09 Projeto de Pilares

27
26/01/2013 1 1 Projeto de pilares 1. Conceituação 2. Anteprojeto 3. Esbeltez do pilar λ 4. Excentricidades 5. Disposições construtivas 6. Pilares intermediários e de extremidade 7. Pilares de canto 8. Método geral Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares 2 1. Conceituação Pilares são os elementos verticais que transmitem as reações de vigas e de lajes à fundação. São elementos lineares de eixo reto, usualmente na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes (NBR6118:2007 – 14.4.1.2). A segurança estrutural de um edifício depende primordialmente da estabilidade dos pilares, razão pela qual estes elementos podem ser considerados os mais importantes.

description

Calculo de pilares, armaduras

Transcript of 09 Projeto de Pilares

Page 1: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

1

1

Projeto de pilares

1. Conceituação

2. Anteprojeto

3. Esbeltez do pilar λ

4. Excentricidades

5. Disposições construtivas

6. Pilares intermediários e de extremidade

7. Pilares de canto

8. Método geral

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

2

1. Conceituação

Pilares são os elementos verticais que transmitem as reações de vigas e de lajes à fundação.

São elementos lineares de eixo reto, usualmente na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes (NBR6118:2007 – 14.4.1.2).

A segurança estrutural de um edifício depende primordialmente da estabilidade dos pilares, razão pela qual estes elementos podem ser considerados os mais

importantes.

Page 2: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

2

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

3

Diferenciação

a > 5b

4

Regra usual: o momento traciona o lado externo do edifício no topo do pilar e o lado interno na base (diagrama dente de serra).

Situação geralProj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 3: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

3

5

Cada trecho de pilar (lance) é analisado de forma isolada da estrutura real, sendo considerados efeitos locais, mínimos e de fluência.

Metodologia

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Quanto mais esbelto for o pilar, mais detalhado e cuidadoso deve ser o projeto pois os efeitos locais de 2ª ordem são mais importantes e é maior a tendência à instabilidade.

6

Instabilidade na flexo-compressão

Pilares de CA não estão sujeitos à flambagem !

O problema é de verificação de deformações pois as ações aplicadas são muito menores do que a carga de Euler Pcr .

( )/

( )ext i

int

2

2

i3 22

M e y P

1M EI

rd y

1 Pdx e yr EIdy

1dx

= +

=

= = − +

+

P

P

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 4: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

4

7

Instabilidade na flexo-compressão

� Enquanto o material permanecer no regime elástico não haverá problema de instabilidade.

� A configuração fletida é uma configuração de equilíbrio estável e a ruína ocorre por falha do material.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

8

Esquema estático

De modo simplificado, os pilares são considerados como barras elasticamente ligadas às vigas nas extremidades e sujeitos à flexo-compressão decorrente das excentricidades das cargas verticais.

As cargas verticais são obtidas através das reações das vigas que chegam até cada pilar, considerando a continuidade das vigas, além do peso próprio Gdo elemento. G pode ser admitido aplicado no topo do pilar, como simplificação a favor da segurança.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 5: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

5

9

Comprimento equivalente Le

Lo = vão livre do pilar entre vigashp = dimensão da seção transversal do pilar na direção

consideradaL = vão teórico tomado como a distância entre os eixos

dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado (NBR 6118:2003 – 15.6).

Para elementos em balanço, tal como ocorre em galpões ou em pontes, o comprimento equivalente de pilares com uma extremidade livre, deve ser tomado como o dobro do anterior:

o pe

o v

L h L

L L h

+≤

= +

eL 2 L= ⋅

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

10

2. Anteprojeto

Na fase de anteprojeto é comum avaliar a carga vertical dos pilares por meio de áreas de influência com carga estimada de q = 12 kN/m2

para pisos residenciais e comerciais e de 0,6 ~ 0,8.qpara coberturas (admitindo alvenarias típicas de tijolos cerâmicos com pé-direito de ~3m e espaçamento médio de ~4m) para cada um dos n pavimentos acima do piso.

