santa aqui na terra. Segundo as dimensões apresentadas pelo anjo intérprete do apóstolo João, 12 000 estádios (Ap 21.16), se fossem di- vididos em ruas, haveria lugar para 8 milhões de ruas com avenidas de 2 200 quilômetros cada uma. Cremos que realmente a nova Jerusalém, o lar dos remidos terá, sem dúvida, essas dimensões em foco!

Mas alguns comentaristas, dado a largura e altura da cidade dão outras dimensões mais elevadas. “Doze mil es- tádios multiplicados por cento e oitenta e cinco metros, e 0

resultado elevado à terceira potência dará a medida cúbica da cidade” . =Dez bilhões, novecentos e quarenta e um mi- Ihões e quarenta e oito mil quilômetros =. A grandeza da cidade assegura lugar para todos!(168)

Paulo fala deste lindo lar divino onde iremos morar, quando diz: “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador; o Senhor Jesus Cristo...” (F1 3.20). Amém!

'*4) 1-, q, 0. Art, 1“ ) RJ. Curs. de Fil. 1984“ ) R J, Curs, de Fil, 1984ST( Apoc. v.p.v. S.P.S. 1987“ ) O Apoc. (3 vol). J.A. Seiss. 1865

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___ Almanaque Abril. (Ano XII), Editora Abril, SãoPaulo, SP, 1986.___ Dicionário Internacional de Teologia do Novo Tes-tamento. (4 volumes). Editora Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1? Edição, São Paulo, SP, 1982.___ O Novo Dicionário da Bíblia. Editora EdiçõesVida Nova (2 volumes), São Paulo, SP, 1983.___ O Novo Comentário da Bíblia (3 volumes). 1? Edi-ção em Português, 3? Reimpressão, São Paulo, SP, 1963.

Page 180: τ55^ρρ* - te  · PDF filepartir do Arrebatamento da Igreja. Com muita proprieda- de, numa linguagem simples, de fácil compreensão, narra

As profecias sempre me fascinaram. E este livro foi escrito

para satisfazer uma exigência generalizada entre os estudantes de íscatologia. J׳ í havia muito que sp

t perava u ׳rataüc ' ,nâmico׳enr: uec e aprot L ’ado sot ־״ esse

a- 'Unt> Seu autor ־»nheciü de toei'. ; nós e vem ; io usau>

« t j n 8ra1 iosai; nte por Deus t *rs umatarefa d>. suma nportãr da que sern

t' ־ י v ida . 1̂ 'rever para o deleite espiritua do povo de Deu> יי até f^ra

de :e. Este livro revela iictável unidaae de estilo e de linguagem.

O ponto central de seu conteúdo é nosso Senhor Jesus Cristo e

2Μ Η Η « 1 Β Β β Ι nifestaçr^s com dissertações sobre׳־״ as profecias futurísticas.

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Severino Pedro da SilvaMinistro do Evangelho, bacharel

em Filosofia e Teologia, autor dos livros: D a n i e l , V e r s í c u l o p o r

V e r s ' ' u׳ l t , ■ A p o c a l i p s e , V e r s í c u l o p o r v. r s í c u h ; e O s A n j o s , s u a N a t u r e z a e

O f í c i o .