Carga na fundação ≈ n q S + 0,7 q SNk = q S (n + 0,7)

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 6: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

6

11

Refinamento

Para melhor avaliação da estimativa da carga na fundação, o efeito da continuidade das vigas pode ser considerado admitindo, no cálculo da área de influência S, as parcelas da distância entre os pilares como segue:

Vão de viga bi-apoiada : a = 0,5L b = 0,5L

Vão interno de viga contínua : a = 0,5L b = 0,5L

Vão de extremidade de viga contínua : a = 0,4L b = 0,6L

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

12

Classificação dos pilares

As vigas que terminam no pilar determinam os planos de momento de engastamento elástico viga/pilar.

intermediárioduas vigas

passam pelo pilar

de extremidadeuma viga

termina no pilar

de cantoduas vigas

terminam no pilar

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 7: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

7

13

Seção transversal

a

b

a

b

a

b

Para facilitar a execução das formas, geralmente é utilizada a seção transversal retangular.

x x h

Outras formas por razões arquitetônicas:

A menor dimensão deve ser superior a 19 cm (NBR 6118:2007 –13.2.3) e a maior dimensão não deve exceder 5 vezes a menor dimensão, evitando o pilar-parede (NBR 6118:2007 – 18.4.1).

Na prática, recomenda-se limitar a relação entre as dimensões:

a

b < a

max

b 19 cm

a 2 3 b

≤ ≈

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

14

Seção reduzida

A seção pode ser reduzida desde que seja aplicado o coeficiente adicional γn da Tabela 13.1 da NBR 6118:2007 sobre o coeficiente de majoração γf para todos os esforços solicitantes.

Em qualquer caso, não são permitidos pilares com seção transver-sal de área inferior a 360 cm² e nem dimensão b ≤ 12cm.

Tabela 13.1 – Valores do coeficiente adicional γn

b ≥19 18 17 16 15 14 13 12

γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35

onde: γn = 1,95 – 0,05 · b

b é a menor dimensão da seção transversal do pilar, em cm

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 8: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

8

15

Na fase de anteprojeto, os momentos atuantes podem ser consi-derados com a majoração da carga Nk (obtida através da área de influência e inicialmente suposta centrada) por um coeficiente αadotado em função do tipo de pilar.

Estimativa da carga no pilar

Pilar intermediário : α = 1,3

Pilar de extremidade: α = 1,6

Pilar de canto : α = 1,8

A carga estimada de cálculo para determinação das dimensões do pilar pode ser então obtida como sendo:

d est f n kN N= γ ⋅ γ ⋅ α ⋅

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

16

Compressão simples

Na fase de anteprojeto, a situação de cálculo considerada é de pilar sujeito à compressão simples com encurtamento de εcc = 2 ‰ (reta b da Fig. 17.1 da NBR 6118:2003).

Rcc = 0,85 fcd Acc = 0,85 fcd (Ac - As)Rsc = σs2 As

Ac = área geométrica bruta da seção do pilarσs2 = 42 kN/cm2 é a tensão de compressão

no aço para encurtamento de 2 ‰

2s1 A

a

b

1 A2

1/2 Rsc

ccR

sc1/2 R

sA

A

Seção Transversal Vista A

Nd = Rcc + Rsc

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 9: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

9

17

Substituindo as resultantes na equação de equilíbrio, têm-se:

Nd = 0,85 Ac fcd + As (σs2 - 0,85 fcd)

Dessa forma, a área da seção do pilar fica conhecida quando é imposta uma determinada taxa de armadura ρ , resultando:

Nd = Ac

σid = tensão ideal de cálculo

Tensão ideal

���������������

[ ]cd s2 cd0,85 f ( - 0,85 f )+ ρ σ

d2d

c cid 2

id

N kN N

A A cm

kN/cm

= →σ σ →

Podendo obter

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

18

Adotando taxa de armadura ρ entre 1% e 3%, é possível obter valores da tensão ideal para concretos usuais em edifícios:

Valores usuais

[ ]id cd s2 cd0,85 f ( - 0,85 f )σ = + ρ σ

Valores de tensão ideal segundo a classe do concreto e a taxa de armadura (kN/cm2)

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

concreto fck (kN/cm2) ρ = 1% ρ = 2% ρ = 3%

C20 2,0 1,62 2,03 2,44

C25 2,5 1,92 2,33 2,74

C30 3,0 2,22 2,63 3,03

Page 10: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

10

19

3. Esbeltez do pilar λ

eLesbeltez: =

raio de giração: i = AΙ x

hretângulo: i =

12

Segundo a NBR 6118:2007 - 15.8.1:

λ ≤ λ1 → pilar pouco esbelto → é permitido desprezar ainstabilidade local

λ1 < λ ≤ 90 → pilar medianamente esbelto → é permitidosimplificar a instabilidade local

90 < λ ≤ 140 → pilar esbelto → é necessário considerar a fluência do concreto

140 <λ ≤ 200 → pilar excessivamente esbelto → é necessário cálculo exato da instabilidade local e considerar a fluência do concreto

x x h

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

20

Esbeltez limite λ1

11

b

35e25 = 1

902h

≥ λ + → ≤α

>

α = + → = ≤≤

Bb 1 min

A

0,4 M

0,6 0,4 1 quando e eM

1,0

MA = maior valor entre os momentos de extremidade MA e MB

,

,

B A B

B A B

M 0 quando M e M tracionam a mesma face

M 0 quando M e M tracionam faces diferentes

>

<

h = dimensão do pilar na direção principal considerada

e1 = excentricidade de primeira ordem

emín = excentricidade mínima

adotado por simplicidade, na prática

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 11: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

11

21

4. Excentricidades

Os pilares de edifícios devem ser calculados na situação de flexo-compressão e, geralmente, é mais útil considerar os momentos fletores atuantes admitindo a aplicação da carga de compressão com excentricidade:

As excentricidades a serem consideradas são:emín = excentricidade mínima (desaprumos)e1 = excentricidade de primeira ordem (geométrica e

elástica)e2 = excentricidade de segunda ordem (instabilidade

local do pilar)e = excentricidade total (seção crítica)

e = M / N

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

22

Excentricidades

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Obtidos durante a análise estrutural elástica do edifício

Page 12: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

12

23

Excentricidade mínima

As imperfeições geométricas executivas e a incerteza do ponto exato de aplicação das reações das vigas sobre os pilares exigem a consideração de uma excentricidade mínimadessas cargas a ser comparada com a excentricidade total em cada direção principal (NBR 6118:2007 - 11.3.3.4.3).

onde h é a dimensão do pilar na direção principal considerada.

emín = 1,5 + 0,03h (cm)

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

24

Excentricidade geométrica

Sempre que o centro do apoio da viga não coincidir com o centro geométrico do pilar, deve ser considerada essa excentricidade geométrica inicial como parte da excentricidade de primeira ordem.

No entanto, em pisos residenciais ecomerciais o travamento oferecidopelas vigas e lajes nas extremidadesdos pilares permite desprezar essaparcela de excentricidade.

***

CG do apoio

CG do apoio

V2

V1

PLANTA

da V2 CG do pilar

da V1

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 13: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

13

25

Momentos de apoios internos de viga

Para pilares intermediários onde o comprimento do apoio na direção da viga é menor do que 1/4 da altura do pilar, a carga sobre o pilar pode ser considerada centrada.

Em caso contrário, a viga deve ser conside-rada perfeitamente engastada em cada tramo adjacente ao pilar e deve ser aplicado no pilar intermediário omomento resultanteentre aqueles de engas-tamento perfeito da viga em cada tramo (NBR 6118:2007 – 14.6.7.1.b).

sup

viga sup

infM

PILAR

½ M

M M VIGA

½ Minf

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

26

Excentricidade de 1a ordem e1

Conhecidos os momentos nas extremidades do pilar (no topo e na base) tanto para os pilares de extremidade de vigas quanto para os pilares intermediários, as excentricidades elásticas de primeira ordem ficam determinadas como sendo:

onde i é o pavimento considerado.

Obs.: mesmo que os momentos fletores sejam iguais entre os pisos, a força normal varia e, também, a excentricidade e1.

1,i 1,i-11,i 1,i-1

i i-1

M Me = e =

N N

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 14: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

14

27

Instabilidade local

Quando a esbeltez do pilar é superior à esbeltez limite (λ > λ1), o efeito de instabilidade local ou de deformações de 2a ordem (deformações elásticas que modificam a posição inicial das cargas)deve ser adicionado à excentricidade de primeira ordem.

ei → excentricidade inicial de 1a

ordem do pilar

e2 → excentricidade originada após adeformaçãoelástica

2

N N

M=N.e M=N.(e +e )

NN

e+ei 2ie

i i

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

28

Força normal reduzida

É a relação entre os valores de cálculo da ação aplicada e da resistência da seção bruta de concreto e pode ser utilizada para avaliar a seção do pilar.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

d2d

cc cd 2

cd

N kN N

A cm A f

f kN/cm

ν = →⋅ →

Page 15: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

15

29

Seção crítica

1b 1 2

min

excentricidade total

e e e e

e

= α ⋅ + ≥

A seção crítica é avaliada pela combinação das excentricidades parciais (NBR 6118:2003 – 15.8.3.3.2):

Na prática, para edifícios usuais: MA ≅ –MB → αb ≅ 0,4para e1 ≤ emin → αb = 1,0

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

-

+

MB

e1B

M e 22

e A 1A

M

e= MNe

2a. ordem1a. ordem

30

Excentricidade de 2a ordem e2

Para pilares medianamente esbeltos (λ ≤ 90) com seção constantee armadura simétrica e constante no lance considerado, é válido ométodo do pilar padrão com rigidez κ (kapa) aproximada, sendo estimada a excentricidade e2 diretamente com (ver Scandelai

(2004) – Mestrado EESC–USP):

1b

2

1

2

2 1 1

e h é a dimensão do pilar

h

k 13.840

e k kh 10 2 5 10 2

ξ = α

λ= −

ξ ξ ξ = − + − +

Para pilares pouco esbeltos (λ ≤ λ1), é permitido adotar e2 = 0 !

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 16: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

16

31

Efeito da fluência

-

g

e g

N

N Ngcc

g

g g

c ce 2

e

Me L 2,718 1

N

M e N são esforços solicitantes na CQP

1300

desaprumo, (H em metros)1

100 HE I

N 10 (carga crítica de Euler)L

(coeficiente de fluência 2

ϕ = + θ −

θ ≥

=

ϕ = , em geral)

Para λ > 90 é obrigatório considerar o efeito da fluência, podendo ser avaliado de modo simplificado pela adição da excentricidade suplementar ecc à excentricidade total e.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

32

Diâmetro das barras longitudinais: 10mm ≤ øL ≤ b / 8

(b = menor dimensão do pilar)

5. Disposições construtivas

agreg h

L

2 cm40 cm

1,2 d s2 b

⋅ ≤ ≤ ⋅φ

Espaçamento horizontal das barras:

hs

>10mmøL

>5mmtø

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

(NBR 6118:07 -18.4.2)

Page 17: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

17

33

Taxa de armadura:

Disposições construtivas

v

L

20 cm

s b

12

≤ φ

Espaçamento vertical dos estribos:

mins

maxc

0,4% A4,0% (incluindo emendas)A

≥ ρ =ρ =

≤ ρ =

Diâmetro dos estribos:/

tL

5 mm

4

φ ≥ φ

Os estribos devem ser posicionados em toda altura do pilar,inclusive e, obrigatoriamente, na região de cruzamento com vigas

ou lajes.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

34

Segundo a NBR 6118:2007, estão protegidas contra flambagem as barras longitudinais até 20 φt da quina do estribo, desde que não haja mais do que 2 barras (fora a da quina) nesse trecho, sendo utilizado estribo suplementar quando necessário.

Proteção contra flambagem das barras

20ø

suplementarestribo

t20ø t estriboduplo

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 18: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

18

35

Detalhamento da armadura

Geralmente, pilares estão sujeitos à flexão oblíqua.

Cada armadura deve ficar no seu plano de flexão.

A taxa total de armadura deve respeitar a taxa máxima ρmax = 4,0% (já considerando haver a região de emendas de barras).

Obs: para armadura em uma camada, é adotado d´=4cm.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

36

6. Pilares intermediários e de extremidade

Nestes pilares há predominância da flexo-compressão normal ou reta em uma direção principal de inércia, quando a seção transversal é simétrica com pelo menos um eixo de simetria.

O dimensionamento da armadura é efetuado separadamente em cada direção, não sendo somados os resultados obtidos e escolhendo um arranjo para as barras que satisfaça às duas situações independentes.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 19: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

19

37

Tipos de flexão composta

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Nd

e

CG

CG

As

Nd

Md

sA'Nd

σt

e

σc

M

N

d

d

A's

sA

Flexão com pequena excentricidade

Flexão com grande excentricidade

tensões não mudam de sinal

tensões mudam de sinal

38

Flexão normal composta – FNC

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

N h/2

sA

d

sR

h/2

sA'

Md

=

R'd's

cR

a

d

d s c s

d s c s

d(N > 0 compressãoN R' R R

h h hM R

)

' d' R a R d2 2 2

= + +

= − + − + −

c s sε ε ε'

x d - x x - d'= =

Equações de equilíbrio:

Equações de compatibilidade:

Page 20: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

20

39

Resolução do sistema de equações

Conhecendo o concreto e as dimensões da seção transversal, o sistema fica com 3 equações independentes e 7 incógnitas:

As , A´s , σsd , σ´sd, εs , ε´s , x

Como as tensões no aço dependem da deformação, o sistema pode ser reduzido a 5 incógnitas:

As , A´s , εs , ε´s , x

Para evitar dificuldades de montagem da armadura, usualmente é adotado no dimensionamento de pilares:

As = A´s

Restando ainda 1 grau de liberdade, a solução é obtida fixando, por exemplo, a posição da linha neutra x para serem determinados εs e ε´s , então calculados σsd , σ´sd, As e A´s.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

40

Flexão normal composta - cálculo prático

2

d

cd

M ebh f h

µ = = ν⋅

d

cd

Nbh f

ν =⋅

yd yds

cd cd

f fAbh f f

ω = = ρ

2

forças e momentos kN e kN.cm

dimensões lineares cm

tensões resistentes kN/cm

→ →

Usar os ábacos de flexo-compressão reta com armadura simétrica

h/2M

N

d

d

A's

sA

=

R'

h/2

s

cR

sR

d'a

d

Força normal reduzida

Momento fletor reduzido

Taxa mecânica da armadura

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 21: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

21

41

Curvas de interação

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Impondo uma seção de CA (aço e concreto) e variando a posição da Linha Neutra, é obtido cada ponto da curva representando

uma posição de equilíbrio de um par de esforços Nd e Md.

42

Ábacos de FNC

Para elementos comprimidos, deve ser respeitada armadura mínima com taxa ρmin = 0,4%

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

traçãocompressãoν

µ

Domínio 5

Domínio 4a

Domínio 4Domínio 3

Domínio 2

Domínio 1As = 0

ωω

2

1

Page 22: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

22

43

Ábacos de Pinheiro (EESC-USP)Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

44

7. Pilares de canto

Estes pilares estão sujeitos predominantemente a flexo-compressãooblíqua e o dimensionamento da armadura geralmente é efetuadoatravés de métodos numéricos ou ábacos específicos, já que aposição da linha neutra depende do arranjo adotado da armadura.

De modo simplificado, é permito verificar a segurança de umadeterminada seção transversal de pilar sujeita a flexão compostaoblíqua por transformação afim da seção. Para tanto, é imposto umarranjo para a armadura e são calculados os momentos resistentes de 2 flexões compostas retas independentes de modo a satisfazer aexpressão de iteração seguinte (NBR 6118:03 – 17.2.5.2)

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 23: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

23

45

Cálculo aproximado

onde: x e y são as direções principais de inércia da seção do pilarµRx e µRy são as componentes do momento resistente na

flexão oblíqua a serem verificadas quando atua a força de compressão Nd

µRx* e µRy* são os momentos resistentes na flexão composta reta para cada direção principal quando atua a mesma força de compressão Nd

α é tomado como 1 para o caso geral (a favor da segurança) e como 1,2 para o caso de seção transversal retangular

RyR

Rx* Ry

x

*

1

αα

µ µ

+ =

µµ

É permitido verificar uma seção transversal sujeita a FOC por transforma-ção afim com a imposição de um arranjo para a armadura e o cálculo de momentos resistentes de 2 FNCs independentes com:

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

46

Verificação da flexão oblíqua

Fixando uma taxa geométrica ρ para cada direção principal de inércia (não superpondo a armadura) e admitindo que o momento reduzido resistente é igual ao maior momento aplicado em uma mesma direção, por exemplo x,

µRx = µx

é possível verificar se o momento aplicado na outra direção y é menor do que o momento resistente nessa mesma direção y.

Ry*Rx

y Ry*

1/

x 1

αα µ µ ≤ ⋅ −

µ µµ

=

µRx* e µRy* = momentos resistentes na flexão reta

µx e µy = momentos aplicados na flexão oblíqua

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 24: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

24

47

Flexão oblíqua composta – FOC

Geralmente, o dimensionamento exige a utilização de processo numérico com a discretização da seção em elementos com dimensões finitas pois o cálculo exato é de difícil solução.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

48

Flexão oblíqua composta – FOC

A resolução conduz a uma superfície no espaço para um terno Nd, Mxd e Myd para um dado arranjo da armadura, sendo comum o uso

de ábacos para uma dada força de compressão Nd (ou ν).

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 25: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

25

49

Programa Oblíqua – CESEC/UFPR

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

50

8. Método geral

Para λ > 90, o Método Geral determina e2 de modo mais preciso.

a) Dividir o pilar em n trechos: Δx = L/n

b) Arbitrar valor para a flecha a: yo = a

c) Calcular M2d = a Nd

d) Calcular Mo= M1d + M2d → µo = µ1 + µ2

e) Obter a curvatura 1/ro

f) Obter

g) Repetir c) para obter µ1 e 1/r1

h) Obter

i) Continuar para as demais seções com:

j) Verificar se yn=0 (forma estável)

h) Se yn≠0, arbitrar nova flecha a

0

0

2

1

x 1y y

2 r∆

= −

22 1 o

1

1y 2y y x

r

= − − ∆

2i+1 i i-1

i

1y 2y y x

r

= − − ∆

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 26: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

26

51

Relações Momento Curvatura

EM

y

1 M r y

σε =

σ =Ι

ε⇒ = =

Ι

Admitindo a linearidade física do material:

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

52

Relações Momento Curvatura

,cc o

c s

ss o

y3 5‰

r1r d y

10‰r

ε = ε + ≤

ε − ε =

ε = ε − ≤

Fixando 1/r e utilizando as equações de equilíbrio, pode ser determinado o par N e M que satisfaz os

limites máximos de deformação dos materiais.

para cada 1/r, pode ser determinado εo

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares

Page 27: 09 Projeto de Pilares

26/01/2013

27

53

Diagrama Normal, Momento, Curvatura

A rigidez secante é obtida a partir de diagramas N, M, 1/r:

é necessário conhecer Nd, As, concreto e aço. Na prática, o

processo só é viável com uso de computadores.

Proj. Dim. e Det. Estr. CA – 09 Projeto de pilares